Catálogo - Coisa de Cinema
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Catálogo - Coisa de Cinema
Apoio: GOVERNO DA BAHIA E APRESENTAM 100 ANOS WALTER DA SILVEIRA Realização: Patrocínio: Apoio financeiro: O CINEMA NO CENTRO Itaú de Cinema - Glauber Rocha 28.10 Espaço Sala Walter da Silveira a 4.11 Cine Theatro Cachoeirano Um Panorama para celebrar! Nos primeiros anos da década de 90 não havia dinheiro para nada. Para ficar no campo do cinema, quase não produzíamos filmes e as salas de projeção estavam desaparecendo. Das 3.276 salas em 1975, restavam apenas 1.033 em 1995. Naquela época, desejar trabalhar com cinema soava como piada, algo vergonhoso e quase impossível. Na mentalidade geral, os brasileiros não eram bons o suficiente para fazer filmes. Filosofar era com os alemães e fazer cinema com róliudi. O ano de 1995 marca o início da retomada da nossa produção. Nem o mais otimista, naquele momento, poderia imaginar que passados vinte anos o nosso cinema estaria tão diverso e vigoroso. Estamos produzindo como jamais, sendo que uma nova geração de longa-metragistas foi capaz de dar passos largos no sentido de reconquistar tanto o prestígio internacional perdido bem como a crítica do nosso próprio país. O parque exibidor cresceu e já ultrapassa as três mil salas de cinema. Em 2014, 114 filmes nacionais foram lançados comercialmente contra apenas 14 em 1995. Mas há muito ainda para avançarmos! As salas de cinema precisam sair dos xópings, retornar à periferia e ao interior do país. Temos que investir na preservação e difusão da nossa memória e na formação dos nossos realizadores (realizar cinema não se restringe ao diretor, que fique claro). O nosso maior desafio está em fazer com que o grande público brasileiro se interesse e vá aos cinemas para conferir a nossa belíssima produção. Praticamente não existe no país o chamado “filme médio”, aquele que consegue fazer entre 100 mil e um milhão de espectadores. A verdade é que mais de 70% dos filmes nacionais lançados em 2014 não ultrapassaram a marca dos dez mil espectadores e isso é realmente um problema. É a maior questão do cinema nacional, hoje. Nenhum passe de mágica será capaz de resolver, pois se trata de algo ligado diretamente ao modelo de educação básica do país, aliado aos altos investimentos dos grandes estúdios que pautam o desejo do público. Sentimo-nos um ator privilegiado para contar a história desses últimos vinte anos, pois o “Coisa de Cinema” surgiu em 1995 e desde então vem atuando em diversos segmentos do cinema. Da critica para a exibição e realização de filmes. São vinte anos pensando e vivendo de cinema, com muito orgulho e alegria. Mas, em 2015, há ainda uma data mais importante a ser lembrada: Walter da Silveira completaria 100 anos de idade, caso estivesse vivo. E a ele dedicamos o XI Panorama. Doutor Walter, como era chamado, não foi “apenas” importante para Glauber Rocha, Orlando Senna, Othon Bastos, Helena Ignez e todos os interessados em cinema nos anos 50 e 60 na Bahia. Humanista e apaixonado pelo cine- ma, Walter da Silveira formou toda uma geração através, sobretudo, do Clube de Cinema da Bahia. Walter da Silveira é um dos pioneiros na elaboração do pensamento em torno do cinema nacional e devemos muito a ele! Na tradição dos ideais e da paixão de Walter da Silveira pelo cinema, o Panorama desse ano traz retrospectivas, filmes novos do país e do exterior, promove encontros, discussões e debates em torno do cinema. São curtas e longas que reafirmam, como já dito, a excelente fase do cinema no Brasil e no mundo. Será uma grande festa! Um grande festival a todos! Cláudio Marques e Marília Hughes “Walter da Silveira completaria 100 anos de idade, caso estivesse vivo. E a ele dedicamos o XI Panorama.” Índice 05 Júri Competitiva Nacional 06 Filmes Competitiva Nacional 13 Júri Competitiva Baiana 14 Filmes Competitiva Baiana 19 Júri Competitiva Internacional 20 Filmes Competitiva Internacional 26 Panorama Brasil 33 Panorama Italiano 34 Mostra Clássicos Franceses 38 Mostra ONS de Cinema Brasileiro 40 Retrospectiva Werner Schroeter 44 Panorama Internacional 46 Matinê Clube de Cinema da Bahia 48 Seminário 100 anos Walter da Silveira 50 Sessão Especial Roberto Pires 51 Mostra Ensino de Cinema na Bahia: Um Panorama 52 Panorama de Animação 54 Comissão de Curadoria 55 PanLab III - Laboratório de Roteiros do Panorama 56 Oficina de Assistência de Direção 57 Oficina de Escrita Crítica 58 Oficina de Sound Design como Sonoridade Total 59 Oficina Infantil CINEMIN – O Centro tem Histórias 60Equipe 3 Competitiva Nacional CURTAS A Festa e os Cães, de Leonardo Mouramateus À Parte do Inferno, de Raul Arthuso Em Paz, de Clara Linhart Feio, Velho e Ruim, de Marcus Curvelo Fuja dos Meus Olhos, de Felipe Bragança História de uma Pena, de Leonardo Mouramateus Ifá, de Leonardo França Mar de Fogo, de Joel Pizzini Meio Fio, de Denise Vieira Muros, de Fabricio Ramos e Camele Queiroz O Homem que Virou Armário, de Marcelo Ikeda Outubro Acabou, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes Quintal, de André Novais Oliveira Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins Tarântula, de Aly Muritiba e Marja Calafange Virgindade, de Chico Lacerda LONGAS Aspirantes, de Ives Rosenfeld Boi Neon, de Gabriel Mascaro Mate-me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira Olmo e a Gaivota, de Petra Costa e Lea Glob O Prefeito, de Bruno Safadi Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba Seca, de Maria Augusta Ramos TROPYKAOS, de Daniel Lisboa Júri Arne Kohlweyer Arne Kohlweyer nasceu em 1981 e cresceu em Berlim. Após terminar seus estudos em direção cinematográfica na FAMU, em Praga, realizou vários curtasmetragens e dirigiu para a televisão alemã. É membro da Associação de Roteiristas da Alemanha (VDD) desde 2010 e participante do Torino Film Lab. Atualmente coordena o Script Station laboratório de desenvolvimento de roteiros da Berlinale Talents. Também trabalha como chefe de desenvolvimento da produtora 42film GmbH, sediada em Halle/ Saale, com foco em coproduções internacionais. Bernard Payen Bernard Payen é programador da Cinematheque Francaise, em Paris. Foi curador e coordenador da comissão de curtas-metragens da Semana da Crítica (Festival de Cannes) entre 2005 e 2013. Dirigiu os curtas Reminiscence (2006), Portrait of the french filmmaker Damien Odoul (2009), Mister H (2014, filmado no Brasil). Ele também é responsável pela curadoria de curtas para o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. José Geraldo Couto 4 José Geraldo Couto é crítico de cinema, jornalista e tradutor. Trabalhou durante mais de vinte anos na Folha de S. Paulo e três na revista Set. Publicou, entre outros livros, André Breton (Brasiliense), Brasil: Anos 60 (Ática) e Futebol brasileiro hoje (Publifolha). Participou com artigos e ensaios dos livros O cinema dos anos 80 (Brasiliense), Folha conta 100 anos de cinema (Imago) e Os filmes que sonhamos (Lume), entre outros. Escreve regularmente sobre cinema para a revista Carta Capital e mantém uma coluna de cinema no blog do Instituto Moreira Salles. 5 Fuja dos Meus Olhos Competitiva Nacional Curtas A Festa e os Cães de Leonardo Mouramateus CE, 25’, Cor, Digital, 2015 À noite eles se juntam em bando, como se fossem um pelotão que tivesse desertado de uma mesma parte, para este pedaço de bairro no subúrbio de Fortaleza. À Parte do Inferno de Raul Arthuso SP, 23’, Cor, Digital, 2015 O céu é só um disfarce azul do inferno. Em Paz de Clara Linhart RJ, 22’, Cor, Digital, 2014 Em 1916, uma associação de prostitutas judias vindas da Europa do Leste funda seu próprio cemitério no Rio de Janeiro. Hoje, ele está desativado. Feio, Velho e Ruim 6 de Marcus Curvelo BA, 8’, Cor, Digital, 2015 Joder tenta fazer uma selfie. de Felipe Bragança RJ/Alemanha, 33’, Cor, Digital, 2015 “Eles veem um homem negro e pensam que é um leão.” Documentário e imagens ficcionais se misturam para contar as memórias e sonhos de três refugiados de guerra vivendo acampados em uma praça no coração de Berlim. História de uma Pena de Leonardo Mouramateus CE, 30’, Cor, Digital, 2015 Um professor espera a chegada dos alunos atrasados. Longe dali, um jovem casal acorda entre as árvores. São dez e quinze da manhã. Eu sei com que fúria bate o teu coração. Ifá de Leonardo França BA, 20’, Cor, Digital, 2015 Um filme feito a partir de um jogo de búzios. Um filme como jogo, um jogo como filme. Mar de Fogo de Joel Pizzini RJ, 9’, P&B, 2014 Mar de Fogo é um filmeensaio experimental sobre as pulsões inventivas de Mário Peixoto, autor de Limite (1930), um clássico do cinema mudo. O filme recria livremente a visão do cineasta, ao conceber sua obraprima, evocando ainda uma sequência delirante de seu futuro filme. 7 Meio Fio de Denise Vieira DF, 20’, Cor, Digital, 2014 Relatos de uma mulher varada no amor. Muros de Fabricio Ramos e Camele Queiroz. BA, 25’, Cor, Digital, 2015 Um fotógrafo percorre favelas de Salvador e relaciona aspectos sociais e arquitetônicos das favelas brasileiras às suas vivências em campos de refugiados palestinos, revelando pontos em comum entre populações com diferentes condições de vida marcadas por conflitos sociais, políticos e econômicos. O encontro com as pessoas e seus hábitos revela também uma forma de riqueza que surge através do duplo jogo de registro com imagens fixas e em movimento. O Homem que Virou Armário de Marcelo Ikeda CE, 22’, Cor, Digital, 2015 A história de um funcionário que, tão obcecado pelas tarefas rotineiras e mecânicas de seu ambiente de trabalho, um dia acaba se transformando num dos armários da repartição. Uma colega de trabalho, que sempre foi apaixonada por ele, tenta bolar uma estratégia para trazê-lo de volta à vida. Outubro Acabou 8 de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes RJ, 24’, Cor, Digital, 2015 Além do indômito desejo de realizar as enormidades que o tentavam, nada mais dentro dele era sagrado. Quintal de André Novais Oliveira MG, 20’, Cor, Digital, 2015 Mais um dia na vida de um casal de idosos da periferia. Rapsódia para o Homem Negro de Gabriel Martins MG, 24’, Cor, Digital, 2015 Odé é um homem negro. Seu irmão, Luiz, foi espancado até a morte durante um conflito em uma ocupação de Belo Horizonte. O filme utiliza alegorias e simbolismos para contextualizar as relações políticas, raciais, de ancestralidade e urbanização no mais recente cenário social brasileiro. Tarântula de Aly Muritiba e Marja Calafange PR, 20’, Cor, Digital, 2015 No casarão mora uma família religiosa e aparentemente incompleta: uma mãe e suas duas filhas. Até que uma aparição perturbadora vem colocar as coisas em seu devido lugar. Virgindade de Chico Lacerda PE, 16’, Cor, Digital, 2015 Se pudesse, eu voltaria a ser uma criança, só pra poder fazer mais do que eu já fiz quando era pequena! 9 O Prefeito Competitiva Nacional Longas Aspirantes de Ives Rosenfeld RJ, 75’, Cor, Digital, 2015 “Aspirantes” conta a história de Júnior, jovem jogador de futebol, e do que ele é capaz de fazer movido pela inveja por Bento, seu melhor amigo, e o mais talentoso jogador da equipe. Boi Neon de Gabriel Mascaro PE, 101’, Cor, Digital, 2015 Enquanto limpa os rabos dos bois no curral, Iremar cultiva seu desejo de ser estilista e de trabalhar na indústria de confecção de roupas. Movido pelas transformações econômicas aceleradas da região, o filme narra de forma sensorial e impactante a dimensão corpórea de homens e animais em meio ao universo surreal do agronegócio. Mate-me Por Favor de Anita Rocha da Silveira RJ, 104’, Cor, Digital, 2015 Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Uma onda de assassinatos invade o bairro. O que começa como uma curiosidade mórbida se apodera cada vez mais da vida dos jovens habitantes. Entre eles, Bia, uma garota de 15 anos. Após um encontro com a morte, ela fará de tudo para ter a certeza de que está viva. Olmo e a Gaivota 10 de Petra Costa e Lea Glob SP, 82’, Cor, Digital, 2015 A travessia pelo labirinto da psique de Olivia, atriz que vive uma gravidez de risco durante a preparação da peça A Gaivota, de Tchekov. Mergulhados nesses dois planos, ela e seu companheiro Serge sentem rapidamente desaparecer o limite entre realidade e ficção. de Bruno Safadi RJ, 70’, Cor, Digital, 2015 O Prefeito da cidade do Rio de Janeiro quer entrar para a história. Para tanto, decide separar o Rio de Janeiro do Brasil e fundar um novo país. Para Minha Amada Morta de Aly Muritiba PR, 115’, Cor, Digital, 2015 Fernando é um bom homem que cuida do seu filho único, Daniel, um menino tímido e sensível. Depois da morte de Ana, sua esposa, todas as noites Fernando recorda o seu amor, arrumando as coisas de sua amada morta. Um dia ele encontra uma fita VHS, que mudará tudo. Seca de Maria Augusta Ramos RJ, 87’, Cor, Digital, 2015 Como um road movie, “Seca” acompanha um carro-pipa através do sertão brasileiro, região vítima da seca. Entre a ficção e o documentário, a viagem registra um povo forte, lutando para sobreviver em sua rotina diária, enquanto as promessas estéreis dos políticos parecem passar longe daquelas terras áridas. TROPYKAOS de Daniel Lisboa BA, 82’, Cor, Digital, 2015 Guima, um jovem poeta burguês, tenta interagir com a cidade, fazer parte dela, mas parece não ter corpo para isso. É o verão mais caloroso dos últimos 50 anos e os raios “ultraviolentos” estão por toda parte. O Sol é a metáfora maior de um sistema violento que adormece e agride a todos. Na beira do que pode ser o último dos carnavais, Guima enfrenta a cidade e a si mesmo buscando a iluminação no trópico caótico. 