Inovação - AIMinho
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Inovação - AIMinho
CADERNOS TÉCNICOS • Inovação AIMinho Associação Industrial do Minho CADERNOS TÉCNICOS • Inovação AIMinho Associação Industrial do Minho caderno técnico · Inovação 2 ÍNDICE 1. Introdução ao conceito de inovação, sistema de inovação e processo de inovação Parte I – Conceito de inovação, sistema de inovação e processo de inovação 1. Conceito de inovação.................................................................................................4 2. Sistema de inovação ..................................................................................................5 3. Processo de inovação ..............................................................................................10 Parte II – Apoio ao fomento da inovação empresarial na região do Minho 1. Objectivos .................................................................................................................13 2. Actividades ...............................................................................................................13 3. Principais resultados................................................................................................14 2. Inovação nos produtos, processos e organizações Parte I – Visão geral da inovação 1. Risco de inovar .........................................................................................................17 2. Risco de não inovar..................................................................................................17 3. Motivações para inovar............................................................................................17 Parte II – Caracterização geral da inovação 1. Tipos de inovação ....................................................................................................18 2. Natureza da inovação ..............................................................................................18 3. Classes da inovação .................................................................................................18 4. Exemplos..................................................................................................................18 3. Gestão da inovação 1. Como gerar ideias....................................................................................................20 2. Fazes do processo de inovação ..............................................................................26 3. Inovação nas empresas...........................................................................................26 4. Inovação e qualidade 1. Inovação e qualidade – considerações gerais ........................................................30 2. Inovação baseada em processos.............................................................................33 3. Inovação centrada nos clientes ...............................................................................35 4. Inovação suportada pelos colaboradores...............................................................37 5. Inovação inspirada noutras organizações ..............................................................39 1. Introdução ao conceito de inovação, sistema de inovação e processo de inovação PARTE I INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE INOVAÇÃO, SISTEMA DE INOVAÇÃO E PROCESSO DE INOVAÇÃO 1. Conceito de inovação 2. Sistema de inovação 3. Processo de inovação PARTE II APOIO AO FOMENTO DA INOVAÇÃO EMPRESARIAL NA REGIÃO DO MINHO 1. Objectivos 2. Actividades 3. Principais resultados caderno técnico · Inovação 3 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE INOVAÇÃO, SISTEMA DE INOVAÇÃO E PROCESSO DE INOVAÇÃO caderno técnico · Inovação 4 Inovação é: . Algo de “revolucionário” que pelas suas características/atributos torna obsoletas as soluções anteriormente existentes. INOVAÇÃO é sinónimo de produzir, assimilar e explorar com êxito a novidade, nos domínios económico e social. . Introdução de novos processos, conceitos ou produtos, que melhor satisfaçam os clientes (externos ou internos). . Identificação permanente de novas necessidades, possuindo simultaneamente a capacidade para a sua materialização, quer sejam produtos ou métodos. . Todo o novo procedimento / mecanismo capaz de aumentar a eficácia de processos já existentes ou processos completamente novos. . Todo o processo que mobilize a organização numa transformação quantitativa, que produzirá resultados visíveis de efeitos benéficos. . Movimento gerador de ideias que levem à criação, de forma gradual ou radical, de “coisas” novas, como novos produtos, processos ou negócios. 