LSD - Abr. 2013 - Agrupamento de Escolas de Rio Tinto Nº3

Transcrição

LSD - Abr. 2013 - Agrupamento de Escolas de Rio Tinto Nº3
Leitura
sem dogmas
Todas as Cartas de
AMOR são Ridículas
Álvaro de Campos
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
2012|2013
Ano XVI nº1 1ª Tiragem
Escola Secundária de Rio Tinto
2 ∙ Leitura sem dogmas
amor
Não sei de
Manuel Alegre
Não sei de amor senão o amor perdido
o amor que só se tem de nunca o ter
procuro em cada corpo o nunca tido
e é esse que não para de doer.
Não sei de amor senão o amor ferido
de tanto te encontrar e te perder.
Não sei de amor senão o não ter tido
teu corpo que não cesso de perder
nem de outro modo sei se tem sentido
este amor que só vive de não ter
o teu corpo que é meu porque perdido.
Não sei de amor senão esse perder
teu corpo tão sem ti e nunca tido
para sempre só meu de nunca o ter
teu corpo que me doi no corpo ferido
onde não deixou nunca de doer
não sei de amor senão o amor perdido.
Não sei de amor senão o sem sentido
deste amor que não morre por morrer
o teu corpo tão nu nunca despido
o teu corpo tão vivo de o perder
neste amor que só é de não ter sido
não sei de amor senão esse não ter.
Não sei de amor senão o não haver
amor que dire mais que o nunca tido.
Há um corpo que não para de doer
só esse é que não morre de tão perdido
só esse é sempre meu de nunca o ser
não sei de amor senão o amor ferido.
Não sei de amor senão o tempo ido
em que amor era amor de puro arder
tudo passa mas não o não ter tido
o teu corpo de ser e de não ser
só esse é meu por nunca ter ardido
não sei de amor senão esse perder.
Cintilante na noite um corpo ferido
só nele de o não ter tido eu hei de arder
não sei de amor senão o amor perdido.
Carta de amor
Joana Alves (10ºD)
Rio Tinto, 14 de fevereiro de 2013
Para ti, meu príncipe
Estava eu de férias quando conheci aquele que viria
a ser o amor da minha vida, aquele que mais tarde
veio roubar o meu coração e dar brilho aos meus
olhos.
Tu …
Sinto que basta olhar para ti para que a chama do
amor nunca se apague e que o meu sorriso continue
a existir.
Quero também que saibas que tudo o que sinto não
consigo exprimir somente através de palavras, o que
eu sinto vem do coração e as palavras não são suficientes para mostrar o que realmente te quero dizer.
Contigo aprendi imensas coisas e continuo a aprender todos os dias. Acima de tudo temos uma grande
amizade, uma grande confiança, e acho que isso é a
base de tudo e o que torna a nossa relação perfeita.
Penso todos os dias naquilo que fazemos para que
tudo resulte e penso também na sorte que tive em
te encontrar!
Com esta carta quero demonstrar-te o quanto estou
feliz de te ao meu lado pois sem ti sinto –me uma
estrada sem rumo .
Muitos doces beijinhos
Leitura sem dogmas ∙ 3
Traduzir é conhecer... e
leva aluna a Bruxelas!
Margarida Anacleto e Rosa Texeira,
“Vão sem mim que
eu vou lá ter”
Ana Santos, prof. de Português
Sabendo que nem todos caminham na mesma direção e menos ainda ao mesmo ritmo até compreendo
que uns tenham de ir à frente, outros mais atrás
e outros nem lá cheguem. Sim, e é fácil perceber:
há gente para todos os gostos, os que vão sempre
na ousada vanguarda e abrem caminho aos mais
tímidos e fragilizados e os da retaguarda que nunca
aparecem porque já nem precisam de o fazer. Claro
que se compreende tanta vergonha e timidez destes
últimos, são mais recatados e mandam os outros à
frente para ver como é e assim não apanham com
o embate todo, situação que os deixaria ainda mais
vulneráveis. E isso nunca poderia acontecer já lhes
basta a fragilidade com que têm de conviver!!!
Gente assim é de preservar para a eternidade! Se
atentarmos nas desculpas apresentadas para a falta
de participação em eventos ditos sociais, então
podemos concluir que são únicas: ou dores de
barriga insuportáveis, jogos de futebol imperdíveis,
falta de autorização dos pais...sem esquecer, claro, a
vontade de ir, mas o desejo enorme de ficar. Tenho
de confessar que gosto de gente assim, discreta e de
muito egoísmo doméstico e que é o motor impulsionador de qualquer revolução. Sem ela o que seria de
nós?!!!
profs de Inglês
No dia 27 de novembro decorreu na nossa Escola
o concurso “Juvenes Translatores”, um concurso
internacional de tradução promovido pela Comissão
Europeia. De acordo com o regulamento do concurso, podem candidatar-se todas as escolas da União
Europeia, sendo selecionado apenas um número
restrito, dependendo do número de deputados
representantes de cada país ao Parlamento Europeu. Pelo segundo ano consecutivo a nossa Escola
foi selecionada, tendo participado com cinco alunos
nascidos no ano de 1995, que escolheram os pares
de línguas a traduzir. Foi com muito agrado que
recebemos a notícia de que a nossa aluna Catarina
Pinto do 12º B foi a vencedora nacional deste concurso, com uma tradução de um texto em espanhol
para a língua portuguesa. Em abril a Catarina irá
deslocar-se a Bruxelas para receber o merecido
prémio e visitar as instalações do Parlamento Europeu, nomeadamente as dedicadas à tradução.Após
o comunicado à imprensa emitido pela Comissão
Europeia, vários órgãos de comunicação social visitaram a nossa escola e solicitaram entrevistas à aluna
e professoras responsáveis pelo Projeto “Traduzir é
Conhecer”, que organizou este concurso na escola.
Entretanto, no segundo período, o projeto já organizou a participação de alunos do Ensino Secundário
em dois concursos: um a nível de escola e outro a
nível nacional, o concurso “Traduzir 2013”, promovido pela Universidade Católica de Lisboa. No terceiro
período irá ter lugar o concurso a nível de escola
para o Ensino Básico.
4 ∙ Leitura sem dogmas
Texto de opinião sobre
Os Jovens e o emprego: que futuro?
Patrícia Martins, 11º k
Nos últimos anos a conjugação das palavras “jovens,
emprego e futuro” não tem sido encarada como
"passaporte" para a felicidade, autonomia, progresso e desenvolvimento, (...)
Um dos grandes problemas que os jovens encontram é sem dúvida a falta de apoio monetário e
a discriminação social que já sentem . A título de
exemplo, reflitam connosco sobre o que se passa
na educação a qual deveria ser tendencialmente
gratuita. No nosso país, diz-se que o ensino é público. Diz-se apenas, pois quem olhar para o preço
dos manuais escolares, para já não falar em todos
os outros livros e até jornais que nos permitiriam
enriquecer culturalmente e para os preços das propinas na universidade, facilmente entende que, com
a conjuntura económica em que nos encontramos,
nem todas as famílias têm dinheiro e que o ensino
acaba encarado como uma “mordomia”. E apoios?
Quase nulos. Existem o SASE e as bolsas de estudo
na universidade, porém, essas ajudas são escassas
e para uma minoria de quem precisa de ajuda. É
facto que o Estado teria de gas
tar mais dinheiro, mas como diz Nuno Crato “A
maior dívida que um país pode gerar é a perpetuação da ignorância”!
Portugal é o terceiro país com a maior taxa de desemprego da OCDE, onde os jovens são o grupo mais
inscrito no centro de desemprego e que acabou de
sofrer um aumento de 19.6%. É clara a falta de emprego nos jovens. Como também refere o ministro
da educação, “É estrategicamente fundamental que
as empresas se envolvam na educação”, e por essa
razão era uma grande ajuda que o Estado desse condições às pequenas, médias e grandes empresas na
contratação de jovens récem formados e que estas
mostrassem disponibilidade para a realização de
estágios ou de momentos de contacto com o mundo
do trabalho para que, aquando da contratação,
pudessem se desinibir de preconceitos, e contratassem aqueles que são mais capaz pois nem sempre
os alunos com melhores notas, são os que melhor se
adequam ao mundo do trabalho.
A capacidade de investimento é reduzida mas a
situação agrava-se quando a isto se junta a falta
de divulgação de programas de apoio e incentivo à
criação de projetos muitos dos quais vocacionados
para jovens. A título de exemplo, podemos citar o
caso da agricultura - um setor com um défice enorme de empregabilidade e fundamental para o país
- onde seria proveitoso que se divulgassem apoios
que estão a ocorrer, no âmbito da União Europeia.
Essa informação levaria mais jovens a apostarem
na agricultura, contribuindo desta forma para uma
poupança para o país, pois mesmo que não houves-
se produção suficiente para exportar seria muito
vantajoso pela redução nas importações, ao que
acrescem outras vantagens como as que advêm
de uma redistribuição da população pelo território
nacional.
Muitas das vezes os jovens escolhem cursos de
que não gostam e para os quais não têm vocação,
só porque têm mais saídas profissionais, e mesmo
assim quando terminam o curso muitas vezes ficam
no desemprego. Seria fundamental que houvesse
uma maior e atempada antecipação das necessidades do país para que houvesse um maior ajustamento entre o que nós jovens ambicionamos Ser
e as verdadeiras necessidades do País. Um jovem
habilitado com uma formação que lhe garante o
emprego mas não é propriamente a resposta à sua
vocação, dificilmente será um excelente funcionário
pelo que será dificil esperar deste uma grande motivação e consequentemente um grande empenho
ou produtividade. Mas abrir vagas em cursos que
quando terminados não garante minimamente uma
qualquer oportunidade no mundo do trabalho, é
contribuir para o desemprego e para a frustação.
A maior parte de nós está pouco tempo com os
Pais, ocupados nesse mesmo mundo do trabalho.
Passamos a maior parte do tempo na Escola com os
professores que para além de nos formarem nos vão
muitas vezes orientando. Contamos - no nosso caso
porque nem todas as escola o podem fazer - com
os psicólogos mas com o grande número de alunos
que cada um deles tem sobre a sua alçada ninguém
consegue ser 100% eficiente. Uma situação eficiente
seria a diminuição de horários dos professores ao
contrário do que tem vindo a acontecer e a diminuição da idade da reforma. Porquê poderão perguntar? Porque o facto de as pessoas não terem uma
carga horária tão pesada iria possibilitar uma maior
ajuda aos jovens e iria criar mais oportunidades de
emprego. Por outro lado disponibilidade de tempo e
dinheiro no bolso promoveria o consumo e consequentemente o aumento da produção, a melhoria
da economia e a criação de mais emprego.
Assim não sendo, o futuro do país e dos jovens não
é nada risonho!
Os jovens que se formam o melhor possível são
produto de exportação sem aproveitamento para o
nosso país, sem o melhor retorno, ou seja, são um
ativo desperdiçado.
Uma nação nunca poderá esquecer que o seu futuro
depende dos jovens!
