15ª Edição - Embassy of Angola in the UK
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15ª Edição - Embassy of Angola in the UK
1 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 2 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 FICHA TÉCNICA WEZA JANEIRO - FEVEREIRO 2015 n.15 Director: Embaixador Miguel Neto Editor e revisor: António Nascimento Fotografia: Francisco Bernardo e António Nascimento Tradução: Marga Holness Desenho gráfico: Cassius Gontijo Tiragem: 2000 exemplares Impressão: Creative Printer Execução gráfica: Sector de Imprensa da Embaixada Email: [email protected] Website: www.angola.org.uk Endereço:22 Dorset Street, London W1U 6QY United Kingdom Tel: 020-72999850 Fax: 020-79354960 3 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 POLÍTICA Presidente da República garante que o país vive momento de grande estabilidade política e social O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou recentemente em Luanda que o país vive um momento de grande estabilidade política e social e as instituições do Estado funcionam normalmente. Discursando na 31ª reunião do Conselho da República, salientou que o Executivo aprovou uma estratégia para fazer face à situação económica actual, que contém as bases gerais em que assenta a Revisão do Orçamento Geral do Estado para 2015, aprovado em Dezembro último pela Assembleia Nacional. De acordo com o Presidente da República, a queda significativa do preço do petróleo no mercado internacional tem afectado sobremaneira as receitas do Estado, prevendo-se que o contributo do sector dos petróleos para as receitas do OGE, que em 2014 foi de cerca de “Se esta situação não for 70 por cento, seja este ano devidamente controlada e apenas de 36,5 por cento. “Se esta situação não o país convenientemente for devidamente controlada e o país convenientemente orientado podemos orientado podemos afectar afectar as bases em que as bases em que assenta a sua estabilidade económica assenta a sua estabilidade e social”, precisou. económica e social” 4 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 diplomacia relações internacionais exigirá de An N Georges Rebelo Chicoti, Ministro angolano das Relações Exteriores Na sua intervenção, o Ministro referiuse também da experiência de Angola na resolução de conflitos e a sua liderança regional, assim como orientou os Chefes das Missões Diplomáticas a continuar a cooperar estreitamente com os diferentes parceiros internacionais estratégicos. o dia 09 de Fevereiro de 2015, realizou-se, em Luanda, a VI Reunião Anual de Embaixadores, sob o lema “Por uma Diplomacia Activa ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento”. A sessão de abertura foi presidida pelo Ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Pinto Chicoti, que proferiu um discurso onde realçou os êxitos da diplomacia angolana a nível internacional, com destaque para a presidência de Angola à Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e as visitas de Sua Excelência Presidente da República, José Eduardo dos Santos, à França, Brasil, Cuba e à Santa Sé. Destacou ainda a eleição de Angola à Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o mandato de 2015-2016 e a crescente complexidade das relações internacionais que exigem de Angola uma diplomacia mais actuante no interesse da paz e do progresso de África e do Mundo. Na sua intervenção, o Ministro referiu-se também da experiência de Angola na resolução de conflitos e a sua liderança regional, assim como orientou os Chefes das Missões Diplomáticas a continuar a cooperar estreitamente com os diferentes parceiros internacionais estratégicos. A reunião fez o balanço do grau de implementação das recomendações saídas da V Reunião de Embaixadores realizada no dia 20 de Janeiro de 2014. Os participantes abordaram a 5 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 ngola uma diplomacia mais actuante ONU questão relativa ao Seminário de Refrescamento e Actualização em Diplomacia e Relações Internacionais para Embaixadores colocados nos Órgãos Internos e Externos, tendo aprovado o espírito da iniciativa