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ASSOCIAÇÃO TERRA INDÍGENA XINGU PROJETOS DEMONSTRATIVOS DOS POVOS INDÍGENAS - PDPI Projeto Resgate Cultural da Cestaria e Tecelagem Kaiabi no Parque Indígena do Xingu E na Terra Indígena Kayabi – Aldeia Kururuzinho Ere kwa te taity opoo? Você sabe fazer rede? O LIVRO DA TECELAGEM KAIABI Canarana Abril de 2007 Ere kwa te taity opoo? Você sabe fazer rede? O LIVRO DA TECELAGEM KAIABI Direitos Autorais- ©Povo Kaiabi, representado pela Associação Terra Indígena Xingu – ATIX e Associação Tapawiá – Aldeia Tuiararé. Projeto Kaiabi Araa – “Resgate Cultural da Cestaria e da Tecelagem Kaiabi no Parque Indígena do Xingu – MT e Terra Indígena Kayabi – PA, aldeia Kururuzinho”. Coordenação do projeto: Professor Aturi Kaiabi, Cacique da Aldeia Tuiararé e Mytang Kaiabi – Coordenadora do trabalho das mulheres. Professoras de tecelagem e orientadoras mulheres: Juaruu Kaiabi, Kapé Kaiabi, Kujãe‟em Kaiabi, Kujãiat Kaiabi, Kujãrop Kaiabi, Kwaryp Kaiabi, Maru Kaiabi, Maíra Kaiabi, More Kaiabi, Mytang Kaiabi, Rypo Kaiabi, Rywete Kaiabi, Rywi Kaiabi, Wisio Kaiabi, Zulmira Kaiabi. Alunas de tecelagem: Parque do Xingu -Ami‟a Kaiabi, Aruata Kaiabi, Aruê Kaiabi, Aru‟i Kaiabi, Aruti Kaiabi, Ee‟em Kaiabi, Ereajup Kaiabi, Ere‟i Kaiabi, Eteuu Kaiabi, Heloísa Kaiabi, Irũgatu Kaiabi, Jakap Kaiabi, Jaupi Kaiabi, Jepooi Kaiabi, Kanatã Kaiabi, Katu Kaiabi, Kujã Esage Kaiabi, Kujãiro Kaiabi, Kujãkatu Kaiabi, Kujãrop Kaiabi, Kwaryp Kaiabi, Maria Kaiabi, Morajup Kaiabi, More Kaiabi, Morea‟at Kaiabi, Moreaju Kaiabi, Morete Kaiabi, Nareajup Kaiabi, Poit Kaiabi, Reaju Kaiabi, Reakatu Kaiabi, Ry‟wi Kaiabi, Rytee Kaiabi, Rywapo Kaiabi, Rywete Kaiabi, Tamekatu Kaiabi. Aldeia Kururuzinho – Rio Teles Pires - Jatuajup (Rebeca) Kaiabi, Leidiane Kaiabi, Lucimar Kaiabi, Morea‟i (Valdete) Kaiabi, Morejup Kaiabi, Morejuwi (Aldenira) Kaiabi, Morete (Claudinéia) Kaiabi, Reajup (Miriam) Kaiabi, Rearejup (Leoneide) Kaiabi, Rywesage Kaiabi, Suzana Kaiabi e Vera Lúcia Kaiabi. Professores, alunos e agentes de manejo de recursos naturais participantes na elaboração do livro: Aturi Kaiabi, Awasiuu Kaiabi, Awatat Kaiabi, Eroit Kaiabi, Iwã Kaiabi, Jamanary Kaiabi, Janin Kaiabi, Jarí Kaiabi, Jawakatu Kaiabi, Jawarete Kaiabi, Jawutari Kaiabi, Jemy Kaiabi, Jewyt Kaiabi, Juporajup Kaiabi, Juruky‟a Kaiabi, Kamilita Kaiabi, Kaku Junior Kaiabi Namikwara, Katuryp Kaiabi, Kwa‟ywu (Osmar) Kaiabi, Kwaryp Kaiabi, Mairasing Kaiabi, Matarekatu Kaiabi, Matari Kaiabi, Maure Kaiabi, Moraiup Kaiabi, Morea‟at Kaiabi, Muap Kaiabi, Myauiup Kaiabi, Purũajup Kaiabi, Pa‟at Kaiabi, Pikuruk Kaiabi, Pirapy Kaiabi, Sirakup Kaiabi, Sirawejup Kaiabi, Sirawan Kaiabi, Tamakari Kaiabi, Tangeakatu Kaiabi, Tare‟i Kaiabi, Tarupi Kaiabi, Thizil Kaiabi, Tymakari Kaiabi, Wyrakatu Kaiabi, Wyrawat Kaiabi. Aldeias: Tuiarare, Kwaruja, Capivara, Kururu, Samaúma, 3 irmãos, Ilha