Dissertao Adriane Cristina Bernat
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Dissertao Adriane Cristina Bernat
UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE Prevalência de Sintomas Respiratórios e Fatores Associados no Município de Lages, SC, Brasil, 2007. Adriane Cristina Bernat Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Profª.Dr.a Maria Conceição de Oliveira Lages 2008 Prevalência de Sintomas Respiratórios e Fatores Associados no Município de Lages, SC, Brasil, 2007. Adriane Cristina Bernat Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Profª.Dr.a Maria Conceição de Oliveira Lages 2008 Dedico esta dissertação ao meu noivo Alexandre que esteve sempre me incentivando e me apoiando e, também pela paciência. À minha mãe que sempre me incentivou a realizar meus objetivos com muita garra. Agradecimentos A Deus pela oportunidade que me deu em ter força e coragem na realização deste Curso. Ao meu noivo Alexandre Kolankiewicz por entender a distância e o tempo devido a esse estudo. Vencemos juntos mais uma batalha. Valeu. Aos meus queridos pais e irmãs pelo apoio incansável. À minha orientadora doutora Maria Conceição de Oliveira que com sua sabedoria sempre me orientou com grande tranqüilidade. À secretária municipal de saúde de Rodeio Cíntia Marchi pela dispensa e compreensão e em nome dela agradeço a toda equipe. À direção do Hospital e Maternidade Oase pela compreensão e liberação para o curso. Á gerente de enfermagem Dayse Wolf pelo apoio. À minha equipe de enfermagem pela compreensão, apoio e calma nos momentos em que tive que estar ausente devido a este estudo. À doutora Karen Glazer Peres pelo estímulo constante e ajuda com o seu conhecimento e companheirismo que somente as grandes pessoas são dotadas. À enfermeira Liliane Zorzo pela trocas de plantão que realizou para eu poder estar ausente do hospital. Ao meu amigo Jonas Nunes pela ajuda na tradução dos textos e correção gramatical. Obrigada! Á minha segunda mãe Jaqueline Hertel que sempre me apoiou e incentivou. À Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC) por financiar esse estudo. À Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado, Prof.a Dr.a Izabella Barison Matos, pela sua luta incansável para garantir a realização deste curso. Aos professores do Mestrado, pela disponibilidade e atenção dedicadas ao decorrer do Curso, profissionais dedicados e competentes. Aos colegas da turma do Mestrado, por todos os momentos compartilhados, minha amizade e gratidão e em especial a minha amiga Caroline Colla pelo apoio e recepção em sua casa para a realização deste trabalho. Aos bolsistas que participaram da pesquisa. Aos funcionários da Uniplac, em especial à Cris (Apoio aos Mestrados). Resumo Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças respiratórias constituem importante causa de morte em adultos e crianças no mundo e representam altos custos para a sua assistência. Para estimar a prevalência de sintomas respiratórios auto-referidos e os fatores associados em adultos de ambos os sexos, em Lages, SC foi realizado um estudo transversal de base populacional (n=2.051). Sintomas de bronquite crônica, falta de ar e chiado no peito foram investigados, além de características demográficas, socioeconômicas, de ambiente de trabalho, moradia e tabagismo. Utilizou-se análise de regressão de Poisson para identificar as possíveis associações. A taxa de resposta foi de 98,6%. A prevalência de bronquite crônica foi de 5,0%, chiado no peito 20,2% e falta de ar 35,7%. Análises ajustadas mostraram presença de bronquite crônica associada à baixa escolaridade (> 8 anos vs. < 5 anos de estudo), fumar 10 ou mais pacotes de cigarros ao ano e internação por problemas de pulmão na infância. Presença de chiado no peito associou-se ao sexo feminino, escolaridade (> 8 anos vs. < 5 anos de estudo), renda familiar (1o quartil vs. último quartil), cor da pele (branca vs. preta), história de internação por problemas de pulmão na infância, ser fumante e trabalhar com poeira ou pó. Falta de ar associou-se ao sexo feminino, escolaridade (> 8 anos vs. <5 anos de estudo), renda familiar (1o quartil vs. último quartil), cor da pele (branca vs. parda), história de internação por problemas de pulmão na infância, ser fumante e trabalhar com poeira ou pó. As prevalências encontradas foram semelhantes às de outros estudos. Particularidades do clima e das atividades laborais da população devem ser consideradas no planejamento das ações em saúde. Palavras-chave: sintomas respiratórios, prevalência, fatores associados, estudo populacional Abstract The chronic diseases not transmissible, the breathing diseases constitute important death cause in adults and children in the world and they represent high costs for its attendance. To estimate the prevalence of self-rated respiratory symptoms and the associated factors in adults of both sex, a cross sectional population based study was carried out in, Lages, SC (n=2.051). Symptoms of wheezing, chronic bronchitis, and less breathing were analyzed. Therefore, demographic, socioeconomics, job environment, type of residence, and tabagism characteristics were also investigated. Multivariate Poisson regression statistical analyses were carried out in order to identify possible associations. The response rate 98,6%. The prevalence of chronic bronchitis was 5.0% (IC 95% 4.1;6.0), wheezing 20.2 % (IC 95%18.4;21.9) and breathing 35.7% (IC95% 33.5; 37.8). The adjusted analysis showed presence of chronic bronchitis associated to low schooling (>8 years vs. <5 years of study), to smoke 10 or more packages of cigarettes annually and hospitalization due lung problems in childhood. Presence of wheezing showed association to be female, to have low schooling (>8years vs.<5 years of study), low family income (first quartile vs. last quartile), black skin color (white vs. black), hospitalization due lung problems in childhood, being a smoker and to work with dust and powder. Presence of Breathing was associated with to be female sex, low schooling (>8 years vs.<5 years of study) low family income (first quartile vs. last quartile) hospitalization due lung problems in childhood, being a smoker and to work with dust and powder. The prevalences found of the respiratory symptoms are similar with other studies. Particularities of weather and laboral activities of the population may be considered during planning the preventive actions for respiratory diseases. Key words: respiratory symptoms, prevalence, associated factors, population study. Abreviaturas AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos CEP – Comitê de Ética em Pesquisa DALYS – Anos Ajustados de Vida Perdidos por Incapacidades DCNT - Doenças Crônicos Não Transmissíveis DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ECRHS - European Commission Respiratory Health Study EUA – Estados Unidos da América HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana INCA – Instituto Nacional de Câncer ISAAC - International Study of Asthma and Allergies in Chidhood OMS – Organização Mundial da Saúde OPAS – Organização Pan-americana de Saúde PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PPGSC – Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense SC – Santa Catarina SIM – Sistema de Informação de Mortalidade SMS – Secretaria Municipal de Saúde SP – São Paulo SUS - Sistema Único de Saúde SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido VEF – Volume Expiratório Forçado VIGIESCOLA – Vigilância de Tabagismo em Escolares VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 10 2. OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------------ 14 2.1 Objetivo Geral -------------------------------------------------------------------------------- 14 2.2 Objetivos Específicos ------------------------------------------------------------------------ 14 3. REVISÃO DA LITERATURA -------------------------------------------------------------- 15 3.1 A Importância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ----------------- 15 3.2 As Doenças Respiratórias no quadro das DCNT ---------------------------------------- 18 3.3 Estudos semelhantes sobre problemas respiratórios auto-referidos investigados em inquéritos populacionais ------------------------------------------------------------------------- 20 3.5 Epidemiologia das Doenças Respiratórias ------------------------------------------------ 22 3.6 Prevalência das Doenças Respiratórias---------------------------------------------------- 23 3.6.1 Prevalência Nacional ................................................................................................... 23 3.6.2 Prevalência Internacional ........................................................................................... 24 4. FATORES ASSOCIADOS ÀS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS ---------------------- 26 4.1 Tabagismo ------------------------------------------------------------------------------------- 26 4.1.2 Exposição Passiva à fumaça do cigarro....................................................................... 29 4.1.3 Poluição Extra Domiciliar ........................................................................................... 30 4.1.4 Infecções do trato respiratório na infância .................................................................. 31 4.1.5 Sexo ............................................................................................................................. 32 4.1.6 Condições socioeconômicas ........................................................................................ 32 5. MÉTODO --------------------------------------------------------------------------------------- 32 5.1 Local do estudo ------------------------------------------------------------------------------- 32 5.2 População de estudo-------------------------------------------------------------------------- 33 5.2.1 Critérios de inclusão ................................................................................................... 33 5.2.2 Critérios de exclusão ................................................................................................... 34 5.3 Tipo de estudo -------------------------------------------------------------------------------- 34 5.4 Cálculo e seleção da amostra --------------------------------------------------------------- 35 5.4.1 Tamanho da Amostra .................................................................................................. 35 5.4.2 Seleção da amostra ...................................................................................................... 36 5.4.3 Critérios para considerar perda.................................................................................... 37 5.5 Instrumento de pesquisa --------------------------------------------------------------------- 37 5.6 Coleta de dados ------------------------------------------------------------------------------- 38 5.6.1 Variável dependente - o desfecho: problemas respiratórios........................................ 39 5.6.2 Variáveis exploratórias ................................................................................................ 42 5.7 Pré-teste ---------------------------------------------------------------------------------------- 43 5.8 Estudo piloto ---------------------------------------------------------------------------------- 43 5.9 Equipe de trabalho – Logístico ------------------------------------------------------------- 43 5.10 Controle de qualidade ---------------------------------------------------------------------- 45 5.11 Análise dos Dados -------------------------------------------------------------------------- 45 5.12 Ética------------------------------------------------------------------------------------------- 46 6. RESULTADOS -------------------------------------------------------------------------------- 47 7. DISCUSSÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 54 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 57 Neste trabalho foram documentados os passos detalhados desta pesquisa e todas as fases realizadas ao longo do curso, os quais proporcionaram uma experiência muito rica para nós mestrandos. Além disso, obteve-se um diagnóstico das condições de saúde da população da cidade de Lages a fim de instrumentalizar o planejamento de políticas de saúde; objetivando diminuir as prevalências identificadas e evitar fatores associados por meio de ações e trabalhos de prevenção e promoção da saúde. ----------------------- 58 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------------ 60 10. LISTA DE ANEXOS ------------------------------------------------------------------------ 67 10 1. INTRODUÇÃO Doenças crônicas oneram de forma significativa o Sistema Único de Saúde (SUS) e, se não prevenidas e gerenciadas adequadamente, continuarão determinando um custo crescente da assistência médica, de enfermagem e outros em razão da permanente e necessária incorporação tecnológica. O grande número de mortes prematuras e de incapacidades faz com que, para o enfretamento das novas epidemias causadas pelas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sejam necessários significativos investimentos em pesquisa, no planejamento de modelos de vigilância, prevenção, promoção da saúde e defesa para que sejam alcançados níveis desejáveis de vida saudável. O Brasil, acompanhando a tendência mundial, tem passado pelos processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional desde há alguns séculos resultando em alterações nos padrões de ocorrência de patologias, como um aumento significativo da prevalência das DCNT1. Dentre elas, as doenças respiratórias constituem importante causa de morte em adultos e crianças no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estes agravos representam cerca de 8% do total de mortes nos países desenvolvidos e 5% em países em desenvolvimento2. Além disso, mensurada em DALYs (anos ajustados de vida perdidos por incapacidades), a carga das doenças respiratórias crônicas, em 2005, correspondia a 4,0% da carga total de doenças no mundo e a 8,3% da carga de doenças crônicas3. As doenças respiratórias são ainda causa freqüente de absenteísmo na escola e no trabalho, além de exercerem enorme pressão sobre a gestão dos serviços de saúde2. No Brasil, tais agravos também ocupam posição de destaque. Entre as principais causas de internação no SUS, em 2001, as doenças respiratórias crônicas e agudas ocuparam o segundo lugar em freqüência, tendo sido responsáveis por aproximadamente 16% de todas as internações do sistema2. Doenças, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), ocupam as principais posições em morbidade e mortalidade no país, como apontam Yaksic et 11 al4. Os autores ressaltam ainda, que de acordo com as fontes governamentais, um quarto de todas as hospitalizações por problemas respiratórios em adultos ocorre devido a DPOC sendo, portanto, considerada um problema de saúde pública4. No município de Lages (SC), mortes por doenças respiratórias, em 2004, ocuparam o quarto lugar na lista dos índices de mortalidade geral. No ano de 2006, ocuparam o terceiro lugar com um total de 126 óbitos (14%), sendo 65 do sexo masculino e 61 do sexo feminino. Em Santa Catarina, no ano de 2006, óbitos por doenças do aparelho respiratório ocuparam o quarto lugar com 11,2% (1765 do sexo masculino e 1249 do sexo feminino) de um total de 3014 óbitos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)5. Pesquisas epidemiológicas de base populacional em municípios de pequeno e médio porte são ainda escassas na literatura nacional. Tais investigações podem contribuir para o planejamento de medidas de prevenção e programas de intervenção. Um aspecto relevante, considerando os problemas respiratórios, refere-se às características e ao estilo de vida das populações de regiões frias do Brasil, que são ainda pouco investigadas. Nestes tipos de pesquisa destacam-se os inquéritos epidemiológicos que, freqüentemente, incluem módulos relacionados à auto-referência de problemas de saúde, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 19986 e 20037. Um estudo multicêntrico envolvendo grandes cidades da América Latina, como São Paulo, Cidade do México, entre outras, também abordou a investigação de sintomas respiratórios auto-referidos8. Os inquéritos realizados no Brasil como um todo, são fundamentais para construir um panorama nacional, permitindo desagregar as informações, no máximo, até em nível dos estados6. Inquéritos de saúde de alcance local e regional tornam-se necessários e importantes para dar conta do conhecimento sobre as diversas condições de saúde dessas populações9. Entretanto, existem ainda poucos estudos de base populacional que tenham investigado os problemas respiratórios e seus fatores associados. 