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a 2 SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 1 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens 2 SERIE MEDIO_EDFIS_CP.indd 1 11/8/13 2:07 PM governo do estado de são paulo secretaria da educação MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO MÉDIO 2a SÉRIE VOLUME 1 Nova edição 2014 - 2017 São Paulo BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 1 19/11/13 18:42 Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 2 19/11/13 18:42 Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 3 19/11/13 18:42 Sumário Orientação sobre os conteúdos do volume Tema 1 – Ginástica de academia 6 9 Situação de Aprendizagem 1 – Ginástica não é só academia? Atividade Avaliadora 12 16 Proposta de Situações de Recuperação 18 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Tema 2 – Mídias e ginástica 20 Situação de Aprendizagem 2 – Promessas mil... Atividade Avaliadora 22 25 Proposta de Situações de Recuperação 26 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Tema 3 – Corpo, saúde e beleza: capacidades físicas 28 34 Proposta de Situações de Recuperação 37 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Tema 4 – Esporte – Modalidade individual: tênis Situação de Aprendizagem 5 – Apreciando uma partida de tênis Situação de Aprendizagem 6 – Tênis em duplas 37 39 Situação de Aprendizagem 4 – O que sabemos a respeito do tênis? BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 4 26 27 Situação de Aprendizagem 3 – Como identifico e avalio minhas capacidades físicas Atividade Avaliadora 19 40 43 47 19/11/13 18:42 Atividade Avaliadora 50 Proposta de Situações de Recuperação 53 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 53 Tema 5 – Corpo, saúde e beleza – Efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico 54 Situação de Aprendizagem 7 – Conhecendo os efeitos do treinamento sobre os sistemas do corpo 56 Atividade Avaliadora 64 Proposta de Situações de Recuperação 64 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 65 Tema 6 – Corpo, saúde e beleza – Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias 66 Situação de Aprendizagem 8 – Desvendando o mundo da musculação 69 Situação de Aprendizagem 9 – Musculação e hipertrofia muscular: riscos e benefícios Atividade Avaliadora 79 Proposta de Situações de Recuperação 80 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Quadro de conteúdos do Ensino Médio BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 5 72 80 82 19/11/13 18:42 Orientação sobre os conteúdos do VOLUME A Educação Física no Ensino Médio deve possibilitar que os alunos confrontem suas experiências de Se-Movimentar no âmbito da Cultura de Movimento juvenil com outras dimensões do mundo contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim, a Educação Física pode tornar-se mais relevante para os alunos, não só durante o tempo e o espaço da escolarização, mas, e principalmente, auxiliando-os a compreender a Cultura de Movimento de forma mais crítica. Isso lhes possibilitará participar e intervir nessa cultura com mais recursos e de forma mais autônoma. Vale lembrar que os alunos do Ensino Médio, ao longo dos ciclos anteriores de escolarização, já vivenciaram um amplo conjunto de experiências de Se-Movimentar, incluindo o contato com as codificações das culturas esportiva, gímnica, rítmica e das lutas. Podemos, então, definir como objetivos gerais da Educação Física no Ensino Médio: a compreensão do jogo, do esporte, da ginástica, da luta e da atividade rítmica como fenômenos socioculturais em sintonia com os temas do nosso tempo e com a vida dos alunos, ampliando os conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento; e a ampliação das possibilidades de significação e sentido das experiências de Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e atividades rítmicas, rumo à construção de uma autonomia crítica e autocrítica. Tomando-se por bases essas considerações, vislumbra-se o Currículo de Educação Física no Ensino Médio como uma rede de inter-relações, que parte dos cinco grandes eixos de conteúdo (jogo, esporte, ginástica, luta e a atividade rítmica) e se cruza com eixos temáticos interdisciplinares relevantes na sociedade, gerando subtemas a serem tratados como conteúdos ao longo das séries. Os eixos temáticos escolhidos (corpo, saúde e beleza; contemporaneidade; mídias; lazer e trabalho) justificam-se por estarem relacionados à construção da Cultura de Movimento contemporânea e por serem importantes e atuais para a formação de um jovem no Ensino Médio. Neste volume, serão abordados os conteúdos “Esporte” e “Ginástica” e os temas “Mídias”; “Corpo, saúde e beleza” e “Contemporaneidade”. Quanto ao conteúdo “Ginástica”, será discutido o fenômeno das academias, com seus modismos, tendências e variados tipos e formas de ginásticas, além de suas promessas de melhoria da saúde e embelezamento físico. O que se pretende é que os alunos, além de reconhecerem as ginásticas como possibilidades para o seu Se-Movimentar dentro e fora das academias, identifiquem interesses e motivações envolvidos na sua prática e também seu contexto histórico. Serão abordados ainda os Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados ou sentidos, símbolos e códigos que se produzem e reproduzem dinamicamente em jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas, ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros. O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações e conhecimentos, movimentos, condutas etc.), em sua história de vida, em suas vinculações socioculturais e em seus desejos. 6 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 6 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 interesses financeiros implicados nas ginásticas de academia. A finalidade é capacitar o estudante para a argumentação consistente ao analisar modismos e tendências da ginástica nos dias atuais e estimulá-lo à autonomia no gerenciamento das suas experiências do Se-Movimentar. O tema “Mídias” é fundamental para o entendimento da Cultura de Movimento contemporânea, para que o aluno compreenda as referências externas provenientes da televisão, de revistas, da internet etc., que modelam a percepção, a valorização e a construção do seu Se-Movimentar, muitas vezes atendendo a modelos que apenas dão suporte a interesses mercadológicos e precisam ser submetidos à análise crítica. Neste volume, serão enfatizadas as relações entre as mídias e as práticas de ginástica, principalmente aquelas desenvolvidas no âmbito das chamadas academias, de modo que os alunos possam relacionar os significados propostos pelas mídias com o seu Se-Movimentar na ginástica e se sintam capazes de analisar criticamente as mensagens midiáticas que tratem desse elemento cultural. A importância do tema “Corpo, saúde e beleza” centra-se no fato de que não só as doenças relacionadas ao sedentarismo (hipertensão, diabetes, obesidade etc.), mas também o insistente chamamento para determinados padrões de beleza corporal, em associação com produtos e práticas alimentares e de exercício físico, colocam os alunos do Ensino Médio na “linha de frente” dos cuidados com o corpo e com a saúde. Este volume aprofundará os conceitos e os modos de avaliação das capacidades físicas, visando permitir que os alunos as discriminem do ponto de vista conceitual, identifiquem sua ocorrência nas ginásticas de academia e apliquem os conhecimentos assim construídos na criação de exercícios ginásticos. Serão tratados ainda dois subtemas. O primeiro refere-se aos efeitos do treinamento físico, com destaque para suas repercussões na conservação e na promoção da saúde, possibilitando a identificação e o reconhecimento da influência do treinamento físico sobre os sistemas orgânicos, bem como da relação entre os diversos tipos de exercícios físicos e o desenvolvimento de certas capacidades físicas. O segundo subtema tratará dos exercícios resistidos (musculação) e seus possíveis riscos e benefícios à saúde em diferentes faixas etárias, com o objetivo de possibilitar que os alunos identifiquem os princípios que direcionam um programa de musculação, bem como suas diferentes aplicações. No conteúdo “Esporte” será abordado o tênis como exemplo de uma modalidade individual ainda não conhecida (no sentido de praticada, vivenciada) pelos alunos, com destaque para a importância das técnicas e táticas para o desempenho nessa modalidade e a apreciação do espetáculo esportivo. Contudo, o projeto político-pedagógico da escola poderá optar pelo desenvolvimento de outra modalidade esportiva individual. Pretende-se que os alunos possam, além de conhecer aspectos históricos, identificar os princípios técnicos e táticos desse esporte, capacitando-os a analisar e apreciar uma partida de tênis. O mundo contemporâneo caracteriza-se por grandes transformações, das quais o aumento e a velocidade do fluxo de informações é uma das mais impactantes, influenciando os conceitos e as relações que o indivíduo mantém com seu corpo e com as outras pessoas, podendo gerar reações preconceituosas em relação a diferenças de sexo, etnia e características físicas, entre outras. Neste volume, o tema “Contemporaneidade” está inter-relacionado às ginásticas de academia e ao tênis e tratará de questões ligadas a diferença, preconceito e expectativas de desempenho em relação ao gênero e ao sexo, de modo a evidenciar para os alunos a necessidade de respeitar as diferenças nas experiências do Se-Movimentar no esporte e na 7 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 7 19/11/13 18:42 ginástica, identificando e evitando formas de preconceito e discriminação. É importante ressaltar que tais conteúdos e temas, que terão prosseguimento no próximo volume desta série, devem ser abordados conforme suas possibilidades de inter-relações. Por exemplo, as mídias exercem papel decisivo na definição dos modelos de beleza corporal hegemônicos em nossa sociedade, modelos esses cuja reprodução é prometida aos adeptos das ginásticas de academia. Por sua vez, o treinamento de capacidades físicas, como força e resistência, está presente em diversos tipos e formas de ginástica propostos nas academias. Nesse sentido, os temas “Ginástica”, “Mídias” e “Corpo, saúde e beleza” podem ser desenvolvidos de modo integrado. As estratégias escolhidas – que incluem a realização de práticas ginásticas e testes de avaliação de capacidades físicas, busca de informações, entrevistas com praticantes de ginástica e interpretação dos resultados, análise de materiais provenientes das mídias, debates, relato das próprias percepções, análise e criação de exercícios ginásticos, realização de gestos/movimentos, análise de vídeos, interpretação de dados e vivência de exercícios físicos – procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreensão dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento. A avaliação é proposta de modo integrado ao processo de ensino e aprendizagem, sem se restringir a procedimentos isolados e formais (como uma prova, por exemplo). Sugere-se privilegiar a proposição de Atividades Avaliadoras que, integradas ao percurso de aprendizagem, favoreçam a elaboração de sínteses relacionadas aos temas e conteúdos abordados, bem como a aplicação, em situações-problema, das habilidades e competências pretendidas para os alunos. As Atividades Avaliadoras devem permitir aos alunos a geração de informações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais e não verbais, que serão então interpretados pelo professor nos termos das expectativas de aprendizagem em relação aos conteúdos. Nesse sentido, o professor pode valer-se de observações sistemáticas sobre interesse, participação e capacidade de cooperação do aluno, autoavaliação, trabalhos e provas escritas, resolução de situações-problema, elaboração e apresentação de situações táticas nos esportes individuais, dramatizações, dentre outros recursos. Por fim, é importante lembrar que a avaliação não tem como única finalidade atribuir conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá-los sobre suas aprendizagens, assim como problematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica para que essas expectativas sejam atingidas. A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas na sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, desde que compatíveis com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.). As orientações e sugestões a seguir visam a oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimento dos temas propostos. Não pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir a sua criatividade, como professor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas. As Situações de Aprendizagem aqui sugeridas também poderão ser enriquecidas com leitura de textos (adequados ao nível do Ensino Médio) e exibição de filmes relacionados aos temas. Sugestões nesse âmbito serão apresentadas ao longo deste volume. Isso posto, professor, bom trabalho! 8 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 8 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Tema 1 – GINÁSTICA DE ACADEMIA No Brasil, os espaços privados para a prática da ginástica, que hoje conhecemos por “academias”, surgiram na década de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, sob influência de métodos ginásticos europeus do início do século XX. Na década de 1960, além da calistenia, muitas academias dedicavam-se ao “levantamento de peso”, prática associada ao halterofilismo. Nos anos 1980, a ginástica aeróbica ganhou grande espaço nas academias, beneficiando-se da popularidade do conceito de “exercício aeróbio”, difundido na década anterior pelo médico estadunidense Kenneth Cooper (criador do que ficou conhecido como Método Cooper), e pelos vídeos de ginástica (com ênfase na ginástica localizada) produzidos pela atriz também estadunidense Jane Fonda. Contudo, caracterizada pela excessiva presença de saltitos e giros, realizados sem a devida preocupação com a postura, a ginástica aeróbica dos anos 1980 levou ao aparecimento de lesões articulares em seus praticantes – daí a denominação “ginástica de alto impacto”, pela qual ficou conhecida. Surge, então, a ginástica aeróbica de baixo impacto, que busca minimizar os efeitos lesivos às articulações, seguida do step trainning, ginástica que alterna movimentos de subida e descida de um pequeno degrau. As esteiras rolantes e bicicletas ergométricas logo chegaram como alternativas à exercitação aeróbia. A hidroginástica (ginástica realizada na piscina) agrega exercícios da ginástica localizada e da ginástica aeróbica, com a vantagem de a água minimizar o impacto na articulação dos joelhos e servir, ao mesmo tempo, de fator de resistência para os movimentos, potencializando o efeito dos exercícios. Atualmente, a ginástica localizada segue os princípios da teoria do treinamento físico e, em obediência a princípios biomecânicos e anatômicos, busca isolar os grupamentos musculares que se deseja atingir, além de atender a diferentes finalidades – emagrecimento, delineamento ou hipertrofia muscular, resistência muscular etc. –, e com isso promete atender aos apelos estéticos dos praticantes. Seus exercícios podem valer-se do peso do próprio corpo ou utilizar pequenos pesos, como halteres e caneleiras. Por isso, às vezes, a ginástica localizada é confundida com a ginástica batizada de “musculação”, embora esta se caracterize mais pelo uso de máquinas sofisticadas, de alta eficiência no isolamento dos músculos e na gradação da carga. Nos últimos anos, cresceram em larga escala os programas padronizados de ginástica, concebidos e comercializados por empresas especializadas, com forte apoio de estratégias de marketing. Por exemplo, o sistema body – bodypump, bodystep etc. –, que surgiu na Nova Zelândia e tem nas academias brasileiras seus melhores clientes. A desvantagem desses programas é que, ao padronizar os exercícios e sua progressão, perdem de vista a heterogeneidade e a individualidade dos praticantes. Além de trazer para o seu interior os avanços técnico-científicos no campo do treinamento físico, as academias buscaram diversificar suas práticas para atrair novos clientes e diminuir a evasão, pois grande parte das pessoas interrompe, periódica ou definitivamente, a frequência às academias. Sabe-se que, com a chegada do verão, o número de usuários das academias aumenta significativamente. Dezenas de diferentes práticas são oferecidas hoje nas inúmeras academias espalhadas por 9 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 9 19/11/13 18:42 todo o Brasil. No Estado de São Paulo, é raro o município que não conte com pelo menos uma academia de ginástica. Muitas das práticas nelas oferecidas desaparecem tão rapidamente como surgiram. Tendência recente é a ginástica fast-food – analogia com os estabelecimentos que oferecem lanches e refeições “rápidas”. São academias que prometem efeitos estéticos e de melhoria da saúde e qualidade de vida com um circuito de exercícios que combina os aeróbios e os de força muscular, com duração de 30 minutos e frequência de três vezes por semana. venientemente o acesso às instalações esportivas mantidas pelos poderes municipal, estadual ou federal. As academias de ginástica surgem, então, como alternativa no chamado “mercado do corpo e do fitness”, que vende promessas de beleza e saúde, por meio de produtos e serviços, para parcelas cada vez maiores da população. Não sendo mais restritas à classe média alta, oferecem, em um só local, práticas ginásticas diversificadas, o que permite atender a vários interesses no âmbito do Se-Movimentar. © Fabio Chialastri Todavia, ao se beneficiarem da difusão, por parte das mídias, de um modelo de beleza corporal cada vez mais predominante – caracterizado pela magreza, no caso das mulheres, e pela hipertrofia muscular, no caso dos homens –, as academias, apoiadas por estratégias de propaganda e marketing, prometem “milagres”. Por exemplo, “fique em forma para o verão em apenas um mês”, atraindo novos interessados que pagam pelos serviços prestados. Figura 1 – Variedade de práticas ofertadas em uma academia. O fenômeno do surgimento, proliferação e diversificação das academias de ginástica pode ser entendido na perspectiva do crescimento dos espaços privados de lazer e serviços e considerando-se a simultânea redução e degradação dos espaços públicos – em ruas, praças e parques, estamos sujeitos a violência, poluição, falta de limpeza, má conservação etc. Além disso, a quase ausência de políticas públicas de lazer e esporte não estimula con- Mas será que a ginástica só serve para emagrecer e, consequentemente, atender a um padrão de beleza imposto pelas mídias? Não há nela, em seus diversos tipos e formas, outros valores e sentidos? Relaxamento, bem-estar, sociabilização, melhoria da condição física geral, reabilitação física: as diferentes ginásticas podem ter sentidos diversificados para diferentes pessoas. Outra problematização que deve ser apresentada aos alunos é se a ginástica só pode ser praticada no interior das academias. Há um conjunto de práticas ginásticas que podem ser realizadas em outros espaços, como caminhada, corrida, exercícios de flexibilidade e exercícios localizados que utilizam o peso do próprio corpo. 10 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 10 19/11/13 18:42 © Fabio Chialastri © Steve Prezant/Corbis/Latinstock Educação Física – 2ª série – Volume 1 Figuras 2 e 3 – Basta um pouco de criatividade para adaptar equipamentos e praticar ginástica em qualquer lugar; um banco de jardim, para abdominais, ou uma garrafa PET cheia de areia, que, além de servir de peso para a ginástica localizada, ainda contribui para a reutilização de material descartável. 11 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 11 19/11/13 18:42 Para que os alunos possam usufruir com mais amplitude da ginástica como possibilidade do Se-Movimentar, é preciso que gerenciem autonomamente suas próprias práticas. Esse processo não é favorecido pelas academias, na medida em que elas criam uma relação de dependência com seus usuários – tanto ao oferecer programas “prontos” e padronizados como ao omitir informações que permitam a compreensão dos processos fisiológicos e psicossociais, econômicos e mercadológicos (entre eles modismo e consumismo) envolvidos. Oferecer conhecimento e proporcionar algum domínio desses processos é uma das tarefas que cabem à Educação Física no Ensino Médio. Situação de aprendizagem 1 GINÁSTICA NÃO É SÓ ACADEMIA? Inicia-se a Situação de Aprendizagem com uma simulação de atividades de ginástica realizadas em academias, oportunidade em que os alunos tomarão contato com a variedade de práticas realizadas nesse contexto. Posteriormente, propõe-se aos alunos uma discussão sobre a origem, a proliferação e a diversificação das academias em nossa sociedade, com vistas a compreenderem melhor esse fenômeno contemporâneo. Em seguida, os alunos pesquisarão dados sobre práticas preferidas e motivos pelos quais as pessoas praticam ginásticas em academias ou em outros espaços, bem como farão o mapeamento dos resultados dessa pesquisa. Por fim, sugerem-se questões para que os alunos possam compreender mais criticamente o fenômeno das academias. Na Atividade Avaliadora, solicita-se aos alunos que produzam um texto-síntese sobre o tema. Conteúdo e temas: história das academias: origem e diversificação; interesses e motivações na prática das ginásticas em academias ou em outros espaços. Competências e habilidades: reconhecer a participação nas ginásticas como possibilidades do Se-Movimentar; identificar interesses e motivações envolvidos na prática dos diversos tipos e formas de ginástica; identificar as tendências das ginásticas de academia nas suas relações com o contexto histórico e os interesses mercadológicos; reconhecer que há tipos e formas de ginástica que podem ser praticados fora das academias; selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos sobre ginástica, para construir argumentação consistente e coerente na análise de modismos e tendências da ginástica. Sugestão de recursos: papel; caneta; pincel atômico ou giz; cartolina ou lousa. Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Ginásticas de academia” (práticas contemporâneas, processo histórico, modismos e tendências) poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas Filosofia e Sociologia, na medida em que envolve conteúdos como “mercado do corpo” e “autonomia”, e com a disciplina Língua Portuguesa (produção de textos). Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada. 12 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 12 19/11/13 18:42 © Rick Becker-Leckrone/Corbis/Latinstock Educação Física – 2ª série – Volume 1 Caro professor, sugerimos iniciar a Situação de Aprendizagem com a seção “Para começo de conversa”, presente no Caderno do Aluno. Assim, será possível conhecer um pouco do que seu aluno sabe sobre o tema a ser trabalhado. Se perguntarmos a nossos pais ou avós, descobriremos que as academias de ginástica são um fenômeno recente. Foi a partir da década de 1980, com a ginástica aeróbica e o apoio da mídia, que as academias se disseminaram por todo o Brasil. Ao longo dos anos, esses estabelecimentos adotaram práticas cada vez menos lesivas, com menos impacto, atendendo aos princípios do treinamento físico. Por outro lado, investiram em modismos e reforçaram os padrões de beleza veiculados pela mídia. Em geral, quem frequenta uma academia busca resultados estéticos, o que pode ser saudável, desde que não se torne uma obsessão e, principalmente, não se utilizem substâncias proibidas para alcançar tais resultados. © Chuck Mason/Alamy/Glow Images b) Spinning. © Ben Welsh/Alamy/Glow Images c) Step. Atualmente, há uma grande variedade de práticas disponíveis nesses locais: natação, lutica localizada, aeroboxe, spinning, tas, ginás jump fit, musculação, ioga, alongamento, step, bodypump, bodycombat, enfim, qualquer coisa que se queira fazer. Mas o que nós queremos discutir com você é: Será que só é possível fazer exercício físico nas academias? Enquanto pensa, vamos ver se você conhece estas atividades. 1. Escreva o nome das atividades a seguir: a) Musculação. © Artiga Photo/Corbis/Latinstock © Ilkka Uusitalo/Alamy/Glow Images d) Bodypump. e) Aeroboxe. 13 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 13 19/11/13 18:42 2. Agora responda: Só é possível fazer exercício físico nas academias? É provável que os alunos saibam que as academias não são a única opção para a prática de atividades físicas. Esta sondagem inicial serve para introduzir a discussão acerca das práti- outras questões pertinentes. Peça à primeira metade do grupo que entreviste usuários de academias; à outra metade, peça que converse com praticantes em outros ambientes ou instituições que não as academias. cas em outros ambientes. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Etapa 1 – Simulando as academias Sugira aos alunos que reproduzam algumas situações características de atividade ginástica vivenciadas por eles em academias ou observadas em programas de televisão. Vários alunos, por certo, já frequentaram ou frequentam academias de ginástica. Se nenhum aluno tiver essa experiência, sugira alguns exemplos de atividades. A intenção, neste momento, é apresentar a eles um grande painel sobre atividades ginásticas realizadas em academias. Posteriormente a essa simulação, na mesma aula ou na seguinte, discuta com os alunos sobre os motivos que explicam a proliferação das academias, os interesses e as motivações que levam muitas pessoas a buscar ginásticas de academia, a tendência à padronização dos exercícios realizados nesses locais, o mercado do corpo, os padrões de beleza reinantes nas academias ou, ainda, outros temas pertinentes. Etapa 2 – Os praticantes de ginástica são... Proponha aos alunos que, divididos em grupos, façam entrevistas com pelo menos cinco frequentadores de academias de ginástica e com pessoas que realizam periodicamente caminhadas, corridas ou outro tipo de ginástica, desde que realizada fora das academias. Oriente-os a coletar dados sobre os entrevistados (sexo, idade etc.), o tipo de ginástica praticada, o motivo que os leva a praticá-la, há quanto tempo praticam-na, e Com os dados apresentados das entrevistas, faça um mapeamento desse material. Isso possibilitará a construção e a apresentação dos resultados em forma de tabelas ou gráficos que evidenciem os motivos que levam as pessoas de diferentes faixas etárias a buscar a ginástica, em academia ou fora dela, e também a preferência de práticas em relação ao gênero ou outra variável. Poderá também ser observada a relação entre os motivos que levam o usuário à prática de determinada atividade e a identificação dessa ginástica com as tendências de determinada estação do ano (o verão, por exemplo). É importante, nesse processo, a comparação entre os motivos apresentados pelos frequentadores de academias e os fornecidos por praticantes de ginástica fora das academias. Identificando os padrões de beleza Alguns de vocês talvez sejam frequentadores de academia, outros não. Vamos verificar as diferenças entre os que praticam exercícios físicos em academias e os que praticam exercícios fora delas – corredores de rua, praticantes de tai chi chuan no parque, participantes de grupos de caminhada etc. Se você é um sedentário, daqueles que deixam o contorno do corpo marcado no sofá, se no controle remoto o botão correspondente ao seu canal preferido já está meio apagado, se o videogame que você ganhou no Natal já parece sucata ou, ainda, se na maioria das suas fotos dos dois últimos anos você aparece ao lado de um computador, quem sabe você não se anime ao conhecer esses praticantes de atividades físicas? 14 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 14 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Reúna-se com alguns colegas e entrevistem pelo menos cinco praticantes de exercícios físicos; durante as entrevistas preencham as fichas reproduzidas a seguir. Lembrem-se: se vocês forem a uma academia, devem pedir autorização ao coordenador para realizar a pesquisa com os frequentadores; além disso, as entrevistas devem ser previamente agendadas. Nome Sexo Idade Atividade que pratica Lugar onde pratica Quando começou a praticar Motivo (vontade própria ou recomendação de outra pessoa) Objetivo Frequência Espera-se que os alunos percebam as diferenças e semelhanças entre os praticantes de exercícios de academias e os que fazem atividades físicas em outros espaços, que reflitam sobre as razões de algumas práticas serem preteridas em relação a outras. Espera-se ainda que infiram a influência do gênero, bem como da estética, sobre as escolhas dos praticantes. E, por fim, pretende-se que reflitam sobre suas próprias escolhas. Etapa 3 – Nossa opinião sobre os praticantes é... Depois da apresentação dos resultados da pesquisa, peça aos alunos que busquem extrair conclusões parciais da análise das tabelas geradas com os dados obtidos nas entrevistas. 1. Os praticantes de exercícios físicos de academia têm objetivos diferentes dos apontados pelos outros praticantes? 2. Entre as práticas mencionadas pelos entrevistados, quais são as mais procuradas? 3. Elas variam de acordo com a idade e o gênero do praticante? Professor, para esta etapa, instrua os alunos a responder às perguntas apresentadas na segunda parte da seção “Pesquisa em grupo”. 4. Com que práticas vocês se identificam? Após a dinâmica realizada em sala de aula, respondam: 5. Discutam o que vocês entendem pela expressão “mercado do corpo”. 15 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 15 19/11/13 18:42 Com esses dados, proponha uma dinâmica de discussão entre os alunos. Peça a eles que se organizem em grupos e, durante 15 minutos, discutam o tema com base nos dados das entrevistas, elaborando sínteses parciais. Em seguida, proponha a fusão de grupos (cada dois grupos formam um novo grupo), os quais, também por 15 minutos, compartilharão as conclusões iniciais, procurando perceber as diferenças de opiniões presentes na síntese parcial, elaborando, por fim, uma nova síntese a ser apresentada a todos os outros grupos. Essa forma de organização no trabalho em grupos otimiza o tempo e diminui a possibilidade de os grupos seguidamente repetirem as mesmas afirmações. Você poderá auxiliar os alunos nas apresentações, procurando aproximar respostas (conclusões parciais) e temas. Sugira algumas questões para nortear as discussões entre os alunos, como: Por que as pessoas procuram as academias? O que leva os proprietários de academias a diversificar espaços e propostas de práticas de atividades? Quais as diferenças e semelhanças entre a prática de ginástica em academias e fora delas? Quais os significados que cada grupo dá à prática de ginástica? O que você entende por “mercado do corpo”? Para a conclusão desta etapa, aprofunde os temas “mercado do corpo”, “atividade de academia e perda de autonomia”, “relação da proliferação de ofertas e público para academias com a diminuição de espaços públicos para ginástica”, além de outros que porventura surjam ao longo das etapas, como as chamadas “academias ao ar livre”, existentes em algumas localidades. ATIVIDADE AVALIADORA Peça aos alunos que, individualmente e com base nas discussões e atividades realizadas ao longo das aulas, produzam um texto-síntese que contemple as seguintes questões: ff Quais são os interesses e as motivações que me levam à procura pela prática de alguma forma de ginástica? ff Com que práticas ginásticas eu me identifico? ff Qual a contribuição das academias para que eu construa minha autonomia na prática da ginástica? ff Posso praticar ginástica fora das academias? Como? ff Qual a importância da prática da ginástica para as pessoas em geral? informações apresentadas no trabalho em grupo, se identificam os interesses e motivações envolvidos nas ginásticas de academia, se explicitam as possibilidades da ginástica para suas experiências de Se-Movimentar. Após a leitura dos textos, faça as complementações e esclarecimentos que julgar relevantes. Agora, professor, sugira aos alunos que, para a próxima aula, preparem a atividade descrita na seção “Lição de casa”. Escreva um texto-síntese relatando as conclusões da turma com base nos dados coletados nas entrevistas. As conclusões dos alunos dependem dos dados coletados. Mas a expectativa é que cheguem a conclusões próximas das apontadas na pesquisa ou que identifiquem Verifique se, na argumentação, os alunos utilizam de modo consistente e coerente as questões que possam contribuir para a melhoria do próprio senso crítico. 16 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 16 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Desafio! Programas de exercícios podem ser realizados com ou sem aparelhos. As máquinas utilizadas na musculação são criações relativamente recentes e, antes delas, o peso do próprio corpo e implementos improvisados eram utilizados como recursos. Claro que o ambiente das academias é um atrativo, mas a impossibilidade de frequentá-las não significa que não se possa praticar exercícios. •A 2• •B © Peter Schatz/Alamy/Glow Images 1• © Grant Pritchard/Alamy/ Glow Images © Picture Partners/Alamy/Glow Images © Fernando Favoretto Vamos ver alguns exemplos. Relacione as práticas que cumprem o mesmo objetivo dentro e fora da academia, ligando as figuras em que se executam os mesmos movimentos: 17 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 17 19/11/13 18:42 1. Complete a tabela com as atividades praticadas na academia e as práticas que podem ser realizadas em outros locais. Academia Parques, ruas de lazer, clubes etc. O aluno deve apontar atividades praticadas nas academias e possibilidades de realizá-las em outros espaços. 2. Agora responda: a) Você pratica alguma das atividades registradas na tabela anterior? Qual? Por quê? b) Você gostaria de praticar outra atividade? Qual? Por quê? c) É possível executá-la fora da academia? Onde e como? Observadas as questões a, b e c conjuntamente, espera-se que, a partir da identificação com uma das atividades, os alunos vislumbrem a possibilidade de praticá-la em outro ambiente, adaptando-a, se necessário, bem como atribuindo sentido às suas argumentações. Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentam dificuldades. Por exemplo: ff roteiro de estudos com perguntas nortea doras elaboradas por você, para posterior apresentação em registro escrito; ff pesquisa em sites ou em outras fontes para posterior apresentação; ff reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem (por exemplo, dramatizar a argumentação contida em um texto escrito, ou apresentá-la com imagens extraídas de diversas mídias). 18 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 18 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros FRAGA, Alex B. Exercício da informação: governo dos corpos no mercado da vida ativa. São Paulo: Autores Associados, 2006. Denuncia como o discurso do “estilo de vida saudável e ativa” por meio das atividades físicas – sustentado em saberes biomédicos – esconde estratégias de controle sobre a educação corporal, a saúde e a autonomia dos indivíduos. NOVAES, Jefferson; SILVEIRA NETO, Eduardo. Ginástica de academia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1996. Apresenta dados históricos sobre o surgimento das academias no Brasil, além de abordar os princípios teóricos e diretrizes para a prática da ginástica de academia. SABA, Fábio. Aderência à prática do exercício físico em academias. São Paulo: Manole, 2001. Analisa como a aderência – entendida como conjunto de determinantes pessoais e ambientais – pode proporcionar a continuidade da participação das pessoas em programas de exercício físico, minimizando a desistência. Relata estudo de campo com dados sobre as academias no Brasil. Artigo SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Tipos, caracte- rísticas e finalidades: ginástica geral, ginástica de academia e exercícios físicos. Orientações pedagógicas: Educação Física – Ensino Médio. Disponível em: <http:// crv.educacao.mg.gov.br/SISTEMA_CRV/ documentos/op/em/educacaofisica/2010-08/ op-em-ef-20.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2013. Apresenta informações sobre as tendências recentes das ginásticas de academia e aponta como elas influenciam os interesses e as motivações dos jovens. Sugere alternativas para práticas de atividades físicas/exercícios, comparando-as com as ginásticas de academia em termos de características, vantagens e desvantagens. Filme Garotas formosas (Phat girlz). Direção: Nnegest Likké. EUA, 2006. 98 min. 16 anos. A personagem principal é uma estilista obesa e muito simpática que, em um mundo de aparências e medidas minúsculas, encontra dificuldades de aceitação e se mete em situações muito divertidas. Ela ganha uma viagem com as despesas pagas para um maravilhoso resort e lá conhece o homem dos seus sonhos, que delicadamente lhe apresenta aspectos sociais, econômicos e culturais relacionados aos padrões de beleza femininos. 19 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 19 19/11/13 18:42 Tema 2 – MÍdias e ginástica As mídias (jornais, revistas, televisão, cinema, outdoors, internet etc.) são as principais responsáveis pela difusão de modelos de beleza em nossa sociedade. Em jornais, revistas, televisão ou cinema, o “ideal” de beleza feminino é associado à juventude, pele e olhos claros, magreza, corpo cheio de “curvas” etc., assim como em relação à beleza masculina, esse conceito é associado a homens jovens, brancos, magros e musculosos. Algumas teorias da comunicação sugerem que as mídias possuem a capacidade de nos convencer e persuadir e que a propaganda, por exemplo, cria necessidades de consumo, e por isso compramos coisas de que, se pensarmos bem, não precisaríamos. Outras teorias propõem que as mídias não intervêm assim tão diretamente, mas influenciam o modo como construímos a imagem da realidade social e como escolhemos os assuntos que julgamos ser importantes para nossa vida, modelando, portanto, nossos modos de pensar, sentir e agir. De qualquer modo, há consenso de que as mídias exercem influência decisiva no âmbito da Cultura de Movimento ao propor entendimentos do que são e para que servem o esporte, a ginástica, a dança etc. E fazem isso não de modo “neutro” ou balizadas apenas por critérios técnico-científicos, mas de modo interessado, para vender, além de si mesmas, produtos e serviços. Por isso, as mídias não só divulgam o esporte, a ginástica etc., mas são agentes que participam decisivamente no processo de transformação dessas práticas (mudança de regras nos esportes, por exemplo) e na constituição de novas formas de consumo (vestuário esportivo, equipamentos como esteiras rolantes e aparelhos de eletroestimulação muscular etc.). Por sua vez, a ginástica, em seus vários tipos e formas, é associada à busca desse ideal. Basta prestar atenção em revistas voltadas ao público adolescente e jovem (em especial ao feminino), à venda em qualquer banca de jornal, e constatar o que apenas sugerem ou mesmo o que prometem explicitamente: emagrecimento (em conjugação com dietas, cosméticos e cirurgias), acompanhado de definição e hipertrofia muscular. Nota-se ainda a tendência de indicar a ginástica aeróbica, a caminhada e a corrida com o objetivo de perder calorias (e, portanto, emagrecer), e a ginástica localizada e a musculação para definição e hipertrofia muscular. Para as mulheres, enfatizam-se os exercícios para glúteos e coxas, e para os homens, braços e peitoral. Percebe-se ainda que as matérias que sugerem programas de exercícios ou as propagandas de equipamentos domésticos (para realizar exercícios abdominais, por exemplo) prometem efeitos rápidos com pouco esforço. Raramente é apresentada alguma fundamentação técnico-científica coerente e adequada para validar tais promessas. Poucas vezes, em matérias publicadas em revistas ou em jornais, em programas televisivos ou em propagandas, a ginástica é associada ao desenvolvimento – possível para todos – de uma boa condição física geral, ou associada a bem-estar, relaxamento, sociabilização etc. A escola precisa apostar no desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos diante das mídias – e “criticá-las”, a partir da análise dos critérios que presidem um dado fenômeno. Isso porque os consumidores das mídias (todos nós, na condição de leitores, telespectadores etc.) não são necessariamente passivos 20 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 20 19/11/13 18:42 © Stockbyte/Thinkstock/Getty Images © Rick Gomez/Corbis/Latinstock Educação Física – 2ª série – Volume 1 Figuras 4 e 5 – Mulheres são estimuladas a realizar mais exercícios para nádegas e membros inferiores, e homens, para braços e peitorais. 21 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 21 19/11/13 18:42 diante delas. Somos capazes de desvendar os mecanismos de seus discursos (construídos com palavras, sons e imagens), isto é, interpretá-los criticamente. Para isso, é preciso que a escola se posicione como mediadora entre os alunos e as mídias, fornecendo aos jovens instrumentos para efetuar tal interpretação crítica e, dessa maneira, compreender-se melhor como leitores, telespectadores etc. A Educação Física como disciplina escolar precisa apresentar aos alunos atividades que permitam evidenciar os interesses e as estratégias das mídias no âmbito da Cultura de Movimento (em especial no campo do esporte e da ginástica). Isso contribuirá para a formação de cidadãos críticos diante dessas agências sociais tão importantes no mundo contemporâneo. Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Mídias e ginástica” poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas Filosofia e Sociologia, na medida em que envolve conteúdos como “mercado do corpo” e “gênero”, com Língua Portuguesa e Literatura, na produção de textos, e com Arte, na produção de uma capa de revista ou de uma dramatização. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa fará que os alunos compreendam os conteúdos de forma mais global e integrada. Situação de aprendizagem 2 PROMESSAS MIL... Parte-se da análise de matérias ou propagandas que tenham a ginástica por tema, extraídas de revistas, jornais, internet ou televisão. A seguir, propõe-se o mapeamento dos dados, buscando evidenciar os padrões de características das pessoas envolvidas nas matérias, os tipos de exercícios e efeitos prometidos etc. Na Atividade Avaliadora, sugere-se a produção, por parte dos alunos, de uma capa de revista ou de uma propaganda que evidencie outros significados e sentidos para a prática da ginástica. Esta Situação de Aprendizagem poderá ser desenvolvida em conjunto com o tema “Ginásticas de academia”. Conteúdo e temas: significados e sentidos da ginástica no discurso das mídias; mídias e padrões de beleza corporal. Competências e habilidades: perceber a associação promovida pelas mídias entre ginástica e padrões de beleza; relacionar os significados e os sentidos propostos pelas mídias às próprias experiências do Se-Movimentar na ginástica; analisar criticamente produtos e mensagens da mídia que tratem da ginástica. Sugestão de recursos: computador com acesso à internet; papel; caneta; cola; pincéis atômicos de várias cores; câmara filmadora (opcional). 22 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 22 19/11/13 18:42 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 © iStockPhoto/Thinkstock/Getty Images Professor, a fim de iniciar esta Situação de Aprendizagem e fomentar as discussões, você pode utilizar a seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, a qual lhe permitirá identificar os conhecimentos prévios da turma acerca do tema. que anunciam seus produtos. Desse mercado participam a indústria de alimentos dietéticos, a de equipamentos esportivos, a de cosméticos, as academias, as clínicas de cirurgia plástica etc. Esse é o chamado “mercado do corpo”, que não teria um apelo tão grande sem a ajuda da mídia. Você já deve ter notado que em revistas, na internet e na televisão sempre aparecem homens e mulheres “perfeitos” e que, de maneira implícita ou declarada, há uma censura àqueles que estão fora do padrão de beleza. Com base nas informações anteriores, responda: 1.O que os diferentes meios de comunicação propõem ou prometem em relação à ginástica? Propõem/prometem que ao adotar os procedimentos veiculados pelos meios de comunicação, o consumidor obtém, © Fernando Favoretto em curto intervalo de tempo, os resultados prometidos. 