11 Competitiva Baiana Alegoria da Dor, de Matheus Vianna A Loucura Entre Nós, de Fernanda Fontes Vareille Ana, de Camila Camila Argentina, Me Desculpe, de Leandro Afonso Eu, Travesti?, de Leandro Rodrigues Fardo, de Rafael Jardim Faz-se Filmes, de Violeta Martinez Haram, de Max Gaggino O Amor dos Outros, de Deo Retomada, de Leon Sampaio Ritual Pam Pam Pam, de Ramon Coutinho Sandrine, de Elen Linth e Leandro Rodrigues Santo de Casa, de Lorena Sales e Murilo Deolino Sujeito Oculto, de Amanda Gracioli Júri Edson Secco Edson Secco é artista sonoro. Com formação em Música, Tecnologia e Cinema, atua como músico, produtor, compositor e Sound Designer. Ganhador de 3 prêmios de Melhor Desenho de Som (Brasília, 2010 e 2013, Gramado 2013), compôs a sonoridade dos longas “Paulina (La Patota)”, de Santiago Mitre, vencedor de melhor filme no festival de Cannes em 2015, “LYGIA CLARK”, de Daniela Thomas, “Com Os Punhos Cerrados”, de Ricardo Pretti, “Dominguinhos”, de Joaquim Castro e Mariana Aydar, “ELENA”, de Petra Costa, “Depois da Chuva”, de Cláudio Marques e Marília Hughes, “JARDS” e “Transeunte”, de Eryk Rocha, “Éden” e “O Uivo da Gaita” e “O Prefeito”, de Bruno Safadi, “Exilados do Vulcão” e “Diário de Sintra”, de Paula Gaitán, “Terras”, de Maya Da-Rin, e os curtas “Vaticano”, de Walter Salles, “Version Française”, de Maya Da-Rin, produzido pelo Le Fresnoy, e “Olhos de Ressaca”, de Petra Costa. Como músico e performer participou do Share Festival-2012 em New York City, da companhia Quarto Physical Theater (Suécia) nas performances Waste in Process I, II e III (Suécia e Brasil). Atualmente integra o duo de música eletrônica NU (Naked Universe) ao lado da cantora Ligiana Costa. No teatro compôs trilhas originais para os espetáculos Um Circo de Rins e Fígados, Asfaltaram a Terra, Terra em Trânsito e Rainha Mentira, de Gerald Thomas, O Ovo e a Galinha e Brincar de Pensar, contos de Clarice Lispector, e para o espetáculo de dança Nijinski Casamento com Deus e RÓZA, onde também foi performer. Produziu as instalações sonoras das exposições Zuzu Angel (Ocupação Zuzu), Rogério Sganzerla (Ocupação Sganzerla), Lina Bo Bardi (Munique), Lygia Clark (MOMA NY), Panos (Sesc Sp), Miguel Chikaoka (H2Olhos) e Paula Gaitán (Imagem da Imagem), Oscillatorium da performer IngerReidun Olsen, Noruega, e a trilha sonora da performance Heart 192 em Barcelona. Participou expondo obras inéditas para a mostra Noises in the Void, em Barcelona e Londres e também para a 5a Bienal de Arte de Marrakech. Hernani Heffner Hernani Heffner é graduado em Comunicação Social – Habilitação em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Entrou como pesquisador contratado para a Cinédia Estúdios em 1986, passando 13 anos na companhia, primeiro como pesquisador e depois como responsável pelo acervo de filmes. A partir de 1996 assumiu o trabalho de restauração dos principais títulos da companhia, como “O Ébrio”, “Alô, Alô, Carnaval” e “Berlim na Batucada”. No mesmo ano passou a trabalhar como Curador de Documentação e Pesquisa da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, transferindo-se três anos mais tarde para o Arquivo de Filmes da instituição, onde atua até a atualidade como Conservador-chefe. A partir de 2000 passou a atuar como professor de História do Cinema e de Preservação de Filmes, tendo passado pelas seguintes instituições de ensino: Universidade Federal Fluminense, Estácio de Sá, Cândido Mendes, Fundação Getúlio Vargas, CineTVParaná e Usina João Donato. Desde 2005 dá aulas no curso de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É autor de inúmeros artigos para revistas, catálogos e livros, além de mais de cem verbetes da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Editora Senac, várias edições). Participou de dezenas de debates, oficinas e cursos livres. Foi curador das Mostras Raízes do Século XXI, Miragens do Sertão, A Tela Aberta e Cinédia 75 Anos, realizadas na Caixa Cultural e no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. É curador dos Festivais Cine Música e Mostra de Cinema de Ouro Preto – CineOP – Temática Preservação. Larissa Figueiredo 12 Larissa Figueiredo nasceu em Brasília. Estudou Letras na UnB; Teoria do Cinema na França e Artes Visuais/Cinema na Suíça, onde teve aulas com artistas como Miguel Gomes, Albert Serra e Apichatpong Weerasethakul. “O Touro”, seu primeiro longa-metragem, recebeu o prêmio do Visions Sud Est Fund e teve sua estreia mundial no 44º Festival Internacional de Cinema de Roterdã. Larissa se dedica atualmente ao desenvolvimento de seu segundo longa-metragem, “Agontimé”, que será filmado entre o Brasil e o Benim, na África. O projeto deste filme passou por diversos laboratórios nacionais e internacionais e recebeu o Prêmio Sublimage no FIDLab 2015. 13 Argentina, Me Desculpe Competitiva Baiana Filmes Alegoria da Dor de Matheus Vianna BA, 13’, Cor, Digital, 2015 Um ensaio sobre a dor movido pela memória. A Loucura Entre Nós de Fernanda Fontes Vareille BA, 76’, Cor, Digital, 2015 Quais os limites da nossa sanidade? O que nos define como normais? “A Loucura Entre Nós” lança um olhar sobre os corredores e grades de um hospital psiquiátrico, buscando personagens e histórias que revelem as fronteiras do que é considerado loucura. Através, principalmente, de personagens femininas, o documentário exala as contradições da razão, nos fazendo refletir nossos próprios conflitos, desejos e erros. Ana 14 de Camila Camila BA, 21’, P&B, Digital, 2015 Indícios, fragmentos de vida que me compõem. Histórias familiares, especialmente as que identifico-me enquanto mulher. A memória é um instrumento de ficção. de Leandro Afonso BA, 20’, Cor, Digital, 2015 Após várias decepções em Copas do Mundo, uma tragédia maior que todas elas. Enquanto relembra os últimos quatro anos, Pilar, argentina, tenta reencontrar Sofia, brasileira. Eu, Travesti? de Leandro Rodrigues BA, 6’, Cor, Digital, 2014 Um corpo e uma voz nus diante do mundo. Fardo de Rafael Jardim BA, 17’, P&B, Digital, 2015 Garota precisa abdicar de sua vida para cuidar da avó debilitada. Duas mulheres amarguradas vivendo uma relação de amor e ódio. Faz-se Filmes de Violeta Martinez BA, 99’, Cor, Digital, 2015 “Faz-se Filmes” é um projeto itinerante que propôs percorrer onze cidades do interior da Bahia, oferecendo o serviço de produção de filmes em curta-metragem à população de pouco acesso a produção de cinema e cultura digital. O projeto buscou incentivar e possibilitar todo e qualquer cidadão a criar e ampliar a sua produção econômica e/ou artística, a partir das propostas de filmes que foram apresentados em cada localidade pelas pessoas que solicitaram o “Faz-se Filmes”, mobilizando comunidade e equipe em prol do incentivo à cultura e preservação da identidade local. 15 Retomada de Leon Sampaio BA, 19’, Cor, Digital, 2015 Primeiro povo a fazer contato com os portugueses no Brasil, os Tupinambá lutam atualmente pelas terras que os fazendeiros tomaram no início do século passado. O filme investiga o processo de resistência dos índios da Serra do Padeiro, território liderado pelo Cacique Babau. Desde que Babau virou cacique, os índios retomaram mais de cinquenta fazendas e lutam dia a dia pela sobrevivência. Haram de Max Gaggino BA, 13’, Cor, Digital, 2015 Salwa é uma imigrante muçulmana que fugiu da guerra na Palestina e se refugiou na Bahia junto ao marido, Farid. Recém-chegada em Salvador e ainda se sentindo fora de lugar, Salwa conhece sua vizinha, Felícia, uma menina de dez anos que mora a poucos metros da muçulmana. As duas logo se envolvem em um intercâmbio cultural. Através de conversas desinibidas, a inocente Felícia faz perguntas que qualquer adulto teria receio de fazer. O Amor dos Outros 16 de Deo BA, 111’, P&B, Digital, 2015 “O amor dura o tempo que precisar [...] o amor dos outros nunca vai ser menor que o nosso”. Junior, um jovem de 30 anos, estagnado e sem perspectiva na vida, vai sendo conduzido por amores flagelados. Ritual Pam Pam Pam de Ramon Coutinho BA, 4’, P&B, Digital, 2014 No território Caiataia, tribos sociais se organizam regularmente em rituais sonoros que reproduzem o “Pam-pam-pam” ou “Canto dos deuses furiosos”. Através de enormes caixas de som em veículos automotores, milhares de pessoas participam com danças e bebidas, buscando elevar os prazeres carnais e espirituais. Sandrine de Elen Linth e Leandro Rodrigues BA/AM, 12’, Cor, Digital, 2015 Entre as aulas de matemática e a relação conturbada com a mãe, Sandrine espera na fila de um hospital. Santo de Casa de Lorena Sales e Murilo Deolino BA, 18’, Cor, Digital, 2015 Durante o dia, dois jovens participam das ocupações religiosas da paróquia de Assunção. À noite, vasculham os arredores sombrios da pequena cidade. Contudo, a luz do lampião que carregam em suas saídas noturnas não é suficiente para desobscurecer suas intenções. Sujeito Oculto de Amanda Gracioli BA/Inglaterra, 12’, Cor, Digital, 2014 Alfred carrega durante o fim da sua vida apenas o automático tráfego da rotina onde o tempo lhe escapa o controle e só lhe resta a vida dos outros e um punhado memórias. 17 Competitiva Internacional CURTAS A Dez Prédios de Distância Ten Buildings Away, de Miki Polonski Agora Livre Libre Maintenant, de Pierre Liebaert Aïssa, de Clément Tréhin-Lalanne Baile de Família Bal de Famille, de Stella di Tocco Biston Betularia, de Ive Machado Despedida, de Tiago Rosa-Rosso Enfrentar Animais Selvagens Enfrentar Animales Salvajes, de Jerónimo Quevedo O Bebê The Baby, de Ali Asgari O Fim da Terra The End of the Earth, de A.P. Holmes O Inferno de Beatriz El Infierno de Beatriz, de Marcos Migliavacca Ouça Listen, de Hamy Ramezan e Rungano Nyoni Um Souvenir da Suíça A Souvenir From Switzerland, de Sorayos Prapapan LONGAS Aqui, em Lisboa, de Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier Minha Irmã Magricela My Skinny Sister, de Sanna Lenken O Homem Congelado El Hombre Congelado, de Carolina Campo Lupo Per Amor Vostro, de Giuseppe Gaudino Rabo de Peixe, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel Vlog, de Bruno Pavic Júri Adriano Oliveira Graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (1998), possui mestrado e doutorado em Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura pelo Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (2006), com enfoque em análise fílmica. É professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e atualmente pesquisa a manipulação digital da imagem e os processos de pós-produção e finalização em audiovisual. Gel Santana Gel Santana, nativa de Salvador, é formada em estética e cosmética pela Universidade Estácio FIB. Ela atua como maquiadora para cinema, foto, teatro e vídeo, e assinou a caracterização de produções recentes como “A Coleção Invisível”, “Os Magníficos” e “Amores Insensatos”. Desde 2010, ela é sócia-diretora da Santa Luzia Filmes, que produz curtas-metragens (“Alagados”, “O Príncipe Encantado”) e longas-metragens de ficção (“A Coleção Invisível”) de documentários (“Sem Descanso”). Rodrigo Luna 18 Rodrigo Luna é diretor, editor, roteirista e assistente de direção. Já realizou diversos videoclipes, documentários, videodanças e, agora, os curtas-metragens “Arremate” (ficção, 2012), “Jessy” (documentário, 2013, codirigido por Paula Lice e Ronei Jorge) e “Menino da Gamboa (ficção, 2014, codirigido por Pedro Perazzo). É palhaço, tem uma banda, a Capitão Cometo e os Formidáveis Ladrões de Parafina da Terra do Nunca Extreme, e preferia estar jogando videogame em vez de escrever sobre ele. 19 Competitiva Internacional Curtas A Dez Prédios de Distância Ten Buildings Away de Miki Polonski Israel, 25’, Cor, Digital, 2015 Um prédio de quatro andares no centro de uma cidade. Perto dali existe um viaduto tomado pelo tráfego pesado de carros e caminhões. Atrás da janela mais à esquerda do último andar vivem dois irmãos, uma mãe e um pai. Uma família que, talvez, nunca teve o direito de existir. Agora Livre Libre Maintenant de Pierre Liebaert Bélgica, 11’, Cor, Digital, 2014 Os modelos que responderam ao seu anúncio quiseram posar na intimidade, de portas fechadas, como se o encontro com esse fotógrafo sobre o qual não nada sabiam fosse a única coisa pela qual esperavam. Aïssa 20 de Clément Tréhin-Lalanne França, 8’, Cor, Digital, 2014 Aïssa é congolesa e atualmente reside ilegalmente em território francês. Ela diz ser menor de idade, mas as autoridades acreditam que ela tenha mais de 18 anos. Para determinar sua permanência ou não no país, um doutor deve realizar um exame físico. Baile de Família Bal de Famille de Stella di Tocco França, 23’, Cor, Digital, 2015 Hoje, Julie é forte. Ela é independente. Ela pode voltar para casa. Sua família está lhe esperando, eles a amam: sua mãe, seu irmão, sua irmã... e seu pai. Biston Betularia de Ive Machado Portugal, 13’, Cor, Digital, 2015 A espécie de mariposas cientificamente conhecida como Biston Betularia é o mais clássico exemplo das teorias evolutivas de Charles Darwin, que as divide entre pretas e brancas. Mas as mariposas não são o tema desse filme. Despedida de Tiago Rosa-Rosso Portugal, 14’, Cor, Digital, 2015 Três amigos estão na praia. É o último dia de verão e a Lua está surgindo. Um deles decide segurar a respiração até a Lua aparecer completamente no horizonte. 