Leitura sem dogmas ∙ 5
O que te
interessa saber
Emília Reis, prof de Português
Há muitos programas de incentivo à criação de emprego, que podes consultar no Portal da Juventude
A título de exemplo, tens ao teu dispor:
Empreender +
Objetivos: Captação de ideias de negócio e de
meios de investimento
Destinatários: jovens com idade superior a 18
anos detentores de ideias (Pessoas singulares ou
coletivas), e potenciais investidores (Detentores de
capital, “know-how”, tecnologia, instalações, equipamentos)
Apoios: Bolsa de Ideias e de Meios; Competição
de Planos de Negócio; Parcerias Científicas para a
Inovação
URL: www.iapmei.pt
ILE - Iniciativas Locais de Emprego
Objetivos: Apoiar projetos que deem lugar à criação
de novas empresas e que originem a criação de
postos de trabalho para o desenvolvimento local,
mediante a realização de investimentos de pequena
dimensão
Destinatários: Jovens à procura de 1º emprego,
desempregados, trabalhadores empregados, mas
em risco de desemprego
Apoios: Apoiar a criação de empresas através do
apoio técnico do IEFP - recrutamento e selecão de
desempregados, formação e consultoria para os
empreendedores – e do apoio financeiro para a
criação de postos de trabalho e para as necessidades de investimento (elegível até 150.000,00 euros)
da empresa; o candidato tem a possibilidade de
receber o montante global do subsídio de desemprego de uma só vez e do financiamento, em forma
de subsídio não reembolsável, no montante máximo
de 60.000,00 euros, podendo, ainda, candidatar-se a
crédito bonificados mantendo o montante máximo
do investimento elegível
URL: www.iefp.pt
Para mais informações, consulta o Portal da Juventude em : http://juventude.gov.pt/Emprego/Empreendedorismo/Apoios%20ao%20Empreendedorismo/
Paginas/ApoiosaoEmpreendedorismo.aspx
Jovens discutem
crise e emprego
Nos dias 18 e 19 de fevereiro realizaram-se as Sessões Distritais de Parlamento dos Jovens Porto nas
quais os representantes de cada escola do distrito
discutiram formas de ultrapassar a crise e analisaram a questão do emprego jovem.
No dia 18, na Sessão Distrital do Ensino Básico, a
nossa escola foi representada pela Jessica Resende
(9ºC) , João (9ºB) e Joana Prim (7ºC). Nesta Sessão
que se realizou no Conservatório de Música do Porto os jovens deputados discutiram propostas para
ultrapassar a crise económica do país
No dia 19, no Auditório da Escola Secundária do Cerco do Porto teve lugar a Sessão destinada a alunos
de Ensino Secundário onde os deputados eleitos
nas escolas discutiram o futuro dos jovens. A nossa
escola foi representada de forma exemplar pelos
alunos Bruna
e Patrícia Martins (11º K) (efetivas)
e José Luís (suplente)
Os dinamizadores do Clube Europeu, José Carlos
Sousa e Emília Reis, agradecem a todos os participantes do Parlamento de Jovens e esperam poder
contar com estes e novos aderentes ao programa.
6 ∙ Leitura sem dogmas
Como ultrapassar a crise?
Paulo Sousa – 12ºB
Find a job you like and you won’t have to work a
single day in your life.
Easier said than done. I’ve kind of been going
around that question for two years now. But what
the hell would I like to do in twenty years?
I really don’t know where to look for the answer.
. I’m just really waiting for something to pop out
and… voilà, my dream job!
In my opinion, that decision we have to make by
the end of the 9th grade is way too important. I still
can’t answer it now… Or maybe it’s just me and my
lack of commitment that’s keeping me from choosing. How can I, at the age of seventeen, choose
what I want to do for the rest of my life? “Find a job
you like and you won’t have to work a single day in
your life.” That is exactly what I’m looking for, something that I enjoy doing so much that can make me
forget that it is a job and will make me think of it as
a life occupation but full-time.
I don’t need to be rich or famous. I just want a job
that I actually like, a beautiful, lovely wife and maybe a couple of kids, just like in the movies. Nothing
can stop us when we do something for the right
reasons. I just have to figure out what my own are…
Clube Europeu da ESRT
Num período em que a crise económica reflete o
fenómeno da globalização e tende a alastrar a todos
os países do mundo ocidental; num período em que,
tal como a globalização tem agravado as diferenças
entre ricos e pobres, a crise se faz sentir mais diretamente nas classes mais desfavorecidas e indiretamente pelas opções politicas na classe média, colocando milhares no desemprego e arrastando para a
pobreza uma parte substancial da população, urge
mais do que gerar novas ideias que combatam a
crise, fazer delas um sucesso, para o que é essencial
refletir sobre as opções tomadas no passado, avaliá-las corretamente com TODOS os representantes da
Sociedade, verificar o que falhou para que no mais
curto prazo se possa construir um futuro sustentável.
Para nós parece-nos que as orientações comunitárias, as opções políticas nacionais, o sistema bancário assente numa especulação sem limites e um
sistema judicial que muitas vezes deixou impune,
aqueles que colocaram em seu proveito verbas que
deveriam ter modernizado parte do nosso setor
produtivo, levaram o país à atual situação a qual
exige rigor económico mas também a valorização
dos nossos recursos humanos e naturais promovidos
por um eficaz ordenamento do território em prol de
TODOS e a todo o momento PARA TODOS.
O Estado gere a Nação e esta é constituída por “pessoas” pelo que não se compreende como se pode
gerir bem o Estado empobrecendo a maioria das
pessoas, a que acresce o facto de esse grupo de pessoas ser a parte mais frágil da população, pelo que
há que aproveitar a crise para reforçar a cidadania
exigindo uma maior justiça social e equidade fiscal.
Portugal tem um potencial gigantesco para poder
sair da crise, aumentando as exportações e diminuindo as importações. As suas potencialidades
estão, sobretudo, nas zonas rurais, no mar de que
podemos explorar as ondas e as correntes maritimas; as caraterísticas da nossa costa extremamente
ventosa poderá gerar energia que podemos exportar. E o turismo poderá ter aqui também um papel
importante. É nestes nichos que os empresários
portugueses devem apostar no sentido de alterar o
‘status quo’ e criar novas realidades capazes de gerar
valor económico, para o que têm ao seu serviço as
novas Tecnologias de Informação e Comunicação
como forma de fazer negócio, criando canais de
venda, incrementando o mercado onde operam,
promovendo a internacionalização, reduzindo os
constrangimentos da distância
Leitura sem dogmas ∙ 7
A crise e os recursos
José Carlos Sousa, prof de Geografia
Em tempo de crise, a utilização dos recursos, baseada
no planeamento e na gestão eficiente deveria ser um
imperativo das políticas públicas, incluindo a de ambiente, já que desenvolver uma política eficiente de
gestão dos recursos naturais é contribuir para a redução da dependência do país, sendo portanto um imperativo nacional. A aposta nestes recursos cria valor
e riqueza, cria emprego, e mesmo que não aumente
as exportações contribui para a diminuição das importações e consequentemente para a melhoria da
competividade e da produtividade do país.
Recursos como a água, o sol, o vento, o mar, o solo,
(…) utilizados de forma eficiente, acabam por ser
determinantes para o nosso bem-estar e são a base
de uma economia que se pretende mais eficaz e
menos dependente do exterior. Exemplo disso é a
fatura energética que desequilibra a balança externa
e condiciona a competividade da nossa indústria.
Políticas que estimulem o aproveitamento dos recursos energéticos são determinantes para a retoma
económica, que passa pela re-industrialização do
País e, em particular, da indústria transformadora.
É importante por isso a implementação de políticas
que visem conhecer as nossas disponibilidades nesses e em outros recursos incluindo os recursos não
naturais, mas não deixa também de ser importante
a definição de planos que possibilitem o uso eficiente e que atraiam investimento nas áreas industriais e
nos serviços concretamente no turismo.
Apostar na ciência e na tecnologia no sentido de
reforçar a obtenção, valorização e transformação
dos recursos naturais disponíveis no território e nos
espaços marítimos sobre nossa jurisdição, deve ser
objetivo das políticas publicas que ultrapassem o
mero contrato de concessão e que pelo contrário
bonifiquem a integração de capital humano nacional, especializado, existentes nas Universidades e
nos Centros Tecnológicos.
Politicas que conduzam à melhoria da eficiência no
uso da água, para além de constituírem uma obrigação do país face ao normativo nacional e comunitário e um interesse económico, são um imperativo
ambiental e ético e uma necessidade estratégica.
A água é um recurso limitado que é necessário
proteger, conservar e gerir para garantir a sustentabilidade dos ecossistemas e dos serviços que estes
proporcionam à sociedade em geral e para garantir
a sustentabilidade de outros recursos intrinsecamente associados.
Penso que nem sempre a nossa capacidade na área
da Engenharia de transformar a natureza e a colocar
ao serviço do Homem cumpriu esse designo da
melhor forma, pois me parece que vezes demais
os objetivos económicos assentem na ânsia do
lucro rápido e fácil, se sobrepuseram aos objetivos
da sustentabilidade ambiental e social do médio e
longo prazo.
Por outro lado nem sempre temos sido capazes de
olhar atentamente e com rigor para o nosso território – terrestre ou marítimo – de uma forma integradora, onde os valores éticos, sociais, económicos e
ambientais exigem a mesma dose de preocupação
pois são no seu conjunto a mais-valia que pode dar
mais bem estra e uma melhor qualidade de vida a
todos de uma forma sustentável. Dizem os nossos
responsáveis que é importante termos um ministério das finanças forte para responder da melhor forma à crise; no entanto parece-me ainda mais importante um ministério do ambiente capaz de preservar
os nossos recursos da ganância desenfreada e do
lucro fácil de alguns, para que quando a crise passar
possamos ter os recursos disponíveis para com eles
construirmos um futuro melhor para Todos.
Para isso exige-se uma verdadeira política de Ordenamento do Território, feita com Todos e ao serviço
de Todos, pelo que seria oportuno neste momento de reorganização administrativa do território
relançar a Regionalização, curiosamente prevista
na Constituição, em vez de uma politica cada vez
mais centralista, que gere à distancia sem valorização dos valores, da identidade regional e muitas
vezes mesmo contra eles, o que é contribuir para a
desvalorização desses mesmos recursos o que me
parece insustentável agravado pela existência da
própria crise.
8 ∙ Leitura sem dogmas
“Cronicando”
Jovens: que futuro?
Vasco Paz-Seixas, técnico superior da ESRT
Luís Silveira (11º ano)
Caros leitores e cronistas de serviço, com este mote
para este número do cronicando não será preciso eu
alongar-me em reflexões para introduzir o mesmo;
penso que que a frase é abrangente e sobretudo
na atual conjuntura política, económica e social,
bastante polémica. Escrevam por isso o que vos
aprouver sobre o assunto:
Que futuro têm os jovens de Portugal, a próxima
geração deste país, este “retângulo à beira-mar
plantado”? Muitos acham que serão bem sucedidos
no seu país de origem, mas os únicos empregos que
cá se dão bem são os de recoleção de lixo e construção civil, ou seja, empregos que ninguém quer, pois,
por serem demasiado cansativos, pouco remunerados ou pouco gratificantes, não há muitos que se
disponham a fazê-los, e esses são aqueles que mais
há por aí, aqeles que têm mais vagas, pois hoje em
dia, todos querem ser empresários, professores
(esses poucos há já, pois começa a ser mais difícil
arranjar colocações favoráveis) ou chefes de grandes
empresas (mas esquecem-se que têm de passar por
várias posições de emprego e aturar vários chefes
até chegarem ao que querem).
Djanira Só (12º H)
Depois da edição anterior que abordou o mesmo
assunto, a minha inspiração já lá vai, não sei se é
por ter falado da lamentável situação política e
económica dos jovens, ou se foi somente a minha
inspiração que resolveu abandonar-me sem aviso
prévio, não sei.