12 Do ponto de vista epidemiológico, estimar a prevalência de sintomas respiratórios em uma população contribui para compor um indicador indireto sobre as doenças respiratórias agudas e crônicas com alto grau de confiabilidade11. A auto-referência é uma maneira simples e direta para obter informações sobre a saúde e apresenta bons níveis de concordância, reprodutibilidade e custo-benefício, em comparação aos resultados obtidos de avaliações clínicas9. Quanto às doenças pulmonares crônicas, estas também podem ser detectadas, através de sintomas relatados em entrevistas pessoais utilizando-se questionário padronizado12. Pesquisadores apontam que informações oriundas de inquéritos têm maior validade na predição de futuras incapacidades 13. Esse é um estudo sobre a prevalência de sintomas respiratórios e seus fatores associados na população adulta do município de Lages, SC. Destaca-se ainda a importância deste estudo devido não ter sido realizado nenhum trabalho semelhante neste município. Esse trabalho é parte de um estudo transversal de base populacional domiciliar, realizado em 2007, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva/PPGSC, cujo título do projeto de pesquisa é “Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages, SC, 2007”. O objetivo foi investigar as condições socioeconômicas e os principais problemas de saúde auto-referidos dessa população e a pesquisa foi financiada pelo fundo de Incentivo ao Desenvolvimento da Pesquisa da UNIPLAC. Elaborou-se então uma dissertação com uma breve introdução, em segundo lugar descreve-se os objetivos, a seguir efetua-se a revisão da literatura, descreve-se os procedimentos metodológicos contextualizando o local onde este estudo foi realizado, o instrumento de pesquisa, o detalhamento de diversas etapas e o tratamento estatístico dos dados. Enfim apresenta-se os resultados, a sua discussão, encerrando-se as considerações finais. 13 Conforme orientação do PPGSC essa dissertação originará um artigo que será submetido a periódico indexado. 14 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Conhecer a prevalência de sintomas respiratórios e fatores associados na população do município de Lages, SC. 2.2 Objetivos Específicos 2.2.1 Estimar a prevalência de sintomas respiratórios na população de estudo. 2.2.2 Identificar as condições socioeconômicas e demográficas associadas aos problemas respiratórios. 2.2.3 Identificar os fatores associados aos problemas respiratórios, tais como história de doença respiratória severa na infância, tabagismo, exposição laboral á pó ou poeira, fogão à lenha, entre outros. 15 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1 A Importância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) Nas últimas décadas as Doenças Crônicas Não Transmissíveis passaram a liderar as causas de óbito no Brasil, ultrapassando as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (DIP), na década de 80. O Ministério da Saúde vem desenvolvendo várias ações, em articulação com diversos setores governamentais e não governamentais, objetivando promover a qualidade de vida, prevenir e controlar as DCNT. A “Vigilância em DCNT” consiste em um conjunto de ações que possibilitam conhecer a distribuição, magnitude, tendência e seus fatores de risco na população identificando seus condicionantes sociais, econômicos e ambientais com o objetivo de subsidiar o planejamento, execução e avaliação da prevenção e controle das mesmas. A experiência de outros países mostra que o sucesso das intervenções, no que se refere aos fatores de risco e à redução da prevalência das DCNT, tem sido atribuído ao enfoque na vigilância de fatores comuns de risco e na promoção de modos de viver favoráveis à saúde e à qualidade de vida tendo um custo menor do que as abordagens para as doenças específicas14. A partir das últimas décadas do século passado vem sendo observado no Brasil dois processos têm produzido importantes mudanças no perfil das doenças ocorrentes em sua população14,1. O primeiro refere-se à “Transição Demográfica” com significativa diminuição das taxas de fecundidade, natalidade e aumento progressivo na expectativa de vida. Como resultado verifica-se o progressivo aumento da proporção de idosos, em relação aos demais grupos etários, tendência essa que deverá se ampliar nos próximos 20 anos. O segundo processo é caracterizado por importante mudança no perfil de morbimortalidade, denominado de transição epidemiológica que, ainda apresenta importantes diversidades regionais decorrentes das diferenças sócio-econômicas e de acesso aos serviços de saúde resultando em 16 um “modelo polarizado de transição”. Nesse modelo de transição temos, em distintas regiões, a ocorrência, ainda alta, de doenças infecciosas e o crescimento da morbidade e de mortalidade por DCNT. A transição epidemiológica decorre devido a outros fatores como a urbanização, o acesso a serviços de saúde, os meios de diagnóstico e as mudanças culturais expressivas ocorridas nas últimas décadas14. As DCNTs representam um dos principais desafios à saúde para o desenvolvimento global nas próximas décadas. Ameaçam a qualidade de vida de milhões de pessoas e apresentam grande impacto econômico para países de baixa e média renda. Diante disto a OMS propôs aos países membros, o estabelecimento de compromissos para a redução das taxas de morbimortalidade, por meio de ações de prevenção dos seus principais fatores de risco, como o tabagismo, alimentação adequada, sedentarismo, hipertensão, obesidade e o consumo de álcool6. As estimativas da OMS apontam as DCNTs como responsáveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doenças. No Brasil, em 2004, elas responderam por 62,8% do total de mortes por causa conhecida6. As mudanças nos padrões de ocorrência das doenças têm imposto novos desafios, não somente para gestores e tomadores de decisão do setor saúde, mas também para outros setores governamentais. Neste contexto destaca-se o desafio do financiamento das ações. O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), desenvolveu ações com o objetivo de estruturar o Sistema de Vigilância das DCNT nas três esferas do SUS. Dentre estas ações destaca-se o VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - objetivando o monitoramento contínuo da freqüência e da distribuição de fatores de risco e proteção para DCNT em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. O sistema realiza entrevistas telefônicas, assistidas por computador, através de amostragem probabilística da população adulta residente em domicílios servidos por linhas fixas de telefone de cada cidade6. 17 Nos últimos 50 anos houve um aumento crescente na utilização de informações obtidas por meio de inquéritos domiciliares para a avaliação do estado de saúde da população incorporando as dimensões agudas e crônicas das doenças. Essas pesquisas, baseadas na autoavaliação do estado de saúde dos entrevistados, têm como principal vantagem o potencial para coleta de informações com base em grandes amostras, muitas vezes com representatividade nacional, a um custo relativamente baixo, principalmente, quando comparadas com as que são obtidas por meio da avaliação clínica. Os conhecimentos epidemiológicos sobre as DCNT, tratamentos e métodos para os estudos de tendências tiveram origem nos países desenvolvidos da América do Norte e Europa. No Brasil, nota-se que estes estudos ainda são escassos na área da Saúde Coletiva limitando a caracterização epidemiológica dessas doenças e dificultando a implementação de programas para a vigilância, o controle e/ ou prevenção havendo, ainda, a agravante pela dimensão continental do território nacional15. Devido ao fato de haverem poucos estudos epidemiológicos de base populacional, que se atribui ampla importância, devido à transição epidemiológica, e da dimensão em termos de saúde pública do impacto das DCNT’s em geral. Aplica-se a metodologia de auto-avaliação de saúde, que se caracteriza como melhor instrumento para avaliar condições de saúde em inquéritos populacionais, devido à sua fácil aplicação e baixo custo, grande representatividade em nível nacional, aliados à confiabilidade de suas informações10. Estes estudos apresentam como principal vantagem uma avaliação do estado de saúde a partir da percepção do próprio indivíduo, que inclui as dimensões biológica, psicológica, social e cultural acerca do processo de saúde e doença, diferentemente de quando são avaliados somente do ponto de vista clínico16. 18 3.2 As Doenças Respiratórias no quadro das DCNT Descreve-se a seguir o grupo das principais doenças respiratórias investigadas no inquérito populacional e que integram as DCNTs. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) denota um grupo de distúrbios respiratórios caracterizados pela obstrução crônica e recorrente do fluxo de ar nas vias aéreas pulmonares. Compreende dois tipos de doença obstrutiva das vias aéreas: o enfisema, com dilatação dos espaços aéreos e destruição do tecido pulmonar e a bronquite obstrutiva crônica, com obstrução das pequenas vias aéreas17. A DPOC é caracterizada clinicamente pela presença crônica de sintomas, como tosse e produção de catarro, e em casos mais avançados, dispnéias aos esforços ou em repouso, decorrentes das alterações da mecânica pulmonar e da troca gasosa e da diminuição aeróbica muscular periférica. Sabe-se até o presente, com excessão à cessação do tabagismo, que não existem alternativas terapêuticas capazes de alterar o declínio progressivo do volume expiratório forçado no primeiro segundo18. A bronquite crônica é considerada outro distúrbio respiratório. De acordo com Honing et al19, é definida clinicamente como a presença de escarro não atribuível a outras causas na maioria dos dias, no mínimo de 03 meses em dois anos consecutivos. Na bronquite crônica Porth17 afirma que a obstrução das vias aéreas é causada pela inflamação das grandes e pequenas vias aéreas. Há edema e hiperplasia das glândulas submucosas, bem como secreção excessiva de muco na árvore brônquica. História de tosse produtiva crônica de duração superior a três meses, por mais de dois anos consecutivos, é necessária para o diagnóstico de bronquite crônica. Tipicamente, a tosse já está presente com o aumento gradual nas exacerbações agudas que produzem escarro francamente purulento. A bronquite crônica ocorre mais comumente em homens de meia idade e associa-se à irritação crônica causada pelo fumo e por infecções recorrentes. Nos Estados Unidos, o fumo é a causa mais importante 19 de bronquite crônica. As infecções viróticas e bacterianas são consideradas mais comuns em pessoas com bronquite crônica, sendo a conseqüência do problema e não a causa dele17. A asma é uma doença inflamatória crônica da via aérea inferior que se caracteriza por limitação variável do fluxo aéreo e responsividade aumentada da traquéia e dos brônquios a vários estímulos, manifestando-se por sintomas persistentes ou paroxísticos de dispnéia, aperto no peito, sibilância e tosse20. O enfisema pulmonar caracteriza-se pela perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos espaços aéreos, com destruição das paredes alveolares e dos leitos capilares. Duas das causas reconhecidas de enfisema são: o fumo, que causa lesões pulmonares, e uma deficiência hereditária de α1-antitripsina, uma enzima antiprotease, que protege o pulmão das lesões. Além da deficiência hereditária de antitripsina, fatores genéticos também podem contribuir em fumantes que vem a apresentar DPOC na idade mais precoce. A fumaça do cigarro e outros irritantes, além da produção e liberação das antiproteases pode não ser adequada para neutralizar a produção excessiva de proteases, de modo que o processo de destruição dos tecidos elásticos não sofra oposição17 . 20 3.3 Estudos semelhantes sobre problemas respiratórios auto-referidos investigados em inquéritos populacionais Um grande estudo multicêntrico, denominado Platino, , realizado nas principais áreas metropolitanas da América Latina, entre outros desfechos, também analisou os sintomas respiratórios auto-referidos. Destaca-se a participação do município de São Paulo (SP) nesse estudo. Foram estimadas no Chile (Santiago), México (Cidade do México), Uruguai (Montevidéu) e Venezuela (Caracas) as prevalências de 6,9%, 3,9%, 3,4% e 2,8% para bronquite crônica, respectivamente. O chiado no peito foi mais prevalente no Chile (35,0%) e apresentou menor valor no México (17,1%) Com relação ao sintoma de falta de ar, as prevalências no Chile (55,2%), México (55,5%), Uruguai (42,7%) e Venezuela (50,6%) foram expressivamente maiores que os relatados nas demais localidades22. No Brasil, os resultados da PNAD, de 2003, apontaram à prevalência de asma ou bronquite crônica auto-referida que variou de 2,63% no Nordeste a 5,89% no Sul do Brasil21. No Estado Santa Catarina, foram realizados dois estudos objetivando verificar a prevalência de sinais e sintomas de doenças respiratórias, porém um com grupo específico de suinocultores e outra com uma população bem menor que a utilizada em nosso estudo. O primeiro, foi um estudo transversal, realizado no município do Braço do Norte (SC), em 2007, com suinocultores, através da aplicação de um questionário e da realização de espirometria. A prevalência geral encontrada foi de 84,3%,sendo que a presença de asma brônquica foi da ordem de 5,6% e a de bronquite crônica, naqueles acima de 40 anos, foi de 5,1%. Manifestações respiratórias entre os suinocultores mostraram-se associadas ao baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, tabagismo, uso de fogão a lenha e uso de desinfetantes. Havia uma aparente associação entre tempo e intensidade de trabalho e os achados da prevalência de manifestações respiratórias. A baixa escolaridade aumentou a chance de doença em mais de 50%. O tabagismo, além de significar um fator que aumentou 21 em quase quatro vezes o risco do desenvolvimento de manifestações respiratórias e de doença entre os suinocultores estudados, pode ter apresentado um efeito aditivo na manifestação dos sintomas crônicos. Entretanto, nos suinocultores de Braço do Norte não foi encontrada uma diferença importante na prevalência de bronquite crônica ao comparar tabagistas e não tabagistas23. O tabagismo é apontado como o grande promotor e um fator aditivo para o desenvolvimento de manifestações e doenças do aparelho respiratório, ocorre associação entre tabagismo e a prevalência aumentada de tosse, dispnéia e expectoração23. No estudo acima descrito, os resultados de uma associação positiva entre o uso de fogão a lenha e existência de sinais e sintomas respiratórios, apenas confirmam o já conhecido risco da exposição passiva à fumaça. Os dados demonstraram que as chances de os suinocultores apresentarem manifestações respiratórias foram quase seis vezes maiores entre os menos privilegiados economicamente23. O segundo estudo, realizado em Joaçaba, em 2005, teve o objetivo de estimar a prevalência de problemas respiratórios relacionados à DPOC e os fatores associados na população adulta. Foi um estudo observacional, transversal de caráter exploratório, que envolveu uma amostra de 828 indivíduos. Os dados foram obtidos por intermédio de uma entrevista estruturada, para obter informações sobre sintomas auto-referidos para DPOC e suas associações com variáveis demográficas, socioeconômicas e tabagismo. A pesquisa obteve uma taxa de resposta de 85,3%, e as prevalências de sintomas de respiratórios encontradas foram de 2,6% para bronquite crônica (IC95% 1,4 – 3,8); 10,2% para chiado no peito (IC95% 8,0 – 12,5) e 21,9% para falta de ar (IC95% 18,8 – 25,0). Para o desfecho bronquite crônica, apresentar mais de oito anos de estudo mostrou-se um fator de proteção, enquanto que ser fumante destacou-se como um fator de risco. Para chiado no peito, ter 50 anos ou mais e ser fumante atual mostraram ser fatores de risco. Ao se analisar a presença de falta de ar, ser mulher e ser fumante atual mostraram-se como fatores de risco independentes. 