proposição de um esquema taxonômico aos gêneros radiofônicos
Transcrição
proposição de um esquema taxonômico aos gêneros radiofônicos
ISSN: 1981-3031 PROPOSIÇÃO DE UM ESQUEMA TAXONÔMICO AOS GÊNEROS RADIOFÔNICOS Anamelea de Campos Pinto 1 Marcela Fernandes Peixoto2 Lelaeula dos Santos Silva3 Resumo Este trabalho tem como objetivo sistematizar os conceitos relacionados aos termos técnicos e gêneros da mídia radiofônica, às tecnologias e técnicas disponíveis para a produção de programas e aos tipos de programação veiculadas nas webrádios universitárias existentes no Brasil. Sendo a abordagem desta pesquisa de cunho qualitativo, com o procedimento bibliográfico e documental, cabe destacar que a produção radiofônica de uma webrádio universitária necessita ser concebida e produzida em uma linguagem clara e concisa com intuito de evitar cansaço na escuta, a fim de que todos que ouçam a programação, independentemente da faixa etária, da condição social e/ou dos níveis de instrução. O que se pretende com os resultados alcançados é que haja um estímulo por novas pesquisas transdisciplinares sobre o uso e as possibilidades da aplicação das tecnologias de informação e comunicação nos processos de ensino/aprendizagem, nas ações, tanto presenciais, quanto a distância. Palavras-chave: webradio - gêneros radiofônicos – educomunicação. 1 Introdução Os avanços tecnológicos têm disponibilizado à população em geral uma ampliação no uso das mais diversas mídias, dentre elas a mídia áudio e mais especificamente o rádio que hoje, integrado à internet, permite ao ouvinte mais do que somente escutar. Alargaram-se, sobremaneira as possibilidades desse veículo de comunicação que atualmente pode ser de valiosa aplicação como ferramenta para educação básica e até mesmo para divulgação científica. O presente trabalho tem como objetivo, portanto, sistematizar os 1 2 Professora Doutora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) – [email protected] Acadêmica do curso de [email protected] 3 Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) – [email protected] – 2 conceitos relacionados aos termos técnicos e gêneros da mídia radiofônica, às tecnologias e técnicas disponíveis para a produção de programas e aos tipos de programação veiculadas nas webrádios universitárias existentes no Brasil. A justificativa para a intenção desta pesquisa se define devido ao rádio estar atuando como agente de informação e formação, além de cumprir uma importante função social. Isso porque sendo uma das primeiras manifestações de como a tecnologia poderia ser utilizada nas práticas educacionais, ele permitiu romper as barreiras mais formais da escol a. Face a esse caráter perpétuo/inovador do rádio, este trabalho pretende redefini-lo, redimensionando-o para ser utilizado como uma webrádio para a indução de novas práticas de ensino, pesquisa e extensão. Percebe-se, atualmente, que a mídia áudio é a mais utilizada pelos jovens das diversas classes sociais, sendo citada como ferramenta tecnológica de grande preferência entre eles, segundo pesquisas da Rede Integrada de Comunicação 4. Isso porque a palavra, a música, os efeitos sonoros e o silêncio são elementos constitutivos de qualquer situação de comunicação radiofônica, independente do seu tempo de duração, de seu formato, do tipo de texto ou do seu conteúdo. Nesse sentido, prever e planejar um conjunto de ações que utilizem esse importante meio de comunicação no contexto pedagógico passou a ser de fundamental importância para que haja mudança nas relações educacionais. Afinal, é grande o poder da oralidade nas relações humanas, pois segundo Consani (2007, p. 28), “nem o advento das tecnologias modernas (como os computadores) nem o amadurecimento das antigas (como a escrita) conseguiram enfraquecê-la”. Quando se trata do rádio, o autor assevera ainda que “sua oralidade vai se modificando, com a inclusão de fórmulas de expressão consagradas pela audiência, mantendo respeito às normas cultas de expressão”, pois, “apesar de auditivo, valoriza a expressão escrita”. Face ao exposto, pretendeu-se que os resultados desse estudo estimulem igualmente novas pesquisas transdisciplinares sobre o uso e as possibilidades da aplicação das tecnologias de informação e comunicação nos processos de ensino/aprendizagem, nas ações, tanto presenciais, quanto a distância. 2 Discorrendo sobre os gêneros radiofônicos 4 RIC – Rede Integrada de Comunicação. Disponível em: http://www.rederic.com.br/Telas/ric.htm. Acesso em: 05 ago de 2011. 3 Antes de analisar as concepções dos diversos gêneros radiofônicos e seus formatos, é importante mencionar que há uma dificuldade em constituir um consenso do que seja gênero. Alguns são vistos como resultado de variações de gêneros já existentes, como os gêneros digitais, por exemplo, o e-mail é tido como um novo gênero textual, uma nova versão da carta. Segundo Martins (2008, p. 81) com o advento da internet novos gêneros digitais foram sendo criados para ambientes midiatizados como: e-mail, chat, entrevista on-line, vídeo-conferência, vista de discussão, endereço eletrônico, blog, entre outros. No caso da webradio, podemos afirmar que o gênero híbrido nasce do processo de radiomorfose, pelo entrecruzamento de características dos gêneros de origem, mas com os propósitos discursivos de um novo suporte. A mídia como um todo é um campo profícuo para o surgimento dos gêneros híbridos que se transformam, se combinam ou se transmutam atendendo aos propósitos comunicativos de um determinado grupo no decorrer da história. Barbosa Filho (2003, p. 61) menciona que gênero na comunicação é definido como “[...] unidades de informação que, estruturadas de modo característico, diante de seus agentes, determinam as formas de expressão de seus conteúdos, em função do que representam num determinado momento histórico”. O mesmo autor comenta a dificuldade de isolar as características exatas de um gênero e chegar a uma listagem finita de todos os diferentes gêneros, devido este ser um modelo dinâmico. Ainda, Luís Alberto (apud BARBOSA FILHO, 2003, p.55) explica que gênero no âmbito jornalístico deve ser pensado como “[...] estilo literário específico [...]”, o qual se caracteriza pelos fins informativos. As definições são variadas e mais ainda quando se trata de cada gênero radiofônico específico, com seus respectivos formatos. Será aprofundada, pois, a questão dos gêneros radiofônicos a partir da classificação feita por Barbosa Filho (2003), que fundamenta as práticas de radiodifusão convencional e de webrádios, com breves comentários acerca de cada genro radiofônico para um melhor entendimento de suas especificidades, a fim de posteriormente poder ser abordado uma análise mais precisa quanto o procedimento taxonômico de tais gêneros. - Gênero Jornalístico: Seu foco encontra-se na atualização dos ouvintes, com produções, então, de cunho informativo. São vários os formatos que estão imbricados ao gênero jornalístico, como nota, notícia, boletim, reportagem, entrevista, comentário, editorial, crônica, radiojornal, documentário jornalístico, mesas redondas ou debates, programa policial, programa esportivo, divulgação tecnocientífica. 4 - Gênero educativo-cultural: Foi a base da radiodifusão em seus primórdios, como as transmissões da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, mencionada anteriormente. É composto por programas instrucionais, audiobiografia, documentário educativo-culural e programa temático. - Gênero de entretenimento: Sua principal característica é a diversional e para isso, utilizase bastante a linguagem como forma de instigar à imaginação dos ouvintes e manter interação com os mesmos. Apresenta-se por meio de tais formatos: programa musical, programação musical, programa ficcional, programete artístico, evento artístico, programa interativo de entretenimento. - Gênero publicitário: Esse gênero é também conhecido como comercial, com objetivo de fazer divulgações de produto e/ou serviços. Seus formatos são: spot, jingle, testemunhal, peça de promoção. - Gênero propagandístico: De acordo com Pinho (apud BARBOSA FILHO, 2003, p. 128) “[...] podemos conceituar propaganda como o conjunto de técnicas e atividades de informação e persuasão destinadas a influenciar, num determinado sentido, as opiniões, os sentimentos e as atitudes do público receptor [...]”. Os formatos a seguir fazem parte deste gênero: peça radiofônica de ação pública, programas eleitorais, programa religioso. - Gênero de serviço: Neste gênero, as informações são transitórias e realizadas de acordo com as atuais necessidades do público, assim, anúncios de concursos e condições meterológicas são exemplos de informações que compõem este gênero. Seus formatos são: notas de utilidade pública, programete de serviço, programa de serviço. - Gênero Especial: É a representação de programas que não se adéquam aos demais gêneros acima citados. Considerado, então, um gênero híbrido, é constituído pelos seguintes formatos: programa infantil, programa de variedades. 3 Metodologia Para a realização da pesquisa, de cunho qualitativo, foi necessário realizar uma análise documental criteriosa da temática webrádio no Portal Periódicos da CAPES e também elencar alguns programas veiculados em webrádios universitárias brasileiras, com suas respectivas grades de programação, sendo as fontes utilizadas para análise os programas de 5 rádio ao vivo e os podcasts armazenados nos sites das webradios. A necessidade de fazer o delineamento de alguns desses programas, bem como analisá-los segundo o gênero radiofônico aos quais pertencem foi para ser possível refletir sobre a taxonomia existente para essa mídia, já proposta por Consani (2007) e Barbosa Filho (2003), pretendendo também, propor uma nova taxonomia que atenda aos avanços sociais e midiáticos. O procedimento utilizado, então, foi a pesquisa documental e toda a indentificação do gênero e formato foi baseada na programação do dia da escuta e no tempo amostral de vinte minutos para cada programa. Uma informação pertinente é que para realizar a descrição e análise das programações foi necessário que as webrádios disponibilizassem suas grades de programação, sendo essas a base de seleção dos programas destacados no delineamento. 4 Delineamento do registro das produções radiofônicas mais significativas das webrádios Aqui será apresentada a síntese do processo de delineamento do registro das produções radiofônicas mais significativas das webrádio universitárias brasileiras. Foi realizada uma análise de alguns programas veiculados pelas emissoras, por meio de uma observação feita previamente nas grades de programação de cada webrádio. A escolha dos programas se deu mediante o destaque das emissões mais significativas de gêneros radiofônicos diversificados como, por exemplo, programas do gênero jornalístico, educativocultural, publicitário, entre outros. O trabalho aconteceu com vinte e uma instituições de ensino superior (IES). Outras instituições não puderam ser contempladas por não disponibilizarem na página principal da emissora a grade de programação, além de ter sido registrado também incompatibilidade de alguns programas para a escuta e páginas de webrádios não encontradas. Importante relatar que o tempo amostral de escuta para cada programa foi de aproximadamente 20 minutos. A seguir, será destacada uma amostra de algumas emissoras das IES, pesquisadas durante o processo de pesquisa. 1. Nome da instituição: Universidade Federal do Ceará – UFC Webrádio: Universitária FM 6 Fim de Tarde É um programa com foco na música brasileira, transmitido nos finais das tardes de segundas às sextas- feiras. Os ouvintes podem ligar para pedir suas músicas. Esse programa pertence ao Gênero Educativo cultural, com o formato programação musical. Que por meio da música expressa a cultura popular. (CONSANI, p.95, 2007). 2. Nome da instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Webrádio: Universitária FM Durante o período de escuta apenas músicas de diferentes ECOS gêneros foram tocadas sem interrupções. O Programa ECOS apresenta-se como gênero jornalístico, discutindo questões ambientais. Porém, somente músicas foram tocadas ao longo do programa, possivelmente por falta de preparação de matérias. Assume, portanto, características do gênero de entretenimento, formato programação musical. 3. Nome da instituição: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Webrádio: Universitária Notícias do Campus/UFPE Mantém foco nos acontecimentos recentes do Campus, assim como na divulgação de projetos a serem realizados e na divulgação de eventos promovidos pela universidade, com tempo de duração de 10 minutos, aproximadamente. Pertence ao Gênero jornalístico e formato Radiojornal, com a função de informar e educar a comunidade acadêmica acerca dos acontecimentos da universidade. 4. Nome da instituição: Universidade Federal de Goiás – UFG Webrádio: Universitária AM Conversa com o Reitor 5. O programa é uma entrevista diária com o Reitor, com aproximadamente 2 minutos, no dia da escuta a temática foi o trabalho dos servidores da universidade. Programa do gênero jornalístico, com formato de entrevista. A função do editor nesse tipo de formato tem sido de suma relevância na transmissão da informação. Nome da instituição: Universidade Federal do Paraná – UFPR Webrádio: UFPR Hora do chorinho Programa musical, com foco no estilo chorinho. O programa pertence ao gênero entretenimento no formato programação musical. 7 6. Nome da instituição: Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ Webrádio: RTVE – Rádio e Televisão Educativa UNIJUÍ Unijui FM e a Música Nativista É um programa de músicas populares regionalista oriundas do Estado do Rio Grande do Sul. As interrupções foram para informações da instituição como inscrições para o vestibular e apoios culturais. Programa de gênero educativo cultural no formato programa documentário educativocultural, o qual por meio da música transmite a valorização da cultura popular. Com este olhar diante das programações das webrádios universitárias e na tentativa de compreender em qual ou quais gêneros e formatos radiofônicos cada uma delas se encaixa, tornou-se possível considerar que a webrádio pode ser um importante e poderoso veículo de extensão universitária, uma vez que no “[...] processo ensino/aprendizagem a webrádio pode colaborar na elaboração de atividades que permitam reflexões e desenvolvimento de diversas competências [...]” (OSÓRIO p. 66, 2010). Porém, tem sido pouco expressivo a divulgação de produção do conhecimento nas programações dessas webrários, pois boa parte do espaço das grandes de programações está voltada para apresentação de músicas e descompromissadas com a divulgação cientifica. 5 Refletindo sobre o esquema taxonômico Com o intuito de desenvolver um esquema taxonômico dos gêneros e formatos radiofônicos da webradio, ou mesmo confirmar o já elaborado por Barbosa Filho (2003) foi possível contar com a colaboração de especialistas da área de Educação e Comunicação a partir do desenvolvimento de um seminário de validação das análises previamente realizadas. Este seminário ocorreu no Centro de Educação (CEDU), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), contando com a presença da professora, doutora em jornalismo, da Faculdade de Serviço Social da UFAL; da Relações Públicas, mestre em Educação Brasileira, sendo a webradio o objeto de estudo de sua monografia; e do professor do curso de Comunicação Social da UFAL, mestre em Ciências Sociais. A justificativa para essa realização é fundamentada na menção de Consani (2007, p. 75): “É preciso que se fale da dificuldade em estabelecer o consenso, seja entre produtores, seja entre os pesquisadores, sobre a tipologia das produções radiofônicas.”. A classificação já elaborada por Barbosa Filho, a qual este trabalho se refere é apresentada a seguir: 8 Quadro 1: Classificação das produções radiofônicas. GÊNEROS FOMATOS RADIOFÔNICOS RADIOFÔNICOS nota, notícia, boletim, reportagem, entrevista, comentário, editorial, crônica, Jornalístico radiojornal, documentário, debate, policial, esportivos, divulgação técnico-científica. Educativo-cultural programa instrucional, autobiografia, documentário educativo-cultural, programa temático. Entretenimento programa musical, programação musical, ficcional, programete artístico, evento artístico, interativo. Publicitário spot, jingle, testemunhal, promoção. Propagandístico ação pública, eleitorais, religiosos. De serviço notas de utilidade pública, programete de serviço, programa de serviço. Especial infantil, variedades. A fase de preparação deste seminário foi desenvolvida por meio de estudos sobre a abordagem webradio e a seleção de cinco programas resultantes da etapa de delineamento, a fim de suas informações serem validadas, sendo vistos como casos passíveis de revisão conceitual. Assim foi discutido, inicialmente, sobre a proposta de Barbosa Filho (2003), percebendo que ela é demonstrada de forma hierárquica, em que os programas pertecentes ao gênero jornalístico, assim como ao educativo-cultural, por exemplo, se sobrepõem aos demais gêneros como os programas infantis inerentes ao gênero especial. Algumas alterações são propostas por Consani (2007), em que foi possível perceber a fragmentação na demonstração dos gêneros radiofônicos, como se um programa só pudesse ter um único formato. Dessa forma, como proposta apresentada no seminário de validação, entrou em consenso a idéia de que um programa de rádio ou de webradio não precisa ser classificado num formato específico. É relevante mencionar a importância de haver uma classificação desses formatos, para ser possível conhecer suas especificidades e assim, entender que mensagens educacionais, por exemplo, estão sendo produzidas/transmitidas nos programas de webradios universitárias. Porém, à medida em que os programas são estruturados, ao se pensar na forma de interlocução com os ouvintes, novos formatos vão sendo inclusos a eles. 9 Por isso é que os programas não devem ser enquadrados num único formato e/ou gênero radiofônico, mas os seus conceptores devem conhecer essa importante taxonomia. Tudo depende da intencionalidade de cada programa face ao público alvo que deseja atingir. Abaixo, segue a listagem dos programas que deram subsídios para o processo de validação. Programa Reportagem e Séries Especiais e programa Conexões da webradio UFMG Educativa / Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; Programa Coluna Manga na Cozinha da webradio UEL FM / Universidade Estadual de Londrina – UEL; Programa UFPA Pesquisa da webradio Web UFPA / Universidade Federal do Pará – UFPA; Programa Letra Som da webradio Kula Webradio Universitária / Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOEST. Os programas radiofônicos podem se configurar como agentes propiciadores de novas experiências na educação. Serão as formulações desses programas que direcionarão quais gêneros radiofônicos estarão ou deverão estar mais presentes em ambientes educacionais. Com o desenrolar das discussões as seguintes indagações ganharam destaque: A taxonomia proposta por Barbosa Filho (2003) continua pertinente em tempos das mídias digitais? Seria, então, viável propormos uma nova taxonomia para os gêneros radiofônicos? A conclusão foi que a criação da taxonomia proposta por Barbosa Filho (2003) foi pertinente na medida em que se tornou o eixo norteador para outras pesquisas e projetos na área, isso não significa que ela seja vista como única fonte para tais estudos. Neste sentido, foi percebível que não seria necessário criar uma nova taxonomia acerca dos elementos constitutivos de webradio, mas continuar tendo como fundamento aquela proposta em 2003 por Barbosa Filho e assim, ir adequando as informações de acordo com a intencionalidade de cada trabalho. Conclusão Ao analisar programas de webradios universitárias brasileiras, foi possível perceber a variedade de formatos desses programas, assim como os diversos perfis de webradios, algumas com predominância nos programas musicais, outras tentando disponibilizar aos ouvintes-internautas o máximo de formatos como o jornalístico, o educativo-cultural, entre outros. Seja qual for o gênero que predomine nas grades de 10 programação das webradios analisadas, elas têm em comum o objetivo de disseminar a produção do conhecimento científico que, em muitos casos, são mantidos nos intramuros das instituições. Para isso, a webradio, como um avanço de uma mídia tradicional – o rádio – utiliza-se de tecnologias como vídeos, podcasts, entre outros. Dessa forma, ela pode ser entendida como uma hipermídia. Autores como Barbosa Filho (2003) e Consani (2007), mencionados ao longo da discussão deste trabalho, demonstram em suas contradições quanto à classificação das produções radiofônicas, que a preocupação em estabelecer uma taxonomia acerca desta abordagem surge da necessidade em ter uma base inicial sobre conceitos da área da comunicação, a fim de estruturar os programas, logo, as webradios. Mas, essas informações não podem ser entendidas como algo fragmentado, ao contrário, elas se complementam. Por fim, cabe destacar que a produção radiofônica de uma webrádio universitária necessita ser concebida e produzida em uma linguagem clara e concisa com intuito de evitar cansaço na escuta, a fim de que todos que ouçam a programação, independentemente da faixa etária, da condição social e/ou dos níveis de instrução, a fim de que possam compreender a informação transmitida e por meio dessa compreensão possam disseminar novos saberes. Referências BARBOSA FILHO, André. Gêneros Radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. CONSANI, Marciel. Como usar o rádio na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 2007. PRATA, Nair. Webradio: Novos Gêneros, Novas Formas de Interação. Tese de Doutoramento, 2008. Apresentada na Faculdade de Letras da UFMG, Belo Horizonte, Brasil (inédita). Disponível em http://osegundochoque.blogia.com/2008/062101-prata-nair-2008webradio. php. Acesso em 08 ago. 2011. OSÓRIO, Mary Lourdes Scofield. Webradio: um expediente cognitivo para a divulgação da produção científica. 2010. 109 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2010.
Documentos relacionados
Gêneros e formatos radiofônicos
questionada sendo possível afirmar que, em certos círculos intelectuais, “esse tipo de discussão se tornou alguma coisa anacrônica, quando não irrelevante”1. Não concordamos com essa posição, enten...
Leia maisGêneros e Formatos Radiofônicos
• Rádio FM com qualidade de CD; • Tecnologia que permite à emissora de rádio, acrescentar mais informações e serviços, simultaneamente à programação; • Economia expressiva de energia elétrica, • No...
Leia maisNAS ONDAS DO RÁDIO: UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM
1990: 21). Esses elementos, combinados entre si de inúmeras maneiras ou isolados, contribuem significativamente para a construção da mensagem como um todo (cf. Ferrareto 2001), lembrando que “A voz...
Leia mais