O tema mesmo que abordado anteriormente,
continua a ser muito sensível e a “dar panos para
mangas” e essa sensibilidade chama-se tem por
nome futuro.
Quando se fala do futuro muitos pensam logo num
período de vida mais folgada economicamente, um
emprego de sonho, um salário muito acima da média e não os míseros salário mínimo que os patrões
e o Governo tem para oferecer aos seus trabalhares
e seguindo uma linha de pensamento já arcaica na
minha ótica, que é o pensamento de todos os pais,
mas principalmente das mães: um bom casamento
para os seus filhos. Contudo o que muitos não se
lembram ou não se querem lembrar é que um bom
futuro não passa apenas por ter um bom emprego,
mas também em ter uma boa base moral ou social.
Um jovem com uma educação irrepreensível concerteza que terá um caminho não mais curto, mas
talvez mais suave, sem grandes pedregulhos pela
frente, o que poderá facilitar um pouco à sua vida
socio-económica, isto pelo menos num país onde o
estado não esteja tão desgastado.
A esses, recomendo que vão estudar para o estrangeiro, pois as opções de trabalho que querem começam a ser cada vez mais impossíveis de alcançar cá
em Portugal, pois começa a haver menos vagas.
Ou seja, começa a haver cada vez menos opções de
emprego cá em Portugal e cada vez mais lá fora.
Sigam o conselho deste vosso cronista e vão estudar
para o estrangeiro (a Suécia, por exemplo), arranjem
lá emprego e, quando estiverem “bem” na vida,
voltem para Portugal, abram uma empresa vossa e
comecem a fazer lucro que é a melhor opção.
Joana Pedrosa, 12ºK
Estamos fartos de ouvir dizer que nós somos o futuro
próximo e que o mundo sobrevive graças a nós, mas
o certo é que tal afirmação nos faz refletir. O jovem
de hoje em dia é como a chave que liga o motor do
nosso carro, é a fonte de partilha do que já aprendeu. Temos um poder nas nossas mãos que mais
ninguém tem. Essa força poderosa é a de ajudar
um barco a remar contra uma tempestade e vencê-la. Sabemos que neste momento existe um forte
número de jovens a sair do nosso país em busca do
que não existe aqui.
Todavia para àqueles que ousam desafiar o que
chamam muitas vezes de “tretas”, provavelmente
terão uma vida e um caminho um pouco mais difíceis, algo que certamente podia ser evitado, porque Eu irei fazer parte desse grande grupo de pessoas
como alguém um dia disse o sol quando nasce é
que emigra à procura de melhores condições de
para todos.
vida. Mas não agora. Fazer escolhas pode ser perigoso como pode ser benéfico, mas de qualquer maneira sei que ao ir embora terei outras portas abertas
para mim que aqui não conseguirei ter..
“Querer é poder”. Muitas vezes ouvi dizer este
provérbio e não me irei arrepender de deixar para
trás as minhas raízes se for para poder ter um futuro
digno e estável. Estou consciente das minhas capacidades e por isso, irei conseguir vencer. O futuro dos
Jovens é este: lutar para conseguir.
Leitura sem dogmas ∙ 9
Os jovens e a literatura
Rui Alves (11ºI )
hábito perdido?
O tempo vai passando e a evolução vai-se fazendo aos poucos. Deixou-se de
usar o cavalo como força mecânica para puxar e transportar seres humanos.
Deixou de se utilizar o telégrafo. Será que se deixou de ler? Será que os jovens
de agora são tão diferentes dos de há vinte anos atrás, que são agora seus pais e
professores? A resposta não é óbvia, não é clara.
Se formos ver por generalidades e percentagens, sim, é verdade que se perdeu o
hábito de ler uma obra qualquer. No entanto, se formos perguntar, caso a caso,
ainda há quem não dispense uma boa sessão de leitura; ainda há quem leia as
seiscentas e duas página d’Os Maias de Eça de Queirós como se de uma página
se tratasse. Claro que, para se dizer que há más notas a português em todo o
lado, que as vendas de livros decrescem, que ninguém lê (exagero, hipérbole,
blasfémia, diria eu) nas camadas jovens da sociedade há-de haver uma razão. E
eu sei qual é. Experiencio-a todos os dias.
Usando-me como exemplo (não sou grande exemplo para ninguém, mas não
consigo ver pelos olhos de outras pessoas), vou dizer que para além de discordar de ser hábito perdido, acho que em breve o será e que é uma pena. Uma
boa obra é tão melhor que um filme cheio de efeitos especiais e alucinantes
perseguições. Uma boa obra elucida-nos de tal maneira que é possível escrever
melhor só de lê-la (óbvio, o ser humano aprende por observação…). Entendo, no
entanto, porque é que se deixou de ler compulsivamente. Ler implica tempo e
clareza de ideias – espaço na mente, vá – para ser uma experiência boa. Usando
o meu exemplo, não tenho tempo para procurar a informação que quero num
livro ou dicionário: procuro-a no Google que é mais rápido – e prático. Clareza
de ideias tenho – não ocupo a mente com namoricos, parvoíces ou brincadeiras -, mas o tempo consome-me. Durante a semana tenho os trabalhos de
casa. Malditos exercícos de Geometria Descritiva que me levam o tempo todo.
E devido a eles também fico sem grande paciência. E não é só a Geometria –
outras disciplinas demoram também. Não consigo desenhar meia-hora e deixar
inacabado para ir ler. Chegado o fim-de-semana quero é descansar. Ler para
mim não é descanso. Já gostei muito de ler – adorei até -, mas com o passar dos
tempos tornou-se penoso. Ler tornou-se penoso muito por culpa do segundo
argumento/causa para se estar a perder o hábito: referido no texto base para
a minha reflexão opinante está “o consumo cultural ligado a suportes multimédia”. O computador e a X-box tiram-me o resto do tempo, desgastam-me
os olhos e cérebro. Mas é mais interessante, prático e mantém-me ocupado e
entretido mais tempo que um livro. Não sou de televisão, mas muitos são. Por
estar tanto tempo no computador, a jogar ou em frente à televisão perde-se o
sono. O cérebro não está a trabalhar, não se cansa e não precisa de horas de
sono. Depois de manhã levantar é um martírio e ler é pôr sal nas feridas abertas
do mesmo martírio. Isto não é só comigo. Todos os jovens com acesso a multimédia a usam para ler o que precisam (“Wikipedia para a vitória”, acabando por
perder a concentração necessária para ler e o hábito e resultados melhorados
de notas que de ler advêm.
Concordo que se esteja a perder o hábito de ler por causa da multimédia.
Discordo que se deva perder o suporte do livro como base de informação em
favor das bases de dados e internet. Mas a multimédia é vício. E eu, como tantos
outros jovens, já estou “agarrado”.
10 ∙ Leitura sem dogmas
1as Jornadas de Turismo e Ambiente
Nazaré Alves, prof. de OTET
Nos dias 24 e 25 de janeiro, realizaram-se, no auditório
da Escola Secundária de Rio Tinto, as 1ªsJORNADAS DE
TURISMO E AMBIENTE organizadas pelos cursos profissionais Técnico de Turismo e Técnico de Gestão do Ambiente.
Estiveram presentes na sessão de abertura o Dr. Fernando Paulo, Vereador do Pelouro da Cultura e Educação da
Câmara Municipal de Gondomar, o Dr. Belmiro Ribeiro,
diretor do Centro de Formação Júlio Resende e a Dr.ª Luísa
Pereira, Presidente da CAP do Agrupamento de Escolas de
Rio Tinto nº 3.
Iniciados os trabalhos constantes de um programa ambicioso foram então abordadas, pelos oradores, de uma
forma reflexiva, as seguintes temáticas:
TURISMO E AMBIENTE: A Cooperação como o Caminho
para a Sustentabilidade do Desenvolvimento Regional Perspetivas
A Dr.ª Deolinda Pinto, em representação da autarquia,
referiu o papel determinante da Câmara Municipal
na construção de um futuro sustentável o qual passa,
necessariamente, pela proteção do ambiente e redundará
necessariamente no desenvolvimento turístico da região.
Foram salientadas as potencialidades e património de
Gondomar como o Rio Douro; espaços naturais e praias;
património artístico; património construído; artesanato.
«Na essência de Gondomar está o nosso presente o nosso
passado e o nosso futuro…Gondomar vive das suas tradições, do que é genuíno, fugindo à massificação…o orgulho
de Gondomar é a melhor forma de promoção do turismo…A regata junto à Ribeira de Abade os barcos valboeiros
e os saveiros, a festa do sável e da lampreia assim como a
filigrana (com o rendilhado das peças) são a essência de
Gondomar, constituindo o orgulho das suas gentes» -disse
a Dr.ª Deolinda Pinto.
De seguida o DR. Alfredo Barbosa – Jornalista, docente e
consultor do ensino universitário, diretor do novo jornal,
o “Ponto Norte”, referiu como condição« sine qua non»
para o desenvolvimento regional o saber receber e o
saber estar dos cidadãos de uma região/país, salientando
a importância de um jornal regional no desenvolvimento turístico e ambiental de uma região. Dirigindo-se
ao auditório, e em especial aos alunos dos dois cursos
profissionais, alertou para a importância da “busca do conhecimento, pois só esta pode gerar desenvolvimento….
Só pelo conhecimento, podemos inovar e ser melhores.
Façam pelo Norte o que os políticos não estão a fazer...”,
acrescentou. O “Ponto Norte” terá esta missão de ser
gerador de conhecimento e logo de desenvolvimento.
Tomando a palavra o DR. Alexandre – CEO da iClio referiu
o contributo das NTICs como ferramentas catalisadoras da
promoção e desenvolvimento do turismo local e regional,
o património turístico ao sabor de um touch num IPad ou
Iphone ou android. Apresentou o “Just in time tourist”,
uma aplicação para telemóveis que funciona como um
guia turístico de bolso que vai falando ao seu utilizador
dos locais históricos e culturais da cidade. Esta aplicação
está ao serviço do turismo e dos agentes turísticos, apresentando-se não como alternativa aos guias e técnicos de
turismo, mas como complemento de divulgação e promoção turística das localidades das cidades das regiões. De
seguida, o DR. Carlos Ferreira – Administrador Delegado
pelo produto Turismo de Natureza do Porto e Norte de
Portugal - explicitou o papel desempenhado pelo organismo público que representa na promoção do Turismo do
Porto e Região Norte de Portugal, salientando a importância da preservação dos recursos naturais da região e
da potenciação dos recursos gastronómicos, enológicos
e paisagísticos que, de forma excelente, a representam.
A função desempenhada pela instituição é a de mediar
ações, públicas ou privadas, empreendedoras nas áreas
do turismo e do ambiente nesta região. Não obstante as
várias perspetivas, todos os oradores foram unânimes
quanto à necessidade de intervir por diversas vias junto
das pessoas, costumes e tradições. A cooperação como o
Caminho para a Sustentabilidade do Desenvolvimento Regional deverá ser mais do que um rumo, um Norte…Serão
de aproveitar as tecnologias existentes e fazê-las funcionar
paralelamente com os recursos humanos existentes. A
cultura e as gentes de cada local farão o resto…
GESTÃO HOTELEIRA E GESTÃO AMBIENTAL
Práticas sustentáveis de materiais utilizáveis na Hotelaria
A Dr.ª CARLA ROCHA – Diretora Comercial do ”Viriato
Hotel Concept – abordou o tema: Práticas sustentáveis de
materiais utilizáveis na Hotelaria (Mobiliário de Hotelaria):
Uma empresa de mobiliário Hoteleiro, Móveis Viriato,
explica as suas boas práticas de investigação e desenvolvimento na aplicação de soluções inovadoras na Indústria
do mobiliário hoteleiro. Visão, missão e liderança no setor
do mobiliário hoteleiro de mãos dadas com a produção
sustentável. De facto, uma empresa previdente quanto à
sustentabilidade dos recursos.
