(Índia - Guia Prático de Acesso ao Mercado_Jun09_)
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Mercados informação de negócios Índia Guia Prático de Acesso ao Mercado Junho de 2009 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Índice 1. 2. 3. 4. 5. Apresentação do País 3 1.1. Características Gerais 3 1.2. Indicadores Macroeconómicos 7 1.3. Outros Dados de Interesse 7 Preparação da Viagem 9 2.1. Antes de Viajar 10 2.2. À Chegada 11 2.3. Alojamento 12 2.4. Meios de Pagamento 13 2.5. Horários de Funcionamento 14 2.6. Feriados 14 2.7. Transportes 15 2.7.1. Longas Distâncias 15 2.7.2. Curtas Distâncias 16 2.7.3. Aluguer de Viaturas 17 2.8. Aparelhos electrónicos 17 2.9. Pesos e medidas 18 Aspectos a Considerar no Destino 18 3.1. Língua 18 3.2. Telecomunicações 18 3.3. Cuidados de Saúde 20 3.4. Telefones Úteis 21 3.5. Restaurantes 21 3.6. Espectáculos e Festividades 21 3.7. Locais a Visitar 22 Recomendações para Negócios 24 4.1. Conselhos para o Acesso ao Mercado da Índia 25 4.2. Oportunidades 27 4.3. Restrições e Obstáculos 34 4.4. Aspectos Culturais 47 4.5. Aspectos Práticos 39 Anexos 41 5.1. Anexo 1 – Feiras 41 5.2. Anexo 2 – Endereços de Internet Úteis 44 5.3. Anexo 3 – Contactos Importantes 45 2 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 1. Apresentação do País 1.1. Características Gerais Área 3.287.590 Km Linha de Costa 7.517 Km (5423 km no continente, 2094 km nas ilhas) (1) Capital Nova Deli Principais Cidades Bombaim; Nova Deli; Hiderabade; Bangalore; Chennai; Ahmedabad; Pune; Surate; Kaupur (2) Fronteiras: Paquistão – Norte/Noroeste; China – Norte/Nordeste; Nepal – Nordeste; Butão – Nordeste; Bangladesh – Este; Burma – Este. Clima: Dada a vasta extensão do país e a sua topografia acidentada o clima na Índia assume contornos extremamente peculiares e difíceis de definir. 3 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Partindo de um pressuposto simplista poder-se-á dizer que existem quatro estações: - Inverno (em Janeiro e Fevereiro); Verão (de Março a Maio); Monção (de Junho a Setembro); Pós-Monção (de Outubro a Dezembro). No entanto, as variações são consideráveis de região para região. Vão desde o clima tropical do sul do país até ao rigoroso clima alpino da região dos Himalaias no norte, passando por um clima subtropical húmido a nordeste e semi-árido e árido a noroeste. Recursos Naturais Minério de Ferro; Carvão (3ª maior reserva mundial); Manganês; Mica; Bauxite; Titânio; Cromite; Gás Natural; Diamantes; Calcário; Tório e Petróleo. População 1.166.079.217 (Estimativa para Julho de 2009) (4) Densidade Populacional 355 hab./Km2 (Estimativa para Julho de 2009) (4) Estrutura Etária (3) Literacia 0 - 6 – 15,9%; 15 – 59 – 56,9% 7 – 14 – 19,4% 60 + - 7,5% N. Menc. – 0,3% (3) Total Homens Mulheres Rural Urbano Literados 64,8% 75,3% 53,7% 58,7% 79,9% Taxa de Natalidade 21,76/1000 (estimativa para Julho 2009) (4) Taxa de Mortalidade 6,4/1000 (estimativa para Julho 2009)(4) Taxa de Mortalidade Infantil 30,15/1000 (34,61/1000 homens; 25,13/1000 mulheres) (4) Esperança Média de Vida 69,89 anos (67,46 anos homens; 72,61 anos mulheres) (4) Prevalência de HIV/SIDA 0,3% (estimativa de 2007) (4) Religiões (4) Línguas: Hindus – 80,5% Sikhs – 1,9% Outras Reli. – 0,6% Muçulmanos – 13,4% Budistas – 0,8% Não Menc. – 0,1% Cristãos – 2,3% Jainistas – 0,4% A administração federal Indiana reconhece duas línguas oficiais, o hindi e o inglês e 23 línguas com status oficial especial. Existem ainda outros idiomas considerados oficiais num ou mais estados. No total, estima-se que existam cerca de 400 línguas faladas por todo o território indiano, entre línguas e dialectos, sendo que 41,03% (3) falam hindu e 10,66% inglês. Designação Oficial: Republica da Índia Data da Constituição: 26 de Janeiro de 1950 (última revisão 1 de Dezembro de 2007) Sistema Legal: O sistema legal indiano é, devido ao quase século de presença britânica na Índia, parcialmente baseado na English Common Law e no English Legal System. 4 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) O sistema judiciário é encabeçado pelo Supremo Tribunal Indiano. Este é chefiado por um Provedor de Justiça nomeado pelo Presidente da Índia geralmente respeitando a antiguidade dos membros constituintes do mesmo. Existem ainda outros 25 juízes associados, nomeados também pelo Presidente da Índia com o aconselhamento do Provedor de Justiça. Abaixo do Supremo Tribunal existem por ordem hierárquica os High Courts, a nível estatal, e os District ou Session Courts a nível distrital. A estrutura judiciária é unitária não havendo separação entre os tribunais federais (nacionais) e os estatais, embora exista uma separação de poderes, quer executivos, quer legislativos entre o governo nacional e os diversos governos estatais. Não obstante o disposto no primeiro paragrafo e os esforços que têm vindo a ser feitos para a modernização da legislação, a grandeza do país e a sua diversidade cultural, étnica e religiosa levam a que a Lei Civil seja bastante complexa. Especialmente com fundamento religioso, existem diversas leis específicas (familiares) que se aplicam aos membros dessas mesmas religiões. Tal é, por exemplo, o caso da Lei de Sucessões Islâmicas. Uma vez que o Al-Qurão especifica leis de sucessão familiares, estas são as aplicadas aos muçulmanos em casos de disputas sucessórias e não a Lei de Sucessões do País. (5) Sistema Político e de Governo: O sistema político indiano também é, em larga escala, baseado no sistema Britânico (Westminster), sendo parlamentar bi-cameral e gozando de supremacia parlamentar. A duas câmaras, a Lok Sabha (Casa do Povo), constituída por 545 membros eleitos por sufrágio universal constitui a câmara baixa do parlamento. Por seu lado a câmara alta é ocupada por 250 membros eleitos indirectamente por nomeação do Rajya Sabha (Conselho dos Estados). O executivo governamental divide-se entre o Presidente que, exerce as funções de chefe de estado cerimonial e que detém também todos os poderes constitucionais embora só os exerça depois de consultar e ser aconselhado pela outra parte do executivo, a governativa. Chefiada pelo Primeiro-Ministro, o governo executivo é composto por um Conselho de Ministros (Cabinet) gozando de todos os poderes reais de governo e de liberdade para tomar as importantes decisões a nível de politica do país. As últimas eleições legislativas, em Maio de 2009, reconduziram a UPA (Aliança Progressiva Unida), uma coligação liderada pelo Congresso Nacional Indiano (Congress) e o actual Primeiro-Ministro, Manmohan Singh, para um novo mandato de cinco anos tendo a sua posição saído reforçado em relação ao mandato anterior. 5 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Principais Partidos: IND – Indian Nacional Congress (Congress) (200)*; BJP – Bharatiya Janata Party (116); Samajwadi Party (23); BSP – Bahujam Samaj Party (21); Janata Dal (United) (20); All India Trinamool Congress (19); Dravida Munnetra Kazhagan (18); Marxist – Communist Party of India (16); Biju Janata Dal (14); Snivsena (11) *- Número de lugares no Lok Sabha conquistados nas últimas eleições. Divisão Administrativa: A Índia é, tal como os Estados Unidos da América, uma república federal que se divide em 28 estados e 7 territórios (UT- Union Territories) (6) .A administração indiana divide-se entre o governo nacional (ou da união) e os governos dos diferentes estados e territórios. A administração dos estados e dos territórios de Deli e Puducherry é encabeçada por um ministro – chefe eleito localmente, (6) sendo a autoridade nacional representada por um governador nomeado pelo Presidente da Índia. Nos restantes territórios a governação é exercida por administradores, também nomeados pelo Presidente. (7) A divisão de poderes entre o governo nacional e os governos estatais é clara e assenta em três listas de poderes, a Lista de Poderes da União, a Lista de Poderes dos Estados e a Lista de Poderes Conjuntos, sendo estas derivadas da constituição Australiana. A Lista de Poderes da União define os temas cuja legislação é da competência do governo e do parlamento nacional. Sendo no total 100, são sobretudo os temas de importância nacional tais como, defesa, política externa, política atómica, banca e moeda. A Lista de Poderes dos Estados inclui 66 temas de importância sobretudo estatal ou local e onde se incluem entre outros, governo local, policia, comércio e agricultura. Apesar de normalmente independentes estes poderes estatais podem ser revogados temporariamente em casos de emergência ou efeméride pelo Presidente, passando nesta circunstância a ser exercidos pelo parlamento nacional. Os 47 temas conjuntos são matérias sobre as quais tanto o parlamento como os governos estatais podem fazer aprovar legislação prevalecendo, em caso de conflito, a legislação aprovada pelos órgãos nacionais. Estes incluem temas como procedimentos civis e criminais, casamento e divórcio, educação, planeamento económico e sindicalismo. Existem ainda matérias residuais, não incluídas nas listas, sendo o poder legislativo sobre as mesmas da responsabilidade do governo central. (8) Apesar desta divisão clara de poderes e responsabilidades, em caso de ambivalência o governo central detém mais poder que os governos estatais. 6 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 1.2. Indicadores Económicos 2008 PIB (preços de mercado): 54.263 biliões INR PIB per capita (p.m.): 144.959 INR Crescimento do PIB: 6.1% PIB por sectores: Sector 2007- 2008 (%) Agricultura, florestal e pescas 18% Extractivo 2,7% Industrial 16% Electricidade, Gás e Água 1,7% Comércio, Hotelaria, Transporte e Comunicações 25% Financeiro, Seguros, Imoboliário 13,7% Administração Pública, Servicos 13,4% Exportações Totais (bens+ serviços): Exportações para Portugal: 13,023 biliões de INR 46.530 mil euros Importações de mercadorias (bens+ serviços): 16,463 biliões de INR Importações de Portugal: Unidade Monetária: 474.871 mil euros Rupia Indiana (INR) 1 EUR = 70,4154 INR (média mensal – Setembro 2009) 1 EUR = 63,6143 INR (média anual – 2008) Taxa de desconto do Banco Central: 7,75 % Taxa de Financiamento Interbancário: 6% Inflação: 8,3 % Taxa de Desemprego: 6.8 % (Fonte: Reserve Bank of Índia e Banco de Portugal) 1.3. Outros dados de interesse Rede Rodoviária: A Índia possui 3,3 milhões de quilómetros de estradas (9) sendo que destes 1 milhão são estradas não pavimentadas. (10) O sistema rodoviário indiano divide-se da seguinte forma: Expressways (Auto-estradas) – 200km National Highways (Estradas nacionais) – 66.590km State Highways (Estradas estatais) – 131.899km Major District Roads (Estradas distritais) – 467.763km Rural or Other Roads (Estradas rurais e outras) – 2.650.000km 7 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Outros dados sobre as estradas indianas: cerca de 65% dos transportes comerciais e 80% do transporte de passageiros é feito por estrada e embora representem apenas 2% do total de estradas do país, nas National Highways (Estradas Nacionais) circula 40% do tráfego automóvel indiano. A taxa média anual de crescimento do número de veículos em circulação nas estradas é 10,16% o que sobrecarrega bastante um sistema rodoviário que se encontra mal sinalizado e muito pouco defensivo para os utilizadores. Rede Ferroviária: A rede ferroviária indiana é uma das mais famosas em todo o mundo, tendo a sua construção sido iniciada aquando da presença Britânica na Índia. Actualmente a Índia possui 63.140km de ferrovias onde circulam diariamente 14.444 comboios transportando cerca de 14 milhões de passageiros e 1 milhão de toneladas de carga. (11) Apesar de mundialmente famosa há que considerar que aproximadamente dois terços da rede ferroviária são broad gauge e antigos (9) e, em grande parte por isso, acontecem anualmente cerca de 300 acidentes ferroviários (12). Aeroportos: No total existem 449 aeroportos e pistas de aviação na Índia. (13) Destes a Airports Authority of India (AAI) gere 127 onde se incluem 16 aeroportos internacionais, 8 aeroportos customs declared, 79 aeroportos domésticos e 24 enclaves civis em bases aéreas militares. (14) Principais aeroportos internacionais: - Mumbai - Chennai - Goa - Ahmedabad - Deli - Calcutá - Cochim - Amritsar Rede Portuária: Existem na Índia 12 portos marítimos principais (major ports) e 180 portos secundários (minor ports) (15) , sendo que segundo dados de 2007 os portos principais tinham capacidade para manusear 504,75 mega toneladas por ano (MTPA) e os portos secundários 228 MTPA (16) . Em 2008 existiam ainda 16 projectos privados de investimento em infra-estruturas portuárias que aumentarão a capacidade de carga em mais 93,9 MTPA. Principais Portos - Costa Este: Calcutá Paradip Visakhapatnam Chennai Ennore Tuticorin Cochin Nova Mangalore Mormugão Bombaim Jawaharlal Nehru Kandla - Costa Oeste: Para além do disposto a Índia possui ainda 14.500km de vias aquáticas navegáveis entre rios e canais. Destes, apenas 2.716km estão devidamente explorados em três percursos, Allahabad-Haldia (1620km) no Ganges, Sadiya-Dhubri (891km) no rio Brahmaputra e a ligação Kollani-Kottapuram no West Canal incluindo os canais Champakara e Udyogmandal (205km). Apesar disto 44 milhões de toneladas de carga são anualmente transportadas por esta via. 8 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Acesso à Internet: O número de subscritores de internet banda larga (velocidade superior a 256kbps) tem vindo a aumentar substancialmente, 56,61% só no último ano (17). Existem actualmente 6,28 milhões de subscritores de internet banda larga (17) estimando-se que tenham acesso à mesma cerca de 42 milhões de indianos (3,7%). Telefone: O número de ligações telefónicas na Índia ascendeu, em Abril deste ano, a 441,47 milhões. Destas, as ligações móveis são as mais relevantes contado com 403,66 milhões de subscrições entre ligações GSM, CDMA e WLL(F) e as que se encontram em maior crescimento, 11,9 milhões de novas subscrições apenas em Abril de 2009.