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XIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Caderno de Resumos 16, 17 e 18 de Julho de 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO 1 CADERNO DE RESUMOS XIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto, MG 2 XIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Marcone Jamilson Freitas Souza Reitor Célia Maria Fernandes Nunes Vice-Reitora ESCOLA DE MEDICINA Márcio Antônio Moreira Galvão Diretor George Luiz Lins Machado Coelho Vice-Diretor COLEGIADO DE MEDICINA Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta Presidente XIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Leonardo Santos Bordoni Presidente Docente Ana Cláudia dos Santos Presidente Discente ESCOLA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MINAS GERAIS 3 PREFÁCIO Desde sua primeira edição em 2007, o Encontro Didático Científico tem acompanhado o Curso de Medicina e nesta edição, em especial, alcançou um momento de consolidação com a integração de mais disciplinas e períodos do Curso e com o I Simpósio das Ligas Acadêmicas de Medicina. Para nós da Comissão Organizadora, o EDC é mais do que o fechamento de um círculo de atividades acadêmicas. É um momento de congraçamento no qual todos os participantes do processo têm a oportunidade de interagir e compartilhar conhecimento, percepções e expectativas. Representa, além de tudo, uma peculiaridade deste Curso que é o da aprendizagem colaborativa e participativa. Foi resultado da incorporação de proposta dos estudantes da primeira turma que, entusiasmados com os resultados de trabalhos das disciplinas sentiram a necessidade de expor para a sociedade e debater coletivamente com os envolvidos. De forma que, ao longo dos anos, com a flexibilidade e abertura de sua metodologia de organização, o EDC foi incorporando as boas idéias de estudantes e de professores e se aprimorando para constituir-se em um dos mecanismos de afirmação da identidade da Escola de Medicina da UFOP. Agora o EDC compartilha seu espaço com as iniciativas dos estudantes e potencializa ainda mais o diálogo e a troca de experiências com a incorporação do I Simpósio das Ligas Acadêmicas do Curso de Medicina junto a essa edição e a Semana de Medicina a partir da próxima. Em nome da Comissão Organizadora tenho a declarar que é para nós uma honra e um prazer fazer parte dessa história e colaborar para sua consolidação. Profa. Dra. Adriana Maria de Figueiredo Coordenadora da Comissão Organizadora 4 CADERNO DE RESUMOS REALIZAÇÃO: ESCOLA DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO COMISSÃO ORGANIZADORA Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Prof. Dr. Gustavo Meirelles Ribeiro (UFOP) Professor Dr. João Milton Martins Oliveira Penido (UFOP) Professor Dr. Leonardo Santos Bordoni (UFOP) Professor Dr. Leonardo Cançado Monteiro Savassi (UFOP) Professora Dra. Olívia Maria de Paula Alves Bezerra (UFOP) Acadêmica de Medicina Allana Silva Mamédio (UFOP) Acadêmica de Medicina Isabela Gonzaga Silva (UFOP) Acadêmica de Medicina Mariana Fontes Pereira (UFOP) Acadêmico de Medicina Vinicius de Jesus Rodrigues Neves (UFOP) CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Allana Silva Mamédio (UFOP) Acadêmica de Medicina Mariana Fontes Pereira (UFOP) SUMÁRIO 5 Apresentações orais de trabalhos - 09 Disciplina Saúde e Sociedade – 09 • Principais consequências da estigmatização da AIDS no tratamento de soropositivos – 07 • A Humanização no processo de formação do estudante de medicina com base na análise do filme: “um médico irreverente” – 09 • A obesidade e as cirurgias bariátricas – 11 • A profissão de “ser médico” na realidade brasileira – 13 Disciplina Práticas em Serviços de Saúde II – 17 • Pênfigo: uma abordagem social – 17 • Educação em saúde complementar ao grupo de atividades físicas voltadas ao controle da hipertensão arterial sistêmica da unidade de estratégia de saúde da família de passagem de Mariana, Mariana – MG –19 • Promoção da saúde e da qualidade de vida do idoso – Abordagem na unidade básica de saúde Vila Gonçalo em Itabirito-MG –21 • Sala de espera: humanização em uma unidade básica de saúde do município de Mariana – MG –23 • Projeto Insulina e Vida: Educação em saúde focada no manejo e descarte de insulina pelos diabéticos no território do ESF Vida (Cachoeira do Campo, Ouro Preto ⁄ MG) – 25 • Hipertensão – Em busca do bem viver – 27 • Socialização e qualidade de vida: atividades físicas na recuperação de pacientes com sequelas de AVE atendidos pela equipe nova aliança – Cachoeira do Campo, Ouro Preto (MG) –29 • Projeto de educação em saúde: Prevenção de doenças respiratórias em Santa Rita de Ouro Preto –31 Disciplina Epidemiologia nos Serviços de Saúde – 33 • Formulário de cirurgia ambulatorial – 33 • Epi Info como ferramenta na elaboração de um banco de dados para auxiliar o atendimento na prática endocrinológica –35 • Utilização do programa Epi info para a construção de banco de dados e análise estatística a partir de consultas ginecológicas –37 • Elaboração de prontuário eletrônico de psiquiatria utilizando-se do Epi info –39 • Projeto Crescer: Implantação de prontuário eletrônico no ambulatório de pediatria da UFOP – 41 • O Epi info no auxílio das consultas cardiólogicas e nefrológicas – 43 • Aplicação do Epi info para melhoria do acesso aos dados na medicina de família e comunidade – 45 6 • Análise descritiva dos atendimentos realizados na disciplina semiologia II pela turma 44 no centro de saúde da Universidade, no primeiro semestre de 2014, Ouro Preto, Minas Gerais. – 46 • Aplicação do software Epi info nas especialidades de geriatria e pneumologia – 48 Disciplinas Medicina Geral de Adulto I e II – 50 • Caso clínico atendido na UBS Cabanas, Mariana – MG: Exacerbação da DPOC50 • Tosse variante de asma - 52 • Síndrome de Tietze: Um diagnóstico diferencial - 54 • Estudo de caso de psoríase atendido na Unidade Básica de Saúde do bairro Santo Antônio, Mariana, Minas Gerais. -56 • Lesões na mucosa oral com histórico de CCE: Um relato de caso - 58 • Abordagem do risco cardiovascular em paciente de alto risco - 60 • Estratégias para aumentar a adesão ao tratamento em pacientes clínicos - 62 • Abordagem ao paciente hipertenso, efeito do jaleco branco e urgência hipertensiva.- 64 • Diabetes Mellitus tipo 2 e hipertensão arterial não controladas em idosa - 66 • Abordagem do risco cardiovascular em paciente de alto risco - 68 • Infecção do trato urinário de repetição - 70 • Estudo de caso de epistaxe em paciente atendido na UBS Santo Antônio, Mariana, Minas Gerais - 72 Disciplinas Medicina Geral da Criança I e II – 74 • Relato de experiência: Abordagem do aleitamento materno na primeira consulta do recém-nascido - 74 • Craniossinostose: Relato de caso atendido na UBS Cabanas, Mariana, MG - 76 • Estudo de caso de laringomalácia atendido na Unidade Básica de Saúde do bairro Santo Antônio, Mariana, Minas Gerais- 78 • Relato de caso de infeccção do trato urinário em lactente na Unidade Básica De Saúde Santo Antônio, Mariana/MG - 80 • Bronquiolite viral aguda - 82 • Infeccões respiratórias na infância: Relato de caso de broncopneumonia associada à sinusopatia - 84 • Obesidade infantil: Relato de caso - 86 • Alopecia e epistaxe em paciente pediátrico - 88 • Síndrome De Prader Willi: Um diagnóstico diferencial da obesidade infantil - 90 • Otite média aguda - 92 • Impetigo: caso clínico atendido na ubs cabanas, mariana – MG - 94 • Caso clínico – Abordagem da suspeita de abuso sexual em crianças - 96 • Relato de caso: Hipertensão arterial na infância - 98 • Complicacoes clínicas em crianca após vacinacao contra o virus H1N1- 100 • Abordagem na obesidade infantil: Relato de caso -102 • Hordéolo: Relato de experiência - 104 7 • Relato de caso clínico – Otite média aguda resistente a amoxicilina - 105 • Otite média aguda (oma) na infância - 107 • Estudo de caso: Coqueluche - 109 Disciplina Clínica Cirúrgica – 110 • Abordagem inicial ao paciente politraumatizado - 110 • Atualização sobre o tratamento cirúrgico na doença do refluxo gastroesofágico 112 • Diagnóstico e tratamento das lesões cutâneas pigmentadas: Dermatoscopia como método auxiliar na diagnose diferencial - 114 Encefalopatia hepática: Atualização terapêutica - 116 Fístulas digestivas: Atualização terapêutica - 118 Megacólon tóxico – Revisão literária - 120 Megaesôfago Chagásico – Uma revisão bibliográfica da abordagem cirúrgica na atualidade -121 • Tratamento da pancreatite crônica -123 • • • • Apresentações de Pôsteres - 125 Disciplina Modelos Educativos do Processo de Saúde e Temas Livres • Sintomas depressivos associam-se com a deficiência de tiamina em gestantes de uma comunidade rural. - 125 • O iceberg celíaco - 126 • O problema da fome: A geografia de Josué de Castro na atualidade - 128 • Origem do vírus HIV e evolução do perfil epidemiológico da AIDS no Brasil 129 • Sintomas ansiosos e depressivos não se associam com os níveis séricos de bdnf e tnfα durante a gestação - 131 • Epidemiologia dos óbitos por carência nutricional em minas gerais, uma abordagem sociodemográfica - 133 • Transição epidemiológica no Brasil - 135 • Diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial não controladas em idosa -137 • Hipotireoidismo subclínico: Relato de caso - 139 • Linfadenopatia supraclavicular - 141 • Caso Lara: Da teoria à prática. Aprendendo a superar fatores confundidores na medicina - 143 • Diretrizes curriculares nacionais: As dificuldades de um processo bases histológicas e anatômicas da distrofia muscular de Duchenne – 145 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA SAÚDE E SOCIEDADE 8 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA ESTIGMATIZAÇÃO DA AIDS NO TRATAMENTO DE SOROPOSITIVOS Jordana Mol Teixeira Kamylla Versiani Maria Bernardes Luz Vinicius Nascimento Ferreira Vitor S. Batista O termo estigma foi criado pelos gregos como forma de identificar um indivíduo, seja devido a uma característica que o valorize ou o deprecie. Atualmente, o conceito de estigma está vinculado a uma relação de desvalorização de um indivíduo, sendo um marcador negativo de diferenças individuais. O estigma é diretamente influenciado por conceitos culturais, educacionais e religiosos e até mesmo por um estado de saúde. Um exemplo é a estigmatização de indivíduos acometidos por enfermidades como a aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), na qual o julgamento deteriorativo de pessoas vivendo com HIV/aids, em qualquer ambiente social, pode influenciar negativamente o tratamento. Tal postura dificulta o acolhimento desses pacientes, seja pela ausência de apoio familiar ou na delimitação da implantação de programas de saúde relacionados à aids. A estigmatização de indivíduos com a infecção pelo HIV(Vírus da Imunodeficiência Humana) os leva à opressão social, o que demanda maior conhecimento sobre as consequências no tratamento, ou seja, pode contribuir para a não adesão à terapia antirretroviral.Com o objetivo de identificar as principais consequências da estigmatização da aids no tratamentoa antirretroviral, realizou-se uma revisão integrativa através da análise de artigos científicos, coleções e diretrizes disponíveis em português, relacionados com a estigmatização de pacientes em acompanhamento pela aids, publicados entre 2001 e 2013, obtidos nos bancos de dados Scielo e Portal de revista on line da UFPE. Os artigos analisados indicam que umas das maiores consequências da estigmatização da aids é o isolamento voluntário dos pacientes, como forma de evitar a discriminação, o que pode resultar em transtornos psicológicos e afetar diretamente o tratamento. As alterações corporais, decorrentes do agravo da síndrome, trazem um novo estigma, pois podem favorecer a descoberta da condição da doença pelas pessoas do ambiente social, e impactar na auto- imagem e na sexualidade, podendo influenciar a qualidade da adesão e levar ao abandono do tratamento. Já nos ambientes de convívio social, como no trabalho, os indivíduos com a infecção sofrem discriminação pela sua condição de várias formas, entre elas, as faltas e atrasos ao trabalho, devido aos cuidados com a saúde, o que gera um sentimento de desconfiança, marcando assim o início de um processo de visibilidade da condição da infecção. Há vários relatos da estigmatização e discriminação de soropositivos também pelo sistema de saúde, os principais fatores responsáveis por tais ações são o medo e a falta de conhecimento sobre as formas de transmissão do HIV. Com o desenvolvimento dos fármacos antirretrovirais e consequênte aumento da expectativa de vida dos pacientes, a terceira epidemia da aids (estigma, discriminação e negação) se tornou mais evidente e requer, atualmente, maior intervenção.O processo de estigmatização apresenta consequências diretas no trato que o paciente tem com a doença e de como a o sistema de saúde lida com o tema. Assim, o desafio mais imediato é estimular intervenções efetivas para diminuir os efeitos do estigma, da discriminação e da 9 violação de direitos humanos a que são submetidos os indivíduos que vivem com a síndrome. Palavras Chaves: aids, Estigma, HIV, terapia antirretroviral. Referências: GARRIDO, B. P; et al. Aids, estigma e desemprego: implicações para os servições de saúde. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.41 , n. supl. 2, p. 72-79, 2007. MARCHI, M. C; et al. Adultos em terapia antirretroviral para o hiv/aids: implicações no Cotidiano. Revista de Enfermagem UFPE on line., Recife, v.7, n.6, p. 4528-34, 2013. 10 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ESTUDANTE DE MEDICINA COM BASE NA ANÁLISE DO FILME: “UM MÉDICO IRREVERENTE” Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Géssica Mendes de Almeida Letícia Utsch Araújo Nicole Críscia Naves da Silva Tatiana Dalat Coelho Furtado Vívian de Castro Almeida Introdução: A humanização configura-se como a valorização de todos os sujeitos implicados no processo de produção da saúde, o que incluí o paciente e todos os profissionais da área. Nesse contexto, pode-se afirmar que a prática humanizada busca integrar os profissionais de saúde em um atendimento eficaz do paciente, garantindo-lhe longevidade, qualidade de vida e autonomia em seu próprio tratamento. Esses fatores humanizados são atingidos por meio de uma relação de empatia entre os profissionais e o paciente, de modo que haja uma democratização das relações interpessoais, com mais diálogo e compreensão. Soma-se a isso a necessidade de ver o paciente em sua integralidade, aliando ao tratamento o contexto psicológico e social no qual o enfermo se insere. A partir desse conceito, pode-se perceber que há um distanciamento do médico de práticas humanizadas e sociais, o que está vinculado, entre outros fatores, ao processo de formação do estudante de medicina. O filme “Um médico irreverente” inspira a reflexão a respeito do modo como os valores humanos são essenciais para o exercício do ser médico.Objetivo: Fazer uma análise do filme “Um médico irreverente”, a fim de refletir a respeito do conceito de humanização aliado ao processo de formação do estudante de Medicina e as futuras implicações na relação médicopaciente. Discussão: O filme “Um médico irreverente”, da direção de Thom Eberhardt, relata o contexto de estudantes de medicina norte americanos na década de oitenta. Na história, destaca-se o personagem Joe Slovac, um estudante extraordinário, se comparado aos padrões tradicionais da universidade. Slovac chama a atenção de sua professora pela sua inteligência e potencial e, entretanto, pelo seu descaso em levar o curso a sério. Nesse contexto, em meio a relacionamento e aventuras comuns da universidade, a professora tenta ensinar a Joe o verdadeiro valor da medicina por meio da visão mais humanista de pacientes. O filme serviu de base para a reflexão acerca da importância da humanização do estudante de medicina. A partir dessa ideia, pode-se questionar o ensino médico brasileiro atual em relação às falhas na integração entre os sujeitos na área da saúde e as conseqüências na relação médico-paciente. Essas lacunas podem ser explicadas, dentre vários fatores, por alguns eventos históricos que influenciaram no modo como a medicina é ensinada nas escolas brasileiras. Um exemplo de evento é a interpretação do Relatório Flexneriano, aplicado no século XX, e as suas atuais implicações no cenário brasileiro.Conclusão: Considerando o exposto, pode-se afirmar que a humanização influencia as relações entre os profissionais da 11 saúde e destes com os pacientes. Sendo, portanto, imprescindível, para uma relação harmônica e democrática no ambiente de trabalho, a compreensão e a prática do que é ser humanizado pelos sujeitos envolvidos na saúde. Por isso, faz-se fundamental uma prática mais humana desde a formação de estudantes de medicina. No filme, tem-se o exemplo de experiência de um estudante de medicina, que por meio do aprendizado de enxergar o paciente além da doença para tratá-lo em sua integralidade, desenvolveu habilidades que o levaram a atuar de forma mais humana. Palavras Chaves: Humanização, “O médico irreverente”, relação médico-paciente. Referências: BINZ, Mara Cristina; MENEZES FILHO, Eliezer Walter de; SAUPE, Rosita. Valores Humanísticos em espaço docente assistencial. Novas Tendências, velhas atitudes: as distâncias entre valores humanísticos e inter-relações observadas em um espaço docente e assistencial. Revista Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro, vol. 34, p.28-42, jan/mar 2010. GROSS Anatomy. Produção de Thom E. Eberhardt e roteiro escrito por Howard Rosenman e Mark Spragg. Estados Unidos: Touchstone Pictures, 1989. 1 Videocassete (109 min.): VHS. NTSC, son., color. Legendado. Inglês. 12 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A OBESIDADE E AS CIRURGIAS BARIÁTRICAS Iure Kalinine Ferraz de Souza (Orientador) Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Amanda Gonçalves Cerqueira Florence Costa Faria de Araújo Isabella Azevedo Queiroz Matheus Pereira Gervásio Natália D’arc Queiroz Pimenta Introdução: A obesidade é uma doença crônica que pode acarretar em riscos para saúde do indivíduo, uma vez que é uma condição multifatorial relacionada ao comportamento alimentar, psíquico e físico. Além disso, é uma doença que afeta diretamente os processos de socialização e interação social, já que tem consequências que impactam a construção da identidade pessoal. Quando o paciente não responde satisfatoriamente a intervenções farmacológicas, e tem o IMC superior a 40 kg/m², intervenções cirúrgicas são recomendadas- cirurgias bariátricas. Objetivo: Abordar a obesidade em seus aspectos sociais, definindo-a como um problema de saúde pública e de interação social. Ademais, apresentar os tipos de cirurgias bariátricas, bem como suas implicações no pré e no pós-operatório. Discussão: Hoje, devido ao crescente estigma e suas implicações, a obesidade deixou de ser entendida somente como uma doença biológica, tornando-se um problema social. Nesse contexto, a obesidade é influenciada e sofre consequências dos processos de socialização e de interação social pois seus portadores são, na maioria das vezes, submetidos a um processo de exclusão, tanto nas relações interpessoais, quanto na qualidade ao acesso em locais públicos. Sob a ótica biológica, a obesidade pode causar ou agravar algumas doenças, dentre elas diabetes tipo II e hipertensão. O tratamento de pessoas obesas representa, no investimento público de vários países, o cerca de 2 a 8% do orçamento destinado à saúde. Dentre essa porcentagem incluem-se os recursos destinados as cirurgias bariátricas que podem ser restritivas, absorvitivas ou mistas. A realização da cirurgia bariátrica é, para o paciente, um mecanismo que altera o modo que ele é compreendido pela sociedade e por si mesmo. Para isso, previamente ao procedimento, o paciente deve ser amparado por uma série de profissionais, sobretudo aqueles que lidam com a questão psicológica. Ao passo que a cirurgia bariátrica viabiliza a inserção do indivíduo em parâmetros estéticos vigentes, é importante ressaltar as possíveis complicações que decorrem desse processo que também devem ser consideradas antes da aplicação do tratamento. Conclusão: A ocorrência frequente da obesidade na sociedade, devido principalmente ao estilo de vida moderno, nos ajuda a entender a influência dos imperativos sociais, dissipados pela mídia, acerca do corpo. Além dos prejuízos sociais que essa doença acarreta como a estigmatização do obeso, há também danos fisiológicos ao indivíduo. Por isso, é preciso uma abordagem cuidadosa da doença em seus dois aspectos. Assim, o procedimento cirúrgico pode-se tornar uma opção para a melhora da qualidade de vida do paciente tanto no aspecto biológico por melhorar quadros clínicos quanto no aspecto social, por deixar o indivíduo mais confortável com seu corpo. Mas para isso o sucesso da operação é dependente de um rigoroso acompanhamento multidisciplinar pré e pós-operatório. Palavras Chave: obesidade; cirurgia bariátrica; doença crônica. 13 Referências: MARCUZZO, M.; PICH, S.; DITTRICH, M.G. Construction of body image among obese subjects and its relationship with the contemporary imperatives for body beautification. Interface - Comunic., Saude, Educ., v.16, n.43, p.943-54, out./dez. 2012. FANDINO, Julia et al . Cirurgia bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre , v. 26, n. 1, Apr. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script =sci_arttext&pid=S010181082004000100007&lng=en&nrm=iso>. access on 10 July 2014. 14 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A PROFISSÃO DE “SER MÉDICO” NA REALIDADE BRASILEIRA Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Alba Larissa dos Santos Esperidião Eduardo Nogueira Botinha Felipe Toledo Teixeira Gabriela Moreira do Nascimento Matheus Alves de Lima Renan Ibrahim Neiva Introdução: Análise das implicações.da profissão médica e do “ser médico”, com foco em narrativas biográficas contrastadas com as transformações observadas na sociedade brasileira relacionadas com as expectativas pessoais e sociais da medicina. Objetivo: Caracterizar um perfil profissional da Medicina e levantar as vicissitudes do “ser médico” no Brasil. Métodos: Questionários respondidos oralmente ou por escrito por médicos da Região dos Inconfidentes, selecionados por distinção de idade e períodos de formação. As questões abordaram aspectos como expectativas no início do curso quanto à vida profissional e social, os desafios que enfrentou e os que prevê que possam vir; áreas de atuação mais valorizadas; percepção sobre setores público e privado para essa atuação; sentimento em relação à preparação que recebeu na formação e a atuação profissional; ponto de vista sobre os anseios presentes entre os estudantes de medicina. Resultados: Comparou-se perfis profissionais e ideologias que estes apresentam, relativos à área de atuação e da relação dela com a sociedade. Estabeleceu-se o perfil de graduados em medicina no Brasil relacionado à época de formação, uma vez que esses entrevistados podem ser utilizados como representações metonímicas desses trabalhadores de diferentes períodos. O grupo contemplou alguns dos principais aspectos relativos ao pensamento dos entrevistados na época em que eles se formaram e posteriormente. Por exemplo, um dos entrevistados, formado em 1980, afirmou que a faculdade onde estudou não preparou seus acadêmicos de Medicina daquele período, tão bem quanto poderia, para o mercado de trabalho. Além disso, ele demonstra grande interesse e satisfação pela atuação na área de ensino relacionado aos aspectos sociais da medicina, no setor público. Outro, em oposição, demonstrou preferência quanto ao atendimento em consultório particular, porém ressalva a importância do atendimento pelo Sistema Único de Saúde. Conclusões: Os médicos apresentam interesses distintos quanto à preferência pelo setor de atendimento, público ou privado. Contudo, destaca-se a importância do lado humano do trabalho, fundamental para o crescimento do médico como um profissional de qualidade. Evidencia-se, dessa forma, que, mesmo com o passar do tempo e a inserção do pensamento capitalista na sociedade, que visa a primordialmente acumular capital, o lado social do médico ainda se mostra essencial para o desenvolvimento do profissional. Palavras chaves: Educação Médica ; Mercado de Trabalho; Médicos 15 Referência: SCHRAIBER Lilia Blima . O médico e seu trabalho; limites da liberdade. São Paulo: Editora HUCITEC, 1993. 