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#lazer #cultura Guaianases completa 152 com muita festa e comida no Mercado Municipal. PÁG. 7 #História Localizado no extremo da Zona Leste, o bairro que foi um dos primeiros a ser popularizado em São Paulo, têm uma história rica em cultura. PÁG. 3 Gua anás ANO I - EDIÇÃO 1 2MCSNJO USJT O bairro é privilegiado com três parques ecológicos e traz diversão para toda família. PÁG. 6 O jornal de Guaianases a CHEF DO BAIRRO “Guaianases é o meu lugar, é a minha casa, aqui tudo é maravilhoso” Adriana Silva, a moradora atual mais conhecida do bairro, conta sobre sua vida e história no local e explana sobre diversos aspectos do seu confim. PÁG. 4 PLASTICINE PARTY ATRAI JOVENS DO BAIRRO CONSELHO POPULAR É CRIADO EM GUAIANASES GREVE DA CPTM CAUSA TRANSTORNO PARA MORADORES A festa alternativa localizada em Itaquera, que também ocorre na Augusta, convida os adolescentes de Guaianases a se divertirem pelas noites de São Paulo. PÁG. 5 Waldir Gomes, diz que o intuito do projeto é “promover a participação e o controle social na administração pública municipal”. PÁG. 9 Greve de ferroviários afeta a vida da população e muitos se vêm obrigados a se submeterem a ônibus com superlotação. PÁG. 10 1 C Editorial Gua anás aro leitor, nosso jornal tem como intuito informar sobre os principais acontecimentos e além de tudo mostrar um bairro divergente do que as pessoas estão habituadas a ver. Guaianases, um dos primeiros lugares a ser popularizado em São Paulo, carrega com si uma história rica em cultura. Apesar de estarmos acostumados a ver notícias de calão negativo no telejornal sobre o confim, Guaianases perdeu essa característica de criminalidade e hoje possui um dos maiores Polos Culturais do Estado, sem contar os parques ecológicos, o policiamento reforçado por todo o território, o movimento religioso que presta auxílio aos moradores de rua, o incentivo a arte de rua, ao grafite, à liberdade de expressão de skatistas e pessoas alternativas. E por falar em pessoas, há uma diversidade gigantesca na população, pessoas de todas as etnias, de todos os lugares. Adriana Silva é a nova cara de Guaianases e carrega com si desde que nasceu uma personalidade única e autêntica que encontramos ao chegar ao bairro. Esperamos que com a leitura das próximas páginas, você, leitor, deixe todo preconceito para trás e comece a olhar com outros olhos o aclamado bairro de Guaianases. Boa leitura! Equipe fazendo editorial com a chef do bairro. Na parte superior, Tayana (colaboradora), Adriana Silva e Alex Alcantara. Na parte inferior, Laio Araújo fotografando os pratos e ao lado Adriana preparando o Salpicão de Frango. 2 Diretor de Redação Prof. Moacir Assunção Editor Chefe Laio Araújo Editor de Arte/Diagramação Alex Alcantara Repórteres Camila Poklen / Thamara Bogolenta / Aline Oliveira Fotógrafos Laio Araújo / Alex Alcantara 2MCSNJO Thamara Bogolenta em sua visita ao bairro de Guaianases, em frente ao Mercadão. História A História Sendo um dos bairros mais antigos de São Paulo, Guaianases é um dos lugares com uma narrativa rica em cultura e desenvolvimento aline oliveira G uaianazes foi um dos primeiros bairros de São Paulo. O nome vem de Guaianás, que era uma nação indígena que habitava a região. Os índios Guaianás eram nômades e além de percorrerem Guaianazes, passaram por todas as regiões do extremo leste em busca de comida e abrigo. Diferente dos outros índios, os Guaianás não usavam Ocas e sim Covas para morar. Eles foram extintos depois de varias invasões e desentendimentos com outras tribos. Guaianases também já foi um ponto de passagem da estrada do Imperador, que levava até as minas de ouro da cidade. Uma história conhecida pelo bairro é que até o próprio imperador D. Pedro já se hospedou por lá em uma das suas viagens até as minas. O caminho usado pelo imperador ficou conhecido como Caminho dos Guaianases. Antes de ser oficialmente batizado de Guaianases, o bairro se chamou Lajeado, devido a primeira capela construída no local. Por volta de 1855, a estrada de ferro começou a chegar à região. Essa estrada conectava São Paulo ao Rio de Janeiro. Tal estrada, que ficou conhecida como Central do Brasil facilitou a vinda dos imigrantes à região de Guaianases. Os imigrantes vinham, sobretudo, para trabalhar em lavouras de café, alguns deles, porém abriam seu próprio comércio no local em que estabeleciam sua moradia. No bairro de Guaianases, havia muitas padarias italianas, lavanderias, fábricas de tijolos, etc. Um personagem conhecido que