O que é preciso saber para escolher sua TV

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O que é preciso saber para escolher sua TV
Publicado em
28 de Setembro de 2013, CASA ABRIL
O que é preciso saber para escolher sua
TV
A tarefa não é simples, por isso, desvendemos neste guia o que significam todas as
letrinhas que caracterizam os modelos das novas televisões
Texto Daniel Furuno | Ilustrações Breno Nemo
Tempo de resposta, ângulo de visão, DLNA, refresh rate... Foi-se a época em que bastava
definir o tamanho da tela ao comprar um televisor. Hoje, é preciso conhecer uma série de
siglas, termos em inglês e expressões que parecem saídas de uma apostila de cursinho. Em
alguns casos, não há como errar. Mesmo que você não saiba bem quais as vantagens do
HDMI sobre o AV, siga seu instinto: quanto mais dessas novas conexões o aparelho tiver,
melhor. Muitas vezes, porém, a questão é mais complicada. Você pode investir em uma
Smart TV com wi-fi e acabar descobrindo que precisa de algo chamado Dongle para
acessar a internet. Aliás, as Smart TVs, ao lado dos modelos de 47” ou maiores, são as que
mais encantam o consumidor, segundo Fernanda Summa, gerente de marketing da LG.
Seja como for, das pequenas de 32” às jumbo com 3D e controle por voz, não faltam
opções.
Pacote básico de funções: eis o mínimo que o aparelho deve ter
Resolução: o catálogo de alguns fabricantes ainda traz TVs com resolução HD, mas a
tendência é que cada vez mais o Full HD se torne o padrão – basta ver que, a partir de 40”,
praticamente só existem equipamentos disponíveis nesse perfil.
Contraste: embora haja modelos a partir de 2 500:1, é bom lembrar que a taxa dos velhos
aparelhos de tubo era 15 000:1. Para ter mais qualidade que antigamente, esse último é o
contraste mínimo aceitável.
Ângulo de visão: exija pelo menos 170 graus, já que o ângulo básico é um pouco inferior a
isso e o máximo é 180 graus.
Taxa de atualização: para os modelos de LCD e de LED, 60 Hz é o mínimo. Os de plasma
têm 600 Hz.
Tempo de resposta: a média das telas de LCD e de LED é de 6 ms a 8 ms, satisfatória para
o espectador comum. Para os fanáticos por games, o ideal é o índice das TVs de plasma,
inferior a 1 ms.
Conexões: além das entradas padrão de áudio e vídeo (como Y/Pb/Br, RCA e VGA, por
exemplo) e de antena, vale a pena investir em produtos com o maior número possível de
conexões HDMI e USB (o básico é 2 HDMI e 1 USB).
Divulgação
O tamanho do monitor em relação ao ambiente
Há quem diga que, para encontrar o afastamento ideal entre aTV e o usuário, basta
multiplicar por três a diagonal da tela. Masoutros preferem considerar a altura. O fato é
que não há regrainfalível, segundo Jorginaldo Dantas, gerente de marketing técnicoda
Philips. Ele lembra que a nitidez e a qualidade da imagem ficammelhores a certa distância
para uma pessoa e piores para outra.Por isso, em vez de fixar valores absolutos, esse
fabricante preferetrabalhar com uma tabela que orienta a escolha:
- Para telas de 19” a 26”, a distância deve ser de 1,50 m a 2 m.
- Para telas de 32” a 37”, vale o intervalo de 2,40 m a 2,80 m.
- Para telas de 42” a 47”, são necessários de 3,20 m a 3,60 m.
- Para telas de 52”, o afastamento aumenta para 4 m.
Divulgação
Para jogar games, acessar a internet e se sentir imerso:
- A mais alta taxa de atualização e o menor tempo de resposta – características que
reduzem sensivelmente os borrões nas cenas de movimento – fazem das telas de plasma
as mais recomendadas para os amantes de videogames. Embora as de LCD e de LED não
apresentem tempo de resposta tão bom, alguns aparelhos dispõem de recursos
interessantes, como a versão de LED com tecnologia Dual Play, da LG: nos games
multiplayer, cada jogador, usando óculos especiais, visualiza somente a própria tela.
- Muito mais parecidas com um computador que com os televisores comuns, as Smart TVs
acessam a internet e trazem vários apps. Há modelos que, além de permitirem a
integração com notebooks e smartphones, interagem com o usuário por meio de controles
por voz, movimento e reconhecimento facial.
