“Programa de Recuperação de Áreas degradadas”.

Transcrição

“Programa de Recuperação de Áreas degradadas”.
12 de maio de 2015 - Belo Horizonte (MG)
PROJETO PREMIADO
Realização
11 3895-8590
[email protected]
www.revistaminerios.com.br
Projeto “Programa de Recuperação de Áreas degradadas”
Imerys Rio Capim Caulim S.A.
Planta & Porto, Barcarena – PA
Cláudio Ciryno, Coordenador de Meio Ambiente.
1. APRESENTAÇÃO:
A empresa: A Imerys Rio Capim Caulim S.A. faz parte do Grupo francês Imerys, de
origem francesa, presente em mais de 50 países, em todos os continentes.
No Pará, possui duas minas de extração de caulim (RCC e PPSA) que lhe garantem o
destaque de ser a maior beneficiadora desse minério no mundo. Com foco voltado para o
desenvolvimento de novos negócios que tenham como base o caulim, a Imerys Capim
está atenta às necessidades do mercado para propor soluções inteligentes e
sustentáveis.
Em operação no Pará desde 1996, a Imerys trouxe para o Estado a experiência do Grupo,
líder mundial em soluções especiais de base mineral para a indústria. Em 2010, a
empresa adquiriu a Pará Pigmentos S.A. (PPSA), que pertencia ao Grupo Vale. Com
estrutura duplicada, a mineradora passou a ter a maior planta de beneficiamento de
caulim do mundo e 71% de participação na produção de caulim no Brasil.
Nas operações da Imerys Capim, o minério é extraído de duas minas em Ipixuna do Pará
que fica às margens do Rio Capim. O caulim é transportado por minerodutos até
Barcarena, onde é beneficiado e embarcado no porto privado. A maior parte do minério
tem como destino o mercado internacional.
Das minas em Ipixuna do Pará, o caulim é transportado por dois minerodutos, que
passam por Tomé-Açu, Acará, Mojú, Abaetetuba até chegar em Barcarena. No percurso,
os dutos ainda atravessam os rios Acará Mirim, Acará e Mojú. O mineroduto que sai da
mina RCC tem a extensão de 160 km e o que sai da mina PPSA tem 180 km.
Comprometida com a manutenção da ISO 14001, que define o que deve ser feito para
estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo, a Imerys se comprometecom
o monitoramento da flora e da fauna ao redor das minas e o reflorestamento
O projeto: O processo de mineração conduz a degradação de áreas e a sua intensidade
depende do volume, do tipo de mineração e dos rejeitos produzidos. A recuperação
dessas áreas deve ser considerada como parte do processo de mineração (Griffith &
Williams, 1989).
A expressão degradação está relacionada à deterioração progressiva das interações
físicas, químicas, biológicas, entre outras, favoráveis à existência e manutenção da vida
animal e vegetal que ocorre em um ecossistema.
Em termos ecológicos podemos dizer que áreas degradadas são aquelas cujo processo
evolutivo normal foi interrompido ou sofreu retroação. O conceito de áreas degradadas
está intimamente relacionado com a degradação de ecossistemas e da biodiversidade,
estando no centro dos debates sobre desenvolvimento x conservação.
A degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a fauna são destruídas,
removidas ou expulsas; a camada fértil do solo perdida, removida ou enterrada; e a
qualidade e o regime de vazão do sistema hídrico for alterado (IBAMA, 1990).
Nos últimos 15 anos, o acúmulo significativo de conhecimentos sobre os processos
envolvidos na dinâmica de formações naturais (tanto preservadas, como em diferentes
graus e tipos de degradação), tem conduzido a uma significativa mudança na orientação
dos programas de recuperação.
Esses programas deixam de ser mera aplicação de práticas agronômicas ou silviculturais
de plantios de espécies perenes, objetivando apenas a re-introdução de espécies
arbóreas numa dada área, para assumir a difícil tarefa da reconstrução dos processos
ecológicos e, portanto das complexas interações da comunidade, respeitando suas
características intrínsecas, de forma a garantir a perpetuação e a evolução da
comunidade no espaço e no tempo (Rodrigues & Gandolfi, 2001).
Neste documento é apresentada a atualização do Programa de Recuperação de Áreas
Degradadas e Alteradas que será desenvolvido nas áreas a serem explotadas pela IRCC
no município de Ipixuna do Pará.
2. OBJETIVOS:

Objetivo Geral:
O principal objetivo deste Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD é
apresentar os métodos e técnicas a serem aplicados para a recuperação das áreas
degradadas na área de influência direta (ADA) da IRCC.
Com a implantação do PRAD pretende-se atingir uma condição ambiental estável para as
áreas degradadas e alteradas, em conformidade com os valores estéticos e
socioeconômicos do entorno, de modo a dar uma utilização futura adequada ao sítio
minerado.

