damares pereira vicente relatório de avaliação externa
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damares pereira vicente relatório de avaliação externa
DAMARES PEREIRA VICENTE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO EXTERNA PROJETO BRA 03/015 SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL – SMADS PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD São Paulo Dezembro de 2012 Lista de Figuras Lista de Tabelas Tabela 1. Cursos ofertados; número de inscrições; número de concluintes e porcentagem de concluintes em 2012.............................. 33 Lista de Quadros Quadro 1. – Plano de trabalho do ESPASO para 2012............................................ 16 Quadro 2. Descrição dos módulos, consultores e carga horária Curso de Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes............... 34 Sumário 1- INTRODUÇÃO.................................................................................................... 01 2- HISTÓRICO DA EXCECUÇÃO DO PROJETO (2003-2011)............................. 03 3- DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DE CAPACITAÇÃO DESENVOLVIDAS (2012)...................................................................................... 12 3.1 – Procedimentos teórico-metodológicos para realização da avaliação ........................................................................................................... 13 3.2 – Descrição e organização das capacitações desenvolvidas pelo ESPASO durante o ano de 2012 ............................................ 15 4- DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO CURSO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES (2012)............................. 33 4.1 – Concepção do curso ...................................................................................... 35 4.2 – Referencial teórico .......................................................................................... 36 4.3 – Metodologia, conteúdo e estratégias pedagógicas ........................................ 37 4.4 – Resultados Alcançados .................................................................................. 44 4.5 – Observações acerca dos elementos analisados ............................................ 45 4.5.1 – Principais elementos obtidos nas entrevistas ............................................. 45 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................... 54 6 – ANEXOS ........................................................................................................... 59 7– REFERÊNCIAIS ................................................................................................ 60 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO EXTERNA PROJETO BRA/03/015-2012 1 - INTRODUÇÃO O presente Relatório de Avaliação Externa refere-se ao ano de 2012 do Projeto BRA/03/015 – Capacitação em Gerência Social -, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, em cooperação técnica com o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento – PNUD, entre 2003 e 2012. Tal projeto teve por objetivo a formação de Gestores Públicos e trabalhadores sociais, vinculados à SMADS, para possibilitar a gestão e o desenvolvimento de trabalhos sociais nos programas, projetos e serviços socioassistenciais, visando à garantia dos direitos previstos na Política de Assistência Social da Seguridade Social brasileira, conforme determina a Constituição Federal de 1988 e o comprometimento com uma gestão pública eficiente e eficaz. Esta avaliação refere-se ao ano de 2012 e buscou aferir os seguintes elementos, constantes no Termo de Referência que forneceu as linhas para a realização da avaliação: • Relatório de avaliação das ações de capacitação realizadas em 2012 pelo projeto. • Relatório detalhado da execução do projeto, suas fases, objetivos, justificativa, análise de contexto, metodologia, análise de resultados e considerações finais. • Conclusões e recomendações voltadas a programas futuros de capacitação no Espaço Público do Aprender Social para trabalhadores da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, com foco em resultados para a Política de Assistência Social na cidade de São Paulo. Para esta avaliação foram analisados os documentos e relatórios relativos ao desenvolvimento do Projeto, com ênfase na documentação produzida ao longo do ano de 2012 sobre as capacitações realizadas pelo Espaço Público do Aprender 1 social – ESPASO, a partir da Revisão Substantiva de 2011, que prorrogou para 31/12/2012 a consecução final das ações do referido Projeto. Foi tomado como referência técnica o Relatório de Avaliação Externa do Projeto, realizado em 2011 pela Consultora Sênior Dra. Angela M. O. Almeida, que se baseou em múltiplas metodologias (quantitativas e qualitativas) para aferir o cumprimento dos objetivos e metas propostos no Projeto, no período de 2005 a 2011. Os elementos utilizados para a construção desta avaliação foram: a pesquisa bibliográfica relativa à Política Nacional de Assistência Social (2004); o estudo da documentação disponível relativa ao Projeto; a realização de reuniões com profissionais envolvidos no planejamento e execução das capacitações; o exame dos Planos de Trabalho e dos Termos de Referência das capacitações realizadas, bem como as metodologias e materiais didático-pedagógicos utilizados nas capacitações. Foram examinados também os relatórios quantitativos e qualitativos extraídos pelo Núcleo Pedagógico do ESPASO. Além dessa pesquisa documental, foi realizada uma pesquisa qualitativa com professores envolvidos nas capacitações do ano de 2012, considerando que nos relatórios anteriores constam tanto as avaliações dos trabalhadores da SMADS, quanto às dos profissionais envolvidos no planejamento e execução das atividades (Relatório de Avaliação Externa 2005-2011). Desta forma, foi possível concluir um processo no qual todos os envolvidos no planejamento e na execução das ações de capacitação, dentro de suas competências profissionais, puderam participar e avaliar o alcance dos resultados propostos no Projeto. Ressalta-se que seria de grande valor a realização de uma pesquisa para avaliação da repercussão para os trabalhadores das novas competências adquiridas pelos trabalhadores sociais nas capacitações, o que poderá ser objeto de pesquisa para os próximos anos. 2 2- HISTÓRICO DA EXECUÇÃO DO PROJETO (2003-2011) Para realização do histórico da execução do projeto, objeto deste tópico, nos basearemos na documentação disponível para consulta, especialmente no Relatório de Avaliação Externa BRA 03/015 – SMADS/SP – PNUD, elaborado pela Profa. Angela M. O. Almeida, em 2011, bem como nas reuniões realizadas com a Sra. Patricia di Tullio Leão Miranda, do Núcleo de Cooperação Técnica, do Espaço Público do Aprender Social. O referido relatório, que avalia e consolida toda a trajetória do projeto até 2011, destacou três momentos do projeto brevemente expostos a seguir, resultante de uma avaliação global do projeto privilegiou os seguintes aspectos: o natureza/conteúdo do Projeto (histórico, objetivos, desenvolvimento das atividades, metas e produtos, bem como o contexto de desenvolvimento das ações); o avaliação dos resultados, concernentes às capacitações do trabalhador social e a Modernização da Governança em consonância com os pressupostos do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), aferindo o/a(s): o cumprimento dos objetivos instrucionais das capacitações desenvolvidas no âmbito do Projeto o impacto das ações de capacitação sobre o desenvolvimento das competências e do desempenho dos trabalhadores sociais, vinculados direta e indiretamente à SMADS, considerando a transferência das competências aprendidas para o trabalho e o nível de desempenho individual; o impacto das ações de capacitação sobre a produção de conhecimento, considerando as pesquisas realizadas no âmbito do BRA03/015 e aquelas vinculadas à formação pós-graduada (monografias); o impacto da implantação da política de Modernização da Governança, considerando o uso da Tecnologia da Informação, bem como a atualização, manutenção, monitoramento, avaliação e modernização dos sistemas de registro e controle dos serviços da rede socioassistencial; o vantagens e desvantagens das ações desenvolvidas, tendo como parâmetro de análise as competências expressas e o desempenho dos participantes; 3 o validade, eficiência, eficácia e sustentabilidade das ações desenvolvidas pelo Projeto, avaliadas a partir das medidas de Mudança e Suporte nos processos institucionais de gestão; A avaliação realizada distinguiu o percurso do projeto em três períodos denominados: 1. O ponto de partida (2002-2004); 2. Reordenamento do BRA03/015: ampliando metas (2005-2010) e 3. Avaliação/reflexões sobre o BRA03/015 (2011), a seguir brevemente descritos: 1° período - (2002-2004) Caracterizado como o “ponto de partida”, o relatório informa que entre 2002/2003 a Prefeitura da Cidade de São Paulo estabeleceu um acordo de cooperação técnica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, visando à revitalização do Centro da cidade, denominado Programa Ação Centro. Um Projeto de Cooperação Técnica Internacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, trata-se de: (...) uma intervenção temporária destinada a promover mudanças qualitativas e/ou estruturais em um dado contexto socioeconômico, seja para sanar e/ou minimizar problemas específicos identificados naquele âmbito, seja para explorar oportunidades e novos paradigmas de desenvolvimento. A materialização dessas mudanças dá-se por meio do desenvolvimento de capacidades técnicas de instituições ou de indivíduos. Essa capacitação, por sua vez, poderá estar direcionada à apropriação de conhecimentos por segmentos da população e ao aperfeiçoamento da ação finalística de instituições públicas e privadas, bem como a intervenções de desenvolvimento (...) (BRASIL, 2004, p. 7). O Projeto firmado destinava-se à implantação de projetos sociais e urbanísticos, com o objetivo de revitalizar e caracterizar os espaços públicos da cidade. No bojo dessa cooperação, a então Secretaria de Assistência Social, à época sob comando da Profa. Dra. Aldaíza Sposati, desenvolveu um subcomponente denominado Construindo a Inclusão Social desde as Ruas de São Paulo, cujos objetivos eram: ampliar, qualificar, estruturar e fortalecer as ações de assistência social no centro da cidade de São Paulo. No âmbito do PLASsp/2002-2003, a Supervisão Geral de Desenvolvimento de Pessoal (SEDEP) propôs como estratégia de consolidação da Política de Assistência Social na cidade de São Paulo, duas grandes ações: 4 1- a criação de um Centro de Formação, hoje denominado Espaço Público do Aprender Social (ESPASO), que garantisse a disponibilidade de espaço físico, infraestrutura, pessoal fixo de apoio, o que foi concretizado no dia 18 de dezembro de 2003, por meio da Portaria n° 41/SAS/GAB/03. 2- a realização de um Programa de Capacitação em Gerência Social, com o apoio do Instituto Interamericano para o Desenvolvimento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento – INDES/BID, para o fortalecimento da Gestão da Política de Assistência Social da Cidade de São Paulo. Este curso foi adaptado às necessidades brasileiras, especialmente quanto ao cumprimento das diretrizes propostas pela então Secretaria de Assistência Social, que naquele momento objetivava a implantação da Política de Assistência Social na cidade de São Paulo. A parceria INDES/BID e SAS foi operacionalizada por meio do estabelecimento de um convênio de cooperação técnica com o Programa de Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, dando origem ao “Programa de Capacitação em Gerência Social BRA/03/015, assinado em 5 de novembro de 2003, com previsão de encerramento em 30 de novembro de 2004. Foram realizadas várias Revisões Substantivas, executadas entre outubro de 2003 e janeiro de 2005 que, basicamente, remanejaram saldos orçamentários e estenderam a duração do projeto, com aditamento de contrato para contratação de consultores internacionais. Nessa ocasião foi executado o programa de Capacitação em Gerência Social (2003-2005), que previa a formação básica de gestores públicos e lideranças comunitárias, utilizando-se de metodologia do INDES/BID. 2° período – (2005-2010) Caracterizado pelo referido Relatório de Avaliação Externa, supracitado, (ALMEIDA, 2011), por um ordenamento do projeto e ampliação de metas, esta etapa foi marcada pela prorrogação do projeto, bem como a designação de recursos financeiros para a consecução de novas propostas; a primeira delas foi a consolidação do ESPASO como um centro de referência para “a construção de 5 conhecimento de políticas de proteção social e formação de profissionais” (ALMEIDA, 2011), com a determinação dos seguintes produtos: o Programa de formação continuada e sistemática (PROFOR) dos trabalhadores sociais e conselheiros municipais do Município para a formulação, implementação, gestão, monitoramento e avaliação de políticas de proteção social do Município definido e revisto; o programa de especialização para a equipe técnica e gerencial das Unidades descentralizadas de assistência social das Subprefeituras e equipe técnica e gerencial da SMADS implantado; o implantação do Núcleo ensino-pesquisa da área socioassistencial; o Avaliação Externa dos Programas de Capacitação. Esta etapa, definida pela Revisão Substantiva I, que prorrogou as ações do projeto até 31 de dezembro de 2008, foi considerada fundamental para o desenho da política de capacitação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS (nova nomenclatura da Secretaria de Assistência Social, a partir de 2005), em consonância com as diretrizes definidas na Política de Assistência Social brasileira, estabelecidas na Norma Operacional Básica de 2005 (NOB/SUAS). Na etapa referida, passou-se a contemplar nas capacitações não somente os ocupantes de cargos nas Gerências Sociais, mas também todos os trabalhadores da SMADS, inclusive aqueles ligados às Organizações Sociais conveniadas com a SMADS para prestação de serviços socioassistenciais, bem como a instância de controle social. O programa Ação Família – viver em comunidade (2005-2008) foi um marco dessa etapa do projeto e objetivava a proposição de nova organização de gestão da Proteção Social Básica, desenvolvendo ações que incentivassem o reconhecimento dos direitos de cidadania e de promoção da autonomia e da próatividade das famílias, priorizando aquelas residentes em territórios de maior vulnerabilidade. A implantação e consecução desse programa implicaram num significativo número de capacitações, seminários e congressos, conforme Almeida (2011). 