os benefícios da equoterapia no desenvolvimento da criança com

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os benefícios da equoterapia no desenvolvimento da criança com
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OS BENEFÍCIOS DA EQUOTERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
FERLINI, Gláucia Meri Silvério1
CAVALARI, Nilton2
RESUMO
Este trabalho tem com objetivo investigar as contribuições da Equoterapia (terapia sobre e
com o cavalo), prática tão remota e, ao mesmo tempo, tão atual, no tratamento de pessoas
com deficiência física e/ou com necessidades especiais, dentro do enfoque psicoterapêutico.
Estruturado de forma didática e sintética seus objetivos específicos são: Conceituar e
caracterizar a Equoterapia; Definir e apresentar a classificação geral de deficiência física;
Demonstrar os benefícios da estimulação através da Equoterapia para o desenvolvimento das
áreas motoras, linguagem, cognição, socialização da criança com deficiência física.
Para isso basearemos em literatura especifica a respeito do assunto, relatos e estudos de casos
vivenciados na APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) Novo Amanhecer da
cidade de Santa-Fé onde atualmente há um trabalho de Equoterapia sendo desenvolvido.
Palavras-Chave: Deficiência Física. Desenvolvimento Humano. Equoterapia.
1 INTRODUÇÃO
Ande, 1999 define Equoterapia como sendo,
Um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem
interdisciplinar, nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, buscando o
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou de
1
Gláucia Meri Silvério Ferlini, graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) Cursando Pós-graduação em
Educação Especial pela UCP e Instituto RHEMA na cidade de Munhoz de Mello.
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Nilton Cavalari, professor orientador, mestre em matemática pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Paraná e ex-docente da
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Paranaense (UNIPAR), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e Professor do
Instituto RHEMA Educação.
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necessidades especiais. Na equoterapia, o cavalo é utilizado como um meio de se
alcançar os objetivos terapêuticos. Ela exige a participação do corpo inteiro, de
todos os músculos e de todas as articulações. (ANDE, 1999, p. 1)
Para que ocorra aprendizagem é necessário que haja interação entre o indivíduo e seu
ambiente, sendo que a qualidade dessa interação vai afetar diretamente a qualidade da
aprendizagem. Nesse processo, fatores como a capacidade de manter a atenção concentrada, a
capacidade de estabelecer vínculos afetivos e a autoconfiança assumem um papel de relevada
importância.
Analisar as vantagens do tratamento com Equoterapia com crianças com deficiência física.
Gagné apud Mendes (2007) evidencia o seguinte: “A aprendizagem ocorre como um
resultado da interação entre o aluno e seu ambiente. Sabe-se que a aprendizagem ocorreu
quando se observa que há modificação no desempenho escolar”. (GAGNÉ, 2007, p. 1)
A terapêutica começa a acontecer no momento em que o aluno entra em contato com o
animal. Inicialmente, o cavalo representa um problema novo com o qual o praticante terá que
lidar, aprendendo a maneira correta de montar ou descobrindo meios para fazer com que o
animal aceite seus comandos (como, por exemplo, levá-lo aos lugares em que deseja ir). Essa
relação, por si só, já contribui para o desenvolvimento da sua autoconfiança e afetividade,
além de trabalhar limites, uma vez que nessa interação existem regras que não poderão ser
infringidas.
O uso do cavalo como forma de terapia data de 458-370 ou 351 a.C. , quando
Hipócrates, pai da medicina, fez referência à equitação como fator regenerador da saúde,
principalmente no tratamento da insônia (FREIRE, 1999 apud CAMPOS, 2007). Asclepíades
(124-40 a.C.), médico grego da Prússia, recomendava a equitação para o tratamento da
epilepsia e vários tipos de paralisia. Galeno, em 130-199 d.C., como médico, enfatizava os
benefícios da atividade equestre, recomendando essa prática para o Imperador Romano Marco
Aurélio como forma de fazer com que ele imperasse com mais rapidez, visto que era lento em
suas decisões (LERMONTOV, 2004 apud CAMPOS, 2007). De acordo com Campos (2007),
Francisco Fuller, em 1704, descrevia a prática equestre como um método para o tratamento da
hipocondria.
