No dia 14 de Junho de 1894 nasce em Guaratinguetá, no

Transcrição

No dia 14 de Junho de 1894 nasce em Guaratinguetá, no
No dia 14 de Junho de 1894 nasce em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, Estado de São
Paulo, Edgard Pereira Armond. De família humilde, Armond, aos 21 anos, ingressa na Força
Pública de São Paulo, onde inicia carreira que lhe daria um titulo, pelo qual é conhecido até
hoje: "Comandante".
Em 1919 casa-se com Nanci de Menezes, filha do Marechal do Exército Manuel Félix de
Menezes. Participa de vários movimentos militares, atuando nas revoluções de 1922 e 1924
onde fez parte das tropas de ocupação nas nossas fronteiras com o Paraguai e Argentina.
Em 1923 matricula-se na Escola de Farmácia e Odontologia do Estado, diplomando-se em
1926.
Com uma vida profissional plena de atividades, trabalha na construção de uma estrada de
rodagem unindo as cidades de Paraibuna e São Sebastião. Mesmo enfrentando muitas
dificuldades financeiras, toma a direção pessoal do empreendimento e esta sua atitude
antecipa o progresso desta região em 40 anos, beneficiando muitas cidades.
Paralelamente começa a estudar e trabalhar no Espiritismo, chegando a atuar ao lado do
famoso médium Dr. Luiz Parigot de Souza, do Paraná. Participa também de um grupo de
estudos e práticas espíritas a convite de Canuto de Abreu, visitando assim vários Centros
Espiritas particulares que se dedicavam exclusivamente à prática de trabalhos mediúnicos de
efeitos físicos, isto nos arredores da capital.
Em 1938, o Comandante sofre um acidente de automóvel, no Parque D. Pedro, em São Paulo,
no qual quebra os dois joelhos, além de sofrer outros ferimentos, sendo inclusive hospitalizado.
Após varias cirurgias e muitos tratamentos, fica quase sem poder andar durante seis meses,
passando assim a usar muletas, com grande redução de movimentos. Enquanto se recupera
do grave acidente que sofrera, continua seus trabalhos de cooperação espírita, ajudando
companheiros a preparar palestras e conferencias.
Em 1939 é convidado, pelo então presidente Américo Montagnini, a ocupar o cargo de
secretário - geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo; diante desta eleição não
esperada, fecha-se o círculo de sua integração dentro do Espiritismo, sendo este o primeiro ato
de urna série de árduos e prolongados trabalhos.
Em 1940 Armond é considerado inválido para o serviço militar, passando a dedicar-se
totalmente ao Espiritismo. Ele coloca sua vida a serviço de tarefas que vão contribuir para o
progresso físico e espiritual de seus semelhantes, mudando a maneira com que até então
vinham sendo conduzidos os Estudos Evangélicos e a própria Doutrina Espírita. O
Comandante Armond era dotado de um caráter reto e firme, de moral elevada, detestava a
maledicência e fugia sempre das conversas fúteis e de perguntas vulgares. Corno espírita e
cultor de bons exemplos sabia valorizar o seu tempo com ocupações úteis e edificantes, sendo
um exemplo de disciplina, coragem e determinação.
Como expositor, era detentor de um discurso persuasivo, acompanhado de uma linguagem
clara e objetiva, não deixando pairar qualquer dúvida sobre o terna em questão. Como escritor
espírita, era profundo estudioso dos fenômenos psíquicos e conhecedor de largos recursos
sobre o tema Mediunidade . Escreveu uma serie de 2l livros didáticos sendo que parte deles
destinada ao uso nas Escolas e os outros para a Fraternidade dos Discípulos de Jesus. O
primeiro contato mediúnico na Casa foi com o auxilio de uma médium particular e foi por
intermédio dela que o Dr. Bezerra de Menezes transmitiu a conhecida frase: "No mundo, o
Brasil; no Brasil, esta terra que tem o nome do grande Apostolo, e aqui, esta nossa casa, que
será um farol a iluminar a Humanidade." Muitas foram as fraternidades que se apresentaram na
FEESP para dar auxílio nos trabalhos desta Casa. Muitas experiências foram realizadas no
campo da mediunidade para que se comprovasse a existência de todos os Beneméritos
companheiros espirituais, haja visto que o comandante era muito criterioso e jamais se daria
por satisfeito, caso pairasse qualquer duvida ou suspeita na informação mediúnica. Consciente
da responsabilidade da tarefa que lhe fora atribuída e contando com o auxilio dado pelas
Fraternidades, o Comandante não mediu esforços e trabalho para alcançar o seu objetivo que
era criar os cursos de Espiritismo citados por Allan Kardec, no livro "Obras Póstumas", tarefa já
tentada anteriormente pelo Dr. Bezerra de Menezes, no início do século. Seu trabalho não foi
fácil, encontrou muitas dificuldades e teve diversas decepções por parte de alguns
companheiros, mas mesmo assim lutou heroicamente á frente da Federação durante 10 anos
no esforço de conseguir implantá-los.
Em 1944, o Comandante funda, juntamente com Pedro de Camargo "Vinícius" e Marta Cajado
de Oliveira, o Jornal "O Semeador", dentro do qual, no início, é obrigado a usar vários
pseudônimos para garantir a saída do jornal com regularidade. Além do Jornal, para
incrementar a difusão da Doutrina e prestigiar a Casa, propõe a criação de um programa
intitulado "hora espírita", que passa a ser veiculado na Rádio Tupi, aos domingos.
Em 1947, Edgard Armond funda a USE - União Social Espírita, que posteriormente passou a
se chamar União das Sociedades Espíritas, com a finalidade de unir a família Espírita do
Estado de São Paulo e unificar as práticas religiosas.
Dando cumprimento ao programa estabelecido pelo Plano Espiritual Superior, em 1950, o
Comandante cria as Escolas de Aprendizes do Evangelho, para que, através de estudos
orientados, as criaturas possam aprender o Evangelho e não apenas decorá-lo, utilizando-o
como código de conduta, renovando-se de dentro para fora, através das sublimes lições da
Boa Nova. Edgard Armond cria também as Escolas de Médiuns, visando a melhoria do
Intercâmbio Espiritual e a Fraternidade dos Discípulos de Jesus que deve funcionar como
órgão de agrupamento dos trabalhadores do campo religioso.
Em 1967, por motivos de doença, o Comandante pede o seu afastamento da Federação, mas
continua a colaborar à distância no setor da publicidade, da organização de centros e
organizações espíritas, inclusive em países estrangeiros.
Em 1973, em uma reunião em sua casa, o Comandante, juntamente com alguns companheiros
impulsionados ao trabalho evangélico, fundam a Aliança Espírita Evangélica. A partir de 1980
assessora a formação do setor III da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, continuando com a
tarefa de expansão do Espiritismo Religioso.
Em 29 de novembro de 1982, às 4h30, o Comandante Edgard Armond desencarna no Hospital
Osvaldo Cruz, na cidade de São Paulo, com oitenta e oito anos de vida terrena bem vividos.
Seu jeito dinâmico de ser o os seus ideais nobres nos fazem acreditar que o Comandante
permanece em plena atividade no Trabalho Redentor.