Lâminas
Transcrição
Lâminas
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica 07 de março a 23 de maio de 2015 Rio de Janeiro | RJ Catalogação na Fonte E58 Enigmas : uma exposição de Vera Chaves Barcellos = An exhibition of Vera Chaves Barcellos / Fundação Vera Chaves Barcellos. – Rio de Janeiro : Fundação Vera Chaves Barcellos, 2015. 20 p. : il. Edição Bilíngue ISBN: 978-85-64269-09-5 Evento no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica de 07 de março a 23 de maio de 2015. 1. Mostra Fotográfica. 2. Artes. 4. Fotografia. I. An exhibition of Vera Chaves Barcellos. II. Fundação Vera Chaves Barcellos. CDD 770 Bibliotecária Responsável Ginamara Lima Jacques Pinto CRB 10/1204 * Distribuição gratuita, proibida a venda. A partir de uma série de elementos visuais que nos fornecem pistas sobre as questões ontológicas que jamais deixaram de despertar a curiosidade do homem, e fazer avançar o conhecimento científico, Vera Chaves Barcellos (VCB) investiga a natureza humana e, por consequência, a origem da vida. Construída como uma espécie de laboratório, esta instalação composta por imagens, fósseis, pedaços de pele e caixas de sal, lança o público em um universo tão familiar quanto intrigante, confrontando-o com o desconhecido, mas também com o reconhecível. Fotografias de primatas contemplativos, aparentemente confortáveis em suas celas num zoológico, produzem um incômodo sentimento de empatia com esta espécie ancestral tão semelhante à nossa a ponto de recuperarmos, ainda que inadvertidamente, a noção de sermos todos animais - muito embora sejamos dotados de uma inteligência rara e transcendente. A faculdade de pensar, que, em tese, nos permitiria compreender a complexidade do mundo e das coisas de maneira holística, aparta a humanidade dos demais seres vivos, gerando, entre cultura e natureza, uma cisão entre cultura e natureza absolutamente deletéria à manutenção da vida neste planeta; cisão esta que consiste em uma das principais questões a se impor à agenda contemporânea na era do antropoceno, quando o homem impacta o ecossistema de forma tão dramática ao ponto de rivalizar com as sucessivas mudanças de ordem natural e geológica ocorridas em nosso passado remoto. Se a tipologia de peles de vison (caçados, abatidos?) dispostas na parede concorre com os resíduos de sal que formam um alfabeto grego nas caixas dispostas pelo chão – aludindo, assim, não só à selvageria de nossa relação com o reino animal, mas também à esfera do conhecimento acumulado ao longo da história –, é a imagem de uma primata, vestindo véu e grinalda, que sintetiza a condição humana. Somos os mesmos, mas também somos o outro. A relação com a alteridade segue profundamente mal resolvida em nossa espécie, em que pese nosso esforço coletivo para superar querelas filosóficas e científicas quanto à essência humana, quanto às faculdades humanistas e quanto a esta centelha criativa, por nós tão celebrada, que nos distingue no cosmos de toda e qualquer forma de vida da qual se tem notícia. A imagem difusa da galáxia M100, registrada pelo telescópio Hubble, e publicada pela Associated Press, nos dá a dimensão do universo vis-à-vis à escala e à estatura humanas. O céu seria o limite? Mas há limites para a engenhosidade humana, tanto na ciência quanto na ficção? Não seriam a vida e a própria ciência formas de ficção? Representamos o mundo e, apenas assim, dele depreendemos sentido. Somente deste modo fomos capazes de articular a linguagem, ela própria um instrumento de limitado alcance face à complexidade de um universo que opera sobre bases de naturezas tão diversas quanto complementares. Ora, se a linguagem verbal ou escrita – fundada pela razão – se estrutura por meio de um código encarcerado em sua dinâmica própria, quais as chances de compreendermos os fenômenos que escapam a esta lógica, ou que se dão de maneira intuitiva, sob o signo da diferença, da experiência e da especulação sensível, não raro refratárias ao pensamento racional? Em seu processo de criação intuitivo, VCB parece ignorar a busca pela resposta última, pelo elo perdido, assim descartando o evolucionismo, o misticismo e quaisquer dogmas para nos demandar, ontologicamente, sempre a partir da linguagem, que coisa é essa que chamamos arte? *** Thinking... As experience, it's on the fence between feeling and knowing. As philosophical category, it's ontological and epistemological. As goal-oriented thing, it's practical and theoretical. As time, it's a flash and slow sedimentation. As a concern, it happens between Object and Subject. 2-for-1. *** Pensar... Como experiência, está na divisa entre sentir e saber. Como categoria filosófica, é ontológico e epistemológico. Como algo orientado a um propósito, é prático e é teórico. Como tempo, é lampejo e lenta sedimentação. Como preocupação, acontece entre o Objeto e o Sujeito. 2 para 1. Thinking About It. DEMEUSE, Sarah, MOSCOSO, Manuela. Ed. Rivet. Archive News, 2014. *** Em Enigmas, VCB distribui pela galeria diversos elementos visuais, vestígios do mundo – muitos deles, em sua origem, tão somente objetos, não propriamente arte, ainda... –, os quais, em seu conjunto, ao coabitarem o mesmo tempo e espaço, ativam-se mutuamente mediante a agência do pensamento humano. Não se trata aqui de apresentar uma obra de arte acabada, encerrada em seu sentido original, destinada a repercutir na posteridade, engendrando os mesmos pensamentos que moveram a artista, no passado, a reunir fósseis, peles, imagens e textos.