Plano de Uso do Legado (PUL) – versão final - APO
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Plano de Uso do Legado (PUL) – versão final - APO
PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Versão Final Agosto 2016 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL ÍNDICE Parte 1 ............................................................................................. 5 APRESENTAÇÃO .................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 9 Parte 2 ........................................................................................... 13 CAPÍTULO I - CONTEXTO GERAL DO LEGADO NA REALIZAÇÃO DOS JOGOS E PAPEL DA APO ...... 15 1. CONTEXTO GERAL ....................................................................... 15 1.1 A IMPORTÂNCIA DA VISÃO DE LEGADO DOS JOGOS ................................... 15 1.2 USOS DIVERSOS NOS LEGADOS DOS JOGOS ........................................... 20 2. O PAPEL DA APO E O PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO ............................... 25 CAPÍTULO II - HISTÓRICO DO PROCESSO E INTERAÇÃO DOS ENTES ................................ 27 CAPÍTULO III - CONFIGURAÇÃO DO PUL ......................................................... 35 1. CONFIGURAÇÃO DOS PARÂMETROS NAS DIMENSÕES MACRO E MICRO ....................... 37 CAPÍTULO IV - PARÂMETROS NAS DIMENSÕES MACRO E MICRO ................................... 45 I. BARRA DA TIJUCA ....................................................................... 46 INFRAESTRUTURA – SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................ 49 MOBILIDADE URBANA – SISTEMA VIÁRIO ........................................................ 49 CONTEXTO AMBIENTAL ........................................................................ 50 REVITALIZAÇÕES URBANÍSTICAS ............................................................... 51 A. INSTALAÇÕES ESPORTIVAS CONSTRUÍDAS NO PARQUE OLÍMPICO DA BARRA .............. 51 PUL.01 CENTRO OLÍMPICO DE TÊNIS (MR: BR02 E BR03) ............................. 58 PUL.02 VELÓDROMO OLÍMPICO (MR: BR04 E BR05)................................... 62 PUL.03 CENTRO OLÍMPICO DE HANDEBOL - HALL 4 (MR: BR06 E BR07) ............... 65 PUL.04 CENTRO OLÍMPICO DE ESPORTES AQUÁTICOS (MR: BR08 E BR09) ............. 66 PUL.05 PARQUE AQUÁTICO MARIA LENK (MR: BR10) .................................. 68 PUL.08 ARENAS CARIOCAS: HALLS 1, 2 E 3 (MR: BR13) .............................. 70 A. ARENA CARIOCA 1.................................................................. 70 B. ARENA CARIOCA 2.................................................................. 73 C. ARENA CARIOCA 3.................................................................. 75 D. PISTA DE ATLETISMO E ALOJAMENTO ................................................ 78 II. DEODORO ............................................................................... 81 INFRAESTRUTURA – SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................ 83 MOBILIDADE URBANA – SISTEMA VIÁRIO ........................................................ 84 CONTEXTO AMBIENTAL ........................................................................ 86 3 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO B. C. - PUL INSTALAÇÕES ESPORTIVAS QUE FICARÃO NAS UNIDADES MILITARES EM DEODORO ........ 87 PUL.23 ARENA DA JUVENTUDE (MR: DR03) ........................................... 90 PUL.26 ARENA DE RÚGBI E PENTATLO MODERNO (ESTÁDIO DE DEODORO) (MR: DR08) . 92 PUL.29 ADEQUAÇÃO DO CENTRO OLÍMPICO DE HIPISMO (MR: DR09).................... 93 PUL.28 ADEQUAÇÃO DO CENTRO OLÍMPICO DE TIRO (MR: DR11) ...................... 96 PUL.27 ADEQUAÇÃO DO CENTRO AQUÁTICO DE DEODORO (MR: DR10) ................. 98 PUL.24 CENTRO OLÍMPICO DE HÓQUEI SOBRE GRAMA (MR: DR04) ................... 100 PARQUE RADICAL – CONCESSÃO DE ÁREA DA UNIÃO PARA A PREFEITURA ............... 103 PUL.21 CENTRO OLÍMPICO DE BMX - PARQUE RADICAL (MR: DR02) .................. 104 PUL.22 INFRAESTRUTURA DA INSTALAÇÃO DE MOUNTAIN BIKE (MR: DR07) ............ 106 PUL.20 ESTÁDIO OLÍMPICO DE CANOAGEM SLALOM (MR: DR01) ...................... 107 CAPÍTULO V - PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS – ASPECTOS AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO ... 111 1. PROPOSIÇÕES GERAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO ........................... 111 1.1 ASPECTOS AMBIENTAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO ...................... 113 1.2 ASPECTOS SOCIAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO .......................... 125 1.3 ASPECTOS ECONÔMICOS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO ..................... 136 Parte 3 .......................................................................................... 181 CONCLUSÕES ................................................................................... 183 BIBLIOGRAFIA, REFERÊNCIAS E LINKS............................................................ 189 4 Parte 1 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL APRESENTAÇÃO O Planejamento do Uso do Legado – PUL é atribuição legal da Autoridade Pública Olímpica – APO, tendo como escopo os projetos contidos na Matriz de Responsabilidades, mais especificamente as instalações esportivas construídas para os Jogos Rio 2016. O presente relatório constitui-se de uma das etapas desse trabalho, estruturado com base em definições sobre o uso futuro do conjunto dessas construções e nas decisões estratégicas formuladas e apresentadas pelo Ministério do Esporte, pelo Exército Brasileiro e pelo Município do Rio de Janeiro, expressas em relação a instalações da Barra da Tijuca e do Complexo Esportivo de Deodoro. Essa tarefa é desempenhada pela APO com o objetivo de apresentar proposições sustentáveis sob aspectos ambientais, sociais e econômicos, tal como previsto na legislação, colaborando com a consolidação do uso sustentável das instalações esportivas após os Jogos. Neste contexto, o PUL é fruto de um processo de acompanhamento junto aos entes responsáveis pelas instalações, e, adicionalmente, oferece contribuição ao processo de estabelecimento do legado olímpico pelos entes governamentais, sugerindo aspectos sustentáveis importantes na configuração final do uso. O documento atual é considerado a versão final do PUL – tendo sido elaborado em sequência de um processo de desenvolvimento do tema. O primeiro relatório foi situacional, realizado em 2015 e designado PUL R1. O segundo, também situacional, PUL – R2, foi entregue aos entes em 21 de julho de 2016, voltado a demonstrar o estado das definições sobre o legado olímpico naquele momento. Esta versão final denominada Planejamento do Uso do Legado, incorpora e atualiza os relatórios situacionais anteriores. O Planejamento do Uso do Legado é dividido em três partes, sendo a primeira de caráter introdutório; a segunda reúne informações sobre as instalações esportivas fornecidas pelos entes e as proposições sob os aspectos de sustentabilidade; a terceira apresenta as conclusões desenvolvidas no documento. 7 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL INTRODUÇÃO Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos são considerados uma grande oportunidade para os países e, em especial, para as cidades que os sediam de realizarem transformações que deixam um legado sustentável para a população. Os Jogos Rio 2016 são fruto de um esforço conjunto dos governos federal, estadual e municipal, além do Comitê Organizador dos Jogos, na organização do evento em si, para alavancar as mudanças em várias áreas. A criação da Autoridade Pública Olímpica - APO, em forma de autarquia, é resultado desse contexto. Constituída, como um consórcio interfederativo, pela Lei Federal nº 12.396/2011, pela Lei nº 5.949/2011, do Estado do Rio de Janeiro, e pela Lei nº 5.260/2011, do Município do Rio de Janeiro, com o objetivo de integrar as ações dos três níveis de governo na organização e realização dos eventos, especialmente para assegurar a entrega dos compromissos assumidos perante o Comitê Olímpico Internacional – COI e Comitê Paralímpico Internacional - IPC. A instância máxima da autarquia é o Conselho Público Olímpico – CPO, órgão de natureza colegiada e permanente, constituído pelos Chefes dos Poderes Executivos da União, do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro, ou por representantes por eles designados. Entre as competências do CPO está a aprovação da Matriz de Responsabilidades, o documento que define os responsáveis pelos recursos e pela execução de cada projeto desenvolvido exclusivamente para os Jogos. Uma das prioridades do planejamento dos Jogos é a definição do legado dos projetos olímpicos, com destaque para as arenas esportivas incluídas na Matriz. Em um contexto mais específico, cabe à APO, como uma de suas finalidades, elaborar o Planejamento do Uso do Legado – PUL. Tendo em vista o decorrido desde a candidatura, a APO entende que o PUL é um processo que tem os seguintes objetivos: a) Dar transparência aos planos do legado realizados pelos entes responsáveis pelas instalações e demonstrar seu processo; b) Fazer proposições sustentáveis, entendidas como sugestões que contemplem aspectos ambientais, sociais e econômicos. Este entendimento, focado no futuro uso das instalações esportivas construídas para os Jogos, distingue a atuação da autarquia da atuação dos demais entes responsáveis pelas políticas públicas direcionadas aos Jogos1. 1 Nos autos do Processo nº TC 015.898/2014-8 que deu origem ao Acórdão 2758-40/14 TCU/Plenário, restou consignado pela instituição que “o Contrato de Consórcio Público atribuiu à APO apenas a competência para planejar o uso do legado com objetivo de fornecer proposições com soluções sustentáveis sob os aspectos econômico, social e ambiental”… e acrescenta 9 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL No cumprimento dessa missão, convém salientar alguns entendimentos adotados como premissas de trabalho: I – Planejamento: processo contínuo que envolve todos os entes, no qual estão previstas ações e etapas de forma sistemática, com objetivos definidos. II – Uso do Legado: dado por informações sobre a) a finalidade da instalação, b) a destinação do uso ou objetivo das atividades almejadas, c) o modus operandi do modelo de gestão previsto para as instalações no pós-Jogos e d) as atividades previstas para a transição do modo jogos para o modo legado. III – Sustentabilidade: paradigma que prevê o planejamento e o uso racional, evitando desperdícios e beneficiando a sociedade. Este entendimento é a base para a compreensão do PUL. IV - Planejamento do Uso do Legado: entendido como uma construção complexa e colaborativa, que envolve a participação dos três níveis de governo, em especial daqueles responsáveis pela futura gestão das instalações esportivas. A necessidade deste planejamento é mencionada nos documentos de candidatura dos Jogos e prevista nas leis da criação da APO. Remete à consolidação do planejamento voltado ao futuro uso dos equipamentos esportivos contidos na Matriz de Responsabilidades, com contribuições da APO aos entes sobre o assunto, notadamente em proposições sustentáveis sob os aspectos ambientais, sociais e econômicos, a partir de informações fornecidas pelos entes até a data de encerramento do Relatório. Assim, as premissas assumidas nestas proposições se baseiam em princípios da sustentabilidade econômica, no benefício público na utilização das instalações, na busca de alternativas que contemplem um retorno breve à sociedade do planejado e no desenvolvimento do esporte. As três partes deste documento, já referidas, estão delineadas a seguir: “que a norma foi clara ao retirar da APO qualquer poder decisório sobre a definição de quais instalações comporiam o legado. Seu escopo de trabalho é apenas examinar o uso do legado a ser feito pelos entes consorciados (União, Estado do Rio de Janeiro e Município do Rio de Janeiro) com objetivo de propor soluções sustentáveis. É uma atuação, portanto, meramente propositiva, como deixou clara a redação da lei”. 10 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Figura 1 – Esquema geral da estrutura do documento PUL R2 A Parte 1, introdutória, volta-se a descrever o objeto do documento, a justificativa para sua existência e como ele está organizado. É composta por: Apresentação: explica de maneira resumida o que é o documento e qual sua finalidade; Introdução: apresenta a missão da APO relacionada ao Planejamento do Uso do Legado, os objetivos e objetos do documento, a justificativa, além de salientar como o documento está estruturado. A Parte 2 dedica-se à análise do processo e busca atender aos objetivos descritos anteriormente: a) dar transparência ao processo de planejamento do legado realizado pelos entes responsáveis pelas instalações e demonstrar seu processo, b) fazer proposições sustentáveis, entendidas como sugestões que contemplem aspectos ambientais, sociais e econômicos. Está dividida em cinco capítulos: Capítulo 1. Contexto geral do legado na realização dos Jogos e Papel da APO – Apresenta referências analíticas do trabalho, incluindo benchmarking de diversos legados dos Jogos Olímpicos no mundo e qual o entendimento da APO sobre seus pressupostos conceituais e normativos, salientando os posicionamentos referenciais para elaborar proposições do uso sustentável para o Legado dos Jogos nos aspectos ambiental, social e econômico (métodos: análise bibliográfica e documental). Capítulo 2. Histórico do processo e interação dos entes – Este capítulo busca demonstrar o histórico do processo e interação dos entes, salientando as bases legais, os entendimentos, conceitos, papéis e responsabilidades (métodos: análise documental). Capítulo 3. Planejamento do Uso do Legado (PUL) – Como decorrência, salienta o escopo dos itens do PUL, o entendimento do papel da APO e do Planejamento do Uso do Legado como arcabouço para as propostas sustentáveis (métodos: análise estatística e categorização dos ítens). Capítulo 4. Parâmetros nas dimensões Macro e Micro – Em seguida, são apresentadas as definições existentes sobre os parâmetros das dimensões macro e micro para o uso do legado, baseadas nas informações disponíveis para a APO e para o público em geral. 11 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Capítulo 5. Proposições Sustentáveis – aspectos ambiental, social e econômico – Por último, são apresentadas proposições sustentáveis nos aspectos ambientais, sociais e econômicos (Métodos: categorização dos itens, entrevistas, análise documental). Da Parte 3, para a finalização do documento, costam conclusões e destaques a recomendações para a consolidação do uso sustentável das instalações. 12 Parte 2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL CAPÍTULO I - CONTEXTO GERAL DO LEGADO NA REALIZAÇÃO DOS JOGOS E PAPEL DA 1. APO CONTEXTO GERAL Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos são considerados os maiores e mais prestigiados eventos internacionais2. Ao longo do século XX, os números envolvidos nas suas realizações foram se tornando cada vez mais impressionantes, repercutindo muito além das glórias esportivas que ficam registradas na história. O apelo sentimental e o engajamento da população e das instituições do país sede em torno de sua realização são fortes instrumentos de inspiração e, ao mesmo tempo, aglutina uma imensa diversidade de valores e conceitos. Áreas como segurança, saúde, desenvolvimento urbano, preservação ambiental, desenvolvimento social e educação estão, entre as áreas destacadas e complementares à área do esporte, nos Jogos. Sediar o evento requer intenso e rigoroso planejamento capaz de atender todas as expectativas dos atletas, treinadores, delegações, chefes de estado e milhões de pessoas conectadas pelos meios de comunicação. O resultado esperado é que os Jogos proporcionem uma extraordinária oportunidade de exibição dos aspectos culturais, tecnológicos e econômicos de um povo, além das belezas naturais do país. O Comitê Olímpico Internacional – COI é o detentor dos direitos sobre os Jogos e de suas marcas associadas. Avalia minuciosamente cada edição do evento, desde a candidatura, passando pelo planejamento, pela realização e considerando, ainda, aspectos do período pós-Jogos, em especial as perspectivas de legado para a sociedade. Para o COI “…a eleição de uma cidade sede dos Jogos Olímpicos sempre foi crucial para o movimento Olímpico…”3. 1.1 A IMPORTÂNCIA DA VISÃO DE LEGADO DOS JOGOS A exposição da cidade sede gerada pelos Jogos é impressionante e, também por essa razão, o planejamento adequado é tão importante. O evento possibilita gerar imagens e memórias que permanecem para sempre, não somente voltadas para os 2 Respectivamente o primeiro e o terceiro maior evento do mundo. Verbruggen, Hein. 2002. “The IOC, the Olympic Movement, the Host Cities: A Common Legacy.” In The Legacy of the Olympic Games: 1984-2000, edited by M. Moragas, C.Kennett, and N. Puig. Lausanne: International Olympic Committee. Disponível em http://doc.rero.ch/record/18259 3 15 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL espectadores mundo afora, mas principalmente para a experiência real vivida pela população da cidade e do país que o sedia. Sabe-se que os efeitos dos dias de Jogos deixam legados tangíveis e intangíveis que somente depois podem ser medidos em extensão e intensidade. Também é notório como o processo das edições dos Jogos promove um acúmulo de conhecimento voltado à melhoria contínua do evento em si e de seus efeitos. Este montante é repassado a cada edição. Desta maneira, cada cidade recebe e contribui para o conhecimento intrínseco e a herança dos Jogos, tanto pelas boas quanto pelas más experiências. Os Jogos de Barcelona, em 1992, produziram uma memória recorrente de exemplos bem-sucedidos de legado urbano (Figura 2), representado por obras características de políticas públicas. O “prefeito de ouro”4 Pasquall Maragall demonstrou que a cidade se aproveitou dos Jogos para implementar uma série de reformas urbanas anteriormente planejadas. Os Jogos foram vistos como uma oportunidade para executá-las. Após os Jogos, Barcelona se tornou um dos destinos turísticos mais procurados do mundo. Esse conceito de política pública foi assumido e aplicado na Candidatura do Rio de Janeiro, pensando que os Jogos podiam ajudar no incremento e melhoria de sua infraestrutura urbana. Figura 2 – Barcelona e visão de áreas revitalizadas 4 Termo como é denominado o prefeito da cidade que sedia os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. 16 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Por sua vez, os Jogos de Atlanta de 1996, nos EUA, costumam ser apontados como exemplo do que a falta de planejamento no atendimento dos clientes do evento pode causar5. Na ocasião, a acessibilidade deficiente às competições e a falta de estrutura para os espectadores foram divulgadas pela imprensa que cobria o evento. Outros problemas motivaram a má repercussão dessa edição dos Jogos, tendo sido apontada como uma das causas a priorização dos resultados comerciais em detrimento dos resultados esportivos. A imagem da cidade sede foi prejudicada ainda pela posterior demolição do Estádio Olímpico, para transformá-lo num estacionamento (Figura 3). Após estes fatos, o COI estabeleceu a questão do legado olímpico como uma das prioridades na organização e realização desses eventos. Figura 3 – Demolição do estádio olímpico, em Atlanta, nos EUA Com o passar dos anos, as questões relacionadas ao legado dos Jogos foram ganhando mais notoriedade, seja porque se relacionam diretamente com o fortalecimento do movimento olímpico, seja porque respondem às expectativas geradas nas propostas de candidaturas. 5 Os Jogos Olímpicos de 1996 tinham como marca demonstrar o poderio econômico das grandes empresas com sede em Atlanta, também patrocinadoras dos Jogos Olímpicos – a Coca-Cola, a Delta Airlines, etc. O pensamento dominante era demonstrar ao mundo que os Jogos feitos nos Estados Unidos não necessitariam de aporte de recursos públicos e ainda gerariam lucro para os seus organizadores. 17 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os Jogos de Sydney/Austrália, em 2000, também são considerados um marco de boas heranças do Jogos. Além de trazer melhorias urbanas, foram profundamente influenciados pela incorporação de conceitos e valores de sustentabilidade, paradigma que passou a ser adotado a partir de 19926 e promoveu a emergência da questão em seus aspectos ambientais, sociais e econômicos dentro do movimento olímpico. A proposta de Sydney continha um planejamento para as instalações olímpicas com forte apelo social e de sustentabilidade econômica. Por exemplo, os organizadores apresentaram um grande plano para o Centro Aquático Internacional de Sydney, pois a natação é considerada um esporte altamente competitivo e importante na Austrália. A construção da instalação esportiva começou em 1992, cerca de dois anos antes da escolha da cidade como sede para os Jogos Olímpicos. A instalação foi aberta para negócios em 1994 como uma piscina pública de 50 metros e uma área de lazer separada, com escorregadores para crianças (Figura 4). Figura 4 – Sydney Olympic Park Aquatic Centre, na Austrália Como consequência, a questão da sustentabilidade foi consolidada como item a ser tratado no arcabouço conceitual e de exigências do COI para as candidaturas a partir de então. 6 Referência a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO 92. 18 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Outros exemplos indicam oportunidades para alavancar o desenvolvimento esportivo e social, como no caso dos Jogos de Inverno de Vancouver/Canadá em 2010. Os Jogos incentivaram a inclusão dos nativos locais e serviram para aumentar a autoestima da população. Paralelamente, proporcionaram o apoio para o desenvolvimento de modalidades esportivas que utilizam as instalações construídas. Londres foi sede dos Jogos em 2012 e aproveitou a oportunidade para requalificar uma área industrial que se encontrava degradada, trazendo benefícios para a comunidade local e para toda a cidade7, que ganhou um parque público8. Fomentou a utilização das instalações esportivas transformados em centros de treinamento e lazer para atletas e para a população local. As novas instalações possibilitaram a realização de grandes eventos esportivos do circuito internacional. No entanto, mesmo neste contexto de legado planejado, algumas questões não se consolidaram, havendo instalações olímpicas que ficaram mal aproveitadas após os Jogos. Podem ser apontados os casos do International Broadcast Centre – IBC, que ainda espera por readequação e o do Estádio Olímpico, que atualmente está sendo reformado para ser a nova casa do West Ham United, time de futebol local. Em um contexto mais amplo, pode ser mencionado o caso da Vila dos Atletas dos Jogos 2012, construção prevista como um grande projeto social, mas que teve problemas na fase de sua ocupação, não configurando o legado esperado. A maior preocupação com o planejamento das questões de legado refletiu no monitoramento dos impactos causados, promovendo um maior conhecimento em torno da realização destes megaeventos e incentivando reflexões sobre o tema. A sistematização da questão do legado não é um tema novo para o planejamento dos Jogos. Todavia, as questões envolvendo o destino das instalações dos parques olímpicos e o incremento de infraestrutura necessária à realização dos eventos são tópicos que cada vez mais ficam em evidência, para que tudo permaneça para beneficiar a população. Estes aspectos são entendidos como referências analíticas para todas as cidades candidatas. Neste contexto, o legado paulatinamente se tornou um elemento balizador do sucesso dos Jogos. 7 O Parque Olímpico está situado na zona industrial de “East London”, anteriormente degradada. Foi programado para ser um oásis ecológico urbano e um centro para o desenvolvimento da parte nova da cidade com a criação do “East London Tech”. A renovação abrangeu a Vila dos Atletas, onde foi prevista a transformação em habitação a preços acessíveis, e outras instalações desportivas disponibilizadas para o público, universidades e clubes. 8 O Parque Rainha Elizabeth é um parque olímpico que foi oferecido à população de Londres após os Jogos. Vale salientar que, antes deste parque, o último construído com tais características tinha acontecido cem anos antes. 19 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Cada cidade que sedia os Jogos tem um legado original, variado em forma e conteúdo. Assim, não há parâmetro único a ser seguido. A estratégia é construída para cada edição dos Jogos e deve considerar as singularidades locais, a refletir em todo o planejamento (inclusive na configuração de legado). Mesmo assim, na singularidade de cada cidade, são observados aspectos tangíveis e intangíveis mensuráveis que podem ser comparados, observados em temáticas como urbana, esportiva, social, econômica, ambiental, cultural, entre outras. Neste sentido, cada cidade sede pode apresentar um conjunto de aspectos relevantes a impactá-la e ao país, apontando em que medida os avanços, conquistas e ganhos são significativos. Independentemente do sucesso da realização dos Jogos e do legado geral que envolve os ganhos urbanos e estratégicos, a destinação do uso das instalações esportivas ainda é uma questão focal e tem, cada vez mais, tornando-se objeto recorrente de discussões e propostas. Talvez seja o lado mais sensível nas discussões sobre o legado. Uma das controvérsias mais comuns nessa seara é a discussão do alto custo para a manutenção das instalações esportivas. O planejamento para o uso dessas instalações, no período pós Jogos, necessita de definições complexas que envolvem a destinação de investimentos, metas de longo prazo, suporte de políticas de incentivo e desenvolvimento do esporte9, entre outras medidas cabíveis a cada caso. Um dos riscos causados pelo planejamento deficiente é a falta de continuidade, pois nem sempre o que é desejado na candidatura é concretizado no passar dos anos. Por outro lado, há exemplos de instalações que são repensadas e reformadas para receber diferentes usos. O objetivo é de ocupar as edificações e de promover o uso compatível com as expectativas da população. Fato é que estratégias de redefinição de objetivos para as instalações olímpicas têm sido elogiadas nos últimos eventos, com vários graus de sucesso. 1.2 USOS DIVERSOS NOS LEGADOS DOS JOGOS O Estádio de Tênis Helsinki, na Finlândia, é um exemplo de transformação contínua de um edifício de grande porte (Figura 5). Construído em 1930 como uma concessionária de veículos, a instalação foi convertida na preparação para os Jogos Olímpicos de verão de 1940, que acabaram por serem cancelados devido à eclosão da 9 O planejamento do desenvolvimento do esporte requer um aparato formal com especialistas e materiais adequados. 20 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Segunda Guerra Mundial, o que impediu o uso desta arena para a competição olímpica de tênis. Finalmente, o estádio teve seu uso olímpico em 1952, como uma arena de competição de basquete nos Jogos Olímpicos de verão daquele ano. Nas décadas seguintes, o prédio foi se deteriorando e quase teve de ser demolido. Hoje, o edifício está todo reformado, sendo que as instalações têm um novo uso, não esportivo, como um Centro Cultural pulsante na vida dos moradores, abrigando o Museu de Arte da Cidade de Helsinki, o Museu das Culturas e um cinema. Figura 5 – Centro Cultural, Museu e Cinema – Finlândia Ao contrário dos Jogos de Atlanta/1996, que foram marcados pela organização liderada pela iniciativa privada, os Jogos de Pequim, em 2008, foram marcados por um forte protagonismo estatal no planejamento, execução e operação dos Jogos. As instalações esportivas construídas para estes Jogos eram exemplos inovadores em concepção arquitetônica e emprego de tecnologia de ponta. Uma das arenas mais emblemáticas foi denominada “Cubo de Água” em Beijing (Figura 6) e utilizada nas competições de natação, saltos ornamentais e nado sincronizado. A arena também chegou a ser utilizada depois dos Jogos, como na Copa do Mundo da Federação Internacional de Natação – FINA, além de outras competições nacionais chinesas. O interior e o exterior da edificação foram projetados e construídos por um consórcio de empresas de arquitetura da Austrália, Grã-Bretanha e China, resultando 21 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL no ganho de uma série de prêmios de arquitetura e de engenharia. Na época do evento, era um dos maiores centros de competições de natação do mundo, com capacidade de assentos para 17.000 pessoas. A cobertura é um exemplo de eficiência energética e sustentabilidade, pois, constituída de plástico, absorve mais o calor e permite mais entrada de luz natural para a iluminação da piscina, reduzindo assim os custos em energia em até 30 por cento. Figura 6 – Cubo de Água de Beijing, na China O Cubo de Água foi transformado para uso da população (Figura 7), embora a piscina principal de competição e salto ainda exista em suas formas originais. Para a transformação, foram necessários dois anos e o escopo da transformação abarcou metade do edifício, que foi convertida em um grande parque aquático, com toboáguas, escorregadores, piscinas de ondas, um rio lento e piscinas menos profundas para a recreação. Esta remodelagem ocorreu para trazer um fluxo contínuo de dinheiro para a instalação. O custo desta conversão do prédio no maior parque aquático coberto da Ásia foi de aproximadamente um terço do que foi gasto na sua construção10. Entretanto, tal 10 O custo da conversão foi da ordem de 31 milhões de dólares e a construção custou aproximadamente 100 milhões de dólares. 22 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL decisão de conversão não deixou claro se o equilíbrio orçamentário foi levado em consideração para tais usos. Figura 7 – Cubo de Água convertido no maior parque aquático coberto da Ásia, na China Há também os exemplos das instalações esportivas que foram abandonadas após os Jogos por falta de manutenção e de uso. Atenas experimenta esta realidade, com grande parte das instalações abandonada, conforme noticiado pela imprensa internacional. O pavilhão desportivo de Faliro, em Atenas, que sediou as competições de handebol e taekwondo, é hoje ocasionalmente usado para shows e comícios políticos. O estádio fica no meio da maior zona do Complexo Olímpico Faliro Coastal11, que, como muitas outras instalações olímpicas, está em desuso. Caso também do Hall de Galatsi12, instalação olímpica usada para o tênis de mesa e ginástica rítmica. Atualmente, ele está sendo utilizado para receber e acomodar refugiados que chegam ao país diariamente (Figura 8). Paralelamente, há planos de converter o edifício em um centro comercial. 11 Construído a um custo de US $ 16 bilhões em 2004. Construído a um custo de US$ 61 milhões em 2004. Disponível em Construído a um custo de US$ 61 milhões em 2004. Disponível em https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2015/10/01/greeces-abandonedolympic-stadiums-get-a-second-life-housing-refugees/ 12 23 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Figura 8 – Refugiados chegando ao Hall Olímpico Galatsi de Atenas, na Grécia Outro exemplo é o Centro Olímpico Aquático de Atenas, palco de competições de salto, pólo aquático e natação. A instalação é composta por duas piscinas externas e uma piscina interna, que estão abandonadas e sem uso após os jogos (Figura 9). Figura 9 - Centro Aquático Olímpico de Atenas, na Grécia 24 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os problemas detectados apontam como causas recorrentes a má gestão e a falta de planejamento para o uso das instalações no modo pós Jogos. Conforme o exposto, a questão do planejamento do legado é uma preocupação premente no intuito de evitar o abandono das instalações construídas. A candidatura do Rio de Janeiro assume esta preocupação e, desde o início, estava imbuída do compromisso de evitar desperdícios e proporcionar um legado positivo. O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que os Jogos Olímpicos transcendem os números que o tornam o maior evento do planeta, e finaliza dizendo que busca alcançar “…o sucesso olímpico, que se mede pelo legado que fica e não pelas medalhas conquistadas” 13. 2. O PAPEL DA APO E O PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO A candidatura da cidade do Rio de Janeiro para sediar a XXXI edição dos Jogos Olímpicos de Verão e a XV edição dos Jogos Paralímpicos de Verão em 2016 foi resultado de um amplo e profundo entendimento entre os governos federal, estadual e municipal e o COB, que construíram uma proposta conjunta voltada não apenas para a viabilização dos Jogos em si, mas também para alavancar mudanças e transformações que ficariam como legado para a Cidade do Rio de Janeiro, o Estado do Rio de Janeiro e o Brasil. O documento que consolida esta proposta é o Dossiê de Candidatura14, complementado posteriormente pelos Cadernos de Legado Rio 201615. Ambos os documentos tratam a questão do legado e da sustentabilidade associada em contexto amplo, englobando políticas públicas e a destinação dos equipamentos esportivos construídos para os Jogos16. Pela própria natureza, a abordagem destes documentos é conceitual e genérica, necessitando de 13 Documento da Prefeitura: Rio 2016 - jogos olímpicos e legado, pag. 9. Disponível em http://www.rio.rj.gov.br/ dlstatic/10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT.pdf 14 TM Rio 2016 , Dossiê de Candidatura Rio 2016, volume 1, 2009. Disponível em https://www.rio2016.com/ transparencia/documentos 15 Ministério do Esporte, Cadernos de Legado Rio 2016, 2009. Disponíveis em http://www2.esporte.gov.br/ snear/rio2016 16 As questões de legado e de sustentabilidade foram tratadas inicialmente na Introdução do Dossiê de Candidatura, em capítulo inaugural voltado à estruturação da Visão dos Jogos e, particularmente, na configuração do legado esperado, inclusive salientando as estratégias de planejamento e comunicação. Enquanto temas específicos, os temas legado e sustentabilidade estão dispostos de maneira separada no Dossiê de Candidatura. No entanto, é perceptível que estas dimensões transversais se relacionam ao longo de todo o documento. 25 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL detalhamentos posteriores no âmbito político, normativo e técnico operacional, principalmente sobre as definições para o uso dos equipamentos17. A elaboração do Planejamento do Uso do Legado – PUL, como produto, é uma das finalidades da APO, prevista no Inciso V da Cláusula Quarta do Contrato de Consórcio Público ratificado pelas leis de criação da entidade, abaixo transcrito: “A APO tem por objetivo coordenar a participação da União, do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro na preparação e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, especialmente para assegurar o cumprimento das obrigações por eles assumidas perante o COI para esses fins e, notadamente: (...) V - o planejamento referente ao uso do legado dos Jogos, com proposição de soluções sustentáveis sob os aspectos econômico, social e ambiental;” O entendimento institucional do cumprimento desta missão pressupõe que haja uma prévia definição da destinação e uso dos equipamentos e instalações construídas. Estas definições devem vir dos entes proprietários das instalações, pois seu uso futuro requer desdobramentos financeiros e orçamentários, além de outras soluções que possibilitem a futura gestão. Por exemplo, podem indicar a revisão e a implementação dos programas públicos afins, nas interfaces necessárias que envolverão mais de um ente de governo e parceiros privados a serem definidos. Esses e outros aspectos de responsabilidade dos entes consorciados e da própria APO que afetam o trabalho de consolidação das definições do uso do legado das instalações foram se firmando ao longo da preparação dos Jogos, desde 200718. Tais discussões dialogam com outras atribuições legais da APO, como a edição da Matriz de Responsabilidades dos Jogos Rio 2016, que “engloba os compromissos assumidos pelos entes governamentais no dossiê de candidatura, exclusivos para os Jogos”. Neste sentido, os objetos do PUL são os elementos contidos na Matriz de Responsabilidades, entendidos como projetos específicos para os Jogos conforme sua metodologia19. Este entendimento está consolidado a partir das discussões entre os entes, como já explicitado pela APO ao Tribunal de Contas da União – TCU20. 17 As competências para essas definições, mais que de caráter legal ou normativa, são atribuições ligadas ao cuidado com a coisa pública, a gestão de recursos investidos e ao planejamento de uso da infraestrutura e das políticas de desenvolvimento do esporte, que estão descritas pelos entes federados envolvidos na realização dos Jogos desde a candidatura, ou estão ligadas às concessões ou às permissões para o uso das estruturas esportivas ou infraestruturas urbanas e ambientais, sociais e econômicas decorrente dos Jogos. 18 Os entendimentos foram mencionados nos Acórdãos 2596/2013, 2758/2014 e 3315/2015-TCU/Plenário. 19 Matriz de Responsabilidades é um documento dinâmico, dotado de mecanismos que asseguram o controle e a constante atualização, a cada versão, dos projetos e das ações essenciais aos Jogos Rio 2016. A metodologia incluindo os critérios para a sua elaboração e atualização estão disponíveis no link: http://www.apo.gov.br/wpcontent/uploads/2014/01/anexo_metodologico.pdf 20 Contidos nos Acórdãos 2758/2014 e 3315/2015, do Tribunal de de Contas da União -TCU/Plenário. 26 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO CAPÍTULO II INTERAÇÃO DOS - PUL HISTÓRICO DO PROCESSO E ENTES O conceito de legado dos Jogos refere-se a um conjunto de elementos que abrangem tanto os aspectos esportivos como econômicos, ambientais, sociais e culturais, tendo como paradigma a sustentabilidade, sendo um elemento de interação entre os entes desde a candidatura. No longo prazo, existe um legado amplo resultante do planejamento geral dos Jogos que inclui não apenas a própria construção da infraestrutura esportiva, mas também uma série de outras ações21 que trazem benefícios para a população. Conforme anteriormente descrito, esse conceito de legado amplo tem sido adotado nos Jogos Olímpicos e está presente nos documentos orientadores do COI 22, que discrimina os parâmetros e indicadores relacionados aos impactos que os Jogos deixam como herança para as cidades sedes e para os países que os abrigam23. O Dossiê de Candidatura salienta que o legado dos Jogos leva em consideração quatro prioridades-chave: a) b) c) d) Transformação da cidade; Inserção social: habitação, treinamento e emprego; Juventude e educação; e, Esportes. Adicionalmente, os Cadernos de Legado publicados pelo Governo Federal em 2009 indicam as três frentes de desenvolvimento do legado: a) Legado Esportivo: prevê o desenvolvimento e a disseminação da prática esportiva e da atividade física. É a busca de um notável avanço no desempenho olímpico brasileiro, da eficiente qualificação de equipes técnicas, por meio de mais intercâmbio com outros países, do pleno aproveitamento das instalações esportivas que os Jogos requerem e do forte incremento da cadeia produtiva do esporte. Dessa forma, cria-se uma perspectiva de manutenção da capacidade olímpica brasileira para Jogos futuros; 21 DaCosta, L.; D. Corrêa; E. Rizzuti; B. Villano e A. Miragaya (2008) Legados de Megaeventos Esportivos. Brasília: Ministério do Esporte. 22 International Olympic Committee – IOC, Olimpic Legacy, 2013. 23 O legado é visto por especialistas como a essência dos benefícios trazidos pela realização dos Jogos olímpicos, independentemente de ganhos de exposição de imagem e de faturamento com turismo que a cidade terá durante o evento, se tudo correr a contento. Ele representa aquilo que o Rio vai incorporar de melhoria urbana para além dos equipamentos esportivos. 27 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL b) Legado Social: reúne projetos de inclusão e promoção de atividades e ações voltadas às populações de menor renda, criando empregos e desenvolvendo capacidades, especialmente pela via do esporte educativo, incluindo as comunidades próximas às instalações esportivas. Essa concepção é fortalecida desde os Jogos Pan-Americanos de 2007 na cidade do Rio de Janeiro; c) Legado Urbano Ambiental: são intervenções que associam os Jogos à melhoria da malha viária e à regeneração estrutural de setores e bairros e do saneamento do Rio de Janeiro24. Todos os conceitos contidos nos documentos apontam para um legado que possibilitará a aceleração das transformações ambientais, sociais e econômicas de forma sustentável, a partir de uma visão integrada dos gestores dos Jogos. Os resultados promovem maiores perspectivas de futuro para jovens brasileiros, principalmente pela promoção da prática de esportes e do fortalecimento do Movimento Olímpico, o que corrobora nas expectativas do COI25. Desde 2008, o Ministério do Esporte tem evoluído no processo de desenvolvimento do esporte em todo o País e tem apresentado elementos do progresso. Há iniciativas, por exemplo, estruturadas na Rede Nacional de Treinamento, a qual, segundo os planos do Ministério, é uma forma de organização para a nacionalização e democratização do esporte, que possibilita o acesso a condições adequadas para a prática esportiva e o Centro Olímpico de Treinamento (COT)26 que se vincula, sobremaneira, aos equipamentos olímpicos que permitem a prática do esporte de rendimento. Dessa forma, busca-se a diminuição da desigualdade entre as regiões brasileiras em ações em que estão incluídas desde a iniciação na base até o esporte de alto rendimento. A primeira refere-se ao esporte na escola e mais infraestrutura para a criança e o jovem, trazendo reflexos em diversas áreas da sociedade brasileira. O segundo refere-se aos locais e condições em que os atletas, olímpicos e paraolímpicos, contarão com uma estrutura ainda melhor para treinar e competir. Os entes também evoluíram no processo de transformações urbanas beneficiadas pela realização dos Jogos Olímpicos no País27. O Plano de Políticas Públicas28 é um documento que incorpora os projetos que antecipam ou ampliam investimentos federais, estaduais e municipais em infraestrutura e políticas públicas, com foco nos 24 Ministério do Esporte, Cadernos de Legado Brasil, 2009. Disponíveis em http://www2.esporte.gov.br/snear/ rio2016. 25 International Olympic Committee – IOC, Olympic Legacy, 2013. 26 Centro Olímpico de Treinamento (COT) – É o conjunto de estruturas esportivas situadas na Barra da Tijuca e no Complexo de Deodoro, no Rio de Janeiro, que forma o ápice da Rede de Treinamento de atletas do Brasil. 27 O Rio está investindo R$ 39,07 bilhões, dos quais R$ 24,6 bilhões são obras. 28 O Plano de Políticas Públicas é um conjunto de obras de infraestrutura (incluindo esportiva) e políticas públicas nas áreas de mobilidade, meio ambiente, urbanização, educação e cultura que foram aceleradas e/ou viabilizadas pelo fato de a cidade do Rio de Janeiro sediar os Jogos Rio 2016. Disponíveis em http://www.apo.gov.br/ index.php/plano-de-politicas-publicas. 