Objetivos Específicos:
1. Determinar como serão feitas as recuperações das áreas que serão exploradas na
unidade de lavra;
2. Estabelecer o monitoramento do processo de recuperação das áreas alteradas e
recuperadas garantindo a qualidade da reabilitação/ revegetação através de um
acompanhamento pós-plantio a médio e longo prazo;
3. Estabelecer entre mineração e reabilitação ambiental, um ritmo “pari passu”, desde
o princípio das atividades no platô, de forma a reduzir o tempo de exposição do
solo;
4. Garantir a continuidade das funções ambientais, otimizando operações de
desmate, sempre que possível;
5. Realizar o plantio de uma vegetação pioneira de rápido crescimento, para proteger
o solo de erosão laminar, e o plantio de vegetação arbóreo-arbustiva, em segunda
instância, capaz de atrair a fauna regional, resgatando também os mecanismos de
reabilitação ecossistêmica;
6. Garantir o retorno às condições de auto-sustentabilidade dos processos de
sucessão natural nas áreas interferidas, resguardadas como reserva legal, e
analisar a possibilidade de exploração econômica do solo com culturas de valor
comercial capazes de determinar a condição de sustentabilidade do sistema,
observando a reserva legal.
3. ATUALIZAÇÃO DO PLANO PRAD:
O conteúdo geral deste PRAD visa garantir que as áreas mineradas sejam levadas a uma
condição de estabilidade, e estejam aptas para um novo uso compatível com a
capacidade de suporte dos ecossistemas alterados em um prazo razoável após a
exaustão das reservas.
Várias ações de recuperação de áreas deverão ser desenvolvidas para que reduzam, ao
mínimo, a necessidade de ações na etapa posterior à exaustão das reservas e
consequente desativação do empreendimento.
É altamente recomendável que a recuperação das áreas mineradas seja conduzida
simultaneamente às atividades de exploração mineral, evitando-se, desta maneira, que
grandes extensões de áreas permaneçam por um longo período, expostas às intempéries.
Ademais, durante o período de operação do empreendimento, os recursos necessários à
recuperação das áreas são mais facilmente mobilizados do que após sua desativação.
a) Conceituação e considerações gerais:
Área degradada considera-se aquela que, após ter sofrido um distúrbio, apresenta baixa
resiliência, isto é, seu retorno ao estado anterior pode não ocorrer ou ser extremamente
lento, em velocidade inaceitável para as pretensões humanas. Por outro lado, área
perturbada é aquela que sofreu distúrbio, mas dispõe de meios de regeneração biótica
suficientemente ativa para recuperar-se, por exemplo, banco de sementes e de plântulas,
chuva de sementes, brotação, etc. (Kageyama et al., 1991). Áreas mineradas a céu
aberto são exemplo de áreas ecologicamente degradadas ou, resumidamente, áreas
degradadas.
A recuperação de um ecossistema alterado, segundo Magnuson et al. (apud Cairns Jr.,
1986), pode ser voltada para as seguintes situações: (i) restauração à sua condição
original; (ii) reabilitação pela restauração de algumas características originais mais
aceitas; ou (iii) criação de um ecossistema novo totalmente distinto do original com
características desejáveis.
A restauração (stricto sensu) de ecossistemas degradados é apenas uma possibilidade
teórica; as mudanças na comunidade vegetal através do tempo constituem um processo
complexo que está muito longe de ser totalmente compreendido ou previsto (Kageyama et
al., 1991). A condição original de um ecossistema florestal inclui tanto os seus
componentes (fatores bióticos e abióticos) como seus serviços ou funções.
As etapas do processo de recuperação de áreas degradadas, segundo o IBRAM (1992),
são:

Curto prazo: recomposição da topografia do terreno, controle da erosão e correção
dos níveis de fertilidade do solo, amenização do impacto na paisagem e controle
da deposição de estéreis e rejeitos.

Médio prazo: sucessão vegetal, restauração das propriedades físicas e químicas
do solo, ciclagem dos nutrientes e reaparecimento da fauna.

Longo prazo: auto-sustentação do processo de recuperação, inter-relacionamento
dinâmico entre solo-planta-animal e utilização futura da área.
Sucessão em áreas degradadas pela mineração:
A sucessão secundária é o mecanismo pelo qual as florestas tropicais se auto-renovam,
através da cicatrização de locais perturbados (clareiras) que ocorrem a cada momento em
diferentes pontos de uma floresta (Gómez-Pompa, 1971). Essas clareiras são reocupadas
por diferentes grupos ecológicos de espécies arbóreas, adaptadas para regenerarem-se
em aberturas de tamanhos diferentes (Whitmore, 1982).
Na implantação de modelos de plantios para a recuperação de área degradada, a
classificação das espécies deve envolver também o seu comportamento silvicultural, além
do ecológico (Kageyama & Gandara, 2001). Assim, é interessante o agrupamento das
espécies em dois grandes grupos; (1) Pioneiras ou sombreadoras – espécies de
crescimento mais rápido que germinam e se desenvolvem a pleno sol, produzem
precocemente muitas sementes pequenas, normalmente com dormência, as quais são
dispersas pelo vento e por animais. Na floresta tropical ocorrem em pequeno número de
espécies, com um grande número de indivíduos. Neste grupo estão incluídas as espécies
pioneiras típicas, as secundárias iniciais, as pioneiras antrópicas e as secundárias/
pioneiras antrópicas; (2) Não Pioneiras ou sombreadas – espécies de crescimento mais
lento beneficiadas por um sombreamento parcial, germinam e se desenvolvem à sombra
e produzem sementes grandes, normalmente sem dormência. São denominadas também
tolerantes, ocorrendo no sub-bosque ou no dossel da floresta. As espécies deste grupo
ocorrem também em pequeno número, com médias e altas densidades de indivíduos.