2. A ginástica pode ter outros objetivos além dos veiculados pela mídia? Sim. Principalmente os de bem-estar e saúde. 3.Você acredita nas promessas feitas pelo mercado do corpo e pela mídia? Por quê? Espera-se que o aluno reflita sobre as suas crenças em relação às promessas de resultados oferecidas pela mídia. Etapa 1 – Análise de matérias ou de propagandas Figuras 6 e 7. A busca pelo corpo magro, por parte de algumas meninas, e pelo corpo hipertrofiado, por parte de alguns meninos, movimenta um grande mercado que promete tornar o corpo de seus consumidores igual ao dos modelos Solicite previamente aos alunos que pesquisem, em revistas, jornais, sites, televisão etc., matérias ou propagandas que tratem do assunto ginástica. Em grupos, os alunos deverão enumerar os tipos e as formas de ginástica que são objetos dessas matérias ou propagandas. Deverão também indicar os exercícios propostos e os respectivos objetivos e efeitos (emagrecimento, hipertrofia muscular, resistência aeróbia etc.). Deverão ainda apontar se esses exercícios são propostos especificamen- 23 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 23 19/11/13 18:43 te para homens ou mulheres (ou ambos os sexos), bem como informar o tempo proposto para alcançar os objetivos pretendidos, as capacidades físicas envolvidas nos exercícios propostos e as características físicas das pessoas que aparecem nas imagens das matérias ou propagandas. Professor, para a realização desta etapa, você pode recorrer à primeira parte da “Pesquisa em grupo”, descrita no Caderno do Aluno. 1. Pesquisem em jornais, revistas, sites ou na TV matérias ou propagandas sobre ginástica e identifiquem, no material coletado, as respostas para as questões apresentadas na tabela a seguir. Feito isso, completem a coluna da direita. Matérias/propagandas sobre ginástica a) Quais são os objetivos propostos e os efeitos prometidos nas práticas oferecidas? b) Os exercícios são destinados a homens, mulheres ou ambos? c) Quais são as características físicas das pessoas que aparecem nas imagens? d) Qual é o tempo proposto para que as pessoas alcancem o resultado pretendido? Etapa 2 – Mapeamento e discussão Em conjunto com os alunos, realize o mapeamento dos dados, buscando evidenciar as seguintes questões: Quais são os tipos e as formas de ginástica, os objetivos e os efeitos propostos mais frequentes, para quais sexos e os menos frequentes ou ausentes (por exemplo, relaxamento, interação social etc.)? Quais as capacidades físicas mais envolvidas e as menos envolvidas ou ausentes? Qual o tempo proposto para alcançar os objetivos e os efeitos prometidos? Quais as características físicas mais frequentes das pessoas que aparecem nas imagens? Qual é a relação dessas características com os padrões de beleza predominantes em nossa sociedade? Você pode acrescentar outros tópicos considerados pertinentes. Procure destacar a importância das imagens como fator de convencimento do leitor ou telespectador. Professor, para mapear os dados solicitados e sugeridos, você pode recomendar aos alunos a realização das atividades 2 e 3 da seção “Pesquisa em grupo”. 2. Agora discuta com seus colegas: a)Quais são os efeitos que as matérias e propagandas sobre ginástica prometem com maior frequência para os homens? b) E para as mulheres? c) Os personagens que aparecem nas matérias e propagandas possuem características físicas que refletem o padrão de beleza da nossa sociedade? Exemplifique a sua resposta. d) As imagens têm influência na formação 24 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 24 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 de opinião do leitor ou do espectador? Exemplifique a sua resposta. Na tabela, a coluna da esquerda funciona como um roteiro. As respostas vão depender do material coletado, mas, em geral, as matérias e propagandas apresentam promessas de hipertrofia para os homens e de emagrecimento para as mulheres, utilizando-se de modelos que refletem o padrão de beleza. A última questão proposta no item d oferece ao aluno a oportunidade de refletir sobre a influência das imagens na formação de opinião. 3. Descreva no quadro seguinte a capacidade física predominante na prática de cada entrevistado. Observe que aquilo que determina essa predominância é o objetivo do praticante. Por exemplo, se uma pessoa pretende aumentar a massa muscular, ela praticará musculação. Essa pessoa poderá fazer alguns alongamentos antes ou depois das sessões, mas a capacidade privilegiada no treinamento será a força, e não a flexibilidade. Nome Atividade Capacidade Pedro Musculação Força Há um exemplo a ser usado como orientação para a pesquisa, no qual se verifica que, embora a resposta dependa das atividades realizadas pelos entrevistados, espera-se que os alunos consigam identificar as capacidades físicas envolvidas em cada uma dessas atividades. Os alunos podem utilizar como referência as capacidades físicas aprendidas nos anos anteriores ou mencionadas na “Lição de casa” sugerida no Tema 3 do Caderno do Aluno. Observações ATIVIDADE AVALIADORA Considere as seguintes questões: ff O que as diferentes mídias (televisão, revistas, jornais, internet etc.) propõem ou prometem em relação à ginástica? ff Por que as pessoas acreditam nessas promessas? Eu acredito nessas promessas? ff A ginástica pode ter outros valores e objetivos além dos predominantemente apregoados pelas mídias? Solicite aos alunos que, em grupos, elaborem uma capa de revista, uma propaganda ou uma curta matéria jornalística em que se 25 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 25 19/11/13 18:43 denunciem as fragilidades e os problemas das promessas das mídias e se apresente a ginástica como detentora de outros sentidos e valores (bem-estar, interação social, promoção da saúde para todas as pessoas). Uma propaganda televisiva também poderá ser apresentada na forma de dramatização, a ser exibida “ao vivo” ou em formato audiovisual gravado com câmeras digitais de aparelhos celulares ou de vídeo, se possível. Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo: ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você para posterior apresentação em registro escrito; ff pesquisa em sites ou em outras fontes para posterior apresentação; ff reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem (por exemplo, produzir um texto com base nas questões que orientam a Atividade Avaliadora proposta). RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livro BETTI, Mauro (org.). Educação física e mídia: novos olhares, outras práticas. São Paulo: Hucitec, 2003. Ao longo de quatro capítulos com autorias diversas, são apresentados fundamentos teóricos sobre as relações entre Educação Física, Cultura de Movimento e mídias na contemporaneidade, abordando a mídia esportiva, a televisão, a indústria cultural, o mundo virtual dos jogos eletrônicos e da internet, bem como estudos de campo no âmbito escolar. Artigos BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mídias e Educação Física: novas relações no mundo contemporâneo. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v. 10, n. 79, p. 1-9, 2004. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/ efd79/corpo.htm>. Acesso em: 24 jul. 2013. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Influências da mídia na prática da ginástica. Orientações pedagógicas: Educação Física – Ensino Médio. Disponível em: <http://crv.educacao. mg.gov.br/SISTEMA_CRV/documentos/ op/em/educacaofisica/2010-08/op-em-ef-28. pdf>. Acesso em: 24 jul. 2013. Texto de caráter didático, com reflexões referentes à influência das mídias sobre a prática de atividades físicas e esportivas, com destaque para a ginástica. 26 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 26 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Tema 3 – corpo, saúde e beleza: capacidades físicas O sedentarismo surgiu, principalmente, pelo aumento da industrialização e da automação, advindas do avanço tecnológico. Essa situação rebaixa a condição física das pessoas em relação ao padrão recomendável para que se tenha um nível de saúde considerado aceitável. Sabe-se que a atividade física regular eleva o nível das capacidades físicas que estão diretamente relacionadas ao bom funcionamento do organismo humano, gerando melhorias em diversas esferas da vida cotidiana das pessoas. Por capacidades físicas (entre elas a força, a velocidade, a flexibilidade, a resistência e a agilidade) entende-se as condições intrínsecas, modificadas pelo ambiente, que permitem a realização dos diversos tipos de movimento. O entendimento das diferentes manifestações das capacidades físicas e suas contribuições para a melhoria funcional do organismo deve ser tratado no âmbito escolar, para demonstrar a necessidade da realização de atividades físicas regulares não só durante as aulas de Educação Física, mas por toda a vida. As capacidades físicas podem ser assim definidas: Resistência: é a capacidade que “permite realizar movimentos durante um determinado período de tempo sem perda da qualidade de execução, isto é, prolongando o tempo de execução até o surgimento de sintomas ou sinais de fadiga” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005. p. 53). Em relação ao metabolismo energético, divide-se em aeróbia e anaeróbia. Força: é a capacidade “de exercer tensão muscular contra resistência, que ocorre por meio de ações musculares” (BARBANTI, 2003. p. 273-274). A força pode ser classificada em relação ao tipo de trabalho muscular, em dinâmica ou estática; em relação às formas de exigência do movimento envolvido, que pode ser considerada máxima, rápida ou de resistência. Flexibilidade: é a capacidade que permite “a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais articulações” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005. p. 184), sem causar lesão. Para Saba (2003. p. 104), “flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos amplos, utilizando com facilidade a mobilidade articular”. Velocidade: é a capacidade de mover o corpo, ou parte dele, com rapidez ou no menor tempo possível. Na Educação Física, usualmente é associada à velocidade máxima, que é “o limite superior de velocidade que um indivíduo consegue desenvolver na realização de uma tarefa motora” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005. p. 129). Pode ser classificada em diferentes tipos: velocidade de reação, acíclica e cíclica. Agilidade: é a capacidade de “executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direções” (BARBANTI, 2003. p. 15). 27 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 27 19/11/13 18:43 Situação de aprendizagem 3 COMO IDENTIFICO E AVALIO MINHAS CAPACIDADES FÍSICAS Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno em “Mídias e ginástica”. Propõe-se a retomada das principais capacidades físicas vivenciadas ao longo do período de escolarização anterior (resistência, força, flexibilidade, velocidade e agilidade), por meio de atividades que solicitem essas capacidades, para ampliar a compreensão conceitual sobre elas. Em seguida, propõe-se a avaliação das capacidades físicas por parte dos próprios alunos. Por fim, na Atividade Avaliadora, solicita-se aos alunos que realizem análises de modalidades de ginásticas de academia, a fim de identificar as capacidades físicas envolvidas. Conteúdo e temas: capacidades físicas – resistência, força, flexibilidade, velocidade e agilidade; indicadores de avaliação das capacidades físicas. Competências e habilidades: discriminar conceitualmente as capacidades físicas; avaliar a própria condição com relação às capacidades físicas; identificar as capacidades físicas envolvidas em algumas ginásticas de academia; usar o conhecimento obtido, aplicando-o na criação de exercícios ginásticos adequados para o desenvolvimento das capacidades físicas pretendidas. Sugestão de recursos: fita métrica ou trena; papel; caneta ou lápis. Caro professor, os conceitos de capacidades físicas também constam na primeira parte da “Lição de casa”, do Caderno do Aluno, e podem ser usados neste momento para retomada dos conceitos. Avaliando as capacidades físicas Você pôde constatar que não é preciso estar matriculado em uma academia para fazer exercícios. Contudo, é desejável que seja ampliada sua compreensão a respeito das capacidades físicas vivenciadas ao longo das séries anteriores: velocidade, agilidade, flexibilidade, força e resistência. E, quanto mais você conhecer sobre esse assunto, mais autonomia terá para fazer os seus exercícios. Vamos recordar as definições: ff Agilidade: capacidade de executar movimentos rápidos com mudança de direção. Por exemplo, exigem agilidade as fintas nos esportes coletivos e em alguns movimentos da dança. ff Flexibilidade: capacidade de realizar movimentos com amplitude adequada, como nos alongamentos. ff Força: capacidade de vencer uma resistência por meio das ações musculares, como nos saltos. ff Resistência: capacidade de permanecer o maior tempo possível numa atividade, sem fadiga. Correr grandes distâncias, por exemplo, exige resistência. ff Velocidade: capacidade de executar movimentos no menor tempo possível. Exemplo: em uma corrida de curta distância em alta velocidade. Durante as aulas, você já aprendeu e trabalhou as capacidades físicas em forma de circuito, alongamentos, corridas etc. 28 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 28 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 desenvolvimento da Situação de aprendizagem 3 Etapa 1 – identificação das capacidades físicas Organize um circuito de exercícios cujas estações solicitem as cinco capacidades físicas. A participação dos alunos nesse circuito dar-se-á de duas formas: na primeira, eles executarão os exercícios durante um período de tempo; na segunda, no mesmo período de tempo, tentarão ampliar o número de repetições para cada exercício. Após a realização do circuito, questione os alunos sobre as capacidades físicas solicitadas em cada estação e sobre como perceberam as características de cada uma com base nas próprias sensações e percepções. Professor, nesta etapa, você pode lançar mão dos exemplos de circuitos descritos na segunda parte da “Lição de casa”, apresentadas no Caderno do Aluno. Exemplo de um circuito de força para membros inferiores e glúteos: POSTERIORES COXA GLÚTEOS ADu uTORES ABDu uTORES Qu uADRÍCEPS ADRÍCEPS PANTu uRRILHA GLÚTEOS Exemplo de um circuito de resistência: CORRIDAS CuRTAS COM MuDANçA DE DIREçãO çã çãO CORRIDA ESTACIONÁRIA PuLAR CORDA POLISSAPATO POLICHINELO SALTITOS COM VARIAçÕES Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Corpo, saúde e beleza: capacidades físicas” poderá ser desenvolvido de modo integrado com outras disciplinas, na medida em que envolve conteúdos comuns: Biologia (organismo humano, saúde) e Física (movimento, força, velocidade, energia mecânica). Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa fará que os alunos compreendam os conteúdos de forma mais global e integrada. Etapa 2 – Formas de avaliação das capacidades físicas Depois de retomar os conceitos das capacidades físicas, proponha aos alunos a realização de testes para que avaliem o nível de desenvolvimento de suas capacidades. Não é necessário que todos os alunos realizem todos os testes em aula, nem que você aplique os testes em todos os alunos, mas que eles compreendam os princípios que regem a utilização desses recursos. Sugerem-se as seguintes 29 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 29 19/11/13 18:43 estratégias: a) explicação sobre o modo de execução dos testes para todos os alunos; b) organização dos alunos em grupos; c) orientação para que cada grupo se responsabilize pela aplicação dos testes em seus componentes, o que pode ser feito em aula ou fora dela. Em seguida, após todos os alunos terem realizado os testes, você deve auxiliar na interpretação dos resultados. É importante frisar que não se está preocupado com a comparação de desempenho entre os alunos, mas, sim, com a percepção de suas próprias características, dificuldades e limitações, de modo que reflitam sobre quanto devem se empenhar para aumentar ou manter o nível de desenvolvimento de suas capacidades. Os alunos poderão elaborar uma ficha em que constem os resultados iniciais e existam espaços para anotar resultados de testes posteriores. Periodicamente, serão realizadas novas avaliações, visando mostrar aos alunos que as medidas das capacidades físicas sofrem alterações em razão do crescimento, da atividade física regular, da especialização em alguma atividade física etc. Sugestões de testes para avaliação das capacidades físicas Professor, você certamente conhece vários testes de avaliação de força, resistência, agilidade e flexibilidade. Escolha os que melhor se adaptarem às suas necessidades de desenvolvimento do tema. A seguir, serão apresentadas algumas sugestões de testes. AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE Teste de sentar e alcançar modificado Registra-se a distância máxima alcançada durante a flexão do tronco sobre o quadril, na posição sentada, mantendo-se os joelhos estendidos e os pés afastados 30 centímetros entre si, posicionados sobre marcas de referência para o apoio dos calcanhares. Os dedos devem apontar para cima. Posiciona-se uma escala métrica (fita métrica ou trena) feita com material que não deforme, a qual deve ser fixada no solo de modo que o ponto zero fique voltado para o tronco do avaliado e a outra extremidade seja estendida na direção dos pés, passando pelo centro da distância que os separa, e fixada ao solo. O ponto da escala que coincide com a linha imaginária que liga as marcas de apoio dos calcanhares deve registrar 63,5 centímetros. Colocando uma mão sobre a outra, o avaliado deve deslizar vagarosamente as mãos sobre a escala, em direção aos pés, o mais distante possível, permanecendo nessa posição por cerca de dois segundos. Retorne para a posição inicial e realize mais três tentativas, registrando o melhor dos resultados obtidos nas duas últimas. Adaptado de OSNESS et al. apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 192. Figura 8 – Esquema para aplicação do teste de sentar e alcançar modificado. 30 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 30 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 aVaLiaçãO da FOrça dOS braçOS Teste de flexão e extensão dos cotovelos (apoio frontal) alunos: posicionados em decúbito ventral, com os pés e as mãos apoiados no solo, estando estas afastadas conforme a distância dos ombros. Deve-se estender e flexionar os membros superiores até que o tórax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco e membros inferiores. Registra-se o maior número de ciclos completos (extensão e flexão). © Conexão Editorial alunas: posicionadas em decúbito ventral, com as mãos afastadas conforme a distância dos ombros e os joelhos apoiados no solo, estando as pernas e pés elevados, mantendo um ângulo de 90° entre coxas e pernas. Deve-se estender e flexionar os membros superiores, até que o tórax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco. Registra-se o maior número de ciclos completos (extensão e flexão). © Conexão Editorial Figura 9 – Execução do teste de flexão e extensão dos cotovelos por mulheres. Figura 10 – Execução do teste de flexão e extensão dos cotovelos por homens. 31 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 31 19/11/13 18:43 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARDIOVASCULAR Teste de Tanaka Teste proposto para avaliar crianças e adolescentes, deve ser realizado em um local com distância conhecida (pista de atletismo, quadra etc.). Ao longo do local escolhido para o teste, devem ser colocadas marcações (a cada 50 metros ou distâncias menores), a partir da linha de largada, para servir de referência. Após um comando de partida, o(s) aluno(s) deve(m) percorrer a máxima distância possível durante 5 minutos. Essa distância será registrada com o auxílio de uma trena, contando-se o número de voltas completas mais a distância adicional. Os corredores devem ser orientados a manter um ritmo de corrida que permita realizar o teste de forma contínua (sem parar), pois quanto maior a distância percorrida, melhor será o resultado do teste. Fonte: TANAKA, apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 75-76. AVALIAÇÃO DA AGILIDADE Shuttle run – Corrida de vaivém Com o auxílio de uma trena, deve-se demarcar duas linhas (largada e chegada) distantes 5 metros uma da outra, no local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local). Após um comando de partida (apito), o(s) aluno(s), posicionado(s) atrás da linha de largada, com os pés em afastamento anteroposterior, deve(m) correr na máxima velocidade possível em direção à linha de chegada, ultrapassando-a com os dois pés. Em seguida, sem parar, retorna(m) o mais rápido possível para a linha de chegada, também passando ambos os pés por esta, completando um ciclo de corrida de vaivém. Registra-se o tempo necessário para a realização de 5 ciclos de corrida (teste completo) com precisão de décimos de segundo, sendo o resultado final expresso em décimos de segundo, ou seja, para um tempo de 23,5 segundos o resultado será de 235,0. Quanto menor for o tempo registrado, melhor será o resultado do teste. Antes de iniciar ambos os testes, os alunos devem fazer aquecimento e alongamento prévios, para evitar possíveis lesões associadas aos níveis máximos de contrações realizadas durante a execução de suas respectivas corridas. Fonte: ADAM et al. apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 143-144. AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE Corrida de 50 metros – Parado No local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local), devem ser demarcadas duas linhas (linhas de saída e de chegada) delimitando uma distância correspondente a 50 metros, que será marcada com o auxílio de uma trena. Após um comando de partida (apito), o(s) aluno(s), posicionado(s) atrás da linha de largada, deve(m) correr na máxima velocidade possível até ultrapassar a linha de chegada, cronometrando-se o tempo utilizado para percorrer os 50 metros com precisão de décimos de segundo. Quanto menor o tempo registrado, melhor será o resultado do teste. Fonte: JOHNSON; NELSON apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 142. 