DESIGN

Transcrição

DESIGN
O FUTURO
PASSA POR AQUI
HÁ UMA ECONOMIA CRIATIVA
CADA VEZ MAIS FERVILHANTE
ENTREVISTA
a revista da caixa
CAIXA GERAL
DE DE P ÓSI TOS
ANA FATIA E NUNO GUSMÃO
NUMA TEMPESTADE CRIATIVA
CULTURA E
ARQUITETURA
N.o 12 | julho de 2013 | Ano IV
LISBON WEEK E TRIENAL
AGITAM A CAPITAL
DESCUBRA AS VANTAGENS
DE SER CLIENTE DA CAIXA
design
€ 1,50
CONTINENTE E ILHAS
PERIODICIDADE
TRIMESTRAL
editorial
e
Desenhando
soluções
a revista da caixa
Diretor Francisco Viana
Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes
Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra
Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena
Estevens, Leonor Sousa Bastos, Paula Lacerda
Tavares (texto); FG + SG, Filipe Pombo, João
Cupertino, Miguel Manso e Gualter Fatia, com
agências Corbis, Getty Images e iStockphoto
(fotos); Marta Monteiro (ilustração);
Dulce Paiva (revisão)
Secretariado Teresa Pinto
Gestor de Produto Luís Miguel Correia
Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font
REDAÇÃO
TELEFONE: 21 469 81 96 FAX: 21 469 85 00
R. Calvet de Magalhães, 242
2770-022 Paço de Arcos
PUBLICIDADE
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Diretor Comercial
Pedro Fernandes ([email protected])
Diretor Comercial Adjunto
Miguel Simões ([email protected])
Diretora Coordenadora
Luísa Diniz ([email protected])
Assistente
Florbela Figueiras (ffi[email protected])
Coordenador de Materiais
José António Lopes ([email protected])
Editora Medipress - Sociedade Jornalística
e Editorial, Lda.
NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90;
CRC Lisboa
Composição do capital da entidade proprietária
Impresa Publishing, S. A. - 100%
R. Calvet de Magalhães, 242
2770-022 Paço de Arcos
5FMq'BY
Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes
Gráficas, S. A.
Distribuição Gratuita (a revista Cx tem preço
de capa, mantendo-se, no entanto, o seu
caráter de oferta)
Propriedade
Caixa Geral de Depósitos
Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa
Periodicidade Trimestral
(Edição n.º 12, julho/setembro 2013)
Depósito Legal 314166/10
Registo ERC 125938
Tiragem 72 000 exemplares
Correio do leitor [email protected]
ENQUANTO INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA na sociedade
portuguesa, a Caixa assume como missão o apoio à inovação
e à criação de valor. Para tal, o design apresenta-se como uma
ferramenta incontornável, muitas vezes subvalorizada, capaz
de dotar as empresas de maior competitividade, na busca da
tal inovação e diferenciação tendentes ao sucesso. Esta é uma
verdade que faz regra nas economias desenvolvidas e nas
empresas de referência a nível mundial.
A Caixa sabe disso e, enquanto Grupo internacional
presente em quatro continentes, faz questão de ser exemplo
dessa visão. Isto, na certeza de que o mundo e a nossa vida
não seriam tão harmoniosos sem o contributo da visão criativa
do designer e do resultado do seu pensamento e mais-valia.
Esta ligação do Grupo ao design começa dentro da própria
Caixa, onde, diariamente, se procuram novas relações entre
forma e função que permitam preencher e antecipar soluções
para as necessidades dos portugueses.
É neste contexto que lançamos o desafio de uma edição
dedicada ao tema, desafio esse que serve de mote para
uma conversa com Ana Fatia e Nuno Gusmão, dois nomes
incontornáveis do design nacional. O convite traduziu-se
numa verdadeira tempestade criativa a dois, que culmina um
leque de opiniões e exemplos do papel do design na nossa
sociedade.
Esse papel fica bem explícito em detalhes como, por
exemplo, os livros da Planeta Tangerina, editora distinguida
como a melhor a criar livros para crianças. Ou, ainda, no
elétrico ZOE, nos brinquedos da Science for You ou nos
pormenores de uma das sugestões que lhe deixamos na
Viagem desta edição, o Memmo Baleeira Hotel, perfeito para
as suas férias.
Pegando no termo, são também várias as sugestões para
as suas férias, não só de hotéis, como de restaurantes, de
livros, de discos e de propostas culturais como o Lisbon
Week, a Trienal de Arquitectura ou o Festival Caixa Alfama.
Sem esquecer a conversa com Luís Montez, talvez o guru dos
festivais de música em Portugal.
Desejamos-lhe, por isso, que aproveite esta quebra na
rotina da melhor forma possível, garantindo-lhe que pode ir
plenamente descansado, pois, por cá, a Caixa continuará a
pensar em si. E a desenhar soluções para as suas necessidades.
FRANCISCO VIANA
«DIARIAMENTE, A
CAIXA PROCURA
NOVAS RELAÇÕES
ENTRE FORMA
E FUNÇÃO QUE
PERMITAM
PREENCHER
E ANTECIPAR
SOLUÇÕES PARA AS
NECESSIDADE DOS
PORTUGUESES»
CONHEÇA A APP
Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico
A Cx é uma publicação da Divisão Customer
Publishing da Impresa Publishing,
sob licença da Caixa Geral de Depósitos
As emissões de gases com efeito de estufa
associadas à produção desta publicação foram
compensadas no âmbito da estratégia da CGD
para as alterações climáticas.
As características dos produtos e serviços apresentados nesta edição remetem
para o mês constante na capa. Confirme a atualidade das mesmas em www.cgd.pt
ou numa Agência da Caixa.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
3
i
interior
06 Pormenor
Notícias breves
DESTAQUES
PESSOAS
10 Histórias de sucesso
Luís Montez
12 Talento
Ao volante com Elisabete
Jacinto e a ciência de
Miguel Pina Martins
ESTILO
16 Design & arquitetura
O premiado Lar de Alcácer;
Trienal de Arquitectura;
os perfeitos (Im)Perfeitos;
e Vieira da Silva pela
experimentadesign
vinco chair
A criação da
Corque Design
esteve exposta
na Times Square
22 Automóveis
ZOE para as cidades
24 Culto + Soluções
O bom, o bonito e as vantagens
de ser Cliente da Caixa
26 Gourmet + Prazeres
Tentações de verão: Voltar
ao Cais, Sal e um parfait
a condizer
41 Observatório CGD
DESTINOS
50 Fugas
34 O design está em toda a parte
Cruzamo-nos com ele em todo o lado e, muitas vezes, nem nos damos conta da sua
importância. Da forma como influencia a nossa vida pessoal. Uma das máximas do
design, é disso que falamos, é antecipar soluções para as necessidades das pessoas.
Fomos ver como o faz.
Pestana Vila Sol Golf & Resort
VIVER
58 Finanças
A nova face do Saldo Positivo
na Internet
59 Educação
Nascer numa incubadora
de empresas
28 Entrevista
Afinal, qual é o papel do design na
nossa sociedade? Uma verdadeira
tempestade criativa nas vozes de
Ana Fatia e Nuno Gusmão, dois nomes
incontornáveis do design nacional.
62 Sustentabilidade
Iniciativas promovidas pela
Universidade de Lisboa e pela
Universidade Nova de Lisboa
mostram como se pode aprender
a ensinar mais verde.
60 Saúde
61 Sustentabilidade
EcologicalKids; Re-Food
e Fórum Sustentar
CULTURA
69 Livros & Discos
70 Há vida no Planeta Tangerina
72 Agenda
73 Vintage
Para que servia um escarrador
74 Fecho Notícias CGD
4
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
42 Viagem
De Odeceixe a Sagres, há um Algarve
que se confunde com o Alentejo.
Fomos explorar toda essa costa
e descobrimos muitos motivos
para voltar. Sempre.
54 Institucional
A Caixa na Nova Época Universitária, a
linha Caixa Exportação e o IVA EnCaixa
66 Cultura
A capital celebra a cultura na rua,
na segunda edição do Lisbon
Week. Regressam os eventos que
convidam a descobrir o melhor de
Lisboa, nas mais diversas áreas:
arte, história, música, gastronomia,
meio ambiente, arquitetura,
inovação, tradição e muito mais.
Apoiado pela CGD.
Foto: D.R.
Proteger as crianças no
automóvel e na via pública
p
pormenor
OLHA A BOLINHA QUENTINHA!
A frase que dá título a esta notícia povoa o nosso
imaginário de criança. Agora, as bolas que rimam
com o verão dão que falar a partir do Porto,
onde duas amigas, da área de comunicação e
design, decidiram lançar o projeto Bolas da Praia.
Custam um euro, cada, e podem ser entregues,
imagine-se, no escritório, compensando a ausência
de mar e de areia. A embalagem, a fazer lembrar
barraquinhas de praia, dá o toque final nesta
verdadeira tentação.
Para degustar em Facebook.com/Bolasdapraia
ou Facebook.com/Bolasdapraialisboa.
PAC-MAN
ESTÁ DE VOLTA
Quem cresceu na década
de 80 por certo se recorda
de um mítico videojogo,
Pac-Man, onde o nosso herói
percorria um labirinto a devorar
pequenos pontos, perseguido
por fantasmas. Este verão,
Pac-Man está de volta. Primeiro,
as famosas chinelas brasileiras,
as Havaianas; depois, a inglesa
Fred Perry, com os seus polos...
São os veículos perfeitos para
matar saudades de uma década
mágica.
VA N T I N I
Gelados com pinta
Inspirado nos anos 50 e 60, o novo conceito
da marca Santini é uma carrinha que serve
gelados através de uma janela lateral
ENTREASMELHORES
DO MUNDO
De acordo com a reputada revista
britânica Times Higher Education
(THE), as Universidades de Aveiro,
Minho e Nova de Lisboa estão entre
as cem melhores instituições
de ensino superior com menos
de 50 anos.
6
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
numa altura em que se se anuncia a
abertura de uma nova loja Santini, em
Carcavelos, no local do atual laboratório
situado no Mercado de Carcavelos, o
protagonismo é totalmente roubado pela
Vantini. Criado pela Multilem, este novo
conceito de carrinha de gelados recorre à
lendária Volkswagen Kombi, mais conhecida
por «Pão de Forma». Bebendo inspiração nos
anos 50 e 60, que se seguiram à fundação
da casa Santini (Attilio Santini abriu a
primeira gelataria em 1949), a Vantini surge
decorada às riscas vermelhas e brancas e
com o logótipo da marca. Do design para o
gourmet, através da janela lateral, servem-se
copos, cones ou caixas, onde cabem sabores
como morango, baunilha, chocolate, nata,
marabunta, limão, meloa, avelã, coco e limão
com framboesas. Até final de agosto, a Vantini
estará perto do recinto da Feira Internacional
do Artesanato do Estoril, em frente ao Centro
de Congressos.
EXPOSIÇÃO
O Fado e o Teatro
partindo da longa, rara e
muito profícua parceria artística
entre o fado e o teatro, surge
esta exposição, que nasce
a partir da conjugação do
valiosíssimo acervo do Museu
Nacional do Teatro e do Museu
do Fado. Apresentada, em
simultâneo, nos dois museus,
esta exposição pretende
evocar uma parte da vastíssima
história desta profunda ligação
entre o fado e o teatro, através
dos mais diversos suportes,
materiais e documentos,
como trajos de cena, figurinos,
maquetas e caricaturas
originais, fotografias,
publicações, manuscritos,
material audiovisual e objetos
pessoais, que representam o
património comum e a herança
destas duas artes, eternas na
nossa memória.
O QUE DIZEM
OS TEUS OLHOS?
em frazão, freguesia pertencente a Paços de Ferreira,
há uma forma diferente de olhar a «capital do móvel». A
culpa é dos Móveis Barbosa Neto, mais precisamente de
Sérgio Barbosa, mentor da NaturaLook. Apostado em
inovar, aproveitando os recursos que tinha (a madeira),
Sérgio lançou «uma marca de óculos feitos à mão com as
melhores madeiras. A cada par de óculos, são dedicadas
horas de trabalho artesanal, para que o produto final seja o
mais perfeito possível e o potencial da madeira seja realçado
ao máximo», pode ler-se no site oficial (naturalook.pt).
Os preços variam consoante o nível de personalização de
cada modelo, sendo de realçar que apenas são utilizadas
madeiras dentro dos parâmetros definidos de crescimento,
que as peças recebem tratamento ecofriendly e que todo
o material que sobra é reciclado. Países como a Dinamarca,
Finlândia e Suécia já se renderam aos NaturaLook.
Dançar em português
joão correia, de 27 anos, licenciado em Comunicação Empresarial
e Comunicação Multimédia, é o homem por trás da câmara no
projeto Danse Breique (facebook.com/dansebreique). Trata-se de
um repositório on-line com gravações de vídeos de vários bailarinos
portugueses, de forma a mostrar que não há estilo que não se dance no
nosso País. Locking, popping, power moves e hip-hop já foram gravados e
publicados, estando, também, agendadas gravações no campo da dança
contemporânea e do ballet.
Fotos: D.R.
O SURF E A CORTIÇA
Celsus é um jovem designer de Aveiro, que já
tinha dado que falar ao vestir árvores e estátuas,
mas o seu novo projeto promete dar-lhe muito
mais visibilidade. Em parceria com a Amorim
CorK Composites e com a White Banana, marca
que desenvolve material de surf, Celsus (celsus.
pt) propõe uma prancha cem por cento ecológica.
Para consegui-lo, além da cortiça, está prevista a
utilização de bambu nas quilhas, do uso de EPS no
núcleo e de resina ecológica Bio-Resin. Além de
serem completamente amigas do ambiente, estas
pranchas têm, ainda, a vantagem de ser feitas por
encomenda e personalizáveis.
TOMADA SOLAR PORTÁTIL
chama-se window socket e promete revolucionar o
nosso dia a dia. Desenhado pela dupla Kyuho Song & Boa
Oh, da Coreia do Sul, esta tomada protótipo vem equipada
com uma base que funciona como ventosa, permitindo,
assim, ser colada a qualquer janela ou superfície que
receba a luz do sol. E porquê? Porque essa base tem
uma série de células fotovoltaicas, capazes de carregar a
bateria existente dentro da tomada. E será essa bateria a
alimentar qualquer ficha que liguemos à tomada.
Cx
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7
p
a Caixa ao pormenor
CARTÃO MADE BY
C A I X A A L FA M A
Aqui mora o fado
CGD e Música no Coração levam 40 fadistas ao bairro alfacinha
entre 20 e 21 de setembro, o festival
Caixa Alfama – Aqui Mora o Fado levará
alguns dos melhores fadistas nacionais ao
típico bairro de Alfama e não só. Serão mais
de 40 músicos, de diferentes gerações, entre
aqueles que melhor representam e divulgam
este género musical. Ana Moura, Camané,
António Zambujo, Gisela João e Cuca Roseta
são alguns dos nomes já confirmados.
Esta é a primeira edição de um festival
único e inovador, promovido pela CGD e pela
Musica no Coração, que promete dar outra
vida a um dos mais típicos bairros da capital.
Pretende-se, assim, celebrar o fado enquanto
elemento genuíno da cultura portuguesa,
num espetáculo desenhado para todos os
públicos, desde aqueles verdadeiramente
amantes e conhecedores do género até aos
que só agora despertam para o mesmo.
A iniciativa passa por dez espaços
diferentes, entre eles o Museu do Fado,
Pavilhão Arena, Sociedade Boa União, Clube
Sportivo Adicense, Igrejas de São Miguel e de
Santo Estêvão, Centro Cultural Dr. Magalhães
Lima, Largo das Alcaçarias e pelo Palco
Caixa, que ficará situado junto ao Tejo.
O bilhete único para os dois dias do
festival custa 35 euros, estando já à venda
nos locais habituais. Os bilhetes serão,
depois, trocados nas bilheteiras do festival,
sediadas no Museu do Fado, a partir do dia
19 de setembro, por uma pulseira que dará
acesso a todos os espaços da iniciativa, até ao
limite de lotação de cada um.
A associação da CGD a este projeto reflete
a aposta do Banco no que de melhor Portugal
tem, faz e exporta. É uma associação efetiva
à cultura portuguesa, em particular, através
da sua associação à música. Nesse sentido,
aliás, os Clientes da Caixa terão vantagens,
a anunciar brevemente, na aquisição de
bilhetes para o evento.
Saiba mais em www.caixaalfama.pt ou em
www.facebook.com/CaixaAlfama.
A CAIXA FOI O VENCEDOR, na categoria Banca, dos prémios Marketeer
2013, uma iniciativa onde as votações são efetuadas pelos leitores
e pela Redação e Conselho de Fundadores da Marketeer.
Este prémio dá continuidade a outras distinções, reforçando a dedicação
e o empenho da Caixa em prol dos seus Clientes e respetivas
necessidades.
8
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
O Made By (1) é uma solução inovadora
em que cada Cliente cria um cartão
único, à sua medida, com os atributos
que mais valoriza:
> Uma imagem à sua escolha, de uma
galeria ou standard;
> Pacote de seguros base, médio ou
alargado;
> O programa de lealdade (pontos fast
Galp, cash-back ou milhas aéreas);
> A modalidade de pagamento entre
5% e 100% do total em dívida;
> O número de dias de crédito gratuito
(entre 10 a 40 dias, 15 a 45 ou 20 a 50).
A mensalidade varia entre 1 e 2 euros (2),
em função dos atributos escolhidos.
E, caso a sua utilização mensal seja
igual ou superior a 250 euros, o valor
da mensalidade é devolvido.
O cartão Made By tem, ainda, muitos
descontos e benefícios associados,
em inúmeros parceiros da Caixa,
que podem ser consultados em
www.vantagenscaixa.pt.
Em suma e porque não há dois Clientes
iguais, o Made By será diferente como
diferentes são todos os Clientes:
> Para quem gosta de viajar, poderá
ter uma imagem de um local exótico
e acumular milhas aéreas, ter uma
modalidade de pagamento baixa e
o maior número de dias possível de
crédito gratuito;
> Quem tem filhos poderá ter, no cartão,
a fotografia da família e um pacote de
seguros mais completo, bem como um
programa de lealdade que devolve de
0,5% até 1% do valor gasto em compras
(máximo de devolução mensal de
50 euros e mínimo de 100 euros em
compras).
(1)
TAEG de 16,4% a 18,1%, em função da mensalidade
contratada, para um montante de 1500 euros, com
reembolso a 12 meses, à TAN de 15,00%.
(2)
Acresce imposto do selo à taxa de 4%.
N O TA T E M ÁT I C A
Portugal competitivo
O estudo compara a economia portuguesa com sete
economias congéneres europeias, em matéria de «evolução
da competitividade», desde 2008
assumindo como missão apoiar
a economia nacional e o tecido
empresarial português no reforço
da sua competitividade, inovação e
internacionalização, a Caixa apresentou o
estudo O Campeonato da Competitividade:
O Caso de Portugal. Esta
nota temática compara
a competitividade da
economia portuguesa
com outras sete
concorrentes da União
Europeia: Espanha,
Itália, Grécia, Hungria,
Eslováquia, República
Checa e Polónia. A análise
efetuada pelo Gabinete
de Estudos da CGD, em
parceria com a sociedade
de consultores Augusto
Mateus & Associados,
baseia-se em 48 indicadores relativos a
seis dimensões da competitividade: o
crescimento, o emprego, o investimento, a
globalização, o endividamento e a Estratégia
Europa 2020. Todas estas sete economias
europeias registam um nível de vida inferior
à média da União Europeia, que não difere
em mais de 30 por cento do nível de vida
português, e apresentam, pelo menos,
metade da população portuguesa.
A apresentação do estudo contou com a
presença de José de Matos, presidente da
Comissão Executiva da Caixa, que destacou,
na sua intervenção,
a importância da
competitividade para a
economia portuguesa.
Para o autor, Rui
Moreira de Carvalho, o
presente estudo inova ao
estabelecer uma matriz
que permite monitorizar
o posicionamento
competitivo da economia
portuguesa, com base
em meia centena de
indicadores atualizados
pelas instituições
europeias. «Trata-se, acima de tudo, de
promover pistas de atuação para os decisores
políticos, os líderes de opinião e os agentes
económicos, permitindo fazer o benchmarking
com o que de melhor se faz em termos
competitivos na União Europeia», salientou o
diretor no Gabinete de Estudos da CGD.
Foto: Gualter Fatia
DAR A VOLTA AO PAÍS
O desafio foi lançado na recente campanha da Caixa. O tom enigmático dos anúncios
ilustra o desejo de todos: há que dar a volta ao País e à economia nacional, colocando-os
no rumo certo. O rumo do crescimento, do sucesso e da inovação, em prol das empresas
e das famílias. Para tal e como sempre, a Caixa
está disponível para ajudar e dispõe das soluções
necessárias para a concretização dos projetos
pessoais e profissionais dos portugueses e das
empresas nacionais. É esse o desejo da Caixa,
enquanto Instituição de referência, experiente e
com representação em quatro continentes e nos
principais destinos das exportações nacionais.
Descubra algumas das propostas nesta edição
(ver págs. 54 a 57).
Jovens por um
mundo melhor
Se o melhor do mundo são as crianças,
como dizia Pessoa, o programa
YoungVolunteam mostra que os jovens
também sabem contribuir para um mundo
melhor. Apresentado no final de 2012, a
iniciativa visa sensibilizar a comunidade
educativa para o voluntariado jovem. Para
tal, a Caixa associou-se à Entrajuda e à
consultora Sair da Casca, contando, ainda,
com o apoio do Ministério da Educação
e da Ciência. No fim da primeira edição,
o balanço não podia ser mais positivo. O
projeto mobilizou 576 alunos do ensino
secundário, de 25 escolas, culminando
com uma homenagem aos que mais se
destacaram, na Culturgest.
Na cerimónia, os protagonistas foram os
alunos que, ao longo do projeto e com a
ajuda dos professores, atuaram como
verdadeiros agentes de mudança. E
«não faltaram exemplos inspiradores de
cidadania e empreendedorismo», como
sublinhou José de Matos, presidente
da Comissão Executiva da CGD.
«Comprometemo-nos a continuar a
apoiar este projeto de futuro», avançou,
ainda, o responsável.
As cinco escolas vencedoras da edição
foram a Escola Secundária de Cantanhede,
Escola Secundária D. Filipa de Lencastre
(Lisboa), Escola Secundária Emídio
Navarro (Viseu), Escola Secundária Gabriel
Pereira (Évora) e Escola Secundária com
3.º Ciclo D. Manuel I (Beja). Tendo-se
destacado, esta última viu os seus alunos
premiados com a inscrição num campo de
voluntariado internacional. Foram, ainda,
homenageados com menções honrosas
outros intervenientes que se evidenciaram
ao longo do ano.
Cx
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h
histórias de sucesso
LUÍS MONTEZ
Print
Corações ao palco
QUANDO O FADO
MORA AO LADO
O dele não tem conserto: perde-se pelo vício da rádio e toca
Caixa Alfama, o festival
que, a 20 e 21 de setembro,
leva o fado ao coração
do típico bairro lisboeta.
a rebate dos festivais que orquestra com mestria. Aos corações dos outros,
Luís Montez promete concertos e muita música, daquela que ecoa fundo na alma
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Miguel Manso
HÁ QUEM tenha o coração ao pé da boca. A Luís Montez, a emoção fala antes ao ouvido. Enquanto
nos guia pela Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, que, daí a poucas horas, se deixará povoar ao
som do festival Super Bock Super Rock (SBSR), a voz do líder da Música no Coração enche-se para
nos cantar os nomes que hão de subir ao palco e fala-nos da arte que é fazer gente feliz, com música.
Cx: Sei que não gosta de dar entrevistas.
Prefere deixar que a música fale por si?
Luís Montez: Eu sou do backstage, não sou
do «stage». Gosto de fazer coisas e gosto de as
fazer bem. Não faço as coisas para aparecer.
Não imaginas a satisfação que sinto em ver
30 mil pessoas felizes, em frente a um palco,
a gritar de alegria. Isto, no fundo, é trabalhar
para a felicidade das pessoas. Costumo dizer
que dou música às pessoas e isso é ótimo.
Cx: E quando está aqui, em frente ao palco, ou
mesmo enquanto prepara o cartaz, quem é que
fala mais alto: o empresário ou o melómano?
LM: Estão sempre os dois à bulha, porque
nem sempre o que eu gosto é o que dá mais
resultados, em termos de vendas. Mas, por
outro lado, não resisto. O Miguel, por exemplo
[músico que integrou o cartaz do festival SBSR,
em 2013], é um artista em que investi agora,
para receber mais tarde, porque ele vai ser
gigante. É o prazer de apostar em coisas novas,
de descobrir bandas «bebés» e, depois, vê-las
crescer e serem cabeças de cartaz. É algo que
me enche de orgulho. Quando pensei fazer
aqui este festival, isto era só terra batida; agora
temos aqui uma cidade montada, com pinta.
Cx: Descobrir essas bandas «bebés» dá-lhe mais
prazer do que trazer a Portugal os nomes mais
sonantes da música internacional?
LM: Isso é que me dá gozo. Mas tenho de
perceber que a empresa tem de ser rentável e
tenho de trazer aqueles nomes grandes que
fazem o público querer comprar bilhetes.
Agora, se, no meio desses nomes, conseguir
meter coisas novas, que um dia vão ser
10
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
grandes, é o ideal. Porque, para serem grandes,
tiveram primeiro de ser pequeninos e é de
pequeninos que se apanham.
Cx: A propósito de pequenino: a paixão pela
música foi crescendo consigo, certo? Sei que o
seu pai também era empresário, em Angola, na
área dos espetáculos musicais?
LM: Sim, o meu pai já era empresário, em
Luanda, de espetáculos e de música. Mais
velho, já em Portugal, eu não tinha grande
capacidade económica e a forma mais em
conta para passar o tempo – além de estudar,
que ainda era barato – era ouvir rádio,
que sempre foi gratuita. E, ao ouvir rádio,
apaixonei-me pela música. Entretanto, fui
para o Técnico tirar Engenharia e fazia lá um
programa de rádio. Comecei a entusiasmar-me
pela rádio e pela música. Depois, conheci os
Xutos & Pontapés, fiz uma tournée com eles,
aprendi o negócio e fui por aí fora.
Cx: A Música no Coração é um negócio, mas
vive das emoções que cria nas pessoas e da sua
própria paixão pela música. Como é que se
concilia esse lado emocional com o negócio?
LM: O nosso objetivo, como empresa, é
agradar ao público. Gostamos de surpreender
com coisas novas, para que as pessoas se
lembrem, por exemplo, de que foi naquele
concerto que conheceram a banda tal. E,
depois, há alguma lealdade por parte dos
artistas, ao longo da carreira. É uma questão de
teres conhecimento e de escutares as bandas ao
vivo antecipadamente – porque, às vezes, são
grandes discos, mas ao vivo são um desastre;
outras vezes são muito melhores ao vivo.
Fazer do fado um festival era
«sonho antigo» de Luís Montez.
Em resultado da «parceria de
vários anos» entre a Música
no Coração e a Caixa Geral de
Depósitos, a promotora de
espetáculos e o maior Banco
nacional uniram-se para levar a
mais portuguesa das músicas
ao bairro onde ela é tão típica.
Embora não tenha o dom do
canto, o empresário (que é
também dono de oito estações
de rádio) afina o tom entusiasta
para nos dar conta das 40
vozes que hão de percorrer dez
espaços no coração de Alfama. E,
como sempre, deixa-se encantar
pelos nomes que começam
a fazer-se ouvir. «Prestem
atenção à Gisela João», avisa.
«Ela vai ser gigante.»
Cx: Sente que ajudou a pôr lugares como a
Zambujeira do Mar, Vilar de Mouros ou até o
próprio Meco no centro das atenções?
LM: Sem dúvida, porque temos eventos
que são comunicados a nível nacional e até,
em alguns casos, a nível internacional. A
Zambujeira do Mar ou o Meco aparecem, em
Inglaterra, por exemplo, a ser promovidos
em campanhas internacionais. É uma forma
muito agradável de promover os locais.
Cx: Como é que se coloca Portugal no mapa
internacional dos eventos musicais?
LM: Acredito muito nos eventos, em Portugal,
porque temos um clima que mais ninguém
tem. Aliás, tive esta ideia de fazer festivais
quando fui ao de Glastonbury [em Inglaterra]
e andei lá de galochas, no meio da lama, e
cheio de frio. Dei por mim a perguntar: como
é que é possível eles divertirem-se aqui, com
tanto frio? E nós temos lá calor, praia e peixe
MELÓMANO
EMPREENDEDOR
LÍDER
EXIGENTE
do melhor que há. É imbatível: temos um País
seguro, a alimentação é barata, face aos países
da Europa do Norte. Isso é fortíssimo.
Cx: Na apresentação à imprensa do Caixa
Alfama, confessou que organizar um festival em
torno do fado era um sonho antigo. Porque é que
esta foi a altura certa para o realizar?