- Nas chamadas TVs imersivas, a ideia é que cinéfilos possam praticamente mergulhar na
tela. Para isso, contam com 3D ativo ou passivo, alta taxa de atualização (para atenuar
distorções) e molduras ultrafinas. Em busca de um efeito ainda mais arrebatador, a Philips
desenvolveu a tecnologia Ambilight, que projeta atrás e ao redor da tela luzes de mesma
cor e intensidade das imagens em exibição.
Tipos de Tela:
LCD – funciona graças a pequenas “células”, que liberam ou bloqueiam a luz de fundo
emitida por lâmpadas fluorescentes. Comparada às TVs de plasma, a tela é mais fina, gasta
cerca de 10% menos energia e tem desempenho superior em ambientes claros, pois
produz menos reflexos. No geral, porém, fica em terceiro lugar na qualidade de imagem.
“Se estiver na dúvida entre LCD e LED, fique com o último. Afinal, o LCD é tecnologia
ultrapassada”, avalia Carlos Eduardo Vieira, técnico em televisores da associação de
consumidores Proteste, lembrando que os preços já se aproximam.
LED – é uma evolução do LCD e trabalha do mesmo modo. A diferença está na luz de
fundo: saem as lâmpadas fluorescentes e entram os emissores do tipo LED, que
aprimoram a resolução de cores e o contraste e são supereconômicos (gastam cerca de
100 w). Vai bem em ambientes claros. Frente à variedade de modelos, atente para a
diferença entre as telas edge-lit (chamadas de LED de borda), com emissores de luz só nas
margens, e as full array (painel completo), com emissores na tela inteira, o que aumenta
ainda mais o contraste. “As LED edge-lit têm maior oferta e menor preço”, fala Carlos
Eduardo, da Proteste. O LED completo sai caro: superam os R$ 15 mil os modelos da Sony
e da LG com essa tecnologia.
PLASMA – atua por meio de reações entre os gases no interior da tela. É fabricada
apenas com 40” ou mais. Vence em qualidade de imagem: tem cores mais vivas, melhor
contraste, alta taxa de atualização e tempo de resposta imbatível. Porém, gasta até três
vezes mais energia que as de LED. O efeito burn-in (quando uma imagem estática, como o
logo da emissora, acaba “impresso” na tela), comum aos primeiros aparelhos, quase
sumiu, segundo Carlos Eduardo: “Hoje, só ocorre se a mesma imagem for exibida por
tempo exageradamente prolongado”.
Imagem:
FORMATO DE TELA – é a proporção entre a largura e a altura. O padrão era 4:3,
quase quadrado, típico das TVs de tubo. Agora, impera o 16:9, também chamado
widescreen (tela larga).
RESOLUÇÃO – uma imagem compõe-se de pixels, minúsculas unidades que recebem e
emitem luz e cor. Logo, quanto mais desses quadradinhos houver, melhor será o
resultado. Embora a resolução seja medida pela quantidade horizontal e vertical de pixels,
em geral os fabricantes só mencionam a segunda. Um aparelho HD (high-definition, ou
alta definição) tem 720 pixels, enquanto um Full HD (alta definição máxima) possui 1 020,
e os ainda raros Ultra HD superam os 2 000. Mas a qualidade mostrada na tela depende da
fonte: uma imagem filmada em HD (caso da programação digital das emissoras nacionais)
só é exibida nessa resolução, mesmo em uma TV Full HD.
CONTRASTE – é a relação entre o preto e o branco na imagem. Essa taxa é essencial,
pois, se for muito baixa, haverá pouca diferença entre os tons claros e escuros. Ou seja,
perdem-se as nuances da fotografia em um filme. O índice vem no formato n:1 (n é o
número máximo de pixels pretos para o mínimo de brancos, que é sempre 1). Telas de
plasma têm maior contraste, em média 1 000 000:1, porém chegando a 4 000 000:1. Já as
de LCD e de LED variam muito, de 2 500:1 (taxa ruim, inferior à das TVs de tubo, de 15
000:1) a 2 000 000:1, podendo, em modelos recentes, se aproximar da média das de
plasma.
TAXA DE ATUALIZAÇÃO – em inglês, refresh rate. É o número de vezes por segundo
que a tela atualiza a imagem. Quanto maior for, menos distorções haverá, principalmente
em cenas de movimento – quem curte filmes de ação e eventos esportivos deve observar
esse índice. TVs de plasma oferecem taxa de 600 Hz, contra os 60 Hz em média das
demais. Muitos modelos de LED têm recursos para elevá-la até 480 Hz. Os nomes variam:
Perfect Motion Rate (Philips), Motion Flow (Sony) e Trumotion (LG). “O leigo não nota a
diferença acima de 240 Hz”, adverte Edson Kei, especialista em áudio e vídeo digital da
Imagic Multimídia.