32 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 32 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Professor, ao final da seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno há um breve texto que trata da realização de testes aqui mencionados, bem como fichas para apontamento dos resultados observados. Além disso, apresenta-se uma pergunta para que o aluno reflita sobre o próprio desempenho no teste. Esse material está reproduzido a seguir. A prática das capacidades físicas melhora o condicionamento físico e a saúde. Mas, para saber se estamos progredindo, antes de mais nada, é preciso investigar em que situa- Teste realizado Capacidade avaliada Data do 1o teste ção está a capacidade que será trabalhada. Ou seja, é necessário que você identifique em que nível está em relação a essa capacidade, por meio de um teste que, depois de um tempo de prática, deve ser repetido para verificar se houve evolução. Mas lembre: a finalidade do teste não é fazer uma comparação entre os alunos. Ele compara você com você mesmo: avalia se melhorou em relação à capacidade mobilizada, e não se você é melhor que seu colega. 1. Após a realização de cada teste, registre os resultados nesta ficha: Resultado do 1o teste Data do 2o teste Resultado do 2o teste a) b) c) d) e) 2. Nos testes realizados, a capacidade avaliada melhorou ou não? Teste Capacidade Resultados Melhorou Não melhorou a) b) c) d) e) 33 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 33 19/11/13 18:43 3.A que você atribui o resultado do seu desempenho? Após analisar o primeiro e o segundo testes, o aluno deverá observar se houve progresso. Neste ponto, você pode alertar que só quem cumpriu as séries de exercícios verificará alguma melhora de um teste para outro. É possível também discutir ocasionais desvios; por exemplo, um aluno diz ter cumprido o programa, mas não registrou progresso nenhum. Etapa 3 – Uma visita interessante Convide um professor que trabalhe em uma academia nas proximidades da escola (ou peça sugestões aos alunos) e sugira uma “aula” cujo tema vá ao encontro das necessidades e dos interesses dos alunos em virtude das experiências vivenciadas nas etapas e nas Situações de Aprendizagem propostas anteriormente. Depois, estabeleça um debate entre o visitante e os alunos, com destaque para o tema das capacidades físicas utilizadas na aula desenvolvida; se possível, agende uma visita à academia. ATIVIDADE AVALIADORA Aproveitando as entrevistas realizadas com praticantes de ginástica e frequentadores de academias (Etapa 2 do tema “Ginásticas de academia”), peça aos alunos que analisem, nos termos das capacidades físicas desenvolvidas em aula, as práticas relatadas pelos entrevistados. Quando possível, solicite aos alunos que façam visitas a uma ou mais academias do bairro para observar as modalidades de ginásticas oferecidas (por exemplo, cada grupo de cinco a sete alunos analisa um tipo ou uma forma de ginástica), destacando as capacidades físicas envolvidas. Outra opção é valer-se da sessão de ginástica ministrada pelo professor convidado na Etapa 3. Tomando por base a apresentação das análises das práticas de ginásticas por parte dos grupos, avalie se os alunos conseguiram identificar e discriminar as capacidades físicas envolvidas. Professor, as atividades descritas nas seções “Desafio!” e “Você aprendeu?”, do Caderno do Aluno, também podem ser usadas como recursos de avaliação. © Grant Pritchard/Alamy/Glow Images © Peter Schatz/Alamy/Glow Images Desafio! Quais são as capacidades físicas utilizadas nestas práticas de academia? 1. Força. 2. Resistência. 34 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 34 19/11/13 18:43 © Fernando Favoretto © Fernando Favoretto Educação Física – 2ª série – Volume 1 3. Flexibilidade. Vamos ver se você já consegue identificar as capacidades. 1. uma pessoa frequenta a academia com o objetivo de ganhar massa magra e resistência. Na ficha de treinamento, verifica-se que ela faz 15 minutos de alongamento, 30 minutos de esteira e, por último, musculação. As capacidades envolvidas no treinamento são, respectivamente: a) b) c) d) agilidade, força e resistência. fforça, flexibilidade e resistência. flexibilidade, resistência e força. velocidade, força e flexibilidade. Professor, neste momento você pode indicar como leitura complementar o texto apresentado na seção “Aprendendo a aprender”, presente no Caderno do Aluno. Sua leitura levará o aluno a refletir sobre os próprios hábitos alimentares. Faça lanches mais saudáveis Você sabe o que o hambúrguer, a batata frita, a pizza e o cachorro-quente têm em comum? Acertou se falou “muita energia (combustível), gordura e sal (sódio)”. Isso significa que, se você comer esses alimentos várias vezes por mês sem, por outro lado, balancear a alimentação nos demais dias, poderá ter alguns problemas, como aumento de peso e desenvolvimento de doenças do coração, diabetes e pressão alta. Tudo isso por causa da grande quantidade de gorduras, açúcar e sal que existe nesses alimentos. © Conexão Editorial E o refrigerante, o que tem em comum com o sorvete e o milk-shake? Muita energia e açúcar. 35 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 35 19/11/13 18:43 Se você deixar de comer frutas, legumes, verduras e grãos para consumir esses alimentos calóricos e pouco nutritivos, sua alimentação ficará carente de cálcio (que fortalece os ossos), fibras (que fazem o intestino funcionar melhor), vitamina A (importante para a visão e para aumentar as defesas do organismo contra doenças) e vitamina C (que protege contra infecções). Então quer dizer que nunca devemos comer esses alimentos? Não é bem assim. Sempre que for possível, devemos fazer escolhas mais nutritivas. Mas, de vez em quando, eles também podem fazer parte de nossa alimentação. Mas atenção: “de vez em quando” significa uma ou, no máximo, duas vezes por mês. Dicas para deixar seus lanches mais saudáveis: © iStockPhoto/ Thinkstock/Getty ff opte por lanches simples, isto é, sem ingredientes como bacon, ovos, requeijão cremoso e batata palha; ff peça que a maionese e outros molhos sejam servidos à parte (fora do lanche), para que você possa dosar melhor a quantidade deles; ff molhos como vinagrete, ketchup e mostarda são preferíveis à maionese e outros molhos mais cremosos; ff escolha queijo branco, requeijão ou queijos menos amarelos como recheio de seu lanche (lembre-se de que, quanto mais amarelo for o queijo, mais gordura ele terá); ff prefira o pão integral ao pão francês, ao pão para cachorro-quente e ao pão sírio; ff incremente seus lanches com alface, tomate, cenoura ralada e milho; ff se comer salgadinhos, prefira os assados, como a esfirra, o pão de batata, o pão de queijo e os enroladinhos de presunto e queijo. As empadas e os croissants, apesar de assados, são menos indicados porque têm mais gorduras e energia, assim como os salgadinhos fritos (coxinhas, bolinhas de queijo, pastéis, croquetes, quibes, rissoles etc.); ff evite comer batatas fritas; se comer, peça porções pequenas; ff troque o refrigerante e os refrescos artificiais por sucos naturais, água ou água de coco. Outra dica importantíssima: para evitar risco de intoxicação alimentar, os lanches ou alimentos prontos devem ser consumidos na hora. Isso vale também se pedir para viagem. No restaurante, recuse os alimentos que estejam frios ou que pareçam ter sido preparados há muito tempo. Quanta energia (caloria), em média, você acha que tem um hambúrguer? a) 450. b) 560. c) 590. Professor, para encerrar o tema, sugira aos alunos que leiam os quadros “Curiosidade”, “Você deve saber” e “Para refletir”, disponíveis no Caderno do Aluno. 36 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 36 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Curiosidade Você sabia que uma refeição composta por 1 sanduíche com queijo e hambúrguer + 1 porção pequena de batata frita + 1 lata de refrigerante + 1 copo de milk-shake fornece mais da metade da energia que um adolescente necessita por dia? É como se em apenas uma refeição você ingerisse o equivalente à energia contida em três refeições (café da manhã, lanche da manhã e almoço). Você deve saber A maioria dos lanches rápidos tem grande quantidade de gordura, sal e energia. Seu consumo frequente pode causar ganho de peso, pressão alta, diabetes e doenças do coração. Para refletir Quantas vezes por mês você come alimentos como hambúrguer, cachorro-quente, pizza e batata frita? Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo: ff roteiro de estudos com perguntas nortea doras elaboradas por você para posterior apresentação em registro escrito; ff pesquisa em sites ou em outras fontes para posterior apresentação; ff apreciação e registro, por parte do aluno, de seus próprios movimentos e dos movimentos dos colegas; ff atividades que sintetizem determinado conteúdo, em que as várias atividades serão refeitas numa única aula e discutidas posteriormente (por exemplo, circuito que contemple as várias capacidades físicas tratadas neste volume). RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e esporte. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003. Na forma de verbetes, apresenta definições e conceitos básicos sobre as capacidades físicas. ELLIOTT, Bruce; MESTER, Joachim. Treinamento no esporte: aplicando ciência no esporte. São Paulo: Phorte Editora, 2000. Expõe princípios conceituais e metodologia para o treinamento de força, flexibilidade, velocidade e resistência aeróbica e anaeróbica, com especial aplicação em modalidades esportivas. 37 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 37 19/11/13 18:43 GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Aborda as diversas capacidades físicas e caracteriza sua relação com a condição de saúde e seu desenvolvimento ao longo da vida, destacando aspectos relacionados à infância, à adolescência e ao envelhecimento. Contém propostas de avaliação para indivíduos em diferentes idades, bem como referências a parâmetros gerais e específicos que devem ser levados em consideração ao elaborar programas de condicionamento físico destinados ao desenvolvimento das várias capacidades físicas. KRAEMER, William J.; FLECK, Steven J. Treinamento de força para jovens atletas. São Paulo: Manole, 2001. Trata dos princípios que devem reger o treinamento de força para crianças e jovens, com exemplos de exercícios, bem como de programas aplicados a várias modalidades esportivas. SÃO PAULO (Estado). Oficinas curriculares de atividades esportivas e motoras. São Paulo: CENP/ SEE-SP, 2007. Exemplifica diversos exercícios (em forma de circuito) para o desenvolvimento das diversas capacidades físicas. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo sobre o corpo humano, explicitando os fenômenos de adaptação dos diferentes sistemas orgânicos ao treinamento. 38 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 38 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Tema 4 – Esporte – Modalidade individual: Tênis Embora nos últimos anos o tênis tenha sido apresentado de forma mais explícita pelas mídias, podemos considerá-lo uma modalidade esportiva desconhecida dos alunos, principalmente se considerarmos a compreensão do jogo, a proximidade com os implementos e espaços necessários, a importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo, sua inserção e aderência no cotidiano das aulas de Educação Física. Esses fatores são importantes para a apreciação do espetáculo esportivo referente a essa modalidade. A expressão “modalidade individual”, ainda não conhecida dos alunos, deve ser entendida como modalidade não inserida ou não vivenciada nas aulas de Educação Física quando comparadas, por exemplo, com modalidades esportivas mais tradicionais. O rebatimento, um dos gestos executados no tênis, já foi experimentado pelos alunos em outras situações do cotidiano, como o jogo de peteca. Tal gesto nada mais é do que rebater um implemento para que atinja determinada área, com certa altura, combinando algumas técnicas e táticas com uma das mãos. Podemos ainda tomar como exemplo o voleibol, que também é constituído pelo movimento de rebater, embora em algumas situações seja permitido rebater e impulsionar a bola com as duas mãos. Os elementos novos trazidos pelo tênis são a raquete e o número reduzido de participantes. As Situações de Aprendizagem aqui sugeridas permitirão aos alunos a associação e a compreensão de outras modalidades individuais que apresentam algumas semelhanças, tais como: tênis de mesa, badminton, squash, frescobol e tamboréu. Algumas ações já vivenciadas pelos alunos em outros contextos, como saídas rápidas, paradas bruscas e mudanças de direção, darão suporte para a aprendizagem das ações necessárias no tênis. Nem todos os princípios operacionais definidos por Bayer (1994), e encontrados em muitas modalidades esportivas, estão presentes no tênis. Nesta modalidade não se caracterizam a conservação de bola, a progressão em direção ao alvo e ao adversário e a finalização em um alvo (situação de ataque), assim como a recuperação da posse de bola, a contenção da bola e a proteção ao alvo, embora, neste último caso, a defesa do alvo seja metade da quadra que o jogador defende (situação de defesa). Boa parte dos movimentos do tênis lembra algumas situações já vistas no voleibol, tais como recepção, defesa, ocupação de um espaço e ataque com o objetivo de evitar a devolução de bola. O tênis ainda apresenta outro implemento para realizar esses movimentos – a raquete. Nas Situações de Aprendizagem, esse instrumento será adaptado, usando-se materiais de fácil acesso pelos alunos. Quando nos reportamos às modalidades esportivas, é comum lembrarmos da forma mecanizada e tradicional pela qual muitas vezes elas foram tratadas em Situações de Aprendizagem fragmentadas e nem sempre objetivadas em uma ação eficaz, pautando-se em movimentos que não garantem o sucesso no jogo. Garganta (1995) apresenta as unidades funcionais como um método a ser utilizado no jogo, como forma de introduzir os alunos em sua dinâmica. As unidades destacadas são: eu-bola, eu-bola-alvo e eu-bola-alvo-adversário, 39 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 39 19/11/13 18:43 e cabem tanto no tênis quanto nas demais modalidades esportivas que utilizam bola. Dessa forma, busca-se, nas Situações de Aprendizagem, uma aproximação com essas unidades. O tênis, como modalidade esportiva individual, requer em princípio um espaço físico (campo/quadra dividido por uma rede) para confronto dos adversários e objetos específicos (bola e raquete). Tais espaços e objetos não são acessados por uma parcela significativa da população, já que a maioria dos espaços disponíveis é privada e os acessórios são de alto custo. Agrava essa situação a ausência de políticas que incentivem o acesso a parques e clubes públicos para a prática de esportes. Jovens adolescentes jogando tênis Dentre as modalidades esportivas individuais que utilizam raquetes, o tênis é a mais praticada em todo o mundo, com praticantes nos cinco continentes, seguida pelo badminton, segundo dados da Federação Internacional de Tênis. Muitas modalidades esportivas, a exemplo do futebol, percorreram e percorrem processos de transição entre diferentes camadas socioeconômicas; a inserção do tênis nas aulas de Educação Física poderá contribuir para esse processo. O domínio de determinado gesto e a compreensão de determinadas técnicas e táticas podem ser apreendidos à medida que são apresentadas diferentes situações dessa modalidade esportiva. Propiciar aos alunos do Ensino Médio o conhecimento de várias modalidades esportivas justifica-se pelo fato de essa ser uma etapa na qual os alunos fazem suas escolhas individuais. Além disso, eles também poderão apreciar, identificar, analisar, compreender e criticar o espetáculo esportivo. Situação de Aprendizagem 4 O que sabemos a respeito do Tênis? Objetiva-se a verificação do que os alunos já conhecem sobre o tênis, certamente por meio de informações advindas principalmente da mídia. Recomenda-se que você, professor, investigue os alunos em relação à possibilidade de apresentar comentários a respeito da compreensão do jogo, embora possam surgir menções de no- mes de atletas brasileiros que se destacam nesse esporte, o que já é significativo (conhecimento prévio). A possibilidade de apresentação de aspectos históricos da modalidade também é importante na elaboração de diferentes situações de jogo, com noções de regras e construção de materiais adaptados. Conteúdo e temas: o tênis como modalidade esportiva individual – semelhanças e diferenças em relação a outras modalidades; aspectos históricos do tênis; importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo e na apreciação do espetáculo esportivo. Competências e habilidades: identificar alguns princípios técnicos e táticos na prática do tênis; reconhecer a presença das técnicas e táticas utilizadas no tênis em outras modalidades esportivas e possibilidades do Se-Movimentar. Sugestão de recursos: bolas de borracha pequenas; cordas; folhas de jornal; fita adesiva; arame; meias de náilon. 40 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 40 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 4 na (não necessariamente de tênis; por exemplo, uma bola de borracha). Distribua as bolas entre os alunos, para que manuseiem e explorem o material e o objeto. Sugira aos alunos que troquem entre si o material usado para rebater a bola. Etapa 1 – Tênis? Por que tênis? Proponha uma roda de conversa para iniciar um debate sobre o tênis. Pergunte aos alunos como imaginam a criação do tênis; pode-se solicitar que criem e encenem, em grupos, uma história para o surgimento do tênis a partir apenas da imaginação. Solicite que, para a próxima aula, tragam algum material (chinelo, panela, placa, taco etc.) que seja capaz de rebater uma bola pequena. Etapa 2 – Experimentando e relacionando as ações e os movimentos do tênis Nesta etapa, os alunos devem estar de posse de algum material capaz de rebater uma bola peque- A seguir, afixe uma corda entre traves de futebol, nas paredes de um pátio ou em outro espaço possível de ser adaptado; caso não disponha de uma corda com comprimento da quadra, sugere-se amarrar mais de uma. Peça aos alunos que se organizem em duplas, posicionadas ao longo da corda, formando miniquadras de medidas estabelecidas, consensualmente, entre você e eles. Proponha um jogo que tenha por objetivo o rebatimento da bola em direção ao colega do outro lado da corda, trocando o maior número de passes sem errar (rally). A origem do tênis a partir do jeu de paume Há muitas teorias para o surgimento do tênis, mas há um consenso de que a França estabeleceu as bases reais do jogo com o surgimento do jeu de paume (jogo de palma), no final do século XII e início do XIII. No tênis primitivo, as raquetes não eram empregadas. Os jogadores usavam as mãos nuas e depois optaram por usar luvas. No século XIV, já havia jogadores que usavam um utensílio de madeira em forma de pá, conhecido como battoir, e que mais tarde recebeu um cabo e também cordas trançadas. Era o nascimento da raquete, uma invenção italiana. Com o tempo, o tênis deixou de ser jogado com a bola contra o muro, passando a ser praticado em um retângulo dividido ao meio por uma corda. Surgiu, assim, o longue-paume, que permitia a participação de até seis jogadores de cada lado. Mais tarde apareceu o court-paume, jogo similar, disputado em recinto fechado, mas de técnica mais complexa e que exigia uma superfície menor para sua prática. Muitos reis da França tinham no jeu de paume sua principal diversão, a ponto de o rei Luís XI decretar que “a bola de tênis teria uma fabricação específica: com um couro especialmente escolhido, contendo chumaço de lã comprimida, proibindo o enchimento com areia, giz, cal, cinza, terra ou qualquer espécie de musgo”. Para se ter uma ideia do crescimento do esporte na França, o rei Luís XII (1498 a 1515) pediu a um francês de nome Guy Forbert para codificar as primeiras regras e regulamentos e fez construir em Orléans, cidade onde tinha o seu palácio, nada menos que 40 quadras. Em plena Guerra dos Cem Anos, o rei Carlos V condenou o jeu de paume, declarando que “todo jogo que não contribua para o ofício das armas será eliminado”. A necessidade de tal proibição indica que o novo esporte alcançou uma grande popularidade na França. Fonte: Texto extraído do site da Confederação Brasileira de Tênis: <http://cbtenis.com.br/site.aspx/historia-tenis/>. Acesso em: 14 nov. 2013. 