O retratO da alma angOlana
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O retratO da alma angOlana
Notícias N.º 37 | Março 2015 Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição Gratuita ENTREVISTA SUCESSO NO FEMININO Cinco mulheres angolanas, profissionais de relevo em Sudsidiárias da Sonangol, afirmam-se pela audácia e perseverança DESTAQUE 39.º ANIVERSÁRIO As diversas actividades que marcaram a passagem do 39.º aniversário da empresa, com fulcro na Conferência de Imprensa do Conselho de Administração TURISMO VÁ PARA FORA CÁ DENTRO Uma viagem pelas províncias onde se destacam as potencialidades económicas, a obra feita e as belezas naturais Origens O retrato da alma Angolana Uma inédita exposição fotográfica dos povos de Angola NOTÍCIAS N.º 37 | Março 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Índice 18 Destaque ESPECIAL ANIVERSÁRIO Acompanhámos as várias celebrações do 39.º aniversário da empresa, com destaque para conferência de imprensa presidida pelo PCA 05 24 Actualidade Destaque ACORDO DE EXPLORAÇÃO Origens Sonangol e Cohydro da RDC juntos na exploração de hidrocarbonetos O retrato da alma angolana em exposição 07 28 Actualidade Destaque CORREDOR DO PROGRESSO PRÉMIO REVELAÇÃO DE LITERATURA Presidente da República inaugurou a linha ferroviária que voltou a ligar o Atlântico ao interior de África O maior e o melhor concurso da sua história 10 36 Actualidade Destaque AS CRISES DO PETRÓLEO SONAEXPO 2015 Uma breve passagem pelas várias “crises do petróleo” que abalaram o mundo Pelo segundo ano consecutivo, a maior exposição de produtos e serviços das Subsidiárias 46 14 entrevista TURISMO SUCESSO NO FEMININO VÁ PARA FORA CÁ DENTRO Em alusão ao Dia da Mulher, fomos conhecer cinco qualificadas profissionais do Grupo Sonangol Propriedade Sonangol, E.P. Sede Rua Rainha Ginga, 29/31 Caixa Postal 1316 Luanda Tel.: 226 643 342 / 226 643 343 Fax: 226 643 996 www.sonangol.co.ao Conselho de Administração Presidente Francisco de Lemos José Maria Administradores Executivos Anabela Soares de Brito Fonseca, Ana Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa, Fernando Joaquim Roberto, Fernandes Gaspar Bernardo Mateus, Mateus Sebastião Francisco Neto, Paulino Fernando Carvalho Jerónimo Uma série de trabalhos reflectindo uma panorâmica da diversidade e riqueza das nossas províncias . Administradores Não Executivos Supervisão Albina Assis Africano, José Gime, Nadiejda Santos, Hélder Sirgado, André Lelo e José Paiva. Paula Almeida, Kimesso Kissoka Gabinete de Comunicação Fotografia e Imagem José Ribeiro Quarenta, [email protected] Henrique Lima Artur Director Distribuição Mateus Cristóvão Benza Carvalho Neto, Diogo Lino Impressão Damer Gráficas, S. A. Tiragem 5.000 exemplares Design Gráfico, Apoio Editorial e Produção Zwela Publishing Este material está protegido pelos direitos de autor. Todos os direitos estão reservados. Por favor contacte o editor para autorização de cópia, distribuição ou re-impressão. Todos os conteúdos são da responsabilidade da Sonangol. revista disponÍvel nos voos >>> Março 2015 | 3 Editorial “SONANGOL, 2015, O ANO DO RESGATE DA EFICIÊNCIA” Q uando a seguir à queda do preço do petróleo no mercado internacional, o discurso orientador na Sonangol deu enfoque à necessidade de união, enquanto elementochave do indispensável contraponto tendente a minimizar a intempérie, a iniciativa teve o condão de avivar as semelhanças de alguns factos registados na história ao longo dos tempos. Recuemos para os tempos idos do final da década de 70, e anos subsequentes, em que Angola, de independência fresca, foi sujeita a uma série de adversidades decorrentes da conjuntura da época. Um país por reconstruir, a economia por restaurar, invasões em diferentes fronteiras e problemas de natureza social, entre outros, levaram a que as estruturas dirigentes primassem, nos seus discursos e acções, por fortes apelos e uma indómita atitude em prol da união. Nesta unidade as palavras de ordem desempenharam um papel extraordinariamente fulcral, interventor e eficaz. Lembramo-nos, ainda hoje, do slogan que perdura no tempo e que traduz, fielmente, a solidariedade, o espírito de conquista e, acima de tudo, a nossa identidade: “De Cabinda ao Cunene Um Só Povo Uma Só Nação”. Uma ideia de vontade e de querer que todos soletraram, e ainda soletram, de cor e salteado. A estratégia da época, visando o bem-estar dos angolanos, também definia a concentração de esforços em direcção a metas e objectivos prioritários que se tornava imperioso alcançar em cada ano. A ingente e urgente necessidade de se reavivar o cultivo da terra para usufruto do povo, tirando dela tudo o que podia oferecer, determinou que 1978 fosse o Ano da Agricultura. Posteriormente, a necessidade de se qualificar o mais importante recurso do país (o homem), levou a que se priorizasse a formação, tendo 1979 sido o Ano da Formação de Quadros. Esta saudosista e justificável repescagem de alguns factos retidos na nossa memória colectiva justifica-se pela semelhança entre esses outros tempos e o tempo em que hoje vivemos. Numa altura em que o embaraço nos dificulta a acção impõe-se o patriótico dever de gerir o imprevisto ao abrigo do que é excepcional. Não sendo possível, nem por toque mágico, resolver as imposições da conjuntura, a Sonangol, pela sua responsabilidade e dimensão, em linha com o seu contributo para o erário público adoptou, naturalmente, um leque de medidas excepcionais, mas, não obstante a crise, permanecem as metas e objectivos para períodos específicos de gestão. Para o ano que corre, a redefinição do prazo para o alcance da ambiciosa meta de produção de dois milhões de barris de petróleo/dia torna o alvo extraordinariamente luminoso, o que reitera um mais do que explícito apelo à união enquanto elemento charneira na batalha por este objectivo fundamental, sem esquecer, obviamente, os demais desafios que a todos se impõem. A repescagem de lembranças de um passado não muito distante impele-nos para chamamentos e rebates de consciência traduzíveis por ideias simples, mas eficazes, que têm de fazer parte do nosso dia-a-dia: “Um por todos e todos por um” ou“A união faz a força”. Quanto ao presente ano, a nossa palavra de ordem não podia ser mais apropriada: “Sonangol, 2015, o ano do resgate da eficiência”. Mateus Cristóvão 4 | Sonangol Notícias Actualidade SONANGOL E.P. ASSINOU ACORDO COM PETROLÍFERA DA RDC A 27 de Janeiro deste ano, em Luanda, a Sonangol E.P. e a empresa petrolífera Congolaise des Hydrocarbures (Cohydro SA), da República Democrática do Congo (RDC), assinaram um acordo comercial preliminar de exploração conjunta de hidrocarbonetos, na designada Zona de Interesse Comum (ZIC) O acordo, rubricado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, e pela Directora-Geral e Director de Produção e Exploração da Cohydro SA, Liliane Ilunga e Louis-Gerard Vununu, respectivamente, define os termos da actividade de exploração e os princípios gerais que regerão o futuro contrato de partilha de produção. Como convidados, estiveram presentes Emílio Guerra, Embaixador de Angola na RDC, e Antoine Ghonda, Assessor do Presidente da RDC, Joseph Kabila. O presente acordo constitui uma evolução significativa dos contactos que vinham sendo efectuados bilateralmente, no âmbito do protocolo de cooperação assinado entre Angola e o RDC, a 30 de Junho de 2007, referente à exploração conjunta de hidrocarbonetos na ZIC, área situada no corredor entre os dois países. Março 2015 | 5 Arquitecta angolana vence prémio internacional Paula Nascimento desenhou o pavilhão de Angola para a Expo 2015 Paula Nascimento, a arquitecta responsável pelo desenho do pavilhão de Angola para a Expo Milão 2015, recebeu recentemente o prémio WE (Women for Expo), iniciativa que visa criar uma rede internacional de mulheres que pensem em soluções de combate contra a fome mundial. Defensora das questões da sustentabilidade, Paula Nascimento busca uma nova linguagem estética, patente nas exposições que realiza, qualidades que lhe valeram o prémio Arc Vision WE – Mulheres para a Expo. A arquitecta, responsável por projectos de curadoria e instalações artísticas é desde 2010, fundadora do estúdio “Beyond Entropy Africa”, projecto sediado em Londres, que se dedica à investigação da arquitectura, urbanismo, arte contemporânea e análise cultural. A Expo Milão 2015 decorre de 1 de Janeiro a 31 de Outubro, sob o tema: “Comida e Cultura: Educar para Inovar”, e conta com mais de 140 países envolvidos. São esperados mais de 20 milhões de visitantes. Angola Polishing vai exportar diamantes lapidados A fábrica de lapidação de diamantes Angola Polishing Diamonds vai exportar uma parte dos seus diamantes lapidados, servindo a outra parte para a fabricação de jóias Além de ser capaz de lapidar a 100%, a fábrica vai produzir jóias com parceiros internacionais, numa unidade específica para treino dos quadros nacionais nesta especialidade. Na reabertura da fábrica António Carlos Sumbula, o PCA da Empresa Nacional de Diamantes (Endiama E.P.) explicou, em declarações à imprensa, que os diamantes lapidados têm um valor acrescentado em relação aos diamantes brutos e que a venda de jóias com diamantes lapidados acrescenta ainda mais valor comparativamente com os diamantes lapidados. “Numa primeira fase, a fabricação de jóias será feita no exterior e depois, pouco a pouco, será feita no país”, disse. Algumas empresas francesas 6 | Sonangol Notícias já manifestaram interesse em comercializar as jóias angolanas no Mónaco e em Cannes. Completamente modernizada, com maquinaria e tecnologia de ponta, a fábrica emprega 168 trabalhadores, dos quais 150 são angolanos. A Angola Polishing Diamonds é uma empresa angolana que esteve desactivada durante oito anos devido à baixa dos preços dos diamantes. Tem capacidade instalada para lapidar diamantes no valor de 20 milhões de dólares por mês e exporta a sua produção para Israel e para o resto do mundo, através da Sociedade de ComercializaçãodeDiamantesdeAngola(Sodiam), controlada em 99% pela estatal Empresa Nacional de Diamantes (Endiama E.P.). Actualidade CORREDOR DO PROGRESSO CAMINHO-DE-FERRO DE BENGUELA VOLTOU A LIGAR O ATLÂNTICO AO INTERIOR DO CONTINENTE AFRICANO Reconstituído o conhecido “Corredor do Lobito”, pessoas e mercadorias voltarão a circular na linha Lobito-Luau-Lobito, numa distância de 1.276 km, estabelecendo a ligação entre a costa atlântica, a República Democrática do Congo e a Zâmbia Numa cerimónia plena de significado, os presidentes de Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia – reuniram-se pela primeira vez no Luau, Província do Moxico, para testemunharem a reabertura da ligação ferroviária entre o porto do Lobito, província de Benguela e a fronteira que permite a ligação para o interior da RDC e da Zâmbia. José Eduardo dos Santos, Joseph Kabila e Edgar Lungu viajaram juntos até à ponte transfronteiriça sobre o rio Luau. Ali procederam à plantação de árvores, num gesto que simboliza a amizade e a fraternidade entre os três países vizinhos. A partir de agora, Luau beneficia de uma nova estação ferroviária, de um aeroporto e da ponte transfronteiriça de ligação à RDC, infra-estruturas que preparam a localidade para o previsível aumento de tráfego graças a reabertura desta importante ligação. A IMPORTÂNCIA DO “CORREDOR DO LOBITO” O “Corredor do Lobito” reveste-se de grande importância