(17) Já as ligações fixas estão em decréscimo de utilizadores e contam com apenas 37,96 milhões de subscrições(17), tendo o número tendência para diminuir ainda mais. Electricidade: O acesso à rede de distribuição eléctrica está disponível em apenas 55,8% das habitações indianas iluminação. (18) sendo que, nas restantes a grande maioria (43,3%) utiliza o querosene para (19) Acesso a Água Potável e à Rede Pública de Esgotos: Do universo das habitações indianas apenas cerca de 39% tem acesso a água potável dentro da propriedade (20) sendo que destas, apenas 53,4% tem água canalizada. (20) O acesso à rede pública de esgotos é também bastante deficitário, uma vez que 53,6% das habitações não têm qualquer tipo de escoamento de águas residuais. (21) Acesso à Televisão: Cerca de 105 milhões de habitações indianas (50%) possuem pelo menos um televisor. (22) 2. Preparação da Viagem Uma deslocação à Índia, seja ela de que carácter for, deve ser preparada atempadamente e com o devido cuidado. Depois de identificados os locais ou zonas a visitar recomenda-se que a organização da viagem fique a cargo de uma empresa especializada, que tenha, preferencialmente, uma ligação ou trabalhe com uma operadora de turismo local para que eventuais situações que possam surgir no decurso da mesma sejam resolvidas com a celeridade possível. Outro dos aspectos a considerar atempadamente prende-se com os cuidados de saúde antes da viagem, nomeadamente a nível de aconselhamento em relação aos cuidados a ter durante e após a viagem e sobre a eventual necessidade de vacinação. Dever-se-á também considerar a subscrição de um seguro de viagem que cubra possíveis despesas de saúde durante a mesma, incluindo repatriação em caso de doença grave. 9 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) De relembrar ainda que é conveniente fazer-se acompanhar da morada do local para o qual o viajante se pretende deslocar assim que chegar. 2.1. Antes de Viajar Visto: A secção consular da Embaixada da Índia em Lisboa disponibiliza vários tipos de vistos aos estrangeiros que a ela recorrem para a obtenção de um visto para entrada na Índia. Os cidadãos portugueses que se pretendam deslocar à Índia para turismo, negócios ou trabalho poderão fazê-lo recorrendo a um dos seguintes tipos de visto. (23) • Visto de Turismo (emitido por um período de 6 meses com múltiplas entradas tem um custo de 50€.) • Visto de Negócios (emitido por um período de 6 meses a 1 ano com múltiplas entradas tem um custo dependente do período de validade, sendo o mesmo 95€ para um visto de 6 meses e 145€ para um visto de 1 ano). Este pedido de visto deve ser acompanhado de uma carta de convite do sócio indiano ou de uma carta de convite de uma empresa própria, dando pormenores da visita. • Visto de Trabalho (emitido para a duração do trabalho ou 1 ano, aplicando-se o período menor, com múltiplas entradas, tem um custo de 110€ para vistos até 6 meses e 155€ para vistos até 1 ano). Todos os pedidos de visto devem ser acompanhados ainda de duas fotografias. Cidadãos que viagem ao serviço de empresas de media e audiovisual e que pretendam levar a cabo reportagens, documentários ou filmagens terão que o fazer recorrendo aos seguintes vistos. • Visto de Jornalista (emitido para a duração da estadia ou por um período de 6 meses com uma ou múltiplas entradas). Deve fazer-se acompanhar ainda de um formulário complementar para correspondentes estrangeiros e câmara man acrescido de 3 fotografias, carta da entidade endereçada ao chefe do Serviço de Imprensa, requerendo acreditação temporária. Caso já tenha visto válido por outros motivos (turismo) será necessário anexar fotocópias das páginas relevantes do passaporte. • Visto de Documentário/Filmagens (emitido para a duração da estadia com entrada única, o pedido de visto deverá fazer-se acompanhar de formulário complementar para a filmagem de documentários entre outros documentos e cópias solicitadas no formulário pelo menos 8 semanas antes da partida). Todos os formulários acima mencionados estão disponíveis online no site da Embaixada da Índia em Lisboa em www.embassy-lisbon.com. Vacinas e Cuidados de Saúde: Antes de viajar para a Índia, e uma vez que doenças como a malária são endémicas, será essencial efectuar a chamada Consulta do Viajante. O viajante será aconselhado sobre as doenças e outros riscos existentes na área ou áreas a que se pretende deslocar e ainda de qual a vacinação aconselhada, uma vez que não existe vacinação obrigatória para viajantes de nacionalidade portuguesa provenientes de voos com origem em países que 10 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) não África ou a América Latina. A consulta deve ser agendada para uma data 4 a 6 semanas antes da data de partida devendo o agendamento ser feito com 2 semanas de antecedência. No Portal da Saúde encontram-se disponíveis informações referentes aos locais onde marcar a consulta do viajante (http://www.portaldasaude.pt). 2.2. À chegada Formalidades à chegada À chegada os viajantes terão que preencher e assinar o Arrival Card for Passengers que será distribuído a bordo do avião e será posteriormente recolhido já dentro do aeroporto. Actualmente, devido ao surto de gripe suína, o viajante será também obrigado a preencher um outro formulário, específico sobre a doença, que terá que entregar num balcão médico antes de seguir para o balcão de imigração. No balcão médico poderão ser solicitadas mais informações sobre o estado de saúde do viajante e viagens recentes que tenha efectuado. Hora Local Todo o território indiano opera sob o mesmo fuso horário (IST – Indian Standard Time) e este difere da hora Portuguesa (GMT – Greenwish Mean Time) 5 horas e 30 minutos por avanço (GMT+5:30). Todavia, a Índia não faz uso do horário de Verão. Assim, entre o último domingo de Março e o último domingo de Outubro a diferença horária para Portugal é de 4 horas e 30 minutos (GMT+4:30). Dinheiro Não sendo necessário à entrada fazer prova de sustentabilidade sob a forma de uma quantia mínima em dinheiro, torna-se desnecessário o viajante adquirir Rupias Indianas em Portugal. Para aceder à moeda local o mesmo poderá optar por trocar moeda num dos balcões de câmbio disponíveis no aeroporto ou de uma forma mais vantajosa fazer uso do sistema ATM que na generalidade dos casos aceita os principais cartões dos sistemas mais usados (Visa® e MasterCard®). Transfer do Aeroporto A maioria dos voos internacionais, especialmente os com origem na Europa, chega à Índia de madrugada. Como tal, será preferível, se possível, agendar com uma entidade local, seja ela empresa, hotel ou operador turístico o transfer do aeroporto para o local de estadia. 11 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Caso isso não seja possível ou prático a solução aconselhada será fazer uso do sistema de táxis prépagos. Para tal, o viajante dever-se-á dirigir ao balcão dos mesmos e indicar a morada para a qual se quer deslocar. Ser-lhe-á fornecido um talão, que indicará qual o número do táxi, destino, preço da deslocação e da bagagem, sendo conveniente verificar que todos os dados estão correctos. Registo no Foreign Regional Registration Office (FRRO) Dependendo do visto de entrada e do tempo de permanência no país numa só visita será, ou não, necessário ao viajante registar-se no FRRO. No caso dos vistos mencionados anteriormente, todos, exceptuando o Visto de Turismo, requerem registo quando e sempre a estadia na Índia se prolongar por mais do que 180 dias consecutivos. O registo é obrigatório até 14 dias após a chegada, sendo que se ultrapassar este período o viajante será obrigado a pagar uma coima no valor de 30 Dólares Americanos. O registo será relevante para todos os tipos de visto no caso de o viajante pretender adquirir alguns bens, tais como um carro, ou subscrever serviços, como por exemplo, telefone, telemóvel pós-pago ou televisão por cabo. Mais informações estão disponíveis no site do Bureau Of Immigration em www.immigrationindia.nic.in. 2.3. Alojamento Alojamento Temporário Para o alojamento inicial o viajante poderá fazer uso dos hotéis indianos. Todavia e uma vez que os standards de qualidade não são na generalidade dos casos muito elevados recomenda-se que opte por um hotel de qualidade superior, sendo o mínimo 4 estrelas. A oferta é bastante vasta, especialmente nos hotéis de 5 estrelas e nas principais cidades, embora os preços sejam bastante elevados, começando nos 100€ por noite. Mais informações sobre hotéis na Índia estão disponíveis em www.asiarooms.com. Alojamento Permanente O alojamento permanente através do aluguer de habitação pode ser conseguido através de uma agência imobiliária, dos anúncios nos jornais ou online. A escolha do alojamento deve ser cuidadosa e dependerá de vários factores, sendo um dos mais importantes a proximidade ou facilidade de acesso ao local de trabalho uma vez que as deslocações podem muitas vezes ser complicadas. 12 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) A proximidade a locais de comércio e ao centro da cidade também devem ser consideradas. Os valores das rendas variam bastante dependendo da zona da cidade onde se deseje instalar mas, uma localização mais cara poderá ser uma vantagem, caso garanta facilidades de acesso a determinados produtos ou serviços. Existe geralmente a adicionar à renda um valor para o serviço de manutenção, seja ele para limpeza dos espaços comuns, jardins ou porteiro. As casas são alugadas por 11 meses com um contrato de arrendamento. É comum pagar à cabeça um depósito, cujo valor pode variar de 1 a 10 meses de renda, dependendo da cidade. Os agentes imobiliários cobram, pelos seus serviços, normalmente metade do valor de uma renda. 