28 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL benefícios para a sociedade brasileira. Trazem projetos nas áreas de mobilidade29, meio ambiente, infraestrutura esportiva, educação, controle de dopagem, ciência e tecnologia. Apesar dos projetos serem de cada esfera de governo, individualmente, foram considerados de forma congregada para oferecer maior qualidade e atendimento aos compromissos firmados junto ao COI, ao tempo em que trazem benefícios diretos para a sociedade. Assim, mais uma vez, evidencia-se o esforço governamental na realização dos Jogos e na consequente promoção da transformação da cidade e do país, estimulando a integração entre o Estado e o cidadão. Complementarmente, há o processo de definição de uso dos equipamentos esportivos. Desde a candidatura, a expectativa de definição foi sendo incorporada ao longo das discussões dos entes, envolvidos e integrados ainda nas fases de projeto. Questões como a posse das edificações, a visão estratégica, as parcerias estabelecidas e as ações necessárias à realização dos objetivos almejados foram decisivas para configurar a destinação dos equipamentos após os Jogos. Apesar do planejamento da candidatura considerar possíveis responsáveis por estas definições, os atores envolvidos e as definições foram se ajustando à medida que as execuções dos empreendimentos avançaram. Pois a quantidade de atores e a complexidade de soluções para cada instalação exigiram novas tratativas entre os entes da governança para garantir tanto a construção como a posterior gestão dos equipamentos. Para esclarecer esta articulação, a governança dos Jogos é exercida, principalmente pelas seguintes instituições e agentes dos governos federal, estadual e municipal, além desta Autarquia e do Comitê Rio 2016: o Ministério do Esporte, na condição de coordenador do Comitê Gestor dos Jogos (CGOlimpíadas) e de seu grupo executivo, o GEOlimpíadas; a Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro; e a Empresa Olímpica Municipal (EOM), do Município do Rio de Janeiro. Vale ressaltar que a participação do Governo Federal no processo de governança dos Jogos Rio 2016 foi definida a partir da publicação do Decreto Presidencial de 13 de setembro de 201230, que institui o CGOlimpíadas, coordenado pelo Ministério do Esporte, com a competência para definir as diretrizes e ações do Governo Federal para a realização dos Jogos. Mais especificamente, cuida este Comitê das ações que abrangem todas as medidas necessárias à preparação e à realização das competições e eventos no âmbito da União. Essas ações são discutidas em diversos grupos, divididos por assuntos, que incluem o legado dos Jogos. 29 A mobilidade urbana será a componente mais contemplada no legado, correspondendo a 55,3% das obras (R$ 13,61 bilhões) se computadas apenas as intervenções exclusivas em transportes. O número sobe para perto de 80% se considerado que a maior parte dos R$ 8,2 bilhões aplicados no Porto Maravilha está sendo consumido em obras viárias. Juntas, as obras do VLT, BRT Transolímpica, Complemento do BRT Transoeste (Terminal Alvorada-Jardim Oceânico), duplicação do Elevado do Joá (conexão rodoviária da Barra com a Zona Sul), projeto viário do Parque Olímpico, Metrô Linha 4, remodelação das estações ferroviárias olímpicas e mais o Porto Maravilha somam R$ 21,61 bilhões, ou 88,6% do total do legado. 30 Casa Civil da Presidência, decreto que Institui o Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Dsn/Dsn13425.htm. 29 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Para tratar e integrar os entes no tema legado em um nível mais operacional e técnico foi inicialmente criado o Grupo Técnico (GT) Legado, em 2012, ligado ao Comitê de Coordenação dos Jogos. Em 2013, o GT passou a ser denominado GT Legado Estratégico. Em 2015, com o objetivo de discutir e avaliar o andamento dos Jogos e subsidiar o GEOlimpíada, foi criada a Câmara Temática Legado Estratégico, instância de discussão e assessoramento exclusivamente voltada ao legado no âmbito do Governo Federal. Em maio de 2016, foi criado, no âmbito do Ministério do Esporte, grupo de trabalho com o objetivo de discutir, avaliar e contribuir com a proposta de destinação do legado dos Jogos (Portaria nº 167, de 18/05/2016) e principalmente elaborar e apresentar o Plano de Legado das Instalações Olímpicas, divulgado pelo Ministério do Esporte no início de agosto de 201631. Nesse contexto interinstitucional, apesar dos avanços individuais de cada ente e dos processos que foram deflagrados para tratar da questão, ainda são necessários passos para a consolidação do futuro das instalações esportivas construídas para os Jogos. Entre os pontos principais deste processo é possível destacar alguns pontos que demarcam a estruturação da questão. No âmbito federal, o Ministério do Esporte, na condição de coordenador do CGOlimpíadas e o GEOlimpíadas, desponta como responsável pelas definições necessárias à gestão do legado dos equipamentos esportivos e de todo o conjunto estruturante financiado por essa esfera de governo previstos na Matriz de Responsabilidades. O Tribunal de Contas da União expressou tal entendimento no bojo de decisões plenárias32, mais precisamente no Acordão nº 2.758/2014-TCU/Plenário. Os demais níveis de governo, representados pelo Município do Rio de Janeiro e pelo Estado do Rio de Janeiro, têm responsabilidades decorrentes da gestão dos próprios projetos para os Jogos e, ademais, diante da conveniência do envolvimento em propostas conjuntas de gestão dos equipamentos públicos. Neste contexto de definições compartilhadas, vale ressaltar que o processo e o resultado das construções dos equipamentos esportivos contaram com a parceria e os esforços de todos os entes, sendo natural o compartilhamento de responsabilidades e de expectativas no uso futuro das instalações. Assim posto, no processo de desenvolvimento de propostas para a gestão do legado dos equipamentos previstos na Matriz de Responsabilidades, o Município do Rio de Janeiro tomou iniciativas que culminaram no lançamento, em 29/7/2015, do chamado “Plano de Legado” das instalações esportivas, voltado para as instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e do Parque Radical em Deodoro, cujas instalações 31 O documento Plano de Legado Olímpico, com data de 01 de agosto de 2016, foi apresentado em resposta à ação civíl pública instaurada pelo Ministério Público Federal. 32 Acórdãos 2596/2013, 2758/2014 e 3315/2015-TCU/Plenário. Especificamente sobre a expectativa de definições daquela corte, tem-se o item 9.1 sobre a implementação das ações com recursos do governo federal previstas na Matriz de Responsabilidades. Neste contexto, o Ministério do Esporte é apontado como responsável pelo estabelecimento das definições necessárias de parâmetros e gestão para o legado dos equipamentos esportivos e todo o conjunto estruturante financiado pelo governo federal. 30 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL fazem parte da Matriz de Responsabilidades. A proposta da Prefeitura concilia o uso dos equipamentos para o esporte de alto rendimento com outros usos, sendo eles: educação, projetos sociais e eventos33. Como evolução dessa proposta, em 4/3/2016, o Município lançou o "Aviso Público para Procedimento de Manifestação de Interesse" (PMI) SECPAR nº 2/2016” no Diário Oficial do Município – DOM, com o objetivo de estruturar Parceria Público Privada— PPP ou Concessão de Projeto de Legado do Parque Olímpico da Barra. O procedimento visou à apresentação de estudos, levantamentos ou investimentos quanto à viabilidade técnica, operacional, econômico-financeira e jurídica para propostas de diferentes modelos de gestão e diferentes usos. O aviso de PMI foi voltado, principalmente, para chamar parceiros capazes de trazer recursos privados na futura gestão dos equipamentos esportivos. A iniciativa buscou deliberar novas possibilidades para a manutenção, ao mesmo tempo que desenvolve projetos sustentáveis, inclusive economicamente. A PMI também indicou aporte de recursos públicos para o caso de adaptações, demolições, etc.34. A Empresa Olímpica Municipal – EOM ratificou as informações contidas na PMI mencionada, destacando as definições da Prefeitura sobre o uso do legado das instalações de Deodoro e Barra da Tijuca35. Em cumprimento das obrigações legais, a Prefeitura publicou no Diário Oficial do Município - DOM, em 23/5/2016, uma consulta pública referente ao Projeto Legado do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, a fim de que interessados em participar das licitações para gestão do legado conhecessem os estudos e pudessem fazer seus questionamentos. Várias definições são apontadas e configuram um conjunto de parâmetros de uso para o legado das instalações. Em 30/6/2016, foi publicado no DOM o aviso de licitação da Parceria Público Privada, na Modalidade Administrativa, para a readequação, a gestão, a manutenção e a operação do Parque Olímpico da Barra, disponibilizando os documentos que fornecem um quadro consolidado sobre o modelo de parceria, quais os atores envolvidos e suas responsabilidades, inclusive financeiras, entre outras informações necessárias para o entendimento de como serão utilizadas as edificações no futuro, ou seja, seu legado. Dentre os anexos, são especialmente importantes para as definições do edital a minuta de contrato, o anteprojeto, as diretrizes para o plano de negócios, o cronograma de pagamentos e o aporte público e o modelo de governança36. 33 Os projetos e estudos que embasaram a apresentação desse Plano de Legado não foram divulgados, somente foi divulgado que seria desenvolvida uma proposta com a consultoria Ernest Young. 34 A PMI considera aporte público de recursos para itens de retrofit das arenas, inclusive a desmontagem e construção. Como exemplo, a desmontagem da arena de handebol e a construção de quatro escolas. Também estão incluídos neste contexto a desmontagem e remontagem da Arena Aquática e de parte do Centro Olímpico de Tênis, além das construções necessárias decorrentes. 35 As informações sobre o planejamento do Município foram formalizadas no ofício EOM/PRE n°146/2016 em resposta a solicitação feita pela APO no Ofício n° 097/2016-PRESI/APO. 36 A entrega das propostas da licitação foi adiada de 4 de agosto de 2016 para o fim deste mesmo mês. 31 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL No caso de Deodoro, as definições de legado partem do pressuposto de que a área utilizada nos Jogos abrange grandes espaços vinculados ao patrimônio da União, jurisdicionada ao Exército Brasileiro. As instalações esportivas construídas em Deodoro para os Jogos fazem parte de um processo contínuo advindo desde os Jogos Pan Americanos de 2007, passando pelos Jogos Mundiais Militares de 2011. Parcerias entre os entes federais culminaram com entendimentos estabelecidos em termos de cooperação e outros instrumentos legais, que proporcionaram a base para a construção e manutenção das instalações esportivas na região. A configuração de edificações esportivas foi acompanhada por um programa, fruto da parceria do Exército Brasileiro com o Ministério do Esporte, voltado ao desenvolvimento de atletas de alto rendimento, inclusive militares37. Paralelamente, outros programas de incentivo ao esporte foram implementados com a parceria de empresas38. Esse processo contínuo permitiu que os investimentos mantivessem um fluxo, com cada edição dos eventos esportivos mencionados servindo de base e impulso para as seguintes. Para o período pós-Jogos Rio 2016, o Exército tem avançado no processo de planejamento. Há definições sobre responsabilidades internas e estudos com alternativas para as instalações que ficarão dentro das unidades da Vila Militar. Para essas instalações esportivas, o Exército prevê, por exemplo, uma gestão feita por um destacamento militar ligado ao CCFEx39, cuja base institucional é o próprio modelo empregado nas instalações militares situadas na Urca. Como escopo geral da atuação da instituição, foram apresentadas as intenções de continuação do treinamento esportivo de alto rendimento, principalmente das modalidades militares e dos programas de iniciação ao esporte. Este quadro demonstra o caráter social da ação, ao mesmo tempo em que salienta a intenção de continuar a estabelecer convênios e parcerias com entidades privadas. O Exército Brasileiro publicou a Portaria nº 233 – EME, de 21/6/2016, que aprova o Plano de Gestão de Legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. O documento apresenta o cronograma de atividades e orienta o planejamento e a execução das ações para a gestão do legado, definindo para cada instalação física, a utilização futura de forma sustentável, bem como o custeio das instalações esportivas, visando constar no Orçamento Anual da Força ou em instrumentos de cooperação com outros órgãos da administração pública e/ou privada. 37 Desenvolvido pelo Ministério da Defesa juntamente com outros órgãos federais, o programa “Forças no Esporte” busca promover a integração social e o desenvolvimento humano por meio da prática esportiva. Disponível em http://www.defesa.gov.br/esporte/programa-forcas-no-esporte 38 O programa Brasil Vale Ouro é apoiado pela empresa Vale e voltado para crianças e adolescentes, tendo objetivos de ensinar práticas esportivas com qualidade e despertar novos valores por meio dos princípios do esporte, estimulando o desenvolvimento da convivência social, a promoção da saúde e o aprimoramento da consciência crítica e da cidadania. Disponível em http://www.fundacaovale.org/Paginas/Esp-Brasil-Vale-Ouro.aspx 39 Centro de Capacitação Física do Exército – CCFEx. Disponível em http://www.ccfex.ensino.eb.br/ 32 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os termos de compromisso firmados entre a União (Ministério do Esporte e Exército Brasileiro) e o Município do Rio de Janeiro para propiciarem a construção dos equipamentos esportivos nas Unidades Militares de Deodoro demonstram que entendimentos foram formalizados, mas o contexto ainda sugere que novas medidas legais sejam necessárias no âmbito do Exército e da Prefeitura após os Jogos, a fim de garantir o uso pleno das instalações. No caso específico do Parque Radical, que também fica em Deodoro, está sendo constituído um parque pelo Município do Rio de Janeiro em área do patrimônio da União, originalmente jurisdicionada ao Exército Brasileiro. Como esboço original da candidatura, a área será transformada no segundo maior parque público da Região Metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro. O Município apresentou um Estudo Preliminar Urbanístico em julho de 2015, em que se aponta a utilização dos equipamentos esportivos pela população, sem exclusão, de toda forma, da utilização da área para o esporte de rendimento, principalmente no que se refere ao treinamento e competições na arena de canoagem slalom, que é a maior instalação olímpica construída no local. Para a criação e consolidação do parque público, está prevista a transferência de posse da área para o Município, visando à construção das facilidades urbanas de parque e também para as medidas necessárias à sua futura gestão. Para tal, foi formalizado arrendamento da área para a municipalidade por cinco anos, prorrogável por igual período, até a efetivação do desmembramento definitivo. O contexto geral apresentado explicita que foram feitas definições estratégicas para o Uso do Legado pelos entes. Não obstante, sugere que novas medidas complementares sejam necessárias para a execução suficiente à efetivação dos legados almejados. A APO articulou-se com os entes governamentais em discussões sobre o tema, com o objetivo de promover a integração e a consolidação das informações de interesse para o cumprimento de sua missão nessa frente. Promoveu discussões, no âmbito do GT Legado Estratégico40, cuja finalidade era conduzir as discussões sobre a visão estratégica de legado dos Jogos e os projetos estruturantes associados41. A partir daí, a APO passou a fazer um monitoramento em nível estratégico das diversas informações disponibilizadas pelos entes. Na 4ª reunião do GT Legado Estratégico, de 30/10/2014, foi criado o Subgrupo Planejamento de Uso do Legado – SGT PUL, formado pela APO (coordenadora desse subgrupo), pelo Ministério do Esporte, pela Casa Civil do Governo do Estado do Rio de 40 Conforme mencionado, foi criado pelo Comitê de Coordenação da Governança dos Jogos. Foram realizadas duas reuniões em 2013, quando foi unificado o conceito de legado entre os entes. Foi definido o Legado Estratégico como competência do Ministério do Esporte, que assumiu a coordenação do Grupo de Trabalho sobre o tema. Houve cinco reuniões em 2014. Paralelamente, na 21ª Reunião Ordinária do GEOlimpíadas, em 17/03/2015, foi criada a Câmara Temática Legado Estratégico, coordenada pelo ME para articular as ações do Governo Federal sobre o tema. 41 33 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Janeiro, pela Empresa Olímpica Municipal – EOM e pelo Comitê Rio 2016. O Subgrupo teve cinco reuniões, de novembro de 2014 até março de 2015. Nestas reuniões, houve a validação de plano de trabalho em dezembro de 2014. Posteriormente, foi elaborado o primeiro relatório com caráter situacional sobre o Planejamento do Uso do Legado, denominado PUL R1, validado pelos membros do grupo em março e abril de 2015. Este documento também consolidou o escopo geral para o PUL, que se baseava nas conclusões sobre as competências da APO sobre o tema legado. O PUL R1 traz a metodologia, os conceitos básicos e os parâmetros para a configuração de um segundo documento, chamado PUL R2, à época vislumbrado como final desse trabalho. Naquela ocasião, previa-se para o PUL R2 a apresentação das definições oferecidas no PUL R1, bem como seus desdobramentos. O Relatório PUL R2 também teve caráter situacional e consolidou as informações oriundas dos entes até o final de junho de 2016. O documento buscou sistematizar as informações na perspectiva de apresentar os parâmetros existentes e necessários para a gestão e o uso na forma de legado. Adicionalmente fez proposições sustentáveis compatíveis com as decisões estratégicas tomadas pelos entes até então. O documento foi entregue aos entes em 21 de julho de 2016, no intuito de colaborar com o processo. Como evolução deste processo, o presente documento Planejamento do Uso do Legado- PUL faz uma atualização do PUL R2, apresentando as definições estratégicas de legado dos entes e fazendo propostas sustentáveis conforme as atribuições legais previstas. O capítulo seguinte abordará aspectos metodológicos importantes desse planejamento para a configuração do PUL. 34 CAPÍTULO III - CONFIGURAÇÃO DO PUL A APO estruturou este documento que consolida a integração das informações oriundas dos entes responsáveis pelas definições de legado das instalações esportivas construídas, reformadas ou adaptadas aos Jogos, ao mesmo tempo em que reflete o processo contínuo de evolução do tema. Nesse contexto, apresenta propostas que englobam a sustentabilidade (nos seus pilares ambientais, sociais e econômicos) dos itens constantes da Matriz de Responsabilidades. A versão da Matriz de Responsabilidades, referência para o presente trabalho, foi atualizada pela Resolução APO nº 17, de 12/8/2016, com revisão das versões anteriores consideradas na confeção deste PUL. A versão atualizada da Matriz de Responsabilidade impactou o escopo deste documento. A atual lista de ítens do PUL é resultado do acompanhamento da evolução da Matriz de Responsabilidades e todas as suas atualizações. Desde o início do processo do PUL foram identificados 64 itens. Alguns foram retirados, outros incluídos, desmembrados ou ajuntados. Para fins de acompanhamento, os itens foram identificados com uma numeração contínua que se manteve até o final, no intuito de assegurar a memória compreensível do processo. Os itens do PUL compreendem projetos nas diversas regiões dos Jogos, sendo 30 na Barra da Tijuca, 16 em Deodoro, 6 em Copacabana, 8 no Maracanã e 4 projetos de infraestrutura na planilha considerada Multiregião. Considerando esse universo de projetos, nem todos os itens necessitam de definição de uso futuro. Esta questão foi fundamental para a construção do conjunto de itens do PUL, entendidos como escopo prioritário de acompanhamento e análise. Dentre os itens não elegíveis para serem tratados no PUL estão aqueles de infraestrutura que não necessitam de definição, pois seu uso é intrínseco. Neste conjunto estão os projetos básicos e executivos, as adequações elétricas e de infraestrutura de instalações existentes, as aquisições de sistemas de ar condicionado, a construção de linhas de alimentação elétrica, a construção de subestações, as instalações complementares e os geradores temporários, além de projetos das áreas de domínio comum, incluindo pavimentação e paisagismo de áreas públicas. As Tabelas 1, 2, 3 e 4 mostram os itens elegíveis e não elegíveis (tachados). Conforme mencionado, também demonstra a relação dos itens contidos na Matriz de Responsabilidades (versão 5.0) com os itens do PUL, agrupados nas zonas. A numeração e classificação apresentadas nas Tabelas se referem ao processo de classificação desde o primeiro relatório do PUL e sua interface com a evolução dos ítens da Matriz de Responsabilidades. As observações referentes à evolução dos itens estão registradas abaixo de cada quadro. PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Tabela 1 – Equivalência dos Itens da Matriz de Responsabilidades e do PUL. JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS RIO 2016 ITEM NOME NA MATRIZ (V 6.0 15/08/2016) BR.02 BR.03 BR.04 BR.05 Projetos básicos e executivos das instalações esportivas Construção do Centro Olímpico de Tênis Manutenção do Centro Olímpico de Tênis Construção do Velódromo Olímpico Manutenção do Velódromo Olímpico BR.06 Construção da Arena do Futuro BR.07 Manutenção da Arena do Futuro BR.01 BR.08 BR.09 BR.10 Construção do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Manutenção do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Adequação do Parque Aquático Maria Lenk MR.03* Adequações elétricas em instalações BR.11 Infraestrutura do Parque Olímpico da Barra - redes de água, luz, esgoto BR.12 Construção do Centro Internacional de Radio Difusão (IBC) BR.13 Construção do Centro Olímpico de Treinamento - Halls 1, 2, 3 BR.29 Aquisição, instalação, operação e manutenção do sistema de ar condicionado-Arena Carioca 1, 2 e 3 BARRA BR.14 BR.15 BR.16 Construção do Centro Principal de Mídia (MPC) Parque Olímpico da Barra - Domínio Comum - pavimentação, paisagismo Construção de Hotel de Mídia CÓD NOME NO PUL TIPO VENUE Não tem correspondência no PUL N/A PUL.01 Centro Olímpico de Tênis Permanente PUL.02 Velódromo Olímpico Permanente PUL.03 Centro Olímpico de Handeball - Hall 4 Temporário PUL.04 Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Temporário Parque Aquático Maria Lenk Permanente Infraestrutura do Parque Olímpico da Barra Permanente Centro Internacional de Rádio Difusão (IBC) Permanente PUL.08 Arenas Cariocas: Halls 1, 2 e 3 ** Permanente PUL.09 Centro Principal de Mídia (MPC) Permanente PUL.10 Parque Olímpico da Barra - Dominio comum Permanente PUL.11 Hotel de Mídia do Parque Olímpico da Barra Permanente PUL.05 PUL.06 PUL.07 BR.17 Infraestrutura da Vila Olímpica e Paraolímpica PUL.12 BR.18 Construção da Vila Olímpica e Paraolímpica PUL.13 Infraestrutura pública da Vila Olímpica e Paralímpica Vila Olímpica e Paralímpica BR.19 Golfe PUL.14 Campo de Golfe Permanente BR.20 Construção do Parque dos Atletas PUL.15 Parque dos Atletas Temporário BR.21 Construção da primeira linha de alimentação do Parque Olímpico da Barra PUL.16 Linha subterrânea de energia (Alta Tensão 138 kV) Permanente oriunda das subestações (SE Grajaú/SE Gardênia) BR.22 Construção da segunda linha de alimentação do Parque Olímpico da Barra PUL.17 BR.23 BR.24 Construção da subestação de energia elétrica do Parque Olímpico da Barra Instalações complementares dos equipamentos esportivos PUL.18 Permanente Linha subterrânea de energia (Alta Tensão 138 kV) Permanente oriunda das subestações (SE Jacarepaguá/SE Barra) Subestação de energia (Alta e Média Tensão - 138 Permanente kV/13,8 kV) com capacidade de 120 MVA Não tem correspondência no PUL Instalações complementares dos equipamentos BR.25 Não tem correspondência no PUL não esportivos Construção da primeira linha de alimentação do Linha subterrânea de energia (Média Tensão 13,8 BR.26 PUL.19 Campo de Golfe kV) oriunda das subestações SE Itapeba Disponibilização de gerador temporário como BR.27 segunda linha de alimentação de energia elétrica Não tem correspondência no PUL do Campo de Golfe Disponibilização de gerador temporário como BR.28 Não tem correspondência no PUL segunda linha de alimentação de energia elétrica do Rio Centro Fornecimento de energia temporária (geradores, cabeamento, operação e manutenção) para as BR.30 Não tem correspondência no PUL instalações de competição e não-competição da região da Barra. Os itens BR.24 e BR.25 foram transferidos para Multirregião (MR.01). Os itens BR.27 e BR.28 foram transferidos para Multirregião (MR.02). O item BR.29 foi unificado com BR.13 no item PUL.08. O item BR.30 saiu da Multirregião (MR.02). * referente as instalações elétricas de duas venues (Estádio Olímpico João Havelange/Parque Aquático Maria Lenk), sendo que as melhorias elétricas serão incorporadas em cada uma delas. ** Hotel para atletas, Pista de atletismo e Quadra de vôlei de praia, são itens de legado incluídos na PMI, que não constam na Matriz de Responsabilidade LEGENDA: Instalação definitiva Parque Olímpico da Barra Instalação temporária Multiregião Não se aplica/Não tem correspondência PUL Legado Intrínseco / Infraestrutura 36 Permanente N/A N/A Permanente N/A N/A N/A PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Tabela 2 – Equivalência dos Itens da Matriz de Responsabilidades e do PUL (Deodoro). JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS RIO 2016 DEODORO ITEM NOME NA MATRIZ (V 6.0 15/08/2016) DR.00 Projetos básicos e executivos das instalações esportivas DR.01 Estádio Olímpico de Canoagem Slalom DR.02 DR.03 NOME NO PUL TIPO VENUE Não tem correspondência no PUL N/A PUL.20 Estádio Olímpico de Canoagem Slalom - Parque Radical Permanente Centro Olímpico de BMX PUL.21 Centro Olímpico de BMX - Parque Radical Permanente Arena da Juventude PUL.23 Arena da Juventude Permanente DR.04 Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama PUL.24 Centro Olímpico de Hoquei sobre Grama Permanente DR.05 Domínio Comum de Deodoro PUL.25 Domínio comum do Parque Radical Permanente DR.06 Complexo Esportivo de Deodoro - Domínio Urbano Não tem correspondência no PUL N/A Mountain Bike será desmontado (área será incorporada ao Parque Radical) Campo de Polo DR.07 Centro de Mountain Bike PUL.22 DR.08 Estádio de Deodoro (Pentatlo Moderno e Rugby) PUL.26 DR.09 Adequação do Centro Nacional de Hipismo (Pista de Cross Country, Arena de Salto e Adestramento, PUL.29 Clínica Veterinária, Acomodações dos Tratadores e Baias dos Cavalos) Centro Nacional de Hipismo Permanente DR.10 Adequação do Centro Aquático de Deodoro Centro Aquático de Pentatlo Moderno Permanente PUL.27 DR.11 Adequação do Centro Olímpico de Tiro PUL.28 Centro Nacional de Tiro Esportivo Construção da primeira linha de alimentação do Linha de suprimento de energia (Média Tensão DR.12 PUL.30 Complexo Esportivo Deodoro 13.8 kV), oriunda da SE Guadalupe Construção da segunda linha de alimentação do Linha de suprimento de energia (Média Tensão DR.13 PUL.31 Complexo Esportivo Deodoro 13.8 kV), oriunda da SE Padre Miguel Instalações complementares dos equipamentos DR.14 Não tem correspondência no PUL esportivos Instalações complementares dos equipamentos DR.15 Não tem correspondência no PUL não esportivos O item DR.06 - Complexo Esportivo de Deodoro - Domínio Urbano foi transferido para o Plano de Políticas Públicas por fazer parte do legado da região. Os itens DR.14 e DR.15 foram transferidos para Multirregião (MR.01). LEGENDA: Instalação definitiva Complexo Esportivo de Deodoro Instalação temporária Legado Intrínseco / Infraestrutura Não se aplica/Não tem correspondência PUL 37 Temporário Permanente Permanente Permanente Permanente N/A N/A PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Tabela 3 - Equivalência dos Itens da Matriz de Responsabilidades e do PUL (Copacabana). JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS RIO 2016 ITEM NOME NA MATRIZ (V 6.0 15/08/2016) NOME NO PUL Reforma e Adequação do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas PUL.32 (Obras Civis e Infraestrutura para o FoP) CB.02 Adequação da Marina da Glória PUL.33 Instalações complementares dos equipamentos CB.03 esportivos Instalações complementares dos equipamentos CB.04 não esportivos Construção da primeira linha de alimentação para as instalações de competição da Região de CB.05 Copacabana (Arena de Copacabana, 2º ponto do PUL.34 Forte de Copacabana, Lagoa Rodrigo de Freitas, Parque do Flamengo e Marina da Glória) Disponibilização de gerador temporário como segunda linha de alimentação para as instalações de competição da Região de Copacabana (Arena de CB.06 Copacabana, 1ª linha de alimentação do 1º ponto, 1º e 2º pontos do Forte de Copacabana, Lagoa Rodrigo de Freitas, Parque do Flamento e Marina da Glória) Os itens CB.03 e CB.04 foram transferidos para Multirregião (MR.01). O item CB.06 foi transferido para Multirregião (MR.02). COPACABANA CB.01 Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas Permanente Marina da Glória Permanente Não tem correspondência no PUL N/A Não tem correspondência no PUL N/A Linha de suprimento de energia (Média Tensão 13.8 kV), oriunda da SE Leblon e SE Baependi Permanente Não tem correspondência no PUL N/A LEGENDA: Instalação definitiva Copacabana Instalação temporária Legado Intrínseco / Infraestrutura Não se aplica/Não tem correspondência PUL 38 TIPO VENUE PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Tabela 4 – Equivalência dos Itens da Matriz de Responsabilidades e do PUL (Maracanã). JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS RIO 2016 MARACANÃ ITEM NOME NA MATRIZ (V 6.0 15/08/2016) NOME NO PUL Item foi retirado da Matriz de Estádio Olímpico João Havelange - reurbanização MN.01 do entorno Responsabilidades na 2ª revisão (V 3.0) Ginásio Maracanãzinho MN.02 Quadras de aquecimento da Arena Maracanãzinho PUL.35 Item foi retirado da Matriz de Responsabilidades na 3ª revisão (V 4.0) Parque Aquático Júlio Delamare MN.03 Adequação do Parque Aquático Julio Delamare PUL.36 Item foi retirado da Matriz de Responsabilidades na 3ª revisão (V 4.0) MN.04 Adequação do Estádio Olímpico João Havelange MR.03* Adequações elétricas em instalações Sambódromo - construção das novas MN.05 arquibancadas MN.06 Sambódromo - reforma e reparo das fundações Instalações complementares dos equipamentos MN.07 esportivos Instalações complementares dos equipamentos MN.08 não esportivos TIPO VENUE N/A N/A N/A PUL.37 Estádio Olímpico João Havelange Permanente PUL.38 Sambódromo Permanente Não tem correspondência no PUL N/A Não tem correspondência no PUL N/A O item MN.01 - Estádio Olímpico João Havelange - reurbanização do entorno, no valor de R$ 28 milhões, foi transferido para o Plano de Políticas Públicas por fazer parte do legado da região. O item MN.02 foi excluído em função da substituição da instalação permanente por overlay. O item MN.03 foi excluído em função da não utilização da instalação. Os itens MN.05 e MN.06 foram unificados no PUL.38 Os itens MN.07 e MN.08 foram transferidos para Multirregião (MR.01). * referente as instalações elétricas de duas venues (Estádio Olímpico João Havelange/Parque Aquático Maria Lenk), sendo que as melhorias elétricas serão incorporadas em cada uma delas. LEGENDA: Instalação definitiva Maracanã Instalação temporária Multiregião Não se aplica/Não tem correspondência PUL Legado Intrínseco / Infraestrutura Tabela 5 – Equivalência dos Itens da Matriz de Responsabilidades e do PUL (Multirregião). JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS RIO 2016 MULTIREGIÃO ITEM NOME NA MATRIZ (V 6.0 15/08/2016) NOME NO PUL Arquibancadas temporárias para instalações do MR.01 Parque Olímpico, Estádio Olímpico, Complexo Esportivo de Deodoro e outros itens Locação de geradores para suprir a energia MR.02 temporária das instalações (instalação e desmobilização) MR.03* Adequações elétricas em instalações PUL.39 Não tem correspondência no PUL N/A Não tem correspondência no PUL N/A Estádio Olímpico João Havelange (PUL.37) e Parque Aquático Maria Lenk (PUL.05) Permanente Plano de operação diferenciada do sistema de MR.04 distribuição de energia elétrica no período dos Não tem correspondência no PUL Jogos Rio 2016. O item MR.02 foi transferido para Barra (BR.30). * adequações elétricas nas instalações do Estádio Olímpico João Havelange (PUL.37) e Parque Aquático Maria Lenk (PUL.05) LEGENDA: Instalação definitiva Multiregião Instalação temporária Legado Intrínseco / Infraestrutura Não se aplica/Não tem correspondência PUL Obs: os termos "construção", "adequação" e "reforma" foram suprimidos no item "Nome no PUL", em virtude de não se aplicarem no legado. 39 TIPO VENUE N/A PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL A Figura 10 demonstra a distribuição dos itens da Matriz de Responsabilidades, com o conjunto de itens tratados neste documento. Figura 10 – Distribuição dos itens por zonas olímpicas Considerando somente os itens que ainda fazem parte da Matriz de Responsabilidades (versão 6), é necessário retirar-se os itens de infraestrutura, que já possuem seu legado definido (uma rede de alimentação de energia elétrica somente servirá para tal finalidade), e também os itens considerados complementares ao legado (elaboração de projetos e instalações complementares e manutenção), que foram incorporados ao item principal. Desta forma, restam 25 itens que representam as instalações olímpicas consideradas elegíveis de definição de legado. Região da Barra da Tijuca: PUL.02 PUL.03 PUL.04 PUL.05 PUL.07 PUL.08 PUL.09 PUL.11 PUL.13 PUL.14 PUL.15 Velódromo Olímpico (BR.04) Centro Olímpico de Handeball - Hall 4 (BR.06) Centro Olímpico de Esportes Aquáticos (BR.08) Parque Aquático Maria Lenk (BR.10) Centro Internacional de Rádio Difusão (IBC) (BR.12) Arenas Cariocas: Halls 1, 2 e 3 (BR.13) Centro Principal de Mídia (MPC) (BR.14) Hotel de Mídia do Parque Olímpico da Barra (BR.16) Vila Olímpica e Paralímpica (BR.18) Campo de Golfe (BR.19) Parque dos Atletas (BR.20) 40 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Região de Deodoro: PUL.20 Estádio Olímpico de Canoagem Slalom - Parque Radical (DR.01) PUL.21 Centro Olímpico de BMX - Parque Radical (DR.02) PUL.22 Mountain Bike (DR.07) PUL.23 Arena da Juventude (DR.03) PUL.24 Centro Olímpico de Hoquei sobre Grama (DR.04) PUL.26 Campo de Pólo (DR.08) PUL.27 Centro Aquático de Pentatlo Moderno (DR.10) PUL.28 Centro Nacional de Tiro Esportivo (DR.11) PUL.29 Centro Nacional de Hipismo (DR.09) Região de Copacabana: PUL.32 Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas (CB.01) PUL.33 Marina da Glória (CB.02)CB.02 Adequação da Marina da Glória Região do Maracanã: PUL.37 PUL.38 Estádio Olímpico João Havelange (MN.04) Sambódromo (MN.05) Deste conjunto, dez não necessitam de definições de legado, pois parte delas é de propriedade da iniciativa privada, outras já estão sob a responsabilidade do Governo do Estado ou do Município do Rio de Janeiro e já possuem definições de uso ou já fazem parte de concessões públicas existentes. São elas: Centro Internacional de Radio Difusão – IBC (Faz parte da PPP de construção do Parque Olímpico e ficará com a iniciativa privada); Centro Principal de Mídia – MPC (Faz parte da PPP de construção do Parque Olímpico e ficará com a iniciativa privada); Hotel de Mídia do Parque Olímpico da Barra (Faz parte da PPP de construção do Parque Olímpico e ficará com a iniciativa privada); Vila Olímpica e Paraolímpica (Investimento privado); Campo de Golfe (Investimento privado); Parque dos Atletas (Existente e já administrado pelo Município do Rio de Janeiro); Estádio de Remo da Lagoa (Existente e já administrado pelo Estado do Rio de Janeiro, com concessão de uso); Marina da Glória (Existente e já administrado pelo Município do Rio de Janeiro, com concessão de uso); Estádio João Havelange (Existente e já administrado pelo Município do Rio de Janeiro, com concessão de uso); e Sambódromo (Existente e já administrado pelo Município do Rio de Janeiro). 41 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Assim, somente parte dos itens apresentados depende de definição de uso futuro. Estes são as instalações esportivas construídas para os Jogos, compreendendo um total de 15 itens contidos na Matriz de Responsabilidades. Todos esses itens foram construídos, parcial ou integralmente, com investimentos públicos (patrimoniais e recursos e/ou financeiros). Podemos organizar tais itens que dependem de definição de legado em 3 grandes conjuntos: Parque Olímpico da Barra, Complexo Esportivo de Deodoro em Unidades Militares e Parque Radical de Deodoro. A Figura 11 demonstra a divisão itens por grandes conjuntos: Figura 11 - Apresenta os itens do PUL, nas Regiões Segue abaixo o detalhamento dos itens a serem tratados no PUL: Parque Olímpico da Barra Item do PUL PUL.01 PUL.02 PUL.03 PUL.04 PUL.05 PUL.08 Descrição Centro Olímpico de Tênis Velódromo Olímpico Centro Olímpico de Handebol - Hall 4 Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Parque Aquático Maria Lenk Arenas Cariocas, dividido em três arenas cariocas (Arena Carioca 1, Arena Carioca 2, Arena Carioca 3, além do centro de treinamento e alojamento) 42 Item da Matriz (MR: BR02) (MR: BR04) (MR: BR06) (MR: BR08) (MR: BR10) (MR: BR13) PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Complexo Esportivo de Deodoro em Unidades Militares Descrição Item da Matriz Arena da Juventude (MR: DR03) Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama (MR: DR04) Estádio de Deodoro (MR: DR08) Centro Olímpico de Hipismo (MR: DR09) Centro Aquático de Deodoro (MR: DR10) Centro Olímpico de Tiro (MR: DR11) Parque Radical de Deodoro Item do PUL Descrição Item da Matriz Estádio Olímpico de Canoagem Slalom (MR: DR01) PUL.20 Parque Radical Centro Olímpico de BMX - Parque Radical (MR: DR02) PUL.21 Infraestrutura da instalação de Mountain Bike (MR: DR07) PUL.22 Item do PUL PUL.23 PUL.24 PUL.26 PUL.29 PUL.27 PUL.28 Cabe ressaltar, que o item PUL.05 – Parque Aquático Maria Lenk, apesar de estar sendo atualmente utilizado pelo COI para o treinamento de atletas de alto rendimento, fará parte do Centro Olímpico de Treinamento – COT, se igualando às demais instalações que terão as mesmas condições. Ressalte-se também que o item PUL.08 – Arenas Cariocas contém 3 arenas – Halls 1, 2 e 3 (MR: BR13), cujas definições de Legado são individualizadas para cada uma, incluindo a proposta para a construção de um centro de treinamento e um alojamento para atletas, que serão construídos após os Jogos, para a composição do legado. Com o prosseguimento dos trabalhos, a APO consolidou os parâmetros a serem utilizados no Planejamento do Uso do Legado com base nos parâmetros macro e micro estruturou o segundo relatório situacional sobre o legado – PUL R2. As definições de dimensão macro e micro, foram seguidas pelo presente documento. 1. CONFIGURAÇÃO DOS PARÂMETROS NAS DIMENSÕES MACRO E MICRO Os parâmetros previstos para organizar e dar estrutura de análise aos itens constantes no PUL podem ser divididos em duas dimensões, chamadas macro e micro42. As definições macro referem-se às definições estratégicas e as definições micro são voltadas aos aspectos técnico-operacionais necessários ao legado. Os parâmetros mencionados podem ser organizados em: Definições de Legado para instalações permanentes – Parâmetros Macro 42 Vale salientar que os parâmetros macro e micro apresentados foram mencionados pelo TCU no Acórdão 3315/2015-Plenário, como estruturantes do Uso do Legado para as instalações esportivas construídas para os Jogos. 43 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Modelo de gestão institucional, entendido como um esquema ou quadro de referência para a criação de uma possível entidade que administrará o conjunto das instalações. Os modelos de gestão podem ser aplicados quer nas empresas e áreas de negócio privadas, quer na administração pública43. Responsável pela gestão institucional, entendido como instituição que fará a gestão. Previsão de recursos para manutenção período pós-Jogos, entendido a partir da origem e montante do recurso. Programas de governo e políticas públicas envolvidas, entendidos como programas existentes na administração pública, aplicáveis à situação de apoiar as atividades das instalações. Definições de Legado para instalações permanentes – Parâmetros Micro Responsável pelo equipamento, entendido como entidade que administrará especificamente uma instalação. Principais parceiros, entendido como empresas e /ou entidades que podem apoiar as atividades de maneira intermitente ou contínua. Modificações/adequações, etapas e produtos para a transição Jogos/Legado, entendido como ações, projetos, obras e adequações necessárias à adaptação das instalações esportivas para seu uso após os Jogos. Plano de investimentos com previsão de transição Jogos/Legado, entendido como plano estratégico para a instalação esportiva baseada no conjunto de parcerias e programas a serem executados. Definições de Legado para instalações temporárias Decisão sobre reutilização e/ou venda (previsão de reuso ou leilão), entendido como definição sobre a destinação dos materiais desmontados. Informações gerais sobre o desmonte da instalação (responsável, tipificação/catalogação, transporte e armazenamento), entendido como etapas necessárias para viabilizar a decisão tomada, caso a opção seja venda. Etapas e produtos, entendidos como etapas e produtos a serem desenvolvidos caso a decisão seja o reuso. A seguir serão tratadas as definições de uso do legado dos itens do PUL conforme os grupos e os parâmetros descritos e em atenção à atribuição da APO nesta seara. 43 Fonte: Conceito de modelo de gestão - O que é, Definição e Significado http://conceito.de/modelo-degestao#ixzz4Bfg6xjzf 44 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO CAPÍTULO IV - - PUL PARÂMETROS NAS DIMENSÕES MACRO E MICRO Neste Capítulo, serão tratados os itens contidos na Matriz de Responsabilidades que são objeto de definição de uso de legado. Estes itens foram acompanhados por vários projetos que, por um lado, procuraram dar suporte e viabilizar a realização dos Jogos e, por outro lado, proporcionaram uma transformação no contexto local que impactam profundamente a visão de legado deixado pelos Jogos. Inicialmente, será apresentado um diagnóstico destas transformações que contextualizam o cenário na Barra da Tijuca e em Deodoro, tanto das instalações que ficarão como integrantes da Vila Militar, como daquelas que integrarão o Parque Radical. Aprofundando a questão, serão apresentadas as definições de uso das instalações esportivas em duas dimensões: a) Como definições de dimensões Macro, abrangendo um contexto estratégico; b) Como definições de dimensões Micro, entendidas como questões técnico operacionais. Estas dimensões visam a salientar os parâmetros apresentados pelos entes ao longo do processo, desde o projeto e a construção das instalações esportivas. As informações são oriundas dos documentos elaborados pelos entes responsáveis pela gestão dos conjuntos de equipamentos e a base da concretização do legado, que se materializa, em grande parte, nas estruturas físicas e nos usos dos equipamentos esportivos. Entende-se como pressuposto que este uso possa ser abrangente, criando condições para o desenvolvimento do esporte, sobretudo o de rendimento, que traz consigo a implementação de políticas públicas educacionais e sociais, indo ao encontro de ideais estabelecidos, desde a candidatura, como o espírito dos Jogos Rio 2016. 