Respostas para nossos acionistas
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2003 Respostas para nossos acionistas Eli Lilly and Company: relatório anual, comunicação da reunião anual e declaração sobre a procuração de voto DESTAQUES FINANCEIROS DO ANO DE 2003 Eli Lilly and Company e subsidiárias (Valores em milhões de dólares, exceto nos dados por ação) Ano terminado em 31 de dezembro 2003 2002 Vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . US$ 12.582,5 US$ 11.077,5 14 2.350,2 2.149,3 9 Pesquisa e desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pesquisa e desenvolvimento como percentual de vendas . . . . . . . . . 18,7% % de diferença 19,4% Lucro do exercício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . US$ 2.560,8 US$ 2.707,9 (5) Ganhos por ação – básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,38 2,51 (5) Ganhos por ação – diluídos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,37 2,50 (5) Dividendos pagos por ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,34 1,24 8 Investimento em ativo permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.706,6 1.130,9 51 C A R TA DO PR E SID E NTE Em janeiro de 2004, Sidney Taurel, diretor do conselho administrativo, presidente e diretor geral, falou aos funcionários no mundo inteiro através de videoconferência. O sucesso dos funcionários ao enfrentar os desafios inéditos dos últimos dois anos coloca a empresa no limiar de uma oportunidade histórica, salientou. “É uma honra para mim liderar uma organização de pessoas talentosas e dedicadas, que estão fazendo uma diferença concreta nas vidas diárias de milhões de pessoas. E agora, ao lançarmos no mercado a série de novos medicamentos mais impressionante de toda a indústria farmacêutica, temos condições de realizar nossas aspirações e fazer a diferença para milhões mais. Isto só depende de nós. Estou convencido de que podemos fazê-lo. E estou certo de que o faremos.” MENSAGEM AOS ACIONISTAS As mudanças que aparecem no relatório anual deste ano fazem parte de um esforço muito maior para focar nas necessidades das pessoas de fora da Lilly que apostam em nossa empresa, e, ao mesmo tempo, sermos mais produtivos com cada dólar que gastamos. Vislumbramos a oportunidade de liberar alguns recursos concentrando-nos no que nossos acionistas desejam ver neste documento. A reação favorável que tivemos nas seções de perguntas e respostas, em relatórios recentes, indica que o leitor deseja simplesmente dados financeiros claros e concisos e respostas objetivas às perguntas sobre como vai a empresa e sobre o nosso rumo. Farei o possível para fornecer tais respostas neste e em futuros relatórios. Em primeiro lugar, como contexto, gostaria de dar uma visão geral de nosso desempenho como empresa em 2003. Em termos de resultados financeiros, produzimos um sólido crescimento anual em vendas de 14%. Como resultado do substancial investimento realizado para incentivar um fluxo de inovação sem precedentes, tanto o lucro do exercício como os ganhos por ação diluídos decresceram à razão de 5%. No entanto, excluindo-se os gastos pouco usuais e um ganho único obtido em uma transação de venda de direitos de patente, nosso lucro teria aumentado ligeiramente. Na verdade, foi um ano de sólido desempenho operacional. Ultrapassamos importantes marcos em todas as dimensões-chave de nossa estratégia em 2003, o que demonstra um esforço contínuo e bem-sucedido de ampliar nossas capacidades. Já faz alguns anos que estamos consistentemente investindo em ferramentas, tecnologias, processos e pessoas que consideramos essenciais para o sucesso de nossa estratégia centrada em inovação. Como resultado, somos hoje uma empresa muito mais sólida do que éramos há alguns anos. Sem sombra de dúvida, a maior realização deste ano foi o sucesso da linha de produtos criada por nosso departamento de pesquisa e desenvolvimento. No espaço de apenas 15 meses, a Lilly lançou cinco novos produtos. Os primeiros foram Forteo® para osteoporose e Strattera® para DAH (déficit de atenção por hiperatividade), seguidos por Cialis® para disfunção erétil, Symbyax™ para depressão bipolar, e, mais recentemente, nosso 2 novo agente anticâncer, Alimta®. Este ano esperamos lançar Cymbalta™, para depressão, e duloxetina, para incontinência urinária devida a esforço físico. Com esses lançamentos, no prazo de dois anos mais que dobramos nosso portfólio de produtos comercializados atualmente disponíveis — um feito sem precedentes em nosso setor. Além disso, continuando um padrão estabelecido durante a última década, cinco desses novos produtos são os primeiros medicamentos de suas classes, e dois representam os melhores produtos de suas classes de medicamentos. Esta alta produção contraria em muito as tendências atuais. A produtividade do setor de P&D de muitos de nossos concorrentes está se reduzindo. O fluxo atual de lançamentos da Lilly, o maior do setor farmacêutico, é resultado de várias medidas tomadas durante a última década para aumentar a produtividade da empresa e criar capacidades decisivas em P&D. Mais do que nada, eles refletem nosso comprometimento financeiro com P&D, que é o maior do setor em relação aos índices de vendas. Além disso, contratamos os melhores talentos da área acadêmica e do nosso setor, inclusive um número considerável de médicos dedicados à pesquisa. Outro importante fator em nossa reestruturação é a capitalização da alta produtividade de nossos exclusivos recursos biotecnológicos, e sua integração com nossa dedicação especializada à pesquisa de moléculas pequenas. A produção criativa de todos os nossos talentosos funcionários é otimizada por um rigoroso processo de gestão de portfólio. À medida que avançamos, continuamos a concentrar-nos na redução do número de compostos que falham nas últimas etapas de desenvolvimento. Cada vez mais, nossos pesquisadores criam e utilizam um banco de conhecimento baseado em biomarcadores — indicadores fisiológicos das fases iniciais da pesquisa — que nos possibilitam predizer melhor que candidatos a medicamentos têm maior probabilidade de sucesso em fases posteriores do processo de teste. Além disso, estamos investindo em novíssimas ferramentas e tecnologias. Por exemplo, graças à nossa aquisição da AME — Applied Molecular Evolution, ou Evolução Molecular Aplicada — teremos condições de acessar tecnologias avançadas para a criação de medicamentos biotecnológicos personalizados. +$588 +16% Produtos comercializados Produtos recentemente lançados no mercado +$60 NM +$60 +60% Forteo Xigris +$74 NM Cialis +$40 +10% Actos Strattera +$147 +17% +$100 +12% Evista Gemzar Zyprexa Humalog +$187 +22% +$368 NM Os principais produtos comercializados da empresa — Zyprexa, Humalog, Gemzar, Evista e Actos — produziram um total de US$ 1,1 bilhões de aumento em vendas líquidas e US$ 7,7 bilhões de vendas líquidas totais em 2003. Além disso, nossos produtos recém-lançados – Strattera, Cialis, Forteo e Xigris – geraram US$ 670 milhões em vendas líquidas em 2003. Combinados, esses produtos representam um crescimento de 24% durante o ano. Finalmente, um de nossos empreendimentos de e-business, InnoCentive, criou um fórum que possibilita a publicação on-line de problemas técnicos ainda não solucionados, e a obtenção de soluções propostas por cientistas no mundo inteiro. Essa aplicação inovadora reflete um de nossos princípios orientadores — a realização de “pesquisa sem fronteiras”. Ao mesmo tempo, fortalecemos de maneira substancial nossas funções de vendas e marketing, para capturar o valor integral de nossos produtos inovadores. Por exemplo, como resposta à tremenda expansão de nosso portfólio de produtos, praticamente dobramos o tamanho de nossa equipe de vendas nos EUA (incluindo nossas parceiras) entre 1999 e 2004. Ao final deste ano, nossa força de vendas no exterior registrará um aumento de 50% em relação a quatro anos atrás. Nosso maior objetivo, contudo, não é simplesmente aumentar nossa equipe, mas tornar-nos mais suscetíveis a nossos clientes, e melhor atender às suas necessidades. Além de aperfeiçoar nossos recursos tradicionais de marketing e vendas dirigidos a fornecedores e clientes, reforçamos nossa capacidade de competir na área de marketing para consumidores, e criamos a primeira organização de vendas empresa-governo do setor. Estamos usando tecnologias de comunicação novas e tradicionais para criar relacionamentos bidirecionais vitais com nossos clientes. Por exemplo, o lançamento de Forteo e de Strattera se beneficiou substancialmente do feedback originado de nosso centro de chamadas nos EUA — uma instalação que agora processa cerca de 3.500 consultas por semana. Em ambos os casos, soubemos quais eram as necessidades especiais e preocupações de pacientes ou responsáveis pelo seu atendimento, e pudemos oferecer respostas eficazes, com base em nosso conhecimento e experiência médica. Quatro trimestres consecutivos de crescimento de vendas na ordem de dois dígitos em nossos produtos já estabelecidos constituem poderosa evidência do valor que criamos nesta área da empresa. Em 2003, Gemzar® e Humalog® atingiram a casa de bilhões de dólares, e Evista® está se aproximando desse limiar, com um total de vendas superior a US$ 920 milhões. As vendas de Zyprexa aumentaram em 16%, para US$ 4,3 bilhões, com crescimento especialmente sólido fora dos EUA. Finalmente, os excelentes índices de lançamento de nossos novos produtos — Strattera, Forteo e Cialis — combinados, contribuíram com mais do que US$ 500 milhões para nossa receita anual. Também realizamos muito em termos de manufatura, estabelecendo capacidades de fabricação de primeira classe e resolvendo problemas de qualidade nessa área. Fizemos investimentos substanciais na modernização de nossas instalações, e criamos novas capacidades para nossos produtos comercializados. Contratamos e transferimos para a área de manufatura e qualidade centenas de funcionários experientes, com altos níveis de especialização, e iniciamos um programa abrangente de treinamento e desenvolvimento. Também estamos dedicando esforços para agilizar e simplificar nossos processos em tais operações. Avançamos de forma substancial em 2003, conforme comprova a decisão da FDA de considerar as fábricas de produtos secos e injetáveis da empresa, em Indianápolis, em estado satisfatório em relação às atuais Boas Práticas de Manufatura (Good Manufacturing Practices). Isto, por sua vez, levou à inspeção de pré-aprovação bem-sucedida de Zyprexa® IntraMuscular, em Indianápolis. Com base nesses resultados, a FDA informou que, de momento, não julga ser necessário conduzir uma inspeção de pré-aprovação para Cymbalta, embora a realização de tal inspeção permaneça a critério da FDA. Além disso, tivemos duas inspeções de pré-aprovação bem-sucedidas de Cialis e Alimta. Estamos satisfeitos com o progresso alcançado até agora, e nos comprometemos não apenas a mantê-lo, mas a tornar Lilly o padrão de qualidade na fabricação de medicamentos na indústria. Além disso, as parcerias se tornaram uma parte integral de todas as fases de nossos negócios. Nossas parcerias com a Centocor para ReoPro®, com a Takeda para Actos® e, agora, com a ICOS para Cialis ultrapassaram o desenvolvimento de produtos, abrangendo também a arena de vendas e marketing. No futuro, estabeleceremos parceria com a Quintiles para comercializar Cymbalta nos EUA , e com a Boehringer Ingelheim para Cymbalta fora dos EUA, e duloxetina IUE no mundo inteiro, exceto o Japão. Como reconhecimento da crescente contribuição de nossas parcerias em todas as fases da cadeia de valor, passamos a atribuir-lhes um papel essencial em nossa estratégia, e criamos o primeiro escritório de gerenciamento da indústria dedicado a continuar a aprender sobre essa importante dimensão, e a aperfeiçoá-la. Em última análise, as parcerias fortalecem nossa capacidade de continuar a vencer como concorrentes de porte médio em um mundo de gigantes. Elas servem como um tremendo “multiplicador de forças” para todas as outras capacidades que construímos — uma forma de adicionar potência, sem acrescentar tamanho. Em síntese, acredito que o pessoal da Lilly enfrentou e venceu todos e cada um dos desafios chave com que a empresa se defrontou. Em termos de capacidade operacional, temos agora condições de cumprir nossa promessa de crescimento sólido. Contemplando nosso futuro, acredito que nossos próximos desafios não serão problemas internos nem mesmo de concorrência. Pelo contrário, eles estão na arena da política pública, que define cada vez mais os limites de nossos negócios. À medida que a população dos países desenvolvidos envelhece e os gastos com a saúde aumentam, o foco em nossa indústria como responsável pelas despesas se torna cada vez mais intenso. Não importa se a pressão é justa ou razoável — ela existe. E embora devamos, como setor, intensificar nosso trabalho de mostrar o incrível valor que oferecemos à sociedade, também temos de estar preparados para contribuir com soluções para o problema cada vez maior dos custos relacionados aos cuidados de saúde. Com esse propósito, encorajo nossa organização a se 3 C A R TA DO PR E SID E NTE Nove de nossos principais produtos comercializados produziram um crescimento total de 24% líquidos em vendas (em milhões de dólares; as percentagens representam diferenças em relação a 2002) C A R TA DO PR E SID E NTE concentrar no aumento da produtividade em todas as fases de nossos negócios. Fazer mais com menos recursos — esta é a melhor forma de gerar a inovação de que os pacientes necessitam, ao custo que eles exigem, e ainda produzir os resultados esperados por nossos acionistas. Perguntas e respostas P: Como a Lilly pode dar a devida atenção a tantos produtos novos de uma só vez? Além disso, com tantos lançamentos, a empresa pode gerar crescimento dos lucros em 2004? R: Em 2004, poderemos capitalizar o potencial de nosso portfólio de produtos e produzir crescimento de receita, especialmente porque já fizemos muitos dos investimentos necessários nos últimos dois anos, e porque o impacto de Strattera e Forteo já está se fazendo sentir em nossos resultados. Vimos nos preparando para este desafio por algum tempo, como já mencionamos, aumentando nossa capacidade em marketing e vendas, bem como reestruturando todos os nossos processos de pesquisa de mercado, planejamento de marketing e processos de vendas. Para tal, estabelecemos várias forças de venda que terão suas próprias prioridades para otimizar o potencial de toda a nossa linha de produtos. Este ano estamos investindo agressivamente na comercialização de Cialis nos EUA, e teremos novas despesas adicionais ao lançarmos Cymbalta e duloxetina IUE, mas já fizemos a maioria dos investimentos necessários para a infra-estrutura desses lançamentos. P: Certos índices financeiros essenciais, como ROA (retorno sobre ativos) ou ROE (retorno sobre o patrimônio dos acionistas) têm diminuído nos últimos anos. Qual é a causa dessa tendência e quais são os prospectos para o futuro? R: O declínio de nosso ROA e ROE foi causado, em grande parte, pelo rápido declínio de vendas de Prozac®, nosso produto mais vendido na época, nos EUA, a partir de agosto de 2001, quando tivemos de passar enfrentar a concorrência de medicamentos genéricos. Simultaneamente à queda de vendas de Prozac (e como parte essencial de nosso esforço para superá-la), foi necessário fazer investimentos substanciais em nossa estratégia baseada em inovação. Vale salientar que investimos vigorosamente em um número de candidatos a medicamentos de alto potencial, acelerando seus respectivos lançamentos, para expandir nossas oportunidades de crescimento. À medida que aumentamos o apoio a vendas e marketing de nossa crescente linha de produtos, também precisamos fazer investimentos em manufatura, não apenas para atender aos problemas de qualidade identificados pela FDA, mas também para expandir nossa capacidade de produção global. E, naturalmente, continuamos ser a empresa que investe a mais alta percentagem do produto das vendas nos programas de pesquisa e desenvolvimento de que depende nosso futuro — cerca de 19%, em média. Conseqüentemente, o decréscimo em ROA e ROE que sofremos nos últimos tempos refletem nossos investimentos no futuro da empresa. Acreditamos que a série de lançamentos de novos produtos, que, em última análise, dobrou o tamanho de nossa linha de produtos, nos colocará em posição de gerar um sólido crescimento de vendas e lucros, revertendo, assim, o declínio desses índices financeiros essenciais, e melhorando-os nos próximos anos. 4 P: O preço das ações da Lilly permanece praticamente o mesmo, desde 1998. O que significa isso? R: Embora sintamos a mesma frustração de nossos acionistas com a estabilidade do preço de nossas ações, é importante colocar o desempenho das mesmas em perspectiva. A Lilly tem mantido o valor de suas ações de forma mais consistente que seus concorrentes, num mercado em baixa para todo o setor. Se examinarmos as empresas baseadas nos Estados Unidos que se dedicam exclusivamente a produtos farmacêuticos, ao final de 1998 a Lilly representava 12% da capitalização do mercado desse grupo. No final de 2003, ela representava 13,4% da capitalização de mercado do mesmo grupo. Durante esse intervalo, nunca estivemos abaixo de 10,5 %, apesar do golpe que representou a perda da patente de Prozac nos EUA. Acreditamos que temos condições de crescer no futuro, e, se analisarmos nosso substancial índice preço-lucro (PE) durante o ano de 2003, muitos investidores compartilham essas expectativas. P: Zyprexa está enfrentando muitos desafios. O que a Lilly pode dizer aos acionistas sobre o futuro desse produto-chave? R: Zyprexa é o produto de maior sucesso na história da neurociência, e continua a crescer, como mencionei anteriormente. Nos EUA, onde Zyprexa é o antipsicótico mais vendido, o medicamento tem sido alvo de ataques pela concorrência. Esses ataques têm se concentrado, sobretudo, na propensão do produto a provocar aumento de peso em alguns pacientes, e em uma possível associação com diabetes. No ano passado, após uma análise exaustiva dos dados disponíveis, a FDA concluiu que a incidência de diabetes era mais alta em pacientes de esquizofrenia ou desordem bipolar em geral, e que parece haver uma maior prevalência de diabetes entre pacientes tratados com agentes atípicos do que com antipsicóticos mais antigos. No entanto, o órgão governamental não foi capaz de diferenciar entre os perfis de risco de vários antipsicóticos atípicos no que se refere a essa questão. Por isso, a FDA recomendou mudança de rótulo para toda a classe de medicamentos. O debate continua. A nossa opinião é que a evidência científica confirma a abordagem da FDA, e que, ao longo do tempo, provavelmente essa idéia prevalecerá, eliminando os ataques. Embora a concorrência permaneça acirrada, vemos muitas novas oportunidades para Zyprexa no futuro. Em 2004, capitalizaremos na aprovação e lançamento de Symbyax — combinação de Zyprexa e Prozac — como o primeiro produto aprovado para o tratamento de depressão bipolar, bem como na aprovação recente do medicamento como tratamento regular de transtorno bipolar. Isso colocará Zyprexa em posição de se tornar o tratamento básico para transtorno bipolar. Além disso, o tratamento de Zyprexa em formulação intramuscular de ação rápida atenderá a necessidade de tratamento para a fase de agitação de esquizofrenia e transtorno bipolar. Além disso, mal começamos a utilizar o potencial verdadeiramente global de Zyprexa. Fora dos Estados Unidos, a penetração de antipsicóticos atípicos ainda é limitada. Mas como um número cada vez maior de médicos no mundo inteiro reconhece sua excepcional eficácia e seu perfil de efeitos colaterais, as vendas de Zyprexa vêm crescendo rapidamente. P: O recente sucesso da Lilly em P&D contraria a frustrante tendência atual de outras empresas do setor. É possível manter esses valores? P: Que impacto terá no futuro financeiro da Lilly o novo benefício de medicamentos receitados através do programa Medicare? R: Em primeiro lugar, os benefícios de medicamentos receitados do Medicare possibilitarão que pessoas idosas mais necessitadas – as que têm baixa renda ou alto nível de gastos em medicamentos – tenham acesso a produtos farmacêuticos. É praticamente certo que isso aumentará o volume de vendas. Contudo, como esse benefício será administrado através do setor privado, nossa estimativa é que as organizações de cuidados de saúde usarão muitas das ferramentas de controle de custo. Assim, em termos gerais, esperamos que os aumentos de volume gerados em decorrência de um acesso mais amplo pelos pacientes sejam contrabalançados pelo fornecimento de mais descontos. A situação, contudo, pode mudar. O benefício relativo a medicamentos prescritos não será implementado até 2006, e, enquanto isso, prosseguirão os debates políticos a esse respeito. P: O que a Lilly está fazendo quanto à imagem pública negativa do setor farmacêutico? R: A imagem negativa do setor tem várias causas. A raiz do problema é o fato de que, embora os medicamentos representem apenas 10% dos custos de cuidado de saúde, eles constituem uma percentagem muito maior de gastos custeados pelo paciente. Por isso, é muito importante discutir a questão de acesso e cobertura pelos programas de seguro de saúde. Nos EUA, estamos trabalhando com colegas do setor para incentivar o custeio de medicamentos pelo Medicare, o que pode ser a base de uma solução. Mas não estamos aguardando que a lei passe para começar a ajudar nossos clientes idosos. Lançamos nosso próprio programa “LillyAnswers”, que torna qualquer produto da Lilly disponível a idosos com baixa renda, por apenas US$ 12 por mês. Além disso, nosso programa “Lilly Cares” fornece medicamentos grátis para pacientes pobres que deles necessitem, independentemente de sua idade, e que, sem o programa, não teriam condições de adquiri-los. Fora dos EUA, criamos um programa em associação com a Organização Mundial de Saúde e outras parceiras, para solucionar o crescente problema mundial de tuberculose resistente a vários medicamentos. Além das questões relacionadas com custo e acesso a medicamentos, a reputação do setor também foi prejudicada por notícias veiculadas pela imprensa de incidentes de conduta antiética ou abertamente agressiva no setor -- em áreas como publicidade e práticas operacionais, além de desenho, conduta e comunicação de estudos clínicos. Também redefinimos e fortalecemos políticas já existentes relativas à nossa conduta em interações com o público, quer sejam pacientes, médicos, empregadores ou autoridades governamentais. Definimos para nossos funcionários o tipo de comportamento ético que esperamos na promoção de produtos, propaganda para o consumidor, ou na criação, realização e comunicação dos resultados de estudos clínicos. Além disso, instituímos um programa de cumprimento de normas abrangente, que tem o objetivo de assegurar o cumprimento destas diretrizes. Finalmente, como outros executivos em nível sênior da Lilly, estou pessoalmente engajado em um programa contínuo de diálogo direto com uma grande variedade de líderes de opinião, para promover um maior entendimento da contribuição oferecida por nosso setor e de seu papel no sistema de cuidados de saúde. Convido todos a lerem sobre esse assunto em nosso website, no endereço www.lilly.com. Mudanças no setor administrativo Finalmente, quero destacar algumas mudanças significativas ocorridas em nossa equipe administrativa desde minha última comunicação. Em junho de 2003, o Dr. August Watanabe, M.D., aposentou-se do conselho administrativo e de seu cargo de vicepresidente executivo de ciências e tecnologia. Neste breve espaço, é impossível fazer justiça às extraordinárias contribuições do Dr. Watanabe. Poderíamos dizer que, basicamente, ele transformou uma boa organização em uma organização excelente. Nosso novo vice-presidente executivo de ciência e tecnologia é o Dr. Steven Paul, M.D., que ocupava o cargo de vice-presidente do setor de pesquisa da área terapêutica e pesquisas clínicas da Lilly Research Laboratories. Em maio de 2004, Gerhard Mayr se aposentou como vice-presidente executivo do setor de operações farmacêuticas. Coroando uma carreira de contribuições feitas às operações da Lilly em várias partes do mundo, nos últimos cinco anos ele foi responsável pelas operações de vendas e marketing da Lilly em âmbito mundial, elevando substancialmente nosso crescimento de vendas e contribuindo para tornar a Lilly uma organização que pode competir com as melhores. Seu sucessor no cargo de vice-presidente executivo de operações farmacêuticas é o Dr. John Lechleiter, Ph.D., que acumulará a nova função com as de responsável pelo desenvolvimento corporativo e de produtos farmacêuticos. Em 2003, finalmente, tivemos a satisfação de dar as boasvindas a um novo membro de nosso conselho administrativo, Sir John Rose, diretor executivo da Rolls-Royce, plc. A profunda experiência de Sir John como um líder de negócios em âmbito mundial ampliará ainda mais a perspectiva internacional de nosso conselho administrativo. Pelo Conselho Administrativo, Sidney Taurel Diretor do Conselho Administrativo, Presidente e Diretor Geral 5 C A R TA DO PR E SID E NTE R: Em termos gerais, sim. O fluxo de novos produtos da Lilly não é o resultado de sorte, mas de uma excelente implementação estratégica. Ainda estamos trabalhando nisso, mas uma evidência de que estamos no caminho certo é nossa robusta linha de produtos em desenvolvimento. Temos vários excelentes candidatos a medicamentos que estão iniciando os últimos estágios de desenvolvimento, ou estão avançando em direção aos mesmos. Quero salientar três medicamentos a serem lançados em futuro próximo: exenatide, um agente potencial que é o primeiro de sua classe para diabetes do tipo 2 e que estamos desenvolvendo em conjunto com a Amylin; ruboxistaurin, inibidor de enzima PKC beta, para o tratamento do tipo de lesão vascular normalmente associada ao