2.4. Meios de Pagamento A Rupia indiana (INR ou Rs.) é a moeda oficial da Índia. Apesar de se dividir em cêntimos (paise) tal como o Euro, os mesmos já não se encontram em circulação e são apenas relevantes em termos de serviços, por exemplo de telemóvel, onde as companhias ainda fixam os preços recorrendo aos paise. Assim, qualquer valor de paise será arredondado para o valor unitário mais próximo. A moeda divide-se então, em termos práticos, em valores unitários, existindo 3 moedas, de valores faciais Rs.1, Rs.2 e Rs.5, e 7 notas de Rs.5, Rs.10, Rs.20, Rs.50, Rs.100, Rs.500 e Rs.1000. A flutuação do valor da moeda é bastante significativa, sendo que o valor médio dos primeiros 6 meses de 2009 se situou nas 65,7 Rupias por 1 Euro. O câmbio de moeda é bastante acessível, existindo para o efeito várias casas de câmbio e bancos que podem efectuar tais operações em diversas localizações. As casas de cambio privadas oferecem, na generalidade, melhores taxas de cambio para transacções de valores elevados do que os bancos ou as grandes casas de cambio. Todavia, as mesmas podem recusar-se a trocar Traveller’s Cheques. A apresentação do passaporte é obrigatória para a execução da operação de câmbio. O sistema ATM é bastante comum, especialmente nas grandes cidades, e a maioria dos cartões internacionais podem ser usados nas ATM’s dos bancos indianos. Todavia, as máquinas de pequenos bancos regionais podem não aceitar cartões de outras instituições bancárias. A utilização do sistema ATM implica, para a generalidade dos cartões emitidos pelos bancos portugueses, o pagamento de taxas de levantamento. Os cartões de crédito e débito, especialmente os do sistema Visa®, Mastercard® and American Express®, são já bastante populares e a maioria das lojas e restaurantes nas grandes cidades aceitam-nos como forma de pagamento. No entanto, algumas lojas requerem que a transacção tenha um valor superior a Rs.250 e o banco emissor poderá cobrar um valor fixo sobre cada transacção. (24) 13 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) De salientar ainda que a Caixa Geral de Depósitos tem escritórios de representação em Bombaim e Goa (Pangim). 2.5. Horários de Funcionamento Os serviços públicos indianos estão geralmente abertos de Segunda a Sábado das 10h00 às 17h00, fechando nos segundos Sábados de cada mês. Os horários de funcionamento dos bancos variam bastante de instituição para instituição mas, a maioria está aberto de Segunda a Sexta das 10h00 às 14h00 e aos Sábados das 10h00 ao 12h00. A maioria das lojas e centros comerciais estão abertos de Segunda a Sábado, abrindo entre as 9h00 e as 9h30 e fechando por volta das 22h00. Em alguns casos as lojas fecham por breves horas durante a tarde, especialmente a seguir ao almoço e algumas encontram-se também abertas ao Domingo. De acordo com o Factories Act, a carga horária de trabalho semanal é de 48 horas para um trabalhador adulto. Já a nível dos escritórios a carga horária é mais baixa, quedando-se na generalidade dos casos pelas 35 a 40 horas semanais. 2.6. Feriados Na índia existem três feriados nacionais oficiais sendo estes, o Dia da República celebrado a 26 de Janeiro, o Dia da Independência a 15 de Agosto e o Gandhi Jayanti a 2 de Outubro. Contudo, para além destes existem também muitos outros feriados, quer nacionais, quer regionais estando estes especialmente ligados a festivais religiosos e à celebração de datas importantes. Na sua maioria, estes últimos são dependentes das fases da lua e variam também bastante de estado para estado, cada um tendo o seu calendário de feriados. A Embaixada de Portugal cujo pessoal administrativo é constituído exclusivamente por pessoas recrutadas localmente, originárias de diferentes regiões da Índia, observa a celebração dos seguintes feriados indianos: 8 de Janeiro - Murham 26 de Janeiro – Dia da República 10 de Março – Celebração do Aniversário do Profeta Mahomed 11 de Março – Holi 7 de Abril – Mahavir Jatanti 9 de Maio – Buddha Purnima 14 de Agosto – Janamashtami 21 de Setembro – Idu’l Fitr 28 de Setembro – Dusseehra 2 de Outubro – Aniversário do Mahatma Gandhi 17 de Outubro Diwali 14 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 2.7. Transporte 2.7.1. Longas Distâncias Aéreo Dada a grande extensão do país a via aérea apresenta-se como a forma mais rápida, segura e confortável de viajar. O elevado número de companhias Low-cost que têm surgido no mercado indiano nos últimos anos e a sua presença nas principais rotas de destino, fez também com que esta forma de viajar se tornasse bastante económica especialmente em relação ao transporte alternativo mais usual, o comboio. No entanto, há que considerar que algumas destas companhias Low-cost atrasam frequentemente a partida dos seus voos, podendo por vezes fornecer pouca ou nenhuma informação aos seus passageiros. Os voos podem ser facilmente reservados directamente nas companhias aéreas ou junto da maioria dos agentes de viagens. Para viajar internamente e para entrar no aeroporto, o viajante terá que ter consigo uma cópia impressa da reserva e ainda o cartão que usou para efectuar o pagamento. Caso a reserva tenha sido paga pelo agente de viagens, da mesma forma, será necessária uma fotocópia do cartão usado. Aconselha-se ainda uma chegada atempada ao aeroporto, pois em alguns destes o processo de entrada, check-in e embarque pode ser bastante confuso e demorado. Comboio O comboio é uma forma económica e relativamente confortável de viajar na Índia, desde que se viaje numa das classes com Ar-Condicionado. Uma lista completa da rede ferroviária indiana está disponível no site www.indianrail.gov.in. A viagem deve ser reservada com bastante antecedência devido ao elevado número de pessoas que escolhem este meio de transporte. O mesmo, deve ser tido em especial consideração quando a viagem coincide com os grandes festivais nacionais ou com as férias escolares. As reservas podem ser feitas nas estações de comboios, nos centros de reserva, junto dos agentes de viagens ou online em www.irctc.co.in. Se reservada directamente pelo viajante o mesmo terá que preencher um formulário de reserva e poderá ter que apresentar o passaporte e o visto. 15 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Autocarros Inter-Estatais Os autocarros inter-estatais são baratos, convenientes e confortáveis. Possuem frequentemente ArCondicionado e uma vez que o passageiro é alocado com um assento específico não viajam sobrelotados. Estes tipos de autocarros são maioritariamente operados por companhias privadas, embora também existam companhias estatais, as State Road Transport Corporations (SRTC’s), que fornecem um serviço com a mesma qualidade ou até por vezes melhor. Os bilhetes para este tipo de transporte podem ser reservados junto de agentes de viagens, directamente nos balcões das companhias ou online, embora esta última opção seja bastante confusa e por isso pouco prática. 2.7.2. Curtas Distâncias Autocarros Públicos As viagens nos autocarros públicos são extremamente baratas mas, na maioria dos casos não seguem uma rota ideal podendo demorar muito mais do que o desejado. São, na generalidade dos casos, viagens sobrelotadas sendo, por isso, desconfortáveis, difíceis de embarcar e desembarcar e a presença de carteiristas nestes meios de transporte é bastante comum sendo portanto desaconselhado o seu uso. Metro e Comboios Locais Os sistemas de metro e de comboios suburbanos encontram-se disponíveis apenas nas grandes cidades todavia, e apesar de se encontrarem em expansão, ainda não servem a grande maioria das zonas das cidades. São, como os autocarros baratos, geralmente sobrelotados e sujos. Os bilhetes devem ser adquiridos antes do embarque. Táxis e Rickshaws Para as deslocações do dia-a-dia, dentro das cidades e nas sua imediações, os táxis e os rickshaws são meios de transporte bastante úteis. Podem ser reconhecidos facilmente pelas suas cores, preto e amarelo ou verde e amarelo, dependendo das cidades, podendo no caso dos rickshaws transportar 3 passageiros e no caso dos táxis 4. 16 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Legalmente, tanto os táxis como os rickshaws possuem um taxímetro no interior do veículo, cujas taxas são estabelecidas pelo governo local. Todavia, os condutores mostram-se muitas vezes reticentes em usar o taxímetro e o viajante poderá ser forçado a negociar um valor para a corrida. Os táxis podem ser encontrados em estações de táxi, das quais podem também ser chamados ou podem ser chamados do trânsito em circulação. Os rickshaws encontram-se um pouco por todo o lado, especialmente junto às áreas comerciais, sendo também facilmente chamados do trânsito em circulação. Para mais informações podem ser consultados os seguintes sites: http://www.taxirentalindia.com/~ http://www.virtualtourist.com/travel/Asia/India/State_of_Maharashtra/Mumbai-1101422/TransportationMumbai-TAXIS-BR-1.html 2.7.3. Aluguer de Viaturas Alugar uma viatura sem motorista é bastante difícil. A maioria dos estrangeiros quando aluga uma viatura aluga também um motorista uma vez que é, aos olhos dos standards europeus bastante barato. Em parte, isto também se fica a dever ao complicado transito indiano. A condução faz-se à esquerda (volante à direita) e o respeito pelas regras básicas de transito é praticamente nulo, obedecendo antes a instintos básicos de não colisão. Para conduzirem na Índia os estrangeiros necessitam de uma licença de condução internacional, podendo legalmente faze-lo pelo período de um ano, após o qual são obrigados a adquirir uma licença indiana, junto do Regional Transport Office (RTO) da localidade de residência. A licença internacional de condução deve ser obtida antes de viajar nas delegações do Automóvel Club de Portugal (ACP), sendo necessária pelo menos uma semana para a emissão da mesma. Mais informações quanto à licença internacional de condução estão disponíveis no site do ACP em www.acp.pt. O aluguer de viaturas pode ser feito nas empresas especializadas, cujos contactos podem facilmente ser obtidos nos jornais locais ou através da Internet ou ainda junto de agentes de turismo. 2.8. Aparelhos Electrónicos Os aparelhos electrónicos adquiridos em Portugal podem, sem restrições ao nível da corrente fornecida, ser utilizados na Índia. 17 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Apesar da tensão eléctrica ser praticamente a mesma (230V), muitas tomadas indianas necessitam de um adaptador de 3 pinos que pode ser adquirido antes da partida, mas que se aconselha a que seja adquirido já no país, tanto por razões económicas, como por razões de compatibilidade. 2.9. Pesos e Medidas A Índia segue o sistema métrico de pesos e medidas. O peso é medido em Quilos (Kg) e as distâncias em Quilómetros (Km). Todavia, o sistema numérico indiano usa medidas de lakhs e crores que se traduzem da seguinte forma. 1 Lakh = 100.000 u.n 1 Crore = 10.000.000 u.n. Na medição de áreas de superfície, devido sobretudo à longa presença Britânica no país, é comum a utilização de medidas imperiais tais como os a polegada quadrada (sq.in), o pé quadrado (sq.ft) e jarda quadrada (sq.yd) sendo estas equivalentes ao sistema métrico da seguinte forma. 1 sq.in = 6.45 cm2 1 sq.ft = 0,09290 m2 1 sq.yd = 0,836 m2 3. Outros Aspectos a Considerar 3.1. Língua Tal como referido anteriormente, existem na Índia diversas línguas e dialectos, todavia o Hindi é a língua oficial e também a mais falada. Na maioria dos locais de trabalho e escritórios a língua Inglesa é bastante usada, embora tenha características únicas e possa ser de compreensão bastante difícil. Não obstante, especialmente em ambientes industrias e quando o trabalho a desenvolver se fará com classes mais baixas, o disposto anteriormente poderá não se aplicar. Falar um pouco de Hindi, especialmente nas regiões norte do país, será portanto bastante valorizado. 3.2. Telecomunicações O código internacional do país é (00)91 e para efectuar chamadas para outras cidades ou vilas será também necessário fazer uso de um código regional. 18 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Telefones Públicos Existem em larga escala telefones públicos, sejam eles cabines telefónicas ou estações de telefone com operador. As últimas são bastante populares e são comummente apelidadas de Public Call Offices (PCO) e dão acesso a chamadas locais, nacionais e internacionais. As taxas telefónicas variam, de operadora para operadora, sendo que a taxa mínima para chamadas locais é de Rs.2. Telemóveis A índia tem um dos mercados de telecomunicações móveis em maior crescimento no mundo. As tarifas são bastante baixas e é definitivamente aconselhável a obtenção de uma ligação móvel. Todavia, esta subscrição pode ser bastante complicada. Existem, tal como em Portugal, duas opções de ligação que dependem da forma de pagamento, o sistema pós-pago e o pré-pago. Em ambos poder-se-á fazer uso de um telemóvel livre, adquirido em qualquer parte do mundo, ou comprando um directamente à operadora com a qual deseja trabalhar. As lojas de telemóveis podem ser encontradas em todo o país e são muito comuns nas cidades e vilas. Para se obter o cartão de telemóvel será necessário preencher um formulário e fornecer prova de identidade (fotocópia do passaporte e visto) e prova de residência (registo do FRRO, contrato de arrendamento ou documento do governo local ou central). Com estes documentos a operadora fará uma verificação da identidade do subscritor, o que se poderá tornar num processo moroso e até mesmo complicado. Aconselha-se a entrega de cópias do maior número possível de documentos identificativos e explicativos, tais como, uma carta da empresa ou instituição contendo os dados do subscritor, a sua posição dentro da empresa, referindo ainda a urgência na obtenção da ligação. As principais companhias são a BSNL, MTNL, Idea Cellular, Relliance Telecom, Vodafone, Airtel, Aircel e Tata Indicom. A cobertura da rede pode ser bastante deficitária, especialmente nas zonas rurais e mesmo nas zonas com boa cobertura a qualidade das comunicações é diminuta. O contrato de subscrição restringe-se normalmente à cidade ou área onde é subscrito e a ligação será tratada como em Roaming sempre que o utilizador saia desta área. Serão cobradas não só as chamadas efectuadas, como também as recebidas, sendo as tarifas superiores às normais. 