arquivo2 - franthiesco ballerini
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ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: CADERNO_2 - BR - 7 - 25/05/07 2% 5% 10% 15% 20% 30% D7-BR/SP - 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto %HermesFileInfo:D-7:20070525: SEXTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2007 O ESTADO DE S. PAULO CADERNO D7 CADERNO 22 D7 Piratas do Caribe 3 “O que a Inglaterra tem de melhor: os Rolling Stones” Em entrevista exclusiva ao Estado, Bill Nighy fala de Keith Richards no elenco e da admiração por Rodrigo Santoro Fanático pelos Rolling Stones – a ponto de ter todos os discos e ido a incontáveis turnês –, Bill Nighynãoescondeua decepção quandodescobriuquesuaagenda de filmagens não permitiria ver o guitarrista Keith Richardsnosestúdios dePiratasdo Caribe – No Fim do Mundo, no qual vive o capitão Teague. “Acho ele um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Recebi de umamigoimagensdehelicóptero do show que eles fizeram no Rio.Fiqueiimpressionado”,contou Nighy, em entrevista exclusiva ao Estado. “Eu nunca confio em homens patrióticos, mas uma coisa que a Inglaterra tem de melhor é os Rolling Stones. Num programa de TV, me perguntaram três discos que eu le- DESTAQUE – Bill Nighy como Davy Jones, que ganhou peso no filme varia para uma ilha. Dois eram deles”, completou o ator, cuja música favorita é Winter,de Mick Jagger e Keith Richards. Ganhador do Globo de Ouro deste ano por sua atuação no fil- me Gideon’s Daughter, produzido para o canal HBO, Bill Nighy ficou surpreso com o ganho de importância do personagem Davy Jones neste último filme. “Foium dos papéismais difíceis Geoffrey Rush de bom humor, apesar dos furacões e doenças tropicais Ao chegar à sala para mais uma entrevista com jornalistas do mundo inteiro, Geoffrey Rush desabafou. “Acho que deveria haver uma rebelião mundial contra eventos como este”, brincou o ator, visivelmente cansado após enfrentar furacõese doençastropicais nas Bahamas, local das filmagens ao qual ele foi pelo menos sete vezes em um só ano. “Éramos até eficientes por lá. Filmávamos no máximo três vezes a mesma cena e partíamos para outra. Excetoquandotinhaomacaqui- RUSH – Piadas para descontrair nho e a gente tinha que repetir 28 vezes a cena”, ri. Rush conta que a equipe era muito disciplinada. “Isso até chegar o Keith Richards no set, que era tão desorganizado que parecíamos executivos perto dele.” Nas poucas horas vagas, o ator conta que a equipe relaxava em um pub irlandês . “Era nosso local preferido. E tudo que acontecia por lá morria lá”, avisa ele. Seu Capitão Barbossa, neste terceiro filme, é descrito por ele como um pirata meio político. “Parece que está lutando na minha vida. Tinha que me imaginar com uma perna quebrada, uma garra no braço e barbas enormes. E foi constrangedor, porque eu ficava no set de pijamão com bolinhas no corpo”, brinca o ator,sereferindo àvestimenta usada para inserir os efeitos visuais por computador. Descontraído, Nighy relembra que já mendigou em Paris, antes de ser ator, uma profissão que só escolheu por que ficou apaixonado por uma atriz. “Quando era jovem, queria ser um ErnestHemingway. Uma agência de empregos me deu um trabalho de contínuo em um jornal, pois esperavam que eu virasse escritor por meio do jornalismo. Não deu certo porque eu matava aula e não tinha notas boas.” Ganhador do Bafta por Simplesmente Amor, Nighy se encantou com Rodrigo Santoronoset.“Eleera muitopopular entre o elenco. Qualquermulher comummínimo de bom senso se apaixonaria por Santoro”, conta ele, também fã de Fernando Meirelles, com quem trabalhou em O Jardineiro Fiel. ● F.B. por uma vaga no Congresso ou um acordo em Kyoto, tentando se dar bem com todos os outros piratas.” Rush fez Piratas ao mesmo tempo que Munique, de Steven Spielberg. “Gostei desteterceiro filme. Osdiálogossão ricose osefeitos espetaculares. Passamos do gelo paraCingapura,ondeospiratas, ou melhor, o macaquinho terrorista, explode tudo”, brinca, mais uma vez, o ator australiano. ● F.B. O repórter viajou a convite da distribuidora Buena Vista estadao.com.br Veja trailers dos três filmes da série Piratas doCaribe no site www.estado.com.br/e/d7 Limitações ajudam o produto na bilheteria A superficialidade do terceiro episódio deve ajudá-lo com o seu público-alvo crítica LUIZZANINORICCHIO A sobrecarga visual de Piratas do Caribe 3 é algo digno de nota. Não faz economia de imagens, e nem poderia fazer num mundo que visa sempre o mais (mais velocidade, mais pancada, mais efeitos especiais). Assim, ao visual feérico na maior parte do tempo, mas também soturno quando convém, se soma a ação desenfreada. Algumas lutas se arrastam (sim, é esse o verbo) por incontáveis minutos. O que torna obrigatóriaessa outra característica notável do terceiro episódio da série – a sua prolixidade. Não existe nenhum motivo intrínseco para que essa aventura dure exatas duas horas e 45 minutos, mas não direi que essa extensão torna uma sessão de Piratas do Caribe experiência de confronto com o tédio,porque seria uma afirmação puramente subjetiva. Também não se duvida que muita gente vá se divertir com o filme, eassimnão vai estranharotempo de duração. O que se pode dizer é que nada, na estrutura da história, justifica que ela se arraste por intermináveis 165 minutos. Mas essa é uma questão do tempo. Outra é a do espaço. Em muitas situações Piratas do Caribe trabalha em espaços fechados, porões de navios, calabouços, etc. Em outras vai para espaços abertos, o mar, a ilha salvadora, a costa. Essa dinâmica não é posta em funcionamento com muita desenvoltura, porqueneméissonofundoqueinteressa, apesar de algumas (raras) seqüências de beleza visual,e portantode impacto.Numa delas, talvez a melhor do filme, temos um navio encalhado no gelo e, em torno dele, a figura solitária de Jack Sparrow (Johnny Depp). É um momento de repouso, quase de reflexão, e que portanto ganha sua força no contexto do filme. Mas esta é apenas uma exceção num produto que deseja reciclar alguns temas tidos como “nobres”, como o navio fantasma, a questão da morte e da ressurreição, etc., diluídos na estrutura do seu universo pop. Inclusive com a presença, no elenco, de figuras icônicas. Em determinado momento, por exemplo, Keith Richards em pessoa, na pele de um pirata, dedilha sua guitarra. Mas, claro, quaisquer que sejam as intenções e/ou pensamentos de quem escreve o roteiro ou dirige o filme, eles esbarram na necessidade de justificar o uso de efeitos especiais sempre mais espetaculares, recurso que, finalmente, vai bombar o produto nas bilheterias. O problema então será passar de raspão pelos temas mais espinhosos, de modo que não assuste a platéia teen que forma seu público. Nenhuma dessas limitações apontadas deve se traduzir em queda na expectativa de bilheteria da aventura, cuja trinca principal é formada por Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley. Pelo contrário, são justamente essas limitações que transformam o filme no sucesso que é. ●