20 - Museu da Marioneta

Transcrição

20 - Museu da Marioneta
MUSEU DA MARIONETA
INFORMAÇÕES
Localização:
Convento das Bernardas - R. da Esperança, Nº 146 - 1200-660 Lisboa
Contactos:
Tel. 213 942 810
Fax. 213 942 819
[email protected] | www.museudamarioneta.pt
Áreas e Espaços:
Museu 300 m2
Espaço-Criança 250 m2; Sala Polivalente (Capela) 190 m2
Acessos:
Comboio Estação de Santos | Autocarros 6 - 13 – 27 – 49 - 60 | Elétrico 25
Horários:
Horários | de 3ª Feira a Domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 |
(últimas admissões às 12h30 e 17h30) |Encerra nos dias 1 de Janeiro, 1 de Maio e
25 de Dezembro
Outros Contactos:
Restaurante A Travessa | Tel. 213 902 034| Fax 213 940 839 | Encerra aos
domingos; sábado e segunda-feira encerra ao almoço
Preços:
5€
1,5€
3€
12€
Outros
Descontos
Entrada no Museu
Grupos escolares e crianças até aos 5 anos de idade
Crianças dos 6 aos 14 anos de idade
Estudantes até aos 25 anos de idade
Reformados e pensionistas >65 anos
Grupos organizados
Famílias (dois adultos e duas crianças) “Bilhete Familiar”
Portadores do “Lisboa Card”
Outras entidades, de acordo com o estabelecido em protocolo
celebrado com o Museu (ACP, Carristur, Cityrama, Lisboa
Card)
Isentos
Visitantes ao Domingo de manhã
Crianças até aos 3 anos de idade, quando acompanhados por
familiares; Professores quando acompanham grupos de alunos
Profissionais da Comunicação Social e guias-intérpretes em
exercício de funções
Membros do ICOM e APOM
Amigos, doadores, mecenas e patrocinadores
HISTÓRIA
Este Museu encontra-se instalado no Convento das Bernardas, classificado como
Imóvel de Interesse Público. O convento foi fundado em 1653, por concessão de D.
João IV. O terramoto de 1755 destruiu um grande bocado do edifício, tendo sido
posteriormente reconstruído. Em 1834, em consequência da extinção das Ordem
Religiosas, o edifício é vendido a particulares sucedendo-se várias ocupações. Foi
liceu, sala de cinema, sede de filarmónica até ser totalmente ocupado com
habitações. Em 1998, estando o imóvel em profundo estado de degradação, é
adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa que procede à sua recuperação e
reabilitação.
O Museu da Marioneta foi criado em 1987 pela Companhia de Marionetas de S.
Lourenço que se dedicava à realização de espetáculos itinerantes pelo país e pelo
estrangeiro. Encontra-se, desde Novembro de 2001, no Convento das Bernardas,
para albergar a coleção em condições dignas de fruição pública.
A exposição, que se estrutura em seis núcleos, pretende dar um panorama geral da
marioneta no mundo. Tendo como ponto de partida a sombra e o Oriente,
desenvolve-se no sentido de mostrar as diferentes tipologias, formas e processos de
construção de marionetas, passando pelas grandes famílias da tradição europeia,
com uma especial atenção para o estudo e compreensão do Teatro de Marionetas
em Portugal.
A importância do acervo e o facto de ser o único museu deste tipo em Portugal
conduziu à celebração de um acordo entre a proprietária da coleção original e a
Câmara Municipal de Lisboa, através da empresa municipal EGEAC, que
permitiu a manutenção deste museu e a sua transferência para um espaço que
permite a sua fruição pública nas condições de dignidade que merece.
AS COLEÇÕES
O espólio é constituído por
marionetas de todos os tipos de
técnica de manipulação e máscaras
provenientes das mais diversas
partes do mundo e de várias
culturas, nomeadamente de África,
Bélgica, Birmânia, Brasil, China,
Coreia,
França,
Indonésia,
Inglaterra, Itália e Nova Zelândia.
Marioneta é, toda ela, constituída
por marionetas de todos os tipos de
técnica de manipulação e máscaras
provenientes das mais diversas
partes do mundo e de várias
culturas.
Possui
igualmente
maquetas de cena, adereços, teatros de silhuetas, vários tipos de guarita de cena,
bem como exemplares de maquinaria de cena, reconstituições
de peças do período barroco, como a máquina do vento, de
fazer tempestades e do mar.
