mensageiro - Santuário do Menino Jesus de Praga
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mensageiro - Santuário do Menino Jesus de Praga
ENSAGEIRO M do Menino Jesus de Praga QUANTO MAIS ME HONRARDES MAIS VOS FAVORECEREI G Nº. 146 G MAIO – JUNHO 2007 E a fé nos alumia Domingos das Bênção 2007 24 Junho 22 Julho 26 Agosto 23 Setembro Programa 10.00 a 11.30: – Confissões 11.30 – Missa com Bênçãos – Mães antes do parto – Mães depois do parto – Crianças – Objectos religiosos – Veículos (no recinto) 15.00 – Oração e Procissão pelos claustros do convento com o andor do Menino Jesus de Praga levado pelas crianças. MENSAGEIRO DO MENINO JESUS DE PRAGA Boletim bimestral Propriedade: Edições Carmelo Director: P. Agostinho dos Reis Leal Redacção e Administração: Edições Carmelo Santuário do Menino Jesus – Apt. 141 4634 – 909 MARCO DE CANAVESES PORTUGAL Telefones: - Mensageiro: 255 531 364 – Fax 255 531 359 - Santuário: 255 538 150 – Fax E-mail: [email protected] Sítio: www.santuariomeninojesus.org Assinatura: Portugal 6 e – Europa 17 e Outros Países 24 Dólares Impressão: SerSilito – Ex. 12.000 Reg. na SGMJ nº 116 229 – Dep. Leg. nº 68784/93 Culto no Santuário Missas Domingos – – – De semana– 7.30 9.00 11.30 8.00 Confissões De terça-feira a sábado: 8.30 – 11.00 15.30 – 18.30 Fora deste horário deve-se pedir na portaria e se houver disponibilidade será prestado o serviço. Liturgia das Horas Diariamente: Laudes – 7.30 H. Intermédia– 12.45 Vésperas – 19.00 SUMÁRIO Deixai-me cair na tentação........ 3 Clube do Menino Jesus......... 4 Em busca do silêncio............ 6 Estar em paz......................... 8 Agenda.................................. 9 Prisioneiro dos homens......... 10 Objectos sagrados................ 12 Diz que é uma espécie ......... 14 Ser cristão é.......................... 16 Aproximemo-nos de Maria.... 18 Ilha da Madeira...................... 20 Universitários em peregrinação .22 A foto escolhida..................... 25 Sugestões de leitura.............. 26 A oração escolhida................ 27 Flash...................................... 28 Registos especiais................ 29 Graças e Promessas............. 30 Menino Jesus «O Patrãozinho».31 Os caminhos do Santuário Agostinho Leal, ocd Editorial Deixai-me cair na tentação Não se preocupe o leitor que eu ainda não me esqueci do Pai-Nosso quando reza: «e não nos deixeis cair em tentação». Eu julgo que esta tentação a que me refiro é boa, necessária e útil. Só falta cair nela. Refiro-me à tentação de falar de Deus com o silêncio. Não tenho qualquer problema em confessar que, apesar de ser padre com muito gosto, sinto muita dificuldade em falar de Deus. Apesar de não faltarem livros sobre Deus e os seus mistérios, confesso que me sinto cada vez mais mudo e com a língua cada vez mais presa para falar d’Ele. Mas também confesso que me sinto cada vez mais inquieto e perplexo por reconhecer que não me posso calar e por não saber ainda exprimir com perfeição a força do amor de Deus que o silêncio contém. Para as coisas de Deus, sobretudo para os ditames de amor que se geram na alma, já S. João da Cruz advertia: «Seria ignorância minha pensar que os ditames de amor em inteligência mística, como são os destas Canções, se poderiam explicar claramente por palavras» (Pról. do Cântico Espiritual, nº 1). E, «se a linguagem que Deus melhor ouve é a do calado amor», então também a melhor linguagem para falar de Deus é a do amor silencioso. Daí a minha prece: «deixai-me cair na tentação» de um amor silencioso para falar de Ti, meu Deus! Realmente, neste nosso mundo, que espirra barulho e algaraviada por todos os lados, não deixa de causar espanto que um filme – O Grande Silêncio – estreado entre nós a 8 de Fevereiro, que descreve durante três horas, sem diálogo nem narrativa, a vida quotidiana dos monges cartuxos do mosteiro francês da Grande Cartuxa, perto de Grenoble, tenha esgotado salas de cinema dias a fio e se tenha transformado num “succès d’estime” internacional, com prémios internacionais e o reconhecimento público. Sem música, à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários ou artifícios. É um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus. O que dirão os monges em silêncio? O que dirá o silêncio dos monges? O que nos diz o silêncio? Eu creio nessa verdade escondida, que é real e autêntica mesmo longe dos olhos «paparazi». Tudo o que existe de mais belo não se imprime em papel ou se diz como notícia. Nestas coisas do íntimo e profundo, do silencioso e substancial, da fé e do amor, de Deus, só a informação não basta. É preciso experiência. Quer dizer, não basta apenas o que os outros descobriram e comunicaram; é preciso enamorar-se e silenciosamente pôr-se a caminho na aventura da surpresa e do espanto de Quem se revela como o sempre Novo. Deus é «uma eterna novidade». A experiência e a comunicação dos outros são um mapa que nos orienta. Nos seus Ditos de Luz e Amor diz o místico S. João da Cruz: «Uma palavra falou o Pai, que foi o seu Filho, e di-la sempre em eterno silêncio, e em silêncio a há-de ouvir a alma» (nº 99). Neste sentido, tem razão a minha petição: «deixai-me cair na tentação» de ser um silêncio preenchido pela presença amorosa do Filho de Deus. «Deixai-me cair na tentação» de uma oração feita cada vez mais com menos palavras, para que o meu coração se deixe envolver por esse outro Grande Silêncio sobrenatural, cujo efeito é o murmúrio de uma presença amorosa de Deus que só os simples e os humildes podem experimentar. 3 Clube do Menino Jesus de Praga Bruno Leandro da Silva Jesus Sara Virgínia Vaz Carvalho Nasceu a 10/12/2005 Nasceu a 02/03/1999 Portalegre Carregal do Sal Catarina Isabel Sousa Ribeiro Alexandre Mascret Vila Boa do Bispo (Marco de Canaveses) João Alexandre da Cruz Espirito Santo Nasceu a 10/02/2000 Esmoriz 4 Nasceu a 09/12/2001 Crest - França Davide Mascret Nasceu a 23/09/2005 Crest - França Maria Inês Rodrigues Nunes Diogo José Soares Ferreira Nasceu a 18/06/2005 Nasceu a 06/02/2002 Carregal do Sal Entre-os-Rios 6 de Maio de 2007 O Clube do Menino em festa 1. Nós, sócios e amigos do Clube do Menino Jesus, realizamos hoje o nosso quarto encontro. 2. A nossa claque é pequenina, mas encontra-se espalhada por muitas terras e famílias. 3. A nossa alma exulta de alegria por estarmos aqui no Santuário do Menino. 4. Nesta Eucaristia vamos oferecer ao Jesus Amigo os nossos corações para que no nosso Clube nunca falte a oração, a amizade e a solidariedade. 5.Neste dia dedicado de modo especial à mãe, queremos pedir a Jesus nesta Eucaristia que abençoe as nossas queridas mães com as graças que elas mais precisarem. 6.Vamos também rezar a Nossa Senhora e a São José pela menina inglesa raptada no Algarve. Que os seus pais a encontrem 5 Jovens do Menino Jesus Delfim Machado Em busca do silêncio Vejo pelas margens do rio Douro e Tâmega bonitas casas. Casas antigas que foram restauradas. As pedras foram aproveitadas, mas para a piscina e o campo de ténis foram usados materiais novos, sim porque outrora não havia destas coisas! Serviam antigamente para apoio, ou mesmo habitação, daqueles que cultivavam as terras circundantes. Grande parte dos proprietários destas casas são Professores, Engenheiros, Advogados, …gente da cidade. Chamam-lhe: casa de fim-de-semana; a quinta; a casa da aldeia, enfim, a casa para descansar! Passam a semana no stress do dia-adia; nas longas filas de trânsito, na poluição, no corre-corre… e no final da semana refugiam-se, sempre que possível, neste cantinho. Dizem que aqui o ar é outro, é puro; que é bom observar a tranquilidade das águas do rio e acordar com o cantar dos passarinhos! Aqui há silêncio. 6 Hoje em dia já não damos valor ao silêncio, pelo contrário fugimos dele. O mundo de hoje esgota-se em ruídos intermináveis e desnecessários, cujas consequências são graves na saúde física das pessoas e, sobretudo, no seu equilíbrio afectivo e emocional. Ligamos a televisão quando estamos sozinhos em casa, mesmo que não olhemos para ela; levamos música quando vamos de viagem e há até quem vá descansar do trabalho para uma discoteca. É saudável o desejo de companhia, o gosto por estamos ocupados. Precisamos do trabalho, do ruído, da agitação para nos sentirmos vivos! Porém, faz também parte da nossa natureza o recolhimento. Devemos construir-nos desde dentro, e não com base naquilo que ouvimos no café, na novela, nos anúncios publicitários, de forma a não andarmos ao sabor do vento e com fundamentos que não são os nossos. O silêncio permite-nos ter uma vida por dentro, qualquer coisa que flutua por cima da pressa, da confusão das sensações, Jovens do Menino Jesus das notícias de jornal. Qualquer coisa que - para dizer de outra forma - permanece em sossego, como o fundo do mar, muito longe do reboliço superficial das ondas e do vento. É dentro de nós que nos podemos conhecer e conhecer verdadeiramente o que são as coisas, as pessoas e os acontecimentos. Dentro de nós é que havemos de encontrar as sementes do ideal, do sonho nobre, da força para resistir e avançar. Certo dia um homem foi visitar um eremita para compreender o porquê daquele homem viver o seu dia-a-dia em profundo recolhimento. Quando lá chegou, logo lhe falou do motivo da sua visita: - Por que é que o senhor vive tão isolado do mundo, longe de tudo e de todos? O eremita, sem dizer palavra, levou-o junto a um poço e lançou um balde ao fundo para retirar água. As águas ficaram agitadas devido a este movimento que ele fez. Algum tempo depois serenaram e lá de cima o homem já via a sua imagem reflectida nas águas. Este compreendeu que, devido à vida agitada que as pessoas levam, não conseguem ver-se a elas próprias; que é necessário acalmarem, serenarem. O silêncio, deve pois, ser procurado no nosso coração. O grande e grave problema é que ao encontrarmos esse silêncio confrontamo-nos connosco próprios e com a nossa realidade e isso amedronta-nos. Mas quem tem a coragem de se encontrar consigo rejuvenesce e ganha novo folgo para a vida porque é nesse mesmo cantinho do nosso coração que Deus está à nossa espera para com Ele nos encontrarmos. É no silêncio, que nos encontramos com Deus e connosco. A agitação dos nossos pensamentos pode ser comparada com a tempestade que sacudiu a barca dos discípulos, no Mar da Galileia, enquanto Jesus dormia. Também nos acontece estarmos perdidos, angustiados, incapazes de nos apaziguarmos. Mas Cristo também é capaz de vir em nosso auxílio. Da mesma forma que falou imperiosamente ao vento e ao mar e «fezse grande calma», Ele pode igualmente acalmar o nosso coração quando está agitado pelo medo e pelas inquietações (Mc 4, 35-41). Menino Jesus de Praga, sê jovem na nossa juventude. [email protected] Jovens do Menino Jesus de Praga 7 A sabedoria dos anos Equipas de Nossa Senhora Estar em Paz! Alguns julgam que já não têm utilidade ao envelhecer, pensam que a sua vida já não serve para nada. A inactividade forçada desespera-os, a depressão instala-se. Devemos assumir a nossa idade em cada período da nossa vida. A idade avançada tem as suas riquezas, a experiência de toda uma vida é insubstituível. Há sempre alguém que precisa de nós, um filho, um neto (“Avó, reze por mim, para que o meu exame corra bem “), um vizinho, um conhecido... Devemos evitar qualquer atitude de encerramento sobre nós próprios, sobretudo, não nos podemos esquecer que, para Deus, somos importantes; Deus não vê as nossas rugas nem os erros no nosso comportamento. Cada pessoa conta para Ele, o seu amor nunca nos falta. “Tu tens valor aos Meus olhos.” Estarmos em paz conosco mesmos é também esquecer todos os rancores da existência, não remoer sem cessar os fracassos, os gestos desajeitados, os erros. Tentemos pensar no que recebemos de belo, de bom, não para alimentar saudades mas para nos alegrarmos da felicidade que nos foi dada. Estar em paz connosco mesmos é, finalmente, entregarmo-nos nas mãos de Deus na oração que é, por excelência, o lugar de pacificação, de 8 serenidade. E agradecer-Lhe por nos ter dado a Fé que nos permite viver na Esperança da Ressurreição, na Esperança do reencontro com os entes queridos que nos deixaram. Como é que podemos estar reconcilia- dos connosco mesmos se não perdoamos aos outros? Tentemos, em primeiro lugar, ser indulgentes com aqueles que nos rodeiam: o cônjuge, que também envelhece, cujo feitio se torna mais difícil ou que já não consegue assegurar o seu papel no casal; os filhos, por vezes exigentes ou pouco presentes; os jovens, muitas vezes desconcertantes, ignorando valores que para nós são importantes. Todos eles precisam de sentir o nosso afecto e que nos interessamos pelos seus problemas. Cultivemos a paciência e sejamos fonte de harmonia, de serenidade, de ternura. Não nos fixemos no passado. Quantas pessoas de idade estragam a vida por causa de velhas quezílias familiares, de interesses, de antigas ofensas! Se estivermos atascados nestes problemas, voltemo-nos para o Senhor: “Ajuda-me na minha fraqueza.” Por vezes, magoaram-nos de tal forma que é difícil perdoar: ainda existem reflexos de vingança... O nosso desejo de perdoar embate muitas vezes num sofrimento sempre presente. Ficamos então muito vulneráveis... Não nos culpabilizemos; aquele que foi duramente magoado tem o direito de gritar o seu sofrimento para Deus. Não nos deixemos fechar no nosso desespero, abramos o nosso coração a Deus, só Ele pode apaziguá-lo e purificá-lo. Cristo perdoou aos seus carrascos, Ele ajuda-nos a curar as nossas feridas. Perdoar, não é esquecer, é cooperar com a obra de Jesus que é obra de vida, de salvação. Perdoar é amar como Deus nos ama. A genda Peregrinação Nacional ao S antuário do M enino Jesus de Praga 3 de Junho de 2007 G G G Retiro para Religiosos e Leigos ( em silêncio) «Chamados à plenitude do amor» 8 a 14 de Julho de 2007 (Avessadas) G G G IX Jornadas de Oração «União com D eus» 6 a 11 de Agosto de 2007 (Avessadas) G G G XIX Encontro Amigos de Orar «Amigos à procura do Escondido» 16 a 19 de Agosto de 2007 (Avessadas) G G G XXIV Semana de E spiritualidade «Presenças e ausências de Deus» 27 de Agosto a 1 de Setembro de 2007 (Avessadas) Conhecer São João da Cruz António José, ocds Prisioneiro dos homens e prisioneiro de Deus A simplicidade e autenticidade da vida dos primeiros Carmelitas Descalços, depressa atraiu não só vocações entre os jovens, mas edificou e causou a admiração e carinho por parte do povo. A sua vida eremítica, vivida na solidão e custodiada por um rigoroso silêncio, as penitências e a oração impuseram-se sem ser necessário a força das palavras. Quem os visse passar, pela sua modéstia, não tinha dúvidas em reconhecê-los como homens de Deus. E de entre todos, destacava-se não só por ter sido o primeiro e o pai da Reforma mas pela sua virtude e fidelidade à vocação, S. João da Cruz. Homem de Deus, contemplativo e santo, Frei João conciliava a sua vida eremítica e de oração com a direcção espiritual e a