- Vectra Construtora
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editorial Pintando o sete Chegamos à sétima edição. E vamos comemorar pintando o sete, literalmente. Lazer, história, cultura, gastronomia, comportamento, design e a própria Vectra: os principais temas que norteiam a produção da Living Vectra em apenas um número. O sete. O mesmo das notas musicais e dos dias da semana, como cantava o Raul Seixas. Dó. Domingo. Lazer. Conheça o Jardim Botânico de Londrina, recém-inaugurado e repleto de atividades interessantes para toda a família. Obras prosseguem, mas espaço já figura entre os cartões-postais. Ré. Sábado. História. Descubra o projeto 80x Londrina, que pretende publicar em site e livro histórias inéditas vividas pelos londrinenses por toda a cidade. Serão 80 bairros e inúmeras trajetórias de vida. Mi. Sexta-feira. Cultura. Compartilhe o sucesso do Ballet de Londrina em seus 20 anos de existência. Os desafios de uma companhia de dança contemporânea, nos dias de hoje, e sua projeção internacional. Fá. Quinta-feira. Gastronomia. Saiba a origem da família Matsuo, pioneira na cozinha asiática em Londrina. Seu restaurante Minato, com cardápio variado e os garçons de sempre, uma boa pedida no almoço ou no jantar. Sol. Quarta-feira. Comportamento. Admire um dos principais personagens da história de Londrina. O médico Afonso Haikal, aos 97 anos de idade, é exemplo de amor à profissão e de dedicação às boas causas. Lá. Terça-feira. Design. Surpreenda-se com o trabalho da catarinense Renata Moura. Formada em Curitiba, a designer apresenta um portfólio repleto de trabalhos interessantes em mobília e eletros. Si. Segunda-feira. Vectra. Veja em detalhes o mais recente lançamento da construtora no Mato Grosso do Sul. O Porto Madero, loteamento fechado premium em Dourados, inova na área de lazer. Coincidências à parte, juntamos todos esses elementos em torno do número sete para chamar sua atenção e lhe apresentar alguns destaques dessa sétima Living Vectra. Agora, as inúmeras possibilidades de interação com esse conteúdo todo dependem apenas de você. Boa leitura! Fábio Mansano Coordenador de comunicação Vectra Construtora Estufa do Jardim Botânico de Londrina: aberto para visitação em dezembro Este selo indica que o papel utilizado nesta publicação foi produzido com madeiras de florestas certificadas FSCR® (Forest Stewardship Council)® e de outras fontes controladas. Agendas, calendários e cadernos Midiograf. A gráfica que oferece um universo de tecnologia e excelência para você. A Midiograf proporciona um universo de tecnologia, excelência gráfica e serviços para atender você. Produzimos todo tipo de impresso, em pequenos e grandes formatos, na quantidade que você precisar, com qualidade, agilidade e precisão. Embalagens personalizadas Livros e revistas Catálogos Acabamento Eurobinder PRO Exclusividade Midiograf. Mais rápida e objetiva, não desperdiça material e permite uma infinidade de acabamentos. 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Harry Prochet, 1200 Jardim São Jorge - 43 3324-1200 CEP 86047-040 - - Londrina - PR Pauta, texto e edição: Karla Matida e Rosângela Vale Fotografia: Fábio Pitrez Rua Dr. Elias César, 55 - 14º andar Jardim Caiçaras - 43 3376-4444 CEP 86015-640 - Londrina - PR Diretor-presidente: Manoel Luiz Alves Nunes Diretora-administrativa: Roberta Nunes Mansano Diagramação: Vitor Hugo Arambul Gouvea Coordenador de comunicação: Fábio Mansano Colaboração: Paulo Briguet, Douglas Gama e Fábio Alcover Equipe de comunicação: Ana Luisa Sversutti, Brunno Borghesi, Claudinea Cardoso e Rafael Urbano É proibida a reprodução parcial ou completa do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da Editora 1200th. Somente as pessoas que constam neste expediente são autorizadas a falar em nome da revista. cartas [email protected] Cartas, críticas e sugestões Este espaço na Living Vectra está aberto a vocês, leitores, para sugestões e críticas, que podem ser enviadas para [email protected]. Caso queira receber a publicação em casa, envie-nos um e-mail com seus dados para cadastro. ÍNDICE 26 22 Porta-retrato 28 Sob a chuva fina na Praça da Sé, a tradução poética do fotógrafo Eduardo Anizelli Estante 30 Empreendimento premium em Dourados, Porto Madero tem 520 lotes residenciais com área mínima de 300 metros quadrados Mobília 36 Dona de criações premiadas, a designer Renata Moura vai do mobiliário aos eletrodomésticos Galeria 42 Sala de estar Repaginado, o apartamento da arquiteta Carolina Sakuno no edifício Santos 1250 ganhou cores novas e segue pronto para receber os amigos Uma das grandes vitrines da cidade mundo afora, o Ballet de Londrina completa 20 anos com convites internacionais Fitness 52 Quem passou vontade de fazer balé quando menina pode realizar o sonho agora. Opções não faltam Sacada 58 Evolution Home Alto da Palhano une características únicas: iluminação e ventilação generosas, vista privilegiada, apartamentos bem distribuídos e uma excepcional área de lazer Alto-falante 66 Primeiro pediatra de Londrina, Afonso Haikal relembra sua trajetória aos 97 anos 62 Moldura Campeão do mundo, Rafinha recebe título na Câmara Municipal de Londrina e torce por uma vaga na Seleção Brasileira Álbum 70 Os lançamentos do Porto Madero em Dourados, do London Hills na Vectra Store e do projeto 80x Londrina no Museu Histórico Área de serviço 76 Cuidados com a impermeabilização do apartamento incluem manutenção e reparos adequados Janela 78 Apaixonado por esportes, Luigi Borghesi foi homenageado ao emprestar seu nome para o Zerão Biblioteca 84 Para celebrar os 80 anos de Londrina, projeto cultural vai contar a história da cidade do ponto de vista de quem a faz 34 92 City-tour No comando do restaurante Minato, Chinzoo Matsuo conta seu pioneirismo na cozinha asiática Objeto de desejo 98 Com a colaboração de atletas no projeto, a bicicleta checa Scanner 1 XX atravessou o mundo para chegar aqui 10 Quintal Mais de 10 mil visitantes passaram pelo Jardim Botânico de Londrina no mês de abertura ao público. São mais de um milhão de metros quadrados de mata nativa quintal Depois de oito anos, abertura do Jardim Botânico presenteia a cidade com mais de um milhão de metros quadrados de mata nativa 10| Living Vectra Onde Londrina é mais verde Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez Living Vectra | 11 Os números do recém-aberto Jardim Botânico de Londrina (JBL) são realmente superlativos. A começar pelo tamanho do terreno: são mais de um milhão de metros quadrados de mata nativa, nascentes e rios. Todo esse espaço abriga mais de 100 espécies nativas da flora paranaense e ainda conta com centro de visitantes, pista de caminhada e trilha ecológica. E ainda tem mais por vir, já que o projeto está na segunda fase e tem pela frente uma terceira etapa de obras. Se bem que, como bem lembra o engenheiro florestal Mario Antonio Virmond Torres, o trabalho ali será permanente. “Todo Jardim Botânico deve ter implantação planejada, manutenção constante e bem feita. Isso resultará em um espaço cada vez mais bonito e agradável. ”Torres é responsável pela orientação técnica da implantação dos jardins e coleções do Jardim Botânico de Londrina. Para os londrinenses, foram quase oito anos de espera para poder conhecer o espaço. As obras tiveram início em 2006 e a visitação pública só foi liberada em dezembro de 2013. E a curiosidade foi tanta que, nos 30 primeiros dias, mais de 10 mil pessoas passaram pelos portões. Lagos do Jardim Botânico de Londrina Living Vectra | 13 As estufas ainda não estão prontas, mas a estrutura criada pelo arquiteto Orlando Busarello já se transformou em ícone fotográfico 14| Living Vectra A abertura oficial aconteceu no dia 31 de janeiro, com a visita do governador Beto Richa. Na ocasião, ele entregou a estrutura de educação ambiental, que conta com sala de exposição e de vídeo em 3D, e a trilha ecológica, que aumentou ainda mais o leque de visitantes em potencial. Além dos curiosos, agora o JBL também recebe turmas de alunos das mais diversas idades. “Entregamos importantes obras e espaços bem projetados para bem atender aos visitantes. Mas o trabalho não para aqui. As obras do Jardim Botânico continuam e os investimentos permanecem”, disse o Governador na época. O discurso foi bem claro, já que o espaço realmente ainda não está pronto. A estufa é um dos pontos que precisam ser finalizados. De estrutura impactante, mesmo inacabada, a construção que reúne as três estufas já se posiciona como um dos marcos fotográficos do JBL. Proveniente de duas cessões – 70 hectares cedidos pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e outros 20 pela Associação Brasileira de Educação e Cultura (Abec), mantenedora do Colégio Marista, e pelas famílias Brito, Carbalall, Sant’Ana, Fecchio, Condotti e Condor –, o Jardim Botânico de Londrina foi criado pelo Governo do Estado por indicação técnica da secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. 16| Living Vectra O jardineiro fiel Engenheiro florestal com especialização prática em paisagismo, como ele mesmo define, Mario Antonio Virmond Torres conhece cada canto do Jardim Botânico de Londrina. Ajudou a implantar e agora segue dedicado na manutenção do espaço, que para ele nem é tão grandioso assim. “Poderia, deveria ser bem maior.” Funcionário da Copel há mais de 35 anos, Torres também é responsável pela implantação do Jardim Botânico Faxinal do Céu (a 340 quilômetros de Curitiba). Com pelo menos 20 anos à frente do “colega” londrinense, o Faxinal do Céu serve de exemplo que o engenheiro florestal gosta de compartilhar. Ao mostrar fotos de antes e depois, do jardim botânico mais antigo, ele propõe um vislumbre das mudanças que o jardim de Londrina vai sofrer nos próximos anos. E ainda lembra que “um jardim não termina nunca, tem uma dinâmica, que exige manutenção constante”. Entre os destaques do trabalho de Torres, está o Arboreto, que reúne as plantas de várias regiões do Paraná. “A ideia era que elas (árvores) ficassem dispostas como se estivessem no mapa do Estado”, explica. Não ficou fiel ao desenho, mas já é uma experiência e tanto para um passeio pela flora paranaense. Para Torres, o ingresso ao JBL deveria ser cobrado. “Não que esse dinheiro vá cobrir os custos, mas pagando, as pessoas dão mais valor”, justifica. Outra preocupação do engenheiro: “falaram de ter uma ciclovia, mas aí desconfigura o Jardim Botânico, que tem como objetivo a contemplação”, avisa. “E sensibilizar o visitante.” Os quatro mandamentos Realizar intercâmbio científico e cultural com entidades nacionais e estrangeiras. Promover a pesquisa, a conservação, a preservação, a educação ambiental e o lazer compatível com finalidade de difundir o valor multicultural das plantas e sua utilização sustentável. Implantar e manter bancos de germoplasma de espécies exóticas e reserva genética de espécies nativas. Realizar, de forma sistemática e organizada, registros e documentos das plantas. Fonte: Jardim Botânico de Londrina Living Vectra | 19 Com um longo banco, a ponte também serve de ponto de contemplação Na trilha ecológica, oportunidade de ficar ainda mais próximo da