saiu de Guaianases nessa época do comércio foi Vicente Matheus, foi com ele que se iniciaram as pedreiras no Brasil. Havia também plantação de uva e famílias portuguesas e espanholas que produziam vinho. O bairro foi se desenvolvendo em volta dessas atividades. Ele já serviu como base de atendimento para o resto das cidades principais. Após a época dos imigrantes, surgiu a população Mineira e Nordestina que queria morar na cidade grande, devido ao desenvolvimento da cidade. Muitos deles se o acesso a Guaianazes, também adicionou estações como Itaquera. Essa linha de trem, então, passou a ser chamada de “Expresso Leste”. A linha de trem ainda é uma construção muito importante para o bairro, pois é através dela que a população local consegue chegar nos principais pontos da cidade. Guaianases representa a população brasileira, passando pelos índios até os imigrantes portugueses e italianos. A transformação do bairro é características a transformação do país, sendo assim, não é possível ignorar um bairro tão importante como este. Você Sabia... Acima, foto do bairro em formação e abaixo o baixo industrializado, na década de 60. instalaram em Guaianazes. A região ajudou a construir São Paulo com a mão de obra desses migrantes. Havia clubes, cinemas e toda uma vida comunitária nessa época. Foi aí que surgiu também o time de futebol do bairro. Após a chegada desse tipo de convívio, a vida familiar no bairro se modificou, dando espaço a um movimento mais social no local. Nos anos 40, muitos nordestinos, devido a crescente procura de mão de obra para as indústrias paulistanas. Em 1950, a contar com uma população médica de 10 mil habitantes, Guaianases tornou-se por excelência um bairro dormitório, nessa época, contava com o único meio de transporte, a valiosa Maria Fumaça da EFCB e até 1958, esse era o único jeito de sair e voltar para o bairro. A linha de trem que faz a conexão com Guaianases só passou a ser modernizada após ter sido estatizada pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ), que além de melhorar Que a maioria das ruas de Guaianases são nomes indígenas ? Entre tantos logradouros com nomes curiosos na cidade de São Paulo, há a alvissareira e diminuta Travessa Ano Novo, no extremo leste do município. A via cruza a Rua Otelo Augusto Ribeiro 3 gente Adriana Silva é a nova cara de Guaianases Moradora é um exemplo de luta, além de cozinhar, decorar sandálias, faz penteados e ainda é faxineira Alex ALcantara ntre tantas notícias de aspecto negativo que são disparadas nos meios comunicacionais sobre o bairro de Guaianases, Adriana Campos Silva, 38 anos, moradora do bairro desde que nasceu, foi a TV mostrar para o Brasil que o local de onde veio é muito mais do que apenas violência e altos índices de criminalidade. Adriana ganhou um reality show de culinária exibido na Rede Record, no programa Hoje em Dia, chamado “A Chef do Bairro”, que foi ao ar durante duas semanas. Ela venceu o reality com dois pratos, o Salpicão de Frango e o Pudim de Leite em Pó. O prêmio foi um cachê no valor de R$5.000,00 e mais a abertura que ela teve para divulgar o que faz e quem é. Posteriormente, a famosa de Guaianases fez mais algumas participações em alguns programas e recebeu propostas de contratos com grandes celebridades, como Ana Maria Braga. Com isso, ela acabou mudando toda a visão de que as pessoas tinham sobre Guaianases. A fama que o bairro possui de ser perigoso passou a ser fato do passado e hoje o local é visto com outros olhos, pois há muito mais cultura e história do que semblantes contraproducentes. Tanto que hoje se tem polos culturais em Guaianases, há parques em todos os cantos e igreja é o que não falta. Todos os religiosos, independente de qual religião são, ajudam os moradores mais necessitados todos os dias, há um grande movimento de solidariedade no bairro, segundo Adriana. A repercussão que o programa teve, fez com que estrangeiros se maravilhassem com o jeito de Adriana e extorquissem maiores informações sobre Guaianases. Sempre trabalhadora, a chef do bairro não perde uma oportunidade para complementar a renda familiar “Além de cozinhar para fora, faço faxina, sou cabelereira, trabalho com colocação de cabelo e alongamento e vendo chinelos decorados”. Segundo ela, Guaianases é um ótimo lugar para se morar, mas para trabalhar já é algo um pouco mais complicado, pois há uma concorrência muito grande entre as pessoas E 4 À esquerda, Adriana segurando o troféu que ganhou do programa. à direita os dois pratos que a fizeram vencedora, acima