“Ponte” de solidariedade Semanas Missionárias “Família em Missão”
Transcrição
“Ponte” de solidariedade Semanas Missionárias “Família em Missão”
Missão com Misericórdia e Ecologia Integral Este ‘guia de formação missionária’ é marcado por uma grande novidade: foi preparado por muitas pessoas a pensar em toda a Família Espiritana, estando disponível a servir de guia de caminhada a quantos o queiram meter na mochila ou no saco de viagem espiritual. Mas a LIAM e os Jovens Sem Fronteiras já disseram que este subsídio fará parte dos seus encontros de formação, ao longo dos próximos tempos. É um projecto de comunhão, permitindo uma Missão de braço dado. Vivemos, como Família Espiritana, tempos de grandes celebrações. Assim, em 2016 faz 150 anos que chegaram os primeiros Espiritanos a Angola e 75 do início da Missão Espiritana em Cabo Verde. Em 2017, Portugal celebra os 150 anos da presença Espiritana e a LIAM celebra 80 anos de vida dedicada á Missão. São excelentes pretextos para reforçarmos a Missão que nos corre nas veias. www.espiritanos.pt OUTUBRO 2015 ano 74 nº 872 diretor Tony Neves administrador Nuno Rodrigues Congregação do Espírito Santo publicação mensal de formação e informação missionária Férias com Missão Férias são tempo para descansar, mudar de ritmo, recarregar as baterias. São muitos os destinos e os meios disponíveis. Verão rima com Missão. E foi precisamente nesta sintonia que muitos membros da família espiritana escolheram partir para umas férias diferentes. Deram muito de si, mas seguramente regressaram com mais ricos e com as energias reforçadas. Acabado o verão, partilham connosco a sua experiência. “Ponte” de solidariedade No mês de agosto, um grupo de Jovens Sem Fronteiras atravessou o atlântico até às periferias do Rio de Janeiro: a problemática baixada fluminense. Com o lema “Discípulos Missionários, caminhando na Alegria”, caminharam no seguimento de Cristo, e, por isso, a sua missão foi marcada pelo testemunho alegre de serem cristãos, apesar das suas diferenças. p6 e 7 Semanas Missionárias Desde 1986, em Agosto, JSF de todo o país deixam as suas casas e vão ao encontro de realidades de igreja muito diferentes das suas paróquias para dar um pouco de si a outras comunidades. Este ano, naturalmente, não foi exceção e várias dezenas de jovens partiram para Caldas da Rainha, Viana do Castelo, Ourém e Castro Verde. p10 Esta ano, houve ainda lugar para uma Semana Missionária especial: um IntraRail Missionário. É atividade inédita no movimento, que se iniciou em Albergaria dos Doze - Pombal, e terminou na Covilhã, com passagens pelo Entroncamento e pela zona sul do concelho do Fundão, com as deslocações a serem realizadas de comboio. p8 “Família em Missão” Este foi o tema do 54º Encontro do Movimento Missionário de Professores, em Viseu. Encontro de colegas, mas sobretudo, encontro de irmãos que partilham o amor à causa missionária, vivida pela Família Espiritana. Foram momentos de partilha, formação, confraternização e serviço. p9 2 OUTUBRO2015 Existem, em Portugal, 138 Institutos Religiosos, 796 comunidades, com 6.117 Membros e 419 em Formação. editorial Tony Neves É ecológico e saudável andar de bicicleta. É gerador de sentido de equipa pedalar em grupo. Mas doze sentados na mesma bicicleta, a tentar chegar até lugares onde viveram santos ou onde há Mosteiros, isso sim, é original e ultrapassa o limite do fora do comum. A Conferência dos Religiosos de Portugal (CIRP) apostou num programa muito diversificado para celebrar o Ano da Vida Consagrada, lançado pelo Papa Francisco. Quer o Papa que seja um tempo forte de memória agradecida do passado, vivência do presente com paixão, preparação do futuro com esperança. Para atingir estes grandes objetivos, a CIRP traçou um programa com momentos de celebração, de formação e de impacto social. No que a Formação diz respeito, três momentos marcam este jubileu: já se realizaram a Semana de Estudos da Vida Consagrada 2015 e as Jornadas do Episcopado, em que os Superiores maiores foram convidados a juntar-se aos Bispos. Em 2016, o Ano concluiu-se com a Semana de Estudos que inclui a Celebração mais forte que será a 7 de Fevereiro com a Peregrinação a Fátima de todos os Consagrados. Para gerar algum impacto na sociedade portuguesa, a CIRP encomendou a uma empresa especializada um estudo sobre o modo como os cidadãos vêem os Consagrados e mandou construir um velocípede de 12 lugares para uma espécie de ‘volta ao Portugal dos santos e mosteiros’. A apresentação pública e o ‘test drive’ foram no Lar Juvenil dos Carvalhos a 21 de agosto. O P. Artur Teixeira, presidente da CIRP, explicou objetivos e programa. Os doze lugares simbolizam os doze apóstolos e pretende-se pedalar, pelas estradas de Portugal, para dizer a todos que somos 7 mil a ‘pedalar’ juntos, em comunhão, num esforço de ir a todas as periferias e margens, ‘empurrados’ pelo testemunho dos santos que nos precederam e estimulados pela oração de quantos, nos Mosteiros, constituem um pulmão espiritual para a humanidade. O ‘velocípede’ do Ano da Vida Consagrada está na rua. A pedalar estão 12 pessoas Consagradas. O ritmo não é muito acelerado, mas o esforço conjunto e a alegria mostram que há vontade de comunhão e de missão. Por isso, saiamos à rua, incentivemos os ‘pedaladores’, sobretudo nas subidas. Olhemos com admiração para a alegria das suas consagrações a Deus. Valorizemos o sentido da Vida Consagrada hoje e criemos condições para que mais jovens queiram responder ‘sim’ a um Deus que continua a pedir vidas entregues à Missão. www.cirp.pt Espiritanos em Lisboa Rua de Santo Amaro, à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Desde 1904. Hoje, a comunidade é constituída por 13 espiritanos. Tel. 213 933 000 Fax: 213 933 019 [email protected] Arminda Camati P. FRANCISCO GONÇALVES SILVA - BARCELOS Profissões e Jubileus Espiritanos 50 anos de Ordenação para a Missão O P. Francisco Gonçalves de Oliveira nasceu em Galegos de S. Maria, em Barcelos. Entrou no Seminário quando já tinha uns anos de vida laboral e comercial no mundo da olaria. Ordenado Padre há 50 anos, a sua vida dividiu-se entre a formação de novos missionários, a administração das Comunidades e a pastoral direta. Os Missionários Espiritanos e a sua grande família de sangue congregaram-se em Coimbra, a 15 de Agosto, para celebrar este Jubileu de Ouro. A animação litúrgica esteve a cargo dos sobrinhos. Na homilia, o P. Francisco deu graças a Deus pela vocação que lhe concedeu e o P. Tony Neves, Provincial, partilhou alguns momentos significativos desta já longa vida dedicada à Missão. VICTOR SILVA Doze a pedalar 3 OUTUBRO2015 Espiritanos que fizeram os votos perpétuos (da esquerda para a direita): António Mosso, de Portugal, Elson Lopes, de Cabo Verde, edward Apambila e Vincent Akpabi, do Gana. No dia 8 de Setembro, a Igreja celebra o aniversário de Maria, mãe de Jesus. Para os Missionários do Espírito Santo, é também um dia de festa e aniversário: é o dia tradicionalmente escolhido para a profissão religiosa dos espiritanos. Em Ano de Vida Consagrada, a tradição não podia deixar de se cumprir, e o CESM (Centro Espírito Santo e Missão), no Seminário da Silva – cujo edifício atual foi também inaugurado no dia 8 de Setembro, em 1962 – encheu-se para a celebração de Profissões e Jubileus. O jovem José Augusto Silva, de Cabo Verde, fez, depois de um ano de Noviciado em Paris, a sua Profissão Religiosa. Prince Bassegue-Guerengbo, do Bangui, e Bernard Adukwu, da Nigéria, fizeram a Renovação de Votos. António Mosso, de Portugal, Elson Lopes, de Cabo Verde, Edward Apambila e Vincent Akpabi, do Gana, fizeram os seus Votos Perpétuos. Vários espiritanos celebraram também o seu aniversário de 50 e 60 anos de profissão religiosa, e 50 anos de ordenação sacerdotal. O P. Joaquim Martins Pereira – que com- pletou recentemente 100 anos de vida – embora não podendo estar presente na celebração, foi também recordado pelos seus 75 anos de ordenação. A celebração foi presidida pelo P. Tony Neves, Superior Provincial, e contou com a presença de muitos sacerdotes e irmãos espiritanos, bem como membros da família espiritana. Numerosos familiares dos Professos e Jubilados participaram na festa que, ano após ano, se apresenta como uma das celebrações mais importantes da família Espiritana em Portugal. ESPIRITANO NA CASA DO PAI P. Manuel da Purificação Azevedo NOVO BISPO DE SETÚBAL P. José Ornelas COMUNIDADE DA ESTRELA - LISBOA FRAIÃO - BRAGA Uma Missão muito plural… Inauguração do Lar ‘Anima Una’ Fátima Monteiro A casa espiritana da Estrela, em Lisboa, antes da construção do novo edifício. Manuel Durães Barbosa A Comunidade Espiritana da Estrela abriu as portas em 1904 para ser Procuradoria das Missões. Aguentou, só Deus sabe como, a revolução republicana de 1910, tendo sido a única Casa Espiritana que resistiu aos furores da República. Com o andar dos tempos, a Província Portuguesa foi restaurada e esta passou a ser também Casa Provincial. Com a fundação da LIAM em 1937 e o aumento significativo de Missionários que passavam por Lisboa, sobretudo a caminho de Angola, o velho palácio viu surgir, a seu lado, um edifício moderno, inaugurado nos anos 60. Em 2002, a Casa da Estrela foi fechada para uma intervenção profunda. A reabertura aconteceu em 2004, após restauração que permitiu colocar ao serviço da Missão um edifício novo de 5 andares, estando quatro ao serviço do centro P. Alves Correia (CEPC) e outro ao serviço dos Jovens Sem Fronteiras, Voluntariado Missionário e Sol Sem Fronteiras. Missão atual António Moreira O P. Manuel da Purificação Azevedo era filho de António de Deus Azevedo e de Maria Augusta Vieira Lemos. Natural de Sernancelhe, nasceu em 1925, a dois de fevereiro, festa da Purificação de Nossa Senhora. Como ele deixou escrito, “de oito irmãos, só o meu nome ostenta o apelido de “Purificação”, exatamente por ter nascido nesse dia. Marca evidente do sentir e viver religioso de meus pais”. Estudou nos seminários da Congregação do Espírito Santo, começando pelo da Guarda-Gare em 1934. Daí passou para o de Godim, na Régua, e o do Fraião, em Braga. O noviciado foi no da Silva, Barcelos, onde professou em 8 de setembro de 1947. Terminou a formação sacerdotal no seminário Maior da Congregação, em Viana do Castelo. Feitos os votos perpétuos em 1950, foi ordenado de presbítero em 30 de setembro de 1951, na igreja dos Santos Mártires, a igreja do Seminário de Viana do Castelo. A sua atividade missionária desenrolou-se no ensino, tanto nos seminários da Congregação como em escolas oficiais. Com breves interrupções, para aperfeiçoamento profissional, lecionou de 1952 a 1993, 41 anos! Nos seminários da Congrega- ção e em escolas oficiais, centenas de jovens aproveitaram do seu ensino zeloso e cuidado. Em 1993 foi colocado no seminário de Viana do Castelo, sempre disponível, enquanto a saúde o permitiu, para confissões ou outros serviços pastorais que lhe fossem pedidos. Em julho de 2015, o agravamento do seu estado de saúde aconselhou 0 internamento hospitaler. Em princípios de Agosto, foi para o Lar Anima Una, no Fraião. Um mês depois, em 4 de setembro, o Senhor em Quem sempre acreditou e esperou, veio buscá-lo para as moradas eternas. Gratos ao Senhor pelo dom que nos fez do sr. Padre Azevedo, rezamos pelo seu eterno descanso. O funeral realizou-se no Fraião, na manhã do dia 5, seguindo de tarde para Sernancelhe, onde foi sepultado. Terminou o cargo de Superior Geral dos Dehonianos e já está a caminho de Setúbal como Bispo e, como disse, Missionário. Escreve: “O Papa Francisco, que tive ocasião de encontrar pessoalmente, mudou estes planos. Quando me deu a alegria de encontrá-lo, disse-me: ‘Não te imponho, mas peço-te que vás como bispo para Setúbal… mas irás como missionário… a Europa tem necessidade de redescobrir a sua dimensão missionária’. E aqui estou, para assumir convosco esta missão eclesial’. A Família Espiritana saúde o novo Bispo de Setúbal e deseja-lhe um abençoado ministério Episcopal. A Comunidade Espiritana da Estrela responde hoje a muitos desafios missionários: 1. Casa Provincial. Aqui reside e tem o seu gabinete o Superior Provincial. Também aqui estão sediadas a Secretaria Provincial, o Economato Provincial, o Arquivo Provincial e a Biblioteca Provincial. 