6 Um novo resultado (3), desenhado na Revisão Substantiva L (2007), possibilitou o investimento na governança corporativa enquanto a “incorporação da cultura de gestão do conhecimento, da incorporação de valores, do planejamento, monitoramento e gestão estratégica e da tecnologia da informação com sustentabilidade definida e implantada” (ALMEIDA, 2011). Os produtos esperados foram: o Política de tecnologia da informação definida e implantada; o implantação de uma plataforma de tecnologia de informações que proporcione apoio gerencial para a condução eficaz das atividades da SMADS, fornecendo uma visão clara dos resultados, tendências sociais e indicadores de eficácia; o capacitação e formação de atores sociais para a implementação de comunidade de aprendizagem, apoiada no uso de tecnologias da informação definida e implantada; o sistemas e infraestruturas para alavancagem, atualização, manutenção, monitoramento, avaliação e modernização do sistema de tecnologia da informação identificado e implementado. 3° período - 2011 Este período, caraterizado por Almeida (2011) como momento de “Avaliação/Reflexão sobre o BRA 03/015”, evidenciou, na avaliação realizada pela equipe implicada na execução do projeto, a pertinência do projeto, especialmente no que se refere ao reconhecimento e a visibilidade adquiridos pela SMADS em sua parceria com o PNUD. Destacaram-se, positivamente, os seguintes aspectos: a criação de uma identidade de Secretaria validada por um importante órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC); a garantia, por meio da parceira, da manutenção de recursos necessários para fomento da política de formação; a possibilidade de execução do orçamento de forma menos engessada, à medida que possibilita contratações de prestação de serviços de forma mais ágil; 7 o repasse anual da verba remanescente do ano anterior, garantindo orçamento para execução das ações de formação continuada previstas na PNAS. a garantia de transparência em todos os procedimentos realizados, à medida que os mesmos são objetos de auditorias e avaliações externas; a exigência da estruturação das ações, com vistas aos resultados definidos. Quanto aos entraves ou limitações do projeto, destacaram-se os seguintes aspectos, relativos à parceria com o PNUD/ABC: morosidade na tramitação dos processos em Brasília, tanto no âmbito do PNUD, quanto da ABC, gerando perdas de prazos e oportunidades de realização de projetos; falta de orientações quanto aos procedimentos técnicos específicos a serem adotados para encaminhamento e operacionalização dos projetos, de acordo com os procedimentos estabelecidos pela ABC para cooperações internacionais; ausência de uma sistemática de trabalho que garantisse entrosamento entre a equipe da SMADS/ESPASO e PNUD. Com relação à própria SMADS, o Relatório de Avaliação Externa (ALMEIDA, 2011), informa alguns limites, especificamente quanto à falta de planejamento a longo prazo, impedindo que se estabeleçam programas que garantam a formação permanente e continuada, para todos os profissionais que se encontram ligados à execução dos serviços socioassistenciais previstos no SUAS, à medida que há um movimento constante de entradas e saídas desses trabalhadores, sobretudo na rede socioassistencial conveniada. As Considerações Finais e Recomendações do referido relatório destacaram, respectivamente: 1. O Projeto BRA03/015/pontos fortes: consolidação do ESPASO como um Centro de Formação na área socioassistencial; 8 reconhecimento do ESPASO pelos trabalhadores sociais como um local que oportuniza aprendizado, capacitação, formação, trocas de experiências e informações, em consonância com o previsto no SUAS; a realização de esforços por parte da SMADS na capacitação os trabalhadores sociais demonstradas por meio do número de projetos e eventos realizados; das diversidades temáticas e metodológicas; a realização de dois cursos de Especialização lato sensu (2007 e 2010), com avaliação “BOM” obtidas por meio dos indicadores definidos para tal avaliação; a possibilidade da estruturação, por meio das pesquisas realizadas pelos trabalhadores no âmbito da Pós-graduação lato sensu, do Núcleo de Pesquisa Socioassistencial; a construção de uma política de formação continuada com visibilidade, transparência, estruturação de ações, certeza de continuidade, aporte de recursos, agregando competências aos agentes públicos envolvidos na execução de projetos dessa natureza. 2. O Projeto BRA03/015/limites: ausência de um sistema único, integrado e moderno de registro e monitoramento das ações; apesar da “Modernização da Governança”, com compra de equipamento e capacitação específica, constatou-se uma baixa participação dos profissionais quando solicitados a responder questionário de avaliação das ações realizadas no âmbito do projeto; irregularidade no ritmo das ações no interior do projeto; ausência de um planejamento a longo prazo; intercorrências no âmbito legislativo que lentificaram o desenvolvimento de ações; reduzido número de trabalhadores sociais das organizações parceiras nas capacitações exigindo maior destinação de vagas às mesmas; ausência de um planejamento rigoroso quanto à articulação da distribuição de vagas à política de cargos e salários dos trabalhadores 9 da SMADS, no tocante à necessidade de uma distribuição mais adequada das horas de capacitação. Constatou-se uma grande concentração de horas de capacitação em pessoas com mais de 50 anos e com mais de 21 anos de trabalho, portanto, próximas da aposentadoria. Apontou-se para os riscos de descontinuidade das ações e de interrupção da transmissão da memória da Secretaria para a futura geração de trabalhadores sociais. 3. Impacto do projeto BRA03/015 sobre os trabalhadores e sobre o trabalho socioassistencial: uma avaliação positiva da clareza acerca da natureza do trabalho socioassistencial no âmbito do SUAS percebida uma defasagem de formação dos trabalhadores sociais nas entidades conveniadas à SMADS que ainda concebem a assistência social como “ajuda aos necessitados”; a persistência de uma demanda por parte dos mesmos de uma maior aproximação entre a Secretaria e a realidade cotidiana no âmbito dos CRAS e CREAS, visando à superação de dificuldades efetivas e otimização de resultados mesmo com as capacitações realizadas com os trabalhadores sociais; a insuficiência das disposições do sistema de assistência social para dar conta das necessidades e demandas dos usuários; as dificuldades, por parte de trabalhadores respondentes do questionário, de avaliar a percepção que os usuários dos CRAS têm acerca do trabalho social; destacaram-se como elementos importantes na qualificação e consolidação das ações no âmbito da SMADS, a formação/capacitação assegurada pela SMADS; o atendimento dos usuários nos serviços; o conhecimento do SUAS e o relacionamento entre colegas e equipes; destacaram-se como elementos que melhorariam o trabalho, o aumento do quadro de profissionais, a melhoria do PCC, a melhoria dos salários; maior investimento nas capacitações e maior integração da rede de serviços; 10 considerações sobre a necessidade de ampliação do acesso dos profissionais nas capacitações oferecidas pelo ESPASO, bem como sua diversificação; solicitações de um planejamento mais adequado das atividades do ESPASO e maior divulgação das capacitações, com aumento dos cursos de formação. 4. A parceria com o PNUD/ABC- pontos fortes e limites interesse na continuidade da parceria com o PNUD; falta de feedback e trocas por parte do PNUD e ABC, quanto aos aprofundamentos e aos incrementos que possibilitariam resultar em inovações aos projetos e ações desenvolvidos e aos futuros; ausência de monitoramento no momento de planejamento e execução dos projetos e ações visando ao aprimoramento dos mesmos; morosidade nos trâmites dos processos em Brasília; mudanças nos bancos de dados no sistema de monitoramento no PNUD; ausência de diálogo entre os sistemas adotados nas bases de dados do PNUD e ABC. Recomendações: manter ações semelhantes àquelas iniciadas no bojo do Projeto BRA03/015, que permitiram a consolidação do ESPASO; manter a qualidade das capacitações realizadas pelo ESPASO para garantir o seu reconhecimento na cidade /Estado de São Paulo, dado o grau de sistematização e institucionalização atingido; avançar nos projetos de capacitação pós-graduada, na direção do stricto sensu – mestrado profissionalizante, buscando parcerias e fomentos; prosseguir na formação de um quadro de trabalhadores em consonância com as diretrizes do SUAS, à medida que esta política parece ter propiciado a construção de autoimagem positiva dos trabalhadores, potencialmente geradora de impacto positivo sobre as práticas de trabalho; 11 capitalizar os ganhos obtidos com a parceria PNUD/ABC, no tocante à visibilidade, ao reconhecimento científico e social e na respeitabilidade adquiridos no percurso de execução das ações e projetos; minimizar os efeitos da alta rotatividade dos trabalhadores sociais na ocupação de cargos de gerência; contemplar, além dos gerentes sociais, mais trabalhadores sociais nas capacitações; garantir o retorno das capacitações, em termos de aprimoramento das ações, em locais de trabalho que necessitam mais investimentos, de acordo com o IPVS; possibilitar a visibilidade de todos os trabalhos de pesquisa realizados pelos trabalhadores sociais realizados no âmbito dos cursos de Especialização Lato Sensu em Gestão Pública na Assistência Social; reestruturar e modernizar o sistema de monitoramento das informações; efetivar a Modernização da Governança para possibilitar a mensuração da eficiência e eficácia buscando fazer com que os resultados alcancem os trabalhadores sociais; desenvolver planejamentos a médio e longo prazos, com equipe própria em conjunto com consultores externos, para administrar adequadamente pressões cotidianas e demandas circunstanciais e superar as dificuldades referidas no item 2. 3 - DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DE CAPACITAÇÃO DESENVOLVIDAS (2012) A Revisão Substantiva realizada em 2011 permitiu à SMADS/ESPASO a prorrogação do prazo de execução das ações do projeto para 31.12.2012, uma vez que havia recursos orçamentários disponíveis, bem como justificativas técnicas e resultados positivos comprovados que apontavam para a pertinência e a necessidade de sua continuidade, especificamente no referente ao Resultado 2: O Espaço Público do Aprender Social consolidado como um centro de referência para a construção do conhecimento de políticas de Proteção Social e formação dos profissionais que atuam na área socioassistencial, a ser alcançado por meio da execução de quatro Produtos 2.1. Programa de formação contínua e sistemática dos trabalhadores sociais e conselheiros municipais; 2.2. Programa de Especialização para a equipe técnica e gerencial das unidades descentralizadas de assistência social e equipe técnica e gerencial da SMADS; 2.3. Programa de estudos e pesquisas da 12 área socioassistencial; 2.4. Avaliação Externa do Programa de Capacitação realizada durante todo o período de execução do Projeto Conforme estabelecido no Termo de Referência que originou a presente Avaliação, os aspectos que deverão ser privilegiados na análise das ações do Projeto BRA03/015 são os seguintes: boas práticas, lições aprendidas e propostas de melhorias; o alcance dos objetivos; a efetividade do projeto e os resultados alcançados pela cooperação. 3.1 - Procedimentos teórico-metodológicos para realização da avaliação A avaliação foi realizada com recursos e técnicas de metodologia qualitativa, com referenciais da História Oral, por meio do exame do material documental disponível para consulta no ESPASO; das reuniões de avaliação do projeto realizadas com Patricia di Tullio Leão Miranda e Selma Mariote Bernardo da Silva Técnicas do Núcleo de Cooperação Técnica do ESPASO; Vânia Baptista Nery – Técnica do Núcleo Pedagógico do ESPASO e Fabiana de Gouveia Pereira, Especialista em Assistência e Desenvolvimento Social, técnica da Proteção Social Especial, responsável pelos Serviços CREAS e Serviço de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítima de Violência, foram realizadas entrevistas gravadas e transcritas com as professoras/consultoras contratadas, responsáveis pela elaboração, execução e avaliação da capacitação realizada sobre Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes, Profa. Dalka Chaves de Almeida Ferrari e Profa. Rosemary Peres Miyahara. A escolha dos entrevistados não deve ser predominantemente orientada por critérios quantitativos, por uma preocupação com amostragens, e sim a partir da posição do entrevistado no grupo, do significado de sua experiência. Assim, em primeiro lugar, convém selecionar os entrevistados entre aqueles que participaram, viveram, presenciaram ou se inteiraram de ocorrências ou situações ligadas ao tema e que possam fornecer depoimentos significativos (ALBERTI, 2004, p. 31-32) Documentação pesquisada: 13 -Termos de Referência para realização das capacitações realizadas durante o ano de 2012 -Planos de Trabalho elaborados pelos professores contratados para o planejamento das capacitações -Material e recursos didático-pedagógicos utilizados nas capacitações -Relatórios Finais elaborados pelos professores contratados -Relatórios elaborados pelo Núcleo Pedagógico do ESPASO -Entrevistas gravadas com professoras/consultoras da capacitação demandada pela Coordenação da Proteção Social Especial e realizada pelo ESPASO sobre Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes. Tendo em vista as exigências colocadas para o alcance dos objetivos propostos para este documento, foi eleita para avaliação qualitativa aprofundada, a capacitação realizada sobre Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes, uma vez que, no nosso entendimento, ela concentra características que imprimem uma síntese da complexidade e da diversidade de situações presentes no cotidiano dos trabalhadores sociais, objeto da formação continuada proposta, realizada e consolidada pela SMADS/ESPASO, no âmbito do Projeto BRA03/05, quais sejam: trata-se de uma das mais perversas e complexas expressões da questão social no Brasil; é uma situação que, dada sua prevalência, sua dimensão e sua diversidade, desafia e convoca formuladores de políticas, de movimentos sociais e de trabalhadores de vários campos ligados à garantia dos direitos humanos no Brasil, a compreendê-la e enfrentá-la; é prioridade de atenção destacada tanto na Política Nacional de Assistência Social - PNAS quanto do Sistema Única de Assistência Social – SUAS, em seus dois níveis de complexidade: a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial; está presente em todos os serviços socioassistenciais, considerando os dois eixos principais da PNAS/SUAS: matricialidade sociofamiliar e territorialidade, embora com apresentações diferenciadas; 14 exige para realização de um trabalho contínuo, efetivo e eficaz, um trabalho interdisciplinar e intersetorial desenvolvido por equipes com severo preparo ético-político, teórico-metodológico e técnico-operativo; Considerou-se também para essa escolha, o fato de as professoras/consultoras responsáveis pela capacitação possuírem vasta experiência na temática, sendo consideradas profissionais de referência na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes, bem como, de preparação de trabalhadores, de gestores de políticas sociais e de organizações sociais que transitam nessa área. Ambas fazem parte do CNRVV Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, criado em 1994 e reconhecido em 2000. 