MONOGRAFIA DE PATRICIA CRUZ FINAL
Transcrição
MONOGRAFIA DE PATRICIA CRUZ FINAL
1 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO PATRÍCIA RIBEIRO DA CRUZ ATENÇÃO DO MOTORISTA PROFISSIONAL MACEIÓ - AL 2012 2 PATRÍCIA RIBEIRO DA CRUZ ATENÇÃO DO MOTORISTA PROFISSIONAL Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. ORIENTADOR: Prof. Dr. Jorge Luís de Souza Riscado MACEIÓ - AL 2013 3 PATRICIA RIBEIRO DA CRUZ ATENÇÃO DO MOTORISTA PROFISSIONAL Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM: _____/_____/_____ __________________________________________________ PROF. DR. JORGE LUÍS DE SOUZA RISCADO ORIENTADOR __________________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA 4 DEDICATÓRIA Dedido este trabalho a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a consolidação do mesmo... 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a minha família, pela comprrenção das ausências em decorrecência da preparação e consubstanciação desta pesquisa, aos Professores, pela paciência e dedicação, e, a todos os amigos e colegas que muito contribuíram com sugestões e correções do trabalho. Agradeço ainda aos meus Sujeitos de Pesquisa, que sem os quais esse trabalho não aconteceria. 6 “O QUE É A MEMÓRIA? Não é um armazém, nem uma arca no sótão, mas sim um instrumento que aperfeiçoa constantemente o passado para uma narrativa, acessível e aceitável para si próprio.” (Stanley Kauffmann) 7 RESUMO Considera-se que o universo de pessoas que se relacionam no trânsito como sendo um universo crescente no mundo e com tendências à extrapolação à medida que os processos urbanizados se expandem além das cidades, nos subúrbios e na zona rural. No Brasil, se ferem 350.000 pessoas e outras 50.000 morrem no envolvimento de acidentes por trânsito. Objetivamos verificar o perfil de pessoas sob a questão da atenção concentrada no trânsito Desta maneira objetiva-se: o registro de alguns fatores, tais como a ansiedade, a falta de atenção e o estresse fazem parte do dia a dia do nosso trânsito e dos processos de desdobramento do mesmo, e, isto aumenta sobremaneira os riscos envolvidos bem como o comportamento das pessoas, dos motoristas, pedestres, aumentando os riscos potenciais no setor o que prejudica sobremaneira toda a sociedade. Nossa amostra constituiu de 31 sujeitos motoristas, de ambos os sexos, com mais de 10 anos de atuação continua. As variáveis tomadas foram desatenção em motoristas profissionais e associar o tempo de atuação profissional com ações de atenção/desatenção;Os resultados apontaram que distúbios de atenção, fatores confunditórios de atenção e fatores externoscontribuem para o aumento de acidentes no trânsito. Sugere-se mais aprofudados sobre a questão levantada.. Palavras-chave: Atenção. Motorista profissional. Acidentes de trânsito. 8 ABSTRACT It is considered that the universe of people who relate in traffic as a universe growing trends in the world and the extrapolation as the processes urbanized expand beyond the cities, suburbs and rural areas. In Brazil, 350,000 people are injured and 50,000 others die in a traffic accident involvement. We aimed to investigate the profile of people on the issue of concentrated attention in traffic this way we aim to: registration of certain factors such as anxiety, lack of attention and stress are part of everyday life and the transit of our processes unfolding of the same, and this greatly increases the risks involved as well as the behavior of individuals, motorists, pedestrians, increasing the potential risks in the sector which greatly affect the whole society. Our sample consisted of 31 subjects drivers, of both sexes, with over 10 years experience continues. The variables were taken in disregard professional drivers and associate the time of practice to share attention / inattention; Results showed that distúbios attention, factors confunditórios attention and externoscontribuem factors for the increase of traffic accidents. It is suggested aprofudados more about the issue raised. Keywords: Attention. Professional driver. Traffic accidents. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 Fases da percepção .............................................................................. 22 Gráfico 1 Distribuição dos sujeitos por idade. ........................................................... 34 Gráfico 2 Distribuição dos sujeitos por sexo.............................................................. 35 Gráfico 3 Distribuição dos sujeitos por tempo de atuação profissional. .................... 35 Gráfico 4 Perfil de respostas aos questionamentos do perfil do sujeito. ................... 36 Quadro 1 Burnout emocional..................................................................................... 26 Quadro 2 Relação de fatores que atrapalharam a direção ........................................ 37 Quadro 3 Questões complementares ........................................................................ 38 Quadro 4 Contribuições para a redução de acidentes .............................................. 38 Quadro 5 Informações a acrescentar livremente....................................................... 39 Quadro 6 Lista de Códigos da CID-10 ...................................................................... 48 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; ap. (apud) - conforme citação em; CTB - Código de Trânsito Brasileiro; DETRAN - Departamento Nacional de Trânsito; EAD - Eduação a Distância; et al. (et alii) - e outros ; Ibdem ou Ibid - na mesma obra; ipsis litteris - "pelas mesmas letras", "literalmente"; obs. - observação; OMS - Organização Mundial da Saúde; Op. cit - na obra citada; Opus citatum - na obra citada; Org. Jud. Organização Judiciária; p. - página; p. ex. - por exemplo; p. ext. - por extensão; Seg. - Seguinte; Sic - assim está no original; ud. (uide) - veja; UTI - Unidades de Terapias Intensivas; 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 15 2.1 – O Trânsito Enquanto Fator de Estudo .......................................................... 15 2.2 A Atenção no Trânsito e o Conceito de Bom Motorista................................. 18 2.3 Atenção: Definições e Características ............................................................ 19 2.4 Atenção no Trânsito .......................................................................................... 20 2.5 O Psicólogo do Trânsito: Atuação e Funções ................................................ 20 2.6 Atenção, Desatenção e Distração no Trânsito ............................................... 21 2.7 Causadores de Acidentes................................................................................. 22 2.8 Sindrome de Burnout como Possível Causador da Atenção em Motoristas ................................................................................................................ 23 2.9 Tipos de Acidentes de Trânsito e a Atenção do Motorista ............................ 26 2.10 Procedimentos Legais para Atenuação dos Acidentes de Trânsito ........... 27 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 30 3.1 Aspectos Éticos da Pesquisa........................................................................... 30 3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 30 3.3 População .......................................................................................................... 30 3.4 Amostra ............................................................................................................. 30 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 30 3.6 Procedimentos para Coleta de Dados ............................................................. 31 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados ......................................................... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 40 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41 APÊNDICE ................................................................................................................ 45 ANEXO ..................................................................................................................... 