“A Sombra“
O mistério da marioneta reside na capacidade de se
transformar aos olhos do espectador. Aqui o espectador será
confrontado com a sua sombra, com a criação e modelação de
uma entidade dupla. Será levado à descoberta da sombra e da
magia da luz através da exploração das relações fontes de
luz/objeto/sombra criada.
Marionetas de sombra chinesas
Uma lenda chinesa do séc. II a.c. “documenta” o nascimento das sombras chinesas:
O Imperador Wu desesperado com a morte da sua imperatriz oferece uma
recompensa a quem possa
restituir-lhe a vida. Surge
então um mágico que com uma
réplica da silhueta da sua
amada, a faz reviver no seu
teatro
de
sombras.
O
Imperador, fascinado, passou a
assistir todas as noites aos seus
espetáculos.
Das cerimónias fúnebres, as
figuras animadas passaram a
ser utilizadas nos espetáculos
de teatro, passando este a ser
um passatempo predileto dos
fidalgos e mais tarde também do povo.
Marionetas de sombra turcas
Karagoz, literalmente “olho-negro” é o
herói do teatro de sombras turco, rude,
mas charmoso, contracena com o seu
gentil
amigo
Hacivad.
Karagoz é praticamente iletrado,
habitualmente desempregado, e recorre
a diversos estratagemas para arranjar
dinheiro que habitualmente não
resultam. Como o seu parceiro europeu
“Punch” não hesita em recorrer à
violência, batendo em Hacivad e outras personagens.
Marionetas de sombra indonésias
O teatro de marionetas indonésia tem um carácter
essencialmente didático, moral, ritualista e ao mesmo
tempo, de entretenimento. As personagens incluem reis,
princesas, gigantes, deuses, demónios e cidadãos que se
distinguem através das feições e das cores. Por exemplo,
personagens de olhos finos são elegantes e cultas, enquanto
que as de olhos redondos são de mais baixo extrato social.
As personagens representam não só o aspeto físico, mas
sobretudo o próprio espírito dos heróis e deuses que
intervêm ao longo do espetáculo.
Wayang Kulit – termo que designa o teatro de sombras de Bali e de Java. As
figuras bidimensionais, feitas em couro finamente recortado e pintado, são
manipuladas, por detrás de um écran. A sua imagem projeta-se numa tela com a
ajuda de uma lâmpada de óleo ou elétrica. Uma vara central é fixada ao longo do
corpo, enquanto que outras duas varas controlam a articulação dos braços.
“O berço da marioneta”
As marionetas surgem em épocas e povos diferentes, não tendo necessariamente
elos de ligação entre si. No Oriente, a marioneta encontra-se ligada ao teatro
sagrado, caracteriza-se pelo sobrenatural, é a relação do Homem com o divino.
Marioneta indonésia manipulada por varas, com cerca de meio metro de altura.
O manipulador controla a cabeça por meio de uma vara
central e os braços por duas varetas mais pequenas. O
torso é independente da vara central, o que permite uma
maior mobilidade da cabeça.
Wayang Golek
O mestre do teatro de marionetas indonésio é o Dalang, o manipulador: anima as
sombras e as marionetas, declama e canta textos e poemas, empresta uma voz a
cada personagem, improvisa as farsas e dirige o gamelão( uma orquestra com
sonoridade de gongos).
Marionetas Birmanesas
Em Myanmar (Birmânia) existe uma grande tradição de
marionetas de fios. Ao contrário dos espetáculos de dança que
faziam do chão o seu palco natural, as marionetas, por
necessidades técnicas decorrentes da animação com fios,
apresentavam-se a um nível superior ao dos próprios soberanos,
enquanto estes assistiam às suas representações. Estes espetáculos
eram conhecidos como espetáculos de “teatro superior” e
conferiam aos bonecreiros um estatuto muito especial. Cada
marioneta tem articulações especiais que lhe permitem executar os
seus movimentos com perfeição. O valor e qualidade destas
marionetas reconhecem-se por terem os olhos em vidro e não
pintados.
Marionetas Chinesas
A marioneta é animada na China desde tempos
imemoriais. Conheceram desde cedo todos os tipos de
marionetas, utilizando-as nos mais diversos tipos de
teatro.
