“Ponte” de solidariedade Semanas Missionárias “Família em Missão”

Transcrição

“Ponte” de solidariedade Semanas Missionárias “Família em Missão”
Missão com Misericórdia e Ecologia Integral
Este ‘guia de formação missionária’ é marcado por uma grande novidade:
foi preparado por muitas pessoas a pensar em toda a Família Espiritana,
estando disponível a servir de guia de caminhada a quantos o queiram
meter na mochila ou no saco de viagem espiritual. Mas a LIAM e os
Jovens Sem Fronteiras já disseram que este subsídio fará parte dos seus
encontros de formação, ao longo dos próximos tempos. É um projecto de
comunhão, permitindo uma Missão de braço dado.
Vivemos, como Família Espiritana, tempos de grandes celebrações. Assim, em
2016 faz 150 anos que chegaram os primeiros Espiritanos a Angola e 75 do início da Missão Espiritana em Cabo Verde. Em 2017, Portugal celebra os 150 anos
da presença Espiritana e a LIAM celebra 80 anos de vida dedicada á Missão.
São excelentes pretextos para reforçarmos a Missão que nos corre nas veias.
www.espiritanos.pt
OUTUBRO 2015
ano 74 nº 872
diretor Tony Neves
administrador Nuno Rodrigues
Congregação do Espírito Santo
publicação mensal de formação e informação missionária
Férias com Missão
Férias são tempo para descansar, mudar de ritmo,
recarregar as baterias. São muitos os destinos e os
meios disponíveis.
Verão rima com Missão. E foi precisamente nesta
sintonia que muitos membros da família espiritana
escolheram partir para umas férias diferentes. Deram muito de si, mas seguramente regressaram com
mais ricos e com as energias reforçadas. Acabado o
verão, partilham connosco a sua experiência.
“Ponte” de solidariedade
No mês de agosto, um grupo de Jovens Sem Fronteiras atravessou o
atlântico até às periferias do Rio
de Janeiro: a problemática baixada fluminense. Com o lema
“Discípulos Missionários, caminhando na Alegria”, caminharam
no seguimento de Cristo, e, por
isso, a sua missão foi marcada pelo
testemunho alegre de serem cristãos,
apesar das suas diferenças. p6 e 7
Semanas Missionárias
Desde 1986, em Agosto, JSF de todo
o país deixam as suas casas e vão
ao encontro de realidades de
igreja muito diferentes das suas
paróquias para dar um pouco
de si a outras comunidades.
Este ano, naturalmente, não
foi exceção e várias dezenas de
jovens partiram para Caldas da
Rainha, Viana do Castelo, Ourém e
Castro Verde. p10
Esta ano, houve ainda lugar para uma Semana Missionária
especial: um IntraRail Missionário. É atividade inédita no
movimento, que se iniciou em Albergaria dos Doze - Pombal, e terminou na Covilhã, com passagens pelo Entroncamento e pela zona sul do concelho do Fundão, com as
deslocações a serem realizadas de comboio. p8
“Família em Missão”
Este foi o tema do 54º Encontro do
Movimento Missionário de Professores, em Viseu. Encontro de
colegas, mas sobretudo, encontro de irmãos que partilham o
amor à causa missionária, vivida
pela Família Espiritana. Foram
momentos de partilha, formação,
confraternização e serviço. p9
2
OUTUBRO2015
Existem, em Portugal, 138 Institutos Religiosos,
796 comunidades, com 6.117 Membros
e 419 em Formação.
editorial
Tony Neves
É ecológico e saudável andar de
bicicleta. É gerador de sentido
de equipa pedalar em grupo.
Mas doze sentados na mesma
bicicleta, a tentar chegar até lugares onde viveram santos ou
onde há Mosteiros, isso sim, é
original e ultrapassa o limite do
fora do comum.
A Conferência dos Religiosos de Portugal (CIRP) apostou
num programa muito diversificado para celebrar o Ano da
Vida Consagrada, lançado pelo
Papa Francisco. Quer o Papa
que seja um tempo forte de memória agradecida do passado,
vivência do presente com paixão, preparação do futuro com
esperança. Para atingir estes
grandes objetivos, a CIRP traçou um programa com momentos de celebração, de formação
e de impacto social.
No que a Formação diz respeito, três momentos marcam
este jubileu: já se realizaram
a Semana de Estudos da Vida
Consagrada 2015 e as Jornadas
do Episcopado, em que os Superiores maiores foram convidados a juntar-se aos Bispos. Em
2016, o Ano concluiu-se com a
Semana de Estudos que inclui a
Celebração mais forte que será
a 7 de Fevereiro com a Peregrinação a Fátima de todos os Consagrados. Para gerar algum impacto na sociedade portuguesa,
a CIRP encomendou a uma empresa especializada um estudo
sobre o modo como os cidadãos
vêem os Consagrados e mandou construir um velocípede de
12 lugares para uma espécie de
‘volta ao Portugal dos santos e
mosteiros’.
A apresentação pública e o
‘test drive’ foram no Lar Juvenil dos Carvalhos a 21 de agosto.
O P. Artur Teixeira, presidente da CIRP, explicou objetivos
e programa. Os doze lugares
simbolizam os doze apóstolos e
pretende-se pedalar, pelas estradas de Portugal, para dizer a todos que somos 7 mil a ‘pedalar’
juntos, em comunhão, num esforço de ir a todas as periferias
e margens, ‘empurrados’ pelo
testemunho dos santos que nos
precederam e estimulados pela
oração de quantos, nos Mosteiros, constituem um pulmão espiritual para a humanidade.
O ‘velocípede’ do Ano da
Vida Consagrada está na rua. A
pedalar estão 12 pessoas Consagradas. O ritmo não é muito acelerado, mas o esforço conjunto e
a alegria mostram que há vontade de comunhão e de missão.
Por isso, saiamos à rua, incentivemos os ‘pedaladores’, sobretudo nas subidas. Olhemos
com admiração para a alegria
das suas consagrações a Deus.
Valorizemos o sentido da Vida
Consagrada hoje e criemos condições para que mais jovens
queiram responder ‘sim’ a um
Deus que continua a pedir vidas
entregues à Missão.
www.cirp.pt
Espiritanos em Lisboa
Rua de Santo Amaro, à Estrela, 51
1200-801 Lisboa
Desde 1904.
Hoje, a comunidade é constituída
por 13 espiritanos.
Tel. 213 933 000 Fax: 213 933 019
[email protected]
Arminda Camati
P. FRANCISCO GONÇALVES
SILVA - BARCELOS
Profissões e Jubileus Espiritanos
50 anos de Ordenação
para a Missão
O P. Francisco Gonçalves de
Oliveira nasceu em Galegos de
S. Maria, em Barcelos. Entrou no
Seminário quando já tinha uns
anos de vida laboral e comercial
no mundo da olaria. Ordenado
Padre há 50 anos, a sua vida
dividiu-se entre a formação de
novos missionários, a administração das Comunidades e a
pastoral direta.
Os Missionários Espiritanos e
a sua grande família de sangue
congregaram-se em Coimbra,
a 15 de Agosto, para celebrar
este Jubileu de Ouro. A animação litúrgica esteve a cargo
dos sobrinhos. Na homilia, o P.
Francisco deu graças a Deus pela
vocação que lhe concedeu e o P.
Tony Neves, Provincial, partilhou
alguns momentos significativos
desta já longa vida dedicada à
Missão.
VICTOR SILVA
Doze
a pedalar
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OUTUBRO2015
Espiritanos que fizeram os votos perpétuos (da esquerda para a direita): António Mosso, de Portugal, Elson
Lopes, de Cabo Verde, edward Apambila e Vincent Akpabi, do Gana.
No dia 8 de Setembro, a Igreja celebra o aniversário de Maria, mãe
de Jesus. Para os Missionários do
Espírito Santo, é também um dia
de festa e aniversário: é o dia tradicionalmente escolhido para a
profissão religiosa dos espiritanos.
Em Ano de Vida Consagrada,
a tradição não podia deixar de se
cumprir, e o CESM (Centro Espírito Santo e Missão), no Seminário da Silva – cujo edifício atual
foi também inaugurado no dia 8
de Setembro, em 1962 – encheu-se
para a celebração de Profissões e
Jubileus.
O jovem José Augusto Silva, de
Cabo Verde, fez, depois de um ano
de Noviciado em Paris, a sua Profissão Religiosa. Prince Bassegue-Guerengbo, do Bangui, e Bernard
Adukwu, da Nigéria, fizeram a Renovação de Votos. António Mosso, de Portugal, Elson Lopes, de
Cabo Verde, Edward Apambila e
Vincent Akpabi, do Gana, fizeram
os seus Votos Perpétuos. Vários
espiritanos celebraram também
o seu aniversário de 50 e 60 anos
de profissão religiosa, e 50 anos
de ordenação sacerdotal. O P. Joaquim Martins Pereira – que com-
pletou recentemente 100 anos de
vida – embora não podendo estar
presente na celebração, foi também recordado pelos seus 75 anos
de ordenação.
A celebração foi presidida
pelo P. Tony Neves, Superior Provincial, e contou com a presença
de muitos sacerdotes e irmãos
espiritanos, bem como membros
da família espiritana. Numerosos
familiares dos Professos e Jubilados participaram na festa que, ano
após ano, se apresenta como uma
das celebrações mais importantes
da família Espiritana em Portugal.
ESPIRITANO NA CASA DO PAI
P. Manuel da Purificação Azevedo
NOVO BISPO DE SETÚBAL
P. José Ornelas
COMUNIDADE DA ESTRELA - LISBOA
FRAIÃO - BRAGA
Uma Missão muito plural…
Inauguração do Lar ‘Anima Una’
Fátima Monteiro
A casa espiritana da Estrela, em Lisboa,
antes da construção do novo edifício.
Manuel Durães Barbosa
A Comunidade Espiritana da Estrela abriu as portas em 1904 para
ser Procuradoria das Missões.
Aguentou, só Deus sabe como,
a revolução republicana de 1910,
tendo sido a única Casa Espiritana
que resistiu aos furores da República.
Com o andar dos tempos, a
Província Portuguesa foi restaurada e esta passou a ser também
Casa Provincial.
Com a fundação da LIAM em
1937 e o aumento significativo de
Missionários que passavam por
Lisboa, sobretudo a caminho de
Angola, o velho palácio viu surgir,
a seu lado, um edifício moderno,
inaugurado nos anos 60.
Em 2002, a Casa da Estrela foi
fechada para uma intervenção profunda. A reabertura aconteceu em
2004, após restauração que permitiu colocar ao serviço da Missão
um edifício novo de 5 andares, estando quatro ao serviço do centro
P. Alves Correia (CEPC) e outro ao
serviço dos Jovens Sem Fronteiras,
Voluntariado Missionário e Sol
Sem Fronteiras.
Missão atual
António Moreira
O P. Manuel da Purificação
Azevedo era filho de António
de Deus Azevedo e de Maria
Augusta Vieira Lemos. Natural de Sernancelhe, nasceu
em 1925, a dois de fevereiro,
festa da Purificação de Nossa Senhora. Como ele deixou
escrito, “de oito irmãos, só o
meu nome ostenta o apelido
de “Purificação”, exatamente
por ter nascido nesse dia. Marca evidente do sentir e viver
religioso de meus pais”.
Estudou nos seminários da
Congregação do Espírito Santo, começando pelo da Guarda-Gare em 1934. Daí passou para
o de Godim, na Régua, e o do
Fraião, em Braga. O noviciado
foi no da Silva, Barcelos, onde
professou em 8 de setembro
de 1947. Terminou a formação
sacerdotal no seminário Maior
da Congregação, em Viana do
Castelo. Feitos os votos perpétuos em 1950, foi ordenado de
presbítero em 30 de setembro
de 1951, na igreja dos Santos
Mártires, a igreja do Seminário
de Viana do Castelo.
A sua atividade missionária
desenrolou-se no ensino, tanto
nos seminários da Congregação como em escolas oficiais.
Com breves interrupções, para
aperfeiçoamento profissional,
lecionou de 1952 a 1993, 41 anos!
Nos seminários da Congrega-
ção e em escolas oficiais, centenas de jovens aproveitaram
do seu ensino zeloso e cuidado.
Em 1993 foi colocado no seminário de Viana do Castelo,
sempre disponível, enquanto a saúde o permitiu, para
confissões ou outros serviços
pastorais que lhe fossem pedidos.
Em julho de 2015, o agravamento do seu estado de saúde
aconselhou 0 internamento
hospitaler. Em princípios de
Agosto, foi para o Lar Anima
Una, no Fraião. Um mês depois, em 4 de setembro, o Senhor em Quem sempre acreditou e esperou, veio buscá-lo
para as moradas eternas.
Gratos ao Senhor pelo dom
que nos fez do sr. Padre Azevedo, rezamos pelo seu eterno
descanso.