LM: Porque andámos estes anos todos a ganhar
experiência a fazer festivais e, por outro lado,
a ganhar credibilidade junto dos parceiros. É
um evento imperdível [a 20 e 21 de setembro],
porque junta os melhores fadistas portugueses,
num cenário único, onde podes jantar, beber
um copo e saborear o melhor fado, que é o de
Alfama. Vamos ter dez palcos, espalhados por
Alfama, desde a Igreja de Santo Estêvão, ao
Museu do Fado, ao Centro Cultural Magalhães
Lima, etc. Felizmente que a Caixa acreditou no
projeto e tenho a convicção de que vamos lá
estar, pelo menos, dez anos juntos.
AUDAZ
Cx: Depois de criar uma rádio dedicada ao
fado, este era o passo natural a seguir?
LM: Sim, porque tudo isto precisa de
promoção. A Rádio Amália tem tido uma
aceitação surpreendente e é transversal às
várias classes sociais e idades.
Cx: Este casamento entre as rádios, que
divulgam, e os eventos é a chave para o sucesso?
LM: Continuo a achar que a rádio é o melhor
meio para promover música. São meios que
não só ajudam a divulgar os artistas, como me
dão informação para saber que artistas hei de
trazer, porque tenho os melhores especialistas,
em cada matéria, a trabalhar comigo.
Cx: A rádio continua a ser um luxo de que não
prescinde?
LM: A rádio é uma coisa muito pessoal e
intimista. Uma música lançada na rádio vai
tocar no coração de uma pessoa que não sabes
quem é e vai provocar nela uma emoção.
E isso é fantástico. Para mim, comunicar
com música, através da rádio, é o máximo
da felicidade. Não tenho sonhos nenhuns de
ter barcos, nem palácios; tenho esta paixão
pela rádio, que me faz mover. Não tenho jeito
para investir na bolsa, invisto em rádio, porque
é o que me dá prazer. Não andamos aqui só
para faturar, estamos aqui também para viver
e ser felizes.
Cx: E ainda tem tempo para ficar só a ouvir?
LM: Claro. No meu painel do carro, estão lá
todas memorizadas. Estou sempre a ouvir – não
só as minhas, como as da concorrência. Sou
viciado. Quando acordo, o meu despertador é a
rádio e adormeço a ouvir rádio. Estou a fazer a
barba de manhã e ouço os programas da manhã
todos. A rádio acompanha-nos: vou viajar e
levo um radiozinho comigo. É um hábito e uma
paixão. Não troco a rádio por nada.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
11
t
talento
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ELISABETE JACINTO
O bom piloto
Sem mas, nem quês, e sem fazer género, a história de uma «miúda
lingrinhas» a quem a mota serviu de veículo para vencer medos e provas
entre «homens de barba rija». Hoje, Elisabete é camionista. E continua a ser a maior
Por Ana Rita Lúcio Fotografia João Cupertino
ACELERADO, só o matraquear das agulhas, rompendo o ramerrame da infância que corria
serena no Montijo natal. Às do tricô e habituada a viajar à boleia dos contos que narravam
um mundo a cor-de-rosa, à pequena Elisabete não cabia o fato de maria-rapaz, nem mesmo
para o vestir à corte de bonecas desfilando entre brincadeiras de palmo e meio. Ora a cavalo
na bicicleta equilibrada no meio das pernas franzinas, ora passeando-se em bando pelas
estradas órfãs de carros, a terceira de quatro irmãs não embarcava «em aventuras». Nem
tão-pouco traçava rumos, que não fossem os de chegar a cabeleireira, costureira ou médica,
mais tudo aquilo «que as miúdas normalmente querem». Algures pelo caminho, já no
encalço das ambições da adolescência, haveria de cobiçar «a primeira meta» de se tornar
educadora de infância, para, depois, atalhar para a vontade de se formar em Psicologia. As
curvas do destino levaram-na, afinal, até à Geografia, que fez dela professora, mas seria a
mota a ensinar-lhe verdadeiramente como se formam as dunas. E se alcançam os sonhos.
Guiados pelo relato tão veloz quanto
empolgado das «limitações» e das fronteiras
que aprendeu a galgar, quase não acreditamos
quando a piloto nos confessa que o rasto
de menina «medricas» a seguiu até tarde.
«Lembro-me de ir andar de mota para o
campo e de ter receio de tudo: de subir, de
descer, de curvar, de andar depressa, até
de andar devagar», recorda. Longe de a
travarem, «os medos» foram-lhe servindo
de combustível para não se afastar da rota
triunfante. Cada barreira derrubada ao leme
daquele «brinquedo» motorizado fazia de
Elisabete Jacinto «uma pessoa melhor, mais
capaz, mais segura», porque, afinal, «os limites
estão na nossa cabeça» e «podemos ir até onde
quisermos».
Mas, antes de chegar onde chegou, o tiro de
partida para uma carreira trilhada, de início,
em duas e, agora, em quatro portentosas rodas
de camião ecoou nas páginas de uma revista
de motos folheada a dois. Por linhas travessas,
lá se escrevia que Elisabete e Jorge, o marido,
haveriam de tirar a carta de mota – e também
de carro, no caso dela, que não a tinha –,
arrancando para a paixão que rolou primeiro
ao volante da «memorável» Cagiva Elefant
125. «Alta e difícil de conduzir», depressa se
12
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
tornou veículo para a febre dos passeios
todo-o-terreno que contagiou o casal.
Das corridas entre amigos, as manobras
da sorte puxaram-nos para a competição,
da qual Elisabete não mais se desviou.
Vencendo meta após meta – lado a lado
com o marido, que deixou a alta-roda para
que a sua Beta fosse mais longe, revezando-se
no papel «de mecânico, assistente, psicólogo,
massagista, responsável pela organização»,
companheiro de rota e de todas as horas –,
«a miúda lingrinhas» ambicionava, porém,
sagrar-se na prova rainha, reduto de
«homens de barba rija».
Os primeiros dois Rali Dakar foram um
teste à mecânica das motos, que atiraram a
portuguesa para fora da competição. Com a
lição da persistência bem estudada, Elisabete
haveria de voltar, em 2000, para arrecadar a
Taça das Senhoras e alcançar o fim da corrida,
mas a vitória teve um travo amargo. «Naquele
ano, o Dakar teve menos quatro dias, por
causa da ameaça terrorista, e todos me deram
os parabéns pelo resultado, mas faziam
questão de sublinhar que tinha tido sorte pela
prova ter sido mais curta.» No ano seguinte,
voltou pronta a apanhá-los na curva e nem
MULHER DE
AREIA… E DE MAR
Porque «parar» não é uma
saída, a piloto portuguesa e
o marido escapam ao ritmo
alucinante das corridas
mergulhados em águas
calmas.
É o momento em que tudo
desacelera e a marcha lenta se
torna no ponto de fuga ideal
para quem passa o resto do
ano numa roda-viva. Quando
não estão a correr para as
areias do deserto, Elisabete
e Jorge encontram o escape
perfeito no mergulho, o
hobby que veio substituir o
todo-o-terreno, entretanto
tornado profissão. As águas
do Mar Vermelho são o
destino predileto para o
casal recarregar baterias e
contornar o stress.
os obstáculos a perder de vista a apearam. Na
fronteira de Marrocos com a Mauritânia, o
carro de assistência de Elisabete Jacinto pisou
uma mina e a equipa que a acompanhava teve
de ser evacuada para o hospital. «Destroçada»
na alma e no corpo, decidiu chocar de frente
com a «inevitabilidade» de desistir: só o faria
«no dia em que caísse para o chão e não me
levantasse mais». Esse dia não chegou e «não
restavam dúvidas» de que o desafio africano
estava ultrapassado.
Sem olhar para trás, em 2003, a dama dos
motores regressou para surpreender o mundo
com uma inversão de marcha singular. Desde
então, aos comandos de um poderoso camião
para o qual disparou apenas três meses depois
de tirar a carta de pesados, é vê-la acelerar
para a linha da frente com um camião de série
que «morde os calcanhares» aos protótipos.
Atualmente, única mulher «por entre uma
multidão de homens», continua de olhos
postos na classificação geral. «O meu sonho é
ser reconhecida como um bom piloto», atalha.
Sem distinções de qualquer género.
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t
talento
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MIGUEL PINA MARTINS
A ciência do negócio
Como uma ideia tirada do chapéu, um «miúdo» pronto a ir a jogo
e uma universidade feita laboratório criaram a fórmula certa para
uma experiência empreendedora, que brinca com a ciência muito a sério
ESTRATÉGIA
VENCEDORA
Triunfante no mercado
interno, a Science4you dá,
agora, cartas fora de portas.
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia
SE, AINDA MENINO, tivesse seguido o rasto ao seu código genético com o Detetive DNA
– um kit da linha de brinquedos biotecnológicos –, Miguel Pina Martins bem podia ter
descoberto que o seu ADN não é senão o de um empreendedor nato. Nas tardes ganhas a
jogar Monopólio, topava-se à distância que o gosto pelas boas contas já se lhe multiplicava
no sangue. Mas, porque montar um projeto empresarial é uma «maratona recheada de
obstáculos», só haveria de fazer da ciência um negócio depois de se aperceber que a banca
de investimento, onde chegou a trabalhar durante alguns meses, não era o rumo certo. Aos
21 anos, com a Science4you a dar os primeiros passos, seguiu-se uma corrida de estafetas,
em que o empresário de primeira viagem passava a si próprio o testemunho «de diretor
comercial para diretor financeiro, de criativo para responsável de armazém e até para senhor
que limpa o pó», conta de um só fôlego. Hoje, à frente de um pelotão de 60 trabalhadores
com que a empresa de brinquedos científicos abre caminho em 12 países, a meta continua a
mesma: mostrar a miúdos e graúdos que é divertido aprender com as ciências experimentais.
Não é, porém, invenção, muito menos
brincadeira, se lhe dissermos que Miguel
Pina Martins tirou, literalmente, do chapéu
a ideia que esteve na origem desta ousada
experiência empresarial. Mais atraído pela
ciência dos números, não contava que no
sorteio de atribuição de temas para o projeto
final do curso de Finanças, no ISCTE, lhe
saísse na rifa um papel onde, ainda sem o
saber, se começava a esboçar a fórmula de
sucesso da Science4you. Ao finalista e aos
sete colegas que com ele compunham o
grupo, pareciam-lhes goradas as hipóteses
de montar um plano para a comercialização
de kits de física da Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa (FCUL), mas de
nada lhes valeu «torcer o nariz». O resultado
saiu-lhes melhor do que a encomenda: bastou
colocar em evidência o selo de qualidade da
FCUL, que depressa reconheceram como
«uma vantagem competitiva», e a tarefa que,
à partida, lhes parecia «pouco vendável»
não só não se perdeu, como se transformou
no embrião de um negócio de brinquedos
científicos.
Meses depois, quando a brincadeira se tornou
séria – juntamente com um outro colega
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Cx
a re v i s ta d a c a i xa
que entrou exclusivamente como acionista
–, o recém-licenciado percebeu que estava
na altura de dinamitar «alguns mitos sobre a
criação de uma empresa». «Desmistificando
o preconceito de que é preciso ter uma
fortuna amealhada, pais ricos ou um acesso
privilegiado aos bancos para se tornar um
jovem empresário», garante ter investido
apenas 1125 euros do próprio bolso para
fazer nascer a Science4you.
A falta de experiência, disfarçada de fato e
gravata, não lhe escondia os tenros 21 anos,
mas nem assim Pina Martins foi de modas.
«Chegaram a dizer-me que devia era estar na
escola e não a abrir empresas», recorda num
sorriso amadurecido de quem já passou com
distinção no teste, agora que a Science4you
ultrapassou a fasquia do milhão de euros
de faturação. «Sem uma patente que fosse
revolucionar o mundo», acrescenta, «uma
boa ideia, um plano de negócios bem
definido e muita vontade de ir à luta» foram
os ingredientes de que este empreendedor
na forja se muniu para ir buscar o elã
que faltava, ao fundo de capital de risco
InovCapital, para completar os 50 mil euros
com que tudo começou.
Companheiros de horas
já mais crescidas, talvez
tenham sido os jogos de
estratégia a ensinar ao CEO
da Science4you como mexer
as peças certas no tabuleiro
da internacionalização.
Estendendo o seu raio de ação
a 12 países e com escritórios
próprios em Madrid e Londres,
onde estabeleceu protocolos
com universidades locais,
a empresa conquistou, já
este ano, o prémio Business
Internationalization Award,
entregue pelo governo
britânico, poucos meses
depois de ter chegado a terras
de Sua Majestade.
Mas, muito antes de dominar a ciência do
empreendedorismo, a história de Miguel
Pina Martins teve de obedecer a uma lei
fundamental da vida familiar: «Os irmãos
mais novos brincam ao que os mais velhos
decidem.» À luz dos microscópios, telescópios
e estojos de experiências sem fim do irmão
que hoje é biólogo, Miguel, o benjamim – que
gostava mesmo era de se perder no trânsito
das filas de carrinhos –, não adivinhava,
contudo, que a parafernália científica lhe
haveria de voltar a fazer companhia nos
laboratórios da FCUL, onde a Science4you
ganhou forma.
Aos 28 anos, o timoneiro desta PME
exportadora faz, agora, questão de testar cada
um dos mais de cem modelos do catálogo
da Science4you. Com as mesmas mãos
que seguram as rédeas do negócio que leva
crianças por esse mundo fora a construir
vulcões, montar puzzles 3D de dinossauros,
produzir energia a partir de fontes renováveis
ou até descobrir como se explicam truques de
magia. Afinal, a brincar também se aprende.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
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d
design & arquitetura
L A R D E A LC ÁC E R
Casa da luz
nascente
Iluminando os dias de quem nele vive,
o arrojado edifício, em que a estética não ofusca
a funcionalidade, brilhou no prémio europeu
de arquitetura Mies van der Rohe
Texto Ana Rita Lúcio Fotografia FG+SG
VERÃO A PIQUE, o sol cai a prumo sobre um Alentejo de farpela
branca, pedindo tréguas ao calor. Vestido da mesma alvura incandescente,
num jogo anguloso de cubos empilhados sobre os contornos do terreno,
o Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal é, porém,
o astro mais luzente sobre a planície. E é em torno dele que gira o dia a
dia dos 60 utentes, estrelas-guia para o projeto assinado por Manuel e
Francisco Aires Mateus.
Mais do que ofuscar pela ousadia arquitetónica que o fez integrar o
lote de cinco finalistas do Prémio Mies van der Rohe para a Arquitetura
Contemporânea da União Europeia, já em 2013, o espaço inaugurado
em 2010 procura «valorizar as vivências» de quem ali habita, aponta a
dupla de arquitetos. As linhas depuradas e o traço arrojado que, de início,
podiam parecer esbarrar contra a pacatez da cidade alentejana permitem,
afinal, prolongar o lado funcional, que, numa casa como esta, tem,
forçosamente, de se harmonizar com a estética. «O projeto de arquitetura
nasce sempre de uma necessidade e desenha-se nos seus limites de
possibilidade», explicam os irmãos Aires Mateus, e facilmente se percebe
que o recorte da fachada envidraçada, por onde a luz natural entra sem
pedir licença, funciona, também, como um muro pronto a defender a
intimidade dos que lá moram.
Nos pisos superiores, cada um pode partir à descoberta do seu
microcosmos, na área dos quartos, e descer, depois, aos andares de
baixo para ver o seu universo expandir-se na receção, na zona de
apoio a visitantes, nas salas de jantar e de convívio e nas áreas técnicas.
Esboçando as condições para um movimento perpétuo, impulsionado à
medida das diferentes condições de mobilidade de cada um, o edifício
orbita também à volta da ideia de um percurso pontuado pelos corredores
com geometrias variadas e diversos pontos de apoio, «promovendo a
relação entre as pessoas», como sublinham os seus autores.
Mas, para que as fronteiras entre «lar» e «casa» se esbatam de vez,
Manuel e Francisco Aires Mateus procuraram ainda aproximar o interior
do exterior, delineando as hortas temáticas, o jardim e até colocando à
porta dos quartos as galinhas de tecido que anunciam os nomes de cada
um dos moradores. Devolvendo-lhes, assim, a memória do Alentejo que
nunca se apaga.
16
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
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d
design & arquitetura
TRIENAL DE ARQUITECTURA
Diálogos cruzados
Visão plural, imprevisível, de preferência, e uma distância crítica face à realidade.
É isto o que se pode esperar da Trienal de Arquitectura de Lisboa e do Projeto Kairos, seu parceiro
Por Helena Estevens Fotografia Filipe Pombo
«TODAS AS FORMAS competentes de
pensar, ver ou expor a arquitetura são
possíveis», explica José Mateus, arquiteto
e presidente da Trienal de Arquitectura de
Lisboa, evento que espera seja «tudo menos
morno ou desinteressadamente pacífico».
Cx: Disse, um dia, há muito, que o o arquiteto
era visto como uma figura poética. O que
mudou e qual o papel de uma trienal no modo
de olhar a arquitetura?
J. M.: A arquitetura é desenhada, pensada e
imaginada a partir da existência, a partir das
vivências, a partir do mundo onde flui não só
a vida das pessoas, mas a cultura e tudo aquilo
que se relaciona com os povos e as civilizações,
e tem, de facto, sempre subjacente um lado
poético. A sua qualidade é transformar a vida
das pessoas, é conferir outras possibilidades,
sobretudo num meio onde as vidas são
muitas vezes problematizadas, porque não
são simples ou, por vezes, não são tão felizes
como pensávamos. Em Portugal, chegou-se
a um ponto em que a atividade praticamente
parou. É um momento extremamente duro,
portanto esse lado poético, maravilhoso, de
a arquitetura poder transformar a vida das
pessoas e acrescentar possibilidades ao seu
dia a dia começa a ser uma realidade escassa,
quase inexistente.
A Trienal acaba por ser o mediador entre quem
produz a arquitetura e a investiga e o recetor.
Quem vive na arquitetura e quem queremos
que seja estimulado pela arquitetura. Na
realidade, acaba quase por ser uma espécie de
observatório da arquitetura. A Trienal tenta
encontrar os melhores intérpretes, os melhores
criadores, os melhores exemplos, as mais
competentes manifestações da arquitetura. E,
também, os pontos de reflexão mais urgentes
de arquitetura, colocando-os em discussão
sobre a mesa, através de concursos, expondo
resultados, mas, essencialmente, ativar
18
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
VAMOS MOSTRAR
UMA ARQUITETURA
QUE FUNCIONA EM
TEMPO DE CRISE
essa possibilidade de o grande público não
especializado – que é para nós uma prioridade
– relacionar e entender melhor o que é a
arquitetura no seu estado de maior exigência,
estado em que pode ser mais interessante e
mais importante para as suas próprias vidas.
O que a Trienal procura fazer é contribuir para
elevar o grau de exigência, sobretudo colocar
os tais exemplos da arquitetura no seu estado
mais competente perante as pessoas; colocá-lo de uma forma que as pessoas entendam e,
assim, contribuir para elevar essa consciência
do que pode ser a arquitetura.
Cx: O que poderemos esperar desta Trienal?
J. M.: Esta Trienal, Close, Closer, foi criada com
uma perspetiva de internacionalização mais
assumida, que envolveu um open call, ao qual
responderam inúmeros curadores e parcerias
de curadoria de vários países. Acabámos por
escolher até – e eu acho que isso fala sobre o
espírito da Trienal – uma curadora britânica,
que, na altura, tinha
29 anos, bastante
jovem, com um projeto
muito arriscado, que
corresponde a uma
visão da curadoria da
arquitetura muito pouco
comum e, sobretudo, muito
estranha à cultura da arquitetura entre nós.
Ao ponto de a Trienal ser alvo de crítica dos
meios mais especializados da arquitetura em
Portugal, o que, para nós, é um bom sintoma,
porque à Trienal interessa ser uma entidade
com uma visão plural. Para nós, todas as
formas competentes de pensar, ver ou expor
a arquitetura são possíveis e queremos que
essas várias formas tenham também acesso à
Trienal. O que é que vamos ter? Um evento
que vai demonstrar um entendimento da
arquitetura num sentido muito aberto. Não é
somente a arquitetura desenhada e construída
pelos arquitetos; é uma arquitetura entendida
num sentido pluridisciplinar e, também, uma
arquitetura que funciona em tempo de crise,
onde o papel social, a consciência social dos
arquitetos e o seu envolvimento enquanto
cidadãos nos problemas da cidade são um
facto central nas nossas atividades. Portanto,
venham essas críticas, são muito bem-vindas.
Estamos muito satisfeitos e esperamos uma
Trienal que venha a ser tudo menos morna ou
desinteressadamente pacífica.
Relativamente ao futuro, vamos fazer o balanço
desta aposta numa internacionalização. Há
uma ideia falsa de que internacionalização
tem a ver com o ir lá para fora. Mas pode
ser entendida cá dentro, envolvendo atores
de todo o mundo; depois, por outro lado,
tem as suas networks, as suas ligações não só
em galerias, museus, escolas de arquitetura,
revistas, blogues, etc. Estou absolutamente
confiante de que, a este nível, esta Trienal vai
ser fortíssima – aliás, já está a ser fortíssima
antes mesmo de inaugurar. Depois disto,
vamos fazer um balanço. Os primeiros
tópicos, que começam a ser colocados sobre
a mesa – e vão, com certeza, surpreender
muita gente –, vão confirmar esta nossa
escolha de pluralidade e de apontar caminhos
sempre diferentes. Interessa-nos, aliás, que as
pessoas percebam que a Trienal é tudo menos
previsível. Acho que isso é fundamental numa
instituição cultural.
UM DESAFIO IRRECUSÁVEL
A pluralidade da Trienal está bem evidente no ciclo Distância Crítica, «um caso
paradigmático» que «esgota completamente, tal é vontade das pessoas em participarem
nos nossos eventos», neste caso em parceria com o Projeto Kairos, explica José Mateus.
A conferência mais recente, em junho, teve
como convidados a dupla de arquitetos
chilenos Pezo von Ellrichshausen, autores
da última instalação no Pavilhão Kairos, Crux
Pavilllion, estrutura que, apesar de uma forte
relação com o pavilhão, não chega a intervir
diretamente com o mesmo, explicam.
Abordando o Crux Pavillion, bem como
as razões por trás da sua conceção e a
sua relação «com o contexto intelectual
do nosso trabalho», os arquitetos falaram
«sobre quatro obras de arquitetura, quatro
projetos com uma planta baseada numa
cruz, semelhante à cruz instalada aqui, de
diferentes formas. Às vezes, é uma cruz muito
simétrica; outras, muito assimétrica; outras
ainda, uma cruz que se repete muitas vezes,
mas são quatro projetos que têm o mesmo
ponto de início conceptual.»
Projeto de João Quintela e Tim Simon, que
trabalharam cerca de um ano no atelier
Pezo Von Ellrichshause, no Chile, o Pavilhão
Kairos foi desenvolvido para estimular, gerar
e apresentar trabalhos em que o espaço se
assume como temática principal e inevitável.
«Quando nos mostraram o Kairos, interessou-nos o facto de ter uma estrutura muito
forte, tanto em planta como internamente,
uma circulação muito estrita, mas que, por
dentro, propõe uma assimetria que não
é óbvia desde fora. Interessava-nos uma
pequena intervenção que evidenciasse essa
estrutura assimétrica. A nossa proposta é um
complemento ao pavilhão, que faz com que,
de fora, sem o tocar, mostre o que se está a
passar por dentro.»
«A estrutura é muito simples. Temos,
basicamente, um exercício de equilíbrio de
gravidade. O exercício de fazer uma cruz
marca sempre um ponto e esse ponto (que
é a pedra e que é o que tem a intenção,
todos esses 100 quilos a flutuar) marca
também o ponto de assimetria do pavilhão.»
Simplesmente porque não está no centro,
mas antes deslocado. A inspiração nasceu da
«energia do Kairos» e da afinidade de todos
joão quintela, coautor do Pavilhão Kairos,
e a dupla de arquitetos chilenos Sofia von
Ellrichshause e Mauricio Pezo, responsáveis
pela instalação Crux Pavillion
os envolvidos. Tratou-se, também, de
«um desafio ao qual não podíamos dizer
que não», frisa a arquiteta. Outro aspeto a
considerar é o facto de o Kairos funcionar
como um somatório de intervenções de
diferentes arquitetos, «o que permite
diálogos cruzados de arquitetura muito
interessantes, que funcionam por
contraposição de propostas». Isto
possibilita «gerar uma nova reflexão, que
é independente de cada proposta em
particular. É como uma cimentação de
conhecimentos em que todos os projetos
começam a falar um discurso comum».
Protocolo com a Ordem dos Arquitetos
A Caixa tem um protocolo com a Ordem dos Arquitectos (OA), do qual resulta um conjunto de
vantagens para os seus membros. Em causa estão benefícios em produtos e serviços financeiros,
assim como descontos de bilheteira na Culturgest, entre outras vantagens. Com este protocolo, a
Caixa posiciona-se como parceiro privilegiado desta classe profissional, assegurando a presença
em certames nacionais realizados pela OA, tal como em outras iniciativas ou projetos de interesse
comum e canais de comunicação privilegiados com os 20 mil membros da Ordem.
Cx
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d
design & arquitetura
I N E LO
Bonecos com alma
Chamam-se (Im)Perfeitos e, tal como nas pessoas, mostram que são
as imperfeições que nos tornam perfeitos para quem gosta de nós
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo
INÊS E GONÇALO são namorados,
designers e com muitos interesses em comum,
combinação que tornou inevitável tentarem
criar algo juntos. O que começou por ser uma
brincadeira e uma espécie de hobby é, hoje, o
seu trabalho a tempo inteiro. «Não podíamos
ter maior garantia de que tudo o que fazemos
é com amor e dedicação», dizem.
E entre as muitas coisas que eles fazem,
tocando várias vertentes do design (estão todas
em www.inelodesign.com), estão o craft design
e os (Im)Perfeitos, bonecos personalizados
que retratam quem desejar ter uma versão
artesanal de si mesmo. A história destas
personagens tem por base o facto de Inês
sempre ter gostado de trabalhos manuais.
Certo dia, de forma a aproveitarem esse gosto,
Gonçalo fez uma ilustração que viria a ganhar
forma física. «Assim surgiu o nosso primeiro
boneco, que acabou por superar as nossas
expectativas», recordam. «Escusado será dizer
que, no fim de semana que se seguiu, fizemos
mais umas quantas experiências, ao ponto de
criarmos uma família. O nome (Im)Perfeitos
acabou por surgir com muita naturalidade,
pois, sendo amadores na matéria, estávamos
muito longe de fazer um trabalho dito
perfeito. Além de que acaba por ser um
bocadinho como as pessoas: todos temos
imperfeições e é isso que nos torna perfeitos
para quem gosta de nós.»
Felicidade e sustentabilidade
De um momento para o outro, aquilo
que começou como uma brincadeira
transformava-se num negócio. De início, meio
complicado, com poucas encomendas e um
«porta a porta nas lojas»; depois, com maior
visibilidade e maior procura, a partir do
momento em que o projeto foi destacado na
imprensa. Hoje, são vários os que procuram
este trabalho personalizado, a um preço
20
Cx
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acessível. «É engraçado que, desde que
começámos com os (Im)Perfeitos, já muita
coisa mudou. Não só no que toca ao cliente
e à maneira como nos vê, mas, também, na
própria personalização do boneco», explicam.
«Inicialmente, quando ainda pouca gente
tinha ouvido falar de nós, só compravam
para as crianças e, por norma, era sempre um
dos nossos modelos standard. Hoje em dia,
raramente nos pedem esses modelos
e o nosso público-alvo vai desde o bebé
recém-nascido à avó.»
Entre os materiais utilizados na confeção
deste (Im)Perfeitos, que levam, no mínimo,
três dias a ser criados, encontramos tecidos
reciclados, numa prova de respeito pelo
Planeta. «É cada vez mais importante
que os designers se preocupem, durante
o processo de criação, com a reutilização
de materiais e com todo o tipo de fatores
ambientais. É essencial ter conceitos e
estratégias que visem desenvolver soluções
voltadas para a sustentabilidade, reutilização,
reaproveitamento e eficiência energética,
contribuindo, desta forma, para o paradigma
da produção e consumo sustentável»,
defendem Inês e Gonçalo, que,
até final deste ano, gostavam de
arranjar maneira de o seu trabalho
ajudar quem mais precisa. E a
esse objetivo, estes dois designers,
felizes por poderem fazer
aquilo que realmente
gostam, acrescentam
outros desejos: «Mais
inspiração, mais
ideias, mais motivos
para continuarmos
com os nossos clientes
e abrir portas a quem
se quiser juntar
a nós.»
«É IMPORTANTE QUE
OS DESIGNERS SE
PREOCUPEM COM OS
FATORES AMBIENTAIS»
design & arquitetura
d
CLIENTES CGD COM
DESCONTO NA FUNDAÇÃO
EXD
Acrónimo de experimentadesign, utilizado
para designação das bienais promovidas
por esta associação cultural sem fins lucrativos.
19 CORES
Invasão do verde
Durante dois meses, o Jardim das Amoreiras, em Lisboa, é palco
de uma intervenção pro bono da experimentadesign. A iniciativa, com o tema
Foto: D.R.