o pudim de leite em pó e abaixo o salpicão de frango. e poucas chances “Aqui em Guaianases não tem gente desprovida e sim pessoas sem oportunidades”. Todos os moradores do confim estão contentes com o feitio de Adriana e não há ninguém que não a conheça pelos arredores. Ela é sempre cercada a onde quer que vá, no mercado, no banco, pessoas parabenizam-na e em muitas vezes, pedem autógrafo. A chef se sente muito lisonjeada, mas deixa claro que isso não faz com que ela mude, simplicidade e humildade são seus maiores lemas. Adriana que é casada e tem uma filha, se preocupa muito com o futuro dela. Apesar de Guaianases não possuir Universidades, ela diz que a educação no bairro e na escola em que a filha estuda é uma das melhores que ela já viu “A educação aqui é boa, o que está acontecendo é que as escolas estão muito velhas e sendo reformadas agora com os alunos dentro, sendo que eles poderiam ter feito isso em dezembro. Quanto à educação, os professores são muito bons. Está sendo exigido mais do que a escola paga. A gente vê muito na TV profes- sor que espancou o aluno ou o aluno que deu um tiro no professor, mas aqui não acontece isso, porque os pais têm consciência e os professores também. O problema é esse governo ridículo que temos, que não nos permite educar o filho que já chamam conselho tutelar, mas quando cresce e vira marginal, o policial pode matar, pode bater, pode espancar. Agora o pai e a mãe não podem educar?” Adriana, ainda dispara como é morar em Guaianases, sempre falando muito bem do bairro, diz que há tudo nele e que o transporte, e principalmente o trem que antigamente era tão criticado pelo mau funcionamento e a superlotação, é um dos melhores que ela já usufruiu. E realmente o novo trem de Guaianases tem uma tecnologia avançada que é digna de elogios, com acomodações confortantes e bem rápido, que o torna próximo da qualidade de um metrô. “A estação nova nos deixa orgulhosos! Para mim é ótimo o trem, eu embarco aqui e em 25 minutos eu estou no Brás, mais 15 minutos eu estou no centro de São Paulo, na Praça da Sé!”. Após um ano de programa, a chef do bairro continua levando a sua vida como sempre levou, fazendo o que pode para auxiliar na renda familiar e sempre muito feliz, contagiando quem está em sua volta e dando uma nova perspectiva ao bairro de Guaianases. “Então para mim é assim, sou o que sou e eu quero continuar assim, quero continuar sorrindo!” expõe Adriana. Para conhecer mais a chef Adriana Silva, acesse o link e veja esse vídeo: http:// entretenimento.r7.com/ hoje-em-dia/a-chef-do-bairro/2012/04/04/adriana-silvada-zona-leste-e-eleita-a-chefdo-bairro-no-hoje-em-dia-2/ entretenimento Plasticine é a balada mais frequentada pelos moradores de Guaianazes Mesmo não possuindo uma casa de festas, os residentes se deslocam para o bairro vizinho para festejar Alex ALcantara C EUs e parques é o entretenimento contínuo dos moradores do bairro, em que se promove a divulgação e disseminação da cultura e do lazer familiar. Mas em um bairro grande e agitado como Guaianazes, os jovens ficam carecidos de uma festa que reflita mais as suas personalidades e idades. Foi pensando nisso e renovando uma antiga ideia, que Ramires Vitor, 24 anos, organizador de eventos, DJ, assistente de cabeleireiro, patenteou e criou a Balada Plasticine, em Itaquera, no bairro vizinho. Em entrevista, Vitor diz como surgiu a balada, quais os desafios de ser um organizador de eventos e ainda conta um pouco sobre como ocorre a festa. Conte um pouco sobre a sua vida, o que costuma fazer? Bom, eu trabalho como assistente de cabeleireiro, passo a maior parte do dia no salão. E também sou DJ há quase cinco anos. Sou residente em uma casa noturna em Mogi das Cruzes (Freak Nation) e toco como convidado em outras festas também. Nos finais de semana que não tem Plasticine, geralmente vou para outras baladas, bares com os amigos, cinema, shopping, fico em casa no notebook. Como surgiu a balada? Por que foi criada e qual o intuito dela? Em novembro ou dezembro de 2009 (não lembro ao certo) a minha prima, Bianca Vitor, teve a ideia de fazermos uma festa no Luar Rock Bar. Antes da Plasticine surgir, tinha uma festa lá que durou um ano e meio e a galera adorava, porém, acabou e nunca mais rolou nenhum tipo de festa no local. A princípio achei a ideia meio “louca”, falei que não daria certo, mas acabei me rendendo. Foi quando conversamos com as donas do Luar para ceder o lugar. Agendamos a data da primeira festa, que seria em março do ano seguinte, em 2010. Um mês depois da