Na periferia da Cidade do México - Comunità Missionaria di Villaregia
Transcrição
Na periferia da Cidade do México - Comunità Missionaria di Villaregia
IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELA ECT Comunidade Missionária de Villaregia Na periferia da Cidade do México REVISTA SEMESTRAL - DEZEMBRO 2013 - ANO 9 - nº 22 sumário 03 04 06 Editorial 11 Olhar sobre o mundo 12 14 16 17 Na escuta da Palavra 18 Notícias 23 Agenda Missão é… As palavras do papa Igreja Missionária Ao vivo da missão Na periferia da Cidade do México O massacre das drogas no México A história de Grégoire Foi às pressas… Partilhar a fé Quando a paz toma o lugar do rancor Vida espiritual A missão da Igreja Projetos de solidariedade Projeto “casitas”: uma nova casa para os pobres Ordenações 25 anos de sacerdócio Chegadas e partidas A juventude do papa Disseram sim a Deus Uma “Escola” missionária para a vida Pedido de Missas 2 Em todas as sedes da CMV, a cada dia, celebramos a Santa Missa, na qual apresentamos ao Senhor as intenções de oração que amigos e benfeitores nos confiam. Se você quiser, pode fazer um gesto de fé e nos enviar suas intenções: - como sufrágio por um ente querido; - por uma intenção pessoal ou de sua família; - para a celebração de 30 Missas gregorianas. Sua oferta será uma ajuda concreta para os missionários e para os irmãos de todas as missões da CMV. Uma forma de participar da missão da Igreja, de partilhar o que temos e somos com quem está precisando de nossa ajuda. Entre em contato conosco para mais informações, nos endereços da contra-capa. Na capa: jovens realizam visitas missionárias nas casas, na missão de Texcoco - México. Revista informativa semestral da Comunidade Missionária de Villaregia Direção e Redação: Comunidade Missionária de Villaregia | Rua Canoas 461, bairro Betânia CEP 30 580 040 - Belo Horizonte | MG | Brasil | Telefax: 31 3383 1545 | E-mail: [email protected] | Site: www.cmv.it | Jornalista Responsável: Ana Paula de Oliveira Soares Pansanato | MG 11.411 | Diagramação: Equipe diagramação CMV | Fotos: Arquivo Comunidade Missionária de Villaregia | Impressão: O Lutador | 31 3439 8000 | Tiragem: 20.000 exemplares | Assinatura: Gratuita Todos os direitos reservados. Os artigos desta revista podem ser reproduzidos, desde que sejam citados a fonte e o autor, e enviada cópia à Redação. Fotos: só com autorização escrita da Redação. Colaboração Gráfica e Editora Assessoria e Editoria Social Missão é… S omos todos caminhantes! E quando o caminhar torna-se anúncio, o encontro faz-se missão. Deus é missionário e nos pede que o sejamos também: “Como o Pai enviou-me, assim eu enviei vocês” (Jo 20,21). Crescer e nos formar nesta consciência torna-nos cristãos. Mas se a missão é de todos e para todos, o que significa, concretamente para o cristão, ser missionário? Antes de tudo, ter a consciência de que ser missionários é próprio da nossa vocação cristã; não se trata de algo opcional, nem de uma procuração dada a alguém que, generosamente, põe sua vida a serviço da missão, dispondo-se a partir rumo a terras distantes. Todo cristão, na medida em que tem o Evangelho dentro de si, deve comunicá-lo, não somente para responder a um “dever”, mas porque se dá conta dessa necessidade. A fé é plenitude de vida que dá sentido a toda a existência e a enche de uma alegria que tem que ser comunicada a todos. O Evangelho é aquela boa nova que, uma vez acolhida, tem o poder de salvar-nos, de tornar-nos diferentes, de dar significado àquilo que fazemos. É isto que, como cristãos, devemos transmitir, tanto com palavras quanto, sobretudo, com a nossa vida. Quantas vezes, nestes meses, papa Francisco chamou nossa atenção para não sermos tristes, para mostrarmos a alegria da plenitude cristã e para não deixarmos nos roubar a esperança! Às vezes, temos medo de abrir os olhos para ver o mundo e preferimos fechar-nos nos nossos pequenos problemas. Queremos seguranças e nos isolamos, esquecendo que Jesus veio para quebrar todas as divisões e quer continuar a fazer isso, servindo-se de cada um de nós. Por isso, a identidade do “A missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, instituições e associações eclesiais”. (Redemptoris missio 2) cristão define-se por meio de uma série de ações que expressam o seu ser missionário: ir, anunciar, partilhar, entrar, rezar. Ir: comporta um movimento, um êxodo não somente físico, mas também espiritual. Santa Teresinha, a padroeira universal das missões, nunca foi em terra de missão, mas revelou com uma clareza extrema seu profundo amor para com todos os povos e seu desejo de abraçar o mundo inteiro. O primeiro êxodo, neste sentido, deve partir do coração. editorial Anunciar: o cristão é aquele que vive e anuncia a fé. O anúncio é a boa nova segundo a qual Deus veio habitar no meio de nós. As nossas palavras devem dar o sabor, levar à paixão e ao estupor pela Palavra de Deus e devem nascer de uma vida que coloca em prática o Evangelho no cotidiano. Partilhar: é o estilo da missão, que passa também através da solidariedade e do dom. Podemos partilhar as nossas forças, o nosso tempo, os bens materiais que possuímos... Partilhar é missão, porque cada anúncio que não é cumprido sendo solidários com os mais necessitados é um anúncio cultural, político ou econômico, mas não certamente de fé! Entrar: é o encontro com o outro, com seu idioma, sua história, suas esperas, suas alegrias e seus sofrimentos. De toda forma, comporta o anúncio discreto, respeitoso. Mas que seja claro, também diante da rejeição. Missão é sobretudo encontro, enriquecimento e crescimento recíproco. Às vezes, preferimos “passar em frente” do que entrar na “casa” do outro. É mais confortável e não coloca em discussão nossas certezas culturais e religiosas. Não é fácil assumir este percurso e por isso Jesus, antes de enviar-nos, sugere-nos rezar. Rezar: é o pressuposto de qualquer experiência missionária, é acolhida do Senhor e, portanto, dos irmãos. E é isso que conta, mesmo que os frutos nem sempre sejam recolhidos de forma imediata. A missão tem também o aspecto da fadiga, das desilusões e frustrações, mas quem vence é sempre a presença do Cristo que, ainda hoje, vem para assegurar-nos: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). 