Circuito dos resíduos
Tomando a palavra a Eng.ª Carla Fernandes – Representante da Lipor - explicou a Política da LIPOR e os seus
contributos estratégicos na prevenção de resíduos e na
utilização sustentável dos recursos naturais importantes
no desenvolvimento turístico e sustentabilidade ambiental. Salientou a Operação Restauração 5 estrelas, aplicada
a restaurantes, cantinas e similares com circuitos de recolha seletiva dos resíduos biológicos e orgânicos em todos
os municípios associados à LIPOR. Foi referido o serviço
Ecofone que inclui 43 hotéis e em que é feita a recolha
combinada de resíduos multimateriais. A LIPOR fornece
aos hotéis aderentes do serviço Ecofone a formação
inerente à separação de resíduos e às melhores práticas
que logicamente verão certificadas as suas boas práticas
ambientais.
Sustentabilidade Ambiental e Turismo
A Engª Patrícia Neto, Representante da Quercus, realçou o
papel desta associação na defesa de uma política ambiental na hotelaria e no turismo, como alavanca do desen-
Leitura sem dogmas ∙ 11
volvimento racional e equilibrado. A Importância das
Boas Práticas ambientais foi a mensagem, o Ecoturismo a
temática de fundo. Assim, apelou ao consumo sustentável dos consumidores, sublinhou o poder que todos nós,
enquanto consumidores, temos quando fazemos opções
de compra. Sem bom ambiente e boas práticas não há turismo. DR. Paulo Lopes – Owner da “Oficina da natureza”
Green Walks- abordou a temática, Percursos de Natureza
no Norte de Portugal. A empresa de animação turística
que representa começou por trabalhar o território de
Ponte de Lima, Viana do Castelo, Parque Nacional do Gerês, atendendo às potencialidades dessa zona em termos
de natureza, mar e rio, gastronomia e património. O projeto evoluiu, sendo atualmente uma empresa integradora
de uma oferta turística regional. Partiu do princípio de
que Portugal tinha recursos turísticos excecionais, sendo
muito procurado por estrangeiros.
TURISMO NA REGIÃO
Dr. Antonino Jorge - Professor de História - abordou o
tema Turismo – História do turismo – viagens e referiu a
importância e os marcos históricos e turísticos aliados às
viagens pelo mundo. Falar de viagens é falar de peregrinações e de cruzadas - refere. “Atendendo à importância
que o turismo tem vindo a assumir é necessário que
cada local potencie as suas valências”. Portugal tem
um extenso património e a cidade do Porto é um dos
pontos de referência turística no nosso país, salientou. O
turismo é a atividade económica mais rentável, logo, há
que preservar o património, a cultura, a diversidade das
regiões, costumes e tradições. O Porto é a cidade onde há
mais alunos Erasmus, os quais publicitam e divulgam no
estrangeiro da melhor forma o nosso país. Será um filão a
explorar este turismo educativo, dado que irão voltar um
dia e trarão familiares. “A viagem forma jovens” acrescenta. É necessário que os locais e as regiões andem de mãos
dadas na promoção do país, potenciando o património
cultural existente sustentado pelo bem receber que
nos carateriza. O Professor Hélder Pacheco, Professor
Universitário e Historiador, falou de “ A cidade enquanto
Património- Para uma Política de Turismo”, referindo
que os problemas da cidade são essencialmente três, a
saber: desindustrialização, ou seja, as cidades perdem
unidades industriais, provocando uma diminuição/ perda
de milhares de postos de trabalho; descomercialização,
neologismo que significa a perda de comércio e despovoamento por desaparecimento do comércio e indústria.
Estes problemas, que se têm vindo a verificar desde 1950,
devem-se, diz, à incompetência e aos erros de gestão
dos sucessivos governantes. Perante esta radiografia, “é
possível sair do buraco em que as cidades estão metidas”?- questiona e responde: “Algumas, em situação mais
difícil saíram, nomeadamente, a cidade de Manchester
ou Bilbao”. “O Porto integra-se no conceito de cidade em
crise, dado ter-se desindustrializado, ter perdido comércio
e ter perdido população”. O que fazer então? É necessário, acrescenta, “…elaborar uma estratégia que permita
sair da crise, regenerar a cidade e inverter o processo.
Essa estratégia deverá ser uma estratégia de intervenção
massiva no capítulo da reabilitação urbana da baixa do
Porto; deverá passar pela transformação do Porto num
grande Polo de atração turística, assim como deverá ser
uma estratégia que faça do Porto um polo internacional
do ponto de vista científico e tecnológico e a Universidade do Porto terá aqui um papel importante. Todas estas
estratégias criarão emprego e quanto mais qualificado for
o emprego, melhor”. “Urge fazer da cidade do Porto uma
cidade impetuosa em matéria de atração turística. Impõe-se substituir o velho operário, analfabeto, mas que foi
fantástico, pelo operário qualificado – técnicos de turismo
e agentes turísticos”- sublinhou. De seguida o Sr. Eng.º Rui
Quelhas - Vereador na CM Gondomar, Administrador do
Porto Vivo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da
Baixa Portuense S.A, abordou o tema “A reabilitação e o
Turismo Patrimonial. As cidades assumem já uma importância muito significativa. Em 2010, 50% das pessoas do
mundo inteiro viviam nas cidades e, pela análise feita, este
número irá aumentar significativamente pelo que há que
potencializar todo o seu património. Há muito a fazer no
domínio da reabilitação urbana. O Porto, à semelhança
de outras grandes cidades, tem de ser competitivo e tem
elementos que o tornam competitivo, como sejam o rio
Douro, os hotéis, a sua história e cultura, as suas gentes, o
seu património arquitetónico. Ora, a reabilitação urbana,
sendo um processo lento, terá a retoma do investimento
num prazo de quatro a cinco anos. Mas esta reabilitação/
investimento é essencial. É que a cidade do Porto pode ser
a capital do turismo nacional pelo que “é necessário casar
muito bem o património arquitetónico do Porto com o rio
Douro e com o aeroporto do Porto. As cidades aeroportuárias são muito importantes” acrescenta- as cidades não
vivem sem aeroportos”. .O turismo no Porto tem todas as
potencialidades para continuar a crescer.
UM OLHAR SOBRE A REGIÃO….
Desafios e visões diferenciadas na perspetiva de um jornalista e de um repórter fotográfico
Dr. Fernando Martins – Jornalista - referiu que é repórter quem consegue criar sentimentos em diferido. Um
jornalista em reportagem quando enfrenta um desafio
parece insensível, mas o repórter sofre em diferido, quando
escreve. Notícia, diz a certa altura, é diferente de reportagem. “Quando o jornalista escreve uma notícia leva os
acontecimentos até ao leitor. Quando o jornalista faz uma
reportagem leva o leitor até aos acontecimentos”. e acrescenta Ruben Mália - Repórter Fotográfico Freelance, IPA
International Photography Awards 2010 -Honorable Mention in Travel/Tourism - Desafios de um repórter fotográfico
na região- “O mais gratificante é passar para a fotografia
os cheiros e as emoções”. Aquele que consegue fotografar
emoções passou uma mensagem.
Concurso de Fotografia
Procedeu-se à atribuição de prémios aos alunos concorrentes. Estiveram quarenta fotografias a concurso. No 1º
escalão venceu o Jardim de Infância “Entre cancelas” que
nos presenteou com belíssimas fotografias. No 2º escalão
venceu o aluno do ensino básico João Bernardo Sousa e no
3º escalão foi vencedora a aluna Ana Marques.
O coro da escola Secundária de Rio Tinto/ Agrupamento de
Escolas de Rio Tinto nº3 encantou os alunos que, embevecidos, ouviram as canções clássicas interpretadas pelos
seus professores e funcionários. Um momento de cultura
que registaram com prazer, admiração e que, certamente,
recordarão no futuro.
As jornadas pautaram-se pela excelência dos oradores e
pela postura assertiva dos alunos dos cursos.
12 ∙ Leitura sem dogmas
Inês Samara, 11º F
“Quando um Homem sonha, o mundo muda”
É do conhecimento de todos nós que os sonhos são
o espelho dos nossos medos e dos nossos desejos,
são a idealização de um mundo perfeito.
Quando queremos muito algo, ou quando tememos
algo, o nosso instinto é fazer alguma coisa a favor
ou contra isso. Por exemplo, quando sonhamos em
ter uma casa com piscina, ou um carro de última
geração, o nosso trabalho será todo direcionado
para a concretização desse sonho, e com essa concretização vem a mudança no mundo. Esse mundo
não é só a Terra, mas também o mundo de cada um
de nós.
Vejamos alguns exemplos
de pessoas que sonharam
e mudaram o mundo: D.
Afonso Henriques sonhou
em criar um novo reino e
foi esse sonho que originou Portugal; outro exemplo muito importante para
o mundo dos portugueses
foi o sonho que alguém
teve num mudo com
liberdade e que originou o
25 de Abril. Encontramos
outros exemplos além
fronteiras, como Gandhi
e Mandela que sonharam
com um mundo melhor e
que com a sua luta esse
mundo saiu do imaginário
e tornou-se realidade.
Mas nem todos os sonhos se tornaram numa
mudança favorável ao
mundo. Peguemos no
exemplo de Hitler- o
seu maior medo eram os
jesuítas, que levou a um
sonho com um mundo
livre de jesuítas,e por
sua vez a um homicídio
em massa de pessoas
inocentes. Esse horror
provocado pelo medo de
Hitler marcou o mundo da
pior maneira possível, até
aos dias de hoje.
“Pelo sonho
é que vamos”
Ana Brízida, 11º F
“Sempre que o homem sonha/O mundo pula e
avança”
Costumamos distinguir-nos dos animais pela
capacidade de raciocínio que nos carateriza. Mas
talvez mais importante do que essa competência, seja a nossa capacidade de sonhar.
Como Manuel Freire canta na Pedra Filosofal,
“sempre que o Homem sonha o mundo pula
e avança”. O sonho é uma viagem ao interior,
comanda a nossa vida, pois é o produto da nossa
imaginação, ilusão e vontade de o concretizar.
O sonho é também uma forma de liberdade e
de evolução, pois nada nem ninguém nos pode
impedir de sonhar.
Por muito importante que seja o sonho é ainda
mais importante pô-lo em prática, como é o
caso de Nelson Mandela que, mesmo depois de
tantos anos preso, não desistiu do seu ideal de
igualdade entre os homens. Foi, por isso, necessário sonhar para que o apartheid deixasse de
existir em África. Ou D. Afonso Henriques, se não
fosse ele que seria de nós? E se um país inteiro
não sonhasse com a chegada à Lua, como se
evoluiria em termos científicos? O nosso mundo
evoluiu, porque alguém sonhou e pôs em prática
os seus desejos e aspirações mais profundas.
Com isto concluo que o sonho no Homem é a
“alavanca” que lhe permite responder à sua
insatisfação natural, para que o Mundo evolua e
para que nos sintamos realizados.