19 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Internet Nas grandes cidades e nos principais destinos turísticos há inúmeros cyber cafés com internet points, que disponibilizam tanto, computadores como, redes sem fios para acesso à Internet. As tarifas cifram-se na generalidade dos casos nas Rs.100 por hora. 3.3. Cuidados de Saúde Água O acesso a água potável é um grande problema na Índia. Torna-se por isso fundamental beber apenas água engarrafada, independentemente do local onde a mesma é servida. Aconselha-se ainda que a garrafa seja aberta pelo próprio, tendo sempre o cuidado de verificar que o selo da garrafa se encontra inviolado. Comida A maioria dos restaurantes frequentados pelos estrangeiros e expatriados apresentam boas condições de salubridade. Aconselha-se o uso de bom senso na aquisição de comidas preparadas e outros bens alimentares, tentando evitar ao máximo produtos preparados ou vendidos em condições de segurança alimentar duvidosa. Recomenda-se especial cuidado nas primeiras semanas de permanência no país. Infra-estruturas Médicas As infra-estruturas médicas variam bastante em termos de condições e equipamentos. A qualidade dos serviços médicos públicos é na generalidade bastante baixa, no entanto, nas principais cidades, existem grandes hospitais privados de grande qualidade, podendo até dizer-se que alguns são de renome internacional. Em caso de necessidade os primeiros cuidados deverão passar por uma clínica ou hospital privado embora em casos mais urgentes seja bom saber quais os recursos médicos, públicos ou privados, mais próximos. Isto porque, devido ao intenso tráfego o transporte para o hospital privado mais próximo poderá ser demasiado prolongado. Seguros de Saúde e Viagem Aconselha-se a subscrição, em Portugal em caso de viagem, ou na Índia em caso de permanência no país, de um seguro de viagem e saúde que inclua repatriação em caso de doença grave ou prolongada. 20 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Não obstante, o custo dos cuidados de saúde e medicação, mesmo em caso de internamento é relativamente baixo. 3.4. Telefones Úteis Policia – 100 Bombeiros – 101 Ambulâncias – 102 Informações Locais – 197 Informações Nacionais – 1583 Embaixada de Portugal em Nova Deli – (0091)1146071001 Consulado de Portugal em Goa (Panjim) – (0091)8322421525 (Nota: relativamente ao serviço de ambulâncias o sistema público é bastante deficitário pelo que se aconselha a utilização dos serviços de ambulâncias dos hospitais privados que geralmente possuem um contacto gratuito.) 3.5. Restaurantes As principais cidades indianas, como Nova Deli e Bombaim, possuem uma incrível selecção de restaurantes que disponibilizam quase todos os tipos de cozinha internacional. As revistas citadinas, tais como a Time Out ou a First City, publicam frequentemente artigos de revisão aos restaurantes, para além de publicitarem os seus anúncios e ofertas especiais. Adicionalmente os hotéis de 4 e 5 estrelas disponibilizam também restaurantes com comida de elevada qualidade, sendo na maioria dos casos, apostas seguras para reuniões, almoços ou jantares de negócios. Comparativamente à Europa os preços das refeições são relativamente baixos e dependem sobretudo do consumo ou não de bebidas alcoólicas, que poderá facilmente, dependendo do estado, duplicar o preço da refeição. 3.6. Espectáculos e Festividades Há a cada dia do ano um festival ou feira a decorrer na Índia. A maioria dos festivais é religiosa e incluem, por exemplo, a celebração do nascimento de Deuses, Santos ou Gurus ou ainda a chegada do ano, de uma determinada época, das colheitas ou da lua. Alguns dos festivais são comuns à maioria da Índia contudo, podem ter diferentes designações, datas e celebrações em diferentes partes do país. 21 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) A principal festividade é, o Diwali (Festival das Luzes) conhecido pelos fogos de artificio, danças, iluminações, festas e oferendas Navarati ou Dusshera (Nove Noites) ou Dussera (Dez Dias) é o mais longo festival indiano, prolongandose por 10 dias e 9 noites e é a segunda festividade mais popular na Índia, a seguir ao Diwali, sendo bastante celebrado especialmente pela comunidade Bengalesa. O Holi (Festival das Cores) é um festival mais familiar, onde familiares e amigos se juntam e pintam com tintas em pó. Fazendo um paralelo não religioso, é em alguns aspectos o Carnaval indiano. Nas principais cidades os programas culturais são ricos e diversificados. Especialmente em Nova Deli, os centros culturais estrangeiros organizam inúmeros eventos tais como, exibições cinematográficas, concertos e teatros. O cinema é bastante popular e nas grandes cidades filmes de Hollywood e de outras produções mundiais são exibidos em paralelo com os filmes de Bollywood. 3.7. Locais a Visitar Varanasi Tida como umas das mais antigas cidades do mundo, o seu nome original Benares, antes chamada também Kashi (Cidade da Vida), foi substituído por os rios Varuna e Asi confluírem no local. É a cidade mais sagrada da Índia, estando situada nas margens do rio Ganges, que é visto como o rio da salvação. A acessibilidade às ancestrais, mas ainda activas, tradições religiosas é o factor que capta a maioria dos turistas. Deli Uma metrópole multidimensional, Deli pode ser bastante confrontadora e confusa numa primeira visita, devido sobretudo ao seu caótico e opressivo tráfego humano e mecânico. Polvilhada de monumentos ancestrais, bons museus, bons espectáculos, lojas modernas e fabulosos restaurantes, Deli é uma pequena amostra da diversidade que capta a atenção de todos em relação ao país. 22 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Bombaim A maior metrópole indiana é também o centro financeiro do país e dita ainda as tendências da moda, do cinema e do entretenimento nocturno. Um mundo de Art-Deco e relíquias coloniais, alguns dos melhores restaurantes do país, nos seus clubes nocturnos circulam estrelas de Bollywood e outras figuras. Os brilhantes arranha-céus misturam-se com os bairros de lata, numa cidade onde metade da população neles reside. Goa A antiga província portuguesa é considerada a Costa Brava indiana. Famosa pelas suas praias e a sua conotação Hippy que é ainda uma realidade em muitas zonas, embora noutras se consigam obter outros tipos de turismo. O viajante português pode permitir-se apreender um pouco do que foi a presença de Portugal na Índia, através de uma arquitectura colonial, que apesar de ser bastante característica, é sem dúvida bastante distinta da indiana. Uma visita a Goa Velha e à Basílica do Bom Jesus, onde se encontra o túmulo de São Francisco Xavier, é quase obrigatória. Rajastão Preenchido por cidades coloridas e desertos luminosos o Rajastão é a Índia romântica. Um estado de reis, vasto e pleno de fortes e histórias ancestrais é uma região plena de entusiasmo cuja visita inspira o viajante. Jaipur, Jodhpur, Pushkar, Udaipur são os principais locais a visitar. Agra Famosa pelo mundialmente conhecido Taj Mahal, Agra faz jus à sua fama e deixa qualquer visitante maravilhado com a beleza dos seus monumentos. Para visitar o Taj Mahal aconselha-se o nascer do sol. O monumento emerge da escuridão num tom violeta escuro, progredindo para um azul pálido até se estabelecer no seu dourado mármore. O inconveniente desta visita é que, a mesma implica uma viagem nocturna para Agra ou, em caso de estadia na cidade, um amanhecer madrugador. 23 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Himalaias O famoso e enorme cenário montanhoso não dispensa uma visita, especialmente no Verão indiano. A mística da montanha e a sua imponência deixam qualquer pessoa que visite a fascinada e com vontade de subir um pouco mais. As actividades desportivas e de lazer são abundantes e vão desde o Ski e Snowboard, ao Rafting até às caminhadas. Os principais locais a visitar são Shimla, Manali e Rishikesh no norte e Darjeling a este. 4. Recomendações para Negócios A Índia é uma economia de biliões de dólares com uma população total de mais de 1100 milhões de habitantes, sendo o segundo país mais populoso do mundo. Com o início da reforma económica em 1991, pilotada pelo actual Primeiro-Ministro, então Ministro das Finanças, Manmohan Singh, houve um processo reformador quanto a dois dos princípios fundadores do Estado Indiano: o não-alinhamento ao nível político internacional e o socialismo económico. Nas duas décadas seguintes a performance de crescimento melhorou significativamente, apesar da irregulariedade quanto a indústrias e estados. O interesse na “parceria estratégica”, entre a UE e Índia, materializou-se na anterior Presidência Portuguesa da Europa comunitária em 2000, na que foi a primeira cimeira entre as duas partes. Os factores demográficos e de dimensão aliados ao crescimento económico da última década, com taxas médias de crescimento do PIB até 2006 de 6 % e de 8% nos três anos anteriores, contribuíram para a afirmação da Índia no contexto internacional, cimentada em visitas de líderes e oficias do governo, de países como Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia, Espanha e, também, no âmbito da oitava Cimeira UE-Índia em 2007, de Portugal. O crescimento do PIB, o rápido aumento das exportações, dos níveis de emprego e de investimento estrangeiro, não descurando a subida do indíce de transacções (Sensex) em cerca de 200% desde 2001 até à actual crise, foram factores determinantes para a possibilidade de emergência de uma classe média, que se estima em 300 milhões de pessoas que, parcialmente, terão um poder de compra análogo ao da média da UE e uma enorme apetência para o consumo de produtos ocidentais, considerado neste mercado, mais do que noutros, como um sinal emblemático de ascensão social devido aos fenómenos de moda e comportamentos por eles considerados elitistas ou de prestígio. De acordo com alguns analistas a Índia tem um maior potencial de crescimento no longo-prazo do que a vizinha China, devido a estar menos dependente do investimento estrangeiro e das exportações e o seu desenvolvimento basear-se sobretudo na grandiosidade do mercado interno, na dinâmica do sector dos serviços e nos produtos de alta tecnologia. Por conseguinte, o "elefante emergente" prepara-se para 24 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) saltar a revolução industrial e aterrar directamente na Economia do Conhecimento, colocando-se assim na vanguarda da globalização económica que estamos a viver. É liderada por uma fracção da população que está concentrada em meios urbanos e sobretudo em cinco grandes metrópoles: Deli, Bombaim, Bangalore (umas das cidades mais cosmopolitas da Índia, onde está situado o Sillocon Valley indiano, com uma concentração impressionante de empresas de Tecnologia informática, de informação e farmacêuticas), Calcutá e Chenai. A cidade de Hiderabad tem ultimamente ganho dimensão e vindo a juntar-se ao grupo das outras cinco. Goa pode ser considerada uma “porta de acesso” ao mercado indiano para as empresas portuguesas pela identidade cultural que o Estado ainda apresenta, e que nos é naturalmente próxima, bem como pelo carácter eminentemente turístico do território, com uma estrutura hoteleira bastante desenvolvida e uma população sazonal e flutuante. Devido à concentração do Investimento Directo Estrangeiro em 6 estados mais urbanizados e do subdesenvolvimento das suas regiões rurais, com 22 estados virtualmente ignorados, a sustentabilidade do desenvolvimento económico do país dependerá do desenvolvimento da sua base industrial e das infra-estruturas necessárias. 