colégio john wesley

Transcrição

colégio john wesley
DIÁRIO DO AÇO
ESPECIAL
AS ESCOLAS DE IPATINGA
CAPÍTULO XIV
COLÉGIO JOHN WESLEY
O Colégio John Wesley
foi fundado em Ipatinga, em
1964. Inicialmente, a família
Fernandes fundou a Associação de Pais e Alunos, dando
origem ao Colégio Santa Mônica, tendo como primeiro diretor Sebastião Fernandes, que
iniciou suas atividades educativas na rua Caetés, no bairro
Iguaçu, onde permaneceu até
o ano de 1968. O nome Santa Mônica foi uma homenagem aos moradores do bairro
de mesmo nome, em Ipatinga,
que sofreram com a invasão da
Cavalaria militar na madrugada do dia 6 para 7 de outubro
de 1963, no episódio que ficou
conhecido como o “Massacre
de Ipatinga”.
Depois o pastor canadense
Donald Raffan adquiriu o Colégio Santa Mônica, transferindo-o para a rua Belo Horizonte,
no Centro, em imóvel da Igreja Metodista, e no ano seguinte
mudou-o definitivamente para
a rua Mariana, com o nome de
Instituto John Wesley. Mas a
autorização de funcionamento
só veio em 1967, com os cursos
de 5ª a 8ª série, e dois anos depois começou o curso de Contabilidade.
Em 1968, o pastor metodista Henrique Abreu Magalhães
chegou a Ipatinga para fechar a
escola, que passava por problemas financeiros, mas acabou
assumindo como novo diretor
e, a partir de 1970, o colégio ganhou nova vida e foi reconhecido pela diretoria secundária
do Ministério da Educação e
Cultura, época em que Evaldo
Fontes substituiu o pastor Hen-
Colégio John Wesley
cursos de Administração, Auxiliar de Administração e Processamento de Dados.
Em 1983, Edwiges Selim de
Salles Bicalho, a dona Lilá, assumiu a escola e implantou
os cursos de Magistério de 1º
Grau e Ensino Normal, e ficou
por 17 anos administrando a
escola que, em 1999, foi adquirida pela educadora Ana Rita
Cunha Carvalho e sócios, passando por uma série de melhorias e transformações para melhor atender a classe estudantil
do Vale do Aço, implantando
diversos cursos profissionalizantes e o pré-vestibular.
PERSONAGEM DA HISTÓRIA
HELENA DE BARROS QUINTÃO
Divulgação
rique Abreu Magalhães. Nessa
época, o colégio era a grande
atração dos jovens de Ipatinga,
devido à participação nos Jogos Coletivos Regionais (Jocre)
e a satisfação de poderem se relacionar com pessoas do sexo
oposto. Afinal, o John Wesley
foi o primeiro educandário de
Ipatinga a aceitar ambos os sexos na mesma sala de aula.
Com a morte trágica de Evaldo Fontes, em um acidente automobilístico no morro da Usipa, sua esposa, Valdívia Fontes,
assumiu a direção da escola e a
administrou até 1982, período
em que foram implantados os
3
Domingo, 3 de agosto de 2014
Em 2014, o Colégio John
Wesley completa 50 anos de atividade. John Wesley foi um teólogo inglês que viveu de 1703
a 1791 e foi eleito pelo pai, um
pastor anglicano, para herdar
seu cargo no final de sua vida.
Mas John Wesley, muito cedo,
rompeu com a igreja oficial inglesa, viajando pela ilha britânica pregando suas ideias de
piedade, zelo e fervor com as
coisas de Deus. Possuía grande capacidade oratória para governar os homens e se transformou numa força viva do
protestantismo e ecumenismo
mundiais.
Dona Helena Quintão
nasceu em Marliéria, no dia
7 de outubro de 1941, filha
de Manoel de Oliveira Barros e Eli Dias Quintão. Casou-se com Manoel Martins
Costa, e da união nasceram
as filhas Fabíola e Thaisa.
“Ainda em Marliéria,
fui professora da Escola Estadual Padre João Borges
Quintão. Participei da criação e construção e também
fui professora da atual Escola Estadual Liberato de Castro. Formada professora pela
Escola Normal Sindoval de
Azevedo, assumi a coordenação do Movimento de Educação de Base (MEB) num
trabalho voluntário, cujo
objetivo era a alfabetização
de adultos através das Escolas Radiofônicas, desenvolvimento do espírito comunitário, animação popular.
Apresentado esse trabalho na Câmara Municipal
de Coronel Fabriciano, o então vereador Raimundo Anício nos convidou a iniciar o
trabalho também em Ipatinga. Fizemos as primeiras reuniões à luz de lampião a gás,
e depois selecionamos e treinamos monitores para a implantação das escolas, que receberiam as aulas através da
Rádio por um Mundo Melhor, de Governador Valadares. Em 1964, tomei posse como professora na Escola
Manoel Izídio. Mal iniciara
o trabalho de matrículas e a
inspetora, dona Iris de Matos Prata, encaminhou-me
para assumir a Escola Esta-
CAUSOS E CURIOSIDADES
O ASSALTADO
A MOÇA DA FOTO
José Pascoal, da Tabacaria Central (foto), fichou na
Usiminas, na seção UMAG, no dia 5/6/1963, chapa
10.157.1. Como quase todo funcionário da empresa,
ele desfilava com um relógio “Lanco” no pulso e, como
meio de transporte, usava uma bicicleta Monark, adquirida do Silas Augusto. No caso do Pascoal, ainda
havia um adereço complementar: era um cordão de
ouro daqueles tipo bicheiro de escola de samba, adquirido em São Paulo com a indenização da demissão
da Villares, que chamava a atenção de todos.
Como quase não existia assalto na cidade, Pascoal ia de bicicleta da Usina para o bairro Vila Celeste, onde morava, exibindo o tal acessório. Certa feita,
passando pelo “Prato Raso”, hoje bairro Novo Cruzeiro, um eucalipto impedia a passagem. Ao descer da
bicicleta, ele recebeu uma pancada na cabeça e lá se
foram o cordão e o relógio. A presença do Pascoal assaltado e sem o devido cordão foi a notícia do dia em
toda a usina.
A Estação Ferroviária do Córrego de
Nossa Senhora, a segunda de Ipatinga, foi
inaugurada no ano de 1922, no hoje bairro Horto, e era naquela época o ponto final da linha do trem. Foi nela que desembarcou uma grande parte do material para
a construção da Usiminas. É de conhecimento da população da cidade somente uma foto dessa estação, na qual aparecem uma moça e uma menina. No dia 29
de julho de 2014, em uma das atividades
do projeto “Estação Saudade”, da Prefeitura de Ipatinga, nós tivemos a grata surpresa
de descobrir o nome da moça que aparece
na foto. Trata-se de dona Isaura Maria Lima
(foto), viúva do Sr. Zeza Avelino Souto, que
empresta o seu nome à Estação Memória.
A revelação surpreendeu a todos, inclusive
ao seu filho, Apolono Avelino Souto.
dual do bairro Bom Jardim.
Eu tinha como objetivo apenas organizar a escola, mas
acabei por ser sua diretora,
até me aposentar.
Também no bairro Bom
Jardim, participei ativamente da criação do Ginásio Rui
Barbosa, onde assumi a direção em 1968, ficando até
1984. Empenhei-me para a
construção do prédio e denominação da Escola Estadual
Laura Xavier Santana e também para a criação da Escola
Estadual Maria Antonieta da
Silveira. Participei também
da criação do Ginásio Castro Alves (escola da comunidade do bairro Bom Retiro).
Simultaneamente, de 1967
até o final de 1973, fui professora na Escola Estadual João XXIII e no Colégio
Municipal de Ipatinga. Em
1974, criamos a Assedipa,
uma sociedade de irmãos,
dando origem ao Colégio
Assedipa, que assumiu e reestruturou o Colégio Batista”, conclui a educadora Helena Quintão.
Helena de Barros Quintão