Iepé - Relatório Anual de Atividades
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Iepé - Relatório Anual de Atividades
Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena Relatório Anual de Atividades 2006 Julho 2007 RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 www.institutoiepe.org.br Escritório São Paulo R. José Eduardo Nunes, 138 Vila Sônia – 05625-110 – São Paulo – SP Tel/fax: 55.11.3746-7912 e-mail: [email protected] RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 Escritório Macapá Av. Ataíde Teive, 525/altos Trem – 68906-270 – Macapá - AP Tel/fax.: 55.96.3223-2052 / 55.96.3223-7633 e-mail: [email protected] 2 Mapa: Áreas protegidas no Planalto das Guianas Fonte: Conservation International 2007 60°0'0"W ± 57°0'0"W 54°0'0"W 51°0'0"W Kaieteur National Park 0 40 80 160 240 320 Km GUIANA FRANCESA TI Raposa/ Serra do Sol TI Juminá PN do Cabo Orange Iwokrama Rainforest Reserve OCEANO ATLÂNTICO TI Galibi Central Suriname Nature Reserve TI São Marcos Upper Essequibo Conservation Concession TI Uaça SURINAME 3°0'0"N Parque Nacional da Guiana Francesa TI Manoá/ Pium GUIANA 3°0'0"N TI Malacacheta TI Jacamin Sipaliwini Nature Reserve PN Montanhas do Tumucumaque Wai Wai owned conservation area ESEC Grão-Pará TI Wai Wai Floresta Estadual do Amapá TI Parque Indígena do Tumucumaque REBIO Maiucuru FLONA do Amapá REBIO do Lago Piratuba TI Waiãpi FLONA de Anauá RDS Rio Iratapuru TI Rio Paru d'Este TI Trombetas-Mapuera 0°0'0" FLOTA Trobetas APA do Rio Curiaú 0°0'0" TI Zo´é ESEC Jari RESEX do Rio Cajari FLOTA Parú TI Nhamunda-Mapuera TI Waimiri-Atroari REBIO do Rio trombetas REBIO de Uatumã FLONA de Mulata Terras indígenas FLOTA Faro BRASIL FLONA de Saracá-Taquera Limite Político Rios APA Caverna do Maroaga APA Nhamundá Floresta do Rio Urubu 60°0'0"W 57°0'0"W UC`s de Proteção Integral UC`s de Uso Sustentável PE Nhamundá 54°0'0"W 51°0'0"W Iepé é uma entidade sem fins lucrativos, criada para prestar assessoria direta a demandas indígenas de formação e de capacitação, visando o fortalecimento de formas de gestão comunitária e coletiva. O objetivo central do Iepé é contribuir para o fortalecimento cultural e político e para o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas que vivem no Amapá e Norte do Pará. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 3 Índice Mapa 03 Apresentação 05 Parcerias e financiamentos em 2006 06 Equipe 08 Linhas de trabalho 09 Programas e atividades realizadas em 2006 Programa de Articulação Regional 11 Programa Oiapoque 15 Programa Tumucumaque 17 Programa Wajãpi 20 Desenvolvimento institucional 26 Recursos administrativos 28 RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 4 Apresentação É com satisfação que o Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena apresenta seu segundo relatório anual de atividades, concretizando a proposta de compartilhar, com parceiros e financiadores, os resultados alcançados por nossa equipe de trabalho ao longo do ano de 2006. Constituído em setembro de 2002, o Iepé resultou da formalização de relações de cooperação já existentes entre os sócios fundadores, para o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e de assessoria direta às comunidades indígenas do Amapá e norte do Pará. Neste último ano, agregamos novos profissionais à equipe de trabalho do Iepé e elaboramos novos projetos que permitiram a ampliação dos nossos trabalhos junto às comunidades indígenas desta região, consolidando ações em andamento e iniciando novas modalidades de atuação. No ano de 2006 o Iepé se fortaleceu institucionalmente por meio da implantação de uma sede em São Paulo e da manutenção do escritório em Macapá. Foi um ano marcado pela consolidação das relações com as organizações representativas dos povos indígenas que vivem no Amapá e norte do Pará e pela ampliação dos espaços de discussão com instituições governamentais locais e nacionais. O Iepé procurou novos parceiros e fontes de financiamento que permitiram ampliar nossa atuação junto às comunidades indígenas da região, promovendo a articulação indígena regional, a gestão de patrimônios culturais, a conservação ambiental e o acompanhamento de políticas públicas relacionadas à questão indígena. Foram também priorizadas iniciativas de difusão de informações sobre os povos indígenas da região em foco. A publicação desse relatório anual, descrevendo as atividades realizadas pela equipe do Iepé ao longo do ano de 2006, é uma forma de consolidar nosso trabalho no Amapá e norte do Pará tornando visíveis, às instituições parceiras e ao público interessado, nossos esforços de colaborar para a autonomia e fortalecimento cultural e político dos povos indígenas com quem trabalhamos. Conselho Diretor RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 5 Parcerias e financiamentos em 2006 Organizações indígenas parceiras Associação dos Povos Indígenas Tiriyó, Kaxuyana e Txikuyana - Apitikatxi Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque - APIO Conselho das Aldeias Wajãpi - Apina Parceiros para o desenvolvimento dos trabalhos Fundação Nacional do Índio - Funai Administração Executiva Regional de Macapá Administração Executiva Regional do Oiapoque Coordenação Geral de Estudos e Pesquisas Coordenação Geral de Educação Museu do Índio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Escritório Regional do Amapá Equipe do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/MINC Departamento de Patrimônio Imaterial Departamento de Museus e Centros Culturais Secretaria de Estado da Educação do Governo do Amapá – SEED/GEA Núcleo de Educação Indígena - NEI Universidade de São Paulo – USP Núcleo de História Indígena e do Indigenismo - NHII Programa Demonstrativo dos Povos Indígenas - PDPI/ MMA Rede de Cooperação Alternativa – RCA-Brasil WWF - Brasil – Escritório Macapá RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 6 Instituições financiadoras em 2006 IPHAN/MINC Petrobrás Cultural Fundação Mata Virgem da Noruega – RFN Secretaria de Estado da Educação do Amapá (SEED-GEA) NORAD Conservação Internacional Prosare Poema Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 7 Equipe em 2006 Assembléia dos Sócios: Cássio Noronha Inglez de Sousa (antropólogo) Dafran Gomes Macário (biólogo) Denise Fajardo Grupioni (antropóloga) Dominique Tilkin Gallois (antropóloga) Helder Rocha de Souza (biólogo) Helena Lúcia de Oliveira Sábato (administradora) Juliana Rosalen (antropóloga) Lúcia Hussak van Velthem (antropóloga) Lúcia Szmrecsányi (antropóloga) Luis Donisete Benzi Grupioni (antropólogo) Lux Boelitz Vidal (antropóloga) Nadja Havt Bindá (antropóloga) Conselho Diretor: Até junho/2006 A partir de julho/2006 Dominique Tilkin Gallois (presidente) Lux Boelitz Vidal (secretária) Juliana Rosalen (tesoureira) Denise Fajardo Grupioni (presidente) Lux Boelitz Vidal (secretária) Dominique Tilkin Gallois (tesoureira) Iepé Institucional Coordenação de difusão: Coordenação administrativa: Coordenação de projetos: Coordenação de articulação regional: Assistente administrativo / Macapá: Auxiliar de produção e difusão: Luis Donisete Benzi Grupioni Helena Lucia de Oliveira Sábato Priscila Matta Giselle Lopes (a partir de agosto) Luis Eduardo Lian Biagioni Gabriela Menezes Programa Oiapoque Coordenação: Assessoria: Lux Boelitz Vidal Marina Sallovitz Zacchi Programa Tumucumaque Coordenação Tumucumaque/Oeste: Coordenação Tumucumaque/Leste: Assessoria: Denise Fajardo Grupioni Lúcia Hussak Van Velthem Luís Donisete Benzi Grupioni Programa Wajãpi Coordenação geral: Coordenação antropológica: Coordenação programa de educação: Coordenação acompanhamento pedagógico: Acompanhamento pedagógico: Coordenação do Programa Formação em Gestão (PFGW): Assistente PFGW: RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 Lúcia Szmrecsányi Dominique Tilkin Gallois Paulo Cardoso Favacho (até maio) Lúcia Szmrecsányi Giuliana Henriques Henrique Gomes Luiz Felipe Garcia (a partir de julho) Mário B. de Góes Vasconcellos (a partir de julho) Giselle Lopes (até agosto) Simone Ribeiro (a partir de agosto) Ana Raquel F. Oliveira 8 Linhas de trabalho Educação escolar Metas: Propiciar que os grupos indígenas assumam efetivamente a formação e a instituição escolar, de forma que esta atenda aos interesses e necessidades das comunidades e respeite suas especificidades sócio-culturais. Ações: Formação de professores indígenas, assessoria à construção e implantação de currículos diferenciados nas escolas das aldeias, apoio à produção de materiais didáticos específicos e diferenciados pelos professores indígenas, capacitação em gestão escolar, escolarização de jovens e adultos em processo de formação especializada (agentes de saúde, pesquisadores etc.). Formação político-administrativa de representantes indígenas Metas: Fortalecer as organizações indígenas locais e mecanismos para o controle social dos serviços de assistência às comunidades indígenas. Fomentar a inserção das organizações locais dentro do movimento indígena nacional. Promover o reconhecimento dos direitos indígenas por estes povos para a garantia e defesa de seus interesses. Ações: Realização de cursos de Legislação e de Introdução à Administração; estágios para lideranças e jovens na gestão de programas de apoio às comunidades indígenas; apoio às instâncias de controle social das comunidades indígenas; assessoria às organizações indígenas; realização de fóruns específicos para incrementar a articulação entre as organizações e povos indígenas da região. Valorização e apoio à gestão dos patrimônios culturais indígenas Metas: Promover a valorização das formas de expressão e dos conhecimentos tradicionais, de forma a fortalecer as comunidades. Ações: Formação de pesquisadores indígenas; apoio à documentação de manifestações artísticas e saberes orais pelos índios; formação de cinegrafistas indígenas; capacitação indígena para trabalhos em museu; implementação de programas de revitalização das formas de transmissão oral de conhecimentos; construção de centros de formação e documentação acessíveis às comunidades; exposições volantes de caráter interno e externo; produção de materiais para difusão interna e externa pelos pesquisadores indígenas. Apoio à gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas Metas: Propiciar que os grupos indígenas realizem de forma efetiva o controle territorial e a gestão ambiental de suas áreas, fomentando o debate e intercâmbio entre os grupos sobre a viabilidade de alternativas produtivas e de ocupação e exploração territorial sustentáveis dos pontos de vista econômico e social. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 9 Ações: Capacitação das comunidades indígenas para enfrentar os problemas relativos à manutenção de sua qualidade de vida e de suas práticas tradicionais de conservação e uso dos recursos naturais. Fomento de alternativas econômicas sustentáveis tanto social quanto ambientalmente. Apoio a formas de ocupação territorial, de produção e de comercialização capazes de inverter o processo de dependência e de sedentarização vigentes. Realização de diagnósticos participativos para identificação de alternativas sustentáveis de desenvolvimento para os grupos da região. Difusão das formas de manejo e dos conhecimentos indígenas, como contribuição a programas de conservação da biodiversidade da região. Promoção de trocas de experiências entre os grupos indígenas sobre a questão do controle territorial e ambiental. Assessoria às organizações indígenas para a gestão de projetos relacionados com a questão ambiental. Educação em saúde Metas: Garantir que os serviços de assistência à saúde indígena respeitem as especificidades sócio-culturais de cada grupo indígena; incrementar a participação indígena nos serviços de atenção à saúde. Ações: Assessoria antropológica e lingüística à formação de Agentes Indígenas de Saúde; capacitação para representantes indígenas nos conselhos de saúde; capacitação antropológica para profissionais de saúde; ações de valorização dos conhecimentos e práticas tradicionais relacionados aos cuidados com a saúde. Pesquisa aplicada e difusão de informações Metas: Ampliar a produção de conhecimentos sobre os grupos indígenas da região de forma a subsidiar reflexões internas aos próprios grupos e a elaboração de políticas públicas; difundir informações qualificadas e atualizadas para uma melhor compreensão sobre os modos de vida indígena na região. Ações: Produção e difusão de conhecimentos em antropologia, lingüística e ecologia, em parceria com instituições acadêmicas, visando contribuir para o fortalecimento das práticas culturais e modos de vida diferenciados dos grupos indígenas da região; levantamento e sistematização de informações socioambientais sobre a região do Planalto das Guianas; difusão de informações visando combater preconceito e discriminação. Acompanhamento de políticas públicas Metas: Inserção e apoio à participação dos grupos indígenas nas discussões e implementação de políticas voltadas à questão indígena de forma a garantir o devido respeito às especificidades culturais. Ações: Articulação e apoio à participação indígena no debate de políticas relacionadas à questão indígena, em particular aquelas voltadas à educação escolar, à promoção da saúde e à proteção da biodiversidade; colaboração com órgãos governamentais e não-governamentais na implementação de ações adequadas aos interesses e às particularidades culturais das comunidades indígenas, tanto no âmbito local e regional, quanto nacional e internacional. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 10 Programa de articulação regional O Iepé, visando promover a articulação entre as organizações indígenas locais e o diálogo com as entidades que atuam, direta ou indiretamente, junto aos povos indígenas do Amapá e norte do Pará, mantém o programa de articulação regional voltado para três focos principais interdependentes: articulação entre populações indígenas, meio ambiente e difusão cultural. 