estratégica, já que permite o escoamento do minério da província do Katanga (RDC) assim como o da “Cintura de Cobre” da Zâmbia. Constitui o eixo de exportação de minérios mais económico, destes dois países para a Europa e a América, assim como a importação de mercadorias para esta sub-região litoral da SADC. Através da ligação com a Zâmbia, é possível chegar-se à cidade moçambicana da Beira, com passagem por Lubumbashi, na RDC, N’dola, na Zâmbia, e Dar-es-Salam, na Tanzânia. Outro benefício do “Corredor do Lobito”, cujo custo orçou em 1,9 mil milhões de dólares, consiste na promoção das potencialidades socioeconómicas das províncias servidas pelo sistema de transporte, comunicações e outros meios de utilidade pública. Março 2015 | 7 SONAGÁS BATE RECORDE Sonangol gás natural ultrapassou as cem mil botijas de 12 Kg em 2014 A ICPN (Instalação Carlos Pinto Nogueira), na zona da Petrangol, em Luanda, foi a responsável pela maior quantidade de enchimentos, superior a 40 mil garrafas. Os restantes números foram alcançados graças ao contributo das unidades de enchimento no Lobito, província de Benguela (cerca de vinte mil) e no Lubango, província da Huíla, com mais de dez mil. Note-se que a unidade ICPN, que é a maior da Sonagás, aumentou de dois para três os turnos de trabalho, o que lhe permite laborar 24 sobre 24 horas. Na ICPN são processadas botijas de 6, 11 e 51 kg em duas linhas de enchimento, ocupando 250 trabalhadores nas variadas secções e fornecendo a província de Luanda e toda a região Norte do país. 8 | Sonangol Notícias AS CRISES DO PETRÓLEO A actual crise originada pela baixa dos preços do petróleo provocou ondas de choque no mundo globalizado em que vivemos, com consequências cujos resultados finais ainda são difíceis de prever Texto: Helder de Sousa Fotos: Divulgação O negócio do petróleo, desde que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi constituída há, 55 anos, pela Arábia Saudita, Iraque, Irão, Kuwait e Venezuela, tem estado na origem de várias crises derivadas das oscilações dos preços, conforme os interesses particulares dos produtores. O actual excesso de produção, que, segundo os especialistas, a Arábia Saudita se recusa a corrigir, fez os preços desmoronarem-se causando ondas de choque mais violentas nos pequenos países produtores do precioso produto. Por todo o mundo assiste-se ao reajustamento das economias e finanças dos países, criando novos paradigmas de crescimento. Os principais actores mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) vão deixando notas com previsões, como a mais 10 | Sonangol Notícias recente, em fins de Janeiro, quando afirmou acreditar que os preços do petróleo vão voltar a subir de forma gradual e parcial. A queda tem ajudado algumas economias, mas não chegou para impedir uma revisão em baixa do crescimento. A redução dos preços do petróleo veio dar um empurrão à economia mundial, mas não chegou e o FMI está mais pessimista. Na última actualização das suas previsões económicas para a economia mundial em 2015/2016, os resultados não são famosos: a economia mundial deve crescer menos 0,3 pontos percentuais em cada um dos anos, para 3,5% e 3,7% do PIB, respectivamente em 2015 e 2016. É arriscado fazer previsões do sobe e desce do custo do barril de petróleo a longo prazo. O que é válido agora, amanhã já não será. Do confronto entre os produtores e as grande empresas petrolíferas dos anos cinquenta, passou-se para a “guerra” entre produtores e consumidores. Entretanto, o secretário-geral da OPEP, Abdalla El-Badri, veio avisar que os preços poderão atingir e ultrapassar os 200 dólares por barril, se a actual situação inibir o investimento na exploração da matéria-prima. Os preços do barril de crude têm sofrido oscilações consideráveis desde os 20 dólares entre 1986 e 1997. Depois, começaram a subir até ao patamar dos 60 dólares em 2005 para encontrarmos valores acima dos 100 dólares em meados do ano passado. Segue-se o que se conhece, isto é, uma descida abrupta dos preços para chegarem a menos de 50 dólares em princípios de 2015. Enquanto não se faz a história “desta” crise, será interessante dar-se uma vista de olhos pelas anteriores. Actualidade 1956 – Nacionalização do Canal do Suez O Presidente do Egipto, Gamal Abdel Nasser nacionaliza o Canal de Suez, que era propriedade de uma empresa anglofrancesa. Esta medida interrompeu o abastecimento dos países ocidentais e o preço subiu. Com a intervenção militar da Inglaterra e da França, ocorre um boicote do mundo árabe, terminado com a intervenção dos Estados Unidos da América e da Rússia. 1967 - Guerra dos Seis Dias 1967 - Guerra dos Seis Dias Uma coligação de países árabes prepara-se para invadir Israel que se antecipa e destrói a força aérea egípcia. Em seis dias Israel ocupa vários territórios do Egipto e da Síria, a OPEP decide subir o preço do crude, com base na instabilidade na região do Médio Oriente. Uma coligação de países árabes prepara-se para invadir Israel que se antecipa e destrói a força aérea egípcia. Em seis dias Israel ocupa vários territórios do Egipto e da Síria, a OPEP decide subir o preço do crude, com base na instabilidade na região do Médio Oriente. 1973 – O grande choque Foi quando os países do Médio Oriente perceberam que o petróleo não é um bem renovável. Os produtores reduziram a produção, elevando o preço do barril de 2,90 para 11,65 dólares americanos, em apenas três meses. As vendas para os EUA e para a Europa foram embargadas devido ao apoio dado a Israel na Guerra do Yom Kippur 1979 – O segundo choque 1979 – O segundo choque Em consequência da revolução islâmica e da subida ao poder do Aiatola Khomeini, o preço subiu para 80 dólares americanos e assim permaneceu em subida. Em consequência da revolução islâmica e da subida ao poder do Aiatola Khomeini, o preço subiu para 80 dólares americanos e assim permaneceu em subida. 1990 – Guerra do Golfo Quando o Iraque tentou invadir o Kuwait, os Estados Unidos da América decidiram intervir na região, expulsando as tropas de Saddam Hussein. Na fuga, os iraquianos incendiaram os poços de petróleo do Kuwait, provocando uma crise económica e ecológica. 2008 – Movimentos especulativos 2008 – Movimentos especulativos Movimentos especulativos de escala global fizeram o preço subir 100% nos primeiros seis meses do ano. Movimentos especulativos de escala global fizeram o preço subir 100% nos primeiros seis meses do ano. março 2015 | 11 Mês Preço Taxa de variação Junho 2014 111,87 -4,82% Julho 2014 106,98 -4,37% Agosto 2014 101,92 -4,73% Setembro 2014 97,34 -4,49% Outubro 2014 87,27 -10,35% Novembro 2014 78,44 -10,12% Dezembro 2014 62,16 -20,75% ACTUAIS MEMBROS DA OPEP/OPEC ÁFRICA AMÉRICA DO SUL Médio oriente ANGOLA - Janeiro de 2007 VENEZUELA - Setembro de 1960) ARÁBIA SAUDITA - Setembro de 1960 ARGÉLIA - Julho de 1969 EQUADOR - 1973-1992, retornou como membro em Dezembro de 2007 EMIRATOS ÁRABES UNIDOS - Novembro de 1967 LÍBIA - Dezembro de 1962 IRÃO - Setembro de 1960 NIGÉRIA - Julho de 1971 IRAQUE - Setembro de 1960 KUWAIT - Setembro de 1960 QATAR - Dezembro de 1961 12 | Sonangol Notícias Dia da Mulher SUCESSO NO FEMININO São profissionais dedicadas, independentes e gerem cargos de relevo dentro das várias empresas subsidiárias da Sonangol. Em comum, o facto de terem abraçado as suas carreiras e contribuído para o sucesso dos projectos dos quais fazem parte. Fomos ao encontro de cinco mulheres angolanas que se afirmaram pelo profissionalismo e se destacam pela audácia e perseverança. Texto: Maria João Fernandes Foto: Malocha Sónia Burity, Arquitecta SIIND – Sonangol Investimentos Industriais “O papel da mulher trabalhadora está a ganhar espaço na sociedade angolana” A crescente aposta na formação técnica e superior por parte das mulheres angolanas está a revolucionar o mercado de trabalho nas mais diversas áreas, quem o defende é Sónia Burity, arquitecta da SIIND (Sonangol Investimentos Industriais) no projecto de construção das unidades industriais da Zona Económica Especial (ZEE). Aos 38 anos, Sónia Burity passou os últimos nove a controlar as obras em curso nas imediações da ZEE, em Viana, onde faz o acompanhamento das obras e onde trata da parte administrativa de pagamentos de facturas. É, aliás, essa dualidade de funções que lhe permite passar uns dias a trabalhar no terreno e outros no escritório: “gosto da dinâmica da minha profissão como arquitecta e técnica de controlo de custos de projecto, tenho um programa de trabalho com diversas actividades, que me permite trabalhar em vários locais e isso faz-me sentir versátil”, afirma. Ainda assim, apesar de trabalhar num ambiente maioritariamente masculino, a 14 | Sonangol Notícias arquitecta revela que ser mulher é uma mais-valia na sua área profissional pois “as mulheres são criativas, detalhistas e têm um perfeccionismo inato, que permite que o produto final saia com qualidade”, confessa. Apesar do “trabalho árduo” quando está a acompanhar as obras baixo de sol ou chuva, Sónia Burity admite que não trocava o seu trabalho por outro: “gosto de calçar as botas, vestir as calças e ir para o terreno”, afirma com um sorriso. Longe do perímetro de obra, a arquitecta revela que apesar de passar várias horas fora de casa consegue conciliar o papel de mãe com o de mulher trabalhadora, ao mesmo tempo que realça a medida do Governo que prevê aumentar em 30% a ocupação de mulheres em cargos políticos e de direcção: “o papel da mulher trabalhadora está a ganhar espaço e reconhecimento na sociedade angolana. Ainda existe discriminação em relação à mulher mas actualmente é notável a mobilização da sociedade para a igualdade de género e isso representa uma vitória”, conclui. Entrevista Neusa Oliveira, Piloto de Helicópteros Offshore SonAir - Serviço Aéreo “É importante haver mais mulheres a trabalhar lado a lado com os homens” A os 27 anos, Neusa Oliveira é a única mulher que é piloto comercial de helicópteros na SonAir. O gosto pela aviação vem desde pequena e apesar de se ter iniciado profissionalmente como assistente de bordo, o interesse sempre esteve concentrado na parte da frente do aparelho: “o que realmente queria fazer era estar no cockpit e controlar a aeronave”, confessa. Há quase dois anos que Neusa deixa o aeroporto de Luanda rumo a outras paragens. Neste momento está colocada na Direcção de Operações Asa Rotativa e viaja diariamente para as plataformas petrolíferas (Offshore) e para as bases do Soyo e Cabinda, para fazer transporte de passageiros. Ser a primeira piloto angolana de helicópteros na operação Offshore “é uma grande conquista e um motivo de orgulho”, revela a jovem piloto, que ambiciona inspirar outras mulheres a seguir carreira na aviação. Do ponto de vista da igualdade de direitos, Neusa acredita que na sua área profissional “é esperado o mesmo tipo de desempenho e profissionalismo do homem e da mulher”, ainda assim, é peremptória ao afirmar que a pressão para não cometer erros é maior por ser a única mulher no meio. Grande parte do seu dia é passado no seu “gabinete de trabalho”, como se refere à aeronave, salientando que “só através do trabalho de equipa é possível cumprir com todos os requisitos operacionais e de segurança de voo”. A aspirante a comandante de bordo defende assim a importância de haver “cada vez mais mulheres a trabalhar lado a lado com os homens, com o mesmo objectivo e capazes de desempenhar cargos que contribuam para a sociedade, para o crescimento do país e da sua economia”, adianta. Março 2015 | 15 Teodora Mateus, Técnica de Manutenção de Aeronaves SonAir - Serviço Aéreo “Sinto orgulho por estar à altura da exigência que se impõe nesta profissão” T eodora Mateus, 29 anos, trabalha na SonAir desde 2006 onde exerce funções de Técnica de Manutenção de Aeronaves. Aos seis meses de gravidez continua a pegar todos os dias na mala de ferramentas e a aplicar os conhecimentos que adquiriu durante o estágio que lhe valeu o lugar nos quadros efectivos da empresa, fruto do seu bom desempenho. “O que mais gosto nesta profissão é ver as aeronaves em operação após uma acção de manutenção”, admite, mostrando sentir-se orgulhosa por estar inserida numa área técnica dominada por homens. Acima de tudo Teodora revela orgulho “por estar à altura da exigência que se impõe nesta profissão”, confessa, adiantando que em conjunto com mais uma colega são as únicas mulheres da equipa. A técnica especializada vê-se confrontada diariamente com um trabalho de componente física mas, mesmo grávida, não se coíbe de subir escadotes ou baixar-se para conseguir um melhor ângulo de trabalho: “vou deixando de fazer algumas coisas à medida que a gestação avança mas pretendo trabalhar até ao final”, diz confiante. Evoluir dentro da sua área profissional com “competência” é um objectivo que faz questão de cumprir, apontando a “dedicação” como base para o sucesso de qualquer profissão. Olhando a actual conjuntura africana, Teodora Mateus destaca o considerável número de mulheres que ocupam funções de topo em diferentes organizações e que “têm cumprido as suas tarefas com zelo, dedicação e muito profissionalismo”, afirma. 