M7C 3- 2007 - capa refeita - International Headache Society

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M7C 3- 2007 - capa refeita - International Headache Society
ISSN 1678-6270
Migrâneas & Cefaléias
Julho/Agosto/Setembro de 2007
Nº. 3
10
VOLUME
NESTA EDIÇÃO
Editorial Comentado I: Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações
de neuroimagem. Quando investigar?
Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo
Editorial Comentado II: Medicina baseada em evidências: Cefaléia
persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria
Elcio Juliato Piovesan
Artigo Original - New daily-persistent headache and International
Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients
Paulo Hélio Monzillo, Carla Baise - Zung, Patrícia H. Nemoto,
Agnaldo R. Costa
Educação Continuada: pesquisa em cefaléias em um país pobre
Mario F. P. Peres, Pedro André Kowacs
Imagens em Cefaléia: papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou
secundária?
Antônio Marcos da Silva Catharino, Fernanda Martins Coelho Catharino,
Jorgete Haidar Sessim David Cosendey, Valéria Carmargo Silveira,
Carlos Henrique Melo Reis
Homenagem: Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da
cefaliatria brasileira
Marcelo M. Valença, Joaquim Costa Neto
Você Leu? Harry Potter, mágica e cefaléia
Comentários de Maurice Vincent
XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
Programa
Resumo dos temas livres
Índice Remissivo
Migrâneas & Cefaléias
ISSN 1678-6270
Órgão Científico da Sociedade Brasileira de Cefaléia
Volume 10 Número 3 Julho/Agosto/Setembro de 2007
ÍNDICE
EDITORIAL ......................................................................................................................................................................... 71
EDITORIAL COMENTADO I
Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de neuroimagem. Quando investigar? ................................................... 72
Headaches, intracranial neoplasms and indications for neuroimaging. When to investigate?
Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo
EDITORIAL COMENTADO II
Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria .......... 75
Evidence-based medicine: New daily persistent headache, a challenge to headache experts
Elcio Juliato Piovesan
ARTIGO ORIGINAL
New daily-persistent headache and International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients .............. 77
Novo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléia persistente e diária desde o início:
análise retrospectiva de 62 pacientes
Paulo Hélio Monzillo, Carla Baise-Zung, Patrícia H. Nemoto, Agnaldo R. Costa
EDUCAÇÃO CONTINUADA
Pesquisa em cefaléias em um país pobre ........................................................................................................................... 82
Headache research in a developing country
Mario F. P. Peres, Pedro André Kowacs
IMAGENS EM CEFALÉIA
Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária? .......................................................................................... 86
Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache?
Antônio Marcos da Silva Catharino, Fernanda Martins Coelho Catharino, Jorgete Haidar Sessim David Cosendey,
Valéria Camargo Silveira, Carlos Henrique Melo Reis
HOMENAGEM
Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte da cefaliatria brasileira ............................................................................. 88
Wilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil
Marcelo M. Valença, Joaquim Costa Neto
VOCÊ LEU?
Harry Potter, mágica e cefaléia ........................................................................................................................................... 94
Harry Potter, sorcery, and headache
Comentários de Maurice Vincent
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA
Programa ......................................................................................................................................................................... 98
Resumo dos temas livres .................................................................................................................................................. 116
Índice Remissivo .............................................................................................................................................................. 156
INSTRUÇÕES AOS AUTORES ........................................................................................................................................... 160
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.69, jul./ago./set. 2007
69
EDITORIAL
C
Caros colegas,
Um número de congresso é sempre uma celebração. Uma celebração, pois nos traz
uma constatação de que a ciência continua no país. Esta percepção é reforçada por aquela
já citada no último Editorial, a de que a cefaliatria brasileira galga reconhecimento no exterior, infelizmente em uma época na qual os investimentos nesta área são escassos.
Eppur si muove! (Contudo, se move!), como disse Galileu... Esperamos que o mote sirva
não apenas à cefaliatria, mas também à M&C, que mais uma vez traz aos nossos leitores
trabalhos na integra, além do Programa e dos Resumos do XXI Congresso Brasileiro de
Cefaléia.
E sobre este número, o que podemos dizer? Valença & Costa Neto nos trazem um
retrato do Professor Wilson Farias da Silva, um gigante da cefaliatria nacional. Catharino e
colaboradores nos brindam com um caso e suas imagens, e mais uma vez nos motiva a um
Editorial comentado. Monzillo e colaboradores nos trazem excelente artigo original acerca
de condição premente da cefaliatria, a Cefaléia persistente e diária desde o início. Na sessão Você Leu? Maurice Vincent faz uma bem humorada apresentação de alguns dos bons
artigos publicados em periódicos internacionais. Ainda nesta edição, Mário Peres & Pedro
Kowacs analisam as dificuldades em pesquisa de cefaléia no Brasil, enumerando dificuldades e apontando possíveis soluções.
Mantendo tendência recente, o número traz dois Editoriais comentados, um sobre o
artigo de Catharino e colaboradores, outro sobre o artigo de Monzillo e colaboradores.
Gostaríamos ainda de render homenagem ao Dr. Elder Sarmento, que tem gerenciado
com afinco a página da revista, junto à MF. O empenho do Dr. Elder facilitou o acesso aos
números prévios da revista, disponibilizou o sistema de busca de artigos e tornou estabelecida
uma interface com o sistema de submissão on-line, ainda experimental, e utilizado pela
primeira vez pelo Dr. Antônio Catharino e colaboradores, ao submeterem seu artigo publicado neste número
Aproveitem !!!.
Pedro André Kowacs & Paulo Hélio Monzillo
Errata
No número 02, volume 10, da M&C, no Editorial, cometemos o erro de conjugar o nome do autor senior – Dr. Antônio Lúcio Teixeira - com
o sobrenome do autor principal – Dra. Esther Angélica Coelho Costa – a qual também não foi citada no Editorial como autora principal.
Apresentamos nossas desculpas formais aos autores. A referência correta do artigo é: Costa EAC, Costa e Silva M, Vasconcelos LPB,
Stancioli FG, Teixeira AL.Transtornos psiquiátricos na migrânea. Migrâneas cefaléias 2007;10(2):52-57.
Migrâneas cefaléias, v. 10, n.3, p.71,jul./ago./set. 2007
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EDITORIAL COMENTADO I
C
Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de
neuroimagem. Quando investigar?
Headaches, intracranial neoplasms and indications for
neuroimaging. When to investigate?
Pedro André Kowacs, Paulo Hélio Monzillo
Kowacs PA, Monzillo PH. Cefaléias, neoplasias intracranianas e indicações de
neuroimagem. Quando investigar? (Editorial Comentado). Migrâneas cefaléias 2007;10(3)72-74
Or in the night, imagining some fear
"Or
fear,,
How easy is a bush suppos'd a bear!" 1
"Ou na calada da noite, entre medos imaginários,
O quão facilmente um arbusto é confundido com um urso!"
A frase de Shakespeare1 resume o sentimento de médicos jovens quando confrontados
com casos de cefaléia em pronto-atendimentos ao atenderem pacientes na maioria das
vezes com cefaléias primárias. Em seu artigo, Catharino e colaboradores2 nos trazem caso
de cefaléia unilateral em uma paciente com neoplasia intracraniana ipsilateral à cefaléia, o
qual nos remete ao medo de deixarmos de fazer o diagnóstico de um tumor cerebral, no
caso o inverso da frase de Shakespeare ou a bear suppos'd a bush!, que é o receio dos
profissionais mais experientes quando procurados, nos seus consultórios, para uma opinião
definitiva sobre casos dúbios. Ao final de seu artigo, os autores nos fazem a pergunta: Seria
primária ou secundária a cefaléia apresentada pela paciente?
Os autores questionam a unilateralidade da cefaléia, e a idade de início da mesma.2
O questionamento da unilateralidade nos remete aos trabalhos da década passada, que
descrevem que a "unilateralidade mantida" ocorre em 15% dos pacientes com cefaléia, e é
bastante freqüente em pacientes com migrânea (17% a 19%),3,4 sendo, no entanto, mais
freqüente em pacientes com quadros pouco definidos de cefaléia (28%).3 Nas "Guidelines"
do US Headache Consortium, da Academia Americana de Neurologia e outras instituições
norte-americanas, a unilateralidade da dor não é um dos critérios de alerta quanto ao risco
de uma cefaléia sintomática.5 De acordo com as "Guidelines", apenas a presença de anormalidades ao exame neurológico aumenta a chance de haver anormalidades à tomografia
de crânio ou à ressonância magnética de crânio. A ausência de anormalidade ao exame
neurológico, por sua vez, diminui consideravelmente a possibilidade de anormalidades ao
exame de imagem.5 Um dos estudos analisados pelo US Headache Consortium (n=350)
encontrou como preditores de anormalidades a ocorrência de cefaléia de freqüência
rapidametne progressiva, história de tontura ou perda de coordenação, história de hipoestesia/
parestesia e história de cefaléia despertando o paciente. No entanto, o US Headache
Consortium esclarece não haver evidências de que cefaléia piorada pela manobra de Valsalva,
cefaléia causando despertar, cefaléia nova em idoso ou cefaléia com piora progressiva
sejam preditores de anormalidades aos exames de neuroimagem, e discute ainda o fato de
não haver comprovação de que imagens por ressonância magnética sejam superiores às
72
Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007
CEFALÉIAS, NEOPLASIAS INTRACRANIANAS E INDICAÇÕES DE NEUROIMAGEM. QUANDO INVESTIGAR?
obtidas por tomografia de crânio, na detecção de possíveis causas de cefaléia.5 Em análise
igualmente atual e interessante, Detsky e colaboradores consideram que portadores de
"cefaléias indefinidas" têm maior chance de apresentar anormalidades aos exames de
neuroimagem, e que o diagnóstico de migrânea praticamente exclui a possibilidade de
achados aos exames de neuroimagem.6 Detsky e colaboradores também ressaltam que,
estatisticamente, o diagnóstico de migrânea pode ser inferido com segurança pela presença
de duas características: a piora à atividade física e a presença de fotofobia e fonofobia,6
sintomas que não estavam presentes na cefaléia da paciente descrita por Catharino e colaboradores.2
Se utilizarmos o preconizado por Detsky e colaboradores,6 teremos a cefaléia descrita
pela paciente de Catharino e colaboradores como apresentando uma cefaléia indeterminada,
e, portanto, que deveria ter sido submetido a exame de neuroimagem, ainda que a ausência de anormalidades ao exame neurológico pudesse ser uma contra-indicação relativa o
procedimento.
Diversas formas de cefaléia atribuíveis a neoplasias intracranianas estão dispostas na
classificação da International Headache Society, tais como: 7.4.1 Cefaléia atribuída a
hipertensão intracraniana ou a hidrocefalia causada por neoplasia; 7.4.2 Cefaléia diretamente atribuída a neoplasia; 7.4.3 Cefaléia atribuída a meningite carcinomatosa; 7.4.4
Cefaléia atribuída a hiper ou hipossecreção hipotalâmica ou hipofisária.7 Além das categorias da IHS, sabe-se que eventualmente pacientes com cefaléias trigêmino-autonômicas
pode apresentar-se com uma gama de neoplasias de linha média.8 Para maiores detalhes
clínicos de cefaléias associadas a neoplasias intracranianas recomendamos aos leitores
que consultem o recente artigo publicado por Schankin e colaboradores,9 os quais concluíram, de forma interessante e talvez oposta às evidências anteriores, que a existência prévia de uma cefaléia primária predispõe os portadores de neoplasia intracraniana a apresentar cefaléia secundária, conclusão esta que talvez responda à pergunta disposta ao
final do artigo de Catharino e colaboradores quanto à natureza da cefaléia apresentda
pela paciente descrita.
A discussão quanto à indicação ou não de investigação por neuroimagem não é bizantina
se levarmos em consideração as imensas custas de investigações desnecessárias e não
embasadas em evidência que podem ser evitados na grande multidão de portadores de
uma queixa tão comum como cefaléia. Estima-se que anormalidades estarão presentes em
apenas 1,8 a cada 1.000 pacientes com cefaléia e exame neurológico normal 5, e que
apenas 1 em cada 10.000 pacientes com cefaléia apresentará uma etiologia cirúrgicamente
tratável para sua dor de cabeça.10
Por curiosidade, aguardaremos correspondência dos autores quanto à evolução da
cefaléia descrita após a remoção da referida neoplasia. Permanecem, no entanto, os dois
medos shakesperianos: aquele de tomar arbusto por um urso, uma comédia, ainda que não
sem conseqüências indiretas; ou aquele de tomar um urso por um arbusto, uma verdadeira
tragédia... Que os leitores julguem as informações acima, e decidam como vão uilizá-las
em sua prática diária.
REFERÊNCIAS
1. Shakeaspeare W. A Midsummer Night's Dream. In: Shakespeare W. Complete Works of William Shakespeare.
Glasgow:HarperCollins Publishers, 1994; p:216-242.
2. Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Melo Reis CH. Papiloma de plexo coróide:
Cefaléia primária ou secundária? Migrâneas cefaleias. 2007;3(10):
Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007
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PEDRO ANDRÉ KOWACS E PAULO HÉLIO MONZILLO
3. Leone M, D'Amico D, Frediani F, Torri W, Sjaastad O, Bussone G. Clinical considerations on side-locked
unilaterality in long-lasting primary headaches. Headache. 1993;33:381-4.
4. de Queiroz LP, Rapoport AM, Sheftell FD. Clinical characteristics of migraine without aura. Arq
Neuropsiquiatr. 1998;56:78-82.
5. Frishberg BM, Rosenberg JH, Matchar DB, McCrory DC, Pietrzak MP, Rozem TD, et al. Evidence-based
guidelines in the primary care setting: Neuroimaging in patients with nonacute headache. US Headache
Consortium.
6. Detsky ME, McDonald DR, Baerlocher MO, Tomlinson GA, McCrory DC, Booth CM. Does this patient
with headache have a migraine or need neuroimaging? JAMA. 2006;296:1274-83.
7. Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia. Classificação Internacional das Cefaléias - 2a edição. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São Paulo: Alaúde Editorial,
2006.
8. Kirby S, Purdy RA. Intracranial neoplasms. In: Olesen J, Goadsby PJ, Ramadan NM, Tfelt-Hansen P, Welch
KMA (eds.). The Headaches. Philadelphia:Lippincott Williams & Wilkins, 2006; p:949-957.
9. Schankin CJ, Ferrari U, Reinisch VM, Birnbaum T, Goldbrunner R, Straube A. Characteristics of brain
tumour-associated headache. Cephalalgia. 2007;27:904-11.
10. Evans RW. Diagnostic testing for the evaluation of headaches. Neurol Clin. 1996;14:1-26.
Endereço para correspondência
Dr. Pedro André Kowacs
Serviço de Neurologia, INC/Hospital Ecoville
Rua Jeremias Maciel Perretto 300
Tel.: (41) 3285.6613
E-mail: [email protected]
74
Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.72-74,jul./ago./set. 2007
EDITORIAL COMENTADO II
M
Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e
diária desde o início, uma prova de fogo para a cefaliatria
Evidence-based medicine: New daily persistent headache,
a challenge to headache experts
Elcio Juliato Piovesan
Piovesan EJ. Medicina baseada em evidências: Cefaléia persistente e diária desde o início,
uma prova de fogo para a cefaliatria (Editorial Comentado).
Migrâneas cefaléias 2007;10(3):75-76
Com um pouco mais de 20 anos de história, a cefaléia persistente e diária desde o
início (CPDI) caracteriza-se por um reduzido número de estudos, poucas evidências clínicas,
e uma constelação de dúvidas. Como sua classificação sugere, a cefaléia é de início diário,
sem história prévia, tornando-se crônica sem uma etiologia consistente.1,2 Clinicamente a
cefaléia manifesta-se como bilateral, difusa (sem um predomínio específico para uma determinada região), geralmente é de leve a moderada intensidade, tipo pressão e raramente
pulsátil, podendo manifestar sintomas autonômicos como náuseas, tontura e acompanhados de fotofobia e fonofobia.3,4 Do ponto de vista prático, por muitas vezes é considerada
como primária e tantas outras como secundária.1,2
Monzillo e colaboradores apresentam uma visão nacional da CPDI. Debutando na
nova classificação para o estudo das cefaléias (IHS-2004 segunda edição), a CPDI possuía
ainda muito espaço para futuras considerações e conceitos que possam agregar conhecimento. Desta maneira, Monzillo traz uma nova visão sobre os critérios diagnósticos após
observação criteriosa.
Diferente dos casos relatados na literatura, o estudo não encontrou um número considerável de pacientes com etiologia definida. Devemos destacar que nem todos os pacientes
foram adequadamente investigados às margens dos atuais conhecimentos etiológicos para
CPDI. É conhecido que aproximadamente 30% dos pacientes iniciam esta forma de cefaléia
após um quadro infeccioso.1 Estudos recentes identificaram a elevação do fator de necrose
tumoral alfa no líqüor de pacientes portadores da CPDI, demonstrando claramente a influência de um agente inflamatório dentro do sistema nervoso central.5
Alguns sinais e sintomas são concordantes no estudo de Monzillo com o que se conhece
da literatura: prevalência para o sexo feminino, dor bilateral, presença de náuseas, fotofobia
e fonofobia. Entretanto, algumas características são totalmente discordantes do encontrado
na literatura: padrão pulsátil (43,5%), forte intensidade (46,8%), se existe uma característica
que diferencia a CPDI das outras cefaléias crônicas e diárias e sua difícil abordagem terapêutica.1,5 A excelente resposta terapêutica no estudo de Monzillo (>50% dos pacientes)
também destoa do esperado na literatura.
Em resumo, Monzillo e colaboradores, em um estudo nacional, mostram uma nova
visão da CPDI frente ao esperado da literatura e dos critérios diagnósticos da IHS-2004,
segunda edição. Por estes motivos ele deve servir como inspiração, motivação e orientação
para todos os nossos cefaliatras na busca do entendimento desta entidade.
Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007
75
ELCIO JULIATO PIOVESAN
REFERÊNCIAS
1. Li D, Rozen TD. The clinical characteristics of new daily persistent headache. Cephalalgia. 2002;22:66-9.
2. Goadsby PJ, Boes C. New daily persistent headache. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2002;72(Suppl 2):6-9.
3. Meineri P, Torre E, Rota E, Grasso E. New daily persistent headache: clinical and serological characteristics
in a retrospective study. Neurol Sci. 2004;25:281-2.
4. Yakase Y, Nakano M, Tatsumi C, Matsuyama T. Clinical features, effectiveness of drug-based tretament, and
prognosis of new daily persistent headache (DNP): 30 cases in Japan. Cephalalgia. 2004;24:955-9.
5. Rozen T, Swidan SZ. Elevation of CSF tumor necrosis factor a levels in new daily persistent headache and
treatment refractory chronic migraine. Headache. 2007;47:1050-5.
Endereço para correspondência
Dr. Elcio Juliato Piovesan
Rua Joinvile 2526
83020-000 – São José dos Pinhais, PR, Brasil
E-mail: [email protected] ou
[email protected]
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Migrâneas cefaléias, v. 10, n. 3, p.75-76,jul./ago./set. 2007
ARTIGO ORIGINAL
New daily-persistent headache and International
Headache Society criteria: A retrospective analysis of
62 patients
Novo critério da Sociedade Internacional de Cefaléia para cefaléia
persistente e diária desde o início: análise retrospectiva de
62 pacientes
Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR
Headache ambulatory of Discipline of Neurology of Santa Casa de São Paulo - Brazil
Monzillo PH, Baise-Zung C, Nemoto PH, Costa AR. New daily-persistent headache and
International Headache Society criteria: A retrospective analysis of 62 patients.
Migrâneas cefaléias 2007;10(3):77-81
ABSTRACT
Introduction
Introduction. New Daily-Persistent Headache (NDPH) is
described as a type of daily headache that becomes continuous
in a short period of time (a maximum of three days). As any
newly recognised headache condition, there is a paucity of
reports. Therefore, its characteristics in different populations
must be further described. Objectives
Objectives. To describe the
characteristics of NDPH in a Brazilian out-patient population.
Methods
Methods. Sixty-two patients with a diagnosis of New DailyPersistent Headache (NDPH), out of 1,348 records of outpatients regularly cared for at the Headache Clinic of Irmandade da Santa Casa de São Paulo - Brazil, had their charts
reviewed. Results
Results. Clinical characteristics were: female gender
58.1%; whole head pain=72.6%; moderate/strong
intensity=93.6% and throbbing quality=43.5%. Of the 62
patients with the diagnosis of NDPH, only 19.4% did not have
any clinical improvement when submitted to treatment.
Diagnostic exams carried out in 56.5% of the patients
contributed very little to the detection of an underlying organic
substrate. Conclusion
Conclusion. Our results conflicted with those of
the literature and with the IHS 2004 criteria regarding pain
intensity, pain quality and the associated phenomena, isolated
or in combinations. Perhaps the NDPH IHS 2004 diagnostic
criteria should be revised.
Key words: Chronic daily headaches; migraine; Chronic
Tension-type headache; migraine; New daily-persistent
headache; International Headache Society criteria.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007
RESUMO
Introdução. Cefaléia persistente e diária desde o início
(CPDI) é descrita como um tipo de cefaléia diária que se
torna continua em um curto período de tempo (máximo de
três dias). Como toda condição recém-reconhecida, ainda
há uma pequena quantidade de descrições. Assim sendo,
suas características em diferentes populações devem ser descritas. Objetivos
Objetivos. Descrever as características da CPDI em
uma população de pacientes brasileiros ambulatoriais. Métodos: Foram revisados os prontuários de 62 pacientes com
o diagnóstico de CPDI, oriundos de uma população de 1.348
pacientes do ambulatório de cefaléias da Irmandade da Santa Casa de São Paulo - Brasil. Resultados. As características clínicas foram: gênero feminino=58,1%; cefaléia holocraniana=72,6%; dor moderada a intensa=93,6%, qualidade pulsátil=43,5%. Dos 62 pacientes com o diagnóstico
de CPDI, apenas 19,4% não apresentaram melhora ao serem submetidos a tratamento. A investigação complementar,
realizada em 56,5% dos pacientes pouco contribuiu para a
detecção de um substrato orgânico. Conclusão. Nossos resultados foram discordantes daqueles da literatura dos critérios da IHS de 2004, no que tange a intensidade da dor, sua
qualidade e fenômenos concomitantes, isolados ou em combinação. Talvez os critérios diagnósticos da IHS/2004 devam
ser revisados.
Palavras
alavras-- chave: Cefaléia crônica diária; migrânea; cefaléia
tipo-tensão crônica; cefaléia persistente e diária desde o início; critérios da International Headache Society.
77
PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL
INTRODUCTION
Vanast2 first described New Daily-Persistent Headache
(NDPH) in 1986 as a benign Chronic Daily Headache
(CDH). In 1996, Silberstein and cols. 3 suggested
diagnostic criteria for this entity as NDPH was not part of
the 1988 IHS classification.4
New daily-persistent headache, according to the
International Headache Society (IHS 2004),1 is described
as a type of daily headache that becomes continuous in
a short period of time (a maximum of three days). The
pain is typically a pressing or tight non-pulsating throb,
bilateral and of mild to moderate intensity. Photophobia,
phonophobia, nausea and the attack intensity are not
aggravated by routine physical exercises. The symptoms
must be present for more than three months and not
attributable to other causes. Headaches secondary to
Cerebral Spinal Fluid (CSF) hypotension, CSF hypertension, post-traumatic headache and headaches
secondary to infectious clinical conditions (particularly
where infecting agents are present) must always be
diagnosed through appropriate investigations when
suspected.
In compliance with IHS 2004, NDPH can evolve
during a period of time in two clinical ways: one autolimited presentation that disappears spontaneously after
a few months without treatment and a chronic and
normally intractable headache regardless of the
therapeutic approach utilized.
The IHS closes its comments suggesting that further
research studies should be undertaken that better
characterize its clinical features and propose possible
pathophysiological mechanisms, and conclude definitively
the separation from Chronic Tension-Type Headache
(CTTH).
Few reports are available in the literature involving
large NDPH patient samples.2,5 Its etiology remains
unknown,6 although some authors have tried to imply a
temporal relationship to infectious clinical conditions,
particularly Epstein-Barr virus (EBV).7,8 We conducted a
retrospective analysis of a large database of headache
patients to describe the demographic data and clinical
caractheristics of NDPH .
PATIENTS AND METHODS
We carried out a retrospective analysis consisting of
a total of 1,348 records. Of this group, 241 patients
78
presented a headache with a frequency of 15 days or
more a month, for at least three months. Sixty-two patients
had an NDPH diagnosis in accordance with Silberstein's
proposed criteria for new daily persistent headache.3 Data
were recorded regarding the demographic aspects, clinical
characteristics of the headache attacks, as well as the
presence of accompanied symptoms. More than half the
patients were submitted to secondary investigations. Patients
with previously diagnosed headache conditions were
excluded even if they presented with a clinical picture
compatible with NDPH, in order not to include CTTH or
CDH bearers.
We also recorded the therapeutic recommendations
given at the first appointment in our out-patient clinic
(abortive or prophylactic) that resulted in clinical
improvement, or the treatment scheme substituted when
patients did not present any improvement.
RESULTS
Thirty-six patients (58.1%) were female. The average
age at the beginning of the symptoms was of 40.5 years,
slightly lower among women (36.7) when compared to
men (44.3) (Figure1).
Female
Male
Figure1: Age at the beginning of symptoms
The average time delay between initial symptoms and
the first appointment at our clinic was 5.9 years. The bilateral localization of the attack occurred in 45 patients
(72.6%). Pulsating-type pain was present in 43% of the
patients, followed by stabbing pain in 14 (22.6%),
“pressing” in 12 (19.4%), “tightening” in 4 (6.5%) and
“burning” in 3 (4.8%). Two patients (3.2%) cited different
pain types in separate attacks (tightening and pulsating)
(Table 1).
Strong to moderately intensive attacks were found in
equal percentages (46.8%) in our sample, and mild
attacks in four patients (6.4%) (Figure 2).
Only 11 patients (17.7%) did not refer to any
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007
NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS
Table 1. Analysis related to pain quality
Pain quality
N (62)
%
Pulsating
Stabbing
Pressing
Tightening
Burning
Tightening + Pulsating
27
14
12
04
03
02
43.5
22.6
19.4
6.5
4.8
3.2
Figure 2: Pain Intensity
Table 2. Symptoms related to headaches
Symptoms
Pt
N
Pn + Pt
Pn + Pt + N
Pn+ Pt+ N+ V
N+V
Pt + N
Pt + Pn + O
Pt + N + O
Pt + Pn + D
N+D
Pt + Pn + N + V + O
AP
D
Absence of symptoms
N(62)
%
02
08
08
07
06
03
01
05
04
01
01
03
02
01
11
3.2
12.9
12.9
11.3
9.7
4.8
1.6
8.1
6.5
1.6
1.6
4.8
3.2
1.6
17.7
Pt: photophobia; N: nausea Pn: phonophobia; V: vomit; O: osmophobia;
D: dizziness; AP: autonomic phenomenae; AS: absence of symptoms
symptoms associated with their attacks. All other patients
presented isolated or associated symptoms that usually
accompany migraine attacks. Two patients reported the
presence of autonomic symptoms related to their attacks
(Table 2).
Fifty-five patients (56.5%) were submitted to further
investigation. Within this group, it was possible to establish
a factor temporally related to the initial symptoms in only
three patients. Two patients reported a history of headaches
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007
after cranial-cerebral trauma and one patient had
headaches following an otomastoiditis infection. Head
computed tomography (Head CT-scan) was not useful in
detecting abnormalities that justified the clinical symptoms.
In the mastodectomized patient, the CT evidenced only a
hypoattenuated area in the right temporal region adjacent
to the mastoidectomy.
In the remaining patients, radiological and
laboratorial findings include the following: a venous
angioma (right frontal) and a left frontal cavernoma,
revealed by Magnetic -Ressonance Imaging (MRI).
Onepatient, had a positive serology testfor HIV virus,
however without an AIDS-defining clinical picture.
Despite the daily frequency and the intensity of the
attacks being predominantly moderate to strong, only
28 patients (45.2%) of our sample constantly and
abusively used abortive medication on the occasion of
their first appointment. Different prophylactic schemes
were used, as monotherapy or in different combinations.
It is important to point out that the majority of the patients
had already used at least one of the prophylactic
medicines - at the moment of their first evaluation at our
clinic.
The list of prophylactic medicines used by those
patients during their treatments is illustrated in Table 3.
Only ten patients (16.1%) remained totally asymptomatic
and twelve patients (19.4%) did not respond to any of the
proposed treatments. Twenty-six patients (41.9%) reported
a partial improvement of symptoms; in ten of the patients
the improvement obtained was related to the attack
frequency, in two patients to the attack duration and in 14
patients to the pain intensity. In 14 (22.6%) records it was
not possible to obtain data regarding therapeutic
efficiency.
Table 3. Prophylactic Medication
Used Drug
Amitriptyline
Flunarizine
Sodium Valproate
Propranolol
Nortriptylin
Atenolol
Topiramate
Clorpromazin
Carbamazepine
Prednisone
Pizotifen
Oxcarbazepine
Lithium Carbonate
Number of patients (%)
44
19
17
12
11
06
03
03
02
02
02
01
01
(71.0)
(30.6)
(27.4)
(19.3)
(17.7)
(9.7)
(4.8)
(4.8)
(3.2)
(3.2)
(3.2)
(1.6)
(1.6)
79
PAULO HÉLIO MONZILLO ET AL
DISCUSSION
Although there are few reports refering to this type of
headache in the literature, the NDPH has been a part of
the IHS classification since 2004, included in group 4 Other primary headaches 1.
The major characteristic of the NDPH is that the
headaches are persistentfrom the onset. Although many
patients can't relate the initial symptoms to any cause, a
majority are able to pinpoint the start date, even though
time has past.
Some authors suggest that the initial headache occurs
in relation to temporal viral conditions, infections, extracranial surgeries or stressing life events.6,9,10,11,15 Li and
Rozen6 observed that more than 80% of the patients could
recallthe exact date of the initial symptoms and 54%
correlated the start of the symptoms to a precipitating event,
generally a flu type illness. Other authors go further, linking
these infectious conditions to the Influenzae9 virus or to the
Epstein-Baar7,8 virus with the intention of attributing the
NDPH to an infectious etiopathogenesis. This did not occur
in any of our cases. There was no (spontaneous) mention
suggesting viral infections at the time of the initial
symptoms.
More than half of the patients (56.5%) of our sample
were submitted to imaging and laboratory exams that
did little to contribute to the diagnostic elucidation. The
rest of the patients did not follow the investigation protocol
because they were refered to our clinic many years after
the start of symptoms (average of 5.9 years). Only in three
patients was it possible to link the start of the symptoms to
a putative causal factor.
In this analysis, we observed the predominance of
female NDPH, as previously shown by the Vanast report
and Li and Rozen's. In only one recent research study was
it reported that males had a preponderance of NDPH.
The IHS diagnostic criteria does not take into consideration
the disparity between males and females.2,6,11
In our study, the average age for the onset of NDPH
was 40.5 years, women had their initial headache
symptoms earlier than men, and this data is in accordance
with the literature.6 This demographic data is also not
mentioned in the IHS criteria. The majority of our patients
presented a headache localized bilaterally, which parallels
the observations by Li and Rozen, and Takase and cols.
They also described the pain bilateral in accordance with
the IHS criteria, although this is not obligatory.6,11,1
Pain referred to as pulsating was reported in 43.5%
of our sample. Various authors also consider this as the
80
most common related pain.5,6,11,12 We call attention to
the fact that this conflicts directly with the current IHS 2004
classification that describes the type of pain of NDPH as
being pressing or tightening but never pulsating.1
Nearly half the sample (46.8%) classified the intensity
of their attack as being strong but when combined with
those who refered to the pain as moderate, the amount
increases to 93.5%. Li and Rozen 6,5 had already
suggested as one of the diagnostic criteria of NDPH a
pain intensity variation between moderate and strong.
Therefore, we question the IHS criteria that refers to the
pain intensity of the NDPH as being mild, as fluctuations
can occur.1
In contradiction to the IHS 2004 criteria, 82.3% of
our patients presented similar migraine attacks as opposed
to CTTH, evidenced by the association of pain with:
nausea, photophobia and phonophobia, isolated or in
different combinations. These three symptoms were the
most relevant in our experience. Our results are in total
accordance with the literature.2,6, 9,12
Few reports in the literature make a recommendation
regarding the treatment of NDPH. Various therapeutic
strategies were used by the patients in our out-patient clinic
in monotherapy or in association. We observed clinical
improvements in 36 patients (58%) and complete
remission of pain symptoms in 10 patients (16.1%). That
percentage of partial and complete therapeutic response
is significant, considering the degree of the symptoms.
Vanast2 describes that a number of patients can improve
with medical therapy treatment, however, he emphasizes
that they may have difficulty accessing that treatment. Rozen
also reiterates the difficulty to define the best treatment
strategy for NDPH, emphasizing that succesful responses
occurred in a limited amount of patients with the use of
gabapentin and topiramate.13
CONCLUSION
For nearly two decades, publications are available
for this intriguing type of headache. Clinical and
demographic data involving large series of patients are
still lacking, not to mention a total non-acquaintance of
the etiopatogenesis of this entity. In this article, we
emphasize that the NDPH holds a clinical similarity with
migraines but cannot be confused with the CTTC, since
the latter is an evolution of the Tension-Type Headache
(TTH) according to the IHS 2004 diagnostic criteria.
There are relevant conflicts in the clinical aspects
observed in our sample research and in the literature,2,6,9,12
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.77-81, jul./ago./set. 2007
NEW DAILY-PERSISTENT HEADACHE AND INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY CRITERIA: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF 62 PATIENTS
when compared with the diagnostic criteria established
by IHS 2004 such as: pain intensity, pain quality and the
concomitant phenomena present in migraine attacks:
nausea, photophobia and phonophobia, in an isolated
way or in different combinations .
Therefore we suggest that the diagnostic criteria
established by IHS 2004 should be revised in the future.
Additional clinical characterization and pathophysiological
research must be stimulated in order to improve our
understanding of this particular entity.
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with gabapentin and topiramate. Headache. 2002;42:433.
Disclosure: The authors have reported no conflicts of interest
Recebido: 29/08/ 2007
Aceito: 31/08 2007
Endereço paa correspondência
Dr. Paulo H. Monzillo
Av. Albert Einstein, 627 room 1306
São Paulo-Brazil
Tel-55(11) 37473366; Fax: 55(11)- 37473530
E-mail: [email protected]
81
EDUCAÇÃO CONTINUADA
Pesquisa em cefaléias em um país pobre
Headache research in a developing country
Mario F. P. Peres1, Pedro André Kowacs2
Pesquisador do Instituto do Cérebro – Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa - Hospital Albert Einstein.
Professor de Neurologia - FMABC; 2Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/Hospital Ecoville,
Curitiba; Serviço de Neurologia do Departamento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR
1
Peres MFP, Kowacs PA. Pesquisa em cefaléias em um país pobre.
Migrâneas cefaléias 2007;10(3):82-85
RESUMO
Introduçã
Introdução. Comparativamente com países do primeiro mundo, a quantidade de pesquisas ainda é baixa no Brasil. Fazse necessário, portanto, discutir as causas desta disparidade.
Objetivos. Através de uma análise da situação atual, oferecer propostas. Métodos
Métodos. Análise crítica das dificuldades
em se realizar pesquisa no Brasil. Resultados. Dentre outros fatores, são identificadas e discutidas oito barreiras para
a realização de pesquisa no Brasil. Conclusões. Fazer pesquisa em um país pobre é uma tarefa difícil para qualquer
indivíduo. Falta de investimento governamental em ciência e
tecnologia, ausência de indústrias que apóiem pesquisa, carreira acadêmica deficitária são um dos motivos principais
que desafiam os pesquisadores. Neste artigo procuramos identificar as barreiras e ao mesmo tempo propor soluções para
melhorar a produtividade no nosso ambiente científico.
Palavras
alavras-- chave: Cefaléia no Brasil; pesquisa; ciênciometria;
planejamento.
ABSTRACT
Introduction. As compared to developed countries, the amount
of research in Brazil remains low. Being so, it is advisable to
discuss the reasons that justify this disparity. Objectives. By
using an analysis of the current situation, to offer proposals
for solving this problem. Methods: A critical analysis of the
several difficulties in doing research in Brazil. Results. Among
several factors, the author identifies and discusses eight main
barriers for doing research in Brazil. Conclusions. Doing
research in a developing country is a difficult task for any
researcher. Lack of governmental investment in science and
technology, a paucity of industries that support research and
a deficitary academic career are challenges to Brazilian
researchers. In this essay, we have tried to identify the barriers
to research in headache and to discuss the solutions to
enhance the scientific production in our country.
82
Key-words words: Headache in Brazil, research, research
measuring, planning.
INTRODUÇÃO
Fazer pesquisa em um país pobre é uma tarefa bastante árdua para qualquer indivíduo de qualquer que
seja a área da ciência. Não precisamos nos valer de
eufemismos, para nos chamarmos de país "emergente"
ou "em desenvolvimento", somos mesmo um país pobre.
Pobre de espírito, pobre nos recursos, pobre no exercício
da cidadania, economicamente atado às diversas ondas e ventos dos mercados internacionais. Ao mesmo
tempo somos paradoxalmente um país rico, de imensas
riquezas naturais, áreas para cultivo, grande potencial
energético, grande potencial de desenvolvimento humano, mas por enquanto só o potencial...
Talvez a nossa história explique o momento em que
vivemos hoje, de dependência tecnológica, cultural e científica. Fomos colonizados por portugueses, sempre
fomos assistencialistas, muito pouco inovadores, e a distribuição de renda desigual nos fez uma nação heterogênea, com um índice baixíssimo de produção científico-tecnológica.
Atualmente podemos ver que diversas barreiras afetam o nosso desenvolvimento científico. Para sabermos
o que está ocorrendo é importante sempre mensurarmos
o que fazemos. A cienciometria é uma área destinada a
toda sorte de índices, quantificações, toda maneira de
objetivar a quantificação da produção científica.1 NúMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.82-85, jul./ago./set. 2007
PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE
mero de artigos publicados, em revistas nacionais ou internacionais, em revistas indexadas ou não indexadas
(de vários tipos de indexações), de baixo, médio ou alto
impacto, é uma das formas de avaliar a nossa produção científica. Na área médica há diferentes níveis de
indexação, a do Science Citation Index (SCI), do Institute
for Scientific Information (ISI), publicado no Journal Citation
Reports (JCR), e também a base livre para consulta da
Medline, Pubmed.2 Porém outras bases de dados são
também valorizadas, no nosso ambiente as bases LILACS3
e Scielo (Scientific Electronic Library On-line)4 são um primeiro passo na trajetória de indexação de uma revista.
O índice de impacto da revista também é um fator
de interesse, e é calculado levando em conta o número
de citações recebidas pelos artigos publicados na revista
em um ano em revistas indexadas pelo ISI, dividinso-as
pelo número de trabalhos publicados pela revista nos
dois anos que antecederam ao considerado. Por exemplo, se uma revista publicou 100 artigos em 2004 e 2005,
e eles foram citados ao todo 50 vezes em 2006, o índice
de citação da revista em 2006 é de 0.5. Para se ter uma
idéia, o atual índice de citação da nossa revista
Cephalalgia é de 6.049, considerado excelente. Admite-se que um impacto acima de 1.0 é um índice razoavelmente bom para uma revista. Outro fator que conta
nesta análise é o tipo de revista, se é de cadeira básica
ou clínica, se é de subespecialidade ou mais generalista,
interfere neste contexto. Além do fator de impacto da
revista em que o artigo do autor considerado foi publicado, é importante avaliar quantas vezes este mesmo
artigo foi citado.5
Algumas bases de dados mostram especificamente
os índices de citação, com o Scopus,6 mas também bases de consulta pública como o Google scholar (ou acadêmico).7
Um índice interessante vem sendo considerado para
avaliar a produção científica, levando em conta o número de artigos publicados com o número equivalente
de citações, o fator ou índice H. Por exemplo, um pesquisador que tem 10 artigos publicados com, no mínimo, 10 citações tem um fator H de 10; para este indivíduo passar a ter um fator H de 11, ele precisa ter mais
um artigo publicado, mas que, no mínimo, tenha, como
todos os anteriores, 11 citações.8
Mas não é só produção de papers (artigos científicos) que contam; formação de mestres e doutores, outros tipos de produção tecnológica como patentes e, evidentemente, o tempo de carreira deve ser considerado e
ponderado em uma análise.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p..82-85, jul./ago./set. 2007
BARREIRAS PARA O PESQUISADOR DE
ÁREA POBRE
Não se trata de achar desculpas para a baixa
performance dos países pobres no mundo da ciência, e
sim de indentificar os problemas para podermos resolvêlos, superá-los. E até que se avaliarmos a qualidade e
quantidade das nossas pesquisas na área das cefaléias
notamos um incremento substancial, o Brasil não está
tão mal. Recentemente tivemos a publicação de um mini
suplemento na revista Headache, com cinco artigos de
brasileiros, ganhamos um editorial escrito pelo Marcelo
Bigal,9 descrevendo o destaque das pesquisas em cefaléia no Brasil,10-15 o grupo de artigos denominou-se
"Headache Medicine in Brazil". Sem dúvida que devemos ter orgulho desta conquista, mas vamos ter os pés
no chão, vamos analisar porque nós e outros países nas
mesmas condições não conseguem ir mais adiante. Vamos atrás das várias barreiras existentes e tentarmos soluções para elas.
Linguagem
A linguagem é a primeira barreira e uma das mais
importantes. A língua científica no mundo não é o Português, nem mesmo qualquer língua semelhante. Somos
todos escravos do Inglês. Já seria uma dificuldade exigirmos bom Português nos dias de hoje, com os exemplos que temos por aí... Escrever em bom Português depende de bom treinamento, de um esforço adicional.
Aprender a escrever inglês científico pode até ser mais
fácil que aprender a falar inglês, editores de texto, buscas no Pubmed, Google, auxiliam bastante. É incomparável o esforço de um americano para escrever um artigo com o de um pesquisador brasileiro.
Como podemos melhorar esta situação? O investimento pessoal e institucional tem que ocorrer nesta direção. Pagar uma tradução é a maneira mais simples, mas
a mais cara e demorada. Investir no treinamento de Inglês é uma chave para a carreira científica, como veremos a seguir; a importância de uma experiência no exterior pode ser crítica neste processo, mas a base escolar
e pré-graduação é fundamental. Uma boa base no Inglês pavimenta o caminho. Absorver os livros de editoração de texto, de como escrever um artigo científico
(em inglês) faz parte do treinamento.
Iniciação científica na graduação
A história toda começa mesmo no berço. Quantos
de nós tivemos a oportunidade de nos espelharmos em
83
MARIO F. P. PERES E PEDRO ANDRÉ KOWACS
professores na graduação, ou mesmo de poder participar de um programa de iniciação científica na graduação. Atualmente, quantos pesquisadores da área de
cefaléias tem alunos de iniciação científica? Quantas "ligas de cefaléia" que possam absorver o aluno de medicina existem nas faculdades do Brasil? Muito poucas. E
ainda pensando na educação médica na área das
cefaléias, quantas horas são destinadas a cefaléia no
curriculum médico? Certamente menos do que o médico
recém-formado precisa saber sobre o assunto.
O fomento de bolsas de iniciação científica existe
em programas como o PIBIC do CNPq, e também em
agências de fomento estaduais como a Fapesp, com
processo de submissão direta. Organizarmos para apoiar
a formação de novas ligas acadêmicas, ou incentivar
mesmo a petição de bolsas pelos programas já existentes é uma tarefo importante.
Publicação científica na residência médica
Outra etapa que poderia suprimir esta lacuna do
treinamento médico seria a residência médica. O especialista em cefaléia é de formação em neurologia, mas
dentro do programa de neurologia não há ênfase para
o estudo ou pesquisa das cefaléias, se no serviço de neurologia tiver um ambulatório ou setor estruturado para
atendimento das cefaléias sorte do residente.
Escrever um artigo não é uma obrigatoriedade para
o residente, ele pode se formar sem sequer uma publicação em revista de qualquer qualidade. Não exigimos
nem promovemos aos residentes uma formação científica adequada, fica este papel para a pós-graduação,
tempo perdido. Em três anos de residência o médico
poderia escrever ou aprender a escrever uma revisão,
um relato de caso, e até mesmo fazer um estudo clínico,
com todas as suas etapas.
Escassez de programas de pós-graduação
O que seria o principal mecanismo de alavanca da
produção, a pós-graduação, está restrita aos grandes
centros no Brasil. O indivíduo com interesse em pesquisa
em cefaléia deve se direcionar a um grande centro, hoje
no Brasil há pós-graduação bem estruturada em neurologia com orientadores capacitados em cefaléias apenas na região sul-sudeste, com exceção do programa
de pós-graduação em Recife, Pernambuco.
Como avançar neste sentido? Formando mais doutores, e estes doutores formando seus alunos, e descentralizando os programas de pós-graduação. Um esforço de equilibrar a má-distribuição de especialistas, ob84
servada em estudo recente sobre os nossos colegas na
área das cefaléias, se torna imperativo.
Carreira acadêmica
Infelizmente, a carreira acadêmica é desvalorizada
no Brasil, o professor universitário é sucateado, ganha
mal, não há uma política decente para a carreira acadêmica em nosso meio. Não que seja perfeita também
fora do país, há problemas em quase todos os cantos
do planeta, mas aqui estamos longe de uma carreira
atraente para o jovem pesquisador. Programas de apoio
e fomento de jovens doutores e captação de "cérebros"
Brasileiros no exterior não surtem muito efeito. Um médico termina tendo que dar os seus árduos plantões noturnos e de fim de semana para complementar uma renda
digna. E o tempo para escrever, pesquisar, para se dedicar a carreira acadêmica? Fica para os apaixonados,
que se nutrem do entusiasmo da pesquisa para dedicar
o seu precioso tempo, e contando com o diletantismo,
pois é preciso abrir mão do lado financeiro para se dedicar à pesquisa.
Como sair deste nó? Investimento pesado na carreira acadêmica, realmente atrair novos talentos para a
pesquisa, tornando a universidade mais leve, turnover
de profissionais e professores mais rápido, garantia e
ao mesmo tempo incentivo à produção científica, ou seja,
dar mais a quem faz mais.
Experiência no exterior
A experiência no exterior não é uma condição absoluta para se formar um bom pesquisador, mas se for
possível, torna-se de substancial importância, de preferência em um país de língua inglesa, ou se não for, que
seja um serviço de muita penetração científica, pois o
pesquisador poderá se colocar em um nível de produtividade acima do que costumamos ter no nosso ambiente. Estar em um centro de alta produção cinetífica "contamina" o pesquisador, a própria concorrência, competitividade, faz com que a pessoa se estimule. Não precisa dizer que o tempo de dedicação a pesquisa quando
se está estagiando no exterior é muito maior do que a
que se permite aqui.
Com um estágio fora aprende-se em muitos aspectos. Experiência de vida pessoal, até familiar caso esposa e filhos acompanhem, além da bagagem cultural, da
quebra da barreira da linguagem (depende do tempo e
da performance), permitindo ao pesquisador contatos
que, em geral, rendem aberturas de cooperação científica, e de uma circulação e exposição maior. As bolsas
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.82-85, jul./ago./set. 2007
PESQUISA EM CEFALÉIAS EM UM PAÍS POBRE
são escassas, Fapesp, Capes, CNPq financiam programas de doutorado sanduíche ou pós-doutorado; mesmo que não consiga, vale tentar as bolsas de instituições
internacionais e até mesmo considerar fazer um investimento pessoal.
O mundo das publicações nas revistas:
artigos de brasileiros são rejeitados?
As revistas melhor indexadas são mais difíceis de se
publicar, portanto, o índice de rejeição é maior. O complexo de vira-lata brasileiro sempre nos puxa para baixo, costumamos pôr a culpa dos nossos insucessos no
preconceito que possam as revistas ter contra os brasileiros. Não é bem assim. Não escrevemos bem Inglês, não
temos grandes contatos (os editores e revisores das revistas não nos conhecem), não somos líderes de opinião
internacionais, não fazemos em muitos casos pesquisas
de alta qualidade, é natural que nosso índice de rejeição em revistas seja alto. Para uma boa publicação temos que vencer todas estas barreiras, realmente um artigo de um brasileiro em uma boa revista deveria ser mais
valorizado.
Interfere muito no índice de rejeição a estratégia de
publicação, se tentar-se uma revista melhor indexada, a
chance de recusa é maior, porém se não tentarmos as
revistas melhores, nunca teremos artigos publicados nelas! Não custa tentar.
