bulletin n°14 Août 2012

Transcrição

bulletin n°14 Août 2012
Du Levain pour Demain
Bulletin des sympathisants
Numéro 14
Bonne rentrée à toutes et tous.■
Sommaire
Gérard Aleton
Editorial
Gérard Aleton
A revelação de Deus, a traves da
religiosidade popular
Dilma dos Santos Barbosa- sœur AS
La révélation de Dieu à travers la religiosité
populaire -Traduction
Dilma dos Santos Barbosa- irma AS
Amazonie.
Gérard Aleton
L’Eglise de Roraima au Brésil
Jacques Hahusseau- prêtre « fidei donum »
Igreja de Roraima- Brasil-Tradução
Jacques Hahusseau- padre « fidei donum »
Dictionnaire amical d’un certain Brésil
(Troisième partie).
Xilographure : Adam et Eve au paradis
Bernard Colombe- prêtre
Editorial
C
e bulletin de rentrée qui nous livre la
troisième partie du dictionnaire amical
d’un certain Brésil aborde les thèmes de
la religiosité populaire et de l’Amazonie.
Dilma, sœur auxiliaire du Sacerdoce à Salvador,
nous introduit à la religiosité populaire à partir
de son vécu et de son expérience. La religiosité
populaire, très vivante dans le Nordeste et plus
largement au Brésil,s’organise autour de la
dévotion aux saints, des pèlerinages et des
réunions de prière. Elle n’est pas incompatible
avec un approfondissement de la foi qui n’a rien
à craindre de la ferveur populaire. Son
affaiblissement proviendrait plutôt d’une carence
de nourriture spirituelle comme le souligne
Dilma.
Jacques Hahusseau, prêtre « fidei donum », vit
depuis 2007 à Boa Vista dans l’Etat de Roraima,
situé en Amazonie au nord du Brésil. J’ai
demandé à cet ami, connu en région parisienne
alors qu’il accompagnait les gens du voyage, de
nous parler de son combat quotidien en faveur
des indiens et des petits paysans de cette région
excentrée qui attire les convoitises des grands
propriétaires et des compagnies minières.
Enfin n’hésitez pas à faire part de vos
commentaires à Bernard Colombe qui finit de
nous faire partager sa vision sur le Brésil
d’aujourd’hui.
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A revelação de Deus,através
da religiosidade popular.
N
o compromisso com a libertação do ser
humano, continuamos a ser sujeitos,
que vivem à fé inseridos numa
realidade concreta. Somos seres influenciados
por uma cultura, portanto, somos seres culturais.
Crer hoje significa portanto, tornar presente a
tradição de fé e experiência Cristã de forma viva
e compreensível em outras situações
historicamente mudadas e valendo-se de outras
categorias experiências e pensamentos. Cada
cultura em que foi transmitido o evangelho tem
um universo próprio de costumes, entendimento
da realidade, linguagem etc. Faz parte da
natureza cristã a inculturação, maneira de
apresentar a fé nas situações concretas.
Falar da religiosidade popular não é algo tão
evidente portanto, não é tão fácil. Mas, de uns
anos para cá tenho sido levada a refletir e até
mesmo mergulhar mais profundamente nessa
realidade. De uma certa maneira, a minha
formação religiosa sai do meio da religiosidade
popular, sendo aos poucos evangelizada e
inserida nas Comunidades Eclesiais de Base, um
« outro jeito de ser Igreja ». Tendo sido inserida nas
Comunidades Eclesiais de Base não deixei de
ter um pé nas diversas manifestações da
religiosidade popular. Tendo em vista que essas
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Comunidades foram sendo desenvolvidas
através de povos que trazia as mais diversas
maneiras de manifestar a sua fé, o que pouco a
pouco na caminhada foi encontrando a
identificação com o verdadeiro Cristo libertador.
Na região onde vivi a minha infância e uma
parte da minha juventude,
fazia-se algumas
celebrações em homenagem a alguns santos.
Na casa dos meus pais, não era diferente, minha
mãe tinha forte devoção à Nossa Senhora
Aparecida, Santo Expedito e o Divino Espírito
Santo ( Pentecostes) Sem contar que quando
algo desaparecia na casa a confiança nas Almas
Santas e Benditas se fazia presente.
Naquele pequeno lugarejo havia devoções a
uma diversidade de Santos. Desde Santo
Expedito, até São Pedro e São João Batista.
Cedo a minha mãe nos ensinou a rezar o ofício
de Nossa Senhora deixando sobre a
responsabilidade das três filhas de todos os
sábados e quartas-feiras rezar, ela estando ou
não presente, era o nosso compromisso. Ao
mesmo tempo ela estava comprometida com os
círculos bíblicos
animando sobretudo, de
maneira bastante intensa o novenário do Natal e
a semana Santa, através dos pequenos livretos
propostos pela diocese.
No mês de Maria a
família juntamente com toda a vizinhança e a
Comunidade mesmo diante da correria do diaa- dia se fazia presente durante os 31 dias para
celebrar o mês todo com o ofício de Nossa
Senhora, mas, sobretudo, os cantos populares
voltados à Maria e apresentações diversas que
envolvia crianças jovens e adultos. Nascia aqui
uma Comunidade eclesial de base. Lá se fazia a
fraternidade, lá se partilhava a vida, lá se
organizava mutirões. Capela não muito grande
mais sempre muito cheia. Todas as idades
presentes e a evangelização de uma certa forma,
de acordo aquela cultura ia fluindo. Os diversos
vizinhos e amigos tinha um padroeiro dileto a
quem uma vez por ano se fazia uma « reza ».
Como se passava esta reza ?
Dia de Santos Reis, por exemplo, a nossa
vizinha Dona Maria já não mais fazia um
convite formal porque todos de longe ou de
perto já sabiam onde ir naquele dia para celebrar
o dia de Santos Reis. Aqui tinha uma mistura
talvez confusa com alguns traços do candomblé.
Algumas manifestações aconteciam. Como
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também nas rezas de São Cosme e São Damião
onde mencionarei abaixo. Algumas vizinhas
chegavam mais cedo para a preparação do
almoço, a juventude um pouco mais tarde para
participar do almoço e das orações e rezas
diversas que já começavam a acontecer a partir
da preparação do almoço . A juventude também
ajudava na prepararão do ambiente
da
ampliação do espaço de maneira improvisada
para poder acolher as centenas de pessoas que a
partir das 18 horas começariam a chegar. Na
reza de dona Maria tínhamos o almoço e à noite
continuava com as orações diversas que se
repetia até o meio da madrugada sempre uma
reza específica ao Santo homenageado, (o
Bendito). No caso de Dona Maria seria um
Bendito aos Reis Magos. Para concluir a reza se
cantava o seguinte refrão que é também muito
cantado nas romarias à Nossa Senhora Aparecia
e Bom Jesus da Lapa. « Até para o ano, até para o
ano, até para o ano, se nós vivo for » A boa
conjugação não tinha tanta importância. « Nós
vivo for ».
Para quem cultuava São Cosme e São Damião,
Santa Barbara, mas, sobretudo, São Cosme e
São Damião, por ser o protetor das mães que
tinham filhos gêmeos, pelos filhos que nasceram
saudáveis e o parto que foi bom, acontecia um
jantar que era distribuído para as centenas de
pessoas após os diversos benditos entoados
seguidos também da ladainha de todos os Santos
que era cantada em todos os tons de vozes.
Quando eu falo jantar não quer dizer, um jantar
formal, com mesas imensas e todos sentados ao
redor da mesa. Mas, um jantar também bastante
popular. Muita comida, sabendo que se fazia
uma economia durante o ano em vista da festa
daquele Santo. A reserva do feijão, o criatório
dos animais, uma parte do resultado da colheita
era tudo em vista daquela « reza ».
Após a longa reza e a partilha da comida,
acontecia um leilão com muitos prêmios, tendo
muitas vezes um frango assado ou um rotti de
porco assado dentre outros prêmios, o resultado
desse leilão já servia como reserva para o ano
seguinte.A pessoa que gritava o leilão era sempre
alguém muito querido da comunidade mas,
sobretudo, alguém que tivesse um bom humor.
Muito divertido, se tornava ao mesmo tempo
um lazer e um lugar de encontro para os
amigos. Muita gente arrematava o leilão lpara
oferecer para um amigo ou amiga, uma
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namorada ou até mesmo para os compadres e
comadres.
Todos esses exemplos e tantos outros tem
rastros de uma religiosidade popular. Nessas
situações e em tantas outras foi sempre para
fazer agradecimento a Deus por tal e tal situação
as mais deveras possíveis. Seja por terem saído
de algumas situações difíceis como por
exemplo, ter recuperado de uma doença ou ter
conseguido um bom parto, uma boa colheita,etc.
E a promessa não era limitada, nessas situações
sempre foi para sempre: « Se eu conseguir fazer
uma boa colheita nesse ano eu farei uma reza a São José
convidando todos os vizinhos oferecendo comida meio dia
ou à noite a cada 19 de Março de todos os anos. »
Uma ingenuidade de fé talvez, mas, ao mesmo
tempo numa grande generosidade a Deus. « Se o
parto da minha filha correr bem eu rezarei para Cosme e
Damião durante toda minha vida, dando um almoço
para crianças ou um jantar a quem estiver depois da
oração ». E assim se prosseguia e ainda continua
mesmo nas grandes capitais como em Salvador
por exemplo. Claro, que com uma menor
intensidade porque a evangelização tem muito
ajudado no processo da conscientização
religiosa. Mas, a marca ainda é muito forte. Os
exemplos são muitos e as realidade diversas.