19 Cores, assinala o 105.º aniversário de Helena Vieira da Silva
A CERCA DE QUATRO MESES do início da
Bienal EXD’13, o ponto alto da programação
deste ano da experimentadesign, cuja semana
inaugural decorrerá entre os dias 7 e 10 de
novembro (ver caixa), a Associação continua
a trabalhar noutros projetos, mantendo a sua
postura ativa na dinamização cultural da cidade
de Lisboa.
Foi neste contexto que o Jardim das
Amoreiras recebeu uma intervenção que
celebrou o 105.º aniversário de Maria Helena
Vieira da Silva, uma iniciativa pro bono da
experimentadesign, com o apoio da JCDecaux,
em resposta ao convite que lhe foi dirigido
pela Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva.
A proximidade da Fundação ao jardim, cuja
fachada se encontra precisamente virada para
este espaço verde, inspirou esta iniciativa ao
ar livre baseada no Testamento, um texto onde
a artista lega aos seus amigos 19 cores e os
significados que lhes atribuíu. Assim, durante
dois meses, entre 13 de junho e 15 de agosto,
essas 19 cores aliam-se ao verde do jardim na
forma de mupis. A cada cor e a cada sentido
dado por Vieira da Silva, a experimentadesign
juntou outras tantas fotos, suas e do seu marido,
Arpad Szenes, resultado de uma seleção aleatória
a partir de um grupo de 215 imagens enviadas
pela Fundação.
Esta intervenção no espaço público
transformou o já de si pacato Jardim das
Amoreiras num amplo espaço de reflexão,
convidando o público a descobrir a obra da
artista através da apreciação de cada cor e da
sua própria interpretação. A deslocação para
o ar livre permitiu o contacto direto não só
com os utilizadores regulares do jardim, mas,
também, com toda a população, incluindo a
que estaria menos disponível para se deslocar a
uma galeria. À noite, a iluminação de cada mupi
dá ainda mais colorido ao jardim, destacando a
intervenção da experimentadesign.
Enquanto não se dá o arranque da EXD’13,
fica uma proposta para as suas manhãs, tardes
ou mesmo noites de verão, onde ficará
a conhecer a excelência quer das propostas
culturais da experimentadesign, quer do trabalho
de Vieira da Silva.
Criada em 1990, de forma a
promover a divulgação e o
estudo da obra do casal, a
Fundação Arpad Szenes Vieira
da Silva está instalada na antiga
Real Fábrica dos Tecidos de
Seda, num edifício do século
XVIII situado no Jardim das
Amoreiras, em Lisboa. A Caixa
Geral de Depósitos, mecenas
da Fundação, assegura aos
seus Clientes um desconto de
50% nos bilhetes de entrada
para as exposições, mediante a
apresentação de um cartão de
débito ou de crédito CGD.
NO BORDERS
De 7 de novembro a 22 de
dezembro. Semana inaugural
de 7 a 10 novembro
Iniciativa internacional dedicada ao
design, arquitetura e criatividade,
a Bienal EXD posiciona-se como
uma plataforma dinâmica e
arrojada que promove a cultura
contemporânea, através da discussão
e da reflexão. A edição de 2013 tem
lugar entre 7 de novembro e 22 de
dezembro, com o apoio da CGD,
inaugurando um novo formato
onde se reforça a componente
de informação e formação direta,
através de conferências, fóruns,
debates e workshops. O programa
assume, além das exposições, um
investimento mais profundo em
projetos e conteúdos aplicáveis
à cidade de Lisboa, constituindo
legados com uma maior permanência
e duração.
Nesse sentido, a EXD’13 adota o mote
No Borders, um tema que procura
responder aos obstáculos e fronteiras
das sociedades contemporâneas.
Assim, No Borders centra-se na
deteção e na análise daquilo que são
algumas das principais barreiras que
o ser humano, enquanto animal social,
tem criado ao longo dos tempos. Não
só na sua identificação e definição,
mas, também, no desenvolvimento
de potenciais soluções que as
permitam transformar.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
21
a
automóveis
ZOE
Muito elétrico
O ZOE é a cereja no topo da oferta elétrica Z.E.
da Renault. Tem cinco lugares, espaço para bagagem
e consegue mexer-se muito bem em cidade
Por Luís Inácio
CHEGA, FINALMENTE, ao mercado
português aquela que, sem margem para
dúvidas, é a proposta mais equilibrada da
oferta de automóveis elétricos da Renault.
Revelado, na sua versão final, no Salão
de Genebra, em março de 2012, o ZOE
apresenta todos os argumentos de um
automóvel cem por cento
elétrico e mais um: é o
único com uma autonomia
homologada de 210
quilómetros, conseguindo
percorrer, em condições
ditas normais, entre 100 e
150 quilómetros. Ou seja,
a grande vantagem do ZOE
é, sem dúvida, a possibilidade de fazer mais
quilómetros com uma única carga de bateria.
E se é certo que ainda não é possível ir de
Lisboa ao Porto ou de Lisboa ao Algarve sem
parar, pelo menos, uma vez para carregar, já
estivemos, de facto, mais longe disso.
No caso da Renault, a tecnologia adotada
que permite que essa meta esteja cada vez
22
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
urbano O ZOE reúne as
capacidades de um citadino
com a vantagem de ser elétrico
mais próxima chama-se
Range OptimiZEr, uma
invenção que consegue reduzir a percentagem
da incidência das condições de circulação na
autonomia do veículo, através de um sistema
de travagem regenerativo (permitindo que
o motor atue como gerador sempre que
o condutor trava ou desacelera), de uma
bomba de calor (que aquece o habitáculo
sem prejudicar a autonomia) e de um jogo
A Carglass é especialista em
vidros para todas as viaturas
e apresenta um conjunto de
soluções integradas, rápidas
e eficazes para qualquer tipo
de problema. Dispõe de um
serviço móvel gratuito, onde
quer que esteja, para reparação
ou substituição do seu vidro.
Tudo sem burocracias e com
rapidez e qualidade no serviço.
A Carglass oferece aos titulares
de cartões da CGD 15 por cento
de desconto na substituição
do vidro. Para usufruir desta
vantagem, deverá efetuar o
pagamento com o respetivo
cartão, não sendo o desconto
acumulável com outro tipo de
promoções ou ofertas.
Saiba quais os cartões em
www.vantagenscaixa.pt.
Saiba mais sobre a Carglass
em www.carglass.pt
ou ligue o 808 23 53 53.
de pneus Energy TM E-V, projetados pela
Michelin especificamente para o ZOE.
Apesar de a possibilidade de chegar
mais longe com o ZOE já ter, praticamente,
monopolizado o espaço reservado para este
texto, convém não esquecer que este Renault
foi pensado para o ambiente das cidades e,
também aí, soma vantagens. Numa utilização
quotidiana, é, aliás, um pequeno grande carro,
já que não só permite sentar cinco pessoas
(apesar de, na verdade, ser efetivamente
mais confortável para apenas quatro), como
também apresenta 338 litros de capacidade
na bagageira, podendo, inclusive, chegar
aos 1225 litros com o rebatimento do banco
traseiro. Versátil. Não se deixe, pois, enganar
pelas suas dimensões compactas (4084 mm de
comprimento e 1730 mm de largura).
Na hora de comprar, tal como em todos
os automóveis elétricos da Renault, deve
considerar não só o valor de aquisição (a partir
de 21.275 euros), mas, também, o do aluguer
das baterias, que, no caso do ZOE, é de 79
euros/mês para um contrato de três anos e
12.500 quilómetros/ano.
Os dados estão lançados. Chegou o
automóvel que os concorrentes devem temer
e para o qual deve olhar muito atentamente se
está a equacionar a aquisição de um elétrico.
c
culto
LE MALE SUMMER
FRAGRANCE
Perfume tatuado
D-LUX 6 G-STAR RAW EDITION
Imagens na moda
As marcas Leica e G-Star RAW
associaram-se no lançamento de uma
edição especial da D-Lux 6. O icónico
modelo da Leica diferencia-se dos
modelos de linha pela inclusão de uma
caixa de cabedal castanha, de uma alça de
transporte exclusiva – ambas G-Star RAW
– e uma nova estrutura de ponto no corte
do cabedal.
As tatuagens foram o
ponto de partida para
os novos perfumes de
edição limitada de Jean
Paul Gaultier. Carpas,
aves, flores e criaturas
fantásticas remetem
para o universo
multicultural de Gaultier,
no frasco da fragrância
Le Male, dedicada ao
verão. Com lavanda,
menta, cardamomo,
relva cortada, folhas
verdes, baunilha,
almíscar e sândalo.
Disponível em 125 ml.
WAVES
Com muita onda
O movimento das ondas do mar inspirou
o design da nova linha Waves. A coleção,
assinada pelo gabinete interno da marca
portuguesa SPAL Studio, inclui uma
composição de mesa, mas também de chá
e café, num total de 12 peças. Os titulares
de cartões da CGD têm 15 por cento de
desconto sobre o PVP recomendado, até
30.09.2013, em www.loja.inexistencia.com,
apresentando o código «INXSPAL». Não
acumulável com outras promoções.
RACE DAY
Relógios na pole
SPOON XL
Relaxar no banho
Desenhada pelo estúdio Benedini
Associati, a banheira Spoon XL é
uma daquelas peças intemporais
da italiana Agape. Produzida em
Cristalplant, é um autêntico convite a
relaxar. Disponível na Loja do Banho,
onde os titulares de cartões da
CGD têm 15 por cento de desconto,
exceto em produtos epicuristas.
Saiba quais os cartões em
www.vantagenscaixa.pt.
Os monolugares
e todo o ambiente
de Fórmula 1 são
representados numa
coleção, que celebra
a ligação da Ferrari
à categoria mais
competitiva do desporto
automóvel. Entre as
quatro coleções da
Scuderia Ferrari Orologi,
destacamos a linha
Race Day, que evoca a
emoção dos Grandes
Prémios.
GINGA
Sapatos com o dedo de Lagerfeld
Karl Lagerfeld, nome incontornável no
mundo da moda, surpreende numa nova
colaboração com a marca Melissa. Com total
liberdade criativa, o designer criou quatro
peças, duas delas exclusivas, como este
sapato de salto alto que interpreta a ginga
brasileira. A parceria é para manter pelo
menos nas próximas quatro coleções.
Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que
o utiliza em compras, este cartão tem associado um programa de pontos para obtenção de descontos nas agências de viagens da Tagus, benefícios em vários
parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em www.cgd.pt.
(1)
TAEG de 25,4%, para um montante de 5000 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,25%.
24
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
soluções
ACREDITE EM SI
A Acreditar – Coaching e
Empreendedorismo tem
como missão apoiar as
pessoas e as organizações,
promovendo o bem-estar e o seu
crescimento, impulsionando uma cultura
de empreendedorismo e de mudança e
transformando ideias em ações.
A empresa tem à disposição
dos clientes sessões de
coaching, de motivação e
de empreendedorismo,
ajudando, também, na
preparação de entrevistas de emprego,
na elaboração do curriculum vitae e a
implementar ideias de negócio. A empresa
disponibiliza, ainda, workshops de coaching,
s
de imagem pessoal, marketing, de motivação,
de comunicação e de fidelização de clientes,
bem como consultoria em marketing
e recursos humanos.
A Acreditar – Coaching e Empreendedorismo
oferece aos titulares dos cartões da
Caixa 15 por cento de desconto em todos
os serviços. Saiba quais os cartões em
www.vantagenscaixa.pt.
LARDOCELAR
Cuidados de saúde ao domicílio
Consultas ao domicílio, transporte em ambulância
e entrega de medicamentos
Fotos: D.R.
APRENDA A COMER
A Yoonic – Nutrição e Educação
Alimentar acredita que comer é um
prazer do qual não deve abdicar,
propondo uma experiência única.
Cada consulta é personalizada, face
às preferências e necessidades
dos clientes, num espaço
também único: uma
cozinha confortável e
descontraída.
Neste espaço,
pode testar as
dicas recebidas e
aprenderá bons hábitos
alimentares, como o que
adquirir, a ler os rótulos dos
alimentos, a organizar a despensa,
etc. E receberá, ainda, kits especiais,
com os quais será mais fácil atingir os
objetivos.
A Yoonic organiza, também, workshops
com variados temas, sempre com o
intuito de mostrar que cozinhar de
forma saudável pode ser fácil, divertido
e saboroso!
Os titulares de cartões da CGD têm 20
por cento de desconto em consultas
de nutrição e workshops de culinária.
Saiba quais os cartões em
www.vantagenscaixa.pt.
O LardoceLar disponibiliza um completo e
abrangente leque de serviços de cuidados de
saúde e apoio ao domicílio. É disso exemplo
o envio de médico a sua casa, um serviço com
a qualidade e o atendimento de sempre, no
LardoceLar, desde que foi fundado, em 2001.
No caso de um médico de Clínica Geral,
a consulta domiciliária está disponível
na Grande Lisboa e no Grande Porto,
respetivamente, a partir de 65 euros e de 70
euros. Além disso, pode, também, solicitar
consultas de outras especialidades através do
LardoceLar, por telefone ou e-mail, neste caso
após um pequeno e simples registo em
www.LardoceLar.com.
Também estão disponíveis outros serviços,
como o transporte de pessoas doentes ou
a entrega de medicamentos. Ao nível do
transporte, pode solicitar ao LardoceLar o
envio de uma ambulância para levá-lo, a si ou
a um familiar, incluindo pessoas acamadas,
para o estabelecimento hospitalar desejado.
Quanto à aquisição e entrega de
medicamentos, basta que os mesmos sejam
prescritos por um médico devidamente
habilitado para o exercício da profissão. Este
serviço do LardoceLar está disponível a partir
de dez euros, aos quais se acrescem os valores
de táxi, do estafeta e dos medicamentos, tudo
sujeito a IVA à taxa em vigor, podendo o
pagamento ser efetuado em dinheiro.
Saiba mais em www.LardoceLar.com
ou em 808 2001 40.
O SEU MELHOR
A preto e branco ou a cores, as fotografias relembram-lhe momentos que nunca mais
esquecerá e a Spoil existe para eternizar estas emoções. Para captar o seu melhor.
Presente em Lisboa e no Porto, esta empresa, criada em 2005, fotografa
momentos únicos, permitindo-lhe guardar aquela data, aquele
sentimento, numa só imagem. Aproveite, conheça este parceiro da
Caixa e deixe-se estragar com mimos.
E, por ser Cliente da Caixa, tem acesso a cinco por cento de
desconto no valor das sessões fotográficas Spoil Pré-mamã, Spoil
Família e Spoil Mulher. Saiba quais os cartões da CGD que dão
acesso a esta vantagem em www.vantagenscaixa.pt.
25
g
gourmet
VARANDA
PARA O MAR
Paladares que dão sal à
vida, para provar numa das
mais belas praias do País.
V O LT A R A O C A I S
Armazém
de sabores
Não chegamos lá de canoa, nem nos deixamos
abalroar, mas sempre que as correntes do Tejo
nos puxam até Alhandra, importante ponto de
desembarque de outros tempos, não resistimos ao
Voltar ao Cais. Vogando ao sabor dos apetites do
rio que lhe alimenta a carta, o restaurante balança
entre o toque moderno do ambiente e a tradição que
serve de caldo às iguarias ribeirinhas. Ancorado à
história da terra e do rio, o espaço é atravessado pela
memória do antigo armazém de arroz sobre o qual se
ergueu. Para tomar o gosto ao tempo em que o cais
14 era um dos mais importantes portos de comércio
da região, basta deixar o olhar afundar-se nas
fotografias da época, a preto e branco, e nas largas
vigas de madeira que correm o teto de um lado ao
outro. Quando quiser desembarcar no século XXI,
é hora de deslizar sobre as paredes vermelho-rubi e
sobre os pormenores mais arrojados da decoração,
mas, sobretudo, mergulhar nas especialidades da
casa. Com um travo ao Tejo, que se pode degustar no
terraço Voltar ao Cais Terrasse, provem-se o camarão
do rio, os linguadinhos fritos à moda de Vila Franca,
o ensopado de enguias, a caldeirada do mar, a açorda
de sável ou outras propostas mais inovadoras como
os crepes de camarão com molho de tomate.
CONTACTOS
Morada
Avenida Major Joaquim Paiva, 55, Alhandra
Telefone
219 512 373
Site
www.voltaraocais.pt/
Horário
Das 12 horas às 15h30 e das 19 às 22 horas.
Encerra ao domingo à noite e à segunda-feira.
Preço médio
€ 20
O aroma dele invade o
varandim, para logo se
propagar pelo edifício
de madeira estendido
sobre as dunas. Em vagas
constantes, o seu gosto
vai, depois, irromper
pelos pratos e petiscos
confecionados com
uma pitada de mar. Não
surpreende, por isso,
que o sal dê nome ao
restaurante que tempera
os dias de verão passados
na idílica Praia do Pego,
na Comporta. No espaço
que rebentou no ano
passado, agora com João
Hipólito Raposo ao leme,
o bordado azul do oceano
sobre o dourado do areal
deixa água na boca, mas
o melhor mesmo é afogar
a fome no peixe fresco
grelhado e nas várias
especialidades de marisco,
nos camarões pequenos,
colhidos no rio ou no mar,
na saladinha de polvo, nas
amêijoas ou no gaspacho
de espargos com camarão
ao centro.
Fotos: D.R.
SAL
Morada
Praia do Pego, Carvalhal
Telefone
265 490 129
Horário
Das 13 às 23 horas.
Encerra à segunda-feira.
Preço médio
€ 35
26
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
p
prazeres
À mesa com o verão
Gosto destes dias quentes, em
que os almoços de domingo são
ao ar livre e é como se o verão se
sentasse à mesa connosco. Gosto
do calor com sobremesas geladas e,
nesta edição, trouxe um parfait que
não podia ser mais do que perfeito.
Um parfait é uma sobremesa gelada,
à base de ovos, açúcar e natas.
A sua textura cremosa deve-se ao
seu conteúdo de açúcar e gordura,
bem como ao ar incorporado ao
bater as natas e os ovos. O praliné
de amêndoa torna-o deliciosamente
viciante!
PA R FA I T D E P R A L I N É
DE AMÊNDOA
Delícia gelada
a delícia de...
Leonor de
Sousa Bastos
PARA 6 PESSOAS
> 250 g de açúcar
> 125 g de amêndoa
pelada e tostada
> 45 ml de água
> 375 g de natas para
bater (32%-35% M. G.)
> 125 g de claras (cerca
de 3,5 unidades)
> 125 g de açúcar
Praliné de amêndoa:
Preparar um tabuleiro untado com óleo de girassol.
Levar ao lume os 250 g de açúcar, com água, até que fique caramelizado.
Adicionar a amêndoa e verter o caramelo no tabuleiro.
Deixar arrefecer completamente.
Em frio, partir o caramelo em bocados mais pequenos, com a ajuda de
um martelo ou uma faca.
Colocar os pedaços de caramelo dentro de um robot de cozinha e triturar
até que fique um granulado pequeno, mas não muito fino.
Guardar num recipiente protegido da humidade.
Bater as claras até que comecem a ficar firmes.
Adicionar os 125 g de açúcar, aos poucos, até que as claras tenham o
aspeto firme e brilhante de merengue.
Bater as natas até que fiquem esponjosas, mas não demasiado firmes.
Adicionar um terço das natas ao merengue e misturar bem. Adicionar as
natas restantes e incorporar com movimentos suaves.
Juntar o praliné à mistura, com cuidado, reservando cerca de 60 g para
polvilhar no final.
Verter o parfait numa forma retangular de 25x11x6,5 cm.
Congelar, no mínimo, durante oito horas ou, preferencialmente,
de um dia para o outro.
Retirar do congelador cerca de dez minutos antes de servir, desenformar e
polvilhar com o praliné reservado.
Nota: Para ajudar a desenformar, pode-se humedecer, ligeiramente, a forma por dentro e forrar
com película aderente, de maneira que a película se possa puxar e não obrigue a passar a forma por
água morna.
VIRGO 2012
Um branco para queijo
e peixe.
O monte está na posse
da família desde 1839.
Atualmente, alguns
ramos da quarta geração
de descendentes, as
famílias Bagulho Albino,
Rosa Bagulho e Bagulho
Vasconcelos, mantêm
as suas terras em
comum, tendo criado um
conjunto de sociedades
agrícolas para explorar
comercialmente o seu
património agrícola, em
termos de agropecuária,
cereais, montado/floresta
e vitivinicultura. Em 2004,
começaram o projeto
de produção de vinho
com marca própria. O
seu Virgo Branco 2012 é
muito fresco e tem grande
intensidade aromática,
com notas florais e
frutadas (citrinas e de
fruta tropical madura). Na
boca é fresco e agradável,
com um bom final. É um
vinho para o início de uma
refeição, para acompanhar
entradas e alguns pratos
de peixe e marisco
pouco condimentados.
Produzido pela Torre do
Frade, na zona alentejana
de Monforte, tem como
base a casta Arinto, com
menores percentagens de
Viognier e Antão Vaz.
José Miguel Dentinho
Muito fresco
e com grande
intensidade
aromática, é
um vinho para
o início de uma
refeição, para
acompanhar
entradas e
alguns pratos
de peixe e
marisco pouco
condimentados
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
27
e
28
entrevista
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
NUNO GUSMÃO
Tempestade
criativa
A N A FAT I A
Numa tarde em que a conversa
voou e as ideias choveram em
abundância, pedimos ao vencedor
do prestigiado Red Dot Design Award e à
designer industrial que fez furor na Semana
de Design de Milão para nos guiarem pelos
ventos que sopram no design nacional
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Alexandre Bordalo
Cx: Quando falamos em design, facilmente se identifica o que é design
italiano ou design alemão, por exemplo. O design nacional também tem
uma identidade própria ou permanece uma realidade heterogénea?
Nuno Gusmão (NG): Não consigo ver uma identidade no design
português, uma imagem portuguesa. Vejo-nos mais integrados numa
linguagem europeia, mesmo sabendo que na Europa também há
linguagens diferentes, consoante as zonas.
Ana Fatia (AF): O design é uma disciplina muito recente em Portugal.
Do meu ponto de vista, temos uma lacuna muito grande relativamente
àquilo que, um dia, poderá vir a criar uma identidade do design
português: as marcas. O design é uma disciplina e funciona em conjunto
– o designer cria, a produção produz e alguém que tem de vender. Neste
momento, creio que andamos todos a correr para lados diferentes e,
para que a identidade do design português nos projete no mundo, faltam
as marcas que levem os designers ao reconhecimento internacional.
Cx: Essa identidade faz falta para nos afirmarmos lá fora?
NG: Não me preocupa, porque creio que é muito mais importante
a qualidade do trabalho e o facto de esse trabalho ter uma abertura
internacional, procurando manter-se sempre na linha da frente para
encontrar soluções novas.
AF: Costumo dizer que somos um País de produção e é essa a nossa
mais-valia. Fazemos um trabalho extraordinário e temos uma mão
de obra bastante qualificada e isso é o que de melhor temos para
vender. Somos, também, um País bastante evoluído ao nível da
tecnologia. Direi mesmo que, a nível europeu – e isto na perspetiva
do design industrial e de equipamento, a minha área –, somos, talvez,
os melhores produtores. Claro que temos a concorrência de países
como a Alemanha, por exemplo, que está muito bem posicionada
e qualificada, também porque tem capital e um poder económico
completamente diferente do nosso. Mas, a meu ver, somos imbatíveis
na junção destas três valências: design, inovação e tecnologia.
Cx: São esses os fatores mais competitivos da nossa oferta?
NG: É muito mais a junção desses fatores e não tanto uma linha
estética. Mas, não só em termos de produção, como também ao
nível de criatividade, temos pessoas com muita qualidade. Acontece
que, com esta crise que estamos a atravessar, parece que, de repente,
o navio parou: há pessoas com muita qualidade a ficarem sem
trabalho. Trabalho há 25 anos e já vivi outras crises, mas nenhuma
como esta. Uma das alternativas é procurar oportunidades no
estrangeiro. O meu ateliê tem feito alguns trabalhos fora do País,
para os quais temos sido convidados pelo currículo da empresa, e
as pessoas com quem trabalhamos sentem sempre muita afinidade
com o nosso trabalho, o nosso profissionalismo, que é uma marca
portuguesa.
AF: Tive oportunidade de estudar no Norte de Itália e, na altura, foi
importante sair, porque me permitiu perceber que o nosso ensino é
muito bom. Em Itália, notei, claro, que tinham muito mais condições
do que nós, um sistema e uma organização melhor, mas foi evidente
que eles não são nem tecnicamente mais avançados, nem mais
criativos do que nós, pelo contrário. Nós somos, realmente, muito
bons criativos, muito bons produtores, o problema é que não nos
sabemos gerir, não nos sabemos vender.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
29
e
entrevista
Cx: É um problema de marketing?
NG: Tem muito a ver com a escala. Não é que não haja outros países
pequenos que se saibam organizar e façam uma gestão muito boa,
mas, com uma escala maior, é mais fácil. Mas temos, claramente,
problemas de marketing enormes. O associativismo entre os designers
está muito aquém do que seria desejável.
AF: Quando expus no Salão Satélite, na Semana do Design de Milão,
encontrei uma secção que era dedicada tanto a países como a escolas.
A pergunta é: porque é que as nossas escolas não estão lá? Eu estudei
naquela que considero a melhor escola pública de arte e design do
País, a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. As
Faculdades de Belas-Artes também são muito boas, tal como a Escola
Superior de Artes e Design de Matosinhos, por exemplo. Mas porque é
que elas não estão representadas nestes eventos?
Cx: Sabe responder a essa pergunta?
AF: Não, mas sei que os alunos e as escolas têm qualidade suficiente
para lá estar. Voltamos ao grave problema que temos, em termos
de gestão e marketing. Sabemos muito bem conceber e produzir o
produto, mas, a partir do momento em que ele existe, falta tudo o
resto, que é enorme. Claro que, neste momento, o desígnio é: vamos
internacionalizar. Mas essa não é a solução para tudo. Quando os
designers querem ir lá para fora ter um reconhecimento internacional
ou quando as empresas querem exportar, deparam-se com uma
discrepância de escala enorme. Posso dar um exemplo: para chegar
a Milão, em 2012, tive de lutar muito para ter um stand e conseguir
levar lá as minhas peças. E à minha frente estavam dez stands de
uma marca chamada Bélgica is Design. Os designers pagaram 200
euros para lá estar, cada um, e tinham a imprensa inteira do País a
segui-los. Se eles são melhores do que nós? Não são. Se nós temos
designers com os quais poderíamos encher um corredor a representar
Portugal? Temos.
NG: É esse esforço de marketing, de demonstrar que Portugal tem
muita capacidade criativa e produtiva, muito profissionalismo,
que é preciso desenvolver. Há muitos que fazem esse esforço
individualmente, mas é preciso fazê-lo de forma coletiva. No meu
ateliê, temos mais reconhecimento no estrangeiro do que cá. É curioso
que, desde que ganhámos o grande prémio do Red Dot Design Award,
na categoria de design de informação/espaço público, em 2011, temos
sido convidados para participar em diversos projetos internacionais
e não nos falta reconhecimento. E tentámos passar essa informação
cá em Portugal, obviamente por orgulho, mas, também, porque
acreditamos que pode funcionar como fator motivador, mas não houve
grande divulgação.
Cx: O design não está na agenda?
NG: De ninguém, o que é completamente estranho. Se nós fizéssemos
um esforço para mostrar a nossa criatividade nas áreas de design
de produto, moda, espaços, gráfico, comunicação, era como a Ana
dizia: enchíamos um corredor de pessoas com muita qualidade.
Ultimamente, tenho tentado juntar alguns designers com que me
identifico, para tentarmos fazer algo em conjunto. Não propriamente
um lobby, ou um cartel, mas um grupo que se juntasse para mostrar a
nossa qualidade lá fora.
30
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
NUNO, O DESENHADOR
Formado em Arquitetura e Belas-Artes,
Nuno Gusmão ressalva que não é designer,
mas o desenho - tranversal, sempre imprime-se-lhe na alma.
Talvez porque vá traçando tangentes entre
a arquitetura e as belas-artes e o design de
ambientes e de comunicação - que lhe serviu
de base para fundar o P-06 Atelier, junto de
outros três sócios -, Nuno Gusmão defende
«a transversalidade do design».
Mais do que nos dar conta dos feitos da P-06,
dentro e fora de portas, prefere conduzir-nos pelos projetos nos quais o ateliê se
tem destacado, em matéria de ambientes,
sinalética, museus e exposições. Entre eles,
saltam à conversa a intervenção na ciclovia
de Belém e no espaço das Caves Graham’s,
em Vila Nova de Gaia, um dos mais recentes.
Habituado aos grandes palcos internacionais,
Nuno Gusmão viu o seu P-06 Atelier ganhar
o grande prémio do prestigiado Red Dot
Design Award, na categoria de Design de
Informação/Espaço Público, em 2011, com
um projeto para o Pavilhão do Conhecimento.
E volta, agora, aos «Óscares» do design, em
2013, como júri do concurso.
«É ESSE ESFORÇO DE
MARKETING, DE DEMONSTRAR
QUE PORTUGAL TEM MUITA
CAPACIDADE CRIATIVA
E PRODUTIVA, MUITO
PROFISSIONALISMO, QUE É
PRECISO DESENVOLVER»
Nuno Gusmão
Cx: Foi um empurrão desses que faltou à Ana, na altura de chegar à
Semana de Design de Milão?