2. Procuradoria das Missões. É o serviço mais antigo que esta Casa presta, com apoio regular aos Missionários que trabalham fora de Portugal. Também é espaço de acolhimento para Missionários de passagem por Lisboa ou que aqui fazem a aprendizagem da língua portuguesa. 3. Sede da Animação Missionária. Cá estão os escritórios do Coordenador e do Administrador. Estão nesta casa os armazéns das publicações. São coordenadas as Campanhas de apoio aos missionários que trabalham fora de Portugal, em situações mais difíceis. Reside nesta casa e tem aqui a sua sede o Animador Missionário da LIAM da região Sul. 4. Redação do jornal e outras edições impressas. É nesta casa que se elabora, mês após mês, o jornal ‘Ação Missionária’, bem como as edições anuais do Almanaque e do Calendário das Missões. São editados alguns livros de temática missionária. Também se alimenta aqui a página da internet, bem como a presença nas redes sociais. 5. Centro Padre Alves Correia (CEPAC). Funciona no nº 43, com o objetivo de apoiar imigrantes, sobretudo os que não possuem documentos. É uma obra emblemática dos espiritanos em Portugal. 6. Sol Sem Fronteiras, Jovens Sem Fronteiras, Voluntariado Espiritano. São braços pastorais e solidários para a intervenção aqui e lá fora, em que os protagonistas são sobretudo os mais jovens. Teve lugar no dia 17 de setembro, a Inauguração e Bênção da Estrutura Residencial Para Idosos ‘Anima Una’ em Fraião, Braga. Esta Cerimónia vem colmatar o fim das obras de reestruturação de uma casa já existente e, que durante muitos anos serviu como Seminário para formação e envio de Missionários da Congregação do Espirito Santo. As obras efetuadas neste Edifício permitiram que a Anima Una pudesse passar a acolher 57 utentes em regime de internamento. A obra teve a comparticipação em 60% do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), ficando a restante verba a cargo da Instituição perfazendo assim um total de um milhão de euros. Neste momento têm celebrado um acordo com a Direção Distrital da Segurança Social que lhe permite acolher 39 idosos prevendo que num futuro próximo esse acordo seja alargado para a sua capacidade máxima de 57 lugares. Estas obras de reformulação surgiram da necessidade de responder em conformidade com a lei vigente para este tipo de Resposta Social. A Anima Una tem, como finalidade principal apoiar a Terceira Idade e respetivas Famílias protegendo os cidadãos na velhice e invalidez. A Associação dará prioridade à promoção da saúde e bem-estar da população idosa pertencente à comunidade local em que está inserida, particularmente aos mais pobres, assim como à população idosa proveniente da Congregação do Espírito Santo, pessoa coletiva religiosa de âmbito nacional, propulsora e ponto referencial desta Associação, com quem manterá relações privilegiadas, mediante a prestação de cuidados de saúde, de serviços e apoio social que possibilitem uma maior autonomia dos mesmos. Foi ainda pelas raízes Espiritanas, de opção pelos mais pobres (à data e aqui, na pessoa dos idosos) e lendo os sinais dos tempos, que hoje se traduzem no esvaziamento de grandes casas e no aumento de uma população que delas precisa, que um grupo, que se formou e cresceu ao longo de 25 anos em comunhão com os ideais que assentam na Fé, na Esperança e na Caridade no seio desta Congregação, se lançou no desafio de iniciar este Projeto. Não foi fácil. Mas… agora, olhando para trás, também não foi assim tão difícil! Foi Possível… está feito! Com a ajuda de todos aqueles que se disponibilizaram e daqueles que mesmo incomodando, se foram desviando, a obra nasceu e com a Graça de Deus tem pernas para andar. Na sessão de abertura, a Presidente da Direção, Fátima Monteiro, demonstrou, a Todos quantos contribuíram para que esta obra se concretizasse, uma sincera gratidão. Esta cerimónia contou igualmente com a presença de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga; Dr. Rui Barreira, Diretor do Centro Distrital de Segurança Social; Dr. Firmino Marques, Vice Presidente da Câmara Municipal de Braga e do Pe. Tony Neves, Provincial dos Missionários do Espírito Santo. Presente de compromisso A Comunidade é, neste ano pastoral de 2015/2016, composta por 13 membros. Além de todas as responsabilidades já citadas, os Espiritanos na Estrela respondem por algumas Capelanias fixas e vão acolhendo os pedidos de trabalho pastoral que chegam diariamente á Comunidade, sobretudo vindos de Párocos vizinhos. Navegue connosco na internet www.espiritanos.pt • Facebook: espiritanos.pt Direção da ‘Anima Una’ com D. Jorge Ortiga, e representantes da Segurança Social, Câmara de Braga e Missionários do Espírito Santo SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS Horizontais: 1. Patudo; avaria. 2. Demoliremos. 3. Acima; Aroma. 4. Bar; Sabedor; Lar. 5. Eras; Penar; Taco. 6. Lá; Apatetada; El. 7. Oc; Lola; Atum; Rã. 8. Ópera; Orada. 9. Cl; Meca; Arar; Vã. 10. Ré; Abalseira; Ar. 11. Utas; Doido; Sama. 12. Zás; Formoso; Tom. 13. Estoi; Crise. 14. Ocasionarem. 15. Brasão; Ilesos. Verticais: 1. Cabelo; Cruzes. 2. Caracoletas. 3. Adira; Astor. 4. Tem; Salemas; Oca. 5. Umas; Poreb; Fias. 6. Dó; Apalaçado; Sá. 7. Ol; Beta; Alor; Io. 8. Irene; Símio. 9. Ar; Data; Aedo; Ni. 10. Vê; Oratórios, El. 11. Amar; Durar; Ocre. 12. Ror; Tâmaras; Rês. 13. Isola; Átimo. 14. Macerávamos. 15. Varola; Arames. verso... EUROPA ACOLHEDORA. Perante os números de imigrantes nunca antes vistos, a União Europeia está de braços abertos a apoiar quantos ali chegam, fugidos das guerras que tornam a vida impossível nos seus países de origem. Embora a solução passe pela criação de condições de vida digna nas suas terras, os imigrantes agradecem o acolhimento que estão a receber por parte dos países da União Europeia que tomam muito a sério este drama humanitário. RENASCENÇA. O Papa Francisco tem quase lugar cativo nesta rubrica. Desta feita para salientar a importância histórica da entrevista concedida em exclusivo á jornalista Aura Miguel da Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa. Tudo aconteceu quando os Bispos de Portugal estavam em Roma na visita Ad Limina, momento aproveitado pelo Papa para elogiar a postura solidária do povo português, mas também para questionar a debandada dos jovens da Igreja. ... e o reverso IMIGRAÇÃO NUNCA VISTA… Barcos e mais barcos, abarrotados de gente em fuga tentam chegar às costas da Europa, idos do norte de África. Fogem de guerras e perseguições sem fim á vista. Muitos governos ficam mal nesta fotografia. Alguns países de África e do Médio Oriente estão sob fogo intenso e a liberdade não é respeitada. Fugir parece ser a hipótese que resta a milhares de pessoas. Na Europa, há notícias de muros que se erguem para impedir a ‘invasão’. GUINÉ-BISSAU. Este país lusófono já nos habituou a instabilidades políticas e militares sucessivas. Desta vez, o Presidente da República decidiu demitir o Primeiro-Ministro que tem maioria na Assembleia Nacional. Tentando levar a sua decisão avante, o Presidente nomeou outro Primeiro-Ministro que o Supremo Tribunal não deixou tomar posse por considerar inconstitucional tal nomeação. Há que aguardar os passos que se seguem, não se augurando um futuro risonho para os guineenses. 4 breves OUTUBRO2015 IRMÃO ROGER DE TAIZÉ O teólogo que falava de Deus com a sua vida NA CHINA continuam presos vários bispos e sacerdotes. A comunidade católica de Baoding, na província de Hebei, tem pedido a libertação do seu Bispo, D. James Su Zhimin, preso há quase duas décadas. Atualmente com 82 anos, foi preso em 1996 por se recusar a aderir à Associação Patriótica, entidade criada pelo regime de Pequim para controlar a Igreja Católica no país. Na mesma província estão detidos mais dois bispos. CUBA vai ter uma comunidade Taizé ainda este ano. Esta primeira comunidade ecuménica no país vai abrir com três irmãos (um espanhol, um belga e um indonésio) enviados pela comunidade mãe, em Taizé. A nova fraternidade vai estabelecer-se em Matanças, a 100 km da capital. A comunidade ecuménica de Taizé foi fundada há 75 anos em França e tem atualmente fraternidades no Brasil, Quénia, Senegal, Coreia do Sul e Bangladesh. NA NIGÉRIA foi raptado um sacerdote espiritano no dia 7 de Setembro. O missionário, padre Gabriel Oyaka, dirigia-se de carro para a capital, Abuja, quando foi bloqueado por homens armados que o terão raptado e posteriormente contactado a família. Nos últimos meses vários sacerdotes foram raptados ou mortos em emboscadas nas estradas na Nigéria. O último caso tinha ocorrido a 15 de Agosto quando um padre claretiano foi morto numa estrada no sul da Nigéria. NA REPUBLICA DEMOCRATICA DO CONGO os ataques cometidos por jihadistas na região do Kivu do Norte fizeram 9 mortos. Os massacres ocorreram no dia 5 de setembro em várias localidades e vitimaram camponeses que estavam ou voltavam dos campos. O grupo responsável pelos ataques designa-se MDI e é formado por membros provenientes de vários países da região e já mataram centenas de pessoas em menos de um ano. NA ÁFRICA DO SUL foi beatificado um pai de família no passado dia 14 de Setembro. De nome Benedict Daswa e originário de uma família não cristã, foi batizado aos 17 anos e posteriormente torna-se professor, catequista e animador da liturgia na sua paróquia. Foi morto por causa da sua fé cristã em 1990, aos 44 anos, deixando 8 filhos. “O irmão Roger sabia falar de Deus de modo existencial: era um teólogo de joelhos, que no silêncio escutava o que o Espírito lhe queria dizer, um teólogo que vivia o que dizia”. Walter Kasper COMUNIDADE DE TAIZÉ AFRICA vai receber o Papa Francisco em Novembro deste ano. Os países que vão acolher esta visita são o Quénia (dias 25 a 27), Uganda (27 a 29) e República Centro Africana (29 a 30). O Colóquio internacional reuniu cerca de 300 teólogos para debater o contributo do Irmão Roger para o pensamento teológico, nos 75 anos da comunidade de Taizé. António Marujo jornalista do religionline.blogspot.pt “Um verdadeiro teólogo, ou seja, alguém que sabe falar de Deus”, foi como o cardeal Walter Kasper caracterizou o irmão Roger, fundador da comunidade de Taizé, no encerramento do colóquio internacional que, no início de Setembro, debateu o contributo do irmão Roger para o pensamento teológico. Kasper acrescentou, perante os cerca de 300 teólogos participantes (católicos, ortodoxos, protestantes e anglicanos), que o irmão Roger “sabia falar de Deus de modo existencial: era um teólogo de joelhos, que no silêncio escutava o que o Espírito lhe queria dizer, um teólogo que vivia o que dizia”. E os seus horizontes eram a esperança, a reconciliação entre os cristãos e a paz no mundo. O colóquio foi a última iniciativa das celebrações que, este ano, assinalaram em Taizé, os 100 anos “O irmão Roger tinha um pensamento teológico que partia do coração, uma teologia da ágape”. Gottfried Hammann do nascimento do irmão Roger, os 75 anos da sua chegada à aldeia e os dez anos da sua morte. Vários pensadores e investigadores, oriundos de diferentes igrejas cristãs, coincidiram na afirmação de que o irmão Roger não era apenas um grande místico contemporâneo ou alguém que escrevia belos textos de reflexão. “O irmão Roger tinha um pensamento teológico que partia do coração, uma teologia da ágape”, afirmou Gottfried Hammann, professor de Teologia em Neuchatel (Suíça) e membro da Igreja Luterana da Alsácia. Hamman contestou a afirmação de alguns colegas universitários, que negam que o pensamento do irmão Roger seja teologicamente estruturado. 