Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com
Transcrição
Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com
Predição da Taxa de Desemprego Brasileira utilizando com Modelo de Regressão com Erros Autocorrelacionados José Eduardo Holanda Ellery Coelho1 Hellano Vieira de Almeida2 Rafael Braz Azevedo Farias3 1 Introdução Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é um país cuja maior parte de sua população é jovem e economicamente ativa. Isto quer dizer que boa parte da população está exercendo algum tipo de trabalho. A taxa de desemprego de uma nação é um indicador bastante importante quando existe interesse em quantificar a saúde financeira de um país. A taxa de desemprego é definida como a relação entre o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) e o número de pessoas economicamente ativas num determinado período de referência. O presente trabalho tem como objetivo a utilização de modelos econométricos de séries de tempo para predizer a taxa de desemprego brasileira com uma antecedência de seis meses. No caso em que o interesse é predizer a taxa de desemprego com uma antecedência de até três meses, Pitta e Koyama (2006) argumenta que o modelo ARIMA apresenta resultados satisfatórios. O Modelo utilizado no ajuste dos dados é o modelo de regressão com erros autocorrelacionados com uma estrutura auto-regressiva. É necessária, para a efetivação deste modelo, a inclusão de algumas variáveis explicativas, as quais vão auxiliar na predição e na explicação do comportamento da variável de interesse. Foca-se na faixa etária de 18 a 25 anos, pois é a idade em que os jovens passam a ser maior de idade e, assim, vão à procura de emprego. Este trabalho propõe o uso de um modelo pouco estudado nos cursos de graduação em estatística no Brasil como uma alternativa na predição da taxa de desemprego. Para a efetivação do modelo, verificamos em uma gama de variáveis macroeconômicas brasileiras, tais variáveis contribuem com o aumento ou com o declínio da taxa de desemprego. 2 Material e método Autor Principal.DEMA – UFC. e-mail: [email protected] Co-Autor.DEMA – UFC. 3 Professor Orientador. DEMA - UFC. 1 2 1 As séries estatísticas no presente trabalho foram coletadas de bancos de dados do governo brasileiro, Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os quais são as variáveis que faremos uso para obtenção dos resultados. Estas são: taxa de desemprego, inadimplência, PIB, crédito, selic, vendas e índice de confiança do consumidor, utilizadas em um período de março de 2002 a fevereiro de 2013. 2.1 O Modelo A autocorrelação serial surge por varias razões, como inércia ou a lentidão das séries temporais econômicas, de vieses de especificações resultantes da exclusão de importantes variáveis do modelo, do fenômeno de teia de arranha, do massageamento dos dados e de suas transformações. Em consequência é útil distinguir entre autocorrelação pura e “induzida” em decorrência de um ou mais dos fatores que acabamos de assinalar. A seguir é apresentada a forma matemática do modelo (GUJARATI; 2006). Seja um vetor de dimensão interesse e ; onde de variáveis respostas de vetores referentes às variáveis explicativas, usualmente mensuradas ao longo do tempo. Temos, neste caso, que o modelo de regressão linear com erros autocorrelacionados é definido como: (1) em que: : denota um vetor de dimensão regressão. O coeficiente de coeficientes da reta de corresponde ao intercepto do modelo; : denota um vetor de dimensão de coeficientes do modelo para os erros autocorrelacionados; : denota um vetor de erros (desvios) do modelo de regressão quando a estrutura autocorrelacionados não é considerada; : indica que cada componente distribuído com média 0 e variância . 2.2 Estatística Durbin-Watson (DW) 2 é independente e normalmente Técnicas gráficas são úteis durante a verificação da hipótese de erros não correlacionados. As técnicas utilizadas são baseadas no resíduo ordinário, que é um estimador do erro definido no modelo (1). Espera-se que os resíduos ordinários sejam distribuídos de forma aleatória em torno do valor zero. A estatística de Durbin-Wartson informa se existe indício da correlação entre os resíduos, analisando se esta é satisfeita ou não, e verifica se há indícios de correlação entre resíduos sucessivos, ou seja, observa se existe autocorrelação serial (GUJARATI; 2006). 