41 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 41 19/11/13 18:43 Algumas variações poderão ser utilizadas, como a possibilidade de jogar sem implemento, rebatendo a bola com as próprias mãos, como nos antigos “jogos de palma” ((jeu de paume), ou trocando os materiais entre os próprios alunos. Outra possibilidade seria os alunos jogarem contra si mesmos, ou seja, bater a bola contra uma parede e rebatê-la depois de um quique. Estimule os alunos a perceber as técnicas e táticas necessárias para alcançar os objetivos desses minijogos, nos quais estão contempladas as situações do jogo, como: saída rápida, parada brusca, mudança de direção e tomada de decisão, além das unidades funcionais: eu-bola, eu-bola-alvo e eu-bola-alvo-adversário. etapa 3 – Construindo uma raquete de tênis Para o desenvolvimento desta etapa (construção e adaptação da raquete) é necessário providenciar antecipadamente alguns materiais: folhas duplas de jornal (mais de cinco) e fita adesiva. Outra possibilidade para se construir uma raquete adaptada é usar arame para a estrutura de sustentação e o cabo, e meia-calça de náilon para substituir a área de contato da bola. Você pode também solicitar aos alunos que tenham raquetes que as tragam nos dias das aulas, se for o caso. etapa 4 – por dentro do jogo utilizando novamente uma corda estendida de uma extremidade a outra da quadra ou outro espaço adaptado, proponha que os alunos realizem minijogos, individuais ou em duplas. Dependendo do tamanho da quadra, duas partidas podem ocorrer ao mesmo tempo. As regras para definir a pontuação devem ser elaboradas previamente. Por exemplo: A bola poderá quicar quantas vezes no campo do adversário? Os pontos serão corridos, como no voleibol, ou será usado o sistema de vantagem? Caso os alunos apresentem dificuldade, exemplifique com algumas regras utilizadas no tênis. © Conexão Editorial Para a construção da raquete, os alunos deverão adotar os seguintes passos: f confeccionar vários canudos com as folhas de jornal; f agrupar os canudos a fim de moldar uma raquete. Para tanto, será preciso mais de um aluno, pois é necessário colar e aplicar a fita adesiva em torno dos canudos. Figura 11 – Material para confeccionar raquetes de tênis alternativas. 42 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 42 19/11/13 18:43 © Conexão Editorial Educação Física – 2ª série – Volume 1 Figura 12 – raquetes confeccionadas com canudos de folha de jornal e fita adesiva. SITuAçãO DE APrENDIzAGEM 5 APrECIANDO uMA PArTIDA DE TêNIS Alguns alunos podem não ter assistido a nenhuma partida de tênis, nem ao vivo nem pela televisão. Apreciar uma partida sem entender sua dinâmica pode ser um pouco difícil; porém, a Situação de Aprendizagem anterior mobilizou os alunos a prestar atenção em uma partida oficial de tênis e a iniciar sua compreensão acerca dessa mobilidade. Conteúdo e temas: o tênis como espetáculo esportivo; técnicas e táticas do tênis. Competências e habilidades: apreciar e analisar uma sequência de golpes em uma partida de tênis; compreender e analisar as técnicas e táticas utilizadas no tênis. sugestão de recursos: aparelho reprodutor de vídeos ou DVDs; televisão (ou monitor); bolas de borracha; bolas de tênis; cartões; cartolinas; tesouras; canetas. 43 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 43 19/11/13 18:43 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 5 Selecione um trecho ou sequência de lances de uma partida de tênis gravada em vídeo ou DVD e apresente aos alunos. Solicite que prestem atenção à movimentação dos jogadores, aos tipos de saque, às “subidas” à rede, à utilização das mãos, à força e à velocidade imprimida aplicada aos golpes etc. Retorne à quadra e estimule os alunos a realizar algumas ações vistas e analisadas no vídeo. Utilize as raquetes construídas na Situação de Aprendizagem anterior, procurando a aproximação com a situação completa de jogo. Utilize, neste momento, bolas de tênis. © Bob Thomas/Stone/Getty Images Etapa 1 – Bola para lá, bola para cá! Após essa apreciação, apresente alguns nomes característicos dos golpes e associe-os às técnicas e táticas aplicadas pelos jogadores no vídeo. Figura 13 – Backhand. 44 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 44 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Alguns nomes e técnicas Saque: movimento que inicia a partida. O jogador lança a bola acima da cabeça e a golpeia para que chegue ao outro lado da quadra. É considerado o primeiro ataque ao adversário. olpes de fundo de quadra (direita/forehand e esquerda/backhand): facilitam o contato raquete-bola na G frente do corpo, permitindo mais tempo para posicionar o corpo antes de golpear a bola e também golpear/devolver a bola na diagonal. Sequência de movimentos: 1. preparação; 2. passos de ajuste; 3. terminação. Smash: permite golpear a bola de cima para baixo, dificultando a devolução pelo outro jogador. Voleio: rebatidas realizadas antes que a bola toque o solo. Todos os golpes do tênis apresentam três fases: 1. aceleração da raquete; 2. contato raquete-bola; 3. desaceleração. Caro professor, para introduzir este tema, sugerem-se a seção “Para começo de conversa” e o quadro “Curiosidade”, do Caderno do Aluno. O tênis, ou melhor, tênis de campo, sempre foi considerado um esporte que só podia ser praticado por alguns, em razão do alto custo dos equipamentos (raquetes, bolinhas, uniformes), da quadra especial, dos poucos profissionais para ensinar e treinar os interessados e dos poucos eventos nacionais. Hoje a realidade em relação à pratica do tênis está mudando. Há mais quadras e profissionais, o custo do equipamento diminuiu – em virtude da maior oferta com a abertura do mercado para as importações – os eventos da modalidade passaram a ser divulgados pelas redes de televisão, assim como as informações sobre o desempenho dos jogadores brasileiros nos grandes torneios internacionais, até mes- mo com etapas no Brasil. Surgiram novos ídolos desse esporte, como Guga (Gustavo Kuerten) e Fernando Meligeni. Entretanto, o nome brasileiro de maior repercussão mundial na modalidade foi o de Maria Esther Bueno. Ao longo de sua carreira, que durou de 1950 a 1974, ela foi sete vezes campeã em Wimbledon e sete vezes campeã no torneio de Forest Hills, além de ter obtido mais de 571 títulos, o que a torna uma das tenistas mais premiadas do tênis mundial. Mas quando e como surgiu o tênis? Você já ouviu a expressão francesa jeu de paume? Sabe o que significa? Veja as alternativas a seguir e assinale a que representa o significado dessa expressão. ( ) Jogo de rebater. ( ) Jogo de punho. ( X ) Jogo de palmas. 45 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 45 19/11/13 18:43 Curiosidade O jogo de tênis surgiu na França, no final do século XII e início do século XIII. No começo, não se utilizavam raquetes, mas, sim, as mãos nuas ou com luvas de couro, jogando-se a bolinha contra uma parede. No século XIV, alguns jogadores passaram a empregar um utensílio de madeira similar a uma raquete, chamado battoir. O jogo deixou de ser praticado contra uma parede e passou para uma área dividida por uma corda. As primeiras raquetes surgiram da adaptação de um cabo e de cordas trançadas ao battoir. Modelo das primeiras raquetes. 1. Assinale em quais dos jogos a seguir indicados se utiliza algum tipo de raquete para rebater uma bolinha: ( ) rúgbi. ( X ) badminton. ( X ) squash. ( ) beisebol. ( X ) tênis de mesa. ( ) golfe. ( ) taco. ( X ) frescobol. 2. O gesto característico do jogo de tênis é o de rebater, que também caracteriza outras práticas esportivas, como o voleibol, o beisebol, o squash, o tênis de mesa etc. Você conhece os golpes mais utilizados no tênis? Assinale verdadeiro ou falso: a) Saque é o movimento que inicia a partida. ( ) Falso ( X ) Verdadeiro b) Drive é o golpe mais frequente. Significa gol- © Private Collection/The Bridgeman Art Library/ Keystone © Private Collection/The Bridgeman Art Library/ Keystone © Private Collection/The Stapleton Collection/ The Bridgeman Art Library/Keystone O jogo foi praticado em espaços abertos e também fechados. Era bastante apreciado no país em que se originou, sendo a principal diversão de muitos reis locais. Diferentes quadras de jeu de paume. pear a bola depois que ela quicar no chão. ( X ) Verdadeiro ( ) Falso c) Backhand é o golpe com a palma da mão voltada para a frente. ( ) Verdadeiro ( X ) Falso d) Forehand é o golpe com a parte posterior da mão (dorso) voltada para a frente. ( ) Verdadeiro ( X ) Falso e) Smash é o golpe no qual a bolinha é rebatida de cima para baixo quando estiver acima da cabeça do jogador. ( ) Falso ( X ) Verdadeiro f) Voleio é o golpe executado antes que a bola toque no chão, com efeito de rotação da bola para trás. ( ) Falso ( X ) Verdadeiro 46 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 46 19/11/13 18:43 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Situação de Aprendizagem 6 Tênis em duplas Inicialmente, os alunos analisarão como suas características e aspectos pessoais influenciam a realização dos principais movimentos do tênis. A seguir, verificarão como os aspectos interpessoais influenciam a vivência desta modalidade esportiva em duplas. Conteúdo e temas: o corpo na contemporaneidade e o gênero; diferença, preconceito e expectativas de desempenho em relação ao gênero. Competências e habilidades: respeitar as diferenças de gênero nas experiências do Se-Movimentar no esporte; identificar as expectativas de desempenho relacionadas ao gênero no esporte; identificar formas de preconceito e evitar qualquer tipo de discriminação na prática do esporte; relacionar informações e conhecimentos sobre esporte e diferenças de gênero nas experiências do Se-Movimentar, para construir argumentação consistente e coerente na fundamentação do seu ponto de vista. Sugestão de recursos: papel sulfite; canetas; raquetes e bolinhas de tênis; rede de voleibol, futsal ou tênis (opcional). Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 6 Etapa 1 – Homem com homem, mulher com mulher De acordo com o material disponível, faça subdivisões na quadra (com redes de tênis, vôlei ou futsal, barbante ou riscos com giz no chão) e/ou faça um rodízio das raquetes e bolinhas entre os alunos. Pode-se também utilizar raquetes adaptadas nesse momento, por exemplo, as confeccionadas anteriormente com jornal. Comente com os alunos que o surgimento do tênis na Era Moderna, a partir de jogos de rebater, pode ser considerado elitista, pois sua prática era restrita à burguesia emergente após a Revolução Francesa. Solicite que os alunos, em duplas organizadas pelo mesmo gênero, respondam a uma “chamada temática”, identificando os principais movimentos realizados em uma partida de tênis e/ou outras características da modalidade, como vestimentas, competições e atletas mais famosos. Etapa 2 – Diálogo entre os gêneros Organize as duplas pelo espaço da quadra e proponha uma vivência (somente jogarão entre si as duplas do mesmo gênero), enfatizando os movimentos citados pelos alunos (por exemplo: saque, voleio etc.). Solicite que os alunos formem outras duplas, agora com adolescentes de gêneros diferentes em cada uma. Proponha que as duplas sejam formadas de acordo com características pessoais que sejam visivelmente Feitas a chamada e a vivência, discuta com os alunos se, de acordo com o que mencionaram e vivenciaram, homens e mulheres realizam esses movimentos da mesma forma. Peça que identifiquem quais são as semelhanças e as diferenças e registrem-nas em uma folha de papel. 47 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 47 19/11/13 18:43 discrepantes, como a estatura e o peso corporal, por exemplo: uma menina mais alta com um menino mais baixo etc. Se considerar necessário, agrupe-os de modo que as diferenças nos aspectos pessoais se façam notar em cada dupla. Peça que realizem entre si os mesmos movimentos da vivência anterior e que registrem se houve alguma mudança no que haviam percebido anteriormente, como possíveis variações de força ou de velocidade ou em seu posicionamento para realizar cada movimento. Explique que o tênis, praticado no ambiente descontraído dos clubes sociais (country clubs), servia para aproximar os jovens burgueses com o objetivo de formar casais dentro da mesma classe social. Discuta com eles as implicações da informalidade daquele contexto e as exigências vislumbradas no esporte voltado à busca do rendimento máximo, com interesses de premiação e de patrocínio, e a veiculação de atletas dessa modalidade em anúncios publicitários na mídia. Etapa 3 – Jogo entre os gêneros Organize jogos rápidos entre as duplas, no formato de um breve torneio em que a dupla que marcar o primeiro ponto permaneça em quadra. Peça aos alunos para que tentem aproveitar suas características pessoais da melhor forma que conseguirem durante os jogos, registrando as estratégias que elaborarem. Depois, solicite que os alunos leiam seus registros e analisem os resultados que obtiveram no torneio de jogos rápidos. Discuta com eles a coerência dos argumentos usados para justificar as estratégias das duplas, tanto as bem-sucedidas quanto as malsucedidas. Professor, antes da Atividade Avaliadora, oriente os alunos para que leiam o conteúdo do quadro “Curiosidade”, do Caderno do Aluno. Assim, eles ampliarão seus conhecimentos acerca do tênis e da prática dessa modalidade por atletas com deficiência. Curiosidade Ao longo dos anos de escolarização, é comum vivenciar situações em que se organizam equipes mistas, prevalecendo os aspectos da cooperação, da experimentação e da inclusão. As práticas esportivas em que homens e mulheres competem juntos e aquelas em que pessoas com deficiência participam de Jogos Paralímpicos mostrando os avanços sociais conquistados nas últimas décadas. O tênis de campo, classificado como modalidade esportiva individual, é também jogado em duplas, que podem ser masculinas, femininas ou mistas. No início, essas práticas eram informais, realizadas nos chamados country clubs, visando a aproximar os jovens burgueses para favorecer a formação de casais da mesma classe social. Hoje a prática competitiva inclui na programação dos campeonatos as disputas em duplas, que envolvem a busca de alto rendimento, premiações e patrocínios. 48 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 48 19/11/13 18:43 © Mike Powell/Allsport Concepts/Getty Images Educação Física – 2ª série – Volume 1 © Conexão Editorial Jogo de tênis: duplas mistas. Nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 foram disputadas 20 modalidades esportivas: atletismo; basquete em cadeira de rodas; bocha; ciclismo; esgrima em cadeira de rodas; futebol de 5; futebol de 7; goalball; hipismo; judô; halterofilismo; natação; remo; rúgbi em cadeira de rodas; tênis em cadeira de rodas; tênis de mesa; tiro; tiro com arco; vela e vôlei. © CPB/Pedro rezende O Brasil foi o 14o colocado nessa Paralimpíada, com 14 medalhas de ouro, 12 de prata e 7 de bronze. Equipe brasileira de tênis de mesa. 49 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 49 19/11/13 18:44 Atividade avaliadora Solicite aos alunos (em grupos) uma pesquisa referente a um dos seguintes temas: desenvolvimento do tênis no Brasil e no Estado de São Paulo; principais tenistas brasileiros; principais torneios de tênis realizados no Brasil e no exterior; nomes dos golpes associados às diferentes técnicas e táticas; tipos de piso de quadras para praticar o tênis. Depois de entregues os trabalhos, troque-os entre os grupos de alunos e solicite que formulem perguntas e respostas com base no conteú do abordado em cada pesquisa. Em seguida, peça que preparem cartões de cores e tamanhos padronizados, onde serão registradas as informações necessárias para realizar um jogo de perguntas e respostas em equipes. Os alunos deverão selecionar as perguntas e respostas mais coerentes e transcrevê-las nos cartões. Cada cartão deverá ter três perguntas e as correspondentes respostas. Avalie o envolvimento dos alunos na formulação das perguntas e atente-se para as respostas e os erros mais frequentes. As discussões e os registros apresentados pelos alunos a respeito do gênero também podem ser utilizados como instrumento para avaliação. Para isso, considere a coerência dos argumentos apresentados por eles como critério na sua análise avaliativa. Solicite aos alunos que, em duplas ou grupos (compostos, preferencialmente, por meninos e meninas), aprofundem os comentários que fizeram anteriormente. Questione-os sobre as finalidades atribuídas ao tênis em diferentes contextos (aproximação de pessoas em clubes sociais ou busca por rendimento máximo) e sobre a relevância desta modalidade esportiva disputada em duplas mistas (por que ela não está presente nos Jogos Olímpicos?). Questione-os sobre a existência de exercícios físicos ou gímnicos exclusivos para homens ou para mulheres. Que argumentos podem ser utilizados para justificar ou negar essa separação? Professor, para desenvolver esta Atividade Avaliadora, você pode recorrer à seção “Pesquisa em grupo”, descrita no Caderno do Aluno. O tênis brasileiro Você conhece algum jogo de tabuleiro com perguntas e respostas sobre temas variados? Que tal preparar uma atividade parecida com esse tipo de jogo, mas a respeito do tênis de campo? Em grupo, faça uma pesquisa sobre o tênis, abordando: desenvolvimento da modalidade no Brasil e no Estado de São Paulo; os principais tenistas brasileiros; os principais torneios de tênis realizados no Brasil e no mundo; nomes dos golpes associados às diferentes técnicas e táticas; os tipos de piso de quadras para praticar o tênis. Escolha também fatos interessantes que possam servir de base para a elaboração das perguntas do jogo. Você pode usar uma cor para cada tema: cada cor corresponderá a perguntas sobre um tema, as quais poderão ser aumentadas ou diminuídas segundo o interesse e o envolvimento dos seus colegas: 1. história do tênis no Brasil e no Estado de São Paulo (azul); 2. tenistas brasileiros (cor-de-rosa); 3. torneios (verde); 4. golpes (amarelo); 5. curiosidades (branco). Conforme a distribuição dos temas e a quantidade de grupos, definem-se quantas perguntas serão elaboradas. 50 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 50 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Cada grupo deverá providenciar cartelas em cuja frente serão indicados o tema e a pergunta. O verso de cada cartela conterá a respectiva resposta. Veja um exemplo: Frente Tenistas brasileiros Foi a maior tenista da história do tênis brasileiro Verso Resposta Maria Esther Bueno Elaborada a pesquisa e preparadas as fichas com as perguntas, pode-se começar a jogar. Divide-se a classe em dois ou mais grupos. Cada grupo deverá responder a determinado número de perguntas referentes ao tema de uma cor previamente sorteada. Cada resposta certa vale três pontos. Cada resposta errada vale apenas um ponto. O professor organizará este jogo ou outro jogo semelhante com toda a turma. Mas, lembre que você poderá contribuir com sugestões durante a aula e também poderá jogar com seus colegas em outros momentos. O grupo poderá definir novas regras, como passar a pergunta para a frente valendo X pontos etc. Bom jogo! 1. Além do tênis de campo, integram as chamadas modalidades de raquete, entre outras: ( X ) squash. ( ) beisebol. ( X ) badminton. ( ) rúgbi. ( X ) tênis de mesa. ( ) frescobol. 2. O tênis em cadeira de rodas faz parte do programa: ( ) dos Jogos Olímpicos. ( ) do Torneio de Wimbledon. ( X ) dos Jogos Paralímpicos. ( ) do Torneio de Roland-Garros. 3. O jogo que provavelmente deu origem ao tênis foi praticado inicialmente na França e era conhecido como: ( ) jeu de plume. ( ) jeu de battoir. ( X ) jeu de paume.( ) jeu de butterfly. 4. São golpes do tênis: ( X ) saque. ( X ) forehand. ( X ) backhand.( X ) voleio. ( ) cortada. ( ) arremesso. ( ) passe. ( X ) smash. 5. São tenistas brasileiros: ( ) Roger Federer. ( X ) Fernando Meligeni. ( ) Rafael Nadal. ( X ) Teliana Pereira. ( X ) Maria Esther Bueno. ( X ) Gustavo Kuerten. ( ) Serena Williams. ( X ) Flavio Saretta. 51 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 51 19/11/13 18:44 © Adrian Green/Photographer’s Choice/Getty Images Figura 14 – Finalização do forehand. 52 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 52 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Proposta de Situações de Recuperação Durante o percurso pelas Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades; podem ser de- senvolvidas individualmente ou em pequenos grupos. Por exemplo: ff organizar roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes ao tênis e sua posterior apresentação em registro escrito; ff selecionar modalidades esportivas individuais que utilizem o implemento raquete, apresentando suas semelhanças e diferenças. Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Livros Site BAYER, Claude. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o processo de ensino dos esportes coletivos, apresentando os princípios operacionais comuns às modalidades esportivas. Confederação Brasileira de Tênis. Disponível em: <http://cbtenis.com.br/>. Acesso em: 24 jul. 2013. Apresenta informações gerais sobre o tênis no Brasil e no mundo: histórico, regras, principais eventos, ranking dos atletas. GARGANTA, Julio. Para uma teoria dos jogos desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, José; GRAÇA, Amândio (eds.). O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto, 1995. Propõe uma discussão sobre o processo de ensino-aprendizagem das modalidades esportivas coletivas, estabelecendo unidades funcionais do jogo. Filmes PAES, Roberto R. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do Ensino Fundamental. Canoas: Ulbra, 2001. O autor discute a finalidade da Educação Física e sua dinâmica no Ensino Fundamental, enfatizando o esporte como conteúdo pedagógico. Campeões 2. Televisión de Catalunya, Espanha, 1990. Veiculado pela TV Escola. Brasília: MEC, Secretaria de Educação a Distância, 1990. 1 fita de vídeo (106 min, 52 s): son., color. BBE. Programa TV Escola. Série que apresenta as bases técnicas, provas e regras de várias modalidades esportivas. Para tênis, consulte o programa no 6 (13 min). Wimbledon: o jogo do amor (Wimbledon). Direção: Richard Loncraine. Inglaterra, 2004. 98 min. Comédia romântica em que um tenista em uma baixa posição no ranking mundial recebe um convite para disputar o tradicional Torneio de Wimbledon, sua última chance de vencer um torneio. 