Baixar Arquivo do Projeto - Secretaria de Estado do Planejamento

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Baixar Arquivo do Projeto - Secretaria de Estado do Planejamento
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AÇÃO CONJUNTA DE REVITALIZAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO
ACORDE – SÃO JOAQUIM-SC
RELATÓRIO ANÁLISE SWOT
PRODUTO IV
Junho, 2009
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GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
SÃO JOAQUIM - SC
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CURSO DE TURISMO E HOTELARIA
BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC
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Elaboração: Equipe UNIVALI - Projetos Especiais
Coordenadores do Projeto
Profª. Dra. Doris van de Meene Ruschmann
Prof. Dr. Carlos Alberto Tomelim
Profª. MSc. Silvia Regina Cabral
Profª. MSc Marlene Buratto
Responsável Financeiro
Bel. MSc. Janaina Tomil
Coordenador Técnico
Profº MSc. Rafael Fachini Moratelli
Equipe Técnica
Bel. Grasiela Schumann Rosa; Bel. Léa Dutra Correa; Bel. Luciana Oderdenge; Bel.
Marília Nunes Antunes; Bel. Regiani Cordova Mendes
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................
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1. ANÁLISE DE SWOT...............................................................................
05
1.1 Pontos fortes........................................................................................
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1.2 Pontos fracos.......................................................................................
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1.3 Oportunidades......................................................................................
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1.4 Riscos...................................................................................................
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2 DIAGNÓSTICO DA OFERTA EFETIVA E POTENCIAL NA SDR DE
SÃO JOAQUIM............................................................................................
REFERÊNCIAS.....................................................................................
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INTRODUÇÃO
O método de Análise Swot permite que se tenha uma visão abrangente do
turismo na SDR de São Joaquim, através da Matriz SWOT, que tem como foco o
delineamento de cada aspecto relativo ao turismo, sob o ponto de vista interno e
externo ao ambiente estudado, utilizando-se os pontos fortes (strenghts), pontos
fracos (weaknesses), oportunidades (oportunities) e ameaças (threats).
Dessa maneira, neste relatório serão analisados os pontos fortes e fracos de
tudo o que foi coletado na fase da pesquisa de campo, levando-se em consideração
os objetivos que se pretendem com o desenvolvimento turístico na localidade. Já as
oportunidades e ameaças referem-se às condições do ambiente externo no qual o
objeto de estudo se refere, e dessa maneira, apesar de influenciarem o
desenvolvimento local, fogem ao controle dos gestores do turismo na localidade.
Esta metodologia forneceu parâmetros básicos para a elaboração do
diagnóstico da oferta efetiva e potencial dos municípios da SDR de São Joaquim,
bem como a definição de estratégias a serem seguidas a fim de se alcançar o
sucesso do elemento analisado.
“PROGRAMA
AÇÕES
CONJUNTAS
DE
REVITALIZAÇÃO
E
DESENVOLVIMENTO – ACORDE” – SDR - São Joaquim constituem-se de:
• Relatório Oficina Participativa: Entender as realidades do turismo na
SDR de São Joaquim de acordo com os atores envolvidos;
• Matriz de Hierarquização do Atrativos: Tem como objetivo auxiliar na
avaliação da importância dos atrativos identificados para inclusão no
roteiro turístico.
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1. ANÁLISE SWOT
Os dados levantados nas fases anteriores serviram como subsídios para a
análise de todos os aspectos relativos ao turismo na SDR de São Joaquim
considerando suas potencialidades, entraves, oportunidades e ameaças. Tal análise
englobou não só os aspectos do turismo propriamente ditos, mas suas relações com
os outros setores, tais como: o econômico, de infra-estrutura, social, cultural e
ambiental.
O presente estudo pretende desenvolver a análise SWOT (strenghts,
weaknesses, oportunities, threats, ou seja: pontos fortes, fracos, oportunidades e
riscos) dos aspectos e temas relacionados ao turismo, permitindo a avaliação
detalhada de cada elemento. A realização da análise SWOT permitirá a definição
das macroestratégias de desenvolvimento para a SDR de São Joaquim,
estruturadas a partir de três componentes:
• Fortalecimento da capacidade da SDR de São Joaquim de gestão para o
turismo;
• Planejamento estratégico, treinamento e infra-estrutura para o crescimento;
• Promoção de investimentos do setor privado.