Escassez de recursos
Existe, como sabemos, pouco dinheiro para pesquisa no Brasil. Poucos são os estudos clínicos internacionais que poderiam nos ajudar a integrar mais pessoas
nas equipes de pesquisa, formar mais pessoal técnico,
aparelhar melhor nos centros de pesquisa.
As agências de fomento no Brasil apóiam boas propostas de pesquisa, mas esbarramos sempre no material humano, consegue-se a dedicação de um jovem pesquisador, interessado em pesquisa, mas a procura de
titulação e que numa fase inicial da carreira aceita "investir" em uma bolsa de pesquisa (se tiver sorte de conseguir uma!). Em São Paulo a Fapesp fomenta pesquisas
de bom nível e, se tiver mérito, o projeto é aprovado,
pode-se ter alguma restrição de orçamento, mas há boa
possibilidade para um processo de submissão. O ministério da ciencia e tecnologia (MCT), através do CNPq
publica editais que comportam determinadas áreas, e
qualquer pesquisador de qualquer região do Brasil pode
submeter (pode haver restrições para titulação). Neste
tópico, ficamos à revelia da situação econômica do nosMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p..82-85, jul./ago./set. 2007
so país, infelizmente sem muita perspectiva de melhora,
só para exemplificar, investimos na educação apenas
10% do que pagamos de juros por ano!
A ausência de uma política séria e eficaz de desenvolvimento científico faz poucos jovens doutores e pesquisadores, e entramos num círculo vicioso, porém precisamos de muita clareza para identificar os pontos necessários a serem ajustados, as barreiras a serem superadas, para quebrarmos este ciclo e entrarmos num ciclo
virtuoso, e conseguirmos desenvolver com mais força a
nossa área.
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Recebido: 01/09/2007
Aceito: 06/09/2007
Endereço para correspondência
Dr. Mario F. P. Peres
Al. Joaquim Eugenio de Lima, 881 cj 708
01403-001 - São Paulo-SP
E-mail: [email protected]
85
IMAGEM EM CEFALÉIA
Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou
secundária?
Choroid plexus papilloma: primary or secondary headache?
Antônio Marcos da Silva Catharino,1,2,3 Fernanda Martins Coelho Catharino,1
Jorgete Haidar Sessim David Cosendey,2 Valéria Camargo Silveira,1,2 Carlos Henrique Melo Reis1,2
Hospital Geral de Nova Iguaçu, 2Universidade Iguaçu, 3Ambulatório de Cefaléias – HUGG-UniRio
1
Catharino AMS, Catharino FMC, Cosendey JHSD, Silveira VC, Reis CHM
Papiloma de plexo coróide: cefaléia primária ou secundária?
Migrâneas cefaléias 2007;10(3):86-87
RELATO DO CASO
Paciente com 47 anos, sexo feminino, queixa-se
de cefaléia pulsátil, esporadicamente em aperto,
hemicraniana, sempre à direita, de moderada intensidade, ocorrendo uma vez ao mês com duração de sete
dias, acompanhada de tontura e, eventualmente, por
vômitos. Não havia relato de foto e/ou fonofobia,
lacrimejamento, ou outros sintomas autonômicos. O
quadro teve início havia aproximadamente seis meses,
mantendo-se constante desde então. As crises não eram
desencadeadas ou agravadas por esforço, tosse ou
movimentação da cabeça. Não havia relato de despertares noturnos pela dor. O exame neurológico revelava hipoacusia sensorial à direita, porém não apresentava outras alterações objetivas e não havia edema
de papila óptica.
Havia história pregressa de hérnia de disco lombar e, na história familiar, referia uma filha com cefaléia.
A paciente foi orientada a utilizar antiinflamatórios
não esteroidais para as crises e foi iniciado o tratamento profilático com amitriptilina 25mg à noite, com redução da freqüência e intensidade das crises.
Foram solicitadas audiometria e tomografia
computadorizada (TC) de crânio. A TC de crânio (Figura
1) revelou lesão expansiva densa, captante de contraste,
localizada no plexo coróide do ventrículo lateral direito,
sem outras alterações. A audiometria demonstrou leve
perda auditiva neurossensorial no ouvido direito.
86
O estudo tomográfico foi complementado com
ressonância magnética (RM) de crânio (Figura 2) que
revelou lesão ovalar com sinal semelhante ao córtex e
intenso realce após contraste, no interior do átrio/corno
posterior de ventrículo lateral direito, sugestiva de
papiloma de plexo coróide.
A paciente foi submetida à avaliação pela equipe
de neurocirurgia, que indicou a ressecção do tumor, e
aguarda procedimento cirúrgico.
DISCUSSÃO
A cefaléia é uma queixa extremamente freqüente
na população geral sendo na grande maioria das vezes uma condição primária. No entanto, pode ser um
sintoma secundário a diferentes condições, entre elas
as neoplasias intracranianas, cuja incidência fica em
torno de 1% dos pacientes que procuram clínicas de
cefaléia.1
Cerca de 40% a 53% dos pacientes com tumor
cerebral apresentam cefaléia, surgindo como primeira manifestação em aproximadamente 16% dos casos.1,2,3 Os tumores de plexo coróide são raros e freqüentemente afetam crianças, com predominância no
sexo feminino e localização preferencial nos ventrículos
laterais; geralmente se manifesta com hipertensão intracraniana.4,5
No caso relatado, apesar de algumas características, como a ausência de sinais de hipertensão intraMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.86-87, jul./ago./set. 2007
PAPILOMA DE PLEXO CORÓIDE: CEFALÉIA PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA?
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Recebido: 23/07/2007
Aceito: 25/07/2007
Endereço para correspondência
Dr. Antonio Marcos da Silva Catharino
Travessa Capitão Zeferino, nº 56 - Apto. 803
24220-230 - Icaraí - Niterói/RJ
E-mail: [email protected]
Figura 2. RM de crânio – A (FLAIR) e B (T1) = Corte horizontal;
C = Corte sagital; D = Corte coronal
craniana, a boa resposta ao tratamento clínico e a
ausência de alterações no exame neurológico indicarem uma natureza primária, a cefaléia apresentada pela
paciente não preenche, de forma inequívoca, os critérios da IHS para uma cefaléia primária.
Por outro lado existem características que poderiam sugerir uma natureza secundária, como a unilateralidade (sempre à direita) e a idade de início dos
sintomas, porém ainda faltam indícios que corroborem
a relação de nexo causal entre a cefaléia e a lesão
tumoral encontrada. Sendo assim, colocamos em discussão a etiologia desta cefaléia: ela seria primária ou
secundária?
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.86-87, jul./ago./set. 2007
87
HOMENAGEM
Professor Wilson Farias da Silva - Um baluarte
da Cefaliatria brasileira
Wilson de Farias, a bastion of the study of headache in Brazil
Marcelo M. Valença1, Joaquim Costa Neto2
1
Professor Associado, Serviço de Neurologia e Neurocirurgia, Departamento de Neuropsiquiatria,
Universidade Federal de Pernambuco
2
Professor Assistente, Serviço de Neurologia, Universidade de Pernambuco
Valença MM, Costa Neto J. Professor Wilson Farias da Silva – Um baluarte da Cefaliatria
brasileira. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):88-93
Em meados do ano passado, Pedro André Kowacs,
editor da Migrâneas & Cefaléias, dividindo a idéia com
Paulo Hélio Monzillo e Carlos Alberto Bordini, propôs homenagear grandes nomes da cefaliatria brasileira – Edgard
Raffaelli Júnior, Wilson Farias da Silva (Fig. 1), Eliova
Zuckerman e Wilson Luiz Sanvito – fundadores da cefaliatria
nacional. Na ocasião, expressaram-nos a vontade de
publicar uma edição semelhante ao Festschrift1 dedicado
ao Jes Olesen, em homenagem oferecida pela
International Headache Society. Infelizmente, Edgard
Raffaelli Júnior, um dos fundadores da International
Headache Society, em 1980, faleceu em dezembro de
2006, antes do merecido tributo. O cefaliatra Raimundo
Pereira da Silva Neto publicou recentemente2 um artigo
sobre a vida e a obra do dr. Raffaelli Júnior, cabendo-nos
a honrosa e nobre missão de escrever similar artigo acerca da trajetória científico-acadêmica de outro pioneiro da
cefaliatria brasileira – o Professor Wilson Farias da Silva.
Inicialmente comentamos o histórico momento de
festa e reconhecimento acadêmico, quando a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) outorgou o mais
alto título acadêmico – o de Professor Emérito – ao Pro–
fessor Wilson Farias da Silva (Fig. 2) – título conferido a
professores aposentados que se distinguiram no exercício da atividade acadêmica pelos relevantes serviços à
Ciência e à Instituição. Muito provavelmente, o Professor Wilson é o único cefaliatra brasileiro vivo que possui
título de tão elevado quilate.
88
Figura 1. Professores Wilson Farias da Silva (terceiro da direita para
a esquerda) e Edgard Raffaelli Júnior (sentado) entre cefaliatras e
neurologistas pernambucanos durante um evento na UFPE em 2005.
Figura 2. O Professor Wilson Farias da Silva recebendo o título de
Professor Emérito do Reitor da UFPE Professor Amaro Lins, em 2007.
A palavra emérito tem origem latina: emeritu, significando jubilado, muito versado em uma ciência ou arte;
sábio. Ainda perscrutando o sentido desse termo, enMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007
contramos uma curiosidade histórica: na Roma Antiga,
Tacitus usou-a para designar os soldados que encerraram a vida de batalhas, não porque nelas morreram
mas por a elas retornarem, ininterruptamente e sempre
que necessário, destacando-se, e indefectivelmente bemsucedidos. O Professor Wilson, chamado por alguns de
"Farias", sábio excepcional, destemido vencedor e guerreiro da ciência e do ensino, encetou incansavelmente
inúmeras e vitoriosas batalhas, na luta por nossa universidade e pela Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Contemplaremos uma trajetória de vida no melhor
estilo da ciência médica brasileira e lhe enfatizaremos as
excepcionais qualidades de mestre e de ser humano:
Líder inconteste, chefe querido, amigo leal, brilhante
clínico, inovador, talentoso, rigoroso nas pesquisas, generoso para com os mais novos ávidos de saber, dotado de espírito ímpar, sua presença faz-se constante
porquanto imprescindível nos ambulatórios do Hospital
das Clínicas, nas salas de aula, nos Congressos de
Cefaléia.
Em 20 de agosto de 1933, nasceu na cidade baiana
de Nazaré, terra da capoeira. Mudou-se para o Recife
aos 2 anos de idade. Cursou o ginasial e o científico no
Colégio Nóbrega, de 1945 até 1951. Ingressou em
1952 no Curso Médico da então Faculdade de Medicina da Universidade do Recife (hoje chamada Universidade Federal de Pernambuco), concluindo-o em dezembro de 1957. Ainda recém-formado, associou-se ao
Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Pedro
II da UFPE.
Como Guilherme Piso, José Corrêia Picanço, Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, Ulysses Pernambucano
de Melo Sobrinho, Jarbas Pernambucano de Melo e
Manoel Caetano Escobar de Barros, o Professor Wilson
Farias da Silva integra essa plêiade de sete ilustres
pernambucanos que muito contribuíram para a Medicina e, em particular, para a Neurologia do Brasil. São
todos verdadeiramente pernambucanos, de nascimento
ou por adoção deste nosso estado, de tão glorioso passado.
Impossível contemplar a vida acadêmica e científica do Professor Wilson sem folhear um pouco o livro da
história da Neurologia e Neurocirurgia em Pernambuco,3
por ser ele, nela, atuante personagem nos últimos 50
anos.
Ainda no século 17, durante o período da ocupação holandesa, a então Capitania de Pernambuco tornou-se o espaço onde se realizaram os primeiros trabalhos de pesquisa científica no Brasil, de autoria dos natuMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007
ralistas Guilherme Piso (médico da colônia batava) e
George Marcgraf. Foi Octávio de Freitas quem cognominou Piso como o mais antigo médico e naturalista que
possuímos. Em sua obra estão descritas as doenças daquela época em Pernambuco, vislumbrando o Recife
como o berço inconteste da medicina brasileira. O primeiro livro brasileiro sobre medicina, e provavelmente,
das Américas, foi De Medicina Brasiliensi, publicado por
Piso e editado em Amsterdã, em 1648.
A participação de pernambucanos no ensino médico e na criação das especialidades de Neurologia e
de Neurocirurgia é surpreendente. Foi um pernambucano de Goiana, José Corrêia Picanço, o fundador
do ensino médico no Brasil. Como era médico da corte
real, influenciou D. João VI na criação das duas primeiras escolas de medicina (na Bahia e no Rio de Janeiro), em 1808.
Outro pernambucano ilustre, o Prof. Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, nascido no Recife, é considerado
o "pai da Neurologia Brasileira". Em 1912, assumia a
cátedra de Neurologia, criada pela primeira vez no Brasil como disciplina independente, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O Prof. Antônio Austregésilo
também contribuiu de maneira fundamental na criação
da especialidade em Neurocirurgia no Brasil, sendo por
isso considerado o estimulador e o pai espiritual da
Neurocirurgia no País.
Muitos foram os que se destacaram na área da
Neuropsiquiatria em Pernambuco na primeira metade do
século XX, porém a figura do Prof. Ulysses Pernambucano
de Melo Sobrinho foi o destaque maior. Ocupou a cadeira de Semiologia Neuropsiquiátrica, na outrora denominada Faculdade de Medicina do Recife, quando
Manoel Gouveia de Barros era catedrático de Neurologia e Alcides d'Ávila Codeceira da cadeira de Psiquiatria. Após a morte de Manuel Gouveia de Barros, Ulysses
Pernambucano assumiu a respectiva cadeira, tornandose o criador, em 1938, da revista Neurobiologia, a mais
antiga na área neuropsiquiátrica em circulação na América Latina.
Sucedendo Ulysses Pernambucano, o filho, Jarbas
Pernambucano de Melo, foi aprovado em concurso com
a tese Estudo anatomoclínico das atrofias cerebelares e,
já insigne mestre, criou a Clínica Neurológica da Enfermaria São Miguel do Hospital D. Pedro II. Após sua morte,
em 1958, Manoel Caetano Escobar de Barros, um ano
após, faz concurso para a cátedra de Neurologia com a
tese Contribuição ao estudo da impressão basilar associado à malformação de Arnold-Chiari.
89
MARCELO M. VALENÇA E JOAQUIM COSTA NETO
Outro respeitável nome há que ser lembrado: José
Alberto Maia. Faleceu prematuramente, em 1962, vítima de acidente automobilístico. Graduara-se em medicina em 1947. Foi chefe de clínica em 1955, a convite
do Professor Jarbas Pernambucano e, em 1959, conquistou o título de livre-docente com a tese Discopatias
cervicais. Um ano antes, o Professor Wilson iniciava as
atividades na Clínica Neurológica e Neurocirúrgica da
mesma faculdade, em 1958, sob os auspícios de José
Alberto Maia, passando a instrutor de ensino superior
entre 1962 e 1967.
Em 1989, Wilson Farias da Silva passa a ser Professor Titular, com a tese Estudo comparativo entre aspectos
clínicos da enxaqueca clássica e comum. Ele já defendera, em 1974, a tese de docência-Livre: Contribuição ao
estudo dos eletroencefalogramas intercríticos nas cefaléias
vasculares. Grande cefaliatra, como todos sabemos, esse
mestre tem extensa produção científica,4-129 com publicação de vários livros na área da Cefaliatria, entre os
quais se encontra o primeiro livro de cefaléia editado no
Brasil, em 1988.117
Seu principal traço de personalidade é a obstinação pelo fazer e escrever. Honesto nas crenças, apaixonado pela pesquisa, defende a verdade com veemência.
Em 1964, colaborando com grandes nomes da
Neurologia do estado – Salustiano Lins, Mussa Hazin,
Manoel Caetano de Barros e Luiz Ataíde –, dá a público
os primeiros quatro artigos originais, em Neurologia, dos
mais de cem trabalhos editados e levados a conhecimento posteriormente, em revistas especializadas nacionais e internacionais. Ainda em 1968, em colaboração
com o Professor Manoel Caetano de Barros e outros,
publica no Journal of Neurology, Neurosurgery, and
Psychiatry127 que 28% dos 66 pacientes com malformação de Arnold-Chiari apresentavam crises de cefaléia
associadas aos esforços físicos, tosse, gargalhada e espirro. Foi, assim, um dos primeiros a alertar sobre a
possibilidade da cefaléia da manobra de Valsalva estar
intimamente relacionada com a malformação de Chiari
tipo I - fato comentado na nova Classificação Internacional das Cefaléias, 2ª Edição (2004), quando 40% dos
casos de cefaléia da tosse (4.2) ocorrem em pacientes
com essa malformação.
Na vivência médico-acadêmica interagiu ativamente
com outros neurologistas pernambucanos, como Alcides
Codeceira Júnior, José Grimberg, Marco Otávio Saraiva
Valença, Fernando Maurício de Melo Travassos, Ana
Maria Campos van der Linden, Guilherme Montenegro
90
Abath, Glerystone Holanda, Maria Eunice Coelho, Gildo
Benício, Alex Caetano de Barros, Hildo Rocha Cirne de
Azevedo Filho, Waldmiro Antônio Diegues Serva, Joaquim Costa Neto e Gilson Edmar Gonçalves e Silva, citando apenas alguns nomes dessa grandiosa Academia
de Neurociências de Pernambuco, com os quais o Professor Wilson Farias divide a co-autoria de muitos artigos científicos.
A partir de 1974, encanta-se com o estudo das
cefaléias! Em um encontro realizado em 1976, na cidade de Salvador, nasce a idéia de criar a Sociedade Brasileira de Cefaléia, com os amigos Edgard Raffaelli Júnior
e Gilberto Rebello de Mattos, o que aconteceu oficialmente em 1978, com o nome de Sociedade Brasileira
de Cefaléia e Enxaqueca. Assim, foi membro fundador
da Sociedade Brasileira de Cefaléia, entidade hoje de
renome internacional, figurando entre as três maiores no
mundo.130 Em 1979, levava a efeito o I Congresso Brasileiro de Cefaléia em São Paulo. Em 1981, o Professor
Wilson presidiu o II Congresso Brasileiro de Cefaléia,
dessa feita em Recife. Foi também presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia, de 1982 até 1986.
O Professor José Geraldo Speciali, da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto-USP, quando participava
em uma banca examinadora durante a defesa da tese
de doutorado do cefaliatra Marcelo E. Bigal, falou, em
tom de elogio, que o Professor Farias era muito "nacionalista": preferia publicar artigos científicos em revistas
brasileiras. Se os publicasse na versão inglesa e em jornais internacionais, certamente seria reconhecido mundialmente como um dos grandes cefaliatras clínicos da
atualidade, graças à riqueza dos aspectos clínicos das
cefaléias primárias estudadas e descritas por ele.
Foi, ainda, diretor técnico do Hospital das Clínicas
da UFPE, de 1984 até 1989. Marcante fez-se-lhe o desempenho no tratamento de recursos humanos, participando na formação de inúmeros neurologistas e orientando teses acadêmicas.
Aposentou-se em 1992. No entanto, ainda coordena e mantém ativa a Clínica de Cefaléia do Hospital
das Clínicas-UFPE.
O Professor Wilson Farias da Silva é, sem dúvida,
um dos grandes especialistas em cefaléia vivos que ainda
mantém, após mais de 30 anos de atendimento especializado em cefaléia, atividades de ensino e pesquisa.
A vida nos deu a especial benção de poder conhecer esse grande Professor de Neurologia, razão de tornar extremamente profícua a nossa experiência profissional. Há vários anos, a Sociedade Brasileira de Cefaléia,
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 88-93, jul./ago./set. 2007
PROFESSOR WILSON FARIAS DA SILVA - UM BALUARTE DA CEFALIATRIA BRASILEIRA
reconhecendo-lhe o mérito e a fundamental participação na criação e crescimento da mesma, oferece anualmente um prêmio com o seu nome: Prêmio Professor
Wilson Farias da Silva.
A amizade, o desprendimento, o contagiante entusiasmo que o caracterizam têm servido de modelo e estímulo para todos nós - docentes e discentes.
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Recebido: 28/08/2007
Aceito: 05/09/2007
Endereço para correspondência
Dr. Marcelo Moraes Valença
Departamento de Neuropsiquiatria
Universidade Federal de Pernambuco - Cidade Universitária
50670-420 - Recife - Brasil
[email protected]
93
VOCÊ LEU?
Harry Potter, mágica e cefaléia
Harry Potter, sorcery, and headache
Maurice Vincent
Professor adjunto. Faculdade de Medicina da UFRJ. Serviço de Neurologia (Department of neurology)
Vincent M. Harry Potter, mágica e cefaléia. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):94-97
Se nem os bruxos escapam, o que esperar da humanidade sem superpoderes? Quem rasga o céu em emocionantes partidas de quidditch poderia, pelo menos em teoria, controlar a fúria de impulsos nervosos anormais no córtex predisposto dos enxaquecosos e suas conseqüências neurovasculares? Bem, aparentemente, não. Harry Potter, sim, o
próprio, tem cefaléias desde os 11 anos. Isto está de acordo
com a prevalência (um ano) de cefaléias entre 7 e 15 anos:
3,6% a 12%, como revisto cuidadosamente por Fred Sheftell
no número de junho da revista Headache.1 Embora suas
cefaléias tenham algo de psicogênico, como bem salienta
Sheftell ao mencionar um diálogo entre Dumbledore e Fudge,
a análise pormenorizada de todas as nove descrições de episódios de cefaléia nos seis livros da série publicados até então, de acordo com os critérios diagnósticos vigentes da Sociedade Internacional de Cefaléias, sugere que Potter sofre
de enxaqueca sem aura. E conclui sabiamente Fred em seu
artigo: "Cefaléias não precisam ser necessariamente uma
maldição para magos e pessoas comuns . Elas podem melhorar por meio da pesquisa, para que sejam compreendidas
melhor, e por meio da educação, para que possam ser manejadas melhor".
"Stupefy!" Se pudéssemos eliminar dores assim… Embora ambos, médicos e a população em geral, estejam ansiosos pela medicação mágica, que elimina definitivamente
qualquer cefaléia sem qualquer efeito colateral, esta não está
disponível nem aqui, tampouco em Hogwarts. Isto não impede, porém, que se continue a buscar agentes que, embora
ainda não possam se aproximar do sobrenatural, representem novas opções terapêuticas para uma doença que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Interessante perspectiva para o futuro parece representar os antagonistas de
receptor de "calcinonin gene-related peptide", o CGRP.2
Este foi o assunto da última sessão Você leu?, na excelente revisão pelo Dr. Piovesan. De fato, o interesse por tal
94
peptídeo, o mais potente vasodilatador conhecido, cresceu
na área das cefaléias quando ele foi identificado em maior
concentração no sangue retirado da veia jugular do mesmo
lado da dor em pacientes com enxaqueca.3,4 Com 37 aminoácidos, codificado no mesmo gene da calcitonina,5,6 o
CGRP coexiste com a substância P (SP) e outros neurotransmissores em fibras sensitivas, incluindo ramos do trigêmeo, e
induz intensa vasodilatação.7,8 Seus efeitos, no que se refere
à vasodilatação, quando comparados aos efeitos da SP, são
mais lentos, prolongados e intensos.9,10
O CGRP constitui um marcador da ativação trigeminal
durante a crise de enxaqueca. Antagonizá-lo parece uma
estratégia anti-enxaqueca lógica. O BIBN409611 foi o primeiro antagonista que se mostrou eficaz contra crises da
doença.12 O Olcegepant é um inibidor de receptor CGRP1,
desenvolvido para uso parenteral, que se mostrou eficaz com
poucos efeitos adversos.13 Evidentemente, um medicamento
assim precisa ser administrado por via oral. Estudos fase 2
com o MK-0974, um antagonista administrado por via oral,
demonstrou eficiência em duas horas no controle de crises
de enxaqueca, com resposta mantida por 24 horas (Ho T.
Efficacy and tolerability of a novel, oral CGRP antagonist,
MK-0974, in the acute treatment of migraine. Scientific Session
6: Developments and the Future of Treatments (acute and
preventive). Apresentado no 3º Congresso Internacional de
Cefaléia, Estocolmo, 1 de Julho de 2007). Se a solução mágica ainda está distante, pelo menos uma nova maneira de
combater esta doença pode estar no antagonismo à molécula do CGRP.
Medo têm os pacientes de duas entidades quando sofrem de cefaléias intensas: Tumor cerebral e aneurisma. Entretanto, pouco doem os aneurismas salvo quando do
sangramento subaracnóide, e não é verdade que a maioria
dos indivíduos com processos expansivos intracranianos sofrem de dores de cabeça. Analisando 111 pacientes com
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 94-97, jul./ago./set. 2007
HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA
tumores cerebrais, Forsyth e Posner encontraram cefaléias em
menos da metade.14 Segundo estes autores, a cefaléia foi
semelhante à cefaléia do tipo tensão em 77%, lembrando
enxaqueca em 9%. Concluíram também que a clássica
cefaléia matutina, característica dos tumores cerebrais, é na
verdade infrequente.
Schankin et al. estudaram 85 pacientes com tumores
cerebrais.15 Como bem salientam em seu artigo recente, não
há explicação sobre como cefaléias secundárias a tumores
são relacionadas às cefaléias primárias. Pacientes com tumores cerebrais que certamente produziram tração de estruturas intracranianas sensíveis à dor, bem como hipertensão
intracraniana, podem não sofrer cefaléia em qualquer momento da sua evolução.16 Diferentemente de Forsyth, Schankin
et al. encontraram cefaléias em 60% dos casos de tumor
cerebral.15 Apenas 2% tiveram a cefaléia como sintoma isolado. Interessante notar que a presença de cefaléia secundária foi significativamente relacionada à história familiar de
cefaléia e cefaléia pré-existente (ambos com p<0.01). Pacientes com tumores cerebrais e hipertensos, em uso de ßbloqueadores, tiveram menos cefaléia (p=0.03). No que se
refere à evolução, 82.5% disseram que a cefaléia mudou
com o aparecimento do tumor. A cefaléia tende a ser moderada, uni ou bilateral, pulsátil em 16%. Os dados desde e de
outros trabalhos mostram que, de fato, cefaléia intensa e isolada não deve corresponder à presença de tumor intracraniano, ao contrário do que imagina a maioria da população.
Recentemente tem sido alvo de atenção para tratamento
de diferentes cefaléias o nervo occipital maior (NOM), prolongamento sensitivo natural da raiz C2. Antigamente, porém, o NOM foi alvo de procedimentos anestésicos e cirúrgicos para redução de cefaléias de vários tipos, sobretudo
cefaléia cervicogênica.17 Hoje, a mesma estrutura é estimulada ao invés de inibida. Há relatos sugerindo que o implante de estimuladores no nervo occipital maior pode ser benéfico para o tratamento de algumas cefaléias.18,19 Oito pacientes (sete homens e uma mulher) com cefaléia em salvas
intratável foram submetidos a implante de eletrodo suboccipital
para estímulo do nervo occipital, com follow-up médio de 20
meses.18 Neste trabalho, seis dos oito indivíduos disseram ter
havido melhora das suas crises, dois deles em 90%. O efeito
não foi imediato, melhorando progressivamente ao longo do
tempo. Para casos particularmente difíceis, esta alternativa
pode se mostrar útil tendo em vista a sua relativa facilidade e
maior segurança quando comparada à estimulação profunda hipotalâmica posterior.20-22
Uma das expressões que talvez venham a se popularizar no estudo das cefaléias é "WAD", ou "Whiplash Associated
Disorders". Esta é uma das áreas da neurologia onde há
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007
muita controvérsia, com toda certeza. Os interessantes trabalhos publicados pela colaboração entre a Noruega e a
Lituânia23,24 sugerem claramente que a cefaléia pós-whiplash
– lesão em chicote com movimentação cervical súbita geralmente por acidente automobilístico – tende a ocorrer muito
mais freqüente e importantemente num contexto onde compensação financeira para as vítimas é relativamente mais disponível. Isto sugere que aspectos médico-legais também seriam determinantes no desenvolvimento das WADs. No último número do The Journal of Clinical Pain, Holm et al. publicaram um estudo a respeito da influência de fatores socioeconômicos nas WADs.25 Confirmando trabalho dos mesmos autores realizado no Canadá e publicado na Spine em
2006, este artigo demonstra que, também na Suécia, WADs
podem ser influenciados por baixo nível educacional, dor
cervical anterior, cefaléia anterior, baixa condição de saúde
prévia, não se lembrar da posição da cabeça no momento
do acidente ou ter a cabeça virada neste momento e capotamento. Entretanto, há alguns problemas metodológicos muito
importantes neste trabalho. Primeiro, os participantes foram
selecionados entre pessoas que procuraram empresas de seguros para pleitear compensação financeira pelo acidente.
Isto, teoricamente, significa um viés de seleção. Ademais,
foram enviados questionários para os participantes, que podiam enviar as respostas ou não. Os que enviaram as respostas são, provavelmente, os mais afetados, ou os que eram
mais interessados no recebimento do seguro. Concluindo, o
tema WAD é complexo e requer dos médicos todo o cuidado
e atenção.
Estará Hogwarts localizada em montanha elevada? Não
encontrei nenhuma referência à sua geografia ou altitude na
Escócia mas, afinal, sendo a escola que é, a altitude, provavelmente, é variável… Fosse ela em localização constantemente elevada, esta poderia ser uma das causas das dores
de Potter. Dentre os sintomas da chamada "Acute Mountain
Sickness" (AMS), a cefaléia é o mais comum.26 Este tema foi
assunto de um artigo recente de Luis Paulo Queiroz e Alan
Rapoport.27 Em seu artigo na Cephalalgia, Jafarian et al.
relatam o efeito da gabapentina em baixas doses no tratamento da cefaléia relacionada à altitude.28 Estudando 24 pacientes adultos que se hospedaram em um hotel a 3.500 m de
altitude, estes autores encontraram tendência à superioridade
da gabapentina (300 mg) em relação ao placebo. Eles também sugerem que a combinação gabapentina + ibuprofeno
seria melhor que os medicamentos isolados. Estes dados requerem confirmação, e abrem a possibilidade de uma nova
linha de investigação e tratamento para a AMS.
Uma de minhas pacientes enxaquecosas recentemente
disse à consulta: "Doutor, quanto tenho enxaqueca, eu sei o
que cada andar do meu prédio está cozinhando". Nas suas
95
MAURICE VINCENT
próprias palavras, ela contou como a hipersensibilidade olfativa característica da enxaqueca pode fazê-la perceber com
muito mais nitidez os odores dos pratos preparados por todos os seus vizinhos. A osmofobia na enxaqueca foi assunto do artigo recente de Zanchin et al.29 Neste minucioso
trabalho, 1.005 pacientes osmofóbicos com enxaqueca ou
cefaléia do tipo-tensão (14 a 71 anos de idade, 772 mulheres), 43% dos enxaquecosos referiram osmofobia (enxaqueca com aura: 38,5%; enxaqueca sem aura: 43,9%). Entre
198 pacientes com cefaléia do tipo-tensão episódica, nenhum teve osmofobia durante o ataque (P < 0.00001).
Portanto, a osmofobia, para o diagnóstico de enxaqueca,
teve sensibilidade de 43% e a especificidade of 100%. Em
90% dos enxaquecosos, a osmofobia estava presente desde
o início. Em 53%, a osmofobia estava presente em todas as
crises, e em cerca de 73% surge em torno de dez minutos
depois do início do ataque. Em 98% desaparece concomitantemente ao fim da cefaléia. Para 43%, a osmofobia
era percebida para dois odores. O desencadeamento de
crises de enxaqueca por odores só era reconhecido entre os
pacientes que tinham osmofobia. É possível que, com a
elucidação dos mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca, nós venhamos a conhecer melhor as razões da
osmofobia nesta doença.
Como guia prático de conduta, vale a pena ler o artigo
de Schaefer et al. no último número do J Am Coll Radiol.30
Os critérios para solicitação de exames de imagem para o
diagnóstico de cefaléias são revistos à luz do conhecimento
atual. Basicamente, o estudo mostra como o índice de anormalidades em exames solicitados por motivo de cefaléia em
pacientes com exame neurológico normal é baixo: tumor cerebral: 0,8%; Malformação arteriovenosa: 0,2%; Hidrocefalia:
0,2%; Aneurisma: 0,3%; Hematoma subdural: 0,2%; AVC:
1,2%. O ensinamento principal é confiar sempre na anamnese
e no exame físico. Eles são mais fidedignos do que os exames
complementares para a identificação da cauda da cefaléia
na vasta maioria dos casos.
Lembrei também de outro paciente que, ao me referir da
vivacidade das cores durante sua aura de enxaqueca, disse:
"O vermelho fica tão vermelho que parece que vai me atacar". De fato, a percepção das cores muitas vezes é alvo de
anormalidades na enxaqueca. Há pacientes que percebem
cores mais vivas, mais brilhantes, bem como aqueles outros
que admitem que tudo fica um pouco pálido, meio sem brilho, tendendo para o preto-e-branco. A perimetria de cores
foi estudada em pacientes com enxaqueca (com aura e sem
aura) e controles por de Marinis et al.31 A dificuldade em
perceber o vermelho, mais pronunciada na enxaqueca com
aura, foi relacionada à presença de fotofobia. Enxaquecosos
sem aura tiveram dificuldades na percepção do azul, o mes96
mo fato detectado, curiosamente, em parkinsonianos.32,33 A
compreensão das anormalidades quanto à visão de cores na
enxaqueca é rudimentar. Sabemos que o córtex visual está
intimamente relacionado à doença, o que, obviamente, pode
envolver regiões como a área V8, relacionada ao processamento das cores. Boa leitura!
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Enviado: 04/09/2007
Aceito: 04/09/2007
Endereço para correspondência
Dr. Maurice Vincent
Consultório Barra da Tijuca
Av. das Américas, 1155 sala 504
22631-000 – Rio de Janeiro, Brazil
Tel: (+55 21)24913678 - (+55 21)21119245;
Fax: (+55 21)24943648
Consultório Botafogo:
Rua Sorocaba, 464 sala 302
22271-110 – Rio de Janeiro, Brazil
Tel.:/faxes: (21)25375562 e (21)25377638
www.vincent.med.br
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XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
II Congresso do Comitê de
Dor Orofacial da SBCe
I Congresso do Comitê de
Cefaléia na Infância e na
Adolescência da SBCe
20 a 22 de setembro de 2007
Majestic PPalace
alace Hotel
Programa FFinal
inal
Apoio
98
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL
MENSAGENS
A Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe) objetiva principalmente facilitar a divulgação do conhecimento científico sobre as dores de cabeça
para profissionais diversos e com diferentes níveis de especialização e
interesse. Desde sua fundação, em 1978, persevera nesse propósito, conservando a preocupação constante com o aprimoramento e modernização das técnicas, o que tem resultado encontros memoráveis por sua qualidade.
O XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia, o II Congresso do Comitê de
Dor Orofacial da SBCe e o I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância
e Adolescência da SBCe que ora se iniciam constituem um novo marco na
história da SBCe. Durante três dias, 67 convidados nacionais e 11 internacionais que estão entre os maiores especialistas revezar-se-ão em cursos, conferências, mesas-redondas e sessões especiais, apresentando o
que há de mais atual sobre o tema, ao lado de sua considerável experiência pessoal.
Seja bem-vindo e aproveite!
Jano Alves de Souza
Presidente da SBCe
SEJAM BEM-VINDOS A FLORIANÓPOLIS!
Estar aqui significa compartilhar conhecimentos científicos, desfrutar
do convívio com os colegas e vivenciar momentos agradáveis de lazer e
descontração!
A programação científica foi criteriosamente elaborada, visando abranger os diferentes aspectos do estudo da cefaléia. Neste ano, contamos com
a participação de um número expressivo de convidados estrangeiros, bem
como de renomados palestrantes brasileiros. A apresentação dos trabalhos
científicos foi valorizada com sessões de exposições orais de temas-livres
selecionados e sessões de pôsteres sem atividades concorrentes.
As atividades sociais foram organizadas com a finalidade de proporcionar uma interação festiva e prazerosa.
Desejamos uma ótima estada em nossa cidade e um excelente aproveitamento do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia!
Luiz Paulo de Queiroz
Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL
MENSAGENS
Colegas,
Setembro chegou para marcar o nosso encontro em Florianópolis no II
Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBC e durante o XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia. A programação deste ano procurou reunir o maior número de
colegas de diversas partes do Brasil que trabalham nesta área, além de contar com
um palestrante estrangeiro para, assim, apresentar um panorama atual de nossa
especialidade.
Esperamos que aproveitem ao máximo o Congresso e sua estada na bela ilha
de Florianópolis.
José Luiz Peixoto
Presidente do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
Prezado congressista,
Seja bem-vindo ao I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância da SBCe.
É um prazer tê-lo conosco nesse que se tornou o maior evento em cefaléia na
infância até hoje realizado na América Latina.
Aproveite as palestras, apresente suas dúvidas em plenário ou procure os
palestrantes nos intervalos.
Não deixe de participar do lançamento do livro "Cefaléias na Infância e Adolescência", será no final da tarde de sexta-feira no estande da Janssen-Cilag.
Esperamos sinceramente atender suas expectativas.
Atenciosamente,
Marco A. Arruda
Presidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e
Adolescência da SBCe
100
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL
COMISSÃO CIENTÍFICA
Ana Luíza Antoniazzi (SP)
Ana Maria Ladeira Yamada (RJ)
Carla da Cunha Jevoux (RJ)
Carlos Alberto Bordini (SP)
Cláudio Manuel de Brito (RJ)
Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)
Eduardo Jannuzzi (MG)
Eliana Meire Melhado (SP)
Jano Alves de Souza (RJ)
José Geraldo Speciali (SP)
José Luiz Peixoto (RJ)
Luiz Paulo de Queiroz (SC)
Maurice Borges Vincent (RJ)
Mario Fernando Prieto Peres (SP)
Mauro Eduardo Jurno (MG)
Pedro André Kowacs (PR)
Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
Wilson Farias da Silva (PE)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Luiz Paulo de Queiroz (SC) – Presidente do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
José Luiz Peixoto (RJ) – Presidente do II Congresso de Dor Oro-Facial da SBCe
Marco Antônio Arruda (SP)– Presidente do I Congresso do Comitê de Cefaléia na Infância e Adolescência da SBCe
Jano Alves de Souza (RJ) – Presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia
Carla da Cunha Jevoux (RJ) – Secretária da Sociedade Brasileira de Cefaléia e do
XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
Cláudio Brito (RJ) – Tesoureiro da Sociedade Brasileira de Cefaléia e do XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
PALESTRANTES ESTRANGEIROS
Alan M. Rapoport (EUA)
Carlos Alberto Fontes Ribeiro (Portugal)
Christian Wöber (Áustria)
Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)
Elsa Parreira (Portugal)
Federica Galli (Itália)
Isabel Luzeiro (Portugal)
Isabel Pavão Martins (Portugal)
Lívia de Sousa (Portugal)
Steve M. Baskin (EUA)
Vincenzo Guidetti (Itália)
PALESTRANTES NACIONAIS
Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)
Alexandre Kaup (SP)
Ana Maria Ladeira Yamada (RJ)
Anamaria Siriani (SP)
Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG)
Carla da Cunha Jevoux (RJ)
Carlos Alberto Bordini (SP)
Cibele dal Fabbro (SP)
Cláudia Tavares de Souza (MG)
Claúdio Manoel Brito (RJ)
Daniel Bonotto (PR)
Débora Bevilaqua Grossi (SP)
Deusvenir Carvalho (SP)
Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)
Ednilza Pereira de Farias Dias (DF)
Eduardo Grossman (RS)
Eduardo Januzzi (MG)
Elcio Piovesan (PR)
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
Elder Machado Sarmento (RJ)
Elder Sarmento (RJ)
Eliana Meire Melhado (SP)
Eliova Zukerman (SP)
Euphly Jalles Filho (SP)
Federica Galli (Itália)
Fabíola Dach (SP)
Fernando Kowacs (RS)
Frederico Motta Leite (MG)
Guido Boabaid May (SC)
Hélio Barreiros (RJ)
Jackeline Barbosa (RJ)
Jano Alves de Souza (RJ)
Jayme Antunes Maciel Jr. (SP)
João José Freitas de Carvalho (CE)
José Geraldo Speciali (SP)
José Luiz Peixoto Filho (RJ)
José Nazareno Gil (SC)
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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMA FINAL
Juliana Stuginski Barbosa (SP)
Liselotte M. Barea (RS)
Luciana Campaner (SP)
Luiz Paulo Queiroz (SC)
Marcelo Ciciarelli (SP)
Marcelo Vega (MG)
Marcia Lima (SP)
Marcio Bittencourt (ES)
Marco Antônio Arruda (SP)
Mario Peres (SP)
Marluci Guimarães (RJ)
Maurice Vincent (RJ)
Mauro Jurno (MG)
Norma Fleming (RJ)
Osvaldo J. M.Nascimento (RJ)
Patrícia Machado Peixoto (DF)
Paulo Cunali (PR)
Paulo Hélio Monzillo (SP)
Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ)
Pedro André Kowacs (PR)
Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
Renan Domingues (ES)
Renata Campi (SP)
Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)
Roldão Faleiro de Almeida (MG)
Rosângela Arrabal (RJ)
Sandro Blasi Espósito (SP)
Silva Neto (PI)
Wilson Farias da Silva (PE)
Wilson Sanvito (SP)
Yara Dadalti Fragoso (SP)
EXPOSITORES
Janssen Cilag
Libbs
Abbott
Di Livros Editora
Nycomed
Tecnifar
INFORMAÇÕES GERAIS
Acompanhantes: Acompanhantes têm direito a:
- City-tour: 21/09 – 09:00h – saída do Hotel Majestic
- Festa de Confraternização – 21/09 – 21:00h
Crachás
Crachás: É indispensável o uso do crachá durante todas as
atividades.
Festa de Confraternização:
21 de setembro de 2007 – 20h30 - Associação Catarinense
de Medicina - Rodovia SC 401 KM 04, 3854 - Saco Grande
Convite Individual - É indispensável a apresentação na
entrada. Transporte saindo do Hotel Majestic às 20h15.
Local do Evento: MAJESTIC PALACE HOTEL
Av. Beira-Mar Norte, 2746 - Centro
88015-702 - Florianópolis, SC
Fone: 48 3231-8000 - Fax: 48 3231-8008
Serviços Médicos
Médicos: A organização do congresso não se
responsabiliza por problemas de saúde, acidentes pessoais,
perda de bagagem e cancelamento de viagem dos participantes.
Tradução Simultânea: Haverá tradução simultânea Inglês/Português nas palestras ministradas em inglês.
CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO DO CNA
Este congresso será certificado pelo CNA – Comissão Nacional de Acreditação. A participação no evento confere
pontos para o CERTIFICADO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL.
Especialidade
Neurologia
Clínica Médica
Neurologia pediátrica
Dor
Pontuação
10.0
3.0
2.0
4.0
Obs: não esqueça de preencher corretamente a ficha de inscrição para validar seu cadastro no CNA. Caso sua inscrição
tenha sido feita por terceiros pedimos que consulte a Secretaria do Congresso - Interevent - para verificar se seu cadastro está
completo.
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Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA -PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Cursos pré-congresso
SALA 1– Ritz I (térreo)
08:00/12:00 – Curso 1 – Curso avançado em cefaléia - Cefaléias infreqüentes ou recém-descritas
Público-alvo: Neurologistas, cefaliatras
Coordenador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
08:00/08:20 – SUNCT e SUNA – Wilson Sanvito (SP)
08:20/08:40 – Cefaléia hípnica – Carla da Cunha Jevoux (RJ)
08:40/09:00 – Cefaléia numular – Fabíola Dach (SP)
09:00/09:20 – Trocleíte e cefaléia troclear primária – Marcelo Vega (MG)
09:20/09:40 – Cefaléia trovoada associada a espasmo arterial transitório – Fernando Kowacs (RS)
09:40/09:50 – Perguntas e discussão
09:50/10:00 – Intervalo
10:00/10:20 – As últimas cefaléias primárias descritas – Wilson Farias da Silva (PE)
10:20/10:50 – Cefaléia Pós-traumática – Elder Machado Sarmento (RJ))
10:50/11:20 – Migrânea abdominal – Marcia Lima (SP)
11:20/11:50 – Pout pourri of rare secondary headaches – Alan Rapoport (EUA)
11:50/12:00 – Discussão e perguntas
SALA 3 – Y
York
ork III (piso E)
08:00/12:00 – Curso 2 – Cefaléia para o não-especialista – O essencial em cefaléia:
enfoque prático e objetivo
Público-alvo: Clínicos, médicos de outras especialidades, estudantes
Coordenadora: Maria Eduarda Nobre Costa (RJ)
08:00/08:20 – Anamnese - o essencial para o diagnóstico – Hélio Barreiros (RJ)
08:20/08:40 – Migrânea: quadro clínico e diagnóstico – Jackeline Barbosa (RJ)
08:40/09:00 – Migrânea: tratamento das crises e tratamento preventivo – Norma Fleming (RJ)
09:00/09:30 – Cefaléia do tipo tensional (diagnóstico e tratamento) – Cláudia Tavares de Souza (MG)
09:30/09:50 – Cefaléia em salvas e hemicrânia paroxística crônica (diagnóstico e tratamento) – Patrícia Machado Peixoto (DF)
09:50/10:00 – Intervalo
10:00/10:30 – Cefaléia crônica diária (diagnóstico, prevenção e tratamento) – Eliana Meire Melhado (SP)
10:30/10:50 – Neuralgias cranianas mais freqüentes (diagnóstico e tratamento) – Claúdio Manoel Brito (RJ)
10:50/11:10 – Quando e como investigar a queixa de cefaléia - sinais de alerta – Roldão Faleiro de Almeida (MG)
11:10/11:30 – Cefaléia na emergência – Ariovaldo Alberto da Silva Jr. (MG)
11:30/12:00 – Discussão e perguntas
SALA 2 – Y
ork II (piso E)
York
08:00/12:00 – Curso 3
Aspectos psíquicos das cefaléias
Público-alvo: Neurologistas, cefaliatras, psiquiatras, psicólogos
Coordenadora: Luciana Campaner (SP)
08:00/08:20 – O ressurgimento do interesse pelos aspectos psíquicos nas cefaléias – Paulo Hélio Monzillo (SP)
08:20/08:40 – Existe uma personalidade migranosa? – José Geraldo Speciali (SP)
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
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XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
08:40/09:00 – Comorbidade psiquiátrica nas cefaléias – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)
09:00/09:20 – Instrumentos para o screening psicológico – Luciana Campaner (SP)
09:20/09:50 – Abordagem farmacológica das comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléia – Guido Boabaid May (SC)
09:50/10:00 – Intervalo
10:00/10:40 – The family and the headache: how relevant is headache in children? – Federica Galli (Itália)
10:40/11:20 – The role of the psychologist in a Headache Clinic – Steve Baskin (EUA)
11:20/11:40 – Discussão e perguntas
SALA 1– Ritz I (térreo)
12:00/13:30 – Simpósio Satélite Abbott
SALA 1– Ritz I (térreo)
14:00/15:10 – Abertura oficial do Congresso
14:00/14:10 – Jano Alves de Souza (RJ)
14:10/14:20 – Luiz Paulo Queiroz (SC)
14:20/14:30 – Marco Antonio Arruda (SP)
14:30/14:40 – José Luiz Peixoto Filho (RJ)
14:40/14:50 – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)
14:50/15:00 – Homenagem póstuma a Edgard Raffaelli Jr – Wilson Farias da Silva (PE)
15:00/15:10 – Homenagem a Alan Rapoport – Luiz Paulo Queiroz (SC)
15:10/15:50 – Conferência inaugural
Palestrante: Alan Rapoport (EUA)
Tema: "The most important papers on headache in the last 5 years"
Coordenador: Luiz Paulo Queiroz (SC)
15:50/16:10 – Intervalo
16:10/17:20 – Mesa-redonda: Cefaléia crônica diária
Coordenador: Célia Aparecida Roesler (SP)
16:10/16:30 – Fatores de risco para a cronificação da cefaléia modificáveis – Carlos Alberto Bordini (SP)
16:30/16:50 – Uso excessivo de medicação sintomática causa CCD? Impede a ação das drogas preventivas?
Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)
16:50/17:10 – Tratamento ambulatorial ou internação, qual o melhor? – Pedro André Kowacs (PR)
17:10/17:20 – Discussão
SALA 3 – Y
York
ork III (piso E)
16:10/16:20 – Abertura do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
16:30/19:30 – Mesa-redonda: DTMs baseada em evidências
Coordenador: Roberto Garanhani (SC)
16:30/17:10 – Evidências em DTMs: onde estamos? – Marcio Bittencourt (ES)
17:10/18:10 – DTMs musculares – Eduardo Januzzi (MG)
18:10/19:10 – DTMs articulares – Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)
19:10/19:30 – Discussão
104
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
SALA 1– Ritz I (térreo)
17:20/19:20 – Conferências
Coordenador: Eliova Zukerman (SP)
17:20/18:00 – The Behavioral Medicine Approach to Headache Management – Steve Baskin (EUA)
18:00/18:40 – How and why children and adolescents' headaches are so different from the adults ones?