* Ao contrário, frustrando as expectativas de quem busca respostas ou mesmo conhecimento sedimentado, estanque, esta obra está, permanentemente, a promover novos agenciamentos, estimulando o público a posicionar-se ética, física e afetivamente no torvelinho de experiências passadas e presentes, recombinando ideias e, possivelmente, estruturando futuras redes de conhecimento a partir de uma matriz em perpétua mutação (desde que sempre acionada pelo pensamento). O ato de pensar, aqui, funciona como ação, como confronto entre o sujeito e o objeto, entre a experiência concreta e a imaterialidade da razão. Já o pensamento articulado no pretérito – aquele que fora constituído a partir de experiências anteriores –, serve tão somente ao propósito de catalizar novas ideias e informações, as quais sempre emergem quando estamos diante de renovado contexto ou circunstância. Enigmas demanda crítica e torna o ato de pensar um instrumento para a formulação de novos cenários semânticos e afetivos. Ao desafiar nossas percepções da história, da ciência e mesmo da arte, a obra nos leva a superar antigos dogmas, transformando nosso pensamento à medida que nos deslocamos no tempo e no espaço. Bernardo José de Souza Curador * Esta instalação foi exibida pela primeira vez em 1996. E, nesta nova montagem (2015), a artista decidiu incorporar um novo elemento à obra: fósseis de animais aquáticos. From a series of visual elements that provide us with female primate wearing a bridal headpiece that clues to ontological questions which have never ceased summarizes human condition. We are the same, but we to arouse human curiosity and impel scientific are also the other. knowledge, Vera Chaves Barcellos investigates human The relationship with otherness remains deeply nature and, therefore, the origins of life. Built as a sort of unresolved within our species, despite our collective laboratory, this installation composed of images, fossils, efforts to overcome scientific and philosophic quarrels pieces of skin and salt boxes draws the audience into a about human essence, human faculties, and also about universe both familiar and intriguing, confronting us this much vaunted creative spark, which distinguishes with the unknown, but also with the recognizable. us, within the Cosmos, from all known life forms. Photographs of contemplative primates, apparently The blurred image of the M100 Galaxy, captured by at ease inside their cages at the Zoo, create an uncom- the Hubble Telescope, and published by Associated fortable feeling of empathy with this ancient species, Press, allow us to see, vis-à-vis, not only the extent of the whose similarity to ours makes us regain, albeit Universe, but also the scale and status of mankind. Is the inadvertently, the notion of ourselves as animals – sky the limit? Are there limits to human ingenuity, in gifted, nonetheless, with rare and transcendent science as well as in fiction? Can it be that science itself, intelligence. However, the faculty of thought which, and life, are types of fiction? theoretically, allows us to understand the complexity of We represent the world and, only in this way, we can the world and things in a holistic manner, separates surmise its meaning. Only in this way we have been humankind from the rest of the living beings, creating a capable of articulating language, itself an instrument of gap between culture and nature that is entirely harmful limited scope in the face of a complex Universe which to the maintenance of life; this separation is one of the works based on principles as diverse as they are main issues to be included in the contemporary agenda complementary. Now, if language – be it oral or written in this Anthropocenic era, when mankind impacts the – founded on reason – builds itself by means of a code ecosystem in such a dramatic way, to the point of imprisoned in its own dynamics, what are the odds that rivaling the continuous climatic and geological changes we will be capable of understanding the phenomena of our distant past. which elude that order, or occur intuitively, under the If the typology of the mink furs (hunted, slaugh- sign of difference, of experience and sensitive tered?) arranged on the wall concurs with the salt speculation, not uncommonly refractory to rational residues that form the Greek alphabet in the boxes thought? arranged on the floor, alluding, thus, not only to the With her intuitive creative process, Vera Chaves savagery of our relationship with the animal kingdom, Barcellos seem to ignore the search for the ultimate but also to the sphere of knowledge accumulated answer, for the missing link, dismissing both evolution throughout history, it is, however, the image of a theory and mysticism in order to ask us ontologically, always from the standpoint of language: What is this seated, static knowledge, this work constantly thing we call Art? promotes new agencies, encouraging the audience to *** Thinking... As experience, it's on the fence between feeling and knowing. As philosophical category, it's ontological and epistemological. As goal-oriented thing, it's practical and theoretical. As time, it's a flash and slow sedimentation. As a concern, it happens between Object and Subject. 2-for-1. take an ethical, physical and emotional stance within the whirlwind of past and present experiences, recombining ideas and, possibly, establishing new networks of knowledge based on a perpetually mutating matrix (provided that it is always moved by thought). Here the act of thinking works as action, as a confrontation between subject and object, between concrete experience and the immateriality of reason. Now, the thought articulated in the past – built upon earlier experiences – merely serves the purpose of Thinking About It. DEMEUSE, Sarah, MOSCOSO, Manuela. Ed. Rivet. Archive News, 2014. *** catalyzing new ideas and information which always arise when we find ourselves before renewed contexts or circumstances. In Enigmas, VCB places several visual elements in the Enigmas requires critical thought and turns the act of space of the gallery, vestiges of the world – many of thinking into an instrument for the creation of new them simple objects, originally. Not real Art, and