Essas macroestratégias considerarão, sobretudo, a importância da inserção da
mão de obra qualificada e semiqualificada da região no setor turístico e a
necessidade de assegurar que a SDR de São Joaquim, tenha meios de controlar e
fiscalizar a ocupação e a construção nos seus territórios. Elas nortearão a definição
de metas, ações e investimentos necessários.
Essa metodologia é fundamentada em um conceito mercadológico utilizado
com êxito em planos de desenvolvimento turístico, pois fornece os parâmetros
básicos para o diagnóstico. Pode-se também elaborar estratégias em função do
cruzamento dos aspectos internos e externos, obtendo-se, como resultado as
estratégias a serem seguidas a fim de ser alcançar o sucesso do elemento
analisado:
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Ambiente
externo
ELEMENTO
Oportunidades
Riscos
Pontos Fortes
Ambiente interno
Pontos Fracos
Estratégias de
desenvolvimento
Estratégias de correção
Estratégias de
diferenciação
Estratégias de reestruturação
• Estratégias de desenvolvimento: São aquelas nas quais o elemento analisado
encontra suas melhores chances de sucesso. Suas potencialidades, unidas
às oportunidades oferecidas pelo ambiente, fazem com que o elemento
progrida e seja aprimorado.
• Estratégias de correção: Indicam o caminho a ser seguido para que o objeto
de análise aproveite de forma adequada as oportunidades existentes para
reduzir ou extinguir suas fraquezas.
• Estratégias de diferenciação: Através delas o elemento analisado diferenciase de seus concorrentes, fazendo uso de seus pontos fortes para superar os
riscos existentes.
• Estratégias de reestruturação: Os riscos têm um grande potencial para atingir
o elemento em suas fraquezas. Deste modo, são recomendadas estratégias
para que o elemento analisado se reestruture, alterando suas características
internas, a fim de suportar e superar os aspectos desfavoráveis do ambiente.
A seguir, a estrutura final das informações e análises da atividades turística nos
municípios da SDR de São Joaquim.
1.1 Pontos fortes
•
Recursos hídricos utilizados para a criação de trutas no município de
Urupema;
7
•
A participação ativa no Conselho de Turismo Serra Catariense- CONSERRA,
salvo Rio Rufino;
•
Existência de recursos naturais;
•
Interesse político no planejamento e gestão do turismo regional;
•
Spots televisivos gratuitos na mídia nacional devido à temperaturas negativas
(neve e geadas) dos municípios de Urubici, São Joaquim e Urupema;
•
Coleta Seletiva do Lixo realizada tanto na parte urbana quanto rural em
Urupema;
•
Projeto Acolhida na Colônia que busca valorizar o trabalhador rural por meio
do Agroturismo em Urubici, Urupema e Rio Rufino;
• Trade turístico de São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra(um
associado) associado ao Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense;
• Pesquisa de demanda realizada pela SANTUR no ano de 2008 e 2009, nos
municípios de São Joaquim e Urubici;
• Existência de Cursos Profissionalizantes – NEP nas áreas voltadas ao turismo
(gastronomia, hospedagem, artesanato, música, enologia e vitivinicultura) e o
SENAC na criação de cursos de capacitação.
