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1 www.redevita.com.br 2 www.redevita.com.br Índice Índice Capa por Rodolpho Dantas 4 5 6 7 8 9 10 12 14 17 18 19 20 21 22 Opinião • Editorial: A Instituição Hospital por Francisco Balestrin Negócios em Saúde: • Negócios em Saúde: A evolução do negócio hospital, por Edson Santos Saúde • Mitos que os pacientes trazem • Entenda o que significa qualidade para os hospitais • Checklists garantem segurança no Centro Cirúrgico • Em Volta Redonda, campanha combate o tabagismo Artigo Médico • Transplante de Fígado no Brasil, por Julio César Wiederkher Ping•Pong • Entrevista com Gonzalo Vecina Neto, sobre o futuro dos hospitais Gente • Imagens do camarote VITA em Curitiba e da sempre animada Festa da Manutenção em Volta Redonda Capa • A Complexidade Oculta do funcionamento dos hospitais Túnel do Tempo • O Hôtel Dieu é o mais antigo hospital de Paris Vida Digital • Kindle, HDTV, tradutor do Google, e muito mais Em Rede • Pacientes da UTI jogam videogame • Planejamento Estratégico orienta para o futuro • Time de Resposta Rápida cuida das emergências dentro do hospital • Perfil: Luciene Esperança, uma tecnóloga na saúde • Prever riscos e evitá-los é tarefa da Segurança Assistencial Cida Bandeira • A incansável colunista social continua em sua missão de bisbilhotar a vida alheia 3 www.redevita.com.br Opinião Opinião A Instituição Hospital Francisco Balestrin “Não acendas para teu inimigo fornalha tão quente que te venhas a queimar também”. Henrique III – W. Shakespeare Gosto muito desta frase, pois lembra um pouco o ambiente de campeonato de futebol com que convivemos no nosso dia-a-dia. Naturalmente que assuntos como estes podem ser levados neste plano de discussão desimportante. Dizem que futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes. No entanto, muitas vezes percebemos este mesmo clima em discussões sérias e de profundidade técnica. É verdade que esta percepção de trazer o assunto para ser “jogado” no campo próprio muitas vezes reflete uma política (e políticos) tacanha e sub-letrada, onde se procura transformar tudo em algo raso e sem conteúdo. Não, não se trata de uma manifestação política extemporânea ou um extravasamento de emoções não controladas. Nós, da Rede VITA, aprendemos que o respeito mútuo, a seriedade técnica e o compromisso com o paciente são a melhor forma de cumprirmos a nossa Missão. Quando se percebe que os grandes condutores e influenciadores do mercado, ao contrário de todas as manifestações pela qualidade assistencial, do esforço enorme que se faz (muitas vezes, sacrificando resultados), de investimentos feitos a fundos perdidos na segurança e na minimização do risco, conduzem o barco rio abaixo, ficamos perplexos. As glosas, as dificuldades para se conseguir este ou aquele procedimento, a busca por uma despesa menos sem olhar a qualidade e o resultado. Os atrasos nos pagamentos, as discussões intermináveis se o paciente pode ou não usar este ou aquele material ou medicamento, por vezes nos fazem refletir e, não tão raro, vejo que gestores (e políticos) que buscam impedir numa ponta o atendimento adequado ao cidadão comum, buscam desesperadamente um atendimento “sem economia” quando o cliente é ele próprio, um membro familiar ou um paciente VIP, que possa influenciar a futura compra de plano ou colocar em risco o nome da empresa. Nesta edição especial de VITAL, nossa grande estrela será o Hospital. Vamos tentar apresentar a nossos leitores as diversas facetas que compõem esta instituição tão complexa e, ao mesmo tempo, tão focada em atender bem com segurança e com carinho. Todos os esforços que são empreendidos no dia-a-dia, todos os detalhes (até porque “Deus está nos detalhes”) estarão retratados. Fomos buscar especialistas, pensadores do hospital enquanto negócio, técnicos e quem mais pudesse tentar ajudar a elucidar os mistérios da Instituição Hospitalar. Iniciamos nossa jornada com uma reflexão de Edson Santos sobre a perspectiva evolucional do negócio hospitalar. Trazemos algumas características que, de forma mística, às vezes produzem exatamente esta percepção cotidiana das doenças e dos hospitais. Insistimos em algo que nos é muito caro: a qualidade hospitalar de um modo geral e, em especial, no Centro Cirúrgico. Na seção Ping-pong nos deparamos com uma sólida e profunda conversa com o Dr Gonzalo Vecina, colega de muitos anos e um dos maiores especialistas em gestão hospitalar de nossa geração. Em nossa matéria especial, vamos ter a oportunidade de apresentar a nosso leitor diversas facetas, personagens e profissionais que constroem e mantém aquilo que Peter Drucker, um dos mais afamados administradores do mundo moderno, definiu ser uma das mais complexas e difíceis organizações sob o ponto de vista administrativo: O Hospital. Esperamos que ela demonstre o quanto a técnica, a dedicação e cuidado das pessoas são estruturados para atender nossos clientes. Não deixa de ser também interessante um pouco de história. Vamos ver como os hospitais eram nos primórdios com um rápido passeio no Hôtel Dieu, e daí perceber o quanto evoluímos. Queria registrar mais uma vez, ao fim do ano, o empenho e a dedicação de dois colegas: nossa revisora Lígia Piola e nosso jornalista João Brito. Em nome deles, meu abraço a todos que nos ajudam a transformar a VITAL em realidade. Expediente VITA www.redevita.com.br Presidente: Edson Santos Hospital VITA Batel (41) 3883-8482; [email protected] Vice-Presidente Executivo: Francisco Balestrin Hospital VITA Curitiba (41) 3315-1900; [email protected] Hospital VITA Volta Redonda (24) 2102-0001; [email protected] Maternidade VITA Volta Redonda (24) 3344-3333; [email protected] Grupo VITA (11) 3817-5544; [email protected] 4 www.redevita.com.br Diretor Regional Rio de Janeiro: José Mauro Rezende Diretor Regional Curitiba: José Octávio Leme Diretor de Controladoria e Finanças: Ernesto Fonseca Superintendente Hospital VITA Batel: Maurício Fogaça Superintendente Hospital VITA Curitiba: Carla Soffiatti Superintendente Hospital VITA Volta Redonda e Maternidade VITA Volta Redonda: Deumy Rabelo VITAL é uma publicação interna da Rede VITA. Editor: Francisco Balestrin Conselho Editorial: Ligia Piola, Rodolpho Dantas, Josiane Fontana e Iana Adour. Apoio Volta Redonda: Igor Chiesse Fotos Volta Redonda: Fátima Fonseca Apoio Curitiba: Rafael Martins Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz Produção: Headline Publicações e Assessoria (11.3951-4478). Jornalista responsável: João Carlos de Brito Mtb 21.952. Direção de arte: Alex Franco. Revisão: Ligia Piola. Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão Gráfica Josemar (11.3865-6308) Email: [email protected]. Correspondência: Av. Pedroso de Moraes 1788 São Paulo SP Cep 05420-002 Negócios em Saúde Negócios em Saúde A Evolução do Negócio Hospital Edson Santos Uma vez que esta edição será dedicada ao assunto denominado “Hospital” e como, certamente, eu sou a “mais experiente testemunha viva da evolução hospitalar dentro de nossa Equipe” (obviamente, para não dizer que sou o que mais acumula anos de vida...), resolvi tentar resumir neste espaço o que vi e convivi nestes 31 anos. Procurarei dar uma correlação de como essa evolução fez com que o negócio Hospital fosse se tornando mais visível e mensurável. Se este artigo fosse uma narrativa histórica da entidade intitulada “Hospital”, deveria começar mais ou menos assim: A história do Hospital começa no Ceilão, atual Sri Lanka, onde em 437 AC aconteceu o primeiro registro de um hospital. Antes disso, em data incerta, o imperador Asoka mandou construir na Índia dezoito instituições com características semelhantes às dos hospitais atuais. Os gregos e romanos, por volta de 300 AC, usavam templos religiosos como locais para recuperação de pacientes e denominavam de “infirmitorium”. Como curiosidade, no Brasil, o primeiro hospital foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos (SP), construída no ano de 1543. Diga-se de passagem, foi a primeira empresa registrada como tal no Brasil. Bom, como não é essa idéia, vamos deixar que estas últimas linhas sirvam para mostrar que a intenção de centralizar o atendimento à saúde de diversos indivíduos num só lugar não tem nada de novo. Mas vamos lá, com meu artigo que, como novidade, será escrito em 3 capítulos. Em 1978, a operação hospitalar resumia-se numa área de hotelaria, um pronto-socorro, um centro cirúrgico, o laboratório de análises clínicas e o Raio X, único recurso diagnóstico existente naquela época. Outras áreas como Banco de Sangue, Fisioterapia também existiam, mas eram absolutamente desimportantes no que diz respeito ao contexto da operação hospitalar. A receita advinda das diárias dos apartamentos e enfermarias representava 70 a 75% do total, o que facilmente leva à conclusão que o hospital era, na verdade, um hotel para doentes. Vale a pena lembrar que naquela época não existiam computadores acessíveis às Empresas e todo faturamento, contabilidade, prontuário do paciente era feito à mão e, com exceção do prontuário, “passado a limpo” através do moderno sistema de datilografia (todos sabem o que é isso?.!). No Board do Hospital Samaritano, que era formado totalmente por executivos de empresas Inglesas e Norte-Americanas, tínhamos o Sr. Gerald T. Smile, presidente da G.E., que numa das primeiras reuniões de que participei, comentou sobre uma nova tecnologia, que utilizando a técnica de Raio X e aliando a potentes computadores (para a época) produzia imagens em “slices” com uma resolução nunca vista. A primeira máquina era a CT-7800 (computadorized tomography ano 78 série 00), que custava 1.8 milhões de dólares. Lembro que fiquei tão entusiasmado que falei: “É disso que precisamos para modernizar este hospital.” A primeira máquina já hávia sido adquirida pelo Hospital Sírio-Libanês, mas decidimos naquele mesmo dia fechar o pedido baseado no estudo de viabilidade que a própria G.E. fornecia aos seus potenciais clientes (que temeridade...). Ambas as máquinas chegaram juntas ao Brasil, mas nos adiantamos