novos - ACIL
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Ele não está aí para ser servido, mas para servir. Ensina, mas também aprende. Inova, mas também conserva. Irriga, não drena. Aceita desafios. Compartilha ideias. Aproxima os iguais. Une os diferentes. Avalia desempenhos, mas também princípios. Para o líder, os fins não justificam, mas condicionam os meios. O verdadeiro líder não tem medo da verdade – porque ela é libertadora. Planeja o futuro, age no presente, valoriza o passado. Enxerga além do imediato, mas não deixa para amanhã o que pode muito bem ser feito hoje. Desde a sua fundação, a ACIL é uma escola de lideranças. Cada um de nossos 2.500 associados precisa ser líder em seu dia a dia. A missão da entidade é fazer com que esses líderes-empresários produzam o desenvolvimento de Londrina. O associativismo é transformador. Não por acaso, onde as entidades são mais fortes, as cidades são melhores. Nesta edição da revista Mercado em Foco, você vai encontrar vários exemplos da transformação que a ACIL está ajudando a fazer em nossa cidade: a aproximação com o Canadá; o lançamento do aplicativo Cidade na Vitrine; o aperfeiçoamento de nosso sistema gerencial; a memorável palestra de Amália Sina; o projeto Nova Saul Elkind; o melhor Londrinatal da história... Há 76 anos, a ACIL é líder – e convida você a fazer parte dessa liderança. Flávio Montenegro Balan Presidente da ACIL DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014 Fundada em 5 de junho de 1937 Rua Minas Gerais 297 – 1º andar Ed. Palácio do Comércio Londrina (PR) – CEP 86010-905 Telefone (43) 3374-3000 Fax (43) 3374-3060 E-mail [email protected] Flávio Montenegro Balan Presidente Luiz Carlos I. Adati Vice-Presidente Ary Sudan Diretor Secretário Fabricio Massi Salla 2º Diretor Secretário Rogério Pena Chineze Diretor Financeiro Rodolfo Tramontini Zanluchi 2º Diretor Financeiro Marcelo Paganucci Ontivero Diretor Comercial Herson R. Figueiredo Júnior Diretor Industrial Marcelo Bisatto Cardoso Diretor de Serviços Brasilio Armando Fonseca Diretor de Comércio Internacional Luigi Carrer Filho Diretor de Produtos Fernando Lopes Kireeff Diretor Institucional Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected] Rosangela Khater Presidente do Conselho da Mulher Empresária CONSELHO DELIBERATIVO Carlos Alberto De Souza Faria David Dequêch Neto Eduardo Yoshimura Ajita Enio Luiz Sehn Júnior Fábio Aurélio Mansano Melaré José Guidugli Júnior Paulo Briguet Coordenação Fernanda Bressan Edição Susan Naime Reportagem Josoé de Carvalho Fotografia Thiago Mazzei Projeto gráfico Marcelo Massayuki Cassa Nivaldo Benvenho Oswaldo Pitol Rubens Benedito Augusto Silvana Martins Cavicchioli Valter Luiz Orsi Wellington Moreira CONSELHO FISCAL Diego Rigon Menão Superintendente Claudia Motta Pechin Coord. Comercial e SPC Barbara Della Libera Analista de Marketing Colaboradores Jota Maria Eduarda Gomes de Oliveira Muriel Amaral Renato Oliveira Titulares Jaime Celeste Ponce Michel Menegazzo Gouvêa Ronaldo Pena Chineze Suplentes Marcus Vinícius Bossa Grassano Marcus Vinicius Gimenes Rafael Andrade Lopes Impressão Midiograf Tiragem 8 mil exemplares ÍNDICE ILEGALIDADE Excesso de ambulantes prejudica compras de fim de ano ........................................................ 11 MEIO-AMBIENTE 14 COMÉRCIO 16 O MONITOR DA CÂMARA 25 GESTÃO 26 EMPREENDEDORISMO 28 ENTREVISTA 30 Arborização em debate ....................................................... Araguaia: a rua das oficinas e loja de peças ......................... Às pressas, câmara aprova aporte para a CMTU .................. 90 dias que mudaram a ACIL ............................................ Inovar pode ser simples e saboroso .................................... O valor de empreender ........................................................ PERFIL Com açúcar e com afeto ....................................................... UNIÃO LONDRINATAL 34 NOTAS DA ACIL 38 ARTIGO 41 HUMOR 42 Palavras, imagens e ideias de Jota ..................................... 8 CINCO CONJUNTOS A nova Saul Elkind TECNOLOGIA Cidade na Vitrine: comércio e serviços na tela 36 Vitrine é Propaganda? ........................................................ Um natal de muitos prêmios 19 Convenção Regional destaca “Associativismo de Resultados” ........................................ Sicredi homenageia a ACIL ................................................ 6 22 MISSÃO EMPRESARIAL Canadá: o futuro passa por lá Associação Comercial e Industrial de Londrina 5 LONDRINATAL 6 novembro de 2013 | www.acil.com.br “COM OS PRÊMIOS, COM CERTEZA, VAMOS AQUECER A ECONOMIA LOCAL” Por Fernanda Bressan Ganhar um carro zero-quilômetro, R$ 1 mil para gastar no comércio ou uma moto Harley Davidson. Quem comprar nas lojas participantes da campanha Londrinatal terá a chance de concorrer a esses prêmios. Esse ano, a ação promocional da ACIL uniu as duas modalidades de premiação para contemplar um número maior de consumidores junto com a chance de ser o ganhador mais sortudo e levar para casa um veículo zerinho. Serão sorteados 2 carros do modelo Novo Palio, 1 moto Harley Davidson, além de 75 cartões pré-pagos com o valor de R$ 1 mil. “Anteriormente fazíamos o sorteio dos vale-compras. No ano passado tivemos uma campanha positiva com o sorteio de quatro carros, mas entendemos que esse mix de premiação, que une o crédito para gastar no comércio com os prêmios que são desejo de consumo de muitos, é interessante porque aumenta as chances de ganhar e mantém o sonho do carro zero. É um novo formato que está na medida certa”, aponta Flávio Balan, presidente da ACIL. Ele completa que o valor mais alto do cartão pré-pago – de mil reais – é outro diferencial. “Optamos por sortear um valor único que fará a diferença para gastar nas lojas participantes da Londrinatal”, pontua. Serão três sorteios, dias 13, 20 e 27 de dezembro. Nos dois primeiros serão sorteados 25 cartões prépagos e um carro. No último, além dos 25 cartões, haverá o sorteio da Harley Davidson. A campanha começa no dia 2 de dezembro. Para participar, o consumidor precisa adquirir produtos nas lojas identificadas com os materiais da Londrinatal. Nelas, eles ganharão cupons que precisam ser preenchidos e colocados em uma das urnas distribuídas no próprio comércio (além de uma grande urna na sede da ACIL – Rua Minas Gerais, 297). ações e, com isso, ser um fomentador do comércio em Londrina. “Com a Londrinatal fechamos esse ciclo de campanhas com chave de ouro. Com os prêmios, com certeza, vamos aquecer a economia local”, acredita. Essa é a campanha mais tradicional da cidade, que vem acompanhada de toda a magia do período. “Faz parte da nossa cultura as pessoas se presentearem no Natal. Nessa época, temos a injeção de mais de R$ 300 mil em Londrina com o 13º salário. Sempre orientamos que os consumidores usem essa verba extra de forma inteligente, pagando dívidas, guardando para os impostos que chegam no início do ano e também presenteando a quem amam. O consumo consciente é importantíssimo”, reforça Balan. Com a campanha, além de presentear as pessoas, os consumidores podem ser presenteados. “É uma forma de premiar as pessoas que compram no comércio que aderiu à Londrina. Muitos alimentam o desejo de ter um carro novo e a Harley Davidson faz parte do sonho de consumo de muitas pessoas”, cita. Adesões Ainda dá tempo de aderir à campanha de Natal. Quem não participou da Ação 2013 pode entrar na Londrinatal, que é aberta a associados e não associados da entidade. Informações: 3374-3000. É importante ressaltar que os dados constantes no cupom precisam estar corretamente preenchidos, o que inclui letra legível, endereço, telefone e número de um documento (RG e CPF). Sem esses dados o cupom é invalidado. Ação 2013 As campanhas da ACIL tiveram um diferencial esse ano. Muitos lojistas aderiram à Ação 2013, participando de todas as campanhas feitas nas datas comemorativas – Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal. Entre as vantagens do combo está a programação e o parcelamento do pagamento das adesões. “Muitos já estão com a campanha paga e agora podem investir no negócio, como um visual diferente na loja”, diz Balan. Flavio Balan: “Com a Londrinatal fechamos esse ciclo de campanhas com chave de ouro. Os prêmios, com certeza, vamos aquecer a economia local” Para ele, o fato de poder se organizar financeiramente dá mais tranquilidade ao empresário, que pode participar de todas as Associação Comercial e Industrial de Londrina 7 CINCO CONJUNTOS Todas as segundas-feiras um grupo de empresários se reúne para idealizar a revitalização de uma das avenidas mais tradicionais de Londrina Por Susan Naime Já dizia o velho e conhecido ditado: “Sonho que se sonha só, é apenas um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”. A tradicional expressão, que foi até mesmo incorporada em letras de música, cai como uma luva para definir a meta estabelecida por um grupo de empresários da Região Norte de Londrina – dar cara nova à Avenida Saul Elkind. A via se caracteriza como um dos principais pontos da região mais populosa do município. Segundo dados da Prefeitura de Londrina, o eixo norte da cidade possui aproximadamente 126 mil habitantes. Como se não bastasse, a “Saul”, como é conhecida, abriga cerca de 500 empresas somente no eixo comercial, sem contar com as ruas paralelas e adjacências. Não é a toa que 8 os investimentos econômicos de muitos empresários estão concentrados lá. Na contramão, alguns fatores críticos ganharam notoriedade à medida que esse “boom” econômico foi despertado na região. O empresário Éberson Ricardo vive há 30 anos no lado Norte de Londrina e há dez inaugurou o Restaurante Prato Fino, na tradicional Saul Elkind. Para ele, os gargalos da via ficaram evidentes pelo aumento do fluxo de carros e pessoas. “Perto dos bancos não temos estacionamento, o trânsito é ruim, faltam arborização e segurança. É difícil fazer uma projeção de melhorias para cinco anos se a avenida continuar dessa mesma forma. Temos que dar uma nova cara para o local. A vontade é grande. É um sonho. Vimos a Saul começar e por isso estamos nos empenhando bastante”, ressalta. Ricardo é um dos 15 empresários que se reúnem todas as segundas-feiras para idealizar a revitalização da Saul Elkind. As ideias vêm sendo discutidas desde o ano passado, quando o grupo buscou o apoio de entidades, como a ACIL, Sebrae, Sicoob e a própria associação dos moradores locais. “Precisamos de força. Sozinhos não vamos longe. Agora, em grupo, vamos devagar, mas chegamos lá”, afirma o empresário. Projeto de revitalização Para os empresários da Saul Elkind, a avenida já tem data para estar de roupagem nova: 2016. Alguns projetos que tratam da modernização da via já existem desde 1995, mas a ideia nunca novembro de 2013 | www.acil.com.br A DECISÃO PELA COMPRA, DO CONSUMIDOR, VAI ALÉM DE SUAS NECESSIDADES ESPECIAIS “ A ACIL é a casa dos empresários, precisamos de demandas pontuais como essa iniciativa para que engrossemos o caldo e cobremos o poder publico com atitudes propositivas que fomentem a economia de Londrina. Sem dúvida, a Saul é um dos polos mais relevantes da nossa cidade “ Flávio Balan, presidente da ACIL Heverson Feliciano: “O fato mais positivo desse movimento da Saul Elkind, e que faz a diferença, é a iniciativa e motivação dos empresários” saiu do papel. Inicialmente, o projeto prevê as mudanças para o trecho que vai da Rua Angelina Ricci Vezozzo até a Rotatória da Rodovia João Carlos Strass. “O lugar cresceu demais. Tem muita gente morando lá. Tem muito carro andando lá. O local precisa de um comércio, porque a região dos Cinco Conjuntos é praticamente uma cidade independente. A avenida realmente merece um tratamento diferenciado e ser modernizada. Só não podemos abrir mão da mobilidade urbana”, explica João Lopes, diretor de Trânsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). O projeto de revitalização da Saul será construído através das diretrizes traçadas durante as reuniões entre empresários e entidades. Entre os principais destaques estão o paisagismo da área; a criação de ciclovia, já prevista no plano de mobilidade urbana; sinalização; drenagem adequada; calçadas reparadas; travessias elevadas para pedestres; acessibilidade; fachadas reformadas; segurança; e capacitação de empresários. A Secretaria Municipal de Obras finalizou no último mês o levantamento topográfico cadastral da avenida. Os dados foram repassados ao Ippul para a elaboração do projeto. “Temos a meta de entregar o projeto em seguida à finalização do BRT, que está previsto para 5 de março do próximo ano. Pode ser que o projeto de revitalização da Saul esteja finalizado ainda no primeiro semestre de 2014”, analisa Humberto Carneiro Leal, diretor de Projetos do Ippul. Após o trâmite, o projeto segue para a pasta de Obras, que fará a elaboração do orçamento de execução. De acordo com o secretário Sandro Nóbrega, possivelmente, o procedimento passará por licitação e os recursos serão garantidos através do Governo Estadual ou Federal. Gestão e bons negócios O motivo para que o consumidor decida pela compra ou não vai muito além de suas necessidades especiais. O ato de se Associação Comercial e Industrial de Londrina Humberto Leal e João Lopes, do IPPUL: “O lugar cresceu demais. A avenida realmente merece um tratamento diferenciado e ser modernizada” deslocar até determinada região da cidade envolve um conjunto de condições, como o prazer de encontrar pessoas, passear em um lugar diferente e agradável e, claro, receber um bom atendimento. Para garantir estes quesitos, o Sebrae colocou à disposição dos empresários da Avenida Saul Elkind um pacote de serviços que faz toda a diferença quando o assunto é cliente satisfeito. “Essa contrapartida vai de acordo com a necessidade deles. Abordamos a parte de capacitação, finanças, planejamento estratégico, visual de loja, melhoria de logomarca, e-commerce. Tudo que estiver ligado à gestão da empresa nós podemos assessorar”, elenca Heverson Feliciano, gerente regional do Sebrae no Norte do Paraná. “O fato mais positivo desse movimento da Saul Elkind e que faz a diferença é a iniciativa e motivação dos empresários. Esse é o fator essencial. Sempre que você começa um projeto como esse, antes é necessário conquistar a confiança do