universidade cidade de são paulo mestrado em ortodontia
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM ORTODONTIA FÁBIO RAFAEL DE OLIVEIRA MENDES AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I COM O APARELHO AUTOLIGADO UTILIZANDO O SISTEMA OBJETIVO DE GRADUAÇÃO PROPOSTO PELO AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS São Paulo 2014 FÁBIO RAFAEL DE OLIVEIRA MENDES AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I COM O APARELHO AUTOLIGADO UTILIZANDO O SISTEMA OBJETIVO DE GRADUAÇÃO PROPOSTO PELO AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy São Paulo 2014 FICHA CATALOGRÁFICA MENDES, FRO. Avaliação da qualidade do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pela American Board of Orthodontics. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014. São Paulo, 16/12/2014. Banca Examinadora 1) Prof. Dr. Acácio Fuziy (Orientador) Julgamento:..................................... Assinatura:......................................... 2) Prof. Dr. Cidney Hiroaki Cato Julgamento:...................................... Assinatura:......................................... 3) Prof ª. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho Julgamento:...................................... Assinatura:......................................... Resultado:...................................................................................................... DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus e a todos os meus familiares, em especial, aos meus pais: Francisco Mendes Filho e Vilma Lucia de Oliveira. Obrigado por serem responsáveis pela formação do meu caráter, pelo exemplo de força de vontade e persistência. Obrigado pelo amor, apoio e incentivo a minha formação profissional. À minha esposa, Myrcéli, pelo constante amor, carinho, companheirismo renovados a cada dia de nossa união e pela compreensão nas horas em que estive ausente. Às minhas Irmãs, Gerusa Mendes e Ticiana Mendes, pelo apoio, carinho e incentivos constantes. Dedico este trabalho. AGRADECIMENTO ESPECIAL Ao Prof. Dr. Acácio Fuziy, meu orientador, não apenas pela orientação segura e paciente durante a elaboração deste trabalho, mas também pela confiança em mim depositada, oportunidade de convívio e enriquecimento do meu saber, além da amizade e oportunidade de compartilhar conhecimentos ao longo desta jornada. Minha sincera gratidão. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. André Luiz Ribeiro de Miranda, Professor Titular e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo, pela paciência e compreensão. Ao Prof. Dr. Rogério Gentil Bellot, diretor da faculdade da saúde da Universidade Metodista de São paulo. À Profª Drª Rita Baratela Thurler, pela gentileza de disponibilizar a sua clínica, contribuindo para a minha tese de mestrado. . Ao Prof. Dr. Marcelo Martins, pela amizade construída, os conhecimentos transmitidos e pela confiança depositada em mim. À Universidade Metodista de São Paulo, pela colaboração e por disponibilizar seu acervo para compor a minha amostra. Aos colegas e amigos do Curso de Mestrado em Ortodontia, Everton, Henrique, Liliane, Marcos Paulo e Paula Baratela pela convivência agradável. Agradeço aos professores, Prof. Dr. Paulo Eduarde Guedes Carvalho, Profª Drª Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate, Prof. Dr. André Luiz Ferreira Costa, Prof. Dr. Claudio Froes de Freitas, Prof. Dr. Fernando César Torres, Dr. Hélio Scavone Júnior, Profª Drª Karyna Martins do Valle Corotti e Profª Drª Rívea Inês Ferreira Santos. MENDES, FRO. Avaliação da qualidade do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pela American Board of Orthodontics. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014. RESUMO A má oclusão de Classe I caracteriza-se pela relação harmoniosa entre a maxila e mandíbula e uma de suas características é a manifestação do apinhamento dentário na região anterior dos arcos dentários. Nesse sentido, ressalta-se a necessidade do tratamento ortodôntico que tem por objetivo a obtenção do espaço, para o alinhamento e nivelamento dentário, que podem ocorrer através de procedimentos como: desgastes interproximais, expansão, extrações de pré-molares e vestibularização de incisivos. Após a realização do diagnóstico diferencial e a escolha da abordagem terapêutica, o atrito deve receber uma atenção especial, pois pode influenciar diretamente no tratamento proposto. Os braquetes autoligados foram introduzidos na Ortodontia, objetivando a redução do atrito entre as canaletas dos braquetes e os fios ortodônticos e, consequentemente, promovendo a diminuição no tempo de terapia. A preocupação que existe é de reduzir o tempo do tratamento, mantendo a qualidade do resultado final. Sob tal perspectiva, este estudo avalia os resultados de tratamento da má oclusão de Classe I de Angle, empregando-se aparelhos autoligados, por meio do índice do American Board of Orthodontics, o sistema objetivo de graduação (SOG), buscando a padronização na avaliação dos resultados, visto que vários índices foram criados. Para efeito, foram avaliados 29 pacientes que possuíam a documentação ortodôntica completa com modelo de gesso e radiografias panorâmicas finais. A amostra avaliada foi adquirida em clínicas particulares e na Universidade Metodista de São Paulo. As documentações ortodônticas iniciais mostraram que os pacientes apresentavam má oclusão de Classe I. Os modelos e radiografias panorâmicas pós-tratamento foram pontuados de acordo com o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of Orthodontics. Os resultados mostraram que a pontuação máxima perdida foi 17. O p-valor do teste que avalia se a pontuação total máxima perdida é igual a 20 contra menor que 20 foi de <0,001, ou seja, aceita-se a hipótese de que a pontuação total máxima perdida é menor que 20 e que os pacientes tiveram sucesso no tratamento. Portanto, foi possível concluir, em última instância, que todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso, pois a pontuação total máxima perdida foi menor que 20. Palavras Chaves: Má oclusão de Classe I de Angle; braquetes ortodônticos; atrito MENDES, FRO. Assessing the quality of treatment of Class I malocclusion with self-ligation appliance by the American Board of Orthodontics objective grading system. [Dissertation]. São Paulo: University of São Paulo City; 2014. ABSTRACT The Class I malocclusion characterized by harmonious relationship between the maxilla and mandible and the manifestation of crowding in the anterior region of the dental arches. The orthodontic treatment aims at obtaining space for tooth alignment and leveling, highlighting the stripping procedures, expansion, extraction of premolars and buccal incisor. After the differential diagnosis and the choice of the therapeutic approach, the friction should receive special attention, because it can directly influence the treatment. The self-ligating brackets were introduced in orthodontics, aimed at reducing the friction between the slots of the brackets and orthodontic wires and thus promoting a reduction in therapy time. The concern is to reduce the time, however, maintaining the quality of the outcome of treatment. Therefore, this study will evaluate the results of treatment of malocclusion Angle Class I, using self ligation devices through the index of American Board of Orthodontics, the objective grading system (OGS), the aim of present study was to evaluate the treatment results in a postgraduate orthodontic program, with the American Board of Orthodontics Objective Grading System, since several index were created. 