na instalação, que levava em média 45 dias (isso mesmo, um mês e meio. Hoje não leva mais que um dia e meio...) e inauguramos o primeiro serviço de tomografia computadorizada no Brasil. Num dia não tínhamos nenhum computador, nem para fazer o faturamento, e no dia seguinte o mais potente computador posto a serviço do diagnóstico. Nascia o termo “Diagnóstico por Imagem”. O custo do exame era de US$ 1.500 e levava, em média, uma hora e meia para ser feito. Trabalhávamos 10 horas por dia, todos os dias da semana. No primeiro mês de operação faturamos US$ 150.000, o que representou um aumento na receita total do Hospital de 40%. Naquele momento, deixávamos de ser um Hotel de Doentes... Primeira lição: Investir em tecnologia era a tendência vencedora para hospitais com pretensão de serem líderes de mercado. Como a idéia tinha se mostrado correta, continuamos a investir em novas tecnologias e criamos o departamento de Ultrasonografia, muito mais acessível em termos de volume de investimento necessário e com uma alta capacidade de massificação de sua utilização. Adquirimos dois aparelhos de Ultrasom da Toshiba, que naquela época tinha indubitavelmente a melhor tecnologia. Lembro-me dos modelos e dos custos. O mais completo era o SAC-12, que já tentava fazer algo em cardiologia, e o outro, o Volkswagen dos aparelhos de Ultrasom, modelo SAL-10. Custo? Cem mil dólares e quarenta e cinco mil dólares, respectivamente. Extremamente altos se comparados com a tecnologia e custos atuais. Não foi o mesmo sucesso da Tomografia. O motivo, muito simples de explicar. O Hospital Samaritano era fortíssimo em Ortopedia e Neurocirurgia e essas especialidades demandavam muitos exames de Tomografia. Nas especialidades que poderiam demandar muitos exames de Ultrasonografia, como por exemplo, Ginecologia e Obstetrícia, o Hospital Samaritano era bem pouco atuante. O que compensava era o volume de exames prescritos por outras especialidades. Segunda lição: Só invista em tecnologia ligada às vocações do Hospital. Uma vez que tínhamos os equipamentos, mas a demanda estava aquém das projeções feitas por nossos médicos (algo relativamente normal e que se repetiu ao longo dos 30 anos seguintes), decidimos que tínhamos que incrementar a demanda através da expansão das especialidades que estavam diretamente relacionadas a essa tecnologia. Criamos uma forte área de Cardiologia Clínica e Cirúrgica, que passou a gerar “demanda total” para o SAC-12, que naquele momento, com apenas 6 meses de utilização, já se mostrava quase que obsoleto, pois não possuía o recurso de “Doppler”. Nenhuma dúvida. Nós o vendemos e compramos um moderníssimo equipamento com “Doppler Colorido”, que custou uma verdadeira fortuna, mas que na primeira semana de operação já tinha fila de espera na agenda. E não parou por aí. Compramos no ano seguinte o equipamento de Hemodinâmica e completamos a área de Cardiologia. Apenas para dar uma noção de como ficou esse quadro: tínhamos 3 das mais renomadas equipes de Cirurgia Cardíaca, fazíamos 60 cirurgias por mês, 140 procedimentos de hemodinâmica e 160 Eco-Doppler. Terceira lição: As “vocações” do hospital podem se alterar em função das novas tecnologias existentes. Na próxima edição, continuarei com mais história sobre a Evolução do Negócio Hospital. Até lá. 5 www.redevita.com.br Saúde Saúde Dá para acreditar? De tanto serem repetidos, os mitos sobre saúde parecem verdade, mas geralmente não têm fundamento e só servem para assustar Diariamente os pacientes trazem para os consultórios médicos crenças e mitos sobre suas próprias doenças. São coisas que ouviram de parentes, amigos, na padaria ou no banco, e que muitas vezes se tornam verdades para a vida inteira. Até mesmo no centro cirúrgico, que é uma área onde os leigos não têm muito espaço para dar palpite, existem os mitos. “Os pacientes muitas vezes perguntam coisas sobre cirurgias”, diz Tarcísio Cavalieri, cirurgião do Hospital VITA Volta Redonda, “e a gente tem de tranquilizá-los”. Uma pergunta comum é se uma mulher pode fazer mais de três cesarianas ou se alguém pode tomar uma anestesia seguida da outra. Para ambas as perguntas a resposta é sim, pode, explica Cavalieri. “Existem também as perguntas sobre eventos teoricamente possíveis, mas altamente improváveis”, diz Cavalieiri, “e, entretanto, causam preocupação no paciente”. Ele cita, por exemplo, o paciente acordar durante a cirurgia, ou uma anestesia raquidiana causar paralisia. Isso é possível? É. Mas é raríssimo e essa possibilidade remota não é motivo para não realizar o procedimento. Mitos & Verdades Você já deve ter ouvido estas e outras ‘verdades’, contadas pela sua mãe ou por alguém com a melhor das intenções. Algumas têm um fundo de verdade, outras, nenhum embasamento: • Ouvir música muito alta deixa surdo - Verdade, mas só a longo prazo. Segundo o médico Carlos Newton Hatschbach, do Hospital VITA Batel, quem costuma escutar música muito alta, principalmente com fones de ouvido, pode ter surdez precoce. • Assistir TV muito perto dá miopia - Na verdade, apenas cansa os olhos e pode causar dor de cabeça. Não causa miopia, mas pode ser um sinal de que a pessoa já tem esse problema. • Quem não senta direito fica com escoliose Eventualmente, sim. Sentar com boa postura ajuda a prevenir uma série de problemas, inclusive dores nas costas e lesão por esforço repetitivo, segundo Ana Cristina Tavares Silveira, do Hospital VITA Volta Redonda. • Gatos passam asma - De jeito nenhum. A asma é um tipo de alergia e, portanto, não é uma doença transmissível, explica o médico Ricardo Alves, pneumologista do Hospital VITA Curitiba. O que pode acontecer é o paciente ser alérgico a pelos de gato, que podem desencadear uma crise de asma. Fontes: Folha de S. Paulo, Revista Superinteressante. 6 www.redevita.com.br Mitos da UTI O médico intensivista Brenno Cardoso Gomes, coordenador médico da UTI Geral do Hospital VITA Batel, está habituado a lidar com as crenças que os pacientes e, principalmente, seus familiares trazem. A mais comum, certamente, é achar que a UTI é uma sentença de morte. “É sem- Ricardo Benvenutti pre assim”, conta Gomes. “É só você dizer que o paciente vai ser transferido para a UTI que os familiares perguntam, ‘doutor, ele vai morrer?’, e ficam até surpresos quando a gente explica que não”. É evidente que na UTI, como também em outras alas do hospital, e inclusive em outros lugares, como hotéis, residências, e até em shopping centers, as mortes acontecem. Mas Gomes tenta explicar para as pessoas que a UTI é exatamente o que diz a sigla: Unidade de Tratamento Intensivo, ou seja, um local onde o paciente tem a atenção e os equipamentos que podem ser necessários em determinados períodos de tratamento. “Mas existe o mito de que a UTI é a antecâmara da morte, e esta é uma imagem que estamos procurando mudar”, afirma Gomes. Rins causam dor nas costas? No caso, Ricardo Benvenutti, que é nefrologista do Hospital VITA Curitiba, ou seja, especialista em vias urinárias e rins, o mais comum é receber pacientes reclamando de dores nas costas e achando que estão com problemas nos rins. Outro mito da nefrologia é a “friagem causadora de infecção urinária”. “Tem pacientes que chegam ao consultório e me explicam, ‘doutor, pisei descalço no chão frio e acho que peguei uma infecção urinária por isso’”, conta Benvenutti. A tal friagem é explicação para vários tipos de infecção. Uma crença que aborrece todo médico é o de que, por ser médico, ele entende de tudo, desde verruga até estrabismo. Outro “mico” são as “consultas expressas”, que são feitas quando Tarcísio Cavalieri Brenno Cardoso Gomes o médico encontra um parente ou conhecido, seja onde for. “Quem mais sofre com isso são os dermatologistas”, diz Benvenutti. “Pode ser um churrasco, um almoço de família, uma festa de aniversário, sempre vai ter alguém que vai mostrar uma pinta e perguntar o que é aquilo”. Existem mitos inofensivos, mas outros causam sofrimentos desnecessários. Por exemplo: estar em coma não é necessariamente algo grave, e fazer hemodiálise permite uma vida plena e confortável. Entretanto, em ambas as situações os familiares ficam extremamente assustados. Os médicos respeitam as informações que os pacientes trazem, e os conselhos que ouviram do vizinho, parente, ou amigo, porque podem ser informações valiosas sobre o que realmente está acontecendo. Mas seguir conselhos de pessoas que não são médicos pode fazer com que o paciente adie um tratamento e complique o problema. Por isso, não acredite em mitos. Você só vai ter certeza do que tem e de como tratar consultando um médico. Saúde Saúde Os bastidores da qualidade A qualidade que os pacientes percebem está no atendimento, equipamentos e decoração de um hospital, mas existe muito mais nos bastidores Se para o consumidor comum um serviço de qualidade é aquele que o deixa satisfeito (o encanador que chega na hora, o restaurante que está limpo e serve pratos saborosos, um aparelho de som com um som cristalino), para o hospital qualidade é um conceito bem mais amplo, que significa uma maneira de administrar para garantir satisfação, segurança e uma melhoria contínua em tudo o que faz. Isso envolve aquilo que o paciente percebe e o que não percebe também. Segundo Mariana Richter Reis, enfermeirachefe do Escritório da Qualidade do Hospital VITA Curitiba, a qualidade é um conjunto de ações que se somam para um bom resultado. “A recepção, a administração, a farmácia, tudo tem que estar funcionando bem e em harmonia para que se chegue a um resultado de qualidade”, diz Mariana. “Como dizia o editorial da última edição da revista VITAL, uma casa é feita de pedras, mas um acúmulo de pedras não é uma casa”. Ou seja, é possível ter todos os processos de que um hospital precisa, mas se não houver harmonia e sintonia entre eles, não há qualidade. Qualidade na saúde Qualidade é um conceito que surgiu na indústria e agora está sendo trazido para os hospitais, que são empresas que cuidam de vidas, explica Alexandre Raichert, coordenador do Escritório da Qualidade do Hospital VITA Batel. “Mas