16 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE II APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PÊNFIGO: UMA ABORDAGEM SOCIAL Olívia Maria de Paula Alves Bezerra (Orientadora) Iuri Ferrari Del Favero Polyana Almeida Barbosa Luiz Lima Ray Almeida Pinho Tavares Pedro Henrique Mageste Heredia da Cruz A comunidade de Antônio Pereira (distrito de Ouro Preto-MG) conta com uma população de 4.441 habitantes, sendo que possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma Equipe de Saúde da Família. Segundo informações colhidas na UBS, dentre as doenças prevalentes no território (hipertensão; diabetes; doenças respiratórias das vias superiores; verminoses; alcoolismo; pênfigo foliáceo endêmico), destaca-se uma na qual o grupo supracitado resolveu intervir com dinâmicas sociais e informativas devido ao alarmante índice de acometimento de pênfigo (16 casos na comunidade resultando numa incidência média de 1 portador para cada 278 indivíduos). Essa incidência, muito acima dos índices estatais brasileiros, do pênfigo foliáceo endêmico, no distrito ouropretano, indica que faz-se necessário uma intervenção no sentido de informar à população local sobre a doença. O pênfigo é uma doença autoimune e de caráter vesicobolhoso que pode acometer membranas, mucosas e pele. Todas as formas de pênfigo caracterizam-se pela perda de adesão celular, levando à acantólise. Essa perda de adesão resulta em formação de bolha intraepidérmica. O pênfigo foliáceo endêmico é um dos tipos de pênfigo, também conhecido como fogo selvagem. Como toda patologia autoimune, este apresenta predisposição genética, mas só se desencadeia mediante influências ambientais. Estudos sugerem que a saliva do mosquito borrachudo, S. nigrimanum, possa ser um fator influente. Outra possibilidade levantada é a de que o contato com compostos cristalinos tais como urato monossódico, beta-amilóide, sílica e alúmen também sejam indutivos. A falta de conhecimento da população acerca da doença leva a uma possível estigmatização dos indivíduos afetados, que, devido às dermatites ocorrentes, apresentam características físicas distintas do restante da população e uma possível discriminação desencadeada pela atribuição de estereótipos negativos. Diante disso, o grupo percebeu quão significante será para a comunidade de Antônio Pereira uma intervenção no sentido de levar informações com vista ao conhecimento e à desmitificação acerca da doença. Por meio de encontros com os pacientes portadores da doença, juntamente com os internos João Antonio Tempesta Baratti e Natália Reis de Carvalho, conhecemos suas situações de saúde (física e emocional). A partir dessas visitas decidimos elaborar uma reunião expositiva buscando informatizar os pacientes, seus familiares e os profissionais de saúde acerca da enfermidade, além de elucidar suas possíveis dúvidas. Além disso, tentando reduzir o possível estigma criado pelo fogo selvagem, elaboramos panfletos e cartazes informativos que apresentam informações simples sobre a doença e sua não 17 transmissão. Esses cartazes foram afixados na Escola Estadual Antônio Pereira e na Unidade Básica de Saúde, locais de relevante fluxo populacional. Os panfletos foram distribuídos, durante a reunião, aos pacientes e familiares e o restante deixado na UBS para que fosse repassado à população.Os integrantes do grupo mostram-se satisfeitos com a reunião realizada, sugerindo a eficácia desse tipo de ação quando se trabalha com a informatização no contexto de atividades em grupo mediadas em famílias que enfrentam diariamente dificuldades semelhantes. Nesse sentido, acredita-se que o projeto foi interessante no sentido de alcançar um maior entendimento e facilidade em lidar com a doença por parte dos pacientes e seus familiares, além de um maior conhecimento e atenção aos mesmos por parte dos profissionais de saúde. Palavras-chave: Pênfigo foliáceo endêmico; Desestigmatização; Informatização. Referências: Aoki V, Sousa JX Jr, Fukumori LM, Perigo AM, Freitas EL, Oliveira ZNP. Imunofluorescência direta e indireta. An Bras Dermatol. 2010;85(4):490-500. MELO, Zélia Maria de. Estigmas: Espaço para exclusão social. Revista Symposium, v. 4, n. especial, dez. 2000. 18 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMPLEMENTAR AO GRUPO DE ATIVIDADES FÍSICAS VOLTADAS AO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE PASSAGEM DE MARIANA, MARIANA - MG Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Déborah Gomes Fernandes Jéssica Alves Lage Silva João Lucas Carvalho Gomes Jorge Fernando de Souza Silva Julia Taira Sarti Penha Lara Eponina Reis Nas ultimas décadas, com a inversão do perfil epidemiológico, as doenças crônicodegenerativas tornaram-se a principal causa de morbimortalidade, em substituição às doenças infectocontagiosas. Associado ao processo de envelhecimento da população, este padrão provoca mudanças na atenção à saúde. O distrito de Passagem de Mariana conta com 533 hipertensos e 128 diabéticos cadastrados na Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS), em um total de 1.011 famílias. Dada a prevalência das doenças crônicas, o PET Saúde - Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em conjunto com a UAPS, estabeleceu proposta de intervenção que visa a melhoria da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) associada à perda de peso e à prática de exercícios físicos, denominado Projeto Hiperative. Com alta adesão dos participantes, as atividades são conduzidas duas vezes por semana na quadra poliesportiva local, com execução de atividades físicas em grupo e discussão de ações que levem a uma melhora no quadro da HAS e na qualidade de vida, promovendo abordagem não medicamentosa no tratamento. De forma integrada, foi desenvolvido este projeto de educação em saúde por acadêmicos do curso de medicina, com o objetivo de esclarecer dúvidas dos participantes sobre a alimentação saudável no controle da hipertensão. Foram realizados sete encontros com o grupo. Os primeiros encontros foram destinados à aclimatação e apresentação entre os discentes e os participantes do projeto; foram escolhidos temas a serem abordados nos quatro encontros conseguintes: “Açúcares e Adoçantes”, “Os Benefícios das Fibras na Alimentação”, “O Uso do Sal na Dieta” e “A Incidência de Câimbras em Pacientes Acometidos Pela HAS”. Foi decidido que, para maior aproveitamento dos temas, usarse-ia uma metodologia educacional mais próxima do contexto cultural dos envolvidos. Os encontros consistiram em uma conversa informal a respeito dos temas, com distribuição de folders que resumiam o assunto e propunham receitas e alimentos que poderiam ser incorporados à dieta, tendo em mente a condição sócio-econômica dos idosos do projeto. Os participantes se mostraram cada vez mais interativos e entusiasmados no decorrer dos encontros, sugerindo a eficácia desse tipo de ação ao promover a educação em saúde no contexto do trabalho em grupo na Estratégia de 19 Saúde da Família. A reunião final da proposta de ação contou com um café da manhã coletivo, e para a conclusão do trabalho foi realizada uma dinâmica sobre os temas abordados nos encontros a fim de avaliar o aproveitamento da proposta pelos idosos do projeto e pelos alunos. Foi constatado ser de suma importância o desenvolvimento de uma metodologia de ensino capaz de transformar conceitos técnicos em informações que gerem mudanças cotidianas, auxiliando na promoção da saúde e na educação em saúde. O trabalho nos possibilitou, também, engrandecimento pessoal no que tange o relacionamento com os participantes. Manter contato com os participantes do Hiperative nos mostrou que simplicidade e força de vontade são condutas extremamente necessárias para que se tenha qualidade de vida. Palavras-chave: Hipertensão; Educação em Saúde; Atenção Primária à Saúde. Referências: FAJARDO, C. A importância da Abordagem não farmacológica da Hipertensão Arterial Sistêmica. Rev. Bras. Med. Fam. Com, Rio de Janeiro, v.1, n. 4, p. 107-118, jan/mar 2006. Disponível em: http://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/30. Acesso em 2/05/2014. AMARAL RP, TESSER CD, MULLER P. Benefícios dos grupos no manejo da hipertensão arterial sistêmica: percepções de pacientes e médicos. Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade. 2013; 8(28): 196-202. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc8(28)762. Acesso em 2/05/2014. 20 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO – ABORDAGEM NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA GONÇALO EM ITABIRITO-MG Leonardo Cançado Monteiro Savassi (Orientador) Bruno Carlos Caixeta Fabiana Duarte Barbosa Iuri Vinícius Valadares Moura Marina Dias Gomes Bar Infante Yasmin Loredana de Souza Siqueira Introdução: O projeto “Promoção da saúde e da qualidade de vida do idoso”, tem enfoque na UBS Vila Gonçalo da cidade de Itabirito e visa atender a grande prevalência de idosos na região. Atuou em conjunto com o projeto Mexa-se, já existente na cidade, relacionado à importância da prática de exercícios físicos pelos idosos. A intervenção baseou-se em quatro vertentes: incentivo à continuidade da prática de exercícios físicos; demonstração da importância da prevenção da gripe com ênfase na vacinação; orientação para o controle diário da pressão arterial e na importância do lazer e da socialização entre os idosos. Objetivos: Conscientizar os idosos sobre a importância de seguir as orientações médicas quanto à ingestão correta dos medicamentos destinados ao controle da hipertensão arterial. Apresentar maneiras de evitar a gripe e outras doenças de igual transmissão por meio de adaptações nas ações cotidianas. Promover a conscientização sobre os benefícios proporcionados pela vacinação contra a gripe, esclarecer os mitos acerca do assunto e divulgar o projeto de vacinação que foi realizado em um dos encontros. Proporcionar um momento de descontração, diversão e interatividade entre os participantes com o intuito de enfatizar a importância da autoestima proporcionada por momentos de lazer para a manutenção da saúde, resultando, juntamente com a ausência de doenças, em uma melhora na qualidade de vida do idoso. Discussão: Em uma primeira visita à UBS Vila Gonçalo, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) foram entrevistados e relataram que a região apresenta predominância de idosos, 2983 pessoas acima dos 40 anos de idade. Também foram coletados dados epidemiológicos da região e pode-se observar a maior incidência de casos de hipertensão (15.85%) em comparação às outras doenças, sendo 1020 casos em 6435 pessoas atendidas pela UBS. De acordo com as informações coletadas pela fisioterapeuta Anna Carolina, responsável pelo projeto Mexa-se, há grande resistência dos idosos quanto à vacinação contra a gripe devido a preconceitos e falta de informação sobre os benefícios da imunização. Sabendo-se que a qualidade de vida do idoso não se baseia apenas na eliminação de doenças, ressalta-se a importância do bemestar promovido pelo lazer e socialização entre eles. A motivação dos idosos repercute em um aumento da autoestima e em redução de sintomas depressivos, tão recorrentes na velhice. Com isso, percebeu-se a necessidade de uma intervenção voltada à terceira idade, que tivesse abordagem em gripe, hipertensão e lazer dos idosos. Conclusão: Os resultados evidenciaram que os idosos apresentavam déficit na compreensão da eficácia da vacina contra a gripe. A intervenção aplicada permitiu o conhecimento sobre hábitos cotidianos para a prevenção da doença, além de incentivar integrantes do grupo a se vacinarem. Em relação à hipertensão, notou-se a existência de dúvidas quanto à alimentação e, principalmente, ao uso correto da medicação, posteriormente esclarecidas. A socialização, a diversão e a autoestima proporcionadas pelas atividades 21 em grupo durante o projeto, ratificaram a percepção de que momentos de lazer são benéficos para a qualidade de vida do idoso. Palavras-chave: Saúde da Pessoa Idosa; Pressão Arterial Alta; Gripe Humana. Referências: Francisco PMSB, Donalisio MRC, Latorre MRDO. Impacto da vacinação contra influenza na mortalidade por doenças respiratórias em idosos. Rev Saúde Pública 2005;39(1);75-81 Meurer ST, Borges LJ, Benedetti TRB, Mazo GZ. Associação entre sintomas depressivos, motivação e autoestima dos idosos praticantes de exercícios físicos; Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v.34,n.3.p.683-695,jul/set. 2012 22 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SALA DE ESPERA: HUMANIZAÇÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MARIANA – MINAS GERAIS Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Graciela Larissa Amaral Rievers Jéssica de Oliveira Jacintho Laura Coimbra Teixeira Melissa Maia Bittencourt Vinícius Leite da Costa Vinícius de Abreu Rocha Identificação do problema: A sala de espera consiste em lugar dinâmico onde as pessoas aguardam o atendimento em saúde e onde estão presentes subjetividades e pluralidades. Humanizar esse ambiente, segundo a Política Nacional de Humanização (PNH) lançada pelo Ministério da Saúde, consiste em priorizar a integralidade e o acolhimento da atenção de forma a aumentar a resolubilidade das necessidades dos usuários. Diante do diagnóstico realizado da Unidade Básica de Saúde (UBS), foi possível perceber um ambiente de sala de espera no qual não há execução de atividades de acolhimento, configurando um ambiente monótono e ocioso, que não alivia o sofrimento e proporciona a sensação de tempo perdido durante a espera para o atendimento. Cenário: Foram identificadas temáticas de maior prevalência na UBS alvo da intervenção, como os quadros de obesidade, verminoses e passividade do usuário diante do cuidado com a própria saúde, abstendo-se desse cuidado e delegandoo aos profissionais da saúde. Diante desse cenário, buscou-se transformar a sala de espera da UBS em um espaço humanizado de integração, formação de consciência crítica e construção da literacia em saúde ao promover educação em saúde por meio da discussão interativa dos temas relevantes para o público alvo. Desenvolvimento: Durante a intervenção, ocorreu a remodelação da sala de espera, que consistiu na confecção e fixação de cartazes a respeito da temática abordada, bem como o uso de recursos audiovisuais. Houve ainda a entrega de cartões informativos, com diferentes mensagens relacionadas aos temas de cada encontro, com especial cuidado em relação àqueles desprovidos da capacidade de ler. Esses materiais contribuíram complementarmente às abordagens interativas no formato de conversa e perguntas e respostas com a população. A prática do diálogo foi selecionada por ser uma situação de comunicação ativa que iguala os interlocutores. Além disso, foi criado um espaço para leitura por meio da montagem de uma biblioteca contendo livros e revistas doados. Principais Resultados: Uma caixa de sugestões foi elaborada como método de respaldo quanto às atividades realizadas durante a intervenção. Diante das avaliações dos usuários foi possível verificar aceitação, receptividade e visão positiva do projeto. Além disso, o “feedback” da população e dos profissionais de saúde durante a realização das atividades de sala de espera foi positivo, uma vez que essa atividade supriu de forma satisfatória uma demanda da UBS. Conclusões: Percebe-se a carência de uma população que se sente importante quando ganha voz e é ouvida. Diante da oportunidade de interação, os usuários se mostraram receptivos às instruções e interessados em compartilhar seus saberes e sanar suas dúvidas. Considerando-se os resultados e a importância da humanização da sala de espera, é necessário o engajamento dos profissionais de saúde da UBS e a cobrança pelos usuários para que 23 ocorra a permanência desse novo modo de pensar a sala de espera e, consequentemente, de acolher o paciente. Palavras-chave: Humanização, Educação em Saúde, Sala de Espera. Referências: JUNGES, J.R; BARBIANI, R.; FERNANDES, R.B.P; PRUDENTE, J.; SCHAEFER, R.; KOLLING, V.. O Discurso dos Profissionais Sobre a Demanda e a Humanização. Saúde Soc. São Paulo, v.21, n.3, p.686-697, 2012. PIMENTEL, A.F.; BARBOSA, R.M.; CHAGAS, M. A musicoterapia na sala de espera de uma unidade básica de saúde: assistência, autonomia e protagonismo. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v.15, n.38, p.741-54, jul./set. 2011. 24 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO INSULINA E VIDA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE FOCADA NO MANEJO E DESCARTE DE INSULINA PELOS DIABÉTICOS NO TERRITÓRIO DO ESF VIDA (CACHOEIRA DO CAMPO, OURO PRETO ⁄ MG) Leonardo Cançado Monteiro Savassi (Orientador) Arthur Vieira Piau Bruno Jhônatan Costa Lima Hertz Bezerra Alves Leonardo Mendes Mesquita Liege Souza Castro IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: A Insulinoterapia é uma medida terapêutica frequentemente aplicada a indivíduos diabéticos do tipo I e do tipo II avançado. O diagnóstico situacional da Unidade de Saúde defrontou o grupo situação de inobservância de algumas regras básicas para o eficaz efeito da medicação em foco e relacionado ao descarte de material contaminante, sendo recorrente na comunidade tal problemática. Fora enfatizado ao grupo a relevância do tema devido a dificuldades no que tange a recursos humanos disponíveis a fim de promover tal ação e a repetição episódica de eventos os quais expunham perigosamente a saúde da população devido ao incorreto descarte do material residual da aplicação da insulina. CENÁRIO: Indivíduos em sua ampla maioria adultos, quantificados em vinte e cinco, residentes as proximidades da Unidade de Saúde e na zona rural, de ambos os sexos. Visitas domiciliares e evento em espaço comunitário. DESENVOLVIMENTO: Em um primeiro momento fora realizada uma visita a ESF a fim de elaborar-se o diagnóstico situacional geral da Unidade. Constatou-se a necessidade e importância de trabalhar-se com a temática escolhida. Nas semanas seguintes foram realizadas visitas domiciliares com acompanhamento dos agentes comunitários de saúde as casas dos pacientes insulinodependentes com objetivo de orientá-los acerca das práticas mais adequadas de armazenamento, descarte e reutilização dos materiais envolvidos no uso da insulina. Por fim, foi organizado um evento, para o qual todos os pacientes visitados foram convidados, realizado em salão comunitário próximo a unidade de saúde. O evento contou com a presença da enfermeira e a nutricionista responsáveis pela população adstrita e consistiu em dinâmicas lúdicas focadas na transmissão de informações e esclarecimento de duvidas sobre a doença. Para tanto, foi realizada breve palestra complementada com vídeos, além de uma dinâmica de perguntas e repostas que abordaram questões sobre a fisiopatologia do Diabetes Mellitus, importância de uma dieta equilibrada e da atividade física no tratamento. Ao final do encontro, houve um confraternização com alimentos dietéticos e frutas, com concomitante apresentação de receitas adequadas, para mostrar que a alimentação pode ser saudável e também palatável. PRINCIPAIS RESULTADOS: Os principais resultados verificados no projeto foram esclarecimentos por parte da população insulinodependente e seus familiares a cerca do armazenamento e transporte adequados da insulina, bem como dos métodos corretos de descarte das ampolas e seringas utilizadas. Houve também 25 intervenções que contribuíram para reforçar a necessidade de um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada e prática de atividades físicas. CONCLUSÃO: Diante disso, conclui-se que a educação em saúde empreendida no evento lúdico-instrutivo esclareceu todas as dúvidas manifestadas e, além disso, forneceu recomendações importantes relacionadas ao armazenamento, uso e descarte adequado acerca das seringas e agulhas utilizadas no tratamento dos indivíduos insulinodependentes. Palavras-chave: Insulina. Educação em Saúde. Diabetes Mellitus tipo I. Diabetes Mellitus tipo II. Referências SOUZA, Carla Regina de e ZANETTI, Maria Lúcia. Administração de insulina: uma abordagem fundamental na educação em diabetes. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2000, vol.34, n.3, pp. 264-270. JACOBSON, Alan M. The psychological care of patients with insulin-dependent diabetes mellitus. New England Journal of Medicine, v. 334, n. 19, p. 1249-1253, 1996. 26 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS HIPERTENSÃO – EM BUSCA DO BEM VIVER Adriana Maria de Figueiredo (Orientadora) Gláucia Juliana Neubaner Dueli Hallan Reis Trindade Juliana Souza Amorim Luiz Eduardo de Freitas Xavier Paula Figueiredo Oliveira Paula Ohana Rodrigues Identificação do Problema: A Hipertensão Arterial Sistêmica caracteriza-se por níveis de pressão arterial elevados, associados às alterações hormonais e metabólicas. Quando se encontra em estágio avançado proporciona lesões graves em órgãos alvo como coração, rins, retina e cérebro (CHAVES, 2006). Sua prevalência estimada na população brasileira adulta é de 15-20%, sendo que, entre a população idosa, chega a 65%. Cenário: O projeto Em Busca do Bem Viver foi uma ação realizada por um grupo de acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto que propôs ações de ensino e promoção da saúde a um grupo de idosos da equipe de Saúde da Família (ESF) Bem Viver, do distrito Cachoeira do Campo, pertencente à Ouro Preto, MG. A ESF tem 5300 pacientes, sendo que destes, 811 são portadores de hipertensão (aproximadamente 15% do contingente atendido), configurando este último grupo, o foco de nossa proposta. Desenvolvimento: Após diagnóstico situacional da comunidade, foram realizadas reuniões semanais, acompanhadas pelos internos da ESF, em que foi desenvolvida ação de intervenção intencionada à orientação e ao estímulo à mudança de hábitos. Assim, no decorrer de três semanas, as pessoas portadoras de hipertensão que se propuseram a participar do grupo operativo puderam esclarecer dúvidas sobre a doença, aferir a pressão, tomar conhecimento sobre as possíveis complicações decorrentes da hipertensão, e receber orientações sobre atividade física, medicamentos, e alimentação a fim de se obter melhoras na condição fisiopatológica, social e emocional dos pacientes. Para isso, o grupo realizou dinâmicas lúdicas para abordar a importância do uso correto de medicamentos, da realização de atividades físicas leves e da adesão a hábitos alimentares saudáveis - visando à menor ingestão e à substituição de alimentos ricos em sódio por alternativas viáveis. Vale ressaltar que o trabalho em grupo tem importância fundamental no que diz respeito à interferência positiva no âmbito social e emocional dos que participaram. Principais Resultados: Além do aprendizado que o projeto promoveu para nós alunos, tanto em relação ao maior saber sobre a hipertensão como a aquisição de experiência, proporcionada principalmente por se trabalhar com pessoas idosas, foi satisfatório constatar, por meio de perguntas sobre a hipertensão e diálogo aberto a críticas e sugestões, que os integrantes do grupo também aprenderam e se agradaram com o projeto. Conclusões: Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas estratégias de controle da hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso como de fazê-lo seguir o tratamento (Brasil, 2006). Assim, trabalhar em grupos operativos apresenta-se como um recurso eficiente para a Atenção Primária interferir positivamente na saúde da população. Palavras-chave: Hipertensão; Promoção da saúde; Atenção Primária à Saúde. 27 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde / Brasília, 2006 CHAVES, Emília Soares. Eficácia de programas de educação para adultos portadores de hipertensão arterial. Rev Bras Enferm, v. 59, n. 4, p. 543-7, 2006. 28 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SOCIALIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA: ATIVIDADES FÍSICAS NA RECUPERAÇÃO DE PACIENTES COM SEQUELAS DE AVE ATENDIDOS PELA EQUIPE NOVA ALIANÇA – CACHOEIRA DO CAMPO, OURO PRETO (MG) Leonardo Cançado Monteiro Savassi (Orientador) Beatriz Pimenta de Paula Gisely Santos Silveira Jaquelyne A. S. L. Ferreira da Silva Júlia Rossi e Silva Thayanne Cotta Almeida Cenário: Após realização de um diagnóstico situacional da Unidade Básica de Saúde em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto- MG, Estratégia Saúde da Família (ESF) - Equipe Nova Aliança, constatou-se onze pacientes que se enquadravam como vítimas de acidente vascular encefálico (AVE), que apresentavam sequelas físicas e que estavam desmotivados e desamparados física e psicologicamente. Identificação do problema: O AVE é hoje uma das causas mais frequentes de disfunção neurológica que ocorre na população adulta, e seu quadro é definido como um evento patológico agudo desencadeado pela oclusão ou hemorragia de vasos do encéfalo (Lo, 2003). Sabe-se que a maioria dos pacientes sobrevive ainda por muitos anos e frequentemente apresentam deficiência da mobilidade motora (hemiplegia), na linguagem, no aprendizado e/ou na memória. Neste aspecto, observou-se a necessidade de amparo dos pacientes e promoção da integração destes entre si e com a equipe interdisciplinar de saúde. Desenvolvimento: De acordo com Costa & Duarte (2002) um programa regular de atividades físicas e recreativas pode alterar significativamente a qualidade de vida de indivíduos com sequela de AVE, aumentando a autonomia e as capacidades funcionais, melhorando aspectos físicos, atuando na prevenção de quedas e impactando até mesmo a saúde mental. Desta forma, foram feitas duas visitas domiciliares para se conhecer os pacientes de forma a delinear um subsequênte enquadramento das atividades físicas que estes poderiam realizar, e que após análise da equipe envolvida, foram promovidas em dois encontros na quadra da comunidade com a supervisão de médico, terapeuta ocupacional e parceria com o departamento de Educação Física da Universidade Federal de Ouro Preto, além do auxílio do transporte fornecido pela Secretaria de transportes do município. Nestes encontros foram realizados alongamentos e atividades físicas préestabelecidos pela equipe, além de momentos informais de integração entre os pacientes, equipe de saúde e estudantes. Principais resultados: Observou-se que os pacientes, apesar de terem dificuldades de locomoção (grande maioria) aderiram ao projeto e compareceram aos encontros promovidos na quadra. Estes se mostraram muito satisfeitos com a proposta do projeto e julgam ser este um importante instrumento de promoção de qualidade de vida, além de ter proporcionado um ambiente acolhedor e de integração, muitas vezes privado para a maioria. Os pacientes apresentam necessidades físicas específicas e, portanto, os exercícios também tiveram suas limitações. No último encontro foi entregue a cada paciente um guia de atividades físicas desenvolvido 29 especificamente para cada um deles, descrito pelo Professor de Educação Física que nos acompanhou, proporcionando-os a continuidade do desenvolvimento das atividades diariamente. Conclusões: Conclui-se que a promoção da integração entre os pacientes são tão fundamentais quanto a prática das atividades físicas. Os encontros permitiram um momento de relexão e de valorização da vida, além de despontarem uma motivação e satisfação maiores perante a realidade de todos os envolvidos. Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico; qualidade de vida; socialização. Referências: COSTA, A. M.; DUARTE, E. Atividade física e a relação com a qualidade de vida, de pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 10, n. 1, p. 47-54, jan. 2002. Disponível em: http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/53463.pdf. Acesso em: 18 de Maio, 2014. Lo EH, Dalkara T, Moskowitz MA (2003) Mechanisms, challenges and opportunities in stroke. Nature Rev Neurosci 4:399-414. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3595043/. Acesso em: 18 de Maio, 2014. 30 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PREVENÇÃO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM SANTA RITA DE OURO PRETO Leonardo Cançado Monteiro Savassi (Orientador) Olívia Maria de Paula Alves Bezerra (Orientadora) Bruno Roberto Freiria Henrique Santiago França Maria Elisa Vasconcelos Monique Moura Vinicius Scandiuzzi IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Doenças respiratórias, por definição são as doenças que afetam o trato e os órgãos do sistema respiratório sendo um assunto de relevância mundial (FORNAZARI et al., 2003). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estas doenças representam cerca de 8% do total de mortes em países desenvolvidos e 5% em países em desenvolvimento (MARTINS et al., 1996). No Brasil, em 2001, as doenças respiratórias ocuparam o segundo lugar de maior frequência de internações no SUS correspondendo a 16% das internações (TOYOSHIMA et al., 2005). Uma vez identificadas como importante agravo à saúde é preciso reconhecer que existem fatores que influenciam no desenvolvimento de doenças respiratórias como: tabagismo, poluição atmosférica, substâncias alergênicas, agentes ocupacionais, entre outros (WHO, 2007). CENÁRIO Santa Rita de Ouro Preto é um distrito de Ouro Preto / MG, possui 4236 habitantes (IBGE, 2010). Dentre as atividades econômicas predominantes estão: o artesanato com a pedra sabão e produção de carvão vegetal e que são sabidamente atividades ocupacionais de risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas como a antracose e a talcose. A atenção primária possui sua sede na Unidade Básica de Saúde Veredas que abriga dois grupos de Estratégia de Saúde da Família: ESF Veredas e ESF Pedra Sabão que registra como os principais agravos à saúde: as doenças respiratórios, inclusive há 8 oxigêniodependentes, doenças ósseo-articulares e dermatológicas. DESENVOLVIMENTO Abordou-se, através da exposição de peças sintéticas, o funcionamento fisiológico sistema respiratório, com explicação das patologias: doenças respiratórias agudas como gripes e resfriados, doenças crônicas como pneumoconioses, explanação de como os fatores de risco como tabagismo, trabalho em carvoarias e artesanato com pedra sabão, sem os devidos cuidados, levam às patologias e as formas de prevenção. Foram realizados três encontros na Escola Estadual José Leandro tendo como público alvo cerca de 280 alunos do 9º ano, 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Os encontros consistiram em parte expositiva com duração de 20 a 30 minutos com posterior discussão sobre os temas abordados. PRINCIPAIS RESULTADOS Através das discussões realizadas obteve-se relatos de alunos relacionando os temas apresentados com o seu dia-a-dia e suas experiências prévias, apresentando algum caso particular sobre os temas abordados ou mesmo casos de pessoas próximas a eles e passou-se a discutir de que maneira o que foi exposto pelo grupo poderia ser aplicado e passado para terceiros em forma de informações, visando o entendimento das doenças, a minimização de fatores de risco e tentativas de mudanças de hábitos e atitudes que gerem riscos de desenvolver doenças respiratórias. CONCLUSÃO É notório afirmar que a educação em saúde se faz de maneira eficaz através da problematização, pois assim as pessoas conseguem se enxergar como atores de sua própria saúde, dessa forma 31 o grupo tentou fazer com que os participantes desse projeto conseguissem assumir esse papel de atuantes na sua saúde e através de informações disponibilizadas a eles transformá-los em disseminadores da educação em saúde. Palavras Chaves: Doenças Respiratórias – Educação em Saúde – Doenças Ocupacionais Referências: FAÇANHA, M. C.; PINHEIRO, A. C. Doenças respiratórias agudas em serviços de saúde entre 1996 e 2001, Fortaleza. CE. Revista Saúde Pública, v. 38, n. 3, p. 346-50, 2004. Acesso em 29/05/2014, às 17:00. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v38n3/20649.pdf FORNAZARI, D. H.; MELLO, D. F.; ANDRADE, R. D. Doenças respiratórias e seguimento de crianças menores de cinco anos de idade: revisão da literatura. Revista Brasileira Enfermagem, v. 56, n. 6, p. 665-8, 2003. Acesso em 28/05/2014, às 13:59. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v56n6/a15v56n6.pdf 32 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS FORMULÁRIO DE CIRURGIA AMBULATORIAL George Luiz Lins Machado Coelho (Orientador) Francisco Patrus Ananias de Assis Pires Filipe Mateus Costa Teixeira Gustavo Moreira Madeira Sávio Henrique de Souza Almeida Túlio Felício da Cunha Rodrigues Introdução: Observa-se atualmente um crescente desenvolvimento das técnicas cirúrgicas ambulatoriais. Os novos métodos anestesiológicos, os avanços na área farmacológica, a incorporação de recursos para prevenção da dor e do vômito e a melhoria da qualidade dos estabelecimentos e do sistema de saúde têm contribuído para o avanço da cirurgia ambulatorial em nível regional e nacional. Desse modo, os critérios para seleção dos pacientes se reestruturam e se reafirmam, conforme as indicações para esses procedimentos: é necessário que os pacientes sejam hígidos ou com distúrbio sistêmico moderado decorrente de doenças crônicas, não demandem cuidados especiais no pós-operatório e garantam um acompanhante adulto, lúcido e previamente identificado. Tendo-se em vista essa crescente realização de cirurgias ambulatoriais e a eminente demanda por incremento nos critérios e na classificação dos pacientes recomendados para esse tipo de procedimento, a criação de um banco de dados com informações básicas de cada paciente faz-se indispensável. Dados como estado de saúde geral, risco cardiovascular, distúrbios pulmonares, endócrinos, renais, hepáticos, neurológicos, hábitos de vida e história familiar são de suma importância. Esses dados surgem como ferramentas para reduzir os riscos no contexto pré-operatório, ajudar na indicação do procedimento, elaborar um mapa epidemiológico e melhorar os índices de saúde gerais. Objetivos: Desenvolver um formulário completo para criação de um banco de dados capaz de armazenar dados do pré e do pós operatório do paciente. Isso permitiria a análise dos resultados encontrados para, assim, reforçar ou refutar a indicação do procedimento e permitir um acompanhamento completo do paciente. Métodos: Utilizando o programa Epi Info7, será criado um formulário, contendo identificação de cada paciente, considerações do pré-cirúrgico, história pregressa, procedimento a ser realizado e bases do pós-cirúrgico. Após a formulação das fichas será realizado um teste do formulário com um banco de dados fictícios e, então, serão analisados os resultados, usando-se a ferramenta Analysis do programa Epi Info, para verificar a funcionalidade e efetividade do formulário. Resultados: Espera-se criar um formulário completo e prático, capaz de relacionar a condição do paciente, sua classificação ASA, tipo de procedimento, risco cirúrgico,entre outros, funcionando como um elemento facilitador das classificações pré-operatórias. Além disso, espera-se facilitar um direcionamento para avaliação de parâmetros indispensáveis para cada tipo de procedimento a ser realizado, bem como produzir dados que auxiliem na promoção de saúde pública. Conclusões: A avaliação pré-operatória das condições de saúde constitui uma sistematização da busca por fatores que possam aumentar o risco cirúrgico do paciente e o uso da tecnologia como instrumento de auxílio da medicina apresenta grande valor. Especificações do tipo de procedimento a ser realizado, além de facilitarem a abordagem dos cuidados necessários, trazem também dados benéficos para 33 população em geral, por serem capazes de facilitar no desenvolvimento de políticas de prevenção e cuidado mais bem direcionadas. Palavras-chave: cirurgia; formulário; epiinfo7. Referências: Santos, José Sebastião dos; Sankarankutty, Ajith Kumar; Salgado Jr,Wilson; Kemp, Rafael; Leonel,Elias Paim; Castro,Orlando; Silva Jr; Cirurgia Ambulatorial: do conceito à organização dos serviços e seus resultados Petroiano, Andy; Miranda, Marcelo Eller; Oliveira, Reynaldo Gomes; Blackbook Cirurgia, Blackbook Editora, primeira edição. 34 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS EPI INFO COMO FERRAMENTA NA ELABORAÇÃO DE UM BANCO DE DADOS PARA AUXILIAR O ATENDIMENTO NA PRÁTICA ENDOCRINOLÓGICA George Luiz Lins Machado Coelho (Orientador) Aline Sanches Oliveira Carla Gomes de Paiva Lauanny Ribeiro Aguiar Luana Almeida Silveira Sebastião Leonardo Silva Leite Introdução O EPI INFO é um software estatístico de domínio público, criado pelo Centers for Disease Controland Prevention, que vem sendo um instrumento essencial para os estudos epidemiológicos. Trata-se de um programa de fácil manuseio, podendo ser executado por diversos profissionais que trabalham na área da saúde. O EPI INFO oferece ferramentas simples que permitem a criação de banco de dados, formação de gráficos, gerenciamento e análise estatísticas das informações coletadas. Sendo um utensilio para recrutamento de dados, o sistema operacional EPI INFO pode auxiliar assim na formulação de um prontuário eletrônico, a fim de facilitar o manuseio das informações obtidas durante uma consulta médica endocrinológica. A endocrinologia é uma especialidade muito abrangente quando se refere aos sinais, e sintomas, uma vez que os hormônios são produzidos tanto por glândulas endócrinas quanto por órgãos que possuem células secretoras de hormônios, sendo que, essas substâncias são fisiologicamente ativas e transportadas pelo sague para atingir seus pontos alvos. Desta maneira a coordenação do estudo semiológico das glândulas endócrinas apresenta alguma dificuldade em virtude da ação sistêmica dos hormônios. Objetivo O presente trabalho tem como finalidade elaborar um formulário que auxiliará no cadastro dos pacientes e na organização das informações adquiridas no decorrer do atendimento ambulatorial, além de possibilitar a análise estatística destes dados posteriormente. Discussão Sabe-se que há uma interação inexorável entre o sistema nervoso e o endócrino, sendo responsáveis pela homeostase do organismo como um todo, pelas alterações diretas e indiretas que o corpo do indivíduo sofre durante seu crescimento e desenvolvimento. Todavia para se chegar ao diagnóstico dos distúrbios endócrinos, de acordo com a literatura, “é necessário um exame clinico mais abrangente, tendo em vista a heterogeneidade dos sintomas, quase inteiramente decorrente das alterações funcionais”. O banco de dados desenvolvido através do EPI INFO possibilitará o direcionamento e padronização dos atendimentos, sistematizando as avaliações realizadas pelo endocrinologista. Desta maneira se faz necessário a criação de uma página inicial de identificação, onde constará as informações pessoais do paciente. Na segunda página, um espaço disponível para o médico preencher a queixa principal e a história da moléstia atual. Adiante, perguntas direcionadas à anamnese, sucedidas de questões sobre a história patológica pregressa, familiar, história social/hábitos de vida, exame físico geral e finalizando com a hipótese diagnostica, exames solicitados e 35 conduta a ser tomada. Conclusão: É indispensável um prontuário que englobe o maior conteúdo de informações possíveis, para que o médico possa avaliar com mais segurança as condições do paciente, e ter subsídios para fechar o diagnóstico e a conduta a ser tomada. Ademais, a substituição do prontuário de papel pelo prontuário eletrônico será relevante, uma vez que, haverá perguntas direcionadas a endocrinologia, sua rastreabilidade se tornará mais rápida e eficiente, podendo também evitar extravios inconvenientes. Palavras Chaves: Endocrinologia, Formulário, Epidemiologia. Referências: Centers for Disease Controland Prevention – http://wwwn.cdc.gov/epiinfo/, acessado dia 16 de junho de 2014. Disponível PORTO, C.C. Semiologia Médica – 6ªed. Rio de Janeiro – Guanabara Koogan, 2012. 