29 patients who had a complete orthodontic record with plaster and final model panoramic radiographs were evaluated. The sample was acquired in private clinics and in the Methodist University of São Paulo. The initial orthodontic documentation showed that the patients had Class I malocclusion models and posttreatment panoramic radiographs were scored according to the Objective Grading System of the American Board of Orthodontics. The results showed that the maximum score was 17 lost. The p-value test evaluates the maximum total score is equal to 20 lost less than 20 against was <0.001, that is, the hypothesis is accepted that the maximum total score is less than 20 lost and patients had successful treatment. Therefore all patients analyzed had a successful treatment, because the maximum total score is less than 20 lost. Key Words: Angle Class I malocclusion; orthodontic brackets; friction SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 01 2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 04 3. PROPOSIÇÃO ............................................................................................ 09 4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 10 5. ARTIGO CIENTÍFICO ................................................................................. 21 REFERÊNCIAS ANEXOS 1 1. INTRODUÇÃO A má oclusão de Classe I foi definida por Angle (1899) como sendo aquela que apresenta a oclusão da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior com o sulco entre as cúspides mesial e mediana do primeiro molar inferior. Caracteriza-se pela relação harmoniosa entre a maxila e mandíbula no sentido anteroposterior e pelo perfil facial ortognático. Na má oclusão pode-se observar a manifestação do apinhamento dentário o qual concentra-se, geralmente, na região anterior. O tratamento em caso de apinhamento tem por objetivo a obtenção de espaço para o alinhamento e nivelamento dentário e, para efeito, destacam-se os procedimentos de desgastes interproximais, expansão, exodontias de pré-molares e vestibularização de incisivos. Cabe ressaltar, entretanto, que o diagnóstico diferencial irá direcionar para a opção adequada para o caso em questão (SAYIN et al., 2004; LINDSTEN et al., 2001; SILVA FILHO et al., 2001). Em âmbitos gerais, pode-se afirmar que a Ortodontia visa o emprego de sistemas eficazes e eficientes, alcançando resultados de correção em um período menor de duração do tratamento. De acordo com o dicionário de língua inglesa da Oxford, a palavra eficiência é definida como a possibilidade de se atingir o máximo de produtividade sem esforço desperdiçado ou despesas (FLEMING et al., 2013 ). Dentre os fatores que interferem no movimento dentário, destaca-se o atrito, o qual deve ser considerado com enfoque especial. De modo bastante genérico, o atrito é definido como sendo a força que retarda ou restringe o deslizamento de um corpo sobre outro (CHEN et al., 2010; FLEMING et al., 2010; PANDIS et al., 2010). Com o objetivo de diminuir a fricção entre o braquete e o fio ortodôntico, foram desenvolvidos os braquetes autoligados que apresentam uma tampa vestibular ou clips laterais, substituindo os métodos convencionais de amarração por meio de elásticos ou fios metálicos, que promovem a fixação do fio à canaleta dos braquetes. As tampas de abertura e fechamento podem ser ativas ou passivas, sendo que as primeiras pressionam o fio contra a canaleta do braquete, ao passo que as passivas mantêm o fio dentro da canaleta, sem pressão (CHEN et al., 2010; FLEMING et al., 2010; PANDIS et al., 2007). Uma das vantagens do sistema autoligado em relação ao aparelho convencional é a diminuição da fricção. Outras vantagens têm sido avaliadas no aparelho autoligado, como, por exemplo: a diminuição do tempo de tratamento de 4 a 7 meses, maior conforto para o paciente, diminuição do tempo de cadeira, redução do tempo de consultas e a biocampatibilidade no periodonto (FLEMING et al., 2010; PANDIS et al., 2010). No entanto, os braquetes autoligados apresentam desvantagens, que incluem os custos 2 elevados, a possibilidade de quebras do clips e possível interferência oclusal (CHEN et al., 2010; PANDIS et al., 2010). Independentemente da evolução tecnológica, a Ortodontia visa o alcance da excelência nos resultados finais do tratamento. Sob essa proposição, foram desenvolvidos os índices que avaliam a severidade inicial de uma má oclusão, além de qualificar os resultados finais dos tratamentos (COOK et al., 2005). Cabe salientar, entretanto, que a avaliação do resultado de um tratamento ortodôntico engloba a verificação de vários fatores. Contudo, o mais relevante centraliza-se na obtenção de uma oclusão adequada estética e funcionalmente, que proporciona ao paciente um equilíbrio facial. Tal equilíbrio assegura a satisfação tanto dos pacientes como dos ortodontistas (VIERIA, 2003). Torna-se pertinente destacar ainda, os índices, que foram propostos inicialmente para descrever uma classificação ou um sistema que categoriza uma avaliação numérica para a oclusão normal. O índice de severidade tem sido usado para avaliar a qualidade dos resultados finais dos tratamentos ortodônticos, mediante a comparação das características pré e pós-tratamento da oclusão. A avaliação do índice PAR (Peer Assessment Rating) foi desenvolvida para assegurar um critério de aplicação e interpretação uniforme de uma má oclusão, fornecendo uma única pontuação para as varias más oclusões, proporcionando a estimativa de como uma má oclusão se desvia de um alinhamento ou de uma oclusão normal. Convém salientar que, por um lado, o índice PAR compara a pontuação de uma avaliação pré e pós-tratamento, expondo o grau de melhoria, mas, por outro lado, ele não mede com precisão os resultados oclusais (COOK et al., 2005; CAMPBEL et al., 2007; ONYEASO et al., 2007). Em 1994, a Associação Americana de Ortodontia (AAO), por intermédio de seus diretores, analisaram os índices e avaliações de registros de pré e pós-tratamento, porém, não observaram nenhuma objetividade nos exames clínicos. Considerando essas premissas, um comitê do American Board of Orthodontics (ABO), desenvolveu um método mais objetivo de avaliação de modelos dentários e radiografias panorâmicas em tratamentos finalizados. Em 1995, os membros do ABO selecionaram sete características consideradas responsáveis por 85% das inadequações: o alinhamento dentário, as cristas marginais, a inclinação vestíbulolingual, o trespasse horizontal, as relações oclusais, os contatos oclusais e a angulação radicular. Em 1997, acrescentaram a característica do contato interproximal e, no ano seguinte, passaram a utilizar uma régua própria, um instrumento de medida mais aprimorado. 