L. Portuguesa e Literatura

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L. Portuguesa e Literatura
Colégio Notre Dame de Campinas
Congregação de Santa Cruz
PLANTÕES DE FÉRIAS
L. PORTUGUESA e LITERATURA
Nome:
Profª MARIANA
Nº:
PERIGRINO
Série:
2º ANO
Data: JULHO 2016
1. Leia o texto para responder à questão.
PENSAR É VIVER
Não tenho nenhuma receita, nenhum facilitador para se entender a vida: ela é confusão
mesmo.
A gente avança no escuro, teimosamente, porque recuar não dá. Nesse labirinto a gente
encontra o fio de um afeto, pontos de criatividade, explosões de pensamento ou ação que nos
iluminem, por um momento que seja. Coisas que nos justifiquem enquanto seres humanos.
Tenho talvez a ingenuidade de acreditar que tudo faz algum sentido, e que nós precisamos
descobrir - ou inventá-lo. Qualquer pessoa pode construir a sua "filosofia de vida". Qualquer pessoa
pode acumular vida interior. Sem nenhuma conotação religiosa, mas ética: o que valho, e os outros,
o que valem para mim? O que estou fazendo com a minha vida, o que pretendo com ela?
Essa capacidade de refletir, ou de simplesmente aquietar-se para sentir, faz de nós algo além
de cabides de roupas ou de ideias alheias. Sempre foi duro vencer o espírito de rebanho, mas esse
conflito se tornou esquizofrênico: de um lado precisamos ser como todo mundo, é importante
adequar-se, ter seu grupo, pertencer; de outro lado, é necessário preservar uma identidade e até
impor-se, às vezes transgredir, para sobreviver.
Discernir e escolher ficam mais difíceis, porque o excesso de informações nos atordoa, a
troca de mitos nos esvazia, a variedade de solicitações nos exaure. Para ter algum controle de nossa
vida é necessário descobrir quem somos ou queremos ser - à revelia dos modelos generalizantes.
Dura empreitada, num momento em que tudo parece colaborar para que se aceitem
modelos prontos para servir. Pensamento independente passou a ser excentricidade, quando não
agressão. Família, escola e sociedade deviam desenvolver o distanciamento crítico e a capacidade
de avaliar - e questionar - para poder escolher.
Mas, embora a gente se pense tão moderno, não é o que acontece. Alunos (e filhos)
questionadores podem ser um embaraço. Preferimos nos tornar membros da vasta confraria da
mediocridade, que cultua o mais fácil, o mais divertido, o que todo mundo pensa ou faz, e abafa
qualquer inquietação.
Por sorte nossa, aqui e ali aquele olho da angústia mais saudável entreabre sua pesada
pálpebra e nos encara irônico: como estamos vivendo a nossa vida, esse breve sopro... e o que
realmente pensamos de tudo isso - se por acaso pensamos?
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(LUFT, Lya. "Pensar é transgredir". Rio de Janeiro: Record, 2004. pp 177-78)
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No 5º. parágrafo do texto, Lya Luft defende a ideia de que devemos buscar nossa
identidade. Que expressão, formada por substantivo mais adjetivo, utilizada no parágrafo seguinte,
retoma essa ideia ao mesmo tempo em que transmite uma opinião da cronista?
2. (UFRJ) – Leia atentamente os textos abaixo.
TEXTO 1
A PRODUÇÃO CULTURAL DO CORPO
Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura é, simultaneamente, um desafio e
uma necessidade. Um desafio porque rompe, de certa forma, com o olhar naturalista sobre o qual
muitas vezes o corpo é observado, explicado, classificado e tratado. Uma necessidade porque ao
desnaturalizá-lo revela, sobretudo, que o corpo é histórico. Isto é, mais do que um dado natural
cuja materialidade nos presentifica no mundo, o corpo é uma construção sobre a qual são
conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos
sociais, étnicos, etc. Não é portanto algo dado a priori nem mesmo é universal: o corpo é provisório,
mutável e mutante, suscetível a inúmeras intervenções consoante o desenvolvimento científico e
tecnológico de cada cultura bem como suas leis, seus códigos morais, as representações que cria
sobre os corpos, os discursos que sobre ele produz e reproduz.