3.2 - Descrição e organização das capacitações desenvolvidas pelo ESPASO durante o ano de 2012 Conforme pudemos avaliar, por meio do material e depoimentos analisados, a equipe do ESPASO, composto por quatro setores (Núcleo Pedagógico; Núcleo de Cooperação Técnica; Supervisão de Apoio Logístico e o Centro do Conhecimento em Assistência Social-CECOAS), adota como procedimento básico para a organização e oferta das capacitações, o atendimento das demandas advindas dos diversos setores que compõem a SMADS, em todos os níveis hierárquicos. As demandas de capacitações que chegam ao ESPASO originam-se das várias necessidades presentes no cotidiano dos serviços socioassistenciais (próprios e conveniados), para a concretização da Política de Assistência Social, com base no SUAS. Desta forma, busca-se, na preparação dos conteúdos e ementas constantes dos Termos de Referência, a convergência de interesses (de gestores, de formadores e de trabalhadores), visando à melhoria constante da qualidade dos serviços socioassistenciais prestados pelos trabalhadores. No ano de 2012, as demandas de capacitações recebidas pela equipe do ESPASO foram as relativas ao atendimento de pessoas e famílias em risco social e pessoal, com ou sem vínculos familiares rompidos; em situação de rua; abrigadas por maus-tratos; vítimas de violência ou em cumprimento de medidas 15 socioeducativas. Trata-se de trabalhos que exigem dos trabalhadores um aprofundado e contínuo preparo teórico e ético, para possibilitar a criação de projetos, programas, instrumentos e técnicas necessários e eficazes para o desenvolvimento de um trabalho social com famílias, indivíduos e instituições. O quadro a seguir, originado para composição da Revisão Substantiva 2011, teve acrescida a coluna “Ações Propostas”, para descrever as ações desenvolvidas durante o ano de 2012. Quadro 1. - Plano de trabalho do ESPASO para 2012 Modalidade de Contratação Objeto Em Execução – Contrato BRA1014687/2011 Contratação de Pessoa Jurídica para Construção de Guia de Serviços dos Recursos Sociais da Cidade de São Paulo. Em Execução – Contrato BRA1014692/2011 Contratação de Pessoa Jurídica para desenvolvimento e implantação do sistema de gestão das entidades sociais do Conselho Municipal de Assistência Social da Cidade de São Paulo (COMAS-SP). Meta Guia de Recursos Sociais da Cidade de São Paulo Elaborado. Sistema de gestão das entidades sociais do Conselho Municipal de Assistência Social da Cidade de São Paulo (COMAS-SP) desenvolvido. Ações propostas O Contrato foi concluído em 2012, com a execução dos Produtos 3 e 4. Este Guia teve por objetivo realizar levantamento dos recursos sociais existentes, segmentado por temas e organizandoos geograficamente, em formato digital (banco de dados Acess), para alimentação de dados e publicação georreferenciado em formato shape-file. A finalidade foi a de prover a SMADS com recursos para atendimento da população, articulando a oferta de serviços disponíveis, identificando-os, mapeando-os e quantificando-os A Contratação se refere à NTConsult, para desenvolvimento de Sistema de Gestão das Entidades Sociais do Conselho Municipal de Assistência Social 16 (BANCO DO COMAS), que abrange todos os processos de gestão e monitoramento do cadastro das entidades. Voltado para efetuar o acompanhamento, dos processos, pareceres, certificações e resoluções. Pesquisa diagnóstica da Pesquisa não Política de Assistência aconteceu, por Contratação de Pessoa Jurídica para realizar Social na cidade de São redefinição de Edital pesquisa na área da política Paulo. prioridades da Licitação PJ de assistência social Coordenadoria do (diagnóstico e metodologia). Observatório de Políticas Sociais. Oferecer 20 horas/aula Curso: “Capacitação de curso para os de Conselheiros Conselheiros do Municipais da Conselho Municipal de Assistência Social da Assistência Social cidade de São (COMAS-SP) Paulo”. Promoveu-se alinhamento conceitual para apropriação de diretrizes, conceitos e legislações vigentes a fim de subsidiar os Conselheiros Municipais, recémeleitos (biênio 2012 a Edital Contratação de Pessoa Física 2014) para a prática Contratação para realização de do controle social, PF capacitação de conselheiros. reafirmando o papel enquanto sujeitos participativos da gestão pública da Política de Assistência Social na cidade de São Paulo, considerando os limites e as potencialidades desta prática democrática, instituída a partir da Constituição de 1988. Edital Contratação de Pessoa Física Contratação para realização de PF capacitação com Oferecer no mínimo 20 horas de capacitação, por turma, para Não foi realizada uma capacitação específica para 17 organizações da sociedade civil. Edital Licitação PJ Contratação de Pessoa Jurídica para capacitação e construção de Metodologias de Gestão do Trabalho conforme NOB/RH. (TRs: Supervisão, fluxo, trabalho em equipe, construção de metodologias no âmbito de atendimento da política, relações de parcerias, entre outros temas) organizações da organizações da sociedade civil que sociedade civil (com prestam serviços na ou sem vínculo com área socioassistencial o COMAS). Porém, na Cidade de São Paulo. nos cursos Violência de Gênero e Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Doméstica e Sexual, diversas Organizações Sociais, conveniadas com a SMADS, estiveram representadas nestas capacitações, conforme distribuição de vagas divulgadas no Diário Oficial. Somente no Curso Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Doméstica e Sexual foram oferecidas 36 horas de capacitação para 204 serviços que ocuparam 215 vagas. Oferecer no mínimo 20 Contratação não horas de capacitação, aconteceu. por turma, para Ponderou-se que construção de este trabalho metodologias em temas requereria um tempo vinculados do SUAS. de execução maior do que a vigência do Projeto de Cooperação. Construir um estudo Contratação não aconteceu. sobre a metodologia de gestão do trabalho no Ponderou-se que âmbito do Sistema Único este trabalho de Assistência Social requereria um tempo Contratação de Pessoa Física (SUAS). de execução maior Edital para capacitação e do que a vigência do Projeto de Contratação construção de Metodologias de Gestão do Trabalho PF Cooperação, tendo conforme NOB/RH. em vista que tema é novo na NOB/RH, o que requer amplas reflexões e adequações no trabalho. 18 Edital Licitação PJ Edital Licitação PJ Selecionar e apresentar boas práticas de trabalho no SUAS na cidade de São Paulo. A contratação de pessoa jurídica para sistematização e apresentação de boas práticas não ocorreu. No inicio de 2012, quando se iniciou o planejamento dos cursos houve mudanças nas prioridades de contratação com foco em capacitações, cujas execuções se estenderam até o início de dezembro de 2012, não restando tempo para envolver os profissionais da assistência social na participação. Elaborar documento contendo registro histórico das ações do ESPASO. “Registro dos 9 anos do ESPASO”: Contratação de consultora pessoa física para elaboração da Memória Institucional do Espaço Público do Aprender Social, Centro de Formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), cruzando registros fotográficos e escritos, compreendendo o período de 2003 a 2012. Obs: o Projeto solicitou o cancelamento do contrato tendo em vista a inviabilidade de aceitação do Produto 2 recebido. Contratação de Pessoa Jurídica para apresentação de Boas Práticas (Sistematização e apresentação de resultados). Contratação de Pessoa Jurídica para elaboração de registro das ações do ESPASO – 10 anos 19 Relatório de avaliação dos resultados alcançados pelos projetos desenvolvidos em 2012. Contratação de Pessoa Física para realizar avaliação externa do programa de Edital capacitação do Projeto Contratação PF BRA/03/015 - Capacitação em Gerência Social, referente ao período de 2012. Em 2011 foi realizada seleção e execução da consultoria pessoa física para avaliação externa do Projeto BRA/03/015. A avaliação foi apresentada em 3 relatórios que refletiram os Resultados do Projeto e os Produtos desenvolvidos entre 2005 a 2011. Tendo em vista que no final de 2011 foi autorizada a última prorrogação da vigência do Projeto BRA/03/015 para até 31/12/2013, em 2012, o Projeto elaborou novo termo de referência e contratou consultoria externa para avaliar os resultados de 2012. Considerando que em 2012 buscou-se encerrar as capacitações previstas, a avaliação se deu com base em metodologia qualitativa aprofundada de uma das capacitações realizadas. Conforme já justificado por ter abordado temática complexa e que representa a diversidade de situações presentes no cotidiano dos trabalhadores sociais. 20 Durante o ano de 2012 foram realizadas as capacitações abaixo relacionadas: a) Capacitação para violência de gênero para rede socioassistencial Descrição/organização Termo de Referência: 137259 Data de realização: De 20/08/2012 a 06/11/2012 Contratado: LEANDRO FEITOSA ANDRADE Função no projeto: especialista em violência de gênero Público alvo: Técnicos da SMADS, Supervisões de Assistência Social (SAS), CAS, CRAS, CPSE, Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social População de Rua (CREAS POP). Gerentes e técnicos dos Serviços de Assistência Social de Proteção Social Especial de Média e alta Complexidade. Objetivos: contribuir para a promoção e alinhamento de conceitos e técnicas junto aos profissionais de SMADS da rede direta e indireta, consolidando a Assistência Social como política pública de proteção social, na perspectiva do SUAS. Qualificar a rede socioassistencial para o atendimento às mulheres em situação de violência. Ampliar o conhecimento dos profissionais quanto ao trabalho desenvolvido na responsabilização e educação do autor de atos de violência contra mulher. Produto 2 - Execução do Modulo I - Relações de Gênero Relatório referente à realização de 03 (três) turmas, sendo dois encontros de 4 horas cada módulo, totalizando 08 horas do Modulo I - Relações de Gênero, para cada turma, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social (Centro de formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social ESPASO). Cada turma terá em torno de 60 participantes. Produto 3 – Execução do Modulo II - Violência de Gênero Relatório referente à realização de 03 (três) turmas, sendo dois encontros de 4 horas cada módulo, totalizando 08 horas do Modulo II - Violência de Gênero para cada turma, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social (Centro de formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – ESPASO). Cada turma terá em torno de 60 participantes. 21 Termo de Referência: 137260 Data de realização: De 20/08/2012 a 06/11/2012 Contratado: SÉRGIO FLÁVIO BARBOSA Função no projeto: Especialista em trabalho com homens autores de violência contra a mulher Público alvo: Técnicos da SMADS, Supervisões de Assistência Social (SAS), CAS, CRAS, CPSE, Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social População de Rua (CREAS POP). Gerentes e técnicos dos Serviços de Assistência Social de Proteção Social Especial de Média e alta Complexidade. Objetivos: Contribuir para a promoção e alinhamento de conceitos e técnicas junto aos profissionais de SMADS da rede direta e indireta, consolidando a Assistência Social como política pública de proteção social, na perspectiva do SUAS. Qualificar a rede socioassistencial para o atendimento às mulheres em situação de violência. Ampliar o conhecimento dos profissionais quanto ao trabalho desenvolvido na responsabilização e educação do autor de atos de violência contra mulher. Produto 2 - Execução do Modulo III - Masculinidades e Violências Relatório referente à realização de 03 (três) Turmas, sendo 08 aulas de 04 horas por turma, perfazendo um total de 32 (trinta e duas) horas do Modulo III Masculinidades e Violências, por turma, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social (Centro de formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - ESPASO). Cada turma terá em torno de 60 participantes. Produto 3 - Execução do Modulo III - Atividades em Grupos Relatório referente à realização de 03 (três) turmas, sendo dois encontros de 4 horas cada módulo, totalizando 08 horas do Modulo III - Atividades em Grupos para cada turma, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social (Centro de formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social ESPASO). Cada turma terá em torno de 60 participantes. b) Capacitação para violência doméstica e sexual contra criança e adolescente Descrição/organização Termo de Referência: 137621 Data de Realização: de 10/09/2012 a 26/10/2012 Contratada (1): DALKA CHAVES DE ALMEIDA FERRARI 22 Função no projeto: especialista em violência doméstica e sexual contra criança e adolescente Público-alvo: Técnicos da SMADS, Supervisões de Assistência Social (SAS), CAS, CRAS, SASF, CPSE, Centro de Referência Especializado de Assistência Social CREAS, dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social População de Rua (CREAS POP). Gerentes e técnicos dos Serviços de Assistência Social de Proteção Social Especial de Média e alta Complexidade. Objetivo: contribuir para a construção do conhecimento, alinhamento de conceitos e técnicas junto aos profissionais da SMADS, da rede direta e indireta, visando assegurar atendimento especializado para promover proteção a crianças e adolescentes, quando da ocorrência de situação de risco pessoal e social, especialmente aqueles relacionadas à Violência Doméstica (negligência, física e psicológica), Sexual (abuso e exploração) e Violência Sexual na Internet contra Crianças e Adolescentes Produtos: 1 - Plano de Trabalho detalhado contendo: descrição de cada um dos Produtos previstos no Termo de Referência, atividades realizadas e/ou previstas na SMADS para implementação da capacitação. - Plano da capacitação contendo: objetivos das aulas, metodologia, conteúdo, apresentações em slides, modelo de avaliação das aulas, cronograma e carga horária, de acordo com as instruções da SMADS para validação. 