3 Resultados e discussões Seja, , , a série da variável taxa de desemprego de tamanho T, em que representa o valor da série no instante de tempo t, em que a unidade tempo é o mês. 3.1 Variável de interesse Como podemos observar na Figura 1, a série temporal da variável taxa de desemprego apresenta uma tendência negativa e uma clara sazonalidade. Essa sazonalidade se da por um motivo social, em que rege predominantemente período de outubro a janeiro, os trabalhos temporários, cujo a um declínio na taxa de desemprego devido início das férias letivas e as empresas, lojas, estabelecimentos entre outros, precisam de um aumento no número de funcionários, por conta da elevada demanda. 5 30 20 0 10 -5 0 taxa_de_desemprego 1ªDiferença_Taxa_de_D. Figura 1: Serie Temporal e a transformação da 1ª Diferença da variável Taxa de desemprego Para uma melhor utilização da série foi realizado transformações no modelo aplicado, por conta de componentes de tendência, de sazonalidade e/ou alta volatilidade. Logo, procedimentos para eliminar esta tendência devem são empregados. A 1ª diferença da variável taxa de desemprego é apresentada na Figura 1. Observe nesta figura que a variação resultante da transformação 1ª diferença não apresenta tendência. As transformações utilizadas nas 3 diversas variáveis são: 1ª Diferença, Variação Interanual, Médias Móveis e Filtro de HodrickPrescott (MORETTIN e TOLOI; 2006). 3.2 Variação Interanual A variação interanual é uma transformação de dados que pode ser utilizada para retirar componentes de tendência e de ciclo de variáveis com alguma estrutura temporal. Observe na Figura 2 que a variável resultante da transformação variação interanual não apresenta tendência, assim, melhorando o resultado de retorno da variável. A variação interanual pode ser obtida da seguinte forma: (2) 0,4 0,2 0 -0,2 -0,4 V_Interanual_Taxa_de_D. Figura 2: Variação interanual da taxa de desemprego 3.3 Médias Móveis O método de médias móveis é um procedimento de suavização geralmente utilizado para reduzir a volatilidade de variáveis explicativas. A Figura 2 é um exemplo de série sem tendência, após a aplicação da variação interanual, observe que a série transformada apresenta alta volatilidade. Esta volatilidade pode reduzir o poder de explicação desta variável, assim, se aplica o método de médias móveis, observe na Figura 3. Utiliza-se o seguinte filtro linear de grau três (médias móveis três) na variável taxa de desemprego: (3) 4 2 0 -2 Média_Móveis_Taxa_de_D. 4 Figura 3: Média móvel da variável taxa de desemprego 3.4 Filtro de Hodrick-Prescott O Filtro de Hodrick-Prescott é muito utilizado para retirar a componente de tendência de séries históricas, principalmente em séries que apresentam tendências não lineares, o qual é baseado em decomposição de séries temporais. Decompõe-se a série da seguinte forma: , em que, , denota a componente de tendência e, , o componente cíclico. Temos, escolhendo um valor adequado para o parâmetro , que a componente de tendência, , é obtida através da minimização da seguinte expressão: (4) A série sem a componente de tendência é obtida calculando as seguintes diferenças: em que 4 . Conclusões O modelo com erros autocorrelacionados é o modelo, ao qual, nos mostra melhores predições da taxa de desemprego a um longo espaço de tempo. O modelo não é usualmente estudado nos cursos de graduação em estatística. As séries utilizadas para a predição tiveram que ser transformadas, e com a utilização da estatística de Durbin-Watson podemos afirmar que existe correlação serial entre os erros. 5 Referências [1] PITTA, M.; KOYAMA, M. Ajuste sazonal e previsão da Taxa de Desemprego na região Metropolitana de São Paulo. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 4, p. 36-45, out./dez. 2006 [2] MORETTIN, P. A.; TOLOI, C. M. C. Análise de Séries Temporais. 2 ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher LTDA, 2006. [3] GUJARATI, D. N. Econometria Básica. 4 ed. Nova York: McGraw Hill, 2006. 5