16 | Sonangol Notícias Entrevista Filomena Andrade, Engenheira de Telecomunicações MSTelcom - Mercury Telecommunication Services “É possível conciliar o papel de mulher trabalhadora com o de mãe e esposa” D esde a fundação da MSTelcom que Filomena Andrade dedica o seu tempo ao que mais gosta: a área das telecomunicações. Aos 56 anos e quase a entrar na reforma, a Engenheira de Telecomunicações dirige o Gabinete de Qualidade, Segurança, Saúde e Ambiente (QSSA) da MSTelcom onde assegura a gestão das políticas de qualidade da empresa e a motivação e desempenho das equipas. O “desafio tecnológico e a satisfação do cliente” são os motores que movem a engenheira, que refere que “a facilidade da mulher em executar várias tarefas diferentes ao mesmo tempo permite uma boa capacidade de gestão dos projectos”. Para a Directora de Qualidade, que face às tendências modernas defende a fidelidade aos costumes culturais africanos, a crescente aposta na formação profissional da mulher é “visível” e conciliável com o papel de mãe e esposa. “Hoje, a diversidade de profissões associada à tecnologia ajuda a tornar possível esta conciliação”, revela. Cesarina Teixeira, Engenheira de Telecomunicações MSTelcom - Mercury Telecommunication Services “A competência determina o sucesso profissional” J á Cesarina Teixeira, Coordenadora do projecto da criação e implementação da Unidade de Petróleo e Gás (UPeG) da mesma empresa, salienta a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho como fundamental para o progresso e sucesso de uma instituição: “Estamos numa fase em que apenas a competência vai determinar o sucesso profissional sem se olhar para o género”, afirma. Atenta ao dinamismo que caracteriza o sector da Engenharia de Telecomunicações, Cesarina revela que o seu espírito de competitividade, no sentido de dar uma melhor prestação de si mesma, tem contribuído para o seu crescimento profissional. Há 15 anos na MSTelcom, o trabalho da engenheira consiste em dar resposta às necessidades de comunicação e conectividade das operações petrolíferas, funções que dependem em grande parte do trabalho desenvolvido em equipa. Trabalhar num contexto masculino já não é novidade e tem as suas vantagens: “quando num ambiente de trabalho dominado em grande parte por homens prevalece o respeito às diferenças, o espírito de equipa e a abertura para ousar e experimentar, tudo corre maravilhosamente bem”, assume. Março 2015 | 17 ESPECIAL Aniversário A SONANGOL VAI CONTINUAR A INVESTIR, APESAR DA BAIXA DOS PREÇOS DO PETRÓLEO Na passagem do 39.º aniversário da empresa, o Presidente do Conselho de Administração (PCA), Francisco de Lemos José Maria, promoveu a já tradicional conferência de imprensa onde apresentou o relatório de actividades de 2014 e as perspectivas e estratégias da Sonangol, em consonância com a visão do país, até 2020 Texto: Euclides Seia Foto: Malocha Sanchez 18 | Sonangol Notícias Destaque F rancisco de Lemos José Maria classificou o ano de 2014 como muito difícil para a Sonangol, esclarecendo que algumas metas de desempenho operacional não foram alcançadas. Na sua alocução, o PCA apelou ao Conselho de Administração da Sonangol e a todos os seus trabalhadores, “para que se esforcem dia e noite para assegurar um serviço de qualidade” esperando compreensão de todos os seus parceiros, do Estado como principal accionista, da sociedade e das comunidades. De Janeiro a Junho de 2014 Neste período, segundo o PCA, a empresa experimentou uma queda acentuada baixando a sua meta diária, no mês de Março de 2014, para 1.474.066 barris de petróleo por dia. Os efeitos da redução da produção neste período foram parcialmente compensados pela gestão positiva do preço do barril de petróleo. “Após Junho de 2014 e com a entrada em produção do campo CLOV no Bloco 17 e do campo Pólo-Este em Novembro do mesmo ano, e com a superação dos principais constrangimentos técnicos e operacionais, recuperou-se a produção para cerca de 1.800 mil barris de petróleo por dia. Observando-se uma rápida redução do preço médio bruto de venda”, garantiu o PCA, sublinhando, de seguida: “ao atingir o pico em Junho de 2014, com média mensal de 110,64 dólares por barril, o preço baixou para os 57,19 dólares em Dezembro do mesmo ano. Precisamente, numa altura em que o país registava os níveis mais elevados de produção. Como consequência, a nossa produção de petróleo bruto baixou em 2,6 por cento, o que corresponde a um 1.671 mil.673 barris de petróleo por dia”. A produção quota-parte da Sonangol reduziu para 4,5 %, mas a produção própria da Sonangol aumentou em quase 41%, e a quota-parte da Sonangol na produção nacional de petróleo bruto subiu de nove por cento durante 2013 para 13 por cento em 2014. Estratégias A Sonangol, com estes resultados, ainda não atingiu a sua plenitude: “Precisamos de implementar correcções, reavaliar toda a estratégia de implementação para o resgate da eficiência empresarial. Todos os trabalhadores da companhia são importantes como agentes activos deste resgate, o que significa: melhoria dos nossos processos e sistemas, redução de custeio não essencial, melhoria da qualidade das nossas despesas, preservação e manutenção da nossa quota e participação permanente dos nossos clientes. Prémio Sonangol de Literatura de 2015 No âmbito das festividades do aniversário, o PCA entregou simbolicamente um cheque no valor de dez mil dólares ao vencedor do Prémio Sonangol Revelação de Literatura de 2015, Oliveira João Luís, com a obra Entre a Verdade e a Mentira. No acto estiveram presentes, além dos presidentes das comissões executivas da Sonangol e jornalistas de distintos órgãos de comunicação social, nacional e estrangeiros, o Secretário-Geral da União dos Escritores Angolanos, Carmo Neto, e Manuel Muanza, em representação do júri. Exploração e produção de hidrocarbonetos A nível de exploração e produção de hidrocarbonetos foram perfurados 19 poços de pesquisa, resultando em cinco descobertas em porto seco e três que continuam em avaliação. Foram também perfurados oito postos de avaliação e 156 postos de desenvolvimento. Março 2015 | 19 No entanto, o elemento mais importante neste resgate de eficiência empresarial será o contínuo investimento da Sonangol”, afirmou o PCA. Apesar das adversidades, a petrolífera manterá o seu programa de investimentos. As prioridades para 2015 e anos seguintes passarão por: 1.º - Investimento em capital humano: este será vital para a preparação e formação de técnicos, gestores e liderança da empresa para enfrentar os desafios empresariais actuais e dos próximos anos ou décadas. “Investiremos, permanentemente, nas competências, procurando e atraindo talentos para a companhia e daremos continuidade ao programa de bolsas de estudo no exterior, que pensamos poderá chegar a 5.000 até 2020, sendo que 1.324 já foram conseguidas”, insistiu o PCA. 2.º - Investimento em capital fixo: em todo o segmento de exploração, produção, refinação, comercialização, distribuição e vendas de petróleo bruto, gás natural e derivados de petróleo. “Em particular, nós estabelecemos a meta de alcançar uma média de produção nacional de petróleo bruto e gás de dois milhões de barris por dia e sustentar esta meta no futuro através do crescimento médio da produção petrolífera em quatro por cento”, reafirmou Francisco de Lemos. Perspectiva da Sonangol de 2015 a 2020 No prosseguimento da sua alocução, o PCA informou: “propusemo-nos alcançar e sustentar anualmente uma taxa de substituição da reserva produzida superior a cem por cento e, no futuro, vamos alcançar um rácio de reservas de produção de pelo menos vinte anos”. Francisco de Lemos acredita que, em 2020, a Sonangol alcançará uma quota de produção própria correspondente a 20% da produção nacional. “A Sonangol compromete-se em manter a liderança no mercado de refinados de petróleo bruto e gás com uma quota de mercado não inferior a 65%. No capital fixo esperamos concluir a licitação de dez blocos nas bacias terrestres do Congo e do Cuanza e licitar 15 novas concessões – blocos em águas profundas – durante o ano de 2015 nas bacias do Congo e do Namibe”, sublinhou . “Apesar da adversidade do mercado neste momento, daremos continuidade aos projectos de grande dimensão que 20 | Sonangol Notícias permitirão estabilizar a produção no período 2017-2020, nomeadamente o Cahombe no bloco 32, Cameia no bloco 21, Pólo-E no bloco 26 e Orça no bloco 20”, prometeu Francisco de Lemos. “Durante o ano de 2015, a Sonangol espera concluir o estudo de pré-viabilidade para o desenvolvimento das descobertas de gás natural no Pólo de Cabinda, nos sistemas de gás da bacia do Congo e do Cuanza. No mesmo ano, a empresa concluirá o estudo de pré-viabilidade para a construção de um novo terminal petrolífero na região do Soyo e avaliará as opções para a construção de um novo terminal petrolífero a Sul de Luanda que permita o processamento de gás natural em terra e o eventual nascimento de um parque industrial diversificado para a petroquímica”, perspectivou Francisco de Lemos. Ainda em 2015, a Sonangol espera concluir o estudo da terceira base logística de suporte às operações petrolíferas na localidade de Kicombo, no Cuanza Sul, em paralelo com um extensivo programa de expansão e modernização da base do Cuanza, no Sumbe. “A segunda vertente do investimento em capital fixo é a integração da nossa cadeia logística. Em 2015, a Sonangol espera iniciar a construção das unidades de processo industrial da Refinaria do Lobito. Em 2016, a Sonangol espera concluir a construção do terminal oceânico da Barra do Cuanza com a capacidade de 640 mil metros cúbicos de combustíveis, de gás e de lubrificantes”, enfatizou Francisco de Lemos José Maria. A Sonangol proporá iniciativas às suas congéneres, às empresas públicas de caminhos-de-ferro de Luanda, Benguela e de Moçâmedes, relativamente às modalidades de investimento para construção de ramais para as suas instalações, assim como a aquisição de equipamentos ferroviários para o transporte de combustíveis, gás butano e lubrificantes. Francisco de Lemos prevê concluir até 2017 o aumento da capacidade de transporte de petróleo bruto com a encomenda de quatro navios dos quais dois já se encontram em fase de construção. “Com este programa de investimentos, a Sonangol procurará gerar poupança, através da redução de despesas indispensáveis e melhoria do sistema de custeio, não comprometendo este programa de investimento. Optámos pela melhoria da eficiência e pelo aumento da produtividade”, esclareceu o PCA. Dr. Fernandes Mateus (Chief Engº. Paulino Jerónimo Financial Officer e Desenvol- (Exploração e Produção vimento Corporativo) de Hidrocarbonetos) Eng.