REDE SOCIAL DE CELORICO DE BASTO
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REDE SOCIAL DE CELORICO DE BASTO
_________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 REDE SOCIAL REDE SOCIAL DE CELORICO DE BASTO 1 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Índice Geral Introdução 7 CAPITULO I 1. Objectivos do diagnóstico social 11 1.1 Finalidades da rede social 14 2. Caracterização do concelho 15 2.1 Caracterização demográfica 18 2.2 Caracterização económica 27 3. Dinâmicas demográficas e familiares 32 4. Desemprego 33 4.1 Desemprego registado por grupo etário 33 4.2 Desemprego registado segundo tempo de inscrição 34 4.3 Desemprego registado segundo os níveis de escolaridade 35 4.4 Gabinete Inserção Profissional 36 5. Educação 36 5.1 Nível de escolarização da população 37 5.2 Caracterização do agrupamento de escolas 39 5.3 População escolar na rede pública 39 5.3.1.Educação pré-escolar 40 5.3.2.1º ciclo do ensino básico 41 5.3.3.2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário 42 5.4 Abandono escolar por nível de escolaridade 44 5.5 Oferta formativa 45 5.6 Novos centros escolares 47 5.7 Educação especial 47 5.8 Acção social escolar 48 6. Saúde 48 6.1Cobertura dos serviços de saúde 49 7. Habitação 50 CAPITULOII 1. Infra-estruturas existentes no Concelho 2. Equipamentos e respostas na área da acção social 2 53 54 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2.1 Crianças e Jovens 55 2.1.2 Crianças e jovens em perigo 58 2.2. Equipamentos de apoio à terceira idade 59 2.2.1 Serviço de apoio domiciliário 60 2.2.2 Lar de idosos 61 2.2.3 Gabinete Apoio Emigrante 68 2.3 Rendimentos/pensões 68 2.4 Deficiência 70 2.6 Situações de risco 71 3. Problemáticas específicas 72 4.Análise SWOT 74 Considerações Finais 78 5. Objectivos/ Acções 79 Plano de Acção 98 Anexos 101 3 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Índice de quadros Quadro 1- Classificação das freguesias de Celorico de Basto segundo a tipologia 17 de áreas urbanas Quadro 2- Enquadramento demográfico de Celorico de Basto 19 Quadro 3- Evolução demográfica do concelho de Celorico de Basto 20 Quadro 4- Densidade populacional por freguesias em Celorico de Basto 23 Quadro 5- Evolução das taxas de natalidade 25 Quadro 6- Evolução das taxas de mortalidade 25 Quadro 7- Saldo natural 25 Quadro 8- Componentes de crescimento demográfico 26 Quadro 9- Evolução dos índices demográficos 26 Quadro 10- Taxa de actividade 27 Quadro 11- População residente por sector de actividade 28 Quadro 12- Percentagem da população residente por sector de actividade nas 29 freguesias Quadro 13- Evolução da taxa de analfabetismo por freguesia 37 Quadro 14- Estabelecimentos de ensino e educação da rede pública 39 Quadro 15- Distribuição da população escolar 39 Quadro 16- Evolução do número de crianças do ensino pré-escolar por freguesia 40 Quadro 17- População escolar no ensino básico nos últimos 10 anos 41 Quadro 18- Taxas de insucesso e sucesso escolar no 1ºciclo 42 Quadro 19- Evolução do número de alunos no 2ºciclo 42 Quadro 20- Evolução do número de alunos no 3ºciclo 43 Quadro 21- Evolução do número de alunos no ensino secundário 43 Quadro 22- Taxas de sucesso/insucesso escolar no 2º e 3ºciclo/secundário 43 Quadro 23- Cursos de educação e formação 45 Quadro 24- Cursos de educação e formação de adultos-EFA 46 Quadro 25- Cursos profissionais de nível secundário 46 Quadro 26- Oferta formativa da escola profissional de Fermil 46 Quadro 27- Evolução do número de alojamentos familiares clássicos 50 Quadro 28- Número e tipologia de alojamentos 51 4 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Quadro 29- número de edifícios segundo a intensidade da função residencial e o 52 número de alojamentos Quadro 30- Forma de ocupação dos alojamentos 52 Quadro 31- Equipamentos de apoio a crianças e jovens 56 Quadro 32- Número de processos activos e crianças sinalizadas 58 Quadro 33- Equipamentos/respostas sociais para jovens em risco 59 Quadro 34- População residente deficiente, segundo o tipo de deficiência 70 Quadro 35- População inscrita no gabinete de alcoologia 71 5 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Índice de figuras Figura 1- Mapa do concelho de Celorico de Basto 16 Figura 2- Evolução da população residente no concelho 19 Figura 3- Evolução da população residente por freguesia 20 Figura 4- Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto 21 Figura 5- Evolução da densidade populacional 23 Figura 6- População residente no concelho por sector de actividade 27 Figura 7- Índice do poder de compra concelhio 32 Figura 8- Caracterização socioeconómica das famílias/alunos 48 Figura 9- Valências da creche e número de utentes 57 Figura 10- Distribuição das respostas para idosos por freguesia 60 Figura 11- Distribuição por género de idosos 62 Figura 12-Estado civil dos idosos 62 Figura 13- Tipo de dependência dos idosos 63 Figura 14- Distribuição dos utentes da oficina móvel 65 Figura 15-Distribuição dos utentes da unidade móvel de saúde 66 Figura 16- Distribuição das famílias carenciadas por freguesia 67 Figura 17- Distribuição dos utentes do Celorico a Mexer 67 Figura 18- Número de pensionistas por tipo de pensão 69 Figura 19- Beneficiários do Rendimento Social de Inserção por idade 69 Figura 20- Distribuição dos beneficiários de RSI por sexo 70 6 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Introdução A Rede Social foi criada no ano de 1997, sendo definida como o ―conjunto das diferentes formas de entreajuda, bem como das entidades particulares sem fins lucrativos e dos organismos públicos que trabalham no domínio da acção social e articulem entre si e com o Governo a respectiva actuação, com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social e à promoção do desenvolvimento social” (Diário da República de 18-11-97). A Rede Social representa um instrumento de gestão territorial, ao nível da rede de serviços e equipamentos sociais existentes num território desempenhando uma dupla função: por um lado, de planeamento dos investimentos sociais; e, por outro, constitui uma base de dados da oferta de serviços e equipamentos sociais existentes. Pretende, ser um instrumento nos domínios da informação social, da preparação da tomada de decisões em matéria de acção social, de gestão territorial dos serviços e equipamentos, de apoio à cooperação institucional e de informação ao cidadão. O desenvolvimento social pressupõe, em primeiro lugar, a tomada de consciência colectiva dos problemas sociais existentes e, em segundo, a mobilização dos actores locais para a resolução dos problemas ou encontrar soluções para superar esses mesmos problemas, constituindo uma condição prévia à mobilização dos actores interessados, isto é, a mobilização dos actores em torno de objectivos concretos que visam a solução dos problemas existentes. Deste modo, tornou-se necessário desenvolver estratégias de intervenção, traduzidas numa planificação, que visou optimizar os recursos existentes para suscitar as dinâmicas de desenvolvimento. A intervenção em rede constitui o motor dos processos de desenvolvimento social locais, na medida em que favorece a articulação das intervenções sociais em diferentes áreas protagonizadas pelas diferentes redes locais. O desenvolvimento social, incidindo em territórios específicos, deve despoletar uma dinâmica territorial e não sectorial, ou seja, deve alicerçar-se em acções multidimensionais transversais, que articulem intervenções em diferentes áreas/eixos como o emprego, a educação, a saúde, a habitação, o equipamento e respostas sociais e situações de risco. 7 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Este pressuposto não se traduz na rejeição das políticas e medidas específicas sectoriais, mas na sua utilização de forma concertada e, enquadrada numa planificação estratégica territorial que visa o desenvolvimento local. Estas experiências mostram como o desenvolvimento social está necessariamente articulado com as dinâmicas de desenvolvimento local. Ambas as formas de intervenção procuram desencadear processos de mobilização de actores com o objectivo de desenvolver um dado território. Subjacente á rede social está o trabalho em parceria e a cooperação entre diferentes entidades. O Diagnóstico Social surge, assim, de várias participações, reunindo as seguintes instituições: - Câmara Municipal de Celorico de Basto; - Instituições de Solidariedade Social - Santa Casa da Misericórdia de Arnóia - Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Braga, Equipa de Acção Social de Celorico de Basto; - Unidade Local de Saúde de Celorico de Basto; - Centro de Formação de Celorico de Basto; - Centro de Emprego de Celorico de Basto e GIP (Gabinete de Inserção Profissional); - Comissão Local de Acompanhamento do Rendimento Social de Inserção; - Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, de Celorico de Basto; - Plataforma Supra concelhia do Tâmega; -CIM- Comunidade Intermunicipal do Tâmega. A actualização, da informação relativa à rede de serviços e equipamentos sociais, revela-se de extrema importância para o processo de planeamento e tomada de decisão em matéria de política local de acção social, e permite, simultaneamente, a identificação dos diferentes serviços e equipamentos sociais disseminados pelo concelho e desenvolvidos pelas instituições das redes solidária, pública e lucrativa. Consideram-se pilares do desenvolvimento social: a erradicação da pobreza; a promoção do emprego, generalizando o direito ao trabalho e dirigindo esforços para a redução do desemprego; e a integração social, entendida como a construção de uma sociedade justa, segura, fundada na defesa dos direitos humanos, na não descriminação, na tolerância, no respeita pela diversidade, na igualdade de oportunidades, na solidariedade, na segurança e na participação social, cultural e política, de todos. 8 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Estes pilares fundamentais para o desenvolvimento social assentam, por sua vez, sobre um conjunto de pressupostos: uma noção de desenvolvimento sustentável que onde o desenvolvimento social se articula com o desenvolvimento económico e a protecção do ambiente; a transparência na administração em todos os sectores, eliminando as formas de discriminação; o encorajamento das parcerias com organizações livres e representativas da sociedade civil; e o favorecimento dos mecanismos de associação e participação das pessoas, sobretudo daquelas que se encontram em situação de exclusão social. A última versão do Diagnóstico Social de Celorico de Basto foi realizada em 2004, sendo agora actualizada com o objectivo de introduzir dados mais recentes sobre a realidade social do concelho e de compreender as suas evoluções actuais. De salientar que a informação com datas diferenciadas dificultou a compatibilização de alguns dados. Um bom diagnóstico é garante da adequabilidade das respostas às necessidades locais e é fundamental para garantir a eficácia de qualquer projecto de intervenção. A Rede Social assume-se como o principal e fundamental instrumento de desenvolvimento social, potenciando um trabalho articulado e partilhado que viabilize a concretização dos objectivos de melhoria da qualidade de vida da população. Tem como objectivo o combate à pobreza e à exclusão social, visando a inclusão social de todos os cidadãos, através da promoção da participação no mercado de trabalho e da garantia da igualdade de oportunidades, numa sociedade que se pretende que tenha uma melhor qualidade de vida e um maior grau de coesão social. As metas definidas são exigentes e devem contribuir para a erradicação das designadas bolsas de pobreza, para a melhoria da saúde, da educação, do acesso ao emprego, da equidade social e da cooperação. A metodologia da Rede Social representa o principal motor do desenvolvimento social, na medida em que impulsiona o trabalho de parceria alargada, privilegia a planificação estratégica da intervenção social, que contribuirá para uma maior eficácia e eficiência na resolução dos problemas sociais que atingem transversalmente a população. Assim, pretende-se que o diagnóstico social produza um conhecimento alargado do meio, abrangendo as diferentes áreas e dimensões da realidade social, em particular os factores de vulnerabilidade e os processos de exclusão social. Procurou-se, ainda, não só identificar mas também compreender os problemas existentes, o que pressupõe uma relação entre as diferentes variáveis em presença e a identificação, não apenas das vulnerabilidades, bem como dos recursos e das 9 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 potencialidades existentes no concelho que podem estar disponíveis, ou ser mobilizadas, para a intervenção social. Numa óptica de pesquisa-acção, o Diagnóstico Social é também um instrumento de participação de todos os que detêm elementos de conhecimento sobre a realidade. Desta forma, todos os parceiros do Conselho Local de Acção Social (CLAS), conjugados com as estatísticas oficiais, são um instrumento de pesquisa que fazem parte integrante do processo de intervenção porque são um instrumento de interacção e comunicação entre actores face à compreensão da realidade e à identificação de necessidades. O documento que se apresenta é composto por três capítulos: no primeiro apresenta-se o diagnóstico social do concelho, no segundo capitulo apresenta-se a rede de equipamentos sociais existentes no concelho. 10 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 CAPITULO I 1. Objectivos do Diagnóstico Social O processo de planeamento, e mais especificamente, o planeamento estratégico aplicado à área social, assente numa metodologia da rede social, é um instrumento promotor do desenvolvimento social local. A metodologia da Rede Social, assente no trabalho de parceria alargada, efectiva e dinâmica, postula e promove uma planificação estratégica da intervenção social, articulando localmente as diferentes intervenções dos diversos agentes presentes no território e com responsabilidades em termos do desenvolvimento sustentado. A intervenção desenvolvida no âmbito da Rede Social, bem como o funcionamento de todos os seus órgãos, orientam-se pelos princípios da subsidiariedade, da integração, da articulação, e da inovação, visando a criação de estratégias de intervenção de combate à pobreza e à exclusão social. Para que este processo seja eficaz, é fundamental que no planeamento da intervenção social local, se efective uma articulação entre as múltiplas políticas, medidas e acções contempladas nos diferentes documentos de planeamento. Desta forma poder-se-á assegurar que o planeamento e instalação de serviços e equipamentos sociais se farão progressivamente de forma equitativa, tendo em conta a rentabilização dos recursos existentes e a verdadeira participação dos agentes locais (públicos e/ou privados). A Rede Social representa o instrumento por excelência da operacionalização do Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), apresentando-se como um fórum que congrega as diferentes políticas sociais e parcerias que visam a promoção do desenvolvimento social local. Para a própria «sobrevivência» da rede social, é imperativo que a participação, a parceria seja uma realidade efectiva, o que implica sentar à mesma mesa todos os actores/agentes com responsabilidades locais e entre eles se concertarem acções que promovam o desenvolvimento social local sustentado. Simultaneamente, deverá contribuir para uma harmonização quer nos modelos de funcionamento quer nos processos de planeamento, tornando-se peças fundamentais para uma melhor rentabilização/distribuição dos recursos territorialmente, e, por outro lado, permitindo perspectivar o futuro de cada território a médio e longo prazos. 11 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 É fundamental para a afirmação do próprio Programa da Rede Social ao nível nacional, a integração de estruturas de base local, numa esforço contínuo de reforço do papel das redes sociais locais nas decisões sobre as opções para a sua área territorial, nomeadamente, a obrigatoriedade do parecer do CLAS e o seu carácter vinculativo sobre candidaturas, projectos e acções a desenvolver localmente. Paralelamente, a inclusão de Diagnósticos Sociais e dos Planos de Desenvolvimento Social (PDS) no Plano Director Municipal (PDM), vem reforçar a perspectiva do desenvolvimento integrado, sustentável. O Sistema de Informação Local deverá funcionar, para além de um mecanismo de recolha constante e actualizada de informações, privilegiar e acentuar a sua função de disseminação equitativa dessa mesma informação a todos os interessados e implicados no desenvolvimento social. De salientar o papel prospectivo deste processo, isto porque, constitui-se como um instrumento para pensar e prever a acção futura, que aplicado ao PDS permite construir o modelo futuro para o município/território, e deverá ser visto como modelo de inovação, a implementar cada vez mais, como forma de equacionar o futuro. A intervenção deve assentar numa visão integrada da pobreza e exclusão social, no desenvolvimento de uma cidadania, na construção de um sistema de diagnóstico e informação, na promoção de processos de planeamento integrado e, na avaliação e acompanhamento da qualidade dos serviços e dos equipamentos, isto é, das respostas sociais. A Rede Social surge no quadro de uma nova geração de políticas sociais activas, que assenta nos princípios da responsabilização e mobilização da sociedade e do indivíduo no combate à pobreza e à exclusão social. São objectivos das novas políticas sociais: - potenciar a eficácia social das medidas de intervenção, a partir da articulação estreita entre prioridades globais e especificidades locais; - o incentivo à mais valia das relações de cooperação e de parceria entre organismos públicos e a iniciativa social privada; - a progressiva territorialização da intervenção social; - a rentabilização das práticas e estruturas de solidariedade já existentes; o reconhecimento do designado sector social. A existência das redes de solidariedade e protecção social informais, com uma longa tradição na sociedade portuguesa, materializadas nas redes de entreajuda familiar, de 12 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 vizinhança, da área de residência, da vida profissional, cultural, desportiva, nos grupos e iniciativas de acção social, no associativismo e nas instituições particulares; bem como das suas potencialidades e raio de acção. Com o Programa da Rede Social procura-se uma nova consciencialização colectiva para os problemas sociais, a activação dos meios e agentes de resposta, isto é, a conjugação de esforços e, a optimização dos meios de acção (nos) locais. O Diagnóstico Social de Celorico de Basto orientou-se pelos seguintes objectivos: - Descrever, analisar e interpretar os problemas sociais existentes no concelho de Celorico de Basto; - Elencar as respostas sociais, recursos humanos e materiais existentes; - Avaliar a adequação dos recursos aos problemas; - Apontar pistas para a planificação futura, designadamente, definindo prioridades de intervenção social, identificando as respostas e recursos deficitários e sugerindo formas de adequar os recursos existentes às necessidades identificadas. Partindo de uma análise ao concelho, nomeadamente aos seus problemas, tendências de evolução e desafios, orientamo-nos para os domínios mais vulneráveis, como as dinâmicas demográficas e familiares; o emprego; a educação; a saúde; a habitação; os equipamentos e respostas sociais; as situações de risco e a formação profissional. Por outro lado, a consciência de que as evoluções demográficas têm fortes e diversas consequências sociais, e a de que o envelhecimento da população é uma tendência inequívoca, tanto a nível nacional, como concelhio, conduziu a um estudo mais aprofundado nesta área, pretendendo-se, assim uma aposta forte neste domínio de intervenção do PDS, para 2011-2013. Durante o processo de reflexão sobre os problemas e desafios do concelho, definiram-se quais os problemas prioritários dentro de cada um dos domínios considerados e, ao fazer uma análise interpretativa desses problemas conduziu-se a uma identificação de causas possíveis para os mesmos, de modo tornar-se mais fácil a identificação de estratégias de intervenção e respectivas acções. 