45 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO I. - PUL BARRA DA TIJUCA O Parque Olímpico da Barra44 foi construído em uma área de 1,18 milhões de m² e é considerado o “coração dos jogos”. A escolha do local foi baseada na otimização do uso de instalações esportivas, construídas para os Jogos Pan Americanos de 2007 e também, utilizados nos 5os Jogos Mundiais Militares de 2011, além de outras instalações não esportivas existentes próximas, consolidando a vocação de expansão urbana da região. Também foi um fator importante na escolha do local a possibilidade de transferência à iniciativa privada de grande parte dos custos de implantação de alguns equipamentos, com a constituição de Parceria Público Privada (PPP). Adicionalmente, a construção do Parque Olímpico promove a “devolução” à Cidade de uma área no entorno da Lagoa de Jacarepaguá segregada e com pouco uso, hoje em pleno processo de recuperação urbanística e ambiental. Para os Jogos, o Parque Olímpico da Barra é formado por nove instalações esportivas, que totalizam 355 mil m² de área construída. A estrutura esportiva local contava com cerca de 108 mil m² construídos e foram adicionados cerca de 174 mil m² de novas estruturas permanentes e cerca de 72 mil m² de novas estruturas temporárias. A capacidade de público, no modo jogos, será em torno de 107 mil lugares e, no modo legado, de aproximadamente 39 mil lugares. As arenas permanentes têm sido concebidas para modalidades esportivas com maior tradição no país, para assegurar o legado esportivo, desde a candidatura e incorporando inovações com base sustentável para utilização de água de chuvas e menor consumo de energia. As arenas temporárias abarcam as instalações que são necessárias para os Jogos, mas que, em condições normais, já são atendidas no contexto da cidade, não necessitando, portanto, de permanecerem. Todavia, suas estruturas poderão ser reutilizadas em outros contextos. O conjunto das instalações esportivas é composto por nove instalações. Duas pre-existentes (Parque Aquático Maria Lenk e Arena Rio) e sete instalações novas. Entre as novas, cinco são arenas permanentes (Velódromo, Centro Olímpico de Tênis, 44 O Parque Olímpico da Barra foi construído onde funcionava o Autódromo de Jacarepaguá, construído na década de 70, que foi demolido. Na área do Parque Olímpico existia também o Clube Esportivo de Voo (CEU), instalado desde 1983 e dedicado à prática de aviação de ultraleve, transferido para Mangaratiba. Existia ainda na área um assentamento denominado “Vila Autódromo”, onde residiam 344 famílias. Parte das famílias optou por se mudar para o Parque Carioca construído pela Prefeitura a 1,5 km do local de origem da comunidade, e parte optou por indenizações. 46 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Arenas Cariocas 1, 2 e 3) e duas temporárias (Arena do Futuro e Centro Aquático). Também foram construídas, no local, instalações não esportivas: o International Broadcast Centre – IBC, o Midia Press Centre – MPC e o Hotel de Mídia, como apresentado na Figura 12 (abaixo). Nas instalações que compõem o Parque Olímpico da Barra ocorrerão disputas de 14 modalidades olímpicas (basquete, judô, taekwondo, lutas, handebol, tênis, ciclismo, saltos ornamentais, pólo aquático, natação, nado sincronizado, ginástica artística, ginástica rítmica e ginástica de trampolim) e 9 paraolímpicas (basquete em cadeira de rodas, rugby em cadeira de rodas, bocha, judô, voleibol sentado, goalball, tênis em cadeira de rodas, ciclismo e natação). Figura 12 – Masterplan do modo jogos Fonte: Consulta Pública Publicada pela Prefeitura –ANEXO I A previsão para o legado da Barra é que essas instalações sirvam para diferentes usos. Além da formação de atletas de alto nível e competições, devem servir para a população do Rio de Janeiro. A transformação do período dos Jogos para o período do legado prevê mudanças de caráter fundiário e urbanístico. Como resultado, 60% do total da área permanecerá como área pública, sendo 38% como áreas livres e 22% como arenas permanentes. Os 40% restantes serão lotes edificáveis transferidos à iniciativa privada como contrapartida da Parceria Público Privada – PPP45, o que proporcionou a construção da 45 Para a construção de parte do Parque Olímpico, a Prefeitura manteve a política de buscar recursos privados para diminuir a utilização de verba pública. Foram feitas parcerias nos moldes de Parceria Público-Privada (PPP). 47 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL infraestrutura e de parte das arenas como será apresentado na Figura 13 (abaixo). Para viabilizar a construção do Centro Aquático, do Centro de Tênis, do Velódromo e da Arena do Futuro, a União aportou recursos necessários e a Prefeitura executou as obras. As instalações novas de caráter permanente se juntarão à Arena Maria Lenk para efeito da consolidação do Centro Olímpico de Treinamento, COT, preconizado no Dossiê de Candidatura como ápice da Rede Nacional de Treinamento – RNT. O COT na Barra contará com as novas instalações esportivas do Velódromo, Centro Olímpico de Tênis e a Arena Carioca 2. A estruturação desta rede de treinamento é de responsabilidade do Ministério do Esporte, conforme seu Plano de Legado apresentado em agosto de 2016. Na região da Barra ainda existem outras instalações olímpicas, como o Campo de Golfe, com 940 mil m² de área, o Riocentro (onde serão acrescentados, aos 82 mil m² de área existentes, cerca de 11 mil m² temporários), a Vila dos Atletas (empreendimento imobiliário que será utilizado para alojamento dos atletas durante os Jogos) e o Parque dos Atletas (área da Prefeitura): Figura 13 – Masterplan do modo legado Fonte: Google Earth Como ganhos proporcionados pelos Jogos, vários aspectos fazem parte de um contexto que beneficiará a população local e a cidade como um todo. É possível 48 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL apontar vários avanços que ficarão como legado relacionado às instalações olímpicas, tal como a seguir abordado. INFRAESTRUTURA – SERVIÇOS PÚBLICOS a) Saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana) A Infraestrutura de rede de águas e esgoto instalada foi ampliada em 6,6 km. O esgoto foi diretamente conectado à rede coletora da CEDAE para ser tratado e destinado de forma adequada; a rede de drenagem de águas pluviais foi construída para que os deságues na Lagoa de Jacarepaguá sejam precedidos da passagem dessas águas através de elementos filtrantes naturais e 11 km de redes de abastecimento d’água foram acrescentados à rede existentes no local. A inauguração da subadutora Catonho-Barra, em dezembro de 2014, ampliou a oferta de água nas regiões de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, áreas que apresentam acelerado processo de ocupação. Isso foi possível devido à construção dos reservatórios de Outeiro e de Jacarepaguá, além da reforma do reservatório da Reunião. A região também recebeu várias melhorias em sua rede de esgotos. Foi inaugurada, no final de 2014, a Estação Elevatória de Esgoto Alvorada, a vigésima unidade de grande porte implantada desde 2007. A Barra da Tijuca deverá ter, até o final de 2016, uma cobertura de 100% de coleta e tratamento final de esgotos, com a conclusão desse empreendimento e de mais três obras que estão em fase final (Eixo Barra/Recreio, Eixo Olímpico e Lagoa da Tijuca Norte). MOBILIDADE URBANA – SISTEMA VIÁRIO A Mobilidade Urbana na região foi ampliada pelos novos sistemas Bus Rapid Transit – BRT transolímpico, que se ligam à Transcarioca e são integrados a um sistema com vários modais disponíveis. a) BRT Transcarioca46 Segundo corredor exclusivo para BRTs inaugurado na cidade, liga a Ilha do Governador à Barra da Tijuca, ao longo de 39 quilômetros, promovendo a união de 27 46 Fonte: http://www.cidadeolimpica.com.br/transcarioca/ 49 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL bairros e diminuindo o tempo de deslocamento gasto pela população neste deslocamento. Atualmente, o BRT faz ligação com a Transoeste, no Terminal Alvorada, que foi totalmente remodelado para atender, com mais conforto, passageiros de todas as regiões da cidade. Futuramente vai se integrar à Transolímpica, no Terminal Centro Olímpico, em Curicica. b) BRT Transolímpico47 A via Transolímpica, corredor que liga o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, agrega qualidade às viagens de 70 mil pessoas diariamente. Uma das principais intervenções, o Túnel do Maciço da Pedra Branca, vai solucionar os constantes engarrafamentos da Serra do Catonho. A Transolímpica faz integração com a Transoeste, no Recreio, com a Transcarioca, em Curicica, e com os trens da SuperVia, em Magalhães Bastos, Vila Militar e Deodoro. Sem semáforos pelo caminho, beneficia também milhares de motoristas que se deslocam com veículos particulares e poderão utilizar a via de 25 quilômetros. CONTEXTO AMBIENTAL A área do Parque Olímpico da Barra era formada por ecossistemas degradados48 em um contexto de acelerado processo de antropização. É integrada ao sistema lagunar de Jacarepaguá, que apresentava diversos problemas sistêmicos relacionados à poluição oriunda do lançamento de esgoto e lixo de toda a região da Barra. Na área eram observados processos de assoreamento, erosivos e de inundação, em parte, como consequência dos impactos gerados pela ocupação humana. A expectativa é de que, com a diminuição de lançamento de esgotos in natura e com o lançamento de esgotos exclusivamente advindos da ampliação da coleta e tratamento, os ecossistemas lacustres possam aos poucos se regenerar ou atingir um equilíbrio por sua própria capacidade e resiliência. Visando melhorar estas questões, estão sendo implantados projetos de recuperação ambiental na região, em especial na recuperação da faixa marginal da lagoa com espécies nativas de mangue e restinga. 47 Fonte: http://www.cidadeolimpica.com.br/transolimpica/ A área do Parque Olímpico da Barra continha uma ocupação urbana estabelecida pelo Autódromo, o Clube de Ultraleve (CEU) e um residencial denominado “Vila Autódromo”, que também ocupava às margens da lagoa de Jacarepaguá. 48 50 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL REVITALIZAÇÕES URBANÍSTICAS O bairro da Barra da Tijuca é relativamente uma ocupação recente. Os Jogos possibilitaram um avanço significativo para a infraestrutura da região com o alargamento e implantação de facilidades urbanas ao longo das Avenidas Abelardo Bueno e Salvador Allende. O processo de consolidação conta ainda com a implantação de calçadas acessíveis, passagens de pedestres e rampas conectando os pedestres às novas e modernas estações de BRTs. A. INSTALAÇÕES ESPORTIVAS CONSTRUÍDAS NO PARQUE OLÍMPICO DA BARRA Para viabilizar o legado do Parque Olímpico da Barra, o Município publicou um Aviso Público de Manifestação de Interesse (PMI) convocando interessados em desenvolver estudos técnicos “de viabilidade, levantamentos, investigações, pesquisas, soluções tecnológicas, projetos e pareceres a serem utilizados na modelagem do Projeto de Legado do Parque Olímpico da Barra da Tijuca”. Esta proposta considera a possibilidade de conciliação de diversos usos, como esporte de rendimento, projetos sociais e eventos. A PMI foi concluída com a seleção de dois consórcios interessados em desenvolver os estudos. Como desenvolvimento deste processo, a Prefeitura publicou aviso de licitação em 30 de junho de 2016 para uma Parceria Público Privada, no modelo de Concessão Administrativa, para a prestação de serviços de readequação, gestão, manutenção e operação do Legado do Centro Olímpico de Treinamento – COT, com critério de menor valor de contraprestação pública. A entrega dos envelopes contendo as propostas deveria acontecer em 4 de agosto de 2016. Foi anunciado o atraso no processo, sem previsão de nova data (até o fechamento deste documento). A Prefeitura disponibilizou, neste processo, relatórios técnicos contendo as Diretrizes Gerais do Plano de Legado do Parque Olímpico Rio 2016, o Estudo Preliminar das Arenas Cariocas, o Estudo Preliminar do Alojamento de Atletas, e o Estudo Conceitual do Parque Público como anexo da consulta pública. Nas diretrizes estabelecidas, consta um resumo da concepção arquitetônica e descrição de uso para cada arena permanente, incluindo a pista de atletismo e o alojamento a serem construídos para o legado e, também, para a arena de tiro com arco, para o parque público, wall of champions, live site. Apresenta, por fim, um 51 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL calendário de eventos possíveis para o Parque Olímpico, contemplando eventos até 2021. O documento descreve ainda os equipamentos públicos, tais como ciclovias e bicicletários, conceitos gerais de iluminação pública, com reaproveitamento de postes olímpicos, iluminação para as quadras esportivas a serem construídas na Via Olímpica. Contempla também conceitos gerais do paisagismo, como o aumento de área vegetada e alterações na topografia do live site. Segundo o estudo preliminar, o live site abrigará parque infantil, lojas, bares e restaurantes, instalações de arte e pista de skate. Esse conjunto faz parte do Domínio Comum projetado para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, que foi desenvolvido particularmente em torno da Via Olímpica do Parque Olímpico da Barra e seus Terraços Jardins. A Via Olímpica leva os espectadores às entradas de cada instalação esportiva e ao Live Site. Compreende uma área de 52.000m² livres para o fluxo sem barreiras dos espectadores. Para o legado, a proposta da Prefeitura é que a escala considerável da Via Olímpica seja reduzida pela conversão de no mínimo 25% - em torno de 3.900m² - das áreas de pavimentação em espaços ativos e áreas de cobertura vegetais. Os usos e adaptações apresentados nos anexos da chamada pública e da licitação constam como diretrizes para elaboração das propostas dos participantes do processo licitatório em curso. Principalmente, sugerem viabilizar estrutura (combinar esforços públicos e privados para viabilizar uma estrutura dedicada ao esporte de rendimento, à educação através do esporte e ao uso comunitário); garantir o legado social (utilizar o esporte como ferramenta de inclusão social, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro); garantir o legado esportivo (fornecer uma estrutura de padrão Olímpico para treinamento e desenvolvimento de atletas de rendimento) e dar sustentabilidade econômica (garantir a sustentabilidade econômica dessa iniciativa a longo prazo, por meio de exploração das arenas constantes no escopo). Os documentos disponibilizados para licitação apresentam algumas definições sobre escopos e responsabilidades, bem como estimativa de valores para aporte público, contraprestação pública e receitas, a fim de subsidiar a proposta econômica e plano referencial de negócios. São definidos três escopos de atuação da concessionária. O Escopo “A” referese à área de influência do projeto, contendo estruturas temporárias que serão desmontadas e áreas onde serão construídas as quatro escolas e as duas piscinas. Os 52 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL escopos B e C referem-se às áreas onde está o legado olímpico e onde serão executados as obras e os serviços (compreendendo o Centro Olímpico de Tênis, o Velódromo, as Arenas Cariocas 1, 2 e 3 e a Via Olímpica), sendo o Escopo B, as obras e serviços necessários para adaptação das instalações para o legado e o Escopo C referente à gestão, operação e manutenção. Estão incluídos nos serviços a serem realizados pela concessionária a desmontagem das arenas de Handebol e do Centro Aquático, bem como a construção das quatro escolas e dos dois centros aquáticos e a desmontagem e transporte da galeria técnica do IBC. As adequações das arenas permanentes também estão inseridas no escopo da licitação da PPP. A construção da pista de atletismo e edificações de apoio será realizada pelo consórcio RIOMAIS, segundo os documentos disponibilizados pela Prefeitura. A Arena Maria Lenk e a Arena Rio não estarão incluídas nesta concessão, embora a Arena Maria Lenk comporá o contexto do COT, pois já tem o uso destinado ao esporte de alto rendimento, por meio de concessão feita ao COB após os Jogos Pan 2007. Como modelo de governança, o anexo 10 da minuta de contrato destaca que a gestão do contrato será feita de forma centralizada pelo Município do Rio de Janeiro, por intermédio da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público Privadas (SECPAR), definindo como atores envolvidos no modelo de governança o Poder Concedente (Município), a Concessionária e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), podendo ser formadas comissões para tratar de assuntos específicos com outros entes. A documentação disponibilizada no processo de licitação apresenta os seguintes valores estimados para aporte público e contraprestações públicas nos seus anexos: (Disponível na página 1 do anexo 8 – Cronograma de Pagamento do Aporte Público e das Contraprestações Públicas) 53 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL (Disponível na página 2 do anexo 8 – Cronograma de Pagamento do Aporte Público e das Contraprestações Públicas) Segundo o anexo 4 da minuta de contrato disponibilizada para o processo licitatório, as receitas previstas para o legado do Centro Olímpico de Treinamento na Barra da Tijuca são oriundas da contraprestação pecuniária, da locação de espaços com serviços para o COB e o eventual naming rights, este último considerado como receitas decorrentes da exploração comercial. Os quadros abaixo demonstram as estimativas para investimentos, receitas, custos e despesas previstos para a operação do Parque Olímpico da Barra: (Disponível na página 15 do anexo 4 – Diretrizes para Elaboração de Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios) 54 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL (Disponível na página 15 do anexo 4 – Diretrizes para Elaboração de Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios) (Disponível na página 16 do anexo 4 – Diretrizes para Elaboração de Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios) Por fim, é apresentado um quadro refletindo o fluxo de caixa previsto para a concessionária: 55 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL (Disponível na página 26 do anexo 4 – Diretrizes para Elaboração de Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios) Os custos devido à manutenção foram calculados pela Prefeitura de forma integrada para todas as arenas do legado; com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No ano 7, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões, segundo a planilha disponibilizada na página 16 do anexo 4 – Diretrizes para Elaboração da Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios. Ressalta-se que os valores previstos e o cronograma são colocados como diretrizes; as propostas a serem apresentadas pelos licitantes podem contemplar valores e cronogramas diferentes dos propostos na documentação disponibilizada pela Prefeitura. A proposta da Prefeitura sugere modificações e adequações para a configuração final já definidas, a nível de estudo preliminar. Destaca-se que a consolidação do planejamento apresentado pela Prefeitura só se dará após a finalização do processo em curso. 56 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Paralelamente e na mesma direção, o Ministério do Esporte sinaliza sintonia entre os Governos Federal e o Municipal por meio do seu Plano de Legado. Nele apresenta a possibilidade de utilização das instalações esportivas como apoio ministerial ao esporte de rendimento para treinos, intercâmbio internacional, preparação de atletas, escolinha, formação de profissionais e realização de competições de nível internacional. O Plano de Legado do Ministério do Esporte apresenta questões relacionadas às políticas públicas de desenvolvimento do esporte e à consolidação da Rede Nacional de Treinamento – RNT, fundamentais para as atividades que serão desenvolvidas nas Arenas. No entanto, o desenho final, com valores e ações, só estará disponível após o final do processo de licitação da Prefeitura e a identificação do futuro concessionário das instalações. O Plano de Legado do Ministério também salienta questões de retrofit e adequações a serem detalhadas, principalmente relacionadas às instalações que foram adquiridas com recursos federais, mas também se referem aos equipamentos comprados para o funcionamento das instalações em geral. Tudo indica que etapas posteriores aos Jogos serão necessárias para ajustes e consolidação do legado. Cabe salientar que a transição do modo jogos para o modo legado é complexa e demorada, pois, após a retirada de todos os elementos temporários das arenas, os edifícios deverão ser entregues com todos os sistemas hidrossanitários, exaustão, elétricos, detecção e combate a incêndio, rede de dados e lógica, iluminação, entre outros, em perfeito funcionamento. Um exemplo complexo deste contexto é o ar condicionado das Arenas 1, 2 e 3, cuja destinação e formatação dependerão do formato final das atividades das instalações49, refletidas nos respectivos projetos arquitetônicos de reforma. Neste contexto de organização final das instalações, estão os equipamentos e materiais esportivos adquiridos pela União. Há 216 tipos de materiais e equipamentos esportivos, com investimento de R$ 118,7 milhões50. O planejamento indica que parte dos itens ficará com as Forças Armadas e o restante será destinado às prefeituras e aos governos estaduais. Adicionalmente também será destinado às confederações, que 49 Entre as modificações, está o ar condicionado das Arenas 1, 2 e 3 que deverá ser redimensionado, sendo o equipamento mantido para a Arena 1 e adptações necessárias nos dutos e saídas de ar para as Arenas 2 e 3. 50 Segundo os textos disponibilizados pela Prefeitura do Rio de Janeiro no Rio Media Center em 04/08/2016. 57 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL poderão concorrer através de chamada pública a ser lançada pelo Ministério do Esporte. Os mais de 2.800 equipamentos e materais esportivos adquiridos pelo Comitê Organizador Rio 2016 também poderão ser doados após as competições. O Ministério do Esporte estabeleceu as diretrizes para o processo, já que os materiais foram adquiridos com isenção de impostos. Neste contexto, o material pode ser doado com isenção, desde que destinado a escolas, universidades públicas ou para as Forças Armadas. No caso das Confederações, Federações, clubes ou demais entidades privadas, a isenção terá que ser validada através de processo conduzido pelo Ministério do Esporte junto à Secretaria de Receita Federal. PUL.01 CENTRO OLÍMPICO DE TÊNIS (MR: BR02 E BR03) Para os Jogos, o Centro Olímpico de Tênis é constituído por dezesseis quadras numa área de nove hectares. Foram instaladas facilidades e arquibancadas temporárias, como apoio à infraestrutura permanente, para atender aos requisitos dos Jogos. O Centro Olímpico de Tênis está localizado dentro do Parque Olímpico da Barra. A arena (Figura 14) será totalmente integrada ao Centro Olímpico de Treinamento (COT). Figura 14 – Centro Olímpico de Tênis Tipo de instalação: nova e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: tênis Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: tênis em cadeira de rodas e futebol de 5 Capacidade: 10.000 pessoas (quadra central); 5.000 (quadra 2); 3.000 (quadra 3); 250 (sete outras quadras) Ente financiador: Governo Federal Valor: R$ 191,1 milhões (construção) + R$ 2,9 milhões (manutenção período Jogos)* Executor: Prefeitura/Privado * Valor atualizado pela Matriz de Responsabilidades publicada em 15/08/2016, referente ao período de 4° trimestre de 2015 a 3° trimestre de 2016. O projeto da arena considerou que, após a conclusão dos Jogos, nove quadras seriam mantidas como parte do COT, deixando um sólido legado para o esporte, além 58 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL de oferecer ao Brasil uma instalação de competição para a realização de grandes eventos de tênis. Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso secundário e outros usos: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Reúso previsto (parcela temporária): Custo de manutenção Prefeitura (concessão administrativa de PPP) Treinamento e competições de Esporte de Alto Rendimento Treinamento em Esporte Amador; uso pela população; torneios como WTA e ATP 1000 Concessão administrativa para a prestação de serviços para gestão, manutenção e operação do Centro Olímpico de Treinamento – COT via contrato de PPP ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/ Privado* Parte temporária: Venda através de leilão R$ 39,303 milhões para todas instalações do PO Barra (a partir do 7º ano) * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: O processo em andamento pela Prefeitura considera a conciliação de diversos usos, incluindo treinamento esportivo de alto rendimento, categorias de base, esporte amador e grandes torneios de importância mundial. O uso pela população pode garantir receita extra. Os estudos apresentam novas possibilidades de configuração para o legado. Este estudo coloca como questão central para o legado a escolha do piso dos campos de jogo, além da estratégia de localização das quadras. Se o piso for rápido, permitirá também o treinamento e a prática de tênis em cadeira de rodas. A Quadra Central possui as acomodações necessárias para gerenciamento, vestiários e áreas técnicas para o Centro de Tênis como um todo. No Centro de Tênis, o atleta desempenhará as atividades de treinamento e prática, cabendo ao atleta utilizar outras instalações para complementação de seu treinamento e condicionamento. Esta quadra ainda permite outros usos como, por exemplo, partidas e campeonatos de Futebol e Vôlei de Praia. Para as instalações temporárias que serão desmontadas após os Jogos, a intenção é leiloar o material do desmonte, que compreende blocos de concreto e estruturas metálicas (incluindo material proveniente de outras estruturas do Parque Olímpico da Barra). A Prefeitura já promoveu duas licitações com esta finalidade, mas o material ainda não tem destinação. 59 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Modelo de Gestão – Comentários: O processo em andamento pela Prefeitura é de licitação para Parceria Público Privada, concessão modelo adminstrativo, com aporte de verba pública51. Adicionalmente, como meio de arrecadação, é prevista a cobrança de ingressos, aluguel das quadras e realização de eventos. Estão sendo realizados os entendimentos necessários com o Ministério do Esporte, o COB, a Federação e a Confederação de Tênis para viabilizar os usos esportivos da arena. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações O projeto arquitetônico do Centro Olímpico de Tênis previu, desde o início do seu desenvolvimento, significativa modificação para o modo legado. O Centro no modo jogos conta com uma arena com capacidade nominal de 10.000 lugares, outra com 5.000 e uma terceira com capacidade de 3.000, além de 7 quadras abertas para jogos e 6 quadras abertas para aquecimento. Já no modo legado, foi prevista a manutenção da arena de 10.000 lugares e da arena de 3.000 (sem contar as arquibancadas), a manutenção de duas das quadras abertas de jogos e a construção de novas quadras abertas, sendo uma de jogos e quatro de aquecimento. O estudo disponibilizado pela Prefeitura no processo de licitação de concessão pública apresenta novas possibilidades de configuração para o legado, com 18 quadras no total. Este estudo coloca como questão central para o legado a escolha do piso das quadras. As definições básicas sobre as modificações necessárias para a transição do modo jogos para o modo legado constam no estudo preliminar fornecido pela Prefeitura e serão detalhadas pela concessionária vencedora do processo licitatório em curso, uma vez que há questões ainda em aberto. Segundo o anteprojeto apresentado pela Prefeitura, a área do terreno do Centro de Tênis será reduzida para o legado, e, com isso, a maioria das quadras de tênis será desmobilizada ou deslocada. A quadra da arena de 3.000 lugares será mantida, entretanto as arquibancadas serão instaladas de forma temporária. Além 51 Sendo uma Concessão Administrativa, todo esse aporte, inicialmente, é público, segundo a tipificação dessa modalidade de procedimento. 60 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL desta quadra, apenas uma das quadras construídas para os Jogos Olímpicos será conservada. Complementarmente, a Prefeitura reporá outras sete quadras dentro do terreno de legado do Centro Olímpico de Tênis, para adequar o espaço ao recebimento dos torneios internacionais de tênis, como ATP 1000 e ATP 500 (que demanda 9 quadras, no total). O tipo de piso de cada quadra poderá variar e ser adequado conforme a demanda, assim como as montagens das arquibancadas para as quadras sem previsão de instalações permanentes de público. A iluminação instalada para os Jogos deverá ser mantida ou relocada de acordo com a localização das novas quadras. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 12/10/2016 30/07/2019 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Relocação das 7 Quadras Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, a remoção das instalações temporárias e a realocação das quadras abertas são de responsabilidade da Prefeitura e não estão representadas na planilha. Os custos para mobiliário e equipamentos esportivos específicos não estão incluídos, pois a previsão é de que sejam fornecidos e instalados pelos usuários locatários. 61 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os custos de manutenção para o período pós-Jogos foram integrados pela Prefeitura para todas as arenas, com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No ano 7, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões. PUL.02 VELÓDROMO OLÍMPICO (MR: BR04 E BR05) O Velódromo Olímpico está localizado no Parque Olímpico da Barra (Figura 15), próximo à Avenida Abelardo Bueno. Foi necessário construir um novo velódromo porque o que existia à época dos Jogos Pan-Americanos de 2007 não foi aprovado pela União Ciclística Internacional para competições de âmbito olímpico. Para adaptá-lo ao padrão exigido pela UCI, o custo das transformações seria semelhante à construção de uma nova instalação. A arena foi pensada para integrar o Centro Olímpico de Treinamento (COT). Figura 15 – Velódromo Olímpico Tipo de instalação: nova e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: ciclismo (Pista) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: ciclismo Capacidade: 5.000 pessoas Ente financiador: Governo Federal Valor: R$ 137,7 milhões (construção) + R$ 2,9 milhões (manutenção período Jogos)* Executor: Prefeitura/Privado * Valor atualizado pela Matriz de Responsabilidades publicada em 15/08/2016, referente ao período de 4° trimestre de 2015 a 3° trimestre de 2016. O projeto da arena considerou que a instalação seria totalmente integrada ao conjunto das arenas que permaneceriam como legado. 62 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso previsto secundário e outros usos: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de manutenção Prefeitura (concessão administrativa de PPP) Treinamento e competições de Esporte de Alto Rendimento Treinamentos amadores, projetos sociais, aluguel de bicicletas e Museu Olímpico Concessão administrativa para a prestação de serviços para gestão e operação do Centro Olímpico de Treinamento – COT via contrato de PPP ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/Privado* R$393,03 milhões para todas instalações do PO Barra (a partir do ano 7) * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: A instalação irá integrar o conceito e a política da Rede Nacional de Treinamento, prevendo a conciliação do treinamento de esporte de alto rendimento com outros usos, pois o interior da pista do Velódromo poderá servir para prática livre de outros esportes, tais como ginástica olímpica, badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal, voleibol, esgrima, taekwondo, levantamento de peso e boxe. Também é prevista a disponibilização de um serviço completo para ciclistas que queiram aprender a andar em pista, fazer cursos de ciclismo e aprendizado de manutenção de bicicletas. Todos os equipamentos utilizados pelas outras modalidades desportivas deverão ser móveis e fáceis de deslocar, para que sejam guardados no depósito no subsolo sul em caso de realização de eventos na instalação. Adicionalmente, está sendo discutida a proposta de inclusão de um Museu Olímpico com área prevista de 1.000 m2 Modelo de Gestão – Comentários: O processo em andamento pela Prefeitura prevê licitação para concessão por meio de Parceria Público Privada, com verba pública. A Prefeitura deverá realizar os entendimentos necessários com o Ministério do Esporte e o COB para conciliar os usos previstos. São previstos a cobrança de ingressos, aluguel de bicicletas, oficinas de ciclismo, cursos, aluguel de espaços para jogos e para o Museu Olímpico, ingressos e exposições. 63 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações O Velódromo, a princípio, não necessitará de alterações estruturais para sua adaptação ao modo legado. Haverá redução de assentos, de capacidade nominal de 5.000 assentos para o modo jogos para 2.500 no modo legado. Segundo o material disponibilizado no processo de licitação da Prefeitura em 04 de julho de 2016, a pista do Velódromo deverá ser mantida atendendo rigorosamente o manual do projetista/construtor. Os projetos de ar condicionado e de iluminação executados deverão ser mantidos. As adaptações que se mostrarem necessárias deverão ser compatíveis com os requisitos de iluminação das associações desportivas regulatórias pertinentes e/ou com os requisitos da classe de competição pertinente, como o definido pelas boas práticas internacionais e códigos nacionais/locais. Da mesma forma que o previsto nas outras arenas, o mobiliário e equipamentos específicos deverão ser projetados e instalados pela Prefeitura ou seus terceiros. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 11/10/2016 31/12/2020 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retrofit Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, não há custos previstos para adequação do Velódromo. Os custos para mobiliário e equipamentos esportivos específicos não estão incluídos, pois a previsão é de que sejam fornecidos e instalados pelos usuários locatários. 64 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os custos de manutenção para o período pós-Jogos foram integrados pela Prefeitura para todas as arenas, com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No ano 7, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões. PUL.03 CENTRO OLÍMPICO DE HANDEBOL - HALL 4 (MR: BR06 E BR07) O Centro Olímpico de Handebol, inicialmente denominado Hall Olímpico 4 (Figura 16), tem a definição de ser totalmente temporário. Está localizado na parte sul do Parque Olímpico da Barra. Figura 16 – Centro Olímpico de Handbol Tipo de instalação: nova e temporária Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: handebol Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: goalball Capacidade: 12.000 pessoas Ente financiador: Governo Federal Valor: R$ 133,4 milhões (construção) + R$ 6,7 milhões (manutenção período Jogos)* Executor: Prefeitura/Privado * Conforme Matriz de Responsabilidades versão 6.0 Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Reúso Previsto: Prefeitura – demontagem e remontagem prevista em edital da PPP Transformação em quatro escolas e leilão dos materiais não reutilizados Reúso Previsto – Comentários: Desde o desenvolvimento dos projetos, a Prefeitura definiu que a instalação fosse pensada para ser temporária. O projeto considerou a montagem e a desmontagem para propiciar uma transformação em quatro escolas. As áreas para instalação das escolas já estão definidas pela Prefeitura. Para a parcela das estruturas que não serão aproveitadas nas escolas, a Prefeitura prevê alienação em leilão, junto com as estruturas remanescentes de outras instalações temporárias do Parque Olímpico da Barra. 65 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 31/12/2017 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Desmontagem da Arena Para a desmontagem da arena de Handebol, a Prefeitura estima o custo de R$ 46,48 milhões considerando o aporte público para este valor, segundo o material disponibilizado para licitação da PPP. PUL.04 CENTRO OLÍMPICO DE ESPORTES AQUÁTICOS (MR: BR08 E BR09) O Estádio foi construído na parte sul do Parque Olímpico da Barra e tem a definição de ser totalmente temporário (Figura 17). Figura 17 – Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Tipo de instalação: nova e temporária Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: natação e pólo aquático Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: natação Capacidade: 18.000 pessoas Ente financiador: Governo Federal Valor: R$ 217,1 milhões (construção) + R$ 8,2 milhões (manutenção período Jogos) Executor: Prefeitura/Privado * Conforme Matriz de Responsabilidades versão 6.0 66 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Reúso Previsto: Prefeitura – demontagem e remontagem prevista em edital da PPP Transformação em centros aquáticos de menor porte em outras localidades Reúso Previsto – Comentários: A arena será totalmente desmontada e a Prefeitura efetuou estudo para direcionar possíveis maneiras de reúso das estruturas, como em centros esportivos de menor porte. Existe a decisão, por parte da Prefeitura de utilizá-las dentro da cidade, determinando que as estruturas sejam transformadas em dois centros aquáticos, um localizado no Parque Madureira e outro na zona oeste da cidade. Um dos centros terá uma piscina olímpica de 50 metros, com cobertura e arquibancada para 6 mil espectadores, o outro terá uma piscina olímpica e arquibancada para 3 mil espectadores. Como resultado do processo de desmonte, haverá estrutura remanescente, como, por exemplo, a cobertura, que não vai ser totalmente reutilizada nos novos centros aquáticos. Este material deve ser leiloado juntamente com outras estruturas remanescentes do Parque Olímpico da Barra. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 31/12/2018 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Desmontagem da Arena Segundo o material disponibilizado para licitação da PPP, para a desmontagem do Centro Aquático, a Prefeitura estima o aporte público de recursos no valor de R$ 62,45 milhões. 67 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL PUL.05 PARQUE AQUÁTICO MARIA LENK (MR: BR10) O Parque Aquático Maria Lenk foi construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 (Figura 18). A área de competição foi projetada de acordo com os requisitos da FINA (Federação Internacional de Natação) para grandes competições internacionais e precisará de modificações mínimas para o modo legado. Tipo de instalação: já existente e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: saltos ornamentais, nado sincronizado e pólo aquático (primeira fase) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 5.000 pessoas Ente financiador: em 2007: Governo Federal e Prefeitura / para 2016: PCRJ Valor em 2007: R$ 60 milhões do Governo Federal + R$ 24,9 milhões da Prefeitura* Obra de adequação para os Jogos: R$ 21,4 milhões ** Executor: Prefeitura * Fonte: www.brasil2016.gov.br ** Conforme Matriz de Responsabilidades versão 6.0 Figura 18 – Parque Aquático Maria Lenk O Parque Aquático Maria Lenk é de propriedade da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e, até os Jogos, vinha sendo administrado pelo Comitê Olímpico do Brasil – COB. O projeto foi desenvolvido considerando que a instalação seria totalmente integrada às demais instalações permanentes, funcionando como um centro de excelência em todos os desportos aquáticos, além de ser utilizado para competições regionais e internacionais. O Parque Aquático Maria Lenk não foi incluído no processo licitatório em curso pela Prefeitura para concessão administrativa, prevendo a retomada do contrato anterior aos jogos. Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso Previsto (atividades secundárias e outros usos): Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de manutenção: Prefeitura Esporte de Alto Rendimento Aulas de natação, hidroginástica e nado livre; torneios da FINA, Troféu José Finkel de Natação e torneios intercolegiais. Concessão pública: Comitê Olímpico Brasileiro - COB ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/Privado* Não se aplica (concessão existente ao COB) * Informações disponíveis até o momento 68 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Uso Previsto – Comentários: A Prefeitura considera a manutenção das atividades já existentes voltadas ao esporte de base e alto rendimento, tais como eventos e projetos sociais (competições, treinos, intercâmbio, preparação de atletas, escolinha, formação de profissionais). Esta destinação é apoiada pelo Ministério do Esporte. Modelo de Gestão – Comentários: A Prefeitura deverá realizar os entendimentos necessários com o Ministério do Esporte e o COB para conciliar os usos previstos. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações: A instalação não dependerá de alterações de grande porte para seu funcionamento no legado. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 Fim dos Jogos Devolução da Instalação O Parque Aquático Maria Lenk não foi incluído no processo licitatório em curso pela Prefeitura para concessão administrativa, prevendo a retomada do contrato vigente anteriormente aos jogos. 69 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL PUL.08 ARENAS CARIOCAS: HALLS 1, 2 E 3 (MR: BR13) As arenas Cariocas compreendem três halls, as Arenas Cariocas 1, 2 e 3 com tamanhos diferentes. A Arena Carioca 1 (Hall 1) é a de maior porte, com capacidade para 16.000 espectadores no modo jogos; a localizada no meio é denominada Arena Carioca 2 (Hall2), com capacidade para 10.000 espectadores no modo jogos; e, a de menor porte, a Arena Carioca 3 (Hall 3), Figura 19, para 10.000 espectadores no modo jogos. Para o legado, foi prevista a construção de uma pista de atletismo e de alojamento para atletas na área contígua às arenas. Esta área durante os Jogos é utilizada como “back of house” e é voltada aos serviços, logística e operações. Figura 19 – Arenas 1, 2 e 3 Tipo de instalação: novas e permanentes Ente financiador: PPP Valor: R$ 1,15 bilhão privado + R$ 535 milhões do governo municipal (inclui também IBC, MPC, Hotel, Domínio Comum e infraestrutura) * Obra de adequação: R$ 21,4 milhões Executor: Prefeitura/Privado *Item agrupado, conforme PPP do Parque Olímpico e Matriz de Responsabilidades versão 6.0 Para especificar melhor as definições de uso para cada um dos três itens, as arenas serão individualizadas na análise, incluindo o item pista de atletismo e de alojamento para atletas. a. ARENA CARIOCA 1 A Arena Carioca 1 (Figura 20) está planejada para ser usada como espaço permanente de múltiplo uso, sendo considerado o treinamento de alto rendimento. No planejamento inicial, a Arena conta com áreas para atletas e técnicos e será integrada ao Centro Olímpico de Treinamento (COT), sendo o principal local de competições locais e regionais, além de ser adequada para eventos culturais. 70 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Figura 20 – Arena Carioca 1 Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: basquete Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: basquete em cadeira de rodas e rúgbi em cadeira de rodas Capacidade: 16.000 pessoas (7.500 permanentes) Ente financiador: PPP Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso Previsto (atividades secundárias e outros usos) Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de Manutenção: Prefeitura Eventos culturais e esportivos Academia de alto rendimento, centro médico de reabilitação e sala de treinamento; área de hospitalidade, lounge e restaurantes Concessão administrativa para a prestação de serviços para gestão e operação do Centro Olímpico de Treinamento – COT via contrato de PPP ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/Privado* R$ 39,30 milhões para todas instalações do PO Barra (no 7º ano) * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: Segundo o estudo disponibilizado no processo licitatório da Prefeitura, a Arena Carioca 1 pode ser operada como um único e grande Hall. Possui no legado capacidade de 7.500 assentos (entre fixos e 3.000 retráteis), podendo receber assentos adicionais para aumentar sua capacidade semelhante ao modo jogos. Pode ser utilizada para diversos eventos, além de campeonatos esportivos, como basquete, vôlei, futsal e handebol. Para treinamento, cabem duas quadras no lugar de uma. Dependendo do uso e do evento, arquibancadas temporárias podem ser instaladas. Devido à sua possível extensão, a arena poderá receber etapas do X Games, campeonatos de Kart, campeonato de escalada indoor e outros torneios e competições esportivas. O térreo pode ser compartilhado pela operação destes eventos. Paralelamente, pode abrigar o treinamento de alto rendimento. 