na indústria é possível verificar a qualidade das peças depois que elas são produzidas”, diz Raichert. “No nosso caso, é preciso verificar a qualidade o tempo todo enquanto o serviço está sendo prestado; e nossa margem de erro é muito menor, porque lidamos com vidas”. Deumy Rabelo, superintendente do Hospital VITA Volta Redonda, participou em 2009 do 36º Congresso Mundial de Hospitais, no Rio de Janeiro, onde estavam presentes cerca de 2.000 participantes, representando 5.000 hospitais. “Ficou claro no congresso que hoje não é mais possível um hospital se destacar sem trabalhar com ferramentas de qualidade”, diz Rabelo. Ele Mariana Richter Reis Alexandre Raichert lembra que em breve esse modo de gestão se tornará uma exigência da Agência Nacional de Saúde e a Rede VITA está entre os líderes dessa tendência no País. Todos os Hospitais da rede têm certificação de Acreditação, e o Hospital VITA Volta Redonda foi o quinto no Brasil a receber a Acreditação em nível de Excelência, o mais elevado, em 2006. Os resultados compensam “Um grande desafio para que a gente demonstre qualidade é tê-la em todas as áreas”, afirma Deumy Rabelo, superintendente do Hospital VITA Volta Redonda. “Não adianta ter bons resultados apenas em algumas; a qualidade tem de estar na assistência médica, nutrição, fisioterapia, diagnóstico, administração, enfim, em tudo”. Rabelo lembra, também, que diversos serviços são terceirizados e é preciso garantir que eles estejam integrados e atuando de forma adequada. Cuidar da qualidade em tantos itens é bastante trabalhoso, mas compensa. Além de garantir a qualidade assistencial, traz redução de custos, otimização da estrutura e outros retornos indiretos para a instituição. Burocracia? Para Mariana Reis, todo esse trabalho com qualidade, de fato, passa uma impressão muito burocrática para quem não está habituado com ele. Para ela, a primeira reação é do tipo “pra quê tanto papel, vamos trabalhar”; mas com o tempo as pessoas vão entendendo a utilidade das informações e como elas são utilizadas para benefício dos pacientes. A cuidadosa passagem de um paciente, de seu apartamento para a sala cirúrgica, com uma meticulosa conferência de seus dados e dos procedimentos a serem realizados, a Deumy Rabelo atenção na troca de turnos, tudo isso são processos que podem parecer dispensáveis, mas que garantem segurança e permitem que as informações sobre o paciente estejam corretas e disponíveis sempre que necessário, explica Raichert. “E isso também é vantajoso para os médicos”, acrescenta, “porque se um paciente retorna, temos o registro de toda a cadeia terapêutica dele, com informações completas, o que facilita o seu trabalho”. É uma extensão dos benefícios da qualidade para o médico, que assim tem mais segurança para realizar sua tarefa. Segundo Mariana Reis, uma das características mais interessantes de se trabalhar com qualidade é a forma como são vistas as falhas. “Dentro de um processo de qualidade, a falha é algo a ser estudado e não repreendido”, diz Mariana. Segundo ela, uma falha pode mostrar que a estrutura está insuficiente, que o treinamento não foi adequado ou outros fatores que, corrigidos, vão aperfeiçoar ainda mais a assistência do hospital. “A gente realmente aprende com os erros”, diz Mariana. Tendência mundial “Essa tendência de trabalhar com qualidade, que está acontecendo agora na Saúde, é o mesmo movimento que já ocorreu na indústria”, conta Raichert. Ele lembra que, graças a processos de qualidade, empresas como Toyota, General Electric e Ford passaram a oferecer produtos melhores e elevaram a eficiência de suas organizações, o que obrigou o mercado a segui-las. “Com o tempo, nosso mercado também irá perceber que, mesmo pagando um preço mais elevado pelos serviços, a qualidade traz mais benefícios e redução de custos, porque minimiza a possibilidade de acidentes, o tempo de internação e melhora muitos os outros fatores”, argumenta Raichert. 7 www.redevita.com.br Saúde Saúde Checklists chegam ao centro cirúrgico Listas detalhadas de checagem para cirurgias no Hospital VITA Curitiba elevam a segurança do paciente e dão tranquilidade ao médico “Combustível? Ok. Motores, freios? Ok.” Antes de levantar vôo, um piloto de avião realiza o procedimento conhecido como checklist, para se certificar de que todos os itens de segurança necessários estão presentes e em funcionamento. A lista é importante porque são tantos itens que ele pode, eventualmente, se esquecer de algum. Da mesma forma, cirurgias são procedimentos complexos que envolvem vários profissionais e dezenas de materiais e instrumentos cirúrgicos. Para garantir o máximo de segurança no seu Centro Cirúrgico, e permitir que as cirurgias “decolem” com tudo que é necessário, o Hospital VITA Curitiba implantou, no início do ano, não um, mas três checklists para cada cirurgia. “Os checklists já estão totalmente integrados à nossa cultura de trabalho”, diz Jackson Baduy, diretor clínico do Hospital VITA Curitiba. Os checklists acontecem em três momentos: antes da entrada no centro cirúrgico; depois, na fase de pré-anestesia; e finalmente após a cirurgia. Com essa checagem cuidadosa, em três fases, diversos riscos são reduzidos. Por exemplo, todos os materiais e instrumentos que entram na sala cirúrgica são contados antes e depois da cirurgia, o que garante que absolutamente nada, nem uma gaze, será esquecido. Procedimentos para evitar esse tipo de acidente já existiam; mas como uma cirurgia envolve muitos fatores, o checklist ajuda a evitar os erros que a experiência e a confiança podem acarretar. Também faz parte do checklist informar ao paciente o que será feito e os resultados esperados, para compartilhar com ele as informações sobre o procedimento. “Alguns pacientes ficam Jackson Baduy até aborrecidos, de tantas vezes que a gente confirma o nome deles e o procedimento que vai ser feito; mas no fim eles entendem como isso é importante para a segurança”, diz Baduy. Do ponto de vista dos cirurgiões, o uso de checklists diminui sensivelmente a ansiedade que envolve uma cirurgia, porque eles sabem que as checagens controlam e reduzem diversos fatores de risco. Hospital VITA Volta Redonda faz campanha contra o hábito de fumar Com o slogan “Cigarro e Saúde, Essa Dupla Não Combina”, a campanha inclui patrocínio para participar de programa antitabagista O Hospital VITA Volta Redonda vem incentivando há anos que seus médicos e colaboradores abandonem o hábito de fumar. Com o início efetivo da fiscalização da lei que proíbe fumar em lugares públicos no Estado do Rio de Janeiro, a partir de 18 de novembro, o Hospital lançou uma ampla campanha antitabagista. O tema “Saúde e Cigarro: Essa Dupla Não Combina” busca lembrar a todos que o Hospital é uma organização voltada para a saúde e o bem-estar e, portanto, incompatível com o hábito de fumar. tendemos as dificuldades dos fumantes e estamos buscando ajudá-los oferecendo esse suporte”, diz Antonino Barbosa, coordenador de Recursos Humanos do Hospital VITA Volta Redonda. No programa, que tem duração de três meses com reuniões semanais, os participantes contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar formada por cardiologista, psicólogo, nutricionista, professor de educação física, além de um orientador e ex-fumante, que depõe sobre suas próprias experiências. Para facilitar essa mudança, o Hospital está patrocinando para seus médicos e colaboradores a participação em um Programa de Antitabagismo numa entidade especializada, a Clínica Antitabágica Geraldo Terrana. “Nós en- Segundo Iana Adour, coordenadora de marketing do Hospital, a divulgação do programa antitabagista foi feita em jornais murais, com cerca de 80 placas e também banners, falando dos malefícios do hábito de fumar e convidan- 8 www.redevita.com.br Cartaz da campanha antitabagista do as pessoas a participarem. “A meta de nossa campanha é convencer não só colaboradores e médicos, como também usuários e familiares de pacientes a não fumarem nas dependências internas do Hospital, e nem mesmo nas áreas abertas”, diz Iana. Artigo Médico Artigo Médico Transplante de Fígado aumenta no Brasil, mas faltam doadores Temos vivenciado grandes avanços na medicina nas últimas décadas. Muitos destes avanços foram impulsionados pelo desenvolvimento obtido na área de transplante de órgãos. O reconhecimento e o controle dos processos imunológicos envolvidos, a prevenção e o tratamento das infecções, o aprimoramento da técnica cirúrgica, e uma melhora significativa dos cuidados anestésicos e de medicina intensiva, são alguns destes importantes avanços recentes. O transplante hepático está entre os procedimentos mais complexos e fascinantes da medicina. Hoje é ofertada a doentes que esgotaram todas outras formas de tratamento a possibilidade de substituir o fígado doente em um paciente gravemente enfermo, com repercussões sistêmicas graves, como desnutrição, déficit de coagulação, encefalopatia, astenia importante, hemorragias digestivas, ascite, etc., procedimento que pode proporcionar esperança e qualidade de vida. As principais doenças que levam à necessidade do transplante de fígado são as hepatites virais (C e B), cirrose alcoólica, tumores primários e alguns casos específicos como metástases de tumores neuroendócrinos, hepatite auto-imune, colangite esclerosante, hepatite fulminante e, nas crianças principalmente, a atresia de vias biliares. A maioria das pessoas que passam por um transplante de fígado consegue ter uma vida normal. Os índices de sobrevida em geral são superiores a 70%, e se o paciente ultrapassar o primeiro ano a chance de sobreviver pelos próximos 20 anos é bastante grande. O primeiro transplante de fígado no mundo foi realizado em 1963, na cidade de Denver, nos EUA. No Brasil, o primeiro transplante de fígado foi realizado em São Paulo, em 1968. Hoje são realizados no Brasil aproximadamente 1200 procedimentos a cada ano. Este número corresponde a uma taxa de 6,4 por milhão de pessoas/ano, sendo que esta taxa nos EUA é de aproximadamente 20 transplantes de fígado por