1. Inovar é assim: . renovar e alargar a gama de produtos e serviços e dos mercados associados; . criar novos métodos de produção, de aprovisionamento e de distribuição; . introduzir alterações na gestão, na organização do trabalho e nas condições de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Livro Verde sobre a Inovação, Comissão Europeia, 1996 Conceito de inovação | NATUREZA DA INOVAÇÃO INCREMENTAL DISTINTIVA REVOLUCIONÁRIA PRODUTO Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos tra. PROCESSO PROCEDIMENTO/ MÉTODO Tipicamente as empresas evoluem no mapa da inovação da direita para a esquerda e de cima para baixo. Adriano Freire, 1997 INCREMENTAL DISTINTIVA REVOLUCIONÁRIA PRODUTO Desenvolvimento PROCESSO Gestão da qualidade total Investigação Reengenharia PROCEDIMENTO/ MÉTODO Cada via de inovação tem um posicionamento distinto. Adriano Freire, 1997 Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos tra. Sistema de inovação 5 caderno técnico · Inovação 2. Fornecedores de Equipamento Fornecedores de Materiais Empresas Parceiras Auditores e Consultores Recursos Humanos Empresas Concorrentes Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira Ciências e Tecnologia EMPRESA Investidores Legisladores Mercado Profissional Mercado Clientes Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Sistema de inovação caderno técnico · Inovação 6 Recursos Humanos novas tecnologias e processos fornecedores de equipamento novas ideias, modernização Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Recursos Humanos materiais fornecedores de materiais requisitos (materiais e logísticos) Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. caderno técnico · Inovação 7 Recursos Humanos recursos humanos mercado profissional oportunidades de carreira Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Recursos Humanos novas ideias, soluções ciência & tecnologia problemas, intenções Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. caderno técnico · Inovação 8 Recursos Humanos empresas parceiras aproveitamento de oportunidades conjuntas Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Recursos Humanos materiais fornecedores de materiais requisitos (materiais e logísticos) Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. caderno técnico · Inovação 9 Recursos Humanos soluções, recomendações consultores problemas, projectos Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Recursos Humanos empresas parceiras aproveitamento de oportunidades conjuntas Estrutura Produtiva Estrutura Comercial Estrutura Organizativa Estrutura Financeira EMPRESA 3. Processo de inovação caderno técnico · Inovação 10 OBSERVAÇÃO DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO OBSERVAÇÃO DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO FASE 1 . OBSERVAÇÃO . Análise das tecnologias, do mercado e do ambiente . Levantamento das necessidades / oportunidades de Inovação . Procura de possíveis soluções / desenvolvimento das ideias Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Processo de inovação OBSERVAÇÃO caderno técnico · Inovação DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA 11 FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO FASE 2 . DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA . Avaliação da posição estratégica . Formulação de estratégias . Definição de uma calendarização Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. OBSERVAÇÃO DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO FASE 3 . FINANCIAMENTO . Análise das tecnologias, do mercado e do ambiente . Levantamento das necessidades / oportunidades de Inovação . Procura de possíveis soluções / desenvolvimento das ideias Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Processo de inovação caderno técnico · Inovação 12 OBSERVAÇÃO DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO FASE 4 . IMPLEMENTAÇÃO . Planeamento da implementação . Organização da estrutura de gestão do(s) projecto(s) . Iniciação do(s) projecto(s) Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. OBSERVAÇÃO DEFINIÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. FINANCIAMENTO IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO FASE 5 . EXPLORAÇÃO . Tomada de decisões sobre os métodos de exploração . Obtenção de patentes (se aplicável) . Formalização de parcerias adequadas . Finalização de contratos Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho. 1. Objectivos 2. Actividades I) 1. Recolha de informações actualizadas sobre inovação na Região Caracterizar a situação actual no que respeita à inovação nas empresas na Região do Minho, tendo em atenção o: . contexto da Região e do País e a realidade internacional, em que se inserem; . posicionamento geral face à inovação. II) Sensibilizar as empresas da Região do Minho para questões essenciais ligadas à inovação, nomeadamente no que respeita a: . inovação nos produtos, processos e organizações; . gestão da inovação; . inovação e qualidade. Identificar, na Região do Minho, boas práticas no domínio da inovação empresarial, nomeadamente no que respeita a: 2. Realização de workshops: . Inovação nos Produtos, Processos e Organizações; . Gestão da Inovação; . Inovação e Qualidade. 