AF: Isso tornaria tudo muito mais fácil. Para ter conseguido lá
chegar e expor o meu trabalho em Milão, foi uma batalha enorme.
Mas tenho em mim os valores que, para se chegar a algum sítio,
é preciso trabalhar muito, com muito esforço. Não era só porque,
de repente, tinha sido selecionada para estar em Milão que tinha o
direito de exigir que as pessoas e as empresas me estendessem uma
passadeira vermelha. Claro que, à minha volta, tive muitas pessoas que
acreditaram no projeto: as empresas que têm sido minhas parceiras de
produção, os amigos que me ajudaram, as pessoas que contribuíram
para a campanha de crowdfunding, que me permitiu financiar a minha
ida a Milão.
Cx: Foi fácil vender o projeto, para que as pessoas contribuíssem?
AF: Foi preciso montar um projeto de comunicação e de marketing
e, acima de tudo, ser criativo. Escolhi a plataforma de crowdfunding
porque, na minha opinião, este é o caminho que nós, enquanto
jovens criativos e novos talentos, temos de seguir: o caminho da
autoprodução e autopromoção, de não ficarmos à espera do que o
Estado não deu ou do que não temos. Como não concordo com isso,
fui à procura de montar o meu projeto. Sou criativa, quero ser criativa,
nunca poderia aceitar esta negação, de que não seria possível. Como
gosto muito de comunicar com as pessoas e acho que o design nasce
para criar para o mundo, creio que tem de partir de nós, enquanto
criativos, ensinarmos as pessoas a verem o mundo de outra forma.
Então montei um projeto à minha volta, que se chamava Ana Fatia
GO, e fui para a rua durante três dias. Tinha cinco meninas, com
T-shirts identificativas, e fizemos uma campanha quase de marketing
de guerrilha. Depois, recorri a alguns truques: não perguntava às
pessoas se me queriam fazer uma doação, perguntava-lhes se queriam
ser meus sponsors, por exemplo. E, a partir do momento em que nos
expomos desta maneira, é preciso termos tempo para as pessoas,
envolvê-las no processo.
Cx: Parece um plano de marketing simples, mas muito bem montado.
O Nuno falava, há pouco, da forma como a crise está a deitar por
terra as oportunidades de muita gente que trabalha nesta área. Mas
este exemplo não mostra que, apesar de tudo, a criatividade pode ir
vencendo a austeridade?
NG: Acho que sempre foi assim e não há outra saída: só mesmo
pela criatividade. Como já disse, também passei por outras crises
e sei que esta questão é cíclica: depois disto virá a retoma e outras
crises se seguirão, também. O problema é que, neste momento, sinto
uma apatia enorme, a todos os níveis, e por isso é que as pessoas
falam tanto na internacionalização, porque o mercado está a ficar
esvaziado. Mas é preciso continuar a encontrar soluções criativas por
cá. Um exemplo é o projeto da ciclovia que une a Torre de Belém
ao Cais do Sodré, em que estivemos envolvidos. Foi um desafio que
nos foi posto pelo arquiteto paisagista a quem foi pedido para fazer
a ciclovia – porque não é normal pedir-se a um designer para fazer
uma ciclovia. E, ainda por cima, são infraestruturas que têm normas
rígidas. Nós aceitámos o desafio e quebrámos todas as convenções:
conseguimos não usar uma pista vermelha, que não fazia sentido;
deixou de se chamar ciclovia e passou a chamar-se pista ciclável, para
poder ter as inscrições que nós estávamos a fazer, e ainda inserimos
poesia, para as pessoas se sentirem mais satisfeitas. Estes momentos
de criatividade, de aceitar desafios fora daquilo que podem parecer os
objetivos imediatos do design e de gerar trabalho onde não existia são
o nosso mote e é aí que somos bastante criativos. Tentamos, também,
mostrar aos clientes que eles têm outras necessidades que talvez nem
soubessem – não se trata de inventá-las, mas de demonstrar ao cliente
que elas existem e são prementes.
AF: Acima de tudo, os criativos ou designers, nas diferentes áreas,
acabam por ser também consultores. O que temos de melhor é sermos
criativos e olharmos para as coisas de uma outra forma. Esse é o nosso
know-how, e tem um valor bastante elevado. Não somos só as pessoas
que fazem bonecos.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
31
e
entrevista
Cx: O design não pode viver divorciado da sociedade, das necessidades
das empresas e das pessoas?
AF: O design vive de uma análise bastante funcional das pessoas que
vão viver numa determinada realidade: ou a comunicar ou a usar um
produto. Por isso é que o design é uma disciplina e não um desenho
bonito. Também por isso, acredito que a criatividade se sobrepõe à
austeridade, como falávamos. Antes de partir para este projeto, estive
três anos a experimentar, trabalhei num ateliê e, depois, decidi que
iria trabalhar onde não existissem designers. Trabalhei num projeto
enorme de arquitetura de interiores: foi a minha primeira grande
obra, que me permitiu ser o braço direito de um business man que é
uma das pessoas mais criativas que conheço. Porque também para se
ser empresário é preciso ser-se criativo.
Cx: A economia portuguesa já vai sendo mais criativa?
AF: Eu ainda sou muito «pequena», mas, da experiência que tenho,
com os casos de sucesso e as pessoas e empresas com quem trabalho e
tenho como exemplo, considero que são muito criativas.
NG: Eu tenho outra experiência. O mercado não é assim tão criativo.
Tenho a sorte – e também é um pouco uma intenção – de trabalhar
com um conjunto de pessoas mais ligadas à cultura, que são os
arquitetos, os paisagistas, mais sensíveis a essas questões. Mas, o tecido
empresarial, como um todo, é um bocadinho reativo às inovações.
AF: É verdade que, em Portugal, há uma grande resistência à
mudança. Temos uma cultura muito enraizada de permanecer, de
tradição e de estar, em que a mudança não é bem-vinda. Isso deve-se, na minha opinião, a uma falta de conhecimento. Há pouco,
perguntava-se se temos uma identidade em termos de design: não,
não temos, porque, se tivéssemos, as pessoas não eram tão reativas.
Quando chegamos a Itália, à Holanda, à Alemanha, estende-se
uma passadeira vermelha quando dizemos que somos designers: faz
parte da cultura, está enraizado, foi criada uma estrutura, desde
sempre, onde tudo isso está incluído no pacote da educação. Aqui, a
disciplina de Design tem pouco mais de 20 anos.
Cx: A Ana já nos falou de alguns dos desafios que os novos designers
enfrentam. Este País não é para os jovens talentos?
AF: Enfrentamos muitos desafios. Mas nunca ninguém disse que
ia ser fácil e acho que, nestas áreas criativas, vai ser sempre muito
difícil. O meu avô era um artista e, para sustentar a família, tinha
de ter duas profissões: era pintor, era poeta, editou livros, pintou
inúmeros quadros de figuras públicas e, no entanto, tinha de ter
uma outra profissão. Parti sempre do princípio de que isso não
me assustaria. Tem de existir uma grande consciência de onde é
que nós estamos, do que é o nosso País. Quis fazer este curso, mas
tinha a certeza de que, quando isto acabasse, se o meu avô naquele
tempo fez assim, eu provavelmente também teria de fazer, porque
olhava à minha volta e nada mudou. Nunca estive à espera de sair
da faculdade e ter um emprego imediato como designer. É difícil.
Nós somos criativos, a criatividade vem do estômago. Nós vamos
sofrendo sempre porque, lá está, estamos um passo à frente e vemos
as coisas de uma forma que as outras pessoas não as conseguem ver.
Analisamos constantemente, pomos em causa constantemente. E
vamos sempre enfrentar muitas dificuldades.
32
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
ANA, A PEQUENA GRANDE
Faz questão de se sublinhar «pequena», mas
não lhe falta estatura para ombrear entre os
melhores jovens designers internacionais.
O destino artístico vinha-lhe traçado na árvore
genealógica. Herança do avô, pintor-poeta,
que lhe ensinou que a arte que sustenta a alma
nem sempre sustenta o corpo. E que, por isso,
é preciso lutar.
Porque a criatividade «vem do estômago»,
Ana Fatia tem feito por não baixar os braços. Foi
a persistência com que desenhou a campanha
de crowdfunding Ana Fatia GO que lhe permitiu
financiar a presença no Salão Satélite da
Semana de Design de Milão, em 2013. Já em
2012 lá tinha estado, para integrar o lote dos
cem melhores jovens designers do mundo.
Movida por um desenho orgânico, de quem é
«muito mais curvas do que linhas», a designer
industrial segue, porém, em linha reta para
continua a levar a sua coleção de mobiliário
surrealista Mother Mine & All of Us por
esse mundo fora. Uma coleção inspirada na
anatomia humana, que, em breve, se espera
que chegue a Xangai, para mais uma feira
internacional. Ainda não sabe como irá, mas
garante que vai. Isso é «ponto assente».
«AS FÁBRICAS, EM PORTUGAL,
SÃO MUITO PRODUTIVAS,
TÊM MÃO DE OBRA MUITO
QUALIFICADA E TÊM UM
MODELO DE NEGÓCIO PARA
SUSTENTAR E OS DESIGNERS
NÃO PODEM IGNORAR ISSO»
Ana Fatia
Cx: Essas dificuldades vão servindo de combustível para continuar?
AF: Creio que sim. Temos de perceber que a disciplina do design existe
para encontrar soluções. Como designers, nesta conjuntura, estamos cá
para isso. Não nos podemos acomodar, não podemos culpar uma série
de fatores externos – que não temos dinheiro, não temos emprego.
Acho que o que me faz não ter medo é saber muito bem onde quero
estar: ter objetivos traçados e saber muito bem aquilo que quero.
Estive três anos a experimentar e chegou uma altura em que percebi
que, em Portugal, dificilmente iria trabalhar naquilo que realmente
queria ser: uma criativa. Estudei fora, percebi como é que a disciplina
do design trabalhava a nível mundial e achei que, no ano em que toda
a gente tinha medo, por causa da austeridade, havia de ir à procura do
reconhecimento internacional, mas, sobretudo, de estar no mercado
global da minha profissão. Aqui é tudo mais difícil, porque está tudo
por fazer, mas é um grande desafio. Adoro trabalhar com a indústria.
E sempre ouvi dizer que a indústria não apoia os designers…
Cx: Como é que se estabelecem as pontes entre o lado criativo dos
designers e a indústria?
AF: Bati à porta de muita gente e muitos disseram-me que não. Estive
em empresas que estavam vocacionadas para um setor e não tinham
abertura para perceber que eu podia ser uma mais-valia, apesar de
eu ver isso. Houve muitos «nãos» neste processo, até chegar a esta
conjuntura de determinadas empresas que se juntaram e me apoiaram.
Mas foi tudo por iniciativa própria. E, quando entrei em contacto com
a fábrica que produz as minhas peças, disseram-me para ir lá, porque
também precisavam de fazer uma parceria com designers.
Cx: Foi importante criar essas sinergias: mostrar que não era só a Ana a
querer algo da empresa, mas que também lhes poderia acrescentar valor?
AF: Por isso também é que correu tudo muito bem e já desenhei
vários produtos para eles. Enquanto designers, temos de olhar para o
modelo de negócio das indústrias e das próprias empresas. As fábricas,
em Portugal, são muito produtivas, têm mão de obra muito qualificada
e têm um modelo de negócio para sustentar e os designers não podem
ignorar isso. Somos nós que temos de perceber como é que podemos
olhar para a indústria e para aqueles processos industriais e retirar
rentabilidade dali, gerando uma mais-valia para poder também fazer
outras coisas.
NG: É a tal resolução de problemas em que o design assenta. Mas creio
que se perdeu um pouco quando se começou a especializar demasiado
os vários designs que existem. A minha formação é muito abrangente
e, mesmo não sendo designer, acho que a formação de um designer tem
de ser também muito mais abrangente: transversal à arquitetura, ao
desenho.
Cx: Essa resolução de problemas para o qual o design tem de estar
vocacionado remete-nos, também, para a área do design social. O
design pode e deve ser uma ferramenta de mudança, a esse nível?
AF: Sem dúvida alguma. Esse foi o início da minha carreira e foi
assim que sempre vi o design. Existem novas plataformas criativas
em matéria de responsabilidade social e há diferentes maneiras de
pôr os projetos em marcha. Ao longo do meu percurso académico
e profissional, tenho procurado trabalhar em metodologias de co-design: trabalhar com as pessoas e para as pessoas. São exercícios
de trabalho que olham para a disciplina do design de uma maneira
bastante diferente e que, por norma, são aplicados a projetos de
responsabilidade social. A base para a maneira como lido com a
indústria vem, aliás, de um processo de co-design, que se baseia em
ouvir as pessoas, em perceber as suas necessidades. Acho que o
design tem esse poder e sinto um orgulho enorme e uma satisfação
extraordinária, como designer, em estar envolvida em projetos sociais
e sentir que, como designer, consegui mudar alguma coisa na vida das
pessoas. Claro que, quando faço projetos de design social, todo este
percurso de metodologia de intervenção com as pessoas vai acabar
num produto físico: porque eu sou uma designer industrial e vou,
depois, também buscar a relação com a indústria.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
33
h
h
história
de capa
história
de capa
DESIGN
O DESIGN
ESTÁ
EM TODA
A PARTE
( R E S TA S A B E R O Q U E FA Z E M O S C O M E L E )
34
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
TODOS OS DIAS, NOS MAIS
PEQUENOS GESTOS, AS
PESSOAS TOMAM CONTACTO
COM O DESIGN. NAS SUAS
MAIS VARIADAS FORMAS
E SEM QUE SE DÊ CONTA,
ELE INFLUENCIA
A NOSSA VIDA PESSOAL
E A FORMA COMO VIVEMOS
EM COMUNIDADE.
SE ESTAREMOS PERANTE
A FERRAMENTA PERFEITA
PARA O DESENVOLVIMENTO
SOCIAL E ECONÓMICO DE
UMA FORMA SUSTENTÁVEL
É A QUESTÃO QUE SE COLOCA
Texto Pedro Guilherme Lopes
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
35
h
história de capa
«TODOS TÊM IDEIAS
DIFERENTES SOBRE
O QUE É DESIGN.
ALGUNS PENSAM QUE
É A GRAVATA DO PAI,
OUTROS PENSAM QUE
É A CAMISOLA DA MÃE»
PAUL RAND
nossa frente, uma porta. Dizem-nos que se chama Plano e que é
uma porta corta-fogo. E que é a melhor forma de entrarmos nesta
tentativa de, ao longo das páginas que se seguem, perceber qual
o papel do design na nossa sociedade. Passamos, então, por esta
porta metálica de batente, com mecanismos de fecho ocultos,
que valeu à Porseg, o maior fabricante português de portas de
segurança e corta-fogo, um Red Dot Design Award na categoria de Design de
Interiores.
À
36
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Não se pense, no entanto, que esta distinção com
o mais prestigiado prémio internacional na área de
design industrial é algo que raramente acontece aos
designers, aos ateliers e às empresas portuguesas. Aliás,
o que começa a tornar-se raro é que passe uma semana
sem termos notícia de um projeto nacional de design
distinguido internacionalmente. Mas, curiosamente,
parece que essa disciplina ainda é olhada um pouco à
margem por grande parte da sociedade. Ou, se preferir,
parece que grande parte da população é capaz de olhar
e dizer «grande ideia!» ou «isto está muito giro!», mas
não faz a ponte para o trabalho de criatividade ou para
o conceito de design. É como se o design vivesse numa
periferia, da qual sente dificuldade em sair.
«Essa é uma periferia falaciosa», afirma Pedro Pires,
diretor criativo da Ivity Corp (mais uma distinguida
nos Red Dot, além de ser considerada Empresa do Ano
2013 pela M&P, pelo Clube dos Criativos de Portugal e
pela Marketeer). «Todos os dias, as pessoas contactam
com o design nas suas mais diversas formas. Num
jornal, numa cadeira, num automóvel, num festival, no
supermercado... E sentem a diferença, quando o design
cumpre o seu papel. Acredito que o que não existe é
uma perceção presente do que é o design e de que forma
ele melhora a nossa vida. Não existe uma cultura de
design, da mesma forma que, em Portugal, não existe
uma cultura do marketing ou uma cultura de marcas.
O País é, ainda, iliterato nessa matéria, como em muitas
outras que se prendem com a criação. Durante décadas,
fomos habituados e escolhemos produzir para outros
pelas ruas A Ivity
Corp aproveitou os
elétricos para renovar a
imagem da Coca Cola
magistra O White
Studio levou para casa
o Graphis Platinum
Award com esta garrafa
plano A porta criada
pela Porseg recebeu
um Red Dot Design
Award
e, noutros casos, apenas em produzir. As marcas só desde há 15 ou 20 anos
começaram a ganhar importância na nossa vida e na vida das nossas empresas
e indústrias. A nossa classe política só agora começou a despertar para estas
matérias e elas são, ainda, encaradas como aquilo que é preciso fazer na véspera
de lançar qualquer coisa. Mesmo nas universidades, nos cursos de gestão e
marketing, a consciência do design e da comunicação é uma coisa recente»,
completa Pedro Pires.
A ideia é reforçada por Eduardo Aires, professor na Faculdade de Belas-Artes
da Universidade do Porto (FBAUP) e responsável pela White Studio (igualmente
distinguida nos Red Dot e, recentemente, premiada com dois Graphis Platinum
Award e um Graphis Gold Award, dois dos mais importantes galardões na área).
Afirmando que os portugueses têm talento e capacidade, mas que vivemos numa
gigantesca pressão coletiva, fruto de uma enorme crise financeira, Eduardo Aires
defende que «esse fazer a ponte para o design, penso que não existe porque as
pessoas não estão predispostas a catapultar aquilo que possa ser bem feito no nosso
País. O dia a dia é minado por más notícias e nós somos um País pequeno e com
reduzida massa crítica. Mas as pessoas devem perceber que é através da afirmação
de novos projetos que, em momentos como este, surgem novas oportunidades.
Felizmente, o talento individual não tem nenhum compromisso com o estado
em que o País se encontra. Aquilo a que assistimos é à afirmação, fora de portas,
daquilo que se faz, e bem, em design, em Portugal. E nem é só em prémios.
Enquanto professor universitário, posso afirmar que os nossos alunos de design que
fazem Erasmus são, na sua maioria, considerados alunos de exceção. Infelizmente,
esse reconhecimento é maior fora de portas do que dentro de portas».
esse reconhecimento fora de portas
acaba por associar o design e os designers,
nomeadamente estas novas gerações, a um
termo muito em uso: empreendedorismo.
Um exemplo é a Suggu, marca criada pelas
amigas Susana Ribeiro e Mariana Patrício,
que faz design para crianças, criando deliciosos animais
em forma de almofada. «Para se ser empreendedor basta
ter ideias e pô-las em prática, sem que isso signifique,
obrigatoriamente, o uso do design como meio para se
atingir o sucesso», defende Susana Ribeiro. «Até porque
este processo, que cria valor, tanto pode ser utilizado
E
«A MELHOR FORMA
DE PREVER O FUTURO
É CRIÁ-LO!»
ABRAHAM LINCOLN
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
37
h
história de capa
em produtos, serviços ou indústrias já existentes, como em novos projetos de
criadores de empresas. No nosso caso, o design está, efetivamente, associado
ao empreendedorismo, já que foi através da nossa imaginação, criatividade,
da nossa vontade em querer fazer algo diferente e atrativo, dirigido a um
determinado segmento da população, que surgiu a ideia de lançar este projeto.»
Eduardo Aires vê esta associação como algo natural. «O designer é, por natureza,
um bicho criador. E, por consequência, empreendedor. Acredito que uma das
razões que leva a este fascínio pelo design é a adaptabilidade da disciplina. Um
designer de comunicação, por exemplo, pode estar a trabalhar na área da cultura,
com uma especificidade muito própria, como, logo a seguir, está a colaborar
com a indústria. Isto dá-lhe uma perspetiva muito abrangente das diversas áreas
da sociedade e um conhecimento que será sempre uma mais-valia enquanto
empreendedor.» Carlos Rosa, também ele professor, mas no IADE, onde coordena
a licenciatura em Design, chama a atenção para o facto da ideia de formação em
design ser relativamente recente. E acrescenta que o crescente desemprego ou a
dificuldade em encontrar trabalho quando se termina um curso potenciou esta
tendência de existirem cada vez mais freelancers e trabalhadores independentes.
«Acredito que o futuro passa muito por aí. Vejamos, toda a gente tem ideias, é algo
que nos define enquanto seres humanos. Assim, o que diferencia os designers de
formação e de profissão dos outros ‘designers’ é o facto de o processo de construção
ideológica ser completamente diferente, é a capacidade de agarrar nas ideias e
torná-las exequíveis e capazes de fazer a diferença. Na génese do design está a
criatividade, a colagem com uma supercola capaz de ligar os conceitos da arte e
os conceitos da técnica, da criação e da inovação. Para nós, designers, criar algo
de novo é ser empreendedor e, dentro destas novas políticas e na procura das
faladas economias criativas, ainda bem que o empreendedorismo passa a estar
colado àquilo que é o exercício do design. Que, ao fim ao cabo, será uma disciplina
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Cx
a rev i s ta d a ca i xa
lágrima A criação
de António Queirós,
distinguida com um
Graphis Gold Award
casamento A bota
da Rutz mostra como
a cortiça e o design
podem potenciar-se
quando conjugados
bonecos Na etiqueta,
lê-se «Suggu» e
são um exemplo de
empreendedorismo
poster Sérgio Alves
ganhou o Graphis Gold
Award, na categoria
poster anual (última
página)
que, com os profissionais certos, irá diferenciar todas as
qualidades do serviço ou do produto.»
O «elemento diferenciador» passa, assim, a ser uma
expressão incontornável, nomeadamente onde a velocidade
de informação e a concorrência feroz são imagens de
marca. No fundo, torna-se fundamental refletir sobre qual
o papel que cabe ao design e aos designers no processo de
desenvolvimento social, tendo como base, por exemplo, os
cinco princípios sustentáveis do economista Ignacy Sachs:
social, ambiental, económico, territorial e político.
Para Carlos Rosa, é importante nunca esquecer que «o
design será, acima de tudo, uma forma de pensamento».
No seguimento dessa ideia, o designer surge como um
crítico. «Acredito que, na génese da criatividade, está esta
capacidade de antever algo que surge como alternativa e
que, optimizando o que já existe, acaba por ser a solução»,
continua o professor.
António Queirós, diretor da Antonio Queiros Design e
professor da FBAUP, partilha da mesma ideia, chamando
a atenção para a evolução histórica desta relação e
defendendo que o reconhecimento internacional do
design gráfico português começa com Sebastião Rodrigues,
nos anos 60, tendo continuidade com o escultor João
Machado, nos anos 80, quando nem a profissão ou
o curso de Design existia em Portugal. «Nessa altura,
não existia a ‘cultura’ do design entre os empresários
portugueses», recorda. «Nestes tempos difíceis que
a nossa economia vive, as solicitações de trabalho
aumentam exponencialmente. Os empresários esperam
o retorno do design, que faz ‘parar o olhar’, para se
afirmarem em novos mercados e novos desafios. A nossa
economia não pode viver sem design, sem criatividade.»
«O DESIGN
DÁ AO MUNDO
ALGO QUE ELE
NÃO SABIA
QUE SENTIA
FALTA»
PAOLA ANTONELLI
Print
UMA APOSTA DE FUTURO
A Caixa aposta, diariamente, no design, enquanto meio de inovação
e de criação de valor, na busca de melhores soluções para os seus
Clientes.
A CGD ESTÁ AO LADO da economia nacional, contribuindo para a sua
competitividade e para a evolução sociocultural do País. A sua ligação
ao design visa, entre outros objetivos, materializar este incentivo à
inovação e à retenção de valor em Portugal. Esta ligação começa na
própria Caixa, «onde designers de formação e experiência diversa
intervêm em projetos correntes, ajudando a converter necessidades
em oportunidades de evolução e de valorização», explica Paula Viegas,
da Direção de Comunicação e Marca da CGD. «Racionalizam-se, assim,
tempo e custos no processo de criação, assegurando a transferência
de conhecimentos e contribuindo para o enriquecimento da cultura
interna.»
O design ajuda a criar modelos de gestão que reduzem a incerteza
no desenvolvimento de soluções, por isso, «quanto mais áreas da
Instituição forem correlacionadas, maiores serão as probabilidades
de sucesso e o contributo para uma cultura organizacional propícia à
inovação e ao desenvolvimento». Na prática, não é só a imagem,
como síntese visual do produto, mas, sobretudo, a conjugação de
atributos e mensagens que devem ser simplificados para facilitar a
perceção da sua utilidade. «É o Cliente que classifica o Banco e a sua
oferta e, com as suas expectativas e grau de satisfação, acaba por
influir na formação de competividade da Organização.»
Por isso, conclui Paula Viegas, «ajudar o mercado a ter uma
interpretação positiva da mensagem e da proposta de valor é uma
mais-valia que o design acresce aos processos de desenvolvimento,
de implementação e de comunicação».
será que podemos falar de uma economia
criativa, ou seja, de uma economia que deixa
de ter como principal matéria-prima algo
material, para passar a alimentar-se de ideias?
Pedro Pires defende o design como um
multiplicador económico. Como o elemento
diferenciador que permite criar novos produtos,
novas perspetivas sobre o mesmo produto, enfatizar
características e valores únicos, projetar esses produtos
ou serviços internacionalmente. E, nalguns casos,
melhorar claramente a vida das pessoas. «O design está
impercetivelmente embebido na nossa sociedade»,
explica, «mas tem de começar a ser usado como uma
verdadeira arma de marketing e diferenciação e não algo
que é, normalmente, reduzido à noção de logótipo.
A chamada economia criativa existe e vale muitos
milhares de milhões de euros, aqui e internacionalmente.
Hollywood é uma economia criativa. A publicidade,
o design, a moda... Tudo isso são atores da economia
criativa, que vive, essencialmente, da produção de
conhecimento normalmente aplicado ao comércio e
negócios ou à produção artística e cultural. O que se está
a fazer agora é uma consolidação conceptual, porque
economia criativa sempre existiu.»
Existiu e, hoje, começa a ser vista como podendo
ter uma grande influência no desenvolvimento
sustentável do País, criando riqueza e criando emprego.
«Se um produto criativo faz sucesso, se tem um
diferencial ou cria um estilo diferente, ele gera valor
acrescentado às exportações de um país», defende
Susana Ribeiro. «Uma economia como a portuguesa,
cujo desígnio de sobrevivência assenta na produção
e exportação de bens transacionáveis, só pode subsistir
E
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
39
h
história de capa
desde que as empresas sejam competitivas. A indústria de calçado é um bom
exemplo de como o design projetou a transformação de um produto baseado
em mão-de-obra barata e pouco competitivo para um produto de alto valor
acrescentado, transformando o sapato português num dos mais valorizados
nos mercados mundiais.»
«AS PESSOAS IGNORAM
O DESIGN QUE IGNORA
AS PESSOAS»
FRANK CHIMERO
40
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
as não é apenas a indústria do calçado
a utilizar o design com mestria. A
indústria corticeira é outro excelente
exemplo. Portugal é o primeiro país
produtor de cortiça a nível mundial,
mas isso não leva ao marasmo, nem
conduz a um cruzar de braços. Pelo contrário, assistimos
a um constante requestionar do produtos e do próprio
modelo de negócio. E não podemos esquecer o setor
vitivinícola, onde tem existido uma crescente preocupação
com o formato das garrafas e, especialmente, dos rótulos.
Tiago Cabaço, responsável pela marca Tiago Cabaço
Wines, é um exemplo da aposta em vinhos que aliam
qualidade a uma imagem contemporânea. Diretamente
de Estremoz, confessa sentir que o design sempre foi um
pouco desvalorizado pela economia nacional, chegando
ao ponto de afirmar-se que os portugueses não sabiam
vender os seus produtos. «Sempre foi nosso objetivo
obter um posicionamento diferenciado no mundo dos
vinhos, através de marcas arrojadas no estilo e no design,
de conotação jovem e urbana, de fácil memorização e,
principalmente, capazes de se tornarem globais. Com
o maior acesso à informação, o aumento do culto da
imagem e do bom gosto, ou seja, a democratização do
design através de uma classe informada e ávida a consumir
produtos com elevada agregação de design, temos tido
um desenvolvimento enorme», afirma. «Tudo começa
com o chamado ‘amor à primeira vista’, algo impossível
se não tivermos a imagem que provoque o click no
consumidor que é o nosso alvo. Primeiro, é preciso que o
consumidor aprove a imagem, abrindo-nos espaço para,
depois, sermos nós a provar que temos grandes vinhos.»
Curiosamente, tanto António Queirós como Eduardo
Aires, dois dos nomes que nos acompanham nesta viagem
pelo design, estão intimamente ligados a esta nova imagem
dos vinhos, assinando rótulos distinguidos: o primeiro
com um Graphis Gold Award, pelo rótulo da garrafa de
vinho Furtiva Lágrima; o segundo com dois Red Dot
Communication Design pelo Esporão Reserva&Private e
pelo Monocastas.