1.1 FINALIDADES DA REDE SOCIAL São quatro as finalidades que a Rede Social enquanto fórum de articulação e congregação de esforços se propõe atingir: - a erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social; 13 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 - a concepção e avaliação das políticas sociais; - a renovação e a inovação de estratégias de intervenção no contexto das dinâmicas em presença; - o planeamento estratégico. Para atingir estas finalidades a intervenção ao nível local deve ser orientada por quatro princípios: Integração: convergência de medidas e de pessoas, visando a incrementação de projectos locais de desenvolvimento; Articulação: procura de complementaridade e conjugação de esforços, baseada na integração e articulação progressiva das várias parcerias; Subsidiariedade: proximidade aos problemas e participação das populações; Inovação: condição de garantia da capacidade de adaptação à mudança, pela mobilização da multidisciplinaridade e inter-institucionalidade, procurando desburocratizar processos e acções. A lógica de intervenção introduzida pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 197 vem preconizar: - a promoção da integração e da coordenação das intervenções; - a implementação de redes territoriais de desenvolvimento local; - o desenvolvimento de acções de dinamização e apoio à consolidação do partenariado local; - a racionalização da adequação das respostas/equipamentos, dos recursos e dos agentes às necessidades locais; - o desenvolvimento integrado e sustentado promotor da coesão económica, social e territorial. São competências do CLAS, a dinamização da Rede Social, prosseguindo os objectivos estratégicos do seu programa de implementação, designadamente com: - a promoção da integração e coordenação das intervenções a nível concelhio; - a promoção da racionalidade na adequação das respostas/equipamentos, recursos e agentes às necessidades locais; - a promoção do desenvolvimento integrado; - a indução do diagnóstico e do planeamento participados; 14 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 - a obtenção de uma maior eficácia social através da articulação das intervenções. O PDS surge como um documento de referência/enquadramento das intervenções para a promoção do desenvolvimento social e insere-se num processo de planeamento estratégico, procurando dar resposta às exigências da sociedade e exige: - planear de forma integrada: perspectiva multidimensional dos problemas; - planear os objectivos a alcançar e as formas de os alcançar, assegurando a participação de todos os agentes locais implicados/afectados; - planear tendo em conta as oportunidades e as ameaças que se colocam no processo de implementação do plano. Em síntese, PDS é um instrumento de definição conjunta e negociada de objectivos e estratégias concelhias, operacionalizado através de um Plano de Acção onde são contemplados os projectos integrados e as acções prioritárias para promoção do desenvolvimento social local. 2. Caracterização do concelho de Celorico de Basto O concelho de Celorico de Basto pertence ao distrito de Braga, está localizado na região norte litoral sendo circundado pelos concelhos de, Amarante, a sudeste (área de 301.47Km2), Cabeceiras de Basto, a Norte (área de 241.84Km2), Fafe, a Oeste (área de 219.10Km2), Felgueiras, a Sudoeste (área de 115.75Km2) e Mondim de Basto, a Este (área de 172.09Km2), tem cerca de 181.09Km2 de superfície total com uma densidade populacional de 113 hab/Km2. O concelho é constituído por 22 freguesias que são: Agilde, Arnoia, Basto (Sta. Tecla), Basto (S. Clemente), Borba da Montanha, Britelo, Caçarilhe, Canedo de Basto, Carvalho, Codessoso, Corgo, Fervença, Gagos, Gémeos, Infesta, Molares, Moreira do Castelo, Ourilhe, Rego, Ribas, Vale de Bouro e Veade, sendo que a sede do concelho é a freguesia de Britelo. Figura 1 – Mapa do concelho de Celorico de Basto 15 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 A análise do concelho de Celorico de Basto segundo a Tipologia de Áreas Urbanas – TAU (conceito adiante desenvolvido), remete-nos para a questão do ordenamento do território. Segundo o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, no artigo 72, n.º 2, alínea b), solo urbano é aquele: - para o qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo o seu todo o perímetro urbano. A questão urbana, pela importância económica, social e política de que se reveste, tende a estar cada vez mais na ordem do dia, sendo hoje vulgarmente utilizadas as noções de urbano e rural, ainda que a complexidade da problemática em causa continue a alimentar uma ampla discussão. A reflexão sobre a ausência de harmonização ao nível dos conteúdos de urbano e rural e as consequências negativas na análise comparativa internacional da informação divulgada determinou o desenvolvimento de um conjunto de acções, por parte do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Direcção Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU), com vista à apresentação de uma definição de urbano. Esta deveria compatibilizar o maior número de perspectivas 16 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 possível, de modo a não descurar as diferentes conceptualizações sobre o tema, desde que assegurando o objectivo de uma operacionalização eficaz. A tipologia daí resultante, designada TAU cuja unidade mínima de análise é a freguesia, mereceu a concordância do Conselho Superior de Estatística, que a aprovou em 1998 para efeitos estatísticos. Assim, a Tipologia de Áreas Urbanas integra três níveis: Áreas Predominantemente Urbanas (APU) que integram as freguesias urbanas1; as freguesias semi-urbanas contíguas às freguesias urbanas, incluídas na área urbana, segundo orientações e critérios de funcionalidade/planeamento; freguesias semi-urbanas constituindo por si só áreas predominantemente urbanas segundo orientações e critérios de funcionalidade/planeamento e freguesias sedes de concelho com população residente superior a 5.000 habitantes; Áreas Mediamente Urbanas (AMU) que integram freguesias semi- urbanas não incluídas na área predominantemente urbana e freguesias sedes de concelho não incluídas na área predominantemente urbana; Áreas Predominantemente Rurais (APR) que incluem os restantes casos. Quadro 1: Classificação das freguesias de Celorico de Basto segundo a Tipologia de Áreas Urbanas Freguesias Tipologia de Áreas Urbanas 1 Agilde AMU Área mediamente urbana 2 Arnoia AMU Área mediamente urbana 3 Borba de Montanha AMU Área mediamente urbana 4 Britelo AMU Área mediamente urbana 5 Caçarilhe APR Área predominantemente rural 6 Canedo de Basto AMU Área mediamente urbana 7 Carvalho AMU Área mediamente urbana 8 Codessoso APR Área predominantemente rural 9 Corgo AMU Área mediamente urbana 10 Fervença AMU Área mediamente urbana 11 Gagos AMU Área mediamente urbana 1 Freguesias urbanas: freguesias que possuem densidade populacional superior a 500 hab./km2 ou que integrem um lugar com população residente superior ou igual a 5000 habitantes . 17 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 12 Gémeos AMU Área mediamente urbana 13 Infesta APR Área predominantemente rural 14 Molares AMU Área mediamente urbana 15 Moreira do Castelo AMU Área mediamente urbana 16 Ourilhe APR Área predominantemente rural 17 Rego APR Área predominantemente rural 18 Ribas AMU Área mediamente urbana 19 Basto (Sta. Tecla) APR Área predominantemente rural 20 Basto (S. Clemente) AMU Área mediamente urbana 21 Vale de Bouro AMU Área mediamente urbana 22 Veade AMU Área mediamente urbana Fonte: INE O cruzamento entre a informação presente nos quadros anteriores permitem concluir que, das 22 freguesias do concelho, seis são classificadas como área predominantemente rural: Rego, Caçarilhe, Ourilhe, Infesta, Basto (S.ta Tecla) e Codessoso. As cinco primeiras são vizinhas e ocupam um lugar central no concelho. 2.1 Caracterização demográfica Pretende-se elaborar uma caracterização da evolução demográfica no concelho de Celorico de Basto, realizada com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos aos Censos de 1981, 1991, 2001, Anuário Estatístico 2008. Esta caracterização é realizada com base nos seguintes parâmetros: população residente, densidade populacional, nível de instrução e índices de juventude e envelhecimento. Numa segunda etapa desta caracterização, dar-se-á a conhecer o comportamento da população activa por sectores de actividade. O enquadramento demográfico do concelho de Celorico de Basto será realizado tendo em atenção os valores da NUT III -Tâmega, NUT II – Norte de Portugal. 18 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Quadro 2: Enquadramento demográfico de Celorico de Basto (Evolução da população residente entre 1991 e 2008) Taxa População residente % de Taxa de Crescimento Crescimento (2001/2008) (1991/2008) Portugal 10.627.250 100% 2,80% 6,23% Continente 10.135.309 95% 2,80% 6,54% Norte 3.745.439 37% 2,08% 6,24% Tâmega 527.869 14% 2,41% 8,91% Celorico de Basto 19.767 4% -2,33% -9,46% Celorico de Basto integra-se no território do Tâmega (Decreto-Lei 68/2008, de 14 de Abril). Tem uma população residente de 19.767 habitantes, correspondendo a, aproximadamente, 4% da população residente da actual região do Tâmega, que por sua vez representa 14% da população da região Norte. Numa análise comparativa, Celorico de Basto destaca-se pelo decréscimo populacional a que se tem assistido nas últimas décadas, contrastando com o crescimento populacional verificado na região de que faz parte, Tâmega e Norte e de todo o Portugal Continental. Como se pode averiguar, o concelho tem verificado uma redução da população em mais de 2% nos 8 anos passados e em quase 10% nos últimos 18 anos, uma situação preocupante que afecta maioritariamente a população feminina conforme o gráfico que se segue. Figura 2: Evolução da população residente no concelho entre 1991 e 2008 19 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Analisando o gráfico, verificamos que em 20 anos ocorreu um decréscimo gradual da população, o que tem provocado um envelhecimento generalizado da mesma. As freguesias do concelho nem sempre reflectem a mesma dinâmica. Assim, e atendendo ao cruzamento entre a informação presente no Quadro 3 e na Figura 3, podemos afirmar que do ano de 1981 para 1991 apenas quatro freguesias registam um saldo de crescimento positivo: Agilde, Britelo, Basto (S. Clemente) e Vale de Bouro. Já entre 1991 e 2001 este número subiu para cinco passando a abranger as freguesias de Agilde, Arnoia, Borba de Montanha, Britelo e Rego. Finalmente, e segundo se pode testemunhar pela análise dos dados, Agilde e Britelo são as únicas freguesias do concelho de Celorico de Basto onde se assistiu a um aumento da população residente entre os anos de 1981 e 2001. Quadro 3: Evolução demográfica do Concelho de Celorico de Basto (Previsão efectuada para o ano de 2011 com base na regressão linear entre 1981 e 2001) 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011* 20134 21209 21057 22684 23683 24807 24392 23965 22671 21477 20466 19333 Figura 3: Evolução da população residente por freguesia entre 1991 e 2001 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO, POR FREGUESIA, NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO NO PERÍODO DE 1981 A 2001 3000 2500 2000 1500 1000 500 1981 1991 2001 Veade Vale de Bouro Basto (São Clemente) Ribas Rego Ourilhe Basto (Santa Tecla) 20 Moreira do Castelo Molares Infesta Gémeos Gagos Fervença Corgo Codeçoso Carvalho Canedo de Basto Caçarilhe Britelo Borba de Montanha Arnóia 0 Agilde de Basto 1911 HABITANTES Celorico 1900 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Esta representação gráfica mostra, também, que foi nas freguesias de Canedo de Basto e Veade que se registou a maior perda de população residente (menos 322 e 254 indivíduos que no ano de 1981, respectivamente). Seguramente por ser a sede de concelho, Britelo destaca-se por registar o maior crescimento populacional nas três últimas décadas (mais 181 pessoas), logo seguida de Agilde (com mais 115 pessoas). No que se refere à idade da população, e uma vez mais referindo-nos aos mesmos momentos censitários, propomos a análise da pirâmide etária que a seguir se apresenta . Figura 4: Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto (1981, 1991 e 2001) de 85 ou mais anos de 80 a 84 anos 2001 1991 1981 de 75 a 79 anos de 70 a 74 anos de 65 a 69 anos de 60 a 64 anos de 55 a 59 anos de 50 a 54 anos de 45 a 49 anos de 40 a 44 anos de 35 a 39 anos de 30 a 34 anos de 25 a 29 anos de 20 a 24 anos de 15 a 19 anos de 10 a 14 anos de 5 a 9 anos de 0 a 4 anos 1500 HOMENS 1250 Valores Absolutos 1000 750 500 250 0 250 500 750 1000 1250 1500 MULHERES Esta forma de representação gráfica pretende dar a conhecer a estrutura etária da população, tendo, também, em conta a divisão por sexos. Uma primeira análise evidencia e atesta a diminuição do número de residentes no concelho nos anos de 1991 e 2001 face a 1981. Como se pode observar através da largura da base da pirâmide, no ano de 1981, havia maior número de população jovem. Contudo, a representação gráfica nesse ano não se assemelha a uma pirâmide, pois as faixas etárias compreendidas entre os [20-24] e os [35-39] anos apresentam uma 21 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 recessão no crescimento, que vai ser retomada nas faixas compreendidas entre a última e os [50-54] anos. Em conclusão, assiste-se ao abandono da população jovem adulta o que leva a uma nítida diminuição da natalidade (classes entre os 0-4 anos e os 5-9 anos). Em 2001, a pirâmide apresenta uma forma mais quadrada, denunciando uma população em envelhecimento, consequência, aliás, do que atrás se refere. Na faixa etária dos 0-24 anos assiste-se a um decréscimo populacional gradual do ano de 1981 para 2001. A população residente com idades compreendidas entre os 30-49 anos aumentou significativamente. O número de indivíduos com idades entre os 50-59 anos volta a diminuir relativamente a 1981, para aumentar novamente nas faixas etárias compreendidas entre os 65-85 ou mais anos. Da sua análise da variação, em percentagem, da população residente entre 1991 e 2001 por quatro grupos etários, conclui-se que a freguesia de Infesta é a única que regista variação negativa da população entre os anos de 1991 e 2001 nas faixas etárias referidas. Em Ribas e Moreira do Castelo registou-se o maior aumento de população idosa (com 65 ou mais anos) no espaço temporal já referido, respectivamente, de mais 52,1% e 47,4%. Por oposição, a freguesia de Carvalho foi a que menos aumentou em população idosa face a 1991. Em 2001 a população residente com idades compreendidas entre os 15-24 anos viu-se reduzida a quase metade da recenseada em 1981 com a mesma idade. Das vinte e duas freguesias do concelho, em apenas sete se verificou uma diminuição de população com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos em relação ao ano de 1981. Dos quinze concelhos que compõe a NUT III – Tâmega, seis registam variação de população residente negativa entre 1991 e 2001. Destes, Celorico de Basto ocupa o terceiro lugar dos que registam variação negativa menos acentuada (-4,7%), logo a seguir aos de Baião (-0,4%) e de Cinfães (-4,5%). Relativamente à densidade populacional, que segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) traduz a ―intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território‖e é apresentada em habitantes por quilómetro quadrado (hab/ km2). 22 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 5: Evolução da Densidade Populacional, em 1991, 2001 e 2008 Assim como a variação da população, também a densidade populacional regista, entre 1991, 2001 e 2008 um decréscimo, consequência directa e natural da diminuição da população anteriormente observada. Atendamos à representação gráfica da figura 5 a NUT III – Tâmega é a que mostra valores mais elevados nos três anos (194,4 hab/km2 em 1991, 210.5 hab/km2 em 2001 e em 2008 214,1 hab/km2). Celorico de Basto apresenta valores próximos da média nacional. Quadro 4: Densidade populacional por freguesias em Celorico de Basto (1991 e 2001) Densidade Área total População Residente km² HM HM (hab/ km²) 2001 1991 2001 1991 2001 Portugal Continental 88796,7 9375926 9869343 105,6 111,1 NUT II – Norte 21280,0 3472715 3687293 163,2 173,3 NUT III – Tâmega 2619,5 509209 551309 194,4 210,5 (concelho) 181,1 21477 20466 118,6 113,0 1 Agilde 9,01 1237 1294 137,3 143,6 2 Arnoia 18,86 1901 1919 100,8 101,7 3 Borba de 10,89 1235 1255 113,4 115,2 Freguesias Celorico de Populacional Basto 23 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Montanha 4 Britelo 7,81 2422 2542 310,1 325,5 5 Caçarilhe 6,10 484 455 79,3 74,6 6 Canedo de Basto 9,98 1061 1028 106,3 103,0 7 Carvalho 6,82 905 838 132,7 122,9 8 Codessoso 10,70 586 503 54,8 47,0 9 Corgo 3,25 395 324 121,5 99,7 10 Fervença 12,05 1419 1410 117,8 117,0 11 Gagos 4,43 658 632 148,5 142,7 12 Gémeos 3,84 651 626 169,5 163,0 13 Infesta 5,57 433 316 77,7 56,7 14 Molares 3,07 646 518 210,4 168,7 Moreira do 15 Castelo 6,14 662 615 107,8 100,2 16 Ourilhe 5,19 470 393 90,6 75,7 17 Rego 17,09 1124 1184 65,8 69,3 18 Ribas 8,03 1299 1229 161,8 153,1 19 Basto (Sta. Tecla) 3,20 296 279 92,5 87,2 Basto (S. 20 Clemente) 15,44 1890 1587 122,4 102,8 21 Vale de Bouro 8,08 907 812 112,3 100,5 22 Veade 5,51 796 707 144,5 128,3 Fonte: INE As vinte e duas freguesias de Celorico de Basto têm áreas que variam entre os 3,07 ha e os 18,86 ha, sendo que as maiores são as de Arnoia (com o valor referido atrás), de Rego (17,09 ha) e de Basto S. Clemente (15,44 ha), e as que menor área ocupam são as de Molares (3,07 ha), de Corgo (3,25 ha) e de Basto – Sta. Tecla (3,20 ha). Como já foi referido anteriormente, Celorico de Basto tem vindo a perder população, o que aponta para uma diminuição da taxa de natalidade. O quadro que se segue exemplifica essa realidade no concelho. 24 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Quadro 5: Evolução das taxas de natalidade, no período de 2001 a 2008 (em ‰) Unidade 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Geográfica Celorico de 10,4 11,3 9,5 9,2 9,3 10,0 9,0 9,3 Tâmega 12,9 13,0 12,1 11,5 11,0 10,7 10,0 10,0 Norte 11,3 11,3 10,8 10,2 10,0 9,6 9,1 9,2 Portugal 11,0 11,0 10,8 10,4 10,4 10,0 9,7 9,8 Basto Fonte: INE Relativamente à evolução da taxa de natalidade, verifica-se que nos últimos anos, os valores no concelho de Celorico de Basto são inferiores aos valores médios nacionais. Quadro 6: Evolução das taxas de mortalidade, no período de 2001 a 2008 (em ‰) Unidade 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Geográfica Celorico de 10,7 11,7 10,9 11,5 11,0 9,3 10,3 9,5 Basto Tâmega 7,2 7,3 7,2 7,5 7,5 7,9 7,6 7,8 Norte 8,4 8,4 8,3 8,7 8,3 8,9 8,7 8,7 Portugal 9,8 9,8 9,6 10,2 9,7 10,4 10,2 10,2 Fonte: INE Da observação do Quadro 6, verificamos que as taxas de mortalidade no concelho de Celorico de Basto, nos últimos anos, são superiores aos valores médios nacionais, com excepção apenas em 2006 e 2008, em que atinge valores abaixo da média nacional. Quadro 7: Saldo Natural (Variação 2001 a 2008) Unidade Geográfica Celorico de Basto 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 -5 -8 -8 -45 -34 14 -25 -4 Fonte: INE 25 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 O saldo natural é globalmente negativo no concelho de Celorico de Basto, registando-se apenas em 2006 um saldo natural positivo. Esta situação revela o envelhecimento da população, uma consequência do aumento da esperança média de vida. Quadro 8: Componentes do crescimento demográfico em 2008 Celorico de Componentes do crescimento demográfico Basto Norte Tâmega Taxa de crescimento efectivo -0,52 0,01 0,02 Taxa de crescimento natural -0,02 0,09 0,28 Fonte: INE 2008 Observando a tabela, verifica-se que em Celorico de Basto, tanto o crescimento natural, como o crescimento efectivo apresentam uma trajectória descendente, sempre localizada em zona negativa. Quadro 9: Evolução dos índices demográficos (1991, 2001, 2008) Celorico de Basto Período de de Índice residente envelhecimento 2008 19.767 118,1 26,7 46,4 2001 20.228 106,5 24,7 42 1991 21.637 73,5 21 39 referência dos dados de Índice População dependência de idosos Índice de longevidade O envelhecimento da população é uma realidade bem retratada pelo índice de longevidade. O quadro 9 mostra a evolução da relação existente entre o número de idosos e o de jovens, por cada 100 indivíduos, bem como o coeficiente entre a população idosa e a população em idade activa. Assim, tendo como base o quadro podemos verificar um aumento populacional dos idosos em relação aos jovens bem como a sua maior longevidade, sinal de uma melhoria da qualidade de vida e acesso aos cuidados de saúde. 26 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2.2. Caracterização económica A última etapa da caracterização do concelho de Celorico de Basto diz respeito ao estudo da evolução da população residente por sectores de actividade. Para a sua realização recorremos aos dados estatísticos fornecidos pelo INE e desagregados por freguesias. A análise efectuada reporta-se aos anos de 1991 e 2001. Quadro 10: Taxa de actividade Unidade Geográfica % 1991 % 2001 Celorico de Basto 46,1 48,8 Tâmega 52,8 58,0 Norte 54,7 58,3 País 52,5 57,4 Fonte: INE A taxa de actividade da população do concelho embora tenha aumentado nos últimos anos é ainda bastante inferior à média nacional ( Quadro 10). A região Norte e a NUT III do Tâmega apresentam valores semelhantes à média nacional. Figura 6: População residente no concelho de Celorico de Basto, por sector de actividade (1991/2001) Sector III 32% Sector I 37% Sector II 31% Sector III 38% 1991 Sector I 15% Sector II 47% 2001 Fonte: INE A Figura 6 espelha a realidade da população residente no concelho de Celorico de Basto em termos de empregabilidade por sector de actividade. 