apresentada pelo Ministério das Relações Exteriores e recomendado a reformulação do conteúdo da acção de formação. A informação referente às Prioridades Estratégicas da Política Externa Angolana 2015-2017 foi igualmente evocada no evento. Tais prioridades assentam no domínio do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017) do Executivo angolano, cujas acções do Ministério das Relações Exteriores incidem, entre eles, em dois eixos, nomeadamente: reforço do posicionamento de Angola no contexto internacional e reforço e alargamento das relações bilaterais e multilaterais. Os Diplomatas enalteceram os esforços que têm sido empreendidos pelo Presidente José Eduardo dos Santos, na condução da política externa do país e sublinharam o seu importante papel na busca de soluções para os distintos problemas que afectam o continente africano. Regozijaram-se também pela eleição de Angola à Vice-Presidente do Fórum Parlamentar da CIRGL, de Presidente do Fórum dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Presidente do Processo Kimberlite. CIRGL PALOP 6 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 EMIGRAÇÃO Serviços de Emigração e Estrangeiros de Angola vão emitir vistos com múltiplas entradas O Ministro angolano do Interior, Ângelo Veigas Tavares, anunciou recentemente em Luanda que os Servicos de Emigração de Angola (SME) passarão a conceder, a partir do mês de Março do presente ano, visto de turismo e ordinários com multiplas entradas. O Ministro que falava durante a abertura do Conselho Consultivo do Ministério do Interior, disse que os Serviços de Emigraçao e Estrangeiros Ângelo Veigas Tavares, Ministro angolano do Interior têm as condições criadas para a aplicação imediata da multiplicidade de entradas em certas tipologias de visto. Ângelo Tavares anunciou também a entrada em funcionamento no aeroporto internacional “4 de Fevereiro” do sistema “RAPID” que vai permitir aos cidadãos angolanos e estrangeiros abrangidos pelos destintos acordos, a transposição da fronteira, saida e entrada, de forma automatica, num espaço de tempo inferior a 15 segundos. 7 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 efeméride Angola: Início da Luta Armada recordado em Manchester O “4 de Fevereiro” de 1961, data que em Angola assinala o início da Luta Armada foi recordada no Reino Unido, pela comunidade angolana residente em Manchester. A efeméride foi assinalada com a realização de uma palestra, que contou com a participação de jovens intelectuais angolanos interessados em saber sobre a verdadeira trajectória da luta de libertação em Angola. A palestra foi animada pelo ex-Conselheiro para os Assuntos Culturais do Presidente da República, Simão Helena, apoiado pelo Adido de Defesa da Embaixada de Angola no Simão Helena, ex-Conselheiro para os Assuntos Culturais do Presidente da República de Angola Reino Unido, Tenente General Jonatão Augusto Morais. Os palestrantes ficaram a saber que o início da luta armada em Angola dista desde os primórdios da sua ocupação pelos colonialistas portugueses. Segundo os interlocutores, nesta data os angolanos dedicam homenagens a todos os filhos de Angola que naquele dia ergueram-se corajosamente, dando primazia ao início da Luta Armada. A efeméride foi assinalada com a realização de uma palestra, que contou com a participação de jovens intelectuais angolanos interessados em saber sobre a verdadeira trajectória da luta de libertação em Angola. Tenente-General Jonatão Morais, Adido de Defesa de Angola no Reino Unido 8 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 COOPERAÇÃO Angola e Reino Unido reforçam cooperação no domínio da Energia e Águas Delegação angolana do Ministério da Energia e Águas na Câmara dos Comuns, Parlamento britânico 9 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 O Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, efectuou recentemente em Londres, uma visita de trabalho a capital britânica, a convite das autoridades do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A visita enquadrouse no âmbito do reforço da cooperação bilateral no domínio da Energia