Um corpo não é apenas um corpo. É também o seu entorno. Mais do que um conjunto de
músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações, o corpo é também a roupa e os acessórios que o
adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que nele
se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, os vestígios que
nele se exibem, a educação de seus gestos... enfim, é um sem limite de possibilidades sempre
reinventadas e a serem descobertas. Não são, portanto, as semelhanças biológicas que o definem
mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem.
(GOELLNER, Silvana Vilodre. "A produção cultural do corpo". In: LOURO, Guacira Lopes (org.) "Corpo, gênero e
sexualidade; um debate contemporâneo na educação". Petrópolis: Vozes, 2003. p.28-29)
TEXTO 2
(LISPECTOR, Clarice. "A descoberta do mundo". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 291)
Página 2
A NÃO ACEITAÇÃO
Desde que começou a envelhecer realmente começou a querer ficar em casa. Parece-me
que achava feio passear quando não se era mais jovem: o ar tão limpo, o corpo sujo de gordura e
rugas. Sobretudo a claridade do mar como desnuda. Não era para os outros que era feio ela
passear, todos admitem que os outros sejam velhos. Mas para si mesma. Que ânsia, que cuidado
com o corpo perdido, o espírito aflito nos olhos, ah, mas as pupilas essas límpidas.
Outra coisa: antigamente no seu rosto não se via o que ela pensava, era só aquela face
destacada, em oferta. Agora, quando se vê sem querer ao espelho, quase grita horrorizada: mas eu
não estava pensando nisso! Embora fosse impossível e inútil dizer em que rosto parecia pensar, e
também impossível e inútil dizer no que ela mesma pensava.
Ao redor as coisas frescas, uma história para a frente, e o vento, o vento... Enquanto seu
ventre crescia e as pernas engrossavam, e os cabelos se haviam acomodado num penteado natural
e modesto que se formara sozinho.
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a) Do primeiro parágrafo do texto I, retire os quatro adjetivos que melhor caracterizam a noção de
corpo nele apresentada.
b) Estabeleça a relação entre esses adjetivos e a temática central do texto II.
3. Leia o poema.
Na morte dos rios
Desde que no Alto Sertão um rio seca,
a vegetação em volta, embora de unhas,
embora sabres, intratável e agressiva,
faz alto à beira daquele leito tumba.
Faz alto à agressão nata: jamais ocupa
o rio de ossos areia, de areia múmia.
(João Cabral de Melo Neto)
João Cabral de Melo Neto pretendeu criar uma linguagem para seus poemas que se afastasse um
pouco da linguagem usual, por meio de pequenos desvios. Para isso, empregou, às vezes, palavras
fora das classes morfológicas a que pertencem.
a) Transcreva os fragmentos em que isso acontece.
b) Identifique a classe original das palavras e a classe em que João Cabral as utilizou em seu poema.
4. (ITA) – Observe o texto abaixo.
“Filme bom é filme antigo? Lógico que não, mas ‘‘A Múmia’’, de 1932, põe a frase em xeque.
Sua refilmagem, com Brendan Fraser no elenco, ainda corre nos cinemas brasileiros, repleta de
humor e efeitos visuais.
Na de Karl Freund, há a vantagem de Boris Karloff no papel-título, compondo uma múmia
aterrorizadora, fiel ao terror dos anos 30. Apesar de alguma precariedade, lança um clima de
mistério que a versão de 1999 não conseguiu, tal a ênfase dada à embalagem. Daí 'nem sempre
cinema bom são efeitos especiais' deveria ser a tal frase.”
(A precária e misteriosa múmia de 32, Folha de S. Paulo, Caderno Ilustrada, 4/8/1999.)
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Em ‘‘tal a ênfase dada à embalagem’’ e ‘‘deveria ser a tal frase’’, os termos em destaque nas duas
frases podem ser substituídos, respectivamente, por:
a) semelhante; aquela.
c) tamanha; aquela.
e) essa; aquela
b) tamanha; essa.
d) semelhante; essa.