ª Anabela Fonseca (Activos e Investimentos Internacionais) Eng.ª A na da Costa (Refinação, Gás Natural, Geração de Energia e Petroquímica) Dr. Fernando Roberto Eng. Mateus Neto (Desenvolvimento do Capital (Downstream, Desenvol- Humano, Conhecimento vimento Industrial e Con- e Previdência Social teúdo Local) Em 2015, a Sonangol espera iniciar a construção das unidades de processamento industrial da Refinaria do Lobito Destaque Angola LNG A administradora, Ana Costa, informou que o funcionamento da fábrica do Angola LNG no Soyo enfrentou alguns desafios técnicos, sendo que o incidente a 10 de Abril de 2014 obrigou à decisão da paragem da fábrica para dotá-la de garantias técnicas, organizacionais e de segurança, situação que ainda se mantém. Mercado interno Registou-se uma produção de 376.084 toneladas métricas de gás, sendo que 132.352 toneladas métricas foram tratadas a granel e o restante foi tratado como gás engarrafado, num total de 18.446.875 garrafas. Isto corresponde a um crescimento de 31 por cento comparativamente ao ano de 2013. Sonangol Logística O PCA, Francisco de Lemos José Maria, no momento em que fazia a sua importante comunicação Na estatística do administrador Mateus Neto, a Sonangol Logística importou produtos que representam 80% do consumo, equivalentes a 5.700.000 metros cúbicos. Os 20% que adquirimos da refinaria correspondem a 1.300.000 metros cúbicos, tendo acrescentado que o jet já é produzido em Angola. Maiores clientes 1.º) - Unitec (origem chinesa): comprou 82.470.249 barris, correspondentes a 32% das exportações da Sonangol; 2.º) - BT: comprou 20.869.934 barris, correspondentes a 8% das exportações; 3.º) - India Noil Corportion: comprou 19.376.113 barris; 4.º) - Philipe Conuco: comprou 13.554.102 barris; 5.º) - Shell: comprou 9.287.217 barris. Destino das exportações Espectsdores atentos à Conferência de Imprensa “A Ásia, com um total de 169.618.704 barris, foi o principal destino das exportações em 2014. Os Estados Unidos da América importaram apenas 3%, isto é, 7.616.341 barris de petróleo”, explicou a administradora Anabela Fonseca. Março 2015 | 21 Confraternização Reformados cantam parabéns com PCA Na atmosfera das comemorações do 39.º aniversário da petrolífera, o Centro Cultural Paz Flor, no Morro Bento, em Luanda, testemunhou o almoço de confraternização do Conselho de Administração da Sonangol E.P. com os trabalhadores reformados Texto: Euclides Seia Foto: Malocha Sanchez 22 | Sonangol Notícias Destaque E m gesto de reconhecimento pelo contributo dado à Sonangol, o Presidente do Conselho de Administração (PCA), Francisco de Lemos José Maria, homenageou simbolicamente com certificados de mérito, os funcionários que por limite de idade chegaram à reforma. Na ocasião, o administrador, Fernando Roberto, disse “aos colegas que chegaram à idade de reforma, o nosso muito muito obrigado pelo contributo heroico prestado à empresa. Lembro-lhes que ainda serão solicitados para ensinar e aconselhar os mais jovens”. O PCA, os administradores, convidados e os homenageados desfrutaram do excelente almoço oferecido, ao som dos consagrados: Jovens do Prenda, Joy Artur, Tony Caetano e Massano Júnior, festejando a alegria de se sentirem todos membros da mesma família. Março 2015 | 23 Origens O retrato da alma angolana O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, visitou, no dia do aniversário da empresa, a exposição fotográfica “Origens”, que retrata a riqueza do povo angolano na sua mais profunda identidade Texto: Euclides Seia Foto: Malocha Sanchez 24 | Sonangol Notícias Destaque A Sonangol percorreu Angola ao encontro dos vários grupos étnicos que constituem o acervo cultural do nosso país e os resultados são as lindas fotografias a ilustrar a beleza e a tradição do nosso povo. Durante a visita, Francisco de Lemos José Maria recebeu explicações sobre os traços da identidade e simbolismo da mulher tradicional, referenciada nos seus aspectos antropológicos, etnolinguísticos, geográficos e no exercício do poder. A exposição fotográfica, denominada “Origens”, retrata oito grupos etnolinguísticos, designadamente: Cokwe, Ambundu, Bakongo, Vangangela, Ovanyaneca, Ovahelelo, Ovambó e Ovimbundo. Com este projecto, a Sonangol pretende prestar homenagem à mulher tradicional e contribuir para a preservação da identidade cultural angolana, favorecendo a compreensão entre os povos, fortalecendo laços e promovendo o desenvolvimento de Angola através da cultura. Acompanharam o PCA, administradores, presidentes das comissões executivas, Director do Gabinete de Comunicação e Imagem, bem como distintos funcionários da petrolífera e convidados. Março 2015 | 25 Aniversário “Parabéns pintados à Sonangol” O artista plástico Guilherme Mampuya passou para a tela os 39 anos de vida da empresa petrolífera Texto: Maria João Fernandes Foto: Maria Sanchez P inta desde pequeno mas foi apenas há nove anos que trocou o trabalho como assessor jurídico, numa empresa petrolífera, para se dedicar à carreira artística. Foi com “prazer” que aceitou o convite da revista para transpor através da pintura o universo que dá vida ao trabalho da Sonangol. Não se fez rogado, afinal, gosta de desafios. 26 | Sonangol Notícias Como surgiu o convite para pintar os 39 anos da Sonangol? Foi implementada na revista uma rubrica cultural e entretanto recebi o convite para ser o primeiro artista a fazer parte dela (consultar pág. 50). Como gosto de desafios aceitei logo, não podia negar. Nunca colaborei com a Sonangol e sendo uma empresa que faz mover o país economicamente, sinto respeito e consideração pelo trabalho desenvolvido. É uma empresa que faz bastante pelo país e agora é a minha oportunidade de fazer algo em retorno, através deste projecto que comemora os 39 anos de vida da empresa. Qual foi a inspiração por detrás da tela? Quando ouço falar em Sonangol associo logo a uma empresa que dá vida em Angola e por isso achei que a melhor forma de transparecer essa imagem seria através da utilização do logótipo, que to- Destaque Guilherme Mampuya entrega a obra ao Director do Gabinete de Comunicação e Imagem da Sonangol, Mateus Cristóvão dos os angolanos reconhecem. Mas como não queria pintar apenas uma imagem estática e sem vida, tentei transmitir no seu interior o factor humano, visto que a Sonangol é uma sociedade e depende dos homens, então pensei em retratar este aspecto através de uma mulher que representa os angolanos, os que beneficiam do trabalho da Sonangol e os que fazem a Sonangol. Depois temos o espaço físico onde a empresa actua, que é o mar, e, ao mesmo tempo, o factor terra onde se vêm os benefícios da Sonangol nas mais diversas áreas que apoia, contribuindo desta forma para o crescimento do país. Onde e quando começou a sua carreira artística? Comecei a expor na Feira do Artesanato, em Benfica, com quadros no chão e foi aí que ganhei notoriedade e clientes. Em 2006 quis expor numa galeria mas a sociedade angolana ainda não estava educada para ir a um espaço deste género e não correu como esperava. Depois comecei a estudar uma estratégia de marketing que me fizesse chegar de forma mais próxima ao público que tem poder financeiro, então comecei a expor nos hotéis e a fazer contactos. Hoje já não saio à rua para expor. Após 9 anos, as pessoas já vêm ter comigo mas tudo isto é fruto de muito trabalho. De onde vem a inspiração para as suas obras? Inspiro-me em quase tudo, para além dos livros e das viagens, que são as minhas maiores fontes de inspiração, inspiro-me na natureza, no vento... A crise económica e o conflito em Israel chegaram a ser base para alguns trabalhos que desenvolvi. Também me inspira a mulher, não no sentido físico, mas a mulher como Angola, terra-mãe, as nossas raízes. Para mim, a pintura serve para dar alegria e é por isso que não sou fã de quadros políticos. O mundo já é tão mau que a pintura deve realçar a parte boa das coisas. Para mim, a pintura é fantasia. Eu opto pela arte pura, arte alegre daí a explosão de cores nos meus quadros. Como artista sente apoio por parte das Instituições? Actualmente vêem-se mais apoios, as coisas têm vindo a mudar neste contexto. Por exemplo, houve um concurso público em que vários artistas plásticos angolanos participaram para ter o trabalho exposto na sede de uma instituição pública. Eu fui um dos participantes e venci. É uma forma de apoio e também de reconhecimento do nosso trabalho. A lei do mecenato também foi promulgada recentemente e isso já é alguma coisa. Também temos uma Escola das Artes, no Camama, o que demonstra que se está a apostar mais nesta área. MaRçO 2015 | 27 Prémio Sonangol Revelação de Literatura “O MAIOR E O MELHOR NA HISTÓRIA DA PETROLÍFERA” Ao anunciar o vencedor da edição de 2014 do Prémio Sonangol Revelação de Literatura, o Secretário de Estado da Cultura, Cornélio Calei, considerou esta edição como a maior e melhor da história do galardão literário. Texto: Baptista Bengui Foto: Orlando Zumbi Da esquerda para a direita Carmo Neto, Secretário-Geral da União dos Escritores Angolanos, Cornélio Calei, Secretário de Estado da Cultura, Mateus Cristovão, Director do Gabinete de Comunicação e Imagem da Sonangol 28 | Sonangol Notícias Destaque O anúncio do vencedor do Prémio Sonangol Revelação de Literatura na sede da União dos Escritores Angolanos, reuniu o interesse dos diferente orgãos de Comunicção Social “A Sonangol vem com esta acção social colmatar a necessidade financeira que muitos escritores têm para publicar as suas obras” A edição de 2014 do Prémio Sonangol Revelação de Literatura galardoou Oliveira João Luís – Ajahembel – com a obra Entre a Verdade e a Mentira. Os critérios utilizados pelo júri para avaliação e qualificação das obras tiveram como base trabalhos em língua portuguesa, com referência a factos ou personalidades relacionados com o território angolano. O presidente de júri do concurso, Cornélio Calei, afirmou que este foi o maior concurso, tanto pelo número de obras concorrentes como pela qualidade, valor educativo e nível patriótico das mesmas. Nesta edição concorreram 163 obras, mais 138 do que na edição de 2013. Perfil do Vencedor Oliveira João Luís, de 60 anos de idade, é formado em Ciências Pedagógicas, com opção em História, pela Universidade Agostinho Neto. Especializou-se em Administração Escolar pelo Instituto Superior de Ciências Educativas de Odivelas, em Portugal. Ajahembel, que nasceu em Malanje, a 16 de Dezembro de 1955, recebeu o prémio de USD 10.000,00 (dez mil dólares americanos) no dia 25 de Fevereiro, data do 39.