M7C 3- 2007 - capa refeita - International Headache Society
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M7C 3- 2007 - capa refeita - International Headache Society
ISSN 1678-6270 Migrâneas & Cefaléias Julho/Agosto/Setembro de 2007 Nº. 3 10 VOLUME NESTA EDIÇÃO Editorial Comentado I: Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo Editorial Comentado II: Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria Elcio Juliato Piovesan Artigo Original - New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients Paulo Hélio Monzillo, Carla Baise - Zung, Patrícia H. Nemoto, Agnaldo R. Costa Educação Continuada: pesquisa em cefaléias em um país pobre Mario F. P. Peres, Pedro André Kowacs Imagens em Cefaléia: papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? Antônio Marcos da Silva Catharino, Fernanda Martins Coelho Catharino, Jorgete Haidar Sessim David Cosendey, Valéria Carmargo Silveira, Carlos Henrique Melo Reis Homenagem: Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da cefaliatria brasileira Marcelo M. Valença, Joaquim Costa Neto Você Leu? Harry Potter, mágica e cefaléia Comentários de Maurice Vincent XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia Programa Resumo dos temas livres Índice Remissivo Migrâneas & Cefaléias ISSN 1678-6270 Órgão Científico da Sociedade Brasileira de Cefaléia Volume 10 Número 3 Julho/Agosto/Setembro de 2007 ÍNDICE EDITORIAL ......................................................................................................................................................................... 71 EDITORIAL COMENTADO I Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? ................................................... 72 Headaches, intracranial neoplasms and indications for neuroimaging. When to investigate? Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo EDITORIAL COMENTADO II Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria .......... 75 Evidence-based medicine: New daily persistent headache, a challenge to headache experts Elcio Juliato Piovesan ARTIGO ORIGINAL New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients .............. 77 Novo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléia persistente e diária desde o início: análise retrospectiva de 62 pacientes Paulo Hélio Monzillo, Carla Baise-Zung, Patrícia H. Nemoto, Agnaldo R. Costa EDUCAÇÃO CONTINUADA Pesquisa em cefaléias em um país pobre ........................................................................................................................... 82 Headache research in a developing country Mario F. P. Peres, Pedro André Kowacs IMAGENS EM CEFALÉIA Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? .......................................................................................... 86 Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache? Antônio Marcos da Silva Catharino, Fernanda Martins Coelho Catharino, Jorgete Haidar Sessim David Cosendey, Valéria Camargo Silveira, Carlos Henrique Melo Reis HOMENAGEM Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da cefaliatria brasileira ............................................................................. 88 Wilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil Marcelo M. Valença, Joaquim Costa Neto VOCÊ LEU? Harry Potter, mágica e cefaléia ........................................................................................................................................... 94 Harry Potter, sorcery, and headache Comentários de Maurice Vincent XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA Programa ......................................................................................................................................................................... 98 Resumo dos temas livres .................................................................................................................................................. 116 Índice Remissivo .............................................................................................................................................................. 156 INSTRUÇÕES AOS AUTORES ........................................................................................................................................... 160 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.69, jul./ago./set. 2007 69 EDITORIAL C Caros colegas, Um número de congresso é sempre uma celebração. Uma celebração, pois nos traz uma constatação de que a ciência continua no país. Esta percepção é reforçada por aquela já citada no último Editorial, a de que a cefaliatria brasileira galga reconhecimento no exterior, infelizmente em uma época na qual os investimentos nesta área são escassos. Eppur si muove! (Contudo, se move!), como disse Galileu... Esperamos que o mote sirva não apenas à cefaliatria, mas também à M&C, que mais uma vez traz aos nossos leitores trabalhos na integra, além do Programa e dos Resumos do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia. E sobre este número, o que podemos dizer? Valença & Costa Neto nos trazem um retrato do Professor Wilson Farias da Silva, um gigante da cefaliatria nacional. Catharino e colaboradores nos brindam com um caso e suas imagens, e mais uma vez nos motiva a um Editorial comentado. Monzillo e colaboradores nos trazem excelente artigo original acerca de condição premente da cefaliatria, a Cefaléia persistente e diária desde o início. Na sessão Você Leu? Maurice Vincent faz uma bem humorada apresentação de alguns dos bons artigos publicados em periódicos internacionais. Ainda nesta edição, Mário Peres & Pedro Kowacs analisam as dificuldades em pesquisa de cefaléia no Brasil, enumerando dificuldades e apontando possíveis soluções. Mantendo tendência recente, o número traz dois Editoriais comentados, um sobre o artigo de Catharino e colaboradores, outro sobre o artigo de Monzillo e colaboradores. Gostaríamos ainda de render homenagem ao Dr. Elder Sarmento, que tem gerenciado com afinco a página da revista, junto à MF. O empenho do Dr. Elder facilitou o acesso aos números prévios da revista, disponibilizou o sistema de busca de artigos e tornou estabelecida uma interface com o sistema de submissão on-line, ainda experimental, e utilizado pela primeira vez pelo Dr. Antônio Catharino e colaboradores, ao submeterem seu artigo publicado neste número Aproveitem !!!. Pedro André Kowacs & Paulo Hélio Monzillo Errata No número 02, volume 10, da M&C, no Editorial, cometemos o erro de conjugar o nome do autor senior – Dr. Antônio Lúcio Teixeira - com o sobrenome do autor principal – Dra. Esther Angélica Coelho Costa – a qual também não foi citada no Editorial como autora principal. Apresentamos nossas desculpas formais aos autores. A referência correta do artigo é: Costa EAC, Costa e Silva M, Vasconcelos LPB, Stancioli FG, Teixeira AL.Transtornos psiquiátricos na migrânea. Migrâneas cefaléias 2007;10(2):52-57. Migrâneas cefaléias, v. 10, n.3, p.71,jul./ago./set. 2007 71 EDITORIAL COMENTADO I C Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? Headaches, intracranial neoplasms and indications for neuroimaging. When to investigate? Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo Kowacs PA, Monzillo PH. Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? (Editorial Comentado). Migrâneas cefaléias 2007;10(3)72-74 Or in the night, imagining some fear "Or fear,, How easy is a bush suppos'd a bear!" 1 "Ou na calada da noite, entre medos imaginários, O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!" A frase de Shakespeare1 resume o sentimento de médicos jovens quando confrontados com casos de cefaléia em pronto-atendimentos ao atenderem pacientes na maioria das vezes com cefaléias primárias. Em seu artigo, Catharino e colaboradores2 nos trazem caso de cefaléia unilateral em uma paciente com neoplasia intracraniana ipsilateral à cefaléia, o qual nos remete ao medo de deixarmos de fazer o diagnóstico de um tumor cerebral, no caso o inverso da frase de Shakespeare ou a bear suppos'd a bush!, que é o receio dos profissionais mais experientes quando procurados, nos seus consultórios, para uma opinião definitiva sobre casos dúbios. Ao final de seu artigo, os autores nos fazem a pergunta: Seria primária ou secundária a cefaléia apresentada pela paciente? Os autores questionam a unilateralidade da cefaléia, e a idade de início da mesma.2 O questionamento da unilateralidade nos remete aos trabalhos da década passada, que descrevem que a "unilateralidade mantida" ocorre em 15% dos pacientes com cefaléia, e é bastante freqüente em pacientes com migrânea (17% a 19%),3,4 sendo, no entanto, mais freqüente em pacientes com quadros pouco definidos de cefaléia (28%).3 Nas "Guidelines" do US Headache Consortium, da Academia Americana de Neurologia e outras instituições norte-americanas, a unilateralidade da dor não é um dos critérios de alerta quanto ao risco de uma cefaléia sintomática.5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anormalidades ao exame neurológico aumenta a chance de haver anormalidades à tomografia de crânio ou à ressonância magnética de crânio. A ausência de anormalidade ao exame neurológico, por sua vez, diminui consideravelmente a possibilidade de anormalidades ao exame de imagem.5 Um dos estudos analisados pelo US Headache Consortium (n=350) encontrou como preditores de anormalidades a ocorrência de cefaléia de freqüência rapidametne progressiva, história de tontura ou perda de coordenação, história de hipoestesia/ parestesia e história de cefaléia despertando o paciente. No entanto, o US Headache Consortium esclarece não haver evidências de que cefaléia piorada pela manobra de Valsalva, cefaléia causando despertar, cefaléia nova em idoso ou cefaléia com piora progressiva sejam preditores de anormalidades aos exames de neuroimagem, e discute ainda o fato de não haver comprovação de que imagens por ressonância magnética sejam superiores às 72 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007 CEFALÉIAS, NEOPLASIAS INTRACRANIANAS E INDICAÇÕES DE NEUROIMAGEM. QUANDO INVESTIGAR? obtidas por tomografia de crânio, na detecção de possíveis causas de cefaléia.5 Em análise igualmente atual e interessante, Detsky e colaboradores consideram que portadores de "cefaléias indefinidas" têm maior chance de apresentar anormalidades aos exames de neuroimagem, e que o diagnóstico de migrânea praticamente exclui a possibilidade de achados aos exames de neuroimagem.6 Detsky e colaboradores também ressaltam que, estatisticamente, o diagnóstico de migrânea pode ser inferido com segurança pela presença de duas características: a piora à atividade física e a presença de fotofobia e fonofobia,6 sintomas que não estavam presentes na cefaléia da paciente descrita por Catharino e colaboradores.2 Se utilizarmos o preconizado por Detsky e colaboradores,6 teremos a cefaléia descrita pela paciente de Catharino e colaboradores como apresentando uma cefaléia indeterminada, e, portanto, que deveria ter sido submetido a exame de neuroimagem, ainda que a ausência de anormalidades ao exame neurológico pudesse ser uma contra-indicação relativa o procedimento. Diversas formas de cefaléia atribuíveis a neoplasias intracranianas estão dispostas na classificação da International Headache Society, tais como: 7.4.1 Cefaléia atribuída a hipertensão intracraniana ou a hidrocefalia causada por neoplasia; 7.4.2 Cefaléia diretamente atribuída a neoplasia; 7.4.3 Cefaléia atribuída a meningite carcinomatosa; 7.4.4 Cefaléia atribuída a hiper ou hipossecreção hipotalâmica ou hipofisária.7 Além das categorias da IHS, sabe-se que eventualmente pacientes com cefaléias trigêmino-autonômicas pode apresentar-se com uma gama de neoplasias de linha média.8 Para maiores detalhes clínicos de cefaléias associadas a neoplasias intracranianas recomendamos aos leitores que consultem o recente artigo publicado por Schankin e colaboradores,9 os quais concluíram, de forma interessante e talvez oposta às evidências anteriores, que a existência prévia de uma cefaléia primária predispõe os portadores de neoplasia intracraniana a apresentar cefaléia secundária, conclusão esta que talvez responda à pergunta disposta ao final do artigo de Catharino e colaboradores quanto à natureza da cefaléia apresentda pela paciente descrita. A discussão quanto à indicação ou não de investigação por neuroimagem não é bizantina se levarmos em consideração as imensas custas de investigações desnecessárias e não embasadas em evidência que podem ser evitados na grande multidão de portadores de uma queixa tão comum como cefaléia. Estima-se que anormalidades estarão presentes em apenas 1,8 a cada 1.000 pacientes com cefaléia e exame neurológico normal 5, e que apenas 1 em cada 10.000 pacientes com cefaléia apresentará uma etiologia cirúrgicamente tratável para sua dor de cabeça.10 Por curiosidade, aguardaremos correspondência dos autores quanto à evolução da cefaléia descrita após a remoção da referida neoplasia. Permanecem, no entanto, os dois medos shakesperianos: aquele de tomar arbusto por um urso, uma comédia, ainda que não sem conseqüências indiretas; ou aquele de tomar um urso por um arbusto, uma verdadeira tragédia... Que os leitores julguem as informações acima, e decidam como vão uilizá-las em sua prática diária. REFERÊNCIAS 1. Shakeaspeare W. A Midsummer Night's Dream. In: Shakespeare W. Complete Works of William Shakespeare. Glasgow:HarperCollins Publishers, 1994; p:216-242. 2. Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Melo Reis CH. Papiloma de plexo coróide: Cefaléia primária ou secundária? Migrâneas cefaleias. 2007;3(10): Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007 73 PEDRO ANDRÉ KOWACS E PAULO HÉLIO MONZILLO 3. Leone M, D'Amico D, Frediani F, Torri W, Sjaastad O, Bussone G. Clinical considerations on side-locked unilaterality in long-lasting primary headaches. Headache. 1993;33:381-4. 4. de Queiroz LP, Rapoport AM, Sheftell FD. Clinical characteristics of migraine without aura. Arq Neuropsiquiatr. 1998;56:78-82. 5. Frishberg BM, Rosenberg JH, Matchar DB, McCrory DC, Pietrzak MP, Rozem TD, et al. Evidence-based guidelines in the primary care setting: Neuroimaging in patients with nonacute headache. US Headache Consortium. 6. Detsky ME, McDonald DR, Baerlocher MO, Tomlinson GA, McCrory DC, Booth CM. Does this patient with headache have a migraine or need neuroimaging? JAMA. 2006;296:1274-83. 7. Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia. Classificação Internacional das Cefaléias - 2a edição. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São Paulo: Alaúde Editorial, 2006. 8. Kirby S, Purdy RA. Intracranial neoplasms. In: Olesen J, Goadsby PJ, Ramadan NM, Tfelt-Hansen P, Welch KMA (eds.). The Headaches. Philadelphia:Lippincott Williams & Wilkins, 2006; p:949-957. 9. Schankin CJ, Ferrari U, Reinisch VM, Birnbaum T, Goldbrunner R, Straube A. Characteristics of brain tumour-associated headache. Cephalalgia. 2007;27:904-11. 10. Evans RW. Diagnostic testing for the evaluation of headaches. Neurol Clin. 1996;14:1-26. Endereço para correspondência Dr. Pedro André Kowacs Serviço de Neurologia, INC/Hospital Ecoville Rua Jeremias Maciel Perretto 300 Tel.: (41) 3285.6613 E-mail: [email protected] 74 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007 EDITORIAL COMENTADO II M Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria Evidence-based medicine: New daily persistent headache, a challenge to headache experts Elcio Juliato Piovesan Piovesan EJ. Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria (Editorial Comentado). Migrâneas cefaléias 2007;10(3):75-76 Com um pouco mais de 20 anos de história, a cefaléia persistente e diária desde o início (CPDI) caracteriza-se por um reduzido número de estudos, poucas evidências clínicas, e uma constelação de dúvidas. Como sua classificação sugere, a cefaléia é de início diário, sem história prévia, tornando-se crônica sem uma etiologia consistente.1,2 Clinicamente a cefaléia manifesta-se como bilateral, difusa (sem um predomínio específico para uma determinada região), geralmente é de leve a moderada intensidade, tipo pressão e raramente pulsátil, podendo manifestar sintomas autonômicos como náuseas, tontura e acompanhados de fotofobia e fonofobia.3,4 Do ponto de vista prático, por muitas vezes é considerada como primária e tantas outras como secundária.1,2 Monzillo e colaboradores apresentam uma visão nacional da CPDI. Debutando na nova classificação para o estudo das cefaléias (IHS-2004 segunda edição), a CPDI possuía ainda muito espaço para futuras considerações e conceitos que possam agregar conhecimento. Desta maneira, Monzillo traz uma nova visão sobre os critérios diagnósticos após observação criteriosa. Diferente dos casos relatados na literatura, o estudo não encontrou um número considerável de pacientes com etiologia definida. Devemos destacar que nem todos os pacientes foram adequadamente investigados às margens dos atuais conhecimentos etiológicos para CPDI. É conhecido que aproximadamente 30% dos pacientes iniciam esta forma de cefaléia após um quadro infeccioso.1 Estudos recentes identificaram a elevação do fator de necrose tumoral alfa no líqüor de pacientes portadores da CPDI, demonstrando claramente a influência de um agente inflamatório dentro do sistema nervoso central.5 Alguns sinais e sintomas são concordantes no estudo de Monzillo com o que se conhece da literatura: prevalência para o sexo feminino, dor bilateral, presença de náuseas, fotofobia e fonofobia. Entretanto, algumas características são totalmente discordantes do encontrado na literatura: padrão pulsátil (43,5%), forte intensidade (46,8%), se existe uma característica que diferencia a CPDI das outras cefaléias crônicas e diárias e sua difícil abordagem terapêutica.1,5 A excelente resposta terapêutica no estudo de Monzillo (>50% dos pacientes) também destoa do esperado na literatura. Em resumo, Monzillo e colaboradores, em um estudo nacional, mostram uma nova visão da CPDI frente ao esperado da literatura e dos critérios diagnósticos da IHS-2004, segunda edição. Por estes motivos ele deve servir como inspiração, motivação e orientação para todos os nossos cefaliatras na busca do entendimento desta entidade. Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007 75 ELCIO JULIATO PIOVESAN REFERÊNCIAS 1. Li D, Rozen TD. The clinical characteristics of new daily persistent headache. Cephalalgia. 2002;22:66-9. 2. Goadsby PJ, Boes C. New daily persistent headache. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2002;72(Suppl 2):6-9. 3. Meineri P, Torre E, Rota E, Grasso E. New daily persistent headache: clinical and serological characteristics in a retrospective study. Neurol Sci. 2004;25:281-2. 4. Yakase Y, Nakano M, Tatsumi C, Matsuyama T. Clinical features, effectiveness of drug-based tretament, and prognosis of new daily persistent headache (DNP): 30 cases in Japan. Cephalalgia. 2004;24:955-9. 5. Rozen T, Swidan SZ. Elevation of CSF tumor necrosis factor a levels in new daily persistent headache and treatment refractory chronic migraine. Headache. 2007;47:1050-5. Endereço para correspondência Dr. Elcio Juliato Piovesan Rua Joinvile 2526 83020-000 – São José dos Pinhais, PR, Brasil E-mail: [email protected] ou [email protected] 76 Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007 ARTIGO ORIGINAL New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients Novo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléia persistente e diária desde o início: análise retrospectiva de 62 pacientes Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR Headache ambulatory of Discipline of Neurology of Santa Casa de São Paulo - Brazil Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR. New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):77-81 ABSTRACT Introduction Introduction. New Daily-Persistent Headache (NDPH) is described as a type of daily headache that becomes continuous in a short period of time (a maximum of three days). As any newly recognised headache condition, there is a paucity of reports. Therefore, its characteristics in different populations must be further described. Objectives Objectives. To describe the characteristics of NDPH in a Brazilian out-patient population. Methods Methods. Sixty-two patients with a diagnosis of New DailyPersistent Headache (NDPH), out of 1,348 records of outpatients regularly cared for at the Headache Clinic of Irmandade da Santa Casa de São Paulo - Brazil, had their charts reviewed. Results Results. Clinical characteristics were: female gender 58.1%; whole head pain=72.6%; moderate/strong intensity=93.6% and throbbing quality=43.5%. Of the 62 patients with the diagnosis of NDPH, only 19.4% did not have any clinical improvement when submitted to treatment. Diagnostic exams carried out in 56.5% of the patients contributed very little to the detection of an underlying organic substrate. Conclusion Conclusion. Our results conflicted with those of the literature and with the IHS 2004 criteria regarding pain intensity, pain quality and the associated phenomena, isolated or in combinations. Perhaps the NDPH IHS 2004 diagnostic criteria should be revised. Key words: Chronic daily headaches; migraine; Chronic Tension-type headache; migraine; New daily-persistent headache; International Headache Society criteria. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 RESUMO Introdução. Cefaléia persistente e diária desde o início (CPDI) é descrita como um tipo de cefaléia diária que se torna continua em um curto período de tempo (máximo de três dias). Como toda condição recém-reconhecida, ainda há uma pequena quantidade de descrições. Assim sendo, suas características em diferentes populações devem ser descritas. Objetivos Objetivos. Descrever as características da CPDI em uma população de pacientes brasileiros ambulatoriais. Métodos: Foram revisados os prontuários de 62 pacientes com o diagnóstico de CPDI, oriundos de uma população de 1.348 pacientes do ambulatório de cefaléias da Irmandade da Santa Casa de São Paulo - Brasil. Resultados. As características clínicas foram: gênero feminino=58,1%; cefaléia holocraniana=72,6%; dor moderada a intensa=93,6%, qualidade pulsátil=43,5%. Dos 62 pacientes com o diagnóstico de CPDI, apenas 19,4% não apresentaram melhora ao serem submetidos a tratamento. A investigação complementar, realizada em 56,5% dos pacientes pouco contribuiu para a detecção de um substrato orgânico. Conclusão. Nossos resultados foram discordantes daqueles da literatura dos critérios da IHS de 2004, no que tange a intensidade da dor, sua qualidade e fenômenos concomitantes, isolados ou em combinação. Talvez os critérios diagnósticos da IHS/2004 devam ser revisados. Palavras alavras-- chave: Cefaléia crônica diária; migrânea; cefaléia tipo-tensão crônica; cefaléia persistente e diária desde o início; critérios da International Headache Society. 77 PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL INTRODUCTION Vanast2 first described New Daily-Persistent Headache (NDPH) in 1986 as a benign Chronic Daily Headache (CDH). In 1996, Silberstein and cols. 3 suggested diagnostic criteria for this entity as NDPH was not part of the 1988 IHS classification.4 New daily-persistent headache, according to the International Headache Society (IHS 2004),1 is described as a type of daily headache that becomes continuous in a short period of time (a maximum of three days). The pain is typically a pressing or tight non-pulsating throb, bilateral and of mild to moderate intensity. Photophobia, phonophobia, nausea and the attack intensity are not aggravated by routine physical exercises. The symptoms must be present for more than three months and not attributable to other causes. Headaches secondary to Cerebral Spinal Fluid (CSF) hypotension, CSF hypertension, post-traumatic headache and headaches secondary to infectious clinical conditions (particularly where infecting agents are present) must always be diagnosed through appropriate investigations when suspected. In compliance with IHS 2004, NDPH can evolve during a period of time in two clinical ways: one autolimited presentation that disappears spontaneously after a few months without treatment and a chronic and normally intractable headache regardless of the therapeutic approach utilized. The IHS closes its comments suggesting that further research studies should be undertaken that better characterize its clinical features and propose possible pathophysiological mechanisms, and conclude definitively the separation from Chronic Tension-Type Headache (CTTH). Few reports are available in the literature involving large NDPH patient samples.2,5 Its etiology remains unknown,6 although some authors have tried to imply a temporal relationship to infectious clinical conditions, particularly Epstein-Barr virus (EBV).7,8 We conducted a retrospective analysis of a large database of headache patients to describe the demographic data and clinical caractheristics of NDPH . PATIENTS AND METHODS We carried out a retrospective analysis consisting of a total of 1,348 records. Of this group, 241 patients 78 presented a headache with a frequency of 15 days or more a month, for at least three months. Sixty-two patients had an NDPH diagnosis in accordance with Silberstein's proposed criteria for new daily persistent headache.3 Data were recorded regarding the demographic aspects, clinical characteristics of the headache attacks, as well as the presence of accompanied symptoms. More than half the patients were submitted to secondary investigations. Patients with previously diagnosed headache conditions were excluded even if they presented with a clinical picture compatible with NDPH, in order not to include CTTH or CDH bearers. We also recorded the therapeutic recommendations given at the first appointment in our out-patient clinic (abortive or prophylactic) that resulted in clinical improvement, or the treatment scheme substituted when patients did not present any improvement. RESULTS Thirty-six patients (58.1%) were female. The average age at the beginning of the symptoms was of 40.5 years, slightly lower among women (36.7) when compared to men (44.3) (Figure1). Female Male Figure1: Age at the beginning of symptoms The average time delay between initial symptoms and the first appointment at our clinic was 5.9 years. The bilateral localization of the attack occurred in 45 patients (72.6%). Pulsating-type pain was present in 43% of the patients, followed by stabbing pain in 14 (22.6%), “pressing” in 12 (19.4%), “tightening” in 4 (6.5%) and “burning” in 3 (4.8%). Two patients (3.2%) cited different pain types in separate attacks (tightening and pulsating) (Table 1). Strong to moderately intensive attacks were found in equal percentages (46.8%) in our sample, and mild attacks in four patients (6.4%) (Figure 2). Only 11 patients (17.7%) did not refer to any Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS Table 1. Analysis related to pain quality Pain quality N (62) % Pulsating Stabbing Pressing Tightening Burning Tightening + Pulsating 27 14 12 04 03 02 43.5 22.6 19.4 6.5 4.8 3.2 Figure 2: Pain Intensity Table 2. Symptoms related to headaches Symptoms Pt N Pn + Pt Pn + Pt + N Pn+ Pt+ N+ V N+V Pt + N Pt + Pn + O Pt + N + O Pt + Pn + D N+D Pt + Pn + N + V + O AP D Absence of symptoms N(62) % 02 08 08 07 06 03 01 05 04 01 01 03 02 01 11 3.2 12.9 12.9 11.3 9.7 4.8 1.6 8.1 6.5 1.6 1.6 4.8 3.2 1.6 17.7 Pt: photophobia; N: nausea Pn: phonophobia; V: vomit; O: osmophobia; D: dizziness; AP: autonomic phenomenae; AS: absence of symptoms symptoms associated with their attacks. All other patients presented isolated or associated symptoms that usually accompany migraine attacks. Two patients reported the presence of autonomic symptoms related to their attacks (Table 2). Fifty-five patients (56.5%) were submitted to further investigation. Within this group, it was possible to establish a factor temporally related to the initial symptoms in only three patients. Two patients reported a history of headaches Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 after cranial-cerebral trauma and one patient had headaches following an otomastoiditis infection. Head computed tomography (Head CT-scan) was not useful in detecting abnormalities that justified the clinical symptoms. In the mastodectomized patient, the CT evidenced only a hypoattenuated area in the right temporal region adjacent to the mastoidectomy. In the remaining patients, radiological and laboratorial findings include the following: a venous angioma (right frontal) and a left frontal cavernoma, revealed by Magnetic -Ressonance Imaging (MRI). Onepatient, had a positive serology testfor HIV virus, however without an AIDS-defining clinical picture. Despite the daily frequency and the intensity of the attacks being predominantly moderate to strong, only 28 patients (45.2%) of our sample constantly and abusively used abortive medication on the occasion of their first appointment. Different prophylactic schemes were used, as monotherapy or in different combinations. It is important to point out that the majority of the patients had already used at least one of the prophylactic medicines - at the moment of their first evaluation at our clinic. The list of prophylactic medicines used by those patients during their treatments is illustrated in Table 3. Only ten patients (16.1%) remained totally asymptomatic and twelve patients (19.4%) did not respond to any of the proposed treatments. Twenty-six patients (41.9%) reported a partial improvement of symptoms; in ten of the patients the improvement obtained was related to the attack frequency, in two patients to the attack duration and in 14 patients to the pain intensity. In 14 (22.6%) records it was not possible to obtain data regarding therapeutic efficiency. Table 3. Prophylactic Medication Used Drug Amitriptyline Flunarizine Sodium Valproate Propranolol Nortriptylin Atenolol Topiramate Clorpromazin Carbamazepine Prednisone Pizotifen Oxcarbazepine Lithium Carbonate Number of patients (%) 44 19 17 12 11 06 03 03 02 02 02 01 01 (71.0) (30.6) (27.4) (19.3) (17.7) (9.7) (4.8) (4.8) (3.2) (3.2) (3.2) (1.6) (1.6) 79 PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL DISCUSSION Although there are few reports refering to this type of headache in the literature, the NDPH has been a part of the IHS classification since 2004, included in group 4 Other primary headaches 1. The major characteristic of the NDPH is that the headaches are persistentfrom the onset. Although many patients can't relate the initial symptoms to any cause, a majority are able to pinpoint the start date, even though time has past. Some authors suggest that the initial headache occurs in relation to temporal viral conditions, infections, extracranial surgeries or stressing life events.6,9,10,11,15 Li and Rozen6 observed that more than 80% of the patients could recallthe exact date of the initial symptoms and 54% correlated the start of the symptoms to a precipitating event, generally a flu type illness. Other authors go further, linking these infectious conditions to the Influenzae9 virus or to the Epstein-Baar7,8 virus with the intention of attributing the NDPH to an infectious etiopathogenesis. This did not occur in any of our cases. There was no (spontaneous) mention suggesting viral infections at the time of the initial symptoms. More than half of the patients (56.5%) of our sample were submitted to imaging and laboratory exams that did little to contribute to the diagnostic elucidation. The rest of the patients did not follow the investigation protocol because they were refered to our clinic many years after the start of symptoms (average of 5.9 years). Only in three patients was it possible to link the start of the symptoms to a putative causal factor. In this analysis, we observed the predominance of female NDPH, as previously shown by the Vanast report and Li and Rozen's. In only one recent research study was it reported that males had a preponderance of NDPH. The IHS diagnostic criteria does not take into consideration the disparity between males and females.2,6,11 In our study, the average age for the onset of NDPH was 40.5 years, women had their initial headache symptoms earlier than men, and this data is in accordance with the literature.6 This demographic data is also not mentioned in the IHS criteria. The majority of our patients presented a headache localized bilaterally, which parallels the observations by Li and Rozen, and Takase and cols. They also described the pain bilateral in accordance with the IHS criteria, although this is not obligatory.6,11,1 Pain referred to as pulsating was reported in 43.5% of our sample. Various authors also consider this as the 80 most common related pain.5,6,11,12 We call attention to the fact that this conflicts directly with the current IHS 2004 classification that describes the type of pain of NDPH as being pressing or tightening but never pulsating.1 Nearly half the sample (46.8%) classified the intensity of their attack as being strong but when combined with those who refered to the pain as moderate, the amount increases to 93.5%. Li and Rozen 6,5 had already suggested as one of the diagnostic criteria of NDPH a pain intensity variation between moderate and strong. Therefore, we question the IHS criteria that refers to the pain intensity of the NDPH as being mild, as fluctuations can occur.1 In contradiction to the IHS 2004 criteria, 82.3% of our patients presented similar migraine attacks as opposed to CTTH, evidenced by the association of pain with: nausea, photophobia and phonophobia, isolated or in different combinations. These three symptoms were the most relevant in our experience. Our results are in total accordance with the literature.2,6, 9,12 Few reports in the literature make a recommendation regarding the treatment of NDPH. Various therapeutic strategies were used by the patients in our out-patient clinic in monotherapy or in association. We observed clinical improvements in 36 patients (58%) and complete remission of pain symptoms in 10 patients (16.1%). That percentage of partial and complete therapeutic response is significant, considering the degree of the symptoms. Vanast2 describes that a number of patients can improve with medical therapy treatment, however, he emphasizes that they may have difficulty accessing that treatment. Rozen also reiterates the difficulty to define the best treatment strategy for NDPH, emphasizing that succesful responses occurred in a limited amount of patients with the use of gabapentin and topiramate.13 CONCLUSION For nearly two decades, publications are available for this intriguing type of headache. Clinical and demographic data involving large series of patients are still lacking, not to mention a total non-acquaintance of the etiopatogenesis of this entity. In this article, we emphasize that the NDPH holds a clinical similarity with migraines but cannot be confused with the CTTC, since the latter is an evolution of the Tension-Type Headache (TTH) according to the IHS 2004 diagnostic criteria. There are relevant conflicts in the clinical aspects observed in our sample research and in the literature,2,6,9,12 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS when compared with the diagnostic criteria established by IHS 2004 such as: pain intensity, pain quality and the concomitant phenomena present in migraine attacks: nausea, photophobia and phonophobia, in an isolated way or in different combinations . Therefore we suggest that the diagnostic criteria established by IHS 2004 should be revised in the future. Additional clinical characterization and pathophysiological research must be stimulated in order to improve our understanding of this particular entity. REFERENCES 1. Headache Classification Subcommittee of the International Headache Society. The International Classification of Headache Disorders, 2nd Edition. Cephalalgia. 2004;24(suppl):1-160. 2. Vanast WJ. New daily persistent headaches: definition of a benign syndrome. Headache. 1986;26:317. 3. Silberstein SD; Lipton RB; Sliwinski M. Classification of daily and near-daily headaches: field trial of revised HIS criteria. Neurology. 1996;47:871-5. 4. Headache Classification Subcommittee of the International Headache Society. Classification and Diagnostic criteria for headache disorders, cranial neuralgias and facial pain. Cephalalgia. 1988;8(supp7):1-96. 5. Rozen TD. New daily persistent headache. Curr Pain Headache Rep. 2003;7:218-23. 6. Li D, Rozen TD. The clinical characteristics of new daily persistent headache. Cephalalgia. 2002;22:66-9. 7. Diaz-Mitoma F; Vanast WJ; Tyrrel DLJ. Increased frequency of Epstein-Barr virus excretion in patients with new daily persistent headaches. The Lancet. 1987;1:411-5. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007 8. Hamada T, Oshima K, Ide Y, Sakato S, Takamori M. A case of new daily persistent headache with elevated antibodies to Epstein-Barr virus (abstract). Jpn J Med. 1991;30(2):161:3. 9. Evans, RW; Rozen, TD. Etiology and treatment of new daily persistent headache. Headache. 2001;41:830-2. 10. Takase Y, Nakano M, Tatsumi C. Primary new daily persistent Headache (NDPH): clinical characteristics of forty-three cases in Japan. Rinsho Shinkeigaku. 2003;43(9):533-8. Abstract. 11. Takase Y, Nakano M, Tatsumi C, Matsuyama T. Clinical features, effectiveness of drug-based treatment, and prognosis of new daily persistent headache (NDPH): 30 cases in Japan. Cephalagia. 2004;24:955-9. 12. Goadsby, PJ; Boes, C. New daily persistent headache. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2002;72: ii6-ii9. 13. Rozen TD. Succesful treatment of new daily persistent headache with gabapentin and topiramate. Headache. 2002;42:433. Disclosure: The authors have reported no conflicts of interest Recebido: 29/08/ 2007 Aceito: 31/08 2007 Endereço paa correspondência Dr. Paulo H. Monzillo Av. Albert Einstein, 627 room 1306 São Paulo-Brazil Tel-55(11) 37473366; Fax: 55(11)- 37473530 E-mail: [email protected] 81 EDUCAÇÃO CONTINUADA Pesquisa em cefaléias em um país pobre Headache research in a developing country Mario F. P. Peres1, Pedro André Kowacs2 Pesquisador do Instituto do Cérebro – Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa - Hospital Albert Einstein. Professor de Neurologia - FMABC; 2Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/Hospital Ecoville, Curitiba; Serviço de Neurologia do Departamento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR 1 Peres MFP, Kowacs PA. Pesquisa em cefaléias em um país pobre. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):82-85 RESUMO Introduçã Introdução. Comparativamente com países do primeiro mundo, a quantidade de pesquisas ainda é baixa no Brasil. Fazse necessário, portanto, discutir as causas desta disparidade. Objetivos. Através de uma análise da situação atual, oferecer propostas. Métodos Métodos. Análise crítica das dificuldades em se realizar pesquisa no Brasil. Resultados. Dentre outros fatores, são identificadas e discutidas oito barreiras para a realização de pesquisa no Brasil. Conclusões. Fazer pesquisa em um país pobre é uma tarefa difícil para qualquer indivíduo. Falta de investimento governamental em ciência e tecnologia, ausência de indústrias que apóiem pesquisa, carreira acadêmica deficitária são um dos motivos principais que desafiam os pesquisadores. Neste artigo procuramos identificar as barreiras e ao mesmo tempo propor soluções para melhorar a produtividade no nosso ambiente científico. Palavras alavras-- chave: Cefaléia no Brasil; pesquisa; ciênciometria; planejamento. ABSTRACT Introduction. As compared to developed countries, the amount of research in Brazil remains low. Being so, it is advisable to discuss the reasons that justify this disparity. Objectives. By using an analysis of the current situation, to offer proposals for solving this problem. Methods: A critical analysis of the several difficulties in doing research in Brazil. Results. Among several factors, the author identifies and discusses eight main barriers for doing research in Brazil. Conclusions. Doing research in a developing country is a difficult task for any researcher. Lack of governmental investment in science and technology, a paucity of industries that support research and a deficitary academic career are challenges to Brazilian researchers. In this essay, we have tried to identify the barriers to research in headache and to discuss the solutions to enhance the scientific production in our country. 82 Key-words words: Headache in Brazil, research, research measuring, planning. INTRODUÇÃO Fazer pesquisa em um país pobre é uma tarefa bastante árdua para qualquer indivíduo de qualquer que seja a área da ciência. Não precisamos nos valer de eufemismos, para nos chamarmos de país "emergente" ou "em desenvolvimento", somos mesmo um país pobre. Pobre de espírito, pobre nos recursos, pobre no exercício da cidadania, economicamente atado às diversas ondas e ventos dos mercados internacionais. Ao mesmo tempo somos paradoxalmente um país rico, de imensas riquezas naturais, áreas para cultivo, grande potencial energético, grande potencial de desenvolvimento humano, mas por enquanto só o potencial... Talvez a nossa história explique o momento em que vivemos hoje, de dependência tecnológica, cultural e científica. Fomos colonizados por portugueses, sempre fomos assistencialistas, muito pouco inovadores, e a distribuição de renda desigual nos fez uma nação heterogênea, com um índice baixíssimo de produção científico-tecnológica. Atualmente podemos ver que diversas barreiras afetam o nosso desenvolvimento científico. Para sabermos o que está ocorrendo é importante sempre mensurarmos o que fazemos. A cienciometria é uma área destinada a toda sorte de índices, quantificações, toda maneira de objetivar a quantificação da produção científica.1 NúMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.82-85, jul./ago./set. 2007 PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE mero de artigos publicados, em revistas nacionais ou internacionais, em revistas indexadas ou não indexadas (de vários tipos de indexações), de baixo, médio ou alto impacto, é uma das formas de avaliar a nossa produção científica. Na área médica há diferentes níveis de indexação, a do Science Citation Index (SCI), do Institute for Scientific Information (ISI), publicado no Journal Citation Reports (JCR), e também a base livre para consulta da Medline, Pubmed.2 Porém outras bases de dados são também valorizadas, no nosso ambiente as bases LILACS3 e Scielo (Scientific Electronic Library On-line)4 são um primeiro passo na trajetória de indexação de uma revista. O índice de impacto da revista também é um fator de interesse, e é calculado levando em conta o número de citações recebidas pelos artigos publicados na revista em um ano em revistas indexadas pelo ISI, dividinso-as pelo número de trabalhos publicados pela revista nos dois anos que antecederam ao considerado. Por exemplo, se uma revista publicou 100 artigos em 2004 e 2005, e eles foram citados ao todo 50 vezes em 2006, o índice de citação da revista em 2006 é de 0.5. Para se ter uma idéia, o atual índice de citação da nossa revista Cephalalgia é de 6.049, considerado excelente. Admite-se que um impacto acima de 1.0 é um índice razoavelmente bom para uma revista. Outro fator que conta nesta análise é o tipo de revista, se é de cadeira básica ou clínica, se é de subespecialidade ou mais generalista, interfere neste contexto. Além do fator de impacto da revista em que o artigo do autor considerado foi publicado, é importante avaliar quantas vezes este mesmo artigo foi citado.5 Algumas bases de dados mostram especificamente os índices de citação, com o Scopus,6 mas também bases de consulta pública como o Google scholar (ou acadêmico).7 Um índice interessante vem sendo considerado para avaliar a produção científica, levando em conta o número de artigos publicados com o número equivalente de citações, o fator ou índice H. Por exemplo, um pesquisador que tem 10 artigos publicados com, no mínimo, 10 citações tem um fator H de 10; para este indivíduo passar a ter um fator H de 11, ele precisa ter mais um artigo publicado, mas que, no mínimo, tenha, como todos os anteriores, 11 citações.8 Mas não é só produção de papers (artigos científicos) que contam; formação de mestres e doutores, outros tipos de produção tecnológica como patentes e, evidentemente, o tempo de carreira deve ser considerado e ponderado em uma análise. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p..82-85, jul./ago./set. 2007 BARREIRAS PARA O PESQUISADOR DE ÁREA POBRE Não se trata de achar desculpas para a baixa performance dos países pobres no mundo da ciência, e sim de indentificar os problemas para podermos resolvêlos, superá-los. E até que se avaliarmos a qualidade e quantidade das nossas pesquisas na área das cefaléias notamos um incremento substancial, o Brasil não está tão mal. Recentemente tivemos a publicação de um mini suplemento na revista Headache, com cinco artigos de brasileiros, ganhamos um editorial escrito pelo Marcelo Bigal,9 descrevendo o destaque das pesquisas em cefaléia no Brasil,10-15 o grupo de artigos denominou-se "Headache Medicine in Brazil". Sem dúvida que devemos ter orgulho desta conquista, mas vamos ter os pés no chão, vamos analisar porque nós e outros países nas mesmas condições não conseguem ir mais adiante. Vamos atrás das várias barreiras existentes e tentarmos soluções para elas. Linguagem A linguagem é a primeira barreira e uma das mais importantes. A língua científica no mundo não é o Português, nem mesmo qualquer língua semelhante. Somos todos escravos do Inglês. Já seria uma dificuldade exigirmos bom Português nos dias de hoje, com os exemplos que temos por aí... Escrever em bom Português depende de bom treinamento, de um esforço adicional. Aprender a escrever inglês científico pode até ser mais fácil que aprender a falar inglês, editores de texto, buscas no Pubmed, Google, auxiliam bastante. É incomparável o esforço de um americano para escrever um artigo com o de um pesquisador brasileiro. Como podemos melhorar esta situação? O investimento pessoal e institucional tem que ocorrer nesta direção. Pagar uma tradução é a maneira mais simples, mas a mais cara e demorada. Investir no treinamento de Inglês é uma chave para a carreira científica, como veremos a seguir; a importância de uma experiência no exterior pode ser crítica neste processo, mas a base escolar e pré-graduação é fundamental. Uma boa base no Inglês pavimenta o caminho. Absorver os livros de editoração de texto, de como escrever um artigo científico (em inglês) faz parte do treinamento. Iniciação científica na graduação A história toda começa mesmo no berço. Quantos de nós tivemos a oportunidade de nos espelharmos em 83 MARIO F. P. PERES E PEDRO ANDRÉ KOWACS professores na graduação, ou mesmo de poder participar de um programa de iniciação científica na graduação. Atualmente, quantos pesquisadores da área de cefaléias tem alunos de iniciação científica? Quantas "ligas de cefaléia" que possam absorver o aluno de medicina existem nas faculdades do Brasil? Muito poucas. E ainda pensando na educação médica na área das cefaléias, quantas horas são destinadas a cefaléia no curriculum médico? Certamente menos do que o médico recém-formado precisa saber sobre o assunto. O fomento de bolsas de iniciação científica existe em programas como o PIBIC do CNPq, e também em agências de fomento estaduais como a Fapesp, com processo de submissão direta. Organizarmos para apoiar a formação de novas ligas acadêmicas, ou incentivar mesmo a petição de bolsas pelos programas já existentes é uma tarefo importante. Publicação científica na residência médica Outra etapa que poderia suprimir esta lacuna do treinamento médico seria a residência médica. O especialista em cefaléia é de formação em neurologia, mas dentro do programa de neurologia não há ênfase para o estudo ou pesquisa das cefaléias, se no serviço de neurologia tiver um ambulatório ou setor estruturado para atendimento das cefaléias sorte do residente. Escrever um artigo não é uma obrigatoriedade para o residente, ele pode se formar sem sequer uma publicação em revista de qualquer qualidade. Não exigimos nem promovemos aos residentes uma formação científica adequada, fica este papel para a pós-graduação, tempo perdido. Em três anos de residência o médico poderia escrever ou aprender a escrever uma revisão, um relato de caso, e até mesmo fazer um estudo clínico, com todas as suas etapas. Escassez de programas de pós-graduação O que seria o principal mecanismo de alavanca da produção, a pós-graduação, está restrita aos grandes centros no Brasil. O indivíduo com interesse em pesquisa em cefaléia deve se direcionar a um grande centro, hoje no Brasil há pós-graduação bem estruturada em neurologia com orientadores capacitados em cefaléias apenas na região sul-sudeste, com exceção do programa de pós-graduação em Recife, Pernambuco. Como avançar neste sentido? Formando mais doutores, e estes doutores formando seus alunos, e descentralizando os programas de pós-graduação. Um esforço de equilibrar a má-distribuição de especialistas, ob84 servada em estudo recente sobre os nossos colegas na área das cefaléias, se torna imperativo. Carreira acadêmica Infelizmente, a carreira acadêmica é desvalorizada no Brasil, o professor universitário é sucateado, ganha mal, não há uma política decente para a carreira acadêmica em nosso meio. Não que seja perfeita também fora do país, há problemas em quase todos os cantos do planeta, mas aqui estamos longe de uma carreira atraente para o jovem pesquisador. Programas de apoio e fomento de jovens doutores e captação de "cérebros" Brasileiros no exterior não surtem muito efeito. Um médico termina tendo que dar os seus árduos plantões noturnos e de fim de semana para complementar uma renda digna. E o tempo para escrever, pesquisar, para se dedicar a carreira acadêmica? Fica para os apaixonados, que se nutrem do entusiasmo da pesquisa para dedicar o seu precioso tempo, e contando com o diletantismo, pois é preciso abrir mão do lado financeiro para se dedicar à pesquisa. Como sair deste nó? Investimento pesado na carreira acadêmica, realmente atrair novos talentos para a pesquisa, tornando a universidade mais leve, turnover de profissionais e professores mais rápido, garantia e ao mesmo tempo incentivo à produção científica, ou seja, dar mais a quem faz mais. Experiência no exterior A experiência no exterior não é uma condição absoluta para se formar um bom pesquisador, mas se for possível, torna-se de substancial importância, de preferência em um país de língua inglesa, ou se não for, que seja um serviço de muita penetração científica, pois o pesquisador poderá se colocar em um nível de produtividade acima do que costumamos ter no nosso ambiente. Estar em um centro de alta produção cinetífica "contamina" o pesquisador, a própria concorrência, competitividade, faz com que a pessoa se estimule. Não precisa dizer que o tempo de dedicação a pesquisa quando se está estagiando no exterior é muito maior do que a que se permite aqui. Com um estágio fora aprende-se em muitos aspectos. Experiência de vida pessoal, até familiar caso esposa e filhos acompanhem, além da bagagem cultural, da quebra da barreira da linguagem (depende do tempo e da performance), permitindo ao pesquisador contatos que, em geral, rendem aberturas de cooperação científica, e de uma circulação e exposição maior. As bolsas Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.82-85, jul./ago./set. 2007 PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE são escassas, Fapesp, Capes, CNPq financiam programas de doutorado sanduíche ou pós-doutorado; mesmo que não consiga, vale tentar as bolsas de instituições internacionais e até mesmo considerar fazer um investimento pessoal. O mundo das publicações nas revistas: artigos de brasileiros são rejeitados? As revistas melhor indexadas são mais difíceis de se publicar, portanto, o índice de rejeição é maior. O complexo de vira-lata brasileiro sempre nos puxa para baixo, costumamos pôr a culpa dos nossos insucessos no preconceito que possam as revistas ter contra os brasileiros. Não é bem assim. Não escrevemos bem Inglês, não temos grandes contatos (os editores e revisores das revistas não nos conhecem), não somos líderes de opinião internacionais, não fazemos em muitos casos pesquisas de alta qualidade, é natural que nosso índice de rejeição em revistas seja alto. Para uma boa publicação temos que vencer todas estas barreiras, realmente um artigo de um brasileiro em uma boa revista deveria ser mais valorizado. Interfere muito no índice de rejeição a estratégia de publicação, se tentar-se uma revista melhor indexada, a chance de recusa é maior, porém se não tentarmos as revistas melhores, nunca teremos artigos publicados nelas! Não custa tentar. Escassez de recursos Existe, como sabemos, pouco dinheiro para pesquisa no Brasil. Poucos são os estudos clínicos internacionais que poderiam nos ajudar a integrar mais pessoas nas equipes de pesquisa, formar mais pessoal técnico, aparelhar melhor nos centros de pesquisa. As agências de fomento no Brasil apóiam boas propostas de pesquisa, mas esbarramos sempre no material humano, consegue-se a dedicação de um jovem pesquisador, interessado em pesquisa, mas a procura de titulação e que numa fase inicial da carreira aceita "investir" em uma bolsa de pesquisa (se tiver sorte de conseguir uma!). Em São Paulo a Fapesp fomenta pesquisas de bom nível e, se tiver mérito, o projeto é aprovado, pode-se ter alguma restrição de orçamento, mas há boa possibilidade para um processo de submissão. O ministério da ciencia e tecnologia (MCT), através do CNPq publica editais que comportam determinadas áreas, e qualquer pesquisador de qualquer região do Brasil pode submeter (pode haver restrições para titulação). Neste tópico, ficamos à revelia da situação econômica do nosMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p..82-85, jul./ago./set. 2007 so país, infelizmente sem muita perspectiva de melhora, só para exemplificar, investimos na educação apenas 10% do que pagamos de juros por ano! A ausência de uma política séria e eficaz de desenvolvimento científico faz poucos jovens doutores e pesquisadores, e entramos num círculo vicioso, porém precisamos de muita clareza para identificar os pontos necessários a serem ajustados, as barreiras a serem superadas, para quebrarmos este ciclo e entrarmos num ciclo virtuoso, e conseguirmos desenvolver com mais força a nossa área. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Strehl L , Santos CA. Indicadores de qualidade da atividade científica. Ciência Hoje 2002,31:34-39. 2. http://www.pubmed.com 3. http://www3.bireme.br/abd/P/lilacs.htm 4. http://www.scielo.org 5. Coura, JR; Willcox, LCB. Impact factor, scientific production and quality of Brazilian medical journals. Mem Inst. 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Medeiros FL, Medeiros PL, Valenca MM, Dodick D. Simvastatin for migraine prevention. Headache. 2007 ;47(6):855-6. Recebido: 01/09/2007 Aceito: 06/09/2007 Endereço para correspondência Dr. Mario F. P. Peres Al. Joaquim Eugenio de Lima, 881 cj 708 01403-001 - São Paulo-SP E-mail: [email protected] 85 IMAGEM EM CEFALÉIA Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache? Antônio Marcos da Silva Catharino,1,2,3 Fernanda Martins Coelho Catharino,1 Jorgete Haidar Sessim David Cosendey,2 Valéria Camargo Silveira,1,2 Carlos Henrique Melo Reis1,2 Hospital Geral de Nova Iguaçu, 2Universidade Iguaçu, 3Ambulatório de Cefaléias – HUGG-UniRio 1 Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Reis CHM Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? Migrâneas cefaléias 2007;10(3):86-87 RELATO DO CASO Paciente com 47 anos, sexo feminino, queixa-se de cefaléia pulsátil, esporadicamente em aperto, hemicraniana, sempre à direita, de moderada intensidade, ocorrendo uma vez ao mês com duração de sete dias, acompanhada de tontura e, eventualmente, por vômitos. Não havia relato de foto e/ou fonofobia, lacrimejamento, ou outros sintomas autonômicos. O quadro teve início havia aproximadamente seis meses, mantendo-se constante desde então. As crises não eram desencadeadas ou agravadas por esforço, tosse ou movimentação da cabeça. Não havia relato de despertares noturnos pela dor. O exame neurológico revelava hipoacusia sensorial à direita, porém não apresentava outras alterações objetivas e não havia edema de papila óptica. Havia história pregressa de hérnia de disco lombar e, na história familiar, referia uma filha com cefaléia. A paciente foi orientada a utilizar antiinflamatórios não esteroidais para as crises e foi iniciado o tratamento profilático com amitriptilina 25mg à noite, com redução da freqüência e intensidade das crises. Foram solicitadas audiometria e tomografia computadorizada (TC) de crânio. A TC de crânio (Figura 1) revelou lesão expansiva densa, captante de contraste, localizada no plexo coróide do ventrículo lateral direito, sem outras alterações. A audiometria demonstrou leve perda auditiva neurossensorial no ouvido direito. 86 O estudo tomográfico foi complementado com ressonância magnética (RM) de crânio (Figura 2) que revelou lesão ovalar com sinal semelhante ao córtex e intenso realce após contraste, no interior do átrio/corno posterior de ventrículo lateral direito, sugestiva de papiloma de plexo coróide. A paciente foi submetida à avaliação pela equipe de neurocirurgia, que indicou a ressecção do tumor, e aguarda procedimento cirúrgico. DISCUSSÃO A cefaléia é uma queixa extremamente freqüente na população geral sendo na grande maioria das vezes uma condição primária. No entanto, pode ser um sintoma secundário a diferentes condições, entre elas as neoplasias intracranianas, cuja incidência fica em torno de 1% dos pacientes que procuram clínicas de cefaléia.1 Cerca de 40% a 53% dos pacientes com tumor cerebral apresentam cefaléia, surgindo como primeira manifestação em aproximadamente 16% dos casos.1,2,3 Os tumores de plexo coróide são raros e freqüentemente afetam crianças, com predominância no sexo feminino e localização preferencial nos ventrículos laterais; geralmente se manifesta com hipertensão intracraniana.4,5 No caso relatado, apesar de algumas características, como a ausência de sinais de hipertensão intraMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.86-87, jul./ago./set. 2007 PAPILOMA DE PLEXO CORÓIDE: CEFALÉIA PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA? REFERÊNCIAS 1. Schoenen J, Sándor PS. Headache with focal neurological signs or symptoms: a complicated differential diagnosis. Lancet Neurol. 2004;3:237-45. 2. Moreira-Filho PF, Souza JA, Jevoux CC, Brito CM, Sarmento EM. Diagnóstico diferencial das cefaléias. Migrâneas cefaléias. 2003;6:125-8. 3. Bordini CA. Cefaléias associadas a neoplasias intracranianas. Migrâneas cefaléias. 2003;6:56-8. Figura 1. TC de crânio 4. Barreto ASCM, Vassallo J, Queiroz LS. Papillomas and carcinomas of the choroid plexus: histological and immunohistochemical studies and comparison with normal fetal choroid plexus. Arq Neuropsiquiatr. 2004;62:600-7. 5. Agarwal A, Chopra S, Sehgal AD. Choroid plexus papilloma associated with developmental delay. Indian J Pediatr. 2004;71:763-6. Recebido: 23/07/2007 Aceito: 25/07/2007 Endereço para correspondência Dr. Antonio Marcos da Silva Catharino Travessa Capitão Zeferino, nº 56 - Apto. 803 24220-230 - Icaraí - Niterói/RJ E-mail: [email protected] Figura 2. RM de crânio – A (FLAIR) e B (T1) = Corte horizontal; C = Corte sagital; D = Corte coronal craniana, a boa resposta ao tratamento clínico e a ausência de alterações no exame neurológico indicarem uma natureza primária, a cefaléia apresentada pela paciente não preenche, de forma inequívoca, os critérios da IHS para uma cefaléia primária. Por outro lado existem características que poderiam sugerir uma natureza secundária, como a unilateralidade (sempre à direita) e a idade de início dos sintomas, porém ainda faltam indícios que corroborem a relação de nexo causal entre a cefaléia e a lesão tumoral encontrada. Sendo assim, colocamos em discussão a etiologia desta cefaléia: ela seria primária ou secundária? Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.86-87, jul./ago./set. 2007 87 HOMENAGEM Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da Cefaliatria brasileira Wilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil Marcelo M. Valença1, Joaquim Costa Neto2 1 Professor Associado, Serviço de Neurologia e Neurocirurgia, Departamento de Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco 2 Professor Assistente, Serviço de Neurologia, Universidade de Pernambuco Valença MM, Costa Neto J. Professor Wilson Farias da Silva – Um baluarte da Cefaliatria brasileira. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):88-93 Em meados do ano passado, Pedro André Kowacs, editor da Migrâneas & Cefaléias, dividindo a idéia com Paulo Hélio Monzillo e Carlos Alberto Bordini, propôs homenagear grandes nomes da cefaliatria brasileira – Edgard Raffaelli Júnior, Wilson Farias da Silva (Fig. 1), Eliova Zuckerman e Wilson Luiz Sanvito – fundadores da cefaliatria nacional. Na ocasião, expressaram-nos a vontade de publicar uma edição semelhante ao Festschrift1 dedicado ao Jes Olesen, em homenagem oferecida pela International Headache Society. Infelizmente, Edgard Raffaelli Júnior, um dos fundadores da International Headache Society, em 1980, faleceu em dezembro de 2006, antes do merecido tributo. O cefaliatra Raimundo Pereira da Silva Neto publicou recentemente2 um artigo sobre a vida e a obra do dr. Raffaelli Júnior, cabendo-nos a honrosa e nobre missão de escrever similar artigo acerca da trajetória científico-acadêmica de outro pioneiro da cefaliatria brasileira – o Professor Wilson Farias da Silva. Inicialmente comentamos o histórico momento de festa e reconhecimento acadêmico, quando a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) outorgou o mais alto título acadêmico – o de Professor Emérito – ao Pro– fessor Wilson Farias da Silva (Fig. 2) – título conferido a professores aposentados que se distinguiram no exercício da atividade acadêmica pelos relevantes serviços à Ciência e à Instituição. Muito provavelmente, o Professor Wilson é o único cefaliatra brasileiro vivo que possui título de tão elevado quilate. 88 Figura 1. Professores Wilson Farias da Silva (terceiro da direita para a esquerda) e Edgard Raffaelli Júnior (sentado) entre cefaliatras e neurologistas pernambucanos durante um evento na UFPE em 2005. Figura 2. O Professor Wilson Farias da Silva recebendo o título de Professor Emérito do Reitor da UFPE Professor Amaro Lins, em 2007. A palavra emérito tem origem latina: emeritu, significando jubilado, muito versado em uma ciência ou arte; sábio. Ainda perscrutando o sentido desse termo, enMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007 contramos uma curiosidade histórica: na Roma Antiga, Tacitus usou-a para designar os soldados que encerraram a vida de batalhas, não porque nelas morreram mas por a elas retornarem, ininterruptamente e sempre que necessário, destacando-se, e indefectivelmente bemsucedidos. O Professor Wilson, chamado por alguns de "Farias", sábio excepcional, destemido vencedor e guerreiro da ciência e do ensino, encetou incansavelmente inúmeras e vitoriosas batalhas, na luta por nossa universidade e pela Sociedade Brasileira de Cefaléia. Contemplaremos uma trajetória de vida no melhor estilo da ciência médica brasileira e lhe enfatizaremos as excepcionais qualidades de mestre e de ser humano: Líder inconteste, chefe querido, amigo leal, brilhante clínico, inovador, talentoso, rigoroso nas pesquisas, generoso para com os mais novos ávidos de saber, dotado de espírito ímpar, sua presença faz-se constante porquanto imprescindível nos ambulatórios do Hospital das Clínicas, nas salas de aula, nos Congressos de Cefaléia. Em 20 de agosto de 1933, nasceu na cidade baiana de Nazaré, terra da capoeira. Mudou-se para o Recife aos 2 anos de idade. Cursou o ginasial e o científico no Colégio Nóbrega, de 1945 até 1951. Ingressou em 1952 no Curso Médico da então Faculdade de Medicina da Universidade do Recife (hoje chamada Universidade Federal de Pernambuco), concluindo-o em dezembro de 1957. Ainda recém-formado, associou-se ao Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Pedro II da UFPE. Como Guilherme Piso, José Corrêia Picanço, Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, Ulysses Pernambucano de Melo Sobrinho, Jarbas Pernambucano de Melo e Manoel Caetano Escobar de Barros, o Professor Wilson Farias da Silva integra essa plêiade de sete ilustres pernambucanos que muito contribuíram para a Medicina e, em particular, para a Neurologia do Brasil. São todos verdadeiramente pernambucanos, de nascimento ou por adoção deste nosso estado, de tão glorioso passado. Impossível contemplar a vida acadêmica e científica do Professor Wilson sem folhear um pouco o livro da história da Neurologia e Neurocirurgia em Pernambuco,3 por ser ele, nela, atuante personagem nos últimos 50 anos. Ainda no século 17, durante o período da ocupação holandesa, a então Capitania de Pernambuco tornou-se o espaço onde se realizaram os primeiros trabalhos de pesquisa científica no Brasil, de autoria dos natuMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007 ralistas Guilherme Piso (médico da colônia batava) e George Marcgraf. Foi Octávio de Freitas quem cognominou Piso como o mais antigo médico e naturalista que possuímos. Em sua obra estão descritas as doenças daquela época em Pernambuco, vislumbrando o Recife como o berço inconteste da medicina brasileira. O primeiro livro brasileiro sobre medicina, e provavelmente, das Américas, foi De Medicina Brasiliensi, publicado por Piso e editado em Amsterdã, em 1648. A participação de pernambucanos no ensino médico e na criação das especialidades de Neurologia e de Neurocirurgia é surpreendente. Foi um pernambucano de Goiana, José Corrêia Picanço, o fundador do ensino médico no Brasil. Como era médico da corte real, influenciou D. João VI na criação das duas primeiras escolas de medicina (na Bahia e no Rio de Janeiro), em 1808. Outro pernambucano ilustre, o Prof. Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, nascido no Recife, é considerado o "pai da Neurologia Brasileira". Em 1912, assumia a cátedra de Neurologia, criada pela primeira vez no Brasil como disciplina independente, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O Prof. Antônio Austregésilo também contribuiu de maneira fundamental na criação da especialidade em Neurocirurgia no Brasil, sendo por isso considerado o estimulador e o pai espiritual da Neurocirurgia no País. Muitos foram os que se destacaram na área da Neuropsiquiatria em Pernambuco na primeira metade do século XX, porém a figura do Prof. Ulysses Pernambucano de Melo Sobrinho foi o destaque maior. Ocupou a cadeira de Semiologia Neuropsiquiátrica, na outrora denominada Faculdade de Medicina do Recife, quando Manoel Gouveia de Barros era catedrático de Neurologia e Alcides d'Ávila Codeceira da cadeira de Psiquiatria. Após a morte de Manuel Gouveia de Barros, Ulysses Pernambucano assumiu a respectiva cadeira, tornandose o criador, em 1938, da revista Neurobiologia, a mais antiga na área neuropsiquiátrica em circulação na América Latina. Sucedendo Ulysses Pernambucano, o filho, Jarbas Pernambucano de Melo, foi aprovado em concurso com a tese Estudo anatomoclínico das atrofias cerebelares e, já insigne mestre, criou a Clínica Neurológica da Enfermaria São Miguel do Hospital D. Pedro II. Após sua morte, em 1958, Manoel Caetano Escobar de Barros, um ano após, faz concurso para a cátedra de Neurologia com a tese Contribuição ao estudo da impressão basilar associado à malformação de Arnold-Chiari. 89 MARCELO M. VALENÇA E JOAQUIM COSTA NETO Outro respeitável nome há que ser lembrado: José Alberto Maia. Faleceu prematuramente, em 1962, vítima de acidente automobilístico. Graduara-se em medicina em 1947. Foi chefe de clínica em 1955, a convite do Professor Jarbas Pernambucano e, em 1959, conquistou o título de livre-docente com a tese Discopatias cervicais. Um ano antes, o Professor Wilson iniciava as atividades na Clínica Neurológica e Neurocirúrgica da mesma faculdade, em 1958, sob os auspícios de José Alberto Maia, passando a instrutor de ensino superior entre 1962 e 1967. Em 1989, Wilson Farias da Silva passa a ser Professor Titular, com a tese Estudo comparativo entre aspectos clínicos da enxaqueca clássica e comum. Ele já defendera, em 1974, a tese de docência-Livre: Contribuição ao estudo dos eletroencefalogramas intercríticos nas cefaléias vasculares. Grande cefaliatra, como todos sabemos, esse mestre tem extensa produção científica,4-129 com publicação de vários livros na área da Cefaliatria, entre os quais se encontra o primeiro livro de cefaléia editado no Brasil, em 1988.117 Seu principal traço de personalidade é a obstinação pelo fazer e escrever. Honesto nas crenças, apaixonado pela pesquisa, defende a verdade com veemência. Em 1964, colaborando com grandes nomes da Neurologia do estado – Salustiano Lins, Mussa Hazin, Manoel Caetano de Barros e Luiz Ataíde –, dá a público os primeiros quatro artigos originais, em Neurologia, dos mais de cem trabalhos editados e levados a conhecimento posteriormente, em revistas especializadas nacionais e internacionais. Ainda em 1968, em colaboração com o Professor Manoel Caetano de Barros e outros, publica no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry127 que 28% dos 66 pacientes com malformação de Arnold-Chiari apresentavam crises de cefaléia associadas aos esforços físicos, tosse, gargalhada e espirro. Foi, assim, um dos primeiros a alertar sobre a possibilidade da cefaléia da manobra de Valsalva estar intimamente relacionada com a malformação de Chiari tipo I - fato comentado na nova Classificação Internacional das Cefaléias, 2ª Edição (2004), quando 40% dos casos de cefaléia da tosse (4.2) ocorrem em pacientes com essa malformação. Na vivência médico-acadêmica interagiu ativamente com outros neurologistas pernambucanos, como Alcides Codeceira Júnior, José Grimberg, Marco Otávio Saraiva Valença, Fernando Maurício de Melo Travassos, Ana Maria Campos van der Linden, Guilherme Montenegro 90 Abath, Glerystone Holanda, Maria Eunice Coelho, Gildo Benício, Alex Caetano de Barros, Hildo Rocha Cirne de Azevedo Filho, Waldmiro Antônio Diegues Serva, Joaquim Costa Neto e Gilson Edmar Gonçalves e Silva, citando apenas alguns nomes dessa grandiosa Academia de Neurociências de Pernambuco, com os quais o Professor Wilson Farias divide a co-autoria de muitos artigos científicos. A partir de 1974, encanta-se com o estudo das cefaléias! Em um encontro realizado em 1976, na cidade de Salvador, nasce a idéia de criar a Sociedade Brasileira de Cefaléia, com os amigos Edgard Raffaelli Júnior e Gilberto Rebello de Mattos, o que aconteceu oficialmente em 1978, com o nome de Sociedade Brasileira de Cefaléia e Enxaqueca. Assim, foi membro fundador da Sociedade Brasileira de Cefaléia, entidade hoje de renome internacional, figurando entre as três maiores no mundo.130 Em 1979, levava a efeito o I Congresso Brasileiro de Cefaléia em São Paulo. Em 1981, o Professor Wilson presidiu o II Congresso Brasileiro de Cefaléia, dessa feita em Recife. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia, de 1982 até 1986. O Professor José Geraldo Speciali, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, quando participava em uma banca examinadora durante a defesa da tese de doutorado do cefaliatra Marcelo E. Bigal, falou, em tom de elogio, que o Professor Farias era muito "nacionalista": preferia publicar artigos científicos em revistas brasileiras. Se os publicasse na versão inglesa e em jornais internacionais, certamente seria reconhecido mundialmente como um dos grandes cefaliatras clínicos da atualidade, graças à riqueza dos aspectos clínicos das cefaléias primárias estudadas e descritas por ele. Foi, ainda, diretor técnico do Hospital das Clínicas da UFPE, de 1984 até 1989. Marcante fez-se-lhe o desempenho no tratamento de recursos humanos, participando na formação de inúmeros neurologistas e orientando teses acadêmicas. Aposentou-se em 1992. No entanto, ainda coordena e mantém ativa a Clínica de Cefaléia do Hospital das Clínicas-UFPE. O Professor Wilson Farias da Silva é, sem dúvida, um dos grandes especialistas em cefaléia vivos que ainda mantém, após mais de 30 anos de atendimento especializado em cefaléia, atividades de ensino e pesquisa. A vida nos deu a especial benção de poder conhecer esse grande Professor de Neurologia, razão de tornar extremamente profícua a nossa experiência profissional. Há vários anos, a Sociedade Brasileira de Cefaléia, Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007 PROFESSOR WILSON FARIAS DA SILVA - UM BALUARTE DA CEFALIATRIA BRASILEIRA reconhecendo-lhe o mérito e a fundamental participação na criação e crescimento da mesma, oferece anualmente um prêmio com o seu nome: Prêmio Professor Wilson Farias da Silva. A amizade, o desprendimento, o contagiante entusiasmo que o caracterizam têm servido de modelo e estímulo para todos nós - docentes e discentes. REFERÊNCIAS 1. Milestones in headache research. A tribute to Jes Olesen. Cephalalgia 2001;21:747-89. 2. Silva Neto RP. Quem foi Edgard Raffaelli Júnior. Migrâneas Cefaléias 2006;9:152-8. 3. Valença MM. História da Medicina Pernambucana: Neurologia e Neurocirurgia. Movimento Médico 2006;2:30-1. 4. Valença MM, Valença LPA, Silva WF, Dodick DW. Hemicrania continua secondary to an ipsilateral brainstem lesion. Headache 2007;47:438-41. 5. Valença MM, Valença LPA, Silva WF. 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Isto está de acordo com a prevalência (um ano) de cefaléias entre 7 e 15 anos: 3,6% a 12%, como revisto cuidadosamente por Fred Sheftell no número de junho da revista Headache.1 Embora suas cefaléias tenham algo de psicogênico, como bem salienta Sheftell ao mencionar um diálogo entre Dumbledore e Fudge, a análise pormenorizada de todas as nove descrições de episódios de cefaléia nos seis livros da série publicados até então, de acordo com os critérios diagnósticos vigentes da Sociedade Internacional de Cefaléias, sugere que Potter sofre de enxaqueca sem aura. E conclui sabiamente Fred em seu artigo: "Cefaléias não precisam ser necessariamente uma maldição para magos e pessoas comuns . Elas podem melhorar por meio da pesquisa, para que sejam compreendidas melhor, e por meio da educação, para que possam ser manejadas melhor". "Stupefy!" Se pudéssemos eliminar dores assim… Embora ambos, médicos e a população em geral, estejam ansiosos pela medicação mágica, que elimina definitivamente qualquer cefaléia sem qualquer efeito colateral, esta não está disponível nem aqui, tampouco em Hogwarts. Isto não impede, porém, que se continue a buscar agentes que, embora ainda não possam se aproximar do sobrenatural, representem novas opções terapêuticas para uma doença que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Interessante perspectiva para o futuro parece representar os antagonistas de receptor de "calcinonin gene-related peptide", o CGRP.2 Este foi o assunto da última sessão Você leu?, na excelente revisão pelo Dr. Piovesan. De fato, o interesse por tal 94 peptídeo, o mais potente vasodilatador conhecido, cresceu na área das cefaléias quando ele foi identificado em maior concentração no sangue retirado da veia jugular do mesmo lado da dor em pacientes com enxaqueca.3,4 Com 37 aminoácidos, codificado no mesmo gene da calcitonina,5,6 o CGRP coexiste com a substância P (SP) e outros neurotransmissores em fibras sensitivas, incluindo ramos do trigêmeo, e induz intensa vasodilatação.7,8 Seus efeitos, no que se refere à vasodilatação, quando comparados aos efeitos da SP, são mais lentos, prolongados e intensos.9,10 O CGRP constitui um marcador da ativação trigeminal durante a crise de enxaqueca. Antagonizá-lo parece uma estratégia anti-enxaqueca lógica. O BIBN409611 foi o primeiro antagonista que se mostrou eficaz contra crises da doença.12 O Olcegepant é um inibidor de receptor CGRP1, desenvolvido para uso parenteral, que se mostrou eficaz com poucos efeitos adversos.13 Evidentemente, um medicamento assim precisa ser administrado por via oral. Estudos fase 2 com o MK-0974, um antagonista administrado por via oral, demonstrou eficiência em duas horas no controle de crises de enxaqueca, com resposta mantida por 24 horas (Ho T. Efficacy and tolerability of a novel, oral CGRP antagonist, MK-0974, in the acute treatment of migraine. Scientific Session 6: Developments and the Future of Treatments (acute and preventive). Apresentado no 3º Congresso Internacional de Cefaléia, Estocolmo, 1 de Julho de 2007). Se a solução mágica ainda está distante, pelo menos uma nova maneira de combater esta doença pode estar no antagonismo à molécula do CGRP. Medo têm os pacientes de duas entidades quando sofrem de cefaléias intensas: Tumor cerebral e aneurisma. Entretanto, pouco doem os aneurismas salvo quando do sangramento subaracnóide, e não é verdade que a maioria dos indivíduos com processos expansivos intracranianos sofrem de dores de cabeça. Analisando 111 pacientes com Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 94-97, jul./ago./set. 2007 HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA tumores cerebrais, Forsyth e Posner encontraram cefaléias em menos da metade.14 Segundo estes autores, a cefaléia foi semelhante à cefaléia do tipo tensão em 77%, lembrando enxaqueca em 9%. Concluíram também que a clássica cefaléia matutina, característica dos tumores cerebrais, é na verdade infrequente. Schankin et al. estudaram 85 pacientes com tumores cerebrais.15 Como bem salientam em seu artigo recente, não há explicação sobre como cefaléias secundárias a tumores são relacionadas às cefaléias primárias. Pacientes com tumores cerebrais que certamente produziram tração de estruturas intracranianas sensíveis à dor, bem como hipertensão intracraniana, podem não sofrer cefaléia em qualquer momento da sua evolução.16 Diferentemente de Forsyth, Schankin et al. encontraram cefaléias em 60% dos casos de tumor cerebral.15 Apenas 2% tiveram a cefaléia como sintoma isolado. Interessante notar que a presença de cefaléia secundária foi significativamente relacionada à história familiar de cefaléia e cefaléia pré-existente (ambos com p<0.01). Pacientes com tumores cerebrais e hipertensos, em uso de ßbloqueadores, tiveram menos cefaléia (p=0.03). No que se refere à evolução, 82.5% disseram que a cefaléia mudou com o aparecimento do tumor. A cefaléia tende a ser moderada, uni ou bilateral, pulsátil em 16%. Os dados desde e de outros trabalhos mostram que, de fato, cefaléia intensa e isolada não deve corresponder à presença de tumor intracraniano, ao contrário do que imagina a maioria da população. Recentemente tem sido alvo de atenção para tratamento de diferentes cefaléias o nervo occipital maior (NOM), prolongamento sensitivo natural da raiz C2. Antigamente, porém, o NOM foi alvo de procedimentos anestésicos e cirúrgicos para redução de cefaléias de vários tipos, sobretudo cefaléia cervicogênica.17 Hoje, a mesma estrutura é estimulada ao invés de inibida. Há relatos sugerindo que o implante de estimuladores no nervo occipital maior pode ser benéfico para o tratamento de algumas cefaléias.18,19 Oito pacientes (sete homens e uma mulher) com cefaléia em salvas intratável foram submetidos a implante de eletrodo suboccipital para estímulo do nervo occipital, com follow-up médio de 20 meses.18 Neste trabalho, seis dos oito indivíduos disseram ter havido melhora das suas crises, dois deles em 90%. O efeito não foi imediato, melhorando progressivamente ao longo do tempo. Para casos particularmente difíceis, esta alternativa pode se mostrar útil tendo em vista a sua relativa facilidade e maior segurança quando comparada à estimulação profunda hipotalâmica posterior.20-22 Uma das expressões que talvez venham a se popularizar no estudo das cefaléias é "WAD", ou "Whiplash Associated Disorders". Esta é uma das áreas da neurologia onde há Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 muita controvérsia, com toda certeza. Os interessantes trabalhos publicados pela colaboração entre a Noruega e a Lituânia23,24 sugerem claramente que a cefaléia pós-whiplash – lesão em chicote com movimentação cervical súbita geralmente por acidente automobilístico – tende a ocorrer muito mais freqüente e importantemente num contexto onde compensação financeira para as vítimas é relativamente mais disponível. Isto sugere que aspectos médico-legais também seriam determinantes no desenvolvimento das WADs. No último número do The Journal of Clinical Pain, Holm et al. publicaram um estudo a respeito da influência de fatores socioeconômicos nas WADs.25 Confirmando trabalho dos mesmos autores realizado no Canadá e publicado na Spine em 2006, este artigo demonstra que, também na Suécia, WADs podem ser influenciados por baixo nível educacional, dor cervical anterior, cefaléia anterior, baixa condição de saúde prévia, não se lembrar da posição da cabeça no momento do acidente ou ter a cabeça virada neste momento e capotamento. Entretanto, há alguns problemas metodológicos muito importantes neste trabalho. Primeiro, os participantes foram selecionados entre pessoas que procuraram empresas de seguros para pleitear compensação financeira pelo acidente. Isto, teoricamente, significa um viés de seleção. Ademais, foram enviados questionários para os participantes, que podiam enviar as respostas ou não. Os que enviaram as respostas são, provavelmente, os mais afetados, ou os que eram mais interessados no recebimento do seguro. Concluindo, o tema WAD é complexo e requer dos médicos todo o cuidado e atenção. Estará Hogwarts localizada em montanha elevada? Não encontrei nenhuma referência à sua geografia ou altitude na Escócia mas, afinal, sendo a escola que é, a altitude, provavelmente, é variável… Fosse ela em localização constantemente elevada, esta poderia ser uma das causas das dores de Potter. Dentre os sintomas da chamada "Acute Mountain Sickness" (AMS), a cefaléia é o mais comum.26 Este tema foi assunto de um artigo recente de Luis Paulo Queiroz e Alan Rapoport.27 Em seu artigo na Cephalalgia, Jafarian et al. relatam o efeito da gabapentina em baixas doses no tratamento da cefaléia relacionada à altitude.28 Estudando 24 pacientes adultos que se hospedaram em um hotel a 3.500 m de altitude, estes autores encontraram tendência à superioridade da gabapentina (300 mg) em relação ao placebo. Eles também sugerem que a combinação gabapentina + ibuprofeno seria melhor que os medicamentos isolados. Estes dados requerem confirmação, e abrem a possibilidade de uma nova linha de investigação e tratamento para a AMS. Uma de minhas pacientes enxaquecosas recentemente disse à consulta: "Doutor, quanto tenho enxaqueca, eu sei o que cada andar do meu prédio está cozinhando". Nas suas 95 MAURICE VINCENT próprias palavras, ela contou como a hipersensibilidade olfativa característica da enxaqueca pode fazê-la perceber com muito mais nitidez os odores dos pratos preparados por todos os seus vizinhos. A osmofobia na enxaqueca foi assunto do artigo recente de Zanchin et al.29 Neste minucioso trabalho, 1.005 pacientes osmofóbicos com enxaqueca ou cefaléia do tipo-tensão (14 a 71 anos de idade, 772 mulheres), 43% dos enxaquecosos referiram osmofobia (enxaqueca com aura: 38,5%; enxaqueca sem aura: 43,9%). Entre 198 pacientes com cefaléia do tipo-tensão episódica, nenhum teve osmofobia durante o ataque (P < 0.00001). Portanto, a osmofobia, para o diagnóstico de enxaqueca, teve sensibilidade de 43% e a especificidade of 100%. Em 90% dos enxaquecosos, a osmofobia estava presente desde o início. Em 53%, a osmofobia estava presente em todas as crises, e em cerca de 73% surge em torno de dez minutos depois do início do ataque. Em 98% desaparece concomitantemente ao fim da cefaléia. Para 43%, a osmofobia era percebida para dois odores. O desencadeamento de crises de enxaqueca por odores só era reconhecido entre os pacientes que tinham osmofobia. É possível que, com a elucidação dos mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca, nós venhamos a conhecer melhor as razões da osmofobia nesta doença. Como guia prático de conduta, vale a pena ler o artigo de Schaefer et al. no último número do J Am Coll Radiol.30 Os critérios para solicitação de exames de imagem para o diagnóstico de cefaléias são revistos à luz do conhecimento atual. Basicamente, o estudo mostra como o índice de anormalidades em exames solicitados por motivo de cefaléia em pacientes com exame neurológico normal é baixo: tumor cerebral: 0,8%; Malformação arteriovenosa: 0,2%; Hidrocefalia: 0,2%; Aneurisma: 0,3%; Hematoma subdural: 0,2%; AVC: 1,2%. O ensinamento principal é confiar sempre na anamnese e no exame físico. Eles são mais fidedignos do que os exames complementares para a identificação da cauda da cefaléia na vasta maioria dos casos. Lembrei também de outro paciente que, ao me referir da vivacidade das cores durante sua aura de enxaqueca, disse: "O vermelho fica tão vermelho que parece que vai me atacar". De fato, a percepção das cores muitas vezes é alvo de anormalidades na enxaqueca. Há pacientes que percebem cores mais vivas, mais brilhantes, bem como aqueles outros que admitem que tudo fica um pouco pálido, meio sem brilho, tendendo para o preto-e-branco. A perimetria de cores foi estudada em pacientes com enxaqueca (com aura e sem aura) e controles por de Marinis et al.31 A dificuldade em perceber o vermelho, mais pronunciada na enxaqueca com aura, foi relacionada à presença de fotofobia. Enxaquecosos sem aura tiveram dificuldades na percepção do azul, o mes96 mo fato detectado, curiosamente, em parkinsonianos.32,33 A compreensão das anormalidades quanto à visão de cores na enxaqueca é rudimentar. Sabemos que o córtex visual está intimamente relacionado à doença, o que, obviamente, pode envolver regiões como a área V8, relacionada ao processamento das cores. Boa leitura! REFERÊNCIAS 1. Sheftell F, Steiner TJ, Thomas H. Harry Potter and the curse of headache. Headache. 2007;47(6):911-6. 2. Edvinsson L, Petersen KA. CGRP – Receptor Antagonism in Migraine Treatment. CNS Neurol Disord Drug Targets. 2007; 6(4):240-6. 3. Goadsby PJ, Edvinsson L, Ekman R. Vasoactive peptide release in the extracerebral circulation of humans during migraine headache. Ann Neurol. 1990;28:183-7. 4. Goadsby PJ, Edvinsson L. The trigeminovascular system and migraine: studies characterizing cerebrovascular and neuropeptide changes seen in humans and cats. Ann Neurol. 1993;33:48-56. 5. 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Lancet. 2003;361(9373):1967-74. 27. Queiroz LP, Rapoport AM. High-altitude headache. Curr Pain Headache Rep. 2007;11(4):293-6. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 28. Jafarian S, Gorouhi F, Salimi S, Lotfi J. Low-dose gabapentin in treatment of high-altitude headache. Cephalalgia 2007. 29. Zanchin G, Dainese F, Trucco M, Mainardi F, Mampreso E, Maggioni F. Osmophobia in migraine and tension-type headache and its clinical features in patients with migraine. Cephalalgia 2007. 30. Schaefer PW, Miller JC, Singhal AB, Thrall JH, Lee SI. Headache: when is neurologic imaging indicated? J Am Coll Radiol 2007;4(8):566-9. 31. De Marinis M, Rinalduzzi S, Accornero N. Impairment in color perception in migraine with and without aura. Headache 2007;47(6):895-904. 32. Haug BA, Trenkwalder C, Arden GB, Oertel WH, Paulus W. Visual thresholds to low-contrast pattern displacement, color contrast, and luminance contrast stimuli in Parkinson's disease. Mov Disord 1994;9(5):563-70. 33. Haug BA, Kolle RU, Trenkwalder C, Oertel WH, Paulus W. Predominant affection of the blue cone pathway in Parkinson's disease. Brain 1995;118 ( Pt 3):771-8. Enviado: 04/09/2007 Aceito: 04/09/2007 Endereço para correspondência Dr. Maurice Vincent Consultório Barra da Tijuca Av. das Américas, 1155 sala 504 22631-000 – Rio de Janeiro, Brazil Tel: (+55 21)24913678 - (+55 21)21119245; Fax: (+55 21)24943648 Consultório Botafogo: Rua Sorocaba, 464 sala 302 22271-110 – Rio de Janeiro, Brazil Tel.:/faxes: (21)25375562 e (21)25377638 www.vincent.med.br 97 XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e na Adolescência da SBCe 20 a 22 de setembro de 2007 Majestic PPalace alace Hotel Programa FFinal inal Apoio 98 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL MENSAGENS A Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe) objetiva principalmente facilitar a divulgação do conhecimento científico sobre as dores de cabeça para profissionais diversos e com diferentes níveis de especialização e interesse. Desde sua fundação, em 1978, persevera nesse propósito, conservando a preocupação constante com o aprimoramento e modernização das técnicas, o que tem resultado encontros memoráveis por sua qualidade. O XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia, o II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe e o I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e Adolescência da SBCe que ora se iniciam constituem um novo marco na história da SBCe. Durante três dias, 67 convidados nacionais e 11 internacionais que estão entre os maiores especialistas revezar-se-ão em cursos, conferências, mesas-redondas e sessões especiais, apresentando o que há de mais atual sobre o tema, ao lado de sua considerável experiência pessoal. Seja bem-vindo e aproveite! Jano Alves de Souza Presidente da SBCe SEJAM BEM-VINDOS A FLORIANÓPOLIS! Estar aqui significa compartilhar conhecimentos científicos, desfrutar do convívio com os colegas e vivenciar momentos agradáveis de lazer e descontração! A programação científica foi criteriosamente elaborada, visando abranger os diferentes aspectos do estudo da cefaléia. Neste ano, contamos com a participação de um número expressivo de convidados estrangeiros, bem como de renomados palestrantes brasileiros. A apresentação dos trabalhos científicos foi valorizada com sessões de exposições orais de temas-livres selecionados e sessões de pôsteres sem atividades concorrentes. As atividades sociais foram organizadas com a finalidade de proporcionar uma interação festiva e prazerosa. Desejamos uma ótima estada em nossa cidade e um excelente aproveitamento do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia! Luiz Paulo de Queiroz Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 99 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL MENSAGENS Colegas, Setembro chegou para marcar o nosso encontro em Florianópolis no II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBC e durante o XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia. A programação deste ano procurou reunir o maior número de colegas de diversas partes do Brasil que trabalham nesta área, além de contar com um palestrante estrangeiro para, assim, apresentar um panorama atual de nossa especialidade. Esperamos que aproveitem ao máximo o Congresso e sua estada na bela ilha de Florianópolis. José Luiz Peixoto Presidente do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe Prezado congressista, Seja bem-vindo ao I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância da SBCe. É um prazer tê-lo conosco nesse que se tornou o maior evento em cefaléia na infância até hoje realizado na América Latina. Aproveite as palestras, apresente suas dúvidas em plenário ou procure os palestrantes nos intervalos. Não deixe de participar do lançamento do livro "Cefaléias na Infância e Adolescência", será no final da tarde de sexta-feira no estande da Janssen-Cilag. Esperamos sinceramente atender suas expectativas. Atenciosamente, Marco A. Arruda Presidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e Adolescência da SBCe 100 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL COMISSÃO CIENTÍFICA Ana Luíza Antoniazzi (SP) Ana Maria Ladeira Yamada (RJ) Carla da Cunha Jevoux (RJ) Carlos Alberto Bordini (SP) Cláudio Manuel de Brito (RJ) Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) Eduardo Jannuzzi (MG) Eliana Meire Melhado (SP) Jano Alves de Souza (RJ) José Geraldo Speciali (SP) José Luiz Peixoto (RJ) Luiz Paulo de Queiroz (SC) Maurice Borges Vincent (RJ) Mario Fernando Prieto Peres (SP) Mauro Eduardo Jurno (MG) Pedro André Kowacs (PR) Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) Wilson Farias da Silva (PE) COMISSÃO ORGANIZADORA Luiz Paulo de Queiroz (SC) – Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia José Luiz Peixoto (RJ) – Presidente do II Congresso de Dor Oro-Facial da SBCe Marco Antônio Arruda (SP)– Presidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e Adolescência da SBCe Jano Alves de Souza (RJ) – Presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia Carla da Cunha Jevoux (RJ) – Secretária da Sociedade Brasileira de Cefaléia e do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia Cláudio Brito (RJ) – Tesoureiro da Sociedade Brasileira de Cefaléia e do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia PALESTRANTES ESTRANGEIROS Alan M. Rapoport (EUA) Carlos Alberto Fontes Ribeiro (Portugal) Christian Wöber (Áustria) Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria) Elsa Parreira (Portugal) Federica Galli (Itália) Isabel Luzeiro (Portugal) Isabel Pavão Martins (Portugal) Lívia de Sousa (Portugal) Steve M. Baskin (EUA) Vincenzo Guidetti (Itália) PALESTRANTES NACIONAIS Abouch Valenty Krymchantovski (RJ) Alexandre Kaup (SP) Ana Maria Ladeira Yamada (RJ) Anamaria Siriani (SP) Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG) Carla da Cunha Jevoux (RJ) Carlos Alberto Bordini (SP) Cibele dal Fabbro (SP) Cláudia Tavares de Souza (MG) Claúdio Manoel Brito (RJ) Daniel Bonotto (PR) Débora Bevilaqua Grossi (SP) Deusvenir Carvalho (SP) Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) Ednilza Pereira de Farias Dias (DF) Eduardo Grossman (RS) Eduardo Januzzi (MG) Elcio Piovesan (PR) Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 Elder Machado Sarmento (RJ) Elder Sarmento (RJ) Eliana Meire Melhado (SP) Eliova Zukerman (SP) Euphly Jalles Filho (SP) Federica Galli (Itália) Fabíola Dach (SP) Fernando Kowacs (RS) Frederico Motta Leite (MG) Guido Boabaid May (SC) Hélio Barreiros (RJ) Jackeline Barbosa (RJ) Jano Alves de Souza (RJ) Jayme Antunes Maciel Jr. (SP) João José Freitas de Carvalho (CE) José Geraldo Speciali (SP) José Luiz Peixoto Filho (RJ) José Nazareno Gil (SC) 101 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL Juliana Stuginski Barbosa (SP) Liselotte M. Barea (RS) Luciana Campaner (SP) Luiz Paulo Queiroz (SC) Marcelo Ciciarelli (SP) Marcelo Vega (MG) Marcia Lima (SP) Marcio Bittencourt (ES) Marco Antônio Arruda (SP) Mario Peres (SP) Marluci Guimarães (RJ) Maurice Vincent (RJ) Mauro Jurno (MG) Norma Fleming (RJ) Osvaldo J. M.Nascimento (RJ) Patrícia Machado Peixoto (DF) Paulo Cunali (PR) Paulo Hélio Monzillo (SP) Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ) Pedro André Kowacs (PR) Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) Renan Domingues (ES) Renata Campi (SP) Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) Roldão Faleiro de Almeida (MG) Rosângela Arrabal (RJ) Sandro Blasi Espósito (SP) Silva Neto (PI) Wilson Farias da Silva (PE) Wilson Sanvito (SP) Yara Dadalti Fragoso (SP) EXPOSITORES Janssen Cilag Libbs Abbott Di Livros Editora Nycomed Tecnifar INFORMAÇÕES GERAIS Acompanhantes: Acompanhantes têm direito a: - City-tour: 21/09 – 09:00h – saída do Hotel Majestic - Festa de Confraternização – 21/09 – 21:00h Crachás Crachás: É indispensável o uso do crachá durante todas as atividades. Festa de Confraternização: 21 de setembro de 2007 – 20h30 - Associação Catarinense de Medicina - Rodovia SC 401 KM 04, 3854 - Saco Grande Convite Individual - É indispensável a apresentação na entrada. Transporte saindo do Hotel Majestic às 20h15. Local do Evento: MAJESTIC PALACE HOTEL Av. Beira-Mar Norte, 2746 - Centro 88015-702 - Florianópolis, SC Fone: 48 3231-8000 - Fax: 48 3231-8008 Serviços Médicos Médicos: A organização do congresso não se responsabiliza por problemas de saúde, acidentes pessoais, perda de bagagem e cancelamento de viagem dos participantes. Tradução Simultânea: Haverá tradução simultânea Inglês/Português nas palestras ministradas em inglês. CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO DO CNA Este congresso será certificado pelo CNA – Comissão Nacional de Acreditação. A participação no evento confere pontos para o CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL. Especialidade Neurologia Clínica Médica Neurologia pediátrica Dor Pontuação 10.0 3.0 2.0 4.0 Obs: não esqueça de preencher corretamente a ficha de inscrição para validar seu cadastro no CNA. Caso sua inscrição tenha sido feita por terceiros pedimos que consulte a Secretaria do Congresso - Interevent - para verificar se seu cadastro está completo. 