53 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 53 19/11/13 18:44 Tema 5 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – EFEITOS FISIOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS DO TREINAMENTO FÍSICO Nas últimas décadas, o conceito de saúde tem sido ampliado para “promoção da saúde” (Organização Mundial da Saúde, 1986, apud BRASIL, 2002), que enfatiza a importância do envolvimento comunitário nas questões da saúde individual e coletiva. Nessa atual definição, há duas grandes perspectivas de atuação: de um lado, atividades individualizadas que enfocam os estilos de vida e se concentram em componentes educativos relacionados aos riscos comportamentais modificáveis. Por outro lado, atividades voltadas ao coletivo por meio de políticas públicas e de ambientes favoráveis ao desenvolvimento da saúde. A disseminação de conhecimentos sobre saúde possibilita que a comunidade se responsabilize sobre sua saúde, explicitando seus problemas, reivindicando e sugerindo soluções. A segunda perspectiva, vinculada ao conceito de saúde coletiva, já foi abordada no volume 2 da 1a série e será retomada no volume 2 da 2a série. Considerando-se a primeira perspectiva, convém levantar os estudos sobre os efeitos da prática de atividade física e exercício físico para a sensibilização do aluno quanto à sua importância. Em sua maioria, os estudos indicam benefícios dos exercícios às estruturas e às funções corporais, mas mostram também efeitos negativos quando mal administrados. Segundo Weineck (2005), para melhor entendimento dos efeitos da atividade física e do exercício físico sobre o organismo humano, é fundamental o conhecimento dos processos de adaptação (entendida como uma reorganização orgânica e funcional do organismo), que estão sujeitos a fatores endógenos e exógenos. São fatores endógenos (internos): a idade, o sexo e a condição de treinamento. A infância e adolescência são os períodos de grande capacidade de adaptação, a qual, apesar de diminuir com o avanço da idade, se mantém até o fim da vida. Com relação ao sexo, a capacidade de adaptação se dá de forma diferenciada; por exemplo, a treinabilidade da musculatura na mulher é menor, devido à menor quantidade de testosterona no organismo feminino. Quanto à condição de treinamento, geralmente os processos de adaptação ocorrem mais rapidamente quanto menor for o nível de desempenho pessoal. São fatores exógenos (externos): a qualidade e a quantidade da sobrecarga e a alimentação. A correta sequência de estímulos, observando-se as normas de treinamento (intensidade, duração, frequência, sobrecarga), define a forma e a abrangência do processo de adaptação. A alimentação precisa fornecer os elementos nutricionais necessários para a formação de estruturas diante dos estímulos de carga. Para cada tipo de treinamento físico há adaptações específicas nos diferentes sistemas do corpo, conforme se verifica a seguir: 54 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 54 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Quadro 1 – Adaptações em treinamentos físicos Treinamento Adaptações específicas Capacidade anaeróbia – maiores níveis intramusculares de substratos anaeróbios (ATP, PCre e glicogênio); – maior quantidade e atividade das enzimas-chave, que controlam a fase anaeróbia (glicolítica) do fracionamento da glicose; – maior capacidade de gerar aumento de rendimento sanguíneo de lactato durante exercício máximo. Adaptações metabólicas: – aumento no tamanho e quantidade de mitocôndrias no músculo esquelético treinado; – duplicação do nível das enzimas do sistema aeróbio; – melhora na oxidação de ácidos graxos (metabolismo de gorduras e carboidratos); – intensificação da capacidade aeróbia das fibras musculares. Capacidade aeróbia Adaptações cardiovasculares: – ampliação do tamanho do coração (melhor volume sistólico); – aumento do volume plasmático; – aumento do volume sistólico de ejeção; – diminuição da FC, aumento do débito cardíaco, aumento do oxigênio extraído do sangue, aumento do fluxo sanguíneo, diminuição da PA. Adaptações pulmonares: – aumento da ventilação muscular durante exercício máximo; – hipertrofia da musculatura respiratória (músculos intercostais externos e diafragma). Outras adaptações: – modificação na composição corporal; – transferência de calor corporal. Adaptações neurais: – maior ativação do SNC; – melhor sincronização das unidades motoras; – reflexos inibitórios neurais mais intensos. Resistência muscular Adaptações musculares: – hipertrofia das fibras musculares; – remodelagem muscular. Adaptações nos tecidos conjuntivo e ósseo: – fortalecimento de ligamentos, tendões e tecidos ósseos de apoio. Outras adaptações: – modificação na composição corporal. Fonte: McARDLE; KATCH; KATCH, 2002. 55 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 55 19/11/13 18:44 Ademais, o treinamento físico, a depender de suas características, pode produzir efeitos positivos ou negativos sobre outros sistemas orgânicos: sistema nervoso autônomo (produz relaxamento ou excitabilidade); sistema nervoso central (aumenta a circulação sanguínea no cérebro); sistema visual (melhora o desempenho visual); sistema sensorial cinestésico (melhora a capacidade de desempenho muscular ou leva à disfunção da proprioceptividade e ao surgimento de lesões); sistema imune (estimula a imunidade em atividades leves e de longa duração ou a prejudica em treinamento muito intenso); e sistema endócrino (libera o hormônio do crescimento e melhora o sistema regulador hormonal). Quanto aos aspectos psicossociais, pode-se falar em efeitos positivos e negativos causados pela atividade física e pelo exercício físico. Entre os efeitos positivos estão: redução de vários sintomas de estresse; diminuição da ansiedade, da depressão moderada e da instabilidade emocional; melhora na autoestima, no autoconceito, na imagem corporal e no relacionamento interpessoal. Têm sido relatados efeitos negativos decorrentes de treinamento excessivo ou competição inadequada, tais como: transtornos psicossomáticos ou gastrintestinais; alterações de apetite e de sono; desvios de comportamento; aumento da ansiedade e da agressividade; esgotamento físico e psicológico (burnout); distúrbios cognitivos (falta de atenção e de concentração, esquecimento, bloqueio mental); e síndrome de saturação esportiva, além da diminuição dos sentimentos de eficácia, alegria, realização, competência e controle. Possibilidades inderdisciplinares O conhecimento dos fundamentos anatomofisiológicos dos sistemas do corpo é necessário para a compreensão dos efeitos específicos do treinamento. Diante desse fato, será de fundamental importância um trabalho interdisciplinar com professores de Biologia e Química. Por exemplo, o efeito morfológico do treinamento aeróbio no aumento do número e do tamanho de mitocôndrias nas fibras musculares pode ser relacionado aos conhecimentos sobre as estruturas celulares. Situação de Aprendizagem 7 Conhecendo os efeitos do treinamento sobre os sistemas do corpo Os alunos informarão as atividades físicas e/ou exercícios físicos programados (ginásticas de academia, treinamento em alguma modalidade esportiva etc.) que realizam cotidianamente, bem como buscarão tais informações em entrevistas realizadas com jovens e adultos, perguntando quais os efeitos físicos e psicossociais que os entrevistados percebem como decorrentes da atividade física e dos exercícios realizados. Os dados serão analisados em busca de relações sobre tipos e características das atividades físicas e exercícios relatados, nível de desenvolvimento de capacidades físicas e efeitos percebidos. Por fim, você, professor, apresentará informações mais aprofundadas sobre os efeitos esperados do treino físico, com ênfase no treino da capacidade aeróbia e da resistência muscular. 56 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 56 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Conteúdo e temas: efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico; repercussões do treinamento físico sobre sistemas orgânicos e desenvolvimento de capacidades físicas. Competências e habilidades: identificar e reconhecer os efeitos do treinamento físico sobre os sistemas orgânicos; relacionar tipos e características de atividades físicas/exercícios físicos com o desenvolvimento de capacidades físicas e efeitos sobre os sistemas orgânicos. Sugestão de recursos: fichas; cartolinas. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 7 fator para a melhoria da qualidade de vida. Mas para que possamos aproveitar ao máximo tais benefícios, essa prática deve ser sistematizada e gradativamente modificada. Quando uma prática é desenvolvida em determinado período de tempo e provoca modificações (adaptações) no organismo com o objetivo de melhorar o rendimento, ela recebe o nome de treinamento. Professor, sugere-se iniciar a Situação de Aprendizagem utilizando a atividade “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, a fim de retomar alguns conceitos e verificar o que os alunos já sabem sobre o tema. Mesmo que você ainda não pratique nenhuma atividade física regular, já deve saber dos benefícios promovidos pela prática de exercícios, atualmente considerada um importante Figura 15 – Treino de força. © Dennis Hallinan/Alamy/Glow Images © Jerome Yeats/Alamy/Glow Images Os programas de treinamento físico obedecem a algumas linhas gerais, que chamamos de princípios de treinamento. Mas será que todos os treinamentos são iguais? Figura 16 – Corrida. 57 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 57 19/11/13 18:44 © Joel Sartore/National Geographic/Getty Images Figura 17 – Militares em treinamento físico. Os objetivos e as necessidades dos grupos ou das pessoas são diferentes. Por exemplo, você acha que o treinamento físico militar tem o mesmo objetivo do treinamento de um time de futebol? Imagine a seguinte situação: você é preparador físico de uma equipe de futebol. Seu lateral esquerdo (aquele que precisa ter velocidade para puxar o contra-ataque e receber lançamentos em profundidade) é lento. O centroavante só consegue fazer fintas para o lado direito. O goleiro tem pequena amplitude nos membros inferiores e um dos zagueiros, depois de 20 minutos de jogo, não aguenta mais correr. Pois é, administrar essa missão parece impossível. Cada um tem deficiência numa ou noutra capacidade física e responde de maneira diferente ao treinamento. A isso chamamos de “princípio da individualidade”, mas os princípios de treinamento serão discutidos na 3ª série do Ensino Médio. O importante é que saiba que essas adaptações promovidas pelo treinamento causam modificações em nosso corpo. Vamos ver se você conhece alguma coisa sobre os efeitos do treinamento físico no organismo. 1.Marque V (verdadeiro) ou F (falso): a)A alimentação equilibrada é importante na manutenção da saúde, mas não interfere no resultado do treinamento. ( F ) b)Um mesmo treinamento de força promove resultados diferentes em homens e mulheres da mesma idade por vários motivos, entre eles a ação hormonal da testosterona. ( V ) c) O treinamento só traz resultados na infância e na adolescência; na fase adulta não se observamadaptações. ( F ) d) A fim de obter os benefícios do treinamento, devemos respeitar os limites do praticante, pois uma carga excessiva não só impede o desenvolvimento dos benefícios esperados como pode trazer prejuízo à saúde do indivíduo. ( V ) 58 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 58 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Etapa 1 – Exercício faz bem para quê? tes etc.) há pelo menos seis meses. Oriente os alunos a perguntar ainda sobre os efeitos físicos e/ou psicossociais (positivos e negativos) percebidos como decorrentes da atividade física e dos exercícios realizados, e sobre os resultados de testes de capacidades físicas que eventualmente os entrevistados tenham realizado. Os alunos anotarão em uma ficha, com formato e conteúdo padronizados por você, professor, as atividades físicas que realizam cotidianamente (varrer a casa, lavar roupa, caminhar, subir escadas etc.) e/ou exercícios físicos programados (ginásticas de academia, treinamento em alguma modalidade esportiva etc.). Devem ser informadas também a frequência semanal e a duração, em minutos, das atividades (por exemplo, caminhar cinco vezes por semana durante 40 minutos, jogar futsal duas vezes por semana durante uma hora, varrer a casa durante 20 minutos, três vezes por semana, subir três andares do prédio duas vezes por dia etc.). Informar também na ficha os resultados dos testes de capacidades físicas realizados durante o desenvolvimento do Tema 3 deste volume. Efeitos positivos e negativos das atividades físicas Utilizando como base a mesma ficha, peça aos alunos que, divididos em grupos de cinco ou seis integrantes, entrevistem pelo menos três adultos ou jovens (de preferência pertencentes à própria comunidade escolar ou membros da família) que pratiquem regularmente alguma atividade física/exercício físico programado (ginástica de academia, caminhada/corrida, espor- Na ficha a seguir, cada um de vocês vai anotar as atividades físicas que realiza no dia a dia e/ou os exercícios físicos que pratica com objetivo de treinamento. Se perceberem que a prática teve efeitos positivos (diminuição da porcentagem de gordura corporal, aumento de massa muscular, maior disposição etc.) ou negativos (cansaço, dores musculares etc.), anotem esses efeitos em sua ficha pessoal. Para evitar possíveis constrangimentos na utilização dessas fichas na etapa seguinte, peça aos alunos que as identifiquem (a sua e a dos entrevistados) com um pseudônimo. Caro professor, para desenvolver esta etapa, oriente os alunos a consultar a seção “Pesquisa em grupo”, do Caderno do Aluno. Ficha pessoal Nome ou pseudônimo Atividade do dia a dia Atividade física praticada regularmente Frequência semanal da atividade Efeitos (positivos ou negativos) observados na prática regular 59 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 59 19/11/13 18:44 Deve-se preencher coletivamente as fichas a seguir, após entrevistar dois adultos que praticam regularmente (e há pelo menos seis meses) alguma modalidade esportiva, ginástica de academia ou caminhada. Aqui valem as mesmas orientações dadas para o preenchimento da ficha pessoal. Ficha do entrevistado Nome ou pseudônimo Atividade física praticada regularmente Frequência semanal da atividade Efeitos (positivos ou negativos) observados na prática regular Com base nos dados coletados, discutam os efeitos associados à prática de atividades físicas. Quais são os efeitos positivos? Como potencializá-los? E os negativos? Como minimizá-los ou evitá-los? Espera-se que os alunos percebam, com base na pesquisa, quais são os efeitos positivos do treinamento, bem como os efeitos negativos advindos da inobservância dos princípios do treinamento. Ao compararem as respostas das pessoas que praticam atividade física com as das sedentárias, os alunos devem identificar, quando possível, os benefícios da prática regular de exercícios físicos. Etapa 2 – O que podemos concluir? Distribua aleatoriamente as fichas pelos grupos, de preferência mantendo os mesmos grupos que fizeram as entrevistas. Oriente os alunos a analisar os dados em busca de relações entre: a) sedentarismo e nível de desenvolvimento de capacidades físicas; b) os tipos e características (frequência, duração) das atividades físicas e exercícios rela- tados pelos colegas e os respectivos resultados dos testes de capacidades físicas; c) o tipo de atividade física/exercício físico praticado pelas pessoas entrevistadas e os efeitos por elas relatados. Auxilie os alunos a construir tabelas que sintetizem os resultados, as quais serão apresentadas a toda a turma (poderão ser utilizados programas de computador, se houver disponibilidade do equipamento, ou transcritas na lousa, se a atividade for realizada na sala de aula, ou em folhas de cartolina, se realizadas em outro espaço). Discuta o conjunto dos dados com os alunos, procurando evidenciar as relações entre o tipo e as características de atividade física/ exercício físico, as capacidades físicas desenvolvidas e os efeitos percebidos nos diversos sistemas orgânicos. Ao final, apresente informações mais aprofundadas sobre os efeitos esperados do treinamento físico, com ênfase no treino da capacidade aeróbia e da resistência/ força muscular, tomando os dados apresentados pelos alunos como exemplos. 60 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 60 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Professor, sugerimos sistematizar esta etapa utilizando o quadro de conceitos apresentado na introdução deste tema e finalizá-la com as atividades do quadro “Você sabia?” e da seção “Você aprendeu?”, disponíveis no Caderno do Aluno. Você sabia? O treinamento melhora a função da tireoide, eleva a autoestima, aumenta a tolerância ao estresse, amplia a captação de oxigênio e a produção do GH (hormônio do crescimento), melhora o sistema imunológico, diminui a porcentagem de gordura e reduz a intolerância à glicose, isso tudo só para começar! Mas preste muita atenção: Treinamento em excesso e/ou executado de maneira incorreta pode causar lesões, levar à alteração do apetite e do sono, provocar a ansiedade, causar esgotamento etc. Já vimos que o treinamento traz modificações (adaptações) ao organismo humano por meio de estímulos. Aqui, no nosso caso, os estímulos são os exercícios físicos; portanto, o treinamento promove também a melhoria das capacidades físicas. Talvez você ain- da não tenha condições de identificar benefícios fisiológicos, a não ser que esse tema tenha sido discutido de forma interdisciplinar durante as aulas. Mas já é possível reconhecer as capacidades físicas e o resultado obtido quando são desenvolvidas. Então, complete o quadro a seguir de acordo com o exemplo. Capacidade Exercício Benefício Flexibilidade Alongamento Aumento da amplitude articular Agilidade Força Velocidade Resistência Professor, neste momento você pode indicar como leitura complementar a seção “Aprendendo a aprender”, presente no Caderno do Aluno. Isso permitirá ao aluno fazer uma reflexão individual sobre a maneira correta de realizar as atividades da vida cotidiana. 61 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 61 19/11/13 18:44 Você vai conhecer algumas dicas para que as atividades cotidianas realizadas em casa não se tornem, futuramente, motivo de dor. © Conexão Editorial Mas, antes, responda sinceramente: Ao pegar alguma coisa do chão, qual das duas posições mostradas pelas ilustrações você realiza? Lavar, estender e passar a roupa, escovar os dentes, lavar e guardar a louça são atividades que podem causar problemas de coluna ou agravá-los. Se não estivermos atentos, realizaremos incorretamente o movimento de flexão da coluna vertebral. O jeito é adaptar esses movimentos para evitar lesões. © Alexandre Jubran Veja as adaptações que vão preservar a sua coluna: Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 33. 62 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 62 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 A figura anterior sugere que se abra o armário e procure alternar o apoio dos membros inferiores. O apoio do pé modifica a posição da pélvis e da coluna. Caso seu armário seja de outro modelo, você pode tentar fazer uma adaptação e colocar um apoio para o pé. © Alexandre Jubran © Alexandre Jubran Você compreendeu por que os gestos do cotidiano não são tão simples quanto parecem? Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 31 e 33. Na figura da esquerda, um simples banquinho ajuda a preservar a coluna e a diminuir a necessidade de flexão para executar tarefas à frente do corpo. Na figura da direita, os movimentos realizados longe do tronco sobrecarregam a coluna vertebral e os membros superiores. © Alexandre Jubran © Alexandre Jubran Você pode lavar louça sentado ou com os membros inferiores afastados, para se adequar à altura da pia, evitando flexionar demais o tronco. Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 33. Mantenha o trabalho o mais próximo possível do corpo, sempre atento para evitar acidentes domésticos! 63 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 63 19/11/13 18:44 Dicas! Prefira um varal com ajustes de altura para evitar elevações dolorosas do ombro. Você pode utilizar uma caneca para o bochecho quando estiver escovando os dentes, e evitar, assim, a flexão do tronco. Faça pequenas pausas antes que o cansaço apareça. Fracione as tarefas domésticas, evitando fazer num só dia toda a “limpeza pesada”. Atividade avaliadora Procure avaliar se ao longo da Situação de Aprendizagem os alunos conseguem relacionar o tipo e as características de atividade física/exercício físico, as capacidades físicas desenvolvidas e os efeitos nos diversos sistemas orgânicos. Ao final, apresente questões como: ff Quais atividades físicas/exercícios físicos se mostraram mais adequados para desenvolver, respectivamente, a capacidade aeróbia, a resistência e a força muscular? ff O melhor desempenho no teste de resistência indica desenvolvimento de qual sistema energético? ff O efeito de hipertrofia muscular está relacionado a que tipo de atividade física/exercício físico? Essas e outras questões semelhantes poderão ser respondidas pelos alunos, individualmente ou em grupo, por escrito ou oralmente, para toda a turma. Faça as correções necessárias nas respostas. Proposta de SituaçÕES de Recuperação Durante o percurso pelas Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo, o professor pode propor: ff roteiro de estudos com perguntas nor teadoras para posterior apresentação das respostas encontradas em registro escrito ou outra forma; ff produção de um texto em que o aluno autoavalie sua participação em atividades físicas/exercícios físicos e nível de desenvolvimento de capacidades físicas, conhecimentos obtidos nas Situações de Aprendizagem. 