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O FUTURO PASSA POR AQUI HÁ UMA ECONOMIA CRIATIVA CADA VEZ MAIS FERVILHANTE ENTREVISTA a revista da caixa CAIXA GERAL DE DE P ÓSI TOS ANA FATIA E NUNO GUSMÃO NUMA TEMPESTADE CRIATIVA CULTURA E ARQUITETURA N.o 12 | julho de 2013 | Ano IV LISBON WEEK E TRIENAL AGITAM A CAPITAL DESCUBRA AS VANTAGENS DE SER CLIENTE DA CAIXA design € 1,50 CONTINENTE E ILHAS PERIODICIDADE TRIMESTRAL editorial e Desenhando soluções a revista da caixa Diretor Francisco Viana Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena Estevens, Leonor Sousa Bastos, Paula Lacerda Tavares (texto); FG + SG, Filipe Pombo, João Cupertino, Miguel Manso e Gualter Fatia, com agências Corbis, Getty Images e iStockphoto (fotos); Marta Monteiro (ilustração); Dulce Paiva (revisão) Secretariado Teresa Pinto Gestor de Produto Luís Miguel Correia Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font REDAÇÃO TELEFONE: 21 469 81 96 FAX: 21 469 85 00 R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos PUBLICIDADE TELEFONE: 21 469 87 91 FAX: 21 469 85 19 R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos Diretor Comercial Pedro Fernandes ([email protected]) Diretor Comercial Adjunto Miguel Simões ([email protected]) Diretora Coordenadora Luísa Diniz ([email protected]) Assistente Florbela Figueiras (ffi[email protected]) Coordenador de Materiais José António Lopes ([email protected]) Editora Medipress - Sociedade Jornalística e Editorial, Lda. NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90; CRC Lisboa Composição do capital da entidade proprietária Impresa Publishing, S. A. - 100% R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos 5FMq'BY Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, S. A. Distribuição Gratuita (a revista Cx tem preço de capa, mantendo-se, no entanto, o seu caráter de oferta) Propriedade Caixa Geral de Depósitos Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa Periodicidade Trimestral (Edição n.º 12, julho/setembro 2013) Depósito Legal 314166/10 Registo ERC 125938 Tiragem 72 000 exemplares Correio do leitor [email protected] ENQUANTO INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA na sociedade portuguesa, a Caixa assume como missão o apoio à inovação e à criação de valor. Para tal, o design apresenta-se como uma ferramenta incontornável, muitas vezes subvalorizada, capaz de dotar as empresas de maior competitividade, na busca da tal inovação e diferenciação tendentes ao sucesso. Esta é uma verdade que faz regra nas economias desenvolvidas e nas empresas de referência a nível mundial. A Caixa sabe disso e, enquanto Grupo internacional presente em quatro continentes, faz questão de ser exemplo dessa visão. Isto, na certeza de que o mundo e a nossa vida não seriam tão harmoniosos sem o contributo da visão criativa do designer e do resultado do seu pensamento e mais-valia. Esta ligação do Grupo ao design começa dentro da própria Caixa, onde, diariamente, se procuram novas relações entre forma e função que permitam preencher e antecipar soluções para as necessidades dos portugueses. É neste contexto que lançamos o desafio de uma edição dedicada ao tema, desafio esse que serve de mote para uma conversa com Ana Fatia e Nuno Gusmão, dois nomes incontornáveis do design nacional. O convite traduziu-se numa verdadeira tempestade criativa a dois, que culmina um leque de opiniões e exemplos do papel do design na nossa sociedade. Esse papel fica bem explícito em detalhes como, por exemplo, os livros da Planeta Tangerina, editora distinguida como a melhor a criar livros para crianças. Ou, ainda, no elétrico ZOE, nos brinquedos da Science for You ou nos pormenores de uma das sugestões que lhe deixamos na Viagem desta edição, o Memmo Baleeira Hotel, perfeito para as suas férias. Pegando no termo, são também várias as sugestões para as suas férias, não só de hotéis, como de restaurantes, de livros, de discos e de propostas culturais como o Lisbon Week, a Trienal de Arquitectura ou o Festival Caixa Alfama. Sem esquecer a conversa com Luís Montez, talvez o guru dos festivais de música em Portugal. Desejamos-lhe, por isso, que aproveite esta quebra na rotina da melhor forma possível, garantindo-lhe que pode ir plenamente descansado, pois, por cá, a Caixa continuará a pensar em si. E a desenhar soluções para as suas necessidades. FRANCISCO VIANA «DIARIAMENTE, A CAIXA PROCURA NOVAS RELAÇÕES ENTRE FORMA E FUNÇÃO QUE PERMITAM PREENCHER E ANTECIPAR SOLUÇÕES PARA AS NECESSIDADE DOS PORTUGUESES» CONHEÇA A APP Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico A Cx é uma publicação da Divisão Customer Publishing da Impresa Publishing, sob licença da Caixa Geral de Depósitos As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção desta publicação foram compensadas no âmbito da estratégia da CGD para as alterações climáticas. As características dos produtos e serviços apresentados nesta edição remetem para o mês constante na capa. Confirme a atualidade das mesmas em www.cgd.pt ou numa Agência da Caixa. Cx a re v i s ta d a c a i xa 3 i interior 06 Pormenor Notícias breves DESTAQUES PESSOAS 10 Histórias de sucesso Luís Montez 12 Talento Ao volante com Elisabete Jacinto e a ciência de Miguel Pina Martins ESTILO 16 Design & arquitetura O premiado Lar de Alcácer; Trienal de Arquitectura; os perfeitos (Im)Perfeitos; e Vieira da Silva pela experimentadesign vinco chair A criação da Corque Design esteve exposta na Times Square 22 Automóveis ZOE para as cidades 24 Culto + Soluções O bom, o bonito e as vantagens de ser Cliente da Caixa 26 Gourmet + Prazeres Tentações de verão: Voltar ao Cais, Sal e um parfait a condizer 41 Observatório CGD DESTINOS 50 Fugas 34 O design está em toda a parte Cruzamo-nos com ele em todo o lado e, muitas vezes, nem nos damos conta da sua importância. Da forma como influencia a nossa vida pessoal. Uma das máximas do design, é disso que falamos, é antecipar soluções para as necessidades das pessoas. Fomos ver como o faz. Pestana Vila Sol Golf & Resort VIVER 58 Finanças A nova face do Saldo Positivo na Internet 59 Educação Nascer numa incubadora de empresas 28 Entrevista Afinal, qual é o papel do design na nossa sociedade? Uma verdadeira tempestade criativa nas vozes de Ana Fatia e Nuno Gusmão, dois nomes incontornáveis do design nacional. 62 Sustentabilidade Iniciativas promovidas pela Universidade de Lisboa e pela Universidade Nova de Lisboa mostram como se pode aprender a ensinar mais verde. 60 Saúde 61 Sustentabilidade EcologicalKids; Re-Food e Fórum Sustentar CULTURA 69 Livros & Discos 70 Há vida no Planeta Tangerina 72 Agenda 73 Vintage Para que servia um escarrador 74 Fecho Notícias CGD 4 Cx a rev i s ta d a ca i xa 42 Viagem De Odeceixe a Sagres, há um Algarve que se confunde com o Alentejo. Fomos explorar toda essa costa e descobrimos muitos motivos para voltar. Sempre. 54 Institucional A Caixa na Nova Época Universitária, a linha Caixa Exportação e o IVA EnCaixa 66 Cultura A capital celebra a cultura na rua, na segunda edição do Lisbon Week. Regressam os eventos que convidam a descobrir o melhor de Lisboa, nas mais diversas áreas: arte, história, música, gastronomia, meio ambiente, arquitetura, inovação, tradição e muito mais. Apoiado pela CGD. Foto: D.R. Proteger as crianças no automóvel e na via pública p pormenor OLHA A BOLINHA QUENTINHA! A frase que dá título a esta notícia povoa o nosso imaginário de criança. Agora, as bolas que rimam com o verão dão que falar a partir do Porto, onde duas amigas, da área de comunicação e design, decidiram lançar o projeto Bolas da Praia. Custam um euro, cada, e podem ser entregues, imagine-se, no escritório, compensando a ausência de mar e de areia. A embalagem, a fazer lembrar barraquinhas de praia, dá o toque final nesta verdadeira tentação. Para degustar em Facebook.com/Bolasdapraia ou Facebook.com/Bolasdapraialisboa. PAC-MAN ESTÁ DE VOLTA Quem cresceu na década de 80 por certo se recorda de um mítico videojogo, Pac-Man, onde o nosso herói percorria um labirinto a devorar pequenos pontos, perseguido por fantasmas. Este verão, Pac-Man está de volta. Primeiro, as famosas chinelas brasileiras, as Havaianas; depois, a inglesa Fred Perry, com os seus polos... São os veículos perfeitos para matar saudades de uma década mágica. VA N T I N I Gelados com pinta Inspirado nos anos 50 e 60, o novo conceito da marca Santini é uma carrinha que serve gelados através de uma janela lateral ENTREASMELHORES DO MUNDO De acordo com a reputada revista britânica Times Higher Education (THE), as Universidades de Aveiro, Minho e Nova de Lisboa estão entre as cem melhores instituições de ensino superior com menos de 50 anos. 6 Cx a re v i s ta d a c a i xa numa altura em que se se anuncia a abertura de uma nova loja Santini, em Carcavelos, no local do atual laboratório situado no Mercado de Carcavelos, o protagonismo é totalmente roubado pela Vantini. Criado pela Multilem, este novo conceito de carrinha de gelados recorre à lendária Volkswagen Kombi, mais conhecida por «Pão de Forma». Bebendo inspiração nos anos 50 e 60, que se seguiram à fundação da casa Santini (Attilio Santini abriu a primeira gelataria em 1949), a Vantini surge decorada às riscas vermelhas e brancas e com o logótipo da marca. Do design para o gourmet, através da janela lateral, servem-se copos, cones ou caixas, onde cabem sabores como morango, baunilha, chocolate, nata, marabunta, limão, meloa, avelã, coco e limão com framboesas. Até final de agosto, a Vantini estará perto do recinto da Feira Internacional do Artesanato do Estoril, em frente ao Centro de Congressos. EXPOSIÇÃO O Fado e o Teatro partindo da longa, rara e muito profícua parceria artística entre o fado e o teatro, surge esta exposição, que nasce a partir da conjugação do valiosíssimo acervo do Museu Nacional do Teatro e do Museu do Fado. Apresentada, em simultâneo, nos dois museus, esta exposição pretende evocar uma parte da vastíssima história desta profunda ligação entre o fado e o teatro, através dos mais diversos suportes, materiais e documentos, como trajos de cena, figurinos, maquetas e caricaturas originais, fotografias, publicações, manuscritos, material audiovisual e objetos pessoais, que representam o património comum e a herança destas duas artes, eternas na nossa memória. O QUE DIZEM OS TEUS OLHOS? em frazão, freguesia pertencente a Paços de Ferreira, há uma forma diferente de olhar a «capital do móvel». A culpa é dos Móveis Barbosa Neto, mais precisamente de Sérgio Barbosa, mentor da NaturaLook. Apostado em inovar, aproveitando os recursos que tinha (a madeira), Sérgio lançou «uma marca de óculos feitos à mão com as melhores madeiras. A cada par de óculos, são dedicadas horas de trabalho artesanal, para que o produto final seja o mais perfeito possível e o potencial da madeira seja realçado ao máximo», pode ler-se no site oficial (naturalook.pt). Os preços variam consoante o nível de personalização de cada modelo, sendo de realçar que apenas são utilizadas madeiras dentro dos parâmetros definidos de crescimento, que as peças recebem tratamento ecofriendly e que todo o material que sobra é reciclado. Países como a Dinamarca, Finlândia e Suécia já se renderam aos NaturaLook. Dançar em português joão correia, de 27 anos, licenciado em Comunicação Empresarial e Comunicação Multimédia, é o homem por trás da câmara no projeto Danse Breique (facebook.com/dansebreique). Trata-se de um repositório on-line com gravações de vídeos de vários bailarinos portugueses, de forma a mostrar que não há estilo que não se dance no nosso País. Locking, popping, power moves e hip-hop já foram gravados e publicados, estando, também, agendadas gravações no campo da dança contemporânea e do ballet. Fotos: D.R. O SURF E A CORTIÇA Celsus é um jovem designer de Aveiro, que já tinha dado que falar ao vestir árvores e estátuas, mas o seu novo projeto promete dar-lhe muito mais visibilidade. Em parceria com a Amorim CorK Composites e com a White Banana, marca que desenvolve material de surf, Celsus (celsus. pt) propõe uma prancha cem por cento ecológica. Para consegui-lo, além da cortiça, está prevista a utilização de bambu nas quilhas, do uso de EPS no núcleo e de resina ecológica Bio-Resin. Além de serem completamente amigas do ambiente, estas pranchas têm, ainda, a vantagem de ser feitas por encomenda e personalizáveis. TOMADA SOLAR PORTÁTIL chama-se window socket e promete revolucionar o nosso dia a dia. Desenhado pela dupla Kyuho Song & Boa Oh, da Coreia do Sul, esta tomada protótipo vem equipada com uma base que funciona como ventosa, permitindo, assim, ser colada a qualquer janela ou superfície que receba a luz do sol. E porquê? Porque essa base tem uma série de células fotovoltaicas, capazes de carregar a bateria existente dentro da tomada. E será essa bateria a alimentar qualquer ficha que liguemos à tomada. Cx a re v i s ta d a c a i xa 7 p a Caixa ao pormenor CARTÃO MADE BY C A I X A A L FA M A Aqui mora o fado CGD e Música no Coração levam 40 fadistas ao bairro alfacinha entre 20 e 21 de setembro, o festival Caixa Alfama – Aqui Mora o Fado levará alguns dos melhores fadistas nacionais ao típico bairro de Alfama e não só. Serão mais de 40 músicos, de diferentes gerações, entre aqueles que melhor representam e divulgam este género musical. Ana Moura, Camané, António Zambujo, Gisela João e Cuca Roseta são alguns dos nomes já confirmados. Esta é a primeira edição de um festival único e inovador, promovido pela CGD e pela Musica no Coração, que promete dar outra vida a um dos mais típicos bairros da capital. Pretende-se, assim, celebrar o fado enquanto elemento genuíno da cultura portuguesa, num espetáculo desenhado para todos os públicos, desde aqueles verdadeiramente amantes e conhecedores do género até aos que só agora despertam para o mesmo. A iniciativa passa por dez espaços diferentes, entre eles o Museu do Fado, Pavilhão Arena, Sociedade Boa União, Clube Sportivo Adicense, Igrejas de São Miguel e de Santo Estêvão, Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, Largo das Alcaçarias e pelo Palco Caixa, que ficará situado junto ao Tejo. O bilhete único para os dois dias do festival custa 35 euros, estando já à venda nos locais habituais. Os bilhetes serão, depois, trocados nas bilheteiras do festival, sediadas no Museu do Fado, a partir do dia 19 de setembro, por uma pulseira que dará acesso a todos os espaços da iniciativa, até ao limite de lotação de cada um. A associação da CGD a este projeto reflete a aposta do Banco no que de melhor Portugal tem, faz e exporta. É uma associação efetiva à cultura portuguesa, em particular, através da sua associação à música. Nesse sentido, aliás, os Clientes da Caixa terão vantagens, a anunciar brevemente, na aquisição de bilhetes para o evento. Saiba mais em www.caixaalfama.pt ou em www.facebook.com/CaixaAlfama. A CAIXA FOI O VENCEDOR, na categoria Banca, dos prémios Marketeer 2013, uma iniciativa onde as votações são efetuadas pelos leitores e pela Redação e Conselho de Fundadores da Marketeer. Este prémio dá continuidade a outras distinções, reforçando a dedicação e o empenho da Caixa em prol dos seus Clientes e respetivas necessidades. 8 Cx a re v i s ta d a c a i xa O Made By (1) é uma solução inovadora em que cada Cliente cria um cartão único, à sua medida, com os atributos que mais valoriza: > Uma imagem à sua escolha, de uma galeria ou standard; > Pacote de seguros base, médio ou alargado; > O programa de lealdade (pontos fast Galp, cash-back ou milhas aéreas); > A modalidade de pagamento entre 5% e 100% do total em dívida; > O número de dias de crédito gratuito (entre 10 a 40 dias, 15 a 45 ou 20 a 50). A mensalidade varia entre 1 e 2 euros (2), em função dos atributos escolhidos. E, caso a sua utilização mensal seja igual ou superior a 250 euros, o valor da mensalidade é devolvido. O cartão Made By tem, ainda, muitos descontos e benefícios associados, em inúmeros parceiros da Caixa, que podem ser consultados em www.vantagenscaixa.pt. Em suma e porque não há dois Clientes iguais, o Made By será diferente como diferentes são todos os Clientes: > Para quem gosta de viajar, poderá ter uma imagem de um local exótico e acumular milhas aéreas, ter uma modalidade de pagamento baixa e o maior número de dias possível de crédito gratuito; > Quem tem filhos poderá ter, no cartão, a fotografia da família e um pacote de seguros mais completo, bem como um programa de lealdade que devolve de 0,5% até 1% do valor gasto em compras (máximo de devolução mensal de 50 euros e mínimo de 100 euros em compras). (1) TAEG de 16,4% a 18,1%, em função da mensalidade contratada, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 15,00%. (2) Acresce imposto do selo à taxa de 4%. N O TA T E M ÁT I C A Portugal competitivo O estudo compara a economia portuguesa com sete economias congéneres europeias, em matéria de «evolução da competitividade», desde 2008 assumindo como missão apoiar a economia nacional e o tecido empresarial português no reforço da sua competitividade, inovação e internacionalização, a Caixa apresentou o estudo O Campeonato da Competitividade: O Caso de Portugal. Esta nota temática compara a competitividade da economia portuguesa com outras sete concorrentes da União Europeia: Espanha, Itália, Grécia, Hungria, Eslováquia, República Checa e Polónia. A análise efetuada pelo Gabinete de Estudos da CGD, em parceria com a sociedade de consultores Augusto Mateus & Associados, baseia-se em 48 indicadores relativos a seis dimensões da competitividade: o crescimento, o emprego, o investimento, a globalização, o endividamento e a Estratégia Europa 2020. Todas estas sete economias europeias registam um nível de vida inferior à média da União Europeia, que não difere em mais de 30 por cento do nível de vida português, e apresentam, pelo menos, metade da população portuguesa. A apresentação do estudo contou com a presença de José de Matos, presidente da Comissão Executiva da Caixa, que destacou, na sua intervenção, a importância da competitividade para a economia portuguesa. Para o autor, Rui Moreira de Carvalho, o presente estudo inova ao estabelecer uma matriz que permite monitorizar o posicionamento competitivo da economia portuguesa, com base em meia centena de indicadores atualizados pelas instituições europeias. «Trata-se, acima de tudo, de promover pistas de atuação para os decisores políticos, os líderes de opinião e os agentes económicos, permitindo fazer o benchmarking com o que de melhor se faz em termos competitivos na União Europeia», salientou o diretor no Gabinete de Estudos da CGD. Foto: Gualter Fatia DAR A VOLTA AO PAÍS O desafio foi lançado na recente campanha da Caixa. O tom enigmático dos anúncios ilustra o desejo de todos: há que dar a volta ao País e à economia nacional, colocando-os no rumo certo. O rumo do crescimento, do sucesso e da inovação, em prol das empresas e das famílias. Para tal e como sempre, a Caixa está disponível para ajudar e dispõe das soluções necessárias para a concretização dos projetos pessoais e profissionais dos portugueses e das empresas nacionais. É esse o desejo da Caixa, enquanto Instituição de referência, experiente e com representação em quatro continentes e nos principais destinos das exportações nacionais. Descubra algumas das propostas nesta edição (ver págs. 54 a 57). Jovens por um mundo melhor Se o melhor do mundo são as crianças, como dizia Pessoa, o programa YoungVolunteam mostra que os jovens também sabem contribuir para um mundo melhor. Apresentado no final de 2012, a iniciativa visa sensibilizar a comunidade educativa para o voluntariado jovem. Para tal, a Caixa associou-se à Entrajuda e à consultora Sair da Casca, contando, ainda, com o apoio do Ministério da Educação e da Ciência. No fim da primeira edição, o balanço não podia ser mais positivo. O projeto mobilizou 576 alunos do ensino secundário, de 25 escolas, culminando com uma homenagem aos que mais se destacaram, na Culturgest. Na cerimónia, os protagonistas foram os alunos que, ao longo do projeto e com a ajuda dos professores, atuaram como verdadeiros agentes de mudança. E «não faltaram exemplos inspiradores de cidadania e empreendedorismo», como sublinhou José de Matos, presidente da Comissão Executiva da CGD. «Comprometemo-nos a continuar a apoiar este projeto de futuro», avançou, ainda, o responsável. As cinco escolas vencedoras da edição foram a Escola Secundária de Cantanhede, Escola Secundária D. Filipa de Lencastre (Lisboa), Escola Secundária Emídio Navarro (Viseu), Escola Secundária Gabriel Pereira (Évora) e Escola Secundária com 3.º Ciclo D. Manuel I (Beja). Tendo-se destacado, esta última viu os seus alunos premiados com a inscrição num campo de voluntariado internacional. Foram, ainda, homenageados com menções honrosas outros intervenientes que se evidenciaram ao longo do ano. Cx a re v i s ta d a c a i xa 9 h histórias de sucesso LUÍS MONTEZ Print Corações ao palco QUANDO O FADO MORA AO LADO O dele não tem conserto: perde-se pelo vício da rádio e toca Caixa Alfama, o festival que, a 20 e 21 de setembro, leva o fado ao coração do típico bairro lisboeta. a rebate dos festivais que orquestra com mestria. Aos corações dos outros, Luís Montez promete concertos e muita música, daquela que ecoa fundo na alma Por Ana Rita Lúcio Fotografia Miguel Manso HÁ QUEM tenha o coração ao pé da boca. A Luís Montez, a emoção fala antes ao ouvido. Enquanto nos guia pela Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, que, daí a poucas horas, se deixará povoar ao som do festival Super Bock Super Rock (SBSR), a voz do líder da Música no Coração enche-se para nos cantar os nomes que hão de subir ao palco e fala-nos da arte que é fazer gente feliz, com música. Cx: Sei que não gosta de dar entrevistas. Prefere deixar que a música fale por si? Luís Montez: Eu sou do backstage, não sou do «stage». Gosto de fazer coisas e gosto de as fazer bem. Não faço as coisas para aparecer. Não imaginas a satisfação que sinto em ver 30 mil pessoas felizes, em frente a um palco, a gritar de alegria. Isto, no fundo, é trabalhar para a felicidade das pessoas. Costumo dizer que dou música às pessoas e isso é ótimo. Cx: E quando está aqui, em frente ao palco, ou mesmo enquanto prepara o cartaz, quem é que fala mais alto: o empresário ou o melómano? LM: Estão sempre os dois à bulha, porque nem sempre o que eu gosto é o que dá mais resultados, em termos de vendas. Mas, por outro lado, não resisto. O Miguel, por exemplo [músico que integrou o cartaz do festival SBSR, em 2013], é um artista em que investi agora, para receber mais tarde, porque ele vai ser gigante. É o prazer de apostar em coisas novas, de descobrir bandas «bebés» e, depois, vê-las crescer e serem cabeças de cartaz. É algo que me enche de orgulho. Quando pensei fazer aqui este festival, isto era só terra batida; agora temos aqui uma cidade montada, com pinta. Cx: Descobrir essas bandas «bebés» dá-lhe mais prazer do que trazer a Portugal os nomes mais sonantes da música internacional? LM: Isso é que me dá gozo. Mas tenho de perceber que a empresa tem de ser rentável e tenho de trazer aqueles nomes grandes que fazem o público querer comprar bilhetes. Agora, se, no meio desses nomes, conseguir meter coisas novas, que um dia vão ser 10 Cx a re v i s ta d a c a i xa grandes, é o ideal. Porque, para serem grandes, tiveram primeiro de ser pequeninos e é de pequeninos que se apanham. Cx: A propósito de pequenino: a paixão pela música foi crescendo consigo, certo? Sei que o seu pai também era empresário, em Angola, na área dos espetáculos musicais? LM: Sim, o meu pai já era empresário, em Luanda, de espetáculos e de música. Mais velho, já em Portugal, eu não tinha grande capacidade económica e a forma mais em conta para passar o tempo – além de estudar, que ainda era barato – era ouvir rádio, que sempre foi gratuita. E, ao ouvir rádio, apaixonei-me pela música. Entretanto, fui para o Técnico tirar Engenharia e fazia lá um programa de rádio. Comecei a entusiasmar-me pela rádio e pela música. Depois, conheci os Xutos & Pontapés, fiz uma tournée com eles, aprendi o negócio e fui por aí fora. Cx: A Música no Coração é um negócio, mas vive das emoções que cria nas pessoas e da sua própria paixão pela música. Como é que se concilia esse lado emocional com o negócio? LM: O nosso objetivo, como empresa, é agradar ao público. Gostamos de surpreender com coisas novas, para que as pessoas se lembrem, por exemplo, de que foi naquele concerto que conheceram a banda tal. E, depois, há alguma lealdade por parte dos artistas, ao longo da carreira. É uma questão de teres conhecimento e de escutares as bandas ao vivo antecipadamente – porque, às vezes, são grandes discos, mas ao vivo são um desastre; outras vezes são muito melhores ao vivo. Fazer do fado um festival era «sonho antigo» de Luís Montez. Em resultado da «parceria de vários anos» entre a Música no Coração e a Caixa Geral de Depósitos, a promotora de espetáculos e o maior Banco nacional uniram-se para levar a mais portuguesa das músicas ao bairro onde ela é tão típica. Embora não tenha o dom do canto, o empresário (que é também dono de oito estações de rádio) afina o tom entusiasta para nos dar conta das 40 vozes que hão de percorrer dez espaços no coração de Alfama. E, como sempre, deixa-se encantar pelos nomes que começam a fazer-se ouvir. «Prestem atenção à Gisela João», avisa. «Ela vai ser gigante.» Cx: Sente que ajudou a pôr lugares como a Zambujeira do Mar, Vilar de Mouros ou até o próprio Meco no centro das atenções? LM: Sem dúvida, porque temos eventos que são comunicados a nível nacional e até, em alguns casos, a nível internacional. A Zambujeira do Mar ou o Meco aparecem, em Inglaterra, por exemplo, a ser promovidos em campanhas internacionais. É uma forma muito agradável de promover os locais. Cx: Como é que se coloca Portugal no mapa internacional dos eventos musicais? LM: Acredito muito nos eventos, em Portugal, porque temos um clima que mais ninguém tem. Aliás, tive esta ideia de fazer festivais quando fui ao de Glastonbury [em Inglaterra] e andei lá de galochas, no meio da lama, e cheio de frio. Dei por mim a perguntar: como é que é possível eles divertirem-se aqui, com tanto frio? E nós temos lá calor, praia e peixe MELÓMANO EMPREENDEDOR LÍDER EXIGENTE do melhor que há. É imbatível: temos um País seguro, a alimentação é barata, face aos países da Europa do Norte. Isso é fortíssimo. Cx: Na apresentação à imprensa do Caixa Alfama, confessou que organizar um festival em torno do fado era um sonho antigo. Porque é que esta foi a altura certa para o realizar? LM: Porque andámos estes anos todos a ganhar experiência a fazer festivais e, por outro lado, a ganhar credibilidade junto dos parceiros. É um evento imperdível [a 20 e 21 de setembro], porque junta os melhores fadistas portugueses, num cenário único, onde podes jantar, beber um copo e saborear o melhor fado, que é o de Alfama. Vamos ter dez palcos, espalhados por Alfama, desde a Igreja de Santo Estêvão, ao Museu do Fado, ao Centro Cultural Magalhães Lima, etc. Felizmente que a Caixa acreditou no projeto e tenho a convicção de que vamos lá estar, pelo menos, dez anos juntos. AUDAZ Cx: Depois de criar uma rádio dedicada ao fado, este era o passo natural a seguir? LM: Sim, porque tudo isto precisa de promoção. A Rádio Amália tem tido uma aceitação surpreendente e é transversal às várias classes sociais e idades. Cx: Este casamento entre as rádios, que divulgam, e os eventos é a chave para o sucesso? LM: Continuo a achar que a rádio é o melhor meio para promover música. São meios que não só ajudam a divulgar os artistas, como me dão informação