71 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Adicionalmente a arena contará com auditório, academia e centro de reabilitação. Todos estes recursos serão interligados espacialmente à Arena Carioca 2. Modelo de Gestão – Comentários: O processo em andamento pela Prefeitura é uma licitação para concessão administrativa de Parceria Público Privada, com aporte de verba pública. A Prefeitura realiza consultas e entendimentos necessários para viabilizar os usos previstos. A Arena 1 terá maior capacidade de arrecadação financeira, devido seu porte e a capacidade de receber grandes eventos. Neste sentido, está prevista a arrecadação por cobrança de ingressos e aluguel de espaços. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações A proposta da Prefeitura sugere modificações e adequações para a configuração final. Entre as questões importantes a serem abordadas nas transformações está a alimentação de energia para o sistema de ar condicionado e seu retrofit necessário. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 31/12/2023 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retrofit da Arena Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, o custo para adequação da Arena Carioca 1 ao legado é de R$ 5,47 milhoes. 72 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os custos de manutenção para o período pós-Jogos foram integrados pela Prefeitura para todas as arenas, com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No ano 7, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões, segundo a planilha disponibilizada na página 16 do anexo 4 - Diretrizes para Elaboração da Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios. b. ARENA CARIOCA 2 Inicialmente, o projeto da Arena Carioca 2 (Figura 21) levou em conta seu uso no legado para treinamento. No planejamento da Prefeitura, o judô terá instalações permanentes de treinamento nesta arena, incluindo vestiários exclusivos para atletas e áreas para técnicos. A arena seria totalmente integrada ao Centro Olímpico de Treinamento (COT). Figura 21 – Arena Carioca 2 Modalidades em disputa Olímpicos: judô e luta olímpica Modalidades em disputa Paralímpicos: bocha Capacidade: 10.000 pessoas Ente financiador: PPP nos Jogos nos Jogos Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso previsto (secundário) e outras atividades: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de Manutenção Prefeitura (concessão administrativa de PPP) Centro Esportivo de desenvolvimento do treinamento e competições de Esporte de Alto Rendimento Salas de treinadores e ciência do esporte; loja do esporte Concessão administrativa para a prestação de serviços para gestão e operação do Centro Olímpico de Treinamento – COT via contrato de PPP ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/Privado* R$ 39,30 milhões para todas instalações do PO Barra (a partir do 7º ano) * informações disponíveis até o momento 73 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Uso Previsto – Comentários: Desde sua concepção, o projeto previa que a Arena Carioca 2 não teria capacidade de público, sendo a principal arena destinada ao treinamento de alto rendimento. É previsto que fará parte do Centro Olímpico de Treinamento, sendo o local privilegiado do Time Brasil. Está previsto que a arena funcione como um centro de treinamento de padrão olímpico internacional dedicado aos atletas de alto rendimento do Brasil (judô, lutas, badminton, esgrima, levantamento de peso, tênis de mesa, taekwondo, boxe, ginástica rítmica e trampolim). A arena contará com quatro quadras poliesportivas e ainda terá flexibilidade espacial para inserção de outras modalidades esportivas. Modelo de Gestão – Comentários: Segundo a proposta da Prefeitura contida na PMI, esta arena estaria sob a gestão do Concessionário, mas dependente de entendimentos e recursos voltados ao desenvolvimento do esporte, cujos programas se relacionam principalmente ao Ministério do Esporte e ao Comitê Olímpico Brasileiro. A Prefeitura, na condição de proprietária da instalação, realiza entendimentos, previstos na licitação em curso, para viabilizar os usos idealizados. Segundo a proposta da Prefeitura, a Arena Carioca 2 se conectará com o térreo da Arena Carioca 1, onde haverá mais recursos disponíveis. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações Para o legado, não são previstas grandes modificações e adequações na arquitetura desta arena. No entanto, é necessário aguardar o fim do processo licitatório para consolidação do projeto do futuro concessionário. Adicionalmente, existem questões importantes quanto ao sistema de ar condicionado. Neste contexto, são previstas obras relacionadas à alimentação de energia e as adaptações das instalações construídas para os Jogos. Estas modificações são entendidas como retrofit necessário. 74 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 31/12/2018 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retrofit da Arena Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, o custo para adequação da Arena 2 será de R$ 4,49 milhões. Os custos para mobiliário e equipamentos esportivos específicos não estão incluídos, pois a previsão é de que sejam fornecidos e instalados pelos usuários locatários. Assim como Arena Carioca 1, os custos devido à manutenção foram calculados pela Prefeitura de forma integrada para todas as arenas do legado; com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No ano 7, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões, segundo a planilha disponibilizada na página 16 do anexo 4 - Diretrizes para Elaboração da Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios. c. ARENA CARIOCA 3 Inicialmente, a Arena Carioca 3 (Figura 22) foi projetada para atender 12 esportes olímpicos, especialmente lutas. 75 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Figura 22 – Arena Carioca 3 Modalidades em disputa nos Olímpicos: taekwondo e esgrima Modalidades em disputa nos Paralímpicos: judô Capacidade: 10.000 pessoas Ente financiador: PPP Jogos Jogos Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Outras atividades Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de manutenção: Prefeitura (concessão administrativa de PPP) Escola e Projetos Sociais Projetos e atividades sociais Gestão pública dentro do sistema da Prefeitura Prefeitura GF/Prefeitura/Privado* Será absorvido pela Prefeitura dentro de sua política educacional * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: Para o legado, a proposta da Prefeitura consiste em transformar esta arena em um Ginásio Experimental Olímpico – GEO. Além de ser uma escola, a estrutura será voltada para o desenvolvimento do esporte (judô, lutas, tênis de mesa, futsal, basquetebol, handebol, voleibol, badminton, natação e atletismo) com cerca de mil alunos em horário integral, contando com 24 salas de aula, Laboratório de Ciências, Laboratório de Mídias e 2 Salas Multiuso. Fora do horário escolar e nos fins-de-semana, são previstas atividades extracurriculares e projetos sociais, com circulação independente das instalações escolares. Modelo de Gestão – Comentários: Esta instituição será administrada pela Secretaria de Educação Municipal e estará sob a gestão e financiamento exclusivos da própria Prefeitura do Rio de Janeiro. 76 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações Para essa transformação, a Prefeitura propõe que as estruturas temporárias que sustentam as arquibancadas sejam removidas, bem como as acomodações sob e sobre elas, restando um grande galpão com lajes nas laterais leste e oeste, onde se concentram todas as acomodações permanentes de sanitários, vestiários, depósitos, salas técnicas e salas em geral. A partir dessa configuração, as salas de aula serão construídas sobre estas lajes, sendo acessadas por entradas verticais (4 escadas e 5 elevadores existentes). O térreo receberá a parte esportiva. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 23/11/2016 31/12/2018 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retrofit da Arena Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, existe previsão de R$ 13,83 milhões de investimento voltado à adequação para uma arena em modo legado52. Os custos para mobiliário e equipamentos esportivos específicos não estão incluídos, pois a previsão é de que sejam fornecidos e instalados pela Secretaria Municipal de Educação. 52 Pelas características da previsão orçamentária, acredita-se que se refiram a Arena Carioca 3 (porém não há especificação na planilha sobre qual arena se refere). 77 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os custos de manutenção desta arena, que será transformada em GEO, farão parte do orçamento da rede municipal de ensino e assumidos pela Prefeitura. d. PISTA DE ATLETISMO E ALOJAMENTO A pista de atletismo e o alojamento para atletas (Figura 23) foram previstos como nova construção para o período de legado, pois estas instalações não existem para os Jogos. Figura 23 – Pista de Atletismo e alojamento Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto (principal): Uso Previsto (secundário) Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Custo de Manutenção Prefeitura (concessão administrativa de PPP) Esporte de alto rendimento e alojamento Uso público Concessão administrativa para a prestação de serviços para gestão e operação do Centro Olímpico de Treinamento – COT via contrato de PPP ME/Prefeitura/COB* GF/Prefeitura/Privado* Ainda não estimado * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: Segundo a proposta da Prefeitura, a pista receberá as modalidades de atletismo, futebol e hóquei de alto rendimento, além de atividades secundárias. O conjunto também contará com pista de aquecimento, sala de ciência dos esportes e sala de treinadores e área de uso público. Está prevista também uma pista de tiro com arco, que, além do esporte de alto rendimento, poderia ser aberta ao uso público e para alunos do GEO. Também estão previstas quadras de vôlei de praia. 78 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL O alojamento para atletas, técnicos e outras pessoas envolvidas em atividades de desenvolvimento esportivo no COT é voltado a atender brasileiros e estrangeiros. As dependências contarão com 118 quartos, podendo receber até 236 pessoas, contando também com refeitório e outras hospitalidades. Modelo de Gestão – Comentários: A construção está prevista no processo de licitação em curso lançado pela Prefeitura. Estará a cargo da concessionária, com aporte público. A manutenção também está inserida no escopo da PPP. No material disponibilizado pela Prefeitura para a licitação, existe previsão de pagamento pelo COB à concessionária pelo uso do alojamento. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações Estas instalações serão integralmente construídas. A pista seguirá modelo da pista do Centro Japonês de treinamento Ajinomoto, em Tóquio, a fim de ser uma pista de treinamento Classe A, seguindo os padrões da IAAF (International Association of Athletics Federations). Seu desenho tem dois blocos de largadas e duas pistas opostas de 100 metros para permitir treinos paralelos e simultâneos de diferentes atletas. O planejamento sugere que as pistas recerão uma cobertura longitudinal para permitir o uso em qualquer hora do dia e em diferentes condições climáticas. Para a construção do alojamento, sabe-se que os estudos empreendidos pela Prefeitura apontam para o aproveitamento de cerca de um terço da estrutura que compõe a galeria técnica que foi construída nas laterais do IBC. 79 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 Fim dos Jogos Construção do Tiro com arco, vôlei de praia e alojamento 31/12/2021 Custo previsto para o retrotit: Segundo a planilha disponibilizada pela Prefeitura na página 50 do anexo 2 – Descrição das obras e serviços, do edital de licitação publicado em 4 de julho de 2016, existe previsão de R$ 4,05 milhões de custo para construção da pista de tiro com arco, R$ 1,78 milhões para as quadras de vôlei de praia e R$ 59,01 milhões para o alojamento, não constando na planilha o custo para construção da pista de atletismo, que será executada pela concessionária RIOMAIS (parte da PPP de construção do Parque Olímpico da Barra). Os custos para mobiliário e equipamentos esportivos específicos não estão incluídos, pois a previsão é que sejam fornecidos e instalados pelos usuários concessionários. Custo previsto para a manutenção: Assim como para as Arenas 1, 2 e 3, os custos para a manutenção foram calculados pela Prefeitura de forma integrada para todas as arenas do legado; com um valor anual variável considerando a entrada em operação de cada arena e os eventos previstos em cada ano. No sétimo ano, o valor foi estimado em R$ 39,30 milhões, segundo a planilha disponibilizada na página 16 do anexo 4 - Diretrizes para Elaboração da Proposta Econômica e Plano Referencial de Negócios. 80 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO II. - PUL DEODORO O Complexo Olímpico de Deodoro é formado por duas áreas distintas, a Vila Militar e o Parque Radical, ambas inseridas no Complexo Militar de Deodoro53 (Figura 25). Toda área é vinculada ao patrimônio da União e jurisdicionada ao Exército Brasileiro (EB)54. Nos quartéis da Vila Militar serve, atualmente, um efetivo de aproximadamente 16.500 militares, que se juntam à uma população de aproximadamente 580 mil pessoas. O processo de ocupação da região, por vezes desordenado e sem um controle efetivo do poder público, resultou em algumas carências de infraestrutura e serviços públicos, descritas no Dossiê de Candidatura55. O conjunto das instalações esportivas é composto por nove instalações esportivas, sendo quatro preexistentes, construídas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, e que, à época, eram denominados: Centro de Hipismo, Centro de Tiro, Centro de Hóquei e Centro Aquático. Estas instalações foram também utilizadas em julho de 2011, quando o Brasil sediou a quinta edição dos Jogos Mundiais Militares – CISM. Compreende-se que esses eventos foram a base para a realização dos Jogos Rio 2016 na região de Deodoro, cujos benefícios de legado vão muito além das próprias instalações esportivas56. Destaca-se que as adaptações necessárias para as instalações existentes foram apenas modernizações para atender aos mais altos requisitos olímpicos. 53 A Vila Militar de Deodoro teve sua origem no início do século XIX, com a desapropriação das Fazendas Gericinó, Sapopemba e Afonsos para a construção de instalações militares mais apropriadas para instrução e treinamento dos militares no exercício da profissão. 54 Atualmente estão instaladas cerca de 50 Unidades Militares, muitas delas pertencentes à 1ª Divisão de Exército. Existem ainda 1.610 residências oficiais (Próprios Nacionais Residenciais) que servem de habitação para aproximadamente 9.000 moradores. 55 O Dossiê de Candidatura menciona: “…A região Deodoro tem a maior concentração de jovens da área metropolitana do Rio de Janeiro. Até recentemente, este bairro não tinha infraestrutura ou serviços suficientes para atender as necessidades da população. A criação de instalações para os Jogos Pan-americanos Rio 2007 incentivou os jovens das áreas carentes do bairro a participar de atividades esportivas. A construção de novos equipamentos esportivos, sobretudo o complexo do Parque Radical, reforçará as perspectivas de desenvolvimento social e esportivo dos jovens.” 56 Como legado, além das instalações esportivas, deixado por estes Jogos, estão as vilas residenciais construídas para as três forças armadas durante os Jogos Militares, entre elas, a Vila Verde que será utilizada para acomodação da mídia e parte da força de trabalho dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Também foi construído um Ginásio de Judô, que atualmente é utilizado pelo projeto social Brasil Vale Ouro, patrocinado pela Fundação Vale do Rio Doce. Todas as instalações construídas permanecem como legado e seguiram um processo contínuo de utilização, configurando uma base para a consolidação dos grandes eventos esportivos desde 2007. 81 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Entre as nove arenas dos Jogos, cinco são novas. Destas, quatro ficarão como arenas permanentes (Centro Olímpico de Canoagem Slalom, Centro Olímpico de BMX, Arena da Juventude e Centro Olímpico de Hóquei sobre grma) e uma parcialmente temporária (o Centro de Mountain Bike). A Figura 24 apresenta a localização dessas instalações: Figura 24 – Vista aérea do Complexo Esportivo de Deodoro Fonte: Google Earth O Complexo Esportivo de Deodoro irá sediar 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas e será palco das competições de Hipismo (Salto, Adestramento e CCE), Ciclismo (BMX e Mountain Bike), Pentatlo Moderno (natação, tiro, corrida, hipismo e esgrima), tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei sobre grama, rúgbi e basquete. Já nas Paraolímpicas, serão realizadas competições de tiro esportivo, hipismo (adestramento), esgrima em cadeira de rodas e futebol de 757. As instalações esportivas da Vila Militar estão dispersas em uma área de aproximadamente 2 milhões de m², contemplando as instalações esportivas: Centro Nacional de Tiro, Centro Nacional de Hipismo, Centro de Hóquei e Centro Aquático58. O Exército também disponibilizou para os Jogos Rio 2016 uma área de 495.528 m² na parte norte do complexo militar, originalmente utilizada como campo de treinamento das tropas. Esta área, após os Jogos, constituirá o Parque Radical, cujo intuito é ser um parque público aberto à população local. 57 Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/ 58 Posteriormente terão as seguintes denominações pelo Exército: Centro Nacional de Tiro (Centro Militar de Tiro Esportivo Tenente-Coronel Guilherme Paraense – 1° Campeão Olímpico Brasileiro), Centro Nacional de Hipismo (Parque Equestre Gen Eloy Meneses), Centro de Hóquei (Centro de Hoquei Sargento João Carlos de Oliveira – João do Pulo) e Centro Aquático (Coronel Eric Tinoco Marques) 82 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Após a realização dos Jogos, o Parque ficará sob os cuidados e administração da Prefeitura, mediante arrendamento por um período de cinco anos, prorrogáveis por igual período até a solução definitiva, quando será realizada uma Cessão de Direito Real de Uso Resolúvel – CDRUR, para a definição da destinação da área. A definição visa consolidar a área como um parque público municipal com uso compartilhado por atletas e a população para a realização de eventos e atividades de natureza esportiva, recreativa e cultural, sem aferimento de lucros ou exploração econômica de qualquer espécie. O intuito é proporcionar uma opção real e agradável de lazer voltada a atender uma grande parcela urbana das zonas norte e oeste do Rio de Janeiro e de outros municípios da região metropolitana. Adicionalmente, o Parque Radical de Deodoro busca integrar a população jovem que vive na região em atividades ao ar livre e prática de esportes. O Parque Radical será o segundo maior parque da cidade, atrás apenas do Aterro do Flamengo. INFRAESTRUTURA – SERVIÇOS PÚBLICOS a) Rede de abastecimento de água Para os Jogos não foram necessárias grandes obras de incremento, devido à oferta já existente e qualidade de pressurização do sistema59. b) Rede de Esgotamento Sanitário No ano de 2011, a Prefeitura concedeu os serviços de coleta e tratamento de esgoto em diversos bairros na Área de Planejamento 5 – AP-5 por um período de 30 anos, que inclui a área do Complexo de Deodoro. Para atendimento das instalações olímpicas, a Prefeitura negociou com a Concessionária uma antecipação de metas para atender à bacia do rio Marangá a tempo da realização dos Jogos Rio 2016. Foram construídos e modernizados troncos coletores, uma Estação de Tratamento de Esgoto e dez estações elevatórias60, voltados a implementar os serviços de coleta e tratamento de esgoto em uma área de 20 milhões de metros quadrados, o 59 Grande parte da água que alimenta o sistema de abastecimento do Rio de Janeiro passa nas proximidades de Deodoro. As linhas adutoras são provenientes da Estação de Tratamento de Água - ETA Guandu, a maior do mundo em quantidade produzida, e são distribuídas em toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 60 Foram implantados mais de 200 Km de rede coletora de esgoto e interceptores. 83 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL que corresponde a 11 sub-bacias de esgotamento e que inclui os bairros de Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos, Realengo, Padre Miguel, Bangu e Senador Camará. O projeto prevê também, por parte da concessionária responsável pelas obras, o monitoramento constante da qualidade da água e um trabalho de educação ambiental junto aos moradores da região. c) Rede de distribuição de gás natural Apesar de não haver nenhuma demanda levantada para as instalações olímpicas em Deodoro, a concessionária responsável pelo sistema de gás natural na cidade do Rio de Janeiro promoveu a expansão da rede de distribuição, concomitante com a realização das obras de urbanização da Prefeitura. Estas melhorias beneficiarão toda a população, que a partir dos Jogos poderá contar com este serviço público. d) Rede de distribuição de energia elétrica De acordo com as exigências do COI, foram implementadas novas linhas de alimentação elétrica para cada instalação esportiva em Deodoro, mantidas por duas subestações e linhas de transmissão distintas (Guadalupe e Padre Miguel), representando condições necessárias para garantir o fornecimento de energia elétrica para a realização dos Jogos. Para o legado, estas melhorias significam melhor infraestrutura, que se reflete em melhor serviço de fornecimento de energia para a população61. MOBILIDADE URBANA – SISTEMA VIÁRIO A revitalização e urbanização no traçado urbano de Deodoro visam a facilitar o acesso e circulação de atletas e público em geral às instalações esportivas destinadas aos Jogos, bem como a melhorar a qualidade de vida da população após os Jogos. As ruas do entorno ganharam obras de revitalização, com calçadas mais largas, nova pavimentação e drenagem62. Entre as principais obras se destacam a revitalização da Avenida Brasil, por meio de obras de pavimentação asfáltica; pavimentação de passeio, execução de meio-fio e sarjetas; rampas de acessibilidade; sinalização horizontal; implantação de rede de drenagem; implantação de pistas laterais nos sentidos Centro e Santa Cruz; e 61 As implementações realizadas na infraestrutura de energia elétrica ficarão como legado, possibilitando uma disponibilidade no sistema para a implantação de novos pontos de consumo, bem como permite o aumento de carga das instalações existentes de modo mais confiável. 62 Fonte: http://www.cidadeolimpica.com.br/urbanizacao-no-entorno-complexo-de-deodoro/ 84 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL melhorias da iluminação pública no trecho da Avenida Brasil nas proximidades de Deodoro. Também foram realizadas pela Prefeitura intervenções de revitalização no padrão Bairro Maravilha, com obras de pavimentação asfáltica; pavimentação de passeio, execução de meio-fio e sarjetas; rampas de acessibilidade; e sinalização horizontal nos logradouros públicos das ruas Aripuã, Tenente Serafim e Avenida Marechal Alencastro. Adicionalmente foram realizadas pela Prefeitura obras de revitalização no padrão “Asfalto Liso”, constando de pavimentação asfáltica e sinalização horizontal nos logradouros públicos da Avenida Duque de Caxias, Estrada São Pedro de Alcântara, Avenida Nazareth, Estrada da Equitação, Rua Major Dreon, Avenida General Benedito da Silveira e Rua Soldado Arlindo Santos. a) BRT Transolímpica A Transolímpica é o corredor que liga o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, e agrega qualidade às viagens de 70 mil pessoas diariamente. A Transolímpica faz integração com a Transoeste, no Recreio, com a Transcarioca, em Curicica, e com os trens da SuperVia, em Magalhães Bastos, Vila Militar e Deodoro e BRT Transbrasil. Uma das principais artérias viárias da cidade, a Avenida Brasil passa por um intenso processo de transformação com a chegada do BRT Transbrasil, que vai ligar Deodoro, na Zona Oeste, ao Centro do Rio. A previsão é de que 820 mil passageiros utilizarão o BRT todos os dias, fazendo integração com outros meios de transporte, como metrô e trens da Supervia. As mudanças também beneficiarão os motoristas que sofrem com os congestionamentos diários, já que as obras incluem drenagem e pavimentação da via, melhorando as condições de tráfego, inclusive nas pistas que não são destinadas aos ônibus articulados63. b) Incremento do Sistema Ferroviário – Supervia O sistema ferroviário é considerado o principal meio de transporte para diversas instalações olímpicas em Deodoro. Todo o Complexo Esportivo de Deodoro conta com o sistema ferroviário como principal meio de chegada ou saída de espectadores. O Governo do Estado, em conjunto com a Concessionária que 63 Fonte: http://www.cidadeolimpica.com.br/transbrasil/ 85 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL administra o sistema, está promovendo a reformulação e a modernização64 das estações olímpicas de São Cristóvão, Engenho de Dentro, Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos e Ricardo de Albuquerque e das obras para revitalização do sistema ferroviário mediante a modernização de vias permanentes e a aquisição de material rodante (trens). Certamente as ampliações e modernizações que estão sendo realizadas contribuem para um forte legado para a população de Deodoro e arredores, mas também beneficia toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro que utiliza o sistema ferroviário como importante meio de transporte para o deslocamento até o centro. CONTEXTO AMBIENTAL O Dossiê de Candidatura menciona65 que a degradação dos corpos de água da região é fruto do lançamento dos esgotos que são jogados in natura no rio Marangá66 e seus afluentes. Além do esgoto lançado indevidamente, também contribui para a poluição o lixo doméstico despejado pela população. Outra forma de degradação local é observada na redução dos ecossistemas, particularmente das áreas de Preservação Permanente, cujo desmatamento ao longo dos anos é resultado do adensamento populacional. Esse fato contribui com as inundações que acontecem principalmente no verão, em especial, nos bairros de Realengo e Magalhães Bastos. A Prefeitura vem tomando providências para realização de intervenções de limpeza e desassoreamento nos cursos d'água, bem como a recuperação das margens e construção de trechos de gabiões e enroscamentos nas proximidades do Complexo Esportivo de Deodoro. A Prefeitura também publicou uma licitação para canalização do Rio Caldeireiro no trecho compreendido entre a Rua Visconde de Itaparica e a Rua Almeida e Souza. Adicionalmente, estão sendo realizadas intervenções nos rios Catarino, Marinho e Piraquara, que fazem parte do mesmo sistema. 64 As obras nas estações ferroviárias, de maneira geral, compreendem ampliação de mezaninos, alargamento e nivelamento de plataformas, instalação de elevadores e escadas rolantes na área paga da estação, construção de novas rampas de acesso e melhorias no sistema de som e de iluminação. 65 “Um projeto especial de recuperação será estabelecido para o rio Marangá na região de Deodoro, incluindo sua recuperação ambiental e uma estação de tratamento da água. A implementação de mecanismos de otimização da eficácia da energia e de seus métodos de controle de qualidade do material de acordo com os critérios ecológicos e o controle da gestão das obras de estrutura e do impacto ambiental permitirá a redução do impacto da construção.” 66 O rio Marangá tem sua nascente na face norte do Parque Estadual da Pedra Branca a pouco mais de 8 Km do Complexo Esportivo de Deodoro e deságua na Baía de Guanabara através do Rio Pavuna-Meriti. A Bacia do rio Marangá possui uma área de 20,65 milhões m² e uma população residente de aproximadamente 546 mil pessoas. 86 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Essas providências e as medidas de coleta, tratamento e a adequada destinação dos esgotos em andamento devem minimizar esses impactos e contribuir para a melhoria e a conservação ambiental local. B. INSTALAÇÕES ESPORTIVAS QUE FICARÃO NAS UNIDADES MILITARES EM DEODORO Assim como aconteceu na região da Barra, as intervenções para a construção das instalações esportivas para os Jogos foram executadas pela Prefeitura com recursos do Governo Federal. Na cessão das áreas para a construção das instalações esportivas, o Exército colocou uma série de condições de readaptação que deverão ser observadas na devolução das mesmas. Estas condições foram acordadas com a Prefeitura, que as fez constar no Termo de Referência utilizado para a licitação das obras das instalações esportivas em Deodoro. Apesar de todas as tratativas entre o Exército Brasileiro, a Prefeitura e o Ministério do Esporte para a viabilização da construção das novas instalações, ainda permanecem algumas questões relacionadas aos compromissos firmados entre a União e Município do Rio de Janeiro que merecem ser tratadas após os Jogos. Neste contexto, existem dispositivos67, em espécial a Cláusula 968 extraída do Termo de Compromisso nº 0437260-90/2014 – RJ, firmado entre a União e o Município do Rio de Janeiro, por meio da Caixa Econômica Federal, que aparentemente atribui a propriedade das construções realizadas nos locais ao compromissário, isto é, ao Município do Rio de Janeiro. A despeito da redação, convém destacar que, houve na assinatura de Acordo de Cooperação EME 14-207-00 entre o Ministério do Esporte e o Exército Brasileiro, no qual salienta: “fica acordado que toda e qualquer benfeitoria realizada pelo MINISTÉRIO DO ESPORTE nas instalações das Organizações Militares, bem como outros bens móveis e imóveis nelas instalados, que sejam de interesse do Exército Brasileiro, serão incorporadas ao patrimônio da União, sob a jurisdição do Comando do Exército, 67 Previstos nos termos de compromisso firmados entre a União e Município do Rio de Janeiro, por meio da Caixa Econômica Federal. 68 “CLÁUSULA NONA – DOS BENS REMANESCENTES AO TÉRMINO DA VIGÊNCIA CONTRATUAL: 9 – Os bens patrimoniais remanescentes, adquiridos ou produzidos em decorrência do Termo de Compromisso, quando da finalização do objeto pactuado ou extinção do Termo de Compromisso, serão de propriedade do COMPROMISSÁRIO.” 87 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL não cabendo qualquer tipo de indenização ou ressarcimento, pelo Exército Brasileiro, pelas obras realizadas e equipamentos instalados.” Da análise em conjunto de todos esses atos, percebe-se que apresentam divergências que podem suscitar diferentes interpretações jurídicas pelos órgãos de consultoria e assessoramento da União e do Município. São atos realizados em momentos distintos e com finalidades distintas. Tendo em conta que a União e o Município possuem autonomia político-administrativa, não há como, em caso de conflito de interpretações jurídicas, fazer prevalecer o entendimento da União ou do Município, de modo que a Autoridade Pública Olímpica recomenda, como proposição, que seja celebrado novo acordo de cooperação ou ajuste de natureza “convenial” com o objetivo de firmar entendimento único entre a União, por meio do Ministério do Esporte e do Exército, e o Município, sobre a propriedade das instalações esportivas que foram construídas sobre os terrenos jurisdicionados do Exército. Adicionalmente, o Exército Brasileiro entende que as construções que não sejam do interesse da instituição deverão ser desmontadas ou destruídas para que a área seja devolvida nas mesmas condições em que foi entregue para o início das obras. O Exército iniciou as atividades de planejamento do legado nas unidades militares em Deodoro em 2013. O planejamento se encontra finalizado enquanto estrutura, contendo conceitos e metas, pois são de caráter estratégico. A proposta foi aprovada pelo Estado-Maior do Exército – EME, mas ainda necessita de detalhamentos, especialmente sobre entendimentos com o Ministério do Esporte no que tange ao Termo de Execução Descentralizada e Acordo de Cooperação. Nesse sentido, são aguardados desdobramentos previstos para o período pós-Jogos, em especial sobre a transição das arenas do modo jogos para o modo legado. O Exército está se estruturando para assumir a gestão das instalações, por meio do modelo empregado no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), com descentralização da unidade e padronização de ações para o controle, manutenção e uso de suas instalações esportivas. O CCFEx deverá assumir o controle administrativo das arenas esportivas de Deodoro e será o responsável pelas ações necessárias para a manutenção permanente do legado, em coordenação com demais instituições e entidades envolvidas no processo, cumprindo rigorosamente os dispositivos legais e cooperando com o desenvolvimento do esporte de alto rendimento e projeção da imagem da instituição. O gerenciamento, fiscalização, controle e segurança ficarão a cargo do recém-criado Destacamento Desportivo da Vila Militar (DDVM), subordinado ao CCFEx. Em junho de 2016, o Exército publicou a Portaria n° 233, com Plano de 88 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Gestão do Legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, com o objetivo de orientar o planejamento e a execução das ações para a gestão do legado no âmbito do Exército Brasileiro, com uma proposta de cronograma de atividades a serem executadas. Para gestão do legado, o Exército Brasileiro, conforme Acordo de Cooperação assinado com o ME, irá acordar como se dará o uso após os Jogos em áreas militares, principalmente no que se refere às atividades esportivas que serão desenvolvidas nas instalações. Segundo informado no Plano de Legado da União, o custo de manutenção será coberto com o apoio do Ministério do Esporte, e o custo operacional deverá ser coberto com recursos a serem obtidos por intermédio de patrocínios de instituições públicas ou privadas, para apoio ao desenvolvimento de projetos esportivos, de acordo de cooperação técnica para utilização e manutenção compartilhada das instalações esportivas e permissão de uso. O entendimento é que, enquanto a gestão da manutenção será realizada pelo Exército, parte da responsabilidade da ocupação será realizada pelo Ministério do Esporte por meio de chamamento público, utilizando-se do termo de fomento junto a entidades de esporte de alto rendimento. O Ministério do Esporte também informou que está alinhando com o Exército o documento que será assinado oportunamente como consta no Termo de Cooperação. O Ministério coloca, no seu Plano de Legado, que está buscando a melhor forma de uso compartilhado das instalações para atender aos treinamentos militares e o desenvolvimento do esporte de alto rendimento, uma vez que os critérios de segurança e acesso do Exército Brasileiro são mais rígidos do que as instalações esportivas plenas. Como diretrizes para o legado, o planejamento do CCFEx aponta alguns pontos importantes para a utilização das instalações esportivas: • Projetos de desenvolvimento esportivo, com o Ministério do Esporte, confederações, federações esportivas e clubes, voltados para o esporte de alto rendimento; • Realização de eventos esportivos nacionais e internacionais, militares e civis; • Cessão de uso às entidades e associações esportivas interessadas, para atividades esportivas de médio e longo prazo, contribuintes para os projetos desenvolvidos pelo Exército; • Permissão de uso para atividades de curta ou média duração, mediante recolhimento de GRU; • Arrendamento para projetos ou atividades esportivas de longo prazo; e • Acordo de cooperação técnica para a utilização e manutenção compartilhada das novas instalações. 89 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Complementarmente, o Ministério do Esporte, na condição de estruturador das políticas de desenvolvimento do esporte no país, irá apoiar a utilização das instalações como locais de realização de eventos esportivos, abrangendo competições, iniciação ao esporte, intercâmbio e preparação de atletas69. Em outra frente de estruturação do legado, o Exército Brasileiro tem demonstrado preocupações com o mapeamento dos equipamentos que guarnecerão arenas, no intuito de garantir a qualidade e a operacionalidade das arenas no período pós Jogos. É preciso garantir atividades nas instalações esportivas sem a necessidade de previsão de novos recursos para adequar e suprir as instalações esportivas. O conjunto das instalações esportivas que integrarão o CCFEx em Deodoro é o seguinte: PUL.23 ARENA DA JUVENTUDE (MR: DR03) A Arena da Juventude é uma instalação nova (Figura 25), construída para os Jogos e localizada no coração da Região Deodoro, à margem sul da Avenida Brasil. O acesso à instalação poderá ser feito por essa avenida, pela estação BRT da Vila Militar, ou pela estação ferroviária da Vila Militar, situada na Avenida São Pedro de Alcântara. Figura 25 – Arena da Juventude Tipo de instalação: nova e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: basquetebol e pentatlo moderno (esgrima) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: esgrima em cadeira de rodas Capacidade: 5.000 pessoas (2.000 assentos permanentes e 3.000 temporários) Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) 69 A proposta do Ministério do Esporte também prevê parcerias com federações e confederações, e entendimentos com o Exército. Também há previsão de instalação de áreas de apoio médico e de fisioterapia para os atletas, bem como alojamentos. 90 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL O projeto da Arena foi situado estrategicamente nessa região da cidade visando ampliar o legado dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, que gerou um aumento significativo na participação esportiva entre os jovens de comunidades locais. Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Exército Brasileiro Esporte de Alto Rendimento e treinamento da equipe do Exército Brasileiro Público: EB/CCFEx ME/EB/Entidades Esportivas* GF e Privado (patrocínio)* R$ 8,14 milhões R$ 10,43 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: O Exército está planejando instalar nesta arena a sede do Núcleo do Centro de Capacitação Física do Exército – CCFEx em Deodoro. Toda a parte administrativa será concentrada em suas dependências. A arena funcionará como um ginásio multiuso para competições e treinamento de equipes. Modelo de Gestão – Comentários: O Exército está se estruturando para assumir gestão da instalação, por meio do modelo empregado no CCFEx Urca, conforme aprovação do Estado Maior do Exército – EME. Definições MICRO (Técnico-operacional) A Prefeitura é a executora das obras e, para o legado, estão previstas ações e obras de retrofit que foram acordadas entre o Exército e a Prefeitura, por intermédio da Empresa Olímpica Municipal (EOM). Neste contexto, o Exército está acompanhando a questão do retrofit e dos equipamentos que comporão a instalação. As ações previstas inicialmente estão sendo atualizadas para verificação e controle. Neste contexto, algumas obras previstas estão sendo reorientadas para novo escopo. Como exemplo está o item “retirada total da pavimentação asfáltica no entorno da arena”. Segundo o Exército, existe nova percepção sobre o item, sendo previsto retirada parcial da pavimentação, assim proporcionando futuro estcionamento para veículos. 91 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 08/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.26 ARENA DE RÚGBI E PENTATLO MODERNO (ESTÁDIO DE DEODORO) (MR: DR08) Nesta instalação temporária (Figura 26) serão realizadas as provas de Hipismo e Combinado (tiro e corrida) do Pentatlo Moderno, além das competições de Rúgbi durante os Jogos Olímpicos. O Estádio foi construído sobre o campo de pólo preexistente, ao lado da Arena de Deodoro e do Centro Aquático. Figura 26 – Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno Tipo de instalação: temporária Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: rúgbi e pentatlo moderno (hipismo e combinado) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: futebol de 7 Capacidade: 15.000 lugares Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) 92 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Reúso Previsto: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Exército Brasileiro Readequação como campo de pólo e devolução da área ao Exército R$ 6,14 milhões R$ 8,23 milhões * Informações disponíveis até o momento Reúso Previsto – Comentários: Para o legado, a arena será desmontada e a área será devolvida ao Exército nas condições preexistente, tendo como finalidade um campo de pólo. O Exército elencou os requisitos de retrofit e aguarda os desdobramentos previstos após os Jogos. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Retirada totaldos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.29 ADEQUAÇÃO DO CENTRO OLÍMPICO DE HIPISMO (MR: DR09) Construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, o Centro Nacional de Hipismo (Figura 27) foi projetado de acordo com os padrões da Federação Equestre Internacional (FEI), tendo como premissa a sua utilização na realização de grandes 93 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL eventos esportivos. O complexo tem área aproximada de 1.000.000 m². Suas instalações foram restauradas e ampliadas para os jogos. A pista de Cross-Country, as pistas de treinamento e a arena de Saltos e Adestramento foram adaptadas e ampliadas. Também foram construídas uma nova clínica veterinária e acomodações para tratadores e veterinários (72 apartamentos de 3 quartos), que ficarão como legado após os Jogos. Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: Hipismo (CCE, Salto e Adestramento) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: Hipismo (somente adestramento) Capacidade: 35.200 lugares (14.200 lugares na arena de salto e adestramento, sendo 1.200 permanentes e 13.000 temporários; 20.000 lugares para espectadores em pé e 1.000 assentos temporários na arena de cross country) Tipo de instalação: já existente – requer adaptações Ente financiador: Governo Federal Valor: R$ 148,9 milhões * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Sul de Deodoro inclui a Pista de Cross Country, Arena de Salto e Adestramento, Clínica Veterinária, Acomodações dos Tratadores e Baias dos Cavalos* (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) Figura 27 – Centro Olímpico de Hipismo Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Proposta de Uso: Gestão Entes envolvidos Fonte de Recursos Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Exército Brasileiro Esporte de Alto Rendimento e treinamento da equipe do Exército Brasileiro Público: EB/CCFEx/EsEqEx/RCGd ME/EB/ Entidades Esportivas * GF e Privado (patrocínio)* R$ 10,71 milhões R$ 13,26 milhões * Informações disponíveis até o momento 94 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Uso Previsto – Comentários: A área é de uso misto, militar e esportivo. Existem acordos com Federações, voltados para treinamentos e realização de eventos esportivos. Também funciona, nesse local, uma escola de especialização do Exército, cujas atividades precisam ser conjugadas com o treinamento, adestramento da tropa e a formação dos alunos de cavalaria esportiva. Está prevista pelo Ministério do Esporte a continuidade de convênio de treinamento de equipes, como a de Pentatlo Moderno. O Ministério manifestou entendimento de que o local continuará para competições, treinos, intercâmbio, preparação de atletas, formação de profissionais e realização de eventos em parceria com a Confederação Brasileira de Hipismo, Centro de Capacitação Física do Exército e outras instituições militares. Por parte da instituição militar, são previstas atividades de ensino e treinamento por meio do CCFEx e da Escola de Equitação do Exército – EsEqEx e adestramento da tropa do 2º Regimento de Cavalaria de Guarda – 2°RCGd. A Vila de Tratadores, construída para alojar os tratadores e os veterinários dos cavalos de competição do hipismo para as Olimpíadas, será utilizada no legado como residência pelo Exército. Modelo de Gestão – Comentários: A gestão da instalação será partilhada entre as unidades do Exército que atuam nas instalações, incluindo EsEqEx, 2°RCGd e CCFEx. O planejamento do Exército contempla várias parcerias no intuito de ter uma sustentabilidade econômica das instalações. Definições MICRO (Técnico-operacional) As instalações estão sendo adaptadas e modernizadas para os Jogos. Algumas modificações deverão permanecer, obedecendo os requisitos de retrofit apresentados pelo Exército, de acordo com o conceito final para a instalação. 