ideia, criei o nome da festa, “Plasticine”. É o nome de uma música da banda Placebo (uma das minhas preferidas). Digamos que quisemos dar uma “continuidade” à extinta festa. Como foi no começo? Para falar a verdade, eu não lembro mui- to como foi o começo (risos), mas lembro que foi como esperávamos. O mesmo público da festa que rolava antes da Plasticine, muitos amigos e música boa. É a única balada da região? Provavelmente, a certeza que eu tenho é que é a única festa alternativa da região. A festa ocorre de quanto em quanto tempo? A Plasticine acontece quinzenalmente, intercalando uma sexta, e um sábado. Qual o tipo de música que toca? O que não pode faltar de jeito nenhum é o pop e o funk, mas também toca todo tipo de rock (new wave, metalcore, pop rock, punk rock, rockabilly...), eletrônica (geralmente house e suas vertentes e dubstep), trash 80’s, 90’s, 00’s, reggae, hip hop... Às vezes até axé rola (risos). A festa então só ocorre no Luar? A Plasticine acontece apenas no Luar Rock Bar, porém, já fizemos duas edições no centro de São Paulo. Uma no extinto Sonique Bar (na Rua Bela Cintra) e outra no Club Z (ou Estação Music Bar, na Rua Augusta). Como é a decoração do local? O Luar Rock Bar lembra muito uma residência. O espaço é meio “dark” com paredes pixadas, grafitadas. Já aconteceu algum tumulto ou briga? Já aconteceram algumas sim, como em todas as festas, mas sempre procuramos controlar. Se for preciso, até retiramos as pessoas envolvidas da festa. Há quanto tempo a festa existe? A Plasticine existe há três anos e dois meses. Qual o valor da entrada? O preço da entrada é R$10,00 (dez reais) das 22h às 00h e após 00h vira pra R$15,00 (quinze reais). Quais as maiores dificuldade de ser organizador de uma balada? No meu caso, é o tempo. Porque além de organizar a Plasticine, sou assistente de cabeleireiro e fico o dia inteiro no salão. E é preciso convidar DJs para tocar na festa, pensar Ramires Vitor, DJ e idealizador da balada Plasticine Party em temas, atrações, premiações, criar evento no Facebook, divulgar, aluguel de equipamentos... Fora o lance dos VIPs, porque eu tenho muitos amigos, muitos me pedem mas nem sempre tenho, porque temos um numero x de VIPs para colocar na festa e não podemos ultrapassar. Quais costumam serem as atrações? Geralmente chamamos gogoboys, gogogirls, shot girls, bandas de rock (geralmente no mês do Dia Mundial do Rock), já chamamos MCs para tocarem ao vivo, atores do extinto Playcenter e do Hopi Hari que vão fantasiados de monstros no mês do halloween. Quais os projetos para o futuro, em relação à balada? Não temos projetos para o futuro. Vamos levando a Plasticine há três anos e inovando quando surgem novas ideias, até para não virar uma rotina, pois, o povo cansa (risos). Esperamos que a festa dure por muitos anos e que a galera continue gostando. A próxima Plasticine ocorrerá no dia 05 de Julho, no Luar Rock Bar, na Rua Carolina Fonseca, 35 – Itaquera a partir das 22hs e terá como tema da festa “No-Paints Night” (Noite sem Calças) com atrações de DJs e convidados. 5 entretenimento Guaianases investe em parques para divertimento da população Pensando na diversão de toda família e na ecologia, o bairro oferece três grandes áreas verdes para lazer Alex ALcantara esde 2005, a prefeitura vem investindo em construções de parques para lazer e entretenimento dos moradores da cidade de São Paulo e Guaianases foi privilegiado com três deles, o Parque Linear, o Parque Lajeado e o Parque Chácara das Flores. O bairro que possui 18 km² de área e aproximadamente 400 mil habitantes tem uma preocupação ambiental, o que acarreta em suas áreas ricas em fauna e flora, que acopla o lazer e ecologia, alegrando os finais de semana das famílias. Em 2007, ocorreu uma parceria com a Secretária Municipal do Verde e foi implantado um Parque Linear com a maior expansão regional. Tem seis mil metros de extensão do Rio Guaratiba e como principal característica tem a recuperação das margens do Rio Itaquera, que envolve o plantio de vegetação para formação de mata ciliar, importante para a conservação do curso d‘água evitando a erosão e assoreamento dos rios. A área de lazer contem: um campo de futebol, pista de caminhada, ciclovia, bicicross, campo de bocha, playground, quiosques, quadras poli esportivas e área de exposição para eventos. Além do espaço ecológico com 176 árvores adultas, 4.600 arbustos, sete mil m² de grama, diferentes espécies de árvores ornamentais e frutíferas. Na parte de infraestrutura conta com arruamento com piso