para saber que artistas hei de trazer, porque tenho os melhores especialistas, em cada matéria, a trabalhar comigo. Cx: A rádio continua a ser um luxo de que não prescinde? LM: A rádio é uma coisa muito pessoal e intimista. Uma música lançada na rádio vai tocar no coração de uma pessoa que não sabes quem é e vai provocar nela uma emoção. E isso é fantástico. Para mim, comunicar com música, através da rádio, é o máximo da felicidade. Não tenho sonhos nenhuns de ter barcos, nem palácios; tenho esta paixão pela rádio, que me faz mover. Não tenho jeito para investir na bolsa, invisto em rádio, porque é o que me dá prazer. Não andamos aqui só para faturar, estamos aqui também para viver e ser felizes. Cx: E ainda tem tempo para ficar só a ouvir? LM: Claro. No meu painel do carro, estão lá todas memorizadas. Estou sempre a ouvir – não só as minhas, como as da concorrência. Sou viciado. Quando acordo, o meu despertador é a rádio e adormeço a ouvir rádio. Estou a fazer a barba de manhã e ouço os programas da manhã todos. A rádio acompanha-nos: vou viajar e levo um radiozinho comigo. É um hábito e uma paixão. Não troco a rádio por nada. Cx a re v i s ta d a c a i xa 11 t talento Print ELISABETE JACINTO O bom piloto Sem mas, nem quês, e sem fazer género, a história de uma «miúda lingrinhas» a quem a mota serviu de veículo para vencer medos e provas entre «homens de barba rija». Hoje, Elisabete é camionista. E continua a ser a maior Por Ana Rita Lúcio Fotografia João Cupertino ACELERADO, só o matraquear das agulhas, rompendo o ramerrame da infância que corria serena no Montijo natal. Às do tricô e habituada a viajar à boleia dos contos que narravam um mundo a cor-de-rosa, à pequena Elisabete não cabia o fato de maria-rapaz, nem mesmo para o vestir à corte de bonecas desfilando entre brincadeiras de palmo e meio. Ora a cavalo na bicicleta equilibrada no meio das pernas franzinas, ora passeando-se em bando pelas estradas órfãs de carros, a terceira de quatro irmãs não embarcava «em aventuras». Nem tão-pouco traçava rumos, que não fossem os de chegar a cabeleireira, costureira ou médica, mais tudo aquilo «que as miúdas normalmente querem». Algures pelo caminho, já no encalço das ambições da adolescência, haveria de cobiçar «a primeira meta» de se tornar educadora de infância, para, depois, atalhar para a vontade de se formar em Psicologia. As curvas do destino levaram-na, afinal, até à Geografia, que fez dela professora, mas seria a mota a ensinar-lhe verdadeiramente como se formam as dunas. E se alcançam os sonhos. Guiados pelo relato tão veloz quanto empolgado das «limitações» e das fronteiras que aprendeu a galgar, quase não acreditamos quando a piloto nos confessa que o rasto de menina «medricas» a seguiu até tarde. «Lembro-me de ir andar de mota para o campo e de ter receio de tudo: de subir, de descer, de curvar, de andar depressa, até de andar devagar», recorda. Longe de a travarem, «os medos» foram-lhe servindo de combustível para não se afastar da rota triunfante. Cada barreira derrubada ao leme daquele «brinquedo» motorizado fazia de Elisabete Jacinto «uma pessoa melhor, mais capaz, mais segura», porque, afinal, «os limites estão na nossa cabeça» e «podemos ir até onde quisermos». Mas, antes de chegar onde chegou, o tiro de partida para uma carreira trilhada, de início, em duas e, agora, em quatro portentosas rodas de camião ecoou nas páginas de uma revista de motos folheada a dois. Por linhas travessas, lá se escrevia que Elisabete e Jorge, o marido, haveriam de tirar a carta de mota – e também de carro, no caso dela, que não a tinha –, arrancando para a paixão que rolou primeiro ao volante da «memorável» Cagiva Elefant 125. «Alta e difícil de conduzir», depressa se 12 Cx a re v i s ta d a c a i xa tornou veículo para a febre dos passeios todo-o-terreno que contagiou o casal. Das corridas entre amigos, as manobras da sorte puxaram-nos para a competição, da qual Elisabete não mais se desviou. Vencendo meta após meta – lado a lado com o marido, que deixou a alta-roda para que a sua Beta fosse mais longe, revezando-se no papel «de mecânico, assistente, psicólogo, massagista, responsável pela organização», companheiro de rota e de todas as horas –, «a miúda lingrinhas» ambicionava, porém, sagrar-se na prova rainha, reduto de «homens de barba rija». Os primeiros dois Rali Dakar foram um teste à mecânica das motos, que atiraram a portuguesa para fora da competição. Com a lição da persistência bem estudada, Elisabete haveria de voltar, em 2000, para arrecadar a Taça das Senhoras e alcançar o fim da corrida, mas a vitória teve um travo amargo. «Naquele ano, o Dakar teve menos quatro dias, por causa da ameaça terrorista, e todos me deram os parabéns pelo resultado, mas faziam questão de sublinhar que tinha tido sorte pela prova ter sido mais curta.» No ano seguinte, voltou pronta a apanhá-los na curva e nem MULHER DE AREIA… E DE MAR Porque «parar» não é uma saída, a piloto portuguesa e o marido escapam ao ritmo alucinante das corridas mergulhados em águas calmas. É o momento em que tudo desacelera e a marcha lenta se torna no ponto de fuga ideal para quem passa o resto do ano numa roda-viva. Quando não estão a correr para as areias do deserto, Elisabete e Jorge encontram o escape perfeito no mergulho, o hobby que veio substituir o todo-o-terreno, entretanto tornado profissão. As águas do Mar Vermelho são o destino predileto para o casal recarregar baterias e contornar o stress. os obstáculos a perder de vista a apearam. Na fronteira de Marrocos com a Mauritânia, o carro de assistência de Elisabete Jacinto pisou uma mina e a equipa que a acompanhava teve de ser evacuada para o hospital. «Destroçada» na alma e no corpo, decidiu chocar de frente com a «inevitabilidade» de desistir: só o faria «no dia em que caísse para o chão e não me levantasse mais». Esse dia não chegou e «não restavam dúvidas» de que o desafio africano estava ultrapassado. Sem olhar para trás, em 2003, a dama dos motores regressou para surpreender o mundo com uma inversão de marcha singular. Desde então, aos comandos de um poderoso camião para o qual disparou apenas três meses depois de tirar a carta de pesados, é vê-la acelerar para a linha da frente com um camião de série que «morde os calcanhares» aos protótipos. Atualmente, única mulher «por entre uma multidão de homens», continua de olhos postos na classificação geral. «O meu sonho é ser reconhecida como um bom piloto», atalha. Sem distinções de qualquer género. CAIXA WOMAN CONHEÇA AS SOLUÇÕES CAIXA WOMAN, UM CONJUNTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS DE EXCELÊNCIA, DESENHADOS A PENSAR NA MULHER ATIVA, AMBICIOSA E CONFIANTE. DESDE CARTÕES EXCLUSIVOS DE DÉBITO OU DE CRÉDITO (1), COM UM DESIGN FEMININO E VANTAGENS ÚNICAS, A UM SITE A PENSAR NAS NECESSIDADES DAS MULHERES, PASSANDO POR SOLUÇÕES ÍMPARES DE POUPANÇA E PROTEÇÃO DA SAÚDE, A CAIXA NÃO DESCUROU NENHUM PORMENOR. SAIBA TUDO EM WWW.CGD.PT OU NUMA AGÊNCIA DA CAIXA. (1) TAEG DE 23,8%, PARA UM MONTANTE DE 1500 EUROS, COM REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 24,00%. t talento Print MIGUEL PINA MARTINS A ciência do negócio Como uma ideia tirada do chapéu, um «miúdo» pronto a ir a jogo e uma universidade feita laboratório criaram a fórmula certa para uma experiência empreendedora, que brinca com a ciência muito a sério ESTRATÉGIA VENCEDORA Triunfante no mercado interno, a Science4you dá, agora, cartas fora de portas. Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia SE, AINDA MENINO, tivesse seguido o rasto ao seu código genético com o Detetive DNA – um kit da linha de brinquedos biotecnológicos –, Miguel Pina Martins bem podia ter descoberto que o seu ADN não é senão o de um empreendedor nato. Nas tardes ganhas a jogar Monopólio, topava-se à distância que o gosto pelas boas contas já se lhe multiplicava no sangue. Mas, porque montar um projeto empresarial é uma «maratona recheada de obstáculos», só haveria de fazer da ciência um negócio depois de se aperceber que a banca de investimento, onde chegou a trabalhar durante alguns meses, não era o rumo certo. Aos 21 anos, com a Science4you a dar os primeiros passos, seguiu-se uma corrida de estafetas, em que o empresário de primeira viagem passava a si próprio o testemunho «de diretor comercial para diretor financeiro, de criativo para responsável de armazém e até para senhor que limpa o pó», conta de um só fôlego. Hoje, à frente de um pelotão de 60 trabalhadores com que a empresa de brinquedos científicos abre caminho em 12 países, a meta continua a mesma: mostrar a miúdos e graúdos que é divertido aprender com as ciências experimentais. Não é, porém, invenção, muito menos brincadeira, se lhe dissermos que Miguel Pina Martins tirou, literalmente, do chapéu a ideia que esteve na origem desta ousada experiência empresarial. Mais atraído pela ciência dos números, não contava que no sorteio de atribuição de temas para o projeto final do curso de Finanças, no ISCTE, lhe saísse na rifa um papel onde, ainda sem o saber, se começava a esboçar a fórmula de sucesso da Science4you. Ao finalista e aos sete colegas que com ele compunham o grupo, pareciam-lhes goradas as hipóteses de montar um plano para a comercialização de kits de física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), mas de nada lhes valeu «torcer o nariz». O resultado saiu-lhes melhor do que a encomenda: bastou colocar em evidência o selo de qualidade da FCUL, que depressa reconheceram como «uma vantagem competitiva», e a tarefa que, à partida, lhes parecia «pouco vendável» não só não se perdeu, como se transformou no embrião de um negócio de brinquedos científicos. Meses depois, quando a brincadeira se tornou séria – juntamente com um outro colega 14 Cx a re v i s ta d a c a i xa que entrou exclusivamente como acionista –, o recém-licenciado percebeu que estava na altura de dinamitar «alguns mitos sobre a criação de uma empresa». «Desmistificando o preconceito de que é preciso ter uma fortuna amealhada, pais ricos ou um acesso privilegiado aos bancos para se tornar um jovem empresário», garante ter investido apenas 1125 euros do próprio bolso para fazer nascer a Science4you. A falta de experiência, disfarçada de fato e gravata, não lhe escondia os tenros 21 anos, mas nem assim Pina Martins foi de modas. «Chegaram a dizer-me que devia era estar na escola e não a abrir empresas», recorda num sorriso amadurecido de quem já passou com distinção no teste, agora que a Science4you ultrapassou a fasquia do milhão de euros de faturação. «Sem uma patente que fosse revolucionar o mundo», acrescenta, «uma boa ideia, um plano de negócios bem definido e muita vontade de ir à luta» foram os ingredientes de que este empreendedor na forja se muniu para ir buscar o elã que faltava, ao fundo de capital de risco InovCapital, para completar os 50 mil euros com que tudo começou. Companheiros de horas já mais crescidas, talvez tenham sido os jogos de estratégia a ensinar ao CEO da Science4you como mexer as peças certas no tabuleiro da internacionalização. Estendendo o seu raio de ação a 12 países e com escritórios próprios em Madrid e Londres, onde estabeleceu protocolos com universidades locais, a empresa conquistou, já este ano, o prémio Business Internationalization Award, entregue pelo governo britânico, poucos meses depois de ter chegado a terras de Sua Majestade. Mas, muito antes de dominar a ciência do empreendedorismo, a história de Miguel Pina Martins teve de obedecer a uma lei fundamental da vida familiar: «Os irmãos mais novos brincam ao que os mais velhos decidem.» À luz dos microscópios, telescópios e estojos de experiências sem fim do irmão que hoje é biólogo, Miguel, o benjamim – que gostava mesmo era de se perder no trânsito das filas de carrinhos –, não adivinhava, contudo, que a parafernália científica lhe haveria de voltar a fazer companhia nos laboratórios da FCUL, onde a Science4you ganhou forma. Aos 28 anos, o timoneiro desta PME exportadora faz, agora, questão de testar cada um dos mais de cem modelos do catálogo da Science4you. Com as mesmas mãos que seguram as rédeas do negócio que leva crianças por esse mundo fora a construir vulcões, montar puzzles 3D de dinossauros, produzir energia a partir de fontes renováveis ou até descobrir como se explicam truques de magia. Afinal, a brincar também se aprende. Cx a re v i s ta d a c a i xa 15 d design & arquitetura L A R D E A LC ÁC E R Casa da luz nascente Iluminando os dias de quem nele vive, o arrojado edifício, em que a estética não ofusca a funcionalidade, brilhou no prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe Texto Ana Rita Lúcio Fotografia FG+SG VERÃO A PIQUE, o sol cai a prumo sobre um Alentejo de farpela branca, pedindo tréguas ao calor. Vestido da mesma alvura incandescente, num jogo anguloso de cubos empilhados sobre os contornos do terreno, o Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal é, porém, o astro mais luzente sobre a planície. E é em torno dele que gira o dia a dia dos 60 utentes, estrelas-guia para o projeto assinado por Manuel e Francisco Aires Mateus. Mais do que ofuscar pela ousadia arquitetónica que o fez integrar o lote de cinco finalistas do Prémio Mies van der Rohe para a Arquitetura Contemporânea da União Europeia, já em 2013, o espaço inaugurado em 2010 procura «valorizar as vivências» de quem ali habita, aponta a dupla de arquitetos. As linhas depuradas e o traço arrojado que, de início, podiam parecer esbarrar contra a pacatez da cidade alentejana permitem, afinal, prolongar o lado funcional, que, numa casa como esta, tem, forçosamente, de se harmonizar com a estética. «O projeto de arquitetura nasce sempre de uma necessidade e desenha-se nos seus limites de possibilidade», explicam os irmãos Aires Mateus, e facilmente se percebe que o recorte da fachada envidraçada, por onde a luz natural entra sem pedir licença, funciona, também, como um muro pronto a defender a intimidade dos que lá moram. Nos pisos superiores, cada um pode partir à descoberta do seu microcosmos, na área dos quartos, e descer, depois, aos andares de baixo para ver o seu universo expandir-se na receção, na zona de apoio a visitantes, nas salas de jantar e de convívio e nas áreas técnicas. Esboçando as condições para um movimento perpétuo, impulsionado à medida das diferentes condições de mobilidade de cada um, o edifício orbita também à volta da ideia de um percurso pontuado pelos corredores com geometrias variadas e diversos pontos de apoio, «promovendo a relação entre as pessoas», como sublinham os seus autores. Mas, para que as fronteiras entre «lar» e «casa» se esbatam de vez, Manuel e Francisco Aires Mateus procuraram ainda aproximar o interior do exterior, delineando as hortas temáticas, o jardim e até colocando à porta dos quartos as galinhas de tecido que anunciam os nomes de cada um dos moradores. Devolvendo-lhes, assim, a memória do Alentejo que nunca se apaga. 16 Cx a re v i s ta d a c a i xa Cx a re v i s ta d a c a i xa 17 d design & arquitetura TRIENAL DE ARQUITECTURA Diálogos cruzados Visão plural, imprevisível, de preferência, e uma distância crítica face à realidade. É isto o que se pode esperar da Trienal de Arquitectura de Lisboa e do Projeto Kairos, seu parceiro Por Helena Estevens Fotografia Filipe Pombo «TODAS AS FORMAS competentes de pensar, ver ou expor a arquitetura são possíveis», explica José Mateus, arquiteto e presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, evento que espera seja «tudo menos morno ou desinteressadamente pacífico». Cx: Disse, um dia, há muito, que o o arquiteto era visto como uma figura poética. O que mudou e qual o papel de uma trienal no modo de olhar a arquitetura? J. M.: A arquitetura é desenhada, pensada e imaginada a partir da existência, a partir das vivências, a partir do mundo onde flui não só a vida das pessoas, mas a cultura e tudo aquilo que se relaciona com os povos e as civilizações, e tem, de facto, sempre subjacente um lado poético. A sua qualidade é transformar a vida das pessoas, é conferir outras possibilidades, sobretudo num meio onde as vidas são muitas vezes problematizadas, porque não são simples ou, por vezes, não são tão felizes como pensávamos. Em Portugal, chegou-se a um ponto em que a atividade praticamente parou. É um momento extremamente duro, portanto esse lado poético, maravilhoso, de a arquitetura poder transformar a vida das pessoas e acrescentar possibilidades ao seu dia a dia começa a ser uma realidade escassa, quase inexistente. A Trienal acaba por ser o mediador entre quem produz a arquitetura e a investiga e o recetor. Quem vive na arquitetura e quem queremos que seja estimulado pela arquitetura. Na realidade, acaba quase por ser uma espécie de observatório da arquitetura. A Trienal tenta encontrar os melhores intérpretes, os melhores criadores, os melhores exemplos, as mais competentes manifestações da arquitetura. E, também, os pontos de reflexão mais urgentes de arquitetura, colocando-os em discussão sobre a mesa, através de concursos, expondo resultados, mas, essencialmente, ativar 18 Cx a re v i s ta d a c a i xa VAMOS MOSTRAR UMA ARQUITETURA QUE FUNCIONA EM TEMPO DE CRISE essa possibilidade de o grande público não especializado – que é para nós uma prioridade – relacionar e entender melhor o que é a arquitetura no seu estado de maior exigência, estado em que pode ser mais interessante e mais importante para as suas próprias vidas. O que a Trienal procura fazer é contribuir para elevar o grau de exigência, sobretudo colocar os tais exemplos da arquitetura no seu estado mais competente perante as pessoas; colocá-lo de uma forma que as pessoas entendam e, assim, contribuir para elevar essa consciência do que pode ser a arquitetura. Cx: O que poderemos esperar desta Trienal? J. M.: Esta Trienal, Close, Closer, foi criada com uma perspetiva de internacionalização mais assumida, que envolveu um open call, ao qual responderam inúmeros curadores e parcerias de curadoria de vários países. Acabámos por escolher até – e eu acho que isso fala sobre o espírito da Trienal – uma curadora britânica, que, na altura, tinha 29 anos, bastante jovem, com um projeto muito arriscado, que corresponde a uma visão da curadoria da arquitetura muito pouco comum e, sobretudo, muito estranha à cultura da arquitetura entre nós. Ao ponto de a Trienal ser alvo de crítica dos meios mais especializados da arquitetura em Portugal, o que, para nós, é um bom sintoma, porque à Trienal interessa ser uma entidade com uma visão plural. Para nós, todas as formas competentes de pensar, ver ou expor a arquitetura são possíveis e queremos que essas várias formas tenham também acesso à Trienal. O que é que vamos ter? Um evento que vai demonstrar um entendimento da arquitetura num sentido muito aberto. Não é somente a arquitetura desenhada e construída pelos arquitetos; é uma arquitetura entendida num sentido pluridisciplinar e, também, uma arquitetura que funciona em tempo de crise, onde o papel social, a consciência social dos arquitetos e o seu envolvimento enquanto cidadãos nos problemas da cidade são um facto central nas nossas atividades. Portanto, venham essas críticas, são muito bem-vindas. Estamos muito satisfeitos e esperamos uma Trienal que venha a ser tudo menos morna ou desinteressadamente pacífica. Relativamente ao futuro, vamos fazer o balanço desta aposta numa internacionalização. Há uma ideia falsa de que internacionalização tem a ver com o ir lá para fora. Mas pode ser entendida cá dentro, envolvendo atores de todo o mundo; depois, por outro lado, tem as suas networks, as suas ligações não só em galerias, museus, escolas de arquitetura, revistas, blogues, etc. Estou absolutamente confiante de que, a este nível, esta Trienal vai ser fortíssima – aliás, já está a ser fortíssima antes mesmo de inaugurar. Depois disto, vamos fazer um balanço. Os primeiros tópicos, que começam a ser colocados sobre a mesa – e vão, com certeza, surpreender muita gente –, vão confirmar esta nossa escolha de pluralidade e de apontar caminhos sempre diferentes. Interessa-nos, aliás, que as pessoas percebam que a Trienal é tudo menos previsível. Acho que isso é fundamental numa instituição cultural. UM DESAFIO IRRECUSÁVEL A pluralidade da Trienal está bem evidente no ciclo Distância Crítica, «um caso paradigmático» que «esgota completamente, tal é vontade das pessoas em participarem nos nossos eventos», neste caso em parceria com o Projeto Kairos, explica José Mateus. A conferência mais recente, em junho, teve como convidados a dupla de arquitetos chilenos Pezo von Ellrichshausen, autores da última instalação no Pavilhão Kairos, Crux Pavilllion, estrutura que, apesar de uma forte relação com o pavilhão, não chega a intervir diretamente com o mesmo, explicam. Abordando o Crux Pavillion, bem como as razões por trás da sua conceção e a sua relação «com o contexto intelectual do nosso trabalho», os arquitetos falaram «sobre quatro obras de arquitetura, quatro projetos com uma planta baseada numa cruz, semelhante à cruz instalada aqui, de diferentes formas. Às vezes, é uma cruz muito simétrica; outras, muito assimétrica; outras ainda, uma cruz que se repete muitas vezes, mas são quatro projetos que têm o mesmo ponto de início conceptual.» Projeto de João Quintela e Tim Simon, que trabalharam cerca de um ano no atelier Pezo Von Ellrichshause, no Chile, o Pavilhão Kairos foi desenvolvido para estimular, gerar e apresentar trabalhos em que o espaço se assume como temática principal e inevitável. «Quando nos mostraram o Kairos, interessou-nos o facto de ter uma estrutura muito forte, tanto em planta como internamente, uma circulação muito estrita, mas que, por dentro, propõe uma assimetria que não é óbvia desde fora. Interessava-nos uma pequena intervenção que evidenciasse essa estrutura assimétrica. A nossa proposta é um complemento ao pavilhão, que faz com que, de fora, sem o tocar, mostre o que se está a passar por dentro.» «A estrutura é muito simples. Temos, basicamente, um exercício de equilíbrio de gravidade. O exercício de fazer uma cruz marca sempre um ponto e esse ponto (que é a pedra e que é o que tem a intenção, todos esses 100 quilos a flutuar) marca também o ponto de assimetria do pavilhão.» Simplesmente porque não está no centro, mas antes deslocado. A inspiração nasceu da «energia do Kairos» e da afinidade de todos joão quintela, coautor do Pavilhão Kairos, e a dupla de arquitetos chilenos Sofia von Ellrichshause e Mauricio Pezo, responsáveis pela instalação Crux Pavillion os envolvidos. Tratou-se, também, de «um desafio ao qual não podíamos dizer que não», frisa a arquiteta. Outro aspeto a considerar é o facto de o Kairos funcionar como um somatório de intervenções de diferentes arquitetos, «o que permite diálogos cruzados de arquitetura muito interessantes, que funcionam por contraposição de propostas». Isto possibilita «gerar uma nova reflexão, que é independente de cada proposta em particular. É como uma cimentação de conhecimentos em que todos os projetos começam a falar um discurso comum». Protocolo com a Ordem dos Arquitetos A Caixa tem um protocolo com a Ordem dos Arquitectos (OA), do qual resulta um conjunto de vantagens para os seus membros. Em causa estão benefícios em produtos e serviços financeiros, assim como descontos de bilheteira na Culturgest, entre outras vantagens. Com este protocolo, a Caixa posiciona-se como parceiro privilegiado desta classe profissional, assegurando a presença em certames nacionais realizados pela OA, tal como em outras iniciativas ou projetos de interesse comum e canais de comunicação privilegiados com os 20 mil membros da Ordem. Cx a re v i s ta d a c a i xa 19 d design & arquitetura I N E LO Bonecos com alma Chamam-se (Im)Perfeitos e, tal como nas pessoas, mostram que são as imperfeições que nos tornam perfeitos para quem gosta de nós Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo INÊS E GONÇALO são namorados, designers e com muitos interesses em comum, combinação que tornou inevitável tentarem criar algo juntos. O que começou por ser uma brincadeira e uma espécie de hobby é, hoje, o seu trabalho a tempo inteiro. «Não podíamos ter maior garantia de que tudo o que fazemos é com amor e dedicação», dizem. E entre as muitas coisas que eles fazem, tocando várias vertentes do design (estão todas em www.inelodesign.com), estão o craft design e os (Im)Perfeitos, bonecos personalizados que retratam quem desejar ter uma versão artesanal de si mesmo. A história destas personagens tem por base o facto de Inês sempre ter gostado de trabalhos manuais. Certo dia, de forma a aproveitarem esse gosto, Gonçalo fez uma ilustração que viria a ganhar forma física. «Assim surgiu o nosso primeiro boneco, que acabou por superar as nossas expectativas», recordam. «Escusado será dizer que, no fim de semana que se seguiu, fizemos mais umas quantas experiências, ao ponto de criarmos uma família. O nome (Im)Perfeitos acabou por surgir com muita naturalidade, pois, sendo amadores na matéria, estávamos muito longe de fazer um trabalho dito perfeito. Além de que acaba por ser um bocadinho como as pessoas: todos temos imperfeições e é isso que nos torna perfeitos para quem gosta de nós.» Felicidade e sustentabilidade De um momento para o outro, aquilo que começou como uma brincadeira transformava-se num negócio. De início, meio complicado, com poucas encomendas e um «porta a porta nas lojas»; depois, com maior visibilidade e maior procura, a partir do momento em que o projeto foi destacado na imprensa. Hoje, são vários os que procuram este trabalho personalizado, a um preço 20 Cx a re v i s ta d a c a i xa acessível. «É engraçado que, desde que começámos com os (Im)Perfeitos, já muita coisa mudou. Não só no que toca ao cliente e à maneira como nos vê, mas, também, na própria personalização do boneco», explicam. «Inicialmente, quando ainda pouca gente tinha ouvido falar de nós, só compravam para as crianças e, por norma, era sempre um dos nossos modelos standard. Hoje em dia, raramente nos pedem esses modelos e o nosso público-alvo vai desde o bebé recém-nascido à avó.» Entre os materiais utilizados na confeção deste (Im)Perfeitos, que levam, no mínimo, três dias a ser criados, encontramos tecidos reciclados, numa prova de respeito pelo Planeta. «É cada vez mais importante que os designers se preocupem, durante o processo de criação, com a reutilização de materiais e com todo o tipo de fatores ambientais. É essencial ter conceitos e estratégias que visem desenvolver soluções voltadas para a sustentabilidade, reutilização, reaproveitamento e eficiência energética, contribuindo, desta forma, para o paradigma da produção e consumo sustentável», defendem Inês e Gonçalo, que, até final deste ano, gostavam de arranjar maneira de o seu trabalho ajudar quem mais precisa. E a esse objetivo, estes dois designers, felizes por poderem fazer aquilo que realmente gostam, acrescentam outros desejos: «Mais inspiração, mais ideias, mais motivos para continuarmos com os nossos clientes e abrir portas a quem se quiser juntar a nós.» «É IMPORTANTE QUE OS DESIGNERS SE PREOCUPEM COM OS FATORES AMBIENTAIS» design & arquitetura d CLIENTES CGD COM DESCONTO NA FUNDAÇÃO EXD Acrónimo de experimentadesign, utilizado para designação das bienais promovidas por esta associação cultural sem fins lucrativos. 19 CORES Invasão do verde Durante dois meses, o Jardim das Amoreiras, em Lisboa, é palco de uma intervenção pro bono da experimentadesign. A iniciativa, com o tema Foto: D.R. 19 Cores, assinala o 105.