Vincenzo Guidetti (Itália)
18:40/19:10 – Arterite temporal – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
19:10/19:30 – Migrânea e forame oval patente – Renan Domingues (ES)
19:30 – Coquetel de abertura
Sexta-feira, 21 de setembro de 2007
SALA 1– Ritz I (térreo)
08:00/09:00 - Sessão: A cognição, as emoções e os sentidos na migrânea
Coordenador: Murilo Rubens Schaefer (PR)
08:00/08:20 – Migrânea e cognição – Alexandre Kaup (SP)
08:20/08:40 – Migrânea e emoções – Marluci Guimarães (RJ)
08:40/09:00 – Migrânea e sentidos – Elcio Piovesan (PR)
SALA 4 – Coral I (piso SL
SL))
08:00/08:55 – Sessão de miniconferências
Coordenador: José Lucio Dantas (SE)
08:00/08:25 – Neuro-imagem: alterações estruturais nas cefaléias primárias – Maurice Vincent (RJ)
08:25/08:50 – O cérebro migranoso: hiper ou hipoativo? – Mario Peres (SP)
SALA 1– Ritz I (térreo)
09:00/11:00 – Sessão: Tópicos especiais acerca das cefaléias
Coordenador: Marcelo Cedrinho Ciciarelli (SP)
09:00/09:40 – New treatments for headaches in general – Alan Rapoport (EUA)
09:40/10:20 – Dor neuropática crânio-facial –Osvaldo J. M.Nascimento (RJ)
10:20/11:00 – Managing the "difficult" patient – Steve Baskin (EUA)
SALA 2 – Y
ork II (piso E)
York
08:00/09:00 – Miniconferências (I)
Coordenador: Luiz Otávio Cavallazzi (SC)
08:00/08:30 – Prospective analysis of factors related to migraine attacks – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)
08:30/09:00 – Migraine e tension type headache in children and adolescents – Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)
09:00/11:00h – Simpósio "O cérebro e a dor crônica sob a ótica do neurodesenvolvimento"
Coordenador: Vincenzo Guidetti (Itália)
09:00/09:30 – Introduction – Vincenzo Guidetti (Itália)
09:30/09:50 – Psychological and behavioral aspects of pain – Federica Galli (Itália)
09:50/10:10 – Diferenças na percepção da dor em neonatos, crianças e adultos – Luciana Campaner (SP)
10:10/10:30 – Aspectos Clínicos – Marco Antônio Arruda (SP)
10:30/10:50 – Comentários – Vincenzo Guidetti (Itália)
10:50/11:00 – Perguntas
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
105
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
11:00/12:00 – Sessão de pôsteres (I) – Área de Exposição
Módulo I: Visitador – Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN) – trabalhos 016 a 021
Módulo II: Visitador – Elcio Piovesan (PR) – trabalhos 022 a 027
Módulo III: Visitador – Marcelo Ciciarelli (SP) – trabalhos 028 a 033
Módulo IV: Visitador – Maurice Vincent (RJ) – trabalhos 034 a 039
SALA 3 – Y
York
ork III (piso E)
08:00/12:30 – O tratamento das DTMs
Coordenador: Ricardo Lessa Bastos (RJ)
08:00/08:20 – Aspectos gerais do tratamento das DTMs – José Luiz Peixoto Filho (RJ)
08:20/08:40 – Tratamento farmacológico – Paulo Roberto Brasil Fernandes (RJ)
08:40/09:00 – Placas: como, quando e por quê – Frederico Motta Leite (MG)
09:00/09:20 – Terapias complementares: laser e acupuntura – Renata Campi (SP)
09:20/10:20 – O tratamento cirúrgico – Eduardo Grossman (RS)
10:20/10:40 – Viscosuplementação em ATM – Daniel Bonotto (PR)
10:40/11:00 – Cirurgia ortognática e DTMs – José Nazareno Gil (SC)
11:00/12:00 – Tratamento fisioterápico das DTMs e cefaléia cervicogênica – Débora Bevilaqua Grossi (SP) e
Anamaria Siriani (SP)
12:00/12:30 – Discussão
12:30/13:30 – Visita aos pôsteres de Dor Orofacial e DTM
Módulo V – Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT) – trabalhos 040 a 050
SALA 1– Ritz I (térreo)
12:00/13:30 – Simpósio-Satélite Janssen-Cilag
SALA 1- Ritz I (térreo)
14:00/16:30 – Encontro Brasil-P
ortugal de Cefaléia – Simpósio TTecnifar
ecnifar
Brasil-Portugal
Coordenadores: Carlos Fontes Ribeiro (Portugal) – Jano Alves de Souza (RJ)
14:00/14:10 – Abertura
Carlos Fontes Ribeiro (Portugal), Jano Alves de Souza (RJ)
14:10/14:40 – Excitabilidade neuronal na fisiopatologia da enxaqueca - da geração das crises à alodínia e à dificuldade do
tratamento. Mecanismos de ação do valproato/divalproato e do frovatriptano – Carlos Alberto Bordini (SP)
Moderador: Elsa Parreira (Portugal)
14:40/15: 10 – Tratamento sintomático com triptanos e recorrência dos ataques de enxaqueca - há ganho terapêutico com
os triptanos de longa duração de ação? – Lívia de Sousa (Portugal)
Moderador: Abouch Valenty Krymchantovski (RJ)
15:10/15:40 – Tratamento das cefaléias por abuso de fármacos - prevenção e tratamento. São os medicamentos antiepilépticos
eficazes? Há menos abuso com a prescrição de triptanos de longa duração de ação? – José Geraldo Speciali (SP)
Moderador: Isabel Pavão Martins (Portugal)
15:40/16:10 – Tratamento sintomático e preventivo da enxaqueca menstrual . Qual é o papel dos triptanos de longa
duração de ação? – Isabel Luzeiro (Portugal)
Moderadora: Eliana Meire Melhado (SP)
16:10/16:30 – Conclusões – Jano Alves de Souza (RJ), Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)
16:30/16:50 – Intervalo
106
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
SALA 1– Ritz I (térreo)
16:50/18:00 – Sessão: Farmacologia clínica
Coordenador: José Martônio Ferreira de Almeida (BA)
16:50/17:10 – NO, CGRP, SP, etc: qual o verdadeiro papel nas cefaléias? – Marcelo Ciciarelli (SP)
17:10/17:30 – Interações medicamentosas no tratamento das cefaléias – Carlos Fontes Ribeiro (Portugal)
17:30/17:50 – Cefaléia como efeito adverso de drogas lançadas recentemente – Renan Domingues (ES)
17:50/18:10 – Efeitos metabólicos das drogas antimigranosas – Mauro Jurno (MG)
SALA 4 – Coral I (piso SL
SL))
16:50/18:10 – Sessão: Cefaléia e doença cerebrovascular
Coordenador: Erasmo Barros da Silva (PB)
16:50/17:10 – Migrânea e risco de doença vascular – Luiz Paulo Queiroz (SC)
17:10/17:30 – Migrânea e coagulação – Yára Dadalti Fragoso (SP)
17:30/17:50 – Como diferençar AIT e aura de migrânea? – Elder Machado Sarmento (RJ)
17:50/18:10 – Trombose de seio venoso e cefaléia – João José Freitas de Carvalho (CE)
18:10/19:10 – Sessão de pôsteres (II) – Área de Exposição
Módulo VI – Visitador: Mario Peres (SP) – trabalhos 051 a 056
Módulo VII – Visitador: Pedro André Kowacs (PR) – trabalhos 056 a 062
Módulo VIII – Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE) – trabalhos 063 a 068
SALA 2 – Y
ork II (piso E)
York
14:00/15:30 – Cefaléias na infância e adolescência: aspectos propedêuticos
Coordenadora: Carla Barbosa Marquesini (SC)
14:00/14:20 – Comorbidades e outros fatores associados - Importância no diagnóstico das cefaléias primárias
Deusvenir Carvalho (SP)
14:20/14:40 – Migrânea na infância: tratamento não-medicamentoso - Medicina baseada em evidências
Liselotte M. Barea (RS)
14:40/15:00 – Migrânea na infância: tratamento sintomático e profilático - Medicina baseada em evidências
Sandro Blasi Espósito (SP)
15:00/15:20 – Cefaléias incomuns na infância e adolescência e a necessidade de investigação complementar
Ana Maria Ladeira Yamada (RJ)
15:20/15:30 – Discussão
15:30/16:30 – Miniconferências (II)
Coordenadora: Maria Adélia Matheus (RJ)
15:30/16:00 – Psychiatric comorbidity in headache and migraine in childhood and adolescence – Federica Galli (Itália)
16:00/16:30 – What does it means to "treat" Migraine in children and adolescents? – Vincenzo Guidetti (Itália)
16:30/16:50 – Intervalo
16:50/18:00 - Discussão de casos clínicos de cefaléia na infância
Apresentadora e Moderadora: Çiçek Wöber-Bingöl (Áustria)
Convidados: Marco Antônio Arruda (SP), Vincenzo Guidetti (Itália), Liselotte Barrea (RS), Deusvenir Carvalho (SP),
Márcia Lima (SP), Ana Maria Yamada (RJ), Regina C. A. P. Albuquerque (SP)
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
107
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
18:00/19:00 – Sessão de Pôsteres (II) – Área de Exposição
Visita aos pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência
Módulo X – Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP) – trabalhos 076 a 080
SALA 3 – Y
ork III (piso E)
York
14:00/15:00 – Mesa-redonda: Dores Orofaciais Neuropáticas
Coordenador: Luiz Carlos Coral (SC)
14:00/14:25 – Odontalgia atípica e síndrome da ardência bucal – Juliana Stuginski Barbosa (SP)
14:25/14:50 – Outras dores trigeminais afetando a face – Silva Neto (PI)
14:50/15:00 – Discussão
SALA 3 – Y
ork III (piso E)
York
15:00/16:00 – TTratamento
ratamento psicológico
Coordenador: José Luiz Peixoto Filho (RJ)
14:50/16:00 – The behavioral medicine approach to headache management – Steve Baskin (EUA) – aula-vídeo
16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT
Coordenador: Marcio Bittencourt (ES)
16:00/16:30 – Como realizar o diagnóstico diferencial entre DTMs e CTT – Eduardo Januzzi (MG)
16:30/17:00 – Intervalo
SALA 3 – Y
ork III (piso E)
York
17:00/18:50 – Sono e DTMs
Coordenador: Eduardo Januzzi (MG)
Paulo Cunali (PR) e Cibele dal Fabbro (SP) – Fisiologia do sono, Sono e Dor / DTMs: qual a relação?, Bruxismo
SALA 3 – Y
ork III (piso E)
York
18:50/19:00 – Encerramento do II Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
20:30 – Jantar de confraternização
Sábado, 22 de setembro de 2007
SALA 1– Ritz I (térreo)
09:00/10:20 – Sessão do comitê de pesquisa e publicação
Coordenador: Mario Peres (SP)
09:00/09:20 – Ferramentas de pesquisa – Fernando Kowacs (RS)
09:20/09:40 – Como obter financiamento? – Mario Peres (SP)
09:40/10:00 – Como ter seu artigo publicado? – Pedro André Kowacs (PR)
10:00/10:20 – O estudo epidemiológico brasileiro sobre cefaléia – Luiz Paulo Queiroz (SC)
SALA 2 – Y
ork II (piso E)
York
09:00/10:20 – Sessão: Ética em pesquisa de cefaléia: "Uso de placebo nas pesquisas sobre cefaléia"
Coordenadora: Rosângela Arrabal (RJ)
Moderador: Paulo Norberto Discher de Sá (SC)
09:00/09:20 – As demandas do pesquisador – Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
09:20/09:40 – Aspectos regulatórios e éticos da pesquisa com placebo no mundo – Rosângela Arrabal (RJ)
108
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
09:40/10:00 – A visão da CONEP – Ednilza Pereira de Farias Dias (DF)
10:00/10:20 – Discussão
SALA 1– Ritz I (térreo)
10:20/12:00 – Mesa-redonda: procedimentos invasivos e minimamente invasivos para o
tratamento de cefaléias
Coordenadora: Maria Eduarda Nobre (RJ)
10:20/11:00 – Botulinum toxin in migraine, tension type headache and chronic daily headache – Alan Rapoport (EUA)
11:00/11:20 – Estimulação do nervo occipital – Jayme Antunes Maciel Jr. (SP)
11:20/11:50 – Deep brain stimulation for intractable chronic cluster headache – Alan Rapoport (EUA)
11:50/12:00 – Perguntas e discussão
12:00/13:00 – Sessão de pôsteres (III)
Módulo XI – Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ) – trabalhos 081 a 086
Módulo XII – Visitador: Deusvenir Carvalho (SP) – trabalhos 087 a 092
Módulo XIII – Visitador: Fernando Kowacs (RS) – trabalhos 093 a 098
Módulo XIV – Visitador: Marcelo Vega (MG) – trabalhos 099 a 104
13:00/14:00 – Apresentação de temas livres selecionados
SALA 1 – Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Luiz Sanvito (SP)
Coordenadora: Gladys Lentz Martins (SC)
SALA 2 – Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP)
Coordenador: Paulo Mattosinho Filho (SC)
SALA 3 – Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP)
Coordenador: Ronald Moura Fiuza (SC)
14:00/15:20 – PPainel
ainel com especialistas. PPergunte
ergunte o que quiser
quiser..
Coordenador: Jano Alves de Souza (RJ)
Wilson Farias da Silva (PE), Wilson Luiz Sanvito (SP), Carlos Alberto Bordini (SP), José Geraldo Speciali (SP),
Abouch Valenty Krymchantovski (RJ), Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
15:20/15:40 – Encerramento
16:00 – Assembléia Geral Ordinária
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
109
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES I
DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H
SALA 1 - Liselotte M. Barea (RS) / Wilson Sanvito (SP)
Nº
Título
Autor
Instituição
1
Distúrbios do equilíbrio na enxaqueca
Cristiana Pessoa de Queiroz
Faria Goes
UFRJ
2
3
4
5
Fadiga é secundária a depressão e ansiedade em
Mario Fernando Prieto Peres
enxaqueca: uma hipótese clínico-fisiopatológica
Metabólitos de serotonina (5-HIAA) e dopamina
Domingos Sávio de Souza
(HVA) no líquido cefalorraquidiano de pacientes
Vieira
com enxaqueca crônica
Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging
in patients with post-traumatic headache
Elder Machado Sarmento
after mild head trauma
Orexina-a (hipocretina-1) correlaciona com
ansiedade e não com sonolência diurna em
Mario Fernando Prieto Peres
enxaqueca crônica
Tópico
IIEP- Hospital
Albert Einstein
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Hospital Israelita
Albert Einstein
Cefaléias Primárias outros
UFF
Estudo Experimental Pesquisa Básica
IIEP- Hospital
Albert Einstein
Estudo Experimental Pesquisa Básica
APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES II
DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H
SALA 2 - Wilson Farias da Silva (PE) / José Geraldo Speciali (SP)
Nº
Título
6
Um estudo epidemiológico nacional de
migrânea no Brasil
Autor
Instituição
Luiz Paulo de Queiroz
7
Cefaléia - o paciente infiel
Milton Alonso Rubio
8
Prevalência de cefaléia em população de
pacientes com DTM segundo a
classificação da ihs de 2004
Norma Regina Pereira
Fleming
UFF - UERJ
Cefaléias Secundárias
9
Cefaléia como comorbidade de disfunção
temporomandibular em crianças e adolescentes
Paula Cristina Felix Falchet
unifesp
Cefaléia na Infância e
Adolescência
10
Comorbidades neuropsiquiátricas em pacientes
com cefaléias primárias na infância e na
adolescência
Ricardo Santin
Fundação Faculdade
Federal de Ciências
Médicas de
Porto Alegre
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Universidade Federal de
Santa Catarina
Sociedade Brasileira de
Cefaléia
Tópico
Epidemiologia
Outros Temas
APRESENTAÇÃO DE TEMAS LIVRES III
DIA 22/9 - 13:00 / 14:00H
SALA 3 - Jayme Maciel Jr (SP) / Paulo Monzillo (SP)
Nº
11
12
13
14
15
110
Título
Fatores associados ao uso excessivo de
medicação sintomática em enxaqueca crônica
Migraine prevention with propranolol,
amitryptilin and simvastatin: correlation with
nitric oxide production
Verapamil endovenoso como tratamento da aura
migranosa prolongada na migrânea, migrânea
hemiplégica familiar (MHF) e na migrânea com
sintomas motores unilaterais (MSMU)
Prednisona no tratamento inicial da cefaléia por
uso excessivo de medicação: um estudo
randomizado, duplo-cego, placebo-controlado
Cintigrafia (spect) com galio-67 (gal-67) é útil no
diagnóstico da arterite temporal
Autor
Instituição
Tópico
Vera Zukerman Guendler
Hospital Israelita
Albert Einstein
Cefaléias Primárias tratamento
Marcelo Moraes Valença
Universidade Federal de
Pernambuco
Cefaléias Primárias tratamento
Artur Furlaneto Fernandes
Hospital de Clínicas
UFPR
Cefaléias Primárias tratamento
UFRJ
Cefaléias Primárias tratamento
Jackeline Barbosa
Osvaldo JM Nascimento
Universidade Federal
Fluminense - UFF
Neuroimagem
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Sessão de Pôsteres (I) 21/09 - 11:00 / 12:00
Módulo I: Visitador - Djacir Dantas Pereira de Macedo (RN)
Título
16
17
18
19
20
21
Autor
Localização habitual da dor em 56 migranosos
crônicos atendidos no ambulatório de
cefaléias do HU/UFS
Avaliação do nível de estresse em portadores de
cefaléia crônica diária
Qual o maior medo de portadores de enxaqueca
frente ao pico de dor na crise? Estudo piloto
Estudo prospectivo de caracterização da cefaléia
da síndrome de tensão pré-menstrual
Estudo de prevalência de cefaléia primária em
pacientes com síndrome do intestino irritável (SII)
Cefaléia unilateral: prevalência em um centro
especializado e características clínicas
Instituição
Universidade federal de
Alan Chester Feitosade Jesus
Sergipe - Liga de
Cefaléia de Sergipe
Yára Dadalti Fragoso
UNIMES
Yára Dadalti Fragoso
UNIMES
UNIMES
Yára Dadalti Fragoso
José Moreira dos Santos
Felipe Galvão Stancioli
Universidade Federal
Fluminense - UFF
Universidade Federal de
Minas Gerais
Tópico
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Módulo II: Visitador - Elcio Piovesan (PR)
Nº
Título
Autor
22
Comportamento da pressão arterial sistêmica na
migrânea
Fabíola Dach
23
Avaliação da mobilidade cervical em
mulheres com migrânea
Katia Solidéia Pegoretti
24
25
26
Estudo descritivo e comparativo sobre o padrão de
sono e presença de cefaléia em técnicos de
enfermagem da UTI do Hospital Universitário da
UFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno
Estudo descritivo sobre a presença e características da cefaléia em técnicos de enfermagem da
UTI do Hospital Universitário da UFJF
Síndrome da mão estrangeira como
aura de enxaqueca
27
Avaliação do limiar de dor por pressão de
músculos crânio-cervicais em mulheres com
migrânea transformada
Nº
Título
Karen dos Santos Ferreira
Instituição
Tópico
Hospital das Clínicas de
Ribeirão Preto - USP
Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto Universidade de
São Paulo
Cefaléias Primárias outros
Hospital Universitário Universidade Federal de
Juiz de Fora
Hospital Universitário Universidade Federal de
Juiz de Fora
Universidade Federal do
Henryk Maultasch
Rio de Janeiro
Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da
Alexandra Carolina Canonica
Universidade de
São Paulo
Karen dos Santos Ferreira
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Módulo III: Visitador: Marcelo Ciciarelli (SP)
28
29
30
31
32
33
Avaliação de músculos crânio-cervicais em
mulheres com migrânea através da
algometria de pressão
Sintomatologia autonômica óculo-nasal (hiperemia
conjuntival, lacrimejamento, obstrução nasal e
rinorréia): migrânea versus cefaléia em salvas
Enxaqueca x atividade sexual: como mulheres com
e sem enxaqueca utilizam a desculpa "dor de
cabeça" para se esquivar de atividade sexual
Cefaléia orgásmica associada a vasoespasmo
cerebral segmentar reversível: relato de 02 casos
A psicologia em um ambulatório de cefaléia como
coadjuvante no tratamento da dor
Cefaléia e cisto da pineal
Autor
Instituição
Tópico
Viviane Coimbra Moreira
Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da
Universidade de
São Paulo
Cefaléias Primárias outros
Marcelo Moraes Valença
Universidade Federal de
Pernambuco
Cefaléias Primárias outros
João José Freitas
de Carvalho
Hospital Geral de
Fortaleza
Cefaléias Primárias outros
João José Freitas
de Carvalho
Renemilda Cacique
Barbosa de Góes
Hospital Geral de
Fortaleza
Universidade Federal do
Rio de Janeiro - UFRJ
Cláudio Manoel Brito
UFF
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Cefaléias Primárias outros
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
111
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Módulo IV: Visitador - Maurice Vincent (RJ)
Nº
34
35
36
37
38
39
Título
Associação de neuralgias dos nervos
trigêmio e glossofaríngeo
Estudo duplo cego, cruzado, randomizado
comparando o uso do sumatriptano, com a
trimebutina, com o meloxican,
com a associação das três drogas no
tratamento agudo de enxaqueca
Tratamento da cefaléia crônica diária refratária :
proposta terapêutica em regime de
internação hospitalar
Tratamento sintomático e profilático em
ambulatório terciário de cefaléia primária na
infância e na adolescência
Autor
Instituição
Tópico
Cláudio Manoel Brito
Universidade Federal
Fluminense - UFF
Cefaléias Primárias outros
Rafael Higashi
Universidade Federal
Fluminense - UFF
Cefaléias Primárias tratamento
Patricia Homsi Nemoto
Ricardo Santin
Cefaléia hípnica: profilaxia com amitriptilina
Éder Cássio Rocha Ribeiro
Evolução clínica da enxaqueca após oclusão
percutânea de forame oval patente.
Pedro André Kowacs
Santa Casa de
Misericórdia de
São Paulo
Fundação Faculdade
Federal de Ciências
Médicas de Porto Alegre
Auxiliar de pesquisa do
serviço de Cefaléias e
Algias Craniofaciais do
Hospital das clínicas de
Ribeirão Preto.
Instituto de Neurologia de
Curitiba
Cefaléias Primárias tratamento
Cefaléias Primárias tratamento
Cefaléias Primárias tratamento
Cefaléias Primárias tratamento
Sessão de pôsteres de Dor Oro-facial e DTM - 21/9/2007 - 12:30 – 13:30
Módulo V: Visitadores: Eduardo Januzzi (MG), José Luiz Peixoto (RJ), Reynaldo Leite Martins Jr. (MT)
Nº
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
112
Título
Autor
Instituição
Tópico
Universidade Sagrado
Coração- USC
Disfunção TêmporoMandibular
Universidade Santa
Cecília
Disfunção TêmporoMandibular
Universidade Santa
Cecília
Disfunção TêmporoMandibular
Universidade Tuiuti do
Paraná
Disfunção TêmporoMandibular
Heloisa Helena Carvalho Alves
Universidade Santa
Cecília
Disfunção TêmporoMandibular
Lilian Mendes Coelho
UFSC
Disfunção TêmporoMandibular
Lilian Mendes Coelho
UFSC
Disfunção TêmporoMandibular
Norma Regina Pereira Fleming
UFF - UERJ
Norma Regina Pereira Fleming
UFF - UERJ
Heloisa Helena Carvalho Alves
Universidade Santa
Cecília
Disfunção TêmporoMandibular
Lícia Magri Juste
Universidade Federal de
Juiz de Fora
Doro Oro-Facial
Intervenção cognitivo-comportamental em pacientes
Ana Paula Afonso Camargo
com disfunção temporomandibular
Projeto ATM - curso de Pós graduação em
atendimento a pacientes portadores de desordens
Heloisa Helena Carvalho Alves
temporomandibulares - atendimento
multidisciplinar: Odontologia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social
Projeto ATM- Protocolo de atendimento em
pacientes portadores de desordens
Heloisa Helena Carvalho Alves
temporomandibulares - DTMS
Os hábitos parafuncionais e as cefaléias
Prevalência de sinais e sintomas das desordens
temporomandibulares em pacientes atendidos no
ambulatório terciário de cefaléia
Injeção de fatores de crescimento como recurso no
tratamento das disfunções temporomandibulares
Interação entre odontologia e fonoaudiologia no
tratamento das disfunções
temporomandibulares: relato de caso
Comparação da prevalência de cefaléia crônica
em pacientes com DTM e cefaléia
Prevalência de cefaléias em pacientes comDTM
articular, miofascial e articular/miofascial
Avaliação farmacoterapêutica em paciente
portadora de desordem temporomandibular (DTM),
através da metodologia Dáder
Incidência de cefaléia e dor muscular em técnicos
de enfermagem de UTI
Daniella Cristina Gaio
Disfunção TêmporoMandibular
Disfunção TêmporoMandibular
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Sessão de Pôsteres (II) 21/09 - 18:10 / 19:10
Módulo VI - Visitador: Mario Peres (SP)
Nº
51
52
53
53
55
Título
Autor
Alarm bell headache
Avaliação de cefaléia recorrente em
pacientes idosos
Distonia craniocervical provocada relato de caso
Cefaléia em pacientes com
adenomas hipofisários
Secondary cluster headache: causes,
side of the pain and latent period
56
Cefaléia da hemodiálise: caracterização clínica
Nº
Título
Marcelo Moraes Valença
Milton Alonso Rubio
Milton Alonso Rubio
Cristiana Pessoa de Queiroz
Faria Goes
Marcelo Moraes Valença
Karllus Leite-de-Mendonça
Instituição
Universidade Federal de
Pernambuco
Sociedade Brasileira de
Cefaléia
Sociedade Brasileira de
Cefaléia
Universidade Federaldo
Rio de Janeiro
Universidade Federal de
Pernambuco
UFPE
Tópico
Cefaléias Secundárias
Cefaléias Secundárias
Cefaléias Secundárias
Cefaléias Secundárias
Cefaléias Secundárias
Cefaléias Secundárias
Módulo VII - Visitador: Pedro André Kowacs (PR)
57
58
59
60
61
62
Autor
Instituição
Síndrome pescoço-língua:
Cláudio Manoel Brito
UFF
apresentação de três casos
Alterações do exame neurológico em amostra de
Universidade Federal de
312 pacientes atendidos no ambulatório de
Alan Chester Feitosa de Jesus
Sergipe - Liga de
cefaléias do Hospital Universitário da UFS
Cefaléia de Sergipe
Avaliação do impacto da musculação sobre a
frequência e gravidade de cefaléias primárias entre
Renan Barros Domingues
EMESCAM
estudantes universitários
Ausência de correlação entre realização de
Renan Barros Domingues
EMESCAM
atividade física aeróbica e cefaléia
Fatores de risco para cefaléia e migrânea entre
Renan Barros Domingues
EMESCAM
estudantes universitários
Avaliação de prevalência de cefaléia e depressão
em uma comunidade de pescadores na
Renan Barros Domingues
EMESCAM
foz do Rio Doce, ES
Tópico
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Módulo VIII - Visitador: João José Freitas de Carvalho (CE)
Nº
63
64
65
66
67
68
Título
Autor
Instituição
INBIO - Instituto de
Estudo epidemiológico populacional da prevalência Luciana Campaner Fernandes
Neuropsicologia e
de cefaléia na cidade de Ribeirão Preto
Jalles
Biofeedback
Liga Acadêmica
Multidisciplinar de
Fatores associados à incapacidade decorrente da
Neurologia e
cefaléia em universitários
Alisson Roberto Teles
Neurocirurgia da
Universidade de Caxias
do Sul - LAMNN UCS
Liga Acadêmica
Multidisciplinar de
Depressão e alterações do sono em
Neurologia e
universitários com queixa de cefaléia
Alisson Roberto Teles
Neurocirurgia da
Universidade de Caxias
do Sul - LAMNN UCS
Liga Acadêmica
Multidisciplinar de
Prevalência e características clínicas da
Neurologia e
cefaléia em universitários
Alisson Roberto Teles
Neurocirurgia da
Universidade de Caxias
do Sul - LAMNN UCS
Prevalência de cefaléia no pronto atendimento do
Universidade Federal de
Diego Nascimento Moraes
Hospital das Clínicas da UFMG
Minas Gerais
Prevalência de cefaléia e de dor miofascial
Hospital de Base da
pericraniana em indivíduos portadores de outras
Marcelo de Souza Junqueira
Faculdade de Medicina
afecções dolorosas
de SJ do Rio Preto
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
Tópico
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
113
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Módulo IX - Visitador: Mauro Jurno (MG)
Nº
69
70
Título
Autor
Análise dos níveis urinários de 6-sulfatoximelatonina em pacientes com enxaqueca e controles
Coexistência de "cefaléias de esforços" em
paciente com malformação de Chiari tipo 1:
relato de caso
71
Liga de Cefaléia de Sergipe (LICESE)
72
Neurinoma do trigêmio: relato de caso
73
74
75
Cefaléia por hipotensão liquórica após derivação
ventrículo-peritoneal: apresentação de caso
Proposta de um protocolo de atendimento da
cefaléia na urgência do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais
Quais as dificuldades que os pacientes encontram
para realizar um tratamento no ambulatório de
Cefaléia de um hospital público - UFRJ
Instituição
Tópico
Universidade Federal de
Marcelo Masruha Rodrigues
São Paulo
Universidade Federal de
Alan Chester Feitosa de Jesus
Sergipe - Liga de
Cefaléia de Sergipe
Universidade Federal de
Alan Chester Feitosa de Jesus
Sergipe - Liga de
Cefaléia de Sergipe
Universidade Federal de
Hugo Andre de Lima Martins
Pernambuco
Djacir Dantas Pereira de
UFRN
Macêdo
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Diego Nascimento Moraesa
UFMG
Epidemiologia
Renemilda Cacique Barbosa
de Góes
Universidade Federal do
Rio de Janeiro - UFRJ
Epidemiologia
Sessão de Pôsteres (II) - pôsteres de Cefaléia na Infância e Adolescência - 21/9 - 18:00
Módulo X - Visitadores: Marco Antônio Arruda (SP), Regina C. A. P. Albuquerque (SP)
Nº
76
77
Título
Autor
Cefaléia desencadeada por metilfenidato:
incidência, características e evolução
Complicações na migrânea hemiplégica
esporádica na infância: relato de caso
Plínio Marcos Duarte
Pinto Ferraz
Instituição
Deusvenir de Souza Carvalho
78
A cefaléia primária do esforço físico e o
espectro migranoso
Luziene Dalmaschio Biasutti
de Oliveiras
79
Cefaléia na infância: o ponto de vista dos
oftalmologistas de Catalão-Goiás
Éder Cássio Rocha Ribeiro
80
Síndrome neuroléptica maligna desencadeada por
metroclopramida: relato de caso em adolescente
Plínio Marcos Duarte
Pinto Ferraz
Clínica Neuropediátrica
Escola Paulista de
Medicina - UNIFESP
Centro Integrado de
Neurologia - Hospital
Meridional - Es / Centro
Universitário Vila Velha
Auxiliar de pesquisa do
serviço de Cefaléias e
Algias Craniofaciais do
Hospital das clínicas de
Ribeirão Preto.
Clínica Neuropediátrica
Tópico
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Cefaléia na Infância e
Adolescência
Sessão de pôsteres (III) - 22/9 - 12:00 / 13:00
Módulo XI: Visitador: Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
Nº
81
82
83
84
85
86
114
Título
Autor
Instituição
Cefaléia do banho associada a vasoespasmo
Hospital Geral de
Joâo José Freitas de Carvalho
cerebral segmentar reversível: um caso brasileiro
Fortaleza
Correlação entre forma de migrânea e
Renan Barros Domingueso
EMESCAM
inventário de depressão de Beck
Cefaléia em facadas secundária à lesão do ângulo
Universidade federal de
ponto-cerebelar (APC) esquerdo: importância da Alan Chester Feitosa de Jesus
Sergipe - Liga de
investigação complementar - relato de caso
Cefaléia e Sergipe
Provável cefaléia relacionada à hipercapnia em
Universidade federal de
paciente atendido em centro de referência estadual Alan Chester Feitosa de Jesus
Sergipe - Liga de
em cefaléias - relato de caso
Cefaléia e Sergipe
Cefaléia como primeira manifestação de esclerose
múltipla associada a lesão de tronco:
Yára Dadalti Fragoso
UNIMES
relato de um novo caso
Hospital Regional e
Cavernoma e migrânea com aura - relato de caso
Mauro Eduardo Jurno
CHPB - FHEMIG
Barbacena
Tópico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
Módulo XII - Visitador: Deusvenir Carvalho (SP)
Nº
87
88
89
90
Título
Neuralgia do glossofaríngeo numa paciente com
paralisia bulbar progressiva
Migrânea hemiplégica esporádica responsiva à
flunarizina
Eletroconvulsoterapia e melhora do quadro
migranoso em um paciente esquizofrênico
Arterite temporal sem células gigantes
manifestando-se como febre de origem obscura
Autor
Instituição
Tópico
Jeber Sartori El Ammar
PUCRS
Caso Clínico
Jeber Sartori El Ammar
PUCRS
Caso Clínico
Jaéllya Rodrigues de Souza
Universidade Federal de
Pernambuco
Caso Clínico
Jeber Sartori El Ammar
PUCRS
Caso Clínico
91
Sunct responsivo à carbamazepina: relato de caso
Jeber Sartori El Ammar
PUCRS
Caso Clínico
92
A migrânea de Pedro Álvares Cabral
Djacir Dantas Pereira de
Macêdo
UFRN
Caso Clínico
Nº
Título
Autor
Instituição
Tópico
93
Cefaléia temporal persistente - relato de caso
Milton Alonso Rubio
Sociedade Brasileira de
Cefaléia
Caso Clínico
Luiz Felipe Rocha
Vasconcellos
Hospital dos Servidores
do Estado
Caso Clínico
Deusvenir de Souza Carvalho
Escola Paulista de
Medicina - Unifesp
Caso Clínico
Tobias Alécio Mattei
Instituto de Neurologia de
Curitiba
Caso Clínico
UFRN
Caso Clínico
Hospital da Lagoa
Caso Clínico
Módulo XIII - Visitador: Fernando Kowacs (RS)
94
95
96
Uso de topiramato em pseudotumor cerebral:
a propósito de um caso refratário a uso de
terapia convencional
Neuralgia do trigêmeo secundária à dolicoectasia
do sistema vértebro-basilar: relato de caso e
revisão da literatura.
Trombose venosa cerebral e ativação
trigeminovascular: perspectivas acerca da
fisiopatologia da migrânea
97
Migrânea com aura atípica: relato de caso
98
A síndrome de Tolosa-Hunt - relato de caso
Djacir Dantas Pereira de
Macêdo
Fabricio Peregrino Firmiano
Dias
Módulo XIV: Visitador: Marcelo Vega (MG)
Nº
99
100
101
102
103
104
Título
Fisioterapia na cefaléia do tipo tensional
associada a desordem têmporo-mandibular
miogênica: relato de caso
Paciente com cefaléia em salvas e migrânea relato de caso
Enxaqueca hemiplégica familiar em gêmeos com
lesões irreversíveis na substância branca:
relato de caso
Analgesia com laser de baixa intensidade na
neuralgia do trigêmeo: relato de caso
Cefaléia persistente e diária desde o início
desencadeada pelo parto: relato de dois casos
Explicando a "migralepsia": malformação vascular
cerebral occipital como causa de migrânea,
epilepsia ou ambas.
Autor
Instituição
Tópico
Bruno Soares Kneip
UFRJ
Caso Clínico
Francieli Goulart Ribeiro
Patricia Homsi Nemoto
Renata Campi de Andrade
Pizzo
João Eudes Magalhães
João Eudes Magalhães
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
Universidade Federal de
Juiz de Fora
Santa Casa de
Misericórdia de São
Paulo
Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto - USP
Hospital das Clínicas de
Pernambuco
Hospital das Clínicas de
Pernambuco
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
115
XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
Temas Livres - Apresentação Oral
116
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
T 001
DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO NA ENXAQUECA
Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Vargas, C;
Fontana, A. P.; Freitas , M.A.; Rosenvald, O.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivos
Objetivos: O objetivo deste estudo é verificar se as anormalidades verificadas à estabilometria na enxaqueca possuem sensibilidade, especificidade diagnóstica, ou variam com a clínica.
Métodos: Foram selecionados 22 pacientes com enxaqueca com
aura e sem aura segundo os critérios da IHS no ambulatório de
Cefaléias do HUCFF-UFRJ e 7 controles sem nenhum tipo de
cefaléia pareados por sexo e idade. Estes indivíduos realizaram
exame estabilométrico a fim de avaliar as oscilações corporais, o
que é feito através da análise das oscilações do centro de pressão
dos pés (CPP). Utilizamos uma plataforma de força, portátil, com
formato retangular que possui quatro células de carga, uma em
cada extremidade. Posteriormente, obtém-se a série temporal dos
deslocamentos do centro de pressão dos pés (CPP). Foi analisada
a Área Elíptica do registro de cada indivíduo. O cálculo deste
parâmetro é baseado na análise de componentes principais, considerando os pontos de deslocamento do CPP em ambos os eixos
x e y simultaneamente. Durante o teste os indivíduos foram orientados e ficar de pé sobre a plataforma, com os braços estendidos,
pés descalços e retos. O ambiente foi mantido em isolamento
acústico relativo. Após serem colocados na posição correta, os
indivíduos eram orientados a permanecer durante 1 minuto de
olhos abertos e 1 minuto de olhos fechados por duas vezes. Após
5 minutos fora da plataforma e retornavam para a mesma seqüência. Resultados: Nos pacientes com enxaqueca, a área elíptica
foi significativamente maior que nos controles. Não houve diferença significativa entre os pacientes com enxaqueca com aura ou
sem aura, nos pacientes que estavam usando medicação profilática
ou não, ou nos pacientes que tinham dor mais freqüente. Conclusão: A análise da nossa amostra sugere que há maior oscilação corporal nos pacientes com enxaqueca. Estamos continuando
o estudo para resultados mais conclusivos.
T 002
FADIGA É SECUNDÁRIA A DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM
ENXAQUECA: UMA HIPÓTESE CLÍNICOFISIOPATOLÓGICA
Mercante, J.P.; Masruha, M.R.; Vieira, D.S.S.; Gonçalves, A.L.;
Guendler, V.Z.; Corchs, F; Zukerman, E.; Peres, M.F.P.
IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC.
Introdução: A enxaqueca crônica (EC) e episódica (EE) são entidades clínicas comuns e incapacitantes na população geral.
Comorbidades são relacionadas com pior qualidade de vida em
enxaqueca, além de determinar implicações terapêuticas. Fadiga é
uma queixa comum em EC e freqüentemente citada como acompanhante em crises de enxaqueca. Ansiedade e humor são aspectos
de grande importância em EC e EE. Apesar da relevância, fadiga,
depressão e ansiedade foram apenas estudadas isoladamente em
EC e EE. Objetivos: Estudar o correlação entre fadiga, depressão
e ansiedade em EC e EE. Pacientes e Métodos: Foram estudados 73 pacientes com EC e 73 pacientes com EE de acordo com os
critérios diagnósticos da SIC-2004. Grupo controle constituído de
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
74 indivíduos foi também avaliado. Foram analisadas as escalas de
IDATE de ansiedade, Hamilton de ansiedade (Ham-A) e depressão
(Ham-D) e Beck. Fadiga foi avaliada através da escala de severidade
de fadiga (FSS) e Chalder. A análise estatística foi feita através dos
testes de correlação de Pearson e Spearman, considerando-se
p<0,05 como estatisticamente significante. Resultados: Os níveis de ansiedade foram significativamente correlacionados com
os níveis de fadiga. A correlação foi positiva, quanto maior os
níveis de ansiedade maior a fadiga. As escalas de depressão também se correlacionaram positicamente com as escalas de fadiga e
ansiedade. A correlação ocorreu em EC e EE. Discussão/conclusão: Ansiedade, humor e fadiga andam na mesma direção tanto em enxaqueca crônica quanto episódica. Levantamos a hipótese
clínica da fadiga ser um sintoma relacionado ao espectro de manifestação dos domínios de ansiedade e humor e secundário a eles,
e não um elemento primário de outra doença (síndrome da fadiga
crônica). Postulamos que o indivíduo com ansiedade, preocupação
excessiva, tensão, e/ou aceleração mental sobrecarrega o sistema
de neurotransmissão aminérgica (dopamina, serotonina e noradrenalina), gerando uma deficiência destes elementos, promovendo a fadiga tanto física quanto mental.
T 003
METABÓLITOS DE SEROTONINA (5-HIAA) E DOPAMINA
(HVA) NO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO DE PACIENTES
COM ENXAQUECA CRÔNICA
Vieira, D.S.S.1,2; Masruha, M.R.1,2;Castro Neto, E.F.2;
Gonçalves, A.L.1,2; Zukerman, E.2; Valença, M.M.3;
Naffah-Mazzacoratti, M.G.2; Peres, M.F.P1,2
1
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - Hospital
Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP; 2Universidade Federal de
São Paulo, São Paulo, SP; 3Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, PE.
Introdução: Serotonina (5-hidroxitriptamina-5HT) é uma amina
biogênica encontrada no Sistema Nervoso Central (SNC) presente
principalmente no núcleo da rafe. Numerosos trabalhos têm sido
publicados acerca do significante papel da serotonina na fisiopatologia da enxaqueca, mostrando alterações nos seus níveis
plaquetários, sangüíneos e urinários e de seu principal metabólito
o 5-HIAA (ácido 5-hidroxindolacético), porém ela nunca foi estudada na enxaqueca crônica. A dopamina também tem sido implicada
na fisiopatologia da enxaqueca, tanto em sintomas associados
(náuseas, vômitos) quanto nos prodrômicos (sonolência,
irritabilidade e hiperatividade), além de ter implicações teraObjetivos: Dada a importância da serotonina e dopamina
pêuticas.Objetivos:
objetivamos verificar os níveis liquóricos dos seus principais
metabólitos, 5-HIAA para serotonina e HVA (ácido homovanílico)
para dopamina em pacientes com enxaqueca crônica. Métodos:
Foram estudados 44 pacientes com enxaqueca crônica de acordo
com os critérios diagnósticos da Sociedade Internacional de
Cefaléias (2004) e apêndice (2006). Os pacientes foram submetidos a punção lombar com medida de pressão para excluir hipertensão intracraniana idiopática. Espécimes normais de LCR para controle foram obtidos de pacientes submetidos à punção lombar com
outros diagnósticos. Os níveis de 5-HIAA e HVA foram determinados por cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). Resultados: Os níveis de 5-HIAA e HVA no LCR de pacientes com enxaqueca crônica foram maiores quando comparados ao controles
117
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
5- HIAA (34,16±14,95 vs 18,75±14,75; p<0,01) HVA
(87,30±36,17 vs 76,86±51,83; p<0,01). Discussão/conclusão: Nosso estudo mostra que tanto a serotonina quanto a
dopamina desempenham um papel importante na fisiopatologia da
enxaqueca crônica, os níveis maiores de seus metabólitos no LCR
representam níveis baixos de serotonina e dopamina no SNC. Uma
deficiência da neurotransmissão serotoninérgica e dopaminérgica
ocorre na EC, por aumento na sua degradação metabólica ou
recaptação sináptica. Importantes implicações terapêuticas podem
emergir destes achados.
T 004
PROTON SPECTROSCOPY MAGNETIC RESONANCE IMAGING
IN PATIENTS WITH POST-TRAUMATIC HEADACHE AFTER
MILD HEAD TRAUMA
Elder M Sarmento 1, Pedro F Moreira Filho1, Claudio M Brito1,
Carla C Jevoux1, Jano A Souza1
1
Neurology, Universidade Federal Fluminense, Niterói,
Rio de Janeiro, Brazil
Objectives: Evaluate by Proton Spectroscopy Magnetic Resonance
Imaging patients with post-traumatic headache after mild head trauma. Background
Background: Post-traumatic syndrome is a common sequel of
mild head injury (MHI) and this include headache. Patients with posttraumatic symptoms are usually interpreted as simulators looking
for financial compensation or as having psychiatric disorders. It has
been difficulty for the professionals to demonstrate the organic basis
of these manifestations, mainly because these patients do not show
abnormalities in neurological examination and even in the ancillary
tests. We aimed to demonstrate abnormalities in MRI spectroscopy
in patients with post-traumatic headache after mild head injury. From
March-2003 to January-2006, the authors examined seventeen
patients (eight men and nine women) that fulfilled HIS criteria for
post-traumatic headache after mild head trauma. Two other criteria
were added: a) normal neurological examination and b) no
abnormalities in the conventional head MRI. Within the control group,
twelve people considered healthy were analyzed - seven men and
five women. The head Proton Spectroscopy Magnetic Resonance
Imaging (1-HS MRI) was taken in all of them (N = 29) to measure the
worth of N-acetylaspartate (Naa) and choline (Cho). Methods
Methods:
The head Proton Spectroscopy Magnetic Resonance Imaging was
taken in all of them (N = 29) to measure the worth of Naa and Cho.
Using the Point Resolved Spatial Selection (PRESS) technique,
multivoxel sequences in the axial plan were taken from the white
matter and medial region of frontal and parietal lobes( Fig.02). Both
concentration and control groups were compared. Results
Results: The
Naa was compared to the control group, it achieved a lower and
significant range in the anterior white matter of the frontal lobe and
in the medial region of frontal and parietal lobes(Fig.01). On the
other hand, when the Cho concentration was compared to the control
group, it achieved a higher range in the posterior white matter of the
right frontal lobe, as well as in the posterior medial region of the
frontal lobe and medial region of the parietal lobe. From the four
patients involved in litigations, three of them showed a Naa decrease
in the medial region of the parietal and frontal lobes and a Cho
increase in the medial region of the parietal lobe. Discussion :
What is the reason of alterations found in these regions in our
study? Among the alterations found in the diffuse axonal injury we
have the morphologic alterations of the axons that are characterized
118
by retraction spheroids, the microglial clusters and Wallerian
degeneration, wich represent a continuum temporal from the reaction
to the impact on the brain. All these alterations can be found in
parassagital hemispheric white matter , being the retraction spheroids
at the beginning, the microglial clusters some weeks later and the
Wallerian degeneration between two and three months later. As the
Naa is a neuronal marker (cellular and axônio body), wich justifies
the fact that we found changes this metabolite in this regions. The
colin is a "turnover of membrane" marker reflecting proliferation
cellular; its increase can be justified by the cicatricial process that
develops around the neurons injured in these area, therefore with
our findings we can conclude that probably the symptoms of the
MHT patients have organic base knocking down the hypothesis of
simulation or psychiatric disordes or, if these patients present one of
these pictures the primary cause is structural, being these secondary
findings provoked to this. Conclusions: From our study, we can
say that the 1-HS head MRI is an effective method of evaluation
applied to patients with headache after mild head trauma.Further
studies are suggested to evaluate the present results.
T 005
OREXINA-A (HIPOCRETINA-1) CORRELACIONA COM
ANSIEDADE E NÃO COM SONOLÊNCIA DIURNA EM
ENXAQUECA CRÔNICA
Peres, M.F.P.; Vieira, D.S.S.; Masruha, M.R.; Gonçalves, A.L.;
Guendler, V.Z.; Mercante, J.P.; Zukerman, E.; Valença, MM.;
Naffah-Mazzacoratti, M.G.
IIEP-Hospital Albert Einstein, UNIFESP, FMABC, UFPE.
trodução
In
Introdução
trodução: A enxaqueca crônica (EC) é uma doença extremamente debilitante, mas com poucos estudos da sua fisiopatologia.
A hipótese de disfunção hipotalâmica na EC vem ganhando espaço na literatura mundial. A orexina-A (hipocretina-1) é um importante peptídeo hipotalâmico, atribuído a sonolência diurna excessiva quando seus níveis são baixos, é um candidato potencial a
modular a disfunção hipotalâmica da EC, porém seus níveis nunca
foram mensurados nesta doença. Alguns indícios apontam também para um possível papel na ansiedade. Objetivos
Objetivos: Verificar
os níveis liquóricos da orexina A em pacientes com EC. Métodos
dos: Foram estudados 60 pacientes com EC de acordo com os
critérios diagnósticos da SIC-2004. Pacientes foram submetidos
a punção lombar para excluir hipertensão intracraniana idiopática.