4.1. Conselhos para o acesso ao Mercado da Índia Oportunidade ou risco demasiado? Essa decisão depende da visão do empresário. O que não pode ser negado é a projecção favorável da conjuntura da Economia Indiana e o crescimento dos níveis de rendimento disponível. Qualquer empresa portuguesa que tenha como objectivo a internacionalização para a Índia terá que o fazer com um conhecimento profundo das potenciais recompensas e dos riscos inerentes a este mercado emergente. Será aconselhável uma pesquisa no terreno e a presença física nos locais de interesse à respectiva indústria para o conhecimento da cadeia de distribuição e de abastecimento do sector em causa de modo a ter uma percepção dos desafios e estratégias necessárias para a entrada no mercado. Não será de descurar a ida a uma ou outra cidade portuária, como por exemplo Nava Shena, de modo a ter uma ideia das dificuldades de desalfandegamento de materiais, matérias-primas ou maquinaria. O crescimento e o dinamismo da actividade económica oferecem uma oportunidade única para os produtores, exportadores e fornecedores de serviços expandirem os seus portfolios e rentabilidade a um nível transcontinental. A atitude do Governo Indiano quanto ao Investimento Estrangeiro, que só era permitido em algumas indústrias restritas e sob condições especiais, mudou significativamente durante a última década. 25 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) A abolição do licenciamento do IDE, que também se aplica às expansões substanciais das unidades existentes, reflecte a confiança crescente nos fundamentos da Economia Indiana, e um passo de gigante do Governo no sentido de integrar a economia global. Melhoramentos necessários ao nível da rede rodoviária, aeroportuária, de energia, telecomunicações e os subsectores relacionados, são a OPORTUNIDADE de negócio que merece ser explorada pelas empresas portuguesas. A Índia precisará nos próximos anos de quantidades maciças de capital para a construção e manutenção das infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento da sua base industrial para a proliferação das taxas de crescimento visadas na última década. Assim, surgiram mais oportunidades para as empresas portuguesas devido às iniciativas governamentais para atrair capital estrangeiro privado, o qual deixou de requerer autorização governamental para uma entrada no país a 100%. Também no seu total, os lucros podem ser repatriados, caso seja essa a vontade do investidor. No sector ferroviário, um monopólio tradicionalmente governamental, o Governo lançou um programa em que atribuiu licenças para algumas companhias estrangeiras para o controlo do tráfico de contentores, construção de vagões e locomotivas. Também teve particular sucesso em atrair investimento estrangeiro nos portos e auto-estradas, alicerçado em parcerias com investidores locais. Estas parcerias são consideradas nas Parcerias Públicas Privadas (PPP) com agências do governo disponíveis para financiar, construir e conduzir estes projectos de infra-estruturas. A Airports Authority of India (AAI) controla 127 aeroportos. O décimo plano quinquenal (2002-2007) visa o upgrade das comunicações, do sistema de navegação e de controlo do tráfego aéreo devido a uma das maiores taxas de crescimento de número de passageiros do mundo. O Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento são duas instituições importantes às quais se pode recorrer ao nível do fornecimento de informação relativo a concursos públicos e empreitadas. O sector da Defesa também terá de ser tomado em consideração uma vez que uma parte substancial do PIB de 2008 vai ser direccionada para este sector devido às tensões políticas e de segurança com o vizinho Paquistão. A Índia era o nosso 19º fornecedor mas apenas o 48º cliente português (as importações fixaram-se, em 2008, em torno dos 475 milhões de euros e as exportações atingiram um valor de cerca de 47 milhões de euros). 26 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) As relações entre Portugal e a Índia são pouco importantes para as duas nações, são desequilibradas e o seu perfil não é o mais aliciante: assenta na troca de produtos de fraco valor acrescentado e de baixo nível de industrialização. Para além da maquinaria, peles, têxteis, borracha, plásticos e produtos agrícolas que Portugal compra e vende à Índia, a intenção é a de explorar novos mercados para novos produtos. Desta vez com o recurso a tecnologias de ponta que permitam, por um lado, atenuar o ‘gap’ entre importações e exportações e, por outro, possibilitem a exportação de produtos de topo. O acompanhamento da dinâmica económica empresarial nas relações bilaterais tem em vista sobretudo a convergência em áreas como as novas tecnologias, biotecnologia, moldes, agro-alimentar e vinhos, construção e engenharia e turismo. É igualmente prioritária a abordagem comum não apenas numa lógica de mercados recíprocos, mas também na possibilidade da exploração de parcerias com empresas portuguesas a operar nos mercados africanos (em especial Moçambique e África do Sul, onde a Índia tem uma presença muito forte), no Brasil (este também com relações privilegiadas com a Índia), e ainda, com países como Angola (onde a presença portuguesa é muito significativa). Neste âmbito, Portugal poderá oferecer as suas potencialidades como país da UE e plataforma de acesso à Europa. É de referir no entanto, que a diferença de escala entre o mercado português e indiano exige capacidade estratégica e selectividade nos processos de internacionalização e de investimento. 4.2. Oportunidades Infra-estruturas São inúmeros os sectores da economia indiana que merecem ser explorados pelas empresas portuguesas, no entanto as imensas necessidades deste país no domínio das infra-estruturas e os meios já mobilizados para as satisfazer, constituem uma importante oportunidade de negócio para as empresas portuguesas. Com o objectivo de potenciar o seu sector industrial e aumentar a sua capacidade de bens transaccionáveis, a Índia terá de melhorar a sua rede rodoviária, aeroportuária de energia e de telecomunicações. Energia Será necessária a criação de mais de 90.000 MW de capacidade eléctrica no país nos próximos 7 anos. O investimento correspondente em redes de distribuição e de transmissão terá de ser realizado. Para 27 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) dinamizar o crescimento económico o custo actual da electricidade (8-10 cêntimos por unidade) terá de ser reduzido por uma maior liberalização do sector, o aumento dos níveis de eficiência energética e a baixa dos custos de produção eléctrica. Telecomunicações Estima-se que o mercado de telecomunicações na Índia crescerá anualmente 30% a 40 % para atingir um nível de 250 milhões de utentes em 2009-10. Mais de 5 milhões de novos subscritores por mês de serviços de telecomunicações são registados neste mercado nomeadamente no domínio das tecnologias wireless. Estradas O investimento em infra-estruturas rodoviárias necessário orçará os 50 a 60 mil milhões de dólares nos próximos 5 anos. O crescimento estimado do sector do transporte de passageiros é de 12% a 15% e o do transporte de mercadorias de 15% a 18%. Portos A gestão de mercadorias nos portos indianos crescerá 7,7% por ano entre 2013-14, com os portos de menor dimensão a cresceram a um nível de 8.5% comparados com os 7,4% dos portos de maior dimensão. Estima-se que o tráfego portuário atingirá os 960 milhões de toneladas em 2013-14 enquanto que o trânsito de contentores nos portos indianos aumentará 17,3% nos próximos 9 anos. A nova política económica externa da Índia prevê que a quota deste país nas exportações mundiais nos próximos 5 anos, venha a ser multiplicada por dois atingindo os 150 mil milhões de dólares. Estima-se que uma larga proporção dos fluxos do comércio externo da Índia passaram pela via marítima: 95% do volume e cerca de 70% do valor total desse comércio. Aeroportos Planeiam-se investimentos em novos aeroportos e a requalificação dos já existentes. O trânsito de passageiros espera-se que venha a crescer 15% nos próximos 5 anos, ultrapassando a barreira dos 100 milhões de passageiros em 2010. O tráfego aéreo de mercadorias registará uma subida de mais de 20% por ano, nos próximos 5 anos, esperando-se que ultrapasse os 3.3 milhões de toneladas em 2010. Petróleo e Gaz Natural O rápido aumento do número de veículos e melhores infra-estruturas rodoviárias levarão a um crescimento do consumo de produtos petrolíferos. Este sector industrial estima-se que venha a crescer 8% a 10% por ano. As necessidades em capacidade de refinação rondarão os 190 MMT em 2010. Por 28 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) seu lado, no sector do Gás Natural prevê-se um acréscimo da procura da ordem dos 120 mil milhões de metros cúbicos nos próximos 5 anos. Têm sido descobertas jazidas de gás e esta fonte de energia está a ser cada vez mais utilizada na produção de energia eléctrica, sector petroquímico, fertilizantes e pesticidas e redes urbanas de distribuição de gás. Sem dúvida as perspectivas e o potencial no domínio das infra-estruturas é imensa e estima-se que o investimento para a sua criação e requalificação absorverá nos próximos 5 anos 150 mil milhões de US$ dólares. Os Serviços no domínio das Tecnologias de Informação (Information Techology Enabled Services – ITES) Têm sido o motor do crescimento económico indiano em geral e do Sector das Tecnologias de informação (IT) em particular. O ITES – BPO (Business Process Outsorcing) pelo qual é designado o processo de deslocalização deste tipo de serviços para o mercado indiano, cresceu 46%: de 2,5 mil milhões de US$ dólares em 2002-03 para 3,6 milhões em 2003-04. Estima-se que o sector atingiu um crescimento de 40%, no ano fiscal 2007-08, atingindo um valor de 6,2 mil milhões de US$. O desenvolvimento de software e os serviços IT contribuíram com cerca de 2.4% para o PIB do país representando 20,4% das suas exportações em 2002-03. Em 2008 7% do PIB indiano será resultante deste sector que representará 35% do total das exportações. Com efeito, a Índia detém um conjunto importante de vantagens comparativas neste sector. Segundo um estudo realizado pela Forrester, a supremacia do país neste sector, relativamente aos países concorrentes, resulta da sua experiência de uma década neste domínio, domínio fluente do inglês, incentivos governamentais e altos níveis de formação técnica. Empresas consultoras lideres na análise e avaliação de mercados tais como a Forrester Research, já citada e a Mckinsey & Co. sublinham o nível de qualidade e as vantajosa relação custo-benefício como as condições que contribuirão para o aumento das deslocalizações dos serviços deste sector para a Índia. Ao adoptarem esta prática, empresas de dimensão global estão a realizar 40% a 60% de redução de custos em função do tipo de procedimento deslocalizado. Os custos das altas capacidades técnicas exigidas por este sector são cerca de 70% a 80% mais baixos que no Reino Unido ou nos EUA. Os custos imobiliários e os custos administrativos praticados neste sector são igualmente mais baixos, do que noutras economias em desenvolvimento, representando redução de custos adicionais para as empresas. A Índia possui um número de fornecedores de ITES em rápido crescimento que no seu conjunto cobrem um largo espectro de serviços integrando diferentes níveis de complexidade e de valor acrescentado. Outro factor de peso na racionalização dos processos de fornecimento de serviços na área do ITES, que está a levar as empresas a basear a suas operações na Índia, é a diferença horária com o continente europeu e os EUA, que permite o fornecimento de serviços 24/24 horas 7 dias por semana. 