27 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Uma primeira análise aos gráficos revela que embora, em termos absolutos, o número de população residente activa não tenha sofrido grandes alterações na década em análise, é evidente a grande alteração que se fez sentir nos sectores primário e secundário no ano de 2001. Para termos uma noção mais esclarecedora de como este comportamento se desenrolou, podemos observar os valores percentuais presentes no Quadro 11. Assim, no sector terciário (Serviços) a percentagem de população empregue em pouco se alterou; passando de 31,6% em 1991 para 37,7% em 2001. A grande variação, como, aliás, já foi referido, verificou-se ao nível dos sectores primários (Agricultura, Silvicultura), e secundário (Indústria). Quadro 11: População residente por sector de actividade no concelho de Celorico de Basto, em percentagem (1991 – 2001) 1991 2001 (%) (%) silvicultura) 37,6 15,4 Sector II (indústria) 30,8 46,9 Sector III (serviços) 31,6 37,7 Sectores de Actividade Sector I (agricultura, Fonte: INE Atendendo aos valores presentes no quadro em análise, verifica-se que o sector secundário ―ganhou‖ população face ao primário, e isso é bem visível pois este último passou de uma ocupação da população activa de 37,6% (1991) para apenas 15,4% dez anos depois. Assim sendo, o sector secundário mostra um crescimento de 30,8% para 46,9% em 2001. Para este facto muito contribuiu o sector da construção civil que representa o maior empregador do concelho. Em 1991 prevalece o número de freguesias em que o sector primário emprega mais de metade (51,5%) da população residente em idade activa (ver Quadro ). Estas freguesias são: Borba de Montanha, Caçarilhe, Carvalho, Infesta, Ourilhe, Rego, Ribas e Basto (Sta. Tecla). Os valores percentuais máximos, em cada um dos sectores, registados neste ano são: Basto (Sta. Tecla) com 88,8% da população 28 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 empregue no sector primário, Basto (S. Clemente) com 55,7% da população empregue no sector secundário e, finalmente, Britelo que ocupa 61% da sua população residente activa no sector terciário. No ano de 2001 a única freguesia que mantém o lugar cimeiro é Britelo com mais de metade da população activa no sector dos serviços (61,8%), decorrente, como acima já referimos, de ser o centro administrativo do concelho. Também neste ano há registo de duas freguesias que mostram as mesmas percentagens em dois sectores de actividade. São elas: Gémeos com 42% da população empregue nos sectores secundário e terciário, e Ourilhe com 36% no sector primário e secundário. Nas restantes freguesias a população residente com ocupação distribui-se da seguinte forma: Infesta é a única freguesia onde o sector primário prevalece (36% da população), juntando – se - lhe Ourilhe com a percentagem já declarada. A maioria das freguesias (treze) tem a maioria da população, em idade activa, empregue no sector secundário e destas, sete ocupam mais de 50% da população. Nas seis freguesias que restam, a população em idade activa está, à data referida, empregue no sector dos serviços. Destas, quatro têm mais de 50% da população empregue neste sector de actividade (51,6%). Quadro 12: Percentagem de população residente por sector de actividade nas freguesias do concelho de Celorico de Basto (1991 – 2001) 1991 Freguesias 2001 Sector Sector Sector I II III Totais Sector I Sector Sector II III Totais 1 Agilde 31,4 53,4 15,2 100,0 11,8 63,1 25,0 100,0 2 Arnoia 30,1 25,5 44,3 100,0 10,5 43,1 46,3 100,0 56,5 30,1 13,4 100,0 24,3 51,5 24,1 100,0 3 Borba de Montanha 4 Britelo 13,3 25,8 61,0 100,0 4,9 33,3 61,8 100,0 5 Caçarilhe 60,2 26,0 13,8 100,0 36,6 46,5 16,8 100,0 29,4 29,2 41,4 100,0 18,0 47,4 34,6 100,0 6 Canedo Basto de 7 Carvalho 51,5 27,9 20,6 100,0 12,6 66,8 20,6 100,0 8 Codessoso 19,5 49,4 31,0 100,0 13,0 55,8 31,2 100,0 29 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 9 Corgo 24,8 17,0 58,2 100,0 21,0 35,0 44,0 100,0 10 Fervença 37,6 40,2 22,2 100,0 18,9 48,6 32,6 100,0 11 Gagos 39,0 17,5 43,5 100,0 16,1 31,5 52,4 100,0 12 Gémeos 41,8 16,1 42,1 100,0 14,8 42,8 42,4 100,0 13 Infesta 68,1 12,5 19,4 100,0 36,0 33,7 30,2 100,0 14 Molares 28,8 28,8 42,3 100,0 6,2 36,7 57,1 100,0 23,2 40,6 36,2 100,0 9,4 69,4 21,3 100,0 15 Moreira do Castelo 16 Ourilhe 63,8 15,2 21,0 100,0 36,2 36,2 27,5 100,0 17 Rego 52,0 29,6 18,4 100,0 21,4 45,5 33,2 100,0 18 Ribas 52,5 26,7 20,7 100,0 25,0 47,0 28,0 100,0 88,8 5,2 6,0 100,0 28,7 48,3 23,0 100,0 14,5 55,7 29,8 100,0 9,2 53,7 37,1 100,0 58,2 19,4 22,4 100,0 15,1 54,8 30,1 100,0 26,7 30,9 42,4 100,0 10,9 37,6 51,6 100,0 37,6 30,8 31,6 100,0 15,4 46,9 37,7 100,0 19 20 21 22 Basto (Sta. Tecla) Basto (S. Clemente) Vale Bouro Veade Celorico de Basto de Fonte: INE Em suma, podemos ainda, afirmar que em termos de valores percentuais máximos, o comportamento geral pode ser descrito da seguinte forma: Infesta é a única freguesia que regista valor máximo no sector agrícola (ainda que a população activa se encontre distribuída de forma muito equilibrada. Moreira do Castelo tem 69,4% da sua população activa empregue no sector secundário e, finalmente, e como já foi referido, Britelo destaca-se em relação ao sector dos serviços, pelos motivos já sublinhados. A compilação de toda esta informação permite afirmar, entre outras características anteriormente apontadas, que, no espaço de uma década, a população activa no concelho de Celorico de Basto mostrou uma dinâmica particular, no sentido em que, ao contrário do que sucede um pouco por todo o território continental, a tendência recai sobre o sector secundário (comércio e indústria) em detrimento do terciário (serviços). No conjunto, a agricultura foi perdendo terreno – ainda que muito pouco – no ano de 30 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2001, isto é, uma alteração muito lenta e ―arrastada‖ com predomínio dos sectores tradicionais, com tudo o que isso comporta em termos numéricos, demográficos e, mesmo, culturais. - Poder de compra A percentagem do poder de compra mede o peso do poder de compra do concelho no total do país. Em 2007, o poder de compra do concelho era de 0,09%. Poder de Compra Indicador NUTS e Concelhos per capita de Poder de Percentagem de Compra Poder de Compra Portugal 100 100 Região Norte 86,2 30,42 Tâmega 61,3 3,24 Amarante 61,6 0,36 Baião 50,5 0,10 Cabeceiras de Basto 51,8 0,09 Castelo de Paiva 54,3 0,09 Celorico de Basto 47,6 0,09 Cinfães 49,3 0,10 Felgueiras 66,3 0,37 Lousada 59,1 0,26 Marco de Canaveses 61,6 0,32 Mondim de Basto 49,3 0,04 Paços de Ferreira 66,3 0,35 Paredes 66,3 0,54 Penafiel 67,9 0,46 Resende 48,0 0,05 Ribeira de Pena 46,3 0,03 Fonte: INE 2007 31 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 7:Índice de poder de compra concelhio, 2007 (indicador per capita) O indicador per capita é um número que compara o poder de compra médio do concelho, em termos per capita, com o poder de compra médio do país, ao qual é atribuído o valor 100. Celorico de Basto apresenta um indicador per capita de aproximadamente 50. Relativamente aos concelhos da zona do Tâmega (Nut III), Penafiel é o concelho com o indicador per capita mais elevado, registando em 2007 67,9. 3. Dinâmicas Demográficas e Familiares A população do concelho de Celorico de Basto tem, nos últimos anos, vindo a decrescer, chegando a 2008 com uma população residente estimada em 19 767 indivíduos. Também a população deste concelho tem vindo a envelhecer, em 2008, os maiores de 65 anos eram cerca de 3418 pessoas. De referir que a população idosa é o grupo populacional que vive em maior risco de pobreza e exclusão social. As alterações demográficas têm repercussões e, são consequência das transformações ao nível das estruturas familiares. 32 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 As famílias de Celorico de Basto, à semelhança do que acontece no País, têm cada vez menos filhos e menos pessoas na família estruturando-se em torno de um núcleo familiar onde já não coabitam diferentes gerações. Famílias Total de famílias clássicas 6150 Famílias clássicas com 1 ou 2 pessoas 2260 Famílias clássicas com 3 ou 4 pessoas 2586 Famílias clássicas sem desempregados 5663 Famílias clássicas com 1 desempregado 450 Famílias clássicas com pessoas com menos de 15 anos 2430 Famílias clássicas com pessoas com 65 ou mais anos 2507 Fonte: Censos 2001 Núcleos Familiares Total de núcleos familiares residentes 5510 Núcleos com 1 filho não casado 1698 Núcleos com 2 filhos não casados 1474 Núcleos com 1 neto não casado 43 Núcleos com 2 netos não casados 6 Núcleos com filhos de idade inferior a 6 anos 1210 Núcleos com netos de idade inferior a 6 anos 4 Fonte: Censos 2001 4. Desemprego Em Celorico de Basto, tal como toda a região Norte, o desemprego constitui uma preocupação elevada pela falta de produtividade das economias locais e dos problemas sociais que advêm da desmotivação e desespero das populações com menores recursos. Tal como em todo o Portugal, a região do Tâmega onde pertence o Concelho de Celorico de Basto tem vindo a verificar um crescimento exponencial dos inscritos para emprego, resultado da profunda crise que o mercado de trabalho atravessa. 4.1. Desemprego registado por grupo etário 33 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Grupo Etário Desempregos Inscritos no IEFP em Dezembro do ano de 2009 <25 25-34 35-54 anos anos anos 55 e Total % mais Inscritos total anos 2009 do Taxa Crescimento 2008-2009 Continente 64.116 119.441 229.054 92.164 504.775 100% 25% Norte 29.792 48.585 106.789 43.328 228.494 45% 24% Tâmega 5.157 6.961 15.522 5.502 33.142 15% 28% 219 300 631 196 1.346 4% 21% Celorico Basto de de Em Dezembro de 2009, 45% dos desempregados registados no continente português, situavam-se na região Norte e 15% desse valor encontrava-se na região do Tâmega, estando registados aproximadamente 33 mil desempregados mais 28% que em igual período do ano anterior, 2008. Para este valor contribui Celorico de Basto com 4% dos desempregados, ou seja, 1.346 pessoas inscritas no Centro de Emprego que se encontram em situação de desemprego, também, mais 21% do que em 2008. 4.2. Desemprego registado segundo tempo de inscrição 34 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Relativamente ao tempo de inscrição, em Celorico de Basto, em finais de 2009, a maioria dos inscritos, 64%, estão inscritos para emprego ou novo emprego há menos de um ano, percentagem que se aproxima de toda a região Norte. Por outro lado, comparando os dois anos analisados, verifica-se que a percentagem de desempregados com menos de 1 ano de inscrição aumentou em aproximadamente 2% e que revela uma maior dificuldade inicial em conseguir uma colocação para emprego duradouro. 4.3 Desemprego Registado, segundo os Níveis de Escolaridade Nível de Escolaridade Desempregados em Celorico de Basto % Menos que o 1º Ciclo EB 67 5% 1º Ciclo EB 461 34% 2º Ciclo EB 345 26% 3º Ciclo EB 250 19% Secundário 162 12% Superior 61 5% Total 1346 100% Dados estatísticos do IEFP referentes a Dezembro de 2009 Analisando a tabela, verifica-se que 65% dos desempregados de Celorico de Basto não têm o 3º Ciclo do Ensino Básico, o que demonstra uma relação directa entre as altas taxas de desemprego e a baixa escolaridade dos inscritos para emprego. No geral a maior parte dos desempregados não têm somente o 1º Ciclo do Ensino Básico, 34% dos inscritos, sendo seguido pelas pessoas com o 2º Ciclo, 26%, que, no seu conjunto, correspondem á maior fatia dos desempregados do Concelho. De realçar, ainda, os 5% dos desempregados que não têm qualquer ensino ou menos do que o 1º Ciclo do Ensino Básico. Os desempregados que possuem maior qualificação como ao nível do ensino secundário ou superior representam 12% e 5% dos desempregados registados em Dezembro de 2009. Os valores são um pouco diferentes dos registados na região Norte no que corresponde aos desempregados com maiores qualificações onde existe um pouco mais de desempregados com o Ensino Superior com valores próximos dos 7%. Mesmo assim, se analisarmos os valores de Portugal Continental, verificamos 35 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 que a fasquia dos desempregados com maiores qualificações aumenta para 9% dos desempregados com ensino superior e 19% dos mesmos com ensino secundário. 4.4. Gabinete de Inserção Profissional As fragilidades encontradas no concelho de Celorico de Basto, ao nível da problemática do desemprego não são diferentes do restante contexto da região do Tâmega e, portanto, a Câmara Municipal de Celorico de Basto em parceria com o Centro de Emprego criou um Gabinete de Inserção Profissional, que funciona como uma estrutura de apoio ao emprego. O Gabinete de Inserção Profissional desenvolve um trabalho de apoio junto dos jovens e adultos desempregados, com o objectivo de definir e desenvolver o seu percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho. Tem como objectivos acolher, informar, orientar profissionalmente, apoiar e acompanhar os jovens/adultos desempregados à procura de uma formação e/ou emprego. Coloca ao dispor dos seus utentes intervenções especializadas em diferentes âmbitos, nomeadamente, informação profissional para jovens e adultos desempregados, apoio na procura activa de emprego, acompanhamento personalizado dos desempregados em fase de inserção ou reinserção profissional, divulgação de ofertas de emprego e actividades de colocação, encaminhamento para ofertas de qualificação, divulgação e encaminhamento para medidas de apoio ao emprego, divulgação de programas comunitários que promovam a mobilidade no emprego e na formação profissional no espaço europeu, controlo de apresentação periódica dos beneficiários das prestações de desemprego. Até ao momento, o GIP conta com 140 inscritos. Verifica-se que o maior registo concentra-se no grupo etário 30-35 anos e a esmagadora maioria representa o sexo feminino. 5. Educação A educação tem um papel crucial, pois todos os processos de inclusão/exclusão passam pela escola. Deve-se pensar na educação como um direito de todos, independentemente da idade e da condição social dos indivíduos. 36 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 O artigo 74º da Constituição Portuguesa, refere que compete ao Estado garantir o cumprimento do ―ensino básico universal, obrigatório e gratuito‖; ―Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-escolar‖; ―garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo‖. Em Celorico de Basto, a educação é ainda uma preocupação, pois existe ainda um elevado número de habitantes com um nível de instrução muito baixo, essencialmente na faixa etária 65 e mais anos. Desta forma, a autarquia de Celorico de Basto tem vindo a apostar cada vez mais na educação, assumindo-a como uma prioridade. 5.1. Nível de escolarização da população A taxa de alfabetização da população de Celorico de Basto continua a não se adequar a um concelho que se quer desenvolvido. Segundo dados do INE, a maioria dos celoricenses completou o primeiro ciclo, isto é, a antiga quarta classe; 19% dos nossos residentes concluíram o 2ºciclo e 10% concluíram o terceiro ciclo; 8% dos indivíduos residentes no nosso concelho completaram ou frequentam o secundário e, apenas 4% frequenta, ou possui, um curso superior. Os dados dos últimos censos apresentam uma melhoria, pois apontam para uma maior percentagem de indivíduos que completaram o 2º e 3º ciclo, bem como, uma licenciatura. Esta melhoria dos níveis de escolarização poderá ser justificada pelos sucessivos aumentos da escolaridade mínima obrigatória e também pela necessidade de maior qualificação para a procura de emprego. Quadro 13: Evolução da taxa de analfabetismo por freguesia entre 1991 e 2001 Freguesia % 1991 % 2001 Agilde 15,9 13,5 Arnoia 20,5 14,6 Borba de Montanha 17,9 13,8 Britelo 15,6 12,2 Caçarilhe 28,4 21,2 37 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Canedo de Basto 18,9 16,1 Carvalho 19,2 18,2 Codessoso 16 17,6 Corgo 27,5 24,3 Fervença 22,3 16,3 Gagos 16,8 12,4 Gémeos 21,8 17 Infesta 26,9 19,2 Molares 18,7 18,6 Moreira do Castelo 17,8 14,4 Ourilhe 24 21,9 Rego 23,5 18,4 Ribas 18,9 16,8 Basto (Santa Tecla) 24,2 18,2 Basto (São Clemente) 17,9 21 Vale de Bouro 27,3 24,1 Veade 16,1 19 Celorico de Basto 19,7 16,6 Tâmega 12,3 10,2 Norte 9,9 8,3 País 11 9 No espaço de dez anos, houve uma melhoria significativa no que diz respeito ao analfabetismo. Em 1991, a taxa de analfabetismo no concelho era de 19,7 diminuindo para 16,6 em 2001. 38 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 No contexto do concelho, em 2001 as freguesias que apresentam uma taxa de analfabetismo mais elevada são Vale de Bouro e Corgo, com uma taxa de 24,1 e 24,3, respectivamente. A freguesia que apresenta menor número de analfabetos é Britelo, com uma taxa de analfabetismo de 12,2%. 5.2. Caracterização do agrupamento de escolas de Celorico de Basto O agrupamento de escolas do concelho é constituído pelo agrupamento de escolas da Mota, agrupamento de escolas da Gandarela e pelo agrupamento de escolas da vila. O agrupamento de escolas da vila compreende as freguesias de Arnoia, Britelo, Canedo, Codessoso, Corgo, Gagos, Gémeos, Infesta, Molares, Ourilhe e Veade. Nesta área, o agrupamento administra a educação pré-escolar, o 1º, 2º e 3ºciclos do ensino básico e ensino secundário. O agrupamento de escolas de Celorico de Basto é composto por 12 estabelecimentos de educação e ensino, dispersos pelas freguesias do concelho: Quadro 14: Estabelecimentos de ensino e educação da rede pública JI EB1/JI EB1 2,3/S TOTAL 3 1 7 1 12 5.3 População escolar na rede pública O concelho de Celorico de Basto apresenta uma rede escolar pública que abrange os níveis de ensino desde o pré-escolar até ao secundário. Actualmente, a população escolar compreende 1339 crianças, alunos e formandos distribuídos por 73 turmas. Quadro 15: Distribuição da população escolar Nível ensino Nºalunos Nºturmas Pré-escolar 152 9 1ºciclo 362 22 2ºciclo 230 10 39 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 3ºciclo 279 13 Ensino secundário 189 11 Cursos profissionais 50 2 Cursos educação/formação 59 4 Cursos educação/formação adultos 18 2 5.3.1 Educação pré – escolar No concelho existem 15 jardins-de-infância distribuídos por 13 freguesias, que acolhem crianças dos três anos de idade até à entrada no 1º ciclo do ensino básico. De salientar que dos 15 equipamentos do pré-escolar, 3 pertencem à rede pública e 12 à rede solidária. Quadro 16: Evolução do nº de crianças do ensino pré-escolar por freguesia Freguesia Escola 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 Clemente) Gandarela 22 Carvalhal Caçarilhe Rego Pedroso 18 15 Ribas Assento 24 Agilde Estrada 25 Basto Borba (S. da Borba 25 23 40 40 41 37 46 40 42 22 20 17 19 20 19 18 14 18 41 34 31 31 35 32 23 20 21 21 21 21 23 19 13 25 25 20 20 20 25 25 19 15 18 20 20 20 25 23 23 37 20 20 20 21 20 18 20 19 18 16 25 17 15 13 16 15 11 13 19 20 22 18 19 16 da Montanha Montanha Carvalho Feira Carvalho Covas Fervença Assento Fervença Mota 25 20 20 20 20 13 15 17 23 20 Castelo Carvalhal 20 18 22 16 20 18 21 22 25 21 Britelo Vila 65 76 100 92 102 100 99 93 99 92 Molares Fermil 37 43 46 45 44 35 35 35 34 33 Arnoia Arnoia 20 20 21 19 25 25 25 21 Canedo Canedo 11 22 20 15 15 18 21 25 Moreira 20 do 40 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 TOTAL 236 281 364 393 444 406 424 431 431 416 5.3.2 1º Ciclo do ensino básico O ensino básico engloba quatro anos de escolaridade. No concelho existem 19 estabelecimentos de ensino que asseguram a formação das crianças nas suas diversas dimensões. Quadro 17: População escolar no ensino básico nos últimos 10 anos Freguesia Escola Basto - S. 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 44 40 39 41 40 42 46 73 75 72 71 Caçarilhe Leirinhas 34 33 33 30 29 28 20 22 21 21 22 Rego Vila Boa 33 24 30 33 35 54 52 50 47 52 40 Ribas Souto 56 69 56 48 54 49 48 65 54 40 42 13 16 14 18 22 29 29 28 23 17 16 31 23 31 23 27 29 24 28 30 23 19 Clemente Gandarela Vale de Bouro Vale Nespereira de Bouro Rua Nova Agilde Estrada 45 48 46 49 53 47 45 45 43 36 36 Agilde Alijão 31 28 25 23 26 31 37 38 44 39 27 38 51 34 27 24 20 17 29 45 49 45 Carvalho Feira 54 48 46 45 46 49 39 53 45 43 34 Fervença Mota 30 31 28 26 27 30 33 75 72 68 62 42 43 38 36 35 32 30 31 37 34 30 Borba Montanha Quintela Moreira Castelo Carvalhal Moreira S. Castelo Sebastião 41 37 41 37 32 34 33 49 48 53 50 Canedo Sta. Luzia 54 53 52 53 47 31 44 41 30 30 26 Molares Fermil 48 45 45 50 43 47 57 69 73 64 50 Veade Boucinha 23 25 25 24 21 21 20 21 20 16 14 Britelo Vila 162 144 137 146 144 150 163 183 187 172 159 41 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Gémeos Igreja 27 26 28 27 26 24 16 37 37 34 36 Ourilhe Igreja 35 34 32 31 31 27 27 26 38 24 23 841 818 779 767 1072 774 780 963 969 887 802 TOTAL Do quadro 17, conclui-se que a escola mais representativa no concelho é a de Britelo com uma ocupação de 159 alunos no presente ano lectivo. Em situação oposta estão as escolas de Veade e Nespereira (Vale de Bouro) com 14 e 16 alunos, respectivamente. Quadro 18: Taxas de Sucesso e Insucesso escolar no 1ºciclo 2008 / 2009 Nº total de Nº total de % Insucesso % Ano de escolaridade Sucesso alunos retenções escolar escolar 1ºano n.a.(1) n.a.(1) n.a.(1) n.a.