assistência das almas. Em 1572, estando Santa Teresa em Ávila, no Convento da Encarnação como priora (o convento onde ela tinha entrado como religiosa e donde tinha saído para fundar o Carmelo Descalço), com a difícil tarefa de renovar o espírito e a vida religiosa das monjas, mesmo com a oposição de muitas, S. João da Cruz é chamado também para lá. Só ele, com a sua experiência e virtude, podia ajudar a Madre Teresa em tarefa tão árdua e difícil. Frei João pôs mãos à obra, começou o seu trabalho e com sucesso. Ávila tomou consciência da sua presença e encantou-se com o exemplo e o apostolado de Frei João. Mas, se por um lado se espalhou a sua fama também começaram a surgir ciúmes e invejas, incompreensões e conspirações 10 contra Frei João da Cruz e os Descalços. No dia 2 de Dezembro de 1577, durante a noite, Frei João e o seu companheiro de então foram sequestrados da sua casinha junto do Convento da Encarnação pelos irmãos Calçados. Humilhados, flagelados e encarcerados, neles pretendiase atingir a Reforma iniciada por Santa Teresa. O companheiro de Frei João foi levado para um convento perto de Ávila mas conseguiu fugir algum tempo depois. Frei João, pelo contrário, foi levado em total sigilo para a prisão do Convento de Toledo a fim de ser julgado por causa de conflitos de jurisdição entre a Ordem e a Reforma. Perante as humilhações e maus-tratos, Frei João manteve-se inalterado na sua paz e tranquilidade. Diante das afrontas e incompreensões, ele respondia com uma paciência extraordinária. A passionalidade dos seus acusadores e carcereiros não os deixavam ver com clareza a situação ignóbil que se gerara à volta de Frei João. Procuraram aliciá-lo com a fama, o poder e o prestígio. Queriam que ele voltasse para a sua província e que acabasse com a ideia da Reforma. De tudo isto, Frei João ria e chorava interiormente. Conhecer São João da Cruz Sofria, não só por si, mas por aquela ignorância obstinada dos seus irmãos. Não havia nada a fazer, ele não podia negar a sua vocação e a obra de Deus que aceitara realizar com a Madre Teresa. tudo conseguiu permanecer numa grande união com Deus. Frei João da Cruz era um prisioneiro. Mas desta experiência ele vai fazer uma outra muito rica e extraordinária: Deus fê-lo seu prisioneiro por amor. Esta “divina prisão”, de que fala Santa Teresa, tornou Frei João cativo do amor de Deus e simultaneamente deixou-o totalmente livre. Foi tão forte a experiência que fez de Deus e tão grande o amor que sentia brotar em si, que Frei João ultrapassou todas as barreiras e atingiu a verdadeira liberdade, que ninguém, nem nenhum cárcere lhe podia tirar. Assistido por Deus, numa forte e íntima relação com Ele, S. João da Cruz, apesar de preso, libertou-se e atingiu os mais altos voos da contemplação. Numa situação física debilitante e numa experiência de profundo sofrimento, João da Cruz experimentou o amor de Deus, puro, purificante e purificador. Nada mais interessava… tudo passaria… só o amor permaneceria! Ele não era capaz de exprimir o que vivia e experimentava. A linguagem tornou-se parca para revelar o que lhe ia na alma e no coração. Por isso recorreu à poesia. O frade estava preso, mas soltouse o místico e o poeta. Foi na prisão de Toledo que nasceu o “Romance” e duas das suas mais belas poesias: “A Fonte” e o “Cântico Espiritual”. Acusado de rebelião, teimosia e de provocar a divisão na Ordem foi colocado no cárcere. Privado de tudo, Frei João viveu tempos duros e difíceis. Permaneceu firme, abandonado em Deus, sofrendo e aceitando tudo silenciosamente: humilhações, acusações injustas, vergastadas… e no meio de Depois de nove meses de cativeiro e prisão, em Agosto de 1578, Frei João conseguiu fugir. De toda esta experiência ele saiu muito mais maduro e um homem novo. Liberto de tudo, centrado no essencial, totalmente pacificado, Deus reinava no seu coração. A partir daí a sua vida foi sendo um crescendo espiritual até tocar os mais altos cumes da união com Deus e divinização da alma possíveis nesta vida. 11 Gestos e símbolos da Eucaristia Alpoim Portugal, ocd Objectos sagrados para a celebração Apresentamos hoje, brevemente, os principais objectos sagrados necessários para a celebração da Missa. 1 – O pão e o vinho É de recordar aqui estes dois elementos absolutamente necessários para a celebração da Missa. «O pão para celebrar a Eucaristia deve ser só de trigo, de acordo com a tradição universal da Igreja, confeccionado recentemente e, segundo a antigo tradição da Igreja latina, pão ázimo», diznos a Introdução Geral ao Missal Romano (= IGMR) nº 282, quer dizer, pão que não leva fermento, recordando o pão sem fermentar que os hebreus comeram ao sair do Egipto na primeira Páscoa da história. O pão é símbolo de todos os presentes dados por Deus aos homens. Assim como o pão deve ser cortado, fraccionado, dividido por todos, Jesus quis tornar-se para os homens o pão vivo, na eucaristia. E «o vinho para celebrar a Eucaristia deve ser de uvas, ‘fruto da videira’, natural e puro, quer dizer, sem qualquer mistura de substâncias estranhas» (IGMR, nº 284). O vinho é sinal de alegria, de um povo amigo de Deus. O vinho que está sobre o altar transformar-se-á, na consagração, no Sangue real e vivo de Jesus. Recorda-nos o sacrifício da cruz, no qual Jesus derramou o seu Sangue. As uvas, para transformar-se em vinho, devem ser esmagadas. Jesus, pelos sofrimentos, foi como que esmagado, triturado por causa dos nossos pecados. Ele é o vinho puro e santo que alegra a nossa vida. 2 - O cálice e a patena Falamos agora dos vasos sagrados, dos quais destacamos o cálice e a patena. 12 O cálice serve para oferecer, consagrar e comungar o vinho. O vinho é consagrado, transformando-se no Sangue de Nosso Senhor, que é oferecido por nós. Por isso o cálice recebe o Sangue de Jesus. O cálice sobre o altar significa que Jesus vai renovar por nosso amor os sofrimentos padecidos na cruz. Na Missa, o vinho transforma-se no Sangue de Jesus. Recebendo o Sangue de Jesus, todos nós comungamos Jesus, a sua mensagem, o seu amor e o seu Evangelho. Continuamos a sua obra. Entramos em profunda amizade e aliança com Deus e com o próximo. Beber o Sangue significa seguir a sua vida. Ser outro Cristo. Na patena, que tem a forma de uma pequena bandeja, coloca-se o pão que irá converter-se no Corpo de Jesus, que igualmente se oferece ao Pai em sacrifício pelos nossos pecados. Por isso, estes vasos sagrados são sempre elaborados em material nobre, sólido e incorruptível, geralmente metais nobres (a IGMR nnº 289-296, dá orientações concretas sobre os materiais que devem ser usados). Há ainda outro vaso sagrado, a caixa-cibório que, como o seu próprio nome indica, é uma copa que contém as hóstias pequenas com as quais os fiéis comungam. Também a píxide, outro Gestos e símbolos da Eucaristia vaso sagrado, serve para guardar as hóstias consagradas que sobraram da celebração ficando no Sacrário: distribuir-se-ão, estas hóstias, numa próxima celebração e também pela sua comunhão se fazem participar os cristãos doentes e todos os impossibilitados de participar na celebração da comunidade. 