11 - O Idealista - edição novembro
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11 - O Idealista - edição novembro
Órgão informativo da USE-Jaú - Ano 9 - Edição 104 - novembro 2011 - distribuição gratuíta - [email protected] Leia nesta edição • Flores São Melhores que Pedras..Pág 02 • Divergências de opinião.......Pág 03 •Joanna de Ângelis Responde..Pág 03 • O Socorro.............................Pág 04 • Mural de Recados................Pág 05 • Movimento Espírita.............Pág 06 • Bolemjer..............................Pág 07 • Sob a Luz do Evangelho.....Pág 08 • Desgraças Morais...............Pág 08 • Luz na Alma........................Pág 09 • Fraternidade.........................Pág 10 • Sempre se pode começar de novos....................................Pág 10 • A mensagem do Cristo chega de vários modos.........................Pág 11 • Informação Espírita.............Pág 12 Página 02 EXPEDIENTE O IDEALISTA Órgão de divulgação do Movimento Espírita da Região de Jaú. Editado pela USE - União das Sociedades Espíritas - Regional Jaú. Órgão da USE - União das Sociedades Espíritas do estado de São Paulo. Jornalista Responsável: Rodrigo Galvão Castro MTb 25.315 Coordenador: Alvaro Francisco Buttignon Diretor: Secretário: Sônia Marli Albino Vernier Diretor Tesoureiro: Antonio Aparecido Rossi Conselho de Redação: Edson Tomazelli [email protected] João Benjamin [email protected] Clarides Joanir do Rio [email protected] Luciana Bombonatti [email protected] Martha Triandafelides Capelotto [email protected] Diagramação e Impressão: Gráfica e Editora Rimi Ltda. R. Angelo Piva, 471 - Brotas - SP Fone (14) 3653-1520 [email protected] Só serão publicadas matérias que estiverem de acordo com a orientação doutrinária do Jornal. Os originais dos artigos que não forem publicados não serão devolvidos aos seus autores. Correspondência para este jornal enviar para: Av. Prefeito Luiz Liarte, 392 Centro - Jaú/SP - Cep 17211-360 [email protected] O Idealista Editorial Cronologicamente, avançamos no tempo, tecnologicamente atingimos patamar de elevado status, porem, não temos tido a interpretação correta desta evolução, pois os desvios das almas continuam a ocorrer em larga escala o que vem frustrando as esperanças do plano espiritual relativamente à evolução da moral em nosso orbe no sentido literal dos ensinamentos da fé. Muitas almas recebem compromissos espirituais como títulos conferidos a médicos sem amor ao trabalho de curar, ou como advogados sem qualquer espécie de devotamento ao direito. Estimam os interesses imediatos, requisitam as honrarias humanas e, terminada a existência transitória, se encontram em doloroso fracasso da consciência, pois comumente, criam o mundo que lhes é peculiar e esperam furtar-se à lei de testemunho próprio, no campo das virtudes edificantes. Acostumadas à fácil aquisição de vantagens convencionais ao mundo material, pretendem resolver, depois da perda do corpo físico, os problemas espirituais pelo mesmo processo, e, encontrando tão somente a Lei, que manda conceder a cada um segundo suas obras, não raro agravam a situação, internando-se no escuro país do desespero. O Espiritismo redentor, tem por finalidade abrir os olhos a quem quer ver e ouvidos a quem quer ouvir, sem preferências de qualquer natureza, basta vontade sincera e raciocino lógico para o estudo. Boa leitura Flores São Melhores Que Pedras Após reunião, em respeitável instituição religiosa, alguns colaboradores desfilavam “adjetivos” sobre a pessoa de um dos dirigentes da entidade. Bauru - SP Inflexível – diziam alguns. Prepotente, mesquinho e maldoso – acrescentavam outros. No meio daquele arsenal de impropérios, surge uma voz pacificadora para serenar os ânimos exaltados: - Meus amigos, nosso irmão passa por problemas, dificuldades inúmeras assolam sua alma, melhor que o acusarmos, é elevarmos nosso pensamento em oração e pedirmos por esse amigo. Despertos pela elucidação do colega, envergonhados pela atitude depreciativa de momentos antes, todos olharam-se e colocaram-se em sentida prece. Uma palavra prudente e amorosa têm o poder de apaziguar iniciativas destrutivas. A critica ferina, é antes de tudo improdutiva, não resolve os problemas, e cria uma atmosfera de antipatia que tende a maximizar animosidades e desentendimentos. Ao invés de recriminar, apóie. Ao invés de apedrejar com acusações, que machucam, ofereça a perfumada flor da compreensão. Quando perceber que for cair na tentação da maledicência, espere mais um pouco e busque apoio em um livro com páginas edificantes. Quando estiver em grupo e perceber que o rumo da conversa versara sobre a vida alheia, seja antes de mais nada a palavra que refresca, ressalte os pontos positivos daquela pessoa, e coloque um ponto final no assunto. O mundo precisa de trabalho, amor, fraternidade, cooperação e não de intrigas, inveja, acusações... Para quê amargar a existência com comentários maldosos