O mundo do trabalho é imenso e as
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O mundo do trabalho é imenso e as
Ele está de volta: Detonator Expediente Publisher Alessandro Sani Projeto Gráfico e Editorial Adron Digital Studio Gerente Comercial Aleksandra Chazan Briones Sani Colaboradores Albangela Ceschin Machado Axikerzus Sahjaza ( Lord A.´.) Carlos Mancha Chris Bernardi Fernanda Chazan Briones Malory Sánchez Mônica Salomé Impressão Gráfica Rotativa Tiragem – 15 mil cópias Distribuição gratuita nas portas das escolas e faculdades da região da Av. Paulista, Vila Mariana, Aclimação, Paraíso, Pça. Da Árvore, Saúde e Jabaquara. A Geração Z é uma publicação bimestral da Quíron Consultoria em Gestão Empresarial Ltda Contato [email protected] Facebook: www.facebook.com/pages/ Geração-Z-Magazine/163742897154556 cultura 5 Terry Richardson: O sexy nome da polêmica gourmet 6 Seus dias de perrengue acabaram: Aprenda o ABC da cozinha música 8 Massacration – O ínicio descompromissado de uma banda compromissada 12 Detonator: Contra a americanização: Vote Saci 16 Project 46 games 18 Das construções de edifícios para os games: A era da nova engenharia! literatura 22 Oito contos de terror que todos deveriam ler comportamento 24 Se sua vida fosse uma partida de futebol, qual seria a sua posição? 27 Musculação na Infância e Adolescência 28 Ciúmes 29 Beijar Faz Bem pra Saúde? 30 Cabelos coloridos 32 A Reunião Vampyrica 5 6 8 18 34 22 editorial Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou ao Estado. Opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se contra o coletivismo, no que concerne à propriedade. O exercício da liberdade individual implica escolhas, que, nas sociedades contemporâneas, frequentemente estão associadas a um determinado projeto. Indivíduos desenvolvem seus projetos dentro de um campo de possibilidades e dado um certo repertório sociocultural - que inclui ideologias, visões de mundo e experiências de classe, grupos, dimensões nas quais ele se insere. O psiquiatra, Flávio Gikovate, diz que estamos vivendo uma revolução da maior importância e que pode ser definida assim: se antes a vida em comum era fundada na boa capacidade das pessoas de fazer concessões, de abrir mão dos seus desejos e interesses em favor do outro e visando a harmonia a qualquer custo, hoje em dia nossa capacidade para conceder diminuiu muito e a disposição que temos é para que respeitem nossos desejos, interesses e nosso modo de encaminhar as coisas da vida. Nos relacionamentos, quase sempre um fazia concessões e o outro era exigente e imprimia seu ritmo à vida em comum. Ou seja, sempre se louvou a capacidade de conceder das pessoas, mas quem concedia mesmo era apenas um dos membros do casal. O outro, o mais egoísta, sempre cuidou do seu interesse acima dos outros membros da família. O generoso concedia e o egoísta levava vantagem. O que concedia se sentia superior, melhor, mais elevado, e o egoísta se achava o mais esperto porque obtinha benefícios mais facilmente. Para poder amenizar isso, nós precisamos cultivar um pouco de silêncio, tolerância e de muita ponderação. Além de aprender a ouvir, sentir empatia sobre o outro, sobre outras opiniões, saindo do seu mundo íntimo, observando-se parte de um todo maior. Sentindo a si e aos outros, como forças de igual importância. Para ser feliz é fácil. Basta começar a amar quem anda ao seu lado. Crie situações onde o outro se sinta sempre incluído, valorizado. Dispense a neurose dos pensamentos sobre si mesmo, como se sente, sobre sua vida, se está feliz ou não, se está certo ou não! Essa mania de ter razão não prova nada a ninguém. Apenas desgasta e cria intrigas entre as pessoas. por Alessandro Sani Terry Richardson: O sexy nome da polêmica cultura Por: Malory Sánchez Polêmica é o que sobra quando o assunto é o aclamado fotógrafo de moda Terry Richardson. É que durante toda sua carreira ele se dedicou a retratar estrelas da música, da TV, do cinema, da política e do mundo da moda nas mais impensáveis, divertidas e atrevidas situações. Este fotógrafo controverso, filho da bailarina Norma Richardson e do também fotógrafo de moda Bob Richardson - quem sem dúvida influenciou em seu gosto por fotografar belas modelos -, nasceu em Nova York, dia 14 de agosto de 1965. Logo depois do divórcio de seus pais, se mudou com sua mãe a Woodstock, depois a Londres e finalmente a Hollywood, onde com 18 anos começou a registrar sua realidade através da lente de sua câmera. Durante sete anos, tirou férias da fotografia e se uniu à banda de punk-rock “The Invisible Government”. Mas, depois da separação da banda, Richardson retoma a fotografia com a ajuda de sua mãe, que lhe apresenta o ex-fotógrafo Tony Kent com quem começa a trabalhar, como seu assistente. De tal momento em diante, Richardson não deixou de capturar grandes imagens. Na visão dos especialistas, lhe falta técnica; contudo aos olhos do público, lhe sobra autenticidade. O sucesso de Richardson não resulta em grandes produções, mas sim na conexão com o espectador. Em uma de suas entrevistas com Belvedere Vodka, Richardson afirma que, ao tirar fotos instantâneas e não fotografias com grandes câmeras profissionais, ele consegue captar a naturalidade e a energia do momento - e é justamente a isso que as pessoas respondem. O fundo branco é normalmente a marca das suas fotografias e seus protagonistas são os grandes nomes do momento: Lindsay Lohan, Jared Leto, Lady Gaga, Barack Obama, Lea Michele e Kate Moss, por exemplo. É claro, sem esquecer da controversa Miley Cyrus, que escolheu Richardson para ser diretor de seu vídeo “Wrecking Ball” - e que, definitivamente, não se equivocou em sua decisão, já que seu clipe foi eleito melhor vídeo do ano, no último dia 24 de agosto, no VMA. Terry nos permite participar de seu dia-a-dia em seu tumblr “Terry’s Diary”, onde publica fotos de seu cotidiano, das coisas que chamam sua atenção - e que vão desde um letreiro chamativo e um hamburguer, até uma bela moça com os seios nus. Também é possível apreciar seu trabalho em sua página na internet www. terryrichardson.com, onde pode-se comprar camisetas com algumas de suas fotografias, palavras e até mesmo uma ilustração de seu rosto. Além de tudo, em seu site há um link para a “Terry TV”, seu canal no Youtube, no qual sobe vídeos feitos em seu estúdio e em diferentes locais - todos muito curtos porém hilários, bem como outros vídeos musicais nos quais participou como diretor; Richardson até aparece em um deles, “Whirlwind Heat”, fantasiado de urso de pelúcia. As fotografias de Richardson foram cama de grandes publicações, como Vogue Paris, Vanity Fair, Rolling Stones, Harpers Bazaar, Vogue Japão e várias mais. Em cada uma, causou sensação por seu incomparável estilo. O fotógrafo se atreveu a deixar Marc Jacobs nu em 2009 e o pintou com seu reconhecido logotipo rosa de “Lou- is Vuitton” da cabeça aos pés, para Harper’s Bazaar. Em 2010, publicou fotos de três meninas de sete anos agindo como adultas para a revista Vogue França - fato que resultou no pedido de demissão da então diretora da revista, Carine Roitfield. Richardson também fotografou campanhas publicitárias para grandes marcas, como Miu Miu e Gucci. Foi também o fotógrafo do calendário Pirelli de 2010 - publicação não-comercializada reconhecida por suas fotos sensuais e de nu artístico de modelos e personalidades femininas do momento -, trabalho que foi altamente criticado por ser demasiado explícito, carecendo do glamour próprio da publicação. Richardson também publicou seus próprios livros de fotografia: Hysteric Glamour (1998), Son of Bob (1999), Terry Richardson - Feared by Men, Desired by Women (2000), Too Much (2001), Terryworld (2004), Kibosh (2006) e Lady Gaga x Terry Richardson (2011), em co-autoria com a cantora e compositora Lady Gaga. Terry sempre tem algo para mostrar, algo que cativa a massa e vende milhões. Além dos estândares do que é considerado um bom fotógrafo, é sem dúvidas um ícone que gera tendência - e essa qualidade é e será seu selo na indústria da moda. gourmet Seus dias de perrengue acabaram: Aprenda o ABC da cozinha Por: Mônica Salomé Morar sozinho é muito bom! Temos liberdade para fazer o que quisermos dentro de casa e arrumar tudo do nosso jeitinho, mas também há suas desvantagens: pagar contas, arrumar a bagunça toda e COZINHAR. Tem gente que simplesmente não leva jeito ou não tem a menor ideia de como cozinhar; morre de medo só de pensar em fritar um ovo ou acha que vai explodir a casa quando for usar a panela de pressão. Mas eu tenho uma boa noticia: cozinhar não é tão complicado se você souber algumas dicas e tiver um pouco de prática e paciência. Nada vai sair como um restaurante cinco estrelas na primeira tentativa, mas isso não quer dizer que nunca sairá. Agora você vai ver cinco dicas essenciais para quem não quer ter que comer todo dia no restaurante da esquina (e precisa sair da rotina do macarrão instantâneo). 1- CARDÁPIO Descubra o que você gosta de comer e crie um cardápio para a semana. Fica mais fácil de se organizar e dificilmente você vai passar por aqueles velhos problemas: não saber o que comer e não ter nada na geladeira. 2- LISTA DE MERCADO Fazer uma boa lista de mercado te ajuda a ter sempre comida em casa e economiza seu tempo e dinheiro no mercado. Lembre-se sempre de fazer as contas do quanto de comida você consome. Por exemplo: tomo leite todos os dias pela manhã, então compro leite suficiente para que 6 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 dure até a próxima ida ao mercado. É importante lembrar que é muito melhor comprar tudo de uma vez do que ir ao mercado todos os dias para comprar um item diferente. plo: tentar fazer aquele x-burguer que você comeu em uma lanchonete e adorou, ou aquele macarrão que sua mãe fazia. 3- ACESSÓRIOS DE COZINHA É muito importante ter utensílios para cozinhar. Cada comida exige um tipo de preparação diferente: assar, fritar, grelhar, etc. E, é claro, para cada um deles se usa um instrumento diferente. Os básicos que você vai precisar são: panela com tampa, frigideira, assadeira, panela de pressão, leiteira, espátula de silicone, colher de pau, vasilhas de diversos tamanhos, facas e talheres. Gostou das dicas? 