3 as palavras do papa Igreja Missionária Q ueridos irmãos e irmãs, este ano, a celebração do Dia Mundial das Missões acontece próximo da conclusão do Ano da fé, ocasião importante para revigorarmos a nossa amizade com o Senhor e o nosso caminho como Igreja que anuncia, com coragem, o Evangelho. Nessa perspectiva, gostaria de propor algumas reflexões. Sabrina Fusco 1. A fé é um dom precioso de Deus, que abre a nossa mente para o podermos conhecer e amar. Ele quer entrar em relação conosco, para nos fazer participantes da sua própria vida e encher plenamente a nossa vida de significado, tornandoa melhor e mais bela. Deus nos ama! Mas a fé pede para ser acolhida, ou 4 seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de nos confiarmos a Deus e vivermos o seu amor, agradecidos pela sua infinita misericórdia. Tratase de um dom que não está reservado a poucos, mas é oferecido a todos com generosidade: todos deveriam poder experimentar a alegria de se sentirem amados por Deus, a alegria da salvação. E é um dom que não se pode conservar exclusivamente para si mesmo, mas deve ser partilhado; se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e combalidos. O anúncio do Evangelho é um dever que brota do próprio ser discípulo de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. “O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial” (Bento XVI, Exort. ap. Verbum Domini, 95). Toda a comuni- dade é “adulta”, quando professa a fé, celebra-a com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la até às “periferias”, sobretudo a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. A solidez da nossa fé, em nível pessoal e comunitário, mede-se também pela capacidade de a comunicarmos a outros, de a espalharmos, de a vivermos na caridade, de a testemunharmos a quantos nos encontram e partilham conosco o caminho da vida. 2. Celebrado cinquenta anos depois do início do Concílio Vaticano II, este Ano da fé serve de estímulo para a Igreja inteira adquirir uma renovada consciência da sua presença no mundo contemporâneo, da sua missão entre os povos e as nações. A missionariedade não é questão apenas de territórios geográficos, mas de povos, culturas e indivíduos, precisamente porque os “confins” da fé não atravessam apenas lugares e tradições humanas, mas o coração de cada homem e mulher. O Concílio Vaticano II pôs em evidência, de modo especial, como seja próprio de cada batizado e de todas as comunidades Padre Edson Santana dos Santos, missionário de São Paulo, com alguns amigos da CMV de Ímola (Itália). cristãs, o dever missionário, o dever de alargar os confins da fé: “Como o Povo de Deus vive em comunidades, sobretudo diocesanas e paroquiais, e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante as nações” (Decr. Ad gentes, 37). Por isso, cada comunidade é interpelada e convidada a assumir o mandato, confiado por Jesus aos Apóstolos, de ser suas “testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria e até aos confins do mundo” (At 1,8); e isso, não como um aspecto secundário da vida cristã, mas um aspecto essencial: todos somos enviados pelas estradas do mundo para caminhar Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar voltas ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos arautos do seu Evangelho. Convido os bispos, os presbíteros, os conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e grupo responsável na Igreja a porem em relevo a dimensão missionária nos programas pastorais e formativos, sentindo que o próprio compromisso apostólico não é completo, se não incluir o propósito de “dar também testemunho perante as nações”, perante todos os povos. Mas a missionariedade não é apenas uma dimensão programática na vida cristã; é também uma dimensão paradigmática, que diz respeito a todos os aspectos da vida cristã. Missão é sempre partir, mas não é devorar quilômetros, é sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, é descobri-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los for preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo. 3. Com frequência, os obstáculos à obra de evangelização encontramse, não no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial. Às vezes, estão relaxados o fervor, a alegria, a coragem, a esperança de anunciar a todos a Mensagem de Cristo e de ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-Lo. Por vezes, há ainda quem pense que levar a verdade do Evangelho seja uma violência à liberdade. (...) É urgente fazer resplandecer, no nosso tempo, a vida boa do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da Igreja. Porque, nesta perspectiva, é importante não esquecer jamais um princípio fundamental para todo o evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca é um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial. (...) 4. Na nossa época, a difusa mobilidade e a facilidade de comunicação por meio das novas mídias misturaram entre si os povos, os conhecimentos e as experiências. (...) O homem do nosso tempo necessita de uma luz segura que ilumine a sua estrada e que só o encontro com Cristo lhe pode dar. Com o nosso testemunho de amor, levemos a este mundo a esperança que nos dá a fé! A missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor. A Igreja – repito mais uma vez – não é uma organização assistencial, uma empresa, uma ONG, mas uma comunidade de pessoas, animadas pela ação do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda alegria, partilhar a mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho. (...) Trechos da mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões 2013 Dom Hélder Câmara 5 ao vivo da missão Texcoco Na periferia da Cidade do México Cidade do México, a metrópole mais populosa do mundo, reflete os traços típicos das grandes cidades latino-americanas. Se por um lado apresenta o rosto de uma cidade grande e evoluída, por outro lado esconde, especialmente nas periferias, violência, degradação, desigualdade social e desemprego. A 30 quilômetros da capital, no município de Texcoco, surge a missão Cristo Rey. Nessa área, em 1998, chegou a Comunidade de Villaregia, que hoje conta com 15 missionários e missionárias. A missão é extensa e engloba cinco pueblos 6 (grandes aglomerados humanos), muito diferentes entre si pela tradição e composição. Particularmente dois pueblos, Wenceslao e Victor Puebla, são muito pobres e neles ainda faltam infraestruturas básicas: luz, água, sistema de esgoto... Miséria, degradação e violência convivem também ao lado de muito calor humano e generosidade, típicos da cultura mexicana. Nessas áreas, junto a outras ações sociais, há alguns meses, tomou corpo um projeto destinado às mulheres, ilustrado nas páginas que seguem. Um projeto para as mulheres mexicanas Liana, como nasceu a ideia deste projeto? É uma ideia que amadureceu no tempo, sobretudo a partir daquilo que observamos e percebemos na realidade do povo da nossa missão. Como se sabe, na periferia de uma metrópole há muitas situações sociais de alerta e muitas delas envolvem mulheres que carregam nos ombros histórias difíceis, marcadas por grandes problemas econômicos e familiares. Isso questionou-nos e levou-nos a planejar algo que pudesse responder a essa situação. Há estatísticas publicadas recentemente pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos que revelam que no México, nos últimos 24 anos, foram assassinadas mais de 34 mil mulheres, enquanto o número das que sofreram abusos sexuais pode superar um milhão por ano. É alarmante, também, o dado segundo o