21 Enfrentar Animais Selvagens O Inferno de Beatriz Enfrentar Animales Salvajes de Jerónimo Quevedo Argentina, 7’, Cor, Digital, 2014 A Miss Chile 1985 foi sequestrada por Tarzan, rei da selva e expoente máximo da Frente Patriótica Manuel Rodríguez, grupo armado que combatia a ditadura de Augusto Pinochet. El Infierno de Beatriz de Marcos Migliavacca Argentina, 16’, Cor, Digital, 2015 Uma jornada fantasmagórica pela mente e sentimentos de uma diretora de teatro (a dramaturga Beatriz Catani) durante a complicada montagem de uma peça. O risco e a impossibilidade de controle, junto com a natureza efêmera do teatro e a inevitabilidade da morte que interrompe o amor, compõem essa paisagem sonora dantesca onde a voz íntima de Beatriz percorre um caminho melancólico. O Bebê Ouça The Baby de Ali Asgari Irã/Itália, 16’, Cor, Digital, 2014 Narges e sua amiga tem apenas poucas horas para achar alguém para cuidar de seu bebê por alguns dias. O Fim da Terra The End of the Earth de A.P. Holmes Austrália, 7’, Cor, Digital, 2014 A pequena peregrinação de uma assistente de direção entre um ator relutante e uma equipe impaciente, enquanto o dia termina, bem nos confins da terra. Listen de Hamy Ramezan e Rungano Nyoni Dinamarca, 12’, Cor, Digital, 2014 Uma estrangeira vestindo burca, acompanhada do filho, vai até uma delegacia em Copenhague para fazer uma denúncia contra seu marido abusivo. Mas a tradutora encarregada parece relutar em traduzir o verdadeiro significado de suas palavras. Um filme duro e tenso sobre isolamento cultural e ignorância burocrática. Um Souvenir da Suíça A Souvenir From Switzerland de Sorayos Prapapan Tailândia, 13’, Cor, Digital, 2015 O curta-metragem de Sorayos foi convidado para uma exibição na Suíça. Lá, ele coincidentemente encontrou um amigo, diretor afegão, que se transformou em refugiado. Sorayos então volta para a Tailândia e decide relatar sua história. 23 Per Amor Vostro Competitiva Internacional Longas Aqui, em Lisboa de Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier Portugal, 90’, Cor, Digital, 2015 Tudo sobre Lisboa. Quatro histórias na mesma velha cidade. Diferentes personagens procuram por um lugar próprio na cena urbana lisboeta, se questionando sobre os sonhos mais selvagens. Muitas vezes, o inusitado pode reconfigurar sua própria cidade. Minha Irmã Magricela My Skinny Sister de Sanna Lenken Suécia/Alemanha, 95’, Cor, Digital, 2015 Ao mesmo tempo em que Stella entra na excitante fase da adolescência, ela descobre que Katja, sua irmã mais velha, esconde um transtorno alimentar. Um problema que, lentamente, começa a desagregar aquela família. Uma história sobre ciúme, amor e traição, contada com calor humano, profundidade e riso. O Homem Congelado 24 El Hombre Congelado de Carolina Campo Lupo Uruguai, 83’, Cor, Digital, 2014 Um grupo de soldados atravessa o oceano até a Antártida. Eles tem que levar provisões para uma base científica e sua jornada é longa e cheia de perigos. Quando os marinheiros alcançam seu destino, a paisagem tornase dominante e os homens começam a desaparecer lentamente na neve. de Giuseppe Gaudino Itália/França, 110’, Cor/P&B, Digital, 2015 Anna foi uma criança confiante e corajosa. Hoje, perto dos 50, ela vive obcecada pelos problemas de sua família: a dificuldade financeira dos pais idosos, seu irmão desempregado e Arturo, seu outro irmão surdo-mudo. Para se abster dos inúmeros conflitos familiares que explodem dentro de sua casa, Anna vive em um mundo triste, suspensa entre o bem e o mal. Em suas visões, um mar denso e revolto cresce enquanto nuvens negras circundam sua cabeça. Sua vida ganha cor quando um ator aparece, fazendo Anna enfim se sentir amada. Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza 2015. Rabo de Peixe de Joaquim Pinto e Nuno Leonel Portugal, 103’, Cor, Digital, 2015 A pesca industrial em escala planetária esgota os oceanos. Rabo de Peixe, pequena comunidade dos Açores onde a pesca artesanal constitui há muito tempo a principal atividade econômica, atravessa dificuldades. Pedro, um jovem pescador em início de carreira, enfrenta os desafios da vida no mar. Durante um ano, este filme, rodado entre 1999 e 2001 e terminado na versão dos autores em 2015, documenta a sua determinação, e da sua companhia, em permanecerem livres. Vlog de Bruno Pavic Croácia, 71’, P&B, Digital, 2014 Oprimido pelo pragmatismo e pelas imposições do ambiente de trabalho, Kreso se refugia em seu vlog, onde compartilha uma visão positiva sobre a vida. Mas essa breve fuga da realidade não evita a sua gradativa alienação em relação à sociedade, família e amigos. Impotente, ele é conduzido irremediavelmente a um colapso financeiro e existencial. 25 5 Vezes Chico O Velho e sua Gente Panorama Brasil FILME DE ABERTURA DO PANORAMA Tudo que Aprendemos Juntos de Sérgio Machado SP, 102’, Cor, Digital, 2015 Laerte é um músico promissor que sofre uma crise em plena audição para uma vaga na Osesp. Ele perde a chance de trabalhar na maior orquestra sinfônica da América Latina e, frustrado, vai dar aulas na favela de Heliópolis. Na escola, cercado por pobreza e violência, redescobre a música de forma tão apaixonada que acaba por contagiar os jovens estudantes. “Tudo que Aprendemos Juntos” é inspirado na história real da formação da Orquestra Sinfônica de Heliópolis e conta a emocionante saga de um músico e seus alunos, que tiveram suas vidas transformadas pela arte. de Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcante, Eduardo Goldenstein e Eduardo Nunes RJ, 90’, Cor, Digital, 2015 Cinco diretores de estilos cinematográficos completamente diferentes fazem uma jornada afetiva por cada um dos cinco estados banhados pelo gigante Rio São Francisco. A fé, as paixões, as lendas e a busca pela sobrevivência nas comunidades ribeirinhas deste rio cheio de cores que corta o sertão e deságua no exuberante mar do Nordeste brasileiro. A Casa sem Separação de Nathália Tereza PR, 25’, Cor, Digital, 2015 Mariana e suas primas estão na pequena cidade de Sertaneja, na noite do velório da avó. No carro onde passam a noite, a lâmpada interna não desliga. Action Painting No. 1 / No. 2 de Krefer & Turca PR, 7’, Cor, Digital, 2014 Sexo como gesto criativo mútuo. A Morte de J.P. Cuenca de João Paulo Cuenca RJ, 90’, Cor, Digital, 2015 Em 2008, um cadáver identificado pela polícia com a certidão de nascimento do escritor João Paulo Cuenca foi encontrado no esqueleto de um edifício invadido na Lapa. Inspirado nesse fato, o filme investiga o roubo da identidade do autor num Rio de Janeiro fantasmagórico e em profunda transformação. Se na ficção e nas páginas policiais é lugar-comum os vivos roubarem a identidade dos mortos para começar uma nova vida, o que temos aqui é o caso oposto: alguém que rouba a identidade de um homem vivo para morrer em seu lugar. Aqui Deste Lugar de Sérgio Machado e Fernando Coimbra SP, 87’, Cor, Digital, 2015 O documentário mostra o cotidiano de três famílias brasileiras que participam do Programa Bolsa Família. A partir delas, buscou-se entender as mudanças que ocorreram no país nos últimos anos. A Última das Minas de Larissa Figueiredo e Rafael Urban PR, 25’, Cor, Digital, 2015 “Esta é a Casa das Minas. O dono da casa é Zomadônu. Como ele não tem corpo como a gente, eu estou aqui como chefa; mas quem manda na casa é ele.” Deni Prata Jardim, última vodunsi da Casa das Minas do Maranhão. Beira-Mar de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon RS, 83’, Cor, Digital, 2014 Martin e Tomaz passam um fim de semana imersos em um universo próprio. Alternando entre distrações corriqueiras e reflexões sobre suas vidas e sua amizade, os garotos se abrigam em uma casa de vidro, à beira de um mar frio e revolto. 27 Big Jato Futuro Junho Boa Morte Garoto de Cláudio Assis PE, 93’, Cor, Digital, 2015 O rito de passagem da juventude que tem a poesia como guia e a prosa como guarda. Momento de decisão entre a dureza agreste de um pai econômico e a suavidade anárquica de um tio excessivo: Limpar a merda do mundo ou provocar a liberdade? Através das pesadas lentes de seus óculos e de seus imaturos 15 anos, Xico premedita o acaso de seu futuro em uma cidade que flutua no tempo. de Débora de Oliveira MG, 13’, P&B, Digital, 2014 Pode ser um lugar, uma memória que ficou e não apaga. Cidade Nova de Diego Hoefel CE, 14’, Cor, Digital, 2015 João tenta voltar para a cidade onde nasceu, mas descobre que ela não existe mais. De Terça pra Quarta de Victor Costa Lopes CE, 13’, Cor, Digital, 2015 Na madrugada, um garoto, a cidade e encontros inesperados. E.T.ílico de José Araripe Jr. e 1berto Rodrigues BA, 3’, Cor, Digital, 2014 Um adolescente de outra galáxia vive um rito de passagem na Terra. Fio-terra 28 de Ian Capillé RJ, 19’, Cor, Digital, 2015 Dora e David se conhecem quando acordam na mesma cama. de Maria Augusta Ramos RJ, 100’, Cor, Digital, 2015 Semanas antes da Copa do Mundo 2014, quatro trabalhadores em São Paulo são seguidos pela câmera clínica e rigorosa de Maria Augusta Ramos. Entre situações profissionais e momentos de intimidade, esses personagens da vida real expõem utopias e desilusões ao enfrentarem os desafios da maior metrópole do país. A diretora se detém na pluralidade de vivências urbanas e nos paradoxos e contradições típicos da sociedade brasileira. de Júlio Bressane RJ, 76’, Cor, Digital, 2015 Esta estória de amor (surgida no horizonte pelo conto “O assassino desinteressado Bill Harrigan”, de Jorge Luís Borges) se passa em dois cenários, duas naturezas, diferentes. Dois jovens se encontram em um lugar encantado e vivem uma aventura espiritual e amorosa. Tudo, porém, irá se transformar, quando inesperadamente, o garoto comete um crime. O casal separa-se bruscamente. Um desfecho inquietante os reunirá ainda outra vez... Gramatyka de Paloma Rocha RJ, 14’, Cor,Digital, 2015 Gramatyka narra a trajetória mítica de uma mulher presa às sombras de uma caverna, que ao encontrar a luz se liberta na dimensão onírica, e reencontra na ancestralidade feminina a vitalidade humana. História de Abraim de Otavio Cury SP, 12’, P&B, Digital, 2015 Abraim foi trocado com uma vaca. Macapá de Marcos Ponts MA, 8’, Cor, Digital, 2015 Foi em São Luís? Não, em Macapá. Mais do que eu Possa me Reconhecer de Allan Ribeiro RJ, 72’, Cor, Digital, 2015 Uma solidão de oitocentos metros quadrados, em que o espelho já não lhe basta. Um artista plástico descobre na video-arte uma companheira inseparável. Darel não gosta de fazer cinema! 29 O Animal Sonhado de Breno Baptista, Luciana Vieira, Samuel Brasileiro, Rodrigo Fernandes, Ticiana Augusto Lima e Victor Costa Lopes CE, 79’, Cor, Digital, 2015 O animal está em movimento, é impossível segurá-lo. Os corpos vibram, dançam e desejam. Objetos de Germano de Oliveira RS, 16’, Cor, Digital, 2015 Em um antigo apartamento, entre palavras e objetos, um casal revisita suas memórias. Enquanto Miguel tenta iniciar uma importante conversa, Lorena concentra-se em um colar de contas. O Espelho de Rodrigo Lima RJ, 64’, Cor, Digital, 2015 Um homem é misteriosamente chamado ao portão de entrada de uma casa de campo abandonada. Como se ela estava saindo de um espelho de água, uma mulher emerge da lama no fundo de um lago. Enquanto eles se aproximam um do outro, um feitiço é lançado. Juntos, eles experimentam o encanto de alucinação, memória e sonhos. Reflexos na água irão revelar segredos ocultos na natureza da alma. O Espelho é uma recriação do conto homônimo de Machado de Assis. O Gigantesco Ímã de Tiago Scorza e Petrônio PE, 72’, Cor, Digital, 2015 Experimentador científico, artista plástico, inventor. O cotidiano criativo de Evangelista Ignácio de Oliveira é a matéria-prima para o documentário “O Gigantesco Ímã”. Rodado no sertão pernambucano, o filme passeia pelo universo de sua obra, pensamento e vida e registra o processo de contato de mais de 10 anos entre Evangelista e os realizadores. Origem do Mundo de Moa Batsow RJ, 65’, Cor, Digital, 2015 O filme é um documentário que procura resgatar e mostrar os registros pré-históricos brasileiros através da cultura popular, folclórica, lendas ligadas ao assunto e até hoje falta de conhecimento. Um olhar da origem de nossa história, conduzida por personagens reais, anciões no interior do Brasil, que mantém os mitos passados por séculos nos pequenos grupos sociais. E textos de Bernardo Silva Ramos, um dos pioneiros do registro e interpretação rupestre no Brasil. Ralé 30 de Helena Ignez SP, 73’, Cor, Digital, 2015 Um filme dentro de um filme. Jovens diretores, adolescentes prodígios, estão filmando “A exibicionista” em uma fazenda numa região paradisíaca. Barão, personagem de Ney Matogrosso, vive nessa fazenda, onde irá celebrar seu casamento com o dançarino Marcelo. O filme investiga poeticamente a alma brasileira, colocando a Amazônia como epicentro do mundo, refletindo a respeito de questões existenciais, legitimando o direito à liberdade e à individualidade sexual. Filme filosófico e musical, livremente inspirado na peça teatral Ralé, de Maxim Gorki. Rogério Duarte, o Tropikaoslista de José Walter Lima BA, 88’, Cor, Digital, 2015 Filme documentário de longa metragem que mergulha na vida e na obra de Rogério Duarte, buscando encontrar o indivíduo que existe por trás da personagem. O documentário visa retratar a trajetória de uma das figuras seminais das artes e do pensamento brasileiro dos últimos 50 anos. Músico, compositor, artista gráfico, um dos criadores do Tropicalismo, Rogério sempre esteve por trás - e sempre à frente - de tudo que havia de mais moderno e contemporâneo na culturabrasileira nos vitais anos das décadas de 1960 e 1970. Como disse Glauber Rocha a Caetano Veloso, em certa ocasião: “Não esqueça, Caetano, que por trás de todos nós está Rogério Duarte..