milhão de habitantes/ano e na Espanha de aproximadamente 30 transplantes por milhão/ano. A taxa de transplante de fígado do Brasil é bastante inferior à demanda. A cada ano, pelo menos 5000 pessoas aguardam na fila de espera por um fígado. O maior obstáculo na área do transplante de fígado ainda é o número de doadores. Alguns países conseguiram desenvolver estratégias eficazes para a captação de órgãos para transplante. Estados Unidos, Inglaterra, França, Bélgica e principalmente Espanha conseguem um maior número de doadores, consequentemente um maior número de pessoas salvas pelo transplante de fígado. A Espanha tem um sistema capilar de busca ativa de doadores. Cada hospital possui um profissional especializado, formando uma rede de coordenadores. Estes profissionais, treinados em identificar, diagnosticar a morte encefálica e abordar os familiares para autorização da retirada de órgãos conseguem taxas de aproximadamente 30 doadores por milhão de habitantes a cada ano, o sistema mais eficaz em todo o mundo. No Brasil, esta taxa vem aumentando ano a ano, porém ainda é baixa. No ano de 2008 tivemos 1317 doadores de órgãos para transplante, o que significa uma taxa de 7,2 doadores por milhão de habitantes no ano. Alguns estados possuem um índice superior à média nacional: destacam-se Santa Catarina – 16,7; Rio Grande do Sul – 12,2 e São Paulo - 12,0. No estado do Paraná este índice foi de 6,4 doadores por milhão de habitantes no ano de 2008. No Brasil, o sistema de transplantes é inspirado no sistema espanhol. Os grandes hospitais, públicos e privados, devem possuir um grupo de profissionais habilitados para a captação de órgãos para transplantes – CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes). Em cada Estado existe uma Central de Transplantes – CNCDO (Centro de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos) que tem por objetivo controlar as listas de espera dos diversos órgãos, além de regulamentar toda a remuneração prevista na captação e no transplante em si. Estas centrais estaduais estão subordinadas à Central Nacional de Transplantes. Assim, toda a atividade relacionada a transplante de órgãos e tecidos está sob constante fiscalização, o que assegura total lisura em todo o processo do transplante. A maior parte do procedimento é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive a medicação imunossupressora necessária no pós-transplante. O sistema brasileiro é o maior sistema público de transplantes do mundo ocidental. A partir de 2006, a lista de espera por um transplante de fígado sofreu uma alteração significativa. Até então vigorava o critério cronológico – prioridade para quem estava mais tempo na fila. Com a implantação do critério de gravidade, utilizando-se para tanto um modelo matemático – MELD (“Model for End-stage Liver Disease”) onde se leva em consideração os níveis séricos de creatinina, bilirrubina e tempo de protombina, pode-se assim diminuir a possibilidade de um paciente mais grave morrer na fila de espera por um transplante de fígado. Assim, o paciente que tiver o maior MELD na disponibilidade de um doador de fígado receberá o órgão independentemente do seu tempo de espera. Um episódio envolvendo transplante foi recentemente relatado na revista semanal Veja e que tivemos a oportunidade de vivenciar. Quando foi abordada em 2001 para solicitar a autorização para a cirurgia de retirada de órgãos para transplante de sua filha acometida por um tumor cerebral que levou à morte encefálica, a mãe, moradora de uma cidade do interior de Santa Catarina, foi inflexível e irredutível na negativa. Pouco mais de 6 anos depois, seu filho de 15 anos foi submetido a um transplante de fígado, no mesmo hospital onde sua filha esteve internada, em Blumenau. O transplante teve sucesso e ele hoje leva uma vida normal. A chance de uma pessoa vir a necessitar de um transplante de órgãos é estimada em pelo menos 8 vezes superior à de ser um doador de órgãos. Hoje, a decisão de autorizar ou não a retirada de órgãos para transplante se encontra junto aos familiares. Diante do diagnóstico de morte cerebral, é aos familiares que a equipe intrahospitalar solicita a autorização para a retirada de órgãos para transplante. Daí a importância de que seja discutida entre os familiares qual a vontade de cada um. Julio César Wiederkher, Cirurgião Gastroenterológico www.redevita.com.br 9 Entrevista Para onde vão os hospitais Praticamente tudo mudou nos hospitais nos últimos anos, desde os métodos de administrar, passando pelas tecnologias utilizadas, os serviços prestados, as relações com médicos e pacientes, etc., etc., etc. Com tantas mudanças, qual será o futuro dessas instituições? Para responder esta e outras perguntas, conversamos com o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital SírioLibanês, de São Paulo, e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP VITAL - Qual a diferença entre o que era um hospital antigamente e o que é hoje? Gonzalo Vecina Neto - Hoje, o hospital é cada vez mais um local onde existe uma concentração de tecnologia de alto custo para fazer diagnóstico e tratamento de pacientes que não podem fazer esse tratamento em regime ambulatorial. A grande diferença entre o hospital de ontem e o de hoje é que, cada vez mais, o hospital vem se transformando no centro da vida dos médicos que atendem pacientes com patologias mais complexas. Antigamente você podia pensar em tratamentos no próprio consultório do médico; mas hoje, como essa tecnologia ficou mais complexa e dispendiosa, e os médicos não têm condições de comprá-la e disponibilizá-la, ele fica cada vez mais dependente do hospital. VITAL - É como se o hospital se tornasse uma extensão do consultório do médico? GVN - O hospital passa a ser muitas vezes o próprio consultório. Diversos hospitais estão trabalhando nesse sentido, de aumentar a fidelização do médico e oferecer consultórios dentro do seu próprio espaço, já que o trabalho daquele médico também ficou mais dependente da estrutura do hospital. Outra consequência, comentada desde os anos 1950, mas que só agora vem se transformando em realidade, é que como os hospitais estão concentrando tecnologia e médicos de alta especialização no uso dessa tecnologia, ganha força uma tendência de que esses centros médicos de alta complexidade invistam mais em atividades de ensino e pesquisa. É uma forma de utilizar melhor os recursos existentes e também de reter os talentos médicos, que acabam se aproximando do hospital porque a instituição tem uma ligação com ensino e pesquisa, que lhes interessa. 10 www.redevita.com.br VITAL - Suponho que sejam equipamentos tão caros e complexos que, às vezes, nem as universidades dispõem deles. Então o hospital é um lugar onde pode acontecer ensino e pesquisa? GVN - Na verdade, não só pode como deve acontecer. VITAL - Mas apesar dessa concentração de tecnologia, ainda é o médico que leva o paciente para o hospital. O paciente não chega na portaria e diz ‘quero me internar’. GVN - Existem duas situações. Existem hospitais que têm uma maior dependência do corpo clínico e outros que têm menor dependência. A médio e longo prazos, dentro desse modelo que estamos montando, em que o hospital concentra tecnologia e se torna um centro de ensino e pesquisa, somente os médicos muito destacados vão conseguir ainda ser esses ‘carreadores de pacientes’. A tendência é acontecer nos hospitais brasileiros o que aconteceu nos grandes centros hospitalares americanos, onde o paciente passa a buscar o centro hospitalar. Ele vai ao Memorial, em Nova York, (Memorial SloanKettering Cancer Center, especializado em Oncologia) por causa do Memorial; então a médio e longo prazo a tendência é que os pacientes busquem os centros de excelência com a certeza de que vão encontrar ali os médicos de excelência. Afora alguns médicos que sempre se destacarão, diferentemente de hoje em que existe uma grande quantidade de médicos de destaque, os demais médicos vão trabalhar e ser reconhecidos, mas a instituição será o grande instrumento de atração dos pacientes. VITAL - Quais são os novos desafios administrativos que os hospitais enfrentam hoje? GVN - O principal desafio é conseguir manter o ritmo de absorção da tecnologia, porque os pacientes buscam e porque os médicos necessitam dessas novas tecnologias. Só que elas sempre agregam um alto custo ao processo. Então, um dos grandes desafios é o da racionalização, o aumento da eficiência da utilização dessas tecnologias e redução dos desperdícios dentro do processo de atenção aos pacientes no hospital. Hoje você tem uma cultura do descartável que é muito agressiva. É preciso lembrar continuamente às pessoas que: existem muitas coisas que são reutilizáveis ou recicláveis, que não devem ser abandonadas; e que as novas tecnologias devem ser utilizadas, sim, mas não de forma mágica, indiscriminada. Seu uso deve ser baseado em critérios embasados em evidências. Esse é um desafio importante para a medicina e o hospital tem uma responsabilidade grande de construir, demonstrar e trazer os médicos para olhar as melhores evidências. VITAL - E os hospitais também estão utilizando novas tecnologias administrativas? GVN - As certificações e a Acreditação são modelos de tecnologia de gestão utilizados para garantir qualidade no processo de atenção. A tecnologia administrativa que está hoje nos grandes hospitais está absolutamente incorporada e é necessária. Trabalhamos com muitos processos e é importante que esses processos sejam rotinizados, padronizados, de forma a garantir sempre o melhor resultado. Existe muita tecnologia de gestão que vem da área empresarial, que também precisa ser utilizada para aumentar o padrão de eficiência. Tem toda a área da tecnologia da informação, compras eletrônicas, utilização de ferramentas como BSC, Seis Sigma... É tecnologia que vem da área de gestão e que nós absorvemos. Ou seja, o hospital está incorporando não só tecnologia médica, como também tecnologia de gestão. conforto, quer tudo que considera como seus direitos. Ter um cliente mais exigente