mata nativa 20| Living Vectra Centro de visitantes: espaço dedicado à educação ambiental Para o secretário Luiz Eduardo Cheida, que também ocupava a pasta na época do lançamento do JBL, em 2006, “o Jardim Botânico de Londrina é uma das mais importantes unidades de pesquisa e conservação de espécies nativas e exóticas do Paraná”. Cheida explica ainda que “o espaço é voltado à proteção e ao cultivo de espécies silvestres raras, ameaçadas de extinção ou econômica e ecologicamente importantes para a restauração e reabilitação de ecossistemas”. Bem mais do que um espaço de lazer para a família londrinense nos finais de semana, o Jardim Botânico é principalmente um espaço para pesquisa, conservação, preservação e educação ambiental. Com a sala de exposição e vídeo 3D em funcionamento, as escolas da cidade podem agendar visitas, que incluem o passeio pela trilha ecológica. Monitores treinados acompanham os grupos. No portfólio do JBL, destaque para a coleção de coníferas – que dão fruto em forma de cone, como algumas espécies de araucárias – e para o jardim de mirtáceas – com espécies frutíferas como cerejeira, pitangueira, goiabeira-da-serra e araçá. A lista ainda inclui uma inusitada coleção de variedades de espadas de São Jorge. O Jardim Botânico de Londrina funciona de quarta a domingo, das 9 às 19 horas na Avenida dos Expedicionários, 1.999. Para agendar visitas: (43) 3324-0991. sala de estar Tempo de mudar Arquiteta Carolina Sakuno faz reformulações e dá novos ares ao seu apartamento no edifício Santos 1250 Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez 22| Living Vectra “A própria casa dá sinais de que precisa de manutenção”, explica a arquiteta Carolina Sakuno. Depois de quatro anos morando no apartamento do edifício Santos 1250, ela aproveitou que as paredes precisavam de nova pintura para trocar a cor, aumentar o rodapé, entre outras mudanças pontuais. “Não compramos o apartamento na planta, mas nos mudamos para cá logo que ele foi entregue”, lembra Carolina. Ela e o marido compraram um apartamento de três dormitórios, mas o olhar da arquiteta entrou em ação. “Preferi aumentar a sala e perder um dos quartos. Nossa prioridade sempre foi receber os amigos. Muitos vêm de fora e passam o final de semana com a gente”, A arquiteta Carolina Sakuno optou por abrir mão de um quarto para aumentar a sala de estar explica. Além de ter mais espaço na sala para os encontros, o segundo quarto também foi pensado para os hóspedes. Na temporada de reformulações, Carolina também aproveitou para colocar mais um ponto de ar-condicionado no apartamento. “Mais conforto para as visitas”, diz. “O bom de ser arquiteta é poder fazer o que quiser na nossa casa, ousar mais e fazer coisas que os clientes não querem”, afirma. A ousadia agora responde pelas paredes chumbo em todos os ambientes. “O rodapé mais alto deixa o ambiente mais sofisticado e, como as paredes são mais escuras, ele (rodapé) ‘solta’ um pouco”, ensina. Na parede recém-pintada, quadros e gravuras ganham ainda mais destaque Na suíte do casal, espelhos nos armários ampliam o ambiente 24| Living Vectra Os quadros e gravuras assinadas, xodós da arquiteta, continuam os mesmos, mas ganharam nova disposição e companhia de novas poltronas. “As antigas eram bem coloridas”, lembra. Carolina ensina que, quando se tem bases neutras, “dá para trabalhar bem as mudanças”. As almofadas, por exemplo, são acessórios sazonais estratégicos. “No inverno, gosto de arrumar almofadas com pelos, no verão, elas têm mais cores.” Souvenirs de viagens, para Carolina, são ótimos pretextos para mudar a decoração do apartamento. Para a arquiteta, “cor é sempre benvinda nas paredes, não é preciso ter apenas paredes brancas”, indica. “Quando é uma casa, a fachada, a área externa tem que conversar com o interior. Num apartamento, pode-se fazer o que quiser”, diz, reafirmando a liberdade ainda maior que teve no projeto do próprio endereço. Como o casal gosta muito de receber, a quantidade de copos é generosa. “A cristaleira aqui na sala ajuda a organizar tudo. Guardo não só os copos, como alguns eletrodomésticos maiores. Ela também ajuda a esconder o ar-condicionado, que eu não queria que aparecesse”, aponta a arquiteta, que desenhou o móvel. Há ainda uma outra cristaleira na cozinha, mas de menor proporção. “Vem sempre muita gente, e muitos copos acabam quebrando”, lembra, precavida. Living Vectra | 25 Nos dois quartos, os armários ganharam portas de espelho “para ampliar o ambiente”. O mesmo material foi escolhido para o aparador da sala, um curinga não só na decoração, como nos múltiplos usos. Sobre o edifício em si, Carolina é entusiasta da localização. “É incrível, tudo é próximo, gosto de passear a pé pelo bairro. O prédio é bom, o lazer completo. Foi ótimo que a área de lazer foi entregue mobiliada, se dependesse dos moradores, poderia demorar para ficar pronto”, constata. “Adoro a vista, dá até para ver uma parte do lago (Igapó)”, aponta Carolina, que mora no décimo quinto andar. 26| Living Vectra DPZ Fotografe o QR Code e acesse o site. PISOS LAMINADOS DURAFLOOR. MUDE A CARA DA SUA CASA. Durafloor tem a mais moderna e completa linha de pisos laminados para deixar o projeto dos seus sonhos ainda mais incrível. A instalação é rápida e pode ser aplicado sobre outros pisos, sem quebra-quebra. Qualquer ambiente fica muito mais bonito, moderno e sofisticado com Durafloor. Conheça nossos lançamentos e comece sua reforma com o pé direito. www.facebook.com/DurafloorPisos • twitter.com/@durafloorpisos • blog.durafloorpisos.com.br • www.durafloor.com.br 0800 055 7474 porta-retrato Refresco para a alma Foto Eduardo Anizelli Radicado em São Paulo há alguns anos, o fotógrafo londrinense Eduardo Anizelli acostumou-se a marcar presença nos cenários que resultam em grandes manchetes do jornal Folha de S. Paulo. Mas nem só as manifestações turbulentas são alvo das suas lentes. Uma tarde chuvosa em plena Praça da Sé vira poesia sob o olhar atento de Anizelli. 28| Living Vectra Living Vectra | 29 estante Um oasis para morar Perspectiva ilustrativa Por Rosângela Vale Com soluções inteligentes e área de lazer completa, empreendimento Porto Madero será construído numa das regiões mais nobres de Dourados, no Mato Grosso do Sul Perspectivas ilustrativas da área de lazer Numa das mais nobres regiões de Dourados, a cinco minutos do centro da cidade e próximo das universidades, o empreendimento horizontal Porto Madero promete ser referência em morar bem na região centro oeste do Mato Grosso do Sul. O projeto foi desenvolvido pela Vectra em parceria com as empresas Protenge Urbanismo e Corpal. Considerado um empreendimento premium, tem 520 lotes residenciais com área mínima de 300 metros quadrados. “E mais 21 lotes comerciais externos ao loteamento, como serviços e supermercado”, informa o coordenador de engenharia da Vectra, Márcio Giocondo. “Durante a venda dos terrenos, haverá uma seleção dos negócios para garantir os serviços básicos aos moradores”, diz. Essa preocupação com o bem estar dos futuros moradores é constante no projeto. “Antes do lançamento foi feita uma pesquisa elencando alguns itens. Os que atingiram maiores índices estão no empreendimento”, avisa o engenheiro. Um deles foi a pista de skate, uma inovação nos projetos da Vectra. Living Vectra | 31 Perspectivas ilustrativas do cinema e dos espaços gourmet vinho e gourmet chope Outra ideia interessante é o acesso externo aos salões de festa infantil e adulto. “Os convidados não precisam entrar no loteamento e os moradores têm acesso aos espaços pela parte interna do empreendimento. Quem está fora, não precisa entrar; quem está dentro, não precisa sair. O convidado está em um ambiente que faz parte do loteamento e, ao mesmo tempo, é externo”, ressalta Giocondo. Ao excluir a necessidade de identificação e cadastros prévios na portaria, a solução evita as longas e inconvenientes esperas de visitantes e aumenta a segurança do empreendimento. Também serão construídos estacionamentos exclusivos para visitantes na área externa do empreendimento, na frente da portaria, com direito a praça de convívio e cascata. “Se o amigo de um morador passa para pegá-lo, pode ficar aguardando lá; é um ambiente preparado para atender com segurança”, observa o engenheiro. A administração, com duas pré-recepções, também foi pensada de forma a atender os moradores do condomínio e os fornecedores de forma segura e independente. Com quase 20 mil metros quadrados, a área de lazer do Porto Madero oferece diversão para todos os gostos. A começar pelo parque aquático, com várias piscinas. Um lago artificial de aproximadamente 700 metros quadrados ajudará a refrescar o clima, amenizando a alta sensação térmica da região. Living Vectra | 33 Para os adeptos de esportes, as opções são variadas: campo de futebol suíço, duas quadras de tênis e uma quadra poliesportiva, além do espaço fitness de 80 metros quadrados. “Ao lado das quadras haverá o espaço esporte grill, para reunir os amigos depois do futebol”, destaca Giocondo. Já o clube social contará com spa, cinema, sala de dança e dois espaços gourmet temáticos: gourmet vinho e gourmet chope. Para o diretor-presidente da Vectra, Manoel Luiz Alves Nunes, empreendimentos desse tipo são muito valorizados em cidades como Dourados, em pleno desenvolvimento econômico e crescimento populacional. “Os administradores de Dourados têm uma visão muito positiva de loteamentos fechados. Perceberam que é fonte importante de geração de empregos e impostos. O que a prefeitura arrecada de ISS, IPTU e ITBI em loteamentos desse tipo é maior do que arrecada com alguns segmentos industriais”, observa. Os benefícios não param por aí. “Para o investidor, é certeza de valorização do imóvel e de qualidade de vida; para o cidadão em geral é fonte de renda que subsidia outros setores da cidade. Em suma, empreendimentos assim são geradores de renda, empregos e impostos.” Perspectivas ilustrativas das quadras poliesportivas e de tênis, do playground e da pista de skate Lançado em fevereiro, o Porto Madero terá lotes prontos para construir em 24 meses e área de lazer completa e equipada em 30 meses. Living Vectra | 35 mobília Design emocional Com ousadia e irreverência, criações da designer catarinense Renata Moura evocam memórias e sensações da infância Por Rosângela Vale Sucesso de vendas, o minirefrigerador Brastemp Retrô amargou alguns anos como projeto dentro da gaveta. Pouca gente acreditava que a ideia seria bem recebida pelo mercado. “Meu gerente geral na época vivia bolando estratégias para convencer as pessoas”, conta a designer catarinense Renata Moura, responsável pela criação do produto quando atuava na área de design de refrigeração da Whirlpool, multinacional que detém a marca. Renata conta que a ideia surgiu ao perceber que existia um movimento forte de produtos com essa estética, sobretudo na área automobilística, no ano de 2002. O minirefrigerador só foi lançado em 2007, logo após a saída da designer da empresa. Desde então, ela acumula prêmios por suas criações irreverentes, como os bancos Sela e Goma, o pufe UoooU e a linha Fei- giones (pufes e almofadas). “Grande parte do meu trabalho tem a minha cara, uma irreverência no sentido de ousadia, de buscar surpresas, sair do usual. Um dos meus objetivos é influenciar pessoas positivamente e gerar novas experiências”, diz. Formada em Desenho Industrial – Projeto de Produto pela PUC-PR, Renata iniciou a sua boa relação com premiações ainda na faculdade, com a mesa para telefone Triiim, campeã na categoria Estudante Nacional no Salão Design Móvel Sul em 2002.“Entendi como um sinal de que estava no caminho certo”, conta. O que era intuitivo virou sua marca registrada depois da especialização em Design Emocional, conceito sempre presente em seu trabalho. “Um bom exemplo é o minirefrigerador Brastemp Retrô, que remete a lembranças de nossa infância, da casa da vó e, às vezes, nos faz sentir saudades de coisas que nem vivemos”, define. Sucesso de mercado, o minirefrigerador Brastemp Retrô foi criado pela designer quando ela trabalhava na Whirlpool, multinacional que detém a marca “Grande parte do meu trabalho tem a minha cara, uma irreverência no sentido de ousadia, de buscar surpresas, sair do usual. Um dos meus objetivos é influenciar pessoas positivamente e gerar novas experiências”, diz a designer Renata Moura Living Vectra | 37 Balanço Trama, em exposição no Museu da Casa Brasileira: reencontro com o balançar que pode levar de volta aos braços dos pais Nas lembranças de sua infância, a atração pela futura área profissional aparece muito cedo, aos três anos de idade, ao ter contato com o arquiteto responsável pelo projeto da primeira casa da família.“Me lembro de ficar passeando pelo escritório dele, vendo as perspectivas feitas à mão e as maquetes das casas.” Aos sete anos, lendo uma revista de decoração da mãe, ela se encantou com uma cadeira dos anos 1960. “Depois soube que foi a primeira cadeira em plástico injetado, criada pelo dinamarquês Verner Panton.” Há pouco mais de um ano, Renata mudou seu escritório de Curitiba para São Paulo, onde atende clientes como Renar Móveis, Benita Brasil e Coteminas S.A., além de trabalhar em produtos da própria marca. Seu portfólio é diversificado. Já desenhou de escova de dentes para viagem (Sanifil) a embalagens e materiais gráficos (Santista). Também ocupou o cargo de Chief Creative Officer da Artex, conduzindo a equipe de criação das coleções de cama, mesa e banho da marca e cuidando da importação de produtos.“Quando percebi que estava praticamente abandonando meu trabalho autoral, resolvi me dedicar ao meu escritório, mas continuo prestando serviços para a empresa”, relata. Fotos Silvestre Laska/Namester Linha Feigiones, finalista do Prêmio Museu da Casa Brasileira em 2006 e Objeto Brasileiro em 2008 38| Living Vectra Pufe multiuso UoooU, finalista no Salão Design Movelsul em 2004 e no IF (Alemanha) em 2005 Uma das novidades no trabalho da designer é a parceria com artistas e outros designers. “Fiz as primeiras experiências em 2013 e gostei”, conta. De uma delas nasceu o projeto Rock’n Bowl, linha de produtos feita em crochê com cabos de guitarra. “Resgatamos o tricô da vovó e demos uma pegada contemporânea e rock ’n’roll, com muita cor e um toque emborrachado delicioso”, descreve Renata, que desenvolveu a ideia junto com a artista Letícia Matos, do 13pompons. “Cada peça é única, feita à mão”, observa. Sucesso na mídia e entre lojistas, a linha foi lançada na última edição da SPFW e já é finalista do concurso IDEA/Brasil 2014. Banco Sela Mesa para telefone Triiim, ganhador do Prêmio Nacional de Estudante Movelsul, em 2002 Fotos ReÍgis Fernandez Banco Goma customizado Outro projeto recente é o balanço Trama, em exposição no Museu da Casa Brasileira. De novo, memórias e sensações da infância são as bases do trabalho. “Na mais remota das associações esse reencontro com o balançar pode nos levar de volta aos braços dos nossos pais, um balançar que acolhe, refugia, reconforta e, ao mesmo tempo, reduz a monotonia da vida”, filosofa a designer. Foto Régis Fernandez Em forma de concha, a cadeira escolhida foi a 129, bem familiar aos brasileiros, facilmente encontrada em estações de trem e metrô. Ela foi envolvida por uma malha,“um padrão que lembra uma teia, feita com cordas que depois se unem formando uma trama 40| Living Vectra delicada que segue até o ponto onde será fixada”, explica Renata que novamente trabalhou em parceria com a artista Letícia Matos na finalização do produto. “Ela ajudou a encontrar uma solução para unir as cordas finas de cada lado. Ficou um lindo trabalho em macramê.” Além de facilitar o uso das coisas e contribuir para que durem mais, desacelerando o consumo desnecessário, levar mais beleza e poesia à vida das pessoas é, para Renata, o que mais encanta no trabalho de designer. “Penso que, com bons objetivos, nós, profissionais da área, podemos efetivamente melhorar o mundo.” Rock’n Bowl: crochê com cabos de guitarra, projeto em parceria com a 13pompons galeria Foto Celso Pacheco Na ponta dos pés 42| Living Vectra Ballet de Londrina comemora 20 anos mantendo a perseverança característica de todo bailarino dedicado Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez e Divulgação Palco de muitas apresentações emocionantes, o Anfiteatro do Zerão foi cenário de um espetáculo ainda mais especial em dezembro de 2013: a comemoração dos 20 anos do Ballet de Londrina, com um público estimado em quatro mil pessoas. Dois ícones da história da companhia ganharam remontagens assinadas pelo diretor e coreógrafo Leonardo Ramos, presença constante no Ballet nas duas décadas. Ex-bailarinos e alunos notáveis da Escola Municipal de Dança foram convidados a participar da celebração, que uniu “Um Ex e Dois Futuros” – primeira parte da estreia em 1993 – e “...à Cidade”, de 1996. “Optamos por remontá-los para mostrar algo mais antigo e que já não fazemos mais, de um período em que o olhar é inventivo, mas a estrutura ainda é clássica”, disse Ramos à época da apresentação. “São 20 anos, mas teve uma fase anterior em que já se sonhava com o Ballet. A gente tinha o trabalho das escolas particulares, que era bacana, mas não tinha incentivo público. E havia um grupo de bailarinos já profissionais que optou por não sair de Londrina”, lembra o diretor. Pernambucano de Olinda, Ramos veio a Londrina a convite de Marco Antonio Laffranchi para integrar a equipe de GR. “Fui ficando”, diz. “Em 1993, surgiu a possibilidade de criar a Escola Municipal de Dança e o balé, que nasceu muito pequenininho, mas com um nome gigante: Balé de Câmara da Cidade de Londrina. E o processo foi muito rápido. Em 1994, já fizemos nossa primeira turnê, passando por cinco cidades do Brasil. Fomos construindo uma ideia de que era um grupo de pessoas de formação clássica, de balé clássico, mas que abriu uma opção de fazer dança contemporânea”, explica. 2 e nada mais Foto Celso Pacheco Decalque “Não passava pela minha cabeça ser coreógrafo”, diz Leonardo Ramos 44| Living Vectra Foto Gabriel Teixeira Eternamente 2 Nove dias antes da estreia do primeiro espetáculo, uma notícia triste por pouco não desestruturou o grupo. Marcos Leão, coreógrafo e cofundador do Ballet, faleceu em um acidente de moto. “Não passava pela minha cabeça ser coreógrafo, mas é aquela coisa: não tem tu, vai tu mesmo”, conta Ramos, que prontamente assumiu o posto. “Se você quer alguma coisa, você tem que colocar a cara para bater.” “Nesses 20 anos, não houve um momento em que tivemos a continuidade interrompida. Tivemos crises, tivemos momentos difíceis; 2005 foi um ano muito difícil em que fizemos uma única viagem. Dá vontade de desistir. Mas a perseverança sempre foi muito forte.” “A gente tinha a certeza, por sermos os pequenos, que tínhamos que fazer algo impactante. A gente precisava recuperar o tempo perdido. Sempre trabalhamos com aquela perspectiva do JK, de 50 anos em cinco”, conta Ramos. “Começamos a fazer algo que é muito importante, que é construir um jeito de fazer que seja particular, que seja da cidade de Londrina. Não quer dizer que a gente está fazendo vanguarda ou inovação, mas a dança que estamos fazendo aqui tem singularidade. As pessoas que acompanham, vão ligar a tevê e, mesmo que não tenham visto aquela obra, vão saber que somos nós”, exemplifica. Foto Brunno Martins Decalque Há uns 15 anos, o nome da companhia ganhou a versão atual. “Pensamos em Balé da Cidade de Londrina, mas já tinha o Balé da Cidade de São Paulo, então resolvemos simplificar para Ballet de Londrina. Sempre foi uma companhia que teve a característica de viajar muito, então somos uma espécie de vitrine de Londrina. Ao Peru já fomos seis vezes, Cuba quatro, Argentina três. Do Ceará até o Rio Grande do Sul, passamos por todos os Estados, sendo que em algumas cidades já passamos mais de 15 vezes, como é o caso de Natal”, contabiliza. Nas estradas e nos espetáculos, os números do Ballet são mesmo grandiosos nas duas décadas de história. Foram 24 espetáculos apresentados no Brasil e em 15 cidades do exterior em países da América, África e Europa. Para este ano, a companhia londrinense tem três convites internacionais. “Por causa da Copa, devemos viajar mais para fora do Brasil. Em 2013, ficamos cerca de três meses viajando. Este ano deve ser mais tranquilo”, explica. 46| Living Vectra A Sagração da Primavera Foto Renato Forin Jr. “De 2005 pra cá, isso – essa singularidade – ficou muito forte, com as opções de trabalho e de pesquisas de movimento, a partir do espetáculo Prazeres, a gente foi se firmando. Era algo que já tinha qualidade, mas que era muito comum.” Orgulho e preconceito Marciano Boletti e Claudio de Souza são de uma época em que os homens começavam mais tarde na dança. “Hoje começam com 10, 12 anos; está mais fácil”, lembra Boletti, que tinha 17 anos quando deu os primeiros passos. “Naquela época, não tinha tanto acesso, hoje tem aulas pela internet. Então quando você via se apaixonava à primeira vista.” maringaense. “Nunca havia feito dança, daí vi essa bolsa que estavam oferecendo para rapazes e fui ver”, conta o bailarino. “Há um paralelo nestes últimos 20 anos. Antes tinha o preconceito, principalmente do homem na dan- ça, hoje tem o orgulho. Até tem a profissão de bailarino, coreógrafo, nos formulários”, explica Souza. “Tenho várias conquistas, não só materiais, como a minha casa, os amigos que eu tenho, mas também a de conhecer boa parte do mundo e do Brasil”, completa. “Comecei por hobby, pelo prazer de dançar e nunca imaginei em me tornar um bailarino profissional”, afirma. Durante os cinco primeiros anos, Boletti se revezava entre dança e o trabalho como garçom. “Aí surgiu a oportunidade da companhia, que estava surgindo, e eu tive que optar.” Aluno de Leonardo Ramos, Boletti foi convidado a integrar a companhia que estava se formando. Não só aceitou, como está até hoje no Ballet de Londrina e ainda compartilha seu conhecimento com alunos da Escola Municipal de Dança. Baiano de Ilhéus, Claudio de Souza era vendedor de móveis de escritório em Maringá quando recebeu o convite para fazer parte do Ballet de Londrina. “Não pensei duas vezes. Uma semana depois e eu já estava aqui.” “Minhas filhas têm muito orgulho de mim, as amigas delas falam de mim, que me conhecem, e elas ficam orgulhosas. Não me vejo com medo de dizer que sou bailarino e professor de dança”, diz Boletti. Para ele, o orgulho tem mais a ver com as conquistas das últimas duas décadas. “Tenho orgulho de fazer parte dessa luta diária, dessa mudança na cabeça das pessoas. É demorada, mas é palpável.” “Eu sou de Londrina, eu sou do Ballet de Londrina, que é uma vitrine da cidade”, afirma Souza, londrinense de coração. A dança surgiu em sua vida com a bolsa de uma escola Living Vectra | 47 Foto Javier Gamboa Foto Arnaldo Torres Foto Carlos Bozzelli Nunca Nó A Sagração da Primavera 3 De acordo com o diretor, durante uma época de turbulência política na cidade, o Ballet foi muitas vezes o contraponto nas manchetes dos jornais por onde passaram. “Na mesma capa de jornal aparecia a notícia do prefeito cassado e a gente”, lembra Ramos. “Conseguimos escrever o nome de Londrina em vários cenários. No Peru, fomos capa do jornal mais importante do país. E também estivemos em lugares que nunca tinham ouvido falar de Londrina, como em algumas pequenas cidades da França.” Leonardo Ramos cita outro contraponto. “Apesar do fato de ser esse produto de exportação, existe uma relação muito forte com o cidadão, tem um público cativo aqui. No dia da apresentação de aniversário mesmo, era um dia chuvoso, tivemos a sorte de não chover durante o espetáculo, mas era um dia difícil de sair de casa, mas tivemos quatro mil pessoas lá”, orgulha-se. “Foi muito bom rever o trabalho dos 20 anos. No começo era um trabalho muito mais comum do que a gente faz hoje, mas tinha qualidade. Era um produto bem acabado”, recorda. “Em francês não se usa a palavra ensaiar e sim répéter, que é repetir”, traduz Ramos. “Nós trabalhamos com a repetição; só se chega a um produto bom, original, quando ele é muito repetido. Na dança, por exemplo, uma das poucas coisas consideradas realmente autênticas é a dança dos aborígenes australianos. Um estudo mostrou que eles suspendem e batem o pé no chão sempre a 5,3 centímetros e isso há várias gerações. A repetição é a base da inovação. Não existe nada novo que não se baseie em algo que veio lá atrás, que veio de alguma tradição.” Com 12 bailarinos, o Ballet de Londrina tem hoje o tamanho ideal. “Pelo que estamos fazendo é o número certo. Claro que se tivéssemos mais dinheiro seria bom ter um stand-by, no caso de alguém se machucar”, observa o diretor, que já prepara um novo espetáculo. “Ainda não tem nome, mas temos um bom material coreográfico já pronto e devemos estrear pós-Copa.” Antes, a companhia faz uma temporada na cidade do espetáculo de aniversário. “Ele foi pensado para ser apresentado com e sem os convidados. Chegamos a ter 30 pessoas no palco”, lembra o diretor, que selecionou alguns alunos da Escola Municipal de Dança. “São adolescentes, possíveis futuros bailarinos da companhia”, adianta. Ou seja, vem muito mais Ballet pela frente. Living Vectra | 49 fitness Nunca é tarde para começar Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez Patrícia Jurkiewicz, Gabriela Abreu e Giórgia Ramalho, alunas da Funcart: superação, determinação e talento Inexistentes até poucos anos atrás, aulas de balé para adultos iniciantes atraem mulheres de 20 a 50 anos 52| Living Vectra “Pisar o chão com a ponta do pé; tocar o céu com a palma da mão.” Que menina nunca sonhou em ser bailarina, tradução dos contos de fada da infância? Algumas seguem dançando e realizando a fantasia quando estão no palco; outras descobriram que não foram talhadas para esse tipo de reinado, mas muitas nunca tiveram a oportunidade de viver a experiência, nem da aula, nem do palco. Para essas, o sonho ainda está lá, em algum lugar do passado. Mas pelo menos agora elas podem decidir se querem mantê-lo imaculado ou se finalmente vão calçar as sapatilhas. A professora de balé Karina Rezende orienta a aluna Verôncia Watanuki, que graças ao fortalecimento muscular e postural se livrou das dores provocadas por hérnias de disco e nervo ciático É que há cerca de três anos as aulas de balé para adultos iniciantes são realidade em Londrina. “Aqui, metade das alunas tem o mesmo perfil: são aquelas meninas que queriam fazer balé na infância e não tiveram condições porque não havia escola na cidade onde moravam ou porque a mãe não deixava”, diz a coordenadora de dança da Funcart, Sônia Secco. São duas turmas, uma para iniciantes e outra para alunos avançados e ex-bailarinos. A faixa etária é ampla, vai dos 18 aos 45 anos. As aulas duram, em média, uma hora e meia, três vezes por semana e exigem tanta dedicação quanto as aulas regulares. As alunas correspondem à altura. “Elas têm seriedade, comprometimento consigo mesmas. O balé é uma atividade que exige muito do físico. Tem o trabalho de alongamento, flexibilidade, postura, saltos, giros, equilíbrio... Essa é a proposta no curso livre, independente se a aluna já foi, é ou não profissional”, explica Sônia. A mineira Gabriela Abreu, 28 anos, há quatro em Londrina, é aluna da Funcart há um ano. Fez balé dos qautro aos 16 anos, parou por conta dos estudos e só voltou depois da pós-graduação. “Sempre foi uma paixão, mas eu ficava com receio por causa da idade. E durante a faculdade engordei quase 20 quilos; estava com vergonha de dançar”, conta. Até que finalmente se rendeu à vontade e, desde então, já perdeu 14 quilos. “Acabei conseguindo mais resultados com o balé do que com outras atividades físicas”, revela. Recentemente conseguiu voltar à sapatilha de ponta. “Mesmo com todas as limitações físicas: estar acima do peso, ser baixinha e ter uma lesão no pé, é o que eu gosto”, diz. Living Vectra | 53 Desafios, aliás, movem essa turma. A história de Patrícia Sampaio Jurkiewicz, 33 anos, é um bom exemplo disso. Professora de balé, ela chegou a dar aulas em sete escolas de Educação Infantil. Teve o primeiro filho aos 16 anos e parou de dançar só depois do terceiro, sempre com a certeza de que voltaria. “Mas me sentia muito fraca, achava que era anemia e ficava adiando o médico. Até que um dia acordei e não conseguia mais andar, não tinha força nenhuma nas pernas. Procurei um neuro e enquanto não saía os exames tive que ser internada; não me movimentava e não conseguia falar. Fui direto para a UTI porque nem força para respirar eu tinha.” O diagnóstico: miastemia gravis, uma doença neuromuscular autoimune. Patrícia melhorou com medicamentos, mas, por conta do longo tempo de repouso, perdeu muita massa muscular. “Meu braço esquerdo estava ficando atrofiado e eu tinha dificuldade em caminhar”, relata. Contra a vontade de seu médico – e incentivada por um endocrinologista 54| Living Vectra – ela começou a fazer Pilates e a vida finalmente parecia voltar aos trilhos. “Reaprendi a respirar e depois de um ano e meio me senti preparada para voltar ao balé”, lembra. Mas Patrícia teria que adiar o retorno por mais um tempo por conta de uma crise. “No primeiro dia de funcionamento da escola em 2014 eu recomecei. Fiquei afastada por oito anos, mas a sensação que tive é de que nunca parei. O balé está em mim; é nele que me encontro. É a minha superação, porque eu venci essa doença. Pode ser que ela se manifeste de novo, mas não vou desistir. Se precisar dar uma pausa, vou respeitar o meu corpo, o tempo que ele precisa, mas com a certeza de que vou voltar.” Determinação que Giórgia Ramalho, 20 anos, está descobrindo agora. Iniciante, nunca tinha feito nenhum tipo de dança. “Quando cheguei, me apaixonei de cara. Tenho aprendido muita coisa com o balé: paciência, au- tocontrole, disciplina. Eu desistia muito fácil das coisas. Estou insistindo e vendo os resultados”, conta ela que, assim como Gabriela e Patrícia, frequenta as aulas da Funcart. Há ainda quem procure o balé para corrigir a postura e se livrar de dores pelo corpo. É o caso de Verônica Watanuki, 44 anos, que resolveu se matricular depois de assistir na TV depoimentos de mulheres cujos problemas físicos melhoraram com a atividade. Com duas hérnias de disco e um nervo ciático que incomodava, até os movimentos mais corriqueiros estavam ficando difíceis. Há um ano, ela começou a fazer aulas na Escola Karina Rezende, a mesma em que a filha de quatro anos aprende os primeiros passos da dança. “O interessante do balé é que você é obrigada a contrair glúteo, abdômen, a ficar toda encaixada; aí acaba fortalecendo toda essa região”, observa. As dores foram embora e Verônica ganhou confiança e autoestima. A bailarina Karina Rezende, 34 anos, 27 dedicados à dança e ao ensino, oferece aulas de balé para adultos iniciantes há três anos, em dois horários diferentes: de manhã e à noite. “Já tive alunas de 60 anos; mas a faixa etária fica entre 23 e 50. A maioria é sedentária, não gosta de academia, faz também Pilates e se apaixonou pelo balé”, detalha. Segundo ela, com alguns anos de aula, é perfeitamente possível subir na sapatilha de ponta depois dos 40 se o corpo estiver apto. Apesar de a carreira profissional exigir um tipo físico magro e longilíneo para bailarinas, para as aulas livres essa condição não existe. O que se exige nas aulas é atenção e disciplina, além do uniforme, coisa que Karina não abre mão. “Mesmo as mais gordinhas têm que vestir o colant, a saia, a meia e a sapatilha cor de rosa. Ser gordinha não é uma limitação, nem para a criança e o adolescente, nem para o adulto iniciante”, garante. Living Vectra | 55 Do fio do cabelo à ponta do pé Em meio a três irmãos homens, Sônia Secco adorava brincadeiras de meninos. De tão moleca, a mãe achou que a filha precisava aprender modos de menina e a matriculou no balé. Foi o começo de uma bela carreira, com muitos momentos no palco e na sala de aula. Sônia teve escola de balé por 10 anos em Londrina, deu aula em colégios como o Marista e o Mãe de Deus e atualmente é coordenadora de dança na Funcart. Ela explica que a escola oferece aulas para crianças a partir dos quatro anos, mas somente aos oito elas podem ingressar no curso regular. “Calculamos entre oito e nove anos de curso para o aluno se profissionalizar. Depois ele tem que fazer uma banca junto ao sindicato de dança para tirar o registro da profissão. Nós ainda não temos condições de concedê-lo, pois ainda não somos um curso reconhecido pelo MEC”, esclarece. Para Sônia, a abertura das escolas de balé para adultos iniciantes é reflexo do culto ao corpo e da atual busca por beleza, saúde e prazer proporcionados pelas atividades físicas. Mudou o perfil da criança que entra no balé hoje? No Brasil, não há uma cultura do balé clássico. Tanto que não existem tantas companhias clássicas. Na Rússia, há inúmeras. Na Inglaterra e na Itália são, inclusive, financiadas pelo governo. No Brasil, há essa escassez. Temos só em São Paulo e no Rio de Janeiro. Linhas clássicas, como a que a gente trabalha aqui na Funcart, são difíceis, tem que ter uma perseverança grande, não temos essa tradição no Brasil. Para a bailarina brasileira, em muitos aspectos, são linhas complicadas. A brasileira tem quadril largo, pescoço grosso e curtinho, e é baixinha. Até que ponto esse biotipo limita? Hoje existem muitas outras linhas que se pode seguir: jazz, balé contemporâneo; todos partem do balé clássico. A pessoa faz o clássico depois vai escolher em qual linha de trabalho se sai melhor. E hoje, nesse mundo todo globalizado, existe muita facilidade de a bailarina ir para o exterior. Temos inúmeros exemplos aqui na Funcart. Recentemente colocamos três alunos no Bolshoi aqui do Brasil. O perfil mãe de modelo é bem conhecido. Existe também mãe de bailarina? Bastante. A mãe acha que a menina já nasceu bailarina. Ela liga aqui dizendo que a filha tem três anos e tem que fazer balé porque dança o dia inteiro. Toda criança com três anos dança quando escuta música! Só pode entrar aqui na escola com quatro anos porque nessa idade ela já tem um poder de decisão. Quando vem para a sala de aula, ela vê que para chegar na princesa, a visão que ela tem da bailarina, tem que encostar a mão no pé, não pode comer chips todos os dias, não pode se empanturrar de chocolate. Vai ter que suar, correr, pular várias vezes... ‘De novo, tia? A gente só faz isso!’ Então quando chega no meio ou no final do ano, ela diz: ‘mamãe, não quero mais.’ E tem aquelas que dizem: ‘Tia, vamos fazer de novo? Adoro esse passo!’Você fala: essa é a bailarina. Por que as escolas resolveram abrir aulas de balé para adultos? Eu vejo assim: existem pessoas que têm um perfil de academia, gostam da música, daquele movimento e tudo mais. E existem pessoas que, como eu, preferem ir para a sala de aula, ouvir música clássica e fazer uma aula tranquila, onde possam respirar, pensar no que eu estão fazendo. E isso é um perfil de muitas pessoas, só que antes não havia essa abertura; acredito que por falta de espaço, conhecimento e até de professores capacitados. De uns 10 anos para cá isso começou a ser uma coisa procurada. Também acontece o seguinte: ex-bailarinos (aqui temos muitos) que já fizeram aula na infância ou na juventude, seguiram suas profissões – porque balé não dá dinheiro no Brasil – e depois querem voltar. A procura por pessoas leigas é grande? A questão da menor ou maior procura se deve ao fato de hoje haver essa cultura com o corpo; o prazer de fazer uma atividade física; a necessidade, em função da saúde e a vontade de manter o corpo bonito. O balé clássico trabalha do fio do cabelo à unha do pé. Olhar, respiração, postura, dinâmica, assiduidade, comprometimento, toda essa parte de esculpir o corpo. Existe outra coisa: se uma atriz ou um ator disser que tem um personal de balé – atualmente existe essa profissão (já fui até procurada para isso), todo mundo quer. Nesse caso, a pessoa quer uma aula de balé dirigida para o físico dela, para as limitações que ela tem, para objetivos como modelagem do corpo, melhor alongamento, tônus muscular... Para ter tudo isso não é preciso ter feito balé desde criança? No adulto dá para trabalhar a correção. É lógico que a pessoa que procura o balé já adulta não quer ser uma bailarina clássica perfeita. O professor vai direcionar para o que ela quer. Eu não trabalho com isso; não é a minha praia; gosto de formar bailarinos. Já formar bailarinos adultos é um pouco mais difícil, porque aí já envolve o físico. Se a pessoa quer ser bailarina tem que começar quando criança, ou, em casos mais raros, pré-adolescentes, se tiver o físico apropriado. 56| Living Vectra sacada Além das expectativas O grande sucesso do Evolution Home Ayrton Senna, entregue ano passado pela Vectra, já indicava a receptividade com a qual o mercado de fato recebeu o segundo empreendimento da série. Localizado na rua Ulrico Zuinglio esquina com a rua Maria Lúcia da Paz, o Evolution Home Alto da Palhano une características únicas: iluminação e ventilação generosas, vista privilegiada, apartamentos bem distribuídos e uma excepcional área de lazer. Construído em uma área de 4.350 metros quadrados, o edifício é formado por 23 pavimentos-tipo com oito apartamentos por andar. São 128 metros quadrados de área total e 81 metros quadrados de área útil, distribuídos em plantas de três dormitórios, sendo um deles uma confortável suíte. Destaque para a varanda com churrasqueira. Três níveis de garagem, com entradas individuais, servem os apartamentos, que contam com opções de uma ou duas vagas. “A entrega do edifício surpreendeu os clientes, pois desde o hall até os apartamentos ele tem uma aparência superior, se destacando entre os similares de sua categoria no mercado imobiliário”, observa o coordenador de vendas e planejamento Cléber de Souza. A área de lazer, equipada e decorada pela Vectra, conta com piscinas (adulto, biribol e infantil), quadra esportiva, espaço fitness, espaço gourmet, lounge, sala de jogos, salão de festas, brinquedoteca, playground e churrasqueiras. “O que eu vejo nos empreendimentos da Vectra é a preocupação em superar as expectativas de quem comprou, de quem investiu”, diz a arquiteta Simone Ito, que assina o projeto de interiores. Localização privilegiada, acabamento primoroso e apartamentos bem distribuídos definem o Evolution Alto da Palhano. Destaque para a generosa área de lazer que possibilita festas simultâneas com total privacidade Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez Living Vectra | 59 Complexo de piscinas Ela explica que a planta em forma de cruz, com os elevadores na parte central e os ambientes nas pontas, permite que haja total privacidade para a realização de festas e recepções simultâneas. “Todos funcionam de forma independente”, informa a arquiteta. A concepção decorativa dos ambientes partiu da ideia de oferecer uma dose de ousadia que geralmente não se experimenta dentro de casa. “Acho que isso encanta: ter um espaço que impressione tanto o morador quanto as visitas nos momentos de descontração”, argumenta. E se a primeira impressão é realmente a que fica, a visão do hall com imponentes luminárias – projeto da arquiteta sob medida para o espaço – cumpre perfeitamente esse objetivo. “Como temos essa fachada em vidro em toda a esquina, precisávamos de uma iluminação condizente”, justifica Simone. Lounge Hall de entrada Hall de entrada Espaço Gourmet 60| Living Vectra Na escolha das cores e dos móveis para os ambientes, a arquiteta evidenciou a vocação de cada um. E deu unidade a toda área comum ao espalhar diferentes telas do artista gráfico Edgar Costa, feitas exclusivamente para o Evolution. “Ele desenvolve um tipo de arte digital que tem tudo a ver com o conceito de evolução”, detalha Simone. “Tanto para quem busca moradia quanto para quem tem perfil investidor para locação, o Evolution Alto da Palhano é completo e possui uma fórmula ideal de custo baixo de manutenção, o que influencia diretamente o preço de venda e locação”, analisa Cléber. É o que constatou o empresário José Eduardo Almeida, que já mobiliou e alugou o apartamento. “É um produto que oferece rentabilidade superior ao mercado em virtude do acabamento e da localização”, diz ele, elogiando a agilidade no procedimento de entrega do imóvel pela construtora. Para o empresário Leandro Vilela, é um imóvel sob medida para os planos da família, do tamanho do apartamento às opções da área de lazer. “Temos uma filha de 10 meses e vamos aproveitar muito os espaços”, prevê. Segundo ele, foi amor à primeira vista. “Eu tinha visto outros apartamentos, estava quase fechando negócio, mas quando vi o Evolution achei muito mais interessante por causa da localização, da credibilidade da construtora e do padrão do apartamento”, diz ele, que se mudou para o novo lar no dia 26 de dezembro. “Foi um presentão de Natal para a família.” Sala de jogos Churrasqueira Living Vectra | 61 moldura O sete da sorte Campeão mundial de clubes da Fifa com o Bayern de Munique, o londrinense Rafinha segue na torcida por uma vaga na seleção de Felipão Por Karla Matida Fotos Assessoria Rafinha Treze na camisa vermelha do Bayern de Munique e 5 em recente amistoso com a amarelinha da Seleção Brasileira, o jogador londrinense Rafinha tem o sete como um número que pontua sua vida. Sétimo filho, Márcio Rafael Ferreira de Souza nasceu no dia 7 de setembro de 1985, mas é mais conhecido, tanto aqui como mundo afora, pelo apelido, que, por sinal, tem sete letras. Também foi aos sete anos que começou a jogar futebol. Aos 28 anos, celebra uma ótima fase. “Conquistei todos os títulos possíveis, não tem como superar. O desafio agora é igualar”, explica Rafinha, que esteve em Londrina dois dias após conquistar o Mundial de Clubes da Fifa. “Saí de Marrakesh e fui para Madri, de onde peguei o voo para cá”, lembra o jogador. “Valeu o esforço para estar aqui”, garante Rafinha, que, além de celebrar a conquista ao lado da família e dos amigos de infância, também foi homenageado na Câmara Municipal de Londrina. O jogador recebeu o título de Cidadão Benemérito de Londrina. Craque da bola, Rafinha também mostrou desenvoltura no discurso de agradecimento, que também foi feito em alemão, já que a cerimônia foi transmitida para os fãs na Alemanha. Na página oficial do Facebook, o jogador tem mais de 400 mil fãs de todos os cantos do mundo. No Twitter, são mais de 160 mil seguidores. “Não tem como controlar toda essa gente, então eu tenho uma equipe que cuida disso para mim”, explica Rafinha, que conversou com a Living Vectra momentos antes de receber a honraria na Câmara. Mesmo sendo monitorada por profissionais, as redes sociais do jogador londrinense também têm seus momentos pessoais, no qual ele compartilha fotos do convívio familiar. Living Vectra | 63 Pouco antes de completar 10 anos de Alemanha, que serão comemorados em 2014, Rafinha por pouco não voltou a morar no Brasil. O convite do retorno foi do Corinthians. “Conversei com a família e decidimos ficar”, conta o jogador, que renovou com o Bayern até 2017. Titular do último amistoso da Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo, Rafinha entra no coro com a torcida londrinense por uma vaga no time de Luiz Felipe Scolari. “Já tive o prazer de defender a Seleção Brasileira, mas, claro, o sonho de todo jogador é jogar uma Copa do Mundo e é a última coisa que me falta. Já disputei todos os campeonatos possíveis. Eu procuro não agir com a emoção e sim com a razão. A minha parte estou fazendo e estou fazendo bem feito. O resto cabe a eles, se vou ser convocado ou não. Claro que a esperança, né...”, sorri. Rafinha começou no futebol de salão e depois passou para o campo. Do PSTC foi para o Coritiba, com o qual foi campeão paranaense na sua temporada de estreia, repetindo a dose vitoriosa no ano seguinte. Negociado com o Schalke 04, o jogador embarcou para a Alemanha, de onde saiu apenas para uma temporada no italiano Genoa. Desde 2011, é jogador do Bayern de Munique. Rafinha em três momentos: em campo com o Bayern de Munique, com a mãe recebendo as homenagens da Câmara dos Vereadores de Londrina e no último amistoso da Seleção Brasileira antes da Copa “Muitas pessoas não sabem o que tive que passar para chegar onde estou. Hoje não me falta nada, mas só a gente sabe o sofrimento”, emociona-se Rafinha no discurso na Câmara. O primeiro agradecimento é para Deus e a mãe Deusdete é logo lembrada. “Quero agradecer minha mãe, mulher de coragem, exemplo de vida. Ela sempre acreditou em mim”, orgulha-se o jogador. Rafinha lembrou que muitas vezes foi preciso escolher entre o passe de ônibus, para ele ir treinar, e a comida em casa. “Eu trocaria tudo que conquistei, todos os títulos, para ter meu pai de volta, mas sei que ele está no céu olhando por mim e feliz por minhas conquistas”, diz. Mesmo há 10 anos na Europa, o jogador segue com fortes ligações com Londrina. “Meus melhores amigos estão aqui, no Cinco Conjuntos, no Jardim do Sol, onde cresci”, conta Rafinha, que não perde uma oportunidade de encontrá-los. “A minha família pode sempre ir lá me visitar, mas eles (os amigos) só vejo aqui”, explica. Em tempo: a convocação para a Copa do Mundo acontece no dia 7 de maio, no Rio de Janeiro. Cruze os dedos pelo Rafinha e também pelo Fernandinho, outro londrinense com grandes chances de figurar na lista dos 23 jogadores eleitos pelo técnico Felipão. 64| Living Vectra alto-falante O anjo branco da Terra Vermelha Aos 97 anos, o médico Afonso Haikal se lembra com detalhes de sua trajetória como primeiro pediatra e pioneiro de Londrina Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez O médico Afonso Haikal sempre encontra ex-pacientes por onde passa. Muitos fazem questão de cumprimentá-lo e de lembrar que, quando crianças, foram salvos graças ao seu atendimento. A cena seria corriqueira não fosse pela faixa etária dos personagens. Primeiro pediatra de Londrina, Haikal atendeu boa parte dos sessentões da cidade. Do alto de seus 97 anos, exibe uma memória prodigiosa – tem datas na ponta da língua – e é documento vivo da história da cidade. “Cheguei a Londrina no dia três de março de 1941. Era um faroeste. Na época devia ter uns 12 mil habitantes. Quando chovia, era um barro muito grande e quando fazia sol, uma poeira danada; tinha que trocar de roupa três vezes por dia”, lembra. Filho de libaneses, mineiro de Ubá, ele se formou na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, e fez residência no hospital infantil Fernandes Filgueira. Lá se tornou amigo do professor César Perneta, pediatra curitibano que sugeriu Londrina como destino ao jovem médico. Assim como Haikal, a cidade também estava começando e, segundo acreditava Perneta, teria um futuro promissor. “Não pensei duas vezes; achei que ficaria um pouco, ganharia um dinheirinho e voltaria para o Rio. Mas o barro daqui é pegajoso. Fui ficando e não tive mais vontade de voltar.” Com a ajuda do pai de um colega de turma que tinha consultório na cidade (o médico Jonas de Faria Castro), Haikal se estabeleceu e logo ganhou fama como o único pediatra da região. “Os casos mais difíceis mandavam para mim. E, por sorte, eu ia resolvendo. Fiquei logo com um bom conceito na cidade”, conta ele, que tinha um processo especial para tratar meningite. “Eu retirava 10 ml de líquor e injetava 10 mil unidades de penicilina cristalina na ráqui da criança. Em quatro dias ela ficava boa. Não perdi nenhum caso.” Living Vectra | 67 Seu primeiro consultório foi na rua Sergipe, compartilhado com o colega Abílio Soares e o advogado Hosken de Novaes, que se tornaria prefeito de Londrina em 1963 e vice-governador do Paraná em 1979. Na Santa Casa, inaugurada três anos após sua chegada a Londrina, Haikal atendia indigentes voluntariamente. “Trabalhei muito tempo assim. Não havia médicos suficientes”, conta. Anos depois, em 1953, se tornaria diretor clínico da instituição, e uma de suas primeiras providências foi a aquisição de uma incubadora. Antes disso, era preciso improvisar. O médico se lembra de um bebê prematuro, nascido com 900 gramas, que sobreviveu graças a roupas forradas de algodão in natura e a garrafas de água quente colocadas no berço pelas irmãs do hospital. Desidratação e gastroenterite eram os principais problemas que atingiam os pequenos na época. “A desidratação avança de uma maneira na criança que, se não acudir, mata mesmo”, observa. Devido à falta de estrutura para a administração do soro via endovenosa, o tratamento era feito via oral: “Recomendávamos à mãe que desse uma colher de chá a cada cinco minutos, a noite inteira. No dia seguinte a criança levantava”. Para a coqueluche, havia um tratamento alternativo que Haikal presenciou muitas vezes durante a residência no Rio de Janeiro. “Duas vezes por semana as crianças embarcavam em um avião da FAB e voavam a dois, três mil metros de altitude por duas a três horas. Havia um dispositivo que deixava o ar entrar naquela altitude. E aquele ar puro fazia a criança melhorar”, relata o médico, que repetiu o procedimento algumas vezes em Londrina para tratar as duas filhas. As atualizações profissionais aconteciam por meio das semanas médicas que foram ganhando relevância e atraindo médicos de outros Estados. “Tivemos a oportunidade de convidar médicos eméritos, como Benedito Montenegro, Mário Deni e Ivo Pitanguy, que veio duas vezes a Londrina; a primeira, a meu convite”, recorda Haikal. Assim começava a história de Londrina como polo de medicina. Figura importante da sociedade que então começava a se organizar, Haikal tem seu nome registrado na fundação de todos os clubes da cidade, incluindo o Aeroclube – onde foi aluno da primeira turma. Também foi fundador da Associação Médica de Londrina (presidente em 1967) e procurador da Fundação do Ensino Superior de Londrina (Fesulon), criada para possibilitar a fundação da Faculdade de Medicina e, consequentemente, da Universidade Estadual de Londrina. Por sua imensa contribuição à cidade, Haikal recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Pinheiro, a maior condecoração do governo do Estado do Paraná. “Vim para cá com 23 anos. Vivi a maior parte da minha vida aqui. Sou londrinense de coração”, diz. De seus oito irmãos, apenas dois mais jovens estão vivos. Parte de sua longevidade ele atribui aos hábitos moderados. Com exceção do cigarro – começou a fumar para espantar o cheiro de formol nas aulas de anatomia e só parou 20 anos depois –, sempre ficou longe de vícios. Não bebe e come de maneira adequada. “Numa das primeiras aulas de medicina, o professor disse para fugir dos enlatados e dos embutidos. Guardei isso”, revela Haikal, que nadou diariamente até os 90 anos e costuma ler vários livros ao mesmo tempo. Mas há que se incluir também o fator sorte, já que saiu ileso de um acidente de avião logo no início da carreira. Mesmo temeroso de voar numa companhia aérea não confiável, ele embarcou. “Todo mundo queria se sentar no último lugar, porque no avião que tinha caído só se salvou quem se sentou lá. O piloto apontou para mim e disse: ‘quem vai sentar lá é esse senhor mais magro’. Era para não fazer peso”, diverte-se. De fato, um dos motores falhou e, na aterrisagem forçada, a asa bateu em uma cerca. “O avião ficou imprestável, mas todo mundo sobreviveu.” Durante a queda, Haikal garante não ter sentido medo, mas uma coisa não saía de sua cabeça. Ainda era solteiro e tinha uma quantia considerável no banco. “E se eu morrer, aquele dinheiro que eu custei a ganhar, com quem vai ficar?” Assim que chegou ao seu destino, não teve dúvidas. Comprou o melhor carro da época, um Bel Air Chevrolet, e voltou dirigindo para Londrina. 68| Living Vectra Weblon álbum Fotos Douglas Gama Lançamento premium A cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, recebeu com festa o projeto do loteamento fechado Porto Madero, que promete ser referência em morar bem na região. Os empreendedores presentearam a cidade e os clientes com um show da cantora Gal Costa. Gal Costa Susumu, Maria Luiza e Fernando Fuziy Manoel, Regina e Guilherme Alves Nunes com Márcio Giocondo Marta Manttovanni e Alessandra Lorensini Marcelo Fuziy Fernando, Mariana, Isabela e João Pedro Fuziy Simone Barnabé e Renata Manttovanni Enzo, Adriana e Dante Bellinati Guazzi 70| Living Vectra Vitor José e Sayonara Galão Fotos Fábio Alcover Histórias multiplicadas Autoridades, imprensa e convidados marcaram presença no lançamento do projeto 80x Londrina, durante café da manhã no Museu Histórico. As histórias de moradores vão se transformar em um livro a ser lançado no aniversário da cidade, em dezembro próximo. Fábio Mansano e Solange Batigliana Saulo Haruo Ohara e Nayara Kague Carla Cordeiro e Ivone Ayres Danieli Pereira da Silva e Cristina Tomé e InêsMansano Chaves Adolfo, Sueli e Vitória, Adolfo Luiz Henrique Bete Yunomae, Patrícia Zanin e Roberta Mansano Daniele Valente, Lorraine More e Júlio Roncaratti Karla Matida e Rosângela Vale Tony e Marina Hara, Marcelo Camargo e Sandra Egashira Living Vectra | 71 álbum Fotos Fábio Alcover À inglesa A inspiração britânica da linha London Hills também deu o tom ao coquetel de lançamento dos edifícios Queen’s Park e Kensington Gardens. Clientes e convidados puderam conhecer as duas unidades decoradas pelo arquiteto Marcelo Melhado. A noite ainda celebrou a ampliação da Vectra Store. Manoel e Regina Alves Nunes Roberta e Cecília Mansano André e Mila Bearzi Cristiana Veronesi e Patrícia Reichmann Dulce Bruzarosco e Amanda Zanuto Fernanda Kather e Ricardo Brito Juliana e Marcelo Araújo Cassiano Ferraz e Cléber de Souza 74| Living Vectra Márcia Ivale e Eliza Koyama Marcelo Melhado Nivaldo, Thiago e Adriana Paloco Rafael, Pedro e Gabriela Arruda Valdir e Sônia Liuti Vânia, Jonas e Lorena Lisboa Vitória, Luiz e Inês Rodrigues Chaves Vítor Kawanishi e Melini Raquel Carraro Living Vectra | 75 área de serviço À prova de infiltrações Por Rosângela Vale Foto Fábio Pitrez Manutenção e reparos inadequados podem comprometer o sistema de impermeabilização do imóvel Evitar as infiltrações e, consequentemente, todo tipo de mofo e insalubridade associada ao excesso de umidade é o principal objetivo da impermeabilização. Feito em áreas externas sujeitas a chuvas e também em ambientes que constantemente recebem água, como banheiros, áreas de serviço e sacadas, o sistema é de extrema importância para conservar a estrutura e, consequentemente, a segurança e o valor do imóvel. O engenheiro Renato de Nóbrega, sócio proprietário da Cia. do Impermeabilizante, explica que durante a construção podem ser usados diversos materiais impermeabilizantes: mantas asfálticas, cimento poliméricos, poliuretano e resinas acrílicas são alguns deles. “Depende da finalidade do ambiente, da dimensão, da durabilidade desejada e de características climáticas e geográficas do local”, diz. Segundo ele, alguns sistemas de impermeabilização podem durar anos, sendo que sua eficiência não está sujeita apenas à deterioração pelo tempo, mas também à incorreta manutenção. O engenheiro recomenda especial atenção a reparos inadequados em tubulações elétricas e hidráulicas, ao uso de materiais não compatíveis com os sistemas de impermeabilização existentes e, principalmente, à utilização de mão de obra não qualificada. “O eletricista, o encanador, o marceneiro, o instalador de vidros e espelhos que vão executar o serviço devem ter conhecimento das áreas sujeitas à infiltração”, adverte. Uma questão frequente é a instalação incorreta de ar-condicionado, que pode danificar a impermeabilização e levar água para dentro do imóvel. Instalações elétricas executadas externamente também devem ser feitas com cautela. “Os dutos e caixas de passagem não devem ficar expostos à chuva porque a umidade pode entrar pela tubulação elétrica e chegar até a laje. Aí confunde, porque o morador pode pensar que a infiltração está vindo da laje supostamente impermeabilizada.” Nóbrega observa que reparos com massa de cal, cimento e areia são comuns em garagens com problemas de conservação. “Não resolve. A estrutura tem que ser tratada como estrutura por um especialista”, avisa. Segundo ele, síndicos e administradores de prédios e condomínios devem ficar atentos. Muitas vezes podem comprometer a estrutura do imóvel por falta de conhecimento, orientação ou desejo de se mostrar um bom administrador financeiro escolhendo alternativas menos dispendiosas. O engenheiro Renato de Nóbrega recomenda especial atenção a reparos inadequados em tubulações elétricas e hidráulicas, ao uso de materiais não compatíveis com os sistemas de impermeabilização existentes e à utilização de mão de obra não qualificada. 