e Águas. Em Londres, o governante angolano reuniu-se com o Presidente do Grupo Parlamentar para os Assuntos Climáticos, Tim Yeo e com o deputado David Heath, que é o enviado especial para Angola do primeiroMinistro britânico, David Cameron. Reuniu-se também com representantes de várias empresas britânicas ligadas ao sector da energia, água, gás, consultoria e investimentos, para além de participar num encontro organizado pela futura Câmara de Comércio e Indústria Angola-Reino Unido, na Embaixada de Angola, e numa mesa redonda organizada por Peter Hain, membro do Parlamento e antigo ministro britânico dos Assuntos Africanos. João Baptista Borges enfatizou o facto de a geração de energia ser uma prioridade do Executivo de Angola, tendo destacado os esforços empreendidos pelo governo angolano para o cumprimento do programa estabelecido para o quinquénio 2013-2017. A ocasião foi aproveitada para os parlamentares britânicos saudarem os esforços do Executivo pela evolução positiva da actual situação social e económica de Angola. Para os Parlamentares Angola vive um bom clima de paz e prosperidade. João Baptista Borges enfatizou o facto de a geração de energia ser uma prioridade do Executivo de Angola, tendo destacado os esforços empreendidos pelo governo angolano para o cumprimento do programa estabelecido para o quinquénio 2013-2017 João Baptista Borges, Ministro da Energia e Águas David Heath, enviado especial do Primeiro-ministro britânico Tim Yeo, Membro do Parlamento Peter Hain, ex- Ministro britânico p/ Assuntos Africanos 10 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 economia D e acordo com o Ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, soma-se a esta cifra a produção artesanal, responsável pela comercialização de 934 mil, 506, 68 quilates, no valor a rondar os 332 milhões de dólares, a um preço médio de 355,48 dólares/quilate. No sector das rochas ornamentais, onde se englobam mármores, granitos e rochas similares, a produção global atingiu a cifra de cerca de 49 milhões metros cúbicos, com as exportações a atingirem um pouco mais de 29 mil metros cúbicos. Neste sector, as vendas no mercado local e internacional rondou os 8,5 milhões de dólares. Enquanto isso, o subsector dos minerais para a construção civil (inertes) que engloba areias, burgau, brita, argila e calcário atingiu uma produção total ligeiramente superior aos cinco milhões de metros cúbicos. O ministro da Geologia e Minas destacou a existência de vários projectos com oportunidades de investimento, nomeadamente oito no ouro, metais básicos (18), cobre (8), ferro(6), metais semi-preciosos (6), barite (6), platina (2), sódio (2), mica(1), molibenita(1), magnésio (1), apatite/fluorite (1), níquel (1), urânio(1) e sal-gema (1). Como infra-estruturas de apoio a estes projectos, Francisco Queiroz apontou a existência em Angola de uma rede viária de 62.560 quilómetros de estradas, três caminhos-de- ferro (Luanda, Benguela e Moçâmedes), quatro portos comerciais (Luanda, Lobito e Moçâmedes), enquanto na área da energia até 2018, o país terá disponíveis mais de seis milhões megawatts de electricidade gerados por várias barragens hidroeléctricas, a saber: Luaúca, Caculao Cabaça, Cambambe (Médio Kwanza), Termo energia e gás natural, no Soyo. Outras fontes de energia são as hidroeléctrica de Lomaun, Gove, Jamba ya Mina, Jamba ya Oma e o Keve. Relativamente ao sistema de comunicações como infra-estruturas de apoio à mineração realçou a presença de um sistema de fibra óptica em todo o país, com ligações para África, Europa e América, aguardando-se para breve a existência de um satélite próprio. Diamantes angolanos rendem mais de mil milhões de dólares em 2014 Angola produziu em 2014, oito milhões e 750 mil quilates de diamantes que renderam mil milhões, 308 milhões e 138 mil dólares, a um preço médio de 150 dólares por quilate. Francisco Queiroz, Ministro da Geologia e Minas 11 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 HOTELARIA E TURISMO O Ministério da Hotelaria e Turismo pretende que Angola esteja a receber mais de 4,6 milhões de turistas até 