(1) 2ºano 85 3 3,5% 96,5% 3ºano 94 0 0% 100% 4ºano 120 1 0,8% 99,2% (1) não se aplica 5.3.3 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário No 2º e 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, a rede de oferta do concelho de Celorico de Basto é constituída por 3 estabelecimentos da rede pública (duas escolas de tipologia EB2,3 e uma escola de tipologia EB2, 3/S). O 2º e 3º ciclo são assegurados pela EB2,3 da Mota/Fervença e pela EB2,3 da Gandarela. Quadro 19: Evolução do nº de alunos no 2ºciclo Escola/Ano Lectivo AE Celorico de 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 325 302 264 240 251 255 229 229 229 230 AE Gandarela 165 157 175 159 139 142 132 132 143 126 AE Mota 197 174 163 152 164 172 139 139 146 153 TOTAL 687 633 602 551 554 569 500 500 518 509 Basto 42 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Quadro 20: Evolução do nº de alunos no 3ºciclo Escola/Ano 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 Lectivo AE Celorico de 422 425 423 400 359 372 343 343 301 354 AE Gandarela 256 242 204 209 197 217 207 207 192 202 AE Mota 250 245 235 240 229 202 208 208 228 207 TOTAL 928 912 862 849 785 791 758 758 721 763 Basto Quadro 21: Evolução do nº de alunos no ensino secundário Escola/Ano 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 Lectivo EB2,3/S de Celorico de Basto 293 319 320 302 302 311 278 226 226 264 250 Pelos dados apurados, verifica-se que nos últimos dez anos todos os estabelecimentos de ensino do concelho registaram uma diminuição do número de crianças inscritas em todos os níveis de ensino. Quadro 22: Taxas de Insucesso/Sucesso Escolar no 2º e 3º ciclo/Ensino Secundário 2008/2009 Ano de escolaridade % Insucesso % escolar escolar 5ºano 0,8% 99,2% 6ºano 2,8% 97,2% 7ºano 16,3% 83,7% 8ºano 15,5% 84,5% 9ºano 11,7% 88,3% 43 Sucesso _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 10ºano 16,7% 83,3% 11ºano 3% 97% 12ºano 24,2% 75,8% Tendo como referência o quadro 22, verifica-se uma tendência da taxa de insucesso escolar aumentar à medida que o percurso educativo atinge níveis de escolaridade mais elevados. Portanto, é no 10º ano de escolaridade que se encontram percentagens mais elevadas de insucesso escolar. Relativamente ao sucesso escolar, o ano de escolaridade com maior expressão percentual é o 3º, logo seguido pelo 4º e 5º ano de escolaridade, ambos com 99,2% de sucesso escolar. 5.4 Abandono escolar por nível de escolaridade 2008 / 2009 Ano escolaridade de Nºtotal de Nºtotal alunos alunos de % Abandono em escolar abandono escolar 1ºano 96 0 0% 2ºano 85 0 0% 3ºano 94 0 0% 4ºano 120 0 0% 5ºano 119 0 0% 6ºano 108 0 0% 7ºano 104 0 0% 8ºano 103 0 0% 9ºano 94 1 1,1% 10ºano 22 1 4,5% 11ºano 21 0 0% 12ºano 33 0 0% No que concerne ao abandono escolar, tem ocorrido uma evolução positiva no concelho. No ano 2008/2009 verificou-se abandono escolar em apenas dois anos de escolaridade. 44 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 5.5 Oferta Formativa Quadro 23: Cursos de educação e formação Alunos certificados Nº Curso Alunos que Apenas Alunos alunos transferidos CEF DE ELECTRICISTA DE anularam certificação matricula escolar % Certificação escolar profissional % 14 1 2 0,00% 84,6% 21 0 0 0% 100% 15 0 1 0% 93,3% JARDINAGEM 15 0 1 0% - 15 0 - - - 15 0 - - - CEF DE OPERADOR 15 0 - - - INSTALAÇÕES (20072009) TIPO 2 CEF DE PASTELEIRO / PADEIRO (2007-2009) TIPO 2 CEF DE EMPREGADO / ASSISTENTE COMERCIAL (2008- 2009) TIPO 3 CEF DE OPERADOR DE (2008-2010) TIPO 2 CEF DE EMPREGADO / ASSISTENTE COMERCIAL (2009- 2011) TIPO 3 CEF DE ELECTRICISTA DE INSTALAÇÕES (20092011) TIPO 2 45 e _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 DE INFORMÁTICA (20º9-2011) TIPO Quadro 24: Cursos de Educação e Formação de Adultos -EFA Alunos certificados Curso Nº alunos Tipo certificação % EFA – B2 2007-2008 6 6ºano 100% EFA – B3 2007-2008 15 9ºano 100% EFA – B3 2008-2010 12 9ºano - EFA – NS 2008-2010 20 12ºano - Quadro 25: Cursos Profissionais de Nível Secundário Alunos Alunos CURSO que anularam Nº alunos transferidos matricula 18 1 2 DE GESTÃO DO AMBIENTE 2008-2011 19 - 2 - - CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE GESTÃO DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICOS 2007-2010 CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE APOIO PSICOSSSOCIAL 2009-2012 24 Temos ainda no concelho a Escola Profissional de Fermil de Basto com as seguintes ofertas formativas: Quadro 26: Oferta formativa da Escola Profissional de Fermil Certificação profissional Cursos Técnico de Controlo e Qualidade Alimentar Técnico de Electrónica e Telecomunicações Nível III Técnico de Mecatrónica de Automóveis Ligeiros Técnico de Turismo Técnico de Produção Agrária 46 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Nível II Mecânico de Veículos Ligeiros Bombeiro 5.6 Novos Centros Escolares Capacidade 1º Ciclo Empreendimento Pré-Escolar nº de alunos nº de salas nº de alunos nº de salas 300 13 125 5 120 5 50 2 240 10 75 3 283 12 50 2 25 1 Centro escolar de Celorico de Basto Ginásio do Centro Escolar Centro escolar de Fermil Centro Escolar Gandarela Centro escolar da Mota de JI de Carvalho 5.7. Educação Especial Até há pouco tempo, as pessoas com necessidades educativas especiais eram privadas do acesso à educação e, por consequência, também estavam privadas da participação activa na vida em sociedade. A educação especial visa dar respostas às necessidades educativas “decorrentes de limitações ou incapacidades que se manifestam de modo sistemático e com carácter prolongado”, respostas que são essenciais ao processo individual de aprendizagem e de participação na vida escolar, familiar e em sociedade (Neves). O agrupamento de escolas do concelho de Celorico de Basto tem um Núcleo de Educação Especial, que tem como objectivo apoiar alunos com limitações e integrá-los em turmas regulares (ex: alunos de trissomia 21). Fazem parte do NEE docentes de educação especial e técnicos especializados (terapia da fala, terapia ocupacional e fisioterapeuta). 47 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Importa aqui destacar que existe no concelho uma sala de apoio permanente à população portadora de deficiência. No que concerne ao transporte, de acordo com os últimos dados, existem 8 beneficiários portadores de deficiência a beneficiarem deste serviço. 5.8. Acção Social Escolar Relativamente à educação, a acção social municipal faz-se essencialmente a três níveis: - Transportes escolares - Subsídios para livros e material escolar - Subsídios para refeição De salientar, que as crianças com escalão A, normalmente provêm de famílias muito carenciadas e as de escalão B provêm de famílias que viram os seus rendimentos reduzidos. Figura 8: Caracterização socioeconómica das famílias/alunos Da análise da figura 8, constata-se que 49% dos alunos do ensino público provém de famílias carenciadas, e por isso o sistema de ensino presta todo o auxílio económico. 6.Saúde Ter acesso aos equipamentos de saúde é um direito universal, logo o estado deve garantir a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, o acesso aos cuidados de medicina preventiva, curativa e de reabilitação. Quando os indivíduos têm problemas de saúde, de uma forma geral, as condições de vida pioram, ou através da maior debilidade física ou psicológica e uma menor 48 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 capacidade para a realização de determinadas tarefas, seja por implicarem desemprego, consequentemente quebra de rendimentos, agravando-se ainda pelo facto de originar mais despesas. No concelho, temos o centro de saúde para dar resposta às necessidades básicas da população. O Centro de Saúde é formado pela unidade de saúde da Sede, que integra um serviço de atendimento permanente (SAP) e mais quatro extensões, Fermil, Fervença, Gandarela e Rego. A tabela que se segue mostra o número de utentes inscritos no centro de saúde e nas suas extensões. CENTRO DE SAÚDE/EXTENSÃO DA População inscrita Utentes sem médico SEDE Sede 7512 3059 Fermil 4012 1043 Fervença 5382 847 Gandarela 3886 2323 Rego 1315 1315 6.1 Cobertura dos serviços e cuidados de saúde Centro de Saúde /Extensão da Nº gabinetes Nºgabinetes sede médicos Nºmédicos enfermagem Sede NP 7 4 Fermil 2 2 3 Fervença 3 3 4 Gandarela 3 2 4 Rego 1 1 2 O centro de saúde agrega 15 médicos, 2 chefes de serviço, 8 assistentes graduados, 4 assistentes de clínica geral, 2 clínicos gerais, 1 assistente de saúde pública, 1 técnico 49 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 superior de medicina dentária, 25 enfermeiros, 1 técnico de saúde ambiental, 1 técnico de radiologia, 20 administrativos e 30 auxiliares de serviços gerais. É de salientar que o centro de saúde tem actualmente uma rede de cuidados continuados com uma unidade de convalescença com capacidade para 19 utentes. O centro de saúde dispõe ainda de um serviço de apoio à comunidade, realizado por uma equipa de dois enfermeiros, com cobertura diária. 7. Habitação O ponto 1 do artigo 65 da Constituição Portuguesa refere que todos os cidadãos ―têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e privacidade familiar‖. Existe no concelho um número elevado de casas sem instalação de banho/duche e sem água canalizada, isto porque existem muitas casas velhas onde vive uma população idosa com fracos recursos económicos, portanto com poucas capacidades para melhorarem as suas condições de habitabilidade. É pertinente salientar que o número de alojamentos familiares clássicos no concelho de Celorico de Basto tem vindo a crescer significativamente. De 2003 a 2008 houve um crescimento de 7,7%. Quadro 27: Evolução do nº alojamentos familiares clássicos entre 2003-2008 NUTS Concelhos e 2003 2004 2005 2006 2007 2008 N.º N.º N.º N.º N.º N.º 5 Portugal 703 1 Região Norte 323 5 397 5 092 725 1 472 5 012 749 1 536 5 865 775 1 620 5 685 796 1 2003 – 2008 % 707 961 822 1 Crescimento 7,2 849 557 937 366 544 000 838 232 235 239 242 246 250 Tâmega 099 941 735 805 422 929 Amarante 26 805 27 116 27 550 27 812 28 313 28 923 7,9 Baião 11 393 11 502 11 636 11 744 11 888 12 137 6,5 50 7,2 8,1 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Cabeceiras de Basto 8 875 9 045 9 212 9 319 9 472 9 646 8,7 Castelo de Paiva 6 740 6 846 6 916 6 962 7 027 7 215 7,0 Celorico de Basto 10 060 10 191 10 315 10 436 10 624 10 837 7,7 Cinfães 11 024 11 124 11 187 11 268 11 374 11 520 4,5 Felgueiras 23 272 23 689 24 037 24 287 24 667 25 082 7,8 Lousada 17 264 17 697 18 080 18 459 18 760 19 137 10,8 Canaveses 21 782 22 020 22 278 22 562 22 824 23 168 6,4 Mondim de Basto 4 163 4 214 4 290 4 347 4 418 4 509 Paços de Ferreira 19 163 19 527 19 898 20 372 20 762 21 051 9,9 Paredes 31 670 32 435 33 015 33 437 33 941 34 581 9,2 Penafiel 28 303 28 825 29 505 29 889 30 336 30 971 9,4 Resende 7 124 7 187 7 260 7 322 7 395 7 480 5,0 Ribeira de Pena 4 461 4 523 4 556 4 589 4 621 4 672 4,7 Marco de 8,3 Fonte: CCDRN Da análise do quadro 27, verifica-se que de 2003 até 2008 houve um crescimento de 7,7% de alojamentos familiares clássicos. Segundo o anuário estatístico realizado pelo INE, em 2008 foram licenciados pelo município 192 edifícios para habitação familiar, 4 edifícios de apartamentos e 127 moradias. Relativamente ao número de edifícios de habitação familiar clássica, em 2008 existiam 9942. Foram ainda reconstruídos no mesmo ano 38 edifícios para habitação familiar. Quadro 28: Número e Tipologia de Alojamentos Ano 2001 Alojamentos residência habitual c/electricidade 6078 Alojamentos residência habitual c/água 5572 Alojamentos residência habitual c/retrete 5731 Alojamentos residência habitual c/esgotos 5659 Alojamentos residência habitual c/banho 4916 51 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Quadro 29: Nº de edifícios segundo a intensidade da função residencial e o nº de alojamentos Número Intensidade da função residencial de Alojamentos Edifícios exclusivamente residenciais 8641 Edifícios principalmente residenciais 427 Edifícios não residenciais 36 Total de edifícios 9121 Numa análise mais específica da intensidade da função residencial e considerando apenas os dados referentes a 2001, verifica-se que a maioria dos edifícios do concelho encontram-se destinados a fins exclusivamente residenciais. Quadro 30: Forma de ocupação dos alojamentos em 2001 Forma de ocupação Alojamentos de Celorico de Basto residência habitual 6145 Alojamentos arrendados 692 Alojamentos vagos 1504 Total alojamentos 8341 52 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 CAPITULO II Serviços e Equipamentos Sociais 1.Infra-estruturas existentes no concelho No concelho de Celorico de Basto existem as seguintes infra-estruturas para fazer face às necessidades da população: - Cinco lares de idosos: Santa Casa de Misericórdia de S.Bento de Arnoia; Centro Social Paroquial Divino Salvador de Ribas; Centro Social Paroquial de S.to André de Molares, Centro Comunitário Bento XVI em Fervença e o Centro Social Paroquial S.Bartolomeu do Rego. - Centro Comunitário na sede de concelho, com creche, equipa técnica de apoio a pessoas carenciadas; - Centro de acolhimento temporário/unidade de emergência na freguesia de Ribas; - Oito instituições com Serviço de Apoio Domiciliário; - Existência de três A. T. L, um situado no Centro Social Paroquial de Ribas que abrange as crianças e jovens de Ribas e S. Clemente; outro situado no Centro Social Paroquial de Molares que abrange as crianças e jovens das freguesias de Molares, Gagos e Fermil e outro na Associação de Solidariedade de Basto na freguesia de Gémeos que abrange as crianças de Britelo, Gémeos, Arnoia, Caçarilhe, Ourilhe e outras cujos pais trabalhem na sede do concelho; - Comissão de Protecção de Crianças e Jovens; - Escolas do ensino regular; - Centro de Emprego de Basto; - Centro de Formação Qualidade de Basto / CRVCC; - Gabinete de Inserção Profissional; - Gabinete de Apoio ao alcoólico; - Gabinete de Apoio ao Emigrante; - Câmara Amiga; - Centro de Saúde de Celorico de Basto, na sede do concelho, com as seguintes freguesias de influência: Arnoia; Britelo; Codessoso; Gémeos; Infesta e Ourilhe. É constituída pelas seguintes valências: Medicina preventiva; Promoção da saúde; Prevenção das doenças; Medicina curativa; Reabilitação; Saúde Escolar; Reintegração; 53 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Unidade de cuidados continuados; SAPE – serviço de atendimento permanente; Nutricionista; Fisioterapia (alugada); Dentista; Instalações de suporte básico de vida; Serviços de saúde pública; Serviço STOR (doenças pulmonares) e Radiologia. - Unidade de Saúde de Fervença com as seguintes freguesias de influência: Agilde; Basto, Santa Tecla; Borba da Montanha; Carvalho; Fervença e Moreira do Castelo. É constituída pelas seguintes valências: Medicina preventiva; Promoção da saúde; Prevenção das doenças; Medicina curativa; Reabilitação; Saúde Escolar e Reintegração. - Unidade de Saúde do Rego com as seguintes freguesias de influência: Rego e Caçarilhe. É constituída pelas seguintes valências: Medicina preventiva; Promoção da saúde; Prevenção das doenças; Medicina curativa; Reabilitação; Saúde Escolar e Reintegração. - Unidade de Saúde de Gandarela com as seguintes freguesias de influência: Basto S. Clemente; Ribas e Vale de Bouro. É constituída pelas seguintes valências: Medicina preventiva; Promoção da saúde; Prevenção das doenças; Medicina curativa; Reabilitação; Saúde Escolar e Reintegração. - Unidade de Saúde de Fermil com as seguintes freguesias de influência: Canedo; Corgo; Gagos; Molares e Veade. É constituída pelas seguintes valências: Medicina preventiva; Promoção da saúde; Prevenção das doenças; Medicina curativa; Reabilitação; Saúde Escolar e Reintegração. 2. Equipamentos e Respostas na área da acção social Os equipamentos e respostas sociais desempenham hoje um papel fundamental na criação de condições de bem-estar da população, em geral, bem como na criação de postos de trabalho. Os esforços desenvolvidos a este nível, no concelho, são crescentes mas ainda não são os ideais, quer do ponto de vista quantitativo, quer, no que diz respeito à qualidade dos serviços prestados, sendo que esta qualidade deve ter por referência a capacidade de tais serviços e equipamentos responderem efectivamente às necessidades de indivíduos e famílias que, vivendo numa sociedade em constante transformação, estão, elas mesmas, em constante mudança. Os elementos disponíveis para esta caracterização foram obtidos através de inquéritos às entidades que intervêm nesta área. No concelho de Celorico de Basto, as respostas sociais abrangem 786 beneficiários. 54 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Equipamentos e respostas sociais do Concelho de Celorico de Basto Freguesia Instituição idosos Centro Social Paroquial de Vale Vale Bouro Centro Social Lar S A A Creche J.I T D L Lar crianças C A T de Bouro X Paroquial Ribas Divino Salvador de Ribas X X X X X X X X X X Centro Social da Paróquia Rego de S. Bartolomeu Associação de Solidariedade Gémeos Social de Basto X Centro Social Paroquial Sto. Molares André de Molares X X X X X Santa Casa de Misericórdia Britelo de Sº Bento de Arnoia Associação X X Estrela Carvalho d’Amizade X Borba Casa de Povo de Fervença Montanha X Associação de Solidariedade Borba Sta. Maria Borba da X X da Montanha X Tendo como referência a tabela acima, pode-se constatar que até ao momento Ribas é a freguesia que apresenta maior número de respostas sociais, logo seguida pela freguesia de Britelo, com quatro respostas sociais. As freguesias de Gémeos e Fervença apresentam três respostas sociais. De todo o concelho, Vale de Bouro, Carvalho e Borba da Montanha são as freguesias que apresentam apenas uma resposta social. 2.1. Crianças e jovens Neste grupo iremos abordar apenas as questões que estão relacionadas com os equipamentos de apoio á família, ou seja, os equipamentos que estão dirigidos às 55 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 crianças e aos jovens. Assim, irão ser analisadas as creches e os ATL existentes no concelho de Celorico de Basto. O ATL é uma resposta social que proporciona actividades de lazer a crianças e jovens a partir dos 6 anos, nos períodos disponíveis das responsabilidades escolares e do trabalho, desenvolvendo-se através de diferentes modelos de intervenção, nomeadamente acompanhamento/inserção, prática de actividades específicas e multiactividades. Quadro 31: Equipamentos de apoio a crianças e jovens Tipo Designação equipamento/resposta do social Lista Acordo equipamento Freguesia Utentes Capacidade espera cooperação Centro Social Divino Salvador Santa Ribas 33 33 5 33 Arnoia 35 35 12 35 Gémeos 35 35 N 35 33 N 33 Casa da Misericórdia S.Bento CRECHE de Arnoia Associação de Solidariedade de Basto Casa do Povo Borba da de Fervença Montanha 9 Total 136 Ribas 60 80 N 60 Britelo 39 40 N 40 Centro Social Divino Salvador Associação ATL de 56 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Solidariedade de Basto Centro Social Vale de Vale Bouro de Bouro 20 20 N 20 Molares 43 47 N 47 Total 162 Centro Social Sto.André No concelho de Celorico de Basto existem 4 ATL´S que prestam apoio a 162 utentes. Relativamente à capacidade, o total de lugares é de 187 mas verifica-se que os ATL´S estão a dar resposta a um número inferior à capacidade estabelecida. Relativamente às creches, o número de crianças que usufruem desta resposta é de 112, no entanto, verificamos que existe uma lista de espera de 17 crianças. Figura 9: Valências da creche e nº de utentes Analisando as respostas das creches do concelho pelos três tipos de valências, verificase que a valência que regista maior número de utentes é a sala dos 24-36 meses, logo seguida pela sala dos 12-24 meses e, por último a berçário. 