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5. (Uerj) – Analise a tirinha.
(WATTERSON, Bill. Os dez anos de Calvin e Haroldo. v. 2. São Paulo: Best News, 1996.)
"Tudo começou quando Calvin participou de um pequeno debate com o seu pai! Logo Calvin podia
ver os dois lados da questão! Então o pobre Calvin começou a ver os dois lados de tudo!". No trecho
citado, a opção do personagem pelo foco na 3ª pessoa – ainda que para referir-se a si mesmo – tem
como principal justificativa:
6. (Fuvest) – Leia o texto de Clarice Lispector.
Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.
— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
— Macabéa.
— Maca — o quê?
— Bea, foi ela obrigada a completar.
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a) seu desejo de ser uma pessoa realista
b) seu medo de tornar o discurso subjetivo
c) sua vontade de se identificar com a fala paterna
d) sua incapacidade de lidar com a situação narrada
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— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.
— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da
Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu
preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que
deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com
pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine
de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e
pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recémnamorado:
— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem
nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas
escorrendo.
(Clarice Lispector, A hora da estrela.)
No trecho “mas minha mãe botou ele por promessa”, o pronome pessoal foi empregado em
registro coloquial. É o que também se verifica em:
a) “- E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?”
b) “- E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?”
c) “- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?”
d) “- Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.”
e) “- (...) pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...”
7. Observe o anúncio publicitário e responda ao que se pede.
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Observe a oração “Examine seu plano de saúde e exija o tratamento que você merece.”.
a) Reescreva a oração, passando para a 2ª pessoa do singular, seguindo os preceitos da norma
padrão e fazendo as alterações necessárias.
b) Explique por qual motivo a propaganda da APM optou por usar uma forma pronominal diferente
da norma culta e discuta as adaptações necessárias para tal efeito.
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8. (Fuvest)
“O que dói nem é a frase (Quem paga seu salário sou eu), mas a postura arrogante. Você fala e o
aluno nem presta atenção, como se você fosse uma empregada”.
(Adaptado de entrevista dada por uma professora, Folha de S. Paulo)
a) A quem se refere o pronome “você”, tal como foi usado pela professora? Esse uso é próprio de
que variedade linguística?
b) No trecho “como se você fosse uma empregada”, fica pressuposto algum tipo de discriminação
social? Justifique sua resposta.
9. (ITA) – Leia o texto a seguir.
O tempo do pescador é medido pelos ciclos da natureza, pelo decorrer dos dias e noites no
ambiente marítimo e pelo comportamento das espécies. Na pesca tradicional os róis, sob a
orientação dos capitães e mestres de pesca, dividem tarefas através do tempo de trabalho por eles
estipulado. O senso de liberdade, tão caro aos homens do mar, está muito ligado à autonomia sobre
o tempo, podendo-se mesmo dizer que decorre dela.
Quando os pescadores são incorporados à pesca empresarial, a autoridade do mestre, que
lhe é conferida pelo conhecimento que detém e pela tradição, vê-se substituída pelas ordens dos
patrões e dissolvida pela interferência do pessoal de terra no trabalho dos embarcados.
(Maldonado, S.C. PESCADORES DO MAR. São Paulo: Ática, 1986.)
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Assinale a opção que apresenta as respectivas funções da palavra "se" empregada em:
".....podendo-se mesmo dizer....." e ".....vê-se substituída....."?
a) Partícula de realce; pronome reflexivo.
b) Índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce.
c) Pronome apassivador; pronome apassivador.
d) Parte integrante do verbo; parte integrante do verbo.
e) Parte integrante do verbo; pronome apassivador.