ȑ Sem Título # 1: Dance of Leitfossil de Carlos Adriano SP, 5’, Cor, Digital, 2014 O improvável duo de um fado para o saudoso convidado. Justaposição poética. Aproximação de realidades distantes. Litanias do luto. Espectros e remanescências da imagem sobrevivente. Musas da memória – MnemoCyne. Da série “Apontamentos para uma AutoCineBiografia (em Regresso)”. Sem Você a Vida é uma Aventura de Alice Andrade Drummond SP, 24’, Cor, Digital, 2015 É sexta-feira. Amanda, uma jovem empregada doméstica dos arredores de São Paulo, planeja passar um final de semana com sua família na praia. Mas quando sua patroa não retorna pra casa em tempo de Amanda pegar o ônibus, e enquanto todas as suas expectativas parecem frustradas, ela encontra um tipo de liberdade que nunca havia experimentado antes. O Touro de Larissa Figueiredo PR, 78’, Cor, Digital, 2015 Quando o Rei Português D. Sebastião perdeu a Batalha de Alcácer Quibir, seu corpo foi engolido pelas areias do Marrocos e desapareceu. Seu espírito, no entanto, organizou um exército que passou a explorar novas terras, até chegar ao Brasil. Na Ilha de Lençóis, no Nordeste do Brasil, Dom Sebastião fundou seu reino encantado. Ele vagueia na forma de um touro negro, que tem uma estrela na testa. Um dia, sua filha voltará à ilha, empunhando uma espada dourada. Triunfo de Caue Angeli e Hernani Ramos SP, 84’, Cor, Digital, 2014 Cinebiografia do pai do hip hop nacional, o documentário remonta a trajetória de Nelson Triunfo. Nascido no sertão pernambucano, o dançarino, compositor e ativista social radicado em São Paulo é um dos precursores da black music no Brasil. Ao bater de frente com a ditadura militar para fincar as raízes da cultura de rua entre as décadas de 70 e 80, ele se tornou referência de toda uma geração. O filme traz depoimentos de nomes consagrados do hip hop nacional e presta um tributo a Nelson Triunfo, que em 2014 completou 60 anos de uma vida dedicada à arte. Um Filme de Cinema de Walter Carvalho RJ, 111’, Cor, Digital, 2015 As ruínas do Cine Continental, abandonado em pleno Sertão da Paraíba, servem como base para um filme sobre o cinema, com depoimentos de Ariano Suassuna sobre as incríveis histórias de sua memória de menino nos cinemas das cidades do interior, e de realizadores do cinema como Hector Babenco, Júlio Bressane, Andrew Wajda, Vilmos Zsigmond, Ruy Guerra, Ken Loach, Béla Tarr e Gus Van Sant, com base nas perguntas: Por que você faz cinema e para que serve o cinema? 31 Xingu Cariri Caruaru Carioca de Beth Formaggini RJ, 90’, Cor, Digital, 2015 O encontro é nosso ponto de partida. A troca entre as chamadas “culturas populares” e a “cultura pop”. Xingu Cariri Caruaru Carioca promoverá um encontro entre mundos diversos e ao mesmo tempo confluentes. Carlos Malta vai buscar as raízes do pife, mas também perceber as suas transformações, o seu contexto e as suas interdependências com a música contemporânea. FILME DE ENCERRAMENTO DO PANORAMA Travessia de João Gabriel BA, 90’, Cor, Digital, 2015 Roberto, um homem solitário e infeliz, tem uma relação conflituosa com Júlio, o seu único filho. Após se envolver em um acidente, ele tem sua rotina alterada e se vê obrigado a repensar a sua vida. Paralelamente, Júlio, envolvido com o tráfico de drogas sintéticas, vai sendo levado por acontecimentos que vão mudar seus planos, enquanto busca manter distância do pai. Panorama Italiano Curadoria: Alberto Iannuzzi Il Paese Dove gli Alberi Volano de Davide Barletti e Jacopo Quadri Itália, 87’, Cor, Digital, 2015 Em uma pacata província dinamarquesa, preparações são feitas para o aniversário de 50 anos da Odin Teatret, companhia que mudou o panorama do teatro na segunda metade do século XX sob o comando de Eugenio Barba, que diversificou seu repertório ao fazer intercâmbio com o teatro feito em diversas culturas do mundo todo. Dos mais diferentes pontos do planeta – Quênia, Bali, Brasil, Índia, e Europa também – grupos de crianças, jovens e artistas vem à cidade de Holstebro, trazendo energia para essa celebração, com suas vozes, músicas e acrobacias, sempre sob o olhar impetuoso do diretor. O Odin Teatret não é apenas uma companhia teatral; é uma comunidade atemporal, um fluxo visionário e intransigente ritmo de vida, é um emaranhado de humanidade selvagem cujo constância, intuições, paradoxos e horizontes são carinhosamente examinados neste filme. N-Capace de Eleonora Danco Itália, 80’, Cor, Digital, 2014 Uma alma atormentada vaga entre as cidades de Roma e Terracina, onde seu velho pai vive. Sofrendo alterações de humor constantes e rejeições existenciais, ela perambula pelo interior, pela costa e pela cidade com sua cama e vestindo pijamas. Ela para apenas para falar com velhos e adolescentes, os únicos que despertam seu interesse. 33 A Grande Ilusão Mostra Clássicos Franceses A França restaurada A primeira exibição pública e comercial do cinema aconteceu na França. Desde as pinturas rupestres até as sombras chinesas, esse impulso ancestral em busca das imagens jamais encontrou um meio de projeção tão eficiente e rentável como o cinematógrafo. Devemos isso aos franceses Auguste e Louis Lumière. A despeito dos irmãos Lumière, seja por bravata ou irônico tino publicitário, considerarem sem futuro o seu próprio invento, a história provaria o contrário, consolidando o cinema como a etapa “artística” e derradeira da revolução industrial. Mas, para os franceses, com sua vasta tradição humanista, religiosa e cultural, tal componente mercantil, inerente à “sétima arte”, também tinha algo de incômodo, era quase um pecado original. Então, eles trataram logo de legitimar o cinema artisticamente, como nenhum outro povo o fizera – basta olhar para os norte-americanos que consagraram Hollywood o signo da indústria cinematográfica, sem a menor culpa. Prova disso é que os primeiros grandes teóricos e defensores do cinema, enquanto expressão artística, são franceses: Louis Delluc, Georges Sadoul, Alexander Astruc e André Bazin, para citar os mais influentes. Neste sentido, a redenção do cinema francês, por sua origem comercial, não deixa margem para dúvidas: eles não apenas criaram as condições de produção para diversas gerações de importantes cineastas, como foram responsáveis pelo status de autor, que os artistas em atividade nessa “indústria” alcançaram no mundo inteiro e, sobretudo, nos EUA! 34 Influência e vigor que podem ser atestados na seleção de filmes que a Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro traz ao Panorama Internacional Coisa de Cinema, sob o mote de “Clássicos Restaurados”. Um amplo painel da diversidade e riqueza da cinematografia francesa, que perfaz de Jean Renoir e seu humanismo visceral (“A Grande Ilusão”) à tradição do cinema fantástico inaugurada por Méliès (“Viagem à Lua”) e renovada por Georges Franju em “Os Olhos sem Rosto”, passando pelo realismo poético de “O Demônio da Argélia” (Julien Duvivier) e “O Boulevard do Crime”, de Marcel Carné, exemplos do chamado “filme de qualidade francês”, que sobreviveram à revisão histórica da Nouvelle Vague, a partir da qual vieram à tona cineastas seminais para a formação da sensibilidade do cinema moderno, como Godard, presente na mostra com “O Demônio das Onze Horas”. Há ainda no programa revolucionários discretos e solitários. Caso de Robert Bresson, que conferiu ao cinematógrafo uma nova poética em “O Batedor de Carteiras”, ou seu “falso” seguidor, não menos incompreendido e isolado, o Maurice Pialat de “Van Gogh”. Pátria da cinefilia, a França, justamente por ter uma indústria cinematográfica, pôde acolher cineastas exilados, quer sejam por motivos políticos ou artísticos, como o alemão Max Ophüls que, em “Desejos Proibidos” convidou o também diretor Vittorio De Sica, artífice do neorrealismo italiano, para atuar como ator nesse drama romântico em tom de valsa. Enfim, o reencontro ou descoberta pelas novas gerações de tal patrimônio audiovisual é o suficiente para redimi-lo de qualquer pecado, inclusive os cometidos pelo cinema francês atual! por Adolfo Gomes Crítico e programador da sala Walter da Silveira “...a redenção do cinema francês, por sua origem comercial, não deixa margem para dúvidas: eles não apenas criaram as condições de produção para diversas gerações de importantes cineastas, como foram responsáveis pelo status de autor, que os artistas em atividade nessa ‘indústria’ alcançaram no mundo inteiro e, sobretudo, nos EUA!” La Grande illusion de Jean Renoir França, 108’, P&B, Digital, 1937 Por volta de 1916-1917, num campo de prisioneiros de guerra na Alemanha, os franceses Boeldieu, aristocrata, Maréchal, contramestre e Rosenthal, banqueiro judeu, arquitetam um plano de fuga. No último instante são transferidos para uma fortaleza comandada por von Rauffenstein que se mostra simpático a Boeldieu. Este é morto por Rauffenstein quando dá cobertura à fuga de Maréchal e Rosenthal. Recolhidos por uma mulher alemã, os fugitivos conseguem atravessar a fronteira para a Suíça. *Indicado ao Oscar de Melhor Filme (1939) Amores de Apache Casque d’or de Jacques Becker França, 96’, P&B, Digital, 1952 Namorada de um criminoso se apaixona por um carpinteiro, criando um arriscado triângulo amoroso. Uma história de amor, morte, amizade e ciúmes na “Belle Époque”. *Prêmio BAFTA melhor atriz internacional (1953) Carrossel da Esperança Jour de Fête de Jacques Tati França, 77’, P&B, Digital, 1949 Uma vez por ano, uma feira traz, para o pequeno vilarejo de Sainte-Sévère, no interior da França, atrações como um cinema ambulante. Numa das sessões, François, o carteiro do local, assiste à projeção de um documentário sobre o serviço postal norte-americano e decide colocar o método em prática para fazer o correio chegar mais rápido. Desejos Proibidos Madame de... de Max Ophüls França, 105’, P&B, Digital, 1953 Paris, final do século XIX. Louise , esposa do general André, vende um par de brincos que ganhou de presente do marido para pagar suas dívidas. A joia volta então às mãos de André, que entrega à sua amante, Lola, que partirá em breve. Por fim, os mesmos brincos encontram o Barão Fabrizio Donati, um diplomata italiano por quem Louise cai de amores. 35 O Batedor de Carteiras O Demônio das Onze Horas Pickpocket de Robert Bresson França, 75’, P&B, Digital, 1959 Michel começa a bater carteiras por dinheiro, depois por prazer e adrenalina, até o estranho hobby tornar-se um vício. Preso, ele reflete sobre o assunto, pensa na família e na namorada, Jeanne, mas por fim a obsessão fala mais alto e ele logo volta ao crime – agora muito mais habilidoso. Pierrot le Fou de Jean-Luc Godard França/Itália, 105’, Cor, Digital, 1965 Casado com uma italiana e entediado com sua vida na alta sociedade, o professor espanhol Ferdinand foge em direção ao sul com Marianne, após um cadáver ser encontrado na casa dela. Eles caem na estrada e deixam um rastro de roubos por onde passam. O Boulevard do Crime Les enfants du Paradis de Marcel Carné França, 182’, P&B, Digital, 1945 Paris, 1828. No meio da multidão do perigoso Boulevard do Crime, encontram-se atores e artistas diversos. Aqui começa o amor frustrado de Garance com o mímico Baptiste Deburau. Apaixonado, ele não consegue se declarar, pois o espírito livre da mulher o intimida. Ao mesmo tempo, a filha do diretor do teatro, Nathalie, nutre um amor secreto pelo mímico, enquanto o jovem ator Frédérick Lemaître começa um relacionamento com Garance, que também ama Baptiste em segredo. * International Critics Award para Melhor Longa, Festival de Veneza (1946) O Demônio da Argélia 36 Pépé le Moko de Julien Duvivier França, 94’, P&B, Digital, 1937 Pépé le Moko é um gangster francês foragido em Casbah, na Argélia. Lá, ele está seguro da polícia que o persegue loucamente. Contudo, ele sente falta da liberdade e, após encontrar uma linda turista por quem se apaixona, seu desejo de voltar aumenta. A polícia então tentará usá-la para capturá-lo. Os Olhos sem Rosto Les yeux sans visage de Georges Franju França/Itália, 88’, P&B, Digital, 1960 O cirurgião Genessier deseja remodelar o rosto de sua filha Christiane, que teve o rosto desfigurado após um acidente de carro. Mas para ele realizar o processo, ele terá que arrancar a pele de outras garotas. Van Gogh de Maurice Pialat França, 158’, Cor, Digital, 1991 Dramatização das últimas semanas do lendário pintor Van Gogh. O Maurice Pialat se concentra nos últimos 67 dias de vida de Van Gogh, no final da primavera de 1890, quando ele se muda para Auvers-sur-Oise, onde se hospeda sob os cuidados do Dr. Gachet. Acompanhamos seu desenvolvimento amoroso com a fila do Dr. Gachet e seu relacionamento conturbado com o irmão Theo. Com uma linda fotografia que remete às obras de Renoir e Manet, Pialat realiza um fascinante retrato da vida do pintor. *César de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor (1992) Viagem à Lua Le voyage dans la lune de Georges Méliès França, 13’, P&B, Digital, 1902 O professor Barbenfouillis convence seus colegas a participarem de uma viagem de exploração à Lua. Eles partem em uma nave que aterrissa no olho direito da Lua. Lá eles encontram habitantes hostis que os levam ao seu rei. Os terráqueos conseguem fugir quando descobrem que os inimigos viram fumaça a um simples toque de guarda-chuva. 