muda bastante a situação para o hospital. Esse cliente pede uma solução mais complexa para o prestador de serviços, e certamente hospitais que têm clientes mais exigentes são hospitais melhores, porque têm que atender essas necessidades singulares, destes pacientes que têm uma noção melhor daquilo que querem. VITAL - Com essa concentração de tecnologia, a tendência é que a medicina se concentre nos hospitais? Lili das Neves GVN - Pelo contrário. O futuro prenuncia um aumento da atividade extra-hospitalar, no que diz respeito à atividade de promoção e proteção da saúde realizada em consultório e outros espaços poli-uso da comunidade. Principalmente com o aumento da expectativa de vida, muitos idosos se beneficiarão de atividades realizadas na comunidade, que têm também um significado na área da Saúde. VITAL - Essas mudanças fazem diferença para o paciente? Há quem diga que as únicas coisas que o paciente nota no hospital são se o seu médico lhe dá atenção e se o remédio chega na hora certa. GVN - O paciente é hoje muito mais ativo, bem menos passivo do que tem sido historicamente, porque acaba tendo um domínio sobre sua condição clínica, principalmente os pacientes crônicos, o que era inusual no passado, e isso o torna um agente ativo do processo de saúde. O diabético, por exemplo, costuma ser um grande conhecedor da sua doença. Também o hipertenso, ou quem tem outros problemas metabólicos, até mesmo quem tem câncer. Ele entra na Internet e tem acesso a uma quantidade imensa de informações e faz uso delas. Então o paciente quer essas duas coisas básicas: que o seu médico lhe dê atenção e que o remédio chegue na hora certa. Mas como ele tem acesso à informação, ele quer muito mais também. Quer mais tecnologia, quer melhores preços, quer mais A idéia é que você vai aumentar bastante o espaço de ação da saúde tirando os pacientes de dentro do hospital e indo para ações e estruturas de menor complexidade. Também por causa da questão dos custos, deverá aumentar a atividade intradomiciliar, como atenção domiciliar, internação domiciliar, sempre que o paciente não precisar dos serviços de um hospital de alta complexidade. Também deveremos ver por aqui, como já vimos na Europa, a proliferação de unidades semi-asilares ou semi-hospitalares, para receber pacientes com um grau elevado de dependência e cujas famílias não têm condição de abrigá-los, seja porque a própria família foi morrendo, ou porque não é possível fazer isso já que todo mundo trabalha, e aquela pessoa muito dependente se torna um peso econômico para a família. E também para aqueles pacientes que estão fora de possibilidade terapêutica, mas que para desfrutarem de conforto precisam de alimentação por sonda, ou têm outros tipos de dependência de estruturas médicas. Então seriam hóspedes de uma instituição como uma ‘casa da boa morte’. Essa é uma tendência de des-hospitalização pela qual acredito que iremos passar. No caso dos hospitais, dentro desse formato tradicional que nós temos, a tendência é se tornarem centros de alta complexidade e que deixem de internar pacientes que podem ter suas soluções clínicas resolvidas em nível ambulatorial; ou em centros de menor concentração tecnológica, de forma a não se utilizar essa coisa muito dispendiosa em que o hospital está se transformando. 11 www.redevita.com.br Gente Gente Camarote em Curitiba O camarote VITA recebe neste fim de ano novamente os amigos da empresa para assistirem, de um local privilegiado, as apresentações do Natal do HSBC, um lindo espetáculo multimídia com coral infantil nas janelas do Palácio Avenida, no centro de Curitiba. Além de verem toda a beleza da apresentação, os convidados se confraternizam, tiram fotos e degustam um alegre coquetel natalino. Luiz Fernando Kubrusly, Geraldo Henrique Scheffer, Patricia Rauen e Paulo Franco de Oliveira. Carla Soffiatti e Denise Moura, arquiteta responsável pela decoração do camarote Marilu Cichon de Liz, com a filha Marina Cichon de Liz, e Anna Carolina Miranda da Judicemed Juracy Moreira, da Fundação de Saúde Itaú, e Mauricio Fogaça Marcos Costa, da Brose do Brasil, a esposa Vânia Pereira Costa e o filho Vitor Pereira Costa 12 www.redevita.com.br Manutenção faz festa em Volta Redonda Um lindo e delicioso coquetel natalino Desde 1987, Equipe de Engenharia e Manutenção do Hospital VITA Volta Redonda promove uma festa em dezembro, que cresce a cada ano. Este ano a festa foi no PET, o clube dos funcionários. Muita alegria, músicae dança, para os colaboradores e amigos, comemorando o fim do ano. Nestas fotos, o pessoal da manutenção, que organiza a festa José Guilherme Laporte, da Rede Labs D`Or, e esposa Maria Laporte Fernando César Koleski, Marco Antonio Pedroni e Bruno Arnaldo Bonacim Moura Visita Ilustre - O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, esteve em dezembro no Hospital VITA Volta Redonda, para visitar o pai, Otávio Hartung, que estava em tratamento no hospital. Na foto, o governador Hartung com a enfermeira Rita Pinheiro. 13 www.redevita.com.br Capa Capa Hospital: uma cidade a serviço do paciente Para quem vê de fora, um hospital é simplesmente um hospital. É um lugar onde encontramos médicos e enfermeiros e onde se fica algum tempo para tratar da saúde. Simples assim. Mas para quem está dentro, a visão é completamente diferente: poucas coisas são tão complexas de administrar, pois para atender um paciente são necessárias dezenas de atividades e que dezenas de itens estejam disponíveis ao mesmo tempo. É como se um hotel, uma farmácia, uma empresa de limpeza, uma transportadora, uma lavanderia e outras atividades funcionassem simultaneamente e sincronizadas, para atender essa pessoa, fornecendo atendimento médico, acompanhamento constante, providenciando medicamentos, fornecendo refeições, tudo isso 24 horas por dia. Nesta reportagem entrevistamos vários profissionais da Rede VITA, para que nos expliquem como funciona um hospital, essa estrutura tão complexa, altamente especializada e totalmente voltada para a saúde e segurança do paciente. Logística Djeyse Toyama Adriano Carvalho Quando um paciente entra no hospital, é como se ele apertasse um botão que disparasse vários processos ao mesmo tempo: é preciso fazer diagnóstico, administrar a documentação do paciente, encaminhar os medicamentos, reservar apartamento, agendar uma sala de cirurgia, enviar roupas de cama, providenciar a limpeza, etc., etc., e põe etc. nisso. Adriano Carvalho, gerente de logística do Hospital VITA Curitiba, é responsável por fazer com que esses processos aconteçam sincronicamente. “É uma engrenagem complexa, que tem que estar muito bem alinhada, afinal estamos lidando com vidas”, explica. “É a logística que dá a infra-estrutura, que faz com que todas essas coisas aconteçam no momento certo e da maneira correta”. É inadmissível imaginar que um paciente chegue ao centro cirúrgico e algum dos materiais necessários para a cirurgia não esteja disponível, pronto para ser usado, e na quantidade correta, mesmo que seja apenas gaze. Felizmente, nada é improvisado. Existe uma equipe treinada e preparada e protocolos que mostram como agir em cada situação. “Nós sabemos o que estamos fazendo, e isso nos dá muita segurança”, diz Carvalho. Para ele, os Hospitais têm tanta responsabilidade com relação a seus pacientes quanto uma linha aérea com relação aos passageiros de seus aviões. Governadoria Ela é como uma governanta para o Hospital VITA Batel e precisa estar atenta a todos os detalhes. Por isso o setor de Djeyse Toyama chama-se Governadoria. Seu desafio diário é acompanhar os serviços prestados pelas empresas contratadas e garantir que elas atuem completamente integradas ao Hospital. “São treze contratos”, explica Djeyse, “inclusive higienização, segurança, lavanderia, estacionamentos, coleta de lixo entre outros”. Segundo ela, é essencial que todos os serviços estejam bem realizados e que o ambiente esteja impecável, para que quando as pessoas entrem, saibam que estão em um Hospital da Rede VITA: “Esse é um dos nossos principais diferenciais”, ressalta Djeyse. Segundo ela, para que funcionem harmonicamente integrados ao Hospital, os prestadores de serviço têm de ser muito bem selecionados e geralmente já têm experiência em atuar com saúde. Além disso, precisam ter certa autonomia: “Não podemos passar todas as decisões para hierarquias superiores, porque são muitos detalhes e é preciso responder rápido; sem autonomia o Hospital não funciona”, diz Djeyse. Embora não esteja em contato direto com o paciente, são os serviços que Djeyse coordena que dão suporte para seu bem-estar. É uma rotina complexa, detalhada e minuciosa. 