Podemos concluir que “o sonho comanda a vida”,
porque o sonho é aquilo que mais desejamos e o
que mais tememos, é a liberdade na criação de uma
ilusão que leva, impulsiona, para a concretização de
momentos que têm impacto na nossa vida.
Leitura sem dogmas ∙ 13
Visita de estudo
a Lyon
Está prestes a chegar o tal dia, 11 de Março de 2013,
o dia em que vou acordar nervoso e ansioso ao mesmo tempo porque irei estar preocupado receando
deixar alguma coisa importante para trás. Irei ver-me
ao espelho muitas vezes e verificar se estou bem
e bonito. Quando estiver a fechar a porta de casa
para me dirigir ao aeroporto, irei pensar só mais
algumas vezes para verificar se estou a esquecer-me
de algo. Chegarei ao aeroporto, se tudo correr bem,
mortinho para conhecer o interior de um avião,
despedir-me-ei dos meus pais e entrarei. Quando eu
puser o meu pé esquerdo no avião, vai dar-me logo
um friozinho na barriga pois será a minha primeira
vez vou andar naquele gigante automóvel. Já no ar,
verei muitas coisas de cima e de certeza que será um
paisagem lindíssima. Chegarei a França e pensarei:
“Uau, isto é fixe mas é muito diferente de Portugal”. Nesse dia, bem cedinho, os nossos pais, muito
nervosos, levar-nos-ao, ao aeroporto de Sá Carneiro,
onde já nos esperarão as professoras Maria Emília
Reis e Ana Maria Santos e as três alunas de 12º ano.
Estaremos a um passo da nossa visita de estudo a
França.
Esta visita foi uma espécie de prémio atribuído
aos autores dos melhores trabalhos realizados no
âmbito do Projeto Comenius. Às turmas dos alunos
selecionados foi feita a proposta de realização de
trabalhos interativos sobre um herói da História ou
da Literatura portuguesas, com recurso às TIC, os
quais serão futuramente utilizados como suporte
a aulas de Língua Portuguesa. Eu e o meu colega
realizámos um vídeo em que declamamos poemas
escritos para imortalizar Inês de Castro. Este vídeo
irá ser exibido perante a turma quando estivermos
a estudar o episódio de D. Inês de Castro e servirá
de motivação e de objeto de discussão nas aulas
durante esse estudo. As minhas colegas de 12º ano
realizaram trabalhos sobre Vasco da Gama, o herói
da viagem marítima à Índia. Sei que esse trabalho
também vai ser apresentado na turma e que será
tema de discussão.
Como quero estar preparado para o que vou ver,
fui uma pesquisa sobre a cidade de Lyon e sobre
Vercors, nome de um maciço alpino que vamos
conhecer e pseudónimo do autor de um livro “O Silèncio do Mar”, que gostava de ler, mas parece estar
esgota do em Portugal. Os meus colegas enquanto
eu estiver em França, vão ver o filme inspirado no
livro e eu, quando chegar, também irei vê-lo.
Lyon, uma das maiores cidades francesas, fundada
em 43 a.C. pelos romanos, com a designação de
Lugdunum, era a capital da província da Gália.
Aí nasceu o imperador romano Cláudio, o primeiro
imperador que nasceu fora da península Itálica e
que chegou a conquistar a Britânia em 43 d.C.
A cidade Lyon é o segundo maior centro de negócios do país, assim como um dos principais centros
económicos da Europa. Na sua economia têm
grande importância quer o setor industrial, quer o
cultural, ou seja, apesar de o seu caráter financeiro
ser um dos principais polos de negócios da França,
a cidade também exibe a sua cultura através do
turismo, outra importante área de influência da
sua economia.
Entre os seus principais pontos de interesse
contam-se o sumptuoso Palácio Saint-Pierre e
o “Musée des Beaux-Arts” bem no coração da
cidade, o Instituto Lumière, mansão perto da qual
os irmãos Lumière exibiram a primeira longa metragem do mundo “La Sortie des Usines Lumière”,
que ainda possui o museu do cinema, a Ópera de
Lyon, um dos mais belos edifícios da região, que foi
alvo de uma intervenção, nos anos 90, por parte do
arquiteto Jean Nouvel, graças ao qual uma imensa
vidraça passou a dar transparência ao seu interior,
revestido a madeira e ouro, o Teatro Celestins, com
mais de dois séculos de arte dramática, o Gerland
Stadium, construído em 1926, este estádio foi
renovado em 1998 para receber os jogos da Taça
Mundial, o Parque de la Tête D'Or, um dos maiores
e mais belos parques franceses, com mais de 8 mil
árvores, reproduzindo a savana africana, jardim
zoológico, jardim botânico e muitos divertimentos
grátis, a Igreja San Nizier, um exemplo do estilo
gótico, datada do século XV, que, pelo seu valor
arquitetónico pode fazer de Lyon uma cidade
Património Mundial da Humanidade, Fourvière,
praticamente um sítio arqueológico, onde se pode
visitar igrejas imponentes, museus e teatros da
Antiguidade. A Basílica de Fourvière, obra de Pierre
Bossan, de 1896, é um dos mais belos edifícios da
cidade e, por fim, a Catedral St. Jean, uma igreja
em estilo romanesco, inaugurada no século XV,
absolutamente fascinante cujo portal possui inscrições dos signos do zodíaco. A igreja possui também
um relógio astronómico com figuras móveis que
marcam as horas.
O Maciço do Vercors (em francês: Massif du Vercors) é um maciço que faz parte dos Alpes Ocidentais na sua secção dos Pré-Alpes do Dauphiné
e está profundamente ligado à Segunda Guerra
Mundial porque foi no maquis desta região que os
Resistentes Franceses se refugiaram, daí o nome
de maquisard. Estes resistentes refugiaram-se ali
para combater o invasor nazi durante a Segunda
Guerra Mundial. A escolha era evidente pois o local
é de muito difícil acesso para quem não conhece
o terreno. Depois de ter sido descoberto e quase
dizimado num ataque aerotransportado voltou a
reconstruir-se e teve primordial importância antes
do desembarque da Normandia ao reter várias
divisões alemãs, pelo que a localidade de Vassieux-en-Vercors foi elevada ao grau de “Compagnon de
la Libération”.
14 ∙ Leitura sem dogmas
!
Curiosidades e mistérios
Lyon, cidade misteriosa: luz e sombra
Lyon... Antiga capital des Gauleses, e desde sempre
capital incontestada do esoterismo.
Cidade das brumes e dos labirintos... “Mirelingue a
brumosa” é a única cidade francesa onde se pode
circular do centro às colinas sem utilizar uma única
rua. O iniciado percorre assim obscuras escadarias,
sufocantes corredores que se ramificam ao passar
de um edifício para outro, semeado, de longe a
longe por poços de luz e pátios interiores...Pode
vaguear, pode perder-se, sem encontrar outras presenças para além das sombras, sinais do passado,
votadas ao esquecimento ou apelando à memória
de um lugar digno de uma outra galáxia...
A tiara que rola
14 de novembro de 1305. Bertrand de Got é coroado papa em Lyon com o nome de Clemente V. O
que deveria ter sido um dia de júbilo tornou-se num
pesadelo e irremediavelmente o prenúncio de maus
presságios.
Todos os que fizeram, e sobretudo os que desfizeram a França do século XIV, Filipe o Belo e a sua
corte, celebram o acontecimento num pomposo
cerimonial. As ruas estavam pejadas de gente para
esta manifestação. A procissão papal avançava majestosamente para aquele que seria o dia do caminho novo. O rei de França levava, à rédea, o cavalo
do papa, que levava na cabeça a tiara pontifícia.
Bruscamente, deu-se o drama.Um lanço de parede
desabou sobre a multidão. Enquanto o rei ficou
ligeiramente ferido, entre o povo e a corte contaram-se muitos mortos e, entre eles, Orsini, o duque
da Bretanha, Gaillard de Got da família do papa. O
próprio papa também caiu, mas sem gravidade, pelo
menos aparentemente. Todavia, a tiara papal, que
foi descoberta no meio dos escombros, terá perdido a maior pedra do seus adornos: um rubi 6000
florins, diz-se...
O facto, incontestavelmente, foi entendido como um
mau presságio e a pierre minuciosamente procurada, nunca mais foi vista... Passara-se isto a algumas
dezenas de metros da catedral.
Atualmemente, estranhos e misteriosos rumores
circulam a propósito do rubi perdido e da Odem dos
Templários...
Vercors
Vestígios de presença humana, nomeadamente de
uma oficina de talha em sílex, provam que Vercors
começou a ser habitada há 100.000 anos
A designação Vercors viria do nome de um povo
celta que se teria instalado na região: os Vertacomicoriis.
No início do século XIX , havia 5000 pessoas a
região de Vercors central. No palanalto, à cette
époque on ne pouvait circuler qu'à pied ou à cheval. L'économie locale se résumait à l'agriculture
traditionnelle. Très vite s'est fait ressentir le besoin
de communication avec l'extérieur du massif. La
construction des routes permettant cet accès a
nécessité un siècle de travail. Jusqu'au début du XIX
(1828), le Vercors central était relié au Royans par
le sentier muletier de l'Allier. Puis des routes sont
ouvertes taillées dans la roche : les Grands Goulets,
Combe Laval
« La bataille suprême est engagée… » Cette phrase
est prononcé le 6 juin 1944 à Londres par le Général
de Gaulle et trouva de l’écho ici sur le Vercors. Un
groupe de résistants animé par Pierre Dalloz et Jean
Prévost envisage de faire du Vercors un camp de retranchés au moment du débarquement de Provence
tant espéré. Le « plan Montagnard» est né. Des
hommes, des femmes de nationalités, de confessions et d’opinions diverses entrent dans la résistance. L’été 1944, les troupes Allemandes décident
d’en finir avec le Vercors. Des planeurs atterrissent à
Vassieux. Les soldats n’épargnent ni les résistants ni
la population civile ni les blessés.
A Lenda D’el
Rei D. Sebastião
José Cid
Fugiu de Alcácer QuibirEl Rei D. Sebastião
Perdeu-se num labirinto
Com seu cavalo real
As bruxas e adivinhos
Nas altas serras beirãs
Juravam que nas manhãs
De cerrado de Nevoeiro
Daniel Sousa (12ºG)
Vinha D. Sebastião
Pastoras e trovadores
Sebastião I de Portugal nasceu a 20 de Janeiro de 1554,
Das regiões litorais
em Lisboa, e faleceu a 4 de Agosto de 1578, em Alcácer
Afirmaram terem visto
Quibir. D. Sebastião foi o décimo sexto rei de Portugal e
Perdido entre os pinhais
o sétimo rei da dinsatia de Avis. Este rei foi cognominaEl Rei D. Sebastião
do O Desejado por ser o herdeiro esperado da segunda
Ciganos vindos de longe
dinastia, mais tarde, foi nomeado O Encoberto ou O
Falcatos desconhecidos
Adormecido.
Tentando iludir o povo
Afirmaram serem eles
D. Sebastião herdou o trono do seu avô D. João III, aos
El Rei D. Sebastião
três anos de idade. Por ser demasiado novo, a regência
E que voltava de novo
foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo
seu tio-avô Cardeal D. Henrique de Évora. Aos seus
Todos foram desmentidos
14 anos, assumiu o trono e manifestou uma grande
Condenados às galés
dedicação à religiosidade e ao militarismo, prometendo
Pois nas praias dos Algarves
acabar com as ameaças à costa portuguesa e reviver
Trazidos pelas marés
as glórias do passado. Foi então que, após a solicitação
Encontraram o cavalo
de Mulei Mohammed para recuperar o seu trono, D.