102 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA -PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Quinta-feira, 20 de setembro de 2007 Cursos pré-congresso SALA 1– Ritz I (térreo) 08:00/12:00 – Curso 1 – Curso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritas Público-alvo: Neurologistas, cefaliatras Coordenador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) 08:00/08:20 – SUNCT e SUNA – Wilson Sanvito (SP) 08:20/08:40 – Cefaléia hípnica – Carla da Cunha Jevoux (RJ) 08:40/09:00 – Cefaléia numular – Fabíola Dach (SP) 09:00/09:20 – Trocleíte e cefaléia troclear primária – Marcelo Vega (MG) 09:20/09:40 – Cefaléia trovoada associada a espasmo arterial transitório – Fernando Kowacs (RS) 09:40/09:50 – Perguntas e discussão 09:50/10:00 – Intervalo 10:00/10:20 – As últimas cefaléias primárias descritas – Wilson Farias da Silva (PE) 10:20/10:50 – Cefaléia Pós-traumática – Elder Machado Sarmento (RJ)) 10:50/11:20 – Migrânea abdominal – Marcia Lima (SP) 11:20/11:50 – Pout pourri of rare secondary headaches – Alan Rapoport (EUA) 11:50/12:00 – Discussão e perguntas SALA 3 – Y York ork III (piso E) 08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia: enfoque prático e objetivo Público-alvo: Clínicos, médicos de outras especialidades, estudantes Coordenadora: Maria Eduarda Nobre Costa (RJ) 08:00/08:20 – Anamnese - o essencial para o diagnóstico – Hélio Barreiros (RJ) 08:20/08:40 – Migrânea: quadro clínico e diagnóstico – Jackeline Barbosa (RJ) 08:40/09:00 – Migrânea: tratamento das crises e tratamento preventivo – Norma Fleming (RJ) 09:00/09:30 – Cefaléia do tipo tensional (diagnóstico e tratamento) – Cláudia Tavares de Souza (MG) 09:30/09:50 – Cefaléia em salvas e hemicrânia paroxística crônica (diagnóstico e tratamento) – Patrícia Machado Peixoto (DF) 09:50/10:00 – Intervalo 10:00/10:30 – Cefaléia crônica diária (diagnóstico, prevenção e tratamento) – Eliana Meire Melhado (SP) 10:30/10:50 – Neuralgias cranianas mais freqüentes (diagnóstico e tratamento) – Claúdio Manoel Brito (RJ) 10:50/11:10 – Quando e como investigar a queixa de cefaléia - sinais de alerta – Roldão Faleiro de Almeida (MG) 11:10/11:30 – Cefaléia na emergência – Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG) 11:30/12:00 – Discussão e perguntas SALA 2 – Y ork II (piso E) York 08:00/12:00 – Curso 3 Aspectos psíquicos das cefaléias Público-alvo: Neurologistas, cefaliatras, psiquiatras, psicólogos Coordenadora: Luciana Campaner (SP) 08:00/08:20 – O ressurgimento do interesse pelos aspectos psíquicos nas cefaléias – Paulo Hélio Monzillo (SP) 08:20/08:40 – Existe uma personalidade migranosa? – José Geraldo Speciali (SP) Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 103 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 08:40/09:00 – Comorbidade psiquiátrica nas cefaléias – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) 09:00/09:20 – Instrumentos para o screening psicológico – Luciana Campaner (SP) 09:20/09:50 – Abordagem farmacológica das comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléia – Guido Boabaid May (SC) 09:50/10:00 – Intervalo 10:00/10:40 – The family and the headache: how relevant is headache in children? – Federica Galli (Itália) 10:40/11:20 – The role of the psychologist in a Headache Clinic – Steve Baskin (EUA) 11:20/11:40 – Discussão e perguntas SALA 1– Ritz I (térreo) 12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott SALA 1– Ritz I (térreo) 14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso 14:00/14:10 – Jano Alves de Souza (RJ) 14:10/14:20 – Luiz Paulo Queiroz (SC) 14:20/14:30 – Marco Antonio Arruda (SP) 14:30/14:40 – José Luiz Peixoto Filho (RJ) 14:40/14:50 – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) 14:50/15:00 – Homenagem póstuma a Edgard Raffaelli Jr – Wilson Farias da Silva (PE) 15:00/15:10 – Homenagem a Alan Rapoport – Luiz Paulo Queiroz (SC) 15:10/15:50 – Conferência inaugural Palestrante: Alan Rapoport (EUA) Tema: "The most important papers on headache in the last 5 years" Coordenador: Luiz Paulo Queiroz (SC) 15:50/16:10 – Intervalo 16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária Coordenador: Célia Aparecida Roesler (SP) 16:10/16:30 – Fatores de risco para a cronificação da cefaléia modificáveis – Carlos Alberto Bordini (SP) 16:30/16:50 – Uso excessivo de medicação sintomática causa CCD? Impede a ação das drogas preventivas? Abouch Valenty Krymchantovski (RJ) 16:50/17:10 – Tratamento ambulatorial ou internação, qual o melhor? – Pedro André Kowacs (PR) 17:10/17:20 – Discussão SALA 3 – Y York ork III (piso E) 16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe 16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências Coordenador: Roberto Garanhani (SC) 16:30/17:10 – Evidências em DTMs: onde estamos? – Marcio Bittencourt (ES) 17:10/18:10 – DTMs musculares – Eduardo Januzzi (MG) 18:10/19:10 – DTMs articulares – Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) 19:10/19:30 – Discussão 104 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA SALA 1– Ritz I (térreo) 17:20/19:20 – Conferências Coordenador: Eliova Zukerman (SP) 17:20/18:00 – The Behavioral Medicine Approach to Headache Management – Steve Baskin (EUA) 18:00/18:40 – How and why children and adolescents' headaches are so different from the adults ones? Vincenzo Guidetti (Itália) 18:40/19:10 – Arterite temporal – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) 19:10/19:30 – Migrânea e forame oval patente – Renan Domingues (ES) 19:30 – Coquetel de abertura Sexta-feira, 21 de setembro de 2007 SALA 1– Ritz I (térreo) 08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea Coordenador: Murilo Rubens Schaefer (PR) 08:00/08:20 – Migrânea e cognição – Alexandre Kaup (SP) 08:20/08:40 – Migrânea e emoções – Marluci Guimarães (RJ) 08:40/09:00 – Migrânea e sentidos – Elcio Piovesan (PR) SALA 4 – Coral I (piso SL SL)) 08:00/08:55 – Sessão de miniconferências Coordenador: José Lucio Dantas (SE) 08:00/08:25 – Neuro-imagem: alterações estruturais nas cefaléias primárias – Maurice Vincent (RJ) 08:25/08:50 – O cérebro migranoso: hiper ou hipoativo? – Mario Peres (SP) SALA 1– Ritz I (térreo) 09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias Coordenador: Marcelo Cedrinho Ciciarelli (SP) 09:00/09:40 – New treatments for headaches in general – Alan Rapoport (EUA) 09:40/10:20 – Dor neuropática crânio-facial –Osvaldo J. M.Nascimento (RJ) 10:20/11:00 – Managing the "difficult" patient – Steve Baskin (EUA) SALA 2 – Y ork II (piso E) York 08:00/09:00 – Miniconferências (I) Coordenador: Luiz Otávio Cavallazzi (SC) 08:00/08:30 – Prospective analysis of factors related to migraine attacks – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria) 08:30/09:00 – Migraine e tension type headache in children and adolescents – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria) 09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento" Coordenador: Vincenzo Guidetti (Itália) 09:00/09:30 – Introduction – Vincenzo Guidetti (Itália) 09:30/09:50 – Psychological and behavioral aspects of pain – Federica Galli (Itália) 09:50/10:10 – Diferenças na percepção da dor em neonatos, crianças e adultos – Luciana Campaner (SP) 10:10/10:30 – Aspectos Clínicos – Marco Antônio Arruda (SP) 10:30/10:50 – Comentários – Vincenzo Guidetti (Itália) 10:50/11:00 – Perguntas Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 105 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição Módulo I: Visitador – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) – trabalhos 016 a 021 Módulo II: Visitador – Elcio Piovesan (PR) – trabalhos 022 a 027 Módulo III: Visitador – Marcelo Ciciarelli (SP) – trabalhos 028 a 033 Módulo IV: Visitador – Maurice Vincent (RJ) – trabalhos 034 a 039 SALA 3 – Y York ork III (piso E) 08:00/12:30 – O tratamento das DTMs Coordenador: Ricardo Lessa Bastos (RJ) 08:00/08:20 – Aspectos gerais do tratamento das DTMs – José Luiz Peixoto Filho (RJ) 08:20/08:40 – Tratamento farmacológico – Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ) 08:40/09:00 – Placas: como, quando e por quê – Frederico Motta Leite (MG) 09:00/09:20 – Terapias complementares: laser e acupuntura – Renata Campi (SP) 09:20/10:20 – O tratamento cirúrgico – Eduardo Grossman (RS) 10:20/10:40 – Viscosuplementação em ATM – Daniel Bonotto (PR) 10:40/11:00 – Cirurgia ortognática e DTMs – José Nazareno Gil (SC) 11:00/12:00 – Tratamento fisioterápico das DTMs e cefaléia cervicogênica – Débora Bevilaqua Grossi (SP) e Anamaria Siriani (SP) 12:00/12:30 – Discussão 12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM Módulo V – Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) – trabalhos 040 a 050 SALA 1– Ritz I (térreo) 12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag SALA 1- Ritz I (térreo) 14:00/16:30 – Encontro Brasil-P ortugal de Cefaléia – Simpósio TTecnifar ecnifar Brasil-Portugal Coordenadores: Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) – Jano Alves de Souza (RJ) 14:00/14:10 – Abertura Carlos Fontes Ribeiro (Portugal), Jano Alves de Souza (RJ) 14:10/14:40 – Excitabilidade neuronal na fisiopatologia da enxaqueca - da geração das crises à alodínia e à dificuldade do tratamento. Mecanismos de ação do valproato/divalproato e do frovatriptano – Carlos Alberto Bordini (SP) Moderador: Elsa Parreira (Portugal) 14:40/15: 10 – Tratamento sintomático com triptanos e recorrência dos ataques de enxaqueca - há ganho terapêutico com os triptanos de longa duração de ação? – Lívia de Sousa (Portugal) Moderador: Abouch Valenty Krymchantovski (RJ) 15:10/15:40 – Tratamento das cefaléias por abuso de fármacos - prevenção e tratamento. São os medicamentos antiepilépticos eficazes? Há menos abuso com a prescrição de triptanos de longa duração de ação? – José Geraldo Speciali (SP) Moderador: Isabel Pavão Martins (Portugal) 15:40/16:10 – Tratamento sintomático e preventivo da enxaqueca menstrual . Qual é o papel dos triptanos de longa duração de ação? – Isabel Luzeiro (Portugal) Moderadora: Eliana Meire Melhado (SP) 16:10/16:30 – Conclusões – Jano Alves de Souza (RJ), Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) 16:30/16:50 – Intervalo 106 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA SALA 1– Ritz I (térreo) 16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica Coordenador: José Martônio Ferreira de Almeida (BA) 16:50/17:10 – NO, CGRP, SP, etc: qual o verdadeiro papel nas cefaléias? – Marcelo Ciciarelli (SP) 17:10/17:30 – Interações medicamentosas no tratamento das cefaléias – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) 17:30/17:50 – Cefaléia como efeito adverso de drogas lançadas recentemente – Renan Domingues (ES) 17:50/18:10 – Efeitos metabólicos das drogas antimigranosas – Mauro Jurno (MG) SALA 4 – Coral I (piso SL SL)) 16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular Coordenador: Erasmo Barros da Silva (PB) 16:50/17:10 – Migrânea e risco de doença vascular – Luiz Paulo Queiroz (SC) 17:10/17:30 – Migrânea e coagulação – Yára Dadalti Fragoso (SP) 17:30/17:50 – Como diferençar AIT e aura de migrânea? – Elder Machado Sarmento (RJ) 17:50/18:10 – Trombose de seio venoso e cefaléia – João José Freitas de Carvalho (CE) 18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição Módulo VI – Visitador: Mario Peres (SP) – trabalhos 051 a 056 Módulo VII – Visitador: Pedro André Kowacs (PR) – trabalhos 056 a 062 Módulo VIII – Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE) – trabalhos 063 a 068 SALA 2 – Y ork II (piso E) York 14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos Coordenadora: Carla Barbosa Marquesini (SC) 14:00/14:20 – Comorbidades e outros fatores associados - Importância no diagnóstico das cefaléias primárias Deusvenir Carvalho (SP) 14:20/14:40 – Migrânea na infância: tratamento não-medicamentoso - Medicina baseada em evidências Liselotte M. Barea (RS) 14:40/15:00 – Migrânea na infância: tratamento sintomático e profilático - Medicina baseada em evidências Sandro Blasi Espósito (SP) 15:00/15:20 – Cefaléias incomuns na infância e adolescência e a necessidade de investigação complementar Ana Maria Ladeira Yamada (RJ) 15:20/15:30 – Discussão 15:30/16:30 – Miniconferências (II) Coordenadora: Maria Adélia Matheus (RJ) 15:30/16:00 – Psychiatric comorbidity in headache and migraine in childhood and adolescence – Federica Galli (Itália) 16:00/16:30 – What does it means to "treat" Migraine in children and adolescents? – Vincenzo Guidetti (Itália) 16:30/16:50 – Intervalo 16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância Apresentadora e Moderadora: Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria) Convidados: Marco Antônio Arruda (SP), Vincenzo Guidetti (Itália), Liselotte Barrea (RS), Deusvenir Carvalho (SP), Márcia Lima (SP), Ana Maria Yamada (RJ), Regina C. A. P. Albuquerque (SP) Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 107 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição Visita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência Módulo X – Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP) – trabalhos 076 a 080 SALA 3 – Y ork III (piso E) York 14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas Coordenador: Luiz Carlos Coral (SC) 14:00/14:25 – Odontalgia atípica e síndrome da ardência bucal – Juliana Stuginski Barbosa (SP) 14:25/14:50 – Outras dores trigeminais afetando a face – Silva Neto (PI) 14:50/15:00 – Discussão SALA 3 – Y ork III (piso E) York 15:00/16:00 – TTratamento ratamento psicológico Coordenador: José Luiz Peixoto Filho (RJ) 14:50/16:00 – The behavioral medicine approach to headache management – Steve Baskin (EUA) – aula-vídeo 16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT Coordenador: Marcio Bittencourt (ES) 16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT – Eduardo Januzzi (MG) 16:30/17:00 – Intervalo SALA 3 – Y ork III (piso E) York 17:00/18:50 – Sono e DTMs Coordenador: Eduardo Januzzi (MG) Paulo Cunali (PR) e Cibele dal Fabbro (SP) – Fisiologia do sono, Sono e Dor / DTMs: qual a relação?, Bruxismo SALA 3 – Y ork III (piso E) York 18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe 20:30 – Jantar de confraternização Sábado, 22 de setembro de 2007 SALA 1– Ritz I (térreo) 09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação Coordenador: Mario Peres (SP) 09:00/09:20 – Ferramentas de pesquisa – Fernando Kowacs (RS) 09:20/09:40 – Como obter financiamento? – Mario Peres (SP) 09:40/10:00 – Como ter seu artigo publicado? – Pedro André Kowacs (PR) 10:00/10:20 – O estudo epidemiológico brasileiro sobre cefaléia – Luiz Paulo Queiroz (SC) SALA 2 – Y ork II (piso E) York 09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia" Coordenadora: Rosângela Arrabal (RJ) Moderador: Paulo Norberto Discher de Sá (SC) 09:00/09:20 – As demandas do pesquisador – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) 09:20/09:40 – Aspectos regulatórios e éticos da pesquisa com placebo no mundo – Rosângela Arrabal (RJ) 108 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 09:40/10:00 – A visão da CONEP – Ednilza Pereira de Farias Dias (DF) 10:00/10:20 – Discussão SALA 1– Ritz I (térreo) 10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o tratamento de cefaléias Coordenadora: Maria Eduarda Nobre (RJ) 10:20/11:00 – Botulinum toxin in migraine, tension type headache and chronic daily headache – Alan Rapoport (EUA) 11:00/11:20 – Estimulação do nervo occipital – Jayme Antunes Maciel Jr. (SP) 11:20/11:50 – Deep brain stimulation for intractable chronic cluster headache – Alan Rapoport (EUA) 11:50/12:00 – Perguntas e discussão 12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III) Módulo XI – Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) – trabalhos 081 a 086 Módulo XII – Visitador: Deusvenir Carvalho (SP) – trabalhos 087 a 092 Módulo XIII – Visitador: Fernando Kowacs (RS) – trabalhos 093 a 098 Módulo XIV – Visitador: Marcelo Vega (MG) – trabalhos 099 a 104 13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados SALA 1 – Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Luiz Sanvito (SP) Coordenadora: Gladys Lentz Martins (SC) SALA 2 – Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP) Coordenador: Paulo Mattosinho Filho (SC) SALA 3 – Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP) Coordenador: Ronald Moura Fiuza (SC) 14:00/15:20 – PPainel ainel com especialistas. PPergunte ergunte o que quiser quiser.. Coordenador: Jano Alves de Souza (RJ) Wilson Farias da Silva (PE), Wilson Luiz Sanvito (SP), Carlos Alberto Bordini (SP), José Geraldo Speciali (SP), Abouch Valenty Krymchantovski (RJ), Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) 15:20/15:40 – Encerramento 16:00 – Assembléia Geral Ordinária Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 109 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES I DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H SALA 1 - Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Sanvito (SP) Nº Título Autor Instituição 1 Distúrbios do equilíbrio na enxaqueca Cristiana Pessoa de Queiroz Faria Goes UFRJ 2 3 4 5 Fadiga é secundária a depressão e ansiedade em Mario Fernando Prieto Peres enxaqueca: uma hipótese clínico-fisiopatológica Metabólitos de serotonina (5-HIAA) e dopamina Domingos Sávio de Souza (HVA) no líquido cefalorraquidiano de pacientes Vieira com enxaqueca crônica Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging in patients with post-traumatic headache Elder Machado Sarmento after mild head trauma Orexina-a (hipocretina-1) correlaciona com ansiedade e não com sonolência diurna em Mario Fernando Prieto Peres enxaqueca crônica Tópico IIEP- Hospital Albert Einstein Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Hospital Israelita Albert Einstein Cefaléias Primárias outros UFF Estudo Experimental Pesquisa Básica IIEP- Hospital Albert Einstein Estudo Experimental Pesquisa Básica APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES II DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H SALA 2 - Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP) Nº Título 6 Um estudo epidemiológico nacional de migrânea no Brasil Autor Instituição Luiz Paulo de Queiroz 7 Cefaléia - o paciente infiel Milton Alonso Rubio 8 Prevalência de cefaléia em população de pacientes com DTM segundo a classificação da ihs de 2004 Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Cefaléias Secundárias 9 Cefaléia como comorbidade de disfunção temporomandibular em crianças e adolescentes Paula Cristina Felix Falchet unifesp Cefaléia na Infância e Adolescência 10 Comorbidades neuropsiquiátricas em pacientes com cefaléias primárias na infância e na adolescência Ricardo Santin Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre Cefaléia na Infância e Adolescência Universidade Federal de Santa Catarina Sociedade Brasileira de Cefaléia Tópico Epidemiologia Outros Temas APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES III DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H SALA 3 - Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP) Nº 11 12 13 14 15 110 Título Fatores associados ao uso excessivo de medicação sintomática em enxaqueca crônica Migraine prevention with propranolol, amitryptilin and simvastatin: correlation with nitric oxide production Verapamil endovenoso como tratamento da aura migranosa prolongada na migrânea, migrânea hemiplégica familiar (MHF) e na migrânea com sintomas motores unilaterais (MSMU) Prednisona no tratamento inicial da cefaléia por uso excessivo de medicação: um estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado Cintigrafia (spect) com galio-67 (gal-67) é útil no diagnóstico da arterite temporal Autor Instituição Tópico Vera Zukerman Guendler Hospital Israelita Albert Einstein Cefaléias Primárias tratamento Marcelo Moraes Valença Universidade Federal de Pernambuco Cefaléias Primárias tratamento Artur Furlaneto Fernandes Hospital de Clínicas UFPR Cefaléias Primárias tratamento UFRJ Cefaléias Primárias tratamento Jackeline Barbosa Osvaldo JM Nascimento Universidade Federal Fluminense - UFF Neuroimagem Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Sessão de Pôsteres (I) 21/09 - 11:00 / 12:00 Módulo I: Visitador - Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) Título 16 17 18 19 20 21 Autor Localização habitual da dor em 56 migranosos crônicos atendidos no ambulatório de cefaléias do HU/UFS Avaliação do nível de estresse em portadores de cefaléia crônica diária Qual o maior medo de portadores de enxaqueca frente ao pico de dor na crise? Estudo piloto Estudo prospectivo de caracterização da cefaléia da síndrome de tensão pré-menstrual Estudo de prevalência de cefaléia primária em pacientes com síndrome do intestino irritável (SII) Cefaléia unilateral: prevalência em um centro especializado e características clínicas Instituição Universidade federal de Alan Chester Feitosade Jesus Sergipe - Liga de Cefaléia de Sergipe Yára Dadalti Fragoso UNIMES Yára Dadalti Fragoso UNIMES UNIMES Yára Dadalti Fragoso José Moreira dos Santos Felipe Galvão Stancioli Universidade Federal Fluminense - UFF Universidade Federal de Minas Gerais Tópico Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Módulo II: Visitador - Elcio Piovesan (PR) Nº Título Autor 22 Comportamento da pressão arterial sistêmica na migrânea Fabíola Dach 23 Avaliação da mobilidade cervical em mulheres com migrânea Katia Solidéia Pegoretti 24 25 26 Estudo descritivo e comparativo sobre o padrão de sono e presença de cefaléia em técnicos de enfermagem da UTI do Hospital Universitário da UFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno Estudo descritivo sobre a presença e características da cefaléia em técnicos de enfermagem da UTI do Hospital Universitário da UFJF Síndrome da mão estrangeira como aura de enxaqueca 27 Avaliação do limiar de dor por pressão de músculos crânio-cervicais em mulheres com migrânea transformada Nº Título Karen dos Santos Ferreira Instituição Tópico Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - USP Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo Cefaléias Primárias outros Hospital Universitário Universidade Federal de Juiz de Fora Hospital Universitário Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal do Henryk Maultasch Rio de Janeiro Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Alexandra Carolina Canonica Universidade de São Paulo Karen dos Santos Ferreira Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Módulo III: Visitador: Marcelo Ciciarelli (SP) 28 29 30 31 32 33 Avaliação de músculos crânio-cervicais em mulheres com migrânea através da algometria de pressão Sintomatologia autonômica óculo-nasal (hiperemia conjuntival, lacrimejamento, obstrução nasal e rinorréia): migrânea versus cefaléia em salvas Enxaqueca x atividade sexual: como mulheres com e sem enxaqueca utilizam a desculpa "dor de cabeça" para se esquivar de atividade sexual Cefaléia orgásmica associada a vasoespasmo cerebral segmentar reversível: relato de 02 casos A psicologia em um ambulatório de cefaléia como coadjuvante no tratamento da dor Cefaléia e cisto da pineal Autor Instituição Tópico Viviane Coimbra Moreira Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Cefaléias Primárias outros Marcelo Moraes Valença Universidade Federal de Pernambuco Cefaléias Primárias outros João José Freitas de Carvalho Hospital Geral de Fortaleza Cefaléias Primárias outros João José Freitas de Carvalho Renemilda Cacique Barbosa de Góes Hospital Geral de Fortaleza Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Cláudio Manoel Brito UFF Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Cefaléias Primárias outros Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 111 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Módulo IV: Visitador - Maurice Vincent (RJ) Nº 34 35 36 37 38 39 Título Associação de neuralgias dos nervos trigêmio e glossofaríngeo Estudo duplo cego, cruzado, randomizado comparando o uso do sumatriptano, com a trimebutina, com o meloxican, com a associação das três drogas no tratamento agudo de enxaqueca Tratamento da cefaléia crônica diária refratária : proposta terapêutica em regime de internação hospitalar Tratamento sintomático e profilático em ambulatório terciário de cefaléia primária na infância e na adolescência Autor Instituição Tópico Cláudio Manoel Brito Universidade Federal Fluminense - UFF Cefaléias Primárias outros Rafael Higashi Universidade Federal Fluminense - UFF Cefaléias Primárias tratamento Patricia Homsi Nemoto Ricardo Santin Cefaléia hípnica: profilaxia com amitriptilina Éder Cássio Rocha Ribeiro Evolução clínica da enxaqueca após oclusão percutânea de forame oval patente. Pedro André Kowacs Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias Craniofaciais do Hospital das clínicas de Ribeirão Preto. Instituto de Neurologia de Curitiba Cefaléias Primárias tratamento Cefaléias Primárias tratamento Cefaléias Primárias tratamento Cefaléias Primárias tratamento Sessão de pôsteres de Dor Oro-facial e DTM - 21/9/2007 - 12:30 – 13:30 Módulo V: Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) Nº 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 112 Título Autor Instituição Tópico Universidade Sagrado Coração- USC Disfunção TêmporoMandibular Universidade Santa Cecília Disfunção TêmporoMandibular Universidade Santa Cecília Disfunção TêmporoMandibular Universidade Tuiuti do Paraná Disfunção TêmporoMandibular Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade Santa Cecília Disfunção TêmporoMandibular Lilian Mendes Coelho UFSC Disfunção TêmporoMandibular Lilian Mendes Coelho UFSC Disfunção TêmporoMandibular Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Norma Regina Pereira Fleming UFF - UERJ Heloisa Helena Carvalho Alves Universidade Santa Cecília Disfunção TêmporoMandibular Lícia Magri Juste Universidade Federal de Juiz de Fora Doro Oro-Facial Intervenção cognitivo-comportamental em pacientes Ana Paula Afonso Camargo com disfunção temporomandibular Projeto ATM - curso de Pós graduação em atendimento a pacientes portadores de desordens Heloisa Helena Carvalho Alves temporomandibulares - atendimento multidisciplinar: Odontologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social Projeto ATM- Protocolo de atendimento em pacientes portadores de desordens Heloisa Helena Carvalho Alves temporomandibulares - DTMS Os hábitos parafuncionais e as cefaléias Prevalência de sinais e sintomas das desordens temporomandibulares em pacientes atendidos no ambulatório terciário de cefaléia Injeção de fatores de crescimento como recurso no tratamento das disfunções temporomandibulares Interação entre odontologia e fonoaudiologia no tratamento das disfunções temporomandibulares: relato de caso Comparação da prevalência de cefaléia crônica em pacientes com DTM e cefaléia Prevalência de cefaléias em pacientes comDTM articular, miofascial e articular/miofascial Avaliação farmacoterapêutica em paciente portadora de desordem temporomandibular (DTM), através da metodologia Dáder Incidência de cefaléia e dor muscular em técnicos de enfermagem de UTI Daniella Cristina Gaio Disfunção TêmporoMandibular Disfunção TêmporoMandibular Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Sessão de Pôsteres (II) 21/09 - 18:10 / 19:10 Módulo VI - Visitador: Mario Peres (SP) Nº 51 52 53 53 55 Título Autor Alarm bell headache Avaliação de cefaléia recorrente em pacientes idosos Distonia craniocervical provocada relato de caso Cefaléia em pacientes com adenomas hipofisários Secondary cluster headache: causes, side of the pain and latent period 56 Cefaléia da hemodiálise: caracterização clínica Nº Título Marcelo Moraes Valença Milton Alonso Rubio Milton Alonso Rubio Cristiana Pessoa de Queiroz Faria Goes Marcelo Moraes Valença Karllus Leite-de-Mendonça Instituição Universidade Federal de Pernambuco Sociedade Brasileira de Cefaléia Sociedade Brasileira de Cefaléia Universidade Federaldo Rio de Janeiro Universidade Federal de Pernambuco UFPE Tópico Cefaléias Secundárias Cefaléias Secundárias Cefaléias Secundárias Cefaléias Secundárias Cefaléias Secundárias Cefaléias Secundárias Módulo VII - Visitador: Pedro André Kowacs (PR) 57 58 59 60 61 62 Autor Instituição Síndrome pescoço-língua: Cláudio Manoel Brito UFF apresentação de três casos Alterações do exame neurológico em amostra de Universidade Federal de 312 pacientes atendidos no ambulatório de Alan Chester Feitosa de Jesus Sergipe - Liga de cefaléias do Hospital Universitário da UFS Cefaléia de Sergipe Avaliação do impacto da musculação sobre a frequência e gravidade de cefaléias primárias entre Renan Barros Domingues EMESCAM estudantes universitários Ausência de correlação entre realização de Renan Barros Domingues EMESCAM atividade física aeróbica e cefaléia Fatores de risco para cefaléia e migrânea entre Renan Barros Domingues EMESCAM estudantes universitários Avaliação de prevalência de cefaléia e depressão em uma comunidade de pescadores na Renan Barros Domingues EMESCAM foz do Rio Doce, ES Tópico Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Módulo VIII - Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE) Nº 63 64 65 66 67 68 Título Autor Instituição INBIO - Instituto de Estudo epidemiológico populacional da prevalência Luciana Campaner Fernandes Neuropsicologia e de cefaléia na cidade de Ribeirão Preto Jalles Biofeedback Liga Acadêmica Multidisciplinar de Fatores associados à incapacidade decorrente da Neurologia e cefaléia em universitários Alisson Roberto Teles Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS Liga Acadêmica Multidisciplinar de Depressão e alterações do sono em Neurologia e universitários com queixa de cefaléia Alisson Roberto Teles Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS Liga Acadêmica Multidisciplinar de Prevalência e características clínicas da Neurologia e cefaléia em universitários Alisson Roberto Teles Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS Prevalência de cefaléia no pronto atendimento do Universidade Federal de Diego Nascimento Moraes Hospital das Clínicas da UFMG Minas Gerais Prevalência de cefaléia e de dor miofascial Hospital de Base da pericraniana em indivíduos portadores de outras Marcelo de Souza Junqueira Faculdade de Medicina afecções dolorosas de SJ do Rio Preto Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 Tópico Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia 113 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Módulo IX - Visitador: Mauro Jurno (MG) Nº 69 70 Título Autor Análise dos níveis urinários de 6-sulfatoximelatonina em pacientes com enxaqueca e controles Coexistência de "cefaléias de esforços" em paciente com malformação de Chiari tipo 1: relato de caso 71 Liga de Cefaléia de Sergipe (LICESE) 72 Neurinoma do trigêmio: relato de caso 73 74 75 Cefaléia por hipotensão liquórica após derivação ventrículo-peritoneal: apresentação de caso Proposta de um protocolo de atendimento da cefaléia na urgência do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais Quais as dificuldades que os pacientes encontram para realizar um tratamento no ambulatório de Cefaléia de um hospital público - UFRJ Instituição Tópico Universidade Federal de Marcelo Masruha Rodrigues São Paulo Universidade Federal de Alan Chester Feitosa de Jesus Sergipe - Liga de Cefaléia de Sergipe Universidade Federal de Alan Chester Feitosa de Jesus Sergipe - Liga de Cefaléia de Sergipe Universidade Federal de Hugo Andre de Lima Martins Pernambuco Djacir Dantas Pereira de UFRN Macêdo Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia Diego Nascimento Moraesa UFMG Epidemiologia Renemilda Cacique Barbosa de Góes Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Epidemiologia Sessão de Pôsteres (II) - pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência - 21/9 - 18:00 Módulo X - Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP) Nº 76 77 Título Autor Cefaléia desencadeada por metilfenidato: incidência, características e evolução Complicações na migrânea hemiplégica esporádica na infância: relato de caso Plínio Marcos Duarte Pinto Ferraz Instituição Deusvenir de Souza Carvalho 78 A cefaléia primária do esforço físico e o espectro migranoso Luziene Dalmaschio Biasutti de Oliveiras 79 Cefaléia na infância: o ponto de vista dos oftalmologistas de Catalão-Goiás Éder Cássio Rocha Ribeiro 80 Síndrome neuroléptica maligna desencadeada por metroclopramida: relato de caso em adolescente Plínio Marcos Duarte Pinto Ferraz Clínica Neuropediátrica Escola Paulista de Medicina - UNIFESP Centro Integrado de Neurologia - Hospital Meridional - Es / Centro Universitário Vila Velha Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias Craniofaciais do Hospital das clínicas de Ribeirão Preto. Clínica Neuropediátrica Tópico Cefaléia na Infância e Adolescência Cefaléia na Infância e Adolescência Cefaléia na Infância e Adolescência Cefaléia na Infância e Adolescência Cefaléia na Infância e Adolescência Sessão de pôsteres (III) - 22/9 - 12:00 / 13:00 Módulo XI: Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) Nº 81 82 83 84 85 86 114 Título Autor Instituição Cefaléia do banho associada a vasoespasmo Hospital Geral de Joâo José Freitas de Carvalho cerebral segmentar reversível: um caso brasileiro Fortaleza Correlação entre forma de migrânea e Renan Barros Domingueso EMESCAM inventário de depressão de Beck Cefaléia em facadas secundária à lesão do ângulo Universidade federal de ponto-cerebelar (APC) esquerdo: importância da Alan Chester Feitosa de Jesus Sergipe - Liga de investigação complementar - relato de caso Cefaléia e Sergipe Provável cefaléia relacionada à hipercapnia em Universidade federal de paciente atendido em centro de referência estadual Alan Chester Feitosa de Jesus Sergipe - Liga de em cefaléias - relato de caso Cefaléia e Sergipe Cefaléia como primeira manifestação de esclerose múltipla associada a lesão de tronco: Yára Dadalti Fragoso UNIMES relato de um novo caso Hospital Regional e Cavernoma e migrânea com aura - relato de caso Mauro Eduardo Jurno CHPB - FHEMIG Barbacena Tópico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA Módulo XII - Visitador: Deusvenir Carvalho (SP) Nº 87 88 89 90 Título Neuralgia do glossofaríngeo numa paciente com paralisia bulbar progressiva Migrânea hemiplégica esporádica responsiva à flunarizina Eletroconvulsoterapia e melhora do quadro migranoso em um paciente esquizofrênico Arterite temporal sem células gigantes manifestando-se como febre de origem obscura Autor Instituição Tópico Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico Jaéllya Rodrigues de Souza Universidade Federal de Pernambuco Caso Clínico Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico 91 Sunct responsivo à carbamazepina: relato de caso Jeber Sartori El Ammar PUCRS Caso Clínico 92 A migrânea de Pedro Álvares Cabral Djacir Dantas Pereira de Macêdo UFRN Caso Clínico Nº Título Autor Instituição Tópico 93 Cefaléia temporal persistente - relato de caso Milton Alonso Rubio Sociedade Brasileira de Cefaléia Caso Clínico Luiz Felipe Rocha Vasconcellos Hospital dos Servidores do Estado Caso Clínico Deusvenir de Souza Carvalho Escola Paulista de Medicina - Unifesp Caso Clínico Tobias Alécio Mattei Instituto de Neurologia de Curitiba Caso Clínico UFRN Caso Clínico Hospital da Lagoa Caso Clínico Módulo XIII - Visitador: Fernando Kowacs (RS) 94 95 96 Uso de topiramato em pseudotumor cerebral: a propósito de um caso refratário a uso de terapia convencional Neuralgia do trigêmeo secundária à dolicoectasia do sistema vértebro-basilar: relato de caso e revisão da literatura. Trombose venosa cerebral e ativação trigeminovascular: perspectivas acerca da fisiopatologia da migrânea 97 Migrânea com aura atípica: relato de caso 98 A síndrome de Tolosa-Hunt - relato de caso Djacir Dantas Pereira de Macêdo Fabricio Peregrino Firmiano Dias Módulo XIV: Visitador: Marcelo Vega (MG) Nº 99 100 101 102 103 104 Título Fisioterapia na cefaléia do tipo tensional associada a desordem têmporo-mandibular miogênica: relato de caso Paciente com cefaléia em salvas e migrânea relato de caso Enxaqueca hemiplégica familiar em gêmeos com lesões irreversíveis na substância branca: relato de caso Analgesia com laser de baixa intensidade na neuralgia do trigêmeo: relato de caso Cefaléia persistente e diária desde o início desencadeada pelo parto: relato de dois casos Explicando a "migralepsia": malformação vascular cerebral occipital como causa de migrânea, epilepsia ou ambas. Autor Instituição Tópico Bruno Soares Kneip UFRJ Caso Clínico Francieli Goulart Ribeiro Patricia Homsi Nemoto Renata Campi de Andrade Pizzo João Eudes Magalhães João Eudes Magalhães Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 Universidade Federal de Juiz de Fora Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Hospital das Clínicas de Pernambuco Hospital das Clínicas de Pernambuco Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico Caso Clínico 115 XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia Temas Livres - Apresentação Oral 116 Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL T 001 DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO NA ENXAQUECA Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Vargas, C; Fontana, A. P.; Freitas , M.A.; Rosenvald, O. Universidade Federal do Rio de Janeiro Objetivos Objetivos: O objetivo deste estudo é verificar se as anormalidades verificadas à estabilometria na enxaqueca possuem sensibilidade, especificidade diagnóstica, ou variam com a clínica. Métodos: Foram selecionados 22 pacientes com enxaqueca com aura e sem aura segundo os critérios da IHS no ambulatório de Cefaléias do HUCFF-UFRJ e 7 controles sem nenhum tipo de cefaléia pareados por sexo e idade. Estes indivíduos realizaram exame estabilométrico a fim de avaliar as oscilações corporais, o que é feito através da análise das oscilações do centro de pressão dos pés (CPP). Utilizamos uma plataforma de força, portátil, com formato retangular que possui quatro células de carga, uma em cada extremidade. Posteriormente, obtém-se a série temporal dos deslocamentos do centro de pressão dos pés (CPP). Foi analisada a Área Elíptica do registro de cada indivíduo. O cálculo deste parâmetro é baseado na análise de componentes principais, considerando os pontos de deslocamento do CPP em ambos os eixos x e y simultaneamente. Durante o teste os indivíduos foram orientados e ficar de pé sobre a plataforma, com os braços estendidos, pés descalços e retos. O ambiente foi mantido em isolamento acústico relativo. Após serem colocados na posição correta, os indivíduos eram orientados a permanecer durante 1 minuto de olhos abertos e 1 minuto de olhos fechados por duas vezes. Após 5 minutos fora da plataforma e retornavam para a mesma seqüência. Resultados: Nos pacientes com enxaqueca, a área elíptica foi significativamente maior que nos controles. Não houve diferença significativa entre os pacientes com enxaqueca com aura ou sem aura, nos pacientes que estavam usando medicação profilática ou não, ou nos pacientes que tinham dor mais freqüente. Conclusão: A análise da nossa amostra sugere que há maior oscilação corporal nos pacientes com enxaqueca. Estamos continuando o estudo para resultados mais conclusivos. T 002 FADIGA É SECUNDÁRIA A DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM ENXAQUECA: UMA HIPÓTESE CLÍNICOFISIOPATOLÓGICA Mercante, J.P.; Masruha, M.R.; Vieira, D.S.S.; Gonçalves, A.L.; Guendler, V.Z.; Corchs, F; Zukerman, E.; Peres, M.F.P. IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC. Introdução: A enxaqueca crônica (EC) e episódica (EE) são entidades clínicas comuns e incapacitantes na população geral. Comorbidades são relacionadas com pior qualidade de vida em enxaqueca, além de determinar implicações terapêuticas. Fadiga é uma queixa comum em EC e freqüentemente citada como acompanhante em crises de enxaqueca. Ansiedade e humor são aspectos de grande importância em EC e EE. Apesar da relevância, fadiga, depressão e ansiedade foram apenas estudadas isoladamente em EC e EE. Objetivos: Estudar o correlação entre fadiga, depressão e ansiedade em EC e EE. Pacientes e Métodos: Foram estudados 73 pacientes com EC e 73 pacientes com EE de acordo com os critérios diagnósticos da SIC-2004. Grupo controle constituído de Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 74 indivíduos foi também avaliado. Foram analisadas as escalas de IDATE de ansiedade, Hamilton de ansiedade (Ham-A) e depressão (Ham-D) e Beck. Fadiga foi avaliada através da escala de severidade de fadiga (FSS) e Chalder. A análise estatística foi feita através dos testes de correlação de Pearson e Spearman, considerando-se p<0,05 como estatisticamente significante. Resultados: Os níveis de ansiedade foram significativamente correlacionados com os níveis de fadiga. A correlação foi positiva, quanto maior os níveis de ansiedade maior a fadiga. As escalas de depressão também se correlacionaram positicamente com as escalas de fadiga e ansiedade. A correlação ocorreu em EC e EE. Discussão/conclusão: Ansiedade, humor e fadiga andam na mesma direção tanto em enxaqueca crônica quanto episódica. Levantamos a hipótese clínica da fadiga ser um sintoma relacionado ao espectro de manifestação dos domínios de ansiedade e humor e secundário a eles, e não um elemento primário de outra doença (síndrome da fadiga crônica). Postulamos que o indivíduo com ansiedade, preocupação excessiva, tensão, e/ou aceleração mental sobrecarrega o sistema de neurotransmissão aminérgica (dopamina, serotonina e noradrenalina), gerando uma deficiência destes elementos, promovendo a fadiga tanto física quanto mental. T 003 METABÓLITOS DE SEROTONINA (5-HIAA) E DOPAMINA (HVA) NO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO DE PACIENTES COM ENXAQUECA CRÔNICA Vieira, D.S.S.1,2; Masruha, M.R.1,2;Castro Neto, E.F.2; Gonçalves, A.L.1,2; Zukerman, E.2; Valença, M.M.3; Naffah-Mazzacoratti, M.G.2; Peres, M.F.P1,2 1 Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP; 2Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP; 3Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. Introdução: Serotonina (5-hidroxitriptamina-5HT) é uma amina biogênica encontrada no Sistema Nervoso Central (SNC) presente principalmente no núcleo da rafe. Numerosos trabalhos têm sido publicados acerca do significante papel da serotonina na fisiopatologia da enxaqueca, mostrando alterações nos seus níveis plaquetários, sangüíneos e urinários e de seu principal metabólito o 5-HIAA (ácido 5-hidroxindolacético), porém ela nunca foi estudada na enxaqueca crônica. A dopamina também tem sido implicada na fisiopatologia da enxaqueca, tanto em sintomas associados (náuseas, vômitos) quanto nos prodrômicos (sonolência, irritabilidade e hiperatividade), além de ter implicações teraObjetivos: Dada a importância da serotonina e dopamina pêuticas.Objetivos: objetivamos verificar os níveis liquóricos dos seus principais metabólitos, 5-HIAA para serotonina e HVA (ácido homovanílico) para dopamina em pacientes com enxaqueca crônica. Métodos: Foram estudados 44 pacientes com enxaqueca crônica de acordo com os critérios diagnósticos da Sociedade Internacional de Cefaléias (2004) e apêndice (2006). Os pacientes foram submetidos a punção lombar com medida de pressão para excluir hipertensão intracraniana idiopática. Espécimes normais de LCR para controle foram obtidos de pacientes submetidos à punção lombar com outros diagnósticos. Os níveis de 5-HIAA e HVA foram determinados por cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). Resultados: Os níveis de 5-HIAA e HVA no LCR de pacientes com enxaqueca crônica foram maiores quando comparados ao controles 117 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL 5- HIAA (34,16±14,95 vs 18,75±14,75; p<0,01) HVA (87,30±36,17 vs 76,86±51,83; p<0,01). Discussão/conclusão: Nosso estudo mostra que tanto a serotonina quanto a dopamina desempenham um papel importante na fisiopatologia da enxaqueca crônica, os níveis maiores de seus metabólitos no LCR representam níveis baixos de serotonina e dopamina no SNC. Uma deficiência da neurotransmissão serotoninérgica e dopaminérgica ocorre na EC, por aumento na sua degradação metabólica ou recaptação sináptica. Importantes implicações terapêuticas podem emergir destes achados. T 004 PROTON SPECTROSCOPY MAGNETIC RESONANCE IMAGING IN PATIENTS WITH POST-TRAUMATIC HEADACHE AFTER MILD HEAD TRAUMA Elder M Sarmento 1, Pedro F Moreira Filho1, Claudio M Brito1, Carla C Jevoux1, Jano A Souza1 1 Neurology, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brazil Objectives: Evaluate by Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging patients with post-traumatic headache after mild head trauma. Background Background: Post-traumatic syndrome is a common sequel of mild head injury (MHI) and this include headache. Patients with posttraumatic symptoms are usually interpreted as simulators looking for financial compensation or as having psychiatric disorders. It has been difficulty for the professionals to demonstrate the organic basis of these manifestations, mainly because these patients do not show abnormalities in neurological examination and even in the ancillary tests. We aimed to demonstrate abnormalities in MRI spectroscopy in patients with post-traumatic headache after mild head injury. From March-2003 to January-2006, the authors examined seventeen patients (eight men and nine women) that fulfilled HIS criteria for post-traumatic headache after mild head trauma. Two other criteria were added: a) normal neurological examination and b) no abnormalities in the conventional head MRI. Within the control group, twelve people considered healthy were analyzed - seven men and five women. The head Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging (1-HS MRI) was taken in all of them (N = 29) to measure the worth of N-acetylaspartate (Naa) and choline (Cho). Methods Methods: The head Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging was taken in all of them (N = 29) to measure the worth of Naa and Cho. Using the Point Resolved Spatial Selection (PRESS) technique, multivoxel sequences in the axial plan were taken from the white matter and medial region of frontal and parietal lobes( Fig.02). Both concentration and control groups were compared. Results Results: The Naa was compared to the control group, it achieved a lower and significant range in the anterior white matter of the frontal lobe and in the medial region of frontal and parietal lobes(Fig.01). On the other hand, when the Cho concentration was compared to the control group, it achieved a higher range in the posterior white matter of the right frontal lobe, as well as in the posterior medial region of the frontal lobe and medial region of the parietal lobe. From the four patients involved in litigations, three of them showed a Naa decrease in the medial region of the parietal and frontal lobes and a Cho increase in the medial region of the parietal lobe. Discussion : What is the reason of alterations found in these regions in our study? Among the alterations found in the diffuse axonal injury we have the morphologic alterations of the axons that are characterized 118 by retraction spheroids, the microglial clusters and Wallerian degeneration, wich represent a continuum temporal from the reaction to the impact on the brain. All these alterations can be found in parassagital hemispheric white matter , being the retraction spheroids at the beginning, the microglial clusters some weeks later and the Wallerian degeneration between two and three months later. As the Naa is a neuronal marker (cellular and axônio body), wich justifies the fact that we found changes this metabolite in this regions. The colin is a "turnover of membrane" marker reflecting proliferation cellular; its increase can be justified by the cicatricial process that develops around the neurons injured in these area, therefore with our findings we can conclude that probably the symptoms of the MHT patients have organic base knocking down the hypothesis of simulation or psychiatric disordes or, if these patients present one of these pictures the primary cause is structural, being these secondary findings provoked to this. Conclusions: From our study, we can say that the 1-HS head MRI is an effective method of evaluation applied to patients with headache after mild head trauma.Further studies are suggested to evaluate the present results. T 005 OREXINA-A (HIPOCRETINA-1) CORRELACIONA COM ANSIEDADE E NÃO COM SONOLÊNCIA DIURNA EM ENXAQUECA CRÔNICA Peres, M.F.P.; Vieira, D.S.S.; Masruha, M.R.; Gonçalves, A.L.; Guendler, V.Z.; Mercante, J.P.; Zukerman, E.; Valença, MM.; Naffah-Mazzacoratti, M.G. IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC, UFPE. trodução In Introdução trodução: A enxaqueca crônica (EC) é uma doença extremamente debilitante, mas com poucos estudos da sua fisiopatologia. A hipótese de disfunção hipotalâmica na EC vem ganhando espaço na literatura mundial. A orexina-A (hipocretina-1) é um importante peptídeo hipotalâmico, atribuído a sonolência diurna excessiva quando seus níveis são baixos, é um candidato potencial a modular a disfunção hipotalâmica da EC, porém seus níveis nunca foram mensurados nesta doença. Alguns indícios apontam também para um possível papel na ansiedade. Objetivos Objetivos: Verificar os níveis liquóricos da orexina A em pacientes com EC. Métodos dos: Foram estudados 60 pacientes com EC de acordo com os critérios diagnósticos da SIC-2004. Pacientes foram submetidos a punção lombar para excluir hipertensão intracraniana idiopática. Espécimes normais de LCR para controle foram obtidos de pacientes submetidos à punção lombar com outros diagnósticos. Os níveis de orexina-A foram determinados por ELISA. Comorbidades psiquiátricas foram analisadas com as escalas Hamilton de ansiedade (Ham-A) e depressão (Ham-D) e Beck, sonolência com a escala Epworth. Resultados Resultados: Os níveis de orexina-A não foram significativamente diferentes quando comparados a controles, não se correlacionaram com o índice de sonolência diurna (r=0,025,p=0,864), mas correlacionaram-se inversamente com os níveis de ansiedade (r=-308,p=0,03). Houve uma tendência para significância quando correlacionados com depressão (Beck r=0,242;p=0,098; Ham-D r=-0,215;p=0,139). O índice de massa corpóreo não correlacionou com os níveis de orexina-A. Discussão/conclusão: A orexina-A mostrou-se relacionada com ansiedade mas não sonolência diurna na EC. Este achado inédito abre caminho para se explorar o sistema orexinérgico como um modulador da ansiedade na EC. Além de desempenhar um papel Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL importante na regulação do apetite e do ciclo sono-vigília nos seres vivos, a orexina-A também deve estar envolvida em outros mecanismos de defesa e adaptação no ser humano como o da ansiedade. O hipotálamo é uma área de importância na fisiopatolgia da EC. T 006 UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NACIONAL DE MIGRÂNEA NO BRASIL Queiroz LP, Peres MFP, Kowacs F, Ciciarelli MC, Piovesan EJ, Souza JA, Zukerman E. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC; Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP; Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP; Sociedade Brasileira de Cefaléia Objetivos: Estimar a prevalência no último ano de migrânea, bem como a magnitude da associação de migrânea com algumas características sociodemográficas de uma amostra representativa de adultos da população brasileira. Métodos: Este é um estudo transversal, de base populacional. Foram entrevistados 3.848 indivíduos (2.307 mulheres e 1.541 homens), aleatoriamente selecionados, de 18 a 79 anos de idade, nas 5 regiões geográficas, nas 27 unidades da federação. O número de entrevistas foi proporcional à população de cada unidade federativa. A coleta dos dados, via telefone, através de um questionário estruturado, foi feita por leigos previamente treinados. Estimativas de razão de prevalência foram calculados com método de regressão de Poisson, em análises univariadas e multivariadas, ajustadas para sexo, idade, estado civil, escolaridade, tipo de trabalho, renda familiar, índice de massa corporal e realização de exercícios físicos regulares. Resultados Resultados: A prevalência no último ano de migrânea no Brasil foi de 16,3%. Na região sudeste foi de 20,5%, no sul 16,4%, no nordeste 13,6%, no centro-oeste 9,5% e no norte 8,5%. A prevalência em mulheres foi de 20,9% e em homens de 9,3%. Migrânea foi mais prevalente na faixa etária de 30 a 39 anos (20,1%). Migrânea foi 2,2 vezes mais prevalente em mulheres do que em homens; 1,5 vezes mais em sujeitos com >11 anos de estudo; 1,59 vezes mais em indivíduos com renda familiar <5 salários mínimos; e 1,43 vezes mais em pessoas que não fazem exercícios físicos regulares. Conclusões: Este é o primeiro estudo nacional, de base populacional, da epidemiologia da migrânea no Brasil. A prevalência anual de migrânea foi de 16,3%, variando nas diferentes regiões geográficas. Migrânea foi significativamente mais prevalente em indivíduos do sexo feminino, com alta escolaridade, com baixa renda familiar, e que fazem exercícios físicos regularmente. T 007 CEFALÉIA- O PACIENTE INFIEL Alonso Rubio M. Médico-Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia Objetivo: Enfocar a questão da aderência ao tratamento do paciente portador de cefaléia crônica , discutir causas e medidas para evitar sua evasão do consultório particular. Pacientes e méto méto-dos: Analisamos as fichas de 133 pacientes portadores de migrâneas e cefaléias tipo tensão, em suas formas crônicas e complicadas, uma vez que estes pacientes, na maioria dos casos, necessitam de tratamento profilático de longa duração, e observamos o Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 tempo efetivo em que permaneceram em tratamento clínico. Resultados: Apenas 27,8% completaram tempo satisfatório de trasultados tamento, mais de 1 ano, e quase 50% abandonaram nos dois primeiros meses. Conclusão: A duração do tratamento profilático, é particular a experiência de cada profissional,mas há um consenso de que um ano seria um tempo razoável¹, mas de 3 a 5 anos ideal para outros². Observamos que no consultório partícular, diferentemente dos centros de pesquisa e ambulatórios especializados, a aderência ao tratamento é bem menor que os estudos que já referem aderência de apenas 50%³. Colhemos junto aos pacientes algumas razões para abandonos anteriores: a) o paciente não ficara esclarecido realmente sobre sua doença. b) o efeito colateral das medicações desestimulam: engordam, dão sono, alteram libido. c) econômica/social – medicações caras, idas freqüentes ao consultório, mudar hábitos. d) senso popular antigo – “enxaqueca” não tem cura mesmo... e) comorbidades desmotivantes – depressão, ansiedade etc. Enfim, razões colhidas de pacientes que já passaram pelo segundo ou quarto médico, tornando a arte mais difícil do tratamento justamente a aderência ao mesmo. O que pode ser feito? Promover mais junto às mídias, aos estudantes de medicina e junto aos colegas que também tratam de cefaléia, atualizando os conceitos de migrânea como doença cerebral, evolutiva e de tratamento possível e necessário, e as conseqüências do abuso de drogas analgésicas? Dispender mais tempo ainda nas primeiras consultas, motivando e conscientizando o paciente para o tratamento? A questão está colocada para ser debatida. De que vale tanto empenho, pesquisa e tempo gasto se a maioria dos pacientes irá abandonar o tratamento ao menor sinal de melhora ou na falta dele, transformando suas histórias numa sucessão de tratamentos malsucedidos, cronificando e agravando os casos. Referências Referências. 1. Rabello, Getulio Daré. Enxaqueca - Profilaxia das Crises 2004.P 22. 2. Rafaelli Jr E, Martins OJ. Dor de Cabeça/Edgard Rafaelli Junior.1999.P 79. 3. Rains JC, Lipchik, Penzien DB. Behavioral facilitation of medical treatment compliance. Headache. 2006 Oct;46(9):1387-94. T 008 PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA EM POPULAÇÃO DE PACIENTES COM DTM SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DA IHS DE 2004 PREVALENCE OF HEADACHES IN THE POPULATION OF PATIENTS WITH TMD ACCORDING TO IHS CLASSIFICATION OF HEADACHE - 2004 Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles C PhD MD, Moreira PF PhD MD. Introdução Introdução: Os estudos que se baseavam na Classificação da IHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC) como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de 2004, a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para as cefaléias como: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléia por uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7), hemicrânia contínua (HC) (4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI) (4.8). Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadas cefaléias crônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais do que 15 dias por mês e por mais de três meses. Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia em pacientes portadores de DTM atendidos em clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia em comparação com a prevalência de cefaléias em pacientes atendidos na clínica de cefaléia das faculdades de medicina, de acordo 119 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL com a Classificação das Cefaléias da IHS 2004. Método Métodos: Foram estudados 41 pacientes consecutivos atendidos nas clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e da UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research Diagnostic Criteria for TMD). Também foram selecionados de forma consecutiva 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de cefaléia da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Os diagnósticos forma avaliados pelo teste χ 2 de Friedman. A pesquisa foi liberada pela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Os dois grupos tiveram faixa etária aproximada e o gênero feminino foi predominante. Nos pacientes com DTM a proporção foi de 5 ?: 1 ? e nos controles foi de 3 ?: 1 ?. Na comparação geral das cefaléias os dois grupos diferiram significativamente (χ 2 = 3023,996, p < 0,05). Os indivíduos com DTM apresentaram mais migrânea sem aura e MC e menos cefaléia do tipo tensional do que os controles, enquanto não diferiram na PCEM. Conclusão Conclusão: Nosso estudo aponta para uma maior prevalência de migrânea sem aura e migrânea crônica do que cefaléia do tipo tensional nos indivíduos com DTM e cefaléia, de acordo com os novos diagnósticos propostos pela IHS. Referências eferências: Burstein, R., Jakubowski, M. "Clinical implication of peripheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain 2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS, Seattle, 2002./ / Cady R., Schreiber C., Farmer K e Sheftell F. Primary Headaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.// Carlsson GE e Magnusson T, Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18. In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999 // Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1-272. // Dworkin, S.F., Leresche, L. Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations and Specifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-355. // Sessle, B.J. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanisms of nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinical correlations. Crit Rev Oral Biol Med, 2000; 11 (1): 57-91. // Woolf, C., Decosterd, I. "Implications of recent advances in the understanding of pain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl 6, 1999: S141-S147. // Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. The Comparison of Patients Suffering from Temporo-mandibular Disorders and a General headache Population. Headache 1993; 33: 210 - 213. T 009 CEFALÉIA COMO COMORBIDADE DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Falchet, P. C. F., Pasqual, C., Shiohara, L. N. O., Machado, P. C., Guimarães, A. S. Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Unifesp/EPM A disfunção temporomandibular (DTM) é identificada como a maior causa de dor na região orofacial, intervindo inclusive na qualidade de vida do indivíduo, ainda podendo estar associada a outras estruturas como cabeça e pescoço.1,2 Em um ambulatório especializado em DTM, percebeu-se um aumento de queixa de dor de cabeça em relação a outras queixas. A cefaléia na infância é um sintoma de elevada prevalência, amplo espectro de causas e dificuldades diagnósticas, e terapêuticas específicas.3,4 Neste trabalho procu120 rou-se quantificar o diagnóstico de DTM que apresentava cefaléia como comorbidade através de levantamento epidemiológico retrospectivo de freqüência, procurando entender a visão multidisciplinar que a dor orofacial exige. Foi realizado exame de anamnese e físico oral em 186 pacientes de 03 a 17 anos, sendo 127 do gênero feminino e 59 do masculino, entre 2001 e 2007 no ambulatório de DTM e dor orofacial da UNIFESP-EPM. O critério de inclusão foi presença de DTM muscular e/ou articular associada a presença de cefaléia. Todos os pacientes foram examinados por três investigadores calibrados usando o eixo I do RDC/THD. Nesta investigação foi usada a ficha clínica adotada nesta instituição. Dentre os 186 pacientes examinados, 17 não preencheram o critério de inclusão, 87 tiveram hipótese diagnóstica apenas DTM muscular e/ ou articular, 16 DTM e cefaléia, 9 DTM e cefaléia e outras comorbidades, e 79 pacientes apresentavam DTM e outras comorbidades. De acordo com os dados avaliados, 10,67% dos invidíduos estudados apresentaram DTM associada a cefaléia, e 5,84% apresentavam DTM associada a cefaléia e outras comorbidades. References References:1.Mohl ND Dixon C. Current status of diagnostic procedures for temporomandibular disorders. J Am Assoc, 125: 56-64, 1994. 2.LeResche L, Mancl LA, Drangsholt MT, Saunders K, Korff MV. Relationship of pain and symptoms to pubertal development in adolescents. Pain 118: 201-201, 2005. 3.Arruda MA, Carvalo DS. Cefaléia na infância e adolescência. In Cefaléias. São Paulo. Lemos Editorial, 2002, p 2001-240. 4.Fisher DJ, Mueller BA, Critchlow CW, LeResche L. The association of temporomandibular disorders pain with history of head and neck injury in adolescents. J Orofacial Pain 20(03):191-198, 2006. T 010 COMORBIDADES NEUROPSIQUIÁTRICAS EM PACIENTES COM CEFALÉIAS PRIMÁRIAS NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA Santin, R.1; da Rosa, K. V. B.1,2; Pimentel, M. S.1,2; Hoefel, A. M. L.1,2; Pinto, G.V.1; Barea, L. M.1,2 1 Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da Criança Santo Antônio - ISCMPA; 2Depto. de Neurologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre Objetivo: Analisar as comorbidades psiquiátricas, conforme DSM IV, em pacientes com cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléia do Hospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). Métodos: Foi realizado estudo observacional tipo transversal de 78 pacientes consecutivos atendidos de janeiro a junho de 2007 no ACHCSA. Os pacientes foram avaliados por neurologistas com treinamento em cefaléia, aplicando um protocolo padronizado. Os dados foram processados pelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada por análise tabular simples. Para comparação das variáveis qualitativas utilizou-se o teste Qui-quadrado. Os valores considerados significativos foram p<0,05. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da FFFCMPA. Resultados esultados: A idade média dos pacientes foi 11,14 ± 2,97 e a idade média de ínicio das crises foi 8,27 ± 2,98. Distribuição de gênero com 45 (57,7%) feminino e 33 (42,3) masculino. A maioria dos pacientes apresentou crises semanais (41,9%) ou quase diárias (25,7%). A intensidade da dor avaliada pela Escala-Análago-Visual foi referida como forte por 57,5%, moderada por 43,2% e fraca por 8,2% dos pacientes. As comorbidades neuropsiquiátricas estiveram presentes em 17 (21,8%) dos pacientes: Transtorno de Humor em 10 (12,8%), Transtorno de Ansiedade em 8 (10,2%), Transtorno de Déficit de Atenção e Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL Hiperatividade em 5 (6,4%), Distúrbios do Sono em 2 (2,6%) e Epilepsia em 1 (1,3%). Os transtornos neuropsiquiátricos não apresentaram diferença significativa entre os gêneros (p = 0,44) e também não tiveram associação com os diagnósticos (p = 0,46) quando compara-se a migrânea com as demais cefaléias primárias. Conclusões Conclusões: As comorbidades neuropsiquiátricas foram freqüentes na população estudada, sendo o Transtorno de Humor o mais prevalente. As comorbidades desempenham um papel importante na percepção dolorosa e seu reconhecimento e manejo adequado imprime significativa melhora na qualidade em crianças e adolescentes com cefaléia crônica. T 011 FATORES ASSOCIADOS AO USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO SINTOMÁTICA EM ENXAQUECA CRÔNICA Vera Zukerman Gundler Hospital Israelita Albert Einstein – São Paulo Introdução Introdução: A enxaqueca crônica é freqüente nas unidades de saúde, embora permaneça sem diagnóstico suficientemente preciso nas fases iniciais do problema. O uso excessivo de medicações sintomáticas constitui um fator agravante, assim como a presença de comorbidades psiquiátricas, que podem ser apontados como importantes causas da transformação de enxaqueca episódica em enxaqueca crônica. Objetivo: Estudar a relação entre o diagnóstico psiquiátrico em enxaqueca crônica e o uso excessivo de medicação sintomática. Métodos: No presente estudo, avaliamos a prevalência de transtornos psiquiátricos em 72 pacientes com diagnóstico de enxaqueca crônica com e sem uso excessivo de medicação sintomática, diagnosticados de acordo com os critérios da Sociedade Internacional das Cefaléias (SIC-2004/2006) e através da Entrevista Clínica Estruturada para DSM-IV (SCID-1/P). A gravidade dos sintomas ansiosos foi avaliada pela escala de ansiedade de Hamilton e escala de ansiedade de Spielberg-Idate (estado-traço). Os sintomas depressivos foram avaliados pelo Inventário de Beck e pela escala de depressão de Hamilton. Todos os pacientes foram submetidos ao questionário genérico para avaliar qualidade de vida, "Medical Outcome Study 36 Item Short-form Health Survey"( SF-36) e ao Migraine Disability Assessment (MIDAS), com a finalidade se verificar a incapacidade gerada pelas crises. Resultados. Dos 72 pacientes, 50 (69%) eram portadores de enxaqueca crônica com uso excessivo de medicações sintomáticas e 22 (31%) não apresentavam uso excessivo. Idade, sexo, anos de escolaridade , índice de massa corpórea (IMC), tipo de medicação, características da cefaléia, uso de cafeína e qualidade de vida, não foram fatores com diferenças estatisticamente significantes para distinguir os que usam medicação sintomática excessivamente daqueles sem uso excessivo. Por outro lado, os diagnósticos de transtorno de ansiedade e de transtorno do humor ao longo da vida foram estatisticamente significantes (p=0,003, p=0,045, respectivamente). Conclusões. Os diagnósticos de transtorno de ansiedade e de humor são fatores importantes no tratamento de pacientes com enxaqueca crônica com uso excessivo de medicação sintomática.A análise das comorbidades psiquiátricas deve influenciar na assistência a esses pacientes. Medidas preventivas para tratamento de ansiedade e depressão podem ser preconizadas, para que se evite o uso excessivo de medicação sintomática. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 T 012 MIGRAINE PREVENTION WITH PROPRANOLOL, AMITRYPTILIN AND SIMVASTATIN: CORRELATION WITH NITRIC OXIDE PRODUCTION Fabíola Lys Medeiros, Paloma Lys Medeiros, David Dodick, José Antunes Rodrigues, Wagner Luis Reis, Marcelo Moraes Valença Neuropsiquiatria e Histologia, UFPE; Fisiologia, FMRP-USP; Mayo Clinic College of Medicine, USA. Objective: We report the results of an open-label, prospective, parallel group, active comparator study of simvastatin versus propranolol/amitryptilin for the prophylactic treatment of migraine, correlating the results with plasma production of nitric oxide. Methods: In this study, three groups of women (18-45 years) with more than 6 migraine attacks per month, received propranolol (60 mg, 80 mg or 120 mg) or amitriptyline (12.5 mg, 25 mg or 50 mg) daily for 3 months. Other three groups, 25 women (18-45 years) with hyperlipidemia and over 6 migraine attacks per month, received simvastatin (10 mg, 20 mg or 40 mg) daily. The diagnosis of migraine was based on ICHD-II. All patients completed a daily headache diary over a 30-day baseline period and a 90-day treatment period. No migraine preventive medications were used during the 30-day baseline period. The primary endpoint was a reduction in migraine frequency during the last 30 days of the trial compared to the baseline period. Results Results: An increase in plasma production of nitric oxide was observed during headache attack when compared with basal levels in absence of headache (25.8 ± 1.4 vs 30.2 ± 1.4 µM, p<0.001). Propranolol (all 3 doses), amitriptyline (all 3 doses) and simvastatin (all 3 doses) decreased significantly the frequency of migraine attacks, the headache severity index (p<0.001) and plasmatic nitric oxide production (p<0.001). Conclusion: Simvastatin, propranolol and amitriptyline presented similar preventive action on the migraine prophylaxis, an effect accompanied by a reduction in the plasmatic nitric oxide production. T 013 VERAPAMIL ENDOVENOSO COMO TRATAMENTO DA AURA MIGRANOSA PROLONGADA NA MIGRÂNEA, MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA FAMILIAR (MHF) E NA MIGRÂNEA COM SINTOMAS MOTORES UNILATERAIS (MSMU) Trizotto, D.S.1 ; Sato, H.1; Salmazo Neto, G.2; Fernandes A.F.2 ; Rizelio V. 1; Piovesan E.J. 2; Kowacs P.A.1,2 1 Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/ Hospital Ecoville, Curitiba; 2Serviço de Neurologia do Departamento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR Introdução: ntrodução: O tratamento agudo da aura da migrânea é pouco estudado até os dias de hoje. As auras prolongadas de migrânea, as migrâneas hemiplégicas familiais (MHF/FHM) e as migrâneas com sintomas motores unilaterais (MSMU/MUMS) possuem características clínicas e fisiopatológicas que as tornam um bom laboratório para o estudo do tratamento das auras. Objetivos: Testar a eficácia do verapamil endovenoso no tratamento dos sintomas motores, sensitivos e outros das MHF (FHM), das auras de migrânea e das MSMU (MUMS). Métodos: Relatamos oito casos, um de MHF, dois de migrânea com aura hemiplégica superior a 60 minutos, um com aura confusional e quatro com provável MSMU, tratados com infusão endovenosa de verapamil. Resultados Resultados: Em seis 121 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL pacientes houve remissão imediata dos sintomas e sinais com o tratamento. Conclusão: O verapamil endovenoso foi efetivo no tratamento dos sintomas deficitários em seis dos oito pacientes estudados, independentemente do diagnóstico de MHF, "aura prolongada" ou de MSMU. T 014 PREDNISONA NO TRATAMENTO INICIAL DA CEFALÉIA POR USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO: UM ESTUDO RANDOMIZADO, DUPLO-CEGO, PLACEBO-CONTROLADO Barbosa, J S1; Vincent, M B1, Krymchantowski, AV2 ; Bigal M E 3,4, Speciali, J G 5 1 Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2 CLINEDOC - RJ. 3 Department of Neurology, Albert Einstein College of Medicine, New York. 4 The New England Center for Headache, Stamford. 5 Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. Justificativa: A retirada abrupta dos medicamentos sintomáticos é considerada o tratamento de escolha para a cefaléia por uso excessivo de medicação. Entretanto, é comum ocorrer piora da cefaléia e aparecimento de sintomas relacionados à abstinência na fase inicial após a retirada, o que dificulta a adesão ao tratamento e pode levar à necessidade de internação hospitalar. Objetivos: Avaliar a freqüência da cefaléia, sintomas relacionados à abstinência e adesão ao tratamento, em pacientes com cefaléia por uso excessivo de medicamentos submetidos ao uso de placebo ou prednisona oral. Método: Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. De Janeiro de 2002 a Novembro de 2003, 80 pacientes com provável cefaléia por uso excessivo de medicação foram selecionados para receber placebo ou prednisona, em doses decrescentes por via oral, durante 6 dias (60 mg por dois dias, 40 mg por dois dias e 20 mg por dois dias), no período inicial de retirada de sintomáticos. Os pacientes foram avaliados durante as quatro semanas seguintes à suspensão do uso de medicamentos. Resultados: Foram incluídos 80 pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 65 anos de idade (média: 36,7). Sessenta e sete pacientes concluíram o estudo. Trinta e cinco pacientes (51,7%) foram tratados com prednisona e 32 com placebo. O grupo prednisona apresentou incidência de cefaléia de rebote (17%) significativamente menor que o grupo placebo (50%). O uso não autorizado de sintomáticos foi significativamente menor no grupo prednisona (11,4% x 75% no grupo placebo). O grupo prednisona apresentou incidência de alterações comportamento/humor (8,6%) significativamente menor que o grupo placebo (56%). Conclusão: Um ciclo curto de prednisona por via oral é eficaz e seguro na redução precoce da freqüência de cefaléia em pacientes com cefaléia por uso excessivo de medicação. 122 T 015 CINTIGRAFIA (SPECT) COM GALIO-67 (GAL-67) É ÚTIL NO DIAGNÓSTICO DA ARTERITE TEMPORAL Nascimento, O.J.M.; Quintanilha, G; Azevedo, J.C; Mesquita, C.T.; Correa, P.L.; Souza, J.; Freitas, M.R.G.; Moreira Filho, P.F. Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro, BR) Objetivo: A arterite (de células gigantes) temporal (AT) é uma vasculite de origem desconhecida que ocorre em indivíduos acima dos 60 anos de idade. A AT se manifesta com dor intensa na região temporal, súbita perda da visão, claudicação mandibular, aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS), e endurecimento da artéria temporal superficial à palpação. A biópsia dessa artéria poderá ser reveladora de arterite na metade dos casos. A não observação de arterite decorre do fato de ser esse processo multifocal, podendo não ser encontrado no segmento biopsiado. Métodos vasculares não invasivos não discriminam se o comprometimento dessa artéria é de natureza inflamatória, ou não. A cintigrafia (SPECT) quantitativa pelo Gal-67 parece ampliar a acurácia diagnóstica na AT. O Gal-67 liga-se ao receptor da transferrina, expresso na superfície de macrófagos ativados, passando a concentrar-se na área de inflamação. Nosso objetivo é relatar a utilidade da cintigrafia com Gal-67 no diagnóstico da AT. Método Método: Três pacientes do sexo feminino, respectivamente com 68, 72 e 74 anos de idade, com sinais e sintomas sugestivos de AT receberam 8-10 mCi de Gal-67 endovenoso, 48 horas antes da cintigrafia. Os achados clínicos incluíram cefaléia de início recente na região temporal, perda da visão e elevação da VHS, nas três pacientes. Outras causas de cefaléia foram excluídas. As relações de captação do Gal-67 foram calculadas nos cortes transaxial e coronal. Resultados Resultados: Acentuada captação do Gal-67 foi observada nas regiões temporais sintomáticas nas três pacientes, denotando atividade inflamatória na artéria temporal superficial. Tratamento com corticosteróide resultou na melhora clínica, particularmente da dor, e na normalização da VHS, nos três casos. Conclusão Conclusão: Nossos achados sugerem ser a cintigrafia (SPECT) do crânio com Gal-67 um método útil e não-invasivo para o diagnóstico da AT, especialmente se a relação de captação na área de interesse for convenientemente calculada. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia Temas Livres - Sessão de Pôsteres Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 123 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 016 LOCALIZAÇÃO HABITUAL DA DOR EM 56 MIGRANOSOS CRÔNICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CEFALÉIAS DO HU/UFS Silva FB, Fraga TP, Calasans FR, Fontes Silva GM, Lima BM, Jesus ACF LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe Introdução: Migrânea crônica é uma doença comum, incapacitante e de impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, além de ser um dos diagnósticos mais encontrados em clínicas cefaliátricas. A localização da dor referida pelos pacientes é variável nos diferentes estudos realizados. Objetivo Objetivo: Avaliar a localização habitual da dor migranosa referida pelos pacientes em centro especializado em cefaléias. Método Método: Analisamos retrospectivamente os prontuários de 56 pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléias da Universidade Federal de Sergipe, com o diagnóstico de migrânea crônica, de acordo com os critérios atuais da International Headache Society (IHS). Os pacientes foram catalogados entre janeiro de 2006 e maio de 2007. Resultados Resultados: Dos pacientes incluídos no estudo, 94,6% (53) eram mulheres e as idades variaram de 17 a 62 anos, com média de 39,5 anos. O tempo para a cronificação da cefaléia referido pelos mesmos variou de 01 a 49 anos. Trinta e dois pacientes (57%) referiram dor unilateral; destes, dezenove (33,9%) relataram a região frontal como a mais acometida, seguida da região temporal em dezesseis casos (28,5%), da região parietal em sete (12,5%), periorbitária em cinco (8,92%) e a occipital em quatro (7,1%). A alternância de lados foi notada em 50% desses pacientes. A dor bilateral foi descrita por 30 pacientes (53,5%), sendo a região frontal predominantemente a mais atingida neste grupo, com 23 pacientes (41%), acompanhada da occipital em seis (10,7%), da temporal em quatro (7,14%), periorbitária e parietal em três (5,35%) e a retrorbitária e, também a errática, sendo descrita por um (1,78%) paciente. A dor holocraniana foi observada em 27 (48,2%) dos pacientes e a apical em cinco (8,92%). Conclusão Conclusão: A localização unilateral, seguida de queixas bilaterais de dor foram as mais prevalentes em nosso estudo e a região frontal a mais acometida. Estes achados apontam para a grande variabilidade de localização da dor no paciente migranoso crônico, o que pode sugerir diferentes estágios de sua evolução. T 017 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM PORTADORES DE CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA Fernandes, R. O.; Nacarato, A. B.; Fragoso, Y.D. Departamento de Psicologia da UNISANTOS e Departamento de Neurologia da UNIMES Introdução: O estresse excessivo e prolongado pode comprometer a saúde mental e orgânica, tornando o indivíduo vulnerável ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas. São bem documentadas as comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléia crônica diária, tais como depressão e transtornos ansiosos. Eventos estressores podem contribuir na manutenção e piora do quadro crônico. Objetivo Objetivo: Investigar os níveis de estresse de portadores de cefaléia crônica diária (CCD) de um ambulatório de referência terciário. Todos os pacientes estavam em uso excessivo de medica124 ção analgésica. Método: Aplicação do Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp (ISSL) em 11 mulheres e 2 homens, portadores de CCD, com idade acima de 25 anos, investigando-se a prevalência de sintomas de estresse nas fases: (1) Alerta: fase positiva do estresse. (2) Resistência: pode ocorrer uma sensação de desgaste generalizado e dificuldades com a memória. (3) Quase-Exaustão: iniciam-se os processos de adoecimento dos órgãos mais vulneráveis. (4) Exaustão: doenças graves podem surgir. Resultados sultados: Das 11 mulheres investigadas, 45.5% apresentaram estresse na Fase de Resistência (com 56% de sintomas físicos e 64% de sintomas psicológicos); 45.5% com estresse na Fase de Quase-Exautão (64% de sintomas físicos e 92% de sintomas psicológicos) e 9% delas com estresse na Fase de Exaustão (com 33% de sintomas físicos e 81% de sintomas psicológicos). Os dois homens apresentaram níveis de estresse na Fase de Quase-Exaustão com 65% de sintomas físicos e 80% de sintomas psicológicos. Conclusão: Confirmou-se a presença de níveis acentuados de estresse nos portadores de CCD investigados, especialmente nas Fases de Resistência e Quase-Exaustão. Pode-se também identificar em ambos os sexos a prevalência dos sintomas psicológicos. Considerando o relato desses indivíduos sobre seu histórico de vida, é possível haver uma correlação entre eventos estressores e o desencadeamento ou manutenção dos episódios dolorosos. T 018 QUAL O MAIOR MEDO DE PORTADORES DE ENXAQUECA FRENTE AO PICO DE DOR NA CRISE? ESTUDO PILOTO Amaral L.O., Isaac L.S., Mafra A.B.B., Fragoso Y.D. Departamento de Neurologia UNIMES, Santos, SP Introdução: Portadores de enxaqueca tipicamente apresentam crises de intensidade forte, nem sempre controláveis com medicação analgésica. Muitos pacientes insistem em exames subsidiários nas consultas, preocupados que dores tão fortes possam ser de causa secundária. O objetivo do presente trabalho foi a investigação desta preocupação relacionada às crises de enxaqueca, avaliando o que o paciente relata como sendo seu "maior medo" frente ao pico de intensidade de dor. Método: Quarenta e seis portadores de enxaqueca sem aura (definição IHS 2004), que apresentavam crises recorrentes há pelo menos um ano, com freqüência maior que uma vez por mês e menor que 5 vezes por mês, foram investigados. Foi usada uma questão extra na anamnese: "Qual seu maior medo na hora que sua dor está muito forte?". Resultados Resultados: O grupo se constituiu de 41mulheres e 5 homens alfabetizados, com idades entre 18 e 55 anos. O pico de intensidade da dor entre 7 e 10 (escala analógica de zero a 10) foi relatado por todos os pacientes. Embora 10 pacientes relatassem não ter nenhum medo, 36 relatavam medos como "cabeça explodir" (6), "ter um AVC" (6), "ter um aneurisma" (3), "morrer de dor" (3), "ficar cego" (2), "nunca mais melhorar" (2), "ficar louco" (1), "ter convulsão" (1) etc. É importante observar que 78% destes pacientes tinham nível de escolaridade de ensino médio ou superior. Conclusão: Mesmo com a confirmação diagnóstica de uma cefaléia primária benigna, a maioria dos pacientes necessita maiores explicações com relação à intensidade da crise. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 019 ESTUDO PROSPECTIVO DE CARACTERIZAÇÃO DA CEFALÉIA DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL Castro L.B.R., Carvalho V.R.C., Gonçalves A.N., Guidoni A.C.F.R., Speciali J.G., Fragoso Y.D. Depto. de Neurologia e de Ginecologia UNIMES, Depto. de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Introdução Introdução: Embora "dor de cabeça" seja um dos sintomas característicos da tensão pré-menstrual (TPM), não existe especificação sobre as características da cefaléia nesta freqüente condição clínica. O objetivo do presente trabalho é caracterizar esta cefaléia através de registro detalhado em diário. Metodologia Metodologia: Avaliação prospectiva de vinte mulheres com sintomas típicos de TPM e que também apresentavam cefaléia como um destes sintomas. Durante três ciclos as mulheres preencheram diário de sintomas de TPM e de registro de cefaléia. Resultados esultados: Todos os sintomas ocorreram entre 3 a 7 dias prévios ao dia de início do fluxo menstrual, havendo cessação imediata dos sintomas neste dia. A cefaléia estava presente nos 2 a 4 dias prévios ao início do fluxo. Em 65% das mulheres, a cefaléia preenchia todos os critérios diagnósticos de enxaqueca sem aura. Nas demais 35%, a cefaléia preenchia todos os critérios de cefaléia do tipo tensional (CTT). Mulheres com enxaqueca tinham dores mais fortes, com duração mais longa, menor resposta a medicamentos para cefaléia, e mais sintomas associados (agitação, irritabilidade, angústia, intolerância alimentar, tontura). Mulheres com CTT apresentavam cefaléia de intensidade mais fraca, com menor duração, e com boa resposta a analgésicos simples (ex: paracetamol), tendo também poucos sintomas associados, sendo os principais o choro fácil e a sensação de muito cansaço. Não houve diferença no tipo de cefaléia ao longo dos três ciclos, ou seja, mulheres que apresentavam enxaqueca não mudavam para CTT em outro ciclo e vice-versa. Conclusão Conclusão: A cefaléia primária que acompanha a TPM pode ser enxaqueca sem aura (2/3 dos casos) ou CTT (1/3 dos casos). Este trabalho está sendo estendido para incluir um maior número de registros. T 020 ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA PRIMÁRIA EM PACIENTES COM SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII) Santos, J.M.; Loyola R.G.; Medeiros, M.C.; Oliveira, R.F.; Mendonça, F.A.P.; Moreira Filho, P.F.; Soares, R.L.S. Grupo de Estudos de Doenças Intestinais - GEDI-, Departamento de Medicina Clínica, Hospital Universitário Antonio Pedro - HUAP Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ, Brasil. A cefaléia primária (CP) assim como a SII (segunda causa de atendimento na clínica gastroenterológica diária) exibem alta prevalência mundial, estão freqüentemente associadas à diminuição da qualidade de vida e absenteísmo ao trabalho, e são definidas por critérios diagnósticos clínicos sem marcadores biológicos disponíveis. Todas essas semelhanças clínicas existentes entre CP e SII, além do grande número de dados da literatura que apontam para a importância das alterações do eixo neuroentérico como fatores envolvidos na fisiopatologia das doenças funcionais do trato gastrointestinal e o número escasso de dados sobre a associação SII e CP justificam a confecção do presente estudo. Objetivos Objetivos: Avaliar a prevalência de queixas clínicas compatíveis Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 com o diagnóstico de CP em pacientes portadores de SII. PaciMétodos: 57 pacientes com o diagnóstico clínico de entes e Métodos SII (G I) (critérios de Roma III) atendidos no ambulatório do GEDIUFF-HUAP, foram avaliados através de critérios clínicos demográficos que incluíram idade, sexo, escolaridade e presença de cefaléia primária, e seus dados foram comparados com aqueles obtidos em 79 voluntários adultos normais (G II) (selecionados a partir funcionários e alunos da Faculdade de Medicina UFF) maiores de 18 anos e sem queixas digestivas habituais nos últimos 12 meses que precederam o estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Pesquisa e Pós-Graduação - CNPQ-UFF. Re sultados: Grupo I: 57 pacientes com SII, idade média de 29,01 ± 11,10 anos, destes 14 (3 masculino - M, e 11 feminino - F) com cefaléia e 43 (10 M e 33 F) sem cefaléia, correspondendo a 24,56% e 75,44%, respectivamente. Grupo II: 79 voluntários sem SII, idade média de 27,54 ± 11,66 anos, sendo 33 (16 M e 17F) com cefaléia (41,77%) e 46 (21M e 25 F) sem cefaléia (58,23%). Não houve diferença estatisticamente significativa da prevalência de cefaléia nos pacientes com SII, nem na idade média nos dois grupos (p>0,005), no grupo estudado em comparação com o controle. Conclusões Conclusões: Os autores concluem que mesmo com o número pequeno de pacientes estudados, a cefaléia parece exibir uma alta prevalência na população em geral, como variável independente da SII. No entanto, a presença de comorbidades como SII e cefaléia podem individualizar a intervenção terapêutica desses pacientes, e estudos clínicos futuros desses grupos específicos podem oferecer contribuições para os mecanismos fisiopatológicos das doenças funcionais em geral. T 021 CEFALÉIA UNILATERAL: PREVALÊNCIA EM UM CENTRO ESPECIALIZADO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Stancioli, F.G.¹, Vasconcelos, L.P.B.¹, Leal, J.C. ², Silva, A. A.², Gómez, R.S.², Teixeira, A.L.³ ¹Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG. ²Médico Neurologista do Hospital das Clínicas da UFMG. ³Professor. Adjunto de Neurologia da Fac. de Medicina da UFMG. Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Introdução Introdução: Cefaléia unilateral (sem alternância entre os lados) representa um conjunto particular de cefaléias. Essas cefaléias são facilmente diagnosticadas quando de curta duração e com a típica associação a fenômenos autonômicos. Entretanto, o diagnóstico torna-se difícil na ausência de disautonomia ou se associado à fenomenologia de migrânea ou de outras cefaléias primárias. Objetivos jetivos: Apresentar a prevalência e as características clínicas das cefaléias unilaterais em pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas, UFMG. Métodos Métodos: Foram coletados dados de todos os pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléia. Os dados coletados eram referentes ao sexo, idade, diagnóstico da cefaléia, intensidade da dor de cabeça, uso de medicamentos, tipos de medicamentos utilizados, dentre outros, através de questionário estruturado. Resultados tados: Foram encontrados 26 pacientes com cefaléia unilateral, perfazendo uma prevalência de 14,4% dos atendimentos. Os diagnósticos desses pacientes foram: migrânea (13), salvas (3), hemicrânia paroxística crônica (1), hemicrânia contínua (1), neuralgia do trigêmeo (3), cefaléias inclassificáveis(5). Conclusões Conclusões: A cefaléia 125 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES unilateral apresenta possivelmente prevalência mais significativa daquela referida na literatura, sobretudo em centros terciários. Notamos um alto percentual de migrânea (50%) e de cefaléia inclassificável (19,2%). Há a necessidade de mais estudos para o melhor conhecimento clínico desse grupo de cefaléias, notadamente das inclassificáveis. T 022 COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA MIGRÂNEA Dach F*, Nobre F**, Bordini CA* e Speciali JG* *Depto. de Neurologia e **Divisão de Cardiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Objetivo Objetivo: Avaliar o comportamento da pressão arterial sistêmica acientes (PA) durante o período de dor de uma crise de migrânea. Pacientes e Métodos Métodos: Foram selecionados 10 pacientes (nove mulheres e um homem) do pronto atendimento da neurologia do HCFMRPUSP de acordo com os critérios de inclusão (adultos com migrânea, mínimo de três crises por mês, concordar com o protocolo de medida da PA) e de exclusão (HAS, uso de drogas profiláticas para cefaléia e/ou que interfiram na PA, mulheres grávidas, na menopausa, ou com crises de migrânea apenas no período menstrual, história de AVE ou IAM recente, IRC ou doença péptica, pacientes incapazes de compreender os procedimentos do protocolo, contraindicação ao uso de ibuprofeno). Os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais de rotina, ECG, MAPA e medidas convencionais da PA. No período interictal, os pacientes foram instruídos a fazer Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA) com seis medidas/dia por quatro a cinco dias. No período ictal, os pacientes foram orientados a fazer MRPA a cada 10 minutos nas duas primeiras horas de dor e, após, a cada 15 minutos até o final da crise, além de assinalar um formulário com as características da dor. Foi usado o ibuprofeno como resgate após duas horas de crise. Para análise estatística, foram comparadas as medidas de PA e freqüência cardíaca (FR) do período interictal com as do período ictal feitas com o aparelho de MRPA. Resultados esultados: As médias da PA do período ictal foram menores quando comparadas às do período interictal, sendo que a diferença foi estatisticamente significativa para a segunda e terceira horas de dor (p<0,05). Não houve diferenças na comparação das médias da FC. Conclusão Conclusão: Em geral, as reações físicas da dor aguda são hipertensão arterial e taquicardia. No entanto, observamos que durante a dor da migrânea ocorre uma redução da PA. Este achado pode ser conseqüência da ação (direta e/ou indireta) de substâncias que participam da fisiopatologia da migrânea no leito vascular periférico. T 023 AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE CERVICAL EM MULHERES COM MIGRÂNEA Pegoretti K.P.,1 Florêncio L.L.,1 Pereira P.A.,1 Canonica A.C.,1 Moreira V.C.,1 Gonçalves M.C.,1 Bevilaqua-Grossi D.,1 Speciali, J.F.1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Objetivo Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a mobilidade cervical em mulheres com migrânea (M) e migrânea transformada (MT), e compará-la com mulheres sem história de cefaléia (grupo controle 126 - GC). Métodos Métodos: Foram avaliadas 30 mulheres acompanhadas pelo ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), com idade entre 20 e 55 anos, sendo 15 com diagnóstico de M, segundo os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia, 15 com diagnóstico de MT, segundo os critérios de Silberstein-Lipton, e 15 do GC. Para obtenção das medidas de amplitude de movimento (ADM) cervical foi utilizado o aparelho "Cervical Range of Motion" (CROM). O procedimento de avaliação foi padronizado para todos os voluntários e as medidas realizadas por um mesmo avaliador. Foram avaliados os movimentos de flexão, extensão, inclinação direita, inclinação esquerda, rotação direita e rotação esquerda, bem como a presença de cefaléia no momento da avaliação e a dor ao movimento, por meio de uma escala numérica. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o "Mixed Linear Models", e o coeficiente de correlação de Spearman para correlação entre ADM e as variáveis dor, idade e tempo de cefaléia em anos, com p-valor < 0,05. Resultados Resultados: A mobilidade cervical não foi diferente entre os grupos de MT e M, exceto para extensão (p=0,02). A ADM cervical mostrou-se diminuída no grupo de MT quando comparado ao controle para os movimentos de extensão (p=0,02), inclinação esquerda (p=0,03) e rotação direita (p=0,03). O grupo de M apresentou diminuição de mobilidade para o movimento de rotação direita (p<0,01) comparado ao controle. Não houve correlação entre a mobilidade cervical e as variáveis dor, idade e tempo de cefaléia. Conclusão Conclusão: Os resultados indicam que os pacientes com MT apresentam maior comprometimento da mobilidade cervical do que aqueles com M quando comparados a indivíduos sem cefaléia. T 024 ESTUDO DESCRITIVO E COMPARATIVO SOBRE O PADRÃO DE SONO E PRESENÇA DE CEFALÉIA EM TECNICOS DE ENFERMAGEM DA UTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF, TRABALHANDO EM TURNOS DIURNO E NOTURNO Ferreira, K.S.; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.; Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A. Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia Objetivos: Avaliar as variações do sono e a presença de cefaléia em técnicos de enfermagem do setor de UTI do Hospital Universitário da UFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno. Métodos Métodos: Selecionaram-se 25 pessoas, em grupos de trabalho diurno e noturno. Aplicou-se questionário semi-estruturado com questões sobre hábitos de sono, sonolência diurna, depressão, presença de cefaléia e suas características, dor miofascial. Analisaram-se os dados em programa estatístico Epi Info. Resultados: De 25 funcionários avaliados observou-se que 40% eram mulheres e 60% eram homens, com idade média de 39 anos. Destes, 52% trabalhavam em turno noturno e 48% em turno diurno e 60% consideravam seu sono insuficiente. Na escala Epiworth 40% preencheram critérios para sonolência diurna. Quanto à cefaléia, 68% revelaram apresentar cefaléia recorrente e 76,5% relataram dor desencadeada pela falta de sono. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. Pela Classificação Internacional de Cefaléia, 52,9% apresentavam cefaléia tensional, 35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e 5,9% cefaléia não classificada. 62,5% dos pacientes apresentaram dor muscular à palpação, 41,7% dor em articulação têmporo-mandibular e 45,8% dor em nervos occipitais. Ao se cruzarem dados Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES para análise encontramos predomínio de cefaléia em mulheres, entre cefaléia e turno de trabalho não houve significância estatística entre os resultados. Sono suficiente, roncos, horário de dormir e depressão não mostraram relação com cefaléia. Conclusões Conclusões: Houve uma prevalência maior de distúrbios de sono e cefaléia que na população em geral, porém não encontramos significância estatística na relação entre os dois para a amostra estudada. T 025 ESTUDO DESCRITIVO SOBRE A PRESENÇA E CARACTERÍSTICAS DA CEFALÉIA EM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DA UTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF Ferreira, K.S. ; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.; Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A. Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia Objetivos Objetivos: Avaliar presença e as características de cefaléia em geral em técnicos de enfermagem do setor de UTI do Hospital Universitário da UFJF. Método Métodos: Selecionaram-se 25 funcionários (técnicos de enfermagem) da UTI do HU-UFJF. Aplicou-se questionário semi-estruturado com questões relacionadas à presença de cefaléia e suas características, avaliação de distúrbios de humor. Analisaram-se os dados em programa estatístico Epi Info. Resultados tados: De 25 funcionários avaliados observou-se que 40% eram mulheres e 60% homens, com idade média de 39 anos, 52% eram brancos, 28% solteiros, 60% casados. Quanto à cefaléia, 68% dos entrevistados revelaram apresentar cefaléia recorrente, 52,9% apresentavam crises mais que uma vez na semana e 52,9% apresentavam crise com mais de 4 horas de duração. 58,8% apresentavam fotofobia, 64,7% fonofobia, 29,4% náuseas. Pela Classificação Internacional de Cefaléia, 52,9% apresentavam cefaléia tensional, 35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e 5,9% de cefaléia não classificada. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. Quanto à avaliação de depressão, 88% não tiveram critérios de depressão e 12% com critérios de possível depressão. Ao se cruzarem dados para análise estatística encontramos uma tendência ao predomínio de cefaléia em mulheres. Parece também haver menor incidência de cefaléia nos pacientes casados, em comparação com os solteiros. Não houve correlação estatística entre cefaléia e depressão. Conclusões: Os dados encontrados nos indicam uma prevalência de cefaléias primárias superior à encontrada na literatura para a população geral, com predomínio em mulheres e faixa de idade compatível com a esperada. Observamos baixa prevalência de abuso de analgésicos nesta população, a despeito da facilidade de acesso às medicações. T 026 SÍNDROME DA MÃO ESTRANGEIRA COMO AURA DE ENXAQUECA Maultasch, H; Goldberg, S.W; Vincent, M.B. Serviço de Neurologia/HUCFF - Universidade Federal do Rio de Janeiro Introdução Introdução: Cerca de 20% dos pacientes com enxaqueca experimentam aura. A síndrome da mão estrangeira (SME) é a realização de movimentos não intencionais e aparentemente com propósito de uma das mãos ou a sensação de que a mão não é própria, Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 embora haja o reconhecimento visual da propriedade do segmento acometido. Descrevemos um homem de 25 anos que apresentava síndrome da mão estrangeira sensitiva como aura enxaquecosa. Relato de caso caso: Paciente do sexo masculino sofreu dois episódios de cefaléia acompanhada de aura atípica, o primeiro em outubro de 2006, após nadar. Notou uma sensação de "estranheza" na mão direita, como se esta não fosse sua, com diminuição da sensibilidade tátil nos cinco dedos (30 minutos). Em seguida teve dor retrorbitária direita, de forte intensidade, latejante, atingindo máxima intensidade em 30 minutos, quando desapareceu a sensação de estranheza em relação à mão. Em janeiro de 2007, novo episódio, desta vez acompanhado de náuseas e vômitos, durando cerca de 3 horas. Dois episódios semelhantes haviam ocorrido 10 anos antes. A RM do encéfalo revelou discreta assimetria dos hipocampos, e o videoeletroencefalograma revelou ondas agudas e lentas irregulares de projeção temporal anterior e média à esquerda, com propagação para áreas homólogas. Discussão Discussão: Geralmente, a SME é decorrente de infarto envolvendo o corpo caloso ou o córtex frontal medial, ou ainda pelo comprometimento da área motora suplementar esquerda. Há casos secundários a infarto no território da artéria cerebral posterior associado a distúrbios sensitivos. Há poucos relatos de SME como aura de enxaqueca, o que aponta para disfunção cortical secundária à depressão alastrante fora do córtex visual. Conclusão Conclusão: SME é uma das anormalidades eventualmente relacionadas à aura da enxaqueca. Este sintoma, como sugerido por este caso, pode surgir sem que outras formas de aura estejam presentes. T 027 AVALIAÇÃO DO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO DE MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM MULHERES COM MIGRÂNEA TRANSFORMADA Canonica, A.C.1; Moreira, V.C.1; Florêncio, L.L.1; Dach, F.2; Bordini, C.A. 2; Chaves, T.C.1, Speciali, J.G.1, Bevilaqua-Grossi, D.1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo HCFMRP-USP. Objetivos Objetivos: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculos crânio-cervicais em indivíduos do sexo feminino com Migrânea Transformada (MT) e compará-los com os valores de LDP obtidos de mulheres sem história de cefaléia. Métodos Métodos: Participaram deste estudo 14 pacientes do sexo feminino (média de idade 38 anos ± 10,42) com diagnóstico de MT segundo os critérios de Silberstein atendidas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, constituindo o grupo com cefaléia (GMT), e 14 mulheres (média de idade 39,36 anos ± 10,68) sem história de cefaléia ou outras condições dolorosas constituindo o grupo controle (GC). O LDP foi obtido através da Algometria de Pressão, na qual foram localizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculos frontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo com velocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medidas consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para análise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas e aplicado o teste t para amostras independentes não pareadas para comparação intergrupo, considerando-se p 0,05. Resultados Resultados: Os 127 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES resultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontos nos músculos avaliados no GMT quando comparado ao GC, entretanto apenas os pontos nos músculos frontal bilateral, temporal anterior esquerdo, trapézio médio esquerdo e inserção do esternocleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamente significativa (p 0,05). Conclusão Conclusão: Mulheres com MT apresentam uma redução do LDP em alguns músculos da região crâniocervical. T 028 AVALIAÇÃO DE MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM MULHERES COM MIGRÂNEA ATRAVÉS DA ALGOMETRIA DE PRESSÃO Moreira, V.C.1; Canonica, A.C.1; Pereira, P.A.1; Dach, F2; Bordini, C.A.2; Chaves, T.C.1; Speciali, J.G.1; Bevilaqua-Grossi, D.1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo HCFMRP-USP. Objetivo Objetivo: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculos crânio-cervicais em mulheres com Migrânea (M) e compará-los com os valores de LDP obtidos de mulheres sem história de cefaléia. Métodos Métodos: Participaram deste estudo 15 pacientes do sexo feminino (média de idade 36,27 anos ± 10,33) com diagnóstico de M segundo os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia atendidas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, constituindo o grupo com cefaléia (GM), e 15 mulheres (média de idade 39,87 anos ± 10,48) sem história de cefaléia ou outras condições dolorosas, constituindo o grupo controle (GC). O LDP foi obtido através da Algometria de Pressão na qual foram localizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculos frontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo com velocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medidas consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para análise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas e aplicado o teste t para amostras independentes não pareadas para comparação intergrupo, considerando-se p 0,05. Resultados Resultados: Os resultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontos nos músculos avaliados no GM quando comparado com o GC, entretanto para os pontos nos músculos frontal bilateral, temporal posterior e anterior direito, temporal médio esquerdo, origem do masseter direito, inserção do masseter esquerdo, trapézio médio bilateral, inserção do trapézio esquerdo e inserção do esternocleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamente significativa (p 0,05). Conclusão: Mulheres com M apresentam uma redução do LDP em músculos da região crânio-cervical. T 029 SINTOMATOLOGIA AUTONÔMICA ÓCULO-NASAL (HIPEREMIA CONJUNTIVAL, LACRIMEJAMENTO, OBSTRUÇÃO NASAL E RINORRÉIA): MIGRÂNEA VERSUS CEFALÉIA EM SALVAS Farias da Silva, W.; Sampaio, M. C. F.; Costa Neto, J.; Serva, W. D.; Valença, M. M. Universidade Federal de Pernambuco 128 Objetivo: Avaliar a presença de sintomatologia autonômica na migrânea e na cefaléia em salvas. Metodologia Metodologia: Uma série de 600 pacientes com migrânea foi comparada com outra série de 191 casos de cefaléia em salvas quanto aos sintomas autonômicos. Resultados Resultados: Sintomas autonômicos isolados ou agrupados estavam presentes em apenas 175 (29,16%) de 600 casos de migrânea. Dentre os 191 casos de cefaléia em salvas, apenas 3 (1,57%) evoluiam sem manifestações disautonômicas. Na migrânea os sintomas autonômicos óculo-nasais (hiperemia conjuntival, lacrimejamento, obstrução nasal e rinorréia) foram um pouco mais freqüentes quando de dor unilaterais (56%) mas se expressaram clinicamente de modo bilateral (73,71%); tendo sido registrado predomínio dos oculares ( HC= 82,85%; L= 69,71%) sobre os nasais (N= 9,14%; R= 8%). Na cefaléia em salvas detectou-se absoluta prevalência de dor unilateral (97,90%), dor bilateral sendo encontrada em somente 12 (6,38%) dos casos. Os sintomas autonômicos pesquisados foram ipisilaterais à dor, em todos os casos com dor unilateral (175 =93,08%); contralateral à dor em um caso com dor unilateral e em apenas 12 (6,38%) pacientes eles eram bilaterais (apenas um deles com dor bilateral), sendo assinalados no lado onde a dor era mais intensa. A Tabela abaixo compara a sintomatologia autonômica encontrada nos pacientes com essa sintomatologia entre os migranosos e os com cefaléia em salvas. Tabela. Sintomas autonômicos Migrânea n=175 Cefaléia em salvas n=188 P X2 Hiperemia conjuntival 145 (82,85%) 151 (80,3%) 0,5334 Lacrimejamento 122 (69,71%) 147 (78,2%) 0,0654 Obstrução nasal 16 (9,14%) 138 (73,4%) <0,0001 Rinorréia 14 (8%) 124 (66,0%) <0,0001 Conclusão Conclusão: Obstrução nasal e rinorréia são encontrados mais freqüentemente na cefaléia em salvas. T 030 ENXAQUECA X ATIVIDADE SEXUAL: COMO MULHERES COM E SEM ENXAQUECA UTILIZAM A DESCULPA "DOR DE CABEÇA" PARA SE ESQUIVAR DE ATIVIDADE SEXUAL Carvalho, JJF1, Magalhães, AG2, Morais, LC2, Menezes NS2 1 Setor de Cefaléias, Serviço de Neurologia, Hospital Geral de Fortaleza 2 Curso de Medicina, Universidade Estadual do Ceará Objetivo Objetivo: A desculpa "estou com dor de cabeça" para evitar uma relação sexual é clichê freqüentemente associado às mulheres. A incompatibilidade entre atividade sexual e dor de cabeça é intuitivamente aceita, mas evidências sugerem uma relação complexa entre atividade sexual e cefaléias, particularmente enxaqueca. Este trabalho estuda o impacto da dor de cabeça na vida sexual de mulheres com enxaqueca e a utilização da desculpa "dor de cabeça" para evitar atividade sexual. Método Método: Entrevistamos 60 mulheres que procuraram o Hospital Geral de Fortaleza para consultas ambulatoriais. Elas foram divididas em dois grupos: o grupo A (30 mulheres) recrutado entre as pacientes do ambulatório de cefaléia com o diagnóstico de enxaqueca (ICHD-II) e o grupo B (30 mulheres) entre as pacientes sem história de cefaléias que buscaram o Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES hospital por outras queixas. Além dos dados demográficos foram anotados o impacto da enxaqueca na atividade sexual e se alguma vez, estando sem cefaléia, tinham usado a desculpa "dor de cabeça" para se esquivar de relação sexual com seus parceiros. Resultados dos: No grupo A a idade média foi de 44 anos (± 10 anos) e 37% eram solteiras, 57% casadas, 3% viúvas e 3% desquitadas. No grupo B a idade média foi de 48 anos (± 14 anos) e 25% eram solteiras, 59% casadas, 13% viúvas e 3% desquitadas. Em ambos os grupos a freqüência média de relações sexuais foi de 7 relações/mês. Para 43% das pacientes com enxaqueca, as cefaléias interferiam negativamente na atividade sexual e 23% afirmaram já ter interrompido relação sexual por causa de crise de enxaqueca. Apenas 3 mulheres (10%) do grupo A contra 9 (30%) do grupo B já tinham usado a desculpa "dor de cabeça" para não ter relação sexual. O tratamento da enxaqueca impactou positivamente no relacionamento sexual de 60% das pacientes do grupo A. Conclusão Conclusão: O tratamento pode reverter a repercussão negativa da enxaqueca na vida sexual de suas sofredoras e, apesar do clichê, apenas uma minoria das mulheres utiliza a desculpa "dor de cabeça" para não ter atividade sexual e este comportamento, menos comum entre as enxaquecosas não as diferencia estatisticamente das demais mulheres. T 031 CEFALÉIA ORGÁSMICA ASSOCIADA A VASOESPASMO CEREBRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: RELATO DE 2 CASOS Carvalho, JJFC, Mont´Alverne, FJA, Malveira, GLS Objetivo Objetivo: Cefaléia orgásmica tem sido raramente associada a vasoespasmo cerebral. Nós apresentamos dois pacientes com cefaléia orgásmica com vasoespasmo cerebral segmentar reversível na ausência de hemorragia subaracnoide ou vasculite. Relato aciente 1 – homem de 57 anos encaminhado para dos casos casos: PPaciente avaliação por episódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (ICHD-II) 03 dias antes. A dor de atingiu o pico em segundos, persistiu nos dias seguintes em menor intensidade mesmo cojm o uso de analgésicos. Uma arteriografia digital com subtração mostrou vasoespasmo segmentar envolvendo as artérias cerebelares superior e inferior à direita e ambas as artérias cerebrais posteriores. O exame do líquor revelou discreta pleocitose e proteína levemente aumentada. Paciente 2 – homem de 51 anos encaminhado para avaliação de episódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (IHCD-II) 24 horas antes. A dor que também atingiu o pico em segundos, persistiu em menor intensidade nos dias seguintes mesmo com o uso de analgésicos comuns. O exame do LCR foi normal mas uma arteriografia digital com subtração revelou vasoespasmo segmentar na artéria cerebelar inferior. Em ambos os pacientes o exame neurológico foi normal e o diagnóstico de vasculite do sistema nervoso central foi excluído por exames apropriados. Eles evoluíram com resolução da dor em 07 e 05 dias, respectivamente e se mantém sem dor desde então. Foram tratados com nimodipina 60 mg, 4 x dia por 3 meses descontinuada gradualmente após angiotomografia mostrar artérias cerebrais normais. Conclusão Conclusão: A associação de vasoespasmo segmentar reversível e cefaléia orgásmica pode ser mais comum do que se suspeita e aparentemente não modifica o curso benigno da mesma. T 032 A PSICOLOGIA EM UM AMBULATÓRIO DE CEFALÉIA COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA DOR Renemilda Cacique de Góes Coordenadora da Psicologia Clínica do INDC-UFRJ Estagiárias: Rachel Sancovschi, Tatiana Restrepo, Taíssa Mello, Natália Nunes, Aline Passos. Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Objetivo Objetivo: Este estudo propõe demonstrar objetivamente e subjetivamente se a terapia, centrada na teoria psicanalítica, é um tratamento eficaz no tratamento da cefaléia. Observamos que o médico reconhece esse sujeito como um portador de uma doença com sintomas identificados, mas não percebem os fatores antecedentes e conseqüentes da dor que é articulado com representantes conscientes e inconscientes que podem alterar a dor. Para confirmar os resultados dessa articulação, dor física e dor psíquica, utilizamos os atendimentos psicológicos como coadjuvante do atendimento neurológico. Método Método: Selecionamos 60 pacientes que obedeciam aos critérios e diagnosticados dos critérios (S.I.C.1988) em migrânea e Cefaléia Crônica Diária. A amostra aleatoriamente de 10 pacientes realizou a psicoterapia de grupo, baseada na teoria Psicanalítica com sessões semanais durante um ano. O objetivo foi observar a freqüência e a intensidade da dor, tratados clinicamente com consultas regulares, medicação padrão, mapa diário da dor e aplicação das escalas de depressão e ansiedade de Hamilton. Resultado sultado: As estatísticas realizadas com a primeira aplicação da escala, não foram significativas. Não ouve sucesso na redução da freqüência e da intensidade da dor quando tratados apenas com medicação nos primeiros seis meses antes da terapia. Nossos resultados comparando-se ao segundo momento, isso é, os 10 pacientes tratados com intervenção psicanalítica mais medicação, revelou diferença significativa com 95% de confiança entre os escores médios da escala de Depressão e Ansiedade de Hamilton (2,93 no primeiro momento e 3,95 no segundo). Discussão Discussão: As estatísticas realizadas considerando apenas o primeiro momento se mostraram não significativas, acreditamos que o fato esteja relacionado ao erro Tipo II devido ao reduzido número de amostras. Kerlinger (1986) recomenda como regra geral para aplicação de um instrumento, o uso da maior amostra possível e sugere dez sujeitos por item do instrumento. Entretanto, os pacientes obtiveram sucesso na redução da freqüência e da intensidade da dor, quando tratados com medicação e psicoterapia. Mesmo com esta pequena amostra, foi possível demonstrar que uma terapia de base psicanalítica, como coadjuvante no tratamento da cefaléia, resulta em aumento significativo a baixa da freqüência e intensidade da dor. Porém, subjetivamente, podemos dizer que a experiência quotidiana de cada paciente, mostrou a necessidade de um espaço adequado para elaborar o porquê e as conseqüências das suas dores. T 033 CEFALÉIA E CISTO DA PINEAL Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux C UFF - Setor de Investigação das Cefaléias Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa Objetivo Objetivo: Relatar e discutir quatro pacientes que apresentavam cefaléia em associação com cisto da glândula pineal. Pacientes e Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 129 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES métodos: Apresentamos quatro pacientes do gênero feminino, com cefaléia e cisto pineal. As idades variaram de 11 a 38 anos, com média de 32 anos; a área dos cistos variou de 0,60 cm2 a 0,72 cm2; em três pacientes a cefaléia era do tipo tensional e do tipo migranoso em uma delas. Todas as pacientes tinham exame neurológico normal e sua história era negativa para sinais de alarme quanto à possibilidade de cefaléia secundária. Na paciente com migrânea sem aura, a dor era fronto-orbitária esquerda; em duas outras, era holocraniana e na uma última não apresentava topografia determinada. O quadro abaixo resume os dados expostos: Paciente Idade (a) Tipo de cefaléia Topografia da cefaléia Área do cisto (cm2) MFA 38 TT crônica Holocraniana 0,72 Holocraniana 0,70 RS 30 TT crônica MAS 32 TT crônica CTB 11 Holocraniana 0,60 Migrânea sem Fronto-orbitária aura direita 0,48 Discussão Discussão: Sawamura, examinando as RM de 6.023 pacientes, encontrou 29 (0,96%) cistos pineais em 3.008 homens e 50 (1,66%) em 3.015 mulheres, sendo significante a diferença entre os sexos (p < 0,05). Não foram encontrados cistos em apcientes com menos de 10 anos, ocorrendo o pico entre 21 e 30 anos.1 Peres et al descrevem cinco pacientes, quatro do gênero feminino e um do gênero masculino, com cistos da pineal e cefaléia primária, com as mesmas características das nossas pacientes.2 No título do trabalho os autores questionam se tal associação constitui mais do que mera coincidência, considerando-se as propriedades biológicas da melatonina,3 suas relações com a neurotransmissão glutamatérgica4 características cronobiológicas de pacientes com migrânea crônica e episódica.5 Todas nossas pacientes referiam algum tipo de transtorno do sono. Conclusão Conclusão: Tanto a cefaléia primária quanto o cisto de pineal são mais freqüentes em pacientes jovens e do gênero feminino, o que poderia constituir uma simples coincidência. Estudos mais detalhados e com maior número de casos são necessários para melhor avaliar essa associação, uma vez que a melatonina possivelmente desempenha importante papel nas cefaléias.3 Referências: 1-Sawamura Y, Ikeda J, Ozawa M, Minoshima Y, Sayito, Abe H. Magnetic resonance images reveal a high incidence of asymptomatic pineal cysts in young women. Neurosurgery. 1995;37:11-16. 2-Peres MFP, Zuckerman E, Porto PP, Brandt RA. Headaches and pineal cysts: a (more than) coincidental relationship? Headache. 2004;929-30. 3-Peres MFP. Melatonin, the pineal gland and their implication for headache disorders. Cephalalgia. 2005;25:403-411. 4-Peres MF, stiles MA, Siow HC, Dogramjik, Silberstein SD, Cipoll-Neto J. Chronobiololgical features in episodic and chronic migraine. Cephalalgia. 2003;21:842-9 T 034 ASSOCIAÇÃO DE NEURALGIAS DOS NERVOS TRIGÊMIO E GLOSSOFARÍNGEO Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux CC UFF - Setor de Investigação das Cefaléias Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa Objetivo Objetivo: Apresentação e discussão de paciente que apresentava associação de neuralgias dos nervos trigêmio e glossofaríngeo. 130 Apresentação do caso caso: Paciente masculino, negro, 78 anos, apresenta há cerca de 10 anos dor na região malar esquerda, que se irradiava para lábio superior e arcada dentária superior esquerda. A dor era intensa, em choque, desencadeada por toque no sulco naso-labial , alimentação, lavar o rosto e escovar os dentes. Tratado com CBZ, com melhora do quadro, com recidivas ocasionais, ocasiões em que aumentava a dosagem de CBZ, com controle parcial das crises. Há cerca de seis meses, apareceu dor recorrente, severa, como uma facada, de curtíssima duração, na base da língua e fossa tonsilar. A dor era desencadeada por movimentos de deglutição e se refletia profundamente dentro do ouvido esquerdo. Os episódios ocorriam em agrupamentos que duravam de uma a duas semanas. O paciente fazia perfeita distinção entre os dois tipos de dor, que podiam ocorrer isoladamente ou associados. Foi tentado aumento da CBZ sem sucesso. O paciente apresentou melhora de ambas as dores com uso da gabapentina (600 mg x 4). Estudo de RM com angiorressonância do crânio foi negativo para processos expansivos e não havia evidência de compressão neurovascular. Discussão Discussão: Nosso paciente apresentava inicialmente quadro compatível com neuralgia clássica do trigêmio (V2 esquerda). Vários anos depois desenvolveu clínica sugestiva de neuralgia do glossofaríngeo ipsilateral. Alguns autores reconhecem a dificuldade diagnóastica, principalmente quando ambas neuralgias coexistem em um mesmo paciente.1 Bruyn refere que 10% dos pacientes com neuralgia do glossofaríngeo apresentam também neuralgia do trigêmio, mas as dores não ocorrem ao mesmo tempo.2 McCarron e Bone3 descrevem o caso de uma paciente de 45 anos que apresentava neuralgia clássica do glossofaríngeo com características de ambas neuralgias, secudária à lesão pontina, provavelmente isquêmica. Um outro caso de lesão pontina, com ambos tipos de neuralgia foi descrito recentemente.4 T 035 ESTUDO DUPLO CEGO, CRUZADO, RANDOMIZADO COMPARANDO O USO DO SUMATRIPTANO, COM A TRIMEBUTINA, COM O MELOXICAN, COM A ASSOCIAÇÃO DAS TRÊS DROGAS NO TRATAMENTO AGUDO DE ENXAQUECA Higashi, R.; Filho P.M.F.; Krymchantowski, A.V. Serviço de Neurologia - Ambulatório de Cefaléia Universidade Federal Fluminense Conceitos gerais e objetivos: A fisiopatologia da migrânea é complexa e envolve múltiplos mecanismos fisiopatológicos centrais e periféricos. Apesar do desenvolvimento de drogas específicas no tratamento agudo, como os triptanos, estes estão abaixo da eficácia do que seria o ideal. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia e a tolerabilidade da formulação oral da trimebutina 200 mg, meloxican 15mg, sumatriptano 50mg e a combinação das três drogas (TSM) no tratamento das crises aguda de migrânea de moderada a forte intensidade, no desenho duplo cego, cruzado e randomizado. Métodos Métodos: 50 pacientes (43 mulheres e 7 homens), idades entre 18 a 65 anos (idade média de 31 anos) com diagnóstico de migrânea de acordo com a SIC (Sociedade Internacional de Cefaléia), foram prospectivamente estudados e randomizados em 4 grupos, de acordo com a ordem de chegada. A intensidade da dor de cabeça , assim como náusea e fotofobia foram analisados no tempo 0, 1 h e 2 h após o uso das drogas, assim como a ocorrência de efeitos colaterais. Foi permitido a utilização de droga de resgate após 2 horas para os pacientes que não obtivessem alívio da cefaléia Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES e seu consumo foi comparado entre os 4 grupos, além da recorrência da dor para aqueles com ausência da dor após 2 horas do uso da medicação. Resultados Resultados: 42 pacientes (35 mulheres e 7 homens) completaram o estudo. Em 1 hora 9.5% dos pacientes que utilizaram a TSM estavam livre da dor comparado com 14.2% com a trimebutina e sumatriptano e 2.4% com o meloxican (p = 0.479). Em 2 horas 21,4% dos pacientes que usaram TSM estavam livre da dor, comparado com 11.9% com a trimebutina, 26.1% com sumatriptano e 23.8% com o meloxican (p= 0.555). Após 1 hora e 2 horas com o uso da TSM, a náusea foi abolida em 21% e 36% dos pacientes respectivamente, com a trimebutina, 21,7% e 34.8%, com o sumatriptano, 11.1% e 33.3% e com o meloxican, 42.1% e 52.7%. Após 1 hora e 2 horas com o uso da TSM, em 18,2% e 31,8% dos pacientes ocorreu desaparecimento da fotofobia respectivamente, comparado com 26.9% e 34% com a trimebutina,13% e 30,4% com o sumatriptano e 21,7% e 39% com o meloxican. Os quatro grupos foram efetivos em eliminar a náusea e fotofobia embora sem diferença estatística entre os grupos após 1 hora e 2 horas para ambas náusea (p=0.157 e 0.587) e fotofobia (p=0.671 e 0.929). Dez pacientes com a TSM, seis com a trimebutina, cinco com o sumatriptano e meloxican relataram efeitos colaterais. Conclusão clusão: Estatisticamente não houve diferença na utilização da combinação das drogas quando comparado com o uso de cada uma das substâncias em isolado como monoterapia. Pode-se questionar se encapsulação das medicações teria alterado o perfil farmacocinético das drogas. Mais estudos com a apresentação original das drogas são necessários. Palavras alavras--chave : trimebutina, sumatriptano, meloxican e migrânea. T 036 TRATAMENTO DA CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA REFRATÁRIA : PROPOSTA TERAPÊUTICA EM REGIME DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR Nemoto, P.H; Monzillo, P.H; Netto, A.S; Garotti,J.E.R Ambulatório de Cefaléias- Departamento de Neurologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Objetivo Objetivo: Avaliar a eficácia clínica do uso de corticóides e / ou haloperidol intravenoso, em regime de internação hospitalar, em pacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diária refratária. Casuística e método método: Realizada avaliação retrospectiva do prontuário de 20 pacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diária refratária submetidos à internação hospitalar por 03 dias. Os pacientes foram avaliados em relação a três parâmetros de dor (freqüência,intensidade e duração) no momento da internação e 24,48 e 72 após a internação. Os pacientes receberem hidrocortisona na dose de 100 mg a cada 8 horas no primeiro dia, a cada 12 horas no segundo dia e uma vez ao dia no terceiro dia e/ ou haloperidol intravenoso na dose de 5 mg, no primeiro dia de internação. Resultados Resultados: 59% dos pacientes que receberam corticóide e haloperidol apresentaram melhora completa em relação aos três parâmetros avaliados, entre os pacientes que receberam somente o corticóide 50% apresentou melhora completa e o paciente que recebeu somente haloperidol apresentou melhora completa em relação aos parâmetros avaliados. 60% dos pacientes faziam uso abusivo de analgésicos em nossa casuística. Conclusão Conclusão:Todos os pacientes avaliados apresentaram melhora clínica parcial ou completa nos três parâmetros de dor avaliados. Nosso estudo sugere a utilização da pulsoterapia e/ou haloperidol, Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 em regime de internação hospitalar, como uma proposta terapêutica eficaz no tratamento da cefaléia crônica diária, abrindo caminho para a realização de mais estudos na elaboração de esquemas terapêuticos hospitalares. T 037 TRATAMENTO SINTOMÁTICO E PROFILÁTICO EM AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA PRIMÁRIA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA Santin, R.1; Pimentel, M. S.1,2; da Rosa, K. V. B.1,2; Hoefel, A. M. L.1,2; Varela, D. L.1,2; Barea, L. M.1,2 1 Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da Criança Santo Antônio - ISCMPA 2 Departamento de Neurologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre Objetivo: Avaliar a prevalência do uso de medicamentos analgésicos em cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléia do Hospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). Métodos Métodos: Estudo observacional tipo transversal de 78 pacientes consecutivos atendidos de janeiro a junho/2007 no ACHCSA. Os pacientes foram avaliados por neurologistas com treinamento em cefaléia, aplicando um protocolo padronizado. Os dados foram processados pelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada por análise tabular simples. Estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da esultados: Idade média dos pacientes foi 11,14 ± FFFCMPA. R Resultados: 2,97 e idade média de início das crises foi 8,27 ± 2,98. Gênero feminino 45(57,7%) e masculino 33(42,3%). A maioria apresentou crises semanais 31(41,9%) ou quase diárias 19(25,7%). Intensidade da dor avaliada pela Escala-Análago-Visual: forte 42(57,5%), moderada 25(43,2%) e fraca 6(8,2%). Os diagnósticos mais freqüentes foram Migrânea sem Aura em 36(46,2%), Migrânea Crônica em 13(16,7%), Migrânea com Aura em 7(9,0%), Provável Migrânea sem Aura em 5(6,4%) e CTTE Freqüente em 6(7,7%). O tratamento sintomático instituído foi paracetamol em 56(71,8%), ibuprofeno em 20(25,6%), dipirona em 8(10,2%), naproxeno em 1(1,3%), diclofenaco em 1(1,3%), sumatriptano em 4(5,1%) e ergot em 1(1,3%). O tratamento profilático foi instituído para 45(57,7%) dos pacientes, sendo flunarizina em 21(46,7%) destes, imipramina em 17(37,8%), amitriptilina em 3(6,7%), fluoxetina em 3(6,7%), ácido valpróico em 2(4,4%), carbamazepina em 2(4,4%) e propanolol em 4(8,9%). Em 5(6,4%) pacientes houve a necessidade de se associar um segundo medicamento profilático para o controle das crises. Conclusões: O tratamento agudo da cefaléia na infância e adolescência em ambulatório especializado é realizado com drogas analgésicas inespecíficas sendo infreqüente a necessidade de uso de medicamentos seletivos e específicos. A profilaxia da migrânea com a droga flunarizina é uma estratégia terapêutica eficaz para controle da dor e da incapacidade gerada nesta faixa etária. T 038 CEFALÉIA HÍPNICA: PROFILAXIA COM AMITRIPTILINA Ribeiro ECR*, Speciali JG** * Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. ** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(USP). 131 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES Objetivos: O objetivo deste estudo foi observar a resposta da amitriptilina na profilaxia de cefaléia hípnica. Métodos Métodos: Análise e observação da resposta de quatro pacientes do sexo feminino, com cefaléia hípnica diagnosticadas pelos critérios da Sociedade Internacional de Cefaléias, que receberam tratamento profilático com à amitriptilina 25mg à noite durante um período de 30 dias. Após este período foi realizada avaliação médica da resposta terapêutica. Resultados Resultados: As pacientes fizeram profilaxia com amitriptilina 25mg à noite, durante 30 dias consecutivos. Após este período foram reavaliadas, e todas relataram ausência de dor da cefaléia hípnica. O carbonato de lítio é a medicação de primeira escolha na profilaxia, mas a casos na literatura de boas respostas com medicações como flunarizina, indometacina, melatonina e verapamil. As pacientes não receberam profilaxia com o carbonato de lítio devido a contra-indicações relativas. Conclusão Conclusão: Necessário um estudo com maior número de casos. Mas a amitriptilina pode vir a ser uma opção à profilaxia de casos de cefaléia hípnica. T 039 EVOLUÇÃO CLÍNICA DA ENXAQUECA APÓS OCLUSÃO PERCUTÂNEA DE FORAME OVAL PATENTE Fábio Augusto Selig, Newton Fernando Stadler de Souza Filho, Pedro André Kowacs, Ana Lucila Carsten, Eduardo Mendel, Francisco Diniz da Costa, Ricardo Ramina. Hospital Ecoville / Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) Introdução Introdução: A enxaqueca é uma desordem neuro-vascular comum que atinge aproximadamente 18% das mulheres e 6% dos homens. 50% dos pacientes com enxaqueca com aura (MA+) e 30% dos sem aura (MA-) têm Forame Oval Patente (FOP), incidência maior que na população geral. Este estudo teve como objetivo avaliar a evolução clínica dos pacientes com MA+ e MA- submetidos à oclusão percutânea com prótese. Método Método: Incluiu-se no estudo portadores de cefaléia crônica encaminhados ao laboratório de hemodinâmica entre agosto de 2006 e maio de 2007 para oclusão percutânea de FOP. A cefaléia foi caracterizada clinicamente quanto à intensidade, freqüência, presença de aura e fatores de co-morbidade. A avaliação complementar foi realizada através de ressonância magnética de crânio (RMC), ecocardiograma doppler transesofágico (ETE) e ecodoppler transcraniano, (ETC), os dois últimos com injeção de microbolhas e manobra de Valsalva. Realizou-se então cateterismo cardíaco e oclusão do FOP com prótese. Os pacientes foram acompanhados com reavaliação dos mesmos critérios pré-operatórios. Resultados Resultados: Enquadraram-se nos critérios propostos sete pacientes, seis do sexo feminino, com idades entre 18 e 65 anos (mediana=41). Cinco pacientes tinham MA+ clássica (escotomas cintilantes ou premonição da crise) e dois tinham MA-. Quatro pacientes tinham crises diárias; destas, três severas (incapacitação para exercício das atividades diárias e refratárias ao tratamento clínico) e uma moderada. Os outros três casos tinham crises esporádicas (2 ao mês), sendo 2 moderadas e 1 leve. Todos exceto um tinham alterações isquêmicas na RMC. Quatro tinham associada depressão e um doença de Beçet. Todos tinham ETE e ETC positivos, que negativaram até 3 meses após a oclusão. Apenas um paciente não teve melhora ou remissão da cefaléia após fechamento do FOP. Conclusões Conclusões: Apesar do número ainda pequeno de pacientes, a oclusão percutânea do FOP com prótese parece ser método promissor para o tratamento complementar da enxaqueca. 132 T 040 INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Camargo, A. P. A.1; Netto, T. R.1; Oliveira, L.C.2; Tabaquim, M. L. M.3; Calderon, P. S. 4; Conti, P. C. R.5 1,2,3 Universidade do Sagrado Coração. Bauru/SP; 4,5 Faculdade de Odontologia da USP/Bauru/SP A dor crônica pode gerar estados de ansiedade causando tensão muscular. Se este processo não for interrompido por mudanças adequadas, causa prejuízos na qualidade de vida das pessoas. Este estudo teve como objetivo verificar os efeitos do Programa Remediativo Cognitivo-Comportamental para controle da Dor Crônica, em 25 mulheres diagnosticadas com Disfunção Temporomandibular (DTM). Os pacientes com DTM apresentam como característica principal a presença de dor nos músculos, articulações temporomandibulares (ATM) ou ambos. Foram realizados sete encontros de uma hora de duração e aplicado (pré e pós) o Inventário de Beck para identificação de níveis de depressão. O Programa empregou recursos informativos sobre dor e técnicas cognitivocomportamentais: neurofisiológicas, de relaxamento, massagem, correção de postura/respiração e atividade física; afetivo-emocional, de resiliência, desvio de pensamentos automáticos, crenças irracionais, condutas passivas-ativas, gatilho de stress e foco no problema. Os resultados demonstraram diminuição da intensidade nos episódios de dor; 24% relataram intensidade fraca; 4% média; 32% forte e 4% muito forte, além da melhoria dos estados depressivos. Estes dados indicaram diminuição de situações disparadoras do gatilho da dor em condições estressoras. O programa possibilitou o reconhecimento de mecanismos neurofisiológicos e comportamentais, capazes de modificar a sensação da dor, diminuindo assim a ocorrência de episódios e alterando o funcionamento da cronicidade. O estudo concluiu que o programa foi efetivo para o controle da dor crônica. T 041 PROJETO ATM - CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DE DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES - ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR: ODONTOLOGIA, FISIOTERAPIA, FONOAUDIOLOGIA, PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL. Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C. 2 ; Freire, D.M.O.S. 3 ; Fructuoso, M.T. 4; Santos, P. C.F. 5 ; Silva, P.C. 6; Vogel L. B. 7 1 Professora do curso de Pós-graduação e Coordenadora do Projeto ATM; 2Professor do curso de Pós-graduação - área da Odontologia;3Assistente do curso de Pós graduação - área da Psicologia; 4Assistente do curso de Pós graduação - área da Fonoaudiologia; 5Assistente do curso de Pós graduação - área da Fisioterapia; 6Assistente do curso de Pós graduação - área do Serviço Social; 7Aluna do curso de Pós-graduação - área da Odontologia. Curso de Pós-graduação na Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília - UNISANTA Relato de caso clínico. Objetivo: Relatar o atendimento e conduta terapêutica dos procedimentos de aspecto multidisciplinar, sobre a paciente M.E.A. Queixas Principais: dores de coluna, enxaqueca, mau humor, depressão, dores de cabeça diária, tonturas. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES Método Método: Atendimento multidisciplinar: 1- Preenchimento do Prontuário de Atendimento Multidisciplinar - PAM nas áreas citadas. 2Odontologia: exames complementares por imagens, montagem de modelos de gesso no articulador na posição de relação central, verificação da maloclusão, hipótese de diagnóstico e confecção, instalação e controle do aparelho interoclusal, 3- Fisioterapia: massoterapia, eletroterapia e cinesioterapia, 4- Fonoaudiologia: massagens e termoterapia para promover analgesia (antes da instalação do aparelho interoclusal na Odontologia). Após a remissão da dor teve início os exercícios isotônicos e isométricos, 5Psicologia: Orientação e conscientização das dificuldades que a paciente apresentava em lidar com suas queixas, buscando através de técnicas da psicoterapia o agente causador do conflito interpessoal, 6-Serviço Social: maior compreensão à respeito de sua doença e o contexto social em que esta encontra-se atrelada. Resultado Resultado: Identificação do diagnóstico diferencial: paciente portadora de desordem temporomandibular de origem muscular com deslocamento do disco articular com redução. Remissão das dores de cabeça, tonturas (15 dias) e remissão de todas as queixas relatas pela paciente (30 dias) e se manteve no período de controle por 60 dias, numa avaliação clínica nas diversas áreas citadas. Conclusão são: O atendimento multidisciplinar implementado neste Projeto ATM e o PAM possibilitaram viabilizar o atendimento do mesmo paciente sem conflito entre as áreas atuantes, buscando o mesmo objetivo no tratamento, entendendo o indivíduo pelo aspecto físico, psíquico e social. T 042 PROJETO ATM PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM PACIENTES PORTADORES DE DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES - DTM. Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C.2 ; Andrade, C. M.3 ; Benedecti, D.4 1 Professora do Curso de Pós-graduação e Coordenadora do Projeto ATM; 2 Professor do Curso de Pós-graduação; 3 Assistente do Curso de Pós-graduação; 4 Assistente do Curso de Pós- graduação; Curso de Pós- graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília - UNISANTA Objetivo: Apresentar o Prontuário de Atendimento Multidisciplinar -PAM, já em uso no Curso de Atendimento em Pacientes Portadores de Desordens Temporomandibulares - DTM, ministrado nas áreas: 1- Odontologia, 2- Fisioterapia, 3- Fonoaudiologia, 4- Psicologia e 5- Serviço Social. A ênfase é estudar e desenvolver referenciais que permitam o diálogo entre a teoria e clínica na DTM. Método Método: O Projeto ATM implementado na Clínica de Odontologia da Universidade Santa Cecília está em formato de curso teórico e prático clínico e laboratorial. Com o PAM, tornou-se possível padronizar a linguagem entre os profissionais e está composto de: 1- Ficha Clínica, 2- Ficha de Pesquisa, respondida pelo paciente nas cinco áreas envolvidas e 3- Exames Complementares de imagens. O indivíduo passa por triagem e então encaminhado para atendimento. Todo paciente segue para todas as áreas envolvidas, sendo que neste período os participantes registram também imagens fotográficas com a finalidade de expor na forma de seminários, apresentação em eventos e publicações. Resultado: Em 2 anos de curso IV turmas concluídas, o êxito foi alcançado em 110 indivíduos atendidos pelos participantes nas cinco áreas citadas, até 2006. O critério baseou-se nos relatos clínicos iniciais, durante e ao final do Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 atendimento, nas diversas áreas de atuação. Este resultado foi reforçado no retorno após três meses de alta, e submetido a nova avaliação clínica. Conclusões Conclusões: A alta incidência de benefício se deve a aspectos: 1- Possuir um coordenador fixo e atuante nas diversas áreas e que acompanhe todas as etapas do curso. 2- Triagem de modo a restringir aos indivíduos que apresentam sinais e/ ou sintomas da DTM., 3- Seguir protocolo quanto aos procedimentos. 4- Preenchimento de prontuário. 5- Troca de informações entre os profissionais. 6- Estruturação e apresentação teórica por todos os profissionais envolvidos no atendimento do mesmo indivíduo. 7- Passando a enxergar o indivíduo no físico, psíquico e social. T 043 OS HÁBITOS PARAFUNCIONAIS E AS CEFALÉIAS Gaio, D. C.; Lima e Silva, A. G. ; Stechman Neto, J. Universidade Tuiuti do Paraná O objetivo deste estudo foi confrontar, através dos prontuários do CDATM/UTP ( Centro de Diagnóstico e Tratamento da Articulação Temporomandibular - Universidade Tuiuti do Paraná), os hábitos parafuncionais dos pacientes que procuraram atendimento com os diversos tipos de cefaléias. Foram investigados hábitos tais como:morder lábios, bochecha e/ou língua, morder objetos, onicofagia, uso de instrumentos musicais, apoiar o queixo com as mãos, goma de mascar, ranger/apertar os dentes e mastigação unilateral. Na amostra estudada 71% dos indivíduos apresentaram algum tipo de cefaléia. Dos indivíduos com cefaléia, independente do gênero e faixa etária, 66,6% tinham história de cefaléia associada a três ou mais hábitos parafuncionais. Dos hábitos mais comuns destacaram-se morder bochecha, língua e/ou lábios (73%), ranger/apertar os dentes (69,2%) e mastigação unilateral (59,6%). Conclui-se que na amostra estudada a maioria dos prontuários dos indivíduos avaliados que apresentaram algum tipo de cefaléia tinham três ou mais hábitos parafuncionais quando comparados com o grupo controle. T 044 PROJETO ATM PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES EM PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA Alves, H.H.C.1; Fragoso, Y.D.2 ; Zanatta, E. C.3 ; Homem, K. L.4; Garcia, S.O.5 1 Professora e Coordenadora do curso de Pós-graduação da UNISANTA; 2 Professora Titular da Disciplina de Neurologia da UNIMES; 3 Professor do curso de Pós-graduação UNISANTA 4 Aluna do curso de Pós-graduação da UNISANTA; 5 Aluno do curso de Pós-graduação da UNISANTA Curso de Pós-graduação em atendimento a pacientes portadores de desordens temporomandibulares da Universidade Santa Cecília - UNISANTA - Santos - São Paulo Objetivo: o presente trabalho visa detectar a presença de sinais e sintomas prevalentes nas desordens temporomandibulares (DTMs), no ambulatório terciário de cefaléia. Todos os pacientes avaliados apresentavam dor crônica, tanto os de retorno ao ambulatório e os casos novos. Método: Amostra consta com 21 pacientes, 18 sexo feminino, 03 sexo masculino, idade variável 133 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES de 21 a 81 anos, atendidos no ambulatório terciário de cefaléia. Foram submetidos a um questionário dirigido na área da Odontologia para descobrir sinais e sintomas referidos a DTM. Resultado: Uma paciente encaminhada para o ambulatório de cefaléia, preenchia todos os critérios de DTM, que recebeu a confirmação pela equipe da Odontologia. Demais pacientes: 4 casos de enxaqueca, 1 caso de cefaléia tensional crônica, 15 casos de cefaléia crônica diária (CCD), com uso excessivo de medicação. Quando aplicado o questionário dirigido, foram obtidos seguintes resultados: 11 pacientes portadores de próteses totais inadequadas, 12 pacientes apresentavam hábitos parafuncionais ( ranger ou apertar os dentes). Conclusão Conclusão: pacientes crônicos do ambulatório de cefaléia podem ser portador de DTM. Esse poderia ser um agravante no uso excessivo de analgésicos. Na presente amostra 73% dos pacientes com CCD, apresentam sintomas de DTM. O presente estudo continua sendo expandido. T 045 INJEÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO COMO RECURSO NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES Coelho, L. M.; Salles, B. W. Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial, Universidade Federal de Santa Catarina Objetivo: O uso de fatores de crescimento como agentes terapêuticos de doenças musculares começa a ser estudado, uma vez que estes são responsáveis pela proliferação e diferenciação de diversos tipos de células no organismo. A proposta desta revisão é avaliar a possibilidade de uso de tais substâncias no tratamento de Disfunções Temporomandibulares (DTM), através de sua ação na recuperação de lesões musculares. Métodos Métodos: Através da revisão sistemática na literatura internacional, procuramos buscar um melhor entendimento do modo de ação dos fatores de crescimento em diferentes situações. Resultados Resultados: Diferentes tipos de fatores de crescimento proporcionam resultados diversos na musculatura. Enquanto Lefaucher e Sébille (1995), Armand et al. (2003), Tatsumi et al. (1998) e Yang e Goldspink (2002) conseguiram resultados positivos em seus estudos, White et al. (2002) e Vignaud et al. (2003) não conseguiram evidências semelhantes e Svensson et al. (2003) e Makowska, Panfil e Ellrich (2005) obtiveram resultados negativos, como alodinia e hiperalgia. Conclusão: Baseados na literatura consultada, pudemos concluir que, futuramente, os fatores de crescimento poderão se tornar reais no tratamento das DTM com alterações musculares, apesar de se fazer necessário uma maior quantidade de trabalhos de pesquisa nesta área. T 046 INTERAÇÃO ENTRE ODONTOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: RELATO DE CASO Coelho, L. M.; Oliveira, J.; Canto, G. L., Britto, M. S. Universidade Federal de Santa Catarina Objetivo: Numa odontologia atual, onde o indivíduo é visto em sua totalidade, a multidisciplinaridade exerce um papel fundamental no tratamento de diversas patologias. Sendo as Disfunções 134 Temporomandibulares multifatoriais, são a Odontologia, Fonoaudiologia e diversas outras especialidades de grande importância para a resolução dos quadros dolorosos. O objetivo do presente trabalho é demonstrar o papel decisivo da Fonoaudiologia no tratamento de uma adolescente com DTM. Métodos Métodos: Paciente de 15 anos, com dor muscular em masseter do lado esquerdo e articular do lado direito. Esta relatou correção ortodôntica de mordida cruzada posterior na infância. A avaliação clínica da adolescente demonstrou necessidade conjunta de terapia fonoaudiológica, procurando melhora na motricidade oral na dicção dos sons sibilantes em decorrência de hábito adquirido antes da remoção da mordida cruzada. Concomitantemente, foi instalada Placa Total Miorrelaxante para diminuir os sintomas dolorosos e relaxar os músculos mastigatórios. Resultados: Com a melhora na pronúncia dos sons sibilantes e relaxamento da musculatura promovido pela Placa Miorrelaxante, tanto a dor muscular quanto a articular cessaram. A paciente continua em acompanhamento, usando a Placa e sem necessidade de nova intervenção fonoaudiológica. Conclusão Conclusão: Um bom diagnóstico precedendo um plano de tratamento que abranja todas as necessidades do paciente se mostram indispensáveis para a melhora do quadro doloroso induzido pela parafunção decorrente da DTM. A Fonoaudiologia é de grande importância para a recuperação da funcionalidade do Sistema Estomatognático. T 047 COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA CRÔNICA EM PACIENTES COM DTM E CEFALÉIA Fleming NRP MD, Sousa JA PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles C PhD MD , Nascimento O PhD MD Introdução: Os estudos que se baseavam na Classificação da IHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC) como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de 2004 a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para as cefaléias como: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléia por uso excessivo de medicação (PCUEM) (8.2.7), hemicrânia contínua (HC) (4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI) (4.8). Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadas cefaléias crônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais do que 15 dias por mês e por mais de três meses. Objetivo Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia crônica e possíveis diferenças entre um grupo com cefaléia crônica e DTM de clínica de dor orofacial de faculdades de odontologia e cefaléia crônica sem DTM de clínica de cefaléia de faculdade de medicina. Material e Métodos Métodos: Avaliamos 41 pacientes consecutivos com DTM e cefaléia atendidos nas clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e da UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research Diagnostic Criteria for TMD) e comparamos com 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de cefaléia da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. As cefaléias que ocorreram mais do que 15 dias por mês, por mais de três meses e que foram comuns aos 2 grupos estudados, foram agrupadas em cefaléia crônica e comparadas pelo teste t-student de proporções. Excluiu-se dos pacientes sem DTM a HC como cefaléia crônica já que não ocorreram nos pacientes com DTM. Resultados: Apresentavam cefaléia crônica 21 indivíduos do grupo de DTM e 17 do grupo de cefaléias. Aplicando-se o teste t-student para proporções encontramos o valor t = 0,987733, p = 0,05, logo não diferiram. Avaliando-se a proporção de migrânea crônica nos dois grupos conclui-se que esta foi significativamente Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES mais freqüente nos casos (t = 2,083, p <0,05) do que nos controles. Conclusão Conclusão: A conclusão foi que as proporções das cefaléias crônicas não diferiram entre os dois grupos, porém a migrânea crônica foi significativamente mais freqüente nos indivíduos com DTM do que nos controles. Este dado é importante para avaliação de possível mecanismo fisiopatológico compartilhado em algum momento por ambas as patologias, podendo estar envolvido com a convergência dos estímulos álgicos de ambas as algias no Núcleo Caudal do Trigêmeo. Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication of peripheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain 2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS, Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K e Sheftell F. Primary Headaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216./ / Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18. In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004:1272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations and Specifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.// Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanisms of nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinical correlations. Crit Rev Oral Biol Med. 2000; 11 (1): 57-91.// Woolf C, Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding of pain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl 6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. The Comparison of Patients Suffering from Temporo-mandibular Disorders and a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210- 3. T 048 PREVALÊNCIA DE CEFALÉIAS EM PACIENTES COM DTM ARTICULAR, MIOFASCIAL E ARTICULAR/MIOFASCIAL Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles C PhD MD, Moreira PF PhD MD. Objetivo Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia de acordo com os tipos de DTM: articular (DTMart), miofascial (DTMmio) e articular/ miofascial (DTMart/mio), baseada na classificação da IHS de 2004. Material e métodos métodos: Avaliamos 41 pacientes consecutivos com DTM e cefaléia atendidos nas clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e da UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research Diagnostic Criteria for TMD) e com paramos com 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de cefaléia da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Os tipos de cefaléias encontrados foram agrupados em migrânea (1 da IHS), cefaléia do tipo tensional (CTT) (2 da IHS) e provável cefaléia por uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7 da IHS). Também foram agrupadas em cefaléias crônicas, isto é, cefaléia que ocorrem mais do que 15 dias por mês e por mais de três meses a saber: migrânea crônica (MC) (1.5.1 da IHS), cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC) (2.3 da IHS) e PCEM. Os diagnósticos foram avaliados pelo teste t-student de proporções. A pesquisa foi liberada pela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaram termo o de consentimento livre e esclarecido. Resultados Resultados: Quarenta e seis por cento dos pacientes tinham DTM art/mio sendo que neste subgrupo a migrânea foi a cefaléia significativamente mais freqüente (t = 3,65, p<0,05) e a presença do gênero feminino foi signifiMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 cativamente maior (T = 2,10, p <0,05). Já a DTM mio foi encontrada em 32% dos pacientes e as cefaléias crônicas foram significativamente mais freqüentes (t = 2,10, p <0,05), com menor freqüência de PCEM e os gêneros não diferiram. A DTM art foi a menos freqüente, 22%, e a cefaléia mais prevalente foi a PCEM, com presença exclusiva do gênero feminino. Conclusão Conclusão: A DTM art foi a menos freqüente porém a que houve maior uso excessivo de analgésico, o que pode sugerir maior intensidade de dor. Já a DTM mio foi a que apresentou maior prevalência de cefaléia crônica. Neste caso a migrânea crônica poderia estar ocupando o lugar da CTTC e justificaria os trabalhos anteriores com maior prevalência de CTTC nas DTM. É imprescindível para qualquer estudo posterior não só a classificação dos tipos de DTM como também a classificação da IHS de 2004 para as cefaléias na orientação das novas pesquisas nesta área. Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication of peripheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain 2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP Press, Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K, Sheftell F. Primary Headaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216. // Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18. In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations and Specifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.// Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanisms of nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinical correlations. Crit Rev Oral Biol Med, 2000; 11(1): 57-91.// Woolf C, Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding of pain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl 6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. The Comparison of Patients Suffering from Temporomandibular Disorders and a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210-3. T 049 AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA EM PACIENTE PORTADORA DE DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR (DTM) ATRAVÉS DA METODOLOGIA DÁDER Alves, H.H.C.1; Toma, W.2 ;Cauchioli, M.R.3 ;Globo, N.T.4; Gomes, S.P.5; Louzada, A. F. A. F6; Mesquita, C.C.7; Murasawa, A. C8. 1 Professora do curso de Pós graduação e Coordenadora do Projeto ATM da UNISANTA; 2 Professor Titular do curso de Farmácia da UNISANTA; 345678 Alunos do curso de graduação da Faculdade de Farmácia da UNISANTA - Universidade Santa Cecília Objetivos Objetivos: É fato comum em pacientes portadores de Desordens Temporomandibulares (DTMs) a prática da polifarmácia. Tal fato ocorre grande parte das vezes em decorrência das patologias associadas à DTM, o que leva este paciente a tornar-se não apenas escravo do uso de uma infinidade de medicações, mas também, de uma grande fonte de possibilidades de desenvolvimento dos chamados Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM). Estes PRM trazem não apenas desconforto e redução na qualidade de vida do paciente, mas também a possibilidade do incremento da polifarmácia em virtude da grande possibilidade do clínica em não detectar de um PRM , mas sim pelo fato de acreditar que o paciente seja porta135 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES dor de nova patologia. Método: A avaliação de pacientes portadores de DTMs na clínica de Odontologia da Universidade Santa Cecília é realizada por profissional farmacêutico através do Método Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica. Este trata-se de um Método científico, cujo objetivo é avaliar os PRM apresentados pelos pacientes em decorrência do uso indiscriminado de fármacos durante toda a vida. Durante entrevista com os pacientes são avaliados 3 parâmetros fundamentais: 1) a necessidade do uso da medicação; 2) a efetividade da medicação utilizada e 3) a segurança da medicação utilizada. Dentre estes 3 parâmetros há subdivisão dos mesmos, acarretando na ocorrência de 6 diferentes classes de PRM, os quais pontuam o problema do uso da medicação destes pacientes. A paciente submetida à análise através do Método Dáder de avaliação farmacoterapêutica faz uso das seguintes medicações: 1) carbamazepina (600 mg/dia); 2) clonazepam (0,5 mg/dia); 3) levopromazina (25 mg/dia); 4) fluoxetina (40 mg/dia), caracterizando deste modo a prática da polifarmácia com grandes chances do desenvolvimento dos chamados PRM, sendo necessária avaliação da mesma através do Método proposto. Resultados Resultados: A paciente apresenta 4 diferentes PRM (PRM1, PRM3, PRM4 e PRM5), os quais podem ser amenizados ou até mesmo suprimidos caso haja concordância tanto do paciente quanto do profissional prescritor. Conclusões Conclusões: Pode-se concluir que pacientes portadores de DTMs são seguramente em sua grande maioria praticantes da polifarmácia, que por sua vez, acarreta grandes prejuízos na qualidade de vida deste paciente. Deste modo, esta metodologia inovadora serve como grande fonte para que as equipes multidisciplinares, incluam em seus projetos o Farmacêutico com o intuito do desenvolvimento da Metodologia Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica. T 050 INCIDÊNCIA DE CEFALÉIA E DOR MUSCULAR EM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DE UTI Juste, L. M.; Ferreira, K. S.; Ribeiro, F. G.; Pacheco, A.; Polisseni, M. L. C.; Gomes, G. A.; Cruz, L. S.; Pires, L. A. Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia Objetivo Objetivo: Verificar a incidência de cefaléia e dor muscular em Técnicos de Enfermagem de uma UTI. Métodos Métodos: A amostra foi constituída de 25 técnicos de Enfermagem da UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram coletadas informações sobre sexo, idade, presença de cefaléia e incidência de dor muscular à palpação bilateral, com 2 kg de força, dos músculos: temporal, masseter, masseter profundo, trapézio, suboccipitais, esplênio da cabeça e esternocleidomastóideo. Foi realizada palpação das ATMs, sendo classificada como positiva e negativa quando apresentava dor ou não, respectivamente. Os resultados foram avaliados pelo programa estatístico EPI INFO versão 6.0. Resultados Resultados: A amostra foi constituída de 40% de homens e 60% de mulheres com idade média de 39 anos, sendo que 50% dos homens e 80% das mulheres relataram algum tipo de cefaléia. Verificou-se que 31,4% dos músculos palpados apresentaram dor, 41,7% apresentaram dor em ATM. Os músculos mais dolorosos foram esternocleidomastóideo em 43,7% dos indivíduos, trapézio em 33,4%, masseter profundo em 33,3% e esplênio da cabeça em 31,2%. Discussão Discussão: Tensão muscular e dor à palpação dos músculos da cabeça e pescoço são freqüentes nos indivíduos que apresentam disfunção de ATM e cefaléias. Os músculos verifi136 cados mais dolorosos são sabidamente capazes de gerar cefaléia. As queixas relatadas são comuns, segundo vários estudos, podendo afetar significativamente a qualidade de vida. Recomenda-se, portanto, orientações sobre aspectos facilitadores dos quadros de cefaléia e prevenção através de ginástica laboral no ambiente hospitalar, como já vem sendo realizado nas grandes empresas. T 051 "ALARM BELL HEADACHE" Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Dodick, D. A.; Farias da Silva, W. Departments of Neuropsychiatry, Federal University of Pernambuco, Recife, Brazil; Department of Neurology, Mayo Clinic College of Medicine, Mayo Clinic, Scottsdale, Arizona, USA. Objective: To describe a form of stabbing headache associated with intracranial potentially dangerous abnormalities, such as unruptured aneurysms, vascular malformations and tumours. Methods: From 2003 to 2006 we observed 34 patients with intracranial abnormalities (16 pituitary adenomas, 6 meningeomas, 5 acoustic schwannomas, 2 glomus jugularis, 4 unruptured saccular aneurysms, 1 frontal oligodendroglioma, and 1 occipital arteriovenous malformation) associated with stabbing headache. Results: The characteristics of the secondary stabbing headache attacks observed in those patients were: (a) a gradual enhancement in pain severity with an increase in frequency in the last months or years (crescent pattern); (b) the identification of the existence of a contact between the dura mater and the lesion; (c) a focal pain in just one place or in a few points on the head; (d) a unilateral presence of the pain on the same side of the lesion; (e) an occasional precipitation of the pain by head movements; (f) an association with abnormal signs (i.e., visual loss, proptosis, amenorrhea, galactorrhea, hearing loss, epileptic seizure, etc.); (g) an association with lager intracranial lesions (later appearance); (h) a predomination of women; and (i) a relief/resolution after surgery or dexametasone treatment. Conclusions: Stabbing headache is characterized by a sharp, rapid pain on the head that may happen once in a lifetime or with several episodes on a day. It is a relatively common cephalalgia referred by 2-8% of the population. However, when stabbing headache presents one or more of those characteristics described above, we should consider it as an alarm sign, showing that something is going wrong inside the head. In that case, an evaluation with neuroimaging must be performed. T 052 AVALIAÇÃO DE CEFALÉIA RECORRENTE EM PACIENTES IDOSOS. Alonso Rubio, M. Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Objetivo Objetivos: Apresentar à partir de uma observação pessoal, junto ao protocolo de avalição de cefaléia temporo-parietal recorrente em pacientes idosos, a disfunção ao nível de atm, ocasionada pelo uso inadequado de próteses dentárias ou por ausências delas. População: Pacientes idosos portadores de próteses totais,parciais,ou desdentados, relacionando como queixa principal, cefaléias recorrentes, tendo em comum o fato de dormirem sem as próteses. Metodologia: 16 casos avaliados e selecionados,de pacientes Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES adultos e idosos, de idade variando de 52 a 83 anos portadores de cefaléias bitemporais crônicas, excluindo-se as crõnicas primárias e as secundárias de outras causas. Portadores de próteses dentárias totais, ou somente superiores ou inferiores ou próteses parciais removíveis e que na anamnese informaram retirá-las para dormir. Dor importante à digito-pressão dos músculos masséter/temporal e da atm, não percebidas anteriormente de forma espontânea pelo paciente. Resposta terapêutica satisfatória somente com uso noturno correto das próteses e sua substituição quando desgastadas, ou enfatizando a necessidade de se adquirir uma nos desdentados. Resultados: A partir da detecção de que os pacientes tinham o hábito de retirar as próteses ao se deitar, focamos nossa indicação primeira, ao uso obrigatoriamente ininterrupto das mesmas pelo prazo de alguns dias para observação correta da medida. Observou-se que a maioria absoluta dos pacientes apresentou uma resposta satisfatória sem o uso de qualquer medicação ou apenas com analgésicos suaves nos mais queixosos. Conclusão: Constatamos entre os pacientes idosos o hábito muito disseminado, que se refere à retirada das próteses dentárias durante a noite “para descansar”, ou porque a prótese “machuca a gengiva”, e que não se apóia em qualquer indicação odontológica. A mudança de atitude trouxe o alívio surpreendente da cefaléia de forma simples e definitiva. O intuito do trabalho é levantar a questão da indagação de forma sistemática pelo médico assistente, sobre o hábito de se retirar as próteses ao dormir, pelo fato de que os pacientes se apresentam nas consultas devidamente portando-as, confundindo a observação médica. Outros trabalhos precisam ser realizados para se confirmar esta observação. T 053 DISTONIA CRANIOCERVICAL PROVOCADA RELATO DE CASO. Alonso Rubio, M. Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia Objetivo Objetivo: O objetivo deste trabalho é de apresentar um caso de cefaléia singular,porque provocada ,de alteração distônica craniocervical, uma vez que os sintomas obedeciam aos critérios de classificação para as cefaléias atribuídas à distonia crâniocervical. Relato de Caso Caso: Paciente D.K.A.C., 25 anos, sexo feminino, referindo história de cefaléias migranosas esporádicas, com piora progressiva nos últimos anos, descaracterizando a dor inicial, assumindo sintomas de dor/tensão no pescoço, com irradiação para região posterior da cabeça,depois holocraniana de forma contínua e em pressão. Ao exame notamos importante dor à palpação da musculatura cervical anterior e posterior, com piora na flexão e na extensão forçada do pescoço. Chamou-nos atenção seus longos cabelos com comprimento de 1 metro +ou -, que na pesagem mostrou possuir 350g, solto nas costas, o que a colocava numa postura forçada, sustentando a cabeça, pois a tração posterior assim obrigava. A religião era o motivo, onde a mulheres não podiam cortar os cabelos. Os exames de Rx de crânio e coluna cervical foram normais e a introdução de AINES, miorrelaxantes e fisioterapia, trouxe alívio temporário. Colocamos a necessidade do corte do cabelo como alternativa terapêutica, pois eliminaria a tração forçada, o que foi recusado, afastando a paciente por exatos 12 meses. A piora da dor trouxe a paciente de volta e recolocamos a questão do corte, e que após ouvir o conselho da igreja, cortou os cabelos pelos ombros, voltando após 10 dias referindo alívio Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 completo da dor, mesmo na palpação e movimentação forçada ,e nenhuma queixa foi constatada. O seguimento por 18 meses mostrava a paciente sempre sem dores, e os cabelos aparados. Conclusão: A modificação da postura da cabeça, pelo uso de cabelos excessivamente longos e pesados, induz, pela alteração forçada do tônus muscular cervical, um quadro semelhante à cefaléia da distonia craniocrevical quer pelos sintomas quer pela resposta à terapia. Não encontamos trabalhos semelhantes na literatura pesquisada. (PubMed) . T 054 CEFALÉIA EM PACIENTES COM ADENOMAS HIPOFISÁRIOS Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Gadelha, M.; Barbosa, C.A.; Alves, T.R.M. Universidade Federal do Rio de Janeiro Objetivos Objetivos: Avaliar a freqüência e as características das cefaléias nos pacientes com adenomas hipofisários. Métodos Métodos: Foram avaliados 46 pacientes com adenomas hipofisários no ambulatório de endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Selecionamos no ambulatório de endocrinologia todos os pacientes entre 18 e 65 anos que apresentaram em algum momento diagnóstico de adenoma hipofisário. Aplicamos nestes pacientes questionário sobre a presença de cefaléia e suas características, e fizemos a revisão no prontuário sobre o tipo de adenoma, tratamento clínico e ou cirúrgico e resultado de exames de imagem disponíveis. Resultados Resultados: De todos os pacientes avaliados, apenas 5 não apresentaram cefaléia em nenhum momento após o diagnóstico do adenoma. Os outros 41 pacientes apresentaram algum tipo de cefaléia. Alguns pacientes tiveram alívio da dor, com tratamento clínico ou cirúrgico. Dos pacientes que tinham cefaléia, 7 apresentaram dor compatível com os critérios diagnósticos da IHS para enxaqueca com aura, 7 pacientes para enxaqueca sem aura e 5 para cefaléia do tipo tensão freqüente, nenhum dos paciente avaliados preenchia critérios para cefaléias trigêmino-autonômicas. Os 22 pacientes restantes que apresentavam cefaléia não preenchiam critérios para nenhuma cefaléia específica. Em relação as características dos adenomas, 39 pacientes tinham macroadenomas e apenas 7 microadenomas. 14 pacientes tinham adenomas não funcionantes, 18 prolactinomas, 12 produtores de GH e 2 produtores de ACTH. Conclusão Conclusão: A cefaléia é um sintoma muito prevalente nos pacientes com tumores hipofisários. Em alguns casos pode apresentar características de cefaléias primárias freqüentes como enxaqueca e cefaléia do tipo tensão. T 055 SECONDARY CLUSTER HEADACHE: CAUSES, SIDE OF THE PAIN AND LATENT PERIOD Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Martins, H.; Lys, F. M.; Oliveira, D. A.; Souza, J. L.; Vieira, A. C. C.; Cauás, M.; Peres, M. F. P.; Farias da Silva, W. Federal University of Pernambuco Objectives Objectives: To describe the clinical characteristics of 18 patients with cluster headache (CH) associated with intracranial or orofacial abnormalities. Methods: 18 patients (12 men) with CH (ICHD-II) were evaluated in the period between 2000 and 2007. All were 137 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES submitted to neuroimaging evaluation and, when an abnormality was encountered, we tried to correlate the finding with that particular unilateral type of headache. Results: We found events that could possibly have precipitated the CH such as: carotid artery aneurysms (n=3), head/face trauma (n=11), cavernous angioma (n=1), chronic subdural hematoma (n=1), electric discharge (n=2), ocular surgery (n=1), ethmoidal sinusitis (n=1) temporal cyst (mesial, n=1), dental inflammatory process (n=1), and a rare case of petrous apex cephalocele (n=1). The age of the patient at the first cluster episode was 39±16 (10-68) years. A close relationship was observed between the location of the trauma and the side of the pain. A latent interval of 60 ±14 (0-360) months was observed between the moment of the precipitating event and the onset of the headache. The left side of the head was involved in 81% of the cases. If that is compared with 190 patients with probable idiopathic CH (Farias da Silva series), in which pain was felt on the left side in 45% of the cases, there was, indeed, a significant difference (p=0.01, Fisher test). Conclusions: This study suggests that secondary CH predominates in men; preferably occurs on the left side of the head; has a latent period of months or years; and trauma is the lead precipitating cause. T 056 CEFALÉIA DA HEMODIÁLISE: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA Mendonça-Santos, KAL1; Seixas, LN2; Costa-Neto, J1; Farias-da-Silva, W1 1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasp) Objetivo Objetivo: Estudar as características clínicas das cefaléias apresentadas pelos pacientes submetidos a tratamento de hemodiálise por insuficiência renal crônica. Métodos Métodos: Foram estudados 34 pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Hospital das Clínicas. Foi realizada entrevista individual com protocolo pré-estabelecido, inquirindo-se a cerca das características da cefaléia como caráter, duração, intensidade, relação com a sessão de hemodiálise, presença de cefaléia prévia. A análise estatística foi realizada através do teste de χ2. Resultados Resultados: Vinte e dois (64,7%) pacientes experimentaram cefaléia em algum momento do tratamento hemodialítico, destes, 16 (72,7%) tinham história de cefaléia prévia. (p=0,0257). Houve discreto predomínio do sexo feminino (54,5%), entretanto todos os pacientes que não experimentaram este sintoma eram homens (p=0,0015). Quanto às características clínicas, a cefaléia foi referida como de forte a moderada em 90,8% dos casos, o caráter pulsátil em 54,5% e constrictivo em 40,9%, de localização bifrontal em 45,4%, ocorrendo em 68,2% dos casos durante a sessão de hemodiálise. Discussão Discussão: A freqüência encontrada (64,7%) foi semelhante aos estudos anteriores. A significativa prevalência de cefaléia prévia ao tratamento dialítico (72,7%) sugere haver influência desta condição com a cefaléia relacionada à hemodiálise, aventando ser a hemodiálise um fator desencadeante. A distribuição por sexo difere daquela das cefaléias primárias, sugerindo secundarismo da cefaléia relacionada à hemodiálise. As demais características correspondem aos achados da literatura. Conclusões Conclusões: a cefaléia relacionada à hemodiálise não apresenta características homogêneas, embora seja mais comumente referida como pulsátil, apresentando-se de moderada a forte intensidade, de localização bifrontal ocorrendo predominantemente durante a sessão de hemodiálise. Ainda sem compreensão do papel do 138 procedimento no desenvolvimento da cefaléia, como agente determinante, desencadeante ou ambos. T 057 SÍNDROME PESCOÇO-LÍNGUA: RELATO DE TRÊS CASOS Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux C UFF - Setor de Investigação das Cefaléias Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa Objetivo Objetivo: Relatar e discutir três casos de síndrome pescoço-línelato dos casos gua. Relato casos: Caso I - Mulher de 58 anos, branca, relata que há cerca de um ano apresenta dor occipital, em choque, com irradiação para região mastóidea direita acompanhada de dormência na metade direita da língua. A disestesia língua é de curta duração (menos de um minuto), persistindo por alguns minutos dor retro-mastóidea. Já apresentou quatro episódios desde o início do quadro, há quatro anos, sempre relacionados à rotação da cabeça para o lado direito, quando vai manobrar o carro. Esclarece que nem sempre a rotação do pescoço desencadeia a dor. Nega outros sintomas neurológicos associados ao quadro. O exame neurológico era normal e os estudos radiológicos (TC, RM e RX dinâmico da coluna cervical) foram negativos para instabilidade, em qualquer nível, evidenciando, apenas, degeneração discoosteofitária cervical incipiente. Paciente foi orientada a evitar movimentos bruscos e extremos de lateralização do pescoço. Em dois anos de acompanhamento, não apresentou novos episódios. Caso II - Homem de 32 anos, durante treinamento de judô, em que sofreu rotação extrema do pescoço para a esquerda, apresentou dor em choque, e sensação de queimação na região occipital, irradiando-se para ouvido esquerdo, associada a adormecimento da borda esquerda da língua. A dormência na língua desapareceu em poucos segundos, mas a dor persistiu por cerca de uma hora, em menor intensidade, como sensação de calor auricular. Não apresentou outros sintomas e/ou sinais neurológicos. Avaliado pelo examinador imediatamente após o acidente, ainda no local, encontrava-se assustado, mas com exame neurológico normal. Estudos da coluna cervical (RX dinâmico e RM) foram normais. Não houve recidiva até o momento, sete anos após. Caso III - Mulher de 48 anos, apresentando dor cervical irradiada para região occipital direita, em pressão, de intensidade moderada, contínua, que se iniciou há cerca de 8 meses. A paciente referia que em determinadas épocas, a dor se tornava intensa, acompanhada de rigidez cervical e dormência na metade direita da língua, que persistia por algumas horas, desaparecendo, em seguida. A paciente não sabe precisar a freqüência dos episódios de disestesias, mas apresentou inúmeros deles. O exame neurológico encontrava-se normal; estudos neuroimagem (Rx dinâmico, TC e RM da coluna cervical revelaram degeneração disco-osteofitária C3-C4, com maior componente à direita. Não havia relato de irradiação da dor para MMSS. Melhora com AINE e amitriptilina. Discussão Discussão: A síndrome pescoço-língua foi inicialmente descrita por Lance e Anthony em 19801 e considerada rara por Lewis, Frank e Toors,2 em publicação relativamente recente. Sjaastad e Bakketeig,3 em 2006, apresentam seis novos casos de síndrome pescoço-língua: três casos clássicos (pacientes 1, 2 e 6), um caso com espasmo da língua (paciente 3), um caso com desconforto facial (paciente 4) e um caso clássico, associado à cefaléia cervicogênica. Estes autores acreditam que a síndrome pescoço-língua seja mais freqüente, principalmente em estudos epidemiológicos como o de Vaga, que permitem a identificação de Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES síndromes mais leves ou incompletas. Quanto à fisopatologia da dor e da parestesia lingual, presume-se que a compressão da segunda raiz cervical no espaço atlanto-axial, determinada por rotação súbita do pescoço, seja o fator responsável. Fibras aferentes do nervo lingual que, através do nervo hipoglosso alcançam a segunda raiz cerevical, seriam o substrato anatômico provável.1,4 Entretanto, os sintomas não estão necessariamente associados à rotação do pescoço, como em nosso paciente 3, fato também observado por Fortin e Biller.5 Conclusão Conclusão: Os três pacientes descritos no presente trabalho apresentam características clínicas compatíveis com a síndrome pescoço-língua. Vale ressaltar a normalidade dos exames clínico, neurológico e neuro-radiológicos. Em um de nossos pacientes, o quadro se deveu, quase certamente, ao trauma sofrido; em outro paciente não havia associação com movimentos cervicais. Referências: 1-Lance JW, Anthony M. Neck-tongue syndrome on sudden turning of the neck. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1980;43:97-101 2-Lewis DW, Frank LM, Toor S. Familial neck-tongue syndrome. Headache 2003;43:132-4 3-Sjaastad O, Bakketeig LS. Neck-tongue syndrome and related (?) conditions. Cephalagia 2006:26:233-140 4-Toure Gaoussou, Vacher Christian. Données anatomiques du syndrome "cou-langue": "the neck-tongue syndrome". Société Anatomique de Paris, sessão de 27 de outubro de 2006. 5-Fortin CJ, Biller J. Neck-tongue syndrome. Headacahe 1985;25:255-8. T 058 ALTERAÇÕES DO EXAME NEUROLÓGICO EM AMOSTRA DE 312 PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CEFALÉIAS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFS. Lucena AA, Lima BM, Silvino CJ, Fraga TP, Paixão MOR, Jesus ACF LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe Introdução Introdução. O exame neurológico é método indispensável na seqüência de avaliação de pacientes com queixa de algia craniana; apesar do diagnóstico da maioria das cefaléias primárias não depender exclusivamente de alterações semiológicas, uma anormalidade encontrada direciona o raciocínio clínico para a necessidade de investigação complementar. Objetivo Objetivo: Descrever e avaliar a ocorrência de alterações do exame neurológico em pacientes atendidos em centro de referência estadual em cefaléias. Metodologia: Por meio de estudo retrospectivo, foram analisados os prontuários de 312 pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, no período de janeiro de 2006 a maio de 2007. Os pacientes receberam diagnósticos segundo os critérios da última edição da Classificação Internacional das Cefaléias. Resultados Resultados: A amostra abrangeu pacientes de ambos os sexos (71 homens e 241 mulheres), com idades que variaram entre 09 a 87 anos; dezesseis pacientes (5,12%) apresentaram as seguintes alterações do exame neurológico: hiperreflexia à direita em uma paciente com o diagnóstico de migrânea com e sem aura (6,25%); hiperreflexia à esquerda em três pacientes (18,75%), sendo que migrânea crônica, migrânea sem aura e migrânea com aura foram os diagnósticos observados; hiperreflexia global em três pacientes (18,75%), migrânea crônica foi diagnosticada em dois deles e um foi analisado como portador de cefaléia trovoada primária; hiperreflexia de MMII foi observada em dois pacientes (12,5%) com migrânea sem aura e cefaléia tipo tensional crônica; em um paciente (6,25%) com crises de migrânea com e sem aura, hemiparesia à esquerda foi a alteração encontraMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 da; hemiparesia à direita foi notada em um paciente com cefaléia sintomática (secundária à hemorragia subaracnóide); um paciente migranoso crônico apresentava disdiadococinesia em membro superior esquerdo; borramento papilar bilateral foi a alteração mais prevalente e encontrada em 25% dos pacientes (cefaléia sintomática em um paciente, hemicrânia paroxística crônica em uma paciente, migrânea sem aura em uma paciente e cefaléia do tipo tensional crônica em uma paciente; 12,5% dos pacientes apresentavam platibasia, e Neuralgia do trigêmio e cefaléia sintomática eram os diagnósticos dos mesmos; por fim, anosmia foi observada em um paciente (6,25%) com cefaléia pós-traumática aguda. Investigação complementar imaginológica foi realizada em todos os pacientes, porém obtivemos o seguimento de 75% apenas; destes, apenas dois pacientes apresentaram exames com alterações significativas: aneurisma de artéria comunicante posterior à esquerda, observada em angioressonância de vasos cerebrais em um deles, e área de encefalomalácia em território de suprimento da artéria cerebral média à direita, observada em tomografia de crânio de paciente com crises de migrânea com e sem aura. Conclusão Conclusão: Sinais de longas vias e alterações de nervos cranianos foram as alterações mais comumente observadas nos pacientes do nosso estudo, o que, entretanto não encontrou correspondência na maioria dos exames de imagem realizados. Apesar da baixa freqüência do aparecimento de alterações do exame neurológico em nossa amostra, o mesmo deve permanecer como rotina na avaliação de pacientes cefalêicos. T 059 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA MUSCULAÇÃO SOBRE A FREQUÊNCIA E GRAVIDADE DE CEFALÉIAS PRIMÁRIAS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.D., Ayres, B., Domingues, S.A. Introdução Introdução: A prática de musculação é cada vez mais freqüente entre jovens universitários, impulsionados por conceitos estéticos atuais. Pouco se sabe sobre a influência da prática regular da musculação sobre a prevalência e o impacto da cefaléia e da migrânea. Métodos Métodos: Quatrocentos e sessenta e quatro estudantes universitários foram aleatoriamente selecionados e submetidos a questionário diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. O histórico de musculação nos últimos 6 meses foi avaliado em termos de: intensidade (através da escala de Borg), freqüência semanal e tempo - em minutos - de musculação por semana. As correlações entre cefaléia e musculação foram obtidas através de testes de comparação de médias ou de proporções, conforme indicado. Resultados sultados: Cento e cinqüenta e cinco estudantes (33,4%) referiram praticar musculação regularmente; 74,5% tinham histórico de cefaléia e 60,5% foram diagnosticados como tendo migrânea ou provável migrânea. A prática de musculação não se correlacionou com cefaléia (P=0,3) ou com migrânea (P=0,7), bem como não influiu no escora da escala MIDAS (P=0,47). Foram analisados os efeitos isolados da intensidade, freqüência e duração semanais de musculação sobre a prevalência de cefaléia e musculação, bom como sobre a escala MIDAS, sendo que nenhuma correlação estatisticamente significativa foi encontrada. Comparou-se o tempo de musculação semanal, freqüência semanal de musculação e intensidade de musculação entre indivíduos com formas episódicas e crônicas de cefaléia, não sendo encontrada nenhuma diferença estatis139 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES ticamente significativa. Conclusão Conclusão: A prática de musculação, independente de sua intensidade, freqüência e duração, não foi determinante sobre a prevalência de cefaléia e de migrânea, nem tampouco interferiu na gravidade da cefaléia pela escala MIDAS. Estes dados sugerem que aos pacientes com cefaléia e que praticam musculação devam receber orientação individualizada de acordo com o seu histórico pessoal. T 060 AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA AERÓBICA E CEFALÉIA Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D., Ayres, B., Domingues, S.A. Introdução Introdução: Atividades físicas podem induzir cefaléia, embora alguns autores sugerem que a prática regular de atividades físicas pode contribuir para a profilaxia da migrânea. Neste estudo avaliamos a correlação entre a prática regular de exercícios físicos aeróbicos sobre a prevalência e o impacto da migrânea. Métodos dos: Este estudo foi conduzido entre estudantes universitários aleatoriamente selecionados, que foram submetidos a questionário para diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. O histórico de atividades aeróbicas nos últimos 6 meses foi avaliado em termos de: intensidade (através da escala de Borg), freqüência semanal e tempo - em minutos - de exercícios por semana. A correlação entre cefaléia e atividades aeróbicas foi obtida através de testes de comparação de médias ou de proporções, conforme indicado. Resultados: Foram entrevistados 464 indivíduos, sendo que 74,5% tinham histórico de cefaléia e 60,5% foram diagnosticados como migrânea ou provável migrânea. Não houve correlação entre atividades aeróbicas e cefaléia ou migrânea (P=0,3). A escala MIDAS não diferiu entre indivíduos que não praticam ou que praticam atividades leves, moderadas ou intensas (P=0,7). O tempo de atividades não diferiu entre indivíduos com e sem cefaléia ou migrânea (P=0,73). Não houve correlação entre impacto da cefaléia e duração atividade aeróbica (P=0,6). A freqüência semanal de atividades aeróbicas também não influiu na prevalência de cefaléia e migrânea, nem tampouco no impacto pela escala MIDAS (P=0,32). Comparou-se o tempo de atividade aeróbica semanal, freqüência semanal de atividade aeróbica e intensidade de exercícios entre indivíduos com formas episódicas e crônicas de cefaléia, não sendo encontradas diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Embora alguns indivíduos refiram beneficiar-se das atividades aeróbicas para prevenção da migrânea, este estudo não sugere que exercícios aeróbicos, independentemente de sua freqüência, duração e intensidade, possam influir na prevalência ou na gravidade da migrânea. T 061 FATORES DE RISCO PARA CEFALÉIA E MIGRÂNEA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D., Ayres, B., Domingues, S.A. Introdução Introdução: Neste estudo avaliamos a associação de fatores como sexo, peso e alguns hábitos com a prevalência e o impacto das principais cefaléias primárias. Métodos Métodos: Foi realizado estudo transversal, com seleção aleatória dos sujeitos, com aplicação de ques140 tionário sobre cefaléia, ingestão de álcool, tabaco e café, além da determinação do IMC. As correlações foram feitas com testes de comparação de médias e proporções conforme a indicação. Resultados sultados: Foram entrevistados 182 homens e 282 mulheres. A idade média foi de 22,25±3,4 anos; 346 indivíduos referiram cefaléia, sendo que a proporção de indivíduos com cefaléia foi maior no sexo feminino (P=0,0006). A migrânea foi mais prevalente entre as mulheres (P<0,0001), mas a cefaléia do tipo tensional foi mais freqüente entre homens (P=0,025). A escala MIDAS foi mais elevada nas formas crônicas de cefaléia (P<0,0001). As mulheres tiveram maior pontuação na escala MIDAS (13,18±1,1 X 5,9±1; P<0,0001). Os indivíduos que apresentavam hábito de ingerir bebidas alcoólicas com freqüência maior que uma vez por semana não apresentaram maior prevalência de cefaléia que os demais (P=0,58). Não houve influência da ingestão de álcool sobre a escala MIDAS (P=0,79). Não houve correlação entre ingerir café sobre a prevalência (P=0,08) e o impacto da cefaléia (P=0,8). O tabagismo também não influenciou a prevalência de cefaléia (P=0,8) nem a sua gravidade (P=0,7). Nem o sobrepeso nem a obesidade aumentaram o risco de cefaléia ou de migrânea. Não houve diferença significativa na escala MIDAS entre indivíduos com e sem sobrepeso ou obesidade entre os indivíduos com migrânea. Conclusões: O único fator de risco encontrado para cefaléia e para migrânea foi o sexo feminino. No sexo feminino foi encontrada maior gravidade da cefaléia e da migrânea. Não houve relação entre peso corporal e prevalência da migrânea, nem tampouco sobre sua gravidade. T 062 AVALIAÇÃO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DEPRESSÃO EM UMA COMUNIDADE DE PESCADORES NA FOZ DO RIO DOCE, ES. Domingues, R.B., Alves, B.A.F., Barros, C.C.L., Novaes, L., Vasques, L., Diniz, L.B., Pinto, N.M., Zaganelli, R.H., Ramalho, S.D., de Souza, V.M., Domingues, S.A., Penna, A.M. Escola Superior de Ciências da Saúde de Vitória (EMESCAM), Espírito Santo. Introdução: Poucos estudos têm avaliado a prevalência e fatores de risco para cefaléia em pequenas comunidades brasileiras. Métodos Métodos: Foram entrevistados adultos aleatoriamente selecionados, através de busca de porta em porta, na comunidade de Povoação. A entrevista constou de questionário sobre a cefaléia e suas características, escala MIDAS, tabagismo, ingestão de álcool e café, além do inventário de Beck para depressão. Resultados Resultados: Foram entrevistados 168 indivíduos, sendo 68 homens. A idade média foi de 41±19 anos. A renda média foi de R$ 500,00 ± R$512,32. Noventa e três (55,4%) indivíduos relataram cefaléia no último ano, sendo que 69 (74,2%) foram diagnosticados como tendo Migrânea ou Provável Migrânea, dez (10,8%)pacientes foram diagnosticados como Cefaléia do Tipo Tensional Episódica, dez pacientes (10,8%) como Migrânea Crônica com uso abusivo de analgésicos e 4 (4,3%) pacientes como Migrânea Crônica sem uso abusivo de analgésicos. O impacto foi MIDAS IV em 51,6%, MIDAS III em 26,9% e MIDAS I e II em 11,8%. Os indivíduos com Migrânea Crônica tiveram maior impacto da cefaléia (P<0,0001). Não houve correlação entre cefaléia e hipertensão (P=0,08); não houve correlação entre cefaléia e diabetes mellitus (P=0,36). Houve correlação entre cefaléia e tabagismo (P=0,028). Treze Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES (8,3%) indivíduos apresentaram depressão. Não houve correlação entre depressão e cefaléia (P=0,54). Não houve diferença estatisticamente significativa na escala Beck de depressão entre pacientes com Migrânea episódica e Migrânea crônica (P=0,59). Discussão Discussão: Verificou-se prevalência de cefaléia e Migrânea próxima ao que tem sido registrado em centros urbanos do ES. Verificou-se alto impacto das cefaléias nesta comunidade, especialmente nas suas formas crônicas. Embora a depressão possa ser considerada fator de risco para a cronificação da migrânea, nesta comunidade não houve maior escore no inventário de Beck entre indivíduos com migrânea crônica quando comparados com os com migrânea episódica. T 063 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO POPULACIONAL DA PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO Campaner, L1; Jalles-Filho, E.2; Bordini C. A.3; Gorayeb, R.3; Speciali, J.G. 3; Dal Fabbro, A.L.4 1 FMRP-USP- Depto. de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica e INBIO; 2INBIO - Instituto de Neuropsicologia e Biofeedback; 3FMRP-USP - Depto. de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica; 4FMRP-USP - Depto. de Medicina Social Objetivo Objetivo: O objetivo deste trabalho foi investigar a prevalência de cefaléia na população urbana da cidade de Ribeirão Preto. Metodologia Metodologia: Uma amostra de 1230 indivíduos, envolvendo 632 (51,4%) do sexo feminino e 598 (48,6%) do sexo masculino, com idades variando entre 15 e 65 anos foi entrevistada por telefone. A amostra foi selecionada utilizando-se o método epidemiológico de amostragem por conglomerado. Foram levantados dados sociodemográficos (idade, sexo, estado civil, grau de instrução, atividade profissional, renda), bem como características da cefaléia: tempo de instalação, início da cefaléia e evento específico, tempo de duração da crise, período do dia de instalação da dor, tipo de dor, interferência nas atividades diárias, agravamento pela atividade física habitual, atitude na hora da crise, sintomas associados, fatores desencadeantes, presença de aura e sintomas premonitórios, conhecimento do nome da cefaléia, antecedentes familiares, influência na qualidade de vida e procura de atendimento. Resultados Resultados: Os resultados foram tabulados e organizados no programa Epi Info 6.4. Do total dos indivíduos, encontramos 552 indivíduos com cefaléia, representando uma prevalência de 44,9%. Quando o sexo foi tomado isoladamente, encontramos uma prevalência superior em mulheres (60,5%) do que nos homens (28,3%). Foi possível demonstrar, através do teste de Qui-quadrado ( = 101,57; p < 0, 0001), uma relação positiva entre a prática regular de exercícios físicos e a redução da incidência de cefaléia. Conclusão Conclusão: Em relação à população geral, os diagnósticos mais freqüentes, de acordo com os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia, foram: Cefaléia do Tipo Tensional Episódica (16,2%), Cefaléia Tipo Tensional Crônica (0,6%), Migrânea sem Aura (14,3%), Migrânea com Aura (5,0%) Migrânea Transformada (2,0%) e outros tipos de cefaléia (6,7%). Finalmente, para facilitar a comparabilidade entre diferentes estudos, sugeriu-se a elaboração de um questionário padronizado para uso específico na investigação epidemiológica da cefaléia. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 T 064 FATORES ASSOCIADOS À INCAPACIDADE DECORRENTE DA CEFALÉIA EM UNIVERSITÁRIOS Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.; Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.; Spagnol, M. F.; Santil, J. T.; Basso, M. Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS Objetivo Objetivo: Verificar a prevalência e os fatores relacionados à incapacidade decorrente da cefaléia em universitários. Metodologia Metodologia: estudo transversal, através de questionários estruturados aplicados a estudantes da UCS mediante assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Foram obtidas as características demográficas, presença e características da cefaléia nos últimos três meses, incapacidade pela versão brasileira do Migraine Disability Assessment (MIDAS), presença de sintomas depressivos pelo Inventário de Depressão de Beck e alterações do sono pelo miniquestionário do sono. Foram realizadas análises bivariadas e multivariada dos dados tendo como desfecho incapacidade moderada ou severa. Erro alfa de 5%. Resultados Resultados: Dos 262 universitários entrevistados (média de idade = 24,1 ± 6,94; mulheres = 63,0%), a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de 70,2% (H = 59,8% / M = 76,4%; P = 0,005). A incapacidade da cefaléia nos estudantes foi mínima em 42,2%, leve em 20,8%, moderada em 15,6% e severa em 21,4%. Na análise bivariada, maior freqüência da cefaléia, presença de náuseas e/ou vômitos, fotofobia, sintomas de aura, piora da dor por atividade física como subir escadas ou caminhar, maior intensidade da dor, presença de alterações do sono e depressão foram fatores relacionados à incapacidade moderada/severa nos estudantes. Na regressão logística, freqüência semanal da dor (ORA = 4,92; IC95% = 2,38-10,14; P < 0,001), presença de náuseas e/ou vômitos (ORA = 2,68; IC95% = 1,29- 5,55; P = 0,008) e sintomas depressivos (ORA = 3,35; IC95% = 1,14- 9,79; P = 0,027) foram fatores independentes associados à incapacidade moderada /severa decorrente da cefaléia. Conclusões: a cefaléia é um sintoma muito comum entre os universitários. Alguns fatores estão associados a maior incapacidade decorrente da cefaléia como freqüência das dores, presença de náuseas e/ou vômitos e depressão. T 065 DEPRESSÃO E ALTERAÇÕES DO SONO EM UNIVERSITÁRIOS COM QUEIXA DE CEFALÉIA Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.; Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.; Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M. Liga Acadêmica Multidisciplinar da Neurologia e Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS Objetivo Objetivo: Verificar a prevalência de depressão e alterações do sono em universitários com e sem queixa de cefaléia. Metodologia: Através de questionários aplicados a 262 acadêmicos da UCS, foram obtidas as seguintes variáveis: presença de cefaléia e características, presença de sintomas depressivos através do inventário de depressão de Beck (IDB) e alterações do sono pelo miniquestionário do sono (MQS). Foram utilizados os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia para definição de enxaqueca e 141 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES cefaléia tensional. Foram verificadas diferenças em quatro grupos: G1, sem cefaléia; G2, enxaqueca; G3, cefaléia tensional; e G4, outra cefaléia. As análises foram conduzidas com o SPSS, sendo utilizados os testes de qui-quadrado e Kruskal-Wallis. Resultados dos: a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de 70,2%, (enxaqueca = 8,8%, cefaléia tensional = 11,5% e outras cefaléias = 50,0%). Sintomas depressivos foram identificados em 8,2% dos estudantes (G1 = 0; G2 = 21,1%; G3 = 3,6%; G4 =12,1%; P = 0,003). Sono muito alterado foi identificado em 29,1% dos universitários (G1 = 18,9%; G2 = 43,5%; G3 = 40,0%; G4 = 29,9%; P = 0,006). As médias do IDB foram 5,0 no G1, 8,7 no G2, 6,4 no G3 e 7,6 no G4 (P = 0,04). As médias do miniquestionário do sono foram 23,2 no G1, 29,1 no G2, 27,1 no G3 e 28,5 no G4 (P < 0,0001). Conclusão Conclusão: sintomas depressivos e alterações do sono são mais comuns entre os universitários que apresentam cefaléia, principalmente entre as caracterizadas como enxaqueca. T 066 PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALÉIA EM UNIVERSITÁRIOS Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.; Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.; Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M. Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade de Caxias do Sul – LAMNN UCS Objetivo Objetivo: Verificar a prevalência de cefaléia em universitários e analisar diferenças entre os gêneros. Metodologia Metodologia: Questionários aplicados a universitários da UCS. Foram obtidas variáveis demográficas, presença de cefaléia e características, história familiar e consulta médica por cefaléia. As análises foram conduzidas com o SPSS, sendo utilizado o qui-quadrado para verificar diferença entre os gêneros. Resultados: Dos 262 estudantes entrevistados (F = 63,0%, idade média = 24,1 ± 6,94), 70,2% afirmaram ter tido cefaléia nos últimos três meses (F = 76,4%, M = 59,8%; P = 0,005). A prevalência de enxaqueca e cefaléia tensional foi de 15,8% (P = 0,16) e 20,1% (P = 0,68), respectivamente. Quanto à freqüência das crises, 39,6% têm dor no mínimo uma vez por semana (F = 45,2%, M = 27,6%; P = 0,01). Localização unilateral foi referida por 10,4% dos estudantes e bilateral por 39,6% (P = 0,39), 59,0% definiram a cefaléia como pulsátil (P = 0,48) e 19,2% acreditam que a intensidade da dor é severa (F = 22,4%, M = 12,3%; P = 0,01). Fotofobia foi referida por 54,6% (P = 0,06), fonofobia por 76,8% (P = 0,50), náuseas e/ou vômitos por 37,6% (F = 44,4%, M = 22,8%; P = 0,005) e sintomas de aura por 28,0% (P = 0,72). Atividade física diária pode piorar a dor em 22,5% dos acadêmicos (P = 0,65), 35,7% tiveram limitações por causa da dor (P = 0,26) e 62,5% têm história familiar de cefaléia (P = 0,06). A maioria (64,1%) nunca consultou médico pela cefaléia (F = 60,0%, M = 73,2%; P = 0,02). Conclusões Conclusões: Apesar de a maioria dos universitários ter referido cefaléia nos últimos três meses, menos da metade procurou auxílio médico pela dor. As mulheres da amostra apresentam dores mais freqüentes, com intensidades mais fortes e mais associadas a náuseas e vômitos. 142 T 067 PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NO PRONTO ATENDIMENTO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Moraes D.N.; Rezende F. B.; Pereira G. L. P.; Vasconcelos L.B.P, Stancioli F.G; Morato E. G.; Cunninghan M. C. Q. S.; Camargos S. T.; Frota E. R. C.; Pimenta R. C.; Pereira S. R. S.; Christo P, Silva Jr A.A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L. Serviço de Urgências Neurológicas e Ambulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Introdução Introdução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento em unidades de urgência. Conhecer as suas principais causas em centros terciários de emergência poderá contribuir para o diagnóstico diferencial e o manejo terapêutico dos casos. Objetivo Objetivo: Estimar a prevalência de cefaléia e suas causas no intervalo de tempo compreendido entre 09 de abril e 26 de junho de 2007 no Pronto Atendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (PA-HC/UFMG). Materiais e Métodos Métodos: Nesse período, todos os indivíduos que procuraram o serviço no período, cuja queixa principal foi cefaléia, foram atendidos pelo neurologista através de entrevista semi-estruturada e exame clínico-neurológico. O diagnóstico foi estabelecido pelos critérios da Classificação Internacional das Cefaléias (IHS-2004). Resultados Resultados: Foram atendidos 8163 (5712F/2450M) indivíduos no PA HC/UFMG. Deste número, 628 foram atendidos pela neurologia, sendo que 135 (96F/39M) tiveram como queixa principal dor de cabeça. Isso correspondeu a um percentual de 1,65% do total de atendimentos e 21,5% dos pacientes avaliados pela neurologia. Os subtipos de cefaléia, segundo a IHS-2004, mais freqüentes no estudo foram migrânea (53,33%), cefaléia do tipo tensional (10,4%) e cefaléia secundária a infecções (8,88%). A hemorragia subaracnóidea correspondeu a 1,5 % dos casos. Conclusões Conclusões: Os dados corroboram estudos anteriores da literatura, identificando a migrânea como a principal causa de cefaléia na urgência. Mostram ainda que as cefaléias secundárias correspondem a uma parcela pequena, mas significativa dos pacientes. T 068 PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DE DOR MIOFASCIAL PERICRANIANA EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE OUTRAS AFECÇÕES DOLOROSAS Junqueira, M. S.; Silva Jr, S.; Cunha, A. M. R. Clínica da Dor do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de S.J. do Rio Preto - SP Objetivo Objetivo: O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de cefaléia e de dor miofascial (DMF) pericraniana em uma população de indivíduos recebendo tratamento ambulatorial para outras afecções dolorosas na Clínica da Dor do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - SP. Método Método: Selecionou-se uma amostra de 100 indivíduos, com idades entre 26 e 82 anos, sendo 54% do sexo feminino. Todos responderam ao Questionário de Triagem Recomendado para DTM e Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES Dor Orofacial (Okeson, 1995). Uma resposta positiva para qualquer pergunta do questionário foi suficiente para justificar a realização de um exame clínico para o diagnóstico de DMF pericraniana (de acordo com Okeson, 2006) e/ou de cefaléia (classificada segundo os critérios da IHS, 2004). Resultados Resultados: Identificaram-se 45 indivíduos (45%) apresentando cefaléia, dos quais, 17,8% relataram estar recebendo algum tipo de tratamento para a cefaléia. Na amostra total, a prevalência de indivíduos portadores de DMF pericraniana foi de 44%, entretanto, nenhum deles estava recebendo tratamento para essa afecção dolorosa. A prevalência de cefaléia entre os indivíduos com DMF pericraniana foi de 86,4%, contra 12,5% entre os sem DMF pericraniana. Entre os portadores de DMF pericraniana, 43,2% apresentaram cefaléia do tipo tensional (episódica e crônica), 25% apresentaram migrânea (sem aura e crônica), 11,4% apresentaram cefaléia cervicogênica e 6,8% apresentaram migrânea com aura. Conclusões Conclusões: A DMF pericraniana e a cefaléia foram condições freqüentes nos indivíduos estudados. Portanto, a avaliação de triagem dessas duas condições deveria ser considerada, nessa população, com o intuito de proporcionar uma terapêutica mais abrangente e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida ao indivíduo com dor. A elevada coexistência entre DMF pericraniana e cefaléia, em concordância com os dados obtidos na literatura, sugere um possível envolvimento de impulsos nociceptivos miofasciais no desencadeamento e na manutenção da cefaléia. T 069 ANÁLISE DOS NÍVEIS URINÁRIOS DE 6SULFATOXIMELATONINA EM PACIENTES COM ENXAQUECA E CONTROLES Masruha MR1,2; Vieira DSS1; Guendler VZ1; Mercante JPP1; Corchs F1; Zukerman E1; Cipolla-Neto J3; Peres MFP1,2,4 1 Instituto do Cérebro - Hospital Israelita Albert Einstein. 2 Universidade Federal de São Paulo. 3Universidade de São Paulo. 4 Faculdade de Medicina do ABC. Objetivo Objetivo: Avaliar os níveis de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s) em pacientes com enxaqueca crônica, episódica e controles, bem como investigar sua relação com comorbidades da enxaqueca, incluindo a fibromialgia, fadiga crônica, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Métodos Métodos: Determinação quantitativa de aMT6s mediante técnica de captura de anticorpos (teste ELISA). O diagnóstico da cefaléia foi estabelecido de acordo com os critérios diagnósticos da IHS, e as amostras urinárias foram coletadas em um período de 12 horas (das 20 h às 8 h). A análise estatística foi feita comparando-se o diagnóstico da enxaqueca, comorbidades e controles com os níveis de melatonina, e também com a presença de dor no dia da coleta. Resultados Resultados: Foram encaminhados 268 sujeitos para avaliação. Desse total, 48 foram excluídos. Os 220 sujeitos restantes estavam de acordo com os critérios de inclusão do estudo. Dentre eles, 73 (33%) eram portadores de enxaqueca episódica (EE), 73 (33%) de enxaqueca crônica (EC) e 74 (34%) eram controles (C). Foram encontrados níveis menores de aMT6s em pacientes com enxaqueca quando comparados aos controles. Os níveis foram ainda menores nos pacientes com EC e na vigência de crises de enxaqueca. Também houve forte correlação inversa entre a concentração de aMT6s e os níveis de depressão, ansiedade, fadiga, diagnóstico de sonolência diurna excessiva e o número de pontos fibromiálgicos. Conclusões Conclusões: O achado de que pacientes com Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 enxaqueca apresentam níveis menores de aMT6s, quando comparados a controles, corrobora estudos prévios da literatura. O achado de níveis ainda menores de aMT6s em pacientes com enxaqueca crônica e na vigência de crises é inédito. Os níveis de aMT6s também se correlacionaram fortemente, de maneira inversa, com níveis de depressão, ansiedade, fadiga, diagnóstico de sonolência diurna excessiva e com o número de pontos de fibromialgia. Essas relações em pacientes com enxaqueca nunca haviam sido demonstradas até então. T 070 COEXISTÊNCIA DE "CEFALÉIAS DE ESFORÇOS" EM PACIENTE COM MALFORMAÇÃO DE CHIARI TIPO 1: RELATO DE CASO Fontes Silva GM, Lucena AA, Barreto DD, Calasans FR, Jesus ACF LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe Objetivo Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com malformação de Chiari tipo 1 e queixa de cefaléia relacionada a diferentes tipos de caso AMS, sexo feminino, 42 anos, cabeleiesforços. Relato de caso: reira e manicure, parda, solteira, com menarca aos 13 anos e histerectomizada há 18 anos. Atendida no Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe com queixa de cefaléia que se manifestou pela primeira vez aos 38 anos, sem pródromos e sem sintomas iniciais. A dor era de caráter pulsátil, aguda, que já se iniciava em sua intensidade máxima, com duração de menos de 01 minuto e freqüência média de 10 crises ao mês. Negava sintomas acompanhantes e relatava os seguintes fatores desencadeantes: o momento do orgasmo, tosse, gargalhada, o ato de defecar e quando movimentava com agilidade o segmento cefálico. A dor não se manifestava com sintomas acompanhantes e a paciente não relacionava a mesma a nenhuma fase do ciclo menstrual, visto que a cefaléia teve início 14 anos após a menopausa cirúrgica. Havia relato pessoal de depressão e não possuía antecedentes familiares de cefaléia. Nunca havia feito uso de medicamentos profiláticos ou abortivos para a cefaléia em questão. O exame neurológico era normal. Foi solicitada ressonância nuclear magnética de crânio e junção crânio-cervical, que demonstrou alteração compatível com malformação de Chiari tipo 1. Discussão Discussão: A malformação de Chiari tipo 1 é caracterizada por alongamento do cerebelo e deslocamento caudal das tonsilas cerebelares através do forame magno. É geralmente assintomática na criança, manifestando-se na idade adulta. A cefaléia atribuída a essa malformação faz parte da Classificação Internacional de Cefaléias (2ª ed). As cefaléias do esforço eram consideradas no passado como indicativas de alteração estrutural orgânica sempre, porém estudos posteriores apresentaram uma prevalência de cefaléias primárias desse tipo muito maior que secundárias. Conclusão Conclusão: Nosso caso demonstra quadro álgico que preenche critérios clínicos de diagnóstico para diferentes tipos de cefaléias primárias (tosse, esforço e relacionada a atividade sexual), mas que apresenta achado radiológico de malformação de Chiari tipo 1. Diante do exposto, sugerimos avaliar a necessidade de investigação complementar com neuroimagem quando diferentes formas de "Cefaléias de Esforços" apresentarem-se num mesmo paciente. 143 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 071 LIGA DE CEFALÉIA DE SERGIPE (LICESE) Paixão MOR, Silva FB, Oliveira HA, Jesus ACF Universidade Federal de Sergipe Objetivo Objetivo: A LICESE tem o objetivo de proporcionar atividades teórico práticas em Cefaliatria para os alunos de medicina da UFS, através de atendimentos ambulatoriais a cefalêicos, realização de trabalhos de pesquisa e de programas de divulgação do conhecimento em cefaléias. Metodo Metodo: Após um ano de funcionamento do Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU/UFS), foi criada a LICESE no dia 10 de janeiro de 2007. Este projeto foi aprovado em reunião do Departamento de Medicina (DM) e também enviado à Pró Reitoria de Extensão (PROEX). Ele funciona em três frentes de trabalho: a primeira, de atividades ambulatoriais, onde os alunos atendem os pacientes sob supervisão do professor; a segunda é um momento em que os alunos avaliam os conhecimentos gerados após revisão bibliográfica sobre determinado assunto e a consulta ao banco de dados do ambulatório para elaboração dos trabalhos científicos e a última, que visa a realização de palestras, eventos e projetos com a finalidade de divulgação do conhecimento ao público em geral. Resultados Resultados: Atualmente são pouco mais de 500 pacientes cadastrados no banco de dados do Ambulatório de Cefaléias do HU/UFS. Cinco trabalhos prospectivos de pesquisa estão sendo realizados, sendo que 03 resultarão em monografias de conclusão de curso. Também já foram realizadas 03 reuniões científicas para discussão de temas da Cefaliatria e uma palestra ministrada por Dr Wilson Farias da Silva como comemoração simbólica da criação da LICESE. Conclusão Conclusão: A LICESE assim como outras ligas são importantes para o aperfeiçoamento da formação acadêmica dos alunos do curso de medicina e afins. Elas permitem que os mesmo possam aprofundar os estudos em uma área do conhecimento e desenvolver autonomia e responsabilidade, uma vez que a administração desses projetos é função dos próprios alunos. Como a fundação de uma Liga exige apenas a criação de um projeto e aprovação deste pelo DM e PROEX, a burocracia não pode ser vista como um obstáculo à criação de novas ligas. T 072 NEURINOMA DO TRIGÊMIO : RELATO DE CASO Martins, HAL; Martins, BBM; Ribas, VR; Gatis, MCQ; Valença, MM; Farias da Silva, W Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Objetivo Objetivo: Relatar a história clínica de uma mulher de 28 anos, com várias crises de Dor forte, unilateral, pulsátil, localizada em face e região fronto-temporal esquerda, acompanhada de sinais autonômicos ipisilaterais. Método Método: A paciente foi atendida no ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas da UFPE, sendo realizada anamnese, exame neurológico e imagem obtida pela realização de Ressonância Magnética (RM) de Encéfalo com contraste. Resultados Resultados: A paciente relatou que há três anos, iniciou com crises de Dor forte em face e região Fronto-temporal esquerda, caráter pulsátil, forte intensidade, acompanhada de lacrimejamento e congestão conjuntival ipsilaterais. Referiu que cada crise durava em média dois minutos e ocorria na freqüência de 144 dez vezes ao dia. O exame neurológico foi normal. A RM de encéfalo evidenciou lesão expansiva sólida extra-axial localizada na região paraselar esquerda com extensão à cisterna do ângulo ponto-cerebelar ipsilateral, ocupando a topografia do gânglio de Gasser e porção cisternal do Nervo Trigêmio à esquerda, apresentando realce pelo contraste. Conclusão Conclusão: Neurinoma do Trigêmio é uma condição raramente encontrada (0.1-0.4% dos tumores intracranianos e 1-8% de todos neurinomas intracranianos). No caso descrito, a paciente apresentava um conjunto de sinais e sintomas similares aos encontrados na hemicrânia paroxística, não existindo relatos anteriores na literatura. T 073 CEFALÉIA POR HIPOTENSÃO LIQUÓRICA APÓS DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL: APRESENTAÇÃO DE CASO Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P. Unidade de Neurologia, Natal - RN A derivação ventrículo-peritoneal é o método mais usado para o tratamento das hidrocefalias. Entre as complicações do procedimento estão higromas e hematomas subdurais, infecções e meningites, obstrução do cateter ventricular ou do shunt e hiperdrenagem. Essas complicações podem provocar cefaléias com características migranosas, tipo tensional ou cefaléias de esforço. Apresentamos um caso de cefaléia pós "shunt"com características da cefaléia por fístula liquórica. Identificação - S.A.M., 52 anos, masculino, casado, cor parda, funcionário público, natural e residente em SobralCE. H.D.A. - Há 26 dias, apresentou febre, cefaléia e mialgias generalizadas. Após exames hematológicos foi diagnosticada dengue e fez tratamento sintomático. Após alguns dias, a febre e as mialgias desapareceram, mas continuou sentindo cefaléia persistente, de intensidade moderada a forte. Por esse motivo, fez ressonância magnética, que mostrou hidrocefalia. Foi submetido à derivação ventrículo-peritoneal, com colocação de válvula de média pressão. Depois da cirurgia, passou a ter cefaléias, que se acompanhavam de náuseas, e que sempre começavam minutos após se sentar ou ficar de pé e que pioravam gradativamente. A realização de qualquer esforço físico contribuía para piorar a dor, que, por outro lado, começava a se atenuar minutos depois de o paciente se deitar, até remitir por completo. Havia uma história de hipoacusia bilateral, atribuída ao uso de estreptomicina, que piorou significativamente depois da derivação ventrículo-peritoneal. Foi solicitado nova ressonância magnética, com uso de contraste paramagnético, que mostrou que os ventrículos permaneciam dilatados e também evidenciou espessamento paquimeníngeo. Como não houve redução das dimensões ventriculares e as características dos exames de neuroimagem sugeriam hidrocefalia por estreitamento do aqueduto cerebral, antiga e compensada, cogitou-se de uma ligadura do cateter na altura da parede torácica. Todavia, como o paciente informou melhora da cefaléia nos dias subseqüentes, adotou-se conduta expectante. Discussão: A cefaléia preenche os critérios da cefaléia por fístula liquórica, de acordo com a ICHS-II, a saber: cefaléia que surge até quinze minutos após sentar-se ou ficar de pé e com preenchimento dos demais critérios, já que o paciente a) apresentava náuseas e hipoacusia ; b) havia realizado um procedimento conhecido, que poderia resultar em extravasamento do líquido cefalorraquidiano; c) a ressonância magnética evidenciou espessamento paquimeníngeo; d) a cefaléia apareceu em relação temporal com a drenagem liquórica. Apenas o último critério, que Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES reze que a dor deve ceder até 7 dias após eliminada a causa não pode ser comprovado, porque com a atenuação da cefaléia, optouse por conduta conservadora. Embora a cefaléia possa ser sintoma tanto das hidrocefalias como das complicações do seu tratamento, o aparecimento de cefaléia com padrão de fístula liquórica é incomum, conforme levantamento da literatura mostrou. T 074 PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA CEFALÉIA NA URGÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Moraes, D. N.; Rezende, F. B.; Pereira, G. L. P.; Vasconcelos L.B. P; Stancioli F.G.; Cardoso J.L.; Silva Jr A. A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L. Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais Introdução ntrodução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento em ntrodução unidades de urgência. No Pronto-atendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (PA-HC/UFMG) os indivíduos, cuja queixa principal é cefaléia, são avaliados através de uma entrevista semi-estruturada pelo neurologista de plantão que adota um manejo propedêutico e terapêutico seguindo um algoritmo de condutas. Objetivos Objetivos: Apresentar o protocolo de atendimento de cefaléia (entrevista semi-estruturada e algoritmo de condutas) utilizado no PA-HC/UFMG. Materiais e Métodos Métodos: O protocolo foi elaborado pelo Ambulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do HC/UFMG, sendo utilizado rotineiramente desde abril de 2007. Resultados Resultados: A entrevista semi-estruturada consta de nove perguntas que permitem a abordagem prática dos pacientes, bem como o diagnóstico da cefaléia seguindo os critérios da Classificação Internacional das Cefaléias (IHS-2004). O algoritmo de condutas orienta o diagnóstico conforme a forma de evolução cronológica da cefaléia, enquanto o tratamento baseia-se num modelo considerado eficaz na abordagem da dor nas cefaléias primárias. Conclusõe Conclusões: O atendimento sistematizado da cefaléia na unidade de urgência seguindo um protocolo facilita o diagnóstico e otimiza o tratamento. São necessários estudos utilizando esta ferramenta, a fim de avaliar seu papel no contexto que vem sendo utilizado. T 075 QUAIS AS DIFICULDADES QUE OS PACIENTES ENCONTRAM PARA REALIZAR UM TRATAMENTO NO AMBULATÓRIO DE CEFALÉIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO - UFRJ Coordenadora da Psicologia: Renemilda C. B. de Góes - UFRJ. Estagiários: Rachel Sancovschi,Tatiana Restrepo, Natália Nunes, Aline Passos, Taíssa Mello - UFRJ. Objetivo Objetivo: O objetivo deste trabalho foi conhecer os usuários que realizam tratamentos no ambulatório de cefaléia em uma unidade de um hospital-escola da UFRJ, e, quais as dificuldades que esses pacientes encontram para iniciar e continuar um tratamento. Qual o grau de satisfação desses pacientes com a sala de espera e com os profissionais dessa unidade. Método Método: A amostra foi composta por 84 pacientes e os dados foram coletados através de um questionário aplicado na sala de espera. Os dados foram confrontados com os prontuários dos pacientes e o questionário foi divido em duas partes - sociodemográficos como: idade, sexo e escolaridaMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 de, e, as percepções dos pacientes sobre os profissionais, a rotina do ambulatório e a sala de espera. Foram calculadas as porcentagens de todos os itens e as respostas analisadas dentro de cada significância das perguntas. Resultado Resultado: Dentre os 84 pacientes, 71 (85,52%) são mulheres e 13 (15,48%) são homens. A idade média é de 28 à 45 anos. 41 (48,80%) estão empregados e 43 (51,20%) são desempregados e recebe outros tipos de auxílios. Os resultados a respeito das queixas e satisfação do usuário foram as seguintes: a maioria dos pacientes com cefaléia (57,14%), não estão satisfeito em aguardar mais de 2 horas na sala de espera, (47,61%) não estão satisfeitos com os 15 minutos oferecidos pelo médico em sua consulta e (28,57) não estão satisfeitos por ter de esperar 3 meses pela próxima consulta, pois não há vaga o suficiente. O grau de satisfação com o instituto foi de (50%), (42%) acha regular a forma de como é atendido na sala de espera e pelos profissionais administrativos e (45,23%) acha que o atendimento dos médicos é ótimo, (34,52%) acha bom e (20.25%) acham regular. Para a explicação que o médico fornece sobre o diagnóstico, (0,59%) disseram que é bem explicado e os (041%) disseram não entender bem as explicações dos médicos. Conclusão Conclusão: É necessário repensar as políticas de saúde a respeito da porta de entrada de um hospital, a estrutura proposta deve estar dentro de um conceito moderno de hospital-escola que prioriza o bom atendimento e a humanização. Nesse trabalho ficou claro que o usuário reconhece a sua satisfação em ser atendido nesse ambulatório, mas o tempo de espera é longo e ainda, as consultas acontecem com um tempo menor que o satisfatório. Entender que tempo é esse que dispõe o médico para o tempo do paciente em que o paciente aguarda a consulta, tanto para entrar na consulta como para a consulta. T 076 CEFALÉIA DESENCADEADA POR METILFENIDATO: INCIDÊNCIA, CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO. Ferraz, P.M.D.P. Clínica Neuropediátrica Bauru Objetivo: Descrever a incidência de cefaléia e suas características em crianças e adolescentes após o uso de metilfenidato (MTF) (ritalina/concerta), medicação estimulante utilizada para tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Métodos: Estudo retrospectivo através de analise de prontuário médico de 218 pacientes de 6 a 21anos, com ou sem história prévia de cefaléia e com diagnóstico do TDAH pelas diretrizes da CID-10, DSM-IV e ABDA, e que após uso de MTF apresentaram cefaléia, esta avaliada segundo critérios da IHS. Resultados: De 218 pacientes em uso de MTF, 26 (12%) apresentaram cefaléia, relacionadas ao uso de MTF e sendo descartadas outras patologias. As características clínicas e sua evolução foram muito semelhantes. Conclusões: O MTF é evidência I para tratamento do TDAH, transtorno neuropsiquiátrico que acomete cerca de 8-10% da população em idade escolar, a cefaléia é um dos principais efeitos colaterais do MTF, podendo este ser contornado, sem necessitar suspender um tratamento que tantos benefícios traz a essa população. 145 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 077 COMPLICAÇÕES NA MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO. Fernandes, J. K. S.; Souza L. T.; Villa, T. R.; Pinto, M. M. P.; de Souza Carvalho, D. Setor de Investigação e Tratamento das Cefaléias (SITC), Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, EPM-UNIFESP Introdução Introdução: Raramente a migrânea evolui com complicações. Migrânea hemiplégica esporádica é um tipo raro de migrânea com aura, infreqüente na infância. Objetivo Objetivo: Relatar o caso de uma criança com migrânea hemiplégica esporádica complicada com episódios de infarto migranoso e crise epiléptica desencadeada por migrânea. Relato do caso caso: Criança do sexo masculino, 11 anos, sem antecedentes mórbidos prévios, antecedente familiar materno de migrânea com aura visual que, aos 8 anos de idade, iniciou queixa de crises de cefaléia pulsátil, com localização bifrontal, duração de 10 a 72 horas, de moderada a forte intensidade, acompanhada por foto e fonofobia, com piora à atividade física. A maioria das crises eram precedidas por aura, caracterizada por hemiparesia sensitiva e motora, sendo em geral de duração menor que 60 minutos, com um episódio onde a hemiparesia se prolongou por 3 dias, a qual não foi investigada na época. A freqüência das crises era de 2 a 3 por mês. Apresentava exame neurológico sem anormalidades na intercrise. Aos 10 anos, apresentou crise de cefaléia com as mesmas características, seguida por crise epiléptica focal (hipertonia em dimídio direito, desvio cefálico e do olhar para direita). Manteve exame neurológico normal. Nessa ocasião foi investigada por neuroimagem de ressonância magnética que evidenciou lesão pulvinar talâmica à esquerda característica de isquemia. A investigação complementar para AVE isquêmico e o EEG resultaram normais. Iniciada profilaxia com propranolol 20 mg 2x/dia está sem crises desde então. Comentários e conclusões conclusões: A migrânea hemiplégica esporádica na infância é muito rara, manifesta-se por crise de migrânea precedida por aura, incluindo paresia, e nenhum familiar de primeiro ou segundo grau apresentando aura migranosa com paresia. A migrânea pode evoluir com complicações, como no caso relatado onde ocorreram duas delas, infarto migranoso e crise epiléptica. Enfatiza-se que neste caso, bem como em enxaqueca com aura hemiplégica familial, com aura prolongada ou basilar fica contra-indicado o uso agudo de ergóticos e triptanos e indicada a adequada profilaxia antimigranosa. T 078 A CEFALÉIA PRIMÁRIA DO ESFORÇO FÍSICO E O ESPECTRO MIGRANOSO Oliveira, L. D. B*; Lima, M. M. F**. * Centro Universitário de Vila Velha, Centro Integrado de Neurologia - Hospital Meridional -ES; ** Unesp- Botucatu - SP Objetivo Objetivo: Relatar caso de criança com Cefaléia Primária do Esforço Físico (CPEF) que após 2 anos evoluiu com Migrânea sem aura. Relato de Caso Caso: Escolar de 10 anos de idade, sexo feminino, com antecedente de cefaléia holocraniana, explosiva, contínua, de forte intensidade, longa duração (cerca de 3 horas), sem foto ou fonofobia, sem náusea. As crises eram desencadeadas exclusivamente por esforço físico (aulas de dança) desde os 6 anos de idade. Sem alterações ao exame neurológico. Angiorressonância de crâ146 nio foi normal. História familiar fortemente positiva para migrânea (mãe, irmã e tia materna) e história patológia pregressa de rinossinusites de repetição. Após dois anos evoluiu com crises típicas de migrânea sem aura: cefaléia cerca de 4 vezes/semana, pulsátil, bitemporal, com náusea, fono e fotofobia, independente de atividade física. Obteve excelente resultado profilático com amitriptilina por 6meses. Conclusão Conclusão: O espectro migranoso, envolvendo Síndromes Periódicas da Infância, Cefaléia Tensional e Migrânea com e sem aura, é há muito discutido. Recentemente, vem se levantando uma Hipótese de Convergência de mecanismos fisiopatológicos para este espectro (Cady, 2007). Classicamente, as características da dor na CPEF podem evoluir para padrão migranoso em pacientes predispostos à migrânea (Russel, 2001), a história familiar para migrânea está presente na maioria dos casos (Sandrini et al, 2006) e a coexistência de migrânea também (Diamond, 1982). Não existe consenso se os ataques de CPEF seriam ataques frustros de migrânea, fazendo parte do espectro migranoso, ou se constituiriam uma entidade completamente distinta (Sjaastad e Bakketeig, 2003). Este relato sugere que a CPEF possa sinalizar a futura migrânea, porém são necessários estudos mais amplos e específicos. T 079 CEFALÉIA NA INFÂNCIA: O PONTO DE VISTA DOS OFTALMOLOGISTAS DE CATALÃO - GOIÁS Ribeiro ECR, Speciali JG *Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, USP. ** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. Objetivo Objetivo: Avaliar o conhecimento e o encaminhamento dado pelos médicos oftalmologistas de Catalão, aos casos de cefaléia na infância. Métodos Métodos: Foi enviado um questionário em envelope lacrado, para todos os oftalmologistas de Catalão em Goiás, contendo perguntas que abordavam o atendimento dado às crianças de 2 a 12 anos de idade, que os procuravam com queixas de cefaléias. Foram enviadas 6 cartas e 5 delas retornaram respondidas. Resultados tados: Todos os oftalmologistas responderam que atendiam casos de cefaléia na infância, com média superior a 10 casos ao mês. O encaminhamento a outros médicos é realizado em 100% dos casos das cefaléia de origem não oftalmológica. Os profissionais mais referenciados foram neurologistas, otorrinolaringologistas e pediatras. Astigmatismo é principal patologia encontrada no exame oftalmológico. A maioria afirmaram que as alterações encontradas no exame oftalmológico, numa proporção superior a 30% dos casos, são causadores das cefaléias. A cefaléia de etiologia não oftalmológica mais freqüente, na opinião dos oftalmologistas, seriam as cefaléias decorrentes de sinusopatias. Nenhum oftalmologista prescreve medicações para crises ou profiláticos das cefaléias. Conclusão Conclusão: Todos os oftalmologistas atendem casos de cefaléias na infância, em Catalão - Goiás. O encaminhamento a outros profissionais é rotina. Mas o desconhecimento sobre a cefaléia é grande. É necessário fazer cursos, jornadas e palestras de orientações a esses profissionais para aprimorar o conhecimento sobre as cefaléias. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 080 SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA DESENCADEADA POR METROCLOPRAMIDA: RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE Ferraz, P.M.D.P1,., B.2, Constanzo P.P2., Zequi G. J.2, Brez, E.2, Marques B.H.A.2 1 Médico neuropediatra Hospital Unimed Bauru 2 Médico intensivista pediátrico Hospital Unimed Bauru Objetivo Objetivo: Relatar o caso de um adolescente, que apresentou síndrome neuroléptica maligna (SNM) após o uso de metoclopramida endovenoso 10mg (1amp) durante crise de cefaléia com vômitos. Métodos: Revisão de prontuário de um paciente de 13 anos, do sexo masculino, branco que foi internado em UTI pediátrica, com hipótese diagnóstica de estado de mal epiléptico, após atendimento em pronto-atendimento da cidade, sendo a hipótese de SNM, tendo sido feita após avaliação neurológica e história clínica. Resultados: O paciente apresentou boa evolução após o correto diagnóstico e tratamento específico feito nas primeiras 6 horas. Conclusões: A SNM é um evento adverso, uma resposta individual idiossincrásica, que está relacionada aos agentes neurolépticos, como a metoclopramida e a clorpromazina são amplamente utilizadas em nossos protocolos para tratamento da cefaléia aguda em unidades de emergência. A sua ocorrência, não tão rara, quando subestimada ou subdiagnosticada pode tornar-se uma complicação grave e potencialmente fatal. T 081 CEFALÉIA DO BANHO ASSOCIADA A VASOESPASMO CEREBRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: UM CASO BRASILEIRO Malveira, GLS, Mont´Alverne, FJA, Carvalho, JJFC Objetivo Objetivo: A cefaléia do banho foi descrita como uma dor explosiva ativada ou piorada pelo contato do escalpo e face com a água. Em casos com investigação complementar completamente normal pode ser considerada uma cefaléia primária, mas em outros casos pode ser um fenótipo de angiopatia cerebral com vasocaso Mulher de 52 espasmo segmentar reversível. Relato de caso: anos de idade Caucasiana encaminhada para avaliação de dor súbita, excruciante, contínua, difusa, não pulsatil e refratária nas últimas 48 horas deflagrada pelo banho. Em sua história patológica referia crises esparsas de enxaqueca sem aura (ICHD-II) desde a adolescência e uma ressecção de glomus timpanicus há 15 anos. O exame neurológico era normal, como também tomografia computadorizada cerebral sem contraste. Punção lombar revelou liquor sob pressão normal com exame também normal. Ressonância magnética foi normal. Arteriografia digital cerebral com subtração mostrou vasoespasmos arteriais segmentares múltiplos sem outras anormalidades estruturais. Paciente foi medicada com nimodipina 60 mg, 4 x dia, e prednisona obtendo controle gradual da cefaléia. Conclusão Conclusão: Este caso enfatiza a relação da cefaléia do banho a mecanismos neurovasculares anormais e demonstra que a mesma não é exclusiva de grupos de étnicos orientais. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 T 082 CORRELAÇÃO ENTRE FORMA DE MIGRÂNEA E INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK Domingues, R.B., Domingues, S.C.A., Costa, E.A.C., Silva Jr., A., Gomez, R.S., Teixeira, A.L. Ambulatório de Cefaléias da UFMG; Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM)-ES Introdução Introdução: Estudos populacionais demonstram uma associação entre Migrânea e Depressão. Estudos comparativos mostraram que pacientes que tal associação é mais freqüentemente vista em pacientes com com Migrânea Crônica. O Inventário de Depressão de Beck (IDB) tem sido usado na avaliação de depressão entre pacientes com Migrânea Crônica. Neste estudo correlacionamos a pontuação na escala de Beck e o diagnóstico cefaliátrico em pacientes admitidos em dois ambulatórios de cefaléia. Método Método: Todos os pacientes admitidos foram submetidos ao IDB. O IDB foi graduado como 1-sem depressão, 2-disforia, 3-depressão moderada a grave, 4-depressão grave. Foram analisados os pacientes com diagnóstico de migrânea, sendo que os mesmos foram classificados em: migrânea episódica (com ou sem aura)-ME, migrânea crônica sem uso abusivo de medicamentos analgésicos-MSA e migrânea crônica com uso abusivo de analgésicos-MCA. Foram comparadas as médias obtidas no IDB de cada um destes três grupos. Resultados dos: Foram analisados 178 pacientes com migrânea. Noventa e oito pacientes (55%) foram diagnosticados como tendo ME, cinqüenta e sete (32%) MCA e vinte e três (13%) como MSA. As médias obtidas no IDB em cada um destes grupos foram: ME-16,09±11,79; MCA-18,91±12,53; MAS-19,83±14,79. Não houve diferença estatisticamente significativa entre estas três médias. Conclusão Conclusão: Embora alguns estudos tenham demonstrado a depressão como fator de risco para formas crônicas de migrânea, neste estudo, utilizando-se o IDB como instrumento para avaliação de depressão, não se demonstrou significativa diferença os escores obtidos nos pacientes com migrânea episódica e formas crônicas de migrânea. T 083 CEFALÉIA EM FACADAS SECUNDÁRIA À LESÃO DO ÂNGULO PONTO-CEREBELAR (APC) ESQUERDO: IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR - RELATO DE CASO. Calasans FR, Santos JC, Silvino CJ, Paixão MOR, Jesus ACF LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe Introdução Introdução: A cefaléia primária em facadas caracteriza-se por dor transitória com caráter em pontada, sentida exclusiva ou predominantemente no território de distribuição do primeiro ramo do nervo trigêmeo; é relatada normalmente como dor de muito forte intensidade e curtíssima duração. Objetivo Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com quadro clínico sugestivo de Cefaléia em facadas, secundária a lesão do APC esquerdo e sua remissão após cirurgia para retirada do tumor. Método Método: Paciente MOCSS, 32 anos, sexo feminino, apresentava relato de cefaléia hemicrâniana alternante pulsátil de longa data, associada a náuseas e vômitos eventuais, com fonofobia e fotofobia. As crises raramente ultrapassavam 24 horas de duração e cessavam com analgesia comum. Há aproximadamente um ano, houve aparecimento de novo tipo de cefaléia cuja dor era semelhante a "fisgadas", com duração de poucos segundos, 147 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES de forte intensidade, localizada exclusivamente em região temporal esquerda e pavilhão auricular ipsilateral, sem comemorativos associados. A paciente apresentava ao exame neurológico discreto déficit em MSD, notado pela manobra dos braços estendidos. Na investigação complementar, foi solicitada RNM de crânio, que revelou volumosa lesão do APC esquerdo. Foi iniciado tratamento com Topiramato na dose 50mg/dia, dividido em duas tomadas, com relativo sucesso terapêutico após quinze dias de uso. A paciente foi encaminhada para avaliação neurocirúrgica e submetida à cirurgia para retirada do tumor. A cirurgia foi realizada via acesso retrosigmóide (suboccipital) na posição de park-bench para melhor exposição da fossa posterior do crânio. Em virtude de firme aderência da cápsula tumoral ao tronco encefálico, a excisão do tumor foi subtotal. Resultados Resultados: O desaparecimento absoluto da cefaléia em facadas foi identificado dez dias após a cirurgia e uso de Amitritilina, na dose de 25mg duas vezes ao dia. Houve preservação do nervo facial e demais estruturas circunjacentes. Conclusões sões: A cefaléia em facadas, quando localizada e restrita a área do crânio, pode sugerir a presença de lesões estruturais. Ressaltamos, portanto, a importância de precoce investigação complementar através de neuroimagem, para que seja possível confirmar ou excluir uma possível causa orgânica para esse tipo de cefaléia e proceder com a terapêutica mais indicada a cada caso. T 084 PROVÁVEL CEFALÉIA RELACIONADA À HIPERCAPNIA EM PACIENTE ATENDIDO EM CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL EM CEFALÉIAS – RELATO DE CASO Barreto DD, Lima BM, Paixão MOR, Silva FB, Fontes Silva GM, Jesus ACF LICESE – Liga de Cefaléia de Sergipe Introdução: É bem relato na literatura mundial a associação entre hipercapnia noturna, gerada pela apnéia central durante o sono e a cefaléia matinal além de situações especificas, como as presentes em mergulhadores de grandes profundidades. Porém, a associação de dor a uma exposição aguda ao dióxio de carbono não é comum e também pode gerar cefaléia. Objetivo Objetivo: Relatar o caso de um paciente de 23 anos que apresentou cefaléia provavelmente relacionada Caso Homem de 23 anos, a episódios de hipercapnia. Relato de Caso: militar, procedente de Aracaju – SE, sem antecedente de qualquer algia craniana, atendido no Ambulatório de Cefaléias do HU – UFS em fevereiro de 2005, com história de que há 03 meses havia apresentado cefaléia pulsátil occipital bilateral e sem comemorativos associados em duas ocasiões: durante apnéia em teste de mergulho para resistência, por volta de 45 segundos de prova referiu dor com as características supracitadas por 15 minutos aproximadamente; esta crise era de fraca intensidade e cessou sem uso de medicações analgésicas. No segundo episódio, após inalação acidental de gás carbônico (CO2) por liberação em extintor de incêndio apresentou crise mais intensa, com as mesmas características descritas anteriormente e duração de 11 horas; fez uso de analgésicos comuns e AINEs não especificados para resolução da dor. O exame neurológico foi normal e o paciente relatava antecedentes de broncoespasmos na infância. Uma espirometria realizada demonstrou distúrbio ventilatório inespecífico com redução da capacidade vital forçada (CVF), sendo levantada hipótese de distúrbio ventilatório obstrutivo; o teste ergométrico e a prova ventilatória completa com broncodilatador foram normais. Não foi instituída nenhuma forma 148 de tratamento medicamentoso e no seguimento de dois anos após o primeiro episódio de cefaléia o paciente não apresentou quadro semelhante em outras situações. Conclusão Conclusão: Apesar da não comprovação laboratorial de elevação da pressão parcial de CO2, o relato sugere que o aparecimento da cefaléia esteja diretamente relacionada a situações indutoras de hipercapnia neste paciente; Os antecedentes de broncoespasmo e a alteração encontrada na espirometria revelam uma tendência à retenção de CO2, que pode explicar uma maior sensibilidade ao aparecimento da dor. T 085 CEFALÉIA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA ASSOCIADA A LESÃO DE TRONCO: RELATO DE UM NOVO CASO Fragoso Y.D. Depto. de Neurologia - Universidade Metropolitana de Santos, SP Objetivos Objetivos: Relatar um novo caso de cefaléia refratária como manifestação inicial de esclerose múltipla (EM), em paciente com lesão de tronco cerebral. Métodos Métodos: Relato de caso. Resultados Resultados: Paciente previamente assintomática, internada em 2002 com suspeita de meningite. Apresentou quadro agudo de cefaléia holocraniana pulsátil, de intensidade muito forte, associada a rigidez de nuca. O exame neurológico não mostrava sinais localizatórios. Internada com suspeita de meningite, apresentava exame simples do líquido cefaloraquidiano (LCR) normal. Submetida à tomografia de crânio, não apresentava alterações. Posteriormente submetida à ressonância magnética (RNM), mostrando extensa lesão de tronco cerebral, incluindo região periaquedutal no mesencéfalo. Outras áreas sugestivas de desmielinização estavam presentes na região subcortical bilateralmente. As imagens serão apresentadas. O diagnóstico foi confirmado pela eletroforese de proteínas e de imunoglubolinas do LCR, bem como pela exclusão de outras doenças que poderiam levar a este quadro agudo desmielinizante. A paciente foi submetida à corticoterapia em pulso e evoluiu com melhora da cefaléia. Durante a internação observou-se alodínia generalizada, que cedeu também com a pulsoterapia. Em cinco anos de seguimento clínico a paciente não apresentou mais nenhum quadro de cefaléia. Faz uso regular de acetato de glatirâmer e teve apenas um surto sensitivo hipoestésico em hemicorpo direito, que cedeu espontaneamente em 15 dias. A RNM de maio de 2007 não mostrava mais lesões ativas de EM, estando o tronco cerebral aparentemente intacto e tendo baixa carga lesional em região subcortical em T2. Conclusão Conclusão: Lesões de tronco na EM podem