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Implementação de Conversores SEPIC Não Isolados em Sistemas Trifásicos para Obtenção de Elevado Fator de Potência e Suportabilidade a Afundamentos de Tensão Danillo B. Rodrigues, Admarço V. Costa, Gustavo B. Lima, Luiz C. de Freitas, Ernane A. A. Coelho, Valdeir J. Farias e Luiz C. G. Freitas Núcleo de Pesquisa em Eletrônica de Potência (NUPEP) Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Faculdade de Engenharia Elétrica (FEELT) Uberlândia, Minas Gerais, Brasil 38400-902 e-mails: [email protected], [email protected] Resumo — Este artigo apresenta a análise de conversores chaveados desenvolvido para imposição de correntes de linha senoidais e consequente correção de fator de potência, trabalhando com compensação de afundamentos temporários de tensão. A estrutura proposta é composta de três conversores SEPIC monofásicos conectados em cada fase da rede trifásica de alimentação. Resultados experimentais para um protótipo de laboratório de 2 kW utilizando uma técnica de controle baseada em DSP para correção de fator de potência são apresentados, e uma avaliação quanto ao desempenho do conversor proposto conectado a um inversor de frequência quando da ocorrência de um afundamento de tensão de 50% nas três fases é apresentada. Palavras-chave: Correção do Fator de Potência, Sags, SEPIC. I. INTRODUÇÃO Por consequência do considerável aumento dos dispositivos eletrônicos que processam potência nos vários segmentos da indústria, torna-se necessário controlar e limitar o conteúdo harmônico de corrente injetado nos sistemas de distribuição através do desenvolvimento de conversores préreguladores. A falta de controle sobre o conteúdo harmônico injetado nos sistemas de distribuição tem levado o sistema elétrico a conviver com substanciais perdas de eficiência, e tem causado perdas significativas de finanças que poderiam ser utilizadas, por exemplo, para aumentar a capacidade da geração e transmissão de energia, bem como para a melhoria e expansão do sistema de distribuição. Vale salientar que quanto maior o nível de distorção harmônica de corrente, maior será seu valor eficaz, e consequentemente, maior é a quantidade de potência aparente drenada da rede elétrica. Como o aumento das componentes harmônicas não contribui para a produção de Potência Ativa na carga, a redução do fator de potência está intimamente relacionada com esse aumento da potência aparente [1]. Neste contexto, o desenvolvimento de conversores pré-reguladores destinados à correção do fator de potência e alimentação de cargas eletrônicas nos diversos setores da indústria, tem sido reportado em diversos trabalhos no sentido de buscar alternativas para não só corrigir o fator de potência quanto para contornar diversos problemas que afetam a qualidade da energia oferecida aos consumidores e ainda evitar a má operação de equipamentos eletrônicos em geral e, consequente, evitar prejuízos financeiros [2]. Assim, a fim de oferecer uma opção alternativa para superar estes problemas, o artigo proposto apresenta uma estrutura retificadora, representada na Fig. 1, a qual foi obtida associando três conversores SEPIC (Single-Ended PrimaryInductor Converter) conectados com cada fase da rede trifásica de alimentação, resultando em uma estrutura programável de imposição de forma de onda de corrente de linha de entrada. Os conversores chaveados são capazes de impor correntes de linha de entrada senoidais, assegurando alto fator de potência e reduzida distorção harmônica total de corrente (DHTI). A estratégia de controle desenvolvida foi implementada utilizando o processador digital de sinais (DSP) TMS320F28335 [3]. Foi implementado um sistema de controle digital utilizando um processador digital de sinais (DSP) para imposição de correntes senoidais na rede CA de alimentação e controle da tensão de saída. O controle de tensão se faz necessário, uma vez que a estrutura retificadora proposta será utilizada para alimentação de inversores de frequência e/ou Dispositivos de Acionamento de Velocidade Variável (AVVs), que se mostram bastante sensíveis a distúrbios na rede de alimentação em CA, tais como, afundamentos de tensão [4]-[20]. Tais distúrbios são responsáveis por levar estes equipamentos à condições inadequadas de operação e a subsequentes interrupções pela atuação dos sistemas de proteção, causando paradas dos processos de produção e, consequentemente, perdas financeiras. origem ao sinal vd. Vale salientar que, seguindo o teorema de Niquist que estabelece que a frequência de amostragem seja pelo menos duas vezes maior que o valor da frequência de chaveamento, adotou-se uma frequência de amostragem de 100 kHz para as aquisições realizadas pelo conversor Analógico-Digital do DSP, uma vez que a frequência de chaveamento é limitada em 20 kHz por vST. Em seguida, multiplica-se a referência vd pelo ganho proporcional ao valor médio da corrente de carga (I0(med)) e pela saída do controlador de tensão (Kv). O ganho I0(med) permite que a amplitude da referência senoidal varie de acordo com as variações de carga, de tal sorte que haja a correta divisão de potência processada por cada conversor SPEIC, além de permitir que o tempo de resposta do controlador de tensão projetado para compensar a tensão de saída seja menor. Figura 1. Estrutura topológica implementada. II. ESTRATÉGIA DE CONTROLE Na Fig. 2 é apresentado o diagrama esquemático da estratégia de controle desenvolvida e implementada utilizando o processador digital de sinais (DSP) TMS320F28335 da Texas Instruments [3]. A opção pela utilização de técnicas de controle digital se deve à alta capacidade de processamento e maior flexibilidade operacional promovida por estes dispositivos [4]- [6]. A saída Kv do controlador de tensão determina que a amplitude da referência senoidal varie de acordo com as necessidade de compensação da tensão de saída. Se a diferença (e) entre a tensão de saída (V0) e a referência de tensão (V0*), for negativa (tensão de saída maior que 300 V), o ganho Kv atua de forma a diminuir a amplitude da referência senoidal, garantindo que a tensão de saída decaia até o valor da referência. Caso contrário (tensão de saída menor que 300 V), o ganho Kv atua para aumentar a amplitude da referência senoidal, compensando um possível afundamento de tensão. O resultado da multiplicação entre |vd|, I0(med) e Kv dá origem ao sinal VRef. Uma vez gerado o sinal VRef, o módulo de sincronismo e defasamento detecta a passagem por zero da tensão F-N da fase A e estabelece que o sinal VRef seja iniciado na sua posição zero toda vez que ocorrer essa passagem; estabelece a referência senoidal da fase A (VRef-A) como sendo igual ao sinal VRef; e cria as referências senoidais das fases B e C (VRef-B e VRef-C), defasados de 120º a partir de VRef. Por último são realizadas as comparações entre os valores das correntes de linha de entrada de cada fase (ia(in), ib(in) e ic(in)) e as referências senoidais geradas (VRef-A, VRef-B e VRef-C). Quando os valores dos sinais das correntes de linha amostradas forem menores que as respectivas referências, níveis altos de pulso são enviados para os interruptores dos conversores chaveados, caso contrário, são enviados níveis baixos. Os sinais de gatilho enviados para as chaves (VGS1, VGS2 e VGS3) são provenientes de pinos de entrada/saída do DSP, que variam seus estados em níveis altos e baixos conforme a necessidade do processo. III. Figura 2. Diagrama esquemático do circuito de controle. O controle consiste então em primeiramente gerar uma referência senoidal a partir de uma senóide pura e retificada criada digitalmente (|vsen|). Uma dente-de-serra na frequência de 20 kHz (vST) é somada a |vsen|, de modo a se estabelecer uma melhor comparação entre a referência gerada e os sinais das correntes de linha de entrada de cada fase do conversor e garantir que o chaveamento dos conversores SEPIC não ultrapasse esta mesma frequência. O resultado desta soma dá DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DA PLANTA Matematicamente, pode-se modelar o comportamento do conversor SEPIC como um sistema linear invariante no tempo representando-o no espaço de estados mediante a seguinte relação matricial: x(t) A x(t) B u(t) (1) y(t) C x(t) D u(t) (2) Onde, x(t) é o vetor de estados; ẋ(t) é a derivada do vetor de estados; u(t) é o vetor de entrada; A é a matriz de sistema; B é a matriz de entrada; C é a matriz de saída; e E é a matriz de ação avante. É importante salientar que o número de variáveis de estado coincide com o número de elementos armazenadores de energia presentes no sistema [21]. Como o circuito simplificado do conversor SEPIC, ilustrado na Fig. 3 na configuração de chave fechada e na Fig. 4 na configuração de chave aberta, apresenta quatro elementos armazenadores de energia, que são os indutores L1 e L2 e os capacitor C1 e C0, haverá então quatro variáveis de estado para este sistema: as correntes iL1(t) e iL2(t) e as tensões vC1(t) e vC0(t). O vetor de entrada é composto pela tensão de entrada, que no caso do conversor SEPIC da fase A é o módulo da tensão F-N Van. Por meio de análise de circuitos elétricos, determinam-se as matrizes de sistema e de entrada para o conversor SEPIC na configuração de chave fechada (A1 e B1) e na configuração de chave aberta (A2 e B2), representadas por (3), (4) e (5). 0 0 0 0 1 0 0 0 L2 A1 0 1 0 0 C1 0 0 0 1 R C0 0 0 A2 1 C1 1 C0 0 1 L1 0 0 0 1 C0 0 0 1 R C0 1 L1 1 L2 0 (3) 1 L1 B1 B2 0 0 0 (4) (5) Figura 3. SEPIC na configuração de chave fechada. De posse das matrizes de sistema e de entrada, é possível determinar a função de transferência da planta do conversor SEPIC através de uma análise por Espaço de Estados Médio, conforme detalhado em [22]. As funções de transferência das variáveis de estado em relação ao vetor de entrada podem ser determinadas através de (6). Figura 4. SEPIC na configuração de chave aberta. iL1(s) GiL1u(s) van(s) GiL2u(s) iL2(s) van(s) Gxu(s) {s I [A1 D A2 (1 D)]}1 [B1 D B2 (1 D)] vC1(s) GvC1u(s) van(s) vC0(s) GvC0u(s) van(s) onde, D é razão cíclica média calculada através do ganho estático do conversor SEPIC; e I é uma matriz identidade de ordem igual ao número de variáveis de estado. Gvi(s) (6) Como o controle da tensão de saída é determinado pela variação da amplitude da corrente de entrada, a função de transferência que representa a planta para a operação realizada pelo conversor proposto é a Gvi(s), que é determinada através da divisão entre as funções de transferência GvC0u(s) e GiL1u(s), conforme apresentado em (7). vC0(s) s 2 C1 L2 R C1 D L2 R D R D2 R 2 2 iL1(s) D C1 L2 s C1 R s 2 C1 D R s C0 D2 R s C1 D2 R s C0 C1 L2 R s3 (7) IV. DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO CONTROLADOR DE TENSÃO Com base em (7) e nos parâmetros de projeto da Tab. I, as funções de transferência da planta do conversor proposto para condição normal de operação e para condição sob 50% de afundamento nas tensões de fase são apresentadas em (8) e (9) respectivamente. Utilizou-se a ferramenta Sisotool do software Matlab® para a visualização do lugar das raízes de malha aberta para as duas condições de operação, conforme ilustrado nas Figs. 5 e 6. Gvi(s) 2.784e-7 s 2+31.64 2.443e-9 s +5.5e-9 s 2+0.1737 s+0.3906 (8) Gvi(s) 1.713e-7 s 2+23.96 2.443e-9 s +5.5e-9 s 2+0.2629 s+0.5917 (9) 3 3 TABELA I. PARÂMETROS DOS CONVERSORES SEPIC Potência de Saída por Fase (P0/3) Indutores L1, L3 e L5 Indutores L2, L4 e L6 Capacitores C1, C2 e C3 Capacitor de Saída C0 Razão Cíclica Média (D) para Operação Normal Razão Cíclica Média (D) para Operação Sob Condição de 50% de Afundamento de Tensão Tensão do Barramento CC (vC0) Resistência Equivalente R para P0/3 Ganho dos Sensores de Tensão Ganho dos Sensores de Corrente Ganho do Conversor A/D do DSP 600 W 1 mH 500 µH 11 µF 3290 µF 0.625 0.7693 300 V 150 Ω 0.0014 0.057 1365 Figura 6. Lugar das Raízes de malha aberta do sistema sob condições de afundamento. Analisando as Figs. 5 e 6, observa-se que as condições de estabilidade dos sistemas apresentados em (8) e (9) não são satisfeitas, uma vez que o caminho para o posicionamento dos ganhos de malha fechada encontra-se no semiplano direito. Ambas as plantas apresentam um polo real de malha aberta muito próximo de zero, o que determina um sistema estável com pequeno erro de regime permanente. Diante dessa constatação, seguindo os passos de projeto descritos a seguir, é possível determinar um controlador de tensão capaz de garantir um pequeno erro de regime permanente e uma rápida resposta. Primeiramente reduz-se o efeito do polo real de malha aberta inserindo-se um zero real também próximo de zero (igual a -20). Com a redução do efeito do polo de malha aberta, insere-se então um integrador, que garante a redução do erro de regime permanente. Por último, insere-se um polo real grande o suficiente para jogar o lugar das raízes para o semi-plano esquerdo e utiliza-se um ganho proporcional igual a 2.667 responsável por melhorar o tempo de resposta sem prejudicar na estabilidade do sistema. A função de transferência do controlador de tensão Cv(s) é apresentada em (10). O lugar das raízes de malha fechada para as duas condições de operação são demonstrados nas Figs. 7 e 8. Apesar de ainda restar um caminho para posicionamento dos pólos de malha fechada no semiplano direito, utilizou-se um ganho que determine a estabilidade do sistema. Figura 5. Lugar das Raízes de malha aberta do sistema para condições normais de alimentação. Cv(s) Kv(s) s 20 2.6667 2 e(s) s 300 s (10) controlar a tensão de saída do conversor proposto em caso de afundamento das tensões de entrada, antes mesmo da descarga do capacitor de saída. Para a utilização do controlador de tensão no modelo computacional, é necessário primeiramente discretizar sua função de transferência contínua. Para uma frequência de amostragem de 100 kHz, obtêm-se, utilizando o comando c2d (método de Tustin) no Matlab®, a função de transferência discreta de Cv(s). Portanto, passando para o domínio Z a função representada em (10), tem-se a função de transferência discreta (11). Figura 7. Lugar das Raízes de malha fechada do sistema para condições normais de alimentação. Como a função de transferência apresentada em (11) é de segunda ordem, logo todo elemento multiplicado por z² representa a amostra atual deste elemento, todo elemento multiplicado por z¹ representa a amostra de uma iteração passada e todo elemento multiplicado por z0 representa a amostra de duas iterações passadas. Logo, Realizando a multiplicação cruzada na equação (11), e substituindo Kv(z).z2 por Kv[k], Kv(z).z1 por Kv[k-1], Kv(z).z0 por Kv[k-2], e(z).z2 por e[k], e(z).z1 por e[k-1] e e(z).z0 por e[k-2], obtém-se a equação de diferença (12) utilizada no controle digital. Figura 9. Diagrama de simulação do sistema completo em malha fechada. Figura 8. Lugar das Raízes de malha fechada do sistema sob condições de afundamento. Utilizou-se a ferramenta Simulink do software Matlab® para simular o sistema completo em malha fechada, conforme ilustrado na Fig. 9, e visualizar a resposta ao degrau tanto para condições normais de operação como para condições de afundamento. Observa-se através da Fig. 10 que a resposta, apesar de oscilatória durante o regime transitório, entra em regime permanente em cerca de 40 ms, demonstrando que o controlador de tensão é suficientemente rápido afim de Cv(z) Figura 10. Respostas ao Degrau. Kv(z) 0.00014979 031 z 2 2.9955067E -008 z-0.000149 76036 e(z) z 2 1.9970045 z 0.99700449 Kv[k] = 1.99700 45*Kv[k-1]-0.9970044 9*Kv[k-2]+0.0001497 9031*e[k] 2.9955067E -008*e[k-1]-0.0001497 6036*e[k-2] (11) (12) V. RESULTADOS EXPERIMENTAIS Um protótipo de 2 kW do conversor proposto foi construído e analisado em laboratório, como pode ser visualizado na Fig. 11. A Fig. 12 ilustra as correntes de linha de entrada senoidais, demonstrando a eficácia do controle quanto à imposição da forma de onda das correntes. A Fig. 13, por sua vez, demonstra a corrente de linha e a tensão F-N da fase A, comprovando que o módulo de sincronismo do controle adotado e a técnica de imposição de corrente são capazes de determinar que as correntes de linha apresentem baixa distorção harmônica e estejam em fase com as tensões de fase, garantindo elevado fator de potência. Figura 13. Tensão F-N e corrente de linha da fase A. (a) Provocou-se um afundamento de 50% nas tensões das três fases e observou-se o comportamento da tensão de saída do conversor proposto. A Fig. 14 ilustra o comportamento das tensões de fase, das correntes de entrada e da tensão de saída, no instante da ocorrência do afundamento. É possível perceber que o compensador de tensão conseguiu compensar o afundamento, mantendo a tensão no barramento CC em 300 V. Essa compensação se dá através da multiplicação da saída do compensador pelas referências senoidais, que eleva a amplitude das correntes de linha de entrada, mantendo inalterado o processamento de potência. Por último conectou-se um inversor de frequência utilizado para alimentar um motor de 2 CV ao barramento CC fornecido pelos conversores SEPIC. A Fig. 15 demonstra que quando ocorre um afundamento de tensão de 50%, o sistema de controle do inversor acusa um erro de subtensão, levando-o ao desligamento em aproximadamente 35 ms. Entretanto o conversor desenvolvido é capaz de manter a tensão no barramento CC fixada em 300 V impedindo este desligamento, conforme pode ser observado pela Fig. 16. (b) Figura 11. (a) Conversor SEPIC e (b) protótipo desenvolvido em laboratório. Figura 12. Correntes de linha de entrada. A Fig. 17 demonstra as correntes de linha de entrada durante o afundamento, comprovando que o compensador de tensão é suficientemente rápido para regular a tensão de saída, mas não tão rápido de forma a prejudicar a atuação da malha de corrente determinada pelo controle por histerese para imposição das correntes. Portanto, o controle é capaz de fornecer uma compensação da tensão de saída ao mesmo tempo em que é capaz de impor correntes de linha de entrada senoidais, mesmo durante o afundamento. A análise do espectro harmônico da corrente de linha de entrada da fase A para a condição normal de operação e para a condição de afundamento de tensão foi realizada utilizando software Matlab®, a fim de proporcionar uma comparação com os limites harmônicos impostos pela norma IEC 61000-3-2 [23]. A referida análise foi realizada utilizando-se o vetor de pontos de cada sinal obtido com o osciloscópio. Observa-se através da Fig. 18 que a eficácia da solução proposta, no que tange a mitigação do conteúdo harmônico das correntes CA de alimentação. A curva de rendimento em função da potência de saída, obtida através de testes laboratoriais sob diferentes condições de carga, está ilustrada na Fig. 19. Verifica-se que, sob condições normais de operação, obteve-se um rendimento médio superior a 89% para uma ampla faixa de carga. (a) Figura 16. Tensão no barramento CC compensada, tensão na fase A do motor e corrente no inversor no instante de ocorrência do afundamento. (b) Figura 17. Correntes de linha de entrada durante o afundamento. (c) Figura 14. (a) Tensão de saída, (b) tensões de fase e (c) correntes de linha de entrada no instante de ocorrência do afundamento de tensão. (a) (b) Figura 18. Fase A: DHT da corrente de linha de entrada (ia(in)) em comparação com a norma IEC 61000-3-2 para (a) operação sob condições normais de alimentação e (b) para operação sob condições de afundamento de tensão. Figura 15. Tensão no barramento CC não compensada, tensão na fase A do motor e corrente no inversor no instante de ocorrência do afundamento. Figura 19. Curva de rendimento em função da potência de saída. VI. CONCLUSÃO Este artigo apresenta a descrição de uma análise teórica e experimental de um retificador PWM trifásico obtido através da aplicação de conversores SEPIC não isolados visando estabelecer correção de fator de potência e impor correntes de linha de entrada com baixo DHT e, também, garantir suportabilidade a afundamentos de tensão ocasionados na rede CA de alimentação. Uma análise matemática utilizando espaço de estados médio para obtenção das funções de transferências da planta do conversor é apresentada. A estratégia de controle digital implementada para imposição de correntes de linha de entrada senoidais e controle da tensão no barramento CC foi avaliada e mostrouse muito eficiente e confiável. Resultados experimentais obtidos a partir de um protótipo de 2 kW com controle baseado no DSP TMS320F28335 também foram apresentados, corroborando com a análise teórica. Observouse ainda que o controlador apresentado demonstrou-se eficaz para correção da tensão no barramento CC tanto para condições normais de operação como para 50% de afundamento nas tensões de entrada. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o suporte financeiro conseguido junto aos seguintes órgãos de fomento: CNPq (Processos Nº 304400/2009-2 e Nº 300896/2009-3), FAPEMIG (Processos Nº APQ-00141-09 e Nº PCE-00501-12) e CAPES. REFERÊNCIAS [1] A. S. Martins, G. Bonan, G. C. Flores, “Entendendo o Fator de Potência”, Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento - CP Eletrônica S.A. . 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