3 – Outros objectos Há ainda outros objectos que são importantes para a celebração da Eucaristia. Podemos apontar as toalhas, o corporal, o sanguinho e a pala, todos eles de pano branco, e finalmente, os candelabros e as velas. As toalhas, certamente, cobrem o altar. O corporal é uma peça quadrada de pano branco, que se estende sobre a toalha. Sobre o corporal descansarão, no cálice e na patena, o Corpo e o Sangue de Jesus; daí o nome de corporal. O sanguinho é um pano de linho fino que serve para enxugar o cálice no fim da Missa. A pala é um pequeno quadrado de pano rígido, com o qual se pode cobrir o Cálice durante a celebração, para impedir que caia qualquer impureza no Sangue de Cristo. Sobre as velas que ardem nos castiçais será suficiente dizermos que são o símbolo de Cristo, Luz do mundo. A vela acesa mostra a nossa fé em Jesus. Também vemos no altar, ou junto dele, um crucifixo, que recorda constantemente que se está a oferecer o Sacrifício do Calvário. A cruz não é mais sinal de escândalo, loucura, mas de amor, sacrifício, abnegação e renúncia de si mesmo. A cruz está ali para significar que a missa é a renovação do sacrifício de Jesus no Calvário, agora realizado sob as espécies do pão e do vinho. A cruz é sinal de alegria, de vitória e de glória para todos. Podemos ainda dizer uma palavra sobre os principais livros litúrgicos que se usam na celebração. Todas as orações fixas que se recitam ou se cantam na Missa estão contidas num livro chamado Missal romano. Nele se encontram também as instruções detalhadas das cerimónias que a Igreja prescreve para a mesma celebração. As leituras, por sua vez, estão reunidas em vários volumes independentes, chamados Leccionário. Os Evangelhos dominicais também se encontram reunidos num único volume a que se chama Evangeliário. Bento XVI na Exortação Apostólica Sacramento da caridade, fala da arte da celebração para nos dizer que da mesma dependerá a melhor e maior compreensão do sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos, levando a todos, «a uma activa e frutuosa celebração da Eucaristia» (nº 39). Ao falar da arte ao serviço da celebração, refere-se concretamente aos «elementos próprios do presbitério», à «arte sacra em geral» e, finalmente a «tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia» pelo qual deve haver «gosto pela beleza; dever-se-á ter respeito e cuidado também pelos paramentos, as alfaias, os vasos sagrados» de modo que «alimentem o enlevo pelo mistério de Deus, manifestem a unidade da fé e reforcem a devoção» (nº 41). Estas palavras são um estímulo para que cuidemos, apreciemos e respeitemos todos os elementos da liturgia pelos quais se manifasta a profundidade do mistério que celebramos; doutra forma pareceria que aquilo que fazemos não passa de um mero rito sem sentido e sem valor. 13 Notas de rodapé João Costa, ocd Diz que é uma espécie de sondagem Sondagem Seis anos depois uma revista francesa repetiu uma espécie de sondagem sobre a oração. Eis alguns dados verificados: 1) Não se modificou a percentagem dos que afirmam rezar ou meditar: 50%. 2) Destes, 57% são mulheres; e dentre elas, 68% têm 65 anos ou mais. 3) Na faixa etária dos 18-24 anos, 65% declara jamais rezar ou meditar. 4) Dos que rezam, 89% fazem-no sozinhos; e 10% todos os dias; dos que rezam todos os dias, 11% fazem-no em grupo ou em família. 5) 59% dirige a sua oração a Deus; 29% a Nossa Senhora; Cristo fica-se por umas migalhas. Registo duas ou três notas que marcam a oração dos católicos franceses. Um em cada dois afirma rezar, o que ainda assim é uma percentagem alta. A oração é portanto um valor seguro, sobretudo se se tiver em conta que se não subiu, também não baixou. Estando sujeita a tantas vicissitudes, admirei-me que a percentagem fosse tão alta. A oração de que se fala é sobretudo um acto privado e individual (89% afirma rezar sozinho!), no recato da casa. A oração comunitária é frequentemente mais incómoda e provocadora; os ritmos de vida são intensos: parece que se quer viver duas ou três vidas numa. Os jovens não rezam, ou melhor, quase não rezam: 65% não reza! E das duas uma: ou não rezam mesmo ou encontraram outras formas de rezar, ditas menos oficiais ou reconhecidas. A contemplação do belo, a generosidade e a amizade, a prática do bem e o gosto pelo diálogo, a ânsia duma sociedade mais justa e a opção pela defesa da natureza poderiam ser reconhecidas 14 como formas de oração e a sê-lo, estou certo, diminuiriam os que afirmam não rezar. Mas o mais surpreendente é que no ano de 2001, metade dos inquiridos dizia rezar em actos públicos (casamentos, baptizados e enterros) mas agora só um pouco mais de um quarto o faz, o que quer dizer que o grande lugar do culto é mesmo o coração de cada um. Pergunto-me, portanto, como nos reconheceremos no futuro? Em que lugares nos encontraremos? Que gestos comuns nos identificarão? Como nos configuraremos se não existirmos como povo? Mudança Porque sou carmelita, há um motivo bíblico que, de quando em vez, me prende especialmente a atenção: é o rapto de Elias. Segundo a narrativa bíblica, no fim da sua cansativa vida o Profeta foi elevado ao Céu por um inesperado carro de fogo. São sempre engenhosas e grandiosas as telas que representam esta cena que muito gosto de contemplar. Conheço, porém, uma igreja que tem o mesmo profeta com uma espada de fogo na mão direita e na outra uma casa, que é como quem diz: o Profeta é pai do Carmo. E é. O seu gosto ousado pela solidão inspira a nossa vida e move a barca da nossa existência. Há tempos, folheando mais uma vez uma revista dominical dei de caras com uma imagem do Santo Profeta numa igreja inglesa. Não foi nem a espada de fogo, nem o carro de fogo, nem os cavalos de fogo, nem a casa na mão do Profeta o que me surpreendeu. Não, nada disso. O que me surpreendeu foi um atleta em voo de rappel rasante à cara da imagem! Sim, isso Notas de rodapé mesmo! Os templos de Inglaterra são agora ginásios, cafés, barbearias e até pocilgas. Pensar que ali, em França ou em Portugal, tantos se santificaram pela oração e pela penitência naqueles espaços sagrados, e hoje eles apenas servem para o lazer! Nem sei que diga! Nem sei como as imagens não choram ou fecham os olhos! Filhos Brad Pitt e Angelina Jolie são um dos casais mais badalados de Hollywood. Acho muito curiosa esta família cuja vida pervive, para além dela, nos jornais e na imprensa em geral. Curiosa família a destes famosos. Os filhos chamam-se: Maddox (do Camboja, 6 anos), Zahara (da Etiópia, 2 anos), Shilon (dos EUA, 9 meses), Pax Thien Jolie (Vietname, 3 anos e meio), Hsiao Kai-wan (Tailândia, 4 anos). Neste elenco da prole há logo qualquer coisa que não bate certo. Para já os nomes não dizem com nada, parecem tirados dos créditos finais de um qualquer filme. Depois a sequência das idades é mais que confusa. A seguir, só a do meio é que é filha de ambos, os outros são todos adoptados; por fim, tantos filhos, tantas nações e tantas raças! Eu espero que a adopção daqueles meninos e meninas, não seja apenas um golpe publicitário e mais um gesto egoísta daquelas rutilantes estrelas de cinema. Não me preocupa o bem-estar das crianças. Preocupa-me que, talvez porque os pais adoptivos sejam famosos, se torne mais fácil adoptar crianças. E, mais do que criar uma família vinculada pela força que o sangue sempre tem, geraram uma Sociedade das Nações dentro de portas.Talvez nada lhes falte. Mas será lícito desenraizálas, transplantá-las, como se uma família pudesse ser um jardim botânico? Não somos também o que foram os nossos antes de nós? Não somos também as tradições e preconceitos, língua e sonhos, fronteiras, desejos e anseios que nos chegam do antanho pelo combóio da história familiar? Estará isso ali garantido? Angelina acaba de informar a imprensa que abandona o cinema para se dedicar à família. Ainda bem. Mas ainda assim é muito pouco. Máxima O sábio cristão, Orígenes, fala assim sobre a vivência da Páscoa: «Quem compreende que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado e que nós devemos celebrar a festa comendo a carne da Palavra, esse está sempre a celebrar a Páscoa, que significa «sacrifício para a passagem», pois está permanentemente a passar das coisas da vida para Deus, e a caminhar depressa para a cidade de Deus.» Mínima Ide avisar os meus irmãos... (Mt 28:20). 