gastroenterite eosinofílica - a propósito de um caso clínico
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gastroenterite eosinofílica - a propósito de um caso clínico
GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Olga GOMES1, Nuno BARROS2, Zoya KLITNA1, Maria DO CASTELO BILÉU3, Rosa JORGE4 RESUMO ABSTRACT A gastroenterite eosinofílica é uma doença crónica rara, de etiologia e patogénese desconhecidas, caracterizada por infiltração eosinofílica do tubo digestivo. Os autores apresentam um caso de gastroenterite eosinofílica numa mulher de 21 anos com quadro inicial de dejecções diarreicas com muco e sangue, dor abdominal difusa e vómitos. Analiticamente, a destacar eosinofilia marcada e aumento da IgE. A endoscopia digestiva alta mostrou congestão da mucosa do esófago, estômago e duodeno e a colonoscopia revelou úlceras serpiginosas e mucosa edemaciada. As biópsias realizadas no tubo digestivo evidenciaram infiltrado eosinofílico marcado. Após a exclusão de outras hipóteses diagnósticas, foi iniciada corticoterapia com melhoria franca da sintomatologia gastrointestinal. Os autores realçam a relevância deste caso pela sua raridade. Denota-se ainda a importância de um diagnóstico correcto, particularmente pela excelente resposta à terapêutica que esta patologia apresenta. Eosinophilic gastroenteritis is a rare chronic disease of uncertain etiology and pathogenesis, characterized by eosinophilic infiltration of the digestive tract. The authors present a case of eosinophilic gastroenteritis in a woman of 21 years of age, initially with bloody mucus in stool, diffuse abdominal pain and vomiting. Laboratorial workup showed marked eosinophilia and increased IgE titer. Upper gastrointestinal endoscopy revealed mucosal congestion of the esophagus, stomach and duodenum and colonoscopy revealed serpiginous ulcers and mucosal edema. Biopsies performed on the digestive tract evidenced markedly eosinophilic infiltrate. After excluding other diagnostic possibilities, steroid therapy was initiated with frank improvement of gastrointestinal symptoms. The authors point out the relevance of this case for its’ rarity. The importance of a correct diagnosis is also highlighted, mainly due to the excellent response to treatment this patology exhibits. Palavras-Chave: Gastroenterite, Eosinofilia, Diarreia, Dor abdominal. Keywords: Gastroenteritis, Eosinophilia, Diarrhea, Abdominal pain. INTRODUÇÃO: CASO CLÍNICO: A Gastroenterite Eosinofílica (GEE) é uma doença inflamatória rara, descrita pela primeira vez por Kaijser em 1937. Actualmente existem menos de 300 casos publicados na literatura mundial. É uma doença clinicamente heterogénea e de etiologia desconhecida, que se caracteriza pela infiltração maciça de eosinófilos na parede do tubo digestivo, desde o esófago até ao recto, sendo que a sintomatologia varia consoante a região afectada e a profundidade da infiltração. Apesar da sua raridade, convém realçar um aspecto fulcral desta patologia que se caracteriza por uma óptima responsividade ao tratamento com corticoesteróides. Mulher de 21 anos de idade, causasiana, escriturária de profissão, que deu entrada no Serviço de Urgência do Hospital Infante D. Pedro em 28/3/2010, com queixas de dor pleurítica à esquerda, febre (temperatura auricular de 38,1ºC) associada a tosse seca, com 24 horas de evolução. Referia ainda ligeira dor abdominal difusa e naúseas, sem outros sintomas, nomeadamente gastrointestinais ou génito-urinários. Apresentava um internamento recente no mesmo Hospital desde o dia 7/3/2010 a 18/3/2010 por broncopneumonia, com evolução favorável, assintomática à data da alta e analiticamente sem alte- 1 INTERNA COMPLEMENTAR DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL INFANTE D. PEDRO – AVEIRO INTERNO DO ANO COMUM 3 ASSISTENTE GRADUADA DE MEDICINA INTERNA 4 ASSISTENTE GRADUADA DE MEDICINA INTERNA – DIRECTORA DO SERVIÇO DE MEDICINA II SERVIÇO DE MEDICINA II 2 41 REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2011; 30:41-47 rações relevantes (eosinófilos dentro dos parâmetros normais). Nos antecedentes pessoais, de salientar apenas asma brônquica desde os 5 