yet… semantic and affective scenarios. By challenging our These objects together, inhabiting the same time and perceptions of History, Science and even Art, this work space, activate one other through the agency of human enables us to overcome old dogmas, transforming our thought. The intention is not to present a finished work thoughts as we move within time and space. of art, enclosed within its original meaning, meant to have future repercussions, engendering the same Bernardo José de Souza thoughts that spurred the artist, in the past, to put Curator together fossils, furs, image and text*. * This installation was exhibited for the first time in 1996. To this new assembling, (2015), the artist has decided to include a new element: fossils of aquatic animals. On the contrary, by frustrating the expectations of those who seek answers, or the same kind of deep- En......as - problemas que, segundo a literatura filosófica do século XIX, são considerados insolúveis, e destinados a não ter resposta. Segundo o filósofo alemão Emile Du-Bois Reymond, entre os denominados enigmas do mundo enumeram-se os seguintes: - A origem da matéria e da força - A origem da vida - A ordem finalista da natureza - O nascimento da sensibilidade e da consciência - O surgir do pensamento racional e da linguagem - A liberdade da vontade* Enigmas é uma obra que, tal como outras de minhas instalações, foi feita a partir de imagens fotográficas de uma origem totalmente circunstancial. Surge, pois, de três fotografias de alguns primatas do Zoo de Barcelona que, manipuladas em laboratório, conformaram as três imagens principais da instalação. Em cada uma delas se propõe um conceito: o olhar ou a atenção, a mão ou o gesto, a reflexão ou o pensamento. Este ponto de partida se desenvolve em outros elementos que completam a exposição: - Uma foto de jornal do telescópio Hubble, que nos amplia o olhar a uma escala galáctica, nos permite um salto no tempo. Futuro e passado; alta tecnologia e a origem remota de nosso universo. - Uma sequência de caixas de luz que contêm letras de um alfabeto clássico, modeladas em sal. - Uma série de “sudários” ou de pequenas telas pintadas em cores pastel, sobre as quais são colados fragmentos de pele de vison. É a mutilação da mutilação, espécie de perversidade anulada. - E, por último, a imagem da noiva primata. Talvez seja esta a figura que justifica o nome da exposição, pois sua intrínseca ambiguidade encerra também a referência ao retrato na história arte, uma alusão duchampiana, e a evocação do matrimônio animal/homem com a cultura. O trabalho, originalmente criado em 1996, e mostrado pela primeira vez na Galeria Artual, em Barcelona, possui, em sua versão atual (2015), mais um elemento: uma vitrine contendo uma série de pequenos fósseis de peixes que remontam a milhares de anos e remetem aos primórdios da vida no planeta. Vera Chaves Barcellos Viamão, 2015 *ABBAGNANO, Nicola. Diccionario de Filosofia Fondo de Cultura Económica, México, 1963 Enig... ta - problems that, according to the 19th philosophical literature, are deemed insoluble and destined to remain so. According with German philosopher Emile Du-Bois Reymond, among the so named enigmata of the world we can list: - The origin of matter and force - The origin of life - The ultimate order of nature - The birth of sensibility and consciousness - The emergence of rational thought and language - The freedom of will* Enigmas is a work which, like other installations of mine, was built from photographic images of an entirely circumstantial origin. It arose from three photographs of some primates at the Barcelona Zoo which, after some modification, comprised the three main images for the installation. Each one of them suggests a concept: sight or attention, hand or gesture, reflection or thought. This starting point develops into other elements that complete the exhibit: - A newspaper photo of the Hubble telescope that broadens our vision until it reaches a galactic scale and allows us to leap forward in time. Future and past; high technology and the remote origin of our universe. - A sequence of lit boxes containing letters of a classic alphabet modeled in salt. - A series of “shrouds” or small canvases painted in pastel colors, on which are glued fragments of mink fur. It is the mutilation of the mutilation, a kind of self-cancelling wickedness. - And, finally, the image of the primate bride. Perhaps this is the image that justifies the name of the exhibit, because its inner ambiguity also holds a reference to the role of the portrait in the history of Art, a Duchampian allusion and the evocation of the man/animal wedlock with culture. This work, created originally in 1996 and exhibited for the first time at the Artual Gallery in Barcelona adds to its current version (2015), one more element: a glass case containing several small fish fossils dating back thousands of years, as a reminder of the early periods of life in our planet. Vera Chaves Barcellos Viamão, 2015 *ABBAGNANO, Nicola. Diccionario de Filosofia Fondo de Cultura Económica, México, 1963 A exposição mais recente da obra de Vera Chaves, artista brasileira que vive e trabalha em Barcelona há dez anos, denominada Enigmas, mostra uma linha argumental de sua trajetória, que passou de um conceitualismo pessoal, ainda que não ausente de referentes, a uma concepção mais intimista ou subjetiva do “como” e do “que” representar. Por outro lado, se suas obras sempre estiveram marcadas por uma tendência a depuração formal, despojadas de banalismo, aquela depuração agora se afirma com maior contundência nas formas e nas imagens. Isto quer dizer que na utilização que faz dos materiais e suportes, aqueles que se concretam de uma maneira clara e explícita, sem vacilar, reforçando os conteúdos a que se propõe: uma reflexão humanista e ao mesmo tempo irônica das origens do homem e do universo, de todo questionáveis, sob o ponto de vista darwiniano. A meu entender, a maior força do conjunto da exposição está nas imagens fotográficas dos primatas. Essas fotografias, dotadas de pinceladas óticas expressionistas, conferem aos primatas uma atitude quase humana, mas agora apresentadas como imagens dantescas de nossa condição racional. As imagens que foram fotocopiadas, refotografadas e novamente ampliadas, acrescentam um outro aspecto destacado de seu trabalho, assim como a importância do processo na conformação da obra. Dessa forma, cria-se um forte contraste entre imagens dos homídios e o uso da tecnologia. De novo torna a reafirmar a dicotomia entre aquilo que nossa sociedade tem denominado natureza e a cultura humana que a faz diferenciada do reino animal. Apresenta-se então, uma série de interrelações entre razão, aquilo que é primal e desconhecido, e o absurdo, num jogo de analogias dispares, aonde a potência das imagens, com acerto, não nos deixam indiferentes, seja pela capacidade de refletir, seja em seu componente estético. A série de pequenos objetos de pele de vison penduradas na parede, e as caixas com os signos cuneiformes, desaparecidos, colocados no chão, reforçam e confirmam o discurso. Mais além das significações e da reflexão conceitual que propõem as obras no seu conjunto, a exposição demonstra que com o recurso das formas, materiais e suportes aparentemente antagônicos e diversos se pode conseguir um todo coerente. Vera Chaves, já na maturidade humana e artística, revela solidez de discurso e uma elegante solução formal, que não cai nem no maneirismo nem na comodidade de algumas longas trajetórias. Lola Donaire Publicado em Papers D'Art, Girona, Espanha, 1996. (tradução) Vera Chaves is a Brazilian artist who has been living and working in Barcelona for a decade. Her latest exhibition, ENIGMAS, presents a line of argument for her trajectory that has moved from a personal conceptualism, not without referents, to a more intimate or subjective conception of “how” and “what” to represent. On the other hand, although her work has always been characterized by a formal cleanliness, devoid of banalities, this cleanliness now asserts itself more emphatically through form and image. Which means that her use of materials and media make these elements concrete in a unfaltering, clear and graphic manner, by reinforcing the contents of her artistic proposal: a reflection, at once humanist and ironic, on the origins of mankind and the universe, entirely questionable from a Darwinian point of view. In my view, the greatest strength of exhibition lies on the photographic images of primates. The photographs, painted with impressionist optical brushstrokes, endow these primates with an almost human posture, however presented as Dantean pictures of our rational condition. Those images, photocopied, re-photographed an enlarged again add a new prominent aspect to Chave's work and emphasize the importance of the process in the creation of the artwork. Thus, a sharp contrast is created, between the images of Hominidae. Again the reaffirmation of the dichotomy between what our societies have denominated human nature and culture and the animal kingdom. What is presented, then, is a series of interrelations between reason, that which is primal and unknown, and the absurd, in an interplay of disparate analogies where the impact of the images will not leave us indifferent, be it because the capacity for reflection they offer, or because of their aesthetic components. Several small objects made of mink fur hanging on the wall, and the boxes on the floor, containing ancient cuneiform signs, reinforce and confirm the artistic discourse. Beyond the meaning and conceptual reflection proposed by this set of works, the exhibition shows that a coherent whole can be obtained by using apparently antagonistic forms, materials and media. Vera Chaves, already mature as a human being and an artist, displays a soundness of discourse and an elegant formal solution, without falling for the mannerisms or conveniences of other long careers. Lola Donaire Published in Papers D'Art, Girona, Spain, 1996. (translation) Que aparência? Aparentar corpos desabitados ou ouvir depois de haver sentido o cheiro, como diria Canetti. O interrogante sobre onde estamos ou aonde vai chegar a cultura ocidental, surge da proposta Enigmas, um trabalho recém inaugurado na Galeria Artual o qual convida à reflexão e tem a capacidade de surpresa, sobretudo ao girar o ângulo da sala para fechar a leitura da exposição. Vera Chaves parte da captação da imagem fotográfica que provoca e sugere todo um processo criativo metamórfico, à base de manipulações diversas, que acentuam o poder dramático, irônico e crítico da proposta, o que já havíamos visto através de sua longa trajetória, em obras precedentes como Dones de la Vida (Artual, 1992) e O Nadador (Centro Cultural São Paulo, 1995). Na sua origem, esse projeto parte da leitura de um livro*, de uma reflexão sobre a parte enigmática da arte. Desde esse ponto surgem os “enigmas”, considerados insolúveis, desde a origem da vida até a liberdade da vontade. E assim aparecem as fotos matrizes, três fotografias distintas de macacos (um nos olha fixamente, outro pensa e um terceiro centra o interesse no gesto), que trabalhadas no laboratório e com meios eletrônicos, dão origem ao restante das imagens e elementos que as acompanham. Como elementos, temos uma foto do telescópio Hubble, que permite a dilatação do olhar, a percepção atemporal, diante de outro olhar primitivo do primata, que nos remete a uma origem cronológica. O tempo se completa com o interrogante, com uma sequência de caixas de luz com um alfabeto em sal, uma metáfora crítica da cultura ocidental. A continuação, os sudários, telas pintadas com um pedaço de pele de vison, questionam a liberdade do homem, que, no entanto, é cruel. A mutilação da mutilação. A última imagem surpreende por inesperada, ainda que já estivéssemos na pista. É produzido um câmbio de linguagem ao toparmos com a noiva primata, uma espécie de alegoria que nos agrada ao mesmo tempo em que nos perturba; mas é a figura que justifica o título da exposição, em sua pluralidade multiplica os significados... Uma boda entre animal (homem) e a cultura? Ela supera toda a condição de mistério (como diz Chaves) para entrar no terreno do enigma. A noiva encerra esta leitura. Glòria Bosch Texto publicado no periódico Guia del Ocio, del viernes 17 al jueves 23 de mayo de 1996. Barcelona. * Enigmas, o momento egípcio na sociedade e na arte, de Mario Perniola. Which appearance? Appearing as uninhabited bodies or hearing after having smelled, as Canetti said. The questioner on where we stand now and where the Western culture is heading arises from the artistic proposal Enigmas, recently premiered at the Artual Gallery, which invites us to reflection and has the gift of surprise, especially when the angles of the room are turned around in order to close the perusal of the exhibition. Vera Chaves starts by capturing photographic images that instigate and suggest an entirely metamorphic artistic process based on several manipulations, emphasizing the dramatic, ironic and critic power of the proposal, as we have already seen in earlier works throughout her long career, such as Dones de la Vida (Artual, 1992) and O Nadador (Centro Cultural São Paulo, 1995). This project stems from the reading of a book*, from a reflection on the enigmatic side of Art. From that arises the “enigmata”, deemed insoluble, from the origin of life to the freedom of will. Hence the original photographs: three different pictures of apes (the first stares at us intently, the second is immersed in thought and the third engages our interest in the gesture) which, after being optically and electronically manipulated give rise to other accompanying images and elements. One of the elements is a photo of the Hubble telescope, which permits the expansion of vision, the timeless perception in the face of the ape's primitive stare that reminds us of a chronological order. Time becomes complete with the questioner, as a sequence of lit boxes containing an alphabet traced in salt, a critical metaphor for the Western culture. Then there are the shrouds, painted canvases with pieces mink fur that question the freedom of mankind, which is cruel. The mutilation of mutilation. The last image is unexpected, and surprises us, although we had already suspected. An exchange of language is created as we stand before the primate bride, a type of allegory which both pleases us and disturbs us; this is, however, the image that justifies the title of the exhibition and multiplies meanings with its plurality… Is it a marriage between animal (man) and culture? It overcomes every condition of mystery (in the words of Chaves) and enters the territory of the enigma. The bride closes this reading. Glòria Bosch Text published in the periodical Guia del Ocio, del viernes 17 al jueves 23 de mayo de 1996. Barcelona. * Enigmas, o momento egípcio na sociedade e na arte, by Mario Perniola. La galaxia M100, a más de 50 millones de años luz de la Tierra, vista por la cámara de gran apertura del Hubble antes y después de la reparación. Uma constante no trabalho de Vera Chaves é a consideração do processo como parte fundamental e constitutiva do resultado, ideia que contém um caráter desmistificador da “obra”; uma espécie de suicídio da identidade como absoluto (em seu sentido mais amplo), a favor de proporcionar um exercício de constante metamorfose, cíclico, em que cada um dos aspectos ou matizes podem entrelaçarse – segundo o momento – com uns ou outros distintos, através de uma fórmula nunca exatamente repetida. E como se – tal como Penélope – sussurrasse o relato de sua ficção uma vez e outra vez, detendo-se em um verbo aqui, em uma imagem lá, e este contivesse toda uma multidão de desejos e impotências, de pensamentos e de dúvidas, de passado e presente; as peças de um quebra-cabeças multicolorido que conforma o genericamente denominado identidade. Neste texto contínuo cuja leitura Vera Chaves foi modulando ao longo de mais de vinte anos de trajetória artística, inscrevemos também Enigmas com a intenção que ela mesma indica no texto adjunto. Aqui, como em todo ele, diria que mantém uma Etnologia da Solidão, se bem que pautada pelo caráter de tal ciência, nas inter-relações pessoais que enfrentam seu jogo no grande estádio do Coletivo; soma de país retórico de cada personagem que – como diria Descombres – finaliza aí onde seus interlocutores já não compreendem as razões que ele dá de seus gestos e feitos nem as queixas que formula, nem a admiração que manifesta. ⁽ ⁾ A construção de suas imagens ou palavras visuais se entendem como manipulação e manufatura, assim como reprodução, esta no sentido benjaminiano de repetição e perda da autenticidade fragmentos de foto ou fotografia pintadas; fotocopiadas e refotografadas; negativos solarizados os quais aumentam o dramatismo da narrativa; manipulação por meios eletônicos, etc. conformam uma estrutura técnica labiríntica que segue reproduzindo ícones da cultura ocidental para recolocar sua leitura a partir de uma perspectiva crítica. As letras de um alfabeto clássico modeladas em sal, elemento, o qual, onde colocado, nada germina, nos aproximam à consideração de uma ideia de Cultura que o ser humano tão orgulhosamente tem desenvolvido como proteção, talvez, de si mesmo, e sobretudo, ao interrogante de até onde esta nos conduz. Esta peça que remete, por outro lado, à noção de habitáculo construído: de Casa (com todas as conotações econômicas, históricas e sociais que acarreta), aparece no território expositivo junto