sobre a vida alheia? Para quê utilizar a fofoca para insuflar mágoa no coração das pessoas? No jardim da vida é melhor ofertarmos flores de bondade do que pedras de maldade! Wellington Rocha Balbo Página 03 O Idealista Divergências de opinião Mesmo que façamos parte de grupos afins, sempre haverá discordância em relação a ideias e pontos de vista Humberto Pazian Ninguém é exatamente igual à outra pessoa; mesmo os gênios geneticamente mais próximos possível não são a mesma pessoa. Mesmo quando a clonagem humana for viável (se é que um dia o será) e os corpos forem tão semelhantes que nenhum aparelho científico, por mais sofisticado que seja, possa achar alguma dessemelhança, afirmamos: não serão iguais! E por que tanta convicção? Pelo fato de que todo corpo humano é habitado, ou melhor, utilizado por um só espírito, e os espíritos são diferentes entre si. Até a romântica história das almas gêmeas pode ser entendida como almas que muito têm em comum, que se realizam pela simples presença e grande afinidade espiritual, mas não que sejam idênticas. Segundo esse raciocínio, podemos deduzir que mesmo que façamos parte de grupos afins, mesmo que haja muita harmonia entre as pessoas desses grupos poderá haver (e com certeza, sempre haverá) discordância em relação às diversas observações da realidade. Esses grupos podem ser as famílias, as empresas onde trabalhamos, o País em que vivemos e, também, a religião que abraçamos. Toda religião tem, em suas bases, conceitos e preceitos que, de certa forma, direcionam todo o corpo doutrinário. Nesse caso, como não poderia ser diferente, incluímos o Espiritismo. Muitos conhecem o que chamamos de livros básicos da doutrina, compilados por Allan Kardec, e não poucas vezes os lemos e os utilizamos nas nossas reflexões e na solidificação de nossos argumentos. Como o conhecimento da doutrina está disponível a todas as pessoas e nada há ocultado ou restrito a grupos iniciáticos, pensamos erroneamente, algumas vezes, que todos deveríamos ter a mesma interpretação e as mesmas opiniões sobre o assunto, esquecendo de que não somos iguais em conhecimento e entendimento. Quem é que detém a verdade? Quem tem nas suas interpretações isenção de erros? Cada um de nós tem um jeito todo especial, todo próprio de ver e sentir a vida e inserida nela está a religião que abraçamos. As divergências exaltadas entre irmãos de um mesmo credo, quando observado com ponderação, assemelham-se as infatigáveis e inúteis disputas infantis. A base da doutrina deve, sem nenhuma dúvida, ser sempre protegida e preservada por todos aqueles que se sintam nesse direito, mas há que se observar como lhes são atribuídos esse direito e se em nome dessa preservação não seja manchado com palavras ríspidas ou atos ferinos o ideal de amor que se quer preservar. Cada um de nós é dono e responsável pelo seu destino, e a liberdade de expressão e livrearbítrio devem ser reconhecidos e exercitados por todos. Teremos sempre o direito e a oportunidade de na hora certa, manifestarmos nossa opinião, lembrando que temos que encará-la sempre como “nossa” opinião e não a verdade absoluta. Fonte: Revista Cristã de Espiritismo – Ano X – Ed,083 Joanna de Ângelis Responde: Livro: Joanna de Ângelis Responde - Psicografia: Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Pergunta 9 – É muito frequente aquele que foi beneficiado esquecer-se rapidamente do benefício recebido. Como conviver com a ingratidão? O bem que se faz a alguém é luz que se acende interiormente. Gostarias, sim, de recolher gratidão, amizade, compreensão... Todos nós gostaríamos de experimentar os pomos da gratidão. A árvore, porém, não pergunta a quem lhe colhe o fruto para onde o carrega, que pretende dele. Felicita-se por poder dar e se multiplicar através da semente que, atirada alhures, abençoa o novo solo com outras dádivas de alegria. Imita-lhe o exemplo. Teus frutos bons, que produzam bons frutos além... ********* A ti a alegria de fazer, doar, e nunca a idéia de colher reconhecimento ou gratidão. Gratidão pode ser, também, pagamento. Seja grato o teu coração, mas não esperes pelo reconhecimento de ninguém... Resposta – Não digas, quando a ingratidão te bater à porta: “Nunca mais ajudarei a ninguém!” Não exclames, quando a impiedade dos teus beneficiários chegar ao reduto do teu lar: “Para mim, chega!” Não reclames, quando a soberba dos teus pupilos queimar tuas mãos generosas com as brasas da maldade que carregam consigo: “E eu que tudo lhes dei!” Não sofras, dizendo, quando o azorrague daqueles a quem amas te ferir o devotamento: “Arrependo-me de ter ajudado!” Não retribuas mal por mal, pois que, assim, vitalizarás o próprio mal. Página 04 O Idealista O Socorro Valentim Antonio Rodrigues Jaú - SP Muitas vezes, o caminhante da senda, se vê na contingência de rogar o auxílio do “mais-alto” para poder transpor as dificuldades do caminho. Nessas ocasiões, muito frequentemente, os Mestres