36 em APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA EPI INFO PARA A CONSTRUÇÃO DE BANCO DE DADOS E ANÁLISE ESTATÍSTICA A PARTIR DE CONSULTAS GINECOLÓGICAS George Luiz Lins machado Coelho(Orientador) Jacqueline Braga Pereira (Orientadora) Geiza das Dores Conceição Laís Sato dos Santos Maria Alice Matias Cardoso Rafael Henrique Aparecido Ferreira Raíssa Fernanda Rodrigues Ribeiro Introdução: O Programa Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), criado em 1983, tem por objetivo a atenção à saúde da mulher com a abordagem direcionada às doenças ginecológicas prevalentes, como o câncer de mama e o de colo de útero, prevenção e tratamentos de doenças sexualmente transmissíveis, além da assistência às vítimas de violência. Diante da relevância da atenção integral à mulher, evidente na criação do PAISM e na representatividade dessa população dentre a geral, especialmente, dentre a comunidade ouropretana, foi desenvolvido uma ficha para banco de dados no software Epi Info para consultas Ginecológicas. Serão abordados no registro das pacientes a anamnese, o exame físico geral da mulher e o exame ginecológico.Objetivos: O trabalho tem como proposta aprimorar e facilitar o preenchimento do prontuário das pacientes pelos acadêmicos e profissionais da área de saúde durante o atendimento em ambulatório de ginecologia da Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP, além de permitir maior aproveitamento deste aparato para futuros projetos de pesquisa e extensão, a partir da análise dos dados vigentes.Discussão: O programa Epi Info, de domínio público, é um sistema de processamento de texto, banco de dados e análise estatística para uso em epidemiologia. Permite a transformação direta de um questionário em banco de referências, além de fácil programação para entrada e análise das informações colhidas. Dessa forma, o presente trabalho pretende informatizar, a partir das ferramentas deste software, os prontuários das pacientes de área de Ginecologia, de modo que os dados possam ser compartilhados na rede digital de saúde local de forma padrão e segura, reduzindo a perda desses arquivos. Apartir disto, acreditamos ser possível a busca de novas alternativas para aprimorar a assistência das mulheres de Ouro Preto e região, a partir do uso e processamento de dados da incidência e prevalência de determinada patologia, por exemplo. Além disso, o uso deste programa na atenção básica de saúde , pode tornar possível o direcionamento da conscientização das pacientes sobre a importância do cuidado integral da saúde da mulher.Conclusão: A escolha pelo método de preenchimento e análise de dados do Epi info foi realizada porque o programa possui ferramentas que propiciam organização e segurança de informações colhidas em consultas ginecológicas. Também desenvolve, nos acadêmicos e profissionais da área de saúde, habilidade de comunicação, pela facilidade do acesso às informações pregressas e o consequente cuidado direcionado com as pacientes que serão atendidas por eles. Palavras-chave: Saúde da mulher, Análise de Dados, Prontuário Eletrônico. 37 Referências: SOUSA, Maria Helena de; SILVA, Nilza Nunes da. Comparação de softwares para análise de dados de levantamentos complexos. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 6, Dec. 2000. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102000000600013&lng=en&nrm=iso>. access on 17 June 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102000000600013. OLIVEIRA, Wágna Maria de Araújo et al . Adesão de mulheres de 18 a 50 anos ao exame colpocitológico na estratégia saúde da família. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. serIII, n. 7, jul. 2012 . Disponível em <http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087402832012000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 jun. 2014. http://dx.doi.org/10.12707/RIII11139. 38 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ELABORAÇÃO DE PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DE PSIQUIATRIA UTILIZANDO-SE DO EPI INFO George Luz Lins Machado Coelho (Orientador) Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira Fernanda Linhares de Carvalho Pereira Larissa Meireles Braga Ligiane Figueiredo Falci Rayanna Mara de Oliveira Santos Pereira Introdução: O prontuário do paciente é um importante documento no atendimento médico, além de ter valor legal. É fundamental a elaboração de um prontuário em todas as áreas da medicina, pois ele contém informações sobre o paciente, como a identificação do mesmo, dados de caráter socioeconômico e de saúde. Na Psiquiatria o prontuário tem as informações tradicionais da clínica, mas também contém a história clínica psiquiátrica e o exame do estado mental do paciente. Para facilitar o acesso aos prontuários pelos médicos, assim como a sua elaboração, foi proposta a criação de um modelo de prontuário psiquiátrico eletrônico usando o Epi Info com intuito de implantálo nas Unidades Básicas de Saúde de Ouro Preto. A digitalização de prontuários agiliza o arquivo das informações médicas além de reduzir os custos de operação. Em 2007, o Conselho Federal de Medicina aprovou as regras para a digitalização do prontuário, assim como o uso de sistemas informatizados para acesso e guarda desses documentos. Objetivo: Montar um modelo de prontuário psiquiátrico eletrônico utilizando o software Epi Info. Métodos: Foi escolhido o Epi Info para criar o prontuário por ser um software de fácil manuseio, de não necessitar de muitos recursos para seu uso e permitir a criação de questionários e formulários de entrada de dados. Após pesquisa bibliográfica e conversa com professores de psiquiatria da Universidade Federal de Ouro Preto, elaborou-se um modelo de prontuário eletrônico psiquiátrico. Resultados: O modelo de prontuário eletrônico criado contém uma página inicial, na qual há identificação do paciente e condições sócio-econômicas. Em seguida, se tem acesso ao link 1ª consulta, onde estão presentes formulários sobre anamnese (que inclui além das informações pessoais e queixa principal, a história psiquiátrica, os antecedentes mórbidos pessoais, hábitos e antecedentes familiares) anamnese especial, exame físico, exame neurológico, exame do estado mental atual, exames complementares, hipótese diagnóstica e conduta médica. Há também outro link, o de consultas de retorno, onde o médico poderá anotar quais foram as evoluções no tratamento do paciente, as novas queixas e condutas realizadas. Conclusões: Um prontuário que consta informações completas sobre a história de vida do paciente é imprescindível para a compreensão sobre quem ele é, quais são suas queixas e quais condutas tomar. Na Psiquiatria então, saber como foi o desenvolvimento físico, intelectual e afetivo é fundamental, por isso o prontuário eletrônico elaborado contém formulários a respeito desses assuntos. Uma das vantagens do prontuário proposto é abordar todos os itens que devem constar em uma consulta psiquiátrica, de modo a deixar o prontuário do paciente bem completo. Segundo Patricio et al. (2011), o prontuário eletrônico aumenta a qualidade de preenchimento dos prontuários e há melhor controle das medicações prescritas ou usadas anteriormente. Através do software Epi Info, é possível fazer análise epidemiológica do banco de dados construídos, o que pode contribuir com eventuais pesquisas. 39 Palavras-chave: semiologia; prontuário; psiquiatria. Referências: PATRICIO, C.M.; MAIA, M.M.; MACHIAVELLI, J. L. & NAVAES, M. A. O prontuário eletrônico do paciente no sistema de saúde brasileiro: uma realidade para os médicos? Scientia Medica, Porto Alegre, volume 21, número 3, p. 121-131, ago. 2011. Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/view/8723/6722p hp/scientiamedica/article/view/8723/6722. Data de acesso: 16 de junho de 2014. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed Editora S. A., 2008. 440 p. 40 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PROJETO CRESCER: IMPLANTAÇÃO DE PRONTUÁRIO ELETRÔNICO NO AMBULATÓRIO DE PEDIATRIA DA UFOP George Luiz Lins Machado Coelho (Orientador) Célia Maria da Silva (Orientadora) Carolina de Almeida e Silva Flávia Pádua Tavares Gabriela Ribeiro Salim Nogueira Helena Távora de Senna Albuquerque Guimarães Linamar Salomé Santana Machado Introdução: O registro das informações dos pacientes é uma tarefa diária de suma importância na prática médica. No ambulatório de pediatria da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), registrar de maneira clara e completa os dados e as queixas dos pacientes é fundamental para garantir a qualidade das futuras consultas. Dessa forma, os prontuários devem ser de fácil compreensão para que seja possível o acesso simplificado às informações colhidas em consultas anteriores em vista razão da rotatividade dos alunos que atendem nessa disciplina. Apesar de o prontuário em papel ser utilizado há muito tempo, o avanço da tecnologia possibilita a criação de prontuários eletrônicos que são fáceis de usar, são econômicos e capazes de armazenar maior quantidade de dados. Além disso, inconveniências como a perda do prontuário em papel ou a não compreensão da grafia de alguns profissionais são minimizadas com a implantação de prontuários eletrônicos. Tendo em vista os benefícios deste tipo de prontuário e com o intuito de cumprir com o que foi proposto pela disciplina de “Epidemiologia nos Serviços de Saúde”, decidiu-se por criar um modelo de prontuário pediátrico eletrônico, utilizando o programa Epi Info. Objetivos: Produzir um modelo de prontuário eletrônico utilizando o programa Epi Info, para ser introduzido nos ambulatórios de pediatria da UFOP, com o intuito de facilitar e melhorar a administração dos registros médicos. Métodos: Utilização do Software Epi Info para a criação do prontuário eletrônico tendo como base principal a Caderneta de Saúde da Criança. Para fins metodológicos foi definido que a faixa etária englobada seria de crianças entre 0 e 12 anos de idade, distribuídas de acordo com as seguintes subdivisões: 0 a 28 dias, 29 dias a 2 anos e 2 a 12 anos. Resultados: Prontuário eletrônico funcionante e disponível para a implantação no Ambulatório de Pediatria da UFOP. Conclusões: É sabida a importância de um registro eficiente das informações colhidas na consulta médica, bem como a praticidade e a comodidade conferida pelos prontuários eletrônicos. Desse modo, aproveitou-se a oportunidade fornecida pela disciplina para a criação de um modelo a ser proposto ao ambulatório de pediatria da UFOP. Espera-se assim, que este contribua para facilitar os atendimentos realizados e a análise epidemiológica dos dados obtidos. Palavras-chave: Prontuário; Pediatria; Eletrônico. 41 Referências: MINISTÉRIO DA SAÚDE. PASSAPORTE DA CIDADANIA. Caderneta de Saúde da Criança - Menino. Brasília – DF. 2013. 8ª edição. OLIVEIRA, Renato Gomes de. Blackbook de Pediatria. Editora Blackbook. 4 Edição. 810 páginas. 