2020, tendo em vista o aumento do Produto Interno Bruto do país e a diversificação da economia. De acordo com o Ministro Pedro Mutinde, é pretensão do ministério que dirige contribuir para o PIB com um valor de 3,1 mil milhões de dólares, no mesmo período, através da exploração das potencialidades do país. Referiu que o governo está a reunir todos os pressupostos necessários para a prática da actividade turística, começando com a estabilização económica, construção de estradas, pontes, aeroportos e linhas férreas, para um desenvolvimento sustentável do sector, tendo como base a diversificação de fontes de receitas para o país. Entre os anos de 2008 e 2012, foram construídos 84 novos hotéis em Angola, permitindo a adição de 4780 quartos. Em 2008 o país contabilizava 61 hotéis e 2822 quartos. Actualmente conta com 145 hotéis e 7602 quartos. De acordo com o boletim estatístico do mercado hoteleiro e turístico de Angola, as unidades hoteleiras e meios complementares de alojamento no país albergaram no ano transacto 1,15 milhões de hóspedes, representando um aumento de 170,56 mil em comparação ao ano de 2012. Ministério angolano da Hotelaria e Turismo projecta aumento de turistas até 2020 Pedro Mutinde, Ministro da Hotelaria e Turismo 12 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 ENTREVISTA Professor Joseph Mifsud, a direcção da revista “Weza” agradece o facto de ter aceite o seu convite para debruçar-se sobre a sua experiente vivência diplomática mundial e pela contribuição que tem dado na formação de diplomatas que hoje fazem historia a nível internacional. O seu nome esta associado a alta estrutura governamental de Malta e hoje lidera a Academia Diplomática de Londres da Universidade de Stirling. Que comentários se lhe oferece dizer sobre isso? Diplomacia e Academia estão estreitamente interligadas. As grandes universidades devem repensar o seu lugar no mundo, uma vez que a produção de conhecimento tornouse mais competitiva, mas também mais colaborativa, melhorando a sua localização estratégica em redes internacionais, facilitando a fertilização cruzada entre a sua pesquisa e ensino dentro da crescente diversidade de actores-chave na cena global. Isso faz com que os académicos possam ser diplomatas ao longo de suas vidas, cada um com as suas próprias redes científicas. Nenhuma guerra ou conflito pode danificar essas relações pessoais e profissionais. Eu também tenho transitado do meio académico para a diplomacia com facilidade e compreensão devido às semelhanças na profissão. Academia como diplomacia facilita a mobilidade de alunos e professores em todas as direcções e os acordos em matéria de investigação e de ensino em toda a linha. A Academia Diplomática de Londres acolhe estudantes dos mais variados países do mundo e Angola não foge a regra. Que programas ou projectos tem em carteira com as instituições angolanas, do Estado ou privadas, ligadas a diplomacia e outras ciências do saber. Estamos a projectar uma série de actividades com Angola. Eu tive o prazer de receber o Ministro angolano do Ensino Superior (esta é a segunda visita que ele efectua à Academia em Londres) em que nós aprimoramos a nossa cooperação. A parceria univer- Angola tem uma responsabilidade enorme em termos de uma diplomacia pró-activa Professor Joseph Mifsud, Director da Academia Diplomática de Londres da Universidade de Stirling 13 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 sitária da INTO, que a LAD é parte integrante, coordenará esforços de um número de universidades do Reino Unido para o acolhimento de investigadores, estudantes em nível de graduação, doutorandos e académicos de Angola no Reino Unido. Nós acreditamos no poder da educação para mudar o mundo para melhor. É por isso que a INTO estabelece parcerias público-privadas inovadoras com as principais universidades para ajudar a atender, no máximo, o aumento da procura mundial de ensino superior. Os programas que a INTO e Angola estão discutir actualmente variam de acordo com as exigências do Estado e do plano de necessidades já em carteira delineado pelo Governo de Angola. Angola é membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, fruto da sua sabedoria, perspicácia e inteligência diplomática. Como conhecedor da diplomacia mundial, o que significa para si este passo tão importante dado por Angola no contexto internacional? Penso que esta é uma excelente posição para a diplomacia angolana. Eu tenho uma certa admiração pelo seu Ministro das Relações Exteriores, com quem encontrei-me recentemente em Luanda. Como sabem, os Membros Não-permanentes participam das decisões do Conselho que pode autorizar o envio de tropas de países membros da ONU, mandato de cessar-fogo durante o conflito e impor sanções económicas sobre os países. Além disso, Angola como Membro Não-permanente do CS da ONU pode trazer à tona um tema de debate se nove dos 15 membros concordarem em fazê-lo. Angola foi eleita na primeira contagem do passado dia 16 de outubro, o que mostra o peso que o país detém a nível regional e internacional graças ao seu serviço diplomático. Esta conquista é um grande feito para Angola na perspectiva regional, especialmente no intuito de apoiar a resolução de litígios por meios pacíficos e recomendar métodos de José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola Georges Chicoti, Ministro angolano das Relações Exteriores “As grandes universidades devem repensar o seu lugar no mundo, uma vez que a produção de conhecimento tornou-se mais competitiva, mas também mais colaborativa, melhorando a sua localização estratégica em redes internacionais, facilitando a fertilização cruzada entre a sua pesquisa e ensino dentro da crescente diversidade de actores-chave na cena global.” 14 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 ajuste ou termos de liquidação que são realistas e próximas da perspectiva regional. Professor, como caracteriza actualmente a diplomacia angolana? Angola tem uma responsabilidade enorme em termos de uma diplomacia pró-activa profunda na região. Os seus diplomatas são tidos em alta estima por muitos na região. Eu sou de opinião de que os actores regionais são mais adequados para conduzir a diplomacia regional do que outros intervenientes vindos do exterior. Ninguém vai contestar o facto de que Angola tem sido fundamental para a solução diplomática focada na região dos Grandes Lagos. A presidência desta organização por Angola tem sido exemplar. Esta é uma questão de honra para todos os diplomatas em Angola. Eu também acredito que Angola está numa posição privilegiada para oferecer o que eu chamaria de diplomacia aberta. Na minha experiência, a diplomacia angolana não tem uma atitude fechada e defensiva. O país tem uma forte mentalidade nas relações internacionais tão útil em todas as características da diplomacia. Para terminar, pode-nos detalhar sobre a instituição que dirige e quantos técnicos já formou desde a sua fundação? A Academia Diplomática de Londres tem vindo a trabalhar nos últimos trinta anos na formação e educação de diplomatas de todo o mundo. A natureza global da diplomacia é o seu distintivo de honra, assim como as línguas e as redes ao longo da vida dos diplomatas que frequentam os seus cursos. A parceria estratégica com a revista Diplomat “Angola tem uma responsabilidade enorme em termos de uma diplomacia pró-activa profunda na região. Os seus diplomatas são tidos em alta estima por muitos na região.” Angola tem uma responsabilidade enorme em termos de uma diplomacia pró-activa profunda na região 15 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 e a inteiração com as organizações internacionais na Europa e além (por exemplo, com a Organização dos Estados Americanos) testa a qualidade da educação deste centro de excelência na cidade de Londres. Negócios, Comércio Internacional, Estudos de Segurança Internacional e Diplomacia são todas as principais áreas de ensino e pesquisa ministrada na Academia Diplomática de Londres. Os programas anuais de mestrados são preparados minuciosamente a medida para diplomatas e estudantes internacionais interessados em expandir suas carreiras na diplomacia e relações internacionais. As inscrições acontecem duas vezes