Negócios Iniciativas Jornal de Negócios, 22 de
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Negócios Iniciativas Jornal de Negócios, 22 de
20 TERÇA-FEIRA 22 DEZ 2015 | | NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO TÊXTIL SOCKS ACTIVE Meias de Barcelos calçam o exército israelita A Socks Active exporta os cinco milhões de pares que produz anualmente nas duas fábricas, incluindo a falida que comprou em Fafe. Os artigos técnicos acabam nos pés de atletas, soldados e caçadores. A Socks Active vaicomeçar a produzir meias de alta resistênciaparao exército de Israelno início de 2016. O contrato prevê o fornecimento de 50 mil pares a cada três meses, fabricados com um fio de torções diferenciadas e tratamento antibacteriano. O gestor, Joaquim Ribeiro, adiantou que “vão ser uns milhões largos” desse “produto específico e cor única”. Esta não é a primeira vez que a empresa de Barcelos trabalha no segmentomilitar.Hádoisanos,despachou dois contentores também com cuecas, sutiãs, camisolas interiorese“singlets”(semalças)paraa Força Aérea Nacional de Angola. Produzidosemváriasfábricasdaregião, esses artigos foram vendidos através de um capitão que detém umaconfecção de uniformes. Fora da Europa, Israel já é o maiormercadoparaestaexportadora a 100%, em que França e Alemanhapesampertode80%nafacturaçãoanualde2,2milhõesdeeuros.À unidade principal localizadanafreguesia da Pousa – criada no ano 2000eondeestáaconcentraraprodução de meias técnicas e de maior valor acrescentado – juntou a antigaConfecçõesImpério,emFafe,que comprouemMaiode2013erecuperou da falência. É lá que vai ficar o grosso da produção das meias de grande consumo, que valem menos de metade do negócio. Além dessas básicas, que vende paragrandessuperfíciescomooIntermarché ou E.Leclerc, faz artigos 5 MILHÕES DE PARES As duas fábricas fazem cinco milhões de pares de meias por ano. Todas seguem para o exterior. especializados para corrida, esqui, caça, pesca, caminhadaou trabalho –estasmuitorequisitadasemFrança pelo filamento de protecção nas biqueirasecalcanhares.Trabalhando para cadeias com a dimensão da Intersport, Casino e Decathlon ou marcas como Hummel ou Fila, os produtos saem do Minho com a insígniadosclientes.Sóagoraestáainvestirparatentardarmaiorforçacomercial à marca própria Riverst, de vestuário desportivo técnico. Com 45 funcionários, as duas unidades produzem perto de cinco milhões de pares de meias por ano. A capacidade produtiva não é suficiente,porém,parasatisfazerasencomendas,peloque distribuitrabalho por várias fábricas na região. Para inverter essa limitação, gizou um plano de investimento de 300 mileurospararenovaçãodeequipamentos, aumento de pessoal e eficiência energética. Candidatou-o a apoios europeus no Portugal 2020, mas foi rejeitado porduas décimas. “A explicação foi que não promovia a marca. É importante, mas os nossos clientes também são e semprepromovemosnegócionoestrangeiro.Oimportanteéterunidadesaproduzir,quesejarentável,pague os ordenados aos funcionários, pagueaoEstadoechegueaofinaldo anosemproblemas.Seistonãoésuficiente…”, desabafou Ribeiro. Oempresárioatestouaindaque a maior força da empresa continua asercomercial,nacaptaçãodeclientes, tendo sido esse factora“aguentar”onegóciofaceàs“muitascrises” que atravessou em três décadas. I ANTÓNIO LARGUESA Paulo Duarte “ O importante é ter as unidades a produzir, ser rentável, pagar ao Estado e os ordenados aos funcionários e chegar ao final do ano sem problemas. JOAQUIM RIBEIRO Administrador da Socks Active e da Têxtil Ribeiro & Verstraete Negócios.pt e apps INICIATIVA NEGÓCIOS Prémios Exportação e Internacionalização Conheça as empresas portuguesas que foram além-fronteiras e