•
A existência de reservas ambientais e espaços destinados a visualização de
paisagens cênicas - Parque Nacional de São Joaquim;
• Proximidade da BR 282, umas das principais rodovias do estado de SC;
• Sinalização turística no meio rural e urbana em Urubici e Rio Rufino;
• As formações naturais esculpidas pelo vento e a água que apresentam
diversidade de beleza da flora e fauna local, especialmente as formações
geológicas que proporciona uma paisagem agradável aos visitantes, entre
eles a Serra do Rio do Rastro, Pedra Furada, Cascata Véu de Noiva e
Cânions;
• A existência de um PIT- Posto de Informação Turística nos municípios de
Urubici, Bom Jardim da Serra e São Joaquim;
• Preocupação com a preservação ambiental, através de associações e
reservas ambientais, como por exemplo o Projeto Leão Baio e Instituto
Serrano em Urubici e o Projeto Pet, águas límpidas para a criação de Trutas e
cisternas para a reutilização das águas da chuva em Urupema;
• Guias de Turismo capacitados e credenciados em Urubici;
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• Existência da Associação das Pousadas-POUSERRA em Urubici ;
• A presença de inscrições rupestres;
•
A realização de eventos populares e culturais: Festa Nacional das Hortaliças,
Festa Nacional da Maçã e Cavalgada Aparados da Serra;
• Disponibilidade de grandes extensões territoriais para implantação de novos
empreendimentos turísticos sustentáveis;
• Presença do santuário Nossa Senhora da Aparecida em Bom Retiro;
• A existência de uma cooperativa de criação de emas – COOPEREMA em Rio
Rufino;
• Artesanato em Vime - Rio Rufino;
• Clima temperado para o cultivo de frutos como a maçã, pêssego, ameixa, uva
dentre outros;
• Presença do único centro de eventos, com capacidade para 850 pessoas em
auditório, em São Joaquim;
• Instalação de câmeras de Segurança no Centro da cidade de São Joaquim;
• Diversidade cultural étnica (italiana, japonesa, portuguesa, alemã, letônia);
• A presença de serviços e equipamentos de lazer em São Joaquim (Snow
Valley, Villa Francioni, Sanjo, Epagri);
• Fortes investimentos na área de enologia;
• A existência de festas ligadas ao tradicionalismo serrano, como por exemplo
torneio de laço, feiras de gado, criação de cavalos crioulos;
• Formatação do Roteiro Turístico dos Aparados da Serra pelos municípios de
Urubici, Bom Jardim da Serra e São Joaquim;
• A existência de um empreendimento hoteleiro de categoria superior e
tipologia Ecoresort que faz parte do roteiros do charme em Bom Jardim da
Serra;
• São Joaquim ser um dos 65 destinos turísticos indutores do turismo nacional
pelas novas diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo;
• Cultivo de hortaliças em Urubici;
• A presença de taipas em Urupema.
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1.2 Pontos fracos
•
Inexistência de um inventário da oferta turística, exceto São Joaquim;
•
Inexistência da Sinalização Turística em alguns municípios da SDR de São
Joaquim;
•
Oferta de equipamentos e serviços de hospedagem e gastronomia
deficientes;
•
Horários de funcionamento inadequados de alguns empreendimentos
turísticos;
•
Equipamentos de apoio insuficientes a atividade turística;
•
Falta
de
conscientização
da
população
sobre
a
importância
do
desenvolvimento turístico como uma fonte complementar de renda;
•
Horário de atendimento dos Postos de Informações Turísticas inadequado;
•
Ausência de um curso superior para a formação em turismo e hotelaria;
•
Falta de qualificação profissional para o turismo;
•
Iluminação e segurança pública ineficientes;
•
Difícil acesso aos atrativos, devido a infra-estrutura;
•
Falta de investimento em marketing por parte da iniciativa privada;
•
Falta de divulgação da região;
•
Falta de infra-estrutura e organização do produto turístico;
•
Inexistência de uma cultura empreendedora para o turismo por parte da
população local;
•
Ausência de incentivos fiscais e falta de conhecimento das fontes de
financiamento por parte da população local;
•
Desvalorização da cultura e gastronomia típica serrana;
•
Sistema de telecomunicações ineficiente.