Neste grupo estão incluídas as espécies secundárias tardias e as climáticas.
b) Recuperação das áreas lavradas:
A recuperação das áreas lavradas será realizada de acordo com o plano de lavra da
IRCC, que adotará o método de lavra em tiras. Este método consiste em lavrar o depósito
em faixas paralelas com aproximadamente 30 m de largura e comprimento de 1.100 m (1º
ano), com o capeamento sendo disposto na área da tira anteriormente lavrada.
Do ponto de vista da reabilitação, o método apresenta a reconformação e recuperação
das áreas lavradas, concomitantemente ao avanço da lavra. Desta forma, este método
permite que ao final da vida útil da mina, esta esteja totalmente recuperada.
As técnicas para a recuperação de áreas lavradas, recomendam uma série de etapas,
durante e após a lavra. Essas etapas compreendem medidas de minimização e de
reabilitação de áreas.
Para preparar as áreas de lavra, mantê-las em boas condições operacionais e
posteriormente recuperá-las de acordo com as necessidades de conservação e
recuperação ambiental, serão necessárias algumas operações denominadas secundárias
ou auxiliares. Estas operações são de supressão vegetal e limpeza de área, remoção,
transporte e disposição do solo orgânico e revegetação.
Supressão vegetal e limpeza de área:
Ações de minimização de impactos serão adotadas antes e durante o processo de
supressão vegetal para garantir o menor impacto ambiental possível, prevenindo futuras
reabilitações corretivas mais drásticas nas áreas recuperadas. Estas medidas serão
executadas antes do processo de lavra, são elas:
toda supressão vegetal será realizada de acordo com o Plano Anual de Lavra;
toda tarefa de supressão será executada de forma gradual, em direção das áreas
preservadas. Esta medida manifesta-se positivamente sobre a fauna impactada pela;
quanto ao direcionamento da queda das árvores este nunca será direcionado rumo a
encosta do platô, na áreas de borda;
aproveitamento integral da madeira nobre ou aproveitável, internamente no projeto ou
dando destinação adequada (venda ou doação);
coleta de sementes e propágulos aproveitáveis para a revegetação de áreas degradadas,
preferencialmente para o mesmo local;
toda a área com vegetação lenhosa receberá uma vistoria prévia, por técnico habilitado,
para definir e orientar a coleta e armazenamento de resíduos importantes para a
reabilitação de áreas lavradas;
aproveitamento integral também dos resíduos pós-supressão, como galhos finos, folhas,
cascas, entre outros;
toda supressão será efetuada somente diante da premência de ocupação da área pela
mineração, no sentido de preservar a área até o momento imediatamente precedente a
sua utilização. O efeito desta medida manifesta-se sobre a manutenção máxima da
vegetação remanescente, com seus benefícios relativos a dispersão de sementes e
fauna, além da proteção de ventos horizontais de baixa altitude;
para garantir a estabilidade física das bordas e também a integridade do gradiente
altitudinal, sob ponto de vista da diversidade original de espécies da vegetação
atualmente instalada, a lavra limitar-se-á até a faixa de 10 a 50 metros das bordas do
platô. Assim, a vegetação de borda será mantida intacta sobre uma faixa estreita, porém,
penetrando na superfície aplainada do platô, de acordo com a Resolução CONAMA 303
de 20/03/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de
preservação permanente. A vantagem desta preservação é dada, por um lado, pela
manutenção do perfil original das espécies instaladas e, por outro, pelo fomento da
disseminação zoocórica de sementes nativas, a partir da visitação de representantes da
fauna típica local. A borda possuirá, assim, a função de um corredor vegetal, com intuito
de manter ativo o tráfego de fauna entre as baixadas e o referido platô;
Remoção, transporte e disposição do solo orgânico:
Após a supressão vegetal será executada a remoção da camada fértil do solo ou “top soil”
ou horizonte A. O “top soil” é rico em matéria orgânica e propágulos além de
microorganismos altamente desejáveis para a revitalização do solo.
O processo de retirada do “top soil” consistirá em decapeamento mecanizado com trator
de esteira D6. Esse material deverá ser depositado em pilhas e reservado em área
selecionada para este fim. Em seguida será transportado diretamente para as áreas em
reabilitação e reaplicado ou espalhado, em camadas de 20 cm, sobre a superfície ainda
antes dos procedimentos de revegetação.
A gestão dos volumes de “topsoil” será orientada de tal forma que os blocos degradados,
isto é, em reabilitação, serão contemplados com a camada decapeada dos blocos a
serem minerados a seguir. Assim, os blocos exauridos, em reabilitação, receberão o
horizonte A (“topsoil”), de uma área vizinha, em início de lavra.
Desta forma são preservadas as propriedades germinativas dos propágulos contidos
nesta camada, além da manutenção da vitalidade biológica dos solos transferidos. Na
prática constata-se que quanto menor o tempo entre o decapeamento e aplicação deste
material orgânico, melhor a germinação de espécies florestais espontâneas em meio às
áreas beneficiadas.