2 - Execução do Módulo I - História, Conceito e Fenômeno da Violência Doméstica e Sexual, para 05 turmas de 60 participantes cada, com carga horária de 6 horas. 3 - Execução do Módulo II - Família e contemporaneidade - novos arranjos, para 05 turmas de 60 participantes cada, com carga horária de 6 horas 4 - Execução do Módulo III - Violência doméstica e sexual - causas e consequências, para 05 turmas de 60 participantes cada, com carga horária de 6 horas. 5 - Relatório final contendo a sistematização de toda a consultoria, nos diversos produtos realizados. Apresentação dos instrumentais construídos, tabulações e análises das avaliações. 23 Termo de Referência: 137601 Data de Realização: de 10/09/2012 a 26/10/2012 Contratada (2): ROSEMARY PERES MIYAHARA Objetivo: contribuir para a construção do conhecimento, alinhamento de conceitos e técnicas junto aos profissionais da SMADS, da rede direta e indireta, visando assegurar atendimento especializado para promover proteção a crianças e adolescentes, quando da ocorrência de situação de risco pessoal e social, especialmente aqueles relacionadas à Violência Doméstica (negligência, física e psicológica), Sexual (abuso e exploração) e Violência Sexual na Internet contra Crianças e Adolescentes. Produtos: - Plano de Trabalho detalhado contendo: descrição de cada um dos Produtos previstos no Termo de Referência e atividades realizadas e/ou previstas na SMADS para implementação da capacitação. - Plano da capacitação contendo: objetivos das aulas, metodologia, conteúdo, apresentações em slides, modelo de avaliação das aulas, cronograma e carga horária, de acordo com as instruções da SMADS para validação.A versão final das apresentações em slides (Power Point) deverá ser encaminhada à SMADS, com antecedência a aula, para reprodução aos alunos. 1 - Execução do Módulo IV - Prevenção à violência doméstica e sexual, para 05 turmas de 60 participantes cada, com carga horária de 6 horas cada módulo. 2-Execução do Módulo V - Atendimento psicossocial à criança, ao adolescente, à família e ao agressor, para 05turmas de 60 participantes cada, com carga horária de 6 horas. 3 - Execução do Módulo VI - Mobilização, articulação e a importância do trabalho intersetorial, para 05 turmas de 60 Página: 2 participantes cada, com carga horária de 6 horas. 4 - Relatório final contendo a sistematização de toda a consultoria, nos diversos produtos realizados, apresentação dos instrumentais construídos, tabulações e análises das avaliações. 24 Prevenção a Violência Sexual à Criança e Adolescente via Internet Termo de Referência: 137622 Data de Realização: de 25/10/2012 a 01/11/2012 Contratado (3): RODRIGO NEJM Objetivo: contribuir para a construção do conhecimento, alinhamento de conceitos e técnicas junto aos profissionais da SMADS, da rede direta e indireta, visando assegurar atendimento especializado para promover proteção a crianças e adolescentes, quando da ocorrência de situação de risco pessoal e social, especialmente aqueles relacionadas à Violência Doméstica (negligência, física e psicológica), Sexual (abuso e exploração) e Violência Sexual na Internet contra Crianças e Adolescentes. Produtos: 1 - Plano de Trabalho detalhado referente ao Módulo VII - Prevenção a violência Sexual nas Redes Sociais – Acesso Seguro via Internet, contendo: objetivos do Seminário, metodologia, conteúdo, apresentações em slides, cronograma e carga horária, e demais informações relevantes, de acordo com as instruções da SMADS para validação. Serão realizados 10 Seminários, para 10 turmas de 100 participantes cada, com carga horária de 4 horas cada encontro, para técnicos da SMADS, das Coordenadorias de Assistência Social (CAS), Supervisão de Assistência Social (SAS), CREAS, CRAS e técnicos e educadores dos serviços da rede conveniada de atendimento à criança e adolescente, a serem realizados próximos as Coordenadorias Regionais de Assistência Social. 2 - Relatório final contendo a sistematização da execução da realização dos 10 Seminários, contendo: sistematização do conteúdo tratado, instrumentais construídos, análises e conclusões. c) Capacitação de Conselheiros Municipais da Assistência Social da cidade de São Paulo Descrição/organização Termo de Referência: 137279 Data de Realização: 31/08/2012 a 05/10/2012 Contratado: Carlos Ferrari Objetivo: ministrar capacitação, com elaboração de apostila. 25 Produtos: 1 - Realização de reuniões para discussão com a equipe de SMADS sobre o conteúdo e o cronograma da capacitação. Elaboração de Plano de Trabalho referente a toda a capacitação a ser executada, bem como o Plano de Aula, contendo: metodologia, conteúdo, apostila, construção de instrumentais de avaliação do curso, cronograma e carga horária, de acordo com as instruções, para validação de SMADS, conforme diretrizes e legislações pertinentes. Versão Preliminar da Apostila deverá ser apresentada a SMADS, para que os técnicos possam contribuir com sugestões para a Versão Final. Após inclusão, na Versão Final, das sugestões recebidas e submetê-la à aprovação de SMADS, para posterior finalização. O conteúdo deverá constar todos os temas que serão desenvolvidos nos módulos e os exercícios práticos para discussão de possíveis situações a serem enfrentadas. A versão digital da apostila deverá ser encaminhada à SMADS para reprodução simples, antes do início da capacitação. Conteúdo Programático da Capacitação: Modulo I - A Assistência Social: de prática social à Política de Direito (8 horas). - Linha do tempo da Proteção social não contributiva no Brasil (1937 até hoje) - A Assistência Social: de prática social à Política de Direito - Constituição de 1988: descentralização democrática-participativa - LOAS 1993. - Lei do SUAS 2011 - Controle social: trajetória de desafios e conquistas Ementa: Contextualização das conquistas pelos direitos sociais assegurados na Constituição de 1988, em particular a proteção social não contributiva no campo da Seguridade Social brasileira. Trajetória histórica da Assistência Social, destacando as referências legais e os atuais paradigmas requeridos para sua implementação. Modulo II - Política Nacional de Assistência Social, SUAS, NOB/SUAS, NOB/RH, Tipificação e Portaria 46 (8 horas). - Política Nacional de Assistência Social: requisitos para a gestão pública do campo socioassistencial - Implantação do SUAS: abordagem sistêmica da defesa e garantia do direito socioassistencial 26 - NOB - SUAS: concepções e diretrizes - NOB RH: o trabalhador da Política de Assistência Social - Tipificação Nacional dos serviços socioassistenciais - Portaria 46: relação convenial entre SMADS e as organizações sociais Ementa: Os marcos normativos da Política de Assistência Social a partir de 2004 no tocante aos novos requisitos profissionais e técnicos para a prestação dos serviços socioassistenciais. Marcos normativos de SMADS que fundamentam a parceria com as organizações sociais. Modulo III - O Município de São Paulo - Diagnóstico Econômico, social, político e sua organização (24 horas). - Indicadores de PTR/BPC e vulnerabilidade social: comparativos com dados sociais de outros estados e países (dados de COPS). - O papel do Conselho como espaço de alargamento da democracia e da cidadania; - Instrumentos de Gestão Pública: Conselho, Plano e Fundo - Natureza das Organizações Sociais - filantrópicas, de assistência social, fundações e OSCIPS. - Marco Legal da relação público privada: Lei 12.101 de 2009 - Estrutura e funcionamento do COMAS de São Paulo e o Regimento Interno - Papel dos membros Comissões: - CRI (Comissão de Relações Inter-Institucionais); - Políticas Públicas, Legislação, Defesa e Garantia de Direitos; - Finanças e Orçamento. - Monitoramento e Controle das deliberações das Conferências; - Controle Social do Programa Bolsa Família. Ementa: O cenário da vulnerabilidade e risco sociais do município de São Paulo. Onde estão os usuários da Assistência Social? O modelo de gestão participativa instituído pela Constituição de 1988 no âmbito da Assistência Social. Funcionamento, responsabilidades e instrumentos do Conselho Municipal de Assistência Social no processo de deliberação da Política de Assistência Social no município de São Paulo. Definições sobre a natureza das organizações sociais (Decreto nº 6.308/2007) e as exigências a partir da Lei 12.101. 27 2 - Realização de 05 aulas, de 8 horas cada, desejável às sextas-feiras, com conteúdo programático distribuído em 03 módulos, para 01 turma de aproximadamente de 35 a 40 participantes. Carga horária será de 40hs. 3 – Relatório Final, contendo: a sistematização de todo o processo necessário à execução dos Produtos (Capacitação e elaboração de material didático), bem como: informações sobre a conclusão do curso, seus participantes, instrumentais aplicados, análise e tabulação destes, apresentações de Power Point utilizadas, registro e análise crítica de questões levantadas pelos participantes, dentre outros aspectos relevantes observados, com apresentação de sugestões para seu aprimoramento e continuidade. d) Interpretação e análise de dados em Pesquisa Qualitativas e Quantitativas Descrição/organização Termo de Referência Pessoa Jurídica - Solicitação de Cotação Nº 17822 Data de Realização do Curso: 13/09/2012 a 08/11/2012 Empresa contratada: Diáspora Consultoria, Projetos, Capacitações, Pesquisa e Produtos Ltda. Objetivo: formular e desenvolver capacitação, com elaboração de Apostila, aprofundando os conhecimentos para estruturação e análise de dados e produção de informações com metodologias de Pesquisas Qualitativa e Quantitativa, voltados para a área de Assistência Social. Produtos: 1 – Apostila: em seu conteúdo deverão constar todos os temas que serão desenvolvidos durante o curso, exemplos e exercícios práticos para aplicação e interpretação dos conceitos presentes neste termo de referência, artigos ou textos referentes a pesquisas realizadas, preferencialmente na área de Assistência Social ou Ciências Sociais, que apontem diferentes metodologias. - A Versão Preliminar da Apostila deverá ser apresentada a SMADS/COPS, antes do início da capacitação, para que os técnicos possam contribuir com sugestões para a Versão Final. - A CONTRATADA deverá incluir, na Versão Final, as sugestões recebidas e submetê-la à aprovação de SMADS/COPS, para posterior finalização. 28 - A versão digital da apostila, em formato pronto para impressão, ou seja, com a arte final, deverá ser encaminhada à SMADS, em CD-RW, para ser disponibilizada aos participantes e para reprodução. - A CONTRATADA deverá participar de reuniões com a SMADS para apresentação e validação por parte de SMADS/COPS de Plano de Trabalho, contendo cronograma, local, conteúdo metodológico, atividades de acompanhamento a serem aplicadas aos alunos, entre outros itens inerentes a capacitação. - A carga horária total da capacitação deverá ser de, no mínimo, 72 (setenta e duas horas) presenciais. 2- cursos, em módulos sequenciais, mediante metodologia teórica e prática Módulo 1 - Metodologia de Pesquisa – Coleta de Dados. Retomar objeto de pesquisa dos grupos e metodologia a ser desenvolvida. Adequação dos grupos se necessário. Apresentar e descrever técnicas de coleta de dados qualitativas e quantitativas – descrição passo a passo e apresentação de instrumentos utilizados em pesquisas relacionadas à Assistência Social ou Ciências Sociais. Acompanhamento do desenvolvimento de instrumento de coleta de dados de cada grupo (agendamento de até 14 grupos para 2 instrutores/docente). Atividade de acompanhamento 1: apresentação dos instrumentos para coleta de dados e da metodologia para sistematização e análise dos dados de cada grupo para toda a turma. Carga horária mínima: 03 dias / 24 horas (8hs/aula por dia), sendo 02 dias de aula teórica e acompanhamento dos grupos e 01 dia para apresentação e discussão da atividade de acompanhamento 1. Módulo 2 – Metodologia de Pesquisa - Sistematização de Dados. Apresentar estratégias para tabulação de dados e agrupamento em categorias. Apresentar diferentes representações gráficas, tabelas e quadros e sua respectiva utilização. Acompanhamento da sistematização de dados. Atividade de acompanhamento 2: apresentação e discussão, com o instrutor/docente, dos dados sistematizados de cada grupo (agendamento de até 14 grupos para 2 instrutores/docente. Carga horária mínima: 02 dias / 16 horas (8hs/aula por dia), sendo 01 dia de aula teórica e 01 dia para acompanhamento dos grupos - apresentação e discussão da atividade de acompanhamento 02. Módulo 3 – Análise dos Dados e Respectivo Referencial Teórico - Apresentar abordagens teóricas para análise de dados, análise descritiva e interpretativa. 29 Apresentar o método de análise de trabalhos relevantes na área de Assistência Social e /ou Ciências Sociais. Atividade de acompanhamento 3: apresentação da produção da análise dos dados coletados para o instrutor/docente, de cada grupo. (agendamento de até 14 grupos para 2 instrutores/docente. Atividade de acompanhamento 4: apresentação das pesquisas desenvolvidas. Carga horária mínima: 04dias / 32 horas (8hs/aula por dia), sendo 02 dias de aula teórica e 02 dias de apresentação e discussão da atividade de acompanhamento 03 e 04. Avaliação – Instrumental a ser preenchido pelos alunos no início, durante os módulos e ao final, contendo os seguintes indicadores: conhecimento prévio, conteúdo abordado, qualidade metodológica das aulas, recursos didáticos, carga horária e outros itens que se fizerem necessários, a fim de possibilitar a avaliação. e) Atendimento às Pessoas com Deficiência e suas famílias Descrição/organização Termo de Referência Pessoa Jurídica - Solicitação de Proposta nº 18149/2012 Data de Realização do Curso: 08/11/2012 a 18/12/2012 Empresa contratada: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo - APAESP Objetivo: capacitar trabalhadores da rede socioassistencial de proteção básica e especial de media e alta complexidade da assistência social da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo, a fim de qualificar o atendimento a Pessoas com Deficiência e suas famílias. 1- Plano de Trabalho: a Contratada deverá considerar as diretrizes, premissas e orientações da SMADS para elaborar o Plano de Trabalho contendo todas as atividades relativas ao Curso. A Contratada deverá participar de reuniões com a SMADS para levantar informações necessárias ao planejamento e monitoramento do curso. 