15 Beber na torrente da Bíblia Vasco Nuno, ocd Ser Cristão é ... «Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão para escutar a palavra de Deus, Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhámos durante toda a noite e nada apanhámos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes”. Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem afundando. Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”. Ele e todos os que com ele estavam encheramse de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo acontecera a Tiago e a João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens”. E, depois de terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus» (Lc 5,1-11). Contexto Estamos na Galileia, no início da actividade de Jesus. Este já fez saber o seu plano na sinagoga de Nazaré como anúncio da Boa Nova aos pobres e proclamação da libertação para os prisioneiros… Neste momento, começam a ver-se os primeiros 16 frutos do ministério de Jesus: ao seu redor começa a constituir-se o grupo dos que se deixaram interpelar por esse plano de salvação e O seguiram. Ensinamento Esta perícopa é uma belíssima catequese sobre aquilo que é ser cristão. Ser cristão é, antes de mais, estar com Jesus «no mesmo barco». O barco representa a comunidade cristã que é o lugar onde ressoa a voz do Mestre. É dela, e não de outros lugares, que se devem abeirar os que desejam receber luz, consolação, esperança e vida. É desse barco, que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos uma nova realidade. Ser cristão é escutar a proposta de Jesus e realizar o que Ele diz. Às vezes, as Suas propostas podem não se entender muito bem (e quantas vezes não se entendem, face aos esquemas e valores do mundo); mas é preciso fiar-se incondicionalmente, entregar-se nas Suas mãos e executar à risca as suas directrizes. Ser cristão é reconhecer Jesus como o «Senhor»: é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. A comunidade cristã primitiva também vem a dar este título a Jesus ressuscitado, reconhecendo n’Ele o «Senhor» que preside ao mundo e à história. Ser cristão é aceitar a tarefa que Jesus propõe: ser pescador de homens. Para entendermos bem o que vem a ser ela, temos de recordar o que significava o «mar» no judaísmo: era o lugar dos mortos, onde moravam os espíritos e as forças demoníacas que procuravam tirar a vida e a felicidade ao homem. Dizer que os seus discípulos vão ser «pescadores de homens» significa que a missão do cristão é continuar a acção libertadora de Jesus em favor do homem, procurando resgatá-lo de tudo aquilo que lhe impede de viver e ser feliz. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da violência, do orgulho, do egoísmo, do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que lhe roubam a felicidade. E, finalmente, ser cristão é deixar tudo e seguir Jesus. O desprendimento, a generosidade, o dom total e o seguimento a identificarem os que pertencem a Jesus. Acolher o ensinamento - Qual é a tua relação com a comunidade cristã? Ela é o «barco» onde Jesus está e onde tu deves estar. É nela e a partir dela que Ele te fala. - És sensível à voz e aos desafios de Jesus? É Ele o «Senhor» que preside à tua história e à tua vida? - Tendo recebido a missão de ser «pescador de homens», sentes que vens a realizá-la cada dia? Que tens feito para combater o que impede os homens de viver com dignidade e de ser felizes? - A tua entrega é total? Largas tudo na «praia» para seguir Jesus, porque o Seu projecto se tornou a prioridade da tua vida? Rezar com o ensinamento Senhor, ajuda-me a ser um bom cristão. Reconheço que, por vezes, a minha entrega é parcial e calculada. Reconheço que, por vezes, a minha luta não passa por continuar o teu projecto libertador. Reconheço que, por vezes, me deixo manipular e dominar por outros «senhores». Reconheço que, por vezes, não dou minimamente importância às tuas indicações, quando deveriam ser sinais obrigatórios a seguir… Reconheço que, por vezes, até prescindo do barco e, outras vezes, no barco, estou de ouvidos fechados à tua voz, desatento à tua presença. Senhor, ajuda-me a ser um bom cristão. 17 Jovens leigos carmelitas Verónica Parente Aproximemo-nos de Maria Jovens leigos carmelitas em peregrinação a pé a Fátima Jovens, leigos, carmelitas, enérgicos, confiantes e com uma enorme vontade de chegar, reuniram-se em Aveiro, no dia 27 de Abril, à noite, para dar início à nossa primeira peregrinação a pé a Fátima. O grupo começa a compor-se, surgem os primeiros sorrisos, as primeiras inquietações: Chegaremos a Fátima? E a resposta é: chegamos! Durante quatro dias de jornada foi-nos permitido lutar e amar! Éramos 13, os que iniciámos a caminhada no Carmo de Aveiro. No final, a família tinha crescido (eramos 15 ou 16)… e aos pés de Maria, em Fátima, depositamos a nossa forma de ser jovem, na singeleza duma rosa que sempre nos acompanhara. Em cada novo dia a casa onde despertávamos era diferente, tal como o nosso estado de ânimo. Os olhos lentamente se abriam, o corpo reclamava e pedia para que continuássemos a dormir, mas estávamos conscientes que Maria nos esperava… O despertar às 5 da manhã era algo único! Recomeçar o caminho debaixo de sol, chuva, frio, calor, ventos, brisa que corre fria não podia ser impedimento. E não foi! Com os olhos ainda meio fechados iniciávamos todas as manhã o caminho. Enquanto as horas passavam, íamos abrindo as pestanas e despertando o que somos, lado a lado com o outro, ou sozinhos, cantando ou silenciando. No final do dia, os olhos que iniciaram o dia, fechados e sonolentos, tinham muito para desvendar e confidenciar. Porém, tínhamos de dormir... Todos tínhamos a mesma meta: chegar a Fátima. Não tínhamos certezas do caminho, sabíamos apenas que era longo e doloroso; mas, pouco a pouco, fomos chegando à meta, graças aos sorrisos, partilha de vida, e quando algo nos faltava ou desmotivava os atentos anjos do caminho aguardavam-nos. Em cada oração, palavra e olhar que nos brindavam, Ele estava presente, e com Ele foi possível fazer caminho de interioridade sempre inesperado e nunca programado. Em quatro dias descobrimos muitas coisas, e uma das mais importantes foi que encontro é vida, que a vida é um caminho a acolher e percorrer, com todas as intempéries. E ao terminar não temos muitas vezes palavras para expressar tudo o que se leva deste peregrinar. Tentamos esquecer rotinas e deixarmo-nos surpreender no peregrinar. Foi difícil parar a contemplar as mais pequenas coisas que o caminho nos tinha para oferecer, em cada dia, e o que se pode dizer é que no final nos sentimos nós mesmos! Hoje, cansados da batalha que conquistamos, mas vencidos pelas dificuldades passadas, só nos resta continuar e programar uma nova aventura. Com a alegria que depositamos no olhar de Maria, nossa mãe e mãe da humanidade, deixamo-nos levar pela emoção. Foi hora de regressarmos a casa. Agora é hora de começar a caminhar pelas nossas cidades, pela nossa