qual em 28 milhões de famílias mexicanas se registram episódios de violência familiar. Liana Manfredi, missionária há 13 anos no México, contanos como nasceu um projeto que oferece oportunidade de trabalho a 50 mulheres na missão Cristo Rey. “precaução” obrigatória se a pessoa quer manter o emprego. Além disso, entre os requisitos para a admissão, é pedido à maioria das trabalhadoras um certificado que ateste a ausência de gravidez. Não podemos esquecer também que o trabalho é muitas vezes precário e sem seguro. A consequência disso para muitas, é a pobreza extrema ou emigração para os países do Norte, gerando a divisão familiar e das comunidades. Também na missão Cristo Rey esta é a condição das mulheres? E no trabalho, como é a situação da mulher? É fácil intuir que no mercado de trabalho não é diferente! Os salários das mulheres são baixíssimos, além da jornada de trabalho exaustiva, com turnos que chegam a 14 horas diárias. Sem falar da violação sistemática da dignidade pessoal e de seus direitos. Ficamos sabendo que, em alguns ambientes de trabalho, as funcionárias são obrigadas até a tomar anticoncepcionais – fornecidos pela própria empresa – para evitar gravidez. Enfim, uma espécie de Sem dúvida alguma. É preciso destacar, porém, que aqui as mulheres são a força da família, aquelas que tomam conta dos filhos e que arregaçam as mangas para sobreviver em situações, às vezes, insustentáveis. Os núcleos familiares em que o chefe da família é uma mulher são a maioria. Entre as causas desse fenômeno, possuem um papel importante a emigração, a infidelidade conjugal e o abandono do lar por parte dos homens; outra chaga é o alcoolismo. Frequentemente, a vida familiar é tão dura que induz as menores de idade a fugir com alguém da mesma idade, seguindo o sonho de formar A partir de esquerda: a coordenadora do projeto, Elisa, com Liana e algumas participantes de um dos cursos. 7 uma nova família. Situação que, em muitos casos, dá lugar a uma condição exatamente igual, se não pior, àquela que deixaram. A precariedade econômica, na maioria dos casos, é uma entre as principais causas da divisão familiar. Um só salário – que corresponde mais ou menos a R$ 380,00 – não é suficiente para cobrir todas as despesas de uma família, ainda mais se numerosa. Além disso, o machismo acentuado e a repartição rígida das tarefas familiares obrigam as mulheres a ficar em casa para cuidar dos filhos e dos trabalhos domésticos. Isso, em muitos casos, não permite que a mulher se torne autônoma e contribua com a economia familiar por meio de um trabalho remunerado. O homem administra o salário, enquanto a mulher, que geralmente nem sabe quanto o esposo ganha, recebe dele uma quantia fixa que deve bastar para tudo. É por isso que começaram este projeto? Sim. Com este projeto tentamos responder a esses grandes desafios, oferecendo respostas concretas às necessidades reais das mulheres que residem na nossa missão. Mulheres que têm um rosto, um nome, uma história triste de sofrimento familiar. No ano de 2007 criamos uma as- 8 sociação civil chamada “Juntos sin Fronteras”, para promover concretamente o desenvolvimento humano, cultural e social das faixas mais pobres da população. O projeto nasceu com o objetivo de criar oportunidades de trabalho para as mulheres que se encontram numa situação econômica precária. Foi realizado em parceria com a Fundação Mazzocchi e a Fundação “Uniendo Manos”, que oferecem conselhos e experiência no setor da assistência social. Em que consiste o projeto? Começamos com um grupo de 50 mulheres, escolhidas entre aque- Liana com a professora do curso de cabeleireira e as novas aprendizes. las que apresentavam uma situação sócio-econômica bastante precária. O projeto é articulado em alguns cursos que promovem a dignidade das participantes e o desenvolvimento de suas capacidades. Interessa-nos incentivar o trabalho em equipes, favorecer nestas mulheres a criatividade, a habilidade organizativa e cooperativa e permitir que sejam elas mesmas as protagonistas da organização e da gestão do trabalho. Por enquanto, trata-se de cursos profissionalizantes de artesanato, cursos para cabeleireiras e culinária. As aulas são dadas semanalmente e se desenvolvem em ambientes co- A união faz a força! Valentina, Carmen, Elisa… mulheres mexicanas que aprenderam a trabalhar juntas e agora começam a esperar em um futuro melhor. locados à disposição por algumas entidades locais. O projeto prevê duas fases, com duração total de oito meses, às quais – caso se verifiquem as condições ideais – seguirá uma terceira fase, que consiste na comercialização dos mesmos produtos. O lucro da venda de tais produtos será repartido entre quem realiza os produtos e quem se compromete a vendê-los. Uma quantia será reservada também para os investimentos necessários a sustentar o mesmo projeto, como a compra de matérias primas, a manutenção dos ambientes, etc. No momento, tudo ainda está em fase experimental. Estamos dando pequenos passos, respeitando os tempos e as possibilidades das pessoas, também oferecendo outros projetos voltados aos jovens e às famílias. Futuramente, sonhamos com um investimento também para outros cursos que ofereçam mais oportunidades para as mulheres. O primeiro resultado – e mais importante – é ver com quanto entusiasmo e empenho essas 50 mulheres estão participando dos cursos. Nestes meses, descobriram que podem se unir, para juntas realizarem algo e estão tomando consciência de suas reais potencialidades e recursos. V alentina, 42 anos, mãe de cinco filhos, carrega nos ombros uma situação econômica difícil. O esposo, que trabalha em uma empresa de rações, ganha um salário insuficiente para manter a família. Vivem num pequeno barraco, construído com material achado fortuitamente, onde não há nem luz, nem água. Fácil intuir que as perspectivas de vida para esta família não são boas! Valentina entreviu no projeto um pouco de esperança, mas para se inscrever teve que superar as resistências do marido, que colocou muitos obstáculos. Essa mulher mexicana, porém, não se rendeu: “No começo, tive que lutar comigo mesma, com meu marido, com minha timidez! – conta-nos – Moramos numa área isolada e eu não estava acostumada a ficar no meio dos outros. Todavia, participando deste projeto e convivendo com outras mulheres, aos poucos superei o medo e, sobretudo, aprendi a trabalhar junto com elas. Esses meses transformaram-se em uma experiência de solidariedade e de amizade sincera. A minha maior conquista foi alcançar a liberdade de me expressar e de revelar, sem ter vergonha, para as minhas 9 colegas que não sei ler nem escrever. A partir disso, desencadeou-se uma maior solidariedade por parte das outras que não somente me acolheram, mas, também, me encorajaram e me apoiaram quando os problemas familiares e econômicos davam-me vontade de voltar atrás”. Valentina dá um sorriso e prossegue: “Agora, o meu modo de pensar é diferente, olho com mais confiança para o futuro dos meus filhos. Quero dar tudo de mim para ajudar a minha família com as novas oportunidades de trabalho pela frente!”