Snea e Fentac assinam Convenção Coletiva da categoria. Pág. 06

Transcrição

Snea e Fentac assinam Convenção Coletiva da categoria. Pág. 06
Impresso
Especial
050201422-9/2003-DR/RJ
Sindicato Nacional
dos Aeronautas
Correios
Informativo do Sindicato Nacional dos Aeronautas
Filiado à
Ano XII - Outubro / Dezembro de 2009 — Nº 533
Beneficiários do Aerus fazem protexto na praia de
Copacabana. Pág. 03
www.aeronautas.org.br
Snea e Fentac assinam Convenção Coletiva da
categoria. Pág. 06
Editorial
Prezados aeronautas
A
pesar de termos obtido importantes conquistas, 2009 foi um ano muito difícil para
todos os aeronautas e demais trabalhadores do setor.
No âmbito mundial tivemos fatores importantes que provocaram grande instabilidade. Primeiro
foi a crise econômica mundial, que, apesar de ter
sido branda aqui no Brasil, afetou a aviação de maneira global. Depois foi a gripe Influenza A (H1N1),
que também ocasionou, por meses, uma retração
no setor. Quando tudo parecia se acomodar, veio o
acidente com a Air France, envolvendo dezenas de
brasileiros e causando uma comoção mundial.
Para nós, do SNA, foi um ano de muito trabalho. Engajamo-nos de corpo e alma na busca de um
acordo para os participantes do Aerus. Foram muitas idas a Brasília, vigílias, manifestações, incansáveis
reuniões e o envolvimento exaustivo daqueles que
se comprometeram em buscar uma solução definitiva. Vimos, infelizmente, partir alguns dos nossos
companheiros, mas isso nos deu forças para seguir
lutando.
Travamos uma batalha para aprovar um aumento
salarial que desse a categoria mais que uma simples
reposição salarial, e a duras penas conseguimos. Os
6% conquistados estão longe de ser o que pretendíamos, mas permitiu que a categoria tivesse um aumento real de 1,76%, índice que parecia impossível.
No dia a dia dos aeronautas não faltaram desafios, exigências, cobranças, disputas, atrasos e pouco
salário... Ou seja, há muito o que reclamar...
É importante neste momento o entendimento
de que todos os benefícios que temos hoje foram
obtidos com muitas lutas. Nada foi dado, TUDO
foi conquistado. Mas o que percebemos é que as
conquistas vêm sendo desprezadas ou têm passado
despercebidas, pois poucos são os aeronautas que
estão empenhados em mantê-las.
Esse talvez seja o momento de refletirmos sobre a necessidade de unir forças, para que possamos
ser ouvidos e respeitados como a categoria merece.
Entendemos a desmotivação de muitos - principalmente após os duros anos, as decepções e os
constrangimentos -, mas esta é hora de virar o jogo,
e a forma de conseguir isso é fortalecendo nossa
representação.
Um sindicato é forte quando a categoria participa e está disposta a somar esforços para enfrentar
as dificuldades e desafios, construir estratégias, persistir e vencer!
A aviação mundial passou e passa por grandes
reestruturações. Vários conceitos estão sendo modificados e alguns derrubados. Para os trabalhadores da aviação brasileira as mudanças serão ainda
mais significativas. Portanto, aeronautas, precisaram
concentrar nossas forças para garantir melhores
condições de trabalho, de salário, de saúde e segurança e políticas públicas que venham a garantir a
consolidação das empresas brasileiras.
Este é o desafio da aviação mundial, e este será
o nosso. Desejamos, sinceramente, que este seja o
SEU desafio para 2010, pois teremos muito trabalho
pela frente. E só obteremos êxito se houver solidariedade, UNIÃO, força respeito, entendimento e
espírito de luta.
Vamos carregar as baterias de perseverança,
amor e paz, e entrar em 2010 de cabeça erguida e
dispostos a novas conquistas.
Agradecemos a todos que em 2009 estiveram,
incondicionalmente, a nosso lado, nos dando o
apoio necessário para que pudéssemos enfrentar as
dificuldades.
Boas Festas!
Direção Sindical
Denúncias Anônimas
Para onde vão as denúncias
anônimas feitas ao SNA? O
Sindicato Nacional dos Aeronautas
(SNA) informa que todas as denúncias
anônimas de irregularidades, sem exceção, são encaminhadas aos órgãos de competência
envolvidos no sistema aeronáutico. A formalização
da denúncia é feita após análise preliminar, onde fica
determinado para que órgão – Anac, Cenipa, Ministério Público, DRTs, safety das empresas, ou a quem
mais couber apurar a responsabilidade dos fatos
apontados – ela deve ser encaminhada.