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1. (Mackenzie) - Assinale a alternativa em que os versos evidenciam ideais do Arcadismo.
a) Meu canto de morte, / Guerreiros, ouvi: / Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; / Guerreiros,
descendo / Da tribo tupi.
b) Torno a ver-vos, ó montes; o destino / Aqui me torna a pôr nestes oiteiros; / Onde um tempo os
gabões deixei grosseiros / Pelo traje da Corte rico, e fino.
c) São uns olhos verdes, verdes, / Uns olhos de verde-mar, / Quando o tempo vai bonança; / Uns
olhos cor de esperança, / Uns olhos por que morri; / Que ai de mi! Nem já sei qual fiquei
sendo / Depois que os vi!
d) Hão de chorar por ela os cinamomos, / Murchando as flores ao tombar do dia. / Dos laranjais hão
de cair os pomos, / Lembrando-se daquela que os colhia.
e) Longe do estéril turbilhão da rua, / Beneditino, escreve! / No aconchego / Do claustro, na
paciência e no sossego, / Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
2. (Unesp) - Leia atentamente o texto a seguir e assinale a alternativa incorreta.
“Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi às águas do Mondego, se prosperassem
por muito tempo; e destinado a buscar a Pátria, que por espaço de cinco anos havia deixado, aqui,
entre a grosseria dos seus gênios, que menos pudera eu fazer que entregar-me ao ócio, e sepultarme na ignorância! Que menos, do que abandonar as fingidas Ninfas destes rios, e no centro deles
adorar a preciosidade daqueles metais, que têm atraído a este clima os corações de toda a Europa!
Não são estas as venturosas praias da Arcádia, onde o som das águas inspirava a harmonia dos
versos. Turva e feia, a corrente destes ribeiros, primeiro que arrebate as ideias de um Poeta, deixa
ponderar a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes tem pervertido as cores."
(COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do "Prólogo ao Leitor". In: CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. PRESENÇA DA LITERATURA
BRASILEIRA, vol. I, S. Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1971, p. 138)
3. (UNICAMP) Nos dois poemas a seguir, Tomás Antônio Gonzaga e Ricardo Reis refletem, de
maneira diferente, sobre a passagem do tempo, dela extraindo uma "filosofia de vida". Leia-os com
atenção:
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a) O poeta estabelece uma conexão entre as diferenças ambientais e o seu reflexo na produção
literária.
b) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no texto, a sua formação intelectual europeia, mas que
deseja exprimir a realidade tosca de seu país.
c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o Academicismo Árcade europeu e a
realidade brasileira que passaria a ser a nova matéria-prima do poeta.
d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no texto, há um questionamento do contexto sobre a
validade de adotar esse modelo literário no Brasil.
e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder, na Europa, contemplar as praias da Arcádia de
onde retirava suas inspirações poéticas.
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TEXTO I
LIRA 14 (Parte I)
Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.
Que havemos de esperar, Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
e pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças
e ao semblante a graça.
TEXTO II
Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa –
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes.
(RICARDO REIS, "Odes")
(TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA," Marília de Dirceu")
a) Em que consiste a "filosofia de vida" que a passagem do tempo sugere ao eu lírico do poema de
Tomás Antônio Gonzaga?
b) Ricardo Reis associa a passagem do tempo às estações do ano. Que sentido é dado, em seu
poema, ao outono?
c) Os dois poetas valorizam o momento presente, embora o façam de maneira diferente. Em que
consiste essa diferença?
4. (Fuvest)
O retorno à Idade Média, em Portugal, foi a manifestação de uma característica do Romantismo.
a) Qual a manifestação correspondente no Romantismo brasileiro?
b) Exemplifique sua resposta, citando um autor e sua respectiva obra.
6. Observe as afirmações abaixo:
I. O “eu” romântico, objetivamente incapaz de resolver os conflitos com a sociedade, lança-se à
evasão no tempo, recriando a Idade Média Gótica e embuchada; no espaço, fugindo para ermas
paragens e para o Oriente exótico.
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5. A visão do mundo, nostálgica nos românticos, explica-se:
a) pelas inúmeras guerras havidas na época do Romantismo.
b) pela inadaptação aos valores absolutistas implantados pela monarquia brasileira.
c) pelo descontentamento da nobreza, que deixa o poder, e de parte da burguesia, que ainda não
havia assumido ou que tivesse ficado à margem dele.
d) pela contemplação de um Brasil conservador, baseado no latifúndio, no escravismo e na
monarquia.