Cósmicos ou os Mentores o socorrem através de outro caminhante da senda, colocado em seu caminho como instrumento de Deus. Essas situações costumam se repetir com muita frequência durante a grande caminhada evolutiva. Há ocasiões em que o socorrista enviado por Deus, que pode aparecer repetidas vezes em socorro do viajante, é, ou pode parecer, apenas mais um outro homem, e talvez o seja verdadeiramente, mas, naquele momento, ele é um enviado de Deus, um escolhido para prestar o socorro necessário. Ocorre que nem sempre compreendemos, na sua totalidade, a espécie de socorro que estamos recebendo. A nossa inexperiência não permite que façamos uma avaliação correta da interferência desses abnegados companheiros de jornada. Quase sempre, o socorro que recebemos desses irmãos está envolvido por parábolas e conceitos que temos dificuldades em assimilar. É necessário que seja assim, pois o socorro que recebemos não pode substituir nosso livre arbítrio, nossa iniciativa, nossa criatividade. Nós é que temos que vivenciar as experiências necessárias ao nosso progresso evolutivo. Dessa forma, tendemos a nos magoar com os auxiliares enviados por Deus em nosso socorro. Gostaríamos que eles fossem mais claros, que nos tomassem ao colo e transpusessem os obstáculos por nós. Inúmeras vezes, interpretamos erroneamente uma mensagem porque nós a adaptamos de acordo com nossos velhos e arcaicos conceitos de vida. Outras ocasiões, a palavra do humilde servo, transformado em mensageiro, deveria servir de prova (e quase sempre é) para estimular o exercício das virtudes que deveríamos estar desenvolvendo. Então, como crianças mimadas, com nosso velho e costumeiro melindre, nos alheamos, ou nos revoltamos contra aqueles que sempre nos serviram de amparo, de arrimo, de servidores. Não desenvolvemos ainda a capacidade de entendimento, de discernimento para agir de outra forma, mas pode ser também que estejamos deixando o orgulho, a soberba, a vaidade e os melindres tomarem conta do nosso comportamento. Então podemos nos desligar e, por essa atitude, por essa alienação, deixar de receber a atenção dos enviados de Deus em nosso socorro. As dificuldades da vida são muito frequentes em uma reencarnação. Podemos necessitar, repetidamente, do socorro dos Mestres, mas nossa postura perante a vida pode nos impedir de recebermos o socorro necessitado, pois, pelos nossos melindres, pela nossa falta de caridade, pela nossa incompreensão, pela nossa intolerância, não conseguimos nos livrar das vibrações negativas que nós mesmos criamos, e que nós mesmos devemos eliminar ou transmutar. Seria necessário um grande esforço da nossa vontade, do exercício da humildade para retornarmos ao verdadeiro caminho da Luz Divina. Seria conveniente retornarmos alguns passos e fazermos uma revisão da nossa postura perante os nossos companheiros da senda, para compreendermos as fragilidades do ser humano, mesmo aqueles guindados á condição de servidores, e que perdoássemos as pequenas fraquezas de cada um. Seria um ótimo exercício de humildade e de fraternidade. Pense nisso... Um gesto de caridade, Na dor de momento incerto, Recorda a bênção do orvalho Amenizando o deserto. Eugênio Rubião Página 05 O Idealista Habitue-se à serenidade e à fortaleza, nos círculos da luta humana; sem essas conquistas, dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores. • Ajude Sempre • Em Favor de Você Mesmo Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis. ****** Ajude sem exigência para que outro o auxilie, sem reclamações. ****** Não encarcere o vizinho no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão livremente quanto você. ****** Guarde cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras. ****** Refira-se a você o menos possível; colabore fraternalmente nas alegrias do próximo. ****** Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que ouve. ****** Deixe ao irmão a autoria das boas idéias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus. ****** Interprete o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros. ****** Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus. ****** Se você considerar excessivamente as críticas do inferior, suporte sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou. ****** Seja útil em qualquer lugar, mas não guarde a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu. ****** Defrontado pelo erro, corrija-o primeiramente em você e, em seguida, nos outros, sem violência e sem ódio. ****** Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação examine-a, com um sorriso silencioso, estude-lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida. ****** Ampare fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormentase e sofre. Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume. ****** Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se. ****** No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis. ****** Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio. ****** Não adote a incerteza perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa. ****** Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade. ****** Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dêlhe adubo. ****** Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante. ****** Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra. ****** É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado. •Realmente A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nosá a resistência, se soubermos recebê-la. ****** A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la. ****** A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender. ****** A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso. ****** O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade. ****** O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor. ****** A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora. ****** O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação. ****** A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem. ****** O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade. Página 06 O Idealista O Idealista Página 07 Página 08 O Idealista Da Renúncia: A Única Dádiva Irmão X Livro: Idéias e Ilustrações – Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Consta-se que Simão Pedro estava cansado, depois de vinte dias junto do povo. Banhara ferimentos, alimentara mulheres e crianças esquálidas, e, em vez de receber a aprovação do povo, recolhia insultos velados, aqui e ali... Após três semanas consecutivas de luta, fatigara-se e preferira isolarse entre alcaparreiras amigas. Por isso mesmo, no crepúsculo anilado, estava, ele só, diante das águas, a refletir... Aproxima-se alguém, contudo... Por mais busque esconderse, sente-se procurado. É o próprio Cristo. - Que fazeis, Pedro? – diz-lhe o Senhor. - Penso, Mestre. E o diálogo prolongou-se. - Estás triste? - Muito triste. - Por quê? - Chamam-me ladrão. - Mas se a consciência te não acusa, que tem isso? - Sinto-me desditoso: Em nome do amor que me ensinas, alivio os enfermos e ajudo aos necessitados. Entretanto, injuriam-me. Dizem por aí que furto, que exploro a confiança do povo... Ainda ontem, distribuía os velhos mantos que nos foram cedidos pela casa de Carpo, entre os doentes chegados de Jope. Alegou alguém, inconsideradamente, que surru- Desgraças Morais Carlo Augusto Sobrinho Diante do mais recente acontecimento que chocou toda a sociedade, onde um jovem entrou numa escola ceifando vidas, inclusive a sua própria, nós que possuímos certo conhecimento dos ensinos de Jesus, o Cristo de Deus, devemos não julgar para não sermos julgados (1), pois, aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra (2) .. Nada justifica uma ação violenta, devemos sempre pagar o mal que recebemos com o bem, isto é da lei. Porém, precisamos reaver nossas atitudes em face da vida, repensar a maneira pela qual estamos educando nossas crianças para que elas no futuro não sejam multiplicadores da violência. Temos que fazer valer a máxima evangélica que diz: “fazer ao próximo o que gostaríamos o que ele nos fizesse”. Se usássemos deste preceito diminuiríamos as causas de muitas desgraças morais, sociais... Somos todos regidos por leis, todo o universo está encadeado e uma dessas leis é a de Causa e Efeito - Ação e Reação. Toda e qualquer atitude que praticamos gera uma conseqüência a qual cedo ou tarde, estaremos submetidos. Analisando o episódio citado acima à luz da Doutrina Espírita, que nos esclarece e consola, podemos concluir que houve um acerto coletivo com a Lei Divina, onde almas comprometidas expurgaram suas mazelas, quitando seus débitos pretéritos. Até mesmo os familiares que padecem a dor da ausência do ente querido, estão também envol- piei a maior parte. Estou exausto, Mestre. Vinte dias de multidão pesam muito mais que vinte anos de serviço na barca. - Pedro, que deste aos necessitados nestes últimos vintes dias? - Moedas, túnicas, mantos, ungüentos, trigo, peixe... - De onde chegaram as moedas? - Das mãos de Joana, a mulher de Cusa. - As “túnicas”? - Da casa de Zobalan, o curtidor. - Os mantos? - Da residência de Carpo, o romano que decidiu amparar-nos. - Os ungüentos? - Do lar de Zebebeu, que os fabrica. - O trigo? - Da seara de Zaqueu, que se lembra de nós. - E os peixes? - Da nossa pesca. - Então, Pedro? - Que devo entender, Senhor? - Que apenas entregamos aquilo que nos foi ofertado para distribuirmos, em favor dos que necessitam. A Divina Bondade conjuga as circunstâncias e confia-nos de um modo ou de outro os elementos que devamos movimentar nas obras do bem... Disseste servir em nome do amor... - Sim, Mestre... - Recorda, então, que o amor não relaciona calúnias, nem conta sarcasmos. O discípulo, entremostrando súbita renovação mental, não respondeu. Jesus abraçou-o e disse: - Pedro, todos os bens da