57 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2.1.2. Crianças e jovens em perigo O concelho de Celorico de Basto não é uma excepção ao panorama nacional, portanto, é também ele caracterizado por situações de degradação social, pobreza e exclusão social. Assim, a prioridade é fazer frente à pobreza infantil e juvenil, promovendo os direitos das crianças e dos jovens, ―prevenindo e defendendo o combate à pobreza das crianças, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos de cidadania‖ (PNAI 20082010). Portanto, é essencial nestes casos um reforço a prestar pelas instituições, onde as crianças estão inseridas. As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens ―são instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptiveis de afectar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral‖. São consideradas situações de risco as seguintes: abandono, maus tratos físicos, psicológicos/abuso emocional, negligência, exposição a modelos de comportamento desviante, problemas de saúde e prostituição infantil. Estas situações podem chegar presencialmente nos serviços da CPCJ, telefonicamente ou por escrito. Grande parte das situações de perigo é sinalizada por instituições de ensino, estabelecimentos de saúde, tribunais, autoridades policiais, familiares, vizinhos, a própria comissão, serviços de segurança social, e outros elementos da comunidade. De referir, que o risco social a que os menores do concelho estão sujeitos pode ter uma origem multifactorial (pertença a familias multiproblemáticas, emprego precário, baixas qualificações dos pais e desemprego de longa duração). É pertinente salientar que o número de processos activos na CPCJ de Celorico tem vindo a aumentar de ano para ano. Quadro 32: Nº de processos activos e crianças sinalizadas Nº Ano Nº processos activos sinalizadas 2007 97 63 2008 114 44 2009 120 54 Fonte: CPCJ 58 crianças _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Todos os casos são acompanhados ao nível educativo e social pela equipa da CPCJ, que integra técnicos de diversas áreas, nomeadamente, Educação Social, Psicologia, Sociologia, Serviço Social, entre outras. No que concerne à caracterização dos agregados com quem residem os menores, em 2009, no geral trata-se de familias nucleares com filhos (57), havendo casos de monoparentalidade (12), familias reconstituidas (4), alargadas (6) e de acolhimento (6). Na área da infância/juventude existe no concelho apenas uma resposta social na valência Lar de Crianças/Jovens e um Centro de Acolhimento Temporário/Unidade de Emergência. Importa aqui destacar que este lar é promovido pelo Centro Social Paroquial Divino Salvador de Ribas. O lar de crianças e jovens apresenta uma capacidade total para 18 utentes, registando uma ocupação de 15 utentes. Quadro 33: Equipamentos/respostas sociais para jovens em risco Tipo equipamento/resposta Designação social equipamento Centro de temporário acolhimento Centro do Freguesia Lista de espera Paroquial Divino Salvador Utentes Capacidade Responsabilidade Ribas seg.social 22 22 2.2 Equipamentos de apoio à terceira idade O aumento significativo da população idosa no concelho implica criar e alargar as respostas sociais, pois a procura é superior às respostas sociais. Em relação à taxa de cobertura dos equipamentos para idosos, existe o Centro Social do Divino Salvador de Ribas (lar de idosos e Serviço de apoio domiciliário), Centro Social da Paróquia de S.Bartolomeu do Rego (lar de idosos e serviço de apoio domiciliário), Associação de Solidariedade Social de Basto (Serviço de apoio domiciliário), Centro Social Sto. André de Molares (lar de idosos e serviço de apoio domiciliário), Santa Casa de Misericórdia de Arnoia (lar de idosos e serviço de apoio domiciliário), Associação Estrela d’Amizade (serviço de apoio domiciliário, irá ter centro de dia e centro de noite), Casa do Povo de Fervença (lar de idosos e serviço de apoio domiciliário), Associação de Solidariedade de Sta. Maria de Borba da Montanha (serviço de apoio domiciliário). 59 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 De salientar que já foi aprovado pelo CLAS de Celorico de Basto um lar de idosos e serviço de apoio domiciliário na freguesia de Codessoso e um serviço de apoio domiciliário, centro de noite e centro de dia na freguesia de Canedo. Figura 10: Distribuição das respostas para idosos por freguesia Da análise da distribuição das respostas sociais de apoio aos idosos, conclui-se que ainda existem freguesias que não disponibilizam nenhum equipamento para idosos. Contudo, é pertinente referir que estas freguesias são abrangidas pelos equipamentos sociais das freguesias mais próximas. 2.2.1. Serviço de Apoio Domiciliário O serviço de apoio domiciliário é uma resposta social, desenvolvida a partir de um equipamento, que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicilio a individuos e familias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária, tais como , a higiene pessoal e da habitação, refeição, tratamento de roupas e acompanhamento a consultas e exames. Em relação aos equipamentos sociais e à cobertura por freguesia, constata-se que existe no concelho oito respostas sociais na valência Serviço de Apoio Domiciliário. 60 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Lista Designação do equipamento Utentes Capacidade Acordo espera Centro Social Paroquial Divino Salvador de Ribas 27 40 16 7 Centro Social Paroquial S.Bartolomeu do Rego 45 45 45 13 Associação de Solidariedade Social de Basto 30 30 30 0 Centro Social Paroquial Sto.André de Molares 60 50 50 3 Associação Estrela d’Amizade 20 20 20 0 Casa do Povo de Fervença * 30 30 0 Associação Solidariedade de Sta.Maria de Borba 53 45 43 0 Santa Casa de Misericórdia de Arnoia 36 40 30 0 *o serviço ainda não está a funcionar 2.2.2. Lar de idosos O lar de idosos é uma resposta social desenvolvida em equipamento, destinada a alojamento colectivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas ou outras em situação de maior risco de perda de independência e/ou de autonomia. Quanto à valência lar de idosos, existem neste momento cinco respostas sociais no concelho distribuidas pelas freguesias de Fervença, Britelo, Molares, Rego e Ribas. Lista Designação do equipamento Freguesia Utentes Capacidade espera 36 0 Borba da Casa do Povo de Fervença Montanha 27 Santa Casa de Misericórdia S.Bento de Arnoia Arnoia 59 59 20 Centro Social Paroquial Divino Salvador Ribas 55 55 37 Centro Social Paroquial Sto.André Molares 22 22 0 Centro Social Paroquial S.Bartolomeu Rego * 15 0 *ainda não está a funcionar 61 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 11: Distribuição por género dos idosos Da análise da figura 11, conclui-se que o registo total de mulheres é visivelmente superior ao dos homens nas instituições do concelho. Figura 12: Estado Civil dos Idosos Atendendo à informação da figura 12, verifica-se que é na Casa do Povo de Fervença que se regista maior taxa de ocupação de casais e pessoas viúvas a residirem no lar. Relativamente ao número de individuos solteiros a residirem no lar, é no Centro Social Divino Salvador de Ribas que se regista maior taxa de ocupação. 62 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 13: Tipo de Dependência dos Idosos Fonte: Instituições inquiridas É de ressalvar, que todo o trabalho desenvolvido pelas instituições da rede solidária do concelho com valências na área dos idosos é apoiado pela Segurança Social 63 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 através de protocolos de cooperação e também pela autarquia, criando e desenvolvendo políticas sociais de acordo com as necessidades destes. O aumento significativo do envelhecimento demográfico no concelho, o isolamento da população, situações de pobreza, exclusão social e desertificação foram problemáticas que levaram a autarquia a criar medidas especificas, de forma a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, a agregados familiares carenciados e pessoas portadoras de deficiência. Assim, em Agosto de 2008 a autarquia lançou uma medida de acção social designada de Câmara Amiga com o intuito de atenuar a pobreza que se vive no concelho e assegurar os direitos básicos de cidadania da população (PNAI 2008-2010), principalmente dos idosos, uma vez que são um dos grupos mais vulneráveis à exclusão social. O programa Câmara Amiga apresenta quatro valências: Oficina Móvel de Reparações, Unidade Móvel de Saúde, Banco Local de Voluntariado e Celorico a Mexer. - Equipamentos de apoio à família e comunidade Instituição Centro Atendimento e Acompanhamento Comunitário Social X X Freguesia Associação de Solidariedade de Basto Gémeos Borba Casa do Povo de Fervença Montanha Centro Social de Gagos Gagos da X X - Universidade Sénior Em 2004, o Centro Social e Paroquial de Arnoia fundou a Universidade Sénior de Celorico de Basto. As universidades seniores são ―a resposta socioeducativa, que visa criar e dinamizar regularmente actividades sociais, culturais, educacionais e de convívio para os maiores de 50 anos‖. Este tipo de universidades é sempre um espaço privilegiado de inserção e participação social dos mais velhos, pois através das várias actividades desenvolvidas, nomeadamente, aulas, visitas, grupos de música ou teatro, ginástica, os seniores sentem-se úteis, activos e participativos. 64 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Na Universidade Sénior de Celorico de Basto são leccionadas 7 disciplinas e o total de alunos é 30. Normalmente, as universidades seniores são frequentadas maioritariamente por mulheres entre os 60 e 70 anos, com graus de instrução variável. Câmara Amiga – Serviço de Acção Social da autarquia - Apoio Social A autarquia de Celorico de Basto dispõe de um gabinete de apoio social que tem como objectivo prestar auxílio social a toda a população, em especial dos idosos. Neste gabinete é realizado um diagnóstico das situações de risco, encaminhando-as para as instituições responsáveis. São também efectuadas visitas domiciliárias por técnicos especializados, onde são detectadas as carências da população celoricense. Este gabinete dispõe ainda de um serviço de informação e preenchimento de apoios sociais (Complemento Solidário para Idosos e Rendimento Social de Inserção, entre outros apoios). - Oficina Móvel de Reparações tem como objectivo prestar apoio domiciliário em reparações domésticas, realizando um serviço de proximidade aos utentes da mesma. A oficina móvel abrange um total de 522 benefeciários, distribuidos pelas 22 freguesias do concelho. Figura 14: Distribuição dos beneficiários da oficina móvel por freguesia 65 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Até ao momento, Britelo e Arnoia são as freguesias que apresentam maior número de beneficiários. Situação oposta acontece com Sta.Tecla, que apresenta um número reduzido de beneficiários da oficina móvel. - Unidade Móvel de Saúde tem como missão contribuir para a melhoria do estado de saúde e social da população de Celorico de Basto, disponibilizando cuidados personalizados de proximidade, com qualidade e a custo reduzido. As principais actividades realizadas pela Unidade Móvel de Saúde são avaliação e controlo mensal da tensão arterial, colesterol, glicemia capilar, entre outros tratamentos. Figura 15: Distribuição dos utentes da unidade móvel de saúde - Banco Local de Voluntariado tem como finalidade colmatar as carências dos indivíduos e/ou agregados familiares, resultados da situação socioeconómica em que se encontram. É pertinente referir que as carências da população Celoricense ocorrem a vários níveis, desde a habitação, alimentação, vestuário, entre outras. 66 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 16: Distribuição das famílias carenciadas por freguesia BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO O total de famílias do concelho abrangidas pelo Banco Alimentar é de 302. Fazendo uma análise por freguesia, verifica-se que Britelo, Arnoia e Fervença são as freguesias que apresentam maior número de famílias carenciadas, e portanto é-lhes dada ajuda alimentar. De salientar, que a maioria destas famílias são sinalizadas pela segurança social e pelas instituições de solidariedade social do concelho. - Celorico a Mexer foi mais uma medida criada pela autarquia para combater o envelhecimento solitário e aumentar a socialização dos idosos. São realizadas actividades lúdico recreativas com o apoio de técnicas de animação, são realizadas actividades físicas que proporcionem o bem estar físico da população e facultem o desenvolvimento das actividades físicas e mentais .Neste momento, o número de utentes do Celorico a Mexer é de 367. Figura 17: Distribuição dos utentes Celorico a Mexer por freguesia 67 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2.3 Gabinete de Apoio ao Emigrante O GAE encontra-se sediado na Câmara Municipal de Celorico de Basto e, é uma estrutura que está a funcionar desde o dia 26 de Março de 2010, através da celebração de um acordo de cooperação entre o Município de Celorico de Basto e a Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (GACCP). Este serviço tem por objectivos informar os emigrantes sobre os seus direitos, apoiar o cidadão emigrante no regresso e reinserção no país, ajudando na resolução de problemas e prestar um serviço eficiente, atencioso e personalizado. É um serviço que se dirige a toda a comunidade emigrante, desde pré-reformado(a), reformado(a), inválido(a), viúvo(a), filhos órfãos, jovens que concorrem ao Ensino Superior e indivíduos com ambições empresariais. O Gabinete de Apoio ao Emigrante trata de questões relacionadas com a segurança social (acidentes de trabalho, pensão de velhice, pensão de viuvez, prestações de doença, prestações familiares, prestações de invalidez, prestações de maternidade, prestações de sobrevivência, subsidio de desemprego, subsidio por morte), vistos de entrada e saída de Portugal, declarações para troca de cartas de condução, declarações para passaporte, declarações para ingresso no ensino superior, declarações para efeitos bancários, franquias aduaneiras, habilitação literária: equivalência e/ou reconhecimento, legislação de veículos automóveis e isenção do imposto automóvel, poupança emigrante, nacionalidade, entre outras questões. 2.4. Rendimentos/Pensões Os idosos são um dos grupos mais vulneráveis à pobreza e exclusão social, e por isso vivem em condições precárias e com rendimentos muito reduzidos. No ano de 2008 existiam no concelho 5746 pensionistas. 68 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Figura 18: Número de pensionistas por tipo de pensão Tendo como referência a figura 18 verifica-se que ocorreu um decréscimo de pensionistas entre 2007 e 2008. Grande parte das pensões são atribuídas por velhice e as pensões por invalidez são as menos significativas. O concelho de Celorico de Basto, não é uma excepção ao cenário nacional e à crise que se vive, portanto, muitas famílias viram os seus rendimentos ficarem reduzidos e por isso, procuram ajuda nas diversas instituições sociais que o concelho disponibiliza. No ano de 2008, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção era de 1562. Figura 19: Beneficiários do rendimento social de inserção por idade Fonte: Ine 2008 Tendo em conta o gráfico atrás, verifica-se que são os mais jovens que mais contribuem para o número de processos de rendimento social de inserção, nomeadamente os indivíduos com idade inferior ou igual a 25 anos, logo seguidos pelo grupo etário 40-54 anos, o que revela alguma preocupação, pois trata-se de uma população activa. Os 69 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 beneficiários com idade superior a 55 anos, embora em menor número, constituem também um número significativo. Figura 20: Distribuição dos beneficiários de RSI por sexo Ano: 2008 No que diz respeito à distribuição dos beneficiários por sexo, verifica-se que as mulheres estão em maior representação, o que pode ser resultado dos elevados números de desemprego e do sector feminino ser o mais afectado. 2.5. Deficiência Deficiência diz respeito à perda de uma ―substância psicológica ou alteração de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatómica‖ (Neves). A deficiência é uma área de intervenção muito complexa e de difícil abordagem. De acordo com os dados dos censos de 2001, o concelho registava cerca de 1063 pessoas com deficiência. Quadro 34: População residente deficiente, segundo o tipo de deficiência e sexo, por grau de incapacidade atribuído Outra Grau Total HM H Auditiva Visual Motora Mental Paralisia deficiência HM H HM H HM H HM H HM H HM H 1 063 Sem grau 622 586 100 55 258 108 260 160 186 109 49 27 210 127 311 72 8 79 38 173 75 70 124 61 97 50 15 141 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 atribuído Inferior a 30% 73 44 5 3 18 5 24 21 11 9 2 0 13 6 De 30 a 59% 114 80 6 3 25 10 30 26 21 14 5 3 27 24 De 60 a 80% 117 76 10 6 20 9 35 26 26 15 9 8 17 12 137 75 7 5 22 9 47 26 31 21 18 8 12 6 Superior a 80% Fonte: Censos 2001 Através do quadro 34, verifica-se que 622 indivíduos com deficiência não tinham grau de incapacidade atribuído. Na deficiência auditiva, o maior número de casos situa-se no grau de 60% a 80% de incapacidade; na deficiência visual é no grau de 30% a 59% de incapacidade que se assiste a maior número de casos; relativamente à deficiência motora, mental e paralisia, o maior número de casos situam-se no grau superior a 80% de incapacidade; no que se refere a outras deficiências, é no grau de 30% a 59% que se regista maior número de casos. 2.6. Situações de Risco Neste domínio vamos incluir as situações de dependência alcoólica e consumo de substâncias ilícitas (drogas). Em 2001 existiam 17 indivíduos (maioritariamente do sexo masculino e da faixa etária 25/35 anos) inscritos em unidades de atendimento a toxicodependentes. Quadro 35: População inscrita no gabinete de alcoologia Outras consultas Nº Sexo Estado civil Inicio de Consumo Cas. Entre os /União de Div. M F Sol. Facto 18 12 6 3 12 Escolaridade alcoologia Até Até aos 13 e os Depois ao 5º e 7º e /Sep 12 anos 18 dos 18 4ºano 6ºano 9ºano 3 10 5 2 71 13 4 1 4 de _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 3. Problemáticas específicas Grupo 1.Educação/Formação/Emprego - Baixos níveis de instrução da população - Baixos níveis de literacia - Abandono e insucesso escolar - Insuficiente acompanhamento da família no percurso escolar dos filhos - Insuficientes recursos para acompanhar alunos com necessidades especiais - Baixa formação profissional - Persistência do desemprego - Dificuldades de inserção profissional de alguns sectores da população - Emprego precário - Enorme dependência de subsídios e apoios - Falta de iniciativa e hábitos de trabalho Grupo 2. Habitação - Habitações degradadas - Más condições de habitabilidade - Parque habitacional degradado Grupo 3. Saúde - Lacunas na cobertura dos serviços e cuidados de saúde - Existência de situações de toxicodependência - Insuficiência de respostas sociais para pessoas com doenças crónicas - Existência de situações de alcoolismo Grupo 4. Grupos vulneráveis /Equipamentos e Respostas Sociais - Existência de pessoas idosas isoladas - Aumento das situações de dependência física - Insuficiente protecção social de crianças, jovens, idosos e pessoas portadoras de deficiência - Pessoas vítimas de violência doméstica - Insuficiente retaguarda familiar de apoio aos idosos - Pobreza 72 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 - Assimetrias na distribuição dos equipamentos pelas freguesias - Desadequação de alguns espaços físicos de alguns equipamentos aos idosos - Insuficientes respostas sociais para pessoas com deficiência - Ausência/Insuficiência de centros de convívio - Assimetrias na distribuição dos equipamentos pelas freguesias 73 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 4.Análise SWOT Grupo 1. Educação/Formação/ (des) emprego Pontos Fortes Pontos fracos - Agrupamento de escolas (com cursos - Baixos níveis de instrução da população profissionais de nível 3) - Baixos níveis de literacia - Centro de Formação de Basto (RVCC, - Persistência do abandono precoce do CEF e EFA) sistema de ensino e do insucesso escolar - Escola Profissional de Fermil de Basto - Insuficientes recursos para acompanhar - Centros escolares alunos com necessidades especiais - Núcleo de educação especial - Insuficiente apoio psico-pedagógico - Serviço de psicologia e orientação - Baixa formação profissional - Associação Empresarial de Basto - Persistência do desemprego - Centro de Emprego de Basto - Pouca oferta de emprego - Gabinete de Inserção Profissional - Deficitária de divulgação da oferta profissional. Oportunidades Ameaças - Programa de alargamento da rede escolar -Desvalorização do ensino -Valorização do ensino profissionalizante, profissionalizante como via alternativa a privilegiar pelo -Fragilidades poder central empregabilidade - A existência de CNO’s 74 em termos de _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Grupo 2. Habitação Pontos fortes Pontos fracos - Câmara Amiga (Oficina móvel) - Habitações precárias e isoladas - Más condições de habitabilidade - Parque habitacional degradado Oportunidades Ameaças - Programa SOLARH - Dificuldades económicas das famílias - Diagnóstico sobre as necessidades -Envelhecimento habitacionais do Concelho das habitações preocupações de manutenção periódica - Incentivar os construtores civis a - Baixas reformas e baixos salários construírem habitações a custos controlados para dinamizar o mercado de arrendamento apoiado sem pela Câmara Municipal 75 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Grupo 3. Saúde Pontos fortes Pontos fracos - Centro de saúde com 4 extensões -Lacunas na cobertura dos serviços e (prevenção e acompanhamento) cuidados de saúde - Unidade Móvel de Saúde -Existência - Gabinete de alcoologia toxicodependência - Unidade de Convalescença -Insuficiência de respostas sociais para de situações de pessoas com doenças crónicas - Existência de situações de alcoolismo -Insuficientes respostas de cuidados continuados Oportunidades Ameaças - Acções de educação para a saúde -Envelhecimento e isolamento da -Criação de um Plano Municipal de Saúde população Oral - Pouco conhecimento sobre doenças - Formação a cuidadores informais na área crónicas e atitudes preventivas da doença de Alzheimer - Consumo de drogas na adolescência - RNCCI - Comportamentos de risco associados ao alcoolismo 76 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Grupo 4. Grupos vulneráveis/Equipamentos e respostas sociais Pontos Fortes Pontos Fracos - IPSS (SAD e lar de idosos) - - Serviço de acção social CMCBT dependência e sem apoio População idosa em situação de - Centro Acolhimento temporário para - Aumento das situações de dependência crianças física - CPCJ - Insuficiente protecção social de crianças, - Banco Local de Voluntariado (Banco jovens, idosos e pessoas portadoras de Alimentar) deficiência - RSI (equipa do Centro Social de Gagos, -Pessoas vítimas de violência doméstica Associação Solidariedade de Basto e - Pobreza Câmara Amiga) - Assimetrias na distribuição dos - Remodelação de alguns equipamentos equipamentos pelas freguesias; sociais - Desadequação de alguns espaços físicos - Celorico a Mexer de alguns equipamentos aos idosos - Centro Comunitário - Insuficiente divulgação e participação dos cidadãos em acções de voluntariado - Insuficientes respostas sociais para pessoas com deficiência - Ausência/Insuficientes respostas ao nível da saúde mental - Insuficientes centros de convívio Oportunidades Ameaças - PARES - As novas realidades familiares exigem - POPH novos tipos de resposta - Projecto EQUAL - Aumento da esperança média de vida - Dinamização da rede de voluntariado - Aumento do índice de dependência - Aumento da procura de serviços de apoio à terceira idade - Sustentabilidade das respostas sociais 77 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Considerações Finais Como já foi referido anteriormente, pretende-se com o diagnóstico social traçar prioridades e definir estratégias de intervenção social. As problemáticas identificadas neste diagnóstico devem ser encaradas como desafios, sobre os quais todas as entidades e actores sociais do concelho se devem debruçar. Para tal, é necessária a partilha de recursos, planeamento/complementação de projectos comuns, pois se assim não for, o trabalho em parceria poderá estar comprometido. Assim, é importante a criação de um sistema de informação de recursos disponíveis, onde se divulguem medidas, programas aos quais as equipas locais poderão aceder com maior facilidade. Face às novas problemáticas que vão surgindo no concelho, é necessário que os técnicos inovem as suas práticas, processos de trabalho e as formas de intervenção, tornando-a mais eficaz. É também importante que as entidades parceiras não trabalhem de costas voltadas, pois o trabalho em parceria pode conseguir uma ―maior eficácia, concretização de economias de escala, maior capacidade de inovação e aprendizagem, capacidade de solucionar problemas fora do alcance de organizações singulares” (Nogueira). Isto é, a parceria traz consigo uma maior eficácia organizacional (reforço das redes de parceria locais) e uma melhoria da agilização das respostas sociais (forma de integrar melhor as respostas/serviços surgidos). Para finalizar é necessário que todas as estratégias de intervenção sejam abraçadas por todos, para que se possa alcançar uma situação favorável no concelho. 