º aniversário de Helena Vieira da Silva A CERCA DE QUATRO MESES do início da Bienal EXD’13, o ponto alto da programação deste ano da experimentadesign, cuja semana inaugural decorrerá entre os dias 7 e 10 de novembro (ver caixa), a Associação continua a trabalhar noutros projetos, mantendo a sua postura ativa na dinamização cultural da cidade de Lisboa. Foi neste contexto que o Jardim das Amoreiras recebeu uma intervenção que celebrou o 105.º aniversário de Maria Helena Vieira da Silva, uma iniciativa pro bono da experimentadesign, com o apoio da JCDecaux, em resposta ao convite que lhe foi dirigido pela Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva. A proximidade da Fundação ao jardim, cuja fachada se encontra precisamente virada para este espaço verde, inspirou esta iniciativa ao ar livre baseada no Testamento, um texto onde a artista lega aos seus amigos 19 cores e os significados que lhes atribuíu. Assim, durante dois meses, entre 13 de junho e 15 de agosto, essas 19 cores aliam-se ao verde do jardim na forma de mupis. A cada cor e a cada sentido dado por Vieira da Silva, a experimentadesign juntou outras tantas fotos, suas e do seu marido, Arpad Szenes, resultado de uma seleção aleatória a partir de um grupo de 215 imagens enviadas pela Fundação. Esta intervenção no espaço público transformou o já de si pacato Jardim das Amoreiras num amplo espaço de reflexão, convidando o público a descobrir a obra da artista através da apreciação de cada cor e da sua própria interpretação. A deslocação para o ar livre permitiu o contacto direto não só com os utilizadores regulares do jardim, mas, também, com toda a população, incluindo a que estaria menos disponível para se deslocar a uma galeria. À noite, a iluminação de cada mupi dá ainda mais colorido ao jardim, destacando a intervenção da experimentadesign. Enquanto não se dá o arranque da EXD’13, fica uma proposta para as suas manhãs, tardes ou mesmo noites de verão, onde ficará a conhecer a excelência quer das propostas culturais da experimentadesign, quer do trabalho de Vieira da Silva. Criada em 1990, de forma a promover a divulgação e o estudo da obra do casal, a Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva está instalada na antiga Real Fábrica dos Tecidos de Seda, num edifício do século XVIII situado no Jardim das Amoreiras, em Lisboa. A Caixa Geral de Depósitos, mecenas da Fundação, assegura aos seus Clientes um desconto de 50% nos bilhetes de entrada para as exposições, mediante a apresentação de um cartão de débito ou de crédito CGD. NO BORDERS De 7 de novembro a 22 de dezembro. Semana inaugural de 7 a 10 novembro Iniciativa internacional dedicada ao design, arquitetura e criatividade, a Bienal EXD posiciona-se como uma plataforma dinâmica e arrojada que promove a cultura contemporânea, através da discussão e da reflexão. A edição de 2013 tem lugar entre 7 de novembro e 22 de dezembro, com o apoio da CGD, inaugurando um novo formato onde se reforça a componente de informação e formação direta, através de conferências, fóruns, debates e workshops. O programa assume, além das exposições, um investimento mais profundo em projetos e conteúdos aplicáveis à cidade de Lisboa, constituindo legados com uma maior permanência e duração. Nesse sentido, a EXD’13 adota o mote No Borders, um tema que procura responder aos obstáculos e fronteiras das sociedades contemporâneas. Assim, No Borders centra-se na deteção e na análise daquilo que são algumas das principais barreiras que o ser humano, enquanto animal social, tem criado ao longo dos tempos. Não só na sua identificação e definição, mas, também, no desenvolvimento de potenciais soluções que as permitam transformar. Cx a re v i s ta d a c a i xa 21 a automóveis ZOE Muito elétrico O ZOE é a cereja no topo da oferta elétrica Z.E. da Renault. Tem cinco lugares, espaço para bagagem e consegue mexer-se muito bem em cidade Por Luís Inácio CHEGA, FINALMENTE, ao mercado português aquela que, sem margem para dúvidas, é a proposta mais equilibrada da oferta de automóveis elétricos da Renault. Revelado, na sua versão final, no Salão de Genebra, em março de 2012, o ZOE apresenta todos os argumentos de um automóvel cem por cento elétrico e mais um: é o único com uma autonomia homologada de 210 quilómetros, conseguindo percorrer, em condições ditas normais, entre 100 e 150 quilómetros. Ou seja, a grande vantagem do ZOE é, sem dúvida, a possibilidade de fazer mais quilómetros com uma única carga de bateria. E se é certo que ainda não é possível ir de Lisboa ao Porto ou de Lisboa ao Algarve sem parar, pelo menos, uma vez para carregar, já estivemos, de facto, mais longe disso. No caso da Renault, a tecnologia adotada que permite que essa meta esteja cada vez 22 Cx a re v i s ta d a c a i xa urbano O ZOE reúne as capacidades de um citadino com a vantagem de ser elétrico mais próxima chama-se Range OptimiZEr, uma invenção que consegue reduzir a percentagem da incidência das condições de circulação na autonomia do veículo, através de um sistema de travagem regenerativo (permitindo que o motor atue como gerador sempre que o condutor trava ou desacelera), de uma bomba de calor (que aquece o habitáculo sem prejudicar a autonomia) e de um jogo A Carglass é especialista em vidros para todas as viaturas e apresenta um conjunto de soluções integradas, rápidas e eficazes para qualquer tipo de problema. Dispõe de um serviço móvel gratuito, onde quer que esteja, para reparação ou substituição do seu vidro. Tudo sem burocracias e com rapidez e qualidade no serviço. A Carglass oferece aos titulares de cartões da CGD 15 por cento de desconto na substituição do vidro. Para usufruir desta vantagem, deverá efetuar o pagamento com o respetivo cartão, não sendo o desconto acumulável com outro tipo de promoções ou ofertas. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. Saiba mais sobre a Carglass em www.carglass.pt ou ligue o 808 23 53 53. de pneus Energy TM E-V, projetados pela Michelin especificamente para o ZOE. Apesar de a possibilidade de chegar mais longe com o ZOE já ter, praticamente, monopolizado o espaço reservado para este texto, convém não esquecer que este Renault foi pensado para o ambiente das cidades e, também aí, soma vantagens. Numa utilização quotidiana, é, aliás, um pequeno grande carro, já que não só permite sentar cinco pessoas (apesar de, na verdade, ser efetivamente mais confortável para apenas quatro), como também apresenta 338 litros de capacidade na bagageira, podendo, inclusive, chegar aos 1225 litros com o rebatimento do banco traseiro. Versátil. Não se deixe, pois, enganar pelas suas dimensões compactas (4084 mm de comprimento e 1730 mm de largura). Na hora de comprar, tal como em todos os automóveis elétricos da Renault, deve considerar não só o valor de aquisição (a partir de 21.275 euros), mas, também, o do aluguer das baterias, que, no caso do ZOE, é de 79 euros/mês para um contrato de três anos e 12.500 quilómetros/ano. Os dados estão lançados. Chegou o automóvel que os concorrentes devem temer e para o qual deve olhar muito atentamente se está a equacionar a aquisição de um elétrico. c culto LE MALE SUMMER FRAGRANCE Perfume tatuado D-LUX 6 G-STAR RAW EDITION Imagens na moda As marcas Leica e G-Star RAW associaram-se no lançamento de uma edição especial da D-Lux 6. O icónico modelo da Leica diferencia-se dos modelos de linha pela inclusão de uma caixa de cabedal castanha, de uma alça de transporte exclusiva – ambas G-Star RAW – e uma nova estrutura de ponto no corte do cabedal. As tatuagens foram o ponto de partida para os novos perfumes de edição limitada de Jean Paul Gaultier. Carpas, aves, flores e criaturas fantásticas remetem para o universo multicultural de Gaultier, no frasco da fragrância Le Male, dedicada ao verão. Com lavanda, menta, cardamomo, relva cortada, folhas verdes, baunilha, almíscar e sândalo. Disponível em 125 ml. WAVES Com muita onda O movimento das ondas do mar inspirou o design da nova linha Waves. A coleção, assinada pelo gabinete interno da marca portuguesa SPAL Studio, inclui uma composição de mesa, mas também de chá e café, num total de 12 peças. Os titulares de cartões da CGD têm 15 por cento de desconto sobre o PVP recomendado, até 30.09.2013, em www.loja.inexistencia.com, apresentando o código «INXSPAL». Não acumulável com outras promoções. RACE DAY Relógios na pole SPOON XL Relaxar no banho Desenhada pelo estúdio Benedini Associati, a banheira Spoon XL é uma daquelas peças intemporais da italiana Agape. Produzida em Cristalplant, é um autêntico convite a relaxar. Disponível na Loja do Banho, onde os titulares de cartões da CGD têm 15 por cento de desconto, exceto em produtos epicuristas. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. Os monolugares e todo o ambiente de Fórmula 1 são representados numa coleção, que celebra a ligação da Ferrari à categoria mais competitiva do desporto automóvel. Entre as quatro coleções da Scuderia Ferrari Orologi, destacamos a linha Race Day, que evoca a emoção dos Grandes Prémios. GINGA Sapatos com o dedo de Lagerfeld Karl Lagerfeld, nome incontornável no mundo da moda, surpreende numa nova colaboração com a marca Melissa. Com total liberdade criativa, o designer criou quatro peças, duas delas exclusivas, como este sapato de salto alto que interpreta a ginga brasileira. A parceria é para manter pelo menos nas próximas quatro coleções. Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que o utiliza em compras, este cartão tem associado um programa de pontos para obtenção de descontos nas agências de viagens da Tagus, benefícios em vários parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em www.cgd.pt. (1) TAEG de 25,4%, para um montante de 5000 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,25%. 24 Cx a rev i s ta d a ca i xa soluções ACREDITE EM SI A Acreditar – Coaching e Empreendedorismo tem como missão apoiar as pessoas e as organizações, promovendo o bem-estar e o seu crescimento, impulsionando uma cultura de empreendedorismo e de mudança e transformando ideias em ações. A empresa tem à disposição dos clientes sessões de coaching, de motivação e de empreendedorismo, ajudando, também, na preparação de entrevistas de emprego, na elaboração do curriculum vitae e a implementar ideias de negócio. A empresa disponibiliza, ainda, workshops de coaching, s de imagem pessoal, marketing, de motivação, de comunicação e de fidelização de clientes, bem como consultoria em marketing e recursos humanos. A Acreditar – Coaching e Empreendedorismo oferece aos titulares dos cartões da Caixa 15 por cento de desconto em todos os serviços. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. LARDOCELAR Cuidados de saúde ao domicílio Consultas ao domicílio, transporte em ambulância e entrega de medicamentos Fotos: D.R. APRENDA A COMER A Yoonic – Nutrição e Educação Alimentar acredita que comer é um prazer do qual não deve abdicar, propondo uma experiência única. Cada consulta é personalizada, face às preferências e necessidades dos clientes, num espaço também único: uma cozinha confortável e descontraída. Neste espaço, pode testar as dicas recebidas e aprenderá bons hábitos alimentares, como o que adquirir, a ler os rótulos dos alimentos, a organizar a despensa, etc. E receberá, ainda, kits especiais, com os quais será mais fácil atingir os objetivos. A Yoonic organiza, também, workshops com variados temas, sempre com o intuito de mostrar que cozinhar de forma saudável pode ser fácil, divertido e saboroso! Os titulares de cartões da CGD têm 20 por cento de desconto em consultas de nutrição e workshops de culinária. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. O LardoceLar disponibiliza um completo e abrangente leque de serviços de cuidados de saúde e apoio ao domicílio. É disso exemplo o envio de médico a sua casa, um serviço com a qualidade e o atendimento de sempre, no LardoceLar, desde que foi fundado, em 2001. No caso de um médico de Clínica Geral, a consulta domiciliária está disponível na Grande Lisboa e no Grande Porto, respetivamente, a partir de 65 euros e de 70 euros. Além disso, pode, também, solicitar consultas de outras especialidades através do LardoceLar, por telefone ou e-mail, neste caso após um pequeno e simples registo em www.LardoceLar.com. Também estão disponíveis outros serviços, como o transporte de pessoas doentes ou a entrega de medicamentos. Ao nível do transporte, pode solicitar ao LardoceLar o envio de uma ambulância para levá-lo, a si ou a um familiar, incluindo pessoas acamadas, para o estabelecimento hospitalar desejado. Quanto à aquisição e entrega de medicamentos, basta que os mesmos sejam prescritos por um médico devidamente habilitado para o exercício da profissão. Este serviço do LardoceLar está disponível a partir de dez euros, aos quais se acrescem os valores de táxi, do estafeta e dos medicamentos, tudo sujeito a IVA à taxa em vigor, podendo o pagamento ser efetuado em dinheiro. Saiba mais em www.LardoceLar.com ou em 808 2001 40. O SEU MELHOR A preto e branco ou a cores, as fotografias relembram-lhe momentos que nunca mais esquecerá e a Spoil existe para eternizar estas emoções. Para captar o seu melhor. Presente em Lisboa e no Porto, esta empresa, criada em 2005, fotografa momentos únicos, permitindo-lhe guardar aquela data, aquele sentimento, numa só imagem. Aproveite, conheça este parceiro da Caixa e deixe-se estragar com mimos. E, por ser Cliente da Caixa, tem acesso a cinco por cento de desconto no valor das sessões fotográficas Spoil Pré-mamã, Spoil Família e Spoil Mulher. Saiba quais os cartões da CGD que dão acesso a esta vantagem em www.vantagenscaixa.pt. 25 g gourmet VARANDA PARA O MAR Paladares que dão sal à vida, para provar numa das mais belas praias do País. V O LT A R A O C A I S Armazém de sabores Não chegamos lá de canoa, nem nos deixamos abalroar, mas sempre que as correntes do Tejo nos puxam até Alhandra, importante ponto de desembarque de outros tempos, não resistimos ao Voltar ao Cais. Vogando ao sabor dos apetites do rio que lhe alimenta a carta, o restaurante balança entre o toque moderno do ambiente e a tradição que serve de caldo às iguarias ribeirinhas. Ancorado à história da terra e do rio, o espaço é atravessado pela memória do antigo armazém de arroz sobre o qual se ergueu. Para tomar o gosto ao tempo em que o cais 14 era um dos mais importantes portos de comércio da região, basta deixar o olhar afundar-se nas fotografias da época, a preto e branco, e nas largas vigas de madeira que correm o teto de um lado ao outro. Quando quiser desembarcar no século XXI, é hora de deslizar sobre as paredes vermelho-rubi e sobre os pormenores mais arrojados da decoração, mas, sobretudo, mergulhar nas especialidades da casa. Com um travo ao Tejo, que se pode degustar no terraço Voltar ao Cais Terrasse, provem-se o camarão do rio, os linguadinhos fritos à moda de Vila Franca, o ensopado de enguias, a caldeirada do mar, a açorda de sável ou outras propostas mais inovadoras como os crepes de camarão com molho de tomate. CONTACTOS Morada Avenida Major Joaquim Paiva, 55, Alhandra Telefone 219 512 373 Site www.voltaraocais.pt/ Horário Das 12 horas às 15h30 e das 19 às 22 horas. Encerra ao domingo à noite e à segunda-feira. Preço médio € 20 O aroma dele invade o varandim, para logo se propagar pelo edifício de madeira estendido sobre as dunas. Em vagas constantes, o seu gosto vai, depois, irromper pelos pratos e petiscos confecionados com uma pitada de mar. Não surpreende, por isso, que o sal dê nome ao restaurante que tempera os dias de verão passados na idílica Praia do Pego, na Comporta. No espaço que rebentou no ano passado, agora com João Hipólito Raposo ao leme, o bordado azul do oceano sobre o dourado do areal deixa água na boca, mas o melhor mesmo é afogar a fome no peixe fresco grelhado e nas várias especialidades de marisco, nos camarões pequenos, colhidos no rio ou no mar, na saladinha de polvo, nas amêijoas ou no gaspacho de espargos com camarão ao centro. Fotos: D.R. SAL Morada Praia do Pego, Carvalhal Telefone 265 490 129 Horário Das 13 às 23 horas. Encerra à segunda-feira. Preço médio € 35 26 Cx a rev i s ta d a ca i xa p prazeres À mesa com o verão Gosto destes dias quentes, em que os almoços de domingo são ao ar livre e é como se o verão se sentasse à mesa connosco. Gosto do calor com sobremesas geladas e, nesta edição, trouxe um parfait que não podia ser mais do que perfeito. Um parfait é uma sobremesa gelada, à base de ovos, açúcar e natas. A sua textura cremosa deve-se ao seu conteúdo de açúcar e gordura, bem como ao ar incorporado ao bater as natas e os ovos. O praliné de amêndoa torna-o deliciosamente viciante! PA R FA I T D E P R A L I N É DE AMÊNDOA Delícia gelada a delícia de... Leonor de Sousa Bastos PARA 6 PESSOAS > 250 g de açúcar > 125 g de amêndoa pelada e tostada > 45 ml de água > 375 g de natas para bater (32%-35% M. G.) > 125 g de claras (cerca de 3,5 unidades) > 125 g de açúcar Praliné de amêndoa: Preparar um tabuleiro untado com óleo de girassol. Levar ao lume os 250 g de açúcar, com água, até que fique caramelizado. Adicionar a amêndoa e verter o caramelo no tabuleiro. Deixar arrefecer completamente. Em frio, partir o caramelo em bocados mais pequenos, com a ajuda de um martelo ou uma faca. Colocar os pedaços de caramelo dentro de um robot de cozinha e triturar até que fique um granulado pequeno, mas não muito fino. Guardar num recipiente protegido da humidade. Bater as claras até que comecem a ficar firmes. Adicionar os 125 g de açúcar, aos poucos, até que as claras tenham o aspeto firme e brilhante de merengue. Bater as natas até que fiquem esponjosas, mas não demasiado firmes. Adicionar um terço das natas ao merengue e misturar bem. Adicionar as natas restantes e incorporar com movimentos suaves. Juntar o praliné à mistura, com cuidado, reservando cerca de 60 g para polvilhar no final. Verter o parfait numa forma retangular de 25x11x6,5 cm. Congelar, no mínimo, durante oito horas ou, preferencialmente, de um dia para o outro. Retirar do congelador cerca de dez minutos antes de servir, desenformar e polvilhar com o praliné reservado. Nota: Para ajudar a desenformar, pode-se humedecer, ligeiramente, a forma por dentro e forrar com película aderente, de maneira que a película se possa puxar e não obrigue a passar a forma por água morna. VIRGO 2012 Um branco para queijo e peixe. O monte está na posse da família desde 1839. Atualmente, alguns ramos da quarta geração de descendentes, as famílias Bagulho Albino, Rosa Bagulho e Bagulho Vasconcelos, mantêm as suas terras em comum, tendo criado um conjunto de sociedades agrícolas para explorar comercialmente o seu património agrícola, em termos de agropecuária, cereais, montado/floresta e vitivinicultura. Em 2004, começaram o projeto de produção de vinho com marca própria. O seu Virgo Branco 2012 é muito fresco e tem grande intensidade aromática, com notas florais e frutadas (citrinas e de fruta tropical madura). Na boca é fresco e agradável, com um bom final. É um vinho para o início de uma refeição, para acompanhar entradas e alguns pratos de peixe e marisco pouco condimentados. Produzido pela Torre do Frade, na zona alentejana de Monforte, tem como base a casta Arinto, com menores percentagens de Viognier e Antão Vaz. José Miguel Dentinho Muito fresco e com grande intensidade aromática, é um vinho para o início de uma refeição, para acompanhar entradas e alguns pratos de peixe e marisco pouco condimentados Cx a re v i s ta d a c a i xa 27 e 28 entrevista Cx a re v i s ta d a c a i xa NUNO GUSMÃO Tempestade criativa A N A FAT I A Numa tarde em que a conversa voou e as ideias choveram em abundância, pedimos ao vencedor do prestigiado Red Dot Design Award e à designer industrial que fez furor na Semana de Design de Milão para nos guiarem pelos ventos que sopram no design nacional Por Ana Rita Lúcio Fotografia Alexandre Bordalo Cx: Quando falamos em design, facilmente se identifica o que é design italiano ou design alemão, por exemplo. O design nacional também tem uma identidade própria ou permanece uma realidade heterogénea? Nuno Gusmão (NG): Não consigo ver uma identidade no design português, uma imagem portuguesa. Vejo-nos mais integrados numa linguagem europeia, mesmo sabendo que na Europa também há linguagens diferentes, consoante as zonas. Ana Fatia (AF): O design é uma disciplina muito recente em Portugal. Do meu ponto de vista, temos uma lacuna muito grande relativamente àquilo que, um dia, poderá vir a criar uma identidade do design português: as marcas. O design é uma disciplina e funciona em conjunto – o designer cria, a produção produz e alguém que tem de vender. Neste momento, creio que andamos todos a correr para lados diferentes e, para que a identidade do design português nos projete no mundo, faltam as marcas que levem os designers ao reconhecimento internacional. Cx: Essa identidade faz falta para nos afirmarmos lá fora? NG: Não me preocupa, porque creio que é muito mais importante a qualidade do trabalho e o facto de esse trabalho ter uma abertura internacional, procurando manter-se sempre na linha da frente para encontrar soluções novas. AF: Costumo dizer que somos um País de produção e é essa a nossa mais-valia. Fazemos um trabalho extraordinário e temos uma mão de obra bastante qualificada e isso é o que de melhor temos para vender. Somos, também, um País bastante evoluído ao nível da tecnologia. Direi mesmo que, a nível europeu – e isto na perspetiva do design industrial e de equipamento, a minha área –, somos, talvez, os melhores produtores. Claro que temos a concorrência de países como a Alemanha, por exemplo, que está muito bem posicionada e qualificada, também porque tem capital e um poder económico completamente diferente do nosso. Mas, a meu ver, somos imbatíveis na junção destas três valências: design, inovação e tecnologia. Cx: São esses os fatores mais competitivos da nossa oferta? NG: É muito mais a junção desses fatores e não tanto uma linha estética. Mas, não só em termos de produção, como também ao nível de criatividade, temos pessoas com muita qualidade. Acontece que, com esta crise que estamos a atravessar, parece que, de repente, o navio parou: há pessoas com muita qualidade a ficarem sem trabalho. Trabalho há 25 anos e já vivi outras crises, mas nenhuma como esta. Uma das alternativas é procurar oportunidades no estrangeiro. O meu ateliê tem feito alguns trabalhos fora do País, para os quais temos sido convidados pelo currículo da empresa, e as pessoas com quem trabalhamos sentem sempre muita afinidade com o nosso trabalho, o nosso profissionalismo, que é uma marca portuguesa. AF: Tive oportunidade de estudar no Norte de Itália e, na altura, foi importante sair, porque me permitiu perceber que o nosso ensino é muito bom. Em Itália, notei, claro, que tinham muito mais condições do que nós, um sistema e uma organização melhor, mas foi evidente que eles não são nem tecnicamente mais avançados, nem mais criativos do que nós, pelo contrário. Nós somos, realmente, muito bons criativos, muito bons produtores, o problema é que não nos sabemos gerir, não nos sabemos vender. Cx a re v i s ta d a c a i xa 29 e entrevista Cx: É um problema de marketing? NG: Tem muito a ver com a escala. Não é que não haja outros países pequenos que se saibam organizar e façam uma gestão muito boa, mas, com uma escala maior, é mais fácil. Mas temos, claramente, problemas de marketing enormes. O associativismo entre os designers está muito aquém do que seria desejável. AF: Quando expus no Salão Satélite, na Semana do Design de Milão, encontrei uma secção que era dedicada tanto a países como a escolas. A pergunta é: porque é que as nossas escolas não estão lá? Eu estudei naquela que considero a melhor escola pública de arte e design do País, a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. As Faculdades de Belas-Artes também são muito boas, tal como a Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, por exemplo. Mas porque é que elas não estão representadas nestes eventos? Cx: Sabe responder a essa pergunta? AF: Não, mas sei que os alunos e as escolas têm qualidade suficiente para lá estar. Voltamos ao grave problema que temos, em termos de gestão e marketing. Sabemos muito bem conceber e produzir o produto, mas, a partir do momento em que ele existe, falta tudo o resto, que é enorme. Claro que, neste momento, o desígnio é: vamos internacionalizar. Mas essa não é a solução para tudo. Quando os designers querem ir lá para fora ter um reconhecimento internacional ou quando as empresas querem exportar, deparam-se com uma discrepância de escala enorme. Posso dar um exemplo: para chegar a Milão, em 2012, tive de lutar muito para ter um stand e conseguir levar lá as minhas peças. E à minha frente estavam dez stands de uma marca chamada Bélgica is Design. Os designers pagaram 200 euros para lá estar, cada um, e tinham a imprensa inteira do País a segui-los. Se eles são melhores do que nós? Não são. Se nós temos designers com os quais poderíamos encher um corredor a representar Portugal? Temos. NG: É esse esforço de marketing, de demonstrar que Portugal tem muita capacidade criativa e produtiva, muito profissionalismo, que é preciso desenvolver. Há muitos que fazem esse esforço individualmente, mas é preciso fazê-lo de forma coletiva. No meu ateliê, temos mais reconhecimento no estrangeiro do que cá. É curioso que, desde que ganhámos o grande prémio do Red Dot Design Award, na categoria de design de informação/espaço público, em 2011, temos sido convidados para participar em diversos projetos internacionais e não nos falta reconhecimento. E tentámos passar essa informação cá em Portugal, obviamente por orgulho, mas, também, porque acreditamos que pode funcionar como fator motivador, mas não houve grande divulgação. Cx: O design não está na agenda? NG: De ninguém, o que é completamente estranho. Se nós fizéssemos um esforço para mostrar a nossa criatividade nas áreas de design de produto, moda, espaços, gráfico, comunicação, era como a Ana dizia: enchíamos um corredor de pessoas com muita qualidade. Ultimamente, tenho tentado juntar alguns designers com que me identifico, para tentarmos fazer algo em conjunto. Não propriamente um lobby, ou um cartel, mas um grupo que se juntasse para mostrar a nossa qualidade lá fora. 30 Cx a re v i s ta d a c a i xa NUNO, O DESENHADOR Formado em Arquitetura e Belas-Artes, Nuno Gusmão ressalva que não é designer, mas o desenho - tranversal, sempre imprime-se-lhe na alma. Talvez porque vá traçando tangentes entre a arquitetura e as belas-artes e o design de ambientes e de comunicação - que lhe serviu de base para fundar o P-06 Atelier, junto de outros três sócios -, Nuno Gusmão defende «a transversalidade do design». Mais do que nos dar conta dos feitos da P-06, dentro e fora de portas, prefere conduzir-nos pelos projetos nos quais o ateliê se tem destacado, em matéria de ambientes, sinalética, museus e exposições. Entre eles, saltam à conversa a intervenção na ciclovia de Belém e no espaço das Caves Graham’s, em Vila Nova de Gaia, um dos mais recentes. Habituado aos grandes palcos internacionais, Nuno Gusmão viu o seu P-06 Atelier ganhar o grande prémio do prestigiado Red Dot Design Award, na categoria de Design de Informação/Espaço Público, em 2011, com um projeto para o Pavilhão do Conhecimento. E volta, agora, aos «Óscares» do design, em 2013, como júri do concurso. «É ESSE ESFORÇO DE MARKETING, DE DEMONSTRAR QUE PORTUGAL TEM MUITA CAPACIDADE CRIATIVA E PRODUTIVA, MUITO PROFISSIONALISMO, QUE É PRECISO DESENVOLVER» Nuno Gusmão Cx: Foi um empurrão desses que faltou à Ana, na altura de chegar à Semana de Design de Milão? AF: Isso tornaria tudo muito mais fácil. Para ter conseguido lá chegar e expor o meu trabalho