2 - Seminário: A Inclusão Social da Pessoa com Deficiência e a interface com a política de Assistência Social. Carga horária mínima: 04 horas Objetivo: debater as obrigações da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, bem como as diretrizes e eixos de atuação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem Limite. 30 O Seminário deverá ser organizado por meio de palestra magna, seguida de mesa redonda para debates composta por especialistas com conhecimento da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a interface com a Política Nacional da Assistência Social e do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem Limite e demais legislações vigentes. Público Alvo: Cerca de 864 participantes, sendo este número composto por 764, referente a todos os participantes da capacitação (módulos 1,2 e 3), mais 100 participantes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), das Coordenadorias de Assistência Social (CAS) e das Supervisões de Assistência Social (SAS), que terão presença pontual apenas nos seminários. A contratada será responsável por elaborar o conteúdo do seminário, coordenar os debates do Seminário, fornecer palestrantes e debatedores que irão compor a palestra magna e a mesa redonda. 3- Módulo 1: A Inclusão Social – O indivíduo, o coletivo e o pertencimento. Oficina com carga horária mínima: 04 horas, para 13 turmas de 60 participantes cada, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social – ESPASO (Centro de Formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social). Público Alvo: cerca de 764 participantes dos serviços da Proteção Social Básica e Proteção Social Especial: Centros de Referencia de Assistência Social - CRAS, Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, Centros para Criança e Adolescentes – CCA, Serviços de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicilio – SASF, Núcleo Apoio à Inclusão Social para Pessoa com Deficiência, Acolhimento Institucional para Criança e Adolescente, Acolhimento Institucional para Jovens e Adultos com Deficiência e Acolhimento Institucional p/ Jovens e Adultos com Deficiência – Moradia Especial, da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. 4- Módulo 2: O exercício da cidadania – Participação na vida política e pública Direitos e Obrigações (aspectos jurídicos). Oficina com carga horária mínima: 04 horas, para 13 turmas de 60 participantes cada, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social – ESPASO (Centro de Formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social). Público Alvo: cerca de 764 participantes dos serviços da Proteção Social Básica e Proteção Social Especial: Centros de Referencia de Assistência Social - CRAS, 31 Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, Centros para Criança e Adolescentes – CCA, Serviços de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicilio – SASF, Núcleo Apoio à Inclusão Social para Pessoa com Deficiência, Acolhimento Institucional para Criança e Adolescente, Acolhimento Institucional para Jovens e Adultos com Deficiência e Acolhimento Institucional p/ Jovens e Adultos com Deficiência – Moradia Especial, da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. 5- Módulo 3: A acolhida e o acompanhamento da PcD e sua família – particularidades da família de uma pessoa com deficiência; a fragilização e/ou perda dos vínculos familiares; a perda do responsável familiar. Oficina com carga horária mínima: 06 horas, para 13 turmas de 60 participantes cada, a serem realizadas no Espaço Público do Aprender Social – ESPASO (Centro de Formação da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social). Público Alvo: Cerca de 764 participantes dos serviços da Proteção Social Básica e Proteção Social Especial: Centros de Referencia de Assistência Social - CRAS, Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, Centros para Criança e Adolescentes – CCA, Serviços de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicilio – SASF, Núcleo Apoio à Inclusão Social para Pessoa com Deficiência, Acolhimento Institucional para Criança e Adolescente, Acolhimento Institucional para Jovens e Adultos com Deficiência e Acolhimento Institucional p/ Jovens e Adultos com Deficiência – Moradia Especial, da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. 6- Seminário: Perspectivas e desafios: A Assistência Social e a Intersetorialidade no atendimento a pessoa com deficiência e sua família. Carga horária mínima: 06 horas. Objetivo: Debater o papel das políticas públicas inclusivas articuladas, estratégias integradas, promoção do acesso, do desenvolvimento e da inovação em tecnologia assistiva. O Seminário deverá ser organizado por meio de ciclo de palestras, mesa redonda para debate de temas dos módulos da capacitação, seguida de apresentação de experiências de profissionais de diversas áreas, a fim de promover o debate com vista às perspectivas e desafios da intersetorialidade para proteção e promoção dos direitos da pessoa com deficiência. Público Alvo: cerca de 864 participantes, sendo este número composto por 764, referente a todos os participantes da capacitação (módulos 1,2 e 3), mais 100 participantes da 32 Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), das Coordenadorias de Assistência Social (CAS) e das Supervisões de Assistência Social (SAS), que terão presença pontual apenas nos seminários. O pagamento deste Produto se dará mediante entrega e aprovação de SMADS de relatório completo, contendo informações da realização do Seminário. 7 - Relatório Final Consolidado. Entrega do relatório final com a sistematização de todos os produtos realizados. Apresentação dos instrumentais construídos, tabulações e análises das avaliações. A tabela a seguir informa as frequências dos trabalhadores sociais nas capacitações. Observe-se que para obtenção de certificados (coluna concluintes) é necessário o comparecimento em 75% das horas propostas. Tabela 1. Cursos ofertados; número de inscrições; número de concluintes e porcentagem de concluintes em 2012 Curso Interpretação e análise de dados em Pesquisas Número Número % Inscritos Concluintes Concluintes 41 33 80,48 308 204 66,23 225 134 59,55 48 22 45,83 Qualitativas e Quantitativas Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes Violência de Gênero Capacitação de Conselheiros Municipais da Assistência Social da cidade de São Paulo 4 - DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO CURSO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES (2012) Conforme justificativa constante do item 3.1 (p. 13) deste Relatório, foi eleito para aprofundamento o curso de Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes. Este curso foi composto por sete módulos, sendo o sétimo, com carga horária de 4 horas, a realização de seminários abertos sobre Prevenção a Violência Sexual à Criança e Adolescente via Internet, que não foi objeto de análise nesta pesquisa. 33 Para a presente avaliação foram analisados os Termos de Referência, os recursos didático-pedagógicos utilizados no processo de capacitação, os Relatórios elaborados pelas professoras/consultoras Rosemary Peres Miyahara e Dalka Chaves de Almeida Ferrari e entrevistas gravadas com as mesmas. Compuseram, também o material analisado, as reuniões de avaliação com a equipe do SMADS/CGP/ESPASO, a saber: Vânia Baptista Nery, Técnica do Núcleo Pedagógico/ESPASO; Patrícia di Tullio Leão Miranda e Selma Mariote Bernardo da Silva do Núcleo de Cooperação Técnica e Fabiana de Gouveia Pereira, técnica da Coordenadoria de Proteção Social Especial da SMADS. Com relação aos Termos de Referência divulgados, as indicações constantes dos mesmos foram para realização da capacitação dos trabalhadores sociais da rede de serviços socioassistenciais da Proteção Social Especial (serviços de média e alta complexidade), embora não exclusivamente, já que foram ofertadas vagas também para os serviços da proteção Social Básica. Foram abertas 300 vagas e 308 pessoas se inscreveram, no entanto, concluíram o curso 204 pessoas (66,23%). A seguir, quadro demonstrativo dos módulos ministrados, com a descrição dos módulos, as professoras/consultoras responsáveis pela capacitação e a carga horária proposta. Quadro 2. Descrição dos módulos, consultores e carga horária do curso de Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes Módulo I História, Conceito e Fenômeno da Violência Doméstica e Sexual Módulo II Família e contemporaneidade novos arranjos Consultoras Carga Horária Dalka Ferrari 6 6 Módulo III 34 Violência doméstica e Sexual – causas e consequências 6 Módulo IV Prevenção à violência doméstica e sexual 6 Módulo V Atendimento psicossocial à criança, ao adolescente, à família e ao agressor Rose Miyahara 6 Módulo VI Mobilização, articulação e a importância do trabalho intersetorial 6 4.1 - Concepção do curso O curso foi demandado pela Coordenação da Proteção Social Especial Criança e Adolescente e objetivou a capacitação de trabalhadores sociais dos serviços da rede socioassistencial da SMADS ligados à Proteção Social Especial (Média e Alta Complexidade), que estão tipificados para o atendimento de violência contra crianças e adolescentes, mas, sobretudo para os trabalhadores dos serviços que não estão tipificados como específicos para esse tipo de atendimento, como os da Proteção Social Básica e mesmo os da Proteção Social Especial, como os abrigos, os centros de convivência, etc. No planejamento, e mesmo na escolha do público que participou do curso, esteve presente a hipótese de que as ocorrências de violência sofrem uma espécie de “apagamento”, segundo referência de Fabiana de Gouveia Pereira, técnica da Proteção Social Especial da SMADS, nos serviços não específicos de atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência. Um dos exemplos oferecidos em sua avaliação são os Serviços de Acolhimento Institucional, que frequentemente encontram dificuldades importantes para compreender e lidar com as atitudes das crianças e adolescentes marcadas pela violência doméstica, sobretudo das que foram vítimas da violência sexual. 35 Ainda segundo relato de Fabiana de Gouveia Pereira, uma tríade conceitual caracteriza a perspectiva adotada pelas coordenações e equipes nos serviços, embora não se constitua como uma regra: “apagamento-escancaramentojudicialização”, ou seja, o fato pode ser totalmente apagado, ocorrendo um silêncio absoluto sobre o tema, sem que se tome nenhuma providência efetiva; também poderá ocorrer o contrário: o escancaramento da situação, caracterizado por situações em que todos falam sobre a ocorrência (verdadeira ou não), de forma amadora e antiética e, por último, pode ocorrer a judicialização da situação, ou seja, o encaminhamento da questão para o Poder Judiciário de forma intempestiva e sem elementos objetivos colhidos e devidamente trabalhados. Em função dessas necessidades e das fragilidades observadas na identificação e caracterização das violências, bem como no trato de crianças e adolescentes vítimas delas, o curso foi operacionalizado com concepções ancoradas na produção teórica que articula várias disciplinas advindas, dentre outras, da história, da psicologia e das ciências sociais, bem como nas experiências concretas de formações e de serviços que vêm sendo incentivadas e realizadas pelo poder público e por outros setores, no âmbito da garantia dos direitos de crianças e adolescentes que, no Brasil, encontram-se sintetizadas na doutrina da proteção integral, conforme disposto no Estatuto da Criança e Adolescente – ECA (1990). De forma semelhante à apropriação teórico-metodológica, a dimensão político-institucional foi contemplada por meio de toda legislação e fluxos criados para o trabalho com crianças e adolescentes vítimas de violência, com destaque ao Plano Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, enquanto marco que confere direção e operacionalidade aos programas, aos projetos e às ações voltados para o enfrentamento da violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes, no âmbito da Política de Assistência Social na cidade de São Paulo. 4.2 - Referencial teórico O referencial teórico privilegiou autores da área da Psicologia, especialmente da Psicologia Social, com destaque à produção teórica de Maria Amélia Azevedo e Viviane Azevedo Guerra, (pesquisadoras do LACRI – Laboratório 36 de Estudos da Criança da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo) e as produções teóricas e técnicas realizadas no âmbito do CNRVV – Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae. Ainda na perspectiva da Psicologia, encontramos uma referência importante de Jacob Levy Moreno, criador do Psicodrama e do Sociodrama. Encontram-se também referidos na bibliografia, autores das áreas da história e do serviço social, como Mary Del Priori e Myriam Veras Baptista. Foram referenciados Planos e programas nacionais e internacionais de direitos humanos e de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes e utilizados dados estatísticos sobre a questão da violência contra crianças e adolescentes. 