22 Por outro lado, apresentar mais de oito anos de estudo mostrou-se um fator de proteção, independente da falta de ar24. 3.5 Epidemiologia das Doenças Respiratórias Dados sobre mortalidade indicam que a DPOC ordena o primeiro lugar entre as causas gerais de mortalidade devido às doenças respiratórias em adultos. Ao redor do mundo milhões de pessoas sofrem com essa moléstia por anos e morrem prematuramente por suas complicações4. Houve também um grande aumento do número de óbitos por DPOC nos últimos vinte anos, em ambos os sexos. A taxa de mortalidade passou de 7,88/100.000, na década de 1980, para 19,04/100.00, na década de 199027. Outra doença respiratória preocupante é a tuberculose que representa sério problema de saúde no Brasil pelo grande número de pessoas que atinge e sendo fortemente favorecida pela precariedade das condições de vida. A partir da introdução dos quimioterápicos, os estudos têm destacado a importância das medidas médico-sanitárias para o decréscimo da mortalidade. Uso da quimioterapia coincidiu, efetivamente, com o aumento no ritmo da queda da mortalidade pela tuberculose no Brasil e em vários países desenvolvidos. Ocorre com maior freqüência em adultos jovens e na maioria dos casos compromete os pulmões28. No Brasil, um caso suspeito de tuberculose pulmonar é definido como sendo todo o individuo com sintomatologia clínica sugestiva como: tosse com expectoração por três semanas ou mais, febre, perda de peso e apetite ou imagem radiológica sugestiva. Um caso pode ser confirmado, tanto por critério clínico laboratorial, como por clínico-epidemiológico. O diagnóstico pode ser feito a partir do achado do bacilo álcool-resistente no escarro. O profissional de saúde deve investigar ou encaminhar para investigação, nas unidades de saúde, todos os pacientes sintomáticos respiratórios, particularmente os que apresentam tosse e expectoração há mais de três semanas e os seus comunicantes28. 23 3.6 Prevalência das Doenças Respiratórias 3.6.1 Prevalência Nacional De acordo com estudo Platino, realizado em São Paulo (2005), a prevalência de DPOC foi igual a 15,8%, enquanto que a prevalência de bronquite crônica, de acordo com sintomas informados, isto é, tosse com catarro durante pelo menos 03 meses em um ano; nos últimos 02 anos foi igual a 3,1%. Este estudo considerou a falta de respiração devido a exercícios e a presença de características de ofegar como outro problema respiratório. Foi avaliada a presença destas condições nos últimos 12 meses, tendo sido observadas, respectivamente, prevalências iguais a 36.9% e 23.5% de falta de ar, devido a exercício e presença de características de ofegar29. A prevalência de DPOC tem aumentado progressivamente nas últimas décadas. Estima-se que existem 7,5 milhões de portadores de DPOC no Brasil, correspondendo a cerca de 5% da população 30. Pivetta et al31 realizaram um estudo de prevalência de sintomas respiratórios em trabalhadores de marmorarias, com pessoas que tinham pouco tempo de exposição a poeiras das pedras, e tabagismo. Foram encontrados dentre os 84 trabalhadores investigados, 34 fumantes, 09 ex-fumantes e 41 não fumantes. Foram detectadas 24 pessoas com tosse, 30 com catarro, 1 com dispnéia grau III, 5 com chiado, 38 sintomáticos respiratórios e 09 trabalhadores bronquíticos. Foi encontrada associação significativa entre tabagismo e bronquite crônica. Adicionalmente, foi avaliada a função pulmonar através de espirometria, mostrando que a prevalência de bronquite crônica entre os trabalhadores das marmorarias estudadas, estava mais fortemente associada com tabagismo do que com tempo de exposição à poeira das pedras. 24 No Brasil, o International Study of Asthma and Allergies in Chidhood” ISAAC foi realizado em seis cidades e incluiu 13.604 crianças e 20.554 adolescentes. Em crianças com idade entre seis e sete anos, detectou-se que 7,3% dos meninos e 4,9% das meninas apresentavam asma, comparativamente a 9,8% e 10,2%, respectivamente dos adolescentes com 13 e 14 anos. Aparentemente a prevalência da asma vem aumentando em crianças e adultos em cerca de 5% por ano20. 3.6.2 Prevalência Internacional A DPOC tem elevada prevalência em todo mundo. Estima-se que entre 7% e 10% da população adulta seja afetada. Em estudo realizado na Espanha a prevalência encontrada foi de 9% em adultos de 40 a 70 anos de idade32. Embora a DPOC tenha sido reconhecida há muitos anos, os aumentos recentes na sua prevalência de mortalidade fizeram com que, em 1997, a OMS e o “National Heart, Lung and Blood Institute”, norte americano, coordenassem um projeto concessional com a participação de especialistas de todo o mundo surgindo então a “Global Iniciative for Chronic Obstrutive Lung Disease” (GOLD). Esta iniciativa tem como finalidade implementar a prevenção e conduta terapêutica baseada em evidências entre os profissionais do mundo inteiro. Segundo a GOLD, a DPOC se caracteriza pela restrição do fluxo aéreo que não é totalmente reversível33. Nos Estados Unidos, a DPOC é a quarta causa de morte, afetando pelo menos 15 milhões de norte americanos, e sua prevalência teve o incremento de 60%. A taxa de mortalidade ultrapassa os 50% após 10 anos do diagnóstico inicial34. Em relação à asma, as estimativas de prevalência baseiam-se, predominantemente, em inquéritos populacionais que investigam sinais e sintomas sugestivos de doenças nos últimos 12 meses, diagnóstico médico prévio e emprego de medicação antiasmática. O “European 25 Commission Respiratory Health Study” (ECRHS), realizado em indivíduos adultos residentes em 22 países da Europa Ocidental incluiu 140.000 pessoas com idade entre 20 e 44 anos. Neste estudo foi identificado que 2% a 11,9% dos indivíduos haviam apresentado sintomas nos últimos 12 meses20. O ISAAC incluiu 463.801 escolares de 13 e 14 anos, provenientes de 56 países e 257.800 crianças, de seis a sete anos, residentes em 38 países. A partir do diagnóstico médico prévio e dos sintomas nos últimos 12 meses verificou-se que 2,1% a 32,2% dos adolescentes e 4,1% a 32,1% das crianças eram portadores de asma20. Em estudo realizado em um grupo de escolares em Porto Alegre (RS), através de um questionário aplicado e da realização de testes cutâneos, em 855alunos de cinco escolas, a prevalência de asma encontrada foi de 42,5% de asma cumulativa e 22% de asma ativa com predominância nas meninas35. Um estudo realizado em Ribeirão Preto (SP) mostrou que as doenças pulmonares crônicas podem ser detectadas, através de sintomas relatados em entrevistas pessoais usando um questionário padronizado. Numa amostra de 3.353 indivíduos de mais de três anos de idade observou-se que 3,4% de pessoas de sexo feminino e 2,4% do sexo masculino apresentavam sintomas sugestivos de asma brônquica. Adicionalmente, 5,5% do sexo masculino e 3,3% do feminino apresentavam sintomas sugestivos de bronquite crônica e 15,5% dos homens e 11,3% das mulheres relataram tosse. Dispnéia com limitação funcional foi referida em 0,96% dos homens e 2,48% das mulheres. Neste estudo foi considerado como portador de sintomas sugestivos de asma brônquica, os respondentes que relatassem a presença de dispnéia em crises, associada de chiado no peito. Com bronquite crônica, considerou-se o quadro de tosse acompanhado de expectoração por período maior que três meses em um ano12. Yaksic et al4 afirmam que os fatores associados ao desenvolvimento de DPOC são a poluição ambiental, exposição a químicos, fumaça inalada, tabagismo passivo, infecções 26 virais e bacterianas, deficiência de alfa – 1 – antitripsina e outras moléstias associadas (pulmonares ou não). 4. FATORES ASSOCIADOS ÀS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 4.1 Tabagismo O uso inicial do tabaco é bastante precoce na vida dos estudantes da rede pública de ensino, sendo que, entre 10 e 12 anos de idade, cerca de 11% dos alunos já fizeram uso experimental do cigarro, de acordo com o estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). A fumaça do cigarro contém milhares de substâncias químicas tóxicas, incluindo benzeno, cádmio, polônio radioativa, benzopireno, amônia, monóxido de carbono e nicotina 25. A iniciação da sua prática se inicia na adolescência, através da influência e publicidade da indústria do tabaco. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) realizou um inquérito sobre o tabagismo em escolares (Vigiescola) e hoje se tornou um sistema de vigilância mundial promovido pela OMS e na América Latina pela Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS. Seu principal objetivo foi monitorizar, através de inquéritos repetidos, em um grupo de pessoas de 13 a 15 anos, a prevalência de uso de tabaco em escolares de escolas das capitais brasileiras26. O principal poluente do ar que lesa as vias respiratórias, nas sociedades urbanas contemporâneas, é o fumo. Embora fosse suspeitado, desde longa data, como responsável por inúmeros danos à saúde, foi particularmente a partir da década de 50 que começou a se estudar, de modo exaustivo, os efeitos do tabagismo. Muitos trabalhos do ano de (1954), hoje clássicos, comprovaram, a importância do cigarro no aumento dos casos de câncer de pulmão, fato este que já se tornou de domínio público, tão forte foi à associação encontrada. Sabe-se 27 hoje que o hábito de fumar contribui de modo significativo não apenas para as neoplasias das vias respiratórias (boca, laringe e pulmão), mas também para diversas outras neoplasias, tais como de bexiga, rim, pâncreas, esôfago, estômago. Por outro lado, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (asma, bronquite e enfisema), bem como doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, angina pectoris e infarto do miocárdio, por exemplo), têm no fumo importante agente etiológico36. Segundo relatório da OMS (2002), o uso do tabaco foi atribuído a 8,8% das mortes do ano no mundo, a 4,1% dos anos de vida perdidos ajustados por incapacidades, a 12% das doenças vasculares, a 66% das neoplasias de traquéia, brônquios e pulmão e a 38% das doenças respiratórias crônicas. O tabagismo é considerado como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima se que um terço da população mundial adulta fuma, ou seja, um bilhão e 200 milhões de pessoas (entre 200 milhões de mulheres), ou seja, 47% dos homens e 12% das mulheres do mundo fumam25. O tabaco é maléfico à saúde determinando vários problemas respiratórios. O tabagismo aumenta o risco de morbimortalidade por doenças coronarianas, hipertensão arterial, bronquite, enfisema e câncer. Além disso, os custos sociais, econômicos e ambientais são enormes para a sociedade como um todo. De acordo com os resultados do VIGITEL, o hábito de fumar disseminado mais entre os homens (20,3%) do que entre as mulheres (12,8%). A freqüência de fumantes foi de 16,2% no conjunto da população adulta das 27 cidades estudadas. Em ambos os sexos a freqüência tende a aumentar com a idade; a freqüência de fumantes diminui com o aumento da escolaridade, em ambos os sexos, alcançando 24,2% e 14,7% dos homens e mulheres com até 08 anos de escolaridade e 14,4% a 9,1%dos homens e mulheres com doze ou mais anos de escolaridade respectivamente6. O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de tabaco do mundo. A dependência econômica do setor fumageiro torna complexo qualquer estratégia de 28 intervenção. Por outro lado, o controle do tabagismo exige um eficiente e sistemático mecanismo de vigilância para monitorizar as tendências do tabaco. Atento a isso o governo brasileiro implantou o Programa Nacional de Controle do Tabagismo com a implementação de ações educativas, legislativas e econômicas. Dentre elas, destaca-se o monitoramento do padrão de consumo de tabaco e a proporção de fumantes ex-fumantes a partir de estudos populacionais periódicos25. A causa mais comum de DPOC é o fumo. Infelizmente, os achados clínicos estão quase sempre ausentes durante os estágios iniciais da DPOC e, quando os sintomas aparecem, a doença geralmente já está bem avançada. Em fumantes com sinais iniciais de acometimento das vias aéreas, há a esperança de que o reconhecimento precoce, combinado com tratamento apropriado e o abandono do cigarro podem impedir ou retardar a progressão geralmente inexorável da doença17. O uso do cigarro é o mais conhecido e freqüente fator de risco para DPOC, sendo o seu uso crônico associado à queda acentuada da função pulmonar; o uso de charutos ou cachimbos também apresenta relação com o declínio do VEF (volume expiratório forçado) em menor intensidade sendo que a porcentagem de fumantes que desenvolvem DPOC é de 15% a 20%27. Em pelo menos 85% dos casos, a substância nociva envolvida é a fumaça do cigarro, mas apenas 15% dos fumantes desenvolvem DPOC, portanto a predisposição também pode influenciar. A prevalência de DPOC aumenta dramaticamente para (45%) com o uso do tabaco25. Os tabagistas possuem uma maior prevalência de anomalias relacionadas à função pulmonar e de sintomas respiratórios, uma maior taxa anual de declínio do VEF1, e taxas mais elevadas de morte por DPOC. O fumo do cachimbo e de charuto também leva a uma maior morbidade e mortalidade por DPOC, em relação aos indivíduos não fumantes. Durante a gravidez, o tabagismo pode apresentar risco ao feto, prejudicando o crescimento pulmonar e o crescimento intra-útero e, possivelmente, o amadurecimento do sistema imunológico37. 29 Num estudo de base populacional realizado na Espanha, 25% dos indivíduos entre 40 e 70 anos eram tabagistas e 25% eram ex-tabagistas. Aproximadamente 15% a 20% dos tabagistas desenvolvem DPOC. Os tabagistas portadores de DPOC caracterizam-se por um consumo maior de tabaco, maior dependência da nicotina e mais de um terço deles nunca tentaram parar de fumar. É importante ressaltar que a situação na Espanha é pior do que em outros países. Um estudo recente, realizado em 13 países europeus e três não europeus, demonstrou que a Espanha é o país com a maior prevalência de tabagistas em indivíduos de ambos os sexos, entre 20 e 40 anos (56%) e, paralelamente, é também o país que apresenta a maior prevalência de bronquite crônica nessa faixa etária (9%)32. 4.1.2 Exposição Passiva à fumaça do cigarro O fumo, além de prejudicar os fumantes também afeta os não-fumantes, através do que se convencionou denominar "fumo passivo". Pesquisas em adultos demonstraram que não-fumantes expostos a ambientes de trabalho enfumaçados absorvem em 8 (oito) horas diárias o equivalente ao consumo de um fumante leve, cerca de 5 (cinco) cigarros. Também as crianças são vítimas do cigarro36. A exposição passiva à fumaça de cigarro também pode contribuir para sintomas respiratórios e para a DPOC, através do aumento do impacto total de partículas e gases inalados pelos pulmões. A exposição passiva da fumaça do cigarro pode contribuir para a presença de sintomas respiratórios e para o acúmulo de partículas inaladas. As exposições ocupacionais por período de tempo prolongado e em grande intensidade também podem provocar DPOC, mesmo sem uso do tabaco27. Para as crianças o impacto decorre do compartilhamento de ambientes com adultos que fumam e do uso de tabaco pelas mães durante a gravidez. As seguintes conseqüências do 30 tabagismo para as crianças são: redução da capacidade pulmonar, infecções respiratórias baixas como pneumonia e bronquite, tosse, piora da asma e outros. Nos Estados Unidos da América (EUA) estima-se a ocorrência de 3.000 óbitos por câncer de pulmão em fumantes passivos a cada ano25. 