14 www.redevita.com.br Nutrição Luís Paulo Espíndola Manutenção Para o engenheiro Luís Paulo Espíndola, hospitais são com mini-cidades, com uma diversidade de serviços que devem convergir para o atendimento dos pacientes. Ele é diretor técnico da Conemed, empresa responsável por manter as máquinas dessa cidade em funcionamento. A Conemed faz a manutenção dos equipamentos médicos de todos os Hospitais da Rede VITA. Mas não se trata apenas de consertar máquinas que quebram; é preciso evitar que elas quebrem, fazendo manutenção preventiva. “Nós temos um processo de tecnovigilância, que gerencia os riscos de cada equipamento, registra o que já aconteceu com ele, e garante que haja sempre um substituto caso necessário”, explica. Também é responsabilidade da Conemed gerenciar recursos de infra-estrutura, como energia elétrica, gases medicinais, água e telefonia, que são fonte de despesas significativas, com grande impacto sobre os resultados financeiros dos Hospitais. Espíndola também é responsável pela avaliação do parque tecnológico dos Hospitais, para sugerir a substituição de aparelhos, por tempo de vida, ou porque surgiram opções mais modernas. Para ele, a terceirização é uma tendência irreversível, mesmo em áreas essenciais como a manutenção de equipamentos médicos, porque isso permite que os Hospitais possam se concentrar em sua tarefa principal, a assistência ao paciente. Por mais que pareça que preparar refeições é uma tarefa igual em qualquer empresa de grande porte, no hospital ela é muito diferente e está diretamente ligada ao bemestar dos pacientes. Jaqueline Rocha Magalhães, nutriJaqueline Rocha Magalhães cionista do Hospital VITA Volta Redonda, explica que, além de variar conforme o tratamento, as refeições do paciente também precisam levar em consideração os medicamentos que ele está tomando e os horários em que são administrados. “Por exemplo, um paciente que fez uma gastroplastia redutora, que é uma cirurgia de redução do volume do estômago, terá um período de alimentação exclusivamente com líquidos”, explica Jaqueline. “Enquanto que no caso das refeições de um paciente diabético, devemos levar em consideração os horários de administração de insulina, para evitar hipoglicemia e outros problemas”. Para outros pacientes, podem ser incluídos ou retirados itens da dieta, conforme a interação entre os alimentos e os medicamentos. Para isso, a nutrição do Hospital precisa estar em comunicação constante com a enfermagem e a farmácia. Diariamente são servidas no Hospital VITA Volta Redonda cerca de 300 refeições para colaboradores e 300 para pacientes, e na madrugada os colaboradores ainda recebem ceia. Um hospital nunca dorme. Melissa Pacheco Santana Mais Logística Melissa Pacheco Santana, gerente de Logística do Hospital VITA Batel, é responsável por sete chefias e pelos contratos com serviços terceirizados, como manutenção predial, lavanderia, nutrição, jardinagem e outros. Portanto, é quem negocia com os fornecedores para garantir que eles atuem em plena sintonia com o Hospital e apresentem os níveis de serviço desejados. Uma das chefias do setor de Logística é a Governadoria, que zela pela execução, no dia-a-dia, desses serviços contratados. Fazer tantas coisas funcionarem ao mesmo tempo é o dia-a-dia de Melissa, o que é uma responsabilidade e tanto. “Não pode faltar um detalhe”, diz Melissa. Administrar um hospital já é bastante complexo e no caso do Hospital VITA Batel há um complicador extra: atender as expectativas dos exigentes clientes do bairro mais sofisticado da capital paranaense. “Geralmente, são famílias de alto poder aquisitivo, com formação universitária, e seu grau de exigência é bastante elevado”, conta Melissa. “Isso se reflete em todos os setores do Hospital, mas na hotelaria principalmente”. Segundo Melissa, não é raro os pacientes compararem os serviços em seus apartamentos aos que teriam se estivessem em um hotel turístico. “Além disso, é comum estarem bastante informados sobre suas doenças, o que aumenta a expectativa do ponto de vista do atendimento médico”, completa ela 15 www.redevita.com.br Capa Capa O Hospital, Segundo Drucker Peter Drucker (1909-2005) foi um dos mais importantes ‘gurus’ da administração, e em diversas ocasiões comentou sobre a complexidade de se administrar alguns tipos de organização, em especial hospitais. Abaixo, um trecho da entrevista que ele concedeu para o programa Live From Lincoln em 1995. Suprimentos Como em uma cidade, as necessidades do hospital são diversas. Centenas de itens que precisam estar disponíveis. Não pode faltar, mas também não pode sobrar. Se faltar, prejudica o atendimento. Se Farley José Pires e equipe de suprimentos sobrar, é dinheiro parado, prejudica as finanças. Farley José Pires, chefe de suprimentos do Hospital VITA Volta Redonda, há 15 anos no Hospital, é responsável por todas as aquisições, tanto do estoque, como de bens (computadores, móveis e outros). “As necessidades são muito diversas: produtos de escritório, medicamentos, uma torneira, tudo”. Mensalmente, são cerca de 550 notas fiscais de diferentes fornecedores para compra de 1700 itens diferentes. Para isso, Pires conta com uma equipe de compradores e de gestão do estoque. O estoque está também fortemente integrado a todos os setores do Hospital, para não deixar faltar nada, para garantir a qualidade do serviço através da escolha dos fornecedores adequados e também para contribuir com a saúde financeira da instituição. “O Hospital conseguiu reduzir o giro de estoque de 26 para 19 dias”, orgulha-se Pires. “Isso significa menos capital imobilizado, mantendo o mesmo nível de disponibilidade”, explica. Higienização e Rouparia A Governadoria do Hospital Vita Volta Redonda desenvolve atividades tanto em seus serviços próprios como em prestadores de serviços, como é o caso do Instituto de Urologia e Nefrologia, Hemodinâmica e SADT (Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico). “Temos normas e rotinas bem estabelecidas que devem ser seguidas e, em alguns casos, temos colaboradores do nosso quadro de pessoal atuando diretamente nos serviços terceirizados”, explica Adriana Goulart de Souza, responsável pela Governadoria. “Isso tem a finalidade de garantir a qualidade do serviço prestado”. Por exemplo, a lavanderia é terceirizada e o setor de rouparia coleta cerca de 20.000 quilos de roupa mensalmente. Os funcionários que manipulam resíduos são treinados para saber como lidar com cada tipo de material. Em um hospital, a limpeza e o destino dos resíduos é de grande importância. Também fazem parte do serviço prestado, contribuem para assistência ao paciente e, portanto, são conferidos, analisados e auditados. Em um hospital nada é tão simples quanto parece ser. É como uma engrenagem onde um setor precisa do outro para o bom andamento do serviço. 16 www.redevita.com.br Um hospital é uma das organizações mais complexas que temos. Nele estão pessoas que têm formações e pontos de vista totalmente diferentes. E ainda assim, às 3h da manhã, uma senhora entra em choque e olhe o que acontece. Como se houvesse uma partitura, todos estão trabalhando a partir do mesmo roteiro. A enfermeira do andar que é a funcionária executiva, tem de reunir a equipe, uma equipe em que todos estão para servir. Basicamente, as pessoas do laboratório de análises clínicas não têm nada em comum com o pessoal de tratamento respiratório e assim por diante. E a enfermeira tem de reuni-los para atender em uma crise. Isso é semelhante à ópera. A maioria das coisas em um hospital foram ensaiadas e feitas anteriormente, e você segue a partitura. Não é um roteiro tão claro quanto um quarteto de Haydn, mas ainda assim você esteve lá, fez aquilo e ensaiou. Adriana Goulart de Souza Túnel do Tempo Túnel do Tempo Ainda bem que os hospitais evoluíram No hospital Hôtel Dieu, o mais antigo de Paris, chegava-se a colocar seis pacientes no mesmo leito David Monniaux / Wikimedia Incêndio em 1772, retratado por Gabriel de Saint-Aubin Antigo Hôtel Dieu, na margem direita do Sena O Hôtel Dieu é considerado o mais antigo hospital de Paris. Ele fica na Île de la Cité, próximo à Notre-Dame, e foi construído originalmente entre os séculos VII e XVII. Embora o hospital tenha passado por vários incêndios ao longo de sua história, ele ainda existe, sendo um dos mais antigos da Europa ainda em funcionamento. Hôtel Dieu significava “Hotel de Deus”, ou seja, hospício. Foi fundado no ano de 651 por St. Landry, 28º bispo de Paris, que construiu o hospital às suas próprias custas, e recebia não só pacientes como também mendigos e peregrinos. Como muitos outros hospitais medievais, a instituição tinha diversos propósitos, abrigando os pobres e doentes, e oferecendo comida e proteção, bem como tratamento médico. A partir de 1580, entretanto, os regimentos do hospital especificaram que médicos e cirurgiões deveriam visitar os pacientes duas vezes por semana. Durante este período, o hospital recebeu mais de 3.500 pacientes ao mesmo tempo. Por volta de 1700 havia oito médicos na equipe do hospital, um número considerado elevado na época, e 100 cirurgiões. Ele sofreu um incêndio em 1772 e não foi completamente reconstruído até o governo de Napoleão. Mesmo assim, continuava totalmente lotado. Os leitos eram colocados em todas as salas disponíveis, e às A fachada atual, em foto de 2007 vezes seis pacientes eram colocados em um único leito. Assim, era considerado o mais insalubre e desconfortável hospital da França, talvez de toda a Europa. Durante a Revolução Francesa (1789), a demanda pelo hospital foi reduzida, graças à criação de diversos Hôtel Dieu de Paris no século XVII novos hospitais gerais lembra as condições precárias de atendimento e especializados, inclusive para crianças, doenque ocorriam no passado. ças venéreas e distúrbios mentais. O número de leitos no Hôtel Dieu permaneceu em 1.400, O Hôtel Dieu era popular entre estudantes de mas o hospital recebia menos pacientes, de medicina por atender uma grande variedade modo que agora havia um leito para cada um. de casos. O hospital se tornou famoso posteA taxa de mortalidade se mantinha inalterada riormente, no início do século XIX, por seus e continuava mais elevada que em outros cirurgiões, inclusive Bichat e Desault, que dehospitais. Em parte, isso se devia a que os senvolveram ensinamentos clínicos, opondoferidos dos mais sérios acidentes de Paris se a fortes resistências. Mesmo depois de se eram levados para lá, em virtude da localizatransformar em instituição médica científica, ção centralizada da instituição. O hospital foi sua origem religiosa permanece viva em seu reconstruído na margem oposta do Sena, ao nome, o ‘Abrigo de Deus’. lado da Catedral de Notre-Dame, em meados do século XIX. Hoje, continua sendo o maior Fontes: Wikipedia; Science Museum (www.sciencemucentro para casos de emergência em Paris, seum.org.uk); L’Hôtel Dieu de Paris, Marcel Fosseyeux com aproximadamente 350 leitos, e em nada (www.archive.org). 