Grande, Barranco Alto, Kururuzinho (Pará, Rio Teles Pires), Muitará e PIV Manito. Assessoria, pesquisa em museus, organização e editoração eletrônica do livro: Simone Ferreira de Athayde – Universidade da Flórida/ Pesquisadora Associada – Instituto Socioambiental (ISA). Colaboração: Angelise Nadal Pimenta, Kátia Yukari Ono, Geraldo Mosimann da Silva, Paulo Pedroso Junqueira e Paula Mendonça de Menezes – Programa Xingu – Instituto Socioambiental. Realização: Associação Terra Indígena Xingu – ATIX Diretoria: Makupá Kaiabi - Presidente Alupá Kaiabi – Vice-Presidente Tariaiup Kaiabi – Diretor Administrativo Ianukulá Kaiabi Suyá – Diretor de Projetos Tani Kaiabi – Secretário Mayuri Kaiabi – Assistente Apoio financeiro: Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas – PDPI Apoio à pesquisa e elaboração do livro: Instituto Socioambiental – ISA www.socioambiental.org Fundação Rainforest da Noruega Museu das Culturas – Basiléia – Suíça Museu de Etnologia de Berlin – Alemanha Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – MAE/USP Museu Nacional do Rio de Janeiro Universidade da Flórida – Centro de Estudos Latino Americanos Fotografias: Simone Ferreira de Athayde, Geraldo Mosimann da Silva e Patrícia Di Philipi. Contato: Associação Terra Indígena Xingu – ATIX Av. Mato Grosso, 607. 78640-000, Canarana, MT. Fone: (66)3478-1948 e-mail: [email protected]; [email protected] © Povo Kaiabi - Proibida a reprodução parcial ou total do conteúdo deste livro sem consulta prévia e autorização do Povo Kaiabi, representado juridicamente pele Associação Terra Indígena Xingu. Parque Indígena do Xingu e Canarana Abril de 2007 APRESENTAÇÃO O Projeto Kaiabi Araa, que tem por objetivo revitalizar o conhecimento da cestaria e da tecelagem entre os Kaiabi do Xingu e os Kaiabi do Pará, iniciou-se em 2004 por iniciativa do Professor Aturi Kaiabi, através da Associação terra Indígena Xingu, com apoio do PDPI (Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas). Através deste projeto, foram realizadas várias oficinas práticas de cestaria e tecelagem nas aldeias Kururuzinho (Pará) e Tuiararé (Parque do Xingu), com participação de homens e mulheres. Neste primeiro livro da tecelagem Kaiabi, foram reunidos textos e desenhos produzidos pelos alunos, alunas, professores e professoras Kaiabi durante a oficina de materiais didáticos do Projeto Kaiabi Araa realizada na Aldeia Tuiararé em agosto de 2006. Também foram incluídas fotografias dos desenhos gráficos representados nas redes, bolsas e tipóias produzidas pelas mulheres Kaiabi que foram copiados das peneiras feitas pelos homens. Esta é ainda uma versão preliminar, a ser revisada, corrigida e complementada. Esperamos que este livro sirva de apoio, incentivo e inspiração ao bonito trabalho de tecelagem feito pelas mulheres Kaiabi. SUMÁRIO A HISTÓRIA DA TECELAGEM KAIABI 01 NO PARQUE DO XINGU ÍTENS DA TECELAGEM KAIABI 16 TUPAAM – CORDA 16 AWANIFUAM – TOUCA DE PENAS 17 E‟YM – FUSO 18 KWAFAAP – CINTO 19 TAITY – REDE 20 TAITY RETE – REDE VERDADEIRA 21 TAITY RETYKAP – TEAR DE MADEIRA 22 TAITY PYPYKAP – PENTE PARA TECELAGEM 23 TEPYRũ – BOLSA 24 TUPAI – TIPÓIA PARA CARREGAR CRIANÇA 25 Levantamento dos ítens da tecelagem Kaiabi 26 ETAPAS DE CONFECÇÃO DA REDE 27 1. COLHER O ALGODÃO 27 2. FIAR O ALGODÃO 28 3. PREPARAR OS NOVELOS 29 4. COLOCAR OS FIOS NO TEAR 30 5. TECER 31 Etapas de confecção da tecelagem Kaiabi 32 OS DESENHOS DE PENEIRA FEITOS NA TECELAGEM 33 1- Awasiayj 33 2- Ipirien, Jarukang 34 3- Awarapypot 35 4- Jowiterian 36 5- Kwasiapiayj 37 6- Kururu‟i 38 7- Pirapekũ 39 8- Kwasiarapat 40 9- Yogajurat 41 10- 42 Sem nome 1 A HISTÓRIA DA TECELAGEM KAIABI NO PARQUE DO XINGU Texto: Professor Awasiuu Kaiabi, a partir de entrevista realizada em 24/06/2006 na Aldeia Tuiararé com as mulheres: Mytang Kaiabi, Wisió Kaiabi, Zulmira Kaiabi, More Kaiabi e Kape Kaiabi. Antigamente, o povo Kaiabi fazia a rede muito diferente, não existiam os desenhos na rede como hoje. A armação da rede era feita com duas varas fincadas no solo, os fios eram colocados diretamente na armação. A tecelagem era certamente diferente da de hoje, não havia rede colorida e também não havia outros modelos de tecelagem como bolsas e cinto. Com o tempo, as mulheres Kaiabi foram vendo o trabalho que os homens fazem na peneira. Como por exemplo: peneira desenhada, as mulheres Kaiabi copiaram os desenhos da peneira que são feitos pelos homens. Daí as mulheres começaram a fazer rede desenhada. Antes de iniciar o processo de fazer rede desenhada, alguns homens iniciaram para as mulheres deles, assim elas foram aprendendo conforme o processo tradicional de aprendizagem: observando e copiando. Elas foram observando o desenho de todos os tipos de peneira, porque acharam as figuras muito bonitas. Além disso, viram outros povos fazendo a rede desenhada, as mulheres do povo Yudja faziam a rede desenhada. Então as mulheres Kaiabi foram aprendendo com as mulheres Yudja as técnicas de fazer a rede desenhada, mas com o tempo as Kaiabi foram usando seus próprios desenhos das peneiras. As mulheres aprendem observando, olhando o que as outras fazem, assim o 2 conhecimento vai passando entre as gerações. Os desenhos que são feitos na rede atualmente são: Awasiaỹj, Awarapypot, Kwasiarapia'ĩ, Kururu'i, Jawosiape, Mojwi e Jarukang. Temos alguns cuidados para fazer os desenhos das peneiras. Quando fazemos Taanga wakan ou Inimoeta na rede pode fazer mal, pode até levar à morte. Aliás, pode até fazer mal para nossas famílias. Então, qualquer pessoa não pode fazer esse desenho. Primeiro tem que aprender outros tipos de desenho como Awasiaỹj, Awarapypot, Kwasiarapia' ĩ e outros. Por último pode fazer Taanga wakan e inimoeta. Assim não nos esquecemos de outros desenhos que aprendemos anteriormente. Se os homens fizerem Taanga wakan e inimoeta primeiro, aí nunca vão aprender outras figuras das peneiras. A rede desenhada é mais bonita e chama mais a atenção das pessoas, além de ser uma forma de resgatar a cultura do povo Kaiabi: Antigamente não existia a rede desenhada mas atualmente existe, então é importante ter a rede desenhada, para que no futuro esse conhecimento possa ser transmitido para as próximas gerações. Para o Povo Kaiabi não perder os tipos de desenho da peneira que existiam antigamente. Os tipos de algodão que são utilizados pelos Kaiabi geralmente são 3: Awiwytang, Awising e Amyneju apimoko. Antes já existia o algodão awising, mas atualmente existem dois tipos como amyneju apimoko e awiwytang. O algodão que existe agora é awiwytang, ele foi pego dos brancos. Alguns Kaiabi plantam algodão nas suas roças. Em algumas roças ainda podemos encontrar os 3 tipos de algodão, como por exemplo na Aldeia 3 Kwaruja. Para plantar o algodão, as mulheres e os homens ajudam a plantar, da mesma forma que para colher as mulheres e homens trabalham juntos. O homem também prepara o maiaco, um tipo de cesto usado para carregar o algodão que é colhido na roça. O plantio do algodão é feito na época de outubro para ter bom crescimento, para colher no mês de agosto. Para fazer uma rede de casal pode colher um maiaco cheio ou então um saco de algodão. Com esse saco de algodão, a mulher faz uma bola grande. O algodão está correndo risco de extinção, porque antigamente todas as mulheres fiavam e plantavam o algodão, mas a partir de agora está correndo risco de extinção. Somente alguns Kaiabi que tem o algodão. Acho que é muito importante manter a semente do algodão para continuar fazendo a rede tradicional de nosso povo Kaiabi. Antigamente nós não dormíamos no chão, então porque deixar nosso algodão? Além disso, é muito triste se agente deixar de produzir. É uma preocupação muito grande das mulheres em relação ao algodão que está diminuindo. Temos alguns cuidados antes de plantar algodão: não podemos comer bolo de mutap e nem podemos passar pena por cima do tear porque assim a rede fica estreita. Quando a mulher termina a rede não pode lavar logo, senão pode causar problema para os familiares, tem que deixar algum tempo antes de lavar. Além disso, quando aquela pessoa que fez a rede faleceu, não pode usar a rede de falecido: pode queimar a rede ou então colocar dentro do túmulo. Também é perigoso se a pessoa colocar 4 crianças na rede de outra pessoa, isso pode causar um acidente. Para construir uma rede tradicional leva 2 a 4 meses para terminar. Quanto mais gente ajudando, é mais rápido para construir, mas quando a mulher tem outro serviço, ele leva mais tempo para terminar a rede. O algodão vem de origem da Kupeirup, a mãe das plantas da roça dos Kaiabi. Então, na história da Kupeirup, cada parte do corpo dela foi se transformando em um produto da roça. O algodão vem da parte do miolo do cérebro da Kupeirup. Roteiro para Entrevista 1. COMO ERA FEITA A REDE KAIABI ANTIGAMENTE? VOCÊ CHEGOU A CONHECER A REDE TRADICIONAL DO POVO KAIABI? 2. COMO FOI QUE AS MULHERES KAIABI APRENDERAM A FAZER A REDE DESENHADA? 3. QUAIS SÃO OS DESENHOS FEITOS NAS REDES DESENHADAS? 4. COMO É O APRENDIZADO DA REDE? 5. QUAL A IMPORTÂNCIA DA REDE DESENHADA? 6. QUAIS OS TIPOS DE ALGODÃO CULTIVADOS NO XINGU? 7. QUEM PODE PLANTAR E QUEM PODE COLHER O ALGODÃO? 8. QUAL A HORA CERTA DE PLANTAR E COLHER O ALGODÃO? 9. QUANTO ALGODÃO PRECISA PARA FAZER UMA REDE? 10. EXISTE ALGUM TIPO DE ALGODÃO EM RISCO DE EXTINÇÃO? 11. TEM ALGUNS CUIDADOS NA HORA DE FAZER A REDE OU NA HORA DE FIAR O ALGODÃO? 12. QUANTO TEMPO LEVA PARA FAZER UMA REDE TRADICIONAL, DESDE A COLHEITA DO ALGODÃO ATÉ SUA CONCLUSÃO? 13. EXISTE ALGUMA HISTÓRIA DO ANTIGO SOBRE O ALGODÃO OU A REDE? 5 Amyneju sing Amyneju pytan Yrupem 6 Kwasi da Aldeia Capivara tecendo uma rede tradicional, sem desenho. 7 Novelos de algodão: algodão marrom (amyneju pytang) e algodão branco (amyneju sing). E‟ym Fusos para fiar algodão, Aldeia Capivara. 8 Rede do tipo simples com algodão branco, marrom e linha colorida da cidade. Aldeia Capivara. 9 Rede com desenho simples, e algodão marrom misturado com linha da cidade, Aldeia Capivara. 10 Osmar ensinando as alunas da Aldeia Kururuzinho a passar o desenho de peneira para a tipóia durante a oficina do Projeto Kaiabi Araa. Mytang ensinando as alunas da Aldeia Kururuzinho no Rio Teles Pires a fazer rede desenhada. 11 Ensino de jovens na Aldeia Tuiararé durante as oficinas do Projeto Kaiabi Araa. Tipóia desenhada, com desenho Jarukang ou Ipirien. 12 Kujãrop da Aldeia Tuiararé tecendo uma rede desenhada. Aruti e sua filha Tairejua usando uma rede desenhada. 13 More, da Aldeia Tuiararé, passando o desenho de peneira Kururu‟i (sapinho) para uma tipóia. 14 Tipóia com desenho Awasiayj (grão-de-milho). Autora Mytang, Aldeia Tuiararé. Alças de bolsas com desenhos (esquerda para a direita): inimoeta, awasiayj, kwasiarapat, awasiayj, awarapypot, kwasiarapiayj, ipirien ou jarukang (duas últimas). Bolsa feita por Kujãesage da Aldeia Tuiararé, com desenho Kwasiarapiayj. 15 Owapewat fazendo cintos na Aldeia Capivara, 2003. Cintos – Ku‟afaap, Aldeia Capivara. . 16 ITENS DA TECELAGEM KAIABI TUPAAM - CORDA Texto e desenho: Matarekatu Kaiabi Kuima‟e nga ama‟yt upaãmã wopo. Amay‟wa ae kuima‟eramũ opowan wopaamãmũ. 17 AWANIFUAM – TOUCA DE PENAS Texto e desenho: Tamakari Kaiabi Awanifuamã ae amunep marakape opojyramũ. Erojerokypyramũ ae awanifuamã iapoi. Nãnae awanifuamã pa‟rui. 18 E’YM – FUSO Texto e desenho: Tarei Kaiabi Kuima‟e ramũ ae e‟ymã apoi. Yrywa ae wapo eymamũ kujãupe a‟ere amyneju pawana ipywu. 19 KU’AFAAP – CINTO Texto e desenho: Wyrawat Kaiabi Ku‟afaawa kuimaeramũ amunep marakape. 