29 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) O Sector das Telecomunicações (Telecom) Este sector tem vindo a registar de forma sustentada elevados níveis de crescimento que são também o resultado da confirmação das expectativas de crescimento económico da Índia e do consequente aumento dos recursos disponíveis. Estes factores macroeconómicos associados às favoráveis condições demográficas (a parte da população activa -15 aos 64 anos - na população total passará até 2020 de 59% a 65%) resultam numa oportunidade sem precedentes para o investimento estrangeiro que beneficia de elevados índices de retorno dos investimentos efectuados. O mercado indiano oferece oportunidades sem precedentes para os operadores de telecom, os construtores de infra-estruturas, os produtores de equipamentos e para empresas de serviços associados. Um conjunto de factores está na base destas condições excepcionais: • A expansão da economia indiana com especial incidência no desenvolvimento do sector dos serviços; • Uma estrutura demográfica favorável com uma população activa numerosa e jovem; • Um acelerado processo de urbanização com um aumento dos recursos financeiros disponíveis. A aposta no mercado indiano trará às empresas portuguesas os benefícios de um mercado em franca expansão e permitirá diversificar operações fora de mercados dos países desenvolvidos onde o mercado das Telecom atingiu um determinado nível de saturação, com índices mais baixos de crescimento do PIB. Num momento em que grande número de operadores enfrenta a necessidade de gerir os prejuízos da difícil introdução da tecnologia 3D, os sucessos registados pelo mercado indiano da Telecom constituem um destino aliciante e lucrativo para o investimento estrangeiro. Os fluxos de IDE neste país entre 1991 e 2007 foram de aproximadamente 19 mil milhões de US$, 20% dos quais estiveram relacionados com o sector da Telecom. O Sector da Electrónica A indústria electrónica indiana está ainda numa fase de arranque quando comparada com os níveis mundiais da indústria do sector. Apesar da uma população de mais de mil milhões de pessoas, a Índia apresenta um mercado de produtos electrónicos ainda restrito figurando em 26ª em termos de vendas e 29º no plano da produção. A dimensão desta indústria em 2004-05 era de 11 mil milhões de US$. O sector na Índia está dividido em 6 segmentos: bens de consumo electrónicos, electrónica industrial, electrónica aplicada ao desenvolvimento informático, equipamento electrónico para os sectores da comunicação e da informação e componentes electrónicos. O segmento dos bens electrónicos de consumo domina o sector com 33,8% da quota beneficiando de um mercado em plena expansão. O segmento da electrónica aplicada á informática detém 15% do mercado do sector. 30 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Embora o sector seja relativamente pequeno, como referido, existem várias vantagens que o mercado indiano oferece que convenientemente potenciadas poderão desencadear um alto crescimento do sector; a saber: mão-de-obra, procura, existência de uma estrutura institucional de suporte e existência de incentivos institucionais. Quanto à mão-de-obra disponível neste mercado, a suas vantagens comparativas resultam da sua quantidade, da sua capacidade em termos das qualificações requeridas e do seu baixo custo quando comparada com os standards ocidentais. Em segundo lugar, o mercado indiano tem vindo a registar um forte crescimento da procura de bens electrónicos de grande consumo induzidos pela emergência de uma classe média com um crescente poder de compra e apetência pela aquisição deste tipo de produtos (MP3, leitores de vídeos, electrodomésticos, automóveis, ar condicionado etc.). A Índia conta ainda com cerca de 250 universidades, 1500 institutos de investigação e pesquisa e mais de 10.000 instituições de ensino técnico qualificado. Os Indian Institute of Technology (IIT) e os Indian Institute of Science (IISc) são os mais prestigiados institutos de investigação e pesquisa e fornecem um apoio fundamental ao sector da electrónica nas vertentes da pesquisa, análise, teste e desenvolvimento de produto. Finalmente, incentivos governamentais são postos á disposição dos investidores como sejam: a alteração da estrutura dos direitos aduaneiros e pautais; uma protecção efectiva dos direitos de propriedade intelectual e industrial (novas leis sobre direitos de autor, patentes, marcas e desenho, a aplicação das disposição do acordo TRIPS de que a Índia é signatária). Engenharia e Equipamentos O sector da Engenharia é o segmento mais importante de todo o sector industrial indiano possuindo uma base de capital importante. Os principais grupos deste sector são maquinaria, instrumentos e ferramentas, produtos primários e semi-acabados em ferro e aço, barras de aço, rolamentos, metais nãoferrosos e componentes electrónicos. O sector da engenharia emprega directa e indirectamente mais de 4 milhões de pessoas qualificadas. O sector da engenharia e metalomecânica pesadas constitui a maior componente do sector na Índia. Em 2007 a produção do sector elevou-se a mais 2.6 mil milhões de US$ dólares representando mais 80% do mercado. O potencial e as vantagens comparativas do sector na Índia são as mais interessantes dos países em desenvolvimento porquanto combinam: baixos custos, disponibilidade de mão-de-obra qualificada e com capacidade técnica. A Índia produz 500 doutoramentos (PHDs), 200.000 engenheiros, 300.000 postgraduações em domínios técnicos e 2.100.000 doutros tipos de diplomas que asseguraram, anualmente, um fornecimento de pessoal altamente qualificado ao sector nos próximos anos. Entre as indústrias clientes do sector da engenharia encontram-se os equipamentos eléctricos, refinação de petróleo, indústria automóvel e indústria têxtil, obras públicas e investimentos públicos e sector retalhista. Por conseguinte, a prosperidade do sector das engenharias estás intimamente ligado com o comportamento global da economia indiana. As imensas oportunidades em sectores como: as infra31 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) -estruturas, electricidade, industrias mineiras, petróleo e gás, refinação, siderurgia, indústria automóvel, bens de consumo duráveis, não deixarão de potenciar o crescimento deste sector. Projectos governamentais no domínio das infra-estruturas como o Goldem Quadrilateral Project (requalificação das ligações ferroviárias, rodoviárias entre as principais metrópoles indianas), cofinanciado pelo Banco Mundial, e o North-South and East-West corridors (projecto de construção de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias entre os principais pólos de desenvolvimento económico do país), fizeram disparar o sector da construção de que o sector das engenharias é, obviamente, subsidiário. Sector Farmacêutico Com um mercado avaliado em 2010 a 25 mil milhões de US$ (a preços correntes),Segundo as estimativas do OPPI (Organisation of Pharmaceutical Producers of India), a Índia domina, desde já, 2% do mercado mundial do sector figurando como o 4º maior mercado em termos globais e o 13º em termos de valores transaccionados. No entanto, a Espicom’s prevê um crescimento mais modesto, cerca de 7,2% o que conferirá ao mercado indiano em 2009 uma dimensão avaliada em 11,6 mil milhões de US$. Três oportunidades chave são oferecidas pelo mercado indiano de produtos farmacêuticos; a saber : oportunidades de comercialização, oportunidades de produção e oportunidades de inovação e desenvolvimento de produto. A partir de 1995, um novo enquadramento sobre a protecção das patentes de produtos farmacêuticos fez renascer o interesse das grandes companhias internacionais pelo mercado indiano, que neste momento é utilizado para o lançamento de novas drogas. Espera-se que as grandes companhias farmacêuticas lancem 200 a 250 novas drogas neste mercado, nos próximos 8 a 10 anos, totalizando um valor acumulado entre 3 e 5 milhões de US$. O estabelecimento de contratos de produção está ainda no início neste mercado atingindo até à data um valor de 300 milhões de US$ dólares. No entanto, as oportunidades de expansão são uma realidade e estima-se, actualmente, que mil milhões de US$ dólares de benefícios serão gerados daqui a 2010. Embora os genéricos permaneçam a fonte de benefícios mais importante da indústria farmacêutica indiana, estas estão progressivamente a investir em processos de I&D e espera-se que este mercado se venha a converter numa fonte de novos produtos farmacêuticos nos próximos 5 a 7 anos. Em termos absolutos os orçamentos I&D das empresas indianas cresceram substancialmente nos três últimos anos. A Rambaxy,(comprada em 2008 pela japonesa Daiichi Sankyo Co. Ltd) por exemplo, multiplicou-o por quatro passando a 75 milhões de US$ dólares enquanto a Dr. Rddy’s elevava três vezes o seu orçamento I&D atingindo os 55 milhões de US$. De um modo geral, os principais produtores indianos de produtos farmacêuticos estão, actualmente, a investir 6% a 10 % do seu turnover em I&D. 32 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) O Sector dos Produtos Alimentares Segundo o estudo da McKinsey & Company, o mercado indiano de produtos alimentares verá a sua dimensão duplicar até 2025. Estima-se que este sector que ascendeu aos 155 mil milhões de dólares em 2005 atingirá os 344 mil milhões de dólares em 2025, beneficiando de um crescimento anual de 4.1%. Com um crescimento sustentado da sua produção de produtos agrícolas desde o fim dos anos 80 a Índia representa hoje: • O segundo maior produtor mundial de frutos e o terceiro de vegetais. • No biénio 2006-07 a produção de leguminosas aumentou 4.6% atingindo os 227.32 milhões de toneladas. • Em 2007-08 a produção de cerais registará uma subida de 17% relativamente ao ano transacto atingindo os 39.67 milhões de toneladas produzidas. • A produção de oleaginosas aumentou 16% atingindo os 24.29 milhões de toneladas em 2006-07. De acordo com dados avançados pelo organismo de promoção comercial do sector agro-industrial (APEDA) as exportações de produtos agrícolas e agro-industriais cresceram em 2007/2008 38%, o que em termos absolutos representa um valor de 6.59 mil milhões de dólares contra os 4.79 mil milhões de dólares registados em 2006-07. Actualmente, apenas 6% da produção agrícola indiana é processada industrialmente quando esta percentagem atinge em média os 80% em economias desenvolvidas. Neste sentido, a Índia espera atingir nos próximos 5 anos 20% de processamento de produtos agrícolas o que naturalmente abre grandes perspectivas, para os investidores estrangeiros neste sector. Um relatório do US Department of Agriculture indica, com base no estudo da McKinsey & Company, que o consumo de produtos agrícolas e agro-industriais crescerá 4.1% ao ano de 2005 a 2025 atingindo um valor de 344 mil milhões de dólares. Este facto combinado com as mudanças importantes nos padrões de consumo e a aptidão por consumir produtos de qualidade e de marcas prestigiadas, abrirá importantes oportunidades de negócio nomeadamente nos sectores: • da restauração • dos lacticínios e produtos lácteos • das bebidas alcoólicas e não alcoólicas • dos pescados e mariscos • da avicultura 33 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) O Sector do Turismo Segundo o The World Travel & Tourism Council’s 2006 Travel & Tourism Economis Research, o sector do turismo na Índia gerará cerca de 100 mil milhões de US$ dólares em 2008, contribuindo em cerca de 6,1% para o PIB e 5,4 % para o emprego no país. De acordo com o citado relatório, espera-se que o sector cresça 9,4% entre 2007 e 2018 para atingir neste último ano de 275.5 mil milhões de US$ dólares. Com o aumento do fluxo de turistas no país, a procura de alojamento aumentou radicalmente. Os hotéis de luxo e o segmento do turismo de negócios registam taxas de ocupação de 100%, com tarifas em queda e uma consolidação das capacidades profissionais do sector. Para corresponder a esta procura crescente, cerca de 10.856 camas em Deli, 9.318 em Mumbai, 7.794 em Bangalore e 7.408 em Hyderabad, terão de estar disponíveis em 2011 segundo as estimativas do HVS Internacional devido, também à celebração dos Commonwealth Games na cidade Deli prevista para Outubro de 2010. Prevê-se que o afluxo de turistas estrangeiros à Índia, tenha sofrido um crescimento de cerca de 78% entre 2001 e 2006. A entrada de divisas estrangeiras resultantes da actividade turística, registou um crescimento de 122% no mesmo período. Segundo estimativas do Ministério de Turismo em média 3,1 milhões de postos e trabalho adicionais foram criados nos últimos 4 anos. A Índia tem, igualmente, vindo a afirmar-se como um destino do turismo de saúde. Um estudo da McKinsey e da Confederation of Indian Industries - CII prevê que, ao ritmo actual, este tipo de turismo poderá ascender aos 1.7 mil milhões de US$ de benefícios em 2012. O turismo de cariz medicinal representa já, 299 milhões de US$ e cerca de 100.000 pacientes que viajam até este país anualmente. O número de indianos que decidem passar férias fora do país é, também, cada vez maior, tendo o seu número duplicado nos últimos de 10 anos registando-se um acréscimo anual da ordem dos 10% o que representa uma das taxas de crescimento mais rápidas do mundo. Prevê-se que em 2010, 20 milhões de indianos terão passado férias no estrangeiro. As estratégias de captação deste novo mercado, pelos operadores portugueses devem ser imediatamente lançadas. Face a esta situação, política de turismo do governo indiano situa o sector como um dos motores de crescimento económico, contando com o seu impacto na criação de emprego e na erradicação da pobreza. O governo tem vindo a levar a cabo as seguintes iniciativas : liberalização do sector da aviação civil, preços subsidiados para o combustível utilizado em aviões, racionalização das taxas praticadas pelos operadores do sector, simplificação na concessão de vistos turísticos, disponibilização de solos para a construção de hotéis. 