37 Fábula I Mostra ONS de Cinema Brasileiro Mitt Hem Är Copacabana de Arne Sucksdorff Suécia/Brasil, 88’, P&B, 35mm, 1965 Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor do Guldbagge de Melhor Direção em 1965, narra a trajetória de 4 crianças pobres, oriundas da favela Pavão-Pavãozinho, em sua luta diária pela sobrevivência em meio ao bairro carioca de Copacabana. A I Mostra ONS de Cinema Brasileiro é resultado do projeto Recuperação do Acervo da Cinemateca do MAM-RJ, desenvolvido desde 2009, voltado para a criação de novas matrizes e cópias para títulos importantes da filmografia brasileira que se encontravam em precário estado de conservação ou sem material de acesso. A seleção, que obedeceu a critérios prioritariamente de preservação, realiza um passeio pelas várias dimensões artísticas, históricas e culturais da produção cinematográfica do país, apresentando obras que não circulam há pelo menos 20 anos. O Fraco do Sexo Forte Crônica de um Industrial de Luiz Rosemberg Filho Brasil, 87’, Cor, 35mm, 1978 Empresário com passado de esquerda entra em crise diante dos novos rumos do país, pós-milagre econômico. de Osíris Parsifal de Figueroa Brasil, 84’, Cor, 35mm, 1973 Ex-figurante ganha na loteria esportiva e se torna produtor de cinema, contratando um intelectual e um erotômano para desenvolver o argumento da película. O Santo e a Vedete de Luiz Rosemberg Filho Brasil, 80’, Cor, 35mm, 1981 Político do interior vem passar o carnaval no Rio de Janeiro e se apaixona por uma vedete. Excursionando com sua trupe, ela vai parar na cidade do amante e passa e pedir favores cada vez mais comprometedores. Raoni de Jean Pierre Dutilleux e Luiz Carlos Saldanha França/Bélgica/Brasil, 84’, Cor, 35mm, 1978 Ganhador de 5 prêmios no Festival de Cinema de Gramado (incluindo Melhor Filme), eleito Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de São Francisco, e indicado ao Oscar de Melhor Documentário, o filme acompanha a luta do cacique Raoni pela preservação do Parque nacional do Xingu, ameaçado por grileiros, caçadores e madeireiras. Lançado internacionalmente com narração de Marlon Brando (inglês) e Jacques Perrin (francês). Sangue Quente em Tarde Fria de Fernando Cony Campos e Renato Neumann Brasil, 87’, Cor, 35mm, 1973 Assaltante perseguido pela polícia rodoviária sequestra mãe, filha e o motorista, provocando uma reviravolta familiar. 39 Argila XI Panorama Internacional Coisa de Cinema e Goethe-Institut Salvador-Bahia/ICBA Apresentam de Werner Schroeter Alemanha, 36’, Cor/P&B, Digital, 1968 Essa obra experimental de Werner Schroeter faz parte de seus primeiros trabalhos e foi criada em forma de projeção dupla. O filme utilizado como base exibe um homem e três mulheres, duas interagem diretamente com ele, a terceira comenta os acontecimentos. O filme é projetado uma vez em cópia muda em preto e branco e uma colorida e sonorizada na outra metade da tela. A cópia em preto e branco começa um minuto mais cedo, com esse adiantamento, a cor e o som tornam-se uma lembrança complementar das imagens já vistas. Retrospectiva Werner Schroeter Apoio: Filmmuseum München Embora o cinema de Werner Schroeter tenha nascido no espírito do Novo Cinema Alemão do Pós-Segunda Guerra e tenha feito parte deste movimento desde o início, seu estilo o diferencia dos outros cineastas do período. Schroeter sempre trabalhou num território extremamente pessoal, irredutível ao cinema narrativo, mesmo nos seus filmes mais “acessíveis”. Começou por trabalhar em 8 mm, um suporte típico do cinema experimental e/ou amador, antes de passar ao formato em 16 mm. Foi só com o belíssimo “Il Regno di Napoli”, o seu vigésimo sétimo filme, que filmou pela primeira vez no formato “profissional” de 35 mm. Fascinado pela ópera e pela ideia de performance, sua obra é profundamente ligada aos temas do amor e da morte. A partir dos anos 1980, Schroeter introduziu uma vertente documental no seu cinema, que por vezes fundia com as suas mitologias pessoais. Associado a um certo fascínio pela decadência e pela mortalidade, o cineasta alemão abole no seu cinema a fronteira entre “cultura alta” e cultura popular, que ele simultaneamente celebra e parodia. O seu contemporâneo Rainer Werner Fassbinder, sem dúvida o realizador germânico da sua geração que melhor podia perceber a sua poética, observou a seu respeito: “Werner Schroeter terá um dia um lugar na história do cinema análogo ao que seria um lugar na literatura algures entre Novalis, Lautréamont e Céline; ele foi durante dez anos um realizador ‘underground’ e não o deixaram sair deste papel”. Os primeiros filmes de Schroeter, “Argila” e “Eika Katappa”, ainda no final dos anos 1960, já antecipavam as instalações multimídias dos dias de hoje, através da utilização de telas múltiplas e colagens. Na década de 1970, realiza algumas de suas obras mais célebres, transitando por estilos e territórios distintos. Entre elas, “A Morte de Maria Malibran”, uma homenagem singular a grandes divas do canto, da personagem-título a Maria Callas e Janis Joplin, o surrealismo californiano de “Willow Springs”, o romantismo expressionista de influência mexicana em “Anjo Negro” e a Cuba imaginária de “Os Flocos de Ouro”. 40 “Schroeter é o Cocteau do nosso tempo. O cinema de Werner Schroeter é a mais pura magia, ele cria um novo mundo, um novo tempo, cheio de artifício e beleza. Visões de um reino imaginário onde tudo é permitido. Magic Werner, Magic Cinema”, afirma o jornal francês Libération em 4/9/2008. A Morte de Maria Malibran Der Tod der Maria Malibran de Werner Schroeter Alemanha, 110’, Cor, Digital, 1971 A meio-soprano Maria Malibran, cujas voz e beleza conquistaram os corações de Rossini e Bellini, faleceu em 1836 com 26 anos em decorrência de uma queda do cavalo. O filme não pretende ser biográfico, mas destina-se ao seu mito e seu misticismo, apresentando Magdalena Montezuma e Candy Darling nos papéis principais. Uma obra sobre “a voz como extensão da vida, como veículo de libertação e de morte”. Para Michel Foucault: “O que Schroeter faz com um rosto, com a maçã do rosto, os lábios, a expressão dos olhos, é um multiplicar e um florescer do corpo, uma exultação. Não é um filme sobre o amor, mas um filme sobre a paixão”. “Quando se conhece a ele, quando calha de o conhecer pessoalmente, se tem a sensação de que Werner Schroeter não pertence a esse mundo. E isso não necessariamente deve ser interpretado como um elogio. É simplesmente a constatação de uma defasagem, de uma diferença de frequência entre a vida terrena, cotidiana, e a subsistência exaltada, a superabundância de energia e sensualidade que transmite a figura de Werner”. Ricardo Parodi Crítico de cinema - Goethe Institut Buenos Aires Eika Katappa de Werner Schroeter Alemanha, 138’, Cor, Digital, 1969 Primeiro longa-metragem de Schroeter, que o definiu assim: “Uma coleção de associações de imagens e sons do mundo em que vivo”. O filme ilustra a paixão de Schroeter pela música, da ópera ao pop, e as peças musicais que ouvimos são “ilustradas” por “cenas” extremamente livres e sem relação específica entre elas. O vínculo é criado inicialmente na cabeça do público. Exibido em 1970, na Quinzaine des realisateurs do Festival de Cannes. Piloto de Bombardeio Der Bomberpilot de Werner Schroeter Alemanha, 65’, Cor, Digital, 1970 Neste filme, pela primeira vez Schroeter aborda o passado nazista da Alemanha, sem se afastar, no entanto, da sua maneira habitual de trabalhar. Este passado é evocado através das figuras de três personagens femininas fictícias, que tinham atuado em espetáculos de palco durante o período nazi. Segundo Michel Legrand, através destas três figuras Schroeter transmite a desordem e a repressão mental que levaram a lembrança das atrocidades nazistas a ser atenuada na memória coletiva alemã. Mais uma vez, a música, está no cerne do cinema de Schroeter. 41 Willow Springs de Werner Schroeter Alemanha, 78’, Cor, Digital, 1973 Uma das obras mais complexas e radicais do cinema moderno, marcando uma espécie de transição entre aquilo a que se chamou um método de “colagem” de que “Eika Katappa” é o exemplo maior e o realismo agônico de “O Rei das Rosas”. Conta a “história” da relação entre três mulheres que vivem isoladas no deserto. O ponto de partida para o filme, segundo Schroeter, foi a morte de Marilyn Monroe. O Anjo Negro Der Schwarze Engel de Werner Schroeter Alemanha, 71’, Cor, Digital, 1973-74 Schroeter funde dois aspectos do seu cinema, a fantasia puramente pessoal, com as suas mitologias, e o ensaio cinematográfico feito em terras longínquas. Duas mulheres, uma de Boston e a outra de Berlim, fogem do vazio das suas vidas e, em uma aventura mexicana, vão em busca da realização pessoal nas ruínas dos Deuses Incas. Schroeter contrapõe esta situação, que tem alguma semelhança com a de “Willow Springs” e na qual o fascínio das protagonistas com o México é forçosamente superficial, a elementos documentais e à percepção que os nativos têm da sua cultura. Os Flocos de Ouro 42 Goldflocken de Werner Schroeter Alemanha/França, 166’, Cor, Digital, 1976 Ambientado em uma Cuba inventada (rodado, de fato, na França, na região do Ruhr e na Baviera) e falado em vários idiomas, o filme encerra a primeira fase da obra de Schroeter – segundo diversos testemunhos, era o seu preferido – sendo a conclusão lógica do imaginário baseado sobre a relação da imagem com a música. Aqui, Schroeter reúne no mesmo filme diversos elementos que surgem separadamente em sua filmografia. No decorrer de “Os Flocos de Ouro”, seguimos quatro histórias de obsessão erótica, cada qual num tom diferente. Esta foi a primeira colaboração de Schroeter com Bulle Ogier, a quem o filme é dedicado. A atriz comentaria esse filme mais tarde: “As sequências em preto e branco são a coisa mais bela que já fiz no cinema. Werner conseguiu captar a fragilidade, a transparência delicada dentro de mim. Assim como com Andréa Ferréol, que nunca esteve mais sexy e mais renoir em um filme”. O Dia dos Idiotas Tag der Idioten de Werner Schroeter Alemanha, 107’, Cor, Digital, 1982 O que se passa na cabeça da bela Carol Schneider? Ela não se encaixa na vida normal. Tenta escapar com todos os recursos: grita, chora, xinga e implora pela atenção de seu apático amante Alexander. “Matem-me!”, ela grita para o nada. O seu comportamento a leva à internação em um manicômio. Aqui ela quer ficar para sempre, apesar de continuar isolada. Pierre Guislain observou à época que “este mundo onde reinam forças negativas é um pouco a ópera italiana oposta à ópera alemã, o romantismo contra o classicismo, numa afirmação trágica do que já se perdeu”. O Concílio de Amor Das Liebeskonzil de Werner Schroeter Alemanha, 96’, Cor, Digital, 1981 O ponto de partida do filme foi a peça DAS LIEBESKONZIL (1895), de Oskar Panizza, situada durante um surto de sífilis no século XV, que o autor apresenta ironicamente como uma punição divina. A peça causou escândalo e Panizza foi preso por obscenidade. No filme, Schroeter alterna trechos da peça com uma encenação do processo, conciliando a sua habitual mise en scène por quadros vivos com os temas políticos que se tornavam cada vez mais presentes no seu trabalho neste período. O fato do filme ter sido feito quando surgia a pandemia da AIDS acentua, sem dúvida, esta dimensão política. Prêmio de melhor filme da crítica na Mostra Internacional de Cinema de SP em 1983. Sobre a Argentina De L’Argentine de Werner Schroeter França/Argentina, 94’, Cor, Digital, 1986 Documentário sobre os pavores e a tortura da ditadura militar argentina. Werner Schroeter compara as informações oficiais publicadas pelo regime militar aos depoimentos de vítimas, dissidentes e as famílias dos “desaparecidos”. A partir da intimidade com os entrevistados, através de sua mímica e suas palavras, o filme transmite o pavor da violência. 