. Carmen, 46 anos, depois de 18 anos de trabalho, agora está em casa para cuidar da mãe idosa e doente. Não é casada e, ao pensar no momento em que a mãe não estará mais, não gostaria de depender dos irmãos. Não possui muitos recursos econômicos e, por isso, empenhouse no projeto, com a esperança de poder começar uma atividade própria. Para ela também não foi fácil vencer os preconceitos familiares e os vários problemas que criavam obstáculos. Hoje Carmen é feliz por ter conseguido: “Estou certa de que este projeto nos abre perspectivas novas para o futuro. A partir do trabalho com as outras mulheres, readquiri confiança em mim mesma, porque alguém acreditou em mim e nas minhas potencialidades. Na minha vida renasceu a esperança e agora o futuro não parece mais ser escuro e incerto, como alguns meses atrás. Agora vejo diante de mim uma porta aberta rumo a oportunidades novas. Não me sinto mais sozinha, descobri a grande força da colaboração e experimentei que a união torna-nos mais fortes”. O projeto revelou-se uma oportunidade também para as instrutoras dos cursos. Elisa, coordenadora, não esconde que esta experiência deu uma garra nova para a sua vida No México… 10 também: “Tive medo de abrir os olhos sobre a situação difícil que tantas mulheres enfrentam todos os dias – conta-nos. Esta consciência me motivou a dar o máximo e fazer do melhor modo possível. Acredito que um resultado já alcançado por esse projeto, além da aprendizagem nas diferentes atividades, tenha sido mesmo fazer reflorescer nessas mulheres a confiança em si mesmas”. Confiança e esperança no futuro são, hoje em dia, palavras recorrentes na boca de quem, no decorrer de poucos meses, acreditou na força da união e desse projeto. √ Apenas 1 adulto em cada 3, com idade entre 24 e 69 anos, possui o diploma de Ensino Médio. √ A ocupação masculina atinge 78%, contra apenas 43% das mulheres. √ 6 em cada 10 mulheres de 15 anos não completaram o Ensino Fundamental. √ 9 em cada 10 mulheres entre 14 e 15 anos são obrigadas a conciliar os trabalhos domésticos com o estudo ou com um trabalho fora de casa. √ 44,7% das trabalhadoras não possui assistência médica e 44,1% não possui carteira assinada. √ Em 28 milhões de famílias mexicanas foram registrados episódios de violência familiar. √ Nos últimos 24 anos, foram assassinadas mais de 34 mil mulheres. Fonte: Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH); Instituto Nacional de Estatística e Geografia. olhar sobre o mundo O massacre das drogas no México O México possui muitas tristes primazias no campo da droga. Primeiramente, é o maior produtor de ópio do continente americano. Também, fornece aos Estados Unidos, direta ou indiretamente, a maior parte da cocaína que se consome no país, sendo que 95% da “droga dos ricos” chega aos EUA através do próprio México. Em qualquer parte do mundo, a droga gera grandes lucros. No México, a cada ano, o narcotráfico movimenta 13 bilhões de dólares, quase 30 bilhões de reais. Um bolo disputado por numerosas organizações criminais, os “cartéis” da droga. O mais importante e conhecido chama-se “Los Zetas”. Este é relativamente jovem, criado no final dos anos 90 por um grupo de ex-militares do exército. Sua base encontra-se no Estado de Tamaulipas, na parte noroeste do país. “Los Zetas” é tristemente conhecido pela brutalidade de sua atividade criminal que inclui torturas e decapitações, como “aviso” aos grupos rivais. As lutas internas, e não apenas entre gan- gues rivais, são uma das características principais dos “cartéis”. O número dos mortos é impactante: de 2006 até hoje, fala-se em 70 mil homicídios ligados, de uma forma ou de outra, aos cartéis da droga. No mês de julho deste ano, os “marines” do México prenderam o chefe de “Los Zetas”, Miguel Angel Trevino Morales, 42 anos, um dos homens mais procurados, também, pelos Estados Unidos. Foi o primeiro sucesso ligado à estratégia do presidente mexicano Enrique Pena Nieto, que instituiu um corpo de polícia especial contra os cartéis. Ele deixou de lado os métodos espetaculares, mas pouco eficazes, do antecessor Felipe Calderon, que colocou no país 50 mil militares, mandou matar muitos chefes das organizações criminais, mas não conseguiu bloquear o massacre cotidiano da droga! Francesco Antonini A história de Grégoire G régoire Ahongbonon nasceu na cidade africana de Ketoukpe (Benin), em uma família de camponeses, que o batizou quando ainda era pequeno. Em 1971, emigrou para a Costa do Marfim para trabalhar numa borracharia. Alcançou a prosperidade econômica, tornando-se dono de alguns táxis. Nesse tempo, abandonou a Igreja, abraçando as práticas feiticeiras e um estilo de vida libertino. No final dos anos 70, graves problemas financeiros o levaram à falência econômica e pessoal, chegando a pensar até em suicídio. Grégoire Ahongbonon, casado e pai de seis filhos, é o fundador da Associação São Camilo, cujo objetivo é a acolhida e a reabilitação de pessoas com problemas mentais na Costa do Marfim, Benin e Burkina Faso. Nesse período, Grégoire vivenciou um encontro profundo com Deus. Durante uma peregrinação a Jerusalém, uma frase pronunciada por um sacerdote mudou, literalmente, sua vida: “Cada cristão tem que pôr uma pedra para construir a Igreja”. Grégoire, de fato, ao voltar para a sua cidade, viu uma pessoa nua que andava pela rua em busca de comida; aproximou-se dela e se deu conta de que era um homem com problemas mentais, marginalizado pela sociedade por causa de sua condição. A partir disso, ele começou a interessar-se pelas pessoas com doenças psíquicas e conheceu as condições desumanas em que elas vivem na África Ocidental, onde se acredita que elas são atingidas por magia negra. Deu-se conta que tanto o acorrentamento, quanto o abandono dessa categoria de doentes são práticas muito difusas e aceitas pelas comunidades locais. Grégoire decidiu dedicar sua vida a essas pessoas que têm problemas mentais e começou a resgatá-las da rua. Voltado a Bouaké, na Costa do Marfim, deu vida a um grupo de oração que, muito cedo, transformou-se em um grupo de caridade para os doentes necessitados de cuidados: é a Associação São Camilo de Bouaké. Com seu método baseado no valor incondicional da dignidade humana, os doentes mentais vivem uma verdadeira libertação rumo a um renascimento humano e a uma reabilitação dentro daquela mesma sociedade que os esquece e abandona por serem considerados apenas violentos e irrecuperáveis. Nesses anos, mais de 30 mil voltaram em suas famílias e em seus bairros, curados e reintegrados. 11 na escuta da Palavra “N aqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se às pressas a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!’ “ (Lc 1, 39-45). Naqueles dias… São os dias imediatamente seguintes ao anúncio inesperado que o anjo Gabriel leva à Virgem: “Serás mãe do Filho de Deus!”. É um momento forte e decisivo de sua vida. Todavia, Maria não reage fechando-se em si mesma na tentativa de compreender o que estava lhe acontecendo, ou a fim de guardar para si o dom recebido. A pureza de sua fé e a confiança no seu Senhor a colocam logo a caminho. 12 ...pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se às pressas… Trata-se de uma viagem longa rumo à cidade de Isabel, Ain-Karim, distante cerca de 150 km de Nazaré. Aquela de Maria é uma viagem missionária autêntica. É uma viagem que a leva para longe de casa, a lugares estranhos a seus costumes cotidianos. Para ela, trata-se de ir, de certa forma, até os confins que ela pode alcançar. Por que Maria sobe Foi às pressas… “Na Virgem Maria que vai visitar a prima Isabel reconhecemos o exemplo mais límpido e o significado mais verdadeiro do nosso caminho de cristãos e do caminho da própria Igreja”. (Bento XVI) depressa os montes para visitar a prima Isabel? O que aconteceu? O Evangelista Lucas conta-nos do Anjo que anuncia a concepção do Messias no ventre de Maria por obra do Espírito de Deus. E como sinal de que aquilo que falou é verdadeiro e realizável, revela para Maria a gravidez de Isabel. O fato de esta parenta idosa, que todos achavam irremediavelmente estéril, estar à espera de uma criança é verdadeiramente sinal de que “nada é impossível para Deus”, de que nada pode bloquear o Deus vivo que entra na história. Maria, portanto, corre a Ain-Karim porque, nesse encontro, a sua fé e a sua vida terão motivo de crescimento; mas corre também para levar para a prima idosa a alegria da vida que habita nela por puro dom de Deus. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel… Eis a particularidade deste encontro: externamente não acontece nada de extraordinário que leva a pensar em um milagre. O extraordinário está todo no interior das duas mulheres que se encontram e que neste encontro crescem espiritualmente e humanamente. Andréia Lúcia Pinto de Oliveira, missionária de Belo Horizonte, durante um encontro de evangelização na CMV de Nola (Itália). ...a criança estremeceu no seu ventre. A caridade de Maria traduz-se na ajuda concreta à prima, mas se manifesta, sobretudo, em levar Jesus, em “fazê-lo encontrar”. Esta é a verdadeira missão evangelizadora e é este o sentido de todo caminho missionário: levar aos homens o Evangelho vivente, ou seja, levar o próprio Senhor Jesus. Na narração da visitação podemos de verdade avaliar a nossa vida na normalidade dos nossos encontros. Quantas pessoas encontramos pelas motivações mais variadas: encontramo-nos em família, entre amigos, no trabalho, nas atividades paroquiais ou de voluntariado e, também, temos encontros ocasionais entre pessoas. Como são os nossos encontros? São portadores da vida de Deus ou são superficiais e distraídos? Todo encontro pode ser uma missão, isto é, uma ocasião para levar aos outros a alegria de Deus, aquela que enche as nossas vidas e que se pode transmitir também com uma simples saudação. É suficiente uma saudação para fazer com que Isabel sinta o amor de Deus por meio da voz desta sua jovem prima de Nazaré. Esse encontro, porém, por parte de Maria, não é nem fácil, nem imediato. Para alcançar Isabel, Maria percorre um longo caminho em subida. Encontrar verdadeiramente uma pessoa “obriga-nos” a sair da nossa casa, dos nossos esquemas, frequentemente rígidos, para dar espaço ao outro, à sua necessidade. Para que o encontro aconteça, devemos sair e subir, superando as montanhas dos preconceitos com os quais, muitas vezes, filtramos a realidade. Se aceitarmos colocar-nos a caminho rumo ao outro, não podemos deixar de assumir a fadiga que isso comporta. E somente quando finalmente se dá o encontro, depois da longa viagem, a alegria prevalece. A alegria de se encontrar é contagiosa e nos restaura das fadigas da viagem rumo ao outro! Oração Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora da Anunciação e da Saudação, vela por nós, molda-nos no teu jeito maternal e evangelizador, e abençoa os nossos trabalhos e propósitos. Senhora da Anunciação, que corres ligeira sobre os montes, vela por nós, fica à nossa beira. É bom ter a esperança como companheira. Contigo rezamos ao Senhor: Dá-nos, Senhor, um coração sensível e fraterno, capaz de escutar e de recomeçar. Mantém-nos reunidos, Senhor, à volta do pão e da palavra. Ajuda-nos a discernir os rumos a seguir nos caminhos sinuosos deste tempo, por Ti semeado e por Ti redimido. Ensina-nos a tornar a tua Igreja toda missionária, e a fazer de cada paróquia, que é a Igreja a residir no meio das casas dos teus filhos e filhas, uma Casa grande, aberta e feliz, átrio de fraternidade, de onde se possa sempre ver o céu, e o céu nos possa sempre ver a nós. Da Carta Pastoral CEP Rosto Missionário da Igreja, Junho 2010 13 partilhar a fé Edson e Tuca, como foi a infância de vocês? Tuca: Minha infância foi muito dura e marcada pela pobreza. Um dia, meu pai resolveu sair de casa, deixando minha mãe com sete filhas pequenas para cuidar. A caçula tinha menos de um ano. Minha mãe era lavadeira e recebia como salário arroz, feijão e farinha de milho. Ela também pintava toalhas e outros tecidos para o nosso sustento. Embora trabalhasse sem parar, não conseguia o suficiente para as necessidades básicas da família. Nossa casa era paupérrima: o chão de terra, sem energia elétrica nem banheiro. Para piorar a situação, ela decidiu se juntar a um homem. Aí começou um período marcado por brigas violentas, pois seu novo companheiro ficava bêbado e agredia todos os membros da família. Com sete anos de idade, eu ia para a roça vizinha, pedindo às pessoas doações de alimentos para minha família. Com nove anos, fui 14 Edson e Tuca, com os filhos Nathali e Gustavo. Quando a paz toma o lugar do rancor Edson e Tuca, voluntários da CMV de São Paulo, conseguiram sair de um passado marcado pela falta de perdão e pela incompreensão, dando lugar a uma vida harmoniosa e de paz. trabalhar numa casa de família: foi um período bastante duro, pois não só cuidava de uma criança de dois anos, mas também tomava conta da casa e lavava à mão a roupa da família toda. Diante dessa situação, me sentia revoltada também com Deus. Perguntava-me: “Se Ele é bom, como pode permitir tamanha dor e sofrimento na nossa vida?” Edson: Desde criança comecei a trabalhar ao lado do meu pai. Minha infância foi marcada também por sentimentos de medo e de raiva, devidos aos problemas de alcoolismo e de briga em casa, em particular por causa do meu pai. Lembro também que eu não tinha nenhuma estima por mim mesmo e nas minhas capacidades, sentia-me incapaz de realizar qualquer coisa. Quando eu tinha 18 anos, meu pai foi assassinado num bar perto de casa. Foi uma dor imensa, embora o meu relacionamento com ele fosse