ecológico e colorido, que permite a in- D filtração da água que alimenta o lençol freático. Toda a extensão do parque terá oito mil e 400 m² de muro de concreto armado, iluminação moderna, obras de drenagem e outros serviços. O parque Lajeado tem aproximadamente 40m² e foi inaugurado em 2010. O local era uma antiga chácara do bairro e toda a mata nativa foi preservada e agora a comunidade pode visitá-lo. O parque conta com playground, áreas de estar com bancos, mesas para jogos, bebedouros e um Centro de Educação Ambiental. Em sua fauna, o parque traz espécies de aves, como o pica-pau-anãode-coleira, o pichororé, o periquito-rico, além do papagaio-verdadeiro, ameaçado de extinção. Em relação à flora, uma capoeira rente ao córrego abriga exemplares de tapiá-guaçu, guaçatonga, pau jacaré, café entre outras. Com uma área de 42 mil m², disponível diariamente para visitação, entre 6h e 18h, o Parque Chácara das Flores, fundado em 2002, apresenta fauna diversificada, já tendo sido identificadas 17 espécies de animais, sendo a maioria aves, Sanhaçus, sabiás, canário-sapé, cambacicas, piá-cobra, gavião-peneira e joãoteneném são alguns exemplos. A espécie de primata sagui-de-tufo-branco também habitam o parque. A infraestrutura do local conta com galpão coberto para jogos, quadra po- liesportiva, playground, deck para contemplação da natureza, trilhas, pista de cooper e caminhada e aparelhos de ginástica. A flora é composta por remanescentes da Mata Atlântica e áreas ajardinadas. Formam o ecossistema espécies como cedro-rosa, bambu-gigante, jerivá, tapiá-guaçu, jabuticabeira, maricá, grumixama, cajá-manga e aroeira-mansa. A área do parque pertencia a uma antiga fazenda e suas edificações foram mantidas. Uma delas é utilizada como escritório da administração, e a antiga olaria abriga exposições e oficinas. Até 2010, o governo entregou 67 parques por toda São Paulo e pretende entregar mais 33 até o fim de 2013. Todos eles são gratuitos, o que auxilia na difusão da cultura e do lazer para todas as classes sociais. Suporte é dado a skatistas Subprefeitura apoia público que anda de skate, fornecendo pista pública e equipamento desportivo Alex ALcantara A Pista Pública de Cimento criada em 2003, pela subprefeitura, além de oferecer equipamento público desportivo, tem um espaço que foi revitalizado e traz mesas com tabuleiros de damas e bancos, além de playground para as crianças. O objetivo é atrair a comunidade e transformar a pista em um lugar frequentado por famílias. A pista é composta por Sanava com Trilhos, Pirâmide, Funbox, Minirrampa e Miniquarter. 6 Cultura Mercado Municipal Leonor Quadros Entre as programações do aniversário de 152 anos de Guaianases o “Mercadão” é símbolo de referência para o bairro Camila poklen O local que hoje abriga um grande mercado para bairro, foi fundado na gestão da prefeitura de Jânio Quadros em 1989 e, portanto foi batizado com o nome de sua esposa Leonor Quadros. Antigamente os comerciantes se encontravam em freira livre no local que era a Praça Presidente Getulio Vargas e com a construção feita pela prefeitura tiveram melhores condições para trabalhar. Um espaço amplo de variedades com açougue, adega, avícola, bazar, doçaria, loja de embalagens, empório, floricultura, frios laticínios, lanchonete, peixaria, produtos de uso animal, restaurante e caixas eletrônicos. Funciona de terça à sábado das 8h30 às 19h30. Um fator positivo para a alta de vendas aos comerciantes é o acesso ao mercado, fica ao lado da antiga estação de Guianases. O aniversário do espaço Leonor Quadros é comemorado no dia 5 de maio e é parte importante das festividades do aniversário do bairro. Foto da entrada principal do Mercadão de Guaianases Programação da festa de aniversário de 152 anos de Guaianases 3 de maio (sextafeira)19h CEU Jambeiro Cerimônia de abertura dos festejos de aniversário do bairro. 