anos medicada com Terbutalina e Salmeterol + Fluticasona. Ao exame objectivo a doente encontrava-se hemodinamicamente estável, apresentando auscultação pulmonar com diminuição do murmúrio vesicular na base esquerda associado a crepitações de predomínio inspiratório. Analiticamente, a destacar leucocitose (14,3x109/L) com eosinofilia (3,78 x109/ L) e aumento da PCR (10,9 mg/dl). A telerradiografia do toráx evidenciou infiltrado intersticial bilateral, a esboçar alguma nodularidade sem focos de condensação. Perante a hipótese diagnóstica de broncopneumonia foi-lhe instituída antibioterapia empírica com Levofloxacina, ficando internada no Serviço de Medicina. A sua evolução inicial foi favorável, apresentando-se apirética ao terceiro dia de internamento com remissão das queixas respiratórias. No entanto, ao quarto dia de internamento iniciou dejecções diarreicas de fezes líquidas com muco e sangue, acompanhada de dor abdominal difusa, intensa, com intolerância alimentar, traduzida por vómitos pós-prandiais. Foi objectivada uma perda ponderal de 6 kg em 8 dias. O abdómen era mole e depressível com dor moderada à palpação profunda da região peri-umbilical, sem massas ou organomegalias palpáveis, com pontos herniais livres. A evolução analítica mostrou uma manutenção da leucocitose com aumento da eosinofilia até 7,2 x10 9/ L e um aumento marcado da IgE cujo valor foi 2418,3 Ul/ml (N<120 UI/ml). Dos restantes exames auxiliares de diagnóstico realizados, salienta-se: anti-HIV1 e anti-HIV2 negativos, pesquisa de bacilos ácido-alcool resistente, no suco gástrico, negativo. O estudo das fezes mostrou-se negativo no exame cultural assim como para a pesquisa de Giardia Lamblia, toxina de Clostridium Difficile, Salmonella, Shigella, Yersinia, Campylobacter e Criptosporidium parvum. Os vários testes cutâneos de alergia tais como os anticorpos anti-nucleares foram negativos. A ecografia abdominal evidenciou derrame inter-ansas de volume ligeiro a moderado, sem que se identificassem ansas de paredes espessadas. Fez broncofibroscopia que apenas revelou presença de secreções muco-purulentas em quantidade moderada e o exame citobacteriológico do aspirado brônquico foi negativo. A endoscopia digestiva alta 42 (EDA) mostrou o esófago com congestão da mucosa com escasso depósito amarelado no 1/3 inferior, estômago com focos congestivos no corpo gástrico e múltiplas discretas erosões no antro. A colonoscopia revelou o recto com focos congestivos, pequenas erosões e duas úlceras, com cerca de 8 mm, em cicatrização; todo o cólon com focos congestivos (figura 1), pequenas erosões e duas úlceras, com cerca de 8 mm, em cicatrização e ileon terminal distensível com pequena úlcera serpiginosa (figura 2) e raras minúsculas erosões. Foram realizadas biópsias do esófago, antro gástico, recto e cólon cuja histopatologia veio a revelar a presença de abundantes eosinófilos no infiltrado, não se observando granulomas epitelióides, lesões de vasculite, nem inclusões víricas de Herpes ou CMV, sendo os achados compatíveis com o diagnóstico de Gastroenterite eosinofílica. Foi pedida colaboração da Otorrinolaringologia para exclusão de envolvimento de órgãos extra-intestinais pela eosinofilia tendo sido realizada biópsia da mucosa nasal cujo resultado histológico mostrou hiperplasia reactiva das glândulas seromucosas, não se observando lesões de vasculite, eosinófilos nem granulomas. Perante estes resultados, foi estabelecido o diagnóstico de GEE e iniciou terapêutica com Prednisolona (60mg/dia). Nas primeiras 24 horas houve uma melhoria franca da sintomatologia intestinal e ao fim de 72 horas, remissão total dos sintomas. Ao terceiro dia de Prednisolona, apresentava uma normalização do leucograma (leucócitos de 9,8 X10 9/L e eosinófilos de 0,32 X10 9 /L). Teve alta 5 dias após ter iniciado corticoterapia com uma dose de 40 mg/dia em desmame lento. Seguida em consulta externa de Medicina, estando actualmente sem corticóide e assintomática. DISCUSSÃO: A GEE é uma doença inflamatória crónica, rara, descrita pela primeira vez por Kaijser em 19371,2. Ocorre mais frequentemente em doentes do sexo masculino, caucasianos, entre