42 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS O EPI INFO NO AUXÍLIO DAS CONSULTAS CARDIÓLOGICAS E NEFROLÓGICAS Vinícius Tostes Carvalho (Orientador) Fernanda Pinheiro Manhães Ludmila Moreira Cruz Luisa Guimarães Hofner Luiz Gustavo Pedro Fonseca Abdo Rocha Introdução: A importância de se desenvolver uma ficha de cadastro para as especialidades de cardiologia e de nefrologia se dá pela necessidade de organizar, por exemplo, os bancos de dados de um hospital e para facilitar a criação de uma possível análise estatística de dados para, por exemplo, pesquisas de prevalência de doenças e de exames mais pedidos pelos médicos para um estudo realizado por entidades especializadas e planos de saúde. Para isso, existem meios para se criar as fichas de cadastro, como o programa Epiinfo. Objetivo: Produzir uma ficha de cadastro no programa de computador Epi Info™ 7 com as principais informações e variáveis a serem coletadas pelos médicos das áreas de Cardiologia e Nefrologia, durante a anamnese do paciente. Essa ficha de cadastro poderá representar uma possível complementação dos atendimentos, realizados nas áreas em questão, no posto de saúde da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Discussão: A precariedade da busca e da organização de dados nos centros de saúde do Brasil obriga o desenvolvimento de meios eficazes de se colher informações de forma que facilite a visualização delas por outros médicos e a coleta de informações para realização de pesquisas, para que se possam direcionar as políticas públicas para as áreas mais defasadas na saúde brasileira. Além dessa maior facilidade de acesso às informações colhidas, a criação de fichas dos pacientes facilitará também a realização de uma anamnese digitalizada por esses profissionais, já que a ficha conterá variáveis pré-determinadas a serem selecionadas pelo médico, além de espaços para ele colocar as suas próprias observações, graças aos recursos do programa Epi Info™ 7. Por fim, essas fichas também podem servir, eventualmente, para orientar os profissionais a cerca das principais informações a serem coletas na anamnese do paciente de acordo com as áreas específicas, como resultados de eletrocardiograma e quadro de pressão arterial sistêmica, no âmbito de cardiologia; e resultados de função renal e coloração da urina, no âmbito de nefrologia, por exemplo. Conclusão: A busca por uma organização dos dados de um paciente em um determinado posto de saúde faz com que seja necessário o desenvolvimento de algum meio de se coletar esses dados. Para isso, a produção de um banco de dados é de extrema importância e um meio de se fazer isso é a partir do programa Epi Info™ 7, maneira fácil e rápida de se armazenar e relacionar dados tanto para uma organização 43 interna das informações de um centro de saúde, como para a facilitação de pesquisas que tenham como finalidade a melhora da saúde no Brasil, principalmente a pública. Palavras-chave: Cardiologia, Nefrologia e Formúlario. Referências: L Ó P E Z , M a r i o ; L A U R E N T Y S - MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico. 5.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2009. http://www.saude.ba.gov.br/direg/images/arquivos/protocolo_regulacao_nefrologia.pdf. Acesso em: 19 de junho de 2014 44 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS APLICAÇÃO DO EPI INFO PARA MELHORIA DO ACESSO AOS DADOS NA MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Rodrigo Pastor Alves Pereira (Orientador) Bianca Silveira Eric Morais da Costa Braga Daniel Magalhães Nobre Iara Proença Xavier Marcio Massao Santana Sueto Mariane Habib Sales de Paula Introdução: A medicina de família e comunidade é uma especialidade da Medicina em que os médicos atuam em postos e outros serviços de Atenção Primária em Saúde, incluindo os do Programa de Saúde da Família (PSF), prestando atendimento médico geral, integral e de qualidade a indivíduos, famílias e comunidades. Objetivos: Este trabalho visa introduzir o programa Epi Info em locais onde atuam os médicos de família para melhorar o acesso às informações dos pacientes e suas respectivas famílias, além da possibilidade de realizar análises estatísticas e construir um banco de dados para facilitar o atendimento médico. Métodos: Foram utilizadas as ferramentas do programa Epi Info, tais como criação de formulários e de banco relacional, para a construção do trabalho. Resultados: Houve a criação de uma ficha de cadastro, contendo espaço para preenchimento de todos os dados dos pacientes, assim como um banco relacional que associa o paciente com o restante da família e os principais sinais e sintomas relacionados à Medicina de Família. Foram criadas também fichas de acompanhamento para hipertensos, diabéticos e gestantes, atendendo às principais necessidades e queixas de cada paciente. Conclusões: A construção desse projeto permite um acesso prático aos dados dos pacientes e de suas famílias, o que é algo fundamental para o bom andamento de uma consulta e para a segurança do paciente e do médico. Palavras Chaves: Medicina de Família; Consulta; Cadastro. Referências: Epi Info® sem mistérios: um manual prático [recurso eletrônico] / Ângelo José Gonçalves Bós. – Dados eletrônicos –. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012. 211 p. SIAB: manual do sistema de Informação de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 4.ª reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003. 45 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ANÁLISE DESCRITIVA DOS ATENDIMENTOS REALIZADOS NA DISCIPLINA SEMIOLOGIA II PELA TURMA 44 NO CENTRO DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE, NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014, OURO PRETO, MINAS GERAIS. Carolina Coimbra Marinho (Orientadora) Ana Clarisse da Costa Porto Andressa Harpis Bastos Eliana Fernandes Maia Emília Calil Silva Felipe Sabec Folgueral Julia Carvalho Oliveira Maira Kroetz Boufleur Natália Dias do Nascimento Paulo Henrique Castanha Miranda Vanessa Almeida de Camargos INTRODUÇÃO A importância do registro em saúde teve seu início com a prática clínica, quando profissionais de saúde identificaram a necessidade de se recorrer à história evolutiva para acompanhamento dos doentes (MORAES, 2002). Estratégico para a decisão clínica e gerencial, para o apoio à pesquisa e à formação profissional, o registro é atualmente considerado critério de avaliação da qualidade da assistência prestada. (VASCONCELOS, 2008). Dessa forma, a análise sistematizada desses registros torna-se um ponto-chave para obter informações acerca do processo de trabalho em saúde. OBJETIVO Catalogar e analisar o perfil dos pacientes atendidos durante as atividades ambulatoriais da disciplina de Semiologia II, propondo uma reflexão acerca dos padrões patológicos e socioculturais daqueles que procuram o serviço. MÉTODOS Foi desenvolvido um protocolo de investigação baseado em dados de identificação, história e achados clínico-laboratoriais dos registros em prontuário. Os dados foram transferidos para banco de dados criado no software Epi Info, com posterior análise quali-quantitativa baseada em revisão de literatura. RESULTADOS Foram catalogados 17 pacientes, dos quais 76% com mais de 40 e 17% com 60 anos ou mais. Destacou-se também o fato de que apenas 39% residiam no bairro Bauxita – que tem como referência para atendimento a Unidade Básica de Saúde (UBS) desta universidade – sendo os demais pacientes provenientes de outros bairros ou distritos. Em relação ao perfil socioeconômico, observou-se que menos de 30% possuíam escolaridade de Ensino Médio, 12% apresentavam profissão nível técnico, e menos de 1% nível superior. Percebeu-se uma alta prevalência de pacientes com doenças crônicas, sendo que 23% apresentavam diabetes mellitus, 35% hipertensão arterial sistêmica, 12% dislipidemia, 18% obesidade, 18% hipotireoidismo, 29% dos pacientes eram portadores 46 do HIV e 18% apresentavam lombalgia/lombociatalgia. Quanto aos medicamentos em uso, foi notado que 60% dos pacientes faziam uso de medicamentos contínuos, com destaque para o dado de que 24% usavam medicamentos psicotrópicos. Em relação ao vínculo com ou serviço, observou-se que apenas 36% retornaram a uma segunda consulta ao longo deste semestre letivo. CONCLUSÕES Parte significativa dos pacientes atendidos tem outra UBS como referência, porém opta pelo ambulatório da universidade, o que sugere uma vinculação positiva ao serviço. Em contrapartida, a baixa taxa de retorno poderia sugerir uma insatisfação com o serviço prestado, assim como refletir a demora em realizar exames complementares solicitados ou em marcar o retorno, ou simplesmente relacionar-se ao fato de que algumas doenças crônicas demandam controle apenas semestral ou anual. Por fim, percebe-se a necessidade de fortalecimento do vínculo entre a população e serviços, assim como inovações nos processos de trabalho e nas práticas profissionais, buscando ampliar a qualidade da comunicação e, consequentemente, dos registros, corroborando a importância do registro eletrônico sistemático dos dados do serviço de saúde, em especial no contexto de ensino, para uma valiosa análise dos processos de trabalho. Palavras Chaves: Semiologia. Epidemiologia. Sistema de Registro Médico. Referências CANDEIAS, N. Sociologia e medicina. Rev. Saúde Pública. 1971, vol.5, n.1, pp. 111127; VASCONCELLOS, M. M.; GRIBEL, E. B.; MORAES, I. H. S. de. Registros em saúde: avaliação da qualidade do prontuário do paciente na atenção básica. Brasil.Cad. Saúde Pública. 2008, vol.24, suppl.1, pp. s173-s182. 47 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS APLICAÇÃO DO SOFTWARE EPI INFO NAS ESPECIALIDADES DE GERIATRIA E PNEUMOLOGIA George Luiz Lins Machado Coelho (Orientador) Fausto Aloisio Pedrosa Pimenta (Orientador) Caroline Ferreira Vieira Izabela Zarnowski Passos Juliana Oliveira Pedrosa Mariana Fontes Pereira Paulo Henrique de Melo Figueiredo Neto Introdução:Criado pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) o Epi info é um software público voltado para área da Epidemiologia que já possui mais de um milhão de downloads em cento e oitenta países diferentes. O programa permite a criação de bancos de dados e análise de suas informações por meios estatísticos. È amplamente utilizado no setor de saúde por ser uma ferramenta simples e de fácil acesso. Algumas unidades de Saúde não possuem prontuários digitalizados o que torna o acesso difícil e pode facilitar a perda das informações neles contidas. A digitalização de documentos tornou-se uma alternativa viável e útil no ambiente médico, entretanto para que constem informações completas e corretas faz-se necessário a criação de programas específicos para cada uma das especialidades médicas, dessa maneira o presente trabalho contemplará a área da medicina que cuida das pessoas idosas (geriatria) e do trato respiratório (pneumologia). Objetivos:O trabalho tem por objetivo a criação de prontuários médicos, através do software EpiInfo para as especialidades de Geriatria e Pneumologia e viabilizar a implementação nas Unidades de Saúde de Ouro Preto para que os dados fiquem digitalizados e facilitem acessos posteriores. Discussão: Diante das dificuldades enfrentadas, no posto de saúde, quanto ao arquivamento dos prontuários, foi verificada a necessidade de fazer um modelo eletrônico para facilitar o acesso dos profissionais ao histórico médico do paciente. Como grande parte das pessoas atendidas é idosa, preconizamos a criação de um banco de dados para a geriatria. Além disso, a população ouropretana sofre com os problemas relacionados ao aparelho respiratório, devido ao clima da região, levando em consideração a demanda apresentada é fundamental a criação de um arquivo com dados de pneumologia. Em ambos os projetos constarão os dados básicos do paciente: numero de registro, data da consulta, nome, idade, data de nascimento, profissão, estado civil, endereço, etnia. Quanto ao estudo geriátrico é fundamental a analise das doenças pregressas existentes, o estudo detalhado da queixa principal, uma revisão rápida de todos os sistemas, uma analise do estado mental do paciente (Mini Exame do Estado Mental e outros testes cognitivos) e um estudo do estado nutricional. Quanto ao estudo pneumológico analisaremos o uso de tabaco e outras drogas, teste de espirometria e outros exames de imagem, descrição detalhada da queixa principal e da história pregressa de doenças do paciente. Conclusão:Diante da demanda apresentada e da necessidade da criação de uma maneira segura para se arquivar os dados dos pacientes criaremos o prontuário eletrônico nas especialidades apresentadas e implementaremos nas Unidades de Saúde de Ouro Preto, com um teste inicial no Centro de Saúde da UFOP. 48 Palavras-chave: Geriatria, Pneumologia, Prontuário Eletrônico Referências: CAMPOS, L.; CAMPOS, F. Inspeção, palpação e percussão do tórax. In: MEDEIROS, J. L.; LÓPEZ, M. Semiologia Médica: As bases do diagnóstico clínico. v. I, 4 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. p. 620 - 631. COSTA, E.F.A; PORTO, C.C; ALMEIDA, J.C et al. Semiologia do Idoso. In: Porto, CC. (ed). Semiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2001. cap. 9, p.165-197. 