Espécimes normais de LCR para controle foram obtidos de pacientes submetidos à punção lombar com outros diagnósticos. Os
níveis de orexina-A foram determinados por ELISA. Comorbidades
psiquiátricas foram analisadas com as escalas Hamilton de ansiedade (Ham-A) e depressão (Ham-D) e Beck, sonolência com a
escala Epworth. Resultados
Resultados: Os níveis de orexina-A não foram
significativamente diferentes quando comparados a controles, não
se correlacionaram com o índice de sonolência diurna (r=0,025,p=0,864), mas correlacionaram-se inversamente com os
níveis de ansiedade (r=-308,p=0,03). Houve uma tendência para
significância quando correlacionados com depressão (Beck r=0,242;p=0,098; Ham-D r=-0,215;p=0,139). O índice de massa corpóreo não correlacionou com os níveis de orexina-A. Discussão/conclusão: A orexina-A mostrou-se relacionada com
ansiedade mas não sonolência diurna na EC. Este achado inédito
abre caminho para se explorar o sistema orexinérgico como um
modulador da ansiedade na EC. Além de desempenhar um papel
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
importante na regulação do apetite e do ciclo sono-vigília nos
seres vivos, a orexina-A também deve estar envolvida em outros
mecanismos de defesa e adaptação no ser humano como o da
ansiedade. O hipotálamo é uma área de importância na
fisiopatolgia da EC.
T 006
UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NACIONAL DE
MIGRÂNEA NO BRASIL
Queiroz LP, Peres MFP, Kowacs F, Ciciarelli MC, Piovesan EJ,
Souza JA, Zukerman E.
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC; Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP; Hospital Israelita
Albert Einstein, São Paulo, SP; Sociedade Brasileira de Cefaléia
Objetivos: Estimar a prevalência no último ano de migrânea,
bem como a magnitude da associação de migrânea com algumas
características sociodemográficas de uma amostra representativa
de adultos da população brasileira. Métodos: Este é um estudo
transversal, de base populacional. Foram entrevistados 3.848 indivíduos (2.307 mulheres e 1.541 homens), aleatoriamente selecionados, de 18 a 79 anos de idade, nas 5 regiões geográficas, nas 27
unidades da federação. O número de entrevistas foi proporcional à
população de cada unidade federativa. A coleta dos dados, via
telefone, através de um questionário estruturado, foi feita por leigos previamente treinados. Estimativas de razão de prevalência
foram calculados com método de regressão de Poisson, em análises univariadas e multivariadas, ajustadas para sexo, idade, estado
civil, escolaridade, tipo de trabalho, renda familiar, índice de massa
corporal e realização de exercícios físicos regulares. Resultados
Resultados:
A prevalência no último ano de migrânea no Brasil foi de 16,3%.
Na região sudeste foi de 20,5%, no sul 16,4%, no nordeste 13,6%,
no centro-oeste 9,5% e no norte 8,5%. A prevalência em mulheres
foi de 20,9% e em homens de 9,3%. Migrânea foi mais prevalente
na faixa etária de 30 a 39 anos (20,1%). Migrânea foi 2,2 vezes
mais prevalente em mulheres do que em homens; 1,5 vezes mais
em sujeitos com >11 anos de estudo; 1,59 vezes mais em indivíduos com renda familiar <5 salários mínimos; e 1,43 vezes mais
em pessoas que não fazem exercícios físicos regulares. Conclusões: Este é o primeiro estudo nacional, de base populacional, da
epidemiologia da migrânea no Brasil. A prevalência anual de
migrânea foi de 16,3%, variando nas diferentes regiões geográficas. Migrânea foi significativamente mais prevalente em indivíduos
do sexo feminino, com alta escolaridade, com baixa renda familiar,
e que fazem exercícios físicos regularmente.
T 007
CEFALÉIA- O PACIENTE INFIEL
Alonso Rubio M.
Médico-Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia
Objetivo: Enfocar a questão da aderência ao tratamento do paciente portador de cefaléia crônica , discutir causas e medidas para
evitar sua evasão do consultório particular. Pacientes e méto
méto-dos: Analisamos as fichas de 133 pacientes portadores de
migrâneas e cefaléias tipo tensão, em suas formas crônicas e complicadas, uma vez que estes pacientes, na maioria dos casos, necessitam de tratamento profilático de longa duração, e observamos o
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
tempo efetivo em que permaneceram em tratamento clínico. Resultados: Apenas 27,8% completaram tempo satisfatório de trasultados
tamento, mais de 1 ano, e quase 50% abandonaram nos dois primeiros meses. Conclusão: A duração do tratamento profilático,
é particular a experiência de cada profissional,mas há um consenso
de que um ano seria um tempo razoável¹, mas de 3 a 5 anos ideal
para outros². Observamos que no consultório partícular, diferentemente dos centros de pesquisa e ambulatórios especializados, a
aderência ao tratamento é bem menor que os estudos que já referem aderência de apenas 50%³. Colhemos junto aos pacientes
algumas razões para abandonos anteriores: a) o paciente não ficara esclarecido realmente sobre sua doença. b) o efeito colateral das
medicações desestimulam: engordam, dão sono, alteram libido. c)
econômica/social – medicações caras, idas freqüentes ao consultório, mudar hábitos. d) senso popular antigo – “enxaqueca” não
tem cura mesmo... e) comorbidades desmotivantes – depressão,
ansiedade etc. Enfim, razões colhidas de pacientes que já passaram
pelo segundo ou quarto médico, tornando a arte mais difícil do
tratamento justamente a aderência ao mesmo. O que pode ser
feito? Promover mais junto às mídias, aos estudantes de medicina e
junto aos colegas que também tratam de cefaléia, atualizando os
conceitos de migrânea como doença cerebral, evolutiva e de tratamento possível e necessário, e as conseqüências do abuso de drogas analgésicas? Dispender mais tempo ainda nas primeiras consultas, motivando e conscientizando o paciente para o tratamento?
A questão está colocada para ser debatida. De que vale tanto empenho, pesquisa e tempo gasto se a maioria dos pacientes irá abandonar o tratamento ao menor sinal de melhora ou na falta dele,
transformando suas histórias numa sucessão de tratamentos malsucedidos, cronificando e agravando os casos.
Referências
Referências. 1. Rabello, Getulio Daré. Enxaqueca - Profilaxia das
Crises 2004.P 22.
2. Rafaelli Jr E, Martins OJ. Dor de Cabeça/Edgard Rafaelli
Junior.1999.P 79.
3. Rains JC, Lipchik, Penzien DB. Behavioral facilitation of medical
treatment compliance. Headache. 2006 Oct;46(9):1387-94.
T 008
PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA EM POPULAÇÃO DE PACIENTES
COM DTM SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DA IHS DE 2004
PREVALENCE OF HEADACHES IN THE POPULATION OF
PATIENTS WITH TMD ACCORDING TO IHS CLASSIFICATION
OF HEADACHE - 2004
Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles C
PhD MD, Moreira PF PhD MD.
Introdução
Introdução: Os estudos que se baseavam na Classificação da
IHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC)
como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de
2004, a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para as
cefaléias como: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléia
por uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7), hemicrânia contínua (HC) (4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI)
(4.8). Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadas
cefaléias crônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais do
que 15 dias por mês e por mais de três meses. Objetivo: Avaliar
a prevalência de cefaléia em pacientes portadores de DTM atendidos em clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia em
comparação com a prevalência de cefaléias em pacientes atendidos na clínica de cefaléia das faculdades de medicina, de acordo
119
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
com a Classificação das Cefaléias da IHS 2004. Método
Métodos: Foram
estudados 41 pacientes consecutivos atendidos nas clínicas de dor
orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e da
UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research Diagnostic
Criteria for TMD). Também foram selecionados de forma consecutiva 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de cefaléia
da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Os diagnósticos forma avaliados pelo teste χ 2 de Friedman. A pesquisa foi
liberada pela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaram
o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Os
dois grupos tiveram faixa etária aproximada e o gênero feminino
foi predominante. Nos pacientes com DTM a proporção foi de 5 ?:
1 ? e nos controles foi de 3 ?: 1 ?. Na comparação geral das
cefaléias os dois grupos diferiram significativamente (χ 2 =
3023,996, p < 0,05). Os indivíduos com DTM apresentaram mais
migrânea sem aura e MC e menos cefaléia do tipo tensional do que
os controles, enquanto não diferiram na PCEM. Conclusão
Conclusão: Nosso
estudo aponta para uma maior prevalência de migrânea sem aura e
migrânea crônica do que cefaléia do tipo tensional nos indivíduos
com DTM e cefaléia, de acordo com os novos diagnósticos propostos pela IHS.
Referências
eferências: Burstein, R., Jakubowski, M. "Clinical implication of peripheral
and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain 2002- A
Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS, Seattle, 2002./
/ Cady R., Schreiber C., Farmer K e Sheftell F. Primary Headaches: A
Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.// Carlsson GE
e Magnusson T, Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18. In: Management
of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice,
Quintessence Publishing Co, Germany, 1999 // Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de
Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2
ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1-272. // Dworkin, S.F.,
Leresche, L. Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders:
Review, Criteria, Examinations and Specifications, Critique. J Craniomand
Disord 1992; 6 (4): 301-355. // Sessle, B.J. Acute and chronic craniofacial
pain: brainstem mechanisms of nociceptive transmission and
neuroplasticicty, and their clinical correlations. Crit Rev Oral Biol Med,
2000; 11 (1): 57-91. // Woolf, C., Decosterd, I. "Implications of recent
advances in the understanding of pain pathophysiology for the assessment
of pain in patients", Pain, suppl 6, 1999: S141-S147. // Haley D, Schiffman
E, Baker C, Belgrade M. The Comparison of Patients Suffering from
Temporo-mandibular Disorders and a General headache Population.
Headache 1993; 33: 210 - 213.
T 009
CEFALÉIA COMO COMORBIDADE DE DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Falchet, P. C. F., Pasqual, C., Shiohara, L. N. O.,
Machado, P. C., Guimarães, A. S.
Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial
Unifesp/EPM
A disfunção temporomandibular (DTM) é identificada como a maior
causa de dor na região orofacial, intervindo inclusive na qualidade
de vida do indivíduo, ainda podendo estar associada a outras estruturas como cabeça e pescoço.1,2 Em um ambulatório especializado
em DTM, percebeu-se um aumento de queixa de dor de cabeça em
relação a outras queixas. A cefaléia na infância é um sintoma de
elevada prevalência, amplo espectro de causas e dificuldades
diagnósticas, e terapêuticas específicas.3,4 Neste trabalho procu120
rou-se quantificar o diagnóstico de DTM que apresentava cefaléia
como comorbidade através de levantamento epidemiológico retrospectivo de freqüência, procurando entender a visão multidisciplinar que a dor orofacial exige. Foi realizado exame de
anamnese e físico oral em 186 pacientes de 03 a 17 anos, sendo
127 do gênero feminino e 59 do masculino, entre 2001 e 2007 no
ambulatório de DTM e dor orofacial da UNIFESP-EPM. O critério
de inclusão foi presença de DTM muscular e/ou articular associada
a presença de cefaléia. Todos os pacientes foram examinados por
três investigadores calibrados usando o eixo I do RDC/THD. Nesta
investigação foi usada a ficha clínica adotada nesta instituição. Dentre
os 186 pacientes examinados, 17 não preencheram o critério de
inclusão, 87 tiveram hipótese diagnóstica apenas DTM muscular e/
ou articular, 16 DTM e cefaléia, 9 DTM e cefaléia e outras comorbidades, e 79 pacientes apresentavam DTM e outras comorbidades.
De acordo com os dados avaliados, 10,67% dos invidíduos estudados apresentaram DTM associada a cefaléia, e 5,84% apresentavam DTM associada a cefaléia e outras comorbidades.
References
References:1.Mohl ND Dixon C. Current status of diagnostic procedures
for temporomandibular disorders. J Am Assoc, 125: 56-64, 1994.
2.LeResche L, Mancl LA, Drangsholt MT, Saunders K, Korff MV. Relationship
of pain and symptoms to pubertal development in adolescents. Pain
118: 201-201, 2005.
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Cefaléias. São Paulo. Lemos Editorial, 2002, p 2001-240.
4.Fisher DJ, Mueller BA, Critchlow CW, LeResche L. The association of
temporomandibular disorders pain with history of head and neck injury
in adolescents. J Orofacial Pain 20(03):191-198, 2006.
T 010
COMORBIDADES NEUROPSIQUIÁTRICAS EM
PACIENTES COM CEFALÉIAS PRIMÁRIAS NA INFÂNCIA E
NA ADOLESCÊNCIA
Santin, R.1; da Rosa, K. V. B.1,2; Pimentel, M. S.1,2;
Hoefel, A. M. L.1,2; Pinto, G.V.1; Barea, L. M.1,2
1
Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da Criança
Santo Antônio - ISCMPA; 2Depto. de Neurologia da
Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre
Objetivo: Analisar as comorbidades psiquiátricas, conforme DSM
IV, em pacientes com cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléia
do Hospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). Métodos: Foi
realizado estudo observacional tipo transversal de 78 pacientes
consecutivos atendidos de janeiro a junho de 2007 no ACHCSA.
Os pacientes foram avaliados por neurologistas com treinamento
em cefaléia, aplicando um protocolo padronizado. Os dados foram processados pelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada por
análise tabular simples. Para comparação das variáveis qualitativas
utilizou-se o teste Qui-quadrado. Os valores considerados significativos foram p<0,05. O estudo foi submetido e aprovado pelo
Comitê de Ética da FFFCMPA. Resultados
esultados: A idade média dos
pacientes foi 11,14 ± 2,97 e a idade média de ínicio das crises foi
8,27 ± 2,98. Distribuição de gênero com 45 (57,7%) feminino e
33 (42,3) masculino. A maioria dos pacientes apresentou crises
semanais (41,9%) ou quase diárias (25,7%). A intensidade da dor
avaliada pela Escala-Análago-Visual foi referida como forte por
57,5%, moderada por 43,2% e fraca por 8,2% dos pacientes. As
comorbidades neuropsiquiátricas estiveram presentes em 17 (21,8%)
dos pacientes: Transtorno de Humor em 10 (12,8%), Transtorno de
Ansiedade em 8 (10,2%), Transtorno de Déficit de Atenção e
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
Hiperatividade em 5 (6,4%), Distúrbios do Sono em 2 (2,6%) e
Epilepsia em 1 (1,3%). Os transtornos neuropsiquiátricos não apresentaram diferença significativa entre os gêneros (p = 0,44) e também não tiveram associação com os diagnósticos (p = 0,46) quando compara-se a migrânea com as demais cefaléias primárias.
Conclusões
Conclusões: As comorbidades neuropsiquiátricas foram freqüentes na população estudada, sendo o Transtorno de Humor o mais
prevalente. As comorbidades desempenham um papel importante
na percepção dolorosa e seu reconhecimento e manejo adequado
imprime significativa melhora na qualidade em crianças e adolescentes com cefaléia crônica.
T 011
FATORES ASSOCIADOS AO USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO
SINTOMÁTICA EM ENXAQUECA CRÔNICA
Vera Zukerman Gundler
Hospital Israelita Albert Einstein – São Paulo
Introdução
Introdução: A enxaqueca crônica é freqüente nas unidades de
saúde, embora permaneça sem diagnóstico suficientemente preciso nas fases iniciais do problema. O uso excessivo de medicações
sintomáticas constitui um fator agravante, assim como a presença
de comorbidades psiquiátricas, que podem ser apontados como
importantes causas da transformação de enxaqueca episódica em
enxaqueca crônica. Objetivo: Estudar a relação entre o diagnóstico psiquiátrico em enxaqueca crônica e o uso excessivo de medicação sintomática. Métodos: No presente estudo, avaliamos a
prevalência de transtornos psiquiátricos em 72 pacientes com diagnóstico de enxaqueca crônica com e sem uso excessivo de medicação sintomática, diagnosticados de acordo com os critérios da Sociedade Internacional das Cefaléias (SIC-2004/2006) e através da
Entrevista Clínica Estruturada para DSM-IV (SCID-1/P). A gravidade
dos sintomas ansiosos foi avaliada pela escala de ansiedade de
Hamilton e escala de ansiedade de Spielberg-Idate (estado-traço).
Os sintomas depressivos foram avaliados pelo Inventário de Beck
e pela escala de depressão de Hamilton. Todos os pacientes foram
submetidos ao questionário genérico para avaliar qualidade de
vida, "Medical Outcome Study 36 Item Short-form Health Survey"(
SF-36) e ao Migraine Disability Assessment (MIDAS), com a finalidade se verificar a incapacidade gerada pelas crises. Resultados.
Dos 72 pacientes, 50 (69%) eram portadores de enxaqueca crônica
com uso excessivo de medicações sintomáticas e 22 (31%) não
apresentavam uso excessivo. Idade, sexo, anos de escolaridade ,
índice de massa corpórea (IMC), tipo de medicação, características
da cefaléia, uso de cafeína e qualidade de vida, não foram fatores
com diferenças estatisticamente significantes para distinguir os que
usam medicação sintomática excessivamente daqueles sem uso
excessivo. Por outro lado, os diagnósticos de transtorno de ansiedade e de transtorno do humor ao longo da vida foram estatisticamente significantes (p=0,003, p=0,045, respectivamente). Conclusões. Os diagnósticos de transtorno de ansiedade e de humor
são fatores importantes no tratamento de pacientes com enxaqueca
crônica com uso excessivo de medicação sintomática.A análise das
comorbidades psiquiátricas deve influenciar na assistência a esses
pacientes. Medidas preventivas para tratamento de ansiedade e
depressão podem ser preconizadas, para que se evite o uso excessivo de medicação sintomática.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
T 012
MIGRAINE PREVENTION WITH PROPRANOLOL,
AMITRYPTILIN AND SIMVASTATIN: CORRELATION WITH
NITRIC OXIDE PRODUCTION
Fabíola Lys Medeiros, Paloma Lys Medeiros, David Dodick, José
Antunes Rodrigues, Wagner Luis Reis, Marcelo Moraes Valença
Neuropsiquiatria e Histologia, UFPE; Fisiologia, FMRP-USP;
Mayo Clinic College of Medicine, USA.
Objective: We report the results of an open-label, prospective,
parallel group, active comparator study of simvastatin versus
propranolol/amitryptilin for the prophylactic treatment of migraine,
correlating the results with plasma production of nitric oxide.
Methods: In this study, three groups of women (18-45 years) with
more than 6 migraine attacks per month, received propranolol (60
mg, 80 mg or 120 mg) or amitriptyline (12.5 mg, 25 mg or 50 mg)
daily for 3 months. Other three groups, 25 women (18-45 years)
with hyperlipidemia and over 6 migraine attacks per month, received
simvastatin (10 mg, 20 mg or 40 mg) daily. The diagnosis of migraine
was based on ICHD-II. All patients completed a daily headache
diary over a 30-day baseline period and a 90-day treatment period.
No migraine preventive medications were used during the 30-day
baseline period. The primary endpoint was a reduction in migraine
frequency during the last 30 days of the trial compared to the baseline
period. Results
Results: An increase in plasma production of nitric oxide
was observed during headache attack when compared with basal
levels in absence of headache (25.8 ± 1.4 vs 30.2 ± 1.4 µM,
p<0.001). Propranolol (all 3 doses), amitriptyline (all 3 doses) and
simvastatin (all 3 doses) decreased significantly the frequency of
migraine attacks, the headache severity index (p<0.001) and
plasmatic nitric oxide production (p<0.001). Conclusion:
Simvastatin, propranolol and amitriptyline presented similar
preventive action on the migraine prophylaxis, an effect accompanied
by a reduction in the plasmatic nitric oxide production.
T 013
VERAPAMIL ENDOVENOSO COMO TRATAMENTO DA AURA
MIGRANOSA PROLONGADA NA MIGRÂNEA, MIGRÂNEA
HEMIPLÉGICA FAMILIAR (MHF) E NA MIGRÂNEA COM
SINTOMAS MOTORES UNILATERAIS (MSMU)
Trizotto, D.S.1 ; Sato, H.1; Salmazo Neto, G.2; Fernandes A.F.2 ;
Rizelio V. 1; Piovesan E.J. 2; Kowacs P.A.1,2
1
Serviço de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba/
Hospital Ecoville, Curitiba; 2Serviço de Neurologia do Departamento de Clínica Médica, Hospital de Clínicas da UFPR
Introdução:
ntrodução: O tratamento agudo da aura da migrânea é pouco
estudado até os dias de hoje. As auras prolongadas de migrânea,
as migrâneas hemiplégicas familiais (MHF/FHM) e as migrâneas
com sintomas motores unilaterais (MSMU/MUMS) possuem características clínicas e fisiopatológicas que as tornam um bom laboratório para o estudo do tratamento das auras. Objetivos: Testar a
eficácia do verapamil endovenoso no tratamento dos sintomas
motores, sensitivos e outros das MHF (FHM), das auras de migrânea
e das MSMU (MUMS). Métodos: Relatamos oito casos, um de
MHF, dois de migrânea com aura hemiplégica superior a 60 minutos, um com aura confusional e quatro com provável MSMU, tratados com infusão endovenosa de verapamil. Resultados
Resultados: Em seis
121
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÃO ORAL
pacientes houve remissão imediata dos sintomas e sinais com o
tratamento. Conclusão: O verapamil endovenoso foi efetivo no
tratamento dos sintomas deficitários em seis dos oito pacientes
estudados, independentemente do diagnóstico de MHF, "aura prolongada" ou de MSMU.
T 014
PREDNISONA NO TRATAMENTO INICIAL DA CEFALÉIA POR
USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÃO: UM ESTUDO
RANDOMIZADO, DUPLO-CEGO, PLACEBO-CONTROLADO
Barbosa, J S1; Vincent, M B1, Krymchantowski, AV2 ;
Bigal M E 3,4, Speciali, J G 5
1
Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2 CLINEDOC - RJ.
3
Department of Neurology, Albert Einstein College of Medicine,
New York. 4 The New England Center for Headache, Stamford.
5
Departmento de Neurologia, Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo.
Justificativa: A retirada abrupta dos medicamentos sintomáticos é considerada o tratamento de escolha para a cefaléia por
uso excessivo de medicação. Entretanto, é comum ocorrer piora
da cefaléia e aparecimento de sintomas relacionados à abstinência na fase inicial após a retirada, o que dificulta a adesão ao
tratamento e pode levar à necessidade de internação hospitalar.
Objetivos: Avaliar a freqüência da cefaléia, sintomas relacionados à abstinência e adesão ao tratamento, em pacientes com
cefaléia por uso excessivo de medicamentos submetidos ao uso
de placebo ou prednisona oral. Método: Estudo randomizado,
duplo-cego, controlado por placebo. De Janeiro de 2002 a Novembro de 2003, 80 pacientes com provável cefaléia por uso
excessivo de medicação foram selecionados para receber placebo
ou prednisona, em doses decrescentes por via oral, durante 6
dias (60 mg por dois dias, 40 mg por dois dias e 20 mg por dois
dias), no período inicial de retirada de sintomáticos. Os pacientes
foram avaliados durante as quatro semanas seguintes à suspensão do uso de medicamentos. Resultados: Foram incluídos 80
pacientes de ambos os sexos, entre 18 e 65 anos de idade (média: 36,7). Sessenta e sete pacientes concluíram o estudo. Trinta e
cinco pacientes (51,7%) foram tratados com prednisona e 32 com
placebo. O grupo prednisona apresentou incidência de cefaléia
de rebote (17%) significativamente menor que o grupo placebo
(50%). O uso não autorizado de sintomáticos foi significativamente
menor no grupo prednisona (11,4% x 75% no grupo placebo). O
grupo prednisona apresentou incidência de alterações comportamento/humor (8,6%) significativamente menor que o grupo placebo
(56%). Conclusão: Um ciclo curto de prednisona por via oral é
eficaz e seguro na redução precoce da freqüência de cefaléia em
pacientes com cefaléia por uso excessivo de medicação.
122
T 015
CINTIGRAFIA (SPECT) COM GALIO-67 (GAL-67) É ÚTIL
NO DIAGNÓSTICO DA ARTERITE TEMPORAL
Nascimento, O.J.M.; Quintanilha, G; Azevedo, J.C; Mesquita,
C.T.; Correa, P.L.; Souza, J.; Freitas, M.R.G.; Moreira Filho, P.F.
Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro, BR)
Objetivo: A arterite (de células gigantes) temporal (AT) é uma
vasculite de origem desconhecida que ocorre em indivíduos acima
dos 60 anos de idade. A AT se manifesta com dor intensa na
região temporal, súbita perda da visão, claudicação mandibular,
aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS), e endurecimento da artéria temporal superficial à palpação. A biópsia dessa artéria poderá ser reveladora de arterite na metade dos casos.
A não observação de arterite decorre do fato de ser esse processo multifocal, podendo não ser encontrado no segmento biopsiado.
Métodos vasculares não invasivos não discriminam se o comprometimento dessa artéria é de natureza inflamatória, ou não. A
cintigrafia (SPECT) quantitativa pelo Gal-67 parece ampliar a
acurácia diagnóstica na AT. O Gal-67 liga-se ao receptor da
transferrina, expresso na superfície de macrófagos ativados, passando a concentrar-se na área de inflamação. Nosso objetivo é
relatar a utilidade da cintigrafia com Gal-67 no diagnóstico da AT.
Método
Método: Três pacientes do sexo feminino, respectivamente com
68, 72 e 74 anos de idade, com sinais e sintomas sugestivos de
AT receberam 8-10 mCi de Gal-67 endovenoso, 48 horas antes
da cintigrafia. Os achados clínicos incluíram cefaléia de início
recente na região temporal, perda da visão e elevação da VHS,
nas três pacientes. Outras causas de cefaléia foram excluídas. As
relações de captação do Gal-67 foram calculadas nos cortes transaxial e coronal. Resultados
Resultados: Acentuada captação do Gal-67 foi
observada nas regiões temporais sintomáticas nas três pacientes,
denotando atividade inflamatória na artéria temporal superficial.
Tratamento com corticosteróide resultou na melhora clínica, particularmente da dor, e na normalização da VHS, nos três casos.
Conclusão
Conclusão: Nossos achados sugerem ser a cintigrafia (SPECT)
do crânio com Gal-67 um método útil e não-invasivo para o
diagnóstico da AT, especialmente se a relação de captação na
área de interesse for convenientemente calculada.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI Congresso Brasileiro de Cefaléia
Temas Livres - Sessão de Pôsteres
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
123
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 016
LOCALIZAÇÃO HABITUAL DA DOR EM 56 MIGRANOSOS
CRÔNICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE
CEFALÉIAS DO HU/UFS
Silva FB, Fraga TP, Calasans FR, Fontes Silva GM,
Lima BM, Jesus ACF
LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe
Introdução: Migrânea crônica é uma doença comum, incapacitante e de impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes,
além de ser um dos diagnósticos mais encontrados em clínicas
cefaliátricas. A localização da dor referida pelos pacientes é variável nos diferentes estudos realizados. Objetivo
Objetivo: Avaliar a localização habitual da dor migranosa referida pelos pacientes em centro especializado em cefaléias. Método
Método: Analisamos retrospectivamente os prontuários de 56 pacientes atendidos no Ambulatório
de Cefaléias da Universidade Federal de Sergipe, com o diagnóstico de migrânea crônica, de acordo com os critérios atuais da
International Headache Society (IHS). Os pacientes foram catalogados entre janeiro de 2006 e maio de 2007. Resultados
Resultados: Dos
pacientes incluídos no estudo, 94,6% (53) eram mulheres e as
idades variaram de 17 a 62 anos, com média de 39,5 anos. O
tempo para a cronificação da cefaléia referido pelos mesmos variou de 01 a 49 anos. Trinta e dois pacientes (57%) referiram dor
unilateral; destes, dezenove (33,9%) relataram a região frontal como
a mais acometida, seguida da região temporal em dezesseis casos
(28,5%), da região parietal em sete (12,5%), periorbitária em cinco
(8,92%) e a occipital em quatro (7,1%). A alternância de lados foi
notada em 50% desses pacientes. A dor bilateral foi descrita por 30
pacientes (53,5%), sendo a região frontal predominantemente a
mais atingida neste grupo, com 23 pacientes (41%), acompanhada
da occipital em seis (10,7%), da temporal em quatro (7,14%),
periorbitária e parietal em três (5,35%) e a retrorbitária e, também
a errática, sendo descrita por um (1,78%) paciente. A dor
holocraniana foi observada em 27 (48,2%) dos pacientes e a apical
em cinco (8,92%). Conclusão
Conclusão: A localização unilateral, seguida
de queixas bilaterais de dor foram as mais prevalentes em nosso
estudo e a região frontal a mais acometida. Estes achados apontam
para a grande variabilidade de localização da dor no paciente
migranoso crônico, o que pode sugerir diferentes estágios de sua
evolução.
T 017
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE EM PORTADORES DE
CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA
Fernandes, R. O.; Nacarato, A. B.; Fragoso, Y.D.
Departamento de Psicologia da UNISANTOS e
Departamento de Neurologia da UNIMES
Introdução: O estresse excessivo e prolongado pode comprometer a saúde mental e orgânica, tornando o indivíduo vulnerável
ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas. São bem documentadas as comorbidades psiquiátricas em pacientes com cefaléia
crônica diária, tais como depressão e transtornos ansiosos. Eventos estressores podem contribuir na manutenção e piora do quadro
crônico. Objetivo
Objetivo: Investigar os níveis de estresse de portadores
de cefaléia crônica diária (CCD) de um ambulatório de referência
terciário. Todos os pacientes estavam em uso excessivo de medica124
ção analgésica. Método: Aplicação do Inventário de Sintomas de
Estresse para Adultos de Lipp (ISSL) em 11 mulheres e 2 homens,
portadores de CCD, com idade acima de 25 anos, investigando-se
a prevalência de sintomas de estresse nas fases: (1) Alerta: fase
positiva do estresse. (2) Resistência: pode ocorrer uma sensação
de desgaste generalizado e dificuldades com a memória. (3) Quase-Exaustão: iniciam-se os processos de adoecimento dos órgãos
mais vulneráveis. (4) Exaustão: doenças graves podem surgir. Resultados
sultados: Das 11 mulheres investigadas, 45.5% apresentaram
estresse na Fase de Resistência (com 56% de sintomas físicos e
64% de sintomas psicológicos); 45.5% com estresse na Fase de
Quase-Exautão (64% de sintomas físicos e 92% de sintomas psicológicos) e 9% delas com estresse na Fase de Exaustão (com 33% de
sintomas físicos e 81% de sintomas psicológicos). Os dois homens
apresentaram níveis de estresse na Fase de Quase-Exaustão com
65% de sintomas físicos e 80% de sintomas psicológicos. Conclusão: Confirmou-se a presença de níveis acentuados de estresse
nos portadores de CCD investigados, especialmente nas Fases de
Resistência e Quase-Exaustão. Pode-se também identificar em ambos os sexos a prevalência dos sintomas psicológicos. Considerando o relato desses indivíduos sobre seu histórico de vida, é
possível haver uma correlação entre eventos estressores e o
desencadeamento ou manutenção dos episódios dolorosos.
T 018
QUAL O MAIOR MEDO DE PORTADORES DE ENXAQUECA
FRENTE AO PICO DE DOR NA CRISE? ESTUDO PILOTO
Amaral L.O., Isaac L.S., Mafra A.B.B., Fragoso Y.D.
Departamento de Neurologia UNIMES, Santos, SP
Introdução: Portadores de enxaqueca tipicamente apresentam crises de intensidade forte, nem sempre controláveis com medicação
analgésica. Muitos pacientes insistem em exames subsidiários nas
consultas, preocupados que dores tão fortes possam ser de causa
secundária. O objetivo do presente trabalho foi a investigação desta preocupação relacionada às crises de enxaqueca, avaliando o
que o paciente relata como sendo seu "maior medo" frente ao pico
de intensidade de dor. Método: Quarenta e seis portadores de
enxaqueca sem aura (definição IHS 2004), que apresentavam crises
recorrentes há pelo menos um ano, com freqüência maior que uma
vez por mês e menor que 5 vezes por mês, foram investigados. Foi
usada uma questão extra na anamnese: "Qual seu maior medo na
hora que sua dor está muito forte?". Resultados
Resultados: O grupo se
constituiu de 41mulheres e 5 homens alfabetizados, com idades
entre 18 e 55 anos. O pico de intensidade da dor entre 7 e 10
(escala analógica de zero a 10) foi relatado por todos os pacientes.
Embora 10 pacientes relatassem não ter nenhum medo, 36 relatavam medos como "cabeça explodir" (6), "ter um AVC" (6), "ter um
aneurisma" (3), "morrer de dor" (3), "ficar cego" (2), "nunca mais
melhorar" (2), "ficar louco" (1), "ter convulsão" (1) etc. É importante
observar que 78% destes pacientes tinham nível de escolaridade de
ensino médio ou superior. Conclusão: Mesmo com a confirmação diagnóstica de uma cefaléia primária benigna, a maioria dos
pacientes necessita maiores explicações com relação à intensidade
da crise.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 019
ESTUDO PROSPECTIVO DE CARACTERIZAÇÃO DA CEFALÉIA
DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
Castro L.B.R., Carvalho V.R.C., Gonçalves A.N., Guidoni A.C.F.R.,
Speciali J.G., Fragoso Y.D.
Depto. de Neurologia e de Ginecologia UNIMES, Depto. de
Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Introdução
Introdução: Embora "dor de cabeça" seja um dos sintomas característicos da tensão pré-menstrual (TPM), não existe especificação
sobre as características da cefaléia nesta freqüente condição clínica. O objetivo do presente trabalho é caracterizar esta cefaléia
através de registro detalhado em diário. Metodologia
Metodologia: Avaliação
prospectiva de vinte mulheres com sintomas típicos de TPM e que
também apresentavam cefaléia como um destes sintomas. Durante
três ciclos as mulheres preencheram diário de sintomas de TPM e
de registro de cefaléia. Resultados
esultados: Todos os sintomas ocorreram entre 3 a 7 dias prévios ao dia de início do fluxo menstrual,
havendo cessação imediata dos sintomas neste dia. A cefaléia estava presente nos 2 a 4 dias prévios ao início do fluxo. Em 65% das
mulheres, a cefaléia preenchia todos os critérios diagnósticos de
enxaqueca sem aura. Nas demais 35%, a cefaléia preenchia todos
os critérios de cefaléia do tipo tensional (CTT). Mulheres com enxaqueca tinham dores mais fortes, com duração mais longa, menor
resposta a medicamentos para cefaléia, e mais sintomas associados (agitação, irritabilidade, angústia, intolerância alimentar, tontura). Mulheres com CTT apresentavam cefaléia de intensidade mais
fraca, com menor duração, e com boa resposta a analgésicos simples (ex: paracetamol), tendo também poucos sintomas associados, sendo os principais o choro fácil e a sensação de muito cansaço. Não houve diferença no tipo de cefaléia ao longo dos três
ciclos, ou seja, mulheres que apresentavam enxaqueca não mudavam para CTT em outro ciclo e vice-versa. Conclusão
Conclusão: A cefaléia
primária que acompanha a TPM pode ser enxaqueca sem aura (2/3
dos casos) ou CTT (1/3 dos casos). Este trabalho está sendo estendido para incluir um maior número de registros.
T 020
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA PRIMÁRIA EM
PACIENTES COM SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII)
Santos, J.M.; Loyola R.G.; Medeiros, M.C.; Oliveira, R.F.;
Mendonça, F.A.P.; Moreira Filho, P.F.; Soares, R.L.S.
Grupo de Estudos de Doenças Intestinais - GEDI-, Departamento
de Medicina Clínica, Hospital Universitário Antonio Pedro - HUAP
Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ, Brasil.
A cefaléia primária (CP) assim como a SII (segunda causa de atendimento na clínica gastroenterológica diária) exibem alta
prevalência mundial, estão freqüentemente associadas à diminuição da qualidade de vida e absenteísmo ao trabalho, e são definidas por critérios diagnósticos clínicos sem marcadores biológicos disponíveis. Todas essas semelhanças clínicas existentes entre CP e SII, além do grande número de dados da literatura que
apontam para a importância das alterações do eixo neuroentérico
como fatores envolvidos na fisiopatologia das doenças funcionais do trato gastrointestinal e o número escasso de dados sobre
a associação SII e CP justificam a confecção do presente estudo.
Objetivos
Objetivos: Avaliar a prevalência de queixas clínicas compatíveis
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
com o diagnóstico de CP em pacientes portadores de SII. PaciMétodos: 57 pacientes com o diagnóstico clínico de
entes e Métodos
SII (G I) (critérios de Roma III) atendidos no ambulatório do GEDIUFF-HUAP, foram avaliados através de critérios clínicos
demográficos que incluíram idade, sexo, escolaridade e presença
de cefaléia primária, e seus dados foram comparados com aqueles obtidos em 79 voluntários adultos normais (G II) (selecionados a partir funcionários e alunos da Faculdade de Medicina UFF) maiores de 18 anos e sem queixas digestivas habituais nos
últimos 12 meses que precederam o estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Pesquisa e Pós-Graduação - CNPQ-UFF. Re sultados: Grupo I: 57 pacientes com SII, idade média de 29,01
± 11,10 anos, destes 14 (3 masculino - M, e 11 feminino - F) com
cefaléia e 43 (10 M e 33 F) sem cefaléia, correspondendo a
24,56% e 75,44%, respectivamente. Grupo II: 79 voluntários
sem SII, idade média de 27,54 ± 11,66 anos, sendo 33 (16 M e
17F) com cefaléia (41,77%) e 46 (21M e 25 F) sem cefaléia
(58,23%). Não houve diferença estatisticamente significativa da
prevalência de cefaléia nos pacientes com SII, nem na idade média nos dois grupos (p>0,005), no grupo estudado em comparação com o controle. Conclusões
Conclusões: Os autores concluem que
mesmo com o número pequeno de pacientes estudados, a cefaléia
parece exibir uma alta prevalência na população em geral, como
variável independente da SII. No entanto, a presença de
comorbidades como SII e cefaléia podem individualizar a intervenção terapêutica desses pacientes, e estudos clínicos futuros
desses grupos específicos podem oferecer contribuições para os
mecanismos fisiopatológicos das doenças funcionais em geral.
T 021
CEFALÉIA UNILATERAL: PREVALÊNCIA EM UM CENTRO
ESPECIALIZADO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Stancioli, F.G.¹, Vasconcelos, L.P.B.¹, Leal, J.C. ², Silva, A. A.²,
Gómez, R.S.², Teixeira, A.L.³
¹Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG.
²Médico Neurologista do Hospital das Clínicas da UFMG.
³Professor. Adjunto de Neurologia da Fac. de Medicina da UFMG.
Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.
Introdução
Introdução: Cefaléia unilateral (sem alternância entre os lados)
representa um conjunto particular de cefaléias. Essas cefaléias são
facilmente diagnosticadas quando de curta duração e com a típica
associação a fenômenos autonômicos. Entretanto, o diagnóstico
torna-se difícil na ausência de disautonomia ou se associado à
fenomenologia de migrânea ou de outras cefaléias primárias. Objetivos
jetivos: Apresentar a prevalência e as características clínicas das
cefaléias unilaterais em pacientes atendidos no Ambulatório de
Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas,
UFMG. Métodos
Métodos: Foram coletados dados de todos os pacientes
atendidos no Ambulatório de Cefaléia. Os dados coletados eram
referentes ao sexo, idade, diagnóstico da cefaléia, intensidade da
dor de cabeça, uso de medicamentos, tipos de medicamentos utilizados, dentre outros, através de questionário estruturado. Resultados
tados: Foram encontrados 26 pacientes com cefaléia unilateral,
perfazendo uma prevalência de 14,4% dos atendimentos. Os diagnósticos desses pacientes foram: migrânea (13), salvas (3), hemicrânia paroxística crônica (1), hemicrânia contínua (1), neuralgia do
trigêmeo (3), cefaléias inclassificáveis(5). Conclusões
Conclusões: A cefaléia
125
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
unilateral apresenta possivelmente prevalência mais significativa
daquela referida na literatura, sobretudo em centros terciários.
Notamos um alto percentual de migrânea (50%) e de cefaléia
inclassificável (19,2%). Há a necessidade de mais estudos para o
melhor conhecimento clínico desse grupo de cefaléias, notadamente
das inclassificáveis.
T 022
COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
NA MIGRÂNEA
Dach F*, Nobre F**, Bordini CA* e Speciali JG*
*Depto. de Neurologia e **Divisão de Cardiologia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
Objetivo
Objetivo: Avaliar o comportamento da pressão arterial sistêmica
acientes
(PA) durante o período de dor de uma crise de migrânea. Pacientes
e Métodos
Métodos: Foram selecionados 10 pacientes (nove mulheres e
um homem) do pronto atendimento da neurologia do HCFMRPUSP de acordo com os critérios de inclusão (adultos com migrânea,
mínimo de três crises por mês, concordar com o protocolo de
medida da PA) e de exclusão (HAS, uso de drogas profiláticas para
cefaléia e/ou que interfiram na PA, mulheres grávidas, na menopausa, ou com crises de migrânea apenas no período menstrual, história de AVE ou IAM recente, IRC ou doença péptica, pacientes incapazes de compreender os procedimentos do protocolo, contraindicação ao uso de ibuprofeno). Os pacientes foram submetidos a
exames laboratoriais de rotina, ECG, MAPA e medidas convencionais da PA. No período interictal, os pacientes foram instruídos a
fazer Medida Residencial da Pressão Arterial (MRPA) com seis medidas/dia por quatro a cinco dias. No período ictal, os pacientes
foram orientados a fazer MRPA a cada 10 minutos nas duas primeiras horas de dor e, após, a cada 15 minutos até o final da crise,
além de assinalar um formulário com as características da dor. Foi
usado o ibuprofeno como resgate após duas horas de crise. Para
análise estatística, foram comparadas as medidas de PA e freqüência cardíaca (FR) do período interictal com as do período ictal feitas
com o aparelho de MRPA. Resultados
esultados: As médias da PA do período ictal foram menores quando comparadas às do período interictal,
sendo que a diferença foi estatisticamente significativa para a segunda e terceira horas de dor (p<0,05). Não houve diferenças na
comparação das médias da FC. Conclusão
Conclusão: Em geral, as reações
físicas da dor aguda são hipertensão arterial e taquicardia. No
entanto, observamos que durante a dor da migrânea ocorre uma
redução da PA. Este achado pode ser conseqüência da ação (direta
e/ou indireta) de substâncias que participam da fisiopatologia da
migrânea no leito vascular periférico.
T 023
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE CERVICAL EM MULHERES
COM MIGRÂNEA
Pegoretti K.P.,1 Florêncio L.L.,1 Pereira P.A.,1 Canonica A.C.,1
Moreira V.C.,1 Gonçalves M.C.,1 Bevilaqua-Grossi D.,1 Speciali, J.F.1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo
Objetivo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a mobilidade cervical
em mulheres com migrânea (M) e migrânea transformada (MT), e
compará-la com mulheres sem história de cefaléia (grupo controle
126
- GC). Métodos
Métodos: Foram avaliadas 30 mulheres acompanhadas
pelo ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto (HCFMRP-USP), com idade entre 20 e 55 anos, sendo 15
com diagnóstico de M, segundo os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia, 15 com diagnóstico de MT, segundo os critérios
de Silberstein-Lipton, e 15 do GC. Para obtenção das medidas de
amplitude de movimento (ADM) cervical foi utilizado o aparelho
"Cervical Range of Motion" (CROM). O procedimento de avaliação
foi padronizado para todos os voluntários e as medidas realizadas
por um mesmo avaliador. Foram avaliados os movimentos de
flexão, extensão, inclinação direita, inclinação esquerda, rotação
direita e rotação esquerda, bem como a presença de cefaléia no
momento da avaliação e a dor ao movimento, por meio de uma
escala numérica. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o
"Mixed Linear Models", e o coeficiente de correlação de Spearman
para correlação entre ADM e as variáveis dor, idade e tempo de
cefaléia em anos, com p-valor < 0,05. Resultados
Resultados: A mobilidade
cervical não foi diferente entre os grupos de MT e M, exceto para
extensão (p=0,02). A ADM cervical mostrou-se diminuída no grupo de MT quando comparado ao controle para os movimentos de
extensão (p=0,02), inclinação esquerda (p=0,03) e rotação direita
(p=0,03). O grupo de M apresentou diminuição de mobilidade
para o movimento de rotação direita (p<0,01) comparado ao controle. Não houve correlação entre a mobilidade cervical e as variáveis dor, idade e tempo de cefaléia. Conclusão
Conclusão: Os resultados
indicam que os pacientes com MT apresentam maior comprometimento da mobilidade cervical do que aqueles com M quando comparados a indivíduos sem cefaléia.
T 024
ESTUDO DESCRITIVO E COMPARATIVO SOBRE O PADRÃO DE
SONO E PRESENÇA DE CEFALÉIA EM TECNICOS DE
ENFERMAGEM DA UTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA
UFJF, TRABALHANDO EM TURNOS DIURNO E NOTURNO
Ferreira, K.S.; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.;
Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A.
Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia
Objetivos: Avaliar as variações do sono e a presença de cefaléia
em técnicos de enfermagem do setor de UTI do Hospital Universitário da UFJF, trabalhando em turnos diurno e noturno. Métodos
Métodos:
Selecionaram-se 25 pessoas, em grupos de trabalho diurno e noturno. Aplicou-se questionário semi-estruturado com questões sobre hábitos de sono, sonolência diurna, depressão, presença de
cefaléia e suas características, dor miofascial. Analisaram-se os
dados em programa estatístico Epi Info. Resultados: De 25 funcionários avaliados observou-se que 40% eram mulheres e 60%
eram homens, com idade média de 39 anos. Destes, 52% trabalhavam em turno noturno e 48% em turno diurno e 60% consideravam
seu sono insuficiente. Na escala Epiworth 40% preencheram critérios para sonolência diurna. Quanto à cefaléia, 68% revelaram
apresentar cefaléia recorrente e 76,5% relataram dor desencadeada
pela falta de sono. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. Pela
Classificação Internacional de Cefaléia, 52,9% apresentavam
cefaléia tensional, 35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e
5,9% cefaléia não classificada. 62,5% dos pacientes apresentaram
dor muscular à palpação, 41,7% dor em articulação têmporo-mandibular e 45,8% dor em nervos occipitais. Ao se cruzarem dados
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
para análise encontramos predomínio de cefaléia em mulheres,
entre cefaléia e turno de trabalho não houve significância estatística
entre os resultados. Sono suficiente, roncos, horário de dormir e
depressão não mostraram relação com cefaléia. Conclusões
Conclusões:
Houve uma prevalência maior de distúrbios de sono e cefaléia que
na população em geral, porém não encontramos significância estatística na relação entre os dois para a amostra estudada.
T 025
ESTUDO DESCRITIVO SOBRE A PRESENÇA E CARACTERÍSTICAS DA CEFALÉIA EM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DA
UTI DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF
Ferreira, K.S. ; Gomes, G.A.; Pacheco, A.A.; Ribeiro, F.G.;
Juste, L.M.; Cruz, L.S.; Pires, L.A.
Hospital Universitário - Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia
Objetivos
Objetivos: Avaliar presença e as características de cefaléia em
geral em técnicos de enfermagem do setor de UTI do Hospital
Universitário da UFJF. Método
Métodos: Selecionaram-se 25 funcionários (técnicos de enfermagem) da UTI do HU-UFJF. Aplicou-se questionário semi-estruturado com questões relacionadas à presença
de cefaléia e suas características, avaliação de distúrbios de humor.
Analisaram-se os dados em programa estatístico Epi Info. Resultados
tados: De 25 funcionários avaliados observou-se que 40% eram
mulheres e 60% homens, com idade média de 39 anos, 52% eram
brancos, 28% solteiros, 60% casados. Quanto à cefaléia, 68% dos
entrevistados revelaram apresentar cefaléia recorrente, 52,9% apresentavam crises mais que uma vez na semana e 52,9% apresentavam crise com mais de 4 horas de duração. 58,8% apresentavam
fotofobia, 64,7% fonofobia, 29,4% náuseas. Pela Classificação
Internacional de Cefaléia, 52,9% apresentavam cefaléia tensional,
35,3% migrânea, 5,9% hemicrânia paroxística e 5,9% de cefaléia
não classificada. Apenas 5,9% faziam abuso de analgésicos. Quanto
à avaliação de depressão, 88% não tiveram critérios de depressão
e 12% com critérios de possível depressão. Ao se cruzarem dados
para análise estatística encontramos uma tendência ao predomínio
de cefaléia em mulheres. Parece também haver menor incidência de
cefaléia nos pacientes casados, em comparação com os solteiros.