Farrapos do seu gibão
Sebastião planeou uma cruzada em Marrocos, levando
Pedaços de nevoeiro
ao desaparecimento do mesmo na batalha de Alcácer
A espada e o coração
Quibir, em 1578, iniciando-se a crise dinástica de 1580,
de El Rei D. Sebastião
que levou à perda da independência de Portugal para
a dinastia Filipina, sendo o sucessor do trono D. Filipe I
Fugiu de Alcácer Quibir
de Portugal e segundo de Espanha. Nasceu também o
El Rei Rei D. Sebastião
mito do Sebastianismo, que consistia, para os portuE uma lenda nasceu
gueses, que D. Sebastião não tinha morrido na batalha
Entre a bruma do passado
e tinha apenas desaparecido, acreditando-se que este
Chamam-lhe o desejado
iria aparecer numa manhã de nevoeiro para ajudar
Pois que nunca mais voltou
Portugal nas suas horas mais sombrias. Este mito tentou
El Rei D. Sebastião
ser detruído pelo seu sucessor, D. Filipe I, mandando
El Rei D. Sebastião
trasladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um
corpo que este alegava ser de D. Sebastião, o que não
resultou. O Túmulo de Mármore ainda está no mesmo
lugar, permanecendo com a dúvida existente há mais de
425 anos, se aquele será mesmo o corpo de D. Sebastião ou não que, provavelmente, poderia ser resolvida
actualmente com um simples teste de ADN.
D. Sebastião
Em Dezembro de 2011, a historiadora Maria Luísa
Martins da Cunha alegou que D. Sebastião sobreviveu à
batalha de Alcácer Quibir e apereceu em Itália em 1598,
onde foi preso em Veneza, com a cumplicidade dos
espanhóis. Dizendo também que o seu corpo se econtra
sepultado na capela de São Sebastião, no Convento dos
Agostinhos de Limoges.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_de_Portugal
http://www.infopedia.pt/$d.-sebastiao,2
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/d-sebastiao-foi-preso-em-italia
http://www.citi.pt/cultura/historia/personalidades/d_sebastiao/index.html
Leitura sem dogmas ∙ 15
No teatro....com
Gil Vicente
consolidei conteúdos já leccionados nas aulas das
disciplinas intervenientes como, por exemplo, os
quadros cénicos vicentinos e conceitos históricos
agora muito melhor contextualizados. Acrescento
ainda que tive a oportunidade de conhecer monumentos só visualizados em manuais escolares ou
nos meios de comunicação social, tais como a Torre
de Belém, os Jerónimos e o padrão dos Descobrimentos. Destes dois locais, pude ver o rio Tejo, os
jardins dos Jerónimos, o estádio do Restelo, a rosa
dos ventos, o Cristo Rei, a marina, o centro de investigação Champalimau e a ponte 25 de Abril.
Foram recebidos no Mosteiro dos Jerónimos por animadores e atores que lhes proporcionaram uma pequena visita guiada e animada durante a qual forma
contando, em tom de segredo, algumas curiosidades
sobre este monumento e a História de Portugal, ao
mesmo tempo que iam sendo encaminhados para o
claustro que serve de palco ao espetáculo.
Concluo, portanto, que a visita de estudo a Lisboa
reúne inúmeras vantagens para que a sua realização
futura seja um êxito. Tal como eu, os alunos do futuro 9.º ano de escolaridade irão apreciar a referida
visita, pois terão motivos suficientes para a desfrutarem ao máximo.
No dia 1 de março de 2013, os alunos de 9º ano ,
acompanhados pelas suas professoras de Língua
Portuguesa deslocaram-se à capital a fim de assistirem à representação do “Auto da Barca do Inferno”
de Gil Vicente, obra que já estudaram em contexto
de aula.
Trata-se de uma produção da “Ar de filmes Lda.”,
encenada por António Pires. É “um espetáculo
divertido, com muito ritmo e muita ação, sem nunca
descurar o lado pedagógico que é inerente a este
projeto”.
O Espetáculo: “Auto da Barca do Inferno” de Gil
Vicente: António Pires aproveita a critica mordaz,
inteligente e intemporal à sociedade e cria um
espectáculo onde a proximidade com o público e
sociedade actual nos obriga a reflectir sobre a nossa
condição de “tipos”. A forma de representar, a música actual, e os figurinos contemporâneos terão a ver
com a maneira como os jovens se comportam hoje
em dia, os seus grupos e os seus tipos, de maneira
a criar uma maior empatia e identificação junto a
este público. Do jogo de actores resulta um espectáculo divertido, com muito ritmo e muita acção, sem
nunca descorar o lado pedagógico a que é inerente a
este projecto. O Texto é representado na íntegra.
Texto de opinião do 9º F
A visita a Lisboa, incluída nos conteúdos programáticos do 9.ºano da disciplina de português, deve
manter-se no próximo ano letivo já que foi do agrado dos intervenientes.
Esta visita reforçou a minha relação, enquanto
aluno, com os docentes envolvidos, pois aproximou
os laços já criados em sala de aula. Para além disso,
Texto de opinião sobre
personagem vicentina
Diana Rocha (9ºB)
Na minha opinião, eu percebo a prostituição que
existia antigamente e não percebo a prostituição
atual, porque são duas prostituições praticamente
iguais , mas com valores diferentes.
Iguais porque recorrem ao mesmo, é a mesma
profissão, mas diferentes porque os motivos são
diferentes, a época é diferente.
Eu entendo a prostituição nos outros tempos porque nessa altura não havia muitas saídas profissionais. Os homens estavam no mar, as mulheres
trabalhavam na agricultura, mas o dinheiro que
recebiam não dava para sustentar as suas casas, não
tinham nenhuma ajuda social. Estavam completamente contra o mundo, por isso tentavam o caminho mais fácil de arranjar dinheiro, a prostituição.
A prostituição atual , eu penso que é desnecessária
porque agora existem mais ajudas, mais recursos. Enquanto, antigamente elas recorriam a esta
profissão , mais por falta de dinheiro e por falta de
comida , hoje, eu penso que elas recorrem também por falta de dinheiro, mas mais porque é uma
maneira “fácil” de o ganhar. Depois ganham gosto
pela profissão e não procuram melhor, ou seja, não
procuram um emprego mais “decente”.
Leitura sem dogmas ∙ 17
Alunos de 11º ano
vão ao teatro
A interação entre o teatro e a escola faz toda a diferença na educação dos jovens nas escolas portuguesas.
Os alunos de 11º ano vão ao teatro
Indo ao teatro, os alunos têm a oportunidade de conhecer a arte da representação e, ao mesmo tempo,
“ler” em grupo uma das obras de leitura integral.
A adaptação do romance de Eça de Queirós “Os Maias” ao teatro justifica-se pela sua grande pertinência
curricular e como motivação para a leitura de obras de autores portugueses.
No âmbito da disciplina de Português, os alunos de 11º ano, acompanhados pelas professoras da disciplina
assistiram, no passado dia 31 de janeiro, à encenação da peça baseada no romance de Eça de Queiroz, “Os
Maias”, levada à cena pela Associação Teatro Educação, no Centro Multimeios de Espinho.
A partir do texto de Norberto Barroca e encenação de ATE - Associação Teatro Educação - a peça, conta em
duas horas a intriga principal desta emblemática obra da literatura portuguesa e destina-se, preferencialmente, a um público de natureza escolar e visa ser mais uma aula sobre “Os Maias”.
Por meio de uma linguagem dramática, sob a forma de crónica de costumes, assistiu-se a uma caricatura das
figuras da alta sociedade lisboeta, uma sociedade apagada, pretensiosa, reles e até mesmo ridícula. Afinal,
trata-se de um texto de crítica social e política.
Foi neste cenário que teve lugar a trágica história amorosa de Carlos e Maria Eduarda, que, com a excentricidade de João da Ega, projeção do próprio autor, constituem o trio central do drama a que Eça deu o subtítulo de “Episódios da Vida Romântica”.
Carlos da Maia reencontra o amigo João da Ega em Lisboa, depois de ambos terem deixado para trás a
cidade de Coimbra e as suas aventuras académicas. Carlos está formado: é médico e Ega pretende escrever
um livro. Lisboa é agora o espaço onde os dois jovens vão partilhar luxuosos jantares, tertúlias, idas ao teatro
e…aventuras amorosas. Enquanto João da Ega pisca o olho à mulher de um diretor do Banco Universal, a
Cohen, Carlos da Maia envolve-se num arrebatado romance com uma mulher com “passo soberano de Deusa”. Quem será ela? E que surpresas lhes reserva o destino?
Este espectáculo teatral, bastante fiel ao texto original deixa no ar uma pergunta: será esta crítica social um
exclusivo da época queirosiana ou estender-se-á, mais de uma centena de anos depois, à nossa sociedade
atual?
Os atores, com muita graça, e na linha do estilo queirosiano, transformaram o romance “Os Maias” numa
encenação realista, dando ao público a oportunidade de assistir a um desfile de personagens, que tipificam
as diferentes classes sociais ou mentalidades da sociedade lisboeta do século XIX, podendo assim descobrir
o estado decadente, o provincianismo e o parasitismo desta sociedade.
A visão crítica de Eça de Queirós incide sobre o mundo social e político da Lisboa do fim do século com costumes e vícios, que não foi capaz de superar, a crise de personalidade e de autenticidade cultural do Romantismo, apesar de personagens como Ega ou Carlos se mostrarem defensoras dos princípios do Realismo e do
Naturalismo. No final da obra, Ega acaba por manifestar uma certa apreciação pelo “português genuíno” que
foi Alencar e que, ao longo da obra, representou o Romantismo.
Eça de Queirós mostra-nos que não é fácil isentarmo-nos do contenxto em que vivemos, pois João da Ega e
Carlos procuraram outro rumo, mas acabaram por reconhecer que não alteraram muito uma conduta e um
espírito tradicionalmente aceite.
Brincando com a Matemática...
Esta edição do LSD, propõe-te, jovem leitor, uma série de desafios matemáticos, os quais podem ser entendidos como um passatempo ou uma brincadeira, dependendo do espírito com que forem resolvidos
Desafio nº 1
Desafio nº 6
Um barco está parado no mar e na sua popa há
uma escada de corda com vários degraus, 4 dos
quais estão mergulhados na água. Sabendo que
a distância entre cada degrau é de 16,8 cm e que
a maré sobe à razão de 10,3 cm por hora, quanto degraus ficarão submersos ao fim de 3 horas?
O Manel e a Maria disputaram um jogo no qual são
atribuídos dois pontos por vitória e retirado um por
derrota. Sabendo que o manel ganhou exatamente
3 partidas, e que, no final, a Maria ficou com 10
pontos. Quantas partidas jogaram?
-2N=-240
Um milionário, ao sentir que está prestes a morrer, preocupa-se em deixar a sua imensa fortuna
a um dos seus 3 filhos. Como gosta imenso de xadrez, resolve deixar todos os seus bens para o filho
que consiga realizar a façanha de jogar um n.° de
partidas de xadrez correspondente à metade dos
dias de vida que ainda restam ao milionário. O filho mais velho diz que isso é impossível pois não
sabe quantos dias de vida restam ao pai. O segundo filho alega a mesma razão. O mais novo aceita o desafio. Como pretende ele ganhar o desafio?