Revegetação:
A revegetação terá seu início após a regularização do terreno, deposição do “top soil” e
análises da fertilidade do solo.
A regularização do terreno é feita após a explotação do minério da referida área. Tal
operação denomina-se “quebra de pilha” que consiste na regularização da superfície
topográfica após a recolocação do estéril na cava de explotação. O terreno é terraplenado
com tratores de esteiras, respeitando um gradiente de drenagem de até 0,1%, com
orientação das águas para lançamento em uma área vegetada e segura sob ponto de
vista da erodibilidade.
Após a regularização da superfície do terreno degradado inicia-se a operação de
recolocação das pilhas de “terra preta” ou “top soil”, que serão espalhadas em camadas
uniformes de 20 cm de altura.
Análises da fertilidade do solo deverão ser realizadas antes do processo de lavra e após a
reposição do solo orgânico nas áreas já lavradas. Tais análises possibilitarão a correção
da qualidade do solo no tocante a seus elementos químicos, por exemplo: ampliar a soma
de bases trocáveis e reduzir os efeitos do Al+++ onde são necessárias aplicações de
corretivos ricos em cátions básicos e fertilização específica. Subsequentemente deverão
ser realizadas outras análises de solo para monitoramento da qualidade e fertilidade do
mesmo.
Para análise da fertilidade do solo serão colhidas amostras de solo nas superfícies a
serem reabilitadas, antes das atividades de revegetação.
Estas amostras serão do tipo mistas, compostas por 5 parcelas cada uma. Serão colhidas
3 amostras por hectare de superfície, distribuídas em locais aleatórios ou conforme
orientação de assistência técnica. Em seguida, as mesmas serão enviadas para o
laboratório especializado e os resultados dessas análises serão avaliados pela
assistência técnica. A partir dessas interpretações serão feitas inferências sobre a
adubação bem como a reorientação das mesmas, caso necessário. É de fundamental
importância a observação do pH e a relação Ca - Mg, uma vez que estes fatores, quando
desfavoráveis, podem acusar a inibição parcial da germinação de sementes e
desenvolvimento de plantas.
Para a escolha do tipo de cobertura vegetal a ser utilizada na revegetação deve ser
levada em consideração a aptidão agrícola do solo, o retorno social e condições
ecológicas inerentes ao empreendimento. A área já lavrada para explotação mineral
poderá ser revegetada com espécies nativas originais, espécies florestais de rápido
crescimento e de valor comercial, fruticulturas entre outras.
Revegetação com espécies nativas:
A reabilitação objetivando formar uma floresta mais próxima possível da originalmente
existente tem sido a utopia dos pesquisadores que vêm se dedicando à recuperação de
áreas degradadas. As questões da diversidade de espécies, regeneração natural nas
plantações, da interação planta x animais e da representatividade nas suas populações
são alguns dos pontos importantes que vêm sendo abordados nos modelos de
restauração.
Trabalhos pioneiros que tratam sobre a recuperação de áreas degradadas pela mineração
tais com Dias (1981) e Moraes (1992) e os experimentos realizados na Mineração Rio do
Norte, no município de Oriximiná (PA) deverão ser norteadores das ações de recuperação
de áreas degradadas pela mineração de caulim.
Na revegetação os diferentes grupos ecológicos sucessionais deverão ser arranjados de
tal forma que suas exigências sejam atendidas pelos modelos. As espécies do estágio
inicial da sucessão – as pioneiras ou sombreadoras - são importantes para que as
espécies dos estágios finais – não pioneiras ou sombreadas – tenham condições
adequadas para seu desenvolvimento.
Os resultados de experimentos e observações de campo, em plantios mistos de espécies
nativas, permitem algumas generalizações sobre a silvicultura, que podem ser assim
resumidas:
As diferentes espécies pioneiras fornecem níveis diversos de sombreamento. As pioneiras
devem ser plantadas em número restrito de espécies (de 2 a 5), envolvendo os dois
grupos, com grande número de indivíduos por área (de 200 a 500/ha).
As espécies do grande grupo das não pioneiras (secundárias e climácicas) deverão
ocupar os diferentes graus de sombreamento promovido pelas pioneiras. As secundárias
deverão ser plantadas em um grande número de espécies (mais de 30), com pequeno
número de indivíduos por área (de 5 a 20/ha); as climácicas, por sua vez, com um número
médio de indivíduos por área (de 50 a 100/ha).
Uma vez feito o preparo do solo, será iniciada a revegetação. Esta será feita
preferencialmente por meio de sementes e mudas florestais nativas. As espécies serão
selecionadas entre aquelas inventariadas nas áreas do empreendimento e do entorno.
Destas espécies serão excluídas as não conhecidas quanto a fenologia, germinação,
produção de muda e silvicultura.
Os números de espécies poderão sofrer variações, uma vez que serão produzidas e
plantadas de acordo com os resultados das coletas de sementes nos períodos anteriores
e o modelo utilizado.