20 TAITY - REDE Texto e desenho: Mairasing Kaiabi Taityretea ae riaitya futat, ae iapawa jau. 21 TAITY RETE – REDE VERDADEIRA Texto e desenho: Thizil Kaiabi Taity jewaga apowa ae seawa jau. 22 TAITY RETYKAP – TEAR DE MADEIRA Kuima‟ea taity retykawa wopo aeupe kujã a‟e ramũ kujã imamana ee. 23 TAITY PYPYKAP PENTE PARA TECELAGEM Texto e desenho: Juporajup Kaiabi „Angamũ taitypypykawa kujã remiparuã. Taityapoawa angamũ angapywu futat kujãa taity pypyngi. 24 TEPYRũ – BOLSA Texto e desenho: Kwaryp Kaiabi Tepyrũa ae repywa mama‟e tyweri reruatawamu. Awamue te ae iparui anga. 25 TUPAI TIPÓIA PARA CARREGAR CRIANÇA Texto e desenho: Pyrejawat Kaiabi Tupaja kujã remiapoa kunumi rupiawa tupaja. 26 LEVANTAMENTO DOS ITENS DA TECELAGEM KAIABI. NOME DO OBJETO -Tupai / Tipóia QUEM FAZ Mulheres RECURSOS NATURAIS USOS Amyneju / Algodão; Mulheres usam para Ywewujyp / Madeira; carregar crianças. Ywit / Embira -Taityrete / Rede de Mulheres Casal Amyneju /Algodão; Para deitar Ywewujup / Madeira; Ywit / Embira -Tepyrũ / Bolsa Mulheres Amyneju / Algodão; Serve para carregar Kawĩ Pywuap / Colher objetos miúdos. de Pau -E'ym Homens Yrip / Siriva; Mulheres usam Jowosipewa Py'Afet / fiar algodão. Casco de Tracajá -Taityjewak desenhadas / Redes Mulheres e Homens Amyneju /Algodão; Para deitar homens e Ywewujup / Madeira; mulheres. Ywit / Embira -Taity Pypykap / Pente Homens para Tecelagem Ypirangi / Madeira Pororogi' yp / madeira -Ku'afaap Mulheres e Homens Amyneju / Algodão; Homens Tapi'ira Pyãpẽmet / festas Unha de Anta; Y'wa Pefet / Casca de Semente de Castanha -Tupaam Homens Ywit / Embira; Ama'yp Usam / Tipo de Embira. rede. -Awanifu'am Touca de penas Homens Wyraap /Penas aves; Amyneju algodão; -Taity Retykap Tear de madeira Homens -Taity Jepẽ Mulher Aepojy para Usam para fazer trama da rede e tipóia. usam para para amarrar de Enfeitar Homens para / as festas. Para tecer rede, tipóia, cinto e bolsa. 27 ETAPAS DE CONFECÇÃO DA REDE 1. COLHER O ALGODÃO Texto e desenho: Morajup Kaiabi Amynejua kyna wapinok ujã. 28 2. FIAR O ALGODÃO Texto e desenho: Kwaryp Kaiabi Amynejua kywã opo nan ujã 29 3. PREPARAR OS NOVELOS Texto e desenho: Moreaat Kaiabi Inimoa kyna u‟ok ujã e‟ymawi. 30 4. COLOCAR O FIO NO TEAR Texto: Dago Wasi Kaiabi Desenho: Wyrawat Kaiabi Awa kujãa taitya wetyk erekau. Naitxi eẽ a‟eramu eẽ amuapau erekau ajeupe. 31 5. TECER Texto e desenho: Sirakup Kaiabi Kujã remia opoa taitya. A‟eramũ iapo pamire kujã iapy mongatyramũ a‟ere ojea ipype. 32 ETAPAS DE CONFECÇÃO DA TECELAGEM KAIABI 1 4 7 2 3 5 6 8 9 Fotos: 1 a 3 - Wisió colhendo o algodão com sua filha, Aldeia Kwaruja. Parque do Xingu. 4 a 6 – Wisió fiando o algodão com o fuso. 7 – Novelos prontos. 8 – Rebeca Kaiabi montando os fios no tear, Aldeia Kururuzinho. 9 – Mulheres tecendo tipóias na Aldeia Tuiararé. Fotografias: Simone Athayde, 2004.
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