4.1.3 Poluição Extra Domiciliar Outros agentes podem poluir o ar que se respira em casa, originando a poluição domiciliar — “indoor pollution”. São eles: a fumaça - produzida pela combustão de biomassa (lenha, folhas, esterco,), particularmente importante nas áreas rurais; os produtos gerados pela combustão do gás de cozinha (para a preparação de alimentos, para o aquecimento de água e da própria casa); pesticidas e solventes empregados para limpeza; asbestos utilizados para isolamento contra incêndios; dentre outros. Estes poluentes tornam-se tão mais importantes, quanto mais diferente é o ambiente doméstico, em relação ao ar externo. Nos países temperados onde, durante o inverno, as casas permanecem quase sempre fechadas para evitar o frio, a poluição doméstica vem merecendo atenção crescente, motivando inúmeras pesquisas36. O papel da poluição extra-domiciliar no aparecimento da DPOC é ainda obscuro, porém essa poluição é prejudicial para os indivíduos com doença pulmonar ou cardíaca preexistente. Já a poluição intra-domiciliar causada pelo combustível de biomassa utilizado para cozinhar e aquecer residências pouco arejadas tem sido considerado um fator de risco para o desenvolvimento da DPOC37. A inalação da fumaça de lenha é descrita como fator de risco em populações que utilizam lenha para o aquecimento ou para cozinhar27. Quando as exposições são suficientemente intensas ou prolongadas, as poeiras e produtos químicos (vapores, fumaças irritantes) podem causar DPOC, independentemente do tabagismo, e aumentar o risco da doença quando esse estiver associado. A exposição a essas 31 substâncias provoca aumento da hiper-responsividade das vias aéreas, especialmente em indivíduos que já têm acometimento por outras exposições ocupacionais, asma ou fumaça do cigarro37. Honing et al19 relata que a bronquite crônica é mais prevalente em trabalhadores que executam seus trabalhos em locais de exposição a poeiras inorgânicas ou orgânicas, ou a gases nocivos e que inquéritos epidemiológicos foram bem sucedidos na demonstração de um declínio acelerado na função pulmonar em muitos trabalhadores sugerindo que sua exposição ocupacional contribui para futura incapacidade. 4.1.4 Infecções do trato respiratório na infância Estudos recentes demonstram que infecções do trato respiratório em crianças fazem com que estes pacientes sejam mais susceptíveis a desenvolver DPOC expostos a agentes potencialmente lesivos. Dentre os tabagistas, a diminuição do clareamento mucociliar e das defesas auto-imunes locais permite aos agentes infecciosos (vírus e bactérias) colonizar o trato respiratório inferior. Esses patógenos podem provocar ainda mais danos mucociliares, devido ao aumento da produção e secreção de muco, interrupção da atividade ciliar normal e danos no epitélio da via aérea. Assim, por exemplo, a tuberculose pulmonar poderia contribuir para a patogênese da DPOC por mecanismos de inflamação crônica e de destruição do parênquima pulmonar que, somado ao tabagismo, faria com que a probabilidade de desenvolver DPOC aumentasse. Ainda que pouco discutida na literatura, a tuberculose pode ser um fator de desenvolvimento de DPOC em países de alta prevalência como o Brasil4. A presença de infecções respiratórias graves na infância tem sido relacionada aos sintomas respiratórios e à redução da função pulmonar no adulto. Os sintomas respiratórios são mais freqüentes em pacientes de classes econômicas mais baixas, sendo, portanto o risco 32 de desenvolver DPOC maior nestes indivíduos27. As infecções respiratórias severas na infância podem ser fatores de risco para doenças alérgicas em etapas posteriores da vida38. 4.1.5 Sexo A manifestação de DPOC parece ser mais prevalente em homens do que em mulheres, principalmente quando a casuística se refere à mortalidade e às internações hospitalares, sugerindo maior gravidade da doença nesse gênero4. A incidência é maior em homens do que em mulheres e aumenta com a idade. Estas diferenças podem ser devidas à maior prevalência de tabagismo e à exposição ocupacional entre os homens. Com o aumento do tabagismo em mulheres este dado pode mudar num futuro próximo. No entanto, há de se considerar a maior exposição das mulheres à fumaça produzida pela combustão da lenha utilizada ainda em muitas cozinhas da zona rural27. 4.1.6 Condições socioeconômicas Certas situações demográficas ou sociais estão associadas ao maior risco para o desenvolvimento da tuberculose: a raça negra, extremos de idade, desnutrição, más condições de moradia, alcoolismo e certas ocupações, como profissionais de saúde, técnicos de laboratório ou mineiros portadores de silicose1. Algumas condições clínicas podem contribuir para o aumento da incidência da doença como: corticoterapia, quimioterapia antineoplásica, diabetes melitus, neoplasias, silicose, sarcoidose e estado de pós-gastrectomia 28. 5. MÉTODO 5.1 Local do estudo Foi realizado um estudo transversal de base populacional, com coleta de dados entre maio a outubro de 2007, no município de Lages, que se localiza na Serra Catarinense no 1 Silicose – é a formação de cicatrizes permanentes nos pulmões provocada pela inalação de do pó de sílica (quartzo).2 Sarcoidose é uma doença inflamatória que afeta qualquer órgão do corpo . 33 Estado de Santa Catarina. A população de Lages, segundo censo do IBGE (2006)39 é igual a 168.302 habitantes. A economia lageana é basicamente sustentada pela pecuária, agricultura, indústria madeireira, com destaque na produção de papel e celulose, além do turismo rural. Lages caracteriza-se por ter altitude bem elevada, de 850 a 1500 metros acima do nível do mar, no inverno é bastante frio sendo comum a ocorrência de geadas e neve com temperaturas de até – 7,4º C e temperatura média de 12,3º C. Já no verão o clima se torna quente e as temperaturas chegam a 35º C. A figura, a seguir, mostra a localização geográfica de Lages no mapa de Santa Catarina e no detalhe a sua posição no mapa do Brasil. Figura 1: Mapa do município de Lages – SC, Brasil. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lages 5.2 População de estudo A população de referência do estudo foi composta por adultos na faixa etária entre 20 e 59 anos completos no momento da pesquisa, de ambos os sexos, residentes na zona urbana do município nos meses entre maio e outubro de 2007. Esta faixa etária compreende aproximadamente 52% da população total do município perfazendo cerca de 86.998 pessoas39. 34 5.2.1 Critérios de inclusão Foram incluídos na pesquisa os adultos de 20 a 59 anos, de ambos os sexos, residentes em domicílio na zona urbana de Lages, Santa Catarina. 5.2.2 Critérios de exclusão Foram excluídos sujeitos com doenças mentais, institucionalizados (hospitais, asilos, prisões ou outros). Aqueles indivíduos que apresentaram dificuldades especiais, por exemplo, surdos e mudos, puderam participar da pesquisa com o auxílio de alguém da residência. 5.3 Tipo de estudo Este estudo fez parte de um grande inquérito populacional que foi desenvolvido pelos alunos do Mestrado em Saúde Coletiva da UNIPLAC intitulado Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages, SC, 2007, que investigou diferentes aspectos socioeconômicos e de saúde auto-referida da população, da zona urbana de Lages, e os fatores associados a estas condições. Contou com a participação dos onze alunos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/PPGSC, turma 2006-2008, da UNIPLAC, do corpo docente do referido Programa e de trinta e nove alunos dos cursos de graduação, sendo vinte e nove bolsistas de pesquisa e dez alunos voluntários. Trata-se de um estudo transversal observacional, descritivo de caráter exploratório. De acordo com Pereira40, um estudo transversal faz uma radiografia do que ocorre naquele determinado tempo; observacional está reservada a investigação de situações que ocorrem naturalmente sem intervenção do investigador e descritivo, pois tem objetivo de informar sobre a distribuição de um evento na população em termos quantitativos. Segundo 35 Medronho41, um estudo exploratório avalia a associação entre as mudanças no tempo do nível médio de uma exposição e das taxas de doenças em uma população geograficamente definida, sem uma hipótese específica prévia. Esse tipo de estudo é um bom método para detectar freqüências de doenças e fatores de risco, assim como identificar os grupos, na população, que estão mais ou menos afetados. A pesquisa estudou o desfecho de prevalência de sintomas respiratórios, através de um inquérito populacional e análise dos fatores associados. 5.4 Cálculo e seleção da amostra 5.4.1 Tamanho da Amostra A população de referência do inquérito foi constituída por adultos na faixa etária entre 20 e 59 anos de idade, completos no momento da pesquisa, de ambos os sexos e residentes na zona urbana do município de Lages, SC, nos meses entre maio e outubro de 2007. Essa faixa etária compreende aproximadamente 52% da população total do município (n=86.998)39. Para o tamanho da amostra utilizou-se a fórmula para cálculo de prevalência, considerando-se população de referência igual a 86.998 (adultos), utilizando os seguintes parâmetros: nível de confiança de 95%, a prevalência esperada do fenômeno foi considerada desconhecida (50%), erro amostral de 3,5 pontos percentuais e efeito do desenho do estudo (amostra por conglomerados), estimado como igual a 2. Adicionou-se 10% a fim de compensar recusas e perdas e 20% considerando a presença de variáveis de confusão. O cálculo do tamanho da amostra foi realizado através do programa Epi-Info (versão 6.04), de domínio público42. Para o presente estudo, o tamanho da amostra analisada também foi suficiente para estimar a prevalência do desfecho de prevalência de sintomas respiratórios igual a 50%. 36 Utilizou-se a seguir a fórmula descrita abaixo para cálculo de prevalência, através do mesmo software: n = N. z2. P (1-P)/d2. (N – 1) + z2. P (1-P) x deff + % de perdas estimadas Onde: n = Tamanho mínimo da amostra necessária para o estudo. N = Número da população de referência: 86.998 z = Nível de confiança (geralmente igual a 95%) expresso em desvios-padrão (1,96). P = Prevalência esperada do fenômeno a ser investigado na população: 50% (dados desconhecidos). d = Erro amostral previsto (precisão): 3,5%. deff = efeito do desenho do estudo, por conglomerados, estimado como igual a 2. % Perdas estimadas = 10%. % controle de fatores de confusão = 20%. Aplicando a formula descrita obteve-se uma amostra final foi de 2051 adultos. A prevalência de 50% foi utilizada em decorrência de o presente estudo estar inserido em um grande projeto de pesquisa onde foram analisados outros desfechos e fatores associados, muitos com prevalências desconhecidas, como: doenças auto-referidas, hábitos de vida, pressão arterial, atividade física, saúde bucal, escolaridade, renda, fatores demográficos, entre outros. 5.4.2 Seleção da amostra O processo de seleção foi realizado através de conglomerados representados pelos setores censitários do IBGE39 do referido município. Com base nas informações da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística39, foram selecionados, por sorteio casual simples sem reposição, 60 setores 37 censitários (unidades de recenseamento do IBGE) para o estudo propriamente dito, e mais três setores reservas, dentre os 186 setores existentes na zona urbana de Lages. Esse número foi considerado adequado para o porte do município estudado e para se atingir o tamanho da amostra do estudo maior43. Após o sorteio de 60 setores censitários, quarteirões de cada setor foram identificados e numerados. Em seguida, foi sorteado o quarteirão e, posteriormente, no sentido horário, a esquina onde seria iniciado o trabalho de campo. Os setores censitários são constituídos por, aproximadamente, 300 domicílios cada e o número médio de moradores, por domicílio, equivale a quatro. Assim, em cada um dos setores censitários de Lages existem aproximadamente 300 domicílios, que multiplicados por quatro pessoas, em média, equivale a 1.200 pessoas; ou 720 pessoas (60%), na faixa etária de interesse para a pesquisa. Considerando que o número calculado como necessário para a amostra foi igual a 2.051, dividindo-se esse valor pelo número de setores censitários sorteados (60), obtêm-se aproximadamente, 30 pessoas, com idade entre 20 a 59 anos, por setor. Os participantes foram entrevistados no domicílio, através de questionário estruturado. As questões relativas aos sintomas respiratórios foram obtidas do questionário Platino, a saber: tosse, falta de ar, chiado no peito e bronquite crônica. As variáveis exploratórias foram: aspectos demográficos, escolaridade, aspectos socioeconômicos, fatores ambientais, hereditariedade e tabagismo. 5.4.3 Critérios para considerar perda Convencionou-se que seriam consideradas como perdas: residentes em domicílios visitados, no mínimo, quatro vezes incluída pelo menos uma visita em final de semana e outra no período noturno, sem que se conseguisse localizar a pessoa a ser aplicado o instrumento. Ou caso houvesse recusa desse em participar. Cada um desses tipos de perdas foi devidamente anotado na ficha do responsável pela aplicação do questionário. 38 5.5 Instrumento de pesquisa Um questionário estruturado (Anexo 1 ) foi construído pelos alunos (turma 20062008) e professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva /PPGSC da UNIPLAC, contendo 186 questões, contemplando os temas de estudo dos onze mestrandos. Esse instrumento, de coleta de dados e informações, apresenta dois blocos: o primeiro, com perguntas sobre as características socioeconômicas - composto de questões referentes à idade, gênero, anos de estudo, estado civil, cor da pele auto-referida, renda familiar, número de filhos, residentes por domicílio, consumo de eletricidade, posse de bens domésticos, número de indivíduos por cômodo-dormitório e tipo de moradia. O segundo grande bloco, sobre condições de saúde e comportamento, contempla perguntas acerca de: doenças auto-referidas, consumo auto-referido de medicamentos, doenças que já apresentou ou apresenta, tabagismo, nível de conhecimento sobre fisioterapia, se fez consulta médica e o motivo, alcoolismo, prática de atividade física, dor de dente e intensidade, uso e necessidade de próteses dentárias, utilização e avaliação de serviços médicos e odontológicos, alimentação, violência de gênero entre casais e práticas sociais relativas ao uso de chupeta. No início desse segundo bloco, em campo específico, coube ao aplicador do questionário verificar e registrar o peso, altura, perímetro da cintura e pressão arterial (essa verificada em dois diferentes momentos). Cada questionário recebeu uma numeração. Além disso, foi elaborado um manual de instruções para orientar a equipe de campo. Aplicou-se um questionário para cada adulto residente no domicílio na forma de entrevista. 5.6 Coleta de dados 39 As variáveis independentes foram classificadas em quatro grupos: o demográfico, o socioeconômico, o de hábitos relacionados à saúde e o da situação de saúde. Foram consideradas as variáveis demográficas como: sexo, idade, situação conjugal e raça/ etnia. A idade foi dividida em anos completos (20-29, 30-39, 40-49, 50-59). Quanto à situação conjugal, foram categorizados em casado (a)/ companheiro (a), solteiro (a), divorciado (a)/ separado (a) ou viúvo (a). Em relação à raça/ etnia, os indivíduos foram classificados em branco, pardo, negro (ou preto), amarelo e indígena. Para a presente pesquisa foram utilizadas como variáveis sócio-econômicas renda familiar e escolaridade. A renda mensal da família foi obtida pelo somatório de todas as rendas, incluindo salários, pensões, aluguéis, mesadas e etc. Definiram-se quatro categorias da renda mensal per capita em salários mínimos estratificada em quartis (1,59-19,74; 0,89-1,58; 0,60-0,88; 0,03-0,50). A escolaridade foi avaliada em anos de estudo completos, e depois, categorizada em 12 e mais, 9-11, 5-8, 0-4 anos de estudo. Os fatores ambientais foram classificados em: tipo de habitação (alvenaria, madeira ou mista). Adicionalmente foram analisadas questões relacionadas à hereditariedade no que se refere a familiar com diagnóstico de DPOC, asma ou bronquite, internamento por problemas respiratórios na infância. Por fim investigou-se o tabagismo (nunca fumou, ex-fumante e fumante atual). 