Para áreas originalmente cobertas com Floresta Ombrófila será reaplicada a serrapilheira
previamente recolhida e armazenadas durante a fase de preparo para mineração. A
serrapilheira será reaplicada em camadas finas a fim de garantir a cobertura total da
superfície degradada. Sobre a serrapilheira será aplicada uma camada de cobertura
morta para evitar o seu ressecamento e excesso de iluminação.
Diferentes modelos de revegetação serão implantados, com intuito de também contribuir
através de comparação, para a definição de modelos de revegetação em área de
mineração na Amazônia.
Nesses modelos de revegetação poderão ser utilizadas espécies que não foram
observadas no levantamento realizado, mas que apresentam importância econômica, por
exemplo, mogno, freijó, pau-rosa, macacaporanga e os breus. Estas espécies são
plantadas na forma de população base para produção de sementes de base genética
conhecida, para futuros empreendimentos na região.
4 RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS PLANTADAS/ REFLORESTADAS:
Correção de solo, gradagem e incorporação de fósforo no solo e plantio de leguminosa:
Nas áreas onde foram executados os serviços de reflorestamento e o desenvolvimento
das espécies plantadas não estiver de acordo com o esperado, serão realizados os
seguintes procedimentos:
a) Analise de solo para determinar a condição física, química e orgânica do mesmo
para posterior correção;
b) Fazer a calagem a lanço de acordo com as necessidades recomendadas para
deixar pH em níveis superiores a 5,0 em água, Saturação por bases superior a
45%, Relação da CTC em pelo menos em 5,0, alumino tóxico inferior a 0,5
mmol/dm3, precedida da incorporação em profundidade de 0-15cm, com grade
intermediária, nas entre linha do plantio;
c) Após 30 dias fazer aplicação de produto a base de fosfato reativo a lanço, nas
quantidades de 500kg/ha do produto comercial que pode ser ARAD, Fosfato de
Gafsa, Dawi ou de preferência um produto chamado MPPA. Essa aplicação deverá
ser feita, preferencialmente, no inicio do período chuvoso;
d) Fazer o plantio da leguminosa Stilontes Campo Grande na Base de 3 kg/ha. E
seguir as demais recomendações no processo de recuperação de área
degradadas.
e)
5. PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE:
O projeto não prevê intervenções em áreas de preservação permanentes, como matas
ciliares e bordas dos platôs. Caso haja necessidade dessas intervenções deverão ser
utilizados métodos apropriados para sua recuperação.
As matas ciliares, como um dos ecossistemas mais importantes das áreas de
preservação permanente, vêm sendo consideradas como corredores de fluxo gênico, por
possibilitarem o trânsito de animais. Deve-se enfatizar que, para que as matas ciliares
possam ser caracterizadas como corredores é necessário que esta faixa de vegetação
contenha indivíduos das espécies vegetais das populações existentes nas áreas do
entorno que poderão ser interligadas. A faixa ciliar deve conter, portanto, não somente as
espécies exclusivas de matas ciliares, mas também as espécies de mata de terra firme.
No estabelecimento dos modelos de plantios mistos deverá se enfocar a alta diversidade
de espécies da floresta tropical e a importância ecológica dos diferentes grupos de
sucessão ecológica. Deste modo, a colheita de semente deve ser principalmente quanto à
origem e número de árvores-mães.
As espécies arbóreas nativas da floresta tropical são consideradas predominantemente
alógamas. Neste caso, a colheita de sementes deverá representar um tamanho efetivo
igual a quatro para cada conjunto de sementes colhida de uma árvore-mãe. Assim,
deverá ser colhida igual quantidade de sementes de no mínimo 12 árvores-mãe. No caso
de não ser possível encontrar o material genético adequado, recorrer-se-á então a uma
base genética bastante ampla, trazendo sementes de várias origens, aumentando as
chances de surgirem genótipos adaptados após recombinação futura.
Como o objetivo é a representatividade das populações naturais na revegetação das
matas ciliares, não se promoverá a escolha de árvores com características superiores,
tomando-se neste caso, indivíduos ao acaso na população amostrada.
Assim, dar-se-á preferência para a coleta de sementes na própria área ou em áreas
próximas. Observa-se que espécies que têm alta taxa de cruzamento como as espécies
arbóreas, apresentam amplo fluxo gênico, levando a uma homogeneização genética a
grande distância, porém espécies com médias e baixas taxas de cruzamento, como as
espécies arbustivas e herbáceas, apresentam fluxo gênico restrito levando a uma
diferenciação genética a curta distância.
Nas bordas dos platôs pode-se utilizar o método de semeadura direta manual a lanço e
com matraca. Somados a este método deve-se depositar adubo onde serão plantadas
sementes de legumisosas de pequeno porte com espécies forreageiras de baixa
capacidade de absorção de nutrientes, distribuindo-se, diretamente no campo, sementes
e outros propágulos em linha, covas ou terraços. É uma técnica simples, mas que exige
mão-de-obra em grande número e baixo rendimento por hora/área.
Nestas áreas deverão ser utilizadas espécies de sementes pequenas, principalmente das
famílias da Gramínea, Leguminosae e Melastomataceae, de fácil aquisição no mercado e
de reconhecida agressividade para cobrir a área. A estes grupos deverão ser
incorporadas espécies arbóreas na forma de mudas, desde que sejam observadas nas
áreas, e que tenham bom potencial de estabelecimento nas áreas de bordas e encostas
de platô.
