RELATÓRIO pg1-20x - BSH International
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RELATÓRIO pg1-20x - BSH International
Resorts no Brasil R BSH INTERNATIONAL INTERNATIONAL HOTEL AND TOURISM SPECIALISTS Fundada em janeiro de 1989 a BSH International se consolidou como a maior empresa de consultoria hoteleira da América do Sul. A BSH assessorou os primeiros negócios no Brasil dos Grupos Sol Meliá (1989), SuperClubs (1998), Kempinski (1999), Howard Johnson (2000), Sonesta (2001) e Tivoli (2004) e participou de projetos hoteleiros que, no total, consumiram aproximadamente US$ 1 bilho. A BSH tem mantido seu espírito inovador desde sua fundaço: introduziu no Brasil os serviços de “hotel asset management”, criou e promove anualmente o maior evento de investimentos hoteleiros da América Latina, o Seminário Internacional de Investimentos em Hotéis & Resorts, bem como publica Relatórios de Tendncias especializados em hotelaria. A BSH atua nas trs Américas, através de suas divises: (i) Planejamento & Desenvolvimento; (ii) Gesto Estratégica de Investimento (BSH Hotel Asset Management); (iii) Eventos; (iv) Estatísticas (BSH Travel Research). TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 1 Resorts no Brasil PRINCÍPIOS 1. A BSH atuará sempre em posiço de independncia com o cliente, oferecendo aconselhamento ao cliente com consideraçes imparciais e responsáveis. 2. A BSH oferecerá sempre o melhor de seus conhecimentos, experincias e habilidades em prol de seus clientes. 3. A BSH manterá todas as informaçes relativas aos trabalhos executados para um cliente como estritamente confidenciais, exceto quando o cliente solicitar ou concordar pela publicidade da informaço. 4. A BSH nunca aceitará representar clientes quando haja conflito de interesses. 5. A BSH no aceitará contrataço que possa limitar sua habilidade de posicionar-se de forma independente. 6. A BSH no tomará nenhuma vantagem pessoal, financeira ou outra que, de qualquer maneira, possa advir da relaço profissional com clientes, a no ser aqueles especificados nos contratos com os clientes. 7. A BSH recusará qualquer contrataço quando no vislumbrar benefícios para o cliente. 8. Honestidade, Integridade, Altos Princípios Éticos e Morais so pré-requisitos de todos os membros da BSH. BSH TRAVEL RESEARCH A BSH TRAVEL RESEARCH é a resposta s necessidade do mercado brasileiro de dispor de estatísticas adequadas ao planejamento, desenvolvimento e gesto de negócios do setor. A BSH TRAVEL RESEARCH oferta ao mercado Relatórios de Tendncias. Para mais informaçes acesse o web site ou entre em contato através do telefone (11) 3813-6188 ou pelo e-mail . Para mais informações acesse o web site www.bshinternational.com ou entre em contato através do telefone (11) 3813-6188 ou pelo e-mail [email protected]. 2 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil ÍNDICE Introdução ......................................................................................4 Desenvolvimento de Resorts ................................................................9 Breve Histórico...............................................................................9 Evolução da Oferta de Resorts no Brasil .................................................10 Análise da Demanda .........................................................................21 Resorts de Interior .........................................................................22 Resorts de Praia.............................................................................27 Resorts de Praia no Nordeste..............................................................32 Imobiliário Turístico na Região Nordeste .................................................37 Análise Comparativa dos Resultados ......................................................39 Segmentação da Demanda ................................................................39 Evolução da Oferta ........................................................................42 Evolução da Demanda .....................................................................43 Análise dos Índices de Desempenho ......................................................44 Cruzeiros no Brasil ...........................................................................49 Breve Histórico de Cruzeiros Marítimos .................................................50 Análise da Oferta ...........................................................................52 Análise da Demanda .......................................................................54 Aspectos Mercadológicos..................................................................60 Conclusões ....................................................................................65 Tabelas Resumo ..............................................................................67 Ficha Técnica .................................................................................69 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 3 Resorts no Brasil INTRODUÇÃO Este relatório analisa o mercado de resorts no Brasil. Neste estudo se contra o descritivo do histórico de implantaço deste tipo de empreendimento no país e a avaliaço de desempenho do mercado nos últimos quatro anos, onde so considerados e analisados índices como taxa de ocupaço, diária média e RevPAR (receita de hospedagem por apartamento disponível). Além disso, so apresentados indicadores de perfil de demanda: proporço de turistas nacionais e internacionais, sazonalidade, permanncia média e propósito da viagem. Dois critérios de segmentaço foram utilizados nas análises: • Regional – por regio do país (Sul, Sudeste, Centro-oeste, Nordeste e Norte) e; • Tipologia de Produto (Praia e Interior). Os dados aqui apresentados foram coletados através de pesquisas diretas realizadas pela BSH Travel Research, até o dia 31 de abril de 2005. Conceituaço de Resort Na língua inglesa “resort” significa lugar freqüentado por pessoas com objetivo de cuidar da saúde, por diverso ou entretenimento. O conceito central de Resort, atualmente utilizado na hotelaria mundial, é associado ao empreendimento que promova sensaço de bem-estar e divertimento ao usuário. Assim, o empreendimento deve oferecer instalaçes e serviços voltados ao lazer e entretenimento, de forma que essas atraçes se sobreponham a quaisquer outras. Com a evoluço deste conceito surgiram novos produtos que ocasionaram a sofisticaço da demanda, forçando alguns empreendimentos a serem autosuficientes. Neste caso o hóspede no necessita sair do resort para suprir suas necessidades de acomodaço, alimentaço e entretenimento. 4 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Acredita-se que para atender os requisitos deste conceito, a propriedade hoteleira deva possuir um número mínimo de unidades habitacionais, instalaçes adequadas e localizaço privilegiada. Portanto, para efeito deste trabalho, visando padronizar o segmento em análise, foram considerados Resorts os estabelecimentos que atendam s seguintes características básicas: - Mínimo de 80 unidades habitacionais; - Mínimo de dois pontos de venda de Alimentos & Bebidas; - Ampla área de lazer com ativa programaço durante o dia e a noite. Características principais Um dos principais fatores de diferenciaço entre os resorts e simples acomodaçes em destino de lazer so os serviços oferecidos. É fundamental que o empreendimento ofereça diversos serviços durante o dia e a noite, além de numerosas atividades de lazer, como, por exemplo, golfe, tnis, equitaço, esqui na neve, esportes náuticos (vela, pesca oceânica, esqui aquático), bem como entretenimento e equipe recreacionista. Apesar dos resorts terem sido concebidos inicialmente para atender o segmento de lazer, atualmente tem sido explorado também o segmento de Convençes e Eventos, visando combinar atividades profissionais com lazer e combater a sazonalidade do setor. A gastronomia também é um ponto de importância. Uma vez que os empreendimentos, em geral , esto fora de centros urbanos, vendem pacotes com refeiçes inclusas e so, em maioria, auto-sufucientes. Conforme as características da demanda, os resorts definem a política de suas diárias de acordo com a infra-estrutura, opçes de lazer e características do resort, assim como os serviços oferecidos. O mais comum é a incluso de alimentaço, recreaço e entretenimento e utilizaço de equipamentos de lazer. Entretanto há diferenças de resort para resort. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 5 Resorts no Brasil A incluso das refeiçes no valor da diária ocorre nos seguintes planos: • Meia-penso: esto inclusos no valor da diária, café da manh e jantar ou almoço, exceto bebidas. • Penso-completa: todas as refeiçes esto inclusas no valor da diária, exceto bebidas. • All-Inclusive: todas as refeiçes, bebidas e serviços esto inclusos no valor da diária. Tipologia do Produto Existem diversos tipos de resorts no mundo. A segmentaço dos resorts é definida em virtude da atraço principal oferecida, tal como: cassino, golfe, praia, ecologia, esportes aquáticos etc. O mercado brasileiro apresentou grande evoluço na última década, no entanto sua segmentaço ainda é pouco sofisticada. A principal característica dos resorts brasileiros está atrelada localizaço e esto divididos em: • Praia (costa) • Interior A segmentaço da demanda característica dos resorts brasileiros é aquela motivada por viagens a lazer e aquela ligada a convençes com lazer. Considerando a extensa costa litorânea brasileira é cada vez maior o número de resorts de praia, principalmente destinado ao segmento de lazer. Por outro lado, tem surgido muitos resorts com de amplas áreas para realizaço de eventos e convençes, que também possuem equipamentos de lazer e esporte, mas o apelo principal é proporcionar espaços adequados para atender eventos de médio e grande porte. Vale ressaltar que a combinaço destes dois segmentos, lazer e eventos, tornou-se comum nos resorts brasileiros, que em virtude dos efeitos da sazonalidade, tendncia mundial no setor. 6 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil A demanda de lazer, tendo em vista a estrutura do período de férias do brasileiro se concentra fortemente durante o período entre natal e carnaval e julho. É muito arriscado optar pela construço de um resort que vise apenas o segmento de lazer. O ClubMed, por exemplo, iniciou atividades no Brasil na década de 70, na ilha de Itaparica, na Bahia, e rendeu-se ao mercado corporativo pela dificuldade de captar turistas estrangeiros (ausncia de vôos e dificuldades de acesso), além do fato da concentraço das férias dos brasileiros estarem atreladas s férias escolares. Para classificar os resorts foram levados em consideraço os critérios acima apresentados e, principalmente, o conhecimento de mercado e as análises elaboradas através do conhecimento específico dos consultores da BSH Travel Research. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 7 Resorts no Brasil Resorts no Brasil DESENVOLVIMENTO DE RESORTS Breve histórico Os resorts so oriundos diretos dos spas e das casas de banho das antigas Roma e Grécia. Mas seu surgimento propriamente dito está associado grande expanso do turismo registrada após a Segunda Guerra Mundial, devido ao aumento contínuo da renda pessoal, generalizaço das férias pagas, urbanizaço, reduço nos custos de transporte, etc. Ao contrário da grande expanso da atividade turística verificada na Europa, o período de 1950 a 1975 foi de crescimento relativamente modesto em outras regies, inclusive na América Central. No que diz respeito a esta última, uma das razes para tal desempenho reside no fato de que o principal emissor, os Estados Unidos, dispe, em seu território, de locais propícios ao turismo litorâneo, como exemplo a Flórida. No Brasil, o conceito de resort foi introduzido de fato na década de 1970, com a chegada de empreendimentos como o Club Méditerranée Itaparica, o Tropical Experience Manaus e também o Rio Quente Resorts. Observa-se, porém, que hotéis como o Grande Hotel Águas de So Pedro, Grande Hotel Campos do Jordo, Tropical Araxá Spa & Resort Experience e Tropical das Cataratas Eco Resort & Experience so das décadas de 40 e 50. Esses hotéis foram, em sua maioria, concebidos originalmente como cassinos, na época em que o jogo era liberado, e já possuíam opçes de lazer e convívio com a natureza, características mais modernas dos resorts que estariam por vir. Com o passar dos anos, muitos resorts foram implantados no Brasil. Nos últimos anos, as mudanças na conjuntura macroeconômica e na infra-estrutura (aeroportos, estradas e saneamento) levaram ao surgimento de diversos projetos de resorts, sendo alguns deles verdadeiros mega resorts, como o Costa do Sauípe (Bahia). TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 9 Resorts no Brasil Evoluço da Oferta de Resorts no Brasil Um dos traços mais característicos da evoluço do turismo brasileiro nos últimos 20 anos é o crescimento do número de resorts. Até a década de 70, existiam no Brasil 14 resorts com aproximadamente 4.000 unidades habitacionais, sendo 75% localizados no interior e 25% em praias. Neste período a maior parte dos resorts do país estavam localizados nas regies sul e sudeste. Na década seguinte, de 1980 a 1989, houve significativo crescimento da oferta de resorts com a entrada de 2.352 novas unidades habitacionais, que representaram um crescimento de 59% na oferta da categoria. Dessa nova oferta, 78% eram resorts de praia, e 22% eram resorts de interior, o que demonstra a grande expanso no número de resorts de praia, principalmente no Nordeste do país, onde o crescimento foi de 10% do total de unidades habitacionais de resorts no país em relaço a 1979. Na década de 90, em virtude da situaço político-econômico brasileira, houve crescimento de apenas 22% na oferta, assim, os resorts do nordeste passaram a representar o maior número de unidades habitacionais de resorts no país, com 35% do total da oferta, já que 6 dos 7 novos resorts no país estavam localizados no litoral nordestino. Entre os anos de 2000 e 2005, 14 novas propriedades deste segmento ingressaram no mercado nacional, representando crescimento de 42% na oferta de unidades habitacionais. O forte desenvolvimento hoteleiro do nordeste teve quatro principais motivos: • Extensas praias com belezas naturais e clima adequado; • Proximidade dos principais emissores mundiais (Europa); • Incentivos financeiros fiscais proporcionados pelos governos federais e estaduais a investimentos em turismo e hotelaria; • Infra-estrutura advinda com o Prodetur-NE (Programa de Desenvolvimento do Turismo –Nordeste). 