Não houve correlação estatística entre cefaléia e depressão. Conclusões: Os dados encontrados nos indicam uma prevalência de
cefaléias primárias superior à encontrada na literatura para a população geral, com predomínio em mulheres e faixa de idade compatível com a esperada. Observamos baixa prevalência de abuso de
analgésicos nesta população, a despeito da facilidade de acesso às
medicações.
T 026
SÍNDROME DA MÃO ESTRANGEIRA COMO AURA DE
ENXAQUECA
Maultasch, H; Goldberg, S.W; Vincent, M.B.
Serviço de Neurologia/HUCFF - Universidade Federal do
Rio de Janeiro
Introdução
Introdução: Cerca de 20% dos pacientes com enxaqueca experimentam aura. A síndrome da mão estrangeira (SME) é a realização
de movimentos não intencionais e aparentemente com propósito
de uma das mãos ou a sensação de que a mão não é própria,
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
embora haja o reconhecimento visual da propriedade do segmento
acometido. Descrevemos um homem de 25 anos que apresentava
síndrome da mão estrangeira sensitiva como aura enxaquecosa.
Relato de caso
caso: Paciente do sexo masculino sofreu dois episódios de cefaléia acompanhada de aura atípica, o primeiro em outubro
de 2006, após nadar. Notou uma sensação de "estranheza" na mão
direita, como se esta não fosse sua, com diminuição da sensibilidade tátil nos cinco dedos (30 minutos). Em seguida teve dor
retrorbitária direita, de forte intensidade, latejante, atingindo máxima intensidade em 30 minutos, quando desapareceu a sensação de
estranheza em relação à mão. Em janeiro de 2007, novo episódio,
desta vez acompanhado de náuseas e vômitos, durando cerca de 3
horas. Dois episódios semelhantes haviam ocorrido 10 anos antes. A RM do encéfalo revelou discreta assimetria dos hipocampos,
e o videoeletroencefalograma revelou ondas agudas e lentas irregulares de projeção temporal anterior e média à esquerda, com
propagação para áreas homólogas. Discussão
Discussão: Geralmente, a
SME é decorrente de infarto envolvendo o corpo caloso ou o córtex
frontal medial, ou ainda pelo comprometimento da área motora
suplementar esquerda. Há casos secundários a infarto no território
da artéria cerebral posterior associado a distúrbios sensitivos. Há
poucos relatos de SME como aura de enxaqueca, o que aponta
para disfunção cortical secundária à depressão alastrante fora do
córtex visual. Conclusão
Conclusão: SME é uma das anormalidades eventualmente relacionadas à aura da enxaqueca. Este sintoma, como
sugerido por este caso, pode surgir sem que outras formas de aura
estejam presentes.
T 027
AVALIAÇÃO DO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO DE
MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM MULHERES COM
MIGRÂNEA TRANSFORMADA
Canonica, A.C.1; Moreira, V.C.1; Florêncio, L.L.1; Dach, F.2;
Bordini, C.A. 2; Chaves, T.C.1, Speciali, J.G.1, Bevilaqua-Grossi, D.1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria
e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo HCFMRP-USP.
Objetivos
Objetivos: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculos
crânio-cervicais em indivíduos do sexo feminino com Migrânea
Transformada (MT) e compará-los com os valores de LDP obtidos
de mulheres sem história de cefaléia. Métodos
Métodos: Participaram deste estudo 14 pacientes do sexo feminino (média de idade 38 anos
± 10,42) com diagnóstico de MT segundo os critérios de Silberstein
atendidas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo, constituindo o grupo com cefaléia (GMT), e 14 mulheres
(média de idade 39,36 anos ± 10,68) sem história de cefaléia ou
outras condições dolorosas constituindo o grupo controle (GC). O
LDP foi obtido através da Algometria de Pressão, na qual foram
localizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculos
frontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo com
velocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medidas consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para análise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas e
aplicado o teste t para amostras independentes não pareadas para
comparação intergrupo, considerando-se p 0,05. Resultados
Resultados: Os
127
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
resultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontos
nos músculos avaliados no GMT quando comparado ao GC, entretanto apenas os pontos nos músculos frontal bilateral, temporal
anterior esquerdo, trapézio médio esquerdo e inserção do
esternocleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamente significativa (p 0,05). Conclusão
Conclusão: Mulheres com MT apresentam uma redução do LDP em alguns músculos da região crâniocervical.
T 028
AVALIAÇÃO DE MÚSCULOS CRÂNIO-CERVICAIS EM
MULHERES COM MIGRÂNEA ATRAVÉS DA ALGOMETRIA
DE PRESSÃO
Moreira, V.C.1; Canonica, A.C.1; Pereira, P.A.1; Dach, F2;
Bordini, C.A.2; Chaves, T.C.1; Speciali, J.G.1; Bevilaqua-Grossi, D.1
1
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo - FMRP-USP; 2Departamento de Neurologia, Psiquiatria
e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo HCFMRP-USP.
Objetivo
Objetivo: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) de músculos
crânio-cervicais em mulheres com Migrânea (M) e compará-los
com os valores de LDP obtidos de mulheres sem história de cefaléia.
Métodos
Métodos: Participaram deste estudo 15 pacientes do sexo feminino (média de idade 36,27 anos ± 10,33) com diagnóstico de M
segundo os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia atendidas no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo, constituindo o grupo com cefaléia (GM), e 15 mulheres
(média de idade 39,87 anos ± 10,48) sem história de cefaléia ou
outras condições dolorosas, constituindo o grupo controle (GC).
O LDP foi obtido através da Algometria de Pressão na qual foram
localizados e demarcados 10 pontos bilateralmente nos músculos
frontal, temporal, masseter, trapézio e esternocleidomastóideo com
velocidade de pressão de 1,0 kg/cm2/s. Foram obtidas três medidas consecutivas de cada ponto em seqüência aleatória. Para análise estatística foi utilizado a média das duas últimas medidas e
aplicado o teste t para amostras independentes não pareadas para
comparação intergrupo, considerando-se p 0,05. Resultados
Resultados: Os
resultados demonstram uma redução do LDP de todos os pontos
nos músculos avaliados no GM quando comparado com o GC,
entretanto para os pontos nos músculos frontal bilateral, temporal
posterior e anterior direito, temporal médio esquerdo, origem do
masseter direito, inserção do masseter esquerdo, trapézio médio
bilateral, inserção do trapézio esquerdo e inserção do esternocleidomastóideo esquerdo esta redução foi estatisticamente significativa (p 0,05). Conclusão: Mulheres com M apresentam uma
redução do LDP em músculos da região crânio-cervical.
T 029
SINTOMATOLOGIA AUTONÔMICA ÓCULO-NASAL
(HIPEREMIA CONJUNTIVAL, LACRIMEJAMENTO,
OBSTRUÇÃO NASAL E RINORRÉIA):
MIGRÂNEA VERSUS CEFALÉIA EM SALVAS
Farias da Silva, W.; Sampaio, M. C. F.; Costa Neto, J.;
Serva, W. D.; Valença, M. M.
Universidade Federal de Pernambuco
128
Objetivo: Avaliar a presença de sintomatologia autonômica na
migrânea e na cefaléia em salvas. Metodologia
Metodologia: Uma série de
600 pacientes com migrânea foi comparada com outra série de
191 casos de cefaléia em salvas quanto aos sintomas autonômicos.
Resultados
Resultados: Sintomas autonômicos isolados ou agrupados estavam presentes em apenas 175 (29,16%) de 600 casos de migrânea.
Dentre os 191 casos de cefaléia em salvas, apenas 3 (1,57%)
evoluiam sem manifestações disautonômicas. Na migrânea os sintomas autonômicos óculo-nasais (hiperemia conjuntival, lacrimejamento, obstrução nasal e rinorréia) foram um pouco mais freqüentes quando de dor unilaterais (56%) mas se expressaram clinicamente de modo bilateral (73,71%); tendo sido registrado predomínio dos oculares ( HC= 82,85%; L= 69,71%) sobre os nasais
(N= 9,14%; R= 8%). Na cefaléia em salvas detectou-se absoluta
prevalência de dor unilateral (97,90%), dor bilateral sendo encontrada em somente 12 (6,38%) dos casos. Os sintomas autonômicos
pesquisados foram ipisilaterais à dor, em todos os casos com dor
unilateral (175 =93,08%); contralateral à dor em um caso com dor
unilateral e em apenas 12 (6,38%) pacientes eles eram bilaterais
(apenas um deles com dor bilateral), sendo assinalados no lado
onde a dor era mais intensa. A Tabela abaixo compara a sintomatologia autonômica encontrada nos pacientes com essa
sintomatologia entre os migranosos e os com cefaléia em salvas.
Tabela. Sintomas autonômicos
Migrânea
n=175
Cefaléia em salvas
n=188
P
X2
Hiperemia
conjuntival
145 (82,85%)
151 (80,3%)
0,5334
Lacrimejamento
122 (69,71%)
147 (78,2%)
0,0654
Obstrução nasal
16 (9,14%)
138 (73,4%)
<0,0001
Rinorréia
14 (8%)
124 (66,0%)
<0,0001
Conclusão
Conclusão: Obstrução nasal e rinorréia são encontrados mais
freqüentemente na cefaléia em salvas.
T 030
ENXAQUECA X ATIVIDADE SEXUAL: COMO MULHERES COM
E SEM ENXAQUECA UTILIZAM A DESCULPA "DOR DE
CABEÇA" PARA SE ESQUIVAR DE ATIVIDADE SEXUAL
Carvalho, JJF1, Magalhães, AG2, Morais, LC2, Menezes NS2
1
Setor de Cefaléias, Serviço de Neurologia,
Hospital Geral de Fortaleza
2
Curso de Medicina, Universidade Estadual do Ceará
Objetivo
Objetivo: A desculpa "estou com dor de cabeça" para evitar uma
relação sexual é clichê freqüentemente associado às mulheres. A
incompatibilidade entre atividade sexual e dor de cabeça é intuitivamente aceita, mas evidências sugerem uma relação complexa entre
atividade sexual e cefaléias, particularmente enxaqueca. Este trabalho estuda o impacto da dor de cabeça na vida sexual de mulheres
com enxaqueca e a utilização da desculpa "dor de cabeça" para
evitar atividade sexual. Método
Método: Entrevistamos 60 mulheres que
procuraram o Hospital Geral de Fortaleza para consultas
ambulatoriais. Elas foram divididas em dois grupos: o grupo A (30
mulheres) recrutado entre as pacientes do ambulatório de cefaléia
com o diagnóstico de enxaqueca (ICHD-II) e o grupo B (30 mulheres) entre as pacientes sem história de cefaléias que buscaram o
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
hospital por outras queixas. Além dos dados demográficos foram
anotados o impacto da enxaqueca na atividade sexual e se alguma
vez, estando sem cefaléia, tinham usado a desculpa "dor de cabeça"
para se esquivar de relação sexual com seus parceiros. Resultados
dos: No grupo A a idade média foi de 44 anos (± 10 anos) e 37%
eram solteiras, 57% casadas, 3% viúvas e 3% desquitadas. No
grupo B a idade média foi de 48 anos (± 14 anos) e 25% eram
solteiras, 59% casadas, 13% viúvas e 3% desquitadas. Em ambos
os grupos a freqüência média de relações sexuais foi de 7 relações/mês. Para 43% das pacientes com enxaqueca, as cefaléias
interferiam negativamente na atividade sexual e 23% afirmaram já
ter interrompido relação sexual por causa de crise de enxaqueca.
Apenas 3 mulheres (10%) do grupo A contra 9 (30%) do grupo B já
tinham usado a desculpa "dor de cabeça" para não ter relação sexual. O tratamento da enxaqueca impactou positivamente no relacionamento sexual de 60% das pacientes do grupo A. Conclusão
Conclusão: O
tratamento pode reverter a repercussão negativa da enxaqueca na
vida sexual de suas sofredoras e, apesar do clichê, apenas uma
minoria das mulheres utiliza a desculpa "dor de cabeça" para não ter
atividade sexual e este comportamento, menos comum entre as
enxaquecosas não as diferencia estatisticamente das demais mulheres.
T 031
CEFALÉIA ORGÁSMICA ASSOCIADA A VASOESPASMO CEREBRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: RELATO DE 2 CASOS
Carvalho, JJFC, Mont´Alverne, FJA, Malveira, GLS
Objetivo
Objetivo: Cefaléia orgásmica tem sido raramente associada a
vasoespasmo cerebral. Nós apresentamos dois pacientes com
cefaléia orgásmica com vasoespasmo cerebral segmentar reversível na ausência de hemorragia subaracnoide ou vasculite. Relato
aciente 1 – homem de 57 anos encaminhado para
dos casos
casos: PPaciente
avaliação por episódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (ICHD-II) 03
dias antes. A dor de atingiu o pico em segundos, persistiu nos dias
seguintes em menor intensidade mesmo cojm o uso de analgésicos. Uma arteriografia digital com subtração mostrou vasoespasmo
segmentar envolvendo as artérias cerebelares superior e inferior à
direita e ambas as artérias cerebrais posteriores. O exame do líquor
revelou discreta pleocitose e proteína levemente aumentada. Paciente 2 – homem de 51 anos encaminhado para avaliação de
episódio de cefaléia orgásmica tipo 2 (IHCD-II) 24 horas antes. A
dor que também atingiu o pico em segundos, persistiu em menor
intensidade nos dias seguintes mesmo com o uso de analgésicos
comuns. O exame do LCR foi normal mas uma arteriografia digital
com subtração revelou vasoespasmo segmentar na artéria cerebelar
inferior. Em ambos os pacientes o exame neurológico foi normal e
o diagnóstico de vasculite do sistema nervoso central foi excluído
por exames apropriados. Eles evoluíram com resolução da dor em
07 e 05 dias, respectivamente e se mantém sem dor desde então.
Foram tratados com nimodipina 60 mg, 4 x dia por 3 meses
descontinuada gradualmente após angiotomografia mostrar artérias cerebrais normais. Conclusão
Conclusão: A associação de vasoespasmo
segmentar reversível e cefaléia orgásmica pode ser mais comum do
que se suspeita e aparentemente não modifica o curso benigno da
mesma.
T 032
A PSICOLOGIA EM UM AMBULATÓRIO DE CEFALÉIA COMO
COADJUVANTE NO TRATAMENTO DA DOR
Renemilda Cacique de Góes
Coordenadora da Psicologia Clínica do INDC-UFRJ
Estagiárias: Rachel Sancovschi, Tatiana Restrepo, Taíssa Mello,
Natália Nunes, Aline Passos.
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Objetivo
Objetivo: Este estudo propõe demonstrar objetivamente e subjetivamente se a terapia, centrada na teoria psicanalítica, é um tratamento eficaz no tratamento da cefaléia. Observamos que o médico
reconhece esse sujeito como um portador de uma doença com
sintomas identificados, mas não percebem os fatores antecedentes
e conseqüentes da dor que é articulado com representantes conscientes e inconscientes que podem alterar a dor. Para confirmar os
resultados dessa articulação, dor física e dor psíquica, utilizamos
os atendimentos psicológicos como coadjuvante do atendimento
neurológico. Método
Método: Selecionamos 60 pacientes que obedeciam aos critérios e diagnosticados dos critérios (S.I.C.1988) em
migrânea e Cefaléia Crônica Diária. A amostra aleatoriamente de
10 pacientes realizou a psicoterapia de grupo, baseada na teoria
Psicanalítica com sessões semanais durante um ano. O objetivo foi
observar a freqüência e a intensidade da dor, tratados clinicamente
com consultas regulares, medicação padrão, mapa diário da dor e
aplicação das escalas de depressão e ansiedade de Hamilton. Resultado
sultado: As estatísticas realizadas com a primeira aplicação da
escala, não foram significativas. Não ouve sucesso na redução da
freqüência e da intensidade da dor quando tratados apenas com
medicação nos primeiros seis meses antes da terapia. Nossos resultados comparando-se ao segundo momento, isso é, os 10 pacientes tratados com intervenção psicanalítica mais medicação, revelou diferença significativa com 95% de confiança entre os escores
médios da escala de Depressão e Ansiedade de Hamilton (2,93 no
primeiro momento e 3,95 no segundo). Discussão
Discussão: As estatísticas realizadas considerando apenas o primeiro momento se mostraram não significativas, acreditamos que o fato esteja relacionado ao erro Tipo II devido ao reduzido número de amostras. Kerlinger
(1986) recomenda como regra geral para aplicação de um instrumento, o uso da maior amostra possível e sugere dez sujeitos por
item do instrumento. Entretanto, os pacientes obtiveram sucesso
na redução da freqüência e da intensidade da dor, quando tratados
com medicação e psicoterapia. Mesmo com esta pequena amostra,
foi possível demonstrar que uma terapia de base psicanalítica, como
coadjuvante no tratamento da cefaléia, resulta em aumento significativo a baixa da freqüência e intensidade da dor. Porém, subjetivamente, podemos dizer que a experiência quotidiana de cada paciente, mostrou a necessidade de um espaço adequado para elaborar o porquê e as conseqüências das suas dores.
T 033
CEFALÉIA E CISTO DA PINEAL
Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux C
UFF - Setor de Investigação das Cefaléias
Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa
Objetivo
Objetivo: Relatar e discutir quatro pacientes que apresentavam
cefaléia em associação com cisto da glândula pineal. Pacientes e
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
129
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
métodos: Apresentamos quatro pacientes do gênero feminino, com
cefaléia e cisto pineal. As idades variaram de 11 a 38 anos, com
média de 32 anos; a área dos cistos variou de 0,60 cm2 a 0,72
cm2; em três pacientes a cefaléia era do tipo tensional e do tipo
migranoso em uma delas. Todas as pacientes tinham exame neurológico normal e sua história era negativa para sinais de alarme
quanto à possibilidade de cefaléia secundária. Na paciente com
migrânea sem aura, a dor era fronto-orbitária esquerda; em duas
outras, era holocraniana e na uma última não apresentava topografia determinada. O quadro abaixo resume os dados expostos:
Paciente
Idade
(a)
Tipo de
cefaléia
Topografia da
cefaléia
Área do cisto
(cm2)
MFA
38
TT crônica
Holocraniana
0,72
Holocraniana
0,70
RS
30
TT crônica
MAS
32
TT crônica
CTB
11
Holocraniana
0,60
Migrânea sem Fronto-orbitária
aura
direita
0,48
Discussão
Discussão: Sawamura, examinando as RM de 6.023 pacientes,
encontrou 29 (0,96%) cistos pineais em 3.008 homens e 50 (1,66%)
em 3.015 mulheres, sendo significante a diferença entre os sexos
(p < 0,05). Não foram encontrados cistos em apcientes com menos de 10 anos, ocorrendo o pico entre 21 e 30 anos.1 Peres et al
descrevem cinco pacientes, quatro do gênero feminino e um do
gênero masculino, com cistos da pineal e cefaléia primária, com as
mesmas características das nossas pacientes.2 No título do trabalho os autores questionam se tal associação constitui mais do que
mera coincidência, considerando-se as propriedades biológicas da
melatonina,3 suas relações com a neurotransmissão glutamatérgica4
características cronobiológicas de pacientes com migrânea crônica
e episódica.5 Todas nossas pacientes referiam algum tipo de transtorno do sono. Conclusão
Conclusão: Tanto a cefaléia primária quanto o
cisto de pineal são mais freqüentes em pacientes jovens e do gênero feminino, o que poderia constituir uma simples coincidência.
Estudos mais detalhados e com maior número de casos são necessários para melhor avaliar essa associação, uma vez que a
melatonina possivelmente desempenha importante papel nas
cefaléias.3
Referências: 1-Sawamura Y, Ikeda J, Ozawa M, Minoshima Y, Sayito,
Abe H. Magnetic resonance images reveal a high incidence of asymptomatic
pineal cysts in young women. Neurosurgery. 1995;37:11-16.
2-Peres MFP, Zuckerman E, Porto PP, Brandt RA. Headaches and pineal cysts:
a (more than) coincidental relationship? Headache. 2004;929-30.
3-Peres MFP. Melatonin, the pineal gland and their implication for
headache disorders. Cephalalgia. 2005;25:403-411.
4-Peres MF, stiles MA, Siow HC, Dogramjik, Silberstein SD, Cipoll-Neto
J. Chronobiololgical features in episodic and chronic migraine.
Cephalalgia. 2003;21:842-9
T 034
ASSOCIAÇÃO DE NEURALGIAS DOS NERVOS TRIGÊMIO E
GLOSSOFARÍNGEO
Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux CC
UFF - Setor de Investigação das Cefaléias
Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa
Objetivo
Objetivo: Apresentação e discussão de paciente que apresentava
associação de neuralgias dos nervos trigêmio e glossofaríngeo.
130
Apresentação do caso
caso: Paciente masculino, negro, 78 anos,
apresenta há cerca de 10 anos dor na região malar esquerda, que
se irradiava para lábio superior e arcada dentária superior esquerda. A dor era intensa, em choque, desencadeada por toque no sulco
naso-labial , alimentação, lavar o rosto e escovar os dentes. Tratado com CBZ, com melhora do quadro, com recidivas ocasionais,
ocasiões em que aumentava a dosagem de CBZ, com controle
parcial das crises. Há cerca de seis meses, apareceu dor recorrente,
severa, como uma facada, de curtíssima duração, na base da língua
e fossa tonsilar. A dor era desencadeada por movimentos de
deglutição e se refletia profundamente dentro do ouvido esquerdo.
Os episódios ocorriam em agrupamentos que duravam de uma a
duas semanas. O paciente fazia perfeita distinção entre os dois
tipos de dor, que podiam ocorrer isoladamente ou associados. Foi
tentado aumento da CBZ sem sucesso. O paciente apresentou
melhora de ambas as dores com uso da gabapentina (600 mg x 4).
Estudo de RM com angiorressonância do crânio foi negativo para
processos expansivos e não havia evidência de compressão neurovascular. Discussão
Discussão: Nosso paciente apresentava inicialmente quadro compatível com neuralgia clássica do trigêmio (V2 esquerda).
Vários anos depois desenvolveu clínica sugestiva de neuralgia do
glossofaríngeo ipsilateral. Alguns autores reconhecem a dificuldade diagnóastica, principalmente quando ambas neuralgias coexistem em um mesmo paciente.1 Bruyn refere que 10% dos pacientes
com neuralgia do glossofaríngeo apresentam também neuralgia do
trigêmio, mas as dores não ocorrem ao mesmo tempo.2 McCarron
e Bone3 descrevem o caso de uma paciente de 45 anos que apresentava neuralgia clássica do glossofaríngeo com características
de ambas neuralgias, secudária à lesão pontina, provavelmente
isquêmica. Um outro caso de lesão pontina, com ambos tipos de
neuralgia foi descrito recentemente.4
T 035
ESTUDO DUPLO CEGO, CRUZADO, RANDOMIZADO COMPARANDO O USO DO SUMATRIPTANO, COM A TRIMEBUTINA,
COM O MELOXICAN, COM A ASSOCIAÇÃO DAS TRÊS
DROGAS NO TRATAMENTO AGUDO DE ENXAQUECA
Higashi, R.; Filho P.M.F.; Krymchantowski, A.V.
Serviço de Neurologia - Ambulatório de Cefaléia
Universidade Federal Fluminense
Conceitos gerais e objetivos: A fisiopatologia da migrânea é
complexa e envolve múltiplos mecanismos fisiopatológicos centrais e periféricos. Apesar do desenvolvimento de drogas específicas no tratamento agudo, como os triptanos, estes estão abaixo da
eficácia do que seria o ideal. O objetivo deste estudo foi comparar
a eficácia e a tolerabilidade da formulação oral da trimebutina
200 mg, meloxican 15mg, sumatriptano 50mg e a combinação das
três drogas (TSM) no tratamento das crises aguda de migrânea de
moderada a forte intensidade, no desenho duplo cego, cruzado e
randomizado. Métodos
Métodos: 50 pacientes (43 mulheres e 7 homens),
idades entre 18 a 65 anos (idade média de 31 anos) com diagnóstico de migrânea de acordo com a SIC (Sociedade Internacional de
Cefaléia), foram prospectivamente estudados e randomizados em
4 grupos, de acordo com a ordem de chegada. A intensidade da dor
de cabeça , assim como náusea e fotofobia foram analisados no
tempo 0, 1 h e 2 h após o uso das drogas, assim como a ocorrência
de efeitos colaterais. Foi permitido a utilização de droga de resgate
após 2 horas para os pacientes que não obtivessem alívio da cefaléia
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
e seu consumo foi comparado entre os 4 grupos, além da recorrência
da dor para aqueles com ausência da dor após 2 horas do uso da
medicação. Resultados
Resultados: 42 pacientes (35 mulheres e 7 homens)
completaram o estudo. Em 1 hora 9.5% dos pacientes que utilizaram a TSM estavam livre da dor comparado com 14.2% com a
trimebutina e sumatriptano e 2.4% com o meloxican (p = 0.479).
Em 2 horas 21,4% dos pacientes que usaram TSM estavam livre da
dor, comparado com 11.9% com a trimebutina, 26.1% com
sumatriptano e 23.8% com o meloxican (p= 0.555). Após 1 hora e
2 horas com o uso da TSM, a náusea foi abolida em 21% e 36%
dos pacientes respectivamente, com a trimebutina, 21,7% e 34.8%,
com o sumatriptano, 11.1% e 33.3% e com o meloxican, 42.1% e
52.7%. Após 1 hora e 2 horas com o uso da TSM, em 18,2% e
31,8% dos pacientes ocorreu desaparecimento da fotofobia respectivamente, comparado com 26.9% e 34% com a trimebutina,13%
e 30,4% com o sumatriptano e 21,7% e 39% com o meloxican. Os
quatro grupos foram efetivos em eliminar a náusea e fotofobia
embora sem diferença estatística entre os grupos após 1 hora e 2
horas para ambas náusea (p=0.157 e 0.587) e fotofobia (p=0.671
e 0.929). Dez pacientes com a TSM, seis com a trimebutina, cinco
com o sumatriptano e meloxican relataram efeitos colaterais. Conclusão
clusão: Estatisticamente não houve diferença na utilização da combinação das drogas quando comparado com o uso de cada uma
das substâncias em isolado como monoterapia. Pode-se questionar se encapsulação das medicações teria alterado o perfil
farmacocinético das drogas. Mais estudos com a apresentação original das drogas são necessários.
Palavras
alavras--chave : trimebutina, sumatriptano, meloxican e migrânea.
T 036
TRATAMENTO DA CEFALÉIA CRÔNICA DIÁRIA REFRATÁRIA :
PROPOSTA TERAPÊUTICA EM REGIME DE
INTERNAÇÃO HOSPITALAR
Nemoto, P.H; Monzillo, P.H; Netto, A.S; Garotti,J.E.R
Ambulatório de Cefaléias- Departamento de Neurologia da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Objetivo
Objetivo: Avaliar a eficácia clínica do uso de corticóides e / ou
haloperidol intravenoso, em regime de internação hospitalar, em
pacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diária refratária.
Casuística e método
método: Realizada avaliação retrospectiva do prontuário de 20 pacientes com diagnóstico de cefaléia crônica diária
refratária submetidos à internação hospitalar por 03 dias. Os pacientes foram avaliados em relação a três parâmetros de dor
(freqüência,intensidade e duração) no momento da internação e
24,48 e 72 após a internação. Os pacientes receberem hidrocortisona na dose de 100 mg a cada 8 horas no primeiro dia, a
cada 12 horas no segundo dia e uma vez ao dia no terceiro dia e/
ou haloperidol intravenoso na dose de 5 mg, no primeiro dia de
internação. Resultados
Resultados: 59% dos pacientes que receberam
corticóide e haloperidol apresentaram melhora completa em relação aos três parâmetros avaliados, entre os pacientes que receberam somente o corticóide 50% apresentou melhora completa e o
paciente que recebeu somente haloperidol apresentou melhora
completa em relação aos parâmetros avaliados. 60% dos pacientes faziam uso abusivo de analgésicos em nossa casuística.
Conclusão
Conclusão:Todos os pacientes avaliados apresentaram melhora
clínica parcial ou completa nos três parâmetros de dor avaliados.
Nosso estudo sugere a utilização da pulsoterapia e/ou haloperidol,
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
em regime de internação hospitalar, como uma proposta terapêutica eficaz no tratamento da cefaléia crônica diária, abrindo caminho
para a realização de mais estudos na elaboração de esquemas
terapêuticos hospitalares.
T 037
TRATAMENTO SINTOMÁTICO E PROFILÁTICO EM
AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA PRIMÁRIA NA
INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Santin, R.1; Pimentel, M. S.1,2; da Rosa, K. V. B.1,2; Hoefel, A. M. L.1,2;
Varela, D. L.1,2; Barea, L. M.1,2
1
Ambulatório de Cefaléia na Infância do Hospital da Criança
Santo Antônio - ISCMPA
2
Departamento de Neurologia da Fundação Faculdade Federal de
Ciências Médicas de Porto Alegre
Objetivo: Avaliar a prevalência do uso de medicamentos analgésicos em cefaléias primárias no Ambulatório de Cefaléia do
Hospital da Criança Santo Antônio (ACHCSA). Métodos
Métodos: Estudo
observacional tipo transversal de 78 pacientes consecutivos atendidos de janeiro a junho/2007 no ACHCSA. Os pacientes foram
avaliados por neurologistas com treinamento em cefaléia, aplicando um protocolo padronizado. Os dados foram processados
pelo SPSS 12.0 e a prevalência estimada por análise tabular simples. Estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da
esultados: Idade média dos pacientes foi 11,14 ±
FFFCMPA. R
Resultados:
2,97 e idade média de início das crises foi 8,27 ± 2,98. Gênero
feminino 45(57,7%) e masculino 33(42,3%). A maioria apresentou crises semanais 31(41,9%) ou quase diárias 19(25,7%). Intensidade da dor avaliada pela Escala-Análago-Visual: forte
42(57,5%), moderada 25(43,2%) e fraca 6(8,2%). Os diagnósticos mais freqüentes foram Migrânea sem Aura em 36(46,2%),
Migrânea Crônica em 13(16,7%), Migrânea com Aura em 7(9,0%),
Provável Migrânea sem Aura em 5(6,4%) e CTTE Freqüente em
6(7,7%). O tratamento sintomático instituído foi paracetamol em
56(71,8%), ibuprofeno em 20(25,6%), dipirona em 8(10,2%),
naproxeno em 1(1,3%), diclofenaco em 1(1,3%), sumatriptano
em 4(5,1%) e ergot em 1(1,3%). O tratamento profilático foi instituído para 45(57,7%) dos pacientes, sendo flunarizina em
21(46,7%) destes, imipramina em 17(37,8%), amitriptilina em
3(6,7%), fluoxetina em 3(6,7%), ácido valpróico em 2(4,4%),
carbamazepina em 2(4,4%) e propanolol em 4(8,9%). Em 5(6,4%)
pacientes houve a necessidade de se associar um segundo medicamento profilático para o controle das crises. Conclusões: O
tratamento agudo da cefaléia na infância e adolescência em ambulatório especializado é realizado com drogas analgésicas
inespecíficas sendo infreqüente a necessidade de uso de medicamentos seletivos e específicos. A profilaxia da migrânea com a
droga flunarizina é uma estratégia terapêutica eficaz para controle da dor e da incapacidade gerada nesta faixa etária.
T 038
CEFALÉIA HÍPNICA: PROFILAXIA COM AMITRIPTILINA
Ribeiro ECR*, Speciali JG**
* Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias
Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto(USP).
131
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
Objetivos: O objetivo deste estudo foi observar a resposta da
amitriptilina na profilaxia de cefaléia hípnica. Métodos
Métodos: Análise e
observação da resposta de quatro pacientes do sexo feminino, com
cefaléia hípnica diagnosticadas pelos critérios da Sociedade Internacional de Cefaléias, que receberam tratamento profilático com à
amitriptilina 25mg à noite durante um período de 30 dias. Após
este período foi realizada avaliação médica da resposta terapêutica. Resultados
Resultados: As pacientes fizeram profilaxia com amitriptilina
25mg à noite, durante 30 dias consecutivos. Após este período
foram reavaliadas, e todas relataram ausência de dor da cefaléia
hípnica. O carbonato de lítio é a medicação de primeira escolha
na profilaxia, mas a casos na literatura de boas respostas com
medicações como flunarizina, indometacina, melatonina e
verapamil. As pacientes não receberam profilaxia com o carbonato
de lítio devido a contra-indicações relativas. Conclusão
Conclusão: Necessário um estudo com maior número de casos. Mas a amitriptilina
pode vir a ser uma opção à profilaxia de casos de cefaléia hípnica.
T 039
EVOLUÇÃO CLÍNICA DA ENXAQUECA APÓS OCLUSÃO
PERCUTÂNEA DE FORAME OVAL PATENTE
Fábio Augusto Selig, Newton Fernando Stadler de Souza Filho,
Pedro André Kowacs, Ana Lucila Carsten, Eduardo Mendel,
Francisco Diniz da Costa, Ricardo Ramina.
Hospital Ecoville / Instituto de Neurologia de Curitiba (INC)
Introdução
Introdução: A enxaqueca é uma desordem neuro-vascular comum que atinge aproximadamente 18% das mulheres e 6% dos
homens. 50% dos pacientes com enxaqueca com aura (MA+) e
30% dos sem aura (MA-) têm Forame Oval Patente (FOP), incidência maior que na população geral. Este estudo teve como objetivo
avaliar a evolução clínica dos pacientes com MA+ e MA- submetidos à oclusão percutânea com prótese. Método
Método: Incluiu-se no
estudo portadores de cefaléia crônica encaminhados ao laboratório de hemodinâmica entre agosto de 2006 e maio de 2007 para
oclusão percutânea de FOP. A cefaléia foi caracterizada clinicamente quanto à intensidade, freqüência, presença de aura e fatores de
co-morbidade. A avaliação complementar foi realizada através de
ressonância magnética de crânio (RMC), ecocardiograma doppler
transesofágico (ETE) e ecodoppler transcraniano, (ETC), os dois
últimos com injeção de microbolhas e manobra de Valsalva. Realizou-se então cateterismo cardíaco e oclusão do FOP com prótese.
Os pacientes foram acompanhados com reavaliação dos mesmos
critérios pré-operatórios. Resultados
Resultados: Enquadraram-se nos critérios propostos sete pacientes, seis do sexo feminino, com idades
entre 18 e 65 anos (mediana=41). Cinco pacientes tinham MA+
clássica (escotomas cintilantes ou premonição da crise) e dois tinham MA-. Quatro pacientes tinham crises diárias; destas, três
severas (incapacitação para exercício das atividades diárias e refratárias ao tratamento clínico) e uma moderada. Os outros três casos
tinham crises esporádicas (2 ao mês), sendo 2 moderadas e 1 leve.
Todos exceto um tinham alterações isquêmicas na RMC. Quatro
tinham associada depressão e um doença de Beçet. Todos tinham
ETE e ETC positivos, que negativaram até 3 meses após a oclusão.
Apenas um paciente não teve melhora ou remissão da cefaléia
após fechamento do FOP. Conclusões
Conclusões: Apesar do número ainda
pequeno de pacientes, a oclusão percutânea do FOP com prótese
parece ser método promissor para o tratamento complementar da
enxaqueca.
132
T 040
INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Camargo, A. P. A.1; Netto, T. R.1; Oliveira, L.C.2; Tabaquim, M. L. M.3;
Calderon, P. S. 4; Conti, P. C. R.5
1,2,3
Universidade do Sagrado Coração. Bauru/SP;
4,5
Faculdade de Odontologia da USP/Bauru/SP
A dor crônica pode gerar estados de ansiedade causando tensão
muscular. Se este processo não for interrompido por mudanças
adequadas, causa prejuízos na qualidade de vida das pessoas. Este
estudo teve como objetivo verificar os efeitos do Programa
Remediativo Cognitivo-Comportamental para controle da Dor Crônica, em 25 mulheres diagnosticadas com Disfunção Temporomandibular (DTM). Os pacientes com DTM apresentam como característica principal a presença de dor nos músculos, articulações
temporomandibulares (ATM) ou ambos. Foram realizados sete encontros de uma hora de duração e aplicado (pré e pós) o Inventário
de Beck para identificação de níveis de depressão. O Programa
empregou recursos informativos sobre dor e técnicas cognitivocomportamentais: neurofisiológicas, de relaxamento, massagem,
correção de postura/respiração e atividade física; afetivo-emocional, de resiliência, desvio de pensamentos automáticos, crenças
irracionais, condutas passivas-ativas, gatilho de stress e foco no
problema. Os resultados demonstraram diminuição da intensidade
nos episódios de dor; 24% relataram intensidade fraca; 4% média;
32% forte e 4% muito forte, além da melhoria dos estados
depressivos. Estes dados indicaram diminuição de situações
disparadoras do gatilho da dor em condições estressoras. O programa possibilitou o reconhecimento de mecanismos neurofisiológicos e comportamentais, capazes de modificar a sensação
da dor, diminuindo assim a ocorrência de episódios e alterando o
funcionamento da cronicidade. O estudo concluiu que o programa
foi efetivo para o controle da dor crônica.
T 041
PROJETO ATM - CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DE DESORDENS
TEMPOROMANDIBULARES - ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR: ODONTOLOGIA, FISIOTERAPIA,
FONOAUDIOLOGIA, PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL.
Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C. 2 ; Freire, D.M.O.S. 3 ;
Fructuoso, M.T. 4; Santos, P. C.F. 5 ; Silva, P.C. 6; Vogel L. B. 7
1
Professora do curso de Pós-graduação e Coordenadora do
Projeto ATM; 2Professor do curso de Pós-graduação - área da
Odontologia;3Assistente do curso de Pós graduação - área da
Psicologia; 4Assistente do curso de Pós graduação - área da
Fonoaudiologia; 5Assistente do curso de Pós graduação - área da
Fisioterapia; 6Assistente do curso de Pós graduação - área do
Serviço Social; 7Aluna do curso de Pós-graduação - área da
Odontologia.
Curso de Pós-graduação na Faculdade de Odontologia da
Universidade Santa Cecília - UNISANTA
Relato de caso clínico. Objetivo: Relatar o atendimento e
conduta terapêutica dos procedimentos de aspecto multidisciplinar,
sobre a paciente M.E.A. Queixas Principais: dores de coluna, enxaqueca, mau humor, depressão, dores de cabeça diária, tonturas.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
Método
Método: Atendimento multidisciplinar: 1- Preenchimento do Prontuário de Atendimento Multidisciplinar - PAM nas áreas citadas. 2Odontologia: exames complementares por imagens, montagem
de modelos de gesso no articulador na posição de relação central,
verificação da maloclusão, hipótese de diagnóstico e confecção,
instalação e controle do aparelho interoclusal, 3- Fisioterapia:
massoterapia, eletroterapia e cinesioterapia, 4- Fonoaudiologia:
massagens e termoterapia para promover analgesia (antes da instalação do aparelho interoclusal na Odontologia). Após a remissão da dor teve início os exercícios isotônicos e isométricos, 5Psicologia: Orientação e conscientização das dificuldades que a
paciente apresentava em lidar com suas queixas, buscando através
de técnicas da psicoterapia o agente causador do conflito
interpessoal, 6-Serviço Social: maior compreensão à respeito de
sua doença e o contexto social em que esta encontra-se atrelada.
Resultado
Resultado: Identificação do diagnóstico diferencial: paciente portadora de desordem temporomandibular de origem muscular com
deslocamento do disco articular com redução. Remissão das dores
de cabeça, tonturas (15 dias) e remissão de todas as queixas relatas
pela paciente (30 dias) e se manteve no período de controle por 60
dias, numa avaliação clínica nas diversas áreas citadas. Conclusão
são: O atendimento multidisciplinar implementado neste Projeto
ATM e o PAM possibilitaram viabilizar o atendimento do mesmo
paciente sem conflito entre as áreas atuantes, buscando o mesmo
objetivo no tratamento, entendendo o indivíduo pelo aspecto físico, psíquico e social.
T 042
PROJETO ATM
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM PACIENTES PORTADORES DE DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES - DTM.
Alves, H.H.C.1; Zanatta, E.C.2 ; Andrade, C. M.3 ; Benedecti, D.4
1
Professora do Curso de Pós-graduação e Coordenadora do
Projeto ATM; 2 Professor do Curso de Pós-graduação;
3
Assistente do Curso de Pós-graduação;
4
Assistente do Curso de Pós- graduação;
Curso de Pós- graduação da Faculdade de Odontologia da
Universidade Santa Cecília - UNISANTA
Objetivo: Apresentar o Prontuário de Atendimento Multidisciplinar
-PAM, já em uso no Curso de Atendimento em Pacientes Portadores
de Desordens Temporomandibulares - DTM, ministrado nas áreas:
1- Odontologia, 2- Fisioterapia, 3- Fonoaudiologia, 4- Psicologia
e 5- Serviço Social. A ênfase é estudar e desenvolver referenciais
que permitam o diálogo entre a teoria e clínica na DTM. Método
Método:
O Projeto ATM implementado na Clínica de Odontologia da Universidade Santa Cecília está em formato de curso teórico e prático
clínico e laboratorial. Com o PAM, tornou-se possível padronizar a
linguagem entre os profissionais e está composto de: 1- Ficha
Clínica, 2- Ficha de Pesquisa, respondida pelo paciente nas cinco
áreas envolvidas e 3- Exames Complementares de imagens. O
indivíduo passa por triagem e então encaminhado para atendimento. Todo paciente segue para todas as áreas envolvidas, sendo que
neste período os participantes registram também imagens fotográficas com a finalidade de expor na forma de seminários, apresentação em eventos e publicações. Resultado: Em 2 anos de curso IV
turmas concluídas, o êxito foi alcançado em 110 indivíduos atendidos pelos participantes nas cinco áreas citadas, até 2006. O critério baseou-se nos relatos clínicos iniciais, durante e ao final do
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
atendimento, nas diversas áreas de atuação. Este resultado foi reforçado no retorno após três meses de alta, e submetido a nova
avaliação clínica. Conclusões
Conclusões: A alta incidência de benefício se
deve a aspectos: 1- Possuir um coordenador fixo e atuante nas
diversas áreas e que acompanhe todas as etapas do curso. 2- Triagem de modo a restringir aos indivíduos que apresentam sinais e/
ou sintomas da DTM., 3- Seguir protocolo quanto aos procedimentos. 4- Preenchimento de prontuário. 5- Troca de informações entre
os profissionais. 6- Estruturação e apresentação teórica por todos
os profissionais envolvidos no atendimento do mesmo indivíduo.
7- Passando a enxergar o indivíduo no físico, psíquico e social.
T 043
OS HÁBITOS PARAFUNCIONAIS E AS CEFALÉIAS
Gaio, D. C.; Lima e Silva, A. G. ; Stechman Neto, J.
Universidade Tuiuti do Paraná
O objetivo deste estudo foi confrontar, através dos prontuários do
CDATM/UTP ( Centro de Diagnóstico e Tratamento da Articulação
Temporomandibular - Universidade Tuiuti do Paraná), os hábitos
parafuncionais dos pacientes que procuraram atendimento com os
diversos tipos de cefaléias. Foram investigados hábitos tais
como:morder lábios, bochecha e/ou língua, morder objetos,
onicofagia, uso de instrumentos musicais, apoiar o queixo com as
mãos, goma de mascar, ranger/apertar os dentes e mastigação
unilateral. Na amostra estudada 71% dos indivíduos apresentaram
algum tipo de cefaléia. Dos indivíduos com cefaléia, independente
do gênero e faixa etária, 66,6% tinham história de cefaléia associada a três ou mais hábitos parafuncionais. Dos hábitos mais comuns destacaram-se morder bochecha, língua e/ou lábios (73%),
ranger/apertar os dentes (69,2%) e mastigação unilateral (59,6%).
Conclui-se que na amostra estudada a maioria dos prontuários dos
indivíduos avaliados que apresentaram algum tipo de cefaléia tinham três ou mais hábitos parafuncionais quando comparados com
o grupo controle.
T 044
PROJETO ATM
PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DAS DESORDENS
TEMPOROMANDIBULARES EM PACIENTES ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE CEFALÉIA
Alves, H.H.C.1; Fragoso, Y.D.2 ; Zanatta, E. C.3 ;
Homem, K. L.4; Garcia, S.O.5
1
Professora e Coordenadora do curso de Pós-graduação da
UNISANTA; 2 Professora Titular da Disciplina de Neurologia da
UNIMES; 3 Professor do curso de Pós-graduação UNISANTA
4
Aluna do curso de Pós-graduação da UNISANTA;
5
Aluno do curso de Pós-graduação da UNISANTA
Curso de Pós-graduação em atendimento a pacientes portadores
de desordens temporomandibulares da
Universidade Santa Cecília - UNISANTA - Santos - São Paulo
Objetivo: o presente trabalho visa detectar a presença de sinais
e sintomas prevalentes nas desordens temporomandibulares
(DTMs), no ambulatório terciário de cefaléia. Todos os pacientes
avaliados apresentavam dor crônica, tanto os de retorno ao ambulatório e os casos novos. Método: Amostra consta com 21
pacientes, 18 sexo feminino, 03 sexo masculino, idade variável
133
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
de 21 a 81 anos, atendidos no ambulatório terciário de cefaléia.
Foram submetidos a um questionário dirigido na área da Odontologia para descobrir sinais e sintomas referidos a DTM. Resultado: Uma paciente encaminhada para o ambulatório de cefaléia,
preenchia todos os critérios de DTM, que recebeu a confirmação
pela equipe da Odontologia. Demais pacientes: 4 casos de enxaqueca, 1 caso de cefaléia tensional crônica, 15 casos de cefaléia
crônica diária (CCD), com uso excessivo de medicação. Quando
aplicado o questionário dirigido, foram obtidos seguintes resultados: 11 pacientes portadores de próteses totais inadequadas, 12
pacientes apresentavam hábitos parafuncionais ( ranger ou apertar os dentes). Conclusão
Conclusão: pacientes crônicos do ambulatório
de cefaléia podem ser portador de DTM. Esse poderia ser um
agravante no uso excessivo de analgésicos. Na presente amostra
73% dos pacientes com CCD, apresentam sintomas de DTM. O
presente estudo continua sendo expandido.
T 045
INJEÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO COMO RECURSO
NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
Coelho, L. M.; Salles, B. W.
Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial,
Universidade Federal de Santa Catarina
Objetivo: O uso de fatores de crescimento como agentes terapêuticos de doenças musculares começa a ser estudado, uma vez
que estes são responsáveis pela proliferação e diferenciação de
diversos tipos de células no organismo. A proposta desta revisão
é avaliar a possibilidade de uso de tais substâncias no tratamento
de Disfunções Temporomandibulares (DTM), através de sua ação
na recuperação de lesões musculares. Métodos
Métodos: Através da revisão sistemática na literatura internacional, procuramos buscar
um melhor entendimento do modo de ação dos fatores de crescimento em diferentes situações. Resultados
Resultados: Diferentes tipos de
fatores de crescimento proporcionam resultados diversos na musculatura. Enquanto Lefaucher e Sébille (1995), Armand et al.
(2003), Tatsumi et al. (1998) e Yang e Goldspink (2002) conseguiram resultados positivos em seus estudos, White et al. (2002)
e Vignaud et al. (2003) não conseguiram evidências semelhantes
e Svensson et al. (2003) e Makowska, Panfil e Ellrich (2005) obtiveram resultados negativos, como alodinia e hiperalgia. Conclusão: Baseados na literatura consultada, pudemos concluir
que, futuramente, os fatores de crescimento poderão se tornar
reais no tratamento das DTM com alterações musculares, apesar
de se fazer necessário uma maior quantidade de trabalhos de
pesquisa nesta área.
T 046
INTERAÇÃO ENTRE ODONTOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA
NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES: RELATO DE CASO
Coelho, L. M.; Oliveira, J.; Canto, G. L., Britto, M. S.
Universidade Federal de Santa Catarina
Objetivo: Numa odontologia atual, onde o indivíduo é visto em
sua totalidade, a multidisciplinaridade exerce um papel fundamental no tratamento de diversas patologias. Sendo as Disfunções
134
Temporomandibulares multifatoriais, são a Odontologia, Fonoaudiologia e diversas outras especialidades de grande importância
para a resolução dos quadros dolorosos. O objetivo do presente
trabalho é demonstrar o papel decisivo da Fonoaudiologia no tratamento de uma adolescente com DTM. Métodos
Métodos: Paciente de 15
anos, com dor muscular em masseter do lado esquerdo e articular
do lado direito. Esta relatou correção ortodôntica de mordida cruzada posterior na infância. A avaliação clínica da adolescente demonstrou necessidade conjunta de terapia fonoaudiológica, procurando melhora na motricidade oral na dicção dos sons sibilantes
em decorrência de hábito adquirido antes da remoção da mordida
cruzada. Concomitantemente, foi instalada Placa Total Miorrelaxante
para diminuir os sintomas dolorosos e relaxar os músculos
mastigatórios. Resultados: Com a melhora na pronúncia dos
sons sibilantes e relaxamento da musculatura promovido pela Placa Miorrelaxante, tanto a dor muscular quanto a articular cessaram.