muito difícil. O sofrimento levou-me a fazer escolhas erradas que, cada vez mais, me afastavam de Deus e do verdadeiro sentido da vida. Aos poucos, tornei-me uma pessoa ambiciosa, com um único objetivo: ganhar dinheiro a qualquer custo. Pensava, de fato, que o dinheiro fosse a solução para meus problemas. Como se deu o encontro entre vocês? Edson: Nossas histórias cruzaram-se 16 anos atrás. Logo começamos a namorar e, num momento de dificuldade, decidimos morar juntos. Ambos tínhamos 19 anos, sem experiência alguma e sem qualquer projeto de vida familiar. Entre muitas dificuldades, tivemos a alegria de ter dois filhos, Gustavo e Nathali. A convivência não foi fácil. Sofremos bastante, sobretudo durante o primeiro período. Não conseguíamos integrar-nos nem encontrar um ponto de equilíbrio. Conhecíamo- mos aceitar o fracasso, encará-lo e nos separar. Mas, no fundo do coração, ainda queríamos reconstruir nossa família. Olhando para os nossos filhos, nos perguntávamos: “Como podemos nos separar tendo recebido este presente tão grande de Deus?” O que os levou a desistir desta escolha? Tuca: Quando pensávamos que a nossa crise não tinha mais solução, decidimos dar-nos mais uma chance e pedir ajuda. Sabíamos que isso teria significado comprometer-nos em mudar atitudes enraizadas nos anos e dar novos passos no amor e no perdão. Estávamos dispostos. Edson sugeriu que procurásse- A partir de esquerda: Adriana Pontes e Lidiane Silva Xavier, do GimVi casais da CMV de São Paulo, com Edson e Tuca. nos apenas. Somos também profundamente diferentes um do outro: eu sou vivaz, elétrico, explosivo, nunca fico parado. Tuca é calma, tranquila, mais levada a escutar do que a falar. As diferenças entre nós eram causa de grandes brigas e incompreensão. Depois de alguns anos, casamos na Igreja. Mesmo assim, as dificuldades entre nós não se resolviam. Passamos por uma verdadeira crise, ao ponto de pensar que não houvesse mais solução. Foi assim que decidi- mos os missionários da CMV. Ele os tinha conhecido no dia do assassinato do pai dele. Tinha se sentido acolhido e escutado, em um momento de grande dor. Eles também tinham nos ajudado a preparar-nos para o casamento religioso. Aceitei a sua proposta e nos dispusemos a nos deixar conduzir pelos conselhos deles. Encontrando-nos com eles, partilhamos nosso sofrimento e nossa incapacidade de superá-lo sozinhos. Aquele encontro foi o co- meço de uma nova experiência de vida familiar, de aproximação a Deus e à Igreja. O que mudou em seu relacionamento conjugal e nas escolhas do dia a dia? Tuca: Aos poucos, descobrimos que Deus nos amava. Antes não acreditávamos que Ele nos escutasse e acolhesse, também nas nossas fraquezas. Ao final, tanto eu quanto o Edson tínhamos uma imagem de Deus muito longe e distante de nós. Percebemos a importância de parar e iniciar uma caminhada séria de vida matrimonial e cristã. Isso nos levou progressivamente a uma transformação radical. Uma das grandes mudanças no nosso relacionamento foi que começamos a dialogar, enquanto antes, diante dos problemas, nos fechávamos, fazendo de nossas diferenças obstáculos insuperáveis. Tivemos mesmo que aprender a fazer isso, pois não estávamos acostumados. A cada dia constatávamos que, na medida em que vivíamos o que a Palavra de Deus nos indicava, a paz entrava na nossa casa. Um outro milagre que aconteceu na nossa vida foi a nossa abertura ao perdão. Experimentando a misericórdia de Deus para conosco, entendemos que podíamos superar o ressentimento que carregávamos e doar o perdão àqueles que mais tinham nos ferido no passado. Edson: Quando me encontro com colegas de trabalho que não têm a mesma visão do casamento, sinto a responsabilidade de dar o meu testemunho sobre o nosso relacionamento de esposos e sobre o meu esforço de amar e respeitar a Tuca. Agora estamos conseguindo organizar nossa vida familiar e o nosso tempo. Decidimos também nos engajar mais na Comunidade, como voluntários. Se anos atrás eu pensava somente em ganhar dinheiro, hoje na minha vida e na minha família entraram novos valores. Por tudo isso somos muitos gratos ao Senhor. 15 vida espiritual A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo. Este desígnio brota do “amor fontal”, isto é, da caridade de Deus Pai, que, sendo o princípio sem princípio de quem é gerado o Filho e de quem procede o Espírito Santo pelo Filho, quis derramar e não cessa de derramar ainda a bondade divina, criando-nos livremente pela sua extraordinária e misericordiosa benignidade, e depois chamandonos gratuitamente a partilhar da sua própria vida e glória. Quis ser, assim, não só criador de todas as coisas mas também “tudo em todas as coisas” (1 Cor 15,28), conseguindo simultâneamente a sua glória e a nossa felicidade. Aprouve, porém, a Deus chamar os homens a esta participação na sua vida, não só de modo individual e sem qualquer solidariedade mútua, mas constituindo-os num Povo em que os seus filhos, que estavam dispersos, se congregassem em unidade. (...) O Senhor Jesus, logo desde o princípio “chamou a si alguns a quem Ele quis, e escolheu doze para andarem com Ele e para os mandar a pregar” (Mc 3,13). Os apóstolos foram assim a semente do novo Israel e ao mesmo tempo a origem da sagrada hierarquia. Depois, realizados já definitivamente em si, pela sua morte e ressurreição, os mistérios da nossa salvação e da renovação do universo, o Senhor, com todo o poder que adquiriu no céu e na terra, antes de subir ao céu fundou a sua Igreja como sacramento de salvação e enviou os seus apóstolos a todo o mundo tal qual Ele também tinha sido enviado pelo Pai, dando-lhes este mandato: “Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos prescrevi” (Mt 28, 16 A missão da Igreja A 50 anos do Concílio Vaticano II, ainda ressoam atuais as palavras do Decreto Ad gentes sobre a atividade missionária da Igreja 19-20). “Ide por todo o mundo, proclamai a Boa Nova a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado, será salvo; mas quem não acreditar, será condenado” (Mc 16,15ss). Daí vem à Igreja o dever de propagar a fé e a salvação de Cristo, tanto em virtude do expresso mandamento que dos apóstolos herdou a ordem dos bispos ajudada pelos presbíteros em união com o sucessor de Pedro e sumo pastor da Igreja, como em virtude da vida comunicada aos seus membros por Cristo, “do qual o corpo todo inteiro bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam, com a ação proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem à própria edificação na caridade” (Ef 4,16). A missão da Igreja realizase pois, mediante a atividade pela qual, obedecendo ao mandamento de Cristo e movida pela graça e pela caridade do Espírito Santo, ela se torna atual e plenamente presente a todos os homens ou povos para os conduzir à fé, liberdade e paz de Cristo, não só pelo exemplo de vida e pela pregação mas também pelos sacramentos e pelos restantes meios da graça, de tal forma que lhes fique bem aberto caminho livre e seguro para participarem plenamente no mistério de Cristo. Continuando esta missão e explicitando através da história a missão do próprio Cristo, que foi enviado a evangelizar os pobres, a Igreja, movida pelo Espírito Santo, deve seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação própria até à morte, morte de que Ele saiu vencedor pela sua ressurreição. Foi assim também que todos os apóstolos caminharam na esperança completando com muitas tribulações e fadigas o que faltava aos trabalhos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja. Muitas vezes, a semente foi o sangue dos cristãos. Trechos do Decreto sobre a atividade missionária da Igreja, Ad gentes, n° 2. 