10 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Nos gráficos abaixo é possível notar a grande expanso no segmento de resorts de praia, que até 1979 eram minoria no país e que atualmente representam a maior oferta do segmento. Distribuição (UHs) por Segmentação - até 1979 Distribuição Atual (UHs) por Segmentação - 2005 Interior 75% Interior 40% Praia 25% Fonte: BSH Travel Research Praia 60% Fonte: BSH Travel Research Considerando-se o período compreendido entre 1979 e 2005, é possível observar um crescimento de 176% no número de unidades habitacionais da categoria de resorts ofertadas no país. A regio Nordeste recebeu maior número de unidades habitacionais neste período. Evolução do # UHs de resorts por região 1979 a 2005 2005 1999 1989 1979 Sul Norte Centro-Oeste Sudeste Nordeste Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 11 Resorts no Brasil Vale ressaltar que a partir do ano de 2001 a oferta da regio nordeste foi acrescida do primeiro complexo hoteleiro do Brasil, o Costa do Sauípe, que está localizado a 90 Km do centro de Salvador e 76 Km do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhes. O complexo Costa do Sauípe possui seis quilômetros de praias, dunas, lagoas, restingas e manguezais, numa área de 1 milho e 720 mil m² de proteço ambiental. O mega-resort teve investimentos divulgados em R$ 340 milhes e compreende cinco resorts, operados por grupos internacionais e 6 pousadas, que compartilham da infraestrutura de lazer. No há dúvidas de que o Complexo Sauípe é um marco no desenvolvimento turísticohoteleiro do Brasil. 12 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Oferta Atual Atualmente a oferta de resorts é composta por 45 estabelecimentos, que totalizam 11.027 unidades habitacionais, distribuídas da seguinte forma, por regio do país: Oferta Atual Regiões Resorts UHs Sul 8 1.838 Sudeste 13 2.981 Centro-oeste 1 823 Nordeste 22 4.791 Norte 1 594 Total 45 11.027 Fonte: BSH Travel Research UHs % 17% 27% 8% 43% 5% 100% Oferta Atual de Resorts (UHs) - por Região do País 5% 17% 43% 27% 8% Sul Nordeste Sudeste Norte Centro-oeste Fonte: BSH Travel Research No quadro a seguir esto listados todos os 45 resorts considerados pela BSH Travel Research e suas principais características: TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 13 Resorts no Brasil R e s o r ts n o B r a s il A b e r tu r a H o te l 1 .9 4 0 G ra n d e H o te l S ã o P e d ro 1 .9 4 4 1 .9 4 4 UHs O p e r a d o r a H o te le ir a 112 S enac G ra n d e H o te l C a m p o s d o J o rd ã o 95 S enac T ro p i ca l A ra x á S p a & R e s o rt E x p e ri e n ce 283 T ro p i ca l H o te ls & R e s o rts 1 .9 5 8 T ro p i ca l d a s C a ta ra ta s E co R e s o rt & E x p e ri e n ce 200 T ro p i ca l H o te ls & R e s o rts 1 .9 6 8 T e rm a s d e J u re m a R e s o rt 172 I n d e p e n d e n te 1 .9 7 2 d o F ra d e & G o lf R e s o rt 162 I n d e p e n d e n te 1 .9 7 2 P la z a I ta p e m a R e s o rt 156 R e d e P la z a d e H o té i s 1 .9 7 3 T h e R o ya l P a lm P la z a 385 R o ya l P a lm H o té i s 1 .9 7 3 B o u rb o n R e s o rt & C o n v e n ti o n 311 B o u rb o n H o té i s & R e s o rts 1 .9 7 4 C a s a G ra n d e H o te l R e s o rt & S p a 265 I n d e p e n d e n te 1 .9 7 6 T ro p i ca l E x p e ri e n ce 594 T ro p i ca l H o te ls & R e s o rts 1 .9 7 7 R i o Q u e n te R e s o rts 823 I n d e p e n d e n te 1 .9 7 9 C lu b M é d i te rra n é e I ta p a ri ca 330 C lu b M é d i te rra n é e 1 .9 7 9 J a ti ú ca R e s o rt 96 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 0 A g u a ti v a R e s o rt 170 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 1 R e s o rt & S p a P la z a C a ld a s d a I m p e ra tri z 149 R e d e P la z a d e H o té i s 1 .9 8 4 Va ca n ce R e s o rt 207 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 5 P ra i a d o F o rte E co - R e s o rt 250 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 7 P o rto b e llo R e s o rt S a f á ri 152 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 9 S a lin a s d o M a ra g o g i 205 I n d e p e n d e n te 1 .9 8 9 T ra n s a m é ri ca C o m a n d a tu b a 259 T ra n s a m é ri ca H o té i s 1 .9 8 9 Ve n ta clu b P ra ta g y 164 G ru p p o Ve n ta g lio 1 .9 8 9 C lu b M é d i te rra n é e R i o d a s P e d ra s 324 C lu b M é d i te rra n é e 1 .9 8 9 C o s tã o d o S a n ti n h o R e s o rt 472 I n d e p e n d e n te 1 .9 9 0 A rra i a l d 'A j u d a E co R e s o rt 168 I n d e p e n d e n te 1 .9 9 0 C a n a B ra v a R e s o rt 171 I n d e p e n d e n te 1 .9 9 0 O á s i s A tlâ n ti co P ra i a D a s F o n te s 253 O á s i s A tlâ n ti co 1 .9 9 2 Ve n ta clu b S e rra m b i 149 G ru p p o Ve n ta g lio 1 .9 9 6 B e a ch P a rk S u i te R e s o rt 172 I n d e p e n d e n te 1 .9 9 6 M a b u T h e rm a s & R e s o rts 208 R e d e d e M a b u H o té i s & R e s o rts 1 .9 9 7 B lu e T re e P a rk C a b o 300 B lu e T re e H o te ls 2 .0 0 1 P e s ta n a N a ta l B e a ch R e s o rt 189 P e s ta n a H o te ls & R e s o rts 2 .0 0 1 S u p e rC lu b s B re e z e s 324 S u p e rC lu b s 2 .0 0 1 S o f i te l C o s ta d o S a u í p e 404 A cco r H o te ls 2 .0 0 1 S o f i te l S u i te s & R e s o rts 198 A cco r H o te ls 2 .0 0 1 R e n a i s s a n ce R e s o rt 237 M a rri o tt I n te rn a ti o n a l 2 .0 0 1 M a rri o tt R e s o rt & S p a 256 M a rri o tt I n te rn a ti o n a l 2 .0 0 1 S u m m e rv i lle B e a ch R e s o rt 202 P o n te s H o té i s & R e s o rts 2 .0 0 1 N a n n a i B e a ch R e s o rt 91 I n d e p e n d e n te 2 .0 0 1 B lu e T re e P a rk A n g ra d o R e i s 319 B lu e T re e H o te ls 2 .0 0 1 B lu e T re e P a rk M o g i d a s C ru z e s P a ra d i s e H o te l 171 B lu e T re e H o te ls 2 .0 0 1 Q u a lity R e s o rt L i n s 114 A tla n ti ca H o te ls I n te rn a ti o n a l 2 .0 0 2 B o a Vi s ta R e s o rt & C o n f e re n ce C e n tre 123 G ru p o M a ri lh a 2 .0 0 3 C lu b M e d i te rra n é e - T ra n co s o 250 C lu b M é d i te rra n é e 2 .0 0 3 B o u rb o n A ti b a i a R e s o rts & C o n v e n ti o n 392 B o u rb o n H o té i s & R e s o rts T o ta l 1 1 .0 2 7 F o n te : B SH T ra ve l R e s e a rc h 14 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Oferta Atual Forma de Contrato de Gestão Cidade Estado Região Arrendamento Águas de São Pedro SP Sudeste Arrendamento Campos do Jordão SP Sudeste Arrendamento Araxá MG Sudeste Arrendamento Foz do Igaçu PR Sul Próprio Campo Mourão PR Sul Próprio Angra dos Reis RJ Sudeste Próprio Itapema SC Sul Próprio Campinas SP Sudeste Próprio Foz do Iguaçu PR Sul Próprio Guarujá SP Sudeste Próprio Manaus AM Norte Administração Rio Quente GO Centro-Oeste Próprio Itaparica BA Nordeste Próprio Maceio AL Nordeste Próprio Cornélio Procópio PR Sul Próprio Santo Amaro da Imperatriz SC Sul Próprio Águas de Lindóia SP Sudeste Próprio Praia do Forte BA Nordeste Próprio Mangaratiba RJ Sudeste Próprio Maragogi AL Nordeste Próprio Ilha de Comandatuba BA Nordeste Arrendamento Maceio AL Nordeste Próprio Mangaratiba RJ Sudeste Próprio Florianópolis SC Sul Próprio Arraial d'Ajuda BA Nordeste Próprio Ilhéus BA Nordeste Arrendamento Beberibe CE Nordeste Arrendamento Porto de Galinhas PE Nordeste Arrendamento Aquiraz CE Nordeste Próprio Foz do Iguaçu PR Sul Administração Cabo de Santo Agostinho PE Nordeste Próprio Natal RN Nordeste Arrendamento Costa do Sauípe BA Nordeste Arrendamento Costa do Sauípe BA Nordeste Arrendamento Costa do Sauípe BA Nordeste Arrendamento Costa do Sauípe BA Nordeste Arrendamento Costa do Sauípe BA Nordeste Próprio Porto de Galinhas PE Nordeste Próprio Porto de Galinhas PE Nordeste Administração Angra dos Reis RJ Sudeste Administração Mogi das Cruzes SP Sudeste Administração Lins SP Sudeste Próprio Camocim CE Nordeste Administração Trancoso BA Nordeste Próprio Atibaia SP Sudeste TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 15 Resorts no Brasil No mapa a seguir está a localizaço de cada resort da oferta atual: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Até 1979 Grande Hotel São Pedro Grande Hotel Campos do Jordão Tropical Araxá Spa & Resort Experience Tropical das Cataratas Eco Resort & Experience Termas de Jurema Resort do Frade & Golf Resort Plaza Itapema Resort The Royal Palm Plaza Bourbon Resort & Convention Casa Grande Hotel Resort & Spa Tropical Experience Rio Quente Resorts Club Méditerranée Itaparica Jatiúca Resort 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 de 1980 a 1989 Aguativa Resort Resort & Spa Plaza Caldas da Imperatriz Vacance Resort Praia do Forte Eco-Resort Portobello Resort Safári Salinas do Maragogi Transamérica Ventaclub Pratagy Club Méditerranée - Rio das Pedras Costão do Santinho Resort Fonte: BSH Travel Research RR AP 43 PA 32 29 11 AM 27 MA 31 RN CE 28 PB PI 38 PE AC TO RO AL SE BA 26 25 12 MG MS 4 9 3 42 17 SP 1 8 45 15 2 41 5 PR 10 30 SC RS 25 26 27 28 29 30 31 7 ES 39 14 18 13 MT GO 20 22 33 44 34 21 35 36 RJ 37 40 6 23 19 16 24 de 1990 a 1999 Arraial d'Ajuda Eco Resort Cana Brava Resort Oásis Atlântico Praia Das Fontes Ventaclub Serrambi Beach Park Suite Resort Mabu Thermas & Resorts Blue Tree Park Cabo 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 de 2000 a 2005 Pestana Natal Beach Resort SuperClubs Breezes Sofitel Costa do Sauípe Sofitel Suites & Resorts Renaissance Resort Marriott Resort & Spa Summerville Beach Resort Nannai Beach Resort Blue Tree Park Angra do Reis Blue Tree Park Mogi das Cruzes Paradise Hotel Quality Resort Lins Boa Vista Resort & Conference Centre Club Mediterranée - Trancoso Bourbon Atibaia Resorts & Convention Fonte: BSH Travel Research 16 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Nota-se que a operaço hoteleira dos resorts no Brasil podem ser feitas de forma Independente, assim como podem ser afiliados a Redes Hoteleiras. A maioria dos resorts no país é afiliada a Redes Hoteleiras, sendo que algumas dessas Redes so especializadas nesse tipo de negócio, como é o caso do ClubMed e da SuperClubs. Operação Hoteleira (45 Resorts) Independente 33% Rede Hoteleira 67% Fonte: BSH Travel Research A partir da segunda metade da década de 90, a operaço de resorts por redes internacionais passou a ser mais freqüente, tanto nos novos resorts como também em antigas propriedades hoteleiras. Até o início da década de 80, apenas 3 resorts eram afiliados a redes estrangeiras, atualmente so 14 resorts. Do total de unidades habitacionais afiliados a Redes Hoteleiras, 56% so de redes nacionais e 44% so de redes internacionais, provenientes da França, EUA, Itália, Portugal e Jamaica respectivamente, conforme demonstrado no gráfico abaixo: Origem da Operadora Hoteleira (UHs) Portugal 6% Itália Jamaica 4% 6% EUA 8% Brasil 56% França 20% Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 17 Resorts no Brasil Quanto forma de contrato de gesto, verifica-se, no gráfico a seguir, predominância de contratos de gesto liderada pelo proprietário, seja o investidor hoteleiro ou a rede hoteleira. Entretanto, a partir da década de 90, os contratos de arrendamento e administraço tornaram-se mais freqüentes. Forma de Contrato de Gestão (45 Resorts) Administração 13% Próprio 58% Arrendamento 29% Fonte: BSH Travel Research Os contratos de gesto podem ser: Contrato de Administraço: Instrumento pelo qual uma operadora hoteleira se compromete a administrar um hotel em nome, por conta, em benefício e a risco do proprietário. Contrato de Arrendamento: Instrumento pela qual uma empresa hoteleira aluga um imóvel, com ou sem mobília e equipamentos, para nele implantar sua operaço hoteleira. Contrato de Franquia: Acordo pelo qual o hotel passa a ostentar marca, receber apoio operacional e benefícios de vendas de uma rede hoteleira.Gesto Própria: no há participaço de terceiros. 18 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Oferta Futura Até 2008 está previsto aumento em aproximadamente 5.044 novas unidades habitacionais, o que significa o crescimento de 54% na oferta de unidades habitacionais nos resorts brasileiros, da seguinte forma: Oferta Futura - até 2008 Regiões UHs UHs % Sul 0% Sudeste 178 4% Centro-oeste 200 4% Nordeste 4.470 88% Norte 196 4% Total 5.044 100% Fonte: BSH Travel Research Nova Oferta (UHs) até 2008 por região 4% 0% 4% 4% 88% Sul Nordeste Sudeste Norte Centro-oeste Fonte: BSH Travel Research Dentro da nova oferta consideram-se também duas ampliaçes de resorts já existentes, o Rio Quente Resorts e o Bourbon Atibaia. No quadro a seguir esto listadas as principais características de cada resort brasileiro da nova oferta: TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 19 Resorts no Brasil Abertura 2.005 2.005 2.005 2.005 2.006 2.006 2.006 2.006 2.007 2.007 2.008 2.008 2.008 2.008 2.008 2.008 2.008 Hotel Bahia Plaza Hotel Porto Busca Vida Breezes Cumbuco Hilton Amazon Eco Lodge SERHS Natal Grand Hotel Bourbon Atibaia (Ampliação) Iberostar Bahia (1º Fase) Rio Quente resorts Vila Galé Marés Starfish Reserva Imbassaí Resort Tivoli Resort Bahia Plaza Resort Porto Busca Vida Breezes Mangue Seco Resort Canavieiras Resort Hyatt Resort Iberostar Bahia (2º Fase) Iberostar Bahia (3º Fase) Reta Atlântico Beach Resort Total Fonte: BSH Travel Research UHs 101 150 196 397 178 400 200 516 338 250 215 200 250 500 450 450 253 5.044 Resorts no Brasil - Oferta Futura Operadora Hoteleira Cidade Rede Plaza de Hotéis Camaçari SuperClubs Cumbuco Hilton International Novo Airão Grupo SERHS Natal Bourbon Hotéis & Resorts Atibaia Iberostar Hotels & Resorts Praia do Forte Independente Rio Quente Vila Galé Guarajuba SuperClubs Imbassaí Tivoli Hotels Guarajuba Rede Plaza de Hotéis Camaçari SuperClubs Praia do Saco SuperClubs Canavieiras Hyatt Hotels & Resorts Passo do Camaragipe Iberostar Hotels & Resorts Praia do Forte Iberostar Hotels & Resorts Praia do Forte Indefinido Imbassaí Estado BA CE AM RN SP BA GO BA BA BA BA SE BA AL BA BA BA Região Nordeste Nordeste Norte Nordeste Sudeste Nordeste Centro-Oeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Status Implantação Implantação Projeto Implantação Implantação Implantação Implantação Implantação Projeto Implantação Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto No mapa está a localizaço de cada resort da nova oferta: RR AP 3 2 AM PA MA CE RN 4 PB PI PE AC RO SE BA MT 6 15 16 9 GO 17 7 1 MG 8 ES MS SP 5 SC RS RJ 10 11 13 PR 14 12 AL TO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Bahia Plaza Hotel Porto Busca Vida Breezes Cumbuco Hilton Amazon Eco Lodge SERHS Natal Grand Hotel Bourbon Atibaia (Ampliação) Iberostar Bahia (1º Fase) Rio Quente resorts Vila Galé Marés Starfish Reserva Imbassaí Resort Tivoli Resort Bahia Plaza Resort Porto Busca Vida Breezes Mangue Seco Resort Canavieiras Resort Hyatt Resort Iberostar Bahia (2º Fase) Iberostar Bahia (3º Fase) Reta Atlântico Beach Resort Fonte: BSH Travel Research Dos novos projetos, excetuando-se as ampliaçes e os projetos indefinidos, todos sero afiliados a Redes Hoteleiras, seja nacional ou internacional. De acordo com esses novos empreendimentos o maior crescimento está na regio Nordeste, cerca de 93%, que passa a concentrar 58% do total de unidades habitacionais de resorts do país. 20 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil ANÁLISE DA DEMANDA Para análise e compreensão das características principais do público que freqüenta resorts no Brasil, aplicou-se questionário junto aos resorts que compõe a oferta atual. Foram obtidas respostas de aproximadamente 58% dos estabelecimentos, que totalizam cerca de 63% das unidades habitacionais. O questionário apresentado se propôs a avaliar: segmentação do mercado, tanto no que diz respeito à nacionalidade dos hóspedes quanto ao motivo de sua estada (lazer, negócios e convenções); sazonalidade e desempenho operacional dos últimos anos (taxa de ocupação, diária média e RevPAR). A análise dos resultados da pesquisa revelou distinção de comportamento entre resorts de interior e resorts de praia. Em virtude disso foram realizadas, primeiramente, análises específicas para cada um desses mercados, e posteriormente, análise geral do mercado de resorts no Brasil. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 21 Resorts no Brasil Resorts de Interior Segmentação de Demanda A oferta de resorts de interior é composta por 16 estabelecimentos que totalizam 4.386 unidades habitacionais, distribuídos nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e norte do Brasil, conforme apresentado na tabela a seguir: Resorts de Interior - Oferta Atual Abertura Hotel 1.940 Grande Hotel São Pedro 1.944 Grande Hotel Campos do Jordão 1.944 1.958 1.968 Tropical Araxá Spa & Resort Experience Tropical das Cataratas Eco Resort & Experience Termas de Jurema Resort 1.973 1.973 1.976 1.977 1.980 1.981 1.984 1.996 2.001 2.001 2.003 The Royal Palm Plaza Bourbon Resort & Convention Tropical Experience Rio Quente Resorts Aguativa Resort Resort & Spa Plaza Caldas da Imperatriz Vacance Resort Mabu Thermas & Resorts Blue Tree Park Mogi das Cruzes Paradise Hotel Quality Resort Lins Bourbon Atibaia Resorts & Convention Total Fonte: BSH Travel Research UHs 112 95 Senac Senac 283 200 172 Tropical Hotels & Resorts Tropical Hotels & Resorts Independente 385 311 594 823 170 149 207 208 171 114 392 4.386 Operadora Hoteleira Royal Palm Hotéis Bourbon Hotéis & Resorts Tropical Hotels & Resorts Independente Independente Rede Plaza de Hotéis Independente Rede de Mabu Hotéis & Resorts Blue Tree Hotels Atlantica Hotels International Bourbon Hotéis & Resorts Cidade Águas de São Pedro Campos do Jordão Estado SP SP Região Sudeste Sudeste Araxá Foz do Igaçu Campo Mourão MG PR PR Sudeste Sul Sul Campinas Foz do Iguaçu Manaus Rio Quente Cornélio Procópio Santo Amaro da Imperatriz Águas de Lindóia Foz do Iguaçu Mogi das Cruzes Lins Atibaia SP PR AM GO PR SC SP PR SP SP SP Sudeste Sul Norte Centro-Oeste Sul Sul Sudeste Sul Sudeste Sudeste Sudeste Os resorts de interior estão localizados principalmente nas regiões Sul e Sudeste, e juntas representam 68% da oferta de unidades habitacionais. Estes empreendimentos visam à captação regional de clientes e em sua maioria estão localizados próximos a centros econômicos, como a capital paulista, por exemplo, ou em localidades com forte apelo turístico, como Manaus e Foz do Iguaçu. Oferta Atual de UHs por Região - Resorts de Interior Sul 28% Sudeste 39% Norte 14% Nordeste 0% Centro-Oeste 19% Fonte: BSH Travel Research 22 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil O desenvolvimento desse tipo de empreendimento ocorreu principalmente entre as décadas e 60 e 80, uma vez que neste período a oferta de resorts de praia era escassa. O público desse tipo de empreendimento é em sua maioria nacional e motivo de viagem é principalmente lazer, seguido por convenções e negócios respectivamente. Origem do Hóspede Motivo de Viagem Nacional 85% Lazer 65% Convenções 21% Internacional 15% Fonte: BSH Travel Research Negócios 14% Fonte: BSH Travel Research Permanência Média (em dias) 3,0 2,5 2,0 1,5 3,0 1,0 2,6 1,7 2,0 0,5 0,0 Lazer Negócios Convenções Geral - Média Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 23 Resorts no Brasil Desempenho Operacional Taxa de Ocupação Nesta etapa são analisados os resultados operacionais dos resorts de interior, considerando-se o crescimento da demanda e índices operacionais, como taxa de ocupação, diária média e RevPAR. Resorts de Interior Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação 2001 1.215.800 771.392 2002 1.319.100 789.940 2003 1.491.800 904.196 2004 1.605.276 958.327 63,4% 59,9% 60,6% 59,7% 2003 13,1% 14,5% 1,2% 2004 7,6% 6,0% -1,5% Variação 2002 8,5% 2,4% -5,6% Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Oferta x Demanda - Resorts Interior 2.000.000 65,0% 60,0% 1.500.000 55,0% 1.000.000 50,0% 500.000 45,0% 0 40,0% 2001 2002 Pernoites Disponíveis 2003 2004 Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -25% -15% -5% 5% 15% Fonte: BSH Travel Research 24 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil A demanda apresentou crescimento médio de 7,4% ao ano no período. Percebe-se que de 2001 para 2002 o crescimento da demanda foi de apenas 2,4%, acompanhados pelo decréscimo de 5,6% na taxa de ocupação, resultado da situação sócio-econômico mundial da época. Em 2003 os resultados apresentaram-se mais expressivos devido ao aumento do número de unidades habitacionais vendidas em 14,5% e da taxa de ocupação em 1,2%. No ano de 2004, verificou-se crescimento de 5,7% no número de unidades habitacionais vendidas. O número de unidades habitacionais cresceu 7,3% e a taxa de ocupação manteve-se em torno de 60%. Diária Média e RevPAR A diária média dos resorts de interior nos últimos quatro anos estiveram entre R$ 220,00 e R$ 245,00, no ano de 2004 o valor da diária média foi R$ 15,00 maior que 2003, o que impulsionou o crescimento de 5,1% no RevPAR desses resorts. Tanto o RevPAR como a taxa de ocupação apresentaram decréscimo médio de 1,6% e 2% ao ano no período entre 2001 e 2004, respectivamente. Atualmente apresentam gradativa melhora nos resultados. A seguir está a evolução dos índices operacionais dos resorts de interior entre os anos de 2001 e 2004 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 25 Resorts no Brasil Resorts de Interior Diária Média* RevPAR* Taxa de Ocupação 2001 R$ 240 R$ 153 2002 R$ 221 R$ 132 2003 R$ 228 R$ 138 2004 R$ 244 R$ 145 63,4% 59,9% 60,6% 59,7% 2003 3,3% 4,6% 1,2% 2004 6,7% 5,1% -1,5% Variação 2002 -8,0% -13,2% -5,6% Diária Média RevPAR Taxa de Ocupação *diárias corrigidas pelo IPCA - valor base 2004 Fonte: BSH Travel Research Desempenho - Resorts Interior R$ 350 65,0% R$ 300 60,0% R$ 250 R$ 200 55,0% R$ 150 50,0% R$ 100 45,0% R$ 50 R$ 0 40,0% 2001 2002 Diária Média* 2003 RevPAR* 2004 Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -25% -15% -5% 5% 15% Fonte: BSH Travel Research 26 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Resorts de Praia Segmentação de Demanda A oferta de resorts de praia é composta por 29 estabelecimentos, totalizando 6.641 unidades habitacionais, distribuídas nas regiões Sul, Sudeste e principalmente Nordeste, que representa 72% destas unidades habitacionais. Resorts de Praia - Oferta Atual Abertura 1.972 1.972 1.974 1.979 1.979 Hotel do Frade & Golf Resort Plaza Itapema Resort Casa Grande Hotel Resort & Spa Club Méditerranée Itaparica Jatiúca Resort 1.985 1.987 1.989 1.989 1.989 1.989 1.989 1.990 1.990 1.990 1.992 1.996 1.997 2.001 2.001 2.001 2.001 2.001 2.001 2.001 2.001 2.001 2.002 2.003 Praia do Forte Eco-Resort Portobello Resort Safári Salinas do Maragogi Transamérica Comandatuba Ventaclub Pratagy Club Méditerranée Rio das Pedras Costão do Santinho Resort Arraial d'Ajuda Eco Resort Cana Brava Resort Oásis Atlântico Praia Das Fontes Ventaclub Serrambi Beach Park Suite Resort Blue Tree Park Cabo Pestana Natal Beach Resort SuperClubs Breezes Sofitel Costa do Sauípe Sofitel Suites & Resorts Renaissance Resort Marriott Resort & Spa Summerville Beach Resort Nannai Beach Resort Blue Tree Park Angra do Reis Boa Vista Resort & Conference Centre Club Mediterranée - Trancoso Total Fonte: BSH Travel Research UHs 162 156 265 330 96 250 152 205 259 164 324 472 168 171 253 149 172 300 189 324 404 198 237 256 202 91 319 123 250 6.641 Operadora Hoteleira Independente Rede Plaza de Hotéis Independente Club Méditerranée Independente Independente Independente Independente Transamérica Hotéis Gruppo Ventaglio Club Méditerranée Independente Independente Independente Oásis Atlântico Gruppo Ventaglio Independente Blue Tree Hotels Pestana Hotels & Resorts SuperClubs Accor Hotels Accor Hotels Marriott International Marriott International Pontes Hotéis & Resorts Independente Blue Tree Hotels Grupo Marilha Club Méditerranée Cidade Angra dos Reis Itapema Guarujá Itaparica Maceio Estado RJ SC SP BA AL Região Sudeste Sul Sudeste Nordeste Nordeste Praia do Forte Mangaratiba Maragogi Ilha de Comandatuba Maceio Mangaratiba Florianópolis Arraial d'Ajuda Ilhéus Beberibe Porto de Galinhas Aquiraz Cabo de Santo Agostinho Natal Costa do Sauípe Costa do Sauípe Costa do Sauípe Costa do Sauípe Costa do Sauípe Porto de Galinhas Porto de Galinhas Angra dos Reis Camocim Trancoso BA RJ AL BA AL RJ SC BA BA CE PE CE PE RN BA BA BA BA BA PE PE RJ CE BA Nordeste Sudeste Nordeste Nordeste Nordeste Sudeste Sul Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Sudeste Nordeste Nordeste Em sua maioria, os resorts de praia, estão localizados em regiões costeiras de grande biodiversidade e apelo natural, normalmente afastados de grandes centros urbanos e com ampla infra-estrutura voltada para o lazer e entretenimento. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 27 Resorts no Brasil Oferta Atual de UHs por Região - Resorts de Praia Norte 0% Sul 9% Sudeste 18% Centro-Oeste 0% Nordeste 73% Fonte: BSH Travel Research Esses resorts surgiram em sua maioria a partir da década de 80, estes empreendimentos apresentam captação geográfica de âmbito nacional, visando localização próxima a aeroportos e centros turísticos. Seus freqüentadores são em maioria nacionais. Os motivos de viagem, assim como nos resorts de interior, são lazer, convenções. O segmento de negócios é irrelevante. Origem do Hóspede Motivo da Viagem lazer 60% nacional 77% internacional 23% Fonte: BSH Travel Research 28 convenções 23% negócios 17% Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Permanência Média (em dias) 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 4,5 3,4 2,3 1,1 Lazer Negócios Convenções Geral - Média Fonte: BSH Travel Research Desempenho Operacional Taxa de Ocupação O número de unidades habitacionais cresceu cerca de 5,2% ao ano no período 2001 a 2004, enquanto o número de hóspedes apresentou crescimento médio de 4,8% ao ano. De 2001 a 2003 as taxas de ocupação apresentavam resultados decrescentes. Em 2004 essa situação foi alterada, quando a taxa de ocupação apresentou crescimento de 12,8% em comparação ao ano de 2003. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 29 Resorts no Brasil Na tabela e gráfico é possível observar o comportamento da oferta, demanda e taxa de ocupação dos resorts de praia. Resorts de Praia 2001 2.081.200 1.078.062 51,8% Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação 2002 2.126.100 992.889 46,7% 2003 2.306.400 1.137.174 49,3% 2004 2.430.606 1.352.052 55,6% 2003 8,5% 14,5% 5,6% 2004 5,4% 18,9% 12,8% Variação 2002 2,2% -7,9% -9,8% Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Oferta x Demanda - Resorts Praia 2.500.000 65,0% 2.000.000 60,0% 1.500.000 55,0% 1.000.000 50,0% 500.000 45,0% 0 40,0% 2001 2002 Pernoites Disponíveis 2003 2004 Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -15% -5% 5% 15% Fonte: BSH Travel Research 30 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Diária Média e RevPAR Os resorts de praia trabalham com turistas internacionais em meio a sua demanda, portanto sofrem influência de variações cambiais e índices internos de inflação, isso explica a queda de diária média no período entre 2001 e 2004. O RevPAR, que desde 2001 vinha apresentando queda, atingindo a maior queda em 2002, demonstrou melhora em 2004, quando cresceu 12% em relação ao ano anterior. Resorts de Praia 2001 R$ 400 R$ 207 51,8% Diária Média* RevPAR* Taxa de Ocupação 2002 R$ 336 R$ 157 46,7% 2003 R$ 311 R$ 153 49,3% 2004 R$ 309 R$ 172 55,6% 2003 -7,4% -2,3% 5,6% 2004 -0,7% 12,0% 12,8% Variação 2002 -16,0% -24,3% -9,8% Diária Média RevPAR Taxa de Ocupação *diárias corrigidas pelo IPCA valor base 2004 Fonte: BSH Travel Research Desempenho - Resorts de Praia R$ 450 65,0% R$ 400 60,0% R$ 350 R$ 300 55,0% R$ 250 R$ 200 50,0% R$ 150 R$ 100 45,0% R$ 50 R$ 0 40,0% 2001 2002 Diária Média* 2003 RevPAR* 2004 Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -25% -15% -5% 5% 15% Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 31 Resorts no Brasil Resorts de Praia no Nordeste Dentre os resorts de praia analisados, destacam-se principalmente, os localizados na região Nordeste do país, que totalizam 4.602 unidades habitacionais representando 72% do total da ofertados resorts de praia e cerca de 42% da oferta total de resorts. Atualmente a maior concentração de resorts é na região de praia, pois no final da década de 70, início da década de 80, se iniciou a mudança no perfil dessa oferta para as regiões costeiras. A concentração dos resorts de praia no nordeste está atrelada ao fato do nordeste ser a região brasileira com maior extensão de costa litorânea, cerca de 3.000 Km de praias. Além disso, o desenvolvimento da região está diretamente ligado às políticas de desenvolvimento turístico adotadas pelos governos regionais e investimentos da iniciativa privada. A oferta de unidades habitacionais de resorts no Nordeste atual e futura prevista está distribuída da seguinte forma nos Estados: O fe rta A tu al d e R e so rts p o r E stad o d o N o rd e ste O fe rta A tu al UHs UHs % 465 10% 2 .8 4 7 62% 548 12% 742 16% E stad o A lag o as B ah ia C e ará P e rn am b u co Se rg ip e R io G ran d e d o N o rte T o tal N o rd e ste % N o rd e ste - B rasil T o tal B rasil F o nte : B SH T ra ve l R e se a rch 4 .6 0 2 42% 1 1 .0 2 7 Oferta Atual (UHs) - por Estado do Nordeste Pernambuco 16% Ceará 12% Alagoas 10% O fe rta F u tu ra UHs UHs % 500 11% 3 .2 2 3 72% 150 3% 0% 0% 0% 100% 200 397 4 .4 7 0 89% 5 .0 4 4 4% 9% 100% Nova Oferta (UHs) - por Estado do Nordeste Bahia 73% Ceará 3% Bahia 62% Fonte: BSH Travel Research 32 Alagoas 11% Rio Grande do Norte 9% Sergipe 4% Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil A oferta futura de resorts prevista para a região nordestina representa cerca de 89% do total de novos investimentos, destacando-se o desenvolvimento do Estado da Bahia, que representa a maioria cerca de 3.200 unidades habitacionais do total dessa nova oferta na região. O governo da Bahia desenvolve amplo projeto de planejamento turístico no estado desde o início da década de 70, envolvendo desde melhorias em infra-estrutura à captação de novos investimentos na região. A segmentação da demanda nos resorts de praia no Nordeste, praticamente igual ao dos resorts de praia, é principalmente de público nacional para lazer. Os principais aspectos notados é a permanência média de 6,6 dias, devido à venda através de pacotes de uma semana, e a irrelevância do segmento de negócios, não considerado nas análises. Divisão por Segmentação Origem do Hóspede nacional 74% Convenções 32% Lazer 68% internacional 26% Fonte: BSH Travel Research * negócios foi desconsiderado por ser irrelevande em resorts desta categoria Fonte: BSH Travel Research Permanência Média (em dias) 7,0 6,0 5,0 4,0 6,6 3,0 3,6 2,0 4,5 1,0 0,0 Lazer Convenções Geral - Média Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 33 Resorts no Brasil Desempenho Operacional Taxa de Ocupação O número de unidades habitacionais ofertadas na região Nordeste cresceu cerca de 11% nos últimos quatro anos. As taxas de ocupação, assim como nos demais resorts de praia do país, decresceram entre 2001 e 2003, enquanto em 2004 voltaram a crescer por volta de 18,7% em relação ao ano anterior. Resorts Praia no Nordeste 2001 1.513.300 775.581 51,3% Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação 2002 1.558.200 711.202 45,6% 2003 1.649.400 815.701 49,5% 2004 1.684.332 989.049 58,72% 2003 5,9% 14,7% 8,4% 2004 2,1% 21,3% 18,7% Variação 2002 3,0% -8,3% -10,9% Pernoites Disponíveis Pernoites Vendidas Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Oferta x Demanda - Resorts Nordeste 2.000.000 1.800.000 1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 65,0% 60,0% 55,0% 50,0% 45,0% 40,0% 2001 2002 Pernoites Disponíveis 2003 Pernoites Vendidas 2004 Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -25% -15% -5% 5% 15% Fonte: BSH Travel Research 34 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Diária Média e RevPAR A diária média diminuiu por volta de 5% em relação aos resultados dos últimos quatro anos. O RevPAR no entanto, cresceu 13,1% no ano de 2004 em relação ao ano de 2003, devido ao aumento da ocupação. Resorts Praia no Nordeste 2001 R$ 400 R$ 205 51,3% Diária Média* RevPAR* Taxa de Ocupação 2002 R$ 309 R$ 141 45,6% 2003 R$ 320 R$ 158 49,5% 2004 R$ 305 R$ 179 58,7% 2003 3,5% 12,2% 8,4% 2004 -4,8% 13,1% 18,7% Variação 2002 -22,8% -31,2% -10,9% Diária Média RevPAR Taxa de Ocupação *diárias corrigidas pelo IPCA valor base 2004 Fonte: BSH Travel Research Desempenho - Resorts Nordeste R$ 450 R$ 400 R$ 350 R$ 300 R$ 250 R$ 200 R$ 150 R$ 100 R$ 50 R$ 0 65,0% 60,0% 55,0% 50,0% 45,0% 40,0% 2001 2002 Diária Média* 2003 2004 RevPAR* Taxa de Ocupação Fonte: BSH Travel Research Variação 2004 2003 2002 -35% -20% -5% 10% 25% Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 35 Resorts no Brasil Resorts no Brasil IMOBILIÁRIO TURÍSTICO NA REGIÃO NORDESTE O Brasil é o principal centro econômico da América do Sul, vem atraindo diversos investimentos estrangeiros para o setor turístico-hoteleiro e também gerando o desenvolvimento imobiliário. Dentre as principais áreas de investimentos estrangeiros no Brasil destaca-se a região Nordeste do país, que nos últimos anos recebeu grande parte dos investimentos em resorts, apresentando grande potencial de desenvolvimento turístico e tornando-se alvo de investimentos imobiliários. Em relação ao mercado de imóveis residenciais turísticos, nota-se que 5% dos europeus que visitam o Brasil possuem residências próprias, segundo informações do EMBRATUR, número que há cinco anos atrás era praticamente inexpressivo. Em 2004, ainda segundo o EMBRATUR, cerca de 40% dos imóveis residenciais vendidos no Ceará foram para estrangeiros, principalmente portugueses. No Estado do Rio Grande do Norte o percentual de imóveis vendidos para estrangeiros representa 35% do total de vendas. A Bahia, que possui a maior extensão costeira dos estados brasileiros, com cerca de 1.200 km de praias, é a região que apresenta maior desenvolvimento turístico do Nordeste, embalada pela iniciativa do governo estadual para transformar o estado no maior destino turístico do país. Além de novos resorts, a Bahia atrai também diversos investimentos imobiliários estrangeiros e o valor de venda desses imóveis na região está diretamente ligado ao sucesso dos empreendimentos hoteleiros. Outros Estados, como Sergipe, Paraíba e Pernambuco começam a atrair investidores, uma vez que os preços de imóveis na região é relativamente baixo se comparado a destinos turísticos já consolidados. A costa Nordestina está sendo alvo de interesse turístico e imobiliário. As belezas naturais da região, os bons valores de investimentos favorecidos pela conversão cambial Euro para Real e a crescente facilidade de acesso aeroviário tem atraído investimentos dos pequenos e médios empresários europeus que buscam investimentos que aliem retorno financeiro e a oportunidade de férias em locais agradáveis. Desta forma, o perfil dos lançamentos imobiliários estão se sofisticando tanto em estilo e aspectos de produto como de regras de utilização e exploração. O Brasil é o principal destino de investimentos na América Latina e Caribe, perfazendo mais de 35% do total de investimentos recebidos, segundo o Banco Central do Brasil. No ano de 2004, dos R$ 20 bilhões investidos no país, 30% foi destinado ao setor turístico, por volta de R$ 6 bilhões em novos investimentos. Assim, logo deve crescer oferta marginal de quartos em vários imóveis adquiridos por estrangeiros e alterar a atual dinâmica do fluxo turístico internacional na região Nordeste. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 37 Resorts no Brasil Resorts no Brasil ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS Nas páginas anteriores foram apresentados e analisados os resultados das pesquisas com os resorts que compõe a oferta atual no Brasil. Para o desenvolvimento das análises, os resorts da oferta atual foram segmentados em dois grupos: resorts de interior e resorts de praia, sendo que no grupo de resorts de praia foram realizadas análises separadas dos resorts de praia do nordeste, em virtude de sua representatividade. Inferiu-se, através dos resultados obtidos, a média do mercado de resorts em cada uma das questões abordadas. Segmentação de Demanda Assim como apresentado anteriormente, os resultados da pesquisa quanto à origem dos hóspedes são semelhantes dentre os resorts do país, todos apontam maior concentração de público nacional à internacional. Origem do Hóspede Nacional Mercado 80% Interior 85% Praia 77% Praia Nordeste 74% Fonte: BSH Travel Research Internacional 20% 15% 23% 26% O mercado de resorts de interior apresentou maior participação de hóspedes nacionais, salienta-se que esses resorts revelam a existência de dois perfis: a maioria dos resorts de interior, que visam quase exclusivamente público nacional; e resorts em locais com forte apelo turístico, como Foz do Iguaçu e Manaus, que visam fundamentalmente hóspedes estrangeiros. Em comparação à média do mercado, tanto os resorts de praia como os resorts de praia do nordeste captam maior parcela de hóspedes estrangeiros, devido à existência de vôos charters, à proximidade da região nordeste com países emissores internacionais e ao clima ameno durante todo o ano. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 39 Resorts no Brasil Os resorts brasileiros, que anteriormente atendiam principalmente o público que viajava a lazer, apresentaram crescimento acentuado no segmento de convenções, que atualmente representa cerca de 20% da demanda de resorts do país. Este fato é explicado pela alta sazonalidade enfrentada por empreendimentos desta categoria, que buscam no segmento de convenções uma alternativa para manter elevadas suas taxas de ocupação. Motivo da Viagem Mercado Interior Praia Praia Nordeste Fonte: BSH Travel Research Lazer 62% 65% 60% 68% Negócios 16% 14% 17% - Convenções 22% 21% 23% 32% Certamente fatores como distância e acesso são fundamentais e de grande importância na escolha do local, assim, o surgimento de novas companhias aéreas e as novas políticas tarifárias de incentivo são fatores positivos para incremento da demanda turística desses resorts. Tanto os resorts de praia como os de interior apresentam-se semelhantes quanto à segmentação de suas demandas. O mercado de resorts apresenta comportamento semelhante em relação a sazonalidade, nos meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro, que coincidem com as férias escolares, o segmento de lazer apresenta picos de alta temporada, enquanto no segmento de convenções, esses picos são registrados nos meses de março, agosto, setembro e outubro. 40 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil No gráfico abaixo é possível perceber que para viabilizar o produto, os resorts brasileiros trabalham o segmento de negócios e convenções nos períodos de baixa temporada, e investem na captação de demanda internacional de lazer. Sazonalidade - Lazer x Convenções Mercado de Resorts Alta Média Alta Média Média Baixa Lazer Ju l Ag o Se t Ou t No v De z Ja n Fe v M ar Ab r M ai Ju n Baixa Negócios Convenções Fonte: BSH Travel Research Quanto à permanência média, os resorts de interior procuram captar a demanda de lazer nos finais de semana e feriados, enquanto os resorts de praia, principalmente os do nordeste, concentram a captação desse público em feriados prolongados e férias escolar, pois a longa distância exige maior permanência no local para compensar o preço despendido com o transporte. Permanência Média Lazer Mercado Interior Praia Praia Nordeste Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Negócios 3,9 3,0 4,5 6,6 1,3 1,7 1,1 - Convenções 2,1 2,0 2,3 3,6 Média 3,1 2,6 3,4 4,5 41 Resorts no Brasil Evolução da Oferta No gráfico abaixo são apresentadas variações e evoluções da oferta hoteleira de resorts no período entre 2001 e 2004: Pernoites Disponíveis Ano 2001 3.297.000 1.215.800 2.081.200 1.513.300 Mercado Interior Praia Praia Nordeste 2002 3.445.200 1.319.100 2.126.100 1.558.200 2003 3.798.200 1.491.800 2.306.400 1.649.400 2004 4.035.882 1.605.276 2.430.606 1.684.332 2003 10,2% 13,1% 8,5% 5,9% 2004 6,3% 7,6% 5,4% 2,1% Variação 2002 4,5% 8,5% 2,2% 3,0% Mercado Interior Praia Praia Nordeste Fonte: BSH Travel Research Evolução de Pernoites Disponíveis (Oferta) 4.500.000 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 2001 Interior 2002 Praia 2003 Praia Nordeste 2004 Mercado Fonte: BSH Travel Research A “explosão” dos resorts no país aconteceu em 2001, quando foi registrado crescimento de 38,5% na oferta de resorts em relação ao ano anterior. Destacou-se a região nordeste, que cresceu cerca de 70% em virtude do início das operações do complexo hoteleiro Costa do Sauípe. O ano de 2001 foi o marco para o mercado de resorts, uma vez que o crescimento da oferta foi maior do que o crescimento de 22% registrado nos últimos quatro anos. 42 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Em média, o mercado de resorts cresceu cerca de 7% ao ano entre 2001 e 2004 e estão previstas, até 2008, a entrada de 4.544 novas unidades habitacionais, o que representa crescimento de 41% na oferta. Evolução da Demanda O elevado aumento da oferta de resorts estimulou o incremento do número de pernoites vendidas, o que se faz acreditar que os resorts são produtos capazes de gerar demanda. Entretanto, a geração de demanda pode ser influenciada por diversos fatores externos, tais como crises políticas e econômicas, recessões cambiais, conflitos internacionais, entre outros. Abaixo é possível observar o desenvolvimento da demanda de resorts nos últimos quatro anos: Pernoites Vendidas Ano 2001 1.849.454 771.392 1.078.062 775.581 Mercado Interior Praia Praia Nordeste 2002 1.782.829 789.940 992.889 711.202 2003 2.041.370 904.196 1.137.174 815.701 2004 2.310.379 958.327 1.352.052 989.049 2003 14,5% 14,5% 14,5% 14,7% 2004 13,2% 6,0% 18,9% 21,3% Variação Mercado Interior Praia Praia Nordeste Fonte: BSH Travel Research 2002 -3,6% 2,4% -7,9% -8,3% Evolução de Pernoites Vendidas (Demanda) 2.500.000 2.250.000 2.000.000 1.750.000 1.500.000 1.250.000 1.000.000 750.000 500.000 2001 Interior 2002 Praia 2003 Praia Nordeste 2004 Mercado Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 43 Resorts no Brasil No período compreendido entre 2001 e 2004, o número de pernoites vendido cresceu 25%, em torno de 7,7% ao ano, semelhante à oferta, que cresceu cerca de 7,0% ao ano no mesmo período. Percebe-se que em 2002, os resorts apresentaram retração da demanda em 3,6%, resultado das crises internacionais e do período eleitoral brasileiro. A situação voltou a apresentar-se favorável em 2003 e 2004, quando foi registrado crescimento na demanda de 14,5% e 13,2% respectivamente. Análise dos Índices de Desempenho No capítulo anterior, foi analisado o comportamento das curvas de oferta e demanda, que influenciaram diretamente a evolução da taxa de ocupação, diária média e RevPAR, indicadores de desempenho operacional considerados importantes na hotelaria. Taxa de Ocupação Os resorts de interior apresentaram taxas de ocupação, em média, superiores aos resorts de praia. Enquanto os resorts de interior mantiveram média de 60% de ocupação nos últimos quatro anos, os resorts de praia mantiveram cerca de 55% de média no mesmo período. O comportamento entre resorts de interior, praia e praia no nordeste ao longo do período analisado foi semelhante, uma vez que em 2001 e 2002 as taxas de ocupação apresentaram-se em queda, e em 2003 e 2004 em recuperação. As taxas de ocupação do mercado cresceram 8,9% em 2004, destacam-se os resorts de praia, principalmente o nordeste, que cresceram 13% e 19% respectivamente, enquanto nos resorts de interior houve decréscimo de 1,5% em relação ao ano anterior. Para os próximos anos, com a nova oferta, principalmente no nordeste, são esperados resultados semelhantes aos apresentados até 2004, pois a demanda tende a acompanhar o crescimento previsto para a oferta. 44 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Evolução da Taxa de Ocupação 2001 56% 63% 52% 51% Mercado Interior Praia Praia Nordeste 2002 52% 60% 47% 46% 2003 52% 61% 49% 49% 2004 57% 60% 56% 59% 2003 0,5% 1,2% 5,6% 8,4% 2004 8,9% -1,5% 12,8% 18,7% Variação Mercado Interior Praia Praia Nordeste Fonte: BSH Travel Research 2002 -7,1% -5,6% -9,8% -10,9% Evolução da Taxa de Ocupação 65% 60% 55% 50% 45% 40% 2001 Interior 2002 Praia 2003 Praia Nordeste 2004 Mercado Fonte: BSH Travel Research Diária Média Ao contrário do que se observou no desempenho das taxas de ocupação, a diária média dos resorts de praia foram superiores aos resorts de interior, principalmente pelo fato dos resorts de praia trabalharem, em maior parcela, com público internacional. Por estarem longe de capitais e, geralmente, afastados, em lugares de difícil locomoção, a permanência média dos hóspedes nesses resorts é maior do que nos resorts de interior, o que ajuda o empreendimento a manter suas diárias com valores mais altos. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 45 Resorts no Brasil As crises e incertezas econômicas internas e externas podem afetar diretamente o valor das diárias, assim, a estabilidade e fortalecimento tanto de moedas nacionais como internacionais, pode significar maior volume de vendas para esses empreendimentos e conseqüentemente melhores desempenhos de diárias. Evolução da Diária Média* 2001 R$ 343 R$ 240 R$ 400 R$ 400 Mercado Interior Praia Praia Nordeste 2002 R$ 288 R$ 221 R$ 336 R$ 309 2003 R$ 275 R$ 228 R$ 311 R$ 320 2004 R$ 283 R$ 244 R$ 309 R$ 305 2003 -4,6% 3,3% -7,4% 3,5% 2004 2,7% 6,7% -0,7% -4,8% Variação 2002 -15,9% -8,0% -16,0% -22,8% Mercado Interior Praia Praia Nordeste *diárias corrigidas pelo IPCA valor - base 2004 Fonte: BSH Travel Research Evolução da Diária Média R$ 450 R$ 400 R$ 350 R$ 300 R$ 250 R$ 200 2001 Interior 2002 Praia 2003 Praia Nordeste 2004 Mercado Fonte: BSH Travel Research No período entre 2001 e 2004 houve queda no valor das diárias dos resorts de praia, devido as suas diárias estarem atreladas ao dólar, sofrendo com a variação cambial. No entanto, nesse mesmo período, a diária dos resorts de interior não sofreram com o câmbio, por seus hóspedes serem em maioria nacionais. 46 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil No ano de 2004 as diárias entraram em processo de recuperação crescendo por volta de 2,7%, fato que pode ser justificado pelo crescimento do setor turístico no país e com ajuste do valor do dólar. Com o surgimento de novos produtos, mais sofisticados e com serviços diferenciados acredita-se que a diária média dos resorts tendem apresentar crescimento nos próximos anos, pois os novos produtos poderão impulsionar investimentos e novas demandas. RevPAR As diferenças entre os segmentos de praia e interior são menores, visto que o segmento de praia apresentou melhor diária média e os resorts de interior apresentaram melhor taxa de ocupação. Abaixo é possível observar a evolução do RevPAR: Evolução do RevPAR* 2001 R$ 192 R$ 153 R$ 207 R$ 205 Mercado Interior Praia Praia Nordeste 2002 R$ 150 R$ 132 R$ 157 R$ 141 2003 R$ 144 R$ 138 R$ 153 R$ 158 2004 R$ 161 R$ 145 R$ 172 R$ 179 2003 -4,2% 4,6% -2,3% 12,2% 2004 11,9% 5,1% 12,0% 13,1% Variação 2002 -22,0% -13,2% -24,3% -31,2% Mercado Interior Praia Praia Nordeste *diárias corrigidas pelo IPCA valor - base 2004 Fonte: BSH Travel Research Evolução do RevPAR R$ 250 R$ 225 R$ 200 R$ 175 R$ 150 R$ 125 R$ 100 2001 Interior 2002 Praia 2003 Praia Nordeste 2004 Mercado Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 47 Resorts no Brasil Os resorts de interior sentiram, em menor proporção, as incertezas econômicas do que os resorts de praia, por isso, seu RevPAR cresceu nos últimos anos, fato que não refletia a situação geral do mercado de resorts até 2003. Em 2004 o cenário econômico do país apresentou-se favorável ao desenvolvimento do setor turístico, fato que refletiu em melhores índices de desempenho nos hotéis em geral. Através disso o RevPAR cresceu 12% se comparado a 2003. Nota-se também que os resorts de interior, apesar de apresentarem RevPAR inferior à média do mercado, apresentam menores variações do que os resorts de praia. 48 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil CRUZEIROS NO BRASIL A abordagem de cruzeiros turísticos no relatório de tendências “Resorts no Brasil” tem o intuito de entender o funcionamento do setor que atua no turismo no segmento de lazer, tal como os resorts. Os cruzeiros, bem como os resorts, têm forte apelo aos turistas que buscam lazer, entretenimento, que preferem estruturas auto-suficientes e que, não necessariamente, possibilitem o conhecimento do entorno, no caso dos cruzeiros, itinerante. Porém, tanto nos resorts quanto nos cruzeiros o destino principal é o próprio produto. Por essas semelhanças e por “disputarem” a demanda de lazer e entretenimento pode-se considerar que resorts e cruzeiros são concorrentes, mesmo que os operadores de cruzeiros queiram evitar tal comparação. As informações sobre cruzeiros foram pesquisadas com o intuito de introduzir o leitor aos conceitos operacionais e do mercado de cruzeiros, o crescimento da atividade no Brasil, ilustrar como a atividade se enquadra às leis brasileiras, uma vez que é operada majoritariamente por embarcações internacionais, e permitir interação e comparação dos dois segmentos turísticos e econômicos abrangendo todos os itens do estudo. As informações foram colhidas nos meses de agosto e setembro de 2005 e contaram com o auxílio dos seguintes órgãos e pessoas: • Agaxtur – Sra. Doroti Dobner; • MSC Cruises – Sra. Márcia Chiota; • Agência Nacional de Transportes Aquaviarios / • Secretária de Finanças dos Municípios de Santos Antaq – Sr. Valneon Antônio de Oliveira; e Rio de Janeiro; • Brasil Cruises – Sr. Carlos Eduardo Bueno; • Santos & Região Convention Bureau; • CVC Cruzeiros – Sr. Orlando Palhares Filho; • Receita Federal do Porto de Santos – • Cruise Solution – Sr. Carlo Cecchini; Sr. Elias Carneiro Junior, Sr. José Carlos Junior e Sr. Alceu Silva; • Iberostar – Sr. Orlando Giglio; • ISS Shipping – Sr. Luciano Oliveira da Silva; • Marinas do Brasil – Sr. Cláudio Amaral; • MBrazil / Crew – Sr. Fredy Roberto; TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL • Terminal de Passageiros no Porto de Santos – Concais; • Terminal de Passageiros no Porto do Rio de Janeiro – Sr. Pedro Guimarães. 49 Resorts no Brasil Breve Histórico dos Cruzeiros Marítimos O primórdio do que se conhece atualmente como a indústria turística dos cruzeiros marítimos data de pelo menos 1840, quando o movimento mais representativo de imigração entre a Europa e as Américas teve seu início. Neste período o enfoque das companhias era a tecnologia nas embarcações, necessária para concluir a travessia entre os continentes. Os passageiros não eram preocupação das empresas. No início da década de 1920, a empresa White Star Lines buscou um novo conceito na travessia, introduzindo entretenimento para os passageiros e conforto às cabines. Os navios que traziam esse novo conceito eram Olympic, Titanic e Britannic. No fim da Segunda Grande Guerra, o desenvolvimento da indústria aérea estagnou a indústria de transportes de passageiros por via marítima. Apenas a partir da década de 1970 com o trabalho das empresas Royal Caribbean International e Carnival Cruise Lines os cruzeiros voltaram a ter destaque como atividade econômica e turística. A partir de 1990 as embarcações passaram pelas modificações que atualmente são verificadas, transformando os navios em ambientes repletos de entretenimento e opções de lazer, o que faz com que algumas fontes o denominem de “resorts flutuantes” ou “destinos turísticos itinerantes”. Cruzeiros Marítimos no Brasil O segmento de cruzeiros marítimos no Brasil teve inicio na década de 60, no governo Jânio Quadros, a partir de navios comprados com café e entregues à Companhia Nacional de Navegação Costeira, mais tarde mudada de nome para Lloyd Brasileiro. Nessa época as primeiras agências de turismo a fretar os navios foram Exprinter, Touring Club e a Agaxtur. Em 1968, os navios da Lloyd foram vendidos e a Agaxtur assinou contrato com a Costa Cruzeiros, tradicional empresa italiana especializada em cruzeiros marítimos. Os roteiros incluíam Brasil, Argentina e Uruguai. Segundo Aldo Leone, proprietário da Agaxtur, a procura foi crescendo, a ponto das reservas serem feitas com um ano de antecedência. 50 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil A partir de meados da década de 1990 empresas como MSC Cruises, Island Cruises e CVC Cruzeiros, através da Pullmann Tours, iniciaram operação no Brasil promovendo o crescimento da atividade no Brasil, mostrando que há demanda latente no Brasil para esse tipo de lazer/turismo. Portos de Embarque e Desembarque e Escalas No roteiro de cruzeiro marítimo existem dois tipos de portos por onde as embarcações transitam: principais e de passagem. Os portos principais são aqueles em que é permitido o embarque e desembarque de passageiros; nos portos de passagem apenas é permitido o transito dos passageiros, neste caso o embarque e desembarque é permitido para visitas e todo passageiro que desce do navio no porto de passagem deve retornar à embarcação. Os portos principais necessitam de infra-estrutura de Polícia Federal, Receita Federal, ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura devido à natureza do cruzeiro marítimo como atividade turística, econômica e de importação e exportação pelo fato dos navios serem, até o momento, de bandeira estrangeira. No Brasil os principais portos de entrada são Santos, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Qualquer porto com a infra-estrutura de controle e conferência acima citado pode ser porto principal, dependendo apenas das necessidades das operadoras dos navios. Já os portos de passagens precisam de planejamento e autorizações especiais que envolvem vários órgãos, entre eles Marinha do Brasil, secretarias do meio ambiente e órgãos de controle sanitário. Geralmente, no cruzeiro de cabotagem o local de embarque é o também o de desembarque. As escalas são realizadas nos portos de passagem e em alguns portos principais, porém estes últimos são evitados devidos às taxas de atracação. Cruzeiros de Cabotagem e Longo Curso A costa brasileira recebe embarcações em transito (longo curso) e cabotagem. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 51 Resorts no Brasil Os cruzeiros de cabotagem são aqueles que fazem temporadas por períodos determinados, onde há embarque e desembarque de passageiros nos portos brasileiros. Os cruzeiros de longo curso são aqueles que percorrem apenas pequeno trecho de suas rotas no Brasil. Geralmente são cruzeiros com predominância de turistas estrangeiros e tem origem e embarque na Europa. O período médio de permanência deste tipo de cruzeiro no Brasil geralmente é de sete dias. Quando é início de temporada, ainda pode-se encontrar cruzeiros, tanto para turistas nacionais quanto europeus, com embarque na Europa e desembarque no Brasil. Os navios com esse roteiro aproveitam a viagem da embarcação, que está terminando a temporada européia, para começar a temporada brasileira (cabotagem). No fim da temporada podem existir os pacotes com o caminho inverso. Características da Oferta Por hora não há classificação das embarcações que freqüentam o litoral brasileiro, provavelmente pelo baixo número de opções até hoje existentes, o que permite que os agentes de viagem direcionem os clientes para o cruzeiro que melhor se encaixa em seu perfil. Contudo, no mercado internacional de cruzeiros, onde a oferta de embarcações é maior e a competitividade entre as empresas é mais acirrada há a existência de vários guias, similares ao da indústria hoteleira. As características dos cruzeiros acabam sendo analisadas nos seguintes parâmetros: • Tamanho das embarcações, serviços e opções de lazer e entretenimento; • Rota (número de localidades visitadas); • Período (número de dias de viagem); • Tarifa. Análise da Oferta A característica mais marcante da oferta de viagens em cruzeiros é a flexibilidade. Conforme a necessidade dos mercados, a oferta e o porte dos navios podem ser alterados de temporada para temporada. 52 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil No Brasil na temporada 2004/2005 a oferta de cruzeiros marítimos era composta por seis navios que juntos totalizavam cerca de 3.700 cabines. Em sua maioria, os navios que operam no Brasil são Europeus, reformados, substituídos na Europa por produtos mais modernos. No quadro abaixo estão listados os navios que operaram no Brasil: Oferta Temporada 2004/2005 Ano de Construção 1.982 1.982 1.971 1.982 1.996 2.001 Total Fonte: Cruising On Line Ano de Reforma 2.001 2.002 2.003 2.004 2.004 2.004 Navio Costa Tropicale Island Escape Pacific Blue Dream Costa Victoria MSC Armonia Cabines 511 756 328 349 964 783 3.691 Empresa Costa Cruzeiros Island Cruises CVC Cruzeiros CVC Cruzeiros Costa Cruzeiros MSC Cruises Bandeira Italiana Bahamas Bahamas Espanhola Italiana Panamá Dimensões (em metros) 204,76 x 26,4 185 x 27 168,7 x 24,6 181 x 25,5 252,5 x 32,2 251,25 x 28,8 Decks 10 9 7 11 12 8 Na temporada de 2005/2006 estão previstos nove navios com oferta de 5.765 cabines, conforme na tabela: Oferta Futura - Temporada 2005/2006 Ano de Construção 1.999 1.993 1.982 1.971 1.982 1.996 2.001 1.982 1.990 Total Fonte: Cruising On Line Ano de Reforma 2.001 2.002 2.003 2.004 2.004 2.004 2.005 2.005 Navio Mistral Costa Romantica Island Escape Pacific Blue Dream Costa Victoria MSC Armonia MSC Melody Island Star Cabines 598 678 771 328 358 964 783 532 753 5.765 Empresa CVC Cruzeiros Costa Cruzeiros Island Cruises CVC Cruzeiros CVC Cruzeiros Costa Cruzeiros MSC Cruises MSC Cruises Island Cruises Bandeira Espanhola Italiana Bahamas Bahamas Dimensões (em metros) 216 x 28,8 220,6 x 19,5 185 x 27 168,7 x 24,6 Decks 8 10 9 7 Espanhola Italiana Panamá Italiana Inglesa 181 x 25,5 252,5 x 32,2 251,25 x 28,8 204,7 x 30,15 207,8 x 28,9 11 12 8 8 9 Os quadros comparativos da oferta das duas temporadas permitem visualizar a adequação da oferta em relação ao mercado. Para a temporada 2006/2007 estima-se que a oferta seja ampliada para doze navios, onde a CVC tem intenção de trazer mais dois navios (adquirindo um próprio) e a vinda de mais uma embarcação da Costa Cruzeiros. Há intenções da Iberostar trazer o Grand Voyager, porém não há nada definido. A Iberostar já opera no Rio Amazonas um cruzeiro fluvial com embarcação considerada de luxo que atende principalmente a estrangeiros. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 53 Resorts no Brasil Análise da Demanda O período de temporada no Brasil acontece no início de dezembro e estende-se até o final de março, englobando o alto verão, férias escolares e datas especiais como Natal, Reveillon e Carnaval. Os navios deixam o Brasil quando começa a temporada de verão do hemisfério norte. O Brasil recebe embarcações muito similares entre si em termos de conforto e opções de lazer e entretenimento para os roteiros de cabotagem. Isso faz com que as escolhas sejam altamente influenciadas pelos agentes de viagem que buscam orientar os turistas com algumas instruções que acabam por segmentar a demanda. As poucas alternativas existentes levam o turista a ter sua escolha direcionada e influenciada pelos seguintes aspectos: • Roteiro; • Disponibilidade de datas; • Roteiro + Disponibilidade de datas; Segue o quadro demonstrativo do que os turistas poderão usufruir na temporada 2005/2006: Roteiros - Temporada 2005/2006 Dias em Cabotagem Período Costa Victoria 71 18/12/2005 a 03/03/2006 Santos - Rio de Janeiro - Porto Belo - Cabo Frio - Maceió - Salvador Ilhabela - Ilhéus 290,00 a 3.040,00 MSC Melody 73 10/12/2005 a 01/03/2006 Rio de Janeiro - Santos - Punta del Este - Buenos Aires - Ilhabela - Búzios 850,00 a 1.800,00 MSC Armonia 80 17/12/2005 a 04/03/2006 Rio de Janeiro - Santos - Ilhabela - Arraial do Cabo - Búzios - Salvador Ilhéus 330,00 a 2.020,00 Island Star 84 17/12/2005 a 12/03/2006 Santos - Búzios - Buenos Aires - Punta Del Este - Florianópolis - Rio de Janeiro - Ilhéus - Ilhabela - Porto Belo - Salvador - Paraty 499,00 a 1.599,00 Blue Dream 91 02/12/2005 a 01/03/2006 Santos - Angra dos Reis - Búzios - Florianópolis - Itajaí - Porto Belo - Punta del Este - Paraty - Puerto Madryn - Punta Arenas - Baía Garibaldi - Usuaia Port Stanley - Mar del Plata - Montevidéu - Buenos Aires 240,00 a 4.400,00 Costa Romantica 94 14/12/2005 a 14/03/2006 Santos - Rio de Janeiro - Búzios - Buenos Aires - Punta del Este - Porto Belo Ilhabela - Montevidéu - Puerto Madryn - Punta Arenas - Baia Garibaldi Ushuaia - Port Stanley 290,00 a 5.320,00 Mistral 94 01/12/2005 a 07/03/2006 Santos - Rio de Janeiro - Búzios - Itajaí - Florianópolis - Porto Belo - Búzios Angra dos Reis - Salvador - Ilhéus 340,00 a 1.640,00 Island Escape 102 22/11/2005 a 24/02/2006 Santos - Búzios - Ilhabela - Porto Belo - Florianópolis - Paraty - Vitória Salvador - Ilhéus 229,00 a 2.199,00 Pacific 177 10/09/2005 a 04/03/2006 Recife - Noronha - Natal - Fortaleza - São Luís - Belém - Estreito de Breves Santarém - Parintins - Manaus - Maceió 260,00 a 1.900,00 Nome Cidades Visitadas Preços (US$) Fonte: BSH Travel Research 54 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Pesquisa realizada pelo Santos & Região Convention Bureau, no Terminal de Passageiros de Santos Concais em março de 2005 revelou o seguinte perfil: • Faixa etária mais representativa entre 40 e 59 anos; • Renda média familiar de R$ 4.143,65; • 52% possuem o curso superior completo; • 67% são provenientes do Estado de São Paulo; • 50,27% viaja com toda a família, seguido de 24,23% somente com a esposa. Os principais países que geram demanda internacional para a costa brasileira são a Argentina por conta da proximidade, e a Itália, por possuir duas empresas que iniciam o roteiro no próprio país. Estatísticas do Setor no Brasil O setor ainda carece de boas informações de fluxo, não há um órgão centralizador de informação e pelo recente interesse no segmento, seja pelo lado turístico ou pelo econômico, os agentes do mercado ainda não se organizaram para o fornecimento de informações de forma metódica. Contudo, a BSH Travel Research contou com a compreensão de diversos agentes para ilustrar os resultados que evidenciam o crescimento da atividade no Brasil. Da temporada de 1998/1999 até a última temporada, 2004/2005, o movimento de passageiros mais que duplicou. Abaixo está o movimento de passageiros embarcados e desembarcados nos dois principais portos do país: TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 55 Resorts no Brasil Evolução de Passageiros (Embarque e Desembarque) - Portos de Santos e Rio de Janeiro Temporada 1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 Total 157.947 129.483 181.178 221.089 234.063 270.156 381.646 Variação -18,02% 39,92% 22,03% 5,87% 15,42% 41,27% Fonte: Concais - Santos / Pier Mauá - Rio de Janeiro 400000 Evolução de Passageiros (Embarque+Desembarque) Portos de Santos e Rio de Janeiro 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 Fonte: Concais - Santos / Pier Mauá - Rio de Janeiro Até a última temporada, apesar do número de passageiros, não houve grande variação no número de embarcações, fato que é explicado pela facilidade das armadoras alterarem as embarcações em uma temporada, por outras maiores ou menores na temporada seguinte conforme o nível de demanda. Evolução do Número de Navios no Brasil Temporada Cabotagem Longo Curso Total Fonte: Brasilcruises 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 7 7 5 7 6 34 37 34 29 29 41 44 39 36 35 O número crescente de escalas reflete o aquecimento da atividade no país e a vontade de que cidades com algum interesse turístico possam atrair passageiros dos cruzeiros para gastar em seus limites de forma a complementar a renda advinda da atividade turística tradicional. 56 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil A tabela abaixo ilustra o crescimento do número de escalas: Evolução do Número de Escalas no Brasil 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 354 382 378 383 399 117 120 93 72 218 471 502 471 455 617 Temporada Cabotagem Longo Curso Total Fonte: Brasilcruises A geração de receita dos cruzeiros acontece em dois momentos distintos, o primeiro na compra do pacote e o segundo na embarcação. O pacote é definido como hospedagem marítima, inclui o uso da cabine, alimentação sem bebidas e entretenimento, conforme cada embarcação. O consumo a bordo acontece em todos os pontos de vendas do barco, inclusive a cobrança da gorjeta obrigatória. Conforme informações das agências de turismo, excluindo-se free-shop e cassino, o consumo médio do passageiro a bordo é de US$ 40,00. Desta forma, para a temporada 2005/2006 a BSH Travel Research estimou os resultados das embarcações: Estimativa de Receitas e Consumo em navios de Cabotagem - Temporada 2005/2006 Oferta/Dias Taxa de Receita Total/Cabine Receita Total com em Cabotagem Demanda/Cab. Ocupada Ocupação* Costa Victoria 68.444 52.334 76,46% 10.286.911,75 150,30 196,56 15.520.311,75 Costa Romantica 63.732 57.189 89,73% 7.434.713,75 116,66 130,00 11.662.043,75 Island Escape 78.642 67.617 85,98% 8.814.640,40 112,09 130,36 13.322.030,40 Island Star 63.252 56.361 89,11% 5.889.148,75 93,11 104,49 11.525.223,75 MSC Armonia 62.640 52.226 83,38% 9.075.873,50 144,89 173,78 13.253.961,50 MSC Melody 38.836 28.471 73,31% 4.117.452,50 106,02 144,62 6.395.160,50 Pacific 58.056 39.721 68,42% 5.136.180,50 88,47 129,31 8.313.844,50 Blue Dream 32.578 26.456 81,21% 3.570.694,00 109,60 134,97 5.687.190,00 Mistral 56.212 53.102 94,47% 8.315.316,50 147,93 156,59 12.563.508,50 522.392 433.478 83,0% 62.640.931,65 119,91 144,51 98.243.274,65 Navios Total/Média Receita Total (US$) Disponivel (US$) Diária Média (US$) Consumo (US$)** * Ocupação estimada em 85% nos roteiros normais e 100% nos roteiros de Reveillon e Carnaval ** Consumo estimado em US$ 40,00 por pessoa Fonte: BSH Travel Research Legislação As embarcações que operam na costa brasileira são estrangeiras e estão sujeitas às leis de seu país de origem. Contudo ao atracar e movimentar passageiros e carga as embarcações passam a serem regidas por normas de ordem nacional. É importante ressaltar que toda a legislação portuária é voltada para embarcações cargueiras. A Instrução Normativa nº 137 de 23 de novembro de 1998 é a que rege ao tratamento tributário às embarcações de cruzeiros, existem dois tratamentos a serem considerados: TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 57 Resorts no Brasil • Produtos Importados: produtos que adentram ao Brasil nos depósitos da embarcação ou aqueles enviados via importação pelos armadores (entrada em containers). • Produtos nacionais: produtos comprados através do armador estabelecido no país para abastecimento da embarcação. Os produtos que entram no país nos depósitos dos navios são controlados como produtos em trânsito e têm acompanhamento no momento de entrada e saída do país. O controle é feito por inventário e realizado em conjunto pelos responsáveis da embarcação e pelos fiscais da Receita Federal. Os produtos nacionais são providenciados pelo armador estabelecido no Brasil, contra qual recaem os tributos oriundos desta operação, no entanto, segundo o escritório da Polícia Federal no Porto de Santos que afirma não haver uma padronização no trato com as embarcações, a eficiência do sistema ainda depende da infra-estrutura e definição de rotinas bem determinadas. Nos casos da geração de receitas por prestação de serviços ou venda ao consumidor, os tributos federais também são devidos e acompanhados por amostragem via relatórios financeiros pelos fiscais da receita estabelecidos nos portos do país. Outro fator importante no trato com as embarcações está ligado à vigilância sanitária. Conforme a Resolução - RDC de 21 de novembro de 2001, a ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária é a responsável pela fiscalização das embarcações, sejam de carga ou de passageiros e possui o poder de vetar o trânsito em portos brasileiros caso exista inconformidades com a legislação e a matriz de avaliação. Caso esteja em conformidade com a legislação sanitária, a embarcação recebe laudo válido por três meses e pode trafegar pela costa. Os impostos de origem municipal, estadual e federal quando devidos são de responsabilidade do armador estabelecido no país. Enquanto em águas nacionais, o representante da armadora é o responsável pela embarcação por todo e qualquer processo de ordem legal ou operacional perante a lei brasileira. A Resolução Normativa 137 assim estabelece: O armador estrangeiro deverá constituir representante legal no País, pessoa jurídica, outorgando-lhe poderes para, na condição de mandatário: • Promover a importação de mercadorias estrangeiras; • Requerer a concessão de regimes aduaneiros especiais; 58 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil • Proceder ao despacho para consumo das mercadorias estrangeiras comercializadas a bordo do navio; • Promover a aquisição de mercadorias nacionais para abastecimento do navio; e, na qualidade de responsável tributário, calcular e pagar os impostos e contribuições federais devidos, decorrentes das atividades desenvolvidas a bordo do navio ou a ele relacionadas, no período em que permanecer em operação de cabotagem em águas brasileiras. A tributação estadual em relação ao Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também é devido, contudo as formas de prestação de contas são definidas pelos armadores, uma vez que ao longo da costa, em que existe abastecimento, várias alíquotas podem estar vigentes. Na esfera municipal, apenas o Imposto Sobre Serviços (ISS) a venda de pacotes (hospedgem marítima) é devido. As receitas geradas na embarcação durante o percurso não se enquadram em nenhuma legislação municipal por ser tráfego em território federal. Empregos Os tripulantes que fazem a rota Brasil, de cabotagem ou longo curso, são contratados pelas empresas fora do Brasil, por processos diretos, terceirizados e até mesmo quarteirizados. A Resolução Normativa nº 51 e 54 do Conselho Nacional de Imigração, datadas do ano de 2002, exigem somente que haja contratação pelas leis brasileiras e uma parcela mínima de brasileiros entre os contratados caso a embarcação fique em operação em águas brasileiras por período superior a 90 dias. A partir do nonagésimo primeiro dia de operação em águas jurisdicionais brasileiras a embarcação de turismo estrangeira deverá contar com no mínimo 25% de brasileiros, além de possuir a folha de pagamento contabilizada conforme as leis nacionais. Atualmente, a geração de empregos e renda no Brasil é incipiente uma vez que poucas embarcações permanecem mais do que 90 dias ininterruptos em águas brasileiras. Ressalta-se que há brasileiros contratados nas embarcações, porém seus contratos de trabalho são internacionais, sem nenhum vínculo com as leis nacionais. Os tripulantes representam em torno de 35%, em média, da capacidade de cada um dos navios. O pagamento é realizado semanalmente e o salário mínimo aferido é de US$ 600,00. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 59 Resorts no Brasil Comparativo Resorts e Cruzeiros Marítimos Os cruzeiros marítimos representam atividade turística e econômica no Brasil, visto os números em expansão deste mercado para os próximos anos, resultados normais para atividade que está iniciando sua fase de crescimento dentro do seu ciclo de vida. A atividade em comparação com os resorts possui muitas semelhanças mercadológicas, embora, por mesclar a base nacional através de seu representante no Brasil e a base internacional pela bandeira de origem da embarcação, como desenho de negócio, apresenta diferenças mais relevantes. Seguem algumas considerações a respeito destas duas atividades que exploram a demanda turística de lazer e entretenimento. Aspectos Mercadológicos Resorts e cruzeiros atraem a atenção daqueles que buscam lazer e entretenimento, optam por estruturas que os deixem ocupados com atividades que os façam esquecer a rotina dos grandes centros urbanos, atividades que trabalhem mente e corpo. Os resorts são estabelecidos em locais de grande beleza natural e são providos de infra-estrutura que os torna independentes do seu entorno, ficando a caráter do hóspede buscar diversão fora da propriedade. Os resorts são estruturas imóveis e pouco flexíveis, sua localização é definitiva e a margem de adaptação da oferta de unidades habitacionais é pequena. Os cruzeiros possuem essa vantagem em relação aos resorts, tanto o quesito localização quanto a oferta podem ser trabalhados de temporada para temporada pelos agentes turísticos. A preocupação com a infra-estrutura de lazer e entretenimento é similar com os resorts. Apesar dos roteiros das embarcações contarem com várias paradas, o que é um fator positivo pela itinerância os destinos que podem ser visitados, frisa-se que o cruzeiro em si é a motivação principal da viagem, ou seja, a fruição do tempo na embarcação. Por serem embarcações, até o momento, de bandeiras internacionais, os cruzeiros contam ainda com oferta de free shop e cassino. Esses dois pontos somente operam quando as embarcações não estão atracadas nos portos brasileiros, segundo a 60 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Lei 8.6.17 de 1993, deve-se ultrapassar o limite de mar territorial de 24 milhas, cerca de 44 quilômetros, a partir da costa para a abertura ao público. O perfil da demanda é similar nos dois produtos; há captação de jovens casais e famílias com filhos até 12 anos, principalmente. O nível sócio econômico atendido é de público nas classes A e B. Os estrangeiros são minoria nos cruzeiros de cabotagem não representando mais do que 5% do fluxo; nos resorts de praia do Brasil a participação de estrangeiros está próxima de 25% conforme os dados da pesquisa de resorts neste relatório. Geração de Empregos Os resorts criam um emprego direto a cada R$ 150.000,00 de investimento, empregam pelo menos 90% de sua mão de obra na região em que se estabelecem, a força de trabalho é empregada conforme a legislação nacional. Na alta temporada a proporção é de 2,0 a 2,5 funcionários por apartamento disponível, na baixa temporada essa proporção se mantém entre 1,5 a 2,0 funcionários empregados. Os cruzeiros que aportam nos portos brasileiros são de bandeira estrangeira, a mão de obra é contratada através de contratos internacionais direto com as operadoras das embarcações, como por empresas terceirizadas ou quarteirizadas. Nos cruzeiros existem brasileiros trabalhando, contudo mesmo estando em terras nacionais os contratos de trabalho são internacionais. Somente após 90 dias ininterruptos no país é que um cruzeiro deve se adequar à legislação trabalhista brasileira. Na costa brasileira, apenas a embarcação Pacific fica mais de 90 dias, tendo que se adaptar à legislação trabalhista do país. Na costa brasileira na temporada de 2005/2006 estima-se que estejam empregados nos nove navios cerca de 4.889 tripulantes, destes estima-se que apenas os 353, referentes ao Pacific, estejam sob a legislação trabalhista nacional, no entanto a informação não foi confirmada pela CVC Cruzeiros. Em contato com agência de emprego quarteirizada no Brasil verificamos que há demanda por trabalhadores brasileiros para o mercado de cruzeiros, tanto para a TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 61 Resorts no Brasil costa nacional quanto para outros roteiros. O maior problema de colocação destes profissionais é o domínio da língua inglesa. Não foi possível verificar em nenhuma fonte índices de geração de empregos das companhias de cruzeiros. Geração de Receitas e Tributação Os resorts brasileiros estão sujeitos a legislação brasileira no que diz respeito à geração de receita e funcionamento da empresa, tanto no nível federal, estadual e municipal. Os cruzeiros são regidos pela Instrução Normativa nº 137 que estipulam que enquanto em águas brasileiras toda a operação da embarcação é de responsabilidade de seu representante legal estabelecido no país, assim, a embarcação no que tange a geração de receitas e tributação está sujeita as leis brasileiras. O controle é feito por acompanhamento da receita federal e toda a receita gerada na embarcação, inclusive proveniente dos cassinos, é tributada segundo o departamento de auditoria da Receita Federal em Santos. Porém vale ressaltar que as embarcações além das tributações normais possuem gastos portuários conforme os serviços que utilizam. Cada porto possui sua gama de serviços e tarifas correspondentes. Para efeito de visualização, segue a relação de algumas tarifas e serviços do Porto de Santos/Codesp em vigor: • R$ 5,70 - Por metro linear de cais ocupado por embarcação atracada e por período de seis horas ou fração; • R$ 72,29 - Aluguel de flutuante para atracação de navios, por dia ou fração; • R$ 123,65 - Por tonelada movimentada de peças sobressalentes, material de bordo, mantimentos, água, combustíveis, lubrificantes ou qualquer outro tipo de bem ou de carga em volume ou a granel, destinados a aplicação na própria embarcação ou a consumo de bordo próprio, de sua tripulação e/ ou passageiros, ou ainda para atender a outra, atracada ou não; • R$ 72,29 - Aluguel de flutuante para atracação de navios, por dia ou fração. 62 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil Geração de Riquezas Os resorts possuem sua base no Brasil, o que faz com que todo o resultado financeiro obtido seja fixado no país, com possibilidades de re-investimentos nas próprias propriedades. Em termos de geração de riqueza para o país, os resorts têm presença mais significativa que a atividade de cruzeiros, baseada em terras estrangeiras. Apesar do movimento de receitas tributárias, o resultado do negócio ou o re-investimento não é consolidado no Brasil. O efeito multiplicador dos cruzeiros marítimos é reduzido frente ao resorts, pois os resorts se instalam em regiões fora dos grandes centros. A migração de recursos dos grandes centros para as localidades dos resorts permite desenvolver cidades e regiões em todos os níveis econômicos e sociais: geração de emprego e renda, melhoria da infra-estrutura incluindo saúde e educação etc. Em relação a isso, os cruzeiros têm participação tímida, devido ao fato de que sua base nacional se aproveita da infra-estrutura e serviços do turismo já existente e a geração de emprego e renda pouco se reverte para o país. O Negócio de Cruzeiros Marítimos e Resorts Em resumo os resorts e cruzeiros marítimos são atividades da área do turismo que trabalham com a captação de clientes com motivações muito próximas. Como atividades turísticas também se utilizam da estrutura de serviços de apoio: abastecimento de alimentos e bebidas, transportes, comunicações, infra-estrutura pública etc. Os resorts já estão estabelecidos no país e seguem regras de mercado melhor reconhecidas, como tipologia, serviços e preços; os cruzeiros ainda estão em fase de introdução da atividade, assim ainda não é claro a tipologia dos barcos, serviços e etc. Como empresas possuem diferenças significativas em termos produto e atendimento às legislações, isto pelas características físicas dos produtos em si e pela atual causalidade de todos as embarcações serem de origem estrangeira em nossos mares. Deste modo, um dos grandes diferenciais em favor dos cruzeiros em comparação direta aos resorts é a possibilidade de ofertar cassinos e free-shop a bordo, além de diferente carga tributária. Em termos trabalhistas, a diferença entre cruzeiros e resorts é mais marcante, os cruzeiros obtém mão de obra por contratos internacionais e os funcionários não tem TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 63 Resorts no Brasil vínculo, na maioria das vezes, com as localidades visitadas. Os resorts por sua vez, devido sua base fixa, contratam profissionais da região em que se instalam e devem atender às legislações trabalhistas o Brasil. Abaixo, os pontos mais importantes do perfil de negócio das atividades: Comparativo - Resorts e Cruzeiros Marítimos Resorts Cruzeiros Marítimos Produto Oferta e Localização Pouco Variável e Fixa Captação de Turistas Variável e Itinerante Lazer e Entretenimento Perfil dos Turistas Classe Social Público Faixa Etária (maior parte) AeB Casais e Famílias com Filhos 30 a 45 anos 40 a 59 anos Cassino Não explora Explora Free Shop Não explora Explora Estrutura de Negócio Vigilância Sanitária Atende às normas pré-estabelecidas e fiscalizações Impostos Federais* ICMS Paga IPTU ISS Encargos Trabalhistas Balança de Pagamentos Paga Paga Não Paga Sobre prestação de serviço Sobre a venda de pacotes** Paga Não Paga Exportação Importação * PIS, COFINS, IPI, CSLL, Imposto de Importação ** Hospedagem marítima Fonte: BSH Travel Research A atividade turística é setor econômico celebrado pela facilidade com que gera riqueza através do efeito multiplicador econômico que possui ao envolver pelo menos 52 atividades econômicas. resorts e cruzeiros marítimos se enquadram nesta atividades com grande destaque. 64 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil CONCLUSÕES A atividade turística no Brasil está em expansão e o segmento de resorts é um dos que mais cresce. Em 1979 existiam 14 resorts que juntos ofereciam 4.000 unidades habitacionais, atualmente existem mais de 45 resorts distribuídos pelo país, que juntos oferecem mais de 11.000 unidades habitacionais. O segmento de resorts foi subdividido em Resorts de Interior, Resorts de Praia e Resorts de Praia do Nordeste para melhor análise. Os Resorts de Interior surgiram entre as décadas de 60 e 80, atuam em âmbito regional, ou seja, visam público regional, estão localizados próximos a grandes centros econômicos e regiões de fácil acesso, em sua maioria não são destinos turísticos pré-consolidados. Grande parte dos hóspedes da categoria utilizam vias terrestres de transporte. Os Resorts de Praia surgiram, em sua maioria, a partir da década de 90. Atuam em âmbito nacional, ou seja, visam público de todo o território nacional e internacional, estão localizados próximos a centros turísticos pré-consolidados e a aeroportos e visam principalmente regiões de grande apelo natural. Grande parte dos hóspedes da categoria utilizam vias aéreas de transporte. A oferta de Resorts de Interior apresentou crescimento médio anual de 9,6% entre 2001 e 2004 e 6,7% em 2004, enquanto a demanda apresentou crescimento médio de 7,4% ao ano. A diária média desses resorts variaram de R$ 221,00 a R$ 245,00 no período analisado. A oferta de Resorts de Praia apresentou crescimento médio de 5,2% ao ano entre 2001 e 2004 e a demanda cresceu de 4,8% na média no mesmo período. A diária média variou de R$ 309,00 a R$ 400,00. A oferta de Resorts de Praia do Nordeste apresentou crescimento médio de 11,3% ao ano entre 2001 e 2004, enquanto a demanda apresentou crescimento médio de 15,2% no mesmo período. A diária média foram semelhantes às dos Resorts de Praia. Os Resorts brasileiros apresentam maior número de hóspedes nacionais atendendo principalmente o público que viaja a lazer. Para controlar a sazonalidade fora dos meses de alta temporada, os quais coincidem com as férias escolares no Brasil, os resorts atendem também os segmentos de negócios e convenções. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 65 Resorts no Brasil A permanência média de hóspedes nos resorts é de 3 dias. Nos Resorts de Interior a permanência é ligeiramente mais baixa por esses resorts terem procura acentuada aos finais de semana e nos Resorts de Praia do Nordeste a permanência é ligeiramente mais alta, devido aos resorts trabalharem em sua essência com pacotes turísticos. Até 2008 estão previstas, de acordo com dados da BSH Travel Research, mais 4.147 novas unidades habitacionais, em 17 resorts, que representarão um crescimento de 54% na oferta. A maioria dos novos projetos são afiliados a redes hoteleiras, sejam elas nacionais ou internacionais. A região Nordeste é a principal responsável pelo aumento na oferta de unidades habitacionais e atualmente concentra 44% da oferta total de resorts. Cerca de 86% da nova oferta prevista está concentrada na Região Nordeste. O Governo tem papel fundamental no desenvolvimento hoteleiro do Nordeste Brasileiro, confirmando a importância do Estado no estímulo à iniciativa privada para investimentos em infra-estrutura, permitindo assim, o desenvolvimento turístico de forma adequada e sustentável. Vale lembrar que a proximidade com importantes países emissores de turistas, a beleza das praias nordestinas e clima adequado também são fatores significativos para explicar o elevado crescimento na região. Foi constatado, através das pesquisas realizadas, que os resorts são produtos capazes de gerar novas demandas, pois muitas vezes são classificados como destinos e não como apoio a pontos turísticos. É necessária eficácia em marketing e posicionamento claro para consolidação do produto. A projeção de demanda é subjetiva, e por isso não é possível estimar índices de desempenho do mercado para os próximos anos. A elevada expansão da atividade turística no país, e sobretudo do segmento de resorts, incentivou a profissionalização dos meios de hospedagem, que passam a contar cada vez mais com mão de obra especializada e principalmente despertam o interesse de redes hoteleiras profissionais em administrar as propriedades, contribuindo assim, para o desenvolvimento do setor. 66 TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Resorts no Brasil TABELAS RESUMO Segmentação da Oferta - Tipologia Interior Praia Oferta Atual (UHs) 4.386 6.641 Oferta Futura (UHs) - Até 2008 574 4.470 Oferta Atual e Futura (UHs) 4.960 11.111 Resultado da Pesquisa Interior Praia Origem do Hóspede Internacional Nacional Mercado 11.027 5.044 16.071 Mercado 15% 85% 23% 77% 20% 80% 65% 21% 14% 60% 23% 17% 62% 22% 16% 2,6 3,4 3,1 60% 61% 60% 63% 56% 49% 47% 52% 57% 52% 52% 56% Motivo da Viagem Lazer Conveções Negócios Permanencia Média Taxa de Ocupação 2004 2003 2002 2001 Diária Média 2004 2003 2002 2001 R$ R$ R$ R$ 244 228 221 240 R$ R$ R$ R$ 309 311 336 400 R$ R$ R$ R$ 283 275 288 343 2004 2003 2002 2001 Fonte: BSH Travel Research R$ R$ R$ R$ 145 138 132 153 R$ R$ R$ R$ 172 153 157 207 R$ R$ R$ R$ 161 144 150 192 RevPAR Regiões Até 1979 Centro-Oeste 823 Nordeste 426 Norte 594 Sudeste 1.302 Sul 839 Total 3.984 Crescimento (%) Fonte: BSH Travel Research TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL Evolução da Oferta por Região de 1980 a 1989 de 1990 a 1999 823 823 1.304 2.517 594 594 1.985 1.985 1.630 1.838 10.320 18.077 159% 75% de 2000 a 2005 823 4.791 594 2.981 1.838 29.104 61% 2008E 1.023 9.261 790 3.159 1.838 45.175 55% 67 Resorts no Brasil Resorts no Brasil FICHA TÉCNICA Profissionais envolvidos no estudo: Consultor Coordenador José Ernesto Marino Neto, ISHC Consultor Técnico Responsável Alexandre Mota Consultores Assistentes Fernando Martinelli Renata Cianciaruso Vitor Otávio Fontes Dias Bibliografia AMARAL, Ricardo. Cruzeiros Marítimos São Paulo: Ed. Manole, 2001. TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 69 Resorts no Brasil Resorts no Brasil Direitos Reservados. Proibida a reprodução por qualquer meio sem prévia autorização da BSH INTERNATIONAL. BSH INTERNATIONAL Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1571 14º andar CEP: 01451-918 São Paulo SP Brasil Fone: (+55 11) 3813-6188 Fax: (+55 11) 3031-3453 e-mail: [email protected] www.bshinternational.com TRAVEL RESEARCH DIVISION OF BSH INTERNATIONAL 71 Resorts no Brasil