De acordo com Lermontov (2004) apud Campos (2007), a Equoterapia foi reconhecida
como método terapêutico no Brasil em 1997 pelo Conselho Federal de Medicina (Parecer
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6/97). A partir daí, foram realizados diversos congressos, nacionais e internacionais, sobre
Equoterapia.
Para o desenvolvimento deste trabalho, nos ateremos a Equoterapia no tratamento de
criança com deficiência física, haja vista que um terço das deficiências infantis agravam o
sistema nervoso ou muscular, sendo que há possibilidades de desenvolvimento da terapia em
um ambiente diferente dos tradicionais, que são clínicas e ambulatórios.
Muitas deficiências são limitadas, ou tem seu inicio na infância. A identificação,
acompanhamento e tratamento de fatores debilitantes da realização de qualquer atividade
devem ser realizados através de programas de reabilitação e um desses programas é o que se
evidencia nesse artigo: a Equoterapia.
Objetivo
- Conceituar e caracterizar a Equoterapia;
- Demonstrar os benefícios da estimulação através da Equoterapia para o
desenvolvimento das áreas motoras;
A Equoterapia realmente contribui para a melhora do desenvolvimento motor de
crianças com deficiência física?
- De acordo com relatos de pais e amigos de deficientes e possível perceber melhora
considerável com o tratamento de Equoterapia;
- Estudos comprovam que os galopes e o embalo do cavalo proporcionam ajustes
tônicos o que pode de certa forma contribuir melhora do estado físico
2 METODOLOGIA
Este projeto será desenvolvido segundo a abordagem da pesquisa qualitativa, uma vez
que queremos investigar as particularidades que envolvem a observação do comportamento
dos animais e alunos participantes.
As pesquisas qualitativas partem do princípio “de que as pessoas agem em função de
suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um
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sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato, precisando ser
desvelado” (ALVES-MAZOTTI e GEWANDSZNAJER, 2004, p.131). Neste sentido o
pesquisador é o principal instrumento de investigação e, este, deve ter contato direto e
prolongado no campo, o que possibilitará captar o significado dos fenômenos envolvidos.
Quanto aos instrumentos de coletas de dados vamos utilizar a observação participante.
A observação participante é um tipo de estudo em que o pesquisador freqüenta os
locais onde os fenômenos ocorrem naturalmente. Para Fiorentini e Lorenzato (2006, p.107) na
observação participante “a coleta de dados é realizada junto aos componentes naturais das
pessoas quando essas estão conversando, ouvindo, trabalhando, estudando em classe,
brincando, comendo...”. O pesquisador deve ser sensível aos acontecimentos, ter muita
atenção e memória durante o registro dos mesmos, mas deve ter cuidado, sobretudo na hora
de separar os fatos das opiniões.
Este tipo de observação é uma estratégia de pesquisa que envolve não só a observação
direta, mas um conjunto de técnicas metodológicas, como observação com objetivos
específicos, questionários, entrevistas, implicando um envolvimento do pesquisador na
situação.
O registro dessas observações pode ser feitos por meio de um diário de campo. Neste
o pesquisador irá escrever tudo que achou importante e relevante para a sua pesquisa.
Quanto aos participantes, estes são escolhidos em função das necessidades do
pesquisador. Esta pesquisa será realizada com alunos da APAE (associação de pais e amigos
dos excepcionais) Novo Amanhecer de Santa Fé.
A análise final será feita com base nas observações, e levantamento bibliográfico.
3 CONCEITO DA INCLUSÃO
Não há dúvida que um assunto muito discutido na sociedade atual é a inclusão. É
importante destacar que o conceito de inclusão é relativamente amplo. Assim, utiliza-se esse
termo para se referir às possibilidades de diferentes grupos usufruírem de recursos de
informação.
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Em meio a esse conturbado âmbito de discussão e, inclusive na área da educação
especial, surge a discussão do processo de inclusão de indivíduos portadores de deficiência
física.
Honora (2006) evidencia o seguinte:
Devemos ter em mente que nenhum ser humano é igual ao outro, mesmo os gêmeos
mais idênticos, apresentam algumas diferenças físicas e comportamentais. O mesmo
ocorre com as pessoas com deficiência, nenhuma pessoa com deficiência é igual à
outra. (HONORA, 2006, p. 1)
A deficiência física é o comprometimento do aparelho locomotor que compreende o
sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que
afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de
limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo seguimento corporais afetados e o
tipo de lesão ocorrida.