E é Eduardo Aires que não tem dúvida em afirmar
que o design tem de ser olhado como mais-valia e
como agregador de valor. «O design está, cada vez
mais, no centro das estruturas empresariais e culturais.
Vejo o design como uma das áreas catapultadoras do
desenvolvimento, como uma grande ferramenta para criar
diferença. Criar valor pela diferenciação é o gatilho para
que tudo possa ser notado.» António Queirós completa
o raciocínio, situando-nos num mundo em que tudo
se passa muito rápido e onde são poucas as situações
que nos fazem parar. «A nossa função é fazer ‘parar’ as
pessoas. É conseguir surpreender, conseguir arrancar um
sorriso ou uma exclamação. Para mim, este é o design que
convence, que se vende, que se compra e que perdura!»
M
observatório
o
POR EQUIPA DE DESIGN DA CGD: ANABELA TERCEIRO, ANA RITA ALMEIDA, CATARINA MOTA, HUGO BRÁS E SÓNIA SEQUEIRA
Resolver problemas concretos,
eis o propósito do design. Enquanto
estratégia, trata-se de algo inevitável
Ilustração: KTSDESIGN
no processo criativo: não há produtos sem design.
Bom ou mau, ele está lá.
NÃO FALAMOS DE UM ATRIBUTO especial, de uma característica
extra… Antes, de um processo tendente à garantia de
funcionalidade, onde se pressupõe uma relação entre forma e função,
contrariando, assim, uma ideia errada e circunscrita ao «estilo»
que se tem difundido nos últimos anos. Nesse sentido, um design
apurado, quer dos produtos, quer na sua comunicação, é sempre
determinante na competitividade
das empresas. Uma estratégia
assente neste pressuposto não só cria
valor, como abre portas à inovação
e à diferenciação, algo cada vez
mais fundamental para empresas
competitivas. Sobretudo, num
mercado global, saturado de bens
e de serviços similares.
Efetivamente, o mundo está
diferente. Abriram-se fronteiras,
a escala mudou, os métodos e as
tecnologias evoluíram, os hábitos
de consumo são distintos e muito
voláteis, mas o propósito das empresas
continua a passar por responder às
necessidades dos seus clientes. Mesmo
quando tal o desconhecem… «Muitas vezes, as pessoas não sabem
o que querem até lhes mostrarmos», dizia Steve Jobs, então CEO da
Apple, à BusinessWeek, em 1995, numa passagem nem sempre bem
interpretada.
A verdade é que, de facto, as necessidades criam-se e as economias
e respetivas empresas tornam-se competitivas de acordo com a
sua oferta e a sua criatividade. E é nisso que o design pode fazer a
diferença, ao procurar a melhor forma de interagir com o que nos
rodeia, ao resolver problemas e procurar respostas, muitas vezes a
perguntas ainda não colocadas pelas pessoas. O design fará a diferença
se tornar um produto melhor. E melhor, mais uma vez, não apenas
com mais estilo, mas antes como um todo. A qualidade de um
concerto não se restringe aos músicos; ela é o resultado de toda a
experiência: a conceção da sala e do palco que nos aproxima ou afasta
dos músicos, o design do cartaz e do merchandising, o design das luzes
e dos cenários do espetáculo…
O «bom design» é, assim, meio caminho para um negócio
inteligente, abrindo portas ao desenvolvimento de soluções integradas,
inovadoras e funcionais, sempre com foco no cliente final. É neste
ponto que muitas empresas falham. Ao invés de criarem novos
conceitos, regem-se por modelos tradicionais, que minimizam o erro
a curto prazo, mas ignoram o contexto atual, onde as mudanças nos
padrões de vida e nos hábitos de consumo são constantes. Ao investir
no design, criam-se novos modelos de inovação, que não se limitam a
seguir as tendências sazonais, mas a criá-las. Há que valorizar a ideia,
enquanto ferramenta de trabalho tendente à inovação, e acreditar no
seu potencial.
O atual contexto obriga, por isso, a uma interdisciplinaridade e à
existência de um novo perfil de profissionais, capazes de combinarem
conhecimento e experiência, de forma a competir eficazmente no
mercado global. Neste processo,
a criatividade, a exclusividade e a
imagem de marca são mais-valias
imprescindíveis, pois acrescentam
design – ou seja, uma nova relação
entre forma e função – à técnica e à
tradição. Assim se alcançará a inovação
e a diferenciação, que, por sua vez,
permitirão afirmar uma marca «made in
Portugal» internacionalmente.
Olhando ao panorama português,
percebemos que o público nacional
valoriza mais a marca do que a
qualidade individual do produto, não
obstante a sua origem. Curiosamente,
porém, o design português tem já um
peso muito relevante nas exportações, o
que não se reflete internamente. Talvez por ser visto, ainda, como algo
inacessível e dispendioso para as pequenas e microempresas (a base da
economia nacional), ainda muito viradas para o mercado interno.
A verdade é que, até os anos 90, as políticas industriais
portuguesas apostavam, essencialmente, em aumentar a produção
e as vendas, sem a respetiva aposta na qualificação de mão de obra
e em inovação. O mercado era limitado e os recursos também.
O processo começou a inverter-se nos anos 90, com políticas da
qualidade desde a conceção até ao fabrico. O problema é que,
regra geral, esta inversão centrou-se nos equipamentos e não nas
estruturas empresariais, o que implica mudanças de cultura na forma
e no modo de fazer. Trata-se, pois, de uma mudança necessária,
em curso, mas ainda muito aquém do desejado, sobretudo quando
comparado com o panorama europeu. E se existem, hoje, mais
escolas e pessoas formadas em design, há que aproveitar o potencial
disponível e perceber a mais-valia daí decorrente.
Cx
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v
viagem
D E
O D E I C E I X E
A
S A G R E S
O lado cool
do Algarve
Entre Odeceixe e Sagres, há um Algarve que muitos
ainda pensam ser Litoral Alentejano. A culpa é das praias, típicas da Costa
Vicentina, das falésias, das aldeias caiadas de branco, do ritmo slow onde cabem
pessoas dos quatro cantos do mundo... E das carrinhas «pão de forma», dos hotéis e dos restaurantes
cheios de pinta, das ondas perfeitas para surfar e, claro, do infindável céu estrelado
Texto Pedro Guilherme Lopes
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stamos em Odeceixe, junto à linha que separa o Alentejo do Algarve.
Mas, a verdade é que existem poucos indícios de que tenhamos
mudado de região ou, se se preferir, que tenhamos deixado a costa
alentejana e entrado na costa algarvia. A explicação até pode ser
simples: tal como, por exemplo, a «vizinha alentejana» Zambujeira do
Mar, Odeceixe está inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina, que engloba o litoral sudoeste que liga São Torpes e a Praia de
Burgau (inclui os concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo).
Odeceixe pertence, precisamente, ao concelho de Aljezur e recebe-nos com
o seu casario branco bem alinhado, espreitando a praia capaz de satisfazer tanto
os adeptos dos desportos náuticos como as famílias. A proximidade da ribeira
de Seixe permite alternar entre banhos de mar e banhos de rio (e, aqui, fazer
canoagem), com a curiosidade de, quando a maré está baixa, ser possível fazer
caminhadas mar adentro.
Apenas a dois quilómetros da Praia de Odeceixe, encontramos Fátima
Amoroso e José Gomes de Almeida, que, aqui, encontraram o local ideal para,
voltando costas a Lisboa, fazerem do campo e do céu estrelado a sua casa. O
resultado chama-se Casa Vicentina, erguida a partir das ruínas de uma quinta
que, como que recordando as motivações que ali trouxeram quem a gere, é hoje
refúgio de gente que foge da cidade para esquecer o frenesim diário. Uma das
grandes atrações é a piscina integrada no lado biológico, ao lado da qual se pode
tomar um delicioso pequeno-almoço.
Com tanto para ver e apesar da vontade em pegar numa bicicleta e pedalar
rumo a um mergulho no mar, seguimos em direção à aldeia Rogil. São dois os
motivos que aqui nos trazem: o Moinho da Arregata, em funcionamento todo o
verão, e onde podemos recuperar ensinamentos sobre a moagem de cereais; e, já
à saída da localidade, a caminho da Praia de Vale dos Homens, a vivenda onde
vive Maria da Graça, especialista em doces finos, papo-secos e morgadinhos.
Neste espaço, a massa de amêndoa, os fios de ovos, a gila e os ovos-moles são
reis e fazem-nos sentir crianças outra vez.
Do espírito infantil para o espírito viajante, damos de caras com o Muxima,
que, no dialeto angolano kimbundu, significa «coração». Foi a forma que Sofia
E
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Faustino e Jorge Andrade encontraram para expressar
a sua enorme paixão por África. E as referências ao
continente africano fazem-se sentir um pouco por toda
a casa, com a particularidade de Jorge ter colaborado em
projetos humanitários em diversos lugares do mundo e
de cada quarto representar um desses lugares. Depois
de um mergulho na piscina biológica, de um serão de
conversas cheias de histórias, de uma noite bem dormida
e de uma fatia de bolo de batata-doce (fique a saber
que é nesta região que decorre, anualmente, o festival
dedicado à dita batata), contrariamos a tendência de
continuar a percorrer o litoral e rumamos ao interior.
E, a cerca de 30 quilómetros, depois de percorrer uma
estrada que entra pela serra de Monchique dentro,
ritmo slow Na Aldeia da Pedralva, é
possível alugar uma «pão de forma»
(foto de abertura)
rural chiq Monte da Vilarinha
flat A belíssima Praia da Arrifana
num dia de mar calmo
design Memmo Baleeira Hotel
relax Monte Velho Nature Resort
ao vento Moinho perto da aldeia Rogil
horizonte A vista fantástica no
Martinhal Beach Resort & Hotel
(pá.45, em baixo, à direita)
típica Panorâmica da vila de Aljezur
(pá.45, em baixo, à esquerda)
somos brindados com duas agradáveis surpresas: o Miradouro da Foia, com uma
das melhores vistas do Algarve, e, nas Caldas de Monchique, o complexo de
águas termais que convida a relaxar ainda mais.
oltamos a estar mais perto do litoral, desta feita, para descobrir
um dos mais belos exemplos de recuperação de património, neste
caso de uma aldeia. A primeira vez que estivemos em Pedralva,
há uns anos, existiam meia dúzia de habitantes, várias casas
em ruínas e um fantástico restaurante, o Pizza Pazza, onde nos
foram servidas aquelas que são, provavelmente, as melhores pizas
que comemos até hoje. Qual não é o nosso espanto quando, neste regresso,
vemos uma Aldeia da Pedralva renascida. Cerca de três dezenas de casas foram
reconstruídas, de acordo com técnicas tradicionais, passando a oferecer um
turismo de aldeia ativo. E isso justifica que «go» seja a palavra que António e
V
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v
viagem
Patrícia Ferreira utilizam para incentivar os visitantes a desfrutarem da Aldeia
da Pedralva e da Costa Vicentina ao máximo. Alugar uma carrinha «pão de
forma» e, num ritmo de slow village, fazer um dos muitos programas que a
Natureza oferece é uma opção irresistível, tal como os vários packs pensados
para agradar aos mais variados espíritos: Go Surfing, Go Biking, Go Fishing, Go
Birdwatching, Go Nature, Go Golf, Go Sunset, Go Love, Go Pedralva. Fazemos
desta a nossa base por uns dias, um dos quais dedicado a conhecer melhor
Aljezur. Lá bem no topo, o castelo datado do século X e construído pelos árabes,
que aqui se mantiveram até perto de 1250. Cá em baixo, no centro histórico,
a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, o Museu Municipal e a Casa-Museu
Pintor José Cercas convidam a alargar o conhecimento. Mas a praia é um apelo
irresistível, principalmente se as pranchas de surf fizerem parte da mala de
viagem. Estamos numa das mecas do surf a nível europeu, com praias como a do
Amado (Carrapateira), da Arrifana, de Monte Clérigo ou da Amoreira a fazerem
as delícias de todos os que querem domar as ondas.
sta paixão pelas ondas e pelo surf acabou por trazer Henrique
Balsemão até à costa sudoeste. Apaixonou-se pelo local e, depois
de alguns anos a percorrer o mundo como produtor do seu próprio
programa de televisão, decidiu abraçar o seu sonho e assentar perto
da Praia do Amado. Nascia, assim, o Monte Velho Nature Resort,
uma charmosa casa de campo que nos cativa, desde logo, pela
imagem das redes ao longo do alpendre. Experimentamo-las mais tarde, sob um
impressionante céu estrelado, com o espumar das ondas lá ao fundo. E, quando
acordamos, há muito para fazer: moto-quatro e BTT, passeios de burro, percursos
sinalizados para passeios pedestres ou de bicicleta, jornadas de observação da
Natureza, cursos de surf e de windsurf, mergulho, passeios de veleiro e pesca.
Outra fantástica opção para ficar é o Monte da Vilarinha. Debruçado sobre um
vale, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e a dois
passos de praias inesquecíveis, o monte combina a simplicidade do ambiente
rural com conforto, modernidade e cuidado. Este é um lugar de evasão, feito
de silêncios, de aromas, de olhares, de momentos... É o refúgio de João Pedro
Cunha, que, aqui, procurou recriar o Algarve que lhe ficou na memória, dos
tempos de criança. As casas estão separadas em três áreas distintas e foram
construídas com materiais típicos da região: paredes de taipa, tetos de caninha,
xisto e madeira aliam-se a uma decoração contemporânea.
Estamos, agora, em pleno concelho de Vila do Bispo, já considerado o
«Celeiro do Algarve», fruto da atividade que ocupava uma grande parte
da população. Mas se o campo é incontornável, o mar não lhe fica atrás. A
importância de Lagos é histórica: no século XV, as Descobertas e o comércio
vindo de África e os sobressaltos dos piratas marroquinos e ingleses que
tentavam saquear os barcos abrigados na baía de Sagres, faziam com que parte da
população fizesse do mar um modo de vida ou uma obrigação de defesa da sua
terra e dos seus bens. E não podemos esquecer um «pormaior»: 60 por cento do
concelho de Vila do Bispo integra o Parque Natural da Costa Vicentina, estando a
zona ocupada pela ponta de Sagres-São Vicente, classificada, desde 1998, como
Reserva Biogenética. Pelo menos 25 espécies de aves nidificam nas falésias,
e, neste santuário, podemos observar o voo de dezenas de águias-calçadas,
águias-cobreiras, gaviões, falcões-abelheiros e grifos. A propósito de observar, é
de cortar a respiração a vista que se tem a partir do cabo de São Vicente. Situado
no extremo sudoeste de Portugal continental, inclui, ainda, a Fortaleza de Sagres,
património visitável por quem desejar conhecer mais sobre a nossa história.
E é, precisamente, aqui, junto ao farol, que descobrimos um local fantástico para
observar o pôr do sol.
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SITUADO NO EXTREMO
SUDOESTE DE
PORTUGAL, O CABO DE
SÃO VICENTE, COM O
SEU FAROL, É LOCAL DE
ELEIÇÃO PARA QUEM
QUER ASSISTIR A UM
FANTÁSTICO PÔR DO SOL
agres é, agora, a nossa anfitriã e, devido
à sua localização geográfica, pertence ao
único concelho a sul (Vila do Bispo) que
possui dois tipos de costa – meridional
e ocidental. A primeira estende-se até ao
cabo de São Vicente e oferece baías como
as Praias de Beliche, Tonel, Mareta, Baleeira, Martinhal,
Barranco das Furnas, Salema e Burgau. Já na costa
ocidental, destacam-se as Praias do Telheiro, Ponta
Ruiva, Cordoama ou Barriga. No fundo, existem areais
e ondulações para todos os gostos, sem esquecer as
famílias, que encontram belíssimas opções na Salema
e na Mareta. Tal como oferece opções para todo o
estilo de viajante, sendo curioso notar, por exemplo, o
contraste entre o espírito surf city e um design hotel como
o Memmo Baleeira Hotel. Localizado sobre a baía do
Martinhal, destaca-se pela luminosidade da arquitetura
de Samuel Torres de Carvalho e por pormenores de
decoração que englobam peças de Tom Vac ou Phillippe
Starck. Os seus 144 quartos e suites garantem-lhe todo
o conforto, e a sua piscina panorâmica reserva-lhe uma
esplêndida vista para o oceano.
Rival na vista sobre o mar e na qualidade é o Hotel
Martinhal, parte integrante do Martinhal Beach Resort
& Hotel, o primeiro cinco estrelas da Costa Vicentina.
Com uma localização fantástica, com vista para a Praia
do Martinhal e rodeado pelo Parque Natural, segue
uma filosofia de boutique-hotel, o que faz com que
o número de quartos esteja limitado a 37, incluindo
duas beach suites duplex (verdadeiros refúgios),
todos com varandas ou terraços privados e vistas
impressionantes para o oceano.
E é, precisamente, de olhos no oceano que
começamos a preparar a melhor forma de preencher o
dia seguinte. Entre apanhar um barco semirrígido para
ir observar golfinhos, fazer mergulho numa zona repleta
de grutas ou surfar, não faltam opções capazes de nos
fazerem dizer que este Algarve é mesmo cool!
S
vigilante O Cabo
de S. Vicente, com
a Fortaleza de Sagres
e o farol, local perfeito
para assistir ao pôr
do sol
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v
viagem
Guia de Viagem
A Caixa e a Tagus propõem-lhe
uma estada inesquecível no
Memmo Baleeira Hotel, um ótimo
ponto de partida para descobrir
toda a costa atlântica algarvia.
Com deslumbrantes vistas
para o mar, o hotel situa-se na
rua principal de Sagres, a 300
metros da Praia do Martinhal, a
cerca de 1,5 km da Fortaleza de
Sagres e a 10 km do cabo de São
Vicente, onde encontra o maior
farol da Europa.
Descubra o Memmo Baleeira
Hotel, o único membro da Design
Ir
A partir de Lisboa, apanhe a A2 para
o Algarve (vindo do Porto, pela A1,
atravesse a Ponte Vasco da Gama
ou a Ponte 25 de Abril e apanhe a
A2). Saia na saída 9 (km 104) em
direção a Sines (N259/A26). Nas
rotundas antes de Sines, siga as
indicações Algarve/Odemira/Cercal.
9,5 km depois da última rotunda vire
à direita, para Vila Nova de Milfontes,
mantendo a direção Algarve/VN
Milfontes/Odemira.
Atravesse a ponte sobre o rio Mira,
14 km depois vire à direita, para a
Zambujeira, e prossiga em direção
a Lagos. Demorará pouco até
encontrar Odeceixe.
Ficar
Casa Vicentina
A cerca de dois quilómetros da
Praia de Odeceixe, a Casa Vicentina
está integrada numa exploração
agrícola tradicional de 17 hectares,
rodeada de oliveiras e pinheiros.
(www.casavicentina.pt)
Muxima
Implantada numa floresta
Hotels no Algarve, e desfrute de
um ambiente contemporâneo e
descontraído.
Preços:
> De 25 de agosto a 30 de
setembro de 2013 – 390 euros
por pessoa, em quarto duplo;
> De 19 de julho a 24 de agosto
de 2013 – 433 euros por pessoa,
em quarto duplo.
Os preços incluem:
> Estada de cinco noites, em
quarto duplo com vista para o
mar;
> Pequeno-almoço.
de sobreiros, azinheiras e
medronheiros, destas casas, onde
o continente africano serve de
inspiração, se avista o altaneiro
Castelo de Aljezur, em plena
paisagem protegida da Costa
Vicentina.
(www.wonderfulland.com/
muxima)
Aldeia de Pedralva
Uma aldeia completamente
recuperada, com cerca de 30 casas,
muito engraçadas, e programas
repletos de espírito positivo.
(www.aldeiadapedralva.com)
Monte Velho Nature Resort
O alpendre, apetrechado de belas
redes, dá-nos as boas-vindas a um
local onde o místico da natureza
nos faz despertar os sentidos. Toda
a natureza ao redor da casa nos
proporciona um equilíbrio de bem-estar e lazer inconfundível, num
ambiente cheio de cor e cheiros.
(www.montevelhoecoresort.com)
Monte da Vilarinha (*)
Debruçado sobre um vale e a dois
passos de praias inesquecíveis,
o monte combina a simplicidade
do ambiente rural com conforto,
modernidade e cuidado.
(www.montedavilarinha.com)
Memmo Baleeira Hotel (*)
Está situado na baía da Praia do
Martinhal, em Sagres, gozando
de uma vista fantástica sobre
o oceano. Esta unidade surgiu
da remodelação do antigo
Hotel Baleeira, que ali existia
desde os anos 60, hoje com
linhas arquitetónicas sóbrias e
contemporâneas.
(www.memmobaleeira.com)
Martinhal Beach Resort & Hotel (*)
Um hotel com 38 quartos, todos
virados para o mar, que se revela
descontraído, mas, ao mesmo
tempo, capaz de não descurar
todo o serviço e sofisticação
daquele que é o primeiro cinco
estrelas da Costa Vicentina.
(www.martinhal.com)
Eira do Mel
Situado em Vila do Bispo, o
edifício que, noutros tempos,
foi uma casa agrícola, perto de
eiras para debulha de cereais, é
hoje um restaurante de cozinha
regional algarvia, com um toque de
sofisticação.
(www.eiradomel.com)
L-Colesterol
Mudou-se para a Carrapateira,
mas continua a ser uma excelente
opção para quem quer petiscar
ou provar pratos criativos, num
ambiente muito descontraído.
(www.facebook.com/colesterol)
Pizza Pazza
Provavelmente, as melhores pizas
que já comemos em Portugal, num
espaço que recria os restaurantes
nos terraços das ilhas gregas.
É obrigatório marcar mesa.
(www.facebook.com/pages/
Pizza-Pazza-Pedralva)
Sítio do Rio
A caminho da Carrapateira, para
quem quer comer peixe fresco.
Informação na Net prepare-se para ir para fora... cá dentro.
Cx
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Fazer
Surfar (ou aprender a); alugar uma
WV «pão de forma»; fazer um
passeio de burro com a empresa
Burros e Artes; observar golfinhos;
fazer mergulho.
( )
* Benefícios para titulares
de cartões da CGD. Saiba quais
os cartões e todas as vantagens
em cada um dos parceiros
em www.vantagenscaixa.pt.
Comer
Sites que não deve deixar de consultar: www.casasbrancas.pt; www.rotavicentina.com; www.turismodoalgarve.pt;
www.visitalgarve.pt; www.visitportugal.com
48
Vila Velha
Em Sagres, há uma referência
que serve pratos tradicionais
portugueses, bem como comida
internacional e vegetariana.
(www.vilavelha-sagres.com)
Ribeira do Poço
Peixe fresco e petiscos, como
percebes ou lapas grelhadas.
(www.ribeiradopoco.com)
CARTÃO CAIXADRIVE
BENEFICIE DE DESCONTOS DE 3%,
NO MÁXIMO DE 20 EUROS MENSAIS,
NAS COMPRAS E ABASTECIMENTOS
EFETUADOS COM O CARTÃO CAIXADRIVE(1)
NAS ESTAÇÕES DE SERVIÇO DA REPSOL
EM PORTUGAL. BENEFICIE DE MAIS 3%
DE REEMBOLSO SUPLEMENTAR SOBRE
AS COMPRAS E ABASTECIMENTOS
EFETUADOS NA REPSOL, NUM MÁXIMO
DE TRÊS EUROS MENSAIS, SE EFETUAR
COMPRAS DE VALOR SUPERIOR A 250
EUROS NOUTROS COMERCIANTES.
AS COMPRAS EFETUADAS NAS ESTAÇÕES
DE SERVIÇO DA REPSOL EM PORTUGAL
BENEFICIAM, AINDA, DA ISENÇÃO DA
COMISSÃO DE ABASTECIMENTO DE
COMBUSTÍVEL. OS TITULARES DO
CAIXADRIVE BENEFICIAM, TAMBÉM,
DE UM PACOTE DE SEGUROS
E DE VANTAGENS EM PARCEIROS
ASSOCIADOS A ESTE CARTÃO.
(1)
TAEG DE 22,6%, PARA UM MONTANTE
DE 1500 EUROS, COM REEMBOLSO A 12 MESES,
À TAN DE 20,50%.
Ilustração: Marta Monteiro/www.re-searcher.com
Estada
inesquecível
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f
fugas
P E S TA N A V I L A S O L G O L F & R E S O R T
Entre o verde
e o mar
Situado no topo de uma colina, entre os verdejantes
campos de golfe e o azul dos lagos, com o mar a colorir o cenário,
eis um refúgio perfeito para quem procura relaxar na Natureza, paredes meias
com a animação algarvia que só Vilamoura pode oferecer
Por Fernando Brandão
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o meio do bulício do Algarve,
há uma espécie de oásis
perdido no cimo de um
monte, rodeado de água e
de Natureza, ideal para um
retemperador descanso, pleno
de requinte e sofisticação. Perfeito para quem
gosta de golfe, é o destino ideal para uma
férias em família, com dezenas de recantos a
explorar pelos mais pequenos, que não ficam
indiferentes aos imensos e refrescantes lagos
e aos animais que coabitam com os hóspedes
em plena liberdade. Um local único e
diferente no Algarve, aberto todo o ano (coisa
cada vez mais rara nesta zona do País), que
gosta de tratar os clientes com exclusividade,
proporcionando férias diferentes.
A grandiosidade do edifício principal,
virado ao sol, com grandes janelas a deixarem
entrar a luz e o calor de verão, é um dos
cartões de visita desta unidade hoteleira.
Iluminado pelos raios do astro-rei, o painel
de azulejos Mar Português, da autoria do
consagrado artista José de Guimarães, dá
um toque sofisticado à receção, recebendo
os hóspedes com luz e cor. Esta obra é um
dos mais emblemáticos trabalhos deste
artista, considerado pela crítica como um
dos mais importantes pintores e escultores
contemporâneos, presente em dezenas de
museus e exposições permanentes de arte
moderna.
José de Guimarães está, também, presente
no jardim do Pestana Vila Sol Golf & Resort,
com uma escultura em ferro e fragmentos
de porcelana policromática, intitulada
Ídolo. Esta escultura é uma das 45 obras de
arte que compõem a coleção particular do
resort, que fazem parte de uma espécie de
N
percurso das artes espalhado pelos jardins
e pelos campos de golfe, mas à disposição
de qualquer hóspede. Deixe-se seduzir por
este agradável e fresco passeio, descobrindo,
além do já referido trabalho do consagrado
José de Guimarães, outras obras, sempre de
autores nacionais. Sejam elas de Fernando
Conduto, nascido na vizinha localidade de
Silves, sejam de Nuno Brandão, nascido no
Peru, mas português, que criou A Dançarina,
que recebe os clientes no restaurante Green
Pines. Procure, ainda, O Golfista, da escultora
coimbrã Teresa Teixeira, peça emblemática e
representativa do espirito do Pestana Vila Sol
Golf & Resort.
Na criação desta galeria ao ar livre, houve,
também, a preocupação de utilizar, sempre
que possível, materiais nacionais. Encontram-se nestes jardins, quase à beira-mar
plantados, obras em granito, símbolo das
agruras do Norte, a lata, o aço e o latão
de eras industriais e, ainda, o vistoso e
cobiçado mármore, extraído nas profundas
e deslumbrantes pedreiras da alentejana Vila
Viçosa. Na receção do hotel, antes de cada
passeio, encontra informação detalhada sobre
todas as peças e artistas expostos no Pestana
Vila Sol Golf & Resort.
om preocupação pelos detalhes,
cada cliente é transportado
até às magníficas e espaçosas
garden suites num confortável
carro elétrico, uma viagem curta
mas ideal para conhecer todo o
ambiente que o espera durante a estada. Rui
Covas, gestor da unidade hoteleira, salienta
a «tranquilidade como o fator diferenciador
deste Pestana Vila Sol Golf & Resort, em
C
Cx
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51
f
fugas
relação aos restantes competidores algarvios».
Por estar perto do centro, permite «que
os hóspedes relaxem totalmente, sabendo
sempre que estão muito perto das ofertas
modernas e cosmopolitas sem as quais já
quase ninguém passa».
Para umas férias perfeitas, o Pestana Vila
Sol Golf & Resort oferece 140 luxuosos
quartos e, ainda, 45 garden suites e 3 suites
Vila Sol, elegantemente distribuídas pelos
jardins, com varandas ou retemperadores
pátios privativos são decorados com suaves
cores naturais, saídos da criatividade da
consagrada Graça Viterbo, que emprestou
ao resort a sofisticação e a criatividade
que a distinguem. A crítica internacional,
aliás, nunca se cansou de a aclamar,
chegando mesmo o New York Times a
classificar o trabalho de Graça Viterbo
como «deslumbrante».
Neste trabalho, em particular, houve a
preocupação de criar um ambiente sóbrio e
elegante, com cores naturais e da Natureza,
de modo a integrar o alojamento com o
ambiente circundante. Cada quarto está
ainda equipado com os fundamentais e
modernos aparelhos de última tecnologia,
de forma a complementarem cada estada.