3 Esses esforços foram anunciados em 1998 quando a ABO introduziu um formulário de avaliação do Sistema Objetivo de Graduação (SOG) para avaliar o resultado final (OWENS, JR et al., 2006; RIOLO, 2005). O American Board of Orthodontics (ABO), propôs também, um método de avaliação das más oclusões, com a finalidade de padronizar a comunicação entre os profissionais por meio de um método simplificado e rápido, denominado de índice de discrepância oclusal. Através desse método é possível avaliar o grau de complexidade dos problemas ortodônticos, tais como: trespasses vertical e horizontal, mordida aberta anterior e posterior, apinhamento, relação oclusal, mordida cruzada posterior e anterior, ângulos ANB, IMPA, SN.Go-Gn e outras condições. Pela aplicação do índice, observa-se que quanto maior a pontuação, maior a complexidade do caso para ser tratado (CANGIALOSI et al. 2004; CAMPBELL et al., 2007; LUZ, 2011). Levando-se em consideração que existem poucos estudos que descrevem ou qualificam as alterações decorrentes do tratamento com aparelhos autoligados (PANDIS et al., 2010), este estudo tem por objetivo principal avaliar a qualidade dos resultados finais de tratamento da má oclusão de Classe I com aparelhos autoligados utilizando o índice do ABO-SOG. 4 2. REVISÃO DE LITERATURA Deguchi et al. em 2005, avaliaram quantitativamente os resultados ortodônticos utilizando o índice PAR (Peer Assessment Rating), o índice de discrepância, o sistema objetivo de graduação e a avaliação clínica de abrangência. O público-alvo foram 72 pacientes selecionados da Universidade de Okayama e 54 pacientes da Universidade de Indiana, finalizados ortodonticamente. A partir desses estudos, eles observaram que houve diferença na pontuação entre as escolas, no alinhamento e no trespasse horizontal. Foi possível verificar por meio da investigação, que o índice de discrepância teve uma pontuação maior no apinhamento e no plano mandibular na Universidade de Okayama. Dessa forma, eles concluíram que os índices são úteis para comparar os resultados entre clínicas. O Índice PAR (Peer Assessment Rating) preconizado por Richmond e colaboradores, em 1992, possuía confiabilidade e validade adequadas, porém foi rejeitado pelo Board devido à falta de precisão para diferenciar pequenas inadequações na posição dos dentes. Como os índices existentes encontravam-se inadequados para avaliar os modelos em gesso e as radiografias finais, formou-se um comitê, em 1994, para testar novos métodos. O American Board of Orthodontics (ABO) foi criado em 16 de julho de 1926 pelo Dr. Albert Kectcham e outros colaboradores na cidade de East Park, Colorado, EUA. Apenas em 1950, o Conselho de Educação da American Dental Association (ADA) reconheceu o ABO como um certificado oficial para Ortodontia e Ortopedia Dento-Facial. Com isso, o American Board of Orthodontics continuou a ganhar prestígio e popularidade. De acordo com Turpin (2001), um em cada quatro membros da American Association of Orthodontists (AAO) completa o processo de certificação. Primeiramente, na Fase I realiza-se a inscrição do candidato que completou seu curso ou encontra-se no último ano de um programa de Ortodontia aprovado pela Comissão de Reconhecimento da American Dental Association (ADA). O candidato selecionado disporá de cinco anos para completar, com sucesso, o exame da Fase II (VIEIRA, 2003). Esta fase consiste na realização de um exame sobre ciências básicas, ciência biomédica aplicada, teoria e prática ortodôntica, disciplinas odontológicas relacionadas e literatura ortodôntica. O exame é realizado imediatamente antes dos congressos anuais da American Association of Orthodontists (AAO). O candidato aprovado (Board Eligible) na Fase II possuirá até dez anos para iniciar a Fase III clínica (VIEIRA, 2003). O Sistema Objetivo de Avaliação (OGS) introduziu o processo do Exame da Fase III e aumentou a precisão e a objetividade na avaliação da qualidade dos 5 tratamentos ortodônticos dos casos apresentados. De acordo com o ABO, classificase o candidato como “Certificado” ou “Diplomado” pelo Board após ser aprovado no exame clínico da Fase III (ABO WEB-SITE, 2003). Empregando o sistema objetivo de classificação do ABO, Cook et al. (2005), analisaram os resultados finais do tratamento ortodôntico de alguns alunos de pósgraduação e de algumas clinicas privadas, considerando o tempo de duração. A amostra foi constituída no total, por 139 pacientes, sendo 77 oriundos dos cursos de pós-graduação e 62 de clinicas particulares. O estudo mostrou que não houve diferença significativa entre os dois grupos, no alinhamento, na inclinação vestibulolingual e no trespasse horizontal. Em pacientes tratados em clinicas particulares observou-se uma pontuação baixa no critério do contato oclusal e na altura da crista marginal, porém, no grupo dos pacientes tratados na pós-graduação, verificou-se uma baixa pontuação para o critério do contato oclusão e interproximal. A partir de suas investigações, Cook et al. (2005) concluíram que a qualidade do resultado do tratamento ortodôntico, avaliado no modelo de gesso dos casos já finalizados, usando o sistema objetivo de classificação, é essencial na comparação dos resultados oclusais. Dykhouse et al., em 2006, afirmam que residentes em Ortodontia podem ter os resultados finais dos tratamentos com o padrão exigido para certificar os ortodontistas pelo ABO. Para a análise, foram selecionados 50 alunos recém-formados em cursos de pós-graduação em Ortodontia, e apresentaram os casos finalizados por esses alunos para examinadores calibrados do ABO. A partir dessa investigação, eles observaram que 39 ortodontistas apresentaram os resultados de acordo com o tradicional exame de certificação da ABO. Pandis et al. (2007) avaliaram o tempo necessário para tratar o apinhamento dentário inferior, utilizando o aparelho autoligado comparado ao convencional. Com esse objetivo, analisaram 54 casos que obedeciam aos seguintes critérios: tratamento sem extração, todos os dentes inferiores irrompidos, apinhamento inferior, índice de regularidade superior a 2 mm e que não tinham sido submetidos ao tratamento ortodôntico prévio. A quantidade de apinhamento na região anteroinferior foi avaliada pelo índice de irregularidade de Little, sendo as medidas feitas com um paquímetro digital por uma mesma pessoa. Foi possível verificar, entretanto, que o tempo de tratamento foi menor para o tratamento com o aparelho autoligado, já para os casos de apinhamento severo não houve diferença significativa e ainda, observou-se o aumento na distância intermolares. 6 Onyeaso et al. (2007) avaliaram a relação entre o índice de complexidade de necessidade e resultado (ICON), índice PAR, índice de estética dental (DAI) e o sistema objetivo de graduação (SOG) da ABO. Além disso, buscaram determinar se o ICON pode substituir estes índices como uma medida de complexidade de tratamento ortodôntico e resultados, ou se existe a necessidade de se empregar diferentes índices para vários casos no tratamento ortodôntico. Analisaram os modelos de gesso das fases inicial e final de tratamento de 100 pacientes e aplicaram os índices ICON, PAR, DAI e o SOG. O estudo mostrou uma correlação entre o DAI e ICON em relação à necessidade de tratamento, o índice PAR e o SOG teve uma correlação como ICON em relação ao resultado de tratamento. Os estudiosos supracitados concluíram que o ICON pode substituir os índices PAR e o DAI para avaliar a necessidade de tratamento e o OGS pode ser usado para avaliar o resultado. Campbell et al. (2007) avaliaram se os resultados dos tratamentos relacionaram-se com as más oclusões, segundo os critérios da ABO, em 382 casos. Tal avaliação permitiu observar que o índice de discrepância obteve pontuação muito elevada, o que significa que as más oclusões complexas são difíceis de terminar bem. A maioria dos pontos perdidos para o sistema objetivo de graduação (SOG) e avaliação clinica mais abrangente eram para o contato oclusal e eficiência do tratamento. Concluíram, em última instância, que os problemas nos tratamentos das más oclusões complexas na pós-graduação em Ortodontia necessitaram de métodos para aumentar a qualidade dos resultados clínicos. Scott