auxiliar na elucidação de mecanismos fisiopatológicos das cefaléias primárias. Um banco de dados de registro destes casos poderia ser criado pela SBCe. T 086 CAVERNOMA E MIGRÂNEA COM AURA - RELATO DE CASO Cynthia de Moura Borges¹; Luciana Zimmermann de Oliveira¹; Nathália Santos e Costa¹; Patrícia Lopes Gabriel¹; Mauro Eduardo Jurno² ¹ Residente Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena. ² Preceptor Neurologia Residência de Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena; Preceptor Neurologia Residência Psiquiatria Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena; Coordenador Residência de Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES In Inttrodução: O termo cavernoma foi inicialmente aplicado para uma lesão vascular de origem cerebral e introduzido na literatura em 1846 por Rokitansky. O famoso patologista Rudolf Virchow aderiu ao termo em 1863. Atualmente a literatura utiliza o temo cavernoma baseado em uma classificação baseada em quatro malformações vasculares cerebrais: malformações arterio-venosas, telangectasias capilares, malformações venosas e malformações cavernosas. A nomenclatura inclui termos, que podem ser usados como sinônimos, como cavernoma, angioma cavernoso, hemangioma cavernoso e malformação cavernosa. Para o diagnóstico desse tipo de lesão a angiografia não é considerado o padrão-ouro, já que sua comunicação com a vasculatura cerebral é pequena, sendo hoje em dia o diagnóstico por imagem e maior valia, especialmente a ressonância magnética. A sintomatologia é extremamente heterogênea e varia de acordo com a localização da malformação, assim como de seus períodos de exacerbação e latência. Este trabalho vem, portanto, relatar um caso de uma adolescente de 16 anos com diagnóstico de cavernoma, uma das mais raras malformações cerebrais encontradas na literatura. Caso Caso: A.B.M.S, feminino, 16 anos, leucoderma, foi atendida no Hospital da EPCAR, em Barbacena, em outubro de 2006, devido a quadro de cefaléia de forte intensidade acompanhada por alteração visual. A paciente refere que a crise iniciou com alteração visual, tipo escotomas visuais positivos (pontos brilhantes), acompanhado por cefaléia pulsátil, holocraniana, seguida por fotofobia, fonofobia e náuseas. Depois de medicada, a dor melhorou bastante, assim como as náuseas, porém a aura visual não desapareceu, mesmo decorrendo 2 horas de seu início. Seu exame neurológico foi normal, assim como o exame de fundo de olho. Foi solicitado uma Tomografia Cerebral Computadorizada, em virtude da aura prolongada, que mostrou lesão hiperatenuante e hipercaptante, irregular, com depósitos cálcicos em seu interior. A paciente foi medicada com divalproato de sódio, 500 mg/dia e solicitou-se exame de Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo. A Ressonância Nuclear Magnética evidenciou a presença de um cisto aracnóide e uma lesão expansiva calcificada com foco hemorrágico de permeio, com aspecto de "pipoca", tendo como diagnóstico radiológico de Cavernoma - Angioma Cavernoso. Em dezembro de 2006, a paciente foi submetida à neurocirurgia no Rio de Janeiro e o diagnóstico anatomopatológico foi de Cavernoma. Tomografia Cerebral Computadorizada pós-cirurgia evidenciou pequena área hipoatenuante occipital direita. Em consulta neurológica em março de 2007, a mesma refere que continua apresentando crises de cefaléia, predominantemente hemicrânia direita, pulsátil, acompanhada por fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Referiu a paciente que cerca de uma hora antes do início da dor apresentou escotomas visuais positivos, caracterizados como pontos brilhantes que duraram aproximadamente trinta minutos e desapareceram após o início do quadro álgico. Foi sugerida a troca do divalproato pelo topiramato, 50 mg/dia, devido a paciente ter aumentado muito seu peso. Em abril de 2007 a paciente retornou em consulta com queixa de dificuldade intensa de raciocínio, inclusive dificultando as atividades escolares habituais. Foi retirado o topiramato e, introduzido uma dose baixa de amitriptilina e orientado tratamento endocrinológico para sua obesidade. Conclusão Conclusão: Existem várias formas de manifestação clínica do cavernoma, de acordo com sua localização, como descrito anteriormente. Neste caso em especial, manifestações visuais associadas à cefaléia de caráter pulsátil em mulher jovem, o que remete à enxaqueca. No entanto é importante atentar para outros sintomas, como a duração da aura e a intenMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 sidade da dor, já que um diagnóstico tardio desse ou outros processos expansivos cerebrais podem ter conseqüências danosas e até potencialmente fatais para o paciente. T 087 NEURALGIA DO GLOSSOFARÍNGEO NUMA PACIENTE COM PARALISIA BULBAR PROGRESSIVA Marrone LCP; Camargo, DPP; El Ammar JS; Martnez JVL; Dalbem AC Serviço de Neurologia Hospital São Lucas-PUCRS Relato de Caso: Caso RFS, 65 anos, branca , aposentada, apresentando a um ano disfagia de condução e alteração de fala, e nos últimos 6 meses, dor paroxística, lancinante, de breve duração, localizada na fossa tonsilar com irradiação para a região submandibular e ouvido esquerdo. Dor desencadeada pela deglutição e tosse, exclusivamente unilateral esquerda. Exame neurológico: comprometimento dos pares cranianos (IX, X, XI, e XII à esquerda), que causavam diminuição do reflexo do vômito à esquerda, fasciculações em hemilíngua esquerda e disfonia. Apresentava história de neoplasia de mama tratada há 18 anos com cirurgia e radioterapia. Exames laboratoriais sem particularidades; análise do líquor normal, inclusive com citopatológico negativo. Tomografia computadorizada e ressonância magnética de encéfalo e de transição cranio-cervical sem particularidades. Eletroneuromiografia compatível com lesão neurogênica nos núcleos motores bulbares à esquerda. Investigação para neoplasias e síndromes paraneoplásicas negativas. Após o diagnóstico de Paralisia Bulbar Progressiva associada à neuralgia de glossofaríngeo, foi iniciado carbamazepina 600mg/dia para controle da dor e substituído por gabapentina devido à intolerância. Objetivo Objetivo: Descrever um caso raro de uma neuralgia craniana incomum associada a quadro degenerativo bulbar. Discussão Discussão: A Paralisia Bulbar Progressiva caracteriza-se pelo acometimento degenerativo dos núcleos motores bulbares com conseqüente distúrbio progressivo da deglutição e da fala. Tais sintomas são acompanhados de fraqueza, atrofia e fasciculações da língua. O óbito ocorre geralmente entre dois a cinco anos. A neuralgia do glossofaríngeo é uma condição clínica rara, que se caracteriza por paroxismos de dor em pontada, aguda, recorrente, de curta duração e de forte intensidade na porção posterior da língua, palato mole, nas regiões laterais e posteriores da faringe, irradiando-se para o ouvido ipsilateral. Geralmente é desencadeada por estímulos térmicos, tosse, mastigação e algumas vezes por movimentação da base da língua, sendo os antiepilépticos como a carbamazepina e a gabagentina o tratamento de escolha. T 088 MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA RESPONSIVA À FLUNARIZINA El Ammar , JS; Martinez, VL; El Ammar, JS; Olson, FA; Palmini , A. Serviço de Neurologia Hospital São Lucas da PUCRS Relato de Caso: Caso V.N.F, branco, 15 anos, estudante, refere a cinco anos quadros episódicos recorrentes de hemiparesia direita com predomínio no membro inferior associado a bradipsiquismo, confusão mental, tontura e disfasia importante. Durante as crises refere hipertermia e eventual ataxia de marcha. Negava alterações visuais associadas. Tais episódios eram geralmente desencadea149 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES dos por exercícios físicos extenuantes e duravam aproximadamente 60 minutos, com exceção da hipertermia, que eventualmente permanecia por até 72 horas. No último ano iniciou a apresentar simultaneamente ao quadro descrito, crises de cefaléia holocraniana, latejante, de forte intensidade, associada a fotofobia e fonofobia, com náuseas eventuais e que duravam aproximadamente 48 horas. História familiar sem particularidades. Exame neurológico durante o período intercrítico sem anormalidades.Extensa investigação diagnóstica com eletroencefalograma, neuroimagem ( TC/ RNM/Angio-RNM) e exames laboratoriais não evidenciou anormalidades. Após tentativas terapêuticas com ácido valpróico e, posteriormente, com acetazolamida, ambos sem resposta, o paciente apresentou remissão das crises após introdução de flunarizina 10 mg/dia. Objetivo Objetivo: Descrever um caso de uma cefaléia primária rara que inicialmente apresentou-se apenas com os sintomas de aura e que respondeu muito bem à flunarizina. Discussão: A migrânea hemiplégica esporádica é uma cefaléia primária incomum e que afeta principalmente o sexo feminino. Caracteriza-se basicamente por uma aura que inclui paresia unilateral associada a pelo menos um dos seguintes: sintomas visuais (postivos e/ou negativos), sintomas sensitivos e disfasia, todos completamente reversíveis. O quadro de cefaléia migranosa ocorre quase que universalmente durante os sintomas de aura, podendo durar até 72 horas. Tipicamente não há casos semelhantes em parentes de primeiro e segundo graus, embora existam descrições de casos com mutações gênicas presentes, especialmente do gene CACNA1A. O diagnóstico diferencial inclui principalmente eventos cerebrovasculares e epilépticos, sendo o tratamento baseado em séries de casos, com relato de potencial benefício com uso de verapamil, propranolol, naloxone, acetazolamida e flunarizina. T 089 ELETROCONVULSOTERAPIA E MELHORA DO QUADRO MIGRANOSO EM UM PACIENTE ESQUIZOFRÊNICO Souza, J. R.; Oliveira, D. A.; Vieira, A. C. C.; Melo, A. C. G.; Valença, M. M. Programa de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento, Universidade Federal de Pernambuco. Objetivo Objetivo: Até a presente data, poucos relatos têm sido observados sobre a melhora da migrânea após a eletroconvulsoterapia (ECT). Nós descrevemos um homem de 48 anos, com esquizofrenia paranóide, submetido a ECT com melhora do quadro migranoso. Relato de Caso: Caso Homem, de 48 anos, foi admitido para tratamento de esquizofrenia paranóide. O paciente tinha uma história de migrânea que começou na adolescência, cuja freqüência era em torno de três episódios ao mês, com duração de mais de 12 horas quando não tratada. A cefaléia era bilateral acompanhada de náusea e dormência em couro cabeludo. Durante o período de internamento, há mais de 20 anos, foi submetido a uma única sessão de ECT. Relata que após o ECT não houve quadro de cefaléia e seguiu com regressão da migrânea durante um período de aproximadamente seis meses. Após esse período, começou a apresentar migrânea de intensidade mais leve que as anteriores que foi progressivamente se agravando no passar dos anos. Cursou com hipertensão arterial e piora da cefaléia, com aumento da intensidade e freqüência (aparecendo quase diariamente). Conclusão Conclusão: Uma única sessão de tratamento com ECT preveniu as crises migranosas por um período de aproximadamente seis meses. A ECT tem diver150 sos e complexos efeitos no sistema nervoso. Esses efeitos, ainda pouco entendidos, diferem entre os pacientes, e devem ser individualizados. Embora nosso paciente tenha se beneficiado com a melhora da migrânea após o ECT, não é uma resposta comumente esperada. O clássico é o aparecimento de crises de cefaléia após ECT. Mais estudos devem ser realizados em pacientes psiquiátricos submetidos à ECT, com história prévia de migrânea. T 090 ARTERITE TEMPORAL SEM CÉLULAS GIGANTES MANIFESTANDO-SE COMO FEBRE DE ORIGEM OBSCURA El Ammar, JS; Olson, FA; El Ammar, JS; Pascoto, F; Gutierrez, LV Serviço de Neurologia Hospital São Lucas – PUCRS Caso Clínico Clínico: L.B, branca, 71 anos, interna com quadro a seis meses de febre intermitente, vespertina, associada a sintomas sistêmicos como astenia, fadiga , perda ponderal significativa e sudorese noturna. História pregressa de neoplasia de mama tratada com cirurgia e radioterapia a mais de 10 anos e quadro depressivo atual tratado com fluoxetina. Após extensa investigação laboratorial e radiológica para febre de origem obscura - inclusive com ressonância magnética de encéfalo e análise do líquor - paciente refere sintomas de cefaléia nos últimos dois meses, inicialmente holocraniana, latejante e de leve intensidade, sem sintomas associados. Posteriormente percebeu aumento da intensidade da dor e predomínio na região temporal esquerda. Negava déficits visuais prévios, bem como claudicação de mandíbula ou sintomas sugestivos de polimialgia reumática. Nesse momento a artéria temporal esquerda estava levemente espessada e havia hipersensibilidade ao toque. VSG estava marcadamente elevado. Exame neurológico sem anormalidades. Paciente foi submetida à biópsia da artéria temporal esquerda que demonstrou espessamento fibroso da camada íntima e necrose fibrinóide com trombose intramural, mas ausência de células gigantes. Após introdução de corticoterapia houve redução da cefaléia e normalização da curva térmica em 48 horas. Objetivo Objetivo: Descrever um caso de arterite temporal sem células gigantes que se manifestou inicialmente com um quadro sistêmico e febre de origem obscura, sem sintomas cefalálgicos no princípio do quadro, confundindo o diagnóstico inicial. Discussão: A febre de origem obscura é um desafio diagnóstico que demanda extensa investigação, sendo necessário excluir causas infecciosas, neoplásicas, reumatológicas e inflamatórias. A arterite temporal é a patologia do grupo das doenças inflamatórias vasculares mais comumente associada a cefaléia e faz parte do diagnóstico diferencial. Sempre deve ser suspeitada e prontamente investigada em idosos com cefaléia de início recente, uma vez que a demora no tratamento pode levar à amaurose bilateral secundária à neurite óptica isquêmica anterior. T 091 SUNCT RESPONSIVO À CARBAMAZEPINA: RELATO DE CASO El Ammar, JS; Pascoto, F; Olson F; Marrone, L; Martinez, JVL Hospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre, Brasil Relato de Caso Caso: V.M.C, 80 anos, sem patologias prévias, exceto hipertensão arterial sistêmcica controlada com hidroclorotiazida e captopril, iniciou a apresentar nos últimos dois anos episódios recorrentes e diários de dor orbitária direita em pontada e de Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES forte intensidade. A dor é exclusivamente unilateral, ocorre aproximadamente cinco vezes ao dia e geralmente é acompanhado de sintomas autonômicos proeminentes como hiperemia cojuntival, lacrimejamento e , eventualmente , rinorréia e lacrimejamento. Nega ptose associada, bem como náuseas, vômitos, fotofobia ou fonofobia. Relata que as crises habitualmente duram de 30 a 60 segundos, com resolução espontânea, sem a necessidade de usar analgésicos. Realizada extensa investigação neuroradiológica que não demonstrou anormalidades. Após tentativas falhas de tratamento profilático com indometacina, verapamil , prednisona e amitriptilina, foi introduzida carbamazepina em doses progressivas até 800 mg/dia. Até a presente data, um ano após o início da carbamazepina, houve remissão completa dos episódios de cefaléia, com importante melhora na qualidade de vida relatada pelo paciente. Objetivo Objetivo: Descrever um caso de uma cefaléia primária rara adequadamente tratada com carbamazepina. Discussão cussão: A cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT) é uma cefaléia primária incomum do grupo das cefaléias trigêminoautonômicas que, diferentemente das outras cefaléias deste grupo, apresenta-se com crises de duração muito breve, que geralmente impedem o paciente de um adequado tratamento agudo. Recomenda-se sempre uma investigação radiológica na busca por causas sintomáticas de SUNCT, especialmente patologias da fossa posterior e da região hipofisiária. Como não há evidência suficiente, o tratamento profilático é baseado apenas em séries de casos, que descrevem melhora da algia principalmente após uso de anticonvulsivantes, como carbamazepina, gabapentina, topiramato e lamotrigina, fármacos habitualmente usados na dor neuropática, sugerindo um possível mecanismo nociceptivo neuronal envolvido na fisiopatogênese da doença. eram precedidas de fenômenos visuais e a dor de intensidade incapacitante, com duração de horas. Nas palavras de Galvani: "Talvez tenha duvidado que chegasse a recuperar a visão perfeita, que para sempre ela ficasse embaçada por aqueles traços, aquelas linhas que pareciam correr-lhes emparelhadas. E, depois, vinha a atordoante dor de cabeça, que o fazia detestar todos que se aproximavam.(...) Aos poucos, compreendia que melhor seria evitar uma conversa., adiar um compromisso, resistir ensimesmado como um animal acuado, manter-se em seu repouso até que a vista desanuviasse, a irritação cedesse. Como a chegada da bonança depois de uma tempestade, passou a ansiar por aquele momento em que se restabelecia, pacificando-se com os que o rodeavam, em que a dor o largava e seu próprio semblante amaciava-se com um sorriso que muitos não adivinhavam, mas que, ele próprio o sabia, brotava de sua alma (pg 42-43)." Descrições de cefaléias com características similares estão nas páginas 163 e 198-199. A descrição é extremamente sugestiva de migrânea com aura visual. A tensão da viagem, estímulos luminosos excessivos dos mares tropicais, o balanço das ondas, um possível racionamento de alimentos e água, pela incerteza de quando chegariam à terra firme, podem ter atuado como fatores desencadeantes. Depois do retorno, a ansiedade e a expectativa, sempre presente e nunca concretizada, de um dia ser novamente convocado para chefiar uma nova esquadra podem ter contribuído para manter uma freqüência alta de crises. Em suma, parece razoável concluir que durante muitos anos Pedro Álvares Cabral foi vítima de fortes crises de migrânea com aura visual, sendo mais um personagem histórico a ser incluído na galeria dos migranosos célebres. T 092 A MIGRÂNEA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL Alonso Rubio, M. Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Macedo, D.D.P.; Macedo, E. M. P. Unidade de Neurologia - Natal, RN Objetivo Objetivo: Relatar um caso de cefaléia temporal persistente e de média intensidade,relacionando esta sintomatologia comum com possível etiológia de maior gravidade. Relato de caso caso: E.N.S., sexo masculino , 38 anos, com queixa de cefaléia temporal esquerda contínua de média intensidade há dois anos. Exame neurológico em junho de 2005 - Clinicamente evidenciava presença de áreas dolorosas na musculatura temporal e região peri-auricular à esquerda, com dolorimento no ângulo da mandíbula e região da transição cérvico-craniana daquele lado e pequena limitação à abertura da boca. Solicitamos RX de crânio, RX de coluna cervical e RX de mandíbula e ATM , todos com laudos normais, exceção à escursão condilar acentuada à esquerda. A indicação de Tomografia Computadorizada de ATM, afastou o paciente por 5 meses período em que procurou cirurgião dentista que colocou placa analgésica interoclusal não trazendo qualquer alívio. Retornando ao consultório após este período,com quadro de dor mais intenso,indicamos a infiltração com lidocaína + betametasona na região dos nervos occiptais esquerda,e infiltração com lidocaína 2% nos pontos gatilho dos músculos masséter e temporal deste lado. Aliviamos a dor occipital, mas nada na região peri-auricular e mandibular,o que nos levou a solicitação de CT de mandíbula e ATM.No CT constatamos massa tumoral na região de parótida esquerda com formação nodular em sua parte superior. Encaminhamos ao cirurgião de cabeça e pescoço que pediu uma R.E.M da parótida ,confirmando a tumoração. A exérese tumoral foi realizada a seguir e o exame A migrânea é doença crônica que afeta pessoas de todos os estratos sociais, embora as crises sejam mais freqüentes nas classes economicamente menos favorecidas. Diversas personagens históricas foram apontadas como sofrendo de migrâneas, entre as quais Nietsche, Salvador Dali, Lewis Carroll, De Chirico, Cervantes e Napoleão Bonaparte, entre outros. Acrescentamos, a essa lista, Pedro Álvares Cabral. Os dados referentes à vida de Cabral não são muito numerosos. Em 2000, Galvani publicou "A Nau Capitânia - Pedro Álvares Cabral: Como e Com Quem Começamos" (Ed. Record, Rio de Janeiro, 2000), reconhecidamente a mais completa biografia do navegador. Galvani revela que, por muitos anos, Cabral sofreu crises recorrentes de cefaléia. Ele atribuiu as crises de cefaléia de Cabral a surtos de malária, que poderia ter adquirido em 1487 ou 1488, quando participou de uma incursão militar ao Marrocos. Entretanto, o fato de essas crises terem persistido anos a fio, de ocorrerem com intervalos em média semanais (e não a cada 24, 48 ou 72 horas), e de o Marrocos não ser zona de alta prevalência torna este diagnóstico pouco provável. Além do mais, a malária quando atinge adultos não imunizados tende provocar quadro clínico grave. A cefaléia é manifestação constante nas etapas iniciais da malária, mas não há referências de que se acompanhe de sintomas visuais. As cefaléias de Cabral Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 T 093 CEFALÉIA TEMPORAL PERSISTENTE-RELATO DE CASO 151 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES anatomopatológico, evidenciou ser adenocarcinoma de parótida.A lesão do nervo facial foi inevitável e após realização de químio e radioterapia, foi realizada a anastomose do nervo facial neste ponto com recuperação satisfatória após fisioterapia. Resultado Resultado: O paciente ficou totalmente sem qualquer algia na região e pouquíssima seqüela facial e até maio de 2007 com seguimento clínico, sem alterações detectáveis. Concusão Concusão: A avaliação correta de uma cefaléia, que de início por seus sintomas comuns poderia ser desvalorizada por todos, mascara, às vezes, patologias etiologicamente cruciais na manutenção da própria vida do paciente e que só a determinação na procura diagnóstica consegue elucidar. T 094 USO DE TOPIRAMATO EM PSEUDOTUMOR CEREBRAL: A PROPÓSITO DE UM CASO REFRATÁRIO A USO DE TERAPIA CONVENCIONAL. Oliveira, P; Vasconcellos, LFR; Paes, DS; Barcia, T; Policarpo, F; Adriano, MV; Spitz, M; Cagy, M; Pamplona, L; Ferreira, CM; Azevedo, LL. Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro ( HSE-RJ). Objetivo Objetivo: Relatar caso de pseudotumor cerebral refratário a terapia convencional que apresentou boa resposta a topiramato. Introdução: O pseudotumor cerebral (PSTC) caracteriza-se por cefaléia associada a hipertensão intracraniana sem evidências de processo expansivo. O tratamento clínico baseia-se principalmente no uso de diuréticos, sendo a acetazolamida o de escolha. Outras opções seriam: corticóide e mais recentemente relatos de benefício com topiramato. Relatamos caso de paciente com PSTC que apresentou resposta parcial a acetazolamida e furosemida em doses altas e após introdução de topiramato apresentou melhora expressiva. Relato do Caso Caso: Feminina, 17 anos, estudante, obesa (IMC=37). História de cefaléia em aperto, mais intensa pela manhã evoluindo com redução do campo visual em 1 semana. Exame neurológico: Edema de papila bilateral, restante normal. Exames complementares: 1- TCC: normal 2- Punção lombar: pressão inicial=50mmHg, com análise liquórica normal. 3- Campimetria: redução de campo visual mais proeminente em quadrantes temporais à esquerda. Iniciou uso de acetazolamida 1500mg dia e furosemida 40 mg dia. Após 2 semanas de tratamento houve diminuição da freqüência da cefaléia e redução do papiledema. Evoluiu com retorno ao padrão inicial de cefaléia e perda do campo visual. Nova punção lombar demonstrou pressão inicial de 26mmHg sendo associado Topiramato 50 mg/dia. Observamos melhora progressiva da sintomatologia tornando-se assintomática após 1 mês de uso de Topiramato. Discussão Discussão: O quadro clínico do PSTC caracteriza-se por cefaléia em aperto, que piora no período da manhã, com alteração visual podendo evoluir nos casos graves para amaurose, sendo portanto uma condição que requer intervenção terapêutica rápida. A forma idiopática é mais a comum, em geral mulheres, jovens e obesas. O exame neurológico revela graus variados de papiledema e em alguns casos paresia do VI nervo craniano. O tratamento consiste em orientação dietética nos casos associados a obesidade, acetazolamida, furosemida, corticóide e mais recentemente alguns relatos de eficácia com uso de topiramato. O tratamento cirúrgico consiste em fenestração do nervo óptico e shunt lomboperitoneal. No caso apresentado a paciente apresentou resposta inicial satisfatória a acetazolamida e furosemida, no entanto houve recidiva dos sintomas álgicos e da alteração visual a despei152 to do aumento das doses dos medicamentos citados. Introduzimos topiramato com desaparecimento dos sinais e sintomas. Conclusão são: O TPM pode ser uma alternativa em pacientes com pseudotumor cerebral, especialmente em pacientes obesas. Referências Referências: 1- Rosenberg GA. Brain edema and disorders of cerebrospinal fluid circulation. In: Bradley W et al. Fourth edition. Philadelphia, 2004. Cap.65, p.1763-90. 2- Finsterer J, Földy D, Fertl E, Rudolfstiftung. Topiramate resolves headache from pseudotumor cerebri. J Pain Symptom Manage. 2006 Nov;32(5):401-2. T 095 NEURALGIA DO TRIGÊMEO SECUNDÁRIA À DOLICOECTASIA DO SISTEMA VÉRTEBRO-BASILAR: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA Marinello, J. L. P.; Baiense, R. F.; Villa, T. R.; de Souza Carvalho, D. Setor de Investigação e Tratamento de Cefaléia (SITC) da Disciplina de Neurologia Clínica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp). Introdução Introdução: A neuralgia do trigêmeo (NT) é considerada a neuralgia facial mais comumente encontrada, especialmente na população feminina e em indivíduos com idade entre a sexta e sétima década de vida. Clinicamente, se manifesta como episódios paroxísticos de dor facial lancinante e intensa, sendo seu diagnóstico essencialmente clínico, reservando exames subsidiários para casos selecionados. O tratamento inclui medidas farmacológicas e intervencionistas como a descompressão vascular da raiz nervosa do nervo trigêmeo. A compressão da raiz do nervo, particularmente por estruturas vasculares, é a etiologia atualmente mais aceita para os casos de NT. Objetivo Objetivo: Relatar um caso de um paciente com diagnóstico de NT secundária à dolicoectasia do sistema vértebrobasilar, uma situação pouco relatada na literatura. Relato de caso: Paciente, sexo masculino, 70 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica (HAS) de longa data, apresentando quadro clínico de dor facial lancinante à esquerda no território de inervação do terceiro ramo do nervo trigêmeo. Apresentava à angioressonância magnética, compressão da raiz nervosa do nervo trigêmeo à esquerda, por conta de desenvolvimento dolicoectásico do sistema vértebro-basilar. Respondeu, satisfatoriamente, ao tratamento clínico com carbamazepina (300 mg/dia). Comentários e conclusão conclusão: O sistema vértebro-basilar dolicoectásico tem sido relacionado a algumas patologias cerebrais tais como hidrocefalia e eventos isquêmicos da circulação cerebral posterior, sendo causa incomum e pouco relatada de NT. O desenvolvimento anômalo deste sistema vascular está relacionado à aterosclerose progressiva destes vasos sangüíneos, substancialmente associada à HAS e à idade avançada, como o caso do paciente relatado. O mecanismo patogênico, nestes casos, parece ser o mesmo da compressão por estruturas tradicionalmente relacionadas como a artéria cerebelar superior. O sistema vértebro-basilar dolicoectásico deve ser sempre considerado entre as possíveis causas de NT, especialmente em pacientes idosos e com história de HAS de longa data. O tratamento medicamentoso, nestes casos, ainda deve ser proposto como primeira opção terapêutica, reservando a intervenção cirúrgica para os casos que apresentam refratariedade ao tratamento clínico. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 096 TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E ATIVAÇÃO TRIGEMINOVASCULAR: PERSPECTIVAS ACERCA DA FISIOPATOLOGIA DA MIGRÂNEA Mattei TA; Kovacs PA; Souza MTM; Sato HK; Rizelio V Instituto de Neurologia de Curitiba Resumo Resumo: É certo que o desafio do desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas visando melhor controle dos quadros migranosos implica na necessidade de melhor compreensão da exata fisiopatologia, bem como da complexa bioquímica envolvida na etiologia desta intrigante, prevalente, e muitas vezes incapacitante entidade neurológica. Nesse sentido, diversos estudos clínicos e experimentais têm sugerido o envolvimento da inervação trigeminal dos vasos intracranianos – o chamado "Sistema Trigemino-Vascular" – na fisiopatologia da Migrânea, relação esta mediada pela liberação de diversos neuropeptídeos vasodilatadores, dentre os quais destaca-se a Substância P (SP) e o Peptídeo-relacionado ao Gene da Calcitonina (CGRP). Neste trabalho é descrito caso de uma paciente a qual, após evento de trombose venosa cerebral (com imagens de Ressonância Magnética demonstrando oclusão completa do seio sagital superior), apresentou quadro novo de cefaléia intensa, de características tipicamente migranosas (pulsátil, unilateral, com náuseas, foto e fonofobia), e que somente pode ser controlada com uso de ergotamínicos. Segundo os autores, tal caso inédito possui importante paralelo com o Modelo Experimental clássico de "Peter Goadsby" de estimulação do seio sagital para gênese da migrânea em gatos, reproduzindo-o "In Anima Nobilis" e corroborando a validade da relação "estimulação de terminações nervosas em seio dural/ liberação de neuropeptídeos vasodilatadores/ migrânea" também em humanos. T 097 MIGRÂNEA COM AURA ATÍPICA: RELATO DE CASO Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P. Unidade de Neurologia - Natal - RN A aura migranosa mais freqüente é a visual, seguida, pela ordem, da aura sensitiva, disfásica e motora. Quando as auras ocorrem em combinação, geralmente obedecem esta seqüência. Outros fenômenos, entretanto, têm sido reportados, tais como desorientação espacial, acalculia, ansiedade, amnésia global transitória e outras. Do mesmo modo, a ocorrência das auras mais clássicas em ordem inversa tem sido raramente registrado. Relatamos um paciente em que as auras ocorrem em ordem inversa e apresentam também fenômenos atípicos. Identificação: J.I.A.A., 31 anos, sexo masculino, cor parda, motorista,solteiro, natural e residente em Monte Alegre (RN). HDA- Aos 15 anos de idade, começou a apresentar crises paroxísticas, que se iniciavam com ponto luminoso em zona lateral do campo visual, que aos poucos ia se expandindo, muitas vezes com a percepção de "maretas" (espectros de fortificação), a que se seguia perda da percepção visual, com hemianopsia homônima. Os sintomas visuais duravam entre 20-30 minutos e a eles se seguiam, em seqüência, "voz embolada" e, depois, dormência, que começava pela mão direita e que gradualmente se estendia para todo o hemicorpo. Ao todo, estes sintomas duravam cerca de 90 minutos e eram sucedidos por cefaléia pulsátil, forte, hemicrâniana, com náuseas, fotofobia e fonofobia, com piora com atividades físicas e que duravam todo o Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 dia..Há cerca de 5 anos, as crises mudaram de características. O sintoma inicial passou a ser dormências na mão direita, que aos poucos vai se estendendo para o hemicorpo. Nessas ocasiões, quando o paciente vai fazer um movimento com o braço direito, por exemplo, tem a sensação que o movimento ocorre com mais rapidez do que efetivamente ocorre, como se o visualizasse o movimento antes de ocorrer. A dormência vai aos poucos regredindo, sendo substituída por dificuldades para falar e, depois, por sintomas visuais semelhantes aos já descritos. A duração desses fenômenos é de 60 a 90 minutos e se segue cefaléias com as características já descritas acima. Essas crises ocorrem com intervalos de vários meses (um ano entre a última e a penúltima), ficando o paciente assintomático entre as crises. Há história de "dores de cabeça" na família, mas ninguém com quadro semelhante. Já fez eletrencefalograma e tomografia computadorizada, que foram normais. O paciente tem exames neurológico normal. Não existem queixas ou alterações em outros sistemas. Comentários: Este paciente apresenta, em seqüência, auras sensitiva, disfásica e visual. A combinação com que diferentes auras ocorrem é muita variada. Estudos mostram que, entre as auras visuais, sensitivas e motoras todas as possibilidades (auras isoladamente ou em seqüência) são possíveis. O paciente relata que seus sintomas ocorrem sempre no hemicorpo direito, enquanto que a cefaléia é contralateral. Podemos especular, considerando que o fenômeno da aura seja produzido pela depressão alastrante, que neste caso, ao invés de se iniciar pelo lobo occipital, o fenômeno se inicia, ou se torna clinicamente evidente, no lobo parietal, e daí se propague, produzindo auras na seqüência inversa do que habitualmente ocorre. Uma espécie de dissociação entre um movimento e sua percepção, como se a percepção antecedesse o ato motor em si, pode também ser decorrente de alteração transitória funcional do lobo parietal. T 098 SÍNDROME DE TOLOSA-HUNT: RELATO DE CASO Alvarenga, R.M.P.; Dias, F.P.F.; Henriques, A.L.A.; Muniz, V.B. Hospital da Lagoa/ RJ Objetivo Objetivo: Relatar o caso clínico de paciente atendida no ambulatório de neurologia com o diagnóstico de Síndrome de Tolosacaso SMV, 39 anos, natural de MG procurou o Hunt. Relato de caso: serviço de neurologia em março de 2006, com quadro de cefaléia em região orbitária direita, de forte intensidade, associada à fotofobia, vômitos, ptose palpebral à direita e diplopia com evolução de um mês. Negava febre, tosse, coriza, queixas ginecológicas, alterações visuais ou alteração do nível de consciência. Em sua história patológica pregressa, apresentou quadro semelhante ao descrito, com diplopia e cefaléia predominantemente à direita e curso autolimitado, há sete anos. Negava Diabetes, história prévia de migrânea, doenças pulmonares, trauma ou infecções. Ao exame físico apresentava-se com oftalmoplegia do VI par direito associada à neuralgia do primeiro e segundo ramos do nervo trigêmio direito. Demais parâmetros do exame neurológico sem alterações. Apresentava hemograma, glicemia de jejum, VHS e avaliação bioquímica completa sem alterações. RX de tórax ,TC e RNM de crânio normais. Instituído tratamento com prednisona oral, na dose de 1 mg/kg/dia , com melhora do quadro álgico no terceiro dia de tratamento, que foi mantido por 4 semanas. Após o término deste não apresentava dor, porém permanecia com oftalmoplegia que involuiu após 40 dias. Critérios de Síndrome de Tolosa-Hunt: International Headach Society IHS (2004): A: um ou 153 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES mais episódios de dor orbital unilateral persistente por semanas se não tratada; B: Paresia do III, IV, VI nervos cranianos ou oftalmoplegia completa e/ou demonstração de granuloma pela Ressonância do seio cavernoso ou biópsia. C: Paresia coincidente com o início da dor ou dentro das duas semanas seguintes. D: Dor ou paresia resolvendo dentro de 72 horas após tratamento adequado com glicocorticóides. E: Outras causas tendo sido excluídas após adequada investigação. T 099 TERAPIA NA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL ASSOCIADA A DESORDEM TÊMPORO-MANDIBULAR MIOGÊNICA: RELATO DE CASO Kneip, B. S; Krymchantowski, A; Bruno, M.A.D. Centro da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro (RJ) Ambulatório de Cefaléia Crônicas do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (UFRJ) Background e Objetivos Objetivos: O aumento de aferências periféricas da musculatura mastigatória pode agravar cefaléias primárias. A fisioterapia pode reduzir estas aferências através do relaxamento da musculatura envolvida na desordem têmporo-mandibular (DTM). O objetivo deste estudo é demonstrar o papel da Fisioterapia no tratamento acessório da DTM miogênica. Materias e métodos métodos: Este é um relato de caso, de uma paciente do sexo feminino de 25 anos, com: mialgia bilateral de masseter e cefaléia do tipo tensional episódica freqüente (CTTE) com 2-3 crises semanais. A paciente também revela limitação da amplitude para abertura bucal ativa (10mm). Durante 2 meses a paciente usou 20mg/dia de nortriptilina e aparelho interoclusal de estabilização (placa miorelaxante) não tendo obtido nenhuma melhora na freqüência dos sintomas. Foram realizadas como tratamento, técnicas de mobilização e manipulação articular (Rocabado, 1999), PRT-Positional Release Therapy (Simons et al., 1998) alongamento e fortalecimento de masseter, trapézio, esternocleidomastoide e escalenos em sessões bi-semanais de 60 minutos (total 8 sessões). Resultados Resultados: Ao final do tratamento, houve ganho da abertura bucal (10mm para 35mm) , aumento da força muscular para a mastigação de alimentos sólidos relatada pela paciente e a freqüência da CTTE foi reduzida para menos de uma por semana. A dose de nortriptilina não foi modificada durante todo o tratamento e manteve-se em 20mg após o jantar. Conclusão Conclusão: A eficiência da Fisioterapia como tratamento acessório ao antidepressivo tricíclico e a placa estabilizadora é sugerida. Estudos controlados são necessários para confirmar eschav tas observações. Palavraalavra-chav chave: articulação têmporo-mandibular, hipomobilidade, cefaléias primárias T 100 PACIENTE COM CEFALÉIA EM SALVAS E MIGRÂNEA RELATO DE CASO Ribeiro F.G., Ferreira S.K., Dias D.L., Gomes G.A., Cruz L.S., Pires L.A. Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia Introdução Introdução: A cefaléia em salvas é rara, quando comparada aos outros tipos de dor primária. A prevalência varia, estando vinculada à metodologia ou à população analisada em cada estudo, embora 154 se acredite que corresponda a 6% dos casos de cefaléia e que ocorra em concomitância com outras de cefaléias primárias. Algumas características são observadas na cefaléia em salvas da mulher, como dor mais generalizada na face estendendo-se para a mastóide, mandíbula, órbita e nariz; crises com maior duração que, embora freqüentemente noturnas, elas permanecem durante o dia. Objetivo Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com cefaléia em salvas e migrânea sem aura. Relato de caso caso: Mulher, 44 anos, iniciou há 14 anos quadro de cefaléia hemicrâniana à esquerda com duração inferior a 01 hora, diária, de forte intensidade, caráter sazonal, que acordava a paciente à noite. Associada à hiperemia ocular, lacrimejamento, edema em hemiface esquerda e agitação. Apresenta em concomitância cefaléia iniciada aos 16 anos de característica pulsátil, holocraniana, com duração de 04 até 72 horas associada à fotofobia, fonofobia e náuseas, de moderada intensidade e significativa piora no período menstrual. História familiar positiva para migrânea. Exames clínico e neurológico normais. Realizada Ressonância Magnética de encéfalo. Apresentou melhora parcial da crise após o uso de sumatriptano, melhora total da dor noturna com a oxigênioterapia (8 l/min), com persistência de dor leve diurna e migrânea. Permanece em uso de divalproato (250mg 12/12 hs) e prednisona. Conclusão Conclusão: Apesar de ser uma paciente do sexo feminino, a cefaléia em salvas é típica e bem caracterizada. A coexistência de cefaléia em salvas e migrânea é pouco freqüente e, embora baseado apenas na prevalência de migrânea, espera-se que, pelo menos, 15 % das pessoas com salvas tenham ambas. T 101 ENXAQUECA HEMIPLÉGICA FAMILIAR EM GÊMEOS COM LESÕES IRREVERSÍVEIS NA SUBSTÂNCIA BRANCA: RELATO DE CASO Narimatsu K.. Sakotani T,,O.. Nemoto P, H.. Monzillo P,H. Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Introdução Introdução: Enxaqueca Hemiplégica consiste em cefaléia com aura visual, sensitiva ou disfasia seguida de déficit motor reversível, podendo ser classificada como familiar ou esporádica, segundo a Classificação Internacional das Cefaléias. A forma familiar tem herança autossômica dominante acometendo pelo menos um parente de 1? ou 2? grau com quadro clínico semelhante. Relato de Caso Caso: Gêmeos fraternos, AMR masculino e SSC feminino, 15 anos, com crises de enxaqueca precedidas por aura migranosa incluindo sintomas visuais como escotomas cintilantes, parestesia em um hemicorpo e posteriormente paresia ipsilateralmente com reversão completa em 15 minutos. Seqüencialmente apresentam cefaléia pulsátil com fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos com duração de 6 horas e freqüência das crises 1-3 ao mês. A história e exames físico e neurológico não sugerem nenhum transtorno orgânico, entretanto, estudos de imagem evidenciaram lesões inespecíficas em substância branca. Ambos realizaram estudos genéticos para definição mais precisa de Enxaqueca Hemiplégica Familiar, baseando-se na pesquisa de mutações do gene CACNA1A do cromossomo 19 e no gene ATP1A2 do cromossomo 1. Aguardando resultados. Discussão Discussão: Apesar de critérios bem definidos para EHF, alguns diagnósticos diferenciais não devem ser excluídos como vasculites e alguns acidentes vasculares hereditários como o CADASIL. Entretanto, ambos apresentam provas reumatológicas negativas e até o momento sem déficit cognitivo, alteração comportamental ou expressão clínica de acidente vascular cerebral isquêmico. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES T 102 ANALGESIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA NEURALGIA DO TRIGÊMEO: RELATO DE CASO Pizzo R.C. A.; Dach F.; Lizarelli R. F. Z*.; Speciali J.G. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos - Universidade de São Paulo* Objetivo Objetivo: Verificar o efeito antiálgico do laser de baixa intensidade (GaAlAs) na neuralgia do nervo trigêmeo (NT). Paciente e Método Método: Paciente, 55 anos, sexo feminino, apresentou-se no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas(FMRP/USP), queixando-se de dor hemicrâniana à direita, pulsátil, de forte intensidade, fono/fotofobia, vômito associado. Outra queixa era de dor facial em território de V3, desencadeada pelo frio, pela fala, pela mastigação. Queixava-se ainda de emagrecimento. Estava com abuso de analgésicos e fazendo uso de ácido valpróico (500mg, 2 vezes/dia). Durante a avaliação padronizada do segmento cefálico quando da palpação dos músculos da face à direita (inserção masseter), a paciente apresentou episódio de dor tipo pontada intensa, queimação, com início na comissura labial irradiando até a ATM, ficando caracterizado dois diagnósticos: migrânea sem aura e NT. Para o tratamento da neuralgia, foi submetido a aplicações com laser, sendo 4 pontos no trajeto do nervo alveolar inferior, 2 no músculo masseter e 4 na ATM. Foi aplicada uma dose de 60 J/ cm² por ponto, 1 vez/semana durante 6 semanas. A paciente preencheu um diário para marcar o número de crises. As avaliações foram feitas nos dias A0(antes do início da 1ª aplicação), A1, A2, A3, A4, A5, A6(semanais), A7 e A8(30 e 60 dias após a última aplicação). Para o tratamento da migrânea foi orientado, de imediato, a retirada dos analgésicos e na A4 foi associado ao ácido valpróico, o propranolol(40mg, ½ noite) e clorpromazina 4% 10 gotas na crise migranosa. Resultados: Em A0 referia de 3 a 4 crises neurálgicas por dia, em A1 referiu apenas 2 em dias diferentes, em A4 referiu apenas 1 e no restante do seguimento permaneceu sem crises, inclusive em A7 e A8. Conclusão Conclusão: Diante desses resultados podemos sugerir que o laser de baixa intensidade pode ser útil no tratamento da neuralgia do trigêmeo. T 103 CEFALÉIA PERSISTENTE E DIÁRIA DESDE O INÍCIO DESENCADEADA PELO PARTO: RELATO DE DOIS CASOS Magalhães, J. E.; Januário, A. M. S.; Araújo, L. C. L.; Aragão, M. F. V.; Farias da Silva, W.; Valença, M. M. Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. Objetivos e Métodos Métodos: Relatar dois casos de cefaléia persistente e diária desde o início (ICHD-II 4.8) desencadeada pelo trabalho de parto em pacientes acompanhadas no Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco. Relato dos casos casos: Caso 1 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléia holocraniana, predominante à esquerda, leve a moderada, presente logo ao despertar de procedimento cirúrgico-anestésico há 43 anos (raquianestesia e parto cesariana), que evoluiu desde então de forma contínua, com períodos de exacerbação da dor, que duravam cerca de duas horas, até cinco vezes ao dia, acompanhados de hiperemia conjuntival, lacrimejamento, semiptose e edema palpebral, também com predomínio à esquerda. Ressonância Magnética de crânio mostrava Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007 lesão provavelmente isquêmica na linha média em ponte e mesencéfalo. Não houve resposta satisfatória ao uso de indometacina. Caso 2 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléia holocraniana súbita, em peso, de moderada intensidade, após susto durante trabalho de parto há 48 anos, que persistiu por mais de um mês, passando a apresentar a intervalos de tempo variáveis, episódios de cefaléia do tipo tensional com duração de horas até três meses, sendo que há 20 anos passou a apresentar cefaléia contínua e diária. Conclusão Conclusão: O trabalho de parto já foi referido como fator precipitante de outras cefaléias primárias pouco usuais, como a hemicrânia contínua (Peres et al., 2004). Além disto, lesões de tronco têm sido relacionadas com cefaléias acompanhadas de distúrbios autonômicos (Valença et al., 2004). São relatados os casos de duas mulheres com cefaléia persistente e diária desde o início que foi desencadeada pelo parto, relação essa não descrita anteriormente. T 104 EXPLICANDO A "MIGRALEPSIA": MALFORMAÇÃO VASCULAR CEREBRAL OCCIPITAL COMO CAUSA DE MIGRÂNEA, EPILEPSIA OU AMBAS Januário, A. M. S., Magalhães, J. E., Batista, L. L., Costa, J., Farias da Silva, W., Valença, M. M. Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. Objetivos e Métodos Métodos: Relatar os casos de três pacientes acompanhados no Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco e discutir sobre a associação entre malformações vasculares cerebrais e condições neurológicas paroxísticas que podem compartilhar bases fisiopatológicas semelhantes. Relato dos casos casos: Homem, 51 anos, começou a apresentar há um ano episódios de aura visual, tipo escótomas cintilantes, por cinco minutos que evoluía para cefaléia frontotemporal bilateral pulsátil, com fotofobia e fonofobia, por cerca de trinta minutos, seguida de crise epiléptica motora focal com generalização secundária. Eletroencefalograma demonstrou breves surtos de ondas lentas localizadas nas projeções temporais bilaterais, e imagens demonstraram malformação arteriovenosa occipital esquerda. Com uso de carbamazepina, apresentou apenas um episódio de aura visual seguida por cefaléia leve de curta duração, sem manifestação epiléptica motora. Submetido a tratamento endovascular, evoluiu sem novos episódios. Foram estudados outros dois casos de mulheres com malformações vasculares occipitais e crises de migrânea unilateral com aura visual. Conclusã Conclusão: Migrânea e epilepsia são entidades freqüentes que podem ser desencadeadas por alterações estruturais, sendo que, epidemiologicamente, a existência de uma aumenta a probabilidade da outra. Além disso, uma crise epiléptica pode ser desencadeada por migrânea com aura, podendo ser classificada como "migralepsia" (ICHD-II 1.5.5). Assim, pode-se inferir, dos casos estudados, que existe relação fisiopatológica entre as malformações vasculares cerebrais occipitais e o desencadeamento de migrânea com aura. Ainda, no caso descrito, os achados de migrânea com aura seguida por epilepsia do lobo occipito-temporal suscitam a possibilidade de "migralepsia" e relação com a malformação vascular cerebral occipital. 155