5.6.1 Variável dependente - o desfecho: problemas respiratórios Foram utilizadas as questões elaboradas e utilizadas no Projeto Latino-americano de Investigação da Obstrução Pulmonar29 que visa medir a prevalência de DPOC e problemas respiratórios, a saber: 1. O(a) Sr.(a) costuma ter tosse, sem estar resfriado (a)? 40 2. Existem meses em que o (a) Sr.(a) tosse na maioria dos dias ou quase todos os dias? 3. O(a) Sr.(a) tosse na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano? 4. Há quantos anos o (a) Sr.(a) vem tendo essa tosse? 5. O(a) Sr.(a) geralmente tem catarro que vem do seu pulmão, ou catarro difícil de por para fora, mesmo sem estar resfriado(a)? 6. Existem meses em que o(a) Sr.(a) tem esse catarro na maioria dos dias ou quase todos os dias? 7. O (a) Sr.(a) tem esse catarro na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano? 8. Há quantos anos o(a) Sr.(a) vem tendo esse catarro? 9. O Sr.(a) teve chiado no peito, alguma vez, nos últimos 12 meses? 10. O(a) Sr.(a) teve esse chiado no peito, nos últimos 12 meses, somente quando esteve resfriado? 11. Alguma vez, nos últimos 12 meses, o(a) Sr.(a) teve um ataque (crise) de chiado no peito com falta de ar? 12. O(a) Sr.(a) tem algum problema que não o(a) deixa andar, sem ser problema de pulmão ou coração? 13. O(a) Sr.(a) sente falta de ar quando anda (caminha) mais rápido no chão reto ou quando anda numa pequena subida? 14. O(a) Sr.(a) tem que andar (caminhar) mais devagar no chão reto, do que pessoas da sua idade, por causa da falta de ar? 15. O(a) Sr.(a) já teve que parar de andar (caminhar), no chão reto, para puxar o ar, no seu passo normal? 16. O(a) Sr.(a) já teve que parar de andar (caminhar) no chão reto para puxar o ar, depois de andar uns 100 metros ou alguns minutos? 41 17. A sua falta de ar é tão forte que não deixa o(a) Sr.(a) sair de casa ou não deixa o(a) Sr.(a) trocar de roupa? 18. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem enfisema nos seus pulmões? 19. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr.(a) tem asma, ou bronquite asmática ou bronquite alérgica? 20. O(a) Sr.(a) ainda tem asma ou bronquite asmática ou bronquite alérgica? 21. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) Sr.(a) tem bronquite crônica? 22. O(a) Sr.(a) ainda tem bronquite crônica? 23. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) Sr.(a) tem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? 24. O(a) Sr.(a) alguma vez na vida trabalhou por um ano ou mais em um trabalho com poeira ou pó? 25. Por quantos anos o(a) Sr.(a) trabalhou em lugar assim? 26. Alguma vez o médico lhe disse que o (a) Sr.(a) tinha Tuberculose? 27. O(a) Sr.(a) esteve internado quando criança( 9 anos) por problemas de pulmão? 28. O médico ou outro profissional de saúde lhe disse que seu pai, mãe ou irmãos tiveram Enfisema, ou bronquite crônica ou DPOC? 29. Na sua casa, por mais de 6 meses em toda a sua vida, usaram fogão com carvão para cozinhar? Na média, quantos anos? 30. O(a) Sr.(a) agora fuma cigarro industrializado (pronto) ou feito a mão? 31. Quantos cigarros o Sr.(a) fuma por dia? 32. Que idade o(a) Sr.(a) tinha quando começou a fumar regularmente? 33. Alguma vez na vida o(a) Sr.(a) fumou regularmente? 42 34. Que idade o(a) Sr.(a) tinha quando começou a fumar regularmente? 35. Que idade o(a) Sr.(a) tinha quando parou totalmente de fumar cigarros? Foram considerados sintomas auto-referidos de problemas respiratórios as seguintes condições, avaliadas a partir das perguntas anteriormente expostas: Bronquite crônica: tosse com catarro por pelo menos 03 meses ao ano, nos últimos 02 anos; Dificuldade respiratória devido à realização de exercícios; Chiado no peito nos últimos 12 meses. 5.6.2 Variáveis exploratórias Idade: Anos completos no momento da pesquisa; Sexo categorizado por Masculino e feminino; Cor da pele auto-referida (branca, preta ou negra, amarela, indígena ou parda), devendo ser definida pelo entrevistado a sua identificação. Número de residentes no domicílio; Renda familiar: medida do total de ganhos de todos os moradores residentes no domicílio, em reais, relativa ao mês anterior à visita; Anos de estudo: pergunta-se até que ano escolar o entrevistado(a) concluiu na escola. Posteriormente, calcular-se-á o número de anos completos estudados. Número de cômodos: calculado pelo número de peças da casa usadas para dormir. Tipo de moradia: observar: tijolo com reboco, tijolo sem reboco, apartamento, mista, madeira regular, madeira irregular, papelão ou lata e barro. 43 Tabagismo: consumo atual e passado de cigarros e número de cigarros consumidos. 5.7 Pré-teste O questionário foi pré-testado em 30 adultos da mesma faixa etária da pesquisa em área de abrangência de uma Unidade de Saúde do Município. O pré-teste visou adequar o questionário para o trabalho de campo propriamente dito, testar a estrutura do questionário detectando possíveis erros, dificuldades durante a sua aplicação e a clareza da linguagem utilizada e o treinamento da equipe de entrevistadores. 5.8 Estudo piloto O estudo piloto foi realizado em um setor censitário obtido através de sorteio, que foi incluído no estudo propriamente dito. O estudo piloto foi a realização completa da operacionalização do estudo, previamente ao trabalho de campo. Permitiu definir melhor os aspectos operacionais envolvidos e, portanto auxiliou o planejamento do trabalho de campo. Por exemplo, o número de materiais que foram utilizados, o tempo médio despendido para cada exame e entrevista e o tempo de deslocamento de um domicílio para outro foram estimados com o estudo piloto. 5.9 Equipe de trabalho – Logístico A equipe de trabalho de campo foi constituída por duplas de alunos de cursos de graduação da Universidade do Planalto Catarinense, supervisionados pelos onze alunos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC). Os docentes desse Programa 44 assumiram a função de coordenadores, supervisionados por um coordenador de campo, com a consultoria de uma pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), exintegrante do colegiado do PPGSC. A seleção da equipe foi realizada pelos docentes, em diferentes momentos, mediante editais divulgados na homepage da UNIPLAC. Entre fevereiro e agosto de 2007 ocorreram cinco capacitações, ministradas pelos docentes e consultora da pesquisa, as quais objetivaram instrumentalizar a equipe de trabalho de campo para a coleta de dados, por meio do preenchimento do questionário e da tomada de medidas. As capacitações também previram a realização de procedimentos de calibração para as medidas, tais como: peso, altura e perímetro da cintura e a verificação da pressão arterial (em dois momentos). O objetivo das capacitações foi assegurar a uniformidade de interpretação, entendimento e aplicação dos critérios a serem observados. Para a realização dos procedimentos de calibração, o PPGSC contou com a colaboração de diversas instituições lageanas, que autorizaram a liberação de seus funcionários para tal fim. Ao final, foram comparadas as medidas tomadas dos voluntários, devidamente anotadas, com as do examinador, coordenador da capacitação, que detinha medição designada como padrão-ouro. Ou seja, se procedia à aferição inter-examinadores e, também, entre os examinadores, segundo a metodologia adotada, utilizando-se o teste estatístico Kappa. As etapas de realização da pesquisa, desde a primeira capacitação, calibração, préteste, estudo-piloto e o trabalho efetivo de campo, ocorreram entre fevereiro e outubro de 2007. O preenchimento do questionário e a realização das tomadas de medidas levaram cerca de uma hora de permanência no domicílio, por entrevistado. Para o trabalho de campo, cada dupla, devidamente identificada com colete vermelho e logomarca da UNIPLAC, recebeu duas mochilas contendo: prancheta, balança, esfigmomanômetro digital, fita métrica, mapas 45 dos setores e das quadras com indicação das ruas, caderno para anotações de campo, entre outros materiais (lápis, borracha, passes de ônibus, cartões telefônicos, entre outros). Semanalmente, em reuniões coordenadas pelos docentes, procedia-se à avaliação, cuja pauta iniciava pelo relato dos problemas e das dificuldades encontradas no trabalho de campo, esclarecimentos de dúvidas, recebimento dos questionários preenchidos e dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) respectivos, entrega de novos questionários e reposição de materiais. Como estratégia para dar maior visibilidade ao projeto, sensibilizar a população para adesão à pesquisa e, conseqüentemente, diminuir recusas, foi realizada ampla divulgação nos meios de comunicação local, principalmente nas emissoras de rádios com maior índice de audiência. Quatro entrevistas, ao vivo, foram concedidas antes do início do trabalho de campo e durante os meses que se seguiram, permitindo que a população fizesse perguntas e solicitasse esclarecimentos. Também, um canal de televisão, de abrangência estadual, realizou entrevista ao vivo, com a consultora da pesquisa, nos estúdios, em Florianópolis. 5.10 Controle de qualidade A fim de garantir o controle de qualidade, foi realizado por mim mestranda, por meio de ligações telefônicas para as casas dos participantes da pesquisa para proceder à confirmação das respostas e demais dados. Foram sorteados alguns questionários, de forma aleatória, e feitas algumas perguntas referentes à entrevista. O controle foi feito em 10% do total dos questionários. O qual foi uma experiência muito boa, pois as pessoas recebiam bem as ligações e mais uma vez viam o teor de importância que este trabalho tinha e pode se ter certeza absoluta que esses dados retratam nossa realidade. 5.11 Análise dos Dados 46 Os dados foram duplamente digitados no pacote estatístico Epi-Info 6.04. A coerência e análise dos dados foram realizadas no software Stata (versão 9.0). A análise descritiva dos dados foi feita por meio de proporções, e respectivos intervalos de confiança (95%) e apresentadas em tabelas e gráficos. Para mostrar a associação entre o desfecho e as variáveis exploratórias, foi utilizado o teste de qui-quadrado, com valor descritivo de p<0,05. Nessa perspectiva, as análises se deram a partir do material constituído pelas respostas às questões elaboradas especificamente para esse estudo, fazendo-se associações e relações entre elas. Foi utilizado a análise múltipla de Poisson para a identificação das variáveis associadas aos desfechos. Adicionalmente foram calculadas as razões de prevalência do desfecho com as variáveis independentes de interesse do estudo e a estimação dos parâmetros com seus respectivos intervalos de confiança com 95%. 5.12 Ética O estudo intitulado “Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages, SC, 2007”, protocolado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos da UNIPLAC, sob o Protocolo 001-07 em fevereiro de 2007, foi avaliado e aprovado, estando de acordo com as normas vigentes na Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde, e em suas complementares (Resoluções 240/97, 251/97, 292/99, 303/00 e 304/00 do CNS/MS), que regulamentam a pesquisa envolvendo seres humanos. O Termo de Avaliação e Aprovação desse Comitê encontra-se no Anexo 2 . Para cada pessoa, que respondeu ao questionário, foi solicitado previamente o consentimento; se positivo, na seqüência, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 3) era assinado em duas vias, sendo uma deixada com o respondente. A outra cópia, devidamente assinada, foi anexada ao questionário correspondente e ambos 47 devidamente arquivados e guardados em local de acesso restrito na Universidade. Assim, os procedimentos relativos à ética em pesquisa envolvendo seres humanos foram seguidos. 48 6. RESULTADOS Das 2.051 pessoas que compuseram a amostra final desse estudo, 2.022 responderam ao questionário, equivalendo a uma taxa de perdas e recusas de 1,4%. A descrição das variáveis independentes indicou que 61,4% (IC95%59,3;63,1) eram mulheres e que a idade média foi de 38,0 anos (desvio padrão = 11,6 anos) (Tabela 1). Tabela 1 - Descrição da amostra (n= 2.022) segundo variáveis investigadas. Lages, 2007. Variável Sexo (n=2022) Masculino Feminino Idade (n=2.018) 20 a 29anos 30 a 39anos 40 a 49anos 50 a 59anos Cor da pele (n=2.017) Branco Pardo Preto Amarelo Indígena Anos de estudo (n=1.995) 0 a 4 anos 5 a 8 anos 9 a 11 anos 12 a 15 anos Renda familiar mensal per capita (salários mínimos) (n=1984) 0,03 a 0,50 0,51 a 0,88 0,88 a 1,58 1,59 a 19,80 Tipo de casa (n=2.018) Tijolo Madeira Aglomeração (n=2.016) 0,2 a 1,3 1,3 a 1,5 1,5 a 2,4 2,0 a 11,0 n % 779 1243 38,6 61,4 623 444 528 423 31,9 22,0 26,1 20,0 1237 595 125 37 23 61,3 29,5 6,2 1,9 1,1 156 502 406 931 7,9 25,1 20,3 46,7 502 500 515 467 8,0 25,0 20,3 46,7 1154 864 57,1 42,9 743 410 574 89 36,9 20,4 28,4 14,3 49 Continuação da Tabela 1 - Descrição da amostra (n= 2.022) segundo variáveis investigadas. Lages, 2007. Variável Fogão á lenha ou lareira em casa (n=2.018) Sim Não Maços de cigarros consumidos por ano (n=2.022) Não fuma < 10 ≥ 10 Trabalho com pó ou poeira (n=2.019) Nunca ou < de 1 ano De 1 a 9 anos De 10 a 50 anos Antecedentes familiares de problemas respiratórios Sim Não Internação na infância por problemas de pulmão (n=1.999) Sim Não n % 1077 941 53,3 46,7 1425 135 462 70,3 6,7 23,0 153 566 300 57,1 28,0 14,9 465 1.536 23,2 76,8 121 1878 6,0 94,0 A maior parte referiu cor de pele branca (61,3%), ter menos de 12 anos de estudo (53,3%) e apresentar renda familiar per capita mensal de até 1,58 salários mínimos (53,4%). Em relação ao tipo de moradia, 42,9% das pessoas habitavam casas de madeira sendo que o nível de aglomeração por cômodo considerado dormitório foi de 0,2 a 1,3 indivíduos em 36,9% da amostra. Quanto à exposição doméstica, 53,3% afirmaram possuir fogão ou lareira em casa. Destaca-se, ainda, que a prevalência de fumantes foi de 29,7% e que 42,9% reportaram trabalhar há mais de um ano em ambiente com exposição à poeira ou pó. A prevalência de bronquite crônica foi de 5,0% (IC95% 4,1;6,0). Valores mais elevados foram observados em relação aos outros desfechos investigados, sendo de 20,2% (IC95% 18,4;21,9) para o chiado no peito e de 35,7%((IC95% 33,5;37,8) para a falta de ar. 50 0 10 20 30 40 50 Figura 1: Prevalências de sintomas respiratórios (% e IC95%). Lages, SC, 2007. falta de ar chiado bronquite crônica As prevalências dos três problemas respiratórios auto-referidos foram mais elevadas entre os amarelos, fumantes, naqueles com antecedentes familiares das doenças e nos estratos com menor renda e escolaridade (Tabela 2). 