78 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 5. Objectivos/Acções Dinâmicas Demográficas e Familiares Objectivos - Evitar a institucionalização das pessoas idosas, diversificando as respostas sociais a elas dirigidas; - Qualificar a intervenção das instituições de apoio às pessoas idosas; - Criar medidas de recuperação do parque habitacional ocupado por pessoas idosas; - Aumentar a capacidade de apoiar as medidas com base em diagnóstico actualizado e participado sobre o envelhecimento. Acções - Programa de formação contínua dos recursos humanos e do pessoal dirigente das instituições de apoio às pessoas idosas; - Realização de Simpósios sobre as dinâmicas do envelhecimento e da área social em geral; - Acções lúdicas e formativas de carácter intergeracional; - Implementação do serviço de tele-assistência. Emprego Objectivos - Promover mecanismos de articulação entre agentes de educação, formação e emprego; Acções - Dinamização de acções de informação e divulgação de recursos na área da formação profissional e emprego; - Criação de plataformas de parceria entre agentes de inserção, de formação e emprego; - Fundo de desenvolvimento empresarial ―Celorico Mais e Melhores Empresas‖; - Dinamização dos ―Serviços de Apoio Domiciliário‖; - Acções de formação em contexto real de trabalho; - Acções de recrutamento de ―Famílias de acolhimento‖ ou de ―Apadrinhamento Civil‖; - Atribuição de um prémio anual ―Integrar‖, para entidades que empreguem pessoas portadoras de deficiência; - Micro-crédito para criação do auto-emprego. 79 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Educação Objectivos - Promover o sucesso escolar de todos - Aumentar a taxa de participação da população activa em cursos de educação e formação; - Aumentar a taxa de participação da população não activa em cursos de educação e formação; - Corrigir as desvantagens na educação e formação/qualificação; - Reduzir a saída escolar precoce das pessoas e reduzir para metade o insucesso escolar; - Garantir que 100% das crianças dos 3 aos 5 anos frequentem o ensino pré-escolar; - Alargar o horário de funcionamento de todos os equipamentos pré-escolares e das escolas de 1º ciclo; - Reforçar o acesso à educação com vista à promoção da igualdade de oportunidades; - Qualificar o maior número de adultos em idade activa. Acções -Apoio pedagógico acrescido -Apoio psicológico -Actividades de enriquecimento curricular -Currículos alternativos - Ensino especial - Cursos de alfabetização; - Cursos de informática; - Acções de acompanhamento e apoio psicológico para o sucesso escolar; - Sessões sobre métodos de estudo; - Salas de estudo, fora do espaço escola; - Visitas de carácter inter-activo (Sea life, lares, Celorico a mexer); - Actividades lúdico-pedagógicas e desportivas; - Criação de Mediateca; - Criação de Videoteca; - Implementação do projecto de sensibilização à leitura em contexto de sala de aula; - Implementação do projecto ―A Hora do Conto‖ - Implementação do projecto ―O Jornal Intergeracional‖ (histórias reais ou não, poemas, ditados populares, receitas, jogos). 80 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Saúde Objectivos - Prevenir comportamentos de risco face à saúde promovendo hábitos de vida saudáveis; - Diminuir a taxa de utilização do Centro de Saúde para efeitos de pedido de prescrição terapêutica médica prolongada; - Diminuir o número de cidadãos inscritos no Centro de Saúde sem médico de família; - Melhorar os níveis de saúde oral da população infantil; - Melhorar os níveis de saúde oral da população idosa; - Implementar uma Rede de Cuidados Continuados; - Controlo na prevalência de Alzheimer. Acções - Criação de uma Unidade de Internamento de Curta Duração; - Criação de uma Unidade de Internamento de Longa Duração; - Criação de um Plano Municipal de Saúde Oral; - Formação a cuidadores informais na área da doença de Alzheimer. Habitação Objectivos - Promover a melhoria do acesso e as condições de habitação das famílias; - Aumentar o conhecimento sobre os problemas relacionados com a habitação; - Consolidar o atendimento social junto das famílias com carências a nível habitacional; - Criar novas respostas, nomeadamente incentivos ao arrendamento habitacional em especial dirigidos à população idosa. Acções - Diagnóstico sobre as necessidades habitacionais do Concelho; - Incentivar os construtores civis a construírem habitações a custos controlados para dinamizar o mercado de arrendamento apoiado pela Câmara Municipal. 81 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Equipamentos e Respostas Sociais Objectivos - Aumentar a capacidade de instalação das creches; - Aumentar os lugares na rede de equipamentos e serviços; - Requalificar fisicamente os equipamentos sociais; -Aumentar a participação da sociedade no apoio a pessoas com problemas de dependência física e isolamento social; - Alargar a experiência de Atendimento Integrado a todo o Concelho; - Aumentar a capacidade de acompanhamento dos processos de Rendimento Social e Inserção; - Aumentar a capacidade de resposta aos idosos que podem beneficiar do Complemento Social para Idosos; - Aumentar a capacidade de reflexão de técnicos e dirigentes relativamente às populações às quais se dirigem e respectivos problemas. Acções - Criação de um lar residencial para 12 utentes, em Celorico de Basto; - Criação de uma residência autónoma para 5 utentes em Celorico de Basto; - Criação de um Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), com capacidade para 30 utentes; - Criação de um Lar de idosos em Codessoso com capacidade para 20 utentes e com serviço de apoio domiciliário com capacidade para 30 utentes; - Criação de um Centro de dia em Canedo de Basto com capacidade para 20 utentes; - Criação de um Centro de noite em Canedo de Basto com capacidade para 14 utentes; - Criação de um Centro de dia em Carvalho com capacidade para 30 utentes; - Criação de um Centro de noite em Carvalho com capacidade para 20 utentes; - Criação de um Serviço de Apoio Domiciliário em Canedo de Basto com capacidade para 30 utentes; - Ampliação e remodelação do Lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Arnoia com capacidade para 59 utentes; - Construção de um Complexo Polivalente para Idosos; - Dinamização da rede de voluntariado; - Aumentar o número de pessoas que usufruam dos serviços da ―Câmara Amiga‖; - Realização de Simpósios sobre o fenómeno do envelhecimento; 82 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 - Melhorar a acessibilidade aos edifícios públicos, às pessoas portadoras de deficiência; - Dinamização de actividades lúdicas Situações de risco Objectivos - Desenvolver competências pessoais e sociais; - Desenvolver competências parentais; - Desenvolver competências familiares; - Promover a ocupação de tempos livres e hábitos de vida saudáveis; - Aumentar os conhecimentos da comunidade educativa, dos agentes locais e da população geral, no âmbito da problemática do alcoolismo; - Aumentar os conhecimentos da comunidade educativa e dos agentes locais, no âmbito da problemática das drogas ilícitas; Acções - Desenvolver acções de formação parental; - Desenvolver acções de desenvolvimento de competências pessoais e sociais; - Desenvolver acções de sensibilização e formação no âmbito do alcoolismo; - Desenvolver acções de sensibilização e formação no âmbito das drogas ilícitas; - Informatização dos processos da CPCJ; - Criação de um espaço de apoio à vítima de violência doméstica; Formação Profissional Objectivos - Certificar escolar e profissionalmente pessoas ao nível do 1º, 2º e 3º ciclo de escolaridade e sem qualquer tipo de qualificação profissional; - Aumentar a taxa de participação dos jovens em cursos técnicos e profissionais de nível secundário; - Aumentar a certificação escolar de adultos. Acções - Dinamização dos cursos ―Novas Oportunidades‖ - Cursos de Educação de Adultos (EFA) - Criação da Comissão para a Qualificação 83 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Plano de Desenvolvimento Social Plano de acção O Plano de Desenvolvimento Social é um plano estratégico que se estrutura a partir dos objectivos do PNAI e que determina eixos, estratégias e objectivos de intervenção, baseado nas prioridades definidas no Diagnóstico Social. O representante da segurança social na comissão mista de coordenação do plano municipal de ordenamento do território, prevista no n.º 2 do artigo 75. O Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro assegura que o Plano de Desenvolvimento Social é ponderado na elaboração do plano director municipal respectivo. O PDS tem carácter obrigatório, tendo uma duração sincronizada com o calendário da Estratégia Europeia. O PDS integra as prioridades definidas a nível nacional e regional, nomeadamente as acções e medidas dos planos estratégicos sectoriais. O PDS integra ainda a dimensão de género, através de eixos e medidas que promovam a igualdade entre homens e mulheres. O PDS surge como um documento de referência/enquadramento das intervenções para a promoção do desenvolvimento social e insere-se num processo de planeamento estratégico, procurando dar resposta às exigências societais e exige: - planear de forma integrada, perspectiva multidimensional dos problemas; - planear os objectivos a alcançar e as formas de os alcançar, assegurando a participação de todos os agentes locais implicados/afectados; - planear tendo em conta as oportunidades e as ameaças que se colocam no processo de implementação do plano; Em suma, o Plano de Desenvolvimento Social é um instrumento de definição conjunta e negociada de objectivos e estratégias concelhias, operacionalizado através de um Plano de Acção onde são contemplados os projectos integrados e as acções prioritárias para promoção do desenvolvimento social local. A concretização destes objectivos irá contribuir para as metas nacionais. O Plano de Desenvolvimento Social pode ser alterado em algumas das suas vertentes, desde que seja proposto à Rede Social e aceite por unanimidade. 84 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivos políticos prioritários do PNAI 2008-2010: Combater a pobreza das crianças e dos idosos, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos de cidadania; Corrigir as desvantagens na educação, formação e qualificação; Ultrapassar as descriminações, reforçando a integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes. Habitação Documento de Planeamento Meta Medida Politica . Apoiar o arrendamento de Porta 65 agregados jovens correspondente a uma percentagem do valor da renda PNAI 2008-2010 de 10 000 Agregados/Ano Apoiar soluções PROHABITA habitacionais para famílias com carências habitacionais. (1 500/fogos/famílias/ano.) Idosos Documento de Planeamento Meta Medida Politica .Abranger todos os idosos Complemento com idade igual ou para idosos superior a 65 anos, cujos rendimentos são inferiores a 4800€/ano .Criar através do Programa PNAI 2008-2010 de Equipamentos Sociais 1378 vagas em equipamentos para pessoas idosas, até 2010 (3220 85 Solidário _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 vagas até 2015) .Concluir Reforço dos equipamentos do para através idosos, POPH, Programa PARES 18060 PARES vagas em Lares para idosos, Serviços de Apoio Domiciliário e Centros de Dia .Unidade de Rede nacional de cuidados Convalescença continuados integrados .Unidade de média e longa duração . Unidade de cuidados paliativos . Unidades de dia e promoção da autonomia . Melhorar as condições Programa de conforto básicas de habitabilidade e habitacional para idosos acessibilidade dos idosos PCHI através de um programa de obras de adaptação, em parceria com as autarquias Crianças e Jovens Documento de Planeamento Meta . Medida política Atingir 100% da Rede de equipamentos pré- cobertura para as crianças escolar com 5 anos . Implementar um gabinete Gabinetes de apoio ao de apoio ao aluno em cada aluno sede do agrupamento PNAI 2008-2010 . Garantir a igualdade de Actividades de oportunidades no acesso a enriquecimento curricular actividades de enriquecimento curricular 86 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 .Assegurar o cumprimento Percursos curriculares da escolaridade obrigatória alternativos de todos os alunos até aos 15 anos de idade .Promover a diversificação Dinamização da oferta de de vias de qualificação cursos de educação e formação Deficiência Documento de Planeamento Meta Medida política .Aumentar o número de Reforço dos equipamentos vagas para pessoas com para deficiência PNAI 2008-2010 pessoas deficiência .Formar técnicos e docentes Formação para aplicação da CIF .Criar 1000 resposta com lugares de continuados área educação especial em Lançamento de unidades de cuidados cuidados na em continuados de da saúde mental saúde mental Após elaboração/actualização do Diagnóstico Social e traçados os objectivos, é necessário desenvolver o quadro estratégico de intervenção do desenvolvimento social do concelho, corporizado no Plano de Desenvolvimento Social. Importa clarificar que o PDS operacionaliza-se através de Planos de Acção anuais. O Plano de Acção é elaborado a partir da relação entre os objectivos, os meios e as estratégias de implementação da Rede Social. É importante que o Plano de Acção não descreva somente as actividades a realizar, mas que demonstre a priorização das actividades e das acções, de acordo com as necessidades e expectativas expressas no local, bem como dos recursos existentes no concelho. O Plano de Acção do concelho de Celorico de Basto assenta em dois eixos estratégicos: -Eixo 1: Cidadania, Participação e Inclusão Social -Eixo 2: Escolarização, Formação e Emprego 87 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Eixo 1: Cidadania, Participação e Inclusão Social Objectivo estratégico 1: Promover o envelhecimento activo com qualidade e prevenir e apoiar a dependência Acções População Alvo Entidade Parcerias Calendarização Responsável Abertura de um População idosa e Centro Social de centro de dia em dependente Canedo de Basto Autarquia do Canedo de Basto concelho Segurança Social Associação Abertura de um Estrela centro de dia em D’Amizade Carvalho Abertura da valência SAD em Canedo de Basto 2011-2013 Abertura de um centro de noite em Canedo de Basto Abertura de um centro de noite em Carvalho Abertura de lar Centro idosos Sto.André em Codessoso Social de Codessoso Ampliação e remodelação do Santa Casa de Misericórdia de lar de idosos da S.Bento de Santa Arnoia Casa de Misericórdia de Arnoia 88 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Rede de Cuidados Continuados de Longa Duração Abranger os idosos todos Segurança Social Autarquia pela medida CSI Segurança Social Objectivo estratégico 2: Apoiar a conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar Acções Alargar o funcionamento População Entidade Parcerias Alvo Responsável Crianças Agrupamento Agrupamento de escolas de escolas Autarquia Autarquia IPSS’s IPSS’s Calendarização do pré-escolar e do 1ºciclo Aumentar taxa cobertura creches a de das de forma a permitir o Santa Casa da Santa Casa da Misericórdia alargamento do seu funcionamento 89 Misericórdia 2011-2013 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 3: Apoiar as famílias que vivem em habitações vulneráveis Acções Diagnóstico sobre População Entidade Alvo Responsável População Autarquia as carenciada necessidades do Parcerias Calendarização ISS, IP 2011-2013 Autarquia concelho habitacionais do concelho Elaborar Autarquia candidaturas para ISS, IP Autarquia apoio financeiro para recuperação das habitações (SOLARH) Recuperar População habitações das carenciada famílias Autarquia do ISS, IP Autarquia concelho carenciadas Realização de Idosos Autarquia pequenas obras ISS, IP Autarquia de beneficiação para idosos 90 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 4 : Promover hábitos de vida saudáveis Acções Desenvolver acções População Entidade Alvo Responsável Crianças de idosos e Centro Parcerias de Autarquia 2011-2013 Saúde sensibilização Unidade Móvel para promoção Calendarização a de Saúde da saúde Realizar o Centro maior número Saúde possível de de de Saúde Comemoração Centro Dia População de Autarquia do Saúde da concelho Mundial Diabetes Dinamizar a Centro Unidade Móvel Saúde de Autarquia Unidade Móvel de Saúde para rastreios de Saúde nas freguesias Implementar População Centro programa Idosa Saúde ―Saúde 2011-2013 Unidade Móvel rastreios do Autarquia de Unidade Móvel de Saúde e Termalismo Sénior‖ 91 2011-2013 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo Estratégico 5: Promover a inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacitadas Acções População Entidade Alvo Responsável Criação de Pessoas Centro de portadoras actividades deficiência Associação de ISS, IP de Solidariedade de Basto ocupacionais Criação de um lar residencial Criação de uma residência autónoma Adaptar as estruturas, edifícios, transportes que possibilitem a igualdade de acesso ao Parcerias espaço fisico 92 Autarquia Calendarização 2011-2013 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 6: Diminuir a taxa de alcoolismo no concelho Acções População Alvo Entidade Parcerias Calendarização Autarquia 2011-2013 responsável Projecto de População do Centro de Saúde prevenção primária concelho CRI de tabagismo, uso de álcool e drogas Divulgação de programas existentes a nível de alcoologia no centro de saúde Criar novas Pessoas respostas neste problemas âmbito com de alcoolismo Objectivo estratégico 7:Diminuir o número de processos activos na CPCJ Acções População Alvo Entidade Parcerias Calendarização Responsável Desenvolver acções Pais de processo formação com Autarquia na CPCJ CPCJ Social parental IPSS Informatização dos Segurança CPCJ Autarquia e Autarquia Autarquia processos da CPCJ Criação de um Agressores espaço de apoio vítimas à vítima violência de Segurança de violência Social doméstica IPSS doméstica GNR Ministério Público 93 2011-2013 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Eixo 2. Escolarização, Formação e Emprego Objectivo estratégico 1. Elevar os níveis de escolarização da população celoricense Acções Garantir População Entidade Alvo responsável Parcerias a População do Agrupamento continuidade de Concelho de escolas alternativos Cursos EFA Escola e Profissional de Fermil CEF Desenvolvimento de RVCC de nível Centro de básico Formação de secundário e Basto Associação Comercial 94 Comissão para 2011-2013 a Qualificação percursos escolares Calendarização _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 2. Elevar os níveis de literacia Acções Implementação População Entidade Alvo Responsável População Parcerias do Agrupamento 2011-2013 do projecto ―A Concelho de escolas de hora do Conto‖ CBT Biblioteca Municipal Implementação Agrupamento do projecto ―O de escolas de jornal Câmara Amiga CBT intergeracional‖ (Celorico a Mexer) Biblioteca Autarquia Municipal Autarquia Feira do Livro Implementação do projecto de sensibilização à leitura contexto Crianças e em Jovens de sala de aula 95 Calendarização _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 3: Reduzir o abandono e insucesso escolar Acções Criar hábitos População Entidade Alvo Responsável e Crianças e Agrupamento jovens de escolas métodos de estudo Envolver os pais e Pais de encarregados educação no de educação processo de ensino/aprendizagem Apoio pedagógico Agrupamento acrescido de escolas Crianças Actividades e Jovens Apoio psicológico Escola Profissional de de Fermil enriquecimento curricular Currículos Centro Jovens de Formação QB Alternativos/ Formações alternativas Ensino Especial Crianças jovens Centro de e Formação de com Vila Real capacidades limitadas Gabinete de apoio ao Crianças aluno Calendarização Autarquia 2011-2013 CPCJ e encarregados Parcerias Associação e Comercial Jovens 96 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Objectivo estratégico 4. Promover a Inserção Profissional Acções Criar base dados População Entidade Alvo Responsável de Desempregados IEFPcom Parcerias Centro IEFP de Emprego de oferta e procura Basto GIP GIP Autarquia de emprego Encaminhar para Jovens diferentes e Centro desempregados ofertas Emprego de de Segurança Social Basto formativas Micro-crédito Desempregados Autarquia para criação de IPSS auto-emprego Criação de População plataformas de concelho parceria entre agentes de inserção, formação e emprego para do .Centro Emprego de de Basto Centro de Formação de Basto concretização de estágios em contexto real de trabalho Fundo de População desenvolvimento concelho do Qualidade Basto empresarial ―Celorico Mais e Melhores Empresas‖ 97 de Calendarização 2011-2013 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 PLANO DE ACÇÃO 2011 ACTIVIDADES Actividade 1 III Simpósio Social: Ano Internacional Voluntariado Descrição da actividade Pretende-se sensibilizar a comunidade para as questões de voluntariado. Cronograma Jan Parcerias Câmara Municipal de Celorico de Basto, CLAS, BLV Actividade 2 Feira das Profissões Descrição da actividade Pretende-se proporcionar ao público-alvo um contacto directo com profissões de diferentes áreas e cursos orientados para a vida activa, promovendo-se assim conhecimento mais próximo do mundo profissional. Cronograma Jan Parcerias Câmara Municipal de Celorico de Basto, CLAS, GIP Actividade 3 Elaboração da análise SWOT Descrição da actividade Pretende-se com esta análise priorizar intervenções e optimizar as que existem e os seus recursos. Cronograma Jan Parcerias Núcleo Executivo, CLAS, CSIF Actividade 4 Identificar problemas no concelho e delinear prioridades de intervenção. Descrição da actividade Identificação de problemáticas e prioridades de intervenção. Cronograma Jan Parcerias Núcleo Executivo, CLAS, CSIF Fev Fev Fev Fev Mar Mar Mar Mar Abr Abr Abr Abr 98 Mai Mai Mai Mai Jun Jun Jun Jun Jul Jul Jul Jul Ago Ago Ago Ago Set Set Set Set Out Out Out Out Nov Nov Nov Nov Dez Dez Dez Dez _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Actividade 5 Dinamização das Comissões Sociais Inter Freguesias (CSIF) Descrição da actividade Trabalhar as questões problema e as prioridades concelhias. Cronograma Jan Parcerias Núcleo Executivo, CLAS, CSIF Actividade 6 Recolha de angariação de bens alimentares Descrição da actividade Pretende-se angariar bens alimentares em todas as estruturas comerciais do concelho. Cronograma Jan Parcerias BLV e outras instituições. Actividade 7 Sessões de Formação Parental - CPCJ Descrição da actividade Trabalho com grupos de pais/cuidadores com objectivo de melhorar a relação pais/filhos. Cronograma Jan Parcerias CPCJ, BLV, IPSS, Câmara Municipal Actividade 8 Criação e dinamização do Gabinete de Apoio à Vitima de Violência Doméstica Descrição da actividade Proporcionar informação e atendimento às vítimas de violência doméstica sobre a temática e posterior encaminhamento e acompanhamento das mesmas. Cronograma Jan Parcerias Núcleo Executivo, CLAS, CIG, GNR, ISS, Ministério Público, Centro Saúde Fev Fev Fev Fev Mar Mar Mar Mar Abr Abr Abr Abr 99 Mai Mai Mai Mai Jun Jun Jun Jun Jul Jul Jul Jul Ago Ago Ago Agos Set Set Set Set Out Out Out Out Nov Nov Nov Nov Dez Dez Dez Dez _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Actividade 9 Reunião de CLAS Descrição da actividade Ordem de trabalhos estabelecida. Cronograma Jan Parcerias CLAS, Núcleo Executivo Actividade 10 Reunião Núcleo Executivo Descrição da actividade Ordem de trabalhos estabelecida. Cronograma Jan Parcerias CLAS, Núcleo Executivo Fev Fev Mar Mar Abr Abr 100 Mai Mai Jun Jun Jul Agos Set Out Nov Dez Jul Ago Set Out Nov Dez _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 ANEXOS 101 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Enquadramento legal e programático A elaboração das Cartas Sociais é da responsabilidade das Câmaras Municipais, tal como estipula a Lei nº 159/99 de 14 de Setembro, no seu artº 13º e artº 23º que define as áreas de intervenção e cooperação, a partilha de responsabilidades com as entidades locais, nomeadamente, através da constituição de conselhos locais para fazer face a estas novas tarefas. A Câmara Municipal de Celorico de Basto entendeu esta responsabilidade como uma oportunidade para dotar o concelho de um instrumento de planeamento fundamental para proceder, em articulação com os demais parceiros, ao reordenamento da rede educativa municipal, cujo processo considera fundamental para a garantia de um sistema de apoio social de qualidade. A Carta Social não deve ser entendida como um documento em que se registam os equipamentos sociais existentes e os que faltam construir, não tendo por base uma configuração legal estabelecida, nem uma cooperação efectiva dos parceiros para uma concertação neste âmbito do desenvolvimento social. As instituições sociais têm hoje um papel na sociedade que não se restringe ao conceito de instituição de apoio social tradicional, tendendo a ocupar um lugar central no sistema social e um papel preponderante na formação dos jovens para a cidadania, e no seu papel central que é a promoção da integração social no combate á pobreza e exclusão social dos grupos mais desfavorecidos da população. Num âmbito mais alargado de análise e como enquadramento legislativo genérico, foi consultada a seguinte legislação: Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97 de 18 de Novembro, impulsionou um trabalho de parceria alargada incidindo na planificação estratégica da intervenção social local, visando contribuir para a erradicação da pobreza e da exclusão social e a promoção do desenvolvimento social ao nível local. Decreto - Lei nº 115/2006, de 14 de Junho, consagra os princípios, finalidades e objectivos da rede social, bem como a constituição, funcionamento e competência dos seus órgãos. Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), estipula os objectivos comuns de 102 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 inclusão social, apresenta a estratégia nacional de inclusão através de prioridades de intervenção. Plano Nacional para a Acção Crescimento e Emprego (PNACE), estabelece os desafios estratégicos e grandes prioridades do Plano nacional de Emprego2005 – 2008. Plano Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT), Plano Tecnológico, Plano Nacional de Saúde Regulamento do PARES, Instrumentos de Desenvolvimento Territorial: Programa Nacional das Políticas de Ordenamento (PNOT), Nacional Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), Regional Planos intermunicipais de Ordenamento do Território ( PIMOT), Municipal São planos de natureza estratégica, e estipulam as directrizes genéricas com relevância na organização do território. Instrumentos de Planeamento Territorial: Plano Municipal de Ordenamento do Território (PMOT): Plano Director Municipal (PDM) Planos de Urbanização (PU) Planos de Pormenor (PP) São planos de Âmbito municipal, de natureza regulamentar, integram directrizes dos instrumentos dos âmbitos nacional e regional. 103 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Regulamento do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos e Sociais (PARES), define as condições de acesso e de candidatura ao Programa PARES bem como os termos de financiamento. Documentos aprovados em Conselho Local de Acção Social de Celorico de Basto. Diagnóstico Social 2004 – 2007, apresenta o diagnóstico de concelho de Celorico de Basto, não só na sua componente estatística como também na diagnóstico participado na identificação de problemas e recursos. Plano de Desenvolvimento Social 2004 – 2007, apresenta o Plano de Desenvolvimento Social de concelho de Celorico de Basto, onde estipula as grandes linhas de intervenção estratégica de âmbito social para o concelho. Carta Social _ Diagnóstico Social e Plano de Acção 2011- 2013. 104 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 LEGISLAÇÃO Decreto-Lei n.o 115/2006 de 14 de Junho A rede social criada na sequência da Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro, impulsionou um trabalho de parceria alargada incidindo na planificação estratégica da intervenção social local, abarcando actores sociais de diferentes naturezas e áreas de intervenção, visando contribuir para a erradicação da pobreza e da exclusão social e para a promoção do desenvolvimento social ao nível local. Este trabalho de parceria tem vindo a ser alvo de uma enriquecedora actualização também na perspectiva da promoção da igualdade de género. Por diferentes razões, a pobreza e a exclusão social atingem em particular grupos de população mais vulneráveis, destacando-se as pessoas idosas, as pessoas com deficiências e os imigrantes, havendo necessidade de ter em especial atenção as estratégias de intervenção para estes grupos alvo. Para fazer face a estes fenómenos e problemas que atingem transversalmente a sociedade portuguesa, é fundamental que no planeamento social de carácter local, assim como na rentabilização dos recursos concelhios, estejam sempre presentes as medidas e acções definidas nos diferentes documentos de planeamento, tais como o Plano Nacional para a Acção, Crescimento e Emprego (PNACE), o Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), o Plano Nacional de Emprego (PNE), o Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT), o Plano Tecnológico (PT), o Plano Nacional de Saúde (PNS), com especial enfoque na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, o Plano para a Acção e Integração para Pessoas com Deficiência e Incapacidades (PAIPDI), o Plano Nacional para a Igualdade (PNI), o Plano Nacional de Combate à Violência Doméstica (PNCVD) e a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável. A rede social pretende constituir um novo tipo de parceria entre entidades públicas e privadas, actuando nos mesmos territórios, baseada na igualdade entre os parceiros, no respeito pelo conhecimento, pela identidade, potencialidades e valores intrínsecos de cada um, na partilha, na participação e na colaboração, com vista à consensualização de 105 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 objectivos, à concertação das acções desenvolvidas pelos diferentes agentes locais e à optimização dos recursos endógenos e exógenos ao território. É compromisso do XVII Governo Constitucional promover e reforçar o papel da rede social em todo o país, investindo na gestão local participada, assegurando que o planeamento e instalação de respostas e equipamentos sociais se fará progressivamente, tendo em conta a rentabilização dos recursos existentes e da verdadeira participação das entidades locais. Na sequência da Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro, foi desenvolvida a fase experimental desta medida de política social, integrando inicialmente 41 concelhos piloto. Actualmente a rede social está implementada em 275 concelhos em todo o território continental. É fundamental, para a afirmação e desenvolvimento da rede social ao nível nacional, para além de uma organização homogénea das estruturas de parceria, a integração de instrumentos e estruturas que reforcem o papel das redes sociais de base local nas decisões para a sua área territorial, nomeadamente a obrigatoriedade do pedido de parecer ao conselho local de acção social para projectos e equipamentos a desenvolver no concelho, a consideração dos diagnósticos sociais e dos planos de desenvolvimento social nos planos directores municipais, a construção de um sistema de informação que permita a recolha de indicadores de base local, de modo a alimentar uma base nacional que leve a um melhor conhecimento das realidades concelhias e da realidade nacional no âmbito da pobreza e da exclusão social, e dos seus reflexos nas desigualdades de género, a constituição de uma estrutura supra concelhia que permita um planeamento concertado para além das fronteiras concelhias. Por outro lado, considerando que o PNAI representa um compromisso do Estado Português com a União Europeia para promoção da inclusão na Europa, saliente-se ainda o papel que a rede social deve ter na concepção e concretização deste Plano, através da adopção dos objectivos do PNAI para os seus instrumentos de planeamento bem como a criação de um sistema de informação que permita uma recolha de informação a um nível de maior proximidade. A rede social é o instrumento por excelência de operacionalização do PNAI, apresentando-se como o fórum que congrega as diferentes parcerias e políticas sociais que visam a promoção do desenvolvimento social local. Procurando integrar as orientações da União Europeia, já adoptadas pelo PNAI, este decreto-lei é inovador ao introduzir a dimensão de género como factor determinante do 106 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 desenvolvimento local. Tendo em conta que a rede social desenvolve um processo de planeamento estratégico de base concelhia, é fundamental a articulação estreita com o PNI, que traduz a necessidade de pensar que a sociedade portuguesa é constituída por homens e mulheres, independentemente dos grupos sociais de pertença. A rede social está, efectivamente, implantada em todo o território continental, havendo uma necessidade real de criar um instrumento legislativo que, após cinco anos de funcionamento, venha permitir uma harmonização quer nos modelos de funcionamento quer nos processos de planeamento, que, sem prejuízo de outros, são peças fundamentais para uma melhor distribuição dos recursos no território nacional e, por outro lado, permitem perspectivar o futuro de cada território a médio prazo. A rede social assume-se como um modelo de organização e de trabalho em parceria que traz uma maior eficácia e eficiência nas respostas sociais e rapidez na resolução dos problemas concretos dos cidadãos e das famílias. A rede social estruturada ao nível local e organizada numa plataforma supra concelhia, reflectindo-se no PNAI, permitirá a Portugal dar um salto qualitativo na organização dos recursos e no planeamento das respostas e equipamentos sociais. Foram ouvidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias nos termos da lei. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido no n.º 3 do artigo 23.o da Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, e no n.º 1 do artigo 25.o da Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Rede social Artigo 1.º Objecto O presente decreto-lei consagra os princípios, finalidades e objectivos da rede social, bem como a constituição, funcionamento e competência dos seus órgãos. Artigo 2.º Âmbito territorial 107 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 A rede social aplica-se ao território de Portugal continental. Artigo 3.º Conceito e objectivos 1— A rede social é uma plataforma de articulação de diferentes parceiros públicos e privados que tem por objectivos: a) Combater a pobreza e a exclusão social e promover a inclusão e coesão sociais; b) Promover o desenvolvimento social integrado; c) Promover um planeamento integrado e sistemático, potenciando sinergias, competências e recursos; d) Contribuir para a concretização, acompanhamento e avaliação dos objectivos do Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI); e) Integrar os objectivos da promoção da igualdade de género, constantes do Plano Nacional para a Igualdade (PNI), nos instrumentos de planeamento; f) Garantir uma maior eficácia e uma melhor cobertura e organização do conjunto de respostas e equipamentos sociais ao nível local; g) Criar canais regulares de comunicação e informação entre os parceiros e a população em geral. 2— A rede social assenta no trabalho de parceria alargada, efectiva e dinâmica e visa o planeamento estratégico da intervenção social local, que articula a intervenção dos diferentes agentes locais para o desenvolvimento social. Artigo 4.º Princípios de acção da rede social As acções desenvolvidas no âmbito da rede social, bem como o funcionamento de todos os seus órgãos, orientam-se pelos princípios da subsidiariedade, integração, articulação, participação, inovação e igualdade de género. Artigo 5.º Princípio da subsidiariedade No quadro do funcionamento da rede social, as decisões são tomadas ao nível mais próximo das populações e só depois de explorados todos os recursos e competências locais se apela a outros níveis sucessivos de encaminhamento e resolução de problemas. 108 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 6.º Princípio da integração A intervenção social e o incremento de projectos locais de desenvolvimento integrado fazem-se através da congregação dos recursos da comunidade. Artigo 7.º Princípio da articulação Na implementação da rede social procede-se à articulação da acção dos diferentes agentes com actividade na área territorial respectiva, através do desenvolvimento do trabalho em parceria, da cooperação e da partilha de responsabilidades. Artigo 8.º Princípio da participação No quadro da rede social, a participação deve abranger os actores sociais e as populações, em particular as mais desfavorecidas, e estender-se a todas as acções desenvolvidas. Artigo 9.º Princípio da inovação Na implementação da rede social privilegia-se a mudança de atitudes e de culturas institucionais e a aquisição de novos saberes, inovando os processos de trabalho, as suas práticas e os modelos de intervenção em face das novas problemáticas e alterações sociais. Artigo 10.º Princípio da igualdade de género No quadro da rede social, o planeamento e a intervenção integram a dimensão de género quer nas medidas e acções quer na avaliação do impacte. 109 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 CAPÍTULO II Estrutura orgânica SECÇÃO I Órgãos da rede social Artigo 11.º Comissões sociais de freguesia e conselhos locais de acção social As medidas necessárias à prossecução dos objectivos e das acções de intervenção, no âmbito da rede social, são assumidas localmente pelos conselhos locais de acção social, adiante designados por CLAS, e pelas comissões sociais de freguesia, adiante designadas por CSF. Artigo 12.º Âmbito territorial das CSF 1— O âmbito territorial das CSF corresponde, em regra, ao das freguesias. 2— Mediante proposta das juntas de freguesia envolvidas, pode o CLAS constituir comissões sociais inter-freguesias, abrangendo freguesias do mesmo concelho. 3— As freguesias com número de habitantes inferior ou igual a 500 não estão obrigadas a constituir-se em CSF, devendo, contudo, constituir-se em comissões sociais interfreguesias. Artigo 13.º Âmbito territorial dos CLAS O âmbito territorial dos CLAS corresponde ao dos municípios. Artigo 14.º Dinamização e desenvolvimento da rede social 1— A dinamização, acompanhamento e avaliação da rede social no território continental compete ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. 2— Compete ainda ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, em estreita colaboração com a coordenação do PNAI: 110 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 a) Garantir a articulação e a coordenação das medidas de política social e dos programas nacionais na área social, promovendo, nomeadamente, a articulação do PNAI com os planos de desenvolvimento social, adiante designados por PDS; b) Assegurar a articulação do PNI com os PDS; c) Assegurar a coordenação integrada da rede social e do rendimento social de inserção; d) Propor e delinear medidas de política social que promovam a inclusão social; e) Assegurar a consulta sobre as propostas de medidas de política social ao Conselho Económico e Social e ao Fórum não Governamental para a Inclusão; f) Definir periodicamente circuitos e metodologias de trabalho a utilizar na construção dos PDS e do PNAI que assegurem a articulação destes instrumentos de planeamento. 3— O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social articula com o responsável governamental para a igualdade de género as orientações estratégicas relativas à coordenação do PNI com o PNAI. SECÇÃO II Comissões sociais de freguesia Artigo 15.