A paciente continua em acompanhamento, usando a Placa e sem
necessidade de nova intervenção fonoaudiológica. Conclusão
Conclusão:
Um bom diagnóstico precedendo um plano de tratamento que abranja todas as necessidades do paciente se mostram indispensáveis
para a melhora do quadro doloroso induzido pela parafunção decorrente da DTM. A Fonoaudiologia é de grande importância para
a recuperação da funcionalidade do Sistema Estomatognático.
T 047
COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA CRÔNICA EM
PACIENTES COM DTM E CEFALÉIA
Fleming NRP MD, Sousa JA PhD MD, Pereira Jr PhD DDS,
Telles C PhD MD , Nascimento O PhD MD
Introdução: Os estudos que se baseavam na Classificação da
IHS (1988) apontavam a cefaléia do tipo tensional crônica (CTTC)
como a cefaléia mais freqüente em pacientes com DTM. A partir de
2004 a IHS apresentou novos critérios diagnósticos para as cefaléias
como: migrânea crônica (MC) (1.5.1), provável cefaléia por uso
excessivo de medicação (PCUEM) (8.2.7), hemicrânia contínua (HC)
(4.7) e cefaléia persistente e diária desde o início (CPDDI) (4.8).
Com a CTTC, estas cefaléias compreendiam as chamadas cefaléias
crônicas diárias, isto é, as cefaléias que ocorriam mais do que 15
dias por mês e por mais de três meses. Objetivo
Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia crônica e possíveis diferenças entre um grupo
com cefaléia crônica e DTM de clínica de dor orofacial de faculdades de odontologia e cefaléia crônica sem DTM de clínica de cefaléia
de faculdade de medicina. Material e Métodos
Métodos: Avaliamos 41
pacientes consecutivos com DTM e cefaléia atendidos nas clínicas
de dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e
da UERJ, com queixas de cefaléia no RDC (Research Diagnostic
Criteria for TMD) e comparamos com 42 pacientes com cefaléia
atendidos na clínica de cefaléia da clínica de dor da faculdade de
medicina da UERJ. As cefaléias que ocorreram mais do que 15 dias
por mês, por mais de três meses e que foram comuns aos 2 grupos
estudados, foram agrupadas em cefaléia crônica e comparadas pelo
teste t-student de proporções. Excluiu-se dos pacientes sem DTM a
HC como cefaléia crônica já que não ocorreram nos pacientes com
DTM. Resultados: Apresentavam cefaléia crônica 21 indivíduos
do grupo de DTM e 17 do grupo de cefaléias. Aplicando-se o teste
t-student para proporções encontramos o valor t = 0,987733, p =
0,05, logo não diferiram. Avaliando-se a proporção de migrânea
crônica nos dois grupos conclui-se que esta foi significativamente
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
mais freqüente nos casos (t = 2,083, p <0,05) do que nos controles. Conclusão
Conclusão: A conclusão foi que as proporções das cefaléias
crônicas não diferiram entre os dois grupos, porém a migrânea
crônica foi significativamente mais freqüente nos indivíduos com
DTM do que nos controles. Este dado é importante para avaliação
de possível mecanismo fisiopatológico compartilhado em algum
momento por ambas as patologias, podendo estar envolvido com a
convergência dos estímulos álgicos de ambas as algias no Núcleo
Caudal do Trigêmeo.
Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication of
peripheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain
2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP PRESS,
Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K e Sheftell F. Primary
Headaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216./
/ Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18.
In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das
Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004:1272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations and
Specifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.//
Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanisms
of nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinical
correlations. Crit Rev Oral Biol Med. 2000; 11 (1): 57-91.// Woolf C,
Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding of
pain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl
6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. The
Comparison of Patients Suffering from Temporo-mandibular Disorders
and a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210- 3.
T 048
PREVALÊNCIA DE CEFALÉIAS EM PACIENTES COM DTM
ARTICULAR, MIOFASCIAL E ARTICULAR/MIOFASCIAL
Fleming NRP MD, Sousa JÁ PhD MD, Pereira Jr PhD DDS, Telles C
PhD MD, Moreira PF PhD MD.
Objetivo
Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaléia de acordo com os
tipos de DTM: articular (DTMart), miofascial (DTMmio) e articular/
miofascial (DTMart/mio), baseada na classificação da IHS de 2004.
Material e métodos
métodos: Avaliamos 41 pacientes consecutivos com
DTM e cefaléia atendidos nas clínicas de dor orofacial das faculdades de odontologia da UNIGRANRIO e da UERJ, com queixas de
cefaléia no RDC (Research Diagnostic Criteria for TMD) e com
paramos com 42 pacientes com cefaléia atendidos na clínica de
cefaléia da clínica de dor da faculdade de medicina da UERJ. Os
tipos de cefaléias encontrados foram agrupados em migrânea (1 da
IHS), cefaléia do tipo tensional (CTT) (2 da IHS) e provável cefaléia
por uso excessivo de medicação (PCEM) (8.2.7 da IHS). Também
foram agrupadas em cefaléias crônicas, isto é, cefaléia que ocorrem mais do que 15 dias por mês e por mais de três meses a saber:
migrânea crônica (MC) (1.5.1 da IHS), cefaléia do tipo tensional
crônica (CTTC) (2.3 da IHS) e PCEM. Os diagnósticos foram avaliados pelo teste t-student de proporções. A pesquisa foi liberada
pela comissão de ética da UERJ e os pacientes assinaram termo o
de consentimento livre e esclarecido. Resultados
Resultados: Quarenta e
seis por cento dos pacientes tinham DTM art/mio sendo que neste
subgrupo a migrânea foi a cefaléia significativamente mais freqüente (t = 3,65, p<0,05) e a presença do gênero feminino foi signifiMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
cativamente maior (T = 2,10, p <0,05). Já a DTM mio foi encontrada em 32% dos pacientes e as cefaléias crônicas foram significativamente mais freqüentes (t = 2,10, p <0,05), com menor freqüência de PCEM e os gêneros não diferiram. A DTM art foi a menos
freqüente, 22%, e a cefaléia mais prevalente foi a PCEM, com presença exclusiva do gênero feminino. Conclusão
Conclusão: A DTM art foi a
menos freqüente porém a que houve maior uso excessivo de analgésico, o que pode sugerir maior intensidade de dor. Já a DTM mio
foi a que apresentou maior prevalência de cefaléia crônica. Neste
caso a migrânea crônica poderia estar ocupando o lugar da CTTC
e justificaria os trabalhos anteriores com maior prevalência de CTTC
nas DTM. É imprescindível para qualquer estudo posterior não só a
classificação dos tipos de DTM como também a classificação da
IHS de 2004 para as cefaléias na orientação das novas pesquisas
nesta área.
Referências: Burstein R, Jakubowski M. "Clinical implication of
peripheral and central sensitization during migraine", p. 79-84, in: Pain
2002- A Updated Review: Refresher course syllabus, 1 ed, IASP Press,
Seattle, 2002.// Cady R, Schreiber C, Farmer K, Sheftell F. Primary
Headaches: A Convergency Hypothesis. Headache, 2002,42: 204-216.
// Carlsson GE, Magnusson T. Epidemiologic Studies of TMD, p.13-18.
In: Management of Temporomandibular Disorders in the General Dental Practice, Quintessence Publishing Co, Germany, 1999.// Classificação Internacional das Cefaléias, Subcomitê de Classificação das
Cefaléias da Sociedade Internacional de Cefaléia; tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia com autorização da Sociedade Internacional de Cefaléia, 2 ed, Editora Segmento Farma, São Paulo, 2004: 1272.// Dworkin SF, Leresche L. Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders: Review, Criteria, Examinations and
Specifications, Critique. J Craniomand Disord 1992; 6 (4): 301-55.//
Sessle BJ. Acute and chronic craniofacial pain: brainstem mechanisms
of nociceptive transmission and neuroplasticicty, and their clinical
correlations. Crit Rev Oral Biol Med, 2000; 11(1): 57-91.// Woolf C,
Decosterd I. "Implications of recent advances in the understanding of
pain pathophysiology for the assessment of pain in patients", Pain, suppl
6, 1999: S141-S147.// Haley D, Schiffman E, Baker C, Belgrade M. The
Comparison of Patients Suffering from Temporomandibular Disorders
and a General headache Population. Headache. 1993; 33: 210-3.
T 049
AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA EM PACIENTE PORTADORA DE DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR (DTM)
ATRAVÉS DA METODOLOGIA DÁDER
Alves, H.H.C.1; Toma, W.2 ;Cauchioli, M.R.3 ;Globo, N.T.4;
Gomes, S.P.5; Louzada, A. F. A. F6; Mesquita, C.C.7; Murasawa, A. C8.
1
Professora do curso de Pós graduação e Coordenadora do
Projeto ATM da UNISANTA;
2
Professor Titular do curso de Farmácia da UNISANTA;
345678
Alunos do curso de graduação da
Faculdade de Farmácia da UNISANTA - Universidade Santa Cecília
Objetivos
Objetivos: É fato comum em pacientes portadores de Desordens
Temporomandibulares (DTMs) a prática da polifarmácia. Tal fato
ocorre grande parte das vezes em decorrência das patologias associadas à DTM, o que leva este paciente a tornar-se não apenas
escravo do uso de uma infinidade de medicações, mas também, de
uma grande fonte de possibilidades de desenvolvimento dos chamados Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM). Estes PRM
trazem não apenas desconforto e redução na qualidade de vida do
paciente, mas também a possibilidade do incremento da polifarmácia
em virtude da grande possibilidade do clínica em não detectar de
um PRM , mas sim pelo fato de acreditar que o paciente seja porta135
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
dor de nova patologia. Método: A avaliação de pacientes portadores de DTMs na clínica de Odontologia da Universidade Santa
Cecília é realizada por profissional farmacêutico através do Método Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica. Este trata-se de um
Método científico, cujo objetivo é avaliar os PRM apresentados
pelos pacientes em decorrência do uso indiscriminado de fármacos
durante toda a vida. Durante entrevista com os pacientes são avaliados 3 parâmetros fundamentais: 1) a necessidade do uso da medicação; 2) a efetividade da medicação utilizada e 3) a segurança da
medicação utilizada. Dentre estes 3 parâmetros há subdivisão dos
mesmos, acarretando na ocorrência de 6 diferentes classes de PRM,
os quais pontuam o problema do uso da medicação destes pacientes. A paciente submetida à análise através do Método Dáder de
avaliação farmacoterapêutica faz uso das seguintes medicações: 1)
carbamazepina (600 mg/dia); 2) clonazepam (0,5 mg/dia); 3)
levopromazina (25 mg/dia); 4) fluoxetina (40 mg/dia), caracterizando deste modo a prática da polifarmácia com grandes chances
do desenvolvimento dos chamados PRM, sendo necessária avaliação da mesma através do Método proposto. Resultados
Resultados: A paciente apresenta 4 diferentes PRM (PRM1, PRM3, PRM4 e PRM5), os
quais podem ser amenizados ou até mesmo suprimidos caso haja
concordância tanto do paciente quanto do profissional prescritor.
Conclusões
Conclusões: Pode-se concluir que pacientes portadores de DTMs
são seguramente em sua grande maioria praticantes da polifarmácia,
que por sua vez, acarreta grandes prejuízos na qualidade de vida
deste paciente. Deste modo, esta metodologia inovadora serve
como grande fonte para que as equipes multidisciplinares, incluam
em seus projetos o Farmacêutico com o intuito do desenvolvimento da Metodologia Dáder de Avaliação Farmacoterapêutica.
T 050
INCIDÊNCIA DE CEFALÉIA E DOR MUSCULAR EM TÉCNICOS
DE ENFERMAGEM DE UTI
Juste, L. M.; Ferreira, K. S.; Ribeiro, F. G.; Pacheco, A.; Polisseni,
M. L. C.; Gomes, G. A.; Cruz, L. S.; Pires, L. A.
Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia
Objetivo
Objetivo: Verificar a incidência de cefaléia e dor muscular em
Técnicos de Enfermagem de uma UTI. Métodos
Métodos: A amostra foi
constituída de 25 técnicos de Enfermagem da UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram coletadas
informações sobre sexo, idade, presença de cefaléia e incidência
de dor muscular à palpação bilateral, com 2 kg de força, dos músculos: temporal, masseter, masseter profundo, trapézio,
suboccipitais, esplênio da cabeça e esternocleidomastóideo. Foi
realizada palpação das ATMs, sendo classificada como positiva e
negativa quando apresentava dor ou não, respectivamente. Os resultados foram avaliados pelo programa estatístico EPI INFO versão 6.0. Resultados
Resultados: A amostra foi constituída de 40% de homens e 60% de mulheres com idade média de 39 anos, sendo que
50% dos homens e 80% das mulheres relataram algum tipo de
cefaléia. Verificou-se que 31,4% dos músculos palpados apresentaram dor, 41,7% apresentaram dor em ATM. Os músculos mais
dolorosos foram esternocleidomastóideo em 43,7% dos indivíduos, trapézio em 33,4%, masseter profundo em 33,3% e esplênio da
cabeça em 31,2%. Discussão
Discussão: Tensão muscular e dor à palpação
dos músculos da cabeça e pescoço são freqüentes nos indivíduos
que apresentam disfunção de ATM e cefaléias. Os músculos verifi136
cados mais dolorosos são sabidamente capazes de gerar cefaléia.
As queixas relatadas são comuns, segundo vários estudos, podendo afetar significativamente a qualidade de vida. Recomenda-se,
portanto, orientações sobre aspectos facilitadores dos quadros de
cefaléia e prevenção através de ginástica laboral no ambiente hospitalar, como já vem sendo realizado nas grandes empresas.
T 051
"ALARM BELL HEADACHE"
Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Dodick, D. A.;
Farias da Silva, W.
Departments of Neuropsychiatry, Federal University of Pernambuco,
Recife, Brazil; Department of Neurology, Mayo Clinic College of
Medicine, Mayo Clinic, Scottsdale, Arizona, USA.
Objective: To describe a form of stabbing headache associated
with intracranial potentially dangerous abnormalities, such as
unruptured aneurysms, vascular malformations and tumours.
Methods: From 2003 to 2006 we observed 34 patients with
intracranial abnormalities (16 pituitary adenomas, 6 meningeomas,
5 acoustic schwannomas, 2 glomus jugularis, 4 unruptured saccular
aneurysms, 1 frontal oligodendroglioma, and 1 occipital arteriovenous malformation) associated with stabbing headache. Results:
The characteristics of the secondary stabbing headache attacks
observed in those patients were: (a) a gradual enhancement in pain
severity with an increase in frequency in the last months or years
(crescent pattern); (b) the identification of the existence of a contact
between the dura mater and the lesion; (c) a focal pain in just one
place or in a few points on the head; (d) a unilateral presence of the
pain on the same side of the lesion; (e) an occasional precipitation
of the pain by head movements; (f) an association with abnormal
signs (i.e., visual loss, proptosis, amenorrhea, galactorrhea, hearing
loss, epileptic seizure, etc.); (g) an association with lager intracranial
lesions (later appearance); (h) a predomination of women; and (i) a
relief/resolution after surgery or dexametasone treatment.
Conclusions: Stabbing headache is characterized by a sharp, rapid
pain on the head that may happen once in a lifetime or with several
episodes on a day. It is a relatively common cephalalgia referred by
2-8% of the population. However, when stabbing headache presents
one or more of those characteristics described above, we should
consider it as an alarm sign, showing that something is going wrong
inside the head. In that case, an evaluation with neuroimaging must
be performed.
T 052
AVALIAÇÃO DE CEFALÉIA RECORRENTE EM
PACIENTES IDOSOS.
Alonso Rubio, M.
Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Objetivo
Objetivos: Apresentar à partir de uma observação pessoal, junto
ao protocolo de avalição de cefaléia temporo-parietal recorrente
em pacientes idosos, a disfunção ao nível de atm, ocasionada pelo
uso inadequado de próteses dentárias ou por ausências delas. População: Pacientes idosos portadores de próteses totais,parciais,ou
desdentados, relacionando como queixa principal, cefaléias recorrentes, tendo em comum o fato de dormirem sem as próteses.
Metodologia: 16 casos avaliados e selecionados,de pacientes
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
adultos e idosos, de idade variando de 52 a 83 anos portadores de
cefaléias bitemporais crônicas, excluindo-se as crõnicas primárias
e as secundárias de outras causas. Portadores de próteses dentárias
totais, ou somente superiores ou inferiores ou próteses parciais
removíveis e que na anamnese informaram retirá-las para dormir.
Dor importante à digito-pressão dos músculos masséter/temporal
e da atm, não percebidas anteriormente de forma espontânea pelo
paciente. Resposta terapêutica satisfatória somente com uso noturno correto das próteses e sua substituição quando desgastadas, ou
enfatizando a necessidade de se adquirir uma nos desdentados.
Resultados: A partir da detecção de que os pacientes tinham o
hábito de retirar as próteses ao se deitar, focamos nossa indicação
primeira, ao uso obrigatoriamente ininterrupto das mesmas pelo
prazo de alguns dias para observação correta da medida. Observou-se que a maioria absoluta dos pacientes apresentou uma resposta satisfatória sem o uso de qualquer medicação ou apenas com
analgésicos suaves nos mais queixosos. Conclusão: Constatamos entre os pacientes idosos o hábito muito disseminado, que se
refere à retirada das próteses dentárias durante a noite “para descansar”, ou porque a prótese “machuca a gengiva”, e que não se
apóia em qualquer indicação odontológica. A mudança de atitude
trouxe o alívio surpreendente da cefaléia de forma simples e definitiva. O intuito do trabalho é levantar a questão da indagação de
forma sistemática pelo médico assistente, sobre o hábito de se
retirar as próteses ao dormir, pelo fato de que os pacientes se
apresentam nas consultas devidamente portando-as, confundindo
a observação médica. Outros trabalhos precisam ser realizados
para se confirmar esta observação.
T 053
DISTONIA CRANIOCERVICAL PROVOCADA
RELATO DE CASO.
Alonso Rubio, M.
Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia
Objetivo
Objetivo: O objetivo deste trabalho é de apresentar um caso de
cefaléia singular,porque provocada ,de alteração distônica
craniocervical, uma vez que os sintomas obedeciam aos critérios
de classificação para as cefaléias atribuídas à distonia crâniocervical. Relato de Caso
Caso: Paciente D.K.A.C., 25 anos, sexo feminino, referindo história de cefaléias migranosas esporádicas, com
piora progressiva nos últimos anos, descaracterizando a dor inicial, assumindo sintomas de dor/tensão no pescoço, com irradiação
para região posterior da cabeça,depois holocraniana de forma
contínua e em pressão. Ao exame notamos importante dor à
palpação da musculatura cervical anterior e posterior, com piora na
flexão e na extensão forçada do pescoço. Chamou-nos atenção
seus longos cabelos com comprimento de 1 metro +ou -, que na
pesagem mostrou possuir 350g, solto nas costas, o que a colocava
numa postura forçada, sustentando a cabeça, pois a tração posterior assim obrigava. A religião era o motivo, onde a mulheres não
podiam cortar os cabelos. Os exames de Rx de crânio e coluna
cervical foram normais e a introdução de AINES, miorrelaxantes e
fisioterapia, trouxe alívio temporário. Colocamos a necessidade
do corte do cabelo como alternativa terapêutica, pois eliminaria a
tração forçada, o que foi recusado, afastando a paciente por exatos
12 meses. A piora da dor trouxe a paciente de volta e recolocamos
a questão do corte, e que após ouvir o conselho da igreja, cortou
os cabelos pelos ombros, voltando após 10 dias referindo alívio
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
completo da dor, mesmo na palpação e movimentação forçada ,e
nenhuma queixa foi constatada. O seguimento por 18 meses mostrava a paciente sempre sem dores, e os cabelos aparados. Conclusão: A modificação da postura da cabeça, pelo uso de cabelos
excessivamente longos e pesados, induz, pela alteração forçada do
tônus muscular cervical, um quadro semelhante à cefaléia da distonia
craniocrevical quer pelos sintomas quer pela resposta à terapia.
Não encontamos trabalhos semelhantes na literatura pesquisada.
(PubMed) .
T 054
CEFALÉIA EM PACIENTES COM ADENOMAS HIPOFISÁRIOS
Góes, C.P.Q.F.; Vincent M.B.; Carvalho F.; Gadelha, M.;
Barbosa, C.A.; Alves, T.R.M.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivos
Objetivos: Avaliar a freqüência e as características das cefaléias
nos pacientes com adenomas hipofisários. Métodos
Métodos: Foram avaliados 46 pacientes com adenomas hipofisários no ambulatório de
endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Selecionamos no ambulatório de endocrinologia todos os pacientes entre 18 e 65 anos
que apresentaram em algum momento diagnóstico de adenoma
hipofisário. Aplicamos nestes pacientes questionário sobre a presença de cefaléia e suas características, e fizemos a revisão no
prontuário sobre o tipo de adenoma, tratamento clínico e ou cirúrgico e resultado de exames de imagem disponíveis. Resultados
Resultados:
De todos os pacientes avaliados, apenas 5 não apresentaram
cefaléia em nenhum momento após o diagnóstico do adenoma. Os
outros 41 pacientes apresentaram algum tipo de cefaléia. Alguns
pacientes tiveram alívio da dor, com tratamento clínico ou cirúrgico.
Dos pacientes que tinham cefaléia, 7 apresentaram dor compatível
com os critérios diagnósticos da IHS para enxaqueca com aura, 7
pacientes para enxaqueca sem aura e 5 para cefaléia do tipo tensão
freqüente, nenhum dos paciente avaliados preenchia critérios para
cefaléias trigêmino-autonômicas. Os 22 pacientes restantes que
apresentavam cefaléia não preenchiam critérios para nenhuma
cefaléia específica. Em relação as características dos adenomas, 39
pacientes tinham macroadenomas e apenas 7 microadenomas. 14
pacientes tinham adenomas não funcionantes, 18 prolactinomas,
12 produtores de GH e 2 produtores de ACTH. Conclusão
Conclusão: A
cefaléia é um sintoma muito prevalente nos pacientes com tumores
hipofisários. Em alguns casos pode apresentar características de
cefaléias primárias freqüentes como enxaqueca e cefaléia do tipo
tensão.
T 055
SECONDARY CLUSTER HEADACHE: CAUSES, SIDE OF THE
PAIN AND LATENT PERIOD
Valença, M. M.; Andrade-Valença, L. P. A.; Martins, H.; Lys, F. M.;
Oliveira, D. A.; Souza, J. L.; Vieira, A. C. C.; Cauás, M.;
Peres, M. F. P.; Farias da Silva, W.
Federal University of Pernambuco
Objectives
Objectives: To describe the clinical characteristics of 18 patients
with cluster headache (CH) associated with intracranial or orofacial
abnormalities. Methods: 18 patients (12 men) with CH (ICHD-II)
were evaluated in the period between 2000 and 2007. All were
137
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
submitted to neuroimaging evaluation and, when an abnormality
was encountered, we tried to correlate the finding with that particular unilateral type of headache. Results: We found events that could
possibly have precipitated the CH such as: carotid artery aneurysms
(n=3), head/face trauma (n=11), cavernous angioma (n=1), chronic
subdural hematoma (n=1), electric discharge (n=2), ocular surgery
(n=1), ethmoidal sinusitis (n=1) temporal cyst (mesial, n=1), dental inflammatory process (n=1), and a rare case of petrous apex
cephalocele (n=1). The age of the patient at the first cluster episode
was 39±16 (10-68) years. A close relationship was observed
between the location of the trauma and the side of the pain. A latent
interval of 60 ±14 (0-360) months was observed between the
moment of the precipitating event and the onset of the headache.
The left side of the head was involved in 81% of the cases. If that is
compared with 190 patients with probable idiopathic CH (Farias da
Silva series), in which pain was felt on the left side in 45% of the
cases, there was, indeed, a significant difference (p=0.01, Fisher
test). Conclusions: This study suggests that secondary CH
predominates in men; preferably occurs on the left side of the head;
has a latent period of months or years; and trauma is the lead
precipitating cause.
T 056
CEFALÉIA DA HEMODIÁLISE: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA
Mendonça-Santos, KAL1; Seixas, LN2;
Costa-Neto, J1; Farias-da-Silva, W1
1
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
2
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasp)
Objetivo
Objetivo: Estudar as características clínicas das cefaléias apresentadas pelos pacientes submetidos a tratamento de hemodiálise
por insuficiência renal crônica. Métodos
Métodos: Foram estudados 34
pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Hospital das Clínicas. Foi realizada entrevista individual com protocolo
pré-estabelecido, inquirindo-se a cerca das características da cefaléia
como caráter, duração, intensidade, relação com a sessão de
hemodiálise, presença de cefaléia prévia. A análise estatística foi
realizada através do teste de χ2. Resultados
Resultados: Vinte e dois (64,7%)
pacientes experimentaram cefaléia em algum momento do tratamento hemodialítico, destes, 16 (72,7%) tinham história de cefaléia
prévia. (p=0,0257). Houve discreto predomínio do sexo feminino
(54,5%), entretanto todos os pacientes que não experimentaram
este sintoma eram homens (p=0,0015). Quanto às características
clínicas, a cefaléia foi referida como de forte a moderada em 90,8%
dos casos, o caráter pulsátil em 54,5% e constrictivo em 40,9%, de
localização bifrontal em 45,4%, ocorrendo em 68,2% dos casos
durante a sessão de hemodiálise. Discussão
Discussão: A freqüência encontrada (64,7%) foi semelhante aos estudos anteriores. A significativa
prevalência de cefaléia prévia ao tratamento dialítico (72,7%) sugere haver influência desta condição com a cefaléia relacionada à
hemodiálise, aventando ser a hemodiálise um fator desencadeante.
A distribuição por sexo difere daquela das cefaléias primárias, sugerindo secundarismo da cefaléia relacionada à hemodiálise. As
demais características correspondem aos achados da literatura.
Conclusões
Conclusões: a cefaléia relacionada à hemodiálise não apresenta
características homogêneas, embora seja mais comumente referida como pulsátil, apresentando-se de moderada a forte intensidade, de localização bifrontal ocorrendo predominantemente durante
a sessão de hemodiálise. Ainda sem compreensão do papel do
138
procedimento no desenvolvimento da cefaléia, como agente
determinante, desencadeante ou ambos.
T 057
SÍNDROME PESCOÇO-LÍNGUA: RELATO DE TRÊS CASOS
Brito CM, Sarmento EM, Moreira Filho PF, Souza J A, Jevoux C
UFF - Setor de Investigação das Cefaléias
Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa
Objetivo
Objetivo: Relatar e discutir três casos de síndrome pescoço-línelato dos casos
gua. Relato
casos: Caso I - Mulher de 58 anos, branca,
relata que há cerca de um ano apresenta dor occipital, em choque,
com irradiação para região mastóidea direita acompanhada de
dormência na metade direita da língua. A disestesia língua é de
curta duração (menos de um minuto), persistindo por alguns minutos dor retro-mastóidea. Já apresentou quatro episódios desde o
início do quadro, há quatro anos, sempre relacionados à rotação
da cabeça para o lado direito, quando vai manobrar o carro. Esclarece que nem sempre a rotação do pescoço desencadeia a dor.
Nega outros sintomas neurológicos associados ao quadro. O exame neurológico era normal e os estudos radiológicos (TC, RM e RX
dinâmico da coluna cervical) foram negativos para instabilidade,
em qualquer nível, evidenciando, apenas, degeneração discoosteofitária cervical incipiente. Paciente foi orientada a evitar movimentos bruscos e extremos de lateralização do pescoço. Em dois
anos de acompanhamento, não apresentou novos episódios. Caso
II - Homem de 32 anos, durante treinamento de judô, em que
sofreu rotação extrema do pescoço para a esquerda, apresentou
dor em choque, e sensação de queimação na região occipital, irradiando-se para ouvido esquerdo, associada a adormecimento da
borda esquerda da língua. A dormência na língua desapareceu em
poucos segundos, mas a dor persistiu por cerca de uma hora, em
menor intensidade, como sensação de calor auricular. Não apresentou outros sintomas e/ou sinais neurológicos. Avaliado pelo
examinador imediatamente após o acidente, ainda no local, encontrava-se assustado, mas com exame neurológico normal. Estudos
da coluna cervical (RX dinâmico e RM) foram normais. Não houve
recidiva até o momento, sete anos após. Caso III - Mulher de 48
anos, apresentando dor cervical irradiada para região occipital direita, em pressão, de intensidade moderada, contínua, que se iniciou há cerca de 8 meses. A paciente referia que em determinadas
épocas, a dor se tornava intensa, acompanhada de rigidez cervical
e dormência na metade direita da língua, que persistia por algumas
horas, desaparecendo, em seguida. A paciente não sabe precisar a
freqüência dos episódios de disestesias, mas apresentou inúmeros
deles. O exame neurológico encontrava-se normal; estudos neuroimagem (Rx dinâmico, TC e RM da coluna cervical revelaram degeneração disco-osteofitária C3-C4, com maior componente à direita. Não havia relato de irradiação da dor para MMSS. Melhora com
AINE e amitriptilina. Discussão
Discussão: A síndrome pescoço-língua foi
inicialmente descrita por Lance e Anthony em 19801 e considerada
rara por Lewis, Frank e Toors,2 em publicação relativamente recente. Sjaastad e Bakketeig,3 em 2006, apresentam seis novos casos
de síndrome pescoço-língua: três casos clássicos (pacientes 1, 2 e
6), um caso com espasmo da língua (paciente 3), um caso com
desconforto facial (paciente 4) e um caso clássico, associado à
cefaléia cervicogênica. Estes autores acreditam que a síndrome
pescoço-língua seja mais freqüente, principalmente em estudos
epidemiológicos como o de Vaga, que permitem a identificação de
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
síndromes mais leves ou incompletas. Quanto à fisopatologia da
dor e da parestesia lingual, presume-se que a compressão da
segunda raiz cervical no espaço atlanto-axial, determinada por rotação súbita do pescoço, seja o fator responsável. Fibras aferentes
do nervo lingual que, através do nervo hipoglosso alcançam a segunda raiz cerevical, seriam o substrato anatômico provável.1,4 Entretanto, os sintomas não estão necessariamente associados à rotação do pescoço, como em nosso paciente 3, fato também observado por Fortin e Biller.5 Conclusão
Conclusão: Os três pacientes descritos
no presente trabalho apresentam características clínicas compatíveis com a síndrome pescoço-língua. Vale ressaltar a normalidade
dos exames clínico, neurológico e neuro-radiológicos. Em um de
nossos pacientes, o quadro se deveu, quase certamente, ao trauma
sofrido; em outro paciente não havia associação com movimentos
cervicais.
Referências: 1-Lance JW, Anthony M. Neck-tongue syndrome on sudden
turning of the neck. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1980;43:97-101
2-Lewis DW, Frank LM, Toor S. Familial neck-tongue syndrome. Headache
2003;43:132-4
3-Sjaastad O, Bakketeig LS. Neck-tongue syndrome and related (?)
conditions. Cephalagia 2006:26:233-140
4-Toure Gaoussou, Vacher Christian. Données anatomiques du syndrome
"cou-langue": "the neck-tongue syndrome". Société Anatomique de Paris,
sessão de 27 de outubro de 2006.
5-Fortin CJ, Biller J. Neck-tongue syndrome. Headacahe 1985;25:255-8.
T 058
ALTERAÇÕES DO EXAME NEUROLÓGICO EM AMOSTRA DE
312 PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE
CEFALÉIAS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFS.
Lucena AA, Lima BM, Silvino CJ, Fraga TP, Paixão MOR, Jesus ACF
LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe
Introdução
Introdução. O exame neurológico é método indispensável na
seqüência de avaliação de pacientes com queixa de algia craniana;
apesar do diagnóstico da maioria das cefaléias primárias não depender exclusivamente de alterações semiológicas, uma anormalidade encontrada direciona o raciocínio clínico para a necessidade
de investigação complementar. Objetivo
Objetivo: Descrever e avaliar a
ocorrência de alterações do exame neurológico em pacientes atendidos em centro de referência estadual em cefaléias. Metodologia:
Por meio de estudo retrospectivo, foram analisados os prontuários
de 312 pacientes atendidos no Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, no período
de janeiro de 2006 a maio de 2007. Os pacientes receberam
diagnósticos segundo os critérios da última edição da Classificação Internacional das Cefaléias. Resultados
Resultados: A amostra abrangeu
pacientes de ambos os sexos (71 homens e 241 mulheres), com
idades que variaram entre 09 a 87 anos; dezesseis pacientes (5,12%)
apresentaram as seguintes alterações do exame neurológico:
hiperreflexia à direita em uma paciente com o diagnóstico de
migrânea com e sem aura (6,25%); hiperreflexia à esquerda em três
pacientes (18,75%), sendo que migrânea crônica, migrânea sem
aura e migrânea com aura foram os diagnósticos observados;
hiperreflexia global em três pacientes (18,75%), migrânea crônica
foi diagnosticada em dois deles e um foi analisado como portador
de cefaléia trovoada primária; hiperreflexia de MMII foi observada
em dois pacientes (12,5%) com migrânea sem aura e cefaléia tipo
tensional crônica; em um paciente (6,25%) com crises de migrânea
com e sem aura, hemiparesia à esquerda foi a alteração encontraMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
da; hemiparesia à direita foi notada em um paciente com cefaléia
sintomática (secundária à hemorragia subaracnóide); um paciente
migranoso crônico apresentava disdiadococinesia em membro superior esquerdo; borramento papilar bilateral foi a alteração mais
prevalente e encontrada em 25% dos pacientes (cefaléia sintomática em um paciente, hemicrânia paroxística crônica em uma paciente, migrânea sem aura em uma paciente e cefaléia do tipo tensional
crônica em uma paciente; 12,5% dos pacientes apresentavam
platibasia, e Neuralgia do trigêmio e cefaléia sintomática eram os
diagnósticos dos mesmos; por fim, anosmia foi observada em um
paciente (6,25%) com cefaléia pós-traumática aguda. Investigação
complementar imaginológica foi realizada em todos os pacientes,
porém obtivemos o seguimento de 75% apenas; destes, apenas
dois pacientes apresentaram exames com alterações significativas:
aneurisma de artéria comunicante posterior à esquerda, observada
em angioressonância de vasos cerebrais em um deles, e área de
encefalomalácia em território de suprimento da artéria cerebral
média à direita, observada em tomografia de crânio de paciente
com crises de migrânea com e sem aura. Conclusão
Conclusão: Sinais de
longas vias e alterações de nervos cranianos foram as alterações
mais comumente observadas nos pacientes do nosso estudo, o
que, entretanto não encontrou correspondência na maioria dos
exames de imagem realizados. Apesar da baixa freqüência do aparecimento de alterações do exame neurológico em nossa amostra,
o mesmo deve permanecer como rotina na avaliação de pacientes
cefalêicos.
T 059
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA MUSCULAÇÃO SOBRE A
FREQUÊNCIA E GRAVIDADE DE CEFALÉIAS PRIMÁRIAS
ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.D.,
Ayres, B., Domingues, S.A.
Introdução
Introdução: A prática de musculação é cada vez mais freqüente
entre jovens universitários, impulsionados por conceitos estéticos
atuais. Pouco se sabe sobre a influência da prática regular da
musculação sobre a prevalência e o impacto da cefaléia e da
migrânea. Métodos
Métodos: Quatrocentos e sessenta e quatro estudantes universitários foram aleatoriamente selecionados e submetidos
a questionário diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. O
histórico de musculação nos últimos 6 meses foi avaliado em termos de: intensidade (através da escala de Borg), freqüência semanal e tempo - em minutos - de musculação por semana. As correlações entre cefaléia e musculação foram obtidas através de testes de
comparação de médias ou de proporções, conforme indicado. Resultados
sultados: Cento e cinqüenta e cinco estudantes (33,4%) referiram
praticar musculação regularmente; 74,5% tinham histórico de
cefaléia e 60,5% foram diagnosticados como tendo migrânea ou
provável migrânea. A prática de musculação não se correlacionou
com cefaléia (P=0,3) ou com migrânea (P=0,7), bem como não
influiu no escora da escala MIDAS (P=0,47). Foram analisados os
efeitos isolados da intensidade, freqüência e duração semanais de
musculação sobre a prevalência de cefaléia e musculação, bom
como sobre a escala MIDAS, sendo que nenhuma correlação estatisticamente significativa foi encontrada. Comparou-se o tempo de
musculação semanal, freqüência semanal de musculação e intensidade de musculação entre indivíduos com formas episódicas e crônicas de cefaléia, não sendo encontrada nenhuma diferença estatis139
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
ticamente significativa. Conclusão
Conclusão: A prática de musculação, independente de sua intensidade, freqüência e duração, não foi
determinante sobre a prevalência de cefaléia e de migrânea, nem
tampouco interferiu na gravidade da cefaléia pela escala MIDAS.
Estes dados sugerem que aos pacientes com cefaléia e que praticam musculação devam receber orientação individualizada de acordo com o seu histórico pessoal.
T 060
AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE REALIZAÇÃO DE
ATIVIDADE FÍSICA AERÓBICA E CEFALÉIA
Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D.,
Ayres, B., Domingues, S.A.
Introdução
Introdução: Atividades físicas podem induzir cefaléia, embora alguns autores sugerem que a prática regular de atividades físicas
pode contribuir para a profilaxia da migrânea. Neste estudo avaliamos a correlação entre a prática regular de exercícios físicos
aeróbicos sobre a prevalência e o impacto da migrânea. Métodos
dos: Este estudo foi conduzido entre estudantes universitários aleatoriamente selecionados, que foram submetidos a questionário
para diagnóstico e avaliação de impacto de cefaléia. O histórico de
atividades aeróbicas nos últimos 6 meses foi avaliado em termos
de: intensidade (através da escala de Borg), freqüência semanal e
tempo - em minutos - de exercícios por semana. A correlação entre
cefaléia e atividades aeróbicas foi obtida através de testes de comparação de médias ou de proporções, conforme indicado. Resultados: Foram entrevistados 464 indivíduos, sendo que 74,5%
tinham histórico de cefaléia e 60,5% foram diagnosticados como
migrânea ou provável migrânea. Não houve correlação entre atividades aeróbicas e cefaléia ou migrânea (P=0,3). A escala MIDAS
não diferiu entre indivíduos que não praticam ou que praticam atividades leves, moderadas ou intensas (P=0,7). O tempo de atividades não diferiu entre indivíduos com e sem cefaléia ou migrânea
(P=0,73). Não houve correlação entre impacto da cefaléia e duração atividade aeróbica (P=0,6). A freqüência semanal de atividades
aeróbicas também não influiu na prevalência de cefaléia e migrânea,
nem tampouco no impacto pela escala MIDAS (P=0,32). Comparou-se o tempo de atividade aeróbica semanal, freqüência semanal
de atividade aeróbica e intensidade de exercícios entre indivíduos
com formas episódicas e crônicas de cefaléia, não sendo encontradas diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Embora alguns indivíduos refiram beneficiar-se das atividades aeróbicas
para prevenção da migrânea, este estudo não sugere que exercícios aeróbicos, independentemente de sua freqüência, duração e
intensidade, possam influir na prevalência ou na gravidade da
migrânea.
T 061
FATORES DE RISCO PARA CEFALÉIA E MIGRÂNEA ENTRE
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS.
Domingues, R.B., Arçari, D.D., Coutinho, F.S., Maia, R.P.D.,
Ayres, B., Domingues, S.A.
Introdução
Introdução: Neste estudo avaliamos a associação de fatores como
sexo, peso e alguns hábitos com a prevalência e o impacto das
principais cefaléias primárias. Métodos
Métodos: Foi realizado estudo transversal, com seleção aleatória dos sujeitos, com aplicação de ques140
tionário sobre cefaléia, ingestão de álcool, tabaco e café, além da
determinação do IMC. As correlações foram feitas com testes de
comparação de médias e proporções conforme a indicação. Resultados
sultados: Foram entrevistados 182 homens e 282 mulheres. A
idade média foi de 22,25±3,4 anos; 346 indivíduos referiram
cefaléia, sendo que a proporção de indivíduos com cefaléia foi
maior no sexo feminino (P=0,0006). A migrânea foi mais prevalente
entre as mulheres (P<0,0001), mas a cefaléia do tipo tensional foi
mais freqüente entre homens (P=0,025). A escala MIDAS foi mais
elevada nas formas crônicas de cefaléia (P<0,0001). As mulheres
tiveram maior pontuação na escala MIDAS (13,18±1,1 X 5,9±1;
P<0,0001). Os indivíduos que apresentavam hábito de ingerir bebidas alcoólicas com freqüência maior que uma vez por semana
não apresentaram maior prevalência de cefaléia que os demais
(P=0,58). Não houve influência da ingestão de álcool sobre a
escala MIDAS (P=0,79). Não houve correlação entre ingerir café
sobre a prevalência (P=0,08) e o impacto da cefaléia (P=0,8). O
tabagismo também não influenciou a prevalência de cefaléia (P=0,8)
nem a sua gravidade (P=0,7). Nem o sobrepeso nem a obesidade
aumentaram o risco de cefaléia ou de migrânea. Não houve diferença significativa na escala MIDAS entre indivíduos com e sem
sobrepeso ou obesidade entre os indivíduos com migrânea. Conclusões: O único fator de risco encontrado para cefaléia e para
migrânea foi o sexo feminino. No sexo feminino foi encontrada
maior gravidade da cefaléia e da migrânea. Não houve relação
entre peso corporal e prevalência da migrânea, nem tampouco
sobre sua gravidade.
T 062
AVALIAÇÃO DE PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DEPRESSÃO
EM UMA COMUNIDADE DE PESCADORES NA
FOZ DO RIO DOCE, ES.
Domingues, R.B., Alves, B.A.F., Barros, C.C.L., Novaes, L.,
Vasques, L., Diniz, L.B., Pinto, N.M., Zaganelli, R.H.,
Ramalho, S.D., de Souza, V.M., Domingues, S.A., Penna, A.M.
Escola Superior de Ciências da Saúde de Vitória (EMESCAM),
Espírito Santo.
Introdução: Poucos estudos têm avaliado a prevalência e fatores de risco para cefaléia em pequenas comunidades brasileiras.
Métodos
Métodos: Foram entrevistados adultos aleatoriamente selecionados, através de busca de porta em porta, na comunidade de
Povoação. A entrevista constou de questionário sobre a cefaléia e
suas características, escala MIDAS, tabagismo, ingestão de álcool
e café, além do inventário de Beck para depressão. Resultados
Resultados:
Foram entrevistados 168 indivíduos, sendo 68 homens. A idade
média foi de 41±19 anos. A renda média foi de R$ 500,00 ±
R$512,32. Noventa e três (55,4%) indivíduos relataram cefaléia
no último ano, sendo que 69 (74,2%) foram diagnosticados como
tendo Migrânea ou Provável Migrânea, dez (10,8%)pacientes foram diagnosticados como Cefaléia do Tipo Tensional Episódica,
dez pacientes (10,8%) como Migrânea Crônica com uso abusivo
de analgésicos e 4 (4,3%) pacientes como Migrânea Crônica sem
uso abusivo de analgésicos. O impacto foi MIDAS IV em 51,6%,
MIDAS III em 26,9% e MIDAS I e II em 11,8%. Os indivíduos com
Migrânea Crônica tiveram maior impacto da cefaléia (P<0,0001).
Não houve correlação entre cefaléia e hipertensão (P=0,08);
não houve correlação entre cefaléia e diabetes mellitus (P=0,36).
Houve correlação entre cefaléia e tabagismo (P=0,028). Treze
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
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(8,3%) indivíduos apresentaram depressão. Não houve correlação entre depressão e cefaléia (P=0,54). Não houve diferença
estatisticamente significativa na escala Beck de depressão entre
pacientes com Migrânea episódica e Migrânea crônica (P=0,59).
Discussão
Discussão: Verificou-se prevalência de cefaléia e Migrânea próxima ao que tem sido registrado em centros urbanos do ES. Verificou-se alto impacto das cefaléias nesta comunidade, especialmente nas suas formas crônicas. Embora a depressão possa ser
considerada fator de risco para a cronificação da migrânea, nesta
comunidade não houve maior escore no inventário de Beck entre
indivíduos com migrânea crônica quando comparados com os
com migrânea episódica.
T 063
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO POPULACIONAL DA
PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
Campaner, L1; Jalles-Filho, E.2; Bordini C. A.3; Gorayeb, R.3;
Speciali, J.G. 3; Dal Fabbro, A.L.4
1
FMRP-USP- Depto. de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia
Médica e INBIO; 2INBIO - Instituto de Neuropsicologia e
Biofeedback; 3FMRP-USP - Depto. de Neurologia, Psiquiatria e
Psicologia Médica; 4FMRP-USP - Depto. de Medicina Social
Objetivo
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi investigar a prevalência
de cefaléia na população urbana da cidade de Ribeirão Preto.
Metodologia
Metodologia: Uma amostra de 1230 indivíduos, envolvendo 632
(51,4%) do sexo feminino e 598 (48,6%) do sexo masculino, com
idades variando entre 15 e 65 anos foi entrevistada por telefone. A
amostra foi selecionada utilizando-se o método epidemiológico de
amostragem por conglomerado. Foram levantados dados
sociodemográficos (idade, sexo, estado civil, grau de instrução,
atividade profissional, renda), bem como características da cefaléia:
tempo de instalação, início da cefaléia e evento específico, tempo
de duração da crise, período do dia de instalação da dor, tipo de
dor, interferência nas atividades diárias, agravamento pela atividade física habitual, atitude na hora da crise, sintomas associados,
fatores desencadeantes, presença de aura e sintomas premonitórios,
conhecimento do nome da cefaléia, antecedentes familiares, influência na qualidade de vida e procura de atendimento. Resultados
Resultados:
Os resultados foram tabulados e organizados no programa Epi
Info 6.4. Do total dos indivíduos, encontramos 552 indivíduos com
cefaléia, representando uma prevalência de 44,9%. Quando o sexo
foi tomado isoladamente, encontramos uma prevalência superior
em mulheres (60,5%) do que nos homens (28,3%). Foi possível
demonstrar, através do teste de Qui-quadrado ( = 101,57; p < 0,
0001), uma relação positiva entre a prática regular de exercícios
físicos e a redução da incidência de cefaléia. Conclusão
Conclusão: Em
relação à população geral, os diagnósticos mais freqüentes, de
acordo com os critérios da Sociedade Internacional de Cefaléia,
foram: Cefaléia do Tipo Tensional Episódica (16,2%), Cefaléia Tipo
Tensional Crônica (0,6%), Migrânea sem Aura (14,3%), Migrânea
com Aura (5,0%) Migrânea Transformada (2,0%) e outros tipos de
cefaléia (6,7%). Finalmente, para facilitar a comparabilidade entre
diferentes estudos, sugeriu-se a elaboração de um questionário
padronizado para uso específico na investigação epidemiológica
da cefaléia.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
T 064
FATORES ASSOCIADOS À INCAPACIDADE DECORRENTE DA
CEFALÉIA EM UNIVERSITÁRIOS
Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;
Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;
Spagnol, M. F.; Santil, J. T.; Basso, M.
Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia
da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS
Objetivo
Objetivo: Verificar a prevalência e os fatores relacionados à incapacidade decorrente da cefaléia em universitários. Metodologia
Metodologia:
estudo transversal, através de questionários estruturados aplicados
a estudantes da UCS mediante assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Foram obtidas as características demográficas, presença e características da cefaléia nos últimos três
meses, incapacidade pela versão brasileira do Migraine Disability
Assessment (MIDAS), presença de sintomas depressivos pelo Inventário de Depressão de Beck e alterações do sono pelo
miniquestionário do sono. Foram realizadas análises bivariadas e
multivariada dos dados tendo como desfecho incapacidade moderada ou severa. Erro alfa de 5%. Resultados
Resultados: Dos 262 universitários entrevistados (média de idade = 24,1 ± 6,94; mulheres =
63,0%), a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de
70,2% (H = 59,8% / M = 76,4%; P = 0,005). A incapacidade da
cefaléia nos estudantes foi mínima em 42,2%, leve em 20,8%,
moderada em 15,6% e severa em 21,4%. Na análise bivariada,
maior freqüência da cefaléia, presença de náuseas e/ou vômitos,
fotofobia, sintomas de aura, piora da dor por atividade física como
subir escadas ou caminhar, maior intensidade da dor, presença de
alterações do sono e depressão foram fatores relacionados à incapacidade moderada/severa nos estudantes. Na regressão logística,
freqüência semanal da dor (ORA = 4,92; IC95% = 2,38-10,14;
P < 0,001), presença de náuseas e/ou vômitos (ORA = 2,68;
IC95% = 1,29- 5,55; P = 0,008) e sintomas depressivos (ORA =
3,35; IC95% = 1,14- 9,79; P = 0,027) foram fatores independentes associados à incapacidade moderada /severa decorrente da
cefaléia. Conclusões: a cefaléia é um sintoma muito comum entre os universitários. Alguns fatores estão associados a maior incapacidade decorrente da cefaléia como freqüência das dores, presença de náuseas e/ou vômitos e depressão.