4 de maio (sábado) 9h Mercado Municipal “Leonor Quadros” Festa de aniversário de 25 anos do Mercadão 5 de maio (domingo) 14h CEU Lajeado GuaiaSamba 10 de maio (sexta-feira) 19h CEU Jambeiro Show de MPB 11 de maio (sábado) 9h às 17h Praça do mercado municipal Homenagem as mães 17 de maio (sexta-feira) 18h CEU Lajeado Baile com a equipe “The Sound of Power” 18 de maio (sábado) 8h às 12h CEU Jambeiro Seminário “De volta para o futuro” (em def- esa dos direitos da criança e do adolescente) 18 de maio (sábado) 15h Paróquia Santa Quitéria Tarde de Louvor (com várias bandas católicas do bairro) 19 de maio (domingo) 9h às 15h CEU Jambeiro Atividades esportivas (futebol de campo, futsal, skate, capoeira) 24 de maio (sexta-feira) 19h CEU Jambeiro 25 de maio (sábado) 9h CEU Jambeiro Ato Inter-religioso 25 de maio (sábado) 15h Igreja do Evangelho Quadrangular (Guaianases) Louvorzão (com várias bandas gospel do bairro) 26 de maio (domingo) 12h Praça de Eventos Show Transconexão “A rádio Show” 7 cultura Todo Brasileiro é Guaianazes A primeira miscigenação do país ocorreu por conta da tribo Guainás, que dominava uma grande parte do hoje é São Paulo na época Aline Oliveira É muito provável que no D.N.A dos brasileiros haja uma pouco (ou até muito) de Guaianases, isso porque muito provavelmente descenderam dos índios que residiram na região do extremo leste de São Paulo, os Guaianás. A miscigenação na região começou quando um português, João Ramalho, sobreviveu a um naufrágio do seu navio, antes mesmo das expedições portuguesas em terras tupiniquins. Ramalho teve a sorte de naufragar justamente na tribo dos Guainás, que era uma das poucas tribos que não praticavam o canibalismo. E dessa forma, pela primeira vez, índios se relacionaram com o homem branco no Brasil. O português naufragado tinha muitas mulheres índias a sua disposição e possivelmente já era pai de muitas crianças, porém, quando conheceu a filha do cacique, Bartira, se comprometeu e cumpriu com o juramento da tribo que era “Crescei e Multiplicai”, sendo assim os primeiros “mamelucos” (primeira definição para mistura entre branco e índio) nasceram. Mais tarde, os Mamelucos e Por- Músicos da Zona Sul em evento gratuito que tinha como tema a miscigenação de São Paulo. tugueses se juntaram nas expedições adentro do país em busca de riquezas, escravos e terras, ganhando os sertões e tornando-se conhecidos como “caboclos” e “caiçaras”. Os índios de Guainazes eram os mais inteligent es e dominavam praticamente todo o estado de São Paulo. Tibiriçá, o Cacique dos Guaianases, devido a sua importância, está sepultado na cripta da Catedral da Sé. Se todo brasileiro tem um pouquinho de sangue Gauinás, os paulistanos então devem ter muito mais. Então, em linhas gerais, não importa o bairro que se veio, até mesmo aqueles que moram no Morumbi são Guainazes, uma vez que até a palavra Morumbi é indígena e significa “Morro” ou “Colina Verde” em Tupi. Mais Cores, por favor Guaianases deve se tornar uma galeria de arte em céu aberto Thamara Bogolenta I niciado em 2012, o projeto ‘’viva o centro Guaianases’’ idealizado pela subprefeitura, já apresenta resultados fervorosos. A ideia era fazer do bairro de Guaianases mais apresentável e colorido, deixando de lado o aspecto gritante de periferia e fazendo com que a população sentisse prazer em andar por aquelas calçadas. Em menos de um ano do inicio do projeto, a fachada do Mercado Municipal Leonor Quadros já foi restaurada e de presente ganhou um novo jardim, a cor ‘’cinza ferrugem’’ deu lugar ao laranja vivo no corrimão da passarela que também recebeu iluminação 8 nova, tudo para que o primeiro CAT (Centro De Apoio ao Trabalho) fosse instalado em grande estilo. O movimento por uma ‘’galeria de arte em céu aberto’’como foi definido pela própria subprefeitura, contou com a participação de grafiteiros e paisagistas da região e tem a finalização prevista para 2013. Artista fazem de muros, telas para suas obras. Foto tirada de passarela após projeto de colorir Guaianases. COTIDIANO De iniciativa popular, é criado Conselho Popular de Guaianases Conselho popular vai estimular participação popular na política municipal Laio araújo O Conselho de Desenvolvimento Social (CDS) de Guaianases teve sua primeira reunião de criação esse sábado, 08/06. Previsto no plano de metas do prefeito Fernando Haddad, o conselho deve ser criado em todas as 32 subprefeituras da cidade. O encontro realizado no CEU Jambeiro, definiu as diretrizes do funcionamento do conselho. Segundo consta no plano, o “Objetivo 20”, que visa “Promover a participação e o controle social na administração pública municipal” a meta 94 diz: “Criar o conselho de desenvolvimento econômico e Social e mais 6 conselhos temáticos”. O conselho vem sendo criado pelo líder comunitário de Waldir Gomes, afim de dar maior respaldo judicíal para as reuniões de iniciativa popular, que muitas vezes convida governistas, no entanto não há respaldo. Fixando judicialmente o conselho e tendo maior poder, o grupo poderá intimar até o prefeito para as discussões a respeito dos problemas relativos à Guaianases. Segundo Waldir, o objetivo primeiro do CDS é “contribuir decisivamente na mudança da escala e