17 www.redevita.com.br Dicas de sites e tecnologia Copa tridimensional Um acordo entre a Sony e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) vai permitir a realização de filmagens em 3D de até 25 jogos da Copa do Mundo da África, em 2010. As imagens serão transmitidas para telões em sete cidades de vários continentes: Rio de Janeiro, Berlim, Londres, Paris, Sydney e Cidade do México. Lojas de varejo selecionadas e da própria Sony também devem apresentar o vídeo tridimensional das pelejas. Posteriormente, as gravações devem ser lançadas na forma de um DVD Blu-ray de alta definição em 3D. Canon G11: Amadora com jeito de profissional Muitos fotógrafos amadores querem ter à sua disposição os recursos de uma máquina profissional, mas sem o peso, tamanho e preço dos equipamentos profissionais. Para esses, a máquina mais indicada no momento é a Canon G11. Tem sensor de 10 megapixels (3648 x 2736 pixels) e na resolução máxima permite fazer ampliações de até 38,6 x 29,0 cm a 240 dpi, qualidade de impressão padrão para fotos; faz clips de vídeo de até uma hora cada; tem sensibilidade equivalente a até 3200 ASA; dispõe de encaixe para flash externo; zoom óptico de 5x; e produz fotos realmente extraordinárias. Kindle, a biblioteca portátil Google traduz pra você Não é de hoje que o Google faz traduções automáticas. Basta a cessar a página do Google Tradutor (http://tran slate.google.com. br) e inserir o endereço da página que você quer traduzir, ou colar um texto no espaço disponível, ou ainda fazer “upload” de um documento. O serviço está disponível em 51 idiomas, mas, felizmente para os tradutores profissionais, continua longe de ser perfeito. Uma novidade é que se você instalar no seu navegador a barra do Google (http:// toolbar.google. com.br/intl/pt-BR/) pode ativar o recurso Tradutor de Palavras para que ao passar o cursor do mouse sobre uma palavra, seu significado em outro idioma seja automaticamente mostrado. Nada mau para quem está estudando idiomas. www.redevita.com.br Uma pesquisa do grupo de marketing Synovate em 11 países, inclusive o Brasil, mostrou que a Internet já é a mídia favorita da maior parte das pessoas. 70% das pessoas pesquisadas consideraram a web como o veículo mais indispensável, enquanto a televisão foi considerada indispensável por um número ligeiramente inferior, 69% dos pesquisados. As entrevistas foram feitas com 8,6 mil pessoas, em setembro, na Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Hong Kong, Índia, Reino Unido e Taiwan. Aproximadamente 66% dos entrevistados declararam que a televisão tem “comerciais demais”. Dois anos de TV Digital Desde os tempos de Gutenberg a palavra impressa não via tanta evolução: o Kindle é um aparelho criado para a leitura de textos digitais, com memória para armazenar, em média, 1.500 obras, que podem ser compradas e instaladas no equipamento facilmente, através de recursos de telefonia 3G. O sucesso do apare lho nos EUA é tão grande que cerca de meta de dos livros vendidos pela Amazon já é em for mato digital, para ser lido no Kindle. O preço no Brasil é aproximadamente R$ 1.000. 18 Internet supera importância da TV Com 27 cidades servidas pelo sinal digital de alta definição, a TV digital brasileira já é uma realidade, ainda que pouco popularizada. Estima-se que haja no País 2 milhões de aparelhos (incluindo celulares) capazes de sintonizar o novo sinal, mas a tecnologia deve ganhar um forte impulso a partir de 2011, quando todos os novos aparelhos de TV de plasma e LCD serão entregues já com o adaptador embutido para alta definição. Um dos maiores chamarizes da nova tecnologia é a interatividade na TV, que vai permitir que o usuário faça compras, participe de votações, envie respostas, como na Internet. Esse recurso ainda não está disponível e só deverá ser implementado a partir de 2010. O final da transmissão do sistema analógico está prevista para 29 de junho de 2016. Em Rede Em Rede Detonando games na UTI UTI do Hospital VITA Curitiba utiliza o videogame Nintendo Wii para estimular os pacientes... e eles estão adorando! Para estimular os pacientes da Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e proporcionar-lhes uma recuperação mais rápida, o Hospital VITA Curitiba está utilizando a tecnologia de entretenimento digital: uma vez por dia, os pacientes da UTI fazem fisioterapia com o videogame Nintendo Wii. É um estímulo físico e mental que os pacientes, inclusive os mais idosos, estão adorando. “A tendência mais recente em terapia intensiva é fazer com que o paciente tenha atividade física o quanto antes, mesmo estando na UTI”, diz o médico intensivista e neurologista Hipolito Carraro Jr, coordenador médico da UTI Geral do Hospital VITA Curitiba. “Movimentando-se, o paciente pode prevenir uma série de complicações, como atrofia muscular, pneumonia, infecção urinária e outras”, acrescenta. Na UTI do VITA Curitiba, os pacientes que têm condição para isso Games vão ao leito do paciente em um carrinho permanecem despertos e fazem atividades físicas, mesmo que seja apenas andar em volta do leito. Assim, podem se recuperar de forma mais rápida e receber alta em menos tempo. “O corpo não foi feito para ficar parado; nosso organismo precisa de movimento”, explica Carraro. O uso de videogames na UTI para estimular os pacientes é inédito e Carraro pretende apresentar os resultados da atividade para a comunidade científica médica no próximo ano. “A grande vantagem do Wii, especificamente, é que seu controle é muito intuitivo, não requer a destreza com os dedos que outros modelos exigem, e estimula movimentos amplos, propícios para a recuperação do paciente”, diz Esperidião Elias Aquim, coordenador geral da Fisioterapia dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel. Segundo ele, mesmo os pacientes mais idosos, que inicialmente acham que não vão conseguir jogar, acabam experimentando e gostando da atividade. “Eles chegam a chamar a gente e dizer: ‘vamos fazer fisioterapia?’, ou seja, eles querem jogar videogame”, conta Aquim. Além do videogame, os pacientes da UTI que têm condições fazem passeios externos diariamente. Avanço Estratégico Como em um jogo de xadrez, os gestores do Grupo VITA precisam pensar estrategicamente para que os Hospitais prosperem Além de oferecerem um serviço altamente complexo, do qual depende a vida dos pacientes, os hospitais também precisam lidar com muitos outros fatores do ponto de vista da sua administração como empresas. É preciso levar em conta a concorrência dos outros hospitais, os preços de serviços naquele mercado, as facilidades e tecnologias que os médicos procuram, e muitos outros detalhes. Esquecer de algum desses fatores pode ser fatal para a sobrevivência da empresa. Para lidar com tantas variáveis, o Grupo VITA se dedica intensamente ao chamado “Planejamento Estratégico”, para decidir como agirá e em que áreas de atuação vai se concentrar, para atender melhor pacientes, médicos e fontes pagadoras, que são as instituições que remuneram os tratamentos. Segundo José Octávio Leme, Diretor Regional de Curitiba do Grupo VITA, o mercado da capital paranaense, onde estão os hospitais VITA Batel e VITA Curitiba, é bastante desafiador, devido à presença de diversos hospitais de grande porte e alta qualidade e também à concentração das fontes pagadoras. Ele lembra que o fato de haver dois Hospitais do grupo na cidade permite uma maior flexibilidade e complementaridade de serviços. Em 2010, indica Leme, o VITA Curitiba deverá expandir seus serviços em traumatismos e Neurologia, entre outros, enquanto o VITA Batel, além de consolidar a Cardiologia e as cirurgias bariátricas, deverá ampliar também o atendimento em Geriatria. De acordo com Vanuza Vitorelli, coordenadora do Escritório da Qualidade do Hospital VITA Volta Redonda, a adoção da ferramenta BSC no planejamento estratégico do Hospital trouxe diversos benefícios importantes, como a tradução da estratégia em objetivos e ações concretas, revisadas anualmente pelo grupo gestor do José Octávio Leme Vanuza Vitorelli Hospital. Também é uma ferramenta que permite ao Hospital ir ao encontro da missão do Grupo VITA, que é a “... melhoria contínua e a busca pela excelência na qualidade dos serviços prestados a todos os clientes”. “Bernardinho, técnico da vitoriosa seleção brasileira de vôlei, tem uma frase que explica bem a importância do planejamento estratégico”, comenta Vanuza. “Segundo ele, ‘é importante ter metas, mas também é fundamental planejar cuidadosamente cada passo para atingi-las’”. 19 www.redevita.com.br Em Rede Em Rede Responda rápido! Emergências dentro do Hospital VITA Curitiba são prontamente atendidas pelo Time de Resposta Rápida Talita Rennê Mendonça (à esq.) e Ivana Roseira Gomes Acontece até nos times de vôlei mais experientes: a bola vem do adversário e dois jogadores podem pegá-la. Cada um acha que o outro é que vai pegar e... a bola acaba caindo no chão. Isso também pode acontecer em um hospital, da seguinte forma: o paciente está internado para fazer uma cirurgia eletiva, com hora marcada, sem emergência. De repente, começa a passar mal, por motivos que não têm nada a ver com a cirurgia. Nesse momento, a equipe de enfermagem pode ficar desnorteada, não saber o que fazer e perder minutos preciosos. Para evitar situações como essa é que o Hospital VITA Curitiba implementou, desde agosto, o Time de Resposta Rápida. Com ele, tem sempre alguém que vai na bola. O Time de Resposta Rápida não é uma equipe à parte. Ele é formado pelos próprios profissionais, médicos e enfermeiros, que já trabalham nas alas de internação e no Pronto Socorro, mas que recebem uma preparação e uma responsabilidade extras para reagir a eventos inesperados com os pacientes. Por exemplo, uma pessoa que está internada para uma cirurgia bariátrica e que subitamente começa a evoluir para um infarto, ou um paciente de ortopedia que começa a dar sinais de parada respiratória. Esse time se encarrega de levar rapidamente, para o paciente que está em um apartamento, os “cuidados críticos” de uma UTI, mesmo que seu médico não esteja disponível para atendê-lo naquele momento. As responsáveis pela implementação do Time de 20 www.redevita.com.br Resposta Rápida no Hospital foram a médica Ivana Roseira Gomes, coordenadora do Pronto Socorro do Hospital VITA Curitiba, e a enfermeira Talita Rennê Mendonça, enfermeira chefe da Educação Continuada do Hospital. O Time segue o modelo da organização americana IHI (Institute for Healthcare Improvement - Instituto para Aperfeiçoamento da Assistência). Ivana explica que o Time