realidade, com as nossas famílias, companheiros de jornada e caminho. É hora de semear a brisa de amor que colhemos do caminho feito e que nos levou a nos aproximarmos de Maria. Para isso temos todo o Mês de Maio, e desde o início. Obrigado a todos. A todos aqueles que rezaram por nós enquanto caminhávamos, a todos os que encontrávamos e nos iam dando alento no caminho com palavras e gestos, a todos e a cada um nesta forma muito particular de peregrinar connosco. Hoje somos peregrinos. Só temos a certeza de ter de continuar a peregrinar. Continuaremos a seguir juntos os caminhos que nos são apontados. Não esqueçamos que agora vem uma das melhores partes do peregrinar: seguir peregrinando, seguir procurando. Seguir amando. Afinal, somos filhos da mesma vinha! P.S. A crónica e fotos desta peregrinação poderão ser consultadas no Blog dos Jovens Leigos Carmelitas, em: http://www.carmojovem.blogspot.com 19 Crónica de uma visita Carlos Pinto Ilha da Madeira O Mensageiro do Menino Jesus de Praga tem na Ilha da Madeira 272 assinantes. Além disso, a catequese da Igreja do Carmo, no Funchal, com cerca de 800 crianças e 55 catequistas, tem o Menino Jesus de Praga por Padroeiro. Foram essencialmente estas causas que levaram a Direcção do Clube do Menino Jesus a programar lá um encontro para os dias 28 e 29 de Abril. Contactado o P. Dias, Superior da Comunidade dos Padres Carmelitas do Funchal, tudo se foi pondo em andamento. No dia 28, às 10h, fez-se uma procissão com o Menino Jesus de Praga, desde a 20 sacristia para a Igreja. Estavam presentes algumas catequistas e crianças da catequese. A Nina (catequista) enfeitou o andor com a perícia madeirense e as crianças levaram-no em ombros. Por entre cânticos subimos ao altar para realizar as bênçãos das grávidas, mães com bebés, crianças e doentes. O Padre Agostinho Leal saudou todos os presentes e explicou a razão da presença de alguns elementos da Direcção do Clube. Para além do encontro pessoal, que torna mais real o Clube dos Amigos do Menino Jesus, a Direcção quis incentivar a criação de um Núcleo do Clube que dinamize a amizade e a oração. Não se pode ser verdadeiramente amigo de Jesus se não formos amigos uns dos outros. A fonte desta amizade está na oração. Não esqueçamos que Santa Teresa de Jesus entendia a oração como sendo «uma história de amizade, estando muitas vezes a sós, com Quem sabemos que nos ama». Também a Presidente do Clube, a Célia, usou da palavra para dar a conhecer, em traços largos, a história do Clube e vincar a dimensão de solidariedade que também o identifica. Diríamos que a dinâmica do Clube assenta na oração, na amizade e na solidariedade. A celebração terminou com a Consagração ao Menino Jesus de Praga rezada por todos os presentes a uma só voz. No dia 29, às 17,45h, projectou-se na Igreja o DVD: o Santuário do Menino Jesus de Praga, um espaço de oração. Este documentário foi visto por uma grande assembleia muito interessada em conhecer a história da devoção ao Menino Jesus de Praga, bem como os conteúdos da Coroinha do Menino Jesus, a Peregrinação Nacional, o Domingo das bênçãos, a Peregri- nação dos Universitários, a Festa do Clube dos Amigos do Menino Jesus, etc. No fim da projecção seguiu-se a Eucaristia dominical. Novamente o Padre Leal e a Célia falaram dos objectivos do Clube como meio de despertar nas crianças e adolescentes a consciência de que são amados por Deus e que, como amigos, devem dinamizar à sua volta o crescimento na amizade e na solidariedade para com as crianças mais necessitadas. No final da Eucaristia várias pessoas vieram falar com os elementos da Direcção do Clube para os incentivar e animar no prosseguimento deste singelo trabalho apostólico orientado para os mais pequenos. Na viagem de regresso, e em jeito de balanço, todos os elementos da Direcção do Clube foram unânimes em reconhecer que, de um jeito simples e despretensioso, se deixou na Ilha da Madeira uma sementinha que, com o favor da graça de Deus, irá germinar no canteiro do Carmo para que Jesus possa ser melhor conhecido e amado. Não posso terminar estas linhas sem manifestar a nossa gratidão ao Sr. Padre Dias e ao Sr. Padre Cecílio pela hospitalidade e atenções que nos dispensaram. Agradecemos também aos colaboradores e amigos do Carmo toda a simpatia e testemunho de dedicação que muito nos edificaram. Divino Menino Jesus, abençoai-os. 21 Crónica de uma peregrinação Elsa Pinto, universitária Universitários em peregrinação A Peregrinação dos Universitários ao Santuário do Menino Jesus já vai na sétima edição. Com a doçura de sempre o Menino Jesus recebe todas as capas negras que se ajoelham a Seus pés para receber a bênção. Não é um acto de submissão mas de reconhecimento que o verdadeiro saber, aquele que completa a nossa vida e nos faz felizes, só Dele o podemos obter. No passado dia 22 de Abril o Santuário abriu as suas portas para receber os de sempre e os de agora, os de perto e os de longe, os caloiros, o fitados, os cartolados… e todos juntos demos cor, ânimo e um ambiente diferente à VII Peregrinação dos Universitários do Menino Jesus e Domingo de Bênçãos. Mesmo quem nunca se viu antes sabe que ali está entre os seus pares, não só pelo traje, mas sobretudo porque respon- 22 deram todos ao mesmo chamamento. Independentemente do curso que estão a tirar ou da Universidade que frequentam, há algo superior que nos une a todos como amigos e participando da amizade do Menino Jesus. Saber tirar partido desta amizade é coisa que não se aprende em nenhuma sala de aula. Por isso, ouvimos os desejos do Pe. Leal, que na homilia da celebração nos garantia que com a força da fé se vai mais longe. Este ano ficamos na igreja do Santuário, aconchegadinhos aos pés do Menino. O espaço não era muito mas com boa vontade tudo se alcança e a celebração decorreu dentro da confusão normal de um Domingo de Bênçãos! Enquanto assim for, bem hajam todos aqueles que nos recebem e que criam condições para nos acomodarmos. Bem hajam todos os sorrisos e palavras de alento que recebemos. Bem hajam todos os que vêm e aqueles que hão-de vir. O Menino Jesus vai com todos nós, no coração e nas capas. E apesar de todo o trabalho de casa que Lhe deixamos, para ler e atender todos os nossos pedidos, Ele estará sempre ali para nos acolher. PORTO Universidade do Porto - Faculdade de Economia - Faculdade de Ciências - Faculdade de Medicina - Faculdade de Engenharia - Faculdade de Direito Escola Sup. de Enfermagem S. João Escola Sup. de Enfermagem Santa Maria Escola Superior de Tecnologias da Saúde Universidade Católica Portuguesa Universidade Fernando Pessoa Universidade Lusíada Instituto Politécnico do Porto - Instituto Superior de Engenharia - Inst. Sup. de Contab. e Administração Instituto Piaget - Escola Superior de Saúde - Escola Superior de Educação Instituto Superior de Serviço Social COIMBRA Universidade de Coimbra - Faculdade de Letras - Faculdade de Medicina - Faculdade de Direito - Faculdade de Ciências e Tecnologia Instituto Superior de Engenharia BRAGA Universidade do Minho -Instituto de Ciências Sociais AVEIRO Universidade de Aveiro - Inst. Sup. de Contab. e Administração BRAGANÇA Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Educação GUARDA - Escola Superior de Saúde COVILHÃ Universidade da Beira Interior - Faculdade de Artes e Letras FELGUEIRAS - Escola Superior de Tecnologia e Gestão PAREDES -Escola Sup. de Saúde do Vale do Sousa SANTARÉM - Escola Superior de Enfermagem LISBOA