4- BOA VONTADE Comida tem que ser feita com atenção e paciência, até por que é você quem irá comê-la. 5- INFORMAÇÃO Este é um dos mais essências itens desta lista. Se você não souber o que fazer e como fazer, vai acabar comendo a mesma coisa todos os dias. Provar coisas novas e repetir uma receita em casa pode deixar sua vida muito mais saborosa. Por exem- Nos próximos textos desta coluna, você vai encontrar mais algumas dicas e receitas fresquinhas e simples, para você - que não entende nada de cozinha - poder tentar em sua casa. música Massacration – O ínicio descompromissado de uma banda compromissada Por: Alessandro Sani 8 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 No ano de 2002 surgiu um clipe musical no programa Hermes e Renato com a banda Massacration , uma paródia aos clichês presentes em bandas de heavy metal. Apesar de bandas inventadas para o selo fictício do programa, Trololó Records, serem uma piada recorrente, o Massacration chamou atenção pelos falsetes do vocalista Detonator (Bruno Sutter), pelo infame refrão “Aruê Aruô” e pelo cuidado musical acima da média das paródias do programa. A canção apresentada no clipe, “Metal Massacre Attack”, foi reapresentada diversas vezes ao longo do ano. Em dezembro de 2002, numa paródia ao tradicional Luau MTV da programação de verão da MTV Brasil, os integrantes do Hermes e Renato decidiram fazer seu próprio programa musical na praia, intitulado “Luau Hermes e Renato”. João Gordo assumiu a posição de apresentador. O Massacration se apresentou ao lado de outras bandas fictícias do selo Trololó Records, como Coração Melão e MC Sacana. Esta era a segunda aparição do grupo, após o clipe de Metal Massacre Attack. Além desta, o Massacration apresentou uma can- ção então inédita: Metal Bucetation (A qual usou a melodia inicial de The Dark Ride, da banda Helloween como base). Com uma apresentação energética, culminando com a destruição do violão por parte de Blondie Hammet, o Massacration atingiu enorme repercussão entre os telespectadores do programa e headbangers. Seguiram-se novas aparições no programa Hermes e Renato com os clipes de “Metal Bucetation” e “Metal Milk-Shake” e uma apresentação no programa “Cláudio Ricardo” (para promover o “single” Metal Bucetation) além de entrevistas e participações em outros programas da MTV (como o Garagem do Edgar e a premiação anual VMB). Além de abrir os shows para a turnê brasileira em 2004 do Sepultura (com o baterista da banda, Igor Cavalera, assumindo a bateria do Massacration como o personagem mascarado “El Esqueleto”(Saga de He-Man)), a banda se apresentou em festivais como o BMU em 2004, Planeta Atlântida, Abril Pro Rock e Porão do Rock em 2005, entre outros. Nestas apresentações a banda tinha no seu setlist, além das canções próprias lançadas até então, um cover de Kill With Power do Manowar e uma nova canção: “Ce- real Metal”. Em 2005 a banda estreia o seu próprio programa musical na grade da MTV, o Total Massacration, apresentando clipes de Heavy Metal e enquetes envolvendo a própria banda. No segundo semestre do ano os integrantes do Hermes e Renato assinam contrato com a gravadora Deckdisc para um álbum do Massacration. Em outubro do mesmo ano este é lançado, com o título de Gates of Metal Fried Chicken of Death. A primeira canção de trabalho do álbum é “Metal Is The Law”. Estava previsto para 2007 o lançamento do segundo CD Good Blood Headbangers produzido por Roy Z, porém o lançamento foi adiado e confirmado para o final do primeiro semestre de 2009, mas o CD só foi lançado mesmo em 20 de outubro de 2009, posteriormente, foram lançados os clipes das músicas “The Bull” (com participação dos atores pornôs Kid Bengala e Fabiane Thompson), “The Mummy” (Com participação do cantor cearense Falcão) e “Sufocators Of Metal” no programa Hermes e Renato.1 Em 2012, o vocalista Detonator abandonou o grupo, alegando estar cansado de uma banda só de macho, querendo montar um grupo formado GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 9 por mulheres. Além disso, Detonator passou a apresentar o programa Rocka Rolla, na MTV Brasil, que fala sobre metal e busca por belas mulheres para compor sua nova banda. Atualmente ele está em uma banda chamada de The Soundtrackers que foram apresentados no programa Agora é Tarde com Danilo Gentili. Em 2013 a banda decide voltar, sem o vocalista Detonator, não foi divulgado nem um vocalista novo, mas agora Headmaster e Jimmy “The Hammer” estão tocando ao vivo também. No dia 30 de julho de 2014, Fausto Fanti (Blonde Hammer) foi encontrado morto em sua casa. A banda tem uma versão fictícia para sua biografia, que foi mostrada no ano de 2006 no Rockumentary/Rockstória da MTV Brasil. O Documentário fictício faz alusão a fama, sucesso e glória da banda Massacration, aduzindo que começaram como uma banda de garagem nos idos de 1979. Mais precisamente o documentário fictício relata que a Banda teria surgido da união de presidiários: John Hammet (interpretado por Fausto Fanti/Blondie Hammet), David Sutter (interpretado por Bruno Sutter/Detonator) e Donald Polai (interpretado por um ponta do grupo), que juntos fundaram uma banda chamada Death Mania. Supostamente, o integrante Donald Polai, inspirado no sugestivo nome da banda, teria suicidado-se minutos após o primeiro show, encerrando a trajetória da Death Mania. O Documentário segue informando que os sobreviventes da banda foram acolhidos por Crézio, um dono de uma fábrica de massas, permitindo que ensaiassem junto com os funcionários do local: Rick Bandai (interpretado por Marco Antônio Alves/Metal Avenger), Klaus Bisonette (interpretado por Adriano Pereira/Headmaster) e Jimmy Lombardo (interpretado por Felipe Torres/Jimmy “The Hammer”), resultando na atual formação do grupo. Para homenagear seu acolhedor, o grupo foi batizado com o nome de Massascrezio, posteriormente altera- Discografia Gates of Metal Fried Chicken of Death (2005) Good Blood Headbangers (2009) Formação Ex-Integrantes Detonator (Bruno Sutter) - vocal Blondie Hammet (Fausto Fanti, já falecido) - guitarra solo e vocal de apoio Metal Avenger (Marco Antônio Alves) baixo e vocal de apoio Headmaster (Adriano Pereira) - guitarra Jimmy “The Hammer” (Felipe Torres) Participações especiais El Covero (Igor Cavalera) - bateria Falcão (Marcondes Falcão Maia) - vocal Serginho Mallandro (Sérgio Neiva Cavalcanti) - vocal 10 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 do para Massacrezio, depois Massacretion e, finalmente: Massacration. O suposto primeiro show da banda teria reunido um público de Milhares de pessoas, incluindo o produtor musical Dick Dornelle (interpretado por Gil Brother), que fechou um contrato com a gravadora Shusi Records, o que teria alavancado ainda mais a carreira da banda, com o single Metal Massacre Attack, rendendo a eles até mesmo um “Gremillin” (uma sátira ao prêmio Grammy Awards). Contudo, o documentário também traz o lado obscuro da banda. Junto com o sucesso fictício, os integrantes teriam se afundado em excessos, a exemplo do cantor Detonator, que se viciou em cola de sapateiro e acabou sendo supostamente demitido. Era a morte da banda Massacration. A banda teria dado a volta por cima, lançando outros singles como: Metal Bucetation e Metal Milk Shake, conquistando 6 discos de diamante com o último. música Contra a americanização: VOTE SACI 12 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 “Americanização” é o termo empregado para descrever a influência que os Estados Unidos exercem sobre a cultura de outros países, resultando no fenômeno da substituição de uma determinada cultura pela cultura estadunidense. Quando tal substituição se dá contra a vontade da cultura afetada, o termo tem uma conotação negativa; quando isto é buscado voluntariamente, possui uma conotação positiva. Uma vez que os Estados Unidos são o maior poder econômico do mundo, sua influência pode ter um grande impacto sobre todas as nações. Por exemplo, canais de televisão estadunidenses como a MTV e a CNN são transmitidos globalmente e recebidos por aparelhos domésticos. Em suas programações, aparecem comerciais de produtos muito conhecidos, tais como McDonald’s, Coca-Cola e Levi’s. A indústria cinematográfica de Hollywood é muitas vezes considerada a mais influente do mundo e, através desta e outras formas, outras comunidades são expostas a elementos culturais, ideológicos e modos de vida dos Estados Unidos. Os ditos elemen- tos podem influenciar especialmente os jovens, em vista de uma apresentação do modo de vida estadunidense como “excitante”, tornando-os mais receptivos ao processo de americanização. Por outro lado, algumas culturas, e geralmente pessoas mais velhas, podem oferecer resistência à penetração da cultura dos Estados Unidos, temendo perder suas identidades culturais. Das dez marcas comerciais mais importantes do mundo, sete têm sua base nos Estados Unidos. Coca-Cola, a maior delas, é muitas vezes vista como um verdadeiro símbolo da americanização, possuindo máquinas de venda em duzentos países do mundo. Arthur Koestler (jornalista, escritor, ativista político judeu, nascido na Hungria radicado no Reino Unido), por exemplo, descreveu a americanização como “cocacolonization” (“cocacolonização”) em seu livro The Lotus and the Robot, referindo-se à CocaCola, um símbolo da cultura estadunidense. Também no ramo dos computadores, as maiores companhias são dos EUA, como a Microsoft, Apple Inc., Dell e IBM. Vale lembrar também que boa parte do software usado no mundo é produzido lá. Da mesma forma, empresas de fast food como a Starbucks, McDonald’s, Burger King, Pizza Hut, KFC e Domino’s Pizza estão entre as que têm maior número de filiais. Tudo isso facilita - ainda mais para essa cultura “invadir” o Brasil, que vive hoje uma situação de vulnerabilidade externa grave, que ameaça sua soberania, principalmente na área da cultura. E se traduzem em teses que pregam nossos pretensos atrasos, incapacidade ou inferioridade para enfrentarmos nossos próprios problemas e encontrarmos - na arte, na cultura, na ciência, no campo do conhecimento, enfim — soluções próprias, adequadas e originais para eles.