a uma série de pequenos sudários que contém fragmentos de pele de vison, contraposição paradóxica de Casa e Natureza, de visceralidade e razão, em pugna para conviver entre as “três figuras do excesso” (M. Augé) que nos emolduram: a superabundância de acontecimentos, a superabundância espacial e a individualização das referências. A bipolaridade irônica da aculturação, fica assim mesmo metaforizada em Enigmas ao unir uma visão cosmogônica que projeta nossa percepção para um registro atemporal, com a memória de uma origem primitiva perfeitamente datada, conservada em uma jaula feita para o espetáculo. É necessário se reconhecer no lugar em que se habita, mas “qual é este?” parece surgir como interrogante nesta mostra. Num último deslocamento, frente à noiva-primata, nos perguntamos se além de haver ouvido as excelências do matrimonio abençoado, alguém lhe falou da possibilidade de divórcio. Amparo Lozano Texto publicado no catálogo Enigmas, Arte Artual, Barcelona, 1996. ⁽ ⁾ AUGÉ, Marc: Los “no lugares” Espacios del anonimato. Uma antropologia de la sobremodernidad. Ed. Gedisa. Barcelona. 2ª ed. 1994. A constant feature in the work of de Vera Chaves is that she regards the process as a fundamental and constituent part of the final result, an ideia which contains a demystification of the “work of art”; a sort of suicide of identity as an Absolute (in its broader meaning), in order to allow a constant and cyclical exercise of metamorphosis, where each one of the aspects or hues can intertwine – according to the moment – with each other or with different ones, by means of a formula that never repeats itself exactly. It is as if – like Penelope – it whispered the account of its fiction again and again, dwelling on a verb here, on an image there, as if these contained a whole multitude of desires and powerlessness, of thoughts and doubts, of present and past; the pieces of a multicolored jigsaw puzzle which comprises what is generally denominated identity. In this continuous narrative whose reading Vera Chaves has been articulating over more than twenty years of artistic trajectory, we also inscribe Enigmas with the same intention Chaves herself indicates. At this point, as throughout the narrative, I would say that it maintains an Ethnology of Loneliness, albeit guided by the characteristics of that science, by the personal interrelations which play their game at the grand stadium of the Collective; the sum of the rhetorical country of each character who – in the words of Descombres – ends where his counterparts can no longer understand the reasons he gives for his gestures and deeds, or the complaints he articulates, or the admiration he manifests. ⁽ ⁾ The construction of Chave's images, or visual words, can be understood as manipulation and manufacture, as well as reproduction, the latter according to the Benjaminian sense of repetition and loss of authenticity. Fragments of photos or painted photographs; photocopied and retro-photographed; solarized negatives which increase the drama of the narrative; manipulation through electronic means, etc., which comprise a labyrinthine technical structure that keeps reproducing icons of the Western culture in order to place their interpretation on a critic perspective. The letters of a classic alphabet modeled in salt, and element which sterilizes the soil where it is thrown, bring us closer to the consideration of an idea of Culture that mankind has so proudly developed as protection, perhaps against itself and, above all, against the questioner who ask to where such culture has lead us. This piece, which resembles, on the other hand, the notion of a built cabin: of Home (with all its economic, historic and social implications), appears in the exhibition territory along with a number of small shrouds containing fragments of mink fur, a paradoxical contraposition of Home and Nature, of gut and reason, fighting to live among the “three figures of excess” (M. Augé) which frame us: the superabundance of events, the spatial superabundance and the individualization of references. The ironic bipolarity of acculturation becomes metaphorized in Enigmas by joining a cosmogonical vision which projects our perception to a timeless threshold, with the memory of a perfectly dated primitive origin, kept in a cage for display. One must recognize oneself in the place one inhabits, but “which is it?” seems to arise as the questioner in this exhibition. In a last dislocation, standing before the primate bride, we ask ourselves whether she has been told not only of the beauties of the holy matrimony, but also of the possibility of divorce. Amparo Lozano Text published in the catalog Enigmas, Artual Art, Barcelona, 1996. ⁽ ⁾ AUGÉ, Marc: Los “no lugares” Espacios del anonimato. Uma antropologia de la sobremodernidad. Ed. Gedisa. Barcelona. 2ª ed. 1994. Vera Chaves Barcellos nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil, em 1938. Nos anos 60, dedicou-se à gravura depois de estudos na Inglaterra e Holanda. Em 1975, foi bolsista do British Council, no Croydon College em Londres, estudando fotografia e sua aplicação em técnicas gráficas. Em 1976, participou da Bienal de Veneza com o trabalho Testarte. Está entre os fundadores do Nervo Óptico (1976-78) e do Espaço N.O. (1979-82), e também da galeria Obra Aberta (19992002), atuantes no sul do Brasil. Realizou inúmeras exposições individuais no Brasil e no exterior; participou de quatro Bienais de SP e exposições coletivas na América Latina, Alemanha, Bélgica, Coréia, França, Holanda, Inglaterra, Japão, Estados Unidos e Austrália. Como artista convidada, participou da exposição Cegueses no Museu de Arte de Girona e do Panorama de Arte Brasileira em SP (1997), do Salão Nacional do RJ e da exposição Pasaje de Ida, na Galeria Antonio de Barnola, Barcelona, Território Expandido no SESC Pompéia, SP (2000) e Sem Fronteiras, mostra de abertura do Santander Cultural, em Porto Alegre (2001), onde mostra sua instalação Visitant Genet. Entre suas exposições individuais, a partir do ano 2000, estão: Visitant Genet no Museu D´Art de Girona (2000) e 1966 1967 1969 1970 1974 • • • • • Galeria Goeldi, Rio de Janeiro, Brasil. Isogaya Galeria, Tóquio, Japão. Galeria Buchholz, Bogotá, Colômbia. Galeria Lirolay, Buenos Aires, Argentina. Retrospectiva abrangendo 10 anos de sua produção em Gravura, Assembleia Legislativa, Porto Alegre , Brasil 1977 • Proposta do Mês, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil. 1979 • Centro de Arte y Comunicación, CAYC, Buenos Aires, Argentina. 