O funeral realizou-se no
Fraião, na manhã do dia 5, seguindo de tarde para Sernancelhe, onde foi sepultado.
Terminou o cargo de Superior
Geral dos Dehonianos e já está
a caminho de Setúbal como
Bispo e, como disse, Missionário. Escreve: “O Papa Francisco,
que tive ocasião de encontrar
pessoalmente, mudou estes
planos. Quando me deu a alegria
de encontrá-lo, disse-me: ‘Não te
imponho, mas peço-te que vás
como bispo para Setúbal… mas
irás como missionário… a Europa
tem necessidade de redescobrir a
sua dimensão missionária’. E aqui
estou, para assumir convosco
esta missão eclesial’.
A Família Espiritana saúde o novo
Bispo de Setúbal e deseja-lhe um
abençoado ministério Episcopal.
A Comunidade Espiritana da
Estrela responde hoje a muitos desafios missionários:
1. Casa Provincial. Aqui reside
e tem o seu gabinete o Superior
Provincial. Também aqui estão
sediadas a Secretaria Provincial, o
Economato Provincial, o Arquivo
Provincial e a Biblioteca Provincial.
2. Procuradoria das Missões.
É o serviço mais antigo que esta
Casa presta, com apoio regular aos
Missionários que trabalham fora
de Portugal. Também é espaço de
acolhimento para Missionários de
passagem por Lisboa ou que aqui
fazem a aprendizagem da língua
portuguesa.
3. Sede da Animação Missionária. Cá estão os escritórios do
Coordenador e do Administrador.
Estão nesta casa os armazéns das
publicações. São coordenadas as
Campanhas de apoio aos missionários que trabalham fora de Portugal, em situações mais difíceis.
Reside nesta casa e tem aqui a sua
sede o Animador Missionário da
LIAM da região Sul.
4. Redação do jornal e outras
edições impressas. É nesta casa
que se elabora, mês após mês, o
jornal ‘Ação Missionária’, bem
como as edições anuais do Almanaque e do Calendário das Missões. São editados alguns livros de
temática missionária. Também se
alimenta aqui a página da internet,
bem como a presença nas redes
sociais.
5. Centro Padre Alves Correia
(CEPAC). Funciona no nº 43, com
o objetivo de apoiar imigrantes,
sobretudo os que não possuem documentos. É uma obra emblemática dos espiritanos em Portugal.
6. Sol Sem Fronteiras, Jovens
Sem Fronteiras, Voluntariado Espiritano. São braços pastorais e
solidários para a intervenção aqui
e lá fora, em que os protagonistas
são sobretudo os mais jovens.
Teve lugar no dia 17 de setembro,
a Inauguração e Bênção da Estrutura Residencial Para Idosos
‘Anima Una’ em Fraião, Braga.
Esta Cerimónia vem colmatar
o fim das obras de reestruturação
de uma casa já existente e, que
durante muitos anos serviu como
Seminário para formação e envio
de Missionários da Congregação
do Espirito Santo. As obras efetuadas neste Edifício permitiram
que a Anima Una pudesse passar
a acolher 57 utentes em regime
de internamento. A obra teve
a comparticipação em 60% do
Programa Operacional Potencial
Humano (POPH), ficando a restante verba a cargo da Instituição
perfazendo assim um total de um
milhão de euros.
Neste momento têm celebrado um acordo com a Direção Distrital da Segurança Social que lhe
permite acolher 39 idosos prevendo que num futuro próximo
esse acordo seja alargado para
a sua capacidade máxima de 57
lugares. Estas obras de reformulação surgiram da necessidade
de responder em conformidade
com a lei vigente para este tipo
de Resposta Social.
A Anima Una tem, como finalidade principal apoiar a Terceira
Idade e respetivas Famílias protegendo os cidadãos na velhice
e invalidez. A Associação dará
prioridade à promoção da saúde e
bem-estar da população idosa pertencente à comunidade local em
que está inserida, particularmente aos mais pobres, assim como à
população idosa proveniente da
Congregação do Espírito Santo,
pessoa coletiva religiosa de âmbito nacional, propulsora e ponto
referencial desta Associação, com
quem manterá relações privilegiadas, mediante a prestação de
cuidados de saúde, de serviços e
apoio social que possibilitem uma
maior autonomia dos mesmos.
Foi ainda pelas raízes Espiritanas, de opção pelos mais
pobres (à data e aqui, na pessoa
dos idosos) e lendo os sinais dos
tempos, que hoje se traduzem no
esvaziamento de grandes casas e
no aumento de uma população
que delas precisa, que um grupo,
que se formou e cresceu ao longo de 25 anos em comunhão com
os ideais que assentam na Fé, na
Esperança e na Caridade no seio
desta Congregação, se lançou no
desafio de iniciar este Projeto.
Não foi fácil. Mas… agora, olhando para trás, também não foi assim tão difícil! Foi Possível… está
feito! Com a ajuda de todos aqueles que se disponibilizaram e daqueles que mesmo incomodando,
se foram desviando, a obra nasceu e com a Graça de Deus tem
pernas para andar.
Na sessão de abertura, a
Presidente da Direção, Fátima
Monteiro, demonstrou, a Todos
quantos contribuíram para que
esta obra se concretizasse, uma
sincera gratidão. Esta cerimónia
contou igualmente com a presença de D. Jorge Ortiga, Arcebispo
Primaz de Braga; Dr. Rui Barreira, Diretor do Centro Distrital
de Segurança Social; Dr. Firmino
Marques, Vice Presidente da Câmara Municipal de Braga e do Pe.
Tony Neves, Provincial dos Missionários do Espírito Santo.
Presente de compromisso
A Comunidade é, neste ano
pastoral de 2015/2016, composta
por 13 membros. Além de todas
as responsabilidades já citadas, os
Espiritanos na Estrela respondem
por algumas Capelanias fixas e vão
acolhendo os pedidos de trabalho
pastoral que chegam diariamente á
Comunidade, sobretudo vindos de
Párocos vizinhos.
Navegue connosco na internet
www.espiritanos.pt • Facebook: espiritanos.pt
Direção da ‘Anima Una’ com D. Jorge Ortiga, e representantes
da Segurança Social, Câmara de Braga e Missionários do Espírito Santo
SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS
Horizontais: 1. Patudo; avaria. 2. Demoliremos. 3. Acima; Aroma.
4. Bar; Sabedor; Lar. 5. Eras; Penar; Taco. 6. Lá; Apatetada; El. 7. Oc;
Lola; Atum; Rã. 8. Ópera; Orada. 9. Cl; Meca; Arar; Vã. 10. Ré; Abalseira; Ar. 11. Utas; Doido; Sama. 12. Zás; Formoso; Tom. 13. Estoi;
Crise. 14. Ocasionarem. 15. Brasão; Ilesos.
Verticais: 1. Cabelo; Cruzes. 2. Caracoletas. 3. Adira; Astor. 4. Tem;
Salemas; Oca. 5. Umas; Poreb; Fias. 6. Dó; Apalaçado; Sá. 7. Ol; Beta;
Alor; Io. 8. Irene; Símio. 9. Ar; Data; Aedo; Ni. 10. Vê; Oratórios, El.
11. Amar; Durar; Ocre. 12. Ror; Tâmaras; Rês. 13. Isola; Átimo. 14.
Macerávamos. 15. Varola; Arames.
verso...
EUROPA ACOLHEDORA.
Perante os números de imigrantes nunca antes vistos, a
União Europeia está de braços abertos a apoiar quantos ali chegam, fugidos das
guerras que tornam a vida
impossível nos seus países
de origem. Embora a solução
passe pela criação de condições de vida digna nas suas
terras, os imigrantes agradecem o acolhimento que
estão a receber por parte dos
países da União Europeia que
tomam muito a sério este
drama humanitário.
RENASCENÇA. O Papa Francisco tem quase lugar cativo
nesta rubrica. Desta feita
para salientar a importância
histórica da entrevista concedida em exclusivo á jornalista Aura Miguel da Rádio
Renascença, a emissora católica portuguesa. Tudo aconteceu quando os Bispos de
Portugal estavam em Roma
na visita Ad Limina, momento
aproveitado pelo Papa para
elogiar a postura solidária do
povo português, mas também
para questionar a debandada
dos jovens da Igreja.
... e o reverso
IMIGRAÇÃO NUNCA VISTA… Barcos e mais barcos,
abarrotados de gente em
fuga tentam chegar às costas da Europa, idos do norte
de África. Fogem de guerras
e perseguições sem fim á
vista. Muitos governos ficam
mal nesta fotografia. Alguns
países de África e do Médio Oriente estão sob fogo
intenso e a liberdade não é
respeitada. Fugir parece ser a
hipótese que resta a milhares
de pessoas. Na Europa, há notícias de muros que se erguem
para impedir a ‘invasão’.
GUINÉ-BISSAU. Este país
lusófono já nos habituou a
instabilidades políticas e
militares sucessivas. Desta
vez, o Presidente da República
decidiu demitir o Primeiro-Ministro que tem maioria
na Assembleia Nacional.
Tentando levar a sua decisão
avante, o Presidente nomeou
outro Primeiro-Ministro que o
Supremo Tribunal não deixou
tomar posse por considerar
inconstitucional tal nomeação. Há que aguardar os
passos que se seguem, não se
augurando um futuro risonho
para os guineenses.
4
breves
OUTUBRO2015
IRMÃO ROGER DE TAIZÉ
O teólogo que falava de Deus com a sua vida
NA CHINA continuam presos
vários bispos e sacerdotes.
A comunidade católica de
Baoding, na província de
Hebei, tem pedido a libertação do seu Bispo, D. James Su
Zhimin, preso há quase duas
décadas. Atualmente com 82
anos, foi preso em 1996 por
se recusar a aderir à Associação Patriótica, entidade
criada pelo regime de Pequim para controlar a Igreja
Católica no país. Na mesma
província estão detidos mais
dois bispos.
CUBA vai ter uma comunidade Taizé ainda este ano. Esta
primeira comunidade ecuménica no país vai abrir com
três irmãos (um espanhol, um
belga e um indonésio) enviados pela comunidade mãe,
em Taizé. A nova fraternidade
vai estabelecer-se em Matanças, a 100 km da capital.
A comunidade ecuménica de
Taizé foi fundada há 75 anos
em França e tem atualmente
fraternidades no Brasil, Quénia, Senegal, Coreia do Sul e
Bangladesh.
NA NIGÉRIA foi raptado um
sacerdote espiritano no dia 7
de Setembro. O missionário,
padre Gabriel Oyaka, dirigia-se de carro para a capital,
Abuja, quando foi bloqueado
por homens armados que o
terão raptado e posteriormente contactado a família.
Nos últimos meses vários
sacerdotes foram raptados ou
mortos em emboscadas nas
estradas na Nigéria. O último
caso tinha ocorrido a 15 de
Agosto quando um padre
claretiano foi morto numa
estrada no sul da Nigéria.
NA REPUBLICA DEMOCRATICA DO CONGO os ataques
cometidos por jihadistas
na região do Kivu do Norte
fizeram 9 mortos. Os massacres ocorreram no dia 5 de
setembro em várias localidades e vitimaram camponeses
que estavam ou voltavam dos
campos. O grupo responsável
pelos ataques designa-se MDI
e é formado por membros
provenientes de vários países
da região e já mataram centenas de pessoas em menos de
um ano.
NA ÁFRICA DO SUL foi beatificado um pai de família no
passado dia 14 de Setembro.
De nome Benedict Daswa
e originário de uma família
não cristã, foi batizado aos
17 anos e posteriormente
torna-se professor, catequista
e animador da liturgia na sua
paróquia. Foi morto por causa
da sua fé cristã em 1990, aos
44 anos, deixando 8 filhos.
“O irmão Roger sabia
falar de Deus de modo
existencial: era um
teólogo de joelhos, que
no silêncio escutava o
que o Espírito lhe queria
dizer, um teólogo que
vivia o que dizia”.
Walter Kasper
COMUNIDADE DE TAIZÉ
AFRICA vai receber o Papa
Francisco em Novembro deste
ano. Os países que vão acolher esta visita são o Quénia
(dias 25 a 27), Uganda (27 a
29) e República Centro Africana (29 a 30).
O Colóquio internacional reuniu cerca de 300 teólogos para debater o contributo do Irmão Roger para o pensamento teológico, nos 75 anos da comunidade de Taizé.
António Marujo
jornalista do religionline.blogspot.pt
“Um verdadeiro teólogo, ou seja,
alguém que sabe falar de Deus”,
foi como o cardeal Walter Kasper
caracterizou o irmão Roger, fundador da comunidade de Taizé,
no encerramento do colóquio internacional que, no início de Setembro, debateu o contributo do
irmão Roger para o pensamento
teológico.