4.3. Restrições e Obstáculos Apesar da dimensão e do potencial do seu mercado, a Índia não conseguiu converter as expectativas favoráveis dos investidores em fluxos de IDE que abranjam o conjunto dos sectores económicos, ou seja, da sua substancial diferenciação. 34 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Em geral, o Investimento foi liberalizado excepto nalguns casos em que continua a ser proibido: • Comércio a retalho • Energia Atómica • Agricultura (excepto floricultura, horticultura, desenvolvimento de sementes, pecuária, piscicultura e cultivo de vegetais, cogumelos etc.) • Plantações (excluindo plantação de Chá) Um certo optimismo pode ser suscitado pela posse de trunfos de importância significativa como um capital intelectual nos domínios das engenharias e das tecnologias de informação, que levou grande parte das companhias ocidentais a deslocarem, para este país, parte dos seus serviços de programação, back offices e call-centers. Contudo um certo número de factores inibidores tem que ser tomado em conta aquando da decisão de investimento. A burocracia detém o lugar cimeiro na lista das preocupações dos investidores e certas tendências observadas de abrandamento das reformas económicas em curso suscitam dúvidas quanto à sustentabilidade do mercado a longo prazo. De facto para reforçar a sua capacidade de atracção de IDE, a Índia necessita de intensificar os seus esforços de modo a melhorar a eficiência do Estado e avançar mais rapidamente na via reformista. A relativa falta de transparência na aplicação dos enquadramentos legais, que regem o investimento nos diversos sectores da economia indiana, é outro factor sublinhado pelos investidores. A estrutura federal do Estado e o reconhecimento constitucional das competências estaduais exclusivas em certas áreas, nomeadamente no domínio fiscal, dificultam a visibilidade das efectivas condições de investimento, onde as regras podem mudar, substancialmente, entre regiões. Na óptica da abordagem de uma PME a este mercado, a parceria com uma empresa local seria, à partida, fundamental. No entanto a corrupção generalizada no sistema empresarial indiano constitui outro obstáculo à segurança do investimento e a tarefa de identificação de uma empresa indiana, com conhecimento em determinado mercado ou produto, caracteriza-se por uma assinalável dificuldade. A abertura económica dos últimos dez anos permitiu a emergência de milhares de empresas que adoptam postura de free-riders e cuja seriedade e profissionalismo podem e devem ser postas em causa. Daí resultou também a emergência de empresas de serviços de consultoria e de market inteligence, às quais se pode recorrer para um rápida identificação da parceria mais adequada. 35 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) O recurso à representação da AICEP em Nova Deli será sem dúvida uma das opções a tomar devido à familiaridade com este tipo de situações. Por exemplo, no caso da dissolução de uma joint-venture a empresa portuguesa terá que pedir à empresa indiana uma licença para permanecer no mesmo sector de actividade e terá que esperar também por uma autorização governamental. Ganha especial relevância a lentidão e carga burocrática comuns ao sistema judicial indiano quando se trata de arbitrar contenciosos entre empresas. Tal como na China os problemas de protecção da Propriedade Intelectual (PI) existem, mesmo com a existência de legislação consentânea com os compromissos internacionais assumidos neste domínio. São inúmeras as barreiras técnicas, regulamentares e fitossanitárias que têm afectado as trocas comerciais entre os Países da União Europeia e a Índia. No caso específico de Portugal pode-se enumerar os seguintes factores como potencialmente lesivos para os nossos interesses, no âmbito das trocas comerciais com a Índia, sobretudo num contexto de esperado desenvolvimento destas relações nos próximos anos: • No âmbito do Artº XX e XXI do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) mantêm restrições importantes à importação de mármores, granitos e papel e derivados. • No âmbito das barreiras técnicas ao comércio, continua a impor como obrigatória a certificação de cerca de uma centena de produtos, entre os quais alguns que Portugal exporta como cimento e matérias de aço. Esta certificação é considerada desnecessária e pela sua morosidade e complexidade burocrática, visa apenas a impedir o acesso dos mesmos ao mercado indiano. • A Índia continua a exigir que os produtos importados exibam nos seus rótulos o preço máximo da sua venda a retalho no mercado de origem, sem o qual a autorização alfandegária de entrada do produto no mercado indiano não é conferida. Trata-se de uma barreira técnica importante ao acesso dos produtos europeus e portugueses a este mercado, já que o preço máximo de venda a retalho é, muitas vezes, difícil de determinar dependendo de vários factores como o transporte, seguros e taxas internas. • O caso das bebidas alcoólicas e espirituosas é um exemplo no domínio das barreiras técnicas regulamentares. É imposta uma carga fiscal extremamente penalizante sobre a exportação deste produto, sobretudo para países onde o sector vinícola é composto por pequenos produtores como é o caso de Portugal, já que as taxas e impostos que os afectam oscilam entre 200% e 400%, consoante o tipo de bebida e o estado para onde é exportado. Analisando a política comercial, temse que ter em conta que o Governo Indiano é um regime altamente proteccionista. Entretanto verifica-se um crescimento deste sector na Índia a taxas surpreendentes em conjunto com o 36 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) aumento da classe consumidora, sendo que muitos outros países têm vindo a tentar melhorar acesso dos seus produtos a este mercado em expansão, tanto os agrícolas como quaisquer outros. O governo indiano ao ver esta combinação de crescimento nacional e interesse internacional, tomou acções que visam apoiar a procura interna dos seus, por exemplo, vinhos. De facto, esta procura nacional encorajou o surgimento de uma indústria vinícola doméstica que tem sido protegida pelo Governo Indiano ao nível das políticas comerciais que protegem esta indústria nascente. • A Índia mantém uma taxa de cerca de 60% sobre a exportação de produtos de couro semi-acabados onerando a importação de matérias-primas pelas empresas europeias e, nomeadamente, portuguesas do sector. Diante da contestação da Comissão Europeia a Índia tem afirmado que a taxa se justifica pela necessidade de assegurar que suficiente matéria-prima permaneça disponível, a baixo preço, no seu mercado interno. 4.4. Aspectos Culturais Apesar de a Índia ser uma democracia efectiva e os direitos humanos serem formalmente reconhecidos pela legislação existe uma grande discrepância entre o que está estipulado na Lei e o que acontece na prática. A falta de aplicação destas leis continuam a provocar violações dos direitos mais elementares de mulheres, crianças, minorias étnicas e classes mais baixas do estrato social. A Índia, enquanto membro do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, deve ser confrontada pela UE com o facto de não ter cumprido com as obrigações que assumiu. Apesar de a Constituição indiana reconhecer a igualdade dos cidadãos perante a lei (proibição do sistema de castas), sem discriminação de nenhum tipo, etnia, o género, os factores socioeconómicos e a identidade sexual continuam a servir de pano para a discriminação de milhões de pessoas. Entre as principais vítimas de discriminação encontram-se os cerca de 165 milhões dalits (pessoas da casta mais baixa) que não gozam de quaisquer direitos cívicos, que muitas vezes são alvo de trabalhos forçados, perseguições e de violência por parte da restante população e polícia. Considerada a maior democracia do mundo, com 1,1 mil milhões de habitantes, a Índia é uma das grandes economias emergentes deste século, que desde a liberalização do seu mercado, a partir de 1991, tem registado grandes progressos na criação de riqueza. Contudo a distribuição discriminatória dessa riqueza faz com que ainda existam níveis altíssimos de pobreza extrema no país com cerca de 19 por cento da população indiana a viver abaixo do limiar da pobreza. O crescimento económico marginalizou inúmeras comunidades étnicas e rurais fazendo com que, por exemplo, o trabalho infantil seja inegável dentro dessas comunidades, onde a prática é muitas vezes o único meio de subsistência das famílias. Há liberdade efectiva de associação, de expressão, de crítica aberta, de religião e da sua prática, liberdade de iniciativa económica e uma Constituição que reconhece a igualdade dos cidadãos perante a lei. No entanto, numa população multicultural, multiétnica e multireligiosa de 1.1 mil milhões de pessoas dificilmente se pode garantir que não existam casos de violações de direitos elementares. 37 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) As castas fundamentais são quatro: • Os Brahman casta superior consagrada pela tradição Hindu às actividades religiosas e do foro intelectual. • Os Kshatriya a casta dos guerreiros cuja missão fundamental é a preservação e defesa da sociedade. Hoje, os indivíduos originários desta casta podem ser funcionários, cientistas ou professores mas nunca poderão desempenhar funções religiosas. • Por sua vez os Vaishiyas são os comerciantes e historicamente só podem exercer uma actividade comercial ou empresarial. • A casta inferior é denominada Shudra e agrupa todos os indivíduos a quem são imputadas as actividades manuais de manutenção e de limpeza não podendo dedicar-se a nenhum outro tipo de actividade. Esta estrutura é declinada até à exaustão num complexo sistema de sub-castas cujos efeitos se estendem a todo as camadas da sociedade. 5% a 10% da população é Brahman, 30% é Kshatriya 20 a 30% pertence aos Vaishiyas e a restante população é Shudra. O apelido de cada indivíduo para além de indicar a casta a que pertence indicia também a região de onde provém, frequentemente a sua profissão e por vezes até, a aldeia de onde é natural ( o nome Aggarwal, comum na Índia, é do noroeste da Índia, precisamente do estado do Rajastão sendo a pessoa que o tem um Vaishiya.) Apesar do processo de modernização que o país atravessa é ainda excepcional, por exemplo, o casamento fora da própria casta. A legitimidade religiosa e o facto de as castas imporem deveres aos seus membros, cuja não aceitação não propiciará a reencarnação desejada, são elementos que contribuem para que o sistema de castas continue a exercer a sua influência na organização e estruturação da sociedade. A noção de Karma, segundo a qual nada acontece por acaso, está presente nas decisões dos hindus. Toda a forma de vida tem de submeter ao seu próprio destino e enfrentar as adversidades que lhe estão reservadas, orientando a sua existência por valores, de forma a que o ciclo de encarnações da alma seja o mais curto possível e que o Nirvana – iluminação - possa ser atingido. A sociedade tradicional indiana é assim extremamente hierarquizada com uma mobilidade social que era, até recentemente, virtualmente impossível. O desenvolvimento económico dos últimos dez anos levou à emergência de uma classe média jovem que tem vindo, progressivamente, a incarnar a modernidade indiana rejeitando premissas sócio-culturais, como o sistema de castas e adoptando ao mesmo tempo comportamentos e estilos de vida ocidentalizados. Este fenómeno é ainda limitado, pois 70% da população indiana vive ainda em meios rurais. 