46 12 1 INTRODUÇÃO O universo de pessoas que se relacionam no trânsito é crescente no mundo e com tendências à extrapolação à medida que os processos urbanizados se expandem além das cidades, nos subúrbios e na zona rural. Neste sentido considera-se todo universo de pessoas que se relacionam no trânsito, tais como pedestres, motoristas e passageiros de veículos automotores, assim como, motociclistas e ciclistas, e seus eventuais passageiros como eventuais usuários do mesmo. Não obstante a isto, pouco ze sabe sobre essas duas últimas categorias, constituídas predominantemente de jovens, que hoje correm elevados riscos de acidentes, em especial em cidades com alto grau de urbanização. No caso do Brasil, segundo o IBGE (2011), tem-se a cifra de 1 milhão por ano, que se ferem 350.000 pessoas e outras 50.000 morrem nos envolvimentos de acidentes. Os pedestres constituem uma parcela significativa desses mortos, representando, aproximadamente, entre 40 a 50% das estatísticas (IBGE, 2011). Além destes índices de acidentes serem superiores aos de outros países, a porcentagem de crianças de 0 a 14 anos que morrem no trânsito é bem maior nos EUA e na Europa com cerca de 14%, em comparação com 5-7%, nos países da Europa Ocidental e nos EUA (EE.UU. e Europa Ocidental, 1987). Desta maneira, os dados e índices assim apresentados escondem, porém, fatos importantes, pois, para torná-los mais representativos da realidade, seria preciso considerar o tempo de exposição ao trânsito dos diferentes grupos etários; analisados bem como das relações de acesso a estes grupos além de outras nuances inerentes às representações das séries estatísticas consideradas, ou seja, estes dados, apesar de alarmantes, ainda são a menor do que a verdadeira realidade dos fatos sobre os acidentes de trânsito. Não obstante a isto, no Brasil, o que se verifica é que o respeito à sinalização, portanto, decorre do medo de acidente ou da multa, no ímpeto de atingir seu objetivo de minimizar tempo, os motoristas transformaram nosso trânsito em verdadeira competição, envolvendo vários tipos de disputas, tais como: quem identifica e ocupa mais rapidamente uma vaga no estacionamento; quem entra mais rápido no espaço de segurança que separa dois veículos em alta velocidade etc. Assim, desta maneira, alguns fatores tais como a ansiedade, a falta de 13 atenção e o estresse fazem parte do dia a dia do nosso trânsito e dos processos de desdobramento do mesmo, isto aumenta sobremaneira os riscos envolvidos bem como o comportamento das pessoas, dos motoristas, aos pedestres, aumentando os riscos potenciais no setor o que prejudica sobremaneira toda a sociedade. Neste sentido a Organização Mundial da Saúde (OMS), define a saúde como um estado de bem estar total, envolvendo o físico, o psicológico e o social, ficando com isto o cenário da ansiedade e do estresse como sendo um risco iminente à saúde dos envolvidos. Paralelamente a isto o desenvolvimento econômico e social do Brasil, segundo o IBGE (2011), tem interagido com nossa cultura, em especial com a cultura do trânsito, alterando-a e se alterando em decorrência dela, em um processo aleatório e contínuo de mudança social. Verifica-se também que não existe uma solução imediata e simples para se reduzir a agressão do trânsito, seja ferindo e ceifando vidas, seja tornando nossos espaços públicos desagradáveis, sob todos os aspectos, da ansiedade às ameaças veladas, mas principalmente pelo ruído, poluição e terror que cria na mente das pessoas um estresse constante e crescente. Neste sentido o problema da pesquisa é descrição dos itens correlacionados à geração de desatenção em motoristas profissionais com mais de 10 anos de atuação continua e a questão norteadora é: a ansiedade ou síndromes oriundas do estresse na atuação interferem na atenção concentrada do motorista? Assim, em afirmativo ou negativo, pretende-se pesquisar, in loco, este cenário e seus eventuais desdobramentos. Para esta análise considera-se a hipótese fundamental da pesquisa o fato de como uma verdade provisória e suscetível de análise, verifica-se se há correlação entre o trânsito, o estresse e a ansiedade em motoristas profissionais. Assim, em hipótese afirmativa ou negativa pretende-se estabelecer correlação imediata através de questionário de pesquisa de campo. Com isto justifica-se o tema da pesquisa considerando o mesmo oportuno devido ao fato de que as estatísticas são alarmantes quando indicam o alto índice de acidentes devido à desatenção de motoristas. Isto pode ser observado quando verifica-se que recentemente o DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) normatizou quanto à proibição do uso do celular por condutores de veículos, visto que os mesmos causam ou aumentam os fatores de desatenção nos condutores. 14 Além deste fator a desatenção é considerada uma característica inerente ao ser humano e catalizadores deste processo devem ser minimizados ou até mesmo suprimidos. Além deste cenário a existência de ambientes propícios a riscos químicos, biológicos, físicos (ruídos, radiações, etc.), mecânicos (transporte e/ou movimentação e posicionamento de pacientes; acondicionamento e preparo de materiais e equipamentos), psicossociais (contato com pacientes agitados, descontrolados, agressivos) também devem ser minimizado ou suprimidos. Neste sentido os aspectos da atenção a motoristas devem ser por demasia pesquisado e regimentados para que corroborem com a diminuição das estatísticas de acidentes no trânsito. Desta forma tem-se como objetivo geral da pesquisa é a descrição dos itens correlacionados à geração de desatenção em motoristas profissionais com mais de 10 anos de atuação continua. E como objetivos específicos: mensurar em escala ou subjetivamente, os tipos de desatenção em motoristas profissionais; associar o tempo de atuação profissional com ações de atenção/desatenção; e, o proporcionar uma revisão de literatura na área conceitual. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 – O Trânsito Enquanto Fator de Estudo O aumento do trânsito em todas as cidades brasileiras tem contribuído para uma serie de mazelas, tanto no que se refere ao planos de locomoções urbanas – pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas indiiduais e coletivos – ocasianando um congestionamento onde as imposições nos tráfegos são percebidas. Assim, o que verificamos a partir dessas imposições, intempestivas são acidentes das mais diversas ordens, ou seja, são seres humanos que se acidentam ou perdem suas vidas por movimentos desordenados do trânsito. Os acidentes de trânsito constituem um problema social grave e de saúde pública com grandes consequências para o individuo, a família e a sociedade. Morrem 1,2 milhões de pessoas vítimas de acidentes de transito ao redor do mundo e os acidentes são previstos como o terceiro maior contribuinte para os agravos à saúde no mundo em 2010. No Brasil morre por ano, cerca de 37 mil pessoas e ocorre a internação de 180 mil com um impacto de aproximadamente 34 bilhões de reais. Os acidentes de trânsito são apontados como a segunda causa de morbimortalidade em Pernambuco (DATASUS, 2011). Acidentes de trânsito (AT) são a segunda principal causa da morte de jovens até 29 anos e a terceira causa entre pessoas de 30 a 44 anos de idade. Este quadro ainda deve se agravar nos países de baixa renda até 2020 (ONU/BRASIL, 2012). O reconhecimento do trauma como uma epidemia não resolvida da sociedade moderna deve ser aceito pelo público, governo e profissão médica. O trauma é caro e envolve toda a sociedade e não somente a pessoa afetada. Não obstante, a sociedade continua a resistir às leis e normas para prevenção dos acidentes (MATTOX, 2005). Segundo o “Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes no Trânsito”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em 2005, os acidentes nas estradas mataram um milhão e duzentas mil pessoas em todo o mundo, no período de um ano, deixando 50 milhões feridas, cujos cuidados médicos custaram US$ 65 bilhões (ONU/BRASIL, 2012). 16 No Brasil, conforme dados do DENATRAN, a cada ano 33 mil pessoas morrem e aproximadamente 400 mil pessoas ficam feridas ou inválidas devido aos acidentes de trânsito. Na grande maioria dos casos o trauma atinge indivíduos jovens no seu momento mais importante como força de trabalho. Sua incapacidade ou morte traz para a sociedade um custo social altíssimo (FRANÇA, 2013). Estudos apontam a questão da morbimortalidade por acidentes de trânsito como a segunda causa externa mais prevalente na nossa realidade brasileira. Gomes e Melo (2007) estudou a evolução da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito e analisou sua distribuição espacial no Município do Rio de Janeiro. Para as análises sobre mortalidade por causas externas ocorridos no período de janeiro de 1996 a dezembro de 2004 foram utilizados os dados do Sistema de Informação de Mortalidade. A análise foi feita com a utilização do programa TABWIN, software desenvolvido pelo DATASUS que facilita a construção de indicadores de mortalidade. Pôde-se observar uma queda significativa no coeficiente de mortalidade por acidentes de trânsito no período analisado, que parece estar relacionada à implantação do novo Código de Trânsito Brasileiro (21,4 8,7/100.000 habitantes). A população de adulto-jovens do sexo masculino mostrouse largamente atingida (40,6%), e o tipo de acidente mais frequente foi o atropelamento (65%). Os dados obtidos indicam a necessidade premente de se empreenderem ações preventivas para o trânsito, através de ações intersetoriais. Acidente de trânsito é um problema grave, com grande impacto na morbimortalidade da população, cuja taxa de mortalidade específica está entre as mais altas do país, além de trazer transtornos às famílias envolvidas, à vida social e econômica. Tem sido assim nas quatro últimas décadas. Este tipo de violência é preocupante para a maioria dos países de média e baixa rendas per capita. Iniciativas para enfrentamento do mesmo acontecem há 50 anos, primeiramente nos países de alta renda, onde baixaram a taxa de mortalidade para atuais cinco óbitos por 100.000 habitantes, na grande parte. A partir da última década, o Sistema ONU e algumas organizações não governamentais vem delineando estratégias e induzindo os demais países a implantarem políticas públicas que diminuam a taxa de mortalidade, que se encontra em torno de 20 óbitos por 100.000 habitantes/ano. Lyra; Goldberg; Iyda (1996) analisaram a mortalidade de adolescentes no Município de Botucatu, estado de São Paulo, Brasil, no período de 1984 a 1993, 17 segundo dois subgrupos (10 a 14 e 15 a 19 anos), sexo, ocupação e causas de óbito. Os dados de óbitos foram obtidos no Setor de Estatística do Centro de SaúdeEscola. As estimativas populacionais foram calculadas com base nos censos demográficos. Observaram a variação dos coeficientes de mortalidade nos diferentes anos e maior mortalidade no grupo masculino de 15 a 19 anos, atingindo tanto estudantes como trabalhadores. Houve predomínio de causas externas de mortalidade, principalmente acidentes de trânsito e ferimento por arma de fogo, exigindo averiguação de seus determinantes e o desenvolvimento de programas de saúde destinados aos adolescentes, suas famílias e à sociedade, considerando-se que as causas de morte são preveníveis e evitáveis. Nesse cenário epidemiológico, os jovens parece-nos que são os mais acometidos pelos acidentes. Nota-se ainda, que o gênero masculino encontra-se com maior prevalência. Partimos da premissa que a função identitária de gênero esteja atrelada ao conceito hegemônico de masculinidade, ou seja, de que ser homem é ser viril, impetuoso, desafiador e mostrar coragem (RISCADO, 2012). Quanto ao fato de ser jovem, parece-nos que nas noções de temporalidade e historicidade, a juventude não cabe tão somente dentro de uma faixa etária como apregoa a OMS de 15 a 24 anos, ou como sintoniza a Organização Internacional da Juventude (OIJ), que estende esse cabedal até os 29 anos. Juventude segundo Riscado (2013), encontra-se ancorada num processo sócio-histórico-antropológico em que num ciclo da vida aporta numa plenitude que vai da efervescência dos hormônios, passando pelo desejo sexual e aglutinando varias esferas socioculturais, como por exemplo, a independência familiar, emprego, renda, moradia própria, constituição de família (conjugalidade) e outros Algumas premissas se fazem tomadas a partir do momento que consideramos os motoritas de trânsito enquanto exposição ao risco de acidentes ou morte no trânsito. Uma delas é a questão do fator emocional, muitas vezes ligadas a relações interpessoais.e a quantidade de horas trabalhadas. As questões ligadas ao sofrimento mental no trabalho, como por exemplo, mototaxista, taxistas, motoristas de coletivos urbanos, suas causa e consequências tem sido crescentemente objeto de estudo, principalmente, pelas altas incidências e prevalências nos ambientes laborais, trazendo sérios prejuízos ao desempenho 18 proficional do trabalhador e perdas econômicas para o empregador, além dos custos em nível macroeconômico (GUIMARÃES; GRUBTIS, 2004). A outra questão é da atenção concentrada advinda muitas vezes o seu comprometimento, por fatores psicológicos, emocionais. Alguns estudos, como o de Frasson; Souza (2002) a partir do estudo qualitativo do Teste de Personalidade de Rorschach com a Entrevista baseada na Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAC) de Ryad Simon destacou além do predomínio de distanciamento nas relações interpessoais e sentimentos hostis em relação à figura parterna, destacou-se os indicadores de tendências antisociais que aliadas a uma dinâmica narcísica, predispõem ao comportameto agressor. No que tange à socialização, as trangressões no trânsito configuram-se como sintoma, uma busca de limite no ambiete externo, limite este que não foi bem estabelecido internamente no desenvolvimento emocional destes condutores. Rueda e Javier (2009) trabalharam a atenção concentrada e memória objetivando verificar evidências de validade para o Teste de Atenção Concentrada (Teaco-FF) em relação ao teste Pictórico de Memória (Tepic-M). com 207 sujeitos, sendo 118 estudantes universitários e 89 sujeitos motoristas que haviam passado pelo processo de renovação, mudança ou adição da Cateira Nacional de Habitação (CNH). A idade variou de 18 a 58 anos e, em relação ao gênero 66 eram homens e 141 mulheres. Os resultados mostraram correlações positivas e significativas entre as pontuações de ambos os testes, o que foreceu a evidência de validade para o Teaco-FF. Os autores sugerem outros estudos dentro do contexto do trânsito, como uma forma de aprimorar e aprofundar as informações da área. 2.2 A Atenção no Trânsito e o Conceito de Bom Motorista Um dos maiores desafios ao trabalho do psicólogo de trânsito sempre foi a construção do perfil de bom motorista, cuja fundamentação científica ainda não foi alcançada, porém. A importância de se conhecer o perfil de bom motorista, de acordo com Farina (2004), estaria na possibilidade de se desenvolverem ferramentas de avaliação psicológica em conformidade com este perfil, e que portanto selecionariam adequadamente os candidatos à carteira de habilitação. Certamente a inexistência de um conceito científico de bom motorista não 19 impediu a realização de testes de habilitação. Ao contrário, desde a massificação dos transportes, sempre houve preocupação com a cientificidade deste procedimento e, não obstante a estas demandas, hoje em dia o conceito de bom motorista está intimamente relacionado à atenção que o mesmo tenha no trânsito. 2.3 Atenção: Definições e Características Para Sternberg (2000) o conceito de que a atenção é um fenômeno pelo qual se realiza, de maneira ativa, a elaboração de informações, por intermédio dos sentidos, da memória e interações cognitivas é uma realidade e uma verdade científica, e, não obstante a isto, para Brandão, Lachat e Coimbra (2002), o corpo humano passa continuamente por inúmeros estímulos, e que nem todos podem ser percebidos, pois há uma seleção sobre o que é considerado importante e interessante para o cumprimento dos objetivos imediatos de forma que a atenção é o processo pelo qual o próprio corpo seleciona o que é ou não importante. Desta forma, de acordo com Schiffman (2005), o cérebro realiza um controle de eleição sobre quais informações são consideradas importantes, ou quais serão rejeitadas, durante o processo seletivo do que é ou não importante, de forma que, segundo estes autores, ocorre uma triagem entre as informações provenientes do input1 ambiental e o processo sensório-perceptual. Estes autores consideram que geralmente, o processo de seleção é automático e inflexível e, desta forma, o ato de fugir de um animal ao ver outro que seja considerado seu predador, independentemente se este demonstrar ações de ataques ou não. Verifica-se também que Kastner et al. (1998) realizaram um estudo envolvendo a atenção visual contínua, com estímulos múltiplos e outros desdobramentos e concluíram que a representação cortical está relacionada com o grau de atenção. Neste cenário eles observaram que um aumento na atenção é diretamente proporcional à ampliação da imagem cortical, em degradação aos demais estímulos. Desta maneira supõe-se que haja um mecanismo córticoatencional para ressaltar estímulos visuais consideráveis em detrimento aos 1 Considera-se o input ambiental o conjunto de dados percebidos e oriundos do meio ambiente através dos orgaos sensoriais. 20 considerados supérfluos. 2.4 Atenção no Trânsito Considera-se que muitas habilidades são necessárias para o ato do dirigir e estas vão além das capacidades físicas e motoras, adentrando-se nas funções cognitivas. Neste sentido ao conduzir um veículo o motorista está sujeito a várias interferências, de inúmeras naturezas, que afetam na sua concentração e atenção para com o trânsito, como por exemplo, um carro do som que pode impedi-lo de escutar a buzina do veículo que se encontra atrás; um caminhão com uma grande carga que o impede de visualizar corretamente o percurso e as sinalizações; uma moto que surge indevidamente cortando os carros. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, por meio da Resolução 007/2009, das quatro áreas de habilidades mínimas para poder conduzir um veículo automotor, a atenção concentra-se na primeira: Tomada de Informação. E, deve-se buscar aferir sobre as suas diferentes modalidades, atenção concentrada; atenção difusa/ vigilância/ atenção sustentada; atenção; atenção distribuída/ dividida; e, atenção alternada. Neste sentido faz-se necessário que os psicólogos procurem diversificar na avaliação psicológica com o objetivo de consubstanciar a mesma como uma ferramenta eficaz para atenuar problemas com a emissão do CNH e a manutenção da mesma. 2.5 O Psicólogo do Trânsito: Atuação e Funções Assim, a partir de meados da década de 80, o Psicólogo do Trânsito passa a receber muitas críticas, principalmente contra sua função de simples aplicador de testes cuja utilidade prática talvez não existisse (HOFFMANN, 2003). Ações oficiais de reformulação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1998, que tem fomentado o desenvolvimento de pesquisas em bases multidisciplinares visando à melhor abordagem da complexidade do fenômeno trânsito (HOFFMANN, 2003). O momento atual em Avaliação Psicológica é de intensa reformulação teórica e metodológica, 21 portanto. 2.6 Atenção, Desatenção e Distração no Trânsito Segundo Balbinota, Zaro e Timm (2011), o comportamento de dirigir um veículo é composto por múltiplas tarefas. Esta multiplicidade envolve a tomada de informação, o processamento de informação, a tomada de decisão e as atividades motoras inerentes às mesmas. Desta forma dirigir um veículo deve ser compreendido como uma concessão e não como um direito do cidadão. No entanto, essa concessão depende do possuidor ser imputável plenamente, ter condições físicas, apresentar características psicológicas adequadas e conhecer as leis de trânsito (VASCONCELOS, 1998). Assim, para desempenhar a tarefa de dirigir, o condutor terá que estar atento aos estímulos provenientes do ambiente, quais sejam, pedestres, sinalização além de discriminar os estímulos provenientes do carro, e os mesmos devem também concentrar a sua atenção, colocando os estímulos em foco, não podendo, entretanto, perder de vista outros movimentos e demais estímulos, o que requer a distribuição da atenção (ROZESTRATEN, 1988). Ainda para Rozestraten (1988) a atenção é uma qualidade da percepção mais consciente e dirigida sobre o campo global, seja focalizando um ou mais pontos dentro deste campo. Desta forma, ainda segundo o mesmo autor, a percepção somente é possível através de um comportamento complexo e ágil dos globos oculares que compreende as seguintes fases: a) Detecção - Só é possível detectar o que está nos limiares absolutos, só o ouvido, olho ou pele. b) Discriminação ou Diferenciação - É possível ser verificado mais através dele detalhes no estímulo, diferenciando-o de qualquer outro. c) Processo de avaliação do espaço, tempo e velocidade, é o tempo necessário para chegar até o estímulo. d) Processo de identificação no qual se diz se o estímulo é conhecido ou não, que é chamado de identificação figurativa. Que podem ser ilustradas a seguir: 22 Ilustração 1 Fases da percepção. Discriminação ou Diferenciação Detecção o que está nos limiares absolutos estímulo, diferenciando-o de qualquer outr Processo de avaliação do espaço, tempo e velocidade Tempo para chegar até o estímulo identificação Estímulo é conhecido ou não Fonte: Rozestraten (1988). Desta forma, ainda segundo Rozestraten (1988): A visão se limita ao bom funcionamento do olho e dos nervos, até que alcancem os centros nervosos. A percepção é o processo psicológico que permite a identificação do padrão visto como representações de padrões vistos, o que leva a compreensão do significado da situação, base da decisão para um comportamento. A exploração visual é o movimento dos olhos em busca de informações importantes. ROZESTRATEN (1988). Desta forma, por exemplo, em uma curva quanto mais fechada, maior a atividade ocular. (NORONHA et. at., 2013). 2.7 Causadores de Acidentes Ainda segundo os mesmos autores a falha de atenção é um dos mais importantes fatores humanos causadores do acidente, e, a atenção pode ser: • Difusa ou Vigilância: é a busca de algo importante, é a busca de indícios perigosos, que vai depender muito da situação, numa estrada reta e tranquila, há necessidade de um nível baixo de atenção ao contrário em uma avenida movimentada, os dois olhos do condutor podem ser insuficientes diante de muitos estímulos que se apresentam e que podem esconder indícios de perigo (ROZESTRATEN, 1998). • Atenção Concentrada: é dirigida para determinado objeto ou para uma determinada situação (ROZESTRATEN, 1998). • Atenção Distribuída: é a atenção concentrada distribuída para vários objetos. 23 Por exemplo: dirigir conversando com alguém nos dias atuais em telefone celular, escutando música ou resolvendo problemas financeiros ou familiares (ROZESTRATEN, 1998). Ainda os mesmos autores caracterizam a distração do motorista como podendo ser qualquer atividade que tire a atenção da tarefa de dirigir, chegando-se a adjetivar a mesma em quatro maneiras a citar: distração visual, como olhar para algum lugar que não seja a via; distração auditiva, como responder a um chamado do telefone celular; distração biomecânica, ajustar o volume do rádio; e distração cognitiva, como estar perdido no pensamento (ROZESTRATEN, 1998). 2.8 Sindrome de Burnout como Possível Causador da Atenção em Motoristas Recentemente, alguns autores a (KRISTENSEN, 2002; COVOLAN, 1996; HERNÁNDEZ, 2003; MALAGRIS, 2004; VOLPATO et al., 2003, apud CARVALHO e MALAGRIS, 2007) têm se mostrado preocupados com a evolução do stress ocupacional para a síndrome do burnout. De acordo com Freudenberger (apud SILVA, 2000), o burnout pode ser caracterizado como um estado de esgotamento, decepção e perda de interesse pela atividade ocupacional. Essa síndrome prejudica principalmente profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas durante o serviço, como é o caso de profissionais de saúde, policiais, carcereiros, assistentes sociais, professores e motoristas de uma maneira geral (COSTA, LIMA e ALMEIDA, 2003). Como citam Borges, Argolo, Pereira, Machado e Silva, 2002: ajudar outras pessoas sempre foi reconhecido como objetivo nobre, mas apenas recentemente tem sido dada atenção para os custos emocionais da realização do objetivo. O exercício destas profissões implica uma relação com o cliente permeada de ambigüidades, como conviver com a tênue distinção entre envolver-se profissional e não pessoalmente na ajuda ao outro. O estresse, de acordo com Rossetti et al. (2008) quando há uma exposição diariamente, prolongada junto ao evento estressor, como por exemplo, os congestionamentos veiculares circundadantes nas áreas urabanas, pode esse fato tornar-se prejudicial à saúde do indivíduo e da coletividade, uma vez que há predisposição à aparição de determinados agravos. 24 O estudo de Santos; Cardoso; Santos (2012) sobre avaliação dos estressores no trânsito teve por objetivos construir e buscar evidência de validade e precisão de uma medida psicológica denominada Escala de Estressores do Tânsito (ESET). Participaram desse estudo 472 sujeitos, os quais responderam à escala inicialmente composta de 72 itens. Os resultados alcançados após análise fatorial permitiram evidenciar validade de construto., permanecendo 37 itens, explicando 62, 17 % da variância, com a carga fatorial acima de 0,40 e confiabilidade de 0,96. A ESET apresentou quatro fatores: veículo (19 itens e com n=0,80) e ambiente (4 itens e n=0,83). Discute-se acerca da importância de construção de instrumentos voltados oara a área de psicologia do trânsito, haja vista a escassez de instrumentos que mensurem estressores para o contexto do trânsito brasileiro. Segundo Zuardi (2010) a resposta do organizamo ao estresse é adaptativa, preparando-o para enfrentar o desafio e, a intensidade dessa resposta deve ser proporcional ao agente estressor. Assim, o estresse que perduarar por um longo período de tempo pode comprometer o organismo gerando enfermidades. A resposta ao estresse é resultante da interação entre características da pessoa e as demandas do meio. Por sua vez, o lócus de controle é a interpretação que o sujeito faz dos acontecimentos e a percepção que o mesmo tem sobre o controle dos eventos da sua própria vida. É um fator da personalidade defenido como a covicção de que as nossas ações influenciam os resultados que obtivemos na vida. O sujeito pode atribuir uma causalidade interna ou externa para os fatos (BRAGA, 2012). De acordo com o autor supracitado “lócus de controle é um constructo que tem sido estudado objetivando compreender o processo de aquisição e mudança de comportamento, variável que influencia as ações dos indivíduos” (p.17). Nesse sentido, sabe-se hoje que a maior parte das doenças é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Os transtornos mentais advindos por exposições estressoras do trânsito, seja na ordem do particular privado (motoristas comuns diários), seja na ordem do trabalho (motoristas de ônibus), causam sofrimentos a si, a familiares, às comunidades. Na maior parte dos casos, os transtorno mentais e de comportamento podem ser tratados, possibilitando às pessoas uma vida plena e produtiva em suas respectivas comunidades (GUIMARÃES; GRUBTIS, 2004). 25 O burnout passou a ter protagonismo no mundo laboral na medida em que veio a explicar grande parte das consequências do impacto das atividades ocupacionais na organização (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). Os profissionais do trânsito (motoristas) estão entre os mais afetados por possuírem, em geral, uma filosofia humanística de trabalho e se defrontarem com um sistema de sociedade no trânsito desumanizado (SILVA; MENEZES, 2008). Burn-out, ou simplesmente Burnout, é um termo (e um problema) bastante antigo. Burn-out, no jargão popular inglês, se refere àquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Uma metáfora para significar aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite e, por falta de energia, não tem mais condições de desempenho físico ou mental. A maioria dos autores indica Herbert J. Freudenberg como o primeiro estudioso a utilizar esta dominação em seu artigo Staff Burn-out, datado de 1974, para alertar a comuidade científica dos problemas a que os profissionais trabalhadores estão expostos em função de suas atividades laborais (BENEVIDESPEREIRA, 2002). Atualmete, a definição mais aceita do burnout é a fundamentada n perspectiva sócio-psicológica de Maslach et al. (2001), sendo esta constituída de três dimensões: exautão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. Maslach; Schaufeli; Leiter (2001), assim definem as três dimensões síndrome: 1) exautão emocional, caracterizada por uma falta ou carência de energia, entusiasmo e um sentimento de esgotamento de recursos; 2) despersonalização, que se caracteriza por tratar os clientes, colegas e a organização como objetos; e 3) diminuição da realização pessoal no trabalho, tendência do trabalhador a se autoavaliar de forma negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo prórpias e insatisfeitas com seu desenvolvimento profissional (CARLOTTO, 2002). Nesse setido, tornou-se relevante pensar o conhecimento incluindo fatores associados à síndrome de burnout, possibilitando a discussão de que é possível adotar medidas de cuidados aos profissionais que atuam no trânsito, objetivando o minimizar da incidência e prevalência de fatores estressores no ambiente laboral e promovendo a melhoria das condições de trabalho e saúde. 26 a) Itens Emocionais Delvaux, citado por França e Rodrigues (apud SILVA, 2000) caracteriza o Burnout emocional da seguinte forma: Quadro 1 Burnout emocional Fases Características Ocorre quando a pessoa percebe nela mesmo a impressão de que não dispõe de recursos suficientes para dar aos outros. Surgem sintomas Exaustão de cansaço, irritabilidade, propensão a acidentes, sinais de depressão, emocional sinais de ansiedade, uso abusivo de álcool, cigarros ou outras drogas, surgimento de doenças, principalmente daquelas denominadas de adaptação ou psicossomáticas. Corresponde ao desenvolvimento por parte do profissional de atitudes Despersonalização negativas e insensíveis em relação às pessoas com as quais trabalha tratando-as como objetos. Diminuição da realização e Geralmente conduz a uma avaliação negativa e baixa de si mesmo. produtividade profissional Sensação de ausência de prazer de viver, de tristeza que afeta os Depressão pensamentos, sentimentos e o comportamento social. Estas podem ser breves, moderadas ou até graves. Fonte: Adaptado de Benevide-Pereira (2002). Os principais stressores ocupacionais, em profissionais de saúde, associados ao desenvolvimento da síndrome de burnout são os acima descritos (BENEVIDESPEREIRA (2002), apud SEGANTIN e MAIA, 2007): b) Quanto à Organização do Trabalho Conflito e ambigüidade de papéis,falta de participação nas decisões, plantões (principalmente os noturnos), longas jornadas de trabalho, rodízio de horários, número insuficiente de pessoal, recursos escassos, sobrecarga de trabalho, falta de treinamento notadamente às novas tecnologias, mudança constante deregras, excesso de burocracia, excesso de horas extras, clima tenso de trabalho. 2.9 Tipos de Acidentes de Trânsito e a Atenção do Motorista Diversas classificações são adotadas pelos autores, sobre tipos de acidentes, 27 adotamos a seguinte, por ser usual nos meios policiais2. a) Abalroamento: Ocorre quando um veículo em movimento é colhido lateral ou transversalmente, por outro veículo, também em movimento, ou ainda parado. A palavra abalroamento originalmente referia-se a embates entre embarcações. Atualmente é utilizada para designar, uma colisão semi frontal, ou ainda por fricção lateral.3 b) Colisão: Que é o impacto de dois veículos em movimento frente a frente ou na traseira. c) Choque: É o impacto de um veículo contra qualquer obstáculo: poste, muro, árvore, barranco, etc. Inclusive outro veículo parado. O choque também pode ocorrer no caso de uma mudança brusca de velocidade do veículo, dos ocupantes deste contra a sua estrutura interna4. d) Tombamento: Quando um veículo em movimento tomba lateralmente ou frontalmente. Ficando de lado, geralmente com uma das portas junto ao solo. e) Capotamento: Quando um veículo em movimento gira em qualquer sentido, ficando com as rodas para cima, mesmo momentaneamente. f) Atropelamento: Quando o veículo em movimento colhe uma pessoa ou um animal. g) Sinalização de trânsito: A sinalização é definida como sendo o sistema formado por dispositivos de comunicação destinados a orientar os condutores e pedestres, obedecendo as convenções e uniformizações, com o objetivo de segurança, fluidez e conforto conveniente do trânsito, podendo ser feita através de placas, marcas, luzes, gestos, sons, marcos e barreiras5. 2.10 Procedimentos Legais para Atenuação dos Acidentes de Trânsito O Estado brasileiro, buscando reduzir o número de acidentes e de vítimas, tem alterado constantemente o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com o objetivo 2 MINISTÉRIO DO EXÉRCITO EME/IGPM. Ministério da Justiça CONTRAM/DENATRAM. Manual de Policiamento e Fiscalização de Trânsito. Brasília. Editora Imprensa Nacional. 1.988. p. 270 e 271. 3 CORDIOLI, Celito. Trânsito ou Tráfego, Terminologia Técnica de Trânsito e de Acidentes de Tráfego. Florianópolis. IOESC. 1.995. p. 07. 4 CORDIOLI, Celito. Op. Cit. p. 13 5 CORDIOLI, Celito. Op. Cit. p.35 28 de agravar a penalização dos condutores que fazem a associação da ingestão de bebidas alcoólicas e a direção de veículos automotores. As recentes leis n° 11.275/2006 e lei 11.705/2008 são mais uma tentativa de responder à sociedade, através de um maior rigor punitivo nas hipóteses de acidentes de trânsito provocados por condutores embriagados. Entretanto, muito se tem discutido quanto a constitucionalidade e a legalidade de tais mudanças, uma vez que o Estado estaria supostamente ferindo direitos e liberdades individuais, em nome da garantia da manutenção da segurança no trânsito. Por outro lado, o interesse público da garantia de um trânsito seguro deve prevalecer sobre as pretensões individuais. Outrossim, nunca se pode esquecer os limites e os objetivos traçados nos primeiros artigos do CTB, com destaque especial para aquilo que a lei traz de forma expressa: o objetivo prioritário da preservação da vida. Neste sentido a Lei n.° 6.416, de 24 de maio de 1977, alterou dispositivos do Código Penal de 1940, do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n.° 3.689, de 3/10/1941) e a Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei n.° 3.688, de 3/10/1941), fazendo inúmeras modificações na legislação substantiva vigente (1940). Desta maneira a Lei n° 5.108 de 21 de Setembro de 1966 promulgou o segundo código nacional de trânsito composto de 131 artigos. Essa lei vigorou por 31 anos até a aprovação do atual CTB (Código de Trânsito Brasileiro), Lei 9.503 de 23 de Setembro de 1997, mas entrou em vigor em 22 de Janeiro de 1998. O novo e atual Código de Trânsito Brasileiro trouxe muitas inovações, é composta de leis, decretos e resoluções respeitando a abrangência na posição hierárquica das leis. As leis estabelecem as normas em caráter geral, os decretos regulamentam, detalham e disciplinam a aplicação das leis. As resoluções editadas através do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) estabelecem normas detalhadas nas leis. A legislação que regulamenta o trânsito no Brasil é composta de: Constituição Federal; Código de Trânsito Brasileiro (CTB); Convenção de Viena; Acordo do Mercosul; Resoluções e Deliberações do Contran; Portarias do Denatran; Leis, Decretos e Portarias Estaduais; e, Leis, Decretos e Portarias Municipais. Neste sentido o Código de Trânsito Brasileiro é considerado um código de Paz, um código ao cidadão, traz um capítulo inteiro destinado ao cidadão, um à 29 condução de escolares, sobre os crimes de trânsito e um exclusivo para pedestres e veículos não motorizados. 30 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Aspectos Éticos da Pesquisa O presente trabalho respeitou a Lei 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, em que em consonância com os preceitos éticos e legais da pesquisa que envolva seres humanos, os princípios do voluntariado e impessoalidade, beneficência, não maleficência e equidade e justiça devem ser respeitados. Foi apresentado o Termo de Consetimento Livre e Esclarecido (TCLE) que após assinado deu-se o início da pesquisa por parte dos entrevistados. 3.2 Tipo de Pesquisa Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, numa abordagem quantitativa. 3.3 População O universo populacional da pesquisa proposta foram os motoristas profissionais, com ou sem histórico em acidentes de trânsito. 3.4 Amostra A amostra deu-se por conveniência, com 31 sujeitos de um determinada empresa. 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados Foi aplicado um questionário formatado com perguntas objetivas, com respostas fechadas e abertas, a 31 sujeitos de pesquisa, motoristas profissionais. O critério de inclusão, para participar do estudo era que todos os sujeitos fossem condutores de veículos automotores com o minimo 5 anos de experiência na área. 31 3.6 Procedimentos para Coleta de Dados Utilizou-se de coleta com profissionais atuantes e devidamente formalizados nas suas áreas de exercício e atuação, que aceitaram contribuir para a pesquisa com termo de responsabilidade signatarizado com preenchimento de questionário de pesquisa com aceite dos seus itens e observações. A investigação foi realizada em 2 dias. Aconteceram performace diferenciadas, ou seja, para alguns pesquisados foram precedentemente entregues o formlário de coleta de dados (questionário), mas essa ação não se mostrou exitosa. Frente a esse fato decidiu-se por outra perfomance, ou seja, aplicar o questionário quando todos encontravam-se no término do serviço, saindo do trabalho. A aplicação foi realizada no refeitório do local onde trabalham, com a autorização dos responsáveis, após explicação do propósito da pesquisa. Foi explicado para os sujeitos da pesquisa o motivo da mesma e também o tema, depois foi solicitado que eles assinassem o termo de consentimento para depois ser entregue o questionário. 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados Utilizou-se de uma análise linear com dados com posterior tabulação e tratamento através de software específico Microsoft Excel, com funções estatísticas implicitas, com análise estatística dos dados e comentários críticos sobre os mesmos conforme discussão tabulada e anexada ao trabalho. Os dados forão tabulados e analisandos item a item com visão estatística e análise crítica dos mesmos. 32 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a definição das questões norteadoras constantes no questionário inquisitor de pesquisa registra-se a abordagem dos seguintes aspectos para refletir as hipóteses de análise da pesquisa a citar: descrição do sexo dos entrevistados, suas cronologias, escolaridade máxima documentada, estado civil, tempo de habilitação profissional do mesmo. Ainda com os mesmos objetivos registra-se também as opiniões sobre a importância da Avaliação Psicológica para o mesmo, a percepção, segundo o entrevistado, sobre o registro de mudanças no comportamento das pessoas no Trânsito, a crença de que a Avaliação Psicológica para todas as Categorias da CNH poderá mudar o comportamento e as atitudes dos Motoristas no Trânsito em geral bem como as suas respectivas opiniões sobre a Avaliação Psicológica e se a mesma deveria aumentar ou não o seu rigor. Além destes aspectos verifica-se também as opiniões sobre o que, segundo a ótica dos mesmos, poderia Contribuir para redução de Acidentes no transito e, por fim, inquisita-se sobre observações gerais e complementares sobre o tema, deixando-se inclusive o entrevistado livre para opinar sobre o mesmo em texto contínuo. Após a aplicação dos questionários de pesquisa verificou-se que todos os paticipantes preencheram condignamente os nomes, idades e ocupações, ou seja, todos colaboraram fidedignamente para o registro das informações in loco, de forma a registrar um percentual equitativo de homens e mulheres na pesquisa com uma faixa etária heterogênea com média de 42 anos e sem a participação de portadores de necessidades especiais. Em geral verificou-se que em média os participantes atuam profissionalmente há mais de 5 anos com atividades no trânsito e cerca de 45% dos mesmos fazem uso de algum tipo de medicação “estimulante” para corroborar com permanência no trânsito de forma ativa. Neste sentido os participantes que não declararam o uso de drogas ou medicação em geral não declaram também os acometimentos de tonturas, desmaios, convulsões ou vertigens, e, os que declaram o seu uso cerca de 50% 33 registram algum tipo de acometimento previamente descrito, não obstante nenhum deles registrou algum tidpo de tratamento psiquiátrico. Sobre os acometimentos de outros enfermidades, tais como a diabetes, epilepsia etc, não houve registro declarado dos mesmos ao tempo em que alguns dos entrevistados, cerca de 20%, declaram já terem feito algum tipo de cirurgia, que em geral não está correlacionada ao uso de drogas ou análogos. Já o uso do álcool é mais freqüente, porém com declarações otimistas e recatadas, pois, em alguns dos entrevistados verificou-se diretamente o uso do mesmo e mesmo assim o entrevistado o negou. Cerca de 35% dos entrevistados registram algum tipo de participação em acidentes de trânsito e não fazem indexão disto ao uso de telefone celular ao guiar. Cerca de 70% dos entrevistados registram o uso da audição para ouvir músicas ou noticiários ao dirigir e cerca de 5% registram algum tipo de jogo concomitante. Verifica-se também que 30% possue TV no carro e os mesmos não consideram as drogas, o uso do álcool ou até mesmo o uso da TV ou rádio como culpado direta ou indiretamente de eventuia acidentes no trânsito. Sobre a indagação de outros fatores que porventuram venham a atrapalhar a direção observa-se que não registra-se algo significativo sobre esta questão. Entretanto todos têm algum tipo de opinião sobre como reduzir os problemas da área bem como aumentar a eficiência e eficácia das estradas brasileiras. Vefifica-se que de uma forma geral houve adesão dos entrevistados à aplicação dos questionários e, não obstante a isto, nem todos responderam condignamente os mesmos, deixando inclusive algumas respostas contraditórias nas folhas de respostas. Vale o registro de que alguns questionários não foram considerados na pesquisa devido ao fato de que os mesmos foram rassurados, destruídos e, até mesmo, descartados por parte de alguns motoristas que não estavam diretamente ligados à pesquisa em si bem como na eficácia e qualidade dos seus registros. Este procedimento, é importante que registre-se, não invalidou sobremaneira os registros profissionais dos pesquisadores envolvidos. Verificou-se que a distribuição dos sujeitos por idade, gráfico 1, segundo as medidas de tendência central (média, moda e mediana) ondicam, conforme verifica- 34 se no gráfico a segur, uma faixa etária média de 38,9 (quase 39) anos, o que indica um perfil profissional adulto e com tendencias ao conservadorismo de ações e registros. Gráfico 1 Distribuição dos sujeitos por idade. Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. Observa-se também uma baixa dispersão, ou seja uma proximidade entre a moda, mediana e média, o que indica um grau de certeza do perfil maior do que o tradicional em análise de dados estatísticos. Nesta oportunidade observa-se também a grande predominância pelo sexo masculino, o que já é um resultado tradicional na área bem como um regstro de crescimento do perfil feminino, pois, há alguns anos, o mesmo era menor, segundo opiniões informais dos próprios consultados durante o período de entrevistas. De uma forma geral então, tem-se: 35 Gráfico 2 Distribuição dos sujeitos por sexo. Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. Em relação ao registro de portadores de deficiência física observou-se que não há registros na área, o que indica a forte tendência de compreenção de que os mesmos não desepenhariam eficaz e eficientemente a função, não obstante, não há registros científicos que ratifique esta afirmação. Deve-se lembrar também que a legislação brasileira não corrobora com esta realidade ao tempo em que fomenta as contracações com recusas e renuncias fiscais associadas no intuito de fomentar as empresas em empreender estas contratações. Entretanto, a distribuição dos sujeitos segundo o tempo de atuação profissional em anos, gráfico 3, também registra um cenário análogo à distribuição das idades, ou seja, uma homogeneidade de distribuições. Gráfico 3 Distribuição dos sujeitos por tempo de atuação profissional. Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. 36 O registro e a análise das respostas dos questionários sobre o perfil do sujeito indica uma distribuição heterogênea e disforme nesta opção, conforme, conforme pode-se observar no gráfico 4. Gráfico 4 Perfil de respostas aos questionamentos do perfil do sujeito. Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. Observa-se uma prevalência do uso do álcool e uma correlação com acidentes de trânsito associados aos que utilizam o álcool bem como uma prevalência de segunda ordem ao ouvir músicas ao dirigir o que, em todos estes casos, indicam elementos que provocam a perda de atenção ao cenário externo. Além deste cenário o que verifica-se que as indicações de prevalências de elementos de distorção de atenção em geral são elementos que não a provocam. Isto pode ser verificado nos registros no quadro a seguir: 37 Quadro 2 Relação de fatores que atrapalharam a direção Relação de Fatores % A Falta De Atencao De Outros Condutores E Tambem Pela Falta De Educacao De Outros Motoristas A Falta De Sinalizacao E Cortesia Por Parte De Alguns Motoristas Alguém Falando Ao Lado Beber E Dirigir Pode Atrapalhar Cansaço, Pressao Por Horários Chuva Forte Condicao Climática Condicoes Climáticas Conversar Com Passageiros Descaso Das Autoridades Com O Povo, Leis Boas Mas Não Funcionam, Lamentavel Dias De Chuva Dirigir Em Local Que Nao Conhece Educacao No Transito, Principalmente Da Mulecada Excesso De Veículos Motoristas Que Nao Sabem Dirigir, Principalmente Nao Conhece Leis De Transito Nada O Cansaco Junto Com Celular E Outras Coisas Pessoais Atrapalha Muito A Atencao Olhar Ao Lado As Vezes Ous Outros Motoristas Outro Motorista Sempre Quando Algum Motorista Faz Manobra Desapropriada Em Vias Publicas Sinalizacao - Telefone Sono, Desatenção Sono, Tempo Sair Com Pressa Sonolencia, Distração Transito Transito E Mal Educacao No Transito Transito Lento Transito Parado Tudo Vdv No Carro, Celular, Chuva, Bicicletas, Carrinho De Papelão, Buracos Na Pista, Má Sinalizacao Nas Vias 13,90 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. Sobre as questões de acréscimo espontâneo o que verifica-se é que a maioria dos entrevistados optam por indicar cursos de direção defensiva para os motoristas profissionais, não obstante, registra-se que esta leitura do cenário é oriunda dos mesmos, mas não registra a realidade do cenário nacional, pois existe a obrigatoriedade de reciclagem nesta área. Isto pode ser verificado no quadro 5. 38 Quadro 3 Questões complementares Questões complementares ao distúrbio de atenção % Dar curso de direção defensiva para todos os motoristas, as autoridades serem mais 52,80 severas Deveria ser incluido legistlacao de transito como materia em toda rede de ensino 2,80 Educação 2,80 Exame medico, exame psicotecnico, você ja viu alguma pessoa ser reprovada 2,80 Imprudencia dos motoristas 2,80 Não 2,80 Nenhuma 8,30 Se tem paciencia no transito, pois existem muita gente impaciente no volante 2,80 Setor ou hospitais especificos para o município 2,80 Tem habito de utilizar a sinalizacao de transito? Você facilita ultrapassagem ou 2,80 mudança de direção? Transito, semaforos desregulados contribuindo muito para o stress 2,80 Tudo já esta feito, basta mais seriedade das autoridades 2,80 Uma reeducacao a todos os motoristas profissionais ou não 2,80 Vejo condutores saírem mal preparados das auto escolas sem condicoes de estar 2,80 em transito Ver melhor, prestar mais atenção 2,80 Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. Neste mesmo sentido as opiniões de contribuição para a redução dos acidentes de transito indicam desconexadamente diversos motivos para tal, a citar tem-se apresentado no quadro 6. Quadro 4 Contribuições para a redução de acidentes Contribuições para a redução de acidentes % Agora temos que investir mais na educacao do transito começando com seu s educadores que tem que melhorar muito Aposentar mais cedo As pessoas terem mais tolerancia e principalente educacao ja ajudaria bastante Atenção Atencao a sinalizacao, respeitar o proximo incluindo o pedestre, praticar direcao defensiva, nao deixando pra fazer de qualquer maneira em cima da hora Colocar mais sinalizadores nas ruas, nao para multar mas sim para organizar nosso transito, tirar os carros sem condicoes Conscientizacao dos motoristas e punição Conscientizacao e respeito pelo próximo Conscientizar que dirigir nao é diversão Curso de capacitacao para condutores de veiculos particulares e motociclistas, anual Educação Educacao e fiscalizacao pesada Educacao no transito, principalmente da mulecada Educacao, respeito as leis da ctb 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 5,60 2,80 2,80 39 Falta consciencia de muitos motoristas e tambem falta de sinalizacao nas vias Fiscalizacao, educacao, atenção, cortesia Leis mais severas e as que ja existem sejam cumpridas Mais atenção Mais atenção e calma Mais atencao e educação Mais campanhas educativas Mais concentracao dos motoristas e dos pedrestres Mais educação Mais responsabilidade Mais seriedade das autoridades governamentais Mais treinamento aos novos motoristas Para tudo Que os condutores de veiculos e pedestres respeitem as leis de transito Respeitar a sinalizacao e tolerância Se todo mundo apenas respeitar as leis de transito e terem bom senso quando setiverem no volante Tem que ensinar melhor os novos motoristas na autoescola e nao deixar idosos dirigir Ter paciência Tirar os maus motoristas das ruas Uma atencao maior pelos poderes públicos 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 2,80 Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. No quadro 7 refere-se as sugestões espontâneas nos questionários. Quadro 5 Informações a acrescentar livremente. Informações a acrescentar % Acho que o sistema de analise deveria mudar e colocar os condutores em situacao real de transito Corredores nas principais vias de Sorocaba Cuidados dobrados dos motoristas Não Nenhuma informação Quando eu falei de fiscalizacao eu quis dizer do nosso codigo de transito e de um mundo mas nossa fiscalizacao não Que as autoridades tenham mais consciência Se beber nao dirija, por favor Fonte: Dados da Pesquisa. Sorocaba/SP. 2013. 66,70 2,80 2,80 2,80 13,90 2,80 2,80 2,80 O que indica uma forte demanda por cenários reais de atuação ou até mesmo o uso de simuladores de atuação com cenários reais para consoldiar uma verdadeira reducação de acidentes provocados por razoes indexadas ou desdobradas da falta de atenção. 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo exposto, revisão de literatura, questionários com espaço amostral definido, tabulação e comentários sobre os itens prospectados, verifica-se que a avaliação psicológica como instrumento de apoio à educação no trânsito bem como as suas características de eficácia e eficiência podem ser registradas in loco com a análise dos candidatos através da pesquisa aplicada. Registra-se assim a eficácia e a eficiência de demandas pelos testes psicológicos no setor e com fortes indícios ao aumento da rigorosidade do mesmo, pois, ao que refere-se ao déficit de atenção não é possível a mensuração do mesmo através de aplicações diretas de questionários de pesquisa devido principalemente ao efeito inibidor que o mesmo sugere, em especial quando trata-se de análise in loco do profissional. Mesmo com o exposto recomenda-se que sejam aplicadas visitas técnicas para que, com um profissional devidamente gabaritado, possa registrar todos os aspectos teóricos e práticos dos setores que inibidos na aplicação do questionário. Salienta-se, entretanto que em toda avaliação psicológica, se esta lidando com a subjetividade humana; de modo geral e em grau elevado de acerto, pode-se afirmar que é possível reconhecer as pessoas que apresentam potencialidade para tornar o trânsito inseguro ou para conviver pacificamente no trânsito. 41 REFERÊNCIAS ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023, 6024, 6027, 6028, 10520, 14724. 2003. ASTI VERA, Armando. Metodologia da Investigação Científica. Porto Alegre, Ed. Globo, 1974, p. 224. BALBINOT A. B.; ZARO, M., A.; TIMM, M. E. Funções Psicológicas e cognitivas presentes no ato de dirigir e sua importância para os motoristas no trânsito. Ciência e Cognição. 2011; Vol.16 (2): 013-029, Publicado on line em 31 de agosto de 2011. Acesso em 18/10/2011. BARROS, Aidil P. de & LEHFELD, Neide Ap. de S. Fundamentos de Metodologia. São Paulo, McGraw-Hill, 1986, p. 132. BASTOS, Lília da Rocha et al. Manual para a Elaboração de Projetos e Relatórios de Pesquisa, Teses e Dissertações. 3ª ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1982, p. 188. BENEVIDES-PEREIRA, A. M. Quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2002. BIGNOTTO, Márcia Maria Bignotto; LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais1Paidéia (Ribeirão Preto) vol.20 no.45 Ribeirão Preto Jan./Apr. 2010 Maria Angélica Sadir. BRAGA, L. P. Lócus de controle e conceito de maternidade e paternidade em adolescentes. Trabalho de Conclusão de Curso – Mestrado em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte, 2012. BRANDÃO, M. L.; LACHAT, J.J.; Coimbra, N.C. Psicofisiologia: As Bases Fisiológicas do Comportamento. 2.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2002. BRASIL. Acidentes de Trânsito: Série Histórica, 1960 - 83, Denatran - Ministério da Justiça, 2ª . Edição, 1984. BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro: Lei nº. 9.503 1997. DOU, Brasília, 23 set. 1993. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/ctb.htm Acessado em 15 jan 2009. BRASIL. Constituição Federal Brasileira 1988. Texto consolidado até a Emenda Constitucional n° 58 de 23 de setembro de 2009. Brasília, 1988. Disponível em http://www.senado.gov.br/SF/legislacao/const/. Acesso em 24 mar 2010. Caderno de Psicologia do Trânsito e Compromisso Social, dez. 2000. Conselho Federal de Psicologia. DAMATTA, Roberto. A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. 42 CARTOLLO, M. S. A sídrome de Burnout e o trabalho docente. Psicol. EStu., Maringá, v.7, n. 1, June 2002. CERVO, L.; BERVIAN, P. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1983. COSTA, J.R.A.; LIMA, J.V. de; ALMEIDA, P.C. de A. Stress no trabalho do enfermeiro. Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo USP. 2003. Disponível em: http: //www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/170.pdf. Acesso em: 17 Nov. 2007. DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. DETRAN-RS. Estatísticas: Anuários 2006/2007. Disponível em: www.detran.rs.gov.br/estatisticas/anuario2007/Infracoes/I07_Infracoes_ Mais_cometidas_em_2007.pdf. Acesso em: 15 jan 2009. http:// EE.UU. e Europa Ocidental. Statistics of Road Traffic Accidents in EuropeUnited Nations Economic Commission for Europe- publicados em The Voice of the Pedestrian da Federação Internacional de Pedestres - FIP - 1987 - (n. 2). FARINA, F. R. O que é ser bom motorista: a perspectiva de ciclistas, pedestres, motociclistas, motoristas de ônibus, de automóveis de passeio e de caminhoneiros em Balneário Camboriu, SC. Curitiba, 2004. 55 f. Monografia (Graduação em Psicologia) - Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. FRASSON, L. M. M.; SOUZA, M. A. Estudo qualitativo da personalidade do motorista infrator através do Rorschach e EDAO. Bol. psicol;52(117):141-157, jul.-dez. 2002 GOMES, L. P.; MELO, E. C. P. Distribuição da mortalidade por acidentes de trânsito no município do Rio de Janeiro. Esc. Anna Nery. 2007, vol.11, n.2, pp. 289-295. GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S. Saúde metal e trabalho. vol III, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2004. HENRY, Ey, P. BERNARD, C. Brisset. Manual de psiquiatria. Capítulo IV. 2002. HERNANDES, J. R. Estrés y Burnout en profesionales de la salud de los niveles primario y secundario de atención. Rev Cubana Salud Pública v.29 n.2 Ciudad de La Habana abr.-jun. 2003 p. 103-110. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C.(Org.). Comportamento Humano no trânsito. São Paulo: Casa do psicólogo, 2003. JORGE, Maria Helena H. P. de Mello; KOIZUMI, Maia S.; TUONO, Vanessa L. Acidentes de trânsito no Brasil: a situação nas Capitais. São Paulo: Abramet, 2008. KAPLAN, Harold M.D.; SADOCK, Benjamin J. M.D. Compêndio de Psiquiatria. Ciências comportamentais; psiquiatria clínica. Sexta Edição. 43 KASTNER, S.; De WEERD, P.; DESIMONE, R.; UNGERLEIDER, L.G. Mechanisms of directed attention in the human extrastriate cortex as revealed by functional MRI. Science, New York, v. 282, p. 108-111, 1998. LAKATOS, E. M.; MARCONI, MA. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo. Atlas; 176-188; 2008. LYRA, S, M. K.; GOLDBERG, T.; IYDA, M. Mortalidade de adolescentes em área urbana da região Sudeste do Brasil, 1984-1993. Rev. Saúde Pública, dez 1996, vol.30, no.6, p.587-591. MASLACH, C.; SCHAUFELI, W.B. & LEITER, M. P. Job burnout. Annual Review Psychology, 52, 397-422. 2001 MATTOX, K. L. Trauma. 4a ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2005; 16. MORETZSOHN, R. (2005). Psicologia e Trânsito: compromisso social com a mobilidade humana. Disponível em: http://www.pol.org.br. Acesso em: 19 de dez. 2005. NORONHA, A. P. P. et al. Atenção sustentada e concentrada: construtos semelhantes?; Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scie lo.php?script=sci_arttext&pid=S180891002006000100005>, Acesso em 10 jan 2013. OMS - Organización Mundial de La Salud. Disponível em: http://www. who.int/mediacentre/news/releases/2007/pr17/es/index.html. Acesso em 20 jan 2009. OSÓRIO, L. C. Adolescente Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas. 1989. PIMENTEL, Alessandra. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Cad. Pesqui., São Paulo, n. 114, Nov. 2001. Disponível em <http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010015742001000300008 &lng=en&nrm=iso>. Acesso em 24/03/2010. QUARESMA, M., MORAES, A.. A distração do motorista e o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos em veículos. 2006, Disponível em <http://migre.me/5BmGq> acesso em 1 jan 2013. RISCADO, J. L. S.; OLIVEIRA, J. R.; NASCIMENTO, E. F. Os homens e o direito à saúde: o programa mais saúde direito de todos, em Alagoas. In: OLIVEIRA, M. H. B.; VASCONCELLOS, L. C. F.. (Org.). Direito e saúde cidadania e ética na construção de sujeitos sanitários. 01 ed. Rio de Janeiro: 2012, v. 1, p. 78-94. RISSER R. (org). Tradução de Rozestraten R. J. A. Estudos sobre a Avaliação Psicológica me Motorista. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2003. ROSSETI, M et al. O inventário de sintomas de stress para adultos de lipp (ISSL) em servidores da polícia federal de São Paulo. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, , v.4, n. 2. 108-119. 2008 44 ROZESTRATEN, R. A. Psicologia do Trânsito: Conceitos e processos básicos. São. Paulo, Editora EPU/EDUSP, 1988. ROZESTRATEN, Reinier. Psicologia do trânsito: conceitos e processos básicos. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. RUEDA, M.; JAVIER, F. Atenção concentrada e memória: evidencias de validade entre instrumentos no contexto da psicologia do trânsito. Psicol. Teor. Prát. 11(2):182-195, dez. 2009. SANTOS, M. M.; CARDOSO, H. F.; SANTOS, T. M. M. Avaliação dos estressores no trânsito: desenvolvimento da escala de estressores no trânsito (ESET). Estud. Pesq. Psicol. 12(1):175-187, abr, 2012. SCHIFFMAN, H. R. Sensação e Percepção. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. SILVA A.T.C.; MENEZES, P.R. Esgotamento profissional e transtornos mentais comuns em agentes comuitários de saúde. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 5, Out. 2008. SILVA, F.P.P. da. Burnout. Um desafio à saúde do trabalhador. 2002. Disponível em: http: //www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n15.htm. Acesso em: 14 Nov. 2007. STERNBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. VASCONCELOS, Eduardo. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1985. ZUARDI, A. W. Fisiologia do estresse e sua influência na saúde. 2010. Disponível em <http://rnp.fmrp.usp.br/~psicmed/doc/Fisiologia > 45 APÊNDICE QUESTIONÁRIO ATENÇÃO EM MOTORISTAS PROFISSIONAIS Nome: ___________________________________________________________ Idade: _____________ Sexo: ____________ Portador de deficiência física: ( ) Tempo de atuação __________________________ profissional no trânsito (anos): 1 - Você toma alguma medicação, faz algum tratamento de Sim ( ) Não ( ) saúde? 2 - Você tem alguma deficiência física? Sim ( ) Não ( ) 3 - Você já sofreu de tonturas, desmaios, convulsões ou Sim ( ) Não ( ) vertigens? 4 - Você já necessitou de tratamento psiquiátrico? Sim ( ) Não ( ) 5 - Você tem diabetes, epilepsia, doença cardíaca, Sim ( ) Não ( ) neurológica, pulmonar ou outras? 6 - Você já fez alguma cirurgia? Sim ( ) Não ( ) 7 - Você já usou drogas ou álcool? Sim ( ) Não ( ) 8 - Você já sofreu acidente de transito? Sim ( ) Não ( ) 9 - Você usa telefone celular ao dirigir? 10- Você ouve música ou jogos ao dirigir? 11 - Você possui TV no carro? 12- Quais os fatores que atrapalham a sua direção? 13 - O que você acha que pode contribuir para a redução dos acidentes de Transito? 14 - Existe, na sua opinião, alguma questão que possa ser acrescentada e que tenha a haver com o tema análise? Em afirmativo, qual(is)? 15 - Alguma outra informação para acrescentar? Qual(is)? Observações: 46 ANEXO 47 48 Extrato da Lista de códigos da CID 10 Os seguintes códigos são usados pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Quadro 6 Lista de Códigos da CID-10 Capítulo Códigos Título V F00-F99 Transtornos mentais e comportamentais V G00-G99 I Doenças do sistema nervoso X Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços Z00-Z99 XI de saúde Fonte: adaptado da legislação vigente sobre o tema. Ver também: CID 10 Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. O CID 10, Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde é uma publicação oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de padronizar a codificação de doenças. A CID 10 utiliza esquema de código alfanumérico que consiste em uma letra seguida de três números a nível de quatro caracteres.