º aniversário da Sonangol E.P., cabendo a menção honrosa ao escritor Carlos Nelson Álvaro Sebastião – Dadi Ndongui – com a obra Uma noite e três sonhos. O primeiro prémio inclui, ainda, a publicação de 1.000 exemplares da obra. O autor premiado considera que outras empresas devem seguir o exemplo da Sonangol com acções sociais fortes voltadas para o campo literário: “A Sonangol vem com esta acção social colmatar a necessidade financeira que muitos escritores têm para publicar as suas obras”, explicou o vencedor. “Em Angola, há muita gente com talento, mas com a falta de apoio não conseguem lançar um livro. É necessário aproveitar-se estes cérebros cheios de conhecimentos”, acrescentou o autor. O prémio literário Sonangol Revelação de Literatura realiza-se desde 1987, com periodicidade bienal, e é organizado pela União dos Escritores Angolanos, com o patrocínio da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Sonangol. Tem por objectivo distinguir obras inéditas, literárias ou de investigação, de escritores angolanos. Março 2014 | 29 SonaExpo 2015 Oferta de variedade de produtos e serviços Pelo segundo ano consecutivo, a Sonangol voltou a expor todas as suas valências ao serviço do país e dos angolanos. Francisco de Lemos José Maria procedeu ao corte da fita na abertura da SonaExpo 2015 Texto: Euclides Seia Foto: Malocha Sanchez 30 | Sonangol Notícias Destaque O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol visitou atentamente os stands, em representação de 13 subsidiárias, onde recebeu explicações sobre os produtos e serviços do universo da petrolífera. Na ocasião, o Director do Gabinete de Comunicação e Imagem, Mateus Cristóvão, considerou a SonaExpo como “uma resposta à questão da diversificação da economia nacional, numa altura em que se atravessa uma crise decorrente da baixa do preço do petróleo, sendo esta segunda edição uma consequência muito surpreendente para muitos consumidores, até mesmo para pessoas afectas à Sonangol”. A exposição, de quatro dias, de 25 a 28 de Fevereiro, ocupou um espaço de dois mil metros quadrados, com 38 stands repre- sentativos dos mais diversos negócios do Grupo Sonangol. Na cerimónia de abertura estiveram presentes os administradores, presidentes das comissões executivas, vogais das subsidiárias, funcionários diversos e convidados. Galvanização foi a novidade A Sonangol E.P., por meio da sua subsidiária Sonangol Investimentos Industriais (SIIND) – que acarreta múltiplas indústrias dos diversos sectores da economia – mostra que, além do petróleo que é o suporte da economia do país, é possível contribuir também para o crescimento do tesouro nacional com o rendimento dos sectores de transformação e prestação de serviços. Na opinião do funcionário da SIIND, Yuri Sousa, a feira é uma mais-valia para o país. Para o certame, a subsidiária levou “os mesmos produtos da edição passada, mas com uma grande novidade: a inclusão da Fábrica de Galvanização Pesada”. Yuri Sousa, gestor da SonaExpo2015 pela SIIND, disse que “a Mangotel e a Indocarpim, além dos produtos que já produz, alargaram o leque de ofertas com a introdução do fabrico de torres metálicas, cisternas de água, passadeiras aéreas e outras estruturas metálicas”. A SIIND levou à exposição 26 indústrias diversas. Março 2015 | 31 Grande Prémio Sonangol de Atletismo A prova de atletismo habitualmente organizada pela Sonangol no seu aniversário já faz parte da tradição. Desta vez, mais de 1.500 atletas profissionais e amadores fizeram os 15 quilómetros do percurso pelas ruas de Luanda até ao edifício-sede Texto: Euclides Seia Foto: Shayne S ob o lema “desporto é saúde e vida”, mais de 1.500 atletas, amadores e profissionais, provaram a sua capacidade de resistência durante a disputa do Grande Prémio de Atletismo. O soldado do Estado-Maior General da região militar de Benguela, Fernando Chioco, levou o prémio de dez mil dólares, superando os seus mais directos adversários, Januário Câmia Mussueto, agente da Polícia Nacional, e Atrasado Francisco, soldado da primeira região militar. Pela segunda e terceira posições, receberam um cheque no valor de sete e cinco mil dólares, respectivamente. “Para ser o mais rápido da prova, treinei duramente, mas apenas aos fins-desemana e quando não estava de prevenção na unidade”, revelou Fernando Chioco. O vencedor desta edição já corre há 23 anos. 32 | Sonangol Notícias Em 2013 foi o segundo classificado e em 2014 ficou em terceiro lugar. “Esta prova é a mais organizada do país, seguida da maratona José Sayovo. As outras empresas também deviam realizar provas de atletismo para o bem da modalidade, em particular, e do desporto, em geral”, reconheceu o atleta de Benguela. Funcionários e adaptados Os trabalhadores da Sonangol e os paralímpicos não deixaram os créditos por mãos alheias. Os 38 funcionários da empresa puseram à prova a sua resistência. Por isso, na categoria de trabalhador masculino os seguintes atletas subiram ao pódio: 1.º – Soares Cunha (Sonangol Logística); 2.º – Hamilton José (Sonangol Pesquisa e Produção) 3.º – António Palanca (Refinaria de Luanda). Na categoria de trabalhador feminino brilharam as corajosas: 1.º – Etna Sacota (Girassol); 2.º – Nair Barros (Sonangol E.P.); 3.º – Eusa Feliciano (Sonangol E.P.) Os atletas paralímpicos, Beto Lussassa, em masculinos, e Rosalina Guilherme na classe feminina, demonstraram toda a garra no percurso de 15 quilómetros, entre Vila Flor, passando pela avenida Pedro de Castro, rua da UGP, centro cultural Paz Flor, estrada da Samba e 1.º Congresso do MPLA, até à sede da empresa, e mereceram o pódio. Desporto A resistência dos “cotas” De olhos na saúde, os “cotas” Ernesto Bastos, de 73 anos, e Carlos Silva, de 66 anos, mostraram aos mais jovens que a prática desportiva é fundamental para prolongar a esperança média de vida e manter a boa forma. A organização da corrida, na voz de José Saraiva, registou o sucesso do evento: “Nas próximas edições deve abrir-se as inscrições um mês antes da prova para se evitar ligeiros constrangimentos”, mencionou o representante da Associação Provincial de Atletismo de Luanda. Março 2015 | 33 Patrocínio dirigido ao jovem atleta 34 | Sonangol Notícias Reflexão O primeiro trabalho de casa deverá ser a pesquisa nos bairros, para percepção da “matéria-prima” existente Texto: Carlos Guerreiro H á já algum tempo que tenho reflectido e conversado com várias pessoas sobre a necessidade da nossa petrolífera nacional, ou outra empresa do país, patrocinar crianças angolanas com talento para o desporto, que estejam em Angola ou a viver no exterior e que sejam desportistas com um nível acima da média, principalmente no futebol. Numa destas conversas tive a oportunidade de dialogar com um renomado jornalista, que é sub-director de um periódico respeitado da nossa praça, e durante a nossa troca de impressões sobre a qualidade dos nossos desportistas, concordámos que o facto de não termos escolas especializadas para formação de jovens talentos deixa muito por fazer. Este assunto vem a propósito de um programa da Rádio Cinco onde ouvi, na voz de dirigentes da Federação Angolana de Basquetebol, que uma jovem nascida em Portugal mas filha de pais angolanos é basquetebolista e faz parte da selecção portuguesa, e que só não veste a camisola da nossa selecção feminina, pelo facto dos seus estudos estarem a ser patrocinados pela Federação Portuguesa de Basquetebol. Como este exemplo poderíamos apontar e enumerar outros tantos angolanos, que existem pelo mundo fora, cujas famílias, por diversos motivos, optaram por deixar Angola para tentar a vida noutros ambientes e que hoje envergam as camisolas dos países que os acolheram. Segundo a ESPM do Brasil o “patrocínio é uma forma de investimento empresarial que exige um processo racional de decisão, que tem como obejctivo um retorno, que pode ser financeiro, de reconhecimento ou lembrança da marca (institucional), aumentando a visibilidade e a legitimidade da empresa patrocinadora perante o público. Assim, em última instância, o patrocínio é um tipo de publicidade que visa a obtenção de credibilidade, melhoria ou manutenção da reputação empresarial “. No nosso caso concreto existem empresas como a Sonangol, petrolífera nacional de bandeira entre outras, que contribuem com uma percentagem considerável para o PIB do país, que patrocinam instituições desportivas e têm a sua marca de respon- sabilidade social no nosso mercado . Neste caso específico, de patrocínio directo ao jovem que tem potencial para ser um atleta de alta competição, penso que também será necessário utilizarmos inteligência competitiva e investirmos com sabedoria nesta área. O primeiro trabalho de casa deverá ser a pesquisa nos bairros, para percepção da “matéria-prima” existente. Finda esta avaliação, os meninos até aos 12 anos de idade, com aproveitamento escolar e dotados, deveriam ser enviados para as melhores escolas de futebol mundial, para ali crescerem como futebolistas e homens de família . Penso que deve ser este o caminho a seguir, enquanto estivermos pobres de condições em termos de infraestruturas e de formadores com a competência necessária ao nível de ciência desportiva. Só desta forma é que teremos, num futuro próximo, jogadores de futebol de alta competição a exibirem a sua arte nos maiores clubes de futebol mundial, à semelhança dos ganenses, marfinenses, malianos, nigerianos , argelinos , etc. Março 2015 | 35 CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO DO PLANTEL DE FUTEBOL SÉNIOR 2015 DO ATLÉTICO PETRÓLEOS DE LUANDA (Petro Atlético) Texto: Domingos. J. Augusto Foto: José Quarenta A cerimónia de apresentação da equipa principal de futebol do Atlético Petróleos de Luanda da época 2015, cujo plantel é constituído por muita juventude, simbolizou a energia e força do petróleo angolano. Fundado a 14 de janeiro de 1980, o Petro Atlético de Luanda é o clube campeão dos campões de Angola, com mais títulos acumulados: 15 vezes campeão do Girabola, 11 taças de Angola e 5 Supertaças. Actualmente, o clube está a sofrer um processo de transformação interno a todos os níveis, que tem como base a concepção e execução do Projecto de Desenvolvimento Desportivo Integrado (PDDI) para o período 2015-2018. Ainda no calor do seu 35.º aniversário, a direcção do Atlético Petróleos de Luanda, sob a presidência de Tomás Faria, apresentou no sábado passado, dia 7 de fevereiro, o plantel da equipa sénior masculina de futebol para a presente temporada. Com um plantel bastante rejuvenescido, que lança, segundo o seu presidente, a primeira semente do projecto desportivo 2015-2018, com a idade dos atletas a rondarem entre 17 e 23 anos, excepto os veteranos Luis Mamona Joao (Lamá) e Fernando Agostinho da Costa (Chára), ambos na casa dos trinta anos. Bastante concorrida, a cerimónia contou com actuações de ginástica rítmica feminina, nas quatro categorias, nomeadamente: iniciados, juvenis, juniores e séniores, com a utilização de arcos, fita e bola, incluindo acrobacias nas 4 estações. Antes do grande jogo de apresentação que opôs os anfitriões diante à Académica de Petróleos do Lobito, o presidente Tomás Faria dirigiu uma mensagem especial aos dirigentes, atletas, sócios, adeptos, claques, amantes e amigos, apontando e justificando as mudanças e reorganização interna dos tricolores que concorrem para a obtenção de bons resultados a médio prazo. 