por ano (em Setembro e em Janeiro) de cada ano. Este ano, a Academia Diplomática de Londres, em conjunto com seus parceiros académicos da prestigiosa Universidade de Stirling, lançará o primeiro programa académico de doutorado em diplomacia com a participação de parceiros da Europa, EUA, África e Ásia. Considerada como um dos melhores centros de formação para diplomatas do mundo, o que gostaria que os Estados ou instituições fizessem para manter acesa a chama desta prestigiada academia, a London Academy of Diplomacy? A resposta da Academia seria o de garantir que os diplomatas aproveitassem a oportunidade de aprendizagem ao longo da vida. Diplomacia é uma área-chave que gostaríamos de expandir como também a relação entre desenvolvimento e liderança económica, incluindo a boa governação. A LAD tem a responsabilidade fundamental de manter a liderança neste campo. Queremos Vista parcial da universidade de Stirling, Reino Unido abrir novos caminhos para todos os nossos diplomatas, tanto profissionalmente quanto em termos de carreira. Assim, é fundamental que as academias internacionais, como a Academia Diplomática de Londres continue a promover a rede educacional internacional de diplomatas globais. Como já aconteceu no passado, diplomatas de formação de diferentes origens, regiões e denominações políticas tem reforçado as estruturas diplomáticas dos Ministérios nacionais das Relações Exteriores. Esta é a nossa maior força que precisamos de proteger com o apoio de países e governos de todo o mundo. A ligação com Angola e sua missão diplomática é inigualável e esperamos expandir isso durante 2015 com o desenvolvimento on-line de alguns dos nossos principais cursos de assinatura. 16 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 RELIGIÃO A noticia fez historia e foi muito comentada no país. As autoridades religiosas do Reino Unido ordenaram a primeira mulher Bispo. Trata-se de Elizabeth Jane Holden Lane, ou simplesmente Libby Lane que se tornou a primeira Bispa da Igreja da Inglaterra, Anglicana, numa cerimónia de ordenação realizada na Grande Catedral Gótica de York, norte do país. De 48 anos de idade, Libby Lane é a nova Bispo de Stockport e a primeira mulher a assumir esta função desde 1534, quando o Rei Henry VIII fundou a Igreja da Inglaterra, a primeira instituição religiosa Anglicana. Libby Lane é casada com um Sacerdote e é mãe de dois filhos, estava acompanhada na cerimónia pelo Arcebispo de Canterbury e líder Eclesiástico da Igreja Anglicana, Justin Welby, e por John Sentamu, Bispo de York. A nova Bispo estudou Teologia na Universidade de Oxford e desde 2007 exerce de forma indireta a diocese de Chester, na região de Manchester. Sua nomeação ocorreu com a mudança das regras do sínodo, aprovado pelo parlamento britânico com o concentimento da Rainha. A emenda desta mudança foi baptizada como “Canon 33” e estabelece que “um homem ou uma mulher podem consagrar-se à função de bispo”. A decisão irritou os tradicionalistas, gerando um debate que absorveu os fiéis nos últimos anos. A aprovação desta reforma não obriga as outras igrejas Anglicanas a ordenar mulheres como Bispos, embora algumas já tenham se adiantado, como as de Gales, Estados Unidos da América, Austrália, Canadá e Swazilândia. A singularidade de Lane poderá acabar em breve porque durante o ano em curso está prevista a sucessão dos Bispos de Leicester, Gloucester, Oxford e Newcastle e se espera uma mulher entre os eleitos. A comunidade anglicana conta com 80 milhões de fiéis em 165 países e seu líder supremo é a Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Reino Unido ordena primeira mulher Bispo Libby Lane, primeira mulher Bispo ordenada no Reino Unido De 48 anos de idade, Libby Lane é a nova Bispo de Stockport e a primeira mulher a assumir esta função desde 1534, quando o Rei Henry VIII fundou a Igreja da Inglaterra, a primeira instituição religiosa Anglicana. 