43 Comunismo Panorama Internacional As Mil e uma Noites – Volume 1, O Inquieto de Miguel Gomes Portugal/França/Alemanha/ Suíça, 125’, Cor, Digital, 2015 Num país europeu em crise, Portugal, um realizador propõese a construir ficções a partir da realidade miserável onde esta inserido. Mas incapaz de descobrir um sentido para o seu trabalho, foge covardemente, dando o seu lugar à bela Xerazade. Ela precisará de ânimo e coragem para não aborrecer o Rei com as tristes histórias desse país! Com o passar das noites, a inquietude dá lugar à desolação e a desolação ao encantamento. Por isso Xerazade organiza as histórias que conta ao Rei em três volumes. Começa assim: “Ó venturoso Rei, fui testemunha de que num triste país entre os países…” 44 Volume 1, O Inquieto No qual Xerazade dá conta das inquietantes maldições que se abatem sobre o país: “Ó venturoso Rei, fui testemunha de que num triste país entre os países, onde se sonha com sereias e baleias, o desemprego propaga-se. Em certos lugares, a floresta arde noite adentro apesar da chuva que cai; homens e mulheres anseiam por lançarem-se ao mar em pleno inverno. Por vezes há animais que falam, embora seja improvável que os escutem. Neste país onde as coisas não são o que aparentam ser, os homens do poder passeiam-se em camelos e escondem uma permanente e vergonhosa ereção; aguardam pelo momento da coleta de impostos para poderem pagar a um certo feiticeiro que…”. E vendo despontar a manhã, Xerazade calou-se. Kommunisten de Jean-Marie Straub França/Suíça, 70’, Cor, Digital, 2014 Straub, com uma nova filmagem e algumas sequências chave de seus filmes anteriores, reconstrói o sonho singular que poderia salvar nosso mundo: aprender a conviver juntos. De Malraux a Vittorini, Fortini e Hölderlin, o mesmo sonho é mostrado sob diferentes aspectos. John From de João Nicolau Portugal, 100’, Cor, Digital, 2015 Embora Rita não se queixe, as suas férias de verão não são as mais animadas do mundo. Também não serão as mais tristes: entre cafés gelados, tardes quentes de namoro juvenil e saídas noturnas com sua amiga Sara, Rita arranja sempre tempo para molhar o chão da varanda e tomar banhos de sol. Os pequenos prazeres desta rotina são irremediavelmente postos em xeque quando a adolescente vê a exposição que um novo vizinho apresenta no centro comunitário local. Uma sucessão de eventos precisos e silenciosos torna possível a aproximação da jovem ao novo vizinho e a transformação do bairro em uma ilha do Pacífico Sul. Ou poderíamos dizer ao contrário: a transformação do bairro em uma ilha do Pacífico Sul e a aproximação da jovem ao novo vizinho tornam possível uma sucessão de eventos precisos e silenciosos. O Quarto dos Ossos El Cuarto de los Huesos de Marcela Zamora El Salvador/México, 52’, Cor, Digital, 2014 O filme acompanha um grupo de mães salvadorenhas em busca dos restos mortais dos seus filhos desaparecidos por causa da violência existente no país. Um retrato da quantidade de corpos recebidos e não reclamados em um necrotério. A história de DNAs sem nome e sem familiares, de pessoas mortas devido à rivalidade entre gangues. Out of my Hand de Takeshi Fukunaga EUA/Libéria, 88’, Cor, Digital, 2015 Um trabalhador rural da Libéria arrisca tudo para descobrir uma nova vida como motorista de táxi em Nova York. 45 Matinê Clube de Cinema da Bahia Walter da Silveira começou a escrever sobre cinema com apenas 12 anos de idade. Eram comentários e informações sobre os filmes que entravam em cartaz, publicados no jornal O Imparcial, onde seu pai trabalhava. Aos 20 anos, em 1936, escreve sua primeira crítica, sobre “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. Colaborador de diversos jornais e revistas, Doutor Walter, como costumava ser chamado, retornaria a Chaplin, e seu personagem Carlitos, ao longo de toda a sua trajetória crítica. Dedicaria, como nos lembra Guido Araújo, três longos artigos a “Luzes da Cidade”, e mais cinco a “Luzes da Ribalta”. Um pouco antes de morrer, publica, em 1970, o livro Imagem e Roteiro de Charles Chaplin, e exibe “O Garoto”, filme visto apenas por ele e poucos que estiveram presentes à sessão de 1922. Foi como uma despedida do grande crítico e pensador Walter da Silveira, um advogado do povo e do cinema, como bem definiu Orlando Senna. E é como uma celebração à vida desse grande intelectual, mestre de algumas gerações de críticos e cineastas baianos, que escolhemos reexibir “O Garoto” (1921), como parte das atividades do Seminário 100 anos de Walter da Silveira, no XI Panorama Internacional Coisa de Cinema. Mantendo o ritual de exibição das matinês do Clube Cinema da Bahia, criado por ele em 1950, serão realizadas exibições em Salvador e Cachoeira. Em Salvador, a sessão ocorre no antigo Cine Guarani, domingo de manhã. Ao reencenar o ritual encarnado e difundido por Walter da Silveira ao longo de duas décadas, buscamos um reencontro não apenas com ele, o professor Walter, mas também com a história e a experiência estética do cinema, que, em sua visão, deveria ser necessariamente ética e coletiva, nacional e transnacional. por Cyntia Nogueira Coordenadora do Seminário 100 anos de Walter da Silveira O Garoto 46 The Kid, de Charles Chaplin EUA, 68’, P&B, Digital, 1921 Muito pobre, uma mãe percebe que não pode dar para seu filho todo o cuidado que ele necessita. Assim, ela prende um bilhete junto ao bebê, e o deixa no banco de trás de um luxuoso carro. Entretanto, o veículo é roubado por dois ladrões, que, quando descobrem o menino, o abandonam no fundo de uma ruela. O Vagabundo faz o seu passeio matinal e encontra a criança, e sem saber o que fazer, resolve criá-la. Conforme os anos se passam, o Garoto e o Vagabundo se tornam uma dupla perfeita, bolando diferentes esquemas para conseguir o dinheiro para seu sustento e para fugir da polícia, que está sempre em seu encalço. Seminário 100 anos de Walter da Silveira Biografias Luís Alberto Rocha Melo Luís Alberto Rocha Melo é cineasta, pesquisador e professor do Curso de Cinema e Audiovisual e do Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens da UFJF. Desenvolve a pesquisa “Historiografia Audiovisual do Cinema no Brasil”, financiada pelo CNPq. Dirigiu, entre outros trabalhos, os longas “Um homem e seu pecado” (2015), “Nenhuma fórmula para a contemporânea visão do mundo” (2012) e “Legião estrangeira” (2011); o curta “Que cavação é essa?” (2008); e o média “O Galante rei da Boca” (2004). Foi redator das revistas de cinema Contracampo (2001-2013) e Filme Cultura (2012-2014). Coordenação: Cyntia Nogueira (UFRB) Mesa 1 Mesa 2 Mesa 3 O pensamento crítico de Walter da Silveira Walter da Silveira e a história do cinema na Bahia Walter da Silveira e o Clube de Cinema da Bahia Walter da Silveira: entre a solidariedade e a solidão A história do cinema vista por Walter da Silveira Walter da Silveira, a crítica e a cinefilia em Salvador Luís Alberto Rocha Melo José Umberto Dias Rafael Carvalho A singularidade do pensamento de Walter da Silveira no panorama da crítica brasileira nos anos 19401950. “Um intelectual ao lado do povo e só diante de seus pares”. A realização do I Festival Internacional de Curta-Metragem em 1951. A participação nos congressos de 1952 e 1953. Walter da Silveira e o cinema independente. A publicação, em 1978, do livro póstumo e inacabado A história do cinema vista da província e a história social do cinema na Bahia. O pensamento crítico de Walter da Silveira e a publicação de O Eterno e o Efêmero, compilação de seus escritos, em 2006. Seus apontamentos para uma possível história da crítica cinematográfica no Brasil. Walter da Silveira e os historiadores do cinema brasileiro. O conceito de cinefilia e a atuação de Walter da Silveira à frente do Clube de Cinema da Bahia. A cinefilia como uma cultura construída em torno da experiência do cinema. A atividade crítica, cineclubista e pedagógica de Walter da Silveira. A formação do público e de novas gerações de críticos e cineastas. Paulo Emílio e Walter da Silveira: a tática do cinema moderno Adilson Mendes Paulo Emílio e Walter da Silveira são dois pilares do pensamento e da prática do cinema moderno. Além de críticos e pensadores de grande ascensão sobre os jovens cineastas do Cinema Novo, ambos são responsáveis pela formulação de uma tática de afirmação em festivais (nacionais e internacionais) que foi decisiva para a consolidação do modernismo cinematográfico brasileiro. 48 O acervo Walter da Silveira Ernesto Marques As ações de preservação e difusão do acervo Walter da Silveira, doado à Biblioteca Pedro Calmon, da Associação Baiana de Imprensa – ABI. A biblioteca, os documentos originais e pessoais de Walter da Silveira. Clube de Cinema e cultura moderna em Salvador Helena Ignez A experiência do cinema na Salvador dos anos 1950 e 1960. O Clube de Cinema da Bahia e a Escola de Teatro. Cinema e vanguarda. A experiência do curta-metragem Pátio e seu lançamento no Clube de Cinema. As filmagens de A Grande Feira, de Roberto Pires, e a participação de Walter da Silveira. Adilson Mendes Pesquisador e ensaísta com estudos sobre a história social do cinema, especialmente suas conexões com a história da arte. Pesquisador da Cinemateca Brasileira ao longo da década de 2000, participou da organização de arquivos ao longo de uma década, destaque para os arquivos pessoais de Paulo Emilio Salles Gomes, Gustavo Dahl, Glauber Rocha, Jean-Claude Bernardet, Fernando Duarte, todos no campo do cinema moderno brasileiro. Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (USP), é autor de Trajetória de Paulo Emilio (Ateliê Editorial, 2013). José Umberto Dias Formado em Ciências Sociais, fez o curso de iniciação cinematográfica no Grupo Experimental de Cinema da UFBA (1968), realizado por Walter da Silveira e Guido Araújo. Atuou como crítico de cinema no Jornal da Bahia (1969-74) e na Tribuna da Bahia (1969-70). Foi coordenador e diretor da Imagem e do Som (Dimas) da Fundação Cultural do Estado de 1976 a 1977 e de 1982 a 1986. Em 1977, criou o Cinema de Arte da Bahia, que a partir de 1986 recebe o nome de Sala Walter da Silveira. Organizou a publicação póstuma do livro inacabado “A história do cinema vista da província” (1978), de Walter da Silveira, e coordenou o projeto de recuperação e conservação da obra de Alexandre Robatto (1985-1986). A partir de 1991, atua no setor de documentação e pesquisa da Dimas. Em 2004, organiza a publicação, em quatro volumes, da coletânea crítica O Eterno e o Efêmero, de Walter da Silveira. É integrante do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Cineasta, ensaísta, escritor, ator e dramaturgo, dirigiu curtas como “O forte” (1967), “Perâmbulo” (1968), “Voo interrompido” (1969-71), “Brabeza” (1978), “Urubu” (1978), “Maíra” (1979-80), “Ser tão” (1979), “Cantos Flutuantes” (1980) e “A musa do cangaço” (1981). Dirigiu os longas “O anjo negro” (1972) e “Revoada” (2014). Ernesto Marques Radialista e jornalista formado pela FACOM-UFBa. Trabalhou como repórter das principais emissoras de televisão de Salvador e foi dirigente do Sindicato e da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Rádio TV e também do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação. Atualmente é vicepresidente da Associação Bahiana de Imprensa. Foi assessor de imprensa do ex-governador Jaques Wagner e assumiu recentemente a Secretaria de Comunicação de Vitória da Conquista. Rafael Carvalho Rafael Carvalho é crítico e pesquisador de cinema. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), escreve para o site Moviola Digital e colabora para o Jornal A Tarde. Faz doutorado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde pesquisa a crítica de cinema online e faz parte do Grupo de Pesquisa Recepção e Crítica da Imagem (Grim). Integra a equipe de curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Helena Ignez Helena Ignez, com mais de 50 anos de produção nos vários campos das artes cênicas e cinematográficas, já foi homenageada na Ásia e na Europa, como no 20º Fribourg International Film Festival, na Suíça, com a Mostra “La Femme Du Bandit” com 25 de seus filmes e no 17º Festival of Kerala, na Índia, com a exibição de 6 filmes em que trabalhou como atriz ou diretora. Helena Ignez fez seu primeiro filme com Glauber Rocha, como atriz no “O Pátio” em 1959. Fez inúmeros filmes do Cinema Novo, como “A Grande Feira”, “Grito da Terra”, “Assalto ao Trem Pagador” e “O Padre e a Moça”. Começou sua parceria criativa com Rogério Sganzerla em 1968 e atuou em quase todos os seus filmes. Ela dirigiu os filmes “Reinvenção da Rua”, “A Miss e o Dinossauro – Bastidores da Belair”, “Canção de Baal”, “Luz nas trevas”, “Feio, eu?” e “Poder dos Afetos” selecionado para o 67º Festival del film Locarno em 2014. 49 Sessão Especial Roberto Pires Mostra Ensino de Cinema na Bahia: um panorama Abrigo Nuclear de Roberto Pires BA, 86’, Cor, 35mm, 1981 No futuro, em virtude da poluição radioativa da superfície da Terra, a população se vê obrigada a viver em abrigos nucleares subterrâneos, que continuam a utilizar a energia nuclear como fonte energética principal, o que contribui para o aumento desse tipo de poluição. Um grupo revolucionário prepara um movimento para a recuperação da superfície terrestre com o objetivo de que, num futuro distante, seus descendentes possam abandonar o abrigo nuclear subterrâneo e voltar a viver, como seus antepassados, sobre a superfície da Terra. Bahia SCI-FI 50 de Petrus Pires BA, 32’, Cor, Digital, 2015 Desde a década de 1970, Roberto Pires militava contra a utilização da energia nuclear, acreditando que ela poderia, a longo prazo, extinguir a vida humana. Com a colaboração de Orlando Senna, escreveu o roteiro de ȐAbrigo Nuclearȑ, uma produção ambiciosa de ficção científica totalmente produzida e rodada na Bahia. Com depoimentos de Orlando Senna, Laura Pires, Nonato Freire, entre outros, o documentário ȐBahia SCI-FIȑ pretende desbravar o universo que rodeava Roberto Pires, a Bahia e a possível guerra nuclear do final dos anos 70 e início dos anos 80. Mostra Ensino de Cinema na Bahia: um panorama é uma iniciativa da Rede Nordeste de Cinema Universitário em parceria com o Panorama Internacional Coisa de Cinema, um projeto que envolve oito estados nordestinos cujo objetivo é promover os curtas realizados nas Universidades de Ensino Superior da Região. Focada na produção audiovisual baiana, teremos uma sessão que resgatará iniciativas surgidas desde final da década de 1960, com o pioneiro curso de cinema dado por Walter da Silveira, passando pela FTC, até chegar à formação em cinema realizada pela UFRB, UFBA e UESB. Ao final da projeção, uma mesa de debates sobre o tema com a presença de José Umberto, Guilherme Sarmiento, Ramon Coutinho e Isolda Libório. 