95 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 08/10/2016 02/11/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução da Vila dos Tratadores Devolução da Instalação Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.28 ADEQUAÇÃO DO CENTRO OLÍMPICO DE TIRO (MR: DR11) O local foi construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 de acordo com os padrões da Federação Internacional e foram necessários pequenos ajustes para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. O Centro de Tiro (Figura 28) conta com instalações permanentes para atletas e oficiais técnicos e estará totalmente equipado com estandes para todas as modalidades do tiro esportivo. Figura 28 – Centro Olímpico de Tiro Tipo de instalação: já existente – requer adaptações Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: tiro esportivo Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: tiro esportivo Capacidade: 7.577 lugares Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) 96 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Já utilizado como centro de treinamento de alto desempenho antes dos Jogos, o projeto dessa instalação previu a total integração ao Centro Olímpico de Treinamento. Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Proposta de Uso: Gestão Entes envolvidos Fonte de Recursos Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Exército Brasileiro Esporte de Alto Rendimento e treinamento da equipe do Exército Brasileiro Pública: EB/CCFEx ME/EB/ Entidades Esportivas * GF e Privado (patrocínio)* R$ 5,11 milhões R$ 7,11 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: A arena é utilizada desde o Pan-Americano para o esporte de alto rendimento por meio do convênio com a Confederação Brasileira de Tiro e também pelas equipes militares que treinam no local. No entanto, o estande não se presta para o treinamento de tropas, pois não é voltado a prática do tiro militar normal. A instalação irá compor o Núcleo do CCFEx em Deodoro e se destinará ao treinamento e competições militares, bem como ao atendimento de programas esportivos com parcerias com o ME, a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, e outras instituições militares. O ME considera manter a arena como local de competições, treinos, intercâmbio, preparação de atletas, formação de profissionais e realização de eventos. Modelo de Gestão – Comentários: A área está sob domínio e condicionada à legislação militar e o Exército já tinha a gestão da instalação. Após os Jogos, a gestão será feita pelo destacamento avançado do Centro de Capacitação Física do Exército CCFEx, conforme o modelo empregado no CCFEx Urca. 97 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações A instalação já existia e está sendo adaptada para os Jogos. As modificações deverão permanecer como legado. O Exército está levantando os custos de manutenção baseado nos itens de retrofit. Também há a necessidade de definição dos equipamentos que ficarão guarnecendo a instalação. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 08/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.27 ADEQUAÇÃO DO CENTRO AQUÁTICO DE DEODORO (MR: DR10) O Centro Aquático de Pentatlo Moderno será palco da competição de natação do Pentatlo Moderno. As outras provas do esporte serão realizadas em mais duas instalações: a Arena de Deodoro (esgrima) e a Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno (Hipismo e combinado) (Figura 29). Atualmente utilizado como centro de treinamento de alto desempenho, essa instalação foi projetada para estar totalmente integrada ao Centro Olímpico de Treinamento. 98 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Figura 29 – Centro Aquático de Deodoro Tipo de instalação: já existente – requer adaptações Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: Pentatlo Moderno (Natação) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 2.000 lugares Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Exército Brasileiro Esporte de Alto Rendimento e treinamento da equipe do Exército Brasileiro Público: EB/CCFEx ME/EB/ Entidades Esportivas* GF e Privado (patrocínio)* R$ 2,23 milhões R$ 3,81 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: Segundo planejamento do Exército Brasileiro, a instalação irá compor o Núcleo do CCFEx em Deodoro e se destinará ao treinamento e competições militares, bem como ao atendimento de programas esportivos com os demais parceiros. A instalação permanecerá como local de competições, treinos de iniciação ao esporte, atividade que já é desempenha por meio de parcerias (projeto PentaJovem), intercâmbio, preparação de atletas, formação de profissionais e realização de eventos em parceria com a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno. O ME dá suporte a estas atividades por meio de vários programas. 99 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Modelo de Gestão – Comentários: O Exército já tinha a gestão da instalação. Após os Jogos, a gestão será feita pelo destacamento avançado do Centro de Capacitação Física do Exército CCFEx, conforme o modelo empregado no CCFEx Urca. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações O projeto original previa retorno das condições originais, prevendo itens de retrofit. Entretanto, atualmente há o entendimento de manter as condições atuais no modo jogos. Neste caso, não serão necessárias modificações. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 08/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.24 CENTRO OLÍMPICO DE HÓQUEI SOBRE GRAMA (MR: DR04) Deodoro é o lar da Seleção Brasileira de Hóquei sobre grama. Nos Jogos PanAmericanos Rio 2007, foram ali disputados os torneios de Hóquei sobre grama e Futebol de 5 e de 7. O novo centro (Figura 30) construído garante o pleno atendimento aos requisitos e exigências referentes à arena de competição olímpica. As duas quadras existentes foram adaptadas. Foram construídos ainda vestiários, uma 100 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL arquibancada permanente na quadra principal e um centro de administração. Durante os Jogos, o centro terá 8.000 lugares na quadra principal, sendo 2.000 permanentes e 6.000 assentos temporários na quadra secundária. Atualmente o Centro é utilizado como local de treinamento de alto desempenho. Figura 30 – Centro de Hóquei sobre grama Tipo de instalação: já existente – requer adaptações Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: Pentatlo Moderno (natação) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 2.000 lugares Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Exército Brasileiro Esporte de Alto Rendimento e treinamento da equipe do Exército Brasileiro Público: EB/CCFEx ME/EB/ Entidades Esportivas* Fonte de Recursos: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 GF e Privado (patrocínio)* R$ 7,32 milhões R$ 9,53 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: Foi previsto, inicialmente, para treinamento da equipe brasileira por meio de convênios entre o EB, a Federação brasileira e o ME. É a única área disponível para treinamento da equipe de Hóquei. O Centro continuará como local de competições, treinos, iniciação ao esporte, intercâmbio, preparação de atletas, formação de profissionais e realização de eventos, em parceria com a Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama e outras instituições. O ME dá suporte a estas atividades. 101 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Modelo de Gestão – Comentários: O Exército já tinha a gestão da instalação. Após os Jogos, a gestão será feita pelo destacamento avançado do Centro de Capacitação Física do Exército CCFEx, conforme o modelo empregado no CCFEx Urca. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações A instalação terá retrofit, mas as condições gerais da instalação permanecem. No entanto, ainda são aguardadas definições sobre os equipamentos que ficarão guarnecendo a instalação. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 07/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução da Instalação Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit 102 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL C. PARQUE RADICAL – CONCESSÃO DE ÁREA DA UNIÃO PARA A PREFEITURA Conforme apresentado na contextualização de Deodoro, a porção norte do Complexo Esportivo será transformada após os Jogos em um Parque Público. A Prefeitura prevê a transformação do Parque Radical em cinco setores. O Parque Radical foi construído em área originalmente pertencente à União e jurisdicionada ao Exército. Esta área foi arrendada à Prefeitura para fins de construção das instalações esportivas dos Jogos. O arrendamento é um instrumento de natureza precária e foi feito por cinco anos, sendo prevista a renovação por mais cinco. A cessão definitiva prevista é por meio de uma Cessão de Diretito Real de Uso Resolúvel – CDRUR, no qual o Exército estabelece condições para o uso da área. Após os Jogos, serão necessárias ações para avançar nesta solução definitiva. Paralelamente a Prefeitura deverá após os Jogos promover a entrega da área para a população. Em julho de 2015 a Prefeitura apresentou um estudo preliminar definindo as intenções de uso do parque urbano. No entanto, ainda não foi apresentado o projeto executivo contendo o programa funcional, seu orçamento e cronograma. Com base nas informações do estudo divulgado, o Parque Radical está dividido em cinco setores. O “setor 1” engloba as instalações esportivas Centro Olímpico de Canoagem Slalom e Centro Olímpico de BMX. Os demais setores 2, 3, 4 e 5 compreendem o “domínio comum” do parque, onde serão construídos trilhas, ciclovias, área de ginástica (setor 2), mirante, churrasqueiras, mini mountain bike (setor 3), pista de BMX para iniciantes, pista de skate, quadras poliesportivas (setor 4). Adicionalmente estão previstos serviços à comunidade em várias áreas, destacando-se a previsão de clínica da família, nave do conhecimento e atividades de educação ambiental (setor 5). O conjunto das instalações esportivas que integrarão o Parque Radical em Deodoro está a seguir descrito. 103 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL PUL.21 CENTRO OLÍMPICO DE BMX - PARQUE RADICAL (MR: DR02) O Centro Olímpico de BMX (Figura 31) está localizado dentro do Parque Radical. Uma pista permanente de BMX com percurso entre 300m e 400m. As áreas de apoio são todas temporárias. Figura 31 – Centro de BMX Tipo de instalação: nova e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: ciclismo (BMX) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 7.500 lugares (temporários) Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Prefeitura Esporte de Rendimento e uso da população Público: Prefeitura ME/ Entidades Esportivas* Sem conhecimento de definição* R$ 3,18 milhões R$ 5,21 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: A Prefeitura definiu que a instalação de BMX será mantida após a conclusão dos Jogos Rio 2016 como legado para o treinamento esportivo de rendimento e também para o lazer da população. O Centro Olímpico de BMX fica no “setor 1” do Parque Radical, que também engloba quadras esportivas voltadas ao lazer público. 104 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Modelo de Gestão – Comentários: A gestão do parque caberá à Prefeitura por meio de sua estrutura administrativa. A transferência de responsabilidade da área foi efetuada por instrumento de arrendamento estabelecido com o Exército, sendo aguardada a forma definitiva de transferência para o Município por meio de CDRUR. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações A transformação da instalação para o uso no legado é simples, mas as adaptações necessárias para a configuração de equipamento em parque urbano impõem a evolução do projeto atual com detalhes técnicos. A proposta da Prefeitura considera a inserção de vários equipamentos de uso público, tais como trilhas, ciclovias e mirantes. É aguardado o desenvolvimento do detalhamento desse projeto e das propostas financeiras para atender ao estudo preliminar apresentado pela Prefeitura em julho de 2015. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 14/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução Parque Radical ao EB Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit 105 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL PUL.22 INFRAESTRUTURA DA INSTALAÇÃO DE MOUNTAIN BIKE (MR: DR07) Com trechos diversificados e altamente técnicos, o Parque Olímpico de Mountain Bike (Figura 32) é uma instalação parcialmente temporária, pois é previsto que uma parte permaneça dentro do Parque Radical e a remanescente seja devolvida ao Exército Brasileiro. Figura 32 - Instalação de Moutain Bike Tipo de instalação: parte temporária, parte permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: ciclismo (mountain bike) Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 25.000 em pé Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Prefeitura Esporte de base e lazer da população Pública: Prefeitura ME/ Entidades Esportivas* Sem conhecimento de definição* * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: A instalação terá sua extensão reduzida para o período de legado, pois a parte que está fora da poligonal do parque retornará à área de treinamento do Exército. A porção remanescente continuará voltada para a prática da modalidade esportiva e atividades de lazer para a população. Modelo de Gestão – Comentários: A gestão do parque caberá à Prefeitura por meio de sua estrutura administrativa. O trecho da pista fora da poligonal cedida à Prefeitura pelo arrendamento retornará ao Exército. 106 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações A transformação da instalação considerará as adaptações necessárias à configuração de equipamento de parque urbano, necessitando de projeto de retrofit. É aguardado o desenvolvimento do detalhamento do projeto e das propostas financeiras para atender ao estudo preliminar apresentado pela Prefeitura em julho de 2015. Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 14/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução Parque Radical ao EB Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit PUL.20 ESTÁDIO OLÍMPICO DE CANOAGEM SLALOM (MR: DR01) A pista de canoagem slalom (Figura 33) ficará localizada no “setor 1” do Parque Radical e terá um percurso permanente com 280 metros de corredeiras, construído em uma área que anteriormente era destinada à instrução militar e ao adestramento da tropa. Figura 33 – Estádio Olímpico de Canoagem Slalom Tipo de instalação: nova e permanente Modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos: canoagem Modalidades em disputa nos Jogos Paralímpicos: não terá Capacidade: 8.424 lugares temporários Ente financiador: Governo Federal Valor: * Executor: Prefeitura * O valor para as instalações na área Norte de Deodoro e Domínio Comum é de R$ 626,5 milhões (Matriz de Responsabilidades versão 6.0) 107 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Definições MACRO (Estratégicas de Legado): Responsável: Uso Previsto: Modelo de Gestão: Entes envolvidos: Fonte de Recursos: Estimativa de Custo de Manutenção – 2016 Estimativa de Custo de Manutenção - 2017 Prefeitura Esporte de Rendimento e lazer da população Pública: Prefeitura ME/ Entidades Esportivas* Sem conhecimento de definição (patrocínio)* R$ 10,64 milhões R$ 13,42 milhões * Informações disponíveis até o momento Uso Previsto – Comentários: A Prefeitura apresentou concepção prevendo uso popular, que já foi iniciado antes dos Jogos. Nesta concepção, a pista de canoagem slalom será um “lago/canal recreativo” e o prédio de apoio será um espaço multiuso. O uso recreativo será compartilhado com o uso de treinamento esportivo de base e de alto rendimento. Os horários serão conciliados no intuito de viabilizar as expectativas. Modelo de Gestão – Comentários: A gestão do parque caberá à Prefeitura por meio de sua estrutura administrativa. Definições MICRO (Técnico-operacional) – Modificações e Adequações O compartilhamento entre o uso público e o esporte de alto rendimento requer adequações de segurança voltados a garantir a integridade da população. É aguardado o desenvolvimento do detalhamento do projeto e das propostas financeiras para atender ao estudo preliminar apresentado pela Prefeitura em julho de 2015. 108 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Linha do Tempo das Atividades Previstas DATA ETAPA 18/09/2016 14/10/2016 22/02/2017 03/06/2017 Fim dos Jogos Devolução Parque Radical ao EB Retirada total dos Overlays Fim das Adequações de Retrofit 109 - PUL PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO 110 - PUL PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO CAPÍTULO V - - PUL PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS – ASPECTOS AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO 1. PROPOSIÇÕES GERAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Este capítulo é dedicado às proposições sustentáveis sob os aspectos ambientais, sociais e econômicos dos itens constantes da Matriz de Responsabilidades referentes às instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra, do Complexo Esportivo de Deodoro e do Parque Radical em Deodoro. As bases para as propostas são os planos de legado elaborados pelos entes responsáveis para essas instalações de conhecimento desta Autarquia, em especial as definições descritas no capítulo anterior. Corroboram com o planejamento em curso todo o plano de sustentabilidade previsto para a construção das instalações esportivas, contidas no Plano de Gestão de Sustentabilidade – PGS, no qual é salientada a estratégia geral para os Jogos70 e, de maneira específica, são colocados os princípios que nortearam premissas de sustentabilidade incorporadas no desenho e na execução das obras. As propostas sustentáveis para o legado das instalações visam a, principalmente, mitigar riscos associados ao subaproveitamento ou abandono das instalações. As proposições deste documento estão estruturadas da seguinte forma: Proposições gerais no Planejamento e Uso do legado, salientando os princípios e critérios gerais dos aspectos ambientais, sociais e econômicos aplicáveis à situação, principalmente para assegurar a transição do modo jogos para modo legado; Proposições específicas das instalações esportivas, salientando os aspectos ambientais, sociais e econômicos aplicáveis à cada instalação objeto do PUL. 70 Os princípios de sustentabilidade dos Jogos são: a) Planeta: redução do impacto ambiental causado pelos projetos relacionados aos Jogos Rio 2016, imprimindo uma pegada ambiental reduzida; b) Pessoas: planejamento e execução dos Jogos Rio 2016 de forma inclusiva, entregando jogos para todos; c) Prosperidade: contribuir para desenvolvimento econômico do estado e da cidade do Rio de Janeiro, planejando, gerindo e relatando os projetos envolvidos nos jogos 2016 com responsabilidade e transparência. 111 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL De maneira geral, é possível frisar algumas premissas que foram tomadas no planejamento dos Jogos, as quais estruturam a estratégia sustentável do legado das instalações esportivas nos Jogos Rio 2016. A primeira delas consiste em aproveitar as instalações existentes para a realização das atividades dos Jogos. Entre estas instalações estão: Estádio Maracanã, Arena Maracanãzinho, Estádio João Havelange, Estádio de Remo da Lagoa, Marina da Glória, além de instalações não esportivas como o Sambódromo e os logradouros públicos distribuídos pela cidade para a realização de competições. Outra premissa é a priorização da utilização das estruturas reaproveitáveis, disponíveis no mercado, entendidas como estruturas de overlay, no intuito de diminuir o gasto de construção e mitigar os impactos ambientais originários da pegada ecológica. Como exemplos, há a Arena de Vôlei de Praia em Copacabana e várias partes temporárias agregadas às instalações existentes, como o Sambódromo e o Riocentro. Como premissa também se apresenta a construção de arenas temporárias para as modalidades que já contam com espaços que atendem as necessidades no período pós-Jogos, assim diminuindo o número de arenas a serem mantidas com recursos públicos. Estas instalações serão desmontadas após os Jogos, mas seus componentes podem ser reaproveitados. Para tal, essas estruturas foram projetadas de maneira modular para facilitar o reúso, inclusive como arquitetura nômade, como no caso da Arena de Handebol, que será remontada como escolas. Além desta, também há a Arena Aquática, que será remontada em outros locais e a Arena de Rúgbi, que será desmontada e a área retornará ao Exército como campo de pólo. Para as instalações permanentes foram traçadas estratégias sustentáveis de desenho arquitetônico voltado ao bioclimatismo dos espaços, uso racional dos recursos energéticos e da água, utilização de materiais com origem comprovada, entre outras medidas, que associem o conforto do ambiente ao uso mínimo de recursos. Para atender a fase voltada à gestão das instalações permanentes, no período de legado, são assumidas novas premissas: Gasto mínimo para transformação (utilizar as instalações com menor gasto, sem necessidade de grandes obras); Utilidade pública; Priorização de uso imediato; Apoio ao esporte. 112 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL 1.1 ASPECTOS AMBIENTAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Os aspectos ambientais relacionados às instalações esportivas são restritos às ações de transformação necessárias do modo jogos para o modo legado, entendidas como retrofit, bem como para as medidas ambientais para a manutenção dessas edificações a serem adotadas pelos gestores das instalações. As proposições são estruturadas nesses três eixos: a. Retrofit; b. Medidas de manutenção; c. Espaço público. Visando à permanência dos princípios, objetivos e diretrizes de sustentabilidade, o planejamento do modo legado deve considerar as características do projeto e da obra, além das adequações (retrofit) necessárias. Adicionalmente, é sugerido adotar procedimentos para uso, operação e manutenção que garantam o desempenho ambiental esperado ao longo da vida útil da construção ou da instalação. No entanto, conforme descrito no Capítulo 3, os futuros usos ainda necessitam de detalhamento. Assim, o planejamento das transformações com caráter mais detalhado só será conhecido com a finalização do processo de concessão da Prefeitura no caso da Barra e do planejamento de construção do Parque Radical, também pela municipalidade. No caso das instalações do Complexo Esportivo de Deodoro, que ficam em unidades militares, é necessário aguardar a finalização do planejamento do CCFEx e do governo federal como um todo. Apesar deste quadro que aponta para definições que ainda virão, é possível elaborar questões gerais baseadas nas definições já feitas e estruturadoras da estratégia original de sustentabilidade das instalações esportivas. a)Readequações (Retrofit) O retrofit toma como base os compromissos contidos nos documentos estruturadores da realização dos Jogos e nas definições contidas nos editais para contratação de projetos e obras que estabelecem um conjunto de ações visando à readequação das instalações esportivas na Barra e em Deodoro. Esta questão destaca que as necessidades espaciais do legado implicam em uma conformidade com o uso 113 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL futuro das instalações, a fim de garantir as conquistas atingidas em etapas anteriores do planejamento do modo jogos que incorporaram princípios de sustentabilidade nos projetos. Tendo em vista que se trata de modificações e readequações (retrofit) e não de um projeto iniciado desde a escolha do terreno, os princípios e diretrizes para construções sustentáveis relevantes para esta fase são diferentes daqueles que seriam prioritários para um novo projeto, pois as principais decisões de projeto já estão condicionadas. Ainda assim, há transformações importantes que justificam cuidado especial pelos impactos que representam, particularmente em virtude do tamanho das instalações. Esta preocupação também se aplica às grandes estruturas temporárias, que, apesar de terem uma destinação diferente, também trazem desafios proporcionais ao seu tamanho. Dessa forma, é mais adequado aproveitar ao máximo as estruturas existentes e sugerir obras de retrofit com base na ideia de custo do ciclo de vida e não somente no custo inicial das obras de retrofit, uma vez que podem ser obtidas significativas reduções em custos de operação com medidas de eficiência no uso de energia e água ao longo do tempo. Também é importante mitigar impactos negativos irreversíveis quando forem feitas as reduções dos sistemas implantados. Para tanto, é importante ser feita uma nova simulação de demanda de consumo de energia e de água baseada nos novos usos propostos, pois os cálculos realizados na fase de projeto basearam-se em premissas para os Jogos, uma vez que, à época, o projeto para o legado não estava suficientemente amadurecido (as demandas podem ser alteradas significativamente para a realidade que vai ficar após o processo de definições em curso). Neste contexto, entende-se que as alterações de uso devem ser a base quantitativa para o redimensionamento dos sistemas de ar condicionado, energia e água. Direcionando a questão para o objeto deste documento, é possível apontar uma estratégia geral para as instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra e do Complexo Esportivo de Deodoro. No caso do Parque Olímpico da Barra, cujas instalações apresentam grande complexidade, é esperado que ocorram alterações para adaptar a nova configuração que será proposta pela Prefeitura. Portanto, aplicam-se as recomendações de sustentabilidade tanto para o projeto de reforma como para a obra. Algumas arenas apresentam esta necessidade de desenvolvimento de novo projetos e estudos, devido à mudança significativa de uso, como a Arena Carioca 1, que se transformará em um Ginásio Experimental Olímpico. Recomenda-se especial cuidado para aproveitamento máximo das estruturas e adequação bioclimática ao novo uso, no intuito de garantir as condições de conforto necessário, uma vez que a arena não foi projetada para este uso. Se houver outro uso que não esportivo, maiores 114 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL cuidados devem ser tomados, sobretudo se o novo projeto incluir atividades que produzam grandes quantidades de resíduos. Para as instalações esportivas de Deodoro são esperadas menos alterações, ou que sejam menos significativas, tendo em vista que os usos após os Jogos permanecem voltados para o desenvolvimento do esporte em vários níveis. As reduções previstas precisam ser conciliadas com as necessidades de redimensionamento dos sistemas que permanecem, mas para atender uma demanda menor. Nesse sentido, é possível avaliar e propor soluções de projeto visando ao maior uso de iluminação e ventilação natural, por exemplo. Portanto, as recomendações para desenvolvimento de projeto e obra voltados ao retrofit ainda são aplicáveis. No caso das arenas temporárias, a premissa é o reaproveitamento máximo das estruturas que serão desmontadas. As estruturas temporárias do Parque Olímpico da Barra têm porte significativo e recomenda-se especial cuidado para promover seu máximo aproveitamento. Para isso, é importante o especial cuidado com a desmontagem, transporte e armazenagem. Ainda assim, existem estruturas restantes cujo uso não está definido, como as estruturas temporárias do Centro Olímpico de Tênis. b) Medidas de manutenção A questão da manutenção diz respeito ao uso contínuo das instalações, envolvendo, portanto, aspectos da gestão das instalações. Como contexto geral voltado às arenas esportivas, considerar o custo é imprescindível, somando-se a preocupações com o cuidado geral, fruto dos investimentos já feitos e o desempenho da infraestrutura implantada para os Jogos. Deve-se levar em conta, no momento do uso, o custo total do ciclo de vida e identificar os custos indiretos, assim como os diretos. As decisões de operações e manutenção podem resultar em substanciais economias de custos de longo prazo. Ademais, as opções que minimizam custos reduzem significativamente a geração de desperdícios e de outros impactos ambientais. Deve-se buscar formas eficientes de redução de custos, aliado a uma estratégia de redução de consumo, seja de energia elétrica ou de água. No caso das arenas da Barra, houve a preocupação com o desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da luz natural através de claraboias já instaladas nas arenas cariocas, bem como da compra de equipamentos com tecnologia de baixo consumo de energia. 115 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL c) Espaço público As proposições voltadas à qualificação do espaço público, entendido como domínio comum do Parque Olímpico da Barra e do Complexo Esportivo de Deodoro, referem-se ao reforço de consolidar as diretrizes de sustentabilidade contidas no Plano de Gestão de Sustentabilidade – PGS, cujos objetivos e metas remetem, no âmbito das construções, à utilização de materiais adequados e resistentes, ao emprego de tecnologias menos impactantes, menos poluentes e com menor consumo. Do ponto de vista do paisagismo, sugerem a constituições de ambientes urbanos com maior conforto bioclimático e melhor integração ecossistêmica, por meio do emprego de espécies nativas da região e sombreamento para pedestres. Também há o incentivo à utilização de algumas instalações pela população como alternativa de lazer. Adicionalmente são previstas a implantação de ciclovias e bicicletários, no intuito de incentivar este modal. Outro ponto importante a ser considerado é a melhoraria do sistema de drenagem por meio do acréscimo de áreas permeáveis. É possível promover uma transformação das áreas pavimentadas com asfalto no denominado “back of house”. Pode haver retirada e substituição por blocos intertravados de concreto, que aumentam a infiltração de água para solo. Este contexto de transformação e reconfiguração do espaço também sugere novo projeto de iluminação pública, que pode ser realizado com o aproveitamento dos “postes olímpicos”, necessitando apenas de ajustes para diminuir a densidade de iluminação. ASPECTOS AMBIENTAIS QUE PODEM SER CONSIDERADOS NAS ARENAS PARA O MODO LEGADO Abaixo estão relacionadas as diretrizes aplicáveis para o retrofit e para a manutenção das instalações esportivas no período de legado. A aplicabilidade das metas às instalações esportivas é condicionada por vários fatores, alguns deles ainda dependentes dos processos em curso, mas sua aplicação é possível e pode ser desenvolvida no detalhamento das atividades. a)Materiais (M) Am.M1 Aproveitamento máximo das estruturas existentes A recomendação é que se tenha o máximo aproveitamento das arenas da forma como foram construídas, sem alteração significativa nas suas estruturas, bem como nas dependências internas. Esta medida reduz o consumo de material, a geração de resíduos e a necessidade de transporte de grandes quantidades de material. 116 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Am.M2 Vida útil estendida A intenção é garantir a vida útil esperada para a instalação, minimizando as necessidades de manutenção e substituição de materiais ao longo da vida útil. Estas medidas reduzem o descarte de material e necessidade de novos materiais a longo prazo. Am. M3 Materiais de menor impacto ambiental Quando necessário o uso de materiais de construção, é importante buscar o fornecimento responsável e de menor impacto ambiental, como fornecimento regional e materiais com conteúdo reciclado e reciclável, além de madeira certificada, comprovando sua origem ambientalmente adequada. Também deve ser incluída a responsabilidade social. Há itens que são utilizados em grandes quantidades, como aço e concreto, que podem conter alto nível de conteúdo reciclado. Deve-se evitar materiais que após sua vida útil não podem ser reaproveitados ou reciclados, como gesso. b) Energia (E) Am.E1 Eficiência energética no ar condicionado O retrofit em geral irá se deparar com redução da carga térmica no uso das arenas e, ainda, novos usos e novos layouts, indicando a necessidade de redimensionamento do sistema. A transformação para o modo legado idealmente deve considerar manter ou superar a eficiência projetada para o modo jogos. As parcelas do sistema que não forem mais necessárias podem ser reaproveitadas em outras construções públicas. Am. E2 Eficiência energética na iluminação As arenas que sofrerão alterações de layout e uso devem contemplar, no projeto de reforma, os projetos de iluminação para sua adequação aos novos espaços e usos, garantindo os parâmetros de eficiência que foram adotados para o modo jogos. A contribuição da iluminação natural pode ser maximizada para o modo legado, uma vez que, para o modo jogos, nem sempre foi possível adotar iluminação natural devido aos requisitos impostos pelo COI. O uso de equipamentos de alta eficiência, lâmpadas LED, luminárias de alta refletância, acendimento setorizado, entre outras alternativas técnicas que contribuem para a eficiência deste sistema71. Um ponto importante nesta questão é a redefinição do uso dos sensores de presença e dos sistemas automatizados para desligamento automático, pois podem 71 2 Uma forma de demonstrar a eficiência da iluminação é a densidade de potência (w/m ) de cada compartimento, que pode ser comparada com níveis usuais de densidade de potência de compartimentos com o mesmo uso. 117 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL ser alterados no retrofit, trazendo importante contribuição para garantir a eficiência energética. Am.E3 Motores eficientes O projeto das arenas para o modo jogos considerou a utilização de motores eficientes, para os sistemas de elevadores, bombas, etc. Na ocasião do retrofit, é desejável que estas características sejam preservadas, observando-se a necessidade de redimensionamento para o uso de legado. Os elevadores que não forem mais necessários podem ser reaproveitados em outras construções públicas. Am.E4 Medição e verificação de consumo energético No projeto do retrofit pode ser necessário rever as instalações dos submedidores do modo jogos, ou mesmo a individualização da medição em cada arena construída. É importante prever em projeto a instalação de sub-medidores de energia individuais para todos os sistemas que consomem grande quantidade de energia, preferencialmente de forma contínua e automática. A medição de consumo energético por uso final individualizado por sistema permite identificar os consumos críticos 72. Am.E5 Simulação energética A simulação computacional de energia tem o objetivo de avaliar o desempenho energético da construção em relação a uma “baseline”. Uma vez que os sistemas de energia são complexos em construções deste porte, a simulação energética é instrumento fundamental para entender o perfil do consumo energético e a eficiência do sistema como um todo. As simulações realizadas para o modo jogos precisam ser revistas para o modo legado, considerando as alterações (retrofit) realizadas e a ocupação estimada para o legado, diferentes das do modo jogos. Am.E6 Comissionamento Um processo de comissionamento pode ser conduzido para os sistemas energizados, a fim de garantir que o funcionamento esteja correto e o desempenho esperado em cada projeto seja atingido após retrofit, considerando as necessidades do modo legado. Os seguintes sistemas devem ser comissionados (se previstos em projeto): 72 É importante verificar se o desempenho atende ao esperado e orientar os esforços de redução de consumo. 118 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC) e controles associados; Sistemas de iluminação artificial e controles associados, incluindo associação com sensores de iluminação natural; Sistemas de aquecimento de água; Sistemas de energia renovável (incluindo aquecimento de água, painéis fotovoltaicos e outros, quando existentes). c) Água (A) Am.A1 Eficiência no uso da água As arenas esportivas foram projetadas considerando a adoção de metas eficientes (de baixo consumo de água), como torneiras com temporizador e vasos sanitários com duplo acionamento. É importante manter estas características nos projetos de retrofit. Os novos usos podem exigir o redimensionamento do sistema, é importante ter previamente os requisitos de desempenho. Am.A2 Uso de água da chuva A possibilidade de considerar no retrofit o uso de água da chuva é muito importante, pois atende a dois objetivos simultaneamente: reduz a quantidade de água de chuva orientada para a rede de drenagem e permite a redução do consumo de água da rede. A água da chuva pode ser utilizada para irrigação e também para bacias sanitárias. As arenas que possuem sistema de coleta de água da chuva estão prontas para essa utilização. Am.A3 Permeabilidade do solo Para o modo jogos foi necessário fazer a pavimentação asfáltica de amplas áreas para instalação de estruturas de apoio. Esta pavimentação pode ser substituída por pavimentação permeável no modo legado, melhorando as condições de infiltração de água da chuva e minimizando o risco de enchentes. A permeabilidade da camada superficial permite a infiltração da água da chuva para o subsolo, deixando de sobrecarregar a rede de drenagem e evitando enchentes; o uso de pavimentação com alta taxa de permeabilidade é sempre preferível nas áreas externas, bem como a existência de áreas verdes. 119 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Am. A4 Descarte adequado de águas servidas É importante que o esgoto seja tratado até o nível secundário para permitir seu descarte, podendo ser estudado o reúso. O objetivo é evitar que o esgoto das instalações esportivas impacte negativamente a qualidade dos corpos d´água da região, além de diminuir o impacto sanitário da população que usa as águas para recreação. Am.A5 Prevenção de enchentes Este item coincide em parte com as medidas para garantir permeabilidade do solo e reúso de água da chuva (Am.A2, Am.A3); adicionalmente, é importante que o sistema de drenagem seja resiliente, e que os corpos d´água vizinhos tenham suas margens bem preservadas (com vegetação) e as faixas marginais de proteção sejam respeitadas. Na região de Deodoro, em especial em suas margens, o rio Marangá encontrase ainda muito degradado, sendo necessário promover a recuperação e manutenção das margens com vegetação, no intuito de promover a integridade do curso d´água e minimizar os efeitos de enchentes à jusante. A recuperação das margens e da calha do rio Marangá executada para os Jogos não resolveu totalmente a questão, visto que a ocupação urbana da bacia hidrográfica aumenta a necessidade de drenagem, o que requer outras medidas para controle hídrico, como a construção de bacias de contenção e obras voltadas a diminuir a vazão da água em momentos de pico pluviométrico. d) Conforto ambiental (C) Am.C1 Qualidade do ar interna Para garantir a qualidade do ar interno, algumas medidas são importantes, como a garantia de renovação do ar (de preferência de forma natural) para todos os compartimentos das construções. Os projetos de retrofit podem alterar as condições de renovação, sendo recomendado considerar cálculos voltados ao atendimento dos requerimentos técnicos e legais aplicáveis. Outra medida de relevo para o período de legado é prever comunicação visual, no intuito de evitar o fumo próximo às entradas, tomadas de ar e janelas (sendo recomendada uma distância de 8 metros). 120 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Am.C2 Simulação de conforto térmico É relevante demonstrar que o conforto térmico está sendo atingido em todos os cômodos de permanência prolongada, seja por meio de condicionamento artificial de ar ou não. Para a verificação do nível de conforto para ambientes com ar condicionado, pode ser feita a avaliação de maneira prescritiva, utilizando os critérios da norma NBR 16401:2008. Outra opção é a simulação computacional, que é aplicável para ambientes ventilados naturalmente. Os critérios e metodologia estão disponíveis no RTQ-C73. Também se recomenda considerar correntes de ar indesejadas, estratificação térmica, assimetria de radiação e temperatura do piso desconfortável. Am. C3 Sombreamento dos caminhos de pedestres Para os Jogos, poucos elementos de sombreamento foram implantados tendo em vista questões como a segurança para circulação de um número elevado de pessoas. No entanto, para o período de legado, esta situação pode ser revista visando proporcionar maior conforto aos pedestres. Os caminhos externos podem ser protegidos da radiação solar direta, seja por vegetação ou elementos artificiais. Uma forma de medir a eficiência da medida é a razão da área projetada de sombreamento pela área de passeios/ caminhos. A arborização, também pode servir para embelezamento e para diminuição dos impactos das chuvas, da melhoria da qualidade do ar e retenção da radiação do sol, promovendo a sensação de conforto na área comum. Am.C4 Conforto acústico Tendo como premissa a mudança no padrão de uso de algumas arenas, os requisitos de conforto acústico também serão alterados. É importante levar em conta o conforto acústico conforme as normas vigentes para as atividades que serão introduzidas nos projetos de retrofit, tendo em vista a conciliação de diferentes usos simultâneos. Am.C5 Conforto lumínico É recomendado, além de atender ou ultrapassar os níveis de iluminação requeridos pelas normas técnicas, garantir um nível mínimo de iluminação natural especialmente para cômodos de ocupação prolongada entre as 9 horas e 15 horas. A 73 RTQ-C referencial técnico da etiquetagem PROCEL-Edifica, que fornece os parâmetros para eficiência energética em edificações. 121 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL simulação computacional pode demonstrar este nível; o solstício de verão e de inverno são referências para o cálculo. e) Paisagismo (P) Am.P1 Uso de espécies nativas O uso de espécies nativas primárias no paisagismo contribui para diminuir a necessidade de manutenção das áreas verdes, pois essas espécies são mais adaptadas às condições climáticas locais, sobretudo em áreas com grandes mudanças. Esta diretriz proporciona menor necessidade de insumos e menor necessidade de irrigação, aspectos que se refletem na eficiência do uso da água e em menor custo de manutenção. Como benefício adicional, as plantas nativas favorecem a atração de fauna. Importante destacar que o entendimento de espécie nativa se refere às fitofisionomias nativas da região e pertencentes ao Bioma Mata Atlântica. No caso específico do Parque Radical, há a oportunidade para acréscimo significativo de área vegetada com uso de espécies arbóreas nativas, favorecendo a qualidade do ambiente para uso antrópico, ao mesmo tempo em que fortalece o ecossistema local. f) Transporte Alternativo Am.T1 Ciclovias (T) Para os Jogos não foi possível integrar ciclovias ao sistema modal, devido aos requisitos de segurança para circulação de multidões. É importante que o projeto de legado incorpore este item, integrando novos trechos de ciclovias à malha cicloviária da cidade, facilitando o uso de bicicleta como meio de transporte para as instalações de legado. AM.T2 Bicicletários e estrutura de apoio Uma vez que se pretende estimular o uso de bicicletas como modal de transporte, é importante garantir bicicletários seguros e iluminados próximos aos acessos das instalações. Uma sugestão de dimensionamento é garantir vagas para 5% dos funcionários e para 1% da média dos visitantes. Uma estrutura de apoio de vestiários com chuveiros é essencial para que o estímulo ao uso de bicicletas tenha sucesso. 122 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL g) Resíduos Sólidos (R) Am.R1 Reaproveitamento de estruturas Muitas estruturas temporárias foram erguidas para os Jogos. Os projetos das arenas temporárias levaram em conta a facilidade de desmontagem das estruturas como um dos requisitos. Na desmontagem, é importante adotar cuidados para garantir o aproveitamento das estruturas e sistemas, incluindo material hidráulico e elétrico. O inventário de materiais pode servir de guia. O aproveitamento adequado destas estruturas é prioritário. A fim de minimizar os impactos ambientais decorrentes, a prioridade é o aproveitamento do máximo do material desmontado. Adicionalmente é recomendado planejar o reúso com o mínimo de transformação e o mínimo de transporte possível. Am.R2 Redução de resíduos da construção civil Para as obras de retrofit, a legislação ambiental indica a necessidade de um Plano de Gestão de Resíduos da Construção, dada a importância dos impactos ambientais resultantes dos resíduos da construção. Esses resíduos têm grandes possibilidades de reutilização e reciclagem, podendo atingir altas taxas. É desejável buscar as mais altas taxas possíveis. Am.R3 Compartimento para armazenamento de recicláveis É importante que os compartimentos destinados à segregação e ao armazenamento de resíduos reciclados nas arenas esportivas sejam considerados nos projetos de retrofit, a fim de serem preservados, possibilitando a maximização de reúso e reciclagem dos resíduos na operação da instalação. Am.R4 Coleta seletiva A segregação e o acondicionamento correto dos resíduos na origem são essenciais para seu aproveitamento máximo desses e minimizar os resíduos a serem destinados para aterro. Para tanto, é importante prever mobiliário adequado nas instalações (parte interna e externa), voltados a promover a coleta seletiva. Estes itens compreendem coletores individualizados por tipo de resíduo (plástico, metal, vidro, papel e orgânico) com comunicação visual adequada, distribuídos em quantidade suficiente em locais de fácil acesso e visualização. Estes materiais devem ser posteriormente acondicionados separadamente para a destinação final. 123 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Adicionalmente, é recomendável a implantação de campanhas de conscientização visando a metas de reciclagem. São importantes também os registros de quantidades e destinação final, para acompanhamento do desempenho e da geração de indicadores de sustentabilidade. Am.R5 Compostagem A compostagem pode ser utilizada visando à redução de resíduos encaminhados para o aterro, quando há grande geração de resíduos orgânicos. Um exemplo é o estrume de cavalo, que produz adubo orgânico de excelente qualidade. Embora possa ser usado “in natura”, a compostagem melhora sua qualidade. Neste caso, para as instalações de Hipismo em Deodoro, é possível implantar um sistema de coleta e compostagem, visando à diminuição de custos oriundos da compra de insumos para a manutenção dos gramados do Centro. Como recomendação geral, é sugerido que as “pilhas” de armazenamento de esterco devem estar localizadas em locais onde o cheiro não cause incômodo. h) Gestão Sustentável (G) Am.G1 Equipe de sustentabilidade É fundamental, na fase de elaboração dos projetos e realização das obras, a existência de uma equipe de sustentabilidade exclusivamente dedicada a este tema (equipe própria ou consultoria contratada), a fim de garantir a análise e acompanhamento dos processos e de propiciar qualidade e desempenho ambiental esperado para a construção e uso. Nas instalações de maior porte e complexidade, a contratação de uma consultoria especializada mostra-se mais adequada. Am. G2 Elaboração de manual de uso, manutenção e operação É fundamental a elaboração de manual de uso, operação e manutenção das arenas olímpicas, devido à complexidade destas instalações. O manual visa a garantir o desempenho projetado, especialmente sobre a eficiência energética, uso da água e conforto ambiental esperado, dentre outros. O conteúdo mínimo do manual pode ser baseado na Norma ABNT NBR 14037:2011 (Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações). 124 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Am.G3 Acompanhamento de indicadores de desempenho O estabelecimento de indicadores de acompanhamento dos sistemas é uma medida adicional ao manual de uso e possibilita a elaboração de relatórios de sustentabilidade. O processo permite traçar um histórico e avaliar o desempenho e as metas estabelecidas, além de auxiliar na condução do processo de melhoria contínua. Am.G4 Certificação de sustentabilidade Certificações de sustentabilidade e de eficiência energética estão disponíveis para edificações já construídas, visando à fase de operação e manutenção, como o selo LEED EB_OM, que auxilia a manutenção das características de sustentabilidade projetadas. A categoria de Certificação mencionada permite uma melhor comunicação dos resultados obtidos. 1.2 ASPECTOS SOCIAIS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Os aspectos sociais relacionados às instalações esportivas se referem ao uso pós-Jogos por elas proporcionado, tanto do ponto de vista esportivo como o de serviços públicos advindos da característica de se constituírem em equipamentos públicos referenciais em sua base territorial. Soma-se a este caráter de local privilegiado para a comunidade o fato de haver um arcabouço de políticas públicas que sustentam o desenvolvimento do esporte olímpico e paraolímpico e do próprio desenvolvimento social, tanto na cidade e Estado do Rio de Janeiro, como em todo o território nacional. Adicionalmente, existe a possibilidade de aproveitar o advento do espetáculo olímpico para alavancar outros usos voltados a atender a divulgação do patrimônio intangível gerado que ficará como registro histórico. Neste sentido, os aspectos sociais podem ser agrupados em conjuntos, dos quais são salientados neste documento: a. Uso esportivo; b. Serviços públicos; c. Outros usos (lazer, turismo). 125 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Conforme anteriormente descrito, os futuros usos ainda necessitam de detalhamento, pois requerem definições que estão em curso 74. Neste contexto, talvez sejam os aspectos sociais aqueles que mais necessitem de desenvolvimento de propostas. Segue um conjunto de aspectos aplicáveis às instalações que podem colaborar no detalhamento das atividades no futuro. a) Uso Esportivo Tomando como base a estrutura institucional e legal75 voltada ao desenvolvimento do esporte no Brasil, é possível salientar que se construiu um arcabouço legal que possibilitou um conjunto de políticas públicas que apoiam o atleta, implementam infraestrutura específica para o esporte e ampliam significativamente as bases do esporte no país76. O desenvolvimento do esporte no país está organizado em manifestações definidas como77: Desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais da Lei 9.615/98 e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações; Desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente; Desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o 74 Consideradas as iniciativas atuais, o planejamento das atividades só será conhecido com a finalização do processo de concessão, no caso da Barra, e do planejamento de construção do Parque Radical pela Prefeitura. No caso de Deodoro, também se aguarda a finalização do planejamento do CCFEx para o Complexo Esportivo de Deodoro. 75 A partir dos trabalhos desenvolvidos e consolidados pela Comissão Nacional de Reformulação do Desporto do Ministério da Educação e Cultura (BRASIL, 1987), foram consolidados princípios e conceitos adotados na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Os textos legais posteriores voltados a desenvolver o esporte no país consolidaram os conceitos constitucionais, notadamente através da Lei n. 8.672/93 [Lei Zico] (BRASIL, 1993), revogada pela Lei 9.615/98 [Lei Pelé] (BRASIL, 1998), atualmente em vigor com muitas emendas, e o Decreto n. 7.984/13. 76 O atual investimento no esporte de alto rendimento já possibilitou também a melhoria da performance esportiva das seleções brasileiras olímpicas e paraolímpicas, de forma que têm obtido excelentes colocações nos campeonatos mundiais das modalidades como vôlei, judô, ginástica, handebol, pentatlo moderno, canoagem, etc. 77 Estas manifestações, explicitadas na Lei 9.615/98, derivam dos princípios propostos na Carta Internacional da Educação Física e do Esporte (UNESCO, 1978), recém-atualizada (UNESCO, 2015), tendo sido incorporados à área acadêmica da Educação Física, posteriormente desdobrados pelo Direito Desportivo e assim incorporados ao ordenamento jurídico nacional. 126 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer. Um exemplo desta vocação do esporte, como elemento de desenvolvimento do cidadão, é a ampliação de programas com o envolvimento dos Ministérios da Educação e do Esporte. Dessa forma, essas manifestações foram consequentemente adotadas quando da institucionalização da prestação dos serviços públicos de esporte pelo Estado brasileiro78. Na sistematização das informações vinculadas às instalações esportivas construídas para os Jogos Rio 201679, os requisitos do esporte para a construção foram definidos como no nível olímpico no esporte de alto rendimento80, espécie do esporte de rendimento. Vale salientar que essas instalações também podem ser usadas para o esporte de rendimento de base, para a formação de atletas que futuramente comporão as seleções nacionais das modalidades. As duas categorias de rendimento mencionadas podem ser definidas como: Esporte de alto rendimento: é aquele desporto de rendimento praticado pelas equipes ou indivíduos que disputam os campeonatos nacionais ou internacionais das modalidades esportivas olímpicas, paraolímpicas ou não olímpicas sob vínculo com a entidade nacional de administração do desporto [exemplo: o voleibol (olímpico), o goalball (paraolímpico) e o futsal (não olímpico)] (BRASIL, CNRD, 1987); Esporte de rendimento de base: é aquele praticado por atleta em formação com idade entre 14 e 20 anos, o qual deve ser praticado por menos de 4 horas por dia obrigatoriamente, havendo complementação educacional escolar ao atleta, podendo ainda haver contrato de formação entre o clube formador e o atleta (art.29, Lei 9.615/98). Esta norma é obrigatória para o futebol e facultativa para os demais esportes (art.94, Lei 9.615/98). Engloba a formação e o treinamento esportivo em níveis competitivos nas categorias menores. Neste contexto de desenvolvimento de atletas e focado à conquista de medalhas, é fundamental o envolvimento das confederações esportivas brasileiras para não se desperdiçar o nível atingido, de forma que o investimento no esporte de 78 Como desdobramento dos artigos 6º, 24 e 217 da Constituição Federal. Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 foram captados para o Brasil dentro de um processo de desenvolvimento do Esporte realizado desde as candidaturas de Brasília 2000, Rio 2004 e Rio 2012, passando pela efetiva realização dos Jogos Sul-americanos Brasil 2002, os Jogos Pan-americanos Rio 2007 e os Jogos Mundiais Militares Rio 2011, dentre outros eventos multiesportivos, tendo o Rio e o Brasil investido em instalações esportivas adequadas ao treinamento e à competição do esporte de alto rendimento. A construção dessas instalações no Rio de Janeiro dá à Cidade o protagonismo permanente no treinamento das seleções olímpicas brasileiras e a oportunidade de mais vezes sediar as competições esportivas internacionais das modalidades. 80 Ou seja, são as seleções nacionais masculinas e femininas, tanto da categoria principal como das menores, que lá treinarão e competirão. 79 127 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL alto rendimento continue em um patamar adequado ao tamanho do país, cabendo amadurecer o modelo de governança e o modelo de financiamento de sua realização. O investimento realizado também promoveu a melhoria no nível técnico dos treinadores, psicólogos esportivos, nutrólogos, veterinários, dentistas e todo o quadro de envolvidos na comunidade esportiva, incluindo seus dirigentes. Paralelamente, a existência das instalações esportivas deste nível tem gerado interesse de confederações esportivas de países da América do Sul81 em utilizarem as instalações. Adicionalmente, as instalações podem ser utilizadas pelo esporte de participação e pelo esporte social, caracterizando a ampliação e democratização do acesso à prática do esporte. Quando a instalação não estiver sendo utilizada para a finalidade esportiva propriamente dita, também pode ser utilizada para práticas não formais. De maneira geral, busca-se conciliar a manutenção do treinamento de alto rendimento, de base e o uso social esportivo pela população, paralelamente à realização de competições internacionais82. b) Serviços Públicos As instalações esportivas são consideradas edificações complexas e, normalmente, são de grande porte, abarcando uma grande diversidade de espaços voltados a equipar, armazenar materiais e abrigar a administração necessária. A utilização normalmente é voltada à prática esportiva, principalmente de treinamento, uma vez que eventos ocorrem com menos frequência. Por esta razão, dependendo do porte da instalação, é possível dividir este espaço com outras atividades. Como geralmente as instalações são de propriedade governamental, é possível dar uma utilização diária a estas instalações por meio da introdução de prestação de serviços no interior das edificações. Estes serviços podem ter caráter público ou privado, e visam utilizar espaços considerados ociosos, tais como as áreas embaixo das arquibancadas e áreas de apoio. O uso misto permite compartilhar despesas e maximizar o uso da infraestrutura implantada. As atividades podem ser complementares à utilização como arena, tais como atividades nas áreas de Saúde, Esporte, Educação e até comercial. Um exemplo é a exploração comercial dos estacionamentos, uma vez que estas arenas muitas vezes possuem amplas áreas livres no entorno. Neste contexto de possibilidades, talvez seja o aproveitamento das áreas internas para implantar serviços de caráter social aquele com maior apelo à questão da sustentabilidade. No caso do Parque Radical em Deodoro, a Prefeitura sugere a 81 82 Argentina, Colômbia, Equador e Venezuela já manifestaram interesse. Competições internacionais anuais para cada modalidade. 128 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL implantação de uma Clínica da Família que trará benefícios para toda a comunidade local. Um bom exemplo neste sentido é a prestação de serviços para a população na cidade de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. O Estádio da Cidadania General Sylvio Raulino de Oliveira83 foi transformado e atualmente divide a função de estádio com um centro multiuso de prestação de serviços públicos à comunidade, sem perda do campo de futebol e outras instalações para a prática esportiva, caracterizando assim como um ginásio de multiuso. Os serviços prestados atualmente são: Academia da 3ª idade, desenvolvendo o condicionamento físico e mental; Academia da Vida Oscar Cardoso, provendo a alfabetização para os idosos aumentando a autoestima; Biblioteca Virtual, descentralizada e dinâmica, com objetivo de prover acesso ao conhecimento científico em saúde; Centro de ensino à distância, onde são oferecidos cursos semipresenciais gratuitos; Centro de imagem, contando com equipamentos modernos e profissionais qualificados para a realização e entrega diária de exames para população (Ultrassonografia, Tomografia, Biópsias, Mamografia, Raios-X); Centro de oftalmologia e ótica da cidadania, que oferecem atendimento ambulatorial e exame de diagnose e confecção de óculos; centro de reabilitação com especialistas dos hospitais públicos do Município; Serviços gerais: Cartão SUS e ouvidoria; espaço saúde e cidadania. O Estádio é um modelo na prestação de serviços, mas existem outros modelos que combinam a prestação de serviços com a exploração comercial compatível, tais como a implantação de academias de ginástica, agências bancárias, entre outras atividades. Adicionalmente, as arenas podem receber serviços já formatados pelos programas governamentais na área de saúde84, segurança85 e atendimento ao cidadão86, ou serem implementados por parcerias com o Sistema “S”, tais como o SINE, SENAC, SEBRAE. c) Outros Usos Outra possibilidade de disponibilizar as instalações olímpicas para uso não esportivo é aproveitar a oportunidade da realização do evento como marco a ser 83 Fonte: http://www.portalvr.com/estadiodacidadania/index.php Referência às unidades de pronto atendimento, postos de saúde etc.… 85 Referência às delegacias ou postos policiais voltados à segurança na área. 86 Referência às unidades mistas de atendimento ao cidadão, como no caso do “Rio poupa tempo” e o “Na Hora” em Brasília. 84 129 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL celebrado e visitado. Neste contexto mais voltado ao registro do evento, várias cidades que já receberam os Jogos constroem memoriais e museus para divulgação da memória do que foi o evento e seus ganhos, como sightseeing turístico. Neste sentido, é possível adaptar as instalações para funcionarem como museus, locais de cultura e lazer. É possível complementar o uso memorial com outras opções para lazer da população, como ocorreu no Estádio de Tênis Helsinki na Finlândia, o qual foi adaptado para ser um centro cultural, com cinemas, teatro e locais para exibição e práticas artísticas. A combinação de compartilhamento segue a tendência mundial de “arenas multiusos”, uma evolução do conceito tradicional de arenas esportivas e que permitem a realização de eventos de diversas naturezas. Além de eventos esportivos, nesses locais são realizados espetáculos culturais, exposições comerciais, eventos corporativos, políticos e até religiosos. Sua utilização pode ser parcial ou romper radicalmente com o uso olímpico previsto, assim definindo nova destinação completamente distinta da esportiva, mas tudo depende das demandas sociais e do planejamento efetuado. A Prefeitura, no caso da Arena Carioca 3, sugere a utilização do espaço para a realização de eventos culturais, tais como shows. Esta questão colabora com o caráter social do espaço, pois possibilita maior aproximação da população e maximiza o potencial da arena. Desta maneira, os processos em curso nas instalações do Rio podem contemplar atividades coadunadas com as necessidades e as expectativas da população. ASPECTOS SOCIAIS QUE PODEM SER CONSIDERADOS NAS ARENAS PARA O MODO LEGADO Direcionando a questão para o objeto deste documento, é possível apontar uma estratégia geral para as instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra e do Complexo Esportivo de Deodoro. Abaixo estão relacionadas proposições de caráter social, apresentadas como alternativas aplicáveis à realidade das instalações esportivas. a) Esporte (E) So.Es1 Esporte de alto rendimento Praticado segundo normas gerais da Lei 9.615/98 e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar 130 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações (Lei 9.615/98, art.3., inc.III). Neste conceito, o esporte-rendimento é desenvolvido por atletas nas modalidades olímpicas, paraolímpicas e não olímpicas em nível das seleções nacionais, tanto pela categoria principal como pelas categorias menores, masculinas e femininas, com o objetivo de aprimoramento físico, técnico e tático para a obtenção da vitória na competição esportiva. Para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento na atualidade, podem ser citados os seguintes programas. Plano Brasil Medalhas 201687 O Plano Brasil Medalhas foi criado para ampliar o apoio a 21 modalidades olímpicas e 15 paraolímpicas na preparação para o Rio 2016. Parte do montante se destina a apoiar as seleções, por diversas ações, entre elas a Bolsa Pódio (explicada abaixo), contratação de técnicos e equipes multidisciplinares, compra de equipamentos e materiais e viagens para treinamentos e competições. Adicionalmente foram investidos recursos na construção, reforma e equipagem de centros de treinamento de várias modalidades e complexos multiesportivos. Rede Nacional de Treinamento A Rede Nacional de Treinamento interliga as diversas instalações existentes ou em construção em todo o país. A Rede conta com diferentes padrões de estruturas e atende dezenas de modalidades, desde a fase de detecção e formação de talentos até o treinamento de atletas e equipes olímpicas e paraolímpicas. É parceria entre o governo federal, estados, municípios e confederações, instituída pela Lei 12.395/11. Ela está mais desenvolvida nas modalidades de Atletismo, com a construção de mais de 50 pistas oficiais de Atletismo, na Ginástica, com a implantação de um centro de treinamento por estado. Bolsa Atleta O Bolsa-Atleta, criado em 2005, atende atletas que tenham obtido bons resultados independentemente de sua condição econômica e sem necessidade de intermediários. São seis as categorias de bolsa oferecidas pelo Ministério do Esporte: Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpico/Paraolímpico e Pódio, com bolsas anuais concedidas aos campeões de cada categoria no ano anterior. 87 O Plano Brasil Medalhas 2016 é uma iniciativa da Presidência da República e do Ministério do Esporte, que tem por objetivo colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos e entre os cinco primeiros nos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. O Plano pode ser adaptado no intuito de proporcionar a continuidade do programa, incentivando a manutenção do nível esportivo alcançado para as próximas edições dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. 131 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Bolsa Pódio O Bolsa-Pódio, criado pela Lei 12.395/11, atende aos atletas cuja performance esportiva demonstra segura tendência de conquista de medalha olímpica ou paraolímpica, dentre as modalidades esportivas selecionadas para o Plano Brasil Medalhas, conforme análise dos resultados pelas respectivas confederações e pelo Ministério do Esporte. Lei de Incentivo ao Esporte Programa de incentivos fiscais em nível federal com a elisão fiscal de pessoas jurídicas e físicas no patrocínio ao esporte em suas diferentes manifestações, geralmente custeando programas de iniciação e treinamento esportivos, atletas, equipes e seleções esportivas, eventos esportivos e de lazer, obras e instalações esportivas e programas sociais esportivos. Programa de Atletas de Alto Rendimento – PAAR Desenvolvido no âmbito do Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte, são realizados cursos para a capacitação de recursos humanos dedicados às atividades esportivas, bem como o estabelecimento de metas para o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento nas Forças Armadas. O Programa é suportado com recursos financeiros governamentais. O Departamento de Desporto Militar (DDM) atua organizando a participação militar brasileira em eventos esportivos de alto nível, com vistas à melhoria de seu desempenho, bem como na descoberta de novos talentos esportivos. Neste contexto, delegações de atletas militares do país participam com regularidade de campeonatos do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) e da União Desportiva Militar Sul-americana (UDMSA), além de eventos como os Jogos Mundiais Militares – cuja penúltima edição foi realizada no Brasil, em 2011, e a última na República da Coréia, em 2015. Programa de Alto Rendimento – ME Paralelamente, o Ministério do Esporte abre Chamadas Públicas para seleção de projetos de Esporte de Alto Rendimento a serem desenvolvidos pelas Confederações Esportivas Brasileiras e outras entidades desenvolvedoras desse nível de Esporte, como os Clubes Formadores de Atletas. A formalização dessa transferência voluntária de recursos entre a União e as Confederações e demais entidades se dá pela figura jurídica de “convênios”. Quando se trata de aporte ao Esporte de Alto Rendimento desenvolvido em uma Universidade Federal, estes recursos podem ser repassados sem a realização de Chamada Pública, por meio de descentralização de recursos ou contrato de repasse, por se tratar do mesmo ente federal. Os programas mencionados são federais, 132 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL havendo programas estaduais ou municipais que seguem lógicas e normas assemelhadas. So.Es2 Esporte de base Praticado segundo normas gerais da Lei 9.615/98 e regras de prática desportiva nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações (Lei 9.615/98, art.3., inc.III). Neste conceito, o esporte-rendimento é desenvolvido para a formação de atletas masculinos e femininos nas modalidades olímpicas, paraolímpicas e não olímpicas em nível de iniciação e treinamento. Programa Cidade Esportiva O Programa Cidade Esportiva previsto na Lei 12.395/11 materializa-se por meio dos Centros de Iniciação Esportiva (CIE’s) em construção a partir das propostas dos municípios em todo o território brasileiro. O Ministério do Esporte desenvolveu a concepção do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE) no âmbito da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2)88. O objetivo dos Centros de Iniciação ao Esporte é ampliar a oferta de infraestrutura de equipamento público esportivo qualificado, incentivando a iniciação esportiva em territórios de alta vulnerabilidade social das grandes cidades brasileiras. O projeto integra, num só espaço físico, atividades e a prática de esportes voltados ao esporte de rendimento, estimulando a formação de atletas entre crianças e adolescentes. So.Es3 Esporte de participação Praticado de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente (Lei 9.615/08, art.3., inc.III). Neste conceito, o esporte de participação é desenvolvido pelos cidadãos, independentemente do nível de habilidade motora dos praticantes. So.Es4 Esporte social Praticado com o objetivo de promover a inclusão social por meio do esporte, preferencialmente em comunidades de vulnerabilidade social (Lei 11.438/06, art.2°). 88 O total de investimento previsto é de mais de R$ 861,1 milhões e os municípios puderam escolher entre 3 modelos de Cies, dependendo do tamanho do terreno disponível naquela localidade. Os projetos padronizados de Arquitetura e Engenharia dos Cies foram fornecidos pelo Ministério do Esporte aos municípios selecionados. Foram selecionadas 285 propostas, após a seleção ocorrida em 2013. 133 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL As configurações destas ações são abrangentes e diversificadas. Alguns projetos estão em vigor e são aplicáveis a todas as realidades. Em linhas gerais, os programas de Esporte de Alto Rendimento, de Base, de Participação e Educacionais, quando aplicados a comunidades em situação de vulnerabilidade social, podem ser considerados como Esporte Social. O que muda é o diferente compromisso com o nível de desempenho esportivo e o consequente nível de expectativa quanto ao resultado esportivo. Paralelamente, também acontecem ações de sensibilização ao esporte por meio de entidades apoiadoras89. Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) Criado em 2003, o PELC proporciona a prática de atividades físicas, culturais e de lazer que envolve todas as faixas etárias e as pessoas portadoras de deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, favorece a pesquisa e a socialização do conhecimento, contribuindo para que o esporte e lazer sejam tratados como políticas e direitos de todos. O PELC possui dois tipos de núcleos: Núcleos Urbanos (voltando aos centros urbanos) e os Núcleos para Povos e Comunidades Tradicionais (voltado para grupos culturalmente diferenciados, como povos indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, dentre outras). So.Es5 Esporte educacional Praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer (Lei 9.615/08, art.3, inc. I). Entre os Programas de maior abrangência estão os abaixo referidos. Programa Mais Educação90 / Programa Segundo Tempo91, Programas com aporte de recursos governamentais, têm por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação 89 Um exemplo é o “Projeto Embaixadores do Esporte” do Banco do Brasil, que desde 2003 leva um seleto grupo de medalhistas e atletas consagrados do esporte brasileiro até comunidades e projetos sociais, tais como Marcelo Negrão, Maurício, Nalbert, Sandra Pires, Virna, Fofão, Fabi, Gustavo Endres, Sérgio (Escadinha), André Heller, Dante e Mari a eventos de projetos sociais apoiados por iniciativa privada e seus parceiros (ONG, etc.). 90 O Programa Mais Educação do Ministério da Educação fomenta a construção da agenda de educação integral nas redes estaduais e municipais de ensino que amplia a jornada escolar nas escolas públicas, para no mínimo 7 horas diárias, por meio de diversas atividades, com destaque para aquelas de esporte e lazer. 91 O Programa Segundo Tempo tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social. 134 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social. Nos últimos anos, houve maior tendência de sua gestão por meio do Ministério da Educação. b) Prestação de Serviços (P) So.Ps1 Serviços ao Cidadão A proposta é o uso das áreas internas das instalações para a prestação de diversos serviços ao cidadão, tendo a conveniência de estarem concentrados em um único local. Este caráter social tem como enfoque principal reunir em um mesmo espaço físico entidades públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas, para prestarem diversos serviços a população com eficiência, qualidade e rapidez, englobando as áreas da saúde, segurança e educação. Como sugestão segue uma lista de possíveis serviços para serem avaliados: Emissão de documentos (Carteira Nacional de Habilitação - CNH, Carteira de Trabalho - CTPS, Carteira de Identidade -RG, Passaporte, Título de Eleitor, etc.); Emissão de certidões, consulta prévia de débitos e/ou restrições junto a serviços de proteção ao crédito; Resolução de pendências (2ª via de conta de água e/ou de energia/luz, de impostos, licenças e alvarás, etc.); Serviços cartoriais, defensoria pública, justiça e PROCON; Emissão de cartão para transporte público e gratuidades (bilhete único); Balcão vagas de empregos; Alistamento militar. Para a viabilidade desta proposta, é necessário avaliar a possibilidade de realocar serviços preexistentes já disponíveis na região e que podem ser transferidos para uma das instalações esportivas. Como exemplo, a emissão passaporte atualmente disponível no Shopping Center Via Parque poderia ser atendida em novo local no Parque Olímpico da Barra, pois desta maneira ficaria acessível a todos, por estar próxima a Av. Abelardo Bueno e por contar com a nova infraestrutura de mobilidade na região. So.Ps2 Estabelecimentos Privados As áreas podem abrigar estabelecimentos privados, voltados ao comércio ou a prestação de serviços necessários à comunidade, tais como: academias de ginástica, local de cursos educativos, centro cultural (museu, cinema, teatro, livraria, local de exposição e apresentações culturais, etc.), clínicas médicas (consultório oftalmológico, 135 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL centro de fisioterapia e reabilitação, etc.) e comércio local (loja de conveniência, lanchonete, bares e restaurantes, etc.), além de estacionamento, que pode funcionar como fonte de arrecadação. c) Lazer, Turismo e Cultura (T) So.Tc1 Projetos de Turismo e Cultura Várias cidades que já receberam os Jogos promovem possibilidades de marcar estes eventos com memoriais. Espaços e marcos referenciais são construídos para permitir aos cidadãos e turistas conhecerem o legado. São dedicados espaços para receberem documentos, material de propaganda, material utilizado na passagem da tocha e nos Jogos, no intuito de constituir museus. Esta proposta já é amplamente utilizada em estádios de futebol no Brasil, como no caso do Maracanã e do Pacaembu. Estas atividades podem representar um incremento do fluxo turístico e ser um elemento de incremento econômico, gerando empregos diretos e indiretos. Paralelamente, também é possível criar espaços voltados ao desenvolvimento cultural, ou mesmo adaptar as instalações para eventos esporádicos, como festas, shows, convenções, feiras entre outras possibilidades. 1.3 ASPECTOS ECONÔMICOS NO PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO A sustentabilidade econômica do legado, em particular das instalações esportivas, tem se tornado cada vez mais uma questão prioritária no planejamento estratégico dos Jogos. As várias edições dos Jogos permitem entender as situações e contextos distintos, no qual, nem sempre o equilíbrio de receitas e despesas das instalações esportivas deixadas como legado são superavitárias ou equilibradas, ao contrário, muitas vezes são consideradas deficitárias. No entanto, para compensar, há uma tendência em empreender ganhos sociais permanentes a esses legados. Esta perspectiva normalmente é atendida pelo desenvolvimento de programas governamentais voltados ao desenvolvimento esportivo e social. Assim, nem sempre a perspectiva é equilibrar os custos da manutenção, mas empreender esses benefícios. Por outro lado, têm crescido as alternativas e soluções gerenciais que buscam equilibrar os custos financeiros dos empreendimentos. No caso do Brasil, esse equilíbrio objetiva, principalmente, a não comprometer a capacidade de investimentos governamentais, no contexto de cumprir as normas de responsabilidade fiscal. 136 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Os aspectos econômicos relacionados às instalações esportivas são baseados nas informações disponibilizadas do planejamento pelos entes. Conforme já mencionado, há processos em curso para esta questão, principalmente voltados para a viabilização econômica das instalações no pós Jogos. No caso do Parque Olímpico da Barra, a Prefeitura prepara uma Concessão (PPP) Administrativa. Para o Parque Radical, a Prefeitura assumirá a sua execução e manutenção; e, no caso das instalações esportivas do Complexo Esportivo de Deodoro dentro das unidades militares, há um processo em curso conduzido pelo Exército Brasileiro. De maneira geral, pode ser colocado que o foco das articulações até o momento é o caráter econômico e gerencial, o que denota maior avanço destas questões no planejamento geral. Por outro lado, em função dos avanços desta dimensão econômica, as proposições apresentadas neste documento têm caráter mais sugestivo e complementar, cabível no âmbito dos detalhamentos necessários ao planejamento a ser efetuado pelos futuros gestores das instalações. As proposições são voltadas a dar sustentação econômica aos possíveis usos mencionados nas dimensões anteriores, principalmente a social. Portanto, as premissas adotadas visam a elencar modalidades de parcerias com o objetivo de integrar todas as dimensões da sustentabilidade. Vale ressaltar que esta “equação matemática” – o equilíbrio econômico – não é tarefa fácil, principalmente quando se pretende garantir um planejamento adequado respeitando todos os mecanismos administrativos e legais existentes. A correta definição de um modelo financeiro, ou o mais adequado a ser sugerido, depende de uma série de fatores e interesses, tanto públicos quanto privados. Só assim é possível apontar qual modelo é capaz de garantir mecanismos de aporte de recursos para a manutenção da instalação, incluindo carga tributária e demais custos, para obtenção da taxa de retorno suficiente para o modelo sustentável almejado. Esta alternativa é interessante quando os interesses públicos e privados estão em consonância 92. Observando alguns casos de sucesso, é possível salientar a possibilidade de a administração pública conceder ou permitir o uso das instalações para garantir seus objetivos voltados a atender a comunidade. Por exemplo, pode permitir à iniciativa privada, quando for o caso, perseguir o retorno financeiro necessário. Neste sentido, as proposições apresentadas vão em duas premissas: 92 A concessão de serviço público precedida da execução de obra pública, quer seja para a construção, total ou parcial, ou para a conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer itens do PUL deve ser definida com base no interesse público e muitas vezes do interessado concedente, para que se possa por meio de licitação ocorrer a concorrência pública, necessária para dar transparência ao processo e possibilitar a contratação de empresas que demonstrem a real capacidade para a execução do projeto almejado, por sua conta e risco, de forma que o investimento da empresa privada seja remunerado e amortizado mediante a exploração do legado, utilizando as instalações para fins comerciais por prazo previamente determinado. Para tanto, é preciso estimular o espírito de cooperação de forma que por exemplo as empresas interessadas em parcerias com o poder público definam um modelo financeiro viável, que enderece não somente o lucro das empresas, mas também os interesses da população que são fundamentais para o desenvolvimento da cidade, pensando um legado participativo e que fique comprometido pelo cidadão. 137 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL a. Suporte financeiro público; b.Suporte financeiro privado. Outra questão importante para a viabilidade econômica da sustentabilidade do legado é a quantificação dos custos. Esta é uma etapa importante e requer um levantamento de custos necessários para a manutenção, ação que deve ser prevista pelos gestores dos itens PUL. Neste sentido, a boa prática de planejamento indica a especificação dos recursos financeiros envolvidos a cada uma das instalações para a sua manutenção no modo legado, bem como eventuais necessidades de investimentos para promover o que for necessário para a viabilização do uso almejado. A forma de utilização das instalações da Barra apontam para uma solução voltada a combinar os dois suportes financeiros. Por esta razão, a proposta de concessão em curso pela Prefeitura é uma alternativa que visa a garantir o aporte de recursos para o empreendimento como um todo. Por outro lado, não abre mão de programas com caráter sociais salientados desde a candidatura. No caso das instalações esportivas do Complexo Esportivo de Deodoro, o Exército Brasileiro realizou estimativas preliminares de custos para manutenção das instalações militares dos Jogos para o ano 2016 e 2017, correspondendo a R$ 46 milhões e R$ 78 milhões, respectivamente. Para promover um quadro das possibilidades de parcerias e fontes de recursos capazes de ajudar na consolidação da gestão economicamente eficiente das instalações, algumas alternativas serão referidas na sequência. ASPECTOS ECONÔMICOS QUE PODEM SER CONSIDERADOS NAS ARENAS PARA O MODO LEGADO Abaixo, estão relacionadas proposições econômicas que podem colaborar nos aspectos sustentáveis econômicos das instalações esportivas dos Jogos Rio 2016. A aplicabilidade destes aspectos e modalidades econômicos nas instalações esportivas no modo legado está condicionada a vários fatores e dependem de estudos específicos e aprofundados para orientar as futuras gestões. a) Parcerias com outras Entidades (Bp) Ec.Bp1 – Equipe de sustentabilidade econômica dedicada É fundamental na fase de estudo de viabilidade econômica alocar uma equipe de sustentabilidade econômica exclusivamente dedicada a este tema (equipe própria ou consultoria contratada), a fim de garantir as análises e o acompanhamento dos processos, numa visão necessária de custos total do ciclo de vida para a operação e 138 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL manutenção, maximizando os desempenhos econômicos esperados para cada uma das instalações no modo legado. Ec.Bp2 – Parcerias com instituições desportivas As parcerias com instituições desportivas, tais como Confederação Brasileira de Tênis, Confederação Brasileira de Vôlei, entre outras, são recomendadas para se estabelecer, no modo legado, meios de garantir recursos financeiros para manutenção e operação das instalações esportivas para fins, por exemplo, de uso no desenvolvimento do esporte. Como exemplo, temos a Confederação Brasileira de Vôlei - CBV, que já possui estabelecida uma parceria com o Banco do Brasil no projeto social denominado “VivaVôlei”, que atende as crianças carentes e os alunos de escolas públicas em todas as regiões do País93. Deve também ser avaliada a associação com grandes organizadores de eventos esportivos, nacionais e internacionais, por exemplo, a Associação de Tênis Profissional – ATP para promoção de campeonatos de tênis, similares aos de Roland Garros, Rio Open, entre outros. Ec.Bp3 – Parcerias com empresas patrocinadoras Os resultados obtidos com patrocínio foram positivos ao longo dos últimos anos, tanto para as instituições beneficiadas, como para o esporte, garantindo a presença constante, nos pódios, de diversos atletas em campeonatos nacionais e internacionais. A parceria é uma forma de garantir a aplicação de recursos de empresas no desenvolvimento do esporte brasileiro e poderá colaborar com o uso das instalações esportivas no modo legado. Em contrapartida, a parceria promove a marca da empresa patrocinadora como promotora do esporte, da inclusão social, de incentivadora da formação cidadã e do desenvolvimento humano. Como exemplos destas parcerias podem ser citados as empresas públicas e privadas como o Banco do Brasil94, a Caixa Econômica Federal – CAIXA95 e a Companhia Vale do Rio Doce – VALE96. 93 O projeto leva o vôlei a mais de 5000 crianças e apresenta o esporte de forma lúdica e inclusiva, sendo uma forma da CBV desenvolver esta modalidade esportiva subsidiada com aporte de recursos financeiros do Banco do Brasil. 94 Banco do Brasil é o patrocinador exclusivo do voleibol brasileiro. O projeto consiste no suporte e custeio das Seleções Brasileiras de voleibol de quadra, masculina e feminina, nas categorias adulta, juvenil e infanto-juvenil. Além do vôlei, o Banco do Brasil também patrocina atletas de tênis e iatismo, seleções de futsal e handebol. 95 A CAIXA, nas diversas ações esportivas promovidas, apoia de maneira contínua vários projetos em várias modalidades e propicia melhores condições aos atletas, ao mesmo tempo em que promove a inclusão social, a educação e a descoberta de novos talentos. Entre os projetos realizados: Projeto Caixa Brasil Atletismo, Projeto Caixa de Ginástica, Projeto Caixa Luta Olímpica e Projeto de Patrocínio ao Para desporto. 96 A empresa VALE é patrocinadora do Programa Brasil Vale Ouro que acontece nas comunidades. O programa proporciona aulas de atletismo, natação, futebol e judô, e os alunos ainda participam de atividades complementares, como oficinas de convivência e cidadania, além de receberem lanche, uniformes e apoio para 139 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL b) Fundos de Investimentos (Fl) Ec.Fl1 – Fundo de Investimentos Os fundos de investimentos são outra possibilidade para angariar recursos financeiros e alavancar a realização de outras atividades nas instalações esportivas, ao mesmo tempo em que movimenta a economia, contribui para a geração de empregos e renda para diversos segmentos da sociedade. Um desses fundos é o FSA Caixa, que é um fundo financeiro específico com o objetivo de receber e aplicar recursos apoiando projetos socioambientais, em parceria com órgãos públicos e entidades privadas, voltados ao desenvolvimento integrado e sustentável para a população de baixa renda, dentro das linhas temáticas e eixos de atuação para a distribuição dos recursos para apoio aos projetos de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, esporte e cultura, alimentação e desenvolvimento institucional, desenvolvimento rural e desenvolvimento sustentável. c) Incentivos da Legislação (Il) Ec.Il1 – Lei Agnelo/Piva n° 10.264 A possibilidade de uso da Lei n° 10.264/2001 para aporte de recursos para a melhoria do esporte e na manutenção das instalações esportivas deixadas como legado dos Jogos é mais uma forma de obtenção de recursos financeiros advindos da legislação vigente. Esta norma, conhecida como Lei Agnelo/Piva, representa um marco para proporcionar um avanço na captação de recursos das loterias destinados para programas desportivos brasileiros. Após a criação dessa legislação, as diversas confederações olímpicas e paraolímpicas passaram a contar com uma renda perene para investir em projetos visando à preparação dos atletas e à participação nas mais diversas competições nacionais e internacionais, além da aquisição de equipamentos e da contratação de pessoal especializado, como treinadores e profissionais de alto gabarito. Ec.Il2 – Lei n° 13.155 A Lei nº 13.155/2015 determinou que, a partir de 2017 até 2022, podem ser deduzidos do imposto de renda devido, apurado na Declaração de Ajuste Anual das pessoas físicas e jurídica97, os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no participarem de competições. O programa atende a mais de 2.500 alunos entre 6 e 17 anos, nas cidades de Serra (ES), Arari (MA), Brumadinho (MG), Tucumã (PA) e Rio de Janeiro (RJ). Disponível em www.vale.com/brasilvaleouro. 97 Para cada período de apuração, trimestral ou anual. 140 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES utiliza este benefício previsto na lei para apoiar com recursos financeiros a modalidade de Canoagem. Essa modalidade, que ainda não contava com um patrocínio significativo, foi escolhida pelo banco após a identificação do potencial olímpico e da grande participação de crianças e jovens neste esporte98. d) Previsão de Recursos do Governo (Pr) Ec.Pr1 Previsão Orçamentária do Governo Os governos (federal, estadual e municipal) fazem as suas previsões de recursos para as despesas de planejamento, que é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, por intermédio de previsão orçamentária no Plano Plurianual (PPA), a cada quatro anos e das leis: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), anualmente. As despesas fixas de manutenção de instalações esportivas podem ser previstas nesses diferentes orçamentos, desde que sejam acordadas previamente quanto à responsabilidade delas para qual ente do governo, que fará a previsão dos recursos visando a este fim. No caso das instalações nas unidades do Complexo Esportivo de Deodoro, o Exército Brasileiro está fazendo estimativas de custos para a manutenção das instalações olímpicas das unidades militares no modo legado, que correspondem a aproximadamente R$ 78 milhões em 2017. e) Modelo de Gestão (Cp) A Parceria Público Privada-PPP é um dos mecanismos possíveis para manutenção das infraestruturas esportivas99, cujas modalidades para efeito de propostas podem ser: Concessão Administrativa, Concessão Patrocinada, Concessão Comum de Serviços Públicos Precedida de Obras Públicas e Concessão Comum de Serviços Públicos. No caso dos equipamentos olímpicos, a Prefeitura escolheu essa forma de parceria para a gestão da Barra, sob a modalidade de PPP Administrativa. Ec.Cp1 Concessão Administrativa (Parceria Pública Privada) 98 Esta atuação conferiu ao BNDES o título de patrocinador oficial da canoagem brasileira. É utilizada em casos de grande complexidade, envolvendo a realização de investimentos de grande monta pelas partes envolvidas. 99 141 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Esta forma de concessão prevê o contrato de prestação de serviços firmado com o concessionário, em que a totalidade da remuneração é oriunda de contraprestações públicas desembolsadas pelo Poder Concedente. Como exemplo, a PPP do Porto Maravilha e a PPP do Parque Olímpico da Barra100. Ec.Cp2 Organização Social-OS Essa forma de parceria entre o setor público e a sociedade civil ocorre no Regime Jurídico de Direito Privado, não sendo sujeita às regras de gestão de pessoas do Direito Público (Regime CLT, sem concurso público). Não é sujeita às regras orçamentárias, embora isso não seja válido em relação a contingenciamentos de recursos repassados às OSs pelos Ministérios Supervisores. Pode contratar com o Poder Público sem licitação, tendo privilégios tributários. A qualificação como OS decorre de necessidade de o Estado descentralizar um serviço público; no entanto, o Poder Público participa do sistema de governança da OS. Essa é também uma forma de organização que pode ser incluída na administração das instalações olímpicas. f) Benefícios econômicos indiretos (Be) Ec.Be1 Renovação Social e Urbana Valorização da área por meio da renovação urbana, possibilitando novas iniciativas de interesse privado a partir da infraestrutura disponibilizada pelos governos. Nesta categoria se enquadram a construção de shopping centers, centro de convenções e eventos, hotéis, entres outros empreendimentos. O intuito é fomentar o desenvolvimento de atividades comerciais, atendendo interesses da população, gerando empregos, melhorando a qualidade de vida e possibilitando o desenvolvimento urbano da região. No caso dos Jogos, vários empreendimentos foram viabilizados no intuito de incrementar a economia local, principalmente as atividades atinentes à indústria do turismo. Ec.Be2 Incremento de atividades na região com as novas instalações O aluguel de curto prazo atende à realização para iniciativas de interesse privado, para eventos pontuais, tais como shows, feiras, convenções, festas, entre 100 A Prefeitura abriu consulta pública para possível concorrência, por meio de processo licitatório contemplando o tipo de proposta mais vantajosa com menor valor de contraprestação ofertada, em conformidade com a Lei Municipal de PPP para a CONCESSÃO modalidade ADMINISTRATIVA das instalações do Parque Olímpico da Barra que ficam como legado. Esta licitação poderá ter um vencedor para a transformação do Parque Olímpico da Barra em Centro de Treinamento de Alto Rendimento, Uso Social, e uso em Eventos. 142 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL outros. Neste caso, os recursos advindos dos eventos permitem repasse de valores destinados a incrementar as receitas das instalações. Paralelamente, estes eventos permitem a geração de impactos indiretos causados pelo aquecimento econômico na região101, promovendo a geração de empregos diretos e indiretos. Proposições específicas das instalações esportivas por tipo de Instalação Na sequência, serão apresentados quadros resumo por instalação do modo legado, contendo consolidação de sugestões de uso com proposições sustentáveis nos aspectos ambientais, sociais e econômicos. PUL.01 - Parque Olímpico da Barra - Centro Olímpico de Tênis Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6Am.A1,Am.A2, Am.A3 Am.C1, Am.C2, Am. C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2, Am.R2, Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 So.Ps1, So.Ps2 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.ll2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 Sob o ponto de vista econômico, o Rio de Janeiro terá uma infraestrutura capaz de trazer para a região inúmeros eventos nacionais e internacionais e ser também um centro de treinamento para alto rendimento, impulsionando o crescimento da prática do tênis no Brasil e a manutenção de uma moderna estrutura para o esporte, apoiando inclusive na preparação de atletas de alto rendimento. Somado a isso, contribuirá indiretamente para o incremento das atividades econômicas na região, tais como: taxa ocupação de hotéis, vendas no comércio e atividades turísticas. A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e a Federação de Tênis do Estado do Rio de Janeiro (FTERJ) têm a contribuir para maximizar o uso pós-Jogos, pois é possível a compatibilização todas as manifestações do esporte possíveis. Do ponto de vista 101 Incremento de negócios na região, tais como hotéis, restaurantes, comércio, entre outros. 143 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL esportivo, o Centro Olímpico de Tênis pode ser usado durante os dias úteis para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento de atletas nacionais, estaduais e municipais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva em tênis, além do intercâmbio com outros países. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade do entorno para a prática do tênis. Adicionalmente, a instalação tem características físicas que permitem a transformação do campo de jogo para a modalidade de vôlei de praia e futebol de areia. Esta proposta seria voltada para competições nacionais e internacionais. O quadro abaixo salienta as possibilidades de utilização da instalação: Modalidades no Legado Modalidade principal: Tênis Modalidade secundária: Vôlei de praia e Futebol de areia Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para a concessão de Parceria Público-Privada (PPP Administrativa) 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela concessionária em parceria com a Prefeitura por meio da contratação de Empresa Privada (PPP) Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanentes: - Desenvolvimento do esporte de rendimento de tênis - Treinamento, formação, participação em tênis, com possibilidade de tênis para cadeirantes (caso o piso da quadra seja adaptado do tipo rápido) - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventuais: - Prática de esportes outdoor* - Recepção de torneios de tênis nacionais e internacionais - Competições de futebol de areia e volei de praia Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e Federação de Tênis do Estado do Rio de Janeiro (FTERJ) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT. - Possibilidade de celebrar acordos com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e Confederação Brasileira de Futebol de Areia (CBFA) propiciando uso ampliado das instalações para o treinamento esportivo Patrocinadores: - Celebrar patrocínios junto aos Correios e Banco do Brasil para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores (tênis e vôlei de praia) *modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente abertos 144 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL A transição do modo jogos para o modo legado do Centro de Tênis está prevista no planejamento das atividades que é responsabilidade da Prefeitura, conforme o Edital de Licitação para a PPP do Parque Olímpico. Como o Centro Olímpico de Tênis sofrerá grande alteração para o modo legado especialmente quanto ao remanejamento das quadras abertas, torna-se relevante, sob o ponto de vista ambiental, observar as questões relativas ao aproveitamento das estruturas remanescentes e resíduos da construção civil. O remanejamento de grande parte das quadras abertas requer um cuidadoso manejo dos resíduos. Questões relativas ao conforto ambiental também merecem atenção, como sombreamento para o público, posto que a estrutura não tem cobertura. PUL.02 - Parque Olímpico da Barra - Velódromo Olímpico Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2 , Am.A3 Am.C1, Am.C2, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4 So.Ps1, So.Ps2 So.Tc1 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.ll2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 A busca de parcerias com confederações e empresas patrocinadoras é uma das opções para obtenção de recursos para seu custo de manutenção. Adicionalmente, uma visão de custos totais do ciclo de vida para a operação e manutenção da instalação contribuirá para a tomada de decisão sobre recursos financeiros. A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e a Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (FCERJ) têm a contribuir para maximizar o uso pós-Jogos, voltado para o esporte de alto rendimento e de base. Outra forma de obtenção de recursos é a conciliação com outros usos por meio de parcerias para utilizar a parte que fica delimitada no interior da pista do velódromo. Essa parte pode ser utilizada para inúmeros fins inclusive atividades não esportivas. No entanto, existe uma memória das atividades esportivas que ocorriam no antigo velódromo do PAN, desmontada para a construção do Parque Olímpico. Neste contexto, a federação carioca de ginástica ocupava o centro da instalação. Caso seja destinado o centro da nova instalação para a ginástica, é possível responder positivamente à sociedade e fazer o resgate da desmobilização, devolvendo aos atletas e técnicos seu espaço de treinamento. 145 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Apesar da sugestão de duas modalidades principais, a instalação esportiva também pode abrigar competições de badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, esgrima, taekwondo, levantamento de peso e boxe. Adicionalmente foi mencionado no Edital de Licitação para a PPP do Parque Olímpico que o espaço abaixo das arquibancadas pode ser transformado em um Museu Olímpico. Esta atividade pode promover a divulgação da visão consolidada dos Jogos e incrementar o turismo na região. Modalidades no Legado Modalidades principais: Ciclismo de Pista e Ginástica Modalidades secundárias: - Badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal, voleibol, esgrima, taekwondo, levantamento de peso e boxe Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para a concessão de Parceria Público-Privada (PPP Administrativa) 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela concessionária em parceria com a Prefeitura por meio da contratação de Empresa Privada (PPP) 146 Proposição de atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação no ciclismo de pista e ginástica - Criação de espaço cultural para visitação pública (Museu Olímpico e Paraolímpico) ocupando área embaixo das arquibancadas - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. - Espaço do Ciclismo Eventuais: - Recepção de torneios nacionais e internacionais de ciclismo de pista e ginástica - Treinamento e competições de badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal, voleibol, esgrima, levantamento de peso, taekwondo e boxe utilizando espaço interior na parte central da pista Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira Ciclismo (CBC), Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (FECIERJ) e Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT visando ao uso nos treinamentos e competições de ciclismo de pista e ginástica Patrocinadores: - Celebrar patrocínios junto a CAIXA, Banco do Brasil e Petrobras para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas modalidades (ciclismo de pista, ginástica, handebol, taekwondo e boxe) PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Sob o ponto de vista ambiental, a instalação merece especial atenção no caso da eficiência do sistema de ar condicionado, uma vez que a pista exige condicionamento constante do ar. Os requisitos de eficiência devem ser mantidos, adequados à nova utilização da arena e rigorosamente controlados, ganhando relevância aqui as questões de gestão e controle de indicadores de eficiência. Quanto ao sistema de iluminação, o retrofit pode buscar uma maior eficiência, já que os requisitos para transmissão dos jogos olímpicos impuseram uma grande potência de iluminação. Paralelamente, é possível implantar como retrofit um sistema de aproveitamento de água da chuva para contribuir significativamente para a redução do consumo de água nesta arena. PUL.03 - Parque Olímpico da Barra - Centro Olímpico de Handebol - Hall 4 Ambiental Am.R1, Am.R2 Social So.Es5 Econômico Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 A instalação no modo legdo será desmontada e transformada em quatro escolas. Os recursos financeiros deverão ser previstos como despesas fixas de manutenção das escolas pela Secretaria Municipal de Educação dentro do orçamento anual, primando pelo fomento da educação e do esporte. A Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e a Federação de Esportes Estudantis do Rio De Janeiro (FEERJ) podem contribuir para maximizar o uso pós-Jogos, em havendo a compatibilização dos usos pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Do ponto de vista esportivo, o Centro Olímpico de Handebol transformado em escolas poderá ser usado para o Esporte Educacional dos alunos. Nos finais de semana até podem ser abertos à comunidade para esporte de participação, esporte social e recreação esportiva da comunidade do entorno. Modalidades no Legado Modalidade principal: Não se aplica, pois será desmontada Entes Envolvidos e atribuição Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para contratação de Parceria Público-Privada administrativa responsável pela 147 Proposição de atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento de atividades de ensino para população do Município administrado pela SME/RJ, utilizando as quatro escolas que serão provenientes da desmontagem e remontagem das estruturas da arena do futuro PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL execução das obras de desmontagem da arena e remontagem nas quatro escolas 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela Secretaria Municipal de Educação (SME/RJ) O projeto desta arena foi cuidadosamente estudado para que sua estrutura e outros componentes fossem reutilizados, gerando uma eficiência sob o ponto de vista ambiental, com o máximo aproveitamento dos materiais e mínima geração de resíduos. A desmontagem, o transporte e o armazenamento das estruturas merecem especial cuidado para permitir a sua reutilização. Haverá material remanescente que precisa ser considerado a fim de também ser reutilizado, preferencialmente em outras obras públicas. PUL.04 - Parque Olímpico da Barra - Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Ambiental Am.R1, Am.R2 Social So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 O projeto desta arena foi executado de forma a permitir sua desmontagem e remontagem em centros aquáticos de menor porte. Para tanto, deve ser avaliada a necessidade de um estudo econômico-financeiro para verificar a questão da manutenção desses centros menores no modo legado, além da necessidade de planejamento no reaproveitamento das estruturas, pois requerem especial cuidado para permitir a sua reutilização. Estas questões apontam para um olhar visando à economia dos recursos necessários às transformações e minimização de impactos e destinação adequada dos resíduos. Sob a ótica social de renovação urbana, as áreas escolhidas para receberem o material proveniente poderão ser beneficiadas pelos recursos advindos desta iniciativa. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ) têm a contribuir para maximizar o uso pós-Jogos para que se efetive o uso pela população carioca em todas as manifestações do esporte possíveis. 148 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Como sugestão de uso das piscinas, durante os dias úteis, os equipamentos podem ser voltados ao Esporte de Base, no treinamento de atletas, estaduais e municipais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva; nos finais de semana, as piscinas podem ser abertas à comunidade para natação, recreação esportiva e lazer da comunidade. Modalidades no Legado Modalidade principal: Natação, nado sincronizado e pólo aquático Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para contratação de Parceria Público-Privada administrativa responsável pela execução das obras de desmontagem e remontagem das piscinas 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL/RJ) Proposição de atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Treinamentos de esportes aquáticos nas regiões para onde forem destinadas as piscinas - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventual: - Realização de competições esportivas aquáticas Parcerias: -Incentivo dos Programas Educacionais do Governo Federal, em especial do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Educação (Mais Educação, Programa Segundo Tempo, etc) fomentando o esporte de base nas escolas Assim, como as demais estruturas temporárias, o projeto desta arena também foi cuidadosamente estudado para que sua estrutura e outros componentes fossem reutilizados, gerando uma eficiência sob o ponto de vista ambiental, com o máximo aproveitamento dos materiais e mínima geração de resíduos. É prevista a reutilização em centros aquáticos de menor porte. A desmontagem, o transporte e o armazenamento das estruturas merecem especial cuidado para permitir a sua reutilização. Haverá material remanescente que precisa ser considerado a fim de também ser reutilizado, preferencialmente em outras obras públicas. PUL.05 - Parque Olímpico da Barra - Parque Aquático Maria Lenk Ambiental Am.M1 Am.E1, Am. E2, Am.E3 Am.A1 Am.C1, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2 Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 149 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL O Parque Aquático Maria Lenk atende aos parâmetros e especificações requeridos por federações internacionais para as competições aquáticas. Esta arena já era utilizada antes dos Jogos pelo COB, que promovia treinamentos de natação e de outros esportes aquáticos, além do uso da área do Parque para treinamento de judô, academia de musculação, cursos e workshops e parte, para o funcionamento dos escritórios do próprio COB. Esse contexto pregresso pode ser um ponto de partida para o futuro das instalações esportivas do Parque Aquático Maria Lenk no sentido de configurar uma arena multiuso, vocacionada aos esportes aquáticos. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ) e o COB podem contribuir para maximizar o uso pós-Jogos. Neste sentido, a instalação deverá continuar a ser utilizada para o esporte de base e alto rendimento, mantendo um apelo social e esportivo com sustentabilidade econômica. Sob o ponto de vista econômico, o Parque Aquático Maria Lenk terá uma infraestrutura capaz de trazer para a região inúmeros eventos aquáticos nacionais e internacionais, incorporando valor ao conjunto de instalações esportivas da Barra. Neste contexto, é importante estabelecer parceiras que promovam a convivência para as finalidades esportiva e social. Modalidades no Legado Modalidades principais: Natação, nado sincronizado, pólo aquático e saltos ornamentais Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação Comitê Olímpico Brasileiro (COB): 1. Gestão do uso, custeio e destinação (contrato vigente até março/2028) 150 Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento de esportes aquáticos de rendimento - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventual: - Realização de competições esportivas aquáticas nacionais e internacionais Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro (FARJ) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para as modalidades esportivas listadas, fomentando o uso das instalações para o PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL treinamento esportivo Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto a Correios para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desse patrocinador nas modalidades (natação, nado sincronizado, pólo aquático e saltos ornamentais) Sob o ponto de vista ambiental, a arena, por ser preexistente, não demanda questões especiais, somente a recomendação de implantar uma gestão atenta à eficiência energética e à eficiência no uso da água, que pode ser implementada como modo de operação da instalação, adontando o manual de uso, manutenção e operação bem como equipe de sustentabilidade dedicada, com controle de indicadores. PUL.08 - Parque Olímpico da Barra - Arena Carioca 1 Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1 So.Ps1, So.Ps2 So.Tc1 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 A Arena Carioca 3 tem um planejamento funcional multiuso, com capacidade para 7.500 assentos. Sob o aspecto econômico, terá a maior capacidade de arrecadação financeira, devido ao fato de ser a maior delas, o que se configura na capacidade de receber grandes eventos. Existe a possibilidade do uso para a realização de grandes eventos esportivos, tais como etapas do UFC102, X Games, campeonatos de Kart, campeonato de escalada indoor, entre outros torneios e competições esportivas. O local também se presta para eventos culturais, tais como shows e convenções. Poderão ser estabelecidas ainda parcerias com empresas patrocinadoras para obtenção de recursos adicionais. Outra forma de obtenção de recursos seria 102 UFC deseja transformar o espaço na "Arena UFC" e realizar na arena eventos da franquia, além de instalar alguns setores de sua administração, conforme notícia disponível em http://www.correio24horas.com.br/singleesporte/noticia/ufc-planeja-administrar-ginasios-dos-jogos-olimpicos-e-implantar-cassino-norio/?cHash=72ace12c42e6bb6f458e9c7eec800a16 151 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL decorrente da exploração comercial das áreas. Existe, embaixo das arquibancadas e outras áreas não esportivas, espaços que podem ser destinados para diversos fins e/ou prestação de serviços de interesse público, tais como academias de ginástica, clínicas especializadas e serviços médicos voltados ao esporte, além do atendimento da população em geral. Advindos destas atividades, outros benefícios indiretos econômicos poderão ocorrer (serviço de hospitalidade, tais como restaurantes, comércio, etc.) na região ou na própria instalação, em decorrência dos eventos. No contexto das transformações necessárias, é preciso incluir a questão de provimento da alimentação de energia elétrica de forma definitiva, para a permanência de sistema de ar condicionado, que nos Jogos vai funcionar com energia de geradores. Esta questão deve ser avaliada e endereçada no estudo da parceria público-privada, em curso pela Prefeitura. Modalidades no Legado Modalidades principais: Voleibol, basquetebol, futebol de salão e handebol Modalidades secundárias: Modalidades de esportes paraolímpicos podem ser eleitas para RJ em complementação aos centros nacionais paraolímpicos existentes em outras cidades. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para a concessão de Parceria Público-Privada (PPP Administrativa) 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela concessionária em parceria com a Prefeitura por meio da contratação de Empresa Privada (PPP) Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Disponibilização de arena multiuso para eventos (esportivos e não esportivos) - Sala de academia para condicionamento físico de atletas de alto rendimento - Criação de centro médico e sala de treinamento que ficarão com acesso integrado com a Arena Carioca 2 (COT) Eventual: - Realização de eventos culturais e grandes feiras -Competições esportivas nacionais e internacionais Parceiros: - O concessionário vencedor da licitação poderá celebrar contratos com parceiros comerciais para apoiar nos custos de manutenção da arena. Patrocinadores: -Celebrar contratos com grandes instituições que desejem apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores dentro e fora da arena Sob o ponto de vista ambiental, sendo esta uma arena prioritariamente de eventos, os aspectos de eficiência energética e de uso da água bem como gestão de resíduos ganham destaque. É importante que o planejamento de retrofit mantenha os requisitos de desempenho do projeto original; o redimensionamento do sistema de ar 152 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL condicionado deve ser criterioso a fim de aproveitar ao máximo a estrutura existente para atender a nova carga térmica e novos usos previstos com alto nível de eficiência. As claraboias, instaladas na construção da arena, que foram mantidas fechadas no modo jogos, permitem bom aproveitamento da luz natural e deve representar economia de energia e de recursos de manutenção. É possível ainda implementar obras adicionais para aproveitar a água da chuva no intuito de reduzir o consumo de água. A gestão ganha também destaque pelo porte e pelo uso da arena, sendo importante o controle de indicadores de desempenho ambiental bem como equipe dedicada à sustentabilidade. PUL.08 - Parque Olímpico da Barra - Arena Carioca 2 Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2 So.Ps2 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 A Arena Carioca 2 tem previsão de ser um centro permanente de treinamento para o esporte de alto rendimento. Esta definição segue o conceito original do Dossiê de Candidatura e foi confirmado no Edital de Licitação para a PPP do Parque Olímpico, segundo previsões da Prefeitura. Neste sentido, a instalação esportiva está pronta para desempenhar as funções pretendidas, sem necessidades de reformas, apenas adaptações. Os gestores poderão captar recursos de parcerias com empresas patrocinadoras e confederações dos esportes que serão praticados neste local. Para tanto, recomenda-se a análise por especialista de sustentabilidade econômica para orientar as negociações. Conforme as modalidades desenvolvidas no modelo adotado como resultado da concessão em curso, cabe a articulação com o COB e as respectivas confederações esportivas brasileiras ou respectivas federações esportivas cariocas ou fluminenses para a maximização do uso pós-Jogos. 153 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Várias modalidades individuais e coletivas podem ser praticadas na instalação. Entre elas, ginástica, badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal e voleibol, esgrima, taekwondo, judô, karatê, levantamento de peso, boxe, e outras modalidades paralímpicas. Do ponto de vista esportivo, a Arena Carioca 2 deve ser usada para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento dos atletas e seleções nacional, estadual e municipal do Rio de Janeiro, além de aulas e treinos para formação esportiva em modalidades compatíveis. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade para esporte de participação, esporte social e recreação esportiva da comunidade do entorno. Paralelamente a Arena reúne condições para competições nacionais e internacionais de alto nível. Modalidades no Legado Modalidades principais: Ginástica, badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal, voleibol, esgrima, taekwondo, judô, karatê, levantamento de peso e boxe Modalidades secundárias: - Modalidades de esportes paraolímpicos podem ser eleitas para RJ em complementação aos centros nacionais paraolímpicos existentes em outras cidades. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para a concessão de Parceria Público-Privada (PPP Administrativa) 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela concessionária em parceria com a Prefeitura por meio da contratação de Empresa Privada (PPP) 154 Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação de várias modalidades utilizando estruturas flexíveis e modulares da arena - Treinamento em salas do mezanino para o levantamento de peso e tênis de mesa - Abertura de Loja do Esporte para venda de produtos esportivos - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventual: - Realização de competições esportivas nacionais e internacionais Parceiros: Articulação junto as confederações: Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Confederação Brasileira de Judô (CBJ) entre outras, para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para as modalidades esportivas listadas, fomentando o uso das instalações para o treinamento esportivo Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto Banco do Brasil, BNDES, Caixa, Correios, Infraero, PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Petrobras para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas modalidades listadas Do ponto de vista ambiental, com a redução significativa na carga térmica que a arena terá, uma vez que as arquibancadas serão retiradas com a consequente redução na capacidade de público, sugere-se um redimensionamento do sistema de ar condicionado voltado para a eficiência energética. A retirada de alguns componentes do sistema deve obedecer a um criterioso projeto a fim de manter os requisitos de eficiência energética e desempenho do sistema, sendo imprescindível a simulação energética. O aproveitamento da iluminação natural por claraboia (instaladas na construção da arena, mas que foram fechadas para o modo jogos) deve ser implantado para a redução do consumo de energia e diminuição dos custos. PUL.08 - Parque Olímpico da Barra - Arena Carioca 3 Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1 A arena será transformada em um Ginásio Experimental Olímpico (GEO) no planejamento divulgado pela Prefeitura, que deverá indicar os recursos para a transformação e manutenção. A gestão será feita pela Secretaria Municipal de Educação. Por ser uma escola destinada ao desenvolvimento de atividades esportivas, a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e a Federação de Esportes Estudantis do Rio De Janeiro (FEERJ) podem contribuir para maximizar o uso pós-Jogos. Do ponto de vista esportivo, a Arena Carioca 1 será usada para o Esporte Educacional aos alunos do GEO. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade do entorno para esporte de participação, esporte social e recreação esportiva. Adicionalmente, devido a contiguidade da instalação com as demais do Parque Olímpico e da qualidade de suas estruturas para o esporte, o GEO pode ser 155 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL utilizado eventualmente para treinamento e competições dos atletas do COT, assim potencializando a utilização da instalação. Modalidades no Legado Modalidades principais: -Ginástica, badminton, tênis de mesa, basquetebol, handebol, futsal, voleibol, esgrima, taekwondo, judô, karatê, levantamento de peso e boxe Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas de incentivo do esporte nas escolas Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para contratação de Parceria Público-Privada administrativa responsável pela execução da reforma de adaptação do GEO incluindo mobiliário 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura (SME/RJ) Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanentes: - Desenvolvimento de atividades educacionais integradas a estrutura do GEO e fomentando o esporte de base para alunos da escola municipal. - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventual: - Treinamento e competições de atletas do COT Parceiros: - Incentivo dos Programas Educacionais do Governo Federal, em especial do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Educação (Mais Educação, Programa Segundo Tempo etc.) fomentando o esporte de base nas escolas - Articulação de parcerias com confederações, federações e clubes para incentivar os alunos nas práticas esportivas, gerando possibilidades geração e desenvolvimento de novos talentos esportivos oriundos do GEO Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto ao BNDES, Caixa, Correios, Banco do Brasil, Petrobras para incentivar o jovem atleta e descobrimento de novos talentos Devido à mudança significativa de uso, a Arena Carioca 1 tem a previsão de receber alterações significativas estruturais e funcionais para o modo legado. Neste caso, tornam-se relevante, sob o ponto de vista ambiental, questões relacionadas ao aproveitamento das estruturas existentes, a redução de resíduos da construção bem como de eficiência energética e o conforto ambiental que devem ser cuidadosamente consideradas e planejadas, devido ao porte da instalação, com controle de indicadores e simulação energética, de uso da água e de conforto ambiental. Segundo proposta atual, o sistema de ar condicionado seria mantido para área de jogos e com a inserção de outras construções no interior da arena (as salas fechadas que comporão o GEO) haverá necessidade de desenhar um novo sistema de refrigeração, com características bem diferentes do sistema modo jogos. Este projeto 156 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL então requer um planejamento cuidadoso visando ao máximo de aproveitamento do sistema anterior sem perda de eficiência energética. PUL.08 - Parque Olímpico da Barra - Pista de Atletismo e Alojamento de Atletas Ambiental Am.M2, Am.M3 Am. E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.C1, Am.C2.Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 A Pista de Atletismo e o Alojamento de Atletas têm previsão de serem parte do centro de treinamento para esportes de base e alto rendimento, incluídas as modalidades de atletismo, futebol, pista de tiro com arco, vôlei de praia e hóquei, além de atividades secundárias. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Federação de Atletismo do Estado do Rio De Janeiro (FARJ) podem contribuir para maximizar o uso pós-Jogos. Sob o aspecto econômico, é uma opção a captação de recursos financeiros de parcerias com empresas patrocinadoras e confederações (dos esportes que serão praticados neste local). Os incentivos legais por empresas interessadas em aplicar os benefícios da legislação é outra. Adicionalmente, recomenda-se um estudo de sustentabilidade econômica antes do início da construção destas novas instalações. O centro desportivo poderá oferecer acomodação aos atletas, inclusive estrangeiros, aumentando a renda para o custeio das instalações. Do ponto de vista esportivo, a pista de atletismo deve ser usada para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, no treinamento de atletas nacionais, estaduais e municipais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva, além da cooperação e o intercâmbio internacional. Nos finais de semana, a área até pode ser aberta à comunidade para esporte de participação, esporte social e recreação esportiva da comunidade do entorno. 157 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Várias modalidades do atletismo podem ser praticadas, tais como: lançamento de dardo, disco, peso, corridas de várias categorias, tiro de arco, salto a distância, triplo, com vara. Também são possíveis modalidades de grupo, como futebol, hóquei, rugbi e vôlei de praia Modalidades no Legado Modalidades principais: Lançamento de dardo, disco e peso, corridas de várias categorias, tiro de arco, salto a distância, salto triplo e salto com vara Modalidade secundária: Modalidades de esportes paraolímpicos podem ser eleitas para RJ em complementação aos centros nacionais paraolímpicos existentes em outras cidades. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Licitação para a concessão de Parceria Público-Privada (PPP Administrativa) 3. Gestão do uso, custeio e manutenção serão providos pela concessionária em parceria com a Prefeitura por meio da contratação de Empresa Privada (PPP) Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação para as modalidades de atletismo - Criação de sala científica dos esportes, sala de treinadores e de fisioterapia para atletas - Treinamento de esportes outdoor* - Esporte recreativo de participação da comunidade do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade do entorno. Eventual: - Realização de competições esportivas nacionais e internacionais propiciando geração de receita para manutenção pista e alojamento - Treinamento de futebol, hóquei, tiro com arco e vôlei de praia Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira de Atletismo (CBA), Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), entre outras para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para as modalidades esportivas de atletismo Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto a CAIXA para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desse patrocinador nas instalações * modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente abertos. Sob o ponto de vista ambiental, sendo este um conjunto novo, há oportunidade para desenvolvimento de projeto incorporando princípios de construção sustentável com menor impacto ambiental. São especialmente aplicáveis para a pista questões de paisagismo, permeabilidade do solo e conforto do pedestre. O alojamento será construído com aproveitamento de cerca de 1/3 da estrutura da galeria técnica do IBC, o que se constitui em importante característica ambiental. Essa construção pode até mesmo ser elegível para uma certificação 158 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL ambiental de construção nova. Para que isso seja possível, é importante incorporar princípios de sustentabilidade já no desenvolvimento dos projetos básico e executivo do conjunto. PUL.23 - Complexo Esportivo de Deodoro - Arena da Juventude Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.A4 Am.C1, Am.C2, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 So.Tc1 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 Esta arena não sofrerá grandes transformações para o legado, apenas adaptações entendidas como retrofit. Conforme as modalidades desenvolvidas no modelo adotado pelo CCFEx, cabe a articulação com as respectivas confederações esportivas brasileiras ou respectivas federações esportivas cariocas ou fluminenses para a maximização do uso pós-Jogos. Sob o aspecto econômico, o Exército solicitou ao Ministério do Esporte apoio neste provimento de recursos financeiros. Portanto, é importante que a previsão orçamentária do Governo Federal esteja garantida para a manutenção do legado já para o próximo ano. Adicionalmente, podem ser estabelecidas parcerias com as confederações, as federações esportivas e clubes, para maximizar o uso e viabilizar a manutenção das instalações. Outros recursos podem advir da realização de competições esportivas nacionais e internacionais, além de outras atividades não esportivas, mediante recolhimento de taxas. Do ponto de vista esportivo, a Arena da Juventude pode ser usada durante os dias úteis para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Formação, na formação esportiva e treinamento de atletas. Adicionalmente a instalação pode ser utilizada pela comunidade, tendo em vista a “família militar” que reside nas proximidades. As 159 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL atividades podem ser esportivas com caraterísticas de esporte de participação, esporte social e esporte recreativo, ou voltadas para eventos culturais. Modalidades no Legado Modalidades principais: Esportes de quadra: basquetebol, voleibol, handebol, futsal etc. Esportes indoor: Esgrima, taekwondo, judô, karatê, boxe, levantamento de peso. Modalidade secundária: Modalidades de esportes paraolímpicos podem ser eleitas para RJ em complementação aos centros nacionais paraolímpicos existentes 103 em outras cidades. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, custeio e destinação compondo o Núcleo do CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação em várias modalidades, de quadra e indoor - Esporte recreativo de participação da comunidade militar e do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. Eventuais: - Realização de grandes eventos não esportivos e competições esportivas nacionais e internacionais - Festivais esportivos. - Shows. - Formaturas. - Outras festas sociais. - Treinamento de esportes indoor* Parceiros: - O Exército poderá celebrar convênios com instituições voltadas às modalidades escolhidas, tais como: Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, Confederação Brasileira de Basquetebol, Confederação Brasileira de Taekwondo (CBT), Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), entre outras para apoiar nos custos de manutenção desta arena. Patrocinadores: -Celebrar convênios com entidades privadas, tais como: CAIXA, Infraero e Petrobras, que apoiem no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca das entidades patrocinadoras dentro e fora da arena * modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente fechados Do ponto de vista ambiental, são relevantes as questões de redimensionamento dos sistemas implantados, visando à eficiência energética (energia, especialmente no redimensionamento do ar condicionado) e água. Como 103 O Governo Federal e o Governo do Estado de São Paulo - em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro – construíram o Centro Paraolímpico Brasileiro em São Paulo, o que não prejudica a destinação de outros centros paraolímpicos como nacionais – desde que adaptados -, considerando-se as características do treinamento dos para-atletas. 160 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL esta arena sofrerá redução de tamanho, é relevante o estudo do reaproveitamento das estruturas restantes. Dadas as características da arena, é importante ainda considerar os parâmetros adequados de conforto ambiental e de gestão sustentável para manter o desempenho do projeto original. Adicionalmente, há a necessidade de implementar gestão que garanta que a instalação permaneça com os equipamentos necessários a seu funcionamento. PUL.26 - Complexo Esportivo de Deodoro - Estádio de Deodoro Ambiental Am.M1 Am.E2 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.A4, Am.A5 Am. C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1 Am.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am.G2 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 A arena retornará para o EB após terem sido realizados os itens acordados com a Prefeitura para o retrofit e retorno do campo de pólo. A gestão será feita pelo EB. Do ponto de vista esportivo, o Estádio de Deodoro será readequado para a prática do pólo e para adestramento da tropa pela comunidade militar, podendo ser usado para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento de atletas nacionais e estaduais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva e o treinamento dos atletas militares. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade militar que pratica o esporte e para atletas do pólo como esporte de participação, recreação esportiva e lazer. Para tal, poderão ser celebrados acordos e parcerias para contribuir na maximização do uso no período pós Jogos. Como esta arena será totalmente remodelada, sob o ponto de vista ambiental merece especial atenção o aproveitamento máximo das estruturas e redução de resíduos da construção. Merece destaque ainda o conforto ambiental dos espectadores, levando-se em conta que é uma arena aberta. Modalidades no Legado Modalidade principal: Pólo equestre Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de pólo equestre 161 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Modalidades secundárias: Rugby de 7 e Pentatlo Moderno (saltos e combinado); Futebol de sete (paradesporto) e demais esportes outdoor. Modalidades paradesportivas correlatas. Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, custeio e destinação compondo o Núcleo do CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas - PUL Eventuais: - Realização de competições esportivas nacionais e internacionais de pólo equestre - Treinamento de esportes outdoor* - Atividades para o desenvolvimento das equipes esportivas militares - Paradas, formaturas e treinamentos militares Parceiros: - O exército poderá celebrar convênios com Confederação Brasileira de Pólo (CBP) ligadas ao esporte; Confederação Brasileira de Rugby e Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno. Patrocinadores: - Exército poderá celebrar convênios com empresas para patrocínio e apoio no custeio da manutenção das instalações * modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente abertos PUL.27 - Complexo Esportivo de Deodoro- Adequação do Centro Aquático de Deodoro Ambiental Am.M1 Am. E2, Am.E3 Am.A1 Am. C3 Am.T1 Am.T2 Am.P1 Am.R1, Am.R4 Am. G2 Am.G3 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 O EB assumirá a gestão da instalação com o modelo empregado no CCFEx, por meio de cooperação técnica e aporte de recursos no orçamento do governo para a manutenção das novas instalações do legado. O EB solicitou ao Ministério do Esporte apoio neste provimento de recursos financeiros. Portanto, é importante que a previsão orçamentária do Governo esteja garantida para a manutenção do legado. A Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPMod) e a Federação de Pentatlo Moderno do Estado do Rio de Janeiro (FPModERJ) têm a contribuir no uso pós-Jogos, para que sejam compatibilizados os usos do esporte de alto rendimento ao esporte de participação, sob pena do desperdício do investimento feito. Outros recursos podem advir da realização de competições esportivas nacionais e internacionais de Pentatlo Moderno. Do ponto de vista esportivo, o Centro Aquático de Deodoro pode ser usado durante os dias úteis para o Pentatlo Moderno nas categorias do Esporte de Alto 162 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento de atletas nacionais e estaduais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva: duatlon, biatlon, triatlo, tetratlo, pentatlo. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade para recreação esportiva e lazer da comunidade militar. Modalidades no Legado Modalidade principal: Natação e demais esportes aquáticos. Modalidade secundária: Pentatlo Moderno (natação) Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, custeio e destinação compondo o Núcleo do CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento de esportes aquáticos. - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação em esportes aquáticos. - Esporte recreativo de participação da comunidade militar e do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. - Treinamento de Pentatlo Moderno para natação Eventuais: Realização de atividades para o desenvolvimento das equipes esportivas militares Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA), Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPMod) e Federação de Pentatlo Moderno do Estado do Rio de Janeiro (FPMERJ) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para fomentar o uso das instalações Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto aos Correios para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas instalações Sob o ponto de vista ambiental, a gestão para eficiência tanto energética quanto no uso da água são relevantes, sendo importante a existência de manual de uso, operação e manutenção e o controle de indicadores de eficiência. PUL.28 - Complexo Esportivo de Deodoro - Adequação do Centro Olímpico de Tiro Ambiental Am.M1 Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4 Am.A1, Am.A3, Am.A4 Am.C1, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3 163 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3 O EB assumirá a gestão das instalações, no modelo empregado no CCFEx, por meio de cooperação técnica e aporte de recursos no orçamento do governo para a manutenção das novas instalações do legado. O EB solicitou ao Ministério do Esporte apoio neste provimento de recursos financeiros. Portanto, é importante que a previsão orçamentária do Governo esteja garantida para a manutenção do legado. Podem ser estabelecidas parcerias com as confederações, as federações esportivas e os clubes, no intuito de acordar o uso e a manutenção das instalações. Outros recursos podem advir da realização de competições esportivas nacionais e internacionais. A Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) e a Federação de Tiro Esportivo do Rio de Janeiro (FTERJ) podem contribuir para maximizar o uso pós-Jogos. Do ponto de vista esportivo, o Centro Olímpico de Tiro será usado pelo Exército Brasileiro, podendo ser usado para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento e na formação de atletas civis e militares, nacionais e estaduais do Rio de Janeiro. Cabe salientar que o estande de tiro não se presta às atividades de treinamento de tiro militar, que são executadas em outro estande. O Centro Olímpico de Tiro permanecerá com suas atuais características, sendo necessárias poucas alterações para o modo legado. Sob o ponto de vista ambiental, é importante sugerir um estudo voltado à gestão e manutenção da eficiência dos sistemas de energia e água, bem como para o conforto ambiental. Modalidades no Legado Modalidade principal: Tiro Esportivo Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, custeio e destinação compondo o Núcleo do Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de formação e de alto rendimento de tiro esportivo, formando atletas civis e militares. - Treinamento militar. Eventuais: - Realização de competições nacionais e internacionais de tiro esportivo Parceiros: - O exército poderá celebrar convênios com Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) e Federação Tiro Esportivo do Estado do Rio de Janeiro (FTERJ) para fomentar o uso das 164 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas - PUL instalções e o desenvolvimento do esporte, assim como com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Patrocinadores: - Exército poderá celebrar convênios com empresas para o patrocínio e apoio no custeio da manutenção das instalações PUL.29 - Complexo Esportivo de Deodoro - Adequação do Centro Olímpico de Hipismo Ambiental Am.M1 Am.E2, Am.A3, Am.A4 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.E4, Am.A5 Am.C3 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am.R5 Am. G2, Am.G3 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 O EB assumirá a gestão das instalações, no modelo empregado no CCFEx, por meio da EsEqEx que já utiliza as instalações para treinamento e aperfeiçoamento da cavalaria do Exército Brasileiro. O EB solicitou ao Ministério do Esporte apoio neste provimento de recursos financeiros para o desenvolvimento das atividades esportivas nas instalações. Adicionalmente, podem ser estabelecidas parcerias com as confederações e federações esportivas e clubes, para acordar o uso e a manutenção das instalações. Outros recursos podem advir da realização de competições esportivas nacionais e internacionais. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e a Federação Equestre do Rio de Janeiro (FEERJ) têm a contribuir para maximizar o uso pós-Jogos. Do ponto de vista esportivo, o Centro Olímpico de Hipismo será usado pela Escola de Equitação do Exército, podendo ser usado para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento de atletas civis e militares, nacionais e estaduais do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação equestre. Apesar de grande parte do treinamento das modalidades equestres ser desenvolvidas em outros estados, as instalações de Deodoro permitem a realização de grandes eventos, como o torneio Atina Onassis. 165 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Nos finais de semana, a área pode ser aberta para atividades voltadas a atender a comunidade, principalmente a comunidade militar. Neste contexto, a instalação fica voltada a prática da equitação como esporte de participação, recreação esportiva e lazer. Paralelamente, também é possível a continuidade das atividades de Educação Física Adaptada com equinos para apoio a pessoas deficientes. Modalidades no Legado Modalidades principais: Hipismo: salto, adestramento e CCE circuito completo de equitação. Modalidade secundária: Pentatlo Moderno (hipismo e combinado) e esportes outdoor. Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, custeio e destinação compondo o Núcleo do CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do hipismo (CCE, salto e adestramento) para equipes esportivas militares e civis - Iniciação equestre. - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. - Atividades de equitação militar para o desenvolvimento das tropas da cavalaria - Esportes outdoor* - Equitação terapêutica para PCD Eventuais: - Realização de competições esportivas nacionais e internacionais tais como o torneio Atina Onassis - Realização de atividades para pessoas deficientes de Educação Física Adaptada com equinos Parceiros: - Articulação junto a Confederação Brasileira de Hipismo (1CBH) e Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPMod) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para fomentar o uso das instalações, assim como com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Patrocinadores: - Celebrar contratos para patrocínio junto ao BNDES para apoiar no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas instalações Do ponto de vista ambiental, é importante prever, no retrofit, o aproveitamento máximo das estruturas existentes e a redução de resíduos da construção. Merece também uma estratégia de conforto ambiental por paisagismo para garantir o sombreamento dos usuários do espaço, principalmente espectadores durante as competições. Já na operação tem relevância a questão dos excrementos dos equinos, que podem ser compostados e transformados em adubo para a manutenção das pistas de grama, importante medida de caráter ambiental não só para a redução de resíduos, mas para a redução de custos com manutenção. 166 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL PUL.24 - Complexo Esportivo de Deodoro - Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama Ambiental Am.M1 Am.E2, Am.A3, Am.A4 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Am.C3 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R4 Am.G2, Am.G3 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 O EB assumirá a gestão das instalações, no modelo empregado no CCFEx. O EB solicitou ao Ministério do Esporte apoio no provimento de recursos financeiros. Podem ser estabelecidas parcerias com as confederações, as federações esportivas e clubes, para acordar o uso e a manutenção das instalações. Outros recursos podem advir da realização de competições esportivas nacionais e internacionais. A Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama (CBHG) e a Federação de Hóquei do Estado do Rio de Janeiro (FHERJ) têm a contribuir no uso pós-Jogos. Do ponto de vista esportivo, o Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama pode ser usado durante os dias úteis para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento no fim da tarde das seleções nacional e estadual do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva em Hóquei sobre a Grama. Nos finais de semana, a área pode ser aberta à comunidade com controle para esporte de participação por praticantes de Hóquei como os funcionários dos Consulados no Rio. Modalidades no Legado Modalidade principal: Hóquei sobre a Grama Modalidade secundária: hóquei sobre a grama 104 em suas 20 variações Futebol society e esportes outdoor. Modalidades paradesportivas correlatas. 104 Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Exército Brasileiro: 1. Proprietário da instalação 2. Gestão do uso, Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de base e alto rendimento de hóquei sobre a Grama - Quadras poderão ser utilizadas em esportes outdoor*tais como futebol society, viabilizando treinamento de atletas e lazer da comunidade Eventuais: Competições esportivas nacionais e internacionais de hóquei de grama e futebol society Parceiros: MITTAL, P. Hockey: rules and regulations. Índia: Neelkanth Prakashan, 2015. 167 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO custeio e destinação compondo o Núcleo do CCFEx (DDVM) 3. Convênios e parcerias com entidades privadas e instituições esportivas - PUL - O exército poderá celebrar convênios com Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama (CBHG), Federação de Hóquei do Estado do Rio de Janeiro (FHERJ), para incentivar o uso das instalações em treinamentos de base e alto rendimento - O Exército poderá destinar uma e/ou duas quadras para atividades esportivas de futebol socity, firmando convênios com a Confederação de Futebol Society (CBFS), também alugando para uso esportivo de lazer da comunidade, gerando assim uma renda extra para apoiar a manutenção das instalações (três quadras), reservando uma quadra exclusiva para hóquei (devido necessidade manutenção da grama) Patrocinadores: - Exército poderá celebrar convênios com empresas para patrocínio e apoio no custeio da manutenção das instalações * modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente abertos Esta arena receberá retrofit, cabendo, quanto ao aspecto ambiental, as considerações sobre o aproveitamento máximo das estruturas existentes. Especial atenção para o consumo de água, eis que a instalação requer constante processo de irrigação. Merece também uma estratégia de conforto ambiental com paisagismo para garantir o sombreamento dos usuários, principalmente dos espectadores durante as competições. PUL.20 - Parque Radical - Centro Olímpico de Canoagem Slalom Ambiental Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2 , Am.A3, Am.A4 Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 So.Ps1 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 Parque Radical de Deodoro é um parque público em terras da União (Exército Brasileiro) cedidas à Prefeitura do Rio de Janeiro por meio de Arrendamento. A administração geral do parque será feita pela Prefeitura, que trabalha na elaboração do planejamento e na sua manutenção no modo legado. 168 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Como uso da instalação do Estádio Olímpico de Canoagem Slalom, está prevista a prática de esportes e de lazer da população. Os recursos financeiros deverão ser previstos como despesas fixas de manutenção. Do ponto de vista esportivo, a Instalação esportiva pode ser usada durante os dias úteis para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento das seleções nacional e estadual do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva em Canoagem, além da cooperação internacional. Nos finais de semana, a área pode ser uma piscina aberta à comunidade com limite de lotação estabelecido e controle desse respectivo acesso. Por razões de segurança, é necessário o ajuste do retrofit para o uso aberto à população, podendo a pista de slalom em si estar fechada. Modalidades no Legado Modalidade principal: Canoagem Slalom Esportes aquáticos adaptados. Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Gestão do uso, custeio e manutenção Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de alto rendimento e de formação de canoagem slalom (canal de competição e canal de treinamento) - Esporte recreativo de participação da comunidade militar e do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. - Parque público municipal (Parque Radical) para lazer da população e atividades sociais, compartilhando o seu uso com atividades esportivas Eventual: Competições esportivas nacionais e internacionais de canoagem slalom - Atividades sociais para a comunidade, incluindo academia da terceira idade, clínica da família entre outras nos espaços comuns Parceiros: - Prefeitura poderá articular junto a Confederação Brasileira de Canoagem (CBC) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para fomentar o uso das instalações no treinamento de canoagem slalom Patrocinadores: - Prefeitura poderá celebrar contratos com empresas para patrocínio, desde que não exista exploração comercial pela empresa, colaborando no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca de patrocinadores nas instalações 169 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL Do ponto de vista ambiental, a pista de canoagem, por suas características, exige especial atenção com o uso da água e do consumo de energia. Neste sentido, é importante promover uma gestão sustentável destes recursos através de manual de uso, operação e manutenção, controle rigoroso dos indicadores de eficiência. Adicionalmente, quanto ao edifício de apoio, que receberá modificações de retrofit, a eficiência dos sistemas de energia e água deve ser considerada também no projeto. O entorno também merece especial atenção, pois receberá grande público durante o verão. É importante considerar uma estratégia de conforto ambiental por paisagismo para garantir o sombreamento da população, ressaltando que o paisagismo deve priorizar espécies nativas. PUL.21 - Parque Radical - Centro Olímpico de BMX Ambiental Am.M1 Am. E2 Am.A3 Am. A4 Am. C3 Am.P1 Am.T1 AM.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am. G2, Am.G3 Social So.Es1, So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 O BMX faz parte do Parque Radical. A Prefeitura está elaborando projeto que deve prever locação de recursos no orçamento do governo, focado na parte do esporte de base e alto rendimento, podendo buscar apoio do Ministério do Esporte e parcerias com a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e a Federação de Ciclismo do Rio de Janeiro (FCERJ), para promoção das adequações necessárias e a manutenção das estruturas da pista de BMX no modo legado. Outro incremento deverá ocorrer no entorno da região para o comércio especializado deste esporte, fomentando assim novas oportunidades para desenvolvimento econômico do entorno. Adicionalmente, uma visão necessária de custos total do ciclo de vida para a operação e manutenção das estruturas colaborará para a tomada de decisão sobre recursos financeiros. Do ponto de vista esportivo, o Centro Olímpico de BMX pode ser usado para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, no treinamento das seleções nacional e estadual do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva em BMX. 170 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO Modalidades no Legado Modalidade principal: Ciclismo BMX Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Gestão do uso, custeio e manutenção - PUL Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Desenvolvimento do esporte de rendimento ciclismo BMX - Esporte recreativo de participação da comunidade militar e do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. - Parque público municipal (Parque Radical) para lazer da população e atividades sociais. Eventual: Competições esportivas nacionais e internacionais de Ciclismo BMX - Esportes outdoor* - Atividades sociais para a comunidade, Parceiros: - A Prefeitura poderá articular junto a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para estabelecer parcerias integradas aos programas da RNT para fomentar o uso das instalações no treinamento de ciclismo BMX Patrocinadores: - Prefeitura poderá celebrar contratos com CAIXA para patrocínio, desde que não exista exploração comercial pela empresa, colaborando no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas instalações Esta arena é aberta e permanecerá desta forma no legado. Merece destaque, sob o ponto de vista ambiental, considerar o máximo aproveitamento das estruturas temporárias minimizando resíduos da construção e o conforto ambiental necessário a abrigar a população, especialmente através do sombreamento pelo paisagismo. Quanto ao paisagismo, as características ecológicas, com uso de espécies nativas, são relevantes. PUL.22 - Parque Radical - Infraestrutura da instalação de Mountain Bike Ambiental Am.M1, Am.E2, Am.A2, Am.A3, Am.A4, Am.A5, Am.C3, Am.P1, Am.T1, Am.T2, Am.R1, Am.R4 Social So.Es2, So.Es3, So.Es4, So.Es5 171 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL A área do Mountain Bike será parcialmente incorporada ao Parque Radical com finalidade esportiva e social. A Prefeitura está elaborando projeto que deve prever alocação de recursos no orçamento do governo, podendo buscar apoio do Ministério do Esporte e parcerias com a confederação de Mountain Bike, para promoção das adequações necessárias e a manutenção das estruturas remanescentes no modo legado. Do ponto de vista esportivo, a pista de Mountain-Bike pode ser usada para o Esporte de Alto Rendimento e o Esporte de Base, respectivamente no treinamento das seleções nacional e estadual do Rio de Janeiro e aulas e treinos para formação esportiva em Mountain-Bike. Modalidades no Legado Modalidade principal: Ciclismo de mountain bike Modalidades paradesportivas correlatas. Entes Envolvidos e atribuição Ministério do Esporte: 1. Responsável pelas Políticas Públicas 2. Diretrizes para estruturação da Rede Nacional Treinamento (RNT) Prefeitura RJ: 1. Proprietária da instalação 2. Gestão do uso, custeio e manutenção Atividades no modo legado e parceiros possíveis Permanente: - Esporte recreativo de participação da comunidade militar e do entorno - Esporte educacional das escolas da comunidade militar e do entorno. - Parque público municipal (Parque Radical) para lazer da população e atividades sociais, compartilhando o seu uso com atividades esportivas Eventual: - Desenvolvimento do esporte ciclismo de mountain bike para treinamento de atletas - Esportes outdoor* Parceiros: - Prefeitura poderá articular junto a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para estabelecer parcerias para fomentar o uso das instalações no treinamento de atletas Patrocinadores: - Prefeitura poderá celebrar contratos com CAIXA para patrocínio de mountain bike, colaborando no custeio da manutenção das instalações, incentivando e fortalecendo a marca desses patrocinadores nas instalações * modalidades esportivas praticadas em locais precipuamente abertos A pista de Mountain Bike poderá sofrer adequações no legado, sendo importante, sob o ponto de vista ambiental, considerar as questões relativas ao paisagismo, com espécies nativas, à máxima permeabilidade do solo (com uso de pavimentos permeáveis e áreas verdes) e ao conforto ambiental através de sombreamento. 172 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL PUL.01 Barra PUL.02 PUL.03 Descrição Item PUL Ambiental Social Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Centro Am.C1, Am.C2, Am. C3, Am.C4, Olímpico de Am.C5 Tênis Am.P1 Am.T1, Am.T2, Am.R2, Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Velódromo Am.C1, Am.C2, Am.C4, Am.C5 Olímpico Am.T1, Am.T2, Am.P1 Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3, Am.G4 Centro Olímpico de Am.R1, Am.R2 Handebol Hall 4 173 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Il1, Ec.ll2 So.Es4, So.Es5 Ec.Pr1 So.Ps1, So.Ps2 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Il1, Ec.ll2 So.Es4 Ec.Pr1 So.Ps1, So.Ps2 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou So.Tc1 Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 So.Es5 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL PUL.04 PUL.05 Barra PUL.08 Descrição Ambiental Item PUL Centro Olímpico de Am.R1, Am.R2 Esportes Aquáticos Am.M1 Am.E1, Am.E2, Am.E3 Am.A1 Parque Am.C1, Am.C4, Am.C5 Aquático Am.T1, Am.T2 Maria Lenk Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3, Am.G4 Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Arena Carioca Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 1 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 174 Social Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 So.Es2, So.Es3, So.Es4, Ec.Pr1 So.Es5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Pr1 So.Es4, So.Es5 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 So.Es1 So.Ps1, So.Ps2 So.Tc1 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Barra Item PUL PUL.08 Descrição Item PUL Ambiental Social Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Arena Carioca Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, So.Es1, So.Es2 Am.C5 So.Ps2 2 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Arena Carioca Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, So.Es5 Am.C5 3 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 175 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL Descrição Item PUL Pista de Atletismo/ Alojamento de Atletas Barra PUL.08 Pista de Atletismo/ Quadra Vôlei de Praia Ambiental Social Am.M2, Am.M3 Am. E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.C1, Am.C2.Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3, Am.G4 Am.M2, Am.M3 Am. E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.C1, Am.C2.Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3, Am.G4 Alojamento de Atletas 176 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Pr1 So.Es4, So.Es5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Pr1 So.Es4, So.Es5 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL Descrição Item PUL PUL.23 Arena Juventude PUL.26 Estádio Deodoro Instalações Militares Ambiental Social Am.M1, Am.M2, Am.M3, Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1,Am.A2, Am.A3, Am.A4 da Am.C1, Am.C2, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R1, Am.R2, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Am.M1 Am.E2 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.A4, Am.A5 de Am. C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am.G2 177 Econômico So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 So.Es4, So.Es5 Ec.Pr1 So.Tc1 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 So.Es1, So.Es2, So.Es3, Ec.Pr1 So.Es4, So.Es5 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL Descrição Item PUL PUL.27 Adequação do Centro Aquático de Deodoro PUL.28 Adequação do Centro Aquático de Deodoro Instalações Militares Ambiental Social Am.M1 Am.E2, Am.E3 Am.A1 Am.C3 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R1, Am.R4 Am.G2, Am.G3 Am.M1 Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4 Am.A1, Am.A3, Am.A4 Am.C1, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am.G2, Am.G3 178 Econômico So.Es1, So.Es2, So.Es3 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 So.Es1, So.Es2, So.Es3 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL Descrição Item PUL PUL.29 Adequação do Centro Olímpico de Hipismo PUL.24 Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama Instalações Militares Ambiental Social Am.M1 Am.E2, Am.A3, Am.A4 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.E4, Am.A5 Am.C3 So.Es1, So.Es2, So.Es3 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am.R5 Am. G2, Am.G3 Am.M1 Am.E2, Am.A3, Am.A4 Am.A1, Am.A2, Am.A3 Am.C3 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R4 Am.G2, Am.G3 179 Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Pr1 Ec.Be1, Ec.Be2 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SUSTENTÁVEIS Região Item PUL PUL.20 Parque Radical Descrição Item PUL Estádio Olímpico Canoagem Slalom Ambiental Social Am.M1, Am.M2, Am.M3 Am.E1, Am.E2, Am.E3, Am.E4, Am.E5, Am.E6 Am.A1, Am.A2, Am.A3, Am.A4 de Am.C1, Am.C2, Am.C3, Am.C4, Am.C5 Am.T1, Am.T2 Am.P1 Am.R2, Am.R1, Am.R3, Am.R4 Am.G1, Am. G2, Am.G3, Am.G4 Am.M1 Am.E2, Am.A3, Am. A4 Am.C3 de Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R2, Am.R4 Am. G2, Am.G3 PUL.21 Centro Olímpico BMX PUL.22 Infraestrutura da instalação de Mountain Bike Am.M1 Am.E2 Am.A2, Am.A3, Am.A4, Am.A5, Am.C3 Am.P1 Am.T1, Am.T2 Am.R1, Am.R4 180 So.Es1, So.Es2, So.Es4, So.Es5 So.Ps1 So.Es1, So.Es2, So.Es4, So.Es5 So.Es2, So.Es5 So.Es3, Econômico Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 So.Es3, Ec.Il1, Ec.Il2 Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 So.Es3, Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 Ec.Bp1, Ec.Bp2, Ec.Bp3 Ec.Fi1 Ec.Il1, Ec.Il2 So.Es4, Ec.Pr1 Ec.Cp1 ou Ec.Cp2 ou Ec.Cp3, Ec.Cp4 ou Ec.Cp5 Ec.Be1, Ec.Be2 Parte 3 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL CONCLUSÕES O legado olímpico, com benefícios para a população brasileira, constituiu-se de elemento importante da consolidação das propostas e premissas da candidatura da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Rio 2016, conforme registro no Dossiê de Candidatura e nos Cadernos de Legado. Os conceitos sobre legado foram tratados nesses documentos de forma ampla e abrangente, sobretudo no que tange aos aspectos esportivos, sociais e urbanoambientais. Elementos de legado referentes a esses aspectos também foram tratados por diferentes instituições envolvidas na entrega dos Jogos. Neste contexto, o desenvolvimento dos projetos, das ações e dos planejamentos constituintes do legado avançou, principalmente, após o Brasil ter se tornado o vencedor do processo seletivo, representando oportunidade de incremento das políticas públicas para a cidade sede e para o Brasil. Algumas dessas políticas públicas foram posteriormente consolidadas pelas três esferas de governo em documentos denominados Planos de Políticas Públicas – Legado, apresentados em 2014 e atualizados em 2015. Além do legado da transformação da Cidade, existe a necessidade do planejamento do legado relacionado aos equipamentos esportivos construídos para os Jogos, previstos na Matriz de Responsabilidades, elaborada e atualizada pela APO em conjunto com os entes consorciados. O conjunto dos projetos contidos na Matriz contém obras de infraestrutura esportivas e não esportivas distribuídas nas quatro zonas olímpicas: Copacabana, Maracanã, Barra e Deodoro, sendo as duas últimas aquelas que receberam as instalações esportivas novas entregues para os Jogos. Foi nestas áreas que o processo de viabilização dos Jogos foi mais intenso e complexo, requerendo várias medidas legais e administrativas, inclusive de transferência de propriedade. Por esta razão, vale salientar que algumas peculiaridades relacionadas à titularidade da terra ainda demandam ações após o Jogos. No caso das instalações esportivas nas Unidades Militares de Deodoro que envolvem a Prefeitura e a União (Exército Brasileiro e Ministério do Esporte), a APO recomenda, como proposição, que seja celebrado novo acordo de cooperação ou ajuste de natureza “convenial” com o objetivo de firmar entendimento único entre a União, por meio do Ministério do Esporte e do Exército, e o Município, sobre a propriedade das instalações esportivas que foram construídas sobre os terrenos jurisdicionados do Exército. O intuito é proporcionar maior clareza sobre as responsabilidades e papéis relacionados às referidas instalações. 183 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL No caso do Parque Radical, atualmente arrendado ao Município, recomenda-se que ações sejam empreendidas desde já, com o intuito de finalizar a concessão da área, tendo em vista a natureza temporária e precária do instrumento de arrendamento sem ônus, atualmente empregado. Aprofundando a questão do uso, as definições estratégicas são fundamentais na consolidação da visão de legado dos Jogos, posto que as definições foram tratadas de forma genérica nos documentos oficiais da candidatura e nos projetos das edificações. A discussão mais aprofundada sobre as definições de uso tem foco principal nas instalações que se encontram no Parque Olímpico da Barra e no Complexo Esportivo de Deodoro, visto que os demais equipamentos, construídos ou reformados para os Jogos não necessitam destas definições, pois são equipamentos públicos existentes e já têm definição (exemplo: estádios Engenhão e Maracanã), são privados e não necessitam de posicionamento governamental (exemplo: Campo de Golfe) ou são equipamentos temporários que já têm destinação definida (exemplo: Arena do Futuro). As definições têm sido um processo ligado aos gestores públicos responsáveis pela execução das obras e aos proprietários dos terrenos ou dos domínios, como é o caso, em especial, do Ministério do Esporte, do Município do Rio de Janeiro e do Exército Brasileiro. O objetivo do uso das instalações inicialmente previsto nos documentos da candidatura se reporta ao desenvolvimento esportivo e à consolidação da Rede Nacional de Treinamento e do chamado “Centro Olímpico de Treinamento – COT”. Tais definições cabem, principalmente, ao Governo Federal, com atuação do Ministério do Esporte como responsável pelas políticas nacionais de esporte de rendimento, que propunham as condições necessárias à manutenção do treinamento no período pósJogos para os atletas brasileiros, visando às futuras competições, principalmente as Olimpíadas. Esses objetivos que baseiam o planejamento das ações futuras ligadas ao desenvolvimento do esporte foram confirmados no Plano de Legado apresentado pelo Ministério do Esporte, em 01 de agosto de 2016. Em linhas gerais, o Ministério salienta seu papel de apoiador das atividades de desenvolvimento do esporte nas instalações da Barra e de Deodoro, baseando sua atuação nas políticas públicas contidas em Editais e Chamadas Públicas, além de salientar o interesse das atividades nessas instalações para a consolidação da Rede Nacional de Treinamento. A APO permite-se recomendar que um planejamento amplo seja elaborado neste contexto, envolvendo os entes responsáveis pelas instalações, as entidades esportivas (confederações e 184 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL federações), além dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia (com universidades, instituições de ensino, agências de fomento à pesquisa e atores e empresas de tecnologia aplicada ao desporto), no intuito de cumprir o papel do legado educacional e esportivo, entendido como principal vertente social dos Jogos. O Município do Rio de Janeiro teve importante papel no contexto do legado das instalações esportivas, sendo parceiro do Governo Federal e o principal executor das obras, como se depreende da Matriz de Responsabilidades dos Jogos. Ademais, tem atuado no processo com iniciativas diretamente relacionadas à definição do futuro dessas instalações, com indicações ou manifestações feitas, inicialmente, em julho de 2015, por meio de propostas preliminares de uso dos equipamentos do Parque Olímpico da Barra e do Parque Radical em Deodoro. Em 2016, o processo de definição do legado pelo Município evoluiu com a publicação do Aviso Público de Manifestação de Interesse (PMI) para as instalações esportivas da Barra da Tijuca e posteriormente complementado com o lançamento do Edital de Concorrência para concessão administrativa das instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra. Segundo o ente responsável, está previsto que as propostas do processo sejam recebidas até o final de agosto. Como proposição, a APO recomenda, que após a finalização do processo licitatório, ocorra o engajamento do futuro gestor das instalações com o Ministério do Esporte, no intuito de permitir a maior aderência possível das atividades do desporto nacional nas instalações com o planejamento estratégico do Ministério, visando à consolidação da Rede Nacional de Treinamento, inclusive com relação às instalações que serão construídas após os Jogos, previstas como consolidação do COT. No caso do Parque Radical de Deodoro, a definição de uso já foi estabelecida pelo Município, à qual cumprem os projetos executivos detalhando o programa funcional para a consolidação do uso do parque. Neste sentido, a APO sugere que o Município e o Ministério do Esporte promovam o planejamento integrado das atividades de treinamento de alto rendimento com as atividades sociais de lazer propostas pelo primeiro, principalmente na Arena de Canoagem Slalom, pois configura a melhor arena da modalidade no Brasil e uma das melhores do mundo, propiciando eventos nacionais e internacionais. O contexto do Parque Radical de Deodoro é tão importante para a Rede Nacional de Treinamento como a consolidação do parque urbano de lazer para a população da região. O Exército Brasileiro também tem um papel fundamental no processo de definições de uso, pois foram construídos equipamentos esportivos para nove modalidades em seus domínios, sendo três deles dentro do Parque Radical. Para 185 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL implementar o uso pretendido no período do legado, a instituição tem desenvolvido um planejamento para as instalações que ficarão dentro de suas unidades militares e está se preparando estruturalmente para tanto. Neste sentido, o Exército definiu que o Centro de Capacitação Física do Exército, CCFEx, será o gestor das instalações esportivas por meio de um destacamento na região. Para tal, conta ainda com a continuidade das parcerias existentes, principalmente com o Ministério do Esporte, no intuito de incrementar os programas de apoio ao esporte de alto rendimento, inclusive o de atletas militares. A APO sugere uma articulação após os Jogos para ampliar estes programas nas novas instalações, incluindo os novos Centros de Treinamento que foram construídos para os Jogos e que fazem parte do Plano de Legado do Ministério do Esporte. Tendo como fundo os cenários descritos, este documento reflete a consolidação de várias informações enviadas pelos entes e o conhecimento atual em relação aos projetos no estado em que se encontram. O processo de definições de legado para os equipamentos tem sido consolidado principalmente pelos Governos Federal e Municipal, com parâmetros estratégicos, requerendo maiores definições no nível técnico voltadas para as ações necessárias para o período pós Jogos, incluindo o planejamento das transições necessárias do modo jogos para o modo legado. Por isso, a APO apresenta neste documento proposições sustentáveis em um nível técnico operacional, salientando possíveis ações e parcerias que podem ajudar na estruturação das atividades. No planejamento das atividades, os desdobramentos evidentes apontam para a necessidade de imediata articulação do Ministério do Esporte com as Confederações e Federações esportivas, potenciais patrocinadores e instituições, no intuito de incrementar o desenvolvimento do esporte no país. A evolução do processo aponta, também, para a necessidade de futuros entendimentos para consolidar os detalhamentos esperados, pois são observados pontos de atenção relevantes, principalmente, no que diz respeito aos planos para a transição do modo jogos para o modo legado. Inserem-se neste contexto as obras de retrofit que, em grande parte, carecem de maiores descritivos e pormenores. Entre os aspectos a serem detalhados estão as modificações necessárias, os prazos para estabelecimento de retrofit, bem como as previsões de custos de conservação, pessoal, equipamentos e segurança. No caso do Parque Olímpico da Barra, aguarda-se a finalização do processo de licitação a indicar os responsáveis pela administração das arenas. Assim, e por ainda haver necessidade de concretização do planejado pelos entes, as proposições seguem na direção de sugerir a manutenção do engajamento 186 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL dos entes em torno do tema, para que se avance na definição de um cronograma mais completo, com clara listagem de ações. Seguindo o mesmo raciocínio, é preciso reforçar que, em alguns casos, permanece a necessidade de maior detalhamento no planejamento financeiro, capaz de indicar a origem e o montante dos recursos para a implementação do planejado. Esse quadro de indefinição pode impactar a descontinuidade do processo de planejamento do uso do legado, postergando a conclusão de obras e o início das atividades. Assim, considerado o cenário de elaboração do presente Planejamento do Uso do Legado - PUL, algumas bases de gestão institucional estão delineadas, conforme se depreende da análise das informações disponibilizadas até o momento pelos entes protagonistas desse processo. O engajamento e a integração das respectivas instâncias decisórias dos níveis de governo mostram-se primordiais para a superação de questões pendentes, a fim de que sejam minimizados e mitigados os riscos decorrentes da postergação dos planejamentos de legado. 187 PLANEJAMENTO DO USO DO LEGADO - PUL BIBLIOGRAFIA, REFERÊNCIAS E LINKS BOBBIO, L.; GUALA, C. Olimpiadi e grandi eventi. Roma: Carocci, 2002. BRASIL. Autoridade Pública Olímpica (APO). Metodologia para elaboração da Matriz de Responsabilidades - Jogos Rio 2016. Disponível em: <http://www.apo.gov.br/wpcontent/uploads/2014/01/anexo_metodologico.pdf>. Acesso em: 16 de jun. 2016. ______. Plano Políticas Públicas – Legado, de 24 de abril de 2015. 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