5. lima - peru projetos de solidariedade Projeto “casitas”: uma nova casa para os pobres N a missão de Lima (Peru), onde a CMV atua desde 1986, há ainda muitas famílias que vivem em barracos sem qualquer segurança, feitos de pedaços de madeira, plástico e materiais inapropriados para uma habitação. Em muitas destas casas o piso é de areia e não há banheiro. O projeto “casitas” possibilita construir e doar para as famílias mais pobres uma pequena casa pré-fabricada em madeira. Conforme a necessidade, são doados às famílias novos móveis para a casa. Uma família em frente de seu velho barraco, na periferia de Lima. Na foto abaixo: a mesma família em frente de sua nova casa, construída graças ao projeto “casitas”. COLABORE! Uma cadeira nova R$ 15,00 Cama e colchão R$ 100,00 Contribuição para a casa pré-fabricada Oferta livre Com a sua solidariedade, renasce a esperança! Casa pré-fabricada completa R$ 5.500,00 Obrigado por contribuir com as obras sociais e de evangelização da Comunidade Missionaria de Villaregia. Há inúmeros projetos acontecendo no mundo graças à sua generosidade! Conta bancária para o projeto “casitas” Banco do Brasil S. A. Agência: 4282-X Conta: 19931-1 17 notícias Ordenações imão Bruno, que chegou em S novembro de 2013 na CMV de São Paulo, foi ordenado diáco- no em Cagliari (Itália), sua cidade natal, pela imposição das mãos do arcebispo metropolitano, dom Arrigo Miglio. Na foto, com os pais Gianni e Franca. o da 15 de agosto, André N Vascon, missionário italiano que atua na CMV de São Paulo, foi ordenado sacerdote em Pordenone (Itália). Na foto: com um casal de amigos, Beth e Léo, que viajaram de Belo Horizonte para participar da celebração. 25 anos de sacerdócio m setembro de 2013, padre E Marco Paini e padre Siro Sechet celebraram, na Itália, o 25.º aniversário de sacerdócio. Ambos foram ordenados diáconos em Belo Horizonte, em 1987 e, por muitos anos, exerceram seu serviço missionário em Belo Horizonte e em São Paulo. Com estes irmãos sacerdotes, toda a Comunidade elevou a Deus sua gratidão pelas maravilhas que o Senhor operou na vida sacerdotal deles e por meio de seu ministério. 18 Chegadas e partidas Padre Antonello Piras, italiano, chegou à Comunidade mineira. As missionárias italianas Daniela Camuffo, Francesca Atzeri, Francesca Celeghin e Sonia Basso uniram-se à Comunidade de São Paulo. Regiane Nogueira Bijos de Freitas despediu-se da Comunidade de BH para alcançar a Itália. Cidneiz do Carmo Pratti, após alguns anos na CMV de Lima, vai chegar à Comunidade de São Paulo. Carmen Leysbet Carbajal Osorio deixa a CMV de Lima para integrar a Comunidade de Belo Horizonte. Simão Fonsatto, italiano, inseriu-se na Comunidade de Belo Horizonte. Rossanna Tidu, Margherita Avagnano e padre Duccio Zeme, após vários anos de serviço missionário em Belo Horizonte, viajam para a Itália. 19 A juventude do papa ma onda de juventude, de U línguas, culturas e raças diferentes, chegou ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, sediada na cidade do Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho. Uma experiência marcante para milhões de jovens, vindos dos quatro cantos da terra, à sombra da imponente imagem do Cristo Redentor, que se eleva acima da cidade carioca com seus braços abertos, expressão da acolhida de Deus para com cada um. Entre os participantes do evento estavam também os jovens do GimVi (Grupo interparoquial missionário de Villaregia) vindos do 20 Peru, de Porto Rico, da Itália, de Belo Horizonte e de São Paulo. Antes de viajar para o Rio, o grupo participou na capital mineira da “Semana Missionária”, valiosa ocasião oferecida aos jovens peregrinos para partilhar com as comunidades locais momentos de oração, de evangelização e de fraternidade, uma semana antes da jornada. Parte do grupo foi hospedada na casa da CMV, enquanto a maioria dos peregrinos vindos de outros países foi acolhida pelas famílias da paróquia São Sebastião, no bairro Betânia. Os jovens se sentiram muito amados pelas atenções e ca- rinho dos novos “pais” brasileiros e, tanto para as famílias, quanto para os jovens, foi uma experiência enriquecedora. Nos últimos dias em Belo Horizonte, mais peregrinos italianos e jovens do “Movimento Jovem” de Santa Maria de Itabira (MG) uniramse ao grupo, que viajou no dia 22 para a capital carioca, junto a numerosos missionários e missionárias da CMV. A cidade do Rio foi invadida por uma maré de juventude que, percorrendo as estradas até chegar à praia de Copacabana, onde aconteceu a maioria dos eventos, animou cada canto da metrópole. Alegria, garra, gritos e corais plurilíngues suscitaram a simpatia dos habitantes da cidade, que se Acima e na página anterior: missionários da CMV e jovens de vários países durante a Jornada Mundial da Juventude. revelaram muito acolhedores. Ao redor de papa Francisco, que com sua simplicidade e capacidade de se relacionar fez perceber a presença viva de Jesus, muitos descobriram de modo mais verdadeiro e autêntico o sentido de ser cristão, não somente com palavras, mas por meio do testemunho de vida e das obras concretas. “Vivenciar a JMJ Rio 2013 foi algo emocionante na minha vida. Renovar a acolhida ao mandato que Cristo nos entrega, reforçado pe- las palavras do papa Francisco, me confirmou que estou no caminho certo ao colocar Deus no centro da minha vida – afirmou Lucas Ribeiro, jovem do GimVi de Belo Horizonte – Minha gratidão é tamanha; sinto que Deus me ama sempre mais e esta JMJ me fez entender que eu posso ser ‘mais’ para quem necessita de um sinal de fé, aquele mesmo que eu recebi para estar aqui hoje”. Também para Thaís Aparecida, de São Paulo, os dias no Rio despertaram o anseio missionário. “Agora eu quero doar Deus aos outros, porque doar Deus é doar a felicidade de que o ser humano necessita!”, ela disse. “Ide, sem medo, para servir”: essas as três palavras-chave deixadas como herança por Francisco à “juventude do papa”, assim como se definiu a multidão de jovens que estava na missa de encerramento em Copacabana e que voltou para as próprias casas animada por um novo espírito cristão e um maior ardor missionário. Disseram sim a Deus No dia 27 de outubro, Vanessa Santos de Souza celebrou os votos perpétuos no Santuário São José Operário (Capão Redondo – SP), sua paróquia de origem. Em Janeiro de 2014, Vanessa deixará a Comunidade de BH e viajará para a Itália. Alex Sandro da Silva Bernardo, missionário paulista, celebrou a profissão definitiva dos votos na Comunidade de Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro. Márcia Aparecida de Oliveira, missionária consagrada no mundo, celebrou no dia 8 de dezembro, na Comunidade de Belo Horizonte, os votos perpétuos. 