Kasper acrescentou, perante
os cerca de 300 teólogos participantes (católicos, ortodoxos, protestantes e anglicanos), que o irmão Roger “sabia falar de Deus de
modo existencial: era um teólogo
de joelhos, que no silêncio escutava o que o Espírito lhe queria
dizer, um teólogo que vivia o que
dizia”. E os seus horizontes eram
a esperança, a reconciliação entre
os cristãos e a paz no mundo.
O colóquio foi a última iniciativa das celebrações que, este ano,
assinalaram em Taizé, os 100 anos
“O irmão Roger tinha um
pensamento teológico que
partia do coração, uma
teologia da ágape”.
Gottfried Hammann
do nascimento do irmão Roger, os
75 anos da sua chegada à aldeia e
os dez anos da sua morte.
Vários pensadores e investigadores, oriundos de diferentes
igrejas cristãs, coincidiram na
afirmação de que o irmão Roger
não era apenas um grande místico contemporâneo ou alguém que
escrevia belos textos de reflexão.
“O irmão Roger tinha um pensamento teológico que partia do
coração, uma teologia da ágape”,
afirmou Gottfried Hammann, professor de Teologia em Neuchatel
(Suíça) e membro da Igreja Luterana da Alsácia. Hamman contestou a afirmação de alguns colegas
universitários, que negam que o
pensamento do irmão Roger seja
teologicamente estruturado.
5
OUTUBRO2015
O fundador de Taizé tinha
uma “quase obsessão” pela teologia da unidade – que era quase
“uma questão de vida ou de morte”, como ele disse várias vezes,
lembrou a italiana Silvia Scatena,
professora na Universidade Católica de Lovaina (Bélgica).
“O irmão Roger e Taizé traçaram um caminho para o ecumenismo – não o oficial, mas o
espiritual”, acrescentou Gottfried
Hammann. E, mais do que a tolerância entre diferentes igrejas, o
irmão Roger e Taizé têm procurado uma “hospitalidade confessional”, acrescentou Beata Bengard,
doutorada em teologia protestante pela Universidade de Estrasburgo.
O pastor Laurent Schlumberger, presidente da Igreja Protestante Unida de França, afirmou
que o irmão Roger foi “um pioneiro” e por isso sofreu incompreensões, mesmo da sua família
reformada de origem. Mas, acrescentou, ele abriu caminhos novos
também no protestantismo, ao re-
cordar o valor da vida monástica
como “resistência à aceleração, à
acumulação, ao isolamento do indivíduo”.
O pioneirismo de Taizé verifica-se ainda na forma de rezar.
Gottfried Hammann lembrou que
o filósofo Paul Ricoeur, que visitava Taizé anualmente, dizia que
a liturgia da comunidade era já
“uma forma de pensamento”. O
irmão Alois, actual prior da comunidade acrescentou a referência permanente do irmão Roger a
“temas bíblicos”.
Vários intervenientes no colóquio referiram-se ao pensamento
de Roger Schutz como o de uma
“teologia em acto”. Fosse com o
acolhimento de refugiados em
Taizé fosse com a Operação Esperança, lançada em 1963 pela comunidade para apoiar populações
ou pessoas desprotegidas.
“A palavra ‘esperança’ é inseparável do agir e de um agir que
quer chegar efectivamente ao que
[Charles] Péguy chamou ‘eixo da
miséria’ do nosso mundo”, disse
Marguerite Léna, professora de
filosofia em Paris.
Expressões identitárias desse
caminho teológico e espiritual
de Taizé foram sublinhadas por
vários intervenientes: esperança,
vulnerabilidade, alegria, misericórdia, confiança... O sul-africano
Edwin Arrison, da Universidade
do Cabo Ocidental, confessou:
“Foi aqui em Taizé que aprendi a
palavra confiança.”
o autor escreve segundo a anterior
nota ortográfica
Justiça e Paz na Nigéria
Simon Ayogu
JUSTIÇA E PAZ
O
Padre Simon Ayogu esteve de férias na Nigéria e
aproveitou para falar com
o coordenador diocesesano dos vários ramos de
JPIC da diocese de Nsukka, o Pe.
UcheObodoechina.
Foi um dos primeiros padres
a ser ordenados nesta diocese, há
quase 25 anos e, desde então, tem
vindo a desempenhar a sua missão
na diocese de Nsukka, tirando o
tempo dos estudos realizados alguns anos na Alemanha.
Atualmente, além de outros
cargos que lhe foram atribuídos, é
administrador da Sé Catedral, sendo coajudado por uns 5 padres na
comissão JPIC.
Apesar das suas variadíssimas
funções e encargos revelou que
o JPIC se ocupa com promoção
humana, especialmente dos mais
desfavorecidos. Esta tarefa é desempenhada através de intervenção da Igreja no ensino, na saúde,
na criação de condições para uma
participação ativa na vida politica,
na agricultura, bem como na vida
financeira dos mais pobres; enfim,
em tudo o que a caridade nos impele e que tem a ver com o íntegro
desenvolvimento da pessoa humana.
Para o Pe. UcheObodoechina,
o interesse pela predestinação das
mulheres e crianças é um eixo à
volta do qual giram as atividades
da comissão, visto que são numerosos os casos onde as crianças
(normalmente as meninas) não
conseguem chegar onde deveriam
por falta de recursos, como, por
exemplo, à escola, e situações em
que as mulheres não conseguem
herdar o que pertencia ao respetivo marido, porque os familiares
deste o não permitem.
Apesar de alguma melhoria
nestas situações, a verdade é que
esses casos ainda persistem e geram situações dramáticas. Realçou, no entanto, que graças aos
esforços desenvolvidos, muitas
pessoas já se conseguiram encontrar consigo mesmas e com a vida.
Para este sacerdote, um dos
problemas de maior relevo é, sobretudo, a ignorância das pessoas
quanto à essência dos seus direitos, pois “Se alguém não tem conhecimento de ter direitos, como
poderá defendê-los? As pessoas
acomodam-se com uma vida pouca digna porque não sabem mais e
há quem se aproveite de tais situações.”
A falta de recursos também
não deixou de ser referida com
profundo pesar, pois, embora tenha reconhecido que a nível local
as pessoas se ajudam mutuamente
e que a nível internacional a diocese tenha obtido ajuda por parte
de algumas agências como missio,
muito fica ainda por fazer, porque
as verbas mal chegam para os fins
destinados.
Em jeito de conclusão, o entrevistado não deixou de frisar as
atuações de BokoHaram que, felizmente, ainda não afectaram diretamente o sul da Nigéria, onde se
encontra a diocese de Nsukka. No
entanto é de notar que têm chegado a esta diocese muitas pessoas,
com as suas vidas completamente
desfeitas, após terem sido afetadas
por BokoHaram. Neste acolhimento têm sido providenciados
alojamento, alimentação e novas
condições de vida àqueles que
chegam e não têm onde reclinar a
cabeça, além de organização de seminários, workshops e outras sessões que visam a integração desses
irmãos nossos.
Mesmo com todos os obstáculos da mais variada ordem, este
trabalho junto da comunidade e
dos irmãos é edificante. Cada pequeno sucesso alcançado na restauração de direitos é, sem dúvida,
uma derrota das estruturas opressivas e injustas ainda muito enraizadas no país.
FÁTIMA
Curso de Missiologia
RECORDE
A rede Multibanco voltou a
registar um recorde mensal em
julho, ao registar um total de
210 milhões de operações processadas, um aumento de 5%
face a dezembro de 2014.
PRAIA
A revista Traveler, do grupo
Condé Nast, voltou a distinguir
uma praia portuguesa numa seleção das melhores do mundo.
Desta vez foi a Praia da Fábrica,
em Cacela Velha.
Membros da Família Espiritana presentes no curso de missiologia.
André Azevedo
«Vaivém Missionário», foi este o
mote lançado por D. Manuel Linda na Eucaristia de encerramento
do Curso de Missiologia realizado
entre os dias 23 e 29 de Agosto,
no Seminário da Consolata em
Fátima. Nele participaram 6 Liamistas, bem como 4 Jovens Espiritanos em Formação, entre cerca
de 80 participantes nesta edição
do curso.
Tudo começou pelo fim, com
D. José Cordeiro (Bispo de Bragança-Miranda), no primeiro
dia, a salientar a importância da
missão na Igreja Local, seja em
contexto de Nova Evangelização,
seja no acrescento que os missionários, religiosos e leigos podem
trazer para as suas comunidades
de origem e inserção.
No dia seguinte, D. António
Couto (Bispo de Lamego) fez-nos
mergulhar no «vai» e no «vem»
da missão, a partir do Evangelho
Segundo S. Marcos.
Era Hora de «saída», e para isso
o Frei José Nunes (Dominicano),
acrescentou o imprescindível diálogo ecuménico e inter-religioso
ao conjunto de artigos de primeira
necessidade para qualquer missionário que se preze.
Tempo ainda para a missão nas
periferias da nossa sociedade, com
um dia de formação e testemunhos
da Comunidade Vida e Paz, dedicada ao trabalho com Sem Abrigos
e dependências associadas.
Em jeito de remate e recapitulação, a Dra. Isabel Varanda (UCP
Braga), pôs os participantes a refletir sobre os fundamentos teológicos da fé e da missão, para que
nunca faltem raízes sólidas a quem
anuncia o Evangelho.
Ficaram várias e valiosas lições
desta formação, a ser plantadas
e regadas nas estruturas da nossa igreja que se quer missionária,
bem como o convite a que cada
vez mais agentes de pastoral passem por este curso para que haja
sempre mais e melhor missão.
P. JOAQUIM MARTINS
Cem anos com Missão
Fátima Monteiro
Espiritualidade(s)
Há momentos em que
de uma forma mais
intensa somos chamados
a ter o olhar fixo na
misericórdia para
podermos ser também
nós mesmos sinal eficaz
da obra do Pai.
Papa Francisco
existe, e não é apenas algo bonito,
mas inatingível. Não! Jesus “anulou
o documento que, com os seus
decretos, era contra nós; aboliu-o
inteiramente, e cravou-o na cruz.”
(Col 2,14). Ele destruiu tudo. “Portanto, agora não há mais condenação alguma para os que estão em
Cristo Jesus.” (Rom 8: 1). Nenhuma
condenação! De qualquer tipo!
É por isso que, como primeiro
dever antes de começar este
tempo de graça, devemos acreditar que essa misericórdia é real.
Interiorizar o que ela significa na
nossa vida e na vida da Igreja. Não
podemos, como cristãos, manter
fechada a porta da misericórdia
que um Deus cheio de Amor nos
abre de par em par. Mais do que
nunca preparemo-nos para viver
este tempo de graça de uma forma
séria, mas plenos de alegria.
Com Alegria, porque Jesus mostra-nos o coração de Deus como
alguém de confiança, cheio de
amor e ternura para dar aos Seus
filhos todos, sem exceção. Deus
não “ama mais” os que mais “merecem” mas ama com um amor
todo especial aqueles que mais
precisam, por causa do sofrimento,
da solidão ou do pecado. Ninguém
consegue pôr-se fora da misericórdia de Deus! Ninguém consegue
descer abaixo do perdão de Deus!
Não conseguimos anular o amor de
Deus por nós… Alegremo-nos, pois!
Apesar de, no nosso dia-a-dia, nos
irmos deparando com pessoas
e situações, das quais não esperaríamos encontrar tão ausente
o rosto misericordioso do nosso
Deus que nos foi apresentado em
Jesus, procuremos nós o seu rosto,
mostremos nós a grandeza de um
coração moldado pela descoberta
gradual deste Deus que é Amor.
Porque somos chamados, a partir
de Jesus, a olhar como Deus trata
as nossas fragilidades pessoais
com um pudor comovente… e, a
fazê-lo também.
Por outro lado, quando, como dizia
Isaías, “juntamos solenidade e
iniquidade” (Is 1, 13), o culto não
gera Fraternidade, a crença não
desperta para a Justiça, a Fé não se
faz Misericórdia, a Esperança não
se faz Solidariedade, a Caridade
não se faz Compaixão… o que
escrevemos (por mais belo que
seja… e repetido em vários livros)
não se traduz em vida!.. só a nós
mesmos nos enganamos, à nossa
volta já nada germina ou cresce.
Um Ano de Graça… gosto sempre
de saber quando começa (8 de
Novembro de 2015)… não quero
saber quando acaba! Por duas razões: primeiro, atarefamo-nos já
em dezenas de atividades, belas,
mas muitas vezes vazias para a
continuidade; segundo, a Misericórdia… não pode ter fim!
Que seja uma Ano de Graça para
todos, da minha parte… tanta
coisa a afinar com este imenso
Amor que a cada dia vou descobrindo que Deus tem por mim.
Que bom haver este Ano (para
despertar consciências adormecidas) … mas isto é tarefa de uma
vida inteira.
JORGE SAMPAIO
O antigo Presidente Jorge
Sampaio foi um dos agraciados
na primeira edição do Prémio
Nelson Mandela, das Nações
Unidas, pelo seu trabalho por
um mundo melhor.
NASCIMENTOS
Nos primeiros sete meses deste
ano nasceram mais 1500 bebés
do que no mesmo período do
ano passado. É em Lisboa que
se concentra o maior número
de nascimentos.
POUPANÇA
Saúde poupa 95 milhões de euros em remédios e equipamentos com a compra centralizada.
Combateu-se a fraude. A receita
eletrónica permite minimizar as
fraudes.
assim não
ILEGALIDADES
A Direção-Geral de Saúde, a
ANACOM, o IAPMEI e a Segurança Social gastaram quase 1,5
milhões de euros em remunerações, benefícios e regalias
ilegalmente no ano passado.
INCENDIÁRIOS
Caçados o dobro dos incendiários em relação ao ano passado.
Cerca de 570 foram detidos e
identificados por incêndios florestais. De janeiro a 23 de junho,
houve 8955 incêndios.
Sede misericordiosos como o vosso Pai é Misericordioso
Quando soube que o Papa havia
declarado um Ano Santo extraordinário centrado no tema da
Misericórdia fiquei profundamente feliz e não poderia deixar de
agradecer a bondade de um Deus
que sabe mais do que ninguém
o que seus filhos precisam. Nada
mais apropriado para estes tempos
que encontrarmo-nos com o rosto
misericordioso de Deus.
Temos sempre necessidade de
contemplar o mistério da misericórdia. Pois esta é a característica
de Deus, o modo como vem ao
nosso encontro, é o que abre o
coração à esperança de sermos
amados para sempre, apesar do
nosso pecado.
Na Páscoa, descobrimos a incrível
notícia de que o perdão autêntico
assim
sim
Afonso Cunha
INCÊNDIOS
Os 662 incêndios dos 1766 ocorridos até 9 de agosto tiveram
início entre as 20 e as 8h00,
o que indicia provável origem
criminosa. 37,4% dos incêndios
florestais começaram à noite.
Os Altos Céus, em Espinho, encheram-se de festa a 9 de Agosto
com a celebração do centenário do
P. Joaquim Martins, Espiritano que
há quase 40 anos está ao serviço
pastoral da Diocese do Porto.
A celebração da Eucaristia foi
presidida por D. António Francisco, Bispo do Porto e concelebrada
por D. João Lavrador, o P. Tony Neves (Provincial), o P. António Coelho (Vigário Geral da Diocese), o
P. João de Deus (Pároco), diversos
padres diocesanos e Espiritanos
que apinharam a Capela dos Altos Céus. A Animação litúrgica
foi assegurada pelo grupo coral de
Seixezelo, a última paróquia do P.
Joaquim.
D. António elogiou estes cem
anos de Missão, muito fecundos,
partilhados entre Angola e Portugal. Esta mesma atitude de ação de
graças marcaram as palavras do P.
Tony Neves, Provincial dos Espiritanos, que agradeceu a Deus o seu
primeiro missionário a atingir cem
anos de vida.
FRAUDE
Em dois anos e oito meses foram enviados para investigação
mais de 400 processos devido à
suspeita de fraude ou corrupção
no Serviço Nacional de Saúde,
num valor de 372 milhões de
euros.
TELEFONE
O Estado não tem telefonistas
para atender o telefone. Tem pessoal a menos. Gastou 10 milhões
de euros, em cinco anos, com
serviços de ‘call center’ privados.
6
OUTUBRO2015
7
OUTUBRO2015
PONTE J.S.F. NA PERIFERIA DO RIO DE JANEIRO
ritmos
do
mundo
Pedro Amorim
Toque a
Finados
Ainda hoje nas aldeias, de cada
vez que morre alguém, o sino
da Igreja toca. E toca um toque
triste e melancólico de pesar.
Um toque que, quase instintivamente, nos imobiliza e faz
ficar contemplativos, tristes e
orantes… É o chamado Toque
a Finados.
Na aldeia global, em que
dizem se transformou o mundo, o Toque a Finados foi substituído pelos tweets e likes nas
redes sociais que anunciam
a morte: ou de uma icónica criança ou de dezenas ou
centenas (consoante o dia) de
outras pessoas. Este Toque a
Finados acaba depois destilado e refinado nos telejornais
e restantes media mais convencionais. Talvez a grande
diferença seja que este Toque
a Finados dos sinos da Aldeia
Global, a contemplação, a
tristeza e a oração, deram lugar a uma emoção de duração
efémera. Por vezes (muitas
vezes) a emoção seguinte, é
apenas uma variação sobre o
mesmo tema da emoção anterior, ou seja, apenas mais um
conjunto de mortes de pessoas
semelhantes, de forma semelhante, com origem semelhante…
Se chegaram até aqui na
leitura desta coluna, creio
que já adivinham o que se
segue: as centenas de mortes
que há no mar que separa Seres Humanos da morte quase certa, da lotaria de quem
sobrevive numa improvisada
barcaça. A chamada crise dos
migrantes.
Não queria entrar na discussão que não temos lugar
para todos (argumento fraco,
dado que, o número que nos
chega à Europa, é muito baixo
face à população Europeia); ou
da confusão deliberada entre
migrantes e refugiados para
justificar que isto é apenas
emigração ilegal (esquecendo
que uma grande maioria são
refugiados, que estão protegidos por convenções que obrigam a que lhes seja concedido
asilo e que, mesmo que fossem
emigrantes, têm direito a uma
vida condigna).
Pego neste tema, porque
me inquieta a procrastinação
dos líderes mundiais sobre o
tema, que quando se conseguem reunir para debater o
tema, nada decidem e adiam
outras decisões para daí a 3
semanas(!), quando todos os
dias continuam pessoas a morrer nas travessias e pessoas a
serem tratadas como animais
em alguns países fronteira.
A ver vamos se, qualquer
dia, o Toque a Finados não é
para nós, civilização europeia,
que deixa morrer à sua porta
Seres Humanos, por nem as
migalhas que caem da mesa do
seu fausto repasto querer partilhar.
Uma ponte para amar…
por isso vai…
“Pontes” de Solidariedade
São atividades de voluntariado jovem que
decorrem no mês de agosto. Realizam-se
desde 1988 e já passaram por 6 países de
língua oficial portuguesa.
Saiba mais em www.espiritanos.pt/ponte
tráfico ou a criminalidade. Um
caminho que prejudica muitas
crianças, adolescentes e jovens
correndo o risco de serem eliminados na flor da idade. Um dos
momentos importantes da nossa Ponte foi a visita à Casa do
Menor, fundada pelo Pe. Renato
Chieira, que acolhe muitos jovens que quiseram fugir desta tão
triste realidade. É uma obra onde
se pretende transmitir e transformar as suas vidas através do
amor, concedendo uma vida melhor e mais digna. De uma forma
bem visível, ajudou a perceber as
palavras do Papa Francisco, na
sua última mensagem para o Dia
Mundial das Missões: “a missão é
uma paixão por Jesus Cristo e, ao
mesmo tempo, uma paixão pelas
pessoas”. Ao olhar a dedicação, o
amor, o clima tão familiar que habita nesta Casa do Menor revela
que realmente só o serviço total
por amor é que consegue abrir
portas para um futuro melhor.
ao serviço junto dos alunos as
nossas competências. Apesar das
dificuldades na aprendizagem
sobretudo no Inglês, no Português e na Matemática, sentia-se
que tinham vontade de superar
essas mesmas dificuldades e adquirem maiores conhecimentos.
Os Rastreios na área da saúde
foram preparados para que os interessados pudessem rever a sua
saúde, recebendo também alguns
conselhos para que tivessem uma
vida mais saudável.
Por isso vai… Para amar!
Fomos gerados no amor de
Deus e fomos enviados a manifestá-lo aos outros. Os medos, os
receios e as dúvidas existiram,
mas nós como “Discípulos Missionários caminhando na Alegria”
tivemos que os deixar de lado
para comprometermo-nos na missão. Levámos na nossa bagagem
o amor. Agora que regressámos,
temos a certeza que tudo foi feito
por amor. Estamos seguros de que
a nossa missão era, mesmo, partir
para Queimados. A missão, a partir do amor de Deus, iniciou-se no
nosso grupo onde vivemos como
uma família reflectindo-se nos
serviços que fizemos na Paróquia.
Foi uma semente lançada a partir
do amor, tendo a consciência de
que esse amor é um dom de Deus.
Desta forma, podemos comprovar
as palavras de Dom Luciano Bergamin, bispo de Nova Iguaçu: “O
Rio sacia os olhos, a Baixada sacia
a alma!”. E nós ficámos saciados
e famintos por uma nova missão!
Por isso vai…
“Mais do que um conjunto de
pessoas amigas que viveram na
mesma casa e se aventuraram a
partir em missão, fomos (somos)
família. Num país onde há tantos
conflitos, onde muitas crianças
nascem em famílias desestruturadas, onde os
professores são heróis lançados para o mundo
da educação, onde se mata a qualquer preço,
este foi um grande e silencioso testemunho.”
Pe. Hugo Ventura
“Ir para o Brasil foi uma redescoberta
de mim mesma como ser humano,
tal como eu dizia nas aulas de
educação para a cidadania ‘ser
pessoa não basta! Ser apenas
pessoa é andar na sociedade sem
fazer nada, sem ter um propósito
de vida. Temos de ser Seres Humanos, pois esses pensam com a cabeça e
sentem como coração!’”
Jessica Sousa
“Assim que aterrei em solo brasileiro, os meus
medos deixaram de existir. Estava feliz e cheia
de vontade servir a missão que Deus me tinha
confiado. Partimos 8 conhecidos e
tornamo-nos numa família. Aprendi muito e vivi muito. Darmo-nos
aos outros nem sempre é fácil,
mas reaprendi que a melhor
prenda que se pode dar a alguém,
é nossa presença e o nosso tempo.”
Adriana Gonçalves
“A minha maior alegria diária
era sair de casa e perceber que
muitos dos que por nós passavam
nos reconheciam: ‘Os missionários portugueses…’. Sabemos que
deixámos muito pouco, mas viemos
cheios! Do carinho que recebemos sem
merecermos, e de uma vontade imensa de fazer
muito mais, em Portugal, em Africa… ”
Beta Ferreira
Por isso vai… Sem Fronteiras
Marlene e João Paulo
Somos oito jovens oriundos de
diversas regiões de Portugal que
aceitámos o desafio de partir em
missão durante o mês de Agosto,
para a Paróquia de Nossa Senhora de Conceição em Queimados,
Baixada Fluminense, no Rio de
Janeiro, Brasil. Fomos recebidos
como filhos pródigos pelos Padre
Luís Oliveira Martins, Laurindo
e João Serra, Espiritanos que, há
décadas, doam a sua vida ao povo
brasileiro. A paróquia tem aproximadamente 40,000 habitantes. A maioria luta para ter uma
vida mais digna e para isso são
“obrigados” a deslocarem-se até
à grande metrópole do Rio de Janeiro para poderem ganhar o pão
de cada dia. O DNA da Baixada
Fluminense é a pobreza.
Durante o mês, cada um colocou os seus dons ao serviço
deste povo, vivendo o nosso
lema: “Discípulos Missionários,
caminhando na Alegria”. Podemos dizer que esta missão ficou
marcada pelo testemunho alegre
de sermos cristãos, apesar das
nossas diferenças. E foi sempre
Cristo que seguiu à nossa frente
a desafiar-nos: “Por isso vai…”
Por isso vai… firmemente
Estando na fila para embarcarmos no avião rumo ao Brasil,
houve um senhor, residente no
Rio de Janeiro, que ao ver-nos
todos vestidos de t-shirt amarela,
nos perguntou se nós íamos passear turisticamente para o Rio.
Negámos e dissemos que partíamos em missão para Queimados.
O homem, admirado, disse: “Mas
ninguém vai para Queimados!”
Esta é a grande imagem que muitas pessoas têm desta periferia.
Apesar do nosso conhecimento sobre esta cidade, ainda
continuávamos com receios da
realidade social. A Baixada Fluminense é considerada uma periferia perigosa marcada pela violência, tráfico de droga, assaltos
e assassinatos. Com a ocupação
das favelas no Rio de Janeiro pela
polícia, com a finalidade de acabarem com o tráfico de droga,
muitos traficantes fugiram para
esta Baixada, aumentando o número da violência que está de
mãos dadas com os problemas da
droga.
Percorrendo Queimados, encontrámos muros altos que protegem desta triste realidade. Mas
porquê muros tão altos e com
arames farpados? Fomos apercebendo que eram necessários.
Esta Baixada refugia pessoas que
possuem um cadastro carregado
de irregularidades. Um cadastro
que começa desde a juventude,
em que muitas crianças, adolescentes e jovens estão envolvidos
no mundo da criminalidade e
drogas.
Por isso vai… caminhando
Num mês é impossível cicatrizar todas as feridas desta
Baixada. Fomos sentindo que,
mais do que fazer actividades,
éramos testemunhas da alegria
de sermos jovens cristãos. Como
jovens missionários fomos caminhando pelas ruas desta paróquia
para que todos sentissem que
estávamos lá para servi-los, testemunhando que a nossa alegria
vem de Cristo e que, por isso,
deixámos tudo para simplesmente estar com o povo. Este foi o
nosso desafio: estar e amar cada
um com quem nos cruzámos
pelo caminho.
Esta foi a nossa grande experiência! No dia da nossa apresentação à comunidade fomos
acolhidos com imensos abraços,
sorrisos, gestos de carinho e de
muita fraternidade. Tudo isto
fez com que nos sentíssemos
em casa e, ao mesmo tempo, nos
impulsionou para que nos déssemos totalmente a eles. Com a
mesma afectividade, fomos acolhidos nas diversas comunidades
por onde passámos.
Durante uma semana, participámos na Semana da Família
onde se pretendia que as comunidades cristãs se reunissem para
reflectir sobre a importância da
família para a vida pessoal, social
e cristã. Caminhámos com as famílias, visitando os doentes das
comunidades e participando num
roteiro de sete encontros preparados pelos bispos do Brasil. Ao
caminhar com as comunidades,
apercebemo-nos que as famílias
possuem diversos desafios que
necessitam de ser encarados com
entusiasmo, porque estas são a
esperança de um mundo melhor.
A falta da família faz com que
muitos procurem refúgio e segurança noutros caminhos entre
os quais a droga, a violência, o
Os oito participantes da
Ponte’2015, na Casa do
Menor, fundada pelo Pe.
Renato Chieira para acolher
jovens que querem fugir dos
caminhos da droga, violência e
criminalidade.
Aulas na Escola Metodista
Posto de saúde
Partir sem fronteiras é ter a
certeza que não podemos deixar
as amarras nos prenderem nos
desafios. Partimos em direcção
às escolas Leopoldo Machado e
Metodista. O ensino em Queimados revelou-se totalmente
diferente! O nosso desafio nas
escolas era de consciencializar
os adolescentes/jovens, crianças
e adultos para as temáticas da
«Sexualidade e Afectividade», da
«Violência e Drogas», da «Cultura e Preconceito» e da «Educação para a Cidadania». Estas
temáticas não eram tratadas em
ambas as escolas, pois existe um
certo receio em as abordar. Sentimo-nos responsáveis por alertar
aquela juventude para as problemáticas que de facto acontecem
nesta Baixada. Regressámos com
a esperança de que as nossas palavras tenham sido uma semente
que dê frutos.
Os encontros pastorais foram
momentos de enriquecimento
mútuo mostrando que existem
diferentes formas de sermos
discípulos missionários. Nesses
encontros, partindo da nossa experiência paroquial, salientamos
que devemos estar ao serviço das
necessidades da Paróquia. Mostrando, assim, que muitas vezes é
mais fácil ser missionário fora do
nosso berço, esquecendo que a
nossa missão começa com quem
está próximo de nós.
As crianças chegavam e a alegria era contagiante. E nós não
poderíamos ficar atrás! No ATL,
tivemos a oportunidade de fazer
diversos trabalhos manuais, mostrando que podemos reutilizar o
material que usamos diariamente. Foram momentos de grande
proximidade entre nós e as crianças, que de uma forma bastante
simples quiseram mostrar todo
o apreço na hora de despedida.
Os tempos de Reforço Escolar
foram momentos de colocarmos
“Arriscar partir? Porquê? Porque
superei as minhas ideias pré-concebidas… Porque em cada abraço
senti o quanto era importante
estar ali… Porque coloquei os meus
dons ao serviço… Porque sim! Sei que
provavelmente devem estar a pensar ‘porque
sim! Não é resposta!!!’ Mas afinal: Deus fez-nos
um desafio… e a resposta foi SIM!”
Luís Rafael Azevedo
“A minha experiência ajudou-me a perceber o valor da
alegria, apesar de todo o
sofrimento que carregam os
rostos de cada pessoa desta
periferia do Rio de Janeiro. É
um povo que, apesar de tudo,
não perdeu a alegria do valor da vida e que
estão preocupados quanto ao futuro.”
João Paulo Freitas
“Após muita angústia, percebi
que o melhor que podemos fazer
é dar o nosso tempo e atenção
de forma verdadeira e simples.
E foi assim que voltei, sem vontade de voltar, com 7 irmãos na alegria, com um pouco de todas as pessoas que se
deram a mim, mas com esperança de ter deixado
um pouco de mim em todas as que me dei.”
Adriana Cavaco
“Com o grupo aprendi que partir em missão
pode-se resumir na palavra “estar”. Mas este
“estar” foi um estar com amor, um estar com
alegria, um estar de coração aberto para acolher
o próximo, um estar em família e um estar em plena união com Deus. Trago
a certeza de que a minha missão
no mês de Agosto era estar em
Queimados com este grupo e que a
missão transcende os meus planos.”
Marlene Veríssimo
provocações
Hugo Ventura
Encher o
coração
Querido Pai que estás no céu,
sinto-me feliz e com o coração cheio.
Há experiências e pessoas
que nos marcam profundamente. Recordo duas experiências vividas ultimamente,
ambas em contexto da Ponte
2015, no Brasil.
Nas ruas da “cidade maravilhosa”, entre prédios de
escritórios, lojas e de habitação, no meio das grandes
avenidas, cheias de pessoas
que correm de um lado para
o outro, surgiam aqui e acolá,
entre uma indiferença generalizada e talvez habitual, os
mendigos deitados no chão
ou então abrigados debaixo
das pontes e viadutos. São
as feridas e chagas que ninguém quer ver. Perdão meu
Pai! Quanta cegueira… A outra experiencia, de tão simples, parece nem ter nada de
especial. Mas ficou gravado
em mim o momento e a intensidade das emoções. Já no
fim de uma actividade numa
das escolas, depois das fotos
e de muitas ”selfies”, vi que
um dos jovens, portadores
de deficiência física, estava
num canto, assistindo ao “espectáculo”. Juntamos o grupo
de voluntários e com ele tiramos a fotografia mais intensa
e cheia de emoções. Há gestos que valem mais do que
mil palavras!
Também eu muitas vezes
faço parte desta grande massa de gente de coração duro,
indiferente, que deixa o ‘outro’ na margem. Dai-me, querido Pai, um coração capaz de
amar sem excluir ninguém.
Mas também há pessoas
que deixam em nós um perfume de santidade e de amor
e entrega à missão. Recordo a figura de Dom Luciano
Bergamin, bispo da Diocese
de Nova Iguaçu. No coração
desta Baixada Fluminense,
um homem de Deus, com um
humor especial, que nos acolheu como seus “filhos”. Que
nos visitou em nossa casa e
nos encorajou a continuar a
missão, indo também ele ao
encontro dos outros. Mas sobretudo nos deixou uma frase que ainda ecoa em mim: “o
Rio de Janeiro enche o olho,
mas a Baixada enche o coração”!
Obrigado, querido Pai,
por tantos homens e mulheres que têm o coração cheio,
não de coisas e sonhos, mas
de Ti e do Teu amor. Gente
como eu, que dizem sim ao
Teu chamamento para ir e
ser testemunhas do Teu reino.
“Por isso vai fortemente,
por isso vai a caminhar.
Por isso vai sem fronteiras, por isso vai para amar”.
Queres vir? Então junta-te
a nós e vamos juntos!
8
animação
missionária
Nuno Rodrigues
OUTUBRO2015
«A dimensão missionária, que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de
vida consagrada, e não pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma.»
«Para viver o testemunho cristão e os sinais do amor do Pai entre os humildes e os pobres,
os consagrados são chamados a promover, no serviço da missão, a presença dos fiéis leigos.»
Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões
Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões
PONTE DO LIMA
Outubro
Missionário Feiras Novas com sabor a Missão
O mês de Outubro é o mês missionário, pois celebramos no penúltimo domingo do mês, o Dia
mundial das missões. Por isso,
deve ser um tempo cheio de
Missão. Ninguém pode ficar de
fora. Todos são chamados, neste
mês, a proclamar em alta voz, o
que nos vai no nosso coração.
Todos os anos o Santo Padre
aproveita a oportunidade para
nos escrever uma mensagem. O
tema deste ano é a Vida Consagrada e a sua relação com o chamamento e envio para a missão.
Diz-nos o Santo Padre: “a dimensão missionária que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada
forma de vida consagrada. A
missão não é proselitismo, nem
mera estratégia; a missão faz
parte da gramática da fé, é algo
de imprescindível para quem se
coloca á escuta da voz do Espírito que sussurra vem e vai”.
Fazendo referência á exortação apostólica o Evangelho
da Alegria o Papa volta a repetir: “a missão é uma paixão por
Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas”.
O cinquentenário do Decreto conciliar Ad Gentes lembra-nos o seguinte: “(…) a ânsia
missionária surgida do Concilio Vaticano II concretizou-se
numa extraordinária abertura
á missão ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento de irmãos e irmãs provenientes das terras e culturas
encontradas na evangelização,
de modo que hoje pode-se falar
de uma generalizada interculturalidade na vida consagrada.
Por isso mesmo, é urgente repropor o ideal da missão com o
seu centro em Jesus Cristo”.
Aos jovens é lançado o seguinte desafio: “não deixeis que
vos roubem o sonho duma verdadeira missão, dum seguimento de Jesus que implique o dom
total de si mesmo”.
Numa linha de compromisso
e de acção missionária, o Santo
Padre vem-nos lembrar que os
destinatários privilegiados da
Missão “são os mais pobres, os
humildes e os doentes, aqueles
que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que
não podem retribuir”.
“No campo imenso da actividade missionária da Igreja, cada
baptizado é chamado a viver o
melhor possível o seu compromisso, segundo a sua situação
pessoal”.
O mês de Outubro deve
marcar a diferença no nosso
ritmo de igreja e de celebração.
A Missão e a actividade missionária da Igreja devem-nos
ajudar a tomar mais consciência que, hoje, mais que nunca,
precisamos de homens e mulheres que saiam para a rua e
anunciem com a Palavra e com
a Vida, o que o amor não pode
calar: a paixão por Jesus e pelas
pessoas.
9
OUTUBRO2015
DIOCESE DE VIANA
Assembleia
Diocesana da LIAM
No passado dia 27 de Setembro,
a paróquia de Refoios, Ponte
de Lima, acolheu a Assembleia
Diocesana da L.I.A.M. com o
objectivo de viver a abertura do
mês missionário.
Guiados com o tema das Obras
Missionárias Pontifícias (OMP)
para este ano pastoral: “Missão,
Sempre e Em Todas as Frentes”,
os liamistas de Viana do Castelo
fizeram um tempo de reflexão
sobre as implicações concretas
dos apelos do papa Francisco e,
em seguida, realizaram a elaboração da programação anual.
De tarde, foi tempo de festa. Fez-se a apresentação do material
missionário que cada ano as
Obras Missionárias Pontifícias
oferecem às paróquias.
O momento alto desta jornada
diocesana foi a celebração da
Santa Missa com a presença de
D. Anacleto, bispo de Viana.
Tiago Barbosa
Em Ponte de Lima, manda a tradição que no mês de Setembro haja
Festa. E este ano não fugiu à regra... São as famosas Feiras Novas.
Para quem visitou esta vila, que
dizem que é a mais antiga das vilas, desde os dias 10 aos 14 do mês,
houve festa popular, convívio, animação de rua e presença do grupo
missionário de Ponte de Lima.
Nestas festas, também já é uma
tradição que o grupo de Liamistas
de Ponte de Lima se faça presentes para angariar donativos em fa-
vor das Missões. Este ano, como
bem o sabemos, a LIAM tem duas
campanhas em simultâneo: apoio
à construção do Seminário Espiritano em Moçambique e ajuda
à construção da residência paroquial e centro de catequese em
Tefé, Amazónia.
Tendo em mente este duplo
objectivo, os Liamistas de Ponte
de Lima, orientados pela Ana Maria, leiga associada e animadora
do núcleo de Arcozelo, durante
três dias das Festas “Feiras Novas” tentam angariar fundos e dar
um toque com sabor à Missão.
É de louvar a generosidade de
tanta gente que colabora doando
artigos, brinquedos, bordados e
outros bens e dá do seu tempo,
manhãs e tardes, para estar na
tendinha das Missões. Uns oferecem rifas, outros vendem as famosas toalhas de linho, feitas à mão.
Na verdade, quando se visita
esta tendinha, aí se comprova a
força da partilha e do espírito de
abnegação. É a grande lição que
se escuta no livro dos Actos do
Apóstolos ao descrever a Igreja
nascente: “há mais alegria em dar
do que em receber”.
Recreativa, Cultural e Desportiva de Albergaria), e também
no Centro Social do S. Pedro,
junto dos mais velhos.
Os JSF apanharam o comboio para o Entroncamento,
cidade historicamente ligada
aos caminhos-de-ferro, onde
desenvolveram o trabalho missionário em três dos lares do
Entroncamento – Santa Casa da
Misericórdia, Fernando Eiró e
Ferroviários – e com um grupo
de crianças da escola “Rumo ao
Futuro”, no parque do Bonito.
LIAM Mafra
LIAM Guimarães
LIAM Izeda
LIAM Alcanena
LIAM Foz do Sousa
LIAM Vila Franca do Campo
LIAM Seixo de Mira
LIAM Mafra
LIAM Guimarães
LIAM Stº Adrião / Braga
Maria Neves da Silva
Lucilia Lemos C. Oliveira
José Maria Nunes Moreira
Maria Adelaide Oliveira Vidal
Alice Nabais (MOMIP)
rações «pequeninos» são capazes
de repousar em Deus, como uma
criança ao colo da mãe: «Senhor, o
meu coração não se orgulha nem
os meus olhos são altivos, não vou
atrás das grandezas nem de prodígios que me excedam. Ao contrário, aquieto e sossego a minha
alma, como uma criança saciada
no colo de sua mãe; como uma
criança saciada, assim a minha
alma dentro de mim. Israel, põe
a tua esperança no Senhor, desde
agora e para sempre» (Sl 131).
É com esta humildade dos «pobres de Deus», que o P. Laval se
alegra por poder prestar pequenos
serviços como dar catequese ou
fazer de porteiro da comunidade:
«O exercício do santo ministério
é-me cada dia mais difícil; reduz-se a algumas confissões e à catequese duas vezes por semana, para
a primeira comunhão do “velho
mundo”. Guardo o locutório, onde
faço de porteiro, o que me permite
dar pequenos conselhos aos que
vão e vêm; é um ministério que
ainda não é totalmente infrutífero».
Mais do que com o que faz é
com a sua presença de Santo que
o P. Laval continua a atrair os corações para Deus. Eis o belo testemunho de um dos seus confrades:
«O P. Laval continua a fazer cada
dia, na minha missa, a santa comunhão, para grande edificação
de todos os assistentes e de toda
a cidade, que o venera como um
santo. Ele é-nos tão útil aqui pela
sua simples presença, é útil a toda
a missão, que teremos uma grande perca quando Nosso Senhor o
chamar para Si. Como temo esse
momento! Tremo ao pensar nisso,
e peço a Deus e à Santíssima Virgem que tenham piedade de nós».
129,00€
15,00€
40,00€
450,00€
400,00€
300,00€
150,00€
600,00€
200,00€
23,00€
20,00€
32,00€
500,00€
Bolsas de Estudo
LIAM Vila Franca do Campo
LIAM Barreiro
LIAM Stª Catarina
Maria Eugénia Cabaço Lino
500,00€
250,00€
250,00€
250,00€
200,00€
200,00€
183,00€
300,00€
Fundo de
Solidariedade Espiritana
LIAM Barreiro
50,00€
LIAM Guimarães
108.50€
Maria Palmira . Vieira Miranda 93,00€
Maria Lurdes Fortuna
1.000,00€
Maria Odilia Paula
250,00€
Centro Vocacional e Seminário
da Praia (Cabo Verde)
A visita ao Museu Nacional
Ferroviário precedeu a mais
longa das viagens realizadas
neste périplo ferroviário, entre
Entroncamento e Vale de Prazeres, no concelho do Fundão,
onde, no primeiro dia, além da
eucaristia e da vigília, foi dada
especial atenção às crianças,
com um encontro de apresentação e posterior sessão de animação missionária.
As visitas aos lares da Santa
Casa da Misericórdia de Soalheira e de Alpedrinha, no dia
e de ação de graças, pela família
como “viveiro” de vocações consagradas, tendo como base a partilha em direto dos pais de dois
consagrados (uma jovem Irmã
do Convento e um Sacerdote Espiritano), e do testemunho de
quatro jovens desses jovens. Se
dúvidas houvesse, ficaram dissipadas acerca do papel fulcral da
família, mas também da escola,
no alimento e crescimento da vocação pessoal.
O dia de inserção na comunidade local proporcionou o contacto inesquecível com instituições que recebem as “franjas” da
nossa sociedade: crianças e idosos. Constatamos uma vez mais
que estas continuam a ser “um
mal necessário” tendo em conta a
fragilidade de muitas das nossas
famílias, e o urgente que é, ajudar
a família a reestruturar-se. Marcamos presença no Lar de Santo
António e Jardim de Infância de
S. Sebastião/CAT que acolhem
crianças e jovens em risco, e nos
Lares do Centro Pastoral e o de S.
Caetano que acolhem idosos.
A vertente cultural foi direccionada para um maior conhecimento da região envolvente, com
visitas ao Museu Nacional Grão
Vasco, às Termas de S. Pedro do
Sul, ao Museu do Caramulo, à
Casa de Santar, em Canas de Senhorim, à Casa de Aristides de
Sousa Mendes, em Cabanas de
Viriato e ao Museu Municipal do
Carregal do Sal.
Ainda durante o Encontro,
decorreu ainda um momento fundamental para o MOMIP: a Assembleia Geral, na qual foi feita
a avaliação do ano que terminou,
elaborando o plano de ação para
o próximo ano tendo em conta as
linhas fortes desta direção: Renascer, Crescer e Atuar. Foi dada
ainda pelo Pe. Nuno Rodrigues a
informação que em 2016 se realizará uma experiência de missão
ad gentes, no verão, que integrará membros do MOMIP. Continuará a ser feita uma aposta na
criação de materiais lúdico/didáticos, de caráter missionário, que
permitirão dinamizar mais facilmente as idas às escolas e o contacto das crianças e jovens com
a Missão, levando-os a ser mais
solidários e a comprometerem-se
com o desenvolvimento integral
dos povos.
O nosso estimado Provincial, Padre Tony Neves marcou
presença no Encerramento do
Encontro, confirmando a nossa
conclução de que “o Movimento precisa de continuar a apostar
nas prioridades definidas, tendo
em conta que somos portadores
de esperança ativa, num momento decisivo em que educar é, mais
do que nunca, é apostar no futuro, como diz o Papa Francisco”.
Projeto Moçambique
(P. Raul, P. Damasceno)
LIAM Stº Adrião / Braga
Casa Formação Manila
LIAM StºAdrião / Braga
Guiné - Pe. Manuel Semedo
LIAM Mafra
LIAM Madorna
Amazónia - Pe. Gaspar
seguinte, mostraram que, apesar de algumas situações difíceis, a generalidade dos idosos
é exemplo de longevidade, com
idades superiores a 90 anos e,
nalguns casos, a 100.
No dia seguinte, após passagem pela Póvoa da Atalaia, de
manhã, o grupo partiu para a
Covilhã, onde, tal como no Fundão, as visitas aos lares de idosos da cidade, nomeadamente
ao Lar de São José e à Associação Mutualista Covilhanense
destacaram-se pelas histórias
contadas entre acordes de canções como a “Laurindinha” e o
“Alecrim” e pela fé demonstrada por todos durante a eucaristia.
Além destas visitas, o grupo
promoveu ainda um encontro
com jovens na capela do Refúgio, uma caminhada orante
que culminou numa eucaristia
campal junto à imagem da Nossa Senhora da Conceição e um
chã missionário com a comunidade, antes da despedida para
voltar a apanhar o comboio,
desta vez, não para partir, mas
para cada um regressar às suas
paróquias.
Encontro Nacional do MOMIP
340,00€
200,00€
Missões
IntraRail Missionário
VISEU
Projeto Amazónia (P. Farias)
Outros Projetos Missionários
DO POMBAL À COVILHÃ
Um grupo de dez Jovens Sem
Fronteiras, orientado pelo Padre Pedro Fernandes, participou, de 24 de julho a 2 de agosto, no IntraRail Missionário,
atividade inédita no movimento, que se iniciou em Albergaria
dos Doze - Pombal, e terminou
na Covilhã, com passagens pelo
Entroncamento e pela zona sul
do concelho do Fundão, com as
deslocações a serem realizadas
de comboio.
Estes jovens, provenientes
desde São Cristóvão de Selho,
no Minho, até Santa Catarina
da Fonte do Bispo, no Algarve, passando por Santo Ovídio,
Godim, Avanca, Portela, Agualva, Barreiro e Palmela, levaram a tais lugares o espírito
missionário característico do
movimento e dos espiritanos,
evidenciando-o nas eucaristias,
nas vigílias, nas visitas aos lares e centros de dia, e nos encontros com crianças e jovens.
De rodas assentes na linha,
o comboio seguiu caminho para
o primeiro destino… Albergaria
dos Doze, onde a missão tanto
decorreu nas eucaristias, como
no campo de futebol, com os jovens do ARCUDA (Associação
Campanhas de
Solidariedade
LIAM de Lamas/Mozelo
106.14€
LIAM Guimarães
150,00€
Anónimo168,00€
Anónimo de Gandara
60,00€
João Marques Patricio
15,00€
Celeste Amaral Nobre
45,00€
Paula Silvestre
80,00€
Maria Celeste Sá Alves
93,00€
Maria Adelaide Oliveira Vidal 31,00€
Emília Saramago
“Família em Missão” foi o tema
do 54º Encontro do MOMIP –
Movimento Missionário de Professores, e que teve lugar de 1 a
8 de agosto de 2015 em Viseu. Encontro de colegas, mas sobretudo, encontro de irmãos que partilham o amor à causa missionária,
vivida pela Família Espiritana.
Num momento que a História reconhecerá como período
de grandes mudanças na sociedade, de ataques cruéis e ferozes
à Família, tivemos oportunidade
de reflectir sobre a “Ditadura da
Ideologia do Género” (assim intitulada pela Dra. Isilda Pegado)
que subtilmente se quer instalar,
suas consequências e efeitos, e
ainda sobre o nosso papel como
agentes de educação.
A abordagem do tema foi em
várias perspetivas: família cristã,
família educação e, família e dom
Presença de Santo
CEPAC
Amélia Pires
(Campo de Gerês)
53,00€
Ate n ç ã o
Os cheques e vales de correio para
pagamentos da Ação Missionária e
da Editorial (Almanaques e calendários) deverão ser endossados a:
Missionários do Espírito Santo
Para transferências bancárias é
favor usar o NIB:
0010 0000 1997 7900 001 18
Informar sempre a LIAM, por telefone ou email, das transferências
efetuadas:
[email protected]
da Vida Consagrada.
As reflexões dos dois oradores de excelência que enriqueceram este Encontro, ajudaram-nos
a consciencializar que “ser professor é acima de tudo ter a responsabilidade do mundo” (como
referiu a Dra. Isilda Pegado (presidente da Federação Portuguesa
pela Vida) e de que é essencial a
memória/tradição, a vivência e o
discernimento, para que as nossas crianças/jovens possam fazer
escolhas felizes (como referiu o
Prof João César das Neves).
Outro dos momentos fortes
do Encontro, foi o dia de Espiritualidade, vivido no Convento
das Irmãs Concepcionistas de
Santa Beatriz da Silva; a manhã
foi orientada pelo Assistente do
Movimento, Pe. Nuno Rodrigues
e pelo Pe. Tiago Barbosa, sobre a
Família e sobre o que é ser discípulo missionário. A tarde, foi
de confirmação da importância
Agostinho Tavares
BEBER DA FONTE ESPIRITANA
O
P. Laval, amigo leitor, já
não podia fazer quase
nada. Além de se entregar
à meditação assídua da
Palavra de Deus - que é,
dizia ele, «o que refresca a alma e
a sustenta, todos os outros livros,
à exceção da Imitação de Cristo,
valem, em comparação, bem pouco. Sim, é o livro dos livros; nele
encontramos tudo» -, passava muito tempo diante do Santíssimo, de
acordo com o testemunho do P.
Thévaux:
«Nos últimos dois anos, o P.
Laval já não podia ler com a luz da
lâmpada, mesmo com a ajuda de
óculos e de uma espécie de ecrã
de que se servia por causa da debilidade dos seus olhos. De modo
que, das seis às oito e meia da noite, tempo de oração para a comunidade, mantinha-se num piedoso
recolhimento, ou ia repousar aos
pés do Santíssimo Sacramento.
Acontecia-lhe, às vezes, adormecer: “Mas eu espero, dizia ele, que
este sono não desagrade a Nosso
Senhor; o Dono deixa o cão dormir à vontade a seus pés... Como
se descansa bem aos pés de Nosso
Senhor! - dizia ele. Este pacífico repouso faz bem ao corpo e à alma.
Basta apenas alguns minutos para
nos refazermos; despertamos com
a alma cheia de boas disposições
para com Deus».
É a simplicidade de criança, a
confiança absoluta, que brotam do
coração do nosso Beato. Só os co-
10
OUTUBRO2015
11
OUTUBRO2015
Semanas Missionárias
Se arde no
coração é missão!
Lembra-se da última vez que
sentiu Jesus tocar a sua vida?
Chamá-lo/a a uma missão? E da
resposta que Lhe deu, recorda-se? É por todas essas missões,
as que se realizam todo os dias
e as que ainda precisam de
obreiros, que rezamos durante
o mês de Outubro, época por
excelência que nos recorda a
nossa origem e o sentido da
nossa vida.
Escolhemos os momentos
de oração para refletir sobre
os caminhos que tomamos enquanto comunidade e/ou movimento e agradecemos ao Senhor pela coragem que nos dá
todos os dias para fazer “mais e
melhor” pelos outros. Mas será
que rezaríamos por essas mesmas intenções se sonhássemos
que Deus quer que sejamos nós
(e não os outros) a concretizá-las ou nem colocamos essa
hipótese de sermos “os escolhidos”?
Recear não ser chamado
pelo Pai para uma missão é
algo que não pode existir na
vida de um cristão atento: a
Humanidade grita pedidos de
auxílio todos os dias, dentro e
fora dos nossos locais de vida,
e é na oração com Deus que
encontramos o rumo a dar a
este desejo de entrega, conscientes de que aquilo que nos
arde no peito é o próprio Deus
a colocar essa intenção no
mais íntimo do nosso ser.
O Papa Francisco, por altura da Solenidade de Pentecostes, afirmou que “a missão é
uma paixão por Jesus Cristo e,
ao mesmo tempo, uma paixão
pelas pessoas” e essa é talvez a
forma mais simples e concreta
de olhar a nossa fé: precisamos
de nos apaixonar pelos sorrisos
dos outros, de sermos solidários com a dor alheia, de nos
sincronizarmos com o próximo, sentindo-lhe as pulsações,
sem julgamentos.
Precisamos urgentemente
de ajudar os irmãos desprotegidos (sem abrigo, refugiados
da guerra, entre tantos outros
que sofrem) em tudo o que nos
for possível, sem olhar às diferenças culturais ou às limitações que nos impedem de ver o
outro como irmão; precisamos
também de “investir” algum do
nosso tempo a chamar de volta
os irmãos na fé mais “adormecidos” pelo tempo, pelas dificuldades ou tão simplesmente
pela voracidade do dia a dia,
para que sejamos cada vez mais
a tornar próximo o Reino de
Deus com testemunhos e vida.
É na missão que nos encontramos com Deus, presença evidente no rosto de quem sofre, e
crescemos na relação com Ele.
Neste mês de Outubro peço por
todos os jovens sem fronteiras,
para que saibam dizer sim nas
pequenas e grandes missões
do dia a dia sem limites nos sonhos, nos projetos ou na vida!
um mês,
um
site
miguel ribeiro
cinema
Lúcia Pedrosa
JOVENS SEM FRONTEIRAS
UM FILME DE JAFAR PANIHI
Semanas Missionárias
NADADOURO
FOZ DO ARELHO
1 a 10 de Agosto
16 JSF com o Pe. Miguel Ribeiro
Sara Silva • Chegamos sem nada
conhecer… e cada um de nós
chegou com a sua bagagem. Uns
traziam sorrisos, outros traziam
histórias, os mais ousados traziam dinâmicas e os mais sérios,
traziam orações. Cada um de nós
trouxe o pedacinho que faltava
ao outro, e por isso, é que fomos
capazes de ser mais do que um
só, fomos UM.
Vivemos com a certeza de que
valeria a pena… Vivemos dez dias
que nenhum de nós pode esquecer. O Lar da Foz do Arelho, o Lar
da Serra do Bouro, o Centro de
Dia do Nadadouro e as maravilhosas pessoas que tivemos o
prazer de visitar em suas casas,
fizeram com que cada minuto
quisesse ser eterno. Há sempre
algo de mágico nos Idosos, e
só de olhar para eles, sentimos
que já aprendemos. Cantamos,
dançamos, rezamos, mas acima
de tudo, estivemos lá, de alma
e coração, a ouvir cada história, a sentir cada abraço e cada
beijo, a dar a mão, a rezar juntos,
pois só assim é que fazia todo o
sentido. E quanto à comunidade,
nem todos os obrigados chegam
para agradecer, pois mesmo não
estando em nossa casa, a palavra
Casa, fez todo o sentido. Foram
os almoços, os nossos adolescentes, o lanche com a comunidade,
os momentos que partilhamos a
caminhar, em oração e em todas
as Eucaristias, foi tudo isto que
nos fez desejar pedir mais tempo
ao tempo, para ficar um pouco
mais nesta nova Casa.
Regressamos com lágrimas
de saudade… Com vontade de
voltar, ser mais e melhor. Temos
o coração cheio, temos o espírito renovado, temos saudade.
Uma saudade que nos vai fazer
continuar. A nossa missão não
12 a 23 de Agosto
14 JSF com o Pe. Tiago Barbosa
Rita Coelho • Jovens de Norte a
Sul do país juntaram-se na bela
cidade de Viana do Castelo, conhecida como a Princesa do Lima
para realizar aquela que foi a
primeira semana missionária em
contexto citadino. Foi uma nova
experiência para todos os Jovens
Sem Fronteiras que fizeram parte
deste grupo. As habituais visitas
a lares e ATL foram praticamente
inexistentes. Mas em compensação, o participar nas Festas da
Sra. da Agonia foi o ponto mais
alto desta semana. Foi proposta a
tarefa de “mostrar” que as festas
não são só carrinhos de choque,
músicas e farturas, mas também
são um grande momento de espiritualidade e de crescimento na
fé. E assim, ao longo de 11 dias,
foi esta a mensagem passada
através da participação na novena, na Transladação das imagens
do Sr. dos Aflitos e da Sra. da
Assunção, na Noite dos Tapetes,
na Procissão ao Mar e mesmo até
nos desfiles alegóricos. A alegria
da nossa missão foi transmitida
por todos e para todos. E feito
agora o balanço final, foi uma
alegria recebida pela comunidade
que nos acolheu, pelos jovens
que trabalharam connosco. A semente da missão ficou em Viana
do Castelo e agora resta continuar a regá-la até que germine.
Esta é a nossa missão.
RIO DE
COUROS
OURÉM
21 a 31 de Agosto
17 JSF com o Pe.
Victor Silva
Gisela Barreiro e
Verónica Rodrigues • Nesta
semana missionária
pudemos conhecer
Viana do Cas
te
lo
Entradas
www.refugiados.pt
Rio de Couros
melhor
as paróquias do padre David Barreirinhas: Rio de Couros, Ribeira
do Fárrio e Formigais. Sendo a
população que encontrámos
bastante idosa, o nosso foco foi
logo direcionado a eles. Assim
sendo, estivemos em alguns lares
das paróquias onde a música e a
oração foram algumas das coisas
que não faltaram.
Muitas foram as visitas ao domicílio junto das pessoas mais
debilitadas que infelizmente
foram imensas... em cada casa
que entrávamos existia um olhar
triste, por vezes perdido mas à
medida que o tempo ia passando, que nos íamos integrando,
acabava por acontecer sempre
um sorriso cúmplice, um olhar
meigo... muitas foram aquelas
que nos disseram que tornámos o
seu dia melhor e que não nos iam
esquecer... Obrigado, fizeram-nos sentir ainda com mais alento
e com o propósito certo que a
nossa missão e a nossa estadia
faziam sentido!
Nos encontros com os diferentes
grupos de jovens locais e JSF,
as atividades ficaram marcadas
pela oração, pelo convívio e pelas
dinâmicas realizadas. Levámos
àqueles jovens essencialmente o
nosso espírito de união, a nossa
boa disposição, mostrando quem
somos, o que fazemos e ao que
vimos.
Na Ribeira do Fárrio e em Rio de
Couros realizámos um pequeno encontro com as crianças
da catequese, onde aí imperou
sem dúvida o sorriso, a alegria
contagiante de Estar e Ser, e
onde todos nós nos sentimos um
pouco crianças. Houve ainda espaço para momentos de convívio,
festa, desporto, em comunhão
com a população local.
Enfim… foi maravilhoso ver os
sorrisos daquelas pessoas com
quem nos cruzámos ao longo da
nossa caminhada, do nosso dia-a-dia. Nestas terras, não só nos
sentimos verdadeiros pescadores
de homens como também nós
fomos (bem) pescados.
Esta semana marcou-nos pela
oração, união e cooperação. Estes
foram os principais ingredientes
para viver aqueles 10 dias, dando
o máximo de nós. Muitos foram
aqueles que superaram os seus
medos e que se deixaram levar
por Deus e pelo caminho que Ele
construiu e constrói a cada dia. A
nós, resta-nos agradecer toda a
dedicação de todas as comunida-
des que nos
receberam e que tão bem cuidaram de nós, sem vós nada disto
era possível. Obrigado por tudo!
ENTRADAS
CASTRO VERDE
21 a 31 de Agosto
20 JSF com o Pe. Raul Lima
Sara Ribeiro • De 21 a 31 de
agosto, os jovens partilharam a
alegria de ser cristão com esta
população alentejana.
O trabalho realizado contemplou o contacto com os idosos,
crianças e jovens. Houve a
oportunidade de visitar o lar de
Castro Verde “Jacinto Faleiro”
e o Centro de Dia de Entradas
“Frei Manoel das Entradas”, onde
em ambos se conversou com
os utentes, cantou-se, jogou-se
às cartas e ainda se realizaram
algumas atividades.
Com as crianças e os jovens, surgiram momentos de atividades
lúdicas, bem como sessões de
cinema e torneios/jogos de futebol. Um facto curioso aconteceu
nos primeiros dias, quando as
próprias crianças acompanharem os JSF em visitas ao domicílio, dando-nos assim a conhecer
à freguesia e vice-versa.
Sendo discípulos missionários,
caminhámos na alegria com
uma festa missionária que teve
também a participação do grupo
JSF de Castro Verde e das Neves.
E, no fim da semana, participou-se com ânimo na eucaristia e
procissão das festas de Santa
Bárbara.
Além do trabalho com a comunidade, o grupo fortaleceu a sua
fé nos diversos momentos de
oração, em debates com exposição de dúvidas acerca da igreja
católica, e ainda com a habitual
convivência em “família”.
A semana missionária de Entradas fica, assim, marcada pelas
diversas interações e testemunhos trocados e pelo espírito de
crescimento em grupo. Tal como
o P. Raul, que nos acompanhou,
referiu num dos seus sermões,
baseado nas palavras de Santo
Inácio de Loyola, para ser católico e ser missionário deve-se
trabalhar como se tudo dependesse de nós e confiar como se
tudo dependesse de Deus.
“Vemos, ouvimos e lemos. Não
podemos ignorar” é o ‘grito’ que
se ‘escuta’ ao abrir o site que a
Plataforma de Apoio aos Refugiados criou para ajudar a responder à crise de refugiados. Um
drama que até agora só nos tem
chegado pelos diversos meios de
comunicação, mas que nada tem
de virtual. Não se pode silenciar
a voz de Sophia, nem a da nossa consciência, esse “santuário”
onde nos fala o Senhor. São as
“Marias” e os “Josés” que correm
pela sua vida ou à procura dela,
pois no lugar de onde vêm só se
respira morte, violência e ódio.
Não podemos ignorar e podemos, de facto, fazer algo. Em
www.refugiados.pt vários caminhos se abrem: informar-se – fugindo à desinformação lançada
por fontes xenófobas –, inscrever-se como voluntário, oferecer
o serviço da sua empresa/instituição para acolhimento de famílias, fazer um donativo, etc. Só
há uma coisa que não pode fazer:
ignorar! Ao longo dos próximos
tempos, a Europa vai mostrar as
suas raízes cristãs, presentes em
cada cristão que viva enraizado
em Cristo. Contamos consigo?
publicação mensal de formação e informação missionária
Nº registo: 101394
Depósito legal nº 250/82
Diretor: Tony Neves
Chefe de Redação: Victor Silva
Conselho de Redação:
Tony Neves, Aristides Neiva, Glória Lopes,
Paulo Vaz, Sandra Simões e Victor Silva.
Missão:
o que o amor
não pode calar
GUIÃO MISSIONÁRIO
Estamos a viver intensamente
o Ano da Vida Consagrada.
O Papa Francisco pediu que
houvesse memória agradecida
do passado, paixão no presente e esperança no futuro. São,
sem dúvida, grandes valores
missionários a cultivar.
Mas já estamos à porta do
Jubileu da Misericórdia, com
propostas claras de amor,
ternura, perdão, compaixão…
os valores de fundo que levaram o Papa Francisco a fazer à
Igreja esta proposta. D. António Couto diz que a Misericórdia é a chama divina com que
devemos acender e purificar o
nosso coração.
Este Jubileu obriga-nos a
peregrinar na direção das periferias, cuidando dos feridos
que as sociedades causam e
não curam. Não podemos ficar
indiferentes.
A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar a misericórdia
de Deus, vivendo-a com a
convicção de que ela não tem
fim.
Este ‘Guião Missionário’
ajuda-nos a percorrer os
caminhos propostos pelo Papa
Francisco. As celebrações que
preparamos não ficam entrincheiradas no mês de Outubro.
Podem e devem ser utilizadas
ao longo do ano, sempre que
se tornarem um valor acrescentado à pastoral.
Desejamos que a Missão que
passa pelas páginas deste
Guião entre no coração de
todos e ajude a construir um
mundo mais humano e uma
Igreja mais fraterna e missionária.
Encontro Nacional de
Jovens Sem Fronteiras
Santo Ovídeo - V. N. Gaia
É um filme realizado, produzido
e protagonizado por Jafar Panihi.
Táxi já conquistou vários prémios, entre os quais o Urso de
Ouro em Berlim. O presidente do
júri, Darren Aronfsky ao anunciar
o prémio disse: “Ele criou uma
carta de amor ao cinema”. Quem
recebu o prémio foi a sobrinha
Hanna Saeidi (que também entra
no filme), uma vez que Jafar está
proibido de sair do Irão.
No filme, Panahi é um motorista de táxi, que circula pelas
ruas coloridas e vibrantes de
Teerão. Vários passageiros entram no táxi e vão partilhando
ingenuamente as suas opiniões
com o taxista. Os assuntos vão
desde a política e costumes locais até à liberdade de expressão
de cinema, onde a lista de características de um filme distribuível no Irão é extensa e estranha
na nossa cultura ocidental.
A câmara colocada no seu “estúdio móvel” permite capturar
o espírito da sociedade Iraniana
através desta viagem divertida e
dramática. Taxi funciona como
uma produção de novidade, foi
filmado em segredo no interior de
um táxi, mostrando que a tenacidade e a necessidade de trazer ao
mundo algumas realidades é tão
forte que é possível reinventar-se
meios, maneiras, estratégias. Em
80 minutos consecutivos, nomeadamente com câmaras de segurança no tablier do táxi, mas também com máquina fotográfica da
sobrinha, telemóvel do realizador
e o iPad do amigo, vamos vendo
registo de momentos, situações.
A possibilidade de partilha está
assim na ponta dos dedos de qualquer um, à distância de um bolso.
Importa seleccionar, escolher (e
ter sorte, ter bateria!), narrativas
que fazem humedecer olhos e vibrar corações… a partir das chaves de leitura pessoais.
Jafar Panihi em 2010 foi acusado de propaganda contra o governo iraniano, preso e proibido
de trabalhar com filmes por 20
anos. Já tinha sido preso anteriormente em 2009 onde lhe foi
apreendido o passaporte, estando proibido de sair do Irão.
Estreado no Festival de Cinema de Berlim em 2015, «Táxi» foi
distinguido com o Urso de Ouro
para Melhor Filme. Recebeu também o Prémio Fipresci pela Federação Internacional de Críticos
de Cinema e o Prémio de Direitos Humanos 2014, atribuído pela
Associação Mundial de Comunicações Cristãs.
18 de outubro
Dia Mundial das Missões
3 a 6 de novembro
Assembleia Anual
dos ANIMAG
Seminário de Vila Real
7 de novembro
Fórum Ecuménico Jovem
Castelo Branco
8 de novembro
Magustos Missionários
NA CASA DO PAI
José Duarte F. Tão Cirne
Maria Júlia Diniz
Falecido a 21/06/2015,
com 70 anos
24/03/1952 - Tortosendo,
Covilhã
14/09/2015 - Lisboa
Fradelos - V. N. de Famalicão
A professora Júlia Diniz esteve
sempre ligada aos missionários.
Pertenceu ao Movimento Missionário de Professores e trabalhou como voluntária no CEPAC.
Depois de 14 anos de luta com a
doença, o Senhor chamou-a para si,
no dia da Exaltação da Santa Cruz.
O funeral, na sua terra natal, foi
presidido pelo Pe. Tony Neves,
Provincial dos Espiritanos, e
contou com a presença de vários
membros da família espiritana.
Que descansem em paz, junto do
Senhor da messe.
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Espírito Santo
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9 a 11 de outubro
Táxi
Refugiados
Nadadouro
terminou, porque a missão nunca
tem fim, novos desafios nos
esperam, e cada Semana Missionária é uma aprendizagem para a
vida. Esta é a nossa história, uma
história feita de pessoas, que vive
na memória de cada um de nós,
e que irá sempre permanecer na
saudade. E nunca uma saudade
soube tão bem, porque mais do
que um “Adeus”, este é um “Ate
Já”.
VIANA DO CASTELO
agenda
Soluções na pág. 3
planeta
jovem
Andreia Montes
Desde 1986, em Agosto, JSF de todo o país deixam as suas casas e vão ao
encontro de realidades de igreja muito diferentes das suas paróquias para dar
um pouco de si a outras comunidades. Saiba mais em www.espiritanos.pt/semanas
Horizontais: 1. Que tem patas ou
pés grandes; dano numa máquina.
2. Deitaremos por terra. 3. Em parte
parte mais alta; perfume. 4. Botequim; ciente; casa de habitação. 5.
Épocas; padecer; bocado de madeira. 6. Naquele lugar; aparvalhada; o
antigo. 7. Dialecto do sul da França;
nome feminino; tunídeo; batráquio.
8. Teatro cantado; ermida fora do
povoado. 9. Cloro (s.q.); cidade santa dos muçulmanos; lavrar; fútil. 10.
A acusada; dá a forma de balseiro;
atmosfera. 11. Joeiras; tolo; caruma;
12. Interjeição designativa de uma
pancada; belo; inflexão de voz; 13.
Localidade algarvia de Faro; situação difícil e perigosa. 14. Originaram. 15. Escudo de armas; incólumes.
Verticais: 1. Pelo que cobre a cabeça; a região renal (pop.). 2. Caracóis
pequenos. 3. Junte-se a; é uma cadeia
internacional de hotéis. 4. Possui; peixe conhecido também por boga (pl.);
vazia. 5. Indeterminadas; indigente
(confuso); vendes a crédito. 6. Compaixão; com ares de palácio; apelido.
7. Alumínio (s.q.); segunda letra do
alfabeto grego; impulso; satélite de
Júpiter. 8. Nome feminino; macaco.
9. Aparência; época precisa em que
um facto acontece; poeta cantor entre os antigos gregos; níquel (s.q.).
10. Observa; pequenos espaços para
oração; o árabe. 11. Gostar de; resistir; mineral terroso de cor amarela.
12. Grande quantidade; variedade de
videira que produz bagos alongados
usados como uva de mesa; animal
para abate. 13. Separa; instante. 14.
Impúnhamos mortificação ao corpo
através de penitências. 15. A parte
da picota que entra no poço ao tirar a
agua; fios metálicos.
OUTUBRO2015
Congregação do Espírito Santo
Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa
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Burros e outros mestres
crónica
Aristides Neiva
A ver se me lembro, que já passou algum tempo
desde que tropeçava nos aoristos ao ler as fábulas
de Esopo e similares. Foi o caso que o leão, o asno e
a raposa foram caçar juntos. Terminada a empreitada juntaram toda a caça para a partilha. Depois de
tirarem uma selfie, o leão ordenou ao asno que dividisse a caça. O asno, fazendo jus ao nome, dividiu a
caça em três partes iguais. O leão, furioso, atirou-se
ao coitado e matou-o. Ordenou então à raposa que
dividisse a caça. Esta, fazendo jus à fama, juntou
tudo num monte que colocou aos pés do leão. Para
si tirou apenas um pequeno pedaço. O leão, satisfeito, deu os parabéns à raposa e perguntou-lhe
quem lhe tinha ensinado a fazer tão sábia divisão.
“Foi a desgraça do asno”, respondeu.
Aprendemos com a desgraça alheia, direis vós e ensina a fábula. É verdade, mas recuemos um pouco
a ver se caçamos mais que um ensinamento rasca.
Ser justo e fraterno na distribuição é ser asno? E
perante a desgraça alheia, encolhemo-nos a defender o osso que nos toca? É claro que são questões
antigas, sem atualidade. Pois olhemos para a história, que está cheia de exemplos de quem não teve
medo de ser asno perante os leões do seu tempo
ou se recusou a ser raposa humilhada e subserviente. Também podíamos olhar para nós, perdão, para
a selfie dos três e ver no leão o poder da força, no
asno o clamor da justiça e na raposa a necessidade
da sobrevivência. De facto, a humanidade só avança quando não despreza a importância da autorida-
de, não se conforma com a lei do mais forte nem se
reduz ao instinto da sobrevivência.
Mudando de assunto, agora que estamos em
outubro escutemos São Francisco de Assis, que
celebramos no dia 4. Conta-nos São Boaventura, na
Legenda Maior, que Francisco ensinava a importância da disciplina e do trabalho. “Por isso chamava o
corpo de «irmão burro», indicando que é necessário
carregá-lo de trabalho. (…) Por isso, quando via
algum ocioso e vagabundo, desses que pretendem
viver às expensas do suor dos outros, chamava-o
de «irmão mosca», porque este, nada fazendo de
bom e usando mal dos benefícios recebidos, chega
a se converter em objeto de abominação para
todos.”
Jornadas Missionárias Nacionais
O Centro Paulo VI, em Fátima, acolheu os
cerca de 300 participantes nas Jornadas
Missionárias Nacionais que se realizaram a
19 e 20 de setembro.
“Missão sempre e em todas as frentes - Ad
Gentes e Igrejas particulares” foi a temática
sobre a qual se procurou refletir através de
conferências, workshops, testemunhos e
diálogo em assembleia.
Foi há 50 anos que o Concílio Vaticano II
aprovou o Decreto “Ad Gentes” sobre a
atividade missionária da Igreja. Foi há meio
século, mas continua o documento continua a apresentar desafios para a Igreja
hoje: “O início da missão acontece na experiência de Cristo no meio de nós. A Igreja
é missionária na sua natureza e, como tal,
quando falta a missão, não há Igreja. A
pastoral nas paróquias só se entende se
organizada de maneira missionária. A finalidade da missão não pode ficar somente no
anunciar ou no conhecer; é imprescindível
fazer discípulos. Os caminhos da missão
terão que passar pelo testemunho, caridade e diálogo. A renovação das paróquias e
dioceses só acontecerá quando existirem
iniciativas missionárias.” (Conclusões das
Jornadas Missionárias 2015).
Em Portugal, a Igreja celebra o 5º aniversário da Carta Pastoral “Como Eu vos fiz
fazei vós também” que propõe a criação de
Centros Missionários Diocesanos e Grupos
Missionários Paroquiais. Estes caminhos
levam as comunidades a descobrir que sair
é uma riqueza e não um empobrecimento.
P. Fernando Domingues, missionário comboniano, Secretário Geral da Obra de São Pedro Apóstolo, recordou a vocação missionária da Igreja, por natureza. A missão ad intra
não anula - até fortalece - a missão ad extra.
Apresentou as Obras Missionárias da Igreja
(Infância Missionária, São Pedro Apóstolo,
Propagação da Fé, União Missionária) como
propostas que procuram envolver todo o
povo de Deus na missão da Igreja.
O P. Paul Karam, libanês, de rito maronita
e Presidente da Caritas nacional, partilhou
sobre a missão de alto risco no Médio
Oriente. Falou sobre o drama dos refugiados na sua terra (que são 1,2 milhões num
país com pouco mais de 4 milhões) que
gritam pela abertura de todos.
A Casa de Chá de Santa Isabel não é uma casa de chá qualquer. O espaço antes conhecido como “As
Vicentinas” foi decorado com peças de inspiração cristã e apresenta um ambiente intimista e acolhedor. As
antigas receitas foram recuperadas e aos bolos e famosos scones juntaram-se novidades apetitosas. Vive
com a colaboração de funcionárias e voluntárias que com muita alegria, mantêm fiéis os valores da Obra das
Vicentinas. O Evangelho da Alegria é, assim, servido numa mesa de chá. Este espaço acolhe, ainda, grupos de
reflexão e workshops diversos. Os lucros revertem a favor das obras sociais da Paróquia de Santa Isabel.
Casa de Chá de Santa Isabel – Rua de S. Bento, 700 - 1250-223 Lisboa
www.casadecha.org
www.facebook.com/CasaChaSantaIsabel
etc...
J. C. Fernandes
Missão à mesa