4.3 - Metodologia, conteúdos e estratégias pedagógicas A metodologia utilizada privilegiou a participação e o diálogo juntamente com a perspectiva teórica. Essa estratégia pedagógica concretizou-se por meio da projeção e discussão de filmes; dos jogos dramáticos e dos exercícios de reflexão coletiva e em grupos e de apresentação de slides. Houve o incentivo à explicitação/reflexão dos referenciais (pessoais e profissionais) dos participantes, frequentemente permeados por desconhecimento teórico ou mesmo por estigmas, mitos e preconceitos, para nesse movimento trabalhar com conteúdos que imprimissem ao curso as concepções teóricometodológicas presentes na literatura específica, mas também nas políticas, planos, programas, técnicas e instrumentos de enfrentamento da violência. Abaixo, excertos extraídos dos Relatórios Finais da capacitação, elaborados pelas Profas. Dalka Ferrari (Módulos I, II e III) e Rosemary Miyahara (Módulos IV, V e VI), que relatam o trabalho realizado: 37 Módulo I: História, Conceito e Fenômeno da Violência Doméstica e Sexual A programação começou pela visão histórica da criança e adolescente no mundo e no Brasil, enfocando conceitos, visando obter um alinhamento conceitual do fenômeno: infanticídio; abandono; intrusão; ambivalência; socialização; ajuda. O fechamento foi dado com um detalhamento maior da violência sexual (abuso e exploração), por meio do que entendemos como violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes, enunciando os diferentes conceitos que hoje expressam as violações de direitos cometidas contra crianças e adolescentes (desde violências domésticas físicas, psicológicas, sexuais, negligência/abandono à violência fatal). A partir daí e em função de sua atual diversificação, a violência doméstica sexual foi focalizada nas suas diferentes modalidades e características: abuso sexual; incesto; pedofilia; pedofilia na internet; exploração sexual comercial; pornografia infantil; turismo sexual; tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual. A metodologia utilizada foi qualificada como ativa e participativa, combinando estratégias de exposição, dialogada, com apresentação de slides e por meio da troca de conhecimentos. Houve a exibição do filme “Querem me Enlouquecer” com um roteiro para uma discussão, como última atividade do dia. Foram disponibilizados dois textos sobre Violência Física e Violência Psicológica, cuja leitura fez parte da avaliação final. Módulo II: Família e contemporaneidade - novos arranjos A programação enfocou a FAMÍLIA como lócus de socialização e de produção de subjetividades, com destaque aos seguintes aspectos: a família como instituição: conceitos, funções e evolução da família medieval, da família brasileira à família contemporânea; algumas diversidades familiares atuais, os novos arranjos familiares; redes de inter-relações ou trocas familiares; depoimentos; reflexões e conclusões. Foi feita a apresentação dos filmes “Artigo 2º” com a finalidade de introduzir a temática da família e o papel da nova mulher brasileira, que busca no atual cenário do trabalho profissional, sua afirmação, conciliando funções tanto dentro quanto fora da família, ao lado da discussão sobre os diferentes conceitos de violência, que podem estar presentes na vida social e familiar estimulando discussões, exemplos e experiências profissionais, para acompanhar o tema da família. Foi também feita a 38 projeção do filme “FAMÍLIA DÁ SAMBA”, da ECOS/SP, que mostra os novos arranjos familiares, confirmando as diferentes possibilidades de arranjos. Houve uma discussão, em pequenos grupos, sobre os diversos arranjos familiares, escolhidos pelo próprio grupo para discussão e posterior apresentação ao coletivo: família nuclear; família monoparental (mães sós); mulheres chefes de famílias; famílias reconfiguradas (pluriparental); famílias homoafetivas; famílias unipessoais (crescimento); famílias não-parental; famílias não convencionais; famílias ampliadas e famílias recasadas. As aulas expositivas foram intercaladas por dinâmicas de grupo, vivências sociodramaticas, discussão de textos e vídeos, mantendo a proposta metodológica ativa e participativa. Módulo III: Violência Doméstica e Sexual – Causas e Consequências O Módulo III foi realizado na perspectiva dos marcos e instrumentos legais e institucionais que garantem os direitos de crianças e adolescentes na sociedade brasileira, com destaque aos mecanismos da gestão democrática e de controle social e a responsabilidade do poder público nessa questão. Nessa oportunidade foi apresentado e discutido o Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto – Juvenil. Houve a exibição do filme editado em DVD, “A Sombra da Dúvida”, seguido de aula expositiva com apresentação de slides sobre o tema “Violência Doméstica e Sexual – Causas e Consequências”. Foi realizada uma discussão em grupos com o tema “Ética e Violência”, e exposição dialogada com slides contemplando os seguintes questionamentos éticos mais frequentes: - atendo a uma demanda enorme todos os dias. Como dar conta de tudo isso e ainda atuar frente aos casos de Violência Doméstica (VD)? - mas eu vou assumir a responsabilidade de notificar sozinho? - e se eu estiver em dúvida sobre o diagnóstico de Violência (V), Abuso (A), Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - ESCA? E não estaria prejudicando o paciente e sua família ao notificar? - como eu procedo com a família? Devo avisá-la de que estarei notificando? 39 - o que eu faço quando o agressor é alguém do meio familiar da criança ou do adolescente? - como fazer a notificação? - como devo agir quando estou sozinho no consultório particular? - como devo agir quando estou sozinho no consultório particular? - e as implicações para o profissional que está realizando o atendimento? - e o que eu faço se não houver conselho tutelar no local onde reside a criança ou adolescente que estou atendendo? - e se eu não concordar com a forma como o conselho tutelar conduziu o caso? - um atendimento feito nos moldes propostos pode realmente resolver o problema da criança ou adolescente? - o que fazer diante de um caso de v, a e esca contra a criança ou adolescente, além de notificar? As estratégias utilizadas foram aulas expositivas, com exibição de slides e discussões em pequenos grupos a partir de texto; a reflexão sobre o filme e sobre as experiências profissionais. Módulo IV - Prevenção à Violência Doméstica e Sexual Para o tema da PREVENÇÃO buscou-se realizar discussões acerca das estratégias de enfrentamento profissional da problemática da violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes. Enfatizou-se o papel do profissional na promoção de espaços de análise e debates sobre direitos e responsabilidades cidadãos; resgate e fortalecimento de vínculos pessoais e comunitários; valorização da fala e subjetividade de crianças, adolescentes e suas famílias; otimização na utilização de serviços e recursos da região de moradia e incentivo ao protagonismo social. As discussões enfocaram, também, a importância de multiplicação deste debate. - Conceito de Prevenção ligado à ideia de violência como um fenômeno histórico e socialmente construído e, portanto, passível de ser desconstruído se investirmos neste contexto e nesta direção. - Classificação e discriminação das ações de prevenção em níveis: primário; secundário e terciário. 40 - Fundamentos de um programa de prevenção: informação, coletividade, instituições (como lócus de contato entre o sujeito e a vida comunitária). - Objetivos de um programa de prevenção - Estratégias de implantação de “pólos de prevenção” - Metodologia de trabalho com oficinas de prevenção - A importância das parcerias intersetoriais como apoio às ações de prevenção. A metodologia utilizada teve como base o princípio da “aprendizagem significativa”, desenvolvido pelo educador brasileiro Paulo Freire que pressupõe a inscrição de um texto (tema a ser debatido) no contexto daqueles que estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (educadores e educandos). Desta forma, o primeiro momento do encontro foi dedicado à participação dos alunos em dinâmica que estimule as ideias, dúvidas, conceitos, experiências que tem sobre o tema. Neste módulo optou-se por desenvolver uma oficina temática: “As influências da família no adulto que somos” como referência ao debate conceitual proposto. Realização de oficina com os seguintes momentos: aquecimento inespecífico; trabalho de integração grupal (cumprimentarem-se com diferentes linguagens); aquecimento específico; psicodrama interno; ação dramática; compartilhamento. O segundo momento do encontro foi destinado à sistematização do conteúdo teórico e conceitualmente; através da exposição oral de slides com ilustração de exemplos trazidos pela professora e alunos, bem como estímulo à interação e ao debate. Módulo V - Atendimento psicossocial à criança, ao adolescente, à família e ao agressor Este módulo teve como objetivos específicos contribuir para instrumentalização do olhar e das práticas profissionais centradas nas necessidades das crianças, adolescentes e famílias em situação de violência, possibilitando a superação da violação de direitos e a ressignificação da experiência abusiva sofrida; mobilizar reflexões que possam consolidar práticas que conciliem as dimensões teóricas, técnicas e éticas de diferentes campos do conhecimento para provocar intervenções libertas de cristalizações e dogmas disciplinares e repletas de inovações no enfrentamento à problemática da violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes. O módulo buscou, também, promover um debate que enfrente o tabu e resistência acerca do acolhimento e atendimento ao agressor sexual. 41 Foram apresentados ao longo do dia, quatro blocos distintos de conteúdos. O primeiro versou sobre a contextualização histórica sobre práticas de atendimento psicossocial. O segundo abordou as premissas que devem embasar as intervenções que pretendem responder a uma proposta interdisciplinar. Enfocou-se também a importância do exercício cotidiano de troca de conhecimentos entre os diferentes campos disciplinares, da articulação em rede e da aposta na potência do dispositivo grupal. O terceiro bloco trouxe reflexões e sugestões sobre como intervir junto à criança, aos adolescentes e às famílias em situação de violência. Discutiu-se também as premissas de uma intervenção que se pretenda ser terapêutica, potencializando o uso de estratégias que facilitem o vínculo, o movimento de emancipação e a aliança com parceiros da rede intersetorial. O quarto, e último, bloco conceitual enfocou o atendimento a agressores sexuais, trazendo luz à questão da “demonização” deste personagem na dinâmica familiar abusiva, o que ainda tem criado barreiras a um franco investimento na área. Outro ponto abordado no bloco foi uma reflexão sobre o gênero de quem comete abuso sexual, convocando ao enfrentamento de tabus e conservas culturais que dificilmente conseguem admitir a mulher nesta posição. Baseando-se no princípio da aprendizagem significativa, referencial já apresentado anteriormente, o primeiro momento deste encontro trouxe como proposta a divisão do grupo de alunos em quatro subgrupos para um trabalho operativo que trouxesse as experiências e problematizações destes profissionais acerca do tema em foco, ou seja, atendimento psicossocial às crianças, adolescentes e famílias em situação de violência. Como atividades mobilizadoras houve a projeção de pequenos trechos de dois filmes: “O despertar de um Homem” (Michael Caton– 1993) e “O padre” (Antonia Bird - 1994) cuja consigna era o compartilhamento entre os elementos do subgrupo, das situações trazidas das suas experiências profissionais que remetiam ao que os filmes ecoavam. Cada subgrupo escolheria a situação compartilhada que mais mobilizou e discutiria, para apresentar no coletivo, uma proposta de intervenção psicossocial a este “caso”. Houve, também, exposição dialogada do conteúdo sistematizado por meio de slides. O segundo momento do encontro trouxe a discussão sobre o atendimento de agressores sexuais e como dinâmica de aquecimento foi proposto o jogo dramático 42 – “O tribunal”. A projeção foi de dois pequenos trechos do filme – “O lenhador” (Nicole Kassel – 2003). O jogo dramático propunha um “tribunal” onde se julgaria se o personagem principal deveria voltar para o regime fechado (prisão) ou continuar seu tratamento (também indicado no filme) em liberdade. O fechamento do encontro se deu com a exposição dos conteúdos sistematizados em slides. Módulo VI - Mobilização, Articulação e a Importância do Trabalho Intersetorial Tratando-se de um dos temas mais polêmicos e desafiadores no enfrentamento à violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes, as discussões para o módulo trouxeram como objetivo promover reflexões éticas e críticas acerca dos parâmetros que otimizam os trânsitos interdisciplinar, interinstitucional e intersetorial. Desta forma, estimulou-se o debate acerca das práticas profissionais que possam vulnerabilizar ou potencializar a rede de proteção social à família, à infância e à juventude, enfatizando a implicação dos trabalhadores num compromisso contínuo de mobilização, articulação que confira efetividade às intervenções junto às situações onde o direito humano é violado. Os conteúdos tratados foram os seguintes: - Sugestões para o incremento do Eixo: Mobilização e Articulação do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, a partir do “Diagnóstico Rápido Participativo” (PAIR/IPUSP – Setembro, 2010). - Organização em rede: a contextualização histórica do debate - Conceito de Rede: foco nas relações humanas - Fundamentos do Trabalho em Rede - O atendimento em rede no enfrentamento à violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes – Atitude de encontro: pessoas, instituições e políticas públicas - Rede Intersetorial: O desafio da pluralidade - O circuito da rede de proteção, tendo como força nucleadora a criança e o adolescente 43 - A terapêutica promovida pela integração da rede intersetorial - Monitoramento e Avaliação do trabalho em rede Os encontros privilegiaram dinâmicas que pudessem mobilizar os profissionais a refletirem sobre suas percepções, experiências e dificuldades no trabalho interdisciplinar, interinstitucional e intersetorial. Para tanto, foram propostas atividades que demonstrassem, corporalmente e por meio de material gráfico (cartolina, barbante, caneta piloto), as dificuldades e as possibilidades de trabalho em rede (o que temos; o que queremos). Foram também realizados exercícios de sistematização dos conteúdos por participantes/observadores. 4.4 - Resultados alcançados Todos os instrumentos apontaram para a pertinência da temática no cotidiano profissional; da adequação da metodologia e estratégias pedagógicas; do conhecimento teórico e prático demonstrado pelas professoras e, finalmente, das reflexões realizadas a partir da capacitação. Igualmente, em todas as reuniões e entrevistas realizadas, pudemos aferir o alcance dos objetivos propostos no curso. Segundo Fabiana de Gouveia Pereira, a capacitação serviu também como um “termômetro” para que a equipe da SMADS possa avaliar, por meio dos relatos, dos questionamentos e das dúvidas apresentadas, o que é necessário planejar e realizar, não apenas em termos de futuras capacitações, mas também em termos da organização e normatização dos trabalhos, a fim de construir parâmetros para as ações dos trabalhadores em todos os serviços da rede socioassistencial da SMADS. Objetiva-se em futuras capacitações dessa natureza, a construção de um trabalho social coletivo que realmente seja abrangente e eficaz na compreensão da dimensão dessa expressão da questão social, visando à prevenção e o atendimento das graves violações de direitos dessa população. 