3. Identificação e disseminação de casos de inovação de sucesso 4. Dinamização de parcerias empresariais focadas na Inovação 5. Disseminação boas práticas de inovação junto da comunidade empresarial da Região III) . geração de ideias inovadoras; . selecção de ideias inovadoras; . implementação de ideias inovadoras. IV) Disseminar, na Região do Minho, boas práticas no domínio da inovação empresarial, nomeadamente no que respeita a: . constituição de grupos de empresas com objectivos comuns no âmbito da inovação; . desenvolvimento de projectos de inovação com carácter demonstrativo. V) Disseminar, junto de toda a comunidade empresarial da Região do Minho, boas práticas no domínio da inovação empresarial, através da: . divulgação de informação sobre inovação empresarial na Região; . disponibilização de conteúdos electrónicos sobre inovação empresarial na Região. 3. Principais resultados 1. Desenvolver conhecimentos no domínio da gestão de inovação, nas empresas participantes; 2. Desenvolver referências de suporte ao fomento da inovação empresarial; 3. Dinamizar parcerias no domínio da inovação empresarial, através de actividades de grupo. 13 caderno técnico · Inovação 2. Apoio ao Fomento da Inovação Empresarial na Região do Minho 3. Principais resultados – Parcerias caderno técnico · Inovação 14 FORNECEDORES A SUA EMPRESA FORNECEDORES FORNECEDORES FORNECEDORES CLIENTES CLIENTES CLIENTES A SUA EMPRESA CLIENTES caderno técnico · Inovação 15 MERCADO COMUM – CONCORRENTES MERCADO CONCORRENTES A SUA EMPRESA CONCORRENTES FORNECEDORES MERCADO COMUM – NÃO CONCORRENTES MERCADO NÃO CONCORRENTES A SUA EMPRESA FORNECEDORES NÃO CONCORRENTES Inovação nos produtos, processos e organizações caderno técnico · Inovação 16 PARTE I VISÃO GERAL DA INOVAÇÃO . Risco de inovar . Risco de não inovar . Motivações para inovar PARTE II CARACTERIZAÇÃO GERAL DA INOVAÇÃO . Tipos de Inovação . Natureza da inovação . Classes da inovação . Exemplos Geral da Inovação 17 Riscos de inovar: Riscos de não inovar: . O produto não satisfazer as necessidades do cliente, não sendo por isso aceite pelo mercado ou sendo-o dificilmente; “As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.” Philip Kotler, especialista de marketing . A inovação implicar elevados investimentos que podem não ser rentabilizados ao longo do ciclo de vida do produto; “Nesta empresa você será despedido por não cometer erros.” Steven Ross, CEO da Time Warner . Verificar-se incapacidade para implantar a inovação; . A concorrência aproveitar a inovação, fazendo benchmarking e desenvolvendo rapidamente uma imitação de uma forma mais eficiente ou que ultrapasse a inovação inicial pela incorporação de alguns elementos distintivos; . Existir escassez de meios financeiros para tornar efectiva a ideia inovadora; . A obsolência dos produtos/serviços tornando-os desajustados do mercado; . A diminuição da rentabilidade, com a: - Redução do valor dos produtos/serviços; - Diminuição das receitas; . A perda de imagem da empresa e dos produtos; . Assumir um risco demasiado elevado que leve os financiadores do projecto a exigir uma remuneração superior, difícil de satisfazer; . A perda de competitividade (e.g. custos de produção superior); . Ser ultrapassado por parceiros quando a inovação é feita em parceria/risco de transferência de know-how; . A perda de oportunidades de negócio; . A empresa tornar-se dependente do novo produto; . Criar-se uma concentração excessiva de recursos e atenções no novo produto, em detrimento da qualidade e da comercialização dos produtos já existentes. . A perda de posição e quota de mercado; . Não acompanhamento dos padrões tecnológicos/ equipamentos e tecnologias obsoletos; . A redução do ciclo de vida expectável para o produto. Motivações para inovar: . . . . . . . . . . O aumento dos lucros/margens; A diversificação de produtos; A diferenciação de produtos; A satisfação das necessidades dos consumidores, nomeadamente as emergentes; A fidelização do cliente; A manutenção ou aumento da quota de mercado; A manutenção de uma posição estratégica no mercado; O aproveitamento de novas oportunidades de negócio; A criação de mercados; A personalização do serviço; . O reforço da capacidade competitiva no mercado (e.g. redução de custos de produção); . O aproveitamento de economias de escala; . O aproveitamento de sinergias (e.g. gama de produtos, tecnologias, estrutura comercial); . A melhoria da qualidade dos produtos; . A melhoria dos processos de fabrico; . A modernização tecnológica; . A minimização da erosão do negócio; . O reforço da imagem no mercado; . A protecção contra os ciclos económicos. caderno técnico · Inovação 1. Visão caderno técnico · Inovação 18 2. Caracterização Geral da Inovação Tipos de inovação | Exemplos . . . . . . . . . Inovação de conceito Inovação de processo Criação de marca Aperfeiçoamento gradual Reorganização tecnológica Reformulação Inovação de serviço Inovação de design Inovação de embalagem INOVAÇÃO DE CONCEITO Telefone celular Via verde INOVAÇÃO DE PROCESSO Banco 7 Shopping Direct CRIAÇÃO DE MARCA Jeep Visa APERFEIÇOAMENTO GRADUAL Normas ISO 9000 Escova de dentes REORGANIZAÇÃO TECNOLÓGICA Mimo TMN Iogurte c/ pedaços REFORMULAÇÃO Pilhas Duracell SKIP tablets INOVAÇÃO DE SERVIÇO Loja do Cidadão Linha Atlântico INOVAÇÃO DE DESIGN Vista Alegre Swatch INOVAÇÃO DE EMBALAGEM Coca-Cola Mateus Rosé INOVAÇÃO DE PRODUTO Walkman Tamagotchi INOVAÇÃO DE PROCESSO Código de barras Mimo TMN INOVAÇÃO DE PROCEDIMENTO Normas ISO 9000 Shopping Direct Classes da inovação . Incremental . Distintiva . Revolucionária Natureza da inovação . Inovação de produto . Inovação de processo . Inovação de procedimento INCREMENTAL PRODUTO Escova de dentes Pilhas Duracell SKIP tablets PROCESSO PROCEDIMENTO/ MÉTODO Normas ISO 9000 DISTINTIVA REVOLUCIONÁRIA Tamagoschi Coca-Cola Swatch Vista Alegre Escova de dentes Pilhas Duracell SKIP tablets Mimo TMN Banco 7 Código de barras Shopping Direct Via Verde Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. Texto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos traTexto simulado dições de trabalho, bem como nas qualificações dos tra. Texto simulado Texto simulado de trabalho, bem como nas qualificações dos trabalhadores. tra. Gestão da inovação 1. COMO GERAR IDEIAS 2. FASES DO PROCESSO DE INOVAÇÃO 3. INOVAÇÃO NAS EMPRESAS caderno técnico · Inovação 19 caderno técnico · Inovação 20 Gestão da inovação 1. Como gerar ideias | Diálogo interno Modo A | COMAND AND CONTROL Administração Faz isto! Sim, senhor. Resto Modo B | FACE OFF Administração Diga-me o que sabe fazer. Resto Diga-me o que quer. Modo C | COAH Administração That’s good let’s do it Here is an opportunity! Resto Como gerar ideias | Gestão do insucesso Como gerar ideias | Perigos da ignorância . Separar as ideias das pessoas - As ideias falham com frequência - As pessoas muitas vezes não falham . Gestão de topo – Sobrestimação do risco total – “Não podemos entrar nos negócios dos nossos clientes” – “Não devemos perturbar as relações com os nossos parceiros” – “Devemos concentrar-nos no mercado que conhecemos bem” . Reposicionar os bons colaboradores . A primeira ideia mal sucedida merece uma atenção especial – estabelece um referencial . O insucesso permite a aprendizagem PESSIMISMO GERADO PELO DESCONHECIMENTO . Gestão intermédia / projectos – Subestimação do risco específico – “….. E depois fazemos o desenvolvimento e estabelecemos uma parceria com a Microsoft” – “……e depois obtemos uma licença do governo Chinês” – “……e depois recrutaremos um gestor local, de grande competência” caderno técnico · Inovação 21 caderno técnico · Inovação 22 Como gerar ideias | Exemplos OPTIMISMO GERADO PELO DESCONHECIMENTO Exemplo 1 A Royal Ford Lincoln Mercury Co., empresa Canadiana com 50 empregados, implementou um sistema de qualidade total (TQM). Uma sugestão dos consultores foi desenvolvida brilhantemente pela empresa: 100 melhoramentos em 100 dias. Cada empregado tinha uma quota de duas ideias para melhoramentos que devia conceber e implementar. Foi afixado um quadro com o calendário de execução das várias ideias, uma por dia. No dia respectivo, o empregado autor da ideia em causa tinha de a implementar, colocando depois no quadro os custos (caso houvesse), os benefícios e os ganhos que a nova ideia implicara (se quantificáveis). Cada ideia podia custar até 25 dólares, sem necessidade de qualquer aprovação das despesas. O sistema gerou grande entusiasmo, um clima de discussão sobre melhoramentos, o aparecimento de ideias em resultado de outras já implementadas, e a associação entre alguns empregados das suas quotas de 25 dólares para implementação de ideias de maior custo. A empresa decidiu posteriormente expandir o conceito para os 365 dias do ano. Exemplo 2 A unidade fabril da Ford em Louisville (EUA ) desenhou e construiu a carrinha de mercadorias ligeira Ranger. Quando o gabinete de desenhadores terminou o projecto, os desenhos foram afixados nas paredes para os empregados analisarem e fazerem sugestões de alterações, escrevendo mesmo por cima dos desenhos. Receberamse 300 ideias, e várias foram implementadas durante os 3 meses seguintes. Uma ideia representativa das vantagens deste tipo de envolvimento de todos os quadros da empresa veio de um mecânico júnior: "Por que é que temos de apertar as porcas do fundo do chassis por baixo? Tenho de ficar numa fossa a segurar uma máquina de apertar pesada sobre a minha cabeça. Às vezes canso-me e deixo passar alguns chassis enquanto descanso. Não poderíamos virar o chassis ao contrário e apertar as porcas por cima?" Quando a ideia foi analisada, verificou-se que a resposta era a habitual: "sempre se apertaram as porcas assim", já ninguém se conseguia lembrar bem porquê. A alteração, que não teve custos, melhorou a eficiência e qualidade da linha, para além das condições de trabalho dos empregados. 23 caderno técnico · Inovação Como gerar ideias | Exemplos caderno técnico · Inovação 24 Como gerar ideias | Exemplos Exemplo 3 Godfrey (1998) cita o exemplo da empresa norteamericana fabricante dos modelos Cadillac que, quando lançou 800 linhas telefónicas para receber reclamações, ficou surpreendida por mais de 80% das 2400 chamadas recolhidas no primeiro mês serem sugestões para próximos modelos em vez de reclamações dos existentes. 