qualidade da participação social na cidade, em temas fundamentais como a revisão do plano diretor e a elaboração das diretrizes orçamentárias municipais. A nossa preocupação é justamente a criação do conselho popular para chamar a sociedade civil que esta desestimulada”. Além disso, Waldir é representante de Guaianases na proposta de revisão do Plano Diretor, que é o instrumento municipal que define as diretrizes para o desenvolvimento social nos próximos anos. Proposta constante na campanha eleitoral do prefeito eleito Fernando Haddad, a revisão do plano é uma realidade ainda distante, pois as discussões pouco avançaram até agora. Acima, Wladir Gomes, líder comunitário que criou o conselho Bibliotecas de Guaianases As grandes bibliotecas do bairro que ajudam a desenvolver a cultura e disponibilizam milhares de exemplares para a população ALINE OLIVEIRA O bairro de Guaianazes conta com três bibliotecas. A mais antiga delas é a Biblioteca Infanto-juvenil Cora-Coralina, espaço foi inaugurado em 1966 e recebeu esse nome devido a uma homenagem à poetisa goiana nascida em 1889. Seu acervo conta com mais de 44 mil exemplares entre livros, revistas, jornais e revista. A biblioteca também realiza eventos culturais focados no teatro e literatura, com oficinas e encontros semanais para a população. O espaço também conta com um telecen- tro, que é dedicado a formação da população local. O acesso a Cora-Coralina é fácil, pois sua localização se encontra alguns quarteirões após a estação de trem. Outra biblioteca, que já é mais recente no bairro, é a Biblioteca Jamil Almansur Haddad. A inauguração do espaço aconteceu no ano de 1991 devido a diversas reivindicações da União Feminina de Guaianases, que recebeu apoio de toda comunidade. Recebeu este nome em homenagem ao medico e poeta, nascido em São Paulo no ano de 1914. Conta, atual- mente, com aproximadamente 20 mil exemplares, constituídos por livros, jornais e revistas, e um telecentro. A última biblioteca de Guaianases, a Biblioteca + Feliz, é na verdade um projeto apoiado pelo Catraca Livre e consiste na distribuição gratuita de livros para os moradores do bairro em prol do desenvolvimento cultural. Os livros são doados por organizações não governamentais (ONGS) e por qualquer pessoa que queira doa-los. Para solicitar ou doar um livro, basta se cadastrar no site e aguardar o retorno. Esse é mais um dos projetos do Catraca Livre que ajudam a desenvolver a cultura em baixos periféricos. 9 cotidiano Greve causa caos entre Guaianases e Estudantes Muitos passageiros pegos de surpresa não conseguiram ir para o trabalho Laio araújo N essa quinta-feira, 13/05, teve início a já prorrogada durante duas vezes, greve dos ferroviários. Os passageiros das linhas afetadas tiveram grandes problemas, principalmente entre as estações Guaianases e Estudantes da CPTM. Dentre as linhas afetadas estão 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi), 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú), integralmente fechadas, e 11-Coral (Luz-Guaiaianzes-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) parcialmente fechadas. Foram destacados ônibus da PAESE para tentar atender a demanda do horário de pico, no entanto eles não foram capazes disso, e o tumulto nas estações tomaram forma. Centenas de pessoas aglomeram-se nas plataformas, pois muitos deles foram pegos de surpresa com a greve. A greve teve início após a nova rejeição do aumento salarial proposto pela CPTM, em volta de 8,56%. Em nota, A CPTM deu explicações, e disse que “considera irresponsável a decisão do Sindicato dos Trabalhadores da Zona Sorocabana, representante dos empregados das linhas, e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central”. O texto ainda diz que haverá uma punição judicial para cada dia de greve, avaliando uma multa de 100 mil reais para cada dia de paralisação, que deve ser revertida para hospitais públicos. A próxima audiência entre o poder público e os sindicados deve ocorrer no TRT no dia 19/06, às 13h30. O sindicado, por meio de seu site, desculpou-se com os usuários e disse ter feito os maiores esforços para evitar o último recurso que foi a greve. Greve causa filas quilométricas de passageiros que aguardam ônibus A trajetória da Estação de Guaianases Conheça a história da estação de trem do bairro, que hoje em dia, deixa os moradores orgulhosos Alex alacantara A berta em 1875, como Lajeado, pela E. F. do Norte. Nos anos 30, o nome foi alterado para Carvalho de Araújo, homenageando um diretor da Central, João Carvalho