64 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 64 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Livros BECKER JUNIOR, Benno. Manual de psicologia do esporte e exercício. Porto Alegre: Nova Prova, 2000. Aborda os aspectos psicológicos que envolvem a criança no esporte, como a motivação e o estresse. BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da promoção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 16 set. 2013. Reúne os documentos de referência resultantes do processo de discussão e construção coletiva sobre os conceitos fundamentais abordados no contexto da promoção da saúde. MALINA, Robert M.; BOUCHARD, Claude. Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São Paulo: Roca, 2002. São apresentados conceitos e estudos sobre crescimento, maturação e desempenho motor. Os autores apresentam a influência da prática de atividade física no desenvolvimento dos sistemas do corpo. McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Destina um capítulo ao treinamento de força (cap. 15), enfocando aspectos relacionados às medidas e testes para avaliação da força muscular, diferenças sexuais quanto à manifestação de força, características gerais relativas ao treinamento de resistência, em especial para crianças. ROSE JUNIOR, Dante de. Tolerância ao treinamento e à competição. Aspectos psicológicos. In: GAYA, Adroaldo; MARQUES, Antonio; TANI, Go. Desporto para crianças e jovens. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. p. 251-264. O autor conceitua o esporte, a competição e o treinamento e suas implicações psicológicas para a criança. Aborda também a influência de pais e técnicos nessa dinâmica. SAMULSKI, Dietmar; NOCE, Franco. Atividade física, saúde & qualidade de vida. In: SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do esporte. São Paulo: Manole, 2002. p. 300-316. Os autores relacionam exercício físico, saúde, bem-estar psicológico e autoconceito, inclusive no processo de envelhecimento. Apresentam também os benefícios psicológicos apontados na declaração da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2005. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo sobre o corpo humano, explicitando os fenômenos de adaptação dos diferentes sistemas orgânicos ao treinamento. Artigo GUEDES, Dartagnan P. Educação para a saúde mediante programas de Educação Física escolar. Motriz, v. 5, n. 1, 1999. p. 10-14. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/ efisica/motriz/05n1/5n1_ART04.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2013. O artigo sugere que a escola, de maneira geral, e a Educação Física, em particular, desenvolvam programas que levem os alunos a perceber a importância de adotar um estilo de vida saudável, fazendo que a atividade física direcionada à promoção da saúde se torne componente habitual no cotidiano das pessoas. 65 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 65 19/11/13 18:44 Tema 6 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias Registros históricos apresentam indícios de que a realização de exercícios contra resistência (carga), objetivando o fortalecimento muscular, já era prática entre os antigos povos assírios e babilônicos, bem como na Antiguidade grega, com propósitos estéticos e de ganho de força. Podemos conceituar a musculação, de modo amplo, como a prática de exercícios contra resistência e concluir, consequentemente, que uma parcela considerável dos movimentos realizados em nosso dia a dia constitui-se em exercícios de musculação. Lambert (1990), por sua vez, destaca a musculação como o conjunto dos processos e meios que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular, associada ou não a outra capacidade física. A prática corporal conhecida hoje como musculação ou exercício resistido acompanhou a evolução dos métodos de treinamento, em es pecial aqueles relacionados às alterações sobre a estrutura musculoarticular, e é regida, além dos princípios mais gerais do treinamento físico-desportivo, por princípios específicos, quais sejam: a)Princípio da Estruturação da Série de Exercícios: os grandes grupamentos musculares devem ser exercitados anteriormente aos pequenos, devido à tendência desses pequenos grupamentos chegarem à fadiga antes dos grandes, quando submetidos a cargas proporcionais. No caso dos iniciantes, as séries de exercícios devem alternar os segmentos corporais requisitados durante a realização dos exercícios, visando retardar a fadiga muscular. b)Princípio da Especificidade do Movimento: relaciona-se à utilização da musculação na preparação física para a prática esportiva. Ao transportar o gesto esportivo para o exercício com pesos, devem-se considerar: (1) observação do movimento a ser realizado; (2) análise dos ângulos e músculos envolvidos; (3) tipo de contração executada; e (4) montagem do programa de acordo com as capacidades físicas que se pretende treinar, bem como seus parâmetros de desenvolvimento. c)Princípio da Sobrecarga: diz respeito à graduação adequada dos fatores do treinamento (intensidade e volume), de modo a estimular o aumento das capacidades funcionais do organismo. Ou seja, significa obedecer à progressividade da carga de trabalho a partir do volume e da intensidade do programa, objetivando o alcance de novos níveis de adaptações morfofisiológicas, não alcançados com a utilização de cargas constantes. A progressividade da carga deve considerar a individualidade do praticante quanto à sua condição de iniciante ou atleta, à sua capacidade de recuperação pós-esforço e à sua capacidade de adaptação a novos estímulos. Em linhas gerais, o volume e a intensidade no início de qualquer programa devem ser baixos, aumentados com a evolução da condição física de cada pessoa, tendo-se, entretanto, a consciência da impossibilidade de aumento infinito da carga de trabalho, estando os atletas mais próximos dos limites máximos. 66 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 66 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 Aplicabilidade da musculação Competição esportiva: levantamentos olímpicos – modalidade esportiva presente desde os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, na qual os atletas buscam elevar a maior quantidade de peso possível, obedecendo a técnicas e regras preestabelecidas. Culturismo: também conhecido como fisiculturismo (body building) e modelagem física, o culturismo corresponde à modalidade esportiva em que o atleta busca obter o desenvolvimento máximo de sua musculatura, acima dos níveis normais, sem, contudo, comprometer a simetria e as proporções musculares. Esta modalidade fomenta um vasto mercado dedicado à suplementação alimentar, juntamente com a otimização dos processos metabólicos nos treinamentos voltados ao alcance da performance máxima. Treinamento esportivo: a musculação é largamente utilizada como meio auxiliar no desenvolvimento muscular, vinculada ao aprimoramento da força e da resistência localizada, objetivando maior eficiência do gesto esportivo. Devido à sua elevada demanda energética, a musculação deixou de ser coadjuvante nos programas de treinamentos e foi incorporada ao seu planejamento global. Estética: a utilização da musculação para fins estéticos assemelha-se ao culturismo, visto que o propósito dos praticantes consiste em adquirir uma modelagem física conforme os padrões de simetria e proporcionalidade dos músculos, buscando, entretanto, um desenvolvimento muscular compatível com os níveis normais, sem objetivo competitivo. Representa, nos dias atuais, uma das principais motivações para a prática da musculação em sua maior abrangência, especialmente nas academias e nos clubes, contribuindo para a evolução dos recursos materiais destinados à modelagem do corpo. Profilaxia: a musculação auxilia a prevenção de lesões osteomioarticulares, frequentes no esporte e em várias atividades profissionais em que a realização de gestos repetitivos solicita grupos musculares localizados, o que favorece o surgimento das referidas lesões. Diante disso, deve-se reservar, durante o ciclo de treinamento e/ou as jornadas de trabalho, um período para os exercícios de compensação, pelo aumento da força muscular e/ou da resistência dos tendões e ligamentos, buscando equilibrar os grupos musculares antagonistas, diminuindo assim o risco de lesões e vícios posturais. A prática da musculação também auxilia a combater a fragilidade musculoesquelética que comumente acompanha as pessoas na terceira idade e a instalação da osteoporose, em geral nas mulheres no período da menopausa, além de prevenir lesões osteomioarticulares. Fontes: LAMBERT, 1990; GOBBI, VILLAR, ZAGO, 2005; SANTARÉM, 1993. 67 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 67 19/11/13 18:44 Intensidade é o grau de esforço momentâneo necessário à realização de um exercício, traduzido pela quantidade de energia utilizada em sua execução, representado pelo peso (quilagem) em cada série e pela duração dos intervalos entre as séries. Volume é a quantidade de trabalho realizado, representado pela duração e pela frequência das sessões. Apesar dos avanços técnico-científicos já alcançados, a disseminação de informações equivocadas (os chamados “mitos”) quanto aos efeitos da musculação sobre o organismo ainda dificultam sua difusão como modalidade de atividade física favorável ao desenvolvimento e ao aprimoramento harmônicos da saúde humana. Um dos fatores que contribuem para essa situação está relacionado à concepção que restringe a aplicação da musculação ao fisiculturismo (body building). manutenção e melhora da saúde, possibilitando-lhes criticar sua aplicação tomando como referência suas consequências (riscos e/ou benefícios) sobre o organismo nas diferentes faixas etárias. Riscos e benefícios da musculação nas várias fases da vida Existem muitas opiniões desfavoráveis à aplicação dos trabalhos de força (musculação) em crianças e adolescentes, cujos motivos estão relacionados, especialmente, às preocupações com o crescimento, embora existam outras tantas que apontam para a utilização segura desses trabalhos, sem nenhum prejuízo à formação corporal. Muito criticado principalmente por sua frequente associação com os esteroides anabolizantes e outros recursos anabólicos, o fisiculturismo, em razão do desenvolvimento exagerado da musculatura conseguido à custa de exercícios árduos com cargas bastante elevadas, constitui-se, ainda que involuntariamente, no principal responsável pela discriminação da musculação como atividade saudável. Em verdade, o universo de aplicação da musculação é amplo e relaciona-se a propósitos esportivos, estéticos e profiláticos. De acordo com McArdle, Katch e Katch (2002), a preocupação com a possibilidade de a sobrecarga muscular excessiva ocasionar lesões nas crianças em crescimento justifica-se pelo fato de o sistema esquelético apresentar-se ainda em estágio de formação, questionando-se inclusive a validade de um treinamento resistido para o aprimoramento da força em crianças cujo perfil hormonal se encontra em desenvolvimento, especialmente em relação à testosterona (hormônio anabólico). Por outro lado, os mesmos autores chamam a atenção para a existência de evidências indicando que os programas de treinamento resistido devidamente supervisionados, utilizando níveis relativamente moderados de exercícios concêntricos, produzem um aumento significativo da força muscular em crianças, sem qualquer efeito adverso sobre ossos e músculos. Dada a crescente procura pela musculação por pessoas de ambos os sexos e idades variadas, objetivando em especial o aumento da massa muscular (hipertrofia muscular), torna-se importante esclarecer e fundamentar sua prática para os alunos do Ensino Médio, mostrando-lhes de que forma essa atividade poderá contribuir para a A treinabilidade da força assume um papel importante no desenvolvimento corporal de crianças e jovens. Para tanto, o treinamento deve respeitar as particularidades do organismo em crescimento, visto que a ossificação do sistema esquelético só termina entre 17 e 20 anos, o que torna o aparelho locomotor de crianças e jovens menos capacitado para suportar car- 68 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 68 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 ga em relação ao de adultos. Entretanto, nesse aparelho ainda em crescimento e maturação, mediante tração e pressão sobre os ossos exercidas por meio da atividade muscular, são desencadeados estímulos formativos e consequentes manifestações de adaptações, evidenciadas na modificação da estrutura óssea e na maior resistência do tecido conjuntivo, o que justifica a necessidade de fortalecimento muscular em todas as faixas etárias, com a correta dosagem dos estímulos e a utilização de meios apropriados (WEINECK, 2000). Com o envelhecimento, ocorre diminuição da massa muscular e, consequentemente, da força muscular. O declínio acentuado dos níveis de força em pessoas idosas pode comprometer sua capacidade funcional para realização das atividades da vida diária, bem como aumentar a ocorrência de quedas e fraturas. A inclusão de exercícios resistidos em programas de condicionamento físico direciona- dos às pessoas idosas, desde que devidamente elaborados, pode promover adaptações favoráveis, tais como aumento nos níveis de força (associados ou não a certo grau de hipertrofia muscular) e melhora na execução das atividades da vida diária (AVD), além de redução nas queixas de dores articulares. Tantos benefícios dão suporte à utilização dos exercícios resistidos como recurso favorável à aquisição de bons níveis de aptidão funcional pela população idosa, possibilitando-lhe a manutenção de melhores condições de saúde. No entanto, para eliminar possíveis riscos associados à prática da musculação, existem recomendações específicas para a elaboração de programas que possam garantir tais benefícios de forma segura e eficiente. Essas recomendações se encontram relacionadas a parâmetros como: número de séries e repetições; intervalos de recuperação; velocidade de execução dos movimentos; quantidade de exercícios por sessão; e frequência semanal. Situação de Aprendizagem 8 Desvendando o mundo da musculação Solicita-se aos alunos um levantamento prévio sobre conceitos, princípios e aplicabilidade relacionados à prática da musculação. A partir da vivência de um circuito montado apenas com exercícios que envolvam a susten- tação do peso corporal, os alunos, organizados em grupos, confrontarão os resultados de suas pesquisas com as características observadas na execução do circuito, buscando identificar possíveis aplicações para esse modelo. Conteúdo e temas: musculação – conceitos, princípios e campos de aplicação. Competências e habilidades: identificar os princípios que regem a elaboração de um programa de musculação; relacionar diferentes aplicações para a prática da musculação. Sugestão de recursos: livros; artigos; sites etc. 69 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 69 19/11/13 18:44 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 8 Musculação serve para... Solicite, previamente, aos alunos que pesquisem, em fontes (livros, artigos, sites) indicadas ou não por você, professor, informações acerca de princípios e aplicabilidade relacionados à prática da musculação (por exemplo, critérios para montagem de séries, propósitos de utilização da musculação etc.). Organize um circuito composto por exercícios resistidos sem a utilização de implementos, envolvendo apenas a sustentação do peso corporal como sobrecarga. Considerando-se a heterogeneidade da turma quanto à aptidão/experiência em relação à execução dos exercícios, elabore um circuito misto contendo atividades que envolvam exigência de força e/ou resistência muscular. Para tanto, sugere-se alternar os segmentos corporais exigidos a cada estação de exercício que comporá o circuito e utilizar de tempos fixos (20 a 30 segundos) em que os alunos realizarão o número de repetições que for possível, dis- pondo de intervalos mais longos (3 a 5 minutos) para recuperação completa entre as estações. O número de passagens pelo circuito completo dependerá do número de estações e do tempo disponível para a atividade. Após a conclusão do circuito, os alunos se organizarão em grupos e, tomando como base as informações pesquisadas, buscarão identificar e analisar os princípios presentes no circuito realizado (por exemplo, alternância entre os segmentos corporais, tempo de exercício versus tempo de descanso). Em seguida, confrontarão seus dados sobre o campo de aplicação da musculação, buscando identificar qual(is) propósito(s) poderia(m) ser atendido(s) a partir de exercícios com exigência de força e/ou resistência muscular executados, em meio à lista de aplicabilidades por eles levantadas. Professor, sugira que os estudantes façam as atividades descritas na seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno. Compare as duas colunas: Máquinas, halteres Marombeiro Porcentagem de gordura Pitboy Série Puxar ferro Treino Malhação Massa muscular Tendinite Hipertrofia Lesão muscular Suplemento Substâncias proibidas Todas essas palavras se referem, às vezes de maneira superficial, ao universo do nosso tema: a musculação! Talvez você seja um praticante dessa modalidade e provavelmente nem imagine que esta seja uma prática muito antiga. Não com as estruturas das academias de hoje, claro, mas os exercícios de força (capacidade física, lembra?) com finalidade estética ou de fortalecimento muscular já eram uma prática entre gregos, assírios e babilônios. Vamos ver o que você conhece desse universo? 70 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 70 19/11/13 18:44 2. Nomeie os implementos: © Fernando Favoretto © Frank Chmura/Alamy/Glow Images Educação Física – 2ª série – Volume 1 Figura 18 – Aparelhos em academia. 1.Relacione as palavras ao seu respectivo significado: a) Halteres. © Birgid Allig/zefa/Corbis/Latinstock (A) Série. (B)Hipertrofia. (C)Resistência. (D) Volume. (E)Intensidade. ( B ) Número menor de repetições e carga alta. b) Caneleiras. © Image Source/Latinstock ( E ) Grau de esforço empregado num exercício. ( A ) Número de repetições de um exercício (3 x 10; 3 x 15). ( D ) Quantidade de trabalho realizado. ( C ) Número maior de repetições e carga baixa. c) Extensor peitoral (ou elástico). 71 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 71 19/11/13 18:44 Situação de Aprendizagem 9 Musculação e hipertrofia muscular: riscos e benefícios Os alunos vivenciarão, inicialmente, uma atividade em que poderão experimentar/ avaliar alterações no perímetro muscular de algumas regiões corporais após a realização de séries de exercícios resistidos específicos e discutirão, sob sua supervisão, professor, os resultados observados. Em seguida, em um fórum de debate, confrontarão dados relacionados aos riscos, aos benefícios e às recomendações relativos à prática da musculação. Conteúdo e temas: tipos de hipertrofia muscular – transitória e crônica; riscos, benefícios e recomendações associados à prática da musculação em diferentes faixas etárias. Competências e habilidades: identificar os diferentes tipos de hipertrofia; discriminar possíveis riscos, benefícios e recomendações quanto à prática da musculação na infância e na adolescência; discriminar possíveis benefícios e recomendações quanto à prática da musculação por adultos idosos. Sugestão de recursos: fita métrica; caneta; papel. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 9 Etapa 1 – Hipertrofia instantânea Solicite aos alunos que tragam fitas métricas para a aula. Ao início da aula, alguns voluntários (ou, se possível, todos os alunos) serão submetidos à medição de perímetros em regiões variadas do corpo (braços, coxas, abdome, tórax), que serão registradas. Essas medidas serão novamente tomadas e registradas ao final da aula, após algumas séries de exercícios resistidos envolvendo exigências relacionadas à força (maior carga e menor número de repetições) ou resistência muscular (menor carga e maior número de repetições), conforme o nível de aptidão dos participantes. Mediante a comparação entre as medidas realizadas pré e pós-exercícios, os alunos buscarão identificar a tendência presente nas alterações dos dados obtidos nos vários perímetros corporais, cabendo a você, professor, esclarecer os motivos responsáveis por tais alterações. O que se espera é que todas as medidas tenham aumentado após os exercícios. Explique aos alunos que tal fenômeno se caracteriza como uma adaptação aguda da musculatura envolvida na realização dos exercícios, adaptação essa conhecida como hipertrofia transitória, que desaparecerá após algumas Tipos de hipertrofia muscular Transitória: decorre do acúmulo de substâncias não contráteis no sarcoplasma (proteínas estruturais, mitocôndrias, glicogênio e água). Caracteriza-se por ser instável e limitada em magnitude, conferindo ao músculo aspecto túrgido e vascularização. Crônica: resulta do acúmulo das proteínas contráteis que compõem as miofibrilas no sarcoplasma. Caracteriza-se por ser relativamente estável e sólida, capaz de produzir grandes volumes musculares. 72 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 72 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 horas de descanso. Esclareça, ainda, que o aumento da massa muscular (hipertrofia crônica) exige exercitação constante e adequada ao longo de maior período de tempo. ou não por você, professor, informações acerca dos benefícios e dos riscos da musculação, bem como sobre recomendações para a prática dessa modalidade nas diversas faixas etárias. A medida do abdome pode ser uma exceção, mostrando-se reduzida ao final dos exercícios específicos para essa região, conforme o nível de condicionamento abdominal dos alunos envolvidos. Explique aos alunos que tal redução se deve ao aumento no tônus muscular do abdome após os exercícios específicos, promovendo maior resistência da parede abdominal contra a força exercida pelas vísceras, que tendem a empurrá-la para fora, especialmente naqueles alunos menos condicionados (abdome mais flácido). Professor, para o desenvolvimento desta etapa, instrua a turma para que realize a “Pesquisa em grupo”, disponível no Caderno do Aluno. Etapa 2 – Mitos e verdades Solicite, previamente, que os alunos pesquisem em fontes (livros, artigos, sites) indicadas Caçadores de mitos Musculação é bom? É ruim? Só ganha massa magra quem toma suplemento? A musculação é a melhor prática para fins estéticos? Crianças e idosos podem praticá-la? Tome essas questões como base e desvende o que é mito e o que é verdade. Cada integrante do grupo deve pesquisar uma das afirmações a seguir e responder, conforme o modelo, se é mito ou verdade e por quê. Afirmação Mito 1. Só é possível aumentar a massa magra tomando suplementos. X 2. Crianças não podem fazer exercício de força. X 3. Idosos também não. X 4. Com treinamento de força, a gordura vira músculo. X 5. Musculação engorda. X Verdade 1. MITO – Treino e alimentação corretos são suficientes para o ganho de massa magra; a necessidade de suplementação somente ocorre se houver deficiência de algum componente, o que só pode ser avaliado por um nutricionista. 