a 3ª e a 5ª década de vida3, e com antecedentes de alergia e/ou atopia. Tem uma incidência de um caso por 100 000 doentes/ano com aumento significativo na última década4. Esta entidade nosológica define-se pelos seguintes critérios: a) infiltração eosinofílica, histologicamente documentada, de número igual ou superior a 25-30 eosinófilos por REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2012; 30:41-47 campo de grande ampliação, de uma ou mais áreas do tubo digestivo; b) presença de sintomas gastrointestinais; c) ausência de doença extra-intestinal e infestação parasitária3,5. A eosinofilia periférica ausente em cerca de 20% dos casos, não é critério diagnóstico necessário5. A etiopatogenia da GEE permanece desconhecida. Os eosinófilos lesam o tracto digestivo de modo directo, através da libertação de proteínas tóxicas, e indirecto, estimulando a síntese de leucotrienos e activando os mastócitos na libertação de histamina e outros mediadores 5 . No entanto, o factor inicial desencadeante da infiltração e desgranulação dos eosinófilos, e consequente lesão tecidular, é desconhecido. Embora tenha sido proposta uma possível causa alérgica, apenas 50% dos doentes com GEE tem história de atopia e a presença de alergia alimentar inequívoca, ocorre apenas ocasionalmente em adultos3,5. A localização anatómica mais comum desta afecção é o duodeno e o antro gástrico, embora possa envolver qualquer área do trato gastrointestinal, do esófago ao recto, de forma focal ou difusa. O envolvimento da via biliar, vesícula e pâncreas também aparece descrita4,6. Klein et al. descreveram 3 formas de apresentação histopatológica da GEE7,8,9: 1-GEE com envolvimento predominante da camada mucosa, caracterizada por inflamação e ulceração, causando naúseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, emagrecimento com perda de sangue e proteínas. Nas formas mais graves associa-se a um síndrome de má absorção. É a forma mais comum, diagnosticada em 25 a 100% dos casos, provavelmente pela facilidade de diagnóstico por meios de endoscopia e biopsia disponíveis rotineiramente. 2-GEE com envolvimento da camada muscular, caracterizada por sintomas intermitentes de obstrução intestinal secundário ao espessamento e rigidez da camada envolvida. Clinicamente manifesta-se por náuseas, vómitos, dor e distensão abdominal. É a que menos se associa a eosinofilia. Ocorre em 13-70% dos casos. 3-GEE com envolvimento predominante da camada serosa, correspondendo geralmente a uma infiltração transmural. Associada com ascite eosinofílica, na maioria das vezes com um gradiente de albumina inferior a 1,1 g/dl, um alto nível de eosinofilia periférica. Ocorre em 12-40% dos casos. O diagnóstico é difícil e requer biópsias cirúrgicas ou laparoscópicas. De uma forma geral, os sintomas são cronicamente recorrentes, ocasionalmente autolimitados e proporcionais à eosinofilia tecidular (mas não à sérica), sendo as manifestações mais frequentes, a dor abdominal, náuseas, vómitos, diarreia, emagrecimento e ascite. A apresentação clínica é diferente consoante a túnica afectada3. O diagnóstico é feito pela clínica, que na maioria das vezes é bastante sugestivo mas, o gold standard é a endoscopia digestiva alta (EDA) e baixa com realização de biópsias. Outros exames úteis para o diagnóstico incluem hemograma, IgE total, VS, testes cutâneos de alergia, parasitológico de fezes e de aspirado do colón. As alterações mais frequentes deste estudo complementar são a eosinofilía, a anemia ferropriva, a hipoalbuminemia e o aumento da IgE, VS e PCR6,10. Assim, com base na clínica e nos exames complementares de diagnóstico, Greenberger et al11. sugeriram, em 1973, os primeiros critérios de diagnóstico que se referem aos sintomas gastrointestinais pósprandiais, eosinofilia periférica e infiltração eosinofílica gastrointestinal. Mais tarde, em 1990, Talley et al 3. propõe os novos critérios que são actualmente mais reconhecidos e utilizados. Os critérios de diagnóstico são: a) Presença de sintomas gastrointestinais; b) Infiltração eosinofílica, histologicamente documentada, de número igual ou superior a 20 eosinófilos por campo de grande