- não entendi o que foi dito neste trecho, nem mesmo para mudar a semântica. Não sei se sou otimista demais, mas não consigo ver isso como algo de todo ruim. Acho que devemos SIM, valorizar o que é nosso, mas também precisamos dar crédito àquilo que é bem feito, que é superior, e usarmos isso ao nosso favor. Como? Servindo de exemplo para que possamos nos espelhar em algo bom, que nos sirva DETONATOR E OS ASTROS DO FOLCLORE NACIONAL resenha por Luiz Felipe Lima A primeira coisa que é importante destacar aqui é a arte do disco. É de longe o disco brasileiro com o encarte e com o trabalho gráfico mais legalzudo em muito tempo. Sério, falo sem peso na consciência que eu nunca vi nada tão legal quanto este disco, e que abri-lo foi uma experiência absurdamente prazerosa. A riqueza de detalhes em todo o encarte é simplesmente impressionante. A capa, feita por Rafael Louzada, já dá a tônica do que vamos encontrar. Ela parece ter sido pintada também, em um estilo bem próximo ao da capa do This Is Your Life. Isso já faz com que ela ganhe muitos pontos, pois sai do lugar comum de hoje em dia em que parece ser regra fazer capa com com- putação gráfica. Vale destacar aqui também o design de alguns dos personagens. Mesmo estando todos em nível tão alto, devo dizer que ainda fiquei surpreso com alguns - vide a MulaSem-Cabeça, que ficou legalzuda ao cubo. Desde as piadas na ficha técnica até as figurinhas - passando ainda pelo mini-pôster -, temos aqui um trabalho gráfico muito bem feito. Temos um encarte muito acima da média, em que os detalhes são tantos que você vai passar um bom tempo só procurando por eles. O alter ego do Detonator, Bruno Sutter, divulgou no Youtube um unboxing do álbum, que eu recomendo para que você tire as suas próprias conclusões. GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 13 de incentivo para que consigamos desenvolver/criar um produto de qualidade. Como o Projeto Natal, por exemplo. Um produto brasileiro, comprado pela Microsoft, que se transformou no Kinect. As autoridades brasileiras, bem intencionadas (infelizmente são poucas), estão empenhadas em dar mais valor para o que é nosso, e começaram a combater a “cocacolonization” com a “tupiniquização”, como no caso do Saci. O Dia do Saci, por exemplo, consta do projeto de lei federal nº 2.762, de 2003 (apensado ao projeto de lei federal nº 2.479, de 2003), elaborado pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL - RJ) e pela vereadora de São José dos Campos Ângela Guadagnin (PT - SP), com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas (ou Halloween), de tradição cultural celta. O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma. Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica -Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os QUAL É O NEGÓCIO? A história por trás do disco é relativamente simples: Detonator apareceu na costa brasileira e foi resgatado por pescadores. Então, encantado com a beleza do lugar e com o povo brasileiro, toma para si a missão de fazer o povo brasileiro se orgulhar da sua cultura. Ele não fará isso sozinho, contudo. Para cumprir esta tarefa, ele contará com a ajuda dos personagens do folclore nacional. Apesar da narração de Alexandre Frota em alguns momentos, boa parte da história e dos seus detalhes é dita no próprio encarte, em pequenos textos antes das letras. Essa foi uma ótima jogada, pois os textos possuem o tamanho exato para contarem o que é preciso ser contado e se encaixarem na introdução instrumental das músicas. Dessa forma, você lê o texto e entra no clima que a música quer passar, quase como em um filme. Detalhes como este de fato fazem a diferença. O Bruno sabia que as pessoas iriam colocar o álbum do Detonator online, então resolveu tomar a dianteira e colocar ele mesmo o disco completo em seu canal no Youtube. Sendo assim, por que não ouvir lendo o nosso faixa-afaixa? Pegue o seu guaraná grandão e gelado e divirta-se! 14 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 A primeira música, após a introdução, é a energética Metaleiro. Apesar de a letra estar em português e haver um natural estranhamento nas primeiras audições, ao se acostumar com este detalhe, se percebe que Heavy Metal em português pode sim funcionar. Em seguida vem Metal Zumbi, que é um verdadeiro desfile de riffs de guitarrras e conta com uma ótima performance de Iza nas baquetas. Curupira foi a música que me deu mais prazer de cantar, pois traz um suingue que encaixa muito bem com a letra, além de um refrão poderoso. Em seguida vem Boto, que mesmo sendo uma música bem pesada com um ótimo refrão, é a primeira música a ter o problema que aparecerá em diversas faixas ao longo do disco: a falta de capricho nas letras, algo que eu vou abordar com calma mais à frente. Boitatá é outra música que funciona muito bem, seguindo o alto nível dos riffs do disco, que não devem nada aos do Massacration. Mula-Sem-Cabeça vem em seguida, e apesar de apresentar muitas texturas e ter um instrumental interessante, segue o caminho oposto das outras músicas por não possuir um refrão tão legal quanto todas elas. Em seguida vem Cuca, que começa bem rápida e sem rodeios. Aqui já é possível reparar que o Detonator não está mais se limitando a usar os monstruosos agudos que o marcaram na banda anterior. Apesar de eles ainda estarem lá, o estilo já não é o mesmo de antes, pois agora também há dobras vocais mais graves e em um volume mais alto que os agudos. Em seguida vem Saci, possivelmente a melhor música do disco junto com Metaleiro. Com uma gingada bem característica e um refrão feito para se cantar em multidões, nada mais justo do que ganhar um clipe. Saquito é provavelmente a música mais “nonsense” do disco inteiro, mas que não deixa de ser curiosa. Já Qual é o negócio? é uma música tão animada quanto a faixa de abertura, só que com os backing vocals do Alexandre Frota, o que deixa tudo mais legal. Além disso, ela segue um caminho não muito comum ao mudar a melodia da segunda e terceira estrofes em relação à primeira. O álbum termina com Mestre do Santuário, música que não só traz uma participação especial muito bem-vinda como ainda abre uma brecha para o próximo disco. personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformandose em seriado, transmitido no começo da década de 1950. O saci também aparece em vários momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza. E agora ele ganhou mais um defensor de peso: Detonator, o filho do Deus Metal! Leia a seguir, na resenha de Luiz Felipe Lima, o trabalho de defesa à cultura nacional, realizado pelo Detonator: “Não há dúvidas de que a maior banda de Heavy Metal da história foi o Massacration. Eles, que conquistaram um Disco de Plutônio-Triplo-Radioativo com as vendas do primeiro disco, lançaram seu último disco em 2009. E foi com muito pesar que o mundo viu se passarem cinco anos sem nenhum lançamento da banda mais importante do planeta. Porém, era óbvio que o mundo não ficaria largado por muito tempo, e eis que o vocalista da banda, Detonator, volta à ativa, agora em carreira solo e cantando em português! E, ainda que não esteja mais com seus compadres de banda, não podemos dizer que o filhinho do Deus Metal esteja mal acompanhado: ele agora conta com as Musas do Metal, escolhidas a dedo por ele para acompanhá-lo nessa jornada épica pelo Brasil. Com Iza Molinari na bateria, Juju Farias no baixo e Paulitchas Carregosa e Isa Nielsen nas guitarras (fora as muitas participações especiais), Detonator volta com tudo, em um disco solo conceitual 100% brasileiro. HONRE E RESPEITE A SUA PÁTRIA, PRATIQUE O BOM PORTUGUÊS Este disco mostrou que é possível fazer Heavy Metal em português e que, apesar de haver músicas melhores que as outras, todas elas de alguma forma funcionam. É muito legal poder ouvir as músicas e logo de cara entender o que o vocalista diz, algo que em inglês não é tão natural por motivos óbvios. Porém, é fato que algumas músicas teriam ficado melhores se as letras tivessem recebido mais atenção, porque nem sempre a métrica dos versos se encaixa tão bem na melodia. A meu ver, era necessário ter tido mais cuidado ao criar os versos para não cair no erro de colocar frases que não acompanhem a melodia e não a deixem natural, como aconteceu, por exemplo, nas músicas Boto e Cuca. E aqui vale um adendo a respeito do humor do álbum. Ao contrário do que muita gente pela internet tem dito, não vejo o humor de Metal Folclore como estando pior agora do que era na época do Massacration. Vendo as letras dos discos da banda fica muito claro que elas eram tão escrachadas e toscas quanto as que encontramos aqui. A diferença é que, como aqui elas estão em português, a “zoeira” fica muito mais em evidência se comparada às dos tempos do Massas Crézio. EU SOU METALEIRO COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR Este disco é um achado. Apesar de ter seus altos e baixos, possui muito mais coisas boas do que ruins e mostra que a musicalidade do Detonator continua afiada. Talvez, com uma atenção a mais em determinados pontos, fosse possível alcançar um resultado ainda melhor, mas esses detalhes podem ser corrigidos em um próximo álbum. Só nos resta torcer para que ele não demore outros cinco anos.” CURIOSIDADES - Apesar de a imagem do Detonator na capa e no disco serem praticamente a mesma, elas são diferentes: a do disco é a foto que deu origem ao desenho da capa. Mais um pequeno detalhe que faz a diferença. - Uma coisa bem interessante nos dois primeiros discos do Massacration era o fato de haver músicas com melodias vocais de outras bandas. No primeiro disco, o Detonator roubou a linha vocal de The Dark Ride, do Helloween, e usou em Metal Bucetation. Já no segundo, ele usou a melodia de Battle Hymn, do Manowar, na música Sufocators of Metal. Em seu disco solo, ele também faz isso: a melodia vocal de Boitatá lembra muito a da música Hellrider, do Judas Priest. Visite nosso site: www.geracaozmagazine. com.br e concorra a um exemplar do Metal Folclore autografado. GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 15 música Project 46 Formada em 2008 por amigos de infância, Project46 se destaca hoje como uma das principais bandas do cenário musical brasileiro tocando nos mais variados festivais como Monsters of Rock 2013, Sampa Music Festival, Roça em Roll Festival e Maquinaria Festival 2012 (Chile), conquistando uma gama bem variada de fans com seu metal em português, recheando cada vez mais sua agenda.! ! Seu primeiro album, Doa a Quem Doer, lançado independentemente esta em sua terceira prensagem física, mesmo sendo disponibilizado gratuitamente para download. O Project46 trabalha período integral dentro e fora do palco, seus integrantes, deixaram seus empregos integrais para se dedicarem a banda de forma profissional, e cuidam de todo o Merch oficial da banda, a parte de 16 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 multimídia, administrativa e gerencial, sendo encarado como uma empresa, marcando uma forte presença nas redes sociais, mídia especializada, aparições em TV, como no programa A Liga (Band), com uma grande preocupação ao feedback prestado aos fans e as marcas parceiras da banda, sempre marcando as marcas, citando-as em entrevistas e onde aparece, assim como esta sempre lançando conteúdos