6. RECUPERAÇÃO DE CANTEIRO DE OBRAS, OFICINAS E INSTALAÇÕES
PROVISÓRIAS
Estas áreas terão como característica a alta compactação do solo devido a trânsito,
fundações, benfeitorias e estruturas afins. Após o término das atividades sobre estas
áreas, as mesmas serão reabilitadas e revegetadas.
A revegetação se dará após desmonte das benfeitorias e uma subsolagem de toda
superfície utilizada, correção do solo e revegetação, com semeadura manual de
gramíneas e leguminosas rústicas, a lanço.
As árvores existentes sobre estas áreas serão preservadas integralmente. Posteriormente
serão plantadas mudas arbustivas e arbóreas sobre a área com o intuito de promover
uma sucessão natural de espécies nativas locais. Os plantios serão mantidos sob manejo
e acompanhamento até a total estabilização da vegetação implantada. Após a
revegetação, serão tomadas medidas de acompanhamento e manutenção dos plantios
aplicados até a sua estabilização.
7. ETAPAS PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS PARA USO NA
RECUPERÇÃO DE ÁREAS

Coleta de sementes
A atividade de coleta de sementes de boa qualidade é muito importante para qualquer
programa de produção de mudas, tanto para recuperação de áreas degradadas quanto
para plantios de reabilitação de florestas em Reserva Legal ou Áreas de Preservação
Permanente. A atividade chave para atingir um máximo de diversidade de espécies
produzidas é a coleta de frutos e sementes. Por motivos genéticos é importante coletar
sementes de várias matrizes.
Um viveiro de mudas para receber as espécies nativas representativas da região já foi
instalado na área da mina em Ipixuna do Pará.

Identificação das espécies – Ficha
Os frutos e sementes, após coletados são encaminhados ao viveiro onde serão
identificados, através do livro “Árvores Brasileiras – Vols. 1 e 2”. Para isso o livro ficará
sempre à disposição dos funcionários. Feita a identificação, é então gerada uma ficha
com o nome popular e científico da espécie, a melhor maneira e o tempo de
armazenamento das sementes, a forma de quebra de dormência das sementes e o tempo
para germinação, data de coleta, data de semeadura, data limite da germinação após a
qual o canteiro será reformado.

Extração e secagem de sementes
Durante as etapas de coleta, extração e secagem ocorrem os maiores riscos das
sementes sofrerem danos, perdendo o seu potencial germinativo. Na maioria das
espécies é necessário a extração das sementes e posterior secagem.
A secagem dos frutos/sementes, à sombra ou sol dependendo da espécie (alguns frutos
após a desidratação ocorre sua abertura e liberação das sementes), representa uma
atividade que requer muita atenção e acompanhamento do técnico florestal.
Após a secagem dos frutos é necessário a remoção ou separação da semente. Algumas
espécies são facilmente separadas, outras são muito trabalhosas. Para extração de
sementes de frutos secos utiliza-se: tesoura, faca, turquesa, alicate de bico, machadinho,
martelo, peneira, etc.

Armazenamento
As sementes que não forem semeadas imediatamente, deverão ser armazenadas
adequadamente para não perderem ou reduzirem sua capacidade de germinação. As
sementes de espécies com baixo grau de umidade mantêm-se viáveis por longo tempo,
podendo ser armazenadas e representando boa ferramenta no planejamento da produção
do conjunto de espécies no viveiro.
Por outro lado, as sementes com alto grau de umidade mantêm-se com elevada
respiração consumindo suas substâncias de reserva e diminuindo muito drasticamente
sua viabilidade. Recomenda-se que estas sementes sejam semeadas logo após seu
beneficiamento. Em caso de armazenamento estas sementes devem ser colocadas em
recipientes como vidro, lata ou saco plástico grosso, saco de papel (este último o mais
prático) e armazenadas em câmara fria à temperatura média 5°C (sendo interessante não
menos que 3°C e não mais que 7°C).
Obviamente a aquisição de uma câmara fria não consegue justificar-se na montagem de
uma estrutura para um viveiro de mudas com objetivos não lucrativos, assim a geladeira
doméstica bem regulada representa uma alternativa bastante interessante e barata para
suprir esta necessidade.

Produção das mudas
Para a produção de mudas de qualidade deve-se inicialmente construir um viveiro de
mudas capaz de garantir a o perfeito desenvolvimento das mudas em sua fase inicial.
Para a produção de mudas algumas questões são de fundamental importância, tais com a
qualidade do substrato, as características das sementes, o processo de semeadura, o
processo de aclimatação e escolha para o plantio.
a) Qualidade do substrato
É importante que se consiga um substrato de boa qualidade para que as sementes
germinadas ou mudas transplantadas tenham o suprimento de suas necessidades de
nutrientes atendidas e assim apresentem um desenvolvimento rápido e sadio.
No viveiro, para as atividades de produção de mudas, deverá ser usado um substrato
composto por terra preta, húmus, esterco de curral e cinzas. Estes insumos formam um
substrato muito bom e heterogêneo agregando diferentes qualidades atendendo muito
bem as necessidades da planta.