et al. (2008) compararam a eficácia do aparelho autoligado Damon 3, com o aparelho convencional durante o alinhamento dentário ortodôntico. Inicialmente, analisaram a rapidez do alinhamento ortodôntico dos dentes, a ocorrência de reabsorções radiculares e alterações na dimensão dos arcos em 60 pacientes tratados com exodontias de primeiros pré-molares, aplicando-se o índice de irregularidade de Little. Scott et al. (2008) verificaram que não houve diferença no alinhamento inicial para nenhum sistema de braquetes, demonstrando que os braquetes autoligados não foram mais eficientes que os convencionais. Vu et al. (2008) realizaram um estudo retrospectivo para identificar e quantificar os fatores que afetam a duração do tratamento ortodôntico, correlacionando com a qualidade dos resultados. A amostra foi obtida na Universidade de Indiana, no período de 2004 a 2006, totalizando 455 pacientes. Empregaram o índice de discrepância da ABO para avaliar a severidade da má oclusão inicial. O índice de complexidade do tratamento, o sistema objetivo de graduação e avaliação clínica abrangente foi usado para avaliar os resultados do tratamento. Verificaram que a duração média do tempo de tratamento foi de 29 meses e que a má oclusão de Classe II obteve uma pontuação 7 do índice de discrepância aumentada e ao avaliar os resultados não houve uma relação significativa entre os índices do sistema objetivo de graduação e a avaliação clinica abrangente. Portanto, o índice de discrepância e o de complexidade do tratamento mostrou-se sensível para a duração do tratamento. Chen et al. (2010) realizaram uma revisão sistemática para avaliar a eficiência (tempo de cadeira e tratamento), efetividade (índices oclusais e dimensões dos arcos) e estabilidade do tratamento dos braquetes autoligados, quando comparados com os convencionais. Os artigos selecionados obedeceram aos critérios dos estudos clínicos comparativos entre os braquetes autoligados e os convencionais e foram revisados por 2 avaliadores. As análises dos resultados demonstraram que somente a redução no tempo de cadeira teve uma diferença significativa. Quanto à efetividade, os resultados apontaram que a inclinação dos incisivos inferiores nos aparelhos autoligados demonstraram uma menor vestibularização. Com relação à estabilidade, os estudos não enfocaram esse aspecto até o momento. Concluíram que as evidências não suportam a afirmação da superioridade clinica dos braquetes autoligados perante os convencionais. Entretanto, comprova-se a redução no tempo de cadeira para os autoligados e uma menor inclinação dos incisivos inferiores, porém, sem relação significativa quanto ao tempo de tratamento e nenhum estudo quanto à estabilidade. Fleming et al. (2010) avaliaram a eficiência do tratamento ortodôntico com braquetes autoligados SmartClip e com o braquetes convencionais da marca 3M Unitek. Com este objetivo, analisaram 66 pacientes com idades variando de 11 aos 21 anos, com apinhamento anteroinferior. A duração do tratamento foi computada desde a montagem até a remoção dos aparelhos. Empregaram o índice PAR para a avaliação oclusal e também não observaram nenhuma diferença entres os dois braquetes, na redução do tempo de tratamento e na quantidade no número de visitas. Ong et al. (2010) avaliaram consecutivamente 50 pacientes, na idade entre 10 e 18 anos, que foram tratados com aparelho fixo autoligado, com aparelho fixo convencional e extrações bilaterais nos arcos superior ou no arco inferior. Os modelos de estudos foram avaliados, aplicando-se o índice de Irregularidade de Little para quantificar o alinhamento dos dentes anteriores antes do tratamento, e após 10 semanas, e 20 semanas depois da colagem dos braquetes. Portanto observaram que o tratamento durante as 10 e 20 primeiras semanas, tanto nos braquetes autoligados, quanto nos convencionais tiveram redução do score na avaliação quando aplicado o índice de irregularidade de Little, e foi observado que o fechamento do espaço não houve diferença significativa entre ambos os aparelhos. Portanto, concluíram que os braquetes autoligados não mostraram eficiência maior que os braquetes 8 convencionais e as mudanças na dimensão dos arcos foram similares em ambos os aparelhos. Pandis et al., em 2010, avaliaram as alterações na inclinação dos incisivos inferiores e na distância intercaninos e intermolares no período pós-tratamento em 56 indivíduos com índice de Irregularidade de Little maior do que 2mm e que foram tratados com aparelhos autoligados e convencionais. Constataram o aumento da inclinação do incisivo inferior e da distância intermolares, no entanto, não foi observada diferença estatística entre os dois grupos. Os resultados mostraram que o apinhamento foi resolvido em ambos os casos com a vestibularização dos incisivos inferiores e um aumento da distância intercaninos no final do tratamento. No entanto, nenhuma diferença foi observada entre os braquetes convencionais e autoligados. Em síntese, este estudo apontou um aumento na distância intermolares, no qual foi observado em ambos, porém, nos pacientes que fizeram o uso dos braquetes autoligados o aumento foi significantemente maior. Fleming et al. (2013) observaram que os braquetes autoligados mostraram a redução no tempo de cadeira, de 20 segundos por arco. Os estudiosos verificaram que os braquetes autoligados apresentaram discreta diminuição no tempo de tratamento e no número de consultas, sem prejuízo para os resultados oclusais e para a eficiência no alinhamento dos arcos. Contudo, as evidências não foram significantes. Isso porque, constataram que a taxa de fechamento de espaço e de retração dos caninos não foi significante para os braquetes autoligados. Em uma pesquisa com 192 pacientes, Fleming et al. (2013) observaram que os braquetes autoligados não mostraram redução no tempo de tratamento e na qualidade dos resultados do tratamento ao utilizar o índice PAR e o índice de complexidade em relação aos braquetes convencionais. 9 3. PROPOSIÇÃO A má oclusão de Classe I de Angle quase sempre pode vir acompanhada de apinhamento de severidade que varia de leve a severa, o que implica a necessidade de tratamentos específicos para cada caso. Na Ortodontia, os profissionais vêm trabalhando para diminuir o tempo de tratamento. Uma das possibilidades de alcançar esse objetivo é através da diminuição do atrito. Sob essa perspectiva, surge o aparelho autoligado, que foi desenvolvido para a correção da má oclusão de Classe I. Considerando o fato de que ele apresenta menor atrito, pode-se justificar o aumento da popularidade desses braquetes nos tratamentos ortodônticos. Vários índices foram desenvolvidos para avaliar os casos de má oclusão de Classe I tratados com o aparelho convencional, contudo, a literatura tem carência de estudos que analisam os resultados finais de tratamento da má oclusão de Classe I com aparelho autoligado. Para efeito, este trabalho tem por objetivo avaliar os resultados finais dos tratamentos das más oclusões de Classe I com braquetes autoligados, mediante a aplicação do índice de discrepância oclusal da ABO. 10 4. MATERIAL E MÉTODO 4.1 MATERAL Em primeira instância, convém ressaltar que o presente estudo iniciou-se somente após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNICID CAAE 22302613.7.0000.0064, em 20 de março de 20014. Para efeito, foram selecionados modelos de gesso e radiografias panorâmicas da fase final de 29 pacientes, com idade variando de 16 a 24 anos, tratados na Universidade