De acordo com Freire (1999, p. 38) apud Silva (2004):
Levando-se em conta a psicologia evolutiva e diferenças individuais no estudo da
personalidade, torna-se necessário formular para cada deficiente, um programa
personalizado e que leve em consideração as exigências colocadas para aquele
indivíduo, naquela determinada fase de seu processo evolutivo. Tais indicações
podem derivar de um balanço global e funcional das aptidões relacionais, cognitivas,
motoras e mesmo em termos de adaptação. (FREIRE, 1999, p. 38)
As causas são as mais diversas. Podendo ser mencionada algumas delas (Rede de
Informações sobre Deficiência Física – http://www.entreamigos.com.br acesso em
07/11/2008):
a) Paralisia cerebral: por prematuridade; anoxia perinatal; desnutrição materna;
rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição;
b) Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral;
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c) Lesão Medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca;
acidentes de transito; mergulho em águas rasas; traumatismos diretos; quedas;
processos infecciosos; processos degenerativos;
d) Malformações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas
desconhecidas;
e) Astropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações
biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros;
Existem também alguns fatores de risco que se podem mencionar, tais como: violência
urbana; acidente de transito; acidente desportivo; auto grau de estresse, tabagismo; Maus
hábitos alimentares; Uso de drogas; sedentarismo; epidemias/ endemias; agentes tóxicos; falta
de saneamento básico.
A deficiência física pode apresentar comprometimentos diversos de funções motoras
do organismo físico que variam de grau, de individuo para individuo dependendo das causas e
da abrangência.
No Brasil existem algumas leis voltadas para a necessidade da pessoa com deficiência,
no entanto, mesmo depois de decretadas, as leis são implantadas de modo lento e parcial,
sendo ignoradas por grande parte da população e principalmente por alguns órgãos públicos.
Segundo o Decreto nº-3.298/99 apud Honora (2006) considera-se: “Deficiência física
toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica
que gere incapacidade para o desenvolvimento da atividade, dentro do padrão considerado
normal para o ser humano”.
A Constituição Federal de 1988 relata que a educação é um direito de todos e dever do
Estado e da família, com colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de
trabalho.
3.1 Conceito de Equoterapia
Apesar de existir a milhares de anos, começou a ser divulgada no Brasil, no início da
década de 70, na qual os pioneiros neste trabalho formaram a Associação Nacional de
Equoterapia (ANDE - Brasil), situada em Brasília - DF.
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Em 1997 a equoterapia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma
prática terapêutica que deve ser realizada por profissionais legalmente habilitados.
Segundo a ANDE (Associação Nacional de Equoterapia) – Brasil salienta o seguinte:
“A equoterapia constitui-se em tratamento de apoio a reabilitação física e mental de crianças
especiais, que apresentam alguma dificuldade ou deficiência física, mental e/ou psicológicas
aliado a fisioterapia”.
Na ótica de Silva (2004): “a Equoterapia é uma alternativa de tratamento não
medicamentoso em que se trabalham várias formas de desenvolvimento da criança, de forma
lúdica, juntamente com o cavalo e em seu próprio ambiente natural”.
Segundo o autor a equoterapia é indicada nos casos de paralisia cerebral; lesões neuromotoras (cerebral e medular); deficiências sensoriais (áudio - fono e visual); distúrbios
evolutivos e/ou comportamentais; patologias ortopédicas (congênitas ou adquiridas);
distrofias musculares; amputações; síndromes genéticas; esclerose múltipla; atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor; retardo mental; acidente vascular cerebral; distúrbios
emocionais, de linguagem e de aprendizagem; autismo; dentre outros.
Os indivíduos que realizam a equoterapia são chamados de praticantes, isto porque
estão agindo sobre o animal e, não só recebendo estímulos do mesmo.
Se por esta frase tem que explicar cada um dos programas citados.
Os primeiros momentos são aproveitados para facilitar a adaptação do praticante sobre
o cavalo e, durante este instante, a cadência de movimentos produzidos pela andadura ao
passo do animal, causa uma adequação no tônus muscular oferecendo com isso, maior
facilidade para se trabalhar todos os exercícios que serão realizados durante a sessão de
equoterapia.