empresário e, nessa situação, foi o inverso. Eles tomaram a iniciativa e procuraram o apoio de diversos órgãos. E isso é fundamental para o projeto dar certo”, ressalta Feliciano. O presidente da ACIL, Flávio Balan, 9 Carlos Antônio Delfino: “Se essa região estiver ativa, bonita, cuidada e conservada, para nós será importante porque o público vai olhar mais para cá e participar também” também enalteceu a iniciativa dos empresários da Avenida que, através da revitalização, querem fomentar o polo econômico na região Norte de Londrina. “A ACIL é a casa dos empresários, precisamos de demandas pontuais como essa iniciativa para que engrossemos o caldo e cobremos o poder publico com atitudes propositivas que fomentem a economia de Londrina. Sem dúvida, a Saul é um dos polos mais relevantes da nossa cidade”, analisa. Atrativos à parte Atrativos não faltam à região Norte, em especial à Avenida Saul Elkind, para torná-la mais um cartão-postal de Londrina. Todos os domingos a feira livre da Saul, com mais de um quilômetro de extensão, entre as ruas Éberson Ricardo: “Precisamos de força. Sozinhos não vamos longe. Agora, em grupo, vamos devagar, mas chegamos lá” Capitão do Mato e Rudolfo Keihold, atrai centenas de adeptos que buscam variedade de produtos. Dentre as quase 300 barracas que se instalam na via, os visitantes podem encontrar mercadorias divididas em três setores: hortifrutigranjeiros, camelôs e feira do produtor. Outro ponto forte da região é o Centro Cultural Lupércio Luppi. O espaço atende cerca de oito mil pessoas todos os meses com quatro projetos principais: Escola de Dança, Biblioteca, Escola de Artesanato e Escola de Circo. Para o coordenador do Centro, Carlos Antônio Delfino, a revitalização da Saul Elkind já é uma necessidade. “Hoje temos três pontos a serem considerados. O trânsito, que é quase intransitável com tantos carros e motoristas que não respeitam; o meio ambiente, já que nossas árvores são muito antigas e os canteiros malcuidados; e, por último, a cultura, que poderá ser alavancada com essa revitalização”, ressalta. Os argumentos de Delfino por uma Saul de cara nova vão além. “Esses fatores negativos impossibilitam fazer eventos. Como você trabalha com o trânsito desorganizado? É um risco até para a segurança. Agora, se essa região estiver ativa, bonita, cuidada e conservada, para nós será importante porque o público vai olhar mais para cá e participar também”, defende. E por falar em conservação, o grupo de empresários que luta pela revitalização da Avenida Saul Elkind já programou um mutirão de limpeza na via para o dia 21 de novembro. O trabalho vai contar com o apoio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Força Verde, Polícia Militar, comerciantes da avenida, igrejas, além dos colégios estaduais Professora Ubedulha Correia de Oliveira e Professora Olympia Moraes Tormenta. ILEGALIDADE Bancas “estacionadas” em frente às lojas promove concorrência desleal e atrapalham pedestres nas calçadas EXCESSO DE AMBULANTES PREJUDICA COMPRAS DE FIM DE ANO ACIL cobra autuações de camelôs ilegais com mais frequência em dezembro, época das compras de Natal Associação Comercial e Industrial de Londrina Por Renato Oliveira Cintos, carteiras, bolsas. Sombrinhas, guarda-chuvas e meias. Relógios, controle remoto, celulares. Maços de cigarro, CDs e DVDs. Se pensou que a cena fosse em algum recém-inaugurado shopping center ou hipermercado, errou. É no calçadão, nas ruas próximas do Terminal Urbano, e em parte do Centro de Londrina que estão tomados por ambulantes ilegais. Com a chegada das compras de final de ano, a tendência é de aumentar o número de camelôs que atrapalham o tráfego de pedestres no comércio de rua e promovem concorrência desleal com os lojistas. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Flávio Balan, afirma que somente no decorrer deste ano a entidade protocolou dois pedidos junto à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) cobrando mais fiscalização contra os ambulantes irregulares. Diante da falta de respostas efetivas, ele vai solicitar providências, “em última instância”, diretamente ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD). “No período de festas de final de ano aumenta a proliferação de ambulantes ilegais no centro. A gente preza pela livre concorrência e pela legalidade. Isso exige 11 Lucineide Isabel da Silva: “Não é que a gente não quer. Mas a gente paga imposto, água, luz... Eles vendem mais barato e judiam de nós” que todos trabalhem com seus devidos alvarás, licenças e impostos pagos para que a concorrência seja justa”, defende. A batalha contra a proliferação de camelôs irregulares faz parte do Plano de Revitalização do Centro, promovido pela ACIL, que ainda é composto de outras três metas: erradicação das fezes das pombas e poda das árvores, melhora na iluminação e troca do piso do calçadão. Segundo Balan, outro pedido é para que as obras de instalação do piso paver comecem apenas depois do dia 15 de janeiro, mesmo que a licitação ocorra ainda neste ano, para não atrapalhar o fluxo de pedestres no centro durante as compras de final do ano. autorizados a trabalhar no quadrilátero central. O número corresponde a quase um quarto de toda a cidade, que tem 300 no total. Mas é importante ressaltar que a lei permite a venda no varejo de apenas 25 produtos, como cachorro-quente, salgados, frutas, sucos, entre outros, além da prestação de serviços, como conserto de sombrinhas, guarda-chuvas e panelas e venda de jornais. Piratarias, como CDs e DVDs, falsificações e contrabando são proibidos. De acordo com Geirinhas, quem não correr atrás para regularizar a papelada junto à CMTU certamente terá problemas com a fiscalização que se intensificará a partir do dia 25 de novembro, com Código de Posturas 12 “ A gente paga imposto, eles não. Temos gastos com funcionários, eles não. Não é nada contra eles. Só que eu acho que prejudica quem trabalha dentro da lei Terezinha Afonso “ Em vigor desde 2012, o Código de Posturas também é conhecido como lei 11.486 e prevê quais produtos podem ser comercializados e estipula a quantidade máxima de 200 ambulantes no “quadrilátero central”, que compreende a Avenida Leste-Oeste, a Rua Fernando de Noronha e avenidas Juscelino Kubitschek e Duque de Caxias. Na tentativa de fazer a lei sair do papel, durante a primeira quinzena de novembro, a CMTU promoveu o cadastro dos que estavam irregulares ou mesmo de novos interessados em vender nas ruas. Segundo o presidente da companhia, Carlos Alberto Geirinhas, existem 72 ambulantes objetivo de enquadrar ambulantes em desacordo com a lei. Mesmo diante do cadastro que a CMTU está promovendo, o presidente da ACIL insiste para que o poder público aperte o cerco no final de ano, principalmente contra produtos piratas, como CDs e DVDs, relógios e cigarros contrabandeados e, até mesmo, artigos que não se enquadram no Código de Posturas, como cintos, carteiras e bolsas. “Mesmo que haja um trabalho de regularização, eles devem fiscalizar quem vende produto de origem ilegal como pirataria. Existem locais como na esquina da Rua João Cândido com Sergipe onde tem ambulante vendendo até utensílios domésticos. Na própria esquina da ACIL (Minas Gerais com Maranhão) tem ambulante comercializando perfumes”, pontua Flávio Balan. Comerciantes reclamam A loja Pouco Jeans, que além de roupas vende presentes e acessórios como bolsas, cintos e carteiras, fica na Avenida São Paulo, quase esquina com a Rua Sergipe. A região é uma das que mais concentra ambulantes irregulares do centro, devido à proximidade com o Terminal Urbano, que registra alto fluxo de pedestres. Segundo a gerente da loja, Terezinha Afonso, o ambulante não atrapalharia tanto se estivesse em movimento. O problema, diz ela, é ficar parado nas proximidades das lojas ou, muitas vezes, na frente, promovendo concorrência desleal. “A gente paga imposto, eles não. Temos gastos com funcionários, eles não. Não é nada contra eles. O sol brilha para todos. É melhor estar vendendo do que roubando. Só que eu acho que prejudica quem trabalha dentro da lei”, critica. Ela conta que o período de compras para as festas de final de ano atraem camelôs até do Nordeste, que vendem artigos que variam de redes a sandálias e tapetes. O principal problema, segundo Terezinha, novembro de 2013 | www.acil.com.br “TINHA QUE TER FISCALIZAÇÃO CONSTANTE” Mais fiscalização A falta de fiscalização serve como atrativo para quem quer trabalhar na clandestinidade. Terezinha diz que removêlos para locais próprios não adianta, a exemplo do Camelódromo e outros shoppings populares de Londrina. “O problema é que muitos deles não querem pagar água, luz, impostos... Por isso é mais fácil ficar trabalhando na rua. Conheço alguns que possuem pontos nas galerias e saem para rua com produto para vender. Por isso tem que ter fiscalização”, defende. “Não é que a gente não quer. Mas a gente paga imposto, água, luz... Eles vendem mais barato e judiam de nós.” O desabafo é da comerciante Lucineide Isabel da Silva, proprietária de uma loja de utensílios para o lar na Rua João Cândido, próxima à Rua Sergipe. Ela reclama da falta de fiscalização. “De vez em quando eles dão algumas ‘batidas’. Mas depois fica um tempo sem aparecer e os ambulantes voltam. Tinha que ter fiscalização constante. E mesmo quando a prefeitura aparece, eles possuem olheiros que avisam quando os fiscais estão chegando. Isso facilita na hora de salvar a mercadoria”, comenta. Segundo o presidente da CMTU, a necessidade de apoio da Polícia Militar (PM) e Guarda Municipal (GM) dificulta o trabalho de fiscalização dos agentes nos demais períodos do ano. Somente até outubro deste ano, a CMTU afirma ter feito 200 apreensões de produtos de ambulantes ilegais, volume que “não foi maior devido à dificuldade de ações continuadas de fiscalização,” afirma Geirinhas. “ A gente preza pela livre concorrência e pela legalidade. Isso exige que todos trabalhem com seus devidos alvarás, licenças e impostos pagos para que a concorrência seja justa Flávio Balan “ é a obstrução do fluxo de pessoas nas calçadas, que atrapalha até o deficiente físico. “Eles ficam parados com as barraquinhas bem no meio daquelas faixas que servem de orientação para quem é cego. Sempre os vejo tentando desviar”, observa. MEIO-AMBIENTE Por Susan Naime Segundo especialistas, a arborização bem-feita pode ser relacionada ao aumento da expectativa de vida, baixo nível de estresse e irritabilidade. Entre as justificativas para tal afirmação pode se destacar a capacidade das árvores em absorver ruídos do dia a dia, o que leva a melhor qualidade de vida do homem. O assunto ganha corpo ao se pensar nos gargalos enfrentados pela política brasileira. Todos os anos, milhões de reais são gastos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com doenças respiratórias. Um estudo feito em Nova York mostra que a arborização planejada e eficaz economizaria 8,3 milhões de dólares com saúde. Em Londrina, o Poder Executivo estima que a cobertura arbórea da 14 cidade esteja em torno de 50% e propõe o aumento de mais 40% da área verde. A projeção é fundamentada em índices publicados por órgãos internacionais e pela legislação brasileira. Na ponta do lápis, a área do município é dividida pelo número da população. De acordo com a Diretoria Operacional da Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA), as áreas com deficit de arborização de rua em Londrina são Vila Brasil, no Centro da cidade; Conjunto Maria Celina, Jardim Vista Bela e Conjunto Maria Cecília, região Norte; Jardins Shangrilá A e B, Bandeirantes, Maracanã e Olímpico, região Oeste; Jardim San Fernando e Monte Carlo, região Leste. Para recompor essa cobertura, a gestão do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) apresentou à Câmara de vereadores um substitutivo do projeto de lei do Plano Diretor de Arborização. A matéria original foi para a Casa em agosto de 2010, mas dividiu-se entre vereadores, Prefeitura e Conselho Municipal da Cidade (CMC) e não teve sequência. Dois anos depois, em 24 de novembro de 2012, o Executivo realizou novembro de 2013 | www.acil.com.br “É IMPORTANTE QUE O PORTE DAS ÁRVORES SEJA ADEQUADO AO TAMANHO DE CALÇADA E FIAÇÃO ELÉTRICA” uma audiência pública sobre o tema, mas o projeto não voltou a ser discutido. Recentemente ele foi submetido a tramitação especial por integrar os projetos complementares ao Plano Diretor. “Precisamos dar novas diretrizes, conceituar, dar regras e apontar as espécies que foram pensadas tecnicamente para contemplar Árvores reduzem a temperatura e o as questões das ruído, trazem qualidade de vida espécies corretas para fugir dos conflitos que temos hoje. Inclusive com indicação de penalizações”, ressalta o secretário municipal do Ambiente, Cleuber Moraes Brito. As multas serão aplicadas para aqueles que descumprirem a legislação e irão variar de R$ 500 a R$ 3 mil. Problemas expostos Fiscalização, informação e educação. Este é o tripé relacionado pela SEMA para superar a ausência de área verde no município. “Temos vários aspectos negativos. Primeiro, a forma de arborizar, além da escolha de espécies e a não previsibilidade dos conflitos. Isso gera conflito na rede elétrica, problemas nas calçadas e pragas. É o resultado da falta de diretrizes, combinada com uma fiscalização e manutenção ruim”, reconhece Cleuber Moraes Brito. Cleuber Moraes: “Precisamos O presidente da ACIL, Flávio dar novas diretrizes, conceituar, Montenegro Balan, tem dar regras e apontar as espécies, acompanhado a discussão entre inclusive com indicação de penalizações” Executivo e Legislativo, e define o projeto de lei como utilidade pública. “O Plano de arborização precisa ser bem aplicado para que as árvores que estão condenadas não causem danos à vida das pessoas nas questões climáticas, além de uma poda geral para que as áreas que servem como dormitório de pombas sejam reduzidas, diminuindo as fezes, aumentando a iluminação e, consequentemente, a segurança do Associação Comercial e Industrial de Londrina local”, exalta. Por outro lado, a SEMA não possui atualmente a estrutura necessária para dar conta do problema. O operacional da secretaria conta com cerca de seis mil pedidos de supressão e necessidade de poda não atendidos, contra 38 servidores para atender a demanda no mesmo setor. Como se não bastasse, todos os dias a pasta recebe pelo menos 100 novos pedidos. O número de maquinário também não colabora. São apenas quatro caminhões. “A SEMA é a responsável pela implantação, fiscalização e manutenção da arborização. Já o cidadão precisa de informação sobre as espécies que ele pode plantar e, ao mesmo tempo, consciência sobre a sua responsabilidade em relação às árvores”, afirma o secretário. Escolha certa Apesar das vantagens indiscutíveis, o plantio e a presença de algumas espécies de árvores em determinados pontos urbanos merece atenção e responsabilidade. As árvores com raízes mais grossas, por exemplo, podem entrar em conflito com a tubulação de água, esgoto, telefone ou cabo de TV, dependendo da profundidade. Outro problema está relacionado à sua poda. São as raízes grossas que dão sustentação à espécie e, quando podadas, podem perder o equilíbrio e cair no primeiro vendaval. Sem falar nas árvores que possuem a copa desproporcional para a sua localidade, provocando problemas na rede elétrica, como se evidenciou no temporal que atingiu Londrina no dia 22 de setembro. “Muitas espécies são proibidas porque podem causar danos à infraestrutura, rede de esgoto, água e rede elétrica. Por isso é importante que o porte dessas árvores seja adequado ao tamanho de calçada e à fiação elétrica. O Plano de Arborização aborda itens fundamentais, como o distanciamento de postes e os espaços corretos para se plantar as árvores”, explica Paulo Cezar Dolibaina, biólogo e diretor técnico da SEMA. Para regiões onde a faixa de calçada está sob a rede elétrica, a Secretaria Municipal do Ambiente recomenda o plantio de espécies como a Quaresmeira, Pata-de-vaca, Resedá e Escova-degarrafa. Já para faixas de calçada sem rede elétrica são indicadas Alecrim-de-campinas, Ipê, Canelinha e Oiti. Serviço: Para evitar problemas, a população pode entrar em contato com o setor de Áreas Verdes da SEMA e consultar a melhor espécie para o plantio. O telefone é o (43) 3372-4750. 15 COMÉRCIO Situada na região central de Londrina, a rua faz esquina com a Guaporé, que é considerada referência na prestação de serviços e comércio de peças automotivas e pede mais atenção em termos de segurança pública Parafusos, porcas e arruelas. Graxa e óleo para motor. Oficinas e lojas de peças. Este cenário predomina nas ruas Araguaia e Guaporé, que ficam numa região que engloba parte do Centro e Vila Nova, logo abaixo da Avenida Leste Oeste. Conhecida por abrigar botequins de todas as espécies, além das lojas de peças para carros, o local que atualmente tem uma infinidade de estabelecimentos como padarias, lanchonetes, supermercados, bancos e academias clama por mais atenção do poder público. Um dos pioneiros é o comerciante José Valter Tumiotto, mais conhecido como J.Tumiotto, que há 30 anos se instalou na região. Aos 64 anos, já criou a família e se tornou referência no sul do Brasil 16 em sistemas de injeção eletrônica e carburadores para veículos trabalhando na Rua Araguaia. O temor é que a região tenha o mesmo destino da Avenida Duque de Caxias, que passa por um período de evasão de empresários e lojas. Ele explica que com o aumento no movimento e, consequentemente, do fluxo de veículos, o número de vagas para estacionar está a cada dia mais concorrido nos horários de rush. “Eu mesmo resolvi deixar as vagas na frente da minha loja para motos. É o que tem mais rotatividade e dá para atender mais gente”, conta. Nos anos 80, quando a Guaporé ficou saturada de lojas de peças para veículos, a Araguaia se tornou a melhor opção para novos comércios em virtude da proximidade de estabelecimentos do ramo. “Como hoje é muito difícil o “ Vamos reforçar o efetivo por lá de qualquer maneira. Não basta o cidadão estar seguro, mas é necessário que a sensação de segurança seja perceptível, “ Por Renato Oliveira Capitão Nelson Villa novembro de 2013 | www.acil.com.br REVISTA MERCADO EM FOCO | NOVEMBRO DE 2013 José de Faria: “Nossos vizinhos contam vários relatos de assaltos. Outro dia a funcionária de uma loja aqui do lado foi roubada quando ia ao banco. Até durante o dia os ladrões agem” trânsito, o comércio está ficando ruim. É o mesmo que ocorreu com a avenida Duque de Caxias. Tenho receio que isso aconteça aqui. O comerciante não vai ter como ficar aqui e vai mudar para onde o acesso é mais fácil”, ressalta. Londrinense de certidão de nascimento, Tumiotto é filho de um mecânico que trabalhou a vida toda para a Viação Garcia. Ele é do tempo que nem asfalto havia na Araguaia. “Tinha uma série de bares e uma quadra de bocha. Os botequins começaram a fechar há uns 10 anos. Os que trabalham na madrugada já não vendem mais pinga. A maioria é só lanche”, diz. Segundo ele, a Guaporé e Araguaia surgiram como opção de comércio em Londrina logo depois que a região da Vila Brasil se consolidou. “São a terceira e quarta ruas da cidade que se especializaram em comércio. Só um tempão depois que veio a Quintino Bocaiúva, porque era acesso à Nova Dantzig, que hoje é Cambé”, recorda. Pioneiro na Guaporé, o proprietário de autopeças Leonildo Hilário de Paiva está há 20 anos com as portas abertas no local. Ele acredita que os políticos e autoridades não dão o devido valor à região, que é a maior referência na área automotiva de Londrina e vizinhança. A falta de segurança é a principal queixa, mas ele acha que falta um projeto de revitalização para o entorno. “O problema é que depois que a prefeitura fez o pessoal tirar o painel Associação Comercial e Industrial de Londrina WWW.ACIL.COM.BR Leonildo Hilário de Paiva: “O problema é que depois que a prefeitura fez o pessoal tirar o painel das lojas (Lei Cidade Limpa), faltou uma reforma em algumas fachadas para revitalizar. Quando tiraram a maquiagem, mostrou o que estava por baixo” das lojas, faltou uma reforma em algumas fachadas para revitalizar. A Sergipe mesmo passou por isso. Foi feito um trabalho para melhorar o visual. Quando tiraram a maquiagem, mostrou o que estava por baixo”, disse. Empreendedor O professor de educação física e empresário Ricardo França é outro que apostou no potencial da Araguaia. Proprietário da primeira academia da região, ele conta que na época os amigos acharam uma “loucura” abrir um negócio onde não havia concorrência e um monte de loja de peças para veículos há 19 anos. Hoje, o entorno conta com 12 concorrentes. “Muitos pensam em abrir um negócio perto de outros comerciantes para disputar os clientes. Eu não. E eu considero aqui, pelo foco comercial, como uma avenida Paraná ou rua Sergipe. É difícil encontrar casas na rua Araguaia. A maioria se transformou em um ponto comercial”, observa. Para França, o entorno da Araguaia é uma região considerada central, mas com características de bairro. Muitas casas de madeira foram demolidas e deram lugar a construções de alvenaria. No futuro, ele acredita que possa até se verticalizar devido à proximidade com o centro. “Há pessoas que compraram imóvel na região por ter características de bairro mesmo estando na área central. Muitos comerciantes e empresários que são clientes da academia contam isso”, diz. Em quase 20 anos, a lição que França tira é a transformação pela qual a região passou. Da alta concentração de botecos e oficinas, hoje é possível observar um mosaico de padarias e lanchonetes, bancos e supermercados, academias e lojas de roupas, etc. “Aqui tem uma diversidade grande de comércios. Para que os comerciantes sejam estimulados a investir no seu imóvel, seja ele alugado ou não, é fundamental a ação do poder público. Isso vai animar o comerciante na hora de investir”, opina. A maioria dos comerciantes da região reclama da falta de policiamento preventivo durante o dia e parte da noite. Os assaltos são constantes. Uma casa lotérica, que abriu na Araguaia há seis meses, não aguentou um mês e fechou as portas. Depois de três assaltos em uma semana, o comerciante resolveu se mudar da região. O proprietário de autopeças José de Faria, que está há três anos na região, nunca foi visitado por bandidos, mas já presenciou por diversas vezes as ações deles. “Nossos vizinhos contam vários relatos de assaltos. Outro dia a funcionária de uma loja aqui do lado foi roubada quando ia ao banco. Até durante o dia os ladrões agem”, diz. No ano passado, Faria enviou um pedido à Guarda Municipal para a instalação 17 Ricardo França: “Muitos pensam em abrir um negócio perto de outros comerciantes para disputar os clientes. Eu não. E eu considero aqui, pelo foco comercial, como uma avenida Paraná ou rua Sergipe” de uma câmera de segurança na esquina da Araguaia com a Guaporé. Até agora o pedido não foi atendido. Outra reivindicação é pela revitalização da região, assim como ocorreu com a rua Sergipe. “Do meu ponto de vista essa região é meio esquecida pelas autoridades. Falta limpeza nas ruas. Quando a lei Cidade Limpa, que tirou as placas das fachadas, fez o pessoal tirar as placas, faltou algum apoio na hora de reformar a frente das lojas. Eles precisam olhar mais para essa região que hoje é um centro comercial.” Ricardo França analisa que a segurança já foi mais precária e melhorou depois que moradores e comerciantes do entorno reclamaram junto a Polícia Militar. No entanto, como sua academia fica aberta até a meia noite, seria necessário reforçar o policiamento em horário noturno. “Escuto falar muito de assaltos esporádicos. São muitos comércios abertos a noite. Têm outros comércios como padarias e lanchonetes que também funcionam até mais tarde. E com certeza deve ter comércio que fecha mais cedo justamente por medo de assalto”, diz. PM e GM O oficial de comunicação da Polícia Militar (PM) de Londrina, capitão Nelson Villa, afirma que o policiamento é intenso e feito diariamente. Ele diz que como o local é movimentado, pode ser “que a população não perceba”. “Quando ocorrem delitos a resposta é rápida, pois temos patrulhamento na avenida LesteOeste. A 5ª Companhia de Trânsito fica nas imediações (Vila Portuguesa) e o deslocamento leva menos de cinco minutos”, defende. Ele afirma que o maior problema para o policiamento do entorno da Guaporé e Araguaia é a falta de um ponto estratégico para posicionar as viaturas. “Mas vamos reforçar o efetivo por lá de qualquer maneira. Não basta o cidadão estar seguro, mas é necessário que a sensação de segurança seja perceptível”, comenta. De acordo com o secretário de Defesa Social de Londrina, coronel Rubens Guimarães, nenhuma solicitação de instalação de câmeras de segurança que são monitoradas pela Guarda Municipal (GM) havia sido registrado na esquina da Araguaia com Guaporé. No entanto, ele acredita que seja sim necessária a presença do equipamento, pois a região é considerada também rota de fuga de assaltos na região central. “Na nova leva de câmeras vamos incluir a solicitação dos comerciantes e acho possível atender.” TECNOLOGIA Associação Comercial e Industrial de Londrina 19 Por Maria Eduarda Oliveira No encerramento da Semana do Empreendedor Digital (SED), realizada na ACIL em outubro, o aplicativo Cidade na Vitrine foi apresentado a profissionais de marketing e tecnologia. A partir de dezembro, consumidores de Londrina poderão acessar via smartphone informações sobre produtos, serviços, lojas e promoções sem precisar sair de casa. Segundo o diretor de Relações Internacionais da entidade, Brasílio Armando Fonseca, a ideia do programa surgiu da vontade de modernizar o comércio e valorizar os associados da ACIL: “Queríamos fazer algo que fortalecesse a nossa Associação. Também pensamos que devemos valorizar as tecnologias disponíveis atualmente.” O aplicativo Cidade na Vitrine tem como objetivo principal divulgar os produtos e serviços de Londrina e trazer mais facilidade para todos os consumidores da região. Segundo Diego Menão, superintendente da ACIL, o aplicativo rompe paradigmas. “É um projeto ousado, que estabelece uma outra forma de interagir com os consumidores.” Menão aponta que a principal vantagem da nova ferramenta é que ela permitirá que os consumidores tenham acesso aos produtos das empresas associadas a qualquer momento e ainda tenham informações extras. “Os consumidores terão informações que os auxiliarão, tais como: acesso ao estabelecimento, promoções, empresas conveniadas, entre outras funções.” O aplicativo estará disponível para todos os consumidores no dia 1° de dezembro. Na data, também entrará no ar um portal (site) que terá as mesmas funções do aplicativo. Marco Quinelato, desenvolvedor do aplicativo junto com seu sócio Wladimir Barros, ambos da empresa BQ Tecnologia, lembra que o programa é extenso e que mais atualizações serão feitas ao longo do tempo. Primeiros passos Para dezembro, o aplicativo oferecerá as seguintes funções: - Pesquisa de produtos e serviços (ficará disponível aos consumidores a pesquisa de produtos ou serviços, por exemplo, se 20 Wladimir Barros e Marco Quinelato, da empresa BQ Tecnologia, responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo você procura por uma televisão, todas as lojas associadas que vendem a televisão aparecerão em uma lista. No caso de serviços, se procura um restaurante self-service, acha os associados que oferecem tal serviço); - Acesso às ofertas de produtos e serviços disponibilizados pelas empresas (no caso de lojas ou empresas de serviços estarem fazendo alguma promoção, elas serão disponibilizadas no portal e no aplicativo para que o consumidor fique sabendo por quanto os produtos ou serviços estão sendo ofertados); - Pesquisa de empresas associadas (todas as empresas associadas à ACIL estarão disponíveis para consulta no aplicativo – com dados como endereço e produtos ou serviços oferecidos); - Localização das empresas por GPS (se o consumidor precisa chegar até o local e não sabe como, ele poderá traçar uma rota por GPS para chegar até o local – ou mesmo seguir as coordenadas a pé); - Visualização de empresas conveniadas (caso a loja ou empresa tenha convênio com estacionamentos, por exemplo); - Criação de listas de desejos (se o consumidor gostou de algum produto ou serviço, pode acrescentá-lo a sua lista de desejos para ver posteriormente. A lista de desejos será armazenada em nuvem, ou seja, on-line, não deixando aberta a possibilidade de perder os dados). O aplicativo será gratuito e todos os consumidores que o baixarem terão acesso a todas as suas funções, sem restrição. Associados interessados devem entrar em contato com a entidade (3374-3000). QR-Code Outro recurso disponível no aplicativo é o leitor de QR-Code. Wladimir Barros explica que o QR-Code é uma espécie de código de barras bidimensional, que pode ser capturado e traduzido por meio dos smartphones. Segundo Barros, o QR-Code tem como função armazenar vários tipos de informações. “Ele armazena textos, dados pessoais, imagens, cartões de visitas e sites”. As lojas e empresas associadas da ACIL terão o QR-Code adesivados em suas vitrines ou portas para que os consumidores possam utilizar seus smartphones para o traduzirem e baixarem o aplicativo Cidade na Vitrine. Pela captura do QR-Code, após baixar o aplicativo pela primeira vez, os consumidores poderão visualizar a Vitrine Virtual de cada loja. Nela estarão disponíveis os produtos que a loja comercializa, seus preços e também as possíveis promoções que estão sendo feitas. No caso de empresas de serviços, será disponibilizado para o consumidor o cartão de visitas com nome, endereço e novembro de 2013 | www.acil.com.br O “CIDADE NA VITRINE” IRÁ MODERNIZAR O COMÉRCIO E VALORIZAR OS ASSOCIADOS Consumidor está conectado Os smartphones (celulares inteligentes) estão mudando o comportamento do consumidor. Em restaurantes, shoppings, filas e praças já é cena comum pessoas não olhando mais ao seu redor, tendo a visão focada somente em seus celulares. Segundo dados da IDC Brasil, o segundo trimestre de 2013 foi expoente para a venda de smartphones, que cresceram 110%, e os celulares tradicionais tiveram uma diminuição de 35%. Do total de 8,3 milhões de smartphones vendidos neste período, 90% são dispositivos com o sistema operacional Android. Segundo pesquisas, a decisão de compra dos consumidores atuais é alterada por meio do uso dos smartphones. Quando o cliente vê algo em alguma vitrine, ele pesquisa automaticamente em seu celular para saber se existe algum produto que tem o preço menor sendo disponibilizado e o aplicativo Cidade na Vitrine já mostrará estes melhores preços. De acordo com Barros, a principal função do aplicativo é trazer a comodidade para o consumidor, que poderá ter acesso a tudo no momento em que desejar e onde estiver. “Ele não precisa estar na rua, andando, parado em frente a uma vitrine para ver as ofertas do dia, ou o que quer ou não comprar. O cliente pode capturar a vitrine e analisá-la em casa, em um momento mais calmo de seu dia. Depois que decidir, pode ver como chegar na loja através do GPS, saber como está o transito, saber em qual estacionamento vai parar, sem perder tempo nenhum.” Segundo Menão, o aplicativo torna a cidade mais moderna e a deixa em consonância com os consumidores, que estão se modernizando cada vez mais. “Queremos colocar o setor de comércio e serviços de Londrina de forma mais acessível às pessoas. Esperamos que todo londrinense e morador da região que tenha esta tecnologia em seu celular possa usar o aplicativo para decidir suas compras”. O sistema básico do aplicativo ficará disponível a todos os associados da ACIL. Para Dezembro, estará disponível o Portal e a versão Android do Cidade na Vitrine. As versões iOS e Windows Phone serão lançadas no primeiro trimestre do próximo ano. Em janeiro de 2014 também será realizada a integração do Cidade na Vitrine com o Facebook. Os consumidores poderão compartilhar as listas de desejos com amigos, criar listas em conjunto, curtir algum produto ou serviço e compartilhar as vitrines com amigos. “ O consumidor não precisa estar na rua, andando, parado em frente a uma vitrine para ver as ofertas do dia, ou o que quer ou não comprar. O cliente pode capturar a vitrine e analisá-la em casa, em um momento mais calmo de seu dia. Depois que decidir, pode ver como chegar na loja através do GPS, saber como está o transito, saber em qual estacionamento vai parar, sem perder tempo nenhum “ telefone. Barros explica que “o prestador de serviços não precisará mais ter o seu cartão de visitas em papel, somente um com o QR-Code. Este código pode ser apresentado para o cliente que, na hora, já pode escaneá-lo e armazenar todas as informações do prestador em sua nuvem, não perdendo nunca as informações”. Wladimir Barros Brasílio Fonseca: “Queríamos fazer algo que fortalecesse a nossa Associação. Também pensamos que devemos valorizar as tecnologias disponíveis atualmente” Associação Comercial e Industrial de Londrina 21 MISSÃO EMPRESARIAL CANADÁ: O FUTURO PASSA POR LÁ ASSIM É O CANADÁ Capital: Ottawa Cidade mais populosa: Toronto Línguas oficiais: inglês e francês Governo: democracia parlamentar Governador-geral: David Johnston Primeiro-ministro: Stephen Harper Divisão política: 10 províncias e 2 territórios Área territorial: 9 984 670 km² (2.º) População (2010): 34 019 0003 hab. (36.º) Densidade: 3,2 hab./km² (228.º) PIB per capita: US$ 51 1475 (10.º) IDH (2012): 00,911 (11.º) – muito elevado “Ó Canadá, nós ficamos de guarda para vós!” (Hino Nacional Canadense) ACIL participa de missão empresarial e conhece exemplos de desenvolvimento e inovação de um país que deu certo 22 novembro de 2013 | www.acil.com.br O CANADÁ SE TORNOU REFERÊNCIA MUNDIAL NAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS Por Paulo Briguet O caminho de Londrina para o Canadá começou no dia 29 de maio de 2013, quando o cônsul-geral canadense, Stéphane Larue, visitou a cidade e recebeu um presente das mãos do vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati. O souvenir consistia numa garrafinha cheia de terra vermelha e grãos de café. Adati leu uma mensagem ao cônsul: “Mesmo com toda a diversidade de nossa economia, o café e a terra continuam sendo a nossa identidade. Essa terra foi revolvida e trabalhada por nossos pioneiros. Representa a base ética, a fecundidade, o sangue e o coração de nossa gente. Leve um pedacinho da nossa terra, senhor cônsul – e assim não esquecerá Londrina.” O cônsul não esqueceu. Quatro meses depois da visita de Stéphane Larue, o vice-presidente Adati e mais 15 lideranças do Norte paranaense foram convidados a visitar o Canadá em missão empresarial. A missão ao Canadá foi realizada de 21 a 28 de setembro e contemplou as cidades de Ottawa, SaintHyacinthe, Montreal e Toronto. Após a viagem, restou provado que Paraná e Canadá não são apenas nomes que rimam; podem ser também grandes parceiros de cooperação econômica, social e cultural – e até mesmo no aperfeiçoamento da gestão pública. “As sementes foram lançadas, vamos agora trabalhar para que os frutos sejam colhidos em breve”, afirmou Adati. Inovação e pesquisa para uma vida melhor “Desde o primeiro momento da viagem começamos a perceber porque o Canadá é um país altamente desenvolvido e um dos melhores lugares para se viver no mundo”, comenta o vice-presidente da ACIL. No Canadá, as pequenas empresas têm até 100 funcionários, representam 90% da força de trabalho e 39% do PIB nacional. Os maiores desafios são o acesso ao crédito e ao mercado, porque o país tem uma grande área geográfica e uma pequena população consumidora, concentrada ao Sul, perto da fronteira com os EUA. Associação Comercial e Industrial de Londrina Em Ottawa, a capital do país, o grupo paranaense conheceu o National Research Council (Conselho Nacional de Pesquisa), centro canadense para inovação industrial, cuja principal missão é aumentar a produtividade e a competitividade das pequenas empresas canadenses. A Carleton University, também situada em Ottawa, prioriza a inovação e o apoio ao empreendedorismo. A exemplo de todas as universidades canadenses, o ensino da Carleton é público, mas pago. Ali há programas como o TIM (Technology Innovation Management), que estimula pesquisas universitárias para o desenvolvimento da economia local. “O programa é focado em tecnologia para resolução de problemas reais da sociedade”, diz o professor Charles Vezozzo, decano da PUC-PR em Londrina, que fez parte da comitiva paranaense. As empresas apoiadas pelo TIM têm o desafio de criar no mínimo seis empregos e atingir o faturamento de 1 milhão de dólares canadenses em até três anos. Após a grande crise financeira de 2008 – que atingiu seriamente o Canadá –, os pesquisadores da Carleton concluíram que no futuro a competição não se daria mais entre empresas, mas entre ecossistemas. O 3CI (Centro de Carleton para a Inovação Comunitária), também com base na Carleton University, atua exatamente para fortalecer os ecossistemas produtivos locais, congregando líderes comunitários, políticos, empresários, sindicalistas e pesquisadores que produzem conhecimento em busca de uma vida melhor para os cidadãos. “O 3CI avalia microcrédito para iniciativas de interesse comunitário e com alto impacto social”, afirma o presidente do Sinduscon Londrina, Gerson Guariente Júnior. Em Londrina, a Codel e a ACIL pretendem criar agência de desenvolvimento econômico – e encontraram no Canadá um interessante modelo: a Ottawa Invest, organização do terceiro setor voltada à criação de empregos e atração de investimentos. Com foco em setores estratégicos – ciências da vida, energia verde, mídia digital, cinema e televisão –, a Ottawa Invest incuba 200 empresas e seus gestores demonstraram grande interesse em estabelecer parceria com o Brasil, especialmente na área de TI. A entidade é subsidiada pela província de Ontário, mas o governo não tem controle sobre seu funcionamento, sendo apenas um parceiro. “No Canadá, ficou bastante claro que as políticas públicas são voltadas para o desenvolvimento econômico, e não para o assistencialismo”, avalia o diretor da Codel, Bruno Veronesi, representante da Prefeitura de Londrina na Missão Canadá. Parque tecnológico, berço do futuro Com 8 milhões de habitantes, Quebec é a maior província canadense e representa cerca de 20% da economia do país. Montreal é a mais importante cidade dessa região de 23 Joia da coroa no setor agroalimentar Saint-Hyacinthe, localizada perto de Montreal, é uma pequena cidade que desenvolve grandes projetos. Polo tecnológico reconhecido mundialmente, Saint-Hyacinthe sedia algumas das principais empresas canadenses do setor agroalimentar. Com 1.400 fazendas de plantações e rebanhos, a região conta com mais de 150 instituições de pesquisa, intercâmbio tecnológico e agroindústrias. Há dez anos funciona na cidade um parque tecnológico voltado exclusivamente à indústria agroalimentar – o único com essas características na América do Norte. Um das “joias da coroa” em SaintHyacinthe é o Instituto de Tecnologia Agroalimentar (ITA), colégio de formação técnica de 2º grau que 24 trabalha de forma integrada com empresas locais. Com mil estudantes e 150 professores, o ITA dispõe de duas escolas agrícolas, complexo de estufas, viveiros, parque de maquinaria, jardim florestal, fábricas-piloto, laboratórios, incubadora bioalimentar e centro equestre. Todos os alunos formados pelo ITA já saem empregados ao final do curso. “E o mais surpreendente é que não se trata de uma universidade, mas de uma escola técnica”, comenta o presidente do Sinduscon Londrina, Gerson Guariente Júnior. Uma curiosidade: a cidade é governada há 21 anos pelo mesmo prefeito, o simpático sr. Claude Bernier. PPPs: uma solução inteligente Nos últimos anos, o Canadá se tornou uma referência mundial nas parcerias público-privadas – as PPPs. Sediado em Toronto, a maior cidade do país, o Conselho Canadense de Parcerias Público-Privadas é uma entidade do terceiro setor, apartidária e sem fins lucrativos. Fundado em 1993, já desenvolveu 205 projetos que totalizam 62 bilhões de dólares canadenses em investimentos. O Canadá tem PPPs em áreas tão diversas quanto transporte, energia, serviços públicos, educação, saúde, cultura, justiça e meio ambiente. As PPPs canadenses indicam uma solução inovadora para grandes gargalos da sociedade contemporânea: o déficit da infraestrutura pública e a baixa capacidade de investimento dos governos. Com um arcabouço legal bem fundamentado, é possível que a iniciativa privada construa prédios públicos, hospitais, centros culturais, rodovias, pontes e outras obras de interesse comunitário. “É importante destacar que o controle dessas estruturas continua pertencendo ao governo, portanto não se trata de uma privatização”, observa Heverson Feliciano, do Sebrae. “Com regras claras e transparência, todos podem ganhar com essas parcerias”, complementa. Amizade e trabalho: o começo de uma história Quando o cônsul canadense Stéphane Larue recebeu a garrafinha com a terra vermelha e os grãos de café, todos perceberam que o diplomata se emocionou. Na ocasião, Larue disse: “Vou colocar este presente no meu gabinete de trabalho e mostrá-lo a todos para dizer: Aqui está o futuro do Brasil!” Seis meses depois daquele acontecimento, é possível dizer, com todas as letras, que Londrina e o Canadá começaram a escrever juntos uma bela história de amizade e trabalho. As sementes foram plantadas. “ A Missão Canadá foi ao mesmo tempo necessária, estratégica e enriquecedora. Necessária, porque abriu caminho para parcerias econômicas, acadêmicas e culturais. Estratégica, porque nos fez conhecer excelentes modelos de desenvolvimento aplicáveis a Londrina. Enriquecedora, porque ampliou os nossos conhecimentos sobre a atividade empresarial e a gestão pública, “ fala francesa. O setor aeroespacial representa mais de 50% da economia da província, graças à presença da companhia Bombardier. Ciente da importância estratégica do setor, o governo de Quebec investe 2,41% do PIB em pesquisa e inovação tecnológica, possuindo inclusive um ministério específico para essa finalidade. O Parque Tecnológico de Montreal, com 26 anos de existência, é um dos pilares do desenvolvimento da região. Financiado em parceria pelo governo de Quebec e a prefeitura de Montreal, o parque é administrado por uma organização sem fins lucrativos e reúne empresas de 34 países (inclusive o Brasil). Um dos critérios para a instalação de empresas é que 30% dos investimentos sejam voltados para tecnologias limpas (não-poluentes). A maioria das empresas sediadas no parque são pequenas, com até 10 funcionários. Como sempre acontece no Canadá, existe uma definição bastante clara dos focos para investimentos: setor aeroespacial, TI, tecnologias limpas e ciências da vida. “Em todos os lugares que visitamos, existem focos estratégicos para as políticas de desenvolvimento”, afirma o gerente do Sebrae em Londrina, Heverson Feliciano. Flávio Montenegro Balan, presidente da ACIL novembro de 2013 | www.acil.com.br ÀS PRESSAS, CÂMARA APROVA APORTE PARA A CMTU Segundo a companhia, o repasse de R$ 10,8 milhões da administração direta garante a continuidade de serviços, como varrição e coleta de lixo Por Susan Naime Os vereadores aprovaram o projeto 282/2013 que autoriza o Executivo a realizar o aporte de recursos no valor de R$ 10,8 milhões para o Fundo de Urbanização de Londrina (FUL), administrado pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). A matéria foi tramitada em urgência após apelo do Executivo. Segundo o presidente do órgão, Carlos Alberto Geirinhas, os recursos permitirão o pagamento, até dezembro, da coleta de lixo, coleta seletiva, varrição, além de novos contratos para a capina, roçagem e o recolhimento de entulhos. “Milagres ninguém faz. Se não fizermos o aporte, os serviços em Londrina param. Alguns no mês de setembro já não foram pagos”, desabafa. Inicialmente, o orçamento aprovado à companhia para 2013 era de R$ 55 milhões. No entanto, segundo Geirinhas, pelo menos R$ 5,6 milhões foram retirados e repassados a outras secretarias. Além disso, a CMTU esperava arrecadar R$ 19 milhões com a taxa da coleta do lixo, o que não deve acontecer. “Vamos recolher cerca de R$ 5 milhões a menos”, revela o presidente. Mais um deixa o PP O vereador Marcos Belinati deixou o Partido Progressista (PP) para se filiar ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS). No Paraná, a legenda é comandada pela deputada federal Cida Borghetti, esposa de Ricardo Barros, presidente do PP no Estado. No início de Associação Comercial e Industrial de Londrina outubro, Sandra Graça também anunciou a sua saída do PP. A vereadora migrou para o Solidariedade (SDD), capitaneado pelo deputado estadual de São Paulo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. A legisladora informou que o cenário político em Londrina culminou para a mudança. Sem mágoa Segundo Marcos Belinati, a saída do PP aconteceu sem mágoa ou qualquer outro desacordo. O convite teria como principal objetivo ajudar a construir o diretório municipal do PROS. “Sempre tive excelentes relacionamentos com a legenda PP. Houve apenas a vontade de auxiliar o PROS em Londrina. Não sou candidato a nada no ano que vem, não há qualquer pretensão política. Espero dar a minha contribuição a esse partido que está surgindo”, explica. Diversidade de Partidos Agora, o único representante do Partido Progressista na Câmara de Londrina é Jamil Janene. As recentes trocas de legendas fez aumentar a representatividade na Casa. Apenas três partidos ficaram com dois vereadores cada um – PDT, PSDB e PTB. No total, são 16 partidos para 19 vereadores, exatamente a metade dos 32 constituídos no Brasil. Câmara terá comissão para acompanhar trabalhos da CPI do Pedágio Os vereadores aprovaram a criação de uma Comissão Especial de Acompanhamento da CPI do Pedágio para acompanhar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa do Estado. O requerimento foi proposto pelo vereador Professor Fabinho (PPS). A Comissão deverá exercer seus trabalhos por tempo indeterminado. A CPI do Pedágio tem a função de investigar as licitações e contratos do governo estadual com as concessionárias das rodovias paranaenses. Puxão de orelha No último mês o presidente da Câmara, Rony Alves (PTB), precisou dar um puxão de orelha nos vereadores de Londrina. Durante reunião de portas fechadas, a bronca foi dada devido a algumas discussões acaloradas que foram protagonizadas em Plenário. Em um único dia foram dois atritos. O primeiro foi entre Rony Alves e Jamil Janene (PP). Já o segundo aconteceu no apagar das luzes, entre Mário Takahashi (PV) e Sandra Graça (SDD), quando apenas vereadores e assessores estavam na Casa. Alves garantiu que a Mesa Executiva não permitirá agressões e cinismo de um vereador com o outro. Flores para homenagens A Câmara de Londrina quer embelezar um pouco mais o plenário durante as festividades e homenagens que acontecerem na Casa. Para isso, lançou um edital de licitação, na modalidade pregão presencial, para registro de preços. O teto estipulado é de até R$ 16,2 mil para “eventual aquisição de arranjos de flores para decoração”. 25 GESTÃO Paulo Muller e Tiago Chaves: “A ACIL tem uma grande força em Londrina, é um modelo e uma referência para toda a comunidade” 90 DIAS QUE MUDARAM A ACIL Trabalho de consultoria realizado por Paulo Müller e Tiago Chaves tem impacto direto na eficiência e na força da entidade. Quem ganha com isso é o associado Por Paulo Briguet Quando os consultores Paulo Müller e Tiago Chaves subiram as escadas da ACIL, leram uma frase escrita na placa: “A casa é sua”. Em pouquíssimo tempo, eles descobririam que a mensagem não era mero formalismo ou gentileza, mas a expressão de uma verdade profunda. Foram tão bem recebidos pela equipe que Paulo fotografou a placa de entrada em seu celular. Data da fotografia: 9 de julho. Data de chegada dos consultores: 8 de julho. Com ampla experiência em consultoria empresarial e conhecedores do ideal associativista, os sócios-proprietários da PRO-CD Consult, de Curitiba, chegaram a Londrina com a missão de aperfeiçoar 26 os métodos gerenciais e administrativos da ACIL. Fizeram mais: tornaram-se personagens ativos de uma história que já dura 76 anos – e se confunde com a história do desenvolvimento da cidade, da região, do Paraná. Tiago e Paulo ficaram 90 dias trabalhando na entidade. Com a entidade. Pela entidade. Isso significa: por você, associado da ACIL. Semeando o conhecimento “Hoje você vê a flor. Agradeça a semente de ontem.” A frase do fotógrafo e agricultor londrinense Haruo Ohara (1909-1999) aplica-se com perfeição ao trabalho realizado pela dupla de consultores. As sementes que eles lançaram nestes três meses continuarão frutificando e florescendo por um tempo muito maior. Aos 43 anos, Paulo Müller afirma que uma consultoria, se bem-feita, não acaba quando os consultores vão embora. “Nosso maior objetivo é a formação da base de conhecimento. Esse é o legado que nós pretendemos deixar nas empresas e organizações com que trabalhamos.” A formação da base de conhecimento é um legado que a consultoria deixa – não para as ferramentas, mas para as pessoas que constituem a essência de toda organização humana. novembro de 2013 | www.acil.com.br “PARA SER UMA ENTIDADE FORTE, NÓS PRECISAMOS SER UMA EMPRESA FORTE” Paulo Müller “Ferramenta a gente substitui com relativa facilidade. Mas substituir pessoas capacitadas não é fácil. Por isso nosso trabalho é voltado para a formação”, explica Tiago. Quando chegaram à ACIL, Tiago e Paulo avaliaram a ferramenta administrativa da entidade – o sistema de gestão Supera. E levaram poucos dias para concluir que o sistema é bom. O desafio dos consultores não foi substituir, mas, sim, aproveitar ao máximo a capacidade do sistema e da equipe ACIL. “É possível fazer mais, em menos tempo, com maior eficiência, sem precisar explorar ninguém”, define Paulo. Não se trata, portanto, de uma consultoria puramente de sistemas ou puramente de processos, mas uma consultoria de aplicação – algo que se encontra na exata fronteira entre teoria e prática, tática e estratégia, trabalho e resultado. A fotografia de um novo tempo Tiago Chaves chegou à ACIL exatamente no dia de seu aniversário de 33 anos. No dia seguinte, Paulo fez a foto da placa de entrada. De certa maneira, esses dois fatos representam aspectos fundamentais do trabalho por eles realizado: iniciar um novo tempo na ACIL e oferecer uma visão em Associação Comercial e Industrial de Londrina A mudança que já acontece Há a ACIL empresa e há a ACIL entidade. Ambas se complementam e se fortalecem mutuamente. Quando a consultoria promove melhorias no sistema de contas ou elabora um manual de procedimentos para a equipe de colaboradores, as informações que circulam dentro da entidade se tornam muito mais claras, precisas e confiáveis. Ao perguntarmos qual “será” a mudança mais importante na ACIL depois da consultoria, Paulo Müller corrige: “A mudança não será. A mudança é. Já está sendo!” Isso quer dizer que os associados começam a sentir uma ACIL mais presente e mais eficiente a partir de agora. Eficiência que se vê em diversos produtos e serviços da entidade: campanhas comerciais, SPC, certificação digital, cursos, palestras, eventos de capacitação, Fácil Imobiliário, Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, Sociedade Garantidora de Crédito, convênios, Programa Compras Londrina, revista Mercado em Foco, Portal ACIL... Depois de 90 dias trabalhando com a ACIL, Paulo e Tiago sabem, agora com certeza, que já são da casa. “Só o fato de você ter uma entidade de 76 anos numa cidade de 79 já diz muita coisa. A ACIL tem uma grande força em Londrina, é um modelo e uma referência para toda a comunidade”, diz Tiago. “Aqui encontramos profissionais e diretores abertos a novas ideias, dispostos a mudar e melhorar suas práticas. Gente que ama o que faz”, comenta Paulo. Certo dia, quando Paulo fazia as malas para mais uma viagem de consultoria, o filho pequeno lhe perguntou: “Pai, o que é um consultor?” Paulo pensou por um momento e respondeu: “Consultor é um professor de trabalho”. Professor, como dizia Guimarães Rosa, é a pessoa que ensina e, de repente, aprende. Os consultores que passaram 90 dias na ACIL aprenderam que agora eles também são o Paulo e o Tiago da ACIL. “ Ferramenta a gente substitui com relativa facilidade. Mas substituir pessoas capacitadas não é fácil. Por isso nosso trabalho é voltado para a formação “ “ “ Nosso maior objetivo é a formação da base de conhecimento. Esse é o legado que nós pretendemos deixar nas empresas e organizações com que trabalhamos perspectiva da entidade. A partir de uma reestruturação do departamento administrativofinanceiro, os consultores procuraram criar uma base sólida e segura para todas as atividades da ACIL – algo como “a casa construída sobre a pedra”, de que falam os Evangelhos. “Se a base é forte, o prédio é alto. E o prédio alto, para a ACIL, é o desenvolvimento dos profissionais e da organização. Em consequência, o desenvolvimento da cidade”, analisa Paulo. “Não estamos falando de um prédio físico, mas de um conjunto de pessoas, de um organismo vivo, da história das pessoas que ajudaram a construir a entidade.” A gerente administrativa da ACIL, Elisângela Andrade, foi a grande parceira de Paulo e Tiago nestes 90 dias de aperfeiçoamento. Feliz com os resultados já visíveis, ela observa: “Para ser uma entidade forte, nós precisamos ser uma empresa forte. O que éramos há alguns anos, não somos mais hoje. O mundo passa por mudanças muito aceleradas e a ACIL precisa garantir maior competitividade aos seus associados”. Tiago Chaves 27 EMPREENDEDORISMO Por Fernanda Bressan Quando pensamos em inovação, em um novo negócio, lembramos logo de tecnologia, novos produtos, criação. Mas o que dizer quando a novidade volta ao passado com sabor de bolo de fubá, laranja, cenoura e coco? Pois é, esse foi o caminho escolhido por dois empresários de Londrina para 2013. Eles abriram um negócio com foco nos bolos caseiros e não se arrependem de ter resgatado o sabor dos tempos da vovó. “Bolos sempre foram uma referência da família, minhas avós e minha mãe eram boleiras em casa. Há uns dois anos surgiu a ideia de transformar bolos em negócio, fui amadurecendo, pesquisando, vi que tinha em São Paulo e em janeiro inaugurei a loja”, diz Gustavo Domingues, proprietário do Bolos da Vovó Maria. Nesses 9 meses a produção saltou de 30, 40 bolos diários para cerca de 150. “Os bolos são simples, mas a vida não é mais simples, as pessoas não fazem mais bolo em casa e agora descobriram que podem ter esse bolo para tomar o café da tarde”, resume o empresário. Esse resgate ao passado foi um caminho percebido pelo também empresário Luiz Carlos Santi, do Bolos do Frade, que em breve se chamará Bolos do Santo Frei. Professor de marketing por 20 anos, ele trocou a sala de aula pelo negócio, aproveitando todo o conhecimento teórico que tem. “Existe uma tendência no comportamento do consumidor de buscar qualidade de vida, de sair da cidade grande e ir para o interior, de plantar horta no fundo de casa e ter mais tempo com a família. Nossos pais tinham isso, mas nós perdemos em algum momento. Agora cansamos da overdose e queremos sossego”, analisa. Nessa volta ao que foi perdido, os bolos caseiros foram percebidos como um filão a ser explorado. Afinal, quem não gosta de um bolinho quentinho? “A ideia foi trazer a opção de um bolo para comer com café, mas com criatividade. Assim temos o limão siciliano que podemos colocar amora, o bolo de laranja pode ganhar castanhas”, cita Santi. O empresário não se resumiu às receitas, mas criou todo um ambiente propício para encantar. “Precisamos oferecer a experiência completa de compra que inclui 28 novembro de 2013 | www.acil.com.br “A EMPRESA NÃO PODE PARAR NO TEMPO, TEM QUE RESPIRAR E PULSAR JUNTO COM O MERCADO” trabalhar os 5 sentidos. Isso envolve ter uma música ambiente agradável aos ouvidos, tem a sensação olfativa do bolo sendo assado, a tátil que o cliente experimenta ao tocar o bolo, a visual com os móveis e decoração. Assim o cliente chega e se sente acolhido”, ensina. Aliás, esse conhecimento ele afirma ter passado a todos os alunos que estiveram com ele. “Não faço nada diferente do que ensinei, às vezes as pessoas simplesmente não colocam em prática essas coisas, não pensam no cliente. A loja é fruto da observação do consumidor”, avalia. Essa mistura de ingredientes tem feito tanto sucesso que Santi já está para inaugurar mais uma unidade da Bolos do Frade em Londrina. A previsão é para novembro e o espaço terá como diferencial área para tomar um café. “Depois vamos expandir para Curitiba e Maringá, isso no primeiro semestre de 2014. A loja nasceu para ser uma franquia, mas as coisas aconteceram muito rápido”, destaca. Gustavo Domingues também observa essa crescente procura pelos bolos caseiros. “Quando abri, eu tinha essa esperança da procura pelo produto, acreditava, mas não imaginava que fosse tanto. O boca a boca é forte e acredito que o fato de ter preço justo com qualidade no atendimento ajuda”, analisa. Hoje a Vovó Maria tem 6 funcionários – eram 3 em janeiro. “Quando éramos crianças tínhamos a mãe em casa que fazia bolo, hoje ela trabalha fora, não há mais a cultura de ter empregada em casa, as pessoas até almoçam fora. Com isso não tem mais bolo para o café da tarde. De bolo tinha apenas o de aniversário para a compra, mas como é bom ter um bolo quente, foi isso que conquistou”, diz. Para ele, o negócio foi uma boa escolha. “O produto não é novo, mas a proposta é nova. Estou bem feliz”. Inovar, resgatar, renovar Luiz Carlos Santi critica a postura de boa parte do empresariado brasileiro. Segundo ele, há um certo comodismo das pessoas que estão à frente dos negócios. “Tem que sair do feijão com arroz e renovar. O sucesso está relacionado a esse cuidado, mas no Brasil parece que essa falta de vontade de planejar é endêmica. Não é preciso ser um Einstein para fazer um bolo gostoso, acho que falta boa vontade”, avalia. Entre os cuidados ele aponta o fato de oferecer sempre bolos fresquinhos, feitos no próprio dia. “A fornada sai de hora em hora, essa é a proposta. Melhor vender menos e ser fiel à sua filosofia”, reforça. Ele ensina ainda que a inovação pode aparecer na forma de oferecer o produto. “Nossa carta é renovada a cada 3 meses, para o Natal já entram novos sabores. A ideia da loja é que ela se renove a cada três meses com tudo: bolo, decoração, música, até porque tem frutas que só dão em determinada época do ano”, cita. Para quem tem um negócio, o conhecimento em marketing de Santi é uma aula. “A empresa não pode parar no tempo, tem que respirar e pulsar junto com o mercado, observar o que ele deseja e oferecer respostas diferentes. A compra é com sentimento”, ensina. Serviço: Bolos do Frade – Rua Piauí, 822 Fone: 3024-3453 Bolos Vovó Maria – Rua Mossoró, 689 Fone: 3324-9897 Gustavo Domingues: “Os bolos são simples, mas a vida não é mais simples, as pessoas não fazem mais bolo em casa e agora descobriram que podem ter esse bolo para tomar o café da tarde” Luiz Carlos Santi: “A fornada sai de hora em hora, essa é a proposta. Melhor vender menos e ser fiel à sua filosofia” ENTREVISTA Por Susan Naime Com vasta experiência em alta gestão, no Brasil e na América Latina, e determinação para liderar sob diferentes segmentos de mercados, a palestrante Amália Sina dividiu com um auditório lotado, na ACIL, as premissas, os desafios e os arrependimentos de sua trajetória como líder e empreendedora. O evento ocorreu no dia 25 de outubro, durante a Convenção Regional da Faciap - Federação das Associações Comerciais do Paraná. É dela a famosa teoria dos 70% que diz que a mulher, com tantos papéis que assumiu na sociedade, fica impossibilitada (humanamente falando) de exercer em 100% o seu papel de mãe, esposa ou empresária. Por isso, se você for 100% em algo vai deixar alguma outra coisa a desejar. O importante é buscar o equilíbrio e criar uma média de 70% para cada afazer. Amália Sina tem oito livros publicados, dá palestras há 18 anos, mas conta que em todas elas, antes de subir ao palco, sente “borboletas na barriga.” 30 Mercado em Foco: Você teve uma história de vida de muita luta e desafios. Em que você pensa para escolher os temas dos seus livros? Amalia Sina: É interessante você perguntar isso porque a minha palestra vai permear exatamente isso: viver cada momento da minha vida baseado numa sensação que eu estou sentindo. E os livros marcaram momentos específicos da minha vida, no meio do momento em que eu estava vivendo. Não foi um tema que eu fui buscar. O tema apareceu. Por isso eu acho que foram livros que tiveram um relativo sucesso porque eles eram extremamente verdadeiros. Nenhum deles foi ficção. Mercado em Foco: Você se inspira nos costumes da filosofia chinesa? Amalia Sina: Eu sou filha de chinês, então é impossível você não ser afetada por essa cultura que é milenar. E o lado oriental sempre me fascinou. Como a minha vida foi mais ou menos pautada por crises em determinados momentos, não necessariamente crises ruins, mas crises boas. Mas é claro que também tem muita coisa que a China faz que não é motivo de orgulho para quem é chinês. Então tem essa cultura, mas não é algo que sobrepõe o meu lado ocidental. Eu sou mais ocidental do que oriental. Mercado em Foco: Qual é a principal mensagem que você tenta passar para as pessoas que assistem às suas palestras? Amalia Sina: A minha vida tem sido novembro de 2013 | www.acil.com.br REVISTA MERCADO EM FOCO | NOVEMBRO DE 2013 “ “ Tem que saber cair e aprender com a queda. Às vezes a pessoa até sabe cair, apoia, se segura, mas quando ela sobe de novo, ela fica arrogante novamente. Ela esquece como é a queda e a partir dali não consegue mais lidar com o fato de que ela pode cair de novo. “Se você não tem o dom em determinada coisa, você pode ter disciplina. Se você repetir várias vezes uma ação, uma hora você vai fazer certo” Amália Sina, empresária e escritora Associação Comercial e Industrial de Londrina permeada em uma frase que eu criei quando tinha 23 anos de idade e ela continua sendo verdadeira. Até eu encontrar uma melhor ela vai permear a minha história. Inclusive, eu a escrevi na minha empresa, na parede principal do fundo da sala: “com o passar do tempo, as pessoas ficam do tamanho que são”. E essa frase é meio assustadora. Se elas (pessoas) estão grandes hoje, elas têm que ficar espertas porque pode ser que lá na frente elas fiquem pequenas. Mas se você é pequena hoje, não tem um grande desenvolvimento como empresa ou como pessoa, você pode pensar o seguinte: pode ser que eu cresça também. Então, da mesma forma, ela é um alerta para você ter humildade, para você entender que Deus dá e Deus tira, e, ao mesmo tempo, ela te dá esperança de buscar um amanhã melhor. Para mim foi um norte muito grande acreditar que amanhã seria melhor. As minhas palestras não são de autoajuda, mas se elas ajudarem eu vou ficar muito feliz. Eu acredito que as pessoas, quando vão para uma palestra, vão para buscar algo de utilitário, receitas, dicas, elas procuram respostas para melhorar a vida delas. E seria extremamente egoísta se eu fosse para uma palestra sem me preocupar com isso. O que é importante é imaginar que quando eu terminar as pessoas que estarão lá se sentirão melhor. Vou arriscar dizer que elas estarão melhor. Se eu não fizer isso, eu não cumpri o meu papel. Mercado em Foco: Vale a pena trocar um cargo excelente em uma grande empresa para tocar o sonho do seu próprio negócio? Amalia Sina: Quando você tem uma carreira, uma história de sucesso, se tornar empresário é só uma continuidade. Você não deixa nada. Você continua de uma forma diferente. Eu sempre fui muito inquieta e gostava de criar coisas diferentes, me testar. Acho que por conta da minha história mesmo eu sempre vivi uma situação de instabilidade. E essa instabilidade WWW.ACIL.COM.BR me forçava a saltar mais alto. Fui presidente três vezes de grandes empresas. Então eu já conhecia o desafio. Ser empresário significaria construir um legado, gerar emprego e seria tão desafiador quanto sentar na cadeira da presidência de uma grande empresa. O topo te dá aquela sensação de que você cumpriu o seu papel. E, dali para frente, o que você vier a fazer é reconstruir uma história diferente. Mercado em Foco: Existem itens decisivos para alcançar o sucesso? Amalia Sina: O sucesso em si não é o objetivo, ele é a consequência daquelas ações que você fez. Então a pessoa não pode sair em busca do sucesso, ela tem que sair em busca do que ela estabeleceu como objetivo, como foco. Muita gente se engana porque quer ter sucesso antes de ser uma boa pessoa, um grande profissional, um ser humano mais completo. O sucesso é uma combinação de características tangíveis e intangíveis da sua vida. Então o que eu tenho percebido é que as pessoas dividem a sua vida entre vitória e derrota. E a vitória, o que ela tem de mau, é o fato dela não ser definitiva. E o que tem de bom nas derrotas é que elas também não definitivas. Você sempre pode sair daquele momento em que não está bem. O sucesso é esse caminho entre as derrotas e as vitórias. E o que separa uma pessoa da outra é o quanto ela persiste quando ela tem a derrota. É muito fácil a gente conviver com o fracasso. Você culpa alguém, se culpa, culpa o que você quiser. Agora, não tem desculpa para o sucesso. Quando você atinge o sucesso você sabe que tem que tomar mais cuidado. Mas a gente não pode confundir também o fato de que quando a pessoa busca o sucesso ela está realizando o que ela gosta de fazer. Às vezes é melhor você ter fracasso no que você gosta de fazer do que ter sucesso naquilo que você odeia. Porque se você vive fazendo o que você não gosta, mas supostamente você tem dinheiro, tem status, é um sucesso relativo. O que é 31 Mercado em Foco: É preciso saber cair? Amalia Sina: Tem que saber cair e aprender com a queda. Às vezes a pessoa até sabe cair, apoia, se segura, mas quando ela sobe de novo, ela fica arrogante novamente. Ela esquece como é a queda e a partir dali não consegue mais lidar com o fato de que ela pode cair de novo. Mercado em Foco: E como não desistir diante de tantos desafios? Amalia Sina: Excelente sua pergunta, porque desistir é muito fácil quando você encontra alguns nãos, né? O sucesso é feito de quantos nãos? A gente não sabe. Sabemos que o sucesso é feito pelo sim. Mas quantos vieram antes ninguém quer saber, ninguém pergunta. Então, enquanto você está fazendo determinadas coisas do seu dia a dia, tem muita gente que está fazendo mais que você. E isso ninguém quer saber. Enquanto você está descansando, 32 tem gente estudando, trabalhando. O sucesso é derivado de muita dedicação, de muita persistência. Como é que faz pra gente persistir, perseverar? Isso vem de dentro. Dificilmente alguém vai dar isso pra você. Ou a pessoa tem ou não tem. E se ela não tiver uma tendência a ser perseverante ela vai ter dificuldade para aguentar as frustrações. Mercado em Foco: Você acha que o Brasil é muito burocrático, favorecendo para entraves no empreendedorismo? Amalia Sina: Acho que a legislação é muito dura com as pequenas e médias empresas à medida em que as pequenas e médias tem que agir exatamente como as grandes. No que se refere à burocracia, impostos, há todo um entrave para se manter. A concorrência é muito desleal. As pequenas e médias empresas entram no mercado e têm que cumprir uma quantidade de leis tão exorbitantes que dificulta o fato delas se tornarem competitivas. Por isso muitas fecham antes de ter três, quatro, cinco anos e, outras, nem conseguem passar do primeiro. Mercado em Foco: Você concorda com a tese que diz: “Não ser inimigo do seu concorrente”? Amalia Sina: Acredito que hoje em dia conviver em comunidade no cooperativismo, na junção de interesses comuns, é o futuro. Eu acredito que as pessoas sozinhas são fortes, mas, unidas, são bem mais. E isso temos visto com a participação de muitas empresas de órgãos importantes do comércio. É importante você entender o sucesso e o fracasso do outro e, juntos, conseguir construir pontes para chegar mais longe. “ Quando você tem uma carreira, uma história de sucesso, se tornar empresário é só uma continuidade. Você não deixa nada. Você continua de uma forma diferente. “ o sucesso para você? Hoje as pessoas estão extremamente frustradas por que alguém disse como é o sucesso e, quando ela não atinge, ela sofre. novembro de 2013 | www.acil.com.br NOVOS ASSOCIADOS COMÉRCIO PEÇAS, SERVIÇOS E ACESSÓRIOS PARA AUTOS ALIMENTAÇÃO DISTP Produtos Automotivos Av. São João, 155 Sabro Espeto Av. Robert Koch, 955 TELEFONIA E COMUNICAÇÃO ARTIGO PARA PRESENTES Giga Comércio R. Professor João Cândido, 169 BIJUTERIAS E SEMIJOIAS Donna Dejully Bijuterias R. Pernambuco, 1.187, loja 14 CALÇADOS E ACESSÓRIOS Casas Ajita Av. Paraná, 200 - Ibiporã CONFECÇÃO Burichak Confecções R. Ceará, 465, sala 2 Camisaria Store Av. Tiradentes, 1.241, loja 4 EDUCAÇÃO E ENSINO EMFA Av. Juscelino Kubitschek, 1.442 ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE M de Souza Telefonia R. São Judas Tadeu esq. com Jamil Janus Assad Orcasp Contabilidade R. Senador Souza Naves, 9, sala 310/311 EVENTOS E FESTAS VESTUÁRIO E ARMARINHO Instituto Culinário Sabores do Mundo R. Guilherme Marconi, 54 Leonnas Moda Mulher R. Jorge Velho, 500, loja 08 PUBLICIDADE COM/SERVIÇOS MM Propagandas Av. Lucilio de Held, 915 FOTÓGRAFO SHOPPING CENTER Brascolor Foto e Vídeo R. Goiás, 1.400, sala 04 Londrina Norte Shopping Av. América Deolindo Garla, 224 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO TÉCNICO EM INFORMÁTICA Marmoraria Classe A Av. 