Aprendendo a entender o significado do Aikido
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Aprendendo a entender o significado do Aikido
Aprendendo a entender o significado do Aikido Por João Vianna Breve resumo do Aikido O Aikido foi criado entre 1912 e 1942 pelo mestre Morihei Ueshiba, conhecido também como O-SENSEI. Antes da criação, o Fundador quando criança era muito incentivado a fazer artes marciais e natação para assim se fortalecer, pois era muito fraco. Passou por diversas artes marciais e consequentemente por muitos desafios, principalmente quando estava no exército. Ele usava muito o sumô e alguns estilos de jujutsu, e até então nunca tinha perdido uma luta. Foi quando conheceu SOKAKU TAKEDA, mestre de aikijujutsu do estilo Daitoryu. O-SENSEI treinou com Takeda por um bom tempo, chegando a ser um dos alunos mais próximos dele. Em seguida foi chamado para dar aula de artes marciais na marinha. Após muitos estudos marciais e de crenças religiosas, é criado o AIKIDO. Na visão do Fundador, o Aikido é um caminho do espírito harmonioso, e através dele um ataque de um oponente pode ser unido à sua defesa sem atrito, assim podendo resistir e inibir seu oponente utilizando sua energia. O praticante atacado utiliza a força de seu oponente, assim podendo imobilizá-lo ou projetá-lo para sua defesa. A partir de 1920, o AIKIDO começa a se afastar do Daito-ryu, em parte devido ao envolvimento de O-SENSEI com a religião Oomoto-Kyo, originária do Shinto, noutra mão, a despeito da origem belicosa da arte, por não se opor ao adversário e sim envolvê-lo e utilizar sua própria agressividade e energia. Com isso a divisão do nome AIKIDO. Ki, uma energia natural que flui no corpo humano; Ueshiba depois de muitos estudos entendeu o controle/harmonização desse ki. Outra importante colocação desta arte é seu foco no desenvolvimento espiritual, tendo O-Sensei um de seus mentores o Onisaburo Deguchi, líder da seita Oomoto-Kyo no Japão. No intuito de conhecer mais a fundo a palavra AIKIDO, temos uma maneira de dividir a palavra em partes, assim temos: AI – Harmonia, Equilíbrio KI – Energia universal DO – Caminho Aprendendo a entender o significado do Aikido Aikido tem um significado muito importante para minha vida, voltando há 19 anos no passado, eu com meus 18 anos de idade, sem maturidade, com uma vida bem tumultuada, tinha acabado de me mudar para Santos-SP, trabalhava num restaurante com minha mãe, estudava pela manhã e só queria saber de farra, confusão, etc. Quando na escola conheci o Márcio, colega de classe também agitado como eu, mas via nele a cada dia mais uma calmaria. Quando depois de nos aproximarmos ele disse que iria confessar que fazia uma arte marcial e que sempre sentia algo diferente quando falava nela, mas tinha vergonha de falar com os colegas de classe. Um dia insisti de ir com ele assistir uma aula. Quando vi, fiquei intrigado: nossa! Como um professor tão pequeno (Tamotsu Sensei) poderia fazer isso com um homem tão alto e grande como o Elídio?! No fim da aula fui recebido pelo Sensei Osmar, homem alegre que de imediato disse: você é amigo de Márcio? Venha treinar conosco, você vai gostar. Como um jovem imaturo, pensei: vou fazer essa arte marcial e assim ninguém vai se meter comigo daqui em diante. Comecei a treinar, sempre revezando as aulas entre Sensei Tamotsu e Osmar e assim fui automaticamente me distanciando das ruas, confusões, e junto com meu colega de escola melhorando nos estudos, e o melhor de tudo: fazendo novas e verdadeiras amizades, sem segundas intenções. Mas nem sempre tudo são mil maravilhas: com minha mãe desempregada e eu também, tinha que parar o Aikido e mais uma vez tive a prova de que o Aikido não era uma simples academia de arte marcial, e sim uma nova família. O Sensei Osmar e Tamotsu liberaram minha contribuição até que eu pudesse arcar com as mensalidades novamente, e assim foi por