5 OUTUBRO2015 O fundador de Taizé tinha uma “quase obsessão” pela teologia da unidade – que era quase “uma questão de vida ou de morte”, como ele disse várias vezes, lembrou a italiana Silvia Scatena, professora na Universidade Católica de Lovaina (Bélgica). “O irmão Roger e Taizé traçaram um caminho para o ecumenismo – não o oficial, mas o espiritual”, acrescentou Gottfried Hammann. E, mais do que a tolerância entre diferentes igrejas, o irmão Roger e Taizé têm procurado uma “hospitalidade confessional”, acrescentou Beata Bengard, doutorada em teologia protestante pela Universidade de Estrasburgo. O pastor Laurent Schlumberger, presidente da Igreja Protestante Unida de França, afirmou que o irmão Roger foi “um pioneiro” e por isso sofreu incompreensões, mesmo da sua família reformada de origem. Mas, acrescentou, ele abriu caminhos novos também no protestantismo, ao re- cordar o valor da vida monástica como “resistência à aceleração, à acumulação, ao isolamento do indivíduo”. O pioneirismo de Taizé verifica-se ainda na forma de rezar. Gottfried Hammann lembrou que o filósofo Paul Ricoeur, que visitava Taizé anualmente, dizia que a liturgia da comunidade era já “uma forma de pensamento”. O irmão Alois, actual prior da comunidade acrescentou a referência permanente do irmão Roger a “temas bíblicos”. Vários intervenientes no colóquio referiram-se ao pensamento de Roger Schutz como o de uma “teologia em acto”. Fosse com o acolhimento de refugiados em Taizé fosse com a Operação Esperança, lançada em 1963 pela comunidade para apoiar populações ou pessoas desprotegidas. “A palavra ‘esperança’ é inseparável do agir e de um agir que quer chegar efectivamente ao que [Charles] Péguy chamou ‘eixo da miséria’ do nosso mundo”, disse Marguerite Léna, professora de filosofia em Paris. Expressões identitárias desse caminho teológico e espiritual de Taizé foram sublinhadas por vários intervenientes: esperança, vulnerabilidade, alegria, misericórdia, confiança... O sul-africano Edwin Arrison, da Universidade do Cabo Ocidental, confessou: “Foi aqui em Taizé que aprendi a palavra confiança.” o autor escreve segundo a anterior nota ortográfica Justiça e Paz na Nigéria Simon Ayogu JUSTIÇA E PAZ O Padre Simon Ayogu esteve de férias na Nigéria e aproveitou para falar com o coordenador diocesesano dos vários ramos de JPIC da diocese de Nsukka, o Pe. UcheObodoechina. Foi um dos primeiros padres a ser ordenados nesta diocese, há quase 25 anos e, desde então, tem vindo a desempenhar a sua missão na diocese de Nsukka, tirando o tempo dos estudos realizados alguns anos na Alemanha. Atualmente, além de outros cargos que lhe foram atribuídos, é administrador da Sé Catedral, sendo coajudado por uns 5 padres na comissão JPIC. Apesar das suas variadíssimas funções e encargos revelou que o JPIC se ocupa com promoção humana, especialmente dos mais desfavorecidos. Esta tarefa é desempenhada através de intervenção da Igreja no ensino, na saúde, na criação de condições para uma participação ativa na vida politica, na agricultura, bem como na vida financeira dos mais pobres; enfim, em tudo o que a caridade nos impele e que tem a ver com o íntegro desenvolvimento da pessoa humana. Para o Pe. UcheObodoechina, o interesse pela predestinação das mulheres e crianças é um eixo à volta do qual giram as atividades da comissão, visto que são numerosos os casos onde as crianças (normalmente as meninas) não conseguem chegar onde deveriam por falta de recursos, como, por exemplo, à escola, e situações em que as mulheres não conseguem herdar o que pertencia ao respetivo marido, porque os familiares deste o não permitem. Apesar de alguma melhoria nestas situações, a verdade é que esses casos ainda persistem e geram situações dramáticas. Realçou, no entanto, que graças aos esforços desenvolvidos, muitas pessoas já se conseguiram encontrar consigo mesmas e com a vida. Para este sacerdote, um dos problemas de maior relevo é, sobretudo, a ignorância das pessoas quanto à essência dos seus direitos, pois “Se alguém não tem conhecimento de ter direitos, como poderá defendê-los? As pessoas acomodam-se com uma vida pouca digna porque não sabem mais e há quem se aproveite de tais situações.” A falta de recursos também não deixou de ser referida com profundo pesar, pois, embora tenha reconhecido que a nível local as pessoas se ajudam mutuamente e que a nível internacional a diocese tenha obtido ajuda por parte de algumas agências como missio, muito fica ainda por fazer, porque as verbas mal chegam para os fins destinados. Em jeito de conclusão, o entrevistado não deixou de frisar as atuações de BokoHaram que, felizmente, ainda não afectaram diretamente o sul da Nigéria, onde se encontra a diocese de Nsukka. No entanto é de notar que têm chegado a esta diocese muitas pessoas, com as suas vidas completamente desfeitas, após terem sido afetadas por BokoHaram. Neste acolhimento têm sido providenciados alojamento, alimentação e novas condições de vida àqueles que chegam e não têm onde reclinar a cabeça, além de organização de seminários, workshops e outras sessões que visam a integração desses irmãos nossos. Mesmo com todos os obstáculos da mais variada ordem, este trabalho junto da comunidade e dos irmãos é edificante. Cada pequeno sucesso alcançado na restauração de direitos é, sem dúvida, uma derrota das estruturas opressivas e injustas ainda muito enraizadas no país. FÁTIMA Curso de Missiologia RECORDE A rede Multibanco voltou a registar um recorde mensal em julho, ao registar um total de 210 milhões de operações processadas, um aumento de 5% face a dezembro de 2014. PRAIA A revista Traveler, do grupo Condé Nast, voltou a distinguir uma praia portuguesa numa seleção das melhores do mundo. Desta vez foi a Praia da Fábrica, em Cacela Velha. Membros da Família Espiritana presentes no curso de missiologia. André Azevedo «Vaivém Missionário», foi este o mote lançado por D. Manuel Linda na Eucaristia de encerramento do Curso de Missiologia realizado entre os dias 23 e 29 de Agosto, no Seminário da Consolata em Fátima. Nele participaram 6 Liamistas, bem como 4 Jovens Espiritanos em Formação, entre cerca de 80 participantes nesta edição do curso. Tudo começou pelo fim, com D. José Cordeiro (Bispo de Bragança-Miranda), no primeiro dia, a salientar a importância da missão na Igreja Local, seja em contexto de Nova Evangelização, seja no acrescento que os missionários, religiosos e leigos podem trazer para as suas comunidades de origem e inserção. No dia seguinte, D. António Couto (Bispo de Lamego) fez-nos mergulhar no «vai» e no «vem» da missão, a partir do Evangelho Segundo S. Marcos. Era Hora de «saída», e para isso o Frei José Nunes (Dominicano), acrescentou o imprescindível diálogo ecuménico e inter-religioso ao conjunto de artigos de primeira necessidade para qualquer missionário que se preze. Tempo ainda para a missão nas periferias da nossa sociedade, com um dia de formação e testemunhos da Comunidade Vida e Paz, dedicada ao trabalho com Sem Abrigos e dependências associadas. Em jeito de remate e recapitulação, a Dra. Isabel Varanda (UCP Braga), pôs os participantes a refletir sobre os fundamentos teológicos da fé e da missão, para que nunca faltem raízes sólidas a quem anuncia o Evangelho. Ficaram várias e valiosas lições desta formação, a ser plantadas e regadas nas estruturas da nossa igreja que se quer missionária, bem como o convite a que cada vez mais agentes de pastoral passem por este curso para que haja sempre mais e melhor missão. P. JOAQUIM MARTINS Cem anos com Missão Fátima Monteiro Espiritualidade(s) Há momentos em que de uma forma mais intensa somos chamados a ter o olhar fixo na misericórdia para podermos ser também nós mesmos sinal eficaz da obra do Pai. Papa Francisco existe, e não é apenas algo bonito, mas inatingível. Não! Jesus “anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz.” (Col 2,14). Ele destruiu tudo. “Portanto, agora não há mais condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus.” (Rom 8: 1). Nenhuma condenação! De qualquer tipo! É por isso que, como primeiro dever antes de começar este tempo de graça, devemos acreditar que essa misericórdia é real. Interiorizar o que ela significa na nossa vida e na vida da Igreja. Não podemos, como cristãos, manter fechada a porta da misericórdia que um Deus cheio de Amor nos abre de par em par. Mais do que nunca preparemo-nos para viver este tempo de graça de uma forma séria, mas plenos de alegria. Com Alegria, porque Jesus mostra-nos o coração de Deus como alguém de confiança, cheio de amor e ternura para dar aos Seus filhos todos, sem exceção. Deus não “ama mais” os que mais “merecem” mas ama com um amor todo especial aqueles que mais precisam, por causa do sofrimento, da solidão ou do pecado. Ninguém consegue pôr-se fora da misericórdia de Deus! Ninguém consegue descer abaixo do perdão de Deus! Não conseguimos anular o amor de Deus por nós… Alegremo-nos, pois! Apesar de, no nosso dia-a-dia, nos irmos deparando com pessoas e situações, das quais não esperaríamos encontrar tão ausente o rosto misericordioso do nosso Deus que nos foi apresentado em Jesus, procuremos nós o seu rosto, mostremos nós a grandeza de um coração moldado pela descoberta gradual deste Deus que é Amor. Porque somos chamados, a partir de Jesus, a olhar como Deus trata as nossas fragilidades pessoais com um pudor comovente… e, a fazê-lo também. Por outro lado, quando, como dizia Isaías, “juntamos solenidade e iniquidade” (Is 1, 13), o culto não gera Fraternidade, a crença não desperta para a Justiça, a Fé não se faz Misericórdia, a Esperança não se faz Solidariedade, a Caridade não se faz Compaixão… o que escrevemos (por mais belo que seja… e repetido em vários livros) não se traduz em vida!.. só a nós mesmos nos enganamos, à nossa volta já nada germina ou cresce. Um Ano de Graça… gosto sempre de saber quando começa (8 de Novembro de 2015)… não quero saber quando acaba! Por duas razões: primeiro, atarefamo-nos já em dezenas de atividades, belas, mas muitas vezes vazias para a continuidade; segundo, a Misericórdia… não pode ter fim! Que seja uma Ano de Graça para todos, da minha parte… tanta coisa a afinar com este imenso Amor que a cada dia vou descobrindo que Deus tem por mim. Que bom haver este Ano (para despertar consciências adormecidas) … mas isto é tarefa de uma vida inteira. JORGE SAMPAIO O antigo Presidente Jorge Sampaio foi um dos agraciados na primeira edição do Prémio Nelson Mandela, das Nações Unidas, pelo seu trabalho por um mundo melhor. NASCIMENTOS Nos primeiros sete meses deste ano nasceram mais 1500 bebés do que no mesmo período do ano passado. É em Lisboa que se concentra o maior número de nascimentos. POUPANÇA Saúde poupa 95 milhões de euros em remédios e equipamentos com a compra centralizada. Combateu-se a fraude. A receita eletrónica permite minimizar as fraudes. assim não ILEGALIDADES A Direção-Geral de Saúde, a ANACOM, o IAPMEI e a Segurança Social gastaram quase 1,5 milhões de euros em remunerações, benefícios e regalias ilegalmente no ano passado. INCENDIÁRIOS Caçados o dobro dos incendiários em relação ao ano passado. Cerca de 570 foram detidos e identificados por incêndios florestais. De janeiro a 23 de junho, houve 8955 incêndios. Sede misericordiosos como o vosso Pai é Misericordioso Quando soube que o Papa havia declarado um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia fiquei profundamente feliz e não poderia deixar de agradecer a bondade de um Deus que sabe mais do que ninguém o que seus filhos precisam. Nada mais apropriado para estes tempos que encontrarmo-nos com o rosto misericordioso de Deus. Temos sempre necessidade de contemplar o mistério da misericórdia. Pois esta é a característica de Deus, o modo como vem ao nosso encontro, é o que abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar do nosso pecado. Na Páscoa, descobrimos a incrível notícia de que o perdão autêntico assim sim Afonso Cunha INCÊNDIOS Os 662 incêndios dos 1766 ocorridos até 9 de agosto tiveram início entre as 20 e as 8h00, o que indicia provável origem criminosa. 