Metodista de São Paulo e clínicas particulares. Torna-se pertinente destacar que os critérios obedecidos para a seleção dos pacientes foram os seguintes: 1) portadores de má oclusão de Classe I em caninos e molares; 2) presença de segundo ao segundo molar nos arcos superior e inferior; 3) apinhamento anteroinferior maior do que 3,0mm; 4) não terem sido submetidos aos tratamentos ortodônticos prévios; 5) terem sido tratados sem extrações com a utilização de braquetes autoligados. Fábio coloque a informação de qtos foram tratados com passivo e ativo A amostra foi submetida a uma avaliação utilizando o Sistema Objetivo de Graduação (SOG) do American Board of Orthodontics (ABO) definido por Casko et al. (1998) para análise objetiva do resultado do tratamento ortodôntico, utilizando os seguintes materiais: 1) régua indicada pela ABO para realizar a análise (Figura 1); 2) lapiseira com grafite 0,5 mm (Pentel); 3) borracha macia (Faber castell); 4) fichas de avaliação da ABO (ANEXO I). Foram avaliados os modelos de gesso e as radiografias panorâmicas finais, respeitando-se a sequência e critérios de execução da ABO. 11 FIGURA 1: Diagrama da régua utilizada pela ABO com suas respectivas regiões de medição. FONTE: Casko (1998). 4.2 MÉTODO 4.2.1 Calibração do Avaliador Com a finalidade de atender aos objetivos desta pesquisa, foi realizada a avaliação dos resultados finais dos tratamentos com aparelhos autoligados e verificada se estão dentro das metas exigidas pelo ABO. As mensurações dos fatores foram efetuadas pelo pesquisador especialista em Ortodontia e aluno do curso de mestrado em Ortodontia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), previamente calibrado para a condução destes procedimentos. Convém ressaltar que é de fundamental importância a calibração do examinador, seja para o índice do ABO, seja para quaisquer outros índices. Neste estudo, o examinador foi devidamente calibrado e realizou efetivos treinamentos para estabelecer consistências das medidas dos critérios adotados pelo sistema objetivo de graduação. 12 4.2.2 Análise dos fatores Foram analisados sete critérios nos modelos de gesso pelo sistema objetivo de graduação do ABO: alinhamento, cristas marginais, inclinação vestibulolingual, contatos oclusais, relações oclusais, trespasse horizontal e contatos interproximais. O oitavo critério utiliza radiografias panorâmicas observando a angulação radicular. A régua própria idealizada pelo ABO foi utilizada na realização das medidas como pode ser observado na figura 1. 4.2.2.1 Alinhamento (FIGURA 2) Na região anterior, as superfícies linguais dos incisivos e caninos superiores e as bordas lábio-incisais dos dentes ântero-inferiores deveriam encontrar-se alinhadas, bem como as fossas centrais dos pré-molares e molares na região superior posterior e nos quadrantes inferiores posteriores, as cúspides mésio e disto-vestibulares. Colocou-se a ponta específica da régua perpendicularmente às superfícies vestibulares dos dentes, na região do ponto de contato. Para cada dente fora do alinhamento entre 0,5 e 1 mm em cada ponto de contato, subtraia-se 1 ponto e, diante de um apinhamento maior que 1 mm, subtraia-se 2 pontos. O máximo de pontos subtraídos no critério de alinhamento alcançaria 64 pontos, ou seja, 2 pontos para cada dente, como mostra figura 2. 13 FIGURA 2: Medição de irregularidade no alinhamento. 4.2.2.2 Cristas marginais (FIGURA 3) Verificou-se o posicionamento vertical dos dentes posteriores, sendo que as cristas marginais dos dentes posteriores adjacentes deveriam encontrar-se no mesmo nível. Colocou-se a ponta específica da régua verticalmente sobre as cristas marginais desses dentes, como mostra a figura 3. Contudo, as cristas marginais desniveladas entre 0,5 e 1 mm, subtraia-se 1 ponto e, em desníveis maiores que 1 mm, subtraia-se 2 pontos de cada ponto de contato, com um total máximo de 32 pontos para esse critério. 14 FIGURA 3: Medição de irregularidade nas cristas marginais. 4.2.2.3 Inclinação vestibulolingual (FIGURA 4) Verificou-se a inclinação dos dentes posteriores, torque na região posterior. No arco superior, a parte específica da régua deveria tocar as pontas de cúspides palatinas dos pré-molares e molares superiores e, no arco inferior, as pontas de cúspides vestibulares dos pré-molares e molares. As pontas de cúspides vestibulares superiores e linguais inferiores deveriam passar a 1 mm da régua. Se as cúspides dos dentes inferiores ou cúspides vestibulares superiores estivessem com uma diferença entre 1 e 2 mm, subtraia-se 1 ponto e, em uma discrepância maior que 2mm, subtraia-se 2 pontos para cada dente, num total máximo de 40 pontos para esse critério como mostra na figura 4. 15 FIGURA 4: Medição de irregularidade na inclinação vestibulolingual. 4.2.2.4 Relações oclusais (Classificação de Angle) (FIGURA 5) Verificou-se a relação ântero-posterior dos dentes posteriores superiores e inferiores de acordo com a classificação de Angle. Colocou-se a parte específica da régua paralelamente ao plano oclusal e mediu-se as distâncias entre as pontas de cúspides vestibulares dos caninos, pré-molares e cúspides mésio-vestibulares dos molares até as posições corretas que essas deveriam apresentar-se em uma relação de Classe I com os dentes inferiores, como mostra figura 5. Se as cúspides vestibulares estivessem desviadas entre 1 e 2 mm, subtraia-se 1 ponto e, em mais que 2 mm de desvio, subtraia-se 2 pontos; num total máximo de 24 pontos para esse critério. 16 FIGURA 5: Medição de irregularidade nas relações oclusais dos molares. 4.2.2.5 Contatos oclusais (FIGURA 6) Verificou-se a adequada oclusão posterior e consequente intercuspidação. Colocou-se a parte específica da régua perpendicularmente ao plano oclusal e mediuse a distância entre as pontas de cúspides palatinas dos dentes póstero-superiores até as fossas dos dentes inferiores com os modelos articulados em uma vista interna e verificou-se as distâncias entre as pontas de cúspides vestibulares dos dentes póstero-inferiores até as fossas dos dentes superiores, como mostra a figura 6. No posicionamento inadequado da cúspide até 1 mm, subtraía-se 1 ponto, na falta de contato oclusal maior que 2mm, subtraía-se 2 pontos para cada dente; com um total máximo de 64 pontos para esse critério. 17 FIGURA 6: Medição de irregularidade nos contatos oclusais. 4.2.2.6 Trespasse horizontal (FIGURA 7) Verificou-se a relação transversal dos dentes posteriores e a relação ânteroposterior dos dentes anteriores. A parte específica da régua foi colocada perpendicularmente às superfícies vestibulares dos dentes inferiores com os modelos articulados, e foram medidas as distâncias até as pontas de cúspides vestibulares dos dentes póstero-superiores e superfícies incisais dos dentes ântero-superiores. Nas cúspides vestibulares desviadas até 1 mm do centro do dente oposto, 1 ponto foi subtraído, e, no caso de mais de 1 mm, 2 pontos foram subtraídos. Na região anterior, na falta de contato dos dentes até 1 mm, 1 ponto foi subtraído e maior que 1 mm, 2 pontos foram subtraídos; com um total máximo de 32 pontos para esse critério. 18 FIGURA 7: Medição de irregularidade no trespasse horizontal anterior. 4.2.2.7 Contatos interproximais (FIGURA 8) Observou-se o fechamento dos espaços dentro de cada arco. Colocou-se a parte específica da régua sobre os pontos de contato de todos os dentes superiores e inferiores, como mostra a figura 8. Em até 1 mm de espaço entre os dentes, 1 ponto foi subtraído, e, no caso de espaço, maior que 1 mm, 2 pontos foram subtraídos; com um total de 60 pontos para esse critério. 