51 GIZ Panorama de Animação Esse panorama internacional busca trazer o que há de melhor na mais recente produção autoral de cinema de animação. Nesse programa especial, apresentamos uma seleção de seis curtas-metragens representados por cinco países: Canadá, Estados Unidos, Suíça, Inglaterra e Brasil. A seleção conta com filmes de propostas inovadoras, como o caso de “Pig”, de Steven Subotnick, e “The Five Minute Museum”, de Paul Bush, em que o realizador conta um pouco da história mundial com objetos encontrados em museus. Em “Aubade” e “Sonámbulo”, música e imagem se encaixam em perfeita harmonia. O brasileiro Cesar Cabral, conhecido por “Dossiê Rê Bordosa”, traz mais um belo trabalho em stop motion com o curta “GIZ”. Para finalizar, Don Hertzfeldt volta com o tema do existencialismo no excelente “World of Tomorrow”. por Nara Normande Cineasta e curadora da sessão de Cesar Cabral Brasil, 10’, Cor, Digital, 2015 “Será que as galinhas sonham?” Um homem vive a rotina sem descanso numa imensa corporação. Incapaz de se relacionar com sua colega de trabalho, ele será questionado por um sonho hipnótico, até o ponto em que não poderá mais perceber se está realmente acordado. Pig de Steven Subotnick EUA, 3’, Cor, Digital, 2015 O porco é tudo. Aubade de Mauro Carraro Suíça, 5’, Cor, Digital, 2014 Um sol preto nasce no Lago Leman. Numa cena surrealista e com pouca luz, nadadores e pássaros testemunham o espetáculo do amanhecer, hipnotizados pela música de um violoncelista. Sonámbulo de Theodore Ushev Canadá, 4’, Cor, Digital, 2015 Uma jornada surrealista através de cores e formas inspiradas pelo poema “Romance Sonámbulo”, de Federico García Lorca. Poesia visual no ritmo de sonhos fantásticos e noites apaixonadas. The Five Minute Museum de Paul Bush Suíça/Reino Unido, 6’, Cor, Digital, 2015 Uma animação experimental em que centenas de artefatos de coleções de pequenos museus são trazidas à vida numa história animada sobre o esforço humano. World of Tomorrow de Don Hertzfeldt EUA, 17’, Cor, Digital, 2015 Uma garotinha é levada em uma viagem alucinante por seu futuro distante. 53 Comissão de Curadoria Adolfo Gomes LONGAS INTERNACIONAIS É jornalista, crítico de cinema (Abraccine) e cineclubista. Ministrou as oficinas “Olhar o cinema – uma introdução à cinefilia” (Iphan – Belém-PA), “Cinema Corsário – uma viagem pelos filmes de gênero” (Panorama Internacional Coisa de Cinema) e “Gostoso de ver: uma revisão da pornochanchada brasileira” (Festival Internacional Lume de Cinema). Curador de ciclos como “O Mito de Dom Sebastião no Cinema” e “Somos todos marginais, do udigrúdi àpornochanchada”. Colaborou com a revista eletrônica Contracampo. Cláudio Marques LONGAS INTERNACIONAIS • LONGAS NACIONAIS Foi editor e crítico do jornal Coisa de Cinema durante oito anos (1995-2003). Colaborou para os jornais Tribuna da Bahia e A Tarde. Responsável pela programação da Sala Walter da Silveira (2007-2009), idealizou e hoje é o principal coordenador do Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha. É idealizador e coordenador do Panorama Internacional Coisa de Cinema. “Depois da Chuva”, seu primeiro longa-metragem, estreou no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde recebeu os prêmios de Melhor Ator, Roteiro e Trilha Sonora. A estreia internacional do longa foi no Festival de Cinema de Rotterdam, em 2014. João Paulo Barreto CURTAS NACIONAIS • CURTAS INTERNACIONAIS É formado em Jornalismo e teve sua graduação voltada para a análise e pesquisa das obras de Martin Scorsese e Fernando Meirelles. Participou de cursos com foco em Teoria, Crítica e Linguagem Cinematográficas ministrados por críticos como João Carlos Sampaio, Sergio Rizzo, André Setaro e Pablo Villaça. Em 2014, participou da oficina “A Mutação Histórica do Cinema”, ministrada pelo professor, curador e restaurador da cinemateca do MAM-RJ, Hernani Heffner. Escreve para o blog Película Virtual e para o site Coisa de Cinema Críticas. Integra, desde 2012, a equipe de curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Marília Hughes CURTAS NACIONAIS É graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA/PósCom. Sócia da empresa Coisa de Cinema, onde trabalha desde 2006 como diretora, produtora e editora. Marília realizou diversos curtas premiados e, desde 2007, é produtora geral do Panorama Internacional Coisa de Cinema. “Depois da Chuva”, seu primeiro longa-metragem, estreou no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde recebeu os prêmios de Melhor Ator, Roteiro e Trilha Sonora. A estreia internacional do longa foi no Festival de Cinema de Rotterdam, em 2014. Nara Normande PANORAMA ANIMAÇÃO É realizadora e ganhou mais de 20 prêmios com seu primeiro filme, a animação “Dia Estrelado”. Seu segundo filme, “Sem Coração”, codirigido pelo cineasta Tião, foi premiado com o Prix Illy du Court Métrage na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, com o Prêmio Coral no Festival de Havana, com os candangos de Melhor Filme, Direção e Montagem no Festival de Brasília. De 2010 a 2014, foi diretora artística do ANIMAGE - Festival Internacional de Animação de Pernambuco. Atualmente, integra a diretoria da Associação Brasileira de Cinema de Animação e está na produção de seu terceiro curta-metragem, “Guaxuma”, previsto para 2016. Rafael Carvalho CURTAS NACIONAIS • CURTAS INTERNACIONAIS É crítico e pesquisador de cinema. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), escreve para o site Moviola Digital e colabora para o Jornal A Tarde. Faz doutorado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde pesquisa a crítica de cinema online e faz parte do Grupo de Pesquisa Recepção e Crítica da Imagem (Grim). Integra a equipe de curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Rafael Saraiva CURTAS NACIONAIS • CURTAS INTERNACIONAIS 54 Mesmo graduado em Ciência da Computação, motivou-se a seguir carreira na área do audiovisual. Participou de workshops e oficinas relacionadas a roteiros e curadoria de festivais. Na área da crítica cinematográfica, fez cursos com os críticos Pablo Villaça (portal Cinema em Cena) e João Carlos Sampaio (jornal A Tarde), este último durante o VII Panorama Internacional Coisa de Cinema, quando teve ainda a oportunidade de integrar o Júri Jovem da Mostra Competitiva Nacional. Desde a oitava edição do festival integra a equipe de curadoria. Também participa do Cineclube Glauber Rocha, projeto dedicado ao cineclubismo iniciado em 2014. PanLab é o laboratório de roteiros oferecido gratuitamente pelo Panorama Internacional Coisa de Cinema visando contemplar roteiros em fase de desenvolvimento de realizadores baianos. O laboratório chega a sua terceira edição em 2015 com roteiros selecionados de curtas e longas. O objetivo principal da atividade é oferecer espaço para que os projetos selecionados possam ser tensionados e discutidos através de encontros individuais com os consultores. Acredita-se ser uma chance de realizadores baianos aprimorarem seus projetos para que cheguem à fase de produção com mais maturidade e potência. Os consultores dessa terceira edição, que acontece durante o festival, são Aleksei Abib, Caetano Gotardo e Marina Meliande, todos com vasta e variada experiência em desenvolvimento de roteiros para cinema e TV. Aleksei Abib Roteirista, script-doctor e produtor, Aleksei assina os roteiros de “A Via Láctea” (46ª. Semaine Internationale de la Critique, Festival de Cinema de Cannes); do documentário “O Último Kwarup Branco”; e da novela “Água na Boca”, da Band. Escreveu séries documentais e ficcionais para os canais de TV Futura, RBS e CNT. Em anos recentes, tornou-se um dos consultores de roteiro mais requisitados do país, onde contam, entre outros, o script-doctor de “ELENA”, de Petra Costa (pré-indicado ao OSCAR 2015); “De Menor”, de Caru Alves de Souza (Melhor Filme no Festival do Rio 2013); “O Último Cine Drive-In”, de Iberê Carvalho (Prêmio da Critica, Festival de Gramado, 2015); “Hoje”, de Tata Amaral (Melhor Roteiro, 44º Festival de Brasília); “Órfãos do Eldorado”, de Guilherme Coelho; e o inédito longa de Afonso Poyart sobre a vida do lutador de MMA José Aldo. Além disso, foi consultor nas edições de 2009 a 2013 do Laboratório de Roteiros do Sesc (antigo Sundance). Atuou, ainda, na mesma função para filmes em regime de coprodução internacional do antigo Depto. Internacional da produtora O2 Filmes; e como analista e instrutor de roteiros para a Rede Globo (“Profissão Repórter”, do jornalista Caco Barcellos). Atualmente, é líder do Núcleo Criativo da Produtora Pavirada, contemplada na primeira edição do Prodav 3 do FSA, 2014. Caetano Gotardo Participando pela primeira vez do PanLab, Caetano estudou Cinema na USP. Escreveu e dirigiu oito curtas-metragens, entre os quais “Matéria” (2013), “O menino japonês” (2009) e “Areia” (2008) foram exibidos em festivais brasileiros e internacionais. Uma retrospectiva completa de seus curtas foi realizada pela Cinemateca Francesa em outubro de 2013, em Paris. Seu primeiro longa-metragem, “O que se move”, já ganhou prêmios como os de melhor filme na Semana dos Realizadores, no Lakino – Berlim e no Cineport – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa. Caetano também foi diretor do projeto coletivo “Desassossego” (2010) junto com outros cineastas de diferentes cidades brasileiras, sob coordenação de Felipe Bragança e Marina Meliande, e montou “Trabalhar Cansa” (2011), longa de Juliana Rojas e Marco Dutra. Em 2014, foi selecionado para a prestigiosa residência da Cinéfondation- Festival de Cannes, para desenvolver o roteiro de seu novo projeto de longa-metragem, “Todos os Mortos”, que dirigirá em parceria com Marco Dutra, com quem integra o coletivo de realizadores Filmes do Caixote, grupo de cineastas que colaboram constantemente nos projetos uns dos outros. Marina Meliande Marina Meliande nasceu em 1980 no Rio de Janeiro, Brasil. Cineasta e montadora formada pela Universidade Federal Fluminense, dirigiu, em parceria com Felipe Bragança, alguns filmes exibidos em festivais internacionais: dois curtas, “Por Dentro de uma Gota D’água” e “O Nome dele (o clóvis) além da Trilogia Coração no Fogo, composta pelos longas “A Fuga da Mulher Gorila”, lançado no Festival de Locarno 2009; “A Alegria” – lançado na Quinzena dos Realizadores, Festival de Cannes 2010; “Desassossego, filme das maravilhas” filme coletivo, lançado no Festival de Rotterdam 2011. Nos anos de 2007 a 2009, Marina foi artista residente do Centro de Arte Contemporânea Le Fresnoy (França), onde realizou duas vídeo instalações: “Lettres au Vieux Monde” e “L’Image qui reste”. Como montadora, trabalhou em mais de 40 filmes, entre eles, “Girimunho” e “Histórias que só existem quando lembradas”. Atualmente, prepara o projeto de seu primeiro longa metragem solo “Mormaço” com o suporte da Résidence da Cinéfondation (Festival de Cannes) e Hubert Bals Fund. 55 Oficina de Assistência de Direção para Cinema e TV O Panorama Internacional Coisa de Cinema oferece esse ano a Oficina de Assistência de Direção para Cinema e TV, ministrada pela produtora e diretora Cecília Amado. Além da especialização de técnicos já atuantes no mercado audiovisual, será realizada, também, a capacitação de novos profissionais na função de assistente de direção. O curso é dividido em quatro módulos, que abordam desde a parte estrutural das funções de um assistente de direção, passando por todas as questões de planejamento e, ainda, pela participação do assistente no que diz respeito ao trabalho de criação, roteiro e elenco: 1 - Assistente de Direção no Cinema e na TV - funções técnicas e criativas do assistente: Como celebrar um casamento perfeito entre direção e produção; 2 - Leitura e Análise Técnica de um Roteiro - lendo nas entrelinhas: Teoria e Prática; 3 - O planejamento - todos os passos: Cronograma de Produção, Plano de Filmagem e Set de Filmagem; 4 - Trabalhando com Atores e Figurantes: Seleção e Testes, Preparação de Atores, Demandas do Elenco ao Longo de uma Produção e Marcação de Figuração. Cecília Amado 56 Diretora e produtora, Cecília Amado iniciou sua carreira cinematográfica em 1995 e fez escola nos sets de grandes produções, como “O que é isso companheiro?” e “Guerra de Canudos”. Antes de se tornar diretora, ela trabalhou no cinema e na televisão como assistente de diretores consagrados, como Cao Hamburger, Bruno Barreto, Sérgio Rezende, Helvécio Ratton, entre outros. Trabalhou, ainda, como assistente de