O húmus fornece qualidades de estrutura do solo, capacidade de retenção de umidade,
excelente capacidade de trocas catiônicas, o fósforo e nutrientes diversos, enfim
qualidades da matéria orgânica. O esterco de curral além de oferecer as qualidades da
matéria orgânica também oferece fonte mais rica de nutrientes, principalmente o
nitrogênio, além de fósforo e outros. As cinzas fornecem principalmente o potássio e o
cálcio e a areia oferece principalmente uma boa drenagem do substrato que irá ser
colocado nos saquinhos.
O uso de adubos químicos deve ser realizado apenas se constatado o insucesso da
composição do substrato comentado acima. Busca-se que as mudas estejam bastante
resistentes às condições adversas que encontrarão no campo e a adubação química vai
contra este princípio quando não buscamos produtividade da planta e quando haverá
pouca assistência posterior ao plantio.
b) Característica das sementes
Sementes de muitas espécies florestais germinam muito bem quando colocadas em
condições favoráveis de umidade, temperatura e oxigênio. Aquelas que não germinam
sob tais condições são chamadas de dormentes.
A dormência das sementes representa um problema ao viveirista porque a germinação
ocorre irregularmente causando desuniformidade no desenvolvimento do lote de mudas
da espécie remetendo a manejos diferenciados no mesmo lote o que causa atrasos e
custos adicionais.
Para minimizar os problemas relacionados a dormência existem tratamentos que
procuram efetuar a quebra da dormência das sementes e obter uma germinação mais
rápida e uniforme. Abaixo são apresentadas alternativas práticas para quebra de
dormência que serão usadas no viveiro:
-Imersão em água fria – consiste na imersão das sementes em água fria durante períodos
diferentes para cada espécie resultando na absorção de água pelas sementes acelerando
e uniformizando a germinação do lote.
-Imersão em água quente – a imersão em água quente é utilizada quando as sementes
apresentam um tegumento duro e impermeável a água. Consiste em aquecer a água a
80-100°C, colocar as sementes numa proporção de uma parte para cinco partes de água
quente por tempo variável de acordo com as recomendações para cada espécie.
-Escarificação – é usada também para sementes que tem tegumento duro e impermeável
à água. Consiste em esfregar as sementes contra uma superfície abrasiva, como lixa de
papel, lima ou esmeril fazendo um pequeno corte na casca, sem danificar o embrião
viabilizando a absorção de água.
c) Processo de semeadura
Na semeadura serão utilizados sacos nas medidas 10cm X 18cm/ 0,15 de espessura para
a produção de mudas de espécies que possuem semente grande e elevadas taxas de
germinação. Espécies com sementes pequenas e baixas taxas de germinação serão
semeadas em canteiro e, após a germinação, transplantadas para sacos. As sementes
serão enterradas até no máximo 0,5 cm sendo cobertas pelo simples peneiramento do
substrato sobre as mesmas, não permanecendo expostas na superfície do substrato.
Repicagem é a retirada das mudas do canteiro de semeadura e seu plantio nos
recipientes individuais (sacos). O tamanho ideal para a repicagem das mudas varia de
acordo com a espécie, porém, pode-se tomar como indicativo o aparecimento de dois
pares de folhas definitivas e raízes mais desenvolvidas.A experiência do técnico
responsável pela repicagem dará maior segurança para a realização desta atividade.
A muda deverá ser retirada do canteiro com o torrão de terra e enterrada no recipiente
individual até a altura do colo. As raízes não podem ser entortadas, dobradas ou
enoveladas. Árvores com raízes tortas ou enoveladas não desenvolvem-se normalmente,
tombam com facilidade ou morrem no campo. Assim, quando as raízes estiverem muito
compridas é necessário podá-las para acondicioná-las adequadamente no substrato do
saco.
Após a repicagem será feita a irrigação do lote transplantado deixando-o sob o sombrite
até que apresente condições para transferência ao ambiente natural. A resistência à
repicagem varia de espécie para espécie. O período pós-repicagem será acompanhado
de perto pelo viveirista a fim de minimizar as perdas.
Para atenuar a ação do sol e dos ventos contra a manutenção da umidade do substrato e
para a manutenção de ótimas condições de sombreamento, umidade e temperatura será
usada uma casa de germinação de sementes, buscando obter a maior germinação de
sementes. Todas as mudas ficarão depositadas na casa de germinação até adquirirem
tamanho adequado para aclimatação.
d) Processo de aclimatação
As mudas, após passarem um período na casa de germinação passarão por um processo
de aclimatação e fortalecimento de sua resistência às adversidades do ambiente em que
serão introduzidas. O processo na verdade representa um conjunto de ações simples que
buscam rustificar a planta reproduzindo um mínimo de similaridades com o ambiente
natural.
Em primeiro lugar, as mudas com porte entre 8 e 10 cm. serão encaminhadas para um
local de exposição máxima ao sol, de preferência durante todo o dia. Neste momento
inicial o lote de mudas será observado e irrigado frequentemente a fim de minimizar os
efeitos da mudança brusca das condições que a planta está sendo submetida.
Gradualmente esta oferta de água será reduzida até atingirmos apenas uma irrigação por
dia.