vida podem ser transmitidos de sítio a sítio e de mão em mão... Ninguém pode dar, em essência, esse ou aquele patrimônio do mundo, senão o próprio Criador, que nos empresta os recursos por Ele gerados na Criação... E, se algo podemos dar de nós, o amor é a única dádiva que podemos fazer, sofrendo e renunciando por amor... O apóstolo compreendeu e beijou as mãos que o tocavam de leve. Em seguida, puseram-se ambos a falar alegremente sobre as tarefas esperadas para o dia seguinte. vidos na trama, cada qual com sua parcela de comprometimento. O que nos parece uma crueldade não passa de uma reparação em conjunto determinado pelas próprias consciências culpadas que necessitam de um choque doloroso para se sentirem livres do caminho equivocado escolhido outrora. Somos responsáveis uns pelos outros, por isso, precisamos, principalmente nas horas amargas, orar pelos sofredores, assim como nos ensinou o Mestre, pois não são os sadios que necessitam de médicos e sim os doentes. Devemos pedir a Jesus que ampare e fortaleça os caídos no lamaçal do desacerto, visto que, agindo dessa forma estaremos prestando solidariedade, auxiliando fraternalmente aos nossos irmãos de jornada. Se mantivermos os nossos olhos fixados somente no mundo mate- rial, onde tudo é temporário, com certeza arderemos em febre, contaminando a nossa mente com pensamentos de ódio, de revolta, que fará germinar em nós a semente da maldade, da vingança... Mas, se elevarmos o olhar adiante e vislumbrarmos a vida espiritual, onde tudo é imperecível, tudo fará mais sentido, já que entenderemos o real objetivo da vida, todos os porquês... Compreenderemos os desígnios do Criador e caminharemos fortalecidos, pois, teremos a consciência de que o nosso mergulho no corpo de carne é para efeito de reparação e evolução, que tudo segue uma lei traçada por um Pai de Justiça e Bondade que nos dá inúmeras oportunidades de progredirmos como espíritos imortais. 1 – Marcos, 7:1 e 2. 2 – João, 8:3 a 11. (E.S.E cap. X – item 11,12,13.) Página 09 O Idealista Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará E.S.E Cap. XXV Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? – Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? – Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é 1ógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, 7:7 a 11.) Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência. Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. Às necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização. Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral. (Vede: cap.IV, nº 17.) Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito. Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecerse e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI, nos 291 e seguintes.) Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho. Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Ajude-nos na divulgação da doutrina espírita. Anuncie aqui! Envie-nos suas sugestões e críticas. Página 10 O Idealista Fraternidade Martha Triandafelides Capelotto - Jaú/SP Desde que foi implantada a Lei do Amor em nosso orbe, não temos mais do que realizados simples arremedos de convivência fraterna. Como modificar um padrão de comportamento milenar e dar a outra face diante da ofensa, se enraizada em nós a Lei de Talião, ou seja, olho por olho e dente por dente? Como seguir a proposta de amor que adveio com a presença de Jesus na Terra e nos encararmos todos como irmãos? Como vencermos o orgulho que se sobrepõe a todas as recomendações evangélicas, impedindo o nosso crescimento espiritual? As diretrizes já foram dadas. Inegavelmente, o Evangelho Redentor aguarda, ainda, mãos operosas e trabalhadores dispostos. As lutas são acerbas, nós o sabemos, mas, nada é impossível quando acionamos a nossa vontade. Buscar o Reino de Deus é trabalho que começa no mundo íntimo. Primeiro, despojemo-nos de todo preconceito, buscando o conhecimento que nos abrirá as portas da compreensão e ampliará o nosso discernimento. Dilatada a nossa compreensão, igualmente o nosso coração abrir-se-á em amor. Pronto. Já conseguimos tomar o caminho que nos levará a um mundo de paz e felicidade. Vamos agora examinar a paisagem que se descortina à nossa frente e nos situarmos frente a essa expectativa de alegria espiritual. Diante da ignorância, levaremos o esclarecimento; no campo do sofrimento, ministraremos a consolação; aos que se perdem no mundo dos prazeres, ensinaremos a moderação; diante das trevas, acenderemos a luz; aos desalentados, levaremos o bom ânimo; onde o ódio estiver corroendo, exemplificaremos o amor, onde houver fome, dividiremos o pão; e, assim, infinitamente, trabalharemos no bem, atentos aos apelos do Senhor, que deposita em nós a esperança de dias que serão mais felizes. Todos nós trazemos as sementes da fraternidade pura, mas, nem sempre elas nascerão no tempo apropriado. Façamos tudo o Grande