•
Participação incipiente na Associação dos Municípios da Região Serrana –
AMURES, por parte dos municípios da SDR de São Joaquim;
• Limpeza Pública ineficiente;
• Localização dos atrativos naturais em propriedades particulares limitando o
acesso;
• Falta sinalização geral ao longo das rodovias;
• Muitos empreendimentos não possuem CNPJ;
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• Falta de fiscalização dos empreendimentos turísticos quanto aos registros
legais;
• Ausência de pesquisas de demanda da SANTUR nos municípios de Bom
Retiro, Bom Jardim de Serra, Urupema e Rio Rufino;
• Falta de articulação por parte dos gestores públicos e privados do turismo na
formação de parcerias;
• Deficiência de guia de turismo credenciados pela EMBRATUR;
• Saneamento Básico deficiente na região;
• Falta de priorização da atividade turística por parte da gestão pública
municipais;
•
Serviços e equipamentos de lazer com infra-estrutura turística receptiva
ineficiente;
•
Descontinuidade de ações na mudança de gestão;
•
Acesso aos municípios da SDR de São Joaquim somente por via terrestre;
•
Transporte intermunicipal deficiente;
•
Prática de atividades de ecoturismo e turismo de aventura de forma incipiente.
1.3 Oportunidades
• A potencialidade do desenvolvimento do Turismo de Aventura, Religioso,
Rural e Enoturismo;
•
A existência do Arranjo Produtivo Local – APL na formatação de roteiros
integrados entre os municípios da região;
•
Possui quatro estações climática definidas, com destaque para as baixas
temperaturas do inverno;
•
Bom Jardim da Serra - capital Catarinense das Águas (nascentes, rios e
cachoeiras) como recurso turístico;
•
Os municípios da SDR de São Joaquim estão localizados no raio de 100 km
de São Joaquim um dos destinos indutores do Brasil;
•
Bom Jardim da Serra, Urubici e São Joaquim incluídos na implantação do
Roteiro Aparados da Serra;
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•
O Funturismo – SC possibilita a obtenção de recursos (financeiros) por meio
de projetos específicos;
•
Incentivos no aumento das viagens nacionais pelo Ministério do Turismo Viaja Mais;
•
Novos investimentos no setor turísticos na região;
•
Rodovia Caminhos da Neve que ligará a Serra Gaúcha com a Serra
Catarinense em fase de implantação;
•
Rodovia Anel da Maçã ligando os principais pomares no entorno de São
Joaquim;
•
Desenvolvimento tecnológico no ramo da vitivinicultura para a produção de
vinhos finos e de altitude;
•
Previsão da Construção de um aeroporto em São Joaquim;
•
Potencial de desenvolvimento do enoturismo;
•
Tendência do mercado turístico de crescimento das viagens de curta
distância;
•
Em 2008, Santa Catarina foi considerado o melhor estado para o turismo,
conforme a revista Viagem&Turismo;
•
A possibilidade de captação de mais eventos por meio do novo centro de
convenções de São Joaquim;
•
Proximidade da serra com o litoral e a capital do estado;
•
Previsão da pavimentação da rodovia SC 439 entre os municípios de
Urupema e Urubici passando por Rio Rufino;
•
A possibilidade de visitação turística a Fábrica de Produtos Aloe Vera em
Bom Retiro;
•
Ampliação do parque eólico em Bom Jardim da Serra para cerca de 70 torres;
•
Aumento da qualificação para prática de viagens relacionadas ao ecoturismo
e turismo de aventura;
•
O potencial do Turismo Religioso em Bom Retiro;
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1.4 Riscos
•
Aquecimento global;
•
Crescente descaracterização da cultura local;
•
Poucos investimentos em projetos de restauração e preservação no
patrimônio cultural;
•
Presença de atrativos com intensa visitação turística em altitudes superiores a
1800 metros (Lei ambiental das altitudes – estabelece que nas altitudes acima
de 1.500 metros ficam permitidas como atividades econômicas a pecuária e
outras ligadas ao turismo sustentável. Em altitude superior a 1.800 metros,
será considerada Área de Preservação Ambiental (APA) toda e qualquer
vegetação);
•
Ocorrência de desastres naturais ameaçando a visitação;
•
Poluição das águas devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos e falta de
saneamento básico;
•
Reflorestamento com vegetação exógena que ocupa espaços da mata nativa
comprometendo espécies animal e vegetal;
•
Código Ambiental SC em desacordo com as leis federais;
•
Influência da gripe A (H1N1) na redução do fluxo turístico;
•
Surtos de Febre Amarela na região serrana e estados vizinhos;
•
Novos investimentos construídos à margem das leis ambientais locais.