T 065
DEPRESSÃO E ALTERAÇÕES DO SONO EM UNIVERSITÁRIOS
COM QUEIXA DE CEFALÉIA
Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;
Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;
Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M.
Liga Acadêmica Multidisciplinar da Neurologia e Neurocirurgia
da Universidade de Caxias do Sul - LAMNN UCS
Objetivo
Objetivo: Verificar a prevalência de depressão e alterações do
sono em universitários com e sem queixa de cefaléia. Metodologia: Através de questionários aplicados a 262 acadêmicos
da UCS, foram obtidas as seguintes variáveis: presença de cefaléia
e características, presença de sintomas depressivos através do inventário de depressão de Beck (IDB) e alterações do sono pelo
miniquestionário do sono (MQS). Foram utilizados os critérios da
Sociedade Internacional de Cefaléia para definição de enxaqueca e
141
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
cefaléia tensional. Foram verificadas diferenças em quatro grupos:
G1, sem cefaléia; G2, enxaqueca; G3, cefaléia tensional; e G4,
outra cefaléia. As análises foram conduzidas com o SPSS, sendo
utilizados os testes de qui-quadrado e Kruskal-Wallis. Resultados
dos: a prevalência de cefaléia nos últimos três meses foi de 70,2%,
(enxaqueca = 8,8%, cefaléia tensional = 11,5% e outras cefaléias
= 50,0%). Sintomas depressivos foram identificados em 8,2% dos
estudantes (G1 = 0; G2 = 21,1%; G3 = 3,6%; G4 =12,1%; P =
0,003). Sono muito alterado foi identificado em 29,1% dos universitários (G1 = 18,9%; G2 = 43,5%; G3 = 40,0%; G4 = 29,9%;
P = 0,006). As médias do IDB foram 5,0 no G1, 8,7 no G2, 6,4 no
G3 e 7,6 no G4 (P = 0,04). As médias do miniquestionário do
sono foram 23,2 no G1, 29,1 no G2, 27,1 no G3 e 28,5 no G4
(P < 0,0001). Conclusão
Conclusão: sintomas depressivos e alterações do
sono são mais comuns entre os universitários que apresentam
cefaléia, principalmente entre as caracterizadas como enxaqueca.
T 066
PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALÉIA
EM UNIVERSITÁRIOS
Falavigna, A.; Teles, A. R.; Velho, M. C.; Vedana, V. M.;
Mazzocchin, T.; Silva, R. C.; Lucena, L., Petry, F. L.;
Spagnol, M. F.; Santin, J. T.; Basso, M.
Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia
da Universidade de Caxias do Sul – LAMNN UCS
Objetivo
Objetivo: Verificar a prevalência de cefaléia em universitários e
analisar diferenças entre os gêneros. Metodologia
Metodologia: Questionários aplicados a universitários da UCS. Foram obtidas variáveis
demográficas, presença de cefaléia e características, história familiar e consulta médica por cefaléia. As análises foram conduzidas
com o SPSS, sendo utilizado o qui-quadrado para verificar diferença entre os gêneros. Resultados: Dos 262 estudantes entrevistados (F = 63,0%, idade média = 24,1 ± 6,94), 70,2% afirmaram
ter tido cefaléia nos últimos três meses (F = 76,4%, M = 59,8%; P
= 0,005). A prevalência de enxaqueca e cefaléia tensional foi de
15,8% (P = 0,16) e 20,1% (P = 0,68), respectivamente. Quanto à
freqüência das crises, 39,6% têm dor no mínimo uma vez por semana (F = 45,2%, M = 27,6%; P = 0,01). Localização unilateral foi
referida por 10,4% dos estudantes e bilateral por 39,6% (P = 0,39),
59,0% definiram a cefaléia como pulsátil (P = 0,48) e 19,2% acreditam que a intensidade da dor é severa (F = 22,4%, M = 12,3%;
P = 0,01). Fotofobia foi referida por 54,6% (P = 0,06), fonofobia
por 76,8% (P = 0,50), náuseas e/ou vômitos por 37,6% (F =
44,4%, M = 22,8%; P = 0,005) e sintomas de aura por 28,0%
(P = 0,72). Atividade física diária pode piorar a dor em 22,5%
dos acadêmicos (P = 0,65), 35,7% tiveram limitações por causa
da dor (P = 0,26) e 62,5% têm história familiar de cefaléia (P =
0,06). A maioria (64,1%) nunca consultou médico pela cefaléia
(F = 60,0%, M = 73,2%; P = 0,02). Conclusões
Conclusões: Apesar de a
maioria dos universitários ter referido cefaléia nos últimos três
meses, menos da metade procurou auxílio médico pela dor. As
mulheres da amostra apresentam dores mais freqüentes, com intensidades mais fortes e mais associadas a náuseas e vômitos.
142
T 067
PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA NO PRONTO ATENDIMENTO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS
Moraes D.N.; Rezende F. B.; Pereira G. L. P.; Vasconcelos L.B.P,
Stancioli F.G; Morato E. G.; Cunninghan M. C. Q. S.;
Camargos S. T.; Frota E. R. C.; Pimenta R. C.; Pereira S. R. S.;
Christo P, Silva Jr A.A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L.
Serviço de Urgências Neurológicas e Ambulatório de Cefaléias
do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas, Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Introdução
Introdução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento em
unidades de urgência. Conhecer as suas principais causas em centros terciários de emergência poderá contribuir para o diagnóstico
diferencial e o manejo terapêutico dos casos. Objetivo
Objetivo: Estimar a
prevalência de cefaléia e suas causas no intervalo de tempo compreendido entre 09 de abril e 26 de junho de 2007 no Pronto
Atendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Minas Gerais (PA-HC/UFMG). Materiais e Métodos
Métodos: Nesse
período, todos os indivíduos que procuraram o serviço no período,
cuja queixa principal foi cefaléia, foram atendidos pelo neurologista através de entrevista semi-estruturada e exame clínico-neurológico. O diagnóstico foi estabelecido pelos critérios da Classificação Internacional das Cefaléias (IHS-2004). Resultados
Resultados: Foram
atendidos 8163 (5712F/2450M) indivíduos no PA HC/UFMG.
Deste número, 628 foram atendidos pela neurologia, sendo que
135 (96F/39M) tiveram como queixa principal dor de cabeça. Isso
correspondeu a um percentual de 1,65% do total de atendimentos
e 21,5% dos pacientes avaliados pela neurologia. Os subtipos de
cefaléia, segundo a IHS-2004, mais freqüentes no estudo foram
migrânea (53,33%), cefaléia do tipo tensional (10,4%) e cefaléia
secundária a infecções (8,88%). A hemorragia subaracnóidea
correspondeu a 1,5 % dos casos. Conclusões
Conclusões: Os dados corroboram estudos anteriores da literatura, identificando a migrânea
como a principal causa de cefaléia na urgência. Mostram ainda que
as cefaléias secundárias correspondem a uma parcela pequena,
mas significativa dos pacientes.
T 068
PREVALÊNCIA DE CEFALÉIA E DE DOR MIOFASCIAL
PERICRANIANA EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE
OUTRAS AFECÇÕES DOLOROSAS
Junqueira, M. S.; Silva Jr, S.; Cunha, A. M. R.
Clínica da Dor do Hospital de Base da Faculdade de
Medicina de S.J. do Rio Preto - SP
Objetivo
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi determinar a
prevalência de cefaléia e de dor miofascial (DMF) pericraniana em
uma população de indivíduos recebendo tratamento ambulatorial
para outras afecções dolorosas na Clínica da Dor do Hospital de
Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - SP.
Método
Método: Selecionou-se uma amostra de 100 indivíduos, com idades entre 26 e 82 anos, sendo 54% do sexo feminino. Todos responderam ao Questionário de Triagem Recomendado para DTM e
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
Dor Orofacial (Okeson, 1995). Uma resposta positiva para qualquer pergunta do questionário foi suficiente para justificar a realização de um exame clínico para o diagnóstico de DMF pericraniana
(de acordo com Okeson, 2006) e/ou de cefaléia (classificada segundo os critérios da IHS, 2004). Resultados
Resultados: Identificaram-se
45 indivíduos (45%) apresentando cefaléia, dos quais, 17,8% relataram estar recebendo algum tipo de tratamento para a cefaléia. Na
amostra total, a prevalência de indivíduos portadores de DMF
pericraniana foi de 44%, entretanto, nenhum deles estava recebendo tratamento para essa afecção dolorosa. A prevalência de cefaléia
entre os indivíduos com DMF pericraniana foi de 86,4%, contra
12,5% entre os sem DMF pericraniana. Entre os portadores de
DMF pericraniana, 43,2% apresentaram cefaléia do tipo tensional
(episódica e crônica), 25% apresentaram migrânea (sem aura e
crônica), 11,4% apresentaram cefaléia cervicogênica e 6,8% apresentaram migrânea com aura. Conclusões
Conclusões: A DMF pericraniana
e a cefaléia foram condições freqüentes nos indivíduos estudados.
Portanto, a avaliação de triagem dessas duas condições deveria ser
considerada, nessa população, com o intuito de proporcionar uma
terapêutica mais abrangente e, conseqüentemente, uma melhor
qualidade de vida ao indivíduo com dor. A elevada coexistência
entre DMF pericraniana e cefaléia, em concordância com os dados
obtidos na literatura, sugere um possível envolvimento de impulsos
nociceptivos miofasciais no desencadeamento e na manutenção da
cefaléia.
T 069
ANÁLISE DOS NÍVEIS URINÁRIOS DE 6SULFATOXIMELATONINA
EM PACIENTES COM ENXAQUECA E CONTROLES
Masruha MR1,2; Vieira DSS1; Guendler VZ1; Mercante JPP1;
Corchs F1; Zukerman E1; Cipolla-Neto J3; Peres MFP1,2,4
1
Instituto do Cérebro - Hospital Israelita Albert Einstein.
2
Universidade Federal de São Paulo. 3Universidade de São Paulo.
4
Faculdade de Medicina do ABC.
Objetivo
Objetivo: Avaliar os níveis de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s) em
pacientes com enxaqueca crônica, episódica e controles, bem como
investigar sua relação com comorbidades da enxaqueca, incluindo
a fibromialgia, fadiga crônica, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Métodos
Métodos: Determinação quantitativa de aMT6s mediante técnica de captura de anticorpos (teste ELISA). O diagnóstico da
cefaléia foi estabelecido de acordo com os critérios diagnósticos
da IHS, e as amostras urinárias foram coletadas em um período de
12 horas (das 20 h às 8 h). A análise estatística foi feita comparando-se o diagnóstico da enxaqueca, comorbidades e controles com
os níveis de melatonina, e também com a presença de dor no dia da
coleta. Resultados
Resultados: Foram encaminhados 268 sujeitos para avaliação. Desse total, 48 foram excluídos. Os 220 sujeitos restantes
estavam de acordo com os critérios de inclusão do estudo. Dentre
eles, 73 (33%) eram portadores de enxaqueca episódica (EE), 73
(33%) de enxaqueca crônica (EC) e 74 (34%) eram controles (C).
Foram encontrados níveis menores de aMT6s em pacientes com
enxaqueca quando comparados aos controles. Os níveis foram
ainda menores nos pacientes com EC e na vigência de crises de
enxaqueca. Também houve forte correlação inversa entre a concentração de aMT6s e os níveis de depressão, ansiedade, fadiga, diagnóstico de sonolência diurna excessiva e o número de pontos
fibromiálgicos. Conclusões
Conclusões: O achado de que pacientes com
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
enxaqueca apresentam níveis menores de aMT6s, quando comparados a controles, corrobora estudos prévios da literatura. O achado de níveis ainda menores de aMT6s em pacientes com enxaqueca
crônica e na vigência de crises é inédito. Os níveis de aMT6s também se correlacionaram fortemente, de maneira inversa, com níveis de depressão, ansiedade, fadiga, diagnóstico de sonolência
diurna excessiva e com o número de pontos de fibromialgia. Essas
relações em pacientes com enxaqueca nunca haviam sido demonstradas até então.
T 070
COEXISTÊNCIA DE "CEFALÉIAS DE ESFORÇOS" EM PACIENTE
COM MALFORMAÇÃO DE CHIARI TIPO 1: RELATO DE CASO
Fontes Silva GM, Lucena AA, Barreto DD, Calasans FR, Jesus ACF
LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe
Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com malformação de
Chiari tipo 1 e queixa de cefaléia relacionada a diferentes tipos de
caso AMS, sexo feminino, 42 anos, cabeleiesforços. Relato de caso:
reira e manicure, parda, solteira, com menarca aos 13 anos e
histerectomizada há 18 anos. Atendida no Ambulatório de Cefaléias
do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe com
queixa de cefaléia que se manifestou pela primeira vez aos 38
anos, sem pródromos e sem sintomas iniciais. A dor era de caráter
pulsátil, aguda, que já se iniciava em sua intensidade máxima, com
duração de menos de 01 minuto e freqüência média de 10 crises ao
mês. Negava sintomas acompanhantes e relatava os seguintes fatores desencadeantes: o momento do orgasmo, tosse, gargalhada,
o ato de defecar e quando movimentava com agilidade o segmento
cefálico. A dor não se manifestava com sintomas acompanhantes e
a paciente não relacionava a mesma a nenhuma fase do ciclo menstrual, visto que a cefaléia teve início 14 anos após a menopausa
cirúrgica. Havia relato pessoal de depressão e não possuía antecedentes familiares de cefaléia. Nunca havia feito uso de medicamentos profiláticos ou abortivos para a cefaléia em questão. O exame
neurológico era normal. Foi solicitada ressonância nuclear magnética de crânio e junção crânio-cervical, que demonstrou alteração
compatível com malformação de Chiari tipo 1. Discussão
Discussão: A
malformação de Chiari tipo 1 é caracterizada por alongamento do
cerebelo e deslocamento caudal das tonsilas cerebelares através
do forame magno. É geralmente assintomática na criança, manifestando-se na idade adulta. A cefaléia atribuída a essa malformação
faz parte da Classificação Internacional de Cefaléias (2ª ed). As
cefaléias do esforço eram consideradas no passado como
indicativas de alteração estrutural orgânica sempre, porém estudos
posteriores apresentaram uma prevalência de cefaléias primárias
desse tipo muito maior que secundárias. Conclusão
Conclusão: Nosso caso
demonstra quadro álgico que preenche critérios clínicos de diagnóstico para diferentes tipos de cefaléias primárias (tosse, esforço
e relacionada a atividade sexual), mas que apresenta achado radiológico de malformação de Chiari tipo 1. Diante do exposto, sugerimos avaliar a necessidade de investigação complementar com
neuroimagem quando diferentes formas de "Cefaléias de Esforços"
apresentarem-se num mesmo paciente.
143
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 071
LIGA DE CEFALÉIA DE SERGIPE (LICESE)
Paixão MOR, Silva FB, Oliveira HA, Jesus ACF
Universidade Federal de Sergipe
Objetivo
Objetivo: A LICESE tem o objetivo de proporcionar atividades
teórico práticas em Cefaliatria para os alunos de medicina da
UFS, através de atendimentos ambulatoriais a cefalêicos, realização de trabalhos de pesquisa e de programas de divulgação do
conhecimento em cefaléias. Metodo
Metodo: Após um ano de funcionamento do Ambulatório de Cefaléias do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Sergipe (HU/UFS), foi criada a LICESE no
dia 10 de janeiro de 2007. Este projeto foi aprovado em reunião
do Departamento de Medicina (DM) e também enviado à Pró Reitoria de Extensão (PROEX). Ele funciona em três frentes de
trabalho: a primeira, de atividades ambulatoriais, onde os alunos
atendem os pacientes sob supervisão do professor; a segunda é
um momento em que os alunos avaliam os conhecimentos gerados após revisão bibliográfica sobre determinado assunto e a
consulta ao banco de dados do ambulatório para elaboração dos
trabalhos científicos e a última, que visa a realização de palestras,
eventos e projetos com a finalidade de divulgação do conhecimento ao público em geral. Resultados
Resultados: Atualmente são pouco
mais de 500 pacientes cadastrados no banco de dados do Ambulatório de Cefaléias do HU/UFS. Cinco trabalhos prospectivos de
pesquisa estão sendo realizados, sendo que 03 resultarão em
monografias de conclusão de curso. Também já foram realizadas
03 reuniões científicas para discussão de temas da Cefaliatria e
uma palestra ministrada por Dr Wilson Farias da Silva como comemoração simbólica da criação da LICESE. Conclusão
Conclusão: A
LICESE assim como outras ligas são importantes para o aperfeiçoamento da formação acadêmica dos alunos do curso de medicina e afins. Elas permitem que os mesmo possam aprofundar os
estudos em uma área do conhecimento e desenvolver autonomia
e responsabilidade, uma vez que a administração desses projetos
é função dos próprios alunos. Como a fundação de uma Liga
exige apenas a criação de um projeto e aprovação deste pelo DM
e PROEX, a burocracia não pode ser vista como um obstáculo à
criação de novas ligas.
T 072
NEURINOMA DO TRIGÊMIO : RELATO DE CASO
Martins, HAL; Martins, BBM; Ribas, VR; Gatis, MCQ;
Valença, MM; Farias da Silva, W
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Objetivo
Objetivo: Relatar a história clínica de uma mulher de 28 anos,
com várias crises de Dor forte, unilateral, pulsátil, localizada em
face e região fronto-temporal esquerda, acompanhada de sinais
autonômicos ipisilaterais. Método
Método: A paciente foi atendida no
ambulatório de cefaléia do Hospital das Clínicas da UFPE, sendo
realizada anamnese, exame neurológico e imagem obtida pela
realização de Ressonância Magnética (RM) de Encéfalo com contraste. Resultados
Resultados: A paciente relatou que há três anos, iniciou
com crises de Dor forte em face e região Fronto-temporal esquerda, caráter pulsátil, forte intensidade, acompanhada de lacrimejamento e congestão conjuntival ipsilaterais. Referiu que cada
crise durava em média dois minutos e ocorria na freqüência de
144
dez vezes ao dia. O exame neurológico foi normal. A RM de
encéfalo evidenciou lesão expansiva sólida extra-axial localizada
na região paraselar esquerda com extensão à cisterna do ângulo
ponto-cerebelar ipsilateral, ocupando a topografia do gânglio de
Gasser e porção cisternal do Nervo Trigêmio à esquerda, apresentando realce pelo contraste. Conclusão
Conclusão: Neurinoma do
Trigêmio é uma condição raramente encontrada (0.1-0.4% dos
tumores intracranianos e 1-8% de todos neurinomas intracranianos). No caso descrito, a paciente apresentava um conjunto
de sinais e sintomas similares aos encontrados na hemicrânia
paroxística, não existindo relatos anteriores na literatura.
T 073
CEFALÉIA POR HIPOTENSÃO LIQUÓRICA APÓS DERIVAÇÃO
VENTRÍCULO-PERITONEAL: APRESENTAÇÃO DE CASO
Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P.
Unidade de Neurologia, Natal - RN
A derivação ventrículo-peritoneal é o método mais usado para o
tratamento das hidrocefalias. Entre as complicações do procedimento estão higromas e hematomas subdurais, infecções e meningites, obstrução do cateter ventricular ou do shunt e hiperdrenagem.
Essas complicações podem provocar cefaléias com características
migranosas, tipo tensional ou cefaléias de esforço. Apresentamos
um caso de cefaléia pós "shunt"com características da cefaléia por
fístula liquórica. Identificação - S.A.M., 52 anos, masculino, casado, cor parda, funcionário público, natural e residente em SobralCE. H.D.A. - Há 26 dias, apresentou febre, cefaléia e mialgias generalizadas. Após exames hematológicos foi diagnosticada dengue e
fez tratamento sintomático. Após alguns dias, a febre e as mialgias
desapareceram, mas continuou sentindo cefaléia persistente, de
intensidade moderada a forte. Por esse motivo, fez ressonância
magnética, que mostrou hidrocefalia. Foi submetido à derivação
ventrículo-peritoneal, com colocação de válvula de média pressão.
Depois da cirurgia, passou a ter cefaléias, que se acompanhavam
de náuseas, e que sempre começavam minutos após se sentar ou
ficar de pé e que pioravam gradativamente. A realização de qualquer esforço físico contribuía para piorar a dor, que, por outro lado,
começava a se atenuar minutos depois de o paciente se deitar, até
remitir por completo. Havia uma história de hipoacusia bilateral,
atribuída ao uso de estreptomicina, que piorou significativamente
depois da derivação ventrículo-peritoneal. Foi solicitado nova ressonância magnética, com uso de contraste paramagnético, que
mostrou que os ventrículos permaneciam dilatados e também evidenciou espessamento paquimeníngeo. Como não houve redução
das dimensões ventriculares e as características dos exames de
neuroimagem sugeriam hidrocefalia por estreitamento do aqueduto cerebral, antiga e compensada, cogitou-se de uma ligadura do
cateter na altura da parede torácica. Todavia, como o paciente
informou melhora da cefaléia nos dias subseqüentes, adotou-se
conduta expectante. Discussão: A cefaléia preenche os critérios
da cefaléia por fístula liquórica, de acordo com a ICHS-II, a saber:
cefaléia que surge até quinze minutos após sentar-se ou ficar de pé
e com preenchimento dos demais critérios, já que o paciente a)
apresentava náuseas e hipoacusia ; b) havia realizado um procedimento conhecido, que poderia resultar em extravasamento do líquido cefalorraquidiano; c) a ressonância magnética evidenciou
espessamento paquimeníngeo; d) a cefaléia apareceu em relação
temporal com a drenagem liquórica. Apenas o último critério, que
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
reze que a dor deve ceder até 7 dias após eliminada a causa não
pode ser comprovado, porque com a atenuação da cefaléia, optouse por conduta conservadora. Embora a cefaléia possa ser sintoma
tanto das hidrocefalias como das complicações do seu tratamento,
o aparecimento de cefaléia com padrão de fístula liquórica é
incomum, conforme levantamento da literatura mostrou.
T 074
PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA
CEFALÉIA NA URGÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Moraes, D. N.; Rezende, F. B.; Pereira, G. L. P.; Vasconcelos L.B. P;
Stancioli F.G.; Cardoso J.L.; Silva Jr A. A.; Gómez R. S.; Teixeira A. L.
Ambulatório de Cefaléias, Serviço de Neurologia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução
ntrodução: A cefaléia é uma causa freqüente de atendimento em
ntrodução
unidades de urgência. No Pronto-atendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (PA-HC/UFMG) os
indivíduos, cuja queixa principal é cefaléia, são avaliados através
de uma entrevista semi-estruturada pelo neurologista de plantão
que adota um manejo propedêutico e terapêutico seguindo um
algoritmo de condutas. Objetivos
Objetivos: Apresentar o protocolo de
atendimento de cefaléia (entrevista semi-estruturada e algoritmo de
condutas) utilizado no PA-HC/UFMG. Materiais e Métodos
Métodos: O
protocolo foi elaborado pelo Ambulatório de Cefaléias do Serviço
de Neurologia do HC/UFMG, sendo utilizado rotineiramente desde abril de 2007. Resultados
Resultados: A entrevista semi-estruturada consta
de nove perguntas que permitem a abordagem prática dos pacientes, bem como o diagnóstico da cefaléia seguindo os critérios da
Classificação Internacional das Cefaléias (IHS-2004). O algoritmo
de condutas orienta o diagnóstico conforme a forma de evolução
cronológica da cefaléia, enquanto o tratamento baseia-se num modelo considerado eficaz na abordagem da dor nas cefaléias primárias. Conclusõe
Conclusões: O atendimento sistematizado da cefaléia na
unidade de urgência seguindo um protocolo facilita o diagnóstico e
otimiza o tratamento. São necessários estudos utilizando esta ferramenta, a fim de avaliar seu papel no contexto que vem sendo
utilizado.
T 075
QUAIS AS DIFICULDADES QUE OS PACIENTES ENCONTRAM
PARA REALIZAR UM TRATAMENTO NO AMBULATÓRIO DE
CEFALÉIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO - UFRJ
Coordenadora da Psicologia: Renemilda C. B. de Góes - UFRJ.
Estagiários: Rachel Sancovschi,Tatiana Restrepo, Natália Nunes,
Aline Passos, Taíssa Mello - UFRJ.
Objetivo
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi conhecer os usuários que
realizam tratamentos no ambulatório de cefaléia em uma unidade
de um hospital-escola da UFRJ, e, quais as dificuldades que esses
pacientes encontram para iniciar e continuar um tratamento. Qual
o grau de satisfação desses pacientes com a sala de espera e com
os profissionais dessa unidade. Método
Método: A amostra foi composta
por 84 pacientes e os dados foram coletados através de um questionário aplicado na sala de espera. Os dados foram confrontados
com os prontuários dos pacientes e o questionário foi divido em
duas partes - sociodemográficos como: idade, sexo e escolaridaMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
de, e, as percepções dos pacientes sobre os profissionais, a rotina
do ambulatório e a sala de espera. Foram calculadas as porcentagens de todos os itens e as respostas analisadas dentro de cada
significância das perguntas. Resultado
Resultado: Dentre os 84 pacientes,
71 (85,52%) são mulheres e 13 (15,48%) são homens. A idade
média é de 28 à 45 anos. 41 (48,80%) estão empregados e 43
(51,20%) são desempregados e recebe outros tipos de auxílios.
Os resultados a respeito das queixas e satisfação do usuário foram
as seguintes: a maioria dos pacientes com cefaléia (57,14%), não
estão satisfeito em aguardar mais de 2 horas na sala de espera,
(47,61%) não estão satisfeitos com os 15 minutos oferecidos pelo
médico em sua consulta e (28,57) não estão satisfeitos por ter de
esperar 3 meses pela próxima consulta, pois não há vaga o suficiente. O grau de satisfação com o instituto foi de (50%), (42%) acha
regular a forma de como é atendido na sala de espera e pelos
profissionais administrativos e (45,23%) acha que o atendimento
dos médicos é ótimo, (34,52%) acha bom e (20.25%) acham regular. Para a explicação que o médico fornece sobre o diagnóstico,
(0,59%) disseram que é bem explicado e os (041%) disseram não
entender bem as explicações dos médicos. Conclusão
Conclusão: É necessário repensar as políticas de saúde a respeito da porta de entrada
de um hospital, a estrutura proposta deve estar dentro de um conceito moderno de hospital-escola que prioriza o bom atendimento
e a humanização. Nesse trabalho ficou claro que o usuário reconhece a sua satisfação em ser atendido nesse ambulatório, mas o
tempo de espera é longo e ainda, as consultas acontecem com um
tempo menor que o satisfatório. Entender que tempo é esse que
dispõe o médico para o tempo do paciente em que o paciente
aguarda a consulta, tanto para entrar na consulta como para a
consulta.
T 076
CEFALÉIA DESENCADEADA POR METILFENIDATO:
INCIDÊNCIA, CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO.
Ferraz, P.M.D.P.
Clínica Neuropediátrica Bauru
Objetivo: Descrever a incidência de cefaléia e suas características em crianças e adolescentes após o uso de metilfenidato (MTF)
(ritalina/concerta), medicação estimulante utilizada para tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Métodos: Estudo retrospectivo através de analise de prontuário
médico de 218 pacientes de 6 a 21anos, com ou sem história
prévia de cefaléia e com diagnóstico do TDAH pelas diretrizes da
CID-10, DSM-IV e ABDA, e que após uso de MTF apresentaram
cefaléia, esta avaliada segundo critérios da IHS. Resultados: De
218 pacientes em uso de MTF, 26 (12%) apresentaram cefaléia,
relacionadas ao uso de MTF e sendo descartadas outras patologias. As características clínicas e sua evolução foram muito semelhantes. Conclusões: O MTF é evidência I para tratamento do
TDAH, transtorno neuropsiquiátrico que acomete cerca de 8-10%
da população em idade escolar, a cefaléia é um dos principais
efeitos colaterais do MTF, podendo este ser contornado, sem necessitar suspender um tratamento que tantos benefícios traz a essa
população.
145
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 077
COMPLICAÇÕES NA MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA
NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.
Fernandes, J. K. S.; Souza L. T.; Villa, T. R.; Pinto, M. M. P.;
de Souza Carvalho, D.
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaléias (SITC),
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, EPM-UNIFESP
Introdução
Introdução: Raramente a migrânea evolui com complicações.
Migrânea hemiplégica esporádica é um tipo raro de migrânea com
aura, infreqüente na infância. Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de uma
criança com migrânea hemiplégica esporádica complicada com episódios de infarto migranoso e crise epiléptica desencadeada por
migrânea. Relato do caso
caso: Criança do sexo masculino, 11 anos,
sem antecedentes mórbidos prévios, antecedente familiar materno
de migrânea com aura visual que, aos 8 anos de idade, iniciou
queixa de crises de cefaléia pulsátil, com localização bifrontal, duração de 10 a 72 horas, de moderada a forte intensidade, acompanhada por foto e fonofobia, com piora à atividade física. A maioria
das crises eram precedidas por aura, caracterizada por hemiparesia
sensitiva e motora, sendo em geral de duração menor que 60 minutos, com um episódio onde a hemiparesia se prolongou por 3 dias,
a qual não foi investigada na época. A freqüência das crises era de
2 a 3 por mês. Apresentava exame neurológico sem anormalidades
na intercrise. Aos 10 anos, apresentou crise de cefaléia com as
mesmas características, seguida por crise epiléptica focal (hipertonia
em dimídio direito, desvio cefálico e do olhar para direita). Manteve
exame neurológico normal. Nessa ocasião foi investigada por
neuroimagem de ressonância magnética que evidenciou lesão
pulvinar talâmica à esquerda característica de isquemia. A investigação complementar para AVE isquêmico e o EEG resultaram normais. Iniciada profilaxia com propranolol 20 mg 2x/dia está sem
crises desde então. Comentários e conclusões
conclusões: A migrânea
hemiplégica esporádica na infância é muito rara, manifesta-se por
crise de migrânea precedida por aura, incluindo paresia, e nenhum
familiar de primeiro ou segundo grau apresentando aura migranosa
com paresia. A migrânea pode evoluir com complicações, como no
caso relatado onde ocorreram duas delas, infarto migranoso e
crise epiléptica. Enfatiza-se que neste caso, bem como em enxaqueca com aura hemiplégica familial, com aura prolongada ou basilar
fica contra-indicado o uso agudo de ergóticos e triptanos e indicada
a adequada profilaxia antimigranosa.
T 078
A CEFALÉIA PRIMÁRIA DO ESFORÇO FÍSICO E
O ESPECTRO MIGRANOSO
Oliveira, L. D. B*; Lima, M. M. F**.
* Centro Universitário de Vila Velha, Centro Integrado de
Neurologia - Hospital Meridional -ES; ** Unesp- Botucatu - SP
Objetivo
Objetivo: Relatar caso de criança com Cefaléia Primária do Esforço Físico (CPEF) que após 2 anos evoluiu com Migrânea sem
aura. Relato de Caso
Caso: Escolar de 10 anos de idade, sexo feminino, com antecedente de cefaléia holocraniana, explosiva, contínua,
de forte intensidade, longa duração (cerca de 3 horas), sem foto ou
fonofobia, sem náusea. As crises eram desencadeadas exclusivamente por esforço físico (aulas de dança) desde os 6 anos de idade.
Sem alterações ao exame neurológico. Angiorressonância de crâ146
nio foi normal. História familiar fortemente positiva para migrânea
(mãe, irmã e tia materna) e história patológia pregressa de
rinossinusites de repetição. Após dois anos evoluiu com crises típicas de migrânea sem aura: cefaléia cerca de 4 vezes/semana,
pulsátil, bitemporal, com náusea, fono e fotofobia, independente
de atividade física. Obteve excelente resultado profilático com
amitriptilina por 6meses. Conclusão
Conclusão: O espectro migranoso, envolvendo Síndromes Periódicas da Infância, Cefaléia Tensional e
Migrânea com e sem aura, é há muito discutido. Recentemente, vem
se levantando uma Hipótese de Convergência de mecanismos
fisiopatológicos para este espectro (Cady, 2007). Classicamente,
as características da dor na CPEF podem evoluir para padrão
migranoso em pacientes predispostos à migrânea (Russel, 2001), a
história familiar para migrânea está presente na maioria dos casos
(Sandrini et al, 2006) e a coexistência de migrânea também
(Diamond, 1982). Não existe consenso se os ataques de CPEF
seriam ataques frustros de migrânea, fazendo parte do espectro
migranoso, ou se constituiriam uma entidade completamente distinta (Sjaastad e Bakketeig, 2003). Este relato sugere que a CPEF
possa sinalizar a futura migrânea, porém são necessários estudos
mais amplos e específicos.
T 079
CEFALÉIA NA INFÂNCIA: O PONTO DE VISTA DOS
OFTALMOLOGISTAS DE CATALÃO - GOIÁS
Ribeiro ECR, Speciali JG
*Auxiliar de pesquisa do serviço de Cefaléias e Algias
Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, USP.
** Professor Associado de Neurologia da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, USP.
Objetivo
Objetivo: Avaliar o conhecimento e o encaminhamento dado pelos
médicos oftalmologistas de Catalão, aos casos de cefaléia na infância. Métodos
Métodos: Foi enviado um questionário em envelope lacrado, para todos os oftalmologistas de Catalão em Goiás, contendo perguntas que abordavam o atendimento dado às crianças de
2 a 12 anos de idade, que os procuravam com queixas de cefaléias.
Foram enviadas 6 cartas e 5 delas retornaram respondidas. Resultados
tados: Todos os oftalmologistas responderam que atendiam casos de cefaléia na infância, com média superior a 10 casos ao mês.
O encaminhamento a outros médicos é realizado em 100% dos
casos das cefaléia de origem não oftalmológica. Os profissionais
mais referenciados foram neurologistas, otorrinolaringologistas e
pediatras. Astigmatismo é principal patologia encontrada no exame oftalmológico. A maioria afirmaram que as alterações encontradas no exame oftalmológico, numa proporção superior a 30%
dos casos, são causadores das cefaléias. A cefaléia de etiologia
não oftalmológica mais freqüente, na opinião dos oftalmologistas,
seriam as cefaléias decorrentes de sinusopatias. Nenhum oftalmologista prescreve medicações para crises ou profiláticos das
cefaléias. Conclusão
Conclusão: Todos os oftalmologistas atendem casos
de cefaléias na infância, em Catalão - Goiás. O encaminhamento a
outros profissionais é rotina. Mas o desconhecimento sobre a
cefaléia é grande. É necessário fazer cursos, jornadas e palestras
de orientações a esses profissionais para aprimorar o conhecimento sobre as cefaléias.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 080
SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA DESENCADEADA POR
METROCLOPRAMIDA: RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE
Ferraz, P.M.D.P1,., B.2, Constanzo P.P2., Zequi G. J.2,
Brez, E.2, Marques B.H.A.2
1
Médico neuropediatra Hospital Unimed Bauru
2
Médico intensivista pediátrico Hospital Unimed Bauru
Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de um adolescente, que apresentou
síndrome neuroléptica maligna (SNM) após o uso de metoclopramida endovenoso 10mg (1amp) durante crise de cefaléia com
vômitos. Métodos: Revisão de prontuário de um paciente de 13
anos, do sexo masculino, branco que foi internado em UTI pediátrica,
com hipótese diagnóstica de estado de mal epiléptico, após atendimento em pronto-atendimento da cidade, sendo a hipótese de SNM,
tendo sido feita após avaliação neurológica e história clínica. Resultados: O paciente apresentou boa evolução após o correto
diagnóstico e tratamento específico feito nas primeiras 6 horas.
Conclusões: A SNM é um evento adverso, uma resposta individual idiossincrásica, que está relacionada aos agentes neurolépticos,
como a metoclopramida e a clorpromazina são amplamente utilizadas em nossos protocolos para tratamento da cefaléia aguda em
unidades de emergência. A sua ocorrência, não tão rara, quando
subestimada ou subdiagnosticada pode tornar-se uma complicação grave e potencialmente fatal.
T 081
CEFALÉIA DO BANHO ASSOCIADA A VASOESPASMO CEREBRAL SEGMENTAR REVERSÍVEL: UM CASO BRASILEIRO
Malveira, GLS, Mont´Alverne, FJA, Carvalho, JJFC
Objetivo
Objetivo: A cefaléia do banho foi descrita como uma dor explosiva ativada ou piorada pelo contato do escalpo e face com a água.
Em casos com investigação complementar completamente normal pode ser considerada uma cefaléia primária, mas em outros
casos pode ser um fenótipo de angiopatia cerebral com vasocaso Mulher de 52
espasmo segmentar reversível. Relato de caso:
anos de idade Caucasiana encaminhada para avaliação de dor
súbita, excruciante, contínua, difusa, não pulsatil e refratária nas
últimas 48 horas deflagrada pelo banho. Em sua história patológica referia crises esparsas de enxaqueca sem aura (ICHD-II) desde a adolescência e uma ressecção de glomus timpanicus há 15
anos. O exame neurológico era normal, como também tomografia
computadorizada cerebral sem contraste. Punção lombar revelou
liquor sob pressão normal com exame também normal. Ressonância magnética foi normal. Arteriografia digital cerebral com
subtração mostrou vasoespasmos arteriais segmentares múltiplos
sem outras anormalidades estruturais. Paciente foi medicada com
nimodipina 60 mg, 4 x dia, e prednisona obtendo controle gradual da cefaléia. Conclusão
Conclusão: Este caso enfatiza a relação da
cefaléia do banho a mecanismos neurovasculares anormais e
demonstra que a mesma não é exclusiva de grupos de étnicos
orientais.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
T 082
CORRELAÇÃO ENTRE FORMA DE MIGRÂNEA E INVENTÁRIO
DE DEPRESSÃO DE BECK
Domingues, R.B., Domingues, S.C.A., Costa, E.A.C., Silva Jr., A.,
Gomez, R.S., Teixeira, A.L.
Ambulatório de Cefaléias da UFMG; Escola Superior de Ciências
da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM)-ES
Introdução
Introdução: Estudos populacionais demonstram uma associação
entre Migrânea e Depressão. Estudos comparativos mostraram que
pacientes que tal associação é mais freqüentemente vista em pacientes com com Migrânea Crônica. O Inventário de Depressão de
Beck (IDB) tem sido usado na avaliação de depressão entre pacientes com Migrânea Crônica. Neste estudo correlacionamos a pontuação na escala de Beck e o diagnóstico cefaliátrico em pacientes
admitidos em dois ambulatórios de cefaléia. Método
Método: Todos os
pacientes admitidos foram submetidos ao IDB. O IDB foi graduado
como 1-sem depressão, 2-disforia, 3-depressão moderada a grave, 4-depressão grave. Foram analisados os pacientes com diagnóstico de migrânea, sendo que os mesmos foram classificados
em: migrânea episódica (com ou sem aura)-ME, migrânea crônica
sem uso abusivo de medicamentos analgésicos-MSA e migrânea
crônica com uso abusivo de analgésicos-MCA. Foram comparadas
as médias obtidas no IDB de cada um destes três grupos. Resultados
dos: Foram analisados 178 pacientes com migrânea. Noventa e
oito pacientes (55%) foram diagnosticados como tendo ME, cinqüenta e sete (32%) MCA e vinte e três (13%) como MSA. As médias
obtidas no IDB em cada um destes grupos foram: ME-16,09±11,79;
MCA-18,91±12,53; MAS-19,83±14,79. Não houve diferença
estatisticamente significativa entre estas três médias. Conclusão
Conclusão:
Embora alguns estudos tenham demonstrado a depressão como
fator de risco para formas crônicas de migrânea, neste estudo,
utilizando-se o IDB como instrumento para avaliação de depressão, não se demonstrou significativa diferença os escores obtidos
nos pacientes com migrânea episódica e formas crônicas de
migrânea.
T 083
CEFALÉIA EM FACADAS SECUNDÁRIA À LESÃO DO ÂNGULO
PONTO-CEREBELAR (APC) ESQUERDO: IMPORTÂNCIA DA
INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR - RELATO DE CASO.
Calasans FR, Santos JC, Silvino CJ, Paixão MOR, Jesus ACF
LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe
Introdução
Introdução: A cefaléia primária em facadas caracteriza-se por dor
transitória com caráter em pontada, sentida exclusiva ou predominantemente no território de distribuição do primeiro ramo do nervo
trigêmeo; é relatada normalmente como dor de muito forte intensidade e curtíssima duração. Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com quadro clínico sugestivo de Cefaléia em facadas, secundária a lesão do APC esquerdo e sua remissão após cirurgia para
retirada do tumor. Método
Método: Paciente MOCSS, 32 anos, sexo feminino, apresentava relato de cefaléia hemicrâniana alternante pulsátil
de longa data, associada a náuseas e vômitos eventuais, com
fonofobia e fotofobia. As crises raramente ultrapassavam 24 horas
de duração e cessavam com analgesia comum. Há aproximadamente um ano, houve aparecimento de novo tipo de cefaléia cuja
dor era semelhante a "fisgadas", com duração de poucos segundos,
147
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
de forte intensidade, localizada exclusivamente em região temporal
esquerda e pavilhão auricular ipsilateral, sem comemorativos associados. A paciente apresentava ao exame neurológico discreto
déficit em MSD, notado pela manobra dos braços estendidos. Na
investigação complementar, foi solicitada RNM de crânio, que revelou volumosa lesão do APC esquerdo. Foi iniciado tratamento com
Topiramato na dose 50mg/dia, dividido em duas tomadas, com
relativo sucesso terapêutico após quinze dias de uso. A paciente foi
encaminhada para avaliação neurocirúrgica e submetida à cirurgia
para retirada do tumor. A cirurgia foi realizada via acesso retrosigmóide (suboccipital) na posição de park-bench para melhor exposição da fossa posterior do crânio. Em virtude de firme aderência da cápsula tumoral ao tronco encefálico, a excisão do tumor foi
subtotal. Resultados
Resultados: O desaparecimento absoluto da cefaléia
em facadas foi identificado dez dias após a cirurgia e uso de
Amitritilina, na dose de 25mg duas vezes ao dia. Houve preservação do nervo facial e demais estruturas circunjacentes. Conclusões
sões: A cefaléia em facadas, quando localizada e restrita a área do
crânio, pode sugerir a presença de lesões estruturais. Ressaltamos,
portanto, a importância de precoce investigação complementar através de neuroimagem, para que seja possível confirmar ou excluir
uma possível causa orgânica para esse tipo de cefaléia e proceder
com a terapêutica mais indicada a cada caso.
T 084
PROVÁVEL CEFALÉIA RELACIONADA À HIPERCAPNIA EM
PACIENTE ATENDIDO EM CENTRO DE REFERÊNCIA
ESTADUAL EM CEFALÉIAS – RELATO DE CASO
Barreto DD, Lima BM, Paixão MOR, Silva FB,
Fontes Silva GM, Jesus ACF
LICESE – Liga de Cefaléia de Sergipe
Introdução: É bem relato na literatura mundial a associação entre
hipercapnia noturna, gerada pela apnéia central durante o sono e a
cefaléia matinal além de situações especificas, como as presentes em
mergulhadores de grandes profundidades. Porém, a associação de
dor a uma exposição aguda ao dióxio de carbono não é comum e
também pode gerar cefaléia. Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de um paciente de 23 anos que apresentou cefaléia provavelmente relacionada
Caso Homem de 23 anos,
a episódios de hipercapnia. Relato de Caso:
militar, procedente de Aracaju – SE, sem antecedente de qualquer
algia craniana, atendido no Ambulatório de Cefaléias do HU – UFS
em fevereiro de 2005, com história de que há 03 meses havia apresentado cefaléia pulsátil occipital bilateral e sem comemorativos associados em duas ocasiões: durante apnéia em teste de mergulho
para resistência, por volta de 45 segundos de prova referiu dor com
as características supracitadas por 15 minutos aproximadamente;
esta crise era de fraca intensidade e cessou sem uso de medicações
analgésicas. No segundo episódio, após inalação acidental de gás
carbônico (CO2) por liberação em extintor de incêndio apresentou
crise mais intensa, com as mesmas características descritas anteriormente e duração de 11 horas; fez uso de analgésicos comuns e
AINEs não especificados para resolução da dor. O exame neurológico foi normal e o paciente relatava antecedentes de broncoespasmos
na infância. Uma espirometria realizada demonstrou distúrbio
ventilatório inespecífico com redução da capacidade vital forçada
(CVF), sendo levantada hipótese de distúrbio ventilatório obstrutivo;
o teste ergométrico e a prova ventilatória completa com
broncodilatador foram normais. Não foi instituída nenhuma forma
148
de tratamento medicamentoso e no seguimento de dois anos após o
primeiro episódio de cefaléia o paciente não apresentou quadro
semelhante em outras situações. Conclusão
Conclusão: Apesar da não comprovação laboratorial de elevação da pressão parcial de CO2, o
relato sugere que o aparecimento da cefaléia esteja diretamente
relacionada a situações indutoras de hipercapnia neste paciente; Os
antecedentes de broncoespasmo e a alteração encontrada na
espirometria revelam uma tendência à retenção de CO2, que pode
explicar uma maior sensibilidade ao aparecimento da dor.
T 085
CEFALÉIA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE ESCLEROSE
MÚLTIPLA ASSOCIADA A LESÃO DE TRONCO: RELATO DE
UM NOVO CASO
Fragoso Y.D.
Depto. de Neurologia - Universidade Metropolitana de Santos, SP
Objetivos
Objetivos: Relatar um novo caso de cefaléia refratária como manifestação inicial de esclerose múltipla (EM), em paciente com lesão de tronco cerebral. Métodos
Métodos: Relato de caso. Resultados
Resultados:
Paciente previamente assintomática, internada em 2002 com suspeita de meningite. Apresentou quadro agudo de cefaléia holocraniana pulsátil, de intensidade muito forte, associada a rigidez de
nuca. O exame neurológico não mostrava sinais localizatórios.
Internada com suspeita de meningite, apresentava exame simples
do líquido cefaloraquidiano (LCR) normal. Submetida à tomografia
de crânio, não apresentava alterações. Posteriormente submetida à
ressonância magnética (RNM), mostrando extensa lesão de tronco
cerebral, incluindo região periaquedutal no mesencéfalo. Outras
áreas sugestivas de desmielinização estavam presentes na região
subcortical bilateralmente. As imagens serão apresentadas. O
diagnóstico foi confirmado pela eletroforese de proteínas e de
imunoglubolinas do LCR, bem como pela exclusão de outras doenças que poderiam levar a este quadro agudo desmielinizante. A
paciente foi submetida à corticoterapia em pulso e evoluiu com
melhora da cefaléia. Durante a internação observou-se alodínia
generalizada, que cedeu também com a pulsoterapia. Em cinco
anos de seguimento clínico a paciente não apresentou mais nenhum quadro de cefaléia. Faz uso regular de acetato de glatirâmer
e teve apenas um surto sensitivo hipoestésico em hemicorpo direito, que cedeu espontaneamente em 15 dias. A RNM de maio de
2007 não mostrava mais lesões ativas de EM, estando o tronco
cerebral aparentemente intacto e tendo baixa carga lesional em
região subcortical em T2. Conclusão
Conclusão: Lesões de tronco na EM
podem auxiliar na elucidação de mecanismos fisiopatológicos das
cefaléias primárias. Um banco de dados de registro destes casos
poderia ser criado pela SBCe.
T 086
CAVERNOMA E MIGRÂNEA COM AURA - RELATO DE CASO
Cynthia de Moura Borges¹; Luciana Zimmermann de Oliveira¹;
Nathália Santos e Costa¹; Patrícia Lopes Gabriel¹;
Mauro Eduardo Jurno²
¹ Residente Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena.