36 | Sonangol Notícias Citando o cânone São João Calábria, o presidente Tomás Faria reafirmou a determinação de progressão e o motivo das mudanças no clube, dizendo que ”se quisermos progredir não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova“. Tomás Faria apontou ainda a grande motivação que o grupo vive como sendo a chave que garante a confiança de uma equipa competitiva cheia de jovens talentosos. A razão do projecto de mudança no clube Segundo o Dirigente da agremiação tricolor as razões que levaram a conceber um novo projecto desportivo para o clube prendem-se essencialmente com a estabilização financeira do Petro de Luanda, com o limite de atletas estrangeiros a inscrever nas diversas modalidades em que compete, assim como a a fraca qualidade dos atletas formados no mercado nacional. Novas Aquisições Para a presente época foram contratados apenas dois reforços, designadamente: Duarte José Gomes Duarte, (Duarte), de 27 anos, médio atacante proveniente do Paços de Ferreira de Portugal, e Wilson Pinto Gaspar (Gaspar), de 24 anos, médio ofensivo, vindo do Kabuscorp do Palanca. Subiram à equipa principal, provenientes da escola de formação, os jovens Mavambo, médio Desporto Como qualquer bom filho, Flávio Amado voltou a casa para dar alegrias ao clube do Catetão atacante, Carlinhos, médio, Paizinho, médio ala, todos com 18 anos, e ainda Tomé, lateral esquerdo e defesa central, com apenas 17 anos de idade, o mais novo do plantel tricolor Principais referências da temporada Chára, Lamá, Job, Etha e Mabiná são apontados como as principais referências desta época, esperando-se muito do médio atacante Manguxi, pela sua prestação no último Girabola. Gracelli vai contar, ainda, com jovens de dupla categoria, isto é (júnior e sénior) Sozito, lateral esquerdo, Frank, médio direito, e ainda Jô, ponta de lança, irmão do Mabululu, todos com 18 anos de idade. fim de carreira, 18 anos depois! Flávio Amado despontou no Petro Atlético de Luanda como futebolista e foi várias vezes campeão nacional pelos tricolores, acumulando muitos troféus individuais de melhor marcador do Girabola. Jogou no Magrebe, onde alinhou no Al-Halaly do Egipto, ao lado do compatriota Gilberto. Depois, rumou para o Médio Oriente, tendo sido o único angolano a marcar um golo no Campeonato Mundial de Futebol decorrido na Alemanha em 2006, na primeira participação do país na prova. Como qualquer bom filho, voltou a casa, dando ainda boas alegrias ao clube do Catetão. No sábado, dia 7 de Fevereiro, na apresentação do plantel, O Amado jogou os seus últimos minutos (10), frente ao Académica Petróleos do Lobito, numa despedida da sua carreira de 18 anos, como atleta profissional, abraçando agora o cargo de técnico-adjunto da equipa. Equipa técnica dos tricolores Comandada pelo brasileiro Alexandre Grasseli, os tricolores têm Jaime Silva (Nejó) como treinador-adjunto, Flávio Amado, também treinador-adjunto, Nelsol Bolivar, como médico, Ramiro José, como massagista, André Tomás, como técnico de equipamentos, Maurício Marques, como preparador físico, e Adriano Matoso, como técnico de guarda-redes, sendo que o clube, na sua estrutura, tem também a área de Psicologia qua atende atletas de diversas modalidades. MaRçO 2015 | 37 Leonel Paulo O BICAMPEÃO AFRICANO O extremo-poste do Petro de Luanda, Leonel Paulo, é bicampeão africano, títulos ganhos nos campeonatos das nações de 2009 e 2013, Afrobasket. Está no Eixo Viário desde o escalão júnior e elege Baduna como o melhor basquetebolista angolano de sempre Texto: Euclides Seia Fotos: Shayne Qual é a sua “marca” nas lides do basquetebol? As pessoas conhecem-me pela minha boa impulsão , é a minha marca no basquetebol. Sente-se realizado no campeonato nacional? Não. Como todo o atleta, sonho jogar noutros campeonatos, como os da Europa e da liga norte-americana, NBA. Pensa trocar o Petro por um outro clube nacional? Não. Só quando o Petro disser que já não precisa dos meus préstimos. Por motivo de ética desportiva e por ter contrato com o clube, o Atlético Petróleos de Luanda é sempre a minha prioridade. Sou fiel ao clube. Quando nasceu a paixão pelo basquetebol? Nasceu aos 12 anos, mas só aos 15 é que comecei a praticar. Quando assistia a jogos de basquetebol, ficava encantado com o Baduna, com os seus dribles, afundanços, a visão do jogo. Foi daí que nasceu a minha paixão pela modalidade, mas os meus primeiros passos foram no Clube Vila Clotilde . Porque escolheu o Petro? O Vila Clotilde tinha desfeito o escalão júnior, por esta razão aceitei a proposta do então técnico Gerson Betel e do chefe do departamento de basquetebol do Petro, Carlos Silva, para representar o Petro no mesmo escalão, em 2003. Quanto tempo levou para ascender ao escalão sénior? Depois de dois anos no clube tornei-me sénior. Qual foi o seu grande momento no basquete? Quando me tornei campeão africano pela primeira vez, em 2009, com a camisola da Selecção Nacional. 38 | Sonangol Notícias O que faz nos tempos livres? Dedico-me à leitura e a ver um bom filme. Como descreve a postura da equipa nas competições internas? Graças a Deus, fruto de muito trabalho e grande dedicação de todo o grupo, estamos a ter sucessos. A título de exemplo foi a conquista da Supertaça. Somos um grupo coeso. O que significa o Petro para si? É a minha veia, é como um “membro” do meu corpo. Sem o basquetebol não vivo. Leonel Ditutala Paulo Natural: Luanda Nascimento: 30 de Abril de 1986 Calçado: n.º 47 Altura: 1,94 m Estado civil: solteiro Filhos: Um Habilitações literárias: Licenciado em Contabilidade Sonhos: Jogar na NBA e quando terminar a carreira desportiva trabalhar na Sonangol. Prato preferido: Não tenho, mas gosto de apreciar a gastronomia nacional, como comer um bom calulu, quizaca e bagre fumado. Ídolo: Edmar Victoriano Baduna, o melhor basquetebolista nacional de todos os tempos. Carnaval 40 anos de Independência No ano em que Angola festeja o quadragésimo aniversário da sua independência, a Marginal da Praia do Bispo, em Luanda, testemunhou o desfile central de 14 grupos carnavalescos, em representação dos vários municípios da cidade capital. A festa iniciou-se, pontualmente, às 16 horas e durante cerca de seis horas aquela passarelle ficou pintada com as cores da bandeira nacional Texto: Euclides Seia Foto: Shayne “O Carnaval incorpora as mais diversas singularidades deste país e o seu heroico povo. Manifestação cultural dos valores identitários locais, e também como um repositório e meio de perpetuação da cultura nacional”, disse o governador da província de Luanda, Graciano Francisco Domingos, a quem coube o discurso de abertura e as boas vindas. Graciano Domingos, apelou aos empreendedores para olharem para o carnaval como uma oportunidade de negócios que pode contribuir para o desenvolvimento de Angola. Com trajes inspirados na cultura nacional, máscaras, dísticos e outros meios típicos, que puseram a nu a veia criativa desse povo que vive o carnaval de corpo, alma e espírito, os grupos concorrentes, desta edição n.º 37, desenvolveram temas como: “A mulher rural”, “Assembleia Nacional”, “A pesca” e “A alfabetização”. Nesta edição de 2015 do Carnaval de Luanda, a União Sagrada Esperança convenceu o júri com a música e a dança (semba), e conquistou o primeiro lugar, com 840 pontos, nas classes A e infantil. Na classe B, a União Amazonas do Prenda levou o título. O vencedor da classe A terá direito a um prémio de três milhões de kwanzas. Perfil do vencedor O grupo foi fundado a 20 de Março de 2005, no distrito do Rangel. Depois de já terem participado em dez edições, somando três títulos, esta ano Gelson Rocha foi o comandante, Aloísio dos Santos o rei e Luísa 42 | Sonangol Notícias Paulo a rainha. Dançaram e cantaram o semba “Nossa Bandeira”. Fora da Pista No local havia de tudo um pouco à venda: peixe grelhado, pincho, magoga, churrasco, gelados, pipocas e mais fantasias para quem decidisse na hora aderir a um disfarce. Muita agitação, brincadeira e alegria para assistir de perto ao desfile da classe A (adultos), que contou com a participação de 14 grupos, concorrentes aos três milhões de kwanzas. Muitas cores, balões e brilhos decoraram o espaço, que foi animado com actividades e música ambiente, a cargo do Bloco Sol, que tradicionalmente abre todos os anos o acto central do Carnaval de Luanda. Desde as bancadas às ruas adjacentes, na pista da maior festa popular do país eram notórios os criativos disfarces de crianças, adolescentes, jovens, num dia de forte competitividade e emoção. Vários foliões optaram por pinturas, realçando figuras míticas e históricas do país e do Carnaval. Houve quem se pintasse com imagens de figuras nacionais, como sobas e rainhas, homens trajados de mulher, peixeira e pescadores. No geral, o povo dançou e cantou fora da pista. Luísa Pascoal manifestou a sua alegria dizendo que “a festa do povo está boa. A organização está de parabéns! Este Carnaval está a mostrar ao mundo que nós somos um povo com identidade cultural própria”. Por sua vez, Josimar da Silva lamenta referindo que “o preço do bilhete devia ser mais barato, uma vez que 2015 está decretado como sendo o ano da crise. Há quem não tenha mil kwanzas quanto mais sete mil para assistir ao desfile”. Cultura APROCAL De acordo o Secretário-Geral da Associação Provincial do Carnaval de Luanda – APROCAL –, António de Oliveira, “o número mínimo de pessoas para se formar um grupo carnavalesco e concorrer é de 250 indivíduos. Não há um número máximo. dependendo da capacidade de mobilização de cada grupo”. Os dados abaixo foram fornecidos pelo responsável da APROCAL e o comandante do grupo vencedor da classe A. Prémios Classe A 1. União Sagrada Esperança - 3.000.000,00 Kz. 2. União 10 de Dezembro - 2.000.000,00 Kz. 3. União Mundo da Ilha - 1.300.000,00 Kz Classe B 1. União Amazonas do Prenda - 1.500.000,00 Kz 2. União Jiza - 1.000.000,00Kz 3. União Geração do Mar - 600.000,00 Kz Infantil 1. Cassules Sagrada Esperança – 1.000.000,00 Kz 2. Cassules Kazukuta do Sambizanga – 700.000,00 Kz 1. Cassules Jovens da Cacimba – 500.000,00 Kz Números do Carnaval Classe A, B e Infantil 1. Integrantes por grupo - 2. 