25 caderno técnico · Inovação Como gerar ideias | Exemplos caderno técnico · Inovação 26 2. Fases do processo de inovação | Gestão dos recursos humanos Sugestões . Disponibilize tempo adequado aos recursos humanos . Não liberte pessoas para iniciativas de risco muito cedo . Escolha pessoas bem mais juniores do que o seu instinto lhe indica . Eles não têm a ideia daquilo que não podem fazer!! . Faça alterações rápidas – muitas pessoas não se adequam a este tipo de trabalho . Não culpe – apenas mude a equipa muito rapidamente . Não dependa das mesmas “caras” de sempre – novo sangue e capacidades são cruciais . Parcerias são cruciais e favorecem o desenvolvimento de disciplina interna 3. Inovação nas empresas | Tipos de liderança yes Slow-moving Grey-haired Bureaucrats Revolutionaries Can you change your company? Cost & efficincy addicts One-time Visionaries no no yes Can you change your industry? Inovação nas empresas | Potenciais ortodoxias . Concepção do produto ou serviço (como definimos o que vendemos?) – (cor, forma, tamanho, embalagem, frequência, variabilidade, etc.) . O interface com o cliente (como interagimos com o nosso cliente?) – (directamente, via intermediários, etc.) . Processos (como operamos?) – (in/outsource, etc.) . Benefícios para o cliente (porque é que os clientes nos compram produtos ou serviços?) – (preço, escolha, marca, etc,) . Preço (qual é o nosso modelo económico?) – (fixo, variável, margem, garantia, etc.) Inovação nas empresas | Competências CAPACIDADES PROCESSOS COMPETÊNCIAS VALORES E COMPORTAMENTOS ACTIVOS Conjunto de capacidades, processos, activos e comportamentos, que potenciam uma diferenciação competitiva caderno técnico · Inovação . O cliente (quem nos compra?) – (empresas, consumidor, segmento XYZ, etc.) 27 Inovação nas empresas | Fazer acontecer caderno técnico · Inovação 28 PLANEAMENTO DA EMPRESA ORTODOXIAS DESCONTINUIDADES OPORTUNIDADES: NOVO ESPAÇO NOVAS REGRAS ALIANÇAS E PARCERIAS MOTOR ECONÓMICO ESTRUTURAS E POLÍTICAS CLIENTES COMPETÊNCIAS NUCLEARES ANÁLISE FLUXO E CARTEIRA DE OPORTUNIDADES ARQUITECTURA ESTRATÉGICA (CRITÉRIOS) CAPACIDADES INTERNAS DECISÃO REALIZAÇÃO Inovação e qualidade 1. INOVAÇÃO E QUALIDADE – CONSIDERAÇÕES GERAIS 2. INOVAÇÃO BASEADA EM PROCESSOS 3. INOVAÇÃO CENTRADA NOS CLIENTES 4. INOVAÇÃO SUPORTADA PELOS COLABORADORES 5. INOVAÇÃO INSPIRADA NOUTRAS ORGANIZAÇÕES caderno técnico · Inovação 29 1. Inovação e qualidade | Considerações gerais caderno técnico · Inovação 30 Inovação e Qualidade são duas áreas do conhecimento que, advindo de diferentes protagonistas e com desenvolvimento autónomo, se têm vindo claramente a aproximar, através de uma gradual comunhão de princípios, metodologias e agentes, fruto da sua própria evolução. INOVAÇÃO Qualidade pode e deve ajudar em muito a Inovação, estimulando-a, fornecendo-lhe ferramentas adequadas para a tornar mais eficaz e orientando-a na direcção adequada, que se prende, em última análise, com a capacidade para satisfazer e encantar clientes. Por sua vez, a Inovação assume-se como processo vital no sucesso e melhoria das organizações, fazendo por isso cada vez menos sentido encarar a Qualidade e a Excelência desprovidas de uma vertente importante de Inovação. QUALIDADE Faz cada vez menos sentido encarar a Qualidade sem Inovação, e a Inovação sem a orientação e os estímulos da Excelência e da Qualidade Inovação e a Qualidade apresentam-se como fulcros nevrálgicos no funcionamento das organizações. Hoje em dia, partilham princípios e abordagens, chegando por vezes a fundir-se. Assiste-se assim à crescente integração da inovação e da qualidade num contexto de gestão inspirada nas pessoas, processos e organizações. Evolução da Qualidade no Século XX INSPECÇÃO Anos 30 CONTROLO ESTATÍSTICO DA QUALIDADE Anos 50 GARANTIA DA QUALIDADE Anos 70 QUALIDADE TOTAL Anos 80 As fortes transformações nos mercados levaram à emergência, nos anos 50, dos sistemas de garantia da qualidade. Fruto das melhorias na gestão pela qualidade introduzidas na década de 70, as organizações começaram a adoptar uma postura de Qualidade Total que implica e incide sobre tudo e todos. Assiste-se, portanto, a um progresso do conceito que, à semelhança do sucedido no campo da Inovação, deixa claramente de se resumir ao produto, para passar a incluir de forma decisiva pessoas, processos, e estruturas.Actualmente, numa das suas possíveis definições [ISO (1994)], Qualidade é considerada como "o conjunto de propriedades e características de uma entidade que lhe conferem aptidão para satisfazer necessidades explícitas ou implícitas." PROCESSOS INOVAÇÃO QUALIDADE PESSOAS ORGANIZAÇÕES A gestão pela Qualidade Total implica uma orientação crescente para as práticas de INOVAÇÃO O modelo de excelência desenvolvido pela European Foundation for Quality Management (EFQM) é reconhecido como um óptimo guia de orientação para a Gestão pela Qualidade Total dando adequado destaque aos aspectos ligados à INOVAÇÃO! QUALIDADE INOVAÇÃO A adopção de ferramentas e metodologias específicas à QUALIDADE estimulam o processo de INOVAÇÃO no seio das Organizações. Em particular, a presença da Inovação no universo da Qualidade torna-se progressivamente mais visível:1. Como já foi referido, na grande linha de força da melhoria, é cada vez mais evidente e pacífico que os esforços de progresso através de pequenos passos podem e devem ser complementados com saltos quânticos, de progresso assente em grandes passos, aproximando, portanto, da Inovação a perspectiva de melhoria contínua adoptada em Gestão pela Qualidade.2. Ao mesmo tempo, as técnicas e ferramentas que fazem parte dos arsenais geralmente associados às lutas da Qualidade têm vindo a progredir no sentido de um enriquecimento especialmente relevante no que diz respeito à prática da Inovação. 