Nasce Ketamyna, a 1500ª Waimiri Atroari

Transcrição

Nasce Ketamyna, a 1500ª Waimiri Atroari
correntecontínua
Ano XXXV - nº 240 - setembro/outubro - 2011
O som
da energia
A revista da Eletrobras Eletronorte
Sumário
transmissão
2011-2015: Eletrobras
vai investir R$ 11,9
bilhões em 9.908
quilômetros de linhas
de transmissão
Gestão
Melhoria no
Sistema de Gestão
da Qualidade é
marca registrada da
Eletrobras Eletronorte
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cultura
A música sem fronteiras
Página 6
Página 58
corrente alternada
XXI SNPTEE e
Seminário de Barragens
entrevista
José Goldemberg
Página 3
Página 36 e 44
tecnologia
Sistemas digitais
e modernos
Página 15
Timon recebe
Prêmio Procel
Cidade Eficiente
Meio Ambiente
Nasce Ketamyna,
a 1500ª Waimiri Atroari
Página 51
Na telona, a energia
do Cinema Brasileiro
Casa Cor Brasília 2011
Página 38
Amazônia e Nós
Diário de Fernando
Ricardo Rodrigues
Página 69
Em Belém, Infocentro
Eletrobras Eletronorte
aposta em capacitação
responsabilidade social
Plano de Desenvolvimento
Regional Sustentável
do Xingu
correio contínuo
Página 54
Página 18
Página 75
correntecontínua
SCN - Quadra 6 - Conjunto A
Bloco B - Sala 305 - Entrada Norte 2
CEP: 70.716-901
Asa Norte - Brasília - DF.
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Eletronorte
Página 43
Página 26
Página 65
Eletrobras
“Nos Bailes da Vida”
Prêmios 1998/2001/2003
2 correntecontínua
Página 74
fotolegenda
Diretoria Executiva - Diretor-Presidente - Josias Matos de Araujo - Diretor de Planejamento e
Engenharia - Adhemar Palocci - Diretor de Operação - Wady Charone - Diretor Econômico-Financeiro - Antonio Barra - Diretor de Gestão Corporativa - Tito Cardoso - Coordenação de
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“Abrir mão de reservatórios
hidrelétricos é uma atitude derrotista”
Inaugurada em 1968, na zona oeste de São Paulo (SP), a Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira abriga a estrutura administrativa central
da USP, além de várias unidades de ensino, o conjunto residencial, o centro de práticas esportivas e o hospital universitário. Também sedia diversas instituições, boa parte com vínculos acadêmicos com a Universidade
de São Paulo.
Foi na Cidade Universitária, onde se estima que circulem cem mil pessoas diariamente pelo campus, entre alunos, professores e visitantes,
que fomos encontrar numa sala do Instituto de Eletrotécnica e
Energia - IEE, o professor José Goldemberg. O IEE oferece a
seus clientes ensaios em equipamentos e materiais elétricos, calibração de equipamentos, emissão de certificados,
pareceres e laudos técnicos e certificação de produtos, e
também desenvolve estudos nas áreas de engenharia elétrica e energia em geral.
O professor José Goldemberg é doutor em ciências físicas pela USP, foi presidente da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência - SBPC, de 1979 a 1981; presidente da Companhia Energética de São Paulo Cesp, de 1982 a 1985; reitor da Universidade
de São Paulo de 1986 a 1990; secretário de
Ciência e Tecnologia, e do Meio Ambiente
da Presidência da República, e ministro da
Educação entre 1991 a 1993; e secretário
de Meio Ambiente do Estado de São Paulo,
de 2002 a 2006. Também foi professor da
Universidade de Paris (França) e Princeton (Estados Unidos), e autor de inúmeros
trabalhos técnicos e vários livros sobre
física nuclear, energia e meio ambiente. Em 2008 recebeu o prêmio “Blue
Planet Prize” da Asahi Glass Foundation
(Japão). Em 2010 o “Trieste Science Prize” da Academia de Ciências do Terceiro
Mundo.
Nesta entrevista exclusiva à Corrente Contínua, o professor Goldemberg expressas
suas opiniões sobre o Setor Elétrico brasileiro. Confira.
Eletronorte
Alexandre Accioly
Eletrobras
Entrevista
José Goldemberg:
correntecontínua 3
Eletrobras
Eletronorte
Como o senhor analisa o atual modelo do Setor Elétrico
brasileiro? É favorável às parcerias entre empresas privadas
e estatais para a construção e operação de novos
empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica?
Enquanto estive no governo paulista, conheci bem como
funcionam as empresas estatais. A Cesp era geradora e a Eletropaulo, distribuidora. Reparei que essas empresas estatais
possuíam uma característica que a Eletrobras também tinha:
podiam fazer o planejamento da expansão futura, não eram
estáticas. Na Europa uma empresa de eletricidade é estática, quer dizer, não precisa pensar na expansão do sistema,
pois conseguiram estabilizar o número de consumidores. No
Brasil é diferente, pois a população continua aumentando,
novos setores da sociedade estão ascendendo a uma nova escala social e o consumo de eletricidade também é crescente.
Então, as empresas estatais têm a vantagem de poder fazer
planejamento e, como são do governo, têm obrigações sociais,
são sensíveis à necessidade de expandir os serviços de que
a sociedade necessita. Mas quando a Eletropaulo foi privatizada, o que achei interessante é que a distribuição funciona
bem nas mãos do setor privado, são empresas mais enxutas e
tem características empresariais específicas. Também percebi
que, no caso das empresas de geração, a privatização é mais
complicada, pois algumas perdem exatamente a capacidade
de planejar a expansão.
menor tarifa, que pode significar perda de qualidade
e da capacidade de investir
na ampliação do atendimento. Nos leilões, as empresas
vencedoras devem fazer um
esforço enorme para reduzir
os seus custos. Esse é um
velho problema, quando o
dinheiro é curto, as empreiteiras constroem a obra, mas
não cuidam muito bem dos
aspectos resultantes dos impactos sociais e ambientais,
e esses custos estão colocados na obra. Se o empreendedor não fizer, será difícil
o governo fazer. Quando fui
diretor da Cesp construímos
várias represas e compensamos as pessoas, tentando
fazer isso como seriedade,
como Itaipu fez com os municípios atingidos. Os leilões
deveriam considerar mais
esse peso social do que apenas as tarifas.
Curuá-Una (PA)
Coaracy Nunes (AP)
O senhor considera, então, que a falta de
planejamento causada pelo processo de privatização
pode ter levado a situações como o racionamento
do início da década passada?
Eu fiz parte do Conselho de Administração da Eletrobras
quando a empresa estava na lista de privatizações do governo. O
setor de planejamento foi negligenciado naquela época, sem dúvida. Apenas mais recentemente a Empresa de Pesquisa Energética - EPE retomou o planejamento do Setor Elétrico. Então
houve um hiato que pode ter colaborado com o racionamento de
2001. Eu vejo que as empresas que foram privatizadas são mais
enxutas e cumprem estritamente o que está determinado nos
contratos, mas a sensibilidade social delas é muito reduzida, ao
passo que nas estatais essa preocupação é uma constante. Eu
diria que a situação atual, um sistema parte estatal e parte privado, não é má combinação, desde que as agências reguladoras
exerçam a fiscalização. Um exemplo é a situação da Light e da
Eletropaulo, que foram privatizadas, mas pela lógica da redução
de gastos, de atender somente aos interesses dos acionistas,
estão tendo sérios problemas de manutenção. Numa estatal o
bem-estar social é uma preocupação maior. Porém, Furnas, por
exemplo, também teve problemas com manutenção e foi multada pelo apagão de alguns anos atrás, uma das maiores multas
já aplicadas pela Aneel. A combinação a que nós chegamos,
com empresas estatais atuando mais na geração, e empresas
privatizadas mais na distribuição, com as agências reguladoras
agindo e atentas, é bastante razoável.
Foi assim com o Rodoanel?
No caso do Rodoanel, verificamos, por exemplo, pequenas modificações de trajeto, ou para poupar outros empreendimentos, ou algum ecossistema. Por mais cuidados que
tomemos, pode ser necessário fazer correções. Lembro-me
quando fui membro do Conselho Superior de Política Energética do Governo Federal, e fomos apreciar o então projeto
da usina Belo Monte. Os técnicos consideravam que o projeto era excelente, mas ao ser apresentado ao Conselho, do
qual participavam ministros de outras áreas, solicitamos que
ele precisava ser aperfeiçoado. Com o tempo o projeto foi
sendo melhorado e, de fato, terminou de forma muito satisfatória, com a redução da área a ser inundada.
O senhor aprova a fórmula dos leilões
de geração e transmissão, que são decididos
pela modicidade tarifária?
Eu acho que esse sistema tem algumas vantagens, mas
também acho um pouco perigoso ter como único parâmetro a
Essa redução acabou por afetar a capacidade
da usina de gerar a pleno. O senhor concorda
com a inversão dos reservatórios para fio d’água?
Eu não sou hipersensível a questões de inundação por
usinas hidrelétricas. As pessoas não se dão conta de que
4 correntecontínua
Após os leilões, um dos maiores entraves que
empreendedores encontram é o licenciamento
ambiental da obra. O senhor acha que as regras
de licenciamento são muito rígidas?
De modo geral, o Ibama atua como um órgão que diz sim
ou não, quando o que eu aprendi é a necessidade de um diálogo constante, a fim de que os técnicos de meio ambiente
consigam aprimorar o projeto ao longo da sua execução.
Sempre aparecem problemas não previstos no projeto executivo e o licenciamento precisa ser altamente dinâmico,
precisa ser feito de mãos dadas com os empreendedores.
para cada dez mil pessoas atingidas pelas barragens, um milhão de
pessoas será beneficiado.
Só que esse contingente
maior está longe da área
afetada e não está organizado socialmente, e
aqueles dez mil atingidos
Tucuruí (PA)
acabam se organizando
rapidamente, muitas vezes com o apoio de movimentos
políticos. Entretanto, os beneficiados de outras regiões
brasileiras são tão ou mais pobres do que os diretamente
atingidos. Eu acho que reservatórios vão junto com empreendimentos hidrelétricos. Uma das razões do racionamento
de 2001 é porque não havia água reservada suficientemente para gerar energia. Simplesmente acho que essa desculpa de agressão ambiental é péssima. É preciso discutir
com o setor ambiental de que no futuro haverá um alto
custo. O problema não é o que é proibido ou permitido,
tem que comparar o custo/ benefício. Abrir mão de reservatórios hidrelétricos é uma atitude derrotista. Sem falar nos
vários usos da água, como irrigação e criação de peixes.
Existem muitas queixas em relação ao licenciamento, mas
ao mesmo tempo há muito pouca combatividade por parte
dos Setor Elétrico em realmente discutir o significado das
limitações impostas pelo licenciamento ambiental.
Falta informação à sociedade?
A culpa não é da sociedade que não se informa, o problema é um pouco mais de dinamismo das empresas responsáveis em fazer a divulgação adequada. Essas empresas, muitas
vezes, têm uma história muito ruim de interação com a sociedade, estão carregando um passivo que não acaba nunca.
Abrimos os jornais e lemos que perto das usinas tem pessoas
vivendo na miséria, que não foram beneficiadas pela obra.
Mas acontece que tem muitos lugares com gente miserável
e pobre sem usinas por perto, então não foi a usina a responsável por aquela situação. No entanto, outras centenas de
milhares de pessoas que estavam na escuridão foram beneficiadas por aquela usina.
Como o senhor vê o futuro
energético do Brasil e do planeta?
No Brasil os planos decenais de energia preveem a manutenção de uma matriz energética limpa e renovável, o que significa
manter o ritmo das hidrelétricas, mas aí acho que poderíamos
buscar hidrelétricas que não criem muitos problemas e que tenham reservatórios. A expectativa é que a nossa matriz permaneça renovável até pelo menos 2030, um espaço de tempo para
que, eventualmente, novas tecnologias se desenvolvam, como as
células fotovoltaicas. Se conseguíssemos cobrir todos os telhados brasileiros com elas não precisaria Belo Monte. No mundo,
uma matriz como a nossa ainda não é razoável porque as reservas de petróleo continuarão a predominar como fonte primária
de energia e é uma fonte poluente e cara. Com essa base fóssil o
mundo corre sérios problemas ambientais e econômicos. O que
pode melhorar a situação é o uso do gás natural, mas ainda assim a queima de gás produz outros gases de efeito estufa. Então,
seguir o caminho do Brasil está se tornando uma tarefa muito
dura.
O senhor acredita que esse cenário influencia
a atuação de ONGs estrangeiras no País?
Não acredito num complô, numa teoria conspiratória. O que
há é uma influência cultural. Essas ONGs são conquistadas
pelo discurso cultural de outros países, e aí aderem a visões
poéticas da realidade, principalmente da realidade ambiental.
As empresas e o próprio governo deveriam enfrentar essa situação pela palavra. O Rodoanel, em São Paulo é um bom
exemplo. Foi uma obra extremamente problemática do ponto
de vista ambiental e social. Os ambientalistas a atrasaram durante quatro ou cinco anos. Mas o assunto espaireceu porque,
imediatamente, centenas de milhares de caminhões que circulavam dentro da cidade de São Paulo e infernizavam a vida de
todo mundo, desapareceram. É preciso enfrentar esclarecendo, conquistando os corações e mentes das pessoas.
Eletronorte
As usinas da Eletrobras
Eletronorte geram
energia limpa
e renovável
Eletrobras
Samuel (RO)
Qual a sua opinião sobre o incremento das energias
alternativas, somo solar e eólica, na matriz energética
brasileira? E a possibilidade da entrada do carvão
mineral e da construção de mais usinas nucleares?
A resposta é que com eólica e solar não dá pra fazer dez
mil MW, ao passo que uma hidrelétrica faz. Para fazer cinco mil MW de eólica seriam necessários milhares de aerogeradores. Não é verdade que nós podemos substituir uma
coisa pela outra, precisamos das duas opções. Nos leilões
já aparecem empreendimentos a gás, e ainda não entrou o
carvão por muito pouco. A entrada do carvão na matriz é uma
péssima ideia, e mais usinas nucleares uma ideia estranha.
Podemos acabar adquirindo um problema em vez de solução.
Depois de Angra 3 não há justificativa sólida para instalar outras nucleares. Porém, o fato de termos dois ou três reatores
nucleares não é mal porque nos permite acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, mas para a produção de energia
elétrica em grande escala, energia nuclear não é a resposta.
Nossa demanda por eletricidade é da ordem de cinco mil MW
por ano. Com energia solar, por exemplo, quantos painéis fotovoltaicos seriam necessários? Vento também não tem em
todo lugar. Então, a resposta puramente ecológica colide com
outras realidades.
correntecontínua 5
Circuito Interno
Melhoria no Sistema de Gestão
é marca registrada da Eletrobr
Em 2011 a Empresa atingiu 172 processos
certificados na norma ISO 9001:2008.
Em 2000 eram apenas 24
Érica Neiva
Foco no cliente, liderança, envolvimento
de pessoas, abordagem de processo, abordagem sistêmica para gestão, melhoria contínua, abordagem factual para tomada de decisão e benefícios mútuos nas relações com
fornecedores. Esses são os oito princípios de
gestão da qualidade que formam a base de
um sistema de gestão estruturado de uma
organização que pretende conduzir e operar,
com sucesso, um negócio no mercado, sendo necessário dirigir e controlar esta mesma
organização de maneira transparente e sistemática.
A certificação dos processos da Eletrobras Eletronorte na NBR ISO 9001:2008,
norma internacional que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade
Ações de melhorias voltadas aos clientes externos
Eletrobras
Eletronorte
Índice de Satisfação dos Clientes Externos - ISCE
6 correntecontínua
- SGH de uma organização, teve início no
ano 2000, quando o Operador Nacional do
Sistema - ONS passou a exigir, em cláusula contratual, que os agentes transmissores
tivessem uma gestão reconhecida por organismo nacional e internacional até dezembro de daquele ano.
Para realizar uma certificação externa,
escolhe-se uma norma certificadora. Depois
disso, definem-se todos os seus requisitos e,
posteriormente, promove-se a implantação e
documentação dos processos. Para a implantação da ISO 9001 são realizadas auditorias
internas e externas junto a certificadoras nacionais e internacionais, e se obtém o certificado do Inmetro e do organismo internacional conhecido como Anab. O certificado tem
validade de três anos. Durante esse período
são obrigatórias visitas anuais de manuten-
o da Qualidade
ras Eletronorte
ção para verificar se os processos estão atendendo aos requisitos da Norma. Para garantir
essa manutenção, a Eletrobras Eletronorte
faz, duas vezes por ano, auditorias internas
da qualidade. São cerca de 40 auditores internos qualificados e treinados.
A evolução do número de processos certificados na ISO 9001 vem crescendo e alcançando indicadores satisfatórios. A Eletrobras Eletronorte saiu de 24 processos, no
ano 2000 para 172 em 2011. Os processos
estão certificados na Sede da Empresa, em
Brasília, nos seus oito centros de operação
e na área de aquisição e finanças das unidades administrativas, bem como nas Regionais de Macapá, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Acre, Roraima
e Tucuruí.
A adoção do Sistema de Gestão da Qualidade trouxe importantes resultados para a
Eletrobras Eletronorte. Um deles é o indicador financeiro representado pelo percentual de multas e juros pagos pela Empresa
em relação aos tributos ICMS e ISS, em
2008, período em que foi certificado o processo Tributos nas Unidades Administrativas
Porto Velho
Maranhão
Mato Grosso
Eletrobras
Mato Grosso
Eletronorte
Mato Grosso
correntecontínua 7
Sede
Sede
Regionais. Comparado ao ano anterior, 2009
teve uma redução da ordem de 88,2% de
multas e juros pagos pela Empresa. A mesma
redução alcançou 80% em 2010,
comparada a 2008, e 84,3%,
até junho de 2011, em relação a
2008.
Para a assessora de Gestão da
Qualidade e engenheira de Produção, Ediresa Garcia Fernandes
(à direita), após as certificações
dos centros, as unidades que não
eram certificadas começaram a
perceber as melhorias implementadas e resolveram também buscar suas certificações. “Agentes motivadores,
com mais participação das pessoas, maior
qualificação, surgimento de oportunidades e
melhorias na gestão, tiveram um papel fundamental para expandir as certificações”.
A perspectiva futura para a Eletrobras
Eletronorte é a integração de todos os seus
A ISO 9001:2008 é
um ponto de partida
Eletrobras
Eletronorte
Acre
Acre
8 correntecontínua
O Comitê Brasileiro da Qualidade - O ABNT/CB25 é o responsável pela elaboração das normas brasileiras
da família NBR ISO 9000 e das normas de avaliação
da conformidade no Brasil. O ABNT/CB25 possui um
conselho consultivo formado por empresas públicas e
privadas que definem suas estratégias e contribuem financeiramente para a operação do Comitê. Dentre elas
estão Acelormittal; C. N. Odebrecht; Eletrobras; Furnas;
Petrobras; Siemens e Souza Cruz.
Para o superintendente do Comitê Brasileiro da Qualidade e gerente de planejamento e controle da Petrobras
na área de Abastecimento-Refino, Renato Pedroso Lee
(abaixo, à direita), as principais vantagens de adesão a
um Sistema de Gestão da Qualidade, inicialmente, referem-se à arrumação da gestão da organização, melhoria
da imagem da organização frente
aos seus públicos de interesse
e acesso a mercados exigentes
como o europeu.
A certificação da organização
pala norma ISO 9001, de acordo
com Renato Pedroso, é apenas o
primeiro passo de uma longa jornada rumo à excelência na gestão empresarial. “O que precisa
ser melhorado é a conscientização dos gestores e líderes das
empresas para aumentar a qualidade e produtividade
que pode ser obtida com a implementação de sistemas
de gestão da qualidade que sejam utilizados de forma
compatível com o que foi desenhado pela norma ISO
9001, e não apenas como objeto de melhoria de imagem para o mercado e marketing”.
Em relação à necessidade de melhorias no Sistema
de Gestão da Qualidade, o superintendente do Comitê
Brasileiro da Qualidade afirma: “A organização que quer
realmente melhorar a sua qualidade e produtividade não
deve se contentar com a certificação pela norma ISO
9001. Pode alcançar um modelo de gestão baseado na
excelência e na sustentabilidade, utilizando modelos
como os da ISO 9004 ou mesmo os critérios do Prêmio
Nacional da Qualidade. A certificação da organização
pala ISO 9001 é apenas o primeiro passo de uma longa
jornada rumo à excelência na gestão empresarial”.
Serasa - Hoje um grande exemplo de benchmarking
externo é a Serasa. É a empresa no Brasil que tem maior
conhecimento no sistema de gestão da qualidade, pois
não usa apenas a norma 9001, mas um conjunto de
normas ISO que viabilizam a sua gestão e flexibilizam
a cultura de padrões de trabalho em todas as áreas que
possui. A Serasa Experian começou a estruturar seu programa de Qualidade Total em 1991, iniciando com práticas como indicadores, 5S, entre outros. Inicialmente,
a opção da empresa foi estruturar um modelo de gestão
baseado nos critérios de excelência da Fundação nacional da Qualidade - FNQ e, posteriormente, avaliar o
Sistema de Gestão da Qualidade.
Sobre a evolução das normas certificadoras, na Se-
rasa, a especialista em Gestão de Processos e Qualidade e
coordenadora de Qualidade do órgão, Natalia Bertucci, explica: “Em 2003 a Serasa Experian certificou o prédio da Sede,
em São Paulo, na ISO 9050:2004, garantindo uma maior
acessibilidade. Em 2006 foi a primeira empresa brasileira
a ter um sistema de gestão de responsabilidade social reconhecido e certificado pela ISO 16001. Em 2008 houve a
integração das áreas de Qualidade, Processos e Indicadores,
e escritório Corporativo de Projetos em uma mesma gerência,
proporcionando uma melhor sinergia nesse foco de Gestão.
Em 2010, como melhoria da responsabilidade social - SGRS,
foi implantado processo de report ao jurídico dos riscos e leis
aplicáveis à empresa, que são avaliados no Comitê de Riscos
e Ética e, se aprovado, reportado para Londres”.
Atualmente, a Gestão da Qualidade
da Serasa Experian está trabalhando na
estruturação de indicadores financeiros
que possam precisar e até mesmo permitir o acompanhamento dos ganhos.
Em 2011, o processo de Auditoria Interna da Qualidade passou a se chamar
Quality Performance. “Focado em sistema de gestão da qualidade, acredito
que todo o caminho que a empresa fez
para a busca pela Qualidade Total foi
o grande motivador para o modelo. Foram fatores decisivos
para a conquista, o envolvimento de todas as áreas com o
processo de certificação; o total apoio, envolvimento e engajamento da alta direção para o tema; o processo constante
de comunicação e disseminação; e o foco da empresa na
melhoria contínua e nos modelos que nos auxiliam na busca”, destaca Natalia Bertucci (acima).
Eletronorte
Mudanças na ISO - Ediresa esclarece ainda que a versão da ISO implantada em 2000
não via o processo como um todo e não considerava sua interface com os demais processos. Já a versão 2008 trouxe importantes
mudanças. “A Norma deu uma grande virada
com foco na rotina e gestão de processos”,
afirma Ediresa.
As unidades certificadas do mundo inteiro sofreram dificuldades com as alterações
trazidas pela versão mais recente da ISO
9001, pois foi alterada toda uma cultura
da organização que era voltada para a rotina. “Fazia-se o procedimento da rotina, e
não do processo. Havia indicadores específicos para cada unidade funcional que não
inter-relacionavam os processos”. Segundo
Ediresa, no Brasil, 30% dos organismos certificados na versão 2000 não conseguiram
manter suas certificações. “As empresas
não conseguiram mudar a sua forma de pensar e trabalhar, não conseguiram flexibilizar
a sua cultura para absorver essa nova visão
da ISO 9001:2008 baseada na gestão de
processos”, explica Ediresa.
O reconhecimento do mercado em relação
ao trabalho executado pela Eletrobras Eletronorte para certificar cada vez mais processo
é visível. “Pelo intercâmbio que temos com
outras empresas do Setor Elétrico, percebemos que já temos sustentação em relação ao
sistema de gestão. Possuímos mais processos certificados e mais lições aprendidas”,
avalia Ediresa.
Eletrobras
sistemas de gestão. “As pessoas terão em
suas unidades diversas tipos de ISO, possibilitando a colaboração entre os sistemas. As
auditorias serão otimizadas e integradas. A
unidade, uma vez por ano, pode passar por
auditorias em todos os sistemas. Se o mundo está no rumo dos sistemas integrados de
gestão, não podemos seguir um caminho diferente”, assegura Ediresa.
correntecontínua 9
Centro de Operação do Tocantins: há dez anos
em conformidade com a norma ISO 9001
Vania Machado
Com base nos princípios e requisitos da NBR ISO
9001:2008, o Centro de Operação Regional do Tocantins,
a partir das necessidades e expectativas dos clientes, da
sociedade, das perspectivas da Eletrobras Eletronorte no
mercado e de outras partes interessadas, planejou o seu
Sistema de Gestão Qualidade. Ferramentas como o SAP-R3, Sistema Gestor - SGestor, o Sistema de Gestão da
Qualidade Informatizado - SGQI e o Sistema de Gestão
de Intervenção - SGI, esta última adotada pelo Operador
Nacional do Sistema - ONS - facilitam o dia a dia dos
operadores e ajudam na melhoria contínua dos processos,
possibilitando também melhor e maior controle de suas
atividades e dos registros gerados.
Dia a dia no Centro de Operação - O operador de sistema
e instalação Júnior Torres lembra uma das práticas em que
qualquer intervenção que cause riscos ou indisponibilidade
de funções e equipamentos da rede básica, deve ser aprovada pelo ONS. Todo esse processo de solicitação, aprovação e execução do serviço é devidamente documentado.
Esses registros possibilitam aos operadores um melhor
entendimento do que fazer e como fazer. “Quando a
equipe de manutenção precisa intervir no sistema produtivo, é criada uma ordem de manutenção no módulo
PM do SAP-R3. A pré-operação analisa essa ordem de
manutenção e, se necessário, acerta com o encarregado
pela execução as adequações necessárias. Posteriormente, solicita a intervenção ao ONS por meio do SGI
e, uma vez aprovado, na data e horário programado, informa a equipe de manutenção, e disponibiliza para a
equipe de tempo real os documentos e os planejamentos
necessários para execução daquela intervenção”, exemplifica Júnior, mostrando na tela do seu computador,
as ferramentas que utiliza diariamente na pré-operação.
Tempo Real - Logo que entra no turno, o operador em
tempo real executa um check-list dos procedimentos diários a serem verificados. “Testa como está a comunicação
de voz, gravação, verifica as telas do Sistema Aberto de
Supervisão e Controle do SAGE para ver se os processos
estão rodando normalmente, faz o monitoramento dos
equipamentos, verifica no SAP R-3 as intervenções em
andamento ou a serem iniciadas. Então vai ao Info-PR
para lançar as ocorrências no seu horário de trabalho”,
Eletrobras
Eletronorte
Sistema de Gestão da Qualidade leva equipes da Regional
Trabalhar com o Sistema de Gestão da Qualidade sempre
foi um desafio para o operador de Sistemas André Luiz de
Freitas Farias, do Centro de Operação Regional do Mato
Grosso. Ele explica que o Sistema busca integrar os processos pré-operação, tempo real, pós-operação, apoio e gestão,
de forma que as atividades se tornem mais consistentes
e menos dispendiosas para a Empresa. “Os processos e
produtos são medidos e avaliados periodicamente. A partir
dessas avaliações são estabelecidas ações que podem melhorar o desempenho do Sistema de Gestão da Qualidade,
e prevenir ou corrigir possíveis falhas encontradas. Manter
um bom relacionamento e uma parceria com clientes e empregados é outro dos nossos objetivos”, afirma André Luiz.
O Sistema de Gestão da Qualidade trouxe grandes
avanços em relação ao desenvolvimento de atividades e
controle de gestão. “Antes da implantação da ISO 9001,
não conseguíamos saber se os clientes externos estavam
satisfeitos ou não com os serviços prestados. Os processos
não tinham controle e o desenvolvimento das atividades
era baseado nos conhecimentos práticos adquiridos com o
passar do tempo na Empresa. A interação entre os processos era muito superficial e, quando uma atividade era feita
10 correntecontínua
com algum desvio, não conseguíamos enxergar os defeitos encontrados e propor prevenções ou melhorias”, diz
André (foto, à direita).
A implementação do Sistema de Gestão da Qualidade estimulou os colaboradores a saírem da zona de conforto e ingressarem em um mundo de oportunidades e
desafios. “As oportunidades consistem em sempre buscarmos melhorar, e os desafios nos permitem olhar mais
à frente e nos compararmos às melhores empresas do
Setor Elétrico”, avalia André.
Os processos de Aquisição da Regional do Mato
Grosso - que compreendem as compras realizadas por
pregão eletrônico e presencial, dispensas de licitação,
inexigibilidades e sistema de registro de preços - também receberam a certificação ISO 9001:2008. A analista administrativa Lívia Calzolari explica que, antes
da implantação da Norma, os conhecimentos estavam
soltos, não havia procedimentos para todos os tipos de
modalidades, as reuniões de área não eram periódicas e
não eram avaliadas as expectativas dos clientes. “Com a
utilização da padronização de procedimentos e da adoção do PDCA - ciclo de desenvolvimento que tem foco
Manoel Reis, Júnior Torres e Francisco Guerreiro
complementa o operador Manoel Reis, lembrando que
absolutamente tudo é relatado. “O dia a dia do operador
é assim: linha saindo, voltando; abrindo documento, fechando documento; mas tudo isso é necessário, temos
que ter controle da situação e estarmos atentos às normas do ONS e da Empresa. E todo turno é a mesma
coisa, todo operador realiza as mesmas tarefas”, conclui.
Pós-Operação - Cabe à pós-operação analisar todo o
processo desde o planejamento à execução dos serviços. Na Regional Tocantins, essa responsabilidade está
nas mãos do operador Francisco Guerreiro. “Meu dia
a dia é fazer análise da documentação executada: ordem de manobra, listagem de ventos, coleta de dados,
análise de perturbações, elaboração de relatórios operacionais”, diz Guerreiro que também faz uso do Info-PR para
verificar a existência de ocorrências na área de atuação
da Eletrobras Eletronorte. “Se houver ocorrência superior a
dois minutos, faço um Relatório de Análise de Perturbação
- RAP, tanto para a Eletrobras Eletronorte quanto para as
empresas que são nossas clientes: Celtins, Intesa, Investco. São informações que servem para estatística e para ter
controle das ações que vêm ocorrendo e podem subsidiar
futuras intervenções em equipamentos ou linhas”, complementa Guerreiro, que apresenta essas estatísticas também
durante as reuniões do Grupo de Coordenação para Gestão
Estratégica da Regional de Transmissão do Tocantins, para
informar toda a força de trabalho.
do Mato Grosso a um mundo de oportunidades e desafios
Eletronorte
e, caso estejam conformes, dão continuidade aos processos
licitatórios. “As instruções de trabalho foram resultado da
reunião de conhecimentos de várias pessoas da Empresa durante a confecção dos procedimentos e das revisões. Agora
elas têm segurança para executar seus trabalhos. É como se
agora tivéssemos um norte a seguir”, destaca Lívia (abaixo).
Eletrobras
na melhoria contínua, as melhorias aparecem, pois é
obrigatório que ações sejam tomadas para que ocorra o
ciclo de melhoria contínua”.
Lívia Calzolari e sua equipe são responsáveis pelas requisições de compras, analisam a conformidade com os
requisitos da legislação e normas internas da Empresa
correntecontínua 11
Todas as Regionais da Eletrobras Eletronorte
possuem a certificação ISO 9001:2008
Regional de Transmissão do Maranhão
Certificação ISO 9001:2008 na área operacional
e nos processos de aquisição e financeiro.
Dificuldades - “A maior dificuldade desses anos é conseguir aproveitar a organização dos procedimentos advinda da
implantação e conseguir melhorias efetivas que proporcionem
saltos de produtividade nos nossos processos. Isso se consegue
com automação e reavaliação dos processos implementados.
Conseguimos alcançar nosso objetivo com muito diálogo, empenho e envolvimento dos colaboradores, mas devemos sempre buscar o estabelecimento da cultura da melhoria contínua”
(Mauro Luis Aquino, superintendente da
Regional de Transmissão do Maranhão)
Regional de Transmissão de Roraima
Certificação ISO 9001:2008 na área operacional
e nos processos de aquisição e financeiro, TPM categoria B.
Ganhos - “Houve uma evolução significativa nos processos de aquisição com a redução do tempo médio para realização das modalidades
de licitação, bem como redução de juros e multas pagos sobre o valor
principal da dívida, entre outros. Nos processos da área operacional houve evolução no que diz respeito à qualidade da energia entregue, bem
como à satisfação do cliente externo, além de um maior controle da
documentação interna. No mundo globalizado se faz necessário que as
empresas sejam reconhecidas por certificadoras internacionais, dadas
as exigências de mercado e a entrada da holding nas principais bolsas
de valores do mundo, o que gera maior motivação aos empregados em
desempenhar suas atividades com mais qualidade”
(Alipio Santos da Silva, Superintendente
da Regional de Transmissão de Roraima)
Eletrobras
Eletronorte
Regional de Transmissão do Pará
Certificação ISO 9001:2008 na área operacional
e nos processos de aquisição e financeiro.
Participação - “Toda mudança de processo requer uma mudança de
cultura e o esforço para que as pessoas acreditem que essa mudança trará melhores resultados para todas as partes interessadas. Esse processo
passa por um período de maturação e consistência. Os empregados são
dotados de habilidades para identificar, analisar e melhorar o desempenho dos processos mais importantes, ou seja, os processos que mais
impactam a satisfação dos clientes. Além disso, são estimulados a lidar
com situações para aplicação das ferramentas e técnicas mais apropriadas para alcançar os objetivos estabelecidos e preparados para enfrentar
dificuldades naturais de um processo de melhoria que necessite de mudanças de comportamento e superação de barreiras departamentais com
uma abordagem por processos”
(Airton Leopoldo Hass Junior, superintendente
da Regional de Transmissão do Pará)
12 correntecontínua
Regional de Produção de Rondônia
Certificação ISO 9001:2008 nos processos de aquisição
e financeiro; também obteve o reconhecimento do TPM.
Organização - “Para suprir as fragilidades foram desenvolvidas inúmeras ações que envolveram desde os empregados, passando pelas famílias
e chegando até a sociedade em geral. A Regional investiu na capacitação
em todas as suas lideranças, nos diversos níveis,
e promoveu outras ações
de desenvolvimento para
as equipes dos processos.
Como resultado a redução
de
não-conformidades,
segundo auditoria interna, saiu de 53, em 2008,
para 13, em 2011, e com
grau considerado menor;
também houve redução
no pagamento de multas e
juros. Consequentemente,
houve uma maior valorização da imagem da Empresa, por meio de seus produtos, serviços e, ainda,
a motivação dos empregados pela satisfação em trabalhar numa instituição tão bem conceituada”
(Valdenir Martins, gerente administrativo da regional)
Superintendência
de Geração Hidráulica
Certificações - ISO 9001:2008; ISO
14001:2004; Metodologia TPM - Premiação concedida pela Japan Institute
of Plant Maintenance - JIPM; Prêmio
Qualidade do Governo Federal - PQGF;
Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ;
Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho PSQT e As Melhores Empresas para se
Trabalhar e Prêmio Nacional da Qualidade 2011.
Reconhecimento - “Todo esse processo de certificação e premiação por
entidades de renome nacional e internacional, tem como objetivo avaliar externamente a gestão da Eletrobras Eletronorte, da Superintendência de Geração
Hidráulica e, o mais importante, propiciar os relatórios de feedback, com os
quais temos a oportunidade de elaborar
os planos de ação para fortalecer os pontos fortes e eliminar as oportunidades de
melhorias.
As certificações e premiações recebidas atestam a gestão da Eletrobras Eletronorte, por meio da Superintendência
de Geração Hidráulica, como suporte
para a sustentabilidade empresarial, o
que é um grande diferencial no mercado.
Além disso, a imagem da Empresa fica
cada vez mais fortalecida diante de todas
as partes interessadas. Nosso objetivo é
manter a forma preventiva e intensificar
a busca de melhoria contínua nos processos, com a adoção de metas mais desafiadoras e a busca de novos indicadores
para serem monitorados”
(Antonio Augusto Bechara
Pardauil, superintendente
de Geração Hidráulica)
Francisca Cecília, da direita para a esquerda
Eletrobras
Certificação ISO 9001:2008 nos processos de aquisição e financeiro.
Interação - “A norma foi implantada na nossa regional em 2007. Inicialmente era comum a falta de conhecimento da norma, por parte da maioria
dos empregados. Diante disso, solicitamos apoio de outras regionais com
processos já certificados para nos dar apoio na estruturação das rotinas,
bem como ministrar treinamentos. A implantação da ISO 9001:2008 permitiu a padronização dos procedimentos na Empresa, como também a busca constante da melhoria contínua dos processos. O nosso objetivo agora
é a certificação dos demais processos, com interface nos já certificados”
(Francisca Cecília Cavalcante, gerente de Serviços de Apoio do Acre)
Eletronorte
Regional de Geração e Transmissão do Acre
correntecontínua 13
Certificações são diferencial
competitivo, afirma Diretor de Operação
Quais os processos
da Eletrobras Eletronorte
certificados na
ISO 9001:2008?
Temos cerca de 172 processos certificados na ISO
9001:2008. Eles estão distribuídos nas seguintes unidades da empresa:
• Na Sede da empresa em
Brasília - Gestão de Contratos da Transmissão; Projeto
de Linhas de Transmissão;
Desenvolvimento e Educação
Empresarial; Rede de Telecomunicações;
Planejamento
Energético e Medição e Faturamento de Energia Elétrica.
• Centros de Operação - Todos os oito Centros de Operação do Sistema Elétrico (Macapá, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia/Acre, Distrito Federal e Roraima);
• Aquisição e Finanças das Unidades Administrativas - Regionais do Macapá, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Acre, Roraima e Tucuruí.
Eletrobras
Eletronorte
Como pode ser avaliado o desempenho da
Empresa no Sistema de Gestão da Qualidade?
Por mais que o desempenho dos processos certificados na Empresa, em relação ao cumprimento
desses critérios implantados e mantidos, tenham
sido satisfatórios - já que até a presente data todos os certificados ISO 9001:2008 encontram-se
mantidos pelos organismos acreditadores no Brasil
(Inmetro) e nos Estados Unidos da América (Anab)
- existem muitas oportunidades de melhorias. Ou
seja, um bom gestor deve buscar melhorias contínuas observando a relação de causas e efeitos dos
resultados de seus indicadores com os resultados
dos indicadores de nosso Plano Estratégico. Se
não existir uma relação, caberá ao gestor promover
mudanças significativas nos seus processos.
Qual a sua avaliação dos resultados da
Eletrobras Eletronorte diante da avaliação de
organismos certificadores no decorrer desses anos?
Vamos falar de resultados atrelados a benefícios. Temos muitos benefícios. Um dos principais
é o desenvolvimento de uma gestão de processos
que estimula todos a olharem a relação de cau-
14 correntecontínua
sas e efeitos de um processo
sobre outro, bem como a relação de causas e efeitos dos
indicadores dos processos
com os resultados empresariais. Isso leva a outro benefício que foi a implantação de
sistemáticas para identificar
e implantar ações corretivas,
preventivas e de melhorias
nos processos. Criar uma cultura de fazer análises críticas
dos processos foi outro benefício de extrema relevância.
É possível citar dados
que ilustrem essas
melhorias verificadas?
Redução de multas e juros
pagos, em tributos, reduzindo as perdas financeiras da empresa, caindo de R$ 1.406.414,19, em
2009 para R$21.251,29, até junho de 2011;
redução no tempo médio de contratação de materiais, bens e serviços, aliviando o tempo de espera das Unidades Produtivas; aumento da satisfação dos clientes externos no período de 2004
a 2011, contribuindo para a fidelização desses
clientes; implantação de 123 ações de melhorias
nos processos no período de 2009 a 2011, tendo como um dos objetivos aumentar a satisfação
dos clientes externos da transmissão; aumento da
disponibilidade dos circuitos ativos, da rede de
telecomunicações, mantendo-se em 99,87%, até
junho de 2011; índice de 100% de faturas disponibilizadas para pagamento no prazo; e índice de
confiabilidade do sistema de medição para faturamento de energia, de 99%, no período de 2009
até junho.
Qual a importância do recebimento das
certificações em todas as regionais da Empresa?
A importância dessas certificações leva a Eletrobras Eletronorte a ser reconhecida mundialmente quanto ao cumprimento de requisitos de
uma norma internacional, aceitos no Brasil e no
exterior, podendo participar de licitações para
prestação de serviços e fornecimento do produto
energia elétrica, em nível de igualdade, com os
demais países do mundo, dando à Empresa um
diferencial competitivo frente ao mercado.
Tecnologia
Sistemas
digitais e modernos
O Sistema Interligado Nacional - SIN passa por uma expansão contínua e os equipamentos e sistemas elétricos precisam ser
constantemente atualizados. No Maranhão,
a Eletrobras Eletronorte acaba de concluir a
modernização do compensador síncrono 3 da
subestação Imperatriz, com investimentos de
R$ 5,3 milhões. Na ampliação e modernização dos sistemas em Vila do Conde e Marabá,
no Pará, os investimentos chegam a R$ 10,9
milhões. E não é só isso: para modernizar os
Sistemas de Proteção, Controle e Supervisão - SPCS em todas as instalações desses
estados já foram investidos mais de R$ 109
milhões.
O trabalho de modernização dos sistemas
que estão em operação há mais de 30 anos,
e que integram o sistema Norte-Nordeste, foi
uma das iniciativas da Eletrobras Eletronor-
te para manter a confiabilidade e atender os
requisitos de rede do Operador Nacional do
Sistema Elétrico - ONS. Trata-se de um trabalho de engenharia inédito no mundo, iniciado
há alguns anos para digitalizar todos os equipamentos operados pela Empresa, informa o
superintendente de Engenharia de Manutenção da Transmissão, Leonardo Gomes Lima.
“Isso faz parte de um processo denominado
retrofit, que envolve a modernização de todos
os nossos sistemas. Os sistemas do Pará e
do Maranhão estão há mais de 30 anos em
atividade e poderiam se tornar obsoletos. Nós
somos a primeira Empresa do mundo a fazer
esse tipo de trabalho, não temos histórico de
que isto tenha sido realizado.”
Um dos componentes mais importantes
das subestações gerenciadas pela Empresa é
o compensador síncrono, que regula a tensão
dos sistemas elétricos para que não haja uma
variação muito grande na transmissão. O tra-
Eletrobras
César Fechine
Eletronorte
Investimentos na modernização de equipamentos nos
estados do Pará e do Maranhão chegam a R$ 125 milhões
correntecontínua 15
balho de modernização dos compensadores
síncronos foi iniciado pelo estado do Pará,
nos compensadores das subestações de Vila
do Conde e de Marabá. E tem continuidade
agora no estado do Maranhão.
Eletrobras
Eletronorte
Sistemas - Um compensador síncrono (foto
abaixo) é composto por vários sistemas, fabricados por mais de um fornecedor. E o fabricante agrega esses sistemas. Basicamente,
a máquina possui um Sistema de Proteção,
Controle, Supervisão e Oscilografia, que inclui
a parada e partida da máquina; Sistema de
Excitação e Regulação de tensão; e Sistema
de Instrumentação Mecânica, que envolve comandos relativos à pressão e temperatura da
máquina, entre outros. O equipamento é constituído por um motor síncrono com vários circuitos, e faz o ajuste fino e a regulação da tensão de forma adequada para os equipamentos
da distribuição, num valor fixo.
O grande desafio foi agregar três
fornecedores diferentes para fazer a
modernização do equipamento. “Não
é fácil modificar um projeto que possui um determinado status, fazer os
estudos, o planejamento e construir
um novo projeto que seja idêntico e
que guarde as mesmas características do anterior”, explica Leonardo
(ao lado). Além disso, com o tempo,
tornam-se mais difíceis os ajustes das
proteções de linhas para se adequar
às novas configurações do sistema elétrico
brasileiro, como também faltam sobressalentes para reposição.
O projeto de modernização no Maranhão
teve início com o levantamento de dados
técnicos dos módulos gerais das funções de
transmissão da rede básica para a substituição completa do SPCS para o modo digital. A
16 correntecontínua
Painéis do Sistema de Proteção e Controle
implantação envolveu os setores nas tensões
que variam de 500 kV a 13,8 kV nas subestações de Imperatriz, Presidente Dutra, Peritoró, Porto Franco, São Luís I e São Luís II. O
projeto abrange as funções de automação de
todas as linhas de transmissão, barras, reatores, transformadores, banco de capacitores,
além de outros serviços auxiliares.
Para modernizar os três grandes sistemas
que compõem os compensadores síncronos
foram firmados três contratos distintos. A modernização do SPCS ficou a cargo do consórcio Areva/Telvent/Leme, que fez a modernização do conjunto de equipamentos digitais,
relés, unidades de controle e microcomputadores responsáveis pelo controle centralizado do compensador síncrono. Também estão
sendo substituídos os obsoletos painéis de
relés eletromecânicos, medidores e sensores
analógicos, regulação e instrumentação.
A modernização do Sistema de Instrumentação ficou sob a responsabilidade do
fornecedor Smar, que fez o monitoramento
de todas as grandezas existentes, sensores e
medidores, envolvendo cerca de 2.500 itens
de fornecimento.
O terceiro contrato para modernização do
Sistema Estático de Excitação e Regulação de
Tensão foi firmado com a empresa Grameyer,
responsável pela partida, parada e regulação
do fluxo de potência disponibilizado. Ao todo,
participaram dos trabalhos de modernização
cerca de 80 profissionais, entre engenheiros
e técnicos empregados da Eletrobras Eletronorte e das empresas fornecedoras.
Benefícios - O trabalho começa com a
retirada de todos os cabos do equipamento.
Depois é preciso religar essa fiação, construir
os painéis de monitoramente e testar toda a
lógica do equipamento. Trata-se de um trabalho complexo, que envolve posteriormente a
perintendente de Expansão da Transmissão.
Hoje, as máquinas são totalmente supervisionadas e todos os dados sobre temperatura, pressão, regulação, hora de partida, entre
outros, são transmitidos para os centros de
operação.
Outra vantagem com a modernização dos
equipamentos é que os relés auxiliares também estavam se tornando obsoletos e, quando acontecia um defeito, a causa demorava a
ser descoberta. Outro problema é que alguns
componentes também já não eram fabricados e houve a necessidade de substituir os
fornecedores.
O trabalho de modernização continua
atualmente em mais dois compensadores
síncronos na Subestação Imperatriz. “Foi
necessária toda uma adequação de projeto
para garantir a performance dos compensadores síncronos. Hoje, a máquina ficou até
melhor”, garante Leonardo.
Eletronorte
Equipes precisam
pensar soluções
de engenharia e
de logística para
que o trabalho
seja realizado no
menor tempo de
indisponibilidade
das funções de
transmissão
Eletrobras
aferição de todos os instrumentos e sistemas.
Já na fase de testes em fábrica, foi necessário preparar uma estratégia de simulação
e integração dos três sistemas envolvidos,
juntamente com os três fornecedores. Em vários momentos, a equipe técnica teve que se
empenhar e pensar soluções de engenharia e
de logística para que o trabalho fosse realizado no menor tempo de indisponibilidade das
funções de transmissão.
A modernização dos sistemas gera vários
benefícios para a Empresa, tais como a padronização de todos os projetos de SPCS das
subestações e a gestão mais eficaz e eficiente dos ativos dos Sistemas de Transmissão.
A solução de falhas e defeitos também se
torna mais ágil, reduzindo o tempo de restabelecimento do sistema, além de reduzir
custos de manutenção e operação. “Um dos
fatores que mais contribuíram para o sucesso
do projeto foi a parceria entre as áreas de
engenharia e de operação da
Eletrobras Eletronorte nas
definições de projeto, ensaios em fábrica e testes de
colocação em serviço, respeitando a responsabilidade
técnica de cada área”, diz
Marcos Vinicius de Almeida
Nogueira (à esquerda), su-
correntecontínua 17
Responsabilidade Social
Plano de Desenvolvimento
lvimento
Regional Sustentável
vel do Xingu:
Ação leva cidadania
a 175 mil pessoas na
região de Belo Monte
Eletrobras
Eletronorte
18 correntecontínua
Há 30 anos ouvimos de vozes sérias, e
outras nem tanto, uma história que se repete agora. Naquele tempo bradavam contra
a construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí.
Gritavam que as águas do Rio Tocantins
acabariam, que os peixes morreriam, que as
árvores apodreceriam, que os índios seriam
dizimados. Pessoas interessadas em manter
a população cada vez mais pobre, e em péssimas condições de vida, pregavam a morte
e a destruição, inventavam histórias, proclamavam o fim do mundo, amedrontando a
tudo e a todos.
Nada disso aconteceu, o apocalipse não
veio. A lição que ficou foi ímpar: o que destrói um rio é poluição, sujeira, esgoto, desmatamento ilegal, contaminação por garimpos clandestinos. Mas é com a geração de
energia elétrica, fonte de desenvolvimento,
riqueza, conforto e qualidade de vida, que as
águas do Brasil adquirem importância muito
maior para todos os que se beneficiam delas.
Essa lição volta a ser lembrada em função
do início da construção da Usina Hidrelétrica
Belo Monte, no Rio Xingu, numa área que
abrange 11 municípios. Mas entre as vozes
que se ouvem agora, há um coro de 175 mil
pessoas que já foram beneficiadas com a
Operação Cidadania Xingu, uma das frentes
do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu - PDRS Xingu, realizada
entre agosto e outubro de 2011. Não é pouco: para uma comunidade estimada em 360
mil habitantes, o resultado é cerca de 48%
da população.
Essa ação deu início à série de políticas
públicas de estímulo a um modelo de produção sustentável e de prestação de serviços
públicos. Com o suporte financeiro exclusi-
Foto: Vagney Santos
Alexandre Accioly
vo de R$ 2,6 milhões da Norte Energia S/A,
empresa responsável pela construção da Usina e que tem a participação da Eletrobras
Eletronorte entre seus principais acionistas,
essa iniciativa do Governo Federal foi desenvolvida em parceria com o Governo do Estado
do Pará e com as respectivas prefeituras dos
11 municípios da região: Altamira, Anapu,
Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio,
Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Uruará,
Vitória do Xingu e Gurupá.
A Operação Cidadania Xingu levou à população do oeste paraense treinamentos, ca-
Mutirão
oferece
serviços
de emissão
de documentos
Eletronorte
Atendimento
nos estandes
foi intenso em
Vitória do Xingu
Eletrobras
Foto: Paulino Menezes
correntecontínua 19
pacitação, atendimento médico e dentário,
além de fornecimento de documentos básicos de cidadania (certidão de nascimento,
carteira de identidade, CPF, título de eleitor).
Em pouco menos de 90 dias foram realizados 12 mutirões itinerantes quando se deu
andamento a ações ligadas à regularização
de terra, emissão de carteiras de pescador,
regularização perante a previdência social e
ações de empreendedorismo.
Terra Legal - A Operação foi iniciada na cidade de Altamira, maior município da região,
onde os resultados foram surpreendentes. O
mutirão programado para durar dois dias foi
estendido por mais dois a fim de acolher todos os interessados. Um dos programas mais
procurados pelos altamirenses e nos demais
municípios foi o Terra Legal Amazônia, que
cadastrou 1.513 ocupantes de terras federais na região. No total, as equipes de campo
do Terra Legal já cadastraram 7,8 mil famílias que vivem em áreas da União. O georreferenciamento desses imóveis começou em
2010 e está programado para terminar em
março de 2012. Em seguida, começa o processo de titulação e adequação da produção
a processos de desenvolvimento sustentável.
O Terra Legal também está digitalizando
todo o acervo fundiário do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária - Incra na
região, o que vai permitir maior conhecimento
sobre o território e o planejamento de diferentes políticas públicas de ordenamento territorial, cidadania e infraestrutura. A regularização fundiária de imóveis de até 15 módulos
fiscais, ocupados por agricultores familiares,
será acompanhada de assistência técnica e
de uma linha de crédito especial do Programa
de Desenvolvimento Sustentável da Unidade
de Produção Familiar - o Pronaf Sistêmico.
Eletrobras
Eletronorte
Foto: Evair Almeida
Carreta itinerante da Operação Cidadania Xingu
20 correntecontínua
Durante a Operação Cidadania Xingu foram oferecidos cursos e capacitações sobre
sistemas de cooperativismo e produção sustentável (Ministério da Agricultura); sistemas
agroflorestais (Ministério do Desenvolvimento
Agrário); e de aquicultura e pesca (Ministério
da Pesca e Aquicultura). Técnicos da Embrapa estiveram à disposição para esclarecer dúvidas sobre tecnologias adequadas à região.
A mobilização do Governo Federal envolveu ainda outros órgãos, como o Incra, a Fundação Nacional do Índio - Funai, a Fundação
Nacional de Saúde - Funasa, o Banco do Brasil e a Secretaria de Direitos Humanos.
Estradas - Dez dos 11 municípios atendidos pela Operação Cidadania Xingu - com
exceção de Altamira, por ter mais de 50 mil
moradores -, serão os primeiros da Região
Norte a receber retroescavadeiras pelo Programa de Aceleração do Crescimento - PAC
2. As máquinas serão destinadas às prefeituras para melhorar a infraestrutura e a recuperar estradas vicinais para o escoamento da
produção e a circulação da produção rural.
Além disso, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama emitiu licença de instalação
para que o Departamento Nacional de InfraFoto: Vagney Santos
População aguarda início do atendimento em Altamira
estrutura de Transportes - Dnit realize obras
de pavimentação em um trecho de 359 km
da BR - 230, a Transamazônica, entre os municípios de Pacajá e Medicilândia.
Operação beneficia cidadãos da região de Belo Monte
Eletrobras
Eletronorte
Luz para Todos - A Operação Cidadania
Xingu também serviu para que o Ministério
de Minas e Energia identificasse 21.291
famílias aptas a participar do programa Luz
para Todos. O investimento previsto é da ordem de R$ 270 milhões e a expectativa é
que as obras sejam iniciadas ainda este ano.
Serão 10,5 mil km de rede elétrica e o
contrato já foi assinado pela Eletrobras. Da
mesma forma, foi assinado o termo de compromisso com a concessionária estadual,
Rede Celpa, que já providenciou a aquisição
do material necessário às obras. Uma fábrica
de postes será instalada em Altamira.
O Luz para Todos já beneficiou em todo o
Brasil 2,8 milhões de famílias, ou 14,1 milhões de pessoas, com investimentos de R$
19 bilhões. No Estado do Pará, são 316 mil
famílias beneficiadas, ou 1,5 milhão de pessoas, com investimentos de R$ 2 bilhões.
A cidade de Altamira receberá também a
Casa de Governo, para materializar as iniciativas estatais, efetivar o diálogo interinstitucional
e monitorar a implementação do PDRS Xingu.
correntecontínua 21
R$ 15 milhões para 30 projetos
O Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu - PDRS Xingu aprovou 30
projetos que vão receber cerca de R$ 15 milhões em
investimentos, de acordo com o subchefe adjunto para
assuntos governamentais da Casa Civil da Presidência
da República, Johannes Eck. Elaborado numa parceria
entre cerca de 40 órgãos federais, do governo paraense
e das prefeituras municipais, o PDRS Xingu visa a complementar as exigências do processo de licenciamento
ambiental, unindo políticas públicas dos três níveis de
governo para a capacitação de mão de obra, ampliação
de escolas e universidades, e a organização de um sistema de transportes rodoviário e hidroviário.
A Norte Energia S/A vai investir, em 20 anos, R$ 500
milhões nesse Plano, uma das condicionantes do processo de licenciamento ambiental de Belo Monte. Somente
em segurança pública, o governo do Pará investirá R$
1,6 milhão. Outros objetivos são incentivar as atividades
econômicas com ordenamento fundiário e investimentos
em infraestrutura.
A partir de 2012, por exemplo, a Universidade Federal do Pará - UFPA oferecerá, em Altamira, o curso de
Medicina, com parte das vagas destinadas aos estudantes da região. O curso receberá um investimento inicial
de R$ 2 milhões, com valor final de R$ 30 milhões.
Outro exemplo: as novas creches terão capacidade para
até 240 vagas e R$ 1 milhão para equipamento social.
As atividades produtivas sustentáveis terão acesso
ao crédito e à assistência rural, como a cadeia produtiva do cacau, a pesca e a aquicultura. A geração de
emprego e renda é ação prioritária no PDRS Xingu. Em
Porto de Moz, por exemplo, serão investidos R$ 900
mil em um abatedouro e frigorífico. Em Brasil Novo,
R$ 600 mil serão usados em piscicultura familiar. Já a
Coopatrans irá potencializar a fábrica de chocolate de
Medicilândia, com investimentos de R$ 294 mil.
Eletrobras
Eletronorte
Deslocamento de carreta itinerante incluiu uso de balsa
22 correntecontínua
Eletronorte
Cidadania Xingu: “Encontrei muita pobreza, o que sugere que o projeto implantado na década de 1970 foi
desastroso. Já se passaram 40 anos e essa área deveria
ter se desenvolvido, pois apresenta muita mão de obra
e excelente qualidade de solo e clima. A instalação de
Belo Monte está revalorizando a região, que tem um
ponto muito favorável que é a organização do seu povo.
Devido às enormes dificuldades que enfrentaram e enfrentam, têm se organizado em associações, sindicatos
e cooperativas. A Operação Cidadania Xingu mostrou
que é necessário fortalecer as políticas públicas ali, e
que é possível integrá-las entres os três níveis de governos e com a sociedade. Todos querem o desenvolvimento, mas talvez tenhamos conceituações diferentes de
desenvolvimento. Por isso é que precisamos dar continuidade aos processos participativos de elaboração
e avaliação das políticas públicas, já iniciados com a
elaboração do PDRS Xingu e com a instalação do seu
Comitê Gestor”.
Eletrobras
O coordenador-geral da Operação Cidadania Xingu,
Paulo Guilherme Cabral, do Ministério do Meio Ambiente, afirma que todos os objetivos buscados com
os 12 mutirões realizados foram alcançados e, alguns,
superados: “Nós acreditávamos que a população buscaria esses serviços, mas chegar a mais de 175 mil
atendimentos foi, sem dúvida, uma surpresa muito
bem-vinda”.
Segundo ele, a Operação foi proposta pelo Governo
Federal aos governos estadual e municipais, visando
fortalecer as políticas públicas nos municípios da
área de influência da futura Usina Hidrelétrica Belo
Monte. “Nós superamos a nossa expectativa em atendimentos para emissão de documentos pessoais, que
são necessários para acesso às políticas públicas. Foi
muito gratificante profissionalmente contribuir para
inovar no processo de implantação de grandes obras
na Amazônia. Temos a certeza de que contribuímos
para preparar as pessoas e as instituições a aproveitarem as oportunidades que surgirão com a instalação
dessa obra, como também para minimizar as pressões decorrentes da instalação do empreendimento.
Do ponto de vista pessoal também foi uma grande
satisfação, pois facilitamos o acesso das pessoas que
vivem nessa região às ações dos governos, que na verdade são direitos fundamentais de todos os cidadãos
brasileiros”.
Sobre os movimentos contrários a Belo Monte, Paulo
Guilherme acredita que é preciso diferenciar algumas
lideranças das comunidades locais.
“A percepção de algumas lideranças está referenciada nos projetos
anteriores, que previam a instalação de várias usinas. Muitos que
se manifestam contra Belo Monte
argumentam com base nos projetos
anteriores. Por outro lado, muitas
comunidades vêem Belo Monte com
boa expectativa, mas também reclamam por problemas que decorrem
da época da Transamazônica, ou
seja, dos anos 1970”, avalia.
É sabido que a área de influência
de Belo Monte apresenta problemas
estruturais históricos, como a ausência de regularização fundiária.
Paulo Guilherme destaca a situação
que encontrou durante a Operação
Foto: Vagney Santos
Surpresas e
oportunidades
correntecontínua 23
Fotos: Evair Almeida
Mutirão em Senador José Porfírio
aconteceu à beira do Xingu
Eletrobras
Eletronorte
Norte Energia quer garantir
melhores condições de vida
A Norte Energia S/A foi a patrocinadora exclusiva
da Operação Cidadania Xingu. Com o tempo exíguo uma vez que a ideia da Operação foi apresentada pelo
Governo Federal em abril de 2011 para ocorrer ainda
2011, antes da estação das chuvas – a empresa destinou R$ 2,6 milhões para a contratação da logística,
montagem e desmontagem dos estandes nos 12 mutirões realizados, além de todos os trabalhos de divulgação nas rádios de todas as 11 cidades, com o objetivo
de atrair um grande número de habitantes.
Durante a Operação, a empresa também montou seu
próprio estande para prestar esclarecimentos sobre a
obra e programas socioambientais e de reassentamento. De acordo com o diretor de Relações Institucionais
da Norte Energia, João dos Reis Pimentel, “a receptividade da população foi extremamente alta. Conseguimos superar em muito nossa meta inicial de atendimento, prevista para 10% da população, ou 36 mil
pessoas, e chegamos a quatro vezes mais. Também superamos alguns desafios, como o transporte do pessoal
da Marinha - médicos, dentistas e paramédicos -, em
Senador José Porfírio, quando não foi possível navegar
com o barco principal e os profissionais tiveram de ser
transportados em botes”.
24 correntecontínua
Morador de 13 anos recebe carteira de identidade
Segundo Pimentel, jamais houve um movimento que
beneficiasse tanta gente naquela região como a Operação Cidadania Xingu. “Nós nos associamos a uma atividade que teve a maior repercussão na história do Xingu
em todos os tempos. Para começar, tivemos a adesão
imediata das prefeituras e a população rechaçou qualquer movimento contrário. Um dos objetivos da Norte
Energia é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), nesses municípios e acho que demos um passo
importante ao associar Belo Monte ao benefício social
das políticas públicas do Governo Federal. Porque Belo
Monte foi o catalisador da Operação Cidadania Xingu,
incorporando nas pessoas o espírito da cidadania”.
A Norte Energia já investiu R$ 100 milhões em obras
sociais de novembro de 2010 a outubro de 2011, como
unidades básicas de saúde, construção e recuperação de
escolas, construção de poços artesianos e redes de água.
Somente em Altamira foram investidos, no período, R$
30 milhões, e Vitória do Xingu recebeu R$ 23 milhões.
Carlos Nascimento: “o que se busca
é o desenvolvimento do nosso povo”
Eletronorte
Muito se fala das condicionantes
ambientais impostas pelo licenciamento
da obra. Afinal, a Norte Energia está ou
não está cumprindo tais condicionantes?
As condicionantes são de vários tipos, seja em áreas
indígenas, seja nas sedes dos municípios diretamente
afetados pela obra. Nessas, por exemplo, estamos encontrando dificuldades com a pouca disponibilidade de
áreas urbanas para fazer determinados empreendimentos.
Por exemplo, temos que construir hospitais o mais próximo possível das comunidades, para que o acesso seja
Uma mensagem para três públicos especiais
da região: a comunidade indígena, os produtores
e empreendedores, e a população a ser reassentada.
Com as comunidades indígenas fizemos um grande programa a partir do conhecimento do modus vivendi e da cultura deles, para melhorar as condições de vida da maneira
que eles escolheram para viver. Estamos trabalhando com
nove etnias em 12 terras indígenas e 28 aldeias. No total
são 2.770 índios atendidos por vários programas. Em relação aos produtores, por meio do PDRS Xingu, o BNDES, o
Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão possibilitando
linhas de crédito para ampliação e construção de empreendimentos comerciais e industriais, e projetos agrícolas. O
Comitê Gestor do PDRS Xingu já está selecionando projetos
e programas que se coadunem com a filosofia do desenvolvimento maior de toda a região. Para as pessoas que hoje
vivem sobre os igarapés em péssimas condições de vida, temos até 2014 para concluir os estudos e pesquisas e fazer
o reassentamento. Temos que nos perguntar: por que essas
pessoas vivem ali? Porque as relações sociais que realizam,
os serviços, as escolas dos filhos, o centro comercial, tudo
isso está ali próximo. Então temos que ter a sensibilidade
de procurar meios para que fiquem o mais próximo possível
desses locais, sem desestruturar socialmente a sua maneira
de vida. E podemos assegurar que todos terão condições
dignas de moradia.
Eletrobras
Qual é a importância de a Norte
Energia destinar R$ 500 milhões
para o Plano de Desenvolvimento
Regional Sustentável do Xingu?
Todas as hidrelétricas e demais empreendimentos de energia elétrica são
fruto de concessão do governo e um dos
pilares do atual modelo do Setor Elétrico brasileiro é a modicidade tarifária, o
que ajuda a melhorar a vida do nosso
povo. Os acionistas da Norte Energia, quando destinaram
R$ 500 milhões para que, ao longo do desenvolvimento do empreendimento Belo Monte, pudessem ser gastos
com a melhoria da vida da população da região, tiveram
não apenas uma iniciativa altruísta, mas que se reveste de
uma importância ímpar em relação a outros empreendimentos implantados na Amazônia. É importante destacar
que, mesmo antes dos leilões, as empresas responsáveis
pela construção e operação de hidrelétricas já cuidavam
do que chamamos hoje de responsabilidade socioambiental. Um exemplo são os programas que a Eletrobras Eletronorte desenvolveu com as comunidades indígenas Waimiri
Atroari e Parakanã. Com Belo Monte não poderia ser diferente e esses recursos destinados ao PDRS Xingu terão
uma abrangência muito grande para atender às demandas
da região, que são muitas. Muitos desses problemas serão
tratados de maneira mais técnica, para que alcancemos
um nível de bem-estar, de saúde e educação para uma população que durante muito tempo foi colocada lá e desde
então passa por uma série de vicissitudes que precisam
terminar. Para todos nós, da Norte Energia, é um dever
contribuir para a melhoria socioeconômica do nosso povo.
facilitado; as escolas devem ficar próximas a
áreas onde haja demanda para estudantes.
Temos procurado obter um relacionamento
mais próximo possível com municipalidade
para resolver questões como essa e temos encontrado cooperação por parte dos gestores
municipais. Mas, às vezes, os problemas são
difíceis de serem resolvidos em curto prazo
ou no prazo estabelecido para uma condicionante. O que fazemos é buscar soluções,
alternativas para cumprir determinadas etapas, mas temos que entender as dificuldades
em liberar áreas, aprovar projetos num certo
tempo. Muitos municípios, por exemplo, não
têm o quadro técnico necessário para analisar os nossos projetos e ainda têm os seus
próprios para tocar. Mas não existe problema de recursos
financeiros. O que existe são entraves normais num grande
empreendimento. Temos apenas oito anos para implementar o maior empreendimento genuinamente brasileiro e há
pessoas que, aparentemente estão na periferia do processo,
e que não conseguem enxergar que os benefícios de Belo
Monte são para o bem de todo o povo brasileiro.
Foto: Victor Soares
Num pingue-pongue com a Revista
Corrente Contínua, o presidente da Norte Energia S/A, Carlos Nascimento fala
sobre os investimentos e a importância
do Cidadania Xingu e de Belo Monte.
correntecontínua 25
Cultura
Na telona, a energia
do Cinema Brasileiro
Reinventado, o 44º Festival de
Brasília se adapta aos novos tempos
Eletrobras
Eletronorte
Byron de Quevedo
26 correntecontínua
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro-FBCB, um dos mais antigos e festejados
do País, a cada época cumpre uma missão
diferente. Lá pela década de 70 mostrava a
luta da sociedade para sobreviver num regime de exceção, espelhando-se nos filmes de
Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos;
na década de 80, a temática da luta pela redemocratização do País. E, mais recentemente, “Tropa de Elite”, “Carandiru”, e “Bicho
de Sete Cabeças” pluralizaram a linguagem
do cinema brasileiro. Em 2011, o Festival se
reinventou, com a disseminação em massa do
seu conteúdo e com a quebra do ineditismo,
possibilitando que filmes “engavetados” pudessem ser vistos pelo grande público.
Nessa trajetória tem muito de energia. Mas
não só aquela que roda o projetor e lança na
tela uma imensidão de sonhos e verdades.
Tem muita energia de empresas e pessoas que
acreditam que o sonho é um caminho. E nessa lista está a Eletrobras. “Carandiru”, “Eu Tu
Eles”, “A Festa da Menina Morta”, “Lisbela e
o Prisioneiro”, “Guerra de Canudos”, “Deus
é Brasileiro”, “Tainá 2”, “Casa de Areia’,
“Benjamim”, “Amarelo Manga”, “Copacabana”, “O Caminho das Nuvens”, “O Coronel
e o Lobisomem”, “Bicho de Sete Cabeças”,
Melhor ator,
Rodrigo
Santoro
(à esquerda)
Melhor atriz,
Denise Fraga
(ao lado)
Elenco indígena do filme As Hiper Mulheres,
premiado com melhor trilha sonora
tival de Sundance de 2010 e os prêmios da
Anistia Internacional e de público na mostra
Panorama, durante o Festival de Cinema de
Berlim de 2010.
E tem mais. A Eletrobras também teve presença na evolução e consolidação do Festival
de Brasília como patrocinadora do evento em
várias edições. No caso de “A Festa da Menina Morta”, de Matheus Nachtergaele, um
Eletronorte
“Ó Paí, Ó”, “Amores Possíveis”, “Zico na
Rede” e “Lixo Extraordinário” são exemplos
de produções patrocinadas pela estatal. “Lixo
Extraordinário” concorreu ao Oscar 2011 de
melhor documentário. O longa-metragem, que
mostra o trabalho do artista plástico Vik Muniz
com os catadores de lixo do Jardim Gramacho
(RJ), recebeu o prêmio de público na competição de documentários internacionais do Fes-
Melhor atriz coadjuvante, Gilda Nomancce
Eletrobras
Melhor ator coadjuvante, Ramon Vane
correntecontínua 27
Performance
notável do dos filmes mais premiados no Brasil e no exuruguaio César terior, o patrocínio da Eletrobras Eletronorte
Troncoso, no também é uma aposta na cultura brasileira.
filme “Hoje”
Com a abertura na Sala Villa Lobos, no
Eletrobras
Eletronorte
Teatro Nacional, o 44º Festival de Brasília
começou no dia 26 de setembro e aconteceu até 3 de outubro. Tudo começou ao som
da Orquestra Sinfônica Claudio Santoro, sob
a regência do maestro Cláudio Cohen, executando entre outras, a música “Eduardo e
Mônica”, de Renato Russo; e com a exibição do filme “Rock Brasília - Era de Ouro”,
de Vladimir de Carvalho. E democratização
foi a palavra. Os dias subsequentes cederam
espaço à mostra competitiva pelos cobiçados Troféus Candango, no Cine Brasília, em
Sobradinho, Taguatinga e Ceilândia. O FBCB
transformou-se então no mais abrangente
evento cultural do Distrito Federal.
Enquanto isso, nas salas, o debate entre os
cineastas e produtores, mostrou que as rupturas também são bem vindas. De um lado, o
cinema comercial, rentável; do outro, a atenção ao substrato da sociedade tanto nos seus
pontos positivos quando nas suas mazelas,
fontes de belas imagens e, também, daque-
28 correntecontínua
las denunciativas ou desconfortáveis.
Em 2011 o Festival foi polêmico. O fim
da exigência do ineditismo na escolha dos
longas-metragens, e a antecipação do FBCB
no calendário do ano cinematográfico nacional, nortearam os debates. A Secretaria de
Cultura do Distrito Federal anunciou as mudanças a quatro meses da abertura do Festival, sob a alegação de se ter em Brasília
uma programação mais expressiva. A medida
desagradou a quem via o Festival como uma
alternativa para a exibição dos filmes excluídos dos outros festivais.
Os vencedores foram escolhidos pelo júri
formado pelos diretores Toni Venturi, Vladimir
Carvalho e Ana Luíza Azevedo; pelo jornalista
Artur Xexéo; pelos atores Roberto Bomtempo
e Hermila Guedes; e pelo ex-presidente da
Embrafilme e da Riofilme, Arnaldo Carrilho.
Século 21 - O secretário de Cultura do
Distrito Federal, Hamilton Pereira, rebateu as
críticas feitas por produtores locais, afirmando que as alterações tem o objetivo de dar
maior relevância ao Festival e de adequá-lo
às novas mídias. “Essas medidas, fruto do
diálogo entre governo, a sociedade e cineastas, buscou sintonizar o Festival com o século 21. O FBCB vinha perdendo relevância
no contexto dos demais festivais. Não fizemos mudanças arbitrárias, ao contrário, buscamos democratizar o acesso aos recursos,
descentralizar a oferta de bens culturais, e
ainda, ter multiplicidade da produção cultural. Outra mudança foi a de abrir o festival
para as mídias digitais. Antes, o critério para
inscrição exigia a bitola (largura do filme) 16
milímetros ou 35 milímetros; com as novas
regras, 90% das 624 inscrições foram de filmes digitais”, disse Hamilton.
Democratização - O ator Roberto Bomtempo (à esquerda com Murilo Grossi e Renata
Navega) acredita que a quebra do ineditismo foi positiva. “Não faz sentido deixar de
ver bons trabalhos só porque já foram vistos
em outros festivais. Esta é a amostragem do
que está se fazendo pelo Brasil. O aumento do número das salas de exibição puxando mais público também foi bom. Estamos
tendo duas seções - no Plano e nas cidades
satélites - lotadas. A qualidade dos trabalhos
foi de ótimo nível: filmes autorais, com temáticas próprias, com abordagens diversas. E os
diretores, roteiristas, atores e demais técnicos
mostram-se cada vez mais profissionalizados;
Cinema, histórias e desencanto Mas nem tudo foram aplausos. Da
Mata é um pioneiro da cinematografia candanga. Iniciou sua carreira como projetista,
com equipamentos importados da antiga
União Soviética em plena ditadura militar,
e fez eventos culturais diversos, tendo como
parceiro o brasiliense Renato Russo. Hoje é
um especialista em cinema. E cético. Ele diz
que antes, as pessoas jantavam, andavam três
quadras e estavam no cinema. Hoje as pessoas só vão ao shopping. “Quem não tem carro
que se lasque. O povo “chinelo de dedo” há
mais de 30 anos que não sabe o que é um
cinema. O cineasta está acomodado. Mazzaropi fazia filmes e saia pelas cidades do interior mostrando sua obra. O cineasta hoje não
corre atrás da distribuição. O Geraldo Moraes
tem seis filmes, sem ter distribuído nenhum.
O filme da Arnaldo Jabor “Suprema Felicidade” foi visto por 100 mil pessoas, isso não é
nada. Ou seja, são gastos que não retornam
como benéficos culturais para o dono do dinheiro: o povo”.
Joel Barcelos (abaixo, à esquerda com Da
Mata), outro artista-cineasta em desencanto,
iniciou sua carreira em 1957 e influenciou a
formação de muitos atores e diretores. Joel
conta a sua história. “Quando eu comecei,
o Alberto Cavalcanti, ‘o genialito’, estava radicado na Europa. Tínhamos admiração por
ele, menos os cineastas invejosos. E a inveja
Eletronorte
Mulheres e terror - O filme sobre a temática indígena “As Hiper Mulheres” levou o
público a momentos de diversão. Muitas
pessoas disseram-se surpresas ao ver o bom
humor dos índios, como a sua cultura se manifesta de forma espontânea e a riqueza das
imagens e dos relacionamentos interpessoais. “Nunca pensamos que os índios pudessem ser tão engraçados e sensíveis”, disse
um grupo que assistia. Ao final da sessão,
aplausos generosos.
A atriz Denise Fraga (à
esquerda) surpreendeu com
performance impecável e
quebrou o preconceito contra os atores de humor em
papéis dramáticos. Ela mesma terminou a seção do filme “Hoje” em lágrimas. Ao
agradecer o trabalho da diretora Tatá Amaral, Denise
disse que “Deus mora nos
detalhes”, e que o filme era
rico principalmente pela quantidade e sutileza dos seus recortes. “Hoje” faz um recall
aos anos da ditadura, com um clima de tensão no ar. Mas é temática compreensível às
novas gerações? Denise diz que sim. “É necessário falarmos dessa época, pois é difícil
digerir essa parte da nossa história atualmente. Minha personagem delata o marido. Mas
quem sob tortura não delataria? Isso deve ser
terrível para quem viveu esses tempos. É inacreditável que tudo isso tenha acontecido”.
Em entrevista à Corrente Contínua, Denise
definiu ‘Hoje’ como um filme muito instigante.
“Quando se aborda uma temática forte assim,
sempre se acha que não estamos honrando tal
dor. Tomara que eu tenha conseguido dar uma
ideia do que foi tudo aquilo. Chorei durante a
exibição, pois a sofisticação dos métodos de
tortura é algo aterrorizador. Eu era criança ainda, mas o que ouvi, estudei e pelo contato que
tive com pessoas dessa época, vi que elas ainda cultivam seus ideais. Existe uma luz dentro delas: fizeram um movimento importante e
merecem o nosso respeito. O público assistiu
ao filme em absoluto silêncio e aplaudiu no
final. Foi lindo! Adorei tudo”.
“Hoje” foi baseado no livro de Fernando
Bonar e fala de ausências, explicou a diretora Tatá Amaral (ao lado). “Há nele um pavor
que toma as pessoas de uma casa. Na maioria
das vezes o medo existe pelo temor
emanado de toda aquela situação. É
o horror pela possibilidade da chegada do horror. O Público do FBCB é
exigente e mostrou profundo respeito pelo filme. Então eu agradeço. Foi
um grande elogio”.
Eletrobras
e ainda houve renovação, ideal para qualquer
cinematografia”.
correntecontínua 29
é uma madrasta cruel que trata muito mal
quem é por ela adotado. Conseguimos, em
1961, fazer uma mostra que tinha “Deus e
o Diabo na Terra do Sol”, “Vidas Secas”, e
“Os Fuzis” e, levados pelo Genialito, fizemos
mostras na Europa com enorme sucesso.
Mas veio a dominação americana ao ponto de
transformar a nossa ararinha azul numa ave
babaca que é salva por uma arara americana,
como fez o Walt Disney com o Pato Donald e
o Zé Carioca no filme “Você já foi à Bahia”,
onde o nosso louro imponente virou vagabundo. São coisas subliminares”.
Alberto de Almeida Cavalcanti foi um diretor, roteirista e produtor cinematográfico
brasileiro que projetou cenários para cineastas experimentais franceses na década de 20
e dirigiu seu primeiro filme em 1925. Em
1949, retorna ao Brasil e ajuda a organizar a
Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Eletrobras
Eletronorte
Com a palavra...
30 correntecontínua
Vários cineastas reclamaram que não há
renovação, que as salas dos cinemas estão
abandonadas, os cineclubes são poucos, e
que não há uma política cultural promovendo a circulação dos filmes, razão pela qual
a produção é escassa. Mas a artista plástica
Adriana Vinhoni (à esquerda) faz uma ressalva: “A minha geração usava câmera Super 8, e agora os meninos
usam celulares. Creio que para os
interessados há possibilidades: os
festivais, os prêmios da Funarte,
entre outros. As empresas estatais e privadas patrocinam as artes
como nunca. Só que o filme é exibido nos festivais e depois some.
Há aí um mundo virtual, trocam-se
informações, clips, e isso é democrático. Antes só alguns cineastas
faziam filmes. Nada se acabou, as
respostas estão aí. Achei muito interessante
o filme “O Homem que não dormia”. Segue
a linha glauberiana dos anos 70. É um misto de muitas coisas nossas, e não resolvidas,
como a religião, o amor, o ódio”.
José Eduardo Fittipaldi (foto acima, à esquerda), com Lorena Quintas, arquiteto, 29
anos, disse que os filmes atuais comunicam
com a sua geração pelos roteiros ‘quebradões’, pois são histórias com imagens dinâmicas. “Acho que os filmes atuais são contemporâneos, alegóricos e mesclam passado
e futuro. Acho isso muito moderno. No filme
“O Homem que não Dormia” você nunca sabe
se os personagens são reais, fantasmas ou entidades, ou se é uma loucura de alguém. É na
cara, bem Brasil. Os atores mandaram firme,
as cenas são fortes, viscerais”, comentou.
Beatriz Ramos, 18 anos, estudante de cinema, foi aos debates no Kubitschek Plaza,
com os diretores dos curtas e dos longas,
após assistir a Mostra Brasília. “Chamaram-me a atenção os filmes caseiros sem muita
qualidade. Ficou misturado. Acho injusto especialista competir com quem não sabe fazer
filme. A exibição nas satélites foi positiva, democrática. Creio que o público
passou a entender um pouco
mais, pois a qualidade técnica
dos filmes profissionais melhorou. Hoje os jovens têm acesso à tecnologia e exigem mais
qualidade”.
Natália Sueiro (ao lado),
estudante, 18 anos, delogiou
a organização do Festival. Ele
deveria se expandir para os cinemas do entorno, reativando
as salas de exibição, num movimento de retomada dos espaços culturais perdidos. Seria
ótimo para as faculdades, cursos de cinema e
audiovisual que cresceram nos últimos anos,
com o aumento da produção de filmes”.
E mais...
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Abre aspas
“Um exemplo de prática sustentável
é o programa Educacional para Uso
Racional de Energia nas Escolas Públicas de
Tucuruí. Você estimula que, tendo uma racionalidade
econômica, temos uma melhor prática ambiental.
A questão ambiental é basicamente
mudança de comportamento”
“Se tivesse optado por não construir
Belo Monte, o País teria apenas duas
opções: investir na geração de energia
térmica, mais cara e poluente, ou
impor um racionamento; ou mesmo
privar parte da população do
benefício da eletricidade”
Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente,
durante a entrega do Prêmio de Melhores
Práticas Ambientais – A3P à Eletrobras
Eletornorte, na categoria de usos
sustentáveis de recursos naturais
Edison Lobão, ministro
de Minas e Energia
“O Brasil assumiu um papel de destaque
no cenário energético mundial, notadamente
no que se refere às energias renováveis e limpas”
Maria van der Hoeven, diretora executiva da Agência Internacional
de Energia – AIE, em visita ao Ministério de Minas e Energia
Eletrobras
Márcio Zimmerman,
secretário-executivo
do Ministério de Minas
e Energia na abertura
do XXI SNPTEE
Eletronorte
“Teremos desafios para dobrar a capacidade instalada
e o Sistema vai ficar mais complexo, porque a
sociedade está demandando energia,
cobrando qualidade
e gestão eficiente
das empresas, com o
menor custo possível”
correntecontínua 31
Transmissão
Eletrobras vai investir
R$ 11,9 bilhões em 9.908
quilômetros de linhas de
transmissão entre 2011-2015
Eletrobras Eletronorte projeta construção
de novos 5.700 quilômetros de linhas
Eletrobras
Eletronorte
Capazes de interligar todo o sistema
de energia de norte a sul de um país com
imensas dimensões territoriais, as linhas de
transmissão são cada vez mais estratégicas
para o Setor Elétrico. Pelo Brasil são mais
de 100 mil quilômetros de uma extensa malha de linhas que possibilitam o transporte
de energia das grandes usinas geradoras até
os centros consumidores. Tudo isso sob os
critérios de confiabilidade, sustentabilidade
e qualidade.
Esse trabalho, no entanto, requer muita
tecnologia e grandes investimentos. Sem falar nas pesquisas, estudos e responsabilidade com os impactos ambientais. Referência
nesses empreendimentos, a Eletrobras vem
investindo fortemente no Setor. A Estatal é
responsável por 58.361,32 quilômetros de
linhas de transmissão, o que corresponde a
cerca de 57% do total das linhas do Brasil,
32 correntecontínua
além de 247 subestações. Por meio de suas
empresas controladas, investirá nos próximos anos R$ 11,9 bilhões na construção de
9.908 quilômetros de linhas de transmissão
- LT.
Os projetos relativos à geração, transmissão e distribuição de energia são fiscalizados
e regulamentados pela Agência Nacional de
Energia Elétrica – Aneel e, até chegarem à
fase de implantação, passam por um longo
processo que compreende disputas de leilões, contratos de concessões e licenciamentos ambientais.
A Eletrobras Eletronorte, por meio de uma
capacitada equipe, tem se destacado como
forte concorrente nos leilões de transmissão.
Hoje a Empresa conta com mais de 9.888,02
quilômetros de linhas, e a expectativa é de
que nos próximos três anos sejam construídos cerca de 5.700 quilômetros.
Eletronorte
Pesquisa Energética - EPE, no âmbito do
Programa de Expansão de Transmissão –
PET, os projetos que incluem a construção
de novas linhas e subestações, deverão receber investimentos de, pelo menos, R$ 8,5
bilhões nos próximos cinco anos. Até 2015,
o volume previsto deverá ser ainda maior,
uma vez que não foram incluídos neste ciclo
grandes empreendimentos como os sistemas
de transmissão vinculados às usinas hidrelétricas de Belo Monte e Teles Pires.
De acordo com a mais recente versão do
Programa de Transmissão, o subsistema Norte concentrará a maior parte dos investimentos, com um total de R$ 2,8 bilhões, seguido
pelo Nordeste (2,4 bilhões), Sul (R$ 2 bilhões) e pelo Subsistema Sudoeste/Centro-Oeste (R$ 1,3 bilhão). Os empreendimentos
listados no Programa serão licitados a partir
deste ano.
Eletrobras
A Empresa tem aumentado sua pasta de
investimentos e está com uma quantidade de
projetos crescentes em geração e transmissão. Para o gerente da Assessoria de Coordenação de Implantação de Empreendimentos
de Transmissão da Eletrobras Eletronorte,
José Henrique Machado Fernandes, a ampliação decorre de uma engenharia e uma
área de negócios bem preparada, que vem
alcançando sucessos nos leilões e na implantação dos empreendimentos.
Ainda segundo José Henrique, a perspectiva é seguir com esse ritmo de crescimento.
“Grandes sistemas ainda podem ser leiloados, como é o caso do sistema de transmissão das usinas de Teles Pires (MT), e Belo
Monte (PA). O objetivo é dar continuidade
aos excelentes trabalhos que estão sendo realizados”, afirma.
Segundo levantamento da Empresa de
correntecontínua 33
O gráfico abaixo mostra os resumos, por região geográfica, dos principais investimentos
em linhas para os próximos cinco anos. As
tabelas não incluem as obras de reforço das
instalações existentes que constam do PET.
Brasil: investimentos nas principais
linhas de transmissão entre 2011e 2015
ExtensãoInvestimentos
Sudeste
543 kmR$ 393 milhões
Sul
1.286 kmR$ 696 milhões
Centro-Oeste
403 kmR$ 249 milhões
Nordeste
1.641 kmR$ 1,288 bilhão
Norte
1.582 kmR$ 1,839 bilhão
Total
5.454 kmR$ 4,4 bilhões
Eletrobras
Eletronorte
Região
34 correntecontínua
Expansão - A extensão do sistema de
transmissão interligado, da ordem de 100
mil quilômetros em 2010, evoluirá para cerca de 142 mil em 2020. Ou seja, o equivalente a quase metade do sistema hoje
existente será construído nos próximos dez
anos, segundo dados do Plano Decenal de
Expansão de Energia - PDE 2020, realizado
pela EPE. Grande parte dessa expansão virá
com os troncos de transmissão associados às
interligações das usinas da região Norte – entre as quais Jirau e Santo Antônio, no Rio
Madeira, e Belo Monte - com o resto do País.
A estimativa total de investimentos no
período decenal atinge cerca de R$ 46,4
bilhões, sendo R$ 30 bilhões em linhas de
transmissão e R$ 16,4 bilhões em subestações, incluindo as instalações de fronteira.
Além de operar e manter este sistema dentro
dos padrões de desempenho e qualidade exigidos pela Aneel, a Eletrobras tem participado ativamente da expansão do setor de transmissão por meio de concessões nos leilões,
isoladamente ou por meio dos consórcios,
bem como por meio de autorizações para reforços do sistema atual.
Ainda com base no PDE 2020, nos próximos dez anos, a demanda total de energia
do país deverá crescer em mais de 60%. Em
2020, 2/3 do consumo total virão dos setores industrial e de transportes. No que diz
respeito especificamente à energia elétrica,
o Plano Decenal considera que a eletricidade economizada nos próximos dez anos será
equivalente à produção de uma hidrelétrica
de 7.000 MW (capacidade superior a das
usinas do Complexo Rio Madeira).
Na opinião de José Henrique (abaixo), o
modelo do sistema elétrico brasileiro é um
grande sucesso. “O setor é atrativo, disputado e bem planejado. Não se fala mais em
racionamento, nem perspectiva de racionamento. Os órgãos atuam adequadamente e
a inadimplência é praticamente desprezível.
Hoje, a demanda de energia gerada está sendo compatível com o crescimento do país. A
ideia é continuar evoluindo cada vez mais”.
Eletrobras
Eletronorte
Desafios - Atualmente, uma das maiores dificuldades na implantação das linhas de transmissão são os prazos nos processos de licenciamentos ambientais. Eles têm demandado
um tempo acima da expectativa das empresas.
O prazo médio para a licitação é de sete a
oito meses. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Grandes Empresas de
Transmissão de Energia Elétrica – Abrate, a
obtenção da Licença Prévia tem sido de 17
a 18 meses, ou seja, o tempo para execução
das obras se torna bem menor.
Para José Henrique, outra dificuldade na
implantação das linhas é o grande volume
de trabalho. “Os projetos são bem criteriosos, pois envolvem pessoas de diversas áreas
da Empresa para trabalharem em atividades
de estudos, engenharia, pesquisas e análises
desses empreendimentos”.
No que depender das empresas Eletrobras, as dificuldades serão mais um motivo
para reafirmar seu compromisso com o Brasil. Ética, transparência, qualidade, e responsabilidade com o meio ambiente são valores
que compõem os seus empreendimentos.
“Dessa forma, a Eletrobras Eletronorte busca
também contribuir para assegurar à sociedade brasileira uma energia limpa e renovável,
preservando sempre a natureza. A missão é
vencer os desafios com sabedoria, perseverança e disciplina”, destaca José Henrique.
Colaborou Núzia Araújo Macêdo
correntecontínua 35
Corrente Alternada
Seminário Nacional de Grandes
Barragens destaca as conquistas
e desafios nos 50 anos do CBDB
Érica Neiva
Eletrobras
Eletronorte
O Comitê Brasileiro de Grandes Barragens
- CBDB realizou, de 25 a 28 de outubro de
2011, o XXVIII Seminário Nacional de Grandes Barragens – SNGB, no Rio de Janeiro. No
mesmo período aconteceu o II Simpósio Internacional de Barragens de Enrocamento – Sibe,
em parceria com o Comitê Chinês de Grandes
Barragens. Paralelamente aos eventos houve
exposição técnica de produtos e serviços relacionados a projetos, construção e operação
de barragens, com a participação de empreendedores, projetistas, construtores, montadoras
de equipamentos, centros de pesquisa, universidades, consultores e prestadores de serviços.
A mesa de abertura (abaixo) foi formada
pelo presidente do CBDB, Erton Carvalho; o
presidente de Furnas, Flavio Decat; o presidente da Icold, Jia Jinsheng; o vice-presidente da
Icold América, Alejandro Pujol; e o diretor de
geração da CEEE, Carlos Fernandes. O presidente do CBDB mencionou o aniversário de 50
anos da entidade e as suas grandes conquistas
na disseminação de conhecimento. Destacou,
ainda, a conscientização dos profissionais sobre a importância do trabalho de barragens no
36 correntecontínua
desenvolvimento do País e a segurança das
obras, especialmente no que se refere ao desenvolvimento sustentável do Brasil.
Em seu discurso, Erton Carvalho enfatizou as grandes realizações do CBDB, com
publicação de livros técnicos e a realização
de seminários, congressos, workshops e cursos especializados: “O Comitê caminha na
direção da consciência e do conhecimento.
Estamos trabalhando para que o Brasil possa
se desenvolver com energia limpa e as hidrelétricas são a base do sistema brasileiro. A
energia limpa evita que gerações térmicas
possam contribuir de maneira forte no efeito
estufa, que gera mudanças climáticas”.
O presidente da Icold, Jia Jinsheng, abriu
seu discurso lembrando: “Na China, se você
tem 40 anos pode entender melhor as palavras, se você tem 50 pode entender o mundo”. Com esta frase, Jia Jinsheng recordou a
contribuição do CBDB junto à Icold, mencionando os ex-presidentes brasileiros na instituição, destacando também a importância do
Comitê Brasileiro na organização de diversos
congressos no Brasil e no mundo, e a capacidade dos engenheiros brasileiros que construíram barragens como Irape e Itaipu.
Em sua apresentação, apontou que existem novas exigências no mundo em relação
às barragens, como crescimento populacional, recuperação econômica e exigências
severas na segurança ecológica: “O mundo
tem diversos desafios na segurança e recursos hídricos. O Brasil já tem uma solução
muito melhor quando comparado à China.
Se analisarmos a taxa de retorno energético,
veremos a vantagem da energia elétrica. As
maiores barragens construídas estão no Brasil e na China. Como desafios, precisamos de
um trabalho mais atualizado sobre as construções para dar resposta à sociedade sobre o
remanejamento das pessoas, biodiversidade e
segurança”.
Durante os quatro dias do Seminário foram discutidos temas como reabilitação, reforma e melhoria de barragens; segurança e
controle de riscos na realização e operação
de barragens; formas de contratação de serviços de engenharia e construção de barragens e obras hidráulicas; soluções técnicas
compatíveis com a proteção e melhoria do
meio ambiente e soluções técnicas compatíveis com a proteção e melhoria do meio
ambiente. Foram expostos 70 trabalhos, 29
apresentações, sete palestras e uma mesa-redonda. O Simpósio Internacional de Barragens de Enrocamento teve a participação
de 36 empresas expositoras. A quantidade
de inscritos saltou 73% nesta edição, passando de 400 para 695. Das 27 unidades
federativas do País, o evento teve a presença
de representantes de 16 delas.
O seminário ofereceu três visitas técnicas
às usinas de Santo Antônio e Jirau, à de Itaipu e à de Simplício. As visitas tiveram duração de um a três dias, e foram realizadas dos
dias 29 a 31 de outubro. Entre os participantes, a predominância de visitantes foi de
brasileiros (597), seguida por chineses (35)
e colombianos (11). No total, especialistas
de 18 países compareceram ao evento.
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável - O diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras Eletronorte, Adhemar
Palocci, esteve presente no encerramento do
XXVIII SNGB. Disse que os 50 anos do Comitê são sinônimo de sua maturidade e ingresso na “fase de sabedoria”. Para o Diretor,
a agenda de debate do País mudou completamente no período de 20 anos. “Hoje não
se discute mais se o Brasil crescerá ou não,
mas, sim, a melhor forma de crescimento.
Há duas décadas, o País estava estagnado,
com problemas econômicos e, consequentemente, ficaram parados projetos de infraestrutura”, destacou Adhemar.
Para o diretor, o desafio na área hidrelétrica é explorar ao máximo o potencial energético da região amazônica, porém de forma sustentável. Ele afirma que é inviável que o País
sustente o atual crescimento se não investir
mais em energia. “Nenhum país do mundo
cresce sem energia. Para o Brasil dar uma
vida digna para a maior parte de sua população, que ainda vive aquém de uma qualidade
de vida razoável, não podemos desperdiçar
os seus potenciais. Não há contradição em
construir grandes usinas na Amazônia e preservar a riqueza natural. Aprendemos a erguer grandes empreendimentos conservando
o meio ambiente”.
Segundo o participante do Seminário e gerente de Segurança de Barragens da Eletrobras Eletronorte, Gilson Machado da Luz, o
evento foi extremamente significativo. “Além
do encontro com técnicos de outras empresas do Setor Elétrico, que ocasiona uma
vasta e valiosa troca de informações sobre
assuntos das nossas rotinas diárias de trabalho, as palestras apresentadas e os debates
nas mesas-redondas abordaram temas atualizados, especialmente aqueles referentes à
regulamentação da nova Lei de Segurança de
Barragens, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens”.
Eletronorte
Presidente da Icold, Jia Jinsheng
Eletrobras
Presidente do CBDB, Erton Carvalho
correntecontínua 37
Cultura
Casa Cor Brasília 2011
Arquitetura, decoração e sustentabilidade
no Espaço Eletrobras Eletronorte, em Brasília
Byron de Quevedo
A Casa Cor Brasília, eleita pelos franqueadores da marca como a melhor de todas do
País no ano passado, quis repetir o feito em
2011, quando celebra o seu 20º aniversário.
O evento foi realizado entre os dias 14 de
setembro e 25 de outubro, no espaço Eletrobras Eletronorte, na Quadra 904 Sul, em
Brasília, onde será construída a sede da Empresa. O tema escolhido para a edição 2011
Eletrobras
Eletronorte
Tadeu Filippelli, Carlos Zarur e Silvana Lorenzi
38 correntecontínua
foi ‘Dia a dia com tecnologia’, com foco na
sustentabilidade e no uso dos recursos tecnológicos no cotidiano das pessoas. Foram
65 ambientes com programação de eventos
durante os 42 dias de atividades. O público pode conferir projetos de 97 arquitetos,
decoradores, designers e paisagistas que
assumiram o compromisso de criar espaços
atraentes, funcionais e confortáveis.
A abertura da Casa Cor aconteceu no dia
13 de setembro, com a presença de autoridades do cenário político e social da capital. A fita inaugural foi descerrada pelo
vice-governador de Brasília, Tadeu Filippelli,
que lembrou o fato da Casa Cor ser uma marca consolidada ao longo de 20 anos, com
proposições criativas e agradáveis, sempre
abraçando temas importantes, como o atual sobre tecnologia, suas soluções e usos de
materiais. “O esforço de seus organizadores
proporcionou avanços em iluminação, decoração e materiais. E neste ano, mirando
no Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica - Procel, aqui representado
no estande da Eletrobras Eletronorte. Tenho
certeza que os ganhos na economia de energia nos ambientes será significativo. Além de
Brasília:
Sheila Podestá
Matim, Eliana
Moreira Martins,
Moema Leão e
Silvana Lorenzi
contribuir para a sustentabilidade. A nossa
futura sede, que será aqui neste espaço, já
é projetada com base nos preceitos de eficiência energética, segurança, fucionalidade e
acessibilidade”, comentou Zarur.
A edição foi duplamente comemorativa já
que a mostra de Brasília homenageará, ainda,
os 25 anos da marca CASACOR©. A ideia,
segundo as organizadoras Moema Leão, Eliana Martins e Sheila Podestá, é mostrar como
a tecnologia pode ser integrada à rotina das
pessoas trazendo conforto, economizando
tempo e ainda colocando a casa em sintonia
com o meio ambiente. “O resultado possibilita aos visitantes a experiência de desfrutar a
beleza e a inteligência de espaços. O mote da
Casa Cor é também promover o profissional
de decoração e a arquitetura de interiores”,
comentou Eliana Martins.
Com 45 mil m², o espaço franqueado pela
Eletrobras Eletronorte abrigou confortavel-
Eletronorte
Protótipo
de Casa
Eficiente,
no estande
da Eletrobras
Eletronorte
Eletrobras
ser este um belo e prestigiado evento, já faz
parte do nosso cenário cultural”.
A Copa do Mundo tem sido o foco dos veículos de comunicação e Filippelli também
teceu comentários sobre o tema. “Para nós,
ela já começou. Não vamos esperar o dia do
jogo de abertura para agir. As expectativas de
negócios movimentam o País e Brasília esta
neste contexto fazendo a sua parte. Há uma
infinidade de demandas e a Casa Cor traz
boas soluções. As obras do nosso estádio são
as mais avançadas entre todos em construção.
Temos um parque hoteleiro com facilidade de
transporte, podendo os turistas e brasilienses
se deslocar com segurança entre os hotéis, o
estádio e os pontos de visitação. As embaixadas aqui sediadas têm condições de abrigar
até trinta delegações de chefes de estado, algo
impossível em muitas de nossas cidades”.
A Presidência da Eletrobras Eletronorte
foi representada pelo assessor de Diretoria,
Carlos Zarur, que destacou a conexão da Empresa com o evento. “Esta é a segunda vez
que apoiamos, e neste ano trazemos um programa importante como o Procel. A Casa Cor
também traz formas de usos ecológicos de
materiais, sugerindo soluções e práticas para
nossas subestações e para os vários tipos
de edificações, principalmente no momento
em que a sustentabilidade das construções
é cada vez mais trabalhada junto aos profissionais. O processo de etiquetagem de edificações eficientes, do ponto de vista energético, é um bom exemplo de como podemos
correntecontínua 39
Inovações na decoração do Hall Principal, de Daniel Cavalcante
mente o evento numa área construída de 17
mil m², com amplo estacionamento. Sheila
Podestá afirma que, seguindo o conceito da
sustentabilidade, incorporado ao evento em
suas duas últimas edições, a Casa promove a
inclusão, de forma prática e didática, de itens
a serem observados pelos profissionais na
concepção, implantação, exposição e montagem dos ambientes. “A Casa Cor Brasília tem
dado novos rumos aos conceitos de morar e
de bem viver, influenciando a paisagem, reinventando usos, lançando produtos e, sobretudo, propondo soluções para melhorar o dia a
dia das pessoas com diversos estilos de vida.
Ela cumpre o objetivo de apresentar o novo,
o criativo e o ousado”.
Eletrobras
Eletronorte
A história da Casa - O evento foi criado
quando a brasileira Yolanda Figueiredo e a
argentina Angélica Rueda se encontraram,
em Buenos Aires, com seus amigos Javier
Campos Malbrán e Ernesto Del Castilho. Lá
Piscina interna no loft de Hélio Albuquerque e Sonia Peres
40 correntecontínua
Conforto em dois ambientes
na Sala com Varanda, de Elizabeth Rosso
idealizaram organizar uma mostra inspirada
na Casa FOA, da Fundação Oftalmológica Argentina, de caráter benemérito, cuja ideia é
escolher uma residência, chamar os decoradores e arquitetos para decorá-la.
No Brasil, a primeira aconteceu em 1987,
na residência da família Forbes, no bairro
do Jardim Europa, em São Paulo. Lá foram
expostos 19 ambientes, criados por 25 profissionais e visitados por sete mil pessoas.
A partir daí, não parou mais de crescer tornando-se referência mundial, influenciando
formadores de opinião e agregando valor às
marcas associadas.
A diretora de Franquia da CASACOR©,
Silvana Lorenzi, diz que o evento desperta
o interesse de bons patrocinadores, pela sua
receptividade. “A Casa Cor mudou o mercado
de materiais de decoração no Brasil, pois se
tornou uma vitrine, reunindo vários itens de
materiais e de produtos que são vistos por
milhares de pessoas. As empresas partici-
Soluções também para pequenos ambientes (kits)
Antevisão e tendências - Leo Romano diz
ainda que a ideia é semelhante ao que acontece no mundo da alta costura, com antevisões do que virá. “Muitas dicas iniciam aqui.
Fazemos uma interpretação do que tem lá na
Feira de Milão, mas temos nossa identidade,
prova disso é que o mobiliário brasileiro já
é reconhecido mundialmente. Sergio Rodrigues, por exemplo, tem os móveis mais va-
Loft do Hóspede - A arquiteta Sara Volpato o criou inspirada em suítes de hotéis seis
estrelas, trazendo o verde e a água de pequenas fontes, para amenizar o clima de Brasília.
Loft of the City
- André Alf e
equipe aliam
móveis de alto
nível inspirado
no movimento
modernista
brutalista
(anos 60),
baseando-se
no conceito de
loft de New York
(anos 80),
com tecnologia
e detalhes
com foco na
sustentabilidade
Eletronorte
Cinema - O arquiteto e projetista da Sala Cinema em
Casa, Leo Romano (à esquerda), disse que a sua preocupação é fazer um show, pois
crê que a Casa Cor é um lugar
para se mostrar ideias, conceitos, cenários. “O que faço aqui
pode ser diferente do que farei na casa de
um cliente. Aqui é como se fosse um desfile
de alta costura. Coloco a grife que acredito. E
aí, é claro, as pessoas interpretarão cada um
à sua maneira e, por conseguinte, vão sugerir
os caminhos que a arquitetura e os designers
de interiores tomarão. São sementes jogadas
para construir uma identidade, um conceito, um trabalho autoral. A minha busca pessoal é esta: fazer um espaço criativo acima
de tudo. Tanto o arquiteto como o decorador
têm o mesmo papel. A Casa Cor é bem democrática nesse sentido. O mercado seleciona
naturalmente e vai abrindo espaço ora para
um decorador, ora para um arquiteto, mas as
oportunidades são as mesmas”.
lorizados do mundo; Oscar Niemayer dispensa apresentações, Paulo Mendes da Rocha
e Vannini também são grandes designers. A
tendência é a casa ficar com a cara do dono”.
Segundo ele, a decoração voltará a ser mais
humanizada. “O período minimalista, onde
o menos era mais, está acabando, porque as
pessoas querem se reconhecer no espaço que
habitam, levando para lá souvenires, objetos
de memória, e outros detalhes personalizados.
E isto valoriza as artes; em consequência, volta a ser inserido o trabalho dos artistas plásticos e dos artesãos. Esta é a essência da Casa
Cor: ao mesmo tempo em que precisam dos
profissionais para trabalhos estruturais, precisam também dos designers, artistas e das
indústrias colocando os seus lançamentos”.
Eletrobras
pam, pois seus produtos passam a serem vistos por decoradores, arquitetos, por consumidores específicos e pelo público, que querem
construir ou reformarem suas casas”.
Eliana, Sheila e Moema são as franqueadas
de Brasília. Segundo Silvana, tanto as Casa Cor
do Brasil como as do exterior fazem a divulgação
das coisas locais. “Os industriais entendem a
importância da Casa Cor. Para se ter uma ideia,
a Deca está conosco há 16 anos. Ela aproveita a ocasião para lançar os seus produtos. A
Suvinil também tem trazido suas novidades no
mercado de tintas. E nos últimos dois anos, tivemos o apoio de parceiros de setores fundamentais, como o da Eletrobras Eletronorte, que
expõe interesses específicos de sua atividade
econômica, como as conquistas do Procel na
economia de energia elétrica, configurando
uma vitrine de divulgação das
políticas públicas para energia”,
afirma Silvana Lorenzi.
correntecontínua 41
Segundo Sara, a ideia é que se tenha uma
varanda no espaço com a presença do verde,
numa área aberta para o jardim, com muros
baixos para ter a noção de espaço externo,
com a visão de árvores e do céu. “É possível
ser feito em coberturas. Já fiz vários projetos
para coberturas para amenizar o calor e o sol,
uso água e plantas. Meu trabalho é contemporâneo, buscando sempre materiais sustentáveis. Fazer coberturas em Brasília é proibido, mas algumas construtoras utilizam uma
brecha na legislação para fazê-la individual.
Este é um espaço integrado de convivência.
Aqui se tem a cozinha, a sala de estar, o quarto e o banheiro num só ambiente. As pessoas
podem jantar, fazer um lanche ou se reunir
para um drinque tendo ainda a parte de fora,
a varanda, com churrasqueira elétrica. É um
espaço democrático”.
Eletrobras
Eletronorte
A Suíte do Rapaz - a arquiteta Juliana Santana, também usa a água para construir micro
climas agradáveis. Sua suíte tem na entrada
uma grande janela para umidificar e criar a
refrigeração natural no ambiente, “A ecologia
está mais ligada à arquitetura rural e a minha
ideia é mais ligada à sustentabilidade; ou seja,
busca o conforto com eficiência energética e
reduzir os impactos ambientais. Meu projeto usa grandes vãos de vidro, aberturas para
os jardins, o sombreamento e a refrigeração
natural, reduzindo gastos com ar condicionado. Uso lâmpadas fluorescentes que são mais
econômicas. O conforto com a economia é o
fundamental. E a Casa Cor é a grande vitrine
da decoração onde se pode ver as tendências
para o mobiliário. Não é uma arquitetura cara,
é de bom gosto, acessível. A ideia aqui é ter
a qualidade, independentemente do bolso. A
Casa Cor preocupa-se com os resíduos; os ambientes são adaptados para o cadeirante, com
a utilização das regras da ABNT, para se ter
conforto e acessibilidade”.
42 correntecontínua
Sala do Colecionador - O arquiteto e projetista deste espaçoso ambiente, Geovanini
Lettieri, disse ter um vínculo marcante com
a Eletrobras Eletronorte. “Na época o Humberto Martins, então presidente da Associação do Empregados da Eletronorte - Aseel
contratou-me para remodelar a sede da Associação no Lago Sul. Então fizemos uma piscina, sauna, a academia de ginástica, ou seja,
um complexo esportivo bom. Este é o oitavo
ano participando da Casa Cor. Somos 10 arquitetos, e a minha esposa, Dora Lettieri, é
a designer de interiores. Faço o projeto, ela
desenha os detalhes e manda fabricar. O espaço foi bolado para o colecionador de carros
que queira dividir este prazer com os amigos.
Então eles vêm para tomar uns drinques, fumar charutos, ver bons filmes, ler bons livros
ou trocar ideias sobre este tema. Ou seja, é
um living onde o carro vira o ornamento, mas
pode ser adaptado para colecionadores de
motos, jet sky, canoagem etc, em casas com
amplas garagens. É fácil construir um espaço
como esse com churrasqueira, o bar, entre
outros. Este tem 140 metros quadrados, mas
posso reduzi-lo para 50 metros quadrados
ou ampliá-lo. Temos aqui o Brasília Fashion
Day, um evento no Autódromo Internacional
Nelson Piquet aberto aos amantes do automobilismo. É impressionante a quantidade
de amantes de corridas automobilísticas na
cidade, e a minha proposta vem atender a
esse mercado sempre crescente”.
Visitar a Casa Cor é sempre fazer um roteiro divertido e instrutivo. Nessa edição saltaram aos olhos a preocupação com a sustentabilidade e acessibilidade. Para quem
esteve lá, o quarto ergonômico do cadeirante
e o do doente em reabilitação (foto abaixo),
deixaram a certeza de que é possível criar um
espaço bonito, aconchegante e adaptado às
normas de acessibilidade.
E teve mais: Quarto do Casal Jovial, dos
Apaixonados, do Casal de Trabalhadores
Compulsivos, do Casal Descasado, do filhinho Príncipe Herdeiro, da vovó e do vovô
ainda apaixonados, dos gênios-cabeças e
absolutamente geniais, a garagem Band
dos Roqueiros (inclusive com shows ao vivo)
e a Casa da Árvore dos Baderneiros. Entre
os jardins do Espaço Eletrobras Eletronorte,
a Casa Cor fez bonito e apresentou soluções
que vão do bebê à babá, mostrou que a arte
pode estar bem perto do seu café da manhã, e que vale se inspirar para deixar a sua
casa mais sustentável e com o seu jeito.
César Fechine
Mais de oito mil pessoas se emocionaram com o show
do cantor e compositor Milton Nascimento, realizado na
comercial da quadra 312 Norte, em Brasília, pelo projeto 30ª Noite Cultural T-Bone, em setembro. O cantor levou o público ao delírio ao fazer uma retrospectiva de sua
carreira, interpretando clássicos como Canção da América, Coração de Estudante, Travessia, Nos Bailes da Vida e
Maria Maria, entre outros. A Noite Cultural T-Bone tem como objetivo principal democratizar o acesso à população
do Distrito Federal em atividades musicais gratuitas. O show de Milton Nascimento teve o patrocínio da Eletrobras
Eletronorte, Petrobras e Governo do Distrito Federal. Leia a seguir a entrevista do cantor à revista Corrente Contínua.
muito emocionado quando participa de eventos em
que todas as classes sociais podem se divertir juntas.
Não se consegue fazer show sem energia, nem
a física, nem a elétrica. Energia é fundamental para
tudo. Como vê os esforços das empresas na busca
de formas limpas de geração de energia,
como a eólica e as fontes hidráulicas?
Eu acredito muito na busca por fontes naturais
de energia. E eu tenho muita fé de que este é o caminho certo para o futuro dos nossos filhos. O Brasil
está se tornando um país pioneiro na busca por uma
energia que não cause danos ao meio ambiente. Por
isso mesmo, é preciso que governos e empresas invistam somente neste tipo de empreendimento, que
gere energia de uma forma limpa e sustentável.
Uma mensagem para os quase quatro mil
empregados da Eletrobras Eletronorte - uma
das patrocinadoras deste evento, que trabalham
todos os dias para garantir a geração
de mais energia para o País.
Gostaria de dizer a todas essas pessoas para que
elas continuem seguindo seu próprio caminho, fazendo as coisas do jeito que elas considerarem certas,
mas sem nunca deixar de ouvir o coração, nunca.
Público no show do cantor Milton Nascimento
Eletronorte
Milton Nascimento, é verdade que houve
um professor durante a sua infância que
o reprovou num teste de música?
Essa história aconteceu quando eu tinha por volta
de 12 anos de idade, e morava na casa da minha
madrinha, no Rio de Janeiro. Era fim do meu primeiro ano no ginásio, e eu tinha que fazer uma prova
na escola, que era o Colégio Tijuca Uruguay. E, nessas provas, eu acabei sendo reprovado em desenho e
canto. Em seguida, eu me lembro também que isso
enfureceu tanto meu pai, que eu tive que voltar para
Três Pontas (MG). Chegando lá, fui fazer as mesmas
provas de canto e desenho para entrar no Ginásio São
Luis. Na primeira, de desenho, fiz a serra de Três
Pontas, que depois ficou famosa na capa do meu disco “Geraes” (1976). E depois, na prova de canto, eu
escolhi a música “Riders in the sky” (Stan Jones).
Acabei passando nas duas e o professor que fez meu
teste ficou muito emocionado, pois, por coincidência, essa também era a música preferida dele.
Qual a importância dos sonhos para você?
Nada na vida dá certo se a pessoa parar de sonhar.
E eu levo isso comigo, sempre. Todos os nossos objetivos devem estar focados na busca de nossa realização pessoal.
Você continua, como todo artista, “nos bailes
da vida, indo onde o povo está”. O que significou
para você cantar nas ruas da cidade criada por JK?
Eu tenho uma relação com a cidade de muitos anos. Já
participei de tudo quanto é evento na cidade, de protestos
até posse de presidente. Brasília faz parte da minha vida.
É importante o apoio das empresas públicas
a artistas e eventos culturais populares,
como o realizado em Brasília?
Com certeza! Ainda mais quando as empresas fazem um evento gratuito para o público, em espaço
aberto, como foi esse que eu participei agora promovido pelo T-Bone. Isso sim é demais! E a gente fica
Eletrobras
Cultura
“Nos Bailes da Vida”
correntecontínua 43
Corrente Alternada
Eletrobras
Eletronorte
XXI SNPTEE discute os
desafios do setor elétrico
44 correntecontínua
César Fechine
“O futuro das organizações e das nações
dependerá cada vez mais de sua capacidade
de aprender coletivamente.” A lição é do engenheiro, filósofo e professor Peter Senge, do
Massachusetts Institute of Technology, autor do best-seller “A Quinta Disciplina”, que
aborda os conceitos da organização em que
as pessoas expandem continuamente a sua
capacidade de criar os resultados que realmente desejam. O conceito da “organização
que aprende” estimula o trabalho em equipe
e sintetiza os objetivos do XXI Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia
Elétrica - SNPTEE, realizado entre os dias 23
e 26 de outubro, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis (SC).
Realizado pelo Cigré-Brasil, e coordenado
este ano pela Eletrobras Eletrosul, o SNPTEE
promove a cada dois anos a troca de experiências técnicas e o intercâmbio de informações
entre profissionais de empresas públicas e
privadas, centros de pesquisa, universidades
e empresas fornecedoras. O evento contou
com a participação de 1.600 congressistas
e teve 493 informes técnicos apresentados
em 15 grupos de estudo. Esses grupos abordam temas como a geração hidráulica, estudos de linhas de transmissão,
planejamento de sistemas elétricos,
impactos ambientais, sistemas de
informação e telecomunicação para
sistemas elétricos, entre outros.
A primeira edição do Seminário foi realizada no ano de 1971,
em São Paulo, e desde então vem
cumprindo um papel relevante na
melhoria dos serviços energéticos
à população brasileira. “A razão de
ser do Cigré, presente há 40 anos no Brasil
e há 90 anos no mundo, é esta: produzir o
conhecimento coletivo”, diz Antônio Varejão de Godoy (à esquerda), presidente do
Cigré-Brasil.
Representando o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na abertura do evento, o
secretário-executivo Márcio Zimmermann (à
direita), falou dos desafios enfrentados pelo
Setor, como a otimização dos custos. Segundo o secretário, cerca de 99% da população
brasileira é atendida hoje
com energia elétrica e, até
2014, deve-se atingir os
100%. “O País está com
um consumo per capita de
energia de 2.300 kWh/ano e
terá que dobrar isso nos próximos 10 ou 12 anos, como
decorrência dos fatores de
desenvolvimento. E teremos
desafios para dobrar a capacidade instalada, o sistema
vai ficar mais complexo, porque a sociedade
está demandando energia, cobrando qualidade e gestão eficiente das empresas, com o
menor custo possível”, declarou.
O Seminário foi considerado bastante oportuno pelo diretor-geral do Operador Nacional
do Sistema Elétrico - ONS,
Hermes Chipp (à direita),
para enfrentar os crescentes
desafios do setor, como os
sistemas de corrente contínua em grandes distâncias,
a produção de carro elétrico e a energia distribuída.
“Temos que trabalhar uma
estratégia de capacitação e
de transferência do conhecimento para manter a qualidade e a eficiência. E precisamos estudar
e trabalhar cada vez mais as alternativas de
geração, as novas tecnologias de transmissão
e as redes inteligentes.”
As boas-vindas aos participantes ficaram
por conta de Eurides Mescolotto (abaixo), diretor-presidente da Eletrobras Eletrosul. “O País só cresce na
sua infraestrutura diante de
congressistas como vocês,
que vêm aqui para trabalhar,
estudar e pesquisar. Nossa
Expansão - Após participar da cerimônia
de abertura, o presidente da Eletrobras Eletronorte, Josias Matos de Araujo (abaixo, à
esquerda), fez coro com os
colegas de Mesa e disse que
o Seminário apresentaria resultados importantes para o
desenvolvimento do País e
do setor elétrico nacional.
“Tenho a certeza de que as
contribuições serão muito
importantes e vão abordar
temas de interesse nacional,
como a parte da automação,
das redes inteligentes, a
questão do HVDC, considerando que as grandes interligações estarão, a partir de agora,
com o advento do Rio Madeira, tomando um
impulso maior no País.”
Foi consenso entre os presentes que o Brasil está vivendo um momento ímpar no setor
elétrico, com a implantação de novos empreendimentos, como Belo Monte, Teles Pires e
Sorriso, a produção de energia eólica a R$ 100
o megawatt-hora, o linhão Porto Velho-Araraquara e com as futuras interligações com a
Venezuela, por meio da ligação Manaus-Boa
Vista, e com o Uruguai, entre outras.
Mas os desafios são grandes no Brasil e
no mundo. “Eu tive a oportunidade de representar a Eletrobras no encontro E-8 da ONU
para discutir o problema do subatendimento
de energia. No mundo, 2,5 bilhões de pessoas não têm energia de qualidade e 1,5 bilhão
não tem qualquer energia. E o Brasil praticamente eliminou este problema”, declarou
José Antonio Muniz Lopes, diretor de Transmissão da Eletrobras.
O executivo anunciou o lançamento do programa Luz para Todos 2. “Se
nós já atingimos mais de 14 milhões
de pessoas, vamos buscar agora as
pessoas em situação de miséria”, informou Muniz Lopes (ao lado). Nesta
nova fase, a meta do Programa é atender aos cidadãos que vivem em áreas
de extrema pobreza, em assentamentos da reforma agrária, as minorias raciais, como quilombolas e indígenas,
os atingidos por empreendimentos do setor
elétrico e os moradores de áreas isoladas.
Criado pelo Governo Federal em novembro de
2003, o Programa Luz para Todos já beneficiou mais de 14,2 milhões de pessoas em
todo o Brasil, até setembro de 2011.
Eletrobras
Senhora do Desterro, o primeiro nome da
Ilha de Santa Catarina, os recebe de braços
abertos. Façam aquilo que é fundamental
para que a infraestrutura de energia continue
firme, forte e contribuindo para o desenvolvimento do nosso País.”
Eletronorte
fotos: herminio nunes /eletrosul
correntecontínua 45
Eletrobras
Eletronorte
O presidente da Eletrobras Eletronorte, Josias Matos de Araujo, preside a
mesa coordenadora do Grupo de Estudo de Desempenho de Sistemas Elétricos
46 correntecontínua
Sessão Técnica - Foi na manhã de uma
segunda-feira (24/10), que o presidente da
Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto (à
esquerda), abriu os trabalhos técnicos do XXI
SNPTEE com a palestra Desafios da
Geração e da Transmissão no Brasil.
“O setor elétrico brasileiro terá que
investir cerca de R$ 450 bilhões,
nos próximos 20 anos, e a geração
de energia deverá passar de 109.500
MW, em 2010, para 236 mil MW, em
2030”. Outro desafio, na opinião do
presidente da Eletrobras, será a expansão do sistema de transmissão,
que deverá passar de 96 mil quilômetros para 182 mil quilômetros.
Ele falou também sobre as metas da ONU
para 2030, desafios associados à introdução
de eólicas, energia distribuída, ampliação das
fontes renováveis na matriz energética brasileira, que chega a 45,5%, e sobre a necessidade de melhorar a operação e manutenção.
“Nós temos hoje uma perda de 17% e este
valor deveria estar muito menor”, declarou.
José da Costa Neto também defendeu a
renovação das concessões no setor elétrico.
Entre 2015 e 2017, vencem as concessões
da Eletrobras equivalentes a 14 mil MW de
geração e a cerca de 60% das linhas de
transmissão. “No mundo inteiro, o bom concessionário, que está prestando um bom serviço, deve continuar. É lógico que nós defendemos também que uma parte do ganho seja
repassado para o consumidor”, acrescentou.
Depois da palestra do Presidente da Eletrobras começaram as sessões de apresentação
dos informes técnicos. A Eletrobras Eletronorte participou do evento com 46 artigos,
45 autores, quatro relatores e um membro na
Comissão Técnica. A ExpoSNPTEE, uma feira realizada em paralelo ao Seminário, e que
reuniu 50 expositores, mostrou produtos e serviços oferecidos pelas empresas fornecedoras.
Transmitir - O livro “Projeto Transmitir Alternativas Não-Convencionais para a Transmissão de Energia Elétrica em Longas Distâncias” foi lançado no primeiro dia do XXI
SNPTEE. O livro é resultado de um projeto
de Pesquisa e Desenvolvimento - P&D coordenado pela Eletrobras Eletronorte e registra
o estado da arte com as alternativas técnicas,
econômicas e ambientais que ajudarão a superar o desafio de transmitir grandes blocos
de energia, em especial a energia potencial
das bacias hidrográficas da Amazônia.
Entre as tecnologias não-convencionais
para transmissão de energia em longas distâncias em estudo estão: Transmissão em
Corrente Contínua; Transmissão em Ultra Alta
Tensão (UAT) em Corrente Alternada (acima
de 1.000kV); Sistemas de Transmissão em
Meia Onda; Sistemas Hexafásicos; e Transmissão de Hidrogênio e Supercondutores.
Participam do Projeto Transmitir as empresas cooperadas Eletrobras Furnas, Cemig,
CTEEP e EATE, especialistas das fundações
Coppetec, da Universidade Federal do Rio de
minha equipe para estudarmos mais o assunto e verificar a aplicabilidade em nossa
Empresa. Por sua vez, quero ressaltar que os
trabalhos apresentados pelos nossos empregados mostrando as nossas melhores práticas fizeram uma grande diferença, ou seja,
os trabalhos que eu tive a oportunidade de
assistir da Eletronorte me orgulharam muito. Pelos comentários que a platéia fazia me
deu como resultado que estamos no caminho certo. Parabéns aos autores de trabalho
da Eletronorte que estão fazendo um novo
acontecer e compartilhando com as demais
empresas o nosso sucesso”.
Eletronorte
Belo Monte - O painel técnico Aspectos
ambientais com a introdução da Usina de
Belo Monte (foto abaixo) foi um dos eventos
mais concorridos do XXI SNPTEE. Cassandra
Molisani, superintendente de Meio Socioeconômico da Norte Energia S/A, explicou como
está sendo feito o atendimento dos migrantes
e disse que o fluxo ainda não é elevado, até
porque a obra está no ritmo inicial. “Atualmente, há quase 18 mil cadastrados. O Plano
de Relacionamento com a População já vem
sendo desenvolvido na região há algum tempo e o trabalho é feito família por família. O
Fórum de Acompanhamento Social também
foi implantado este ano e está sendo realizado o Plano de Articulação Institucional, que
prevê a capacitação de 500 agentes municipais, com cursos da Escola de Gestão Pública”, informa.
Eletrobras
Janeiro, e FDTE, da Universidade do Estado de São Paulo, além de representantes da
Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel,
Ministério de Minas e Energia e Empresa de
Pesquisa Energética - EPE.
Ainda no primeiro dia do Seminário, o
presidente da Eletrobras Eletronorte, Josias
Matos de Araujo, presidiu a mesa coordenadora do Grupo de Estudo de Desempenho de
Sistemas Elétricos. “É preciso buscar uma
remuneração adequada à instalação de equipamentos no sistema. Também estamos começando a integração das fontes alternativas
e eólicas e isso vai exigir um trabalho não somente na área de controle, mas de qualidade,
pois teremos também as fontes distribuídas.
E, mais cedo ou mais tarde, teremos também
o advento, no nosso País, das cargas móveis,
um conceito totalmente diferente, mas que
já é um problema mundial e que deverá ser
tratado também com dedicação pelos especialistas nacionais”, esclareceu Josias.
No segundo dia do SNPTEE, o diretor de
Operação, Wady Charone Júnior, presidiu a
mesa do Grupo de Estudos de Aspectos Técnicos e Gerenciais de Manutenção. “O SNPTEE é um seminário rico em potencializar
melhorias nas empresas do Setor Elétrico.
No grupo em que fui convidado a presidir a
Mesa, ao qual agradeço a honra do convite,
tive a felicidade de ter contatos com várias
práticas de sucesso de outras empresas. Algumas dessas práticas observadas fizeram
com que eu reunisse algumas pessoas de
correntecontínua 47
Eletrobras
Eletronorte
Moara Giasson, analista ambiental e assessora técnica da Diretoria de Licenciamento do
Ibama, explicou que o processo de licenciamento ambiental de Belo Monte começou em
2006. As primeiras reuniões públicas para a
discussão do termo de referência do Estudo
de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto ambiental - EIA/Rima foram realizadas
em 2007, nas cidades de Altamira e Vitória
do Xingu. No mesmo ano foram realizados
diversos workshops com a participação da
Agência Nacional de Águas - ANA, Secretaria
de Vigilância Sanitária, Funai, Iphan, órgãos
estaduais de meio ambiente e saúde. Em
maio de 2009 começou a apresentação do
EIA-Rima em audiências públicas, que reuniram milhares de pessoas em Altamira, Brasil
Novo, Vitória do Xingu e Belém.
Finalmente, em fevereiro de 2010, houve
a emissão da Licença Prévia. “É importante salientar que a bacia hidrográfica do Rio
Xingu possui 60% de suas áreas protegidas.
Entre as exigências dos estudos estão a ampliação da Área de Proteção Permanente no
entorno do reservatório de 100 para 500
metros, estudos de compensação ambiental,
conservação das espécies e implantação de
um mecanismo para a transposição de embarcações. Os estudos indicam a vazão mínima de 700 m³/seg na época de seca na Volta
Grande do Xingu”, explicou Moara.
O saneamento básico será feito em 100%
nas cidades de Altamira e Vitória do Xingu,
além da melhoria e ampliação do sistema
de abastecimento de água e diversas obras
nas áreas de saúde, educação e de infraestrutura. O Ibama faz vistorias mensais para
acompanhar as reuniões do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu
- PDRSXingu e monitorar as ações socioambientais. O empreendimento possui um
total de 45 programas ambientais, com 87
ações atualmente em andamento. “É importante frisar que todo esse processo envolve
uma equipe técnica enorme e a articulação
com vários órgãos governamentais, além dos
agentes sociais”, acrescenta Moara.
Os estudos que tratam da ampliação das
interligações da Região Norte com as regiões Nordeste e Sudeste, após a construção
de Belo Monte, foram apresentados por Maria Alzira Noli, consultora técnica da Superintendência de Transmissão de Energia da
Empresa de Pesquisa Energética - EPE.
As alternativas consideradas como as
mais prováveis para a interligação de Belo
Monte são: três linhas em 500 kV até Miracema (TO) para a interligação Norte-Nordeste, com 2.000 km; e dois bipolos em +800
kV CC com 2.575 km para a interligação
Norte-Sudeste. “A previsão é de que essas
linhas entrem em licitação para operação em
O diretor de Operação da Eletrobras Eletronorte, Wady Charone, presidiu
a Mesa do Grupo de Estudos de Aspectos Técnicos e Gerenciais de Manutenção
48 correntecontínua
Melhores trabalhos - A Eletrobras
Eletronorte teve quatro informes
técnicos entre os melhores avaliados no XXI SNPTEE. Os trabalhos são analisados primeiramente
Eletronorte
Potencial - O diretor de Planejamento e
Engenharia, Adhemar Palocci, também participou do painel técnico sobre Belo Monte e
da presidência da Mesa do Grupo de Estudo
de Planejamento de Sistemas Elétricos. “Eu
quero destacar alguns pontos para reflexão:
que país no mundo teria a coragem de abrir
mão de 11 mil MW de energia hidráulica?
E que país no mundo com um potencial conhecido de mais de 100 mil MW de energia hidráulica não exploraria esta fonte?”,
indagou”. Então, nós estamos numa discussão de 1975 com uma realidade de 2011”,
afirma.
Quanto à obra, não há nada que a engenharia brasileira não conheça, segundo Palocci. São três grandes projetos: a barragem
principal, a cerca de 40 km de Altamira; a região do canal, que envolve aproximadamente
20 km de escavação e que, por questões de
engenharia e ambientais, tornou-se apenas
um canal; e a casa de força principal, depois
da Volta Grande do Xingu. A casa de força
contará com 18 unidades com potência de
615 MW e a barragem principal terá cerca
de 90 metros de altura.
Sobre o valor da obra, o Diretor disse que
o investimento total será em torno de R$ 25
bilhões. “Não são os R$ 19 bilhões inicialmente previstos, mas também não chega aos
R$ 30 bilhões que andam falando.”
Palocci ressaltou que se hoje é preciso
investir uma parcela maior na compensação
ambiental, a sociedade precisa saber que
isso representa um aumento na tarifa de
energia elétrica, ao custo que todos nós vamos pagar. “Eu até hoje não vi ninguém dizer
que não quer mais energia ou que não quer
mais a Amazônia. Então, precisamos ter a
sabedoria de explorar o potencial que nós
temos, e que nenhum outro país tem,
com preservação. E reafirmo: energia
hidrelétrica é a mais limpa, renovável
e a mais barata”, completou.
pelos relatores com uma nota com peso 3.
Posteriormente, na apresentação do informe
técnico no Seminário, os congressistas fazem
uma avaliação, com uma nota que tem peso 1.
No Grupo de Estudos de Geração Hidráulica - GGH, a Empresa ficou em terceiro lugar
com o trabalho de Classificação de Padrões
Operacionais do Atuador Hidráulico do Distribuidor de um Hidrogerador Utilizando Técnicas de Estimação Paramétrica e Lógica Fuzzy,
de autoria de Marcelo Nascimento Moutinho
(abaixo). “Os resultados indicam que os modelos utilizados são boas representações da
dinâmica do equipamento e podem ser aplicados como modelos preditivos em técnicas
de manutenção”, informa Marcelo.
A Empresa também ficou em segundo lugar no GGH com o trabalho Validação do Sistema de Instrumentação para Monitoramento
e Análise de Descargas Parciais-IMA DP em
Laboratório e na UHE Samuel. Esse sistema,
projetado e desenvolvido pelo Cepel com a
participação da Eletrobras Eletronorte, está
sendo utilizado no monitoramento dos geradores 1 e 2 da UHE Tucuruí.
No Grupo de Estudos de Operação de Sistemas Elétricos - GOP, a Eletrobras Eletronorte ficou em segundo lugar com o trabalho
de Análise para Indicadores de Desempenho
Preventivo Focado na Disponibilidade das
Funções de Transmissão, Considerando a Confiabilidade e Mantenabilidade, apresentado por Antônio Júlio
de Almeida Amoras (ao lado). “Este
processo de gestão de desempenho
permite a tomada de decisão junto
às equipes de operação e manutenção, buscando a eliminação de defeitos ou falhas, o aumento da disponibilidade e permitindo compor o
indicador preventivo para a disponibilidade das funções de transmissão”, resume Amoras.
Finalmente, uma equipe da Eletrobras Eletronorte ficou em segundo lugar no Grupo de
Estudos de Aspectos Técnicos e Gerenciais
de Manutenção - GMI, com o trabalho
Métodos Quantitativos Aplicados na
Otimização da Manutenção realizando
Previsão Orçamentária para Troca de
Componentes Buscando Confiabilidade, Mantenabilidade e Disponibilidade
de Equipamentos, apresentado
por Lílian Ferreira Queiroz. “A
Engenharia de Manutenção da
Eletronorte desenvolveu conjun-
Eletrobras
2014. São mais de 12 mil km de linhas,
há um aumento grande das interligações e o
sistema vai operar completamente diferente
depois da entrada de Belo Monte”, explica
Maria Alzira.
correntecontínua 49
tamente com o Cepel o programa Conweib,
que analisa as falhas dos componentes e
calcula a probabilidade de a próxima falha
ocorrer, por meio de um histórico de dados.
Com este trabalho, a equipe de manutenção
conseguirá dimensionar os sobressalentes
necessários em cada subestação e o
momento que deve ser feita a previsão
orçamentária e a compra dos componentes”, explica Lílian (ao lado).
Eletrobras
Eletronorte
Planalto Central - O trabalho de
organização do SNPTEE começa
quando o último evento termina. A
Comissão Técnica tem a responsabilidade de selecionar os resumos dos
trabalhos, que, nesta edição, chegaram a 1.600. Durante o evento, a
comissão elabora as constatações técnicas,
que são apresentadas na sessão de encerramento, e define os três melhores trabalhos
de cada grupo, totalizando 45 premiados.
“São dois anos de intensa atividade. O nosso objetivo foi trazer satisfação a todos e, até
o momento, a nossa percepção foi bastante
positiva. Agradeço a todos que nos auxiliaram na realização do evento”, diz Adriano
Pauli, coordenador-geral do XXI SNPTEE. A
relação dos melhores trabalhos e as constatações técnicas estão disponíveis no sítio
www.xxisnptee.com.br.
Ao receber “as chaves” da 22ª edição
do Seminário, que acontecerá em Brasília,
em 2013, sob a coordenação da Eletrobras
Eletronorte, Josias Matos de Araujo lembrou
que o SNPTEE se confunde com a história
da Empresa. “A Eletrobras Eletronorte realizou o VII SNPTEE em 1984, uma data extremamente significativa, quando entrou em
operação comercial a Usina Hidrelétrica Tucuruí. Posteriormente, realizamos o XIV SNPTEE em Belém do Pará, quando iniciamos as
obras da Interligação Norte-Sul. E o próximo
evento será em 2013, no Planalto Central,
quando estaremos comemorando os 40 anos
da nossa Empresa.”
E o XXII SNPTEE já tem data marcada
para começar: outubro de 2013. “Já foi formada a comissão que vai coordenar o evento e tenho a certeza de que alcançaremos o
sucesso técnico e de infraestrutura para os
autores, apresentadores e participantes do
Seminário”, antecipa Antônio Simões Pires,
integrante da Comissão Técnica do XXI SNPTEE e chefe do Gabinete da Presidência da
Eletrobras Eletronorte.
Parte da equipe Eletrobras Eletronorte presente no XXI SNPTEE, em frente ao estande das empresas Eletrobras
50 correntecontínua
Ketamyna Atroari simboliza a superação, deixa no
passado o risco da extinção e confirma o recado do seu povo:
“Digam ao mundo que vivemos”
idealizado para compensar os impactos provocados pelo alagamento de 30 mil hectares
das terras indígenas - hoje demarcadas em
2.585.911 ha - pela Hidrelétrica Balbina.
Saúde - Um dos principais fatores responsáveis pelo crescimento populacional desses
índios é o subprograma de saúde. O objetivo
é garantir boas condições de vida à população Waimiri Atroari, valorizar a medicina
tradicional e repassar conhecimentos das outras formas de medicina. Na reserva existem
19 postos de saúde e oito laboratórios. As
atividades são realizadas por uma médica,
enfermeiras, odontólogas, 18 agentes técnicos de saúde, um motorista, com o apoio de
39 agentes técnicos de saúde e 12 laboratoristas indígenas. No início todos os laboratoristas eram brancos, mas depois os primeiros
Waimiri foram sendo treinados e repassaram
os conhecimentos para outras pessoas da comunidade. Hoje são 12 escolhidos pelo povo.
Eletronorte
O dia 4 de novembro de 2011 ficou marcado na história do povo Waimiri Atroari. Nasceu
Ketamyna Atroari, a milésima quingentésima
índia da comunidade que vive na divisa dos
estados do Amazonas e Roraima, próxima ao
lago da Usina Hidrelétrica Balbina. Com quatro quilos e 49 centímetros, a pequena Ketamyna (pronuncia-se quetamuná) é uma prova
de vida para um povo que, em 1988, somava
apenas 374 indivíduos. Ketamyna nasceu na
Aldeia Paryry (pronuncia-se paruru) e é filha
de Djawaky Atroari e Minywa Atroari.
Os Waimiri Atroari sobreviveram à extinção - morriam em média 20% ao ano e hoje
têm taxa de natalidade de 6% ao ano - graças
ao programa Waimiri Atroari, implementado
pela Eletrobras Eletronorte, em parceria com
a Funai, sob a orientação do indigenista Porfírio Carvalho. Segundo ele, “os índios estão
todos muito bem, vivendo em suas terras
sem invasores, sem perturbação, de acordo
com sua cultura”.
Mas nem sempre foi assim. “Em 1986 reencontrei os Waimiri numa situação muito difícil.
Estavam doentes, tristes, perambulando pela
rodovia BR-174, pedindo carona a caminhoneiros, dependentes de alimentação e doações.
Morriam, em média, 20% ao ano. Podia-se dizer que estavam caminhando para o extermínio. Aquele povo que conheci em 1969, guerreiros altivos, defensores do seu território e de
suas vidas, estava triste, aguardando algo que
não sabia exatamente o que era. Ainda não havia demarcação nem definição dos limites de
suas terras”, explica o indigenista.
Reconhecido como referência mundial, o
Programa inspira políticas públicas, investe na
valorização étnica e faz a diferença na história
das comunidades indígenas da Amazônia.Homens, mulheres, crianças e idosos caminham
saudáveis pelas aldeias onde a comida é farta
e, o sistema de organização social, uma aula
de cidadania. Tudo por meio do Programa
Eletrobras
Meio Ambiente
Nasce Ketamyna, a
1500ª Waimiri Atroari
correntecontínua 51
Eletrobras
Eletronorte
Educação - Na educação não é diferente.
O método é único no mundo, desenvolvido
exclusivamente para eles. Primeiro, aprendem a escrever na língua própria e, quando
já estão interpretando a escrita, começam a
aprender o português e a matemática. São
bilíngües. As aulas não se limitam à escola,
mas podem ser explorados outros espaços
como recurso didático, a exemplo de caçadas, pescarias, construção de malocas. São
22 escolas, 54 professores Waimiri Atroari e
sete não-índios que auxiliam em disciplinas
como ciências, geografia e matemática. No
52 correntecontínua
início do Programa não havia professores da
etnia, o que foi acontecendo com a realização de cursos de capacitação e formação.
Produção - A valorização da capacidade
de produção dessa comunidade também fez
a diferença. Antes do Programa, os Waimiri
Atroari viviam um processo de desagregação
de seus processos produtivos passando para
uma dependência alimentar. Com o Programa, os índios voltaram a realizar seus roçados tradicionais e sua independência alimentar foi resgatada.
Eletronorte
Para Porfírio Carvalho, idealizador do Programa Waimiri Atroari, o trabalho mudou a
vida dessa comunidade indígena. “Não é um
trabalho qualquer, mas de sentimento, de
amor. Hoje, os Waimiri Atroari são um povo
orgulhoso da sua vida, do seu território e da
sua cultura”, enfatiza Carvalho.
Em 2003, nas festividades do nascimento do 1000º Waimiri, o cacique Mario Pawere comemorou o fim da ameaça de extinção,
saudou os convidados brancos e deixou o recado dos Waimiri Atroari : “Digam ao mundo
que vivemos!”
Eletrobras
Uma festa para Ketamyna - As aldeias
Waimiri Atroari impressionam pelo tamanho,
pela limpeza e magnitude das malocas. Em
breve uma delas receberá a festa de comemoração pelo nascimento de Ketamyna Atroari e, durante dias, eles cantarão, dançarão e
beberão uma de suas originais preparações
culinárias, o mingau de buriti. O coco do buriti é coletado na mata, triturado e misturado
à tapioca. Na cozinha, as mulheres também
preparam peixes, caças e mingau de banana.
Os Waimiri Atroari não consomem álcool nem
qualquer outro tipo de droga.
correntecontínua 53
Tecnologia
Em Belém, Infocentro
Eletrobras Eletronorte
aposta em capacitação
Em 2010, fase experimental do projeto, 297 alunos concluíram
o curso de software livre, e 12, o de manutenção de computadores.
Em 2011, somente no primeiro semestre, já se formaram 356 alunos
Eletrobras
Eletronorte
Capacitação é a palavra chave para quem
deseja adentrar o mercado de trabalho. A falta de oportunidade e a exclusão social levam
milhares de jovens a trilhar caminhos turbulentos. Mudar essa realidade não é fácil.
Mas há bons caminhos para fazer a diferença
na vida das comunidades. Um deles é o das
ações que a Eletrobras Eletronorte desenvolve
nas áreas em que atua, pautadas pelo compromisso com a sustentabilidade, com investimentos em qualificação dos moradores do
entorno. Isso significa inclusão, cidadania e
estímulo à geração de trabalho e renda.
Um desses investimentos é o Infocentro,
resultado de uma parceria entre a Eletrobras
Eletronorte e o Governo do Estado do Pará,
por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia - SEDECT
e Empresa de Processamento de Dados do
54 correntecontínua
Turmas de informática são formadas mensalmente
Estado do Pará - Prodepa. O programa do Governo Federal foi bem recebido pela Empresa
e, desde 2010, está em pleno funcionamento nas instalações da Eletrobras Eletronorte
no Bairro do Barreiro, em Belém, considerado um dos de maior vulnerabilidade social,
com altos índices de violência.
Mensalmente são formadas quatro turmas
de informática básica para atender as comunidades do bairro. Diariamente, cerca de 40
pessoas passam pelo local para realizar pesquisas e acessar gratuitamente a internet e,
desde junho de 2011, para realizar cursos a
distância disponibilizados pela Universidade
Corporativa da Empresa.
Atualmente é o maior Infocentro do Pará
aberto ao público. São mais de 30 comunidades cadastradas e assistidas em um ambiente climatizado com 34 computadores,
Equipe Infocentro
Eletronorte
Público aguarda para acessar computadores
por meio do Navega Pará; manutenção dos
equipamentos quando necessário; e o fornecimento dos certificados. O Navega Pará é
um programa de inclusão digital resultado
da parceria entre a Eletrobras Eletronorte e o
Governo do Estado do Pará. Em 30 de março
de 2007, foi assinado um convênio de cooperação técnica com o objetivo de incrementar a infraestrutura de telecomunicações do
Estado por meio do compartilhamento de
cerca de 1800 quilômetros de rede de fibras
ópticas da Empresa.
Diante da grande procura no bairro do
Barreiro, a Eletrobras Eletronorte acrescentou mais cinco computadores completos na
sala de acesso livre e outros quatro na sala
Eletrobras
sendo 24 em sala para aula e 10 em sala
para acesso livre. Em 2010, fase experimental do projeto, 297 alunos concluíram
o curso de software livre, e 12 o curso de
manutenção de computadores. Em 2011,
somente no primeiro semestre, foram formados 356 alunos.
Na parceria realizada para implantação do
Infocentro, coube ao Governo do Estado o fornecimento de 20 computadores completos,
mesas e cadeiras, para a sala de aula; cinco computadores completos para a sala do
acesso livre; uma impressora; um datashow;
dois instrutores para as turmas (manhã e tarde); câmera filmadora instalada para monitoramento da sala de aula; acesso à internet
correntecontínua 55
de treinamento, além de um completo para
o instrutor. A Empresa também contribuiu
com a infraestrutura de apoio para a secretaria com dois computadores, bebedouro,
cafeteira, espaço físico, climatização em todas as salas, serviço de vigilância, limpeza,
conservação, água e iluminação. A Eletrobras Eletronorte contribui ainda com dois
estagiários que auxiliam os instrutores, assim como atendimento e dedicação integral
de uma pessoa do quadro de empregados.
Para quem frequenta o Infocentro, fica a
certeza de que, ali, jovens e adultos ocupam
o seu espaço e procuram muito mais do que
um passatempo, uma oportunidade para mudar de vida. Com ar sério e cabelos brancos,
o administrador de obras Rui Nelson Taveira
da Silva, 65 anos, chama atenção em meio
à juventude. Os olhos fixos no monitor de-
monstram o interesse de quem sabe o valor
do conhecimento. Ele começou a frequentar as aulas incentivado pelo enteado, David
Cruz, 18 anos, que já participava há algum
tempo. Ambos são moradores de um bairro
vizinho, Telégrafo, por não terem acesso à
internet, vão ao Infocentro realizar pesquisas e aprender um pouco mais. “Não tinha
nenhuma noção de informática. No meu
tempo fazia tudo datilografando na máquina
de escrever. Com o que aprendi aqui, melhorou e ajudou muito o meu desempenho
no trabalho. Além disso, gosto de pesquisar
sobre a vida marinha e ajudar nos trabalhos
de pesquisa do David. Essa iniciativa da Eletronorte é muito importante para as crianças
se aperfeiçoarem de forma gratuita. É muito
bom, desde que usem a informática para assuntos úteis”, afirma.
Eletrobras
Eletronorte
Mais inovação. Mais diferencial
Inovar para se manter é o lema do Infocentro, que se diferencia dos demais
pelas atividades e melhorias que vem implementando aos cursos, de forma que
o aprendizado no Barreiro seja cada vez
mais reconhecido e confiado pela sociedade. Ao iniciarem as turmas, é realizada
uma aula inaugural em que as regras da
Eletrobras Eletronorte e as de utilização
do Infocentro são divulgadas, evitando assim que qualquer ato de vandalismo possa
ocorrer dentro da Empresa.
Os cursos, que têm duração de um
mês, ensinam acesso à internet, processador de texto, planilha e apresentação, com avaliação ao
final de cada módulo. A presença é cobrada e os alunos só
recebem o certificado se tiverem boa avaliação e 75% de
frequência. Na metade do curso é realizada uma palestra
pela manhã e outra à tarde, ministrada pela Área de Responsabilidade Social da Empresa, com temas atuais e de
interesse da comunidade.
Quando se aproxima o período de seleção para novos
instrutores pela Secretaria de Estado e Desenvolvimento,
Ciência e Tecnologia - Sedect, o Infocentro convida os alunos que mais se destacaram para se tornarem voluntários
como monitores das turmas, oportunizando assim, além da
aquisição de didática para o ensino, o aperfeiçoamento do
conhecimento e a possibilidade de passarem no concurso
que seleciona os novos instrutores.
No último concurso, seis desses ex-alunos foram aprovados e serão instrutores em algum Infocentro do Pará,
56 correntecontínua
inclusive no da Empresa. Ao término
do curso, todos estão entrosados socialmente e motivados a ponto de não
dispensarem uma confraternização que
acontece após o último dia de aula,
com direito a refrigerante e docinhos
fornecidos pela própria turma.
A presença de uma pessoa dedicada
em tempo integral ao Infocentro, além
de viabilizar um bom relacionamento
com os alunos, ajuda a zelar pelo patrimônio da Empresa, mesmo com a
circulação de mais de 120 pessoas por
dia, de segunda a sexta-feira. Como a
demanda do Infocentro é muito grande, Catarina Fernandes (acima) tem a árdua e emocionante tarefa de
conviver no dia a dia com a ansiedade e a busca de conhecimento da comunidade, com as diversas situações
e histórias de vida.
Catarina afirma que, depois da implantação do Infocentro, houve redução de 60% dos assaltos sofridos
pelos empregados da Eletrobras Eletronorte. “A maioria desses jovens tem uma história de vulnerabilidade,
marginalização e risco de vida. Eles vivem em situação
de risco, em um dos bairros mais perigosos de Belém.
Desde cedo, convivem com as mazelas sociais, exclusão, violência, drogas e abandono. Ninguém trabalha
com a comunidade sem conhecê-la, eles vêm onde
sabem que serão atendidos. Não procuram apenas o
curso, mas atenção, pessoas que os olhem sem discriminação”, destacou.
Em tão pouco tempo foram realizados
cerca de 1240 acessos, que fizeram que
o DTCom batesse o record de utilização.
A maioria das famílias na região vive com
menos de um salário mínimo e aposta na
melhoria do currículo para conquistar um
emprego. Outro aluno que chegou ao Infocentro em busca dos cursos da TV Educativa é Elielson Rodrigues (acima, à esquerda),
31 anos. Desempregado há meses, sentiu falta de algo
que deixasse seu currículo mais atrativo para as empresas.
“A gente vive em uma sociedade informatizada, que exige
cada vez mais conhecimento. Estou há um bom tempo
sem emprego, não tive como competir por uma vaga e
muito menos pagar por qualificação. Por não acompanhar
esse ritmo global, fiquei para trás, mas estou aqui para
reverter essa situação”, desabafou.
A implantação dos cursos aproximou da Eletrobras Eletronorte, o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)
e o Centro Especializado de Assistência Social (CREAS),
ambos coordenados pela Fundação Papa XXIII- Funpapa.
Nestas instituições os menores que cometem algum tipo de
delito passam por processo de ressocialização como medida socioeducativa de liberdade assistida. São encaminhados para o Infocentro, onde dedicam parte do tempo aos
estudos, evitando assim a ociosidade e as atividades de rua.
Esta é uma penalidade decretada pelo Juizado da Infância
e Adolescência, por um período de seis meses, em assistência com terapia (psicólogos e assistentes
sociais) e atividades educativas.
Ao longo dos seus 38 anos de atuação
na Amazônia, a Eletrobras Eletronorte
tem como diferencial na sua política e
cultura organizacionais a responsabilidade socioambiental e o compromisso
com as comunidades. Hoje, ações como
o Infocentro fortalecem as metas estabelecidas pelo Governo Federal, promovendo o combate à miséria e a
inclusão digital. E isso faz a
diferença na vida de pessoas
como Elielson, Suany (acima, à esquerda) e David (ao
lado, à direita da foto com
Rui Nelson). Como disse Catarina, no Bairro do Barreiro,
em Belém, há muitas histórias a contar e o Infocentro
fará parte de muitas.
Colaborou Leila Cruz
Eletrobras
A Educação Corporativa Eletrobras
Eletronorte, em parceria com a Rede
DTCom, oferece à força de trabalho da
Empresa um completo sistema de educação corporativa online, que converge
TV digital via satélite e Internet, possibilitando o acesso integral aos dois pilares da educação à distância: conteúdo
e tecnologia. A TV Educativa Digital,
agregada aos outros recursos tecnológicos da Ucel, propicia a gestão do conhecimento e o desenvolvimento de
habilidades e competências necessárias ao negócio da Eletrobras Eletronorte e conta com três canais exclusivos de
treinamento: Canal Autodesenvolvimento - desenvolve as
competências gerenciais e de suporte; Canal Gestão Corporativa - desenvolve as competências estratégicas, e Canal
Gestão Pública - desenvolve as competências gerenciais.
A área de Educação Corporativa e a DTCom oferecem
programas contínuos de aprendizagem, de acordo com as
necessidades de treinamento do mercado e das mudanças
e tendências em gestão empresarial, para aprimoramento
das habilidades individuais e aumento da produtividade. A
Eletrobras Eletronorte expandiu, desde julho, a utilização
dos mesmos cursos disponibilizados para os empregados
aos alunos do Infocentro. A aceitação foi tão surpreendente, que a sala de acesso livre passou a ficar ocupada 90%
do tempo disponível. Hoje são mais de 498 inscritos, e
alguns deles já fizeram mais de 50 cursos, demonstrando
que a comunidade recebeu de braços
abertos essa iniciativa da Empresa.
A estagiária do Processo de Desenvolvimento de Automação e Monitoramento - Deam, Suany Reis Miranda,
18 anos, voluntária no Infocentro, realizou 50 cursos e convidou os irmãos
Faustino Silva e Miranda (15) e Elder
Machado Palheta (19) para se inscreverem nas atividades do DTCom. “Meus
irmãos são esforçados. Ter cursos de
qualidade disponíveis gratuitamente
é uma boa oportunidade para a capacitação”. Elder afirma orgulhoso que
realizou 36 cursos. “As videoaulas e
as apostilas ajudam muito na compreensão do conteúdo. Os exercícios permitem avaliar o quanto aprendi. Eu me
empenhei muito. Os cursos são muito
bons, e fundamentais para que eu possa
conseguir um emprego no futuro, pois o
meu currículo ficou mais interessante”.
Eletronorte
Educação Corporativa e DTCom
viabilizam novos cursos via internet
correntecontínua 57
Cultura
A música
sem fronteiras
Eletrobras
Eletronorte
Arícia Figueiredo
58 correntecontínua
Em uma sala, pessoas de diversas idades e
gostos se reúnem para simplesmente viajar. A
viagem sem destino ocorre numa questão de
segundos, onde é possível ir ao inimaginável,
ao infinito, andar descalço pelo espaço, passar pelas sete maravilhas do mundo em um
piscar de olhos. Sob os acordes de violinos,
violoncelos e instrumentos variados, é possível imaginar estar ao lado de Beethoven, Villa
Lobos e muitos outros artistas consagrados da
música erudita. O passaporte para essa viagem é oferecido pela Orquestra do Estado de
Mato Grosso, onde os passageiros são protagonistas de suas histórias mais íntimas.
Criada em 2005, a Orquestra do Estado
de Mato Grosso já ocupa um lugar proeminente na música de concerto produzida no
País. Em sete temporadas, o grupo já foi
aplaudido por meio milhão de pessoas em
mais de uma centena de cidades brasileiras
de todas as regiões do Brasil. Até agora, foram 62 programas ou repertórios apresentados, incluindo o resgate da obra de mestres
da música de Mato Grosso e composições de
destaque da literatura universal.
Regida pelo maestro Leandro Carvalho, a
Orquestra traz em suas raízes a lucidez erudita que mantém o clássico, toques da marcante cultura de Mato Grosso, como o som inconfundível da viola de cocho - instrumento
musical parecido com uma viola - e os traços
inconfundíveis da musicalidade brasileira.
São essas e outras misturas que proporcionam ao público viajar sem limites em cada
música apresentada.
Em sua série de concertos, a Orquestra
traz não apenas ao povo matogrossense, mas
a todos os brasileiros, a musicalidade do erudito com adequações contemporâneas, tendo sempre como norte a universalização da
música, da arte e da oportunidade de sonhar
ao ouvir os acordes. As apresentações se dividem em três: Concertos Oficiais, Concertos
Didáticos e Concertos Populares..
Em viagens musicais,
Orquestra do Estado de
Mato Grosso democratiza o
acesso à cultura e lota praças
e escolas por onde passa
Homenagear e emocionar - Ao entrar em
um teatro, o burburinho. A iluminação sutil
e a atmosfera carregada de expectativa para
o início do grande espetáculo fazem sentir o
peso e a responsabilidade que a música de
concerto traz consigo. São inúmeros os compositores que mudaram a forma de percepção da música e a trilha sonora de séculos,
traçando um longo caminho de história musical até os dias de hoje. A série de Concertos
Oficiais, patrocinada pela Eletrobras Eletronorte, tem como principal característica a
apresentação de repertórios muito elaborados
e inventivos, em que novas experimentações
combinam-se com o repertório tradicional da
música de concerto de vários países e períodos criativos.
A série sempre conta com a colaboração
e virtuosismo de renomados artistas de vários lugares do mundo, com carreiras reconhecidas pelo público e pela crítica. Em seis
anos de atuação, foram vários os profissionais não só do Brasil, mas de todo o mun-
Eletronorte
grupo. “Hoje em dia, quando recebo uma
partitura para viola de chocho, não preciso
adaptar tanto quanto antigamente. Nos primeiros anos, os arranjadores escreviam para
viola de cocho pensando violão. Era um problema porque há notas que a viola de cocho
não alcança”, explica o violeiro. “O grupo é
muito autêntico e criativo, é notável perceber
a façanha realizada pela Orquestra nesses
últimos anos, inserindo a viola de cocho e
outros instrumentos pantaneiros em apresentações muito eruditas, caso de As Quatro
Estações de Vivaldi, com a viola no papel do
cravo”, complementa.
Mas o grupo não impressiona somente
artistas. Quando a estudante Cristiane Lima
foi, pela primeira vez, ao Cine Teatro de Cuiabá assistir uma apresentação de música clássica, a Orquestra conseguiu entrar para a história de vida da jovem. Ela relata que estar na
plateia, ouvindo o som dos instrumentos, foi
ter a sensação de permanecer junto aos músicos. “Quase não acreditei que estava no teatro assistindo à apresentação. Me senti tão
à vontade, como se o lugar onde me sentei
fosse sempre meu. Tive a sensação de que os
músicos tocavam para mim, como se conhecessem o que eu sentia naquele momento.
Me senti livre como em uma música”.
Eletrobras
do, que colaboraram com o compromisso
de emocionar plateias. Ricardo Tacuchian,
compositor brasileiro que teve suas composições apresentadas pela Orquestra em
2010, pôde conhecer o grupo ao participar
dos ensaios para os concertos. “Foi uma grata surpresa. Vi um grupo de músicos jovens
e extremamente talentosos, que mostram
garra, disposição, musicalidade e fluência. O
resultado é surpreendente.
Uma boa orquestra é resultado de muito esforço de
bons músicos e de um bom
maestro. Leandro Carvalho é
um regente muito musical e
tem uma coisa que não se
aprende nas escolas: a musicalidade. A Orquestra de
Mato Grosso é voltada para a
realidade cultural brasileira.
É muito difícil ver orquestras
brasileiras programando autores brasileiros, ainda mais
quando o autor é vivo. E a
Orquestra de Mato Grosso é
uma das poucas que faz isso”.
Da sua criação até hoje, a Orquestra evoluiu muito na organização dos concertos,
processos logísticos e formações. O veterano
Bruno Pizaneschi (foto acima), violonista e
violeiro da Orquestra desde sua formação,
lembra um momento curioso na história do
correntecontínua 59
Eletrobras
Eletronorte
Na escola ou na praça, a cultura
Acordes, ritmos e melodias estão invadindo salas, pátios
e ginásios de escolas de Mato Grosso com outra atuação
marcante da Orquestra: os Concertos Didáticos. Nessa série, os concertos são direcionados ao público escolar, onde
professores são capacitados e alunos têm contato direto
com a cultura erudita. A série atende por ano 30 instituições de ensino da rede pública e privada das cidades
de Cuiabá, Várzea Grande e Nobres. As apresentações são
realizadas no ambiente escolar, em quadras esportivas, pátios e auditórios, mas também levam milhares de jovens
às salas de concertos em Cuiabá, a grande maioria, pela
primeira vez. Além de apresentar a música de concerto
para os alunos, a série prepara professores para lidar com
a música no ambiente de ensino. “As Oficinas de Capacitação instruem os professores a trabalhar a música como
ferramenta pedagógica. Por ano, 200 professores são capacitados e aproximadamente 15 mil pessoas são favorecidas pelas apresentações didáticas”, explica Érika Lustosa,
coordenadora dos Concertos Didáticos.
Depois de passarem pelas
oficinas, os professores são
estimulados a criar ações
transversais que possam incorporar o conteúdo oferecido em suas disciplinas. Para
Murilo Alves (à esquerda),
regente da Orquestra Jovem, que apresenta alguns
dos concertos da série, os
Didáticos são uns dos mais
importantes. “O ser humano
tende a não gostar daquilo
que não conhece. Muitas pessoas acham que não gostam
de música erudita, mesmo sem nunca ter assistido um concerto. Essa série vem suprir essa carência de informação,
de um primeiro contato para estudantes e professores”. O
maestro explica que, além de levar a cultura erudita para
o cotidiano das escolas, os concertos didáticos criam novas oportunidades à medida que o contato com os alunos
desperta o interesse para a música e para
os instrumentos. “É comum, após todo o
trabalho de capacitação e das apresentações nas escolas, alunos nos procurarem
interessados em aprender a tocar algum
instrumento”, afirma Murilo.
E a iniciativa está dando bons frutos.
Wilma Regina de Amorim (à direita), diretora do Centro de Educação de Jovens e
Adultos Professor Antônio Cesário Neto,
uma das instituições beneficiadas pelo
programa em 2011, destaca os ganhos da
60 correntecontínua
escola com a presença da Orquestra. “Foi uma grande
contribuição. Em nossa proposta pedagógica temos a
cultura como eixo norteador, e ter acesso a concertos eruditos foi esplêndido. A grande maioria do alunos, mesmo
os adultos, nunca tinham tido a oportunidade de assistir
a um concerto”.
A diretora ressalta ainda a importância não só das
apresentações, mas do trabalho realizado de capacitação. “O material utilizado, a metodologia e a forma de
atuação foram oportunidades únicas, que certamente
mudaram a forma como a música é encarada pelos professores e alunos. A iniciativa contribui para despertar
a sensibilidade para a cultura, para os alunos realmente
assimilarem a música como uma ferramenta de mudança social. Só temos a agradecer”, completa.
Praças - Muitas vezes, o acesso à cultura encontra
grandes barreiras. Apreciar uma apresentação de música clássica era um programa para pessoas de maior
poder aquisitivo em locais que somente um público
selecionado poderia frequentar. Mas isso é passado. A
Orquestra do Estado de Mato Grosso quebrou paradigmas e mostra agora que música clássica é para todos
e para qualquer lugar. Com os Concertos Populares, os
ingressos são apenas a boa vontade e o coração aberto.
Os locais são democráticos, como as praças, ícones da
reunião popular.
A cena é inesquecível: de olhos e corações atentos,
homens e mulheres, jovens e crianças ouvem o som de
artistas consagrados sob a luz do luar, em um banco da
praça. E quando não sobram bancos, vale levar a cadeira e sentar junto com toda família ao som de violinos,
violoncelos, violão e demais instrumentos que se casam
no concerto apresentado. Com o Concertos Populares, a
Orquestra do Estado de Mato Grosso realizou, somente
em 2010, exibições em 95 municípios de 21 estados
brasileiros, além do Distrito Federal. Na plateia, mais de
200 mil pessoas. Na temporada 2011, o grupo percorreu oito cidades de três importantes Estados brasileiros:
Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Antes disso, em 2008, a peregrinação por 22 estados brasileiros além
do Distrito Federal, com mais de cem
apresentações no ano, renderam uma
importante indicação ao Prêmio Carlos Gomes. “Tivemos a oportunidade
de levar a música e a cultura de Mato
Grosso para os quatro cantos do Brasil,
dando uma contribuição efetiva para a
construção de uma imagem mais positiva do nosso Estado no imaginário dos
para todos
Eletronorte
gional Pescuma, Henrique & Claudinho. Dos cinco álbuns,
o primeiro foi gravado em Recife, Pernambuco, em 2008,
exibindo a música sinfônica de Heitor Villa-Lobos. O segundo e terceiro álbuns gravados em 2009, passeiam pela
obra de José Bragato e Radamés Gnatalli e dos mestres do
rasqueado: Tote Garcia, José Agnelo e Albertino.
O quarto disco da Orquestra, O Berrante Pantaneiro, lançado em 2011, apresenta obra homônima do compositor
cacerense Guapo, em que a Orquestra utiliza um berrante
de boiadeiro em meio aos instrumentos tradicionais. Ainda
neste ano, a Orquestra de Mato Grosso lança o álbum que
exibe parte da obra de Villa-Lobos para violão, gravado em
2010, com um dos mais importantes violonistas brasileiros, Turíbio Santos. Todos os álbuns da Orquestra estão
disponíveis para download gratuito no blog www.musicotecaoemt.wordpres.com.
“Essa é apenas mais uma forma de democratizar a música de concerto, disponibilizando nossos álbuns e apresentações para um público incomensurável ao redor do
mundo”, diz o maestro Leandro Carvalho.
Eletrobras
brasileiros”, explica Leandro Carvalho.
A série de Concertos Populares é responsável por levar a música de concerto para praças públicas de cidades brasileiras com pouco ou nenhum acesso
à música erudita. “Um marco histórico
aplaudido de pé por dezenas de milhares de pessoas que, em sua grande
maioria, jamais tiveram a oportunidade
de observar, de perto, concertos tão
sérios quanto empolgantes”, afirma o
regente da Orquestra.
Mas não são só as barreiras sociais que distanciam
a música clássica das pessoas. A suposição de que os
acordes musicais do clássico não agradam aos jovens
também tem sua parcela de culpa. Mas isso também mudou. O adolescente Artur Arvelos mostra que a música
não tem idade. Com 14 anos, ele conta que, apesar dos
colegas da sua faixa etária definirem os concertos como
‘coisas chatas’, sente-se realizado com a apresentação
que assistiu na Praça Santa Luzia, na cidade de Patrocínio, Minas Gerais. “Realizei um sonho. Eu garanto que se
as pessoas da minha idade vissem e ouvissem o que eu
presenciei, certamente mudariam de ideia. É um sonho”.
O chef de cozinha Lúcio de Almeida diz que “a música desperta sensações na alma humana que tem o
poder de transformar pessoas”. Ele assistiu ao concerto
de música da Orquestra no teatro municipal em Anápolis, Goiás. “O repertório apresentado nos mostra a diversidade da cultura brasileira. Realmente, a música, a
apresentação, tudo isso é um néctar para alma”.
Para o maestro Leandro Carvalho, viabilizar o acesso
das pessoas à música erudita significa
valorizar a autoestima de uma população.
“É a mudança de paradigma que se dá
na cabeça dos adolescentes que ingressam em nossos programas de educação
musical, o apoio que os professores da
rede pública recebem para ministrarem
novos conteúdos em sala de aula, a repercussão silenciosa que isso gera, e tantos outros aspectos que dão ao trabalho
da Orquestra do Estado de Mato Grosso
uma dimensão profunda e necessária”,
destaca Carvalho.
A Orquestra já gravou quatro DVDs e
cinco álbuns em sua trajetória. Entre os
DVDs, destaque para o concerto gravado, em 2007, em São Paulo; e o DVD
gravado ao vivo em 2008, na Praça das
Bandeiras, em Cuiabá, com o Trio Re-
correntecontínua 61
Ciranda de
oportunidades
A Orquestra de Mato Grosso não se preocupa apenas
com a formação de novas plateias. Investe também no
desenvolvimento de jovens instrumentistas. Criado para
desenvolver ações nas áreas da educação e cultura, utilizando a música como ferramenta de cidadania, o Projeto Ciranda - Música e Cidadania é o “braço social” da
Orquestra. Reconhecido como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP pelo Ministério da
Justiça, o projeto foi criado com o objetivo de ensinar
música às crianças em situação de vulnerabilidade social, dando-lhes uma oportunidade de inserção no meio
cultural. “Percebemos logo que estávamos criando oportunidades e encontrando talentos que precisariam no
futuro de um encaminhamento profissional”, explica o
maestro Murilo Alves.
Uma importante parceria entre a Orquestra do Estado
de Mato Grosso e o Projeto Ciranda resultou então na Orquestra Jovem do Estado de Mato Grosso, que proporciona
a novos talentos em início de carreira, suas primeiras experiências musicais antes de chegarem ao nível profissional. “Os instrumentistas que mais se destacam no projeto
integram a Orquestra Jovem”, explica Elisangela Passos,
coordenadora do Ciranda.
Atualmente o projeto atende 250 crianças e oferece aulas de quatro famílias de instrumentos: cordas, madeiras,
metais e percussão sinfônica, além da musicalização, com
o coral infantil. Segundo Jorge Moura, ex-aluno e atual co-
Eletrobras
Eletronorte
“Meu dom é deixar
a música me tocar”
Quem assiste os Concertos Oficiais da Orquestra do Estado de Mato Grosso pode ter certeza que, em algum lugar
do teatro, está um senhor de aparência introspectiva, que
ouve as músicas com os olhos fechados como se estivesse
dormindo. “Não estou dormindo. Com os olhos fechados,
deixo que a música me embale e me leve a outros mundos e outras épocas. Deixo a música exercer seu poder”.
Este é José Damasceno Albues (à direita), mais conhecido
como Seu Zelito, que de introspectivo só tem a aparência.
O primeiro contato com a música clássica foi marcante e
decisivo. No Rio de Janeiro, em 1953, na época com 20
anos, ele andava com um grupo de amigos no bairro da Penha. Ao virar uma esquina, se deparou com um carro de
som tocando uma música nunca ouvida antes. Tinha uma
melodia clara e limpa que chegava aos ouvidos tocando o
62 correntecontínua
Alunos do Projeto Ciranda Música e Cidadania
ordenador pedagógico do projeto, a meta é ampliar o
atendimento para 500 crianças até o final de 2012.
“Todo ano tentamos aumentar o número de vagas, pois
a demanda é muito grande. Para alcançar esse objetivo,
temos projetos para compra de novos instrumentos e
uma nova estrutura física”.
As aulas ofertadas são regulares, e compreendem os
estudos práticos e teóricos, sem custo algum para os alunos que recebem ainda todo o material didático, métodos,
livros específicos de música, e a possibilidade de um contato maior com tecnologia e cultura musical, utilizando
a biblioteca do projeto. “É gratificante ver o rumo que o
coração. Frederic Chopin. Perdeu-se dos amigos ao ficar
para trás e apreciar a música que nunca mais deixou de
ouvir. Chopin é seu favorito.
Extrovertido, o cuiabano de 78 anos marca presença
em todas as apresentações da Orquestra e, até hoje, só
perdeu três. “Desde a criação da orquestra, em 2005,
eu perdi apenas três apresentações. Fui a São Paulo
para a gravação do CD e DVD, e também a Campo Grande, onde foi apresentado um repertório exuberante para
mais de 900 pessoas. Mesmo quando a apresentação se
repete no sábado e domingo, vou nos dois dias. As três
que perdi foram por eu não estar na cidade e não conseguir voltar a tempo”, lamenta. O apreciador de músicas
clássicas afirma que a afinidade com a Orquestra e os
Concertos Oficiais aconteceu com naturalidade, por ser
um apaixonado por música e por encontrar na orquestra
jovens dispostos, dinâmicos e interessados não só em
tocar, mas em fazer a diferença na história da música
em Mato Grosso.
No meio do jardim bem cuidado de sua casa, Seu
Zelito conta que nunca tentou tocar nenhum instru-
mento, pois afirma não ter a habilidade necessária,
mas se orgulha de não ter inveja de quem toca. “Meu
dom é deixar a música me tocar, e ela realmente toca
muito profundamente. Talvez se fosse eu a tocar os
instrumentos, esse sentimento não seria o mesmo”.
Com um livro na mão, “Música Clássica - Guia Ilustrado”, Seu Zelito identifica e ilustra a época em que seus
compositores preferidos viveram, além de suas principais
obras. E nem precisa abrir o livro para isso. Ao falar sobre a viola de cocho, faz uma revelação: “Ah, a viola de
cocho! Há suas vantagens morar em Mato Grosso. Há 30
anos, se você dissesse que a viola de cocho tocaria com
uma Orquestra, seria chamado de louco. Considerado um
instrumento rudimentar, quem imaginaria que hoje seria
a protagonista de várias peças, acompanhada de toda
uma orquestra. É um privilégio poder assistir tal feito”.
E faz uma promessa: se ganhar na mega sena já tem um
presente programado para o grupo. “Quero comprar uma
Harpa e contratar o artista para acompanhar a orquestra.
Seria magnífico. Eu gostaria de poder contribuir com a Orquestra de alguma forma, poder retribuir o que a música
tocada por eles faz por mim”.
Com os 78 anos de muita música na vida, seu Zelito
não pretende deixar que a conta de espetáculos perdidos
aumente. “Sem sombra de dúvidas, nas próximas apresentações você já sabe onde me achar”, diz sorrindo.
Eletronorte
Passos. E a experiência da Orquestra Jovem mostra que
ela está certa. Hique Gomez, multi-instrumentista idealizador do espetáculo Tangos & Tragédias, em cartaz há
mais de trinta anos, foi convidado especial da Orquestra
Jovem, em 2010. “Logo na primeira música, no primeiro
dia de ensaio com a Orquestra Jovem de Mato Grosso, eu
já fiquei arrepiado. De obra para obra, são novas interpretações construídas, com um nível de detalhamento muito
grande, ainda mais se tratando de um grupo de instrumentistas tão vasto. O trabalho que vem sendo realizado
é muito bom. Sinto que é um dos projetos musicais mais
bem sucedidos no Brasil”.
Eletrobras
projeto tomou, começando como um pequeno projeto e
se tornado um programa de educação musical. Em Nova
Mutum, por exemplo, foi criado um projeto nos moldes
do nosso, onde hoje promovemos até o intercâmbio de
estudantes”, destaca Fernando Pereira, professor de violino do Ciranda.
Mas ainda há desafios. “É preciso que haja uma
conscientização de que a música é uma profissão, que
tem meios para crescer, principalmente no Estado. O
terreno cultural de Mato Grosso é muito fértil e foi pouco explorado, então há sim muitas possibilidades para
os músicos que estamos formando”, destaca Elisangela
correntecontínua 63
Eletrobras
Eletronorte
Novos talentos
Dedicação e esforço são essenciais na construção de
um sonho. E quando ele vira realidade se transforma em
inspiração. É o caso de Caroline Kelly (acima), que aos
22 anos já ocupa cadeira no naipe de primeiros violinos.
Ela está entre os instrumentistas que se destacam na Orquestra Jovem e passam a integrar a Orquestra de Mato
Grosso. “Quando eu comecei a estudar violino no Projeto
Cirandas, já sabia onde queria chegar. Estudei muito, e
ainda estudo, e isso me levou a realizar o sonho de ser
musicista profissional na Orquestra de Mato Grosso”.
Instrumentista mais jovem do grupo, Caroline exalta
a possibilidade de tocar ao lado de músicos muito respeitados no mundo da música de concerto. “Toda essa
experiência culmina nos meus planos futuros, quero
continuar estudando, fazer mestrado e doutorado nos
Estados Unidos, voltar para Cuiabá e retribuir tudo que a
Orquestra fez por mim, formando novos profissionais da
música de concerto”, declara.
Outro talento refinado no projeto é Jasson André Ferreira Sobrinho (acima, à direita), saxofonista que aos 22
anos faz mestrado em música e integra o grupo Ciranda
Sax, despontando no cenário musical matogrossense.
“Desde pequeno eu já queria ser músico e não me via
64 correntecontínua
fazendo outra coisa. Na hora de optar pelo curso no vestibular, eu tinha que escolher a segunda opção, caso não
passasse na prova de aptidão musical. No momento eu
não tive dúvidas e não optei por nada. Eu sabia que estava destinado a ser músico”, conta.
Assim como Caroline, Jasson pretende proporcionar as
oportunidades que teve no projeto para aqueles que estão
chegando. “Comecei pequeno, aos oito anos, e na minha
época não havia muita oportunidade de estudos, havia
poucos professores e e eu não podia pagar. Hoje, com os
ensinamentos que tive no projeto, pretendo dar essa oportunidade para os novos que estão começando”.
Projeto Procel nas Escolas “Mais Economia,
Arte e Educação em Timon” leva cidade maranhense
a conquistar Prêmio pela segunda vez
Arthur Quirino
Pela segunda vez consecutiva, a parceria entre o Ministério de Minas e Energia,
a Eletrobras Eletronorte e a Prefeitura de
Timon rendeu à cidade maranhense o “Prêmio Procel Cidade Eficiente em Energia
Elétrica’’, distinção concedida anualmente
às experiências locais de maior destaque
em ações e iniciativas eficientes no uso de
energia elétrica.
Em sua 8ª edição, a cerimônia de entrega
dos prêmios ocorreu em Goiânia (GO) e fez
de Timon, a terceira cidade mais populosa do
Maranhão, a vencedora na Categoria Educação com o Projeto Procel nas Escolas “Mais
Economia, Arte e Educação em Timon”.
Distante geograficamente, mas ao lado de
Timon na disputa pelas premiações, Tucuruí
(PA) também marcou presença, ficando com
o Prêmio Destaque em Promoção dos Conceitos de Eficiência Energética pela sua participação no Projeto “O Procel Educacional
como Ferramenta de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica nas Escolas Municipais de Tucuruí-PA”.
Cerimônia de entrega dos prêmios ocorreu em Goiânia (GO)
Eletronorte
A história da sede do município começa a partir da fundação de
Teresina, quando foi aberta uma estrada para ligar a capital piauiense à
cidade de Caxias. Em frente a Teresina, no lado maranhense do rio Parnaíba,
foi estabelecido um ponto de travessia que, inicialmente, tomou o nome
de Porto das Cajazeiras e, mais tarde, o de São José do Parnaíba.
Em 1890 foi denominada Flores e, 1924, foi elevada à categoria
de cidade, recebendo o nome de Timon.
Eletrobras
Tecnologia
Timon recebe Prêmio
Procel Cidade Eficiente
correntecontínua 65
Atividades ludopedagógicas em escolas de Timon (MA)
Eletrobras
Eletronorte
A prefeita de Timon, Socorro Waquim,
ressaltou a importância do Prêmio para a cidade, afirmando que a iniciativa é um grande estímulo para os gestores. “Ações como
essa refletem não só na economia de energia
das cidades participantes, mas também na
melhoria de gestão pública como um todo”,
disse. Ela assumiu o compromisso de buscar
o tricampeonato da cidade no próximo ano.
A Eletrobras Eletronorte, por meio de convênios firmados com a Eletrobras, atua na
66 correntecontínua
implantação do Procel Educacional em mais
de mil escolas em sete estados. “A Empresa
tem realizado uma série de ações do Procel
Educacional, que tem como objetivos principais conscientizar a população para a importância do uso eficiente de energia elétrica,
reduzir o consumo e contribuir para a preservação do meio ambiente”, afirma a superintendente de Gestão da Inovação Tecnológica
e Eficiência Energética da Eletrobras Eletronorte, Neusa Lobato.
A secretária de Educação
do Município de Timon, professora Suely Almeida Mendes, explica que a conquista
do bicampeonato é reflexo
de uma mudança de mentalidade. “Timon ganhou um
novo espaço, oferecendo
uma melhor qualidade de
vida à sociedade. O Procel
chegou nas escolas e mostrou que é possível realizar
transformações na educação. Os recursos economizados são aplicados nas
reformas das escolas e capacitação de professores”.
O Procel Educacional envolve professores de todas as
O Zé Pereira é uma tradicional festa de carnaval que conta com
três blocos sistematizados e que movimentam a cidade com prévias
antes do evento. Outro evento de destaque na cidade é o Festival Junino,
com apresentações de quadrilhas e do Bumba-meu-boi, com enfoque
para o Grupo Riso da Mocidade, do Mestre Maleiro, que já
conta com 30 trinta anos de tradição.
A devoção a São José, figura paterna de Jesus Cristo e
operário de carpintaria, deve-se à informação de que nas
proximidades de onde hoje se encontra a Igreja Matriz São José,
foi encontrado uma imagem do santo por viajantes.
A partir daí, nasceu a devoção popular ao santo.
disciplinas aplicadas nas escolas. As ações
do programa incluem sensibilização de gestores escolares, capacitação de professores,
realização de atividades ludopedagógicas e
medição do consumo de energia nas escolas
e residências dos estudantes. Todo o material didático utilizado é doado pela Eletrobras Eletronorte e Eletrobras.
Na cidade de Timon, as ações de 2012
vão contar com a participação de docentes
e alunos das 35 escolas atendidas pelo Procel. “O desafio é buscar novas parcerias, disseminar nossas melhores práticas em outros
municípios, a exemplo do uso de garrafas
pet no telhado, possibilitando uma luminosidade mais eficiente do que as lâmpadas. A
nossa meta é conquistar o tricampeonato do
Prêmio Procel, em 2012, e nos tornarmos o
único município com esse título no Brasil”,
afirma Suely Almeida.
biente e economia de energia elétrica, que acontecem
em 35 unidades escolares da rede municipal de Timon.
“Tive interesse pelo Procel quando o Programa chegou
na minha escola e os professores explicaram que, além
de economizar energia, nós precisamos preservar o planeta”, conta orgulhoso. Nas palestras, seu Antonio José
faz a leitura de uma carta que escreveu para os alunos
de sua escola, falando da importância de estudar e de
aprender a ler e a escrever. “Nunca mais ficarei envergonhado por não saber assinar meu próprio no nome”.
Eletrobras
Aos 57 anos, Antonio José de
Almeida Sousa (foto ao lado), mora
no povoado Cabeceira da Inhuma,
em Timon, no Maranhão. Com uma
história de superação, Antônio José
descobriu o prazer de ler e escrever
quando tudo não parecia mais ter
significado.
Convites para ingressar no mundo
da leitura não faltavam. Professores
da Unidade Escolar Municipal Juremil da Silva Gedeon insistiam para
que Antônio José se matriculasse
nos cursos de Educação de Jovens
e Adultos - EJA. Mas a resistência
ainda era grande. O sentimento de
incapacidade afastava o sonho de
aprender a ler e escrever.
Mas um dia essa história precisava mudar. Convidado por agentes
comunitários a fazer o cadastro do
Programa Bolsa Família, na própria
escola, ele precisou assinar um documento. Ao confessar que não sabia assinar o próprio nome, tomou uma
decisão. No mesmo dia, matriculou-se naquela unidade
escolar e começou a estudar.
Casado com Rosilda Gomes de Oliveira, com quem tem
sete filhos, seu Antonio José é aluno na mesma escola onde
estuda sua filha Camila. Hoje, ele já lê, escreve e participa, com ela, das atividades educativas do Programa Procel
Educação. E a história mudou mesmo: agora ele ministra
palestras educativas na área de preservação do meio am-
Eletronorte
“Aprendi a dialogar, aprendi
muito mais sobre a minha família”
correntecontínua 67
A prefeita de Timon,
Socorro Waquim, recebe o
Plamge de Jussara Trajano,
da Eletrobras Eletronorte
Eletrobras
Eletronorte
Plano Municipal de Gestão
Energética busca economia
Timon também faz parte da lista de 941 cidades brasileiras que já descobriram como economizar dinheiro,
e de maneira sustentável, por meio da Rede Cidades
Eficientes - RCE, uma das linhas de trabalho do Procel
GEM - Gestão Energética Municipal, fruto da parceria
entre a Eletrobras e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal - Ibam. Segundo a Eletrobras/Procel, os
municípios que aderiram ao projeto podem reduzir em
até 20% o gasto com energia elétrica.
Representada pela prefeita da cidade Socorro Waquim, a Prefeitura Municipal de Timon recebeu o Plano Municipal de Gestão de Energia Elétrica - Plamge,
elaborado por técnicos da Eletrobras Eletronorte e do
Ministério de Minas e Energia.
Desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro
de Administração Municipal - Ibam, o Plamge é um
instrumento que busca levantar e organizar as diferentes atividades desenvolvidas pelas prefeituras municipais, permitindo a implementação de atividades com
eficiência energética, além de discriminar gastos com
energia do município. O Plamge também identifica os
pontos de desperdício e oferece propostas de ações
corretivas.
A prefeita Socorro Waquim agradeceu a parceria do
MME e da Eletrobras Eletronorte com a Prefeitura de
Timon, afirmando que a iniciativa irá trazer propostas e
soluções que apontarão os novos caminhos para a admi-
68 correntecontínua
nistração pública. “O Plamge veio complementar a conscientização que começamos com o Procel Escolas, com
uma nova caminhada rumo à economia. Agora, aceito
também o desafio de concorrer à premiação nos próximos
anos como cidade eficiente em energia elétrica, na modalidade Gestão Energética Municipal - GEM’’.
O GEM é um subprograma no âmbito do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica que tem como
missão ajudar as prefeituras a gastar menos com energia
elétrica e consiste, basicamente, de um levantamento
de todas as unidades consumidoras das prefeituras, incluindo Iluminação Pública, seguida do monitoramento
do consumo e dos gastos de cada unidade.
Redução de despesas - Este monitoramento permite
a identificação dos pontos de maior consumo e desperdício de energia, permitindo a elaboração de projetos de
eficiência energética com vistas a reduzir o consumo e
os gastos da prefeitura com energia elétrica. Em Timon,
o potencial de redução de despesas com energia elétrica
é de R$ 439.406,52/ano (16,27% de redução dos gastos); e a de redução do consumo, de 810,785 MWh/ano
até o final de 2014 (9,12% de redução do consumo). O
investimento total estimado para implantação do Cenário
de Eficiência Energética é de R$ 735.478,74, o que apresenta um tempo de retorno simples de 20 meses (um ano
e oito meses).
Segunda-feira, 17 de outubro
6h - Hoje será um dia diferente, pois irei a uma cidade que ainda não tive a oportunidade de
conhecer. Vou a Jauru dar apoio no comissionamento do AT6-02 para sua energização prevista
para o dia 23 de outubro. Só de pensar em ficar uma semana longe da Ellen e do nosso filho Enzo,
o coração fica apertado, mas o profissionalismo sempre fala mais alto e vamos em frente. Antes de
sair, despedi-me da esposa com um beijo e também no pequenino que ainda dormia.
7h30 - Eu e o colega Ozenil Peixoto saímos de Rondonópolis, inicialmente com destino a
Cuiabá (210 km). Esta é a terceira vez que vou trabalhar em outra divisão. Já trabalhei em
Coxipó, Sinop e agora em Jauru. Quando surge uma solicitação de apoio para outras divisões,
Eletronorte
“Para os colegas que não me
conhecem sou Fernando Ricardo
Rodrigues, técnico do Sistema
de Proteção, Controle e Supervisão - SPCS da Divisão de Transmissão de Rondonópolis, onde
estou desde outubro de 2005,
quando entrei na Eletrobras
Eletronorte. Nasci no dia 31 de
outubro de 1977, na cidade de
Umuarama, no Paraná, e aos
três anos de idade nos mudamos
para Ariquemes, Rondônia, onde
ficamos até 1991. Minha mãe,
Neuza Ricardo Rodrigues, é servidora pública federal, atuava na
área da educação em Ariquemes
e solicitou transferência para
Cuiabá, para a Escola Técnica
Federal do Mato Grosso, onde
está até hoje. Meu pai João Carlos Rodrigues Napolitano, autônomo apaixonado por carros, é
mecânico de automóveis desde sua juventude.
Em Cuiabá me formei em Eletrônica no ano de 1996, que desde a infância era meu hobby.
Nesse mesmo ano passei no concurso para a extinta Telemat (Telebras). Após a privatização
pedi demissão para trabalhar na Usina de Manso, como terceirizado de Furnas.
Recebi proposta para voltar para a área de telecomunicações em uma empresa israelense chamada Innowave, com sua sede no Brasil, localizada em Curitiba. Nessa empresa fizemos a implantação de todo o sistema de telefonia wireless da Global Vilage Telecom – GVT, que era concorrente
da então Tele Centro Sul (Telemat após a privatização). Com o término do contrato entre Innowave
e a GVT, passei a fazer parte do quadro de funcionários da GVT onde fiquei até 2003. Em 2003,
recebi proposta para trabalhar na Usina Itiquira, a cerca de 70 quilômetros de Rondonópolis.
Saí da casa dos meus pais, em Cuiabá, e fui morar em Rondonópolis. Em Itiquira aprendi muito
sobre SPCS e foi onde adquiri muitos conhecimentos que contribuíram para que eu passasse no
concurso da Eletrobras Eletronorte, em outubro de 2005. Neste mesmo ano, no dia 2 de abril, me
casei com Ellen Karine de Oliveira Rodrigues, formada em Direito. Chegou 2008 e tivemos o nosso
querido filho Enzo Pinheiro Rodrigues, que depois de muita luta por sua saúde, hoje é um menino
saudável e muito esperto. Neste diário descreverei uma parte das atividades realizadas por nós da
equipe de SPCS de Rondonópolis. Não direi rotina, pois nosso trabalho nunca é o mesmo. Sempre
estamos enfrentando novos obstáculos e aprendendo mais a cada dia”.
Eletrobras
Amazônia e Nós
Diário de
Fernando Ricardo Rodrigues
correntecontínua 69
nosso coordenador Lucival Lobato pergunta
quem está disposto a ir, claro que de acordo
com a disponibilidade de cada membro da
equipe e das programações locais.
11h - Chegamos a Cuiabá. Como sempre o
trecho da estrada entre Rondonópolis e Cuiabá estava muito movimentado e perigoso.
Agora vamos almoçar para continuar nossa
viagem até Jauru.
14h - Saímos de Cuiabá com destino a
Jauru (aproximadamente 400 km).
18h30 - Após rodar mais de 600 km, finalmente chegamos a Jauru e nos hospedamos
no Hotel Hastra. Agora vou tomar um banho e
descansar um pouco.
20h - Saí para jantar na companhia de
Ozenil, João Egídio e Jhonnattann e, em seguida, retornamos ao hotel para descansarmos para o dia de amanhã.
Eletrobras
Eletronorte
Terça-feira, 18 de outubro
6h - Acabei de acordar e daqui a pouco, após
o café da manhã, irei para a Subestação Jauru.
7h30 - Chegamos na SE Jauru.
8h - Antes do início das atividades, participamos de uma reunião de nivelamento com os colegas Marcos Nonato, Edmilson, Ary, Willian e Ozenil
sobre os trabalhos em andamento e as atividades que realizaremos durante as
próximas duas semanas. Nessa reunião ficamos sabendo que a energização
foi adiada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para o dia 30, devido à
realização do Enem.
08h30 - Iniciamos os trabalhos realizando adequações em paineis da proteção de barras para a entrada do AT6-02. Hoje serão liberados os demais
paineis para trabalharmos.
11h30 - Encerrando as atividades da manhã, saímos para almoçar e, em
seguida, vamos para o hotel.
13h00 - Após um breve descanso, saímos do hotel para a SE Jauru.
13h30 - Retomamos os trabalhos de adequação de painéis.
17h30 - Ao final de um dia de trabalho, voltamos ao hotel, jantamos às 20h
e repousamos para estarmos prontos para mais um dia amanhã. Hoje minha
esposa ligou e fiquei sabendo que o meu filho Enzo de três aninhos chorou,
sentindo minha falta. Conversei com ele por telefone
para matarmos um pouco da
saudade.
70 correntecontínua
Quarta-feira,
19 de outubro
6h - Acordei como de
costume, sempre sentindo
muita falta da família, principalmente do Enzo falando
“Papai vamos tomar café da
manhã?”. Mas vamos lá, matamos a saudade no retorno
ao lar, após cumprir nosso
dever.
Eletrobras
Quinta-feira, 20 de outubro
6h - Acordo para mais um dia de trabalho. Estou mais descansado, porém,
as dores abdominais continuam e estão mais fortes.
7h - Tomamos o café da manhã no hotel e estamos no aguardo da viatura
que nos conduzirá até a SE Jauru. Enquanto esperamos, conversamos sobre
as atividades do dia.
8h - Hoje, com os equipamentos do pátio liberados para testes, começaremos a fazer testes funcionais e verificar a recepção dos eventos e alarmes para
os operadores (IHM SAGE), onde o Edmilson estará confirmando os textos.
Nesses testes verificamos a posição dos equipamentos de pátio, das seccionadoras e disjuntores, simulando os pontos de supervisão de cada equipamento,
como falta de tensão, falta de fase, chave local remoto, aberto/fechado, baixa
pressão de SF6 (gás isolante do disjuntor), entre outros. Com esses testes
Eletronorte
7h - Tomamos o café da
manhã no hotel, eu e Ozenil, e estamos no aguardo do
carro que nos conduzirá até
a SE Jauru.
8h - Na chegada, como
sempre, há um breve momento de descontração com
os colegas e, logo em seguida, iniciamos nossos trabalhos com os testes da nova
base de dados do SAGE para
atender a entrada do AT602, simulando nos painéis
do pátio a subida dos eventos
e alarmes (possíveis ocorrências) para a IHM (operação),
sempre tendo aulas de SAGE
e aprendendo mais com o
Professor Edmilson.
11h30 - Fizemos uma pausa para o almoço.
13h30 - Retornamos à Subestação e reiniciamos as atividades, estendendo-se até as 17h.
17h - A partir de hoje, vou me hospedar em um hotel em Araputanga, pois
lá ficarei no mesmo local que o restante da equipe, facilitando o apoio do
transporte e melhorando sensivelmente a qualidade do repouso.
Hoje comecei a ter dores abdominais, acho que algum problema na alimentação. Conversei com minha esposa pelo Skype e tive notícias que o Enzo
estava bem.
correntecontínua 71
asseguramos que as informações de falha e/ou estado dos equipamentos estão
chegando de forma correta
ao operador, bem como checando se os desenhos funcionais estão corretos.
11h30 - Durante toda a
parte da manhã estivemos
envolvidos com os testes
funcionais e agora vamos almoçar.
13h30 - Retornamos para
a Subestação e retomamos
as atividades dos testes funcionais dos equipamentos
do pátio, sendo 24 seccionadoras e 2 disjuntores.
17h - A realização dos trabalhos está acontecendo de acordo com o cronograma, salvo alguns contratempos encontrados e contornados. Retornamos
para o hotel em Araputanga.
20h - Novamente entrei em contato com minha família e graças a Deus
está tudo bem.
Eletrobras
Eletronorte
Sexta-feira, 21 de outubro
8h - Como nesta manhã a maioria dos componentes da equipe está descansando devido aos testes ocorridos durante a madrugada, vou procurar uma
falha de fuga à terra com o colaborador Ary Miranda, na tentativa de localizar
o ponto onde está sendo aterrado o positivo do serviço auxiliar de corrente
contínua.
11h30 - Pesquisamos o defeito por toda a manhã e ainda não localizamos
a falha. Paramos para o almoço.
13h30 - Retornamos para
a Subestação Jauru
14h - Recomeçamos
nossas atividades de busca
da falha à terra analisando
pontos que foram conectados no mesmo dia em que
aconteceu a ocorrência, a
fim de localizar algum ponto que tenha sido conectado
erroneamente. Nada foi encontrado.
17h - Concluímos mais
um dia de trabalho e estou
indo para o hotel, sempre
pensando onde a falha pode
estar. Hoje as dores abdominais pioraram, fui a uma farmácia comprar medicação.
72 correntecontínua
Sábado, 22 de outubro
6h - Acordei sem sentir dores, a medicação funcionou.
7h30 - Hoje iniciaremos os testes funcionais do autotrafo 2, realizando
ensaios em suas proteções internas, subida de alarmes para IHM SAGE de
Eletrobras
Domingo, 23 de outubro
0h50 - Acabo de chegar ao hotel e agora vou dormir para estar de pé as 5h30.
5h30 - Acordei ainda um pouco cansado e vou me preparar para mais um dia.
7h - Novamente estamos na Subestação (eu e o Willian) e desta vez fomos
autorizados a começar os trabalhos.
9h - Finalmente resolvemos o problema de fuga à terra, tirando um peso
dos ombros. A falha estava num cartão de proteção de surtos da unidade de
controle da fase reserva do autotrafo. Substituímos o módulo eliminando a
anomalia. Passar o resto do domingo longe da família não é nada bom, não
paro de pensar no Enzo, nas artes dele, mas a semana passará rápido e na
semana do dia 31, estarei com eles em nosso lar. Finalizo meu diário hoje,
mas ficarei mais esta semana em Jauru.
Retorno para Rondonópolis no dia 31, segunda-feira (meu aniversário), pois
o desligamento previsto para o dia 30 da linha Coxipó I, onde eu realizaria modificação na lógica de proteção das unidades de proteção digital para evitar desligamentos indevidos da linha, também foi cancelado pelo ONS devido a outras
atividades (de outras empresas)
programadas para este mesmo
dia. Portanto ficarei em Jauru
para a energização do autotrafo 2,
no dia 30 de outubro. Agradeço a
todos os envolvidos neste comissionamento e citados anteriormente, pela troca de experiências
e conhecimentos. Se Deus assim
permitir, no dia 31 à noite estarei
com minha família, poderei comemorar o restinho do meu aniversário e soprar as velinhas do bolo de
aniversário com o Enzo, o que ele
tanto adora.Um cordial abraço a
todos os colaboradores da família
Fernando com sua esposa, Ellen Karine,
e seu filho Enzo Pinheiro Rodrigues
Eletrobras Eletronorte.
Eletronorte
mini-disjuntores,
alarmes
sobre temperatura de óleo
e do enrolamento, nível de
óleo, entre outros.
14h30 - Terminamos os
ensaios funcionais do AT602, e estou voltando ao hotel
para descansar até as 22h,
e então retornaremos (eu e o
Willian) para continuarmos
com a pesquisa da falha à
terra que deve ser realizada
em horário de carga leve do
sistema (das 22 até as 6 da
manhã).
23h - Estamos novamente na SE Jauru aguardando
liberação do documento pelo ONS para recomeçarmos as atividades conforme
programado anteriormente.
23h40 - O ONS nos informa que não poderemos trabalhar devido a outra
atividade estar sendo executada em Nobres e que, portanto, só poderemos
iniciar os trabalhos a partir das 7h do domingo. Retornamos ao hotel.
correntecontínua 73
Correio Contínuo
Parabéns a todos pela edição da Corrente Contínua. Sempre acompanho a revista e gostei muito da nova
coluna de frases. Continuem fazendo a diferença no Setor Elétrico e contribuindo para a pesquisa na área
de energia. Parabéns!
Rogério Santos - Brasília-DF
Agradecemos a doação e o recebimento da Revista Corrente Contínua, v.33, n.237, mar./abr.2011, v.33,
n.238, maio/jun. 2011, v.34, n.239, jul./ago. 2011. Sua doação é muito importante para os estudos e pesquisas de nossos usuários. Solicito a continuação da doação desta revista. Agradeço pela ajuda e colaboração.
Rosa Elena Leão Miranda - Biblioteca da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado do Pará
Érica,
Linda tua poesia.
Tua sensibilidade captou maravilhosamente bem o sentimento ali presente.
Poucos o conseguem. Parabéns.
“Que sussurra a canção da vida de cada dia”.
E o rio que mansamente ali dentro corre,
De nascente que o tempo quase esconde,
Sentimento que por vezes se fez náufrago,
Hoje dorme?
E em que margem se perderam,
Os sonhos que em teu leito floresceram”?
Jose Alberto Mascarenhas Rocha - Brasília-DF
Parabéns pela inovação “folhear eletronicamente” as edições da Corrente Contínua.
Ficava sentida quando não conseguia ler as publicações, pois fico muito feliz ao ver minha Empresa a
frente de grandes projetos, recebendo vários prêmios, inclusive rever amigos ao menos por foto, etc. É com
muito orgulho que faço parte da família Eletronorte desde 23.4.1979. Guardo com muito carinho meus
diplomas de 10 (também PIN) e 20 anos. Gostaria imensamente de receber também o comemorativo aos
30 anos para fazer parte de minha história. Desde já meus agradecimentos,
Maria da Conceição Costa Monteiro - Eletrobras, Rio de Janeiro
Parabéns pela versão digital, muito interessante.
Márcio Barbosa de Macedo - Brasília-DF
Muito bom!!!!! Meus parabéns a toda equipe.
Maria Margarida Mariani - Brasília-DF
Parabéns, a Corrente Contínua está maravilhosa, interessante e gostosa de ler!
Cristina Ferreira Coimbra - Brasília-DF
Adorei a minha história na Corrente Contínua! Érica, parabéns pela condução na entrevista que resultou
em uma excelente reportagem! Fiquei orgulhosa e muito feliz de como ficou emocionante minha trajetória ao
longos desses trinta anos na Eletronorte; meus filhos, os colegas de trabalho, inclusive colegas das regionais
me falaram quanto ficou boa a reportagem, como também a disponibilização das fotos. Obrigada mais uma
vez, por ter conduzido a matéria da minha história na Eletronorte, de forma tão brilhante! PARABÉNS!!!!
Sonia Maria de Sousa Barros - Brasília-DF
Eletrobras
Eletronorte
Excelente a versão digital. A revista está cada vez melhor e é referência para pesquisas. Parabéns!
Mariana Silva - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Vi através do site a nova edição da Corrente Contínua que, como sempre, vem surpreendendo com seu
conteúdo excelente. Parabéns a todos que fazem dessa revista não só um canal de comunicação da Eletronorte com a sociedade, mais sim uma parte do coração e da alma do Setor Elétrico Brasileiro.
Vinycius Kaiser - Energética Águas da Pedra
74 correntecontínua
Toda tarde tem
um tom de despedida
um apreço de saudade
uma porta para a noite
aberta
Toda tarde é um convite
ao pensamento
um passeio absorto
escondido na sombra
penumbra
Toda tarde é um convite
a enterrar o dia
atrás da serra
onde os raios saem
vermelhos
Toda tarde tem
calor de rodamoinho
canto de passarinho
poeira no caminho
rastros
Poema: Jaider Esbell, do livro Tardes de Agosto, Manhãs de Setembro, Noites de Outubro. Foto: Rony Ramos.
Eletronorte
Toda tarde é
gostosa pra rede
delícia pra água
curta pro ócio
nostalgia
Eletrobras
Fotolegenda
TARDES
correntecontínua 75