ampliação, de uma ou mais áreas do tubo digestivo; c) Ausência de doença extra-intestinal e infestação parasitária; d) Eosinofilia sem envolvimento de outros órgãos extraintestinais. No diagnóstico diferencial, consideram-se várias doenças (Quadro II), com eosinofilia tissular e semelhanças clínicas com a GEE5. A associação síncrona ou metacrónica, de GEE e infiltração eosinofílica extra-intestinal, que ocorre em alguns casos5,12 e com possibilidade de evolução para síndrome hipereosinofílico (SHE)12,13,, sugere tratar-se de uma entidade complexa com apresentação clínica variada. Nos extremos deste espectro clínico encontrase a GEE, localizada especificamente ao tubo digestivo, e o SHE que, por definição, consiste numa infiltração multisistémica por eosinófilos com eosinofilia periférica. No caso apresentado, tendo em conta a história clínica 43 REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2012; 30:41-47 Figura 1 – Cólon transverso, descendente e sigmóide com mucosa muito edemaciada e congestiva com pequenas erosões dispersas. Figura 2- Úlcera serpiginosa no íleon terminal. 44 REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2012; 30:41-47 e as queixas respiratórias, impunha-se a exclusão de envolvimento extra-intestinal, nomeadamente pulmonar, que não se confirmou. O tratamento consiste em medidas gerais como seguir um plano dietético, especialmente quando há envolvimento estrito da mucosa ou quando a ingestão alimentar condiciona, repetidamente, o aparecimento de sintomas, mas, o benefício é habitualmente transitório14; suspender medicamentos suspeitos (AINEs e antibióticos); usar com periodicidade antihelmínticos em áreas de risco de parasitose intestinal; antidiarreicos quando necessário. Realizar controlo de seis em seis meses aos doentes com diagnóstico de GEE. O tratamento farmacológico mais específico e mais utilizado consiste em corticoterapia (prednisolona 20-40 mg/dia durante uma semana seguido de desmame), com controlo dos sintomas em 90% dos doentes. Contudo, após suspensão, 33-50% recidivam, necessitando de reintrodução ou de manutenção com corticóides15,16. O uso de outros agentes, associados ou não aos corticóides têm demostrado algum êxito, como sejam os antialérgicos tal como o Cromoglicato Sódico 200 mg/6-6h 17 , o Cetotifeno 2-4 mg/dia 18 e o Montelucaste Sódico 20-30 mg/dia19. Na literatura, muitos outros medicamentos são descritos como úteis tal como a Azatioprina, Ciclofosfamida, 6-Mercaptopurina, Ciclosporina A, Hidroxiureia, entre outros, mas os resultados são discrepantes20. O prognóstico da GEE é excelente quando tratada correctamente como no caso da doente apresentada. A mortalidade é excepcional e decorre geralmente das complicações inerentes aos actos cirúrgicos, quando estes estão indicados. gastrointestinais inexplicados ou recidivantes, incluindo dor abdominal aguda associada a eosinofilia periférica e VS normal ou discretamente elevada, como no caso apresentado. CONCLUSÃO A GEE é uma doença rara, com sintomatologia variada, de bom prognóstico e pode afectar doentes de qualquer idade ou raça. Esta hipótese de diagnóstico deve colocar-se em doentes com sintomas Quadro II - Diagnóstico diferencial da Gastroenterite Eosinofílica 45 REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2012; 30:41-47 Tabela 1- Exames laboratoriais relevantes efectuados N.E: Análise não efectuada Gráfico 1: Evolução da leucocitose e da neutrofilia durante o internamento 46 REVISTA DE SAÚDE AMATO LUSITANO 2012; 30:41-47 BIBLIOGRAFIA 1.Ngo P, Furuta G, Burks W., The pathobiology of eosinophilic gastroenteritis of childhood: is it really the eosinophil, allergic mediated, or something else?. Curr Gastroenterol Rep 2004; 6(6):436-40. 2.Mine T., Hypereosinophilic syndrome vs eosinophilic gastroenteritis. Intern Med 2004;43(4):277-8. 3.Talley NJ, Shorter RG, Phillips SF et al: Eosinophilic gastroenteritis: a clinicopathological study of patients with disease of the mucosa, muscle layer, and subserosal tissues. Gut 1990;31(1):54-8 4.Baig MA, Qadir A, Rasheed J: A review of eosinophilic gastroenteritis. 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