em Milão, foi uma batalha enorme. Mas tenho em mim os valores que, para se chegar a algum sítio, é preciso trabalhar muito, com muito esforço. Não era só porque, de repente, tinha sido selecionada para estar em Milão que tinha o direito de exigir que as pessoas e as empresas me estendessem uma passadeira vermelha. Claro que, à minha volta, tive muitas pessoas que acreditaram no projeto: as empresas que têm sido minhas parceiras de produção, os amigos que me ajudaram, as pessoas que contribuíram para a campanha de crowdfunding, que me permitiu financiar a minha ida a Milão. Cx: Foi fácil vender o projeto, para que as pessoas contribuíssem? AF: Foi preciso montar um projeto de comunicação e de marketing e, acima de tudo, ser criativo. Escolhi a plataforma de crowdfunding porque, na minha opinião, este é o caminho que nós, enquanto jovens criativos e novos talentos, temos de seguir: o caminho da autoprodução e autopromoção, de não ficarmos à espera do que o Estado não deu ou do que não temos. Como não concordo com isso, fui à procura de montar o meu projeto. Sou criativa, quero ser criativa, nunca poderia aceitar esta negação, de que não seria possível. Como gosto muito de comunicar com as pessoas e acho que o design nasce para criar para o mundo, creio que tem de partir de nós, enquanto criativos, ensinarmos as pessoas a verem o mundo de outra forma. Então montei um projeto à minha volta, que se chamava Ana Fatia GO, e fui para a rua durante três dias. Tinha cinco meninas, com T-shirts identificativas, e fizemos uma campanha quase de marketing de guerrilha. Depois, recorri a alguns truques: não perguntava às pessoas se me queriam fazer uma doação, perguntava-lhes se queriam ser meus sponsors, por exemplo. E, a partir do momento em que nos expomos desta maneira, é preciso termos tempo para as pessoas, envolvê-las no processo. Cx: Parece um plano de marketing simples, mas muito bem montado. O Nuno falava, há pouco, da forma como a crise está a deitar por terra as oportunidades de muita gente que trabalha nesta área. Mas este exemplo não mostra que, apesar de tudo, a criatividade pode ir vencendo a austeridade? NG: Acho que sempre foi assim e não há outra saída: só mesmo pela criatividade. Como já disse, também passei por outras crises e sei que esta questão é cíclica: depois disto virá a retoma e outras crises se seguirão, também. O problema é que, neste momento, sinto uma apatia enorme, a todos os níveis, e por isso é que as pessoas falam tanto na internacionalização, porque o mercado está a ficar esvaziado. Mas é preciso continuar a encontrar soluções criativas por cá. Um exemplo é o projeto da ciclovia que une a Torre de Belém ao Cais do Sodré, em que estivemos envolvidos. Foi um desafio que nos foi posto pelo arquiteto paisagista a quem foi pedido para fazer a ciclovia – porque não é normal pedir-se a um designer para fazer uma ciclovia. E, ainda por cima, são infraestruturas que têm normas rígidas. Nós aceitámos o desafio e quebrámos todas as convenções: conseguimos não usar uma pista vermelha, que não fazia sentido; deixou de se chamar ciclovia e passou a chamar-se pista ciclável, para poder ter as inscrições que nós estávamos a fazer, e ainda inserimos poesia, para as pessoas se sentirem mais satisfeitas. Estes momentos de criatividade, de aceitar desafios fora daquilo que podem parecer os objetivos imediatos do design e de gerar trabalho onde não existia são o nosso mote e é aí que somos bastante criativos. Tentamos, também, mostrar aos clientes que eles têm outras necessidades que talvez nem soubessem – não se trata de inventá-las, mas de demonstrar ao cliente que elas existem e são prementes. AF: Acima de tudo, os criativos ou designers, nas diferentes áreas, acabam por ser também consultores. O que temos de melhor é sermos criativos e olharmos para as coisas de uma outra forma. Esse é o nosso know-how, e tem um valor bastante elevado. Não somos só as pessoas que fazem bonecos. Cx a re v i s ta d a c a i xa 31 e entrevista Cx: O design não pode viver divorciado da sociedade, das necessidades das empresas e das pessoas? AF: O design vive de uma análise bastante funcional das pessoas que vão viver numa determinada realidade: ou a comunicar ou a usar um produto. Por isso é que o design é uma disciplina e não um desenho bonito. Também por isso, acredito que a criatividade se sobrepõe à austeridade, como falávamos. Antes de partir para este projeto, estive três anos a experimentar, trabalhei num ateliê e, depois, decidi que iria trabalhar onde não existissem designers. Trabalhei num projeto enorme de arquitetura de interiores: foi a minha primeira grande obra, que me permitiu ser o braço direito de um business man que é uma das pessoas mais criativas que conheço. Porque também para se ser empresário é preciso ser-se criativo. Cx: A economia portuguesa já vai sendo mais criativa? AF: Eu ainda sou muito «pequena», mas, da experiência que tenho, com os casos de sucesso e as pessoas e empresas com quem trabalho e tenho como exemplo, considero que são muito criativas. NG: Eu tenho outra experiência. O mercado não é assim tão criativo. Tenho a sorte – e também é um pouco uma intenção – de trabalhar com um conjunto de pessoas mais ligadas à cultura, que são os arquitetos, os paisagistas, mais sensíveis a essas questões. Mas, o tecido empresarial, como um todo, é um bocadinho reativo às inovações. AF: É verdade que, em Portugal, há uma grande resistência à mudança. Temos uma cultura muito enraizada de permanecer, de tradição e de estar, em que a mudança não é bem-vinda. Isso deve-se, na minha opinião, a uma falta de conhecimento. Há pouco, perguntava-se se temos uma identidade em termos de design: não, não temos, porque, se tivéssemos, as pessoas não eram tão reativas. Quando chegamos a Itália, à Holanda, à Alemanha, estende-se uma passadeira vermelha quando dizemos que somos designers: faz parte da cultura, está enraizado, foi criada uma estrutura, desde sempre, onde tudo isso está incluído no pacote da educação. Aqui, a disciplina de Design tem pouco mais de 20 anos. Cx: A Ana já nos falou de alguns dos desafios que os novos designers enfrentam. Este País não é para os jovens talentos? AF: Enfrentamos muitos desafios. Mas nunca ninguém disse que ia ser fácil e acho que, nestas áreas criativas, vai ser sempre muito difícil. O meu avô era um artista e, para sustentar a família, tinha de ter duas profissões: era pintor, era poeta, editou livros, pintou inúmeros quadros de figuras públicas e, no entanto, tinha de ter uma outra profissão. Parti sempre do princípio de que isso não me assustaria. Tem de existir uma grande consciência de onde é que nós estamos, do que é o nosso País. Quis fazer este curso, mas tinha a certeza de que, quando isto acabasse, se o meu avô naquele tempo fez assim, eu provavelmente também teria de fazer, porque olhava à minha volta e nada mudou. Nunca estive à espera de sair da faculdade e ter um emprego imediato como designer. É difícil. Nós somos criativos, a criatividade vem do estômago. Nós vamos sofrendo sempre porque, lá está, estamos um passo à frente e vemos as coisas de uma forma que as outras pessoas não as conseguem ver. Analisamos constantemente, pomos em causa constantemente. E vamos sempre enfrentar muitas dificuldades. 32 Cx a re v i s ta d a c a i xa ANA, A PEQUENA GRANDE Faz questão de se sublinhar «pequena», mas não lhe falta estatura para ombrear entre os melhores jovens designers internacionais. O destino artístico vinha-lhe traçado na árvore genealógica. Herança do avô, pintor-poeta, que lhe ensinou que a arte que sustenta a alma nem sempre sustenta o corpo. E que, por isso, é preciso lutar. Porque a criatividade «vem do estômago», Ana Fatia tem feito por não baixar os braços. Foi a persistência com que desenhou a campanha de crowdfunding Ana Fatia GO que lhe permitiu financiar a presença no Salão Satélite da Semana de Design de Milão, em 2013. Já em 2012 lá tinha estado, para integrar o lote dos cem melhores jovens designers do mundo. Movida por um desenho orgânico, de quem é «muito mais curvas do que linhas», a designer industrial segue, porém, em linha reta para continua a levar a sua coleção de mobiliário surrealista Mother Mine & All of Us por esse mundo fora. Uma coleção inspirada na anatomia humana, que, em breve, se espera que chegue a Xangai, para mais uma feira internacional. Ainda não sabe como irá, mas garante que vai. Isso é «ponto assente». «AS FÁBRICAS, EM PORTUGAL, SÃO MUITO PRODUTIVAS, TÊM MÃO DE OBRA MUITO QUALIFICADA E TÊM UM MODELO DE NEGÓCIO PARA SUSTENTAR E OS DESIGNERS NÃO PODEM IGNORAR ISSO» Ana Fatia Cx: Essas dificuldades vão servindo de combustível para continuar? AF: Creio que sim. Temos de perceber que a disciplina do design existe para encontrar soluções. Como designers, nesta conjuntura, estamos cá para isso. Não nos podemos acomodar, não podemos culpar uma série de fatores externos – que não temos dinheiro, não temos emprego. Acho que o que me faz não ter medo é saber muito bem onde quero estar: ter objetivos traçados e saber muito bem aquilo que quero. Estive três anos a experimentar e chegou uma altura em que percebi que, em Portugal, dificilmente iria trabalhar naquilo que realmente queria ser: uma criativa. Estudei fora, percebi como é que a disciplina do design trabalhava a nível mundial e achei que, no ano em que toda a gente tinha medo, por causa da austeridade, havia de ir à procura do reconhecimento internacional, mas, sobretudo, de estar no mercado global da minha profissão. Aqui é tudo mais difícil, porque está tudo por fazer, mas é um grande desafio. Adoro trabalhar com a indústria. E sempre ouvi dizer que a indústria não apoia os designers… Cx: Como é que se estabelecem as pontes entre o lado criativo dos designers e a indústria? AF: Bati à porta de muita gente e muitos disseram-me que não. Estive em empresas que estavam vocacionadas para um setor e não tinham abertura para perceber que eu podia ser uma mais-valia, apesar de eu ver isso. Houve muitos «nãos» neste processo, até chegar a esta conjuntura de determinadas empresas que se juntaram e me apoiaram. Mas foi tudo por iniciativa própria. E, quando entrei em contacto com a fábrica que produz as minhas peças, disseram-me para ir lá, porque também precisavam de fazer uma parceria com designers. Cx: Foi importante criar essas sinergias: mostrar que não era só a Ana a querer algo da empresa, mas que também lhes poderia acrescentar valor? AF: Por isso também é que correu tudo muito bem e já desenhei vários produtos para eles. Enquanto designers, temos de olhar para o modelo de negócio das indústrias e das próprias empresas. As fábricas, em Portugal, são muito produtivas, têm mão de obra muito qualificada e têm um modelo de negócio para sustentar e os designers não podem ignorar isso. Somos nós que temos de perceber como é que podemos olhar para a indústria e para aqueles processos industriais e retirar rentabilidade dali, gerando uma mais-valia para poder também fazer outras coisas. NG: É a tal resolução de problemas em que o design assenta. Mas creio que se perdeu um pouco quando se começou a especializar demasiado os vários designs que existem. A minha formação é muito abrangente e, mesmo não sendo designer, acho que a formação de um designer tem de ser também muito mais abrangente: transversal à arquitetura, ao desenho. Cx: Essa resolução de problemas para o qual o design tem de estar vocacionado remete-nos, também, para a área do design social. O design pode e deve ser uma ferramenta de mudança, a esse nível? AF: Sem dúvida alguma. Esse foi o início da minha carreira e foi assim que sempre vi o design. Existem novas plataformas criativas em matéria de responsabilidade social e há diferentes maneiras de pôr os projetos em marcha. Ao longo do meu percurso académico e profissional, tenho procurado trabalhar em metodologias de co-design: trabalhar com as pessoas e para as pessoas. São exercícios de trabalho que olham para a disciplina do design de uma maneira bastante diferente e que, por norma, são aplicados a projetos de responsabilidade social. A base para a maneira como lido com a indústria vem, aliás, de um processo de co-design, que se baseia em ouvir as pessoas, em perceber as suas necessidades. Acho que o design tem esse poder e sinto um orgulho enorme e uma satisfação extraordinária, como designer, em estar envolvida em projetos sociais e sentir que, como designer, consegui mudar alguma coisa na vida das pessoas. Claro que, quando faço projetos de design social, todo este percurso de metodologia de intervenção com as pessoas vai acabar num produto físico: porque eu sou uma designer industrial e vou, depois, também buscar a relação com a indústria. Cx a re v i s ta d a c a i xa 33 h h história de capa história de capa DESIGN O DESIGN ESTÁ EM TODA A PARTE ( R E S TA S A B E R O Q U E FA Z E M O S C O M E L E ) 34 Cx a rev i s ta d a ca i xa TODOS OS DIAS, NOS MAIS PEQUENOS GESTOS, AS PESSOAS TOMAM CONTACTO COM O DESIGN. NAS SUAS MAIS VARIADAS FORMAS E SEM QUE SE DÊ CONTA, ELE INFLUENCIA A NOSSA VIDA PESSOAL E A FORMA COMO VIVEMOS EM COMUNIDADE. SE ESTAREMOS PERANTE A FERRAMENTA PERFEITA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÓMICO DE UMA FORMA SUSTENTÁVEL É A QUESTÃO QUE SE COLOCA Texto Pedro Guilherme Lopes Cx a rev i s ta d a ca i xa 35 h história de capa «TODOS TÊM IDEIAS DIFERENTES SOBRE O QUE É DESIGN. ALGUNS PENSAM QUE É A GRAVATA DO PAI, OUTROS PENSAM QUE É A CAMISOLA DA MÃE» PAUL RAND nossa frente, uma porta. Dizem-nos que se chama Plano e que é uma porta corta-fogo. E que é a melhor forma de entrarmos nesta tentativa de, ao longo das páginas que se seguem, perceber qual o papel do design na nossa sociedade. Passamos, então, por esta porta metálica de batente, com mecanismos de fecho ocultos, que valeu à Porseg, o maior fabricante português de portas de segurança e corta-fogo, um Red Dot Design Award na categoria de Design de Interiores. À 36 Cx a rev i s ta d a ca i xa Não se pense, no entanto, que esta distinção com o mais prestigiado prémio internacional na área de design industrial é algo que raramente acontece aos designers, aos ateliers e às empresas portuguesas. Aliás, o que começa a tornar-se raro é que passe uma semana sem termos notícia de um projeto nacional de design distinguido internacionalmente. Mas, curiosamente, parece que essa disciplina ainda é olhada um pouco à margem por grande parte da sociedade. Ou, se preferir, parece que grande parte da população é capaz de olhar e dizer «grande ideia!» ou «isto está muito giro!», mas não faz a ponte para o trabalho de criatividade ou para o conceito de design. É como se o design vivesse numa periferia, da qual sente dificuldade em sair. «Essa é uma periferia falaciosa», afirma Pedro Pires, diretor criativo da Ivity Corp (mais uma distinguida nos Red Dot, além de ser considerada Empresa do Ano 2013 pela M&P, pelo Clube dos Criativos de Portugal e pela Marketeer). «Todos os dias, as pessoas contactam com o design nas suas mais diversas formas. Num jornal, numa cadeira, num automóvel, num festival, no supermercado... E sentem a diferença, quando o design cumpre o seu papel. Acredito que o que não existe é uma perceção presente do que é o design e de que forma ele melhora a nossa vida. Não existe uma cultura de design, da mesma forma que, em Portugal, não existe uma cultura do marketing ou uma cultura de marcas. O País é, ainda, iliterato nessa matéria, como em muitas outras que se prendem com a criação. Durante décadas, fomos habituados e escolhemos produzir para outros pelas ruas A Ivity Corp aproveitou os elétricos para renovar a imagem da Coca Cola magistra O White Studio levou para casa o Graphis Platinum Award com esta garrafa plano A porta criada pela Porseg recebeu um Red Dot Design Award e, noutros casos, apenas em produzir. As marcas só desde há 15 ou 20 anos começaram a ganhar importância na nossa vida e na vida das nossas empresas e indústrias. A nossa classe política só agora começou a despertar para estas matérias e elas são, ainda, encaradas como aquilo que é preciso fazer na véspera de lançar qualquer coisa. Mesmo nas universidades, nos cursos de gestão e marketing, a consciência do design e da comunicação é uma coisa recente», completa Pedro Pires. A ideia é reforçada por Eduardo Aires, professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP) e responsável pela White Studio (igualmente distinguida nos Red Dot e, recentemente, premiada com dois Graphis Platinum Award e um Graphis Gold Award, dois dos mais importantes galardões na área). Afirmando que os portugueses têm talento e capacidade, mas que vivemos numa gigantesca pressão coletiva, fruto de uma enorme crise financeira, Eduardo Aires defende que «esse fazer a ponte para o design, penso que não existe porque as pessoas não estão predispostas a catapultar aquilo que possa ser bem feito no nosso País. O dia a dia é minado por más notícias e nós somos um País pequeno e com reduzida massa crítica. Mas as pessoas devem perceber que é através da afirmação de novos projetos que, em momentos como este, surgem novas oportunidades. Felizmente, o talento individual não tem nenhum compromisso com o estado em que o País se encontra. Aquilo a que assistimos é à afirmação, fora de portas, daquilo que se faz, e bem, em design, em Portugal. E nem é só em prémios. Enquanto professor universitário, posso afirmar que os nossos alunos de design que fazem Erasmus são, na sua maioria, considerados alunos de exceção. Infelizmente, esse reconhecimento é maior fora de portas do que dentro de portas». esse reconhecimento fora de portas acaba por associar o design e os designers, nomeadamente estas novas gerações, a um termo muito em uso: empreendedorismo. Um exemplo é a Suggu, marca criada pelas amigas Susana Ribeiro e Mariana Patrício, que faz design para crianças, criando deliciosos animais em forma de almofada. «Para se ser empreendedor basta ter ideias e pô-las em prática, sem que isso signifique, obrigatoriamente, o uso do design como meio para se atingir o sucesso», defende Susana Ribeiro. «Até porque este processo, que cria valor, tanto pode ser utilizado E «A MELHOR FORMA DE PREVER O FUTURO É CRIÁ-LO!» ABRAHAM LINCOLN Cx a rev i s ta d a ca i xa 37 h história de capa em produtos, serviços ou indústrias já existentes, como em novos projetos de criadores de empresas. No nosso caso, o design está, efetivamente, associado ao empreendedorismo, já que foi através da nossa imaginação, criatividade, da nossa vontade em querer fazer algo diferente e atrativo, dirigido a um determinado segmento da população, que surgiu a ideia de lançar este projeto.» Eduardo Aires vê esta associação como algo natural. «O designer é, por natureza, um bicho criador. E, por consequência, empreendedor. Acredito que uma das razões que leva a este fascínio pelo design é a adaptabilidade da disciplina. Um designer de comunicação, por exemplo, pode estar a trabalhar na área da cultura, com uma especificidade muito própria, como, logo a seguir, está a colaborar com a indústria. Isto dá-lhe uma perspetiva muito abrangente das diversas áreas da sociedade e um conhecimento que será sempre uma mais-valia enquanto empreendedor.» Carlos Rosa, também ele professor, mas no IADE, onde coordena a licenciatura em Design, chama a atenção para o facto da ideia de formação em design ser relativamente recente. E acrescenta que o crescente desemprego ou a dificuldade em encontrar trabalho quando se termina um curso potenciou esta tendência de existirem cada vez mais freelancers e trabalhadores independentes. «Acredito que o futuro passa muito por aí. Vejamos, toda a gente tem ideias, é algo que nos define enquanto seres humanos. Assim, o que diferencia os designers de formação e de profissão dos outros ‘designers’ é o facto de o processo de construção ideológica ser completamente diferente, é a capacidade de agarrar nas ideias e torná-las exequíveis e capazes de fazer a diferença. Na génese do design está a criatividade, a colagem com uma supercola capaz de ligar os conceitos da arte e os conceitos da técnica, da criação e da inovação. Para nós, designers, criar algo de novo é ser empreendedor e, dentro destas novas políticas e na procura das faladas economias criativas, ainda bem que o empreendedorismo passa a estar colado àquilo que é o exercício do design. Que, ao fim ao cabo, será uma disciplina 38 Cx a rev i s ta d a ca i xa lágrima A criação de António Queirós, distinguida com um Graphis Gold Award casamento A bota da Rutz mostra como a cortiça e o design podem potenciar-se quando conjugados bonecos Na etiqueta, lê-se «Suggu» e são um exemplo de empreendedorismo poster Sérgio Alves ganhou o Graphis Gold Award, na categoria poster anual (última página) que, com os profissionais certos, irá diferenciar todas as qualidades do serviço ou do produto.» O «elemento diferenciador» passa, assim, a ser uma expressão incontornável, nomeadamente onde a velocidade de informação e a concorrência feroz são imagens de marca. No fundo, torna-se fundamental refletir sobre qual o papel que cabe ao design e aos designers no processo de desenvolvimento social, tendo como base, por exemplo, os cinco princípios sustentáveis do economista Ignacy Sachs: social, ambiental, económico, territorial e político. Para Carlos Rosa, é importante nunca esquecer que «o design será, acima de tudo, uma forma de pensamento». No seguimento dessa ideia, o designer surge como um crítico. «Acredito que, na génese da criatividade, está esta capacidade de antever algo que surge como alternativa e que, optimizando o que já existe, acaba por ser a solução», continua o professor. António Queirós, diretor da Antonio Queiros Design e professor da FBAUP, partilha da mesma ideia, chamando a atenção para a evolução histórica desta relação e defendendo que o reconhecimento internacional do design gráfico português começa com Sebastião Rodrigues, nos anos 60, tendo continuidade com o escultor João Machado, nos anos 80, quando nem a profissão ou o curso de Design existia em Portugal. «Nessa altura, não existia a ‘cultura’ do design entre os empresários portugueses», recorda. «Nestes tempos difíceis que a nossa economia vive, as solicitações de trabalho aumentam exponencialmente. Os empresários esperam o retorno do design, que faz ‘parar o olhar’, para se afirmarem em novos mercados e novos desafios. A nossa economia não pode viver sem design, sem criatividade.» «O DESIGN DÁ AO MUNDO ALGO QUE ELE NÃO SABIA QUE SENTIA FALTA» PAOLA ANTONELLI Print UMA APOSTA DE FUTURO A Caixa aposta, diariamente, no design, enquanto meio de inovação e de criação de valor, na busca de melhores soluções para os seus Clientes. A CGD ESTÁ AO LADO da economia nacional, contribuindo para a sua competitividade e para a evolução sociocultural do País. A sua ligação ao design visa, entre outros objetivos, materializar este incentivo à inovação e à retenção de valor em Portugal. Esta ligação começa na própria Caixa, «onde designers de formação e experiência diversa intervêm em projetos correntes, ajudando a converter necessidades em oportunidades de evolução e de valorização», explica Paula Viegas, da Direção de Comunicação e Marca da CGD. «Racionalizam-se, assim, tempo e custos no processo de criação, assegurando a transferência de conhecimentos e contribuindo para o enriquecimento da cultura interna.» O design ajuda a criar modelos de gestão que reduzem a incerteza no desenvolvimento de soluções, por isso, «quanto mais áreas da Instituição forem correlacionadas, maiores serão as probabilidades de sucesso e o contributo para uma cultura organizacional propícia à inovação e ao desenvolvimento». Na prática, não é só a imagem, como síntese visual do produto, mas, sobretudo, a conjugação de atributos e mensagens que devem ser simplificados para facilitar a perceção da sua utilidade. «É o Cliente que classifica o Banco e a sua oferta e, com as suas expectativas e grau de satisfação, acaba por influir na formação de competividade da Organização.» Por isso, conclui Paula Viegas, «ajudar o mercado a ter uma interpretação positiva da mensagem e da proposta de valor é uma mais-valia que o design acresce aos processos de desenvolvimento, de implementação e de comunicação». será que podemos falar de uma economia criativa, ou seja, de uma economia que deixa de ter como principal matéria-prima algo material, para passar a alimentar-se de ideias? Pedro Pires defende o design como um multiplicador económico. Como o elemento diferenciador que permite criar novos produtos, novas perspetivas sobre o mesmo produto, enfatizar características e valores únicos, projetar esses produtos ou serviços internacionalmente. E, nalguns casos, melhorar claramente a vida das pessoas. «O design está impercetivelmente embebido na nossa sociedade», explica, «mas tem de começar a ser usado como uma verdadeira arma de marketing e diferenciação e não algo que é, normalmente, reduzido à noção de logótipo. A chamada economia criativa existe e vale muitos milhares de milhões de euros, aqui e internacionalmente. Hollywood é uma economia criativa. A publicidade, o design, a moda... Tudo isso são atores da economia criativa, que vive, essencialmente, da produção de conhecimento normalmente aplicado ao comércio e negócios ou à produção artística e cultural. O que se está a fazer agora é uma consolidação conceptual, porque economia criativa sempre existiu.» Existiu e, hoje, começa a ser vista como podendo ter uma grande influência no desenvolvimento sustentável do País, criando riqueza e criando emprego. «Se um produto criativo faz sucesso, se tem um diferencial ou cria um estilo diferente, ele gera valor acrescentado às exportações de um país», defende Susana Ribeiro. «Uma economia como a portuguesa, cujo desígnio de sobrevivência assenta na produção e exportação de bens transacionáveis, só pode subsistir E Cx a rev i s ta d a ca i xa 39 h história de capa desde que as empresas sejam competitivas. A indústria de calçado é um bom exemplo de como o design projetou a transformação de um produto baseado em mão-de-obra barata e pouco competitivo para um produto de alto valor acrescentado, transformando o sapato português num dos mais valorizados nos mercados mundiais.» «AS PESSOAS IGNORAM O DESIGN QUE IGNORA AS PESSOAS» FRANK CHIMERO 40 Cx a rev i s ta d a ca i xa as não é apenas a indústria do calçado a utilizar o design com mestria. A indústria corticeira é outro excelente exemplo. Portugal é o primeiro país produtor de cortiça a nível mundial, mas isso não leva ao marasmo, nem conduz a um cruzar de braços. Pelo contrário, assistimos a um constante requestionar do produtos e do próprio modelo de negócio. E não podemos esquecer o setor vitivinícola, onde tem existido uma crescente preocupação com o formato das garrafas e, especialmente, dos rótulos. Tiago Cabaço, responsável pela marca Tiago Cabaço Wines, é um exemplo da aposta em vinhos que aliam qualidade a uma imagem contemporânea. Diretamente de Estremoz, confessa sentir que o design sempre foi um pouco desvalorizado pela economia nacional, chegando ao ponto de afirmar-se que os portugueses não sabiam vender os seus produtos. «Sempre foi nosso objetivo obter um posicionamento diferenciado no mundo dos vinhos, através de marcas arrojadas no estilo e no design, de conotação jovem e urbana, de fácil memorização e, principalmente, capazes de se tornarem globais. Com o maior acesso à informação, o aumento do culto da imagem e do bom gosto, ou seja, a democratização do design através de uma classe informada e ávida a consumir produtos com elevada agregação de design, temos tido um desenvolvimento