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2 DIAGNÓSTICO DA OFERTA EFETIVA E POTENCIAL NA SDR DE SÃO
JOAQUIM
A área de abrangência da Secretaria de Desenvolvimento Regional-SDR de
São Joaquim caracteriza-se como uma região de elevado potencial turístico na Serra
Catarinense, devido a sua localização geográfica, atrativos culturais e atrativos
naturais, sendo este último o principal elemento turístico.
A infra-estrutura básica dos municípios é satisfatória, contando com redes de
abastecimento de água (65%), sistema de energia elétrica (90%), tratamento de
esgoto (20%) e 63% dos domicílios são atendidos pela coleta de lixo. Praticamente
todos os municípios encaminham o lixo para centros de reciclagens na região (IBGE
2007).
A
presente
conjuntura
da
região
demonstra
que
existem
diversas
possibilidades de aproveitamento turístico dos atrativos culturais e das áreas
naturais. O produto turístico se apresenta como elementos principais, a cultura
regionalista, o clima frio, atrativos naturais, turismo rural e pomares de maçã, aliados
aos eventos realizados na região.
O desmatamento predatório e os reflorestamentos merecem atenção por
parte do poder público e organizações não governamentais dos municípios da
região, pois a situação prejudica a paisagem dos recursos naturais destas
localidades.
A região pode ser considerada como um destino potencial para quem procura
ambientes naturais, para quem busca aventuras, esportes radicais, lazer,
entretenimento e educação ambiental, já que possui cascatas, morros, quedas da
água, serras, cânions, cachoeiras, entre outros atrativos naturais numa única região.
Com a adequada utilização dos ambientes e recursos naturais a região irá fortalecer
sua imagem perante a demanda turística.
A colonização realizada pelos tropeiros que cruzavam a região levando gado
entre São Paulo e o Rio Grande do Sul, conserva e mantém suas tradições
regionalistas através das manifestações culturais, como rodeios e gineteadas. Tais
manifestações podem atrair ainda mais turistas, proporcionando-lhes o aumento do
tempo de permanência dos turistas nos municípios.
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Vale ressaltar que a principal vocação turística da região de São Joaquim é o
turismo nos espaços naturais e rurais, incrementado com o clima frio, os eventos e
as tradições da cultura local. A Serra do Rio do Rastro é o atrativo expoente da
região. No entanto, durante a pesquisa de campo e contato com a comunidade
autóctone, observou-se as vocações turísticas de cada município pertencente a SDR
de São Joaquim, como: Bom Retiro para o turismo religioso, Urupema para a criação
de trutas, Rio Rufino para a produção do artesanato em vime, Bom Jardim da Serra
para o turismo ecológico nos Cânions dos Aparados da Serra, Urubici para o turismo
de aventura e São Joaquim para o turismo gastronômico, enoturismo e o turismo de
eventos.
A Secretaria de Desenvolvimento-SDR de São Joaquim com o apoio das
prefeituras e suas secretarias de turismo, da Associação dos Municípios da Região
Serrana – AMURES, do Conselho de Turismo da Serra Catarinense - CONSERRA,
Convention
&
Visitors
Bureau
da
Serra
Catarinense,
tem
incentivado
o
desenvolvimento sustentável do turismo, com o intuito de consolidar a atividade na
região.
Um projeto que está sendo desenvolvido na região é o Roteiro Turístico de
Aparados da Serra. O projeto de Roteirização Turística faz parte do Plano Nacional
de Turismo, dentro do programa de regionalização Roteiros do Brasil, que trata da
estruturação de roteiros intermunicipais, nas regiões turísticas brasileiras.
Através de um convênio firmado entre o Ministério do Turismo, o Sebrae
Nacional e as Secretarias de Turismo dos estados de Santa Catarina e do Rio
Grande do Sul, o roteiro vai integrar sete municípios, sendo quatro catarinenses:
Bom Jardim da Serra, Praia Grande, São Joaquim e Urubici, e três no lado do Rio
Grande do Sul: São José dos Ausentes, Cambará do Sul e São Francisco de Paula.