19 FIGURA 8: Medição de irregularidade no contato interproximais. 4.2.2.9 Angulação das raízes (FIGURA 9) Verificou-se a posição das raízes dos dentes e o paralelismo entre elas, avaliando as radiografias panorâmicas finais. Colocou-se a parte específica da régua perpendicularmente às raízes dos dentes superiores e inferiores, como mostra a figura 9. Dentes corretamente angulados exibem osso adequado, o que permite um periodonto saudável, evitando perda óssea futura. Em um desvio do ápice radicular de 1 a 2 mm, subtraia-se 1 ponto, e, em discrepância maior que 2 mm, subtraia-se 2 pontos; com um total máximo de 64 pontos para este critério. 20 FIGURA 9: Medição de irregularidades na Angulação de raízes. 4.3 Análise Estatística Inicialmente, foi realizada a análise do erro casual e sistemático pela aplicação do teste de Wilcoxon e o coeficiente de correlação de Spearman que foram usados para avaliar a repetibilidade do método. Comparou-se as medidas obtidas no primeiro conjunto de mensurações com as medidas derivadas do segundo conjunto de medidas de 40% da amostra selecionada aleatoriamente. O segundo conjunto de medidas foi obtido após 15 dias decorrentes da primeira mensuração. Na sequência, a qualidade do resultado de tratamento foi avaliada, utilizando o sistema objetivo de graduação do ABO, somando as pontuações negativas encontradas em cada característica, obtendo-se assim uma pontuação final para cada caso, como mostra a Tabela 1. O caso que apresentou uma pontuação negativa de 20 pontos foi considerado bem finalizado. Em contrapartida, quando a pontuação negativa era maior que 30 pontos, considerava-se como um caso mal finalizado. Para verificar os dados, o teste de Wilcoxon foi usado para avaliar a amostra de 29 pacientes, considerando, dessa forma, que o tratamento foi um sucesso. Convém destacar, entretanto, que para comparar a porcentagem de perda entre as variáveis, foi usado o teste de Friedman seguido do teste de comparações múltiplas de Nemenyi. 21 TABELA 1 Pontuações negativas máximas para os critérios avaliados: Critérios Pontos Alinhamento 64 Cristas marginais 32 Inclinação vestíbulo-lingual 40 Trespasse horizontal 32 Contatos oclusais 64 Relações oclusais 24 Contatos interproximais 60 Angulação de raízes 64 Total 380 22 5. ARTIGO CIENTÍFICO Avaliação do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pelo american board of orthodontics Fabio Rafael de Oliveira Mendesa; Acácio Fuziy b a Aluno do programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil. b Professor Doutor Associado do programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil. Corresponding author: Fabio Rafael de Oliveira Mendes R: Salvador Qd 93 Lt 09 – Belo Horizonte 68503-820 Marabá – Pará, Brasil Telephone / Fax: +55 94 98115 -8306 E-mail: [email protected] Declaration of Interests: The authors report no commercial, proprietary, financial or associative interest in the products or companies described in this article. There is no conflict of interest in connection with the manuscript. O artigo foi formatado de acordo com as normas da revista ANGLE ORTHODONTIST. 23 Avaliação do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pelo american board of orthodontics RESUMO Objetivo: Este estudo avaliou os resultados de tratamento da má oclusão de Classe I de Angle, empregando-se aparelhos autoligados, utilizando o sistema objetivo de graduação da American Board of Orthodontics, buscando a padronização na avaliação dos resultados. Material e Métodos: Foram avaliados 29 pacientes que possuíam a documentação ortodôntica completa com modelo de gesso e radiografias panorâmicas finais. As documentações ortodônticas iniciais mostraram que os pacientes apresentavam má oclusão de Classe I. Os modelos e radiografias panorâmicas pós-tratamento foram pontuados de acordo com o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of Orthodontics. Para comparar a porcentagem de perda entre as variáveis foi usado o teste de Friedman seguido do teste de comparações múltiplas de Nemenyi. Resultados: A média total de perda foi de 8,93 e mostrou que a pontuação máxima perdida foi 17. Foram encontradas diferenças significativas entra as variáveis em relação à porcentagem de perda. No entanto, todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso. O p-valor do teste que avalia se a pontuação total máxima perdida é igual a 20 contra menor que 20 foi de <0,001, ou seja, aceita-se a hipótese de que a pontuação total máxima perdida é menor que 20 e que os pacientes tiveram sucesso no tratamento. Conclusão: Todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso, pois a pontuação total máxima perdida é menor que 20. Palavras Chaves: Má oclusão de Classe I de Angle; braquetes ortodônticos; atrito 24 INTRODUÇÃO O tratamento ortodôntico deve objetivar na obtenção de bons resultados, no qual engloba a verificação de vários fatores, sendo relevante centralizar-se na avaliação de uma oclusão adequada, estética e funcionalmente, objetivando o equilíbrio facial. Desta forma, tanto os pacientes como os ortodontistas mostrarão satisfação com o resultado alcançado.1,2 A má oclusão de Classe I caracteriza-se pela relação harmoniosa entre a maxila e mandíbula e uma de suas características é a manifestação do apinhamento dentário na região anterior dos arcos dentários. O tratamento em casos de apinhamento visa a obtenção de espaço para o alinhamento e nivelamento dentário e, destacam-se os procedimentos de desgastes interproximais, expansão, exodontias de pré-molares e vestibularização de incisivos. (SAYIN et al., 2004; LINDSTEN et al., 2001; SILVA FILHO et al., 2001). Fábio procure artigos publicados no AJODO e principalmente no Angle que fale sobre essas formas de tratamento da má oclusão de Classe I. Os braquetes autoligados foram introduzidos na Ortodontia, objetivando a redução do atrito entre as canaletas dos braquetes e os fios ortodônticos e, consequentemente, promovendo a diminuição no tempo de terapia e têm sido empregados no tratamento da má oclusão de Classe I (Fabio coloque artigos que fale do uso dos autoligados no tratamento da má oclusão da Classe I). Independentemente da evolução tecnológica, a Ortodontia visa o alcance da excelência nos resultados finais de tratamento, assim sendo, foram desenvolvidos os índices que avaliam não somente a severidade inicial de uma má oclusão, assim como, qualificam os resultados finais dos tratamentos.3 Em 1994, a Associação Americana de Ortodontia (AAO), por intermédio de seus diretores, analisaram os índices e avaliações de registros de pré e póstratamento. Esta avaliação dos resultados dos casos tratados corresponde a esses esforços que foram anunciados em 1998 quando o ABO introduziu um formulário de avaliação do Sistema Objetivo de Graduação (SOG) para avaliar o resultado final.4,5 O American Board of Orthodontics (ABO) propôs um método de avaliação das más oclusões com a finalidade de padronizar a comunicação entre os profissionais por meio de um método simplificado e rápido.6,7 Existem poucos estudos que descrevem ou qualificam as alterações decorrentes do tratamento com aparelhos autoligados8. Assim sendo, este estudo tem por objetivo avaliar os resultados finais de tratamento da má colusão de Classe I com aparelhos autoligados utilizando o índice da ABO-SOG. 25 MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo obteve a aprovação do comitê