1981 • Obras de 73 a 81, Espaço N.O., Porto Alegre, Brasil. • Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, Brasil. 1982 • Museo de Arte de Medellín, Colômbia. • Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil. 1983 • Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil. 1984 • Projeto ABC - FUNARTE, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil. 1986 • Galeria Arte & Fato, Porto Alegre, Brasil. 1987 • Galeria Art Ginesta, Barcelona, Espanha. 1988 • Galeria Arte & Fato, Porto Alegre, Brasil. 1990 • Galeria Artual, Barcelona, Espanha. 1991/92 • Senyal, Castellvell, Tarragona, Espanha. 1992/93 • Galeria Artual, Barcelona, Espanha. 1993 • O Nadador, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, Brasil. Le Revers du Rêveur na Capela de San Roc, em Valls, (2003), ambas na Espanha, e Enigmas, FVCB, Porto Alegre, (2005). Em 2007, realizou uma grande mostra antológica – O Grão da Imagem – realizada no Santander Cultural, em Porto Alegre, Brasil. Essa mostra contou com curadoria tripla de Agnaldo Farias, Fernando Cocchiarale e Moacir dos Anjos. Participou da V Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (2005) e da mostra MAM na Oca, Arte Brasileira do Acervo do MAM, São Paulo, (2006). Com curadoria de Glória Ferreira, faz uma grande mostra abrangente de sua trajetória denominada Imagens em Migração, no MASP, São Paulo, em 2009. No mesmo ano, publicou o livro Vera Chaves BarcellosObras Incompletas (Editora Zouk) sobre sua obra, analisada em detalhes num extenso texto do filósofo francês especializado no estudo da imagem fotográfica contemporânea, François Soulages. Desde a década de oitenta, realiza instalações multimídia, empregando, além da fotografia, outros meios. Instituiu uma fundação que leva seu nome, dedicada à divulgação da arte contemporânea (2004). Vive e trabalha em Viamão, RS, Brasil, mantendo também seu estúdio em Barcelona, Espanha, desde 1986. 1995 1996 1998 1999 • • • • • • 2000 • 2001 • 2002 • • • 2003 • 2005 • • 2007 • 2008 • • 2009 • 2013 • O Nadador, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil. Galeria Artual, Barcelona, Espanha. Angelot, Barcelona, Espanha. Feevale, Novo Hamburgo, Brasil. Salas Municipales, Gerona, Espanha. Torreão, Porto Alegre, Brasil. Os Nadadores - Versão 1, Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil. Visitant Genet, Museu D´Art de Girona, Espanha. Os Nadadores - Versão 3, Instituto de Biociências da UGRGS, Porto Alegre, Brasil. Visitant Genet, Instituto Francês de Barcelona, Espanha. De Película, Obra Aberta, Porto Alegre, Brasil. Le Revers du Rêveur, Capella de San Roc, Valls, Espanha. Ornamentos, Paço Municipal, Porto Alegre, Brasil. Enigmas, Espaço 0 / Fundação Vera Chaves Barcellos, Porto Alegre, Brasil. O Grão da Imagem – Uma viagem pela poética de Vera Chaves Barcellos, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil. Casasubu, Galeria do Instituto Goethe, Porto Alegre, RS, Brasil. Casasubu, Galeria Vermelho, São Paulo. Imagens em Migração – uma exposição de Vera Chaves Barcellos, MASP, São Paulo, Brasil. Inéditos, ou quase…, FVCB, Viamão, RS, Brasil. 1964 • I Exposição da Jovem Gravura Nacional, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, Brasil. 1965 • II Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, Brasília, Brasil. 1967 • IX Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil. 1968 • Mostra Internacional de Gravuras, Galeria Buchholz, Munique, Alemanha. • II Bienal Internacional de Gravura, Cracóvia, Polônia. 1970 • I Bienal de Grabado Latino-americano de San Juan de Puerto Rico, Porto Rico. 1971 • Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil. • Prêmio Internazionale Biella per L´incisione, Biella, Itália. • 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea – 1º Premio de Gravura • 28º Salão Paranaense - Prêmio de Aquisição 1972 • II Triennale Internazionale della Xilografia Contemporânea, Carpi, Itália. 1973 • Xylon VI, Genebra, Suíça. • Seven Printmakers from Brazil, Art Gallery of the Brazilian-American Cultural Institute, Washington, D.C., E.U.A. 1974 • Mostra da Gravura Brasileira, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil. • Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil. • Prospectiva, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, Brasil. 1976 • Bienal de Veneza, Veneza, Itália. 1977 • Arte Actual en Iberoamérica, Madri, Espanha. • Poéticas Visuais, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, Brasil. • XIV Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil. • IV Salão de Artes Visuais, Porto Alegre, Brasil. 1978 • Grupo Nervo Óptico, Instituto de Artes da UFRGS, Porto Alegre, Brasil. 1979 • Brazilian Contemporary Artists, Nobe Gallery, Nova Iorque, E.U.A. • Art Core Meltdown, Sidney University, Austrália. • Trienal Latinoamericana del Grabado, Buenos Aires, Argentina. • Década de 70, Universidad de Costa Rica, Costa Rica. • Mail Art, IAA/AIAP, IX Congress Kunst und Offentlichkeit, Stuttgart, Alemanha. 1980 • Mostra do Grupo N.O., Centro Municipal de Cultura, Porto Alegre, Brasil. 1981 • Art Garden Show, Kassel, Alemanha. 1981-82 • Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro, Brasil. 