Fora do edifico principal, perdido no meio
da vegetação e com vista para o lago e para
o campo de golfe, encontrará, também,
o restaurante Green Pines e, ainda, um
aconchegante e intimista bar/restaurante no
Club House, perfeito para um aperitivo e
dois dedos de conversa em fim de tarde.
refrescantes Os garden rooms com
vista para o lago (foto de abertura)
à noite A fantástica vista da suíte
presidencial (página 51)
panorâmica Perfeitamente enquadrado
na paisagem, o hotel é imponente
contrastes O quarto da suíte
presidencial e o terraço dos garden
rooms
azul A cor da piscina faz-se notar
intimista O restaurante do Vila Sol
verde Na relva, as obras de arte disputam
o protagonismo com os 27 buracos do
campo de golfe
52
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
ntre a praia e tudo o resto,
convém arranjar tempo para
uma retemperadora partida
de golfe ou de ténis ou,
simplesmente, aproveitar uma
das duas piscinas que fazem
parte da oferta do complexo. Os que
procuram corpo são em mente sã podem,
igualmente, usufruir do completo
e equipado ginásio ou partir à descoberta
dos jardins, aproveitando o circuito
de jogging. Para tardes menos formais,
há, também, uma sala de jogos e um kids
club, com todas as tendências dos tempos
modernos que só os mais pequenos
conhecem e apreciam.
Os amantes do golfe encontram neste
hotel de 5 estrelas uma espécie de paraíso
na terra. O campo Vila Sol, de 27 buracos
e 30 hectares e cuja fama já alcançou uma
escala global, é da autoria do arquiteto
britânico Donald Steel, que se preocupou
em preservar a verdejante vegetação e
ainda a irregularidade da topografia do
local, sem nunca esquecer a necessidade
de enquadrar cada buraco com a magnífica
vista do mar. Além disso, há, ainda, uma
Academia de Golfe, com pacientes e
dedicados instrutores, capazes de melhorar o
desempenho de cada um nesta modalidade.
Rui Covas salienta, porém, que, apesar
das características do hotel, «este não é um
espaço apenas dedicado aos amantes do
golfe, como modalidade desportiva». O que
se pretendeu, diz, «foi conseguir trazer um
pouco do campo, da calma e tranquilidade
associada ao interior, para mais perto do
mar». A privacidade, recorda o gestor,
«é outro dos segredos desta unidade».
A disposição permite que cada quarto e
que cada garden suite seja verdadeiramente
isolada da que está ao lado, potenciando
o descanso e a tranquilidade, seja numa
escapadinha de fim de semana, seja numas
férias mais prolongadas. Quem prefira
usufruir das sensações únicas dos pés
descalços na areia da praia pode contar
com transporte privativo e exclusivo do
hotel para a cosmopolita e moderna praia
de Vilamoura. Durante os meses de verão,
o serviço de transporte fica à disposição
da unidade, que, à vontade do cliente,
proporciona a ida e o regresso dos prazeres
da água do mar.
E
Guia de Viagem
Como ir
Saindo da EN 125 em direção
a Vilamoura, logo à entrada da
localidade, virar à esquerda
em direção a Morgadinhos.
A meio do percurso, ter atenção
aos cruzamentos e procurar
a indicação «Pestana Vila Sol
Golf & Resort».
http://www.pestana.com/pt/
pestana-vila-sol/pages/home.
aspx
O que fazer
São muitas as opções de lazer
proporcionadas pelo Pestana
Vila Sol Golf & Resort. O campo
de golfe criado pelo arquiteto
britânico Donald Steel, com
27 buracos, espalhados por
30 hectares de terreno, é o
destino óbvio, mas os que não se
dedicam a este desporto podem
sempre optar por uma partida
de ténis ou um mergulho numa
das duas piscinas. Há, ainda,
um aconchegante ginásio, com
várias máquinas modernas para
manter a forma e um sem-fim
de atividades dentro e fora de
portas, disponíveis sob consulta
na receção. O circuito de jogging
é uma dessas atividades, sem
custos acrescidos para os
utilizadores. Há, ainda, nos meses
mais quentes, transporte privativo
para a praia de Vilamoura, a apenas
cinco minutos de distância.
Vantagens
exclusivas
O Pestana Vila Sol Golf & Resort
concede 15 por cento de desconto
sobre o melhor preço disponível
no site www.pestana.com aos
detentores de certos cartões
da Caixa. Válido em estadas no
Pestana Vila Sol de 1 de setembro
a 15 de dezembro de 2013,
com reservas efetuadas através
do call center (218 442 001)
ou do e-mail [email protected].
Saiba quais os cartões da Caixa
que dão acesso a estas condições
em www.vantagenscaixa.pt.
i
institucional
N OVA É P O C A U N I V E R S I TÁ R I A
Entre universidades
e politécnicos
A Caixa aposta no futuro e nas gerações de profissionais
que farão o amanhã deste País. Por isso, à semelhança de outros anos,
a Caixa volta a lançar a Campanha da Nova Época Universitária
A CAIXA É PARCEIRA de grande parte
dos estabelecimentos de ensino superior
portugueses, numa clara aposta naqueles que
são o futuro e a esperança do País. No total, são
cerca de 180 entidades académicas, um número
que representa perto de 250 mil estudantes
universitários. A estes, a Caixa dedica uma
atenção especial, com a oferta integrada Caixa
IU (ver caixa) e benefícios adequados aos
respetivos projetos e fase de vida (ver página ao
lado).
A atuação da Caixa junto deste universo
visa:
> Promover o conhecimento e o mérito
académico, através de bolsas de investigação,
prémios monetários aos melhores alunos e
estágios curriculares e de aproximação à vida
profissional;
> Fomentar o empreendedorismo,
através do patrocínio de concursos e de
soluções financeiras específicas para jovens
empreendedores;
54
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
> Apoiar as necessidades financeiras dos
estudantes durante o curso e no ingresso na
vida profissional.
Além disso, a Caixa apoia várias associações
de estudantes, conferências e eventos culturais
associados ao ensino superior, cátedras
científicas e projetos de desenvolvimento
tecnológico, sem esquecer o apoio social ou
a melhoria de infraestruturas.
Esta é já uma aposta com história, que
remonta a 1994, uma abordagem então
pioneira e inovadora, que já abrangeu cerca
de um milhão de Clientes, entre estudantes,
professores e funcionários, ao longo destes 18
anos. Uma aposta continuada, que confere à
Caixa uma experiência impar na abordagem
ao segmento universitário, dotando-a de
condições únicas para satisfazer as necessidades
e expectativas destes Clientes.
Ano letivo 2013/14
Todos os anos, na abertura do ano letivo, a
CAIXA IU
Destinada aos estudantes
do ensino superior, a Marca
Caixa IU agrega todo o valor
que a Caixa tem para este
público, incorporando um leque
de benefícios e atributos de
interesse específico:
› Protocolos de cooperação com
as escolas;
› Produtos e serviços
inovadores ou exclusivos;
› Canais próprios de contacto e
de acompanhamento (ex: Portal
Caixa IU, em www.caixaiu.pt,
ou página no facebook, em
www.facebook.com/caixaiu);
› Custos adequados a uma fase
da vida ainda sem rendimentos
relevantes;
› Processos simplificados de
adesão a produtos e serviços;
› Participação ativa em eventos
académicos.
Tudo para uma gestão mais
fácil do dia a dia e para a
concretização das ambições
académicas de cada estudante.
Mais informações em qualquer
Agência da Caixa ou do
Caixadirecta IU, através do
número 808 212 213, 24 horas
por dia, todos os dias do ano.
Caixa dá as boas-vindas aos universitários,
com a instalação de postos de atendimento
nos estabelecimentos de ensino superior seus
parceiros. E este ano não será diferente.
A partir de setembro, a Caixa estará
presente nas universidades e politécnicos de
norte a sul do País, apoiando o início de mais
uma época universitária a todos os agentes
académicos. À disposição dos estudantes destes
estabelecimentos estará a emissão dos cartões
de identificação académica, através do cartão
Caixa IU, que apresenta a opção bancária,
onde consta um leque de soluções financeiras
específicas para estes Clientes (ver pág. ao lado).
Durante o curso, os estudantes contam,
ainda, com o Caixadirecta IU, um serviço
de atendimento à distância exclusivo, que
complementa o atendimento das 762 Agências
da Caixa, em Portugal, 19 das quais em campus
universitários e com equipas de colaboradores
preparadas para responder às necessidades da
população de cada escola.
Um universo de vantagens
A Caixa responsabiliza-se pela emissão
e renovação de cartões de identificação
universitários, que podem incorporar a
vertente de débito para quem opte pela
solução bancária. Neste caso, existem, ainda,
outras soluções para a gestão financeira dos
estudantes e apoio dos seus projetos. Além
da conta de depósitos à ordem associada ao
cartão Caixa IU e de descontos em vários
parceiros, a Caixa coloca à disposição dos
universitários outros produtos e serviços,
entre os quais:
Caixapoupança Superior
Uma conta de poupança exclusiva para
estudantes do ensino superior, detentores do
cartão Caixa IU, ISIC1 ou Caixa Académica
Estudante, com a qual se torna fácil poupar:
> Mínimo de abertura 10 euros;
> Reforços pontuais ou programados, a partir
de 1 euro, em qualquer Agência da Caixa ou
através do Caixautomática ou do Caixadirecta
(telefone, on-line, mobilie ou SMS).
Esta conta apresenta majoração da taxa
de juro, em função dos produtos subscritos,
durante e após a frequência no ensino
superior:
TAXAS
DE JURO
TANB
Remuneração base
0,6%
Com cartão de crédito + serviço
Caixadirecta
0,9%
Com cartão de crédito + serviço
Caixadirecta + domiciliação de
vencimentos ou LDN
1,2%
Com prazo de seis meses e pagamento
dos juros semestral, esta conta renova-se
automaticamente por iguais períodos,
acumulando os juros ao capital existente.
A cada reforço e renovação, aplica-se a
taxa em função dos produtos e serviços
subscritos e, se necessário, o dinheiro pode
ser levantado antes da data de vencimento
(mínimo de 10 euros), de forma total ou
parcial, apenas com perda dos juros corridos
sobre o capital mobilizado.
Cartão ISIC
Trata-se de um cartão de crédito1 exclusivo
no mercado nacional, associado a um Cartão
Internacional do Estudante, que permite
obter descontos em 120 países e beneficiar
do serviço de apoio legal e médico no
estrangeiro, disponível 24 horas por dia.
Este cartão dá acesso a crédito sem juros de
15 a 50 dias e promoções na Tagus em mais
de cem destinos à escolha.
Crediformação Caixa 2
Com grande flexibilidade de prazos de
entrega, carência ou reembolso, taxas de
juros bastante atrativas e onde o mérito dos
alunos é premiado com a redução da taxa de
juro.
Mesada Certa3
Visa resolver necessidades de curto prazo,
sempre que o saldo da conta for menor
do que zero, sem encargos nem juros para
utilizações até 250 euros, durante sete dias.
A amortização é feita, automaticamente, logo
que exista saldo na conta.
Serviço Caixadirecta IU
Os Clientes universitários têm, ainda, à
disposição o serviço de atendimento à
distância Caixdirecta IU, por telefone,
on-line, mobilie ou SMS, e o Reply2me,
em que o aluno solicita um contacto por
SMS, escrevendo «Reply2me», e recebe de
volta um telefonema sem ter de suportar a
chamada.
Saiba mais numa Agência da Caixa ou
através do serviço de atendimento telefónico
exclusivo para universitários (808 212 213),
24 horas por dia, todos os dias da semana.
CAIXA IU NAS REDES SOCIAIS
Já conhece a página da Marca no facebook?
O Caixa IU está, também, no facebook,
disponível em www. facebook.pt/CaixaIU,
colocando a Caixa ainda mais perto dos
seus Clientes, neste caso dos jovens e
universitários. E isso confirma-se pelos
números: poucos meses depois do seu
lançamento, a página do Caixa IU ultrapassa já
os 27 mil fãs.
Nesta plataforma, desenvolvem-se
passatempos e outras iniciativas, como
aconteceu no âmbito dos festivais de verão,
com passatempos que deram direito a
entradas nos eventos, além da divulgação de
ações dirigidas a este público. Foi, também, o
caso do recente Tour Caixa IU que, entre maio
e junho, passou por diversas universidades,
oferecendo bilhetes duplos para as semanas
académicas do Algarve, Coimbra, Porto,
Lisboa e Évora.
Além do CaixaIU, a CGD tem, também,
mais três perfis ativos no facebook: o
CaixaWoman, em www.facebook.pt/
caixawoman, o Vantagens Caixa, em
www.facebook.pt/vantagensCaixa, e o
Saldo Positivo, em www.facebook.com/
saldopositivo.
Conhecer ainda melhor os seus Clientes, os
seus gostos e necessidades é, no fundo, o
objetivo, para que a CGD possa mobilizar-se
cada vez mais em sua função.
1
TAEG de 19,3%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,90%.
TAEG de 4,3% calculada com base numa TAN de 3,701% (Euribor 3M + 3,500%), em junho de 2013, para um crédito de 12 mil euros, com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36
meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia de fiança. Prestação na fase de utilização: 38,66 euros. Prestação na fase de reembolso: 121,45 euros. Montante total imputado ao
consumidor: 17 288,35 euros.
3
TAEG de 10,2% para uma utilização de crédito de 250 euros pelo prazo de 3 meses, à TAN de 9,2%.
2
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55
i
institucional
CAIXA EMPRESAS
PME CRESCIMENTO 2013
Para as PME que querem crescer
A Caixa está a ajudar
a dar a volta ao País
A Linha Caixa Exportação coloca mais de 600 milhões
de euros, com melhores condições de prazo e spread, para impulsionar
as exportações e a produção de bens transacionáveis
PRESENTE EM QUATRO
CONTINENTES e nos principais
destinos das exportações portuguesas,
a Caixa está na primeira linha do apoio
às empresas, disponibilizando soluções
adequadas à sua atividade. Tudo para
que as empresas e os empresários
nacionais alcancem o sucesso
internacional e, assim, ajudar a dar a
volta ao País e à sua economia.
São mais de 600 milhões de euros,
com melhores condições de prazo e
spread, para as empresas exportadoras
e produtoras de bens transacionáveis.
Conheça a Linha Caixa Exportação.
Flexibilização do prazo e reembolso:
> Concessão de um ano de carência de
capital em novas operações;
> Aumento/introdução de um ano de
carência de capital em operações em
fase de carência ou de utilização;
> Aumento de um ano do prazo de
reembolso para redução das prestações
de capital;
> Deferimento de parte do capital
(no máximo de 30 por cento) para os
últimos anos da operação.
Bonificação de spread para
empresas com relacionamento bancário
global centralizado na Caixa.
Antecipação de recebimentos de
remessas livres, no prazo de 48 horas
após o pedido do Cliente.
Criada no âmbito do protocolo entre a Caixa, a
PME Investimentos, o IAPMEI e as Sociedades de
Garantia Mútua (Norgarante, Garval, Lisgarante
e Agrogarante), a Linha PME Crescimento
2013 visa melhorar as condições de acesso
no financiamento das PME portuguesas,
apresentando novas vantagens:
qPrazos até nove anos;
qSpreads a partir de 3,938%1;
qPeríodo de carência de capital até 24 meses.
Com um montante global de 2000 milhões de
euros, esta solução engloba duas linhas com
dotação específica para empresas exportadoras
(ver quadro). Além disso, do montante global,
até dez por cento destina-se, exclusivamente, a
empresas do setor primário.
Linha Geral
Montante máximo
por empresa
Para acesso a esta oferta, as
empresas deverão ter viabilidade
económica e deter os seguintes
produtos: domiciliação de vencimentos
em contas da Caixa, serviços de
cobranças e produtos de tesouraria na
ordem interna e externa, incluindo
pagamentos e recebimentos, TPA
netcaixa (se aplicável) e aplicações
financeiras.
Informe-se em qualquer Agência,
Gabinete Caixa Empresas, em www.cgd.
pt/empresas ou ligue 707 24 24 77, das
8 às 22 horas, todos os dias do ano.
Prazo
Taxa de juro
Cobertura SGM
Linha micro
e pequenas
empresas
PME Líder:
1.500.000 €
Outras PME:
1.000.000 €
Micro:
25.000 €
Pequenas:
50.000 €
Até 9 anos
(carência
até 24 meses)
Até 6 anos
(carência
até 12 meses)
Euribor
3M + spread
(3,938%
a 4,938%)(1)
Euribor
3M + 4,219%(2)
Até 50% do capital
em dívida
Até 75% do capital
em dívida
Para mais informações, consulte www.cgd.pt/
empresas ou uma Agência ou Gabinete
Caixa Empresas. Faça parte das mais
de 23 mil PME portuguesas que a Caixa já apoiou
com 5 mil milhões de euros de crédito concedido(3).
(1)
Geral: TAE de 4,220%, calculada com base na TAN de 4,148%
(Euribor a 3M + spread de 3,938%), em julho de 2013, para
um financiamento sob a forma de mútuo de 1500 000 euros,
a empresa PME Líder, pelo prazo de seis anos e período de
carência de 12 meses.
(2)
Micro e Pequenas Empresas: TAE de 5,594%, calculada com
base na TAN de 4,429% (Euribor a 3M + spread de 4,219%), em
julho de 2013, para um financiamento de 25 mil euros, prazo de
quatro anos e período de carência de seis meses.
(3)
Nas Linhas PME Investe e PME Crescimento, de 2008 a abril
de 2013.
A CAIXA ESTÁ NA
PRIMEIRA LINHA DO
APOIO ÀS EMPRESAS
56
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I VA E N C A I X A
Não fique à espera
A Caixa tem à disposição 333 milhões de euros
para adiantamento do reembolso do IVA
O IVA ENCAIXA é um produto diferenciador de apoio à tesouraria,
sob a forma de limite em conta-corrente, que permite antecipar
os recebimentos do IVA. São 333 milhões de euros disponíveis
para adiantamento do IVA a receber pelas empresas.
Principais vantagens:
> Apoio à tesouraria através do adiantamento dos reembolsos do
IVA constantes da declaração periódica apresentada à Autoridade
Tributária e Aduaneira (AT);
> Possibilidade de ajustar os prazos das utilizações aos de pagamento
praticados pela AT;
> Contratação simples e fácil utilização.
Principais características:
> Montante máximo por utilização: até 100% do reembolso
apresentado para adiantamento;
> Prazo do limite de crédito: 12 meses, renovável;
> Reembolso do capital: na data de pagamento do reembolso
do IVA pela AT, com prazo máximo de 120 dias, podendo ser
acordada uma elevação do mesmo por mais 30 dias;
> Taxa de juro1: Euribor a 3 meses + spread de 5,25%,
podendo este ser reduzido até um máximo de 0,50%: 0,25%
se empresa exportadora; 0,25% se PME Líder ou PME Excelência;
> Pagamento de juros, comissões e outras despesas: trimestral e
postecipadamente.
Condições de acesso
Destina-se a todas as empresas com contabilidade organizada e
viabilidade económica, que detenham:
> Domiciliação de ordenados (mínimo de 50% dos empregados);
> Recursos de montante igual ou superior a 25 mil euros;
> Limites comerciais em vigor, incluindo na ordem externa
para empresas exportadoras;
> Pelo menos, um dos serviços: Caixa e-banking, TPA netcaixa ou
Seguros de Proteção Negócio (Multirriscos, Vida Grupo Empresário,
Automóvel, Saúde, Acidentes de Trabalho).
Informe-se em qualquer Agência, Gabinete Caixa Empresas, em
www.cgd.pt/empresas ou ligue 707 24 24 77, das 8 às 22 horas,
todos os dias do ano.
(1)
TAE de 5,410%, calculada com base na TAN de 4,960% (Euribor a 3 meses + spread 4,750%), para uma empresa PME líder exportadora, em julho de 2013. Exemplo de um limite em conta-corrente, no valor de 100 mil euros, pelo prazo de um ano, renovável, com juros pagos trimestral e postecipadamente. Inclui juros, comissão de estudo, de contratação e de acompanhamento e gestão.
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a re v i s ta d a c a i xa
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f
finanças
a conhecer soluções de baixo custo nas mais
diversas áreas (compras, viagens, decoração,
seguros, etc.)», completa a editora do site.
SALDO POSITIVO
Ainda mais positivo
O site Saldo Positivo tem novo rosto, novo posicionamento
e novas ferramentas. E mostra uma Caixa Geral de Depósitos plenamente
adaptada aos novos tempos e às novas tecnologias
Por Pedro Guilherme Lopes
O OBJETIVO é enorme: «Queremos que o
Saldo Positivo seja a ferramenta de eleição das
famílias portuguesas para combater a crise.» A
afirmação é feita por Alexandra Brito, editora
do Saldo Positivo (www.saldopositivo.cgd.pt),
o site da Caixa que, desde 2008, tem
desempenhado um importante papel ao nível
da literacia financeira dos portugueses.
Remodelado em 2011, surge, dois anos
volvidos, com uma nova roupagem. Mais
atrativo, mais intuitivo, em termos de
navegabilidade, e adaptado aos novos hábitos
de acesso à Internet que os smartphones e os
tablets trouxeram. «A remodelação do Saldo
Positivo não foi apenas um lifting», explica
Alexandra Brito. «Optámos por alargar o
posicionamento do Saldo Positivo com o
objetivo de garantir que os conteúdos do site
estão ligados à atualidade e às preocupações
financeiras das famílias portuguesas. Todos os
dias, publicamos conteúdos novos, de acordo
com os temas que comandam a atualidade.»
Desta forma, o site mostra-se capaz de
responder à crescente sede de informação dos
leitores, cujas dúvidas aumentam ao ritmo das
novas medidas anunciadas para combater a
crise económica. «Daí a nossa preocupação em
produzirmos conteúdos de literacia financeira
com ligação à realidade que o País atravessa.
Foi, também, por essa razão que apostámos
em criar novas categorias de conteúdos, como
é o caso da secção Low Cost, na qual damos
Na direção correta
Uma das alterações que salta imediatamente à
vista é a divisão entre Particulares e Empresas.
Recuando a 2008, ano de lançamento do site,
o objetivo era fomentar a literacia financeira
dos particulares, uma estratégia que viria a
ser comprovada pela realidade. No entanto, a
equipa que gere o Saldo Positivo foi sentindo o
crescente interesse dos leitores por conteúdos
relacionados com empreendedorismo e com
a criação do próprio emprego. Num País
onde o peso das PME e das microempresas é
esmagador, estava mais do que justificada a
aposta numa área específica para empresas.
No caso do Saldo Positivo Particulares, o site
está agora dividido em apenas cinco grandes
áreas, metade das existentes anteriormente:
O Seu Dinheiro, Poupar, Crédito, Trabalho e
Investir. «Estes são os cinco grandes vetores
financeiros que identificámos e que fazem parte
da gestão orçamental de qualquer família»,
analisa Alexandra Brito. «O mesmo raciocínio
foi seguido no Saldo Positivo Empresas – a
secção do site dedicada à literacia financeira
para as PME –, que agora tem apenas três
áreas de conteúdo: Empreendedor, Gestor e
Exportador. Leonardo Da Vinci disse, um dia,
que a simplicidade é o expoente máximo da
sofisticação. No Saldo Positivo, acreditamos
nesta máxima: pensamos que a simplificação
torna a navegação no site mais eficaz.»
Outro pormenor incontornável é a aposta
na componente multimédia e, respondendo
aos novos padrões de consumo de informação,
nem falta um canal próprio no YouTube, nem
a presença nas redes sociais, como o Facebook.
No fundo, mais uma prova da constante
vontade de inovar que faz parte do ADN da
Caixa e de um posicionamento que visa, acima
de tudo, servir os portugueses (até por isso,
o site está aberto à população em geral e não
apenas a Clientes da CGD). A resposta dos
leitores não se tem feito esperar e as quase
400 mil visitas recebidas desde o início do ano
mostram ser esta a direção correta.
ARREDONDE COM O SEU CARTÃO
Ao efetuar compras com os cartões de débito ou de crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado
montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou
no serviço Caixadirecta telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt.
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a re v i s ta d a c a i xa
educação
INCUBADORAS DE EMPRESAS
Negócios no ninho
Ainda mal saídos da casca, há projetos empreendedores
e
Print
VOAR SOZINHO
Desafios fora das incubadoras
de empresas.
que só têm a ganhar em darem os primeiros passos sob a asa
de uma incubadora de empresas
Ilustração: Bull’s Eye/Getty Images
Por Ana Rita Lúcio
ACABADOS DE VIR AO MUNDO, pequenos
e frágeis, mas cheios de vontade de vencer as
adversidades, precisam de uma estrutura de
suporte que os defenda das ameaças externas e
lhes permita manterem-se agarrados à vida nos
primeiros tempos, para que mais tarde possam
crescer saudáveis e andar pelo próprio pé. Se
assim acontece com alguns recém-nascidos,
que podem precisar de uma incubadora para se
desenvolverem num ambiente mais favorável,
também certos negócios de tenra idade exigem
uma atmosfera favorável à sua sobrevivência.
O conceito é o mesmo: nas incubadoras ou
ninhos de empresas, determinados projetos
empreendedores recém-criados encontram uma
esfera protetora que os resguarda e prepara
para os desafios iniciais.
Importantes para criar condições ao
surgimento de negócios inovadores em
qualquer altura, as incubadoras de empresas
têm um papel decisivo numa conjuntura
de crise, ao dinamizarem a economia,
sobretudo na franja das pequenas, médias
ou microempresas que predominam no
tecido empresarial português. Embora não se
destinem, exclusivamente, a este segmento,
estas aceleradoras de negócio são muito
procuradas por jovens empreendedores que
ambicionam montar a sua própria empresa.
Não é por acaso que há incubadoras com
uma ligação profunda às universidades,
servindo de trampolim a spin-offs que nascem
de projetos de investigação ou da iniciativa
de alunos. As start-ups de base tecnológica
são outra das presenças mais assídua nestes
ninhos de empresas, pelo que alguns deles se
especializam nesta área.
Na altura de escolher aquela que melhor
se adequa a cada perfil de atividade, além
das mais generalistas, há, ainda, incubadoras
vocacionadas para o desenvolvimento regional,
que atuam a uma escala local, algumas das
quais impulsionadas pelos municípios e,
Embora o tipo e o tempo de
incubação varie consoante
a plataforma, as empresas
tendem a ficar, no máximo,
três a quatro anos nestes
ambientes controlados.
Atingida essa meta, o objetivo
é que aprendam a voar
sozinhas, pelo que uma boa
parte das incubadoras oferece
apoio no momento da saída,
para minorar o impacto,
de modo que os projetos
continuem o seu percurso
empreendedor. Manter os
contactos estabelecidos
durante a incubação é, também,
fundamental.
AQUI SE AJUDAM
A ULTRAPASSAR
OS DESAFIOS
INICIAIS
também, incubadoras geridas por associações
empresariais ou empresas privadas. Note,
porém, que há sempre uma fase preliminar,
depois da apresentação do projeto, em que a
incubadora e os candidatos discutem o plano
de negócio e os objetivos de futuro, verificando
se a incubação é a via mais indicada.
Uma vez celebrado o «casamento» entre a
incubadora e o projeto incubado, são vários os
âmbitos em que estas plataformas procuram
dar mais viabilidade ao negócio. Num
momento inicial, em que os recursos tendem a
ser escassos, um dos contributos fundamentais
passa pela disponibilização de instalações a
preços mais competitivos, existindo até casos
de incubadoras que têm espaços comuns de
coworking. Quando os colaboradores ainda são
poucos, outra das vantagens está em partilhar
infraestruturas e serviços administrativos e de
secretariado, que não só libertam recursos e
representam uma poupança substancial, como
agilizam processos. Estes núcleos de apoio ao
empreendedorismo podem, também, ajudar
na captação de financiamento, com recurso a
capital de risco ou facilitando o contacto com
potenciais parceiros e investidores.
Uma rede de contactos privilegiada
é, aliás, outra das mais-valias para as
organizações que dão os primeiros passos
em incubadoras. Para quem está em fase de
arranque, o networking é essencial, tanto com
investidores e business angels, como com outros
empreendedores. Igualmente imprescindível é
um acompanhamento da evolução do negócio
desde o primeiro minuto, seja através de
serviços de consultoria ou de aconselhamento e
tutoria de projetos.
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s
saúde
CONSELHOS BÁSICOS
Estudos mostram que, quando as
cadeiras e cintos são corretamente
usados, diminuem em 70% os riscos de
morte em caso de acidente. Por isso:
Olho na criança
Saiba o que deve ou não fazer para proteger as suas crianças
dentro do carro, assim como aquelas que circulam na via pública
Por João-Maria Nabais (médico pediatra e escritor)
TODOS OS ANOS, milhares de crianças
são vítimas de acidentes de viação, fruto de
falhas de atenção e de informação. As lesões
resultantes são, aliás, a principal causa de
morte e incapacidade, tanto temporária como
definitiva, até aos 14 anos, em quase todos
os países desenvolvidos. E, em Portugal, a
taxa de mortalidade (8,7%) por acidente
rodoviário nestas crianças é o dobro da média
comunitária.