Comoção que já somos capazes de realizar em prol do nosso próximo e as bênçãos se multiplicarão. Mesmo quando surgirem os percalços, tão naturais na rota de todos aqueles que desejam realizar o bem, ainda assim, sejamos persistentes, pois certamente a força de Deus virá ao nosso encalço. Numa das obras básicas da Doutrina dos Espíritos, intitulada “Obras Póstumas” temos uma lição belíssima a respeito de fraternidade que diz assim: “A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. É, por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: “Proceder para com os outros, como quereríamos que os outros procedessem para conosco.” O oposto do egoísmo. A fraternidade diz: “Um por todos e todos por um”. O egoísmo diz: “Cada um por si”. Assim, procuremos amar mais, dedicarmonos mais intensamente ao nosso próximo, pois só dessa maneira seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos do Cristo. Sempre se pode começar de novo Edson Tomazelli Jaú - SP Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. (Chico Xavier) Admirável frase dita pelo saudoso Chico. Um ser humano que verdadeiramente correspondeu à definição de Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, como Homem de Bem, aquele que se esforça para ser hoje, melhor do que foi ontem, e ama-nhã melhor do que hoje, lutando sempre contra as suas más inclinações. Dentre as inúmeras frases de efeito registradas por Chico Xavier, esta foi, talvez, a mais simbólica, justamente porque fala de um novo fim. Ora, mas o Espiritismo não ensina a imortalidade da alma? Como entender, então, que cada um pode começar agora e fazer um novo fim? Simples. Chico falava da “morte” do corpo carnal e não do Espírito que sempre permanece vivo, estendendo um oportuno convite à criatura huma-na para mudar o rumo da própria história de vida, como se estivesse, a cada momento, preparando-se para renascer além e após o túmulo, porque em verdade, todos são resultados do que se elabora, cultiva e realiza, em face de própria conduta durante a ex-pe- riência física. É aqui, como encarnados, que cada um trabalha e conduz o processo para a libertação, que ocorrerá através da morte física, pois esta é inevitável. Sempre se pode começar, pois a experiência da vida física e o conhecimento da imortalidade da alma são extraordinários meios para aprender, inclusive, a se desligar do corpo material com resignação e sabedoria, quando cada um conquistar o perfil do homem espiritualizado e livre das imposições da matéria. Morre-se ou desencarna-se conforme se vive, pois os pensamentos e atos são implacáveis construtores que se res-ponsabilizam pelo desfecho final que liberta o Espírito do corpo, como resultado do processo vivido e mantido enquanto encarnado. A vida que se leva é a vida que cada um aqui leva enquanto na indumentária carnal, adiantou-nos o Espírito de Joanna de Angelis , porque a criatura humana está sempre a semear e a colher dentro de um fatalismo de que não se pode evadir, por-quanto esse “fatalismo” constitui o meio salutar e único para o desenvolvimento de todos os valores que se lhe encontram ínsitos. A morte e o renascimento são processos que se completam, por fazerem parte do mesmo fenômeno da vida, porque o Espírito é o determinante da própria existência iluminativa, tudo quanto elabora mentalmente se transforma ou não em ação, constituindo-lhe patrimônio pessoal. Para se começar de novo e construir um novo fim, é preciso ter uma visão mais clara e precisa da vida futura, sem os resquícios mitológicos e preconceituosos, cuidando essencialmente para se tenha uma vida corporal mais proveitosa e consciente, permitindo um desenlace saudável do corpo material, mantendo a continuidade e as-censão do Espírito, porque se queira ou não, todos estão fadados à glória do infinito através da imortalidade e o caminho da ascensão para todos nós, Filhos de Deus, é o mesmo, apenas muda-se a maneira de caminhar, pois cada um tem o seu passo, seu ritmo, sua história. Embora não se pode voltar atrás, o passado de cada um está arquivado como experiência intransferível e eterna; não há como “matar” o passado, porém, pode-se construir um novo futuro em busca do encontro com Deus. Não há como extinguir o que aconteceu, todavia, podemos mudar o que vai acontecer, como disse o Chico. Página 11 O Idealista A mensagem do Cristo chega de vários modos Orson Peter Carrara Matão - SP A transcrição é parcial. O texto é simplesmente maravilhoso. Pela impossibilidade de transcrição integral, destaco pequenos trechos. Após a introdução que situa a maneira como chegou para os diversos personagens apresentados pelo Evangelho e registrados pela história dos contemporâneos do Mestre, o autor destaca: “(...) A mensagem do Cristo continua chegando às diversas seitas que se dizem cristãs, mas permanecem sem o Cristo... A mensagem do Cristo chega – nos tempos hodiernos – por meio da Veneranda Doutrina dos Espíritos desfraldando a bandeira da Fraternidade, da Caridade e do Conhecimento da Verdade, e é vilipendiada por muitos que até se dizem cristãos e negligenciada por outros tantos que se dizem espíritas... (...) chegou para os corações amorosos e compassivos de Madre Tereza de Calcutá, de Irmã Dulce, de Francisco Cândido Xavier e se reverteu em bênçãos para toda a humanidade em expansões de amor incondicional aos filhos do calvário... Tão altissonantes são essas mensagens que, passados dois mil anos, constituem e sempre constituirão o roteiro luminoso da emancipação espiritual, o marco maior da misericórdia do Pai para com a Humanidade... Os tempos são chegados. Urge não malbaratar a oportunidade de ascensão espiritual.