37,4% dos incêndios florestais começaram à noite. Os Altos Céus, em Espinho, encheram-se de festa a 9 de Agosto com a celebração do centenário do P. Joaquim Martins, Espiritano que há quase 40 anos está ao serviço pastoral da Diocese do Porto. A celebração da Eucaristia foi presidida por D. António Francisco, Bispo do Porto e concelebrada por D. João Lavrador, o P. Tony Neves (Provincial), o P. António Coelho (Vigário Geral da Diocese), o P. João de Deus (Pároco), diversos padres diocesanos e Espiritanos que apinharam a Capela dos Altos Céus. A Animação litúrgica foi assegurada pelo grupo coral de Seixezelo, a última paróquia do P. Joaquim. D. António elogiou estes cem anos de Missão, muito fecundos, partilhados entre Angola e Portugal. Esta mesma atitude de ação de graças marcaram as palavras do P. Tony Neves, Provincial dos Espiritanos, que agradeceu a Deus o seu primeiro missionário a atingir cem anos de vida. FRAUDE Em dois anos e oito meses foram enviados para investigação mais de 400 processos devido à suspeita de fraude ou corrupção no Serviço Nacional de Saúde, num valor de 372 milhões de euros. TELEFONE O Estado não tem telefonistas para atender o telefone. Tem pessoal a menos. Gastou 10 milhões de euros, em cinco anos, com serviços de ‘call center’ privados. 6 OUTUBRO2015 7 OUTUBRO2015 PONTE J.S.F. NA PERIFERIA DO RIO DE JANEIRO ritmos do mundo Pedro Amorim Toque a Finados Ainda hoje nas aldeias, de cada vez que morre alguém, o sino da Igreja toca. E toca um toque triste e melancólico de pesar. Um toque que, quase instintivamente, nos imobiliza e faz ficar contemplativos, tristes e orantes… É o chamado Toque a Finados. Na aldeia global, em que dizem se transformou o mundo, o Toque a Finados foi substituído pelos tweets e likes nas redes sociais que anunciam a morte: ou de uma icónica criança ou de dezenas ou centenas (consoante o dia) de outras pessoas. Este Toque a Finados acaba depois destilado e refinado nos telejornais e restantes media mais convencionais. Talvez a grande diferença seja que este Toque a Finados dos sinos da Aldeia Global, a contemplação, a tristeza e a oração, deram lugar a uma emoção de duração efémera. Por vezes (muitas vezes) a emoção seguinte, é apenas uma variação sobre o mesmo tema da emoção anterior, ou seja, apenas mais um conjunto de mortes de pessoas semelhantes, de forma semelhante, com origem semelhante… Se chegaram até aqui na leitura desta coluna, creio que já adivinham o que se segue: as centenas de mortes que há no mar que separa Seres Humanos da morte quase certa, da lotaria de quem sobrevive numa improvisada barcaça. A chamada crise dos migrantes. Não queria entrar na discussão que não temos lugar para todos (argumento fraco, dado que, o número que nos chega à Europa, é muito baixo face à população Europeia); ou da confusão deliberada entre migrantes e refugiados para justificar que isto é apenas emigração ilegal (esquecendo que uma grande maioria são refugiados, que estão protegidos por convenções que obrigam a que lhes seja concedido asilo e que, mesmo que fossem emigrantes, têm direito a uma vida condigna). Pego neste tema, porque me inquieta a procrastinação dos líderes mundiais sobre o tema, que quando se conseguem reunir para debater o tema, nada decidem e adiam outras decisões para daí a 3 semanas(!), quando todos os dias continuam pessoas a morrer nas travessias e pessoas a serem tratadas como animais em alguns países fronteira. A ver vamos se, qualquer dia, o Toque a Finados não é para nós, civilização europeia, que deixa morrer à sua porta Seres Humanos, por nem as migalhas que caem da mesa do seu fausto repasto querer partilhar. Uma ponte para amar… por isso vai… “Pontes” de Solidariedade São atividades de voluntariado jovem que decorrem no mês de agosto. Realizam-se desde 1988 e já passaram por 6 países de língua oficial portuguesa. Saiba mais em www.espiritanos.pt/ponte tráfico ou a criminalidade. Um caminho que prejudica muitas crianças, adolescentes e jovens correndo o risco de serem eliminados na flor da idade. Um dos momentos importantes da nossa Ponte foi a visita à Casa do Menor, fundada pelo Pe. Renato Chieira, que acolhe muitos jovens que quiseram fugir desta tão triste realidade. É uma obra onde se pretende transmitir e transformar as suas vidas através do amor, concedendo uma vida melhor e mais digna. De uma forma bem visível, ajudou a perceber as palavras do Papa Francisco, na sua última mensagem para o Dia Mundial das Missões: “a missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas”. Ao olhar a dedicação, o amor, o clima tão familiar que habita nesta Casa do Menor revela que realmente só o serviço total por amor é que consegue abrir portas para um futuro melhor. ao serviço junto dos alunos as nossas competências. Apesar das dificuldades na aprendizagem sobretudo no Inglês, no Português e na Matemática, sentia-se que tinham vontade de superar essas mesmas dificuldades e adquirem maiores conhecimentos. Os Rastreios na área da saúde foram preparados para que os interessados pudessem rever a sua saúde, recebendo também alguns conselhos para que tivessem uma vida mais saudável. Por isso vai… Para amar! Fomos gerados no amor de Deus e fomos enviados a manifestá-lo aos outros. Os medos, os receios e as dúvidas existiram, mas nós como “Discípulos Missionários caminhando na Alegria” tivemos que os deixar de lado para comprometermo-nos na missão. Levámos na nossa bagagem o amor. Agora que regressámos, temos a certeza que tudo foi feito por amor. Estamos seguros de que a nossa missão era, mesmo, partir para Queimados. A missão, a partir do amor de Deus, iniciou-se no nosso grupo onde vivemos como uma família reflectindo-se nos serviços que fizemos na Paróquia. Foi uma semente lançada a partir do amor, tendo a consciência de que esse amor é um dom de Deus. Desta forma, podemos comprovar as palavras de Dom Luciano Bergamin, bispo de Nova Iguaçu: “O Rio sacia os olhos, a Baixada sacia a alma!”. E nós ficámos saciados e famintos por uma nova missão! Por isso vai… “Mais do que um conjunto de pessoas amigas que viveram na mesma casa e se aventuraram a partir em missão, fomos (somos) família. Num país onde há tantos conflitos, onde muitas crianças nascem em famílias desestruturadas, onde os professores são heróis lançados para o mundo da educação, onde se mata a qualquer preço, este foi um grande e silencioso testemunho.” Pe. Hugo Ventura “Ir para o Brasil foi uma redescoberta de mim mesma como ser humano, tal como eu dizia nas aulas de educação para a cidadania ‘ser pessoa não basta! Ser apenas pessoa é andar na sociedade sem fazer nada, sem ter um propósito de vida. Temos de ser Seres Humanos, pois esses pensam com a cabeça e sentem como coração!’” Jessica Sousa “Assim que aterrei em solo brasileiro, os meus medos deixaram de existir. Estava feliz e cheia de vontade servir a missão que Deus me tinha confiado. Partimos 8 conhecidos e tornamo-nos numa família. Aprendi muito e vivi muito. Darmo-nos aos outros nem sempre é fácil, mas reaprendi que a melhor prenda que se pode dar a alguém, é nossa presença e o nosso tempo.” Adriana Gonçalves “A minha maior alegria diária era sair de casa e perceber que muitos dos que por nós passavam nos reconheciam: ‘Os missionários portugueses…’. Sabemos que deixámos muito pouco, mas viemos cheios! Do carinho que recebemos sem merecermos, e de uma vontade imensa de fazer muito mais, em Portugal, em Africa… ” Beta Ferreira Por isso vai… Sem Fronteiras Marlene e João Paulo Somos oito jovens oriundos de diversas regiões de Portugal que aceitámos o desafio de partir em missão durante o mês de Agosto, para a Paróquia de Nossa Senhora de Conceição em Queimados, Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, Brasil. Fomos recebidos como filhos pródigos pelos Padre Luís Oliveira Martins, Laurindo e João Serra, Espiritanos que, há décadas, doam a sua vida ao povo brasileiro. A paróquia tem aproximadamente 40,000 habitantes. A maioria luta para ter uma vida mais digna e para isso são “obrigados” a deslocarem-se até à grande metrópole do Rio de Janeiro para poderem ganhar o pão de cada dia. O DNA da Baixada Fluminense é a pobreza. Durante o mês, cada um colocou os seus dons ao serviço deste povo, vivendo o nosso lema: “Discípulos Missionários, caminhando na Alegria”. Podemos dizer que esta missão ficou marcada pelo testemunho alegre de sermos cristãos, apesar das nossas diferenças. E foi sempre Cristo que seguiu à nossa frente a desafiar-nos: “Por isso vai…” Por isso vai… firmemente Estando na fila para embarcarmos no avião rumo ao Brasil, houve um senhor, residente no Rio de Janeiro, que ao ver-nos todos vestidos de t-shirt amarela, nos perguntou se nós íamos passear turisticamente para o Rio. Negámos e dissemos que partíamos em missão para Queimados. O homem, admirado, disse: “Mas ninguém vai para Queimados!” Esta é a grande imagem que muitas pessoas têm desta periferia. Apesar do nosso conhecimento sobre esta cidade, ainda continuávamos com receios da realidade social. A Baixada Fluminense é considerada uma periferia perigosa marcada pela violência, tráfico de droga, assaltos e assassinatos. Com a ocupação das favelas no Rio de Janeiro pela polícia, com a finalidade de acabarem com o tráfico de droga, muitos traficantes fugiram para esta Baixada, aumentando o número da violência que está de mãos dadas com os problemas da droga. Percorrendo Queimados, encontrámos muros altos que protegem desta triste realidade. Mas porquê muros tão altos e com arames farpados? Fomos apercebendo que eram necessários. Esta Baixada refugia pessoas que possuem um cadastro carregado de irregularidades. Um cadastro que começa desde a juventude, em que muitas crianças, adolescentes e jovens estão envolvidos no mundo da criminalidade e drogas. Por isso vai… caminhando Num mês é impossível cicatrizar todas as feridas desta Baixada. Fomos sentindo que, mais do que fazer actividades, éramos testemunhas da alegria de sermos jovens cristãos. Como jovens missionários fomos caminhando pelas ruas desta paróquia para que todos sentissem que estávamos lá para servi-los, testemunhando que a nossa alegria vem de Cristo e que, por isso, deixámos tudo para simplesmente estar com o povo. Este foi o nosso desafio: estar e amar cada um com quem nos cruzámos pelo caminho. Esta foi a nossa grande experiência! No dia da nossa apresentação à comunidade fomos acolhidos com imensos abraços, sorrisos, gestos de carinho e de muita fraternidade. Tudo isto fez com que nos sentíssemos em casa e, ao mesmo tempo, nos impulsionou para que nos déssemos totalmente a eles. Com a mesma afectividade, fomos acolhidos nas diversas comunidades por onde passámos. Durante uma semana, participámos na Semana da Família onde se pretendia que as comunidades cristãs se reunissem para reflectir sobre a importância da família para a vida pessoal, social e cristã. Caminhámos com as famílias, visitando os doentes das comunidades e participando num roteiro de sete encontros preparados pelos bispos do Brasil. Ao caminhar com as comunidades, apercebemo-nos que as famílias possuem diversos desafios que necessitam de ser encarados com entusiasmo, porque estas são a esperança de um mundo melhor. A falta da família faz com que muitos procurem refúgio e segurança noutros caminhos entre os quais a droga, a violência, o Os oito participantes da Ponte’2015, na Casa do Menor, fundada pelo Pe. Renato Chieira para acolher jovens que querem fugir dos caminhos da droga, violência e criminalidade. Aulas na Escola Metodista Posto de saúde Partir sem fronteiras é ter a certeza que não podemos deixar as amarras nos prenderem nos desafios. Partimos em direcção às escolas Leopoldo Machado e Metodista. O ensino em Queimados revelou-se totalmente diferente! O nosso desafio nas escolas era de consciencializar os adolescentes/jovens, crianças e adultos para as temáticas da «Sexualidade e Afectividade», da «Violência e Drogas», da «Cultura e Preconceito» e da «Educação para a Cidadania». Estas temáticas não eram tratadas em ambas as escolas, pois existe um certo receio em as abordar. Sentimo-nos responsáveis por alertar aquela juventude para as problemáticas que de facto acontecem nesta Baixada. Regressámos com a esperança de que as nossas palavras tenham sido uma semente que dê frutos. Os encontros pastorais foram momentos de enriquecimento mútuo mostrando que existem diferentes formas de sermos discípulos missionários. Nesses encontros, partindo da nossa experiência paroquial, salientamos que devemos estar ao serviço das necessidades da Paróquia. Mostrando, assim, que muitas vezes é mais fácil ser missionário fora do nosso berço, esquecendo que a nossa missão começa com quem está próximo de nós. As crianças chegavam e a alegria era contagiante. E nós não poderíamos ficar atrás! No ATL, tivemos a oportunidade de fazer diversos trabalhos manuais, mostrando que podemos reutilizar o material que usamos diariamente. Foram momentos de grande proximidade entre nós e as crianças, que de uma forma bastante simples quiseram mostrar todo o apreço na hora de despedida. Os tempos de Reforço Escolar foram momentos de colocarmos “Arriscar partir? Porquê? Porque superei as minhas ideias pré-concebidas… Porque em cada abraço senti o quanto era importante estar ali… Porque coloquei os meus dons ao serviço… Porque sim! Sei que provavelmente devem estar a pensar ‘porque sim! Não é resposta!!!’ Mas afinal: Deus fez-nos um desafio… e a resposta foi SIM!” Luís Rafael Azevedo “A minha experiência ajudou-me a perceber o valor da alegria, apesar de todo o sofrimento que carregam os rostos de cada pessoa desta periferia do Rio de Janeiro. É um povo que, apesar de tudo, não perdeu a alegria do valor da vida e que estão preocupados quanto ao futuro.” João Paulo Freitas “Após muita angústia, percebi que o melhor que podemos fazer é dar o nosso tempo e atenção de forma verdadeira e simples. E foi assim que voltei, sem vontade de voltar, com 7 irmãos na alegria, com um pouco de todas as pessoas que se deram a mim, mas com esperança de ter deixado um pouco de mim em todas as que me dei.” Adriana Cavaco “Com o grupo aprendi que partir em missão pode-se resumir na palavra “estar”. Mas este “estar” foi um estar com amor, um estar com alegria, um estar de coração aberto para acolher o próximo, um estar em família e um estar em plena união com Deus. Trago a certeza de que a minha missão no mês de Agosto era estar em Queimados com este grupo e que a missão transcende os meus planos.” Marlene Veríssimo provocações Hugo Ventura Encher o coração Querido Pai que estás no céu, sinto-me feliz e com o coração cheio. Há experiências e pessoas que nos marcam profundamente. Recordo duas experiências vividas ultimamente, ambas em contexto da Ponte 2015, no Brasil. Nas ruas da “cidade maravilhosa”, entre prédios de escritórios, lojas e de habitação, no meio das grandes avenidas, cheias de pessoas que correm de um lado para o outro, surgiam aqui e acolá, entre uma indiferença generalizada e talvez habitual, os mendigos deitados no chão ou então abrigados debaixo das pontes e viadutos. São as feridas e chagas que ninguém quer ver. Perdão meu Pai! Quanta cegueira… A outra experiencia, de tão simples, parece nem ter nada de especial. Mas ficou gravado em mim o momento e a intensidade das emoções. Já no fim de uma actividade numa das escolas, depois das fotos e de muitas ”selfies”, vi que um dos jovens, portadores de deficiência física, estava num canto, assistindo ao “espectáculo”. Juntamos o grupo de voluntários e com ele tiramos a fotografia mais intensa e cheia de emoções. Há gestos que valem mais do que mil palavras! Também eu muitas vezes faço parte desta grande massa de gente de coração duro, indiferente, que deixa o ‘outro’ na margem. Dai-me, querido Pai, um coração capaz de amar sem excluir ninguém. Mas também há pessoas que deixam em nós um perfume de santidade e de amor e entrega à missão. Recordo a figura de Dom Luciano Bergamin, bispo da Diocese de Nova Iguaçu. No coração desta Baixada Fluminense, um homem de Deus, com um humor especial, que nos acolheu como seus “filhos”. Que nos visitou em nossa casa e nos encorajou a continuar a missão, indo também ele ao encontro dos outros. Mas sobretudo nos deixou uma frase que ainda ecoa em mim: “o Rio de Janeiro enche o olho, mas a Baixada enche o coração”! Obrigado, querido Pai, por tantos homens e mulheres que têm o coração cheio, não de coisas e sonhos, mas de Ti e do Teu amor. Gente como eu, que dizem sim ao Teu chamamento para ir e ser testemunhas do Teu reino. “Por isso vai fortemente, por isso vai a caminhar. Por isso vai sem fronteiras, por isso vai para amar”. Queres vir? Então junta-te a nós e vamos juntos! 8 animação missionária Nuno Rodrigues OUTUBRO2015 «A dimensão missionária, que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de vida consagrada, e não pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma.» «Para viver o testemunho cristão e os sinais do amor do Pai entre os humildes e os pobres, os consagrados são chamados a promover, no serviço da missão, a presença dos fiéis leigos.» Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões PONTE DO LIMA Outubro Missionário Feiras Novas com sabor a Missão O mês de Outubro é o mês missionário, pois celebramos no penúltimo domingo do mês, o Dia mundial das missões. Por isso, deve ser um tempo cheio de Missão. Ninguém pode ficar de fora. Todos são chamados, neste mês, a proclamar em alta voz, o que nos vai no nosso coração. Todos os anos o Santo Padre aproveita a oportunidade para nos escrever uma mensagem. O tema deste ano é a Vida Consagrada e a sua relação com o chamamento e envio para a missão. Diz-nos o Santo Padre: “a dimensão missionária que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de vida consagrada. A missão não é proselitismo, nem mera estratégia; a missão faz parte da gramática da fé, é algo de imprescindível para quem se coloca á escuta da voz do Espírito que sussurra vem e vai”. Fazendo referência á exortação apostólica o Evangelho da Alegria o Papa volta a repetir: “a missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas”. O cinquentenário do Decreto conciliar Ad Gentes lembra-nos o seguinte: “(…) a ânsia missionária surgida do Concilio Vaticano II concretizou-se numa extraordinária abertura á missão ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento de irmãos e irmãs provenientes das terras e culturas encontradas na evangelização, de modo que hoje pode-se falar de uma generalizada interculturalidade na vida consagrada. Por isso mesmo, é urgente repropor o ideal da missão com o seu centro em Jesus Cristo”. Aos jovens é lançado o seguinte desafio: “não deixeis que vos roubem o sonho duma verdadeira missão, dum seguimento de Jesus que implique o dom total de si mesmo”. Numa linha de compromisso e de acção missionária, o Santo Padre vem-nos lembrar que os destinatários privilegiados da Missão “são os mais pobres, os humildes e os doentes, aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que não podem retribuir”. “No campo imenso da actividade missionária da Igreja, cada baptizado é chamado a viver o melhor possível o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal”. O mês de Outubro deve marcar a diferença no nosso ritmo de igreja e de celebração. A Missão e a actividade missionária da Igreja devem-nos ajudar a tomar mais consciência que, hoje, mais que nunca, precisamos de homens e mulheres que saiam para a rua e anunciem com a Palavra e com a Vida, o que o amor não pode calar: a paixão por Jesus e pelas pessoas. 9 OUTUBRO2015 DIOCESE DE VIANA Assembleia Diocesana da LIAM No passado dia 27 de Setembro, a paróquia de Refoios, Ponte de Lima, acolheu a Assembleia Diocesana da L.I.A.M. com o objectivo de viver a abertura do mês missionário. Guiados com o tema das Obras Missionárias Pontifícias (OMP) para este ano pastoral: “Missão, Sempre e Em Todas as Frentes”, os liamistas de Viana do Castelo fizeram um tempo de reflexão sobre as implicações concretas dos apelos do papa Francisco e, em seguida, realizaram a elaboração da programação anual. De tarde, foi tempo de festa. Fez-se a apresentação do material missionário que cada ano as Obras Missionárias Pontifícias oferecem às paróquias. O momento alto desta jornada diocesana foi a celebração da Santa Missa com a presença de D. Anacleto, bispo de Viana. Tiago Barbosa Em Ponte de Lima, manda a tradição que no mês de Setembro haja Festa. E este ano não fugiu à regra... São as famosas Feiras Novas. Para quem visitou esta vila, que dizem que é a mais antiga das vilas, desde os dias 10 aos 14 do mês, houve festa popular, convívio, animação de rua e presença do grupo missionário de Ponte de Lima. Nestas festas, também já é uma tradição que o grupo de Liamistas de Ponte de Lima se faça presentes para angariar donativos em fa- vor das Missões. Este ano, como bem o sabemos, a LIAM tem duas campanhas em simultâneo: apoio à construção do Seminário Espiritano em Moçambique e ajuda à construção da residência paroquial e centro de catequese em Tefé, Amazónia. Tendo em mente este duplo objectivo, os Liamistas de Ponte de Lima, orientados pela Ana Maria, leiga associada e animadora do núcleo de Arcozelo, durante três dias das Festas “Feiras Novas” tentam angariar fundos e dar um toque com sabor à Missão. É de louvar a generosidade de tanta gente que colabora doando artigos, brinquedos, bordados e outros bens e dá do seu tempo, manhãs e tardes, para estar na tendinha das Missões. Uns oferecem rifas, outros vendem as famosas toalhas de linho, feitas à mão. Na verdade, quando se visita esta tendinha, aí se comprova a força da partilha e do espírito de abnegação. É a grande lição que se escuta no livro dos Actos do Apóstolos ao descrever a Igreja nascente: “há mais alegria em dar do que em receber”. Recreativa, Cultural e Desportiva de Albergaria), e também no Centro Social do S. Pedro, junto dos mais velhos. Os JSF apanharam o comboio para o Entroncamento, cidade