Por isso, segundo a APSI (Associação para
a Promoção da Segurança Infantil), as crianças
até aos 30 meses (ou, se possível, até mais
tarde) devem viajar sempre com a cadeirinha
virada para trás. Em caso de choque frontal,
nesta posição, as costas, cabeça e pescoço
– zonas muito sensíveis e frágeis – estão
uniforme e naturalmente apoiados.
Proteja as suas crianças
Antes de iniciar a marcha, veja sempre se
a cadeirinha ou o assento e os cintos de
segurança estão funcionais, bem colocados e
ajustados. Use cadeiras certificadas (garantia de
que estão preparadas para resistir a acidentes),
apropriadas ao tamanho e ao peso da criança
e que se adaptem devidamente ao veículo. E
nunca as coloque num lugar com airbag ativo!
Vários ensaios demonstram que a maioria
das cadeiras e assentos não é bem instalada.
Os erros mais comuns:
> Cadeira inapropriada para a idade, peso e
altura da criança;
> Colocar crianças com menos de dois anos
ou de 12 kg numa cadeira no sentido da
condução;
> Não prender bem a cadeira ou o assento
ao banco do carro e não sentar a criança
corretamente;
> Instalar a cadeirinha no banco da frente.
Deve, também, ser crítico e exigente com
o transporte escolar: autocarros com cintos
adequados e locais de paragem seguros. E,
claro, enquanto condutor, sabe que, junto
às escolas, zonas residenciais e parques
infantis, há crianças a correr atrás da bola ou
de bicicleta. Modere, por isso, a velocidade
e terá mais tempo para reagir e evitar
atropelamentos.
O respeito pela segurança rodoviária,
integrado num Plano Nacional de Prevenção,
de combate à sinistralidade, pode salvar
muitas vidas, algo essencial se queremos
caminhar para uma sociedade mais
equilibrada, moderna, justa e evoluída.
Esta é a melhor forma de diminuir o risco
de acidentes: desenvolver desde muito cedo
uma mentalidade de prevenção, orientada
para a criança, não só para o cumprimento das
regras básicas, mas também para a sensibilizar
no respeito pelos outros. Tudo para que adote
um comportamento cívico diário, sozinho ou
em grupo, ao utilizar a via pública.
O Cartão de crédito HPP Saúde (1) permite a identificação dos Clientes nas unidades HPP Saúde, proporcionando-lhes condições especiais,
nomeadamente descontos até 20% e a possibilidade de fracionarem os pagamentos efetuados nestas unidades com taxas de juro diferenciadas (2).
Conheça todas as vantagens que este cartão lhe proporciona na área da saúde em www.cgd.pt.
(1)
TAEG de 24,2% para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,00%.
(2)
TAEG de 11,6% na modalidade de pagamentos fracionados, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 9,0%, prestação mensal
de 131,63 euros e um montante total imputado ao consumidor de 1590,58 euros.
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a rev i s ta d a ca i xa
Ilustração: cisale/Getty Images
CONDUÇÃO
A criança tem de viajar sentada num
sistema de retenção adequado à idade,
peso e altura, sempre segura pelo cinto
de segurança;
O cinto deve ser um hábito para todos,
seja qual for a distância a percorrer;
As cadeiras das crianças com menos
de dois anos ou de 12 kg devem ser
colocadas viradas para trás;
Um sistema de retenção exposto a um
acidente deve ser trocado;
O modelo deve obedecer às normas de
segurança comunitárias.
Os pais, médicos e educadores podem
ter um papel essencial na formação
das crianças, com uma educação
rodoviária no pré-escolar, a fim de
minimizar os riscos, em particular no
caminho de casa para a escola.
sustentabilidade
E C O LO G I C A L K I D S
A fralda que muda
o futuro no presente
A visão de uma mãe impulsionou um negócio de futuro com três
vantagens: é melhor para a saúde da pequenada, os pais poupam
dinheiro e o Planeta é, também, poupado em 500 anos de fraldas a deteriorarem-se.
Uma opção que dá pelo nome de puericultura ecológica
Por Paula de Lacerda Tavares Fotografia Filipe Pombo
A ONG QUERCUS e o Ministério do
Ambiente recomendam o uso de fraldas
reutilizáveis. Um caminho que foi, também,
apontado pela empreendedora Tânia
Sousa com a criação da marca portuguesa
EcologicalKids, em 2008. No dia em que viu
uma foto das fraldas reutilizáveis, achou-as
atrativas e, ao investigar mais sobre
o assunto, aponta dados reveladores:
só no centro de Lisboa, segundo a ValorSul
(entidade que trata dos resíduos urbanos),
são recolhidas cerca de três toneladas e
meia de fraldas por hora, que vão para
um aterro. Cada criança gasta, em média,
até aos dois anos e meio, cerca de seis mil
fraldas descartáveis. Tal implica o abate de
seis árvores e equivale a uma tonelada do
tamanho de uma montanha de lixo, que
demora a deteriorar-se mais de 500 anos.
Feitas as contas, em Portugal, todas as fraldas
descartáveis que demoram a degradar-se
existirão por mais séculos, com danos reais
para o ambiente.
Esta questão ecológica, sendo controversa,
é apontada como uma das três vantagens para
a utilização das fraldas reutilizáveis. Outra é a
do fator poupança para os pais, pois, garante
a empresária, em cinco meses o investimento
s
fica pago. As fraldas «crescem» com os bebés
porque são adaptáveis e, até ao desfralde,
há uma poupança, no mínimo, de mais de
mil euros no primeiro filho e no segundo de
mais de três mil euros. A terceira razão tem
a ver com a saúde do bebé, já que as fraldas
reutilizáveis não causam irritação da pele.
Estas foram, em traços largos, as pistas
que motivaram Tânia Sousa, em 2008, a criar
a EcologicalKids, primeiro visível num site
com vendas on-line de fraldas importadas.
Relembra que, «a partir do primeiro mês,
as visitas e compras no site ultrapassaram
largamente as minhas expectativas». No ano
seguinte, em 2009, deu-se a concretização de
revenda para farmácias, parafarmácias e para
grandes cadeias e lojas de bebés.
Porém, a variedade de artigos disponível
no site continuava a ser muito maior do que
as encontradas nos locais de revenda. Era
a oportunidade seguinte de crescimento,
com a abertura de lojas e a ambicionada
internacionalização. As constantes
encomendas de Espanha demonstraram
a viabilidade de criar um site no mercado
espanhol e, como consequência, aumentaram
as exportações.
Recorda a empresária: «Para avançar mais,
nunca o conseguiria sozinha e com capitais
próprios. Sempre fui Cliente da CGD e nela
procurei o apoio de que precisava. A Caixa
esteve sempre do meu lado. Concretizei
dois financiamentos, um PME Invest VI e
outro PME Crescimento 2012. O primeiro
financiamento foi a longo prazo, para
adaptação da loja e armazém, no Porto. Toda
a expedição de encomendas passou a ser a
partir de lá.» A premência de uma loja em
Lisboa tornou-se, também, evidente e, no
Parque das Nações, a EcologicalKids mostra,
hoje, o seu mundo infantil. Além disso, a
EcologicalKids já tem tudo a postos para um
«voo» mais distante, o Brasil, com um site já
inaugurado para este público, estando, ainda,
prevista a abertura de uma loja nesse país.
A EcologicalKids é parceira da Caixa e concede 10 por cento de desconto aos Clientes detentores dos cartões de débito e de crédito (1)
Caixa Woman e My Baby. Os primeiros são ideais para as mulheres ativas, modernas e que valorizam soluções eficientes, contando com
um programa de cashback, que permite poupar automaticamente nas compras em supermercados, em função das compras efetuadas noutros
estabelecimentos.
Já o My Baby é um cartão pré-pago que permite gerir o pagamento das despesas relacionadas com o nascimento de um filho de forma autónoma,
simples e segura. Disponível para Clientes com conta à ordem na Caixa, permite, ainda, fazer ou receber reforços em dinheiro, caso, por exemplo, os
avós ou os padrinhos queiram contribuir para a compra do berço ou do carrinho.
Assim como os cartões Caixa Woman, também o My Baby dispõe de benefícios em outros parceiros, além da EcologicalKids, e outras vantagens.
Saiba mais em www.cgd.pt e em www.vantagenscaixa.pt.
(1)
TAEG de 23,8%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 24,00%.
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sustentabilidade
UNIVERSIDADES VERDES
Lição de sustentabilidade
Mestres em matéria de defesa do ambiente,
duas universidades portuguesas mostram como se pode aprender
a ensinar mais verde
Por Ana Rita Lúcio
SÃO CONHECIDAS por moldar massas cinzentas. Mas, porque nem
só de uma cor vivem as universidades portuguesas, mostram, agora,
ao mundo que também sabem pensar em verde. Unidas pela mesma
cidade e pela ambição de trazer maior consciência ambiental para o
ensino superior nacional, duas das nossas mais prestigiadas instituições
públicas têm procurado fazer da promoção de um futuro mais
sustentável para todos uma lição partilhada entre alunos, professores e
funcionários. O ambiente agradece e a comunidade académica também.
Graças às iniciativas protagonizadas pela Universidade de Lisboa e pela
Universidade Nova de Lisboa, tem sido possível não só fomentar o
consumo energético mais racional e responsável em diversos espaços
escolares e reduzir o desperdício, como sensibilizar todos os atores
envolvidos e fazer a ponte entre estes polos de investigação, inovação
e desenvolvimento tecnológico e a área da sustentabilidade. As
boas práticas têm, entretanto, merecido o reconhecimento na esfera
comunitária: ambas as instituições desempenham um papel ativo na
iniciativa Green Academic Footprint (UGAF), da UNICA, a rede de
universidades das capitais europeias.
Pensamento verde
Pequenos gestos podem fazer a diferença. É este o mote para a
campanha EcoNOVA/Think Green, com a qual a Universidade Nova de
Lisboa tem procurado instituir um modo de pensar e agir mais verde
junto de todos os agentes educativos. Os alunos são, no entanto, o
principal alvo do projeto lançado através dos Serviços de Ação Social
(SASNOVA). Esta campanha visa sensibilizar quem vive e trabalha nas
três residências universitárias dos SASNOVA para a importância de um
uso consciente e responsável da eletricidade, água e gás, apostando,
ainda, na reciclagem, dado que o objetivo final é reduzir o desperdício.
Além de representarem um importante contributo para a
preservação ambiental e para uma maior eficiência na gestão dos
recursos, é suposto que os pequenos gestos de cada um tenham ainda
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um reflexo direto sobre o bem-estar de todos. Com estes atos de
poupança, não são só o meio ambiente e os cofres da universidade a
ganharem: propondo-se a gastar onde realmente importa, os SASNOVA
comprometem-se a converter todo o desperdício evitado em conforto.
Assim, cada euro poupado será, garantem os responsáveis, canalizado
para a melhoria dos espaços físicos das residências.
Destacando a eficácia deste «projeto simples», para Maria Teresa
Lemos, administradora dos SASNOVA, em declarações à NovaTV,
«o mais interessante» no EcoNOVA/Think Green é que há «uma
corresponsabilização imediata dos alunos, que ficam a saber onde e
o que é que pouparam». Incidindo, sobretudo, sobre os consumos
energéticos e de água, o contributo que é pedido a estes mesmos
alunos, mas também a funcionários e professores, passa, por exemplo,
no que toca à eletricidade, pela colocação de luzes-sensores nas zonas
de passagem, que apenas são acionadas pela passagem de alguém, pela
substituição de todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas mais
eficientes e pelo reforço dos estendais para secagem natural das roupas.
É, ainda, pedido aos moradores das residências que desliguem as
luzes quando não estão em uso e aproveitem a luz natural, evitem deixar
aparelhos em stand-by, nomeadamente o computador, sinalizem avarias
de aparelhos e prefiram as escadas em detrimento do elevador – só
para dar alguns exemplos. Já quanto ao consumo de água e de gás, as
palavras de ordem são: menos tempo passado no banho. No que toca
ao líquido vital, cada gota conta mesmo. Não se prescinde, por isso, de
que as torneiras se desliguem enquanto se lavam as mãos ou escovam
os dentes, que se faça uma máquina de roupa apenas quando se tiver
assegurado carga total e, claro, que se sinalizem todas as avarias. Afinal,
«uma torneira a pingar pode desperdiçar até 50 litros/dia», lembra o
manifesto do programa. Paralelamente, foram, também, reforçados os
contentores para separação do lixo para reciclagem, incluindo oleões
para recolha e tratamento do óleo alimentar usado. E, embora ninguém
seja avaliado pela sua prestação, os resultados ficam à vista: pede-se aos
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À LUZ DAS
RENOVÁVEIS
Os números por trás dos painéis
fotovoltaicos da Universidade de
Lisboa.
Depois de finalizada a instalação
de todas as centrais de produção
de energia solar, prevê-se que a
Universidade de Lisboa conte com
mais de 10 mil painéis fotovoltaicos,
correspondendo a uma potência
instalada de mais de 2 MWt, o
que permite atingir uma produção
de 4,28 gigawatts/hora por
ano, o suficiente para abastecer
aproximadamente 1600 famílias
portuguesas. Dando, assim, luz
verde a «um dos maiores projetos
de produção de energia elétrica a
partir de fontes renováveis», tanto
na cidade de Lisboa, como nas
instituições de ensino superior
europeias, lê-se no manifesto do
programa.
alunos que incitem os seus colegas e amigos a assumirem os mesmos
comportamentos sustentáveis, dando o seu exemplo, e quem está de
saída das residências é incentivado a doar os objetos que não quer levar
para casa a instituições de solidariedade social.
Universidade mais sustentável
Apesar de mais antiga, a Universidade de Lisboa, fundada no século
XIII, faz questão de também não tirar os olhos do futuro. E de manter
o espírito pioneiro. Em 2010, decidiu mesmo passar a envergar
o título de Universidade Verde, com o arranque do projeto com
o mesmo nome, em colaboração com a área de Sustentabilidade
dos Serviços Partilhados (SPUL) e com a Associação Académica.
Esforçando-se por cumprir, desde então, o objetivo de desenvolver
uma universidade mais sustentável, esta iniciativa global e
interdisciplinar tem servido de ponto de encontro entre as diversas
ações levadas a cabo no âmbito da sustentabilidade.
E, não fizesse a instituição uso da divisa latina ad lucem (para a luz),
uma das iniciativas que mais salta à vista, a este respeito, consiste na
colocação de painéis fotovoltaicos em pontos estratégicos do campus.
Um «projeto ambicioso», como é descrito pelos seus responsáveis,
que visa alcançar, até outubro deste ano, mais de dois megawatts de
potência instalada em toda a universidade. As áreas privilegiadas para a
colocação destas centrais de produção de energia solar renovável são as
coberturas das faculdades, parques de estacionamento e áreas de lazer.
Graças a esta ação pioneira a nível universitário, em Portugal, os
benefícios académicos também prometem acumular-se. Por um lado,
tratando-se de um polo de inovação e desenvolvimento tecnológico
ímpar no panorama nacional, o estudo permanente e in loco do
funcionamento destes sistemas não podia estar em melhores mãos.
Por outro, o modelo baseado na partilha das receitas obtidas com a
venda do excedente da energia elétrica à rede permitirá à universidade
continuar a alimentar os programas que promovem a eficiência
energética e a racionalização de consumos nos seus edifícios.
A CGD reconhece as alterações climáticas como um tema prioritário e, nesse sentido, disponibiliza o Cartão Caixa Carbono Zero (1) , aplicando uma
percentagem das suas compras em projetos de compensação de emissões de CO2. A Tapada Nacional de Mafra foi o primeiro projeto a beneficiar dos fundos
disponibilizados por este cartão.
(1) TAEG de 24,7%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%.
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s
sustentabilidade
RE-FOOD
Missão: aproveitar
para alimentar
Alimentar é tão fácil como andar de bicicleta ou mesmo a pé.
Uma ponte de voluntários locais liga as sobras diárias de refeições
de restaurantes a quem delas necessita
Por Paula de Lacerda Tavares Fotografia Luís Paixão (Agência AFFP)
DEITAR COMIDA FORA, quando existem
pessoas com fome, é algo completamente
incompreensível para Hunter Halder e
para os seus dois filhos, que o apoiaram de
imediato. Pensar num meio que pudesse
redirecionar as sobras das refeições nos
restaurantes para quem delas necessita deu
origem ao seu projeto, sem fins lucrativos,
intitulado «Re-Food». Este é uma espécie
de ponte humana que liga quem tem sobras
diárias a quem delas precisa. No dia 25 de
janeiro de 2011, já a ideia começava a ser
divulgada com a página criada no Facebook.
As reportagens televisivas não tardaram.
A viver em Lisboa há 20 anos e casado
com uma portuguesa, Hunter (licenciado em
História) começou a fazer um estudo sobre
a freguesia onde vive, Nossa Senhora de
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hunter, o «caçador»
da sobra de comida
de restaurantes, de
voluntários, de pessoas
carenciadas para criar
laços de solidariedade
Fátima, sobre os restaurantes ali existentes
que poderiam contribuir com a doação
das refeições de sobra e as necessidades
alimentares das pessoas da localidade. O
seu «investimento» foi a emissão de cerca
de dois mil panfletos a pedir voluntários,
que distribuiu pelas caixas de correio. Ficou
desiludido com a falta de adesão. No «passa
palavra», na igreja da freguesia, encontrou a
adesão de mais voluntários do que contava,
de todas as idades e estatutos sociais.
Formam, como conta, «uma família feliz e
alegre por ajudar e esse é um dos enormes
estímulos».
No início, depararam-se-lhe três
obstáculos, que teria de ultrapassar: a
atitude do Governo, a atitude da restauração
e a atitude da ASAE. Depois, chegou à
conclusão de que, afinal, o caminho já
estava livre por António Costa Pereira,
pioneiro da iniciativa Acabar com o
Desperdício, que recolheu mais de sete mil
assinaturas e marcou a diferença. Esclarece:
«Já tinha decidido seguir em frente. Não
podia acreditar que pudesse haver oposição
de dar comida excedente a pessoas que
têm fome!» Tudo começou a tomar forma,
primeiro, em sua casa, com trabalho de
fundo; depois, foi trabalho no terreno,
calcorreou todas as ruas daquela freguesia
e identificou 285 restaurantes e mercearias.
«Percebi que tinha de reduzir para um
número menor de sete quarteirões, onde
encontrei 45 possíveis dadores, número
que ainda minimizei para ser possível uma
recolha diária pelos voluntários. Estes
entregam caixas de plástico e sacos, voltam
para fazer a recolha e vão entregar aos locais
combinados.» Inicialmente, através da Igreja
de Nossa Senhora de Fátima, identificaram
as pessoas com mais
carências. Agora,
são servidas mais de
500 refeições por
dia.
Neste momento,
a Re-Food já existe
em oito freguesias
de Lisboa e Hunter
Halder quer alargar
o projeto a nível
nacional e mundial.
«Ajudar» é a palavra
que gere a ação e
tudo se torna possível a partir daqui: um
espaço, uma zona definida, um núcleo de
voluntários para identificar dadores (de
caixas de plástico, frigoríficos e bicicletas),
instituições que indiquem as pessoas
carenciadas e formar um grupo de ajuda
responsável, a quem é transmitido o knowhow da Re-Food.
Vale a pena alimentar, também, esta
ideia, que, núcleo a núcleo, porta a porta,
toca a humanidade de todos nós.
sustentabilidade
s
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O QUE É SUSTENTAR?
Um projeto diretamente ligado
às Nações Unidas.
I F Ó R U M S U S T E N TA R
De Portugal
para o mundo
Num dia dedicado a debater a importância económica,
O Projeto Sustentar visa
promover o diálogo, o
intercâmbio, a representação,
a partilha e a discussão
significativa nas áreas da
educação, ciência, cultura e
comunicação. Estabelecendo
Lisboa como ponto de partida,
releva, de um modo inovador e
empreendedor, a importância
referencial que Portugal pode
e deve constituir no contexto
global. O objetivo primordial
é integrar, inovar, impactar
e internacionalizar.
social e cultural da língua portuguesa, ficou bem vincado que essa é uma
ferramenta cuja utilização pode ser otimizada
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Luís Paixão (AFFP)
NO DIA 21 DE MAIO, o Instituto Superior
de Economia e Gestão (ISEG) recebeu
o iFórum para a Diversidade Cultural
o Dialogo e o Desenvolvimento. No
Auditório CGD, temas como migrações,
as políticas de integração, a mobilidade e a
promoção do diálogo, a cooperação entre as
civilizações e os povos do mundo foram o
foco desta iniciativa, procurando debater a
importância económica, social e cultural da
língua portuguesa e a realidade do espaço
linguístico português. O Fórum incidiu,
igualmente, na multiculturalidade e na
interculturalidade, enquanto contributos para
o desenvolvimento, o diálogo e a cooperação
artístico-culturais.
Um dos grandes destaques do dia foi a
apresentação da candidatura da morna a
Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Ruy Vieira Nery, diretor do Programa
Gulbenkian Educação para a Cultura,
recuperou a experiência da candidatura do
fado a Património Imaterial da Humanidade
e apresentou a sua tese sobre a origem deste
género musical, Raízes Afro-Brasileiras na
Música Portuguesa: do Vilancio Barroco ao Fado
Oitocentista. Este painel foi moderado por
Helena Sacadura Cabral e contou, ainda,
com a presença de Celina Pereira, cantora
cabo-verdiana, e de Adelaide Ginga, curadora
do Museu de Arte Contemporânea de
Portugal e da Bienal de São Tomé.
Outro dos momentos mais aguardados
trouxe a debate a Importância Estratégica da
Língua Portuguesa no Plano Político, Cultural e
Económico. A Realidade e os Desafios do Espaço
Linguístico Português, com a moderação de
Pedro Camacho, diretor da revista Visão.
José Paulo Esperança, pró-reitor para a
internacionalização do ISCTE, apresentou o
estudo O Valor Económico da Língua Portuguesa,
enquanto Mário Lobinho, vice-presidente
do Instituto Camões, abordou a temática Os
painéis Ruy Vieira Nery, Helena Sacadura
Cabral, Celina Pereira e Adelaide Ginga
(em cima); José Paulo Esperança, Pedro
Camacho, Pilar de Rio e Mário Lobinho
(abertura)
Desafios e o Valor Social e Cultural da Língua
Portuguesa. O painel fechou com Pilar del
Rio, que recordou José Saramago, o único
autor português agraciado com o Nobel
da Literatura, e chamou a atenção para a
relevância deste prémio para a promoção
da língua e impacto sobre a prosperidade,
desenvolvimento e conhecimento mútuo,
em português. Pilar aproveitou, igualmente,
para reforçar a ideia de que é importante um
maior investimento governamental na cultura,
terminando a sua intervenção com a questão
«se não falarmos português, quem falará?».
Esta foi, aliás, a nota dominante deste
Fórum, que, logo na sessão de abertura, pela
voz de João Braga de Macedo, presidente do
Instituto de Investigação Científica e Tropical,
vincou a importância de uma visão integrada
dos territórios da lusofonia. Ao longo do dia,
ficou, ainda, demonstrado que o nível de
compreensão do português é cada vez mais
vasto (há cada vez mais pessoas na China a
estudar português) e que a nossa língua é,
logo após o inglês e o espanhol, aquela que
apresenta maior crescimento. Resta saber qual
a resposta a um dos desafios lançados: criar
uma política concertada para a promoção da
língua portuguesa e do seu suporte.
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cultura
LISBON WEEK
À (re)descoberta
de Lisboa
Já quase em contagem decrescente, o Lisbon Week prepara-se
para invadir mais uma vez Lisboa, convidando o público a (re)descobrir
esta cidade numa partilha de experiências inédita e inovadora
Texto Helena Estevens
É JÁ NO PRÓXIMO dia 21 de setembro
que arranca a segunda edição do Lisbon
Week, com uma aposta cada vez mais forte
na programação cultural e turística, que se
estende do alto do Parque Eduardo VII ao
rio Tejo, com paragem obrigatória na Rua
das Portas de Santo Antão, o epicentro desta
iniciativa. E não faltam desafios: explorar
edifícios com séculos de história, revelar
artistas nacionais e estrangeiros, escutar
concertos e ouvir palestras em locais algo
inesperados, permitindo saborear, com
gosto, o melhor da capital.
Foi nesta cidade que Xana Nunes,
responsável pela XN Brand Dynamics e
sucesso Em 2012, o
Lisbon Week trouxe
milhares de pessoas
às ruas da capital,
ansiosas por descobrir
uma cidade com tantas
histórias por contar
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a re v i s ta d a c a i xa
principal mentora deste projeto, «depois
de 15 anos a criar conceitos efémeros para
eventos de grandes marcas internacionais»,
sentiu «que estava na hora de criar um
conceito que se repetisses, que tivesse
capacidade para crescer e, acima de tudo,
que fosse aberto a todos». Em Lisboa,
encontrou «as características das marcas de
luxo: tem um passado rico, histórias para
contar, assim como um leque de artistas de
diversas áreas que aqui se movem, tanto os
de cá como os que para cá vieram viver.» Ao
mesmo tempo, diz, sentiu haver necessidade
«de criar uma semana que, a longo prazo,
pudesse ser uma referência para visitar
e viver Lisboa de uma forma diferente.
«Mostrar o património e contar histórias
menos conhecidas desta cidade, que tem
tanto para revelar, apresentando momentos
contemporâneos, dentro das mais variadas
áreas artísticas».
Possibilidades mil
Ao todo, são sete dias dedicados ao melhor
que Lisboa tem, em áreas tão distintas
como arte, história, música, gastronomia,
meio ambiente, arquitetura, inovação ou
tradição, num leque de ofertas que não se
esgota por aqui. E se, no ano passado, foram
sete as rotas, em homenagem às colinas de
Lisboa, este ano escolheu-se primeiro uma
zona da cidade. «O José Sarmento de Matos
apresentou-nos a Rua das Portas de Santo
Antão; depois, o Delfim Sardo fez com que
ela fosse um dos pontos de encontro com
a arte e dela saíram, ainda, os sons dos
boémios anos 20, que nos levaram ao jazz.
Posteriormente, fomos descobrindo várias
temáticas dentro das ‘estórias’ que esta zona
nos pode contar, com os diversos olhares
dos nossos convidados. É a própria cidade
que nos leva ao conceito de cada edição»,
afirma Xana Nunes. E são, precisamente,
José Sarmento de Matos, professor e
olisipógrafo, e Delfim Sardo, ensaísta e
professor universitário, os curadores das
duas rotas apoiadas pela Caixa, a da História
e a da Arte, respetivamente.
Dirigida a «todos o que queiram conhecer
Lisboa de uma forma diferente», a edição
de 2013 do Lisbon Week promete bastantes
surpresas, nomeadamente «a descoberta
dos segredos da Rua das Portas de Santo
velhas, todas as visitas são interessantes,
mas, para os mais novos, destacamos o
percurso verde, que deve ser feito em família
e que descobre as inúmeras funcionalidades
do Corredor Verde de Monsanto», explica
Xana Nunes. Este é um percurso que, pelas
suas características, pode dar aos mais
pequenos alguma sensibilidade sobre
as diferentes formas de viver na cidade
de modo ecológico. «Vamos dar a conhecer
as hortas urbanas, ensinar a fazer e plantar
pequenas hortas em casa, descobrir que
se pode ir da cidade até ao campo a pé.
Esta visita única termina no Parque do
Calhau, em Monsanto, onde contaremos
histórias sobre a importância de preservar
a Natureza», concretiza a responsável.
Antão, por Sarmento de Matos, onde se
poderão fazer visitas guiadas, assistir a
palestras ou a concertos». Ou a uma viagem
pela arquitetura da cidade, também sob
o olhar de Delfim Sardo, na qual alguns
edifícios encontrarão artistas plásticos de
renome. «Abriremos as portas de algumas
embaixadas, onde outras culturas se cruzam
com o património nacional; faremos
passeios a pé e de bicicleta, na descoberta
de uma cidade mais verde; e provaremos
os melhores petiscos de Lisboa.» Estas
são algumas das (muitas) surpresas que se
podem conhecer em
www.lisbonweek.com.
Tal como na primeira edição, que contou
com um público dos 4 aos 90 anos, as
crianças não foram esquecidas. «Para as mais
NESTA SEGUNDA
EDIÇÃO, O LISBON
WEEK VOLTA A CONTAR
COM A CAIXA GERAL
DE DEPÓSITOS COMO
GRANDE PARCEIRO DAS
ÁREAS CULTURAIS, EM
ASSOCIAÇÃO COM A
ROTA DA HISTÓRIA E A
ROTA DA ARTE
«Estórias» com história
Em setembro, a história de Lisboa descobre-se, então, através da Rua das Portas de
Santo Antão, uma rua secular e «uma das
vias históricas mais antigas da cidade,
datando o seu casco original do período
romano», de acordo com Sarmento Matos,
curador da Rota da História. «Nela,
coexistem inúmeras reminiscências de vários
períodos históricos que é preciso valorizar.
Palácios, igrejas, centros de cultura e lazer,
agremiações diversas ou restaurantes»,
especifica o olisipógrafo. Daí ser da «maior
importância chamar a atenção para todo este
variado património, objetivo primordial da
Rota da História do Lisbon Week».