38 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 4.5. Aspectos Práticos Na Índia a aposta no marketing pessoal é uma obrigatoriedade. Nos eventos mais importantes, como por exemplo feiras sectoriais, a troca de cartões profissionais é frequente dar-se logo no seguimento da apresentação inicial, ou seja, do aperto de mão. Será necessária uma razoável quantidade de cartões devido às abordagens constantes de que se é alvo. Em geral, os indianos não são muito envergonhados. É recomendado o uso dos respectivos títulos profissionais “Professor, Doutor” quanto a pessoas que sejam detentoras de doutoramento ou de um PHD. No início da relação é norma utilizarem-se as normais cortesias Mr., Mrs. ou Miss. Aos interlocutores do sexo feminino cabe a iniciativa de saudarem os interlocutores do sexo masculino. Nos meios mais tradicionais, o aperto de mão não deve ser utilizado para com as mulheres. O tipo de saudação mais usual e respeitosa é a posição das “mãos postas” (palmas das mãos juntas), sem qualquer contacto físico com a pessoa saudada. A não moderação da assertividade do decurso da negociação pode ser interpretada com um comportamento desrespeitoso. A honestidade, educação, transparência e sinceridade são valorizadas. O oferecimento de bebidas e comida é comum às reuniões de negócio. A recusa, ou, pelo menos, a recusa radical poderá ser ofensiva. Em almoços e jantares de negócios o processo de socialização dá-se antes de as refeições começarem sendo, normalmente, servidas bebidas e cocktails. Devido a interdições de fundamento religioso o consumo de bebidas alcoólicas não é familiar à cultura indiana. Outro aspecto que se deverá ter em conta é que grande parte dos indianos são vegetarianos. Assim sendo, na perspectiva de um maior agrado, a ingestão de carnes, de ovos e produtos lácteos será um ponto a ter em atenção. No decurso das relações de negócios a confiança mútua e uma relação consolidada são condições prévias consideradas fundamentais pelos indianos. As reuniões de negócios começam, normalmente, por trocas de impressões de carácter pessoal que visam conhecer melhor o interlocutor e pô-lo à vontade. Neste sentido, questões sobre a família e sobre perspectivas pessoais relativas a determinados assuntos são frequentes e são benéficas para a construção de uma relação de confiança pessoal e negocial. A marcação de reuniões deve ser feita, idealmente, no fim da manhã ou no princípio da tarde, isto é, entre as 11h00 e as 16h00. 39 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) A tomada de decisões é muitas vezes lenta e faz parte de um culminar do processo de amadurecimento. A imposição de prazos deve ter presente este aspecto, pois as pressões extemporâneas e inoportunas são consideradas agressivas, mal-educadas e desrespeitosas. Na cultura indiana o desacordo raramente é expresso directamente, tal como noutras culturas asiáticas, sendo substituída por uma negação indirecta que toma muitas vezes a forma de uma resposta vaga e indeterminada que se espera ser interpretada pelo interlocutor de forma positiva. A pontualidade, herança ou não da cultura britânica, é apreciada pela maioria dos indianos embora nem sempre seja praticada por estes. A marcação de reuniões com antecedência (duas semanas/um mês) e confirmação à posteriori (dia anterior) é recomendável. A flexibilidade e paciência são dois sinais positivos a dar no decurso de uma qualquer negociação. As negociações entre as partes podem prolongar-se por bastante tempo e nunca devem ser precipitadas. 40 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 5. Anexos 5.1. Anexo 1 – Feiras A consulta, e downoad, do “Calendário de Eventos” disponível na página do website a seguir indicada, serão certamente úteis: http://www.indiatrade.org.br/portugues/index.php?area=equipe Na introdução do calendário destaca-se o papel da ITPO (India Trade Promotion Organization) que é a agência encarregada pelo Ministério do Comércio e Indústria de organizar os grandes eventos nacionais e internacionais, tendo à sua disponibilidade complexos nas cidades mais importantes da Índia. Na parte de desenvolvimento encontra-se uma lista bem elaborada das mais diversas feiras em território indiano. Na parte final do calendário tem inúmeros contactos que poderão ser úteis às empresas portuguesas que queiram participar nestes mesmos eventos. Destacamos aqui algumas feiras, nos seguintes sectores: FEIRAS SECTOR LOCAL ORGANIZAÇÃO Lotus Exhibitions & Marketing Services - LEMS IFOWS – India THE LALIT NEW DELHI International Food Vinhos e Barakhamba Avenue, & Wine Show Connaught Place Gastronomia www.ifows.com New Delhi – 110001, India 1421, Sector - 15, Part 2, Gurgaon - 122001, Haryana Tel.: +91 124 4031793 (4 lines), Fax: +91 124 4031792 Email: [email protected] Website: http://www.lotusexhibitions.com Interads Montgomery (India) Pvt. Ltd. IFE - Vinhos, International Gastronomia e Food Exbithion Horeca Plot No. 859, Phase - V, Udyog Vihar, Pragati Bhawan, Pragati Gurgaon - 122016 Haryana Maidan, New Delhi 110 001 Tel.: +91-124-4234461-63 Fax: +91-124-4234464 E-mail: [email protected] The Mantosh Sondhi Centre 23, Institutional Area, Lodi Road Defexpo Tecnologias de Pragati Bhawan, Pragati Defesa Maidan, New Delhi 110 001 New Delhi - 110 003 (INDIA) Phone: +91-11- 24629994-7 Fax: +91-11-24626149 / 24633168 Email: [email protected] Web: http://www.cii.in (cont.) 41 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) (cont.) FEIRAS SECTOR LOCAL ORGANIZAÇÃO Plast India Foundation 401-B, Landmark, Opposite Cinemagic, Plast Plástico Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 209A, Suren Road, Andheri (E), Mumbai 400093 Tel.: +91-22-26832911 / 14 Fax: +91-22-26845861 Email: [email protected] Indian Oil Corporation Ltd. 3079, Sadiq Nagar, J.B. Tito Marg, Petrotech Petrolífero Pragati Bhawan, Pragati New Delhi - 110 049 Maidan, New Delhi 110 001 Tel.: +91-11-42122430 Fax: +91-11-26260141 Email: [email protected] Power Grid Corpn. of India Ltd. Energia Gridtech (tecnologia e serviços) Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 “Saudamini”, Plot No. 2, Sector-29, Gurgaon - 122 001 Haryana Tel.: +91-124-2571700 / 719 Fax: +91-124-2571760, 2571761 Confederation of Indian Industry 249-F, Udyog Vihar, IETF 2009 Engenharia Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 Phase IV, Sector 18, Gurgaon - 122015 Haryana Tel.: +91-124-4014060 / 67 Fax: +91-124-4014083 Email: [email protected] Interads Ltd. Power Gen India & Central Asia Energia (Equipamento e Tecnologia) Plot No. 859, Phase - V, Pragati Bhawan, Pragati Udyog Vihar, Gurgaon - 122016 Haryana Maidan, New Delhi 110 001 Tel.: +91-124-4381161, 4381163 Fax: +91-124-4381162 E-mail: [email protected] India Trade Promotion Organisation Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 (India) Delhi International Leather Fair Calçado Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 Tel.: 91-11-23371540 (EPABX), Fax: 91-11-23371492 / 93 E-mail: [email protected], [email protected] Websites: www.indiatradefair.com Trade Portal: www.tradeportalofindia.com (cont.) 42 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) (cont.) FEIRAS SECTOR India Diversos International (consultar Trade Fair calendário) Tecnologias Enviro-Tech “amigas do ambiente” LOCAL Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 ORGANIZAÇÃO India Trade Promotion Organisation India Trade Promotion Organisation Chennai Trade Centre Complex Mount Poonamallee Road Nandambakkam, Chennai India International Leather Fair 600089 Calçado e Tel. : 91-44-22315551 peles Fax : 91-44-22313555 Email : [email protected], [email protected] m Website : Tamil Nadu Trade Promotion Organisation Raja Annamalai Building, 2nd Floor,18-A, Rukmani Lakshmipathi Road, Egmore, Chennai-600008 Tel.: 91-44-28554655, 28587297 Fax: 91-44-28554740 E-mail: [email protected] www.chennaitradecentre.org India Jewellery Show Joalharia Pragati Bhawan, Pragati Maidan, New Delhi 110 001 India Trade Promotion Organization 43 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 5.2. Anexo 2 – Endereços de Internet Úteis Sites dos Ministérios e outros órgãos do Governo da Índia http://goidirectory.nic.in/exe.htm#min Embaixadas Portuguesa em Nova Deli – www.embportindia.co.in; Consulado Geral de Portugal em Goa – www.consuladoportugalgoa.com; Indiana em Lisboa – http://www.indembassy-lisbon.org/index.html Legislação e Regulamentação Portal da Índia – www.india.gov.in Directório do Governo – www.goidirectory.nic.in Ministérios – www.sarkaritel.com/ministries/ World Law Direct – www.worldlawdirect.com Principais Jornais Diários Times of India – www.timesofindia.indiatimes.com Hindustan Times – www.hindustantimes.com Mumbai Mirror – www.mumbaimirror.com The Economic Times – www.economictimes.indiatimes.com Business Standard – www.business-standard.com Turismo Tourism India – www.tourisminindia.com Ministério do Turismo – www.tourism.gov.in Incredible Índia – www.india-tourism.com 44 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) 5.3. Anexo 3 – Contactos Importantes Embaixada Portuguesa em Nova Deli Embaixador – H.E. Sr. Luís Filipe Castro Mendes 4, Panchsheel Marg, Chanakayapuri Nova Deli, 110021 - Índia Tel.: (0091) 11-46071000; 11-46071001 | Fax: (0091) 11-46071003 Email: [email protected] Consulado Geral de Portugal em Goa Cônsul Geral – Ex. Sr. Paulo Neves Pocinho Parwati – H. No. 38 e 39 Fr. Agnel Road, Altino Panjim, 403001 - Goa, Índia Tel.: (0091) 832-2421525; 832-2421524 | Fax: (0091) 832-2421521 Email: [email protected] AICEP em Nova Deli Director – Dr. Filipe Honrado 4, Panchsheel Marg, Chanakayapuri Nova Deli, 110021 - Índia Tel.: (0091) 11-46071031; 46071032; 46071033 | Fax: (0091) 11-46071003 Email: [email protected] 45 aicep Portugal Global Índia – Guia Prático de Acesso ao Mercado (Junho 2009) Notas c/ as referências Bibliográficas 1. V. Sanil Kumar, K. C. Pathak, P. Pednekar, N. S. N. Raju and R. Gowthaman; Coastal processes along the Indian coastline; Ocean Engineering Division, National Institute of Oceanography, Dona Paula, Goa, India; 2. World Gazetteer Online; 3. Census of India 2001, disponível em www.censusindia.gov.in; 4. CIA – Central Intelligence Agency Fact Sheet – India; 5. Republic of India Legal System, disponível em www.law.emory.edu/ifl/legal/india.htm; 6. States and Union Territories disponível em www.india.gov.in; 7. Rao, Kris; Beadram, Dr. Ian; Living and working in India, the complete practical guide to expatriate life in the subcontinent; 8. Indian Administrative Divisions, disponível em www.indianetzone.com; 9. National Highways Authority of India – Indian Road Network, disponível em http://www.nhai.org/ 10. JBC International Inc.; Comprehensive study of the Indian Wine Market – Reference Section; Agosto de 2008; 11. Salient Features of Indian Rail, disponível em www.indianrail.gov.in; 12. British Broadcasting Corporation; 2002; 13. Informação disponível em www.civilaviation.nic.in; 14. Ministry of Civil Aviation, Government of India; Aviation Report 2007-2008; 15. Imaritime; Indian Port Report; 2003; p.5; 16. Ministry of Information and Broadcasting, Government of India; India 2008 – A Reference Manual; p. 832 e 833; 17. Telecom Regulatory Authority of India; Press release 54/2009; 18. Census of India 2001; Table S00-019 - Distribution of households by source and location of drinking water and availability of electricity and Latrine; 19. Census of India 2001; Table S016 – Distribution of households by source of lightning; 20. Census of India 2001; Table S00-015 – Distribution of households by source of drinking water and its location; 21. Census of India 2001; Table S00-017 – Distribution of households by availability of bathroom, type latrine within the house and type of drainage connectivity for waste outlet; 22. The New York Times; 2007; 23. Embaixada da Índia, Lisboa, disponível em – http://www.indembassy-lisbon.org/index.html Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt Capital Social – 110 milhões de Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120 46