Um dos conceitos que define esse recurso terapêutico se refere a ele como um
conjunto de técnicas reeducativas que atuam para superar danos sensoriais,
cognitivos e comportamentais e que desenvolvem atividades lúdico-esportivas
utilizando o cavalo (CITTÉRIO, 1999) apud SILVA (2004). (SILVA, 2004, p. 1)
Os efeitos terapêuticos que podem ser alcançados com a equoterapia são de quatro
ordens (Garrigue, 1999) apud Silva (2004):
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a) melhoramento da relação: considerando os aspectos da comunicação, do
autocontrole, da autoconfiança, da vigilância da relação, da atenção e do tempo de atenção;
b) melhoramento da psicomotricidade: nos aspectos do tônus, da mobilidade das
articulações da coluna e da bacia, do equilíbrio e da postura do tronco ereto, da obtenção da
lateralidade, da percepção do esquema corporal, da coordenação e dissociação de
movimentos, da precisão de gestos e integração do gesto para compreensão de uma ordem
recebida ou por imitação;
c) melhoramento de natureza técnica: facilitando as diversas aprendizagens
referentes aos cuidados com os cavalos e o aprendizado das técnicas de equitação;
d) melhoramento da socialização: facilitando a integração de indivíduos com danos
cognitivos ou corporais com os demais praticantes e com a equipe multidisciplinar.
A equoterapia exige a participação do corpo inteiro do praticante, contribuindo assim
para o seu desenvolvimento global. Quando o cavalo se desloca ao passo, ocorre o movimento
tridimensional do seu dorso; portanto, há deslocamentos segundo os três eixos conhecidos (x,
y, z), ou seja, para cima e para baixo, para frente e para trás, para um lado e para outro. Tal
movimento é transmitido ao cavaleiro pelo contato de seu corpo com o do animal, gerando
movimentos mais complexos de rotação e translação.
Figura 01 – Movimento nos três eixos (SILVA, 2004).
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O passo do cavalo, que determina uma ação tridimensional de seu dorso e a repetição
desses movimentos de 1 a 1,5 por segundo, proporciona entre 1.800 a 2.250 ajustes tônicos
em meia hora, que é o tempo médio de duração de uma sessão de equoterapia. Esse ajuste
tônico ritmado resulta em uma mobilização osteoarticular que determina um número
impressionante de informações proprioceptivas. Esse sistema promove as percepções
(propriocepção), consciente e inconsciente das diferentes partes do corpo.
Para Araújo (1997) apud Silva (2004), ao falar de educação psicomotora para crianças
com deficiência físicas, relata:
É necessário permitir que a criança com deficiência física, desde pequena, se utilize
do contato físico na relação corpo a corpo. Num trabalho psicomotor é necessário
que o adulto permita essa entrega de si, para que ela possa sentir que o outro se
movimenta, gesticula e que ela também pode se movimentar, gesticular, se soltar,
etc. O autor diz que há nesse ato uma tomada de consciência por parte da criança do
potencial motriz do seu corpo, de uma forma muito natural, livre, na brincadeira, no
jogo, no momento em que ela está mais aberta, pois está mais absorta. (ARAÚJO,
1997, p. 1)
O número de adeptos brasileiros à equoterapia deu um salto. Segundo estimativas da
ANDE (Associação Nacional de Equoterapia) – Brasil, em 1.989 haviam seis alunos; o último
levantamento de 2005 aponta 13.760 no estado de São Paulo.
Há 65 centros filiados à entidade com uma media de 1.400 atendimentos por mês. Os
centros credenciados seguem regras estipuladas pela ANDE (Associação Nacional de
Equoterapia). Sendo necessário dispor de uma equipe interdisciplinar e cada membro deve ter
realizado o curso de equoterapia na ANDE- Brasil.
3.2 Resultados da Equoterapia e o Desenvolvimento de Crianças com Deficiência Física.
Na equoterapia a estimulação que vem do ambiente e dos movimentos oscilatórios
tridimensionais do cavalo, a qual o praticante está exposto, remetem ao mesmo uma sensação
totalmente inusitada, fazendo com que a espontaneidade se aflore e o prazer em estar montado
em um animal que é superior ao seu tamanho em porte e altura faz com que sua auto-estima e
autoconfiança aumentem (sendo que alguns praticantes conseguem conduzir o animal).