Mas não é apenas de História que se faz
esta via lisboeta. «São inúmeras as histórias
da vida coletiva que se encerram nesta
rua: desde as reuniões preparatórias da
Restauração, em 1640, no Palácio Almada ou
da Independência; até à ativa vida cultural
dos teatros, do Coliseu, da Sociedade de
Geografia, do Ateneu Comercial ou dos
diversos clubes aqui outrora existentes, como
o Majestic, atual Casa do Alentejo.» O que
faz dela «um dos percursos mais ricos de
Lisboa, quer do ponto de vista histórico, quer
do ponto de vista patrimonial», salienta o
curador desta rota, que deve ser feita «para
fruir o prazer de conhecer, por dentro, uma
história tão variada que não se percebe pela
simples apreciação exterior dos edifícios». E,
também, porque «só se gosta a sério daquilo
que se conhece. Se esta rota atingir o objetivo
de um número grande de pessoas ficar a
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
67
c
cultura
Como reservar
a sua Rota
conhecer melhor a realidade do ‘miolo’ da
sua cidade, então terá valido a pena todo o
esforço de levar este projeto a bom porto».
À semelhança do que aconteceu na edição
anterior, estão previstas visitas guiadas, cujo
percurso incluirá locais emblemáticos da
cidade, como o Palácio da Independência, a
Sociedade de Geografia e o Recrutamento da
Encarnação, entre outros que, regra geral, se
encontram fechados ao público.
A Rota da História contará, ainda, com
conferências, concertos e exposições,
algumas fazendo ligação com algumas das
demais rotas.
Um novo olhar sobre a cidade
Descobrir «Lisboa, cidade escondida, cheia
de esquinas recônditas e de pátios, de casas
que abrem para jardins insuspeitados». Nas
palavras do seu curador, Delfim Sardo, «é este
o objetivo da Rota da Arte, concebida para se
explorar a cidade e a sua arquitetura através
de uma exposição itinerante, designada
I’ll be Your Mirror. Será um percurso por
alguns lugares extraordinários da cidade de
Lisboa […], uma exposição espalhada por
vários espaços, quer edifícios patrimoniais,
quer marcos da arquitetura moderna e
contemporânea, nos quais se encontrarão
obras de alguns dos mais interessantes
artistas portugueses contemporâneos». É um
percurso de descoberta da «Lisboa escondida
atrás das portas de edifícios que não são
normalmente de acesso público, estruturado
em dois circuitos que poderão ser percorridos
durante uma semana».
Trata-se de uma exposição itinerante,
na qual a arquitetura se cruza com a arte
contemporânea, contando com mostras de
artistas nacionais como Fernanda Fragateiro,
João Onofre ou José Pedro Croft, espalhadas
por edifícios simbólicos. Isto possibilita aos
seus visitantes «uma experiência da cidade
transformada num cenário para a instalação
de obras de arte, que se confrontam com o
espaço, que dialogam com a arquitetura ou que
fazem o espectador confrontar-se com o seu
reconhecimento da cidade», explica o curador.
Previsivelmente, existirá um cruzamento
com a Rota da História, «porque Lisboa é
sempre uma cidade de histórias, de pequenas
‘estórias’ de autodescoberta. Por isso, I’ll be
Your Mirror, a exposição e o percurso, é sobre
descoberta e autodescoberta, sobre o olhar
68
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Para fazer a sua reserva para
as visitas da Rota da História
e Rota da Arte, oferecidas
pela Caixa Geral de Depósitos
aos cidadãos e visitantes,
envie um e-mail para
[email protected]
ou consulte o site oficial,
www.lisbonweek.com.
SÃO SETE DIAS
DEDICADOS A ÁREAS
TÃO DISTINTAS COMO
ARTE, HISTÓRIA,
MÚSICA, GASTRONOMIA,
MEIO AMBIENTE,
ARQUITETURA,
INOVAÇÃO OU TRADIÇÃO
do outro no qual nos revemos, guiados pelos
lugares da cidade», revela Delfim Sardo,
acrescentando que «as obras dos artistas
constituem, em cada um dos casos, uma
surpresa e uma revelação. Serão encontradas
obras de escultura, fotografia, instalações
sonoras que revelarão facetas diferentes de
cada espaço, confrontando o espectador com
as particularidades de cada espaço, bem como
consigo mesmo».
Para os interessados, ambos os percursos
saem do Marquês de Pombal, diferentes de
manhã e de tarde, passando por edifícios
como o Bloco das Águas Livres, um edifício
do arquiteto Nuno Teotónio Pereira, dos anos
50, um dos mais interessantes edifícios de
habitação de Lisboa, ou o Teatro Thalia, uma
recuperação realizada pelo atelier de Gonçalo
Byrne com Diogo Seixas Lopes e Patrícia
Barbas da ruína do famoso teatro construído
pelo Conde de Farrobo, e que é finalista do
prémio FAD.
Esta edição do Lisbon Week conta, ainda,
com «cerca de cinco partidas diárias para
cada visita guiada, dois autocarros LW-CGD
que saem do Parque Eduardo VII para fazer
o percurso da Arte, por isso muitas mais
pessoas poderão fazer parte desta edição»,
explica Xana Nunes.
c
cultura
1. INFERNO
2. A LIVRARIA NOITE
E DIA DO SENHOR
PENUMBRA
Dan Brown
Bertrand Editora
Robin Sloans
3. A COISA MAIS
TERRÍVEL QUE
ACONTECEU A
BARNABY BROCKET
Inferno marca o muito
aguardado regresso
de Dan Brown e do seu
personagem Robert
Langdon, o famoso
simbologista de Harvard
que protagonizou O Código
Da Vinci, Anjos e Demónios
e O Símbolo Perdido.
Bertrand Editora
John Boyne
Depois de perder o seu
emprego como web
designer, Clay Jannon
encontra emprego no turno
da noite da misteriosa
Livraria Noite e Dia. Um livro
inteligente e divertido.
Bertrand Editora
(€ 19,98, na FNAC on-line)
(€ 14,94, na Wook on-line)
(€ 12,96, na FNAC on-line)
1
2
as escolhas de...
Ágata
Roquette
Nutricionista
A nutricionista de quem se
fala, a gozar o sucesso dos
seus livros A Dieta dos 31
Dias e As Regras de Ouro,
revela os seus preferidos.
Para grande vergonha
dos pais, Barnaby parece
desafiar as leis da
gravidade… e flutua. E isso é
algo que torna complicado
conseguir ter amigos!
PARA a acompanhar
durante as férias, escolheu
o livro A Morte Trágica
da Rainha D. Estefânia,
de Sara Rodri.
Conciliar a profissão com
a nova vertente de passar
os seus conhecimentos para
livros rouba-lhe o tempo
livre, daí que o último filme
que a marcou tenha sido
Amigos Improváveis e que
continue fiel aos trabalhos
de Bryan Adams quando
chega a hora de ouvir
música.
4
3
4. ÓPERA
FLUTUANTE
John Barth
Sextante Editora
6
8
Esta é a história do dia
em que Todd Andrews,
herói e narrador,
impenitente, solteirão,
advogado, libertino e
suicida potencial, decide
não se matar.
7
5
Foto: Alexandre Bordalo; D.R. (Luísa Sobral)
(€ 14,94, na Wook on-line)
8. AS PERFEIÇÕES
PROVISÓRIAS
7. DON’T FORGET
WHO YOU ARE
6. GISELA JOÃO
Gianrico Carofiglio
Miles Kane
Valentim de Carvalho
Porto Editora
Sony Music
Gianrico Carofiglio foi um
juiz antimáfia e um membro
do Senado italiano. Chega,
agora, a Portugal, com
mais de quatro milhões de
exemplares vendidos.
Miles Kane, nome ligado
aos The Last Shadow
Puppets e aos The Rascals,
inspira-se nas cinco últimas
décadas e mostra que o rock
independente está bem vivo!
É a prova de que o «novo
fado» existe, capaz de
beber inspiração de outros
universos musicais, sem
renunciar às raízes que o
tornaram Património da
Humanidade.
(€ 14,94, na Wook on-line)
(€ 14,99, na FNAC on-line)
(€ 11,99, na FNAC on-line)
Gisela João
5. EMPREENDE A TUA
AVENTURA
Joan Riera e Tomás
Bertrán Soler
Gestão Plus
Este livro convida-o a assumir
o papel da protagonista, uma
jovem empreendedora prestes a
lançar o seu projeto. O resultado
final depende das suas escolhas.
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Já conhece o Vantagens Caixa?
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c
cultura
P L A N E TA TA N G E R I N A
A melhor
da Europa
O nome, curioso, é apenas o levantar
do véu sobre um planeta de criatividade,
onde há muito sumo, docinho, para miúdos.
E para graúdos que se mostrem capazes de ultrapassar
o preconceito de que os livros ilustrados
são só para crianças
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo
BEM-VINDOS ao Planeta Tangerina. Acabam
de aterrar na melhor editora europeia para a
infância, prémio (Bologna Prize for the Best
Children’s Publisher of 2013) atribuído pelo
júri da Feira Internacional do Livro Infantil de
Bolonha, a mais importante do género a nível
mundial.
Mas, até chegar a este prémio, a história
da Planeta Tangerina tem muito que contar.
Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso
conheceram-se no liceu e deram continuidade
à amizade na Faculdade de Belas-Artes. Foi
lá que conheceram Bernardo Carvalho e,
assim que terminaram o curso, começaram a
trabalhar com o objetivo de criar uma revista
para crianças. «Isso deu-nos experiência em
70
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
pensar para esse universo mais infantil»,
recorda Isabel Minhós, autora da maioria
dos livros editados. Os primeiros passos do
Planeta Tangerina foram dados como atelier
de design e comunicação, e só em 2006
viriam a abrir a porta à vertente editorial.
E, aos poucos, a equipa foi-se compondo:
Isabel escreve, aos ilustradores Madalena
e Bernardo juntou-se Yara Kono, Carolina
Cordeiro é a designer de serviço, Cristina a
responsável pela distribuição e João Abreu
abraça as tarefa de planeamento e gestão.
Uma equipa pequena, o que até pode ser uma
vantagem em tempos de apertar o cinto. «O
facto de sermos uma editora pequena pode
ter vantagens, pois dá-nos maior flexibilidade.
O nosso percurso nunca foi de grande
deslumbramento e isso não se alterou com o
distinção recebida em Bolonha. Claro que nos
encheu de orgulho, mas o segredo é continuar
a trabalhar. Sempre procurámos ser bastante
equilibrados na forma como geríamos o
atelier e exemplo disso é o facto de sermos
nós que fazemos a distribuição dos livros,
trabalho que, regra geral, uma editora entrega
em equipa Bernardo Carvalho,
Madalena Matoso, Isabel Minhós,
Carolina Cordeiro e Cristina Lopes
(de cima para baixo, da esquerda para
a direita) são cinco dos sete nomes
que constituem a Planeta Tangerina
a uma distribuidora. No fundo, assumimos a
responsabilidade de termos todo o trabalho,
desde ter a ideia até colocar o livro no ponto
de venda», explica Isabel Minhós.
E o que é que distingue o trabalho feito
no Planeta Tangerina, num universo onde
cabem milhares de títulos dedicados aos mais
novos? «Quando criámos a editora, o desejo
foi, precisamente, poder arriscar mais. Foi
podermos criar uma linha ao sabor da nossa
vontade, sendo essa vontade a de fugir um
pouco ao tradicional», afirma a escritora.
«As histórias não são as mais convencionais,
são textos que dão para todas as idades, e
creio que isso é um fator que também pode
aproximar as pessoas do nosso trabalho. Para
além disso, os nossos livros têm uma imagem
muito forte e existe uma harmonia dentro
do nosso catálogo.» Essa forma diferente
de abordar os temas fica bem presente, por
exemplo, em Depressa, Devagar, onde um
menino se vê confrontado com o ritmo do
mundo dos adultos. Sem recorrer a uma
típica moral da história, aborda-se um tema
do quotidiano das crianças de forma a ajudá-las a pensar nesse mesmo tema.
Entre o digital e a Natureza
Esta vontade de não seguir algo
institucionalizado tem, igualmente,
retardado a entrada do Planeta Tangerina nas
plataformas digitais. «Há muitas empresas
a adaptar livros para essas plataformas e já
tivemos muitos contactos, mas trata-se de um
passo bastante grande numa área onde ainda
não existem resultados concretos», explica
Isabel Minhós. «Quando apostarmos neste
universo, queremos fazê-lo a um nível global,
não apenas em português, portanto tem de
ser algo muito bem pensado e bem feito. Até
porque não nos apetece fazer um simples PDF.
Queremos algo que tenha interatividade.»
Para já, e porque é inegável a importância
das novas plataformas de comunicação,
vão apostando nas redes sociais e criaram
propostas de leitura no site, que podem ajudar
a olhar os livros do Planeta Tangerina com
maior profundidade. Outra forma de lidar
com os fãs é através das visitas a escolas e
a bibliotecas, momentos que acabam por
contrariar a ideia de que os miúdos leem
pouco. «Noto que as bibliotecas escolares são
um projeto sólido, noto que o Plano Nacional
de Leitura dinamizou, muito, esta relação com
os livros», defende a autora. «Penso que existe
muita oferta de muita coisa para os miúdos,
penso que existe uma grande concorrência por
parte das fontes de entretenimento digitais,
mas também é verdade que existe muito mais
oferta de livros. É quase impossível um miúdo
não encontrar um livro de que goste, pois
existem títulos para todos os gostos.»
A propósito de títulos, há novidades deste
Planeta Tangerina, prontas a chegarem à Terra.
Num ano em que a China será mais um país
na longa lista de internacionalização dos livros
da editora e em que foi lançada Dois Passos e
Um Salto, a nova coleção destinada a leitores
mais crescidos (já está disponível O Caderno
Vermelho da Rapariga Karateca), verá a luz
do dia uma outra coleção de livros de cantos
redondos, que propõem jogos e desafios para
os mais pequeninos. Serão lançados dois
novos títulos e há um projeto de peso em
andamento: um grande livro, que pretende
ser uma espécie de um guia sobre a Natureza,
em Portugal. Está a ser preparado por duas
biólogas, com muita informação sobre
espécies, fauna e flora, habitats, todo ilustrado,
com muitas atividades para poder fazer ao
ar livre. Esse é, aliás, um dos objetivos do
livro: tirar os miúdos de casa e colocá-los em
contacto com a Natureza. Vai chamar-se
Lá Fora.
CARTÕES LOL
Na Caixa, há cartões que
ensinam a poupar.
Sabia que a Caixa ajuda a
gerir a mesada dos jovens,
transferindo para a poupança o
montante não utilizado durante
o mês? É isso que acontece com
os cartões LOL.
O LOL Júnior (10-15 anos) e o
LOL (15-18 anos) são cartões
pré-pagos que funcionam com
base num valor previamente
carregado, que pode ser
pontual ou agendado. O nível
de segurança na utilização é
muito elevado, já que todas as
operações requerem o número
de identificação pessoal e os
gastos são limitados ao saldo
existente. No caso do LOL
Júnior, existe, mesmo, um limite
diário de utilização, atualmente
de 50 euros, conferindo, ainda,
maior proteção e controlo dos
gastos.
A vertente didática destes
cartões é, também, um
fator muito importante, já
que é o jovem que gere e se
responsabiliza pelo dinheiro,
avaliando as opções de compra
de acordo com o saldo de que
dispõe.
E essa gestão passa também
pela poupança. Esta opção
funciona de um modo muito
simples: no final de cada mês, o
que sobrar no saldo do cartão é
guardado e, sempre que atinja
um euro ou mais, é transferido,
automaticamente, para a conta
de poupança Caixa Projecto,
onde fica a render juros.
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71
agenda
EXPOSIÇÕES
Serviço Educativo da Culturgest
propõe «os sentimentos»
como base do trabalho das suas
oficinas de expressões artísticas
contemporâneas durante as
férias. Vários artistas darão voz,
corpo, interpretação e expressão
às inúmeras possibilidades que
este tema levanta.
Jos de Gruyter & Harald Thys
Até 21.09
Fundação CGD – Culturgest, Porto
Os dois artistas belgas trabalham
em conjunto desde o final dos anos
80, tendo produzido numerosas
obras em vídeo, pelas quais são
mais conhecidos. Inspirando-se
no quotidiano e recorrendo a um
humor absurdo, retratam, de forma
caricatural e impiedosa, a nossa
condição humana. Entrada gratuita.
VÁRIOS
Lisbon Week
MÚSICA
Entre 20 e 21 de setembro, o
festival Caixa Alfama – Aqui
Mora o Fado reunirá alguns dos
melhores fadistas nacionais. Por
palcos como o Museu do Fado, o
Pavilhão Arena, o Centro Cultural
Dr. Magalhães Lima e o Palco
Caixa, que ficará situado junto
ao Tejo, passarão nomes como
Ana Moura, Camané, António
Zambujo, Gisela João e Cuca
Roseta, entre muitos outros já
confirmados. Esta é a primeira
edição de um festival único e
inovador, promovido pela CGD
e pela Musica no Coração, que
promete dar outra vida a um dos
mais típicos bairros da capital,
Alfama. O bilhete único para
os dois dias do festival custa
35 euros. Os bilhetes serão,
depois, trocados nas bilheteiras
do festival, sediadas no Museu
do Fado, a partir do dia 19 de
setembro, por uma pulseira que
dará acesso a todos os espaços
da iniciativa, até ao limite de
lotação de cada um.
Em Tomo do Acervo
Serviço Educativo
Caixa Alfama
20 e 21.09
Vários locais, Lisboa
Tell It To My Heart
Até 08.09
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
Julie Ault foi uma das forças
motrizes por trás do Group
Material (1979-1996), coletivo de
artistas, de composição variável,
que explorou a relação entre arte,
ativismo e política. Em Tell It To My
Heart, é mostrada uma seleção
muito ampla de obras de arte que
Julie Ault foi reunindo ao longo
dos anos, ao sabor das amizades,
cumplicidades e colaborações.
CONDIÇÕES PARA CLIENTES DA CGD
40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA.
30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA
EXCLUSIVE, LEISURE E CAIXADRIVE.
72
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Até 29.09
Atelier-Museu Júlio Pomar, Lisboa
Num edifício totalmente renovado
por Álvaro Siza Vieira para pôr em
evidência as obras de Júlio Pomar,
com o qual a CGD tem mantido
uma significativa parceria, esta
exposição inaugural organiza-se
em torno de quatro eixos:
o neorrealismo dos anos
40 e 50; a exploração do
movimento e do gesto
dos anos 60; a colagem
e assemblages dos
anos 70; e a viagem
à Amazónia e a série
de pinturas de índios,
influenciada por
essa experiência,
dos anos 80 e 90.
Entrada gratuita.
21 a 28.09
Lisboa (vários locais)
Na sua segunda edição, o Lisbon
Week volta a contar com o apoio
da CGD, desta vez, enquanto
mecenas da Rota CGD História
e da Rota CGD Arte. Este ano, a
viagem pela história de Lisboa
será feita pelas narrativas da Rua
das Portas de Santo Antão, sendo
organizadas visitas guiadas num
roteiro pensado por Sarmento
de Matos. Já a Rota CGD Arte tem
a grande inovação da exposição
I’ll be your mirror e guiará o
público por um conjunto de
edifícios simbólicos que irão alojar
exposições de artistas nacionais.
As reservas para estas visitas
estão disponíveis através do
e-mail [email protected].
Férias de Verão na Culturgest
Até 06.09
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
Com dois programas distintos
– dos 5 aos 7 e dos 8 aos 12
anos –, as férias de verão
organizadas pela Culturgest
atribuem conceitos únicos a cada
semana de oficinas. Aproveitando
a longa temporada de verão, o
Trienal de Arquitectura
12.09 a 15.12
Lisboa
Close, Closer, a 3.ª edição da
Trienal de Arquitectura de
Lisboa, propõe uma leitura
alternativa da prática espacial
contemporânea. Ao longo de três
meses, a curadora geral Beatrice
Galilee e os curadores Liam
Young, Mariana Pestana
e José Esparza Chong
Cuy (foto ao lado) vão
explorar as múltiplas
possibilidades da
produção arquitetónica,
através de exposições
experimentais, eventos,
performances e
debates.
Fotos: Clockwise from left: Felix Gonzalez-Torres; Corita Kent; Tim Rollins & K.O.S., Malcolm X, By Any Means Necessary—Satan (Tell it to my heart); Trienal: D.R.
a
vintage
v
ESCARRADOR
Mudando
mentalidades
Com o seu quê de grotesco, o nome deixa antever
a finalidade. O objetivo, porém, era mais ambicioso e visava
o combate da tuberculose
Por Gabinete do Património Histórico da CGD Fotografia João Cupertino
No final do século XIX e primeira metade do
século XX, a Europa debatia-se com um enorme
problema de saúde pública devido à tuberculose.
Extremamente contagiosa e resistente aos
tratamentos, a doença viria a desencadear uma
grande transformação ao nível das estruturas
sociais, médicas e sanitárias.
Foi neste contexto que surgiram os escarradores
ou cuspidores, objetos obrigatórios nos locais
públicos e que continham um produto antissético.
Serviam para recolher a expetoração, numa época
em que cuspir para o chão, nos transportes públicos
ou nos estabelecimentos, era uma prática vulgar.
Procurando acabar com este hábito, ele próprio
facilitador da propagação do vírus, foi promulgado
o edital de 14 de fevereiro de 1902, assinado pelo
históricos
de 1902
No ano em que se
proibia cuspir fora dos
escarradores, outros
eventos «contaminaram»
o ar dos tempos.
Nasce o escritor
norte-americano John
Steinbeck, que viria a
conquistar o Prémio Nobel da
Literatura, em 1962, com
As Vinhas da Ira.
1.
Sir Arthur Conan Doyle,
«pai» do célebre detetive
Sherlock Holmes, publica o
livro O Cão dos Baskervilles,
uma das suas obras-primas.
2.
Foi o médico alemão Robert Koch que, em 1882,
descobriu o bacilo (Koch) causador da doença,
concluindo que a sua transmissão se fazia pelo
ar, através da saliva e dos espirros de pessoas
contaminadas.
Em Portugal, a tuberculose era, então, a doença
que maior número de mortes causava. Foi a rainha
D. Amélia que iniciou um vasto programa de
combate à doença: em 1892, fundou o Instituto
Bacteriológico de Lisboa e, em 1893, o primeiro
dispensário, em Alcântara, a Assistência Nacional
aos Tuberculosos, a que se seguiram outras
iniciativas. Mais tarde, intensificou-se a criação de
sanatórios, dispensários, centros hospitalares e de
profilaxia (que permitiam o diagnóstico precoce,
através de provas de tuberculina e de análises
clínicas), a vacinação pela BCG e a medicina
preventiva. Implementaram-se, ainda, regras e
estratégias sociais de educação alimentar e sanitária,
melhores condições de trabalho e de habitabilidade.
FACTOS
O clube de futebol
brasileiro Fluminense
Football Club é criado no
Rio de Janeiro.
3.
governador civil de Lisboa, que proibia cuspir fora
dos escarradores próprios, sob pena de multa de
500 réis.
4.
Hoje, os escarradores fazem parte dos acervos
museológicos e de coleções particulares. Com
grande diversidade, apresentam-se simples ou
profundamente decorados, em vários materiais,
como o esmalte, a porcelana, o vidro e o metal
nobre. Os formatos são, também, vários: de pé alto,
para uso público; os médios, parte do mobiliário
das casas; e os de bolso ou de uso pessoal,
pequenos frascos de vidro ou caixas metálicas que
continham areia ou serradura.
5.
Este escarrador metálico com a sigla da CGD
pertence ao acervo museológico do Banco e é um
dos exemplares que fizeram parte do mobiliário
das suas Agências. Fruto de um período em que
se visava mudar mentalidades e se começava a
assumir a prevenção e a informação como fontes de
progresso.
8.
Nasce um dos nomes
mais sonantes das letras
brasileiras, o poeta Carlos
Drummond de Andrade.
Theodore Roosevelt
torna-se o primeiro
Presidente norte-americano a
viajar de automóvel.
6.
7.
Eduardo VII é coroado rei
de Inglaterra.
Nasce Josémaria Escrivá
de Balaguer, padre
espanhol que viria a fundar a
Opus Dei.
A iluminação elétrica é
alargada a toda a cidade
de Lisboa.
Morre o escritor francês
Émile Zola.
9.
10.
Termina a Segunda
Guerra dos Boers, na
África do Sul, com a vitória das
tropas britânicas.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
73
f
fecho
FESTIVAL
DAS ARTES
C A R TÃO M T V
A Caixa e a MTV num só cartão
A Caixa apoiou, uma vez mais, o
Festival das Artes, que tem lugar
anualmente, em Coimbra. Na sua
quinta edição (16 a 23 de julho), o
festival abriu-se ao tema da Natureza,
uma escolha óbvia dado o evento ter-se
realizado na Quinta das Lágrimas.
Consolidado como um dos momentos
de excelência no panorama cultural
português, o festival apresenta
um conceito inédito em Portugal,
oferecendo dezenas de eventos que
ilustram os olhares de uma grande
diversidade de linguagens estéticas e
expressivas sobre um tema comum.
Em nenhum outro festival se convoca,
simultaneamente, a atenção do público
para um leque tão vasto de propostas.
Música, teatro, dança, literatura,
cinema e artes plásticas foram, apenas,
algumas das iniciativas à disposição.
Além disso, houve, ainda, muito para
descobrir, como banda desenhada,
património, gastronomia e até algumas
áreas científicas.
Este ano, destacaram-se as participações
da Orquestra Gulbenkian e da
Metropolitana de Lisboa, da Companhia
Nacional de Bailado e do pianista
António Rosado. Houve, também, uma
adaptação do Sermão de Santo António
aos Peixes, do Padre António Vieira, e
uma parceria inesperada entre o Duo
Cordis e Cuca Roseta.
Este evento conquistou, em 2010,
uma menção honrosa, na categoria
de eventos, dos Prémios Turismo de
Portugal.
Um cartão para aqueles que não vivem sem música,
que dá acesso a concertos, festas, passatempos e muito mais
O cartão MTV é ideal para os loucos por
música, aqueles que não perdem um concerto
e que sonham estar frente a frente com a
banda favorita. E
porquê? Porque este
cartão dá acesso:
> A passatempos
exclusivos, através
dos quais os Clientes
podem ir a festas e a
concertos especiais,
assim como a
eventos MTV, onde
podem conhecer as
maiores estrelas da
música mundial;
> A descontos em
cinema, música,
cultura e muito mais.
o símbolo VISA, em Portugal e no estrangeiro.
Já o cartão de crédito MTV (1) está
disponível a partir dos 18 anos e permite
adquirir bens e
serviços a crédito,
em estabelecimentos
da rede Visa. Além
disso, é, ainda,
possível efetuar
levantamentos
a crédito (cash
advance) nos
caixas automáticos
e balcões de
agências bancárias
identificadas com
o símbolo Visa,
em Portugual e no
estrangeiro.
UM CARTÃO QUE
FAZ E ACONTECE...
Disponível para
quem tem mais de 15 anos, na sua versão
de débito, o Cartão MTV dá acesso à conta
à ordem na Caixa, permitindo efetuar
pagamentos, levantamentos, compras e
outras operações. Para tal, o cartão pode ser
utilizado no serviço Caixautomática, nos
caixas automáticos da rede multibanco e em
estabelecimentos comerciais identificados com
SEMPRE SEGURO
Em caso de extravio,
furto ou roubo, o
Cartão MTV tem uma cobertura (2) contra
gastos abusivos, no valor de 2500 euros por
sinistro e 12 500 euros por ano. E as primeiras
mil novas adesões ao cartão de crédito ou de
débito MTV, entre 12 de junho e o final de
2013, dão direito a uma pasta para portátil.
Mais informações em www.cgd.pt, em www.
cartaomtv.com ou numa Agência da Caixa.
(1) TAEG de 18,7%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,50%.
(2) Esta informação não dispensa a consulta das Condições Gerais e Específicas da Apólice disponível em qualquer
Agência da Caixa.
O Atelier-Museu Júlio Pomar realiza, neste primeiro
ano de existência, o ciclo de conferências o MUSEU
OKUPA – Museus que Ocupam Espaços com
Memórias, uma iniciativa comissariada e moderada
por Nuno Grande. O primeiro encontro teve lugar no
dia 6 de julho, no espaço do Atelier-Museu, e contou
com Álvaro Siza Vieira (entrevistado na Cx n.º 9), João
Luís Carrilho da Graça, João Mendes Ribeiro e Ricardo
Carvalho como oradores.
A iniciativa procurou debater os problemas e desafios
74
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
que se colocam aos vários profissionais no momento
de projetar os espaços museológicos em lugares
originalmente dedicados a outras funções.
Inaugurado em abril de 2013, pela Fundação Júlio
Pomar, em parceria com a Câmara Municipal de
Lisboa, o Atelier-Museu Júlio Pomar apresenta, na
sua primeira exposição, um conjunto de 100 obras
do acervo, que percorrem várias fases do percurso
do artista. A atividade da Fundação Júlio Pomar é
apoiada desde 2005 pela Caixa Geral de Depósitos.
Fotos: D.R.
MUSEU OKUPA – ATELIER-MUSEU JÚLIO POMAR
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