Para integrar o roteiro os empreendimentos precisam ter infra-estrutura e boas
condições de segurança para fins de visitação, além de uma localização geográfica
no âmbito do roteiro, neste contexto verifica-se a importância do projeto Projeto
ACORDE – Região de São Joaquim que tem como objetivo desenvolver o produto
turístico local de modo integrado.
O Conselho de Turismo da Serra Catarinense – CONSERRA visa contribuir
para o desenvolvimento turístico na Serra Catarinense, propondo, analisando e
articulando políticas, planos e projetos, oriundos dos atores governamentais,
empresariais e sociedade civil. Possui um Planejamento de Metas – Metaplan, com
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inúmeros projetos já aprovados e executados, em execução ou que foram
encaminhados para aprovação dos órgãos competentes, além daqueles que ainda
devem ser formalizados (Anexo 1).
Conforme observado durante as pesquisas de campo, a rede hoteleira da
região apresenta características de administração familiar e possui algumas
limitações para atender a demanda turística, pois poucos meios de hospedagem
apresentam adaptações para portadores de necessidades especiais e a mão de
obra de modo geral não é capacitada, além disso, muitos empreendimentos não
possuem aquecimento central em todas as suas dependências, item muito
importante para o conforto dos turistas que vistam a região mais fria do Brasil.
Na área de alimentos e bebidas, a região numa avaliação geral possui poucos
restaurantes de qualidade oferecendo boas e diversificas opções aos visitantes. A
gastronomia local ainda é pouco valorizada e com horários de funcionamento que
muitas vezes não atendem a necessidade de um turista a lazer.
No setor de lazer e entretenimento, a região não apresenta opções de casas
noturnas, os bailes e festas da comunidade são realizados em clubes ou CTG´s. Há
muitas praças, porém poucos museus (somente em Bom Retiro e São Joaquim).
São poucas as opções de locais para compras e espaços de lazer fechados para os
dias de chuva.
Os espaços para eventos são escassos, normalmente anexo a igrejas (Salão
Paroquial) ou prefeituras (Parque de exposições), salvo São Joaquim que
recentemente inaugurou o Centro de Eventos Newton Stélio Fontanella, maior
espaço fechado para eventos e congressos na região.
Quanto aos equipamentos para transporte, observou-se a ineficiência ou
inexistência de transportes para os atrativos turísticos, coletivos urbanos e poucas
linhas de ônibus intermunicipais
Em toda a região contemplada neste estudo, somente São Joaquim e Urubici
possuem agências de viagem que prestam serviço emissivo e receptivo. Observa-se
a preferência das mesmas pelos serviços emissivos.
Os eventos responsáveis pela atração dos turistas são a Cavalgada Aparados
da Serra, de Bom Jardim da Serra; a Festa da Maçã de São Joaquim; a Fenahort –
Festa Nacional das Hortaliças, em Urubici e os rodeios em toda a região.
Os recursos humanos disponíveis para o turismo ainda necessitam de
profissionalização, embora já existam iniciativas de algumas instituições como o
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SENAC na criação de cursos de capacitação, que aguarda liberação de recursos do
governo federal. Além do NEP - Núcleo de Educação Profissionalizante com cursos
nas áreas de gastronomia, hospedagem, artesanato, música, enologia e
vitivinicultura.
Numa análise do ciclo de vida de um produto turístico de Richard Butler
(1980), a região pode ser considerada no estágio de desenvolvimento de
consolidação em São Joaquim e o expressivo desenvolvimento em Urubici. Nos
demais municípios o turismo é incipiente e necessita de melhorias diversas.
Finalizando, a região de São Joaquim apresenta potencial para o
desenvolvimento turístico. Prova disso é a preocupação que as autoridades
governamentais e locais estão tendo com o desenvolvimento do turismo regional,
com a nomeação de São Joaquim como um dos três municípios indutores do
turismo no estado de Santa Catarina.
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REFERÊNCIAS
RUSCHMANN, D. V. M. Planejamento Turístico. In: ANSARAH, M.G.R.
(organizadora). Turismo: como aprender, como ensinar – Volume 2. São Paulo:
SENAC, 2001.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: maio, 2009