31 caderno técnico · Inovação No início do século XX, o conceito de Qualidade centrava-se na inspecção do produto acabado, complementada, por volta dos anos 30, pelo controlo estatístico da qualidade. As ferramentas básicas da área da QUALIDADE desempenham um importante papel enquanto catalisadoras da Inovação. caderno técnico · Inovação 32 FLUXOGRAMAS E MAPAS DE PROCESSOS FORMULÁRIOS DE RECOLHA DE DADOS CARTAS DE CONTROLO ESTATÍSTICO INOVAÇÃO DIAGRAMA DE CAUSA-EFEITO DIAGRAMA DE PARETO HISTOGRAMAS DIAGRAMAS Trata-se de ferramentas com elevado impacto visual e extremamente simples - requerem apenas papel, canetas, criatividade, imaginação e empenho por parte dos membros das equipas de trabalho que as utilizam. Apesar de toda a simplicidade, estas ferramentas têm demonstrado ser extremamente poderosas e suficientes na resolução de uma grande fracção (mais de 80%) dos problemas com que uma organização se vê confrontada. Estimulam e ajudam a construir uma abordagem estruturada para a recolha de informação, respectiva análise e correspondentes tomadas de decisão em torno dos processos. Os fluxogramas e mapas ou cartas de processos são ferramentas que se destinam precisamente a ilustrar as várias etapas de um processo, ordenadas de modo sequencial. Permitem com isso clarificar, definir, estruturar e documentar processos. Constituem, assim, o primeiro passo na identificação e compreensão daqueles e estimulam todo um trabalho de reflexão que pode conduzir à sua simplificação, optimização e redução de ciclos temporais. Tal consegue-se através de alterações sucessivas, incluindo a modificação de determinados passos, eliminação de etapas sem valor acrescentado, etc.: uma caracterização adequada é mais de meio caminho andado para a Inovação, acompanhamento e melhoria dos processos. Os formulários de recolha de dados, ou folhas de verificação, permitem planear e conduzir a recolha e análise de dados de uma forma organizada. Servem para Novas metodologias de concepção e planeamento da QUALIDADE são especialmente relevantes no que diz respeito à prática da INOVAÇÃO. METODOLOGIAS ÁREAS DE INOVAÇÃO Teoria da Resolução Inventiva de Problemas (TRIZ) Inovação nos Processos e Métodos organizacionais Desdobramento da função Qualidade (DFQ) Novos Produtos e Serviços Análise Modal de Falhas e Efeitos (AMFE) Novos Processos e Produtos 2. Inovação baseada em Processos caderno técnico · Inovação 33 A Norma NP EN ISO 8402 define PROCESSO como "um conjunto de recursos e de actividades inter-relacionadas que transformam elementos de entrada em elementos de saída". INOVAÇÃO PROCESSO De acordo com esta definição, um processo é constituído por várias etapas, tarefas ou actividades, possui um princípio e um fim. Utiliza uma série de elementos de entrada, trabalha-os, QUALIDADE acrescenta-lhes valor e, como resultado, obtém-se um produto (tangível) ou um serviço (intangível). A orientação para os PROCESSOS fomenta a Inovação e a Qualidade no seio das Organizações Descrição alargada de um processo (adaptado de Sá, 1998) NECESSIDADE NECESSIDADE VALOR ACRESCENTADO FORNECEDORES ENTRADAS CLIENTES SAÍDAS INDICADORES DE DESEMPENHO FEEDBACK FEEDBACK A gestão de um processo pressupõe o estabelecimento de um conjunto de indicadores de desempenho enquadrado entre os fornecedores e os clientes do referido processo. Os processos não são assim exclusivos de sectores de actividade, indústrias ou empresas específicas, estando igualmente presentes em todas as nossas tarefas do dia-a-dia, da mais simples à mais complexa. caderno técnico · Inovação 34 ESTRUTURA DE ORGANIZAÇÕES CENTRADAS EM DEPARTAMENTOS (A) E PROCESSOS (B) A) B) SAÍDA ENTRADA A INFORMAÇÃO FUI PARA CIMA A POLÍTICA E AS DECISÕES DESENROLAM-SE DE FORMA DESCENDENTE A CADEIA DE EVENTOS É HORIZONTAL Estrutura inadequada à capacidade de Inovação e velocidade de mudança Estrutura optimizada na perspectiva de maximizar o valor acrescentado aos clientes. A forma clássica de perspectivar a orgânica e gestão de uma organização assenta numa estrutura vertical, baseada em departamentos algo estanques e com hierarquias de gestão bastante rígidas. Esta estrutura pode ser eficaz na execução rotineira de actividades repetitivas, mas é absolutamente inadequada e incapaz no que diz respeito a dotar as organizações de agilidade, capacidade de Inovação e velocidade de mudança. Para alcançar estes objectivos, a Gestão pela Qualidade tem apontado claramente para modelos complementares ou alternativos. Nestes, as organizações, sofrendo uma rotação de 90º, passam a ser estudadas e a funcionar na horizontal, enquanto conjuntos articulados de processos que são globalmente optimizados na perspectiva de maximizar o valor acrescentado aos clientes. 