(...)” A introdução que antecede o texto acima, citando Paulo de Tarso, Maria, Judas, Marta, Nicodemos, entre outros citados coletivamente, falam das oportunidades aproveitadas ou desprezadas, com grande beleza de raciocínio. Porém, o autor conclui com mensagem do Espírito Francisco de Paula Vitor, extraída do livro Quem é o Cristo?,na psicografia de Raul Teixeira, em seu capítulo 11, do qual transcrevemos também parcialmente: “(...) O homem do mundo está sempre correndo em busca do que vai comer ou beber e, se já o conseguiu, corre, agora, por conta da viagem, dos negócios, da atividade social. Desgasta-se, esfalfa-se, desgosta-se, e culpa a Vida por ser como é e por estar como está... A mensagem do Cristo chega para nós de diversos modos, cabendo-nos achar um jeito de determos um pouco a nossa excitação em torno de muitos nadas, buscando acrescentar conhecimentos no intelecto e harmonias e paz nos sentimentos. (...) No lar de Betânia, observando a boa, mas inquieta amiga, e percebendo toda a ansiedade que se lhe irrompia do íntimo, falou-lhe com suavidade, mas com a firmeza que a verdade exige: “Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Contudo, pouco se faz necessário, ou mesmo uma coisa só: Maria escolheu, pois, a melhor parte, e essa não lhe será tirada”. A pobre Marta se dá conta, titubeia, algo estonteada pela constatação de que sequer estava aproveitando a visita de tão importante e bom Amigo... e se acerca para ouvir também. Jesus Cristo é esse Amigo que nos visita o lar interno, trazendo-nos blandiciosas lições de Vida feliz e plena, esperando tão--só que Lhe ofereçamos um pouco de atenção, a fim de que esses filetes de ouro de sabedoria e sentimento, de que Se faz portador, penetre o nosso ser, como a parte melhor que nos impulsiona para a luz do Altíssimo”. O texto tem o mesmo título que usamos na presente abordagem. É o capítulo 92 do suave livro Visão Espírita do Evangelho, do lúcido amigo Rogério Coelho. O livro é de grande suavidade, pois que comenta trechos do Evangelho com grande sabedoria, em capítulos compactos, justamente aqueles que nos fazem meditar... Não deixe de conhecer a obra e divulgar. Nesses tempos de tormenta moral, ele significa a paz que se procura. Página 12 O Idealista Suplemento do Departamento da Infância e Juventude - USE-Jaú Novembro/2011 Jesus já foi criança também! E se Jesus viesse me visitar? E se Jesus viesse me visitar? Essa é a pergunta do trabalho de religião... E vale dois pontos na média, vou ter que fazer... O que será que Jesus pensa de mim? Acho que ele me conhece, então eu começaria dizendo - pra impressionar - que sei que sou um Espírito que encarnou em um corpo físico para aprender e evoluir e que escolhi os meus pais antes de reencarnar. Diria também que estou me esforçando para desenvolver aquelas qualidades que Jesus falou quando esteve por aqui, há mais de dois mil anos: caridade, amor, respeito, perdão, paciência... Sei que sou um bom aluno, estudo e obedeço aos professores. Mas será que eu terei que mostrar meu quarto? Acho que ele não vai ligar pra bagunça, mas com certeza não vai aprovar os jogos de guerra no micro... Será que ele vai querer ver meu boletim? E se ele me fizer perguntas? Perguntar sobre as brigas com minha irmã? Então terei que contar que, às vezes, tenho pouca paciência com ela e que sou eu que começo, muitas vezes, a confusão... E sobre os meus amigos? O que dizer a Jesus? Tenho muitos amigos e costumo tratar todos eles muito bem. Quase não brigamos e não costumo fazer fofoca, no máximo passo adiante uma ou outra novidade mais apimentada... Mas e sobre aqueles meninos da outra turma que eu não gosto, o que vou dizer? Tenho que pensar a respeito. Vou dizer que sou um cara honesto: não roubo, não minto e peço licença para pegar coisas emprestadas. Nem colar na escola eu colo, pois acho que é sempre melhor dizer a verdade. E quanto aos meus pais? Obedeço a eles, sim, embora reclame sempre para tomar banho, ajudar a secar a louça e arrumar a cama... Faço preces, e agradeço tudo o que tenho: família, escola, amigos, casa pra morar, roupas, brinquedos. Mas acho que vou prometer que quando meu pai disser: "Desligue o micro" vou desligar naquele momento