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Para a ANDE (Associação Nacional de Equoterapia) – Brasil,
Com a prática da equoterapia, os praticantes quando vão para o tratamento e,
enquanto estão em tratamento, sobre o cavalo, todos apresentam uma enorme
satisfação em estar montado em um animal dócil e que os aceita como é. Esta alegria
transforma a seriedade da terapia numa sessão em que o aspecto lúdico predomina e,
portanto, a vontade de traduzir seus sentimentos em palavras ou sons, faz com que a
tentativa de comunicação de praticantes que não falam ou apenas realizam alguns
sons, seja feita para demonstrar seu mais nobre momento: o da comunicação seja
com o meio ambiente, com os interlocutores, com si próprio ou, até como forma de
agradecimento ao animal. (ANDE, 2010, p. 1)
A equoterapia é precedida de diagnóstico e indicação médica e avaliação de
profissionais de educação e saúde. A meta terapêutica é chegar ao máximo de função
desenvolvida com o mínimo de patologia, buscando que o praticante tenha um desempenho
motor alto e capaz de aumentar as suas capacidades funcionais. Os cavalos são bem treinados
e mansos, para terem um só modo de caminhada. Os fisioterapeutas dizem que o cavalo é o
único animal que é capaz de reproduzir a marcha humana. A marcha do cavalo reproduz o
movimento do quadril dos humanos e trás benefícios motores.
O cavalo aceita a pessoa como ela é. Os resultados obtidos através da equoterapia
favorecem a alfabetização, a socialização e o desenvolvimento global de alunos portadores de
necessidades especiais. Pois tem um impacto profundo sobre o lado psíquico do praticante,
pode-se dizer também que a aceitação incondicional do cavalo ao cavaleiro é emocionante,
onde, percebe-se que o praticante sente-se útil e acaba perdendo os medos, tornando-se
ousado.
Ao andar, involuntariamente o cavalo faz com que a criança que o monta faça o
movimento, tanto pra frente, pra trás, pro lado direito e esquerdo, para cima e para baixo.
Após trinta minutos de um simples passeio terá feito mais de mil deslocamentos que tem
efeito diretamente no seu sistema nervoso central (SNC), sendo assim é possível garantir que
a criança adquira capacidades motoras que não possuía.
Esses movimentos de acordo com a ANDE (Associação Nacional de Equoterapia) –
Brasil:
• Desenvolve a fixidez do praticante pelo estímulo à via dos substratos do controle
motor local;
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• Desenvolve o equilíbrio do praticante pelo estímulo aos substratos de controle motor
postural, reações de ajuste, defesa e endireitamento corporais;
• Aperfeiçoa o assento do praticante pelo estímulo do controle motor global. Nesta fase
o praticante aperfeiçoa os movimentos adquiridos que o permitem manter-se
equilibrado, fixo a sela unir-se coordenada e harmoniosamente dos movimentos do
cavalo desenvolvendo com o animal um conjunto harmônico e melodioso.
Segundo Silva (2004):
[...] manter o equilíbrio significa, a princípio, reconhecer uma atitude corporal pelo
senso postural, depois reajustar sua posição. O cavaleiro deve coordenar seus
próprios movimentos e dissociar os gestos dos braços e pernas. Ele é, portanto,
conduzido a uma melhor compreensão de seu esquema corporal. Ele adquire, desde
um primeiro contato, o domínio corporal, aprendizagem que, num primeiro
momento, vai ser favorecida pelo terapeuta. É um trabalho que demanda
concentração. (SILVA, 2004, p. 1)
Cada cavalo é treinado especificamente para cada caso. Quem estimula as metas é uma
equipe interdisciplinar, onde inclui-se psicólogo, fisioterapeuta, instrutor de equitação,
condutor de cavalos e um profissional de educação, tudo num trabalho extremamente
individualizado.
Há necessidade de médicos que atuem como orientadores, onde fará a avaliação
clinica e dará respaldo à equipe em todos os aspectos clínicos e em particular na alta do
praticante. Para acompanhar a evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, deve
haver registros periódicos das atividades desenvolvidas com os praticantes. A segurança física
dos praticantes deve ser uma constante preocupação de toda a equipe, tendo em vista:
• o comportamento e medos do cavalo, onde possa ocorrer situações indesejadas por
exemplo em bola arremessada ou um tecido esvoaçante onde o animal possa se
assustar;
• a segurança do equipamento de montaria, verificar particularmente selas e correias,
presilhas, estribos, manta, para que o praticamente sinta total confiança no
equipamento;
• a vestimenta do cavaleiro, principalmente nos itens que possa trazer desconforto ou
riscos de outra natureza;
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• o local das sessões onde possam ocorrer ruídos que podem assustar o animal e
ocasionar algum tipo de acidente.