As marionetas de fios eram utilizadas para representação
de grandes obras na Corte, enquanto que na rua os
espetáculos eram mais próximos do quotidiano do povo,
praticados
por
bonecreiros
ambulantes.
As marionetas de luva são habitualmente pequenas, com
cerca de 20 cm, sem corpo, só com uma veste e cabeça
pintada e decorada, manipuladas com os dedos.
A forma dos olhos, narinas e boca, bem como a forma das
sobrancelhas, queixo e das maçãs do rosto determinam as
características da marioneta, tais como feio, bonito, leal,
ou emoções como zanga, alegria, prazer e
arrependimento.
Marionetas de Leslie Trowbridge (Nova Zelândia)
Marionetas representando personagens de ópera,
construídas, cosidas e bordadas à mão durante
pacientes meses, com toda a sua anatomia em pano,
toda ela decomponível. Deixaram a perder de vista o
seu lado naturalista para se inscreverem nos territórios
do puzzle e do labirinto.
Marionetas Vietnamitas
As marionetas de água “Roi Nuoc” existem há cerca de mil anos, são uma criação
dos camponeses que passavam os seus dias em campos de arroz inundados. A água
proporciona igualmente grande parte do repertório. Tradicionalmente, os
espetáculos de marionetas de água decorriam em lagos ou no delta dos rios, sendo
hoje em dia utilizadas piscinas, sendo a superfície da água o palco. Os
manipuladores
escondem-se por trás de um cenário, habitualmente uma cortina de bambu e controlam as
marionetas através de um complicado sistema de longas varas e mecanismos de
fios escondidos debaixo de água.
As marionetas são feitas em madeira e frequentemente pesam cerca de 15 Kg.
Bunraku
Forma teatral do Japão na qual marionetas de
grandes dimensões são animadas à vista do
público. Um narrador recita o texto, ao mesmo
tempo que um músico o acompanha tocando um
instrumento de cordas, o shamisen. As
personagens principais são animadas por três
manipuladores. O mestre controla a cabeça
(olhos, boca e sobrancelhas articuladas) e o braço
direito. Dois assistentes, vestidos de negro e
encapuçados, controlam o braço esquerdo e os
membros inferiores.
“A Máscara”
A máscara é um disfarce. Dissimula e
transforma; permite um desdobramento de
personalidades.
A máscara, como o teatro, amplia conceitos,
exagera factos, amplifica a vida, mostra algo
além do aparente. É o rosto transformado em
personagem.
A máscara teatral é um parente próximo da
marioneta. Da tragédia grega às danças
autóctones, tem sido utilizada ao longo dos
tempos em diferentes culturas. Pode ter uma
função social ou espiritual. A máscara,
consoante a sua origem, simboliza os
elementos da natureza, representa os deuses
ou acentua a face humana.
“As grandes tradições”
A marioneta e a tradição popular. Os
teatros centenários, as grandes famílias,
as raízes da tradição europeia da
marioneta.
Num
contexto
de
multiplicidade e semelhanças, parte-se à
descoberta de uma fisionomia comum
nas diferentes geografias.
Punch & Judy
Pela mão de Pietro Gimonde, em 1662 chega a Inglaterra. Martin Powell
celebrizou-o, no Convent Garden, tendo obtido um sucesso e uma divulgação
estrondosos. Punchinella, passa a chamar-se apenas Mr.Punch. Brigão,
irreverente, anarquista, representa a luta contra a ordem e o poder estabelecidos.
Hoje em dia Punch & Judy é um género teatral de grande sucesso e um ícone
incontornável da cultura Inglesa.
Guignol
Criado em Lyon, no início do século XIX pelo marionetista
Laurent Mourguet. Tornou-se tão popular que destronou
Polichinelo, o descendente francês direto do Pulcinella
italiano. Herdeiro da Revolução, é um herói
autenticamente popular. À semelhança dos seus
congéneres, utiliza uma linguagem rude e irreverente.
Guignol torna-se o intérprete indispensável dos
sentimentos, aspirações, da cólera e da revolta que se
manifestavam no povo.
Mamulengos
Mamulengo, forma de teatro popular brasileiro, é o
espetáculo tradicional nordestino por excelência; os
seus textos são improvisados e as marionetas de luva
são
animadas
por
uma
só
pessoa.
A sua origem bem como o nome e a forma de
representar perderam-se no tempo.