1 – Articulação entre populações indígenas O objetivo central é a promoção da articulação regional entre os grupos indígenas que vivem no Amapá e norte do Pará, particularmente os Wajãpi, da TI Wajãpi, os Tiriyó, Kaxuyana, Wayana e Aparai, das TIs Parque de Tumucumaque e Rio Paru d´Este, e Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e Galibi do Oiapoque, das TIs Uaçá, Juminã e Galibi do Oiapoque, criando oportunidades de intercâmbio e discussão entre representantes desses grupos e de suas organizações representativas em torno de questões de interesse coletivo. Consideramos essa busca por conhecimento de outros modelos e realidades indígenas e não indígenas, a melhor maneira de fortalecer as organizações indígenas da região frente aos seus interlocutores externos. Destaques: ♦ Boletim externo “Povos indígenas e meio ambiente” A primeira edição do boletim foi lançada em dezembro de 2006, contendo um texto principal sobre a criação e gestão do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e divulgando informações referentes ao último trimestre do ano (outubro/ dezembro). Cada edição conterá em sua primeira parte matérias especiais sobre temas de relevância direta para as populações indígenas do Amapá e norte do Pará. A segunda parte é reservada para a publicação de informações sobre novos projetos e iniciativas dessas populações. A publicação prevê e conta com a participação de representantes de comunidades e associações indígenas, como ocorreu na primeira edição, que veiculou notícias enviadas por membros das associações indígenas Apitikatxi e Apina. Com tiragem de 1.000 exemplares por edição, o boletim, impresso a cores e em papel reciclado, é distribuído prioritariamente para as aldeias indígena na região onde o Iepé atua e está disponível no site do Iepé. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 11 ♦ Viagem de intercâmbio Entre os dias 6 e 15 de fevereiro, o Iepé organizou uma viagem de intercâmbio para o Acre, como parte do programa de intercâmbios da Rede de Cooperação Alternativa (RCA – Brasil). Viajaram três representantes Wajãpi e Tiriyó, acompanhados por uma assessora do Iepé, para participarem do “XXVI Curso de Formação de Professores Indígenas do Acre e Sudoeste do Amazonas”, desenvolvido pela Comissão Pró-Índio do Acre. Um relatório do intercâmbio foi preparado, contando com textos dos representantes indígenas, e enviado a RCA e aos demais envolvidos na atividade. ♦ Participação em oficina para capacitação na elaboração de projetos Entre os dias 16 e 18 de agosto, representantes do Iepé e do Apina participaram de oficina para capacitação de organizações indígenas na elaboração de projetos. A oficina teve patrocínio da Norad e da Rainforest e contou com a participação de membros de organizações indigenistas (Iepé e CCPY) e indígenas (ATIX, FOIRN, CIR, Wyty Catë). ♦ Encontro da Rede de Cooperação Alternativa Representantes do Iepé e do Apina estiveram no Encontro Anual da Rede de Cooperação Alternativa (RCA Brasil), em São Roque (SP), de 2 a 4 de agosto. Entre os objetivos do evento, discutir uma pauta de ação conjunta e a realização do Encontro Macapá de pesquisadores indígenas, que se realizará em julho de 2007. 2 – Meio ambiente O Iepé firmou convênio no final de 2006 com o Fundo Nacional do Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente (FNMA/MMA) para a realização do projeto “Unidades de Conservação e Terras Indígenas: uma proposta de mosaico para o Oeste do Amapá e Norte do Pará”. O projeto tem como objetivo dar continuidade às ações de capacitação em gestão territorial e de articulação entre os atores sociais da região já em andamento. Destaques: ♦ Iepé e Apina no Conselho Consultivo do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT) O Iepé e o Apina, como integrantes do Conselho Consultivo do PNMT, participaram de diversas reuniões para discussão e elaboração de atividades, oficinas para a coleta de dados e subsídios para efetivação de propostas para manejo, zoneamento e zonas de amortecimento. Entre os dias 18 a 20 de abril foi realizada uma oficina para elaboração do plano de manejo. Os pontos mais polêmicos foram a proposta de formação e contratação de guarda-parque, defendida pelo representante da Amazon Conservation Team (ACT), e a localização da entrada do turismo para o parque, que o Ibama quer fazer nas vizinhanças da Terra Wajãpi, contra a vontade dos Wajãpi. Os índios do Tumucumaque não participaram do encontro. Entre os dias 27 e 30 de novembro ocorreu a quarta reunião do Conselho Consultivo, no município de Laranjal do Jari (AP). Durante a reunião, foram discutidas possibilidades de projetos de desenvolvimento sustentável, retornando à polêmica sobre a criação de um pólo turístico próximo ao rio Amapari. ♦ Planejamento do GEF - Indígena Entre os dias 28 e 30 de junho o Iepé participou do seminário promovido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e pela The Nature Conservancy (TNC), em Brasília, para o planejamento do programa GEF (Global Environmental Fund), do Programa Nacional de Conservação, Recuperação, Proteção e Uso Sustentável da Biodiversidade em Terras Indígenas, a ser implementado pelo governo brasileiro. ♦ Áreas prioritárias para conservação e utilização sustentável na Amazônia O Iepé fez parte das discussões do “3º Seminário Regional para Atualização das Áreas Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade no Bioma Amazônia”, em Manaus (AM), nos dias 6 e 7 de dezembro de 2006. O evento foi organizado pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) com o objetivo de complementar o processo de revisão das áreas e ações prioritárias em terras indígenas. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 12 3 – Difusão cultural Destaques: ♦ Elaboração da publicação “Patrimônio cultural imaterial e povos indígenas” Durante o ano de 2006 foi elaborada e lançada a publicação em formato brochura “Patrimônio cultural imaterial e povos indígenas: Exemplos no Amapá e norte do Pará”, organizada por Dominique Gallois, com apoio da Petrobras Cultural. A obra apresenta conceitos básicos para o reconhecimento e a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial indígena, ilustrados com exemplos dos povos Tiriyó, Kaxuyana, Aparai, Wayana, Wajãpi, Galibi do Oiapoque, Karipuna, Galibi-Marworno e Palikur. A publicação, que é distribuída gratuitamente, foi enviada para organizações e comunidades indígenas, bibliotecas, escolas, órgãos do governo, universidades, organizações não governamentais e pesquisadores. ♦ Redação do relatório “Experiências Indígenas em gestão e pesquisa de patrimônios culturais no Amapá e norte do Pará” O relatório foi finalizado em abril de 2006 e distribuído para todos os participantes do seminário regional homônimo que o Iepé promoveu