Para Figueira (1996) apud Silva (2004):
Na equoterapia, os praticantes são encorajados e reforçados pelos membros da
equipe que estão realizando a intervenção e, a todo o momento, a cada ação
realizada, a cada insegurança vencida, são estimulados a continuarem. Todo esse
trabalho é realizado de forma a tornar o tempo em que permanecem montados o
mais agradável e prazeroso possível, além de aproveitar todos os momentos e
situações para o desenvolvimento dos outros sentidos. (FIGUEIRA, 1996, p. 1)
Nesse contexto o cavalo é um instrumento cinesioterapêutico, um ser vivente, dócil,
que responde aos afetos que recebe que tem vontade própria e que precisa ser dominado, para
que o cavaleiro realize o manejo que desejar. A equoterapia poderá ser colocada num
importante processo de aquisição ou reaquisição de esquemas motores e/ou mentais, no qual o
indivíduo se tornará protagonista do momento reabilitador, um indivíduo ativo porque
motivado pela relação com um outro ser vivente.
Existem alguns aspectos em que a Equoterapia é inserida. E esses aspectos são
denominados como:
• Saúde: indivíduos com alterações físicas, psicológicas, e/ou mentais;
• Educação: indivíduos com distúrbios de aprendizagem de diversas origens;
• Social: indivíduos com dificuldade em se socializar, problemas que influenciam
diretamente na cidadania, contexto familiar e afetivo;
• Esportivo: indivíduos com ou sem distúrbios que tem o desejo de praticar um esporte e
escolhe a equitação.
4 CONCLUSÃO
A equoterapia é um programa terapêutico utilizado no tratamento de crianças com
deficiência física, podendo-se observar melhoras significativas. Pode-se notar que os
melhores resultados podem ser esperados quando iniciados com crianças com idade mais
precoce. Tais modificações contribuem principalmente para alterações no equilíbrio e na
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estabilidade do padrão do andar, e que se leva a acreditar que o movimento tridimensional que
o cavalo realiza pode ser o responsável pelas melhoras, como conseqüência dos ajustes
posturais que são exigidos da criança montada.
A equoterapia é um recurso que contribui para a melhora de aspectos psicomotores e
sociais de indivíduos com deficiência e, conseqüentemente, melhora sua qualidade de vida,
respeitando-se o potencial e a fase de desenvolvimento em que se encontra o indivíduo.
Observou-se uma criança no período de 03 a 24 de agosto de 2010, o tratamento é
longo e percebeu-se durante as sessões a satisfação da criança e a significativa melhora da
auto estima durante as aulas.
A evolução física requer tempo prolongado o que não corresponde ao tempo de
elaboração desse trabalho.
Por esse motivo basearemos nossas conclusões em relato dado por uma mãe de uma
criança em tratamento da Equoterapia.
Por motivo ético não citaremos nome de mãe e filho entrevistados, sendo assim
identificaremos a mãe como C e o filho como G.
De acordo com C, o filho hoje com 4 (quatro) anos de tratamento com Equoterapia
percebeu consideráveis melhoras de postura, coordenação motora e de algum modo tais
sessões contribuíram para a diminuição da agressividade do G.
ABSTRACT
This work has with objective to investigate the contributions of Equoterapia (therapy on and
with the horse), practical so remote e, at the same time, so current, in the treatment of people
with physical deficiency and/or necessities special, inside of the psicoterapêutico approach.
Structuralized of didactic and synthetic form its specific objectives they are: To appraise and
to characterize the Equoterapia; To define and to present the general classification of physical
deficiency; To demonstrate the benefits of the stimulation through the Equoterapia for the
development of the motor areas, language, cognition, socialization of the child with physical
deficiency.
For this we will base on literature specifies regarding the subject, stories and studies of cases
lived deeply in the APAE (Association of Parents and Friends of Bonanza) New Dawn of the
city of Saint-Faith where currently it has a work of developed Equoterapia being.
Word-Key: Physical deficiency. Human development. Equoterapia.
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REFERÊNCIAS
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