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II. A natureza romântica é expressiva. Ao contrário da natureza árcade, decorativa, ela
significa e revela. Prefere-se a noite ao dia, pois sob a luz do real impõe-se ao indivíduo, mas é na
treva que latejam as forças inconscientes da alma: o sonho, a imaginação.
III. No Romantismo, finda a epopeia, expressão heroica já em crise no séc. XVII, substituída pelo
poema político e pelo romance histórico, livre das peias de organização interna que marcavam a
narrativa em verso. Renascem, por outro lado, formas medievais de estrofação e dá-se o máximo
relevo aos metros livres, de cadência popular, as redondilhas maiores e menores, que passam a
competir com o nobre decassílabo.
Estão corretas:
a) todas.
c) apenas a I e a II.
e) apenas a I e a III.
b) apenas a I.
d) apenas a II e a III.
7. (UEL) Considere o fragmento abaixo:
É ela! é ela! - murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou - é ela!
Eu a vi, minha fada aérea e pura A minha lavadeira na janela!"
Os versos acima são de Álvares de Azevedo e constituem um exemplo
8. (PUC-SP) - A próxima questão refere-se ao texto abaixo.
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas
praias ensombradas de coqueiros;
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso
resvale à flor das águas.
Esse trecho é o início do romance Iracema, de José de Alencar. Dele, como um todo, é possível
afirmar que:
a) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças
indígenas da América.
b) as personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os Tabajaras e os
Pitiguaras.
c) o romance, elaborado com recursos de linguagem figurada, é considerado o exemplar mais
perfeito da prosa poética na ficção romântica brasileira.
d) o nome da personagem-título é anagrama de América e essa relação caracteriza a obra como um
romance histórico.
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a) da idealização romântica da mulher amada.
b) do intimismo sentimental de sua lírica mais pura.
c) do fatalismo e da morbidez que dominaram seus versos.
d) da veia irônica que caracteriza parte da sua obra.
e) de timidez diante da típica musa da adolescência romântica.
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e) a palavra Iracema é o resultado da aglutinação de duas outras da língua guarani e
significa “lábios de fel”.
9. (UNICAMP) - O trecho abaixo foi extraído de Iracema. Ele reproduz a reação e as últimas palavras
de Batuiretê antes de morrer:
O velho soabriu as pesadas pálpebras, e passou do neto ao estrangeiro um olhar baço. Depois o
peito arquejou e os lábios murmuraram:
– Tupã quis que estes olhos vissem antes de se apagarem, o gavião branco junto da narceja.
O abaeté derrubou a fronte aos peitos, e não falou mais, nem mais se moveu.
(José de Alencar, Iracema: lenda do Ceará. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1965, p. 171-172.)
a) Quem é Batuiretê?
b) Identifique os personagens a quem ele se dirige e indique os papéis que desempenham no
romance.
c) Explique o sentido da metáfora empregada por Batuiretê em sua fala.
11. (VUNESP) - Para responder à questão, leia o trecho seguinte, extraído de O Primo Basilio, de Eça
de Queirós.
Bom Deus, Luiza começava a estar menos comovida ao pé do seu amante, do que ao pé do seu
marido! Um beijo de Jorge perturbava-a mais, e viviam juntos havia três anos! Nunca se secara ao
pé de Jorge, nunca! E secava-se positivamente ao pé de Basilio! Basilio, no fim, o que se tornara
para ela? Era como um marido pouco amado, que ia amar fora de casa! Mas então valia a pena?
Onde estava o defeito? No amor mesmo talvez! Porque enfim, ela e Basilio estavam nas condições
melhores para obterem uma felicidade excepcional: eram novos, cercava-os o mistério, excitava-os
a dificuldade... Por que era então que quase bocejavam? É que o amor é essencialmente perecível, e
na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um
entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! ... Seria pois necessário estar sempre a começar,
para poder sempre sentir? E, pela lógica tortuosa dos amores ilegítimos. o seu primeiro amante
fazia-a vagamente pensar no segundo!