enorme», afirma. «Tudo começa com o chamado ‘amor à primeira vista’, algo impossível se não tivermos a imagem que provoque o click no consumidor que é o nosso alvo. Primeiro, é preciso que o consumidor aprove a imagem, abrindo-nos espaço para, depois, sermos nós a provar que temos grandes vinhos.» Curiosamente, tanto António Queirós como Eduardo Aires, dois dos nomes que nos acompanham nesta viagem pelo design, estão intimamente ligados a esta nova imagem dos vinhos, assinando rótulos distinguidos: o primeiro com um Graphis Gold Award, pelo rótulo da garrafa de vinho Furtiva Lágrima; o segundo com dois Red Dot Communication Design pelo Esporão Reserva&Private e pelo Monocastas. E é Eduardo Aires que não tem dúvida em afirmar que o design tem de ser olhado como mais-valia e como agregador de valor. «O design está, cada vez mais, no centro das estruturas empresariais e culturais. Vejo o design como uma das áreas catapultadoras do desenvolvimento, como uma grande ferramenta para criar diferença. Criar valor pela diferenciação é o gatilho para que tudo possa ser notado.» António Queirós completa o raciocínio, situando-nos num mundo em que tudo se passa muito rápido e onde são poucas as situações que nos fazem parar. «A nossa função é fazer ‘parar’ as pessoas. É conseguir surpreender, conseguir arrancar um sorriso ou uma exclamação. Para mim, este é o design que convence, que se vende, que se compra e que perdura!» M observatório o POR EQUIPA DE DESIGN DA CGD: ANABELA TERCEIRO, ANA RITA ALMEIDA, CATARINA MOTA, HUGO BRÁS E SÓNIA SEQUEIRA Resolver problemas concretos, eis o propósito do design. Enquanto estratégia, trata-se de algo inevitável Ilustração: KTSDESIGN no processo criativo: não há produtos sem design. Bom ou mau, ele está lá. NÃO FALAMOS DE UM ATRIBUTO especial, de uma característica extra… Antes, de um processo tendente à garantia de funcionalidade, onde se pressupõe uma relação entre forma e função, contrariando, assim, uma ideia errada e circunscrita ao «estilo» que se tem difundido nos últimos anos. Nesse sentido, um design apurado, quer dos produtos, quer na sua comunicação, é sempre determinante na competitividade das empresas. Uma estratégia assente neste pressuposto não só cria valor, como abre portas à inovação e à diferenciação, algo cada vez mais fundamental para empresas competitivas. Sobretudo, num mercado global, saturado de bens e de serviços similares. Efetivamente, o mundo está diferente. Abriram-se fronteiras, a escala mudou, os métodos e as tecnologias evoluíram, os hábitos de consumo são distintos e muito voláteis, mas o propósito das empresas continua a passar por responder às necessidades dos seus clientes. Mesmo quando tal o desconhecem… «Muitas vezes, as pessoas não sabem o que querem até lhes mostrarmos», dizia Steve Jobs, então CEO da Apple, à BusinessWeek, em 1995, numa passagem nem sempre bem interpretada. A verdade é que, de facto, as necessidades criam-se e as economias e respetivas empresas tornam-se competitivas de acordo com a sua oferta e a sua criatividade. E é nisso que o design pode fazer a diferença, ao procurar a melhor forma de interagir com o que nos rodeia, ao resolver problemas e procurar respostas, muitas vezes a perguntas ainda não colocadas pelas pessoas. O design fará a diferença se tornar um produto melhor. E melhor, mais uma vez, não apenas com mais estilo, mas antes como um todo. A qualidade de um concerto não se restringe aos músicos; ela é o resultado de toda a experiência: a conceção da sala e do palco que nos aproxima ou afasta dos músicos, o design do cartaz e do merchandising, o design das luzes e dos cenários do espetáculo… O «bom design» é, assim, meio caminho para um negócio inteligente, abrindo portas ao desenvolvimento de soluções integradas, inovadoras e funcionais, sempre com foco no cliente final. É neste ponto que muitas empresas falham. Ao invés de criarem novos conceitos, regem-se por modelos tradicionais, que minimizam o erro a curto prazo, mas ignoram o contexto atual, onde as mudanças nos padrões de vida e nos hábitos de consumo são constantes. Ao investir no design, criam-se novos modelos de inovação, que não se limitam a seguir as tendências sazonais, mas a criá-las. Há que valorizar a ideia, enquanto ferramenta de trabalho tendente à inovação, e acreditar no seu potencial. O atual contexto obriga, por isso, a uma interdisciplinaridade e à existência de um novo perfil de profissionais, capazes de combinarem conhecimento e experiência, de forma a competir eficazmente no mercado global. Neste processo, a criatividade, a exclusividade e a imagem de marca são mais-valias imprescindíveis, pois acrescentam design – ou seja, uma nova relação entre forma e função – à técnica e à tradição. Assim se alcançará a inovação e a diferenciação, que, por sua vez, permitirão afirmar uma marca «made in Portugal» internacionalmente. Olhando ao panorama português, percebemos que o público nacional valoriza mais a marca do que a qualidade individual do produto, não obstante a sua origem. Curiosamente, porém, o design português tem já um peso muito relevante nas exportações, o que não se reflete internamente. Talvez por ser visto, ainda, como algo inacessível e dispendioso para as pequenas e microempresas (a base da economia nacional), ainda muito viradas para o mercado interno. A verdade é que, até os anos 90, as políticas industriais portuguesas apostavam, essencialmente, em aumentar a produção e as vendas, sem a respetiva aposta na qualificação de mão de obra e em inovação. O mercado era limitado e os recursos também. O processo começou a inverter-se nos anos 90, com políticas da qualidade desde a conceção até ao fabrico. O problema é que, regra geral, esta inversão centrou-se nos equipamentos e não nas estruturas empresariais, o que implica mudanças de cultura na forma e no modo de fazer. Trata-se, pois, de uma mudança necessária, em curso, mas ainda muito aquém do desejado, sobretudo quando comparado com o panorama europeu. E se existem, hoje, mais escolas e pessoas formadas em design, há que aproveitar o potencial disponível e perceber a mais-valia daí decorrente. Cx a re v i s ta d a c a i xa 41 v viagem D E O D E I C E I X E A S A G R E S O lado cool do Algarve Entre Odeceixe e Sagres, há um Algarve que muitos ainda pensam ser Litoral Alentejano. A culpa é das praias, típicas da Costa Vicentina, das falésias, das aldeias caiadas de branco, do ritmo slow onde cabem pessoas dos quatro cantos do mundo... E das carrinhas «pão de forma», dos hotéis e dos restaurantes cheios de pinta, das ondas perfeitas para surfar e, claro, do infindável céu estrelado Texto Pedro Guilherme Lopes 42 Cx a re v i s ta d a c a i xa Cx a re v i s ta d a c a i xa 43 stamos em Odeceixe, junto à linha que separa o Alentejo do Algarve. Mas, a verdade é que existem poucos indícios de que tenhamos mudado de região ou, se se preferir, que tenhamos deixado a costa alentejana e entrado na costa algarvia. A explicação até pode ser simples: tal como, por exemplo, a «vizinha alentejana» Zambujeira do Mar, Odeceixe está inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que engloba o litoral sudoeste que liga São Torpes e a Praia de Burgau (inclui os concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo). Odeceixe pertence, precisamente, ao concelho de Aljezur e recebe-nos com o seu casario branco bem alinhado, espreitando a praia capaz de satisfazer tanto os adeptos dos desportos náuticos como as famílias. A proximidade da ribeira de Seixe permite alternar entre banhos de mar e banhos de rio (e, aqui, fazer canoagem), com a curiosidade de, quando a maré está baixa, ser possível fazer caminhadas mar adentro. Apenas a dois quilómetros da Praia de Odeceixe, encontramos Fátima Amoroso e José Gomes de Almeida, que, aqui, encontraram o local ideal para, voltando costas a Lisboa, fazerem do campo e do céu estrelado a sua casa. O resultado chama-se Casa Vicentina, erguida a partir das ruínas de uma quinta que, como que recordando as motivações que ali trouxeram quem a gere, é hoje refúgio de gente que foge da cidade para esquecer o frenesim diário. Uma das grandes atrações é a piscina integrada no lado biológico, ao lado da qual se pode tomar um delicioso pequeno-almoço. Com tanto para ver e apesar da vontade em pegar numa bicicleta e pedalar rumo a um mergulho no mar, seguimos em direção à aldeia Rogil. São dois os motivos que aqui nos trazem: o Moinho da Arregata, em funcionamento todo o verão, e onde podemos recuperar ensinamentos sobre a moagem de cereais; e, já à saída da localidade, a caminho da Praia de Vale dos Homens, a vivenda onde vive Maria da Graça, especialista em doces finos, papo-secos e morgadinhos. Neste espaço, a massa de amêndoa, os fios de ovos, a gila e os ovos-moles são reis e fazem-nos sentir crianças outra vez. Do espírito infantil para o espírito viajante, damos de caras com o Muxima, que, no dialeto angolano kimbundu, significa «coração». Foi a forma que Sofia E 44 Cx a re v i s ta d a c a i xa Faustino e Jorge Andrade encontraram para expressar a sua enorme paixão por África. E as referências ao continente africano fazem-se sentir um pouco por toda a casa, com a particularidade de Jorge ter colaborado em projetos humanitários em diversos lugares do mundo e de cada quarto representar um desses lugares. Depois de um mergulho na piscina biológica, de um serão de conversas cheias de histórias, de uma noite bem dormida e de uma fatia de bolo de batata-doce (fique a saber que é nesta região que decorre, anualmente, o festival dedicado à dita batata), contrariamos a tendência de continuar a percorrer o litoral e rumamos ao interior. E, a cerca de 30 quilómetros, depois de percorrer uma estrada que entra pela serra de Monchique dentro, ritmo slow Na Aldeia da Pedralva, é possível alugar uma «pão de forma» (foto de abertura) rural chiq Monte da Vilarinha flat A belíssima Praia da Arrifana num dia de mar calmo design Memmo Baleeira Hotel relax Monte Velho Nature Resort ao vento Moinho perto da aldeia Rogil horizonte A vista fantástica no Martinhal Beach Resort & Hotel (pá.45, em baixo, à direita) típica Panorâmica da vila de Aljezur (pá.45, em baixo, à esquerda) somos brindados com duas agradáveis surpresas: o Miradouro da Foia, com uma das melhores vistas do Algarve, e, nas Caldas de Monchique, o complexo de águas termais que convida a relaxar ainda mais. oltamos a estar mais perto do litoral, desta feita, para descobrir um dos mais belos exemplos de recuperação de património, neste caso de uma aldeia. A primeira vez que estivemos em Pedralva, há uns anos, existiam meia dúzia de habitantes, várias casas em ruínas e um fantástico restaurante, o Pizza Pazza, onde nos foram servidas aquelas que são, provavelmente, as melhores pizas que comemos até hoje. Qual não é o nosso espanto quando, neste regresso, vemos uma Aldeia da Pedralva renascida. Cerca de três dezenas de casas foram reconstruídas, de acordo com técnicas tradicionais, passando a oferecer um turismo de aldeia ativo. E isso justifica que «go» seja a palavra que António e V Cx a re v i s ta d a c a i xa 45 v viagem Patrícia Ferreira utilizam para incentivar os visitantes a desfrutarem da Aldeia da Pedralva e da Costa Vicentina ao máximo. Alugar uma carrinha «pão de forma» e, num ritmo de slow village, fazer um dos muitos programas que a Natureza oferece é uma opção irresistível, tal como os vários packs pensados para agradar aos mais variados espíritos: Go Surfing, Go Biking, Go Fishing, Go Birdwatching, Go Nature, Go Golf, Go Sunset, Go Love, Go Pedralva. Fazemos desta a nossa base por uns dias, um dos quais dedicado a conhecer melhor Aljezur. Lá bem no topo, o castelo datado do século X e construído pelos árabes, que aqui se mantiveram até perto de 1250. Cá em baixo, no centro histórico, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, o Museu Municipal e a Casa-Museu Pintor José Cercas convidam a alargar o conhecimento. Mas a praia é um apelo irresistível, principalmente se as pranchas de surf fizerem parte da mala de viagem. Estamos numa das mecas do surf a nível europeu, com praias como a do Amado (Carrapateira), da Arrifana, de Monte Clérigo ou da Amoreira a fazerem as delícias de todos os que querem domar as ondas. sta paixão pelas ondas e pelo surf acabou por trazer Henrique Balsemão até à costa sudoeste. Apaixonou-se pelo local e, depois de alguns anos a percorrer o mundo como produtor do seu próprio programa de televisão, decidiu abraçar o seu sonho e assentar perto da Praia do Amado. Nascia, assim, o Monte Velho Nature Resort, uma charmosa casa de campo que nos cativa, desde logo, pela imagem das redes ao longo do alpendre. Experimentamo-las mais tarde, sob um impressionante céu estrelado, com o espumar das ondas lá ao fundo. E, quando acordamos, há muito para fazer: moto-quatro e BTT, passeios de burro, percursos sinalizados para passeios pedestres ou de bicicleta, jornadas de observação da Natureza, cursos de surf e de windsurf, mergulho, passeios de veleiro e pesca. Outra fantástica opção para ficar é o Monte da Vilarinha. Debruçado sobre um vale, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e a dois passos de praias inesquecíveis, o monte combina a simplicidade do ambiente rural com conforto, modernidade e cuidado. Este é um lugar de evasão, feito de silêncios, de aromas, de olhares, de momentos... É o refúgio de João Pedro Cunha, que, aqui, procurou recriar o Algarve que lhe ficou na memória, dos tempos de criança. As casas estão separadas em três áreas distintas e foram construídas com materiais típicos da região: paredes de taipa, tetos de caninha, xisto e madeira aliam-se a uma decoração contemporânea. Estamos, agora, em pleno concelho de Vila do Bispo, já considerado o «Celeiro do Algarve», fruto da atividade que ocupava uma grande parte da população. Mas se o campo é incontornável, o mar não lhe fica atrás. A importância de Lagos é histórica: no século XV, as Descobertas e o comércio vindo de África e os sobressaltos dos piratas marroquinos e ingleses que tentavam saquear os barcos abrigados na baía de Sagres, faziam com que parte da população fizesse do mar um modo de vida ou uma obrigação de defesa da sua terra e dos seus bens. E não podemos esquecer um «pormaior»: 60 por cento do concelho de Vila do Bispo integra o Parque Natural da Costa Vicentina, estando a zona ocupada pela ponta de Sagres-São Vicente, classificada, desde 1998, como Reserva Biogenética. Pelo menos 25 espécies de aves nidificam nas falésias, e, neste santuário, podemos observar o voo de dezenas de águias-calçadas, águias-cobreiras, gaviões, falcões-abelheiros e grifos. A propósito de observar, é de cortar a respiração a vista que se tem a partir do cabo de São Vicente. Situado no extremo sudoeste de Portugal continental, inclui, ainda, a Fortaleza de Sagres, património visitável por quem desejar conhecer mais sobre a nossa história. E é, precisamente, aqui, junto ao farol, que descobrimos um local fantástico para observar o pôr do sol. E 46 Cx a re v i s ta d a c a i xa SITUADO NO EXTREMO SUDOESTE DE PORTUGAL, O CABO DE SÃO VICENTE, COM O SEU FAROL, É LOCAL DE ELEIÇÃO PARA QUEM QUER ASSISTIR A UM FANTÁSTICO PÔR DO SOL agres é, agora, a nossa anfitriã e, devido à sua localização geográfica, pertence ao único concelho a sul (Vila do Bispo) que possui dois tipos de costa – meridional e ocidental. A primeira estende-se até ao cabo de São Vicente e oferece baías como as Praias de Beliche, Tonel, Mareta, Baleeira, Martinhal, Barranco das Furnas, Salema e Burgau. Já na costa ocidental, destacam-se as Praias do Telheiro, Ponta Ruiva, Cordoama ou Barriga. No fundo, existem areais e ondulações para todos os gostos, sem esquecer as famílias, que encontram belíssimas opções na Salema e na Mareta. Tal como oferece opções para todo o estilo de viajante, sendo curioso notar, por exemplo, o contraste entre o espírito surf city e um design hotel como o Memmo Baleeira Hotel. Localizado sobre a baía do Martinhal, destaca-se pela luminosidade da arquitetura de Samuel Torres de Carvalho e por pormenores de decoração que englobam peças de Tom Vac ou Phillippe Starck. Os seus 144 quartos e suites garantem-lhe todo o conforto, e a sua piscina panorâmica reserva-lhe uma esplêndida vista para o oceano. Rival na vista sobre o mar e na qualidade é o Hotel Martinhal, parte integrante do Martinhal Beach Resort & Hotel, o primeiro cinco estrelas da Costa Vicentina. Com uma localização fantástica, com vista para a Praia do Martinhal e rodeado pelo Parque Natural, segue uma filosofia de boutique-hotel, o que faz com que o número de quartos esteja limitado a 37, incluindo duas beach suites duplex (verdadeiros refúgios), todos com varandas ou terraços privados e vistas impressionantes para o oceano. E é, precisamente, de olhos no oceano que começamos a preparar a melhor forma de preencher o dia seguinte. Entre apanhar um barco semirrígido para ir observar golfinhos, fazer mergulho numa zona repleta de grutas ou surfar, não faltam opções capazes de nos fazerem dizer que este Algarve é mesmo cool! S vigilante O Cabo de S. Vicente, com a Fortaleza de Sagres e o farol, local perfeito para assistir ao pôr do sol Cx a re v i s ta d a c a i xa 47 v viagem Guia de Viagem A Caixa e a Tagus propõem-lhe uma estada inesquecível no Memmo Baleeira Hotel, um ótimo ponto de partida para descobrir toda a costa atlântica algarvia. Com deslumbrantes vistas para o mar, o hotel situa-se na rua principal de Sagres, a 300 metros da Praia do Martinhal, a cerca de 1,5 km da Fortaleza de Sagres e a 10 km do cabo de São Vicente, onde encontra o maior farol da Europa. Descubra o Memmo Baleeira Hotel, o único membro da Design Ir A partir de Lisboa, apanhe a A2 para o Algarve (vindo do Porto, pela A1, atravesse a Ponte Vasco da Gama ou a Ponte 25 de Abril e apanhe a A2). Saia na saída 9 (km 104) em direção a Sines (N259/A26). Nas rotundas antes de Sines, siga as indicações Algarve/Odemira/Cercal. 9,5 km depois da última rotunda vire à direita, para Vila Nova de Milfontes, mantendo a direção Algarve/VN Milfontes/Odemira. Atravesse a ponte sobre o rio Mira, 14 km depois vire à direita, para a Zambujeira, e prossiga em direção a Lagos. Demorará pouco até encontrar Odeceixe. Ficar Casa Vicentina A cerca de dois quilómetros da Praia de Odeceixe, a Casa Vicentina está integrada numa exploração agrícola tradicional de 17 hectares, rodeada de oliveiras e pinheiros. (www.casavicentina.pt) Muxima Implantada numa floresta Hotels no Algarve, e desfrute de um ambiente contemporâneo e descontraído. Preços: > De 25 de agosto a 30 de setembro de 2013 – 390 euros por pessoa, em quarto duplo; > De 19 de julho a 24 de agosto de 2013 – 433 euros por pessoa, em quarto duplo. Os preços incluem: > Estada de cinco noites, em quarto duplo com vista para o mar; > Pequeno-almoço. de sobreiros, azinheiras e medronheiros, destas casas, onde o continente africano serve de inspiração, se avista o altaneiro Castelo de Aljezur, em plena paisagem protegida da Costa Vicentina. (www.wonderfulland.com/ muxima) Aldeia de Pedralva Uma aldeia completamente recuperada, com cerca de 30 casas, muito engraçadas, e programas repletos de espírito positivo. (www.aldeiadapedralva.com) Monte Velho Nature Resort O alpendre, apetrechado de belas redes, dá-nos as boas-vindas a um local onde o místico da natureza nos faz despertar os sentidos. Toda a natureza ao redor da casa nos proporciona um equilíbrio de bem-estar e lazer inconfundível, num ambiente cheio de cor e cheiros. (www.montevelhoecoresort.com) Monte da Vilarinha (*) Debruçado sobre um vale e a dois passos de praias inesquecíveis, o monte combina a simplicidade do ambiente rural com conforto, modernidade e cuidado. (www.montedavilarinha.com) Memmo Baleeira Hotel (*) Está situado na baía da Praia do Martinhal, em Sagres, gozando de uma vista fantástica sobre o oceano. Esta unidade surgiu da remodelação do antigo Hotel Baleeira, que ali existia desde os anos 60, hoje com linhas arquitetónicas sóbrias e contemporâneas. (www.memmobaleeira.com) Martinhal Beach Resort & Hotel (*) Um hotel com 38 quartos, todos virados para o mar, que se revela descontraído, mas, ao mesmo tempo, capaz de não descurar todo o serviço e sofisticação daquele que é o primeiro cinco estrelas da Costa Vicentina. (www.martinhal.com) Eira do Mel Situado em Vila do Bispo, o edifício que, noutros tempos, foi uma casa agrícola, perto de eiras para debulha de cereais, é hoje um restaurante de cozinha regional algarvia, com um toque de sofisticação. (www.eiradomel.com) L-Colesterol Mudou-se para a Carrapateira, mas continua a ser uma excelente opção para quem quer petiscar ou provar pratos criativos, num ambiente muito descontraído. (www.facebook.com/colesterol) Pizza Pazza Provavelmente, as melhores pizas que já comemos em Portugal, num espaço que recria os restaurantes nos terraços das ilhas gregas. É obrigatório marcar mesa. (www.facebook.com/pages/ Pizza-Pazza-Pedralva) Sítio do Rio A caminho da Carrapateira, para quem quer comer peixe fresco. Informação na Net prepare-se para ir para fora... cá dentro. Cx a re v i s ta d a c a i xa Fazer Surfar (ou aprender a); alugar uma WV «pão de forma»; fazer um passeio de burro com a empresa Burros e Artes; observar golfinhos; fazer mergulho. ( ) * Benefícios para titulares de cartões da CGD. Saiba quais os cartões e todas as vantagens em cada um dos parceiros em www.vantagenscaixa.pt. Comer Sites que não deve deixar de consultar: www.casasbrancas.pt; www.rotavicentina.com; www.turismodoalgarve.pt; www.visitalgarve.pt; www.visitportugal.com 48 Vila Velha Em Sagres, há uma referência que serve pratos tradicionais portugueses, bem como comida internacional e vegetariana. (www.vilavelha-sagres.com) Ribeira do Poço Peixe fresco e petiscos, como percebes ou lapas grelhadas. (www.ribeiradopoco.com) CARTÃO CAIXADRIVE BENEFICIE DE DESCONTOS DE 3%, NO MÁXIMO DE 20 EUROS MENSAIS, NAS COMPRAS E ABASTECIMENTOS EFETUADOS COM O CARTÃO CAIXADRIVE(1) NAS ESTAÇÕES DE SERVIÇO DA REPSOL EM PORTUGAL. BENEFICIE DE MAIS 3% DE REEMBOLSO SUPLEMENTAR SOBRE AS COMPRAS E ABASTECIMENTOS EFETUADOS NA REPSOL, NUM MÁXIMO DE TRÊS EUROS MENSAIS, SE EFETUAR COMPRAS DE VALOR SUPERIOR A 250 EUROS NOUTROS COMERCIANTES. AS COMPRAS EFETUADAS NAS ESTAÇÕES DE SERVIÇO DA REPSOL EM PORTUGAL BENEFICIAM, AINDA, DA ISENÇÃO DA COMISSÃO DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL. OS TITULARES DO CAIXADRIVE BENEFICIAM, TAMBÉM, DE UM PACOTE DE SEGUROS E DE VANTAGENS EM PARCEIROS ASSOCIADOS A ESTE CARTÃO. (1) TAEG DE 22,6%, PARA UM MONTANTE DE 1500 EUROS, COM REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 20,50%. Ilustração: Marta Monteiro/www.re-searcher.com Estada inesquecível Cx a re v i s ta d a c a i xa 49 f fugas P E S TA N A V I L A S O L G O L F & R E S O R T Entre o verde e o mar Situado no topo de uma colina, entre os verdejantes campos de golfe e o azul dos lagos, com o mar a colorir o cenário, eis um refúgio perfeito para quem procura relaxar na Natureza, paredes meias com a animação algarvia que só Vilamoura pode oferecer Por Fernando Brandão 50 Cx a rev i s ta d a ca i xa o meio do bulício do Algarve, há uma espécie de oásis perdido no cimo de um monte, rodeado de água e de Natureza, ideal para um retemperador descanso, pleno de requinte e sofisticação. Perfeito para quem gosta de golfe, é o destino ideal para uma férias em família, com dezenas de recantos a explorar pelos mais pequenos, que não ficam indiferentes aos imensos e refrescantes lagos e aos animais que coabitam com os hóspedes em plena liberdade. Um local único e diferente no Algarve, aberto todo o ano (coisa cada vez mais rara nesta zona do País), que gosta de tratar os clientes com exclusividade, proporcionando férias diferentes. A grandiosidade do edifício principal, virado ao sol, com grandes janelas a deixarem entrar a luz e o calor de verão, é um dos cartões de visita desta unidade hoteleira. Iluminado pelos raios do astro-rei, o painel de azulejos Mar Português, da autoria do consagrado artista José de Guimarães, dá um toque sofisticado à receção, recebendo os hóspedes com luz e cor. Esta obra é um dos mais emblemáticos trabalhos deste artista, considerado pela crítica como um dos mais importantes pintores e escultores contemporâneos, presente em dezenas de museus e exposições permanentes de arte moderna. José de Guimarães está, também, presente no jardim do Pestana Vila Sol Golf & Resort, com uma escultura em ferro e fragmentos de porcelana policromática, intitulada Ídolo. Esta escultura é uma das 45 obras de arte que compõem a coleção particular do resort, que fazem parte de uma espécie de N percurso das artes espalhado pelos jardins e pelos campos de golfe, mas à disposição de qualquer hóspede. Deixe-se seduzir por este agradável e fresco passeio, descobrindo, além do já referido trabalho do consagrado José de Guimarães, outras obras, sempre de autores nacionais. Sejam elas de Fernando Conduto, nascido na vizinha localidade de Silves, sejam de Nuno Brandão, nascido no Peru, mas português, que criou A Dançarina, que recebe os clientes no restaurante Green Pines. Procure, ainda, O Golfista, da escultora coimbrã Teresa Teixeira, peça emblemática e representativa do espirito do Pestana Vila Sol Golf & Resort. Na criação desta galeria ao ar livre, houve, também, a preocupação de utilizar, sempre que possível, materiais nacionais. Encontram-se nestes jardins, quase à beira-mar plantados, obras em granito, símbolo das agruras do Norte, a lata, o aço e o latão de eras industriais e, ainda, o vistoso e cobiçado mármore, extraído nas profundas e deslumbrantes pedreiras da alentejana Vila Viçosa. Na receção do hotel, antes de cada passeio, encontra informação detalhada sobre todas as peças e artistas expostos no Pestana Vila Sol Golf & Resort. om preocupação pelos detalhes, cada cliente é transportado até às magníficas e espaçosas garden suites num confortável carro elétrico, uma viagem curta mas ideal para conhecer todo o ambiente que o espera durante a estada. Rui Covas, gestor da unidade hoteleira, salienta a «tranquilidade como o fator diferenciador deste Pestana Vila Sol Golf & Resort, em C Cx a rev i s ta d a ca i xa 51 f fugas relação aos restantes competidores algarvios». Por estar perto do centro, permite «que os hóspedes relaxem totalmente, sabendo sempre que estão muito perto das ofertas modernas e cosmopolitas sem as quais já quase ninguém passa». Para umas férias perfeitas, o Pestana Vila Sol Golf & Resort oferece 140 luxuosos quartos e, ainda, 45 garden suites e 3 suites Vila Sol, elegantemente distribuídas pelos jardins, com varandas ou retemperadores pátios privativos são decorados com suaves cores naturais, saídos da criatividade da consagrada Graça Viterbo, que emprestou ao resort a sofisticação e a criatividade que a distinguem. A crítica internacional, aliás, nunca se cansou de a aclamar, chegando mesmo o New York Times a classificar o trabalho de Graça Viterbo como «deslumbrante». Neste trabalho, em particular, houve a preocupação de criar um ambiente sóbrio e elegante, com cores naturais e da Natureza, de modo a integrar o alojamento com o ambiente circundante. Cada quarto está ainda equipado com os fundamentais e modernos aparelhos de última tecnologia, de forma a complementarem cada estada. Fora do edifico principal, perdido no meio da vegetação e com vista para o lago e para o campo de golfe, encontrará, também, o restaurante Green Pines e, ainda, um aconchegante e intimista bar/restaurante no Club House, perfeito para um aperitivo e dois dedos de conversa em fim de tarde. refrescantes Os garden rooms com vista para