Marionetas sicilianas
Os pupi sicilianos fazem parte de uma ampla tradição de
marionetas de vara na Europa, desenvolvendo-se
particularmente na Sicília, nomeadamente em Palermo e
Catânia.
Durante o espetáculo assistimos a lutas ferozes onde são
perceptíveis o próprio ruído da batalha e os gritos dos
cavaleiros.
Os espetáculos dos pupi são designados de “opra” e a sua
dramaturgia tem por base as histórias de cavalaria, onde
Orlando, paladino de Carlos Magno, combate demónios e
dragões na luta contra os sarracenos.
Teatro Toone
Uma das referências culturais da Bélgica, o Teatro
Toone, criado por volta de 1830,vindo da cidade de
Bruxelas.
Toone é o que apresenta o espetáculo, que diz o texto e
que representa todos os papéis, mostrando o seu rosto
ao público através de uma pequena abertura oval
sobre a lateral do castelet. As marionetas são em
madeira, de varão com fios nas mãos. O seu repertório
é constituído por obras clássicas livremente
adaptadas, ou por textos que o dramaturgo Michel de
Guelderode escreveu para o Teatro Toone nos anos
30.
Marionetas Africanas
As marionetas africanas são uma realidade antiga. A
tradição oral refere-as entrecruzando-as com os mitos, os
contos, as lendas: criaturas de madeira ou argila que se
animam, causando paixões avassaladoras, e que regressam
ao seu estado original de árvores ou lama.
A marioneta está presente em todos os momentos
importantes da vida social: ritos de iniciação e fertilidade,
culto dos antepassados, ritos funerários, celebrações dos
ciclos agrários, comemoração da chegada das chuvas.
Instrumento pedagógico por excelência, são mostradas aos
adolescentes por anciãos como meio de transmissão da
sabedoria ancestral. As marionetas e as máscaras estão profundamente ligadas,
partilhando o mesmo repertório, o mesmo escultor. As máscaras representam um
veículo para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças
mágicas.
Do teatro de marionetas de cariz popular, da realidade dos ambientes das feiras e
pavilhões ambulantes, do teatro urbano, artístico e didático ao teatro erudito,
contemporâneo, o visitante toma contacto com o universo particular do teatro de
marionetas em Portugal.
Bonecos de Santo Aleixo
Títeres tradicionais alentejanos, de pequenas dimensões, 30 a 40 cm, são de varão,
manipulados por cima.
Os espetáculos decorrem num pequeno palco, o retábulo, com iluminação por
candeia de azeite e acompanhamento de guitarra portuguesa.
Faustino Duarte
Faustino Duarte fez parte de uma das mais importantes gerações de marionetistas
portugueses.
Aprendeu a sua ciência com um lendário marionetista, Joaquim Pinto (o antigo),
do qual não resta nenhum documento. Faustino Duarte teve 2 filhos, grandes
marionetistas: Joaquim Pinto e Henrique Duarte.
Joaquim Pinto
Nasceu em 1899 e tomou o nome do antigo mestre de seu
pai. Trabalhou até finais dos anos 50, tendo falecido em
1968. Era o marionetista que melhor conhecia o
repertório tradicional dos bonecos de feira, transmitido
oralmente de geração para geração, e representava no
seu pavilhão 4 sessões contínuas diárias na altura das
feiras.
A sua celebridade deve-se à forma como apresentava
números tradicionais, como a estonteante dança da Viúva
Carolina com o esqueleto do seu defunto marido.
Joaquim Pinto tinha uma orquestra fixa, composta de
trompete, saxofone, clarinete e bateria.
Henrique Duarte
Outro dos filhos de Faustino Duarte,
proferiu as seguintes palavras: “...
trabalhar sozinho dentro de uma
barraca de fantoches obriga a um
esforço de cuja violência o público
nunca se apercebe. Muitas alturas há
em que seguro 2 bonifrates numa mão
enquanto com a outra manipulo um
boneco que volteia um pau. Depois, há
que manter sempre húmida a fita de
nastro que envolve a palheta metálica que pomos na boca. Para isso, somos
obrigados a evitar o vinho, as sardinhas, as azeitonas....”.
Manuel Rosado
O Pavilhão de Manuel Rosado chamava-se Pavilhão Mexicano e nele representava
repertório que era seu e, ao mesmo tempo, tradicional, como a Carolina na ponta
da unha e esqueleto, a expulsão dos jesuítas, a Rosa e os 3 namorados, o Milagre de
Santa Isabel ...