N=120
Desafio nº 4
Imagina que queres cozinhar um ovo em 2 minutos. Para calculares esse tempo só possuis 2
relógios de areia, um de 5 minutos e outro de 3
minutos. Como poderias levar o ovo para cozinhar
e tirá-lo dentro de 2 minutos exatos?
Desafio nº6: 7 partidas porque se o Manel ganhou 3 partidas, a
Maria perdeu 3 pontos, mas se ela ficou com 10 pontos, ganhou
8 pontos logo 4 partidas. Assim: 3+4=7 partidas
Utilizando todos os algarismos de l a 9 escreva apenas 3 números de 3 algarismos cada um,
de modo que o segundo número seja o dobro
do primeiro e o terceiro, o triplo do primeiro.
Desafio nº 8
Desafio 7:
Desafio nº 3
Uma calculadora tem duas teclas: D, que duplica o
número, e T, que apaga o algarismo das unidades.
Se uma pessoa escrever 1999 e apertar em seqüência D,T, D e T, o resultado será qual número?
O número 1999 duplicado dá 3998. Pressionando a tecla T, tem-se 399. Apertando D, temos o dobro de 399, que é 798. Com a
tecla T apagamos o algarismo da unidade, obtendo 79.
Certa noite o Paulo resolveu ir ao cinema mas descobriu que não tinha meias limpas para calçar. Foi
ao quarto do pai que estava escuro, sabendo ele que
existiam lá 10 pares de meias brancas e 10 pares de
meias pretas. Quantas meias teve ele que retirar da
gaveta para estar certo que possuía um par igual?
Desafio nº 7
Desafio 8:
Desafio nº2
Poderias virar os dois relógios de areia ao mesmo tempo. Quando o de 3 minutos acabasse levarias o ovo a cozer e quando o de
5 minutos acabasse retirarias o ovo.
3N-5N=-16x15
Sendo N o nº de páginas,
Desafio 5: 120 páginas porque
Desafio 4: joga uma partida. dia sim, dia não.
Desafio 3: 192; 384; 576 ou 327; 654; 981
Desafio 2: 3 meias.
Desafio 1: como o barco também sobe com a maré, ficam submersos os mesmos degraus
Soluções:
Quantas páginas tem o livro?
N/5=(9N/3)-16
Se eu ler 5 páginas de um livro por dia, acabo de o
ler 16 dias antes do que se estivesse a ler 3 páginas
por dias.
(N/5)-(N/3)=-16
Desafio nº 5
(3N-5N)/15=-16
18 ∙ Leitura sem dogmas
Leitura sem dogmas ∙ 19
A Minha Heroína
Alunas do 9.ºA
Uma heroína, para mim, é uma pessoa diferente
de todas as que conheço, que se eleva acima das
demais, acabando por ser extraordinária. A minha é
uma professora.
Considero-a uma verdadeira heroína quando se
revela carinhosa, abraçando-me com frequência e
chamando-me nomes doces: “caramela”.
Para além disso, demonstra solidariedade para
comigo ao preocupar-se com a minha vida privada,
tentando animar-me e elevar-me a auto-estima. Na
minha memória, retenho momentos especiais, passados em aula ou fora dela que jamais esquecerei.
Foi numa altura de grande depressão emocional que
ela, carinhosamente, me reconfortou, fazendo-me
sentir mais alegre, viva e de bem comigo. Outros
momentos guardarei na minha mente, tais como
aulas super divertidas, brincadeiras disparatadas,
enfim, só momentos felizes.
Se falar de uma outra vertente que nela me atrai é,
sem dúvida, o seu lado maternal. É nestas alturas
que ela me dá bons conselhos, apoio, mimos e
advertências para prevenir a minha segurança. Uma
outra faceta que eu nela muito aprecio é o facto
de ela me encarnar em várias situações, tentando
imaginar o meu lado.
No futuro, espero tê-la a meu lado, recordando-a tal
como a conheci pela primeira vez.
Com ela, tornei-me melhor pessoa, muito mais solidária, compreensiva, atenciosa… enfim, um melhor
ser humano.
Oxalá ela permaneça para sempre na minha memória!
Heróis e Projeto Comenius
Ser herói no
século XX
Os homens medem-se pelos valores que defendem.
Aristides de Sousa Mendes foi um dos poucos heróis
nacionais do século XX e o maior ícone português
saído da II Guerra Mundial. Sendo, em 1940, cônsul
de Portugal em Bordéus, tornou-se o símbolo da
“desobediência justa”. Não acatando a proibição
salazarista de serem concedidos vistos a refugiados
que quisessem, atravessando a França, entrar em
Portugal, transgrediu e passou 30 mil, sobretudo
a judeus. Demitido compulsivamente, a sua vida
desmoronou-se por completo. “É o herói vulgar. Não
estava preso a causas. Estava preso a uma questão
fundamental: a sua consciência”, afirma o jornalista
Ferreira Fernandes.
“Concede vistos sem olhar a nacionalidades, etnias
ou religiões. Graças a ele, Portugal ficou na história
como um país que apoiou os refugiados durante a II
Guerra Mundial”, lembra a historiadora Irene Pimentel. “Aristides marca de forma indelével a história
de Portugal porque permitiu reconciliar-nos com a
nossa dignidade. Mais do que qualquer outra pessoa
da sua época, dignificou o que era ser-se humano e
ser-se português”, diz Fernando Nobre, presidente
da Fundação AMI.
Além disso, abrigou no seu palácio de Cabanas de
Viriato famílias de refugiados, hipotecando para isso
o recheio.da casa Na miséria, passou, a partir de
1941, a ser ajudado pela Comunidade Israelita de
Lisboa, sendo muitos dos seus filhos chamados por
aqueles que haviam sido salvos, sobretudo a partir
dos Estados Unidos e do Canadá. “Aquilo que mais
admiro foi a capacidade de ter aguentado a vida nos
quase 14 anos que se seguiram àquele acontecimento”, sublinha José de Sousa Mendes. “O seu mundo
desabou totalmente.”
Heróis foi o mote para os trabalhos que têm sido
realizados nas escolas dos países participantes, a
saber, Portugal, está claro, Espanha (Ilhas Canárias),
Itália, França, Inglaterra, Irlanda do Norte, Polónia,
Turquis e Grécia.
Aristides de Sousa Mendes foi o “Schindler português” muito antes de o alemão começar a sua
atividade humanitária em prol dos judeus. Atendendo à verdade histórica, Oskar Schindler é que foi o
Aristides alemão.
Já se realizou a primeira reunião, aquela em que todos os participantes se conheceram e reajustaram o
conteúdo do projeto a cada escola. Até ao final deste
ano letivo vão realizar-se mais duas e ambas contam
com a presença de alunos de todas as escolas. A
próxima terá lugar em França e a outra na Irlanda.
Fonte:
http://tv0.rtp.pt/gdesport/?article=822&visual=3&t
opic=1
…
20 ∙ Leitura sem dogmas
Sabias que …
Ana Santos, prof de Português
Carnaval tem origem nas palavras carne +vale (do
latim: carnis = carne e vale = adeus), o adeus à
carne. Com o Carnaval chega a Quaresma, período
de penitência e jejum para os cristãos, onde era
proibido comer carne toda a Quaresma. Hoje em
dia, a maioria das pessoas não come carne apenas
na 6ª feira Santa.
Porque é que o Carnaval não é sempre no mesmo
dia do ano?
O Carnaval está entre as festividades ou feriados
que ocorre em datas móveis. Por isso, para muita
gente, ainda persiste o mistério em saber porque é
que a data do Carnaval varia de ano para ano.
O cálculo da data do Carnaval realiza-se em função
do dia da Páscoa. Ele ocorre sempre 7 (sete) domingos antes do domingo de Páscoa. Porém, a Páscoa
também é uma festividade com data móvel.
A Páscoa é marcada no primeiro domingo de lua
cheia após o dia 21 de Março, época em que ocorre
o equinócio de Março e, consequentemente, a mudança da estação.
O equinócio é o ponto da órbita da Terra em que o
dia e a noite têm duração igual.
Este fenómeno ocorre no dia 21 de Março e 23 de
Setembro.
…
...os três carnavais mais famosos de França são o de
Dunkerque, no norte, o de Limoux e o de Nice, no
sul?
... e que aarte da atualidade e da sátira é o que
caracteriza o carnaval de Nice?
Si, Sua Majestade, o Carnaval, é levado até a praça
de Masséna, na “Velha Nice”, por estudantes da
cidade, que o queimam na última noite, numa
fogueira instalada no mar, ou na praia. Há uma
batalha de flores vista como uma versão sublimada
da desordem carnavalesca. As flores, as principais
fontes de riqueza local e os produtos emblemáticos
da região, são a singularidade desse carnaval, que o
tornam célebre.
...em julho de 2016, Juno, uma nave não tripulada lançada no espaço a 5 de agosto de 2011, chegará a Júpiter
a fim de investigar a composição do maior planeta do
Sistema Solar?
Juliana Ribeiro (9º C)
Como todos sabemos, Júpiter é o maior planeta do
nosso sistema solar. E, como é natural, todos gostaríamos de saber como seria se houvesse condições de
vida noutro planeta. Foi, graças a isso que a Juno foi
lançada no espaço com destino a Júpiter, prevendo-se
que realize a sua viagem de cinco anos.
Já pensaram que, em 2016, podemos finalmente descobrir a composição do maior planeta do sistema solar?
Eu já! Acho fantástica esta ideia que tiveram, porque
pode, sem dúvida, ter um ótimo resultado, tal como
teve a grande viagem de Yuri Gagarin, que realizou a
primeira viagem espacial.
Na minha opinião, foi muito bom terem organizado esta
viagem. É pena ser tão longa e demorada, mas, claro, é
normal, Júpiter fica a milhões de quilómetros da Terra!
Se pensarmos bem, verificamos que é com viagens
como esta que a tecnologia evolui e que sem ela a
viagem desta nave e outras operações que se vão concretizando no nosso planeta seriam impossíveis.
Acho que esta experiência ainda vai dar muito que falar
nos próximos anos, mas espero é que seja pelos melhores motivos, e tu? O que pensas desta viagem?
Joana Sousa (9º C)
Penso, tal como tu, que a chegada da nave espacial
a Júpiter constituirá mais um pequeno grande passo
do Homem, mas tenho medo que isso seja também
o mote para que se comece a enviar para lá naves e
sondas a torto e a direito e explico-te porquê.
O Homem deveria pensar em preservar o planeta onde
vive antes de começar a explorar os outros. Gasta-se,
anualmente, dinheiro aos milhões para realizar viagens
a outros planetas, estando esses milhões, que muito
fariam em prol da preservação da Terra, a ser desperdiçados na descoberta de novos planetas.
Com isto, faço uma pergunta: o Homem, ao fazer
estas viagens, quer conhecer e descobrir apenas para
aprofundar os seus conhecimentos, quer arranjar novos
espaços para sua habitação ou anda desesperadamente
à procura de glória?
Se continuarmos a destruir a Terra, como está a
acontecer, em breve, nada restará dela, o que me leva
a pensar que se deve mesmo procurar outros espaços
para viver, caso contrário, nem um lugar para morrer na
Terra nós teremos.
Concluo alertando para a necessidade de se preservar o
se tem antes de se avançar para a descoberta de novos
planetas.
Leitura sem dogmas ∙ 21
A tua ausência
Djanira Só (12ºH)
A tua ausência magoa
magoa tanto que o coração já não tem mais lágrimas
para derramar,
pois estar sem ti é ser condenada à prisão perpetua,
sem crime
e se direito a defesa.