O lote será disposto no terreno em linhas paralelas de 10 unidades dando um espaço
maior entre lotes de 100 mudas, facilitando o controle do viveiro assim como no momento
da composição do conjunto de mudas que irão ao campo. Serão realizados rodízios
periódicos dos lotes, mudando-os de lugar, evitando o enraizamento indesejado no chão
do viveiro.
e) Escolha para o plantio
Após o período de aclimatação serão selecionadas para o plantio as mudas que atingirem
15 cm de altura, estas já terão condições de irem a campo. Para algumas espécies esse
momento se dará quando atingirem 80 cm. Espécies que atinjam alturas acima de 80 cm
serão verificadas quanto ao enovelamento das raízes ou o enraizamento da muda no
chão do viveiro, o que torna inviável a sobrevivência das mesmas no campo.
8. PLANTIO DE MUDAS:
Os plantios serão feitos nas linhas de escarificação do trator, em covas de 20 x 30 cm,
num espaçamento de 2 x 2m. As embalagens dos torrões das mudas serão removidas
antes do plantio. Comumente, antes do plantio, recomenda-se aplicar a seguinte
adubação: 150g de NPK (10-28-20), 150 g de Calcário e 10g de FTE. Contudo, para o
caso do plantio nas áreas de explotação de caulim a serem recuperadas serão feitas
análises preliminares da qualidade do solo para uma adequada formulação a ser aplicada.
9. TRATOS CULTURAIS E MANEJO POSTERIOR DAS ÁREAS REVEGETADAS
a) Adubação de cobertura
Após analise de solo será procedida a adubação de cobertura em aproximadamente seis
meses após os plantios. Para garantir a eficiência desta adubação serão feitas
amostragens de solo entre a vegetação plantada. Conforme os resultados específicos das
análises de fertilidade do solo local e indicação por Engenheiro Florestal ou Agrônomo,
será aplicado, a lanço, um adubo do tipo NPK + Micro ou ainda superfosfato simples, em
quantidades e qualidade adequadas, conforme o caso.
b) Combate a formigas e patógenos
O combate a formigas cortadeiras ou agentes fitopatológicos somente será aplicado após
criteriosa avaliação por um Engenheiro Florestal ou Agrônomo. Esta avaliação acontecerá
no período de preparação do solo para revegetação, antes portanto da revegetação
propriamente dita. Os critérios de avaliação serão baseados no potencial de perdas
provocado pelos referidos agentes e na eficiência de um eventual tratamento químico.
c) Prevenção e combate a incêndio
Serão tomadas providências no sentido de manter uma equipe continuamente instruída,
treinada e capacitada pelo Corpo de Bombeiros para atuar no combate a incêndios. Essa
equipe ficará instalada o mais próximo ao local do empreendimento e será mobilizada
para combate a incêndios em áreas de revegetação, conforme previsto no plano de
emergência da empresa. Os procedimentos de combate de incêndio serão gerenciados
pela CIPA da IRCC. Em caso de sinistro, todas as mudas atingidas serão replantadas.
Serão abertos aceiros nas áreas revegetadas impedir o crescimento de incêndios.
10. MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO PLANTADA
O acompanhamento da evolução dos resultados da revegetação é fundamental para o
sucesso das medidas implantadas. Consiste no monitoramento e intervenção posteriores
aos tratos culturais e estabilização das medidas almejadas. Serão utilizadas parcelas
permanentes para o monitoramento da revegetação.
Considerando a longevidade das atividades, serão estabelecidos sistemas de avaliação,
de modo a assegurar a efetividade da recuperação, dentro dos custos e qualidades
projetadas. Contemplarão ainda a observação das técnicas de recuperação utilizadas, de
modo a não só melhorá-las, como também corrigir eventuais inadequações. A
metodologia a ser empregada consiste de três partes.
a) Avaliação operacional
Com os padrões projetados e desejáveis para cada operação, será apresentado
semestralmente um relatório técnico-operacional, de acordo com um cronograma físico a
ser estabelecido pela IRCC, dentro da sua programação anual.
Para otimizar o desempenho operacional será elaborado pela equipe executora dos
serviços um cronograma mensal contendo: fluxo de mão de obra; desembolso monetário,
fluxo de insumos e das atividades de monitoramento. Além deles, constarão no relatório
uma avaliação física, feita no campo, entre o projetado e o executado, com as devidas
considerações quantitativas e qualitativas. Não poderão existir equívocos acumulativos,
sendo necessário portanto, uma avaliação rigorosa, pois esse acompanhamento, além do
seu valor intrínseco, estimula a efetividade.
b) Avaliação da germinação e crescimento das espécies
A avaliação da germinação consistirá na avaliação da emergência e estabelecimento em
parcelas de 1m², e o crescimento das espécies consistirá na demarcação de parcelas
permanentes com 50 m². Os parâmetros avaliados serão a altura e o diâmetro da copa
nos dois primeiros anos e quantificação de raízes e serrapilheira a partir do terceiro ano.
c) Avaliação fotográfica
Avaliação fotográfica será realizada a cada semestre num período de 3 anos objetivando
registrar o desenvolvimentos da vegetação plantada nas áreas em recuperação.