estão a ganhar mercados. Joaquim Ribeiro, 53 anos, é administrador único da Têxtil Ribeiro & Verstraete, a empresa comercial, e tem o irmão Luís como sócio na industrial Socks Active. Publicidade TERÇA-FEIRA | 22 DEZ 2015 | EMPRESAS | 21 PERGUNTAS A JOAQUIM RIBEIRO Administrador da Socks Active e da Têxtil Ribeiro & Verstraete “Estamos a fechar compra de uma empresa em Espanha” A aquisição da Calcetinos Hernando, que ficará fechada no início de 2016, vai duplicar a dimensão do grupo Ribeiro e abrir ainda mais as portas do mercado espanhol. Estão a preparar aquisições? Estamos a negociar a compra da Calcetinos Hernando, que tem uma unidade com perto de 70 máquinas em Burgos e é um cliente estratégico para quem já desenvolvemos alguns produtos que se vendem no mercado espanhol. O custo da mão-de-obra lá é mais caro e está no limite do negócio. Têm mais dificuldades em vender e a ideia é passar toda a produção para Barcelos e ficar lá só o departamento comercial. A vontade dos dois empresários é grande, mas a negociação está a levar tempo porque há outros sócios na família – aquilo já vem do tempo do avô – e não está fácil tirar de lá a produção. Mas não há volta a dar, o futuro é assim mesmo. No início do próximo ano fica tudo definido e a empresa deve passar para o nosso grupo. É um activo interessante? Como eles têm mais ou menos a mesma dimensão, então isto vai duplicar a nossa produção. É tão simples como isso. E é um mercado antigo para nós, temos lá muitos clientes, e essa empresa tem boa presen- O têxtil é hoje um “negócio de ocasião” para a banca nacional, que antes dizia que “não era oportuno”, frisa o gestor minhoto. Premiar e promover o sucesso das empresas nacionais. A afirmação da economia nacional e a melhoria da sua competitividade dependem em muito do incremento da capacidade exportadora e da aposta na internacionalização das empresas portuguesas. O NOVO BANCO e o Jornal de Negócios, numa parceria com a IGNIOS destinada a premiar e promover o sucesso das empresas nacionais na exportação e internacionalização da sua atividade, lançam a edição 2016 dos Prémios Exportação & Internacionalização. Estes prémios, destinados a PME e Grandes Empresas, têm duas componentes: ça no país. Ao vir para cá, o negócio vai poder respirar por mais anos. E como estão actualmente as vossas condições de financiamento? A banca está mais próxima do que nunca porque agora não têm a construção, os carros vendem-se mal, e o têxtil é um negócio de ocasião. Noutros tempos, diziam que não era oportuno; hoje aliciam e querem que façamos crédito quando não precisamos. É só telefonar, que o dinheiro aparece na conta, graças a Deus. E os nossos clientes cumprem direitinho, dentro dos prazos e já nem recorremos a financiamentos sobre a exportação, como no passado. NOTAS RÁPIDAS Impulso industrial no início do século COMEÇOU NO COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO... ...PRODUZIU AMOSTRAS E CRESCEU NA INDÚSTRIA A história da Ribeiro & Verstraete começou há 30 anos como agência têxtil, numa sociedade de Joaquim Ribeiro com a ex-mulher, em que comprava meias para a exportação e vendia fio importado às indústrias portuguesas. Em 2000 comprou quatro teares para produzir só amostras e pequenas colecções novas. Mas como as máquinas tinham muito tempo de paragem, Ribeiro resolveu reforçar a vertente industrial para rentabilizar o investimento. ∞ Prémios Exportação, que distinguem as empresas com melhor performance exportadora; ∞ Prémios Internacionalização*, que premeiam os casos de sucesso na internacionalização. *Inscreva a sua empresa até 11 de janeiro de 2016 em: http://premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt