construção de um pluviômetro digital
Transcrição
construção de um pluviômetro digital
CONSTRUÇÃO DE UM PLUVIÔMETRO DIGITAL Rafael Jonathan Biaggio Sizani Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Fabrício Vidal Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Anderson Rodrigues Domingos Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Gustavo Monteiro Franco Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Maria Rita Lua de Quadros Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Marco Nocetti Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] Professor orientador: Eduardo Beck Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Av. Mauro Ramos, 950 centro, Florianópolis -SC CEP 88020-300 [email protected] RESUMO: A criação de um instrumento meteorológico de baixo custo, traz com sua construção a criatividade e pesquisa sobre o material a ser criado, o protótipo do pluviômetro digital desenvolvido no CEFET-SC pelos alunos do curso de meteorologia, tem como elemento sensor a báscula cujo os pulsos são medidos por uma contador. E os resultados satisfatórios quando comparados com o pluviômetro e pluviográfo da estação convencional e automática do CEFET-SC. PALAVRAS CHAVE: Pluviômetro. Precipitação. Báscula. ABSTRACT: The creation of an instrument meteorological low cost, with its construction brings the creativity and research on the material to be created, the prototype developed in the pluviômetro digital CEFET-SC by the students of the course of meteorology, has the sensing element to báscula the pulses which are measured by a meter. And the results satisfactory when compared with the pluviômetro and pluviográfo the station and conventional automatic CEFETSC. KEY WORDS: Pluviometer. Precipitation. Báscula. 1 INTRODUÇÃO Hoje existem vários instrumentos meteorológicos, apesar de a oferta ser grande a maioria destes instrumentos são importados e além de importados existem poucos fabricantes que custeiam o valor de cada instrumento tornando os muito caros. Além da falta de informação sobre instrumentos desenvolvidos por faculdades ou cursos técnicos sobre instrumentos meteorológicos que possam ser utilizados profissionalmente em estações com a mesma eficiência dos já utilizados nas estações automáticas e que todos conhecem. É preciso buscar alternativas no desenvolvimento do instrumento, utilizando materiais baratos e com boa eficiência, além de ser preciso ter certos cuidados na escolha dos matérias pois no caso de Florianópolis a maresia causada pelo oceano pode causar a corrosão de algumas partes do instrumento, dependendo do material que for utilizado na construção dele. O instrumento que será desenvolvido é o Pluviômetro Digital com calculadora que funciona através do mecanismo de báscula, que foi colocado na estação convencional do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFETSC) seguindo normas da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) durante alguns dias e foi realizada uma comparação dos dados registrados no Pluviômetro da estação automática da Campbell do CEFETSC com o Pluviômetro Digital desenvolvido (protótipo) pelos alunos para saber a sua eficiência. Verificando que é possível construir um equipamento meteorológico de baixo custo e eficaz. 2 MATERIAIS E METODOS Para o desenvolvimento do trabalho foi importante conhecer os tipos de pluviômetros existentes que atuam em estações automáticas ou móveis, conhecer as medidas de cada peça desses instrumentos para efetuar a construção do pluviômetro com calculadora, tendo noções básicas de funcionamento de datalogger em uma estação automática, de eletrônica com a utilização do reed-switch e de pesquisa sobre outros pluviômetros digitais que foram desenvolvidos por universidades, cursos técnicos ou outras entidades em parceria com a finalidade de realizar estudos científicos. a. Pluviômetro da Squitter modelo S1610 O pluviômetro da Squitter modelo S1610 é uma estação móvel que tem uma báscula de 0,25 mm, com software, cabo de conexão serial para microcomputador, memória de dados não-volátil e duas pilhas alcalinas diferencia o pluviômetro da Squitter modelo S1610 do modelo digital com calculadora. Tendo a capacidade de não perder autonomia de memória em períodos secos, armazenamento de dados em memória nãovolátil, baixo consumo de energia e operando com pilhas alcalinas por quatro meses ou mais torna o modelo de alta confiabilidade e precisão para se obter dados também evitando ainda a verificação dos dados e manutenção diária. Está são as vantagens do pluviômetro da Squitter modelo S1610 (Figura 1) em comparação do pluviômetro digital com calculadora que apesar de ter apenas uma pilha alcalina o modelo S1610 tem uma durabilidade maior e não tem o problema de perder os dados registrados como pode acontecer no modelo com calculadora. Figura 1 – Pluviômetro Squitter modelo S1610. b. Pluviômetro Campbell modelo TB4-L O modelo da Campbell TB4-L (Figura 2) tem 0,25 mm de báscula que marca por um duplo Reed disjuntor que manda um sinal de pulso para o datalogger registrando assim um valor de quantidade de precipitação já definido na programação do datalogger, possui um diâmetro de 20 cm de orifício, com precisão de 2% , resolução de 0,254 mm, trabalhando a uma temperatura entre 0º a 70ºC tendo um peso de 2 kg e com uma altitude de 33 cm. Este pluviômetro registra eventos de forte intensidade, sendo que não é necessário o uso de pilhas alcalinas devido ao fato de ele só funcionar através do fechamento do reed-switch que gera um pulso que manda um sinal para o datalogger que registra o dado, pois o modelo TB4-L não é de uma estação móvel, mesma situação do pluviômetro digital com calculadora. Sendo fabricado pela Hydrological Serviços Ltda. Figura 2 – Pluviômetro da Campbell modelo TB4-L. 3 CONSTRUÇÃO DO PLUVIÔMETRO A perfeita noção do conjunto das condições iniciais do projeto foi um fator importe para que ele fosse concebido de uma maneira abrangente e não fragmentada. Para construir o pluviômetro foi adotado o maior rigor possível, bem como equipamentos e técnicas que garantam o perfeito controle das dimensões do instrumento. Para que isso se tornasse realidade e para que o instrumento cumprisse com a função para o qual foi projetado, foi necessário que os subsistemas estivessem corretamente inter-relacionados e que os materiais utilizados fossem adequados. Dessa forma a escolha de materiais de boa qualidade e principalmente de fácil aquisição foram parâmetros essenciais para finalização da construção . O processo construtivo foi inciado primeiramente pelo coletor de precipitação, na qual foi utilizado um funil plástico com abertura de 160 mm de diâmetro, cuja as dimensões da extremidade inferior foram reduzidas a 0,5mm com o objetivo de diminuir os efeitos da inércia e fazer com que a água precipitada atingisse exatamente o interior das conchas basculantes . Terminado este processo, o mesmo foi colado e fixado por meio de parafusos a uma forma metálica de alumínio de fundo removível, com diâmetro maior do que a do funil, ou seja de 180 mm. Esse diâmetro de maior medida proporcionou que o conjunto depois de pronto fosse perfeitamente encaixado na tampa (cone) do pluviômetro. (figura 3) magnéticas (reed switch) acionadas por imãs acoplados na báscula, sendo uma para conectar a um contador de pulso e a outra a um datalloger de estação profissional. Por sua vez, os segmentos das extremidades inferiores foram dobrados em ângulo de 90º e em seguida esquadrejados de modo que as peças adquirissem formato de “L”, possibilitando assim a suas posteriores fixações na guia. (Figura 4) FIGURA 4– Detalhes construtivos mostrando o local de instalação dos Reed Switch (A), dos furos de fixação da báscula (B), furos passantes para fixação dos parafusos na base de PVC (C), na guia (D)e para fixação do suporte dos parafusos de aferição (E). FIGURA 3- Detalhes do coletor de precipitação fixado na forma de aluminio (A), e encaixado na tampa do pluviômetro. Sucedendo esta etapa e dando continuidade ao projeto, foi necessário construir um mecanismo que apoiasse e, principalmente, permitisse rotacionar livremente o eixo da báscula quando a mesma entrasse em funcionamento. Para isso, foram construídos, com perfil retangular de alumínio, dois apoios idênticos de 120mm de comprimento, tendo nas extremidades superiores um orifício destinado a instalar duas chaves Vale ressaltar que, para se ter um eficiente nível de simetria em relação ao posicionamento dos furos de encaixe do eixo da báscula, os perfis foram posicionados paralelos entre si, tanto no plano vertical como no plano horizontal . Encaixado o eixo da báscula em seus respectivos furos, os perfis foram unidos em seus extremos inferiores por uma guia e presos por meio de dois parafusos passantes com porcas auto travantes, resultando assim em uma peça única, robusta e com eficiente nível de simetria. Para calibrar o instrumento, a guia é transpassada perpendicularmente em sua parte central por um perfil de alumínio de 100mm de comprimento que contém em ambas as extremidades um parafuso de ajuste preso através de porca fixa, posicionado linearmente abaixo da báscula e destinado exclusivamente para aferição (Figura 5). com aberturas inferiores e superiores de 190 mm e 170 mm respectivamente. Na ocorrência de precipitação medida, a mesma é escorrida para o exterior através de dois tubos de 32mm de diâmetro cortados em ângulo de 60º e posicionados linearmente cada um nos extremos da báscula (Figura 6). FIGURA 5 Suporte de alumínio (100x16x04 mm) com parafusos de ajuste destinado à aferição da báscula. FIGURA 6 – Base de PVC de Ø 250 mm (A), cantoneira para fixação da tampa do pluviometro (B), plugs de saida de sinais coberto por tampão de proteção (C), tubo de drenagem de precipitação medida (D) Imãs para acionamento dos reed switch (E), báscula (F), parafusos com porca borboleta para fixação na base de PVC (G). O método construtivo adotado para esta finalidade teve como aspecto, simplicidade, adequabilidade, facilidade de fabricação e montagem, já que permitiu considerável redução no numero de peças necessárias. Além da durabilidade, esse processo ainda possibilitou