mais alguns meses até que por obra do destino tivemos que sair de Santos, parte de minha vida que não gosto nem de lembrar. Com tudo isso, fiquei afastado do Aikido por mais de 15 anos, mas com certeza a semente havia sido plantada, precisando somente ser cultivada para crescer. A vida tem dessas peças... trabalho, família... nessa rotina toda de trabalho no turismo vim parar na Bahia, mais especificamente em Itabuna. Depois de me estabilizar profissionalmente, comecei a procurar cuidar do pessoal. Precisava de alguma atividade física; começava algo, mas nada me prendia, até que passei na frente de uma academia e vi escrito “AIKIDO”. Nossa! Vi o filme de minha vida toda em minha mente, o quanto me fazia bem... Demorei ainda um bom tempo para ir assistir uma aula, pois tinha que organizar minha vida pessoal, pois iria entrar para não sair mais! No dia que assisti à aula senti logo uma paz interior, que não sabia como explicar para a minha esposa, só dizia que iria fazer. Fui recepcionado pelo Sensei Rodrigo, e numa breve conversa combinamos de eu começar. Primeiro dia de aula, bases iniciais e etiqueta e com isso em minha mente vinha o passado no presente. O corpo em estado de êxtase! A cada Tenkai Ashi sentia uma energia tão boa que não cansava de repetir. Nessa mesma época que comecei tinham ainda outros iniciantes, e com eles fui criando uma amizade que não entendia, pois é como se já nos conhecêssemos há muito tempo. A cada aula que passava, mais ainda sentia minha alma leve. Numa bela noite conheci pela primeira vez o professor Henrique. Nossa! Como se fosse há 19 anos, aula super dinâmica e intensa, e no fim da aula eu com o corpo exausto, mas com o espírito alegre e feliz... não conseguia entender. Chegando em casa comecei a lembrar da aula e a comparação foi espontânea: Sensei Rodrigo, homem com uma postura japonesa que exigia os pequenos detalhes do Aikido e tudo isso com uma energia impressionante; professor Henrique, com seu jeito mais ocidental, sempre exigindo físico e postura, mas sempre com um toque de humor. Duas energias que juntas transformavam o dojo, no meu entendimento, num plano superior que a cada dia me prendia ainda mais! Sentia então o mesmo que senti com os Sensei Tamotsu e Osmar. Com o passar das graduações, comecei a enxergar a vida com outros olhos, e também a me portar de outra maneira. Vi a importância que a família tem, comecei a ter uma percepção sobre as atitudes que tomava e tomo sobre minha vida e dos outros à minha volta. Conclusão Hoje, com o pouco conhecimento que tenho sobre o Aikido, posso dizer que seus lemas têm, não só haver com a arte marcial em si, mas com certeza com o nosso dia a dia. Destaco alguns que para mim eram muito difíceis, e hoje consigo tranquilamente exercer como: “Não se enervar”, “Não possuir sentimento hostil”, “Ser Compreensivo” e “Conscientizar-se de que a prática do Aikido tem por princípio o autoconhecimento”. Esse último, em especial, pois a cada dia procuro me conhecer melhor. Agradecimentos Agradeço de coração, primeiramente à minha mãe Maria Marta, que sempre me incentivou e me ensinou a ser o homem que sou; à minha esposa e filhas pelo apoio sempre: amo vocês! Não poderia deixar de agradecer aos Sensei Tamotsu e Osmar pela semente plantada, ao colega Márcio, que me levou para o Aikido, onde quer que esteja; aos instrutores que vieram para abrilhantar nossos seminários durante esses anos: Sensei Alexandre Bull, Edgar Bull, Matsuda, Alexandre Borges, e aos amigos Marcos e Fabi. À minha família Naikan, em especial aos irmãos que começaram comigo no Aikido, e que com certeza iremos muito longe: João Paulo, Fernanda, Durval, João Henrique, Moisés, Eduardo, Franklin... Não poderia de deixar à parte o meu agradecimento aos Sensei Rodrigo e Henrique por toda paciência e dedicação. Domo Arigato Gozaimashita!
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