Universidade Técnica - Instituto Superior Técnico 23 Recados ao Menino Jesus Divino Menino Jesus de Praga, cá estou uma vez mais para Te agradecer tudo quanto fizeste e tens feito por mim. Agora venho pedir que me ajudes a concentrar-me nos meus estudos a fim de tirar boas notas nos exames. A tua amiga, Sara Barbosa. Olá, Menino Jesus! Cá estou trajada, como Te prometi no ano passado. Abençoa-me com a Tua sabedoria para ter sucesso nos estudos, mas ajuda também todos os meus colegas estudantes. Um beijinho desta tua sempre amiga, Susana Rodrigues. Menino Jesus de Praga, obrigada por este dia maravilhoso. Peço-te ajuda para acabar o meu curso e conseguir arranjar emprego. Liliana Silva Divino Menino Jesus de Praga, agora que esta etapa dos estudos está quase a terminar, faço-te um pedido: faz com que eu coloque sempre os saberes que adquiri ao serviço de Deus e do próximo. M. Marques – IST Menino Jesus de Praga, agradeço-te a minha entrada na Faculdade, e espero por um ano cheio de saúde, muita força e muito estudo. Pedro Rodrigues – FCUP Desde caloira que venho cá sempre neste dia. 24 Obrigada por me teres acompanhado sempre. Acompanha-me no pouco que falta para que tudo corra bem.Beijinhos. Vânia Matos. Menino Jesus de Praga, abençoai-me nos meus estudos e depois na minha vida profissional. Obrigada. Célia Monteiro. Menino Jesus, durante todo o meu curso foste o meu apoio... Obrigada por tudo. Este último ano tem sido complicado, mas vou terminá-lo. Cecília Pinto. Menino Jesus, agradeço-te pela sabedoria, luz e amor com que me tens acompanhado. Peço-te que ilumines em graça todos os estudantes. Eduarda Teixeira Menino Jesus, porque Te amo, porque estás sempre no meu coração, quero pedir-te que me auxilies nos meus estudos, que o que faço frutifique e que a saúde me acompanhe. Elisabete Couto – FDUP Meu Menino Jesus, peço-te protecção para este último ano. Que tudo me corra bem. Obrigada por tudo o que fizeste por mim. Carina Sousa - FEP. Menino Jesus, foi com muito agrado e fé que estive cá no Santuário. Peço para me iluminares nos caminhos mais difíceis. Adorei ter estado aqui. Glória Matos – UFP Menino Jesus, ao longo de todo o meu curso invoquei a vossa ajuda e nunca me abandonaste. É com muita alegria que estou aqui para te agradecer. Peço-te ainda que me dês muita força para o meu futuro. Obrigada por tudo. Leti Marinho - UFP Estamos a chegar ao fim do nosso curso e acreditamos que Ele esteve sempre ao nosso lado, e nos deu a mão nos momentos mais difíceis. Assim, esta peregrinação foi a forma que encontramos para senti-l’O mais perto de nós e agradecer-lhe a Sua protecção. Foi uma honra poder levar o andor do Menino Jesus e percorrer os claustros do Convento. Dulce Ribeiro, Joana Ferreira, Marisa Marques, Vânia Moreira - FEP. A foto escolhida Abbé Pierre Fundador do Movimento de Emaús. “Apóstolo dos pobres” e “Gigante da misericórdia”, morreu a 22 de Janeiro de 2007, com 94 anos. Sugestões de Leitura Nossa Senhora do Carmo, sobre Ti temos a alma, a poesia e a oração do povo. Sobre Ti temos o país repleto de capelas e igrejas com o teu nome. Sobre Ti, temos lindas imagens onde a arte adquiriu a linguagem da formosura e da beleza mais elevada. De Ti nos falam os frades e as freiras carmelitas. De Ti nos falam as confrarias do Carmo e o Carmelo Secular. De Ti nos falam todos quantos levam devotamente o teu Escapulário. De Ti 26 nos falam as festas e majestosas procissões. De Ti nos falam estes livros que as Edições Carmelo Te dedicam. Um dos sinais da tradição da Igreja, há mais de 750 anos, é o Escapulário da Virgem do Carmo. É um sinal aprovado pela Igreja e aceite pela Ordem do Carmo como manifestação externa do amor a Maria, de confiança filial nela e compromisso de imitar a sua vida. O Escapulário exige um compromisso cristão autêntico, isto é, viver de acordo com os ensinamentos do Evangelho. A oração escolhida Oração dos Estudantes ao Menino Jesus Ó DIVINO MENINO JESUS DE PRAGA, sabedoria eterna e encarnada, que generosamente dispensais as vossas graças aos jovens estudantes que a Vós recorrem: volvei benigno vosso olhar sobre mim que invoco a vossa protecção para os meus estudos! VÓS SOIS O HOMEM-DEUS! Vós sois o Senhor da ciência! Vós sois a Fonte da inteligência e da memória! Ajudai a minha fraqueza; iluminai a minha mente; reforçai a minha memória, a fim de que possa pôr em prática o que aprendi. Na dúvida e incerteza sede a minha luz, o meu amparo e conforto. Ao vosso divino coração imploro a graça de cumprir os meus deveres de estudante e de tirar os melhores frutos dos meus estudos. Ó DIVINO MENINO JESUS DE PRAGA, protegei-me todos os dias, cobri-me com o vosso manto e guiai-me na senda dos meus estudos e no caminho da salvação eterna. Amen. Flash Somos jovens da Póvoa de Varzim. Quando queremos encontramos tempo para reflectir e rezar. Foi o que fizemos, nos dias 21 e 22 de Abril no Santuário do Menino Jesus de Praga. Nós somos crianças de muitos lados. Descobrimos o Domingo das bênçãos junto do Menino Jesus. E, com os nossos familiares, procuramos não faltar neste dia festivo. Nós somos de Nelas e arredores. Todos os anos vimos em peregrinação à casa do Divino Reizinho. Nela encontramos a força de alma, a paz e o amor que tonifica a vida. E nós somos de Concavada, perto de Abrantes. Somos membros do Clube do Menino Jesus e viemos à nossa festa. Gostamos muito de tudo. Vamos continuar a crescer para Ele. 28 Registos especiais GRATIDÃO No alvorecer de uma madrugada palpitante de luz, eu ressuscitar-te-ei. Ninguém sabe o dia, só eu o conheço. Perdido aos olhos dos teus, mas presente para mim, vivendo no meu amor, feito de eternidade, de uma noite de sombra e de sofrimento, vens ao meu encontro. Não tenhas medo, sou o teu Senhor. Amo-te e espero-te. Far-te-ei novo e belo, inteiro e diferente, tu próprio e, no entanto, transfigurado, pois eu venci a morte e ressuscitar-te-ei. No dia 20 de Março, após o dia do pai e nas vésperas da Primavera da vida nova, o Deus da Vida, depois de um tempo de Cruz e Calvário, chamou a Si o meu pai para o fazer participar na Ressurreição. Com a dor da separação mas com a paz e a serenidade da fé estou invadido pelo sentimento dominante da gratidão. Por isso, lhe quero dizer: obrigado, meu pai, por todos os gestos de bondade que nos deixou gravados a estilete de ferro no coração; obrigado pelos irmãos e sobrinhos com que me deixou rodeado; obrigado porque nos ofereceu uma oportunidade para que a família alargada e uma onda gigante de amigos viesse até junto de nós e nos confortasse com a presença, com o abraço, com o beijo, com a oração. Obrigado porque nos ensinou a ir mais fundo no desejo de desvendar os mistérios da vida pelo caminho da Cruz. Recordo neste momento as palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus que imprimimos na pagela da recordação da sua passagem para o mundo da Luz e da Vida sem fim: «Não morro, entro na vida. Ó que alegria ver a Deus!» Obrigado confrades e colegas, obrigado irmãs carmelitas, obrigado amigos da presença, dos emails, dos sms, dos telefonemas... Os vossos gestos de amor falam-me do Deus da Ternura que encarnou e se faz próximo e mais visível quando mais Dele necessitamos. Pe. Joaquim Teixeira, ocd 29 Graças e Promessas ÁGUEDA, Associados à Zeladora Mª Nápoles - 22 €; Mª Ercília - 14 €; ABRANTES, José Lopes - 9 €; AMORA, Adelaide Coelho 10 €; AMADORA, Mª Baptista 9 €; Mª Sérvoro - 19 €; ANGRA DO HEROISMO, Mª Fernandes - 14 €; ASSUMAR, Rosinda Coelho - 14 €; AVEIRO, Odete Furtado - 9 €; AZAMBUJA, Ana Vieira - 250 €; BRAGA, Mª Junqueira - 14 €; Elsa Maciel - 14 €; Fernanda Pinto - 14 €; Mª de Sá - 14 €; Idalina Costa - 9 €; CACÉM, Mª Soledade - 9 €; CANTANHEDE E ALFEOLOS, Peregrinos da Organizadora Mª Fátima Carvalho - 157 €; Mª Costa - 17 €; CAPELAS, Helena Capelas - 18 €; CARAMULO, Madalena Simões - 7 €; CARNAXIDE, Ana Santos - 10 €; CARREIRAS, Carolina Hândel - 10 €; CASTELO BRANCO, Conceição Bargão - 14 €; Mª Pires - 18 €; CARVOEIRA, Mª Santos - 9 €; CHAVES, Mª Faria - 14 €; COIMBRA, Cremilde Piçarra - 14 €; Alice de Jesus - 20 €; Paulo Monteiro - 44 €; DELÃES, Mª Araújo - 10 €; ÉVORA, Isabel Potes - 24 €; FÁTIMA, Mª Maurício - 9 €; FAJÕES, Isaura Leite - 19 €; FONTÃO, Gracinda Amorim - 9 €; FORTE DA CASA, Carlos Margaça - 19 €; FOZ DO SOUSA, Manuel Luís - 150 €; FUNCHAL, Carlota França - 9 €; Inês França - 9 €; Inocência Vieira - 4 €; Isabel Góis - 4 €; Mª Abreu - 64 €; Mª Góis - 49 €; Mª Gouveia - 4 €; Mª Cândida Abreu - 4 €; Mª Cafofo - 4 €; Mª Caetano - 4 €; Mª Paz Góis - 4 €; Mª Faria - 4 €; Mª Helena França - 44 €; Mª Pestana - 4 €; Emília Gomes - 14 €; Marcolino Félix - 19 €; Mª Abreu - 61 €; Teresa Castro - 14 €; GERAZ DO LIMA, Mª Lenho - 84 €; GUIMARÃES, António Fertuzinho - 9 €; LISBOA, Manuela Mariano - 10 €; Margarida Simões - 19 €; Mª Dionísio - 14 €; LOIVOS, Margarida Feliz - 4 €; MARCO DE CANAVESES, Mª dos Remédios - 14 €; Rui da Silva - 14 €; José Lavarinhas - 5 €; MACEDO DE CAVALEIROS, Rute Teixeira - 10 €; MAIA, Isabel Pinheiro - 9 €; MIRANDELA, Carlos Fraga - 10 €; MIRE DE TIBÃES, Rosalina Capa - 12 €; NELAS, Anónima - 15 €; Amigos do Menino Jesus - 15,25 €; OVIL, Edite Augusta - 9 €; PALMELA, Associados da Zeladora Mª Isabel Lobo - 87 €; Deolinda Costa - 9 €; PORTO, Conceição e Celeste 15 €; Isabel Lopes - 14 €; Emília Carvalho - 19 €; Luzia Soares - 14 €; PEDREIRA FLG, Associados à Zeladora Mª Alda Ferreira - 98 €; PERRE, Rosa Nicolau - 19 €; PIEDADE, Mª Boim - 10 €; QUINTA DO CONDE, Belmira Pereira - 10 €; ROMARIZ, Liliana Conceição - 9 €; SABUGAL, Anónima - 50 €; S. JOÃO DA MADEIRA, Amílcar Ramadas - 19 €; STª CRUZ DO BISPO, Mª Azevedo - 5 €; SATÃO, Mª Figueiredo - 14 €; Sª DA HORA, Associados da Zeladora Mª Rocha - 259 €; Mª Duarte - 9 €; Manuel Saraiva - 75 €; S. DOMINGOS DE RANA, Mª Soeiro - 9 €; STª EULÁLIA, Arnaldo Gonçalves - 19 €; SESIMBRA, Mª Sousa - 19 €; SUIÇA, Eduardo Marques - 30 €; TAVIRA, Noémia Valente - 9 €; TORRES VEDRAS, Mª Daniel - 4 €; Mª Maciel - 19 €; VALOURA, Esperança Regadas - 25 €; V. DE SANTARÉM, Victória Soares - 9 €; VIANA DO CASTELO, Judith Almeida 14 €; Mª Silva - 45 €; Mª Carneiro - 10 €; Domingos Rego - 9 €; VIDAGO, Mª Lobo - 20 €; Anónima - 20 €; VILA FRANCA DE XIRA, Mª Silva - 15 €; V. FRANCA DO CAMPO, Mª Cravinho - 29 €. 30 NOVOS ASSINANTES AVESSADAS, Joaquim Silva Pinto; AMARANTE, Mª Adelaide Coelho; BAGUIM DO MONTE, Idalina da Silva Moura; BRAGA, José Barbosa; Mª Ferreira Alves; CABEÇA SANTA, Serafim António Pereira; CANADÁ, Mª do Carmo Arruda; CANELAS, Mª Susana Sousa; CASCAIS, Mª Gabriela; CASTELO DE PAIVA, Lúcia Cristina Rodrigues; CASTELO BRANCO, Rui Salgueiro; CARREGAL DO SAL, Sara Vergínia Carvalho; Mª Inês Nunes; Ana Lúcia Mendes; Mª Lurdes Ferreira; Márcia Sobral; CARREGOSA, Fátima Mª Pinho; COIMBRA, Irmãs S. José de Cluny; Mª Guilhermina Sério; Mª Cortesão; CORUCHE, Capitolina Pedroso; Célia Janeiro; João Sousa; CORROIOS, Artur Manuel Barros; CRATO, Adelaide Carretas; Mª da Conceição Silva; Alexandra Fátima Apolinário; Joaquim Mariano Cabaço; Fernanda Massano; Antónia Mª dos Santos; CUCUJÃES, Vera Isabel Oliveira; CUSTÓIAS, Margarida Sousa da Silva; Ilídia Capelas Cigre Rocha; ELVAS, António Moreno; ESMORIZ, João Alexandre Espirito Santo; FÂNZERES, Natalina Fernanda Peixoto; FELGUEIRAS, Mª Celina Teixeira da Silva; Mª Adelaide Silva; FIÃES, Mª de Fátima Vieira; FIGUEIRÓ, Mª Arminda Carvalho; FREGIM, João Pedro Silva; FUNCHAL, Elisabete Santos; Ilia Mª Gouveia; Mª Rosário Vasconcelos; José Freitas Spinola; Mª Odete Oliveira; Trindade Ornelas; Fernanda Encarnação Gomes: Mª Gouveia Gomes; Inocência R. R. Vieira; GONDALÃES, Belinda Celeste Marques Costa; IDÃES, Mª Fernanda Soares; Joaquim Martins Castro; LARANJEIRO, CArlos Manuel Ferreira; LEÇA DA PALMEIRA, Nelson Moreira; MARCO DE CANAVESES, Catarina Isabel Ribeiro; Cristina de Assunção Pinheiro; Mª Rosa Cunha; Fernando Ferres Cardoso; MATOSINHOS, Mª José Costa; Ana Sofia de Pinho; MOLARES, Carolina Elisabete da Mota; MOSTEIRÓ, Paula Mª Oliveira; MOURIZ, Maria Gabina Oliveira Sousa Alves; NELAS, Emília Pampelóna Amaral; OEIRAS, Mª Cândida Oliveira; Mª Nova Ribeiro; OLIVEIRA DE AZEMEIS, Carla Alexandra Alves; PAÇOS DE FERREIRA, Mª Alexandra Silva; PAREDES, António Pereira de Sousa; Lara Beatriz Ferreira; PAREDES DE COURA, Rosa de Jesus Barreiro; PEDROSO, Mercia Ferreira Sousa; PENAFIEL, Diogo Ferreira; Mª da Conceição Couto; Fernanda Luisa Santos; SANDE, Mª Emília da Rocha Pereira; Mª de Jesus; Joaquim Pereira Correia; Amanda Primavera Abreu Couto; Mª Luisa Alves Vieira; Agostinho Pereira Monteiro; STª COMBA DÃO, Elisabete Silva Gomes; Sª DA HORA, Mª Filomena de Matos; S. JOÃO DA MADEIRA, Andreia Moreira Coelho; S. LOURENÇO DO DOURO, Idalina Madureira Fernandes; Mª Teresa Pereira; Licínio Madureira Pereira; S. MAMEDE DE RECEZINHOS, Mª José Braga; S. MATEUS DA CALHETA, José Adelino Costa; S. PAIO DE FAVÕES, Mª de Fátima Pereira Ferraz; SOUTO, Rui Murteira; V. CONDE, Celina Mª Areal; V. N. FAMALICÃO, Mª da Conceição Sousa; Camila Cândida Ferreira; José Alberto Alves; V. N. MILFONTES, Mª Manuela Ruas; V. N. DE GAIA, Mª Graça Rodrigues; VILA REAL, Carolina Gonçalves. Carmelitas Descalças, Carmelo de S. José, Medina del Campo Imagens do Menino Jesus Menino Jesus “O Patrãozinho” Na nossa Comunidade de Carmelitas Descalças, do Carmelo de S. José, em Medina del Campo, – a segunda fundação realizada por Santa Teresa de Jesus – , reza a tradição que esta imagem do Menino Jesus, alcunhado de «O Patrãozinho», foi oferecida a uma das primitivas irmãs; julgamos que terá sido por ocasião da tomada de hábito, pois, como é costume, é esta imagem do Menino que preside às tomadas de hábito das Irmãs, bem como às profissões simples e solenes. Daí, talvez, o nome de «O Patrãozinho». Nesses dias adorna-se a imagem com um lindo vestido, conforme ao tempo litúrgico que se estiver a viver. Digno de relevo é o vestido em que se penduram no cinto todas as ferramentas da Paixão do Senhor; são miniaturas de prata com grande expressividade e realismo. No Domingo de Ramos este mesmo Menino é vestido com uma espécie de túnica vermelha e um ramo de olivei- ra na mão e colocado no altar do coro para estar junto da Comunidade. Ao meio-dia é levado em procissão para o refeitório, acompanhado de cânticos; é posto na mesa principal e é-lhe servida a mesma refeição das Irmãs, embora numa tigela especial, muito antiga e bonita. Esta comida é depois levada a um pobre. Este ritual pretende lembrar Santa Teresa de Jesus, pois ela gostava de convidar Jesus para comer, uma vez que não O tinha sido em Jerusalém. Depois da refeição e acção de graças é levado novamente para o coro. No Domingo de Páscoa, depois de cuidadosamente adornado, é levado para o recreio, permanecendo ali o dia inteiro. Tudo isto é feito com grande devoção pela Comunidade. O Menino Jesus «Patrãozinho» encontra-se sempre no nicho com vitrina, situado no coro baixo. 31 Menino Jesus “O PATRÃOZINHO”.