1983 • Livro de Artista, Cooperativa Diferença, Lisboa, Portugal. • Arte-Livro Gaúcho, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. • XIV Salão Nacional de Arte, Museu de Arte Pampulha, Belo Horizonte, Brasil. 1984 • Bienal Internacional del Libro de Artista, CAYC, Buenos Aires, Argentina. • I Bienal de la Habana, Havana, Cuba. • Corpo i Alma, Fotografia Contemporânea do Brasil, Espace Latinoamericain, Paris, França. 1985 • Exposición Internacional de Grabado, Lubliana, Iugoslávia. • Arte Novos Meios, Multimeios, Brasil 70/80, Fundação Álvares Penteado, São Paulo, Brasil. • IV Semana Nacional da Fotografia, Belém do Pará, Brasil. • Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil. 1986 • Fotógrafos Latinoamericanos en Europa, Espace Latinoamericain, Bruxelas, Bélgica. • Bienal del Grabado Latinoamericano, San Juan de Puerto Rico, Porto Rico. 1987/88 • Missões 300 Anos: a visão do artista, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasil. 1989 • I Estúdio Internacional de Eletrografia, XX Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil. • Collectiva d´Extrangers a Catalunya, Tom Maddock Gallery, Barcelona, Espanha. • Arte Sul, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. 1990 • Grafiekwinkel Inkt, Den Haag, Holanda. 1990 • Primavera Fotográfica, Catalunya, Espanha. • IX Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, Curitiba, Brasil. 1991 • Atelier Livre 30 Anos, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. • Catálogo Geral, Instituto de Artes Visuais, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Brasil. • Que faz você, Geração 60?, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, Brasil. 1992 • Mostra Inaugural, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. • Mostra América, Museu da Gravura, Curitiba, Brasil. • A Figura em Questão, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, Brasil. 1993 • Repetere, Solar dos Câmara, Porto Alegre, Brasil. • Exposição Inaugural, Angelot, Barcelona, Espanha. • Nervo Óptico-Poéticas Visuais (1977-78), Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. • Via Fax, Museu do Telephone, Rio de Janeiro, Brasil. 1995 • Mostra Inaugural, Camp d´Art, Barcelona, Espanha. 1996 • Expanded Collage, Galeria Antonio de Barnola, Barcelona, Espanha. • Extensions, Caja de Pensiones, Sala Montcada, Barcelona, Espanha. • Arte en CD-Rom, Muestra Internacional, Angelot, Barcelona, Espanha. 1997 • Bolsa de Arte de Porto Alegre, Mostra Paralela à Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil. • Panorama da Arte Brasileira, Prêmio de Aquisição, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil. • Cegueses, Museu D´Art de Girona, Espanha. 1998 • Visto assim do alto mais parece um céu no chão, Salão Nacional, Funarte, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil. 2000 • Território Expandido, Sesc Pompéia, São Paulo, Brasil. • Situações: Arte Brasileira, Anos 70, Fundação Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. • Arte Conceitual e Conceitualismos, MAC, São Paulo, Brasil. • Marcas do Corpo, Dobras da Alma, XII Mostra de Gravura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, Brasil. 2001 • Sem Fronteiras, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil. 2002 • Caminhos do Contemporâneo, Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil. • 70´s, Obra Aberta, Porto Alegre, Brasil. 2002/03 • Artefoto, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. 2003 • Um Território da Fotografia, Usina do Gasômetro, Porto Alegre, Brasil. • Foto Arte, Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília, Brasil. • Imagética, Curitiba, Brasil. 2004 • Impressões, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil. • Guardare, Raccontare, Pensare, Conservare, Casa de Mantegna, Mantova, Itália. 2005 • O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil. • 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil. 2006 • A Imagem Lúcida, Fundação Vera Chaves Barcellos, Porto Alegre Brasil. • MAM na OCA - Arte Brasileira do Acervo do MAM, Oca, São Paulo, Brasil. • Hände, Galeria Biedermann, Munique, Alemanha. 2007 • Anos 70 – Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. • Coletiva, Galeria Vermelho, São Paulo. • Iberê Camargo – Gravura e as Projeções de um Ateliê no Tempo, MARGS, Porto Alegre. 2008 • Participa da representação oficial brasileira no stand da Bolsa de Arte de Porto Alegre, na ARCO, Madri, Espanha. 2009 • Multiples, Galeria Palma Dotze, Vilafranca del Penedès, Barcelona, Espanha. 2010 • Silêncios e Sussurros, FVCB, Viamão, RS, Brasil. 2012 • DES•ESTRUTURAS, FVCB, Viamão, RS, Brasil. 2014 • Fotografia Transversa, FVCB, Viamão, RS, Brasil. • Invenção do Horizonte, Bolsa de Arte de Porto Alegre, sede São Paulo, Brasil. • Um Salto no Espaço, FVCB, Viamão, RS, Brasil. 2014/15 • EXPO, 14-15, Bolsa de Arte de Porto Alegre, sede São Paulo, Brasil. ENIGMAS | Vera Chaves Barcellos Fundação Vera Chaves Barcellos Curadoria Diretora Presidente Bernardo José de Souza Vera Chaves Barcellos Coordenação do Projeto e Produção Presidente Conselho Deliberativo Carolina Biberg Patricio Farías Assessoria de Imprensa Diretora Cultural Mariele Custom Press Neiva Bohns Projeto Museográfico Diretor Administrativo Paulo Corrêa e Vera Chaves Barcellos Carlos Renato Hees Iluminação Coordenação de Projetos e Produção Julio Katona Carolina Biberg Revisão Assistente de Comunicação Liane Asmar Andrei Moura Tradução Programa Educativo Baltazar Pereira Margarita Santi Kremer e Gabriela Rodrigues Imagens Reserva Técnica – Acervo Vera Chaves Barcellos Thaís Franco e Fernanda Soares da Rosa Design Gráfico e Montagem Centro de Documentação e Pesquisa Quadri Design Fernanda Medeiros e Fernanda Porto Campos Realização Este projeto foi contemplado com recursos do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 11ª Edição Apoio