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Fernando de Noronha, 1.249, sala 02 MATERIAL DE HIGIENE DISTRIBUIDORA DE GÁS SET7 Comércio de Produtos de Limpeza Av. São Paulo, 217, sala 702 Indus Gás R. Neo Martins, 112 GRÁFICA Gráfica Portobelo R. Agnello Theodoro de Paula, 286 OUTROS Jaqueline Silva Azevedo R. Nossa Senhora da Guia, 267 PERFIL Por Muriel Amaral Antes de começar a matéria, é importante deixar claro que a reportagem não resistiu em degustar uma fatia de um dos bolos feitos pela dona Vilma. “Você aceita um pedaço de bolo com café? Fiz agora pouco”, oferece a simpática senhora. Como recusar uma fatia daquele bolo que praticamente se tornou um mito em Londrina? Seria quase uma ofensa. Depois de degustar uma farta fatia deu para entender porque o bolo da dona Vilma se consagrou no paladar do londrinense. Aliás, não só dos londrinenses, mas de muita gente. Ela atende pedidos de clientes das cidades da região; em Curitiba e São Paulo alguns também puderam saborear as delícias que as 34 mãos dela conseguem fazer. Para atender a todos os pedidos, nos dias de hoje, ela conta com uma equipe de sete pessoas entre confeiteiros e ajudantes. Para se ter ideia da dimensão da produção de Vilma, são comercializados mais de 300 quilos de bolo na semana. Para dar conta do recado, ela adaptou o quintal da casa para ser o ambiente de trabalho. Na liderança dos pedidos está o de abacaxi, creme e ameixa, seguido pelo de nozes e de brigadeiro. “Alguns clientes encomendam para comer no dia a dia, nem precisa ser alguma data especial”, afirma. Além dos tradicionais bolos de casamento e aniversário de 15 anos, ela também já atendeu pedidos diferentes como bolo para aniversário de cachorro e também bolo para a criança destruir. novembro de 2013 | www.acil.com.br FAZIA BOLOS PARA AMIGOS E PARENTES, SEM COBRAR NADA. DEPOIS, OS PEDIDOS FORAM AUMENTANDO” de aperfeiçoar o contato com os clientes. “É muito legal que em alguns casos eu faço o bolo de aniversário, de casamento e do aniversário dos filhos”, recorda. O uso de tecnologias não se restringe apenas às estratégias para relacionamento de clientes, mas invade a cozinha. Recentemente ela adotou um sistema diferente para transporte e manutenção dos bolos. No método chamado cake in box, o bolo é congelado e fechado a vácuo em embalagens especiais o que o preserva por mais tempo o sabor e a textura. “É muito prático”, garante. O único empecilho é que a embalagem comporta um pouco mais de um quilo de bolo. Recordando... Isso mesmo, destruir para registrar a farra dos pequenos em álbuns de fotografia. A iniciativa de fazer bolo começou quase que por acaso. “Primeiramente, fazia bolos para amigos e parentes, sem cobrar nada. Depois, os pedidos foram aumentando e tive que me profissionalizar”, recorda a boleira que está desde 1972 em plena atividade. Foi em 1975 que ela fez o primeiro bolo de casamento e, assim, pôde acompanhar o crescimento do seu empreendimento com a ajuda do marido, Ildo Cordeiro, que deixou o emprego no ramo farmacêutico para poder acompanhá-la na nova empreitada. “Foram mais de 20 anos de companhia e de trabalho”, relembra. Ildo faleceu há quase dez anos, mas as manobras com a massa não pararam. Mesmo mantendo as ferramentas tradicionais para atendimento dos clientes, ela precisou se modernizar e acompanhar os novos comportamentos de consumo e interação. “Temos uma página no Facebook e muitos dos pedidos são feitos por lá”, explica Vilma. Com a ajuda do filho, ela mantém o perfil da rede social, onde o visitante pode encontrar algumas receitas de outros doces, dicas para cozinhar e as novidades que ela oferece aos clientes. Resultado desse investimento: aumento das vendas. “Eu gostei do resultado”, aponta. A fidelização dos clientes mantém o modo tradicional, tanto que alguns deles se tornaram amigos dela. A divulgação começou pelo boca a boca, sem grandes investimentos em propaganda ou publicidade, mas, agora, ela viu na necessidade Associação Comercial e Industrial de Londrina Há tanto tempo na ativa, o que não faltam são histórias para contar. Ela se lembra do grande destaque na carreira como boleira quando pôde servir o presidente da República, João Batista Figueiredo, em visita a Londrina, em 1980. “O pedido era um bolo diferente. Então, fiz com a massa branca, merengue, sorvete e chantilly que foi servido na casca de mamão papaia. Foi feita uma degustação um dia antes de servir e a sobremesa foi aprovada”, recorda. Um mérito que ela guarda com muito orgulho. Antes de se profissionalizar, a carga de trabalho era árdua. “Houve dias que precisei varar madrugadas para dar conta dos pedidos”, lembra. Hoje, isso não acontece mais, devido à organização melhor do tempo, do espaço e também do planejamento. “Assim, pude aproveitar mais as horas de trabalho”, acrescenta. Quando a massa desanda... Mesmo com muita destreza na cozinha na produção dos bolos, nem tudo foram flores na carreira de Vilma. Grandes catástrofes na cozinha não aconteceram, mas ela já passou por situações embaraçosas quando teve que entregar alguns dos pedidos. Um bolo de três andares e com o design bem diferente do convencional seria servido em uma festa de casamento. “Fui levar de carro, o carro era uma Brasília e na subida da rua Brigadeiro Faria Lima, o bolo se moveu”. Resultado: alguns momentos de pânico e muita agilidade para reverter o desastre. “Cheguei no local e consegui fazer uma produção no bolo para que ele pudesse estar prefeito na hora da festa”. Dito e feito, lá estava o bolo impávido com seus três andares. A receita do sucesso O segredo para estar há mais de 30 anos em pleno vapor não fica às escondidas. Nada de receitas mirabolantes ou de grandes investimentos. “Os produtos são de primeira qualidade: frutas frescas e de boa procedência, assim como tudo que uso na cozinha. A outra coisa é amor. Faço tudo com muito amor”, sintetiza. Bem simples, não é? 35 UNIÃO Por Fernanda Bressan e Susan Naime No dia 25 de outubro a ACIL recebeu a Convenção Regional da Faciap – Federação das Associações Comerciais do Paraná. O evento teve a presença do presidente da Faciap, Rainer Zielasko, o presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho (representando o governador Beto Richa) o presidente da Cacinp, Hélder Miranda, a presidente da Cacinorp, Silvia Flores, a presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária, Maria Salette de Mello, o presidente da ACIL, Flávio Balan, o superintendente do Sebrae Regional Norte, Heverson Feliciano e o gerente do SPC Brasil, Bruno Lozzi. Autoridades e diretoria da ACIL também marcaram presença no evento. Balan deu as boas vindas: “Estamos em um dia especial e a ACIL se sente lisonjeada de receber esse evento. Essa casa nunca pensa no nós, mas sempre no coletivo”, resumiu. Juraci Barbosa falou sobre a importância das Associações Comerciais (ACE’s). “Vocês representam a economia 36 da cidade e é fundamental entender que a cidade é um organismo vivo, como o nosso corpo. Não bastam só as ações do Governo, mas o setor empresarial precisa atuar, ele é o coração da cidade e tem que fazer esse papel. É importante que o associativismo esteja presente e que se crie um ambiente favorável ao empreendedorismo. As Associações Comerciais precisam ser a casa do empresário, seja ele associado ou não. Do lado do setor público, ele precisa criar mecanismos para que esse setor possa se fortalecer”, destacou na abertura do evento. Heder Miranda Paiva, presidente da Cacinp, destacou que as associações comerciais oferecem muito e podem oferecer ainda mais. “Como um corpo bem formado, podemos atuar como cabeça pensante, essas convenções são necessárias para que possamos agir sinergicamente e não isoladamente, olhando só para temas locais. As ACE’s têm extrapolado o ambiente local, precisamos ter essa visão”, disse. Rainer Zielasko destacou a importância das convenções regionais para ouvir as demandas das associações comerciais e que isso mostra a força do associativismo. O dia teve vários painéis e palestras, como a ministrada por Amália Sina (leia entrevista na página 30 desta edição). Cases de sucesso Um dos painéis trouxe cases de Associações Comerciais da região. Pela ACIL, os consultores Paulo Müller e Tiago Chaves falaram sobre o trabalho executado na entidade que aperfeiçoou os processos de gestão (leia mais na página 26). Segundo a dupla, o importante para todas as ACE’s, e também para as empresas, é organizar a casa. “É importante olhar para os processos, repensar. Da mesma forma que organizamos nosso guarda-roupas uma vez por ano para eliminar o que não usamos mais, precisamos organizar as entidades e empresas”, orientou. Um processo bem definido garante a continuidade dos negócios e das ações mesmo que algum profissional venha a novembro de 2013 | www.acil.com.br faltar na empresa. Afinal, como eles mesmos apontaram, todo mundo tira férias um dia, mas o tempo não para. Quem também falou foi a presidente da ACE de Marialva. Márcia Cristina Murata lembrou da situação difícil que encontrou quando chegou à Acimar. “A coisa estava bem desarrumada”, resumiu. Foi quando eles conheceram o projeto Capacitar e deram uma reviravolta na entidade. Entraram em cena planejamentos estratégico e financeiro, o controle de ações da diretoria, além de dedicar um cuidado especial com a gestão e marketing da entidade. “Também regularizamos a situação dos funcionários, demitimos uma que não atendia às necessidades e legalizamos o registro de outro. Custou, mas hoje está tudo dentro da lei”, contou. Márcia se emocionou ao falar que hoje a entidade é superavitária, realiza eventos, campanhas e tem uma sala do Banco Empreender. “Quero mostrar que a associação pode ter serviços que fazem a diferença”, finalizou. Encerrando o painel, Taísa Betelli, da ACE de Apucarana, falou sobre a experiência da entidade com o projeto empreender, que reúne empresários de um mesmo segmento em busca de melhorias para o setor. Hoje há 7 núcleos ativos na associação, além de 2 em fase de reestruturação. “10% dos nossos associados está inserido em algum dos núcleos”, contabilizou. Liderança Feminina O tema Liderança Feminina também foi debatido. A coordenadora estadual do Sebrae/PR, Rosangela Angonese, conduziu o assunto para dezenas de pessoas influenciada Associação Comercial e Industrial de Londrina por três aspectos: suas próprias experiências, pesquisas e observações cotidianas. “Se não soubermos ser líderes do bem, quem vai fazer? É nos líderes que as boas ações do mundo se sustentam”, começou. Durante a conversa, Rosangela Angonese enfatizou o potencial das pessoas para se poder liderar, argumentou sobre o talento de cada uma, sem se esquecer do limite racional do homem. “O líder precisa desenvolver a sua inteligência emocional. O líder eficaz não sabe de tudo, ele pode errar, mas é importante aprender com os erros”, disse. O líder eficaz deve estar atento a três fatores fundamentais: o elevado grau de autoconhecimento e autopercepção; a escuta do seu entorno, seu mercado; e a elevada capacidade de perceber o outro. “Para atrair talentos é preciso muito mais que bons salários, é preciso ter benefícios valiosos, líderes que tenham habilidades de conduzir pessoas”, ressaltou a coordenadora do Sebrae/PR. “Hoje a atenção não está mais no capital tangível, nas máquinas, equipamentos, prédios. Hoje o foco está no capital intelectual, nas pessoas, nas mentes. As pessoas movem as suas próprias empresas. As instituições precisam todos os dias ser renovadas”, concluiu. Prefeito de Astorga trouxe projeto de revitalização das calçadas O prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo (Bega), esteve na Convenção, prestigiando o encontro. “As associações comerciais exercem um papel muito importante na gestão e administração pública dos municípios, é fundamental a parceria com elas e em Astorga nós temos uma grande parceria, não conseguimos resolver os problemas sem as parcerias”, defendeu. Bega estava falando da ação feita para reformar as calçadas do município, que começou há um ano e meio e até agora já atingiu mais de 1,2 mil metros de calçadas revitalizadas. “Tínhamos pouco recurso e precisávamos melhorar o visual das principais avenidas comerciais da cidade. Chamamos a associação comercial para conversar”, contou. A prefeitura ficou responsável pelo asfalto, pela retirada do piso antigo e pela colocação do pó de pedra. A Associação Comercial de Astorga reuniu os empresários que arcaram com a mão de obra e paver. Hoje há acessibilidade e flores enfeitando as principais vias da cidade. Presidente da Associação Comercial de Astorga, Lourival Macedo também esteve no evento. Ele lembrou do início do projeto das calçadas e disse que a adesão foi surpreendente. “Quando começamos, fizemos uma reunião com os empresários e tivemos 97% de adesão. Hoje há 50 quarteirões esperando para também revitalizar as calçadas.” A ação trouxe benefícios para o comércio, além de deixar a cidade colorida. “As ruas se tornaram mais bonitas, com acesso tranquilo para mães com carrinho, idosos, pessoas com cadeiras de roda. Percebemos que começamos a atrair mais os consumidores vizinhos porque a cidade está mais bela. Com as calçadas revitalizadas, os comerciantes passaram a investir também nas calçadas”, afirmou Macedo. O projeto foi apresentado a alguns dos participantes do evento, como o presidente da Faciap Rainer Zielasko, o presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho, e o presidente da ACIL, Flávio Balan, em reunião. 37 COLUNA DA ACIL ACIL recebe homenagem de conselheiros do Sicredi O presidente da ACIL, Flávio Balan, ministrou palestra de apresentação da ACIL aos conselheiros do Sicredi União PR/SP no dia 28 de outubro. Ele falou sobre a identidade entre o associativismo e o cooperativismo, dois indutores essenciais do desenvolvimento no Estado. Ao final da palestra, presidente do Sicredi União, Wellington Ferreira, fez uma homenagem a Balan, definindo a ACIL como “uma instituição sustentável na essência, no jeito de pensar, de agir e de contribuir para o desenvolvimento de Londrina e região”. Também acompanharam a palestra o vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, os diretores Brasilio Fonseca, Fernando Lopes Kireeff e Rogério Pena Chineze. A seguir, leia os principais trechos da palestra de Flávio Balan: Um exemplo é a recente proposta da Rodovia do Desenvolvimento. Outro exemplo é a força do Sicredi União PR/SP.” EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA “A dedicação ao associativismo acaba resultando em mudanças pessoais importantes. Quem atua numa entidade como a ACIL ou o Sicredi se torna melhor na empresa, na família, na vida. Entidades fortes geram pessoas e cidades melhores.” Kogut anuncia vinda de policias em coletiva na ACIL DNA COMUM “Existe uma grande semelhança entre os ideais do associativismo e do cooperativismo. ACIL e Sicredi têm a mesma vocação para promover o bem comum nas sociedades em que atuam. Como bem observou o presidente da Faciap, Rainer Zielasko, onde as associações e cooperativas são mais fortes, as cidades são melhores. Para usar uma linguagem da agricultura, são instituições que irrigam o desenvolvimento – e não drenam recursos das sociedades.” SERVIR, E NÃO SER SERVIDO “Estamos aqui para servir – e não para ser servidos. Ao trabalhar pelo bem da comunidade, precisamos colocar o nós à frente do eu, e é exatamente isso que acontece no Sicredi, com quem temos uma parceria bem-sucedida há dois anos.” BENEFÍCIO E ORGULHO “As pessoas entram para o associativismo atraídas por benefícios, que realmente são importantes. Na ACIL oferecemos uma série de benefícios aos associados: Serviço de Proteção ao Crédito, Certificação digital, Fácil Imobiliário, Centro de Capacitação, Projeto Empreender, Aplicativo Vitrine na Cidade, Projeto Nova Sergipe, Projeto Nova Saul, campanhas comerciais... Mas as pessoas, quando se envolvem com o associativismo, com o tempo acabam sentindo ORGULHO por fazer parte de uma história de 76 anos e ajudar no desenvolvimento da cidade e da região. Esse sentimento de orgulho também existe entre os cooperados do Sicredi.” ENFOQUE REGIONAL “Nenhum homem é uma ilha; nenhuma entidade ou cooperativa existe isoladamente. Em todas as nossas ações, precisamos dialogar com outros municípios e com lideranças políticas de todos os partidos. 