3. Inovação centrada nos Clientes O CLIENTE DEVE DESEMPENHAR UM PAPEL CENTRAL NA INOVAÇÃO DOS PROCESSOS, DOS PRODUTOS E DOS SERVIÇOS, PARA QUE ESTA SEJA EFICAZ. INOVAÇÃO CLIENTES QUALIDADE Um cliente insatisfeito transmite, em média, a sua insatisfação a um grupo de 8 a 16 pessoas. Tão ou mais grave ainda é o facto de 91% dos clientes insatisfeitos não voltarem à empresa. E por cada cliente que reclama, existem 16 que não o fazem, apesar de igualmente insatisfeitos [Ganhão e Pereira (1992)]. Estes resultados alertam-nos para a importância de que se reveste, hoje em dia, a satisfação e lealdade do cliente para a sobrevivência das organizações. Os clientes tornaram-se mais exigentes sendo que as decisões de compra centram-se cada vez mais nos benefícios da qualidade e design de produtos, do serviço prestado antes, durante e após a venda, da fiabilidade, o cumprimento de prazos de entrega, etc. Tanto ou mais importante que a posição que a empresa ocupa, é agora a sua capacidade de adaptação, de Inovação e a velocidade de mudança que determina a sua sobrevivência. caderno técnico · Inovação 35 caderno técnico · Inovação 36 Etapas fundamentais na aplicação do Desdobramento da Função Qualidade RECOLHA DAS VOZES DOS CLIENTES CLIENTES TRANSFORMAÇÕES DAS VOZES EM REQUISITOS ANÁLISE E ESTUDO DOS REQUISITOS DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE PRODUTO INOVAÇÃO CONVERSÃO DOS REQUISITOS DO CLIENTE EM ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO CONCEITO, ESPECIFICAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO Com o objectivo ultrapassar algumas das lacunas decorrentes da aplicação de formas clássicas e sequenciais no desenvolvimento de novos produtos, foram sendo construídas diversas alternativas no seio da Qualidade. Em particular, o desdobramento da Função Qualidade (QFD) surge neste contexto enquanto metodologia poderosa, com provas dadas de sucesso e eficácia.•visa encantar o cliente; •tem em vista o desenvolvimento de novos produtos; •olha a mudança enquanto oportunidade e por antecipação; •se centra na voz do cliente enquanto fonte e destinatário de todo o processo; •se preocupa também com o estabelecimento de confrontos e formas de diferenciação face à concorrência; •se baseia no trabalho de equipas interfuncionais. "O QFD é um processo de planeamento dirigido para o cliente com a finalidade de orientar a concepção, produção e marketing dos produtos". Inovação suportada pelos Colaboradores 37 caderno técnico · Inovação 4. OS COLABORADORES SÃO OS GRANDES MOTORES E PROTAGONISTAS NOS PROCESSOS DE QUALIDADE E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. INOVAÇÃO COLABORADORES QUALIDADE É hoje em dia ponto assente que o bloco unitário de construção das organizações fortes em Inovação e Qualidade se situa na equipa e não no indivíduo. As pessoas são os grandes motores e protagonistas da Inovação e da Qualidade, feitas para e pelo Homem. Importa, por issso, gerir as organizações de modo a serem criadas estruturas e métodos internos de funcionamento e motivação que permitam o florescimento da semente de criatividade que existe em cada um dos seus colaboradores, envolvendo-os na Qualidade e na Inovação. Em particular, importa criar uma cultura de interiorização da dupla missão do trabalho (Shiba, 1993), ou seja, a ideia de que a função de cada colaborador se desdobra em duas vertentes: . executar um conjunto de actividades (manutenção); . desafiar constantemente esse mesmo conjunto de actividades, procurando formas de as melhorar, substituir ou eliminar (Inovação). Inovação suportada pelos Colaboradores A MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES ASSUME UMA IMPORTÂNCIA CRUCIAL NO PROCESSO DE INOVAÇÃO A AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO E RECOMPENSA EMPRESA COM PROBLEMAS COLABORADORES DESMOTIVADOS INOVAÇÃO COLABORADORES MOTIVADOS AUSÊNCIA DE INOVAÇÃO RECONHECIMENTO E RECOMPENSA CICLO NEGATIVO CICLOPOSITIVO (adaptado de Sturm, "Human Creativity-Innovation-Properity") EMPRESA DE SUCESSO caderno técnico · Inovação 38 Importa gerir as organizações de modo a serem criadas estruturas e métodos internos de funcionamento e motivação que permitam o florescimento da semente de criatividade que existe em cada um dos seus colaboradores, envolvendo-os na Qualidade e na Inovação e que envolvam, entre outros, os seguintes aspectos: 2. criação de inúmeros e eficazes canais de comunicação, em todas as direcções e sentidos, e estabelecimento simultâneo de mecanismos de combate à surdez da organização perante os seus colaboradores. Este é o fermento que, perdido o medo de arriscar, faz crescer e desenvolver o bolo da melhoria e da Inovação; 1. abolição de eventuais climas de medo ou terror perante o erro não intencional. É preciso assumir o risco inerente a tentar fazer diferente, reconhecendo que cada erro cometido, desde que convenientemente aproveitado, representa uma excelente oportunidade de melhoria. Estimular e premiar a criatividade, uma certa dose de irreverência ou a vontade de experimentar coisas novas deve ser parte integrante das práticas de gestão em empresas inovadoras; 3. implementação de sistemas de reconhecimento e recompensa coerentes com os almejados objectivos de melhoria e Inovação, que evitem um ciclo de destruição do progresso substituindo-o