É importante salientar que a denúncia anônima
é uma ferramenta de extrema valia no balizamento
das ações das empresas para com os aeronautas,
quer seja nas questões trabalhistas, quer nas de
segurança. Por isso, continuem denunciando pelo
0800.2829493, ou enviem e-mail para: safety@
aeronautas.org.br.
A diretoria agradece!
Para melhor atender os aeronautas em Belo
Horizonte, o SNA conta agora com a importante
assessoria do Cmte. Rodrigo Ribeiro, que estará à
disposição de comissários(as) e pilotos que desejam
obter informações, sanar dúvidas, etc...
O Cmte. Rodrigo Ribeiro poderá ser encontrado de segunda-feira
a sexta-feira, nos telefones (31)9133.4563 e
(31) 3223.3276.
A diretoria
Expediente
Sede: Avenida Franklin Roosevelt, 194 – salas 802 a 805 – Castelo / CEP 20.021-120 / Rio de Janeiro – RJ – E-mail: [email protected] – Home page: www.
aeronautas.org.br – Fone: (21) 2532 1163 Fax: (21) 2220 6693 – Tiragem: 3,5 mil exemplares – Presidente: Graziella Baggio – Diretor Responsável: Aguinaldo
Marcolino – Conselho Editorial: Aguinaldo Marcolino, Gelson Fochesato, Graziella Baggio, Luiz Sergio de Almeida Dias e Paulo Ricardo Krepsky; – Editora: Ana Luiza
Aguiar – Reportagem: Soraya Brandão e Verônica Tozzi – Revisão: Bárbara Castro e Joíra Coelho – Projeto Gráfico: Fabrício Martins – Diagramação: Rui de Paula
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dia a dia
Diretor responsável:
Patrícia Cunegundes
(61) 3349 2561
Manifestação
Beneficiários do Aerus
fazem protesto no Rio
As 1.735 cruzes colocadas na areia simbolizavam os companheiros que faleceram sem ver a solução definitiva do caso
B
eneficiários do Fundo de Pensão Aerus fizeram um protesto, no dia 16 de dezembro, em parceria com o Sindicato Nacional
dos Aeronautas (SNA) e a Federação dos Trabalhadores na Aviação Civil (Fentac), na praia de Copacabana, contra a lentidão do governo na assinatura
do acordo que resolverá os problemas dos mais de
20 mil beneficiários (aposentados, pensionistas e da
ativa) do Fundo de Pensão Aerus. Foram colocadas
na areia 1.735 cruzes de madeira simbolizando os
companheiros falecidos desde a implantação do
Fundo em 1982.
Segundo o comissário aposentado da Varig, Aluisio Fernandes Filho, o objetivo do ato foi chamar a
atenção do governo federal e da população para a
penúria e o sofrimento pelos quais passam os beneficiários do Fundo. “Precisamos dar visibilidade a
nossa causa”, afirmou Fernandes.
Para o dirigente do Sindicato Nacional dos
Aeronautas, Sergio Dias, a manifestação pretendeu sensibilizar os gestores responsáveis, para a
necessidade de celeridade na solução. “O acordo é
a forma mais inteligente de resolver rápida e definitivamente o problema dos aposentados e ativos,
evitando que mais cruzes venham a ser colocadas
posteriormente”, afirmou Dias.
A solução cobrada pelos manifestantes deveria
vir da Advocacia Geral da União (AGU), que desde
abril deste ano criou um Grupo de Trabalho (GT)
para elaborar um acordo que pudesse solucionar
o problema da redução nas aposentadorias e do
passivo trabalhista. Entretanto, só agora no final de
novembro - passados 268 dias - apresentou um relatório preliminar, cujo parecer aponta insuficiência de recursos para cobrir a dívida da Varig com a
União e, portanto, nada sobraria para o Aerus.
Triste constatação
De 1982, quando foi criado o Fundo
de Pensão Aerus (Varig/Transbrasil/outras
empresas), até 2006, em que houve a liquidação do fundo, aconteceram, em média,
58 mortes de aposentados por ano. Nos
últimos três anos, devido à tristeza, à angústia e às dificuldades financeiras em que
se encontram os beneficiários, essa média
subiu para 82 mortes/ano, um aumento de
41%. Estatística que não inclui o Fundo de
Pensão Aeros (VASP), também em liquidação, pois, se somado ao do Aerus, o quadro
seria ainda mais dramático.
Conquistas
Aeronautas da Vasp terminam 2009 com vitórias
O
ano de 2009 termina com sucessivas vitórias para os credores trabalhistas da
Vasp que, após meses de disputas judiciais, estão gradativamente consolidando a posse
dos bens do Grupo Canhedo, adjudicados em favor
da quitação das dívidas trabalhistas.
Primeiro foi a fazenda Piratininga, que no final
de novembro, após decisão unânime da 2ª Seção do
STJ, confirmou a competência da 14ª Vara trabalhista de São Paulo para dar continuidade a execução
dos bens do Grupo Canhedo – e aguarda o leilão.
Em seguida, o Tribunal Regional do Trabalho de São
Paulo julgou, ainda em favor dos credores trabalhistas, os recursos contra a adjudicação que estavam
pendentes na segunda instância do TRT da 2ª Região, em São Paulo. Foram julgados também a favor
dos trabalhadores, Embargos de Terceiro do Banco
Rural, que se opôe à penhora no valor de R$ 63 Milhões, em função de decretação de fraude a credoresem negócio entabulado entre o Sr. Canhedo e o
Banco, envolvendo venda de cerca de 63 Mil cabeças
de gado no final do ano de 2004.
Mês passado (Nov/2009) foi a vez da fazenda
Santa Luzia, do empresário Wagner Canhedo, ser
adjudicada em favor dos credores trabalhistas, sendo que esta última ainda aguarda julgamento de recursos para ir a leilão.
Os valores levantados com a venda dos imóveis rurais serão distribuídos aos trabalhadores
que já possuem decisões judiciais que reconhecem seus créditos.
A Vasp teve a falência decretada no ano passado
após o fim do prazo de recuperação judicial.
dia a dia
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Investimento
CCJ do Senado aprova aumento de capital
estrangeiro nas aéreas nacionais
A
Comissão de Constituição e Justiça do
Senado aprovou, no final de novembro, o
projeto que permite o aumento de 145%,
na participação estrangeira em empresas aéreas nacionais – passando de 20% para 49% a cota máxima
de participação.A proposta, que tem caráter terminativo, segue para votação na Câmara dos Deputados.
O relator do projeto, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), afirmou, em entrevista dada ao G1,
que a ampliação permitirá um aporte de investimentos na área. “A simples mudança do percentual, sem
revogação do limite, já assume grande importância
em termos de fomento ao setor de aviação civil nacional. Assim, estamos contribuindo para estimular
o ingresso de investimentos estrangeiros em um setor que tem padecido com diversas crises desde a
década passada, na maioria das vezes em decorrência da descapitalização das empresas aéreas”.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Marcio Mollo, declarou,
ao Jornal do Brasil, que, apesar de ocorrer um aumento do capital estrangeiro, o poder de decisão
será mantido no mercado nacional. “Não há dúvida
de que vai gerar mais empregos e mais renda. Mas
temos outra questão, que é a da liberdade tarifária, na qual as companhias brasileiras ainda perdem
mercado para as de fora”, afirmou.
Abertura do mercado nacional pode comprometer postos
de trabalho, diz estudo da UNB
E
studo recente realizado pelo
Núcleo de Economia do Turismo da Universidade de
Brasília (UnB) mostrou, com base
em dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que
o aumento da participação estran-
geira no setor aéreo deve ser visto
com cautela. Segundo declarações da
coordenadora da pesquisa, Maria de
Lourdes Mollo, ao jornal O Estado de
São Paulo, a substituição das empresas
nacionais pelas estrangeiras na prestação de serviços aéreos pode trazer
Mobilização
Marcha reúne mais de 50 mil
trabalhadores
consequências negativas para o restante da economia.
Após comparativo com vários setores, a equipe concluiu que os efeitos
indiretos são muito maiores do que se
imaginava. Para cada R$1 milhão de receita produzida pelo transporte aéreo,
são gerados em torno de sete empregos diretos e 17,23 indiretos. Na indústria automotiva, por exemplo, em que
já se conhece esse efeito, o coeficiente
é de 18,88.“É como se transferíssemos
parte dos efeitos multiplicadores de
produção, emprego e renda indiretos
para o exterior”, diz a pesquisadora.
Internacional
A principal reivindicação deste ano foi a redução da jornada
de trabalho para 40 horas semanais.
A
6ª Marcha da Classe Trabalhadora reuniu mais de 50
mil trabalhadores da cidade
e do campo de todo o País, no dia 11
de novembro, em Brasília. Neste ano,
a manifestação foi organizada pelas
centrais sindicais CUT, Força Sindical,
Nova Central, UGT, CTB e CGTB, e
teve como principal reivindicação a
aprovação da Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 231/95 – que
estabelece a redução da jornada de
trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário.
Outros pontos da pauta de reivin-
4
dia a dia
dicações foram: valorização do salário
mínimo, controle nacional das riquezas do pré-sal, reforma agrária, ações
contra a precarização do trabalho, ratificação das Convenções 151 (direito
de greve e livre organização sindical
dos servidores públicos) e 158 (fim da
demissão imotivada) da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
O diretor de Sindicato Nacional
dos Aeronautas (SNA), Sérgio Dias,
avaliou a marcha como um forte e
eficiente instrumento de pressão para
obter conquistas para a classe trabalhadora e a sociedade brasileira em geral.
Para o economista do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Cláudio Toledo,
o projeto que se encontra no Senado,
se aprovado, permitirá a cabotagem no
transporte aéreo brasileiro, ou seja, empresas estrangeiras operando em nosso
mercado doméstico. Isso não é permitido em nenhum lugar do mundo. “Com
o poder financeiro, aliado às vantagens
comparativas em termos de custos e à
escala das aéreas estrangeiras, as brasileiras não terão condições de competir
e irão à bancarrota e, junto com elas,
irão nossas divisas e boa parte de nossos empregos”, declarou Toledo.
SNA participa de encontro
da ITF em Londres
O
diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA),
Sérgio Dias, participou da
reunião ordinária da Seção de Aviação
Civil da Federação Internacional de
Transporte (ITF), realizada nos dias 11 e
12 de novembro, em Londres, Inglaterra.
Durante o encontro foram discutidos vários assuntos, entre eles:
segurança de voo, política de céus
abertos, segurança operacional e privatização em geral.
A reunião contou também com
a participação do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários,
Francisco Lemos, e do diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Marcelo Schmidt. O evento contou ainda
com a presença de dirigentes sindicais
do setor aéreo do mundo todo.
Aviação Civil
Venda a Bordo ainda não decolou...
A
venda de lanches a bordo,
serviço oferecido pela Gol
Linhas Aéreas em voos de
mais de três horas de duração – comum em empresas internacionais de
low cost (baixo custo) –, ainda não
decolou por aqui. A desinformação, o
custo dos lanches e a falta de opção
para os que não aderem ao serviço
têm sido alvo de críticas dos passageiros, inclusive os que pagam preços
promocionais.
Parte dos passageiros entrevistados pelo Dia a Dia, no Aeroporto do
Galeão não aprova a novidade, pois
entendem que tudo que é oferecido
no voo já vem embutido no valor das
passagens. O argumento da empresa,
de que a economia feita com essa mudança no serviço de bordo seria revertida em um aumento de assentos
promocionais, não está sendo percebida pela população, garante o publicitário Walter Leis, usuário da Gol.
Houve também quem, apesar de
desconhecer o serviço, achasse interessante poder ter uma opção de lan-
che, como o funcionário público Érico
Basílio Gomes.
Mas teve um ponto em que todos
os passageiros ouvidos concordaram:
que é absurdo a Gol usar o “venda a
bordo” como fonte de renda extra. E
foi justamente o que afirmou o diretor de novos negócios da Gol, Ubiratan da Motta, em entrevista dada à
revista Veja. Motta disse que nos cinco
meses em que a Gol passou a “cobrar
pelos lanches” houve uma redução
de gastos da ordem de um milhão de
reais mensais. “Além da economia, a
medida representa para nós uma nova
fonte de renda", confirmou Motta.
Para o cliente Gol Vitor Turra, que
viaja Rio de Janeiro/Rio Grande do
Norte/Rio de Janeiro a cada 15 dias, a
questão de o serviço ser uma “renda
a mais” para a empresa traz inúmeros
problemas. “Acho um absurdo! Os
preços cobrados são maiores que os
praticados em restaurantes dos aeroportos, que pagam impostos, luz, funcionários, o que já não acontece com
a companhia, que utiliza a tripulação
para fazer a venda, comprometendo a
qualidade e a eficiência do serviço de
bordo pelo qual a maioria dos passageiros do avião pagou. Me sinto explorado”, completou Turra.
Trabalho extra – A opinião da
tripulação que atua nesses voos não é
muito diferente. Apesar de a empresa
difundir a ideia de que os comissários
fazem fila para participar desses voos, a
maioria deles não está confortável com
a nova demanda. A prova disso é que,
para garantir as escalas, recentemente,
a empresa “promoveu”
um treinamento pela internet, habilitando seus
comissários (as) a manusear cartões de crédito,
que também são aceitos
na compra de lanches.
Por tudo isso o Venda
a bordo da Gol ainda encontra resistências. “Fazemos o serviço habitual e
depois temos de voltar
com outro carrinho, oferecer os lanches e rece-
Sindicalismo
1º Congresso Nacional dos
Trabalhadores em Aviação Civil
A
Federação dos Trabalhadores em Aviação (Fentac) realizou, em outubro passado,
o 1º Congresso Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Conaero).
O evento reuniu em Votorantim-SP,
representantes dos seis sindicatos filiados à federação e convidados ligados ao setor aéreo.
Dentre as resoluções aprovadas
no Congresso estão o plano de lutas
dos trabalhadores do setor aéreo, as
estratégias da campanha salarial unificada de aeronautas e aeroviários, a
defesa da renúncia da presidente da
Anac, Solange Vieira, e a forma de atuação nos processos de recuperação
judicial das empresas do setor.
A presidente do Sindicato
Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, destacou a importância do evento como espaço de
construção de bases sólidas para as
lutas compartilhadas por todos os
sindicatos do setor e como fórum
de formação e elaboração para os
dirigentes sindicais de todo o país.
ber por eles... Nós fazemos todo o
trabalho (inclusive ouvir as reclamações) e quem ganha é a empresa, isso
não é correto”, comentou um tripulante que preferiu não se identificar.
Segundo o Sindicato Nacional
dos Aeronautas (SNA), o uso indevido da tripulação aponta um grave
desvio de função da categoria, comprometendo diversos procedimentos, inclusive a segurança do voo e
dos passageiros a bordo, além de ir
contra a legislação vigente.
Liberada a pista
principal do SDU
No início de dezembro, após
meses de espera, foi liberada para
pousos e decolagens a pista principal do Aeroporto Santo Dumont
(SDU), em obras desde setembro.
Durante esse período toda a movimentação foi realizada na pista
auxiliar do aeroporto, que teve a
reforma concluída em agosto deste ano.
O fim da interdição foi bemrecebido pelas empresas Gol e
TAM, que durante a obra passaram
a operar no SDU somente com o
trecho Rio-São Paulo, transferindo
os outros voos, provisoriamente,
para o Aeroporto Internacional
Tom Jobim (Galeão).
Henrique Lessa e Kalinha K. - Ag. Virya
dia a dia
5
Convenção Coletiva
Sindicatos assinam a Convenção
Coletiva para aviação regular
O
A discussão sobre a concessão do benefício da cesta básica para os
aeronautas será retomada em 2010
s sindicatos dos Aeronautas, Aeroviários e das
Empresas Aéreas (Snea)
e a Federação dos Trabalhadores em
Aviação Civil (Fentac) assinaram, no
dia 17 deste mês, a Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) 2009/2010,
para os itens econômicos. Os itens
sociais foram renovados, passando a
valer até 2011.
Trabalhadores e empresas aceitaram a proposta de reajuste feita pelo
Ministério Público do Trabalho de São
Paulo (MPT/SP), que é de 6%, retroativo a 1º de dezembro. Com esse índice,
extensivo aos demais itens econômicos, os aeronautas terão uma reposição da inflação (INPC) de 4,17% e um
aumento real de 1,76%.
A campanha salarial teve início
em outubro, com a apresentação, ao
Snea, da pauta de reivindicações, em
que os Sindicatos (SNA e Aeroviários) e a Fentac defenderam um reajuste de 10% nos salários e demais
itens econômicas da CCT. Proposta
descartada pelo sindicato patronal,
que manteve a posição das empresas
- que era dar um reajuste equivalente ao índice integral do INPC (cerca de 4%) -, criando um impasse nas
negociações, uma vez que os índices
de mercado demonstravam amplo
crescimento para o setor e lucro na
casa do “bilhão” para as duas maiores
companhias aéreas.
Após atos de protesto, e por entender que a proposta do Snea não
contemplava um aumento real nos
salários, apenas a reposição da inflação, os trabalhadores decidiram, em
assembleias, fazer greve nas vésperas
do natal (23 e 24).
Diante do impasse, e na tentativa
de resguardar o interesse público, no
dia 14 de dezembro, a procuradora do
Ministério Público do Trabalho (MPT)
de São Paulo Laura Martins de Andrade reuniu a Fentac, os sindicatos de
trabalhadores e patronal, para mediar
um acordo que evitasse a paralisação.
A proposta obtida foi aceita pelas
partes, apesar ter ficado pendente a
questão das cestas básicas para os aeronautas, que voltará à mesa de negociações no dia 3/2/2010.
Valores vigentes a partir de 1º de dezembro de 2009
Piso salarial - salário base / compensação orgânica
Comissários de voo
Mecânico de voo
Pilotos
R$ 1.202,04
R$ 1.803,06
R$ 2.404,08
Seguro de vida
Toda a categoria
R$ 9.159,00
Diárias por refeição principal (almoço, jantar ou ceia).
Tida a categoria
R$ 43,50
Acordo
Impasse prorroga as negociações no
setor de Táxi Aéreo
R
epresentantes sindicais dos
trabalhadores do setor de
Táxi Aéreo participaram no
dia 22 de dezembro, de mais uma rodada de negociações para tratar os
reajustes nos itens econômicos da
Convenção Coletiva da categoria para
2009/2010.
No último encontro o sindicato
patronal apresentou uma contraproposta aumentando o índice de reajuste nos salários e para os demais itens
6
dia a dia
google imagens
econômicos para o valor do INPC integral, cerca de 4%, e 6% para reajustes nos pisos salariais. Índice rejeitado
em assembléias - ocorridas em Macaé,
Rio, São Paulo, Belém e Brasília – que
propuseram um reajuste 6% para
todos os itens econômicos da CCT,
proposta apresentada na reunião no
último dia 22/12 ao sindicato patronal.
O SNA aguarda para a próxima
semana uma resposta do Sneta e o
fim do impasse para a categoria.
Novos Aviões Brasileiros
Como Santos Dumont...
Jovens inventores brasileiros perseguem o sonho do pai da aviação
C
om ousadia, tecnologia e
criatividade, universitários
brasileiros constroem protótipos e aviões competitivos, como
o CEA-309 Mehari, modelo de avião
de acrobacias projetado e construído
no Centro de Estudos Aeronáuticos
da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). O CEA-309 fez seu
primeiro voo no dia 14 de outubro,
no Centro de Instrução e Adaptação
da Aeronáutica (Ciaar), no aeroporto
da Pampulha (MG).
O avião mineiro – projetado para
executar manobras extremamente
complexas, atingindo até 400° por
segundo e 430 km/h – é o primeiro
avião brasileiro capaz de voar na chamada classe ilimitada, a categoria mais
elevada das competições de acrobacias aéreas. O piloto, e principal financiador do Mehari, Marcos Geraldi, fez
o primeiro voo e declarou estar muito
satisfeito com a desenvoltura do avião.
“Ele tem performance mundial. E seu
custo operacional é barato se comparado a outros”, avaliou, acrescentando
que foi emocionante e inesquecível
rasgar o céu de Belo Horizonte numa
aeronave pioneira no Brasil.
De acordo com o coordenador do
projeto e professor de Engenharia Aeronáutica da UFMG, Paulo Iscold, os
ganhos com a construção do avião são
ilimitados. “Além de colocar o Brasil
rumo às competições internacionais,
ele tem outro aspecto positivo: por
ser desenvolvido na UFMG, permite
que os alunos tenham contato com
esse tipo de aeronave, o que contribui
para outras pesquisas, além de capacitar um número maior de pessoas para
atuar nesse tipo de avião”, comentou
Iscold.
Universitários e suas máquinas
voadoras
Universitários de todo o País participaram no final de outubro da 11ª
Competição SAE Brasil AeroDesign,
promovida pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil),
em São José dos Campos (SP). Realizado todos os anos, o evento reuniu, no interior de São Paulo, mais mil
estudantes do Brasil, da Venezuela, do
México e da Índia, que submeteram
seus aeromodelos às provas baseadas
em desafios reais da indústria aeronáutica.
Na composição dessas pequenas
máquinas voadoras, os estudantes
recorreram a componentes de última geração, como fibra de carbono,
madeira leve e materiais compostos,
chamando atenção da comissão técnica para o alto nível dos projetos. “É
uma tendência próxima das aplicações
utilizadas pela indústria aeronáutica”,
comentou o diretor da competição,
André Schepop.
Para Schepop, o evento é um incentivo ao aprendizado de futuros
engenheiros, que, além de técnicas
para a fabricação de pequenos aeromotores, desenvolvem importantes
habilidades, como a convivência em
equipe, a administração de despesas e
de problemas e a troca de conhecimentos. “É uma competição que leva
em consideração todos os aspectos
relacionados à engenharia aeronáutica. É um ganho significante para esses
estudantes”, diz o diretor.
“Foi emocionante e
inesquecível rasgar o céu
de Belo Horizonte numa
aeronave pioneira no
Brasil”.
Paul Scold
E
nquanto as duas maiores
empresas de aviação brasileiras - TAM e Gol – brigavam
pela liderança do mercado doméstico, três das empresas brasileiras de
menor porte, a Webjet, a Azul e Oceanair, correram por fora e aproveitaram o momento de recuperação do
setor, obtendo hoje, segundo dados
da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), as três juntas, 10,61% de par-
google imagens
google imagens
google imagens
Low Cost
correndo por fora
ticipação nesse mercado, o dobro do
que tinham no final de 2008.
Segundo reportagem da Folha de
S.Paulo, as grandes mudanças estão no
crescimento da Webjet, que dobrou o
número de passageiros, na chegada
da Azul e na estabilidade da Oceanair,
que manteve sua fatia de mercado.
A Webjet, com a política de bilhetes baratos e parcelamento, vem
despontando, e já ocupa parte signi-
ficativa do “espaço” da TAM nos voos
domésticos. E, a exemplo da GOL, planeja seguir na linha low cost, expandindo sua operação de modo a atingir clientes das classes C e D, como
foi o caso do posto de atendimento
inaugurado na tradicional feira de São
Cristóvão, no Rio de Janeiro. Resta
saber se a contratação de aeronautas
(pilotos e comissários) é compatível
com esse aumento de demanda ou se
tem havido sobrecarga nas escalas.
Já a estratégia da Azul é outra,
sem sustentar a bandeira com a qual
entrou no mercado brasileiro - ser
uma empresa low cost – seu diferencial, segundo o presidente, é oferecer
serviços mais rápidos, em aeroportos
de menor demanda e explorar novos
destinos, mantendo, entretanto, as
baixas tarifárias somente para quem
compra o bilhete com antecedência.
dia a dia
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Entrevista
Aerus: reais perspectivas
A
luta dos beneficiários dos Fundos de
Pensão Aerus para reaver do governo a
complementação de suas aposentadorias
teve, desde o início, um grande e incansável aliado, o
advogado da ação, Castagna Maia, ou Dr. Maia, como
é carinhosamente tratado pelos aeronautas.
Com tantas idas e vindas, expectativas que crescem e se frustram, fomos saber dele quais são as reais
perspectivas para o acordo, como ele vê a participação
dos beneficiários nessa luta e o que esperar para 2010.
Dia a Dia - Qual a sua expectativa de desdobramentos das negociações pendentes?
Dr. Maia - As expectativas são imensas. O acordo é a melhor solução, tanto do ponto de vista dos
aposentados quanto do ponto de vista da União. Ou
seja, até agora faltou tão somente frieza para analisar isso: um acordo que permite à União escapar de
um pagamento multibilionário para outro de pequenas parcelas. Daí meu otimismo.
Dia a Dia - O senhor acredita que ainda há
possibilidade de um acordo favorável?
Dr. Maia - Acredito, sem dúvida. É o mais razoável. Aposto não em favores ou simpatia, mas no que
é mais razoável, mais econômico, melhor do ponto
de vista da União.
Dia a Dia - O que o senhor acha da postura
e da atuação dos participantes durante esse
período de negociações?
Dr. Maia - Tenho acompanhado essas discussões,
mas procuro não firmar opinião. Deixo claro, no en-
tanto, que a movimentação e a manutenção do tema
em evidência repercutem, sim, nos tribunais. Quanto
mais apelo público, quanto mais em evidência o tema,
mais atenção é prestada ao caso, e mais rápido tende a ser o julgamento. Estamos disputando a atenção
dos ministros com outros tantos milhões de processos. Essas movimentações, portanto, costumam auxiliar no trabalho da condução da ação, desde que
feitas de forma respeitosa, e no mesmo sentido do
esforço feito pelo advogado. Durante esse período,
houve um momento em que me preocupei, porque
alguém resolveu tomar uma iniciativa de forçar o julgamento no STF, e aquilo não nos interessava naquela
hora. Ou seja, o esforço acaba sendo duplo: o esforço
normal, mais aquele destinado a anular uma manobra
que colidiria com toda a estratégia que estava então
montada. Repito, no entanto, que a pressão é importante, que isso dá visibilidade ao processo.
Dia a Dia - Quais seriam os próximos passos?
Dr. Maia - Estamos no aguardo de uma manifestação da AGU quanto à contestação que fizemos ao relatório preliminar do Grupo de Trabalho. Naquele relatório, particularmente nos
impressionava a posição do representante da Casa
Civil que, já segunda reunião, praticamente dava
por encerrados os trabalhos. Isso ficou evidente
no relatório: na primeira reunião, o grupo foi instalado; na segunda, o representante da Casa Civil
dizia entender ser inviável um acordo. Ou seja, a
primeira instalava o grupo, a segunda acabava o
trabalho. Não sei quem é aquele senhor, não sei
qual o poder que tem, mas aparentemente exercia
um poder "presidencial". E eu não me lembro de o
Brasil ter dois presidentes da República. Entendo
que, diante dos argumentos contundentes que levantamos, a AGU poderá corrigir vários aspectos
daquele relatório e caminhar para o anúncio da
disposição de um acordo.
Dia a Dia - Qual a mensagem que o senhor
deixaria para os beneficiários (aposentados,
pensionistas e os da ativa) do Fundo Aerus?
Dr. Maia - A situação já é difícil por si. Não precisamos de ajuda para desanimar as pessoas, para
prostrar. Ninguém disse que seria fácil. Ninguém
está pedindo um otimismo pueril ou insano. O que
se pede é que os atos sejam praticados com a razão.
São os covardes que morrem duas vezes: na primeira, de medo; na segunda, a morte propriamente dita.
É preciso levar o combate até o final, e não entregar
os pontos ou, pior ainda, espalhar o desânimo. Alguém já disse que não vence o mais forte ou o mais
capaz.Vence aquele que suporta um segundo a mais
do que o adversário.
Agradecimento ao Dr. Maia
Ao amigo Dr. Maia
Q
uando criança temos muitos heróis: pais,
professores, os das revistas em quadrinhos, dos filmes, enfim... Mas o que nós,
aeronautas e aeroviários idosos jamais poderíamos
imaginar é que, nesta altura da vida, teríamos um
novo herói.
Ele chegou de mansinho, calado e observador.
Ouviu a todos e a todos conquistou. Franco, objetivo, direto, não esconde a verdade. Mas a diz e a
escreve com tanto saber e com tanta segurança que
nos esclarece e acalma. É o bálsamo e a esperança
no coração dos aflitos e angustiados participantes
do Fundo de Pensão Aerus.
8
dia a dia
Caro Dr. Castanha Maia, mais que nosso advogado, hoje é nosso amigo. É aquele que de maneira
íntegra e determinada cuida de nossa causa e de
muitos de nós, mesmo que indiretamente.
Um homem de muitas lutas, a quem devemos
eternos agradecimentos. O advogado que abraçou
nossa causa com tanta competência e dedicação,
tornado-se importante parceiro nessa batalha.
Por tudo isso, mil vezes obrigado!
Que Deus e todas as forças do Universo o abençoem, o iluminem e lhe deem saúde e força para
que, junto a nós, atinja sua VITÓRIA!
Aprus e SNA
Informe sobre os
recessos de Fim de
Ano
O Sindicato Nacional dos Aeronautas
informa a todos os associados e parceiros que, por ocasião das festividades de
fim de ano, não haverá expediente na
sede e subsede nos dias 24 e 31/12. Já
nos dias 23 e 30/12 o atendimento será
encerrado às 14h. O expediente será
normalizado no dia 4/01/2010.