21 Uma “Escola” missionária para a vida Jovens participantes da segunda edição da Escola de Vida, em 2013 ncerrou-se a Escola de Vida E 2013, uma experiência de oito meses oferecida aos jovens, para seu crescimento humano, espiritual, eclesial e para que se tornem protagonistas da missão evangelizadora da Igreja, com a certeza de que os primeiros evangelizadores dos jovens podem ser os próprios jovens. De março a outubro, 14 jovens viveram juntos nas Comunidades de Belo Horizonte e de São Paulo, alternando oração pessoal e comunitária, cursos de formação humana e cristã, evangelização, atividades sociais e serviços domésticos. “Oito meses de Escola de Vida são um tempo favorável em que Deus revela sinais da sua vontade – relata Maria Geórgia, 18 anos, de São Paulo – Ele nos mostra um caminho a seguir, nos oferece ferramentas para tornar-nos mais aptos e coloca ao nosso lado irmãos para crescer”. Para outra “estudante” da Escola, Giselle, 20 anos, de Belo Horizonte, “a missão permitiu de forma mais fácil o encontro com Deus, com as pessoas, com os pobres. Foi prova disso participar de uma semana missionária em São João Del Rey (MG), onde me senti canal para levar a Palavra de Deus em muitos lares. Ao sair das casas visitadas, havia em meu coração uma grande alegria que nascia dos encontros vividos”. Dona Neuza, mãe de Ricardo, outro paulista da Escola de Vida, demonstra que também os pais perceberam o crescimento dos filhos. “As mudanças em meu filho são claras. Ele se abriu mais às amizades e o vejo mais feliz”, ela afirmou. Neste segundo ano de atividade, a Escola de Vida confirmou-se mais uma vez uma experiência que dá muitos frutos. “Por isso, desejamos que seja conhecida melhor, para que mais jovens de todo o Brasil possam usufruir desta oportunidade. As inscrições para 2014 já estão abertas” conclui padre Gilberto da Silva, um dos coordenadores da experiência em São Paulo, convidando mais jovens para a próxima turma. Inscrições abertas para a turma de 2014 IDADE: De 17 a 27 anos OS PILARES DA ESCOLA: Vida de comunhão, Vida de Providência, Missão, Oração, Formação humana e cristã A “Escola de Vida” é oferecida pela Comunidade Missionária de Villaregia a jovens que viveram um encontro pessoal com Deus e que desejam dedicar oito meses de sua vida para melhor conhecê-Lo e aprender a anunciá-Lo. 22 DATA DA ESCOLA: De março a outubro 2014 LOCAL DA ESCOLA: A primeira etapa será vivida na CMV de Belo Horizonte e a segunda na CMV de São Paulo PERÍODO DE INSCRIÇÃO PARA 2014: Até 30 de janeiro de 2014 INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Ligue ou escreva para os endereços na contracapa desta revista ou, se preferir, acesse o nosso site www.escoladevidacmv.com.br agenda Em 2014, participe conosco Jeshuá, Emaús, Bodas de Caná Final de semana de evangelização para jovens, adultos e casais. Retiro de Carnaval Três dias de espiritualidade, oração, alegria e amizade. De 2 a 4 de março, na CMV de SP. Para jovens de 16 a 26 anos. Formação à afetividade e à sexualidade Final de semana de encontro para jovens e casais. Missão além Fronteiras Dez dias de evangelização. Para jovens, em junho. Encontros dos grupos GimVi Encontros de formação para jovens, adultos, casais e crianças. Para mais detalhes, entre em contato com nossas Comunidades de São Paulo e de Belo Horizonte Presépio Vivo 2ª edição 15, 21 e 22 de dezembro Igreja S. Judas Tadeu - Rua José Basilio, nº 100 Bairro Palmeiras - Belo Horizonte Participe da representação, ao vivo, do nascimento de Jesus no cenário da cidade de Belém, reconstruída com casas, atividades comerciais e criação de animais. Cumprimente os soldados romanos que fazem o recenseamento, os pastores com seus rebanhos, os Reis Magos que chegam do Oriente. Nesta grande moldura, encantese e emocione-se com o nascimento do menino Jesus na gruta de Belém. Mais informações: contate-nos no endereço de Belo Horizonte, na contra-capa desta revista. Horários para a visitação da cidade de Belém: • Domingo, 15 e 22 de dezembro: de 8h30 às 12h e das 15 às 21h30 Sábado, 21 de dezembro: de 16h30 às 21h30 • Horários de Missas no presépio, com encenação do nascimento de Jesus: • Domingo, 15 e 22 de dezembro: às 9h30 e às 19h30 Sábado, 21 de dezembro: às 18h30 • A Sagrada Família no Presépio Vivo de 2012, que contou com mais de 3 mil visitantes e mais de 100 personagens. 23 AJUDE-NOS... A AJUDAR! UMA ALTERNATIVA AOS PRESENTES TRADICIONAIS Nas festas de família, você pode suscitar ao seu redor gestos de partilha. No lugar de ser presenteado com algo tradicional, você pode sugerir a seus amigos que colaborem com nossos projetos de solidariedade, como o que se encontra na página 17 desta revista. O SEU IMPOSTO DE RENDA GERA SOLIDARIEDADE Faça uma doação para o Centro de Acolhida Betânia, em Belo Horizonte, e deduza o valor no seu imposto de renda. Diariamente, o Centro acolhe 220 crianças e adolescentes, promovendo a melhoria de suas condições sociais, humanas e econômicas, assim como de suas famílias. Pessoas físicas poderão doar e abater até 6% do imposto de renda, enquanto pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão doar e abater até 1% do imposto de renda devido. Para colaborar e saber como proceder, ligue ou escreva para o endereço de Belo Horizonte abaixo. UMA PARTILHA QUE NÃO TEM FRONTEIRAS Se você quiser sustentar as obras de evangelização e de promoção humana da Comunidade Missionária de Villaregia, no Brasil e no mundo, contribua com uma oferta livre, utilizando o boleto bancário em anexo ou fazendo um depósito nas contas abaixo. Belo Horizonte - MG Rua Canoas, 461 Betânia - 30580-040 Telefax: (31) 3383 1545 [email protected] Ônibus: 1207 A/B, 7110, 7120, 22 Para doações: Banco Bradesco - 237 Agência 2900-9 Conta corrente 3527-0 Embu Guaçu - SP Rod. José Simões Louro Jr. 3100 Km 34,5 - Itararé - 06900-000 Telefax: (11) 4661 2539 4661 2267 [email protected] Ônibus: intermunicipal Embu Guaçu - Vila Louro Para doações: Banco Bradesco, Agência 1988-7 Conta corrente 13753-7 Outras informações www.cmv.it PARA USO DO CORREIO MUDOU-SE ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O Nº INDICADO FALECIDO DESCONHECIDO RECUSADO AUSENTE NÃO PROCURADO OUTROS:_______________________ _____________________________ INFORMAÇÃO PRESTADA PELO PORTEIRO OU SÍNDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___. DATA: RUBRICA: