- Centro Empresarial de São Paulo
Transcrição
- Centro Empresarial de São Paulo
EDIÇÃO No 43 | 2011 Entrevista: Maílson da Nóbrega analisa os rumos da nossa economia A ideia é compartilhar Seminário debate alternativas de mobilidade e soluções ambientais Marcelo Navarro e Márcio Nigro são criadores do site Caronetas, que estimula as pessoas a compartilharem seus carros Foto: Ciete Silvério No 43 | ANO 2011 | | 1 2 | | No 43 | 2011 GESTÃO Conhecimento e inovação para a competitividade NERII DOS SANTOS * Nos últimos anos o governo brasileiro tem implementado políticas de apoio à inovação, visando atingir um patamar superior de desenvolvimento e de competitividade, como é caso do Plano Brasil Maior, recentemente lançado. A capacidade de inovar passou a ser uma nova exigência do mundo globalizado, que as empresas têm que incorporar como competência organizacional. Infelizmente, a maioria das empresas brasileiras ainda não institucionalizou um processo de coleta, análise e disseminação de informação, e de sua transformação em conhecimento e vantagem competitiva. Apenas uma pequena e restrita parcela tem acesso às informações tecnológicas disponíveis nas diversas fontes e poucas são aquelas que têm trabalhado efetivamente na perspectiva da utilização do conhecimento como fator de produção, por meio da Inteligência Competitiva e da Gestão do Conhecimento. É importante que as empresas desenvolvam uma postura voltada para a inovação e destaquem em suas estratégias meios de maximizar seu processo de aprendizagem organizacional. O foco deve estar na identificação, criação, armazenamento, compartilhamento, disseminação e uso de conhecimentos. Esses processos de conhecimento influenciarão o futuro das empresas, por meio da inovação, do desenvolvimento de novos produtos e da abertura de novos mercados. Se de fato o conhecimento é, atualmen- te, o fator de produção mais importante da nova economia, a chave para a competitividade de uma empresa, então, está na sua capacidade de criar conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporálo em seus produtos, processos e serviços entregues a seus clientes. * Neri dos Santos é Dr. Ing. graduado em Engenharia Mecânica pela UFSC, mestre pela Université de Paris XIII, doutor pelo Conservatoire National des Arts et Metiers (Paris, França) e pós-doutorado em Engenharia do Conhecimento pela École Polytechnique de Montreal (Canadá). Consultor Técnico da Knowtec- Inteligência Competitiva (www.knowtec.com), Coordenador da atividade de pesquisa programada UE-KNOWTEC/EGC-UFSC. No 43 | ANO 2011 | | 3 32 CULTURA TURISMO SERVIÇOS 16 22 CONSUMO 8 14 ESPECIAL ENTREVISTA SUMÁRIO 24 O7 NOTAS | 12 TENDÊNCIAS | 20 EMPRESAS | 27 GUIA DE SERVIÇOS | 31 SAÚDE EXPEDIENTE Panamby Empreendimentos e Participações Ltda. PRESIDENTE: Alaíde Quércia DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvino José de Oliveira e Sidnei Bertazzoli CENTRO EMPRESARIAL SP NEWS: EDIÇÃO No 43 | SET/OUT/NOV DE 2011 EDIÇÃO, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Diferencial Assessoria & Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL: Silvano Tarantelli (MTb 14.492) EDITOR CHEFE: Silvano Tarantelli REDAÇÃO: Fernando Caldas COLABORADORES: Rita Gallo, Davi Brandão, Reinaldo Domingos, Roberto Shinyashiki e Waldemar Gaspar Jr. COMERCIALIZAÇÃO: Instituto Mimboé Tel: 5083-5094 FOTOS: Márcia D’Ambrósio IMPRESSÃO: Companhia Lithographica Ypiranga CONDOMÍNIO CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO: Av. Maria Coelho Aguiar, 215 Bloco D ASSESSORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Patrícia De La Sala Tel.: (11) 3741-6685 /Fax: (11) 3741-5152. CENTRO EMPRESARIAL SP NEWS é uma publicação do Centro Empresarial de São Paulo, com distribuição gratuita interna e via postal para executivos, clientes, fornecedores e formadores de opinião. Todos os textos são de responsabilidade do Centro Empresarial, sendo que os assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem autorização prévia. Envie sua opinião, crítica ou sugestão para a redação: [email protected] 4 | | No 43 | 2011 A educação, outra vez, como prioridade Você tem em mãos mais uma edição da revista Centro Empresarial SP News, feita para você. Ela traz o economista Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, em entrevista exclusiva para falar da economia brasileira e mundial, com destaque para a mais recente crise. Apesar deste turbilhão, os indicadores mostram que vivemos, felizmente, uma fase de grande mobilidade social no país. Nos últimos dez anos, por exemplo, mais de 32 milhões de pessoas ingressaram na classe C e estima-se que nos próximos anos mais 30 milhões irão pelo mesmo caminho. Fato que gera urgência em resolver os problemas de educação, de acesso e da qualidade à educação, de maneira a não deixar de suprir a demanda do mercado aquecido por trabalhadores qualificados e bem formados. Diante da carência do sistema educacional brasileiro, as empresas desenvolveram mecanismos para a formação complementar de seus funcionários, como a Procter&Gamble, que aposta nos programas de estágio. Em setembro, o Centro Empresarial de São Paulo, dentro da sua parceira com o site Caronetas, realizará, para encerrar a comemoração do “Dia Mundial Sem Carro”, o primeiro evento de consumo colaborativo e transporte compartilhado do Brasil. Será um seminário sob o tema “O poder do coletivo: consumo colaborativo e transporte compartilhado em prol de cidades mais inteligentes e sustentáveis”. O projeto existe desde fevereiro para difundir a carona solidária, junto às empresas do condomínio e estimular seus funcionários a usar a carona como forma segura que beneficia a cidade e seus moradores. Para a tranquilidade de todos nós, o Centro Empresarial de São Paulo investe na modernização e no uso da tecnologia no quesito segurança. Os resultados, nos últimos anos, comprovam que o condomínio é um dos poucos locais da cidade com índice de ocorrências próximo de zero. Trabalho que nos dá confiança. Boa leitura! Alaide Quercia Presidente da Panamby Empreendimentos e Participações No 43 | ANO 2011 | | 5 FINANÇAS | Dicas para sair do endividamento REINALDO DOMINGOS * Segundo o Banco Central, nos últimos 12 meses a taxa de juros do cheque especial aumentou 16,8 pontos percentuais. De março para abril, a taxa de juros dessa modalidade de crédito, que já era alta, aumentou de 174,6% para 178,1% ao ano, acréscimo de 3,5 pontos percentuais. E o valor da taxa varia bastante de banco para banco: enquanto a menor taxa está em 1,96% ao mês, há banco que cobra 10,09%. Isto é, um assalariado trabalha 12 meses, recebe 13 salários, mas acaba ficando anualmente apenas com 11, porque dois deles são devorados pelos juros do cheque especial. O problema é que a grande maioria dos correntistas do Brasil já recorreu ao menos uma vez ao cheque especial. Usar essa linha de crédito sem conhecer em detalhes o funcionamento do sistema, é uma das faces do comportamento de risco financeiro mais comum na cultura de endividamento. Em meu novo livro “Livre-se das Dívidas” mostro como equilibrar as contas e sair da inadimplência, faço importantes alertas para as pessoas calcularem o impacto de financiamentos (cartão de crédito, cheque especial, financiamento da casa própria, do carro, de eletrodomésticos, entre outros) em seu orçamento, com dicas práticas do que fazer antes de optar por uma linha de crédito e evitar o endividamento como também orientações para quem já está endividado. 6 | | No 43 | 2011 No caso do uso do cheque especial, a primeira recomendação é o correntista nunca esquecer de que o dinheiro do cheque especial pertence ao banco. E, a cada dia que deixar de repor o dinheiro emprestado, os juros estão correndo, aumentando cada vez mais. Recomendo cuidado com a expressão “limite disponível”, utilizada pela maioria dos bancos no extrato bancário, e que ajuda a criar a ilusão de que todo dinheiro é do correntista. Se necessário, imprima uma vez por semana o extrato e escreva em azul MEU DINHEIRO onde está o saldo real da pessoa, e em vermelho DINHEIRO DO BANCO onde aparece o valor disponível do limite. O ideal é recorrer a essa linha de crédito em casos de emergência e se tiver certeza absoluta de que poderá repor a totalidade do valor utilizado em curto período de tempo. Mas se o uso do limite é inevitável, é fundamental saber exatamente a taxa de juros cobrada pelo seu banco, compará-la com a de outras instituições financeiras e fazer uma escolha consciente. Também recomenda-se pesquisar bancos que oferecem a opção de uso do limite do cheque especial por 10 dias sem nenhuma cobrança de juros. Para aqueles que pensam que R$ 100 ou R$ 200 de juros por mês não é tão pesado assim, a sugestão é multiplicar o valor por 12 meses. Só assim percebe-se que, na verdade, se trata de R$ 1.200 ou R$ 2.400 ao ano, valor significativo que poderia ser usado para viabilizar vários sonhos como um final de semana em um hotel, uma viagem de avião etc. Um cálculo que quase ninguém faz é o de que, se você tem um rendimento mensal equivalente ao limite do seu cheque especial e usa esse limite sempre, a cada oito meses você está dando praticamente um salário ao sistema financeiro. * Reinaldo Domingos - Educador e Terapeuta financeiro. Também é autor dos livros “Terapia Financeira” e “O Menino do Dinheiro” - (Editora Gente), e criador da Metodologia DiSOP – Educação Financeira – Presidente do DiSOP Instituto de Educação Financeira – (www.disop.com.br). NOTAS | Seminário sobre resíduos sólidos mostra que transformar lixo pode dar dinheiro A transformação e beneficiamento do lixo podem ser atividades rentáveis. Essa foi a principal lição do 1o Seminário de Gestão de Resíduos Sólidos, realizado no dia 28 de julho, no Centro Empresarial de São Paulo. Lideranças comunitárias, empresários, vereadores, deputados e secretários municipais participaram do evento, que apresentou alternativas tecnológicas em prol da sustentabilidade. Representantes da EFA Resíduos Sólidos Ltda., empresa oriunda da comunidade do Capão Redondo, apresentou diversas altenativas tecnológicas para transformar lixo em dinheiro, com geração de emprego e promoção da qualidade de vida. Eles exibiram equipamentos, produtos ecologicamente corretos e técnicas de processamento e beneficiamento de resíduos inservíveis. A reciclagem Professor Jorge Tassi fez as apresentações do seminário completa de entulho, sucata de automóveis, pneus e lixo orgânico pode ser uma atividade altamente rentável, com 30% das receitas destinadas para a área social. Além disso, são promovidos cursos e capacitações para as comunidades envolvidas no processo. “A gestão de grandes ou pequenas demandas de lixo orgânico está tomando novos rumos. Podemos mudar a vida da cidade, se transformarmos lixo em dinheiro, coisas velhas em empregos e qualidade de vida”, afirmou o líder comunitário Jonas Camisa Nova. “A comunidade da zona sul dá um exemplo para São Paulo, pois saiu na frente em organização e em eficácia. Em breve, vamos conseguir ajudar muita gente e melhorar a qualidade de vida”, ressaltou. O vice presidente da EFA Resíduos Sólidos, Francisco Pereira Lima, mais conhecido como Xicó, destacou que a empresa está disponível para fazer parcerias, para levar o modelo de negócio para outras regiões e trabalhar efetivamente em nome do social. No 43 | ANO 2011 | | 7 ENTREVISTA | Desejos não movem a economia O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, hoje à frente da consultoria Tendências, defende reformas e afirma que o crescimento econômico não depende de nossa vontade, mas de fatores como eficiência e produtividade Por Rita Gallo 8 | | No 43 | 2011 Revista Centro Empresarial SP News (RCESP): Dr. Maílson da Nóbrega, o senhor considera que existe perigo de a inflação crescer exageradamente este ano e em 2012, superando o teto da meta estabelecida pelo governo? Na sua avaliação, qual a tendência da inflação e por que ela subiu tanto no início deste ano? Mailson da Nóbrega (MN): Tudo indica que há risco de a inflação ficar ligeiramente acima do teto superior da meta para 2011, que é de 6,5% para o IPCA. A estimativa da Tendências é de 6,6%. Nada parecido com o descontrole inflacionário do passado, mas mesmo assim preocupante. Inflação mais alta pode ampliar a indexação da economia e tornar mais difícil e custoso trazê-la de volta para a meta. A inflação subiu muito no começo do ano pela conjugação de três fatores. Primeiro, o aumento nos preços internacionais das commodities que Brasil exporta, com reflexos nos preços domésticos, neste caso porque o governo não permitiu, via compras de moeda estrangeira pelo Banco Central e medidas administrativas, que a valorização cambial funcionasse como elemento compensador desse movimento altista. Segundo, os excessivos gastos do governo em 2010, que impulsionaram a demanda. Terceiro, a interrupção do ciclo de alta da Selic por parte do Banco Central (BC), em setembro de 2010. RCESP: A política cambial é alvo de críticas, principalmente do setor produtivo, pelos prejuízos que traz à competitividade do Brasil. O senhor considera que essa política cambial deve ser modificada? Quais seriam os pontos que deveriam ser mudados em e difíceis, como a introdução do critério de relação ao câmbio? idade para a aposentadoria, a equiparação dos servidores públicos aos demais brasileiMN: O regime de câmbio flutuante já pro- ros nas regras de aposentadoria (por exemvou ser o melhor para a economia brasileira, plo, eliminar a aposentadoria pelo último inclusive para o enfrentamento de crises de salário) e rever as normas sobre pensão por origem externa. Não há o que modificar. morte. O Brasil é o único país em que o Talvez se pudesse rever a política de per- cônjuge sobrevivente herda o valor integral manente intervenção do Banco Central no da aposentadoria do segurado. Gastamos mercado, pois elas não mais se justificam hoje 3% do PIB nessas pensões, mais do pelo objetivo de evitar excessiva volatilidade que o gasto total com aposentadorias e na taxa de câmbio. O BC está nitidamente pensões na China e na Coreia do Sul (2% e atuando para evitar a valorização do real. 1,5%, respectivamente). RCESP: Muito se fala sobre o excesso de gastos do governo federal. Na sua opinião houve (e/ou continua a haver) gastos exagerados do governo federal? Em caso de resposta positiva, o que pode ser feito para conter esse excesso, sem que se traga grandes prejuízos ao crescimento econômico? RCESP: O governo tem adotado medidas para refrear o crédito (as “macroprudenciais”) e para reduzir o ritmo de valorização do real. Na sua avaliação, essas medidas são efetivas? Se não, quais medidas deveriam ser adotadas para reduzir o ritmo de crescimento do crédito e a sobrevalorização do real? MN: Os gastos de custeio do governo federal cresceram perto de 10% ao ano em média no governo Lula. Isso é excessivo em qualquer lugar. É preciso rever essa política, que se tornará insustentável em algum momento. Não é possível podar os excessos sem consequências na economia. Os prejuízos surgiriam não dos cortes, mas da continuidade dessa política, que nos levaria ou a ter inflação cada vez mais alta ou a inibir o crescimento. O governo Dilma reverteu em parte essa tendência ao promover cortes de R$ 50 bilhões nos gastos de custeio. Mesmo assim, a despesa total vai crescer entre 4% e 6% acima da inflação em 2011. Medidas mais profundas e duradouras dependem de reformas complexas MN: Embora ainda não tenham tido efeito mais forte, essas medidas já provocaram o arrefecimento do ritmo de expansão do crédito, que deve crescer 15% este ano, em comparação com 25% ou mais em anos anteriores. Tais medidas não eliminam, todavia, a necessidade de o Banco Central continuar a elevar a taxa de juros (a Selic) nos próximos meses, dados os riscos inflacionários, mesmo que provoque maior valorização do real. Aliás, o efeito da taxa de juros no câmbio é a consequência natural de um ciclo de alta na taxa de juros e contribui para arrefecer pressões inflacionárias. A compensação para os exportadores deve vir de medidas permanentes que ampliem sua competitividade. No 43 | ANO 2011 | | 9 ENTREVISTA | RCESP: O Brasil parece ser um país com vergonha de crescer. O crescimento do País tem altos e baixos, mas não se consegue elevar a taxa média de crescimento nos últimos anos. Na sua avaliação, por que essa situação perdura? Há maneiras de revertê-la? MN: A questão não é essa. Nenhum país pode ter vergonha de crescer. Acontece que não se pode crescer acima de um certo potencial. A economia não cresce segundo nossos desejos, mas em conformidade com suas possibilidades, sua capacidade de produção interna e de importacão, para complementá-la. Se a economia cresce acima desse nível (o “produto potencial”, na linguagem dos economistas), gera desequilíbrios, particularmente inflação e excessiva importação de bens e serviços. Os altos e baixos dos últimos anos decorreram mais de crises internas ou externas e menos de alterações de curto prazo naquele potencial. A forma de evitar a volatilidade no desempenho da economia é preservar a estabilidade econômica – o que temos conseguido – e promover reformas que elevem o produto potencial, isto é, aquelas que aumentem a eficiência da economia e gerem ganhos de produtividade, que constituem por excelência o motor do crescimento. O cardápio de reformas é conhecida e não precisa ser relembrado. cessor nessa questão. Dificilmente teremos uma reforma tributária digna desse nome, por exemplo. Nossa projeção para o crescimento do PIB é de 3,9% e 3,7% em 2011 e 2012, respectivamente. “Não corremos o risco de crise de energia. O custo, de fato, vai subir no mundo inteiro, mas não vai haver crise.” RCESP: Nos últimos anos, obras necessárias para melhorar a infraestrutura do Brasil, como as hidrelétricas de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte, têm atrasos nos seus cronogramas, entre outros motivos, por restrições “ecológicas”, ou seja, por supostos danos que elas possam causar ao meio ambiente. Até que ponto o senhor considera que é possível balancear cuidados com o meio ambiente e a RCESP: Como e em que prazo? Qual sua pre- necessidade de crescimento da economia? visão para o crescimento do PIB em 2011 e em 2012? MN: Esses dois objetivos simultâneos têm que ser perseguidos permanentemente. A MN: Essas reformas, pela sua complexidade, experiência mostra que é possível, sim. Há levam tempo para serem realizadas. Eu não exageros dos ambientalistas, mas ninguém sou otimista nesse particular. O governo Dil- pode defender a realização dessas obras a ma deve repetir o marasmo de seu ante- qualquer custo, sem considerar os seus res10 | | No 43 | 2011 pectivos danos ao meio ambiente. RCESP: A União Europeia e os Estados Unidos ainda padecem com os efeitos da crise financeira que eclodiu em 2008. O senhor acha que eles poderão reverter essa situação? Em que prazo? Na sua opinião, as causas da crise -- como especulação financeira de altíssimo grau -- estão sendo “atacadas”? MN: Ao que entendo, todos os esforços foram empreendidos para lidar com esses efeitos. Pode ter havido erros aqui e ali, mas os governos dos países ricos alcançaram plenamente o objetivo de evitar o colapso do sistema financeiro e a consequente repetição do drama da Grande Depressão dos anos 1930. O problema agora é de outra natureza. Tais esforços resultaram em uma elevação excessiva do endividamento público, que se tornou insustentável na Grécia e provavelmente também em Portugal e na Irlanda. Esses países precisarão de um perdão de parte de sua dívida pública. A dificuldade é fazer isso sem que a crise financeira ressurja, mas a reestruturação terá que acontecer. O ideal é que aconteça de forma ordenada e negociada e não de maneira caótica e unilateral. Quanto à crise financeira de 2008, são inúmeras as suas causas. Não foi resultado de mera especulação financeira. Os governos têm agido no sentido de rever seus instrumentos regulatórios para evitar que a crise se repita nos termos em que ocorreu. Certamente haverá outras no futuro, como tem sido o caso nos três últimos séculos, mas certamente por novas causas. No 43 | ANO 2011 | | 11 TENDÊNCIAS | Hora de investir na formação Empresas apostam no desenvolvimento e capacitação profissional para superar apagão de mão de obra Por Rita Gallo Cerca de 32 milhões de pessoas já ingressaram na classe C nos últimos dez anos e mais 30 milhões deverão seguir o mesmo caminho nos próximos anos. “É um desafio imenso em um país carente de educação de boa qualidade”, diz Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Educação de boa qualidade no Brasil tem estreita relação com a mão de obra que chega ao mercado todos os anos para atender a demanda crescente que resulta do ritmo acelerado de crescimento da economia. Os especialistas mais pessimistas apostam em um “apagão” na mão de obra e veem, em um futuro próximo, o Brasil tendo que enfrentar a falta de trabalhadores qualificados. Fabiana Cassia Soares de Souza, gestora em Recursos Humanos, aponta como principal solução para o problema o investimento da iniciativa privada na qualificação dos empregados. “É importante salientar que, quanto maior o cargo, mais crescem as exigências de formação profissional. É um verdadeiro funil”, explica a gestora. As companhias brasileiras precisam de executivos cada vez mais qualificados para comandar. Essa é a exigência de um mercado mais competitivo, em que o controle de custos ganha crescente importância. “É menos uma questão técnica, e mais uma 12 | | No 43 | 2011 Cresce o número de empresas que procuram cursos de Master in Business Administration (MBA) de pequena e longa duração preocupação com a gestão de pessoas e do negócio”, informou a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo. De janeiro a junho deste ano, a ESPM fechou contrato com 25 empresas para realização de cursos de pequena e longa duração, inclusive Master in Business Administration (MBA). Investir continuamente na formação dos funcionários deve ser encarado pelas empresas como um investimento no negócio. “A empresa precisa apostar, permanentemente, no desenvolvimento das pessoas e na sua capacitação profissional. É fundamental para o crescimento e até a sobrevivência do negócio”, afirma Fabiana. A gestora explica ainda que é importante que as empresas tenham mecanismos de mensuração do investimento feito na formação de seus funcionários. “Muitas companhias não mensuram esses gastos e acabam concluindo que os investimentos em educação são gastos sem retorno.” Mesmo contando com os cursos oferecidos pelo Sistema S, que reúne entidades como os serviços nacionais Senar (Aprendizagem Rural), Senac (Aprendizagem do Comércio), Sesc (Serviço Social do Comércio) Senai (Aprendizagem Industrial), Sesi (Serviço Social da Indústria), entre outros, é importante que empresas invistam na formação de seus funcionários. “Essa decisão é, com certeza, uma ferramenta de retenção dos funcionários na empresa, além de significar aumento de produtividade e da qualidade do serviço prestado às companhias”, explica Fabiana. Para que a educação permanente dos funcionários esteja presente nas organizações, ela deve estar integrada aos planos de metas e ser implementada pela área de RH Estratégico das companhias. No caso das multinacionais que desembarcam cada vez mais no Brasil, a oferta de cursos está principalmente ligada ao idioma e às ferramentas tecnológicas específicas de cada companhia, que são normalmente mais avançadas fora do País. “Geralmente, ao chegar ao Brasil, as multinacionais trazem executivos sêniores que carregam com eles conhecimento e know how da matriz, mas a massa de trabalhadores é recrutada dentro do País”, diz Fabiana. Outro movimento destacado pela gestora é o retorno de mão de obra nacional que estava trabalhando em outros países. “Um bom exemplo foi a necessidade apresentada pelo setor de construção civil, nos últimos anos, de trabalhadores qualificados, que vêm sendo recrutados fora do Brasil”, diz a gestora. Ela acrescenta ainda que “o Brasil conta hoje com uma internacionalização das companhias, que ou chegam para se instalar no País ou fazem parcerias com as empresas locais”. Gabriela Onofre, diretora de Assuntos Corporativos da P&G No Centro Empresarial A Procter&Gamble (P&G) investe pesado nos programas de estágio. É por meio dele que a maioria dos profissionais entram na empresa e acabam fazendo carreira. Segundo Gabriela Onofre, Diretora de Assuntos Corporativos da P&G Brasil, a multinacional conta com um programa de estágio onde são pré-requisitos: ser estudante de qualquer formação; ter graduação prevista entre Dezembro de 2012 e Julho de 2013; inglês avançado ou fluente, o que é imprescindível; e ter disponibilidade de 20 a 30 horas semanais para trabalhar. “A remuneração vai de R$ 800 a R$ 1,6 mil, dependendo da carga horária, que pode ser de 20 a 40 horas por semana”, explica Gabriela. A diretora conta ainda que os estagiários têm como benefício o vale refeição; férias; seguro de vida; desconto em produtos P&G; estacionamento ou ajuda no transporte; plano de saúde; plano odontológico; reembolso de atividades físicas, além de treinamentos constantes. “Na P&G, o desenvolvimento interno de talentos é uma prioridade constante da companhia. A P&G é uma das poucas empresas que permanecem com a cultura de desenvolvimento interno. Não é à toa que a P&G é reconhecida como uma das três empresas que melhor formam líderes no mundo. A companhia investe nas suas pessoas, e esse investimento começa já no estagiário”, afirma a executiva. Gabriela salienta ainda que o objetivo é efetivar o estagiário no final do programa. “A P&G tem uma taxa de 70% a 80% de efetivação de estagiários e conta com o programa como forma de trazer a maior parte dos seus novos talentos para a empresa”, afirma. Gabriela acrescenta que “justamente por causa disso, o estagiário tem um plano de desenvolvimento estruturado e recebe desafios e responsabilidades importantes desde o primeiro dia”. A diretora explica que na P&G os estagiários fazem a diferença, colaborando de fato com os negócios da companhia”, afirma. Mais informações no www.recrutamentopg.com.br . No 43 | ANO 2011 | | 13 ESPECIAL | Uma ideia para pegar carona Seminário no Centro Empresarial debate consumo colaborativo e transporte compartilhado Por Fernando Caldas O site Caronetas e Centro Empresarial de São Paulo iniciaram em fevereiro uma parceria para difundir a carona solidária. Desde então, várias empresas já se cadastraram no programa estimulando seus funcionários a oferecer ou pegar carona, de forma segura, por meio do site. A experiência vai fazer parte das reflexões da semana de mobilidade, no primeiro evento de consumo colaborativo do Brasil. Trata-se do seminário “O poder do coletivo: consumo colaborativo e transporte compartilhado em prol de cidades mais in- 14 | | No 43 | 2011 teligentes e sustentáveis”, que acontece em 22 de setembro, a partir da 8h30, no Centro Empresarial de São Paulo, fechando a programação comemorativa do Dia Mundial Sem Carro. O seminário, promovido em parceria com o GT Mobilidade Nossa São Paulo, tem entre os palestrantes Fabio Feldman (SOS Mata Atlântica), o jornalista André Trigueiro, o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o médico Paulo Saldiva e Mauricio Broinzini, da Rede Nossa São Paulo. Craig Shapiro (Collaborative Fund) também falará sobre a tendência do consumo colaborativo e transporte compartilhado no mundo. Gui Brammer (DescolaAí/TerraCycle) tratará do tema aluguel e reciclagem de produtos. Fernanda Trujillo (Ponto de Contato) apresentará experiências de consumo colaborativo corporativo. Mauricio Villar (Compartbike - USP), sobre bike sharing e bicicletas no dia a dia, e Marcio Nigro, sobre transporte compartilhado. Caroneiros e caronetas O site “Caronetas - Caronas Inteligentes” (www.caronetas.com.br) foi criado pelos amigos Márcio Nigro, Aline Batista, Marcelo Navarro e Bruno Navarro. O sistema permite que as pessoas interessadas em dar ou pegar carona se encontrem e compartilhem os carros e os custos de forma rápida, eficiente e segura. A solução é simples. As pessoas se cadastram no Caronetas. Informam o CEP da residência e do local de trabalho, os horários de entrada e de saída, as placas dos veículos e o dia de rodízio. Os donos de automóveis recebem uma mensagem com o nome e email dos usuários que podem compartilhar rotas com ele. Os caroneteiros (passageiros), por sua vez, são informados por email sobre as caronas disponíveis e recebem o contato dos caronistas. A segurança dos participantes é garantida. Todos os usuários precisam pertencer ao quadro de empresas cadastradas no site para se habilitarem a integrar o projeto. O cadastro dos usuários só pode ser concluído por meio do email corporativo ou das chefias. O sistema foi lançado em fevereiro no Centro Empresarial de São Paulo e rapidamente recebeu a adesão de várias outras partes da cidade. Hoje, o site já tem 650 empresas cadastradas e 11 mil usuários, espalhados por 19 estados brasileiros. Segundo o idealizador do Caronetas, Márcio Nigro, as pessoas estão se conscientizando de que precisam fazer algo para minimizar o problema do trânsito e contribuir com ações em prol da sustentabilidade. “A carona é mobilidade aliada ao consumo colaborativo” (Márcio Nigro, coordenador do site Caronetas - Caronas Inteligentes www.caronetas,com.r) Mas, além disso, há também outras vantagens ao compartilhar o transporte. A carona quebra a monotonia dos trajetos e permite a divisão de custos com combustível e estacionamento. As pessoas que dirigem acompanhadas também correm menos, o que evita acidentes e, consequentemente, as despesas com seguros. “Existe uma grande ociosidade no transporte particular. Mais de 90% dos carros circulam com apenas um pessoa. Se houver a disposição de abrir essas vagas nos automóveis, poderemos deixar de ter nas ruas 5 milhões de veículos e passar a ter 2,5 milhões apenas. Tudo isso sem gastar um centavo do poder público e com grandes vantagens econômicas e ambientais”, diz Nigro. O objetivo do site é facilitar as conexões. Segundo o seu idealizador, na medida em que for reunida uma massa de dados suficiente para informar sobre os mais diversos trechos, será possível atingir maior capilaridade com rotas para a cidade inteira. Desse modo, as pessoas poderão compartilhar, além dos trajetos para o trabalho ou para casa, outras rotas, como, por exemplo, a ida ao aeroporto, a um shopping ou a um restaurante no horário de almoço. O jornalista Gilberto Dimenstein, um ativo entusiasta do Caronetas, escreveu: “É um sinal de burrice urbana cada um ir no seu carro, contaminado a cidade, quando poderiam compartilhar o veículo, já que fazem rotas semelhantes. Ideias assim podem hoje parecer exóticas, mas é apenas uma questão de tempo.” Nada mais apropriado do que o Dia Mundial Sem Carro para difundir essa ideia e propagar novos conceitos de consumo e modos de vida. “A carona é mobilidade aliada ao consumo colaborativo”, sintetiza Nigro. No 43 | ANO 2011 | | 15 SERVIÇOS | Segurança e conforto Centro Empresarial alia modernização tecnológica e qualificação profissional na área de segurança A preocupação com segurança faz parte do dia a dia dos cidadãos e das empresas. Para o Centro Empresarial de São Paulo não é diferente. Embora seja considerado uma ilha de segurança, com um histórico que não registra nenhuma ocorrência grave ao longo de décadas, o condomínio mantém uma política sistemática de investimentos e de modernização nessa área. Afinal, o complexo é formado por um conglomerado de empresas, distribuídas em sete blocos, onde circulam diariamente mais de 20 mil pessoas. Suas as atividades se desenvolvem 24 horas por dia. A movimentação de gente, cargas e valores supera a da maioria das cidades brasileiras. Responsável pelo Departamento de Segurança, Adauto Luiz Silva diz que o Centro Empresarial tem uma configuração física que auxilia muito sua segurança. O condomínio 16 | | No 43 | 2011 é voltado para dentro e existem apenas três saídas. “Para as pessoas acessarem a saída do condomínio, a partir de qualquer área comum, é preciso andar mais de cem metros. E todo percurso é vigiado por agentes de segurança e sistemas de circuito fechado de televisão, que tem mais de 200 câmeras monitoradas por uma central. Isso desestimula qualquer pretensão criminosa.” Controle de acesso No ano passado, foi concluída a instalação do novo sistema de controle de acesso. Desde então, a entrada nos blocos só pode ser feita por pessoas autorizadas pelas empresas. Todos passam necessariamente por catracas e pelas câmeras do circuito fechado de televisão. Os registros identificam quem entrou, quando entrou e quem autorizou. Segundo Silva, as empresas gerem com au- tonomia as autorizações de entradas e saídas de pessoas em suas dependências e o serviço de segurança do condomínio oferece a retaguarda do controle. Na parte externa do condomínio, vigilantes e porteiros cuidam dos portões de entrada e das áreas de estacionamento, com suas 4,5 mil vagas. Carros e motocicletas fazem a ronda permanentemente, monitorando as entradas e a movimentação dos veículos nessas áreas. Internamente, dois segways revezam-se na ronda. Ágil, rápido e eficiente, esse equipamento oferece bastante segurança aos homens que trabalham com ele e permitem uma visualização de cima das áreas e dos movimentos. Apresentam-se rapidamente em todos os lugares em que são necessários, principalmente quando chamados a acompanhar operações de carros fortes, que atendem os bancos. O fator humano “Aprendemos que, na área de segurança, o investimento em novas tecnologias é vital. Todavia, seria totalmente inócuo, se não tivéssemos o capital humano integrado a esses recursos e interagindo com o público”, afirma Alvino José de Oliveira, diretor da Panamby Empreendimentos, empresa que administra o Centro Empresarial. Mais de 50 agentes de segurança treinados são responsáveis pela dinâmica da circulação no condoínio. Uma equipe muito experiente, visto que a média de tempo de serviço desse pessoal é alta. Mais de 50% trabalha no condomínio há mais de seis anos. “Isso significa conhecimento das rotinas do centro e dos usuários que circulam nele diariamente e ca- pacidade de identificar pessoas e movimentos estranhos”, diz Silva. Para completar o quadro, existe um corpo de bombeiros civis, cujo efetivo trabalha 24 horas por dia, nas ações preventivas de incêndio, fiscalizando as empresas do condomínio, suas instalações e dispositivos de segurança. Preparados em primeiros socorros, fazem o atendimento de emergência nas ocorrências de acidentes ou mal súbito que acometam pessoas que circulam no condomínio, encaminhando os casos mais graves para hospitais da região, por meio de uma ambulância. Fazem também o transporte de pessoas com deficiência desde os portões de entrada até os blocos onde estão localizadas as empresas em que elas trabalham. Tudo o que acontece dentro do condomínio tem a presença dos seguranças. Desde a execução de uma obra, uma filmagem, um evento ou uma atividade, há sempre o suporte e o monitoramento de profissionais. Desse modo, garante-se um lugar seguro e com liberdade total para as pessoas desenvolverem sua atividade, sem qualquer risco. “Já temos um padrão de segurança invejável. Procuramos fazer com que os mecanismos utilizados para incrementá-la ainda mais não tragam desconforto. Nosso desejo é tornar a vida do usuário menos complexa”, conclui Silva. Alívio depois do sufoco Adauto Luiz Silva, do Departamento de Segurança Um episódio recente mostra como o trabalho da segurança está próximo das pessoas. Uma funcionária de um banco instalado no Centro Empresarial passou por uma situação inusitada. Ela pagou a um cliente R$ 3 mil. Este recebeu o dinheiro e saiu da agência. Momentos depois, a caixa notou que a operação não havia sido registrada no sistema. Desesperada, tentou localizar o cliente, mas não conseguiu, pois sequer sabia o nome da pessoa. Ela teve a ideia de pedir ajuda ao Departamento de Segurança do condomínio. Um supervisor foi designado para auxiliá-la. Ela passou, então, informações sobre as características físicas e detalhes do cliente e o horário em que este passou pelo banco. Por meio das imagens gravadas pelo circuito fechado de televisão, ela identificou a pessoa. O supervisor conseguiu então reunir as imagens do trajeto feito pelo cliente e do momento exato em que este passou pelo controle de acesso de um dos blocos. A partir daí, foi fácil saber o nome, a empresa e o telefone do cliente. Bastou uma ligação apenas para que a caixa solucionasse o problema e se livrasse de um enorme prejuízo. No 43 | ANO 2011 | | 17 18 | | No 43 | 2011 No 43 | ANO 2011 | | 19 EMPRESAS | São Paulo ganha o primeiro espaço interativo dedicado à audição Espaço Phonak – Tecnologia em Audição está aberto para o público desde o dia 10 de junho Fotos e texto: ADS Comunicação Corporativa 20 | | No 43 | 2011 Os profissionais de saúde e a população em geral já têm à disposição um espaço diferenciado e dedicado aos cuidados com a saúde auditiva. Chamado de Espaço Phonak- Tecnologia em Audição, é o único do País que utiliza o conceito de interatividade com o objetivo de aproximar e ampliar a discussão em torno da audição e da prevenção e soluções para a perda auditiva. Com um atendimento personalizado feito por fonoaudiólogas, o local oferece experiências sensoriais aos visitantes. O Espaço está localizado à Avenida Rebouças, em uma casa de dois andares, com um auditório denominado Sound Experience Room, onde são desenvolvidas ações educacionais num ambiente high tech com organização de palestras e debates sobre tecnologias disponíveis e soluções para melhorar a qualidade de vida de quem já possui perda auditiva. Estes debates envolvem profissionais de saúde, estudantes e professores, universitários e grupos de terceira idade. No showroom, totens interativos chamam a atenção do público para a necessidade de cuidar melhor da audição. Um piano pretende transformar o local num ambiente agradável de incentivo à troca de informações. Destaque para as informações do Hear the World – uma iniciativa mundial da Phonak cuja proposta é justamente chamar a atenção do público para a necessidade de cuidar da saúde auditiva. Entre os embaixadores do Hear the World estão os A fonoaudióloga Marilisa Zavagli, Ronnie Von e Pedro Stern na cerimônia de inauguração do Espaço Phonak, na avenida Rebouças cantores Annie Lennox, Billy Idol, Lenny Kravitz e Bryan Adams. No Brasil, os apresentadores Ana Maria Braga e Ronnie Von. Outra exclusividade no Espaço Phonak é a área de demonstração da produção digital de um aparelho auditivo intra-aural. O processo parte de um molde do ouvido do usuário, digitalizado para uma imagem 3D, garantindo alta precisão, pois dispensa o sistema manual. Exposição a sons nocivos De acordo com Marilisa Zavagli, fonoaudióloga e diretora de marketing da Phonak do Brasil, “no mundo, hoje, estima-se que pelo menos 800 milhões de pessoas sofram com uma perda auditiva. Esse número deverá crescer para 1,1 bilhão até 2015”, alerta. Diversas pessoas sofrem de estresse ou de outras doenças, sem saber que muitas vezes as causas estão relacionadas à perda auditiva. “Estamos cada vez mais conectados, a audição está sendo usada o tempo todo. Antes, existia apenas o telefone fixo. Agora, tem celular e todos os outros aparelhos eletrônicos que, juntos, podem expor os ouvidos a sons nocivos”, explica Marilisa. O Espaço Phonak aceita grupos de visitação de estudantes, universitários, terceira idade ou público em geral que tenha interesse no tema. Para agendar as visitas monitoradas, basta entrar em contato pelo telefone (11) 3063-2505. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e aos sábados, das 8h às 12h. O endereço é Av. Rebouças, 2.881, Pinheiros, São Paulo. No 43 | ANO 2011 | | 21 CONSUMO | Escritórios com mais verde Assucena Tupiassú A consultora de paisagismo Assucena Tupiassú explica como levar beleza e saúde aos locais de trabalho Fotos: Fernando Caldas Plantas em escritórios? Sim, elas criam ambientes de trabalho mais agradáveis e estimulam o rendimento e a produtividade das pessoas que estão em volta delas. A consultora de paisagismo do Centro Empresarial de São Paulo, Assucena Tupiassú, é uma entusiasta do cultivo de plantas nos locais de trabalho. Ela acredita que compartilhar os cuidados com elas ajuda a fortalecer as relações entre colegas de trabalho. Mas, para isso, é preciso considerar algumas características dos espaços onde elas serão colocadas e os tipos selecionados. A quantidade de luz no ambiente, de preferência a luz natural, é fator fundamental para o cultivo das plantas. “Sempre reco- 22 | | No 43 | 2011 mendamos colocar os vasos bem perto das janelas. O ar condicionado também afeta as condições, pois diminui muito a umidade no ambiente. Considerar o espaço para a planta se desenvolver é crucial. É muito comum as pessoas esquecerem que a planta vai crescer e ocupar um certo espaço, e não hesitam em plantá-la em um vaso pequeno, com prejuízos futuros.” Para saber qual tipo de planta é mais adequado, é necessário responder algumas perguntas: Qual a quantidade de luz que existe no ambiente? Qual a umidade do ar? Existe ar condicionado? Qual o pé direito do local? Como é a ventilação do ambiente? Qual o espaço disponível para o desenvolvimento das plantas (altura e largura)? Serão utilizados vasos, jardineiras ou jardins internos (qual o espaço para o desenvolvimento das raízes)? Qual a verba disponível para a compra de plantas? Como será feita a manutenção? Respondidas estas perguntas, pode-se então fazer a escolha das plantas. Assucena sugere uma lista delas: Licuala, Chamaedorea, Ráfis, Areca, Dracenas, Ficus, Árvore-da-felicidade, Filodendros, Lança-desão-jorge, Comigo-ninguem-pode, Chefleras, Acalifa, Coléus, Fatsia, Falsa-arália, Cordiline, Bocárnia, Pleomele, Pacová, Espada-de-sãojorge, Calatéias, Marantas, Bogônias, Pileias, Tradescantias, Peperomias, Heras, Fitônia, Clorofito, Aspargos, Asplênio, Samambaias, Violeta, Lírio-da-paz, Afelandra, Bromélias, Orquídeas, Anturio, Ciclamen, Prímula, Gloxínea, Calceolária, Cinerária, Maria-sem-vergonha, Flor-de-maio, Ripsális, Aglaonema, Grama-preta, Lança-de-são-jorge, Zâmia. Algumas outras exigem mais luminosidade como a Fênix, Croton e Iresine. Para cada planta selecionada, o mais importante é conhecer quais são as suas necessidades. Algumas plantas gostam de mais claridade outras, de menos. Umas de mais água, outras, de menos. Umas se desenvolvem melhor com terra arenosa, algumas, com composto orgânico, e outras, com terra argilosa. Segundo Assucena, “a boa seleção para um ambiente de escritório é feita com plantas com as mesmas necessidades. É importante selecionar espécies compatíveis em um mesmo ambiente. Lembrando de as colocar em vasos adequados e as maiores sempre atrás das menores”. As plantas crescem para cima e para os lados. Não é difícil encontrar um canteiro com esses diferentes elementos agrupados. Além de ocorrer uma competição entre as plantas, o canteiro fica muito poluído esteticamente. Os cuidados Quando estão em ambientes internos, as plantas não recebem o tratamento natural, como a chuva e adubação feita com as quedas das folhas. Assim, é necessário regar, adubar, limpar e aproveitar a beleza das plantas. Para regar, é preciso tomar alguns cuidados. Assucena Tupiassú diz que é melhor pecar pela falta de água do que pelo excesso. Para a maioria das plantas, quando ficam por um período não muito longo sem água, há recuperação ao serem regadas. Já o excesso de água provoca o apodrecimento das raízes e a recuperação é irreversível. O acúmulo de água no fundo do vaso ou da floreira também pode provocar o apodrecimento das raízes. Para que isto não ocorra, é preciso colocar, na parte inferior do vaso, uma camada de argila expandida, cacos de telha ou pedriscos, até, aproximadamente, 1/6 da altura do recipiente. É preciso tomar cuidado para não tampar a saída da água. Antúrio Ambientes purificados Escritórios fechados, sem janelas abertas ou luz natural, são normalmente tomados por substâncias tóxicas lançadas no ar por impressoras, ar condicionado, aquecedores, carpetes e material de limpeza. Estudos científicos, inclusive desenvolvidos pela Nasa, comprovam que algumas espécies podem purificar o ar dessas substâncias e desestressar os espaços que ocupam. “Ao contrário do que se pensa e se fala, baseado no senso comum, ter uma planta em casa ou em escritórios não faz mal à saúde. Muito pelo contrário, elas são responsáveis pela limpeza do ambiente. A vegetação filtra e até mesmo neutraliza muitos poluentes, como, por exemplo, o formaldeídeo; tolueno; xileno; benzeno; monóxido de carbono; e até mesmo alguns metais-pesados”, diz Assucena Tupiassú. Azaleia Bromélia No 43 | ANO 2011 | | 23 TURISMO | Check in gourmet: uma invasão de aromas e sabores nos empreendimentos hoteleiros Por Davi Brandão Fotos: Divulgação Sugestões gastronômicas entram no check list dos clientes que buscam hotéis para viagens de negócios ou diversão Restaurante Badebec, no Sheraton São Paulo WTC Hotel No disputado mercado hoteleiro, que nos últimos anos passou por diversas transformações, a preocupação de executivos e gerentes não esbarra somente no atendimento em hospedaria. Diferente de décadas passadas, os empreendimentos apostam na diversidade dos serviços oferecidos, uma exigência para a garantia da satisfação e da fidelização da clientela. Além das boas acomodações e da presteza de uma boa brigada de funcionários, uma das apostas da rede hoteleira nos últimos anos é a gastronomia. Espaços aconchegantes, decorações diferenciadas, menus especiais, profissionais renomados, são algumas das estratégias adotadas pelo setor para atender os hóspedes, como também para receber àqueles que não estão hospedados. 24 | | No 43 | 2011 Com 15 anos de experiência no mercado, dos quais 13 com atuação no Grupo Accor, Marc Balanger observa que a gastronomia sempre teve uma participação importante para um hotel. “Este conceito gourmet está associado em especial aos hotéis cinco estrelas”, explica Balanger, que atualmente responde pela gerência geral do Hotel Pullman São Paulo, no bairro do Ibirapuera. No empreendimento, o destaque gastronômico fica para o restaurante It, inaugurado recentemente, com menu elaborado pelo chef Willian Carvalho, que privilegia a cozinha contemporânea. “Nossa proposta é criar um identidade própria ao espaço. Oferecer bom atendimento ao não hóspede é uma tendência de mercado, tendo em vista que os clientes hospedados, por vezes, buscam a cozinha de restaurantes externos, até mesmo para passear pela cidade”, avalia Balanger. Segundo o executivo, diversos são os fatores importantes para um restaurante dentro de um hotel: a escolha de um bom chef de cozinha; a brigada de serviços; o ambiente; a decoração; e uma agenda de atividades renovável. “Um serviço que teve uma evolução extraordinária pelos empreendimentos hoteleiros. Avalio que a próxima tendência será um atendimento personalizado para o hóspede, com adaptação de cardápio ao gosto do cliente”, conclui. Nova experiência Destaque com atendimento em lojas dentro de shoppings e rua, o Badebec, da empresaria Lourdes Bottura também aposta na hotelaria, com atendimento especial a clientela do badalado Sheraton São Paulo WTC Hotel, na zona sul da capital paulista. Na cozinha, o chef Marcelo Ozzi prepara receitas que trazem ingredientes selecionados, métodos de cozimentos refinados em pratos sofisticados e de paladares ímpares. Entre os destaques da cozinha, que busca inspiração na mistura de comida brasileira e contemporânea, estão pratos como Arroz Camponês (Arroz carnaroli, com shimeji, shitake, funghi chileno, funghi porcini e panceta) ou o Entrecôte Trigueiro (Entrecôte ao creme de cogumelos, acompanhado de purê de aipim e cinta folhada de aspargos) e ainda Salmão Colorido (Salmão grelhado ao teriake de laranja, acompanhado de cremoso de batata e tempurá de vegetais). Na decoração, destaque para as cores quentes, como o vermelho queimado e também para a seleção de quadros com os beijos mais famosos do cinema e da história. As cadeiras estampadas com o floral estilo liberty tornam o ambiente aconchegante. O bar iluminado com cúpulas de tecido dá um especial toque de sofisticação ao espaço. “Um restaurante de hotel precisa ter charme, elegância e uma cozinha de contrastes, que expressa em seus ingredientes diversas nacionalidades”, afirma Lourdes. Filé com redução de vinho do porto, purê de mandioquinha e rúcula Novo chef Com intuito de repaginar sua gastronomia e fazer da experiência de comer ainda mais deliciosa, a Rede Dois Santos buscou no mercado o premiado Chef Volmar Zocche, para promover uma incursão à culinária ítalo-brasileira. Formado pela Academia de Cozinha Italiana, Zocche acumula experiências fabulosas em seu currículo, como montar restaurantes na Sardenha e no Egito, além de projetos sociais com adolescentes e jovens, implantando a Escola de Cozinha profissionalizante. “Gastronomia é viajar pelo mundo para descobrir novos sabores, novos ingredientes, para agradar todo tipo de cliente”, afirma o chef. Com um cardápio que alia charme e diversidade, Zocche conseguiu unir o melhor da culinária italiana, a exemplo do Ravioli Artesanal de mussarela com pomodoro fresco, azeitonas e manjericão; com pratos típicos da culinária brasileira, como a Galinha Caipira com quiabo. O que a Rede Dois Santos procura com a parceria é aliar o know how de Zocche com sua já consagrada arte em servir bem, e proporcionar aos hóspedes uma experiência gastronômica e de relaxamento em seus empreendimentos. No 43 | ANO 2011 | | 25 TURISMO | Um pouco do Japão e da Índia nas dependências do Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, resort de luxo no norte da Bahia pertencente à cadeia espanhola Fiesta Hotel Group Enologia A cidade de Campos do Jordão, conhecida pelo charme da estação de inverno e pelo clima e arquitetura europeia, dispõe de um empreendimento regado de encantos, o Blue Mountain Hotel, que permite ao hóspede uma viagem enogastronômica, com uma irresistível gastronomia e uma impressionante cave de vinhos e queijos. Esculpida em pedra, a Cave está localizada na parte subterrânea do hotel, cuja profundidade e proximidade com a Mata Atlântica local oferecem a temperatura e a umidade ideais para o amadurecimento e a conservação das mais de 1.800 garrafas de vinho. Divididas em aproximadamente 175 rótulos, a carta de vinhos oferece variedades das principais regiões produtoras, desde as tradicionais europeias – como Bordeaux, Borgonha, Alsácia, Rhône, Venêto e Toscana, en- 26 | | No 43 | 2011 tre outras – às que despontam como novas potências do Novo Mundo – como Uruguai, Nova Zelândia, Austrália e África do Sul. Com um espaço especial para degustações, decorado da mesma forma rústica e encantadora, com mesas em madeira de lei e um agradável deck com vista para a Mata Atlântica, que circunda o hotel. Destaque na agenda de atividades do empreendimento, são as degustações gratuitas realizadas aos sábados, que incluem queijos, pães e quatro tipos de vinhos. Além de educar o paladar, os encontros também contam com um fundo didático, no qual os participantes aprendem de forma descontraída sobre viticultura, os diversos tipos de vinhos, suas regiões produtoras e técnicas de degustação. gião de Imbassai, norte da Bahia, também é possível encontrar um pouco do Japão e da Índia, nas dependências do Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, resort de luxo pertencente à cadeia espanhola Fiesta Hotel Group, que sugere aos hóspedes uma vila gastronômica com restaurantes que vão além dos buffets que podem ser encontrados em hotéis espalhados por todo o país. Parte do sistema all inclusive do empreendimento, os restaurantes Sumptuori, Boghali e Bahia & Braza oferecem uma viagem visual, olfativa e degustativa com o melhor das culinárias japonesas, indianas e o famoso churrasco gaúcho. O clima vai desde a decoração dos ambientes que seguem os padrões clássicos de cada local, até às roupas utilizadas pelos garçons. Os menus também ofeDestaque nordestino recem uma enorme variedade de entradas, Em meio ao cenário paradisíaco da re- pratos principais e sobremesas típicas. Sob medida O camiseiro Denys Souza ensina como escolher camisas com estilo, elegância e distinção Camisas não são meros acessórios. Precisam ter personalidade e estilo. Denys Souza, camiseiro de padrão internacional que costura sob medida para seus clientes, dá algumas dicas para escolher bem. Primeiramente, devem ser feitas com tecido 100% algodão, ou com linho. As fibras naturais deixam o tecido “respirar” e permitem a troca de calor com o corpo. Na camisaria nacional, Denys Souza prefere o Popeline, Tricoline, Cambraia, Oxford, todos 100% algodão. Na camisaria importada, o Voil Suisso, Cambraia de Linho Belga, Tricolene e Popeline Italiano, Inglês Thomas Mason, todos 100% algodão, Egiziano com fios 120, 170 e o extraordinário fio 200. Quanto à escolha dos tecidos e das cores, existem várias padronagens. O importante é saber escolher a opção que mais combina com o seu perfil e, principalmente, com a ocasião. Pode-se ir do preto ao branco, passando pelos tons de azul, lilás ou rosa, mas não adianta usar determinada camisa ou cor só porque está na moda. O ideal é começar pelas camisas lisas e com cores claras e suaves. Dê preferência ao branco básico e ao azul claro. Muitas pessoas perguntam: “Ainda se usa monogramas nas camisas?” Para Denys, essa é uma questão muito pessoal, mas a resposta é sim, se isso combinar com o estilo da pessoa. Denys Souza www.denysouza.com.br Dicas de Denys Souza Independente de ser camisas prontas ou sob medida, o importante é estar atento a certos pontos: Opte pelo colarinho adequado ao seu rosto e na medida certa do seu pescoço. O ideal é que esteja com um dedo de folga para não te apertar muito e nem deixar muita sobra caso use com gravata. Punhos simples (com botão) ou duplos (para abotoaduras). O punho da camisa ideal deve ter 5 cm a mais que a medida exata do seu punho. Olhe no espelho e repare se os ombros da camisa estão proporcionais ao seu corpo. Uma dica para saber onde termina seu ombro é apalpar com a mão seu ombro até sentir aquele osso, quase na ligação onde começa seu braço. O ideal é que não sobre nem falte tecido nessa região do corpo. Do contrário ou você vai ficar desconfortável usando uma camisa apertada ou poderão aparecer algumas pregas quando estiver com paletó ou casaco. Solte o botão do punho da camisa, estique o braço e repare no comprimento da manga da sua camisa. O ideal é que o punho esteja uns 2 ou 3 cm abaixo do seu pulso (com as mãos fechadas). Sem seguir modismos ou tendências que ultimamente sugerem camisas justas demais, o ideal é que o corte da camisa esteja próximo ao seu corpo. Observe, que foi dito próximo, e não colado ao seu corpo. Desta forma você pode se movimentar sem perder a elegância. Seguindo esses passos, o risco de errar na hora de escolher o modelo da camisa será quase zero. No 43 | ANO 2011 | | 27 Shopping Panamby BANCOS Tudo isso você encontra no Centro Empresarial de São Paulo BANCO DO BRASIL SANTANDER BRADESCO CAIXA ECONÔMICA FEDERAL CITIBANK HSBC BANK DO BRASIL ITAÚ PERSONNALITE ITAÚ ITAÚ Bloco A - Piso Shopping Bloco D - Piso Shopping Corredor E-G/Piso Shopping Bloco G - Jardim Bloco F - Piso Shopping Corredor D-G/Piso Shopping Corredor E-G/Piso Shopping Bloco E - Piso Shopping Corredor D-G/Piso Shopping 3741-8981 3741-6999 3741-6230 3503-3150 2122-8171 3741-6190 3003-4828 3741-5566 4004-1053 ALIMENTAÇÃO CAFETERIA, CHOPPERIAS, LANCHONETES E DOCERIAS BORBA`S Bloco B - Piso Shopping CACAU SHOW Bloco C - Piso Shopping CAFÉ DA PRAÇA Galleria - Piso Shopping CARMINE´S Galleria - Piso Shopping CASA DO PÃO DE QUEIJO Bloco F - Piso Shopping CHARLOTTE Corredor F-G/Piso Shopping CHOPP BRAHMA Corredor G-F - Piso Shopping DOCERIA VIVI Bloco B - Piso Shopping KOPENHAGEN Galleria - Piso Shopping McDONALD`S Bloco F - Piso Shopping SUBWAY Bloco F - Piso Shopping UNO & DUE Corredor B-G/Piso Shopping VILA CAFÉ Corredor F-G/Piso Shopping YOGOFRESH Bloco G - Piso Shopping 3741-3300 3741-6624 3741-1130 3748-0383 3741-1933 3741-1566 3741-5291 3741-5425 3741-9884 3741-2100 3741-2400 3741-3322 3741-1414 3741-8890 CONVENIÊNCIA EXECUTIVE TOBACCO MONTSOU NUTRIX Corredor C-G/Piso Shopping Corredor F-G/Piso Shopping Corredor F-G/Piso Shopping 3741-2442 3741-6724 3741-3555 28 | | No 43 | 2011 RESTAURANTES AQUARIUS Bloco F - Piso Shopping ARAK Corredor F-G/Piso Shopping CULT GASTRONOMIA Bloco A - Piso Shopping DAISSUKI Corredor A-G/Piso Shopping DAN RESTAURANTES Corredor A-B/Piso Shopping GOSTINHO BRASILEIRO Corredor A-B/Piso Shopping e G/Piso Panamby JIN JIN Corredor G-A - Piso Shopping LE POINT Bloco B - Piso Shopping LIVERPOOL Corredor A-B/Piso Shopping MAANAIM Bloco F - Piso Shopping MONTANA GRILL EXPRESS Bloco F - Piso Shopping OLIVA Corredor B-G/Piso Shopping PANDA INN Corredor A-B/Piso Shopping PHILADELPHIA BUFFET Corredor A-B/Piso Shopping SABORINI Corredor A-G/Piso Shopping SANTE Corredor B-G/Piso Shopping VIA PASTA Bloco F - Piso Shopping ZARAPEUSTA Bloco F - Piso Shopping 3741-9596 3741-6777 3741-2154 3741-6389 3741-1515 3741-1616 3741-4755 3741-2600 3741-2141 3741-1466 2122-8161 3741-5451 3741-1313 3741-2221 3741-3200 3741-1133 3741-1207 3741-2765 LOJAS ACADEMIA CURVES ACADEMIA (fem) MONDAY ACADEMIA AGÊNCIA DE TURISMO/CÂMBIO CVC IDOIL VIAGENS SOL CORRETORA Bloco A - Piso Shopping Piso Panamby 3741-1900 3747-7730 RE-CICLO DE CARTUCHOS JOALHERIA BLUE SPIRIT Bloco G - Piso Shopping 3741-9858 Corredor G-E - Piso Shopping 3741-3899 Bloco B - Piso Shopping Corredor D-G - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping 3747-7122 3741-1820 3748-1020 LIVROS, REVISTAS E PAPELARIA ART & MAGAZINE MTM PAPELARIA Bloco C - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping 3741-6734 3741-2522 Área Externa 3741-6100 LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LOCALIZA RENT A CAR UNIDAS RENT A CAR Bloco A - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping 2122-8093 3741-5065 Corredor G-F - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping 3741-2282 3741-4971 LOTÉRICAS WINNER LOTERIAS Bloco C - Piso Shopping 3741-8221 Bloco G - Piso Shopping 3741-7889 CALÇADOS E BOLSAS BAGUNCINHA GATA & SAPATO NÔMADE ZATTA Bloco G-C - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping Bloco G - Piso Shopping 3741-8330 3741-4441 3741-5523 3741-7888 CELULAR CELLULAR MIX/TIM VIVO Bloco G - Piso Shopping Bloco G - Piso Shopping 5853-2351 3741-3584 MODA BAGUNCINHA (INFANTIL) BARRED´S (FEM) COLOMBO (MASC) DENYSOUZA (GERAL) DRESS UP (FEM) FATTO A MANO (MASC) FUSK (GERAL) HERING (GERAL) PEÇA ÚNICA (FEM) SIGNAL FLAG (FEM) SIMULASSÃO (FEM) WELL (UNISSEX) Corredor C-G/Piso Shopping Galleria - Piso Shopping Corredor C-G/Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco G - Piso Shopping Galeria - Piso Shopping Corredor C-G/Piso Shopping Galleria - Piso Shopping Galleria - Piso Shopping Bloco B - Piso Shopping 3741-8330 3741-6593 3741-8859 3747-7371 3741-2955 3741-1500 3747-7022 3741-2999 3741-9388 3741-2445 3741-1494 3741-5378 CHAVEIRO, CARIMBOS E SAPATARIA SAPATARIA DO FUTURO Bloco C - Piso Shopping 3741-6880 MODA ÍNTIMA BASIC WEAR Corredor C-G - Piso Shopping 3741-6102 Bloco F - Piso Shopping 3741-5065 AUTOMOTIVOS AUTO POSTO META BIJUTERIAS E ACESSÓRIOS K`DOURO MORANA BRINQUEDO MAGICAL KID´S STORE CINE, FOTO, SOM ÓTICA ÓTICA ORTIZ PHOTO CENTER Corredor D-G/Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping 3741-8607 3741-2175 PRESENTES TUTTI QUANTI COPIADORA E GRÁFICA COPY BOX Bloco F - Piso Shopping 3748-0872 PRODUTOS NATURAIS MUNDO VERDE Corredor G-A - Piso Panamby 3741-5004 CORREIOS, DESPACHOS E ENTREGAS CORREIOS HELD TRANPORTES URGENTES VARIGLOG Bloco A - Piso Shopping Bloco C - Piso Panamby Bloco A - Piso Shopping 3741-3028 3741-2456 3741-4455 RELOJOARIA RELOJOARIA KAIRÓS Bloco G - Piso Shopping 3741-5300 SAÚDE AÇÃO DENTAL CLIDEC (Odonto) CLÍNICA DE OLHOS NÚCLEO DE SAÚDE INTEGRADA Bloco C - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco F - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping 5853-3040 3741-8555 3741-1017 3741-9977 SEGUROS E PREVIDÊNCIA MAPFRE VERA CRUZ SEGUROS Bloco G - Piso Shopping 3741-3809 SUPLEMENTOS ALIMENTARES SNC Galeria - Piso Shopping 3748-9978 ESTACIONAMENTO VISITANTE ESTAPAR Estacionamento ESTÉTICA E MEDICINA ALTERNATIVA CLEAN Bloco G - Piso Shopping ELLO´S CABELEIREIROS Bloco A - Piso Shopping VITA CORPUS Corredor G-B - Piso Shopping 3741-5073 3741-1100 3747-7202 3741-1910 FARMÁCIA E PERFUMARIA DROGA ALETA FARMALIFE O BOTICÁRIO THAYTI PRESENTES Bloco G - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping Bloco C - Piso Shopping Galleria - Piso Shopping 3741-4440 3741-6599 3741-4526 3741-6244 IDIOMAS MAYFAIR Bloco G - Piso Shopping 3741-1000 INFORMÁTICA PHOTO CENTER Bloco C - Piso Shopping 3741-2175 Anuncie 5083-5094 No 43 | ANO 2011 | | 29 ATITUDE | Mantenha a sua mente pronta para o sucesso ROBERTO SHINYASHIKI * 30 | | No 43 | 2011 você não jogar fora “ Enquanto seus velhos conceitos e crenças, ‘‘ Há alguns meses um amigo me telefonou e marcamos uma conversa. No encontro, ele disse que havia fechado sua empresa porque estava sem trabalho, que tudo estava muito difícil, havia muita concorrência, e que, na verdade, ele achava que não tinha vocação para ser empresário. Mas o que mais me chamou a atenção foram suas ideias, que estavam totalmente fora da realidade do mundo dos negócios. Percebi sua angústia e vi que ele conteve as lágrimas. E então desabafou e confessou que havia vendido todo o seu patrimônio, que estava com dívidas, e, no final, pediu para eu ajudá-lo a se recolocar no mercado de trabalho. Meu coração estava estraçalhado, pois era triste ver uma pessoa que eu admirava tanto naquela situação! E me perguntei: como alguém como ele pode ter sofrido uma queda tão vertiginosa na vida? Disse ao meu amigo que iria ajudá-lo a se recolocar, mas que antes ele precisaria aprender a ver como as empresas e os profissionais pensam e agem para ter sucesso no mundo de hoje. Sugeri que ele deixasse de lado alguns hábitos e crenças que já não tinham utilidade e que não estavam mais adequados à sua nova realidade. Contei a ele uma pequena história, para exemplificar o que eu estava dizendo: “Um monge chamou seu discípulo e, juntos, foram tomar chá. Depois de algum tempo de conversa, o mestre percebeu que o discípulo não estava compreendendo o que ele ensinava. A mente do discípulo estava cheia de conceitos e crenças que iam contra o que o mestre estava dizendo, e por isso ele não compreendia. Em um dado momento, o mestre resolveu que tomariam vinho. Apanhou sua xícara e jogou fora o chá. Depois, encheu-a com vinho. Então, ordenou ao discípulo que fizesse o mesmo. Enquanto tomavam o vinho, o mestre explicou pausadamente: ‘Para beber vinho em uma xícara cheia de chá é necessário primeiro não vai colocar em sua mente os novos aprendizados jogar fora o chá para então colocar o vinho’. Pois assim é também com sua mente. Enquanto você não jogar fora seus velhos conceitos e crenças, não vai colocar nela o que estou lhe ensinando.” Ele sorriu, sinalizando que havia entendido minha mensagem. Aceitou a proposta que lhe fiz e começamos a trabalhar. Meu novo livro, “Problemas? Oba!”, é sobre tudo o que ensinei ao meu amigo, para que ele entendesse as estratégias usadas pelos grandes empresários e executivos de sucesso. E, principalmente, para que nunca mais ele precisasse buscar desesperadamente um emprego, e sim passasse a fazer as melhores escolhas para sua carreira. Como sempre, espero, além de meu amigo, ajudar você também a realizar todos os seus objetivos de vida! Um grande abraço, * Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de livros, entre eles: A revolução dos campeões, Os segredos dos campeões, O sucesso é ser feliz, Heróis de verdade e Tudo ou nada. (www. shinyashiki.com.br) SAÚDE EM GOTAS | Respirar, correr e dormir