de 7 a 10 de novembro de 2005, em Macapá. Além de disponibilizado no site do Iepé, o relatório teve 60 cópias encadernadas distribuídas a todos os participantes e organizações parceiras. ♦ Participação em seminário sobre patrimônio imaterial Entre os dias 12 e 16 de dezembro, em Pirinópolis/GO, representantes do Programa Wajãpi participaram do “Seminário de Avaliação das Ações de Registro e Fomento: discutindo e enfrentando desafios”, promovido pelo Departamento do Patrimônio Imaterial do IPHAN, quando apresentaram o trabalho de valorização cultural realizado pelo Iepé junto aos Wajãpi. ♦ Valorização das culturas indígenas e negra no Amapá Participação do Iepé na 82ª reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Amapá (Coema) e do seminário “Direitos Humanos e Valorização das Culturas Indígenas e Negras no Amapá”, no Museu Sacaca, Macapá. ♦ Discussão de políticas de educação indígena O Iepé participou de seminário promovido pelo Ministério da Educação (MEC) em Brasília para discutir políticas para o ensino médio entre populações indígenas entre os dias 5 e 8 de dezembro. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 13 ♦ Participação em reunião internacional da Unesco O Iepé participou, juntamente com o Apina de uma reunião internacional, promovida pela Unesco, em Havana, Cuba, intitulada “Novos aportes para a Diversidade Cultural, o papel das comunidades” entre os dias 7 e 10 de fevereiro. Nesta reunião estiveram representadas as obras proclamadas como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, na América Latina e Caribe. Iepé e Apina realizaram uma apresentação intitulada “A participação da comunidade Wajãpi na salvaguarda de suas expressões orais e gráficas”, dentro do workshop “Estratégias para promover a participação comunitária em processos de inventário de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial”. Resultados alcançados em 2006: ♦ Participação nas discussões para aprimoramento de políticas públicas sobre patrimônios culturais indígenas; ♦ Colaboração nas ações voltadas ao atendimento às demandas indígenas de educação e saúde; ♦ Contribuição às reflexões e políticas voltadas ao meio ambiente, destacando a importância dos conhecimentos e demandas das populações indígenas do Amapá e norte do Pará; ♦ Difusão e valorização dos patrimônios culturais dos povos indígenas da região. ♦ Ampliação de conhecimentos e troca de experiências entre representantes dos grupos indígenas do Amapá e norte do Pará e com grupos indígenas de outros estados brasileiros; ♦ Maior integração e articulação dos Programas Locais do Iepé e dos grupos indígenas do Amapá e norte do Pará. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 14 Programa Oiapoque Terras Indígenas Uaçá, Galibi e Juminã, homologadas respectivamente pelos decretos 298 de 29/10/91, 87.844 de 22/11/82 e s/nº de 21/05/92, com superfície total de 508.454 ha, ocupadas pelos Pailikur, Karipuna, Galibi-Kalinã e Galibi-Marworno, com população de 5.800 pessoas, distribuídas em cerca de 35 aldeias. Na região do Uaçá e do baixo Oiapoque, várias atividades vêm sendo realizadas com a colaboração e orientação direta ou indireta de sócios e assessores do Iepé, voltadas às iniciativas de valorização cultural. Destaques: ♦ Curso de capacitação em museologia Sob a coordenação de Lux Vidal e sob responsabilidade de Esther de Castro, o curso foi realizado entre os dias 31 de agosto e 15 de setembro, com o objetivo de fornecer elementos básicos sobre museologia aplicada ao Museu Kuahi. Participaram 30 representantes dos quatro povos que habitam a região. O curso abordou temas como cultura e diversidade, documentação e conservação dos acervos, conceito, estrutura e funcionamento de museus, ação educativa em museus, através de aulas expositivas e oficinas práticas. Foram ainda selecionados 14 bolsistas para formação, ao longo do período de um ano, nas diferentes atividades do museu. ♦ Organização de exposição no Museu do Índio – RJ Teve início a organização da exposição “A presença do invisível na vida cotidiana e ritual dos Povos Indígenas do Oiapoque” no Museu do Índio da Funai no Rio de Janeiro (RJ), viabilizada por meio de recursos obtidos junto ao BNDES pela Lei do Mecenato. A curadoria da exposição ficou a cargo da coordenadora antropológica do Programa Oiapoque do Iepé, Lux Vidal. O Iepé foi o proponente do projeto da exposição junto ao Ministério da Cultura. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 15 ♦ Implantação do Museu Kuahi A coordenadora antropológica do Programa Oiapoque Lux Vidal assessorou a implantação do Museu Kuahi, construído na cidade do Oiapoque (AP), que foi inaugurado em 19 de abril de 2007. O museu pretende divulgar a cultura dos povos indígenas da região do Oiapoque e promover a formação indígena. Conta com salas temáticas e climatizadas e funcionários indígenas. O processo de formação dos índios que atuarão no Museu foi coordenado pelas antropólogas Lux Vidal e Lucia van Velthem e contaram com a participação de assessores do Iepé, entre eles Marina Zacchi e Francisco Paes. Resultados alcançados em 2006: ♦ Plena participação dos representantes indígenas em todas as etapas dos processos de seleção e criação de acervos para o Museu Kuahi e para a exposição no Museu do Índio; ♦ Contribuição para a ampliação das discussões sobre políticas públicas relativas aos patrimônios culturais indígenas. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 16 Programa Tumucumaque Terras Indígenas Parque Indígena do Tumucumaque e Rio Paru de Leste, ambas homologadas pelo Decreto 213 de 04/11/1997, com superfície total 4.266.000 ha, ocupadas pelos Wayana, Aparai, Tiriyó, Kaxuyana e respectivos subgrupos (falantes de línguas Caribe), num total de cerca de 1500 pessoas, distribuídas em cerca de 50 aldeias. As atividades desenvolvidas pelo Iepé durante o primeiro semestre de 2006 estiveram concentradas em duas frentes: elaboração de projetos que permitissem retomar atividades de valorização cultural, e elaboração de uma proposta para formação dos professores indígenas do Tumucumaque. A posterior realização das oficinas de valorização cultural durante o segundo semestre de 2006 esteve interligada às demais ações do Iepé e à consolidação da relação interinstitucional com a Associação dos Povos Indígenas Tiriyó, Kaxuyana e Txikuyana (Apitikatxi). Os trabalhos do Programa Tumucumaque voltaram-se para as oficinas de capacitação previstas no Programa de Valorização Cultural que o Iepé desenvolveu com apoio da Petrobrás Cultural e da Norad. Essas iniciativas procuraram atender demandas de capacitação que as comunidades Tiriyó e Kaxuyana, de um lado, e Wayana e Aparai, do outro, vinham colocando aos antropólogos que trabalham nessas áreas há muitos anos. Destaques: ♦ Projeto de Valorização do Artesanato das Mulheres Tiriyó e Kaxuyana O projeto, realizado com apoio da Norad, Iphan, Funai, Petrobrás e Museu do Índio, teve início no mês de setembro de 2006. Foram realizadas quatro oficinas em Macapá e nas aldeias Missão Tiriyó, Pedra da Onça e Santo Antônio. Os trabalhos foram complementados por posterior ida para São Paulo (SP) de duas instrutoras indígenas que organizaram e sistematizaram toda a produção dos 21 dias das oficinas, desde histórias e desenhos até as próprias peças feitas com sementes de maramara e com miçangas. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 17 ♦ Educação escolar indígena no Tumucumaque A equipe do Iepé articulou e participou de um conjunto de reuniões entre Ministério da Educação, Funai, Secretaria de Educação do Amapá, Procuradoria da República e organizações indígenas (Apitikatxi e Apitu) sobre a situação da educação escolar indígena no Parque Indígena do Tumucumaque. ♦ Articulação com órgãos públicos para a construção de um programa de formação de professores A Coordenação Tumucumaque participou de reuniões em Brasília visando o envolvimento do MEC e da Funai na consolidação de uma proposta de formação para os professores indígenas Tiriyó e Kaxuyana do Parque Indígena do Tumucumaque. Nestas reuniões, conseguiu-se que o MEC se comprometesse a contratar uma consultoria indicada pelo Iepé para fazer a revisão da proposta de formação de professores indígenas da Secretaria de Educação do Amapá e que a Funai financiasse uma oficina na área indígena, a ser conduzida pelo Iepé, para discussão da proposta de formação dos professores indígenas do Parque. Durante os meses de junho e julho o Iepé trabalhou junto com a consultora do MEC para discutir e elaborar a proposta de formação dos professores indígenas. Em setembro, com apoio da Funai, realizaram-se duas oficinas na área indígena para apresentação da proposta de formação. Em articulação com lideranças e professores indígenas Tiriyó e Kaxuyana, o Iepé resolveu que iria iniciar um programa de formação continuada de formação de professores-pesquisadores e investiu esforços para elaborar projetos que viabilizassem essa formação. ♦ Termo de cooperação com o Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan Em abril de 2006, o Iepé assinou um termo de cooperação com o Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan, em solenidade no Palácio do Planalto, para viabilizar o apoio do Iphan ao projeto “Artesãs do Tumucumaque”, cujos trabalhos terão início em 2007. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 18 ♦ Articulação com representantes da Apitikatxi Ao longo do ano a Coordenação Tumucumaque do Iepé manteve contatos freqüentes com a Apitikatxi visando o planejamento das oficinas culturais planejadas nos projetos da Norad, Petrobras e Iphan. Durante as reuniões, discutiram-se temas como a proposta de calendário das oficinas e cursos dos projetos de valorização cultural, educação e Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Além disso, representantes do Iepé em Macapá mantiveram conversas constantes com os membros da Apitikatxi sobre a criação de uma floresta estadual de produção (FLOTA) na região tradicionalmente ocupada pelos Kaxuyana. Reuniões de esclarecimento, enriquecidas por mapas e documentos referentes ao tema, permitiram abordar questões referentes à criação de novas áreas protegidas no Pará e as conseqüências nas relações com os povos indígenas. Resultados alcançados em 2006: ♦ Continuidade dos trabalhos de capacitação de representantes indígenas para a gestão de patrimônios culturais nas principais aldeias do Parque Indígena do Tumucumaque; ♦ Colaboração para a definição de políticas públicas especialmente no que diz respeito às ações voltadas para a implementação e discussão sobre a educação escolar indígena e a elaboração e execução, pelos órgãos competentes, de um programa de formação de professores indígenas que atenda às reais demandas das comunidades do Parque Indígena do Tumucumaque; ♦ Elaboração de um programa de formação de professores-pesquisadores complementar ao programa a ser proposto pelo governo, proporcionando nova forma de apoiá-los na reflexão sobre o tipo de escola que desejam, metodologia de alfabetização, pesquisa sobre conhecimentos tradicionais e elaboração de materiais diferenciados; ♦ Fortalecimento da parceria com a Apitikatxi para a realização de atividades voltadas para a educação escolar indígena, gestão de patrimônios culturais, diálogo com instituições públicas e para a capacitação em gestão territorial; ♦ Consolidação do Programa Tumucumaque, lado oeste, a partir de uma pauta de trabalho elaborada em conjunto com lideranças Tiriyó e Kaxuyana, centrada na questão da formação e da articulação política entre as diferentes aldeias. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 19 Programa Wajãpi Este programa é voltado aos Wajãpi da Terra Indígena Wajãpi, que foi homologada pelo decreto 1775 de 1996, com superfície de 608.000 ha, situando-se entre os municípios de Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari, no oeste do estado do Amapá. Em 2006 a população desta Terra Indígena chegou a 762 pessoas, distribuídas em 47 assentamentos (fonte: SIASI/DSEI-AP/ COREAP, 2006), dos quais alguns eram ocupados de forma intermitente. O Programa Wajãpi visa proporcionar apoio direto às iniciativas dos Wajãpi para o controle territorial e ambiental de sua terra, assim como incrementar sua capacidade de gestão de alternativas de desenvolvimento adequadas à sua realidade. As atividades de educação e de valorização cultural, voltadas principalmente à formação de jovens e adultos, têm também como meta o fortalecimento de sua capacidade de atuar em defesa dos interesses de suas comunidades, contribuindo assim para sua autodeterminação. No último ano foram incrementados os esforços de promover maior articulação com outras organizações indígenas, locais e nacionais, através da realização de reuniões para a discussão de problemáticas comuns, como o sistema de atendimento à saúde indígena no Amapá, e de intercâmbios em outros estados. O programa articula uma série de ações e projetos nas áreas de educação escolar, educação em saúde, controle territorial e ambiental, apoio à auto-gestão, fortalecimento político e valorização do patrimônio cultural dos Wajãpi. Destaques: Valorização e apoio à gestão do patrimônio cultural wajãpi ♦ Oficina de vídeo Entre os dias 10 e 18 de fevereiro, Gianni Puzzo ministrou a I Oficina Audiovisual do Projeto “Valorização e Gestão dos Patrimônios Culturais Indígenas”. Os 10 jovens que participaram da oficina – quase todos pesquisadores ou membros da segunda turma de professores receberam noções de uso de câmara, elaboração de roteiros e montagem. A formação de documentaristas wajãpi deve contribuir para o inventário e registro do patrimônio imaterial do grupo. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 20 ♦ Oficinas de pesquisa Entre os dias 18 e 22 de janeiro ocorreu a primeira etapa da segunda oficina de pesquisadores, destinada aos professores veteranos. A segunda etapa foi realizada em Aramirã, entre 1 de abril e 4 de maio com a participação dos 20 pesquisadores novos e professores veteranos. Durante esta oficina, os participantes realizaram a última revisão no livro Ija ma’e kõ, a respeito dos “donos” dos diversos seres que povoam o universo na cosmologia wajãpi. Na mesma ocasião, foi distribuído o primeiro livro a ser finalizado com recursos do projeto Petrobrás, Taa rewarã, sobre a história das aldeias wajãpi. E foi iniciada a sistematização de textos já produzidos pelos pesquisadores, para o fechamento de um terceiro livro de leitura, sobre a música para festas. Entre os dias 13 e 20 de novembro foi realizada mais uma oficina com os pesquisadores, que continuaram desenvolvendo o tema da organização social wajãpi, tema de um quarto livro. ♦ Acompanhamento aos pesquisadores Uma 1ª etapa de acompanhamento do trabalho dos pesquisadores teve início na segunda quinzena de agosto. Durante todo o mês de setembro, houve acompanhamento nas aldeias Tajau’ywyry, Yvyrareta, Karavovõ e Okora’yry. De 21 de novembro a 2 de dezembro houve mais uma etapa de acompanhamento aos pesquisadores que moram na região de Aramirã. Projeto de construção do Centro de Documentação na TIW ♦ O projeto aprovado pela Petrobrás Cultural para construção do Centro de Formação e Documentação Wajãpi, anteriormente encaminhado pelo Apina (que se encontra inadimplente por problemas no convênio da saúde), foi re-encaminhado, agora em nome do Iepé ao MINC e à Petrobras. ♦ Finalização de livros de leitura Em julho foi finalizado por Dominique Gallois a edição de mais um livro de leitura em língua wajãpi, compondo a série prevista no projeto “Valorização e gestão dos patrimônios culturais indígenas no Amapá e norte do Pará”. O livro “Moraita rewarã” reúne o resultado das pesquisas de Aikyry, Makarato e Viseni sobre festas wajãpi. No início de agosto, outro livro foi finalizado, - “Ija mã´e kõ com textos e desenhos elaborados pelos professores veteranos e novos, a respeito dos “donos” que controlam domínios da floresta, da água, das árvores, etc. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 21 Programa de Formação em Gestão para os Wajãpi (PFGW) ♦ Projeto de prevenção de DST e AIDS Representantes do PFGW participaram da reunião de avaliação do projeto “Prevenção de DST e AIDS na Terra Indígena Wajãpi”, financiado pelo VIGISUS, entre os dias 19 e 21 de dezembro. ♦ Saúde indígena O Programa de Formação em Gestão Wajãpi (PFGW) do Iepé promoveu e assessorou reuniões envolvendo representantes do Apina, Apitikatxi, APIO, Apitu, Funasa e Secretaria Municipal de Saúde de Macapá sobre as possibilidades do estabelecimento de um novo convênio para atendimento da saúde indígena. O Apina, com assessoria do PFGW do Iepé, manteve uma série de encontros com o Procurador da República e a coordenação regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Macapá, obtendo reconhecimento das responsabilidades desta última em relação à manutenção da qualidade do atendimento de saúde. Entre os compromissos, assumidos, destacam-se a presença de auxiliares de saúde em todas as aldeias da Terra Indígena Wajãpi, treinamento de microscopistas indígenas e prévia aprovação dos profissionais pelos Wajãpi. ♦ Reestruturação interna do Apina O PFGW assessorou a formulação de proposta de reformulação da estrutura interna do Apina, visando a criação de setores dirigidos a atividades específicas (saúde, terra/ambiente, educação/cultura e gestão de fundos/articulação interna), possibilitando maior concentração e aprofundamento dos esforços dos estagiários wajãpi nesses focos. ♦ Assembléia Apina O PFGW realizou pré-reuniões de assessoria para apoiar a organização da IX Assembléia do Apina, que acabou se realizando entre os dias 31 de maio e 3 de junho. Também assessorou a diretoria e os estagiários na elaboração da ata da reunião. ♦ Estágios no Apina O PFGW viabilizou a realização de uma série de estágios durante o ano de 2006 para os membros da diretoria e do conselho fiscal do Apina, sob orientação e com acompanhamento da equipe do Iepé. Além de temas envolvendo políticas públicas, visibilidade e articulação política, os estagiários devem realizar as atividades rotineiras do escritório do Apina, como a gestão de fundos coletivos, a manutenção da casa de apoio e a participação em reuniões públicas. Em 2006 foram realizados 16 módulos, com duração de aproximadamente 15 dias cada, com os estagiários Patena, Kaitona, Jawapuku, Aikyry, Japaita, Muru, Wynamea, Kasiripina, Kanaju, Rosena, Kupena, Turukuã, Kawãi, Nazaré, Marãte, Kapirijerã, Jawaruwa, Kapirijerã, Kuripi, Kumare, Asurui e Tapajona. ♦ “Apina volante” O PFGW inclui o apoio à realização de reuniões periódicas, nas aldeias da Terra Wajãpi, de membros da diretoria e estagiários do Apina com as comunidades de cada região, conhecidas como “Apina volante”. Além de assessorar os estagiários na preparação de uma pauta para essas reuniões, os assessores do PFGW também participam delas, ajudando a esclarecer dúvidas e complementando o repasse de informações. Em 2006, foram realizados três Apina volantes: em janeiro, na região do Mariry; em julho, na região do Riozinho; e em outubro, na região da Estrada. ♦ Reuniões de parceria O Iepé realizou duas reuniões com os Wajãpi para discutir propostas e métodos de trabalho, elaboradas e efetuadas em parceria. Na segunda reunião, as perspectivas dos trabalhos de saúde constituiram tema central. ♦ XIV Curso de Administração Entre os dias 3 e 10 de dezembro foi realizado mais um curso de administração voltado à elaboração de novos projetos para o Apina. Utilizando a metodologia do marco lógico, dedicando bastante tempo ao estudo da situação e à construção de árvores de problemas, os Wajãpi dividiram os problemas em três “campos”: saúde, terra e ambiente e “organização social”. A partir das árvores de problemas, cada grupo recortou um conjunto de objetivos e começou a desenhar os resultados esperados e atividades de um projeto diferente. O trabalho avançou até o levantamento dos recursos necessários para cada atividade. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 22 Programa Educação de ♦ Formatura dos professores wajãpi No dia 3 de junho ocorreu a festa de formatura de 10 professores wajãpi, com a presença do vice-governador do A m a p á , representantes do Iepé, SEPI, NEI/ SEED e Funai. A formação dos professores foi aprovada pelo Conselho Estadual de Educação, que autorizou o IETA a emitir certificados de formação em magistério. ♦ Acompanhamento aos professores wajãpi Os assessores do Iepé acompanharam ativamente os trabalhos em área dos professores wajãpi, diagnosticando resultados positivos, dificuldades, uso de metodologias de ensino, continuidade dos conteúdos trabalhados durante o magistério. Entre os meses de fevereiro e dezembro de 2006 foram realizados 29 acompanhamentos durante 154 dias junto aos professores Aipi, Pejanã, Sara, Mo´i, Mika, Piu, Jamy, Mawi, Marinau, Kanijarã, Parika, Seki, Temiri, Nameu, Seni, Paturi, Kavianã, Kasianã, Japaita, Jako, Moropi, Apu´a, Kaitona, Japaropi, Nui e Makaratu. ♦ VIII Etapa do Magistério Wajãpi II O curso foi iniciado em 17 de julho com o primeiro módulo de Metodologia de Ensino de Matemática, no qual os professores fizeram uma revisão da cartilha elaborada pelos professores da Turma 1 em dezembro e produziram alguns exercícios para complementá-la. Nas duas semanas seguintes, foram ministrados módulos das disciplinas Noções de Pedagogia & Didática e Metodologia de Ensino das Línguas (Alfabetização). O curso terminou no dia 4 de agosto. ♦ XIX Etapa do Magistério Wajãpi II O curso teve início no dia 4 de dezembro com o quinto módulo de Ciências Naturais, cujo tema foi “Alimentação”. Em seguida, foram ministrados o sexto módulo de Matemática, o quarto módulo de História e Geografia, o terceiro módulo de Língua Wajãpi e o segundo módulo de Metodologia de Ensino da Matemática. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 23 ♦ Oficina da Proposta Curricular das Escolas Wajãpi (PROCEW) A oficina foi realizada entre os dias 24 e 26 de agosto, promovendo a discussão e a produção de definições sobre as questões de avaliação e documentação das escolas wajãpi. Foram produzidos modelos para relatório final das etapas dos trabalhos dos professores, uma ficha de avaliação e histórico escolar dos alunos. ♦ Reunião para apresentação da PROCEW Com o objetivo de apoiar discussões sobre políticas de educação indígena, o Iepé promoveu reunião para os professores wajãpi apresentarem a Proposta Curricular das Escolas Wajãpi (Procew) à Secretaria de Educação do Amapá. ♦ Finalização de publicações O Programa Wajãpi finalizou duas publicações que foram propostas para edição no edital da Comissão Nacional de Apoio à Produção de Material Didático Indígena (Capema), entre elas o livro “Começo de conversa – livro de português da escola wajãpi”. Apoio à gestão territorial e ambiental da Terra Indígena Wajãpi ♦ Oficina para elaboração de documento Entre os dias 6 e 9 de abril, foi realizada na Escola Aramirã uma oficina para a produção de um novo documento com as reivindicações dos Wajãpi, apresentado aos órgãos do governo. Na avaliação dos resultados alcançados com o documento “Como é o nosso jeito de viver e como planejamos nosso futuro”, produzido em 2005, ficou claro que as prioridades dos Wajãpi não vinham obtendo apoio do governo, especialmente da Funai e da Funasa, que são justamente as maiores responsáveis pela assistência reivindicada por eles. Por outro lado, os Wajãpi avaliaram como muito positiva a aliança que o documento os ajudou a estabelecer com a Procuradoria da República. A aproximação com o Ibama e o apoio que receberam deste órgão também foram vistos por eles como resultados positivos do documento de 2005. ♦ Oficina para produção de mapas Como última atividade do projeto financiado pelo PDPI, em janeiro foi realizada uma oficina para discutir os resultados e perspectivas de continuidade do trabalho e produzir mapas que pudessem ajudar os Wajãpi a explicar as características de sua terra e de sua forma de ocupação territorial nas reuniões com órgãos do governo e outras instituições. Na oficina, os moradores de cada região da TIW trabalharam em conjunto para detalhar os caminhos, os nomes dos lugares, os recursos naturais, as áreas já ocupadas no passado, etc. de uma parte da TIW. ♦ Assessoria à proposta de recuperação da pista de pouso em Okakai O PFGW prestou assessoria à proposta do Apina de recuperação de uma antiga pista de pouso na aldeia Okakai. Foram realizadas reuniões com Ibama e Funai que possibilitaram a liberação de 30 horas-vôo do helicóptero do programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) para o transporte de trabalhadores e ferramentas e para visitas de diagnóstico. A pista foi inaugurada em dezembro. ♦ Gestão territorial Assessorados pelo PFGW, membros do Apina participaram de reuniões com representantes da Funai e do Ibama para tratar de problemas decorrentes de invasão no limite leste da terra wajãpi, via Parque Nacional (Parna) do Tumucumaque. Os invasores, funcionários de uma autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia, entraram com armas de fogo, malhadeiras e bebidas alcóolicas. ♦ Oficina sobre alimentação Entre os dias 20 e 28 de novembro ocorreu a primeira oficina do projeto “Sustentabilidade e Fortalecimento Cultural na Produção e Consumo de Alimentos dos Wajãpi”, que teve um público flutuante de cerca de 25 mulheres de diversas aldeias. O tema da oficina foi a questão da alimentação, abordada sob diversos aspectos: alimentação e cultura, alimentação e sistemas produtivos, alimentação e saúde etc. Nesta primeira oficina, a ênfase foi dada aos conhecimentos e práticas dos Wajãpi, mas também se iniciou uma discussão sobre os alimentos de fora que os Wajãpi estão consumindo cada vez mais. Após a oficina, as mulheres wajãpi deram prosseguimento ao levantamento dos conhecimentos e práticas relacionados à alimentação, para futura produção de uma publicação. Saúde ♦ Coordenação da construção do Posto no Yvyrareta O Iepé coordenou os trabalhos para a construção do posto de saúde da aldeia Yvyrareta, participando de reuniões com a equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena para levantar as necessidades de uso do posto, de reconhecimento do local da construção, conversas com os Wajãpi, levantamento de preços e prazos da mão de obra e orçamentos do projeto. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 24 ♦ Primeira oficina do projeto PROSARE Entre os dias 3 e 13 de outubro, ocorreram as primeiras oficinas do projeto “Construindo um espaço de diálogo entre as mulheres wajãpi e as instituições de saúde”. O trabalho foi feito em duas etapas, nas aldeias Akaju e CTA, com mulheres da região do Riozinho e do trecho da estrada entre o Aramirã e o Jakare, respectivamente. Embora a duração das oficinas tenha sido menor do que a programada, devido à comoção causada pela morte de uma irmã de Kaitona durante sua realização, seus resultados foram satisfatórios. As participantes gostaram muito desta oportunidade de expor seus conhecimentos sobre os processos de gestação, parto e cuidados com os filhos, assim como suas dificuldades específicas com o sistema governamental de atendimento à saúde. ♦ Assessoria em reuniões com a Funasa Representantes do Iepé assessoraram reuniões reivindicadas pelos Wajãpi com a coordenação da Funasa-AP e com o Procurador da República-AP. Depois de uma reunião em novembro, os estagiários wajãpi prepararam e enviaram a ambos um documento sistematizando todos os compromissos assumidos: a presença imediata de uma equipe de auxiliares de enfermagem, microscopistas e agentes de entomologia atendendo