ÂNGULO DE VISÃO – imagine a TV no centro de uma das paredes da sala e você de pé
em um canto qualquer do ambiente. Ao mirar o meio da tela, seu olhar descreve um
ângulo, tanto horizontal quanto vertical, e a imagem pode ou não sofrer distorções. Esses
pontos extremos de onde se enxerga a imagem perfeitamente formam o ângulo de visão:
quanto mais perto de 180 graus, melhor. Isso significa que, mesmo sentado na ponta do
sofá ou deitado no chão, a visualização será boa. O técnico da Proteste, no entanto,
lembra que os índices anunciados valem apenas para conteúdos em 2D. “Os óculos 3D
limitam o ângulo, assim como no cinema – quem não se posiciona bem em frente à tela
não desfruta plenamente do efeito tridimensional.”
TEMPO DE RESPOSTA – em inglês, response time. É o tempo (em milissegundos) que
o pixel leva até estar pronto para exibir novas informações de luz e cor – quanto menor,
melhor, em especial para quem joga, pois a troca frenética de imagens pode gerar borrões
perceptíveis. No plasma, a resposta é inferior a 1 ms, contra os 6 ms a 8 ms dos demais.
3D – além de atuarem de modo convencional (2D), modelos desse tipo exibem conteúdos
elaborados em 3D e podem dar caráter tridimensional de qualidade média a conteúdos
em 2D. O efeito, original ou não, resulta de imagens sobrepostas, captadas de modo
diferente pelos olhos direito e esquerdo. Nos aparelhos com 3D ativo, é produzido pelos
óculos (com bateria), que selecionam os dados que cada vista recebe. No caso do 3D
passivo, a maior parte do fenômeno ocorre na tela (como no cinema): leves e baratos, os
óculos são apenas um filtro. O 3D ativo traz mais profundidade e definição; já no 3D
passivo, a sobreposição é menos evidente e as cenas de movimento são menos tremidas.
Áudio:
POTÊNCIA – é um dos fatores para a qualidade e o volume do som. A média de 10 w a 20
w adequa-se ao uso doméstico, segundo Edson, da Imagic Multimídia. Mais relevante que
a potência é a posição da TV, para ele: “Os alto-falantes ocupam a traseira do aparelho,
que não deve ficar em um nicho fechado. Pouca ventilação pode prejudicar o som e causar
aquecimento”.
Conexões:
HDMI – transmite áudio e vídeo sem perda de qualidade, além de ligar computadores,
aparelhos de blu-ray e videogames à TV. Tende a substituir as conexões de áudio e vídeo
separadas e com menos qualidade, como o vídeo componente (Y/Pb/Br, só vídeo), o vídeo
composto (RCA ou AV, vídeo e áudio) e o VGA (só vídeo).
USB – é, hoje, o padrão de vários eletrônicos. Conecta teclados, mouses e adaptadores
wireless, bem como acessa fotos, músicas e vídeos guardados em pen drives e HDs
externos. Algumas TVs permitem gravar a programação em pen drive ou HD externo.
WI-FI – marca registrada da tecnologia que transmite dados por meio de ondas de rádio.
Virou sinônimo de rede local de internet sem fio. Algumas Smart TVs levam wi-fi integrado
(estão prontas para conexão), mas outras pedem um adaptador de nome Dongle (o
mesmo usado em computadores), plugado na entrada USB.
LAN – alternativa ao wi-fi, essa entrada para acesso à internet com cabo (vindo do
roteador ou do modem) surge em Smart TVs.
Interatividade:
APP – ou aplicativo. É um software que executa tarefas específicas. A maioria das Smart
TVs inclui apps para acessar serviços de notícias e de video on demand, músicas, jogos,
redes sociais, YouTube e Skype, além de browsers para navegar livremente.
DLNA – equipamentos com esse certificado podem conversar entre si, desde que
conectados à mesma rede, como o wi-fi de sua casa. É possível usar a TV para assistir a um
vídeo gravado no tablet ou ver uma foto que está no smartphone – tudo isso sem ligar
cabos ou fazer configurações.
VIDEO ON DEMAND – gratuitos ou pagos, os serviços que permitem assistir online a
filmes, séries e shows (sem ter de baixá-los) têm se popularizado. A maioria das Smart TVs
oferece aplicativos de sites como Crackle e NetFlix – assim, pode-se acessá-los pelo
televisor, em vez de conectar o computador.
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