de ética na Universidade da Cidade de São Paulo. Para a análise, foram selecionados os modelos de gesso e radiografias panorâmicas das fases inicial e final de 29 pacientes, com idade variando de 16 a 24 anos, tratados na Universidade Metodista de São Paulo e clínicas particulares. Para o presente estudo seguiu-se o seguinte critério de inclusão: pacientes portadores de má oclusão de Classe I em caninos e molares, presença de segundo ao segundo molar nos arcos superior e inferior, não terem sido submetidos aos tratamentos ortodônticos prévios e terem sido tratados sem extrações com a utilização de braquetes autoligados A fim de atender aos objetivos desta pesquisa, foi realizada a avaliação dos resultados finais dos tratamentos com aparelhos autoligados e verificou-se se obedecem as metas exigidas pela ABO. As mensurações dos fatores foram efetuadas pelo pesquisador especialista em Ortodontia e aluno do curso de mestrado em Ortodontia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), previamente calibrado para a condução destes procedimentos. A amostra foi submetida a avaliação utilizando-se o Sistema Objetivo de Graduação (SOG) do American Board of orthodontics (ABO) definido por Casko et al.9 (1998) para análise objetiva do resultado do tratamento ortodôntico. Foram analisados sete critérios nos modelos de gesso pelo sistema objetivo de graduação do ABO: alinhamento, cristas marginais, inclinação vestibulolingual, contatos oclusais, relações oclusais, trespasse horizontal e contatos interproximais. O oitavo critério utiliza radiografias panorâmicas observando a angulação radicular. A régua própria idealizada pelo ABO foi utilizada na realização das medidas. Na sequência, a qualidade do resultado do tratamento foi avaliada, utilizando o sistema objetivo de graduação do ABO, somando as pontuações negativas encontradas em cada característica com a finalidade de obter uma pontuação final para cada caso. Convém destacar, entretanto, que quando o caso apresentou uma pontuação negativa de 20 pontos, considerou-se o caso bem finalizado, em contrapartida, quando a pontuação negativa era maior que 30 pontos considerou-se o caso mal finalizado. Análise Estatística Foram calculadas estatísticas descritivas (média, desvio padrão, mínimo, mediana e máximo) e construídos gráficos. O teste de Wilcoxon e o coeficiente de correlação de Spearman foram empregados para avaliar a repetibilidade do método. O 26 teste de Wilcoxon foi usado para avaliar se a amostra se o tratamento pode ser considerado de sucesso. Para comparar a porcentagem de perda entre as variáveis, foi usado o teste de Friedman seguido do teste de comparações múltiplas de Nemeny, em nível de significância de 5%. RESULTADO Os resultados dos tratamentos ortodônticos realizados com aparelho autoligados, foram avaliados pelo Sistema Objetivo de Graduação (SOG) proposto pelo American Board of Orthodontics (ABO), e suas pontuações encontram-se na Tabala 2. Tabela 1 Fábio mude para 2: Medidas de posição de dispersão de cada uma das medidas. Medida Média Desvio Padrão Mínimo Mediana Máximo ALINHAMENTO 2,17 1,61 0,00 2,00 6,00 CRISTAS MARGINAIS 1,41 1,57 0,00 1,00 6,00 INCLINAÇÃO VESTIBULO LINGUAL 0,52 0,91 0,00 0,00 3,00 CONTATOS OCLUSAIS 0,52 1,09 0,00 0,00 4,00 RELAÇÃO ÂNTERO-‐POSTERIOR 2,86 2,36 0,00 2,00 8,00 OVERJET 0,48 1,27 0,00 0,00 6,00 CONTATOS INTERPROXIMAIS 0,35 0,90 0,00 0,00 4,00 ANGULAÇÃO DAS RAÍZES 0,62 1,02 0,00 0,00 3,00 TOTAL 8,93 4,58 2,00 9,00 17,00 A partir da tabela 2, verifica-se que a pontuação máxima perdida foi 17, ou seja, todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso. A média total do ABO-SOG foi de 8.93, mostrando que a variável que mais perdeu ponto foi à relação anteroposterior e o que menos perdeu pontos foi o contato interproximal. O p-valor do teste que avalia se a pontuação total máxima perdida é igual a 20 contra menor que 20 foi de <0,001, ou seja, aceita-se a hipótese de que a pontuação total máxima perdida é menor que 20 e que os pacientes tiveram sucesso no tratamento. Na tabela 1, observa-se que as variáveis, contatos Oclusal, Relação Antero Posterior, Overjet, Contatos Interproximais e Angulação das Raízes apresentam os mesmos valores nas duas medidas, ou seja, para essas variáveis o método apresentou alta repetibilidade. Ressalta-se ainda, que não foram encontradas 27 diferenças significativas entre as duas medições da variável alinhamento (p-valor = 0,100), Crista Marginal (p-valor = 0,178), Inclinação Vestíbulo Lingual (p-valor = 1,000) e Total (p-valor = 0,059). Fábio esta é uma outra tabela com dados do teste de Wilcoxon e Spearman Veja no relatório e inclua, sendo a tabela 1. Portanto, a tabela 1 evidencia a comparação das medidas de posição de dispersão da porcentagem de perda de cada uma das medidas e ainda, o resultado da comparação entre as medidas com o objetivo de avaliar a confiabilidade das medidas. Na tabela 3, os resultados mostraram que foram encontradas diferenças significativas entre as variáveis analisadas em relação à porcentagem de perda (teste de Friedman; p-valor<0,001). Mostrando que a relação anteroposterior perdeu 12,50% dos pontos, demonstrando uma maior dificuldade para finalizar o tratamento em relação ao contato interproximal que perdeu 0,54%. Tabela 2 Fábio mude paras 3: Medidas de posição de dispersão da porcentagem de perda de cada uma das medidas e resultado da comparação entre as medidas. Fábio altere a posição, leve esta tabela antes da Tabela 1, pois a análise de erro deve vir antes. Medida Média Desvio Padrão Mínimo Mediana Máximo ALINHAMENTO 3,48 2,48 0,00 3,13 9,38 CRISTAS MARGINAIS 4,44 4,89 0,00 3,13 18,75 INCLINAÇÃO VESTIBULO LINGUAL 1,21 2,22 0,00 0,00 7,50 CONTATOS OCLUSAIS 0,76 1,66 0,00 0,00 6,25 RELAÇÃO ANTERO POSTERIOR 12,50 10,26 0,00 8,33 33,33 OVERJET 1,41 3,86 0,00 0,00 18,75 CONTATOS INTERPROXIMAIS 0,54 1,45 0,00 0,00 6,67 ANGULAÇÃO DAS RAÍZES 3,83 1,84 0,00 3,13 7,81 DISCUSSÃO Na fase inicial do tratamento ortodôntico objetiva-se o alcance do alinhamento dentário, que necessitam várias variáveis para a eficácia deste processo, claramente a biológica que vai desempenhar um papel significativo, a força ortodôntica aplicada no periodonto fornece um mecanismo fundamental para a movimentação do dente no osso alveolar. Todas essas variáveis são importantes porem fora do controle do ortodontista, mais a influência direta pode ser conseguida na escolha do braquete e do 28 arco.10 Fábio, muito estranho este para’grafo, não entedni nada e não tem nada a ver com seu trabalho Inclua um parágrafo inicial que fale sobre o tramento da má oclusão de Classe I, ressaltando as formas de tratamento e cite os autores que falam sobre isto, pelo menos uns 5. Na sequência cite sobre o emprego dos autoligados em amostras de Classe I, cite autores. Cite as vantagens dos autoligados, pore’m, desde que embasadas por ciência. Evite aquelas questionáveis, com o a redução do tempo de tratamento. Veja o parágrafo abaixo, apenas um autor. O que é isto, como vc pode afirmar que reduz tempo, usando apenas uma referência? Vc da’ra a sua face para levar um tapa? Os braquetes autoligados têm demonstrado a diminuição no tempo de tratamento, que foi mostrado durante o congresso de ortodontia da associação americana (AAO) em 2001, Toronto pelo Dr. Robert Fry e mostrou também que a media da ABO do índice de regularidade oclusão foi melhor com os casos tratado com o sistema Damon.11 Depois de vc comentar sobre as vantagens dos auotiligados, fale da