Muitas vezes essas famílias ou algumas pessoas
dessas famílias não têm um contato direto com o
evangelho ou talvez nem vão à missa de maneira
regular, mas, têm um compromisso muito forte
com Deus. Talvez ainda não está claro que
Deus não precisa de trocas para poder realizar
seu projeto de amor e de misericórdia, mas,
penso que essas manifestações sejam também
uma maneira de expressar a todos a alegria do
reconhecimento da ação de Deus em suas vidas.
Na minha maturidade cristã eu não tenho
deixado de acreditar na fé popular. Quando vou
nas festas dos nossos padroeiros e as vezes são
muitos numa mesma paróquia,
eu rezo,
contemplo e medito muito através das
expressões do povo. Eu me dou conta que isso
passa através do me deixar tocar por esta fé
que só Deus compreenderá e quem somos nós
para dizer que eles não encontram Deus agindo
dessa maneira ? Hoje, eu não poderia ficar numa
reza só escutando benditos e ladainhas longas,
sem hora para terminar, mas, também não penso
que Deus não escuta a esse povo que reza e
clama com toda a força do seu coração. Penso
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que seja uma outra maneira de chegar a Deus e
de acolher Deus em suas vidas. É verdade que os
Santos são os nossos intercessores, mas, na
cabeça do povo eles são também aqueles que
estão mais próximos, aqueles que tem uma
maior intimidade como se dissesse: eles foram
humano como a mim, me compreenderão e
falarão de mim ao meu pai.Toca-me muito,
quando vou fazer alguma celebração
em
homenagem a algum padroeiro. O povo é ele
mesmo. Sabem todas as orações de cor, levam
flores, e fazem o ofertório colocando a mão no
peito e olhando bem nos olhos do Santo
padroeiro. Nesse ano participando da festa de
Santo Antonio o qual é muito cultuado em toda
a Bahia e talvez em todo o Brasil, primeiro por
ser o Santo casamenteiro e depois o Santo das
causas perdidas. Tendo em conta, que aqui em
Salvador ele é fortemente reverenciado.
Sempre que animei uma celebração de algum
padroeiro ou padroeira em algumas paróquias
ou comunidades por onde passei, retomei muitas
vezes, a seguinte expressão: « Este é o momento de
aumentar a nossa fé em Jesus Cristo, seguindo o exemplo
de tal ou tal padroeiro » E através dessa frase fiz
sempre um aprofundamento em torno da
entrega de tal e tal Santo em vista do Reino de
Deus. Nesse ano, eu fui chamada por um grupo
de mulheres da Paróquia, para falar sobre Santo
Antonio e a Família. Cantos e ladainhas bem
cantados, com toda a força do coração.
Cantinho bem preparado para Santo Antonio,
flores belas, Santo Antonio bem destacado em
meio a simplicidade e singeleza das flores.
Caixinha para o ofertório bem discreta e bem
arrumadinha. Homens e mulheres, famílias
inteiras. O evangelho foi aquele onde Jesus diz:
« Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão,
minha irmã, e minha mãe ».
Me tocou o silêncio enquanto acontecia a
celebração. Ali eu sentia que não era unicamente
mais uma saída para a igreja, mas, mais uma
saída em busca de Deus. Fui muito tocada ao
sair da igreja naquele dia, porque uma vizinha
veio comigo até perto da nossa casa e no
caminho ela sinalizou algo da reflexão que foi
feita onde tocava a relação familiar. Falou de
maneira muito natural da sua relação com o seu
marido e como ela se sentia culpada, e me disse:
Tenho o desejo de a partir de hoje procurá-lo
para refazer a nossa relação. Eu estou todos os
dias na igreja, mas, a minha prática não
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corresponde com o meu desejo. Fui tocada,
porque saímos de um trezenário de Santo
Antonio, não saímos de uma missa, não tivemos
a eucaristia porque nesse dia foi só a celebração
da palavra, mas, algo passou no coração
daquela mulher num dia em que se fazia
homenagem a Santo Antonio.
Para concluir, quero apenas sinalizar que são
inúmeras expressões da religiosidade popular.
Seja nas grandes romarias ou nas grandes
procissões. As grandes procissões em Salvador
por exemplo,
são constantes. Temos pelo
menos três grandes momentos do ano onde
acontece grandes procissões sem contar com as
inúmeras em cada paróquia. Aqui em Salvador
da Bahia, a primeira Começa no final de
dezembro com a festa de Nossa Senhora da
Conceição, logo em seguida, no início do mês
de janeiro em homenagem a Senhor do
Bonfim,milhares de pessoas com as mais
diversas manifestações de fé possível. A terceira
é a caminhada penitencial no terceiro domingo
da quaresma, que com a presença de bispos
padres, religiosas e religiosos e todo o povo de
Deus, caminhamos aproximadamente 7 a 8
KM. Muitas vezes embaixo de um forte sol ou
algumas vezes embaixo de uma forte chuva.
Mas, ninguém se esconde da chuva e nem
tampouco do sol. O caminho se faz, com
cantos
orações,
intenções,
confissões,
agradecimentos, lágrimas etc.
Diversos
deficientes participam conduzidos por suas
famílias ou alguns voluntários. Ninguém se
queixa do percurso, mas, louva e agradecem a
Deus. Durante a caminhada podemos escutar
muitas vezes: « Obrigado senhor por tuas
maravilhas ». « Como tu és grande senhor ». E assim,
continua o percurso e os louvores.Todas as
idades fazem o trajeto. Também todas as classes
sociais.
O que me toca aqui é que muitas vezes
coincide com eventos importantes da Cidade,
mas, é incrível o número de juventude que está
lá. Claro, que nessas procissões tem uma grande
maioria que são paroquianos, mas, como eu
dizia antes guarda um jeito todo particular de
expressar a sua fé, de expressar o seu
compromisso na igreja de expressar o seu ser
cristão. Vivemos num país que foi recebendo
diversas maneiras de viver a fé. Seja pelo
devocionismo português, seja pela cultura
africana, daí as danças, as diversas expressões
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corporal e até mesmo algumas outras
manifestações que nem sempre é claro se vem
do candomblé ou mesmo da própria referência
Africana.
Como dizia no início não é fácil falar da
religiosidade popular, é um tanto complexo,
mas, talvez seja esta complexidade que nos
oferece algo de belo e de encantador. O povo
não se cansa, eles acreditam em Deus e não
complicam, mas, expressam de maneira muito
natural. Até mesmo quando chegam numa igreja
que tem mais ou menos 30 Santos diferentes eles
querem reverenciar a todos, mas, eu sou certa
que a comunhão mais profunda é em Deus,
talvez não muito no filho de Deus mas, em
Deus. O risco é que como não é uma fé talvez
bastante trabalhada e aprofundada pode se diluir
facilmente em meio a sociedade liquida em que
estamos vivendo, mas, ao mesmo tempo pode
ser uma fé bastante sólida, porque Deus
continua sendo Deus, como dizia Dom Pedro
Casaldáliga: « Deus é Deus simplesmente ». E é
assim, que penso que o nosso povo vive a sua fé.
Vendo Deus como um Deus simplesmente. ■
Dilma dos Santos Barbosa.
Françoise Aleton, Dilma dos Santos Barbosa,
Catherine Roth, Anne-Lise Sieffert
La révélation de Dieu à
travers la religiosité populaire
E
ngagés pour la libération de l’Homme,
nous vivons notre foi dans une réalité
concrète. Etres culturels, nous sommes
influencés par une culture. Croire aujourd´hui,
signifie rendre compte de la tradition de la foi
et de l´expérience chrétienne sous une forme
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Bulletin des sympathisants
vivante et compréhensible en s’exprimant dans
le mode de penser et la situation historique
d’aujourd’hui. Chaque culture à travers laquelle a
été transmis l´évangile possède ses propres
codes, langages, coutumes, et compréhension de
la réalité... L´inculturation, manière de présenter
la foi dans des situations concrètes, fait partie de
la tradition chrétienne.
partage ;
là
s´organisait
le
travail
1
communautaire . La chapelle peu grande était
toujours comble. Tous les âges, et toutes les
formes d´évangélisation s’y mêlaient. Les voisins
et amis avaient tous un patron préféré pour
lequel on faisait une réunion de prière2 une fois
l’an.
Parler de religiosité populaire n´est pas chose
aisée. Il y a quelques années, je fus amenée à
réfléchir et à approfondir cette question. Avoir
été évangélisée dans des Communautés
Ecclésiales de Base, (Une autre façon de faire
Eglise) m’a un peu écartée de cette forme de
religiosité même si j’y ai conservé un pied. Les
Communautés Ecclésiales de Base se sont
développées au sein de populations qui
manifestaient leur foi de façons diverses. Peu à
peu leur cheminement rencontra celui du
Christ libérateur, le Christ ressuscité.
Dans la région où j´ai grandi et passé une partie
de ma jeunesse, on faisait des célébrations pour
rendre hommage aux saints. Dans la maison de
mes parents, il en était de même! Ma mère
pratiquait une grande dévotion à notre Dame
Apparecida, à Saint Expédit et à l´Esprit Saint,
(le Divin Esprit Saint), célébré à la Pentecôte
sans oublier le fait que si quelque chose
disparaissait dans la maison, on faisait
naturellement confiance aux Âmes Saintes et
Bénies.
Dans mon bourg, on marquait notre dévotion à
une grande diversité de saints: de Saint Expédit
à Saint Pierre en passant par Jean Baptiste. Très
tôt, notre mère nous enseigna à prier l´office de
la Sainte Vierge en confiant à la responsabilité de
ses trois filles les prières du mercredi et du
samedi, qu´elle soit présente ou non. C’était
notre engagement. En même temps, elle faisait
partie de cercles bibliques, animant surtout de
manière intense la neuvaine préparant Noël et la
semaine sainte au moyen de petits livrets
proposés par le diocèse. Pendant le mois de
Marie, la famille entière avec les voisins et la
communauté, malgré le travail quotidien, se
réunissait pendant trente et un jours pour
célébrer l´office de la Sainte vierge avec des
chants populaires et des représentations animées
par les enfants, des jeunes et des adultes. C´est
ainsi qu´est née une Communauté Ecclésiale de
Base. Là se pratiquaient la fraternité et le
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Xylographure : prière pour demander la pluie
Comment se déroulait cette réunion de
prière ?
Le jour des rois par exemple, notre voisine,
Dona Maria ne lançait pas une invitation
formelle mais tout le monde savait où la fête
serait célébrée. Il y avait un mélange de rites
parfois confus, avec quelques éléments de
Candomblé3. Quelques voisines arrivaient tôt
pour cuisiner le repas et un peu plus tard la
jeunesse, pour y participer et préparer
l´ambiance en augmentant l´espace afin d’y
accueillir les centaines de personnes qui, à partir
de 18 heures, commençaient d’affluer. La soirée
se poursuivait avec des prières diverses répétées
jusqu´à l´aube, en portant une attention spéciale
au saint vénéré: le « béni ». Dans le cas de Dona
Maria, le « béni » était les rois mages. Pour
conclure, on chantait ce refrain également
entonné dans les processions à Notre Dame d’
Aparecida et au Bon Jésus de Lapa: « A l’année
prochaine, à l’année prochaine, à l’année prochaine si
1
Le mot brésilien « mutirão » est traduit
approximativement par séance de travail
communautaire. NDT
2
La traduction littérale de « rezaa » est prière, mais le
terme « réunion de prière » semble plus approprié.
NDT
3
Religion afro-brésilienne pratiquée principalement
dans l’Etat de Bahia.
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nous sommes toujours en vie4 ». Personne n’attachait
la moindre importance à la syntaxe
approximative des paroles !
Pour qui avait une dévotion spéciale à St Côme
et St Damien, protecteurs des mamans qui
avaient des jumeaux, des enfants nés en bonne
santé, et que l’on remerciait pour les
accouchements qui s´étaient bien déroulés, un
repas était distribué à
des centaines de
personnes après avoir prononcé les divers
bénédicités et entonné les litanies des saints
chantées sur tous les tons. Quand je parle de
repas, il ne s´agit pas d´un repas à la place mais
d´un repas très populaire autour de tables
immenses. Le repas était plantureux car on
faisait des économies durant toute l´année en
vue de cette fête. Une réserve de haricots,
quelques animaux, une partie de la récolte
étaient affectés à cette intention.
Après la longue prière et le partage du repas, il y
avait une loterie avec de nombreux prix : un
poulet rôti par exemple ou un rôti de porc entre
autres choses. Le résultat de cette loterie
constituait une avance pour l’année suivante. La
personne qui animait la loterie était quelqu’un de
très apprécié dans la communauté et reconnu
pour sa bonne humeur! C´était drôle, un
moment de loisir et de rencontre entre amis.
Beaucoup de gens profitaient de la loterie pour
offrir quelque chose à un ami, une amie, un
amoureux ou même un compère ou une
commère.
Ces exemples et tant d´autres, donnent une idée
de ce qu´est la religion populaire. Dans ces
situations, Il s´agissait de rendre grâce à Dieu
soit pour s’être sorti d´un mauvais pas tel un
ennui de santé soit pour remercier d´un bon
accouchement, d’une bonne récolte, etc... La
promesse n´était pas limitée au passé: « Si j´arrive
à faire une bonne récolte cette année, je ferai une réunion
de prière dédiée à Saint Joseph en invitant tous mes
voisins, et en offrant le repas de midi ou du soir le 19
mars de chaque année ! »
Simplicité de foi peut-être, mais accompagnée
d’une grande générosité envers Dieu! « Si
l´accouchement de ma fille se déroule bien, je prierai
Côme et Damien toute ma vie, en donnant un repas aux
4
En version originale : « Até para o ano, até para o
ano, até para o ano, se nós vivo for »
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enfants pour leur fête après la prière ». Et cette
religiosité populaire dont l’empreinte est restée
forte, s’exprime également dans une grande
ville comme Salvador même si c’est avec une
moindre intensité parce que l´évangélisation a
beaucoup éclairé la conscience religieuse. Des
personnes qui ont peu de contact direct avec
l´évangile ou ne pratiquent pas, conservent une
relation à Dieu très profonde même si elles ne
comprennent pas toujours que Dieu n´a pas
besoin de dons pour réaliser son projet d´amour
et de miséricorde. Je pense que ces
manifestations sont aussi, pour ces personnes,
une manière d´exprimer leur joie et la
reconnaissance de l´action de Dieu dans leur
vie.
Dans ma vie chrétienne d´adulte, je n´ai pas
délaissé cette foi populaire. Quand je vais dans
les fêtes de nos saints patrons, je prie, contemple
et médite beaucoup en prenant appui sur
l’expression populaire. Je me rends compte que
je suis touchée par cette foi que Dieu seul peut
comprendre. Qui sommes-nous pour prétendre
que la rencontre de Dieu ne s’effectue pas de
cette manière? J´aurais désormais du mal à rester
dans une réunion de prière qui n’en finit pas, en
écoutant des litanies interminables, mais je crois
que Dieu écoute ce peuple qui prie et crie de
toutes ses forces. C´est une autre manière
d´arriver à Dieu et de l’accueillir dans sa vie.
Tous les saints sont des intercesseurs mais
certains semblent plus proches. On ressent pour
eux une intimité plus grande comme si l´on se
disait: « celui-ci a été un être humain comme
moi! Il me comprendra et parlera de moi au
Père. » Le peuple connait toutes les prières par
cœur. Il apporte des fleurs et fait des offrandes,
la main sur le cœur, en regardant bien le Saint
patron, droit dans les yeux! Cette année j´ai
animé dans notre paroisse la célébration de Saint
Antoine, très aimé dans tout l’État de Bahia et
peut-être même dans tout le Brésil. C’est le saint
faiseur de mariages et celui que l’on invoque
dans les cas désespérés. A Salvador même, il est
très révéré.
Chaque fois que j’anime une célébration pour un
saint patron, dans les paroisses et communautés
qui m’y invitent, j’ai l’habitude d’utiliser
l’expression suivante : « C’est le moment d’accroître
notre foi en Jésus Christ en prenant exemple sur ce saint
patron » Cette phrase permet d’approfondir la
relation du saint avec le Royaume de Dieu. Cette
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année, à la demande d’un groupe de femmes de
la paroisse, j´ai dû parler de St Antoine et de la
famille. L’espace dévolu à saint Antoine était
simplement décoré de fleurs et la statue du saint
mise en évidence. Le tronc pour les dons était
disposé discrètement et avec grâce; des hommes,
des femmes, des familles entières étaient
présentes. L´évangile fut celui où Jésus dit:
« Celui qui fait la volonté de Dieu, celui-ci est mon frère,
ma sœur et ma mère! ».
J´ai été impressionnée par le recueillement qui
émanait de la célébration et j’ai ressenti vivement
le fait que nous étions tous en route vers Dieu.
Ce jour-là, je fus bouleversée parce qu’une
voisine m’accompagna jusqu’à notre maison en
évoquant la réflexion menée sur la relation
familiale. Parlant de façon très naturelle de sa
relation avec son mari, elle me dit : « Je me sens
coupable! À partir d´aujourd´hui je désire retrouver mon
mari et renouveler notre relation. Je viens tous les jours à
l´église mais ma pratique ne correspond pas à mon
désir! » Je fus touchée par ce que disait cette
femme alors que nous sortions d’une célébration
de la Parole pour marquer la fin d’une triduum
dédié à Saint Antoine. Quelque chose était
passée dans son cœur.
grande majorité des participants sont des
paroissiens qui expriment de façon particulière,
leur attachement à leur foi et à l’Eglise. Nous
habitons un pays qui a reçu en héritage diverses
expressions de foi : Que ce soit celle de la
dévotion portugaise ou celle de la culture
africaine qui nous a donné le goût de la danse et
de l’expression corporelle.
Comme je le disais en introduction, parler de
religiosité populaire n’est pas évident mais cette
complexité même peut être source de beauté et
d’enchantement. Le peuple croit en Dieu de
façon très naturelle. Quand on arrive dans une
église où il ya trente saints différents le désir est
grand de les prier tous, sachant plus
profondément qu’ils sont dans leur diversité
autant de chemins vers Dieu. Le risque serait
plutôt, si la foi n´est pas suffisamment nourrie,
de la voir se diluer au sein de notre société.
Pourtant, la religiosité populaire peut être le
fondement d’une foi solide parce que, comme
disait Dom Pedro Casadaliga : « Dieu est Dieu, tout
simplement! ». Je crois que notre peuple vit sa foi
en voyant Dieu comme Dieu tout simplement !■
Dilma dos Santos Barbosa
Pour conclure, je voudrais signaler que les
manifestations de foi populaire sont inombrables
que ce soit à travers les grands pèlerinages ou les
processions. Ainsi à Salvador même, les grandes
processions sont fréquentes. Il y a trois grands
moments: le premier- fin décembre- avec la fête
de Notre dame de la Conception, suivie en
janvier par une procession en l´honneur de
Seigneur de la bonne fin (d´un sauvetage! pas de
la bonne mort!). La troisième est une procession
pénitentielle, qui a lieu le troisième dimanche de
carême en présence des évêques, prêtres,
paroissiens. Nous marchons à peu près huit
kilomètres sous le soleil et sous la pluie. Ce
cheminement se fait avec des prières, des chants
des confessions, des remerciements, des larmes...
Des personnes handicapées y participent, aidées
par leurs familles ou par des volontaires.
Personne ne se plaint du parcours et nous
louons et remercions Dieu : « Merci seigneur pour
tes merveilles! Comme Tu es grand! » Tous les âges et
classes sociales sont mêlés.
Ces évènements auxquels participe une très
nombreuse jeunesse, coïncide fréquemment avec
des évènements importants de la ville. Une
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Xylographure : procession pour en finir avec la
sécheresse
Amazonie,
L
e Brésil qui accueillait la conférence des
Nations Unies sur le Développement
durable (RIO +20) du 20 au 22 juin, aux
résultats médiocres et dépourvus d’ambition,
connait actuellement un important recul dans sa
politique environnementale comme en témoigne
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Bulletin des sympathisants
l’entrée en vigueur, le 28 mai dernier, du
nouveau code forestier promulgué par Dilma
Rousseff, la présidente. Les défenseurs de
l’environnement ont raison d’être inquiets quant
au devenir de l’Amazonie, région de 5.5 millions
de kilomètres carré (soit dix fois la France),
région soumise au déboisement, à l’avancée de la
monoculture, à l’élevage intensif et à la
multiplication
des
grands
projets
d’infrastructure. La déforestation qui en 2004
atteignait 27 000 km25 et avait sensiblement
chuté sous la pression internationale pour
atteindre 6000 km2 en 2011, risque de repartir,
poussée par l’expansion de l’agrobusiness dont
l’activité représentait 22.5% du PIB en 2011. De
même les grands projets comme celui du
complexe hydroélectrique de « Belo Monte »
lancé en août 2010 par le président Lula, sur les
rives du fleuve Xingu vont, comme la
déforestation, avoir une énorme influence sur
l’environnement et poser de grands problèmes
sociaux pour les peuples indigènes et les
populations amazoniennes.
Dans le cadre de la Xème rencontre des évêques
d’Amazonie qui s’est tenu à Santarem (PA) du 2
au 6 juillet, ces derniers ont voulu à nouveau
lancer un cri d’alarme en faveur de l’Amazonie et
de ses populations. Dans leur communication
finale, ils soulignaient le fait que l’Amazonie
était encore considérée aujourd’hui comme une
colonie où les personnes venaient, prenaient la
matière première, s’enrichissaient pour la quitter.
« Ce qui est adopté par le gouvernement dans la région de
l’Amazonie est un modèle capitaliste qui ne tient pas
compte des personnes qui y vivent. Pour le gouvernement,
la population est seulement un détail qui entrave le
développement » souligne une note de la
Conférence épiscopale brésilienne (CNBB).
L’Eglise recommande un autre modèle de
développement, basé non sur une exploitation
capitaliste mais sur l’agriculture familiale, en
souhaitant que les profits tant miniers
qu’agricoles
profitent
aux
populations
amazoniennes.
Le père Jacques Hahusseau vit à Boa Vista
depuis 2007 dans l’état de Roraima, le plus au
nord de l’Amazonie. Celui qui a célébré en août
ses 70 ans et ses 44 ans de prêtrise, travaille à la
Pastorale de la Terre, la Pastorale des prisons, et
depuis le début de l’année 2012 aide la région de
5
Presque autant que la superficie de la Belgique
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« Amajari » à la frontière vénézuélienne où il
participe à la vie pastorale de cette région
longtemps abandonnée.
Voici ce qu’il écrivait dans une lettre de juin
2012 destinée aux parents et amis : « Ma vie
continue à se déployer dans ce monde mi-rural, mi-indien.
J’y recueille « l’écume des jours » ! Bonheur et joies,
fragiles et menacés ! « Le bonheur est dans le pré.... coursy vite...il va filer !!! ». Ici aussi la menace est grande pour
les gens de la terre et les peuples indiens. Ils ont défriché,
planté, cru à l’avenir, mais aujourd’hui ces terres sont
convoitées pour produire autrement et enrichir ailleurs.
Les planteurs de soja, de canne à sucre, cherchent des
terres jusqu’à Roraima, les entreprises de déboisement et
les prospecteurs de minerais rares sont présents partout.
Le Brésil est un pays grand producteur de richesses, mais
la pauvreté continue. Les conflits d’intérêts sont grands à
Roraima, jeune état en construction. Les peuples indiens
de nos régions sont pris dans ce tourment planétaire.
Leurs cris ont résonné à Rio +20. A-t-il été
entendu ?...Le 7 septembre, jour de la fête nationale du
Brésil, les chrétiens prendront, cette année encore,
l’initiative
du « cri des exclus »...Seront-ils
entendus ? ».■
Gérard Aleton
L’Eglise de Roraima au Brésil
L
’Etat de Roraima occupe la partie la plus
au nord du Brésil, à la frontière du
Venezuela et de la Guyane Anglaise;
même latitude que notre Guyane Française.
C’est un des plus jeunes Etats du Brésil, né en
1987. Sa superficie est de 225 000 Kms et sa
population de 450 000 habitants. Cette région est
habitée depuis longtemps par des Peuples
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Bulletin des sympathisants
indigènes (Makuchi, Wapichana, Ingaricoetc…).
45 % des terres de Roraima leur appartiennent,
mais ces terres, peu à peu, ont été envahies par
des migrants venus d’ailleurs. Les relations entre
indiens et nouveaux « occupants/envahisseurs »
ont été et sont difficiles. Pour occuper les terres
libres de ce vaste pays, le gouvernement
brésilien, a favorisé la venue de familles du
Nordeste brésilien. A partir de 1987, le
« territoire de Roraima » devenait « Etat de
Roraima ». La population allait grandir avec la
venue des fonctionnaires, au service de cet Etat
nouveau-né. Tous ces événements ont
transformé la vie de cette région et changé la
présence de l’Eglise.
L’Eglise est présente dans cette région depuis
longtemps. Des le 18ème siècle, des religieux
(jésuites, franciscains…) visitaient les peuples
indiens de la région. En 1905, Rome créait la
« Prélature6 » de Roraima, confiée aux moines
bénédictins de Rio de Janeiro. A partir de 1946,
la Congrégation des prêtres de la Consolata
(italiens) prenait le relai et la « Prélature »
devenait diocèse en 1987. Roraima est donc un
jeune diocèse, avec son dom Roque, évêque
brésilien. Ce diocèse appartient à la grande
région « Amazone » et occupe une grande partie
du territoire brésilien. Longtemps abandonnée,
par les pouvoirs publics et par l’Eglise, cette
région attire aujourd’hui l’attention à cause des
forêts, de l’eau, des minerais et des potentialités
que l’on apprend à connaitre. L’Amazonie attire
des économistes, écologistes, anthropologues
etc. La rencontre de « Rio+20 » a récemment
réuni, à Rio de Janeiro, beaucoup de monde
pour y parler du futur de la planète et de ceux
qui l’habitent. L’Amazonie était au cœur du sujet.
Notre Eglise de Roraima vit au cœur de ces
changements et des secousses du monde en
évolution. Notre diocèse vient d’accueillir, ces
dernières années,
un grand
renfort de
missionnaires, de prêtres, religieux et laïcs au
service des populations les plus vulnérables:
migrants, indiens, populations des périphéries
urbaines. Depuis longtemps, l’Eglise de Roraima
est au côté des populations indiennes pour les
défendre, soutenir et aider leurs organisations
naissantes. Cette présence missionnaire originale
a valu à notre Eglise l’hostilité de ceux qui
6
tenaient ces indiens en servitude, et l’admiration
de ceux qui reconnaissent dans cette « action
missionnaire », nourrie de l’Evangile, le souffle
de l’Esprit et la force du Ressuscité. Aujourd’hui,
les peuples indiens assument leur histoire et leur
vie. La « Pastorale des Indiens » les accompagne
et les soutient.
Viennent maintenant tous les problèmes liés à la
« terre », sa propriété, son utilisation. De plus en
plus de « grands projets », nationaux ou
transnationaux, menacent les familles qui, vivant
sur ces terre avec difficulté, sont sollicitées pour
vendre ou louer ces terres à des entreprises,
grand capital ! Ainsi commence le tragique
mouvement d’exode rural pour tous ceux qui
vont habiter les périphéries urbaines (Manaus,
Boa Vista…) et s’y perdre dans la drogue et les
risques de « l’argent facile ». La ville de Boa Vista
réunit les deux tiers de la population de l’Etat de
Roraima. Comme partout au Brésil, on y trouve
les grands écarts de population entre riches et
pauvres, entre ceux qui ont et ceux qui n’ont pas.
C’est un monde injuste, divisé et rendu
dangereux par les trop grands écarts que les
efforts actuels de politique sociale ont du mal à
corriger !
Notre travail missionnaire nous fait vivre au
milieu de ce monde, dans la diversité des
situations évoquées. On y vit au quotidien la
« force subversive de l’Evangile » et l’effort des
petits et des pauvres pour construire un monde
de Justice et de Paix. L’Eglise au Brésil, ailleurs
aussi, se trouve confrontée à l’injustice et à des
situations de conflits, nés de situations sociales
injustes. Elle a déjà une riche expérience de
vie avec les pauvres...Aujourd’hui, dans ce corps
social malade, se multiplient
des groupes
religieux chrétiens à tendance sectaire. Un grand
défi pour Eglise catholique ! Les générations se
suivent et ne se ressemblent pas.
Ici aussi, on est appelé à vivre et mettre en
œuvre une « nouvelle évangélisation ». Elle nous
invite à suivre l’exemple de Jésus de Nazareth, à
prendre la route du peuple, à privilégier la
rencontre avec les petits et les pauvres. Ce
mouvement de renouveau ecclésial questionne
aussi notre Eglise dans ses « habitudes »
marquées par le temps et l’histoire. Le Concile
Vatican II nous a appelé à vivre la Mission en
forme de « communion et participation, tous ensemble,
peuple de Dieu baptisé pour aimer et servir ! »
Structure ecclésiastique territoriale qui précède la
création d’un diocèse
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Bulletin des sympathisants
A Roraima, la mission de chacun est marquée
par la diversité des terrains d’engagement et de
vie: les indiens, les migrants ruraux, la population
urbaine. Comme toute l’Eglise d’Amazonie,
nous sommes confrontés à des conflits pour
vouloir être avec les petits et les pauvres, à la
manière de Jésus. Notre chemin de vie est
souvent un « chemin de Croix ». Nous
apprenons avec nos Communautés, à lire la
Bible pour y trouver la résistance des Prophètes,
à garder la mémoire exemplaire des Saints, ici
aimés et vénérés, et à vivre l’Eucharistie qui nous
renouvelle dans l’Alliance avec le corps et sang
du Ressuscité.
A chacun de vous, amis lecteurs et lectrices, je
dédie cette communion « sans frontières » pour
construire ensemble un monde de Justice et de
Paix, selon le cœur de Dieu, notre Père.■
Pe Jacques Hahusseau (prêtre « Fidei donum » Roraima)
Igreja de Roraima – Brasil
O
estado de « Roraima » se situa na parte
a mais no norte do Brasil, na fronteira
com Venezuela e a Guiana inglesa, na
mesma latitude de que a nossa Guiana francesa.
É um dos mais jovens estados do Brasil, criado
em 1987. Sua superficie é de 225.000 km2 e a
sua população de 450.000 habitantes. Esta região
é povoada, desde muito tempo, por povos
indigenas (Makuchi, Wapichana, Ingarico, etc…)
à quem 45% das terras de Roraima pertencem !
Porém, aos poucos, estas terras foram invadidas
por migrantes vindos de outras regiōes. As
relaçōes entre indios e « occupantes / invasores »
foram e continuam sendo dificeis. Afim de
ocupar as terras livres desta vaste região, o
governo brasileiro favoreceu a vinda de familias
do Nordeste brasileiro. A partir de 1987, o
« territorio de Roraima » se tornou « Estado de
Roraima ». A população cresceu com a vinda dos
funcionarios a serviço deste estado recémnascido. Todos esses eventos transformaram a
vida desta região e mudaram a presença da
Igreja.
A Igreja é presente nesta região, faz muito
tempo. Desde o século XVIII, religiosos
(jesuitas, fransciscanos) visitavam os povos
indios da região. Em 1905, Roma criou a
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« Prelazia » de Roraima que foi entregue aos
monges beneditinos de Rio de Janeiro. A partir
de 1946, a Congregação dos padres da Consolata
(italianos), os substituiu. A Prelazia se tornou
Diocese em 1987. Roraima é, portanto, uma
diocese jovem, com o seu bispo, Dom Roque,
brasileiro. Esta diocese pertence à grande região
« Amazonia » e occupa grande parte do territorio
brasileiro. Durante muito tempo abandonada
pelos poderes pùblicos e pela Igreja, esta região
chama hoje a atenção : tem florestas, àgua,
minérios, … e potencialidades que estão sendo
descobertas. A Amazonia atrai os economistas,
os ecologistas, antropologos, etc…. O Encontro
« RIO + 20 » reuniu recentemente no Rio de
Janeiro muita gente do mundo inteiro, para falar
do futuro do planeta e dos seus habitantes. A
Amazônia ficou no centro das discussoes.
Nossa Igreja de Roraima vive no cortação dessas
mudanças e sacudidas do mundo em evolução.
Nossa Diocese acaba de acolher, nesses ùltimos
anos, um importante refôrço missionàrio de
padres, religiosos/as e de leigos a serviço de
nossos povos os mais vulneràveis… migrantes,
indios, periferias urbanas. Desde muito tempo a
Igreja de Roraima està ao lado dos povos
indigenas para défende-las, apoiar e ajudar as
suas organizaçoes recém-nascidas. Esta presença
missionària original provocou contra a nossa
Igreja a hostilidade daquêles que mantinham os
indios no sistema de semi-escravidão, e a
admiração de quem reconhece nesta « açao
missionària », alimentada no Evangelho pelo
sopro do Espirito e pela força do Ressucitado .
Hoje, os povos indios assumem a sua historia e a
sua vida. A Pastoral dos Indios, acompanha e
apoia.
Agora vêem os todos problemas ligados à
« terra », a sua propriedade, o seu uso. Cada vez
mais, « grandes projetos » nacionais ou
transnacionais, ameaçam as familias que vivem
com dificuldade nestas terras e são solicitadas
para vender ou alugar estas terras para empresas,
o grande capital ! Assim começa o movimento
tràgico do êxodo rural para todos os que vão
morar nas periferias urbanas (Manaus, Boa
Vista…) e perder-se na droga, os riscos do
« dinheiro fàcil ». A cidade de Boa Vista reune
2/3 da população do estado de Roraima…
Como em toda parte do Brasil, ali se encontram
grandes diferenças entre ricos e pobres, entre
aquêles que têm e quem não tem nada…etc…
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Bulletin des sympathisants
mundo injusto, dividido e perigoso, devido às
grandes diferênças que os esfôrços atuais de
politicas sociais nao conseguem corrigir !
Nosso trabalho « missionàrio » nos leva a viver
neste mundo, na diversidade das situaçōes
descritas acima. A gente vive no dia à dia a
« força subversiva do Evangelho » e os esforços
dos pequenos e dos pobres para construir um
mundo de Justiça e Paz. A Igreja no Brasil, em
outros lugares também, està desafiada pela
injustiça e as situaçōes de conflitos, criados por
situaçoes sociais injustas. Ela tem uma rica
experiência de vida com os pobres… Hoje, neste
corpo social doente, se multiplicam os grupos
religiosos cristãos com tendência sectària. Um
grande desafio para a Igreja catolica ! As
geraçōes se seguem sem se parecerem uma com
outra.
Aqui também, a gente é chamado a viver e pôr
na pràtica uma « nova evangelização ». Ela nos
chama a seguir o exemplo de Jesus de Nazareth,
à tomar o caminho do povo, a privilegiar o
encontro com os pequenos e os pobres. Esta
movimento de renovação ecclésial questionna
também a nossa Igreja nos seus « hàbitos »
marcados pelo tempo e a historia. O Concilio
Vaticano II nos chamou a viver a Missão na
« comunhão e participação, todos juntos, povo
de Deus batizado para amar e servir ! ».
Em Roraima, a Missão de cada um é marcada
pela diversidade de campos de engajamentos e
de vida : os indios, os migrantes do meio rural, a
populaçaoo urbana. Assim como toda a Igreja da
Amazônia, temos que enfrentar conflitos pela
nossa opção de estarmos junto aos pequenos e
aos pobres, à maneira de Jesus. Nosso caminho
de vida é, muitas vezes, um « caminho da Cruz ».
Com as nossas comunidades aprendemos a ler a
Biblia para nela encontrar a resistência dos
Profetas ; a guardar a memoria exemplar dos
Santos que sao aqui amados e venerados ; a viver
a Eucaristia que nos rénova na Aliança com o
corpo e o sangue do Ressucitado.
A cada um de vocês, amigos leitores e leitoras,
partilho esta comunhão « sem fronteiras » para
construir juntos um mundo de Justiça e de Paz,
segundo o coração de Deus, nosso Pai.■
Pe. Jacques Hahusseau - Padre « Fidei donum »
- Roraima.
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Dictionnaire amical d’un
certain Brésil (Troisième
partie)
M
ouvement populaire- Movimento
popular
Une étude à l'Institut des sciences sociales des
facultés catholiques de Lyon avait montré en
1987 que la vitalité des CEB7s dépendait
largement de leur participation au mouvement
populaire. Pendant la dictature qui sévissait au
Brésil à partir de 1964, l'Eglise, dans de
nombreux diocèses, dont ceux de Vitoria et de
Nova Iguaçu, a abrité des militants persécutés
qui ont apporté certaines analyses et certaines
formes d'action qui permettaient une
amélioration des conditions de vie de la
population:
- renaissance des syndicalismes rural et
urbain,
- action pour les transports, les égouts, les
postes de santé, etc...
Il y a donc eu, en beaucoup d'endroits, une
interaction entre des CEBs et des actions
collectives (qui étaient appelées mouvement
populaire). Ce mouvement plus ou moins fort
selon les villes et les campagnes a abouti à la
chute de la dictature puis à la formation du Parti
des Travailleurs dans lequel se sont reconnus
beaucoup d'acteurs, dont des chrétiens des
CEBs, agents de pastorale, prêtres et personnes
de la classe moyenne (avocats, médecins,
ingénieurs, etc...) Dans les CEBs, ces actions
étaient relues à la lumière de la Bible et celle-ci
était relue à partir de cette expérience de
libérations partielles. Des théologiens et des
biblistes étudiaient cette réalité nouvelle et
partageaient leurs recherches avec les évêques
intéressés et les autres pasteurs et même dans
des rassemblements paroissiaux. Avec l'arrivée
au pouvoir (municipal ou de l'Etat, ou même de
la Fédération) de ces militants (y compris des
militants chrétiens), certaines revendications ont
été acceptées, diminuant la nécessité d'une action
« dans la rue ». Par ailleurs, ces militants n'étaient
plus dans les quartiers à la tête des propositions,
7
Communautés Ecclésiales de Base
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Bulletin des sympathisants
ce qui a aussi contribué à « refroidir » le
mouvement populaire.
Des projets parfois internationaux d'aide au
Brésil ont également occupé ces acteurs sociaux,
en les formatant parfois dans les exigences des
bailleurs. Par ailleurs la grande vague de
chômage a érodé la combativité des syndicats et
la réforme agraire toujours repoussée a usé
certains militants.
Les CEBs se sont retrouvées sans mouvement
populaire et se sont réduites à une activité à
l'intérieur de la communauté. Des militants
chrétiens ont continué dans leurs vies
professionnelles, dans les charges politiques ou
dans les projets sociaux. Leur style de vie, leurs
revenus aussi ont changé: certains ont disparus
de la circulation, alors que d'autres tiennent dans
le service, à la lumière de la foi. Certaines
communautés se sont senties perdues devant ces
membres politisés et se sont fermées à leur
présence dérangeante, surtout si le prêtre était
lui-même peu à l'aise avec cette tournure d'esprit
ou si les militants en question manquaient de
discrétion.
Les documents épiscopaux mentionnent
toujours la nécessité pour les chrétiens de
s'engager « en faveur de la vie pleine pour tous »n° 6572. Les descriptions des points d'attention sont
longues, montrant bien la diversité des drames
rencontrés par les évêques dans leur diocèse. Les
pastorales sociales paroissiales s'attaquent bien
aux conséquences, mais on tâtonne dès lors qu'il
s'agit d'appuyer ceux et celles qui sont « les mains
dans le cambouis » et cherchent à agir sur les causes
de cette « culture de mort ».
Noirs- Negros
Les années 80 ont vu le développement des
mouvements de conscience noire. Les
protagonistes souhaitaient retrouver la fierté de
leurs racines et l'exprimer. Des religieux et
religieuses faisaient parti de ce renouveau, non
sans conflit dans certaines congrégations.
Aujourd'hui, on peut lire dans la revue Educafro
n° 139 Aout 2010 édition nationale dans sa 12ème
année, et qui tire à 10 000 exemplaires, de
nombreux articles montrant la problématique
contemporaine. Un bilan du rêve du groupe des
religieux et religieuses noirs et indigènes dit
GRENI: en 2000, ils se demandaient si en 2015
il y aurait 25 Universités publiques établissant
des quotas pour les Noirs. En 2010, il y en a déjà
100 et ce n'est pas une loi qui a imposé cette «
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action affirmative » c’est à dire volontariste, mais
c'est l'organisation de la communauté noire et
indigène. Un autre article évoque le Statut de
l'égalité (comme il y a le statut de l'enfant, ou de
la personne âgée) qui permet au pouvoir d'établir
des actions positives. Plus loin, on nous signale
que Educafro participera à la manifestation du 7
septembre (fête nationale) appelée le Cri des
exclus à Aparecida. Enfin, une question: Un
président noir en 2014 ? Avec un
développement sur la nécessité d'unir les forces
politiques où les Noirs sont présents au lieu de
se disputer, d'apprendre à vivre avec des gens
d'opinion politiques différentes au lieu de se
traiter de traitres à la cause, lors de négociations
sur le Statut pour l'égalité. Cette revue a comme
directeur un Franciscain et le mail de contact est
celui des Franciscains. Le site est:
educafro.org.br De son coté le candomblé (une des
branches de la religion afro-brésilienne) s'ouvre à
des participants blancs au nom d'un patrimoine à
partager (en particulier dans le domaine de
l'écologie) et reproche au mouvement de
conscience noire de se fermer. Par ailleurs les
problèmes sociaux perdurent et la question se
pose d'unir les forces au lieu de les séparer.
Educafro a du reste comme sous-titre:
Education et citoyenneté des afro descendants et
des pauvres (carentes).
Prêtres- (presbiteros/sacerdotes/padres)
La nouveauté qui s'est mise progressivement en
place, c'est que la grande majorité du clergé (80 à
Nova Iguaçu et 120 à Vitoria) est brésilienne:
diocésains ou religieux, originaires de ces deux
lieux ou venus d'autres parties du Brésil. Ils sont
dans les paroisses, dans les charges diocésaines
(vicaires généraux, coordinateurs de la pastorale,
chanceliers). Ils sont passés par les séminaires
sur place, ils ont souvent fait des études
supérieures avant ou après, au Brésil ou en
Europe (Italie, Allemagne, Suisse). Ils ont tous
conscience de la difficulté de leurs tâches et des
défis incessants de l'Eglise catholique au milieu
de compatriotes chez qui les sensibilités
religieuses couvrent un éventail étendu et des
attentes contradictoires de la population.
Ils sont curés dès leur ordination et livrés du
jour au lendemain à des problèmes administratifs
et financiers qui les occupent beaucoup. Appelés
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Bulletin des sympathisants
fréquemment pour des réunions de formation
ou de décision, ils ne sont pas toujours très
enthousiastes pour laisser leur paroisse pendant
ces réunions, avec le temps de déplacement
parfois long. Certains sont nostalgiques du
temps des CEBs et continuent dans ce sens,
d'autres ont tourné la page, sensibles à de
nouvelles mentalités et conditions de vie, en
particulier chez les jeunes très absents des
églises, certains sont séduits par les prêtres des
chaines de télévision, chanteurs remarqués,
prédicateurs intarissables, vedettes aimées d'une
partie de leurs paroissiens qui les pressent de les
imiter, d'autres cherchent une synthèse entre les
charismatiques et les CEBs, entre les tenants de
l'émotion et ceux de la raison, entre ceux qui
étudient la Bible et ceux qui s'en passent.
Il y a ceux qui vont à la rencontre des gens et
ceux qui leur préparent toutes sortes de
rencontres dans les églises, liturgiques ou
dévotionnelles. Une association nationale des
prêtres diocésains présente aux évêques leurs
revendications, démarche entrée dans les mœurs
mais pas toujours appréciée. A Vitoria, devant
les difficultés rencontrées dans la direction du
diocèse, ils ont mis en place une démarche
d'analyse institutionnelle, acceptée par l'évêque et
qui a pour but de reprendre des relations
pacifiées. Dans les documents d’ Aparecida et de
la CNBB, on recommande la formation
permanente.
Prophétisme- Profetismo
Le terme a quasiment disparu du dernier
document des Directives générales de la CNBB
2011, comme déjà dans celui de Aparecida 2007.
Il y a 25 ans, c'était un mot clé. Le Père Gabriel
Maire, assassiné en 1989, a été immédiatement
appelé par les gens: le prophète Gabriel. Il
faudrait voir pourquoi a eu lieu cette évolution.
Mais elle pose certainement la question assez
crue de l'articulation entre la politique et le
prophétisme. Ne pas confondre (c'était la
critique des anti-CEBs: voter PT, agir PT ne fait
pas de vous un prophète !) Ne pas séparer (c'est
la critique d'un christianisme déconnecté des
réalités cruelles de la société adressée au RCC).
Comment sera mise en valeur la mission
prophétique de l'Eglise dans les années à
venir?O queé o RCC ?
Religieux- Religiosos/sas
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Bien présentes dans les deux diocèses, les
congrégations religieuses font partie du dispositif
pastoral habituel, soit comme communautés de
vie et d'action, soit à titre individuel dans telle ou
telle pastorale. Les deux évêques actuels sont des
religieux. On les trouve aussi dans les maisons
d'édition et dans les chaines de télévision. Ou
encore
dans
les
écoles
catholiques
habituellement fréquentées par les gens aisés,
avec quelques bourses destinées aux pauvres ou
pour certains cours du soir. Certains fondateurs
d'écoles pour les pauvres doivent se retourner
dans leurs tombes ou, s'il est permis, au ciel,
exprimer leur surprise. La conférence des
supérieures majeures doit se réunir en janvier
2012 pour analyser la naissance et la croissance
des communautés nouvelles non-religieuses: 600
seraient répertoriées au Brésil, alors que certaines
des 400 congrégations doivent se regrouper.
Séminaires- Seminarios
Internats selon le modèle classique, ils accueillent
à Nova Iguaçu 21 jeunes adultes pour trois
diocèses proches et autant à Vitoria. Les
professeurs sont des prêtres ou des laïcs et les
séminaristes vont dans les paroisses tous les
week-ends pendant toute leur formation. Ils
assurent certains dimanches des ADAP et ils
prêchent. Certains sont nés dans des familles qui
pratiquaient les CEBs, ils ont donc connu les
célébrations sans prêtre, la catéchèse, les visites
entre CEBs, le mouvement populaire, les
liturgies pleines de créativité à certaines
occasions ; certains ont participé à la Pastorale
de la Jeunesse, marquée encore aujourd'hui par
la discussion et l'action sur les problèmes
collectifs des jeunes de leurs quartiers ou de leur
campagne.
D'autres sont venus par leur participation au
RCC, ou à des communautés nouvelles où ils
pensent retourner après leur ordination. Ils ont
donc connu les conflits successifs dans les
séminaires et maintiennent le cap. Plusieurs ont
déjà travaillé, comme salariés. Doutes sur la
période antérieure. En voici quelques uns
entendus auprès de séminaristes:
- Où sont passés ces animateurs formés
par les diocèses ?
- La théologie de la libération a été
affaiblie en misant tout sur le même
parti.
- Ces communautés n'arrivent plus à
dialoguer avec le monde contemporain.
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Bulletin des sympathisants
-
Il faut se préparer à la diversité des
paroisses.
- Comment coordonner le culte et le
social ?
- Comment, comme prêtre, alléger le
fardeau des personnes ?
- Comment assurer l'homogénéité entre le
message libérateur de Jésus et ma
conduite pastorale ?
On sent les risques du pouvoir et du savoir. Il y a
des pratiques pastorales trop mondaines qui
nous inquiètent. Comment aider les catholiques
séduits par les crentes à résister à la tentation de
l'immédiat ? Etre heureux pour ne pas peser sur
les gens. Dans la formation, il y a aussi des
rencontres qu'ils appellent thérapie avec un psy
sur les conflits, les émotions, la sexualité. On
peut aussi bénéficier d'un accompagnement
individuel. Les directeurs sont souvent en
paroisse en même temps, ce qui leur laisse peu
de temps.
A Nova Iguaçu, Dom Adriano, l'évêque
fondateur du séminaire Paul VI il y a 25 ans avait
souhaité intégrer le séminaire aux paroisses, par
des fêtes et des dons réguliers, ce qui continue
bien, mais le nombre de séminaristes est trop
petit pour que toutes les paroisses travaillent
avec un séminariste et donc les connaissent.
Citons deux paragraphes d’Aparecida sur les
séminaires: n°325 Les jeunes qui viennent des
familles pauvres ou de groupes indigènes ont
besoin d'une formation inculturée, c'est-à-dire
qu’ils doivent recevoir une formation
théologique et spirituelle adéquate à leur futur
ministère, sans qu'ils perdent leurs racines et que,
de cette façon, ils soient capables de devenir de
proches évangélisateurs de leur peuple et de leur
culture. N°345 Nous invitons à mettre en valeur
la riche réflexion post-conciliaire de l'Eglise
présente en Amérique latine et aux
Caraïbes...afin de fortifier notre propre identité,
développer la créativité pastorale et rendre fort
ce qui est nôtre. Il faut favoriser l'étude et la
recherche théologique et pastorale face aux défis
de la nouvelle réalité sociale plurielle,
différenciée et globalisée, cherchant de nouvelles
réponses qui soutiennent la foi et la vie de
disciples des agents de pastorale.
Sourds- Surdos
Il y a trois communautés de chrétiens sourds à
Rio, mais je n'ai pas su s'il y en avait dans les
deux diocèses visités. Par contre quelques
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émissions
interprète
Certaines
dans ce
exemple)
télévisées, ont une fenêtre avec un
souvent jeune et parfois un prêtre.
Eglises crentes ont beaucoup investi
domaine (catéchistes signant par
Télévision- Televisão
S'il y a un changement qui saute aux yeux, c'est
celui de la naissance et de la multiplication des
chaines chrétiennes. Par ailleurs l'empire
GLOBO continue, lui, son hégémonie dans
l'information et dans la formation, pour ne pas
dire le formatage, des esprits par le biais des
feuilletons télévisés, depuis le temps de la
dictature militaire. Je n'ai découvert nulle part les
indices d'audience de toutes ces chaines et je me
fierai à ce que les gens en disent et ce que j'en ai
vu, laissant le champ à une enquête plus
technique. Les chaines chrétiennes, catholiques
et crentes, produisent des émissions tout au long
de la journée. Elles ont leur public fidèle. Celle
dont on parle le plus chez les catholiques est
Canção nova (la chanson nouvelle ou peut-être le
cantique nouveau sur un registre plus biblique).
A l'origine ,un groupe de jeunes avec un prêtre
fondateur. Désir missionnaire qui s'exprime par
les chants religieux et des rencontres, soit dans
leur « maison de campagne », transformée en
studio de plein air où viennent les « pèlerins »,
soit en se déplaçant à la demande des paroisses,
déplacements filmés et introduits dans les
programmes. Etait annoncée une semaine
sociale Canção nova. Une production de disques
qui assure leur financement, vendue par internet
ou dans leurs magasins, en plus des cotisations
des membres-évangélisateurs sollicités au long
des émissions. Il y a aussi une agence de voyage
pour des pèlerinages en Europe. En achetant un
livre de spiritualité, on peut gagner une maison !
C'est le programme Canção nova-Casa nova.
Dans un diocèse des environs de Rio, Volta
Redonda, on m'a cité les deux chiffres suivants:
100 000 réais (1 réal vaut 40 centimes d'euro)
vont à Canção nova pendant que 70 000 vont au
diocèse. Il y a le projet d'un Sanctuaire à
construire sous le vocable : ‘ le Père des
Miséricordes’ et les téléspectateurs sont sollicités.
Presque toutes les familles parlent de Canção nova
soit pour s'en réjouir soit pour critiquer. Des
séminaristes pensent les rejoindre après
l'ordination et faire partie de ces prêtres
animateurs qui se succèdent au long de la
journée: les uns en soutane, les autres en
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Bulletin des sympathisants
clergyman strict, d'autres en col romain et pull
rouge, d'autres encore en civil sans signe
distinctif. Les programmes sont souvent de
longues catéchèses, éventuellement par des laïcs,
en pull et jean, avec questions- réponses avec les
spectateurs, blagues, chants, gros plans sur les
fidèles, il y a aussi des messes, des interviews
super-décontractées dans des lieux insolites, des
comptes-rendus de leurs programmes sociaux en
direction des drogués ou des gens de la rue,
entrecoupés d'appel au don de manière très
naturelle et souriante, une publicité sur des
produits cosmétiques dite par la présentatrice qui
vient d'animer un court chapelet, un prêtre qui
dialogue avec une marionnette sur la spiritualité,
des cantiques répétés à l'infini, du genre Viens
Esprit saint nous remplir de ton amour ou bien:
Je suis ici.
D'après un séminariste, ils auraient 30 000
jeunes avec eux. Le contenu global me paraît
être celui d'une sagesse de comportement
familial, amical, une générosité, des prières de
remerciement pour les miracles opérés et des
demandes pour les situations difficiles que les
téléspectateurs ont fait savoir. Patience,
miséricorde, prière à Ste Faustine, dernière
planche du salut, dixit un prédicateur, prière aux
anges, contre Satan et les autres anges mauvais,
levez les bras ceux qui veulent fonder leur vie
sur Jésus ; comparaison avec la crème anti-ride,
rapide et efficace: non, il n'y a pas de remède
miracle dans la vie spirituelle, mais la grâce de
Dieu est plus forte que vous l'imaginez. Ditesvous toujours Jésus a confiance en vous...il ne
faut pas s'arrêter aux problèmes mais courir vers
le Salut, il vaut mieux avoir l'image de Jésus
miséricordieux dans son cœur que sur les murs.
J'ai observé aussi que la réalité des pauvres n'est
pas absente, mais elle est traitée sur le mode
assistancialiste. Il y a aussi la chaine d’Aparecida
depuis 6 ans, très classique, très religieuse: elle
est propriété des Rédemptoristes, responsables
du Lourdes brésilien, le sanctuaire d'Aparecida,
près de São Paulo. Ils avaient déjà une radio dès
1959. Prière à la Vierge Aparecida, bénédiction
de l'eau, de la Bible d'Aparecida, des objets de
prière. Prière pour remercier de l'existence de ce
réseau de communication. Sondage sur la
participation doté d'un prix: une télévision, et
sollicitation de participation financière. La chaine
21ème siècle, avec un vieux père jésuite qui
anime la neuvaine des mains ensanglantées de
Jésus, avec des intentions reçues des
téléspectateurs. Prière: nous ne pouvons rien
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faire, mais Jésus peut tout faire. Le sous-titrage
passe: envoyez vos intentions et vos
témoignages. Les témoignages de guérison après
la neuvaine sont transmis par la chaine. Une
publicité signale une librairie catholique et un
cours sur la force de la foi. Une autre chaine,
avec prière du chapelet dans un cadre moderne
et intentions envoyées. Ces chaines dépassent
évidemment le cadre des deux diocèses mais on
comprend leur impact sur un peuple très
religieux, la classe moyenne ayant aussi ses
téléspectateurs…La télé peut rester branchée
toute la journée sur la chaine choisie. Questions:
si le fonctionnement normal de l'image est du
côté de l'émotion, comment l'investissement en
programmes de télévision peut-il être pensé par
les évêques au niveau national ? Comment faire
avec la concurrence entre les chaînes catholiques
par exemple ? Chacune est-elle réduite à plaire
pour tenir son audience ? Le financement est-il
entièrement spontané ou bien est-il permis de se
poser la question des mécènes bien intentionnés
? Pourra-t-on échapper à l'intégration dans l'un
des grands groupes de médias en Amérique
latine? Avec quelles conséquences ?
Voici la position des évêques brésiliens: il faut
préparer des penseurs et des personnes au
niveau de la décision, qui évangélisent les
nouveaux aréopages: Le monde universitaire le
monde la communication: on ne peut pas
attendre pour investir en moyens technologiques
et en qualification du personnel, pour un usage
adéquat des moyens de communication, une
pastorale pleine d'audace de la communication,
qui garantisse la présence de l'Eglise dans le
dialogue avec la mentalité et la culture
contemporaine, à la lumière des valeurs
évangéliques, enfin.
la présence aux
entrepreneurs, hommes politiques, formateurs
d'opinion dans le monde du travail...) n° 117
Vie- Vida
La vie est un don de Dieu. Remercions. Et
pensons à ceux dont la vie est difficile. C'est
l'attitude générale des Brésiliens qui sous-tend
toute la dynamique de ce pays.
Les anniversaires dûment souhaités en famille
permettent d'exprimer cette reconnaissance pour
le présent et le désir que l'avenir soit heureux.
Toute la vie est marquée par ces petites
célébrations familiales qui donnent à chacun le
temps de se re-penser dans un itinéraire de dons
reçus et de présences à construire. En même
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Bulletin des sympathisants
temps, tous ont conscience de la précarité de la
vie: soucis de santé, menace de violences
urbaines, accidents en tous genres. Beaucoup ont
l'expérience de la dureté de la vie, soit
directement soit par l'observation des autres:
habitats précaires emportés par les inondations,
hôpitaux publics délabrés, écoles primaires sans
moyen, mendiants de la rue, drogués,
prostituées.
Chrétiens, spirites, gens du candomblé, tous ont
des associations de bienfaisance, anciennes ou
nouvelles. Dans les diocèses, il y a les Caritas et
les pastorales sociales jusqu'à la plus petite
communauté. Le temps des CEBs et du
mouvement populaire avait apporté la
conviction complémentaire que les pauvres
étaient les acteurs de l'histoire et pas seulement
les bénéficiaires de l'action des autres. Un mot
faisait florès: le protagonisme. La dignité était un
bien aussi important que le pain quotidien.
Une organisation sociale s'est mise en place pour
donner une expression à ce retournement des
mentalités, des pauvres d'abord, puis de ceux qui
s'intéressaient à eux. Les cantiques et les
célébrations mettaient des mots sur ce
changement, assuraient un sentiment commun,
une mystique des combats humains, revisitaient
la révélation biblique et les prières. Les années
ont passé. Ce gain, qui, il est vrai, était très
minoritaire, est resté dans les familles qui
l'avaient reçu, mais ne semble pas avoir tenu
devant la poussée d'un retour, sous des formes
modernes ou non, à une religiosité qui alimente
le vieux schéma de la faiblesse de l'homme
pécheur devant la majesté et de la miséricorde de
Dieu . Pourquoi ce renouveau spirituel des
années 70 aux conséquences sociales si
importantes, et très en affinité avec
l'enseignement social de l'Eglise, a-t-il reculé ?
Volonté délibérée de certains secteurs de l'Eglise
catholique ? Fatigue dans une pastorale exigeante
? Changement d'époque ? C'est la vie ?
Conclusions ?
Merci au lecteur qui a parcouru ce dictionnaire
amical, passant de petites choses à de grands
ensembles, essayant à son tour de comprendre
les évolutions, lisant entre les lignes, regrettant
parfois sans doute les raccourcis. Avec ce petit
recul d'un mois, de nouveau en France, je me
sens encore plus concerné par ces frères
lointains, qui agissent, célèbrent et réfléchissent,
évêques, prêtres, séminaristes, religieux et laïcs,
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disciples et missionnaires. J'ai repéré quelques
questions sans réponse de ma part pour l'instant,
peut-être encore aveuglé par ma sympathie pour
tous ces gens dont les visages me sont familiers
et qui m'ont tant apporté, ou simplement mal
équipé par ma formation continue insuffisante...
Comment bien comprendre les besoins d'unité
et de diversité exprimés à de nombreuses
reprises par la CNBB ? Parlent-ils pour euxmêmes ou pour leurs diocèses ? L'unité :Sur
quelle base pastorale et théologique ? L'unité
prônée par le courant dominant d'une époque ?
Que faire de la différence, voire de la divergence
? Où s'arrête la diversité ? Là où elle menace
l'unité ? Qui identifie la menace ? Quelles
solutions lorsqu'il y a conflit ? Dans tel endroit
un évêque supporte bien une certaine diversité,
mais pas ses prêtres, qui trouvent qu'elle menace
l'unité. Ailleurs, des initiatives laïques sont
reconnues et accueillies, plus loin elles sont
marginalisées. Qui décide du bon niveau d'unité
et de diversité: l'évêque seul, l'évêque et le
presbyterium,
l'évêque
avec
l'assemblée
diocésaine? Comment créer un bon rapport avec
l'Esprit Saint ? Etait-il présent dans le temps de
l ' « invention » des CEBs ? Etait-il actif dix ans
après dans l' « invention » du RCC ? Continue-til à parler par les prophètes, donc probablement
par une expression minoritaire ? Que veut dire
une Eglise prophétique ?
On a bien vu deux sensibilités chrétiennes:
celle de la relation courte entre les personnes,
celle de la relation longue par les institutions.
Comment éviter l'exclusion mutuelle et trouver,
à un échelon adapté, une synergie? Y a-t-il une
pertinence à l'idée émise il y a des années par D.
Barbé, d'un lien entre une dominante
spirituelle et un certain type de présence au
monde: la dominante Dieu le Père, en qui
l'homme se remet et a confiance, mais avec le
risque de providentialisme; la dominante Dieu le
Fils, enracinant la foi dans l'histoire, en
privilégiant l'action humaine, au risque de ne
plus voir ni célébrer sa source et son horizon
divin; la dominante Esprit Saint, qui permet
l'intériorité et la souplesse mais paraît pouvoir se
passer de la Révélation biblique ? S'il y a du vrai
là, comment s'assurer qu'une « prédication », par
exemple télévisée, va pouvoir rendre le service
d'enrichir les auditeurs aussi divers, sans les
conforter dans leurs convictions antérieures ou
n'en nourrissant que quelques uns ? Ou dit
autrement, faut-il plaire pour évangéliser ? Mais
en plaisant aux uns on risque de déplaire à
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Bulletin des sympathisants
d'autres ? Tant pis ? La spiritualité de la
cosmovision écologique proposée récemment
en Amérique latine comme un point de
ralliement au-delà des clivages et des
contradictions des étapes antérieures répond à
un besoin devant un monde pluriel, tout en
mûrissant lentement dans les esprits. Il mérite
déjà une grande attention. Mais est-elle une
chance à saisir pour entrer en dialogue avec la
nouvelle culture ou une fuite devant les
problèmes non-résolus? Je termine en donnant
de nouveau la parole aux évêques du Brésil.
D'abord, l'objectif général de l'action
évangélisatrice tel qu'ils l'ont formulé en 2011:
« Evangéliser, à partir de Jésus-Christ et dans la force du
Saint Esprit, comme Eglise disciple, missionnaire et
prophétique, alimentée par la parole de Dieu et par
l'eucharistie à la lumière de l'option évangélique et
prioritaire pour les pauvres pour que tous aient la vie en
direction du Royaume définitif. »
Et parmi les moyens, la recommandation à tous
les diocèses, de planifier leurs actions pastorales:
n° 123 « Planifier c'est penser l'action, avant, pendant et
après. Un bon plan qui contribue à l'action
évangélisatrice, est toujours le fruit d'un processus de
planification, avec la participation directe ou par des
représentants de toute la communauté ecclésiale. A cet
effort, tous, y compris les laïcs (hommes et femmes) ont le
droit et l'engagement de participer au discernement, à la
prise de décision et à l'exécution. Une ouverture à des
institutions publiques et privées, spécialisées en
planification, peut faciliter la réalisation de plans
pastoraux efficaces. »■
Bernard Colombe 1er décembre 2011
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Vous y trouverez une présentation des sœurs
auxiliaires du Sacerdoce, les lettres aux amis, des
propositions de réflexion et de prière.
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