de Araújo. O nome de Carvalho de Araújo teria sido alterado para Guaianazes em novembro de 1943. Há relatos sobre três ramais que saíam da estação em tempos remotos: um deles seguia até a localidade de Santa Etelvina, conhecido como bondinho da Grota Funda e funcionou entre os anos 10 de 1919 e 1945; o outro ramal levava para uma pedreira; o terceiro era um pequeno desvio onde os trens de gado entravam para a inspeção sanitária dos animais e também para a higienização dos vagões. E m 1982, um novo prédio foi entregue para a estação. Ela substituía o prédio anterior, construído em 1925. Finalmente, com a entrada em funcionamento do trem expresso da CPTM, em 2000, a estação de 18 anos foi desativada. Alguns metros antes, constru- iu-se a estação de Guaianazes-nova e a velha foi desativada no mesmo dia. Guaianazes-nova foi construída pela Cia. do Metrô de São Paulo, no molde das suas estações atuais, mas para ser operada pela CPTM, na variante pela qual passa o seu trem expresso. A antiga estação de Guaianases economia Polo Industrial da Zona Leste promete geração de empregos Polo deve impactar a infraestrutura e o comercio de Guaianases, além da geração de empregos em massa Laio araújo O projeto do Programa de Desenvolvimento Econômico para a Zona Leste da Prefeitura de São Paulo deve impactar a infraestrutura e o comercio de Guaianases, além da geração de empregos em massa. Hoje, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano de São Paulo, o desemprego no distrito de Guaianases chega a 24,95%. Aprovada em dezembro de 2007, a lei 14.654 prevê um programa de isenções fiscais para as empresas que instalarem-se no polo, aplicados da seguinte forma: 40% de abatimento em favor de investimentos destinados a atividades comerciais; 60% em favor de investimentos sobre atividades industriais ou prestação de serviços. Além disso, haverá a redução pela metade do IPTU e do ISS. O Polo Industrial vira acompanhado do Polo Institucional Itaquera, uma grande estrutura que receberá escolas técnicas, uma base de policiamento e dos bombeiros, um centro cultural, entre outros. Para a prefeitura de São Paulo os principais objetivos do projeto são infraestrutura empresarial, capacitação de mão de obra e inovação tecnológica. O primeiro a se beneficiar do projeto foi o S.C. Corinthians Paulista, que iniciou as obras do seu estádio para a copa do mundo nesta área. Para o restante das construções previstas, falta somente à publicação do edital da prefeitura, ainda sem data prevista. O crescimento do bairro de Guaianases Camila Poklen G uaianases viveu, nos últimos anos, um constante desenvolvimento urbano, cultural e econômico. O bairro está situado no extremo leste de são Paulo. Foi originado da tribo indígena, de onde vem o seu nome. A partir da segunda década do século XX a região começou a receber um grande número de imigrantes nordestinos, que representariam parte significativa da população local. Os moradores passaram a desempenhar várias tarefas em beneficio à cidade que crescia em ritmo frenético. Não é fácil traçar um paralelo com outras regiões da cidade, Guainases possui, em todos os sentidos, porte superior a muitas distrito tem sido alvo de constantes lancidades do estado de São Paulo e brasileiras. çamentos. A Prefeitura de São Paulo diz O bairro possui duas bibliotecas mu- investir para a região ficar ainda melhor. nicipais, a Biblioteca Cora Carolina e a Biblioteca Jamil Almansur Haddad. O distrito conta com o CEU Jambeiro que possui quadras poliesportivas, campos de futebol e piscinas, além de telecentro. O CEU se transforma em um clube nos finais de semana e oferece ainda uma extensa programação cultural, com filmes, shows de música, teatro e campanhas de saúde voltadas à comunidade. Alguns passos em torno dessa Guaianases, na década de 50 modernização já foram dados, afinal, o 11 PROGRAMAÇÃO CEU JAMBEIRO 12 PROGRAMAÇÃO CEU JAMBEIRO 13 Guaianases à Vista “Não importa a religião, a causa é a mesma”. Moradora Victória Lemes, sobre a ajuda que as igrejas dão aos necessitados. “O troféu é apenas um símbolo da luta pelo objetivo” - Foto do troféu da Adriana Silva, vencedora do programa “A Chef do Bairro” 14 “Guaianases é tudo para mim, aqui tem tudo! Motivo para chorar temos de monte, mas para sorrir é apenas um, então se apegue a esse motivo e sorria” - Adriana Silva, sobre o bairro de Guaianases e sua vida. Assim como em qualquer outro bairro, Guaianases tem seus problemas, mas é um lugar rico em cultura e história que deve ser exaltado e honorificado. 15