Por Rita Gallo Cuidado com o ronco! Noites mal dormidas causadas pelo ronco podem ter consequências perigosas para a saúde. Companheiro de longa data de muitos homens e mulheres, o ronco pode ser definido como um ruído produzido de forma involuntária pela vibração de alta frequência de estruturas da boca e outras que estão envolvidas na respiração. Uma causa frequente do ronco é a respiração bucal, que também pode estar associada a cessações com intervalo da respiração, a chamada apneia do sono. O ortodontista e ortopedista facial da Köhler Ortofacial, Gerson Köhler, explica que nos estudos dos distúrbios respiratórios do sono, como o ronco e a apneia, o diagnóstico e o tratamento da respiração bucal é imprescindível. “A população brasileira está ficando mais velha e a respiração bucal tem se tornado cada vez mais frequente, o que gera consequências que podem prejudicar a qualidade de vida, provocar alterações incapacitantes com elevado risco do surgimento de doenças e até mortalidade. As doenças mais comuns são as cardiovasculares”, aponta. De acordo com Gerson, que também é especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, a respiração bucal mina progressivamente a saúde geral, já que causa alterações fisiológicas e efeitos bioquímicos nocivos no organismo. “Em um passado recente a respiração bucal não costumava ser levada em consideração quanto aos potenciais danos que poderia causar à saúde. Em adultos esta respiração incorreta pode acarretar o avanço progressivo de doenças crônicas, como apneias obstrutivas e o diabetes tipo 2”, alerta. Köhler afirma que as técnicas mais utilizadas para o tratamento do ronco são a utilização de aparelhos intrabucais, utilizados para dormir e que tem como objetivo ampliar o espaço da orofaringe, ou o uso do CPAP, uma espécie de máscara que injeta o ar positivamente pressurizado durante o sono do paciente. “O problema é que nem todos conseguem se adaptar o uso destes aparelhos ou da máscara. E há restrições quanto ao uso destas técnicas em quem possui disfuncionalidades nas articulações temporomandibulares”, observa. Corrida A cada dia mais pessoas aderem a um esporte bastante acessível: a corrida de rua. A explicação para esse aumento significativo é simples: a corrida só exige um par de tênis adequado e boa saúde para ser praticada. Para Márcio Marega, fisioterapeuta e coordenador do Programa Antisedentarismo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), há ainda outra explicação para o fato: “As pessoas estão mais conscientes da necessidade de adotar atividades físicas e a corrida é uma boa opção porque é fácil de começar.” A socialização que o esporte traz também motiva os praticantes. Correr em grupos e treinar constantemente leva os corredores a participar de inúmeras competições. A Federação Paulista de Atletismo (FPAM) realiza vários trabalhos em conjunto com a Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo do Governo de São Paulo, como o projeto piloto chamado “Circuito de Provas Pedestres”, ou “Corrida da Família”, onde centenas de jovens praticam a modalidade em cidades do interior do Estado. No 43 | ANO 2011 | | 31 CULTURA | Agenda Cultural Conheça a programação das casas de espetáculos que estão próximas ao Centro Empresarial de São Paulo HSBC BRASIL R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio – São Paulo, SP – Tel: 4003-1212 X JAPAN Dia 11/9 Horário: 18h THE AUSTRALIAN BEE GEES Dia 16/9 Horário: 22h LENINE Dia 17/9 Horário: 22h PRIMAL SCREAM 24/9 Horário: 22h ALL YOU NEED IS LOVE Dia 1/10 Horário: 22h Fotos: Divulgação ORQUESTRA BUENA VISTA SOCIAL CLUB Com participação da cantora Omara Portuondo Dia 20/10 Horário: 21h30 CUT COPY Dia 21/10 Horário: 22h SAXON Call to Arms Tour Dia 22/10 Horário: 22h ALCIONE Show Duas faces Dia 28/10 Horário: 22h Lenine CREDICARD HALL Av. Nações Unidas 17.955, Santo Amaro, SP Tel: (11) 2846-6000 ZÉ RAMALHO Dia 17/9 Horário: 22h PATATI PATATA Dias 8 e 9/10 Horário: 15h e 18h / 11h e 15h ROUPA NOVA Dias 23 e 24/10 Horário: 22h EXALTASAMBA Dias 3, 4 e 5/10 Horário: a definir JORGE e MATEUS Dias 30/9, 1 e 2/10 Horário: 22h e 20h 32 | Fotos: Divulgação Jorge e Mateus | No 43 | 2011 TEATRO ALFA Endereço: R. Bento Branco de Andrade Filho, no 722, Santo Amaro.. – Tel: (11) 5693-4000 Fotos: Divulgação MOMIX Dias 30 de Setembro a 02 de Outubro, 04 a 09 de Outubro. Horários: Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sábados, 21h. Sextas-Feiras, 21h30. Domingos, 18h. O MOMIX é uma companhia de teatro e dança, que se mantém no caminho constante da inovação criativa com suas técnicas ilusionistas, uma companhia que celebra as formas, imagens, emoções e informações em todos os seus espetáculos. Composta por bailarinos, acrobatas e ilusionistas, apresenta no palco um mundo de imagens surrealistas através do corpo humano e de uma grande e encantadora composição de luzes, sombras, cenários, projeções, adereços e humor. AKRAM KHAN COMPANY Dias 13 e 14 de outubro (Vertical Road), 15 e 16 de outubro (Gnosis) Horários: Quinta-feira e sábado, 21h Sexta-feira, 21h30 Domingo, 18h SASHA WALTZ & GUESTS Dias 29 e 30 de outubro Horários: Sábado, 21h Domingo, 18h Akram Khan apresenta-se pela primeira vez no Brasil. Nascido em Londres, de uma família originária de Bangladeshi, ele começou dançar aos sete anos e estudou com o renomado bailarino e professor de Kathak, Sri Pratap Pawar. Vertical Road é a nova produção contemporânea da Akram Khan Company. Ele traz artistas da Ásia, Europa e Oriente Médio para apresentar esse espetáculo que acabou de receber o The Age Critics Award no Melbourne International Arts Festival de 2010. CIA DE DANÇA DEBORAH COLKER Dias 9, 10, 11, 14, 15, 16, 17 e 18 de setembro Horários: Quarta, quinta-feira e sábado, 21h Sexta-feira, 21h30 | Domingo, 18h Sábado, dia 17, 17h e 21h Horário: 22h No 43 | ANO 2011 | | 33 CONVERSAÇÃO | “Eu queria ser famoso como o Audálio” WALDEMAR GASPAR JUNIOR * Caetano não tuita, não orkuta, não facebooka, não bloga. Caetano nem sequer celula. Caetano não precisa usar nenhuma linguagem virtual para ser visível na mídia, nenhuma rede social para ostentar-se no best da coluna social. A única rede social de Caetano deve ser a rede de balanço de sua casa na Bahia. Caetano não é um virtual por si. Caetano é um virtuose por todos. Caetano é novidade de ontem. Caetano é memória de futuro. Caetano é notícia eterna. Caetano descansa a celebridade quando quer descansá-la e acorda a voz pública quando quer acordá-la. É livre como livre é sua poesia, sua música, seu canto, suas contestações, suas defesas conceituais. Seus seguidores seguem o seu rastro pelo mesmo vestígio de independência que segue sua música, “O Quereres”: “Onde pisas o chão, minha alma salta e ganha liberdade na amplidão”. Caetano sente e sempre pressentiu que para ser livre e famoso não é preciso ser livre da fama, mas é preciso ser livre na fama. Queria eu ser um cantor de fado para cantar em Alfama e ter minha fama aplaudida pelo meu fado. Queria ser um cantor ou uma cantora como Etta James Brown, como Nina Simone Bittencourt de Oliveira, como Ray Charles Aznavour, como Nat King Cole Porter, como Roberto Carlos Gardel, como 34 | | No 43 | 2011 Erasmo Carlos Santana, como Billy Paul McCartney, como João Gilerto Gilbert Bécaud, como Carly Simon & Garfunkel, como Elton John Lennon, como Jackie Wilson Simonal, como DjaVan Morrison, como Angela Maria Bethânia, como Brian Wilson Pickett, como Willie Nelson Gonçalves. Queria ser a junta do que é possível juntar, o canto de quem é possível cantar, o dueto dos nomes duetados. Queria ser todos os acústicos revelados. Querer é crer que a fama pode ser sua no gosto do espelho, seu e do outro. Querer é uma possibilidade que faz bem a aspiração de ser o eu e o outro. Todos os quereres são desprendidos porque são auto-autorizados e são alcançados porque são soltos. A fama autêntica só é conquistada quando a busca do que se quer é a busca do seu melhor. The Best of the Best. A pérola se esconde no ostracismo de uma ostra até se mostrar no sensacionalismo de um pescoço. Daí fica famosa. É incontestável que é essa a fama assumida pela conquista, pela característica do belo em ser notável custe o que custar. Para ser ilimitado na contabilidade da fama é preciso pensar por conta própria e poder pagar a sua própria conta mesmo quando ultrapassar todo o seu limite. A fama não é o limite. A fama é consequência do conquistado. “O que inspira a inspiração é a birra da transpiração.” Enquanto sem calça na calçada, um bêbado mendiga o sexo com as estrelas, na parede da posteridade de um botequim paulistano, há um pôster cantado de um poema de Adoniran. Jamais esqueci. Ouviase Iracema no Bar da Carmela, no Bixiga, na voz de Elis e na declamação de Adoniran. Era 1978. O jornalista Audálio Dantas assistia e bebia este samba session, invejável e inolvidável. Nessa época eu queria ser famoso como o Audálio. * Waldemar Gaspar Junior | Jornalista, publicitário, consultor de Comunicação Empresarial, escritor, diretor geral de Criação e Gestão de Projetos do Instituto Mimboé de Arquitetura e Construção Humana | e.mail: [email protected] No 43 | ANO 2011 | | 35