diabetes, e que freqüentemente leva à deficiência visual ou danos neurológicos sérios; e CS-747 para síndrome coronariana aguda e acidente vascular cerebral, que estamos desenvolvendo com a Sankyo. Todos esses medicamentos têm potencial para se tornarem medicamentos muito importantes. LINHA DE PRODUTOS EM DESENVOLVIMENTO INOVAÇÃO PRODUZIDA PELA LINHA DE PRODUTOS EM DESENVOLVIMENTO DA LILLY Principais produtos lançados no mercado Alimta® para mesotelioma maligno de pleura Symbyax™ para depressão bipolar Cialis® para disfunção erétil (desenvolvido e comercializado em regime de joint venture com a ICOS Corporation) Strattera® para déficit de atenção por hiperatividade apresentado por crianças, adolescentes e adultos 2002 Forteo® para tratamento de mulheres na fase de pós-menopausa e de homens com osteoporose, que sofrem um risco mais elevado de fraturas 2001 Xigris® para pacientes adultos com sepse grave que apresentam alto risco de vida 1999 Actos® para diabetes do tipo 2 (comercializado em conjunto com a Takeda Chemical Industries, Ltd.) 1998 Evista® para a prevenção de osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa para o tratamento de osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa (1999) 1996 Zyprexa® para esquizofrenia para a fase maníaca aguda do transtorno bipolar (2000) para tratamento regular de esquizofrenia (2001) como terapia combinada com lítio ou valproato, para o tratamento da fase maníaca aguda do transtorno bipolar (2003) para tratamento regular do transtorno bipolar (2004) Humalog® para o tratamento de diabetes do tipo 1 e do tipo 2 Gemzar® para câncer pancreático para câncer pulmonar de célula não-pequena (1998) para câncer da bexiga (Europa) (2000) para câncer de mama (Europa) (2003) ReoPro® para prevenção de complicações cardíacas isquêmicas, usado em conjunto com intervenção coronariana percutânea (ex.: angioplastia) (desenvolvido pela Centocor, comercializado pela Lilly) 1987 Humatrope® para deficiência de crescimento causada por deficiência do hormônio do crescimento em crianças para terapia de reposição para deficiência do hormônio do crescimento em adultos (1996) para baixa estatura causada pela síndrome de Turner (1997) para baixa estatura idiopática (2003) 1982 Humulin® para o tratamento de diabetes do tipo 1 e do tipo 2 2004 2003 1995 6 LINHA DE PRODUTOS EM DESENVOLVIMENTO Novas aplicações de medicamentos consideradas “aprováveis” pela U.S. Food and Drug Administration Cymbalta™ para transtorno depressivo grave (desenvolvido em conjunto com a Boehringer Ingelheim em mercados farmacêuticos importantes, excluindo-se o EUA e o Japão) (co-promoção com a Quintiles Transnational Corp. nos EUA) Duloxetina para mulheres com sintomas de incontinência urinária devida a esforço físico (desenvolvido em conjunto com a Boehringer Ingelheim em mercados farmacêuticos importantes, excluindo-se o Japão) Candidatos a medicamentos em estados finais de pesquisa Exenatide para diabetes do tipo 2 (desenvolvido em conjunto com a Amylin Pharmaceuticals, Inc.) Ruboxistaurin para complicações microvasculares do diabetes Arzoxifene para a prevenção e tratamento de osteoporose e redução de risco de câncer de mama Modulador de PPAR para a melhora da sensibilidade à insulina e o metabolismo dos lipídios (desenvolvido em parceria com a Ligand Pharmaceuticals) Alguns candidatos a medicamentos em estágio intermediário de pesquisa CS747-LY640315 para síndrome coronariana aguda e acidente vascular cerebral (desenvolvido em conjunto com a Sankyo Co., Ltd.) Insulina pulmonar para administração não-injetável de insulina (desenvolvido em conjunto com a Alkermes, Inc.) Enzastaurin para linfoma não–Hodgkins e outros tipos de câncer Agonista alfa PPAR para prevenção de aterosclerose (desenvolvido em parceria com a Ligand Pharmaceuticals) Inibidor de Fator Xa para distúrbios trombóticos Data de validade das informações: 25 de fevereiro de 2004. A procura de novos medicamentos é arriscada e incerta, e não há garantias. As barreiras científicas e regulamentadoras que ainda devem ser ultrapassadas podem fazer com que um composto em estado avançado de desenvolvimento se atrase ou até deixe de ser lançado no mercado. 7 Eli Lilly and Company Lilly Corporate Center Indianapolis, Indiana 46285 EUA www.lilly.com
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