500 pessoas 2. Apoio dado pelo Executivo para cada grupo: A - 700.000 kz B- 500.000 kz Infantil- 300.000 kz 3. Avaliação das despesas dos grupo - 4.000.000.00 / 3.000.000.00 Kz 4. Outros apoios: tecidos, material ornamentação 5. Na marginal desfilaram cerca de 70.000 pessoas, incluindo a falange de apoio. Março 2015 | 43 AS SOCIEDADES, AS ORGANIZAÇÕES, AS PESSOAS E AS MUDANÇAS (II) As mudanças são das raras certezas que temos. Tal certeza resulta do facto de observarmos o mundo em constantes transformações desde a Antiguidade, decorrentes de mudanças do foro social, político, económico ou empresarial que ocorrem um pouco por toda a parte 40 | Sonangol Notícias Opinião O aconselhável é tentar adquirir ou melhorar apenas uma ou duas aptidões em simultâneo Texto: Higino Batalha (DSE) A os gestores de topo ou intermédios exige-se ou, pelo menos, recomendase, competências comportamentais que lhes permita desenvolver o poder do relacionamento dentro das organizações, em vez de confiarem no poder hierárquico da sua posição. Para isso, os gestores devem identificar as competências de um líder de mudança eficaz e depois aprender a adquirilas ou melhorá-las. Acontece, porém, que as competências que podem ser adquiridas através de um processo mudança comportamental são complexas. Pelo facto, não se deve tentar fazer demasiadas mudanças comportamentais ao mesmo tempo, pois poder-se-á chegar à conclusão que os esforços são enormes e pondo em risco o sucesso do esforço de mudança comportamental. O aconselhável é tentar adquirir ou melhorar apenas uma ou duas aptidões em simultâneo, de modo a conseguir gerir a tarefa e manter o foco. Não significa que, ao focar-se numa ou duas aptidões em simultâneo, as demais sejam esquecidas. As aptidões de coaching, por exemplo, estão integralmente ligadas às aptidões de escuta, às aptidões de trabalho em equipa e às de relacionamento interpessoal. É por demais sabido que é responsabilidade dos líderes conduzir as suas equipas durante as diferentes fases de transição do processo de mudança. E onde fica a responsabilidade dos membros da equipa? Será que os líderes partilham a informação de cima para baixo? Será que propiciam condições para que a informação flua de baixo para cima? Será que os membros da equipa partilham informações importantes entre si? Será que os objectivos colectivos e individuais foram percebidos por todos? E a confiança? A confiança é a cola que junta os relacionamentos. Os membros da equipa têm que perceber que são interdependentes para o alcance dos objectivos organizacionais preconizados. O todo tem de ser maior que a soma das partes. O papel dos líderes é criar a interacção e a empatia necessárias, e, desse modo, conduzi-los ao destino ou ao alcance dos objectivos ou resultados almejados. Entretanto, importa aqui referir que o resultado não é a forma correcta para se avaliar a liderança. Por exemplo, três equipas de futebol podem ter excelentes líderes, mas, só um vai ser campeão, mas sem uma boa liderança é mais fácil não chegar onde se quer chegar. Para terminar e de forma inversa devo dizer-vos, estimados leitores, que o objectivo mor deste pequeno artigo é recordá-los das transformações que nos têm sido impostas pelas mudanças, que ocorrem a uma velocidade estonteante, que nos obrigam (a todos) a uma maior flexibilidade para questionar e modificar os nossos paradigmas. Isso não é e não será nunca obra do acaso, pois exige das pessoas abertura e preparação. Benjamin Franklin (1706-1790) terá dito que “nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”. Não é bem assim, são três e uma delas diferente dos impostos. São a morte, as mudanças e as opções. A mudança comportamental é uma opção. Não mudar também é uma opção. Seria uma tremenda deselegância da minha parte, um despautério, e por tal não me perdoaria, falar de mudanças, se colocasse um ponto final neste artigo sem antes citar o naturalista Charles Robert Darwin (18091882): “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Março 2015 | 41 O DIA DE SÃO VALENTIM E AS RELAÇÕES AMOROSAS Ao longo dos tempos, as tradições de São Valentim foram adquirindo um grau de importância cada vez maior. Cada ano que passa, foram-se criando novas tradições, lendas e brincadeiras, como é o caso das mensagens apaixonadas 44 | Sonangol Notícias Crónica Texto: Pascoal Livamba (DRH) Foto: José Quarenta Q uer saber a origem de S. Valentim e o que levou este mártir a tornar-se o patrono dos apaixonados? Embora existam várias teorias à volta de São Valentim, todas retratam o santo como um mártir do século III d.C. São Valentim foi Bispo da Igreja Católica, proibido de realizar casamentos pelo Imperador Romano Claudius II, de forma a angariar mais soldados para as suas frentes de batalha. Todavia, o Imperador estava mais interessado no seu exército e nas guerras, do que na vida em família. Estava convencido de que os solteiros, sem esposas nem filhos, eram melhores soldados do que os casados e não teriam medo no campo de batalha. Porém, o Bispo desrespeitou a ordem imperial e continuou com as celebrações de casamentos em sigilo total. Este segredo foi descoberto e Valentim foi preso, torturado e condenado à morte no dia 14 de Fevereiro de 269 d.C, tornando-se um mártir. Enquanto estava na prisão, recebeu vários bilhetes e cartões de jovens apaixonados, valorizando o amor, a paixão e o casamento. As tradições do dia de São Valentim variam de país para país Em Angola o dia de São Valetim é chamado “Dia dos Namorados”, à semelhança do Estados Unidos, “ Valentine’s Day”, celebrado em 14 de Fevereiro. Nestes países, a data é comemorada principalmente por namorados, casais casados, noivos, amigos e pessoas que se amam (entre pais e filhos também é comum). Os que se amam demonstram, nesta data, todo seu amor através da troca de cartões, flores, chocolates e presentes. No Brasil, a data apresenta uma história bem diferente, pois está relacionada ao frei português Fernando de Bulhões (Santo António), que em suas pregações religiosas, sempre destacava a importância do amor e do casamento. Em função das suas mensagens, depois de ser canonizado, ganhou a fama de “santo casamenteiro” e foi escolhida a data de 12 de Junho por ser véspera do dia de Santo António (13 de junho). Nas Ilhas Britânicas, no tempo dos Celtas, as crianças costumavam vestir-se de adultos e cantavam de porta em porta, celebrando o amor. No actual país de Gales, os apaixonados trocavam prendas como colheres de madeira com corações gravados, chaves e fechaduras, o que significava «só tu tens a chave do meu coração». Já na Idade Média, em França e na actual Inglaterra, no dia 14 de Fevereiro, os jovens sorteavam os nomes dos seus pares cosendo o nome escolhido nas mangas, durante uma semana. Se alguém trouxesse um coração costurado na camisola, isso significava que essa pessoa estava apaixonada. Durante o século XVII, sabe-se que era costume os namorados escreverem poemas originais, ou não, em pequenos cartões, que enviavam às pessoas por quem estavam apaixonados. Foi a partir de 1840, na Inglaterra, que as mensagens de São Valentim passaram a ser uniformizadas. Os cartões passaram a ser enfeitados com fitas de tecido e papel especial e continham mensagens que ainda hoje nos são familiares, como é o caso de «would you be my Valentine». Segredo para manter a paixão acesa As relações, por melhores que sejam, têm que ser alimentadas e geridas. Embora para uns possa ser mais fácil do que para outros, os casais devem estar atentos e aprender a relacionar-se. Aproveite o São Valentim para refrescar a relação. Aqui ficam algumas dicas que podem ajudar a manter a paixão acesa: • Partilhem temas e façam programas juntos. A melhor forma de se manterem unidos é terem interesses comuns. • Respeitem as opiniões diferentes e lembrem-se que as diferenças entre cada um podem ser muito enriquecedoras no casamento. • Para manter viva uma relação, tentem não ser excessivamente dependentes. • Mantenham os vossos próprios hobbies e interesses. • Estimulem a confiança, a aceitação e intimidade. • Mantenham o diálogo aceso e não negligenciem os problemas um do outro. • Mesmo que não tenham a solução para os problemas, partilhem e analisem juntos todas as questões. • Não mintam nem escondam as fraquezas de cada um. Assumam aquilo que são e tentem melhorar aquilo que dificulta a convivência. • Quando discutirem, lembrem-se que os problemas são sempre causados pelos dois. • Durante as conversas tentem ser objectivos e manter sempre a calma e a razão. • Não vão buscar problemas antigos ou já ultrapassados, sobretudo quando estão a discutir. • Fujam da rotina. Tentem ser inovadores e criativos na relação. Março 2015 | 45 VÁ PARA FORA CÁ DENTRO Angola está a caminhar a passos largos para se tornar um destino de turismo internacional. A indústria do Turismo, também conhecida como “indústria da paz”, contribui de forma significativa para o PIB dos países onde se encontra estruturada. A paz em Angola abre as portas a todos os sonhos e não faltam planos oficiais para o desenvolvimento, a curto prazo, do turismo de larga escala, além daquele que já se realiza a nível interno. Nesse sentido, iniciamos nesta edição uma visita a todas as províncias do nosso país, em forma de apresentação das características principais de cada uma Bengo A terra do “jacaré Bangão” Economia A terra, que também é conhecida por ter grandes pescadores que demostram o poder dos seus anzóis com grandes cacussos e lagostas, escreve o seu nome nas páginas da economia nacional com a produção de algodão, ananás, mandioca, banana, rícino, feijão, goiaba, mamão, cana-de-açúcar, sisal, goiaba, café, massambala, palmeira de dendém, hortícolas e citrinos. Debaixo da terra do “jacaré Bangão” a riqueza surge em minerais por explorar, como o urânio, quartzo, feldspato, gesso, enxofre, caulino, asfalto, calcário, ferro e mica. Natureza A terra onde se como do bom peixe proporciona à todos que a visitarem, um espectáculo paisagístico fantástico com a assinatura da rica flora e fauna, onde os macacos, elefantes, javalis e pacaças atraem os disparos... Das máquinas fotográficas. A província mais próxima da capital do país, Bengo, ocupa actualmente 25.139 km². Com a sua sede na cidade de Caxito, desde a reforma administrativa em 2011 que aquela região do litoral Norte de Angola passou a comportar os municípios de Ambriz, Bula Atumba, Dembos, Nambuangongo e Pango-Aluquém. A terra do “jacaré Bangão” limita-se a Norte com as províncias do Zaire e Uíge, a Este e a Sul com Cuanza Norte e Cuanza Sul e a Oeste com o Oceano Atlântico e Luanda. 46 | Sonangol Notícias Cultura A população desta circunscrição de Angola é da etnia Ambundu. Mas, as migrações durante a independência levaram à constituição de núcleos de Bakongo e de Ovimbundu. Naquelas paragens, o kimbundu é a língua dominante. Já se tornou numa tradição o povo do Bengo servir-se do típico prato de cacusso, feito com peixe do rio, acompanhado com o “feijão de óleo de palma”, uma das vedetas da gastronomia angolana. Lazer O Bengo, em matéria de atracção turística para as máquinas de fotografar e filmar, descreve os antigos edifícios do presídio e da alfândega, ambos datados de 1856, o Farol da Cal de Bom Jesus, a antiga Igreja dos Jesuítas da Barra do Dande e o Sítio Arqueológico de Ambriz, como principais enfoques. As suas belas praias completam o pódio da beleza, como as de Cabo Ledo, Pambala e Sangano, excelentes pólos turísticos de qualidade. Turismo Benguela A terra das acácias rubras etnia Ovimbundu e Nganguela e a língua mais falada na região é o umbundo. Benguela é a terra de ilustres escritores e poetas angolanos como Pepetela e Alda Lara. Economia O povo dedica-se à agricultura, pesca e pecuária. Do solo vêm o tungsténio e a grafite. Já no sector industrial: a metalurgia, refinação de petróleo, materiais de construção, actividade têxtil e produtos alimentares, mostram o potencial dos benguelenses. Natureza A natureza é um aspecto a ter em conta. O Parque Regional da Chimalavera, as reservas Búfalo, Florestal do Cubal, Catumbela e do Chongoroi, demonstram o poderio da sua flora. A fauna é decorada com a presença de animais como zebras, leões, elefantes, olangos, golungos, búfalos, búfalos e onças. Lazer B enguela, com uma superfície total 37.802 km2 e 2.036.662 habitantes, situa-se no litoral centro de Angola. A província de lindas praias faz fronteira com as suas congéneres do Cuanza Sul, Huambo, Huíla e Namibe. De clima tropical árido, aquela região divide-se em nove municípios: Benguela, Baia