38 Coronel César Kogut recebe placa do presidente da ACIL, Flávio Balan O coronel César Vinícius Kogut, novo comandante da Polícia Militar do Paraná, concedeu entrevista coletiva no dia 17 de outubro na ACIL. Ele falou sobre os próximos passos que tomará no novo cargo. “Vamos olhar o Estado como um todo, mas Londrina receberá todos os recursos disponíveis pois sabemos as necessidades da cidade”, antecipou. Segundo ele, 2,4 mil homens devem ser incorporados à Polícia Militar em todo o Estado, e cerca de 150 virão a Londrina. “No ano passado, o governo do Estado enviou 160 homens para a 4ª companhia da PM. Com mais esses 150 que virão, serão mais de 300 homens. É um efetivo que dá condições para o comando desempenhar um bom trabalho”, acredita. Kogut aponta que o efetivo é realmente o grande gargalo da polícia atualmente, mas ressaltou que o atual governo está olhando para isso. “O problema é a falta de efetivo, mas com esses novos policiais nós atenderemos a demanda das cidades do interior do Paraná”, pontua. A instalação dos módulos móveis também foi apontada pelo coronel como mais uma ação para melhorar a sensação de segurança no Paraná. Serão mais de 100 unidades para todo o estado, além de 200 novembro de 2013 | www.acil.com.br CPI: “SABEMOS QUE A ESPECTATIVA DA SOCIEDADE PARANAENSE É GRANDE” motocicletas, que começarão a chegar conforme a entrega da fábrica (Renault). “Essas viaturas ficarão nos setores que apresentam maior problema de segurança pública nos bairros e nos horários de maior demanda. Elas vão atender às necessidades das regiões que não precisam de UPS (Unidade de Polícia Segura)”, diz. Ainda não se sabe quantas viaturas virão à cidade. “Vamos definir o plano de distribuição nos próximos dias”, afirma Kogut. Cada módulo móvel é formado por um veículo equipado para servir como posto policial volante, uma viatura e duas motocicletas. Outro anseio da comunidade, uma unidade da PM na Zona Norte, também está sendo estudada pelo novo comandante. “Isso está sendo discutido junto com o Governo e vai depender dos recursos que tivermos. A unidade da Zona Norte já é uma questão amadurecida, mas não posso falar em data para isso acontecer”, disse. César Vinícius Kogut assumiu o lugar do coronel Roberson Bondaruk. “Quero deixar como marco um bom trabalho e um bom resultado para o Estado”, definiu. Na ACIL, ele foi homenageado pele presidente da entidade, Flávio Balan, pelos relevantes serviços prestados à cidade. “Ele (Kogut) chegou à cidade logo que comecei na ACIL. Eu não o conhecia. Hoje digo que aprendemos muito com ele. O fato do coronel ter assumido o comando-geral é fruto do trabalho dele, sempre buscando o diálogo sem perder o pulso firme além de estabelecer parecerias com as entidades locais”, disse Balan. anos apenas dois setores ganharam com o pedágio no Paraná: os governos (federal e estadual) e as concessionárias. “De 1998 para cá, todos os governos são culpados por não exigir transparência e eficiência das concessionárias. É o que estamos tentando mudar com esta CPI. Sabemos que a expectativa da sociedade paranaense é grande.” O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Londrina, Carlos Alberto Della Rosa, afirmou que a falta de obras estruturais nas rodovias é a principal causa do elevado número de acidentes. “Quantas vidas foram perdidas? Cadê o dinheiro? Cadê as duplicações?” Integrantes do movimento Por Amor a Londrina fizeram manifestação durante a audiência da CPI, com o enterro simbólico do pedágio e cruzes que simbolizam as vítimas de acidentes nas estradas pedagiadas. O presidente da ACIL saudou os manifestantes. “Este auditório sempre foi e sempre será o espaço do debate aberto e democrático”, disse Balan. Entidades levam proposta da Rodovia do Desenvolvimento a Beto Richa CPI quer mudar os rumos do pedágio no Paraná Antes da audiência, no dia 18, uma reunião na ACIL reuniu prefeitos, deputados e representantes de entidades para debater proposta. Assembleia Legislativa realiza audiência da CPI do Pedágio na ACIL A CPI do Pedágio da Assembleia Legislativa realizou no dia 17 de outubro uma audiência extraordinária no auditório da ACIL. “Nosso objetivo é mostrar a realidade do pedágio no Paraná, diminuir os preços e garantir o cumprimento de contratos pelas concessionárias”, disse o presidente da CPI, deputado Nelson Luersen (PDT). “Para isso, precisamos ouvir a população e as entidades.” O presidente da ACIL, Flávio Balan, afirmou que a cidade deixa de receber investimentos por causa dos pedágios e da falta de infraestrutura nas rodovias. “Recentemente, em Londrina, perdemos a Eletrolux, e o pedágio foi o principal motivo”, disse Balan. “Não somos contra o pedágio, somos contra os preços abusivos e as estradas ruins.” O relator da CPI, deputado Douglas Fabricio, disse que nos últimos Associação Comercial e Industrial de Londrina A Rodovia do Desenvolvimento foi o tema central de uma audiência realizada no dia 23 de outubro entre o governador Beto Richa (PSDB), o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, o presidente da ACIM, Marco Tadeu Barbosa, e o deputado estadual Tercilio Turini (PPS). Richa recebeu o documento assinado por lideranças políticas, empresariais e comunitárias do Norte do Paraná solicitando ao governo do Estado a elaboração dos projetos para abertura da Rodovia do Desenvolvimento. Eles ressaltaram a importância da estrada e da ponte sobre o Rio Tibagi para o desenvolvimento socioeconômico e integração entre municípios da Região Metropolitana de Londrina, Norte Pioneiro e Vale do Ivaí. O governador Beto Richa considerou boa a proposta e encaminhou para análise do secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho. Turini e Balan informaram que o próximo passo será acompanhar o trabalho dos técnicos da secretaria. “As lideranças devem manter a mobilização iniciada na semana passada para 39 mostrar que toda região tem interesse na concretização da Rodovia do Desenvolvimento. É importante marcar uma conversa com o secretário Pepe Richa para conhecer a posição dele e contar com seu apoio”, disse Turini após a audiência com o governador. O traçado da Rodovia do Desenvolvimento deve ligar Apucarana à PR 090, passando pela Rodovia Alvaro Godoy e PR 445, na região sul de Londrina, com sobreposição do Rio Tibagi. Reunidos na ACIL no último dia 18, prefeitos, deputados e representantes de diversas entidades empresariais aprovaram documento que pede ao governo estadual a elaboração dos projetos. A intenção é buscar recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal. A mobilização foi lançada pela ACIL a partir de sugestão do deputado estadual Tercilio Turini e do vice-presidente da Câmara Federal, deputado André Vargas. Ele informou que com os projetos prontos é mais fácil conseguir apoio da União para execução da obra. Participaram da reunião na ACIL e firmaram apoio ao movimento pela Rodovia do Desenvolvimento os prefeitos de Londrina, Alexandre Kireeff, de Apucarana, Beto Preto, de Arapongas, Padre Beffa, de Ibiporã, José Maria Ferreira, de Tamarana, Paulino Souza, de Santa Cecília do Pavão, Padre Zezinho, de Santa Mariana, Jorge Nunes, e o vice de São Sebastião da Amoreira, Sergio Soares. do Programa Paraná Competitivo e coordenou este programa que já atraiu R$ 25 bilhões com a geração de mais de 150 mil empregos diretos. Também participou ativamente na luta pela melhoria do Aeroporto de Londrina; como Secretário da Fazenda, repassou R$ 16 milhões para desapropriações dos terrenos que vão viabilizar a ampliação do local. Outro empenho foi pela duplicação da PR-445. Ao lado do governador Beto Richa, garantiu os recursos para a obra, o maior investimento em rodovias, mais de R$ 110 milhões de reais. Congresso de agentes de crédito promove troca de experiências Deputado federal Hauly recebe homenagem da ACIL Luiz Carlos Adati, vice-presidente da ACIL; Luiz Carlos Hauly, deputado federal, e Flávio Montenegro Balan, presidente da ACIL A ACIL homenageou o deputado federal Luiz Carlos Hauly pelos serviços prestados como secretário da Fazenda do Paraná. Hauly já exerceu o cargo entre 1987-1990, no Governo Álvaro Dias. Na gestão Beto Richa, liderou os estudos técnicos que levaram à criação No dia 4 de novembro a Fomento Paraná realizou o 1º Congresso de Agentes de Crédito em Curitiba. Participaram do encontro funcionários de associações comerciais do Paraná e também de prefeituras municipais e secretarias de estado, de cooperativas de crédito, de sociedades de garantia de crédito, de sindicatos patronais. A ACIL foi representada por Valéria Furlan Sitta, analista de negócios que cuida de áreas como Banco do Empreendedor e Programa Bom Negócio. Para ela, entre as principais novidades, destaca-se as novas possibilidades de crédito disponíveis pelo banco. “Foram apresentadas novas categorias de valores para as linhas de crédito, ampliando o leque de possibilidades para os empresários”, afirma. O presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa, esteve presente durante todo o evento, que teve início com uma palestra motivacional proferida por Maurino Veiga. Ao longo do dia temas como Políticas para Micro e Pequenas Empresas e Cenário para a Economia Paranaense foram debatidos. O encontro visa fortalecer e integrar a rede de agentes pela troca de experiências. ARTIGO VITRINE É PROPAGANDA? Por Renato Martins Na década de 90 (do século passado) escrevi um artigo para o Jornal da ACIL e, se me recordo bem, questionava a falta de visão de não abordar a Vitrine como uma estratégia de Marketing. Na época, vitrine não servia para atrair, informar o conceito da loja e cativar o consumidor. Era mais uma “entrada” da loja, sem muito aproveitamento ou solução visual. Transmitir os valores da marca então, nem pensar. Atualmente, utilizar os espaços das vitrines para atrair consumidores é um grande diferencial estratégico. No varejo cada vez mais competitivo, onde as grandes corporações – com capacidade de negociação impensável naquela época – estão asfixiando os pequenos comerciantes, a necessidade de chamar atenção do cliente na calçada ou no corredor do shopping, aumenta o tempo de permanência do cliente na loja e melhora o resultado geral das vendas. A vitrine, como parte integrante do processo Associação Comercial e Industrial de Londrina de comunicação, segue a mesma regra máxima conhecida como AIDA: deve chamar a Atenção do seu target, precisa obrigatoriamente criar o seu Interesse, depois despertar o Desejo pelo produto e então levar o cliente à Ação. Ou seja, primeiro chame sua atenção para depois oferecer-lhe algo e assim gerar vendas. O ponto de venda – PDV para os iniciados no Marketing – deve servir para encantar o comprador e envolvê-lo na atmosfera da marca. Lembre que o merchandising é uma das principais ferramentas mercadológicas para se comunicar com o comprador que é altamente ligado na característica visual. Basta andar pelos shoppings e perceber como as marcas de sucesso investem em merchandising. A vitrine serve para atrair, mas acima de tudo para anunciar! Deve contar uma estória e de preferência aquela que a marca deseja narrar para construir uma imagem positiva na mente do consumidor. Portanto, não há como não fazer parte de um planejamento maior, deixando-a isolada do resto da comunicação da empresa. Em outras palavras, é importante melhorar o ambiente de consumo – o local da decisão de compra – que deve ser integrado e tratado com seriedade e profissionalismo. Uma vitrine, ou o visual merchandising como é tratado pelo pessoal da área, tem suas estratégias próprias e técnicas fundamentais para o sucesso do projeto. Após a vitrine despertar interesse e levar o cliente para dentro da loja, o interior deve criar pontos focais para direcionar o consumidor por caminhos prédeterminados, criando estímulos prazerosos ao comprador. São esses pontos focais que direcionam o olhar e despertam a atração do cliente, levando-o a ação. Ambientação é a palavra-chave para o aumento do tempo de permanência do cliente no PDV. Aumento da permanência na loja significa faturamento. Isso mesmo. Diversas pesquisas de Marketing indicam que quanto mais agradável for o ambiente, mais tempo ele permanecerá na loja e mais consumo haverá. Essa é a grande estratégia atual: aumentar o ticket médio do consumidor. Vale lembrar que as técnicas de exposição incluem outros elementos sensoriais para que uma experiência seja o mais prazerosa possível. A atual sociedade é de aparência, altamente visual, mas a percepção sensorial passa por outros aspectos como o tato, a sonorização e os aromas, que já são utilizados em ambientes comerciais. Não esqueça que a vitrine é comunicação e deve se comportar como qualquer outro instrumento da área. Tem que estar integrada aos departamentos de Marketing, Comercial, de Comunicação e de todas as outras ferramentas do visual merchandising da empresa. Só assim vai existir harmonia na mensagem, com todos comunicando uma mesma mensagem. E para encerrar uma última lembrança. O visual merchandising serve tanto para a venda de produtos quanto para os serviços e não exclua nunca o pessoal de vendas, que deve ser informado e treinado para estar em sintonia com a mensagem da vitrine, pois só assim o ciclo se fecha. Renato Martins, é consultor e professor de graduação e pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina. É pesquisador em Comunicação Mercadológica Internacional. www.profrenatomartins.com 41 HUMOR Foi um homem tão sincero a vida toda que até sua autobiografia era desautorizada. Desse jeito vai ser difícil passar o Brasil a limpo: todo mundo quer escrever sua própria versão da história. ... Dirigido por mim e guiado por Deus, tudo bem. Mas quando o motorista bebe quem toma a direção é outro deus: Baco. ... O sol nasceu pra todos, mas sol da liberdade em raios fúlgidos depende muito do advogado. ... O pior cego não é o que não quer ver. O pior mesmo é aquele que não acredita no que está vendo. 1968 42 2013 novembro de 2013 | www.acil.com.br