o lago (foto de abertura) à noite A fantástica vista da suíte presidencial (página 51) panorâmica Perfeitamente enquadrado na paisagem, o hotel é imponente contrastes O quarto da suíte presidencial e o terraço dos garden rooms azul A cor da piscina faz-se notar intimista O restaurante do Vila Sol verde Na relva, as obras de arte disputam o protagonismo com os 27 buracos do campo de golfe 52 Cx a rev i s ta d a ca i xa ntre a praia e tudo o resto, convém arranjar tempo para uma retemperadora partida de golfe ou de ténis ou, simplesmente, aproveitar uma das duas piscinas que fazem parte da oferta do complexo. Os que procuram corpo são em mente sã podem, igualmente, usufruir do completo e equipado ginásio ou partir à descoberta dos jardins, aproveitando o circuito de jogging. Para tardes menos formais, há, também, uma sala de jogos e um kids club, com todas as tendências dos tempos modernos que só os mais pequenos conhecem e apreciam. Os amantes do golfe encontram neste hotel de 5 estrelas uma espécie de paraíso na terra. O campo Vila Sol, de 27 buracos e 30 hectares e cuja fama já alcançou uma escala global, é da autoria do arquiteto britânico Donald Steel, que se preocupou em preservar a verdejante vegetação e ainda a irregularidade da topografia do local, sem nunca esquecer a necessidade de enquadrar cada buraco com a magnífica vista do mar. Além disso, há, ainda, uma Academia de Golfe, com pacientes e dedicados instrutores, capazes de melhorar o desempenho de cada um nesta modalidade. Rui Covas salienta, porém, que, apesar das características do hotel, «este não é um espaço apenas dedicado aos amantes do golfe, como modalidade desportiva». O que se pretendeu, diz, «foi conseguir trazer um pouco do campo, da calma e tranquilidade associada ao interior, para mais perto do mar». A privacidade, recorda o gestor, «é outro dos segredos desta unidade». A disposição permite que cada quarto e que cada garden suite seja verdadeiramente isolada da que está ao lado, potenciando o descanso e a tranquilidade, seja numa escapadinha de fim de semana, seja numas férias mais prolongadas. Quem prefira usufruir das sensações únicas dos pés descalços na areia da praia pode contar com transporte privativo e exclusivo do hotel para a cosmopolita e moderna praia de Vilamoura. Durante os meses de verão, o serviço de transporte fica à disposição da unidade, que, à vontade do cliente, proporciona a ida e o regresso dos prazeres da água do mar. E Guia de Viagem Como ir Saindo da EN 125 em direção a Vilamoura, logo à entrada da localidade, virar à esquerda em direção a Morgadinhos. A meio do percurso, ter atenção aos cruzamentos e procurar a indicação «Pestana Vila Sol Golf & Resort». http://www.pestana.com/pt/ pestana-vila-sol/pages/home. aspx O que fazer São muitas as opções de lazer proporcionadas pelo Pestana Vila Sol Golf & Resort. O campo de golfe criado pelo arquiteto britânico Donald Steel, com 27 buracos, espalhados por 30 hectares de terreno, é o destino óbvio, mas os que não se dedicam a este desporto podem sempre optar por uma partida de ténis ou um mergulho numa das duas piscinas. Há, ainda, um aconchegante ginásio, com várias máquinas modernas para manter a forma e um sem-fim de atividades dentro e fora de portas, disponíveis sob consulta na receção. O circuito de jogging é uma dessas atividades, sem custos acrescidos para os utilizadores. Há, ainda, nos meses mais quentes, transporte privativo para a praia de Vilamoura, a apenas cinco minutos de distância. Vantagens exclusivas O Pestana Vila Sol Golf & Resort concede 15 por cento de desconto sobre o melhor preço disponível no site www.pestana.com aos detentores de certos cartões da Caixa. Válido em estadas no Pestana Vila Sol de 1 de setembro a 15 de dezembro de 2013, com reservas efetuadas através do call center (218 442 001) ou do e-mail [email protected]. Saiba quais os cartões da Caixa que dão acesso a estas condições em www.vantagenscaixa.pt. i institucional N OVA É P O C A U N I V E R S I TÁ R I A Entre universidades e politécnicos A Caixa aposta no futuro e nas gerações de profissionais que farão o amanhã deste País. Por isso, à semelhança de outros anos, a Caixa volta a lançar a Campanha da Nova Época Universitária A CAIXA É PARCEIRA de grande parte dos estabelecimentos de ensino superior portugueses, numa clara aposta naqueles que são o futuro e a esperança do País. No total, são cerca de 180 entidades académicas, um número que representa perto de 250 mil estudantes universitários. A estes, a Caixa dedica uma atenção especial, com a oferta integrada Caixa IU (ver caixa) e benefícios adequados aos respetivos projetos e fase de vida (ver página ao lado). A atuação da Caixa junto deste universo visa: > Promover o conhecimento e o mérito académico, através de bolsas de investigação, prémios monetários aos melhores alunos e estágios curriculares e de aproximação à vida profissional; > Fomentar o empreendedorismo, através do patrocínio de concursos e de soluções financeiras específicas para jovens empreendedores; 54 Cx a re v i s ta d a c a i xa > Apoiar as necessidades financeiras dos estudantes durante o curso e no ingresso na vida profissional. Além disso, a Caixa apoia várias associações de estudantes, conferências e eventos culturais associados ao ensino superior, cátedras científicas e projetos de desenvolvimento tecnológico, sem esquecer o apoio social ou a melhoria de infraestruturas. Esta é já uma aposta com história, que remonta a 1994, uma abordagem então pioneira e inovadora, que já abrangeu cerca de um milhão de Clientes, entre estudantes, professores e funcionários, ao longo destes 18 anos. Uma aposta continuada, que confere à Caixa uma experiência impar na abordagem ao segmento universitário, dotando-a de condições únicas para satisfazer as necessidades e expectativas destes Clientes. Ano letivo 2013/14 Todos os anos, na abertura do ano letivo, a CAIXA IU Destinada aos estudantes do ensino superior, a Marca Caixa IU agrega todo o valor que a Caixa tem para este público, incorporando um leque de benefícios e atributos de interesse específico: › Protocolos de cooperação com as escolas; › Produtos e serviços inovadores ou exclusivos; › Canais próprios de contacto e de acompanhamento (ex: Portal Caixa IU, em www.caixaiu.pt, ou página no facebook, em www.facebook.com/caixaiu); › Custos adequados a uma fase da vida ainda sem rendimentos relevantes; › Processos simplificados de adesão a produtos e serviços; › Participação ativa em eventos académicos. Tudo para uma gestão mais fácil do dia a dia e para a concretização das ambições académicas de cada estudante. Mais informações em qualquer Agência da Caixa ou do Caixadirecta IU, através do número 808 212 213, 24 horas por dia, todos os dias do ano. Caixa dá as boas-vindas aos universitários, com a instalação de postos de atendimento nos estabelecimentos de ensino superior seus parceiros. E este ano não será diferente. A partir de setembro, a Caixa estará presente nas universidades e politécnicos de norte a sul do País, apoiando o início de mais uma época universitária a todos os agentes académicos. À disposição dos estudantes destes estabelecimentos estará a emissão dos cartões de identificação académica, através do cartão Caixa IU, que apresenta a opção bancária, onde consta um leque de soluções financeiras específicas para estes Clientes (ver pág. ao lado). Durante o curso, os estudantes contam, ainda, com o Caixadirecta IU, um serviço de atendimento à distância exclusivo, que complementa o atendimento das 762 Agências da Caixa, em Portugal, 19 das quais em campus universitários e com equipas de colaboradores preparadas para responder às necessidades da população de cada escola. Um universo de vantagens A Caixa responsabiliza-se pela emissão e renovação de cartões de identificação universitários, que podem incorporar a vertente de débito para quem opte pela solução bancária. Neste caso, existem, ainda, outras soluções para a gestão financeira dos estudantes e apoio dos seus projetos. Além da conta de depósitos à ordem associada ao cartão Caixa IU e de descontos em vários parceiros, a Caixa coloca à disposição dos universitários outros produtos e serviços, entre os quais: Caixapoupança Superior Uma conta de poupança exclusiva para estudantes do ensino superior, detentores do cartão Caixa IU, ISIC1 ou Caixa Académica Estudante, com a qual se torna fácil poupar: > Mínimo de abertura 10 euros; > Reforços pontuais ou programados, a partir de 1 euro, em qualquer Agência da Caixa ou através do Caixautomática ou do Caixadirecta (telefone, on-line, mobilie ou SMS). Esta conta apresenta majoração da taxa de juro, em função dos produtos subscritos, durante e após a frequência no ensino superior: TAXAS DE JURO TANB Remuneração base 0,6% Com cartão de crédito + serviço Caixadirecta 0,9% Com cartão de crédito + serviço Caixadirecta + domiciliação de vencimentos ou LDN 1,2% Com prazo de seis meses e pagamento dos juros semestral, esta conta renova-se automaticamente por iguais períodos, acumulando os juros ao capital existente. A cada reforço e renovação, aplica-se a taxa em função dos produtos e serviços subscritos e, se necessário, o dinheiro pode ser levantado antes da data de vencimento (mínimo de 10 euros), de forma total ou parcial, apenas com perda dos juros corridos sobre o capital mobilizado. Cartão ISIC Trata-se de um cartão de crédito1 exclusivo no mercado nacional, associado a um Cartão Internacional do Estudante, que permite obter descontos em 120 países e beneficiar do serviço de apoio legal e médico no estrangeiro, disponível 24 horas por dia. Este cartão dá acesso a crédito sem juros de 15 a 50 dias e promoções na Tagus em mais de cem destinos à escolha. Crediformação Caixa 2 Com grande flexibilidade de prazos de entrega, carência ou reembolso, taxas de juros bastante atrativas e onde o mérito dos alunos é premiado com a redução da taxa de juro. Mesada Certa3 Visa resolver necessidades de curto prazo, sempre que o saldo da conta for menor do que zero, sem encargos nem juros para utilizações até 250 euros, durante sete dias. A amortização é feita, automaticamente, logo que exista saldo na conta. Serviço Caixadirecta IU Os Clientes universitários têm, ainda, à disposição o serviço de atendimento à distância Caixdirecta IU, por telefone, on-line, mobilie ou SMS, e o Reply2me, em que o aluno solicita um contacto por SMS, escrevendo «Reply2me», e recebe de volta um telefonema sem ter de suportar a chamada. Saiba mais numa Agência da Caixa ou através do serviço de atendimento telefónico exclusivo para universitários (808 212 213), 24 horas por dia, todos os dias da semana. CAIXA IU NAS REDES SOCIAIS Já conhece a página da Marca no facebook? O Caixa IU está, também, no facebook, disponível em www. facebook.pt/CaixaIU, colocando a Caixa ainda mais perto dos seus Clientes, neste caso dos jovens e universitários. E isso confirma-se pelos números: poucos meses depois do seu lançamento, a página do Caixa IU ultrapassa já os 27 mil fãs. Nesta plataforma, desenvolvem-se passatempos e outras iniciativas, como aconteceu no âmbito dos festivais de verão, com passatempos que deram direito a entradas nos eventos, além da divulgação de ações dirigidas a este público. Foi, também, o caso do recente Tour Caixa IU que, entre maio e junho, passou por diversas universidades, oferecendo bilhetes duplos para as semanas académicas do Algarve, Coimbra, Porto, Lisboa e Évora. Além do CaixaIU, a CGD tem, também, mais três perfis ativos no facebook: o CaixaWoman, em www.facebook.pt/ caixawoman, o Vantagens Caixa, em www.facebook.pt/vantagensCaixa, e o Saldo Positivo, em www.facebook.com/ saldopositivo. Conhecer ainda melhor os seus Clientes, os seus gostos e necessidades é, no fundo, o objetivo, para que a CGD possa mobilizar-se cada vez mais em sua função. 1 TAEG de 19,3%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,90%. TAEG de 4,3% calculada com base numa TAN de 3,701% (Euribor 3M + 3,500%), em junho de 2013, para um crédito de 12 mil euros, com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia de fiança. Prestação na fase de utilização: 38,66 euros. Prestação na fase de reembolso: 121,45 euros. Montante total imputado ao consumidor: 17 288,35 euros. 3 TAEG de 10,2% para uma utilização de crédito de 250 euros pelo prazo de 3 meses, à TAN de 9,2%. 2 Cx a re v i s ta d a c a i xa 55 i institucional CAIXA EMPRESAS PME CRESCIMENTO 2013 Para as PME que querem crescer A Caixa está a ajudar a dar a volta ao País A Linha Caixa Exportação coloca mais de 600 milhões de euros, com melhores condições de prazo e spread, para impulsionar as exportações e a produção de bens transacionáveis PRESENTE EM QUATRO CONTINENTES e nos principais destinos das exportações portuguesas, a Caixa está na primeira linha do apoio às empresas, disponibilizando soluções adequadas à sua atividade. Tudo para que as empresas e os empresários nacionais alcancem o sucesso internacional e, assim, ajudar a dar a volta ao País e à sua economia. São mais de 600 milhões de euros, com melhores condições de prazo e spread, para as empresas exportadoras e produtoras de bens transacionáveis. Conheça a Linha Caixa Exportação. Flexibilização do prazo e reembolso: > Concessão de um ano de carência de capital em novas operações; > Aumento/introdução de um ano de carência de capital em operações em fase de carência ou de utilização; > Aumento de um ano do prazo de reembolso para redução das prestações de capital; > Deferimento de parte do capital (no máximo de 30 por cento) para os últimos anos da operação. Bonificação de spread para empresas com relacionamento bancário global centralizado na Caixa. Antecipação de recebimentos de remessas livres, no prazo de 48 horas após o pedido do Cliente. Criada no âmbito do protocolo entre a Caixa, a PME Investimentos, o IAPMEI e as Sociedades de Garantia Mútua (Norgarante, Garval, Lisgarante e Agrogarante), a Linha PME Crescimento 2013 visa melhorar as condições de acesso no financiamento das PME portuguesas, apresentando novas vantagens: qPrazos até nove anos; qSpreads a partir de 3,938%1; qPeríodo de carência de capital até 24 meses. Com um montante global de 2000 milhões de euros, esta solução engloba duas linhas com dotação específica para empresas exportadoras (ver quadro). Além disso, do montante global, até dez por cento destina-se, exclusivamente, a empresas do setor primário. Linha Geral Montante máximo por empresa Para acesso a esta oferta, as empresas deverão ter viabilidade económica e deter os seguintes produtos: domiciliação de vencimentos em contas da Caixa, serviços de cobranças e produtos de tesouraria na ordem interna e externa, incluindo pagamentos e recebimentos, TPA netcaixa (se aplicável) e aplicações financeiras. Informe-se em qualquer Agência, Gabinete Caixa Empresas, em www.cgd. pt/empresas ou ligue 707 24 24 77, das 8 às 22 horas, todos os dias do ano. Prazo Taxa de juro Cobertura SGM Linha micro e pequenas empresas PME Líder: 1.500.000 € Outras PME: 1.000.000 € Micro: 25.000 € Pequenas: 50.000 € Até 9 anos (carência até 24 meses) Até 6 anos (carência até 12 meses) Euribor 3M + spread (3,938% a 4,938%)(1) Euribor 3M + 4,219%(2) Até 50% do capital em dívida Até 75% do capital em dívida Para mais informações, consulte www.cgd.pt/ empresas ou uma Agência ou Gabinete Caixa Empresas. Faça parte das mais de 23 mil PME portuguesas que a Caixa já apoiou com 5 mil milhões de euros de crédito concedido(3). (1) Geral: TAE de 4,220%, calculada com base na TAN de 4,148% (Euribor a 3M + spread de 3,938%), em julho de 2013, para um financiamento sob a forma de mútuo de 1500 000 euros, a empresa PME Líder, pelo prazo de seis anos e período de carência de 12 meses. (2) Micro e Pequenas Empresas: TAE de 5,594%, calculada com base na TAN de 4,429% (Euribor a 3M + spread de 4,219%), em julho de 2013, para um financiamento de 25 mil euros, prazo de quatro anos e período de carência de seis meses. (3) Nas Linhas PME Investe e PME Crescimento, de 2008 a abril de 2013. A CAIXA ESTÁ NA PRIMEIRA LINHA DO APOIO ÀS EMPRESAS 56 Cx a re v i s ta d a c a i xa I VA E N C A I X A Não fique à espera A Caixa tem à disposição 333 milhões de euros para adiantamento do reembolso do IVA O IVA ENCAIXA é um produto diferenciador de apoio à tesouraria, sob a forma de limite em conta-corrente, que permite antecipar os recebimentos do IVA. São 333 milhões de euros disponíveis para adiantamento do IVA a receber pelas empresas. Principais vantagens: > Apoio à tesouraria através do adiantamento dos reembolsos do IVA constantes da declaração periódica apresentada à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT); > Possibilidade de ajustar os prazos das utilizações aos de pagamento praticados pela AT; > Contratação simples e fácil utilização. Principais características: > Montante máximo por utilização: até 100% do reembolso apresentado para adiantamento; > Prazo do limite de crédito: 12 meses, renovável; > Reembolso do capital: na data de pagamento do reembolso do IVA pela AT, com prazo máximo de 120 dias, podendo ser acordada uma elevação do mesmo por mais 30 dias; > Taxa de juro1: Euribor a 3 meses + spread de 5,25%, podendo este ser reduzido até um máximo de 0,50%: 0,25% se empresa exportadora; 0,25% se PME Líder ou PME Excelência; > Pagamento de juros, comissões e outras despesas: trimestral e postecipadamente. Condições de acesso Destina-se a todas as empresas com contabilidade organizada e viabilidade económica, que detenham: > Domiciliação de ordenados (mínimo de 50% dos empregados); > Recursos de montante igual ou superior a 25 mil euros; > Limites comerciais em vigor, incluindo na ordem externa para empresas exportadoras; > Pelo menos, um dos serviços: Caixa e-banking, TPA netcaixa ou Seguros de Proteção Negócio (Multirriscos, Vida Grupo Empresário, Automóvel, Saúde, Acidentes de Trabalho). Informe-se em qualquer Agência, Gabinete Caixa Empresas, em www.cgd.pt/empresas ou ligue 707 24 24 77, das 8 às 22 horas, todos os dias do ano. (1) TAE de 5,410%, calculada com base na TAN de 4,960% (Euribor a 3 meses + spread 4,750%), para uma empresa PME líder exportadora, em julho de 2013. Exemplo de um limite em conta-corrente, no valor de 100 mil euros, pelo prazo de um ano, renovável, com juros pagos trimestral e postecipadamente. Inclui juros, comissão de estudo, de contratação e de acompanhamento e gestão. Cx a re v i s ta d a c a i xa 57 f finanças a conhecer soluções de baixo custo nas mais diversas áreas (compras, viagens, decoração, seguros, etc.)», completa a editora do site. SALDO POSITIVO Ainda mais positivo O site Saldo Positivo tem novo rosto, novo posicionamento e novas ferramentas. E mostra uma Caixa Geral de Depósitos plenamente adaptada aos novos tempos e às novas tecnologias Por Pedro Guilherme Lopes O OBJETIVO é enorme: «Queremos que o Saldo Positivo seja a ferramenta de eleição das famílias portuguesas para combater a crise.» A afirmação é feita por Alexandra Brito, editora do Saldo Positivo (www.saldopositivo.cgd.pt), o site da Caixa que, desde 2008, tem desempenhado um importante papel ao nível da literacia financeira dos portugueses. Remodelado em 2011, surge, dois anos volvidos, com uma nova roupagem. Mais atrativo, mais intuitivo, em termos de navegabilidade, e adaptado aos novos hábitos de acesso à Internet que os smartphones e os tablets trouxeram. «A remodelação do Saldo Positivo não foi apenas um lifting», explica Alexandra Brito. «Optámos por alargar o posicionamento do Saldo Positivo com o objetivo de garantir que os conteúdos do site estão ligados à atualidade e às preocupações financeiras das famílias portuguesas. Todos os dias, publicamos conteúdos novos, de acordo com os temas que comandam a atualidade.» Desta forma, o site mostra-se capaz de responder à crescente sede de informação dos leitores, cujas dúvidas aumentam ao ritmo das novas medidas anunciadas para combater a crise económica. «Daí a nossa preocupação em produzirmos conteúdos de literacia financeira com ligação à realidade que o País atravessa. Foi, também, por essa razão que apostámos em criar novas categorias de conteúdos, como é o caso da secção Low Cost, na qual damos Na direção correta Uma das alterações que salta imediatamente à vista é a divisão entre Particulares e Empresas. Recuando a 2008, ano de lançamento do site, o objetivo era fomentar a literacia financeira dos particulares, uma estratégia que viria a ser comprovada pela realidade. No entanto, a equipa que gere o Saldo Positivo foi sentindo o crescente interesse dos leitores por conteúdos relacionados com empreendedorismo e com a criação do próprio emprego. Num País onde o peso das PME e das microempresas é esmagador, estava mais do que justificada a aposta numa área específica para empresas. No caso do Saldo Positivo Particulares, o site está agora dividido em apenas cinco grandes áreas, metade das existentes anteriormente: O Seu Dinheiro, Poupar, Crédito, Trabalho e Investir. «Estes são os cinco grandes vetores financeiros que identificámos e que fazem parte da gestão orçamental de qualquer família», analisa Alexandra Brito. «O mesmo raciocínio foi seguido no Saldo Positivo Empresas – a secção do site dedicada à literacia financeira para as PME –, que agora tem apenas três áreas de conteúdo: Empreendedor, Gestor e Exportador. Leonardo Da Vinci disse, um dia, que a simplicidade é o expoente máximo da sofisticação. No Saldo Positivo, acreditamos nesta máxima: pensamos que a simplificação torna a navegação no site mais eficaz.» Outro pormenor incontornável é a aposta na componente multimédia e, respondendo aos novos padrões de consumo de informação, nem falta um canal próprio no YouTube, nem a presença nas redes sociais, como o Facebook. No fundo, mais uma prova da constante vontade de inovar que faz parte do ADN da Caixa e de um posicionamento que visa, acima de tudo, servir os portugueses (até por isso, o site está aberto à população em geral e não apenas a Clientes da CGD). A resposta dos leitores não se tem feito esperar e as quase 400 mil visitas recebidas desde o início do ano mostram ser esta a direção correta. ARREDONDE COM O SEU CARTÃO Ao efetuar compras com os cartões de débito ou de crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou no serviço Caixadirecta telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt. 58 Cx a re v i s ta d a c a i xa educação INCUBADORAS DE EMPRESAS Negócios no ninho Ainda mal saídos da casca, há projetos empreendedores e Print VOAR SOZINHO Desafios fora das incubadoras de empresas. que só têm a ganhar em darem os primeiros passos sob a asa de uma incubadora de empresas Ilustração: Bull’s Eye/Getty Images Por Ana Rita Lúcio ACABADOS DE VIR AO MUNDO, pequenos e frágeis, mas cheios de vontade de vencer as adversidades, precisam de uma estrutura de suporte que os defenda das ameaças externas e lhes permita manterem-se agarrados à vida nos primeiros tempos, para que mais tarde possam crescer saudáveis e andar pelo próprio pé. Se assim acontece com alguns recém-nascidos, que podem precisar de uma incubadora para se desenvolverem num ambiente mais favorável, também certos negócios de tenra idade exigem uma atmosfera favorável à sua sobrevivência. O conceito é o mesmo: nas incubadoras ou ninhos de empresas, determinados projetos empreendedores recém-criados encontram uma esfera protetora que os resguarda e prepara para os desafios iniciais. Importantes para criar condições ao surgimento de negócios inovadores em qualquer altura, as incubadoras de empresas têm um papel decisivo numa conjuntura de crise, ao dinamizarem a economia, sobretudo na franja das pequenas, médias ou microempresas que predominam no tecido empresarial português. Embora não se destinem, exclusivamente, a este segmento, estas aceleradoras de negócio são muito procuradas por jovens empreendedores que ambicionam montar a sua própria empresa. Não é por acaso que há incubadoras com uma ligação profunda às universidades, servindo de trampolim a spin-offs que nascem de projetos de investigação ou da iniciativa de alunos. As start-ups de base tecnológica são outra das presenças mais assídua nestes ninhos de empresas, pelo que alguns deles se especializam nesta área. Na altura de escolher aquela que melhor se adequa a cada perfil de atividade, além das mais generalistas, há, ainda, incubadoras vocacionadas para o desenvolvimento regional, que atuam a uma escala local, algumas das quais impulsionadas pelos municípios e, Embora o tipo e o tempo de incubação varie consoante a plataforma, as empresas tendem a ficar, no máximo, três a quatro anos nestes ambientes controlados. Atingida essa meta, o objetivo é que aprendam a voar sozinhas, pelo que uma boa parte das incubadoras oferece apoio no momento da saída, para minorar o impacto, de modo que os projetos continuem o seu percurso empreendedor. Manter os contactos estabelecidos durante a incubação é, também, fundamental. AQUI SE AJUDAM A ULTRAPASSAR OS DESAFIOS INICIAIS também, incubadoras geridas por associações empresariais ou empresas privadas. Note, porém, que há sempre uma fase preliminar, depois da apresentação do projeto, em que a incubadora e os candidatos discutem o plano de negócio e os objetivos de futuro, verificando se a incubação é a via mais indicada. Uma vez celebrado o «casamento» entre a incubadora e o projeto incubado, são vários os âmbitos em que estas plataformas procuram dar mais viabilidade ao negócio. Num momento inicial, em que os recursos tendem a ser escassos, um dos contributos fundamentais passa pela disponibilização de instalações a preços mais competitivos, existindo até casos de incubadoras que têm espaços comuns de coworking. Quando os colaboradores ainda são poucos, outra das vantagens está em partilhar infraestruturas e serviços administrativos e de secretariado, que não só libertam recursos e representam uma poupança substancial, como agilizam processos. Estes núcleos de apoio ao empreendedorismo podem, também, ajudar na captação de financiamento, com recurso a capital de risco ou facilitando o contacto com potenciais parceiros e investidores. Uma rede de contactos privilegiada é, aliás, outra das mais-valias para as organizações que dão os primeiros passos em incubadoras. Para quem está em fase de arranque, o networking é essencial, tanto com investidores e business angels, como com outros empreendedores. Igualmente imprescindível é um acompanhamento da evolução do negócio desde o primeiro minuto, seja através de serviços de consultoria ou de aconselhamento e tutoria de projetos. Cx a re v i s ta d a c a i xa 59 s saúde CONSELHOS BÁSICOS Estudos mostram que, quando as cadeiras e cintos são corretamente usados, diminuem em 70% os riscos de morte em caso de acidente. Por isso: Olho na criança Saiba o que deve ou não fazer para proteger as suas crianças dentro do carro, assim como aquelas que circulam na via pública Por João-Maria Nabais (médico pediatra e escritor) TODOS OS ANOS, milhares de crianças são vítimas de acidentes de viação, fruto de falhas de atenção e de informação. As lesões resultantes são, aliás, a principal causa de morte e incapacidade, tanto temporária como definitiva, até aos 14 anos, em quase todos os países desenvolvidos. E, em Portugal, a taxa de mortalidade (8,7%) por acidente rodoviário nestas crianças é o dobro da média comunitária. Por isso, segundo a APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil), as crianças até aos 30 meses (ou, se possível, até mais tarde) devem viajar sempre com a cadeirinha virada para trás. Em caso de choque frontal, nesta posição, as costas, cabeça e pescoço – zonas muito sensíveis e frágeis – estão uniforme e naturalmente apoiados. Proteja as suas crianças Antes de iniciar a marcha, veja sempre se a cadeirinha ou o assento e os cintos de segurança estão funcionais, bem colocados e ajustados. Use cadeiras certificadas (garantia de que estão preparadas para resistir a acidentes), apropriadas ao tamanho e ao peso da criança e que se adaptem devidamente ao veículo. E nunca as coloque num lugar com airbag ativo! Vários ensaios demonstram que a maioria das cadeiras e assentos não é bem instalada. Os erros mais comuns: > Cadeira inapropriada para a idade, peso e altura da criança; > Colocar crianças com menos de dois anos ou de 12 kg numa cadeira no sentido da condução; > Não prender bem a cadeira ou o assento ao banco do carro e não sentar a criança corretamente; > Instalar a cadeirinha no banco da frente. Deve, também, ser crítico e exigente com o transporte escolar: autocarros com cintos adequados e locais de paragem seguros. E, claro, enquanto condutor, sabe que, junto às escolas, zonas residenciais e parques infantis, há crianças a correr atrás da bola ou de bicicleta. Modere, por isso, a velocidade e terá mais tempo para reagir e evitar atropelamentos. O respeito pela segurança rodoviária, integrado num Plano Nacional de Prevenção, de combate à sinistralidade, pode salvar muitas vidas, algo essencial se queremos caminhar para uma sociedade mais equilibrada, moderna, justa e evoluída. Esta é a melhor forma de diminuir o risco de acidentes: desenvolver desde muito cedo uma mentalidade de prevenção, orientada para a criança, não só para o cumprimento das regras básicas, mas também para a sensibilizar no respeito pelos outros. Tudo para que adote um comportamento cívico diário, sozinho ou em grupo, ao utilizar a via pública. O Cartão de crédito HPP Saúde (1) permite a identificação dos Clientes nas unidades HPP Saúde, proporcionando-lhes condições especiais, nomeadamente descontos até 20% e a possibilidade de fracionarem os pagamentos efetuados nestas unidades com taxas de juro diferenciadas (2). Conheça todas as vantagens que este cartão lhe proporciona na área da saúde em www.cgd.pt. (1) TAEG de 24,2% para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,00%. (2) TAEG de 11,6% na modalidade de pagamentos fracionados, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 9,0%, prestação mensal de 131,63 euros e um montante total imputado ao consumidor de 1590,58 euros. 