novos.! ! Seus conteúdos mais importantes são seus 02 álbuns de estúdio, 04 clipes, 46TV, com vários episódios (seguindo para a 2ª temporada), shows ao vivo, com 02 episódios do Monsters of Rock Festival, fotos recentes de shows e dia a dia da banda.! ! Com a produção do seu segundo album, Que Seja Feita a Nossa Vontade (segundo produzido pelo produtor Adair Daufembach) foi lançado em abril de 2014, consolidando a banda, surpreendendo a expectativa dos fãs e mídia com suas letras citadas e cantadas pelos fãs e conteúdo ácido. A agenda não para de crescer, encontrando a banda tecnicamente apta a tocar em qualquer festival de igual para igual com bandas internacionais, como foi comprovado no Monsters of Rock, onde a banda recebeu elogios de toda a produção do festival e crítica.! ! Hoje a banda procura trabalhar sua imagem e lançar seu album internacionalmente e tocar cada vez mais por todo o mundo com o objetivo de levar boa música para o Brasil e o Mundo, mostrando a realidade do país e sua essência musical. games Das construções de edifícios para os games: A era da nova engenharia! É muito comum, quando estamos na época de escola, terminando o ensino médio, bater o desespero para saber qual faculdade devemos prestar o vestibular, que carreira seguir, o que vai ser do futuro... Cada época que passa, uma profissão “entra na moda”. A bola da vez é a criação de jogos eletrônicos. Segundo matéria do UOL, “O Brasil é muito importante para nós” é a resposta que mais ouvimos quando um executivo do mundo dos games. O que às vezes parece ser uma resposta ensaiada pode ser verdade, principalmente se levarmos em consideração a pesquisa do instituto New Zoo, que coloca nosso país em 11º lugar no ranking mundial e em 1º na América Latina. Segundo o instituto de pesquisa, estima-se que o Brasil vai consumir quase US$ 1,4 bi em games no decorrer do ano de 2014. Isso inclui todos os tipos de jogos, dos mais simples para smartphones e navegadores, até os mais complexos e caros para videogames e computadores. A lista também mostra estimativas para a China, que mesmo sem ter um mercado de consoles consolidado - a abertura para consoles está aconte- 18 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 cendo gradualmente -, possui milhares de jogos feitos (e copiados) exclusivamente para esse mercado. Títulos como “World of Warcraft” e “StarCraft II” são alguns dos games de destaque na região. A estimativa é feita com base em pesquisa com consumidores, dados de empresas ligadas à área e outros dados. o New Zoo também revela que para esse relatório não são considerados vendas de hardware, impostos, serviços de business-to-business e de jogos de azar e apostas. Outro ponto que também é desconsiderado é a pirataria de games. Atualmente, Jogar um videogame é como entrar em outro mundo, com paisagens, realidades e sons próprios. O uso dos jogos também se tornou mais intenso, jogadores passam até quatro horas por dia envolvidos com títulos como “Grand Theft Auto”, “Guitar Hero” e “Wii Sports” [fonte: Nielsen Media (em inglês)]. Mas quantos jogadores param para pensar o que está envolvido na criação desses jogos? Os criadores de videogame são os cérebros-mestres por trás dos títulos atuais. Fazer videogames requer ta- lentos diferentes, como a imaginação visual de um artista e a capacidade narrativa de um escritor. Por fim, os criadores de videogames precisam ter os conhecimentos técnicos de programação necessários para fazer de sua visão uma realidade, ao menos no ciberespaço. Um videogame combina todos os elementos de uma grande história (aventura, perigo, personagens audaciosos e uma trama) a recursos gráficos avançados e interatividade. Os produtores de videogames fazem seu melhor para colocar os jogadores dentro de um jogo, em uma tentativa de lhes proporcionar a mais intensa e divertida experiência. Isso tudo porque esse mercado é extremamente competitivo. Assim, como é que esse pessoal talentoso e bem preparado tecnicamente realiza o trabalho? Muitos programas podem ser utilizados na criação de videogames. Os produtores de videogames também recorrem a softwares elaborados especialmente para facilitar a produção do enorme volume de códigos necessários para a criação de um jogo. Criar videogames não é apenas uma tarefa divertida, mas também um campo de trabalho em expansão. A criação de softwares é um campo de trabalho que deve crescer em 32% até 2016 [fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics (em inglês)]. Se você quer fazer um videogame, a primeira coisa de que precisa é de planejamento. Planejar um videogame é como planejar uma forma de arte visual, a exemplo de um filme. A produção envolve trama, personagens e ação. Uma das melhores maneiras de se planejar a interação desses elementos é usando um storyboard. Um bom storyboard é a base de seu jogo. Ele deve ser preparado antes que o produtor do videogame pense em tocar no computador. Um jogo que não tenha sido bem planejado pode acabar fracassando, não importa a qualidade de recursos gráficos. Produzir um storyboard para um jogo significa desenhar ideias para os personagens e as cenas e colocá-las em ordem. No caso de um videogame isso pode incluir uma série de telas ou cenas nas quais os personagens enfrentam certos desafios. A fim de avançar na solução do tema do jogo (ou da trama da história), os jogadores precisam aprender a dominar as técnicas necessárias em cada cena. Além do storyboard, é preciso criar um documento que descreva todos os aspectos do jogo. Esse documento, conhecido como “documento de design de jogo”, detalha tudo, de como funcionam os cardápios na tela aos antecedentes dos personagens. Esse recuso ajudará você a se manter organizado. Criar personagens é parte essen- cial da preparação do storyboard. Como os jogadores se tornarão personagens ou interagirão com eles, é preciso despertar seu interesse. Em alguns casos, os artistas trabalham em desenhos dos personagens principais, que são reproduzidos em computador e animados - a aparência e as personalidades dos personagens são importantes. O processo de planejamento também dá aos produtores de videoga- mes a chance de idealizar e refinar o ambiente virtual onde a história irá acontecer. Esses cenários formam o mundo físico no qual os personagens vivem e se assemelham aos cenários de cinema utilizados por cineastas para enquadrar a ação na tela. Os criadores de videogames podem acrescentar efeitos especiais aos ambientes a fim de torná-los mais memoráveis ou mais realistas. Esses efeitos também incluem sons. Ouvir os passos de um personagem enquanto ele caminha pelo ambiente é um exemplo. Mudar o som desses passos de maneira a refletir a superfície sobre a qual o personagem esteja correndo - sobre folhas secas ou em um salão pode propiciar um grande senso de realismo. Depois de criar o conceito do jogo, bem como seus personagens e ambientes, chega o momento de transformar isso tudo em realidade. Existem muitos programas de produção de videogames e pacotes de software disponíveis para criadores novatos ou experientes, que permitem a criação sem o uso de muitos códigos. Esses pacotes de software automatizam muitas funções, usando interfaces comuns de ação de computador como “arrastar e soltar”, destacar e clicar o mouse. Os pacotes de software para a produção de videogames geralmente incluem três categorias: jogos tridimensionais, jogos bidimensionais e role-playing games. O software 3-D é mais poderoso que o bidimensional e o software para role-playing games é completamente diferente. Mas, se ao ler tudo isso, ao invés de você se empolgar mais em desenvolver o seu game, ficou desesperado, eu já posso te acalmar. Graças à procura GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 19 Oficina de argila - SAGA constante por esse mercado, algumas escolas profissionalizantes dessa área começaram a surgir, como é o caso da SAGA (School of Art, Game and Animation). Em conversa exclusiva com a Geração Z Magazine, quatro coordenadores de curso da SAGA (Lucas Silva – Unidade Lapa, Rafael Menezes – Unidade Santo Amaro, Kleidison Abreu– Unidade de Guarulhos e Caio Cipó – Unidade do Tatuapé) desmistificaram a “complexidade” de se desenvolver um game e mostraram que com direcionamento e um pouco de criatividade, qualquer pessoa que faça um bom curso, pode se transformar em um ótimo desenvolvedor. Esses coordenadores receberam um desafio da diretoria da SAGA; cada um deles deveria desenvolver um game em 30 dias. Usando a ajuda de alguns professores e alunos, surgiram: Cyberpunk X01, Remote Race, The Myth of R’lyeh e The Ancient Battle. Rafael Menezes conta que a SAGA passa para seus alunos todas as etapas de desenvolvimento para games. Desde o desenvolvimento até a produção final, e que para isso dar certo é necessário uma equipe especializada em vários aspectos, como: criação de personagens, roteiro, história, criação de cenário, desenvolvimento em 3D e jogabilidade. A SAGA pre- 20 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 para seus alunos para tudo isso. “O único pré-requisito que pedimos para o aluno ingressar no nosso curso é o de QUERER desenvolver jogos, o resto nós ensinamos tudo. Desde o básico até o mais complexo.”, afirma Rafael. “Os primeiros cinco meses eles terão uma visão geral, e depois, conforme o desenvolvimento de cada aluno, nós encaminhamos para uma área específica, de acordo com o gosto e o desenvolvimento de cada um.”, completa. Kleidison Abreu concorda com Rafael e diz mais: “É muito comum os nossos alunos, mais tarde virarem instrutores dos nossos cursos. Temos vários alunos que desenvolvem personagens e cenários em argila, que antes não sabiam nem desenhar direito, e hoje dão aulas em nossas unidades”. Lucas Silva aponta que a maior dificuldade já encontrada por eles, é a de conseguir tirar aquela “ideia fixa” do aluno querer desenvolver um jogo nos mesmos moldes do game que ele mais gosta, e tentar se focar no que realmente pode vender. “Às vezes o aluno quer de todo jeito desenvolver um game no mesmo estilo do seu preferido. Por exemplo, ele adorava jogar Pitfall, na época do Atari ele foi uma das sensações, mas hoje em dia ele não seria rentável, por mais que colocássemos novas tecnologias no jogo”. Caio Cipó se orgulha de todos eles terem conseguido vencer o desafio dos trinta dias, e espera agora com mais tempo, dar continuidade à sua criação, o Cyberpunk X – 01, inspirado no Megaman. A Escola livre de arte digital, SAGA, oferece quatro cursos criados para transformar jovens em profissionais qualificados e competitivos para o mercado de Computação Gráfica: Start (computação gráfica para iniciantes); PlayGame (desenvolvimento de jogos em 3D); Marquise (voltado ao mercado de maquete eletrônica) e Sinapse (curso completo de animação digital). Criada em 2003, inicialmente como uma escola de cursos de informática, reposicionou sua linha de atuação em 2008 (quando passou a se chamar Saga), e tornou-se escola referência em cursos de arte digital e animação. Possui oito unidades (três em São Paulo - SP, e as demais em Guarulhos – SP, Salvador - BA, Recife – PE, Brasília – DF e Belo Horizonte – MG) e já formou mais de 10 mil alunos. Com reconhecimento internacional da Autodesk e Adobe, a SAGA tem professores altamente qualificados, atendimento pedagógico, material didático impresso, laboratórios equipados com as mais avançadas ferra- mentas de software e equipamentos de última geração como mesas digitalizadoras e workstations com iluminação especial para desenho. Em março de 2011, durante o The Union, maior evento de computação gráfica do Brasil, idealizado e promovido pela escola brasileira, foi anunciada a parceria com a Gnomon School of Visual Effects, de Hollywood – EUA, para a criação de uma escola internacional de arte digital, aberta oficialmente em 2013, em São Paulo (Veja mais sobre a Saga em www.saga.art.br). Se interessou? Conheça alguns dos softwares disponíveis para criação de jogos DarkBASIC - Software popular para videogames tridimensionais. A versão pro é para criadores de jogos mais avançados, enquanto a outra atende aos que criam jogos apenas por diversão. Mas ambas dispõem de uma forte comunidade de usuários que podem servir como mentores. Mugen - é um software popular para a criação de jogos de combate bidimensionais. O programa permite que você crie personagens e os coloque no jogo ou que baixe personagens de outros produtores de jogos. Depende de uma rede de sites de fãs, para esse grau de interatividade. Adventure Game Studios (AGS) - oferece facilidade e operação comandada por mouse para produzir videogames de aventura. O software gratuito está disponível para download, mas algumas de suas funções avançadas requerem certo conhecimento de codificação. Game Editor - permite que a pessoa crie um jogo tridimensional. O software também ajuda a aprender funções mais elevadas de codificação ao exibir os códigos criados por operações simples de arrastar e soltar. Isso pode fazer com que um usuário tome o caminho de uma maior personalização e flexibilidade. Game Maker - é um software de design bidimensional muito simples de se usar. O programa, embora não muito avançado, é intuitivo, o que torna fácil a um usuário novato aprender a usá-lo. É possível criar jogos para computadores pessoais ou celulares com esse programa. RPG Toolkit, RPG 95, 2000, 2003, XP e Hephaestus, entre outros software para produzir role-playing games Unity3D - é a ferramenta atualmente mais poderosa e popular do mercado, devido a sua facilidade de uso e capacidade de criar jogos para quase todas as plataformas disponí- veis no mercado, indo desde jogos para celulares até jogos para Playstation 3 ou Xbox 360. A versão gratuita já conta com a maior parte dos recursos necessários. A maioria desses programas não requer que o criador escreva código e muitos deles estão disponíveis gratuitamente na Internet. Os programas oferecem passos simples e intuitivos para a criação de videogames sem o uso de código-base. Se você tiver uma idéia, algum senso de organização e dominar técnicas básicas de computação, não encontrará problemas no uso desse software. No entanto, existem níveis diferenciados de sofisticação em termos de uso de software. Alguns programas são usados para a criação de jogos complexos, tridimensionais, normalmente jogados em consoles de videogames. Outros são mais simples, restritos a softwares bidimensionais, e outros ainda servem a role-playing games, jogos de combate, jogos de aventura e outros. Devido à facilidade de uso e à relativa potência e capacidade de personalização, o software de criação de videogames abriu o mundo do desenvolvimento de jogos ao público em geral. literatura Oito contos de terror que todos deveriam ler Por: Fernanda Chazan Briones Aos apreciadores da arte, não preciso dizer nada. Quem gosta, já sabe: a literatura de terror transcende o medo. Diferente dos sustos, demônios e espíritos do cinema moderno que já caíram na mesmice, uma boa leitura de terror nos faz penetrar na história e viver a intensa experiência dos antagonistas - algo que poucos outros sub-gêneros literários permitem. Este artigo, no entanto, está direcionado àqueles que nunca leram ou não costumam ler - literatura de terror. Antes de mais nada, é preciso perder o preconceito. “Eu só gosto de ler romance”. Pois lhes digo: em terror, também há romance. “Eu só gosto de suspense e não de terror explícito”. Pois seja o detetive da história; o terror - muitas vezes - é tão implícito, que evoca os cantos mais esquecidos da nossa imaginação. Para começar, nada melhor do que contos. Clássicos sempre serão clássicos e merecem nossa atenção. Resolvi, então, fazer uma pequena lista com oito contos de terror que todos deveriam ler. É evidente que existem muitos outros contos incríveis, mas essa lista não é nada além da minha opinião. Bibliotecas e internet afora, opções não faltarão para aqueles que se interessarem pelas realidades intrigantes de uma boa leitura de terror. 22 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 A LENDA DA CAVERNA ADORMECIDA (The Legend Of Sleepy Hollow), de Washington Irving. Basicamente, o conto narra a história do supersticioso professor Ichabod Crane e seu encontro com um dos ícones mais memoráveis da literatura: o cavaleiro sem cabeça. Foi neste conto que Tim Burton se baseou ao fazer sua tão elogiada adaptação para o cinema. O CORAÇÃO DELATOR (The Tell-Tale Heart), de Edgar Allan Poe. Este é um dos mais brilhantes contos sobre a loucura e a obsessão, assuntos tão bem escritos pelo mestre da literatura de terror. Sim, o mestre, pois foi Poe que levou o sub-gênero além dos típicos relatos de fantasmas e aparições. Mais do que influenciar, ele abriu horizontes. “O Coração Delator”, um de seus vários contos geniais, é a história de um homem que decide matar outro que o incomodava com seu “olho de abutre”. A loucura que toma o protagonista, atormentado pela culpa, contagia o leitor - que já não consegue saber se tudo não passa de alucinações ou se, de verdade, são eventos sobrenaturais. A MORTE AMOROSA (La Morte Amoureuse), de Théophile Gauitier. Um dos melhores relatos sobre vampiros escritos na história da literatura, este conto é fiel à imagem do vampiro como um monstro infernal que consome a vida de suas vítimas. A decadência moral do protagonista se dá pela vida dupla que leva - de dia, é um padre como outro qualquer; à noite, é um libertino fascinado por uma vampira que emana luxúria. Este é um bom começo para quem quer ter contato com os clássicos sobre vampiros. A MULHER ALTA (La Mujer Alta), de Pedro Antonio de Alarcón. O autor, dono de uma autenticidade única, vai totalmente na contra-mão daquilo que a literatura espanhola oferece em seus clássicos. Neste conto, mergulhamos na história de um homem que se vê assediado pela figura grotesca de uma mulher. A curiosidade corrói e, a cada linha, resulta mais difícil saber se estamos diante de uma bruxa, de uma simples louca ou da própria Morte. A CASA DO JUIZ (The Judge’s House), de Bram Stoker. Autor de “Drácula”, Bram Stoker é tão incrível que, atualmente, os bons escritores de terror são premiados nada mais nada menos do que com o “Prêmio Bram Stoker”. Neste conto, o autor relata a história de um jovem que se isola em uma aldeia, buscando sossego para se dedicar a seus estudos em paz. Para tal, ele aluga a casa que fora de um juiz cruel e severo. Mas não é bem sossego que ele encontra por lá. A NOITE (La Nuit), de Guy de Maupassant. Se você está disposto a sentir seus pêlos arrepiarem pelo que a imaginação projeta, Maupassant é seu autor. Isso é porque suas histórias são mais carregadas nos conceitos do que nos efeitos. Em “A Noite”, conhecemos a história de um homem apaixonado pela noite e por seus passeios noturnos pela cidade. No entanto, durante um de seus costumeiros passeios, ele vai se dando conta de que aquela não era uma noite qualquer. Não ha ninguém nas ruas, nas casas e em lugar nenhum; tudo está vazio. E o pior é que as horas passam e o dia parece não chegar nunca. A aflição é contagiante. Signo da Besta” foi adaptada ao teatro e também homenageada por Stephen King, em seu conto “O Homem Que Não Apertava Mãos”. A CASA DAS BRUXAS (The Dreams In The Witch House), de Howard Phillips Lovecraft. Nesta pequena e excelente obra, Lovecraft reúne as antigas tradições sobre bruxaria, demônios e noites de Walpurgis, com ideias sobre o cosmo e as diferentes dimensões inacessíveis aos seres humanos. Trata-se da história de um estudante de matemática que aluga uma casa na qual dizem haver morado uma bruxa e que, pouco a pouco, perde controle sobre sua vida e sua mente. O SIGNO DA BESTA (The Mark Of The Beast), de Rudyard Kipling. Seria um conto clássico sobre lobisomens, se não fosse a história de um homem-leopardo. Como muitos outros relatos de Kipling, a história se passa na Índia tropical. Um homem, amaldiçoado por um bruxo, se vê transformado em uma besta sem um pingo de humanidade. Uma das histórias mais famosas de Kipling, “O GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 23 comportamento Se sua vida fosse uma partida de futebol, qual seria a sua posição? Você jogaria no ataque? Seria o goleiro? O capitão? Apenas um torcedor? Por Chris Bernardi Estaria preparado para carregar a maca, se essa fosse sua função durante a partida? Assistiria no camarote os jogadores com a chuteira que você mesmo ajudou a produzir? Seria o segurança, aquele que fica de costas para o campo? Talvez, ao ler o título deste texto, você deve ter pensado apenas nos 11 jogadores do gramado e tentado imaginar como seria estar ali. Ok! Não há nenhum problema. Na verdade, todos nós, quando começamos a pensar em desenvolver uma carreira profissional, quase sempre temos uma visão reduzida de onde podemos estar e o que podemos oferecer. O mundo do trabalho é imenso e as oportunidades são inúmeras mas, muitas vezes, o grande desafio está em encontrar aquele que, acima de tudo, dê significado à nossa vida. E para tornar ainda mais penosa essa escolha, geralmente, ela deve ser feita quando ainda somos muito jovens. O próprio tema “Significado do Trabalho” tem sido estudado por pesquisadores das ciências humanas há muito tempo. Quando tentamos definir o que significa o trabalho para as pessoas, percebemos que, mesmo entre os estudiosos do assunto, parece haver diferenças. Há aqueles que o definem como fardo, peso, obrigação, com o objetivo único da sobrevivência, enquanto outros autores definem o trabalho como oportunidade de desenvolvimento, de crescimento, de auto-conhecimento, de autonomia, etc… Quanto a isso tudo, penso que o trabalho pode ser visto tanto de uma forma, como de outra. Depende do preparo e da escolha que o trabalhador faz em sua vida profissional. Se a pessoa gosta daquilo que faz, se ela sente que aquele trabalho tem um significado importante em sua vida, o resultado contribui para a sua motivação, levando a um bom desempenho. Diga-se de passagem que instituições sérias exigem bom desempenho. Mas também não existem apenas instituições que podemos considerar sérias. Nestes meus quase 20 anos trabalhando com desenvolvimento de profis- leis e os que burlam as leis; os que criam procedimentos e os que não conseguem nem respeitá-los; os que prezam pela ética e os que nunca tiveram oportunidade, no dia-adia de suas vidas pessoais, de receberem dicas do que seja ética. Pode parecer polêmico, mas é a realidade! Não existe um modelo ideal de bom profissional, assim como não existe um modelo ideal de empresa para se trabalhar. Acredito que os “casamentos mais felizes” entre profissional e local de trabalho acontecem quando os valores e expectativas pessoais se identificam com os valores e expectativas de quem oferece oportunidade de trabalho. A tecnologia, as oportunidades de comunicação e informação ajudaram a tornar os processos seletivos mais justos e a busca pelo melhor emprego mais igualitária. Hoje em dia, tanto a empresa escolhe o candidato, quanto o candidato pode escolher a empresa para a qual vai trabalhar. Antigamente, o profissional ia para uma entrevista de emprego sabendo muito pouco - ou quase nada - sobre a empresa. Hoje, após alguns cliques, pelo próprio celular, numa pesquisa rápida, pode-se saber os resultados financeiros, os clientes, serviços oferecidos, produtos fabricados e ações relacionadas à sustentabilidade, como também matérias polêmicas publicadas, agressões ao meio ambiente, insatisfações de clientes, resultados finan- “O mundo do trabalho é imenso e as oportunidades são inúmeras mas, muitas vezes, o grande desafio está em encontrar aquele que, acima de tudo, dê significado à nossa vida.“ 24 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 sionais, líderes e equipes de trabalho, o que pude perceber é que no mundo do trabalho, existe de tudo no Brasil. As empresas, sejam elas públicas ou privadas, “abraçam” todo e qualquer tipo de profissional: os bons, os “mais ou menos”, os ruins; os inteligentes, os que podem desenvolver mais a sua inteligência; os que têm facilidade para se relacionar com todo e qualquer tipo de pessoa e os que acham que só devem tratar bem aqueles que estão no mesmo nível hierárquico ou acima; os que se comunicam bem (falam e ouvem, ouvem e falam) e também aqueles que só ouvem (ou aqueles que só falam); os que cumprem as ceiros ruins, etc. E tudo isso ajuda o profissional a decidir se quer ou não trabalhar lá. Ou seja, quem procura por oportunidade de trabalho é escolhido, bem como tem a oportunidade de escolher onde quer trabalhar. Aí é que entra o grande desafio, proposto na pergunta-tema deste texto: “se sua carreira fosse uma partida de futebol, qual seria a sua posição?”. Certamente, sua escolha estaria relacionada àquilo que lhe dá prazer, que você se identifica, quanto também àquilo que reduz as suas chances de sofrimento. Neste ponto, gostaria aqui de dar o meu depoimento. “Eu jamais aceitaria ficar no gol, porque sei o quanto sofria em jogos na escola, quando arremessavam a bola em mim. Por outro lado, sempre adorei futebol, porque meu pai era jogador. Aos finais de semana, íamos aos estádios assistir aos jogos do seu time do coração. Depois de adulta, sempre usei os jogos para ilustrar, em minha palestras, tudo o que lia sobre teorias de motivação, liderança, equipes de trabalho. Ajudei a formar centenas de líderes e contribui para a formação de equipes citando partidas de futebol. Acredito que, em todo jogo de futebol podemos tirar uma lição, um aprendizado”. Ah! Por falar nisso, quantas lições tiradas daquele fatídico 7x1 na Copa? Jogo “impecável” daquela Alemanha: estratégias bem definidas (jogadas nitidamente ensaiadas), ética (jogo limpo, não me lembro dos alemães tentando “cavar” falta); conhecedor do mercado (eles sabiam das nossas fragilidades na defesa), exemplar trabalho em equipe (difícil pensar em um ou outro que tenha sido “fominha”, pensado em fazer gol sozinho); responsabilidade social (a comunidade da Bahia, onde o time ficou hospedado, se apaixonou pelo time e pelas ações por ele realizada); marketing (saiu da copa admirado pelo mundo todo). Em outras palavras, o que quis demonstrar acima é que refletir sobre características da nossa infância - sobre o que gostávamos e o que não gostávamos, o que nos ligava positivamente (ou não) a quem nos criou - pode nos trazer indícios de qual profissão poderemos nos realizar no futu- ro. Quanto maior o auto-conhecimento, quanto mais identificarmos nossos próprios gostos e habilidades, mais estaremos prontos e seguros para “escolhermos” onde queremos trabalhar. Por outro lado, quanto menos soubermos identificar aquilo que gostamos, mais vulneráveis estaremos para sermos escolhidos por empresas que não correspondem às nossas expectativas. Tal como as milhares de posições em que podemos atuar numa partida de futebol, seja no campo, na arquibancada, dentro do estádio, fora do estádio…o mundo do trabalho também é assim: um jogo cheio de oportunidades, no qual o grande desafio é saber escolher a posição na qual queremos jogar. GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 25 Musculação na Infância e Adolescência comportamento Quantas pessoas já ouviram dizer por aí “não deixe seu filho fazer musculação, ele vai parar de crescer”? Prof. Carlos Mancha Trata-se de um assunto polêmico há anos e é sobre este tema que vamos falar neste texto. Inicialmente vamos entender, o que é “musculação”? Pelo dicionário, o significado é: 1 Conjunto das ações musculares. 2 Exercício dos músculos. A maioria das pessoas imagina que musculação seja um trabalho com grandes cargas e excesso de peso quando, na verdade, é tudo que envolve o trabalho muscular. Um tratamento fisioterápico ou uma readaptação após um acidente também envolvem o trabalho de musculação. Portanto compreendemos que o assunto é bem mais abrangente do que imaginamos. Há alguns anos a modalidade vem aumentando o número de adeptos entre crianças e adolescentes. Há dois principais motivos para tal. O primeiro deles é a cobrança que a sociedade impõe sobre o “corpo perfeito” - o que gera insegurança, baixa autoestima e até mesmo depressão, a gozação na escola. O desejo em ser visto ou ser popular, faz com que a prática exagerada e errada seja cada vez maior. Neste caso, acredito que a principal culpa seja dos professores que deveriam instruir corretamente sobre os limites do corpo aos seus alunos, mas isso é assunto para uma outra discussão. O outro motivo pelo aumento da prática - e tão ou mais preocupante que o primeiro - é o tipo de vida dessas novas gerações, com a diminuição das atividades físicas e até mesmo as brincadeiras de rua, ocasionando a obesidade infantil, os problemas posturais e etc. A saúde das novas gerações vem se deteriorando pelos hábitos sedentários cada vez mais presentes na vida dos jovens, ao ficar na frente do computador, de tablets ou celulares. Sempre estão sentados tortos, jogados no sofá ou na cama, por horas na mesma posição. A musculação, assim como toda e qualquer atividade física aplicada à criança, deve ser adaptada à idade, necessidade física ou clínica e baseada em avaliações criteriosas por profissionais da área da saúde. Se tudo isso que foi citado acima for respeitado, não há contraindicações para a prática de musculação na infância e adolescência. Então o que há por trás da mística da musculação? Vamos lá... Nossos ossos são divididos em 3 partes: a diáfise (corpo do osso), as epífises (extremidades do osso) e a metáfise (porção de crescimento do osso). Quando se aumenta a massa muscular, também é aumentada a massa óssea, evitando assim fraturas, problemas posturais, entre outros benefícios. Não há na literatura pediátrica, constatações de prejuízos causados por musculação, salvo em casos de má orientação por parte dos profissionais responsáveis, neste caso as lesões podem ocorrer em qualquer idade. Portanto, incentivem e pratiquem atividade física com responsabilidade, procurando a orientação de um profissional habilitado para lhe atender. Mas, se posso dar um conselho para os leitores da Geração Z Magazine que estão nas faixas etárias descritas nesta matéria, é que brinquem muito, pratiquem esporte, não importa a modalidade, apenas divirtam-se. Ou então, caso tenham interesse, pratiquem uma modalidade de forma competitiva, um esporte de alto rendimento. Quando o tempo passar, vocês terão cada vez menos tempo pra isso, então aproveitem! GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 27 comportamento Ciúmes A palavra de ordem atual parece ser “equilíbrio”: para viver, para se relacionar, para crescer e para amar. Por Albangela Ceschin Machado Sentimentos como o ciúmes vem acompanhando a vida de muitas pessoas, que perdem em qualidade de vida por se deixar consumir por este sentimento. Pode-se falar de vários tipos de ciúmes: - Normal - Falso ou gratuito - Preventivo - Patológico que, se subdivide em: delirante, obsessivo e, enquanto comorbidade com doença psiquiátrica. O ciúmes normal é aquele que aparece quando existe afeto, atenção, cuidado e um sofrimento transitório e leve o qual não limita a vida das pessoas envolvidas, não ultrapassando os limites da racionalização das evidências. O ciúmes falso ou gratuito não esta relacionado ao afeto, não existindo um sentimento que o faça valer e sim uma resposta ao estereótipo cultural: uma atitude adequada a um comportamento esperado e socialmente determinado. O ciúmes preventivo é um sistema de controle que atua com base no passado ainda, porém, vigente no presente, relacionado a mutilações genitais, virgindade, uso de vestimentas, determinado pelo controle da mulher em suas atitudes perante a sociedade em que vive. Relacionado a poder e fiscalização. O ciúmes patológico, que tem como exemplos Medéia, Otello e tantos outros personagens, pode-se dizer que tratar-se de um comportamento que supera emoções naturais e evolui para um descontrole levando a um distúrbio mental. Pessoas acometidas por ele freqüentemente tem atitudes das quais irão se arrepender, porém, não conseguem se controlar, em alguns casos custando a perceber o que ocorre a sua volta. 28 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 Pessoas portadoras de ciúmes patológico, mesmo tendo consciência, muitas vezes não conseguem entender tratar-se de uma doença e que precisam de ajuda. Acabam normalmente pedindo desculpas pela atitude mas acabam por, inclusive, entrar em depressão e chegar ao suicídio, muitas vezes agredindo também a pessoa que dizem amar tanto. Não é fácil fazer o diagnóstico de ciúmes patológico. Segundo os autores e estudiosos do tema, é importante verificar algumas características como: - suspeita infundada. - sofrimento dos dois indivíduos envolvidos. - inspeção de bolsa, do armário, da agenda, enfim de objetos pessoais do(a) parceiro (a). - tendência a evitar encontros sociais com pessoas que possam ser prováveis rivais. - perda do controle com facilidade e atitudes de violência física ou verbal com o (a) parceiro (a). Estes são alguns aspectos relevantes, porém não aceitos como universais, para definir o diagnóstico em questão. Podemos dizer que o ciúmes é patológico quando supera os níveis de positividade considerados normais por uma determinada sociedade e cultura. O manual de diagnóstico dos distúrbios mentais não tem ainda esta definição, portanto não temos ainda uma umanimidade. Também conhecido como síndrome de Otelo, o ciúme patológico pode, então, enquadrar-se no distúrbio delirante ou obsessivo-compulsivo, ou ainda em comorbidade com outras doenças psiquiátricas como depressão ou pânico, e nas doenças neurológicas (ex: doença de Parkinson). Finalizando, pode-se dizer que o ciúmes não se limita apenas a casais, pois este sentimento faz parte de todas as relações vivenciadas pelos indivíduos, sejam relações de parcerias afetivo-sexuais, de parentesco, de trabalho, de amizade ou outras. A ameaça da perda, da comparação e da destruição de objetivos e planos, leva o indivíduo a desenvolver emoções que muitas vezes escapam ao controle e chegam a níveis inaceitáveis de impulsividade. A impulsividade leva as pessoas a atitudes que, muitas vezes, as afastam de outras pessoas e traz possibilidades de um isolamento, um sentimento de baixa auto -estima, depressão e medo. O psiquiatra francês Daniel Lagache afirma que: “Ser são não significa ser imune ao ciúmes, significa correr o risco de vivenciar este sentimento, mas ser capaz de superá-lo.” Os indivíduos equilibrados podem vivenciar tal experiência, faz parte da natureza humana, porém o descontrole frente a este sentimento é que pode levar a comportamentos patológicos e passíveis de intervenção terapêutica. O ciúme está ligado ao afeto, faz parte das conseqüências do amor relacionado a sentimentos nobres de preservação da espécie, procriação, defesa de território, cuidado da prole, portanto de preservação da sociedade. Retomando o início do texto, tem-se que o equilíbrio auxilia na moderação de sentimentos reais e verdadeiros, que tem no limite entre o saudável e o patológico a possibilidade de adequação. Ser livre é poder escolher o que se quer, sem com isso sofrer ou fazer sofrer, conciliando desejo, afeto, respeito e limite. Fonte: “E Vissero per sempre Gelosi & Contenti” Ed. Rizzoli, 2008, Itália. Donatella Marazziti. Beijar Faz Bem pra Saúde? comportamento Por Albangela Ceschin Machado Beijar é importante para melhorar a qualidade de vida de um indivíduo e para evidenciar se existirá compatibilidade em um relacionamento. É através do beijo que as pessoas se aproximam e intensificam laços de afeto e de confiança. Crianças que são constantemente afagadas pelos pais através de beijos, abraços e carinhos em geral, aos poucos vão se tornando pessoas mais gentis e confiantes e, então, adultos mais seguros. O beijo acalma, estimula a função circulatória através do aumento dos batimentos cardíacos e aumento da oxigenação das células, libera sentimentos reprimidos, alivia o stress, bem como faz parte das preliminares de um relacionamento sexual. O beijo implica, ao mesmo tempo, acesso ao corpo do outro e uma entrega talvez maior do que a da relação sexual pois é sabido que quando um relacionamento está desgastado o beijo vai ficando cada vez mais escasso, as vezes não passando de um “selinho”, no máximo. É muito comum entre os casais manterem a atividade sexual, mas perderem o estímulo para beijar. É através da boca que se obtêm as primeiras sensações de prazer, pois é o início da exploração do mundo a partir da amamentação, ou seja, através do peito da mãe, a boca permite vivenciar o prazer da alimentação e do afeto que cerca este alimento. O contato da boca com o outro permite a troca de cheiros, gostos, textura e temperatura de pele; no que se refere a relação sexual esse contato é fundamental para aquecer o encontro. De acordo com pesquisas feitas por uma organização britânica, o beijo é um dos melhores modos de se curar a depressão pois ele estimula o cérebro a liberar endorfina, que causa uma sensação de bem estar nas pessoas. Segundo o pesquisador Gallup: “É possível que o beijo ative mecanismos evoluídos que funcionam para desencorajar a reprodução entre indivíduos que seriam geneticamente incompatíveis”. Masters e Johnson, estudiosos da Sexualidade Humana, em seu livro Human Sexual Inadequacy, descrevem técnicas para o tratamento de diversas disfunções sexuais e que são conhecidas como exercícios focados nas sensações. “A prescrição realizada pelo terapeuta baseia-se em proporcionar ao casal a possibilidade de prover e de receber prazer através do toque, do beijo, das carícias e proibindo relação sexual com toque genital, penetração vaginal e orgasmo. Há evidências clínicas suficientes de que o contato tátil mútuo e delicado desperta sensações e respostas emocionais altamente prazerosas e aumenta a intimidade e o envolvimento entre os parceiros.” Os exercícios focados nas sensações são uma forma de aprendizado, em que as respostas prazerosas tornam-se reforços positivos que diminuem a ansiedade sexual, portanto, o beijo pode ter um caráter também terapêutico. Beijar traz sensações agradáveis e saudáveis. Assim, deixe que o bem estar e a qualidade de vida façam parte do seu dia a dia. comportamento Cabelos coloridos Rosa, azul, roxo, vermelho.... descubra como ter e manter as “cores fantasia” Ter cabelos coloridos com tons não convencionais como azul, rosa, roxo, verde ou laranja pode fazer parte dos sonhos de muitas mulheres. Mas, às vezes, as restrições “estratégicas” podem adiar a vontade de desfilar com madeixas vibrantes por aí. A dificuldade de encontrar tintas do tão sonhado tom, a impossibilidade de manter a cor nos fios por muito tempo e ainda os cuidados posteriores à coloração são alguns dos obstáculos. BASE CLARA É IMPRESCINDÍVEL A maioria dos tons de tinta “fantasia” exige uma base clara para que a coloração fique do tom desejado. Apenas em tons super escuros, como azul petróleo, verde musgo ou roxo puxado para o vinho - ou ainda quan- do se deseja apenas alguns reflexos sob o sol - o cabelo poderá ser colorido sem uma prévia despigmentação ou descoloração. Vale lembrar que a descoloração é mais indicada para cabelos virgens, enquanto a decapagem funciona apenas em cabelos previamente tingidos. Se o cabelo já foi tingido ou é muito escuro, é possível que a descoloração e decapagem deixem os fios amarelados ou alaranjados. Para tons frios como azul, verde ou violeta, será preciso que as madeixas estejam platinadas e com fundo mais puxado para o cinza que para o amarelo. DESCOLORAÇÃO GRADUAL E MISTURA DE QUÍMICAS A designer Naiara Dambroso atu- almente usa fios loiros, mas já mostrou madeixas tingidas de vermelho alaranjado, violeta e roxo com uma mecha vermelha. Ela conta que é preciso ter paciência para aderir aos tons “fantasia”. “Meu tom natural é loiro, mas eu tingia o cabelo de preto antes de resolver mudar para o vermelho vibrante. Fui ao salão e primeiro fiz luzes para ir ‘abrindo’ o tom. Depois, comecei a fazer raízes de cor vermelho acobreado, com tintura de farmácia mesmo, em casa. Depois de uns quatro meses, quando a raiz já estava bem crescida e os fios descoloridos em um tom amarelo alaranjado, pintei de vermelho ‘fantasia’. Como o tom é quente, não ficou muito manchado por não precisar de uma base muito clara para ficar bom”, lembrou. Se o processo é complicado para fios lisos, imagine o trabalho que a doutoranda em engenharia Fernanda Wanderley tem para relaxar as madeixas, descolorir de três em três meses e ainda tingi-las de rosa. As diferenças no tratamento começam desde a escolha da tinta: “eu usava uma tinta rosa que tinha mais pigmento vermelho do que a que uso atualmente. Como faço relaxamento, não posso descolorir tão claro quanto gostaria, então a tinta atual, mais fria, fica com um resultado final mais rosa”. Fernanda contou que vai ao salão de três em três meses para descolorir todo o cabelo; das raízes crescidas de cabelo virgem, até o comprimento dos fios já tingidos de rosa. O resultado são raízes com um tom de loiro amarelado e pontas rosa claro. Depois de aplicada, a tinta iguala as duas “partes” do cabelo e o resultado são mechas uniformemente rosadas. A DURAÇÃO DA TINTA “COLORIDA” A maioria das fórmulas de tinta “fantasia” encontradas no mercado age de forma superficial nos fios, como uma espécie de tonalizante . Estas tintas não têm amônia e água oxigenada que, nas tintas convencionais, servem para abrir as escamas do cabelo e “revelar” a cor. É justamente por conta dessa ação mais superficial, que a fixação das tintas coloridas não costuma ser das melhores. Uma das queixas mais comuns das mulheres que tingem os cabelos de cor “fantasia” é que as cores vibrantes desbotam muito rapidamente. O caso é parecido com o das tintas vermelhas “de farmácia” , que desbotam mais rapidamente, mas são mais difíceis de retirar dos fios. Os resíduos dos pigmentos de cores quentes - como vermelho, laranja e rosa - aderem aos fios e é preciso mais processos de decapagem para chegar ao tom loiro exigido por tintas mais claras. Fernanda Wanderley retoca a coloração rosa dos cabelos a cada dois meses e Naiara Dambroso sentia necessidade de retocar todo mês, mesmo que a cor desbotasse para um tom bonito, como lembrou. A designer passou por uma fase em que teve mechas violeta na maior parte da cabeça e uma parte do cabelo em tom de vermelho vivo. O processo de retoque das duas cores não era tão difícil quando imagina-se, garantiu: “passava primeiro a tinta vermelha na mecha, fazia um rolinho, prendia com uma presilha e retocava a parte roxa normalmente”. “QUASE MORRI DE MEDO DE FICAR CARECA” As donas dos cabelos coloridos alertam que a frequência dos cuidados como hidratação, reposição de nutrientes e queratina devem ser ainda mais frequentes que o cuidado normal semanal. A “culpa” é das constantes descolorações e decapagens, que retiram dos fios alguns nutrientes importantes. “Na época dos cabelos coloridos, eu cuidava bem mais que hoje em dia. Usava ampolas de tratamento, hidratava com mais frequência e usava touca térmica”, aconselhou a designer. Mariana Salim é professora de inglês, tem 30 anos e pinta os cabelos desde os 14. Seus tons favoritos são vermelho e rosa, mas ela aponta que consegue retocar raízes e obter o mesmo resultado quando vai a dados como a reposição de queratina, ter cabelo colorido requer atenção durante todo o dia. É comum que estas tintas “fantasia” transfiram algum pigmento para superfícies de contato frequente como fronhas, celulares, óculos e até os dentes. Quem conta é Naiara: “eu havia feito uma restauração de resina em um dente e, no mesmo dia, retoquei a coloração dos cabelos em casa. Eu devo ter respirado com a boca aberta durante o enxágue no banho, porque acidentalmente a tinta tingiu esta parte do meu dente. Foi preciso voltar à dentista para fazer um polimento e tirar a leve coloração arroxeada da resina”. uma mesma cabeleireira. Ela contou que uma vez foi a outro salão e que a cabeleireira errou na descoloração. Resultado: a raiz ficou com uma tonalidade completamente diferente do resto das madeixas. Foi preciso descolorir os fios por inteiro no dia seguinte, o que prejudicou tanto o cabelo, que causou o temido “fio elástico”. “Eu puxava, ele esticava e arrebentava. Quase morri de medo de ficar careca porque não podia prender, nem pentear o cabelo sem aplicar queratina”, lembrou. “POR ACIDENTE, TINGI ATÉ A RESINA DOS DENTES DE ROXO” Além da hidratação e outros cui- Menos drástico foi o tingimento dos óculos de Fernanda Wanderley, que agora tem hastes “degradê rosa” em vez de brancas. Já Mariana Salim comentou que já aconteceu de pegar chuva na saída do salão em que havia acabado de retocar a cor dos cabelos: “as tintas fantasia e o vermelho super escorrem”. A professora de inglês também aponta que a união dos cabelos coloridos com o quimono branco que usa para praticar jiu jitsu não é das mais funcionais: “quando treino, pinto o quimono dos meus amigos. O meu também tem as extremidades manchadas de rosa por causa da tinta”. GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 31 comportamento A Reunião Vampyrica Se você tem diversas pessoas que apreciam um determinado contexto, naturalmente tais pessoas virão a se encontrarem de forma inesperada ou planejada. Por Axikerzus Sahjaza ( Lord A.´.) Na cidade de São Paulo e em seus arredores, temos uma significativa parcela de Vamps e de simpatizantes que vêm se organizando e se encontrando, principalmente na última década, graças aos eventos produzidos pela Rede Vampyrica. Existem festas que ocorrem nos feriados ou nos finais de semana, em casas noturnas nas regiões da Vila Madalena, Jardins e Paraíso. Também existem eventos culturais e beneficentes que vão desde passeios que narram as histórias e causos, bem como lendas urbanas do centro velho da metrópole, até cursos e workshops que desvelam muitos dos segredos presentes entre os Vamps locais. São tantas atividades que o roteiro até inclui visitas turísticas na Romênia, a terra do Conde Drácula. Vale ainda contar que São Paulo talvez seja a única cidade do mundo que tem uma data oficial consagrada aos seres da noite, que é o Dia dos Vampiros. No decorrer deste artigo apresentaremos a vocês os principais e mais tradicionais eventos frequentados por Vamps, simpatizantes & buscadores – ou “encontradores” ou, quem sabe, “Black Swans” que habitam o chamado Halo Antares. Mas que jargão e que termos são estes? Não tema e continue sua leitura. Além do longo véu negro: Originalmente o termo “Black Swan” foi herdado diretamente da cena norte-americana e é usado para designar “apreciadores” e “simpatizantes” daqueles que convivem com os Vamps no seu cotidiano pessoal ou no ambiente de trabalho. Note, no entanto, que os tais “Black Swans” não se nomeiam ou se afirmam como Vamps. Já o termo “Halo” também parte do jargão internacional Vamp, pode ser traduzido como “radiância”, mas é usado no sentido de área de atividades onde acontecem eventos Vamps de todos os tipos - e há uma expressiva quantidade deles. Há bem mais de uma década, a cidade de São Paulo é conhecida como Halo Antares, por conta de uma constelação que paira sobre os meses frios em nossos céus. Mas, contar além disso, implicaria em expor algo além dos juramentos do chamado do código de ética e de bom-senso chamado “Black Veil”. Sim, existe um código de ética e de bom-senso Vampyrico que foi criado sobre ensinamentos e posturas mais antigas. O código é composto de cinco itens – que vocês podem conhecer em artigos do portal www.redevamp. com – que priorizam segredo, civilidade, respeito aos antigos e que o sangue é apenas uma metáfora. Apenas peço aos leitores e leitoras que não tirem conclusões rápidas sobre aquilo que aprenderam e conheceram neste longo parágrafo. Concedi um link – ou uma chave - que poderá ajuda-los na internet a compreenderem melhor quase cinquenta anos de uma cultura Vamp internacional e transregional. Vamos agora falar de encontros e de onde nos reunimos entre afins e também aqueles e aquelas do “Sangue”. Vale apenas ressaltar que os Vamps se dividem em basicamente duas grandes vertentes. Existem os fashionistas, que são as pessoas que adoram a produção cultural do gênero (livros, filmes, séries, games, quadrinhos, estilo, vestimentas e até mesmo assuntos convergentes). E existe também a cosmovisão, que são as pessoas que apreciam tudo que mencionamos, mas que encontram uma espiritualidade perene e muito particular e, para o desenvolvimento deste potencial, em geral buscam o chamado Circulo Strigoi – uma discreta sociedade que fornece cursos, workshops e bases de estudo presenciais há quase uma década no Brasil. Então deixamos bem claro que Vamps, vampirismo ou Vampyrismo não consiste em nenhuma forma de religião, anti-religião, seita ou qualquer coisa parecida. O termo Cosmovisão é usado no sentido de uma visão de uma ordem e ciclos associados à sabedoria perene – e os movimentos do ecossistema, estações do ano, astrologia e outras sabedorias arcaicas que influenciam o mundo e a GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 | 33 vida de cada um. Mas disso não falaremos mais neste artigo. CARMILLA, LE SALON NOIR: O evento reúne aos domingos fãs de seriados, de livros, games e do estilo vampiresco e da boa música alternativa para uma festa descontraída nos moldes dos principais eventos franceses do gênero. FANGXTASY THE AUTHENTIC VAMPYRIC AND GOTHIC NIGHT: Considerado a mais charmosa e tradicional festa do gênero no Brasil, o evento apresenta discotecagens primorosas, performances e expositores com o melhor da produção cultural Vamp Brasileira e estrangeira. Próxima edição no mês de setembro no Poison Bar & Balada, na Rua Mourato Coelho, 651 (V.Madalena) Prestigie a próxima edição em www.redevampyrica.com/ fangxtasy ENCONTRO DO TARÔ DOS VAMPIROS: Iniciado no ano de 2011, o evento reúne Vamps e simpatizantes para uma agradável tarde de palestras ligadas ao tarô e também aos temas do universo vampiresco. Para participar, é só levar 1kg de ração de cão ou de gato que os organizadores doam para uma ONG que cuida de animais abandonados no centro de SP. Acontece sempre no último sábado de cada mês, na Loja Fake No More, no terceiro andar da Galeria do Rock – confira a programação em www.redevampyrica.com/tarodosvampiros CIRCULO STRIGOI, CURSOS & WORKSHOPS: O Círculo Strigoi desde 2006 é uma discreta sociedade voltada para o desenvolvimento da chamada Cosmovisão Vampyrica no Brasil, América do Sul e Portugal. O grupo mantém todos os meses um 34 | GERAÇÃO Z | NOVEMBRO 2014 circuito de atividades e palestras para quem deseja se informar melhor – e para os integrantes mais antigos uma série de atividades e ritos focalizados na expansão do poder pessoal e de uma espiritualidade própria. O evento acontece mensalmente no espaço Mystic Mall, aos sábados, confira a programação em http://cosmovisao. redevampyrica.com PASSEIO CULTURAL SÃO PAULO MALDITA: Imagine um anoitecer que reúne dezenas de Vamps, simpatizantes e de pessoas estilosas interessadas em passarem bons momentos e ainda conhecerem as lendas urbanas, histórias macabras, relatos dos poetas malditos do século retrasado e outros temas afins. Assim é o passeio cultural São Paulo Maldita, organizado por Frater Vincent e Lord A:. – assista os vídeos e participe da próxima aventura em: www.facebook.com/saopaulomaldita SARAU JARDIM DE PERSÉFONE: Um evento aberto que mistura um picnic de temas darks com um sarau de poesia, dança, artes plásticas e muitas surpresas, na mítica cidadezinha de Paranapiacaba no alto da Serra do Mar. O evento acontece sempre nos equinócios de primavera ou de outono e são organizados pela diva e performer Srta Xendra Sahjaza (editora do blog Fashionismo Vamp), no Locobrek da Vila dos Ingleses. Saiba tudo sobre a próxima edição no site oficial do evento em www.redevampyrica.com/ jardimdepersefone DIA DOS VAMPIROS: Uma data oficial da cidade de São Paulo e uma campanha que incentiva a doação de sangue, estímulos a diversidade cultural e campanhas informativas contra o preconceito. A campanha e as festividades foram criadas e são administradas pela cineasta Liz Vamp (Filha de Zé do Caixão) Participe em www.diadosvampiros.org VOX VAMPYRICA: É um programa de webradio, transmitido pela ANTENA ZERO (www.antenazero.com), focalizado na música alternativa e também em pautas informativas sobre Vamps na cultura pop e no fashionismo, como também outros temas mais velados destinados a cosmovisão. Inicialmente um podcast criado em 2006 por Lord A:. e atualmente apresentado ao lado de Srta.Xendra Sahjaza. No ar toda segunda-feira, das 18h às 19h, em www.antenazero.com ou no site oficial www.voxvampyrica. com – pode ser escutado pelo app Tune In nos celulares mais modernos.