2. MITO – Naturalmente o treino para crianças é diferente do aplicado em jovens e adultos, mas exercícios de força moderados, com estímulos adequados, observando-se o estágio de maturação, trazem adaptações benéficas. 3. MITO – Sim, os idosos podem fazer exercícios de força, mas novamente deve-se observar a adequação de cargas e estímulos, a fim de manter a capacidade funcional e de aplicar exercícios como prevenção de patologias como a osteoporose. 4. MITO – De maneira nenhuma! O que acontece é a diminuição da porcentagem de gordura (decorrente do aumento do gasto calórico e do metabolismo basal propiciado pelo treino) e o aumento da massa muscular. Ou seja, diminui-se a gordura e aumenta-se a massa muscular, mas um não se torna o outro. 5. MITO – O aumento de peso que se verifica na balança é resultado do aumento da massa muscular. Lembre-se de que engordar é aumentar gordura e não músculo. Para verificação mais precisa, faz-se necessária a avaliação da porcentagem de gordura. 73 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 73 19/11/13 18:44 Organize um fórum de debates, de modo a levar os alunos a identificar o que seria “mito” ou verdade em relação à musculação. Por exemplo, a associação que se faz entre exercícios abdominais e redução de gordura localizada ou a relação entre o aumento de estatura e certas modalidades esportivas. Ao final, apresente as principais recomendações específicas para a prática da musculação nas várias faixas etárias, de modo que essa atividade favoreça, e não prejudique, a saúde orgânica dos praticantes. Recomendações para elaboração de um programa de musculação para crianças e adolescentes a)Respeitar uma progressão no nível de carga e nos tipos de estímulos ao longo dos anos, de acordo com o estágio de desenvolvimento dos praticantes. b) Evitar exercícios que estimulem contração excêntrica em alto grau, devido à possibilidade de microtraumatismos das estruturas de tecido conjuntivo existente em tendões e ligamentos; tecido esse que atua como mecanismo de proteção à musculatura mediante o estiramento muscular excessivo. c) Priorizar os trabalhos de resistência muscular localizada. d) Evitar exercícios estáticos (isométricos), devido à baixa resistência anaeróbia, dando prioridade aos exercícios dinâmicos, os quais são favoráveis à melhora da circulação nas estruturas que sofrem a ação da carga. e) Trabalhar todos os grupos musculares, especialmente os maiores, evitando exercícios unilaterais e demasiadamente localizados. f) Utilizar períodos de descanso entre as sessões, suficientes para que haja total recuperação. g) Enfatizar que sejam adotadas postura corporal e técnica de execução corretas durante a realização dos exercícios, garantindo maior segurança ao movimento. h) Iniciar com exercícios que envolvam apenas a sustentação do peso corporal, evoluindo para exercícios com parceiros e finalmente para exercícios com cargas extracorporais leves, mantendo baixos volumes. i) Evitar testes de carga máxima e/ou cargas demasiadamente elevadas para a coluna vertebral. j) Esclarecer os praticantes quanto aos riscos da utilização de recursos nocivos, como os esteroides anabolizantes e outros produtos/recursos anabólicos. Professor, nesta etapa sugerimos que você instrua os alunos a realizar a atividade descrita na seção “Lição de casa”, do Caderno do Aluno. Isso os orientará antes da realização da atividade proposta na Atividade Avaliadora. Se preferir, recomende também que façam a atividade registrada na seção “Você aprendeu?”. Você criará um circuito de força para ser executado fora da academia; antes, porém, vamos ver a diferença entre trabalhos com pesos livres e com aparelhos. Nas próximas páginas, serão indicadas as musculaturas trabalhadas durante a execução de alguns movimentos. Se tirássemos a pele do corpo, nós veríamos os músculos. Eles ficariam aparentes e seria mais fácil, pela observação do movimento, identificar a musculatura acionada em cada exercício físico. Quando praticamos 74 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 74 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 uma modalidade esportiva (futebol, tênis, vôlei), embora se perceba maior utilização de uma ou de outra musculatura, podemos notar que todos os músculos trabalham ao mesmo tempo, executando o movimento ou auxiliando o grupo muscular que o está executando. Por exemplo: em um saque do vôlei, usamos a mão, o antebraço e o braço para golpear a bola (execução do movimento), mas todo o corpo participa para que o membro superior realize a tarefa. Se você não acredita, experimente fazer esse movimento sentado e veja o que acontece. © Claus Lunau/SPL/Latinstock © Graham Atkins-Hughes/Dorling Kindersley/Getty Images Esta é a diferença na musculação: os exercícios são realizados de modo que se trabalhe cada grupo muscular separadamente. Isso se dá, em especial, nos exercícios feitos nos aparelhos. Quando nos exercitamos com pesos livres (halteres, caneleiras, elásticos) ou com a sustentação do peso do corpo, a ênfase ocorre na musculatura que está sendo trabalhada, mas os outros grupos musculares auxiliam a sustentação e a coordenação do movimento. Observe esses exercícios realizados para a musculatura peitoral e converse com seus colegas sobre quais são os principais grupos musculares envolvidos. Musculatura utilizada na flexão de cotovelo. Mulher se exercitando em aparelho. Nessas imagens, podemos notar que, embora se execute um exercício para a musculatura peitoral (e, em menor escala, também para o tríceps, aquele músculo do “tchau”), são necessárias a contração muscular dos membros inferiores para manter a posição e a contração do abdome para deixar o tronco alinhado, só para citar as estruturas principais. A imagem à direita indica que basta sentar com a coluna ereta (há sustentação aqui também, mas não como indicado na imagem à esquerda) e fazer o exercício para a musculatura peitoral – e, em menor escala, para o ombro (deltoide). De qualquer maneira, o que se pretende aqui é mostrar que, para fazer exercícios de força, não é obrigatório o uso de aparelhos. Você pode elaborar um circuito de exercícios de força e praticá-lo em casa, baseando-se no que foi discutido nas aulas de Educação Física. Nas imagens a seguir, são apresentados exercícios para a elaboração de um circuito indicando a musculatura prioritariamente envolvida. Por que prioritariamente? Como já dissemos, um músculo nunca trabalha sozinho. Há recomendações genéricas nos exercícios. Em caso de dúvida quanto à execução de um ou mais exercícios, converse com seu professor. 75 © Conexão Editorial 1. Peitoral + tríceps Meninas e meninos iniciantes devem apoiar os joelhos no chão e não se esquecer de contrair o abdome para manter o alinhamento do tronco. Figura 19. © Fernando Favoretto 2. Dorsal Nem todo mundo consegue fazer barra fixa, não é? Tente este exercício, é mais fácil. Figura 20. © Fernando Favoretto 3. Abdominal Ao executar esse movimento, mantenha as pernas flexionadas – olhe para cima, expire durante a flexão (elevação) do tronco e suba até que as escápulas saiam do chão. Figura 21. 76 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 76 19/11/13 18:44 Educação Física – 2ª série – Volume 1 © Fernando Favoretto 4. Quadríceps (coxa) e glúteos Mantenha o abdome contraído e não deixe que a angulação dos joelhos seja inferior a 90º. Figura 22. © Fernando Favoretto 5. Bíceps Lembre-se de semiflexionar os joelhos e contrair o abdome. Figura 23. © David Brooks/Corbis/Latinstock 6. Tríceps Durante a exe cução deste exercício, mantenha os membros inferiores estendidos e as mãos alinhadas com o ombro. Figura 24. 77 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 77 19/11/13 18:45 © Fernando Favoretto 7. Posteriores de membro inferior Mantenha o abdome contraído e flexione o joelho até 90o. Controle a extensão do joelho, ou seja, não solte a perna de uma vez. Figura 25. Tome esses exercícios como base (se preferir, escolha outros) e elabore um circuito de força. Você pode determinar um número de repetições para cada exercício, por exemplo 3 séries com 12 repetições (3 x 12) ou executar o movimento durante 30 ou 40 segundos antes de mudar de estação; e não se esqueça de fazer pausas entre as estações. Você provavelmente vivenciará um circuito de força na escola: aproveite para conhecer as variações na maneira de conduzi-lo. É importante que saiba o objetivo que quer atingir com o treinamento de força (hipertrofia ou resistência). Dez coisas que você não pode esquecer ao iniciar um treinamento de força: 1. nunca inicie uma atividade sem realizar aquecimento; 2. a carga deve progredir ao longo do treinamento de acordo com seu estágio de desenvolvimento; 3. dê prioridade aos trabalhos de resistência muscular localizada. Você ainda está em fase de crescimento e cargas altas podem trazer lesões às estruturas que ainda não estão bem formadas; 4. procure trabalhar todos os grupos musculares; 5. não deixe de fazer pausas entre as séries e entre as sessões; 6. fique atento à postura e à execução correta do exercício. Um exercício mal executado pode provocar dor em vez do resultado esperado; 7. comece com exercícios que envolvam apenas a sustentação do peso corporal, acrescente os implementos posteriormente; 8. nunca utilize substâncias proibidas, como esteroides, para aumentar a massa muscular, pois elas têm efeitos colaterais graves; 9. não se esqueça dos alongamentos, eles manterão a amplitude das suas articulações; 10. nunca inicie um treinamento sem antes conversar com seu professor de Educação Física. 78 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 78 19/11/13 18:45 Educação Física – 2ª série – Volume 1 1. Durante uma das aulas de Educação Física, é possível que se tenha realizado uma vivência na qual se usava uma fita métrica para medir determinada musculatura (o bíceps, por exemplo); em seguida, eram realizados exercícios de força e, então, tomava-se novamente a medida. Você deve ter observado que o perímetro da musculatura aumenta logo após o esforço, é o que chamamos de hipertrofia transitória. No entanto, há uma musculatura em que isso não ocorre após o exercício de força; às vezes, até diminui: o abdome. Por quê? Professor, aqui você pode orientar a discussão com a turma, por exemplo, a partir da Etapa 1 (hipertrofia instantânea) da fez o circuito baseando-se no tempo ou se determinou um número de repetições (carga fixa), e se ao final fez alongamento ou não. Objetivo: ( ) hipertrofia. ( ) resistência. Aquecimento: ( ) corrida. ( ) movimentos com saltitos. Circuito: ( ) por tempo. ( ) por carga fixa. Alongamento: ( ) sim. ( ) não. Resposta pessoal. Situação de Aprendizagem 8. 2. Escreva aqui informações sobre o circuito que você criou na Lição de casa. Resposta pessoal. 3.Informe qual foi o objetivo do circuito, que tipo de aquecimento você fez, se 4. Há algum impedimento e/ou recomendação para crianças, jovens e adultos praticarem exercícios de força? Explique. Espera-se que o aluno responda que todo exercício de força precisa ser orientado e supervisionado conforme as características pessoais e necessidades de cada um. Atividade avaliadora Solicite aos alunos que se organizem em grupos para a confecção de implementos alternativos que possam servir como carga/resistência em uma aula de musculação (ligas elásticas, caneleiras, halteres, garrafas PET cheias de areia etc.). Defina o objetivo: resistência muscular, hipertrofia etc. Os mesmos grupos ficarão responsáveis por estruturar uma sessão de musculação utilizando os implementos alternativos por eles confeccionados. Cada grupo ficará encarregado da confecção de implementos e da elaboração de exer c ícios voltados especificamente para determinado segmento corporal, entre as seguintes opções: membros inferiores, tronco ou membros superiores, conforme distribuição feita por você, professor. Cada grupo explicará aos demais os exercícios propostos e, ao final, a sessão de musculação poderá ser vivenciada por todos. Procure avaliar se os alunos observam os princípios da musculação e se os exercícios e as séries propostas atendem ao objetivo pretendido. 79 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 79 19/11/13 18:45 Proposta de Situações de Recuperação Durante o percurso pelas Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo, o professor pode propor: ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras, elaboradas por você, sobre conceitos e princípios da musculação para posterior apresentação em registro escrito em outro formato; f f análise de sessões de musculação (no todo ou em partes) apresentadas por você, professor, por meio de imagens e/ ou por escrito. Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema Livros BITTENCOURT, Nelson. Musculação: uma abordagem metodológica. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1984. Aborda questões relacionadas com a evolução histórica da musculação e seu amplo campo de aplicação (competição, treinamento, estética, terapêutica etc.), além de tratar dos princípios que regem o treinamento com pesos. Propõe aspectos metodológicos voltados à montagem de programas de musculação. GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Aborda as diversas capacidades físicas, caracterizando sua relação com a condição de saúde e seu desenvolvimento ao longo da vida, destacando aspectos relacionados à infância, à adolescência e ao envelhecimento. Apresenta propostas de avaliação para indivíduos em diferentes idades, bem como referências a parâmetros gerais e específicos que devem ser levados em consideração ao elaborar programas de condicio- namento físico destinados ao desenvolvimento das capacidades físicas. LAMBERT, Georges. Musculação: guia do técnico. São Paulo: Manole, 1990. Trata de aspectos fisiológicos/biomecânicos relacionados à execução dos exercícios com pesos e sua relação com as qualidades físicas, como flexibilidade, além de abordar os princípios de treinamento. Destaca características/cuidados na execução de diversos exercícios de musculação para os diferentes segmentos corporais, assim como sua aplicabilidade/especificidade em diferentes modalidades esportivas, como atletismo, esportes aquáticos, esportes coletivos e lutas. McARDLE, William D.; KATCH, Frank I. KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Destina um capítulo ao treinamento de força (cap. 15), enfocando aspectos relacionados às medidas corporais, testes para avaliação da força muscular, diferenças sexuais quanto à manifestação dessa força e características gerais relativas ao treinamento de resistência, em especial para crianças. 80 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 80 19/11/13 18:45 Educação Física – 2ª série – Volume 1 SANTARÉM, José M. Musculação: princípios atualizados – fisiologia, treinamento, nutrição. São Paulo: Arte Final, 1993. Faz uma síntese de diversos temas relativos à musculação, tais como sua aplicabilidade, relação com o organismo feminino e do adolescente, princípios básicos e aspectos metabólicos do treinamento de musculação. Traz orientações quanto à elaboração de programas de treinamento com pesos e discorre sobre as características da execução dos exercícios mais comumente realizados na musculação, assim como informações gerais sobre os nutrientes e planejamento dietético voltado à hipertrofia muscular e à redução da gordura corporal. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo sobre o corpo humano, explicitando os fenômenos de adaptação dos diferentes sistemas orgânicos ao treinamento. Site Cooperativa do Fitness. Disponível em: <http:// www.cdof.com.br/musc16.htm>. Acesso em: 24 jul. 2013. Disponibiliza artigos sobre temas diversos referentes ao universo dos exercícios resistidos voltados ao condicionamento físico e ao treinamento. 81 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 81 19/11/13 18:45 Quadro de conteúdos DO Ensino Médio 1a série Volume 1 Esporte – Modalidade coletiva: basquetebol –S istemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva já conhecida dos alunos Corpo, saúde e beleza – Padrões e estereótipos de beleza corporal – Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade Atividade rítmica – Ritmo vital e ritmo como organização expressiva do movimento – Tempo e acento rítmicos Esporte –M odalidade individual: ginástica rítmica Ginástica – Práticas contemporâneas em academias: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras Mídias – Significados/sentidos no discurso das mídias sobre a ginástica e o exercício físico – O papel das mídias na definição de modelos hegemônicos de beleza corporal Corpo, saúde e beleza – Capacidades físicas: conceitos e avaliação Esporte – Modalidade individual: tênis – Técnicas e táticas em uma modalidade ainda não conhecida pelos alunos 3a série Luta – Modalidade de luta pouco conhecida pelos alunos: boxe Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento, diferença, preconceito e expectativas de desempenho físico e esportivo como construções culturais Corpo, saúde e beleza – Princípios do treinamento físico: individualidade biológica, sobrecarga e reversibilidade Atividade rítmica – Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance Lazer e trabalho – Ginástica laboral: saúde e trabalho Corpo, saúde e beleza –C orpo e beleza em diferentes períodos históricos Corpo, saúde e beleza – Efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico – Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias Contemporaneidade – Esportes radicais: criatividade sobre rodas Esporte –S istemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva ainda não conhecida dos alunos Esporte – Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol, badminton, frisbee ou outra Atividade rítmica – Manifestações e representações da cultura rítmica nacional ou de outros países Corpo, saúde e beleza –A tividade física, exercício físico e saúde Corpo, saúde e beleza – Fatores de risco à saúde: sedentarismo, alimentação, dietas e suplementos alimentares, fumo, álcool, drogas, dopping e anabolizantes, estresse e repouso – Doenças hipocinéticas e relação com a atividade física e o exercício físico: obesidade, hipertensão e outras Lazer e trabalho – O lazer como direito do cidadão e dever do Estado Ginástica – Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras Volume 2 2a série Luta –P rincípios orientadores, regras e técnicas de uma luta ainda não conhecida dos alunos Mídias – A transformação do esporte em espetáculo televisivo e suas consequências Ginástica – Ginástica alternativa: alongamento, relaxamento ou outra Corpo, saúde e beleza – Atividade física/exercício físico e prática esportiva em níveis e condições adequadas Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento, diferença e preconceito Contemporaneidade – A virtualização do corpo na contemporaneidade Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica – Organização de eventos esportivos e/ou festivais (apresentações) de ginástica, luta e/ou dança Lazer e trabalho – Espaços, equipamentos e políticas públicas de lazer – O lazer na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos, interesses e estratégias de intervenção Corpo, saúde e beleza – Estratégias de intervenção para promoção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar 82 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 82 19/11/13 18:45 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 83 19/11/13 18:45 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 84 19/11/13 18:45 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 85 19/11/13 18:45 BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 86 19/11/13 18:45 CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Suely Cristina de Albuquerque Bomfim EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 87 Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Esdeva Indústria Gráfica Ltda. 19/11/13 18:45 GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017 FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida. CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini (coordenadora) e Ruy Berger (em memória). AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Vanessa Leite Rios. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico). Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). * Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades. BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 88 S239m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação física, ensino médio, 2a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Sérgio Roberto Silveira. - São Paulo : SE, 2014. v. 1, 88 p. Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB. ISBN 978-85-7849-582-4 1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Souza, Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana. V. Neto, Luiz Sanches. VI. Betti, Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título. CDU: 371.3:806.90 19/11/13 18:45 Validade: 2014 – 2017 a o 5 SÉRIE 6 ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Professor Volume 1 ARTE Linguagens