² Preceptor Neurologia Residência de Clínica Médica Hospital
Regional de Barbacena; Preceptor Neurologia Residência Psiquiatria Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena; Coordenador
Residência de Clínica Médica Hospital Regional de Barbacena.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
In
Inttrodução: O termo cavernoma foi inicialmente aplicado para
uma lesão vascular de origem cerebral e introduzido na literatura
em 1846 por Rokitansky. O famoso patologista Rudolf Virchow
aderiu ao termo em 1863. Atualmente a literatura utiliza o temo
cavernoma baseado em uma classificação baseada em quatro
malformações vasculares cerebrais: malformações arterio-venosas, telangectasias capilares, malformações venosas e malformações
cavernosas. A nomenclatura inclui termos, que podem ser usados
como sinônimos, como cavernoma, angioma cavernoso,
hemangioma cavernoso e malformação cavernosa. Para o diagnóstico desse tipo de lesão a angiografia não é considerado o
padrão-ouro, já que sua comunicação com a vasculatura cerebral é
pequena, sendo hoje em dia o diagnóstico por imagem e maior
valia, especialmente a ressonância magnética. A sintomatologia é
extremamente heterogênea e varia de acordo com a localização da
malformação, assim como de seus períodos de exacerbação e
latência. Este trabalho vem, portanto, relatar um caso de uma adolescente de 16 anos com diagnóstico de cavernoma, uma das mais
raras malformações cerebrais encontradas na literatura. Caso
Caso:
A.B.M.S, feminino, 16 anos, leucoderma, foi atendida no Hospital
da EPCAR, em Barbacena, em outubro de 2006, devido a quadro
de cefaléia de forte intensidade acompanhada por alteração visual.
A paciente refere que a crise iniciou com alteração visual, tipo
escotomas visuais positivos (pontos brilhantes), acompanhado por
cefaléia pulsátil, holocraniana, seguida por fotofobia, fonofobia e
náuseas. Depois de medicada, a dor melhorou bastante, assim como
as náuseas, porém a aura visual não desapareceu, mesmo decorrendo 2 horas de seu início. Seu exame neurológico foi normal,
assim como o exame de fundo de olho. Foi solicitado uma
Tomografia Cerebral Computadorizada, em virtude da aura prolongada, que mostrou lesão hiperatenuante e hipercaptante, irregular, com depósitos cálcicos em seu interior. A paciente foi medicada com divalproato de sódio, 500 mg/dia e solicitou-se exame
de Ressonância Nuclear Magnética do Encéfalo. A Ressonância
Nuclear Magnética evidenciou a presença de um cisto aracnóide e
uma lesão expansiva calcificada com foco hemorrágico de permeio, com aspecto de "pipoca", tendo como diagnóstico radiológico de Cavernoma - Angioma Cavernoso. Em dezembro de 2006, a
paciente foi submetida à neurocirurgia no Rio de Janeiro e o diagnóstico anatomopatológico foi de Cavernoma. Tomografia Cerebral Computadorizada pós-cirurgia evidenciou pequena área
hipoatenuante occipital direita. Em consulta neurológica em março
de 2007, a mesma refere que continua apresentando crises de
cefaléia, predominantemente hemicrânia direita, pulsátil, acompanhada por fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Referiu a paciente que cerca de uma hora antes do início da dor apresentou
escotomas visuais positivos, caracterizados como pontos brilhantes que duraram aproximadamente trinta minutos e desapareceram
após o início do quadro álgico. Foi sugerida a troca do divalproato
pelo topiramato, 50 mg/dia, devido a paciente ter aumentado muito seu peso. Em abril de 2007 a paciente retornou em consulta com
queixa de dificuldade intensa de raciocínio, inclusive dificultando as
atividades escolares habituais. Foi retirado o topiramato e, introduzido uma dose baixa de amitriptilina e orientado tratamento
endocrinológico para sua obesidade. Conclusão
Conclusão: Existem várias
formas de manifestação clínica do cavernoma, de acordo com sua
localização, como descrito anteriormente. Neste caso em especial,
manifestações visuais associadas à cefaléia de caráter pulsátil em
mulher jovem, o que remete à enxaqueca. No entanto é importante
atentar para outros sintomas, como a duração da aura e a intenMigrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
sidade da dor, já que um diagnóstico tardio desse ou outros processos expansivos cerebrais podem ter conseqüências danosas e até
potencialmente fatais para o paciente.
T 087
NEURALGIA DO GLOSSOFARÍNGEO NUMA PACIENTE COM
PARALISIA BULBAR PROGRESSIVA
Marrone LCP; Camargo, DPP; El Ammar JS;
Martnez JVL; Dalbem AC
Serviço de Neurologia Hospital São Lucas-PUCRS
Relato de Caso:
Caso RFS, 65 anos, branca , aposentada, apresentando a um ano disfagia de condução e alteração de fala, e nos últimos
6 meses, dor paroxística, lancinante, de breve duração, localizada
na fossa tonsilar com irradiação para a região submandibular e
ouvido esquerdo. Dor desencadeada pela deglutição e tosse, exclusivamente unilateral esquerda. Exame neurológico: comprometimento dos pares cranianos (IX, X, XI, e XII à esquerda), que causavam diminuição do reflexo do vômito à esquerda, fasciculações em
hemilíngua esquerda e disfonia. Apresentava história de neoplasia
de mama tratada há 18 anos com cirurgia e radioterapia. Exames
laboratoriais sem particularidades; análise do líquor normal, inclusive com citopatológico negativo. Tomografia computadorizada e
ressonância magnética de encéfalo e de transição cranio-cervical
sem particularidades. Eletroneuromiografia compatível com lesão
neurogênica nos núcleos motores bulbares à esquerda. Investigação para neoplasias e síndromes paraneoplásicas negativas. Após
o diagnóstico de Paralisia Bulbar Progressiva associada à neuralgia
de glossofaríngeo, foi iniciado carbamazepina 600mg/dia para
controle da dor e substituído por gabapentina devido à intolerância. Objetivo
Objetivo: Descrever um caso raro de uma neuralgia craniana
incomum associada a quadro degenerativo bulbar. Discussão
Discussão: A
Paralisia Bulbar Progressiva caracteriza-se pelo acometimento
degenerativo dos núcleos motores bulbares com conseqüente distúrbio progressivo da deglutição e da fala. Tais sintomas são acompanhados de fraqueza, atrofia e fasciculações da língua. O óbito
ocorre geralmente entre dois a cinco anos. A neuralgia do
glossofaríngeo é uma condição clínica rara, que se caracteriza por
paroxismos de dor em pontada, aguda, recorrente, de curta duração e de forte intensidade na porção posterior da língua, palato
mole, nas regiões laterais e posteriores da faringe, irradiando-se
para o ouvido ipsilateral. Geralmente é desencadeada por estímulos térmicos, tosse, mastigação e algumas vezes por movimentação da base da língua, sendo os antiepilépticos como a carbamazepina e a gabagentina o tratamento de escolha.
T 088
MIGRÂNEA HEMIPLÉGICA ESPORÁDICA RESPONSIVA À
FLUNARIZINA
El Ammar , JS; Martinez, VL; El Ammar, JS; Olson, FA; Palmini , A.
Serviço de Neurologia Hospital São Lucas da PUCRS
Relato de Caso:
Caso V.N.F, branco, 15 anos, estudante, refere a cinco
anos quadros episódicos recorrentes de hemiparesia direita com
predomínio no membro inferior associado a bradipsiquismo, confusão mental, tontura e disfasia importante. Durante as crises refere hipertermia e eventual ataxia de marcha. Negava alterações
visuais associadas. Tais episódios eram geralmente desencadea149
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
dos por exercícios físicos extenuantes e duravam aproximadamente
60 minutos, com exceção da hipertermia, que eventualmente permanecia por até 72 horas. No último ano iniciou a apresentar
simultaneamente ao quadro descrito, crises de cefaléia holocraniana,
latejante, de forte intensidade, associada a fotofobia e fonofobia,
com náuseas eventuais e que duravam aproximadamente 48 horas. História familiar sem particularidades. Exame neurológico durante o período intercrítico sem anormalidades.Extensa investigação diagnóstica com eletroencefalograma, neuroimagem ( TC/
RNM/Angio-RNM) e exames laboratoriais não evidenciou anormalidades. Após tentativas terapêuticas com ácido valpróico e,
posteriormente, com acetazolamida, ambos sem resposta, o paciente apresentou remissão das crises após introdução de flunarizina
10 mg/dia. Objetivo
Objetivo: Descrever um caso de uma cefaléia primária rara que inicialmente apresentou-se apenas com os sintomas
de aura e que respondeu muito bem à flunarizina. Discussão: A
migrânea hemiplégica esporádica é uma cefaléia primária incomum
e que afeta principalmente o sexo feminino. Caracteriza-se basicamente por uma aura que inclui paresia unilateral associada a pelo
menos um dos seguintes: sintomas visuais (postivos e/ou negativos), sintomas sensitivos e disfasia, todos completamente reversíveis. O quadro de cefaléia migranosa ocorre quase que universalmente durante os sintomas de aura, podendo durar até 72 horas.
Tipicamente não há casos semelhantes em parentes de primeiro e
segundo graus, embora existam descrições de casos com mutações
gênicas presentes, especialmente do gene CACNA1A. O diagnóstico diferencial inclui principalmente eventos cerebrovasculares e
epilépticos, sendo o tratamento baseado em séries de casos, com
relato de potencial benefício com uso de verapamil, propranolol,
naloxone, acetazolamida e flunarizina.
T 089
ELETROCONVULSOTERAPIA E MELHORA DO QUADRO
MIGRANOSO EM UM PACIENTE ESQUIZOFRÊNICO
Souza, J. R.; Oliveira, D. A.; Vieira, A. C. C.;
Melo, A. C. G.; Valença, M. M.
Programa de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do
Comportamento, Universidade Federal de Pernambuco.
Objetivo
Objetivo: Até a presente data, poucos relatos têm sido observados sobre a melhora da migrânea após a eletroconvulsoterapia
(ECT). Nós descrevemos um homem de 48 anos, com esquizofrenia
paranóide, submetido a ECT com melhora do quadro migranoso.
Relato de Caso:
Caso Homem, de 48 anos, foi admitido para tratamento de esquizofrenia paranóide. O paciente tinha uma história
de migrânea que começou na adolescência, cuja freqüência era em
torno de três episódios ao mês, com duração de mais de 12 horas
quando não tratada. A cefaléia era bilateral acompanhada de náusea e dormência em couro cabeludo. Durante o período de
internamento, há mais de 20 anos, foi submetido a uma única sessão de ECT. Relata que após o ECT não houve quadro de cefaléia e
seguiu com regressão da migrânea durante um período de aproximadamente seis meses. Após esse período, começou a apresentar
migrânea de intensidade mais leve que as anteriores que foi progressivamente se agravando no passar dos anos. Cursou com hipertensão arterial e piora da cefaléia, com aumento da intensidade
e freqüência (aparecendo quase diariamente). Conclusão
Conclusão: Uma
única sessão de tratamento com ECT preveniu as crises migranosas
por um período de aproximadamente seis meses. A ECT tem diver150
sos e complexos efeitos no sistema nervoso. Esses efeitos, ainda
pouco entendidos, diferem entre os pacientes, e devem ser individualizados. Embora nosso paciente tenha se beneficiado com a
melhora da migrânea após o ECT, não é uma resposta comumente
esperada. O clássico é o aparecimento de crises de cefaléia após
ECT. Mais estudos devem ser realizados em pacientes psiquiátricos
submetidos à ECT, com história prévia de migrânea.
T 090
ARTERITE TEMPORAL SEM CÉLULAS GIGANTES
MANIFESTANDO-SE COMO FEBRE DE ORIGEM OBSCURA
El Ammar, JS; Olson, FA; El Ammar, JS; Pascoto, F; Gutierrez, LV
Serviço de Neurologia Hospital São Lucas – PUCRS
Caso Clínico
Clínico: L.B, branca, 71 anos, interna com quadro a seis
meses de febre intermitente, vespertina, associada a sintomas
sistêmicos como astenia, fadiga , perda ponderal significativa e
sudorese noturna. História pregressa de neoplasia de mama tratada com cirurgia e radioterapia a mais de 10 anos e quadro depressivo
atual tratado com fluoxetina. Após extensa investigação laboratorial
e radiológica para febre de origem obscura - inclusive com ressonância magnética de encéfalo e análise do líquor - paciente refere
sintomas de cefaléia nos últimos dois meses, inicialmente holocraniana, latejante e de leve intensidade, sem sintomas associados.
Posteriormente percebeu aumento da intensidade da dor e predomínio na região temporal esquerda. Negava déficits visuais prévios, bem como claudicação de mandíbula ou sintomas sugestivos de
polimialgia reumática. Nesse momento a artéria temporal esquerda estava levemente espessada e havia hipersensibilidade ao toque. VSG estava marcadamente elevado. Exame neurológico sem
anormalidades. Paciente foi submetida à biópsia da artéria temporal esquerda que demonstrou espessamento fibroso da camada
íntima e necrose fibrinóide com trombose intramural, mas ausência
de células gigantes. Após introdução de corticoterapia houve redução da cefaléia e normalização da curva térmica em 48 horas.
Objetivo
Objetivo: Descrever um caso de arterite temporal sem células
gigantes que se manifestou inicialmente com um quadro sistêmico
e febre de origem obscura, sem sintomas cefalálgicos no princípio
do quadro, confundindo o diagnóstico inicial. Discussão: A febre
de origem obscura é um desafio diagnóstico que demanda extensa
investigação, sendo necessário excluir causas infecciosas,
neoplásicas, reumatológicas e inflamatórias. A arterite temporal é
a patologia do grupo das doenças inflamatórias vasculares mais
comumente associada a cefaléia e faz parte do diagnóstico diferencial. Sempre deve ser suspeitada e prontamente investigada em
idosos com cefaléia de início recente, uma vez que a demora no
tratamento pode levar à amaurose bilateral secundária à neurite
óptica isquêmica anterior.
T 091
SUNCT RESPONSIVO À CARBAMAZEPINA: RELATO DE CASO
El Ammar, JS; Pascoto, F; Olson F; Marrone, L; Martinez, JVL
Hospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre, Brasil
Relato de Caso
Caso: V.M.C, 80 anos, sem patologias prévias, exceto
hipertensão arterial sistêmcica controlada com hidroclorotiazida
e captopril, iniciou a apresentar nos últimos dois anos episódios
recorrentes e diários de dor orbitária direita em pontada e de
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
forte intensidade. A dor é exclusivamente unilateral, ocorre aproximadamente cinco vezes ao dia e geralmente é acompanhado de
sintomas autonômicos proeminentes como hiperemia cojuntival,
lacrimejamento e , eventualmente , rinorréia e lacrimejamento.
Nega ptose associada, bem como náuseas, vômitos, fotofobia ou
fonofobia. Relata que as crises habitualmente duram de 30 a 60
segundos, com resolução espontânea, sem a necessidade de usar
analgésicos. Realizada extensa investigação neuroradiológica que
não demonstrou anormalidades. Após tentativas falhas de tratamento profilático com indometacina, verapamil , prednisona e
amitriptilina, foi introduzida carbamazepina em doses progressivas até 800 mg/dia. Até a presente data, um ano após o início da
carbamazepina, houve remissão completa dos episódios de
cefaléia, com importante melhora na qualidade de vida relatada
pelo paciente. Objetivo
Objetivo: Descrever um caso de uma cefaléia
primária rara adequadamente tratada com carbamazepina. Discussão
cussão: A cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme
com hiperemia conjuntival e lacrimejamento (SUNCT) é uma
cefaléia primária incomum do grupo das cefaléias trigêminoautonômicas que, diferentemente das outras cefaléias deste grupo, apresenta-se com crises de duração muito breve, que geralmente impedem o paciente de um adequado tratamento agudo.
Recomenda-se sempre uma investigação radiológica na busca por
causas sintomáticas de SUNCT, especialmente patologias da fossa posterior e da região hipofisiária. Como não há evidência
suficiente, o tratamento profilático é baseado apenas em séries
de casos, que descrevem melhora da algia principalmente após
uso de anticonvulsivantes, como carbamazepina, gabapentina,
topiramato e lamotrigina, fármacos habitualmente usados na dor
neuropática, sugerindo um possível mecanismo nociceptivo
neuronal envolvido na fisiopatogênese da doença.
eram precedidas de fenômenos visuais e a dor de intensidade
incapacitante, com duração de horas. Nas palavras de Galvani:
"Talvez tenha duvidado que chegasse a recuperar a visão perfeita,
que para sempre ela ficasse embaçada por aqueles traços, aquelas linhas que pareciam correr-lhes emparelhadas. E, depois, vinha a atordoante dor de cabeça, que o fazia detestar todos que se
aproximavam.(...) Aos poucos, compreendia que melhor seria evitar uma conversa., adiar um compromisso, resistir ensimesmado
como um animal acuado, manter-se em seu repouso até que a
vista desanuviasse, a irritação cedesse. Como a chegada da bonança depois de uma tempestade, passou a ansiar por aquele
momento em que se restabelecia, pacificando-se com os que o
rodeavam, em que a dor o largava e seu próprio semblante amaciava-se com um sorriso que muitos não adivinhavam, mas que,
ele próprio o sabia, brotava de sua alma (pg 42-43)." Descrições
de cefaléias com características similares estão nas páginas 163
e 198-199. A descrição é extremamente sugestiva de migrânea
com aura visual. A tensão da viagem, estímulos luminosos excessivos dos mares tropicais, o balanço das ondas, um possível racionamento de alimentos e água, pela incerteza de quando chegariam à terra firme, podem ter atuado como fatores desencadeantes.
Depois do retorno, a ansiedade e a expectativa, sempre presente
e nunca concretizada, de um dia ser novamente convocado para
chefiar uma nova esquadra podem ter contribuído para manter
uma freqüência alta de crises. Em suma, parece razoável concluir
que durante muitos anos Pedro Álvares Cabral foi vítima de fortes
crises de migrânea com aura visual, sendo mais um personagem
histórico a ser incluído na galeria dos migranosos célebres.
T 092
A MIGRÂNEA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL
Alonso Rubio, M.
Médico, Membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia.
Macedo, D.D.P.; Macedo, E. M. P.
Unidade de Neurologia - Natal, RN
Objetivo
Objetivo: Relatar um caso de cefaléia temporal persistente e de
média intensidade,relacionando esta sintomatologia comum com
possível etiológia de maior gravidade. Relato de caso
caso: E.N.S.,
sexo masculino , 38 anos, com queixa de cefaléia temporal esquerda contínua de média intensidade há dois anos. Exame neurológico em junho de 2005 - Clinicamente evidenciava presença de áreas dolorosas na musculatura temporal e região peri-auricular à
esquerda, com dolorimento no ângulo da mandíbula e região da
transição cérvico-craniana daquele lado e pequena limitação à
abertura da boca. Solicitamos RX de crânio, RX de coluna cervical e
RX de mandíbula e ATM , todos com laudos normais, exceção à
escursão condilar acentuada à esquerda. A indicação de Tomografia
Computadorizada de ATM, afastou o paciente por 5 meses período
em que procurou cirurgião dentista que colocou placa analgésica
interoclusal não trazendo qualquer alívio. Retornando ao consultório após este período,com quadro de dor mais intenso,indicamos
a infiltração com lidocaína + betametasona na região dos nervos
occiptais esquerda,e infiltração com lidocaína 2% nos pontos gatilho dos músculos masséter e temporal deste lado. Aliviamos a dor
occipital, mas nada na região peri-auricular e mandibular,o que
nos levou a solicitação de CT de mandíbula e ATM.No CT constatamos massa tumoral na região de parótida esquerda com formação nodular em sua parte superior. Encaminhamos ao cirurgião de
cabeça e pescoço que pediu uma R.E.M da parótida ,confirmando
a tumoração. A exérese tumoral foi realizada a seguir e o exame
A migrânea é doença crônica que afeta pessoas de todos os estratos sociais, embora as crises sejam mais freqüentes nas classes
economicamente menos favorecidas. Diversas personagens históricas foram apontadas como sofrendo de migrâneas, entre as
quais Nietsche, Salvador Dali, Lewis Carroll, De Chirico, Cervantes
e Napoleão Bonaparte, entre outros. Acrescentamos, a essa lista,
Pedro Álvares Cabral. Os dados referentes à vida de Cabral não
são muito numerosos. Em 2000, Galvani publicou "A Nau
Capitânia - Pedro Álvares Cabral: Como e Com Quem Começamos" (Ed. Record, Rio de Janeiro, 2000), reconhecidamente a mais
completa biografia do navegador. Galvani revela que, por muitos
anos, Cabral sofreu crises recorrentes de cefaléia. Ele atribuiu as
crises de cefaléia de Cabral a surtos de malária, que poderia ter
adquirido em 1487 ou 1488, quando participou de uma incursão
militar ao Marrocos. Entretanto, o fato de essas crises terem persistido anos a fio, de ocorrerem com intervalos em média semanais (e não a cada 24, 48 ou 72 horas), e de o Marrocos não ser
zona de alta prevalência torna este diagnóstico pouco provável.
Além do mais, a malária quando atinge adultos não imunizados
tende provocar quadro clínico grave. A cefaléia é manifestação
constante nas etapas iniciais da malária, mas não há referências
de que se acompanhe de sintomas visuais. As cefaléias de Cabral
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
T 093
CEFALÉIA TEMPORAL PERSISTENTE-RELATO DE CASO
151
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
anatomopatológico, evidenciou ser adenocarcinoma de parótida.A
lesão do nervo facial foi inevitável e após realização de químio e
radioterapia, foi realizada a anastomose do nervo facial neste ponto com recuperação satisfatória após fisioterapia. Resultado
Resultado: O
paciente ficou totalmente sem qualquer algia na região e pouquíssima seqüela facial e até maio de 2007 com seguimento clínico, sem alterações detectáveis. Concusão
Concusão: A avaliação correta
de uma cefaléia, que de início por seus sintomas comuns poderia
ser desvalorizada por todos, mascara, às vezes, patologias
etiologicamente cruciais na manutenção da própria vida do paciente e que só a determinação na procura diagnóstica consegue elucidar.
T 094
USO DE TOPIRAMATO EM PSEUDOTUMOR CEREBRAL:
A PROPÓSITO DE UM CASO REFRATÁRIO A USO DE
TERAPIA CONVENCIONAL.
Oliveira, P; Vasconcellos, LFR; Paes, DS; Barcia, T; Policarpo, F;
Adriano, MV; Spitz, M; Cagy, M; Pamplona, L;
Ferreira, CM; Azevedo, LL.
Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro ( HSE-RJ).
Objetivo
Objetivo: Relatar caso de pseudotumor cerebral refratário a terapia convencional que apresentou boa resposta a topiramato. Introdução: O pseudotumor cerebral (PSTC) caracteriza-se por cefaléia
associada a hipertensão intracraniana sem evidências de processo
expansivo. O tratamento clínico baseia-se principalmente no uso
de diuréticos, sendo a acetazolamida o de escolha. Outras opções
seriam: corticóide e mais recentemente relatos de benefício com
topiramato. Relatamos caso de paciente com PSTC que apresentou
resposta parcial a acetazolamida e furosemida em doses altas e
após introdução de topiramato apresentou melhora expressiva.
Relato do Caso
Caso: Feminina, 17 anos, estudante, obesa (IMC=37).
História de cefaléia em aperto, mais intensa pela manhã evoluindo
com redução do campo visual em 1 semana. Exame neurológico:
Edema de papila bilateral, restante normal. Exames complementares: 1- TCC: normal 2- Punção lombar: pressão inicial=50mmHg,
com análise liquórica normal. 3- Campimetria: redução de campo
visual mais proeminente em quadrantes temporais à esquerda. Iniciou uso de acetazolamida 1500mg dia e furosemida 40 mg dia.
Após 2 semanas de tratamento houve diminuição da freqüência da
cefaléia e redução do papiledema. Evoluiu com retorno ao padrão
inicial de cefaléia e perda do campo visual. Nova punção lombar
demonstrou pressão inicial de 26mmHg sendo associado
Topiramato 50 mg/dia. Observamos melhora progressiva da
sintomatologia tornando-se assintomática após 1 mês de uso de
Topiramato. Discussão
Discussão: O quadro clínico do PSTC caracteriza-se
por cefaléia em aperto, que piora no período da manhã, com alteração visual podendo evoluir nos casos graves para amaurose,
sendo portanto uma condição que requer intervenção terapêutica
rápida. A forma idiopática é mais a comum, em geral mulheres,
jovens e obesas. O exame neurológico revela graus variados de
papiledema e em alguns casos paresia do VI nervo craniano. O
tratamento consiste em orientação dietética nos casos associados
a obesidade, acetazolamida, furosemida, corticóide e mais recentemente alguns relatos de eficácia com uso de topiramato. O tratamento cirúrgico consiste em fenestração do nervo óptico e shunt
lomboperitoneal. No caso apresentado a paciente apresentou resposta inicial satisfatória a acetazolamida e furosemida, no entanto
houve recidiva dos sintomas álgicos e da alteração visual a despei152
to do aumento das doses dos medicamentos citados. Introduzimos
topiramato com desaparecimento dos sinais e sintomas. Conclusão
são: O TPM pode ser uma alternativa em pacientes com
pseudotumor cerebral, especialmente em pacientes obesas.
Referências
Referências: 1- Rosenberg GA. Brain edema and disorders of cerebrospinal
fluid circulation. In: Bradley W et al. Fourth edition. Philadelphia, 2004.
Cap.65, p.1763-90.
2- Finsterer J, Földy D, Fertl E, Rudolfstiftung. Topiramate resolves
headache from pseudotumor cerebri. J Pain Symptom Manage. 2006
Nov;32(5):401-2.
T 095
NEURALGIA DO TRIGÊMEO SECUNDÁRIA À DOLICOECTASIA
DO SISTEMA VÉRTEBRO-BASILAR: RELATO DE CASO E
REVISÃO DA LITERATURA
Marinello, J. L. P.; Baiense, R. F.; Villa, T. R.; de Souza Carvalho, D.
Setor de Investigação e Tratamento de Cefaléia (SITC) da
Disciplina de Neurologia Clínica da Escola Paulista de Medicina
da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).
Introdução
Introdução: A neuralgia do trigêmeo (NT) é considerada a neuralgia facial mais comumente encontrada, especialmente na população feminina e em indivíduos com idade entre a sexta e sétima
década de vida. Clinicamente, se manifesta como episódios
paroxísticos de dor facial lancinante e intensa, sendo seu diagnóstico essencialmente clínico, reservando exames subsidiários para
casos selecionados. O tratamento inclui medidas farmacológicas e
intervencionistas como a descompressão vascular da raiz nervosa
do nervo trigêmeo. A compressão da raiz do nervo, particularmente
por estruturas vasculares, é a etiologia atualmente mais aceita para
os casos de NT. Objetivo
Objetivo: Relatar um caso de um paciente com
diagnóstico de NT secundária à dolicoectasia do sistema vértebrobasilar, uma situação pouco relatada na literatura. Relato de caso:
Paciente, sexo masculino, 70 anos de idade, com antecedentes de
hipertensão arterial sistêmica (HAS) de longa data, apresentando
quadro clínico de dor facial lancinante à esquerda no território de
inervação do terceiro ramo do nervo trigêmeo. Apresentava à angioressonância magnética, compressão da raiz nervosa do nervo
trigêmeo à esquerda, por conta de desenvolvimento dolicoectásico
do sistema vértebro-basilar. Respondeu, satisfatoriamente, ao tratamento clínico com carbamazepina (300 mg/dia). Comentários
e conclusão
conclusão: O sistema vértebro-basilar dolicoectásico tem sido
relacionado a algumas patologias cerebrais tais como hidrocefalia
e eventos isquêmicos da circulação cerebral posterior, sendo causa
incomum e pouco relatada de NT. O desenvolvimento anômalo
deste sistema vascular está relacionado à aterosclerose progressiva destes vasos sangüíneos, substancialmente associada à HAS e à
idade avançada, como o caso do paciente relatado. O mecanismo
patogênico, nestes casos, parece ser o mesmo da compressão por
estruturas tradicionalmente relacionadas como a artéria cerebelar
superior. O sistema vértebro-basilar dolicoectásico deve ser sempre considerado entre as possíveis causas de NT, especialmente em
pacientes idosos e com história de HAS de longa data. O tratamento medicamentoso, nestes casos, ainda deve ser proposto como
primeira opção terapêutica, reservando a intervenção cirúrgica para
os casos que apresentam refratariedade ao tratamento clínico.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 096
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E ATIVAÇÃO
TRIGEMINOVASCULAR: PERSPECTIVAS ACERCA DA
FISIOPATOLOGIA DA MIGRÂNEA
Mattei TA; Kovacs PA; Souza MTM; Sato HK; Rizelio V
Instituto de Neurologia de Curitiba
Resumo
Resumo: É certo que o desafio do desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas visando melhor controle dos quadros
migranosos implica na necessidade de melhor compreensão da
exata fisiopatologia, bem como da complexa bioquímica envolvida
na etiologia desta intrigante, prevalente, e muitas vezes incapacitante
entidade neurológica. Nesse sentido, diversos estudos clínicos e
experimentais têm sugerido o envolvimento da inervação trigeminal
dos vasos intracranianos – o chamado "Sistema Trigemino-Vascular"
– na fisiopatologia da Migrânea, relação esta mediada pela liberação de diversos neuropeptídeos vasodilatadores, dentre os quais
destaca-se a Substância P (SP) e o Peptídeo-relacionado ao Gene
da Calcitonina (CGRP). Neste trabalho é descrito caso de uma
paciente a qual, após evento de trombose venosa cerebral (com
imagens de Ressonância Magnética demonstrando oclusão completa do seio sagital superior), apresentou quadro novo de cefaléia
intensa, de características tipicamente migranosas (pulsátil, unilateral, com náuseas, foto e fonofobia), e que somente pode ser controlada com uso de ergotamínicos. Segundo os autores, tal caso
inédito possui importante paralelo com o Modelo Experimental
clássico de "Peter Goadsby" de estimulação do seio sagital para
gênese da migrânea em gatos, reproduzindo-o "In Anima Nobilis" e
corroborando a validade da relação "estimulação de terminações
nervosas em seio dural/ liberação de neuropeptídeos vasodilatadores/ migrânea" também em humanos.
T 097
MIGRÂNEA COM AURA ATÍPICA: RELATO DE CASO
Macedo, D.D.P.; Macedo, E.M.P.
Unidade de Neurologia - Natal - RN
A aura migranosa mais freqüente é a visual, seguida, pela ordem, da
aura sensitiva, disfásica e motora. Quando as auras ocorrem em
combinação, geralmente obedecem esta seqüência. Outros fenômenos, entretanto, têm sido reportados, tais como desorientação espacial, acalculia, ansiedade, amnésia global transitória e outras. Do
mesmo modo, a ocorrência das auras mais clássicas em ordem inversa tem sido raramente registrado. Relatamos um paciente em que
as auras ocorrem em ordem inversa e apresentam também fenômenos atípicos. Identificação: J.I.A.A., 31 anos, sexo masculino, cor
parda, motorista,solteiro, natural e residente em Monte Alegre (RN).
HDA- Aos 15 anos de idade, começou a apresentar crises paroxísticas,
que se iniciavam com ponto luminoso em zona lateral do campo
visual, que aos poucos ia se expandindo, muitas vezes com a percepção de "maretas" (espectros de fortificação), a que se seguia perda da
percepção visual, com hemianopsia homônima. Os sintomas visuais
duravam entre 20-30 minutos e a eles se seguiam, em seqüência,
"voz embolada" e, depois, dormência, que começava pela mão direita
e que gradualmente se estendia para todo o hemicorpo. Ao todo,
estes sintomas duravam cerca de 90 minutos e eram sucedidos por
cefaléia pulsátil, forte, hemicrâniana, com náuseas, fotofobia e
fonofobia, com piora com atividades físicas e que duravam todo o
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
dia..Há cerca de 5 anos, as crises mudaram de características. O
sintoma inicial passou a ser dormências na mão direita, que aos
poucos vai se estendendo para o hemicorpo. Nessas ocasiões, quando
o paciente vai fazer um movimento com o braço direito, por exemplo,
tem a sensação que o movimento ocorre com mais rapidez do que
efetivamente ocorre, como se o visualizasse o movimento antes de
ocorrer. A dormência vai aos poucos regredindo, sendo substituída
por dificuldades para falar e, depois, por sintomas visuais semelhantes aos já descritos. A duração desses fenômenos é de 60 a 90
minutos e se segue cefaléias com as características já descritas acima. Essas crises ocorrem com intervalos de vários meses (um ano
entre a última e a penúltima), ficando o paciente assintomático entre
as crises. Há história de "dores de cabeça" na família, mas ninguém
com quadro semelhante. Já fez eletrencefalograma e tomografia
computadorizada, que foram normais. O paciente tem exames neurológico normal. Não existem queixas ou alterações em outros sistemas. Comentários: Este paciente apresenta, em seqüência, auras
sensitiva, disfásica e visual. A combinação com que diferentes auras
ocorrem é muita variada. Estudos mostram que, entre as auras visuais, sensitivas e motoras todas as possibilidades (auras isoladamente
ou em seqüência) são possíveis. O paciente relata que seus sintomas ocorrem sempre no hemicorpo direito, enquanto que a cefaléia
é contralateral. Podemos especular, considerando que o fenômeno
da aura seja produzido pela depressão alastrante, que neste caso, ao
invés de se iniciar pelo lobo occipital, o fenômeno se inicia, ou se
torna clinicamente evidente, no lobo parietal, e daí se propague,
produzindo auras na seqüência inversa do que habitualmente ocorre.
Uma espécie de dissociação entre um movimento e sua percepção,
como se a percepção antecedesse o ato motor em si, pode também
ser decorrente de alteração transitória funcional do lobo parietal.
T 098
SÍNDROME DE TOLOSA-HUNT: RELATO DE CASO
Alvarenga, R.M.P.; Dias, F.P.F.; Henriques, A.L.A.; Muniz, V.B.
Hospital da Lagoa/ RJ
Objetivo
Objetivo: Relatar o caso clínico de paciente atendida no ambulatório de neurologia com o diagnóstico de Síndrome de Tolosacaso SMV, 39 anos, natural de MG procurou o
Hunt. Relato de caso:
serviço de neurologia em março de 2006, com quadro de cefaléia
em região orbitária direita, de forte intensidade, associada à
fotofobia, vômitos, ptose palpebral à direita e diplopia com evolução de um mês. Negava febre, tosse, coriza, queixas ginecológicas,
alterações visuais ou alteração do nível de consciência. Em sua
história patológica pregressa, apresentou quadro semelhante ao
descrito, com diplopia e cefaléia predominantemente à direita e
curso autolimitado, há sete anos. Negava Diabetes, história prévia
de migrânea, doenças pulmonares, trauma ou infecções. Ao exame
físico apresentava-se com oftalmoplegia do VI par direito associada à neuralgia do primeiro e segundo ramos do nervo trigêmio
direito. Demais parâmetros do exame neurológico sem alterações.
Apresentava hemograma, glicemia de jejum, VHS e avaliação bioquímica completa sem alterações. RX de tórax ,TC e RNM de
crânio normais. Instituído tratamento com prednisona oral, na
dose de 1 mg/kg/dia , com melhora do quadro álgico no terceiro
dia de tratamento, que foi mantido por 4 semanas. Após o término deste não apresentava dor, porém permanecia com oftalmoplegia que involuiu após 40 dias. Critérios de Síndrome de
Tolosa-Hunt: International Headach Society IHS (2004): A: um ou
153
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
mais episódios de dor orbital unilateral persistente por semanas se
não tratada; B: Paresia do III, IV, VI nervos cranianos ou oftalmoplegia completa e/ou demonstração de granuloma pela Ressonância do seio cavernoso ou biópsia. C: Paresia coincidente com o
início da dor ou dentro das duas semanas seguintes. D: Dor ou
paresia resolvendo dentro de 72 horas após tratamento adequado
com glicocorticóides. E: Outras causas tendo sido excluídas após
adequada investigação.
T 099
TERAPIA NA CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL ASSOCIADA A
DESORDEM TÊMPORO-MANDIBULAR MIOGÊNICA:
RELATO DE CASO
Kneip, B. S; Krymchantowski, A; Bruno, M.A.D.
Centro da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro (RJ)
Ambulatório de Cefaléia Crônicas do Instituto de Neurologia
Deolindo Couto (UFRJ)
Background e Objetivos
Objetivos: O aumento de aferências periféricas
da musculatura mastigatória pode agravar cefaléias primárias. A
fisioterapia pode reduzir estas aferências através do relaxamento
da musculatura envolvida na desordem têmporo-mandibular (DTM).
O objetivo deste estudo é demonstrar o papel da Fisioterapia no
tratamento acessório da DTM miogênica. Materias e métodos
métodos:
Este é um relato de caso, de uma paciente do sexo feminino de 25
anos, com: mialgia bilateral de masseter e cefaléia do tipo tensional
episódica freqüente (CTTE) com 2-3 crises semanais. A paciente
também revela limitação da amplitude para abertura bucal ativa
(10mm). Durante 2 meses a paciente usou 20mg/dia de nortriptilina
e aparelho interoclusal de estabilização (placa miorelaxante) não
tendo obtido nenhuma melhora na freqüência dos sintomas. Foram
realizadas como tratamento, técnicas de mobilização e manipulação articular (Rocabado, 1999), PRT-Positional Release Therapy
(Simons et al., 1998) alongamento e fortalecimento de masseter,
trapézio, esternocleidomastoide e escalenos em sessões bi-semanais de 60 minutos (total 8 sessões). Resultados
Resultados: Ao final do
tratamento, houve ganho da abertura bucal (10mm para 35mm) ,
aumento da força muscular para a mastigação de alimentos sólidos
relatada pela paciente e a freqüência da CTTE foi reduzida para
menos de uma por semana. A dose de nortriptilina não foi modificada durante todo o tratamento e manteve-se em 20mg após o
jantar. Conclusão
Conclusão: A eficiência da Fisioterapia como tratamento
acessório ao antidepressivo tricíclico e a placa estabilizadora é
sugerida. Estudos controlados são necessários para confirmar eschav
tas observações. Palavraalavra-chav
chave: articulação têmporo-mandibular, hipomobilidade, cefaléias primárias
T 100
PACIENTE COM CEFALÉIA EM SALVAS E MIGRÂNEA
RELATO DE CASO
Ribeiro F.G., Ferreira S.K., Dias D.L., Gomes G.A.,
Cruz L.S., Pires L.A.
Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora Serviço de Neurologia
Introdução
Introdução: A cefaléia em salvas é rara, quando comparada aos
outros tipos de dor primária. A prevalência varia, estando vinculada
à metodologia ou à população analisada em cada estudo, embora
154
se acredite que corresponda a 6% dos casos de cefaléia e que
ocorra em concomitância com outras de cefaléias primárias. Algumas características são observadas na cefaléia em salvas da mulher, como dor mais generalizada na face estendendo-se para a
mastóide, mandíbula, órbita e nariz; crises com maior duração que,
embora freqüentemente noturnas, elas permanecem durante o dia.
Objetivo
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com cefaléia em salvas
e migrânea sem aura. Relato de caso
caso: Mulher, 44 anos, iniciou
há 14 anos quadro de cefaléia hemicrâniana à esquerda com duração inferior a 01 hora, diária, de forte intensidade, caráter sazonal,
que acordava a paciente à noite. Associada à hiperemia ocular,
lacrimejamento, edema em hemiface esquerda e agitação. Apresenta em concomitância cefaléia iniciada aos 16 anos de característica pulsátil, holocraniana, com duração de 04 até 72 horas
associada à fotofobia, fonofobia e náuseas, de moderada intensidade e significativa piora no período menstrual. História familiar
positiva para migrânea. Exames clínico e neurológico normais. Realizada Ressonância Magnética de encéfalo. Apresentou melhora
parcial da crise após o uso de sumatriptano, melhora total da dor
noturna com a oxigênioterapia (8 l/min), com persistência de dor
leve diurna e migrânea. Permanece em uso de divalproato (250mg
12/12 hs) e prednisona. Conclusão
Conclusão: Apesar de ser uma paciente
do sexo feminino, a cefaléia em salvas é típica e bem caracterizada.
A coexistência de cefaléia em salvas e migrânea é pouco freqüente
e, embora baseado apenas na prevalência de migrânea, espera-se
que, pelo menos, 15 % das pessoas com salvas tenham ambas.
T 101
ENXAQUECA HEMIPLÉGICA FAMILIAR EM GÊMEOS COM
LESÕES IRREVERSÍVEIS NA SUBSTÂNCIA BRANCA:
RELATO DE CASO
Narimatsu K.. Sakotani T,,O.. Nemoto P, H.. Monzillo P,H.
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução
Introdução: Enxaqueca Hemiplégica consiste em cefaléia com
aura visual, sensitiva ou disfasia seguida de déficit motor reversível,
podendo ser classificada como familiar ou esporádica, segundo a
Classificação Internacional das Cefaléias. A forma familiar tem
herança autossômica dominante acometendo pelo menos um parente de 1? ou 2? grau com quadro clínico semelhante. Relato de
Caso
Caso: Gêmeos fraternos, AMR masculino e SSC feminino, 15
anos, com crises de enxaqueca precedidas por aura migranosa
incluindo sintomas visuais como escotomas cintilantes, parestesia
em um hemicorpo e posteriormente paresia ipsilateralmente com
reversão completa em 15 minutos. Seqüencialmente apresentam
cefaléia pulsátil com fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos com
duração de 6 horas e freqüência das crises 1-3 ao mês. A história e
exames físico e neurológico não sugerem nenhum transtorno orgânico, entretanto, estudos de imagem evidenciaram lesões inespecíficas em substância branca. Ambos realizaram estudos genéticos
para definição mais precisa de Enxaqueca Hemiplégica Familiar,
baseando-se na pesquisa de mutações do gene CACNA1A do cromossomo 19 e no gene ATP1A2 do cromossomo 1. Aguardando
resultados. Discussão
Discussão: Apesar de critérios bem definidos para
EHF, alguns diagnósticos diferenciais não devem ser excluídos como
vasculites e alguns acidentes vasculares hereditários como o
CADASIL. Entretanto, ambos apresentam provas reumatológicas
negativas e até o momento sem déficit cognitivo, alteração comportamental ou expressão clínica de acidente vascular cerebral isquêmico.
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALÉIA - TEMAS LIVRES - SESSÃO DE PÔSTERES
T 102
ANALGESIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA
NEURALGIA DO TRIGÊMEO: RELATO DE CASO
Pizzo R.C. A.; Dach F.; Lizarelli R. F. Z*.; Speciali J.G.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo
Instituto de Física de São Carlos - Universidade de São Paulo*
Objetivo
Objetivo: Verificar o efeito antiálgico do laser de baixa intensidade (GaAlAs) na neuralgia do nervo trigêmeo (NT). Paciente e
Método
Método: Paciente, 55 anos, sexo feminino, apresentou-se no Ambulatório de Cefaléia do Hospital das Clínicas(FMRP/USP), queixando-se de dor hemicrâniana à direita, pulsátil, de forte intensidade, fono/fotofobia, vômito associado. Outra queixa era de dor
facial em território de V3, desencadeada pelo frio, pela fala, pela
mastigação. Queixava-se ainda de emagrecimento. Estava com
abuso de analgésicos e fazendo uso de ácido valpróico (500mg, 2
vezes/dia). Durante a avaliação padronizada do segmento cefálico
quando da palpação dos músculos da face à direita (inserção
masseter), a paciente apresentou episódio de dor tipo pontada intensa, queimação, com início na comissura labial irradiando até a
ATM, ficando caracterizado dois diagnósticos: migrânea sem aura
e NT. Para o tratamento da neuralgia, foi submetido a aplicações
com laser, sendo 4 pontos no trajeto do nervo alveolar inferior, 2
no músculo masseter e 4 na ATM. Foi aplicada uma dose de 60 J/
cm² por ponto, 1 vez/semana durante 6 semanas. A paciente preencheu um diário para marcar o número de crises. As avaliações
foram feitas nos dias A0(antes do início da 1ª aplicação), A1, A2,
A3, A4, A5, A6(semanais), A7 e A8(30 e 60 dias após a última
aplicação). Para o tratamento da migrânea foi orientado, de imediato, a retirada dos analgésicos e na A4 foi associado ao ácido
valpróico, o propranolol(40mg, ½ noite) e clorpromazina 4% 10
gotas na crise migranosa. Resultados: Em A0 referia de 3 a 4 crises
neurálgicas por dia, em A1 referiu apenas 2 em dias diferentes, em
A4 referiu apenas 1 e no restante do seguimento permaneceu sem
crises, inclusive em A7 e A8. Conclusão
Conclusão: Diante desses resultados podemos sugerir que o laser de baixa intensidade pode ser útil
no tratamento da neuralgia do trigêmeo.
T 103
CEFALÉIA PERSISTENTE E DIÁRIA DESDE O INÍCIO
DESENCADEADA PELO PARTO: RELATO DE DOIS CASOS
Magalhães, J. E.; Januário, A. M. S.; Araújo, L. C. L.;
Aragão, M. F. V.; Farias da Silva, W.; Valença, M. M.
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, Pernambuco, Brasil.
Objetivos e Métodos
Métodos: Relatar dois casos de cefaléia persistente e diária desde o início (ICHD-II 4.8) desencadeada pelo trabalho
de parto em pacientes acompanhadas no Serviço de Neurologia do
Hospital das Clínicas de Pernambuco. Relato dos casos
casos: Caso
1 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléia holocraniana, predominante à esquerda, leve a moderada, presente logo ao despertar
de procedimento cirúrgico-anestésico há 43 anos (raquianestesia e
parto cesariana), que evoluiu desde então de forma contínua, com
períodos de exacerbação da dor, que duravam cerca de duas horas,
até cinco vezes ao dia, acompanhados de hiperemia conjuntival,
lacrimejamento, semiptose e edema palpebral, também com predomínio à esquerda. Ressonância Magnética de crânio mostrava
Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 99-155, jul./ago./set. 2007
lesão provavelmente isquêmica na linha média em ponte e
mesencéfalo. Não houve resposta satisfatória ao uso de indometacina. Caso 2 - Mulher, 66 anos, com história de cefaléia
holocraniana súbita, em peso, de moderada intensidade, após susto durante trabalho de parto há 48 anos, que persistiu por mais de
um mês, passando a apresentar a intervalos de tempo variáveis,
episódios de cefaléia do tipo tensional com duração de horas até
três meses, sendo que há 20 anos passou a apresentar cefaléia
contínua e diária. Conclusão
Conclusão: O trabalho de parto já foi referido
como fator precipitante de outras cefaléias primárias pouco usuais,
como a hemicrânia contínua (Peres et al., 2004). Além disto, lesões
de tronco têm sido relacionadas com cefaléias acompanhadas de
distúrbios autonômicos (Valença et al., 2004). São relatados os
casos de duas mulheres com cefaléia persistente e diária desde o
início que foi desencadeada pelo parto, relação essa não descrita
anteriormente.
T 104
EXPLICANDO A "MIGRALEPSIA": MALFORMAÇÃO
VASCULAR CEREBRAL OCCIPITAL COMO CAUSA DE
MIGRÂNEA, EPILEPSIA OU AMBAS
Januário, A. M. S., Magalhães, J. E., Batista, L. L., Costa, J.,
Farias da Silva, W., Valença, M. M.
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, Pernambuco, Brasil.
Objetivos e Métodos
Métodos: Relatar os casos de três pacientes acompanhados no Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas de
Pernambuco e discutir sobre a associação entre malformações
vasculares cerebrais e condições neurológicas paroxísticas que
podem compartilhar bases fisiopatológicas semelhantes. Relato
dos casos
casos: Homem, 51 anos, começou a apresentar há um ano
episódios de aura visual, tipo escótomas cintilantes, por cinco minutos que evoluía para cefaléia frontotemporal bilateral pulsátil,
com fotofobia e fonofobia, por cerca de trinta minutos, seguida de
crise epiléptica motora focal com generalização secundária.
Eletroencefalograma demonstrou breves surtos de ondas lentas
localizadas nas projeções temporais bilaterais, e imagens demonstraram malformação arteriovenosa occipital esquerda. Com uso de
carbamazepina, apresentou apenas um episódio de aura visual seguida por cefaléia leve de curta duração, sem manifestação epiléptica motora. Submetido a tratamento endovascular, evoluiu sem
novos episódios. Foram estudados outros dois casos de mulheres
com malformações vasculares occipitais e crises de migrânea unilateral com aura visual. Conclusã
Conclusão: Migrânea e epilepsia são
entidades freqüentes que podem ser desencadeadas por alterações
estruturais, sendo que, epidemiologicamente, a existência de uma
aumenta a probabilidade da outra. Além disso, uma crise epiléptica
pode ser desencadeada por migrânea com aura, podendo ser classificada como "migralepsia" (ICHD-II 1.5.5). Assim, pode-se inferir,
dos casos estudados, que existe relação fisiopatológica entre as
malformações vasculares cerebrais occipitais e o desencadeamento
de migrânea com aura. Ainda, no caso descrito, os achados de
migrânea com aura seguida por epilepsia do lobo occipito-temporal suscitam a possibilidade de "migralepsia" e relação com a
malformação vascular cerebral occipital.
155