17 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 ESTUDO U m estudo internacional concluiu que as sementes de soja geneticamente modificadas podem ajudar no combate ao VIH/Sida. O estudo refere que uma proteína, a cianovirina, encontrada em algas se revelou muito eficaz no combate à transmissão do VIH. Os autores do estudo salientam que a aplicação da substância na forma de gel na vagina antes da relação sexual reduz consideravelmente o risco de infecção, mas que para que isso se torne realidade é preciso garantir a produção em larga escala da cianovirina. O resultado da investigação, publicada recentemente na revista “Science”, revela que as sementes de soja geneticamente modificadas são até agora a “biofábrica” mais eficiente para o fabrico da proteína. Após inserir a cianovirina nas sementes, o desenvolvimento natural das plantas garante o fornecimento do agente anti-VIH. “Se a soja geneticamente modificada for plantada numa estufa mais pequena do que um campo de basebol é possível fornecer cianovirina suficiente para proteger uma mulher 365 dias durante 90 anos”, garantem os autores do estudo científico, que teve a participação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade de Londres. Sementes podem ser usadas no combate ao vírus da sida 18 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 CULTURA Angola celebra Carnaval com alegria e paz P elas ruas das capitais de todas as províncias do país desfilaram grupos e foliões, manifestando através de danças e cânticos a alegria de viver. O Carnaval de Angola, tem o condão de representar a espontaneidade do povo e também a diversidade cultural dos vários grupos etnolinguísticos que se espalham pelo território nacional. Por isso, não existe uma matriz comum a todas as regiões e a mediatização do Entrudo não é equitativa. Luanda, Namibe, Cabinda e Benguela, são os grandes palcos de disputa carnavalesca. Nestas cidades, todos os anos os grupos se esmeram para agradarem ao público e convencerem o jurado que dita a classificação final para a atribuição de prémios que, ano após ano, vão se tornando cada vez mais aliciantes. Mas, é na capital do país onde se assiste à maior movimentação em torno do Carnaval e este ano não fugiu a regra. A Avenida “4 de Fevereiro” (Marginal de Luanda), voltou a ser o cenário para receber os três desfiles competitivos do Carnaval de Luanda. A festa começou no dia 17 de Fevereiro, com a apresentação de 11 grupos infantis, naquilo que é considerada a Classe- C, O viveiro do Carnaval. No desfile central, os grupos apresentaram-se para a contenda fazendo recurso aos principais estilos de dança do Carnaval de Luanda; Semba, Kabetula e Kazukuta. As coreografias e as alegorias caricaturavam de forma crítica aspectos do quotidiano luandense e também a satisfação pela paz alcançada e o progresso que o país esta a viver. A interpretação de canções históricas que marcaram o Carnaval ao longo dos últimos anos, acompanhadas pelas batidas dos batuques, latas e apitos, criaram a motivação adequada para quem ansiava pelo desfile competitivo que, começou ao ritmo da Kazukuta do Sambizanga. 19 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 ESPORTE Ronaldinho Gaúcho contratado para jogar em Angola O internacional brasileiro Ronaldinho Gaúcho vai representar este ano o “Kabuscorp do Palanca”, clube da I Divisão de Angola. A informação foi publicada pelo Presidente do clube, Bento dos Santos Kangamba, pondo, assim, fim a rumores postos a circular sobre a contratação da estrela do futebol mundial. Internacional brasileiro Ronaldinho Gaúcho De acordo com Bento Kangamba, Ronaldo de Assis Moreira, ou simplesmente “Ronaldinho Gaúcho”, estará em Angola no próximo mês de Junho para representar as cores do “Kabuscorp do Palanca”. Neste momento o atleta tem de terminar o contrato com o seu actual clube, o Querétaro do México, para depois poder juntar-se ao “Kabuscorp do Palanca”. Com a chegada de Ronaldinho, será o segundo astro do futebol brasileiro e do Barcelona a envergar as cores do Kabuscorp. O primeiro foi o brasileiro Rivaldo, igualmente estrela do futebol internacional. Bento Kangamba, Presidente do Kabuscorp Futebol Clube “Kabuscorp do Palanca” 20 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15 21 REVISTA DA EMBAIXADA DE ANGOLA 2015 N. 15