76| Living Vectra Na limpeza de banheiros e sacadas, o ideal é usar produtos indicados pelo fabricante ou fornecedor do piso em questão. Se optar por detergente neutro, um aviso: “Não é o mesmo utilizado na cozinha. É neutro em relação ao PH”, esclarece Nóbrega. Outro esclarecimento: o mofo decorrente de infiltração é resultado da umidade frequente em qualquer época do ano e hora do dia. Há outro tipo que não está relacionado a problemas de impermeabilização, mas é decorrente da condensação do próprio ambiente. “Com a mudança de temperatura, principalmente do outono para o inverno, aumenta a concentração de umidade dentro de ambientes fechados e sem ventilação, causando mofo atrás de móveis e em paredes frias.” janela 78| Living Vectra O Zerão e o infinito Um dos locais mais queridos da cidade leva o nome de Luigi Borghesi, grande entusiasta do esporte londrinense. Conheça mais sobre o lugar e o personagem Por Paulo Briguet Fotos Fábio Pitrez Living Vectra | 79 Esportes, lazer e cultura no oásis urbano repleto de árvores Londrina vai fazer 80 anos em dezembro. Se atentarmos bem para o número 80, veremos que ele é formado pelo símbolo do infinito na posição vertical – o algarismo 8 – ao lado desse misterioso símbolo oval que tantas discussões gerou entre filósofos e matemáticos ao longo da história. O número do aniversário londrinense faz lembrar o título traduzido de uma belíssima novela de Arthur Koestler: O Zero e o Infinito. Um dos lugares mais queridos da cidade tem formato oval e ganhou o apelido carinhoso de Zerão. Desde 1988, quando aquele fundo de vale foi urbanizado, durante a administração de Wilson Moreira, os pés-vermelhos elegeram o Zerão como ponto de encontro para a prática de caminhada, corrida e esportes coletivos. No oásis urbano repleto de árvores e entrecortado por um córrego, anda-se de bicicleta, passeia-se com o cachorro, toma-se água de coco, joga-se basquete, vôlei, beisebol e até rúgbi. A cultura também ganhou espaço com a construção do Anfiteatro do Zerão, projetado pelo arquiteto Luiz César da Silva. Inúmeros concertos, shows, peças teatrais e espetáculos de dança tiveram o Zerão como cenário ao longo dos últimos 25 anos. 80| Living Vectra O nome oficial de um lugar querido Mas pouca gente se lembra de que o Zerão tem outro nome. Oficialmente, o local se chama Área de Lazer Luigi Borghesi. Uma homenagem bastante merecida. Que o diga o empresário londrinense Beto Borghesi, filho de Luigi. Com saudade e carinho, Beto lembra que o pai era um apaixonado por esportes – e por Londrina. Italiano de nascimento que veio para o Norte do Paraná aos 18 anos de idade, Luigi tinha particular predileção por automobilismo e futebol. “Meu pai adorava Londrina. Dizia que a Itália era boa para visitar, mas lugar para morar era o Brasil”, recorda Beto. O Norte do Paraná era o cenário perfeito para os sonhos de Luigi Borghesi. Dono de um posto autorizado Bosch – o Milano Diesel –, Luigi incentivou o filho a tentar a carreira de piloto profissional. Começou levando o filho para participar de provas de kart. Depois, passou a categorias como Fórmula Ford. “Meu não pai tinha dinheiro, mas conhecia muita gente, fazia muitos contatos. Ele foi meu grande incentivador”, diz Beto. O Londrina Esporte Clube era outra paixão incondicional de Luigi. “Meu pai acompanhava o Tubarão onde quer que o time jogasse”, lembra Beto. “E depois reunia os jogadores, distribuía prêmios para aqueles que se destacavam.” Eram áureos tempos do esporte em Londrina. “O nome de Londrina era temido em várias modalidades esportivas. Infelizmente isso acabou, por falta de apoio”, lamenta Beto. “Londrina precisa cuidar melhor dos seus espaços de esporte e lazer” diz o empresário Beto Borghesi, filho de Luigi Living Vectra | 81 Filho de guerreiro, guerreiro é A atuação de Luigi em prol do esporte londrinense foi subitamente interrompida em 1982. “Eu estava disputando uma prova de Fórmula Ford em Cascavel, quando ele me disse que estava sentindo uma dor”, relata Beto. Seis meses depois, Luigi Borghesi morreu de câncer ósseo. Tinha apenas 49 anos. A tristeza foi tão grande que Beto ficou dez anos longe das pistas. Se Luigi não tivesse partido tão cedo, é bem possível que o filho alçasse vôos mais longos em termos internacionais. Ainda assim, em 1992, a paixão falou mais alto: Beto Borghesi voltou às pistas, tendo feito uma carreira de destaque no Brasil, com títulos em categorias como Fórmula Fiat e Endurance. Além disso, Beto teve um papel importante na construção do Autódromo de Londrina e é o promotor das 500 Milhas de Londrina, prova realizada no aniversário da cidade há 21 anos. Pode-se dizer que Beto Borghesi herdou o espírito guerreiro e competitivo do velho Luigi. (Um detalhe: o kartódromo de Londrina também se chama Luigi Borghesi.) Buraco do Azevedo, uma história antiga Mas voltemos ao Zerão. É certo que Luigi não ficaria contente com o estado de abandono que a área de lazer vem enfrentando nos últimos anos. Apesar de ainda ser bastante frequentado por praticantes de caminhada e corrida, o Zerão poderia merecer um pouco mais de atenção por parte das administrações públicas. “Londrina precisa cuidar melhor de seus espaços de esporte e lazer”, diz Beto, passeando pela área que leva o nome de seu pai. Antes que o Zerão fosse Zerão, aquela região da cidade já tinha história. Nos anos 60 e 70, o lugar era conhecido como “Buraco do Azevedo”. No local hoje ocupado pelo anfiteatro, havia uma piscina natural onde os meninos pés-vermelhos adoravam praticar salto. Para ajudar, a quantidade de árvores era ideal para brincar de Tarzan. José Azevedo era um comerciante de móveis que possuía loja na Rua Benjamin Constant. O buraco levou seu nome possivelmente porque ele comprara uma chácara no fundo de vale. Não se sabe se Azevedo e Luigi Borghesi se conheceram, mas é certo que foram contemporâneos. E já que estamos falando de efemérides, uma curiosidade: se Luigi fosse vivo, estaria com 80 anos – quase a mesma idade da cidade que ele tanto amou. 82| Living Vectra Luigi Borghesi, apaixonado por esportes e por Londrina Canto ao grande zero Por Paulo Briguet Vocês que moram nas cidades, campos, Um zero que é quase um Nas alamedas, casas, pontes, ruas, Mas que sendo zero persiste Não imaginem que somente suas Em ser algarismo nenhum. São as visões totais do grande zero. És um zero tão belo Zero, Um zero de magnitude, Ovo do tempo no chão de Londrina, Que a par de ser magnífico Geometria em pleno desencanto, Doença transforma em saúde. Abstração sem ideia, Continente sem conteúdo, Paro no bar; na esquina do zero. Forma ateia Bebo um copo bem frio de veneno. Do Deus fecundo. Olho as meninas que correm pra ti Do modo mais doce e ameno. Símbolo do nada Por quem jamais espero: Árvores, pedriscos, aves e cães. Se perguntam aonde vou, Tudo o que restou da floresta Digo que vou ao zero. Revive em teu tempo, circula em teu seio, Se perguntam onde estou, Porque os eternos jamais sentem pressa. Digo que estou a zero. Se perguntam o que eu sou Circulem, seres. Digo: à esquerda, zero. Rodem, estações. Avancem, relógios. Eras apenas um vão, Afinem-se, tons. Buraco hostil na planície. Cortavas a geografia Zero, Antes que o tempo surgisse. Reflexo de um giro interminável Pelos graus de um zero imenso. Depois vieram os homens; Primo-irmão do infinito Em torno de ti, a cidade. Em que existo quando penso. E mesmo calado sabias Todo o tempo a verdade. Zero, Cidade zero, No fundo do teu vale escuro Terra zero, Já escondias tua grande elipse, Sol zero, Quando a humana arquitetura Galáxia zero, Não te fizera partícipe. Cosmos zero, Átomo zero. Hoje caminho por ti Como quem pisa no vento Elipse em forma de mundo, Levo pra mim os teus ares Do campo, do ser, da cidade. Bebo teu cheiro, sedento E mesmo calado sabes Ajusto em ti meus andares O tempo, o caminho, a verdade. Confisco-me em teu pavimento. És um zero tão grande biblioteca Londrina por ela mesma Por Rosângela Vale Fotos Saulo Haruo Ohara Para comemorar as oito décadas da cidade, comunicadores e empresas se unem para lançar o projeto 80x Londrina 84| Living Vectra No ano em que Londrina comemora 80 anos, a Vectra patrocina um projeto audacioso: contar a história da cidade do ponto de vista de quem a faz. Outras empresas também apostaram na iniciativa e o time de especialistas que propôs a ideia já deu start à pesquisa de campo. Batizado de 80x Londrina, o projeto traçará um paralelo entre a idade da cidade e 80 bairros que compõem a sua malha urbana. “Há experiências parecidas, como é o caso do livro sobre os 450 anos e 450 bairros de São Paulo, feito por Ponciano Levino. Mas até pela grande quantidade de bairros, ele fez uma abordagem sucinta. Queremos aprofundar a ideia e, dentro dos 80 bairros, apresentar possibilidades de histórias de Londrina”, explica o coordenador de comunicação da Vectra e produtor executivo do projeto, Fábio Mansano. “Há uma infinidade de informações de temporalidades e vivências diferentes sobre a cidade; eu gostaria de mostrar isso num grande panorama. Cruzar histórias de vida com um entendimento macro da cidade. Não é uma história linear: ingleses, ciclo da madeira, cidade de tábua, café, cultura branca (soja e trigo), verticalização. Todas essas questões, evidentemente, vão entrar no livro, mas a partir das experiências das pessoas”, observa o historiador e jornalista Tony Hara, autor de quatro livros sobre a história de Londrina e criador do blog Doc.Londrina (www.doclondrina.blogspot.com), com 150 mil acessos em um ano de vida. José Rodrigues Andrade, Vila Brasil Living Vectra | 85 Por conta da experiência do blog, surgiu a ideia de criar ferramentas online para que as pessoas não só acompanhem a pesquisa praticamente em tempo real, mas também interajam com o conteúdo, tornando-se parte da construção do livro. O trabalho, portanto, terá duas estratégias de levantamento de informações: pesquisa bibliográfica e entrevistas com moradores. “São duas equipes, uma que conversará com livros, mapas, jornais e revistas antigos, poemas, crônicas, teses e dissertações sobre Londrina. Conversará com os arquivos mortos. Por essa razão, os bairros mais antigos da cidade serão enredados no livro tendo como cenário temporal as