51 Tabela 2 – Prevalência de bronquite crônica, chiado no peito e falta de ar e suas associações com as variáveis independentes. Lages, 2007. Variável Sexo Masculino Feminino Idade 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos Cor de pele Branco Pardo Preto Amarelo Indígena Anos de estudo 0 a 4 anos 5 a 8 anos 9 a 11 anos 12 a 15 anos Renda familiar (quartis)** 1,59 a 19,80 0,88 a 1,58 0,51 a 0,88 0,03 – 0,50 Bronquite crônica p* Chiado no peito P=0,990 5,0 (39) 5,0 (62) 4,4 (27) 4,5 (20) 5,0 (26) 6,7 (28) p=0,004 31,8 (193) 32,6 (141) 39,0 (195) 41,2 (161) p<0,001 17,0 (210) 25,1 (149) 25,0 (31) 27,0 (10) 26,1 (6) p<0,001 32,0 (377) 42,7 (244) 38,1 (45) 44,4 (16) 30,4 (7) p<0,001 P<0,001 12,9 (20) 5,4 (27) 7,0 (28) 2,5 (23) p<0,001 p=0,514 P=0,007 35,9 (56) 24,7 (124) 20,9 (85) 14,4 (134) P<0,001 p<0,001 57,3 (86) 44,3 (211) 43,2 (169) 24,1 (215) p<0,001 14,8 (69) 17,7 (91) 18,6 (93) 29,7 (149) p* 22,8 (170) 43,8 (520) 19,5 (121) 18,3 (81) 21,6 (114) 21,5 (91) 4,4 (54) 5,2 (31) 5,7 (7) 16,2 (6) 13,6 (3) Falta de ar p=0,013 17,4 (135) 21,9 (272) P=0,360 2,6 (12) 4,5 (23) 4,6 (23) 8,5 (42) p* p<0,001 21,8 (98) 35,0 (171) 35,0 (165) 50,2 (245) 52 Continuação da Tabela 2 – Prevalência de bronquite crônica, chiado no peito e falta de ar e suas associações com as variáveis independentes. Lages, 2007. Variável Tipo de casa Tijolo Madeira Aglomeração 0,20 – 1,33 1,34 – 1,53 1,51 – 2,40 2,01 – 11,00 Fogão à lenha ou lareira no domicílio Não Sim Pacotes de cigarros por ano Não fuma < 10 ≥ 10 Trabalha com poeira ou pó Nunca ou < menos de 1 ano De 1 a 9 anos De 10 a 50 anos Antecedentes familiares de problemas respiratórios Não Sim Internação na infância por problemas de pulmão Não Sim Bronquite crônica p* Chiado no peito P=0,002 3,8 (43) 6,7 (58) p* p=0,014 18,3 (210) 22,7 (196) P=0,256 4,2 (31) 5,2 (21) 5,0 (28) 7,3 (21) p=0,068 33,7 (240) 34,3 (131) 36,2 (200) 35,7 (689) p=0,425 20,1 (394) 24,5 (13) p=0,218 35,5 (668) 44,0 (22) p<0,001 P<0,001 3,4 (48) 3,8 (5) 10,5 (48) p=0,068 p=0,022 P=0,138 14,3 (203) 28,9 (39) 35,7 (165) P=0,002 p<0,001 29,7 (403) 50,0 (65) 50,0(222) p=0,002 p=0,173 3,8 (44) 17,5 (201) 34,0 (373) 5,5 (31) 8,7 (26) 23,8 (134) 24,0 (72) 38,5 (211) 37,0 (105) P=0,006 4,2 (64) 7,3 (34) p<0,001 18,2 (280) 26,2 (122) P=0,681 5,0 (93) 5,8 (7) p<0,00 0 33,1 (487) 44,1 (196) p<0,001 19,4 (364) 33,1 (40) p* 33,1 (336) 39,3 (323) 18,1 (134) 17,4 (71) 22,7 (130) 24,6 (71) 4,9 (96) 9,4 (5) Falta de ar p=0,001 34,6 (621) 49,1 (57) *Teste de qui-quadrado **Renda familiar mensal per capita em salários mínimos (1 salário mínimo =R$280,00) Os sintomas de chiado no peito e falta de ar foram mais comuns entre as mulheres e nas pessoas que haviam sido internadas por problemas respiratórios na infância. Ter trabalhado mais de um ano em ambiente com pó ou poeira e morar em casas de madeira também estiveram associados à bronquite crônica e ao chiado no peito. Apenas, com relação à 53 falta de ar foi identificado aumento de prevalência nas faixas etárias mais elevadas, havendo a mesma direção de gradiente na distribuição do chiado no peito em relação à aglomeração. Na análise multivariada, observou-se que a prevalência de bronquite crônica permaneceu mais elevada entre aqueles com menor escolaridade, sendo a razão de prevalências (RP) igual a 2,7% (IC95% 1,5;4,7) para o grupo com 0 a 4 anos de estudo quando comparado com aqueles com mais de 12 anos. A RP também foi mais elevada entre as pessoas com histórico de internação por problemas respiratórios quando crianças (p=0,03) e no estrato de maior consumo de cigarros (p<0,001). Essas mesmas variáveis independentes mantiveram-se associadas também aos desfechos sintomas de chiado no peito e de falta de ar. Além disso, as razões de prevalências para esses dois desfechos foram mais elevadas nos grupos de menor renda, dentre as pessoas que trabalharam com poeira ou pó e no sexo feminino. Quanto à cor da pele, os amarelos apresentaram maior RP para a bronquite crônica em relação aos brancos. Assumindo-se a mesma categoria de referência, a razão de prevalências foi mais elevada entre os pretos e pardos para o chiado no peito e entre os pardos e amarelos para a falta de ar (Tabela 3). 54 Tabela 3 - Análise de regressão múltipla de Poisson entre sintomas respiratórios e variáveis socioeconômicas, demográficas, internação, tipo de casa e tabagismo, Lages SC, 2007. Variável Sexo Masculino Feminino Cor da pele Branco Pardo Preto Amarelo Indígena Anos de estudo 12 – 15 9 – 11 5-8 0-4 Renda familiar (quartis) 1,59 a 19,80 0,88 a 1,58 0,51 a 0,88 0,026 – 0,50 Internação quando criança Não Sim Tipo de casa Tijolo Madeira Pacotes de cigarros por ano Nenhum < 10 pacotes ≥ 10 pacotes Trabalha com poeira ou pó Nunca ou < 1ano 1 – 9 anos 10 – 50 anos Controlado por idade Bronquite crônica RP (IC95%)* p 0,964 1,00 1,0 (0,7-1,5) Chiado no peito RP (IC95%)* 1,00 1,2 (1,0-1,4) 0,010 1,00 1,8 (0,7-1,9) 1,3 (0,5-3,3) 3,6 (1,6-8,1) 2,2 (0,7-7,0) 1,00 1,6 (0,9-3,0) 2,0 (1,1-3,7) 2,7 (1,5-4,7) <0,001 <0,001 0,030 0,001 0,063 <0,001 1,00 1,5 (1,3-1,8) 0,263 1,00 1,1 (0,9-1,4) <0,001 1,00 0,9 (0,3-2,6) 2,6 (1,6-4,1) <0,001 1,00 1,6 (1,3-1,9) 1,5 (1,2-1,9) 2,1 (1,7-2,6) 1,00 1,8 (1,3-2,4) 1,00 1,5 (1,0-2,2) <0,001 1,00 1,5 (1,2-1,9) 1,7 (1,4-2,1) 1,8 (1,5-2,2) 1,00 1,0 (0,8-1,3) 1,0 (0,7-1,2) 1,4 (1,1-1,7) 1,00 1,5 (1,0-2,2) 0,004 <0,001 0,096 0,504 1,00 1,0 (0,9-1,2) 0,017 1,00 1,7 (1,2-2,2) 2,2 (1,8-2,7) 0,100 0,044 1,00 1,3 (1,1-1,6) 1,5 (1,3-1,7) <0,001 1,00 1,3 (1,1-1,6) 1,4 (1,2-1,8) p <0,001 1,00 1,3 (1,1-1,5) 1,2 (0,9-1,6) 1,3 (1,0-1,7) 1,1 (0,6-2,2) 1,00 1,2 (0,8-1,7) 1,5 (1,0-2,0) 1,8 (1,3-2,5) 1,00 1,4 (0,6-3,2) 1,3 (0,5-3,0) 2,0 (0,8-4,9) Falta de ar RP (IC95%)* 1,00 1,9 (1,0-1,2) 1,00 1,5 (1,2-1,6) 1,5 (1,0-2,1) 1,5 (0,9-2,5) 1,6 (0,8-3,4) 0,002 1,00 1,2 (0,6-2,2) 1,9 (1,0-3,6) p 0,002 0,001 1,00 1,2 (1,0-1,4) 1,3 (1,1-1,5) **Renda familiar mensal per capita em salários mínimos (1 salário mínimo =R$280,00) 55 7. DISCUSSÃO O presente estudo estimou a prevalência de sintomas respiratórios relatados na população adulta da cidade de Lages, SC. Estudos epidemiológicos no Brasil de base populacional em adultos são escassos na literatura. Destaca-se a participação do município de São Paulo (SP) no estudo multicêntrico Platino, realizado nas principais áreas metropolitanas da América Latina que, entre outros desfechos, também analisou os sintomas respiratórios auto-referidos22. Os aspectos positivos deste estudo incluem a excelente taxa de resposta (98,6%) obtida na presente pesquisa e a forma de seleção da amostra que contribuem para a validade interna do estudo, diminuindo a chance de ocorrência de erros sistemáticos. Considerando-se os intervalos de confiança, a amostra reproduziu a estrutura populacional do município segundo, sexo, faixa etária e características socioeconômicas12. Em pesquisa metodologicamente semelhante, identificou-se no Chile (Santiago), México (Cidade do México), Uruguai (Montevidéu) e Venezuela (Caracas) prevalências de 6,9%, 3,9%, 3,4% e 2,8% para bronquite crônica, respectivamente. O chiado no peito foi mais prevalente no Chile (35,0%) e apresentou menor valor no México (17,1%) quando comparados à nossa pesquisa. Com relação ao sintoma de falta de ar, as prevalências no Chile (55,2%), México (55,5%), Uruguai (42,7%) e Venezuela (50,6%) foram expressivamente maiores que os relatados nas demais localidades22. Resultados da PNAD, de 2003, apontaram à prevalência de asma ou bronquite crônica auto-referida variando de 2,63% no Nordeste a 5,89% no sul do Brasil8. Em estudo de base populacional realizado no município de Joaçaba (SC) em 2005, identificaram-se prevalências de sintomas de respiratórios equivalentes a 2,6% para bronquite crônica, 10,2% para chiado no peito e 21,9% para falta de ar24. Estes valores foram substancialmente menores que os descritos em nosso estudo. 56 A análise dos fatores associados identificou as variáveis “cor da pele não branca” e “sexo feminino” associados aos desfechos “chiado no peito” e “falta de ar”. Outros problemas respiratórios como, por exemplo, a asma brônquica também tem sido associada ao sexo feminino44. Pesquisadores afirmam que uma possível explicação para isso seria a influência de fatores hormonais45. Adicionalmente, há diferenças entre os sexos na percepção e no relato de sintomas46, podendo contribuir para explicar a prevalência mais elevada entre as mulheres. Por outro lado, a análise de outros fatores não investigados nesta pesquisa poderia contribuir para melhor compreender prevalências mais altas de sintomas respiratórios em indivíduos cuja cor de pele auto-referida é diferente da branca, depois de controlados os fatores socioeconômicos. A escolaridade e a renda apresentaram expressiva relação linear com os sintomas respiratórios analisados, sendo que a prevalência foi significativamente maior conforme menor o nível educacional e os rendimentos dos indivíduos. Esta condição corrobora os resultados de outras pesquisas que também encontraram maiores prevalências destes sintomas dentre as pessoas com menor nível socioeconômico9, 47 . Indivíduos com condições econômicas desfavoráveis expõem-se com maior freqüência e intensidade aos fatores de risco para doenças respiratórias, seja no ambiente de trabalho ou no âmbito domiciliar. Soma-se a estes aspectos o menor acesso e utilização dos serviços de saúde que acometem esta população. O consumo de cigarros, expresso na análise como o número de cigarros consumidos por ano, demonstrou uma dose-resposta relacionada aos sintomas respiratórios chiado no peito e de falta de ar. Observou-se maior risco destes sintomas respiratórios dentre os indivíduos cujo consumo de cigarros era igual a dez ou mais pacotes ao ano do que dentre aqueles cujo consumo era de menos de 10 pacotes ao ano, quando comparados aos não fumantes. Outros estudos corroboram estes resultados para os mesmos sintomas respiratórios, 57 além da asma brônquica48,49. As repercussões clínicas oriundas do tabagismo nos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) envolvem a alteração na quantidade e tamanho de glândulas, processos inflamatórios e fibroses49. Estima-se que em torno de 50% dos fumantes desenvolvam bronquite crônica e, mesmo naqueles em que não há sintomatologia clínica, existem alterações funcionais e morfológicas nos pulmões50. Além disso, sabe-se que a cessação do tabagismo melhora os sintomas respiratórios e a hiper responsividade brônquica, além de prevenir o acelerado declínio na função pulmonar49. Assim, são de extrema relevância políticas públicas restritivas que diminuam a prevalência do tabagismo. A inalação da fumaça de lenha é descrita como fator de risco em populações que utilizam lenha para o aquecimento ou para cozinhar27. No nosso estudo, mais da metade da população (cerca de 55%) declarou apresentar em seus domicílios fogão à lenha ou lareira, porém esta condição não se mostrou associada a nenhum dos desfechos. Embora relatos na literatura sobre prevalências destes aparatos em domicílios sejam escassos, parece ser expressiva a proporção encontrada no município. Lages caracteriza-se por ter altitude elevada, de 850 a 1.500 metros acima do nível do mar, e frio intenso no inverno, sendo comum a ocorrência de geadas e neve com temperaturas de até 7,4ºC negativos e temperatura média de 12,3ºC. A homogeneidade na distribuição deste fator de risco, devido às características climáticas predominantes na região serrana de Santa Catarina, pode ter dificultado a detecção de significância estatística para os desfechos investigados. Maiores investigações a respeito devem ser consideradas. A poluição ambiental e a exposição a químicos são fatores associados ao desenvolvimento de DPOC, cujos principais sintomas são os desfechos mensurados no nosso estudo04. Nossos resultados corroboram esta afirmação mostrando que a prevalência de chiado no peito e de falta de ar aumenta conforme aumenta o tempo de exposição a pó ou poeira no 58 ambiente de trabalho. A região da AMURES caracteriza-se pela atividade de exploração da madeira nativa e de sua industrialização em larga escala. Inúmeras serrarias e madeireiras, com destaque na produção de papel e celulose, absorvem grande quantidade de mão-de-obra do município51. A presença de infecções respiratórias graves na infância tem sido relacionada a sintomas respiratórios e redução da função pulmonar no adulto52. Além disso, tabagismo materno no período pré-natal e baixo peso ao nascer foram relatados como indicativos de prejuízo no funcionamento pulmonar em adolescentes e adultos53, 54 . No presente estudo, a associação entre internação na infância e prevalência de sintomas respiratórios pode indicar problemas fisiológicos que acompanham o indivíduo ou, ainda, a contínua exposição aos fatores de risco ambientais ao longo de sua vida. A Organização Mundial da Saúde aponta como desafios para um melhor perfil epidemiológico em relação à saúde respiratória, as barreiras socioeconômicas (pobreza, baixa escolaridade e más condições sanitárias), ambientais (tabagismo, poluição e baixa qualidade da alimentação), a elevada incidência de contaminação por HIV e tuberculose além de problemas na organização dos serviços de saúde55. São citadas, ainda: a ausência de iniciativa política para implementar ações no setor saúde, a lacuna de dados epidemiológicos sobre o tema e as barreiras relativas ao paciente (desconhecimento sobre as doenças respiratórias e barreiras culturais em relação aos doentes e a determinados tratamentos). O presente estudo apresentou prevalências de problemas respiratórios e fatores associados em um município de médio porte do sul do país. Tais dados podem subsidiar políticas públicas para o setor, que também devem considerar as particularidades do clima e das atividades laborais da população. Estudos epidemiológicos longitudinais poderiam contribuir para melhor elucidar os fatores de risco para presença de sintomas respiratórios. 59 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS As análises dessa dissertação são frutos dos resultados obtidos em um estudo originário de um inquérito de base populacional, realizado no município catarinense de Lages, no sul do Brasil. É importante salientar que estudos com essa abrangência são raros no país; isso porque o alto custo e a necessidade de contar com equipe numerosa são elementos limitantes. Na cidade de Lages, é o primeiro estudo dessa magnitude na área da saúde. As análises decorrentes deverão proporcionar maior conhecimento sobre a auto-percepção da saúde da população lageana e os condicionantes sociais, educacionais, econômicos e de saúde. Conforme as análises realizadas, foram encontradas as seguintes prevalências: bronquite crônica foi de 5,0% (IC95% 4,1;6,0) e valores mais elevados foram observados, em relação aos outros desfechos investigados, sendo de 20,2% (IC95% 18,4;21,9) para o chiado no peito e de 35,7% (IC95% 33,5;37,8) para a falta de ar . As prevalências dos três problemas respiratórios auto-referidos foram mais elevadas entre os amarelos, fumantes, naqueles com antecedentes familiares das doenças e nos estratos com menor renda e escolaridade. Quanto aos resultados deste estudo, intenciona-se divulgá-los aos gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Lages, contribuindo para a construção de políticas de educação, através da promoção e prevenção de saúde. Informações adicionais sobre a incidência e os fatores associados aos sintomas respiratórios são de extrema relevância para subsidiar políticas públicas que visem minimizar a morbimortalidade por esse agravo. Estes resultados também serão divulgados em congressos e periódicos científicos de grande circulação nacional e internacional incrementado as referências bibliográficas, ainda poucas, sobre o tema. Além disso, buscar-se-á desenvolver parcerias entre a Secretaria Municipal de Saúde de Lages, as prestadoras de planos privados de saúde e a UNIPLAC, focando na efetivação de estratégias para elaboração de materiais informativos e educativos. 60 Neste trabalho foram documentados os passos detalhados desta pesquisa e todas as fases realizadas ao longo do curso, os quais proporcionaram uma experiência muito rica para nós mestrandos. Além disso, obteve-se um diagnóstico das condições de saúde da população da cidade de Lages a fim de instrumentalizar o planejamento de políticas de saúde; objetivando diminuir as prevalências identificadas e evitar fatores associados por meio de ações e trabalhos de prevenção e promoção da saúde. 61 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Malta DC, Cezário AC, Moura L, Neto OLM, Junior JBS. A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2006; 15(1) 47 – 65. 2. 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LISTA DE ANEXOS Anexo 1 - Cópia do Instrumento de Pesquisa.