É cair sem amparo numa floresta de espinhos,
É sentir o arrancar do coração,
É o aprisionamento da alma.
É o assassinato de um sentimento,
louco de desejo ser vivido.
A tua ausência é tão forte em mim
que me perdi e não me consigo encontrar.
É viver sem querer viver,
É sentir querer sentir,
É possuir a liberdade sem ser livre,
É olhar sem ver e viver num pesadelo real.
Partem tão tristes os tristes
João Roiz de Castelo-Branco,
Cancioneiro Geral
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Amor é…
Vasco Paz-Seixas
(Técnico Superior da ESRT)
Seguir com o olhar
O voo da gaivota
Que atravessa o infinito
E ficar na praia
A fazer castelos de areia
Que ondas do mar derrubam…
…seguir o rasto do navio
que nos conduz ao imaginário
E ficar desfeito
Como a espuma do mesmo
que acaba na praia
Como se fosse essa a única realidade
Espuma desfeita…
Amor é…
Um estado de alma
que nos leva
A templos de meditação
Mas que também nos dá
Muitas crises de fé.
22 ∙ Leitura sem dogmas
Histórias de encantar
Lendas e mitos
A Grécia antiga possuía uma das mais criativas e
extensas mitologias de toda a história da humanidade. A imaginação fértil dos gregos trazia as
tramas de deuses e semideuses para os facos
históricos relatados na época, como os casos clássicos da Ilíada e da Odisseia de Homero.
Na mitologia romana, Juno é a esposa de Júpiter e
rainha dos deuses. É representada pelo pavão, sua
ave favorita. Íris era a sua servente e mensageira. A
sua equivalente na mitologia grega é Hera. O sexto
mês do ano, junho tem esse nome em sua homenagem.
A Medusa
Juno tinha muitas rivais, entre elas, a bela Calisto,
que Juno, por inveja da imensa beleza que conquistara o seu marido, transformou numa ursa. Calisto
passou a viver sozinha com medo dos caçadores e
das outras feras da floresta, esquecendo-se de que
agora ela própria era uma.
Conta uma versão desta lenda da mitologia grega
que Medusa era uma mulher muito bonita e que
se orgulhava muito da sua aparência. Apaixonou-se entretanto por Poisedon, deus dos mares, e
resolveu “roubá-lo” a Atena. Esta deusa, com a
raiva da disputa, transformou-a num monstro,
com cabelos de serpente.
Na mitologia grega, Medusa era considerada uma
das principais divindades, mas com a maldição
tornou-se num dos seres mais temidos. Depois
de ficar com uma aparência monstruosa, passou
a transformar todos aqueles que a olhavam em
pedra. Ela acabou por ser morta, enquanto esperava um filho de Poisedon, por Perseu, que foi
trancado numa arca e atirado ao mar e salvo mais
tarde por um pescador que o educou de uma
forma exemplar. A ele lhe foi atribuída a missão
de destruir Medusa. Conseguiu matá-la fazendo
refletir a sua imagem num espelho, de forma a
que os seus olhos não o fitassem. A sua cabeça foi
cortada e do seu pescoço saíram dois seres, o gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. De uma das veias
saiu um veneno mortal e da outra o elixir da vida
eterna. No fundo, esta deusa centrava em si o
bem e o mal, mas durante a sua vida apenas usou
os seus poderes maléficos. A cabeça de Medusa,
depois de ser decapitada, foi entregue a Atena,
que a colocou num escudo, como exemplo da
punição às mulheres perversas e para afugentar
os maus espíritos. A sua cabeça representou para
sempre uma arma contra os inimigos.
Um dia, Calisto reconheceu num caçador o seu
filho Arcas, já homem. Quis correr e abraçá-lo, mas
Arcas já erguera a sua lança para matá-la quando
Júpiter, vendo a desgraça que estava para acontecer
afastou-os e lançou-os ao céu transformando-os nas
constelações de Ursa Maior e Ursa Menor.
Juno, enfurecida por Júpiter ter dado tal privilégio à
sua rival, sai à procura de Tétis e Oceanus, as antigas
divindades do mar. Conta-lhes toda a injúria que
Júpiter lhe fizera e pede para que eles não deixem as
constelações esconderem-se nas suas águas. Assim
a Ursa Maior e a Ursa Menor movem-se em círculo
no céu mas nunca descem por trás do oceano, como
as outras estrelas.
Outro forte inimigo de Juno foi Hércules, filho de
Júpiter com a mortal Alcmena. A este declarou
guerra desde o seu nascimento. Com uma tentativa
frustrada de matá-lo quando era apenas um bebé,
Juno submete-o a Euristeus, que o envolve em
muitas aventuras perigosas que ficaram conhecidas
como “doze trabalhos”.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Juno
Leitura sem dogmas ∙ 23
Tragédia de Édipo
Djanira Só (12º H)
Laio, Rei de Tebas e marido de Jocasta, vivia amargurado por não ter filhos, pelo que, decidiu consultar o
Oráculo, tendo-lhe, este, advertido que filho que gerasse havia de o assassinar. Apesar das advertências,
Jocasta engravida e Laio, quando o bebé nasceu,
ordenou a um servo que o pendurasse pelos pés
numa árvore, para que este morresse. Daí o nome
Édipo (que significa pés inchados).
O servo de Laio, desrespeitando as suas ordens, colocou a criança num cesto e atirou-a ao rio, acabando este, por ser encontrado por um rei duma terra
distante, que o adotou. Este, já homem, também
consultou o Oráculo que o aconselhou a evitar a sua
pátria, pois iria ser o assassino do seu pai biológico
e marido da sua mãe verdadeira. Desconhecendo
as suas origens e pensando ser filho de Pólibo e
Mérope, reis de Corinto, Édipo decidiu partir rumo
a Tebas. Durante o seu percurso, e no meio de uma
encruzilhada, deparou-se com um velho com o qual
manteve uma discussão feia acabando por matá-lo.
Chegando a Tebas, decifrou o enigma da Esfinge
(monstro com cabeça de mulher e corpo de leão),
que impossibilitava a entrada de qualquer pessoa na
cidade, e como nunca ninguém o havia decifrado,
a Esfinge jogou-se ao mar, tendo Édipo libertado a
cidade da sua maldição. Creonte, irmão de Jocasta,
havia prometido a mão desta a quem libertasse a
cidade da Esfinge, ganhando assim, Édipo, o direito
a casar com Jocasta, agora viúva.
Casaram e Édipo foi proclamado Rei. Os dois tiveram
dois filhos e duas filhas, reinando sem grandes
dificuldades, até o dia em que se instala a peste na
cidade e Édipo decide consultar novamente o Oráculo, que lhe dá uma solução para o desaparecimento
da peste. A doença só seria erradicada quando
fosse expulso o assassino de Laio. Édipo dispôs-se a
encontrá-lo, mas quando se apercebeu que ele próprio fora o assassino de Laio, o seu pai, e o marido
da sua mãe, e de apesar ter fugido à profecia esta
acabou por se realizar, arrancou os olhos e deixou a
sua pátria.
Complexo de Édipo
O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos
contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e
ódio ao pai. Uma vez que o ser humano não pode
ser concebido sem um pai ou uma mãe, a relação
que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a
essência do conflito do ser humano.
A ideia central do conceito de complexo de Édipo
inicia-se na ilusão de que o bebé tem de possuir
proteção e amor total, reforçado pelos cuidados
intensivos que recebe pela sua condição frágil.
Esta proteção está relacionada, de maneira mais
significativa, com a figura materna. Por volta dos
três anos, a criança começa a entrar em contacto
com algumas situações em que sofre interdições,
facilmente exemplificadas pelas proibições que
começam a acontecer nesta idade. A criança já não
pode fazer certas coisas. Neste momento, a criança
começa a perceber que não é o centro do mundo e
precisa de renunciar ao mundo organizado em que
se encontra e também à sua ilusão de proteção e de
amor materno exclusivo.
O complexo de Édipo caracteriza a diferenciação
do sujeito em relação aos pais. A criança começa a
perceber que os pais pertencem a uma realidade
cultural e que não podem dedicar-se apenas a ela
porque possuem outros compromissos. A figura
do pai representa a inserção da criança na cultura,
é a ordem cultural. A criança também começa a
perceber que a mãe pertence ao pai e por isso dirige
sentimentos hostis em relação a este. Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também
ama esta figura que hostiliza. A diferenciação do
sujeito é permeada pela identificação da criança
com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe.
O menino tem o desejo de ser forte como o pai e
ao mesmo tempo tem “ódio” por ciúme. A menina
é hostil à mãe porque ela possui o pai e ao mesmo
tempo quer parecer-se com ela para competir e tem
medo de perder o amor da mãe, que foi sempre tão
acolhedora. Na identificação negativa, o medo de
perder aquele a quem hostilizamos faz com que a
identificação aconteça com a figura de sexo oposto e
isto pode gerar comportamentos homossexuais.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_
de_%C3%89dipo
24 ∙ Leitura sem dogmas
Faz tu mesmo um quadro com colagens para o Dia da Mãe
Confecionar o próprio presente para dar no Dia
das Mães pode ser uma solução para quem procura algo personalizado e/ou sem gastar muito
dinheiro.
lecionados. Decide a ordem de colagem e, com o
tubo de cola, começa a fixar as imagens. Passa um
régua por cima para alisar e eliminiar bolhas de ar.
Nos espaços vazios dá uns toques com lápis de cor
ou de pastel ou se preferires pulveriza com cola de
spray e espalha por cima areia artesanal.
Depois de tudo colado e trabalhado com o lápis,
dá uma demão de verniz em spray para dar algum
brilho e para proteger o conjunto.
Agora, é só deixar secar.
A dica é reciclar papel de presentes ou algumas
figuras e recortes de jornais e revistas, escolher
material de pintura, areia artesanal para dar um
brilho a mais à tela, cola de spray para fixar, verniz
em spray e mãos à obra!
Numa velha moldura, testa o trabalho colocando
de forma harmoniosa as figuras e/ou recortes se-
Ficha Técnica
Editor
Emília Reis,
prof.ª Português e Francês
Repórter
Ana Santos,
prof.ª Português e Francês
Quem escreveu o quê?
Ana França, 12º E
Liga o nome do escritor, da coluna da esquerda, ao título da obra, da coluna da direita.
Eça de Queirós
José Saramago
Harold Pinter
Vítor Hugo
Cervantes
Lobo Antunes
Vercors
Alexandre Dumas
Shakespeare
Homero
•
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O Silêncio do Mar
Romeu e Julieta
D. Quixote de la Mancha
Singularidades de uma rapariga loira
Memorial do Convento
Não é Meia Noite Quem Quer
Os Miseráveis
Ilíada
Os Anões
O Conde de Monte Cristo
Ana Marques, 12º G
Djanira Só 12ºH
Hugo Rocha, Curso EFA
Pós-produção
Ana Santos,
prof.ª Informática
Design
Mário Freitas,
SOPA DE LETRAS
Descobre as 7 diferenças
G E R L A N D F S T A D I U M E
A D G H J K L L P P O I U T R H
Q W E R T Y U I O P A S D E R T
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Paginação
Ana Reis, arquiteta
Revisão
Ana Reis, arquiteta
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designer e prof.
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Procurando em todos os sentidos, encontrarás 7 dos
pontos de interesse que os teus colegas visitaram
durante a sua visita a Lyon (França) . Lê ou relê os
seus testemunhos que te serão muito úteis para a
resolução deste jogo.
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