historicamente ligada aos caminhos-de-ferro, onde desenvolveram o trabalho missionário em três dos lares do Entroncamento – Santa Casa da Misericórdia, Fernando Eiró e Ferroviários – e com um grupo de crianças da escola “Rumo ao Futuro”, no parque do Bonito. LIAM Mafra LIAM Guimarães LIAM Izeda LIAM Alcanena LIAM Foz do Sousa LIAM Vila Franca do Campo LIAM Seixo de Mira LIAM Mafra LIAM Guimarães LIAM Stº Adrião / Braga Maria Neves da Silva Lucilia Lemos C. Oliveira José Maria Nunes Moreira Maria Adelaide Oliveira Vidal Alice Nabais (MOMIP) rações «pequeninos» são capazes de repousar em Deus, como uma criança ao colo da mãe: «Senhor, o meu coração não se orgulha nem os meus olhos são altivos, não vou atrás das grandezas nem de prodígios que me excedam. Ao contrário, aquieto e sossego a minha alma, como uma criança saciada no colo de sua mãe; como uma criança saciada, assim a minha alma dentro de mim. Israel, põe a tua esperança no Senhor, desde agora e para sempre» (Sl 131). É com esta humildade dos «pobres de Deus», que o P. Laval se alegra por poder prestar pequenos serviços como dar catequese ou fazer de porteiro da comunidade: «O exercício do santo ministério é-me cada dia mais difícil; reduz-se a algumas confissões e à catequese duas vezes por semana, para a primeira comunhão do “velho mundo”. Guardo o locutório, onde faço de porteiro, o que me permite dar pequenos conselhos aos que vão e vêm; é um ministério que ainda não é totalmente infrutífero». Mais do que com o que faz é com a sua presença de Santo que o P. Laval continua a atrair os corações para Deus. Eis o belo testemunho de um dos seus confrades: «O P. Laval continua a fazer cada dia, na minha missa, a santa comunhão, para grande edificação de todos os assistentes e de toda a cidade, que o venera como um santo. Ele é-nos tão útil aqui pela sua simples presença, é útil a toda a missão, que teremos uma grande perca quando Nosso Senhor o chamar para Si. Como temo esse momento! Tremo ao pensar nisso, e peço a Deus e à Santíssima Virgem que tenham piedade de nós». 129,00€ 15,00€ 40,00€ 450,00€ 400,00€ 300,00€ 150,00€ 600,00€ 200,00€ 23,00€ 20,00€ 32,00€ 500,00€ Bolsas de Estudo LIAM Vila Franca do Campo LIAM Barreiro LIAM Stª Catarina Maria Eugénia Cabaço Lino 500,00€ 250,00€ 250,00€ 250,00€ 200,00€ 200,00€ 183,00€ 300,00€ Fundo de Solidariedade Espiritana LIAM Barreiro 50,00€ LIAM Guimarães 108.50€ Maria Palmira . Vieira Miranda 93,00€ Maria Lurdes Fortuna 1.000,00€ Maria Odilia Paula 250,00€ Centro Vocacional e Seminário da Praia (Cabo Verde) A visita ao Museu Nacional Ferroviário precedeu a mais longa das viagens realizadas neste périplo ferroviário, entre Entroncamento e Vale de Prazeres, no concelho do Fundão, onde, no primeiro dia, além da eucaristia e da vigília, foi dada especial atenção às crianças, com um encontro de apresentação e posterior sessão de animação missionária. As visitas aos lares da Santa Casa da Misericórdia de Soalheira e de Alpedrinha, no dia e de ação de graças, pela família como “viveiro” de vocações consagradas, tendo como base a partilha em direto dos pais de dois consagrados (uma jovem Irmã do Convento e um Sacerdote Espiritano), e do testemunho de quatro jovens desses jovens. Se dúvidas houvesse, ficaram dissipadas acerca do papel fulcral da família, mas também da escola, no alimento e crescimento da vocação pessoal. O dia de inserção na comunidade local proporcionou o contacto inesquecível com instituições que recebem as “franjas” da nossa sociedade: crianças e idosos. Constatamos uma vez mais que estas continuam a ser “um mal necessário” tendo em conta a fragilidade de muitas das nossas famílias, e o urgente que é, ajudar a família a reestruturar-se. Marcamos presença no Lar de Santo António e Jardim de Infância de S. Sebastião/CAT que acolhem crianças e jovens em risco, e nos Lares do Centro Pastoral e o de S. Caetano que acolhem idosos. A vertente cultural foi direccionada para um maior conhecimento da região envolvente, com visitas ao Museu Nacional Grão Vasco, às Termas de S. Pedro do Sul, ao Museu do Caramulo, à Casa de Santar, em Canas de Senhorim, à Casa de Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato e ao Museu Municipal do Carregal do Sal. Ainda durante o Encontro, decorreu ainda um momento fundamental para o MOMIP: a Assembleia Geral, na qual foi feita a avaliação do ano que terminou, elaborando o plano de ação para o próximo ano tendo em conta as linhas fortes desta direção: Renascer, Crescer e Atuar. Foi dada ainda pelo Pe. Nuno Rodrigues a informação que em 2016 se realizará uma experiência de missão ad gentes, no verão, que integrará membros do MOMIP. Continuará a ser feita uma aposta na criação de materiais lúdico/didáticos, de caráter missionário, que permitirão dinamizar mais facilmente as idas às escolas e o contacto das crianças e jovens com a Missão, levando-os a ser mais solidários e a comprometerem-se com o desenvolvimento integral dos povos. O nosso estimado Provincial, Padre Tony Neves marcou presença no Encerramento do Encontro, confirmando a nossa conclução de que “o Movimento precisa de continuar a apostar nas prioridades definidas, tendo em conta que somos portadores de esperança ativa, num momento decisivo em que educar é, mais do que nunca, é apostar no futuro, como diz o Papa Francisco”. Projeto Moçambique (P. Raul, P. Damasceno) LIAM Stº Adrião / Braga Casa Formação Manila LIAM StºAdrião / Braga Guiné - Pe. Manuel Semedo LIAM Mafra LIAM Madorna Amazónia - Pe. Gaspar seguinte, mostraram que, apesar de algumas situações difíceis, a generalidade dos idosos é exemplo de longevidade, com idades superiores a 90 anos e, nalguns casos, a 100. No dia seguinte, após passagem pela Póvoa da Atalaia, de manhã, o grupo partiu para a Covilhã, onde, tal como no Fundão, as visitas aos lares de idosos da cidade, nomeadamente ao Lar de São José e à Associação Mutualista Covilhanense destacaram-se pelas histórias contadas entre acordes de canções como a “Laurindinha” e o “Alecrim” e pela fé demonstrada por todos durante a eucaristia. Além destas visitas, o grupo promoveu ainda um encontro com jovens na capela do Refúgio, uma caminhada orante que culminou numa eucaristia campal junto à imagem da Nossa Senhora da Conceição e um chã missionário com a comunidade, antes da despedida para voltar a apanhar o comboio, desta vez, não para partir, mas para cada um regressar às suas paróquias. Encontro Nacional do MOMIP 340,00€ 200,00€ Missões IntraRail Missionário VISEU Projeto Amazónia (P. Farias) Outros Projetos Missionários DO POMBAL À COVILHÃ Um grupo de dez Jovens Sem Fronteiras, orientado pelo Padre Pedro Fernandes, participou, de 24 de julho a 2 de agosto, no IntraRail Missionário, atividade inédita no movimento, que se iniciou em Albergaria dos Doze - Pombal, e terminou na Covilhã, com passagens pelo Entroncamento e pela zona sul do concelho do Fundão, com as deslocações a serem realizadas de comboio. Estes jovens, provenientes desde São Cristóvão de Selho, no Minho, até Santa Catarina da Fonte do Bispo, no Algarve, passando por Santo Ovídio, Godim, Avanca, Portela, Agualva, Barreiro e Palmela, levaram a tais lugares o espírito missionário característico do movimento e dos espiritanos, evidenciando-o nas eucaristias, nas vigílias, nas visitas aos lares e centros de dia, e nos encontros com crianças e jovens. De rodas assentes na linha, o comboio seguiu caminho para o primeiro destino… Albergaria dos Doze, onde a missão tanto decorreu nas eucaristias, como no campo de futebol, com os jovens do ARCUDA (Associação Campanhas de Solidariedade LIAM de Lamas/Mozelo 106.14€ LIAM Guimarães 150,00€ Anónimo168,00€ Anónimo de Gandara 60,00€ João Marques Patricio 15,00€ Celeste Amaral Nobre 45,00€ Paula Silvestre 80,00€ Maria Celeste Sá Alves 93,00€ Maria Adelaide Oliveira Vidal 31,00€ Emília Saramago “Família em Missão” foi o tema do 54º Encontro do MOMIP – Movimento Missionário de Professores, e que teve lugar de 1 a 8 de agosto de 2015 em Viseu. Encontro de colegas, mas sobretudo, encontro de irmãos que partilham o amor à causa missionária, vivida pela Família Espiritana. Num momento que a História reconhecerá como período de grandes mudanças na sociedade, de ataques cruéis e ferozes à Família, tivemos oportunidade de reflectir sobre a “Ditadura da Ideologia do Género” (assim intitulada pela Dra. Isilda Pegado) que subtilmente se quer instalar, suas consequências e efeitos, e ainda sobre o nosso papel como agentes de educação. A abordagem do tema foi em várias perspetivas: família cristã, família educação e, família e dom Presença de Santo CEPAC Amélia Pires (Campo de Gerês) 53,00€ Ate n ç ã o Os cheques e vales de correio para pagamentos da Ação Missionária e da Editorial (Almanaques e calendários) deverão ser endossados a: Missionários do Espírito Santo Para transferências bancárias é favor usar o NIB: 0010 0000 1997 7900 001 18 Informar sempre a LIAM, por telefone ou email, das transferências efetuadas: [email protected] da Vida Consagrada. As reflexões dos dois oradores de excelência que enriqueceram este Encontro, ajudaram-nos a consciencializar que “ser professor é acima de tudo ter a responsabilidade do mundo” (como referiu a Dra. Isilda Pegado (presidente da Federação Portuguesa pela Vida) e de que é essencial a memória/tradição, a vivência e o discernimento, para que as nossas crianças/jovens possam fazer escolhas felizes (como referiu o Prof João César das Neves). Outro dos momentos fortes do Encontro, foi o dia de Espiritualidade, vivido no Convento das Irmãs Concepcionistas de Santa Beatriz da Silva; a manhã foi orientada pelo Assistente do Movimento, Pe. Nuno Rodrigues e pelo Pe. Tiago Barbosa, sobre a Família e sobre o que é ser discípulo missionário. A tarde, foi de confirmação da importância Agostinho Tavares BEBER DA FONTE ESPIRITANA O P. Laval, amigo leitor, já não podia fazer quase nada. Além de se entregar à meditação assídua da Palavra de Deus - que é, dizia ele, «o que refresca a alma e a sustenta, todos os outros livros, à exceção da Imitação de Cristo, valem, em comparação, bem pouco. Sim, é o livro dos livros; nele encontramos tudo» -, passava muito tempo diante do Santíssimo, de acordo com o testemunho do P. Thévaux: «Nos últimos dois anos, o P. Laval já não podia ler com a luz da lâmpada, mesmo com a ajuda de óculos e de uma espécie de ecrã de que se servia por causa da debilidade dos seus olhos. De modo que, das seis às oito e meia da noite, tempo de oração para a comunidade, mantinha-se num piedoso recolhimento, ou ia repousar aos pés do Santíssimo Sacramento. Acontecia-lhe, às vezes, adormecer: “Mas eu espero, dizia ele, que este sono não desagrade a Nosso Senhor; o Dono deixa o cão dormir à vontade a seus pés... Como se descansa bem aos pés de Nosso Senhor! - dizia ele. Este pacífico repouso faz bem ao corpo e à alma. Basta apenas alguns minutos para nos refazermos; despertamos com a alma cheia de boas disposições para com Deus». É a simplicidade de criança, a confiança absoluta, que brotam do coração do nosso Beato. Só os co- 10 OUTUBRO2015 11 OUTUBRO2015 Semanas Missionárias Se arde no coração é missão! Lembra-se da última vez que sentiu Jesus tocar a sua vida? Chamá-lo/a a uma missão? E da resposta que Lhe deu, recorda-se? É por todas essas missões, as que se realizam todo os dias e as que ainda precisam de obreiros, que rezamos durante o mês de Outubro, época por excelência que nos recorda a nossa origem e o sentido da nossa vida. Escolhemos os momentos de oração para refletir sobre os caminhos que tomamos enquanto comunidade e/ou movimento e agradecemos ao Senhor pela coragem que nos dá todos os dias para fazer “mais e melhor” pelos outros. Mas será que rezaríamos por essas mesmas intenções se sonhássemos que Deus quer que sejamos nós (e não os outros) a concretizá-las ou nem colocamos essa hipótese de sermos “os escolhidos”? Recear não ser chamado pelo Pai para uma missão é algo que não pode existir na vida de um cristão atento: a Humanidade grita pedidos de auxílio todos os dias, dentro e fora dos nossos locais de vida, e é na oração com Deus que encontramos o rumo a dar a este desejo de entrega, conscientes de que aquilo que nos arde no peito é o próprio Deus a colocar essa intenção no mais íntimo do nosso ser. O Papa Francisco, por altura da Solenidade de Pentecostes, afirmou que “a missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas” e essa é talvez a forma mais simples e concreta de olhar a nossa fé: precisamos de nos apaixonar pelos sorrisos dos outros, de sermos solidários com a dor alheia, de nos sincronizarmos com o próximo, sentindo-lhe as pulsações, sem julgamentos. Precisamos urgentemente de ajudar os irmãos desprotegidos (sem abrigo, refugiados da guerra, entre tantos outros que sofrem) em tudo o que nos for possível, sem olhar às diferenças culturais ou às limitações que nos impedem de ver o outro como irmão; precisamos também de “investir” algum do nosso tempo a chamar de volta os irmãos na fé mais “adormecidos” pelo tempo, pelas dificuldades ou tão simplesmente pela voracidade do dia a dia, para que sejamos cada vez mais a tornar próximo o Reino de Deus com testemunhos e vida. É na missão que nos encontramos com Deus, presença evidente no rosto de quem sofre, e crescemos na relação com Ele. Neste mês de Outubro peço por todos os jovens sem fronteiras, para que saibam dizer sim nas pequenas e grandes missões do dia a dia sem limites nos sonhos, nos projetos ou na vida! um mês, um site miguel ribeiro cinema Lúcia Pedrosa JOVENS SEM FRONTEIRAS UM FILME DE JAFAR PANIHI Semanas Missionárias NADADOURO FOZ DO ARELHO 1 a 10 de Agosto 16 JSF com o Pe. Miguel Ribeiro Sara Silva • Chegamos sem nada conhecer… e cada um de nós chegou com a sua bagagem. Uns traziam sorrisos, outros traziam histórias, os mais ousados traziam dinâmicas e os mais sérios, traziam orações. Cada um de nós trouxe o pedacinho que faltava ao outro, e por isso, é que fomos capazes de ser mais do que um só, fomos UM. Vivemos com a certeza de que valeria a pena… Vivemos dez dias que nenhum de nós pode esquecer. O Lar da Foz do Arelho, o Lar da Serra do Bouro, o Centro de Dia do Nadadouro e as maravilhosas pessoas que tivemos o prazer de visitar em suas casas, fizeram com que cada minuto quisesse ser eterno. Há sempre algo de mágico nos Idosos, e só de olhar para eles, sentimos que já aprendemos. Cantamos, dançamos, rezamos, mas acima de tudo, estivemos lá, de alma e coração, a ouvir cada história, a sentir cada abraço e cada beijo, a dar a mão, a rezar juntos, pois só assim é que fazia todo o sentido. E quanto à comunidade, nem todos os obrigados chegam para agradecer, pois mesmo não estando em nossa casa, a palavra Casa, fez todo o sentido. Foram os almoços, os nossos adolescentes, o lanche com a comunidade, os momentos que partilhamos a caminhar, em oração e em todas as Eucaristias, foi tudo isto que nos fez desejar pedir mais tempo ao tempo, para ficar um pouco mais nesta nova Casa. Regressamos com lágrimas de saudade… Com vontade de voltar, ser mais e melhor. Temos o coração cheio, temos o espírito renovado, temos saudade. Uma saudade que nos vai fazer continuar. A nossa missão não 12 a 23 de Agosto 14 JSF com o Pe. Tiago Barbosa Rita Coelho • Jovens de Norte a Sul do país juntaram-se na bela cidade de Viana do Castelo, conhecida como a Princesa do Lima para realizar aquela que foi a primeira semana missionária em contexto citadino. Foi uma nova experiência para todos os Jovens Sem Fronteiras que fizeram parte deste grupo. As habituais visitas a lares e ATL foram praticamente inexistentes. Mas em compensação, o participar nas Festas da Sra. da Agonia foi o ponto mais alto desta semana. Foi proposta a tarefa de “mostrar” que as festas não são só carrinhos de choque, músicas e farturas, mas também são um grande momento de espiritualidade e de crescimento na fé. E assim, ao longo de 11 dias, foi esta a mensagem passada através da participação na novena, na Transladação das imagens do Sr. dos Aflitos e da Sra. da Assunção, na Noite dos Tapetes, na Procissão ao Mar e mesmo até nos desfiles alegóricos. A alegria da nossa missão foi transmitida por todos e para todos. E feito agora o balanço final, foi uma alegria recebida pela comunidade que nos acolheu, pelos jovens que trabalharam connosco. A semente da missão ficou em Viana do Castelo e agora resta continuar a regá-la até que germine. Esta é a nossa missão. RIO DE COUROS OURÉM 21 a 31 de Agosto 17 JSF com o Pe. Victor Silva Gisela Barreiro e Verónica Rodrigues • Nesta semana missionária pudemos conhecer Viana do Cas te lo Entradas www.refugiados.pt Rio de Couros melhor as paróquias do padre David Barreirinhas: Rio de Couros, Ribeira do Fárrio e Formigais. Sendo a população que encontrámos bastante idosa, o nosso foco foi logo direcionado a eles. Assim sendo, estivemos em alguns lares das paróquias onde a música e a oração foram algumas das coisas que não faltaram. Muitas foram as visitas ao domicílio junto das pessoas mais debilitadas que infelizmente foram imensas... em cada casa que entrávamos existia um olhar triste, por vezes perdido mas à medida que o tempo ia passando, que nos íamos integrando, acabava por acontecer sempre um sorriso cúmplice, um olhar meigo... muitas foram aquelas que nos disseram que tornámos o seu dia melhor e que não nos iam esquecer... Obrigado, fizeram-nos sentir ainda com mais alento e com o propósito certo que a nossa missão e a nossa estadia faziam sentido! Nos encontros com os diferentes grupos de jovens locais e JSF, as atividades ficaram marcadas pela oração, pelo convívio e pelas dinâmicas realizadas. Levámos àqueles jovens essencialmente o nosso espírito de união, a nossa boa disposição, mostrando quem somos, o que fazemos e ao que vimos. Na Ribeira do Fárrio e em Rio de Couros realizámos um pequeno encontro com as crianças da catequese, onde aí imperou sem dúvida o sorriso, a alegria contagiante de Estar e Ser, e onde todos nós nos sentimos um pouco crianças. Houve ainda espaço para momentos de convívio, festa, desporto, em comunhão com a população local. Enfim… foi maravilhoso ver os sorrisos daquelas pessoas com quem nos cruzámos ao longo da nossa caminhada, do nosso dia-a-dia. Nestas terras, não só nos sentimos verdadeiros pescadores de homens como também nós fomos (bem) pescados. Esta semana marcou-nos pela oração, união e cooperação. Estes foram os principais ingredientes para viver aqueles 10 dias, dando o máximo de nós. Muitos foram aqueles que superaram os seus medos e que se deixaram levar por Deus e pelo caminho que Ele construiu e constrói a cada dia. A nós, resta-nos agradecer toda a dedicação de todas as comunida- des que nos receberam e que tão bem cuidaram de nós, sem vós nada disto era possível. Obrigado por tudo! ENTRADAS CASTRO VERDE 21 a 31 de Agosto 20 JSF com o Pe. Raul Lima Sara Ribeiro • De 21 a 31 de agosto, os jovens partilharam a alegria de ser cristão com esta população alentejana. O trabalho realizado contemplou o contacto com os idosos, crianças e jovens. Houve a oportunidade de visitar o lar de Castro Verde “Jacinto Faleiro” e o Centro de Dia de Entradas “Frei Manoel das Entradas”, onde em ambos se conversou com os utentes, cantou-se, jogou-se às cartas e ainda se realizaram algumas atividades. Com as crianças e os jovens, surgiram momentos de atividades lúdicas, bem como sessões de cinema e torneios/jogos de futebol. Um facto curioso aconteceu nos primeiros dias, quando as próprias crianças acompanharem os JSF em visitas ao domicílio, dando-nos assim a conhecer à freguesia e vice-versa. Sendo discípulos missionários, caminhámos na alegria com uma festa missionária que teve também a participação do grupo JSF de Castro Verde e das Neves. E, no fim da semana, participou-se com ânimo na eucaristia e procissão das festas de Santa Bárbara. Além do trabalho com a comunidade, o grupo fortaleceu a sua fé nos diversos momentos de oração, em debates com exposição de dúvidas acerca da igreja católica, e ainda com a habitual convivência em “família”. A semana missionária de Entradas fica, assim, marcada pelas diversas interações e testemunhos trocados e pelo espírito de crescimento em grupo. Tal como o P. Raul, que nos acompanhou, referiu num dos seus sermões, baseado nas palavras de Santo Inácio de Loyola, para ser católico e ser missionário deve-se trabalhar como se tudo dependesse de nós e confiar como se tudo dependesse de Deus. “Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar” é o ‘grito’ que se ‘escuta’ ao abrir o site que a Plataforma de Apoio aos Refugiados criou para ajudar a responder à crise de refugiados. Um drama que até agora só nos tem chegado pelos diversos meios de comunicação, mas que nada tem de virtual. Não se pode silenciar a voz de Sophia, nem a da nossa consciência, esse “santuário” onde nos fala o Senhor. São as “Marias” e os “Josés” que correm pela sua vida ou à procura dela, pois no lugar de onde vêm só se respira morte, violência e ódio. Não podemos ignorar e podemos, de facto, fazer algo. Em www.refugiados.pt vários caminhos se abrem: informar-se – fugindo à desinformação lançada por fontes xenófobas –, inscrever-se como voluntário, oferecer o serviço da sua empresa/instituição para acolhimento de famílias, fazer um donativo, etc. Só há uma coisa que não pode fazer: ignorar! Ao longo dos próximos tempos, a Europa vai mostrar as suas raízes cristãs, presentes em cada cristão que viva enraizado em Cristo. Contamos consigo? publicação mensal de formação e informação missionária Nº registo: 101394 Depósito legal nº 250/82 Diretor: Tony Neves Chefe de Redação: Victor Silva Conselho de Redação: Tony Neves, Aristides Neiva, Glória Lopes, Paulo Vaz, Sandra Simões e Victor Silva. Missão: o que o amor não pode calar GUIÃO MISSIONÁRIO Estamos a viver intensamente o Ano da Vida Consagrada. O Papa Francisco pediu que houvesse memória agradecida do passado, paixão no presente e esperança no futuro. São, sem dúvida, grandes valores missionários a cultivar. Mas já estamos à porta do Jubileu da Misericórdia, com propostas claras de amor, ternura, perdão, compaixão… os valores de fundo que levaram o Papa Francisco a fazer à Igreja esta proposta. D. António Couto diz que a Misericórdia é a chama divina com que devemos acender e purificar o nosso coração. Este Jubileu obriga-nos a peregrinar na direção das periferias, cuidando dos feridos que as sociedades causam e não curam. Não podemos ficar indiferentes. A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar a misericórdia de Deus, vivendo-a com a convicção de que ela não tem fim. Este ‘Guião Missionário’ ajuda-nos a percorrer os caminhos propostos pelo Papa Francisco. As celebrações que preparamos não ficam entrincheiradas no mês de Outubro. Podem e devem ser utilizadas ao longo do ano, sempre que se tornarem um valor acrescentado à pastoral. Desejamos que a Missão que passa pelas páginas deste Guião entre no coração de todos e ajude a construir um mundo mais humano e uma Igreja mais fraterna e missionária. Encontro Nacional de Jovens Sem Fronteiras Santo Ovídeo - V. N. Gaia É um filme realizado, produzido e protagonizado por Jafar Panihi. Táxi já conquistou vários prémios, entre os quais o Urso de Ouro em Berlim. O presidente do júri, Darren Aronfsky ao anunciar o prémio disse: “Ele criou uma carta de amor ao cinema”. Quem recebu o prémio foi a sobrinha Hanna Saeidi (que também entra no filme), uma vez que Jafar está proibido de sair do Irão. No filme, Panahi é um motorista de táxi, que circula pelas ruas coloridas e vibrantes de Teerão. Vários passageiros entram no táxi e vão partilhando ingenuamente as suas opiniões com o taxista. Os assuntos vão desde a política e costumes locais até à liberdade de expressão de cinema, onde a lista de características de um filme distribuível no Irão é extensa e estranha na nossa cultura ocidental. A câmara colocada no seu “estúdio móvel” permite capturar o espírito da sociedade Iraniana através desta viagem divertida e dramática. Taxi funciona como uma produção de novidade, foi filmado em segredo no interior de um táxi, mostrando que a tenacidade e a necessidade de trazer ao mundo algumas realidades é tão forte que é possível reinventar-se meios, maneiras, estratégias. Em 80 minutos consecutivos, nomeadamente com câmaras de segurança no tablier do táxi, mas também com máquina fotográfica da sobrinha, telemóvel do realizador e o iPad do amigo, vamos vendo registo de momentos, situações. A possibilidade de partilha está assim na ponta dos dedos de qualquer um, à distância de um bolso. Importa seleccionar, escolher (e ter sorte, ter bateria!), narrativas que fazem humedecer olhos e vibrar corações… a partir das chaves de leitura pessoais. Jafar Panihi em 2010 foi acusado de propaganda contra o governo iraniano, preso e proibido de trabalhar com filmes por 20 anos. Já tinha sido preso anteriormente em 2009 onde lhe foi apreendido o passaporte, estando proibido de sair do Irão. Estreado no Festival de Cinema de Berlim em 2015, «Táxi» foi distinguido com o Urso de Ouro para Melhor Filme. Recebeu também o Prémio Fipresci pela Federação Internacional de Críticos de Cinema e o Prémio de Direitos Humanos 2014, atribuído pela Associação Mundial de Comunicações Cristãs. 18 de outubro Dia Mundial das Missões 3 a 6 de novembro Assembleia Anual dos ANIMAG Seminário de Vila Real 7 de novembro Fórum Ecuménico Jovem Castelo Branco 8 de novembro Magustos Missionários NA CASA DO PAI José Duarte F. Tão Cirne Maria Júlia Diniz Falecido a 21/06/2015, com 70 anos 24/03/1952 - Tortosendo, Covilhã 14/09/2015 - Lisboa Fradelos - V. N. de Famalicão A professora Júlia Diniz esteve sempre ligada aos missionários. Pertenceu ao Movimento Missionário de Professores e trabalhou como voluntária no CEPAC. Depois de 14 anos de luta com a doença, o Senhor chamou-a para si, no dia da Exaltação da Santa Cruz. O funeral, na sua terra natal, foi presidido pelo Pe. Tony Neves, Provincial dos Espiritanos, e contou com a presença de vários membros da família espiritana. Que descansem em paz, junto do Senhor da messe. [email protected] Propriedade, administração e redação: Província Portuguesa da Congregação do Espírito Santo Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Tel: 213 933 000 Fax: 213 933 019 PALAVRAS CRUZADAS Joaquim Pereira Francisco Pessoa coletiva nº 500729360 Administrador: Nuno Rodrigues Conselho de Administração: Nuno Rodrigues, J. Lopes de Sousa, Carlos Salgado e Casimiro Oliveira [email protected] Assinaturas (Portugal): anual: 7€ avulso: 0,75€ Impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda. www.diariodominho.pt Na internet: www.espiritanos.pt Tiragem: 12.000 ex. Membro de: Para ler mais testemunhos e ver conteúdos multimedia, visite www.espiritanos.pt/semanas 9 a 11 de outubro Táxi Refugiados Nadadouro terminou, porque a missão nunca tem fim, novos desafios nos esperam, e cada Semana Missionária é uma aprendizagem para a vida. Esta é a nossa história, uma história feita de pessoas, que vive na memória de cada um de nós, e que irá sempre permanecer na saudade. E nunca uma saudade soube tão bem, porque mais do que um “Adeus”, este é um “Ate Já”. VIANA DO CASTELO agenda Soluções na pág. 3 planeta jovem Andreia Montes Desde 1986, em Agosto, JSF de todo o país deixam as suas casas e vão ao encontro de realidades de igreja muito diferentes das suas paróquias para dar um pouco de si a outras comunidades. Saiba mais em www.espiritanos.pt/semanas Horizontais: 1. Que tem patas ou pés grandes; dano numa máquina. 2. Deitaremos por terra. 3. Em parte parte mais alta; perfume. 4. Botequim; ciente; casa de habitação. 5. Épocas; padecer; bocado de madeira. 6. Naquele lugar; aparvalhada; o antigo. 7. Dialecto do sul da França; nome feminino; tunídeo; batráquio. 8. Teatro cantado; ermida fora do povoado. 9. Cloro (s.q.); cidade santa dos muçulmanos; lavrar; fútil. 10. A acusada; dá a forma de balseiro; atmosfera. 11. Joeiras; tolo; caruma; 12. Interjeição designativa de uma pancada; belo; inflexão de voz; 13. Localidade algarvia de Faro; situação difícil e perigosa. 14. Originaram. 15. Escudo de armas; incólumes. Verticais: 1. Pelo que cobre a cabeça; a região renal (pop.). 2. Caracóis pequenos. 3. Junte-se a; é uma cadeia internacional de hotéis. 4. Possui; peixe conhecido também por boga (pl.); vazia. 5. Indeterminadas; indigente (confuso); vendes a crédito. 6. Compaixão; com ares de palácio; apelido. 7. Alumínio (s.q.); segunda letra do alfabeto grego; impulso; satélite de Júpiter. 8. Nome feminino; macaco. 9. Aparência; época precisa em que um facto acontece; poeta cantor entre os antigos gregos; níquel (s.q.). 10. Observa; pequenos espaços para oração; o árabe. 11. Gostar de; resistir; mineral terroso de cor amarela. 12. Grande quantidade; variedade de videira que produz bagos alongados usados como uva de mesa; animal para abate. 13. Separa; instante. 14. Impúnhamos mortificação ao corpo através de penitências. 15. A parte da picota que entra no poço ao tirar a agua; fios metálicos. OUTUBRO2015 Congregação do Espírito Santo Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa Tel: 213 933 000 | Fax: 213 933 019 | Email: [email protected] Burros e outros mestres crónica Aristides Neiva A ver se me lembro, que já passou algum tempo desde que tropeçava nos aoristos ao ler as fábulas de Esopo e similares. Foi o caso que o leão, o asno e a raposa foram caçar juntos. Terminada a empreitada juntaram toda a caça para a partilha. Depois de tirarem uma selfie, o leão ordenou ao asno que dividisse a caça. O asno, fazendo jus ao nome, dividiu a caça em três partes iguais. O leão, furioso, atirou-se ao coitado e matou-o. Ordenou então à raposa que dividisse a caça. Esta, fazendo jus à fama, juntou tudo num monte que colocou aos pés do leão. Para si tirou apenas um pequeno pedaço. O leão, satisfeito, deu os parabéns à raposa e perguntou-lhe quem lhe tinha ensinado a fazer tão sábia divisão. “Foi a desgraça do asno”, respondeu. Aprendemos com a desgraça alheia, direis vós e ensina a fábula. É verdade, mas recuemos um pouco a ver se caçamos mais que um ensinamento rasca. Ser justo e fraterno na distribuição é ser asno? E perante a desgraça alheia, encolhemo-nos a defender o osso que nos toca? É claro que são questões antigas, sem atualidade. Pois olhemos para a história, que está cheia de exemplos de quem não teve medo de ser asno perante os leões do seu tempo ou se recusou a ser raposa humilhada e subserviente. Também podíamos olhar para nós, perdão, para a selfie dos três e ver no leão o poder da força, no asno o clamor da justiça e na raposa a necessidade da sobrevivência. De facto, a humanidade só avança quando não despreza a importância da autorida- de, não se conforma com a lei do mais forte nem se reduz ao instinto da sobrevivência. Mudando de assunto, agora que estamos em outubro escutemos São Francisco de Assis, que celebramos no dia 4. Conta-nos São Boaventura, na Legenda Maior, que Francisco ensinava a importância da disciplina e do trabalho. “Por isso chamava o corpo de «irmão burro», indicando que é necessário carregá-lo de trabalho. (…) Por isso, quando via algum ocioso e vagabundo, desses que pretendem viver às expensas do suor dos outros, chamava-o de «irmão mosca», porque este, nada fazendo de bom e usando mal dos benefícios recebidos, chega a se converter em objeto de abominação para todos.” Jornadas Missionárias Nacionais O Centro Paulo VI, em Fátima, acolheu os cerca de 300 participantes nas Jornadas Missionárias Nacionais que se realizaram a 19 e 20 de setembro. “Missão sempre e em todas as frentes - Ad Gentes e Igrejas particulares” foi a temática sobre a qual se procurou refletir através de conferências, workshops, testemunhos e diálogo em assembleia. Foi há 50 anos que o Concílio Vaticano II aprovou o Decreto “Ad Gentes” sobre a atividade missionária da Igreja. Foi há meio século, mas continua o documento continua a apresentar desafios para a Igreja hoje: “O início da missão acontece na experiência de Cristo no meio de nós. A Igreja é missionária na sua natureza e, como tal, quando falta a missão, não há Igreja. A pastoral nas paróquias só se entende se organizada de maneira missionária. A finalidade da missão não pode ficar somente no anunciar ou no conhecer; é imprescindível fazer discípulos. Os caminhos da missão terão que passar pelo testemunho, caridade e diálogo. A renovação das paróquias e dioceses só acontecerá quando existirem iniciativas missionárias.” (Conclusões das Jornadas Missionárias 2015). Em Portugal, a Igreja celebra o 5º aniversário da Carta Pastoral “Como Eu vos fiz fazei vós também” que propõe a criação de Centros Missionários Diocesanos e Grupos Missionários Paroquiais. Estes caminhos levam as comunidades a descobrir que sair é uma riqueza e não um empobrecimento. P. Fernando Domingues, missionário comboniano, Secretário Geral da Obra de São Pedro Apóstolo, recordou a vocação missionária da Igreja, por natureza. A missão ad intra não anula - até fortalece - a missão ad extra. Apresentou as Obras Missionárias da Igreja (Infância Missionária, São Pedro Apóstolo, Propagação da Fé, União Missionária) como propostas que procuram envolver todo o povo de Deus na missão da Igreja. O P. Paul Karam, libanês, de rito maronita e Presidente da Caritas nacional, partilhou sobre a missão de alto risco no Médio Oriente. Falou sobre o drama dos refugiados na sua terra (que são 1,2 milhões num país com pouco mais de 4 milhões) que gritam pela abertura de todos. A Casa de Chá de Santa Isabel não é uma casa de chá qualquer. O espaço antes conhecido como “As Vicentinas” foi decorado com peças de inspiração cristã e apresenta um ambiente intimista e acolhedor. As antigas receitas foram recuperadas e aos bolos e famosos scones juntaram-se novidades apetitosas. Vive com a colaboração de funcionárias e voluntárias que com muita alegria, mantêm fiéis os valores da Obra das Vicentinas. O Evangelho da Alegria é, assim, servido numa mesa de chá. Este espaço acolhe, ainda, grupos de reflexão e workshops diversos. Os lucros revertem a favor das obras sociais da Paróquia de Santa Isabel. Casa de Chá de Santa Isabel – Rua de S. Bento, 700 - 1250-223 Lisboa www.casadecha.org www.facebook.com/CasaChaSantaIsabel etc... J. C. Fernandes Missão à mesa
Documentos relacionados
De Cracóvia a Auschwitz - Missionários do Espírito Santo
para nós, eles são muito mais do que castanhas e água pé. Eles são sinónimo de comunhão e missão e vêm acompanhados de gestos muito concretos e significativos de solidariedade com a missão.
Leia maisPeregrinação a Fátima da Família Espiritana
protegida e ninguém seja excluído ou discriminado de seu uso comum»
Leia mais