No trecho, o amor é visto, predominantemente, como um sentimento
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10. (Fuvest) - Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um romance de
crítica da sociedade portuguesa cujas "falsas bases" ele considerava um "dever atacar". A crítica que
ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre
a) o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
b) os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura.
c) a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da
burguesia metropolitana.
d) a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos
costumes.
e) os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência
corruptora em plena regime republicano.
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a) eterno, pois Luiza não deixa de amar seu marido, Jorge, apesar da distância que os
separa.
b) passageiro e frágil, pois, para Luzia, Só os começos são bons.
c) intenso, pois Luiza se mostra profundamente divida entre o amor de Basilio e Jorge.
d) terno e carinhoso, como se pode notar na boa lembrança que Luiza tem do beijo de Jorge.
e) sofrido, pois Luiza e Jorge sofrem por se amar demais e por não poderem ficar juntos.
13. (Fuvest)
Já a tarde caía quando recolhemos muito lentamente. E toda essa adorável paz do céu,
realmente celestial, e dos campos, onde cada folhinha conservava uma quietação contemplativa, na
luz docemente desmaiada, pousando sobre as coisas com um liso e leve afago, penetrava tão
profundamente Jacinto, que eu o senti, no silêncio em que caíramos, suspirar de puro alívio.
Depois, muito gravemente:
Tu dizes que na Natureza não há pensamento...
Outra vez! Olha que maçada! Eu...
Mas é por estar nela suprimido o pensamento que lhe está poupado o sofrimento! Nós,
desgraçados, não podemos suprimir o pensamento, mas certamente o podemos disciplinar e
impedir que ele se estonteie e se esfalfe, como na fornalha das cidades, ideando gozos que nunca se
realizam, aspirando a certezas que nunca se atingem!... E é o que aconselham estas colinas e estas
árvores à nossa alma, que vela e se agita que viva na paz de um sonho vago e nada apeteça, nada
tema, contra nada se insurja, e deixe o mundo rolar, não esperando dele senão um rumor de
harmonia, que a embale e lhe favoreça o dormir dentro da mão de Deus. Hem, não te parece, Zé
Fernandes?
Talvez. Mas é necessário então viver num mosteiro, com o temperamento de S. Bruno, ou ter
cento e quarenta contos de renda e o desplante de certos Jacintos...
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12. (Fuvest) - O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, publicado em 1901, é
desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Do romance como um todo pode afirmar-se
que
a) apresenta um narrador que se recorda de uma viagem que fizera havia algum tempo ao Oriente
Médio, à Terra Santa, de onde deveria trazer uma relíquia para uma tia velha, beata e rica.
b) caracteriza uma narrativa em que se analisam os mecanismos do casamento e o comportamento
da pequena burguesia da cidade de Lisboa.
c) apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao
desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma
com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.
d) revela narrativa cujo enredo envolve a vida devota da província e o celibato clerical e caracteriza
a situação de decadência e alienação de Leiria, tomando-a como espelho da marginalização de todo
o país com relação ao contexto europeu.
e) se desenvolve em duas linhas de ação: uma marcada por amores incestuosos; outra voltada
paraa análise da vida da alta burguesia lisboeta.
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(Eça de Queirós, A cidade e as serras.)
Considerado no contexto de A cidade e as serras, o diálogo presente no excerto revela que, nesse
romance de Eça de Queirós, o elogio da natureza e da vida rural
a) indica que o escritor, em sua última fase, abandonara o Realismo em favor do Naturalismo,
privilegiando, de certo modo, a observação da natureza em detrimento da crítica social.
b) demonstra que a consciência ecológica do escritor já era desenvolvida o bastante para fazê-lo
rejeitar, ao longo de toda a narrativa, as intervenções humanas no meio natural.
c) guarda aspectos conservadores, predominantemente voltados para a estabilidade social, embora
o escritor mantenha, em certa medida, a prática da ironia que o caracteriza.
d) serve de pretexto para que o escritor critique, sob certos aspectos, os efeitos da revolução
industrial e da urbanização acelerada que se haviam processado em Portugal nos primeiros anos do
Século XIX.
e) veicula uma sátira radical da religião, embora o escritor simule conservar, até certo ponto, a
veneração pela Igreja Católica que manifestara em seus primeiros romances.