O espectáculo de Rosado começava mesmo antes de começar. Um colaborador seu,
Isidro Esteves, caracterizado, servia de “isco” para o espectáculo: sobre um
estrado, fora do pavilhão, juntava as pessoas, e com uma guitarra faz-de-conta
fazia “play-back” das canções que se ouviam da instalação sonora de Rosado,
entremeado de sinais que indicavam o caminho da bilheteira. Lá dentro, as
marionetas interpretavam fados, números de “music-hall”, fandangos ribatejanos.
Henrique Delgado e Henrique Trindade
Henrique Delgado (1938-71) desenvolveu um valioso trabalho que permitiu o
estudo da marioneta portuguesa. Através da sua investigação, descobre-se a
atividade dos fantocheiros populares, a sua importância, decadência e o seu quase
posterior desaparecimento.
Henrique Delgado esteve também ligado à produção de espetáculos através do
Teatro Robertoscope, juntamente com Henrique Trindade, fundador deste Teatro
pertencente à Companhia das Águas de Lisboa, e do Teatro Lilipute, para os quais
construiu marionetas, cenários e encenou peças para o teatro infantil.
Cenário Teatro Liliput
Teatro de Mestre Gil
Terá sido o primeiro projecto artístico da criação de um
teatro de marionetas, criado por Augusto de Santa Rita
(1888-1956),
poeta
e
escritor.
O Teatro de Mestre Gil teve a sua estreia em 26 de Março
de 1943 no antigo café do Coliseu dos Recreios, às Portas
de Santo Antão; posteriormente esteve também na Feira
Popular.
Com fantoches de autoria do artista Júlio de Sousa, o seu
repertório foi constituído maioritariamente por peças de
Luís de Oliveira Guimarães, tendo ainda sido igualmente
encenadas peças de Augusto de Santa Rita e de Afonso
Lopes Vieira.
Vasco Santana e Beatriz Costa do Teatro de
Mestre Gil
O Teatro de Branca-Flor
Criado pela escritora Lília da Fonseca. A sua estreia
ocorreu a 6 de Janeiro de 1962 na Sociedade Nacional de
Belas-Artes com a peça “A Menina da Gruta e a sua
Varinha”. Apresentou-se por todo o país e chegou a
participar em festivais internacionais de marionetas,
nomeadamente
na
Bélgica
e
em
França.
Do seu repertório especialmente dedicado às crianças,
destacavam-se entre outras, as seguintes peças, “Festa na
Aldeia” e “O Passarinho Poeta”.
A busca e luta por uma sede própria, marcou os seus
longos anos de atividade. O Teatro de Branca-Flor esteve
na Voz do Operário, no Teatro Vasco Santana, no Salão
do Centro Social do Beato, no Belém-Clube e após o 25 de Abril de 1974, no salão
da plateia do Teatro São Luiz com um carácter de maior permanência.
S. Lourenço
A Companhia de S. Lourenço e o Diabo, formada em 1973,
com o nome de Companhia de Ópera Buffa, fundada pelo
músico José Alberto Gil, pelo tenor Fernando Serafim e pela
artista plástica e marionetista Helena Vaz, desenvolveu o
seu trabalho em torno da “reconstituição da ópera-buffa
para marionetas”, género teatral que encontrara há dois
séculos atrás o seu expoente máximo, nas óperas de António
José da Silva “O Judeu”.
A Companhia desenvolveu, até 1993, importante actividade
no âmbito do teatro de marionetas, adoptando métodos de
manipulação e encenação próprios.
As marionetas de S. Lourenço foram concebidas e produzidas por Helena Vaz,
marionetista.
“A Marioneta e as novas tecnologias”
Na sétima arte e em particular no cinema de animação, as marionetas são também
fonte para novas pesquisas. Com a televisão, a arte da marioneta encontra um
novo modo de produção e difusão.
No universo das formas animadas, os meios são cada vez mais permeáveis a uma
fusão das várias formas de arte. O teatro de marionetas esbate as suas fronteiras e
incorpora novas tecnologias; a utilização do vídeo, das micro câmaras, do desenho
animado e da montagem ao vivo de imagens digitais, são recursos cada vez mais
utilizados, dando lugar a novas formas de manipular as marionetas e mesmo a
novas formas de marionetas.