- Questionário. Anexo 2 - Cópia do Termo de Avaliação e Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da UNIPLAC. Anexo 3 - Cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE). 69 UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - UNIPLAC “AUTO-AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS: estudo de base populacional em adultos de Lages (SC), 2007. QUESTIONÁRIO Setor censitário __ ___ ___ Número do domicílio: ___ ___ ___ ___ Nome ____________________________________________________________________________________ Nome do entrevistador: ______________________________________________________________________ Data da 1a visita: _____/ _____/ _____ Data da 2a visita: _____/ _____/ _____ Data da 3a visita: _____/ _____/ _____ Data da 4a visita: _____/ _____/ _____ Endereço completo__________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Telefones _________________________________________________________________________________ Telefone de um parente/amigo próximo _________________________________________________________ Ponto de referência do domicílio _______________________________________________________________ Meu nome é <…> e estamos trabalhando para a UNIPLAC. Este ano estamos coletando algumas informações sobre a saúde em geral dos adultos de Lages e precisamos de sua colaboração e compreensão. Sua participação é muito importante. Podemos conversar? (Se tiverem dúvidas é um bom momento para explicar – Entregar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Agradecer se sim ou não. Se marcou p/outro dia – anotar na planilha de campo Dia e Hora da entrevista agendada). Caso concordou ou ficou na dúvida continue: gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre a sua saúde e também tomar algumas medidas como, por exemplo, sua altura e peso. Este questionário não possui respostas certas ou erradas. As informações dadas pelo Sr(a) não serão divulgadas nem as respostas que o Sr(a) nos der. 1. Sexo do(a) entrevistado(a) (observar e marcar) (1) masculino (2) feminino 2. Quantos anos o(a) Sr(a) tem? (marcar os anos completos) 3. Neste momento o(a) Sr(a) está? (ler as alternativas) idade |__ __| (1) casado/companheiro (2) solteiro (3) divorciado/separado (4) viúvo (9) IGN 4. Quantos filhos naturais (biológicos) a Sra tem ou teve? (só para mulheres) __ __ (88) NA 5. O(a) Sr(a) considera a sua cor da pele, raça ou etnia: (ler as opções, exceto a alternativa 9) (1) branca (2) parda (3) negra ou preta (4) amarela (5) indígena (9) IGN 6. Quantas pessoas no total moram nesta casa? npess |__ __| (99) IGN 7. No mês passado, quanto receberam EM REAIS, as pessoas renda 1|__________| que moram na casa? (lembrar que inclui salários, pensões, mesadas, aluguéis, etc.). renda 2|__________| renda 3|__________| renda 4|__________| renda 5|__________| (9) IGN 70 8. O Sr(a) poderia me mostrar a sua última conta de luz? (ver na conta e anotar) 9 .O Sr(a) estudou na escola? 10. Até que ano o(a) Sr(a) completou na escola? (marcar o número de anos de estudo) AGORA EU VOU PERGUNTAR SOBRE A SUA CASA. O(A) SR(A) TEM?: 11. Rádio 12. Aparelho de som 13. Televisão 14. Carro 15. Aquecedor elétrico 16. Fogão à lenha, carvão , com madeira, esterco, palha, lareira 17. Aspirador de pó 18. Máquina de lavar roupa 19. Vídeo cassete ou DVD 20. Computador 21. Internet 22. Geladeira 23. Freezer separado, geladeira duplex 24. Banheiros na casa 25. Quantos banheiros com chuveiro têm na casa? 26. Água encanada em casa 27. Quantos cômodos são usados para dormir? 28. De que material é feita a sua casa? kilow |________| (888) NA (999) IGN (1) sim (2) não (9) IGN anesc |__ __| (88) NA (99) IGN (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim Banheiro|__ __| (0) não (1) sim Cômodos |__ __| (1) tijolo com reboco (2) tijolo sem reboco (3) apartamento (4) madeira/material (5) madeira regular (6) madeira irregular (7) papelão ou lata (8) barro AGORA UMA ÚLTIMA PERGUNTA SOBRE A SUA CASA 29.Nesta casa trabalha empregada doméstica mensalista? (0) não (1) sim (9) IGN AGORA VAMOS CONVERSAR SOBRE A SUA SAÚDE. EU GOSTARIA DE VERIFICAR ALGUMAS MEDIDAS DO SR(A) E DEPOIS LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS. 30. Peso (Kg) peso |__ __ __, ___| (999,9) IGN 31. Altura (cm) alt |__ __ __, __| (999,9) IGN 32. Perímetro da cintura (cm) cint |__ __ ___, __| (999,9) IGN 33. Pressão arterial sistólica (1a medida) pas1 |__ __ __| (999) IGN 34. Pressão arterial diastólica (1a medida) pad1 |__ __ __| (999) IGN 35. De um modo geral, em comparação com pessoas de sua idade como o(a) Sr(a) considera (1) excelente seu estado de saúde. (ler as alternativas, exceto a alternativa 9) (2) muito bom (3) bom (4) regular (5) ruim (9) IGN 36. O(a) Sr(a) usa remédio para emagrecer? (aguarde a resposta e, em caso positivo, (1) não uso pergunte: sempre ou de vez em quando? E em seguida marque a resposta) (2) sim uso, sempre (3) sim, uso de vez em quando (9) IGN 71 37. O Sr(a) usou algum tipo de remédio nos últimos 15 dias, ou ainda está usando? Caso positivo pedir para olhar a caixa do medicamento ou, se não tiver mais, perguntar qual era o medicamento e anotar o nome ao lado.______________________________________ ______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 38. O Sr(a) já teve alguma fraqueza ou paralisia em algum lado do rosto/face, um braço ou uma perna, que durou mais de cinco minutos? 39. O Sr(a) já teve perda marcante da visão em um olho ou forte escurecimento ou embaralhamento da visão em ambos os olhos, que durou mais de cinco minutos? 40. O Sr(a) já teve um período em que perdeu a fala ou a capacidade de entender o que uma pessoa estava dizendo? 41. O Sr(a) já teve “derrame”? (se respondeu “não”, marque NA na 42) 42. Procurou atendimento médico por causa destes problemas? (1) não (2) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN 43. Alguma vez o médico disse que o Sr(a) teve derrame, ou AVC (Acidente Vascular Cerebral)? 44. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe disse que o Sr(a) tinha Diabetes? (0) não (1) sim (9) IGN 45. O(a) Sr(a) toma remédio para controlar a pressão alta? (0) não (1) sim (9) IGN VOU LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS AGORA SOBRE SUA RESPIRAÇÃO E SEUS PULMÕES. RESPONDA SIM OU NÃO, SE POSSÍVEL. SE TIVER DÚVIDA, RESPONDA NÃO. 46. O(a) Sr(a) costuma ter tosse, sem estar resfriado(a)? (Se “sim”, pergunte Questão 47; se (0) não (1) sim (9) IGN “não”, vá para a questão 50 e marque NA de 47 a 49) 47. Existem meses em que o(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias ou quase todos os dias ? (Se (0) não (1) sim (8) NA “sim”, pergunte Questão 48; se “não”, vá para a questão 50 e marque NA de 48 e 49) (9) IGN 48. O(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 49. Há quantos anos o(a) sr(a) vem tendo essa tosse ? (1) <2 anos (2) entre 2 e 5 anos (3) mais do que 5 anos (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN 50. O(a) Sr(a) geralmente tem catarro que vem do seu pulmão, ou catarro difícil de por para fora, mesmo sem estar resfriado(a)?(Se “não”, vá para a questão 54 e marque NA de 51 a 53) 51. Existem meses em que o(a) sr(a) tem esse catarro na maioria dos dias ou quase todos os (0) não (1) sim (8) NA dias ? [se “sim”, continue; se “não”, vá para a questão 54 e marque NA nas 52 e 53)] (9) IGN 52. O(a) Sr(a) tem esse catarro na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano ? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 53. Há quantos anos o(a) Sr(a) vem tendo esse catarro ? (1) <2 anos (2) entre 2 e 5 anos (3) mais do que 5 anos (8) NA (9) IGN 54. O Sr(a) teve chiado no peito, alguma vez, nos últimos 12 meses? (se “sim”, pergunte as (0) não (1) sim (9) IGN questões 55 e 56; se “não”, vá para a questão 57 e marque NA nas 55 e 56) 55. O(a) Sr(a) teve esse chiado no peito, nos últimos 12 meses, somente quando esteve (0) não (1) sim (8) NA resfriado? (9) IGN 56. Alguma vez, nos últimos 12 meses, o(a) Sr(a) teve um ataque (crise) de chiado no peito (0) não (1) sim (8) NA com falta de ar? (9) IGN 57. O(a) Sr(a) tem algum problema que não o(a) deixa andar, sem ser problema de pulmão ou (0) não (1) sim (9) IGN coração ? (se “sim”, por favor, diga qual é esse problema, então vá para a questão 63 Qual?_____________ marcando NA de 58 a 62; se “não”, vá para a questão 58). 58. O(a) Sr(a) sente falta de ar quando anda (caminha) mais rápido no chão reto e/ou quando (0) não (1) sim (8) NA anda numa pequena subida? (Se respondeu “não”, marque NA até a 62) (9) IGN ATENÇÃO! Se responder “sim” para qualquer questão entre 59 até 62, vá para a questão 63 e marque NA nas restantes; se “não”, pergunte a próxima. 59. O(a) Sr(a) tem que andar (caminhar) mais devagar no chão reto, do que pessoas da sua (0) não (1) sim (8) NA idade, por causa da falta de ar ? (9) IGN 60. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar), no chão reto, para puxar o ar, no seu (0) não (1) sim (8) NA 72 passo normal ? 61. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar) no chão reto para puxar o ar, depois de andar uns 100 metros ou alguns minutos ? 62. A sua falta de ar é tão forte que não deixa o(a) Sr(a) sair de casa ou não deixa o(a) Sr(a) trocar de roupa ? 63. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem enfisema nos seus pulmões? 64. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem asma, ou bronquite asmática ou bronquite alérgica ? (se “sim”, pergunte a questão 65; se “não”, vá para a questão 66 e marque NA na 65) 65. O(a) Sr(a) ainda tem asma ou bronquite asmática ou bronquite alérgica? 66. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) Sr(a) tem bronquite crônica? (se “sim”, pergunte a questão 67; se “não”, vá para a questão 68 e marque NA na 67) 67. O(a) Sr(a) ainda tem bronquite crônica? 68. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) sr(a) tem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? 69. O(a) Sr(a) alguma vez na vida trabalhou por um ano ou mais em um trabalho com poeira ou pó? (se “sim”, vá para a questão 70, se “não”, vá para a questão 71 e marque NA na 70) 70. Por quantos anos o(a) Sr(a) trabalhou em lugar assim? 71. Alguma vez o médico lhe disse que o (a) Sr(a) tinha Tuberculose? (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN ________ anos (88) NA (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA 72. O(a) Sr(a) esteve internado quando criança(≤9 anos) por problemas de pulmão? (9) IGN 73. O médico ou outro profissional de saúde lhe disse que seu pai, mãe ou irmãos tiveram (0) não (1) sim (8) NA Enfisema, ou bronquite crônica ou DPOC? (9) IGN 74. Na sua casa, por mais de 6 meses em toda a sua vida, usaram fogão com carvão para (0) não (1) sim (9) IGN cozinhar? Na média, quantos anos? _______anos (0) não (1) sim (8) NA 75. O(a) Sr(a) AGORA fuma cigarro industrializado (pronto) ou feito a mão? (se “sim”, pergunte a questão 76 e marque NA na 77 e na 79. Se “não”, pule para 77 e marque NA na (9) IGN 76) 76. Quantos cigarros o Sr(a) fuma por dia? ____ cigarros (88) NA 77. Alguma vez na vida o(a) Sr(a) fumou regularmente?(se “não”, pule para 80 e marque (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN NA na 78 e 79) 78. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando começou a fumar regularmente? ___________anos (88) NA 79. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando parou totalmente de fumar cigarros? ___________anos (88) NA MAIS ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE SAÚDE 80. O Sr(a) sabe o que é Fisioterapia? 81. O Sr(a) sabe o que um fisioterapeuta faz? 82. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe indicou os serviços de fisioterapia? 83. O Sr(a) já utilizou serviços de fisioterapia? Se sim, para quê?_________________ Caso “sim”, marcar NA na 84, Caso “não”, marcar NA na 85 e na 86 84. Por que não utilizou o serviço de Fisioterapia quando foi necessário? (marque NA para quem nunca utilizou) 85. O Sr(a) fez uso dos serviços de Fisioterapia através: (ler as opções, ou marcar NA para quem não usou o serviço) (0) não (1) sim (0) não (1) sim (8) NA (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN _________________ (8) NA (9) IGN (1) convênios/particular (2) SUS (8) NA (9) IGN 86. Onde o Sr(a) recebeu este atendimento? (ler as opções, ou marcar NA para quem não (1) Posto de Saúde recebeu atendimento) (2) Hospital (3) Clínica/ Consultório (4) Domicílio (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9) IGN 87. Nos últimos 12 meses o Sr (a) consultou com médico? (se “não”, vá para 92 e marque (1) Sim (2) Não (9) IGN 73 NA na 88 a 91) 88. Qual o motivo da última consulta neste período? (anotar o motivo principal) 89. O Sr (a) fez esta última consulta através de: (ler as opções, exceto as alternativas 8 e 9) 90. Onde o Sr(a) recebeu esta última consulta? (Espere a resposta e marque o que for relatado, não leia as alternativas). 91. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao médico, o senhor achou o atendimento? (Ler a resposta e marque a opção escolhida) 92. Nos últimos 12 meses o(a) Sr (a) recebeu orientações dos profissionais de saúde sobre cuidados com sua saúde, como por exemplo: atividade física, alimentação saudável, tabagismo, uso de álcool e outros? Aguarde a resposta e, caso positivo, pergunte orientação sobre o quê e anote ao lado? 93. O seu pai é ou era gordo? _____________________ _____________________ (1) convênios/particular (2) SUS (8) NA (9) IGN (1) Posto de Saúde (2) Hospital (3) Clínica/ Consultório (4) Domicílio (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9) IGN (1) Muito Bom (2) Bom (3) Razoável (4) Ruim (5) Muito ruim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN _________________ (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 94. A sua mãe é ou era gorda? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 95. O Sr(a) costuma tomar bebida de álcool? (Espere a resposta e marque o que for relatado, (0) não (1) sim (8) NA não leia as alternativas. Se “não”, vá para a 100 e marque NA nas 96 a 99) (9) IGN 96. Alguma vez o sr(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN ou parar de beber? 97. As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de tomar bebida (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN alcoólica? 98. O Sr (a) se sente chateado(a) consigo mesmo (a) pela maneira como costuma (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN tomar bebida alcoólica? 99. O Sr(a) precisa tomar bebidas alcoólicas pela manhã para diminuir o nervosismo (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN ou ressaca? AS PRÓXIMAS PERGUNTAS ESTÃO RELACIONADAS AO TEMPO QUE O SR(A) GASTOU FAZENDO ATIVIDADE FÍSICA NA ÚLTIMA SEMANA. 100. Em quantos dias da última semana o Sr(a) caminhou por pelo menos 10 Dias _________ por semana minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um ( ) Nenhum (999) IGN lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? 101. Nos dias em que o Sr(a) caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos horas: ______ Minutos: _____ quanto tempo no total o Sr(a) gastou caminhando por dia? (marcar o menor (888) NA (999) IGN tempo) 102. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades Dias _________ por SEMANA MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como, por exemplo, ( ) Nenhum pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei (888) NA (999) IGN recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR, NÃO INCLUA CAMINHADA) Horas: _______ Minutos: ______ 103. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total o Sr(a) gastou fazendo essas atividades (888) NA por dia? (999) IGN 74 104. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração 105. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total o Sr(a) gastou fazendo essas atividades por dia? Dias ________ por SEMANA ( ) Nenhum (888) NA (999) IGN horas: ______ Minutos: _____ (888) NA (999)IGN AGORA GOSTARIA DE CONVERSAR SOBRE OS SEUS DENTES 106. Alguma vez o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista? (se “não”, marque NA na107) (1) Sim (2) Não (9) IGN 107. Quando o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista, conseguiu atendimento? (Aguarde a (1) Sim resposta e, se “não”, pergunte o por quê?) (2) Não, era longe (3) Não, não tinha vaga (4) Não, não tinha dinheiro (5) Não, o dentista não estava no dia (6) Não outros motivos:__________ (8) NA (9) IGN 108. Quando Sr(a) foi ao dentista pela última vez? (Espere a resposta e marque o (1) menos de 1 ano que for relatado, não leia as alternativas. Atenção! Perguntar se foi em razão de (2) De 1 ano a 2 anos acompanhamento de aparelho ortodôntico e se “sim”, não considerar) (3) 3 anos ou mais (4) Nunca foi ao dentista (9) IGN 109. Onde foi a última consulta no dentista? (Espere a resposta e marque o que for (1) Posto de Saúde relatado, não leia as alternativas) (2) UNIPLAC (3) Clínica/ Consultório (4) Pronto Socorro (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9)IGN 110. Qual foi o motivo da última consulta? (espere a resposta e assinale ao lado) (1) Consulta de rotina/reparos/manutenção (2) Dor (3) Sangramento gengival (4) Cárie (5) Extração/tirar um dente (6) Outros_________________ (8) NA (9) IGN 111. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao dentista, o que achou do atendimento? (1) Muito Bom (ler as opções) (2) Bom (3) Razoável (4) Ruim (5) Muito ruim (8) NA (9) IGN 112. O(a) Sr(a) considera que o seu problema foi resolvido neste atendimento? (1) Sim (2) Não (8) NA(9) IGN 113. Com relação aos teus dentes o(a) senhor(a) está (ler as alternativas, exceto as (1) Muito satisfeito alternativas 8 e 9) (2) Satisfeito (3) Nem satisfeito nem insatisfeito (4) Insatisfeito (5) Muito insatisfeito (8) NA (9) IGN 114. O Sr(a) considera que necessita tratamento dentário atualmente? (1) Sim (2) Não (9) IGN 115. Lembrando dos seus dentes de cima, o Sr(a) tem: (ler as alternativas, exceto (1) 10 dentes naturais ou mais as alternativas 9. Se a resposta for: tenho todos os dentes naturais, marcar (2) < 10 dentes naturais alternativa 1) (3) nenhum dente natural (9) IGN 116. Lembrando dos seus dentes de baixo, o Sr(a) tem: (ler as alternativas, exceto (1) 10 dentes naturais ou mais a alternativa 9. Se a resposta for: tenho todos os dentes naturais, marcar (2) < 10 dentes naturais alternativa 1) (3) nem dente natural (9) IGN 117. Faz mais de 6 meses que o(a) Sr(a) perdeu todos os dentes? (só para quem (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN não tem TODOS os dentes) 75 118. O Sr(a) usa chapa (dentadura)? (só para quem não tem TODOS os dentes embaixo ou em cima) 119. O Sr(a) acha que precisa de chapa (dentadura, próteses total)? (só para quem não tem TODOS os dentes. Se a resposta for sim, pergunte imediatamente se em cima e/ou embaixo) (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim, embaixo (2) Sim, em cima; (3) Em cima e embaixo (4) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (88) NA (99) IGN 120. Nos últimos 6 meses, isto é, desde <MÊS>, o Sr(a) teve dor de dente? 121. Nas últimas 4 semanas o Sr(a) teve dor de dente? 122. O Sr(a) poderia apontar na linha ao lado o quanto esta dor te doeu? 0 (zero) significa nenhuma dor e 10 (dez) uma dor muito forte (mostrar a escala e anotar o 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 número diretamente na escala) 123. Esta dor que o Sr(a) sentiu impediu de realizar alguma atividade? Se sim, (0) Não qual? (1) Trabalhar (2) Realizar os trabalhos domésticos (3) Dormir (4) Mastigar certos tipos de alimentos (5) Conversar com outras pessoas (6) Estudar (7) Outros_______________ (8) NA (9) IGN PAS 2 |__ __ __| AGORA EU GOSTARIA DE VERIFICAR NOVAMENTE SUA PRESSÃO PAD 2 |__ __ __| AGORA ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE A SUA ALIMENTAÇÃO 124. Quantos dias da semana o (a) sr(a) costuma comer frutas? (Se marcar (1) todos os dias alternativa 3 ou 4, pular para a questão 126 e marcar NA na 125) (2) 5 a 6 dias (3) 1 a 4 dias (4) quase nunca ou nunca 125. Nestes dias, quantas vezes o(a) sr(a) come frutas? (1) 1 vez no dia (2) 2 vezes no dia (3) 3 ou mais vezes no dia (8) NA 126. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer saladas cruas, como (1) todos os dias exemplo: alface, tomate, pepino? (Se marcar alternativa 3 ou 4, pular para a (2) 5 a 6 dias questão 128 e marcar NA na 127) (3) 1 a 4 dias (4) quase nunca ou nunca 127. Nestes dias, o(a) sr(a) come saladas cruas: (ler as alternativas) (1) no almoço, (2) no jantar (3) no almoço e no jantar. (8) NA 128. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer verduras e legumes (1) todos os dias cozidos, como couve, cenoura, chuchu, berinjela,abobrinha, sem contar batata ou (2) 5 a 6 dias mandioca? (Se marcar alternativa 3 ou 4, pular para a questão 130 e marcar NA (3) 1 a 4 dias na 129) (4) quase nunca ou nunca 129. Nestes dias, o(a) sr(a) come verduras e legumes cozidos: (ler as alternativas) 130. Quantos dias da semana o (a) sr(a) come feijão? (1) no almoço, (2) no jantar (3) no almoço e no jantar (8) NA (1) todos os dias (inclusive sábado e domingo) (2) 5 a 6 dias por semana (3) 3 a 4 dias por semana (4) 1 a 2 dias por semana (5) quase nunca (6) nunca 76 131. Em quantos dias da semana o (a) sr(a) toma refrigerante? (Se marcar alternativa 5 ou 6, pular para a questão 134 e marcar NA na 132 e 133) (1) todos os dias (2) 5 a 6 dias por semana (3) 3 a 4 dias por semana (4) 1 a 2 dias por semana (5) quase nunca (6) nunca 132. Que tipo? (1) normal (2) diet/light (3) ambos (8) NA 133. Quantos copos/latinhas costuma tomar por dia? (anotar o número) _________(88) NA (99) IGN 134. O sr(a) costuma tomar leite? (não vale soja) (Se “não”, pule para questão 136 e marque NA (1) sim (2) não 135) 135. Quando o sr(a) toma leite, que tipo de leite costuma tomar? (1) integral (2) desnatado ou semi-desnatado (3) os dois tipos (4) não sabe (8) NA 136. O sr(a) costuma comer carne de boi ou porco?(Se “não”, pule para (1) sim, (2) não questão 138) 137. Quando o sr(a) come carne de boi ou porco com gordura, o(a) sr(a) (1) tirar sempre o excesso de gordura costuma: (ler as alternativas) (2) comer com a gordura (3) não come carne vermelha com muita gordura 138. O sr(a) costuma comer frango? (Se “não”, marcar NA na questão139) (1) sim, (2) não 139. Quando o sr(a) come frango com pele, o(a) sr(a) costuma: (3) tirar sempre a pele (4) comer com a pele (5) não come pedaços de frango com pele (8) NA AGORA VAMOS FALAR SOBRE ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À SAÚDE DA MULHER (só para mulheres. Se for homem marcar NA em todas as outras questões seguintes, agradecer e encerrar a entrevista). 140. Nos últimos 12 meses, a Srª. teve marido, noivo, namorado, ou qualquer outro (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN tipo de relacionamento amoroso? (Se a resposta for “não”, pule para a questão 179) 141. Algum destes relacionamentos durou um mês ou mais? (Se a resposta (1) Sim for (2) Não (8) NA (9) IGN “não”, pule para a questão 178) AS PRÓXIMAS PERGUNTAS SÃO SOBRE A ÚLTIMA PESSOA COM QUEM A SRª. RELACIONOU-SE POR UM MÊS OU MAIS DESDE <MÊS> DE 2006. Entrevistador: Antes de começar as perguntas, tente falar com suas palavras a informação do quadro abaixo. Ressalte a importância das perguntas que se seguem e garanta a confidencialidade. Agora eu gostaria de conversar um pouquinho sobre como a Sra e o seu companheiro resolvem os desentendimentos e desavenças do dia-a-dia. Nós sabemos que algumas das próximas perguntas podem ser delicadas e pessoais e que, as vezes, parece difícil falar sobre elas. Mas é muito importante para nossa pesquisa que a Srª. faça um esforço para relembrar com a gente como vocês se entenderam no último ano. Eu queria lembrar que tudo que será dito aqui ficará somente entre nós. Entrevistador, leia o quadro abaixo: Não importa como as pessoas se relacionem, tem horas que elas discordam, ficam irritadas ou brigam umas com as outras só por estarem de mau-humor, cansadas ou por qualquer outra razão. Nesses momentos, as pessoas têm muitas maneiras de tentar resolver suas diferenças e desavenças. Agora eu vou ler uma lista de coisas que podem acontecer quando existem diferenças e desavenças entre pessoas que se relacionam. Para cada uma das coisas que vou dizer a seguir, eu gostaria que a Srª. me dissesse se já aconteceu em momentos de discussão e brigas entre vocês. 142. Nos últimos 12 meses, quer dizer, desde <mês> de 2006, nos momentos de discussão (1) Sim (2) Não e brigas entre vocês, como a Srª reagiu: a Srª discutiu o problema calmamente? (8) NA (9) IGN 143. E ele, discutiu o problema calmamente? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 144. A sra. procurou conhecer melhor o modo dele pensar? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 145. E ele, procurou conhecer melhor o seu modo de pensar? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 146. A Srª trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as coisas? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 147. E ele trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as coisas? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 148. A Srª xingou ou insultou ele? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 149. E ele xingou ou insultou a Srª? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 150. A Srª ficou emburrada ou não falou mais no assunto? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 77 151. E ele ficou emburrado ou não falou mais no assunto? 152. A Srª retirou-se do quarto, da casa ou do local? 153. E ele retirou-se do quarto, da casa ou do local? 154. A Srª fez ou disse coisas só para irritar ele? 155. E ele fez ou disse coisas só para irritar a Sra? 156. A Srª ameaçou bater ou jogar coisas nele? 157. E ele ameaçou bater ou jogar coisas na Srª? 158. A Srª destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos? 159. E ele destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos? 160. A Srª jogou coisas sobre ele? 161. E ele jogou coisas sobre a Srª? 162. A Srª empurrou ou agarrou ele? 163. E ele empurrou ou agarrou a Srª? 164. A Sra deu um tapa ou bofetada nele? 165. E ele deu um tapa ou bofetada na Sra? 166. A Srª chutou, mordeu ou deu um murro nele? 167. E ele chutou, mordeu ou deu um murro na Srª? 168. A Srª bateu ou tentou bater nele com objetos? 169. E ele bateu ou tentou bater na Srª com objetos? 170. A Srª espancou ele? 171. E ele espancou a Srª? 172. A Srª estrangulou ou sufocou ele? 173. E ele estrangulou ou sufocou a Sra? 174. A Sra ameaçou ele com faca ou arma? 175. E ele ameaçou a Srª com faca ou arma? 176. A Sra usou faca ou arma contra ele? 177. E ele usou faca ou arma contra a Sra? Entrevistador: observar se houve respeito à privacidade, ou seja, a informante foi entrevistada: (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sozinha (2) Presença do cônjuge ou companheiro (3) Na presença de filhos/ou pais (4) Na presença de outras pessoas Qual?__________ EU GOSTARIA DE FAZER UMAS PERGUNTAS SOBRE AS CRIANÇAS DESTA CASA (só para mulheres) 178. A Sra tem filhos com idade entre 0 e 12 anos? (Se a resposta for (1) Sim (2) Não (8) NA “não”, marcar 8(NA) nas demais questões e encerre a entrevista.) 179. Quantos? Filhos____________ (88) NA EU GOSTARIA DE CONVERSAR UM POUCO SOBRE OS SEUS FILHOS DE 0 A 12 ANOS. PARA FACILITAR A NOSSA CONVERSA, PODERIA, POR FAVOR , ME DIZER O PRIMEIRO NOME DE CADA UM, COMEÇANDO PELO MAIS VELHO? 180. Seu(s) filho(s) (entre 0 e 12 anos) usam ou usaram a chupeta? (marcar Filho 1 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN para cada filho, escrevendo o seu 1º nome e iniciando pelo mais velho) Filho 2 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 3 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 4 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 5 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 6 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 7 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 8 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Havendo crianças que usam ou usaram a chupeta aplicar o questionário até o fim, caso contrário, marcar a alternativa(8) NA nas próximas questões, agradecer e encerrar a entrevista. 181. Com que idade começaram a usar a chupeta? (marcar para cada filho, Filho 1_______________ (8) NA (9) IGN com idade entre 0 e 12 anos,.. Após a entrevista, transformar cada resposta Filho 2_______________ (8) NA (9) IGN em dias. Filho 3_______________ (8) NA (9) IGN Filho 4_______________ (8) NA (9) IGN Filho 5_______________ (8) NA (9) IGN Filho 6_______________ (8) NA (9) IGN Filho 7_______________ (8) NA (9) IGN Filho 8_______________ (8) NA (9) IGN 78 182. A chupeta foi levada para a maternidade? (marcar para cada filho) Filho 1 (1) Sim Filho 2 (1) Sim Filho 3 (1) Sim Filho 4 (1) Sim Filho 5 (1) Sim Filho 6 (1) Sim Filho 7 (1) Sim Filho 8 (1) Sim (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN 183. A chupeta foi usada em conjunto com a amamentação? (marcar para Filho 1 (1) Sim cada filho) Filho 2 (1) Sim Filho 3 (1) Sim Filho 4 (1) Sim Filho 5 (1) Sim Filho 6 (1) Sim Filho 7 (1) Sim Filho 8 (1) Sim (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN 184. Por que a chupeta foi oferecida? (esperar a resposta e anotar EXATAMENTE a fala da mãe) ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 185. A Sra. acredita que a chupeta pode: (leia as alternativas e aguarde a resposta. Se a resposta não corresponder às alternativas, anote abaixo EXATAMENTE a fala da mãe) _________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 186. Quem indicou o uso da chupeta? (aguardar a resposta, não ler as alternativas) ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ AGRADEÇA E ENCERRE A ENTREVISTA (8) NA (1) acalmar o bebê (2) ajudar o bebê a dormir (3) tranqüilizar a mãe (4) todas as anteriores (8) NA (9) IGN (1) avó (2) outros parentes (3) amigas (4) pediatra (5) dentista (6) ninguém, já tinha comprado ou ganhou a chupeta (8) NA (9) IGN 79 Anexo 2 - Cópia do Termo de Avaliação e Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIPLAC. 80 UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CEP – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa AUTO-AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL EM ADULTOS DE LAGES, SC, 2007, cujo objetivo é avaliar as condições de saúde de adultos da zona urbana de Lages. Sua colaboração neste estudo é MUITO IMPORTANTE, mas a decisão de participar é VOLUNTÁRIA, o que significa que o(a) senhor(a) terá o direito de decidir se quer ou não participar, bem como de desistir de fazê-lo a qualquer momento. Garantimos que será mantida a CONFIDENCIALIDADE das informações e o ANONIMATO. Ou seja, o seu nome não será mencionado em qualquer hipótese ou circunstância, mesmo em publicações científicas. NÃO HÁ RISCOS quanto à sua participação e o BENEFÍCIO será conhecer a realidade da saúde dos moradores de Lages, a qual poderá melhorar os serviços de saúde em sua comunidade. Será realizada uma entrevista e também verificadas as seguintes medidas: pressão arterial (duas vezes), peso, altura e diâmetro da cintura, que não causarão prejuízos à sua saúde. Para isso será necessária uma hora. Em caso de dúvida o(a) senhor(a) poderá entrar em contato com GIANA ZARBATO LONGO, coordenadora de campo da pesquisa, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado, na UNIPLAC, na Av. Castelo Branco, 170 – Bloco do Centro de Ciências Jurídicas/CCJ (piso térreo), ou pelo telefone (49) 3251 11 08, ou e-mail [email protected] Eu.............................................................................................., declaro estar esclarecido(a) sobre os termos apresentados e consinto por minha livre e espontânea vontade em participar desta pesquisa e assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse. Lages, _____ de _________________ de 2007. _________________________________ ( assinatura do participante )