e não meia hora depois. E se ele perguntar se costumo pensar nas conseqüências das minhas atitudes? Na maioria das vezes penso, sim, pois conheço a lei de causa e efeito, a lei de reencarnação, e também a lei de amor ao próximo e a Deus. Erro às vezes, é verdade, mas acho que tenho me esforçado para aproveitar esta existência para aprender bons valores e ser um cara legal. É, Deus foi bondoso nos enviando Jesus, que é nosso irmão mais velho, para nos mostrar o caminho do bem... Vou dizer isso a Jesus também. E agradecer por ele ter encarnado na Terra para nos ensinar a amar e evoluir. Acho que também vou pedir que Jesus me ajude a seguir o caminho do bem, e a ser mais ligado ao meu Espírito protetor, para que ele possa me intuir no bom caminho. Será que poderei dar um abraço apertado nele para agradecer a visita? E você, já pensou o que diria se Jesus viesse lhe visitar? www.searadomestre.com.br Cinco palavras muito usadas no Natal estão escondidas nesta bola de Natal. Procure-as e marque-as. Se você pudesse dar um presente para todas as crianças do mundo, o que daria? Desenhe e pinte sua resposta aqui com canetinhas coloridas: Suplemento do Departamento da Infância e Juventude - USE-Jaú Novembro/2011 A ovelhinha, que tudo ouvia em silêncio, e que de olhar sonhador observava através da porta, o céu de um azul profundo e limpo, recamado de estrelas, suspirou e disse com sua voz meiga: - Concordo que todos têm sua parcela de razão. Também eu não estou livre de maus tratos, embora colabore sempre com a minha lã para que o homem confeccione agasalhos com que se protege do frio. Mas sabem o que ouvi dizer outro dia? Que é aguardado um Messias com toda ansiedade. Dizem que ele virá do céu para amar os homens na Terra, e para conduzi-los ao regaço de Nosso Pai. E os animais, atentos e curiosos, sentindo uma esperança nova, pediam-lhe a uma só voz: - O que mais dizem desse Messias enviado por Deus? Conte-nos... conte-nos... E a ovelhinha, orgulhosa das suas informações, prosseguia: Exemplo de Humildade - Dizem também que ele dará a cada um segundo suas próprias obras. Por isso, tenhamos confiança em Deus que nunca nos desampara. Há muito, muito tempo atrás, numa humilde e pequena estrebaria, alguns animais conversavam, trocando idéias sobre suas vidas. Mais reconfortados e confiantes, os animais naquela noite sonharam com o Messias, que cada um imaginava conforme seus gostos e necessidades, e que seria o Salvador do Mundo. E o boi, muito manso, dizia com sua voz grave e pacienciosa: - Tudo o que fazemos é trabalhar de sol a sol. Puxo o arado revolvendo a terra para a semeadura, e conduzo a carroça com tranqüilidade e alegria executando meu trabalho sem reclamar. O senhor pode contar comigo, que estou sempre firme no serviço, mas jamais recebi uma única palavra de encorajamento. No dia seguinte viram que se aproximava, vindo pela estrada, um homem que conduzia um burrico, carregando uma jovem de belo e doce semblante. Como não tivessem conseguido alojamento para passarem a noite, contentaram-se com aquela humilde estrebaria. O cavalo, que ruminava num canto, concordou balançando a cabeça: Pareciam exaustos da longa viagem e a jovem aguardava um filho para breve. - Também tenho dado o melhor de mim, levando o senhor para todo lado, caminhando grandes distâncias sob o sol abrasador, a chuva fria ou o frio inclemente. Mas, tenho recebido apenas o chicote no lombo como paga pelos meus serviços. Com espanto, os animais viram o homem ajeitar as palhas, improvisando um leito para a jovem. Algumas horas depois nascia um lindo bebê, sob as vistas carinhosas e atentas dos animais. O burrico levantou a cabeça, tristonho, e suspirou: - Tenho carregado cargas muito pesadas e nunca reclamei, nem me recusei a cumprir minhas tarefas, todavia nunca recebi uma ração extra em agradecimento pelos meus esforços. A vaca, que amamentava seu bezerrinho recém-nascido, ergueu os olhos grandes e úmidos e comentou: - Também eu tenho sentido na pele a ingratidão do homem. Não contente em tirar-me o leite com que alimenta seus filhos, não raro desagrega nossa família, matando-nos por prazer para alimentar-se de nossas carnes, utilizando-nos a pele para a confecção de calçados e roupas. No céu uma grande estrela surgira, prenunciando um acontecimento incomum, e, rodeando a manjedoura, transformada em improvisado berço para o recém-nascido, os animais sentiram-se compensados por todo o sofrimento das suas vidas, conscientes da grande importância daquele acontecimento. E, na paz e quietude do ambiente singelo, reconheceram naquela criança o Messias, o Cristo de Deus, que nascera na Terra para ensinar o Amor, mas que preferira como testemunhas mudas do seu nascimento, não os homens, mas os humildes, laboriosos e dóceis animais da criação. Tia Célia - Célia Xavier Camargo Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
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