direção na TV Globo durante 5 anos e foi coordenadora de núcleo no Canal Futura. Em 2008, Cecília dirigiu o curtametragem “Minha Rainha”, muito bem recebido nos principais festivais internacionais de cinema infantil. Em 2011, lançou, no circuito comercial, seu primeiro longa-metragem, “Capitães da Areia”, com distribuição da Imagem Filmes. Em 2012, Cecília abriu a produtora Tenda dos Milagres, em Salvador, onde vem atuando na direção de vídeos voltados para o mercado musical (Carlinhos Brown, Banda P9, Venus Brown, Rumpilezz) e em projetos com foco para o mercado infantojuvenil, como a série de curtas do projeto Cinema e Sal e documentário “Onde Dormem os Sonhos” (em finalização), além do desenvolvimento da série “Meu Irmão Nerd”, em parceria com a produtora Truq. Com dois novos projetos de longa-metragem em desenvolvimento, a ficção “30 Carnavais” e o documentário “APAXES, o Índio da Diáspora” , Cecília vê a formação e capacitação de novos profissionais na função de assistente de direção como um ponto estratégico para um momento de boa produção no cinema baiano e de abertura e inserção do audiovisual no mercado de televisão. Oficina de Escrita Crítica Iniciada em 2010, a Oficina de Escrita Crítica do Panorama Internacional Coisa de Cinema sempre teve como objetivo incentivar a iniciação e formação de novos críticos por entender a importância da análise e da crítica no desenvolvimento e fortalecimento da cinematografia local. Além dos encontros focados em métodos e abordagens de análise fílmica, contextualização sobre linguagem cinematográfica e atividades práticas, a oficina se desdobra na composição de dois núcleos que buscam uma experiência mais completa em contato com o cinema: o Júri Jovem, que se dedica a assistir todos os filmes da Competitiva Nacional e escolher os melhores longa e curta; e um grupo que se dedica a produzir críticas sobre filmes exibidos durante o festival no blog Pílulas Críticas. Os dois grupos são acompanhados de perto pelo crítico Rafael Carvalho. Desde sua criação, a oficina foi ministrada pelo crítico João Carlos Sampaio, que faleceu em maio de 2014. João circulava o Brasil cobrindo festivais, era participante ativo de atividades que envolviam o cinema e o fazer crítico, sempre entusiasmado pela formação de público e de profissionais da crítica. Por isso, o prêmio concedido pelo Júri Jovem no Panorama leva seu nome, em homenagem a sua carreira e seu envolvimento com o festival. Rafael Carvalho é crítico e pesquisador de cinema. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), escreve para o site Moviola Digital e colabora para o Jornal A Tarde. Faz doutorado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde pesquisa a crítica de cinema online e faz parte do Grupo de Pesquisa Recepção e Crítica da Imagem (Grim). Integra a equipe de curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. 57 Oficina de Sound Design como Sonoridade Total Oficina Infantil “CINEMIN – O Centro tem Histórias” A oficina de Sound Design como Sonoridade Total, ministrada por Edson Secco, abordará aspectos técnicos e conceituais da captação, edição e mixagem com foco no audiovisual. Além da influência do soundscape e dos processos digitais na construção de atmosferas sonoras, o som será visto desde o roteiro. A cidade de Cachoeira, sede do curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, receberá a oficina, que pretende capacitar cada vez mais os profissionais e estudantes de cinema na Bahia, especialmente nesse polo de produção cinematográfica no Recôncavo baiano. O audiovisual é, antes de tudo, uma forma de expressão. Uma linguagem que constrói realidades e dialoga com sentimentos, ideias, cultura e sua constante reelaboração na sociedade. A articulação imagem-som conjugadas em um suporte técnico é uma ferramenta fundamental para contar histórias, é uma maneira de dar voz ao que nem sempre se pode falar. Por isso, o audiovisual não pode ser visto mais como um privilégio de poucos, e sim algo cotidiano, um direito do cidadão e, é claro, da infância. Assim como na literatura, o audiovisual cria e recria realidades e pontos de vista. E para oferecer as crianças a possibilidade de falarem com suas próprias imagens e criar suas próprias representações de si, de sua identidade e do mundo, é preciso alfabetizá-las audiovisualmente. “CINEMIN – o centro tem histórias” é uma oficina de formação audiovisual para crianças e jovens de 10 a 14 anos que vivem e estudam no Centro Histórico de Salvador. O projeto, uma parceria da Tenda dos Milagres com a Coisa de Cinema, vai promover esse encontro das crianças com a sétima arte, no quadro do XI Panorama Internacional Coisa de Cinema. Ao longo da oficina, os alunos terão a oportunidade de realizar integralmente um curta-metragem documentário aportando seu olhar genuíno sobre a cidade e o bairro onde vivem e compartilhando suas histórias na tela grande do cinema. CINEMIN chega no Centro Histórico inspirado pelo sucesso das oficinas Cinema e Sal, produzidas pela Tenda dos Milagres nas ilhas do arquipélago de Cairu, onde foram realizados seis curtas documentários infantis, filmes que em pouco tempo já correm o mundo em festivais importantes como o FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil, o Cachoeira Doc, o Nueva Mirada - ARGENTINA (onde recebeu o prêmio de melhor curta-documentário infantil), CINEMAFEST - International Film Festival – MEXICO e o CICFF – Chicago International Children’s FilmFestival, um dos maiores do gênero infantil. Edson Secco é artista sonoro. Com 58 formação em Música, Tecnologia e Cinema, atua como músico, produtor, compositor e Sound Designer. Ganhador de 3 prêmios de Melhor Desenho de Som (Brasília, 2010 e 2013, Gramado 2013), compôs a sonoridade dos longas “Paulina (La Patota)”, de Santiago Mitre, vencedor de melhor filme no festival de Cannes em 2015, “LYGIA CLARK”, de Daniela Thomas, “Com Os Punhos Cerrados”, de Ricardo Pretti, “Dominguinhos”, de Joaquim Castro e Mariana Aydar, “ELENA”, de Petra Costa, “Depois da Chuva”, de Cláudio Marques e Marília Hughes, “JARDS” e “Transeunte”, de Eryk Rocha, “Éden” e “O Uivo da Gaita” e “O Prefeito”, de Bruno Safadi, “Exilados do Vulcão” e “Diário de Sintra”, de Paula Gaitán, “Terras”, de Maya Da-Rin, e os curtas “Vaticano”, de Walter Salles, “Version Française”, de Maya Da-Rin, produzido pelo Le Fresnoy, e “Olhos de Ressaca”, de Petra Costa. Como músico e performer participou do Share Festival-2012 em New York City, da companhia Quarto Physical Theater (Suécia) nas performances Waste in Process I, II e III (Suécia e Brasil). Atualmente integra o duo de música eletrônica NU (Naked Universe) ao lado da cantora Ligiana Costa. No teatro compôs trilhas originais para os espetáculos Um Circo de Rins e Fígados, Asfaltaram a Terra, Terra em Trânsito e Rainha Mentira, de Gerald Thomas, O Ovo e a Galinha e Brincar de Pensar, contos de Clarice Lispector, e para o espetáculo de dança Nijinski Casamento com Deus e RÓZA, onde também foi performer. Produziu as instalações sonoras das exposições Zuzu Angel (Ocupação Zuzu), Rogério Sganzerla (Ocupação Sganzerla), Lina Bo Bardi (Munique), Lygia Clark (MOMA NY), Panos (Sesc Sp), Miguel Chikaoka (H2Olhos) e Paula Gaitán (Imagem da Imagem), Oscillatorium da performer Inger- Reidun Olsen, Noruega, e a trilha sonora da performance Heart 192 em Barcelona. Participou expondo obras inéditas para a mostra Noises in the Void, em Barcelona e Londres e também para a 5a Bienal de Arte de Marrakech. Cecília Amado Diretora e produtora, Cecília Amado iniciou sua carreira cinematográfica em 1995 e fez escola nos sets de grandes produções, como “O que é isso companheiro?” e “Guerra de Canudos”. Antes de se tornar diretora, ela trabalhou no cinema e na televisão como assistente de diretores consagrados, como Cao Hamburger, Bruno Barreto, Sérgio Rezende, Helvécio Ratton, entre outros. Trabalhou, ainda, como assistente de direção na TV Globo durante 5 anos e foi coordenadora de núcleo no Canal Futura. Em 2008, Cecília dirigiu o curta-metragem “Minha Rainha”, muito bem recebido nos principais festivais internacionais de cinema infantil. Em 2011, lançou, no circuito comercial, seu primeiro longa-metragem, “Capitães da Areia”, com distribuição da Imagem Filmes. Em 2012, Cecília abriu a produtora Tenda dos Milagres, em Salvador, onde vem atuando na direção de vídeos voltados para o mercado musical (Carlinhos Brown, Banda P9, Venus Brown, Rumpilezz) e em projetos com foco para o mercado infantojuvenil, como a série de curtas do projeto Cinema e Sal e o documentário “Onde Dormem os Sonhos” (em finalização), além do desenvolvimento da série “Meu Irmão Nerd”, em parceria com a produtora Truq. Com dois novos projetos de longa-metragem em desenvolvimento, a ficção “30 Carnavais” e o documentário “APAXES, o Índio da Diáspora” , Cecília vê a formação e capacitação de novos profissionais na função de assistente de direção como um ponto estratégico para um momento de boa produção no cinema baiano e de abertura e inserção do audiovisual no mercado de televisão. 59 Equipe Coordenação Geral: Cláudio Marques e Marília Hughes Curadoria: Adolfo Gomes, Cláudio Marques, João Paulo Barreto, Marília Hughes, Nara Normande, Rafael Carvalho e Rafael Saraiva Coordenação de Logística/Receptivo: Lara Carvalho Assistente de Logística/Receptivo: Sophia Corral Receptivo: Flávia Diab Produção de Base/ Produção de Campo: Edilando Ferraz Mobilização de Público e Itinerância: Michele Perroni Assistente de Mobilização de Público: Gabriela Gomes Produção de Festas: Carol Morena Assistente de Produção de Festas: Ana Paula Matos Coordenação Seminário 100 anos de Walter da Silveira: Cyntia Nogueira Coordenação de Tráfego: Talyta Singer Coordenação de Projeção: Matheus Pirajá Projeção: Sebastian Forte, Cláudio Almeida, Edvandro Santana Programação Visual: Pierre Themotheo Coordenação de Legendagem e Tradução: Bernardo Machado Assistência de Legendagem Eletrônica: Fabiana Bastos e William Brandão Montagem de Legendas: Rafael Taranto Assessoria de Imprensa: Jane Fernandes - Quarta Via Comunicação e Marketing Vinheta e Cobertura em Vídeo: Anouk Degen-Dominguez Cobertura Fotográfica: Milena Palladino Gerenciamento de Mídias Sociais: Blenda Tourinho Programação do Site: Fábio Farani Administração de Conteúdo do Site: Blenda Tourinho e Rafael Saraiva Monitores: Alberto Gonçalves, Catarina Sampaio, Dáfine Prates, Felix Toro, Gabriela Gomes, Luiza Audaz, Pedro Canuto e Vitor Torres Coordenador técnico - Sala Walter da Silveira: Raimundo “Bandido” Nonato Revisão e logística - Sala Walter da Silveira: Emanuel Rôxo Coordenação e Debates (Cachoeira): Cyntia Nogueira e Danilo Scaldaferri Coordenação Seminário 100 anos de Walter da Silveira (Cachoeira): Cyntia Nogueira Produção e Receptivo (Cachoeira): Clarissa Brandão Técnico de Som (Cachoeira): Mateus Ribeiro Divulgação (Cachoeira): Fábio Rodrigues e Thainá Dayube Registro Fotográfico (Cachoeira): Augusto Daltro e Thamires Duarte Apoio Oficina e Projeção (Cachoeira): Wendell Coelho Apoio Receptivo (Cachoeira): Gabriela Palha Apoio Cinema (Cachoeira): Bruna Maria, Camila Gregório, Thainá Dayube Produção Festas (Cachoeira): Larissa Leão 60 Rua Direita de Santo Antonio, nº 84 - Santo Antonio Salvador – Bahia – Brasil CEP: 40301-280 email: [email protected] facebook.com/CoisadeCinemaPanorama twitter.com/XI_Panorama coisadecinema.com.br/xi_panorama/ 61 Salvador e Cachoeira concentram, por uma semana, o novo cinema brasileiro e internacional. Chamar-se Panorama é significativo para um encontro como este que, entre outras características, prima pela descentralização e pelos diferentes olhares. O Panorama incentiva a renovação e, assim, caminha junto conosco. Na Petrobras, buscamos impulsionar a produção, a formação de público e o fortalecimento do setor como um todo. A Bahia, onde começou nossa trajetória na indústria do petróleo, tem seu papel merecidamente representado na indústria cinematográfica, muito por conta do trabalho apresentado no Panorama. Lembramos ainda que em 2015 estamos celebrando os 20 anos de parceria com o cinema nacional. Através das nossas ações de patrocínios culturais, fixamos nossa marca em mais de 500 produções de filmes e anualmente participamos efetivamente de um conjunto de mais de 20 festivais de cinema no país. Estamos vinculados ao fortalecimento das atividades cinematográficas, em todas as linhas - produção, difusão, formação e memória; as mesmas que espelham as áreas de atuação do Petrobras Cultural, programa que define a abrangência e o modelo de seleção de projetos patrocinados pela empresa para todos os segmentos culturais. 62 A Petrobras segue acreditando no cinema brasileiro e apostando na importância dos festivais como espaço de celebração à produção nacional e internacional. Entendemos que o Petrobras Cultural contribui para a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição dos bens culturais e para a permanente construção da memória cultural brasileira. GonzaGa - de Pai Pra Filho / 2012 petrobras, patrocinando histórias que ficam para sempre na nossa memória. Nas telas do cinema, o Brasil tem um encontro marcado com o talento e a criatividade. cultura. quanto mais a gente compartilha, mais ela se multiplica.