todas as aldeias da TIW; a realização de busca ativa de casos de malária e de borrifação em todas as aldeias; a retomada do treinamento dos microscopistas wajãpi no diagnóstico de malária; a transferência imediata da Toyota hilux para o nome da Funasa, para que este órgão arque com as multas de trânsito acumuladas no uso do carro; o cumprimento do acordo pelo qual a Funasa se comprometeu a enviar para a TIW apenas técnicos de saúde aprovados pelos Wajãpi; a recriação de um programa de saúde exclusivo para a TIW (PSW); e o envio de um técnico de saúde para a aldeia Okakai, para apoiar a equipe que trabalharia na reconstrução da pista de pouso. Principais resultados alcançados em 2006: ♦ Avanço nos trabalhos com os pesquisadores para a realização do inventário do patrimônio imaterial do grupo; ♦ Produção de novos materiais didáticos e educativos voltados para os Wajãpi; ♦ Continuidade na formação de 19 novos professores wajãpi que assumiram suas próprias turmas de alunos em 2006; ♦ Intensificação da participação da diretoria e dos estagiários do Conselho das Aldeias Wajãpi na gestão territorial e ambiental da Terra Wajãpi; ♦ Consolidação da ocupação das aldeias situadas nos limites da Terra Indígena Wajãpi; ♦ Fortalecimento da capacidade de articulação política do Conselho das Aldeias Wajãpi a partir da apresentação de uma pauta própria aos órgãos governamentais e da implementação de momentos de diálogo com outras organizações indígenas. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 25 Desenvolvimento Institucional O programa de desenvolvimento institucional do Iepé tem como objetivo garantir o funcionamento regular da instituição, dar suporte aos programas de articulação regional e locais, cuidar da difusão de informações internas e externas referentes às atividades desenvolvidas pelo Iepé e propiciar a representação do Iepé em encontros, reuniões e colegiados diversos. Em maio de 2006, novo passo para o fortalecimento institucional do Iepé foi a inauguração de nova sede em São Paulo, no bairro da Vila Sõnia, com espaço e infra-estrutura adequadas para as novas demandas da instituição. Destaques: ♦ Manutenção do website na Internet Iniciamos a revisão do site do Iepé, criado em 2005, por meio de uma atualização das informações sobre equipe, parceiros, projetos e programas, com a inclusão do Programa Tumucumaque e Programa Oiapoque. Ampliamos a página de documentos on-line disponibilizando, além dos dois livros do Iepé, do boletim e do relatório anual de 2005, 17 textos distribuídos em duas grandes categorias: documentos indígenas, onde publicamos cartas e documentos produzidos por nossos parceiros indígenas, e artigos e documentos de trabalhos, onde publicamos textos elaborados por sócios do Iepé e membros da equipe com reflexões que subsidiam as linhas de trabalhos desenvolvidas na entidade. Organizamos esse segundo conjunto de documentos em três assuntos: patrimônios e culturas indígenas, educação escolar indígena, e Povos indígenas do Amapá e norte do Pará. Também disponibilizamos on-line o relatório de atividades de 2005 e o novo boletim temático do Iepé, Povos Indígenas e Meio Ambiente. ♦ Organização da biblioteca O Iepé organizou o acervo da biblioteca de sua sede regional em Macapá, incrementando-o com novos títulos sobre questão ambiental e territorial. Também foi realizado um levantamento bibliográfico de todo o material produzido sobre os povos indígenas do Amapá e norte do Pará. A biblioteca do Iepé recebe regularmente professores, pesquisadores e estudantes do ensino médio e do fundamental que buscam informações sobre os povos indígenas da região. ♦ Organização do banco de imagens O Iepé iniciou um esforço para a sistematização de imagens de todos os membros ds programas, recuperando materiais antigos e organizando novos, sob a responsabilidade de Gabriela Menezes. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 26 ♦ Elaboração do relatório anual de 2005 O Iepé elaborou seu primeiro Relatório Anual de Atividades, referente a 2005, disponibilizado à equipe, aos parceiros e às instituições de apoio. Em Macapá, o Relatório foi apresentado à Funai, à Secretaria Estadual de Educação, à Secretaria Especial dos Povos Indígenas e à Procuradoria Geral da República. ♦ Criação da coordenação institucional do Iepé em Macapá A ex-coordenadora do Programa de Formação em Gestão Wajãpi (PFGW) Giselle Lopes foi remanejada para a Coordenação Institucional do Iepé Macapá, visando implementar o desenvolvimento institucional na região e a articulação com organizações indígenas e órgãos governamentais. Assumiu o seu lugar no PFGW Simone Ribeiro, contratada em agosto. ♦ Contratação de novos assessores O acompanhamento aos trabalhos dos professores wajãpi foi incrementado com a contratação de dois novos assessores em julho de 2006 e a criação de uma coordenação de acompanhamento, visando atender às demandas criadas pela ampliação do quadro de professores com a atuação da nova turma. ♦ Manutenção e aprimoramento da estrutura de comunicação interna do Iepé Mantivemos a periodicidade do Boletim interno que circulou mensalmente entre os sócios e colaboradores diretos do Iepé, promovendo a disseminação das ações e divulgação de informações referentes às diferentes linhas de trabalho da instituição. Mostrou-se importante material de apoio a todos os envolvidos nos trabalhos, permitindo agilidade essencial na troca de dados para o desenvolvimento de atividades pontuais e também a constituição de uma arquivo-memória interno do Iepé. ♦ Elaboração de projetos visando a continuidade e ampliação das ações do Iepé A criação de uma coordenação de projetos, encabeçada por Priscila Matta, possibilitou meios para elaboração e encaminhamento de novos projetos, como o Projeto Mosaico do FNMA. Tais projetos atendem aos objetivos gerais do Iepé de criar e fortalecer redes de articulação entre grupos indígenas em torno de questões de interesse coletivo que, por sua vez, envolvem diversos atores sociais da multifacetada realidade do Amapá e norte do Pará. Foram elaborados 16 e aprovados 12 projetos ao longo do ano. Resultados alcançados em 2006: ♦ Consolidação da capacidade institucional do Iepé e reconhecimento público de sua atuação na região do Amapá e norte do Pará; ♦ Fortalecimento de parcerias locais com Ibama/AP, Funai/AP, Iphan/Minc, Seed/GEA, NHII/USP, PDPI/ MMA, RCA e WWF-Brasil/AP; ♦ Dezesseis novos projetos elaborados, sendo doze aprovados possiblitando a realização, a continuidade e ampliação de atividades em 2007; ♦ Ampliação da rede de parceiros por meio da criação de novos espaços de diálogo e de novos projetos que contemplam a articulação com atores indígenas e não-indígenas; ♦ Maior visibilidade do Iepé no contexto regional e nacional; ♦ Interlocução com políticas públicas voltadas aos povos indígenas. RELATÓRIO ANUAL IEPÉ 2006 27
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