de Resposta Rápida é um recurso que foi implantado para elevar a segurança do paciente durante toda a sua estada no Hospital. “A literatura médica mostra que, historicamente, 60 a 70% dos pacientes que têm uma parada cardio-respiratória apresentaram sinais claros 6 a 8 horas antes do evento”, explica Ivana. Isso mostra que normalmente existe tempo suficiente para identificar o problema antes que ele aconteça; e é nesse momento que entra em ação o Time de Reposta Rápida, levando cuidados críticos ao paciente em seu próprio apartamento, e evitando maiores complicações. Quanto mais precoce a identificação de um problema, melhores as chances de recuperação para o paciente. Critérios Claros O Time de Resposta Rápida obedece a determinados critérios para estabelecer o nível de urgência de atendimento para os pacientes. No código vermelho, o atendimento deve ser feito imediatamente; no código laranja, em até 15 minutos; e no código amarelo, em até 30 minutos. Os participantes do time de resposta rápida utilizam um crachá que mostra os critérios de acionamento da equipe. Para os demais funcionários, é recomendado que chamem a equipe assim que perceberem alguma intercorrência. “Preferimos pecar pelo excesso de cuidado”, diz Ivana; “nosso objetivo é zerar as paradas cardiorespiratórias nas alas de internação”. Fazem parte do TRR todos os enfermeiros que passaram por treinamento para o Time e os médicos de clínica médica do Pronto Socorro do HVCT. Há sempre um médico O crachá do Time de de plantão, portando Resposta Rápida traz um telefone especial instruções sobre o do TRR, e que é aciotempo de atendimento nado imediatamente quando necessário. O Time de Resposta Rápida também conta com equipamentos, que podem ser rapidamente deslocados para o apartamento do paciente, como oxímetros, estetoscópios, esfigmômetros (aparelhos de pressão), além do celular de comunicação da equipe. Resultados positivos Os resultados obtidos pelo Time têm sido muito positivos: “Temos conseguido identificar problemas precocemente e estabilizar a maioria dos pacientes no próprio apartamento”, diz Ivana. Desde que o Time de Resposta Rápida foi implementado, em 1º de agosto de 2009, nenhum paciente teve parada cardio-respiratória nas alas de Internação. Embora o Time possa atuar em qualquer local do Hospital (um familiar pode, por exemplo, ter um mal-estar na recepção do Hospital), até agora 99% das ações da equipe foram nos apartamentos, junto a pacientes internados. “A maioria dos pacientes que atendemos tem melhora imediata e continua no seu apartamento, sem a necessidade de transferência para a UTI”, diz Talita. Segundo ela, em setembro, de 25 chamados, apenas 6 resultaram em transferência para a UTI. Evidentemente, nenhum hospital descuida de seus pacientes internados, e busca lhes prestar atendimento o mais rápido possível em qualquer intercorrência. A diferença de se ter um Time de Resposta Rápida, é que ele torna mais claro como agir quando um imprevisto acontece. “O que mudou é que agora temos critérios claros de acionamento”, diz Ivana. ”Critérios bem definidos, com tempo alvo, são o diferencial; sabemos exatamente quando chamar e em quanto tempo atender”. Em Rede Em Rede A Domadora de Computadores A Luciene queria estudar Medicina, mas foi para a área de Tecnologia, e hoje se sente realizada trabalhando em um hospital Todo mundo que trabalha usando um computador no Hospital VITA Volta Redonda conhece a Luciene do Nascimento Esperança, coordenadora de Tecnologia da Informação do Hospital. É ela quem dá suporte, esclarece as dúvidas e “conversa” com equipamentos teimosos que não querem colaborar, até convencê-los a funcionarem. Curiosamente, a opção inicial da Luciene para sua vida profissional não tinha nada a ver com Exatas: ela sonhava estudar Medicina. ”Era meu sonho de infância, mas não pude realizar”, ela lembra. “Então acabei me interessando por informática e veja só como é a vida: hoje me sinto totalmente realizada, trabalhando em um hospital, e concretizando o meu sonho de atuar na área de Saúde”. Ela está no Hospital VITA Volta Redonda desde 2002, inicialmente como analista de sistemas, e hoje como coordenadora de TI. Ela procura sempre priorizar a boa comunicação e o relacionamento com os colegas de trabalho: “O bom trabalho não se faz sozinho, e sim em equipe”, lembra Luciene. Perfil Luciene do Nascimento Esperança Cargo: Coordenadora de TI Prato Predileto : Massas Esporte: Pilates Qualidade: Comunicativa Defeito: Auto-crítica Hobby: meu filho Pedro Henrique Segundo Luciene, é essencial para cada um buscar o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira profissional. Ela e o marido Sebastião realizaram outro grande sonho, o de ter um filho, o Pedro Henrique, que está com dois anos e meio e ocupa cada minuto livre da Luciene. “Fora do trabalho sou 100% Pedro Henrique; jogamos bola, andamos de bicicleta, cuidamos do jardim, fazemos pipoca juntos, tudo vira festa...”, conta Luciene. Luciene tem uma frase que utiliza diariamente: “Não basta só sonhar, precisamos transformar em objetivos nossos sonhos e assim fazê-los acontecer”. Para ela, só assim colocamos nossas energias em movimento para dar os passos que farão os sonhos acontecerem. É assim que ela tem conseguido conquistar, um por um, os seus objetivos: o carro, a faculdade, a casa, e até a maternidade: “Esperei a hora certa, até para poder curtir melhor esse momento, e foi tudo tão perfeito que até o enjôo foi maravilhoso”, conta Luciene. Segurança Desde a Porta Desde o momento em que o paciente entra no hospital, tudo é feito para diminuir os riscos e prevenir todo tipo de acidente Quando se diz que um hospital oferece “segurança assistencial” é um jeito complicado de dizer: a instituição se preocupa com a segurança do paciente desde que ele entra no hospital até a hora de sair, e procura prever os riscos e evitar acidentes em todas (repito, todas) as situações possíveis. Isso vai desde Carla Soffiatti Maurício Fogaça saber que determinado medicamento causa tonturas e, portanto, o paciente está sujeito a quedas, até a identificação precisa de cada paciente, para evitar que pessoas com mesmo nome sofram tratamentos trocados. A segurança assistencial nos hospitais da Rede VITA traz tranquilidade tanto para os pacientes quanto para os médicos. “Desde que surgiu, a Rede VITA tem na sua visão ser a rede de serviços mais confiável, e essa confiabilidade vem da segurança assistencial, que oferecemos de forma consistente”, diz Maurício Fogaça, superintendente do Hospital VITA Batel. Isso inclui a escolha do corpo clínico, ou seja, dos médicos que atuam no Hospital, e também dos métodos de gestão que garantem a segurança assistencial e que a mantêm em contínuo aperfeiçoamento. “A segurança assistencial é o principal diferencial do Hospital VITA Batel”, diz Fogaça. Segundo ele, diversos médicos escolhem o Hospital para realizar cirurgias e outros procedimentos devido à segurança oferecida, inclusive nas áreas mais críticas, como UTI e Centro Cirúrgico. “O Hospital VITA Curitiba vem trabalhando há dois anos na metodologia da certificação internacional canadense de qualidade, que tem foco em segurança assistencial”, diz Carla Soffiatti, superintendente do Hospital. Segundo ela, isso é obtido através da gestão por times de trabalho e grupos multidisciplinares, e com gerenciamento de risco. “Por exemplo, fizemos um trabalho para identificar os principais riscos assistenciais, como queda do paciente, risco nutricional, medicamentoso e outros”, explica Carla. “Assim, pudemos nos concentrar em prever os riscos e evitar que eles se concretizem, em vez de apenas cuidar de remediar os problemas depois que eles acontecem”. Outra ferramenta de segurança são os protocolos assistenciais estratégicos, o checklist do Centro Cirúrgico e o Time de Resposta Rápida (veja matérias nesta edição, pags. 8 e 20). 21 www.redevita.com.br Bombeiro Mirim O nome é Bené, baby! O garoto Silvio Mendes Binhoti Júnior, de sete anos, estava internado na Maternidade VITA Volta Redonda quando recebeu uma visita inesperada: os oficiais do Corpo de Bombeiros da cidade. Ele realizou seu sonho de andar no caminhão dos Bombeiros. O Seu Bené, um metalúrgico aposentado, é o astro de Volta Redonda desde que apareceu no quadro Lata Velha, do programa do Luciano Huck. Agora ele tem um caminhão de luxo, se tornou cantor e vai se apresentar na festa do final de ano do Hospital VITA Volta Redonda, com apoio vocal dos funcionários. Taborda, o Polivalente Anderson Batista Taborda é o novo gerente financeiro dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel. Além de atuar na área financeira dos dois hospitais, no futebol ele também é polivalente: joga no time que tiver vaga. Tacada Certeira Odair Bruno de Oliveira, gerente contábil do Grupo VITA em São Paulo, começou sua carreira, vejam só, como caddy, o auxililiar de jogadores de golfe que ajuda a carregar e escolher os tacos pra cada jogada. “Foi no golfe que tive minha primeira oportunidade profissional”, conta Oliveira. Tem que malhar! Não é bem malhar, mas é quase: o pessoal do Hospital VITA Volta Redonda está fazendo ginástica laboral durante o expediente, para prevenir dores nas costas e melhorar a flexibilidade. Na foto, o pessoal da área financeira alongando. Rock na veia!!! A banda Uso Utópico, do médico Rogério Fraga (à direita) do Hospital VITA Batel, comemorou o Dia do Médico com um show de rock no Sheridan’s Irish Pub, em Curitiba. Preparando a fantasia A festa de fim de ano dos colaboradores dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel deve ser aquele arraso novamente. Todo mundo está caprichando nas fantasias. Veja só como vai ser a roupa do pessoal da manutenção do Batel. 22 www.redevita.com.br O presidente e as presidenciáveis Foi uma tietagem explícita. Assim que viram o ex-presidente FHC no evento CONARH, Cristina Ruoso, Iana Adour e Flávia Legat Taques foram imediatamente pedir uma foto, como vocês podem ver. A Iana está suspirando até agora 23 www.redevita.com.br 24 www.redevita.com.br