carência de estudos que avaliem a qualidade dos resultados de tratamento com autoligados para justificar o seu estudo. Depois fale sobre o n de sua amostra, comparando com o n de outros estudos similares e para ressaltar e justificar que a sua amostra é inferior fale do teste de n que mostrou que 22 era suficiente, coloque o nome da análise utilizada para o cálculo do n. Os resultados de tratamentos de 29 casos inicialmente com má oclusão de Classe I, foram avaliados neste estudo. Todos os casos foram tratados ortodonticamente com aparelho fixo autoligado. Fábio coloque qtos foram com passivo e qtos com ativo O Sistema Objetivo de Graduação (SOG) do American Board of Orthodontics foi utilizado para avaliar os resultados dos tratamentos ortodônticos neste estudo. O SOG foi desenvolvido através de pesquisas, buscando precisão na determinação de pequenas inadequações de posições dentárias.9 Song et al.12 avaliaram os casos tratados nos pacientes chineses usando o índice da American Board of Orthodontics (SOG) como ferramenta para avaliar os resultados, mostrando que o índice da ABO aplicado nos casos tratados foi válido, mostrando de forma objetiva a qualificação dos ortodontistas chineses. No estudo presente, também foi usado o índice da ABO o Sistema Objetivo de Graduação (SOG), mostrando de forma objetiva que os casos tratados com o aparelho autoligado obtiveram com sucesso as pontuações mínimas para a qualificação da certificação. 29 Tahir et al.13 em seu estudo usaram como uma forma objetiva de avaliar o resultado dos casos tratado ortodonticamente pelos profissionais já diplomados pela ABO e utilizou o índice da American Board of Orthodontics, concluindo que o casos obteve uma melhora, alcançando bons resultados com mínima iatrogenia e reabsorções foram encontradas em 30% dos casos. Portanto os casos tratados revelaram-se com grande potencial para a qualificação da ABO. Mesmo que o Sistema Objetivo de graduação (SOG) não compara o prétratamento com o pós-tratamento, os resultados dos casos tratados neste estudo mostraram um bom resultado estético subjetivamente, no qual foi comprovado quando as amostras foram avaliadas pelo índice da ABO-SOG, corroborando com os estudos de Cook et al.3 avaliaram os resultados dos casos tratados por alunos de pós graduação e clinica particulares, em que o grupo de pacientes da universidade, a pontuação geral média foi de 25,14 e para o grupo dos consultórios particulares foi de 25,97, mostrando que o uso do índice da ABO-SOG é essencial para avaliar o sucesso do tratamento. Dykhouse et al.14 em seu estudo apresentaram os casos tratados pelos residentes em ortodontia, no qual demonstrou que os resultados dos tratamentos finalizados obtidos foram bem sucedidos com os mesmo padrão exigidos para certificar os ortodontistas pela American Board of Orthodontics. Concluindo que os casos tratados pelos ortodontistas estão dentro do padrão de qualidade da ABO. Os casos analisados neste trabalho não receberam nenhuma seleção prévia, foram escolhidos aleatoriamente e possuíam a documentação mínima exigida para a avaliação dos resultados finais dos tratamentos: modelos em gesso e radiografias panorâmicas finais. Isto justifica, em parte, os resultados encontrados. Não foi levado em consideração o grau de severidade dos casos no início do tratamento, e o fato desses casos terem sido tratados num curso de especialização em Ortodontia, onde o atendimento clínico é realizado por profissionais ainda com pouca experiência na área, orientados por diferentes instrutores e com técnicas e mecânicas de tratamentos variadas, certamente influenciaram nas avaliações finais dos casos tratados. Vieira15 em seu trabalho relatou que o Índice Oclusal de Summers (1971) apropriava-se mais para avaliar as maloclusões antes do tratamento, enquanto que o Board considerava o Índice PAR de Richmond e colaboradores imprecisos para avaliar pequenas inadequações nas posições dentárias. Assim, o Sistema Objetivo de Graduação (SOG), proposto pelo Board, forneceria um método confiável e objetivo para avaliar resultados de tratamentos ortodônticos, com o auxílio de uma régua apropriada. A maior ênfase centraliza-se na oclusão final, utilizando os modelos em gesso e as radiografias panorâmicas pós-tratamento. Avalia-se 7 critérios utilizando os 30 modelos em gesso finais: o alinhamento dentário, as cristas marginais, a inclinação vestibulolingual, o trespasse horizontal, as relações oclusais, os contatos oclusais, contato inter-proximais; e a angulação de raízes foi avaliada através de radiografias panorâmicas finais. Marques16 em seu estudo, avaliou as radiografias panorâmicas para a verificação do critério angulação das raízes, sendo o segundo mais pontuado pela amostra em questão. Concluiu-se que esse foi o segundo critério mais deficiente na finalização do tratamento e o alinhamento foi o critério com maior pontuação negativa. Esses resultados foram similares com os resultados encontrados em nosso trabalho. Outros estudos com o Sistema Objetivo de Graduação (SOG) devem ser realizados para avaliar se os resultados dos tratamentos das demais más oclusões tratadas apresentaram o mesmo comportamento, assim como os casos finalizados mais recentemente. CONCLUSÕES Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que pontuação máxima perdida foi 17, ou seja, todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso, pois a pontuação total máxima perdida foi menor que 20, o que demonstra que os pacientes tiveram sucesso no tratamento. As variáveis de análise radiográfica e a relação anteroposterior apresentaram maior porcentagem de perda que as variáveis de contatos oclusais, contatos interproximais, overjet e inclinação vestibulolingual. As variáveis de crista marginal e alinhamento apresentaram maior porcentagem de perda que as variáveis de contatos oclusal, contatos interproximais e overjet. Fábio a discussão está ruim. Vc deve melhorar muito. Procure discutir o que vc observou na análise dos seus resultados, confrontando com a literatura que verificou a mesma coisa ou resultado similar ou contrariando os seus resultados. Tente justificar os seus resultados, embasando com a literatura. REFERÊNCIAS 1-Sayin MO, Turkkahraman H. Factors contributing to mandibular anterior crowding in the early mixed dentition. Angle Orthod, 2004; 74:754-758. 2-Lindsten R., Ogaard B, Larsson E. Anterior space and lower incisor alignment in 9 year old children born in the 1960s and 1980s. Angle Orthod, 2001; 71:36-43. 31 3-Cook DR, Harris EF, Vaden JL. Comparison of university and private-practice orthodontic treatment outcomes with the American Board of Orthodontics objective grading system. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:707-12. 4-Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Jamieson SA, Riolo ML. The case management form of the American Board of Orthodontics. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2006; 129:325-9. 5-Riolo ML,Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Cangialosi TJ. ABO resident clinical outcomes study: Case complexity as measured by the discrepancy index. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:161-3. 6-Cangialosi TJ, Riolo ML, Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, James RD. The ABO discrepancy index: A measure of case complexity. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2004; 125:270-8. 7-Campbell CL, Roberts WE, Hartsfield JK, Qi R. 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