décadas de 1940 a 1970. A outra equipe, jornalística, conversará com pessoas, moradores de bairros que ainda não foram objetos de pesquisas acadêmicas ou personagens de matérias de jornais. Bairros, ricos ou pobres, que ainda não entraram na cartografia do imaginário coletivo”, define Hara. Essa pluralidade de pontos de vista, para o historiador, é o que mais se assemelha a uma cidade. “A gente se esbarra com pessoas altamente diferentes, só que nunca questiona como elas vivem a vida, onde encontram prazer ou desprazer. Espero que a gente consiga fazer isso no livro.” Idealizadora do programa Áudioretratos – Histórias de vida no rádio, no ar pela Rádio UEL FM desde 2010, a jornalista Patrícia Zanin é a responsável pela escuta das histórias durante o trabalho de campo. E saber escutar, de fato, é ponto crucial para o projeto. Não se trata apenas de gravar o que o outro diz. “É acolher a história, desnudado de preconceitos e valores que você defende”, argumenta Hara. 86| Living Vectra Pedro da Silva, Vila Marizia Jardim Cláudia Parque Ouro Verde Site do projeto é atualizado semanalmente com novas histórias As fontes da jornalista – já são mais de 70 personagens entrevistados para o programa – são pontos de partida para o projeto, mas a dinâmica do trabalho vai além. “Estamos acostumados ao que as pessoas acham: opiniões, Facebook, blablabá. Mas a gente está atrás do que as pessoas fazem efetivamente. Porque as ações de cada um, boas ou ruins, é que vão construir a cidade. E nós temos pouca capacidade de ler gestos; prestamos mais atenção no discurso. Ler gestos está dentro dessa arte da escuta. E a Patrícia tem um talento gigantesco para isso”, ressalta o historiador. A jornalista cita um exemplo de como funciona, na prática, o trabalho de campo. “Eu conhecia uma senhora, moradora da Vila Marizia, que fez a vida no bairro, trabalha na reciclagem. O Tony nos orientou a descobrir algo sobre venda de minhocas, porque esse bairro sempre teve essa tradição. Chegamos lá e vimos várias casas com a plaquinha: vendem-se minhocas. Em uma delas, estava escrito: vendem-se minhocas no capricho. Batemos, o Seo Pedro nos atendeu. Perguntamos o que era no capricho, ele encheu a latinha e disse: ‘é isso aqui’. E aí contou que vive lá há mais de 30 anos, que construiu a casa onde mora com o dinheiro da minhoca, que já brigou para melhorar o bairro, que ele era um dos que lotavam o ônibus para ir à prefeitura pedir infraestrutura. Então vão aparecendo as ações”, revela Patrícia. 88| Living Vectra Segundo o historiador, a narrativa busca fugir tanto do viés acadêmico quanto da crônica literária. “Eu prefiro a voz da pessoa que viveu uma experiência concreta à interpretação de um cronista que se acha um leitor sensível e onipresente do espetáculo da vida urbana. Não quero simular esse lugar. Mas a leveza do texto, característica da crônica, é algo que interessa e se deseja”, esclarece. As imagens feitas para o livro levam a assinatura de Saulo Haruo Ohara, que tem no sobrenome a tradição da fotografia londrinense. Neto do mestre Haruo Ohara, destacou-se como fotógrafo de artes cênicas e passou recente temporada de estudos na Escola Superior de Fotografia de Vevey, na Suíça. Ao lado de Patrícia durante as entrevistas, o fotógrafo faz os primeiros registros dos personagens e também do perfil arquitetônico dos bairros.“A partir da história que escuto, marco uma nova foto”, conta. As reuniões semanais da equipe – onde essas histórias são relatadas – são fundamentais para as designers Elisabete Yunomae e Cristina Thomé, da Visualitá, responsáveis pela parte gráfica do livro. “É mais ou menos como se a gente fosse construindo junto ao imaginar isso visualmente”, diz Cristina. “Além das fotos do Saulo, vamos trabalhar com outros arquivos de imagens, como recortes de jornal e anúncios publicitários antigos; o material gráfico terá muitos elementos, será um desafio”, observa Elisabete. Raphael Safra, Vila Brasil Vista Bela Living Vectra | 89 Para Mansano, um projeto tão complexo e ambicioso só poderia ser executado em tão curto espaço de tempo – de fevereiro a novembro – com um time de primeira linha.“O Tony já tem toda essa leitura da cidade; a Patrícia, muitas fontes e experiência na coleta de material; o Saulo, da mesma forma, em fotografia. A Bete e a Cris, também, com edição de livro”, elenca. A previsão é de que cada bairro ocupe, em média, quatro páginas, o que daria um livro de, no mínimo, 350 páginas. E, embora o principal objetivo não seja exatamente o de ser um presente para Londrina, Mansano acredita que as empresas patrocinadoras do projeto encarem dessa forma,“já que são poucos os projetos em desenvolvimento para essa comemoração”, aponta ele. Midiograf, Folha de Londrina, Unimed e Z3 Web, além da Vectra, estão apostando na ideia. Outra motivação para o apoio dos patrocinadores é a oportunidade de associarem a marca a um projeto cultural que vai deixar um legado. “Sem falsa modéstia, tenho certeza de que no centenário de Londrina uma das fontes para outros projetos será essa obra”, diz. “Acho que a ideia principal não é a de ser um presente, mas a de estar presente, participar da vida da cidade; 80 anos é um marco importante”, frisa Mansano. Ele aponta um paradoxo interessante: apesar da pouca idade, a projeção de Londrina no cenário nacional é notável. “Essa história do aeroporto ter sido o terceiro mais movimentado do Brasil 40 anos atrás, toda essa pujança que concentrou como capital mundial do café...” Lançado oficialmente no final de março com um show do grupo Boca Livre, o projeto 80x Londrina prevê outro show, em dezembro, na véspera do aniversário da cidade. Junto com o livro, cuja tiragem inicial deve ser 2 mil exemplares. A publicação será distribuída entre os patrocinadores, em bibliotecas públicas do Paraná e também estará à venda. O jornalista e historiador Tony Hara, a designer Cristina Thomé, o fotógrafo Saulo Ohara, a designer Elisabete Yunomae, a jornalista Patrícia Zanin e o jornalista e produtor executivo do projeto, Fábio Mansano: time afinado 90| Living Vectra city-tour Porto de delícias Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez Ícone gastronômico de Londrina, Minato é herança da família Matsuo, pioneira da culinária asiática na cidade Apesar de ter começado a trabalhar na lavoura do interior de São Paulo, Chinzoo Matsuo logo seguiu os passos do pai, que era fotógrafo no Japão, antes de imigrar para o Brasil. Mas é na gastronomia que o nome da família já garantiu um lugar de destaque na história de Londrina. “Sou pioneiro também no Paraná”, afirma Matsuo, sobre seu papel na introdução da culinária asiática na região. Mesmo quem não é da época do restaurante Matsuo, que surgiu nos anos 1950, já deve ter se deliciado com alguma receita do cardápio da família. É que desde meados dos anos 1980, é com o Minato que Chinzoo e seus filhos servem os londrinenses. Inaugurado em 1986, o Minato ganhou o nome depois de uma consultoria. “Perguntei para uma senhora japonesa e ela sugeriu Minato, que significa porto”, conta Matsuo. E a ideia do entra e sai de um porto agradou o empresário, prevendo a bem sucedida movimentação de clientes no restaurante. “E também porque a gente não consegue ficar parado”, filosofa. Muitos leitores vão até questionar o fato de o Minato não ter sequer completado 30 anos. Sim, parece mesmo que o estabelecimento existe há bem mais tempo. Para o garçom Romildo Frediano, o mais antigo da casa, as quase três décadas trabalhando no restaurante parecem mesmo muito mais. “Atendemos até bisnetos de antigos clientes”, constata. Living Vectra | 93 O cardápio pouco mudou nos últimos anos, com destaque para campeões de pedidos como o lombinho alho e óleo, o arroz, o macarrão e a costelinha 94| Living Vectra “A condição que eles nos dão aqui é muito importante. Você tem confiança no que vem da cozinha”, explica Romildo. “Qualquer prato que o cliente pedir, vai seguir a mesma tradição”, completa. Para o garçom, o fato de ser tudo preparado na casa é um dos sucessos do restaurante. “O que mudou nesses anos foram as máquinas de cilindrar, que facilitaram o trabalho”, conta. O prato mais pedido? “Porquinho com alho”, responde prontamente Romildo, mas logo emendando outros pratos campeões de vendas. O cardápio é generoso nas opções, que vão do macarrão ao arroz shop-suey, passando pela costelinha e o peixe. Apesar da ascendência nipônica dos proprietários, é a culinária chinesa que prevalece no Minato. “Um conhecido de São Paulo me indicou o chef chinês Pan San”, conta Matsuo. O chef desembarcou em Londrina com receitas autênticas na bagagem, dando início à introdução da gastronomia chinesa na cidade. “Foi nos anos 60”, conta Matsuo, que primeiro abriu um restaurante com seu sobrenome e vendeu em 1984, antes de ter o Minato. Foi a senhora Ussako, esposa de Matsuo, que resolveu diversificar a renda da família, quando a fotografia ainda era o carro-chefe, e passou a cozinhar para fora. “Era 1951”, puxa pela memória o senhor Matsuo. Entre tantas datas, o empresário brinca com a própria idade. “Quantos anos vocês me dão? As pessoas sempre acham que tenho uns 70”, diverte-se. Voltando aos anos 1950, pouco tempo se passou e o tempero da esposa começou a ser mais lucrativo que o negócio principal, mudando os rumos da história. “Toda a família trabalha aqui, meus quatro filhos, noras e até uma neta”, contabiliza Matsuo. Living Vectra | 95 Mais antigo da equipe, o garçom Romildo atende gerações de clientes: “Até os bisnetos” Apesar de as receitas ainda seguirem o padrão criado pelo chef Pan San, a decoração do restaurante faz pouquíssima menção ao Oriente. “Estamos sempre mexendo”, diz Matsuo sobre as reformas que foram feitas ao longo dos anos. Para o empresário, um sinal de que estavam progredindo foi a compra das máquinas elétricas para a produção do macarrão artesanal. Na mistura étnica que é o Minato – japoneses no comando de uma cozinha chinesa – a clientela também é diversificada. “Oitenta, noventa por cento dos clientes são gaijins (não-japoneses)”, relata o proprietário, que marca presença no estabelecimento todos os dias. “Domingo é muito puxado”, explica. Não por acaso, o restaurante fecha às segundas, voltando para o almoço na terça. Em tempo, a culinária nipônica também se faz presente, mesmo não sendo protagonista do cardápio. Estão lá as conservas, a sopa missoshiru e o teishoku, um tipo de prato feito à japonesa. Deu fome? No amplo salão climatizado, o toque asiático é bem discreto e fica por conta dos detalhes em vermelho 96| Living Vectra objeto de desejo Magrela premiada Foto Fábio Pitrez Vedete do último Salão de Berno, na República Checa, a Scanner 1 XX foi premiada na edição 2013/2014. Quase totalmente produzida em carbono, a bicicleta da empresa checa 4ever pesa apenas 9,340 quilos e é uma mountain bike xc (cross country). Onde encontrar: Kött Cyclery - (43) 3354-5688 98| Living Vectra Gem Collection Kitchens Curitiba Av. Pres. Getúlio Vargas, 2021 (41) 3342.7017 Central Kitchens de Relacionamento 0800 11 41 42 Kitchens Londrina Av. Juscelino Kubitscheck, 2136 (43) 3345.1321 www.kitchens.com.br