por um outro ciclo positivo de crescimento, Inovação, Qualidade e sucesso. Formas de Participação dos Colaboradores . . . . Sistemas de recolha de Sugestões Teoria da Resolução Inventiva de Problemas (TRIZ) Equipas de Melhoria e Círculos de Criatividade Brain Storming As empresas devem criar estruturas e sistemas (incluindo vertentes de comunicação) que permitam tirar partido dos contributos individuais e, especialmente, de equipas para a Inovação e Qualidade. A recolha estruturada de sugestões faz parte integral dos Sistemas da Qualidade implantados nos mais diversos tipos de organizações espalhados pelo mundo. Surgem sob as mais variadas formas e modalidades, desde a tradicional caixa de sugestões a esquemas mais elaborados como o da General Electric, que criou num número verde para estimular os empregados a partilhar com a empresa as suas descobertas e novos métodos de trabalho. As intranets e as tecnologias de informação em geral abrem igualmente novas oportunidades de comunicação, formulação e apresentação de ideias inovadoras. Teoria de Resolução de Problemas Inventivos". Desenvolvida pelo cientista russo Genrikh Altshuller em 1946 , esta abordagem para obter inovações de projecto permite atacar problemas de engenharia de uma maneira sistemática, com base na ciência e na tecnologia. Procura aumentar consideravelmente a criatividade científica dos indivíduos, levando-os a pensar e raciocinar em campos que vão para além da sua formação técnicocientífica de base e da sua experiência profissional. Um domínio típico de intervenção das Equipas de Melhoria é o da Inovação centrada no desenvolvimento de um novo produto ou serviço. 5. Inovação inspirada noutras Organizações EXISTE UM ENORME POTENCIAL DE INOVAÇÃO DECORRENTE DE TRABALHO EFECTUADO EM CONJUNTO COM OUTRAS ORGANIZAÇÕES INOVAÇÃO ORGANIZAÇÕES A actual complexidade que caracteriza o mundo dos negócios, realizados cada vez mais à escala global, torna extremamente difícil ser bem sucedido tendo por base apenas competências internas. Assim, nota- QUALIDADE se um esforço progressivamente maior das empresas em trabalhar de forma concertada, não apenas com os clientes, como já foi visto, mas também com os seus fornecedores. AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO FORNECEDOR/CLIENTE SELECÇÃO DA EQUIPA A constituição de equipas de qualidade fornecedor/cliente acelera a identificação das melhores práticas noutras organizações, estimulando o processo de INOVAÇÃO Modelo de funcionamento das Equipas de Inovação Fornecedor/ Cliente (adaptado de Norausky, "A Competitive Advantage: Customer and Supplier Innovations Teams") DETERMINAÇÃO DOS QUOCIENTES DE ENFOQUE NA INOVAÇÃO FASE OPERACIONAL RESULTADOS RECONHECIMENTO E RECOMPENSA REJUVENESCIMENTO DA EQUIPA caderno técnico · Inovação 39 caderno técnico · Inovação 40 Ao invés de decisões exclusivamente baseadas no factor preço, verifica-se uma evolução clara no sentido de estabelecer relações duradouras e de plena confiança mútua com um leque reduzido de fornecedores, devidamente aprovados e avaliados em função dos níveis de desempenho e sistemas da qualidade que possuem. Criam-se, deste modo, elos de ligação que, muito para além do cariz estritamente comercial, configuram um verdadeiro espírito de equipa entre fornecedores e clientes. Surgem parcerias sólidas, assentes num profundo conhecimento de parte a parte, através das quais os fornecedores ajudam os seus clientes (e vice-versa) a resolver problemas, fazer face a imprevistos, desenvolver novos produtos ou tecnologias, etc., com vantagens para ambos. Inovação e Qualidade | Conclusões . É cada vez mais intensa a presença e o lugar que a Inovação ocupa no seio da Qualidade, sendo igualmente verdadeiro o recíproco; . as metodologias e abordagens da Qualidade podem contribuir de forma decisiva para orientar a Inovação e conduzi-la na direcção mais adequada, ao mesmo tempo que aceleram e aumentam a eficácia dos respectivos processos; . os colaboradores são os motores dos processos da Qualidade e da Inovação; Qualidade pode e deve ajudar em muito a Inovação, estimulandoa, fornecendo-lhe ferramentas adequadas para a tornar mais eficaz e orientando-a na direcção adequada, que se prende, em última análise, com a capacidade para satisfazer e encantar clientes. Por sua vez, a Inovação assume-se como processo vital no sucesso e melhoria das organizações, fazendo por isso cada vez menos sentido encarar a Qualidade e a Excelência desprovidas de uma vertente importante de Inovação. Faz cada vez menos sentido encarar a Qualidade sem Inovação, e a Inovação sem a orientação e os estímulos da Excelência e da Qualidade. Inovação e a Qualidade apresentam-se como fulcros nevrálgicos no funcionamento das organizações. Hoje em dia, partilham princípios e abordagens, chegando por vezes a fundir-se. Assiste-se assim à crescente integração da inovação e da qualidade num contexto de gestão inspirada nas pessoas, processos e organizações. Inovação Propriedade Associação Industrial do Minho Conteúdos SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação Edição e Produção gráfica Caderno Verde - comunicação S.A.