49 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINAS MEDICINA GERAL DO ADULTO I E II APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CASO CLÍNICO ATENDIDO NA UBS CABANAS, MARIANA – MG EXACERBAÇÃO DA DPOC Carolina Coimbra Marinho (Orientadora) Ivan Batista Coelho (Orientador) Bárbara Vidigal dos Santos Breno Bernardes de Souza Joyce Carvalho Martins Keilly Fonseca e Andrade Laurice Barbosa Freitas Lillian Guimaraes de Faria Liliane Alves Matos Luiza Fagundes Lima Marília Fontenelle e Silva Naline Silva Jaques Natália Corrêa de Assis Rafaela Carvalho Gersanti Tuian Santiago Cerqueira Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Além de comprometer os pulmões, a DPOC pode levar a consequências sistêmicas significativas. O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). A exacerbação da DPOC é uma complicação da doença e possui como fatores predisponentes os pulmonares - infecção respiratória; tromboembolismo pulmonar; pneumotórax; deterioração da própria doença de base – e os extrapulmonares: alterações cardíacas (arritmias, infartos, descompensação cardíaca); uso de sedativos e outras drogas. Para diagnóstico da crise, o paciente deve apresentar 2 dos 3 critérios que seguem: piora da dispneia, aumento do escarro, escarro purulento. O tratamento pode ser feito ambulatorialmente ou por internação hospitalar e objetiva: 1) tratar fator de predisposição; 2) melhorar a oxigenação; 3) diminuir a resistência das vias aéreas; 4) melhorar a função da musculatura respiratória. Como principais diagnósticos diferenciais (DD), destacam-se: crise aguda de asma, edema pulmonar, insuficiência cardíaca, pneumonia aguda, entre outros. Objetivo: Relatar um caso clínico de um paciente com exacerbação de DPOC na UBS de Cabanas em MarianaMG, excluindo seus principais DD. Discussão: paciente G.C.M., 75 anos, aposentado, chega ao ambulatório com queixa de cansaço, associado à falta de ar e tosse há 3 dias. Em sua história clínica, destaca-se: tabagista por 30 anos, ocupação em minas de carvão. Doenças prévias: hipertensão arterial, hipercolesterolemia, DPOC. Ao exame 50 físico apresentava-se: dispneico, taquipneico, com alterações no exame no aparelho respiratório. Apresentava os três critérios diagnósticos da exacerbação da DPOC. Foi realizado o diagnóstico de exacerbação da DPOC, por exclusão dos demais DD. Conclusão: A DPOC, é uma doença prevenível e tratável, porém apresenta alta prevalência e mortalidade. É importante reconhecer o paciente que apresenta fatores de risco para DPOC, diagnosticá-lo e tratá-lo precocemente para evitar complicações. O médico deve saber as principais manifestações da exacerbação da DPOC para correto manejo. Palavras-chave: DPOC, terapêutica, diagnóstico diferencial. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC. Brasília, 2004. MARCHIORI, R. C.; SUSIN, C. F.; LAGO, L. D et al. Diagnóstico e tratamento da DPOC exacerbada na emergência. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, v. 54, n.2, p.214-223. 2010. 51 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TOSSE VARIANTE DE ASMA Roberto Veloso Gontijo (Orientador) Amanda Freire Vieira Christiane Torres Felício da Silva Jordan Mariano de Souza Araújo Luisa Coutinho Teixeira Larissa Amaral Lauriano Renata Barbosa Nogueira Gibram Samuel Silva Ferreira Tulio Henrique Versiani de Oliveira Vitor Antonacci Condessa Identificação do Problema: I.R.M., 64 anos, sexo feminino, aposentada e viúva chegou a sua primeira consulta com queixa de tosse. Relatou tosse seca, que durava mais de 20 anos, associada à irritação na garganta. Crises são mais frequentes à noite e agravam-se ao contato com produtos químicos (detergente, desinfetantes, etc.). Passou por avaliações e realizou diversos tratamentos anteriormente, sem bons resultados. Não apresenta sibilos, dispneia ou qualquer outra manifestação associada. História de tabagismo, dos 10 aos 16 anos. Teve contato com fogão à lenha quando jovem. Portadora de hipertensão arterial sistêmica e fibromialgia. Em uso de Anlodipino, Hidroclorotiazida e Amitriptilina. Não foram encontradas alterações ao exame físico do aparelho respiratório. Cenário: Unidade Básica de Saúde do Distrito de Amarantina/Ouro Preto, Minas Gerais. Desenvolvimento: A partir das informações colhidas mediante entrevista médica e exame físico foi aventada a hipótese diagnóstica de tosse variante de asma. Solicitou-se espirometria com prova broncodilatadora. Principais Resultados: A espirometria evidenciou um distúrbio obstrutivo leve, com variação significativa em fluxo e volume após a administração do broncodilatador. Tal achado corroborou com a hipótese inicial e foi instituído o tratamento com broncodilatador associado à corticóide inalatório (salmeterol + propionato de fluticasona). Na semana seguinte a mesma voltou ao consultório relatando uma melhora parcial do quadro. Teve uma redução da frequência das crises de tosse e na duração dos episódios. Em outro contato com a paciente, quatro semanas após o início do tratamento, relatou um período de recorrência dos sintomas. As crises de tosse retornaram por duas semanas, mesmo utilizando a medicação indicada. Após esse período, passou a utilizar uma dose maior da associação salmeterol + propionato de fluticasona e manteve-se novamente assintomática. Conclusões: A tosse é classificada como crônica quando persiste por mais de oito semanas. Constitui uma queixa frequente das consultas médicas e pode ser indicativa de diversas patologias, sejam elas pulmonares ou não. A anamnese e o exame físico, quando bem realizados, podem esclarecer grande parte das etiologias. Exames complementares podem ser solicitados quando as informações forem insuficientes. O caso da paciente nos possibilitou uma 52 oportunidade de aprendizado a respeito da abordagem da tosse crônica. A história de tosse seca, com piora a exposição a irritantes e função pulmonar normal nos levou a hipótese de tosse variante de asma. O resultado da espirometria também foi fundamental pra construção do diagnóstico, assim como a boa resposta ao tratamento instituído. Palavras chave: Tosse crônica, Tosse variante de asma, Asma Referências: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. II diretrizes Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica, J Bras Pneumol 2006. 32 (supp 6): S 403-446. BRAUNWALD, Eugene; FAUCI, Anthony S.; HAUSER, Stephen L.; KASPER, Dennis L.; LONGO, Dan L.; JAMESON, J. Larry - Harrison Medicina Interna - 18ª Edição, Editora Artmed, Rio de Janeiro, 2013. 53 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SÍNDROME DE TIETZE: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Roberto Veloso Gontijo (Orientador) Luísa Coutinho Teixeira Amanda Freire Vieira Christiane Torres Felício da Silva Jordan Mariano de Souza Araújo Larissa Amaral Lauriano Renata Barbosa Nogueira Gibram Samuel Silva Ferreira Tulio Henrique Versiani de Oliveira Vitor Antonacci Condessa Paciente KCBS, 40 anos, sexo feminino, natural de Campinas-SP, residente em Amarantina-MG há 4 anos, 1,60m de altura, 95Kg, comparece à Unidade Básica de Saúde de Amarantina no dia 30 de abril de 2014 queixando-se de “dor no peito e no ombro esquerdo”. Na historia da moléstia atual, paciente relata dor na região esternal, em pontada, aguda, desencadeada quando exerce atividade mais pesada, como carregar peso no trabalho, de intensidade 8/10, intermitente, melhora com diclofenaco mas não cessa, melhora com repouso. Relata também dor na região acrômio-escapular esquerda, contínua, que piora com movimento, melhora com repouso. Inicio das dores há 6 dias. Refere dispneia de esforço, fadiga, nega palpitações. Possui história pregressa de pancreatite, esteatose hepática, hérnia de hiato, gastrite nervosa com uso continuo de Omeprazol, colecistectomia há 10 anos, cirurgia de laqueadura há 19 anos, G2P2A0. Não possui histórico prévio de doença cardiovascular e relata não ter realizado exames laboratoriais há muitos anos. Possui histórico familiar de Diabetes Mellitus e doença renal. Nega histórico familiar de hipertensão arterial ou doença cardiovascular. Paciente não é alcoolista, é ex-tabagista, não fuma há mais de 20 anos. No momento da consulta, paciente apresentava sintomas coerentes com inicio de quadro viral (tosse, odinofagia, cefaleia, ardência nos olhos e febre termometrada de 39oC no dia anterior). Ao exame, apresentava-se eupneica, afebril, normotensa, normocárdica, aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações, membros inferiores sem edema. O exame do aparelho digestório demonstrou abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, dor à palpação profunda na região do hipocôndrio direito, baço e fígado não palpáveis. Diante do quadro exposto, a hipótese diagnostica de angina estável foi a primeira a ser levantada, uma vez que a paciente apresentava os sinais e sintomas típicos desta síndrome. Porém, ao analisar a história, pode-se observar que a paciente não apresentava fatores de risco que corroborassem a hipótese, e analisando-se sua probabilidade de ter uma doença arterial coronariana, esta mostrou-se menor que 10%. Prosseguiu-se então para uma investigação mais aprofundada em busca de causas de dor torácica não anginosa e foi descoberto ao exame físico dor a palpação da região esternocostal direita. Tais sinais levantaram a segunda hipótese diagnóstica: Síndrome de Tietze. A síndrome de Tietze é uma inflamação benigna de uma ou mais cartilagens costais, descrita pela primeira vez 54 em 1921. A manifestação clinica inicial é uma dor aguda no peito, que pode mimetizar episódios de angina e até mesmo de infarto do miocárdio, sua etiologia ainda não foi elucidada. Muitas vezes pode ser debilitante, e até mesmo tornar-se um quadro crônico. O diagnostico da síndrome de Tietze é clinico, realizado principalmente através do exame físico e excluindo-se outras doenças que apresentam sintomatologia semelhante. Neste caso, o diagnóstico foi confirmado através, além do exame físico, pela descoberta de uma historia de entumescimento local na região esternocostal direita ha 3 dias, ausente no momento da consulta, que caracteriza esta síndrome. Palavras-chave: Sindrome de Tietze; Angina pectoris; diagnóstico diferencial Referências: Harold, L.; Kayser, M.D. Tietze’s Syndrome: A review of the literature. JAMA, 21(6), 982-989 (1956) National Clinical Guideline Center. Chest Pain of Recent Onset: Assessment and diagnosis of recent onset chest pain or discomfort of suspected cardiac origin. NICE clinical guideline 95. p19-29 (2010) 55 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ESTUDO DE CASO DE PSORÍASE ATENDIDO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO BAIRRO SANTO ANTÔNIO, MARIANA, MINAS GERAIS. Allan Jefferson Cruz Calsavara (Orientador) Bryan Ferraz Freitas Douglas Donadone Soares Fernanda Souza Pereira Geysa Carvalho Mendes Silva Gustavo Resende Furtado Marina Letícia Massote Couto Nayane Moura Maia Patrícia Junqueira de Resende Pauline Dias Soares Thales Miranda Sales Vanessa Cristine Rezende Viviane Felício da Cunha Rodrigues Identificação do problema: O caso relatado trata-se de uma paciente M.C. do sexo feminino, 40 anos, solteira, aposentada, natural de Mariana-MG que procurou o atendimento médico devido à presença de lesões hipercrômicas na região abdominal, membro superior esquerdo e cervical, com descamação e prurido intenso, há aproximadamente nove meses. Cenário: UBS Santo Antônio, no município de Mariana- Minas Gerais. Desenvolvimento: A psoríase é uma dermatose crônica caracterizada por lesões eritemato-escamosas, geralmente simétricas e com grau variado de prurido e tamanho, localizando-se preferencialmente em cotovelos, joelhos, unhas, região sacral, mãos, pés e couro cabeludo, menos frequente em mucosas labiais e genitais. As formas atípicas são quando as lesões se localizam em áreas intertriginosas. Acomete cerca de 1% da população mundial, incide igualmente em ambos os sexos, sendo mais frequente na terceira e quarta décadas de vida e 50% dos pacientes apresentam história familiar positiva. A causa da psoríase permanece desconhecida; sabe-se que possui componente genético e trata-se de uma alteração inicialmente imunológica, mediada pela resposta tipo Th1. Principais resultados: 56