º Composição das CSF As CSF integram: a) O presidente da junta de freguesia; b) Os serviços públicos, nomeadamente os tutelados pelos membros do Governo nas áreas do emprego, segurança social, educação, saúde, justiça, administração interna, obras públicas e ambiente; c) Entidades sem fins lucrativos, tais como associações empresariais, associações sindicais, instituições particulares de solidariedade social ou equiparadas, organizações não governamentais, associações de desenvolvimento local, associações humanitárias, associações culturais e recreativas e outras instituições do sector cooperativo e social; d) Grupos comunitários organizados representativos de grupos da população; e) Quaisquer pessoas dispostas a contribuir de modo relevante para o desenvolvimento social local, nomeadamente através dos seus conhecimentos técnicos, intervenção comunitária ou amplitude económica. Artigo 16.º 111 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Condições de adesão às CSF 1— A adesão das entidades referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior depende de as mesmas exercerem a sua actividade na respectiva área geográfica ou de o seu âmbito de intervenção ser relevante para o desenvolvimento social local. 2— A adesão das entidades e das pessoas referidas nas alíneas c), d) e e) do artigo anterior carece de aprovação pela maioria dos membros que compõem as CSF, mediante critérios de adesão estipulados no respectivo regulamento interno. 3— Só podem ser membros das CSF as entidades que tenham, previamente, aderido ao CLAS. Artigo 17.º Constituição das CSF 1— A constituição das CSF e a adesão de novos membros são deliberadas em sessão plenária, ficando registadas em acta assinada por todos os parceiros presentes. 2— A adesão dos membros da CSF é concretizada em formulário próprio, tendo cada entidade aderente de indicar o respectivo representante. Artigo 18.º Presidência das CSF 1— A CSF é presidida pelo presidente da junta de freguesia, que dinamiza e convoca o respectivo plenário. 2— Caso se verifique a impossibilidade da assunção da presidência pelo presidente da junta de freguesia, esta é assumida por um dos membros da CSF, eleito, de dois em dois anos, pela maioria das entidades que a compõem, tendo a junta de freguesia de indicar um representante para a CSF. 3— A CSF elege, de entre os seus membros, um elemento que substitua o presidente nos seus impedimentos. Artigo 19.º Formas de funcionamento das CSF 1— As CSF funcionam em plenário, composto pelos representantes de todos os seus membros. 2— Sempre que necessário para o bom exercício das suas competências, as CSF podem constituir um núcleo executivo e designar os grupos de trabalho tidos por adequados. 112 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 20.º Competências das CSF Compete às CSF: a) Aprovar o seu regulamento interno; b) Sinalizar as situações mais graves de pobreza e exclusão social existentes na freguesia e definir propostas de actuação a partir dos seus recursos, mediante a participação de entidades representadas ou não na comissão; c) Encaminhar para o respectivo CLAS os problemas que excedam a capacidade dos recursos da freguesia, propondo as soluções que tiverem por adequadas; d) Promover mecanismos de rentabilização dos recursos existentes na freguesia; e) Promover a articulação progressiva da intervenção social dos agentes da freguesia; f) Promover acções de informação e outras iniciativas que visem uma melhor consciência colectiva dos problemas sociais; g) Recolher a informação relativa aos problemas identificados no local e promover a participação da população e agentes da freguesia para que se procurem, conjuntamente, soluções para os problemas; h) Dinamizar a adesão de novos membros. SECÇÃO III Conselhos locais de acção social Artigo 21.º Composição dos CLAS 1— Os CLAS integram: a) O presidente da câmara municipal ou o responsável máximo da entidade que preside; b) As entidades ou organismos do sector público, nomeadamente os tutelados pelos membros do Governo nas áreas do emprego, segurança social, educação, saúde, justiça, administração interna, obras públicas e ambiente; c) As instituições que desenvolvam respostas sociais, mediante a celebração de acordos de cooperação com organismos públicos, ou, nas situações em que o número de instituições, por área de intervenção, é igual ou superior a 10, podem as mesmas designar um representante, assegurando-se em todos os casos a participação no CLAS de cada sector de intervenção social; 113 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 d) Os presidentes das juntas de freguesia do respectivo concelho ou cinco representantes eleitos entre os presidentes de junta de freguesia por cada 30 freguesias; e) Os conselheiros locais para a igualdade de género, quando existam. 2— Os CLAS podem ainda integrar: a) Entidades sem fins lucrativos, tais como associações sindicais, associações empresariais, instituições particulares de solidariedade social ou equiparadas, organizações não governamentais, associações humanitárias, associações de desenvolvimento local, associações culturais e recreativas e outras instituições do sector cooperativo e social; b) Entidades com fins lucrativos e pessoas dispostas a contribuir de modo relevante para o desenvolvimento social local, nomeadamente através dos seus conhecimentos técnicos, intervenção comunitária ou contributos financeiros. 3— Devem também participar nos trabalhos dos CLAS, sem direito a voto, representantes de outras estruturas de parceria que intervêm designadamente no âmbito social e da educação, representantes de projectos ou pessoas com conhecimentos especializados sobre temas ou realidades concelhias. 4— Nos casos em que os membros do CLAS considerem unanimemente que é necessário um sistema de representatividade para garantir a operacionalidade do seu funcionamento ou quando o número de entidades representadas ultrapassa as 75, devem defini-lo no seu regulamento interno. Artigo 22.º Condições de adesão aos CLAS 1—A adesão das entidades referidas na alínea c) do n.º 1 e na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior depende de as mesmas exercerem a sua actividade na respectiva área geográfica ou de o seu âmbito de intervenção ser relevante para o desenvolvimento social local. 2—A adesão das entidades e das pessoas referidas na alínea b) do n.º 2 do artigo anterior carece da aprovação pela maioria dos membros que compõem os CLAS mediante critérios de adesão estipulados no respectivo regulamento interno. 114 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 23.º Constituição dos CLAS 1— A constituição dos CLAS e a adesão de novos membros são deliberadas em sessão plenária, ficando registadas em acta assinada por todos os parceiros presentes. 2— A adesão dos membros dos CLAS é concretizada em formulário próprio, tendo cada entidade aderente de indicar o respectivo representante. 3— Os representantes das entidades aderentes ao CLAS têm, obrigatoriamente, de estar mandatados com poder de decisão para o efeito. Artigo 24.º Presidência dos CLAS 1— O CLAS é presidido pelo presidente da câmara municipal. 2— Compete ao presidente do CLAS convocar as reuniões, presidir e dinamizar o plenário, bem como informar o plenário de todos os pareceres emitidos pelo núcleo executivo. 3— O presidente da câmara municipal pode delegar a presidência do CLAS num vereador da câmara municipal, sem faculdade de subdelegação. 4— Quando seja impossível a assunção da presidência do CLAS pelo presidente da câmara municipal, é eleito, por maioria, um outro membro pelo período de dois anos. Artigo 25.º Funcionamento dos CLAS 1— Os CLAS funcionam em plenário, composto pelos representantes de todos os seus membros. 2— Sempre que necessário para o bom exercício das suas competências, os CLAS podem organizar-se em grupos de trabalho. Artigo 26.º Competências do plenário dos CLAS Compete aos CLAS: a) Aprovar o seu regulamento interno; b) Constituir o núcleo executivo; c) Criar grupos de trabalho temáticos, sempre que considerados necessários para o tratamento de assuntos específicos; 115 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 d) Fomentar a articulação entre os organismos públicos e entidades privadas, visando uma actuação concertada na prevenção e resolução dos problemas locais de exclusão social e pobreza; e) Promover e garantir a realização participada do diagnóstico social, do plano de desenvolvimento social e dos planos de acção anuais; f) Aprovar e difundir o diagnóstico social e o plano de desenvolvimento social, assim como os respectivos planos de acção anuais; g) Promover a participação dos parceiros e facultar toda a informação necessária para a correcta actualização do sistema de informação nacional a disponibilizar pelo Instituto da Segurança Social, I. P; h) Avocar e deliberar sobre qualquer parecer emitido pelo núcleo executivo; i) Tomar conhecimento de protocolos e acordos celebrados entre o Estado, as autarquias, as instituições de solidariedade social e outras entidades que actuem no concelho; j) Apreciar as questões e propostas que sejam apresentadas pelas CSF, ou por outras entidades, e procurar as soluções necessárias mediante a participação de entidades competentes representadas, ou não, no CLAS; l) Avaliar, periodicamente, a execução do plano de desenvolvimento social e dos planos de acção; m) Promover acções de informação e formação e outras iniciativas que visem uma melhor consciência colectiva dos problemas sociais; n) Submeter à decisão das entidades competentes as questões e propostas que não se enquadrem na sua área de intervenção. Artigo 27.º Funcionamento do núcleo executivo 1— O núcleo executivo é composto por número ímpar de elementos, não inferior a três e não superior a sete. 2— Integram obrigatoriamente o núcleo executivo representantes da segurança social, da câmara municipal e de uma entidade sem fins lucrativos eleita entre os parceiros deste grupo. 3— Os elementos do núcleo executivo não abrangidos pelo n.º 1 são eleitos pelos CLAS de dois em dois anos. 116 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 28.º Competências do núcleo executivo dos CLAS 1— Compete ao núcleo executivo: a) Elaborar o regulamento interno do CLAS; b) Executar as deliberações do CLAS; c) Elaborar proposta do plano de actividades anual do CLAS e do respectivo relatório de execução; d) Assegurar a coordenação técnica das acções realizadas no âmbito do CLAS; e) Elaborar o diagnóstico social, o plano de desenvolvimento social e os respectivos planos de acção anuais; f) Proceder à montagem de um sistema de informação que promova a circulação de informação entre os parceiros e a população em geral; g) Colaborar na implementação do sistema de informação nacional; h) Dinamizar os diferentes grupos de trabalho que o plenário do CLAS delibere constituir; i) Promover acções de formação para os parceiros, de acordo com as necessidades existentes; j) Acompanhar a execução dos planos de acção anuais; l) Elaborar os pareceres e relatórios solicitados pelo CLAS; m) Estimular a colaboração activa de outras entidades, públicas ou privadas, na prossecução dos fins do CLAS; n) Emitir pareceres sobre candidaturas a programas nacionais ou comunitários fundamentados no diagnóstico social e no plano de desenvolvimento social; o) Emitir pareceres sobre a criação de serviços e equipamentos sociais, tendo em vista a cobertura equitativa e adequada no concelho, assim como o impacte das respostas em matéria de igualdade de género, designadamente na conciliação da vida familiar e da vida profissional. 2— No exercício das suas competências, o núcleo executivo pode solicitar a colaboração de outras entidades que compõem o CLAS. Artigo 29.º Direitos e deveres dos membros dos CLAS 1— Constituem, entre outros, direitos dos membros do CLAS: a) Estar representado em todas as reuniões plenárias do CLAS; 117 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 b) Ser informado, pelos restantes membros do CLAS, de todos os projectos, medidas e programas de intervenção social da mesma área territorial; c) Aceder a toda a informação produzida no âmbito das actividades do CLAS. 2— Constituem, entre outros, deveres dos membros do CLAS: a) Informar os restantes parceiros do CLAS acerca de todos os projectos, medidas e programas de intervenção social da mesma área territorial; b) Garantir a permanente actualização da base de dados local; c) Participar activamente na realização e actualização do diagnóstico social, plano de desenvolvimento social e planos de acção; d) Colaborar, mediante disponibilização dos recursos existentes, na elaboração, implementação e concretização do plano de acção. 3— O não cumprimento dos deveres referidos no n.º 2 em prazo razoável determina a suspensão temporária ou definitiva, nos termos a definir no regulamento interno do CLAS. Artigo 30.º Organização da rede social nos concelhos com mais de 250 000 habitantes 1— Nos concelhos com mais de 250 000 habitantes, o CLAS pode proceder à constituição de mais de um núcleo executivo, cujo âmbito geográfico deve coincidir com o das comissões de protecção de crianças e jovens naqueles concelhos. 2— O CLAS pode nomear um grupo de trabalho com competências de coordenação e acompanhamento dos diferentes núcleos executivos, nos termos a definir em regulamento interno. 3— Nestes concelhos, enquanto não for constituído o CLAS, podem ser constituídas CSF ou comissões sociais interfreguesias desde que integradas no âmbito geográfico definido no n.º 1, que assumem as competências atribuídas ao CLAS. Artigo 31.º Articulação entre órgãos de parceria ao nível local 1— No plano local devem ser tomadas iniciativas que promovam a articulação coerente dos órgãos da rede social com outros órgãos de parceria com intervenções especializadas, tendo em vista a sua progressiva integração. 118 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 2— Nos casos em que existam gabinetes descentralizados, institucionais ou em regime de parceria, destinados à promoção da igualdade de género, os órgãos locais da rede social estabelecem com estes adequadas formas de cooperação. SECÇÃO IV Organização da rede ao nível supra concelhio Artigo 32.º Articulação da rede social ao nível supra concelhio 1— De forma a garantir a articulação e o planeamento supra concelhio são constituídas plataformas de âmbito territorial equivalente às NUT III que integram: a) Os representantes dos centros distritais da segurança social das áreas territoriais respectivas; b) Os representantes dos governadores civis respectivos; c) Os dirigentes das entidades e serviços relevantes da Administração Pública das áreas territoriais respectivas; d) Os presidentes dos CLAS respectivos; e) Os representantes das instituições particulares de solidariedade social, organizações não governamentais e associações empresariais e sindicais com expressão nacional e com delegações nos territórios respectivos. 2— A coordenação da plataforma é assegurada pelo director do centro distrital de segurança social ou seu representante que abrange o maior número de concelhos, com as seguintes competências: a) Convocar e presidir, no mínimo, a quatro reuniões anuais; b) Assegurar o apoio logístico e administrativo destas reuniões. 3— Compete à plataforma supra concelhia da rede social: a) Debater estratégias para a concretização do PNAI naquele território; b) Garantir a harmonização e articulação das iniciativas desenvolvidas pelas diferentes parcerias de âmbito concelhio, que actuam no plano social; c) Promover reuniões temáticas sectoriais para aprofundar o conhecimento e análise dos problemas sociais do território, tendo em conta a dimensão de género; d) Analisar e promover a resolução ou o encaminhamento para o nível nacional dos problemas que lhe forem apresentados pelos diferentes CLAS da plataforma, concretizando o princípio da subsidiariedade; 119 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 e) Promover a circulação de informação pertinente pelas entidades que compõem os CLAS da plataforma. CAPÍTULO III Funcionamento da rede social Artigo 33.º Intervenção social ao nível local A intervenção social faz-se através de: a) Contactos regulares entre responsáveis e técnicos dos projectos de intervenção social existentes na mesma área de forma a garantir a complementaridade das intervenções e a optimização dos recursos; b) Integração no diagnóstico, no plano de desenvolvimento social, nos planos de acção e no sistema de informação concelhio, de programas e projectos do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e de outros ministérios responsáveis por áreas com intervenção relevante naquele território; c) Contratualização de um modelo de intervenção territorial integrado através de um protocolo entre entidades gestoras dos programas envolvidos e entidades promotoras dos projectos com intervenção na área considerada de forma a racionalizar os recursos na mesma área de intervenção. Artigo 34.º Planeamento integrado e participado O processo de planeamento integrado de intervenção no âmbito da rede social tem como objectivos a cobertura equitativa e adequada de serviços e equipamentos e a rentabilização dos recursos locais e tem como finalidade o desenvolvimento social local através: a) Do diagnóstico social (DS); b) Do plano de desenvolvimento social (PDS); c) Do plano de acção; d) Do sistema de informação (SI). 120 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 35.º Diagnóstico social O DS é um instrumento dinâmico sujeito a actualização periódica, resultante da participação dos diferentes parceiros, que permite o conhecimento e a compreensão da realidade social através da identificação das necessidades, da detecção dos problemas prioritários e respectiva causalidade, bem como dos recursos, potencialidades e constrangimentos locais. Artigo 36.º Plano de desenvolvimento social 1— O PDS é um plano estratégico que se estrutura a partir dos objectivos do PNAI e que determina eixos, estratégias e objectivos de intervenção, baseado nas prioridades definidas no DS. 2— O representante da segurança social na comissão mista de coordenação do plano municipal de ordenamento do território, prevista no n.º 2 do artigo 75.o do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, assegura que o PDS é ponderado na elaboração do plano director municipal respectivo. 3— O PDS tem carácter obrigatório, tendo uma duração sincronizada com o calendário da Estratégia Europeia. 4— O PDS integra as prioridades definidas aos níveis nacional e regional, nomeadamente as medidas e acções dos planos estratégicos sectoriais. 5— O PDS integra ainda a dimensão de género, através de eixos e medidas que promovam a igualdade entre homens e mulheres. Artigo 37.º Operacionalização do PDS 1— O PDS operacionaliza-se através de planos de acção anuais, a concretizar pelos parceiros locais. 2— Os planos de acção definem a entidade responsável pelo projecto ou a acção e o respectivo orçamento. 3— A concretização dos planos de acção ou de algumas das acções ou projectos neles contidos pode ser realizada através de contratos de execução, formalizados entre os parceiros que os vão concretizar. 121 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 4— Os contratos de execução, celebrados nos termos do disposto na alínea c) do artigo 33.o, envolvem os recursos das instituições locais, dos diferentes sectores da Administração Pública disponíveis na comunidade e, ainda, os programas e projectos sectoriais, nacionais e comunitários existentes. Artigo 38.º Sistema de informação 1— O SI compreende duas dimensões, uma nacional e uma local. 2— O SI de dimensão nacional, bem como a sua supervisão técnica, é da responsabilidade do Instituto da Segurança Social, I. P., e integra um conjunto de informações e indicadores estatísticos que permitam um conhecimento homogéneo do território nacional. 3— O SI de dimensão nacional integra um fórum online que permita a partilha de conhecimentos e experiências entre todos os parceiros das redes sociais. 4— O SI de dimensão local é constituído por um conjunto de suportes e procedimentos que facilitem a troca de informação entre os parceiros, acessível à população em geral. 5— O SI, quer ao nível nacional quer ao nível local, integra indicadores e informação relativa ao impacte da dimensão de género na realidade concelhia. Artigo 39.º Pareceres do CLAS Os PDS, designadamente os desenvolvidos e financiados por entidades públicas, autonomamente ou em parceria, são objecto de parecer prévio, de carácter não vinculativo por parte do CLAS. Artigo 40.º Projectos de parceria Sempre que a maximização da eficácia e eficiência de projectos ou acções de desenvolvimento social de base local aconselhe a sua realização através de uma parceria de várias entidades, o CLAS pode assumir um papel de coordenação, monitorização e avaliação nestes processos. 122 _________________________________________________ Carta Social de Celorico de Basto/2010 Artigo 41.º Articulação dos planos de desenvolvimento social com o PNAI 1—Os PDS constituem os instrumentos que promovem a adequação do PNAI, das políticas e das medidas de âmbito nacional aos problemas e necessidades locais. Toda a correspondência sobre assinaturas deverá ser dirigida para a Imprensa Casa da Moeda, S. A., Colocar o plano de Acção. 123