uma maior velocidade de construção, com maior precisão e menores quantidades de cortes de peças. Finalizada a montagem da báscula e instalados os reed switch em seus respectivos orifícios, o sensor foi fixado exatamente no centro de uma base de apoio de PVC de 250 mm de diâmetro, e preso através de dois parafusos com porca borboleta, possibilitando assim uma fácil desmontagem em caso de manutenção. Nesta ocasião também foram instalados dois plugs de saída de sinal de precipitação, com os respectivos tampões de proteção contra umidade, e as cantoneiras para prender a tampa do pluviômetro, neste caso um cone plástico de 245 mm de comprimento Na instalação e na manutenção periódica o sensor é nivelado manualmente por três parafusos distanciados em ângulo de 120º. Esses parafusos com porca tipo borboleta interligam, a base de apoio através de três hastes de alumínio em forma de “S” a uma peça central de teflon de 140 mm de diâmetro externo por 3,6mm de diâmetro interno, cuja finalidade é fixar o instrumento através de uma conexão de PVC (adaptador soldável com flange de medidas 25 x ¾) a um adaptador soldável com bolsa e rosca (com medidas de 25 x ¾) instalado em um tubo de 1 polegada destinada à exposição (figura 7). 8,00 7,00 6,00 5,00 Pluviômetro Projeto Campbell CEFET-SC Convencional CEFET-SC 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 24/10 25/10 26/10 27/10 28/10 29/10 30/10 31/10 FIGURA 7 - Em primeiro plano haste de alumínio em forma de “S” com parafuso de nivelamento (A), adaptador soldável com flanges (B), transpassado em peça de teflon (C), rosqueado em um adaptador soldavel curto com bolsa e rosca (D), fixado em um tubo de 1 polegada (E). Por ultimo os dados gerados pelo pluviômetro são contados digitalmente por uma calculadora através do seguinte funcionamento: quando a precipitação acumulada em uma concha atinge certa quantidade de volume, o peso desta ao mover alterna para a outra concha, e a cada vez que isso acontece, os interruptores magnéticos são fechados através de um imã, registrando o pulso e incrementando a conta acumulada pelo período em curso (figura 8). FIGURA 8– Pluviômetro exposto ao tempo. 4 DADOS E RESULTADOS FIGURA 9 – O gráfico de comparação entre os pluviômetros da estação convencional, Campbell e a construída neste projeto. Com a analise ao gráfico podemos observar que na primeira leitura, 24/10/2007. Os dados foram os mesmos para os três pluviômetros. Devido ao fato de não ter ocorrido precipitação, como no dia 27/10/2007. Já num momento onde se teve precipitação, nos dias 26/10/2007, 29/10/2007 e no dia 31/10/2007. O pluviômetro do projeto fez uma leitura acima dos pluviômetros da estação convencional e Campbell. Nos demais dias o pluviômetro da Campbel teve um valor acima dos outros dois pluviômetros, Estação convencional e Projeto. Com exceção do dia 28/10/2007 o valor do pluviômetro da Convencional estava abaixo da leitura do pluviômetro do projeto. 5 CONCLUSÃO Acesso em: 16 de setembro de 2007; Podemos perceber que é possível construir um pluviômetro de baixo custo, funcional e prático. Para construir o pluviômetro foi adotado o maior rigor possível, bem como equipamentos e técnicas que garantam o perfeito controle das dimensões do instrumento. Para que isso se tornasse realidade e para que o instrumento cumprisse com a função para o qual foi projetado, foi necessário que os subsistemas estivessem corretamente inter-relacionados e que os materiais utilizados fossem adequados. Dessa forma a escolha de materiais de boa qualidade e principalmente de fácil aquisição foram parâmetros essenciais para finalização da construção. Fica para um próximo projeto de “construção de um pluviômetro” ainda fazer algumas aferições, um aparelho que se comporte melhor que a utilizado neste projeto, como uma calculadora que ficasse ligada 24 horas. E, sem dúvida a realização de mais testes para comparação mais eficaz da precisão entre os pluviômetros. Já que a analise, e comparação neste projeto ficou limitado, fazendo-se apenas a comparação de apenas 7 dias. Disponível em: Plano Diretor - Notícias 6 REFERÊNCIAS Disponível Precipitação em: 6.4 Medidas de http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/ca p6/cap6-4.html Acesso em: 14 de setembro de 2007; Disponível em: CEFET/SC – Boletim Informativo http://www.cefetsc.edu.br/~boletim/bole tim146.htm Acesso em: 14 de setembro de 2007; Disponível em: UNESC - Biblioteca http://www.bib.unesc.net/biblioteca/su mario/000026/000026F8.pdf http://defesacivil.itajai.sc.gov.br/noticia sp_det.php?id_noticia=5496 Acesso em: 23 de setembro de 2007; Disponível em: Pluviologger – Inovação Tecnológica em Hidrometeorologia http://auriga.cnptia.embrapa.br/macrogd n/apresentacoes/pluviologger_artigo_sin tese.pdf Acesso em: 11 de outubro de 2007; Disponível em: Pluviômetros Elétricos http://www.cmcbrasil.com.br/lastem/plu viometros_eletricos.htm Acesso em: 18 de outubro de 2007; Disponível em: Meteorologia Artesanal http://viladoconde.cienciaviva.pt/clube/ premios/meteorologia_artesanal.pdf Acesso em: 23 de outubro de 2007;