60 Cx a rev i s ta d a ca i xa Ilustração: cisale/Getty Images CONDUÇÃO A criança tem de viajar sentada num sistema de retenção adequado à idade, peso e altura, sempre segura pelo cinto de segurança; O cinto deve ser um hábito para todos, seja qual for a distância a percorrer; As cadeiras das crianças com menos de dois anos ou de 12 kg devem ser colocadas viradas para trás; Um sistema de retenção exposto a um acidente deve ser trocado; O modelo deve obedecer às normas de segurança comunitárias. Os pais, médicos e educadores podem ter um papel essencial na formação das crianças, com uma educação rodoviária no pré-escolar, a fim de minimizar os riscos, em particular no caminho de casa para a escola. sustentabilidade E C O LO G I C A L K I D S A fralda que muda o futuro no presente A visão de uma mãe impulsionou um negócio de futuro com três vantagens: é melhor para a saúde da pequenada, os pais poupam dinheiro e o Planeta é, também, poupado em 500 anos de fraldas a deteriorarem-se. Uma opção que dá pelo nome de puericultura ecológica Por Paula de Lacerda Tavares Fotografia Filipe Pombo A ONG QUERCUS e o Ministério do Ambiente recomendam o uso de fraldas reutilizáveis. Um caminho que foi, também, apontado pela empreendedora Tânia Sousa com a criação da marca portuguesa EcologicalKids, em 2008. No dia em que viu uma foto das fraldas reutilizáveis, achou-as atrativas e, ao investigar mais sobre o assunto, aponta dados reveladores: só no centro de Lisboa, segundo a ValorSul (entidade que trata dos resíduos urbanos), são recolhidas cerca de três toneladas e meia de fraldas por hora, que vão para um aterro. Cada criança gasta, em média, até aos dois anos e meio, cerca de seis mil fraldas descartáveis. Tal implica o abate de seis árvores e equivale a uma tonelada do tamanho de uma montanha de lixo, que demora a deteriorar-se mais de 500 anos. Feitas as contas, em Portugal, todas as fraldas descartáveis que demoram a degradar-se existirão por mais séculos, com danos reais para o ambiente. Esta questão ecológica, sendo controversa, é apontada como uma das três vantagens para a utilização das fraldas reutilizáveis. Outra é a do fator poupança para os pais, pois, garante a empresária, em cinco meses o investimento s fica pago. As fraldas «crescem» com os bebés porque são adaptáveis e, até ao desfralde, há uma poupança, no mínimo, de mais de mil euros no primeiro filho e no segundo de mais de três mil euros. A terceira razão tem a ver com a saúde do bebé, já que as fraldas reutilizáveis não causam irritação da pele. Estas foram, em traços largos, as pistas que motivaram Tânia Sousa, em 2008, a criar a EcologicalKids, primeiro visível num site com vendas on-line de fraldas importadas. Relembra que, «a partir do primeiro mês, as visitas e compras no site ultrapassaram largamente as minhas expectativas». No ano seguinte, em 2009, deu-se a concretização de revenda para farmácias, parafarmácias e para grandes cadeias e lojas de bebés. Porém, a variedade de artigos disponível no site continuava a ser muito maior do que as encontradas nos locais de revenda. Era a oportunidade seguinte de crescimento, com a abertura de lojas e a ambicionada internacionalização. As constantes encomendas de Espanha demonstraram a viabilidade de criar um site no mercado espanhol e, como consequência, aumentaram as exportações. Recorda a empresária: «Para avançar mais, nunca o conseguiria sozinha e com capitais próprios. Sempre fui Cliente da CGD e nela procurei o apoio de que precisava. A Caixa esteve sempre do meu lado. Concretizei dois financiamentos, um PME Invest VI e outro PME Crescimento 2012. O primeiro financiamento foi a longo prazo, para adaptação da loja e armazém, no Porto. Toda a expedição de encomendas passou a ser a partir de lá.» A premência de uma loja em Lisboa tornou-se, também, evidente e, no Parque das Nações, a EcologicalKids mostra, hoje, o seu mundo infantil. Além disso, a EcologicalKids já tem tudo a postos para um «voo» mais distante, o Brasil, com um site já inaugurado para este público, estando, ainda, prevista a abertura de uma loja nesse país. A EcologicalKids é parceira da Caixa e concede 10 por cento de desconto aos Clientes detentores dos cartões de débito e de crédito (1) Caixa Woman e My Baby. Os primeiros são ideais para as mulheres ativas, modernas e que valorizam soluções eficientes, contando com um programa de cashback, que permite poupar automaticamente nas compras em supermercados, em função das compras efetuadas noutros estabelecimentos. Já o My Baby é um cartão pré-pago que permite gerir o pagamento das despesas relacionadas com o nascimento de um filho de forma autónoma, simples e segura. Disponível para Clientes com conta à ordem na Caixa, permite, ainda, fazer ou receber reforços em dinheiro, caso, por exemplo, os avós ou os padrinhos queiram contribuir para a compra do berço ou do carrinho. Assim como os cartões Caixa Woman, também o My Baby dispõe de benefícios em outros parceiros, além da EcologicalKids, e outras vantagens. Saiba mais em www.cgd.pt e em www.vantagenscaixa.pt. (1) TAEG de 23,8%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 24,00%. Cx a re v i s ta d a c a i xa 61 s sustentabilidade UNIVERSIDADES VERDES Lição de sustentabilidade Mestres em matéria de defesa do ambiente, duas universidades portuguesas mostram como se pode aprender a ensinar mais verde Por Ana Rita Lúcio SÃO CONHECIDAS por moldar massas cinzentas. Mas, porque nem só de uma cor vivem as universidades portuguesas, mostram, agora, ao mundo que também sabem pensar em verde. Unidas pela mesma cidade e pela ambição de trazer maior consciência ambiental para o ensino superior nacional, duas das nossas mais prestigiadas instituições públicas têm procurado fazer da promoção de um futuro mais sustentável para todos uma lição partilhada entre alunos, professores e funcionários. O ambiente agradece e a comunidade académica também. Graças às iniciativas protagonizadas pela Universidade de Lisboa e pela Universidade Nova de Lisboa, tem sido possível não só fomentar o consumo energético mais racional e responsável em diversos espaços escolares e reduzir o desperdício, como sensibilizar todos os atores envolvidos e fazer a ponte entre estes polos de investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico e a área da sustentabilidade. As boas práticas têm, entretanto, merecido o reconhecimento na esfera comunitária: ambas as instituições desempenham um papel ativo na iniciativa Green Academic Footprint (UGAF), da UNICA, a rede de universidades das capitais europeias. Pensamento verde Pequenos gestos podem fazer a diferença. É este o mote para a campanha EcoNOVA/Think Green, com a qual a Universidade Nova de Lisboa tem procurado instituir um modo de pensar e agir mais verde junto de todos os agentes educativos. Os alunos são, no entanto, o principal alvo do projeto lançado através dos Serviços de Ação Social (SASNOVA). Esta campanha visa sensibilizar quem vive e trabalha nas três residências universitárias dos SASNOVA para a importância de um uso consciente e responsável da eletricidade, água e gás, apostando, ainda, na reciclagem, dado que o objetivo final é reduzir o desperdício. Além de representarem um importante contributo para a preservação ambiental e para uma maior eficiência na gestão dos recursos, é suposto que os pequenos gestos de cada um tenham ainda 62 Cx a re v i s ta d a c a i xa um reflexo direto sobre o bem-estar de todos. Com estes atos de poupança, não são só o meio ambiente e os cofres da universidade a ganharem: propondo-se a gastar onde realmente importa, os SASNOVA comprometem-se a converter todo o desperdício evitado em conforto. Assim, cada euro poupado será, garantem os responsáveis, canalizado para a melhoria dos espaços físicos das residências. Destacando a eficácia deste «projeto simples», para Maria Teresa Lemos, administradora dos SASNOVA, em declarações à NovaTV, «o mais interessante» no EcoNOVA/Think Green é que há «uma corresponsabilização imediata dos alunos, que ficam a saber onde e o que é que pouparam». Incidindo, sobretudo, sobre os consumos energéticos e de água, o contributo que é pedido a estes mesmos alunos, mas também a funcionários e professores, passa, por exemplo, no que toca à eletricidade, pela colocação de luzes-sensores nas zonas de passagem, que apenas são acionadas pela passagem de alguém, pela substituição de todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas mais eficientes e pelo reforço dos estendais para secagem natural das roupas. É, ainda, pedido aos moradores das residências que desliguem as luzes quando não estão em uso e aproveitem a luz natural, evitem deixar aparelhos em stand-by, nomeadamente o computador, sinalizem avarias de aparelhos e prefiram as escadas em detrimento do elevador – só para dar alguns exemplos. Já quanto ao consumo de água e de gás, as palavras de ordem são: menos tempo passado no banho. No que toca ao líquido vital, cada gota conta mesmo. Não se prescinde, por isso, de que as torneiras se desliguem enquanto se lavam as mãos ou escovam os dentes, que se faça uma máquina de roupa apenas quando se tiver assegurado carga total e, claro, que se sinalizem todas as avarias. Afinal, «uma torneira a pingar pode desperdiçar até 50 litros/dia», lembra o manifesto do programa. Paralelamente, foram, também, reforçados os contentores para separação do lixo para reciclagem, incluindo oleões para recolha e tratamento do óleo alimentar usado. E, embora ninguém seja avaliado pela sua prestação, os resultados ficam à vista: pede-se aos Print À LUZ DAS RENOVÁVEIS Os números por trás dos painéis fotovoltaicos da Universidade de Lisboa. Depois de finalizada a instalação de todas as centrais de produção de energia solar, prevê-se que a Universidade de Lisboa conte com mais de 10 mil painéis fotovoltaicos, correspondendo a uma potência instalada de mais de 2 MWt, o que permite atingir uma produção de 4,28 gigawatts/hora por ano, o suficiente para abastecer aproximadamente 1600 famílias portuguesas. Dando, assim, luz verde a «um dos maiores projetos de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis», tanto na cidade de Lisboa, como nas instituições de ensino superior europeias, lê-se no manifesto do programa. alunos que incitem os seus colegas e amigos a assumirem os mesmos comportamentos sustentáveis, dando o seu exemplo, e quem está de saída das residências é incentivado a doar os objetos que não quer levar para casa a instituições de solidariedade social. Universidade mais sustentável Apesar de mais antiga, a Universidade de Lisboa, fundada no século XIII, faz questão de também não tirar os olhos do futuro. E de manter o espírito pioneiro. Em 2010, decidiu mesmo passar a envergar o título de Universidade Verde, com o arranque do projeto com o mesmo nome, em colaboração com a área de Sustentabilidade dos Serviços Partilhados (SPUL) e com a Associação Académica. Esforçando-se por cumprir, desde então, o objetivo de desenvolver uma universidade mais sustentável, esta iniciativa global e interdisciplinar tem servido de ponto de encontro entre as diversas ações levadas a cabo no âmbito da sustentabilidade. E, não fizesse a instituição uso da divisa latina ad lucem (para a luz), uma das iniciativas que mais salta à vista, a este respeito, consiste na colocação de painéis fotovoltaicos em pontos estratégicos do campus. Um «projeto ambicioso», como é descrito pelos seus responsáveis, que visa alcançar, até outubro deste ano, mais de dois megawatts de potência instalada em toda a universidade. As áreas privilegiadas para a colocação destas centrais de produção de energia solar renovável são as coberturas das faculdades, parques de estacionamento e áreas de lazer. Graças a esta ação pioneira a nível universitário, em Portugal, os benefícios académicos também prometem acumular-se. Por um lado, tratando-se de um polo de inovação e desenvolvimento tecnológico ímpar no panorama nacional, o estudo permanente e in loco do funcionamento destes sistemas não podia estar em melhores mãos. Por outro, o modelo baseado na partilha das receitas obtidas com a venda do excedente da energia elétrica à rede permitirá à universidade continuar a alimentar os programas que promovem a eficiência energética e a racionalização de consumos nos seus edifícios. A CGD reconhece as alterações climáticas como um tema prioritário e, nesse sentido, disponibiliza o Cartão Caixa Carbono Zero (1) , aplicando uma percentagem das suas compras em projetos de compensação de emissões de CO2. A Tapada Nacional de Mafra foi o primeiro projeto a beneficiar dos fundos disponibilizados por este cartão. (1) TAEG de 24,7%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%. Cx a re v i s ta d a c a i xa 63 s sustentabilidade RE-FOOD Missão: aproveitar para alimentar Alimentar é tão fácil como andar de bicicleta ou mesmo a pé. Uma ponte de voluntários locais liga as sobras diárias de refeições de restaurantes a quem delas necessita Por Paula de Lacerda Tavares Fotografia Luís Paixão (Agência AFFP) DEITAR COMIDA FORA, quando existem pessoas com fome, é algo completamente incompreensível para Hunter Halder e para os seus dois filhos, que o apoiaram de imediato. Pensar num meio que pudesse redirecionar as sobras das refeições nos restaurantes para quem delas necessita deu origem ao seu projeto, sem fins lucrativos, intitulado «Re-Food». Este é uma espécie de ponte humana que liga quem tem sobras diárias a quem delas precisa. No dia 25 de janeiro de 2011, já a ideia começava a ser divulgada com a página criada no Facebook. As reportagens televisivas não tardaram. A viver em Lisboa há 20 anos e casado com uma portuguesa, Hunter (licenciado em História) começou a fazer um estudo sobre a freguesia onde vive, Nossa Senhora de 64 Cx a re v i s ta d a c a i xa hunter, o «caçador» da sobra de comida de restaurantes, de voluntários, de pessoas carenciadas para criar laços de solidariedade Fátima, sobre os restaurantes ali existentes que poderiam contribuir com a doação das refeições de sobra e as necessidades alimentares das pessoas da localidade. O seu «investimento» foi a emissão de cerca de dois mil panfletos a pedir voluntários, que distribuiu pelas caixas de correio. Ficou desiludido com a falta de adesão. No «passa palavra», na igreja da freguesia, encontrou a adesão de mais voluntários do que contava, de todas as idades e estatutos sociais. Formam, como conta, «uma família feliz e alegre por ajudar e esse é um dos enormes estímulos». No início, depararam-se-lhe três obstáculos, que teria de ultrapassar: a atitude do Governo, a atitude da restauração e a atitude da ASAE. Depois, chegou à conclusão de que, afinal, o caminho já estava livre por António Costa Pereira, pioneiro da iniciativa Acabar com o Desperdício, que recolheu mais de sete mil assinaturas e marcou a diferença. Esclarece: «Já tinha decidido seguir em frente. Não podia acreditar que pudesse haver oposição de dar comida excedente a pessoas que têm fome!» Tudo começou a tomar forma, primeiro, em sua casa, com trabalho de fundo; depois, foi trabalho no terreno, calcorreou todas as ruas daquela freguesia e identificou 285 restaurantes e mercearias. «Percebi que tinha de reduzir para um número menor de sete quarteirões, onde encontrei 45 possíveis dadores, número que ainda minimizei para ser possível uma recolha diária pelos voluntários. Estes entregam caixas de plástico e sacos, voltam para fazer a recolha e vão entregar aos locais combinados.» Inicialmente, através da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, identificaram as pessoas com mais carências. Agora, são servidas mais de 500 refeições por dia. Neste momento, a Re-Food já existe em oito freguesias de Lisboa e Hunter Halder quer alargar o projeto a nível nacional e mundial. «Ajudar» é a palavra que gere a ação e tudo se torna possível a partir daqui: um espaço, uma zona definida, um núcleo de voluntários para identificar dadores (de caixas de plástico, frigoríficos e bicicletas), instituições que indiquem as pessoas carenciadas e formar um grupo de ajuda responsável, a quem é transmitido o knowhow da Re-Food. Vale a pena alimentar, também, esta ideia, que, núcleo a núcleo, porta a porta, toca a humanidade de todos nós. sustentabilidade s Print O QUE É SUSTENTAR? Um projeto diretamente ligado às Nações Unidas. I F Ó R U M S U S T E N TA R De Portugal para o mundo Num dia dedicado a debater a importância económica, O Projeto Sustentar visa promover o diálogo, o intercâmbio, a representação, a partilha e a discussão significativa nas áreas da educação, ciência, cultura e comunicação. Estabelecendo Lisboa como ponto de partida, releva, de um modo inovador e empreendedor, a importância referencial que Portugal pode e deve constituir no contexto global. O objetivo primordial é integrar, inovar, impactar e internacionalizar. social e cultural da língua portuguesa, ficou bem vincado que essa é uma ferramenta cuja utilização pode ser otimizada Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Luís Paixão (AFFP) NO DIA 21 DE MAIO, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) recebeu o iFórum para a Diversidade Cultural o Dialogo e o Desenvolvimento. No Auditório CGD, temas como migrações, as políticas de integração, a mobilidade e a promoção do diálogo, a cooperação entre as civilizações e os povos do mundo foram o foco desta iniciativa, procurando debater a importância económica, social e cultural da língua portuguesa e a realidade do espaço linguístico português. O Fórum incidiu, igualmente, na multiculturalidade e na interculturalidade, enquanto contributos para o desenvolvimento, o diálogo e a cooperação artístico-culturais. Um dos grandes destaques do dia foi a apresentação da candidatura da morna a Património Cultural Imaterial da UNESCO. Ruy Vieira Nery, diretor do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura, recuperou a experiência da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade e apresentou a sua tese sobre a origem deste género musical, Raízes Afro-Brasileiras na Música Portuguesa: do Vilancio Barroco ao Fado Oitocentista. Este painel foi moderado por Helena Sacadura Cabral e contou, ainda, com a presença de Celina Pereira, cantora cabo-verdiana, e de Adelaide Ginga, curadora do Museu de Arte Contemporânea de Portugal e da Bienal de São Tomé. Outro dos momentos mais aguardados trouxe a debate a Importância Estratégica da Língua Portuguesa no Plano Político, Cultural e Económico. A Realidade e os Desafios do Espaço Linguístico Português, com a moderação de Pedro Camacho, diretor da revista Visão. José Paulo Esperança, pró-reitor para a internacionalização do ISCTE, apresentou o estudo O Valor Económico da Língua Portuguesa, enquanto Mário Lobinho, vice-presidente do Instituto Camões, abordou a temática Os painéis Ruy Vieira Nery, Helena Sacadura Cabral, Celina Pereira e Adelaide Ginga (em cima); José Paulo Esperança, Pedro Camacho, Pilar de Rio e Mário Lobinho (abertura) Desafios e o Valor Social e Cultural da Língua Portuguesa. O painel fechou com Pilar del Rio, que recordou José Saramago, o único autor português agraciado com o Nobel da Literatura, e chamou a atenção para a relevância deste prémio para a promoção da língua e impacto sobre a prosperidade, desenvolvimento e conhecimento mútuo, em português. Pilar aproveitou, igualmente, para reforçar a ideia de que é importante um maior investimento governamental na cultura, terminando a sua intervenção com a questão «se não falarmos português, quem falará?». Esta foi, aliás, a nota dominante deste Fórum, que, logo na sessão de abertura, pela voz de João Braga de Macedo, presidente do Instituto de Investigação Científica e Tropical, vincou a importância de uma visão integrada dos territórios da lusofonia. Ao longo do dia, ficou, ainda, demonstrado que o nível de compreensão do português é cada vez mais vasto (há cada vez mais pessoas na China a estudar português) e que a nossa língua é, logo após o inglês e o espanhol, aquela que apresenta maior crescimento. Resta saber qual a resposta a um dos desafios lançados: criar uma política concertada para a promoção da língua portuguesa e do seu suporte. Cx a re v i s ta d a c a i xa 65 c cultura LISBON WEEK À (re)descoberta de Lisboa Já quase em contagem decrescente, o Lisbon Week prepara-se para invadir mais uma vez Lisboa, convidando o público a (re)descobrir esta cidade numa partilha de experiências inédita e inovadora Texto Helena Estevens É JÁ NO PRÓXIMO dia 21 de setembro que arranca a segunda edição do Lisbon Week, com uma aposta cada vez mais forte na programação cultural e turística, que se estende do alto do Parque Eduardo VII ao rio Tejo, com paragem obrigatória na Rua das Portas de Santo Antão, o epicentro desta iniciativa. E não faltam desafios: explorar edifícios com séculos de história, revelar artistas nacionais e estrangeiros, escutar concertos e ouvir palestras em locais algo inesperados, permitindo saborear, com gosto, o melhor da capital. Foi nesta cidade que Xana Nunes, responsável pela XN Brand Dynamics e sucesso Em 2012, o Lisbon Week trouxe milhares de pessoas às ruas da capital, ansiosas por descobrir uma cidade com tantas histórias por contar 66 Cx a re v i s ta d a c a i xa principal mentora deste projeto, «depois de 15 anos a criar conceitos efémeros para eventos de grandes marcas internacionais», sentiu «que estava na hora de criar um conceito que se repetisses, que tivesse capacidade para crescer e, acima de tudo, que fosse aberto a todos». Em Lisboa, encontrou «as características das marcas de luxo: tem um passado rico, histórias para contar, assim como um leque de artistas de diversas áreas que aqui se movem, tanto os de cá como os que para cá vieram viver.» Ao mesmo tempo, diz, sentiu haver necessidade «de criar uma semana que, a longo prazo, pudesse ser uma referência para visitar e viver Lisboa de uma forma diferente. «Mostrar o património e contar histórias menos conhecidas desta cidade, que tem tanto para revelar, apresentando momentos contemporâneos, dentro das mais variadas áreas artísticas». Possibilidades mil Ao todo, são sete dias dedicados ao melhor que Lisboa tem, em áreas tão distintas como arte, história, música, gastronomia, meio ambiente, arquitetura, inovação ou tradição, num leque de ofertas que não se esgota por aqui. E se, no ano passado, foram sete as rotas, em homenagem às colinas de Lisboa, este ano escolheu-se primeiro uma zona da cidade. «O José Sarmento de Matos apresentou-nos a Rua das Portas de Santo Antão; depois, o Delfim Sardo fez com que ela fosse um dos pontos de encontro com a arte e dela saíram, ainda, os sons dos boémios anos 20, que nos levaram ao jazz. Posteriormente, fomos descobrindo várias temáticas dentro das ‘estórias’ que esta zona nos pode contar, com os diversos olhares dos nossos convidados. É a própria cidade que nos leva ao conceito de cada edição», afirma Xana Nunes. E são, precisamente, José Sarmento de Matos, professor e olisipógrafo, e Delfim Sardo, ensaísta e professor universitário, os curadores das duas rotas apoiadas pela Caixa, a da História e a da Arte, respetivamente. Dirigida a «todos o que queiram conhecer Lisboa de uma forma diferente», a edição de 2013 do Lisbon Week promete bastantes surpresas, nomeadamente «a descoberta dos segredos da Rua das Portas de Santo velhas, todas as visitas são interessantes, mas, para os mais novos, destacamos o percurso verde, que deve ser feito em família e que descobre as inúmeras funcionalidades do Corredor Verde de Monsanto», explica Xana Nunes. Este é um percurso que, pelas suas características, pode dar aos mais pequenos alguma sensibilidade sobre as diferentes formas de viver na cidade de modo ecológico. «Vamos dar a conhecer as hortas urbanas, ensinar a fazer e plantar pequenas hortas em casa, descobrir que se pode ir da cidade até ao campo a pé. Esta visita única termina no Parque do Calhau, em Monsanto, onde contaremos histórias sobre a importância de preservar a Natureza», concretiza a responsável. Antão, por Sarmento de Matos, onde se poderão fazer visitas guiadas, assistir a palestras ou a concertos». Ou a uma viagem pela arquitetura da cidade, também sob o olhar de Delfim Sardo, na qual alguns edifícios encontrarão artistas plásticos de renome. «Abriremos as portas de algumas embaixadas, onde outras culturas se cruzam com o património nacional; faremos passeios a pé e de bicicleta, na descoberta de uma cidade mais verde; e provaremos os melhores petiscos de Lisboa.» Estas são algumas das (muitas) surpresas que se podem conhecer em www.lisbonweek.com. Tal como na primeira edição, que contou com um público dos 4 aos 90 anos, as crianças não foram esquecidas. «Para as mais NESTA SEGUNDA EDIÇÃO, O LISBON WEEK VOLTA A CONTAR COM A CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS COMO GRANDE PARCEIRO DAS ÁREAS CULTURAIS, EM ASSOCIAÇÃO COM A ROTA DA HISTÓRIA E A ROTA DA ARTE «Estórias» com história Em setembro, a história de Lisboa descobre-se, então, através da Rua das Portas de Santo Antão, uma rua secular e «uma das vias históricas mais antigas da cidade, datando o seu casco original do período romano», de acordo com Sarmento Matos, curador da Rota