44 4.5 - Observações acerca dos elementos analisados Com relação ao curso objeto de análise, observamos alguns aspectos que poderão auxiliar no planejamento de novos cursos. O primeiro deles refere-se ao número de inscritos versus o número de concluintes. Houve uma participação efetiva de 66,23% de trabalhadores, o que demonstra uma necessidade do estabelecimento de mecanismos para garantir o máximo de participantes possível, como por exemplo, a identificação pelas Supervisões e Coordenações da SMADS de interesse e disponibilidade reais, com mecanismos de confirmação de interesse dos inscritos. O segundo refere-se tempo em que as aulas devem ocorrer: cinco turmas por semana, sendo que cada semana refere-se a um módulo. No caso dessa capacitação, foram seis módulos, o que exigiu do professor/consultor uma disponibilidade de pelo menos seis horas diárias durante três semanas, repetindo, embora em turmas diferentes, os mesmos conteúdos. Esta dinâmica pode gerar desgaste para o professor, mas também pode implicar em dificuldades para selecionar profissionais com essa disponibilidade de tempo. Além da dificuldade acima, sabe-se que é necessário tempo para absorção e elaboração de conteúdos, especialmente aqueles que geram polêmicas, em função da necessidade de reflexão sobre concepções e valores de cunho conservador que ainda permeiam o trabalho profissional. 4.5.1 - Elementos principais obtidos nas entrevistas Conforme mencionado no subitem 3.1 deste Relatório (p. 13), foram realizadas reuniões de avaliação com trabalhadores do ESPASO, bem como entrevistas com as professoras/consultoras envolvidas na capacitação sobre Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes. 45 Para a realização das entrevistas foi enviado às professoras/consultoras um questionário, com o objetivo de informar o teor das questões que seriam tratadas e preparassem suas respostas, caso desejassem (Anexo 1). A entrevista com a Profa. Rosemary Peres Miyahara foi realizada no dia 10/12/2012, nas dependências do ESPASO, com duração de 1h24’. A entrevista com a Profa. Dalka Chaves de Almeida Ferrari foi realizada na sede do Sedes Sapientiae, com duração de 1h11’. As entrevistas transcorreram de modo que as entrevistadas colocaram suas observações de acordo com a ordenação que desejaram, sem seguir, rigidamente, o instrumento orientador e avaliamos que foram de extrema importância para realização da presente avaliação. Para analisar o conteúdo das entrevistas, destacamos algumas categorias que surgiram e que em nosso entender são substantivas: Organização, natureza e condições de trabalho na Assistência Social Com relação a esse aspecto, ambas as entrevistadas reconhecem as dificuldades cotidianas colocadas aos trabalhadores da área; não somente ao que se refere ao atendimento específico com crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica ou sexual, mas a todo o trabalho que é desenvolvido: o trabalho com famílias em alto grau de vulnerabilidade; o convívio com pessoas que sofrem toda sorte de violação de direitos; o trabalho em territórios dominados pelo tráfico de drogas; a falta de mecanismos de proteção institucional para realização das comunicações das violências contra crianças e adolescentes em territórios nos quais ocorre a execução, pela organização do tráfico de drogas, dos autores de violência; o excesso de demanda; o grau de complexidade e de diversidade das situações; as condições precárias de trabalho; o medo e a insegurança. Ao lado dessas situações, segundo a Profa. Rosemary, os trabalhadores, muitas vezes, relatam que não compreendem o sentido dos instrumentos e ações pelos quais são cobrados e demandados por parte das instâncias gestoras das políticas e serviços, havendo uma série de demandas e situações com as quais 46 lidam, cotidianamente, e que fazem parte do fazer profissional, portanto, repletas de sentidos, mas que não cabem nos instrumentais. (...) eles são cobrados ou são solicitados em situações que eles nem conseguem entender o sentido daquilo, em função do que eles estão vivendo de demanda no dia-a-dia, e por outro lado, eles dão conta de uma série de outras demandas que nem aparecem nos instrumentais... de falar do trabalho que eles fazem, né?! Eles respondem os relatórios, as demandas e tem uma série de situações que eles vivem no dia-a-dia, que fazem parte do fazer profissional, que não tem nem como retratar para quem está gestando essa política, pensando essas reformulações nessa política... Outro destaque importante refere-se ao trabalho em territórios cuja ação do tráfico de drogas exerce um domínio sobre a população e até mesmo sobre os serviços, impondo o medo, a insegurança e barreiras efetivas aos fluxos de garantia direitos e, portanto, ao atendimento das situações de violências. Segundo Dalka Ferrari: (...) e esse medo que as pessoas têm de se envolver (...) é uma grande barreira que a gente tem que, nas capacitações, instrumentar esses profissionais que estão na base lidando com isso. (...) porque o medo maior é um pouco o que eles comentam, né?! Porque eu vou me envolver se de repente eu corro risco de vida? É real, né?! Quem vai me proteger, na medida que eu faço as notificações? O que eles comentam é que o que a maioria das capacitações também refletem é que o pessoal do tráfico não admite abuso em criança, né?! E que eles querem fazer justiça com as próprias mãos, né?! Então, quando acontece de ser descoberto um abusador, eles executam na frente da família que a pessoa vitimizou. Então, tem essas barbáries. 47 Ainda com relação às condições de trabalho e às exigências colocadas cotidianamente para os trabalhadores sociais, Rosemary Miyahara refere: (...)eu tenho um verdadeiro... uma verdadeira admiração por esses profissionais que trabalham no social, verdadeira admiração! Quem tá lá no abrigo, quem ta lá...cara! O cara é diferenciado. Quando chega na Assistência Social, não tem jeito, não tem jeito: é com eles a questão! Então, já falhou a intervenção do médico, já falhou a Educação, já falhou... e o cara tá lá na Assistência Social, dentro da complexidade das suas questões. (...) agora, eles chegam daquele jeito: estressados, com as coisas complicadas, com um acúmulo de coisas, atendem vinte, trinta, quarenta casos num dia. Essas circunstâncias, segundo o entendimento das entrevistadas, desvitaliza e despotencializa esses trabalhadores, embora não lhes retirem suas proficiências, segundo Rosemary Miyahara, e, segundo Dalka Ferrari, (...) eles têm as respostas! Outro elemento importante refere-se ao tipos de situações colocadas para os trabalhadores, que segundo Rosemary Miyahara, exigem conhecimentos e competências para realizar uma leitura psicodinâmica da situação, embora esteja explicitado no SUAS que o trabalho no âmbito na Assistência Social deve ter caráter socioeducativo: (...) uma outra vertente que possa ser considerada mais clínica, mas que eu dou o nome de leitura psicodinâmica da situação... eu sempre digo que fazer uma leitura da psicodinâmica abusiva não é domínio do psicólogo: precisa ser domínio do assistente social, do educador, né?! (...) porque eles têm que lidar com isso, Damares! Eles lidam com isso de fato! Porque a Saúde tem uma precariedade de receber... porque isso aí é o nó principal, né?! 48 Quando perguntadas sobre a questão da diversidade das condições de trabalho na SMADS, caracterizada pela presença de trabalhadores com salários, tempo de trabalho, contratos e vinculação institucional totalmente diferenciados, ambas consideraram altamente positivas, no tocante à diversidade de conhecimentos e práticas. (...) Agora, achei que o pessoal que tá na ponta mesmo, os que estão nos SASF, né? 9.../ eles tem uma... como eles estão com a prática, eles têm uma contribuição incrível pros grupos, porque aí vem o caso vivo e a cores que às vezes um que tá num cargo muito mais administrativo, não tem, né?! Então, foi fundamental essa mistura de serviços prá poder trazer a riqueza dos casos, né?! Porque é só com a prática mesmo que as pessoas aprendem... e aí, cada caso! (Dalka Ferrari). E mesmo denotando a importância do trabalhador social, especialmente quanto à natureza do trabalho que desenvolvem, Rosemary Miyahara parte do reconhecimento de que os mesmos saem das faculdades e rapidamente são absorvidos pelo mercado de trabalho, mas em situações mais precárias, especialmente nas Organizações Sociais, que pagam baixos salários. Quando surge uma oportunidade de prestar concursos em outras áreas como na Saúde e no Judiciário que, tradicionalmente remuneram com salários maiores, esses trabalhadores não possuem as mesmas condições de concorrer com os trabalhadores que são diferenciados, em função de salários e condições de trabalhos melhores, apesar de todo esforço dispendido na preparação para os concursos. (...) é extremamente injusto esse tipo de situação! (...) Ele sai da faculdade, ele é facilmente contratado por um salário menor (...) é claro que a proficiência profissional tá ligada a isso, né?! (...) já existe, né, um certo esquema perverso... socialmente perverso... 49 Gestão democrática A questão da gestão, considerados todos os níveis hierárquicos possui, especialmente na visão de Rosemary Miyahara, um papel fundamental: no que se refere ao conhecimento as especificidades da política pública, mas também na possibilidade de participar efetivamente da construção coletiva do trabalho que é desenvolvido, evitando exercer o poder de forma autoritária, sem diálogo, exigindo dos trabalhadores flexibilidades e inovações, sem participar da construção desse campo de conhecimentos. (...) olha Damares, eu não estou denunciando, eu estou enunciando! (...) se existe um gestor direto, sensível, a coisa rola de um jeito completamente diferente (...) o que eu tô chamando de gestão direta: quem tá ali na direção do CREAS: [uma gestão] participativa envolvida naquilo que possam ser as dificuldades, numa sintonia... como ele compreende essa política pública e como ele consegue transitar entre os seus profissionais esse entendimento. (...) se a coisa vem dentro de uma perspectiva de respeitar, de ouvir, de valorizar... quando você põe aqui: “relações de poder”, para mim, isto aqui é o empecilho maior porque tem pessoas que assumem essa relação de poder quase que de um jeito déspota (...) pra um povo que tá precisando pensar em flexibilidades, em alternativas (...) porque é isto: quando eles estão diante de um usuário, vem uma avalanche de situações Com relação à gestão, também a Profa. Dalka Ferrari aponta a importância de experiências como a que vêm sendo desenvolvida, de forma intersetorial, na região de M’ Boi Mirim – zonal sul de São Paulo. Para garantir a gestão democrática, com a participação efetiva dos usuários, organiza um processo de formação de Conselheiros Gestores, com uma diplomação, ao final do processo, por meio de capacitações e da participação nos equipamentos públicos e eventos, que é fundamental para cumprir os objetivos das Políticas da Seguridade Social brasileira, alicerçada nos princípios da participação popular e do controle social. 50 (...) eles chamam, conclamam a comunidade para os trabalhos, né?! E a família, principalmente, para essas ações todas, e oficinas (...) a Secretaria de Educação também está junto nisso e aí. Quando é no último dia da tal capacitação ou do programa que eles estão fazendo, eles fazem uma formatura; chamam Conselho Gestor da comunidade (...) e aí você precisa ver a permanência, a presença dessa comunidade total lá no evento porque eles vão ganhar um diploma... um certificado; eles vão ser incluídos (...) esse reconhecimento na participação, numa formalidade igual essa. Metodologia das capacitações A metodologia desenvolvida pelas professoras na capacitação foi composta por estratégias pedagógicas diversas, compostas de momentos de reflexão; de compartilhamento de saberes; de oficinas com vivências sociodramaticas; de apresentação dialogada da literatura produzida sobre a violência doméstica e sexual praticada contra crianças e adolescentes e também dos fluxos e instrumentos legais e institucionais que instrumentalizam o trabalho profissional cotidiano. Do ponto de vista teórico, houve uma referência explícita da aprendizagem significativa, segundo Rosemary Miyahara, uma metodologia proposta Paulo Freire, relacionando texto e contexto. Segundo informou, quando da morte de Paulo Freire, Leonardo Boff escreveu um texto colocando: (...) um texto, o processo de ensino-aprendizagem, um texto, ele tem muito mais valor quanto mais inserido no contexto de quem lê e escreve ele está (...) Foi enfatizada pelas professoras/consultoras a necessidade de que as capacitações sejam realizadas a partir de uma compreensão da natureza do trabalho desenvolvido, que exige dos trabalhadores competências e prontidões para 51 dar respostas às questões cotidianas que se apresentam, bem como para construir uma comunidade de aprendizado que produza conhecimentos nesse campo que sejam inovadoras, sem ser, contudo, amadoras. A proposta metodológica construída pelas entrevistadas, ao longo de duas décadas trabalhando com capacitações, é concebida como um processo que compreende capacitação em si, utilizando diversas estratégias pedagógicas, mas também, a realização de supervisões caracterizadas por três eixos, a partir de situações concretas: a discussão de questões institucionais da rede; a leitura psicodinâmica dessas situações e um espaço no qual os trabalhadores possam se colocar, subjetivamente, com relação àquela situação tratada; é o que a Profa. Rosemary Miyahara denomina de terapia do papel profissional: (...) porque eu sempre explico para eles que a gente tá trabalhando não num contexto terapêutico; a gente tá trabalhando num contexto socioeducativo, que é diferente (...) Segundo Rosemary Miyahara: (...) quando a gente vai trabalhar com violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes a gente tá trabalhando com eixos muito delicados e arraigados, porque a gente tá falando de família, de infância, e juventude nessa perspectiva dessa formação de ser humano, de sexualidade, de tudo isso que tem uma dimensão de humanidade que é muito forte (...) quando este ser humano está ouvindo, ou pega uma criança de 3 anos que foi estuprada pelo pai, aquilo ali tem um poder de desorganização interna... porque tá mexendo exatamente com parâmetros que são estruturantes do psiquismo. (...) então, esse profissional necessitaria estrutura prá fazer isso (...) Entretanto, apesar de considerar a necessidade da existência de um espaço de empoderamento, não postula que seja, necessariamente, um processo 52 psicoterápico: não enquanto condição, embora defenda que seja uma indicação. Acredita que é possível desenvolver esse mecanismo por meio de outros dispositivos, como por exemplo, a supervisão. Também Dalka Ferrari defende como uma estratégia pedagógica fundamental, a realização de oficinas de vivências - rápidas e temáticas -, mas que permitem a expressão do conteúdo aprendido. (...) é uma forma d’ele incorporar melhor esse conhecimento. (...) tem um momento vivencial que é pra mostrar exatamente o que eu incorporei do aprendizado (...) Ainda com relação às capacitações, Rosemary Miyahara defende a necessidade de haver mecanismos de avaliação, multiplicação e restituição dos novos aportes teórico-práticos obtidos, na direção da implantação de trabalhos que sejam condições para realização de novos cursos e capacitações. Refere que percebe, muitas vezes, certo descompromisso por parte dos profissionais que participam das capacitações que, indicados aleatoriamente, não manifestam interesse e compromisso com a multiplicação e com a implantação de fluxos ou programas. No diálogo travado sobre a questão das modalidades de oferta de cursos e capacitações versus a questão da quantidade de pessoas que necessitam de capacitação, para a entrevistada, somente um compromisso com a multiplicação e com a aplicação prática desses conhecimentos, criando projetos de enfrentamento e prevenção à violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes, garantirá a disseminação desses conhecimentos. Usando como referência a capacitação que realizou no ESPASO e que poderia eventualmente continuar, pontuou que consideraria de grande importância uma avaliação de compromisso: 53 (...) se eles tivessem um projeto estabelecido, aplicado e isso fosse a condição para ele se matricular no próximo módulo... Desta forma, avaliamos que a questão da relação teoria-prática poderia ser tratada a partir do efetivamente realizado e seus desdobramentos, em lugar do “não realizado” e suas consequências. 5- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Esta avaliação foi realizada por meio da pesquisa qualitativa; esta metodologia foi eleita por considerarmos a mais adequada para realizar esta avaliação, buscando o aprofundamento de questões que pretendem responder aos seguintes quesitos: o alcance dos objetivos; a efetividade do projeto; resultados alcançados pela cooperação; boas práticas, lições aprendidas e propostas de melhorias. Iniciando pelo alcance dos objetivos, a análise aprofundada da capacitação realizada sobre Violência Doméstica e Sexual contra Crianças e Adolescentes, dentre as cinco capacitações realizadas no ano de 2012, possibilitou um exame dos elementos que compõem o processo das capacitações, desde sua gênese. Podemos afirmar que houve pertinência, coerência e rigoroso empenho da equipe de planejamento e execução do ESPASO/SMADS quanto aos seguintes aspectos: escolha das temáticas; elaboração das ementas e dos resultados esperados; definição e distribuição de vagas para o público-alvo da capacitação, compreendendo trabalhadores ligados diretamente à SMADS, bem como aos ligados às Organizações Sociais conveniadas com a SMADS; execução dos procedimentos técnico-operativos da Cooperação Técnica, especialmente no que se refere ao cumprimento de protocolos, fluxos e prazos; seleção dos professores/consultores. 54 O item 3 deste Relatório traz um detalhamento sobre os aspectos pesquisados na referida capacitação. Com relação à efetividade do projeto, todas as entrevistadas (equipe do ESPASO/SMADS) foram unânimes em reconhecer a importância de projetos de cooperação técnica, especificamente o BRA03/015, objeto desta avaliação do ano de 2012, uma vez que imprimem objetividade, transparência e credibilidade aos processos de capacitações e de consultoria para elaboração de trabalhos técnicos, com a possibilidade de contratação de consultores com expertise reconhecida, que garante, dentre outros aspectos, a qualidade teórico-metodológica e didáticopedagógica das capacitações e dos trabalhos técnicos demandados. Avaliamos que o ESPASO, após quase uma década de existência (criado em 18 de dezembro de 2003), acumulou experiências para garantir um lugar importante e diferenciado no planejamento, execução e avaliação da educação continuada dos trabalhadores sociais implicados na concretização da Política de Assistência Social na cidade de São Paulo, como direito constitucional. Esta constatação foi atestada não só pela análise das capacitações realizadas em 2012, mas, sobretudo pela quantidade e qualidade das capacitações, seminários e cursos realizados, sendo dois deles em nível de pós-graduação lato sensu (2007 e 2010). Em nosso entendimento, as lições até aqui aprendidas possibilitarão ao ESPASO ocupar um espaço político-institucional na gestão enquanto protagonista da educação continuada dos trabalhadores da SMADS, podendo, a partir dos requisitos éticos e teóricos exigidos para a implantação da Assistência Social como direito, pautar a gestão pública da assistência social na cidade de São Paulo, nessa especificidade, o que significará a garantia da qualidade dos serviços socioassistenciais prestados, no que se refere às competências e habilidades dos trabalhadores. Considerando as questões acima, avaliamos que um acordo de Cooperação Técnica se constitui como uma parceria importante para garantir parâmetros objetivos e calcados na transparência, na criação de padrões técnicos 55 para proposição, planejamento, execução, monitoramento e avaliação das diversas modalidades de formação de trabalhadores em serviços. As recomendações a seguir foram extraídas a partir da análise de todo material que compôs a presente avaliação, compreendendo documentos; relatórios; termos de referência; reuniões de avaliação e entrevistas, conforme informado no item 3.1 (p. 13) deste Relatório. 1. Quanto ao espaço político-institucional, acreditamos que o ESPASO deve direcionar e protagonizar, no âmbito da SMADS, a educação continuada dos trabalhadores, de acordo com as diretrizes teóricas, éticas e técnico-operativas colocadas na PNAS/SUAS e demais documentos orientadores. 2. Quanto à gestão do ESPASO, por tratar-se de um centro de formação dentro de uma Secretaria Municipal, portanto pública com gestão democrática, conforme determina a Seguridade Social brasileira, a participação popular e o controle social são mecanismos constitutivos na definição dos rumos a seguir. Nesse sentido, a implantação de um Conselho Gestor, com participação de usuários das políticas; de trabalhadores da rede socioassistencial e de gestores da política pública seria fundamental. 3. Quanto à questão do planejamento geral percebemos que é necessário, e almejado, um planejamento estratégico que reúna os elementos que se encontram dispersos nas diversas áreas e saberes da equipe e que promova a articulação das ações que estão fragmentadas viabilizando uma análise detida, por toda equipe, do percurso percorrido nesses nove anos de execução de capacitações, avaliando as ações que possibilitaram e as que inviabilizaram atingir os objetivos projetados. 4. Para que o ESPASO continue a desempenhar as tarefas de formação e de capacitação para as quais vem se preparando ao longo de sua constituição, será necessário aumentar e diversificar sua equipe, com a abertura de contratação de profissionais de várias áreas, tanto no suporte técnico-administrativo para organização e sistematização de bancos de dados, quanto no suporte técnico, para 56 assessorar no desenvolvimento de orientações técnicas, de parâmetros, de periódicos (impressos e digitais) e outras produções, com padronização científica. 5. Com relação ao planejamento pedagógico, será necessário observar o Plano Nacional de Capacitação do SUAS (PNC/SUAS) que estabelece para todo território nacional, princípios, diretrizes, modalidades e demais mecanismos de garantia de formação e capacitação no âmbito do SUAS. Ainda com relação ao planejamento pedagógico, é necessário criar Projetos Político-Pedagógicos que orientarão as formações e as capacitações; será necessário construí-los de forma interdisciplinar e intersetorial, independentemente da modalidade e do número de horas que comporão as capacitações. 6. No tocante ao número de trabalhadores a ser atingido, é necessário “capilarizar” as ações sendo necessário que as Coordenadorias de Assistência Social - CAS (já contempladas com recursos didático-pedagógicos), estejam vinculadas, contempladas, assessoradas e participantes do planejamento pedagógico do ESPASO, evitando sobreposições ou mesmo discrepâncias na disseminação dos conhecimentos. O mesmo deverá se dar ao nível das Coordenações centrais. Será necessário implantar uma instância colegiada para estabelecimento de pactos acerca das modalidades, temáticas, conteúdos, carga horária e escolha de professores a serem tratadas, bem como das estratégias pedagógicas, respeitadas as especificidades de cada região e de cada área da SMADS. 7. Com relação à metodologia, consideramos fundamental a realização de uma grande pesquisa, coordenada pelo ESPASO, para mapear, conhecer, analisar, sistematizar e divulgar as experiências desenvolvidas no âmbito do trabalho socioeducativo com famílias em território, consideradas todas as situações que se apresentam, que têm sido objeto das diversas capacitações e que ainda carecem de análise e sistematização, para produção de conhecimentos teóricos e técnicooperativos nesse novo campo. 8. Quanto aos espaços, modalidades, ações e níveis de formação, será importante diversificar as ações, articulando as capacitações centrais e as regionais, por meio da criação de núcleos ou pólos de educação continuada, com organização de seminários, fóruns de debates contínuos, oficinas e outras modalidades de 57 formação. Quanto ao estabelecimento de parcerias, será importante buscar, nos pólos ou núcleos regionais, a articulação com movimentos sociais e organizações sociais, bem como com as instâncias regionais das demais Secretarias e com Instituições de Ensino Superior, para realização de formações, capacitações, pesquisas, mapeamentos e outras modalidades de produção de conhecimento tendo como objetivo a qualificação do trabalho desenvolvido por meio da realização de projetos regionais intersetoriais e interdisciplinares. 9. Quanto à obtenção da participação dos trabalhadores na implantação das ações da PNAS, será importante implantar um sistema de avaliação que certifique, mas também avalie e comprometa os trabalhadores, por meio de pontuações e promoções, a partir da implantação de experiências de trabalhos inovadores na direção da garantia dos direitos colocados na política de Assistência Social. 10. Com relação à equipe de gestão dos serviços socioassistenciais, coordenações e supervisões, desenvolver mecanismos de capacitação contínuos, preparando-os e implicando-os na coordenação dos núcleos ou pólos de formação, bem como na implantação de programas e projetos. 11. Quanto às condições de trabalho (salários, recursos e outros), fomentar o debate na gestão de SMADS, sobre os rebatimentos da precarização das condições de trabalho nas proficiências e na saúde dos trabalhadores, por meio de capacitações sobre o assédio moral e outras modalidades de violência institucional. Por fim, avaliamos que o ESPASO, ao longo de 2012, perseverou e atingiu os objetivos colocados no Resultado 2 do Projeto BRA 03/015, concluindo esta Cooperação Técnica com o PNUD (2003-2012), em condições de dar um salto de qualidade em suas ações, apoiado em um percurso sólido e efetivo, por meio de um trabalho dirigido ao “coração” da Política de Assistência Social, qual seja, o desenvolvimento das habilidades, competências e prontidões dos trabalhadores, em todos os níveis, para realização do trabalho na luta pela defesa e garantia dos direitos da população brasileira. São Paulo, 18 de dezembro de 2012 DAMARES PEREIRA VICENTE Consultora 58 6 – ANEXOS Anexo I Questionário para entrevista CAPACITAÇÃO EM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 1) O objetivo principal das capacitações realizadas pelo ESPASO/SMADS é o aprimoramento de habilidades e competências dos profissionais. Em sua opinião, o curso realizado possibilitou o alcance desse objetivo? Em quais aspectos? Quais foram os pontos fortes e os pontos fracos? 2) Também está prevista a construção coletiva do conhecimento, por meio do diálogo e da interação entre os profissionais. O curso possibilitou isto? Em que medida? 3) Buscou-se com essas capacitações a “promoção de um espaço de trocas, com identificação de dificuldades, sentidos, significados, reflexões, descobertas de potencialidades, construção de redes de serviços e uma comunidade de aprendizagem dos profissionais da assistência social”. O curso realizado possibilitou isto? Em que medida? 4) Foi aplicado um instrumento para avaliar crenças, conceitos e preconceitos (INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO REFLEXIVA). Qual foi o resultado dessa avaliação? Em que medida a metodologia utilizada no curso propiciou essa reflexão? 5) Compreendendo que a reflexão significa um primeiro passo para a mudança de atitudes, quais seriam as ações que poderiam ser desenvolvidas para continuar esse processo? 6) Existem, dentre vários, dois grandes desafios para a equipe do ESPASO: um deles refere-se à grande quantidade de trabalhadores que necessitam das capacitações; o outro, relativo às condições de trabalho, refere-se à diversidade de contratos de trabalho, de regiões, de salários, de relações de poder, etc. Foi possível perceber essa diversidade no curso? Em que medida isto representa um empecilho para o desenvolvimento do trabalho? 7) Há uma compreensão, por parte da equipe do ESPASO, da importância de se buscar estratégias pedagógicas que promovam a superação da dicotomia entre teoria e prática, frequentemente apontada pelos trabalhadores. Considerando sua experiência, qual seriam as sugestões para desenvolver um percurso formativo que possibilitasse a construção do conhecimento necessário para o trabalho social no âmbito do SUAS? 59 7 - REFERÊNCIAS ALBERTI, V. Manual de História Oral. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. ALMEIDA, A.M. Avaliação Externa do projeto BRA 03/015 – SMADS/SP-PNUD. São Paulo: PNUD/SMADS, 2011. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Capacitação do SUAS. Brasília: MDS; Secretaria nacional de Assistência Social, 2011. _______. Ministério das Relações Exteriores. Agência Brasileira de Cooperação. Diretrizes para o desenvolvimento da cooperação técnica Internacional multilateral e bilateral/ Ministério das Relações Exteriores. - 2ª ed. - Brasília: Agência Brasileira de Cooperação, 2004. 64, p.7. RAICHELIS, R. O trabalho e os trabalhadores do SUAS: o enfrentamento necessário na assistência social. In: Gestão do trabalho no âmbito do SUAS: uma contribuição necessária para ressignificar as ofertas e consolidar o direito socioasistencial. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.. Brasília: MDS; Secretaria nacional de Assistência Social, 2011. SILVEIRA. J.I. Gestão do trabalho: concepção e significado para o SUAS. In: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Gestão do trabalho no âmbito do SUAS: uma contribuição necessária para ressignificar as ofertas e consolidar o direito socioasistencial. Brasília: MDS; Secretaria nacional de Assistência Social, 2011. 60