Farta, Balombo, Bocoio, Caimbambo, Chongoroi, Cubal, Ganda e Lobito. Fundada em 1617, vai festejar os seus 398 anos no dia 17 de Maio. Cultura A população da terra das acácias rubras, nome dado devido à cor vermelha das flores das suas árvores, é maioritariamente da A província das “acácias rubras” é também conhecida por oferecer aos seus visitantes magníficas praias, como Praia da Caota – excelente para o mergulho subaquático –, Praia da Caotinha, Praia da Baía Azul – foi o azul das suas águas que lhe deu o nome – e a Praia Morena, integrada na própria cidade, com 3 km de extensão, uma das favoritas. Por outro lado, no campo de monumentos arquitectónicos está recheado, com realce para o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu de Etnografia do Lobito, o Farol de S. Pedro da Catumbela e a Igreja Nossa Senhora do Pópulo, construída em 1748, no estilo barroco. A cidade do Lobito, a segunda da província, possui um dos melhores portos naturais de águas profundas da costa africana. É o ponto de partida do caminho-de-ferro de Benguela, que “rasga” o país desde o litoral até à fronteira com a Zâmbia e a República Democrática do Congo. Março 2015 | 47 Cabinda A terra da floresta do Maiombe C abinda tem uma superfície de 7.283 km² e 688.285 habitantes distribuídos pelos quatro municípios – Cabinda, Cacongo, Buco-Zau e Belize. A província limita-se a Norte com o município do Cacongo, a Este e Sul com a República Democrática do Congo, e a Oeste com o Oceano Atlântico. Cultura A maior parte da população da terra da floresta do Maiombe pertence ao grupo etno-linguístico Fiote, que fala o dialecto ibinda do ikongo. Os Bakama são o grupo que perpetua as tradições. Além desta “fidelidade” à cultura, eles são proprietários de seitas que aparecem nas festas históricas com máscaras pintadas, vestidos com folhas secas de bananeira e trazem consigo uma vassoura feita de nervuras de folha de palmeira. Recorde-se que a Floresta de Maiombe, referência daquela província, está no imaginário popular e é palco de vários contos e estórias populares da literatura angolana. Economia A exploração petrolífera, a indústria da madeira, a agricultura e a pecuária constituem as principais actividades dos cabindenses. Antes da descoberta do petróleo, os portugueses chamavam à província mais a Norte do país, de Porto Rico, devido às riquezas naturais da região. Natureza A província, com um relevo diversificado, é caracterizada também pela sua diversidade na fauna, flora e hidrografia, e a Floresta do Maiombe, chamada “mar vegetal” pela sua impenetrabilidade, é uma floresta tropical cerrada, que deslumbra qualquer visitante com os seus magníficos tons verdes. É rica em madeiras preciosas. A sua fauna é composta por gorilas, chimpanzés, elefantes e uma variedade imensa de aves, algumas muito raras. 48 | Sonangol Notícias Além do Maiombe, que constitui o cartão de visita, o Pântano de Lândana é um sítio adequado para a observação de pássaros e um santuário de pelicanos e flamingos. O rio Chiloango ao longo do seu curso é uma atracção turística pela beleza das suas margens. A Lagoa de Sassa-Zau, situada no Malembo, é um tesouro natural ainda virgem do ponto de vista turístico, onde os banhos e a pesca desportiva são imperdíveis. As Lagoas de Manenga e Tchúqisse, ambas na comuna de Massabi, são ricas em peixe e marisco, dada a sua ligação ao oceano; têm água ligeiramente salgada dando origem a uma fauna piscatória híbrida. O clima predominante é o tropical húmido, com precipitações anuais em torno de 800 milímetros. E a temperatura média anual varia entre os 25 e os 30 ºC. Lazer Os visitantes têm à disposição excelentes praias para desportos marítimos e pesca desportiva, tal como a 10 de Maio, Lândana, Chinga, Fútila, Malembo, Mandarim, Cabassango e Capelo. Quanto a monumentos, constituem atracção turística o Cemitério M´BucoM´Buadi, conhecido pelo Cemitério dos Reis de Cabinda, que alberga dezenas de esculturas que decoram os jazigos. Seguem o Marco Histórico do Tratado de Simulambuco, rubricado em 1885 entre os príncipes de Cabinda e os reis de Portugal, que foi marcado pelos nativos com a plantação de uma árvore que existe até hoje. Em 1956, foi erguido um padrão em betão. As Ruínas da Velha Sé Episcopal, do séc. XVI, a Igreja de Lândana, do séc. XX construída ao lado da Missão Católica da Vila de Lândana, o Palácio do Povo, o Museu de Cabinda, a Igreja de S.Tiago, a Igreja da Nossa Senhora Rainha do Mundo, a Igreja da Imaculada Conceição, a Igreja Mboca e a Igreja de Sto. António, são locais que merecem a visita de quem se deslocar a Cabinda. Turismo Cuando Cubango A terra do progresso C om área total de 199.049 km2, a província do Sudeste de Angola tem uma população de 510.369 habitantes, clima tropical e nove municípios: Calai, Cuangar, Cuchi, Cuito Cuanavale, Dirico, Mavinga (capital), Menongue, Nancova e Rivungo. Cultura Nesta parte de Angola, a língua mais falada é o ngangela, seguida do cokwe. A população do Cuando Cubango é composta sobretudo pelos Ngangelas, que se subdividem em Nyembas e Mbuelas, os Mucussos e os Kuagares. Economia Actualmente conhecida como “terra do progresso”, devido ao seu potencial económico, com destaque para as ofertas turísticas por explorar, bem como pela riqueza mineral: diamante, ferro, mercúrio, ouro, quartzo e urânio. A nível do comércio, no “KK”, como também é conhecida a província, são comercializados produtos como o açúcar, peixe seco, óleo alimentar, bebidas diversas, arroz, leite, farinha de trigo e sabão, provenientes de Luanda, Benguela, Namibe e da vizinha República da Namíbia. Por outro lado, o sector industrial parece não ter ainda tradição, mas verifica-se o exercício de actividades em pequena escala como serralharia, carpintaria, cerâmica, britadeira, moageiras e padarias. A população desta importante parcela de terra na história nacional, produz e explora principalmente o milho, o massango, a massambala, o feijão, a mandioca, o amendoim, a batata-doce e as hortícolas. As condições são propícias para a actual agricultura de subsitência e doravante a moderna, com destaque para as culturas industriais, tais como o café e cana-deaçúcar. Já a pesca artesanal tem uma tradição no Cuando Cubango e é exercida principalmente nos rios existentes na província, com relevo para o rio Kuvango na orla fronteiriça. Natureza Como se ouve dizer, “sem árvore não há oxigénio” e a província do Cuando Cubango apresenta, nesta matéria, três grandes zonas de vegetação: floresta densa seca, savana com arbustos e árvores na metade setentrional, quadrante Noroeste. A título de exemplo a existência da Reserva Parcial Luiana, no Sudoeste, caracterizada por madeira preciosa das espécies de mussivi, girassonde, mume e mupanda muinga. Já a fauna da província é caracterizada pela palanca real, elefante, rinoceronte, hipopótamo, nguelengue, ngunga, leão, leopardo, hiena, búfalo africano, onça, pacaça, javali, mabeco, avestruz, palanca negra (vulgar caeni), pangolim e uma enorme diversidade de aves e répteis. A “terra do progresso”, não deixa ninguém “morrer de sede”, pois os rios Kuvango, Kuatato, Kuelei, Kueve, Kuando, Kuzumbia, Kujamba, Kueio, Matungu, Muhondo, Kapembe, Cuchi, Lomba, Kuito, Kuanavale e Longa constituem as chaves para o desenvolvimento económico daquela de região. Lazer Para momentos de descontração e lazer, a província possui lugares atrativos, como a Montanha do Malova, as Quedas de Maculungongo, as Quedas do rio Cutato (no município de Cuchi), as ruínas do Forte Muene Vunongue (situadas nos arredores da cidade de Menongue), o Campo Político do Missombo (centro histórico situado a 15 km da cidade do Menongue) e as pinturas rupestres, na localidade do Bototo, no Município de Cuchi. Nas ilhas do Rio Kuebe, Ilha de São Clemente (ex-Ilha de São Valentim), Ilha Flor, em Menongue, e na Ilha de Somawanbange, em Cuchi, é possível tomar banho, assim como na barragem de Cambumbe. Março 2015 | 49 Energia com Rosto “A arte é para sempre, nunca será uma moda” Texto: Maria João Fernandes Foto: Maria Sanchez O público reconhece-o pelo seu trabalho. O artista que vive para a pintura, tem na literatura uma fonte de inspiração. Afirma que nos dias que correm é urgente incentivar a consciência artística e levar a arte até ao público. Traçamos o perfil cultural do artista plástico Guilherme Mampuya. Quem é que mais admira no mundo artístico angolano? Admiro particularmente o pintor Paulo Jazz, sinto que tenho uma ligação espiritual com este artista. Gosto muito do trabalho dele e inspira-me bastante como artista. Quando vejo as suas obras é como se entrasse numa dimensão de loucura e eu identifico-me com isso. Qual o seu escritor preferido? Na área da literatura gosto muito de Luís Fernando, li o seu livro Clandestinos no Paraíso e gostei tanto que estou a preparar uma exposição com base nas obras deste autor. O ano passado fiz uma exposição chamada “Luanda Seduction”, baseada no romance de Adriano Mixinge, O Ocaso dos Pirilampos. O livro mais recente que li foi a história da Rainha Nzinga Mbandi, escrita pelo Padre António Cavazzi, confessor religioso da Rainha Ginga, e que serviu de mote para uma exposição de oito quadros que construí com base nesta obra. Qual foi o último filme que viu? Gosto bastante de cinema e de filmes inteligentes, vi recentemente o filme Jack Ryan – Agente Sombra e gostei bastante. A ideia de conspiração que se desenvolve ao longo do filme é 50 | Sonangol Notícias fabulosa e consegue cativar a atenção do espectador. Quais os músicos de que mais gosta? Gosto muito de música antiga. Hoje em dia produz-se muita música fast food, mas gosto das músicas de Yuri da Cunha e do Totó, pois são letras pensadas e com conteúdo. A nível internacional gosto do músico brasileiro André Valadão, é uma música mais espiritual e erudita. Sou também admirador de Mozart, gosto bastante de música clássica. Quais os seus espaços culturais de eleição em Luanda? Gosto do Miami Beach pois durante uns tempos frequentei este espaço aos domingos, onde fazia pinturas ao vivo. Hoje em dia, frequento muito o Instituto Camões na Embaixada Portuguesa e sempre que há uma exposição tento passar na Academia do BAI e na Fundação Arte e Cultura. O que falta fazer para dinamizar a cultura angolana? A realidade artística em Angola é um caso sui generis, estamos a vir de uma guerra... As pessoas querem ter plasmas e carros, a arte não é uma prioridade, então cabe aos artistas mostrar que a arte é para sempre, nunca será uma moda. É necessário fazer nascer uma consciência artística: que se um artista quer vender tem de expor a sua arte na rua, nos espaços de lazer e levá-la até ao público. Em termos de espaço temos em Luanda o Instituto Camões, a Academia BAI, o Belas Shopping, o Espaço Chamavo e as mediatecas nas províncias. Só falta o artista querer promover as suas artes. Perfil Nasceu no Uíge mas foi para Luanda aos 2 anos de idade. O talento para a pintura acompanha-o desde criança. Formou-se em direito em Kinshasa, capital da República Democrática Congo, tendo regressado a Luanda em 2001, altura em que teve o primeiro contacto profissional com um Ateliê de pintura. Começou a trabalhar como assessor jurídico numa empresa petrolífera mas três anos depois optou por seguir a carreira artística. Desde 2006 que dá vida e cor às telas que assina. Vive actualmente em Luanda.
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