da História. «Nela, coexistem inúmeras reminiscências de vários períodos históricos que é preciso valorizar. Palácios, igrejas, centros de cultura e lazer, agremiações diversas ou restaurantes», especifica o olisipógrafo. Daí ser da «maior importância chamar a atenção para todo este variado património, objetivo primordial da Rota da História do Lisbon Week». Mas não é apenas de História que se faz esta via lisboeta. «São inúmeras as histórias da vida coletiva que se encerram nesta rua: desde as reuniões preparatórias da Restauração, em 1640, no Palácio Almada ou da Independência; até à ativa vida cultural dos teatros, do Coliseu, da Sociedade de Geografia, do Ateneu Comercial ou dos diversos clubes aqui outrora existentes, como o Majestic, atual Casa do Alentejo.» O que faz dela «um dos percursos mais ricos de Lisboa, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista patrimonial», salienta o curador desta rota, que deve ser feita «para fruir o prazer de conhecer, por dentro, uma história tão variada que não se percebe pela simples apreciação exterior dos edifícios». E, também, porque «só se gosta a sério daquilo que se conhece. Se esta rota atingir o objetivo de um número grande de pessoas ficar a Cx a re v i s ta d a c a i xa 67 c cultura Como reservar a sua Rota conhecer melhor a realidade do ‘miolo’ da sua cidade, então terá valido a pena todo o esforço de levar este projeto a bom porto». À semelhança do que aconteceu na edição anterior, estão previstas visitas guiadas, cujo percurso incluirá locais emblemáticos da cidade, como o Palácio da Independência, a Sociedade de Geografia e o Recrutamento da Encarnação, entre outros que, regra geral, se encontram fechados ao público. A Rota da História contará, ainda, com conferências, concertos e exposições, algumas fazendo ligação com algumas das demais rotas. Um novo olhar sobre a cidade Descobrir «Lisboa, cidade escondida, cheia de esquinas recônditas e de pátios, de casas que abrem para jardins insuspeitados». Nas palavras do seu curador, Delfim Sardo, «é este o objetivo da Rota da Arte, concebida para se explorar a cidade e a sua arquitetura através de uma exposição itinerante, designada I’ll be Your Mirror. Será um percurso por alguns lugares extraordinários da cidade de Lisboa […], uma exposição espalhada por vários espaços, quer edifícios patrimoniais, quer marcos da arquitetura moderna e contemporânea, nos quais se encontrarão obras de alguns dos mais interessantes artistas portugueses contemporâneos». É um percurso de descoberta da «Lisboa escondida atrás das portas de edifícios que não são normalmente de acesso público, estruturado em dois circuitos que poderão ser percorridos durante uma semana». Trata-se de uma exposição itinerante, na qual a arquitetura se cruza com a arte contemporânea, contando com mostras de artistas nacionais como Fernanda Fragateiro, João Onofre ou José Pedro Croft, espalhadas por edifícios simbólicos. Isto possibilita aos seus visitantes «uma experiência da cidade transformada num cenário para a instalação de obras de arte, que se confrontam com o espaço, que dialogam com a arquitetura ou que fazem o espectador confrontar-se com o seu reconhecimento da cidade», explica o curador. Previsivelmente, existirá um cruzamento com a Rota da História, «porque Lisboa é sempre uma cidade de histórias, de pequenas ‘estórias’ de autodescoberta. Por isso, I’ll be Your Mirror, a exposição e o percurso, é sobre descoberta e autodescoberta, sobre o olhar 68 Cx a re v i s ta d a c a i xa Para fazer a sua reserva para as visitas da Rota da História e Rota da Arte, oferecidas pela Caixa Geral de Depósitos aos cidadãos e visitantes, envie um e-mail para [email protected] ou consulte o site oficial, www.lisbonweek.com. SÃO SETE DIAS DEDICADOS A ÁREAS TÃO DISTINTAS COMO ARTE, HISTÓRIA, MÚSICA, GASTRONOMIA, MEIO AMBIENTE, ARQUITETURA, INOVAÇÃO OU TRADIÇÃO do outro no qual nos revemos, guiados pelos lugares da cidade», revela Delfim Sardo, acrescentando que «as obras dos artistas constituem, em cada um dos casos, uma surpresa e uma revelação. Serão encontradas obras de escultura, fotografia, instalações sonoras que revelarão facetas diferentes de cada espaço, confrontando o espectador com as particularidades de cada espaço, bem como consigo mesmo». Para os interessados, ambos os percursos saem do Marquês de Pombal, diferentes de manhã e de tarde, passando por edifícios como o Bloco das Águas Livres, um edifício do arquiteto Nuno Teotónio Pereira, dos anos 50, um dos mais interessantes edifícios de habitação de Lisboa, ou o Teatro Thalia, uma recuperação realizada pelo atelier de Gonçalo Byrne com Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas da ruína do famoso teatro construído pelo Conde de Farrobo, e que é finalista do prémio FAD. Esta edição do Lisbon Week conta, ainda, com «cerca de cinco partidas diárias para cada visita guiada, dois autocarros LW-CGD que saem do Parque Eduardo VII para fazer o percurso da Arte, por isso muitas mais pessoas poderão fazer parte desta edição», explica Xana Nunes. c cultura 1. INFERNO 2. A LIVRARIA NOITE E DIA DO SENHOR PENUMBRA Dan Brown Bertrand Editora Robin Sloans 3. A COISA MAIS TERRÍVEL QUE ACONTECEU A BARNABY BROCKET Inferno marca o muito aguardado regresso de Dan Brown e do seu personagem Robert Langdon, o famoso simbologista de Harvard que protagonizou O Código Da Vinci, Anjos e Demónios e O Símbolo Perdido. Bertrand Editora John Boyne Depois de perder o seu emprego como web designer, Clay Jannon encontra emprego no turno da noite da misteriosa Livraria Noite e Dia. Um livro inteligente e divertido. Bertrand Editora (€ 19,98, na FNAC on-line) (€ 14,94, na Wook on-line) (€ 12,96, na FNAC on-line) 1 2 as escolhas de... Ágata Roquette Nutricionista A nutricionista de quem se fala, a gozar o sucesso dos seus livros A Dieta dos 31 Dias e As Regras de Ouro, revela os seus preferidos. Para grande vergonha dos pais, Barnaby parece desafiar as leis da gravidade… e flutua. E isso é algo que torna complicado conseguir ter amigos! PARA a acompanhar durante as férias, escolheu o livro A Morte Trágica da Rainha D. Estefânia, de Sara Rodri. Conciliar a profissão com a nova vertente de passar os seus conhecimentos para livros rouba-lhe o tempo livre, daí que o último filme que a marcou tenha sido Amigos Improváveis e que continue fiel aos trabalhos de Bryan Adams quando chega a hora de ouvir música. 4 3 4. ÓPERA FLUTUANTE John Barth Sextante Editora 6 8 Esta é a história do dia em que Todd Andrews, herói e narrador, impenitente, solteirão, advogado, libertino e suicida potencial, decide não se matar. 7 5 Foto: Alexandre Bordalo; D.R. (Luísa Sobral) (€ 14,94, na Wook on-line) 8. AS PERFEIÇÕES PROVISÓRIAS 7. DON’T FORGET WHO YOU ARE 6. GISELA JOÃO Gianrico Carofiglio Miles Kane Valentim de Carvalho Porto Editora Sony Music Gianrico Carofiglio foi um juiz antimáfia e um membro do Senado italiano. Chega, agora, a Portugal, com mais de quatro milhões de exemplares vendidos. Miles Kane, nome ligado aos The Last Shadow Puppets e aos The Rascals, inspira-se nas cinco últimas décadas e mostra que o rock independente está bem vivo! É a prova de que o «novo fado» existe, capaz de beber inspiração de outros universos musicais, sem renunciar às raízes que o tornaram Património da Humanidade. (€ 14,94, na Wook on-line) (€ 14,99, na FNAC on-line) (€ 11,99, na FNAC on-line) Gisela João 5. EMPREENDE A TUA AVENTURA Joan Riera e Tomás Bertrán Soler Gestão Plus Este livro convida-o a assumir o papel da protagonista, uma jovem empreendedora prestes a lançar o seu projeto. O resultado final depende das suas escolhas. (€ 14,94, na Wook on-line) Já conhece o Vantagens Caixa? Visite o Vantagens Caixa (www.vantagenscaixa.pt), onde pode descobrir todos os parceiros e benefícios associados ao seu cartão da CGD. Nele, encontrará, também, a Loja Vantagens, que se afigura um modo fácil, seguro e cómodo para fazer as suas compras. Saiba mais em www.pmelink.pt/vantagenscaixa, através do número 707 208 820 ou do e-mail [email protected]. Cx a re v i s ta d a c a i xa 69 c cultura P L A N E TA TA N G E R I N A A melhor da Europa O nome, curioso, é apenas o levantar do véu sobre um planeta de criatividade, onde há muito sumo, docinho, para miúdos. E para graúdos que se mostrem capazes de ultrapassar o preconceito de que os livros ilustrados são só para crianças Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo BEM-VINDOS ao Planeta Tangerina. Acabam de aterrar na melhor editora europeia para a infância, prémio (Bologna Prize for the Best Children’s Publisher of 2013) atribuído pelo júri da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, a mais importante do género a nível mundial. Mas, até chegar a este prémio, a história da Planeta Tangerina tem muito que contar. Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso conheceram-se no liceu e deram continuidade à amizade na Faculdade de Belas-Artes. Foi lá que conheceram Bernardo Carvalho e, assim que terminaram o curso, começaram a trabalhar com o objetivo de criar uma revista para crianças. «Isso deu-nos experiência em 70 Cx a re v i s ta d a c a i xa pensar para esse universo mais infantil», recorda Isabel Minhós, autora da maioria dos livros editados. Os primeiros passos do Planeta Tangerina foram dados como atelier de design e comunicação, e só em 2006 viriam a abrir a porta à vertente editorial. E, aos poucos, a equipa foi-se compondo: Isabel escreve, aos ilustradores Madalena e Bernardo juntou-se Yara Kono, Carolina Cordeiro é a designer de serviço, Cristina a responsável pela distribuição e João Abreu abraça as tarefa de planeamento e gestão. Uma equipa pequena, o que até pode ser uma vantagem em tempos de apertar o cinto. «O facto de sermos uma editora pequena pode ter vantagens, pois dá-nos maior flexibilidade. O nosso percurso nunca foi de grande deslumbramento e isso não se alterou com o distinção recebida em Bolonha. Claro que nos encheu de orgulho, mas o segredo é continuar a trabalhar. Sempre procurámos ser bastante equilibrados na forma como geríamos o atelier e exemplo disso é o facto de sermos nós que fazemos a distribuição dos livros, trabalho que, regra geral, uma editora entrega em equipa Bernardo Carvalho, Madalena Matoso, Isabel Minhós, Carolina Cordeiro e Cristina Lopes (de cima para baixo, da esquerda para a direita) são cinco dos sete nomes que constituem a Planeta Tangerina a uma distribuidora. No fundo, assumimos a responsabilidade de termos todo o trabalho, desde ter a ideia até colocar o livro no ponto de venda», explica Isabel Minhós. E o que é que distingue o trabalho feito no Planeta Tangerina, num universo onde cabem milhares de títulos dedicados aos mais novos? «Quando criámos a editora, o desejo foi, precisamente, poder arriscar mais. Foi podermos criar uma linha ao sabor da nossa vontade, sendo essa vontade a de fugir um pouco ao tradicional», afirma a escritora. «As histórias não são as mais convencionais, são textos que dão para todas as idades, e creio que isso é um fator que também pode aproximar as pessoas do nosso trabalho. Para além disso, os nossos livros têm uma imagem muito forte e existe uma harmonia dentro do nosso catálogo.» Essa forma diferente de abordar os temas fica bem presente, por exemplo, em Depressa, Devagar, onde um menino se vê confrontado com o ritmo do mundo dos adultos. Sem recorrer a uma típica moral da história, aborda-se um tema do quotidiano das crianças de forma a ajudá-las a pensar nesse mesmo tema. Entre o digital e a Natureza Esta vontade de não seguir algo institucionalizado tem, igualmente, retardado a entrada do Planeta Tangerina nas plataformas digitais. «Há muitas empresas a adaptar livros para essas plataformas e já tivemos muitos contactos, mas trata-se de um passo bastante grande numa área onde ainda não existem resultados concretos», explica Isabel Minhós. «Quando apostarmos neste universo, queremos fazê-lo a um nível global, não apenas em português, portanto tem de ser algo muito bem pensado e bem feito. Até porque não nos apetece fazer um simples PDF. Queremos algo que tenha interatividade.» Para já, e porque é inegável a importância das novas plataformas de comunicação, vão apostando nas redes sociais e criaram propostas de leitura no site, que podem ajudar a olhar os livros do Planeta Tangerina com maior profundidade. Outra forma de lidar com os fãs é através das visitas a escolas e a bibliotecas, momentos que acabam por contrariar a ideia de que os miúdos leem pouco. «Noto que as bibliotecas escolares são um projeto sólido, noto que o Plano Nacional de Leitura dinamizou, muito, esta relação com os livros», defende a autora. «Penso que existe muita oferta de muita coisa para os miúdos, penso que existe uma grande concorrência por parte das fontes de entretenimento digitais, mas também é verdade que existe muito mais oferta de livros. É quase impossível um miúdo não encontrar um livro de que goste, pois existem títulos para todos os gostos.» A propósito de títulos, há novidades deste Planeta Tangerina, prontas a chegarem à Terra. Num ano em que a China será mais um país na longa lista de internacionalização dos livros da editora e em que foi lançada Dois Passos e Um Salto, a nova coleção destinada a leitores mais crescidos (já está disponível O Caderno Vermelho da Rapariga Karateca), verá a luz do dia uma outra coleção de livros de cantos redondos, que propõem jogos e desafios para os mais pequeninos. Serão lançados dois novos títulos e há um projeto de peso em andamento: um grande livro, que pretende ser uma espécie de um guia sobre a Natureza, em Portugal. Está a ser preparado por duas biólogas, com muita informação sobre espécies, fauna e flora, habitats, todo ilustrado, com muitas atividades para poder fazer ao ar livre. Esse é, aliás, um dos objetivos do livro: tirar os miúdos de casa e colocá-los em contacto com a Natureza. Vai chamar-se Lá Fora. CARTÕES LOL Na Caixa, há cartões que ensinam a poupar. Sabia que a Caixa ajuda a gerir a mesada dos jovens, transferindo para a poupança o montante não utilizado durante o mês? É isso que acontece com os cartões LOL. O LOL Júnior (10-15 anos) e o LOL (15-18 anos) são cartões pré-pagos que funcionam com base num valor previamente carregado, que pode ser pontual ou agendado. O nível de segurança na utilização é muito elevado, já que todas as operações requerem o número de identificação pessoal e os gastos são limitados ao saldo existente. No caso do LOL Júnior, existe, mesmo, um limite diário de utilização, atualmente de 50 euros, conferindo, ainda, maior proteção e controlo dos gastos. A vertente didática destes cartões é, também, um fator muito importante, já que é o jovem que gere e se responsabiliza pelo dinheiro, avaliando as opções de compra de acordo com o saldo de que dispõe. E essa gestão passa também pela poupança. Esta opção funciona de um modo muito simples: no final de cada mês, o que sobrar no saldo do cartão é guardado e, sempre que atinja um euro ou mais, é transferido, automaticamente, para a conta de poupança Caixa Projecto, onde fica a render juros. Cx a re v i s ta d a c a i xa 71 agenda EXPOSIÇÕES Serviço Educativo da Culturgest propõe «os sentimentos» como base do trabalho das suas oficinas de expressões artísticas contemporâneas durante as férias. Vários artistas darão voz, corpo, interpretação e expressão às inúmeras possibilidades que este tema levanta. Jos de Gruyter & Harald Thys Até 21.09 Fundação CGD – Culturgest, Porto Os dois artistas belgas trabalham em conjunto desde o final dos anos 80, tendo produzido numerosas obras em vídeo, pelas quais são mais conhecidos. Inspirando-se no quotidiano e recorrendo a um humor absurdo, retratam, de forma caricatural e impiedosa, a nossa condição humana. Entrada gratuita. VÁRIOS Lisbon Week MÚSICA Entre 20 e 21 de setembro, o festival Caixa Alfama – Aqui Mora o Fado reunirá alguns dos melhores fadistas nacionais. Por palcos como o Museu do Fado, o Pavilhão Arena, o Centro Cultural Dr. Magalhães Lima e o Palco Caixa, que ficará situado junto ao Tejo, passarão nomes como Ana Moura, Camané, António Zambujo, Gisela João e Cuca Roseta, entre muitos outros já confirmados. Esta é a primeira edição de um festival único e inovador, promovido pela CGD e pela Musica no Coração, que promete dar outra vida a um dos mais típicos bairros da capital, Alfama. O bilhete único para os dois dias do festival custa 35 euros. Os bilhetes serão, depois, trocados nas bilheteiras do festival, sediadas no Museu do Fado, a partir do dia 19 de setembro, por uma pulseira que dará acesso a todos os espaços da iniciativa, até ao limite de lotação de cada um. Em Tomo do Acervo Serviço Educativo Caixa Alfama 20 e 21.09 Vários locais, Lisboa Tell It To My Heart Até 08.09 Fundação CGD – Culturgest, Lisboa Julie Ault foi uma das forças motrizes por trás do Group Material (1979-1996), coletivo de artistas, de composição variável, que explorou a relação entre arte, ativismo e política. Em Tell It To My Heart, é mostrada uma seleção muito ampla de obras de arte que Julie Ault foi reunindo ao longo dos anos, ao sabor das amizades, cumplicidades e colaborações. CONDIÇÕES PARA CLIENTES DA CGD 40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA. 30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA EXCLUSIVE, LEISURE E CAIXADRIVE. 72 Cx a re v i s ta d a c a i xa Até 29.09 Atelier-Museu Júlio Pomar, Lisboa Num edifício totalmente renovado por Álvaro Siza Vieira para pôr em evidência as obras de Júlio Pomar, com o qual a CGD tem mantido uma significativa parceria, esta exposição inaugural organiza-se em torno de quatro eixos: o neorrealismo dos anos 40 e 50; a exploração do movimento e do gesto dos anos 60; a colagem e assemblages dos anos 70; e a viagem à Amazónia e a série de pinturas de índios, influenciada por essa experiência, dos anos 80 e 90. Entrada gratuita. 21 a 28.09 Lisboa (vários locais) Na sua segunda edição, o Lisbon Week volta a contar com o apoio da CGD, desta vez, enquanto mecenas da Rota CGD História e da Rota CGD Arte. Este ano, a viagem pela história de Lisboa será feita pelas narrativas da Rua das Portas de Santo Antão, sendo organizadas visitas guiadas num roteiro pensado por Sarmento de Matos. Já a Rota CGD Arte tem a grande inovação da exposição I’ll be your mirror e guiará o público por um conjunto de edifícios simbólicos que irão alojar exposições de artistas nacionais. As reservas para estas visitas estão disponíveis através do e-mail [email protected]. Férias de Verão na Culturgest Até 06.09 Fundação CGD – Culturgest, Lisboa Com dois programas distintos – dos 5 aos 7 e dos 8 aos 12 anos –, as férias de verão organizadas pela Culturgest atribuem conceitos únicos a cada semana de oficinas. Aproveitando a longa temporada de verão, o Trienal de Arquitectura 12.09 a 15.12 Lisboa Close, Closer, a 3.ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, propõe uma leitura alternativa da prática espacial contemporânea. Ao longo de três meses, a curadora geral Beatrice Galilee e os curadores Liam Young, Mariana Pestana e José Esparza Chong Cuy (foto ao lado) vão explorar as múltiplas possibilidades da produção arquitetónica, através de exposições experimentais, eventos, performances e debates. Fotos: Clockwise from left: Felix Gonzalez-Torres; Corita Kent; Tim Rollins & K.O.S., Malcolm X, By Any Means Necessary—Satan (Tell it to my heart); Trienal: D.R. a vintage v ESCARRADOR Mudando mentalidades Com o seu quê de grotesco, o nome deixa antever a finalidade. O objetivo, porém, era mais ambicioso e visava o combate da tuberculose Por Gabinete do Património Histórico da CGD Fotografia João Cupertino No final do século XIX e primeira metade do século XX, a Europa debatia-se com um enorme problema de saúde pública devido à tuberculose. Extremamente contagiosa e resistente aos tratamentos, a doença viria a desencadear uma grande transformação ao nível das estruturas sociais, médicas e sanitárias. Foi neste contexto que surgiram os escarradores ou cuspidores, objetos obrigatórios nos locais públicos e que continham um produto antissético. Serviam para recolher a expetoração, numa época em que cuspir para o chão, nos transportes públicos ou nos estabelecimentos, era uma prática vulgar. Procurando acabar com este hábito, ele próprio facilitador da propagação do vírus, foi promulgado o edital de 14 de fevereiro de 1902, assinado pelo históricos de 1902 No ano em que se proibia cuspir fora dos escarradores, outros eventos «contaminaram» o ar dos tempos. Nasce o escritor norte-americano John Steinbeck, que viria a conquistar o Prémio Nobel da Literatura, em 1962, com As Vinhas da Ira. 1. Sir Arthur Conan Doyle, «pai» do célebre detetive Sherlock Holmes, publica o livro O Cão dos Baskervilles, uma das suas obras-primas. 2. Foi o médico alemão Robert Koch que, em 1882, descobriu o bacilo (Koch) causador da doença, concluindo que a sua transmissão se fazia pelo ar, através da saliva e dos espirros de pessoas contaminadas. Em Portugal, a tuberculose era, então, a doença que maior número de mortes causava. Foi a rainha D. Amélia que iniciou um vasto programa de combate à doença: em 1892, fundou o Instituto Bacteriológico de Lisboa e, em 1893, o primeiro dispensário, em Alcântara, a Assistência Nacional aos Tuberculosos, a que se seguiram outras iniciativas. Mais tarde, intensificou-se a criação de sanatórios, dispensários, centros hospitalares e de profilaxia (que permitiam o diagnóstico precoce, através de provas de tuberculina e de análises clínicas), a vacinação pela BCG e a medicina preventiva. Implementaram-se, ainda, regras e estratégias sociais de educação alimentar e sanitária, melhores condições de trabalho e de habitabilidade. FACTOS O clube de futebol brasileiro Fluminense Football Club é criado no Rio de Janeiro. 3. governador civil de Lisboa, que proibia cuspir fora dos escarradores próprios, sob pena de multa de 500 réis. 4. Hoje, os escarradores fazem parte dos acervos museológicos e de coleções particulares. Com grande diversidade, apresentam-se simples ou profundamente decorados, em vários materiais, como o esmalte, a porcelana, o vidro e o metal nobre. Os formatos são, também, vários: de pé alto, para uso público; os médios, parte do mobiliário das casas; e os de bolso ou de uso pessoal, pequenos frascos de vidro ou caixas metálicas que continham areia ou serradura. 5. Este escarrador metálico com a sigla da CGD pertence ao acervo museológico do Banco e é um dos exemplares que fizeram parte do mobiliário das suas Agências. Fruto de um período em que se visava mudar mentalidades e se começava a assumir a prevenção e a informação como fontes de progresso. 8. Nasce um dos nomes mais sonantes das letras brasileiras, o poeta Carlos Drummond de Andrade. Theodore Roosevelt torna-se o primeiro Presidente norte-americano a viajar de automóvel. 6. 7. Eduardo VII é coroado rei de Inglaterra. Nasce Josémaria Escrivá de Balaguer, padre espanhol que viria a fundar a Opus Dei. A iluminação elétrica é alargada a toda a cidade de Lisboa. Morre o escritor francês Émile Zola. 9. 10. Termina a Segunda Guerra dos Boers, na África do Sul, com a vitória das tropas britânicas. Cx a rev i s ta d a ca i xa 73 f fecho FESTIVAL DAS ARTES C A R TÃO M T V A Caixa e a MTV num só cartão A Caixa apoiou, uma vez mais, o Festival das Artes, que tem lugar anualmente, em Coimbra. Na sua quinta edição (16 a 23 de julho), o festival abriu-se ao tema da Natureza, uma escolha óbvia dado o evento ter-se realizado na Quinta das Lágrimas. Consolidado como um dos momentos de excelência no panorama cultural português, o festival apresenta um conceito inédito em Portugal, oferecendo dezenas de eventos que ilustram os olhares de uma grande diversidade de linguagens estéticas e expressivas sobre um tema comum. Em nenhum outro festival se convoca, simultaneamente, a atenção do público para um leque tão vasto de propostas. Música, teatro, dança, literatura, cinema e artes plásticas foram, apenas, algumas das iniciativas à disposição. Além disso, houve, ainda, muito para descobrir, como banda desenhada, património, gastronomia e até algumas áreas científicas. Este ano, destacaram-se as participações da Orquestra Gulbenkian e da Metropolitana de Lisboa, da Companhia Nacional de Bailado e do pianista António Rosado. Houve, também, uma adaptação do Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira, e uma parceria inesperada entre o Duo Cordis e Cuca Roseta. Este evento conquistou, em 2010, uma menção honrosa, na categoria de eventos, dos Prémios Turismo de Portugal. Um cartão para aqueles que não vivem sem música, que dá acesso a concertos, festas, passatempos e muito mais O cartão MTV é ideal para os loucos por música, aqueles que não perdem um concerto e que sonham estar frente a frente com a banda favorita. E porquê? Porque este cartão dá acesso: > A passatempos exclusivos, através dos quais os Clientes podem ir a festas e a concertos especiais, assim como a eventos MTV, onde podem conhecer as maiores estrelas da música mundial; > A descontos em cinema, música, cultura e muito mais. o símbolo VISA, em Portugal e no estrangeiro. Já o cartão de crédito MTV (1) está disponível a partir dos 18 anos e permite adquirir bens e serviços a crédito, em estabelecimentos da rede Visa. Além disso, é, ainda, possível efetuar levantamentos a crédito (cash advance) nos caixas automáticos e balcões de agências bancárias identificadas com o símbolo Visa, em Portugual e no estrangeiro. UM CARTÃO QUE FAZ E ACONTECE... Disponível para quem tem mais de 15 anos, na sua versão de débito, o Cartão MTV dá acesso à conta à ordem na Caixa, permitindo efetuar pagamentos, levantamentos, compras e outras operações. Para tal, o cartão pode ser utilizado no serviço Caixautomática, nos caixas automáticos da rede multibanco e em estabelecimentos comerciais identificados com SEMPRE SEGURO Em caso de extravio, furto ou roubo, o Cartão MTV tem uma cobertura (2) contra gastos abusivos, no valor de 2500 euros por sinistro e 12 500 euros por ano. E as primeiras mil novas adesões ao cartão de crédito ou de débito MTV, entre 12 de junho e o final de 2013, dão direito a uma pasta para portátil. Mais informações em www.cgd.pt, em www. cartaomtv.com ou numa Agência da Caixa. (1) TAEG de 18,7%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,50%. (2) Esta informação não dispensa a consulta das Condições Gerais e Específicas da Apólice disponível em qualquer Agência da Caixa. O Atelier-Museu Júlio Pomar realiza, neste primeiro ano de existência, o ciclo de conferências o MUSEU OKUPA – Museus que Ocupam Espaços com Memórias, uma iniciativa comissariada e moderada por Nuno Grande. O primeiro encontro teve lugar no dia 6 de julho, no espaço do Atelier-Museu, e contou com Álvaro Siza Vieira (entrevistado na Cx n.º 9), João Luís Carrilho da Graça, João Mendes Ribeiro e Ricardo Carvalho como oradores. A iniciativa procurou debater os problemas e desafios 74 Cx a rev i s ta d a ca i xa que se colocam aos vários profissionais no momento de projetar os espaços museológicos em lugares originalmente dedicados a outras funções. Inaugurado em abril de 2013, pela Fundação Júlio Pomar, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, o Atelier-Museu Júlio Pomar apresenta, na sua primeira exposição, um conjunto de 100 obras do acervo, que percorrem várias fases do percurso do artista. A atividade da Fundação Júlio Pomar é apoiada desde 2005 pela Caixa Geral de Depósitos. Fotos: D.R. MUSEU OKUPA – ATELIER-MUSEU JÚLIO POMAR APP CAIXADIRECTA INSTALE A CAIXA NO SEU SMARTPHONE OU TABLET. 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